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Numero do processo: 35013.001206/2006-96
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 30 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 9202-000.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta: junte aos autos as informações das contribuições devidas e valores recolhidos no período de 02/1999 a 10/2000; junte aos autos informação dos tributos devidos e respectivos lançamentos referentes a retenção sobre cessão de mão de obra e serviços de cooperativas de trabalho; elabore planilha demonstrando em colunas distintas os valores dos tributos em questão declarados e dos tributos efetivamente recolhidos, no período em litígio; e informe sobre a origem dos valores designados no RDA com a sigla CRED e GRPS, que foram imputados a valores devidos no lançamento. Após, que seja intimado o contribuinte para manifestação, no prazo de trinta dias, retornando-se os autos ao relator, para prosseguimento. Vencidas as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Ana Paula Fernandes, que entenderam não ser necessária a diligência.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo De Oliveira Santos Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
Participaram, da presente Resolução, os Conselheiros Luiz Eduardo De Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia Da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis Da Costa Bacchieri.
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta: junte aos autos as informações das contribuições devidas e valores recolhidos no período de 02/1999 a 10/2000; junte aos autos informação dos tributos devidos e respectivos lançamentos referentes a retenção sobre cessão de mão de obra e serviços de cooperativas de trabalho; elabore planilha demonstrando em colunas distintas os valores dos tributos em questão declarados e dos tributos efetivamente recolhidos, no período em litígio; e informe sobre a origem dos valores designados no RDA com a sigla CRED e GRPS, que foram imputados a valores devidos no lançamento. Após, que seja intimado o contribuinte para manifestação, no prazo de trinta dias, retornando-se os autos ao relator, para prosseguimento. Vencidas as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Ana Paula Fernandes, que entenderam não ser necessária a diligência. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo De Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra - Relator Participaram, da presente Resolução, os Conselheiros Luiz Eduardo De Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia Da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis Da Costa Bacchieri.
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta: junte aos autos as informações das contribuições devidas e valores recolhidos no período de 02/1999 a 10/2000; junte aos autos informação dos tributos devidos e respectivos lançamentos referentes a retenção sobre cessão de mão de obra e serviços de cooperativas de trabalho; elabore planilha demonstrando em colunas distintas os valores dos tributos em questão declarados e dos tributos efetivamente recolhidos, no período em litígio; e informe sobre a origem dos valores designados no RDA com a sigla CRED e GRPS, que foram imputados a valores devidos no lançamento. Após, que seja intimado o contribuinte para manifestação, no prazo de trinta dias, retornandose os autos ao relator, para prosseguimento. Vencidas as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Ana Paula Fernandes, que entenderam não ser necessária a diligência. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo De Oliveira Santos – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator Participaram, da presente Resolução, os Conselheiros Luiz Eduardo De Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia Da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis Da Costa Bacchieri. Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 3 50 13 .0 01 20 6/ 20 06 -9 6 Fl. 357DF CARF MF Processo nº 35013.001206/200696 Resolução nº 9202000.048 CSRFT2 Fl. 357 2 Tratase de débito apurado referente aos valores correspondentes à retenção de 11% sobre os valores dos serviços prestados pela cooperativa ICTEBA Instituto de Perícia Técnico Científico da Bahia e não recolhidos em época própria à Previdência Social, conforme dispõe o art. 31 da Lei n° 8.212/1991, em sua redação atual, correspondente ao período de 02/1999 a 03/2005. Também é objeto do presente lançamento as contribuições a cargo da empresa incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe foram prestados pelos cooperados da mesma de cooperativa, conforme dispõe o inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212/1991, a partir da competência 03/2000. O contribuinte foi cientificado do lançamento em 24/11/2005. A impugnação apresentada foi julgada improcedente. Ato seguinte, tempestivamente, foi apresentado Recurso Voluntário pelo contribuinte. No julgamento deste Recurso, a 6ª Câmara, da 2ª Conselho de Contribuintes, por maioria, deu provimento parcial ao recurso declarando a extinção do crédito pela decadência prevista no art. 150, parágrafo 4º do CTN, exarando a seguinte decisão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01 /02/1999 a 3 t/l0/2000 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QÜINQÜENAL. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4o , do Código Tributário Nacional, ou do 173 do mesmo Diploma Legal, no caso de dolo, fraude e/ou conluio comprovados, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n°s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. RETENÇÃO. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão deobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mãodeobra. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da SEXTA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para acolher a preliminar de decadência; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência das contribuições incidentes sobre os fatos geradores ocorridos até 10/2000. Vencidas as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bemadete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira (Relatora), que votaram por declarar a decadência das contribuições apuradas referentes aos fatos Fl. 358DF CARF MF Processo nº 35013.001206/200696 Resolução nº 9202000.048 CSRFT2 Fl. 358 3 geradores ocorridos até 11/1999; e III) Por unanimidade de votos, no mérito, em negar provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor, na parte referente a decadência, n/a) Conselheiro (a) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Cientificada da decisão, a União, tempestivamente, apresentou Recurso Especial, com base no artigo 7º, I, da Portaria 147/2007 (decisão não unânime, contrária à Lei ou à evidência da prova), objetivando rediscutir o termo inicial do prazo decadencial. Visando demonstrar o cabimento de seu recurso a União alega que o aresto não unânime merece reforma, tendo em vista que contrariou o dispositivo constante do art. 173, I, do Código Tributário Nacional que transporta o termo inicial para contagem do prazo decadencial para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia o lançamento ser realizado, na hipótese de ausência de pagamento do tributo. Em suas razões alega a União que no caso em apreço, nos períodos de 12/1999 (apenas exigível em 01/2000) a 10/2000, considerando a ausência de antecipação de pagamento por parte do contribuinte, temse o início da contagem do prazo decadencial apenas em 01/01/2001, findandose em 01/01/2006, nos termos do art. 173, inciso I, do CTN. Com efeito, considerando que a lavratura do auto de infração foi devidamente cientificada em 24/11/2005, é descabido cogitarse de decadência do crédito tributário lançado nas competências supramencionadas, havendo apenas respaldo para se efetivar tal reconhecimento nos períodos anteriores à 11/1999 (inclusive). Regularmente intimado, o contribuinte não apresentou contrarrazões, tendo em vista que desistiu do processo para inclusão do débito no parcelamento previsto na Lei 11.941/2009. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Diante da ausência dos comprovantes de pagamento das contribuições que deram fundamentação à decisão da Turma a quo nos presentes autos entendo ser prudente converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta: junte aos autos as informações das contribuições devidas e valores recolhidos no período de 02/1999 a 10/2000; junte aos autos informação dos tributos devidos e respectivos lançamentos referentes a retenção sobre cessão de mão de obra e serviços de cooperativas de trabalho; elabore planilha demonstrando em colunas distintas os valores dos tributos em questão declarados e dos tributos efetivamente recolhidos, no período em litígio; e informe sobre a origem dos valores designados no RDA com a sigla CRED e GRPS, que foram imputados a valores devidos no lançamento. Nesse contexto, voto por converter o julgamento em diligência. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 359DF CARF MF Processo nº 35013.001206/200696 Resolução nº 9202000.048 CSRFT2 Fl. 359 4 Gerson Macedo Guerra Fl. 360DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000070/2003-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
DCTF. ERRO NO PREENCHIMENTO.
Comprovado tratar-se de mero erro de fato praticado no preenchimento da DCTF, bem como o regular recolhimento do IRRF, afasta-se o lançamento.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2202-001.170
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Matéria: DCTF - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada(TODOS)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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ERRO NO PREENCHIMENTO. Comprovado tratarse de mero erro de fato praticado no preenchimento da DCTF, bem como o regular recolhimento do IRRF, afastase o lançamento. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Margareth Valentini, Rafael Pandolfo, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 11/07/2011 por NELSON MALLMANN, 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Relatório Em desfavor da contribuinte, OPPORTUNITY PLUS FUNDO DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS, foi lavrado o auto de infração, fls. 02/04, originado em auditoria interna em decorrência de inexatidões de valores em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF entregues, e de falta de recolhimento ou pagamento insuficiente. Exigemse R$ 40.038,86 de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF não recolhido, detalhado nos Anexos Ia às fl. 04, acrescidos de multa de ofício de 75% do art. 160 do CTN; art. 1º da Lei nº 9.249, de 1995; arts. 44, I e § 1º, I da Lei nº 9.430, de 1996, e juros de mora. A interessada apresentou tempestivamente, em 10/07/2003, a impugnação de fls. 01, alegando, em síntese, o seguinte que o tributo devido pertenceria a outra empresa que seria o OPPORTUNITY I FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES Cl Em 27 de dezembro de 2006, os membros da 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Rio de Janeiro proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos considerou procedente o lançamento, para manter a exigência. Cientificada em 11/06/2007, a contribuinte, se mostrando irresignada, apresentou, em 11/07/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 32, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente, e complementando com a apresentação de documentos com os quais acredita que esclarece definitivamente o controvérsia. A antiga Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, entendo que o recorrente tem direito a ter seus argumentos apreciados e de não ter uma sobrecarga de tributos por erro no preenchimento de suas declarações, decidiu converter o julgamento em diligência para que a repartição de origem verifique se existe efetivamente o crédito alegado pelo recorrente, e que existindo o mesmo seja vinculado a este processo, propiciando a oportunidade de vencimento da obrigação. Caso ainda persista crédito, os autos deverão retornar a esta Câmara para inclusão em pauta de julgamento. Em informação fiscal, a autoridade recorrida entende que em face dos elementos e alegações, parece que efetivamente ocorreu um erro no preenchimento da DCTF. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 11/07/2011 por NELSON MALLMANN, 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 19740.000070/200383 Acórdão n.º 220201.170 S2C2T2 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. Conforme relatado, a autoridade fiscal em sua informação fiscal entendeu que efetivamente teria ocorrido um erro no preenchimento dos DCTF, que resultou no lançamento. Não encontrando qualquer razão para reparar a informação fiscal produzida, decorrente da diligência fiscal, entendo que assiste razão as alegações do recorrente, tendo ocorrido um erro no preenchimento da declaração. Ante ao exposto, voto por dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 3DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 11/07/2011 por NELSON MALLMANN, 08/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 15374.971842/2009-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 10/04/2003
PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO ATRAVÉS DE PROTESTO JUDICIAL.
A propositura de ação cautelar de protesto tem o condão de suspender a prescrição do direito do contribuinte de pleitear a compensação de crédito que possui, face ao princípio da isonomia processual.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.377
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reformar o acórdão recorrido na parte em que decidiu pela prescrição do crédito, determinando-se o retorno do processo à unidade julgadora de origem para análise das demais questões de mérito ventiladas na manifestação de inconformidade.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 10/04/2003 PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO ATRAVÉS DE PROTESTO JUDICIAL. A propositura de ação cautelar de protesto tem o condão de suspender a prescrição do direito do contribuinte de pleitear a compensação de crédito que possui, face ao princípio da isonomia processual. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reformar o acórdão recorrido na parte em que decidiu pela prescrição do crédito, determinando-se o retorno do processo à unidade julgadora de origem para análise das demais questões de mérito ventiladas na manifestação de inconformidade. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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Restituição. Prescrição. Recorrente FÁBRICA CARIOCA DE CATALISADORES S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 10/04/2003 PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO ATRAVÉS DE PROTESTO JUDICIAL. A propositura de ação cautelar de protesto tem o condão de suspender a prescrição do direito do contribuinte de pleitear a compensação de crédito que possui, face ao princípio da isonomia processual. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reformar o acórdão recorrido na parte em que decidiu pela prescrição do crédito, determinandose o retorno do processo à unidade julgadora de origem para análise das demais questões de mérito ventiladas na manifestação de inconformidade. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitida para compensação de débitos tributários federais com créditos decorrentes de pagamento indevido ou a maior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 97 18 42 /2 00 9- 13 Fl. 1043DF CARF MF Processo nº 15374.971842/200913 Acórdão n.º 3402003.377 S3C4T2 Fl. 3 2 A compensação não foi homologada pela unidade de origem sob o fundamento de que o DARF discriminado no PER/DCOMP, apesar de localizado, havia sido integralmente utilizado na compensação de débitos declarados pelo contribuinte, que esgotaram o crédito disponível. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade na qual alega que recolheu indevidamente o IPI no período de outubro de 2002 a maio de 2003 (aplicou a alíquota de 10%), sobre saídas de produtos cuja alíquota fora reduzida a zero. Em face disso, considera fazer jus à restituição dos valores pagos, e que tais valores podem ser objeto de compensação, com base no art.74 da Lei nº 9.430/96. A manifestação foi julgada improcedente (Acórdão 14054.313), a despeito do reconhecimento da existência do crédito, em razão da verificação de ofício da prescrição do direito do contribuinte de pleitear a restituição. O contribuinte apresentou Recurso Voluntário no qual repisa a sua impugnação, acrescentando que o prazo prescricional do direito de pleitear a restituição foi interrompido por iniciativa da Recorrente, que ajuizou ação cautelar de protesto, com o fito de interromper o prazo de prescrição nos termos do art.174, parágrafo único, II do Código Tributário, em 05/09/2007, vindo a ser definitivamente efetivada em 21/01/2015. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.367, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 15374.971828/200910, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.367): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido pelo Colegiado. A questão inicial do processo dizia respeito à existência ou não do crédito de IPI decorrente do pagamento indevido, questão esta prima facie superada pelo próprio reconhecimento da decisão a quo da sua existência, com base nos documentos de fls. 111303, analiticamente examinados no "Relatório extrajudicial sobre utilização crédito IPI" de fls. 526661, verbis: Em princípio, observo que a manifestante, aparentemente, trouxe aos autos provas do indevido recolhimento, bem como, a autorização para pedir a restituição do adquirente. Fl. 1044DF CARF MF Processo nº 15374.971842/200913 Acórdão n.º 3402003.377 S3C4T2 Fl. 4 3 O seu exaurimento cognitivo restou prejudicado pela verificação ex officio da prescrição do direito do Recorrente de pleitear a restituição dos créditos, com fundamento no art.168, I c/c art.165, I, ambos do Código Tributário Nacional, concluindo nos seguintes termos: Pois bem, consta dos autos que este processo é o de crédito e que a PERDCOMP foi transmitida em 01/04/2008, sendo que o pagamento indevido foi efetuado em 10/03/2003, ou seja, já em 11/03/2008 o contribuinte tinha perdido o direito de pleitear a repetição do indébito, considerando o disposto no CTN: Pois bem, em seu Recurso Voluntário, o Recorrente apresentou certidão judicial da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro (fls.502503) certificando a propositura, por ela, de uma Ação de Protesto Judicial contra a Fazenda Nacional com o objetivo de interromper o prazo para restituição do IPI recolhido a partir de Outubro de 2002 até o último decêndio de Maio de 2003. Certificou também que a propositura da ação se deu em 05/09/2007, tendo o protesto interruptivo da prescrição sendo efetivado em 21/01/2015. Em primeiro lugar, há que se enfrentar a questão da preclusão acerca da apresentação de provas sobre o ajuizamento da ação cautelar de protesto pela Recorrente, haja vista tais provas terem sido juntadas apenas com seu Recurso Voluntário. Entendemos ser perfeitamente cabível tal juntada e manifestação específica acerca da questão da prescrição, por se tratar de questão fática e jurídica trazia posteriormente aos autos, ao ser conhecida de ofício na decisão recorrida e que portanto somente pôde ser atacada em seus fundamentos no âmbito do Recurso Voluntário. É a dicção expressa do art.16, §4, "c" do Decreto 70.235/72, verbis: Art.16. (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Desse modo, é legítima a juntada de documentos após a decisão de 1ª instância com vistas a contrapor matéria conhecida de ofício pelo Colegiado a quo. Superado este ponto, podese enfrentar seguramente o mérito das alegações. De fato, a decisão recorrida está correta ao estabelecer que o dies a quo do prazo prescricional relativo ao direito do contribuinte de pleitear a restituição tem início com o pagamento feito nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, é essa a dicção clara do CTN: “Art. 168 O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: Fl. 1045DF CARF MF Processo nº 15374.971842/200913 Acórdão n.º 3402003.377 S3C4T2 Fl. 5 4 I nas hipóteses dos incisos I e II do art. 165, da data da extinção do crédito tributário ; “Art. 165 O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade de pagamento, ressalvado o disposto no § 4° do art. 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo do tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; Desse modo, o art.150, §1º do mesmo Código é claro quanto a eficácia extintiva do pagamento antecipado, sendo a homologação posterior apenas condição resolutória, isto é, exercer seus efeitos desde o momento da sua realização, ficando sujeito a evento futuro e incerto que pode lhe tirar a eficácia: “Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1° O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos desta lei extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.” Para afastar quaisquer dúvidas a respeito da identificação da data de início de contagem do prazo, a Lei Complementar nº 118/2005 trouxe em seu artigo 3º regra interpretativa a esse respeito, aplicandose retroativamente por força do art.106, I do CTN: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. Até o presente ponto o raciocínio da decisão recorrida é irretocável. Todavia, olvidou o julgado da existência de causa de interrupção da prescrição do direito à repetição tributária, por não ter sido tal matéria informada desde o início na manifestação de inconformidade. De fato, as causas de interrupção da prescrição são as seguintes: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II pelo protesto judicial; III por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Fl. 1046DF CARF MF Processo nº 15374.971842/200913 Acórdão n.º 3402003.377 S3C4T2 Fl. 6 5 Portanto, o ajuizamento da ação cautelar de protesto, se feito dentro do prazo prescricional, tem o condão de interrompêlo. Nesse sentido, inclusive, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, consolidado nos votos da lavra do Min. Demócrito Reinaldo, a exemplo do REsp 52.281/DF, julgado em 03/03/1997, no qual consignou o seguinte: Com efeito, o CTN, em seu artigo 174, parágrafo único, inciso II, expressamente elege o protesto judicial como causa interruptiva do prazo prescricional para propor a ação de cobrança do crédito tributário. Face ao princípio da "isonomia processual", idêntico tratamento deve ser dispensado ao contribuinte, nas ações em que postula repetição do indébito. Tal entendimento encontra eco também no REsp nº 82.553/DF, REsp nº 40.365/DF e no REsp 108.866/DF, com a ressalva que neste último se enfrenta especificamente a data em que se inicia a recontagem do prazo prescricional: PROCESSO CIVIL. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. PROTESTO JUDICIAL. SE A AÇÃO E PRECEDIDA DE PROTESTO JUDICIAL, A PRESCRIÇÃO SE INTERROMPE NA DATA DA CITAÇÃO DESTE (CC, ART. 172). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. (REsp 108.866/DF, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/02/1997, DJ 07/04/1997, p. 11098) Nesses termos, a citação da Fazenda Nacional marca o reinício do prazo prescricional, retroagindo a interrupção à data da propositura da ação cautelar de protesto, por força da regra da actio nata, consagrada de longa data pelo Superior Tribunal de Justiça e consentânea com a sistemática do exercício do direito de ação. Por fim, recentemente, cumpre apontar também a decisão do REsp 335942/RS, julgado em 01/10/2009, cuja ementa traz o seguinte: PROCESSUAL CIVIL, ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. CRÉDITOPRÊMIO DE IPI. PRESCRIÇÃO. PROTESTO JUDICIAL. INTERRUPÇÃO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 1º, 8º E 9º DO DECRETO 20.910/1932. 1. O STJ possui entendimento no sentido de que o prazo prescricional referente ao aproveitamento do créditoprêmio de IPI é de cinco anos contados da aquisição do direito, nos termos do Decreto 20.910/1932. 2. Hipótese que se diferencia da restituição de tributo indevidamente recolhido (art. 168, I, do CTN), pois se trata de pedido relativo a benefício fiscal não reconhecido pelo Fisco a ser creditado pelo interessado. 3. O regime jurídico da prescrição deve ser analisado à luz do Decreto 20.910/1932, que prevê a possibilidade de interrupção por uma única vez, recomeçando o lapso temporal a correr pela metade. 4. Ajuizouse medida cautelar de protesto judicial interruptivo da prescrição (art. 867 do CPC; c/c o art. 202, II, do Código Civil), tendo sido citada a recorrente em 6.12.1984. A ação declaratória que originou o presente recurso foi ajuizada em 9.11.1987, isto é, Fl. 1047DF CARF MF Processo nº 15374.971842/200913 Acórdão n.º 3402003.377 S3C4T2 Fl. 7 6 após o transcurso de mais de dois anos e meio do ato interruptivo. Prescrição reconhecida. 5. Recurso Especial provido. (REsp 335.942/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 09/10/2009) A posição atual do STJ é pela aplicação dos arts. 8º e 9º do Decreto nº 20.910/32, que se encontra válido e vigente no ordenamento pátrio e assim prescreve: Art. 8º A prescrição somente poderá ser interrompida uma vez. Art. 9º A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo. Considerando que a propositura da ação se deu em 05/09/2007 e portanto dentro do prazo prescricional e tendo o protesto interruptivo da prescrição sendo efetivado em 21/01/2015, possui ainda o Contribuinte dois anos e meio para pleitear sua restituição, contados desta data, isto é, até 21/07/2017. Portanto, não há que se considerar a prescrição apontada pela decisão a quo. Superado a preliminar referente à prescrição, verificase que a decisão recorrida pautouse exclusivamente por ela, deixando de analisar o mérito relativo ao crédito pleiteado, razão pela qual esse Colegiado não pode avaliála. Ante o exposto, voto por dar provimento à preliminar de inocorrência de prescrição do direito ao pedido de ressarcimento/compensação, remetendo os autos à DRJ responsável pela decisão a quo para, superada a questão prescricional, se manifeste sobre o mérito do crédito pleiteado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reformar o acórdão recorrido na parte em que decidiu pela prescrição do crédito, determinandose o retorno do processo à unidade julgadora de origem para análise das demais questões de mérito ventiladas na manifestação de inconformidade (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 1048DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16041.000101/2007-19
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/1995 a 31/12/2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial. Não se caracteriza a divergência interpretativa suscitada, quando o paradigma, em face do mesmo arcabouço normativo e aplicando a mesma lógica do acórdão recorrido, adota solução diversa em função da ausência de similitude fática entre os julgados em confronto.
