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Numero do processo: 10880.688800/2009-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 02 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.219
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Trata o presente de análise de PER/DCOMP não homologada pela unidade local da RFB face a inexistência do direito creditório pleiteado. O Despacho Decisório consignou que os pagamentos informados como suposta origem do PER/DCOMP encontravamse integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A contribuinte interpôs manifestação de inconformidade onde defende a existência de seu direito creditório, alegando que o mesmo pode ser confirmado em vista de suas declarações retificadoras (DIPJ e DCTF). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 88 80 0/ 20 09 -8 1 Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10880.688800/200981 Resolução nº 3402001.219 S3C4T2 Fl. 163 2 A decisão da DRJ julgou improcedente a aludida manifestação, o que motivou a recorrente a interpor, tempestivamente, o recurso voluntário ora em apreço, oportunidade em que repisou as alegações desenvolvidas em manifestação de inconformidade, bem como apresentou novos documentos fiscais no sentido de comprovar a existência do crédito vindicado. É o relatório. Resolução Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.213, de 30 de janeiro de 2018, proferida no julgamento do processo 10880.688794/200961, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.213: 4. Em suma, a presente discussão gravita em torno de um único ponto: existir ou não prova suficiente do crédito do contribuinte. 5. Segundo o despacho decisório que denegou a compensação almejada, os créditos apontados pelo contribuinte já teriam sido consumidos para a quitação de outros débitos apontados em DCTF. 6. Por sua vez, em sede de manifestação de inconformidade, o contribuinte aventou que o comprovante de pagamento de fl. 21, aliado com a DIPJ e a DCTF (ambas retificadoras) acostadas, respectivamente, as fls. 22/56 e 57/123, atestariam a validade material do aludido crédito. 7. Não obstante, o acórdão recorrido pautou o indeferimento da compensação vindicada nos seguintes termos: (...). 8.2. O sucesso da empresa em ver homologada a compensação declarada, nesta instância administrativa, já fora da órbita do tratamento eletrônico, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do crédito, devendo estar demonstrado que este tem apoio não só legal, como documental. A apresentação de DCTF retificadora, por suposto erro de preenchimento na anterior, não é suficiente, neste momento do rito processual, para fazer prova em favor do contribuinte, existindo a necessidade de comprovação documental do quanto alegado, por meio da apresentação da escrituração contábil do período, em especial os Livros Diário e Razão, e dos documentos que Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10880.688800/200981 Resolução nº 3402001.219 S3C4T2 Fl. 164 3 lhe dão sustentação. Transcrevese, a seguir, o art. 170 do CTN, onde está estipulado que somente são passíveis de compensação os créditos líquidos e certos: (...). 8. Ao interpor seu recurso e em resposta ao fundamento da DRJ, o contribuinte trouxe aos autos cópias dos seus livros razão (fls. 152/157) e diário (fls. 158/161) que, prima facie, comprovariam a existência do crédito aqui debatido. 9. Diante deste cenário fáticojurídico e, ainda, levando em consideração o princípio da verdade material1 que conforma o processo administrativo tributário, é salutar que o presente julgamento seja convertido em diligência para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. 10. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda 1 Neste momento convém aqui abrir um parêntese para afirmar que quando se apregoa o sobredito princípio da verdade material não se faz no sentido de equiparar este importante valor normativo a uma ferramenta mágica, semelhante a uma "varinha de condão" dotada de aptidão para "validar" preclusões e atecnias e transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Com a devida vênia, este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar e, até mesmo, achincalhar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer aqui exprimir é a possibilidade de reconstruir a relação jurídica de direito material conflituosa por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá pelas características peculiares do direito material vindicado processualmente, i.e., pela sua contextualização. Em outros termos, "verdade material" é sinônimo de uma maior flexibilização probante em sede de processos administrativos, o que, se for usado com a devida prudência à luz do caso decidendo, só tem a contribuir para a qualidade da prestação jurisdicional atipicamente prestada em processos administrativos fiscais. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10880.688800/200981 Resolução nº 3402001.219 S3C4T2 Fl. 165 4 (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Concluídas estas providências, retornemse os autos para julgamento. (Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 152DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.908695/2009-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.077
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 86 95 /2 00 9- 11 Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10120.908695/200911 Acórdão n.º 3401004.077 S3C4T1 Fl. 3 2 Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10120.908695/200911 Acórdão n.º 3401004.077 S3C4T1 Fl. 4 3 foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 78DF CARF MF
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Numero do processo: 14751.000312/2007-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Ano-calendário: 2002,2003,2004 e 2005 PRELIMINAR. CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. Reconhece-se que o julgador a quo analisou o pedido de diligência, bem como todas as provas e alegações apresentadas pela contribuinte, sendo, contudo, livre para apreciá- las conforme sua convicção e juízo. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCOMPETÊNCIA DO CARF. SÚMULA 2. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão integrante da estrutura administrativa da União, não é competente para enfrentar argüições acerca de inconstitucionalidade de lei tributária. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA DECORRÊNCIA. APLICAÇÃO. Tratando-se de lançamento reflexo, qual seja, calcado nas mesmas infrações autuadas em outro processo, dito principal, cumpre aplicar no julgamento deste o princípio da decorrência, repercutindo a mesma decisão daquele quanto ao mérito. APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano- calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 1402-000.854
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir somente a parte da multa isolada concomitante à multa de oficio, mantendo-se as demais exigências por aplicar o princípio da decorrência, em face do que já foi julgado em outra Turma, processo do mesmo contribuinte com a mesma matéria fática e jurídica. Vencidos os Conselheiros, Carlos Pelá (relator), que dava provimento ao recurso e Moisés Giacomelli Nunes da Silva, que examinava o mérito da matéria, por considerar que não há prejudicial no fato de ter havido julgamento da mesma matéria fática e jurídica e do mesmo contribuinte, em outra Turma. Tudo nos termos do relatório e votos que passam a integrar o presente julgado. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Antônio José Praga de Souza
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: Carlos Pelá
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Recorrida 3ª Turma da DRJ/REC Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2002,2003,2004 e 2005 PRELIMINAR. CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. Reconhecese que o julgador a quo analisou o pedido de diligência, bem como todas as provas e alegações apresentadas pela contribuinte, sendo, contudo, livre para apreciá las conforme sua convicção e juízo. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCOMPETÊNCIA DO CARF. SÚMULA 2. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão integrante da estrutura administrativa da União, não é competente para enfrentar argüições acerca de inconstitucionalidade de lei tributária. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA DECORRÊNCIA. APLICAÇÃO. Tratandose de lançamento reflexo, qual seja, calcado nas mesmas infrações autuadas em outro processo, dito principal, cumpre aplicar no julgamento deste o princípio da decorrência, repercutindo a mesma decisão daquele quanto ao mérito. APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Recurso Voluntário Provido em Parte. Fl. 1361DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 2 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir somente a parte da multa isolada concomitante à multa de oficio, mantendose as demais exigências por aplicar o princípio da decorrência, em face do que já foi julgado em outra Turma, processo do mesmo contribuinte com a mesma matéria fática e jurídica. Vencidos os Conselheiros, Carlos Pelá (relator), que dava provimento ao recurso e Moisés Giacomelli Nunes da Silva, que examinava o mérito da matéria, por considerar que não há prejudicial no fato de ter havido julgamento da mesma matéria fática e jurídica e do mesmo contribuinte, em outra Turma. Tudo nos termos do relatório e votos que passam a integrar o presente julgado. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Antônio José Praga de Souza (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Redator Designado (assinado digitalmente) Albertina Silva dos Santos Lima Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Albertina Silva Santos de Lima. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira. Relatório Tratase de auto de infração de IRPJ, anoscalendários de 2002 a 2005, oriundos do MPF nº. 04.3.01.002007000415. A mencionada ação fiscal decorreu de demanda externa do Tribunal de Contas da União que, por meio do Acórdão 1486/2006 (Plenário), determinou à Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE) que encaminhasse a então Secretaria da Receita Federal (atual RFB) a relação das empresas beneficiárias da redução escalonada do IRPJ que não se enquadravam no comando constante do art. 2° da MP n° 2.19914/2001, e, consequentemente, que essa última, de posse da referida relação, adotasse "os procedimentos necessários ao atendimento do disposto no art. 2° da MP n° 2.19914/2001". Adoto o relatório da DRJ/REC, que resume com êxito as controvérsias do presente processo (fl.1286): Fl. 1362DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 3 3 Contra a contribuinte acima qualificada foram lavrados os autos de infração de fls. 05/21, relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, assim discriminados: a) redução, no valor de R$ 31.052,96, do IRPJ a compensar ou a ser restituído no anocalendário 2002 (fls. 05/08) e b) exigência do IRPJ a pagar no valor de R$ 176.146,59, acrescido de juros de mora e de multa de oficio de 75%, e de multa isolada no valor de R$ 202.559,96, relativamente aos anoscalendário 2003, 2004 e 2005 (fls. 09/21). 2. O crédito tributário total importa em R$ 600.063,03, conforme demonstrativo de fl. 04. 3. De acordo com os autos de infração e com o relatório de Ação Fiscal (fls. 1.208/1.251), o lançamento decorreu das seguintes infrações: a) gozo indevido da redução do imposto, beneficio instituído pela Lei n° 4.293, de 1963, b) dedução de retenções na fonte e antecipações não comprovadas e c) falta de recolhimento do imposto sobre base de cálculo estimada mensalmente. 4. O enquadramento legal das infrações, bem assim os demonstrativos de apuração, encontramse consignados nos autos de infração e em seus anexos. 5. A contribuinte apresentou impugnação (fls. 1.255/1.279), alegando, em síntese: a) que obteve o beneficio mediante declaração da SUDENE em 13/10/2000, com vigência até o ano de 2013, sob a égide da Lei n° 9.532, de 1997. A Medida Provisória n° 219914, de 2001, não poderia extinguir o direito a partir de 2001, sendo hipótese de inconstitucionalidade; b) que a isenção lhe foi concedida por prazo certo e sob condição onerosa, pelo que teria direito adquirido de gozála até o prazo final (2013); c) que o pedido de reconhecimento do direito dirigido à Receita Federal era desnecessário em face das práticas reiteradas da administração (art. 100, III, do CTN) e d) que a instituição de multas isoladas fere o Código Tributário Nacional. 6. Por fim, requereu: I) a suspensão da exigibilidade do crédito, II) a emissão de certidão positiva com efeito de negativa, III) a realização de diligência e IV) a decretação de improcedência do lançamento. A decisão da 3ª Turma da DRJ/REC manteve os lançamentos em sua totalidade, em decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 ARGUIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Fl. 1363DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 4 4 As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. Indeferese o pedido de diligência quando os documentos integrantes dos autos revelamse suficientes para formação de convicção e consequente julgamento do feito. RETENÇÕES NA FONTE. ANTECIPAÇÕES MENSAIS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. REQUISITOS. As pessoas jurídicas titulares de empreendimentos enquadrados em setores da economia considerados, em ato do Poder Executivo, prioritários para o desenvolvimento regional, na área de atuação da extinta Sudene, que usufruíram até 31 de dezembro de 2000 do beneficio extinto pelo art. 2° da MP n° 2.19914, de 24/08/2001, poderão pleitear novamente o beneficio. A fruição do incentivo fiscal depende de comprovação das condições perante o órgão competente do Poder Executivo e do reconhecimento do direito por parte da Receita Federal. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ SOBRE A BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. Uma vez efetuada a opção pela forma de tributação com base no lucro real anual, a pessoa jurídica fica sujeita a antecipações mensais do IRPJ, calculadas com base em estimativa. O não recolhimento ou o recolhimento a menor do tributo sujeita a pessoa jurídica à multa de oficio isolada prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Lançamento Procedente Irresignada, a contribuinte apresenta recurso voluntário repisando os argumentos de sua peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 1364DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 5 5 Voto Vencido Conselheiro CARLOS PELÁ, Relator O recurso atende a todos os pressupostos de admissibilidade. Deve, pois, ser conhecido. De plano, cumpre destacar que o recurso voluntário, assim como a impugnação interposta pela contribuinte é parcial, haja vista não apresentar qualquer contestação expressa às exigências que envolvem os lançamentos do IRPJ decorrentes da dedução de retenções na fonte e antecipações não comprovadas, bem como da falta de recolhimento do imposto sobre base de cálculo estimada mensalmente, contestando, tão somente, o gozo indevido da redução do imposto (beneficio instituído pela Lei n° 4.293/1963) e a aplicação da multa isolada. Assim, a omissão de um item no recurso voluntário e na impugnação da contribuinte, por si só caracteriza a concordância do sujeito passivo relativamente à parte não contestada, ensejando a aplicação do art. 17 do Decreto nº. 70.235/1972, que rege o Processo Administrativo Fiscal. Existindo nos autos matérias não recorridas, tornase definitiva a decisão de primeira instância em relação àquela parte. Aqui, a decisão de 1ª instância sequer manifestou se sobre o tema, pois, como já visto, a contribuinte não apresentou qualquer contestação relativamente a tais créditos tributários. Portanto, restam consolidados administrativamente os correspondentes créditos tributários lançados. Além disso, ainda em sede de preliminar é necessário esclarecer que, do exame dos autos, especialmente da decisão a quo, é possível verificar que as instâncias anteriores consideraram as alegações apresentadas pela recorrente, muito embora não tenham entendido pela necessidade da diligência pleiteada. Nesse contexto, não é demais frisar que a autoridade julgadora pode apreciar livremente as provas e alegações apresentadas conforme sua convicção e juízo. Da mesma forma, não acredito que eventuais informações requeridas pelo contribuinte à ADENE e SUDENE sejam imprescindíveis ao deslinde da controvérsia, até mesmo porque a questão se resume em saber se a contribuinte estava ou não incluída no disposto do art. 2º da Medida Provisória n° 219914/2001 e se essa MP poderia ou não extinguir o direito das partes beneficiadas. Assim, afasto as alegações de cerceamento do direito de defesa. No mérito, atenhome às matérias recorridas, quais sejam (i) o gozo indevido da redução do imposto (beneficio instituído pela Lei n° 4.293/1963) e (ii) a aplicação da multa isolada. Fl. 1365DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 6 6 Alega a recorrente que obteve o direito a isenção tributária do IRPJ através da Declaração DAI/ITE 0186/2000, emitida pela SUDENE, datada de 13/10/2000 e com prazo de vigência até 2013, por força da incidência normativa da Lei n°. 9532/97. Muito embora a Medida Provisória 219914/2001 tenha revogado a Lei n° 9532/97, extinguindo o beneficio a partir de 2001, entende a recorrente que seu benefício não teria sido abolido já que (i) a isenção do IRPJ foi incorporada ao patrimônio jurídico da recorrente; (ii) a isenção ou a "redução" do imposto estão submetidos ao mesmo conjunto de balizamentos normativos; ou seja, isenções/reduções tributárias exigem lei para sua criação e para sua revogação, razão pela qual, a Medida Provisória n°. 219914/2001 não poderia revogar a Lei n°. 9532/97 sem que incorresse em violação ao disposto nos art. 97, VI e 176, CTN, no art. 2° da LICC e no artigo 150, § 6° da CF. Pois bem. O benefício fiscal em apreço foi instituído pelo art. 14 da Lei 4.239/1963, fixando como termo final da isenção o ano de 1973, nos seguintes moldes: Art 14. Até o exercício de 1973 inclusive, os empreendimentos industriais e agrícolas que estiverem operando na área de atuação da SUDENE à data da publicação desta lei, pagarão com a redução de 50% (cinqüenta por cento) o imposto de renda e adicionais não restituíveis. Após isso, em 29/04/1994, foi editada a Lei 8.874, que restabeleceu, a partir de 1994, o benefício já extinto e fixou como novo termo final de sua vigência o exercício de 2001: Art. 2º. Ficam restabelecidos, a partir de 1º de janeiro de 1994, vigorando até o exercício financeiro do ano 2001, os incentivos fiscais previstos no art. 14 da Lei nº 4.239, de 27 de junho de 1963 e no art. 22 do DecretoLei nº 756, de 11 de agosto de 1969, com alterações posteriores. A Medida Provisória 1.562, de 19/12/1996, prorrogou mais uma vez a duração do benefício, desta vez para 31.12.2010. No entanto, a MP nº 1.562/1996 perdeu eficácia, ex tunc, nos moldes do art. 62, § único, da CF, na redação anterior à dada pela Emenda Constitucional 32/2001. MP nº 1.562/96. Art. 1º. Ficam prorrogados até 31 de dezembro de 2010: I os seguintes incentivos fiscais ao desenvolvimento regional: (...) c) a redução de cinqüenta por cento do imposto de renda de que tratam os arts. 14 da Lei nº 4.239, de 27 de junho de 1963, e 22 do DecretoLei nº 756, de 11 de agosto de 1969; A Lei 9.532, de 10/12/1997, trouxe nova alteração no calendário da isenção, assinalando a data de 1º/01/2014 como termo ad quem de sua existência e instituindo reduções graduais da alíquota, na forma do art. 3º, § 2º, citado abaixo: Fl. 1366DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 7 7 Art. 3º Os benefícios fiscais de isenção, de que tratam o art. 13 da Lei nº 4.239, de 27 de junho de 1963, o art. 23 do DecretoLei nº 756, de 11 de agosto de 1969, com a redação do art. 1º do DecretoLei nº 1.564, de 29 de julho de 1977, e o inciso VIII do art. 1º da Lei nº 9.440, de 14 de março de 1997, para os projetos de instalação, modernização, ampliação ou diversificação, aprovados pelo órgão competente, a partir de 1º de janeiro de 1998, observadas as demais normas em vigor, aplicáveis à matéria, passam a ser de redução do imposto de renda e adicionais não restituíveis, observados os seguintes percentuais: (...) § 2º Os benefícios fiscais de redução do imposto de renda e adicionais não restituíveis, de que tratam o art. 14 da Lei nº 4.239, de 1963, e o art. 22 do DecretoLei nº 756, de 11 de agosto de 1969, observadas as demais normas em vigor, aplicáveis à matéria, passam a ser calculados segundo os seguintes percentuais: I 37,5% (trinta e sete inteiros e cinco décimos por cento), a partir de 1º de janeiro de 1998 até 31 de dezembro de 2003; II 25% (vinte e cinco por cento), a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; III 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento), a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013. § 3º Ficam extintos, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1º de janeiro de 2014, os benefícios fiscais de que trata este artigo. Apenas um dia após a promulgação da citada Lei 9.532/1997, contudo, foi editada a MP 1.61413/1997, cujo art. 1º, I, c, determinou a prorrogação do benefício previsto no art. 14 da Lei 4.239/1963 até 31/12/1997. Não tendo a MP 1.61413 sido convertida em lei no prazo de trinta dias de sua edição, nem reeditada, suas disposições perderam eficácia, ex tunc (art. 62, § único, da CF, na redação anterior à dada pela Emenda Constitucional 32/2001) – com o que ficou restabelecida a sistemática posta na Lei 9.532/1997. Em nova modificação legislativa a Medida Provisória n°. 