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Numero do processo: 13771.001572/2007-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Sat Mar 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
INTEMPESTIVIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO PEREMPTO. Não se conhece do apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado após o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2101-001.986
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente.
GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage.
Nome do relator: GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA
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RECURSO VOLUNTÁRIO PEREMPTO. Não se conhece do apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado após o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 77 1. 00 15 72 /2 00 7- 10 Fl. 94DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário (fls.85) interposto em 26 de janeiro de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF), (fls. 75/80), do qual o Recorrente teve ciência em 23 de dezembro de 2010 (fls.84), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 04/11, lavrado em 22 de outubro de 2007, em decorrência de deduções indevidas de dependentes, despesas médicas e omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, em sua declaração de ajuste anual, exercício de 2005, constituindose um imposto suplementar no valor de R$ 9.900,28 mais cominações legais. O acórdão teve a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2005 IMPUGNAÇÃO PARCIAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADAS. Consideramse não impugnadas, portanto não litigiosas, as matérias que não tenham sido expressamente contestadas pelo contribuinte. GLOSA DE DEDUÇÃO COM DEPENDENTES. Comprovada a dependência para fins do mposto de renda, restabelecese o valore relativo aos dependentes informados na declaração de ajuste. DEDUÇÃO INDEVIDA DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO PARCIAL. A comprovação por documentação hábil e idônea de parte dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração do Imposto de Renda importa no restabelecimento das despesas até o valor comprovado. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Não se consideram rendimentos tributáveis aqueles excluídos pela fonte pagadora mediante Dirf retificadora devidamente aceita pela Administração Tributária. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Cientificado da decisão de primeira instância em 23/12/2010 (fl. 84), o contribuinte apresentou, em 26/01/2011, o recurso de fls. 85, onde tão somente reitera alegações constantes na impugnação à quo. Por fim, requer sejam acatadas as despesas odontológicas do profissional Rodrigo Freitas de Oliveira e a feitura de novos cálculos. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13771.001572/200710 Acórdão n.º 2101001.986 S2C1T1 Fl. 95 3 O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 93, que também trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa O contribuinte, em verdade, foi cientificado do julgamento de 1a instância em 23/12/2010 (fl. 84), uma quintafeira, e só apresentou o recurso voluntário em 26/01/2011 (fls.85), uma quartafeira, ou seja, 31 (trinta e um) dias após a ciência. Para melhor visualização da contagem do prazo para interposição do recurso voluntário, vejamse os calendários abaixo: DEZEMBRO / 2010 JANEIRO / 2011 D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 3 4 1 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Ressaltese que o prazo legal previsto para a interposição desse tipo de recurso é de 30 (trinta) dias, nos termos do art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972 e alterações. Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso, por sua intempestividade. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 96DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Fl. 97DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 11516.002664/2007-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. BENS DOADOS COM RESERVA DE USUFRUTO PARA O DOADOR. CONTRIBUINTE.
No caso de bem imóvel doado com reserva de usufruto do respectivo bem pelo doador, o contribuinte do imposto incidente sobre os aluguéis do bem é o doador.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2101-002.002
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SOUZA - Presidente.
GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage.