Numero da decisão: 9202-004.484
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/1995 a 31/12/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial. Não se caracteriza a divergência interpretativa suscitada, quando o paradigma, em face do mesmo arcabouço normativo e aplicando a mesma lógica do acórdão recorrido, adota solução diversa em função da ausência de similitude fática entre os julgados em confronto.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2034; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 1.102 1 1.101 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 16041.000101/200719 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.484 – 2ª Turma Sessão de 28 de setembro de 2016 Matéria PAF RECURSO ESPECIAL CONHECIMENTO PRESSUPOSTOS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PROSINT AGROPECUÁRIA LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/1995 a 31/12/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial. Não se caracteriza a divergência interpretativa suscitada, quando o paradigma, em face do mesmo arcabouço normativo e aplicando a mesma lógica do acórdão recorrido, adota solução diversa em função da ausência de similitude fática entre os julgados em confronto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 1. 00 01 01 /2 00 7- 19 Fl. 1102DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 2 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD, correspondente às contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo a relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa em virtude dos riscos ambientais do trabalho, e a relativa a terceiros. O período do levantamento abrange as competências janeiro de 1995 a dezembro de 2004 (Relatório Fiscal de fls. 80 a 84). No presente lançamento está sendo cobrada a parte referente à glosa de saláriofamília (fls. 277). Em sessão plenária de 13/03/2012, foi julgado o Recurso Voluntário nº 267.134, prolatandose o Acórdão nº 230201.691 (fls. 1.029 a 1.033), assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/1995 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. ENTENDIMENTO DO STJ. ART. 150, PARÁGRAFO 4º DO CTN. DECADÊNCIA PARCIAL. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei nº 8.212, há que serem observadas as regras previstas no CTN. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4º do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. No caso, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre as rubricas lançadas, Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. GLOSA SALÁRIOFAMÍLIA. DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES POR MEIO DE DOCUMENTOS. A autuada demonstrou que parte do lançamento estava equivocado por meio de juntada de documentos.” A decisão foi assim registrada: “ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria conceder provimento parcial quanto à preliminar de extinção do crédito pela homologação tácita prevista no art. 150, parágrafo 4 do CTN, nos termos do Fl. 1103DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO Processo nº 16041.000101/200719 Acórdão n.º 9202004.484 CSRFT2 Fl. 1.103 3 voto do relator. O Conselheiro Arlindo da Costa e Silva divergiu pois entendeu que deveria ser aplicado no art. 173, inciso I do CTN. Quanto à parcela não extinta não houve divergência. Também deve ser retificado o lançamento na forma das planilhas às fls. 1008 a 1010.” O voto condutor do acórdão recorrido foi assim fundamentado: "As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN (homologação tácita). Se não houver pagamento antecipado sobre a rubrica há que ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. Caso tenha ocorrido dolo, fraude ou simulação não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN, sendo aplicado necessariamente o disposto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. Na hipótese concretizada, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre as rubricas, conforme relatório fiscal; mesmo porque o lançamento referese a glosa de saláriofamília. Desse modo, a contar dos fatos geradores, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para efetuar o lançamento fiscal. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial todos os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente à competência setembro de 2000, inclusive esta. Conforme comprovante à fl. 131, o sujeito passivo foi cientificado do lançamento em 24 de outubro de 2005. Quanto ao mérito, a própria fiscalização reconheceu por meio de diligência às fls. 1008 a 1010 que parte do lançamento não seria procedente. Ressaltase que dessa diligência, a autuada não se manifestou em contrário." O processo foi encaminhado à PGFN em 29/03/2012 (Despacho de Encaminhamento de fls. 1.034). De acordo com o disposto no art. 7º, §§ 3º e 5º, da Portaria MF nº 527, de 2010, a intimação presumida da Fazenda Nacional ocorreria 30 dias após a referida data, em 28/04/2012. Em 23/04/2012, foi interposto o Recurso Especial de fls. 1.035 a 1.049 (Despacho de Encaminhamento de fls. 1.070), com fundamento no art. 67, do RICARF, visando rediscutir a decadência. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho nº 2300 637/2013, de 10/09/2013 (fls. 1.072 a 1.075). Em seu apelo, a Fazenda Nacional alega em síntese que, tendo ocorrido apropriação indébita previdenciária, o dispositivo aplicável seria o art. 173, I, do CTN. Nesse passo, pede o conhecimento e provimento do recurso, restabelecendose o lançamento da sua integralidade. Fl. 1104DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 4 Intimado do acórdão, do Recurso Especial e do despacho que lhe deu seguimento, o Contribuinte quedouse silente (1.100/1.101). Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Contribuinte é tempestivo, restando perquirir acerca do cumprimento dos demais pressupostos de admissibilidade. Nesse passo, importa salientar que a alegada divergência interpretativa somente se caracteriza quando, em face de situações fáticas similares, são adotadas soluções diversas, à luz do mesmo ordenamento jurídico. No caso do acórdão recorrido, tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD, correspondente às contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo a relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa em virtude dos riscos ambientais do trabalho, e a relativa a terceiros, no que tange à glosa de saláriofamília. O período objeto da autuação abrange as competências de 01/1995 a 12/2004, tendo a respectiva ciência ocorrido em 24/10/2005. Em seu Recurso Especial, a Fazenda Nacional parte da premissa de que teria ocorrido apropriação indébita e pede a aplicação do art. 173, I, do CTN. Entretanto, o voto condutor do acórdão recorrido assim registra: "As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN (homologação tácita). Se não houver pagamento antecipado sobre a rubrica há que ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. Caso tenha ocorrido dolo, fraude ou simulação não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN, sendo aplicado necessariamente o disposto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. Na hipótese concretizada, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre as rubricas, conforme relatório fiscal; mesmo porque o lançamento referese a glosa de salário família. Desse modo, a contar dos fatos geradores, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para efetuar o lançamento fiscal." (grifei) Como se pode constatar, em nenhum momento foi dito que teria ocorrido dolo, fraude ou simulação, muito menos apropriação indébita. Ao contrário, tais hipóteses foram ressalvadas como aptas a atrair a aplicação do art. 173, I, do CTN, porém concluiuse Fl. 1105DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO Processo nº 16041.000101/200719 Acórdão n.º 9202004.484 CSRFT2 Fl. 1.104 5 que no caso em apreço a contagem do prazo decadencial deveria ser efetuada a partir do fato gerador, o que evidencia a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN. Embora a Fazenda Nacional assevere que "quanto ao acórdão recorrido, observase que a autoridade autuante atesta a elaboração de Representação Fiscal para Fins Penais, diante da situação fática relatada", não foi indicada a folha do processo em que isso teria sido registrado, tampouco tal situação foi relatada no julgado guerreado. Ainda que tenha sido efetivamente elaborada Representação Fiscal para Fins Penais, o fato de o acórdão recorrido eventualmente ter omitido essa questão seria causa de oposição de Embargos de Declaração, o que não foi feito no presente caso. No que tange à alegada apropriação indébita, repitase que a autuação não inclui contribuições descontadas dos segurados e sim da empresa e terceiros, relativamente a glosa de saláriofamília. Quanto aos paradigmas Acórdãos nºs 20601.689 e 20601.535 estes envolvem efetivamente situações de apropriação indébita, eis que tratam de contribuições descontadas dos segurados e não de contribuições a cargo da empresa, como no recorrido. Confirase os respectivos trechos dos paradigmas: Paradigma Acórdão nº 20601.689 "PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÕES DOS SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAL. JUROS SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO DECADÊNCIA. 1De acordo com o artigo 34 da Lei nº 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável." "(...) o lançamento somente envolve contribuições descontadas dos segurados, portanto, não há contribuição do empregador (parte da empresa). (...) No caso em exame, embora se tratando de lançamento por homologação, em face da ocorrência, em tese, de crime previsto no artigo 168A do Código Penal Aplicável, entendo ser aplicável a regra a regra do art. 173, I do CTN. Portanto, na data da ciência da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, que se deu em 07/05/2007, as contribuições apuradas referentes às competências 01, 02, 03/1997; 05/1999 e 08/2001 já se encontravam fulminadas pela decadência, razão porque devem ser excluídas do presente lançamento.(grifei) Paradigma Acórdão nº 20601.535 Fl. 1106DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 6 "CONTRIBUIÇÃO SEGURADO ARRECADAÇÃO /RECOLHIMENTO OBRIGAÇÃO EMPRESA DESCUMPRIMENTO APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado. O descumprimento de tal obrigação se configura, em tese, crime de apropriação indébita previdenciária, nos termos do Código Penal. Recurso Voluntário Provido em Parte." "Nesse sentido, tratase de dolo genérico que se caracteriza pela mera vontade livre e consciente da prática da conduta de não recolher aos cofres públicos das contribuições previdenciárias descontadas dos segurados, independentemente de qualquer outra intenção do agente. (...) Dessa forma, nos termos do art. 173, inciso I, do CTN, encontrase decadente o direito de constituição do crédito correspondente às contribuições até a competência 11/2001, inclusive 13º salário, se for o caso." (grifei) Assim, concluise que a premissa da qual partiu a Fazenda Nacional não foi confirmada pelo acórdão recorrido, que não tratou de apropriação indébita, portanto não houve óbice à aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, já que houve pagamento antecipado. Quanto aos paradigmas, não há dúvida de que tratouse de contribuições descontadas dos segurados, o que efetivamente caracterizou a apropriação indébita, o que atrai a aplicação do art. 173, I, do CTN, conforme a Súmula CARF nº 106: Súmula CARF nº 106: Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Destarte, as soluções diversas não decorrem de interpretação divergente da lei e sim da situação fática que se apresenta em cada caso, razão pela qual não conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 1107DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/1 0/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO
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Numero do processo: 10410.005400/2007-18
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2000 a 30/06/2007
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o., DO CTN.
O § 2º do art. 62 do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com que a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nas demais situações.