2058, de 14/12/2000, posteriormente reeditada sob o nº. 2.199, de 24/08/2001, determinou, no artigo 2º, a extinção de tal beneficio a partir de 1º/01/2001, com exceção daqueles considerados pelo Poder Executivo como prioritários para o desenvolvimento da região: MP nº. 2199/2001 Art 2º. Fica extinto, relativamente ao período de apuração iniciado a partir de 1º de janeiro de 2001, o benefício fiscal de redução do imposto sobre a renda e adicionais não restituíveis, de que trata o art. 14 da Lei nº. 4.239, de 27 de junho de 1963, e o art. 22 do DecretoLei nº. 756, de 11 de agosto de 1969, exceto para aqueles empreendimentos dos setores da economia que venham a ser considerados, pelo Poder Executivo, prioritários para o Fl. 1367DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 8 8 desenvolvimento regional, e para os que têm sede na área de jurisdição da Zona Franca de Manaus. Nesse contexto, notese, por fim, que a recorrente não se insurge contra a sistemática de reduções graduais da alíquota do incentivo, mas, tão somente, quanto à extinção do incentivo a partir de 1º/01/2001, conforme disposto na MP nº. 2.199/2001. Sobre o tema, tenho como certo que isenções tributárias, concedidas por prazo certo e sob condição onerosa, não são livremente suprimíveis. É exatamente o que traduz o disposto no artigo 178 do CTN: Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Ora, uma vez garantido tal direito ao contribuinte por prazo certo e condições prédeterminadas, não poderia o legislador suprimir tais benefícios livremente, sob pena de ofensa ao princípio da segurança jurídica. Qualquer condição onerosa por prazo certo cria uma relação bilateral entre o Estado e o contribuinte. Assim, o fato de ter o contribuinte arcado com o ônus imposto pelo Estado cria para este direito adquirido de não pagar os tributos isentos, ou pagálos reduzidamente, caso se trate de redução. Por oportuno, notese que, a Lei Complementar nº. 24/75 deu nova redação ao art. 178 do CTN. Antes, o artigo comportava a alternativa ou, que foi substituída pela conectiva e, tornando cumulativos os requisitos de prazo e condição. Nada mais acertado. Não se pode admitir como irrevogável uma isenção condicional, sem qualquer determinação de prazo. Essa situação poderia comprometer o Estado, afetando a arrecadação de tributos e gerando problemas às gerações futuras, em virtude da própria falta de recursos financeiros para a manutenção de programas e serviços públicos. Da mesma forma, não se pode admitir irrevogável uma isenção incondicionada simplesmente por estabelecer prazo determinado, já que por ser não onerosa, quando apropriadamente suprimida pelo Estado, não teria o condão de causar prejuízos relevantes ao contribuinte, que, portanto, não teria direito adquirido a ela. Aqui, atendonos aos questionamentos suscitados pela recorrente, devemos entender que o prazo certo exigido pelo art. 178 do CTN está devidamente estatuído e tem como termo ad quem de sua existência a data de 1º/01/2014. Após isso, para analisarmos a existência da "condição" a que se refere o legislador, é necessário ter em mente que a isenção condicionada é aquela concedida mediante o cumprimento de determinados requisitos exigidos por lei, exigindo uma contraprestação do beneficiário. Nessa linha de raciocínio, cumpre assinalar que não compartilho do entendimento de alguns, no sentido de que a isenção em comento instituiu isenção não condicionada (ou nãoonerosa) a qualquer contraprestação por parte do contribuinte, e que, por Fl. 1368DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 9 9 isso, consubstanciaria favor fiscal que pode ser reduzido ou suprimido por lei a qualquer tempo, sem que se possa cogitar de direito adquirido à sua manutenção. Pelo contrário, entendo que a sua fruição ficou sim subordinada ao cumprimento de encargo e condição onerosa por parte do contribuinte, traduzido na obrigação relacionada à localização do estabelecimento na área de atuação da extinta SUDENE. Se tal circunstância de fato não fosse um encargo, não haveria sequer necessidade de tal isenção. Não se pode negar. Os benefícios fiscais relativos à redução do imposto sobre a renda e adicionais não restituíveis foram criados como incentivo ao desenvolvimento do Nordeste, restringindose às pessoas jurídicas com empreendimentos industriais para o desenvolvimento regional nas áreas de atuação da SUDENE. Assim, não podemos ignorar que o objetivo da isenção foi estimular os investimento privados para garantir o desenvolvimento de uma região em dificuldade que por sua localização e diversos outros fatores não era atraente ao empresariado nacional. A isenção veio permitir a promoção do desenvolvimento includente das áreas de atuação da SUDENE e a integração competitiva de sua base produtiva na economia nacional. Nem se diga que, ainda hoje a SUDENE beneficia as pessoas jurídicas titulares de projetos de implantação, modernização, ampliação ou diversificação de empreendimentos, protocolizados até 31/12/2013, com a redução de 75% do imposto de renda, inclusive adicionais nãorestituíveis, pelo prazo de 10 anos. Diante disso, em que pesem opiniões contrárias, acredito estarem satisfeitos os requisitos para aplicação do disposto no art. 178 do CTN. Destarte, também não devem prosperar os argumentos do acórdão recorrido no sentido de que a hipótese aqui é de redução de IRPJ e não de isenção, não se aplicando a regra do art. 178 do CTN. Não há diferença entre a redução total do imposto ou a redução parcial do imposto para fins de caracterização do instituto da isenção tributária, visto que a ambas se aplicam os mesmos princípios. José Souto Maior Borges define a classificação de isenções totais e parciais. Leiase: As isenções totais excluem o nascimento da obrigação tributária, enquanto que, nas isenções parciais, surge o fato gerador da tributação, constituindose, portanto, a obrigação tributária, embora o quantum devido do débito seja inferior ao que normalmente seria devido se não tivesse sido estabelecido preceito isentivo (...). (Isenções Tributárias, Sugestões Literárias S. A., 1969, 1ª ed., p. 282). Ou seja, na isenção parcial há ocorrência fato gerador e conseqüentemente surge a obrigação tributária, mas em quantia inferior à normalmente devida. Fl. 1369DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 10 10 O mesmo entendimento é compartilhado por Pontes de Miranda: As isenções ou são totais ou são parciais. Dizemse parciais as isenções que deduzem do percentual do imposto, ou do imposto fixo. As isenções totais são préexcludentes da imposição: o imposto não recai no objeto, ou no negócio jurídico, a que se refere a regra jurídica de isenção. As isenções parciais são minorações isentivas do imposto. (Citado em José Souto Maior Borges, Isenções Tributárias, Sugestões Literárias, 1969, p. 192). Por tudo quanto exposto, acolho as alegações do contribuinte no sentido de que a redução de imposto fora incorporada ao patrimônio adquirido da recorrente. Finalizo para esclarecer que, no que tocam às alegações de infração à constituição, descabe tal análise pelo julgador administrativo. Citese o enunciado da Súmula nº. 2 deste Conselho: Súmula CARF Nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Deixo de analisar os demais argumentos da contribuinte sobre o tema, posto que desnecessários ao deslinde da controvérsia. Por fim, a recorrente afirma não ser cabível a aplicação de multa de ofício isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais após o encerramento do ano calendário, depois de apurado e recolhido o tributo devido. Repassando os fatos, temos que, ao valerse da redução indevida do imposto, bem assim das retenções não comprovadas no cálculo do imposto a pagar por estimativa mensal, a contribuinte recolheu a menor o tributo em alguns meses do anocalendário 2002 a 2005. Por tal razão, foilhe aplicada a multa isolada, no percentual de 50% do valor não recolhido, com fulcro no art. 44 da Lei 9.430/1996, então com a redação dada pelo art. 14 da Medida Provisória n°351/2007. Não seria necessário decidir a questão, em face do reconhecimento da licitude da redução de imposto levada à cabo pela recorrente em virtude do uso da isenção fiscal discutida. Entretanto, cabe decidir sobre a aplicação da multa isolada sobre os valores lançados decorrentes das retenções não comprovadas, matéria não contestada pela recorrente. Notese que parte das multas isoladas é concomitante com multas de lançamento de ofício. Parte, não é, pois o montante das estimativas, em alguns casos, ultrapassa o montante do tributo devido apurado. É assente neste Conselho que a aplicação da multa isolada sobre estimativas mensais não recolhidas somente é possível no curso do próprio exercício em que estas estimativas são devidas. Sobre este tema, adoto, permissa vênia, a fundamentação adotada pelo Conselheiro Marcos Vinicius Neder de Lima, no Acórdão CSRF/0105.511, pois contempla ampla e integralmente a hipótese destes autos. Sustenta o Conselheiro, em parte destacada do seu voto: “A questão a ser solucionada versa sobre a aplicação de multa isolada por falta de recolhimento da estimativa quando a Fl. 1370DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 11 11 empresa apura, ao final do exercício, tributo inferior ao valor das estimativas devidas ao longo do ano, bem como a possibilidade de exigência concomitante de multa de oficio por falta de recolhimento de tributo devido ao final do exercício e por falta de recolhimento de estimativas no mesmo período. O art 44 da Lei n° 9.430/96 que autoriza a aplicação da multa isolada tem o seguinte teor: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; §1 0 As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; (...); IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2°, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente. Art. 2° (Lei n° 9.430/96) — A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimado, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1° e 2° do art. 29 e nos arts 30 a 32, 34 e 35 da Lei n°8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n°9.065, de 20 de junho de 1995. As remissões relevantes são as seguintes: " Art. 35 (Lei n° 8.981/95) — A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto, calculado com base no lucro real do período em curso. (...) Fl. 1371DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 12 12 §2° Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de base de cálculo negativas fiscais apurados a partir do mês de janeiro do anocalendário. Após a edição desse dispositivo legal, inúmeros debates instalaramse no âmbito desse Conselho de Contribuintes, sobretudo acerca da aplicação cumulativa das sanções neles previstas. Na verdade, a leitura isolada dos enunciados do artigo 44 da Lei n° 9.430 tem levado alguns dos meus pares a sustentar a aplicação da multa isolada em todos os casos em que não houver recolhimento da estimativa. Sustentam que a sanção foi concebida justamente para assegurar efetividade ao regime da estimativa e preservar o interesse público. Ressalto, inicialmente, que a divergência não se situa na necessidade de dar efetividade ao regime de estimativa, porquanto o intérprete deve atribuir a lei o sentido que lhe permita a realização de suas finalidades. Mas, a pretexto de concretizálo, não se pode menosprezar o sentido mínimo do texto legal. Por força da segurança jurídica, a interpretação de normas que imponham penalidades deve ser atenta ao que dispõe os textos normativos e esses oferecem limites à construção de sentidos. O Conselheiro, então, passa à análise das proposições normativas e do seu sentido possível em face do ordenamento jurídico. Após reconstruir a estrutura lógica do sistema de penalidades aplicáveis à falta de recolhimento das estimativas durante o ano, especialmente no tocante às funções que a base de cálculo dos tributos, seguindo as lições de Paulo de Barros Carvalho, conclui: “Essas conclusões aplicadas à legislação tributária evidenciam o desarranjo na adequação das regras sancionadoras atualmente vigentes no imposto sobre a renda, em que ofensas a bens jurídicos de distintos graus de importância para o Direito são atribuídas penas equivalentes, sem que se atente ao princípio da proporcionalidade punitiva. A punição prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430/96 pelo nãorecolhimento do tributo (75% do imposto devido) é equivalente a punição prevista no mesmo artigo pelo descumprimento do dever de antecipar o mesmo tributo (75% do valor da estimativa). Em certos casos, a penalidade isolada chega a ser superior a multa de ofício aplicada pelo não recolhimento do tributo no fim do ano. Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão, menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. Fl. 1372DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 13 13 No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam "princípio da consunção". Aplicando o princípio da consunção, firmado nas lições de Miguel Reale, o conselheiro afirma: Primeiro, o exame do texto evidencia que o artigo 44 da Lei n° 9.430/96 determina que a multa seja calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo. Por inferência lógica, tem que se entender que os incisos I e II também se referem à falta de pagamento de tributo. Importante firmar que o valor pago a título de estimativa não tem a natureza de tributo, eis que, juridicamente, o fato gerador do tributo só será tido por ocorrido ao final do período anual (31/12). O valor do lucro — base de cálculo do tributo só será apurado por ocasião do balanço no encerramento do exercício, momento em que são compensados os valores pagos antecipadamente em cada mês sob bases estimadas e realizadas outras deduções desautorizadas no cálculo estimado. Tributo, na acepção que lhe é dada no direito positivo (art. 3° do Código Tributário Nacional) pressupõe a existência de obrigação jurídica tributária que não se confunde com valor calculado de forma estimada e provisória sobre ingressos da pessoa jurídica. Marco Aurélio Greco, na mesma direção, sustenta que "mensalmente, o que se dá é apenas o pagamento por imposto determinado sobre base de cálculo estimada (art. 2°, caput), mas a materialidade tributada é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano (art. 3° do art. 2°). Portanto, imposto e contribuição verdadeiramente devidos, são apenas aqueles apurados ao final do ano. O recolhimento mensal não resulta de outro fato gerador distinto do relativo ao período de apuração anual; ao contrário, corresponde a mera antecipação provisório de um recolhimento, em contemplação de um fato gerador e uma base de cálculo positiva que se estima venha ou possa vir a ocorrer no final do período. Tanto é provisória e em Fl. 1373DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 14 14 contemplação de evento futuro que se reputa em formação — e que dele não pode se distanciar — que, mesmo durante o período de apuração, o contribuinte pode suspender o recolhimento se o valor acumulado pago exceder o valor calculado com base no lucro real do período em curso (art. 35 da Lei n° 8.891/95)." Tanto é assim, que o art. 15 da Instrução Normativa SRF n° 93/97, ao interpretar o art. 2° da Lei n° 9.430/96, que trata do regime da estimativa, prescreve a impossibilidade de as autoridades fiscais exigir de ofício a estimativa não paga no vencimento, a saber: "Art.15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirse á à multa de ofício sobre os valores não recolhidos." A lógica do pagamento de estimativas é, portanto, de antecipar, para os meses do anocalendário respectivo, o recolhimento do tributo que, de outra forma, seria só devido ao final do exercício (em 31.12). Sob o sistema de estimativa mensal, permitese a redução dos pagamentos mensais caso o resultado tributável seja reduzido ou aumentado ao longo do anocalendário, desde que evidenciado por balancetes de suspensão (art. 29 da Lei n° 8.981/94). Assim, via de regra, o tributo — sob a forma estimada não será devido antecipadamente em caso de inexistência de lucro tributável. Tal inferência se alinha coerentemente com o princípio de bases correntes, pois se a empresa nada deve ao longo do ano, nada deverá ao seu final. Se houvesse algum recolhimento prévio que não tem correspondência com o tributo devido ao final do período, tal fato implicaria apenas em restituição ou compensação tributária. Por outro lado, no encerramento do exercício, caso constatada a insuficiência de pagamento do tributo apurado pelo lucro real as empresas terão de complementar a estimativa que fora recolhida ao longo do mesmo período. Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou a menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução de tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador — totalidade ou diferença de tributo — só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido. Defendem alguns que a conclusão acima contradiz o § 1°, inciso IV, do mesmo dispositivo legal, que estabelece a aplicação de multa isolada na hipótese de a pessoa jurídica estar sujeita ao pagamento de tributo ou contribuição e deixar de fazêlo, ainda que tenha prejuízo ou apurado base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário Fl. 1374DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 15 15 correspondente. Ou seja, por esse enunciado, permaneceria obrigatório o recolhimento por estimativa mesmo se houvesse prejuízo ou base de cálculo negativa. Essa contradição é apenas aparente. O parágrafo 2° do art. 39 da Lei n.° 8.383/91 autoriza a interrupção ou diminuição dos pagamentos por antecipação quando o contribuinte demonstra, mediante balanços ou balancetes mensais, que o valor já pago da estimativa acumulada excede o valor do tributo calculado com base no lucro ajustado do período em curso. Os balanços ou balancetes mensais são, então, os meios de prova exigidos pelo Direito, para que se demonstre a inexistência de tributo devido. Na verdade, para emprestar praticidade ao regime de estimativa, inverteuse o ônus da prova, atribuindo ao contribuinte o dever de demonstrar que não apurou lucro no curso do ano e que não está sujeito ao recolhimento antecipado. Via de regra, o ônus de provar que o contribuinte está sujeito ao regime de estimativa, para fins de aplicação da multa, caberia ao agente fiscal. Assim, caso a pessoa jurídica não promova o correspondente recolhimento da estimativa nos meses próprios do respectivo anocalendário e não apresente os balancetes de suspensão no curso do período ainda que tenha experimentado prejuízo ou base de cálculo negativa ficará sujeita à multa isolada de que trata o art. 44 da Lei n° 9.430/96. A lei estabelece uma presunção de que o valor calculado de forma presumida (estimada) coincide com o tributo que será devido ao final do período, partindo da constatação de que a estimativa não foi recolhida e de omissão do sujeito passivo em apresentar os balanços ou balancetes. Esse não é caso, contudo, da empresa que, após o término do anocalendário correspondente, apresenta o balanço final do período ao invés de balancetes ou balanços de suspensão. Nesse caso, a exigência da norma sancionadora para que se comprove a inexistência de tributo é atendida. Vale dizer, após o encerramento do período, o balanço final (de dezembro) é que balizará a pertinência do exigido sob a forma de estimativa, pois esse acumula todos os meses do próprio anocalendário. Nesse momento, ocorre juridicamente o fato gerador do tributo e pode se conhecer o valor devido pelo contribuinte. Se não há tributo devido, tampouco há base de cálculo para se apurar o valor da penalidade. Não há porque se obrigar o contribuinte a antecipar o que não é devido e forçálo a pedir restituição posteriormente. Daí concluir que o balanço final é prova suficiente para afastar a multa isolada por falta de recolhimento da estimativa. Resta examinar, então, qual seria a hipótese em que, na presença de prejuízo fiscal, se deveria aplicar a multa isolada. Nesse caso, a interpretação sistemática dos dois enunciados prescritivos dispostos no mesmo artigo aqui comentados (caput e Fl. 1375DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 16 16 § 1°, inciso IV, do art. 44) conduz ao entendimento de que o procedimento fiscal e a aplicação da penalidade devem obrigatoriamente ocorrer no curso do anocalendário, pois a conduta objetivada pela norma (dever de antecipar o tributo) é descumprida e, nesse momento, o efetivo resultado do exercício não está evidenciado mediante balancetes. Assim, em virtude da inobservância da pessoa jurídica dos dispositivos legais reitores, o agente fiscal não tem como aferir a situação fiscal corrente do contribuinte. O legislador concede a fiscalização, durante o transcorrer do períodobase, o poder de presumir que o valor apurado de forma estimada a partir da receita da empresa coincide com o tributo devido, desde que demonstrada a omissão do dever probatório atribuído pela lei ao contribuinte. Essa presunção legal da existência de tributo não poderia ser desfeita após a aplicação da multa de lançamento de ofício pela posterior apresentação de balanço na fase de defesa administrativa, pois tomaria o arbitramento do tributo sob base estimada condicional. Chegamos, portanto, a poucas, mas importantes conclusões: 1as penalidades, além da obediência genérica ao princípio da legalidade, devem também atender a exigência de objetividade, identificando com clareza e precisão, os elementos definidores da conduta delituosa. 2a adoção de bases de cálculo e percentuais idênticos em duas normas sancionadoras faz pressupor a identidade do critério material dessas normas; 3tributo, na acepção que lhe é dada no direito positivo (art. 3° do Código Tributário Nacional) pressupõe a existência de obrigação jurídica tributária que não se confunde com valor calculado de forma estimada e provisória sobre ingressos; 4a base de cálculo predita no artigo 44 da Lei n° 9.430/96 referese à multa pela falta de pagamento de tributo; 5o tributo devido ao final do exercício e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício; 6não será devida estimativa caso inexista tributo devido no encerramento do exercício; 7os balanços ou balancetes mensais são os meios de prova exigidos pelo Direito, para que o contribuinte demonstre a inexistência de tributo devido e a dispensa do recolhimento da estimativa. 8após o final do exercício, o balanço de encerramento e o tributo apurado devem ser considerados para fins de cálculo da multa isolada; Fl. 1376DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 17 17 9antes do final do exercício, o fisco pode considerar para fins de aplicação de multa isolada o valor estimado calculado a partir da receita da empresa, desde que a inexistência de tributo não esteja comprovada por balanços ou balancetes mensais. 10Se aplicada multa de ofício pela falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e constatado que também esse mesmo valor deixou de ser antecipado ao longo do ano sob a forma de estimativa, não será exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício, “ Entendo que o voto do Conselheiro Marcos Vinicius Neder de Lima se aplique perfeitamente ao caso presente, e as razões invocadas já seriam suficientes para dar provimento ao recurso voluntário. Posto isso, entendo necessária a reforma da decisão recorrida nas matérias contestadas pela recorrente, de modo que voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Pelá Fl. 1377DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 18 18 Voto Vencedor Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza – Redator Designado. Nos debates realizados no julgamento deste processo divergi quanto ao posicionamento adotado pelo ilustre Conselheiro Relator, Carlos Pela, quanto a possibilidade deste colegiado julgar novamente a matéria em litígio, posto que este processo é decorrente dos fatos apurados e tributados no processo 14751.000195/200794, que também foi objeto de recurso voluntário, e julgado pela colenda 1a. Turma da 2a. Câmara desta Seção do CARF, que mediante acórdão 120100.361 decidiu conforme as seguintes ementa (verbis): IRPJ EXERCÍCIO DE 2002 UTILIZAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL DO ARTIGO 3°, PARÁGRAFO 2°, DA LEI N 9.532/97. Não atendimento ao disposto no artigo 8° do decreto n° 64.214, de 18 de março de 1969 e artigo 553 do rir quanto ao pedido de reconhecimento do benefício fiscal da redução do IRPJ. Não configuração de prática reiterada da administração pública o não cumprimento da exigência da regra de procedimento pela recorrente. PEDIDO DE BAIXA EM DILIGÊNCIA INDEFERIDO. Possibilidade da apresentação da prova pelo recorrente. Elementos suficientes para o julgamento. Desnecessidade de uso da máquina pública. CONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO. Incompetência do CARF quanto à manifestação sobre inconstitucionalidade da revogação da isenção e violação do CTN. Aplicação da Súmula n° 2 do CARF. MULTA ISOLADA APLICADA NOS TERMOS DO ARTIGO 44, INCISO II, “B”, DA LEI N° 9.430/96. Ausência de concomitância em razão da não aplicação de multa de ofício. Recurso não provido. Aliás, aquele mesmo colegiado julgou um outro processo conexo a este, de nº 14751.000216/200771, proferindo a mesma decisão. Uma vez que se trata de autuação decorrente da mesma matéria fática e jurídica, entendo que não este colegiado deve apenas aplicar o principio da decorrência e repercutir a decisão proferida no Colegiado que já apreciou a matéria. Na esfera administrativa, somente a Câmara Superior de Recursos Fiscais tem competência para retificar esse julgado; isso na hipótese de ser admitido recurso especial. O chamado “principio da decorrência” é consagrado neste Conselho, por razões lógicas e jurídicas. Não é dado a dois colegiados distintos de igual hierarquia proferir decisões dispares sobre os mesmos fatos, cabe a um deles declinar competência ao 1o. que conheceu do litígio ou, por economia processual adotar a mesma decisão anteriormente proferida. Fl. 1378DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA Processo nº 14751.000312/200710 Acórdão n.º 140200.854 S1C4T2 Fl. 19 19 Resta portanto, quanto ao cerne do litígio, negar provimento ao recurso aplicandose a mesma decisão do acórdão 120100.361. No que tange a exclusão da multa de oficio isolada, cobrada em concomitância com a multa de oficio proporcional, matéria que não foi objeto de lançamento no processo matriz, no qual foi lançada apenas a multa isolada, acompanho o relator pelos seus jurídicos fundamentos. Conclusão Diante do exposto voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso, para excluir somente a parte da multa isolada concomitante à multa de oficio, mantendose as demais exigências por aplicar o princípio da decorrência, em face do que já foi julgado em outra Turma, processo do mesmo contribuinte com a mesma matéria fática e jurídica. É este o voto condutor do presente julgado. (assinada digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 1379DF CARF MF Impresso em 23/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/ 02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por ANTONIO JOSE PRA GA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 22/02/2012 por CARLOS PELA