Nome do relator: GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA
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BENS DOADOS COM RESERVA DE USUFRUTO PARA O DOADOR. CONTRIBUINTE. No caso de bem imóvel doado com reserva de usufruto do respectivo bem pelo doador, o contribuinte do imposto incidente sobre os aluguéis do bem é o doador. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SOUZA Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 26 64 /2 00 7- 02 Fl. 40DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA 2 Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 1/2) interposto em 16 de março de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis(SC), (fls. 23/25), do qual o Recorrente teve ciência em 25 de fevereiro de 2011 (fls.32), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 5/8, lavrado em 18 de junho de 2007, decorrente de omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoas físicas em sua DIRPF do anocalendário 2004, perfazendo um valor de R$ 1.274,90 mais cominações legais. O acórdão teve a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 DISPENSA DE EMENTA Acórdão dispensado de ementa de acordo com a Portaria SRF nº 1.364, de 10 de novembro de 2004. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 1/2), por meio do qual reitera as razões apresentadas na impugnação à quo, carreando aos autos declaração retificadora da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias DIMOB, e, por fim, requer o cancelamento do débito fiscal reclamado. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fls. 39, que também trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Fl. 41DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA Processo nº 11516.002664/200702 Acórdão n.º 2101002.002 S2C1T1 Fl. 41 3 O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. No mérito a controvérsia se resume a quem devem ser atribuídos os rendimentos de aluguéis de imóveis cuja propriedade foi oriunda de escritura pública de doação com reserva de usufruto, lavrada em 17/01/1980 (fls.10/11), se ao Recorrente ou à genitora do mesmo. De início vejase o seguinte trecho extraído do acórdão guerreado: “ Observase que na referida matrícula consta como usufrutuário apenas o Sr. Reinoldo Felippe Lauffer, que também assina Reinaldo Felippe Lauffer. Consta também que Reinoldo Felippe Lauffer era casado no regime de separação de bens com Dora Maria Lauffer. Por sua vez, o art. 1.410 do Código Civil – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, estabelece que o usufruto extinguese com a morte do usufrutuário.” Grifo nosso. Compulsandose os autos verificase que não há documento comprobatório da morte do usufrutuário, de maneira a se comprovar a extinção do instituto do usufruto; não havendo, ainda, documento comprobatório de usufruto de rendimentos de aluguel de imóvel concedido pelo usufrutuário ao filho (Reinaldo Felippe Laufer Júnior) ou à esposa (Dora Maria Lauffer), havendo tão somente a escritura pública de doação de imóvel, ao filho, com reserva de usufruto (fls.10/11), na qual não consta cláusula prevendo a doação de aluguéis originários do imóvel. Vejamse os seguintes dispositivos da Lei nº 5.172/66 – CTN: “Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.” “Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos.” Observase que no voluntário fora apensado aos autos, declaração retificadora da DIMOB (fls.34/36), transmitida à RFB em 15/10/2007, onde se vê como beneficiária dos rendimentos Dora Maria Lauffer, CPF 692.891.23087, genitora do Recorrente. Destarte, tenho que os rendimentos de aluguéis objeto da Notificação de Lançamento (fls.5/8), não devem ser computados ao Recorrente. Diante do exposto, VOTO por dar provimento ao Recurso Voluntário. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 42DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA 4 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 13896.721039/2011-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 2008
TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Aplica-se ao lançamento decorrente, no que couber, o quanto decidido em relação ao lançamento matriz.
FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA.
A incidência de multa isolada aplicável na hipótese de falta de pagamento das estimativas mensais não elide a aplicação concomitante de multa de ofício calculada sobre o tributo devido na apuração anual.
Numero da decisão: 1202-000.851
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Geraldo Valentim Neto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Orlando José Gonçalves Bueno, que davam provimento parcial ao recurso para cancelar a multa isolada. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Viviane Vidal Wagner.
(documento assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Geraldo Valentim Neto Relator
(documento assinado digitalmente)
Viviane Vidal Wagner Redatora designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Losso Filho,Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno.