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-005.102
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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SÚMULA CARF Nº 99. 67.636.4010 CS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PENALIDADE/RETROATIVIDADE BENIGNA AIOP/AIOA: FATOS GERADORES ANTERIORES À MP Nº 449, DE 2008. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado FACEAL FUNDAÇÃO SOCIAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E PREVIDÊNCIA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2000 a 30/06/2007 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o., DO CTN. O § 2º do art. 62 do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com que a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nas demais situações. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 00 54 00 /2 00 7- 18 Fl. 954DF CARF MF 2 O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento parcial. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Trata o presente processo de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, DEBCAD nº 37.115.0639, às efls. 03 a 48, no qual foi constituído crédito de contribuições previdenciárias relativamente a pagamentos por serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho (UNIMED e UNIODONTO), com base em notas fiscais e faturas emitidas pela cooperativa contra a contribuinte. O crédito foi consolidado em 10/09/2007, no valor de R$ 3.932.373,22, com ciência à contribuinte em 11/09/2007 (efl. 03), e o correspondente relatório fiscal está posto às efls. 55 a 62 dos autos. A NFLD foi impugnada, às efls. 605 a 625, em 10/10/2007. Já a 6ª Turma da DRJ/REC, no acórdão nº 1121.344, prolatado em 08/01/2007, às efls. 865 a 873, considerou, por unanimidade, procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido. Inconformada, em 24/03/2008, a contribuinte, interpôs recurso voluntário RV, às efls. 878 a 893, argumentando, em síntese: · parte dos créditos tributários, entre 03/2000 e 09/2002, estão decaídos pela contagem do prazo decadência com base no § 4º do art. 150 do CTN; · que possui imunidade tributária por ser entidade de assistência social, com suporte no art. 195, § 7º da Constituição Federal e atender os requisitos do art. 14 do CTN; · não se configurou a hipótese de incidência da contribuição previdenciária em tela, pois a entidade não se subsume ao art. Fl. 955DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 955 3 22 , inc. IV, uma vez que os serviços contratados não são a ela prestados; · os valores apurados na NFLD não seriam corretos pois as faturas utilizadas para apuração da base de cálculo do tributo incluem valores que não correspondem à prestação de serviços médicos. O recurso voluntário foi apreciado pela 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento em 17/04/2012, resultando no acórdão 2403001.185, às efls. 896 a 904, que tem a seguinte ementa: PREVIDENCIÁRIO. NULIDADE DA NFLD FACE ALEGAÇÃO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. NÃO OCORRÊNCIA. DECADÊNCIA. MULTA DE MORA. Não há que se falar em cancelamento de NFLD ou insubsistência do crédito tributário quando não houver qualquer tipo de vício. Não pode ser alegado imunidade tributária se não preenche os requisitos do art. 14 do CTN. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, “c” do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte O acórdão teve o seguinte teor: ACORDAM os membros do Colegiado, nas Preliminares por maioria de voto, em dar provimento parcial ao recurso reconhecendo a decadência até a competência 08/2002, com base no art. 150, § 4º do CTN. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari. No mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para que seja recalculada a multa de mora de acordo com a redação do artigo 35 da Lei 8.212/91, dada pela Lei 11.941/2009, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, fazendo prevalecer a mais benéfica ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora. RE da Fazenda Nacional Cientificada do acórdão, em 25/06/2012 (efl. 905), a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em 08/08/2012, manejou recurso especial de divergência RE (efls. 906 a 920) ao citado acórdão, entendendo que o aresto diverge de entendimentos firmados no CARF em duas matérias: Fl. 956DF CARF MF 4 a) decadência pela contagem disposta no § º do art. 150 do CTN, em face da existência de pagamentos do tributo como um todo, considerandose guia de recolhimento genérica para contribuições previdenciárias; b) multa em face da retroatividade benigna com aplicação do art. 61, § 2º da Lei nº 4.930/1996. Traz por paradigmas os acórdãos: nº 920201.780, para a divergência do item a), nº 230100.283 e nº 240100120, para o item b). Para o item a), a Procuradora afirma, com base no paradigma, que não havendo recolhimento antecipado das contribuições previdenciárias referentes à rubrica lançada (15%), individualmente considerada, o prazo decadencial para a constituição do respectivo crédito tributário regese pelo contido no art. 173, I do CTN. No tocante ao item b), assim se manifestou a Procuradora: Ao examinar a matéria pertinente à multa aplicada, o acórdão recorrido entendeu que deveria ser aplicada ao caso a retroatividade benigna, sob o fundamento de que o artigo 35, caput, da Lei n° 8.212/1991 deveria ser observado e comparado com a atual redação emprestada pela Lei nº 11.941/2009. E como na atual redação, há remissão ao art. 61 da Lei nº 9.430/96, entendeu que o patamar da multa aplicada estaria limitado a 20% (§2º do art. 61). Ao revés os paradigmas adotaram solução diametralmente oposta. Para a Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara e para a Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara, ambas da Segunda Seção do CARF, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 deveria agora ser observado à luz da norma introduzida pela Lei n° 11.941/2009, qual seja, o art. 35A que, por sua vez, faz remissão ao art. 44, da Lei nº 9.430/96. Na ementa do julgado paradigma nº 240200233, a aplicação da retroatividade benigna na forma de aplicação do art. 61, § 2o, da Lei nº 9.430/1996 é rechaçada de forma expressa pelo órgão julgador. O mesmo acontece no bojo do voto condutor do acórdão nº2301 00283, também ora adotado como referência paradigmática. Pelas razões expostas requereu a Procuradora que fosse conhecido o recurso e provido para: a) que se aplique a contagem do prazo decadencial com base no disposto no art. 173 do CTN e b) que também se reforme a decisão no tocante à aplicação da multa de ofício, devendose verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35, II, da norma revogada) ou a do art. 35A da Lei n° 8.212/91. O RE da contribuinte foi apreciado pelo Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF, nos termos dos arts. 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, por meio do despacho nº 2400810/2012, datado de 14/11/2012, às efls. 923 a 928, entendendo ele por lhe dar seguimento, para ambas as divergências, em face do cumprimento dos requisitos regimentais. Fl. 957DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 956 5 A contribuinte foi cientificada do acórdão nº 2403001.185, do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e do Despacho nº 2400810/2012, por meio da Comunicação nº 97/2013/SACAT/DRF/AL (efl. 930), em 08/05/2013 (efl. 931). Contrarrazões da contribuinte Em 21/05/2013, a contribuinte apresentou contrarrazões ao RE da Procuradoria, onde esgrime o mesmo argumento do recurso voluntário quanto à decadência e afirma que a argumentação do relator do acórdão recorrido, de que pagamentos antecipados a título de contribuição previdenciária abrangeriam todas as rubricas relacionadas a este tributo, tornaria inaplicável o art. 35A da Lei nº 8.212/1991. RE da contribuinte Também em 21/05/1213, interpôs Recurso Especial às efls. 932 a 941. Contudo, em 1º/04/2014, tal recurso foi rejeitado pelo Presidente da 4ª Câmara, no Despacho 2400289/2014 (efl. 951), por não ter sido devidamente instruído com cópias dos acórdãos indicados como paradigmas e/ou reprodução integral de suas ementas no corpo do recurso, nos moldes dos §§ 7º a 9º do artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009. Tal despacho foi mantido integralmente pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, à efl. 952. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. O litígio aqui aceito trata de duas matérias: contagem de prazo decadencial e retroatividade benigna na aplicação de penalidade. Decadência A discussão cingese aos períodos de apuração objeto de lançamento que poderiam estar fulminados pelo efeito decadencial, ao se considerar a aplicação do art. 150, §4º, do CTN ou, alternativamente, o art. 173, I do CTN. A propósito, a decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o Fl. 958DF CARF MF 6 pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, Fl. 959DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 957 7 iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. A Portaria MF no 152, de 2016, deu nova redação ao § 2º do art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 343 de 09/06/2015, com a seguinte redação: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nos demais casos. Para deslinde da questão, na situação sob análise, deve haver convicção de que há recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte nas competências dos fatos geradores a que se referem a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo destes recolhimentos, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração, a fim de que se possa decidir pela aplicação, para fins de contagem do prazo decadencial, do disposto no art. 150, §4o da Lei no 5.172, de 1966 (no caso de existência de recolhimento, ainda que parcial) ou do art. 173, I do mesmo Código (no caso da inexistência de recolhimento). (Grifei) O que se observa na documentação fiscal que apura os valores exigidos na NFLD (efls. 05 a 44) ou mesmo no Relatório da NFLD (efls. 55 a 62) é que inexiste qualquer referência a pagamentos ou declarações relativas a valores apurados com base nas notas fiscais das cooperativas. Fl. 960DF CARF MF 8 Esse constatação é reforçada pela lógica da própria defesa da contribuinte, que em sede de recurso voluntária afirmava ser entidade imune e que não se configurava o fato gerador em relação a ela. A ausência dos dados e o entendimento da contribuinte me faz concluir pela inexistência pagamentos relativos aos fatos geradores que se está a exigir no presente processo. Assim sendo, o ônus probatório de haver tais pagamentos, ou mesmo de sua declaração em GPS, é dela, em face ao recurso especial da União, mas em suas contrarrazões ela segue repetindo a argumentação do relator do acórdão recorrido, sem nada provar. Não comprovada a existência de pagamentos é de se utilizar a regra decadencial posta pelo art. 173, inc. I do CTN, reconhecendo apenas a decadência do lançamento para os fatos geradores ocorridos entre 01/03/2000 e 31/11/2000. Retroatividade benigna Nessa matéria, a solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. Fl. 961DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 958 9 AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem Fl. 962DF CARF MF 10 correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: Fl. 963DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 959 11 “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou Fl. 964DF CARF MF 12 · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e Fl. 965DF CARF MF Processo nº 10410.005400/200718 Acórdão n.º 9202005.102 CSRFT2 Fl. 960 13 os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Fl. 966DF CARF MF 14 Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face da análise acima, há que se dar provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para: i) reformar o acórdão recorrido, para aplicar a contagem do prazo decadencial na forma do disposto no art. 173, inc. I, da Lei no 5.172, de 1966, afastando os fatos geradores ocorridos entre 01/03/2000 e 031/11/2000; e ii) que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 967DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15868.720208/2012-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009
DECISÃO RECORRIDA NULA. Considera-se nula por supressão de instância julgadora a decisão recorrida que se absteve de analisar justificativas e documentos importantes para a lide, que foram juntados pelo contribuinte na impugnação.
Decisão Recorrida Nula.
Numero da decisão: 2401-004.477
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para anular a decisão de primeira instância.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Cleberson Alex Friess, Marcio Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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Considerase nula por supressão de instância julgadora a decisão recorrida que se absteve de analisar justificativas e documentos importantes para a lide, que foram juntados pelo contribuinte na impugnação. Decisão Recorrida Nula. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para anular a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Cleberson Alex Friess, Marcio Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 86 8. 72 02 08 /2 01 2- 68 Fl. 2418DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 2 Relatório Recurso Voluntário interposto em 18/03/2013 para reverter a decisão proferida no Acórdão 1643.374 17a. Turma da DRJ/SP1, que considerou parcialmente procedente a impugnação do contribuinte para o crédito tributário do processo referente aos anoscalendário 2007, 2008 e 2009. A ciência à decisão recorrida deuse em 15/02/2013. O auto de infração referese à depósitos bancários de origem não comprovada/justificada para os anos 2007, 2008 e 2009 (valor total dos depósitos R$ 13.139.812,28) e ganho de capital por desapropriação de imóvel (ganho no valor de R$ 268.533,45). A decisão de primeira instância deu parcial provimento à impugnação do contribuinte para exonerar do lançamento a qualificação da multa relativa ao ganho de capital e está assim ementada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007,2008,2009 DA ALEGAÇÃO DE IMPROCEDÊNCIA DA MULTA QUALIFICADA. DOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA E DA OMISSÃO DOS GANHOS DE CAPITAL DECORRENTES DA DESAPROPRIAÇÃO DE BEM IMÓVEL. A aplicação da multa de ofício decorre de expressa previsão legal, tendo natureza de penalidade por descumprimento da obrigação tributária, e havendo enorme discrepância entre os vultosos créditos efetuados, nos anoscalendário 2.007 , 2.008 e 2.009, nas contas bancárias do contribuinte e os rendimentos por ele informados nas respectivas declarações de ajuste anuais do Imposto de Renda Pessoa Física, e verificada a prática reiterada dessa omissão durante esses três anoscalendário consecutivos, fica plenamente fundamentada e justificada a aplicação da multa de ofício qualificada, no percentual de 150% (cento e cinqüenta por cento), uma vez constatada a conduta dolosa do contribuinte, no sentido de tentar impedir o conhecimento, por parte do Fisco, da ocorrência do fato gerador do imposto, ou de eximirse, total ou parcialmente, do pagamento de tributo. No que concerne à omissão de ganhos de capital decorrentes da indenização por desapropriação de bem imóvel, a multa qualificada de 150% não pode subsistir, visto não se configurarem as circunstâncias legais para sua caracterização PRELIMINAR. DA IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO DO IMPOSTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS, COM UTILIZAÇÃO DA TABELA PROGRESSIVA ANUAL. No caso de apuração de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada, o fato gerador do Imposto de Renda Pessoa Física é complexivo com período anual e consubstanciase em 31 de dezembro do correspondente Fl. 2419DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 15868.720208/201268 Acórdão n.º 2401004.477 S2C4T1 Fl. 3 3 anocalendário, submetendose os rendimentos omitidos ao ajuste na declaração anual. Preliminar rejeitada PRELIMINAR. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO DO IMPOSTO RELATIVO AOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DOS MESES DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2.007. Configurado, no presente caso, o dolo, consistente na tentativa do contribuinte de evitar o conhecimento, por parte do Fisco, da ocorrência do fato gerador do imposto ou de eximirse, total ou parcialmente, do pagamento de tributo, o prazo para que a Fazenda Nacional exerça o direito da constituição do crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, observandose que, nos casos de apuração de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada, o fato gerador do Imposto de Renda Pessoa Física é complexivo com período anual e consubstancia se em 31 de dezembro do correspondente ano calendário.Preliminar rejeitada. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o processo em análise, até o presente momento, caracterizouse pelo cumprimento de todas as fases e prazos processuais dispostos no Processo Administrativo Fiscal e o interessado, ciente dos depósitos bancários que lastrearam a presente ação fiscal, teve, tanto na fase de autuação, regida pelo princípio inquisitório, quanto na interposição da impugnação, que inaugurou a fase do contraditório, amplo direito ao exercício do contraditório e da ampla defesa, tendo oportunidade de carrear aos autos elementos/comprovantes no sentido de tentar ilidir, parcial ou totalmente, a tributação em análise. Preliminar rejeitada DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A presunção legal de omissão de rendimentos autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular e/ou o cotitular das contas bancárias ou o real beneficiário dos depósitos, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou de investimentos. Uma vez não constar dos autos comprovação de que os depósitos efetuados nas contas bancárias do contribuinte correspondem a recursos de terceiros para a realização de operações de compra de bovinos ou pagamentos destinados a cobrir dispêndios decorrentes da prestação de serviços por parte do interessado, e não havendo, destarte, elementos que demonstrem não ser o contribuinte o real beneficiário desses depósitos bancários, deve ser mantida a omissão de rendimentos em análise. Fl. 2420DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 4 AUTUAÇÃO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. Não pode ser inquinado pela alegação de violação aos princípios da proporcionalidade e da capacidade contributiva o lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física que atendeu aos preceitos legalmente estabelecidos e exigiu tributo resultante da constatação de omissão de rendimentos e de ganho de capital, bem como impôs, com base na constatação de dolo em relação aos depósitos bancários de origem não comprovada, multa qualificada de 150%, que apresentou como base de cálculo os correspondentes impostos apurados. No que tange, ainda, à invocação da figura do confisco, refoge à competência da Autoridade Administrativa a apreciação e a decisão de questões que versem sobre a constitucionalidade de atos legais, salvo se já houver decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. GANHO DE CAPITAL. DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL. Nos termos da legislação vigente, é tributável o ganho de capital decorrente de indenização por desapropriação de bem imóvel, não possuindo a Súmula CARF nº 42 efeito vinculante em relação à administração tributária federal. DO PEDIDO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS E OUTROS MEIOS DE PROVA ADMITIDOS EM DIREITO. Uma vez que, consoante Termo de Análise de Solicitação de Juntada, elaborado pela Delegacia de origem, foram aceitos pelo Fisco, não só os documentos correspondentes à impugnação, como também aqueles apresentados em anexo à peça impugnatória, e não tendo o contribuinte, até a data do presente julgamento, carreado aos autos nenhum novo elemento, fica prejudicado, por falta de objeto, o pedido de juntada de documentos e outros meios de prova admitidos em direito. No recurso voluntário o recorrente primeiro observa que a parte da exigência fiscal considerada improcedente na impugnação referese à redução da multa qualificada, de 150% para 75% sobre o imposto relativo a ganho de capital, relativo a recebimentos em decorrência de desapropriação. Adicionalmente, informa que reitera tudo o que alegou na impugnação, exceto os motivos de fato e de direito que tratam da exoneração da parte da multa qualificada sobre o ganho de capital, que já fora concedido na decisão a quo. Em suma, aduz o que segue. 1. Na valoração dos rendimentos declarados não se considerou os rendimentos isentos (lucros distribuídos pela firma individual do contribuinte), declarados nas DIPRF´s 2008, 2009 e 2010, respectivamente R$$ 81.750,00 (fl.5), R$ 273.400,00 (fl.13), e R$ 426.400,00 (fl.21), bem como os rendimentos da atividade rural de R$ 225.000,00 (fl. 24). 2. Os créditos de origem não comprovada, tributados como omissão de rendimentos são incompatíveis com o patrimônio do recorrente para os anos fiscalizados. Mais ainda, o recorrente teria comprovado a origem dos recursos, entretanto, o fisco não comprovou Fl. 2421DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 15868.720208/201268 Acórdão n.º 2401004.477 S2C4T1 Fl. 4 5 que tais recursos constituem aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda nos termos do artigo 43 do CTN. 3. Para a qualificação da multa tem que haver ação ou omissão dolosa, que deve ser provada pelo fisco, o que não teria ocorrido. O recorrente produziu todos os elementos probatórios solicitados, inclusive os extratos bancários, então não se pode falar em conduta dolosa. Muito pelo contrário, prova a boafé do recorrente. Desta forma, não existe motivo doloso para a qualificação da multa para 150%. Está pacificado na jurisprudência do CARF (Súmulas 14 e 25) que, se houver simples omissão de receita ou de rendimentos sem que haja comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo, não se pode qualificar a multa de ofício. A Súmula CARF 34, por outro lado, expressa o entendimento jurisprudencial de que somente é cabível a qualificação da multa de ofício quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas. 4. Com base no parágrafo 4 do art. 42 da Lei 9430/1996 entende que o fato gerador do imposto de renda incidente sobre os valores dos créditos bancários de origem não identificada ocorre no mês do crédito efetuado pela instituição financeira, aplicandose a lei então vigente quanto à alíquota do imposto, multa, juros, prazo de pagamento, etc. Mais ainda, o lançamento deve ser feito com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. A autoridade lançadora somou os valores dos créditos bancários que considerou não comprovados e os identificou como fato gerador no último dia de cada mês correspondente. Desta forma, o lançamento deve ser liminarmente declarado improcedente por falta de observância de norma prescrita em lei. Caso assim não se entenda, que sejam declarados extintos pela decadência o crédito tributário relativo aos meses de janeiro a setembro de 2007, conforme art. 156, V do CTN. O art. 42 da Lei 9.430/1996 não obriga o contribuinte a manter escrituração desses créditos, nem ao menos informálos na declaração de ajuste anual. Nesse caso, não há que se falar em ocultação de informações. 