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Numero do processo: 10820.721676/2014-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2013
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1201-001.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
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ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 72 16 76 /2 01 4- 44 Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o processo da Declaração de Compensação PER/DComp págs. 2/10, em que o contribuinte requereu R$5.000.000,00 de crédito de Saldo Negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL do período de apuração 2º trimestre/2013, para compensação de débitos. PER/Dcomp DEBITOS COMPENSADOS NA PER/Dcomp (R$) Os créditos requeridos foram de Saldo Negativo (SN) da CSLL (R$) 35011.71888.091113.1.3.038280 860.631,97(incluídos encargos, por atraso) 5.000.000,00 2. O Despacho Decisório págs. 126/127, não reconheceu o crédito requerido e não homologou a compensação declarada; o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de págs. 133/135, que a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP DRJ/RPO julgou improcedente no Acórdão nº 1461.356, de 22 de junho de 201, págs. 139/145: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Data do fato gerador: 30/06/2013 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. SALDO NEGATIVO DE CSLL. CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. COMPROVAÇÃO. OFERECIMENTO À TRIBUTAÇÃO DOS RENDIMENTOS. A dedução, na apuração do saldo negativo da CSLL, da contribuição retida sobre receitas está condicionada à comprovação dos valores deduzidos, mediante a apresentação dos comprovantes de retenção, bem como do oferecimento dos correspondentes rendimentos à tributação. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. 3. E explicou: Ressaltese, entretanto, que não houve a apresentação de comprovantes de retenção, informes de rendimentos, notas fiscais, contratos, extratos bancários ou a demonstração de que os rendimentos foram oferecidos à tributação pela interessada, apesar das intimações feitas pela DRF antes da emissão do Despacho Decisório. A Impugnante tampouco trouxe aos autos qualquer desses documentos na Manifestação de Inconformidade apresentada. Além disso, em pesquisa realizada no sistema informatizado da Receita Federal pela DRF, ficou constatado a fonte pagadora informada pela Contribuinte não registrou nenhuma retenção no Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 4 3 código 5952 e ainda teve sua DIRF cancelada de ofício em 08/10/2014 por suspeita de fraude. Registrese que essa fonte pagadora também foram intimada pela DRF a apresentar comprovação das retenções informadas pelo interessado, entretanto, o Aviso de Recebimento AR da intimação foi devolvido, pelo motivo "Desconhecido". Por outro lado, conforme já mencionado, a CSLL incidente sobre rendimentos de serviços prestados a pessoas jurídicas somente pode ser deduzida da CSLL apurada no encerramento do período de apuração caso as receitas de serviços dos quais se originam tenham sido oferecidas à tributação. Somente assim procedendo, e caso apurado saldo negativo de CSLL, cabe a dedução da contribuição paga a mais que o devido. (...) art. 37, § 3º, inciso II, da Lei nº 8.981/95, estendida à CSLL retida na fonte, por força do art. 57 da mesma lei. 4. E também com base no art. 2º, § 4º, III, da Lei nº 9.430, de 1996. 5. Cientificado em 19/09/2016, págs. 147/148, o contribuinte em 10/10/2016, tempestivamente, apresentou recurso voluntário de págs. 150/195. 6. Argumenta que a legislação criou e regulamentou o instituto da compensação, mas que: (...) a autoridade fiscal brasileira, sob o legítimo combate às práticas reprováveis de sonegação fiscal e o intuito de aumentar a arrecadação, criou uma verdadeira quimera quanto à figura de compensação e, muitas vezes, cunha uma operação lícita de fraudulenta. 7. Que as multas de ofício só podem ser aplicadas quando há lugar para lançamento de ofício, em sentido estrito, não sendo por outra razão que elas têm o nomen iuris de multas de ofício; se todas as informações, dados e valores do histórico fiscal do contribuinte são por este fornecidos ao Fisco, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos, ele não pode ser penalizado com esse tipo de multa. 8. Contrariamente ao Relatório Fiscal, a recorrente acredita ter apurado crédito passível de compensação; por isso apresentou as PER/Dcomp, para serem analisadas e respondidas, sendo este um direito protegido pelo Direito à Petição da CF, de 1988, art. 5º, XXXIV, o que é reconhecido pela Justiça Federal. E: Por sua vez, a afronta ao devido processo legal, a ampla defesa e ao contraditório, consubstanciada na aplicação das multas cominatórias mencionadas, se configura em virtude da ausência de disposições legais relativas à possibilidade de exercício de defesa, por parte do contribuinte, com vistas à contradição a penalidade imposta. Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 5 4 9. A multa é punitiva, e pressupõe a ocorrência de ato ilícito ou infracional, por isso, para a penalidade que foi aplicada, é necessária a comprovação do ilícito, consubstanciado na falsidade das declarações apresentadas pelo contribuinte. 10. Invoca o art. 150, da CF, de 1988, que veda o efeito confiscatório dos tributos; a multa aplicada é confiscatória; invoca o princípio da razoabilidade cita o art. 2º da lei nº .784, de 1999. 11. Aponta que o Autuante considerou fraude a inconsistência entre DIPJ e PER/Dcomp quanto ao valor do Saldo negativo da CSLL e o fato de duas empresas, retentoras de benefícios terem tido suas DIRFs canceladas. 12. Sobre a inconsistência entre DIPJ e PER/Dcomp quanto ao valor do Saldo Negativo da CSLL, reclama que deixou de ser alertada a fim retificar a DIPJ, conciliando as informações com a PER/Dcomp; então, a qualificação como fraude "requer que a produção probatória, veiculada através linguagem competente, tenha por objetivo a subsunção do fato à norma." Discorres sobre o significado de fraude, a interpretação da legislação que a define, a intenção dolosa, e assevera que não há máfé da Recorrente, pois a PER/Dcomp depende de ser homologada, ou seja, analisada para surtir efeitos, logo não se pode falar em dolo e fraude. 13. Invoca o dever de analisar instituído pelo art. 142 do CTN c/c art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Indagase: a) Ao se extrair o conteúdo semântico da conceituação legal da fraude fiscal, a sua consumação pressupõe necessariamente o efetivo descumprimento de uma relação jurídica de índole tributária (obrigação tributária)? Entendese que não. A fraude fiscal independe do efetivo descumprimento de obrigação principal até porque inexiste qualquer relação jurídica sem que haja a produção de norma individual e concreta relatada por meio de ato de subsunção do fato à lei. A relação jurídica é o vínculo que se instaura entre dois sujeitos de direito em razão da ocorrência de determinado fato jurídico, situandose no consequente de uma norma individual e concreta. Na visão do eminente doutrinador Paulo de Barros Carvalho, a relação jurídica nasce no instante em que o aplicador versa em linguagem apropriada a ocorrência do fato típico descrito no antecedente da proposição normativa (regra matriz de incidência tributária). b) É possível a sustação ou postergação de um fato jurídico ensejador de obrigação principal? Como isso se dá? Entendese que a fraude, tal como definida no art. 72 da Lei n° 4.502/64, exige que o fato gerador esteja em processo formativo, de modo que a conduta do agente seja determinante para que o seu não aperfeiçoamento ou mesmo para o seu desconhecimento por parte da administração fazendária. Portanto, é necessário que o infrator, dolosamente, pratique ato jurídico divergente da Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 6 5 realidade dos fatos, distorcendo seus elementos de modo a evitar a sua subsunção à regra matriz de incidência. (...) Em resumo, para que haja fraude fiscal é necessário que haja um nexo motivacional entre a conduta fraudulenta e o fato gerador em si. Em outras palavras, a fraude tributária pressupõe que o comportamento fraudulento do agente tenha por pretensão principal substituir e/ou esconder total ou parcialmente o fato gerador. (...) Tomando por base, a linha de raciocínio trazida pela nobre auditora fiscal, um parcelamento rescindido, também pode ser considerado fraude. 14. Discorre sobre a relação entre a declaração de compensação e o fato gerador da obrigação tributária, para apontar que: Nesse caso não existe a possibilidade de causar prejuízo ao fisco, pois o débito já foi confessado e caso o pedido de compensação seja indeferido, caberá multa por atraso e as correções com base nos juros da SELIC. 15. Sobre requisitos de admissibilidade da comprovação de fraude, diz que não basta a comprovação da intenção de praticar o ato; é necessário também esclarecer para qual direção aponta o vetor da conduta. No caso da fraude, essa conduta deve dirigirse no sentido de impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, ou excluir ou modificar as suas características essenciais. Quando o contribuinte efetua uma declaração de compensação onde apenas o direito creditório informado é indevido, a multa qualificada em decorrência de fraude somente se justifica quando o conjunto de provas demonstrarem que a conduta adotada foi determinante no sentido de impedir ou retardar a “ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais”. 16. Cita Acórdãos do CARF e que: A partir da análise dos julgados do Conselho de Contribuintes, identificamos que a maioria das compensações indevidas em se julgou a qualificação da multa, tratavamse de hipóteses de compensações consideradas não declaradas. A presunção de fraude prevista no ADI SRF nº. 17 de 03/10/2002 não foi acatada pelo Conselho de Contribuintes, conforme se depreende em inúmeros julgados, de modo que a fraude deve Bnecessariamente estar comprovada nos autos. 17. Sobre o direito de solicitar as compensações, diz que a afirmativa fiscal a seguir, vai na contramão do que se tem como pagamento a maior ou indevido e da Solução de Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 7 6 Consulta nº 22 Cosit de 06/11/2013, sobre retenção indevida de tributos na fonte, quando cabe ao beneficiário do pagamento pleitear a restituição do indébito: 'Em análise às informações constantes no Pedido de Ressarcimento, observase ainda que a PHAEL informou créditos referentes à devolução de vendas. No entanto, os produtos produzidos pela PHAEL são sujeitos a alíquota zero de IPI (roupas íntimas/lingerie, roupa de banho/moda praia, vestuário para esportes/fitness), classificados nos capítulos 61, 62 da NCM. Por fim, registramos que na DIPJs 2007/2006, DIPJ 2009/2008, DIPJ 2010/2009, a PHAEL não preencheu informações das Fichas 19 a 26, referentes à operações de IPI (apuração de saldo do IPI, entradas/créditos, saídas/débitos, remetentes/entradas de insumos e mercadorias, destinatários de produtos/mercadorias/insumos)." (...) "Conforme descrito, o sujeito passivo informou créditos de IPI decorrentes de notas fiscais de empresas omissas/inativas perante à RFB e foi cientificado deste fato. Em pesquisa ao sistema SINTEGRA/ICMS Consulta Pública ao Cadastro Estado de São Paulo, constatase que a situação cadastral das empresas omissas/inativas perante a RFB é de "nãohabilitado" ou inapto, evidenciando as notas fiscais e respectivos créditos informados nos Per/Dcomps não correspondem a fatos verdadeiros. A seguir, tabela demonstrando o valor dos créditos inexistentes informados pela PHAEL, relativos a tais empresas inaptas/omissas:" (...) A nobre auditora tentar caracterizar as empresas como as chamadas 'empresasfantasma', mantidas com o fim único de efetuar operações clandestinas, em prejuízo de terceiros e, principalmente, do Fisco. (...) Procurando no sistema Comprot não se verifica nenhum processo relacionado a essa questão, pois se as mesmas tivessem sido criadas supostamente com intuito de fraude deveriam ter processos para Inaptidão ou cancelamento da inscrição do CNPJ, conforme os casos abaixo:(...) Necessário se faz ressaltar que em consulta atual, as empresas com as quais a Recorrente manteve operações, aparecem na situação de ATIVAS no site da RFB: (...) No caso em epígrafe, o nobre auditor fiscal, deu tratamento de Inaptas para as empresas que fizeram as respectivas retenções, Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 8 7 como forma de invalidar o uso das mesmas e seus comprovantes de retenções. 18. Destaca que não é responsável pela vida fiscal de outras empresas. 19. Invoca o princípio da irretroatividade tributária do art, 150, III "a" da CF de 1988, cujas exceções são: se a lei for interpretativa e se for mais benéfica ao contribuinte em matéria de infração. 20. Sobre a acusação de conluio, diz que não é suficiente para a afirmação e tipificação de fraude e conluio, se duas ou mais empresas possuem o mesmo procurador ou escritório de contabilidade, o que remete ao entedimento de que essas serão representadas eletonicamente pelo mesmo certificado eletrônico; assim é no judiciário, no atual mundo virtual, onde as ações de duas os mais pessoas jurídicas ou físicas, serão propostas pelo mesmo advogado; e reitera que todos os valores devidos estão declarados, não só no programa PER/Dcomp, mas também nas DCTF’S e na DIPJ. Não houve por parte da Recorrente nenhuma tentativa de supressão ou eliminação de tributos. E conclui com o pedido: Tendo em vista toda a exposição de motivos, a Recorrente, vem demonstrar sua contrariedade a totalidade do auto de infração que baseouse em presunções para demonstrar a existência de fraude. Voto Conselheira Eva Maria Los, Relatora 21. O Despacho Decisório resultou do Parecer Saort de págs. 122/125, que apontou: a. que o crédito requerido foi informado no PER/Dcomp como decorrente de retenção pela fonte pagadora CNPJ 14.234.988/000168, Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda de cód. 5952 RET DE CONTRIBUICOES PAGT PJ A PJ DE DIR PRIV , no valor de R$5.000.000,00: i. que a fonte 35.793.397/000109, transmitiu DIRF – Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (fl.96), porém não constava da mesma a Phael como beneficiária de retenções cod. 5952; ii. que consta dos registros da RFB que as DIRF transmitidas em 22/07/2014 e 01/10/2014 pela Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda foram canceladas de ofício em 17/10/2014, por indícios de fraude (págs. 108/109); iii. intimada duas vezes a interessada não respondeu às intimações para que comprovasse com notas fiscais, contratos, extratos bancários ou outros documentos: nem as retenções, nem que os correspondentes rendimentos tivessem sido oferecidos à tributação (a justificar a dedução dos valores retidos na apuração da CSLL); Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 9 8 iv. a fonte CNPJ 14.234.988/000168, Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda, intimada por via postal, o Aviso de Recebimento AR, retornou como "desconhecido", pág. 104; v. Não constam dos registros da RFB recolhimentos ou compensações de débitos de cód. 5952, pela Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda, CNPJ 14.234.988/000168 (págs. 105/107); b. que no anocalendário 2013, 2º trimestre consta apuração CSLL a pagar no valor de R$2.516,91 e nenhum valor n alinha 90. () CSLL Retida p/ Pes. Jur. De Dir. Priv. (Lei nº 10.833/2003), na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ. 22. Às págs. 108/109, constam os cancelamentos em 17/10/2014 das Dirf retificadoras do anocalendário 2013, entregues em 01/10/2014 e 22/07/2014, emitidas pela Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda, processo 18470.728843/201415; descrição: Indício de fraude. Não constam recolhimentos. Dossiê 10010.000894/081481 Diligência DIFIS/DRF/RJ2.PER/DCOMP DIORT/DRF/RJ2.Comunicação ESPEI07.Processo 10871.720024/201497 características idênticas de atuar, mesmo endereço. a. pesquisa no eprocesso mostrou que o processo se encontra arquivado; tratase de Representação (anexada pág. 197) para o cancelamento das referidas Dirf, nos seguintes termos: A motivação do cancelamento de ofício se justifica pelo indício de fraude ao declarar retenção de fonte em valores totalmente incompatíveis com a completa inatividade da empresa. Esta empresa guarda correlação com a empresa Construtota APTA Ltda, CNPJ 35.793.397/000109, com características idênticas de atuação. Há programação de ação fiscal em curso, bem como foi remetido ao ESPEI07 para análise. As implicações também ocorrem em outras Regiões Fiscais, tendo em vista os supostos beneficiários. Rio de Janeiro, 17/10/2014 23. A recorrente apresentou a DIPJ retificadora no Lucro Real Trimestral, págs. 12/91, em 05/08/2014, antes da ciência do Despacho Decisório, que foi em 09/01/2015. a. Apurou na Ficha 17. linha 94. CSLL a Pagar R$2.516,91. b. como alega a recorrente, poderia ser um lapso e, intimada poderia ter retificado porém, a mera retificação não sana a questão eis que há necessidade de documentação comprobatória a justificar a apuração do saldo negativo da CSLL. Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 10 9 24. Acusa que o Autuante não reconheceu que os valores retidos pela Elite Rio foram indevidos e maiores do que a legislação determina: a. no entanto, tal retenção não está provada: a Fonte pagadora não foi localizada, a recorrente não apresentou as notas fiscais referentes às, presumivelmente, roupas íntimas (dado que o seu CNAE é 14.118/01 Confecção de roupas íntimas), que teria vendido à Elite Rio Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda (dado que o cód. 5952 é de retenção no pagamento de PJ para PJ), nem os extratos bancários nos quais os valores que ingressaram nas contas da recorrente estariam líquidos das retenções; b. a recorrente teria direito à restituição de valores retidos a maior ou indevidamente, porém tal retenção carece de qualquer suporte fático/documental. 25. A interessada apresentou outras PER/Dcomp, requerendo créditos de saldos negativos da CSLL dos demais trimestres de 2013, que, devido aos mesmos motivos e fatos, foram objetos de Despacho Decisórios de não homologação; as respectivas manifestações de inconformidade foram objeto de Acórdãos DRJ (1ª instância) considerandoas improcedentes; ao todo, são 5(cinco) processos: sendo 4(quatro) referentes a PER/Dcomps e que são de nºs. 10820.721675/201408, 10820.721676/201444, 10820.721677/201499 e 10820.721678/201433; em função desses fatos, foi lavrada Multa Isolada, devido a Compensação Indevida Efetuada em Declaração Apresentada com Falsidade, que foi objeto do processo administrativo nº 15871.720011/201512 por isso, não se discute aqui os argumentos referentes a fraude que o litigante expôs, os quais serão abordados naquele processo. 26. Eis que a discussão sobre fraude e dolo não altera o resultado do voto deste processo. 27. Consta também do recurso voluntário menção a afirmativas fiscais referentes a créditos de IPI, no entanto, nada consta do Parecer Saort ou Despacho Decisório e tampouco do demonstrativo do crédito no Per Dcomp 35011.71888.091113.1.3.038280, pág. 4, descabendo qualquer comentário a rspeito. 1 Conclusão. Voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 206DF CARF MF Processo nº 10820.721676/201444 Acórdão n.º 1201001.998 S1C2T1 Fl. 11 10 Fl. 207DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003238/2008-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. VIOLAÇÃO NÃO PROVADA.
Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento.
PROVAS PRODUZIDAS A PARTIR DE LAUDO PERICIAL ELABORADO PELA POLÍCIA FEDERAL. DOCUMENTAÇÃO TRAZIDA DO EXTERIOR COM AUTORIZAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PELO FISCO.
Válidas as informações veiculadas em relatório da Secretaria da Receita Federal, decorrentes de Laudos Técnicos do Instituto Nacional de Criminalística INC, elaborados a partir de arquivos em meio eletrônico e documentos trazidos do exterior com autorização da Justiça Federal.
PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. SÚMULA CARF Nº 1.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1).
RECURSO QUE SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE.
O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta sem mesmo pedido impõe ao julgador seu não conhecimento. Inteligência do art. 16 do Decreto 70.235/72
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
A presunção legal de omissão de rendimentos autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento.
ÔNUS DA PROVA.
O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada.
SÚMULA 29 DO CARF MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. RECEBIMENTO DE MANIFESTAÇÃO APÓS RECURSO POSSIBILIDADE.
Por ser matéria de ordem pública, há a possibilidade de conhecimento de manifestação do contribuinte após razões recursais a esse respeito. Contudo no mérito o conjunto probatório é claro ao identificar a titularidade/propriedade das contas bancárias a apenas dois co-titulares devidamente intimados durante a fiscalização.
SÚMULA 38 DO CARF. MANIFESTAÇÃO APÓS RAZÕES RECURSAIS. MATÉRIA SOBRE DECADÊNCIA.
Recebimento das razões após recurso voluntário, por ser matéria de ordem pública contudo no mérito é afastada em vista da não aplicação da súmula no caso concreto.
Numero da decisão: 2201-004.309
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiros Carlos Henrique de Oliveira.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Milton da Silva Risso - Relator.
EDITADO EM: 06/04/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: MARCELO MILTON DA SILVA RISSO
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CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. VIOLAÇÃO NÃO PROVADA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. PROVAS PRODUZIDAS A PARTIR DE LAUDO PERICIAL ELABORADO PELA POLÍCIA FEDERAL. DOCUMENTAÇÃO TRAZIDA DO EXTERIOR COM AUTORIZAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PELO FISCO. Válidas as informações veiculadas em relatório da Secretaria da Receita Federal, decorrentes de Laudos Técnicos do Instituto Nacional de Criminalística INC, elaborados a partir de arquivos em meio eletrônico e documentos trazidos do exterior com autorização da Justiça Federal. PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 32 38 /2 00 8- 81 Fl. 616DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 608 2 sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1). RECURSO QUE SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE. O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta sem mesmo pedido impõe ao julgador seu não conhecimento. Inteligência do art. 16 do Decreto 70.235/72 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A presunção legal de omissão de rendimentos autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. ÔNUS DA PROVA. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada. SÚMULA 29 DO CARF MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. RECEBIMENTO DE MANIFESTAÇÃO APÓS RECURSO POSSIBILIDADE. Por ser matéria de ordem pública, há a possibilidade de conhecimento de manifestação do contribuinte após razões recursais a esse respeito. Contudo no mérito o conjunto probatório é claro ao identificar a titularidade/propriedade das contas bancárias a apenas dois cotitulares devidamente intimados durante a fiscalização. Fl. 617DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 609 3 SÚMULA 38 DO CARF. MANIFESTAÇÃO APÓS RAZÕES RECURSAIS. MATÉRIA SOBRE DECADÊNCIA. Recebimento das razões após recurso voluntário, por ser matéria de ordem pública contudo no mérito é afastada em vista da não aplicação da súmula no caso concreto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiros Carlos Henrique de Oliveira. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Milton da Silva Risso Relator. EDITADO EM: 06/04/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório 1 Adoto inicialmente como relatório a narrativa constante da decisão da DRJ de fls. 358/380 por sua clareza e precisão: Fl. 618DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 610 4 Fl. 619DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 611 5 Fl. 620DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 612 6 Fl. 621DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 613 7 Fl. 622DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 614 8 Fl. 623DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 615 9 2 – A DRJ SP julgou improcedente a impugnação em Acórdão assim ementado: “Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 NULIDADE DO LANÇAMENTO. Não restando comprovada a incompetência do autuante nem a ocorrência de preterição do direito de defesa, não há que se falar em nulidade do lançamento. CERCEAMENTO DE DEFESA. É de se rejeitar a alegação de cerceamento de defesa quando os fatos que ensejaram o lançamento se encontram corretamente descritos e tipificados no Auto de Infração e no Termo de Verificação Fiscal e estão presentes nos autos todos os elementos necessários à elaboração da impugnação, tendo sido oferecida ao litigante, seja durante o curso da ação fiscal, seja na fase de impugnação, ampla oportunidade de se manifestar e de apresentar provas que elidissem a autuação. ILEGITIMIDADE DAS PROVAS. São legítimas as provas advindas do exterior, que foram objeto de laudo pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Policia Federal do Brasil, uma vez constatada a sua regular disponibilização ao Fisco Federal, mediante autorização judicial, o rigor na elaboração do referido laudo, a lisura dos peritos criminais do Departamento de Polícia Federal envolvidos e a confiabilidade dos dados (pela total impossibilidade de eles sofrerem qualquer tipo de alteração). JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. A prova documental deve ser apresentada juntamente com a impugnação, não podendo o contribuinte apresentala em outro momento a menos que demonstre motivo de força maior, refirase a fato ou direito superveniente, ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. Fl. 624DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 616 10 SUSTENTAÇÃO ORAL. Não há, no âmbito da legislação que cuida do processo administrativo fiscal, previsão para a realização de sustentação oral pela defesa em sessão de julgamento administrativo de primeira instância. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas, mesmo as proferidas por Conselhos de Contribuintes, e as judiciais, excetuandose as proferidas pelo STF sobre a inconstitucionalidade das normas legais, não se constituem em normas complementares contidas no art. 100 do CTN e, por consegüinte, não vinculam as decisões desta instância julgadora, restringindose aos casos julgados e às partes inseridas no processo de que resultou a decisão. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A presunção legal de omissão de rendimentos autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. ÔNUS DA PROVA. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. Os débitos, decorrentes de tributos, não pagos nos prazos previstos pela legislação específica, são acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um por cento no mês do pagamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Fl. 625DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 617 11 3 – O contribuinte impetrou Mandado de Segurança distribuído para a 14ª Vara Federal no processo nº 0003744465.2010.403.6100 Fls. 385/428 requerendo a nulidade da decisão da DRJ alegando cerceamento de defesa, pois não houve a possibilidade de fazer sustentação oral perante a DRJ/SP. Informações da DRJ sobre a impetração às fls. 386/396. 4 – A liminar e a segurança foram denegadas pelo MM. Juízo da 14ª Vara Federal de São Paulo (fls. 517/522). 5 O contribuinte interpôs o Recurso Voluntário às fls. 429/438 alegando em síntese os seguintes pontos: 1) Da nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa; 2) Ilegitimidade de provas 3) Da sustentação oral e 4) além de simplesmente ratificar todos os argumentos da impugnação, alega que deve ser revisado o fato novo ocorrido entre a impugnação e a decisão da DRJ que é a sentença da MM. 6ª Vara Criminal de São Paulo alegando que a autoridade administrativa deve considerar por mais frustrante que seja o valor de apenas 0,7% relativo aos ganhos indicados nas referidas contas posto que o contribuinte exercia a atividade de cambista, sob pena de crime de desobediência. 6 – Através da Resolução 2101000.185 (fls. 544/548) de 03/12/2014 a C. extinta 1ª Turma da 1ª Câmara dessa Seção assim decidiu na conversão do julgamento por maioria, em diligência: “Neste sentido, voto por converter o julgamento do recurso em diligência, para esclarecimento de questões de fato, relativas à identificação dos terceiros envolvidos nas operações efetivamente realizadas a título de "Câmbio", envolvendo o fiscalizado, inclusive: (a) mediante cotejo dos documentos das ações judiciais relacionadas e (b) informações enviadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil, para instrução da ação fiscal. Fl. 626DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 618 12 A autoridade fiscal deverá fazer análise dos documentos em termo circunstanciado, confirmando ou afastando a realização da operação de câmbio com o terceiro indicado, após o qual o Recorrente deverá ser intimado para, se desejar, apresentar manifestação, no prazo de 30 dias. Efetivadas as diligências solicitadas, o Processo deve retornar ao CARF para continuidade do julgamento. Voto proferido pelo Ex Conselheiro Dr. EDUARDO DE SOUZA LEÃO na sessão de julgamento do dia 03 de dezembro de 2014.” 7 – Em resposta à diligência a autoridade fazendária de origem às fls. 562/574 relata os procedimentos adotados e a análise dos 16 (dezesseis volumes) de documentos referente as cópias do processo judicial criminal que tramitou perante a 6ª Vara Federal Criminal Processo nº 0010818.92.2008.403.61.81 em que concluiu o seguinte no item 10.6.2. do extenso relatório: 8 – Após manifestação do contribuinte de fls. 587/590 acerca do resultado da diligência ratificando os termos do apelo e que deveria ser considerado a base de cálculo do lançamento apenas a porcentagem de 0,7% dos depósitos no exterior. 9 Subiram os autos ao E. CARF com nova distribuição a esse relator. O contribuinte às fls. ( ) protocolizou pedido alegando novos temas de ordem pública, tendo por objeto a necessidade de se aplicar as Súmulas CARF nº 29 (intimação de todos os cotitulares de contas) e 38 (fato gerador do IR na omissão de receita de depósitos bancários). Fl. 627DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 619 13 10 – Em síntese em relação a aplicação da Súmula CARF nº 29 alega o contribuinte que o laudo do Instituto do Nacional de Criminalística da Polícia Federal apontou como responsáveis pela conta 3 (três) pessoas DAVY LEVY, MOISE KHAFIF e SIMON ELlMELEK (fls. 214) e portanto, na ocasião do lançamento apenas o contribuinte e o outro co tiutlar da conta Moise Khafif que responde ao PAF nº 19515.003239/200825 já julgado pela 2ª Turma da 2ª Câmara dessa Seção foram intimados para comprovar a origem dos depósitos. Alega o contribuinte que a pessoa de Simon Elimelek também era titular da conta bancaria no exterior objeto do lançamento, pedindo a nulidade do lançamento. 11 – Em relação a Súmula CARF 38 alega que o lançamento considerou os fatos geradores de forma distinta da sua efetiva ocorrência, alegando que a autoridade fiscal utilizou como forma de apuração a mensal. Pede ao final nulidade do lançamento com a aplicação da respectiva súmula. 12 É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Marcelo Milton da Silva Risso Relator 13 O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. 14 – A fim de melhor análise dos pontos e temas indicados no recurso voluntário vou julgálos na sequencia em que foram apresentados no recurso e na petição de fls. Da nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa Fl. 628DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 620 14 15 – Alega de forma genérica em seu recurso que houve cerceamento do seu direito de defesa alegando que não foram disponibilizados os documentos que intitula “dossier do contribuinte” nessas operações de fiscalização e portanto alega que não pôde exercer de forma plena seu direito de defesa. 16 – Ao contrário do aludido na peça recursal não houve nenhum tipo de cerceamento do direito de defesa, pois foram disponibilizados ao contribuinte a obtenção de cópias (fls. 268/271 termo de retirada de documentos), desde a fase de fiscalização e impugnação e durante a fase recursal em que juntou farta documentação relacionada ao processo criminal objeto da resolução da extinta Turma desse E. CARF. Portanto, houve a possibilidade de se defender de todos os atos e termos contidos desde o início da fiscalização e por isso nego provimento ao recurso nessa parte. Ilegitimidade de provas 17 – Nesse ponto, também de forma genérica discute a imprestabilidade das provas carreadas pela fiscalização em especial no laudo juntado aos autos de fls. 212/225 (Laudo de Exame Econômico Financeiro) produzido pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal alegando que deve ser aplicado os mesmos fundamentos do julgado no Ac. 106.17042 do antigo conselho de Contribuintes que concluiu pela exoneração do crédito tributário. 18 – No contexto dessa parte do recurso o contribuinte não indica de que forma a prova é nula ou imprestável como pretende, apenas faz menção ao referido julgado indicando alguns pontos do voto que não conduzem ao convencimento da ilegitimidade dessa prova. Ao contrário do afirmado pelo próprio contribuinte não nega que os valores depositados sejam de sua propriedade, em sua peça recursal confirma pontos da r. sentença criminal transitada em julgado confirmando os depósitos de divisas de forma ilegal. Fl. 629DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 621 15 19 Nesse ponto tomo como razões de decidir o voto do Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa que no Ac. 2202003.058 j. em 09/12/2015 da C. 2ª Turma dessa 2ª Câmara no julgamento do contribuinte Moise Khafif cotitular das referidas contas objeto do presente lançamento por unanimidade negou provimento ao recurso voluntário: “Ressalte se que a exigência fiscal em exame decorre de expressa previsão legal, pela qual existe uma presunção em favor do Fisco, que fica dispensado de provar o fato que originou a omissão de rendimentos, cabendo ao contribuinte elidir a imputação, comprovando a origem dos recursos. Constam dos autos diversos documentos que comprovam que os reais beneficiários dos recursos financeiros movimentados na conta nº 030100828, do MTBCBCDF Hudson United Bank, em nome da empresa Garter Trading S/A, offshore sediada no Uruguai, eram os Srs. Davy Levy e Moise Khafifm, ora Recorrente. Dentre os documentos, destacam se: a) cópias dos passaportes dos titulares da conta (fls. 95 a 101); b) documentos relativos à abertura da referida conta corrente, contendo o nome e assinatura do contribuinte (fls. 61 a 93); c) procuração datada de 28/03/1994, por meio da qual o presidente da empresa Garter Trading S/A na ocasião confere ao Recorrente e outro poder de administração, disposição e alteração dos bens da sociedade (fls. 123 a 131); d) documento intitulado "Declaratória", datado de 18/10/2002, informando o Recorrente como um dos novos acionistas da empresa Garter Trading S.A (fls. 119 a 121); e) documento designado Certification of Beneficial Ownership, de 22/10/2002, do qual constam os nomes e assinaturas de Davy Levy e Moise Khafif, como beneficiários/proprietários da conta (fl. 193). Assim, restou claro pelas provas nos autos que o contribuinte e o outro procurador da empresa Sr. Davy Levy eram os reais beneficiários dos recursos financeiros movimentados na conta nº 030100828, do MTBCBCHudson United Bank, tendo se utilizado da empresa Garter Trading S/A, offshore sediada no Uruguai, apenas para remeter divisas para o exterior de forma ilícita e para se eximir do pagamento de tributos. Fl. 630DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 622 16 20 – Além disso de acordo com a R. Sentença do MM. Juízo da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo na efls. 145/194 do arquivo PDF relacionado ao arquivo não paginável dos autos desse eprocesso contendo os volumes 15 e 16 do Processo Criminal nº 0010818.92.2008.403.61.81 consta a referência e admissão da existência de contas no exterior por parte do recorrente (abaixo indicado) corroborando com o laudo ora questionado utilizado na sentença criminal transitada em julgado. Portanto, nesse ponto afasto as razões recursais. Outrossim, nego provimento a essa preliminar. Da sustentação oral 21 – Esse tópico não será conhecido uma vez que foi alvo de questionamento judicial pelo contribuinte conforme relato aplicandose os termos da súmula Carf nº 1 e portanto não conheço dessa parte do recurso. Fl. 631DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 623 17 Do Mérito 22 – Quanto ao mérito, será conhecido apenas o ponto relativo da prova nova juntada aos autos relacionada a alegação de que na r. sentença criminal proferida pela MM. 6ª Vara Federal Criminal houve o reconhecimento da atividade de cambista do contribuinte e em seu recurso alega que foi reconhecido que apenas 0,7% dos depósitos são de fato valores do contribuinte em razão de sua atividade. 23 – Nesse ponto, adoto novamente como razões de decidir o voto no Ac. 2202003.058 que bem analisou e exprimem o entendimento desse Conselheiro quando da análise da R. Sentença do MM. Juízo da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo na e fls. 145/194 do arquivo PDF relacionado ao arquivo não paginável dos autos desse eprocesso contendo os volumes 15 e 16 do Processo Criminal nº 0010818.92.2008.403.61.81. “A ocorrência do fato gerador foi devidamente demonstrada e o contribuinte, regularmente intimado para justificar a origem dos depósitos identificados, em nenhum momento, seja durante a ação fiscal, seja na fase litigiosa, apresentou qualquer argumento ou elemento de prova que justificasse a origem dos recursos creditados em suas contas bancárias, tendo se limitado a informar, por ocasião do recurso voluntário, que exercia a atividade de doleiro, reconhecida em sentença da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. No entanto, não juntou aos autos nenhuma prova de suas alegações. Conforme previsão do art. 42 da Lei nº 9.430/96, é necessário comprovar individualizadamente a origem dos recursos, identificandoos como decorrentes de renda já oferecida à tributação ou como rendimentos isentos/não tributáveis. Tratase, portanto, de ônus exclusivo do contribuinte, a quem cabe comprovar, de maneira inequívoca, a origem dos valores que transitaram por sua conta bancária, não sendo bastante alegações e indícios de prova. A suposta atividade de doleiro e a alegada remuneração dela Recorrente não são suficientes para afastar a infração de omissão de rendimentos, devido à ausência Fl. 632DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 624 18 de comprovação por meio de documentação hábil e idônea. Caso os depósitos na conta mantida no exterior eram decorrentes de operações de câmbio, nas quais o Recorrente era mero intermediário, caberia a ele demonstrar, de forma inequívoca, as datas e valores, além de identificar os reais beneficiários. O ônus da prova cabe ao contribuinte, consoante o disposto no art. 42 da Lei nº 9.430/96, e disso ele não se desincumbiu. Ainda que fosse acatada a nova prova juntada aos autos, ou seja, a sentença proferida pelo Juiz Federal da 6ª Vara Criminal de São Paulo (fls. 481 a 584), o que se faz apenas a título de argumentação, não caberia razão ao Recorrente, pois se observa pela leitura da referida sentença, que em nenhum momento se concluiu que o lucro obtido era de 0,7% sobre os depósitos efetuados, tampouco se vinculou os depósitos feitos na conta corrente objeto deste lançamento com os ganhos do contribuinte na sua atividade ilícita de "doleiro". O que existe na sentença é uma referência ao depoimento do sr. Davy Levy, sócio do fiscalizado, no qual ele afirma que o lucro era obtido através da diferença entre a compra e a venda, ficando em torno de 0,6% ou 0,7%, e eram relativos à conta Capri e não à conta Gartner, da qual trata o presente lançamento. Ademais, estes percentuais não restaram comprovados e não há nenhuma alusão a esses valores de lucro por parte do Juiz. Outrossim, as atividades ilícitas reconhecidas na sentença são relativas ao uso de diversas contas além da Gartner (no banco MTB), como a Capri (banco BNP) e a Kramer (Bank Tree BT), razão pela qual não existe uma vinculação de cada depósito feito na Gartner com o que foi decidido judicialmente. Para que se acatasse o argumento do contribuinte, seria necessário que ele vinculasse cada crédito na sua conta bancária como a sua atividade, indicando qual cliente seria o beneficiário e em que percentual, mas isso ele não conseguiu comprovar.” Grifei Fl. 633DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 625 19 24 – Abaixo a parte da r. sentença em que o recorrido alega que ficou reconhecido pela Justiça Criminal que ele apenas tinha o rendimento de 0,7% sobre essa atividade: 25 – Verificase, portanto, que essa questão nada mais é que um ponto da r. sentença tratando do depoimento do contribuinte na esfera criminal, não havendo por parte da Justiça Criminal reconhecimento de rendimento de fato em relação a famigerada conta objeto do presente lançamento. 