Nome do relator: GERALDO VALENTIM NETO
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APRESENTAÇÃO DE PER/DCOMP. OBRIGATORIEDADE. É condição essencial para a homologação de compensações efetuadas pelo contribuinte a respectiva entrega da Declaração de Compensação prevista no § 1º do artigo 74, da Lei nº 9.430, de 1996. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA. A incidência de multa isolada aplicável na hipótese de falta de pagamento das estimativas mensais não elide a aplicação concomitante de multa de ofício calculada sobre o tributo devido na apuração anual. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2008 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicase ao lançamento decorrente, no que couber, o quanto decidido em relação ao lançamento matriz. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Geraldo Valentim Neto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Orlando José Gonçalves Bueno, que davam provimento parcial ao recurso para cancelar a multa isolada. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Viviane Vidal Wagner. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 72 10 39 /2 01 1- 30 Fl. 246DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 3 2 (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto – Relator (documento assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner – Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Losso Filho,Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Autos de Infração (fls. 157/174) consubstanciados em lançamentos de IRPJ e CSLL, somado a multa de ofício, isolada e juros, referentes ao ano calendário de 2008. Segundo o Termo de Verificação Fiscal (fls. 151/156), a Recorrente teria declarado valores de IRPJ e CSLL em DCTF, os quais não foram recolhidos e não teriam sido objeto de pedido de compensação. Tendo em vista essa insuficiência no recolhimento dos tributos, a D. Autoridade Fiscal lavrou os presentes Autos de Infração, em que cobrou os valores que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos, somados às multas de ofício e isolada. Cientificada do lançamento, a Recorrente apresentou Impugnação (fls. 178/191), alegando, em síntese, o que segue: (i) Teria crédito de PIS, COFINS e IPI perante a Fazenda Pública e por isso teria direito à compensação com os débitos cobrados nos presentes Autos de Infração; (ii) Não entregou as declarações PER/DCOMP devido à falta de legislação específica existente à época da apuração dos tributos, tendo encontrado dificuldades no preenchimento de tais documentos; (iii) Impossibilidade de cobrança concomitante de multa de ofício e multa isolada por incidirem sobre a mesma base de cálculo. Os autos foram encaminhados para a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas, a qual houve por bem julgar improcedente a Impugnação apresentada pela Recorrente, nos seguintes termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato Gerador: 31/12/2008, 31/01/2008, 29/02/2008, 31/03/2008, 30/04/2008, 31/05/2008, 31/07/2008, 31/08/2008, 30/09/2008 ESTIMATIVAS DE IRPJ E CSLL. DECLARAÇÃO/RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS DEVIDOS NA APURAÇÃO DE AJUSTE. Adotada a sistemática de tributação com base no lucro real, com a opção pela apuração anual do IRPJ e da CSLL, a pessoa jurídica fica obrigada ao recolhimento de estimativas durante o anocalendário, além do recolhimento dos tributos apurados na declaração de ajuste ao final do período. FALTA DE DECLARAÇÃO/PAGAMENTO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONSTITUIÇÃO DE OFÍCIO. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 5 4 A falta de declaração em DCTF de tributos e contribuições federais na modalidade de lançamento por homologação, bem como a insuficiência de recolhimento de valores devidos, justifica sua exigência pela autoridade fiscal por meio do competente Auto de Infração, com os consectários legais para a constituição do crédito tributário. MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. DUPLICIDADE DE INCIDÊNCIA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. A multa de ofício exigida por falta de pagamento de valores de IRPJ e da CSLL devidos na apuração anual, e a multa isolada por falta de recolhimento das antecipações mensais, calculadas sobre bases de cálculo estimadas dos tributos, têm hipóteses de incidência e bases de cálculo distintas, conforme as expressas disposições legais. CONSTITUCIONALIDADE. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para análise de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade, de apreciação exclusiva do Poder Judiciário, restringindose o contencioso administrativo ao controle de legalidade dos atos praticados pelos agentes do fisco. COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS DO SUJEITO PASSIVO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. A partir de 01/10/2002, por força da Medida Provisória nº 66, de 2002, que deu nova redação ao artigo 74, da Lei nº 9.430, de 1996, a compensação de tributos e contribuições, para ser válida e eficaz, deve ser efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. INFRAÇÃO TRIBUTÁRIA. CRÉDITOS ANTERIORES. COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexistindo declaração de compensação formalizada pela contribuinte, antes do início do procedimento fiscal, com indicação dos tributos exigidos e de eventuais créditos junto à Fazenda Pública, fica integralmente mantido o crédito tributário em litígio, cuja compensação depende da observância pela pessoa jurídica da legislação pertinente, não havendo que se falar em arbitrariedade da autoridade fiscal por não realizar a compensação de ofício. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. Fl. 249DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 6 5 Inconformada com a decisão supra, a Recorrente interpôs o presente Recurso Voluntário (fls. 220/224), pautado nos mesmos fundamentos utilizados na Impugnação. Oportunamente, os autos foram enviados a este Colegiado. Tendo sido designado relator do caso, requisitei a inclusão em pauta para julgamento do recurso. É o relatório. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 7 6 Voto Vencido Conselheiro Geraldo Valentim Neto Como o Recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento e passo à análise dos argumentos aduzidos pela Recorrente. I – DIREITO À COMPENSAÇÃO Conforme exposto no relatório, os presentes Autos de Infração decorrem da apuração pela D. Autoridade Fiscal de insuficiência no recolhimento de estimativas mensais de IRPJ e CSLL no anocalendário de 2008. Segundo o Termo de Verificação fiscal, a Recorrente teria declarado os valores em DCTF e teria deixado de recolhêlos aos cofres públicos. A Recorrente alega que possui um crédito de PIS, COFINS e IPI a seu favor perante a Fazenda que seria três vezes maior que o débito ora cobrado e, por isso, não teria nenhum valor a pagar. Ocorre que a Recorrente não efetuou nenhum pedido de compensação mas apenas apresentou DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais). A fim de justificar a falta de apresentação de Pedido de Compensação, via PER/DCOMP, a Recorrente alega que na época da apuração dos tributos não havia legislação específica prevendo a necessidade de efetuar o pedido via PER/DCOMP. Porém, as alegações não condizem com a realidade, conforme se passa a demonstrar. Primeiramente, vale esclarecer que o DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais) restringese a demonstrar tão somente a apuração de PIS e COFINS das empresas optantes pelo Lucro Real, não sendo veículo hábil para configurar crédito perante a Fazenda Pública. Portanto, não pode ser usado para compensação com tributos devidos. Quanto à necessidade de apresentação de Declaração de Compensação (PER/DCOMP), com a edição da Lei nº 10.637/2002, essa passou a ser obrigatória para pleitear a compensação relativa a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB). Referida legislação deu nova redação ao artigo 74 da Lei nº 9.430/96, in verbis: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Fl. 251DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 8 7 § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)” De acordo com o artigo acima transcrito, a partir de 2002 o pedido de compensação, para ser válido e eficaz, deve ser efetuado mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração conhecida como PER/DCOMP , na qual devem estar relacionados os débitos e créditos que o sujeito passivo eventualmente possuir. Ademais, a Instrução Normativa SRF nº 210/2002 confirma a necessidade de apresentação de Pedido de Compensação para que seja concedido o direito pleiteado. Vejamos: “Art. 21. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da SRF. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada pelo sujeito passivo mediante o encaminhamento à SRF da "Declaração de Compensação". § 2º A compensação declarada à SRF extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do procedimento. § 3º Não poderão ser objeto de compensação efetuada pelo sujeito passivo: I o saldo a restituir apurado na DIRPF; II os tributos e contribuições devidos no registro da DI; III os débitos relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF inscritos em Dívida Ativa da União; e IV os créditos relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF com o débito consolidado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) ou do parcelamento a ele alternativo. § 4º O sujeito passivo poderá utilizar, na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF, créditos que já tenham sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento encaminhado à SRF, desde que referido pedido se encontre pendente de decisão administrativa à data do encaminhamento da "Declaração de Compensação". § 5º A compensação de tributo ou contribuição lançado de ofício importa renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 9 8 § 6º A Declaração de Compensação deverá ser apresentada pelo sujeito passivo ainda que o débito e o crédito objeto da compensação se refiram a um mesmo tributo ou contribuição. (Incluído pela IN SRF 323, de 24/04/2003).” (não grifado no original) O antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, já se manifestou diversas vezes acerca da obrigatoriedade de apresentação de Pedido de Compensação, conforme se observa da ementa abaixo transcrita: “Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2004 Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. A legislação a ser utilizada para o encontro de contas é a vigente na data da entrega do pedido, não a data em que surgiram os créditos. DCOMP. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. É condição fundamental para a homologação de compensações efetuadas pelo contribuinte a respectiva entrega da Declaração de Compensação prevista no § 1º do artigo 74, da Lei nº 9.430, de 1996. Tal exigência está em vigor desde 1º/10/2002, com a edição da MP nº 66, de 30/08/2002, que, no seu artigo 49, deu nova redação ao artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996. No caso, o crédito surgiu quando já estava em vigor a obrigatoriedade de apresentação de declaração de compensação. COMPENSAÇÃO. DCOMP. DATA DA ENTREGA. IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. Os procedimentos de homologação da compensação devem submeter aos dispositivos legais vigentes à época da entrega da respectiva Dcomp e não dos vigentes à época dos períodos de apuração dos débitos oferecidos em compensação. Não constitui, portanto, ofensa ao princípio da irretroatividade das leis a utilização de dispositivos da IN SRF nº 210, de 30/09/2002, modificada pela IN 323, de 28/05/2003, para fins de determinação dos acréscimos legais devidos em face de compensação parcialmente não homologada de débitos já vencidos, cuja entrega da respectiva Dcomp se deu em data posterior a tais atos infralegais. COMPENSAÇÃO. (...)Recurso negado. (Segundo Conselho de Contribuintes. 3ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 20312417 do Processo 14033000233200552, Data: 20/09/2007).” (não grifado no original) Diante do acima exposto, entendo que não assiste razão à Recorrente por não ter apresentado o competente pedido de compensação, haja vista que desde 2002 a compensação de tributos e contribuições, para ser válida e eficaz, deve ser efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados, o que não foi feito no presente caso. II – MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA Com relação à multa de ofício exigida de forma isolada pela falta de recolhimento de estimativas mensais no anocalendário de 2008, entendo que a fundamentação utilizada pelo I. Julgador de primeira instância deve ser reformada, cancelandose a exigência, Fl. 253DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 10 9 uma vez que a aplicação de multa de ofício prevista no artigo 44, I, da Lei nº 9.430/96 (com redação dada pelo artigo 14 da Lei nº 11.480/07) afasta, por si só, a possibilidade da sua aplicação concomitante com a multa de ofício, prevista no inciso II do mencionado dispositivo legal, sendo, portanto, inadmissível a imposição das duas penalidades sobre a mesma base apurada em procedimento fiscal, nos termos do que já definiu a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e este E. Conselho. Vejamos: “MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO CONCOMITÂNCIA MESMA BASE DE CÁLCULO A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. Recurso especial negado”. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, 1ª Turma, Acórdão nº 40104987, Data 15/06/2004) (não grifado no original) “MULTA ISOLADA CUMULADA COM MULTA DE OFÍCIO – Pacífica a jurisprudência deste Conselho de Contribuintes no sentido de que não é cabível a aplicação concomitante da multa isolada prevista no artigo 44, §1º, inciso III da Lei nº 9.430/96 com multa de ofício, tendo em vista dupla penalização sobre a mesma base de incidência”. (Acórdão nº 10613.651 Sessão 03/05/04) “PENALIDADE – MULTA ISOLADA – LANÇAMENTO DE OFÍCIO FALTA DE RECOLHIMENTO – PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada por falta de recolhimento de tributo por estimativa concomitante com a multa de lançamento de ofício, ambas calculadas sobre os mesmo valores apurados em procedimento fiscal.” (Acórdão nº 10707.190) (não grifado no original). Dessa forma, deve ser afastada a aplicação concomitante de multa de ofício com a multa isolada, pois estariam sendo aplicadas duas penalidades sobre a mesma base apurada. Assim, deve ser mantida apenas a aplicação da multa de ofício no percentual de 75%, conforme prevista no artigo 44, I, da Lei nº 9.430/96. Portanto, tendo em vista todo o acima exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, cancelando a aplicação da multa isolada, mantendo os demais lançamentos. É como voto. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Fl. 254DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 11 10 Voto Vencedor Conselheira Viviane Vidal Wagner, Redatora designada A tese alegada pela recorrente, de que não incide multa isolada por falta de recolhimento de estimativas concomitantemente com o lançamento de multa de ofício, embora adotada por boa parte dos membros deste Conselho, incluindo o ilustre relator, data venia, não merece ser reconhecida. Respeitadas as opiniões em contrário, entendese que a legislação é expressa. Sendo a opção pela sistemática das estimativas mensais concedida ao contribuinte como uma faculdade pela Lei nº 9.430/96, em seu art. 2º, uma vez optante, ele estará sujeito às regras daquela sistemática. No presente caso, como se viu, o lançamento de multa isolada devida por falta de recolhimento das estimativas de IRPJ e CSLL teve por fundamento legal o art. 44, §1º, inciso IV, da Lei 9.430/96, alterado pelo art. 14 da Medida Provisória 351, de 2007, sobre as diferenças entre os valores declarados e os apurados pela fiscalização. Nos casos de ausência