5. Alega cerceamento de defesa, pois a autoridade lançadora teria utilizado a expressão "mais de uma pessoa" para embasar decisão sobre a receita da atividade rural. No caso, a expressão teria sido utilizada para preservar o sigilo fiscal de terceiros. Entende que se pessoas prestaram declarações de que os recursos depositados em contas do recorrente são provenientes da atividade pecuária e que de alguma forma essas informações interferem no resultado da autuação, tais pessoas devem ter seus nomes citados, o que não implica violação de sigilo fiscal. Tal questionamento foi feito na impugnação, contudo o julgador a quo teria baseado a decisão no fato de que o recorrente fora regularmente intimado para prestar informações comprobatórias da origem dos recursos e que teve várias oportunidades de exercer o contraditório e a ampla defesa. 6. O recorrente teria comprovado que exerce a atividade de intermediação na venda e compra de bovinos e que os recursos considerados pelo fisco como de origem não comprovada são provenientes de seus clientes, que declararam tal situação por meio de declarações com firma reconhecida. Informa que apresentou declarações e planilhas para cada operação de depósito em que discriminou a origem dos recursos creditados nas contas do recorrente e a devolução dos mesmos aos verdadeiros proprietários, mediante depósitos em suas contas bancárias e, que tais informações deveriam ter sido verificadas e analisadas de forma individualizada pelo fisco. Considera que, em não o fazendo, o fisco teria incorrido em cerceamento do direito de defesa, o que é causa de nulidade do ato. Fl. 2422DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 6 i. A autoridade julgadora não considerou o ofício do contribuinte (prestador de serviços de intermediação de compra e venda de bovinos). Os recursos eram depositados nas contas do recorrente, às vezes como sinal do negócio, que seria viabilizado em aproximadamente 30 dias. Anexou todas as notas de intermediação sobre compra de bovinos emitidas pela firma individual Ricardo Ulpiano dos Santos Viol, de janeiro/2007 a dezembro/2009 (fls. 1539 a 1722). Informa que a comissão de intermediação seria de cerca de R$ 7,00 por cabeça, estabelecendo uma relação entre a receita total e a de comissão. Apresenta tabela em que define a quantidade de cabeças comercializadas por ano e o valor médio dos bovinos. Toda a documentação relativa aos pagamentos aos clientes está registrada, inclusive no livro caixa. ii. Nos itens 4 e 5 do Termo de Verificação de Infração Fiscal, as alegações do fisco não se sustentam e não podem prosperar. O recorrente apresentou documentos para comprovar as atividades de comprador de bovino para frigoríficos mediante recebimento de comissão, que foram contabilizados na firma individual Ricardo Ulpiano Viol. Por exemplo, os livros caixa dos anos 2007 a 2009 (fls. 616 a 706), DIRPF do recorrente, notas fiscais de intermediação, etc. Reforça que a relação de declarações das pessoas que depositaram recursos em suas contas bancárias são idôneas e devem ser acatadas como hábeis para justificar a origem dos mesmos. Um dos declarantes teria devolvido empréstimos ao recorrente, no valor de R$ 888.503,52. Tais provas devem ser analisadas individualizadamente, o que não foi feito pela autoridade fiscal. 7. Também entende que a decisão de primeira instância deve ser declarada nula por não ter analisado todos os documentos da impugnação. Exemplifica algumas situações de não consideração da justificativa: i) devolução de uma transferência eletrônica não teria sido deduzida do lançamento à fl. 77 do processo digital, ii) depósito de valores pertencentes a seu pai, sr. Mauro Viol cheques nominativos de seu pai, .iii) venda de bem inferior a R$ 35.000,00 isentos de tributação nos termos da IN/SRF 599/2005, iv) créditos relativos a depósitos de cheques devolvidos, estorno de depósito, v)transferências entre contas do próprio contribuinte, vi) origem de créditos determinada Agropecuária São Judas Tadeu, Antônio Cabrera Mano Filho, Antônio Carlos Dinis Linhares, Atlas Indústria e Comércio de Carnes, Ben Hur Cabrera Mano, Claudio Luiz Zonetti, Comissões depositadas erroneamente na conta da pessoa física do recorrente e transferida para a pessoa jurídica, Creso Henrique Cantarelli Zonetti, Daniel A. Tramonte, Edmundo Aguiar Borges Ribeiro, depósito errado em conta do recorrente, despesas antecipadas, Dezidério Abramo Tozzi, distribuição de lucro, e outros detalhados no recurso voluntário, na sua maioria frigoríficos. 8. Argumenta que o art. 42 da Lei 9430/96 atribui ao contribuinte o ônus de provar que os valores depositados em suas contas bancárias não representam renda tributável ou que foram objeto de tributação, prevendo que se não houver comprovação da origem dos recursos com documentação hábil e idônea, ocorre o fato gerador do imposto. Tal disposição de transferir para o contribuinte o ônus da prova é irrazoável e contrário ao ordenamento jurídico, vez que este consagra o princípio de que quem alega deve provar. Cita súmula do extinto TFR sobre o assunto. O uso de presunções legais relativos ao Direito Tributário conforme acima é inconstitucional e ilegítimo para impor obrigação tributária ao contribuinte, por contrariar os princípios da legalidade, razoabilidade e da segurança jurídica. 9. Afirma que não incide imposto de renda sobre valores recebidos a título de desapropriação do imóvel Estância Chaparral. Cita jurisprudência e a Súmula CARF 42. 10. Considerando que os depósitos bancários são decorrentes de atividade de intermediação de compra e venda de gado, entende que fica configurado o erro de identificação Fl. 2423DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 15868.720208/201268 Acórdão n.º 2401004.477 S2C4T1 Fl. 5 7 do sujeito passivo, pois o lançamento deveria ter sido feito na pessoa jurídica Ricardo Ulpiano do Santos Viol. 11. Os valores dos créditos bancários considerados de origem não comprovada, tributados no mês, serviriam para justificar os depósitos bancários posteriores, independentemente de coincidência de datas e valores. 12. Apresenta justificações individualizadas dos depósitos lançados e que não teriam sido analisados pelo julgador a quo, conforme itens 14 e 15 do Recurso Voluntário (efls. 2146 a 2356). Em 10 de fevereiro de 2015, o presente recurso foi objeto de julgamento pela 1a. Turma Ordinária da 1a. Câmara da 2a. Seção de Julgamento deste CARF, oportunidade em que o Colegiado decidiu, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para esclarecimento de questões de fato, relativas às operações referidas no recurso, nos termos do voto do relator, o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka. Entretanto, o Conselheiro Relator teve seu mandato encerrado antes de formalizar a referida resolução. Assim, foi necessária a designação de Redator ad hoc, conforme o art. 17, inciso III, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009, vigente à época da decisão. Faço notar que foram improfícuas as tentativas de obtenção das razões de decidir adotadas na ocasião pelo Conselheiro Relator, bem como das questões levantadas que necessitariam esclarecimento da autoridade fiscal. Tendo em vista que o recorrente alegou a prejudicial de cerceamento do direito de defesa porque a autoridade fiscal teria feito diligências que resultaram em informações divergentes sobre a origem dos depósitos bancários lançados, cujos documentos ou informações não constam dos autos, e que influenciaram na autuação, entendeu esta relatora, na qualidade ad hoc, que poderia ser esse o motivo da conversão do julgamento em diligência. Tais informações referemse aos depositantes dos recursos na conta do recorrente, denominados pela autoridade fiscal como "mais de uma pessoa", conforme item 8 do relatório. Mais ainda, o recorrente informa que, dos documentos apresentados notas fiscais e outros, podese inferir o ganho de R$ 7,00 como comissão por cabeça de gado vendido. Sobre esse ponto, solicitouse à autoridade fiscal: a)juntar aos autos os resultados das diligências que possibilitaram a inferência relatada acima, b) analisar a alegação do contribuinte a respeito da possibilidade de se concluir um ganho de R$ 7,00 por cabeça de gado vendida, e c) apresentar termo com os resultados da diligência, com ciência ao contribuinte que, se desejar, poderá se manifestar em até 30 dias. Transcrevo a seguir excertos do resultado da diligência, que, entendo não cumpriu de forma satisfatória os questionamentos feitos por esta Turma. Fl. 2424DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 8 Fl. 2425DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 15868.720208/201268 Acórdão n.º 2401004.477 S2C4T1 Fl. 6 9 Fl. 2426DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 10 O contribuinte ao final, se manifestou sobre o resultado da diligência conforme efls. 2405/2414. É o relatório. Fl. 2427DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 15868.720208/201268 Acórdão n.º 2401004.477 S2C4T1 Fl. 7 11 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e deve ser conhecido. Primeiramente é necessário esclarecer que o pedido de diligência fora solicitado pelo relator anterior do processo, que deixou o colegiado sem a formalização da resolução sobre as informações que considerava incompletas para formar convicção a respeito do lançamento. Contudo, analisando o relatório da diligência, verificase que a autoridade responsável pela diligência se limitou a corroborar o relatório fiscal da autuação e, portanto, tal diligência não se aprofundou na análise de pontos que poderiam ajudar a esclarecer a situação explanada pelo contribuinte e que teria sido objeto da autuação. Em preliminar, o contribuinte argumenta que a decisão de primeira instância deve ser declarada nula por não ter analisado todos os documentos da impugnação. Exemplifica a seguir algumas situações que não teriam sido analisadas pela autoridade a quo. i) devolução da uma transferência eletrônica de valores, conforme fl. 77 do processo digital, ii) depósito de valores pertencentes a seu pai, sr. Mauro Viol , com cheques nominativos de seu pai, iii) venda de bem inferior a R$ 35.000,00 isentos de tributação nos termos da IN/SRF 599/2005, iv) créditos relativos a depósitos de cheques devolvidos, estorno de depósito, v) transferências entre contas do próprio contribuinte, vi) origem de créditos determinada Agropecuária São Judas Tadeu, Antônio Cabrera Mano Filho, Antônio Carlos Dinis Linhares, Atlas Indústria e Comércio de Carnes, Ben Hur Cabrera Mano, Claudio Luiz Zonetti, Comissões depositadas erroneamente na conta da pessoa física do recorrente e transferida para a pessoa jurídica, Creso Henrique Cantarelli Zonetti, Daniel A. Tramonte, Edmundo Aguiar Borges Ribeiro, depósito errado em conta do recorrente, despesas antecipadas, Dezidério Abramo Tozzi, distribuição de lucro, e outros detalhados no recurso voluntário, na sua maioria frigoríficos. Constato que, em vários casos, assiste razão ao contribuinte, pois justificativas e argumentos apresentados não foram analisados na decisão a quo de forma individualizada. Desta forma, mesmo que tais argumentos fossem analisados neste Conselho, Fl. 2428DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 12 entendo que o contribuinte poderia ser prejudicado, pois terseia suprimido uma instância julgadora. Assim, voto por anular a decisão de primeira instância e o retorno do processo à DRJ, para que seja proferida decisão que contemple todas as argumentações constantes da impugnação, e que são relevantes para a lide, conforme individualizadas pelo contribuinte tanto no lançamento quanto na impugnação. É como decido. (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins. Fl. 2429DF CARF MF Impresso em 28/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 27/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI
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Numero do processo: 12448.728991/2011-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
EMBARGOS DECLARATÓRIOS.
Verificada a existência de omissão e contradição no julgado é de se acolher os embargos de declaração apresentados pelo contribuinte.
DEPÓSITO BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. CONTA CONJUNTA. FALTA DE INTIMAÇÃO DOS CO-TITULARES.SÚMULA CARF Nº 29
A análise dos autos permite concluir que tanto a conta corrente quanto a conta poupança do Embargante possuíam co-titular que não foi intimada a esclarecer a origem dos depósitos. De acordo com o disposto da Súmula CARF nº 29 "todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento".
Numero da decisão: 2202-003.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos: i) acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, sanando o vício apontado no Acórdão nº 2202-002.629, de 15/04/2014, para excluir do lançamento os valores relativos à conta poupança de nº 9.737697-3, em razão da ausência de intimação da co-titular; ii) rejeitar os embargos da Fazenda Nacional, por perda de objeto.
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO- Relatora
EDITADO EM: 12/10/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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Verificada a existência de omissão e contradição no julgado é de se acolher os embargos de declaração apresentados pelo contribuinte. DEPÓSITO BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. CONTA CONJUNTA. FALTA DE INTIMAÇÃO DOS COTITULARES.SÚMULA CARF Nº 29 A análise dos autos permite concluir que tanto a conta corrente quanto a conta poupança do Embargante possuíam cotitular que não foi intimada a esclarecer a origem dos depósitos. De acordo com o disposto da Súmula CARF nº 29 "todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento". Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos: i) acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, sanando o vício apontado no Acórdão nº 2202002.629, de 15/04/2014, para excluir do lançamento os valores relativos à conta poupança de nº 9.7376973, em razão da ausência de intimação da cotitular; ii) rejeitar os embargos da Fazenda Nacional, por perda de objeto. (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 89 91 /2 01 1- 80 Fl. 480DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 1 2/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 2 (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora EDITADO EM: 12/10/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada Relatório Tratase de embargos opostos por Gilson Gilberto Moreira Esteves Dias Pereira e pela DICATPFCONTENCIOSO da DRF RJ II, em face do acórdão nº 2202 002.591, proferido na sessão de 15/04/14. O primeiro embargante alega haver contradição entre a decisão e seus fundamentos, pois, em que pese tenha excluído da base de cálculo utilizada no lançamento os valores correspondentes a depósitos na conta corrente nº 9.7376973, manteve os valores referentes a depósitos na conta poupança nº 7.27583149. O provimento parcial do Recurso Voluntário e, conseqüente, cancelamento parcial do lançamento, teve por fundamento o fato de que a conta corrente nº 9.7376973 tem como cotitular a Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira, a qual não foi intimida para comprovar a origem dos depósitos glosados quando do procedimento de fiscalização. A contrariedade, conforme alega a embargante, reside no fato de que a conta poupança nº 7.27583149 também é de cotitularidade da Sra. Darcy, e na ausência de intimação da mesma. para comprovação da origem dos depósitos, também esses valores deveriam ser excluídos do lançamento. O segundo embargante, por sua vez, apresentou alegou omissão na conclusão do voto do Relator, nestes termos: Retorno estes autos para que seja esclarecido o item 2.2:"Entendo, portanto, que o total de R$ 135.643,15 deve ser excluído da base de cálculo do imposto de renda." Essa exclusão não consta da conclusão: "Ante o exposto, VENCIDO NA PRELIMINAR, voto para que seja DADO PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para ser excluído o total de R$ 2.713,60 em decorrência da ausência de intimação da co titular e para desagravar a multa de 112,5 para 75." Quando analisada a admissibilidade dos embargos, assim entendeu o então Conselheiro Relator: Entendo que assiste razão à embargante. Com efeito, compulsando novamente os autos foi possível verificar que há provas cotundentes que indicam que a conta Fl. 481DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 1 2/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 12448.728991/201180 Acórdão n.º 2202003.581 S2C2T2 Fl. 481 3 poupança nº 7.27583149 também é de cotitularidade da Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira. Vejamos. 1 A correspondência emitida pelo Banco Santander (fl. 270, do eprocesso) demonstra que, em razão da incorporação do Banco Real pelo Banco Santander no ano de 2009 (fl. 268, do e processo), a conta corrente nº 9.7376973, por questões cadastrais do banco, passou a ser identificada pelo número 0.10589462; 2 O Atestado de Idoneidade Moral e Financeira expedido pelo Banco Santander, em 22/07/11, (fl. 266, do eprocesso) indica que são titulares da conta nº 0.10589462, desde o ano de 1992, o Sr. Gilson Pereira Dias, o Sr. Gilson Gilberto Moreira Esteves Dias Pereira e a Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira; 3 As informações prestadas pelo Banco Santander em face do Ofício RMF 07.1.90.00201000222, em 07/02/11, (fl. 210, do e processo) indicam que a conta corrente nº 9.7376973 está atrelada à conta poupança nº 7.27583149; Assim, a partir do cotejo entre os supracitados itens temse que (i) a conta corrente nº 9.7376973 e a conta poupança nº 7.27583149 são contas bancárias vinculadas e, (ii) em ambas figuram como cotitulares as mesmas pessoas, dentre elas, a Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira. Destarte, tenho que os embargos declaratórios opostos por Gilson Gilberto Moreira Esteves Dias Pereira merecem acolhimento, pois, uma vez comprovada a falta de intimação da cotitular, Sra. Darcy para comprovar a origem dos depósitos na conta poupança nº 7.27583149, insta seja cancelado o lançamento também na parte referente aos valores que eram mantidos em custódia nesta conta Dos embargos opostos pela Fazenda Nacional Quanto aos embargos opostos pela Fazenda Nacional, consubstanciado pelo Despacho de Encaminhamento, à fl. 412, o qual tem por fundamento o pedido de esclarecido referente à suposta contradição entre o item 2.2 constante do voto condutor, onde se lê "Entendo, portanto, que o total de R$ 135.643,15 deve ser excluído da base de cálculo do imposto de renda." e o disposto onde consta "Ante o exposto, VENCIDO NA PRELIMINAR, voto para que seja dado PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para ser excluído o total de R$ 2.713,60 em decorrência da ausência de intimação da cotitular e para desagravar a multa de 112,5% para 75%", entendo também ser necessário o seu exame pelo colegiado porquanto na hipótese de serem acolhidos os embargos do contribuinte, restaram prejudicados os pedidos de esclarecimento formulados pela Fazenda. A vista disso, concluo que: Fl. 482DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 1 2/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 4 1 – Ocorreu hipótese prevista no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF 256/09, no julgamento que culminou com o Acórdão n.º 2202002.546, de 20/11/13; 2 – O presente processo deve ser incluído em pauta para análise pelo Colegiado dos efeitos infringentes postulados pela embargante, nos termos do art. 65, §3º do art. 66 do RICARF. Portanto, foram os embargos do contribuinte encaminhados para julgamento, sendo sorteado a esta Relatora, a fim de verificar se, de fato, ocorreram as alegadas omissões e contradições e/ou omissão no acórdão embargado; É o relatório. Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Os embargos foram apresentados dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, deles conheço. No despacho de admissibilidade dos embargos de declaração, restou assentado que o embargante alega haver contradição entre a decisão e seus fundamentos, pois, em que pese tenha excluído da base de cálculo utilizada no lançamento os valores correspondentes a depósitos na conta corrente nº 9.7376973, manteve os valores referentes a depósitos na conta poupança nº 7.27583149. Conforme alega o primeiro embargante, o documento emitido pelo Banco Santander atesta que a conta 010589462 (antiga conta nº 9.7376973) é de titularidade do contribuinte, de seu pai Gilson Dias e de sua mãe Darcy. Ressalta também que a contra conta a que alude o referido documento teve o seu número modificado quando passou da custódia do Banco ABN Real para o Banco Santander. Com efeito, conforme já mencionado no despacho de admissibilidade dos embargos, é possível constatar que existem provas suficientes de que a conta poupança nº 7.27583149 também é de titularidade da Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira, quais sejam: 1 A correspondência emitida pelo Banco Santander (fl. 270, do e rocesso) demonstra que, em razão da incorporação do Banco Real pelo Banco Santander no ano de 2009 (fl. 268, do eprocesso), a conta corrente nº 9.7376973, por questões cadastrais do banco, passou a ser identificada pelo número 0.10589462; 2 O Atestado de Idoneidade Moral e Financeira expedido pelo Banco Santander, em 22/07/11, (fl. 266, do eprocesso) indica que são titulares da conta nº 0.1058946 2, desde o ano de 1992, o Sr. Gilson Pereira Dias, o Sr. Gilson Gilberto Moreira Esteves Dias Pereira e a Sra. Darcy Moreira Esteves Dias Pereira; Fl. 483DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 1 2/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 12448.728991/201180 Acórdão n.º 2202003.581 S2C2T2 Fl. 482 5 3 As informações prestadas pelo Banco Santander em face do Ofício RMF 07.1.90.00201000222, em 07/02/11, (fl. 210, do eprocesso) indicam que a conta corrente nº 9.7376973 está atrelada à conta poupança nº 7.27583149; Assim, diante das referidas provas, temse que: (i) a conta corrente de nº 9.7376973 e a conta poupança nº 7.27583149 são vinculadas e (ii) em ambas figuram como cotitulares as mesmas pessoas, dentre elas, a Sra. Darcy Moreira Esteves. A necessidade de intimação dos cotitulares das contas bancárias é matéria sumulada neste Conselho, conforme se verifica pela Súmula nº 29 abaixo transcrita: Súmula CARF nº 29: Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. Em relação ao recurso apresentado pela Fazenda, verificase que a omissão nele apontada será sanada com o julgamento dos primeiro embargos. Em face do exposto, dou provimento aos embargos de declaração, com efeitos infringentes, para excluir do lançamento os valores relativos a conta corrente e conta poupança de nº 9.7376973, em razão da ausência da intimação da cotitular Darcy Moreira Esteves. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 1 2/10/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 16832.001062/2009-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO.