26 – Inclusive o resultado da diligência determinada anteriormente pela extinta Turma nada provou em relação a tal argumento do contribuinte. Pelo exposto nego provimento ao recurso nessa parte. Fl. 634DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 626 20 27 – Os demais pontos do recurso em que houve por parte do contribuinte a mera alegação de ratificação de todos os pontos da impugnação restam não conhecidas posto que entende esse Conselheiro que não houve questionamento de tais pontos, não sendo possível, por mais que estejamos no âmbito do processo administrativo, que a parte apenas em seu recurso ratifique todos os pontos de uma defesa juntada anteriormente. 28 – Seria o mesmo que no julgado a Turma de forma simples indicasse como razões de decidir o que foi indicado pela turma da DRJ, sem justificar as razões pelas quais entende que são aplicáveis ao caso tal entendimento. 29 – De acordo com artigo 16 do Decreto 70.235/71 prevê claramente a necessidade de exposição das razões de insurgência contra o lançamento e, por consequência lógica, contra a decisão, o que não ocorreu no presente caso, sendo que a parte recorrente frustrou, ao deixar de se insurgir especificamente contra os fundamentos da decisão recorrida. 30 – A respeito do tema decisão da C. 2ª T da 4ª Cam dessa Seção no AC. 2402006.018 j. 03/10/2017 assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 RECURSO QUE SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO E JUNTAR NOVOS DOCUMENTOS SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE. O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao Fl. 635DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 627 21 procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta sem mesmo pedido impõe ao julgador seu não conhecimento. 31 – Em seu voto o Conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza de forma sintetizada descreve bem o que ocorreu nos presentes autos também: “O recurso que configure apenas mera referência a impugnação, sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, é interposto sob forma de mero protesto ou declaração de insatisfação contra a decisão adversa ao interesse do recorrente, sem se revestir das formalidades mínimas atinentes a intervenção procedimental em questão. Conhecer tal recurso laboraria contra o princípio tantum devolutum quantum appellatum e transformaria este colegiado em defensor de interesse da parte. A locução jura novit curia, com as adaptações ao PAF, somente tem aplicação se o recorrente fornece ao Colegiado, ainda que de forma sumaríssima, as razões do inconformismo e o seu pedido de reexame e apresenta pedido ainda que genérico, razão pela qual o presente Recurso não deve ser conhecido.” 32 – Portanto, conforme razões acima não conheço das demais razões recursais relacionadas a ratificação dos termos da impugnação. 33 – Quanto a petição de fls. alegando matéria de ordem pública e tecendo considerações sobre a aplicação das súmulas 29 e 38 do E. CARF as conheço como matéria nova, mas por entender que sejam de ordem pública passo a sua análise. Aplicação da Súmula 29 do CARF – Falta de intimação de codevedor Fl. 636DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 628 22 34 – Alega em síntese o contribuinte que o lançamento é nulo por deixar de intimar um dos cotitulares da conta além de Davy Levy e Moise Khafif. Alega que no laudo de fls. 212/225 (Laudo de Exame Econômico Financeiro) produzido pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal houve o reconhecimento que os titulares da conta são 3 (três) (Davy Levy, Moise Khafif e Simon Elimelek). 35 – Portanto, com base nesse fato novo alega a necessidade da aplicação da Súmula Carf nº 29 e reconhecimento da nulidade do presente lançamento. 36 – Em que pese o esforço argumentativo do contribuinte, entendo que não resta comprovada a referida titularidade senão vejamos. 37 – O contribuinte menciona apenas alguns aspectos do laudo, que foi considerado na esfera criminal e na administrativa para servir como elemento de prova para cada assunto específico. 38 – No âmbito administrativo que ora se apura, analisando o laudo verificamos pelo contexto que o laudo menciona apenas como cotitulares os Srs. Davy Levy e Moise Khafif, sendo que o Sr. Simon Elimelek era mero representante de ambos para fins de movimentação da conta. 39 – Vejamos as informações que constam no contexto do laudo de fls. 212/225 e volume 7 não paginável do efls. 154/269 do processo criminal: Fl. 637DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 629 23 Fl. 638DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 630 24 Fl. 639DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 631 25 Fl. 640DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 632 26 40 – Verificase no item (a) a informação de proprietários/procuradores da referida conta Gartner o contribuinte e o cotitular da conta. Fl. 641DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 633 27 41 – No item (e) do laudo existe apenas uma autorização para que o Sr. Simon Elimelek (Sony) receba e dê instruções e informações de transferências e pagamentos e ainda assim constando a assinatura dos proprietários da conta. Ou seja, o Sr. Simon Elimelek era apenas um mero representante de ambos os cotitulares, não sendo proprietário de nenhuma conta. 42 – O laudo vai além, para provar tal fato, no seu item (g) declaram os acionistas Davy Levy com 70% (setenta por cento) e Moise Khafif com 30% (trinta por cento) como proprietários da conta não falando nada sobre a pessoa de Simon Elimelek. 43 – Além disso me reporto aos fatos indicados na r. sentença criminal que indica que o recorrente como pessoa bem informada sobre a operação e contas mantidas no exterior conforme R. Sentença do MM. Juízo da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo na efls. 145/194 do arquivo PDF relacionado ao arquivo não paginável dos autos desse eprocesso contendo os volumes 15 e 16 do Processo nº 0010818.92.2008.403.61.81: Fl. 642DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 634 28 (....) Fl. 643DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 635 29 44 – Às fls. 45/83 do PDF do volume 12 do arquivo não paginável existe o depoimento do Sr. Simon Elimelek prestado ao Juízo da MM. 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo nos autos do processo criminal juntado aos autos pelo recorrente em que a pessoa indicada pelo contribuinte como “terceiro cotitular” afirma ser um mero empregado da empresa aberta pelo recorrente para operar com divisas no exterior verbis: Fl. 644DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 636 30 45 – Além disso o termo de depoimento do cotitular Moisa Khafif volume 9 do arquivo não paginável efls. do PDF 53/83 consta parte do depoimento confirmando a titularidade das contas apenas entre os cotitulares em que houve o lançamento, verbis: Fl. 645DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 637 31 46 – Em vista de todo o exposto, resta claro que o procedimento utilizado pelo contribuinte beira a máfé processual, ao tentar induzir em erro os julgadores e principalmente se considerarmos que tenta através da petição de fls. mudar a verdade dos fatos utilizando de forma pouco ortodoxa para distorcer de forma indevida o resultado de um laudo que consta em prova produzida utilizada na esfera da Justiça Criminal (cujo resultado não contestou) e nesse processo administrativo. Portanto, resta improvido o questionamento nessa parte também. 47 Quanto aos argumentos do contribuinte em relação a aplicação da súmula 38 do E. CARF melhor sorte não lhe assiste, pois não há nenhum tipo de irregularidades ou vícios na constituição do crédito tributário, estando lançado na forma do art. 142 do CTN. 48 – Houve a correta identificação dos valores indicados e depositados mensalmente na conta do exterior e omitidos pelo contribuinte, sendo certo que o conceito de renda envolve necessariamente um período, que, conforme a legislação pátria, corresponde ao anocalendário, assim, os valores recolhidos a título desse tributo no decorrer do ano, são Fl. 646DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 638 32 antecipações dos valores devidos na declaração de ajuste anual, quando se opera a tributação definitiva dos rendimentos auferidos durante o ano. 49 A tributação dos depósitos bancários cuja origem não foi identificada, sob a presunção de que se tratam de rendimentos omitidos, submetese às regras do IRPF, vez que se tratam de numerários recebidos por pessoa que se enquadra naquela categoria de sujeito passivo, sendo certo que o lançamento identifica como data do vencimento o do ajuste anual sendo esse fato destacado no lançamento: “Os rendimentos omitidos somamse a base de cálculo originalmente declarada para entrada na Tabela Progressiva referente ao Ajuste Anual, sendo que além da cobrança dos impostos omitidos, fica o contribuinte sujeito a multa de 75% prevista no Artigo 44, inciso l da Lei 9.430/96”. 50 – Portanto, a aplicação da Súmula 38 do E. CARF se atem à contagem do prazo decadencial e não para os fins a que o contribuinte aduz em sua manifestação, bastando para tanto analisar os acórdãos indicados como paradigma para a criação de tal súmula e nego provimento ao recurso nesse tópico também. Conclusão 51 Diante do exposto, conheço do recurso e no mérito NEGO PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marcelo Milton da Silva Risso Relator Fl. 647DF CARF MF Processo nº 19515.003238/200881 Acórdão n.º 2201004.309 S2C2T1 Fl. 639 33 Fl. 648DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.907009/2010-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/06/2002
COMPENSAÇÃO. CONDIÇÕES. CRÉDITO COM ORIGEM EM DECISÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO.
A compensação de créditos oriundos de decisões judiciais requer o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito do contribuinte, sem o quê há de ser rejeitada a extinção do débito por essa via.
DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO.
O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o quê não pode ser restituído ou utilizado em compensação.
Numero da decisão: 3201-003.288
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/06/2002 COMPENSAÇÃO. CONDIÇÕES. CRÉDITO COM ORIGEM EM DECISÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. A compensação de créditos oriundos de decisões judiciais requer o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito do contribuinte, sem o quê há de ser rejeitada a extinção do débito por essa via. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o quê não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório FAZENDA TOZAN DO BRASIL LTDA. declarou compensação de crédito da contribuição (PIS/Cofins) com débito de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 70 09 /2 01 0- 12 Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10830.907009/201012 Acórdão n.º 3201003.288 S3C2T1 Fl. 3 2 A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em razão do fato de que os pagamentos informados pelo declarante já haviam sido integralmente utilizados para quitação de débitos de sua titularidade, não restando crédito disponível. Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente alegou o seguinte: a) promovera medida judicial e obtivera provimento para o fim de declarar a inexistência de relação jurídicotributária que o obrigasse a recolher a contribuição (PIS/Cofins) a partir da base de cálculo determinada pela Lei nº 9.718/98, no período sob comento, tendolhe sido autorizada a compensação desses indébitos tributários em razão dos recolhimentos indevidamente efetuados a maior, devidamente corrigidos pelos mesmos critérios utilizados para correção do saldo devedor; b) referida decisão judicial veio a ser objeto de recurso de apelação da Fazenda Nacional, o qual foi recebido simplesmente em seu efeito devolutivo; c) a própria PGFN já emitiu orientação para que tal matéria, uma vez submetida ao Poder Judiciário, não fosse mais objeto de contestação/recurso; d) a compensação declarada encontravase amparada em decisão judicial, em conformidade com o art. 170A do Código Tributário Nacional, e, tendo o recurso de apelação interposto pela PGFN sido recebido tão somente no efeito devolutivo, não havia que se falar em trânsito em julgado da decisão, a qual desde o seu nascimento gozava de liquidez e certeza quanto à forma; e) os valores objeto da compensação declarada são de fácil confirmação por parte da Secretaria da Receita Federal, uma vez que inúmeras informações constantes das DIPJs do período informam o montante das receitas operacionais sobre as quais o Contribuinte ou suas incorporadas recolheram indevidamente a título de PIS/COFINS; f) ao confeccionar a PERD/COMP para a devida compensação, deixara de mencionar referida informação, não sendo possível mais retificar a declaração pelo fato de que, quando se insere a informação de que o crédito é decorrente de ação judicial, o sistema entende que o tipo de crédito informado na PERD/COMP retificadora é diferente do tipo de crédito informado na PERD/COMP original, tratandose, portanto, de mero erro de fato. Nos termos do Acórdão nº 05039.399, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento fundamentado sua decisão sob o argumento de que a compensação de créditos oriundos de decisões judiciais requer o trânsito em julgado da sentença, sem o que se rejeita a extinção de débitos por essa via. Além disso, a Delegacia de Julgamento consignou que o reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o quê não pode ele ser restituído ou utilizado em compensação. Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário com os mesmos argumentos de defesa apresentados, aduzindo que a compensação realizada ocorrera em estrita conformidade com a decisão judicial proferida a seu favor. É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10830.907009/201012 Acórdão n.º 3201003.288 S3C2T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.276, de 30/01/2018, proferido no julgamento do processo 10830.903744/201120, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.276): Como se verifica pelo relato dos fatos, a Recorrente promoveu a compensação de débitos tributários utilizandose de crédito alegadamente decorrente do recolhimento indevido da COFINS nos termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 (alargamento de base de cálculo). Ocorre que, tal compensação, ocorreu antes do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o direito de crédito do contribuinte, ou seja, em desconformidade com o art. 170A do CTN: Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.(Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Nesse aspecto, pontua o acórdão da DRJ: Não obstante, ao contrário do que pretende a contribuinte, tal decisão não lhe garante o direito à compensação administrativa do crédito que entende possuir. Em certo momento de sua manifestação, a contribuinte alega que a decisão judicial teria reconhecido o seu direito à compensação. No entanto, a própria sentença de primeiro grau que reconheceu a inconstitucionalidade condicionou a compensação ao trânsito em julgado. É o que se constata pelos termos da sentença conforme consta do sítio do Tribunal: Isto posto, CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA, extinguindo o feito com exame de mérito, nos termos do art. 269, I, CPC, para o fim de: a) declarar a inexistência de relação jurídico tributária que obrigue a impetrante a recolher o PIS e COFINS com base de cálculo determinada pela Lei 9718/98, nos períodos de julho/2001 a novembro/2002 e de julho/2001 a janeiro/2004, respectivamente, devendo, para tais períodos serem observadas as LC 7/70 e 70/91; b) reconhecer o direito líquido e certo da impetrante em compensarse dos indébitos tributários, após o trânsito em julgado, em razão dos recolhimentos indevidamente efetuados a maior, nos períodos supra, com quaisquer tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nos termos da fundamentação retro. Outrossim, declaro o direito da impetrante em corrigir monetariamente seus créditos, pelos mesmos critérios utilizados para correção do saldo devedor, relativamente Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10830.907009/201012 Acórdão n.º 3201003.288 S3C2T1 Fl. 5 4 aos períodos supra. Deverá a impetrante, nos termos do 1º, do artigo 74, da Lei nº 9430/96, quando do procedimento da compensação, efetuar a entrega à Secretaria da Receita Federal de declaração em que constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Custas na forma da lei, sem honorários de advogado (Súmula nº 105, STJ). Sentença sujeita ao reexame necessário. Comuniquese ao eminente relator do agravo noticiado nos autos a prolação da presente sentença, para as providências cabíveis. (destaque acrescentado) Com efeito, em que pese a sabida declaração de inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, é certo que, na hipótese do contribuinte, detentor de ação judicial, se fazia imprescindível, no momento da transmissão das Declarações de Compensação, o trânsito em julgado da decisão judicial. Desse modo, correto o entendimento da DRJ ao indeferir a compensação nos termos do art. 170A do CTN. Não obstante, há um segundo aspecto a ser considerado na hipótese dos autos. Ainda que ultrapassada a questão instrumental, a Recorrente não logrou demonstrar que os créditos que pretende restituir correspondem, efetivamente, à diferença da COFINS recolhida indevidamente em razão do alargamento da sua base de cálculo: É como assinala o Acórdão da DRJ: Noutra vertente, o crédito também não resta demonstrado, de vez que a contribuinte não consegue evidenciar que, no documento de arrecadação indicado na Declaração de Compensação, haveria alguma parcela indevida e, portanto, haveria crédito passível de utilização. Efetivamente, ainda que se admita a existência de um crédito decorrente de inconstitucionalidade no normativo que presidiu o recolhimento, é imprescindível que a contribuinte comprove a existência e o montante do crédito que reivindica. No caso, a inconstitucionalidade atingiu apenas uma parte do tributo que seria exigível, pelo que a demonstração do montante do crédito reivindicado assume contornos mais importantes. Nesse sentido, não cabe aqui a tentativa da manifestante no sentido de atribuir à Administração Tributária a responsabilidade pela apuração de seu crédito a partir das declarações que teria apresentado. Esta é uma incumbência da contribuinte, proponente original da extinção de débitos pela via da compensação. Nesse sentido, o Tribunal ao reformar parcialmente o provimento de primeira instância no que se refere ao direito à compensação, em decisão dada em 23/07/2012, é explícito ao atribuir à contribuinte o dever de comprovar seu crédito: Por fim, observo, in casu, não merecer acolhida a pretensão formulada pela Impetrante, no sentido de reconhecerse o direito à compensação das parcelas do PIS e da COFINS exigidas com base no art. 3º, § 1º da Lei n. 9718/98, à vista da ausência de documentos que comprovem o efetivo recolhimento do aludido tributo, razão pela qual a sentença deve ser reformada nesse ponto. (destaque acrescentado) Assim, o próprio Poder Judiciário, que reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº 9.718, de 1998, em benefício da contribuinte, não corroborou o pleito de autorização à compensação Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10830.907009/201012 Acórdão n.º 3201003.288 S3C2T1 Fl. 6 5 pela inexistência de provas do crédito. Tal prova não foi trazida a este processo administrativo pelo que, igualmente, é de ser negada a compensação por falta da prova da materialidade do crédito utilizado. Acrescento que, nesse aspecto, o Recurso Voluntário do Contribuinte restou silente. Seja em sede de Manifestação de Inconformidade, seja em sede de Recurso Voluntário, o contribuinte deixou de comprovar a materialidade do crédito que pretende ver reconhecido. Com efeito, ainda que tenha ocorrido o reconhecimento judicial do direito ao crédito, o valor a ser ressarcido deverá necessariamente ser liquidado, ou nos autos da ação judicial, ou por via administrativa. Nesta via, por meio do procedimento próprio de habilitação de crédito reconhecido por decisão judicial, cuja existência não foi sequer noticiada nos autos. Por todo o exposto, entendo que o acórdão recorrido deve ser mantido em sua integralidade, votando por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à contribuição para o PIS. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.008029/2007-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2000 a 30/06/2006
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO RICARF.