de recolhimento das estimativas mensais, a Lei nº 9.430/96, art. 44, prevê a incidência de multa isolada sobre o valor apurado no mês à alíquota de 50%, consoante nova redação dada pela Medida Provisória 351, de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 15/06/2007: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:[...] II – de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal:[...] b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. A sistemática de recolhimento por estimativas, de caráter facultativo, não tem o condão de equiparar os recolhimentos com uma antecipação do tributo, já que o fato gerador do imposto e da contribuição social apurado anualmente, de natureza complexa, apenas irá se configurar em 31 de dezembro do anocalendário em referência. O legislador instituiu a opção como alternativa à regra de apuração trimestral, mas estipulou que esta traz consequências, na medida em que a falta de recolhimento representa um ato ilícito, caracterizado pelo descumprimento de um dever. Assim, a falta de recolhimento gera uma infração específica. Pretender equiparar as bases de cálculo da multa isolada e da multa de ofício não parece conforme ao sentido da lei. Ora, são distintos tributo e multa pela sua própria natureza jurídica. Enquanto um decorre de ato lícito – fato gerador –, o outro decorre da realização de um ato ilícito, comissivo ou omissivo, como é o caso em análise. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 12 11 Da mesma forma, distinguese a multa isolada, esta devida nos casos em que for detectada a falta de recolhimento do tributo estimado a cada mês, da multa de ofício incidente sobre o montante do tributo calculado após o encerramento do período de apuração. Entendese que não há que se confundir a base de cálculo da multa isolada e a base de cálculo de eventual multa de ofício, já que, em caso de opção pela sistemática das estimativas, o tributo não é apurado trimestralmente, mas anualmente, e a base de cálculo da multa isolada é a estimativa mensal calculada a partir da receita bruta. A multa de ofício, por sua vez, incide sobre o imposto ou contribuição efetivamente devidos ao final do período de apuração. Nesse sentido, a nova redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, ao art. 44 da Lei nº 9.430/96, que alterou o percentual da multa isolada de 75% para 50% veio apenas reforçar essa distinção. A legislação possibilita o não recolhimento de antecipação, desde que apresentado o balancete mensal que comprove que as antecipações recolhidas superam o valor do tributo até aquele momento apurado, o que não implica dizer que a multa isolada prevista no art. 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 não é devida em casos de prejuízo fiscal ou base negativa de CSLL. A determinação legal é clara nesse sentido, ao reafirmar que a multa é devida “ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente”. Em outras palavras, a regra é clara: o descumprimento do dever de antecipação deve ser sancionado na forma da lei, independentemente do valor do imposto ou contribuição calculada ao final do exercício, ou mesmo da existência de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa. Fica ressalvada, apenas, a hipótese de apresentação de balancetes de suspensão ou redução que demonstrem que o valor pago já seria maior do que o devido, o que não se verificou no presente caso. Ademais, para superar a falta dos balancetes e acolher a tese da recorrente, seria necessário afastar regra legal expressa, o que não se inclui na função de julgamento na esfera administrativa, pela impossibilidade de manifestação sobre eventual inconstitucionalidade da legislação tributária, consoante a regra prevista no art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06.03.72, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941, de 27.05.2009, e reproduzida no art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22.06.2009. Nesse sentido, o julgamento da ilegalidade de uma norma sob o argumento de desproporcionalidade, necessariamente, atrai a apreciação de sua compatibilidade com o texto constitucional, fazendo incidir, na hipótese, o teor da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Assim, negase provimento ao recurso também nessa parte. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 256DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13896.721039/201130 Acórdão n.º 1202000.851 S1C2T2 Fl. 13 12 Fl. 257DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 10384.007357/2008-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
Caracteriza omissão de rendimentos, sujeitos ao lançamento de ofício, os valores creditados em contas de depósito mantidas junto às instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, intimado, não comprove a origem dos recursos utilizados nessas operações.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
O art. 42, da Lei n° 9.430, de 1996, cuida da inversão do ônus da prova e da presunção legal de omissão de rendimentos, se o contribuinte não comprovar a origem dos depósitos apurados pela fiscalização.
SÚMULA 182 DO TFR. FATOS GERADORES OCORRIDOS SOB A ÉGIDE DE LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE.
A Súmula 182 do ex-TFR, encontra-se superada pela Lei nº 9.430, de 1996, que inverteu o ônus da prova.