O prazo legal para interposição do recurso voluntário é de trinta dias, a contar da intimação da decisão recorrida. Cabível a intimação por edital quando revelar-se improfícuo qualquer dos meios previstos no art. 23 do Decreto nº 70.235/72, ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição perante o cadastro fiscal declarada inapta, conforme o mesmo dispositivo legal. Apresentando-se recurso voluntário fora do prazo legal sem a prova de ocorrência de qualquer causa impeditiva, é intempestivo o recurso e, portanto, não pode ser conhecido.
Numero da decisão: 1402-002.269
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo.
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Demetrius Nichele Macei, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Caio César Nader Quintella, Paulo Mateus Ciccone, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: Relator
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RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. O prazo legal para interposição do recurso voluntário é de trinta dias, a contar da intimação da decisão recorrida. Cabível a intimação por edital quando revelarse improfícuo qualquer dos meios previstos no art. 23 do Decreto nº 70.235/72, ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição perante o cadastro fiscal declarada inapta, conforme o mesmo dispositivo legal. Apresentando se recurso voluntário fora do prazo legal sem a prova de ocorrência de qualquer causa impeditiva, é intempestivo o recurso e, portanto, não pode ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo. Leonardo de Andrade Couto Presidente. Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Demetrius Nichele Macei, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Caio César Nader Quintella, Paulo Mateus Ciccone, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 83 2. 00 10 62 /2 00 9- 22 Fl. 1056DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Relatório O processo veio ao CARF para o julgamento do recurso voluntário apresentado pela empresa PRINCIPAL DO BRASIL COMERCIAL ATACADISTA LTDA, tendo sido inicialmente distribuído ao Conselheiro Antonio José Praga de Souza. Em uma análise preliminar, o Conselheiro Antonio José Praga de Souza propôs ao colegiado a conversão do julgamento em diligência. Porém, antes de adentrar nas razões que motivaram a diligência (Resolução nº 1402000.146, de 06/11/2012), fazse necessário contextualizar os fatos em que inserido o presente processo. Para tanto, reproduzi abaixo o relatório da decisão recorrida: Trata o presente processo administrativo fiscal de autos de infração lavrados contra o interessado em epígrafe em 30/11/2009. Foi constituído crédito tributário de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 356/359), no valor de R$ 203.183,56, mais a multa de ofício de 75% e os juros de mora; de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS (fls. 364/367), no valor de R$ 61.528,86, mais a multa de ofício de 75% e os juros de mora; de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS (fls. 370/372), no valor de R$ 283.979,49, mais a multa de ofício de 75% e os juros de mora; e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 375/378), no valor de R$ 102.232,60, mais a multa de ofício de 75% e os juros de mora, em decorrência de ação fiscal levada a efeito. Consta, no “Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo” (fl. 01), que os autos de infração lavrados, depois de formalizados, totalizaram o montante a pagar de R$ 1.370.757,37, já incluídos os valores devidos a título de tributo, de multa de ofício de 75% e de juros de mora, calculados até 30/10/2009. Os fatos geradores imbricados com o crédito tributário ora em análise ocorreram no anocalendário de 2006 (Lucro Arbitrado). A autoridade administrativa, além de relacionar a infração apurada no corpo dos autos de infração, pormenorizoua no Termo de Constatação Fiscal acostado aos autos (vide fls. 353/354), no qual relata o resultado da auditoria fiscal. Quanto aos autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, afirma que o interessado, embora devidamente intimado, não comprovou por meio de documentos hábeis e idôneos a origem dos depósitos bancários listados, conforme termo de fls. 329/350. Aponta, no enquadramento legal, o art. 42 da Lei nº 9.430/1996. Afirma a fiscalização que o arbitramento do lucro se faz tendo em vista que o contribuinte notificado a apresentar os livros e documentos da sua escrituração, de acordo com o termo de início de fiscalização, deixou de apresentalos. O enquadramento legal é o art. 530, inciso III, do RIR/1999. O interessado, cientificado dos autos de infração em 21/12/2009 (vide fls. 432 e 447), apresentou sua peça de impugnação em 01/02/2010, nos termos da petição acostada aos autos do processo às fls. 448/451, por intermédio da qual alega o que segue abaixo: Afirma que, em 19 de janeiro de 2010, recebeu ligação telefônica da autoridade administrativa signatária dos autos de infração informando sobre a existência da autuação, conquanto não tenha sido cientificada do valor, da data, do período de apuração, do tributo ou de qualquer outro elemento. Informa que imediatamente após a mencionada ligação telefônica tentou localizar, sem sucesso, o processo administrativo que trata da autuação. Fl. 1057DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16832.001062/200922 Acórdão n.º 1402002.269 S1C4T2 Fl. 1.057 3 Aduz que depois de novos contatos telefônicos com a AuditoraFiscal da RFB, foi combinado que a ciência dos autos de infração ocorreria no dia 26 de janeiro de 2010, na sede da RFB. O evento foi transferido para o dia 27 de janeiro de 2010, posto que a Auditora Fiscal não se localizava na sede da RFB em função da realização de diligência externa. No dia 27 de janeiro de 2010, a AuditoraFiscal da RFB alegou que não daria ciência da autuação ao interessado, posto que entendeu que havia deficiência na procuração apresentada. A autoridade administrativa frisou que o “Sr. Luis Augusto Paulino (subscritor da procuração) não consta como sócio das empresas (Principal, Revere e Sea Venture)”. Nada obstante, aduz o interessado que o Sr. Luis Augusto Paulino possui poderes para representala, conforme cláusula 8ª do contrato social, não existindo qualquer irregularidade na referida procuração. Mesmo após o esclarecimento deste fato, a AuditoraFiscal não lhe permitiu ter acesso aos autos do processo, alegando que o prazo para defesa administrativa já havia transcorrido, considerando que a empresa foi citada por edital em 04 de dezembro de 2009. Observa que carece de provas a afirmação da fiscalização de que não foi possível localizar a empresa na Rua Visconde de Inhaúma, nº 50, Centro (RJ), o que justificaria a citação por edital. Com efeito, assevera que recebeu várias intimações da RFB neste endereço, no mesmo período, conforme processos que lista. Aduz que a citação por edital é medida excepcional, que somente pode ser realizada nas hipóteses em que restarem improfícuos os demais meios de intimação, conforme art. 23 do Decreto 70.235/1972. Conclui dizendo que a atitude da fiscalização implica em violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal, já que sem ter ciência ou vista dos autos não tem condições de se defender. Requer vista do processo, ciência da autuação e abertura do prazo de 30 dias para apresentação de impugnação. Em 01/02/2010, a fiscalização exarou o despacho de fls. 464/465, por meio do qual afirma que a ciência da autuação ocorreu em 21/12/2009, conforme Edital DEFIS/RJO nº 348, de 2 de dezembro de 2009. Diz ainda que o “site” da RFB informa a localização de todos os processos, sendo que o processo em epígrafe poderia ter sido encontrado pelo interessado, de acordo com a consulta de fl. 463. Para arrematar, observa que o interessado recebeu a cópia do processo em 29 de janeiro de 2010, conforme documentos de fls. 435/445. Em 10/02/2010, o interessado recebeu cópia integral do processo (fl. 466). O interessado apresentou nova peça de impugnação em 26/02/2010, nos termos da petição acostada aos autos às fls. 468/494, por meio da qual alega o que segue: Aduz que a citação por edital é medida excepcional, que somente pode ser realizada nas hipóteses em que restarem improfícuos os demais meios de intimação, conforme art. 23 do Decreto 70.235/1972. Cita doutrina e jurisprudência sobre o assunto. Aduz que não existe sequer uma correspondência enviado ao seu endereço e que carece de provas a afirmação da autoridade fiscal de que não foi possível localizar Fl. 1058DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 a empresa na Rua Visconde de Inhaúma, nº 50, Centro (RJ), o que justificaria a citação por edital. Com efeito, assevera que recebeu várias intimações da RFB neste endereço, no mesmo período, conforme processos que faz referência. Portanto, a seu ver, houve cerceamento do direito de defesa. Em função do exposto acima, requer a declaração de nulidade dos autos de infração. Pugna ser ilegítimo o lançamento de imposto de renda arbitrado com base apenas em extratos ou depósitos bancários, pois a fiscalização deveria ter trazido aos autos do processo outros indícios, tais como a demonstração da natureza tributável do rendimento, que a pretensa renda não foi tributada, assim como não se trata de recurso do próprio contribuinte. Cita a Súmula 182 do Tribunal Federal de Recursos, doutrina e jurisprudência sobre o assunto. Alega que a fiscalização considerou como receita omitida valores relativos a simples transferências entre contas bancárias do próprio impugnante, de acordo com as planilhas de fls. 482/484. Frisa que a fiscalização considerou como receita omitida valores referentes a empréstimo contraído, no valor de R$ 1.500.000,00, com a empresa coligada Plena Comercial Atacadista, conforme planilhas de fls. 485/486; bem como a empréstimo contraído com o Banco Cruzeiro do Sul, a título de capital de giro, no valor de R$ 498.380,50, conforme planilha de fl. 487. Outrossim, devem ser desconsiderados os lançamentos a débitos, e o estorno de operações, frisados na planilha de fl. 487. Por fim, diz que vários ingressos financeiros referemse a vendas efetuadas no ano calendário anterior. Portanto, como era optante pelo lucro real, deveria ter oferecido à tributação essa receita no ano anterior. Garante que não tem como apresentar elementos de prova em função da “Operação Dilúvio” da Polícia Federal. Argumenta ainda que o sigilo bancário foi violado sem respaldo em autorização judicial, o que gera a nulidade da autuação. Questiona a aplicação da taxa Selic para fins de cálculo dos juros moratórios e o efeito confiscatório da multa aplicada. A decisão recorrida está assim ementada: NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. Descabe a alegação de nulidade quando a autoridade fiscal observa os procedimentos fiscais previstos na legislação tributária. SIGILO BANCÁRIO. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES PELO FISCO. LEGITIMIDADE. Os agentes do fisco podem ter acesso a informações sobre a movimentação financeira dos contribuintes sem que isso se constitua violação ao sigilo bancário, já que se trata de exceção expressamente prevista em lei. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A Lei nº 9.430/1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento de ofício do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Não podem ser considerados os créditos decorrentes de transferências de Fl. 1059DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16832.001062/200922 Acórdão n.º 1402002.269 S1C4T2 Fl. 1.058 5 outras contas da própria pessoa jurídica, empréstimos bancários e outros valores que não correspondam a ingressos bancários. LUCRO ARBITRADO. Correto o arbitramento do lucro quando a pessoa jurídica não apresenta os livros e documentos, apesar de devidamente intimada, conforme previsto no artigo 530 do RIR/1999. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE . A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos normativos. A legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. MULTA DE OFÍCIO. Presentes os pressupostos estabelecidos em lei para aplicação de multa de ofício, a autoridade tem não só o poder, mas também o dever, de aplicála no percentual previsto na legislação tributária. TAXA SELIC. JUROS DE MORA. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. Aplicase à exigência reflexa o mesmo tratamento dado ao lançamento matriz, em razão da relação de causa e de efeito que os vincula. ERRO NA DETERMINAÇÃO DO FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO. VÍCIO MATERIAL. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE. O lançamento de ofício que não observou o correto período de apuração, transformando de mensal para trimestral o período de apuração, contém vício de ordem material, portanto, deve ser declarado improcedente. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória, principalmente no que tange aos itens abaixo e, ao final, requer o provimento. 1) Preliminarmente, alega a nulidade da intimação editalícia, cabível, segundo ela, somente após restarem improfícuos os demais meios de intimação. Cita a doutrina e jurisprudência administrativa. Em relação ao fato de não ter sido localizada pelos Correios, ou pelo próprio Auditor alega o seguinte: · competiria "à fiscalização proceder a novas diligências nas instalações da recorrente, enviar carta registrada ou realizar qualquer outra providência efetiva (e de possível demonstração nos autos) para adoção do procedimento de citação por edital"; · competiria à fiscalização verificar "que em todos os demais processos administrativos em que a empresa era parte, ela sempre foi localizada e intimada"; · que a recorrente sempre esteve à Rua Visconde de Inhaúma, 50, sala 517, Rio de Janeiro, tendo respondido a todas as demais intimações Fl. 1060DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 6 expedidas pela RFB em outros processos administrativos (lista os respectivos processos). · em relação ao fato de ter sido declarada inapta perante o CNPJ, o que autorizaria a intimação por edital, argumenta que tal disposição, constante do art. 23, § 1º, do Decreto nº 70.235/72, seria uma faculdade e não uma obrigatoriedade por parte da Administração Tributária. · e, estando o Fisco autorizado a utilizar o edital como meio de intimação, deveria proceder dessa forma somente quando o contribuinte não fosse localizado pelos meios ordinários de intimação. · aduz, ainda, que tomou o cuidado de indicar, na impugnação, o endereço de seu administrador, solicitando que as intimações fossem encaminhadas para aquele endereço. No caso, referese ao Sr. LUIZ AUGUSTO PAULINO, e o respectivo endereço sito à rua Iwajiro Takahashi, 219, Bairro Tremembé, CEP 02315000, São PauloSP. Alega que tal solicitação foi ignorada, tendo sido, novamente, cometido o mesmo erro de intimála via edital. · finalmente, assevera que houve falta de razoabilidade, conduta desproporcional e cerceamento do direito de defesa por parte da Fazenda Nacional, além de infringência ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. 