Conforme decidido pelo STJ quando do julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC, que teve o acórdão submetido ao regime do art. 543C do antigo CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), sempre que o contribuinte efetue o pagamento antecipado, ainda que parcial, o prazo decadencial se encerra depois de transcorridos 5 (cinco) anos do fato gerador, conforme regra do art. 150, § 4º, CTN. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN.
DECADÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
Sujeitamse ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUJEITO PASSIVO. RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS.
A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições sociais dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, mediante desconto na respectiva remuneração, e a recolher o produto arrecadado conforme previsto no art. 30, I, a, da Lei 8.212/91 e art. 4º da Lei 10.666/03.
Numero da decisão: 2201-004.093
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
EDITADO EM: 07/03/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2000 a 30/06/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO RICARF. Conforme decidido pelo STJ quando do julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC, que teve o acórdão submetido ao regime do art. 543C do antigo CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), sempre que o contribuinte efetue o pagamento antecipado, ainda que parcial, o prazo decadencial se encerra depois de transcorridos 5 (cinco) anos do fato gerador, conforme regra do art. 150, § 4º, CTN. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. DECADÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Sujeitamse ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUJEITO PASSIVO. RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições sociais dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, mediante desconto na respectiva remuneração, e a recolher o produto arrecadado conforme previsto no art. 30, I, a, da Lei 8.212/91 e art. 4º da Lei 10.666/03.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator. EDITADO EM: 07/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski
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LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO RICARF. Conforme decidido pelo STJ quando do julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC, que teve o acórdão submetido ao regime do art. 543C do antigo CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), sempre que o contribuinte efetue o pagamento antecipado, ainda que parcial, o prazo decadencial se encerra depois de transcorridos 5 (cinco) anos do fato gerador, conforme regra do art. 150, § 4º, CTN. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. DECADÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Sujeitamse ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUJEITO PASSIVO. RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 80 29 /2 00 7- 98 Fl. 344DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 345 2 A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições sociais dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, mediante desconto na respectiva remuneração, e a recolher o produto arrecadado conforme previsto no art. 30, I, “a”, da Lei 8.212/91 e art. 4º da Lei 10.666/03. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. EDITADO EM: 07/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de fls. 323/334 interposto contra decisão da DRJ em Porto Alegre/RS, de fls. 296/303, que julgou procedente o lançamento de contribuições previdenciárias, apuradas no período de 10/2000 a 06/2006, lavradas por meio da NFLD de fls. 03/152 em 30/04/2007, com ciência da RECORRENTE em 04/05/2007 (fl. 275). O crédito tributário objeto do presente processo administrativo é proveniente do DEBCAD nº 37.064.4840 e foi apurado no valor total de R$ 360.244,12, já inclusos juros e multa de mora calculados até o mês da lavratura. Conforme descrito no Relatório Fiscal de fls. 153/158, os créditos constituídos nesta Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, destinamse: a) à Previdência Social e referemse a: · contribuições devidas pelos contribuintes individuais, não arrecadadas pela empresa mediante desconto da remuneração (11%), na forma Fl. 345DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 346 3 estabelecida pela MP 83/02, convertida na Lei 10.666/03, observado o limite máximo do salário de contribuição; · contribuições da empresa sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais; · contribuições da empresa para o financiamento do benefício concedido em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT, sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados; b) a Outras Entidades e Fundos INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE e referemse a: · contribuições da empresa sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados. Para apuração do crédito tributário, foram constituídos os seguintes lançamentos: a) Levantamento 001: Debito Folha Declarado: Conforme demonstrado no item 5.1 do Relatório Fiscal, este levantamento corresponde a contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos a segurados empregados e a contribuintes individuais conforme folha de pagamento e declaradas em GFIP. Foram aplicadas sobre os salários de contribuição dos segurados empregados as alíquotas de 20% contribuição patronal, 2% RAT e 5,8% para outras entidades e fundos. Sobre as remunerações pagas aos contribuintes individuais empresários e autônomos incidiu a contribuição previdenciária patronal corresponde a 20%. A partir de 04/2003, foi lançado também o valor correspondente a retenção de 11%, ante a obrigação de arrecadar a contribuição dos segurados contribuintes individuais a seu serviço. Do total do valor devido foram feitas as deduções cabíveis a título de Salário Família. Foram lançados como créditos os valores constantes em Guias da Previdência Social – GPS recolhidas pela empresa, assim como valores incluídos no LDC (Lançamento de Débito Confessado Incluído em GFIP) nº 35.490.0536. Foram também consideradas como créditos as retenções feitas sobre Notas Fiscais de Prestação de Serviços emitidas pela empresa, relacionados na Planilha Retenção 11% nas Notas Fiscais de fls. 159/243. Fl. 346DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 347 4 Esclarece que os valores do saláriofamília constantes nos arquivos digitais foram conferidos individualmente, por trabalhador, sendo glosadas as deduções realizadas a maior conforme demonstrado na Planilha intitulada Glosa Salário Família (fls. 244/246). b) Levantamento 002: Debito Folha Não Declarado: Conforme demonstrado no item 5.2 do Relatório Fiscal, este levantamento corresponde a contribuições previdenciárias incidentes sobre valores pagos a segurados empregados conforme folha de pagamento, porém não informadas em GFIP. Assim, como no Levantamento 001, foram aplicadas sobre os salários de contribuição dos segurados empregados as alíquotas de 20% contribuição patronal, 2% RAT e 5,8% para outras entidades e fundos. Também foram considerados como créditos os valores constantes em GPS recolhidas pela empresa, os valores incluídos no LDC nº 35.490.0536, e as retenções feitas sobre Notas Fiscais de Prestação de Serviços emitidas pela empresa. c) Levantamento 004: Contribuintes Individuais: Conforme demonstrado no item 5.3 do Relatório Fiscal, este levantamento referese a contribuições previdenciárias sobre pagamentos a Contribuintes Individuais, verificados junto aos registros contábeis apresentados e não declarados em GFIP. A contribuição previdenciária patronal corresponde a 20% sobre as remunerações pagas. A partir de 04/2003, foi lançado também o valor correspondente a retenção de 11%, ante a obrigação de arrecadar a contribuição dos segurados contribuintes individuais a seu serviço. As contas onde verificaramse os valores lançados são: 1420 "Honorários", 3091 "Ass Médica", 3151 "Outras Desp Gerais e Adm", 2921 "PCMSO" e 1272 "Despesas Exames Médicos". Os contribuintes individuais, as remunerações pagas, as retenções devidas e as contas contábeis que embasaram os lançamentos foram relacionados, por competência, na "Planilha Pagamentos a Contribuintes Individuais (fls. 247/251). d) Levantamento 005: ProLabore Indireto: Conforme demonstrado no item 5.4 do Relatório Fiscal, a autoridade fiscal apurou que a RECORRENTE efetuou pagamentos referentes a despesas pessoais dos seus sócios, nos seguintes termos: “Verificaramse no período acima rias contas contábeis 2878 "Financiamento Banco ltaucred Imobiliario" e 2708 "Alugueis e Condominios" pagamentos feitos pela empresa referentes a despesas pessoais de seus sócios. Fl. 347DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 348 5 Foram lançados pagamentos referentes a parcelas de financiamento habitacional junto ao Banco Itaú, assim como pagamentos de condomínio de imóveis em nome dos sócios. Nas matrículas dos imóveis situados na Rua Santa Flora, 1015, apto. 203 e na Av. Getúlio Vargas, 1206, apto. 502, constam como adquirentes, respectivamente, os sócios da empresa Antônio Carlos da Conceição e Zuleica Soares de Oliveira. Os valores pagos foram considerados como ProLabore.” Sobre os valores considerados como ProLabore, foi efetuado o lançamento da contribuição previdenciária patronal correspondente a 20%. A partir de 04/2003, foi lançado também o valor correspondente a retenção de 11%, ante a obrigação de arrecadar a contribuição dos segurados contribuintes individuais a seu serviço. Esses valores e demais detalhes a eles atinentes foram relacionados na Planilha de fls. 252/256. e) Levantamento DAL: Diferenças de Acréscimos Legais: Conforme demonstrado no item 5.5 do Relatório Fiscal, “este levantamento referese a diferenças de acréscimos legais verificadas em Guias da Previdência Social – GPS, constantes no ContaCorrente da empresa junto à Previdência, com recolhimentos feitos após a data do vencimento. As diferenças calculadas foram apropriadas à competência correspondente à data dos recolhimentos em atraso”, conforme Relatório DAL (fl. 145). Em decorrência desta ação fiscal, foram realizadas as seguintes autuações: Da impugnação A RECORRENTE apresentou sua Impugnação de fls. 278/286, cujas razões de defesa foram assim resumidas pela DRJ de origem: “Requer preliminarmente, a declaração da nulidade do lançamento motivada pela decadência do direito da Fazenda Fl. 348DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 349 6 Pública de constituir o crédito tributário para os períodos anteriores a dezembro de 2002. Refere que o prazo decadencial para a ocorrência do lançamento é de cinco anos na forma estabelecida pelos artigos 150, § 4º, na hipótese de pagamento antecipado, ou caso o recolhimento não tenha ocorrido, o prazo indicado é o estabelecido no art. 173, I do CTN. Solicita a revisão do crédito previdenciário e a realização de perícia contábil com a finalidade de aferir as compensações em favor do contribuinte relativas aos períodos decadentes, em que foram utilizados créditos em exações indevidas. Quanto ao mérito, alega ser indevida a retenção do valor correspondente à alíquota de 11% (onze por cento) incidente sobre as remunerações dos contribuintes individuais, tendo em vista que esses trabalhadores prestaram serviços para outras empresas e que os valores mensais recebidos tinham atingido o limite máximo do saláriodecontribuição. Acrescenta que deixou de efetuar as retenções atendendo ao disposto no art. 87, II da IN 100/03. Dessa forma, entende que a contribuição exigida e indevida. Argumenta a impugnante que as verbas relacionadas ao salário família não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, sendo abusiva e ilegal a glosa realizada pela fiscalização, por ausência de fundamento legal. Relativamente ao Levantamento 005 Prólabore Indireto, diz a defendente que não se tratam de prólabore dos administradores os valores lançados na contabilidade, mas sim de incorreção nos lançamentos realizados. Informa que já providenciou a correção dos mesmos sendo indevidas as contribuições previdenciárias exigidas. Quanto aos acréscimos legais constantes no Levantamento DAL, entende que os valores lançados são indevidos. Em razão do exposto, requer a declaração da nulidade da presente NFLD, seja pela decadência do direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário até o exercício de 2002, ou pela inexistência dos fatos geradores relatados pela fiscalização nos períodos posteriores. Juntamente com a defesa a empresa trouxe aos autos cópias de declarações, às folhas 287 e 288 [fls. 290/291].” Decisão da DRJ A DRJ em Porto Alegre/RS julgou o lançamento procedente, mantendo o crédito tributário, na decisão assim emendada (fls. 296/303): “Assunto: Contribuição Previdenciária. Data do fato gerador: 01.10.2000 a 30.06.2006. Fl. 349DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 350 7 NFLD n ° 37.064.4840 É obrigação da empresa a retenção e o recolhimento das contribuições sociais incidentes sobre as remunerações dos contribuintes individuais. O prazo para a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos é decenal. Compete à autoridade administrativa o indeferimento de perícia prescindível, protelatória ou impraticável. Devem ser glosados os valores indevidamente deduzidos. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS quando pagas em atraso, ficam sujeitas a multa e aos juros de mora, ambos de caráter irrelevável. Lançamento procedente Em suas razões, preliminarmente a autoridade julgadora entendeu ser aplicável o prazo decadencial decenal, e não o quinquenal como defende a parte. No mérito, afirmou que a ora RECORRENTE deveria, para elidir sua responsabilidade, ter solicitado dos contribuintes individuais comprovação de que as somas das remunerações recebidas durante o mês eram superiores ao limite máximo do salário de contribuição, e que a documentação acostada aos autos com tal finalidade não atende todos os requisitos legais instituídos no inciso XII, e no parágrafo 28 do art. 216 do RPS. Por fim, quanto a suposta alegação de incorreção nas glosas efetuadas, afirmou o DRJ: “A impugnante alega a incorreção da glosa efetuada pela fiscalização nos valores lançados a título de saláriofamília. Importante referir que o Relatório Fiscal informa no item 5.1, que: "os valores constantes nos arquivos digitais foram conferidos individualmente, por trabalhador, sendo as diferenças a maior lançadas como glosa de saláriofamília." Destaco que a fiscalização identificou os segurados empregados beneficiados com os pagamentos, os valores pagos a título de saláriofamília, o valor das quotas e os valores glosados em virtude da dedução ter sido realizada a maior. Todas as informações estão consignadas na Planilha Glosa Salário Família às folhas 241 a 243. Acrescentese que ante aos demonstrativos referidos e as informações prestadas, a impugnante poderia, se entendesse necessário ter apresentado a contraprova, o que permitiria a verificação da veracidade das suas afirmações. Diante da ausência de elementos que permitam a análise, desconsidero o pedido encaminhado. Quanto à referência de que os valores glosados foram lançados como base de cálculo das contribuições, registro que conforme demonstrado no Relatório Fiscal, no demonstrativo e no Discriminativo Analítico do Débito os valores foram lançados como glosa, somandose às contribuições não recolhidas nos meses correspondentes. Fl. 350DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 351 8 Do Recurso Voluntário A RECORRENTE, devidamente intimada da decisão da DRJ em 20/11/2008, conforme atesta o AR de fl. 319, apresentou o recurso voluntário de fls. 323/334 em 19/12/2008. Em suas razões, reiterou as alegações apresentadas em sede de impugnação. Este recurso de voluntário compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. PRELIMINAR Decadência Com relação à preliminar de decadência, esta merece acolhida. O lançamento em questão foi efetuado com fundamento no artigo 45 da Lei nº 8.212/1991. Todavia, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar os Recursos Extraordinários nº 556664, 559882, 559943 e 560626, negou provimento aos mesmos por unanimidade, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei n. 8212/91, sendo que, nesta oportunidade, os ministros ainda editaram a Súmula Vinculante nº 08 a respeito do tema, a qual pode ser observada baixo: Súmula Vinculante 8: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". No que tange aos efeitos da súmula vinculante, cumpre lembrar o texto do artigo 103A, caput, da Constituição Federal que foi inserido pela Emenda Constitucional nº 45/2004. in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, Fl. 351DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 352 9 aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei". Dessa forma, é possível concluir que, a vinculação à súmula alcança a administração pública e, por consequência, os julgadores no âmbito do contencioso administrativo fiscal. A partir da análise do caso concreto, verificase que o lançamento referese ao período compreendido entre 10/2000 a 06/2006 e foi efetuado em 30/04/2007, com ciência da RECORRENTE em 04/05/2007 (fl. 275). Conforme se depreende do RADA – Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados elaborado pela autoridade fiscal (fls. 119/144), em todos os períodos houve o recolhimento parcial da contribuição previdenciária (seja via GPS ou por meio de retenção sobre nota fiscal de serviço prestado), o que atrai a regra do art. 150, §4º, do CTN para a aplicação do prazo decadencial. Neste sentido é o teor da Súmula nº 99 do CARF: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Então, no presente caso, débitos referentes a fatos geradores ocorridos no período de 04/2002 poderiam ser lançados até 04/2007. Ocorre que a RECORRENTE tomou ciência do lançamento em 04/05/2007 (fl. 275). Portanto, ocorreu a decadência relativa ao lançamento das contribuições previdenciárias até a competência 04/2002. MÉRITO Retenção de 11% do valor pago a dos contribuintes individuais Afirma a RECORRENTE ser indevida a exigência da retenção de 11% (onze por cento), relativa aos contribuintes individuais, “posto que os mesmos prestam serviços a mais de uma empresa e, o total das remunerações recebidas pelos mesmos, atinge o limite máximo do saláriode contribuição”. Neste sentido, afirmou que deixou de promover a retenção em razão do disposto no art. 87, II, da IN nº 100/2003. A fim de respaldar suas alegações, junta às fls. 209/291 declarações firmadas pelos profissionais Eduardo Felipe Cuna Barbosa (advogado), e por Cyro Guaita (médico). O primeiro (Eduardo Felipe) afirma que recebe mensalmente da RECORRENTE a importância Fl. 352DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 353 10 de R$ 540,00 referente a ressarcimento de despesas judiciais. Por sua vez, Cyro Guaita informa “já ter oferecido a tributação previdenciária, durante as competências de abril a dezembro de 2003, bem como o decorrer dos anos de 2004, 2005, 2006 e de janeiro a abril de 2007 o teto máximo fixado pelo INSS”. Sobre o tema, dispõe o art. 87 da IN nº 100/2003 o seguinte: “Art. 87. O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa, ou concomitantemente exercer atividade como segurado empregado, quando o total das remunerações recebidas no mês atingir o limite máximo do saláriode contribuição, deverá informar o fato à empresa na qual a sua remuneração somada aos valores porventura já recebidos, atingir o limite e às que se sucederem, mediante a apresentação: I dos comprovantes de pagamento, conforme previsto no art. 101; ou II de declaração por ele emitida, sob as penas da lei, consignando o valor sobre o qual já sofreu desconto naquele mês ou identificando as empresas que efetuarão o desconto até o limite máximo do saláriodecontribuição. § 1º Na hipótese prevista no inciso II do caput, quando a declaração se referir a prestação de serviços de forma regular a pelo menos uma empresa, da qual o segurado contribuinte individual receba mês a mês remuneração igual ou superior ao limite máximo do saláriodecontribuição, poderá abranger várias competências dentro do exercício, devendo ser renovada após o período indicado na referida declaração ou ao término do exercício em curso, o que ocorrer primeiro. § 2º A declaração prevista no § 1º, deverá identificar, além de todas as competências a que se referir, o nome empresarial com o número do CNPJ daquela ou daquelas empresas que remuneram o segurado contribuinte individual com valor igual ou superior ao limite máximo do saláriodecontribuição. § 3º O segurado contribuinte individual que prestar declaração na forma do inciso II do caput é responsável pela contribuição incidente sobre o valor por ele declarado e na hipótese de, por qualquer razão, deixar de receber remuneração ou, na hipótese de receber remuneração inferior à indicada na declaração, deverá complementar