2) No mérito, repisa os argumentos já expendidos na sua impugnação, abaixo apresentados de forma resumida: · precariedade da presunção adotada pela fiscalização e erro na apuração do quantum debeatur depósito de R$106.000,00, feito em 12/01/2006, que seria oriundo de transferência de contacorrente da própria autuada; empréstimos contraídos com sua coligada PLENA COMERCIAL ATACADISTA LTDA, no importe de R$1.411.500,00, não aceitos pela autoridade julgadora de 1ª instância; · vendas realizadas em dezembro de 2005 para pagamento em 30, 60 e 90 dias, que estariam sendo tributadas indevidamente; · violação do sigilo bancário sem autorização judicial;Impossibilidade de aplicação da Taxa Selic; · confiscatoriedade da multa aplicada. Em seu voto, o Conselheiro Antônio José Praga de Souza aduz que a recorrente questiona a legalidade da obtenção dos extratos bancários da empresa sem autorização judicial. Cita o art. 62A, § 1º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de Junho de 2009, para fundamentar o seu voto pelo sobrestamento do julgamento até a decisão definitiva, por parte do STF, a respeito do RE nº 601.314, que trata da mesma matéria. Acatado o referido voto, por unanimidade, restou sobrestado o julgamento. É o relatório. Fl. 1061DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16832.001062/200922 Acórdão n.º 1402002.269 S1C4T2 Fl. 1.059 7 Voto Conselheiro LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONÇALVES, Relator. Preliminarmente, divirjo do Conselheiro Antonio José Praga de Souza, que em seu voto para fundamentar o sobrestamento do julgamento, asseverou estar tempestivo o recurso voluntário. Para melhor entender a questão, fazse necessário rever o processo desde o seu início, o que nos ajudará a firmar a convicção necessária e tomar a decisão mais adequada ao caso. Desde o início do procedimento fiscal, até a intimação do resultado do julgamento de 1ª instância, as intimações à autuada ou a seus responsáveis tem sido objeto de discussão, constituindo, inclusive, uma das principais alegações da parte para a defesa da nulidade do auto de infração. Segundo a AuditoraFiscal responsável pelo procedimento de auditoria, a empresa não foi localizada no local indicado no cadastro da Receita Federal (CNPJ), quando a mesma se dirigiu, pessoalmente, ao respectivo endereço em 11/12/2008, localizado na Rua Visconde de Inhaúma, nº 50, sala 517, Centro do Rio de Janeiro. Ainda, segundo a Auditora, vide Relatório de suporte à RMF (efls. 45/46 numeração do processo digital, que utilizaremos daqui por diante) e Termo de Constatação Fiscal de efls. 390/391, o local estaria fechado, "não havendo ninguém, na vizinhança, que conhecesse o seu paradeiro. As pessoas encontradas nas salas vizinhas e o próprio porteiro do prédio disseram também nada saber sobre o contribuinte." Não encontrando ninguém no endereço constante do cadastro para dar ciência do Termo de Início de Fiscalização, a Auditora responsável procedeu a intimação dos sócios e responsáveis legais, conforme a cronologia abaixo: a) 15/12/2008 intimação do responsável legal pela empresa e seu diretor presidente, o Sr. LUIZ AUGUSTO PAULINO, vide efls. 25/28 correspondência encaminhada ao endereço cadastral do sócio, por sinal, o mesmo endereço indicado na impugnação, para o recebimento de correspondência; correspondência devolvida pelos Correios ECT com motivo apontado de "destinatário ausente"; b) 05/02/2009 intimação da sócia SEA VENTURE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, vide efls. 29/32; correspondência devolvida pelos Correios ECT com motivo apontado de "destinatário ausente" depois de várias tentativas de entrega; c) 05/02/2009 intimação da sócia REVERE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, vide efls. 33/36; correspondência devolvida pelos Correios ECT com motivo apontado de "destinatário ausente" depois de várias tentativas de entrega; Fl. 1062DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 8 d) 05/02/2009 intimação do Sr. Adalberto Pessoa Alves, indicado como o responsável pelo preenchimento da DIPJ, vide efls. 37/41, respondida pelo mesmo, em que alegou não mais prestar serviços à requerida nem possuir nenhum documento de interesse da Fiscalização. Todas as tentativas de localização/intimação da empresa e de seus responsáveis foram infrutíferas, não restando outra alternativa à fiscalização senão dar início ao procedimento fiscal através do edital de nº 61/2009, v. efls. 42, publicado em 16/04/2009. Ainda segundo a Autoridade Fiscal, após formular Representação para fins de declaração de inaptidão ao chefe da unidade administrativa que jurisdiciona a autuada, restou configurada a "Inexistência de Fato" da contribuinte, com a publicação do Ato Declaratório nº 36/2009, às fls. 23 da Seção 1 do DOU nº 134, de 16/07/2009. A partir de então, todas as intimações à requerente foram realizadas exclusivamente pela forma editalícia, inclusive o Auto de Infração, conforme edital nº 348/2009, publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 04/12/2009, v. efls. 469. Segundo ao art. 23, § 2º, inciso IV, do Decreto nº 70.235/72 PAF, a ciência se perfectibilizou em 21/12/2009. Em 29/01/2010, a procuradora da empresa, Dra. Carlota Berault Moreira, comparece pela 1ª vez ao processo para requerer vistas e cópia dos autos (v. efls. 472), providência atendida no mesmo dia, v. efls. 483. Segundo a advogada, teria tomado ciência da autuação através de um telefonema realizado pela própria Auditora Fiscal, em 19 de janeiro de 2010 (v. efls. 486). Em 26/02/2010, fora do prazo regulamentar, portanto, a requerente protocola impugnação ao Auto de Infração (v. efls. 507/533). Entretanto, a impugnação foi recebida e considerada tempestiva pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, haja vista que a cópia dos autos de infração só foram disponibilizadas à requerente em 29/01/2010; ainda, nesta data, os autos estavam em poder da fiscalização, em fase final de numeração das folhas para sua completa constituição física. E mais, a cópia do processo, só foi disponibilizada à recorrente em 10/02/2010. Portanto, para evitar a alegação de cerceamento de defesa, esses foram os motivos para o recebimento e conhecimento da impugnação, com os quais, desde já, me coaduno, por considerar perfeito o entendimento exposado pela autoridade julgadora de 1ª instância. A DRJ julgou o processo em 03 de março de 2011, porém, a decisão somente foi encaminhada à contribuinte em 24/11/2011 (v. efls. 781/786), pelo correio, e enviada para o mesmo endereço constante do cadastro e da qualificação constante da Impugnação. Novamente, a intimação restou frustrada, tendo os Correios devolvido a correspondência ao remetente sob o motivo de "Mudouse". Ato contínuo, a Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro I procedeu à intimação da recorrente através do edital nº 77/2011 (v. efls. 787), publicado no DOU de 06 de janeiro de 2012 (v. efls. 788). Assim, em 23 de janeiro de 2012, considerase como realizada a intimação. Já o prazo para a apresentação de recurso voluntário expirou em 22 de fevereiro de 2012. Entretanto, somente em 11 de maio de 2012, a recorrente protocolou seu recurso voluntário (v. efls. 1.001 e ss). Fl. 1063DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16832.001062/200922 Acórdão n.º 1402002.269 S1C4T2 Fl. 1.060 9 Em preliminar de tempestividade, alega a recorrente que, como tomou ciência da decisão recorrida apenas em 18/04/2012, o prazo para a apresentação do recurso voluntário seria 18/05/2012. Repisa os argumentos já expendidos quando da impugnação acerca da nulidade da intimação editalícia, cabível, segundo ela, somente após restarem improfícuos os demais meios de intimação. Cita a doutrina e jurisprudência administrativa. Alega, ainda, em relação ao fato de não ter sido localizada pelos Correios ou pelo próprio Auditor: competiria "à fiscalização proceder a novas diligências nas instalações da recorrente, enviar carta registrada ou realizar qualquer outra providência efetiva (e de possível demonstração nos autos) para adoção do procedimento de citação por edital"; competiria à fiscalização verificar "que em todos os demais processos administrativos em que a empresa era parte, ela sempre foi localizada e intimada"; a recorrente sempre esteve à Rua Visconde de Inhaúma, 50, sala 517, Rio de Janeiro, tendo respondido a todas as demais intimações expedidas pela RFB em outros processos administrativos (lista os respectivos processos); Em relação ao fato de ter sido declarada inapta perante o CNPJ, o que autorizaria a intimação por edital, argumenta que tal disposição, constante do art. 23, § 1º, do Decreto nº 70.235/72, seria uma faculdade e não uma obrigatoriedade por parte da Administração Tributária. E, estando o Fisco autorizado a utilizar o edital como meio de intimação, deveria proceder dessa forma somente quando o contribuinte não fosse localizado pelos meios ordinários de intimação. Aduz, ainda, que tomou o cuidado de indicar, na impugnação, o endereço de seu administrador, solicitando que as intimações fossem encaminhadas para aquele endereço. No caso, referese ao Sr. LUIZ AUGUSTO PAULINO, e o respectivo endereço sito à rua Iwajiro Takahashi, 219, Bairro Tremembé, CEP 02315000, São PauloSP. Alega que tal solicitação foi ignorada, tendo sido, novamente, cometido o mesmo erro de intimála via edital. Por todo o alegado, assevera que houve falta de razoabilidade, conduta desproporcional e cerceamento do direito de defesa por parte da Fazenda Nacional, além de infringência ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. As alegações da recorrente não devem prosperar. Inicialmente, cumpre destacar que o procedimento fiscal, desde o seu início, foi desenvolvido dentro dos ditames legais cabíveis ao caso. Apenas para relembrar, a autoridade fiscal dirigiuse ao endereço da contribuinte, indicado no cadastro, não encontrando ninguém no local. Questionou os vizinhos, porteiro do edifício, não obtendo nenhuma informação do paradeiro da empresa. A partir daí, intimou os sócios e responsáveis pela autuada, não obtendo nenhuma resposta também. Ora, o que restaria à autoridade fiscal fazer? Restoulhe a medida excepcional da citação por edital, ferramenta posta à disposição pelo art. 23 do Decreto nº 70.235/72, para que o respectivo procedimento tivesse o impulso necessário. Art. 23. Farseá a intimação: Fl. 1064DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 10 I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (...) § 1° Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I no endereço da administração tributária na internet; II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. §2° Considerase feita a intimação: (...) IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3º Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. A partir do momento em que verificou serem infrutíferas suas tentativas em localizar a empresa ou seus responsáveis, a autoridade fiscal lavrou representação dirigida ao chefe da unidade administrativa que jurisdiciona a contribuinte para fins de declaração de inaptidão. Desta feita, em processo administrativo específico para casos tais, foi declarada a inaptidão da contribuinte, por Inexistência de Fato, e formalizada pelo Ato Declaratório Executivo nº 36/2009, publicado às fls. 23 da Seção 1 do DOU nº 134, de 16/07/2009 (v. efls. 46). Ora, a partir deste momento, e conforme o disposto no § 1º do art. 23 do PAF, acima reproduzido, mais um motivo tinha a autoridade fiscal para utilizarse do edital para a ciência dos atos processuais. Tem razão a recorrente quando alega ser uma faculdade conferida à autoridade fiscal a utilização do edital nesses casos, entretanto, após todas as tentativas frustradas de localização da empresa e de seus responsáveis, não se poderia esperar conduta diversa da AuditoraFiscal ao utilizarse do edital para as intimações dali por diante a serem realizadas. Portanto, em relação ao procedimento fiscal em si, não vislumbramos nenhuma nulidade na atuação da fiscalização, razão pela qual tal alegação deve ser rechaçada por inteiro. Em relação à intimação do resultado do julgamento proferido pela DRJ, também não há nenhum reparo a ser feito. Inicialmente, cumpre informar que esse tipo de comunicação não é feito pela repartição responsável pelo julgamento, no caso a DRJ no Rio de Janeiro. As intimações dos resultados de julgamentos são realizadas pela autoridade preparadora, na unidade administrativa que jurisdiciona o estabelecimento sede da contribuinte. Assim foi feito pela Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro I, ao encaminhar, Fl. 1065DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16832.001062/200922 Acórdão n.º 1402002.269 S1C4T2 Fl. 1.061 11 primeiramente via Correios, a intimação de efls. 781, para o mesmo endereço da Rua Visconde de Inhaúma, nº 50, sala 517, Centro do Rio de Janeiro, de onde a requerente alega nunca ter saído. A correspondência, novamente, retornou dos Correios, com o motivo de "Mudouse". A autoridade preparadora, então, não teve outra alternativa, senão fazer a intimação por edital. Não cabia, nesse caso, como defende a recorrente, "à fiscalização proceder a novas diligências nas instalações da recorrente, enviar carta registrada ou realizar qualquer outra providência efetiva (e de possível demonstração nos autos) para adoção do procedimento de citação por edital", para lhe entregar a intimação com o resultado do julgamento. Neste momento processual os autos não estão mais em poder da fiscalização, e sim com a autoridade preparadora, que utilizase da intimação por via postal para a comunicação dos atos administrativos. Também não carece de maior relevo o argumento da parte de que a autoridade preparadora estaria vinculada ao encaminhamento de qualquer comunicação à pessoa indicada ao final da sua impugnação, o Sr. LUIZ AUGUSTO PAULINO, mesmo porque o referido Senhor, na qualidade de responsável legal pela empresa, já havia sido intimado, no mesmo endereço indicado na impugnação, e não fora localizado. Ademais, o endereço indicado pelo contribuinte na sua qualificação, à primeira página da Impugnação (v. efls. 507), é o mesmo que foi utilizado pela autoridade preparadora, e constante dos cadastros da Receita Federal, de onde a recorrente alega nunca ter saído e recebido diversas outras intimações da própria RFB. Portanto, irretocável o procedimento realizado pela autoridade preparadora para intimar a contribuinte do resultado do julgamento de1ª instância. Conseqüentemente, o recurso voluntário apresentado em 11 de maio de 2012 é manifestamente intempestivo, haja vista que o prazo para sua interposição expirou em 22 de fevereiro de 2012. Isto posto, meu voto é pelo não conhecimento do Recurso Voluntário. Em 09 de agosto de 2016 (assinado digitalmente) LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONÇALVES – Relator Fl. 1066DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 11522.001535/2007-18
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 26 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001, 01/01/2002 a 28/02/2002, 01/06/2002 a 30/06/2002, 01/10/2002 a 31/10/2002, 01/09/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 30/04/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004
DECADÊNCIA - COMPROVAÇÃO PAGAMENTO - ARTIGO 150 §4º CTN - APLICAÇÃO.
Comprovado o pagamento do tributo lançado pela modalidade homologação, ainda que parcialmente, o prazo decadencial é aquele previsto no artigo 150, §4º, do CTN.
Numero da decisão: 9202-004.562
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Heitor de Souza Lima Junior e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1718; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 761 1 760 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11522.001535/200718 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.562 – 2ª Turma Sessão de 23 de novembro de 2016 Matéria DECADÊNCIA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado FRIGORIFICO NOVO MILENIO LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001, 01/01/2002 a 28/02/2002, 01/06/2002 a 30/06/2002, 01/10/2002 a 31/10/2002, 01/09/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 30/04/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004 DECADÊNCIA COMPROVAÇÃO PAGAMENTO ARTIGO 150 §4º CTN APLICAÇÃO. Comprovado o pagamento do tributo lançado pela modalidade homologação, ainda que parcialmente, o prazo decadencial é aquele previsto no artigo 150, §4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Heitor de Souza Lima Junior e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 52 2. 00 15 35 /2 00 7- 18 Fl. 761DF CARF MF 2 Relatório Trata a presente notificação cientificada ao sujeito passivo acima identificado em 23/04/2007, de contribuições previdenciárias incidentes sobre a comercialização da produção rural decorrentes da aquisição de pessoas físicas, em virtude da subrrogação, declaradas em GFIP, nas competências de 05/2001, 01/2002, 02/2002, 06/2002, 10/2002, 09/2003, 10/2003, 12/2003 a 04/2004 e 06/2004. A impugnação apresentada foi julgada improcedente em parte pela DRJ (fl. 419). Ato seguinte, tempestivamente, foi apresentado Recurso Voluntário pelo contribuinte. No julgamento deste Recurso, a 2ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por maioria, deu provimento parcial do recurso para excluir do lançamento as competências de 05/2001, pela fluência do prazo decadencial do artigo 173, I do CTN e de 01/2002 e 02/2002, devido à extinção do crédito pela homologação tácita prevista no art. 150, parágrafo 4º do CTN, exarando a seguinte decisão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001, 01/01/2002 a 28/02/2002, 01/06/2002 a 30/06/2002, 01/10/2002 a 31/10/2002, 01/09/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 30/04/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004 Ementa: DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. GRUPO ECONÔMICO DE FATO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Caracterizase grupo econômico quando duas ou mais empresas estão sob a direção, o controle ou a administração de outra, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica. Empresas que, embora tenham situação jurídica distinta, são dirigidas de fato pelas mesmas pessoas, exercem suas atividades no mesmo endereço formam um grupo econômico, sendo solidariamente responsáveis pelas contribuições previdenciárias de qualquer uma delas. PRODUTO RURAL PESSOA FÍSICA SUBROGAÇÃO A empresa adquirente fica subrogada nas obrigações do produtor rural pessoa física com empregados e do segurado especial, relativas ao recolhimento da contribuição incidente sobre a comercialização da produção rural estabelecida no art. Fl. 762DF CARF MF Processo nº 11522.001535/200718 Acórdão n.º 9202004.562 CSRFT2 Fl. 762 3 25 da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei nº 10.256/2001. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade declarada pelo STF no Recurso Extraordinário nº 363.852 não produz efeitos aos lançamentos de fatos geradores ocorridos após a Emenda Constitucional nº 20/98. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas que entenderam aplicarse o art. 150, parágrafo 4º do CTN para todo o período. O Conselheiro Arlindo da Costa e Silva entendeu aplicarse o art. 173, inciso I do CTN para todo o período. Para o período não decadente vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas. Cientificada da decisão, a União, tempestivamente, apresentou Recurso Especial, visando rediscutir o termo inicial do prazo decadencial, trazendo como paradigma o acórdão 230100.253, alegando que o entendimento ali exposto é no sentido de que o recolhimento antecipado que atrai a aplicação do § 4º, do artigo 150, do CTN é aquele referente à rubrica lançada, individualmente considerada, divergente, pois do entendimento exposto no acórdão recorrido no sentido guia de recolhimento genérica de contribuições previdenciárias já é suficiente para se poder aplicar o § 4º, do artigo 150. Em suas razões alega a União que que não ocorreu o pagamento antecipado sobre a rubrica Sat/rat das competências 01/2002 e 02/2002, motivo pelo qual, tornase necessária a aplicação do prazo decadencial previsto no art. 173, I do CTN para essas parcelas e não, do art. 150, § 4" do CTN. Em seu pedido a União requer o conhecimento e o provimento do presente recurso para que seja reformado o acórdão recorrido seguindo o entendimento das razões apresentadas. No exame de admissibilidade o Presidente da 3ª Câmara da 2ª seção acolheu o alegado pela União, dando seguimento ao Recurso. Regularmente intimado, o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Fl. 763DF CARF MF 4 Com relação ao conhecimento do Recurso da União entendo que não merecem prosperar as alegações do contribuinte em suas contrarrazões. A questão a ser aqui analisada não demanda a análise de matéria não analisada pela Turma a quo. Vejam que a decadência foi analisada em sede de preliminar, verificandose apenas que existiam comprovantes de pagamento das contribuições incidentes sobre a folha de pagamento, de modo a se aplicar a decadência. A divergência apontada pela União reside exatamente no ponto de que as guias de pagamento apresentadas são genéricas e não relativas às rubricas específicas. Ou seja, a divergência que se busca harmonizar é se pagamentos genéricos servem de comprovação para averiguação da decadência ou se apenas pagamentos específicos o servem. Não se demanda aqui analisar elementos não analisados pela Turma a quo. Se julgado procedente o Recurso, é certo que os autos devem retornar para que a Turma a quo analise as demais matérias em discussão. Assim sendo, merece ser conhecido o Recurso da União. Passo então à análise do mérito. O lançamento por homologação, regulado pelo artigo 150 do CTN, tem como principal característica a atribuição ao contribuinte do dever de antecipar o pagamento do tributo, ficando a autoridade administrativa com o dever de posteriormente chancelar ou não o valor do recolhimento efetuado e, sendo o caso, efetuar cobrança de diferença, verbis: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. A regra da decadência do direito do fisco de lançar o tributo por homologação é regra especial, contida no §4º, do artigo 150 em questão, que estabelece o prazo de cinco anos contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo, caso não comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, verbis: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC, firmou o seguinte entendimento em relação a questão em debate: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. Fl. 764DF CARF MF Processo nº 11522.001535/200718 Acórdão n.º 9202004.562 CSRFT2 Fl. 763 5 IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” Ao se posicionar sobre o tema a 1ª Turma da CSRF, por maioria, se manifestou que a aplicação do artigo 173, I, do CTN na constituição de crédito relativo a tributos sujeitos ao lançamento por homologação, apenas pode ocorrer na hipótese de não haver pagamento, nem declaração do tributo, conforme trecho do voto vencedor do Acórdão 9101002.021, abaixo transcrito: A interpretação do texto transcrito nos leva à conclusão de que devemos nos dirigir ao artigo 173, I, do CTN quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito que constitua o crédito tributário. Assim, encontraríamos duas condições para sairmos do artigo 150, §4º: 1) não haver o pagamento e 2) não haver declaração prévia constitutiva do crédito. Assim, mesmo não existindo o pagamento, a declaração prévia constitutiva do crédito bastaria para mantermos a contagem do prazo a partir do fato gerador. Entendo pertinente essa última colocação, no sentido de que a declaração prévia, constitutiva do crédito tributário basta para manutenção da contagem do prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador. Isso porque, não pago o tributo a União já possui título passível de execução direta, não demandando qualquer procedimento administrativo para se efetuar a cobrança. Nesse contexto o próprio STJ, no fim do ano de 2015, editou a Súmula 555, que possui a seguinte redação: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. A meu ver, para fins de contagem do prazo decadencial a declaração do débito na competente obrigação acessória se equivale ao pagamento. Fl. 765DF CARF MF 6 Assim, para a aplicação do §4º, do artigo 150, do CTN exigese a ocorrência dos seguintes situações: 1. A lei deve estabelecer que o lançamento do tributo é realizado na modalidade homologação; 2. Não ocorra a comprovação de dolo, fraude ou simulação pelo ente tributante; 3. Haja pagamento e/ou declaração do tributo. Passo, então, a verificar a aplicação da decisão representativa de controvérsia do Recurso Especial nº 973.733 ao caso ora sob análise. Entenderam os julgadores a quo que, diante da constatação de que houve pagamento em relação às competências 01/2002 e 02/2002 do período compreendido na demanda em relação a elas ocorreu a decadência, com base no artigo 150, §4º, do CTN. Para a competência 05/2001, foi reconhecida a decadência com base no artigo 173, I, do CTN. Vale aqui transcrever trecho do acórdão a quo que tratou esse ponto: No caso em questão, inclinome à tese jurídica na Súmula Vinculante n° 08 para acatar o prazo decadencial exposto no Código Tributário Nacional, artigo 150, § 4º, uma vez que comprovadamente a recorrente procedeu a recolhimentos previdenciários parciais, relativos ao crédito lançado nesta notificação, conforme discriminativo analítico do débito de fls. 04/06, para as competências a partir de 01/2002: (...) Tomandose por base a data da cientificação do último sujeito passivo, em 23/04/2007, devem ser excluídas do lançamento as competências até 03/2002. Para a competência 05/2001, deve ser aplicada a decadência exposta no artigo 173, I do CTN, visto que não houve recolhimento parcial, mas estando também excluída, face a data da ciência da NFLD, em 23/04/2007. (...) Voto pelo provimento parcial do recurso para excluir do levantamento as competências de 05/2001, pela fluência do prazo decadencial do artigo 173, I do CTN e de 01/2002 e 02/2002, devido à extinção do crédito pela homologação tácita prevista no art. 150, parágrafo 4º do CTN. De fato, no DAD é possível verificar o recolhimento das contribuições para as rubricas em questão. Logo, não assiste razão à alegação de que se tratam de recolhimentos genéricos. Assim sendo, considerando que o pagamento foi comprovado no presente caso, entendo que o prazo decadencial deve ser contado com base no artigo 150, §4º do CTN. Nesse contexto, voto por NEGAR provimento ao recurso da União. Fl. 766DF CARF MF Processo nº 11522.001535/200718 Acórdão n.º 9202004.562 CSRFT2 Fl. 764 7 Necessário destacar que no entendimento da maioria a declaração do tributo não se equipara a pagamento para efeitos de contagem do prazo decadencial. (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Fl. 767DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.005872/2001-18
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 06 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Exercício: 1997, 1998
OMISSÃO DE RECEITAS. PASSIVO FICTÍCIO
Comprovadas parcialmente as obrigações registradas, por documentos hábeis e idôneos, há que ser mantida a desoneração correspondente.
GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS
Tendo em vista a redução de algumas infrações referentes ao ano 1996, foi restabelecido saldo suficiente para a compensação realizada pelo contribuinte em 1997. Glosa indevida.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
Exercício: 1997, 1998
OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL
Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da CSLL foi reflexo nesta parte.
GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREJUÍZO DECORRENTE DA DIFERENÇA IPC/BTNF
Vez que o sujeito passivo não efetuou a exclusão da correção monetária pelo IPC/BTNF do prejuízo fiscal existente em 31/12/1989, não ocorreu a infração pretendida.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL - COFINS
Exercício: 1997
OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL
Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da Cofins foi reflexo nesta parte.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Exercício: 1997
OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL
Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento do PIS foi reflexo nesta parte.
PIS/REPIQUE
O lançamento do PIS/Repique decorre automaticamente da aplicação do art. 3º, alínea "a", e parágrafo 1°, alínea "c" da Lei Complementar no. 7/70, sendo calculada mediante a aplicação do percentual de 5% sobre o imposto calculado a 15%. Uma vez que o imposto foi reduzido, o lançamento do PIS/Repique deve espelhar essa redução.
Numero da decisão: 1202-000.265
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: Valeria Cabaral Géo Verçoza
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 1997, 1998 OMISSÃO DE RECEITAS. PASSIVO FICTÍCIO Comprovadas parcialmente as obrigações registradas, por documentos hábeis e idôneos, há que ser mantida a desoneração correspondente. GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS Tendo em vista a redução de algumas infrações referentes ao ano 1996, foi restabelecido saldo suficiente para a compensação realizada pelo contribuinte em 1997. Glosa indevida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Exercício: 1997, 1998 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da CSLL foi reflexo nesta parte. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREJUÍZO DECORRENTE DA DIFERENÇA IPC/BTNF Vez que o sujeito passivo não efetuou a exclusão da correção monetária pelo IPC/BTNF do prejuízo fiscal existente em 31/12/1989, não ocorreu a infração pretendida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Exercício: 1997 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da Cofins foi reflexo nesta parte. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 1997 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento do PIS foi reflexo nesta parte. PIS/REPIQUE O lançamento do PIS/Repique decorre automaticamente da aplicação do art. 3º, alínea "a", e parágrafo 1°, alínea "c" da Lei Complementar no. 7/70, sendo calculada mediante a aplicação do percentual de 5% sobre o imposto calculado a 15%. Uma vez que o imposto foi reduzido, o lançamento do PIS/Repique deve espelhar essa redução.
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Turma / DRJ-Brasília / DF Interessado Schenker do Brasil Transportes Internacionais Ltda ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 1997, 1998 OMISSÃO DE RECEITAS. PASSIVO FICTÍCIO Comprovadas parcialmente as obrigações registradas, por documentos hábeis e idôneos, há que ser mantida a desoneração correspondente. GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS Tendo em vista a redução de algumas infrações referentes ao ano 1996, foi restabelecido saldo suficiente para a compensação realizada pelo contribuinte em 1997. Glosa indevida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Exercício: 1997, 1998 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da CSLL foi reflexo nesta parte. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREJUÍZO DECORRENTE DA DIFERENÇA IPC/BTNF Vez que o sujeito passivo não efetuou a exclusão da correção monetária pelo IPC/BTNF do prejuízo fiscal existente em 31/12/1989, não ocorreu a infração pretendida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Exercício: 1997 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL 1 Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da Cotins foi reflexo nesta parte. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 1997 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento do PIS foi reflexo nesta parte. PIS/REPIQUE O lançamento do PIS/Repique decorre automaticamente da aplicação do art. 3 0, alínea "a", e parágrafo 1°, alínea "c" da Lei Complementar no. 7/70, sendo calculada mediante a aplicação do percentual de 5% sobre o imposto calculado a 15%. Uma vez que o imposto foi reduzido, o lançamento do PIS/Repique deve espelhar essa redução. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofi io, r os -. rmos do relatório e voto que integram o presente julgado. Orland ose Go ..ves Bueno - Presidente. - ,2 C,‘)- 7̀2,, -c, trrie.-o Valéria Cabral Géo Vei- -çloza - RelatOra. EDITADO EM: fsl 3 JU1 2019 • Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Jose Gonçalves Bueno (Vice Presidente da Tuinia em exercício da Presidência), Carlos Alberto Donassolo, João Bellini Junior (Suplente Convocado), Décio de Lima Jardim (Suplemente Convocado), Nereida de Miranda Finamore Horta, Valeria Cabral Géo Verçoza. Ausente justificadamente o Conselheiro Nelson Lósso Filho. 2 Processo n° 13808.005872/2001-18 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.265 Fl. 2 Relatório Peço venha para adotar o relatório de 1 a. Instância o qual passo a transcrever: Contra o sujeito passivo qualificado nos autos foram lavrados os autos de infração de lRPJ e de reflexos de CSLL, Cofins e PIS às fls. 158/198, referentes a fatos geradores ocorridos em 1996 e 1997, com crédito tributário total de R$ 7.107.641,72 (sendo os juros calculados até 28/09/2001). 