a contribuição até o valor por ele declarado § 4º A contribuição complementar prevista no § 3º será de onze por cento sobre a diferença entre o saláriodecontribuição efetivamente declarado em GFIP, somadas todas as fontes pagadoras no mês, e o saláriodecontribuição sobre o qual o segurado sofreu desconto e de vinte por cento sobre a diferença entre o valor por ele declarado e não informado em GFIP, se houver, observado, em qualquer caso, o limite máximo do saláriodecontribuição. (Modificado pela INSTRUÇÃO Fl. 353DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 354 11 NORMATIVA INSS/DC Nº 105, DE 24 DE MARÇO DE 2004 DOU DE 26/03/2004) § 5º O contribuinte individual deverá manter sob sua guarda cópia da declaração referida no inciso II do caput juntamente com os comprovantes de pagamento, para fins de apresentação ao INSS quando solicitado. § 6º A empresa deverá manter arquivadas, por dez anos, cópias dos comprovantes de pagamento ou a declaração apresentada pelo contribuinte individual, para fins de apresentação ao INSS quando solicitado.” Do acima exposto, é possível constatar que, para que a empresa possa se eximir de reter o valor da contribuição sobre a remuneração paga ao contribuinte individual que lhe preste serviço, é necessário que o profissional informe previamente que já sofreu o desconto até o limite máximo do saláriodecontribuição no mês, ou identifique as empresas que efetuarão o desconto até o limite máximo do saláriodecontribuição. Ou seja, a apresentação das declarações ou dos comprovantes de recolhimento das contribuições em nome do contribuinte individual devem ser apresentadas periodicamente e relativas a cada mês. Caso o profissional preste serviço de forma regular a pelo menos uma empresa e receba dela remuneração igual ou superior ao limite máximo do saláriode contribuição é que ele pode apresentar uma declaração que terá, no máximo, validade durante o ano em que for emitida. E este tipo de declaração deve se revestir de certas formalidades, como identificar o nome empresarial com o número do CNPJ das empresas que remuneram o segurado contribuinte individual com valor igual ou superior ao limite máximo do saláriode contribuição, além de todas as competências a que se referir. Em qualquer caso, a empresa deve “manter arquivadas, por dez anos, cópias dos comprovantes de pagamento ou a declaração apresentada pelo contribuinte individual, para fins de apresentação ao INSS quando solicitado”, conforme dispõe o §6º do dispositivo acima transcrito. No entanto, este não é o caso dos autos, pois a declaração firmada pelo Sr. Eduardo Felipe Cuna Barbosa (fl. 290) não informa qualquer tipo de retenção/recolhimento efetuado em nome do mencionado profissional. Já a declaração prestada por Cyro Guaita (fl. 291), apesar de indicar que teria oferecido à tributação o teto máximo do saláriode contribuição nos meses em que indica, não pode ser acatada como prova idônea, pois foi emitida apenas em maio/2007, ou seja, após a autuação em face do RECORRENTE. O primeiro (Eduardo Felipe) afirma que recebe mensalmente da RECORRENTE a importância de R$ 540,00 referente a ressarcimento de despesas judiciais. Por sua vez, Cyro Guaita informa “já ter oferecido a tributação previdenciária, durante as competências de abril a dezembro de 2003, bem como o decorrer dos anos de 2004, 2005, 2006 e de janeiro a abril de 2007 o teto máximo fixado pelo INSS”. Nesse sentido, encontramos nos §§ 28 e 29 do art. 216 do Regulamento da Previdência Social – RPS (Decreto nº 3.048/99) a seguinte observação: Fl. 354DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 355 12 Art. 216. A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias devidas à seguridade social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal, obedecem às seguintes normas gerais: (...) § 28. Cabe ao próprio contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês, a mais de uma empresa, cuja soma das remunerações superar o limite mensal do saláriode contribuição, comprovar às que sucederem à primeira o valor ou valores sobre os quais já tenha incidido o desconto da contribuição, de forma a se observar o limite máximo do salário decontribuição. § 29. Na hipótese do § 28, o Instituto Nacional do Seguro Social poderá facultar ao contribuinte individual que prestar, regularmente, serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das remunerações seja igual ou superior ao limite mensal do salário decontribuição, indicar qual ou quais empresas e sobre qual valor deverá proceder o desconto da contribuição, de forma a respeitar o limite máximo, e dispensar as demais dessa providência, bem como atribuir ao próprio contribuinte individual a responsabilidade de complementar a respectiva contribuição até o limite máximo, na hipótese de, por qualquer razão, deixar de receber remuneração ou receber remuneração inferior às indicadas para o desconto. De acordo com tudo o exposto, a RECORRENTE deveria ter solicitado dos contribuintes individuais a seu serviço, à época dos pagamentos efetuados, o comprovante de que as somas das remunerações recebidas por eles eram superiores ao limite máximo do saláriodecontribuição. Sem tal comprovação, não há como alterar o presente lançamento. Sobre as alegações de que seria abusiva e ilegal a glosa de verbas referentes ao salário família operada pela autoridade fiscal, cumpre observar que não foi todo o valor do saláriofamília que foi glosado, mas sim a parcela excedente declarada pelo RECORRENTE. A autoridade lançadora afirmou que “os valores de Salário Família constantes nos arquivos digitais foram conferidos individualmente, por trabalhador, sendo as diferenças a maior lançadas como Glosa Salário Família” e acostou a planilha indicando os detalhes sobre os valores glosados a tal título (fls. 244/246). Ora, a autoridade fiscal apontou o valor devido a título de salário família a cada funcionário e constatou que o RECORRENTE declarou ter recolhido valores a maior em diversos períodos. Inclusive a fiscalização constatou alguns funcionários a quem não eram devidos valores de saláriofamília, mas houve a declaração de recolhimento por parte da RECORRENTE. Assim, como consequência lógica da dedução pleiteada a maior, a autoridade fiscal glosou o valor excedente e contemplou no lançamento o valor deduzido a maior pela RECORRENTE nos respectivos período. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 356 13 A fim de afastar tal glosa, caberia a RECORRENTE apresentar provas de que o valor por ela recolhido a título de salário família havia sido correto. No entanto, deixou de apresentar qualquer comprovação do alegado. No que diz respeito à constatação de Prólabore indireto, a RECORRENTE apenas argumenta que não se trataria de Prólabore como, mas de um erro de forma no lançamento na contabilidade, pois “ao invés de criar a conta de ativo, como adiantamento a sócio, a recorrente operou em equívoco lançando como em sua própria escrituração”. Contudo também não merece prosperar a alegação da RECORRENTE. É que se o valor apurado pela fiscalização se tratasse de fato um adiantamento ao sócio, a RECORRENTE deveria necessariamente comprovar que tal adiantamento foi compensado com créditos devidos aos sócios (como, por exemplo, dividendos). Ora, alegar que foi um equívoco e simplesmente mudar a conta nos Demonstrativos Contábeis não faz é capaz de afastar o lançamento. É preciso ter em mente que não foi a mera indicação supostamente equivocada na contabilidade que culminou com a constatação da autoridade fiscal. A essência do lançamento foram as destinações das verbas, quais sejam: pagamento de financiamento habitacional e pagamento de condomínios de imóveis pertencentes aos sócios da RECORRENTE. Sendo assim, por se tratar de despesa dos sócios, e não da RECORRENTE, tais valores foram tratados como Prólabore e devidamente tributados pela contribuição previdenciária. Ou seja, mesmo que houvesse a contabilização, desde o princípio, como adiantamento aos sócios, a RECORRENTE deveria comprovar que se tratou de um legítimo adiantamento e que tal valor foi devidamente compensado com créditos pertencentes aos sócios. Sem comprovação do alegado, não há como modificar o lançamento. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, apenas para reconhecer a decadência relativa ao lançamento das contribuições previdenciárias até a competência 04/2002. Determinar que a autoridade preparadora aplique, no que for cabível, as disposições constantes dos artigos 476 e 476A da Instrução Normativa RFB nº 971/09, em respeito à retroatividade benigna. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator Fl. 356DF CARF MF Processo nº 11080.008029/200798 Acórdão n.º 2201004.093 S2C2T1 Fl. 357 14 Fl. 357DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.001475/2004-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário:1999
EXCLUSÃO DO SIMPLES. PRATICA REITERADA DE INFRAÇÕES.
EFEITOS. O contribuinte que reiteradamente pratica infração à legislação tributária deve ser excluído desse sistema de tributação a partir do mês da ocorrência de tal prática. No caso, omissão de receitas apuradas com base na presunção legal em face de depósitos bancários de origem não comprovada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-000.692
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Moises Giacomelli Nunes da Silva. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Participou do julgamento, o Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Antônio José Praga de Souza
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PRATICA REITERADA DE INFRAÇÕES. EFEITOS. O contribuinte que reiteradamente pratica infração à legislação tributária deve ser excluído desse sistema de tributação a partir do mês da ocorrência de tal prática. No caso, omissão de receitas apuradas com base na presunção legal em face de depósitos bancários de origem não comprovada. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Moises Giacomelli Nunes da Silva. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Participou do julgamento, o Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório TRANSPORTADORA AMENT LTDA com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF), recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que confirmou o despacho decisório da Delegacia da Receita Federal de origem e indeferiu seu pleito. Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: A empresa acima identificada, mediante Ato Declaratório Executivo nº 29, de 10 de novembro de 2004 (fl. 7), foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), tendo em vista a prática reiterada de infração à legislação tributária, uma vez que sua receita bruta ultrapassou nos anos de 1999 a 2003 o limite permitido para este sistema de tributação, infringindo o disposto no artigo 14, inciso V, da Lei nº 9.317, de 1996. Os efeitos da exclusão da empresa do Simples são a partir de 01/01/1999, conforme inciso V do artigo 15 da citada Lei nº 9.317, de 1996. Foi feita a Representação Fiscal (fl. 1), na qual o auditor fiscal relata que a empresa foi intimada a apresentar os documentos fiscais e extratos bancários relativamente ao anocalendário de 1999, bem assim justificar a movimentação financeira desse ano, tendo remetido os livros Registro de Entradas e Saídas e cópia dos extratos, sem, contudo, justificar a origem dos recursos utilizados para efetuar os depósitos bancários. Consta, na referida representação, que, verificandose que a movimentação financeira dos anoscalendário de 2000 a 2003 excede visivelmente as receitas registradas e declaradas pela empresa, esta foi intimada a justificar tais divergências, não tendo apresentado quaisquer esclarecimentos. Inconformada, a contribuinte apresentou em 30/12/2004 a manifestação de inconformidade de fls. 13 a 15, na qual alegou que não contrariou quaisquer das hipóteses previstas no artigo 14 da Lei nº 9.317, de 1996, notadamente o inciso V, restando temerária a sua exclusão do Simples. Argumentou que jamais deixou de atender às intimações fiscais, tendo preenchido as planilhas relativas às vendas e às entradas efetuadas no período de 1999 a 2003, apresentou os livros de Registro de Entradas, de Saídas e de ISS, conhecimentos de transporte e notas fiscais de compras de 1999, assim como os extratos bancários daquele ano e respectiva planilha. Posteriormente, apresentou extratos bancários e conhecimentos de fretes do período de 2000 a 2003, inclusive documentos aptos a justificar as operações denunciadas nos citados extratos. Acrescentou que a sua exclusão do Simples se deu por mera presunção de extrapolação dos limites permitidos para o enquadramento no regime, com base apenas em extratos bancários, carecendo de prova final, robusta e conclusiva. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 3 A decisão recorrida está assim ementada: EXCLUSÃO DO SIMPLES. EFEITOS. O contribuinte que reiteradamente pratica infração à legislação tributária deve ser excluído desse sistema de tributação a partir do mês da ocorrência de tal prática. Solicitação Indeferida. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 4 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, tratase de exclusão do Simples, anocalendário de 1999, mediante Ato Declaratório de 10/11/2004, que foi objeto de manifestação de inconformidade, apresentada em 30/12/2004 (fls. 13 a 15), indeferida pela DRJ. Em seu recurso voluntário, a contribuinte reitera as alegações no sentido de que não contrariou quaisquer das hipóteses previstas no artigo 14 da Lei nº 9.317, de 1996, notadamente o inciso V, restando indevida a sua exclusão do Simples. Para a análise da exclusão de ofício do Simples tratada neste processo, cabe observar os seguintes dispositivos da Lei nº 9.317, de 1996, com a redação vigente à época dos fatos neste processo discutidos: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: (...) II na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais); (...) Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de ofício. (...) Art. 13. A exclusão mediante comunicação da pessoa jurídica darseá: I por opção; II obrigatoriamente, quando: a) incorrer em qualquer das situações excludentes constantes do art.9º; (...) Art. 14. A exclusão darseá de ofício quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: (...) V prática reiterada de infração à legislação tributária; (...) Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts.13 e 14 surtirá efeito: (...) V a partir, inclusive, do mês de ocorrência de qualquer dos fatos mencionados nos incisos II a VII do artigo anterior. (Grifei) Fl. 4DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 5 Conforme asseverada na decisão recorrida, consta que na Representação Fiscal de fl. 1, a contribuinte, em 1999, omitiu receitas, já que não comprovou, apesar de regularmente intimada, a origem e oferecimento à tributação de depósitos que beneficiaram conta bancária de sua titularidade. O valor total de receita apurada em 1999 foi superior ao limite de receita bruta permitido à época para os optantes do Simples pelo artigo 9º da referida Lei nº 9.317, de 1996. Esse total de receitas omitidas, documentado e caracterizado no processo administrativo nº 10865.001815/200421 e que resultou em autos de infração impugnados pela contribuinte, está sendo confirmado por esta Turma de Julgamento, conforme cópia do Acórdão nº 1416.544, de 26/07/2007 (fls.28/35).... Nos anoscalendário de 2000 a 2003, a contribuinte também teve movimentação bancária superior às receitas registradas e declaradas, e que ultrapassou o limite de receita permitido para os optantes pelo referido sistema, conforme se vê na intimação fiscal anexada às fls. 26/27 e processo nº 10865.001207/200506... Dessa forma, não há que se questionar o Ato Declaratório de Exclusão, uma vez que foi apurado excesso de receita bruta nos anoscalendário de 1999 a 2003, comprovado em procedimento de fiscalização, tendo a contribuinte, indevidamente e reiteradamente, se declarado como incluída no Simples. (Grifei). Pois bem, o processo 10865.0018152/200421 foi julgado neste Conselho, objeto do acórdão 180300.779 de 27/01/2011, cujas ementas elucidam: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. Por expressa determinação legal contida na Lei nº 9.430/96 e consoante dispõe a Súmula CARF nº 26, a presunção estabelecida no art. 42 deste diploma legal dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada, materializando assim a omissão de receitas ou rendimentos. DECADÊNCIA. IRPJ. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, constatado anterior pagamento, o dies a quo para contagem do prazo decadencial é o primeiro dia após a ocorrência do fato gerador do tributo, salvo se comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, nos termos do § 4º do artigo 150 do CTN (inteligência do Resp 973.733 do STJ). No voto condutor do referido acórdão, destacamse os seguintes fundamentos. (...) Alega a recorrente em síntese: a) a decadência em relação aos fatos geradores anteriores aos últimos cinco anos da lavratura do auto de infração realizada em 20/12/2004; b) da nulidade do procedimento fiscal quanto a exclusão do simples e arbitramento do lucro; c) da bitributação pois foi desconsiderada a receita declarada em livro próprio cujo imposto foi devidamente recolhido; d) da existência de certidão negativa atestando a regularidade até aquela data e inexistência de exclusão do cadastro como empresa optante do SIMPLES; e) que falece competência ao auditor fiscal para aplicar desde já a penalidade podendo quando muito propor a aplicação desta; Fl. 5DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 6 f) que o método de presumir omissão de receitas apenas como base em depósitos bancários é imprestável pois não representa a efetiva mensuração da renda tributável. Assiste parcial razão à interessada. Com efeito, conforme se depreende dos elementos constantes dos autos, o procedimento fiscal abrangeu os anos calendários de 1999 a 2003, mas constam do presente processo somente o lançamento relativo aos fatos geradores relativos ao ano calendário 1999. Considerando que a ciência do auto de infração se deu via postal em 23/12/2004 (fl. 364) e que foi adotado o regime de tributação pelo lucro arbitrado, constatase que efetivamente ocorreu a decadência para grande parte dos fatos geradores constantes do lançamento de ofício. Tal constatação se faz considerando que em regra para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação pacificouse no âmbito deste colegiado julgador o entendimento de que independentemente de prévio pagamento, aplicavase exclusivamente a regra do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. (...) No presente caso houve anterior pagamento embora efetuado pela sistemática do SIMPLES (Lei nº 9.317/96), não havendo qualquer registro de dolo, fraude ou simulação que pudesse deslocar, segundo o entendimento exarado pelo Acórdão do STJ, a contagem para a regra preconizada no art. 173, I do CTN. Desta forma resta fulminado o lançamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, relativo aos fatos geradores 31/03/1999, 30/06/1999 e 30/09/1999, correspondentes aos 1º, 2º e 3º Trimestres de 1999. (...) No que tange a suposta nulidade do procedimento fiscal em virtude da exclusão do SIMPLES e arbitramento do lucro, não assiste razão à recorrente. Com efeito, o procedimento fiscal foi levado a efeito de acordo com as normas legais vigentes, sendo que o mesmo é totalmente inquisitório mas tendo sido a empresa regularmente intimada para apresentação de livros e documentos que pudessem comprovar a origem dos recursos movimentados em sua conta bancária e também possibilitassem a apuração do lucro real em virtude da exclusão do SIMPLES (Lei nº 9.317/96). 10 Conforme se observa, a empresa não atendia sequer as obrigações acessórias para sua manutenção no sistema simplificado – SIMPLES pois não mantinha em boa guarda toda a documentação (extratos bancários), causa inclusive da demora na conclusão do procedimento fiscal que acabou lhe beneficiando em face da decadência, e tampouco mantinha escrituração contábil ou livro caixa, contendo a escrituração de sua movimentação financeira. O fato de ter sido apresentada manifestação de inconformidade em relação à exclusão do SIMPLES (Lei nº 9.317/96), não inquina de nulidade o procedimento fiscal e tampouco os autos de infração que foram lavrados em conseqüência do mesmo. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 7 Por outro lado, o ato de exclusão se deu pela constatação de prática reiterada de infração à legislação tributária (omissão de receitas no ano calendário 1999 neste processo e AC 2000 a 2003 no processo 10865.001207/200506), concluindose que a exclusão decorre dos fatos constatados nos processos tributários e não ao contrário. Sendo assim, confirmados os fatos aventados nos processos que culminaram na exigência de tributos objeto do lançamento de ofício, fatalmente será confirmada a exclusão da sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96). Outrossim, não havendo possibilidade de apuração do imposto pelo regime do lucro real, impõese como única alternativa a exigência através do arbitramento do lucro conforme preconiza o art. 530, incisos I e II do Regulamento do Imposto de Renda. Tampouco merece acolhida a alusão a bitributação na qual a recorrente obviamente se refere à duplicidade de exigência de imposto. Na sistemática do arbitramento do lucro, deve ser considerada a receita bruta declarada e também a receita bruta omitida, compensandose eventual imposto já recolhido. No entanto, por equívoco da autoridade fiscal autuante, o lançamento de ofício restringiuse à receita bruta omitida (depósitos bancários sem origem), não havendo portanto de se falar em duplicidade de exigência do imposto já recolhido. Quanto a suposta incompetência do auditor fiscal para realizar o lançamento do crédito tributário por inteiro (imposto + multa + juros de mora) a tese esposada é confusa e foi devidamente rebatida pela decisão de primeira instância que adoto pelos seus próprios fundamentos. A competência outorgada pelo art. 142 do Código Tributário Nacional à autoridade fiscal, no caso o Auditor Fiscal da Receita Federal obviamente é completa e não comporta restrições como quer fazer crer a recorrente. A autoridade fiscal competente para realizar o lançamento do crédito tributário no caso o Auditor Fiscal da Receita Federal tem plena competência para exercer o poder/dever de constituir o crédito tributário por inteiro, compreendendo o tributo e respectivos consectários legais multa e juros de mora. Não há outra autoridade para aplicar a penalidade, cabendo ao julgador administrativo apenas o exame da legalidade e adequação do lançamento ao ordenamento jurídico tributário vigente, não podendo substituirse na função de autoridade lançadora que é privativa da autoridade fiscal conforme determina o Código Tributário Nacional. Quanto ao mérito não assiste razão à recorrente, não merecendo reparos a decisão de primeira instância. Com efeito, a presunção legal contida no art. 42 da Lei nº 9.430/96, não comporta restrições de qualquer ordem, sendo que é ônus exclusivo do contribuinte, comprovar e justificar a origem dos recursos movimentados em sua conta bancária, cabendo à autoridade fiscal tão somente relacionar os créditos e intimar regularmente o contribuinte. Conforme se constata, a autoridade fiscal cumpriu as determinações da norma legal, efetuando ajustes nos valores e expurgando aqueles que foram considerados comprovados ou não representavam novo ingresso de recursos. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10865.001475/200439 Acórdão n.º 140200.692 S1C4T2 Fl. 0 8 Cabia então ao contribuinte, efetuar a comprovação demonstrando a origem dos créditos e depósitos, correlacionandoos eventualmente com a receita bruta já declarada e comprovando a origem um a um dos créditos/depósitos. Verificase que tal propósito ficou sensivelmente prejudicado com a notória desorganização de sua escrituração e documentação, fato que evidentemente acabou voltandose contra a própria contribuinte. Não cabe outrossim, qualquer discussão sobre a validade dos depósitos/créditos bancários como materialização da omissão de receitas, pois a norma legal assim determina (art. 42 da Lei nº 9.430/96), dispensando qualquer comprovação de acréscimo patrimonial ou renda consumida. É o que dispõe também a Súmula CARF nº 26, a saber: Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (...) Peço vênia para adotar os fundamentos acima transcrito como razões de decidir. Importa registrar que o fato de ter sido acolhida a preliminar de decadência dos tributos lançados, quanto aos fatos geradores até o 3o. trimestre de 1999, não elide a apuração das receitas omitidas para fins de exclusão do Simples, haja vista: a decadência somente foi reconhecida pelo fato de o auto de infração ter sido lavrado em 20/12/2004, sendo que o prazo foi contado na forma do art. 150, 4o. do CTN, ao passo que a apuração das receitas do contribuinte para fins de enquadramento no Simples foi efetuado dentro do prazo de 5 anos, contados na forma do art. 149 parágrafo único do CTN, combinado com art. 173, inciso I, do mesmo diploma legal, isso porque se trata de procedimento de ofício. no mérito, a apuração fiscal foi julgada procedente pelo acórdão 1803 00.779 de 27/01/2011, haja vista que manteve a exigência do 4o. trimestre de 1999. Conclusão: Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, confirmando a exclusão do contribuinte da sistemática do Simples desde o ano calendário de 1999. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 8DF CARF MF Emitido em 19/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 19/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 19/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10380.908985/2012-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.360
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja informado e providenciado o seguinte: (a) aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; (b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; (c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e (d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas.
(Assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente a Cons. Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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(Assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente a Cons. Mara Cristina Sifuentes. Relatório Cuidase, na espécie, de despacho decisório eletrônico de não homologação de compensação, cujo fundamento é a integral vinculação do crédito indicado em outro(s) débito(s) de titularidade do sujeito passivo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .9 08 98 5/ 20 12 -9 1 Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10380.908985/201291 Resolução nº 3401001.360 S3C4T1 Fl. 4 2 Em manifestação de inconformidade o contribuinte esclareceu tratarse de recolhimento indevido de PIS e atribuiu a não homologação da compensação a erro no preenchimento na DCTF. Foram juntadas cópias do DARF, PERDCOMP, DCTF e DACON. A DRJ Brasília/DF julgou a manifestação improcedente, em decisão assim ementada: “APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente.” O recurso voluntário asseverou que o indébito tem origem em erro no recolhimento da contribuição, oportunidade que juntou planilhas de apuração, balancete e demonstrativos para comprovação da alegação. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3401001.352, de 20 de março de 2018, proferida no julgamento do processo 10380.908971/201278, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10380.908985/201291 Resolução nº 3401001.360 S3C4T1 Fl. 5 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3401001.352 "O recurso protocolado é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Em exame da situação observei que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Notei, também, que a Administração Tributária em momento algum contestou diretamente a existência do crédito vindicado, mas sim sua apropriação em outra finalidade. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria uma perfeita demonstração dos argumentos deduzidos, tudo devidamente acompanhado de elementos que os embasasse, especialmente documentos contábeis e fiscais. É certo que na primeira oportunidade processual o recorrente não produziu a prova necessária, limitandose a anexar cópias de declarações, que, por si só, nada demonstram, entretanto, no recurso voluntário, trouxe planilhas e demonstrativos, além de extrato do balancete, o que, a meu sentir, consubstancia um início razoável de prova a justificar o retorno dos autos à DRF de jurisdição para exame das alegações do recorrente. Poderseia, em princípio, indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Nestas condições, é natural que os contribuintes, como no caso vertente, compreendam que a singela retificação da DCTF seja suficiente para a solução da “pendência”, restando claro que esta providência não soluciona o problema somente com a prolação da decisão de primeiro grau administrativo, o que, aliás, até justifica a juntada tardia de um acervo probatório mínimo a supedanear a demonstração dos valores recolhidos indevidamente. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que em situações como a deste processo, onde há um início razoável de prova, composto por documentos outros que não apenas declarações ou mesmo debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito invocado. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10380.908985/201291 Resolução nº 3401001.360 S3C4T1 Fl. 6 4 Assim, considerando que o processo não se encontra em condições de julgamento, proponho sua conversão em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: · Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; · Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; · Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, · Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que seja informado e providenciado o seguinte: · Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; · Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; · Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.923114/2012-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do Fato Gerador: 25/02/2009
CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE.
No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento.
AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa.
COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA
Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.827
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araujo, Lenisa R. Prado e José Renato P. de Deus votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Dèrouléde - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus e Lenisa Rodrigues Prado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do Fato Gerador: 25/02/2009 CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE. No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento. AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa. COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araujo, Lenisa R. Prado e José Renato P. de Deus votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Dèrouléde - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus e Lenisa Rodrigues Prado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza.
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DCOMP TRANSMITIDA APÓS VENCIMENTO DO DÉBITO. Recorrente ESPN DO BRASIL EVENTOS ESPORTIVOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do Fato Gerador: 25/02/2009 CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE. No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento. AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa. COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araujo, Lenisa R. Prado e José Renato P. de Deus votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Dèrouléde Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 31 14 /2 01 2- 67 Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10880.923114/201267 Acórdão n.º 3302004.827 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus e Lenisa Rodrigues Prado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza. Relatório A recorrente acima qualificada apresentou Declaração de Compensação pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB com créditos decorrentes de pagamento supostamente indevido ou a maior. Por meio de Despacho Decisório emitido pela DERATSP, a compensação declarada não foi homologada na sua totalidade, tendo em vista que o valor do pagamento tido como origem do crédito pretendido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP. Na Manifestação de Inconformidade apresentada, a contribuinte salienta que sempre cumpriu com suas obrigações tributárias, recolhendoas nos seus devidos prazos ou por força maior, com os devidos encargos legais, por isso discorda do débito cobrado no Despacho Decisório. Diz ser detentora de crédito decorrente de pagamento supostamente indevido ou a maior, que foi utilizado para compensar débito no mesmo valor, cuja data de vencimento é a mesma do recolhimento. Lembra que não se apropriou de juros pela taxa Selic sobre os valores declarados em Per/Dcomp e não imputou multa e juros sobre os débitos compensados porque são do mesmo período de apuração. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 06045.367. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que, na compensação declarada pelo sujeito passivo, os débitos sofrem a incidência de acréscimos legais até a data da entrega da Declaração de Compensação, na forma da legislação de regência. Cientificada daquela decisão a Recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese que: · existe nulidade do despacho decisório e do acórdão recorrido por ausência de motivação, dada a generalidade da fundamentação sem aferir o real motivo do indeferimento ou o equívoco cometido pela recorrente, com consequente cerceamento do direito de defesa; · o despacho que não homologa o pedido de compensação deve conter, tal qual o auto de infração, a descrição do fato, disposição legal infringida e multa aplicável; · não houve prejuízo para o Erário, pois apenas houve erro na rubrica no DARF, e não atraso no recolhimento; · a cobrança de multa de mora sem atraso no recolhimento constitui enriquecimento sem causa Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10880.923114/201267 Acórdão n.º 3302004.827 S3C3T2 Fl. 4 3 · não há que se falar em juros de mora uma vez que, no caso, o período de apuração é o mesmo para o crédito e o débito. · subsidiariamente solicita diligência para reexame dos documentos; · reitera a necessidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário em análise , finalmente · solicita que a advogada da causa seja intimada e informada de todas as publicações sob pena de arguição de nulidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.825, de 25 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.923119/201290, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.825): "O Recurso deve ser conhecido por ter sido apresentado tempestivamente e atender os demais pressupostos e requisitos de admissibilidade. Do pedido do subscritor do recurso (advogada) para recebimento de futuras publicações/intimações no endereço por ela indicado. No Processo Administrativo Fiscal PAF o artigo 10 do Decreto nº 7.574 estabelece as formas de intimação sempre direcionadas ao próprio contribuinte. Por sua vez o artigo 26 e seguintes da Lei nº 9.784, de 1999 Processo Administrativo Federal também não prevê que o advogado possa ser comunicado dos atos de interesse do administrado que em última instância é quem sofrerá seus efeitos. Atentese, ainda, que a intimação em sede de PAF é de competência da RFB não havendo pronunciamento normativo do CARF amparando a pretensão, assim sendo, indefiro o pedido. Do alegado cerceamento ao direito de defesa Sem razão a Recorrente. O Despacho Decisório de fl, 17, assim como a Decisão recorrida estão perfeitamente fundamentados, com enquadramento legal, descrição dos fatos e cálculo da valoração (detalhamento da compensação, valores devedores e Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10880.923114/201267 Acórdão n.º 3302004.827 S3C3T2 Fl. 5 4 emissão de DARF, fl. 11), portanto não há que se falar em nulidade de atos ou cerceamento ao direito de defesa. Mérito Cuida o presente processo de erro cometido pela Recorrente no preenchimento de código em DARF pago, cujo valor a Recorrente deseja aproveitar para pagamento do débito correspondente ao código/tributo correto sem, entretanto, sofrer os acréscimos legais da multa de mora. A recorrente não alega qualquer tipo de erro nos débitos nem há notícia de que os mesmos não tenham sido informados nas correspondentes declarações entregues antes do PerDcomp, assim sendo, os fatos mostramse incontroversos e dispensam diligência. Não se vislumbra incorreção no procedimento da RFB na análise do PerDcomp que culminou com cobrança de débitos indevidamente compensados em virtude do contribuinte não ter considerado a multa de mora no pagamento/compensação dos débitos. Pois bem, um tributo só é considerado efetivamente pago, total ou parcialmente, quando o sistema de dados da Fazenda Nacional compara o código informado no DARF com o correspondente código do débito informado em declaração específica e faz a vinculação entre ambos. Caso contrário o valor recolhido equivocadamente permanece "em aberto" como crédito e não como pagamento, podendo por isso ser restituído acrescido dos juros compensatórios. Por outro lado o débito formalmente declarado, que não corresponde ao código informado equivocadamente no DARF, continua sem quitação e a sofrer os acréscimos de juros e multa de mora. Optando ou não a contribuinte pela compensação, sempre haverá cobrança de mora se o débito não foi formalmente liquidado na data do vencimento, independente de quando tenha sido realizado o pagamento indevido. A sistemática de análise de PerDcomp não altera essas duas situações distintas e independentes (pagamento indevido e pagamento em atraso), pois ela apenas faz o encontro de contas na data da entrega do PerdComp, momento da valoração do crédito para restituição e automática conversão em pagamento do débito em aberto, total ou parcialmente, mediante compensação. Repitase que este encontro de contas sempre será desfavorável ao contribuinte tendo em vista que o código do débito1, 1 Lei 9.430, de 1996 Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10880.923114/201267 Acórdão n.º 3302004.827 S3C3T2 Fl. 6 5 correspondente ao código correto que deveria constar no DARF, não foi encontrado pelo sistema e assim o débito em aberto sofre acréscimos da multa de mora diária mais juros de mora mensais até a data a entrega do Perdcomp, enquanto que (ii) o crédito2 a ser restituído e compensando sofre somente os juros compensatórios mensais, calculados também até a data da entrega do PerDcomp. Em resumo, se no momento da valoração, ou seja na data da transmissão da PerDcomp, o débito que se buscou compensar já estava sujeito a acréscimos moratórios, e o crédito com seus acréscimos não foram suficientes para quitálos, então a compensação é homologada parcialmente e o saldo residual do débito considerado indevidamente compensado, exigindose, em consequência, seu pagamento com os acréscimos legais3. A mesma sistemática se repete em sucessivos PerDcomp quando existe saldo residual de crédito na compensação homologada a ser aproveitado em outro(s) PerdComp. A situação parece injusta mormente porque o pagamento indevido ou a maior decorre em regra de um erro do contribuinte que não pretendia ficar em mora, porém não é o caso de se aplicar o art. 108 do CTN, pois verificase que não foi a RFB que deu causa ao erro. Ademais, mesmo sem levar em consideração os transtornos e custos que os erros causam à administração, há de se observar ainda que o julgador administrativo está vinculado à lei, ainda na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. 2 Art. 72. O crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou reembolso, será restituído, reembolsado ou compensado com o acréscimo de juros Selic para títulos federais, acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no mês em que: II houver a entrega da Declaração de Compensação ...; § 1º No cálculo dos juros de que trata o caput, observarseá, como termo inicial da incidência: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 973, de 27 de novembro de 2009) III na hipótese de pagamento indevido ou a maior: c) o mês subseqüente ao do pagamento, se este tiver sido efetuado após 31 de dezembro de 1997; 3 Lei nº 9.430 /1996 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito... § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) IN 900/2009 Art. 38. O tributo objeto de compensação não homologada será exigido com os respectivos acréscimos legais. Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10880.923114/201267 Acórdão n.º 3302004.827 S3C3T2 Fl. 7 6 que esta reflita apenas aspectos sobre cumprimento dos prazos e forma de apuração dos valores, e assim não pode deixar de reconhecer a aplicação destas formalidades legais utilizadas para cálculo da restituição de pagamentos indevidos e para cobrança de débitos vencidos, independente deste tipo de erro cometido pela contribuinte que o deixou em mora. Não se vislumbra ilegalidade no procedimento da Receita Federal e tampouco enriquecimento ilícito da União, pois decorrente da lei. Conclusão Diante de tudo que foi exposto, rejeito a preliminar arguida, e no mérito nego provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o(s) débito(s) que se procuravam compensar já se encontravam vencidos na data em que foi transmitida a DCOMP inicial. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 151DF CARF MF
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