2. O lançamento decorreu dos fatos detalhados no Termo de Verificação Fiscal (fls. 130/141 ) e no Termo de Verificação Fiscal d. 02 (fls. 142/143), anexos ao auto de infração: Omissão de Receitas - Passivo fictício em 1996 - o contribuinte mantinha conta "C/C Exterior DIVS" no ativo, embora fosse efetivamente conta do passivo, já - que seus saldos eram sempre credores, correspondendo a direitos de terceiros frente à empresa. Intimado a comprovar o saldo em 31/12/96, mediante documentos que lhe deu origem, bem como a apresentar a comprovação da liquidação de cada uma das obrigações, o contribuinte não se manifestou, ensejando a autuação do saldo como receita omitida. Esta infração gerou reflexo de CSLL, PIS e Cofins; Glosa de Variações Monetárias Passivas - não apresentou os documentos que dessem suporte ao valor informado de variação monetária passiva na linha 14, Ficha 06 da DIRPJ/97. Esta infração gerou reflexo de CSLL; Excesso de Remuneração de dirigentes em 1996 - adição a menor na apuração do lucro real; Exclusões indevidas em 1996 - compensação indevida de valor relativo à diferença de correção monetária IPCIBTNF de prejuízos fiscais de 1987 e 1989, vez que, conforme Lalur, não tinha lucro real suficiente no período de 1990 a 1993 para absorvê-los, requisito fundamental para essa operação nos termos do Decreto no. 332, de 1991, e da IN SRF no. 125, de 1991. Esta infração gerou reflexo de CSLL; Compensação indevida de IRRF em 1996 - não foi apresentado qualquer documento referente ao IRRF compensado e a correspondente baixa em sua conta de Ativo: "Impostos. .a compensar"; Glosa de prejuízos fiscais.em 1997 - compensação indevida por insuficiência de saldo, haja vista reversões dos prejuízos declarados em 1996 após as infrações constatadas; Glosa de compensação de base negativa de CSLL (BNCSLL) em 1997 — auto de infração de CSLL - compensação indevida por insuficiência de saldo, haja vista reversões das bases negativas declaradas em 1996 após as infrações constatadas; PIS/Repique - lançado PIS/Repique para os fatos geradores 31/01/1996 e 29/02/1996, quando ainda não estava em vigor o disposto na MP IV 1.212/95, convalidada pela Lei d. 9.715/98. P1 --7/) 3 3. Cientificado em 15/10/2001, o sujeito passivo apresentou a impugnação às fls. 200/233, em 14/11/2001, acostada dos documentos às fls. 23412382, cujo conteúdo está resumido a seguir: • Inexistência do passivo fictício - tem a autuada como principal atividade (70 a 80% do total de negócios) o agenciamento de cargas internacionais por . meios aéreos e marítimos, através de subcontratação de espaços em aeronaves e navios em exportações de bens por conta e ordem de agentes no exterior, na cobrança do frete e apoio logístico nas importações. Por esse serviço faz jus a uma comissão de 2,5% sobre o valor total do frete, descontada quando da liquidação do mesmo através da remessa de câmbio ao exterior. A conta a que se refere a pretensa infração representa as obrigações da impugnante em favor de empresas de agenciamento de transportes no exterior pelos serviços de cobrança de fretes efetuados de importadores brasileiros, funcionando como um conta-corrente. Em razão do grande volume de operações (mais de 5000 créditos individualizados em dezembro de 1996), os documentos de transporte internacional de carga são registrados em Livro Auxiliar, cuja totalização mensal é transcrita no Diário. Foi por essa razão (volume elevado de documentos e operações) que não disponibilizou para a fiscalização todo o movimento contábil desta conta. Para comprovar a origem do saldo em 31/12/96 e a liquidação das obrigações anexou os documentos 06 a 16, relativos a movimentos contábeis dos pagamentos efetuados por meio de contratação de câmbio durante os primeiros 15 dias do ano de 1997. Tais documentos são apenas uma amostra (cerca de 1000 cópias), que comprovam a liquidação de cerca de 18% das obrigações existentes em 31/12/96. Os pagamentos efetuados em 1997 totalizam 97,9% da liquidação das obrigações, estando os documentos à disposição do fisco caso entendam necessária a realização de diligência. A parcela restante das obrigações foram liquidadas no ano de 1998 e seguintes (conforme exemplo do doc. 17) ou estornadas. Quanto às tributações reflexas de PIS e Cotins, as mesmas são improcedentes, ainda que se entenda o cabimento da omissão de receitas lançada no IRPJ, pois o art. 24 da Lei no. 9.249/95 detellnina que o valor da receita omitida, e não o valor da equiparação a omissão de receitas por presunção, seja considerado na determinação da base de cálculo dessas contribuições; • Variações Cambiais passivas - as variações monetárias têm, basicamente, origem na operação descrita no item anterior, sendo incorridas desde a efetiva cobrança do importador brasileiro até o efetivo pagamento através da liquidação do, .câmbio. A contrapartida das variações monetárias é feita na conta CC Exterior e na conta Clientes Importações. Anexou cópias dos Razões de variação cambial ativa e passiva do ano de 1996 (doc. 18), a partir dos quais percebe erro cometido no lançamento ao não considerar as variações cambiais ativas; • Excesso de retiradas - o Auditor-Fiscal cometeu erro ao apurar o limite relativo, pois utilizou o lucro real antes da dedução do excesso das remunerações, quando deveria ser o lucro real antes da dedução das remunerações, nos termos do parágrafo 2°. do art. 296 do RIR194; Exclusões indevidas - o cálculo para a verificação do "salvamento" de prejuízos complementares decorrentes da diferença IPC/BTNF não deve considerar • compensações de prejuízos fiscais apurados após o período atingido pela Lei d. 8.200/91, mais especificamente, a partir de 31/12/90, que seriam compensáveis nos anos seguintes, até porque a legislação superveniente (Lei n°s. 8.981/95 e 9.065/95) não mais estabelece qualquer prazo para que a compensação desses prejuízos seja realizada. Então, é indevida a dedução pelo fiscal do valor relativo ao prejuízo fiscal apurado no ano 1991 para fins de verificação da viabilidade da compensação da parcela complementar IPC/BTNF do prejuízo fiscal do ano de 1989. Ademais, não foi observada a legislação ao não se respeitar a determinação contida no art. 3°. da Lei n. 8.200/91, alterado pelo art. 11 da Lei d. 8.682/93, que estabelece como parcela compensável no ano de 1996 o montante de 15% do saldo dos prejuízos 4 Processo n° 13808.005872/2001-18 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.265 Fl. 3 complementares apurados, recalculando-se a utilização do saldo apurado erroneamente desde o ano de 1993; • Compensação do IRRF - os lançamentos rel"Orentes aos valores utilizados durante o ano-calendário de 1996 não foram aceitos pela fiscalização aparentemente em razão das suas respectivas contabilizações terem sido registradas apenas no mês de dezembro de 1996, posteriormente, pois, aos meses em que foram efetivamente - aproveitados, tal como informado -na declaração de rendimentos (doe. 21). Esse atraso na contabilização não constitui motivo legal para a não admissão da compensação efetuada. Anexou comprovantes de retenções efetuadas durante o ano 1995 (doe. 22) e a declaração de rendimentos deste mesmo ano-calendário (doe. 23), demonstrando que esses valores não foram anteriormente compensados, havendo saldo legítimo suficiente para as compensações glosadas; • Glosa de prejuízos e bases negativas compensadas - conforme consta do auto, a glosa decorreu da reversão de prejuízos/bases negativas ocorridos durante 1996, em função das demais infrações. Sendo essas improcedentes, por conseguinte, também é improcedente esta exigência. Ademais, o auto de infração e o termo de verificação fiscal não fornecem subsídios para que a impugnante possa conferir o lançamento efetuado, cerceando seu direito de defesa; • Lançamento do PIS/Repique - ao considerar improcedente a exigência do IRPJ, improcedente também é a exigência desta contribuição. Além disso, ocorreu cerceamento do .direito de defesa, pois há falta de subsídios para compreensão da infração supostamente cometida; • Outras irregularidades do lançamento de IRP J - não foi efetuada a dedução, na determinação do Lucro Real, das despesas de CSLL, conforme legislação vigente, PN 02/96 e farta jurisprudência; • A parcela procedente dos lançamentos (vide doc. 24), relativa ao excesso de retirada em novembro de 1996 e glosa de exclusão de prejuízos fiscais complementares IPC/BTNF nos meses de maio e junho (efetuada a maior), está sendo recolhida nesta data e os comprovantes respectivos serão juntados oportunamente. Cópias dos Darfforam anexados às fls. 2392/2394; • Protestou pela realização de diligências, especificamente em relação ao passivo fictício, tendo anexado quesitos. 4. Diante das alegações do sujeito passivo e dos documentos anexados por ele aos autos, os autos do processo foram encaminhados à Defic/SP, conforme despacho às fl. 2405/2408, em setembro de 2005, para que, em diligência adotassem .as seguintes providências: • Analisar a documentação em poder do sujeito passivo, cuja amostra relativa a 15 dias do ano de 1997 anexou às fl. 469/1708 (doc. 6/16) a fim de verificar a efetiva liquidação nos anos de 1997 e 1998 do saldo de obrigações registrado na conta C/C Exterior ao final de 1996. Concluir pela comprovação ou não da origem do referido saldo e da sua liquidação posterior. Caso haja comprovação apenas parcial, calcular o novo valor de omissão de receitas (passivo fictício), elaborando demonstrativo dos lançamentos; com ausência de comprovação; • Analisar a documentação em poder do sujeito passivo, a fim de verificar a efetiva ocorrência das variações cambiais passivas apuradas mensalmente pelo contribuinte. Concluir pela comprovação ou não das mesmas. Elaborar planilha demonstrando os valores não comprovados; (3, \ 1 5 • Verificar se os documentos às fl. 1943/2339 (Doc 22) comprovam o valor compensado de lRRF utilizado para a redução do imposto de renda em 1996, se esses estavam devidamente escriturados e se não foram anteriormente compensados em declaração de período anterior, bem assim se foi efetuada a baixa do crédito porventura existente quando da compensação efetuada em 1996. 5. Como resultado da diligência foram anexados os documentos às fl. 2409/3448, bem assim foi elaborado o Relatório Fiscal às fl. 3449/3455, cujo teor está resumido a seguir: • Omissão de receita - passivo fictício em 1996 - o sujeito passivo logrou comprovar a parcela do passivo que foi liquidada em 1997, no montante de R$ • 6.734.122,54, não apresentando nada a respeito da parcela que teria sido liquidada em 1998 conforme alegado. Restou, pois, uma parcela não comprovada do passivo no montante de R$ 146.541,43; • Glosa de Variações Cambiais Passivas - intimado, nada foi apresentado pelo sujeito passivo. A título de informação, a autoridade fiscal ressaltou a enorme variação cambial escriturada, incompatível com a evolução do Real frente ao Dólar americano no mesmo período. Alertou que para uma variação escriturada — tão expressiva num período de flutuação cambial muito pequena seria necessário que os saldos mensais da conta do passivo representativa da obrigação assumida variassem enormemente, o que não aconteceu no caso, consoante cópia do Razão (fl. 1819/1843); • Compensação indevida de IRRF em 1996 - com base no material apresentado, verificou-se que o sujeito passivo não possuía qualquer saldo de IRRF a compensar no ano fiscalizado. A autoridade fiscal verificou que a compensação efetuada em 1995 já foi superior ao que o sujeito passivl dispunha de saldo de IRRF a compensar. 6. O sujeito passivo foi cientificado do resultado da diligência em 18/04/2007, consoante AR à fl. 3.456, tendo sido concedido prazo para manifestação de dez dias nos termos do art. 44 da Lei d. 9.784199. Apresentou o requerimento à fl. 3.457, onde solicitou concessão de prazo suplementar de 30 (trinta) dias para a apresentação de resposta à diligência. Não consta nos autos manifestação da autoridade fiscal quanto ao pleito do requerimento. 7. Não tendo sido apresentada qualquer manifestação quanto ao resultado da diligência pelo contribuinte, os autos do processo foram devolvidos a esta DRIWBSA/DF em 14/05/2007, conforme despacho à fl. 3.458. Em 11 de junho de 2007, a 2 a. Turma da DRJ/I3SA, por unanimidade de votos, considerou procedente em parte o lançamento, recorrendo de oficio em razão do montante do crédito tributário exonerado, correspondente a R$ 2.313.557,58. O acórdão restou assim ementado (fls. 3.472 a 3.497): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica — IRPJ Ano-calendário: 1996, 1997 OMISSÃO DE RECEITAS. PASSIVO FICTÍCIO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. O sujeito passivo logrou comprovar parcialmente que as obrigações registradas foram liquidadas em ano posterior. Procedência parcial da matéria. 6 P Processo n° 13808.005872/2001-18 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.265 Fl. 4 VARIAÇÃO CAMBIAL. GLOSA O sujeito passivo não comprovou documentalmente a variação cambial escriturada. Lançamento procedente nesta parte. • IRRF. GLOSA DE DEDUÇÃO Conforme documentação apresentada, o sujeito passivo não possuía saldo a compensar em 1996, tendo sido utilizado totalmente até 1995. Lançamento procedente nesta parte. EXCESSO DE REMUNERAÇÃO DE ADMINISTRADORES. LIMITE RELATIVO. O limite relativo correspondente a 50% do valor do lucro real antes da compensação de prejuízo fiscal e de serem computados os valores das remunerações correspondentes (ou seja, sem levar em consideração a remuneração deduzida na apuração do lucro líquido e do excesso adicionado ao lucro líquido na apuração do lucro real). Lançamento procedente nesta parte. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREJUÍZO DECORRENTE DA DIFERENÇA IPC/BTNF. O art. 30. da Lei n° 8.200, de 1991, c/c art. 40 do Decreto n°332, de 1991, e com a Lei n° 8.682, de 1993, estabeleceu a aplicação do fator correspondente à diferença IPC/BINF nos saldos de prejuízos fiscais existentes em 31/12/1989, fixando a sua dedução a partir de 1993 até o ano 1998, nos percentuais de 25% no primeiro ano e de 15% nos demais. Determinou, ainda, que a dedução do prejuízo corrigido pela diferença estaria condicionada à pessoa jurídica possuir lucro real suficiente para a compensação dos referidos valores devidamente atualizados nos períodos-base de 1990 a 1993. Na verificação de suficiência, de lucro real deveriam ser excluídas compensações efetuadas referentes a prejuízos gerados em 1991, motivo pelo qual o lançamento é apenas parcialmente procedente nesta parte. • GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. Tendo em vista a redução de algumas infrações referentes ao ano• de 1996, foi restabelecido saldo suficiente para a compensação realizada pelo contribuinte em 1997. Glosa indevida. CSLL APURADA. EXCLUSÃO DA BASE DO IRPJ A vedação à dedução da CSLL para efeito de determinação do lucro real somente entrou em vigor a partir de 01/01/1997, em decorrência da Lei n° 9.316/96, estando vigente em 1996 a dedutibilidade pelo regime de competência nos termos do art. 41 da Lei n° 8.981/95. Portanto, o montante de CSLL apurado no auto de infração deverá ser excluído da . base de cálculo do imposto. Lançamento procedente em parte. _ L47. 7 Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Ano-calendário: 1996, 1997 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da CSLL foi reflexo nesta parte. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREJUÍZO DECORRENTE DA DIFERENÇA IPC/BINF Vez que o sujeito passivo não efetuou a exclusão da correção monetária pelo IPC/BTNF do prejuízo fiscal existente em 31/12/1989, não ocorreu a infração pretendida. Lançamento improcedente nesta parte. GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE BASE NEGATIVA. Tendo em vista a redução de algumas infrações referentes ao ano 1996, foi restabelecido saldo suficiente para a compensação realizada pelo contribuinte em 1997. Glosa indevida. Lançamento procedente em parte. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. — COFINS Ano-calendário: 1996 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento da Cofins foi reflexo nesta parte. Assunto: Contribuição para o PIS/Repique Ano-calendário: 1996 OMISSÃO DE RECEITAS E GLOSA DE DEDUÇÃO DE VARIAÇÃO CAMBIAL Aplica-se o decidido no lançamento do IRPJ, vez que o lançamento do PIS foi reflexo nesta parte. PIS/REPIQUE O lançamento do PIS/Repique decorre automaticamente da aplicação do art. 30, alínea "a", e parágrafo 1°., alínea "c" da Lei Complementar n° 7/70, sendo calculada mediante a aplicação do percentual de 5% sobre o imposto calculado a 15%. Constando no auto de infração o referido enquadramento legal e o demonstrativo de apuração, não vislumbro cerceamento do direito de defesa do contribuinte. Vez que o imposto foi reduzido, o lançamento do PIS/Repique é procedente em parte. Lançamento procedente em parte. 8 -<J Processo n° 13808.005872/2001-18 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.265 Fl. 5 O voto condutor de 1'. Instância está fundamentado da seguinte forma: 1- Omissão de receitas — passivo fictício: A contribuinte logrou êxito em comprovar o passivo existente em 31/12/1996 no montante de R$ 6.734A22,54, porém não o fez em relação à parcela que teria sido liquidada em 1998, no valor de R$ 146.541,43. 2- Glosa variação cambial passiva: Conforme resultado da diligência efetuada pela autoridade fiscal, não contestado pelo sujeito passivo, as variações cambiais não foram comprovadas pelo sujeito passivo, haja vista a falta de apresentação de documentos. Resta considerar os lançamentos de IRPJ e CSLL procedentes nesta parte. 3- Compensação Indevida de IRRF em 1996: ... Consoante resultado da diligência realizada pela autoridade fiscal, não contestado pelo sujeito passivo, restou comprovado que este não possuía saldo de IRRF a compensar em 1996. Portanto a glosa da compensação é devida, sendo procedente o lançamento de IRPJ. 4- Exclusão indevida de valor relativo à diferença de correção monetária IPC/BTNF: Nesse tópico, o relator fez uma análise detalhada, concluindo que houve excesso de compensação pelo sujeito passivo, já reconhecido pelo mesmo, que recolheu o tributo devido por meio de DARF's, cujas cópias foram juntadas às fls. 2392/2393. Quanto à CSLL correspondente continua: Por fim, para fins de apuração da base de cálculo da CSLL o sujeito passivo não efetuou qualquer exclusão dos montantes • relativos à correção monetária pela diferença IPC/BT1VF dos saldos de prejuízo fiscal existentes em 31/12/1989, razão pela qual não há justificativa para o lançamento reflexo de CSLL, o qual é improcedente nesta parte. 5- Excesso de remuneração de dirigentes: Ressalta a falta de impugnação em relação ao imposto de renda do mês de novembro de 1996 e a apresentação de DARF com o recolhimento do tributo, acrescido de multa de oficio e juros de mora. Em relação às parcelas impugnadas (imposto de renda dos meses de janeiro, abril e maio), demonstra matematicamente a assertividade do cálculo realizado pela autoridade fiscal (fls. 1485). No caso, consoante DIRPJ/97 apresentada pelo sujeito passivo, cuja cópia está às fls. 45, 48 e 49, em todos os meses aqui tratados os valores foram a serem utilizados foram os seguintes: lucro real antes da compensação de R$ 0,00, excesso adicionado n 9T de R$ 7.950,30 e remuneração dos dirigentes de R$ 15.900,60). Aplicando-se, pois, a regra acima mencionada, tem-se que o limite relativo para estes períodos foi de R$ 3.975,15 [0,00 — 7.950,30 + 15.900,00], exatamente o mesmo montante apurado pela autoridade fiscal, conforme demonstrativo à fl. 131. Não há, portanto, qualquer ajuste a ser feito no lançamento de nesta parte 6- Glosas de compensações de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL: Em virtude da exoneração de quase toda a matéria tributável relativa à omissão de receitas (cujo fato gerador foi 31/12/1996), o prejuízo fiscal e a base negativa de CSLL que haviam sido absorvidos em 1996 por esta infração foram restabelecidos, havendo, em conseqüência, saldos suficientes a serem compensados em 1997. Lançamento improcedente nesta parte. 7- Lançamento do PIS/Repique: Esse item, apesar de devido, em decorrência da redução do lançamento de IRPJ para os dois fatos geradores (janeiro e fevereiro de 1996) foi recalculado ao final do voto. 8- Da falta de exclusão da CSLL da base de cálculo do imposto: A vedação à dedução da CSLL para efeito de determinação do lucro real somente entrou em vigor a partir de 01/01/1997, em decorrência da Lei n. 9.316/96, estando vigente em 1996 a dedutibilidade pelo regime de competência nos termos do art. 41 da Lei n. 8.981/95. Portanto, o montante de CSLL apurado no auto de infração deverá ser excluído da base de cálculo do imposto. 9- Conclusão: Ante o exposto, voto no sentido de julgar procedente em parte o lançamento, conforme abaixo, 'mantidos os juros de mora e multa de oficio de 75% incidentes sobre a parcela mantida dos tributos nos termos da Lei n. 9.430, de 1996: IR— reduzir de R$ 1.871.908,12 para R$ 230.491,46; CSLL -.-- reduzir de R$ 541.064,83 para R$ 48.097,28; PIS — reduzir de R$ 48.762,89 para R$ 4.271,97; . Cofins — reduzir de R$ 137.613,27 para R$ 2.930,82. A contribuinte foi devidamente intimada da decisão de l a. Instância em 31 de março de 2008. Em 12/08/2008 a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária em São Paulo — DERAT — DICAT/EQCOB manifestou-se da seguinte forma (fl. 3541): Cientificado o contribuinte da decisão da DRJ/13rasília,, conforme AR de fls. 3532, recolhido o saldo remanescente 1 Á 10-,,l Processo n° 13808.005872/2001-18 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.265 Fl. 6 conforme extrato de processo de fls. 3533/3540 e havendo a necessidade da apreciação do Recurso de Ofício interposto, proponho o encaminhamento do presente ao Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes. É o relatório. 1 Voto Conselheira Valéria Cabral Géo Verçoza O recurso de oficio é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade pois o valor exonerado de R$ 2.313.557,58 ultrapassa o limite de alçada estabelecido pela Portaria MF n°. 3/2008, portanto dele tomo conhecimento. Cumpre esclarecer que o contribuinte não apresentou contra-razões ao recurso de oficio nem recurso voluntário. A exoneração fiscal se deu em razão do resultado da diligência consubstanciado no Relatório Fiscal às fls. 3444 a 3455, cuja conclusão foi resultante da análise dos documentos e planilhas apresentadas pela contribuinte. Entendo que a decisão de l a. Instância não merece qualquer reparo. Não foram juntados aos autos novas provas ou argumentos que pudessem justificar a alteração do julgamento de l a. Instância. Os itens exonerados decorreram da comprovação por meio de documentos hábeis e idôneos da observância, pelo contribuinte, da legislação contábil-fiscal, e foram detalhadamente examinados tanto na diligência quanto pelo relator de l a. Instância. • Os demais itens pendentes de comprovação foram mantidos, sem qualquer manifestação por parte da contribuinte. Assim sendo, voto no sentido de negar provimento ao recurso de oficio. - - Valéna Cabral Géo Verçoza 70 12 MINISTÉRIO DA FAZENDA ,Xff CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Processo : 13808.005872/2001-18 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 30 do artigo 81 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Portaria MF n° 259/2009), intime-se o(a) Senhor(a) Procurador(a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Primeira Seção do CARF, a tomar ciência do inteiro ter do Acórdão n° 1202-00.265. Brasília - DF, em 08 de julho de 2010 1.?--- José Roberto Fíança Secretário'da r Câmara da Primeira Seção CARF Ciente, com a observação abaixo: [ ] Apenas com Ciência [ 1 Com Recurso Especial [ ] Com Embargos de Declaração Data da ciência: Procurador(a) da Fazenda Nacional 1
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