Numero da decisão: 2202-002.222
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar suscitada pelo Recorrente e, no mérito, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Caracteriza omissão de rendimentos, sujeitos ao lançamento de ofício, os valores creditados em contas de depósito mantidas junto às instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, intimado, não comprove a origem dos recursos utilizados nessas operações. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. O art. 42, da Lei n° 9.430, de 1996, cuida da inversão do ônus da prova e da presunção legal de omissão de rendimentos, se o contribuinte não comprovar a origem dos depósitos apurados pela fiscalização. SÚMULA 182 DO TFR. FATOS GERADORES OCORRIDOS SOB A ÉGIDE DE LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE. A Súmula 182 do exTFR, encontrase superada pela Lei nº 9.430, de 1996, que inverteu o ônus da prova. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar suscitada pelo Recorrente e, no mérito, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 73 57 /2 00 8- 71 Fl. 435DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Fl. 436DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10384.007357/200871 Acórdão n.º 2202002.222 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão 1ª Turma de Julgamento da DRJ de Fortaleza/CE, que manteve a autuação do Imposto de Renda de Pessoa Física – IRPF, exercício de 2006, anocalendário 2005, sobre omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Auto de infração (fls. 02/09) com ciência em 31/10/2008 (AR fls. 334). Impugnação (fls. 335/352). Decisão recorrida (fls. 380/388), com ciência em 18/06/2012, manteve a autuação pela falta de comprovação de os depósitos bancários não serem rendimento tributável. A decisão recorrida esta assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Caracteriza omissão de rendimentos, sujeitos ao lançamento de ofício, os valores creditados em contas de depósito mantidas junto às instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tratandose de uma presunção legal de omissão de rendimentos, a autoridade lançadora eximese de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo o ônus da prova ao contribuinte. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal regularmente estabelecida. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. APROVEITAMENTO DE DISPONIBILIDADES DO MÊS ANTERIOR. A sistemática de apuração de omissão de rendimentos por meio de depósitos bancários determinada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/96 prevê que os créditos sejam analisados individualmente, não se confundindo em absoluto com a verificação de variação patrimonial, portanto não configuram origem de recursos os saldos de disponibilidades financeiras constatadas no mês anterior. SÚMULA 182 DO TFR. FATOS GERADORES OCORRIDOS SOB A ÉGIDE DE LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE. A Súmula 182 do TFR, tendo sido editada antes do ano de 1988 e por reportarse à legislação então vigente, não é parâmetro para decisões proferidas relativas a lançamentos fundamentados na Lei nº 9.430, de 1996. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 4 TRIBUTAÇÃO. PATRIMÔNIO. RENDIMENTO. Quando o artigo 42 da Lei nº 9.430/1996 determina que o depósito bancário não comprovado caracteriza omissão de receita, não se está tributando o depósito bancário, e sim o rendimento presumivelmente auferido, ou seja, a disponibilidade econômica a que se refere o artigo 43 do CTN. O efeito da presunção é que, a partir de um fato indiciário, chegase a um fato que se quer provar a ocorrência. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas e as judiciais não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência senão àquele objeto da decisão, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Recurso Voluntário (fls.403/430 ), protocolado em 18/07/2012, sustenta, em síntese: 1) O lançamentos apurado com base em extrato bancário obtido sem autorização judicial são provas ilícitas; 2) A Lei nº 10.174/2001 é inválida, por vício de competência e não pode ser utilizada no procedimento de fiscalização; 3) Sustenta haver erro na apuração da base de cálculo; 4) Houve omissão de receitas no mês de janeiro de 2005, no valor de R$ 280.611,34, ou omissão de rendimentos nos demais meses do anocalendário de 2005, uma vez que os valores foram tributados a esse título no mês anterior e os demais rendimentos declarados comprovam a origem dos depósitos nos meses subsequentes; 5) Por fim, alega, que o lançamento está baseado em demonstrativos sem consistência técnica contrariando as disposições legais que regem a matéria. É o breve relatório. Fl. 438DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10384.007357/200871 Acórdão n.º 2202002.222 S2C2T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Odmir Fernandes Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Cuidase de omissão de rendimentos apurados por meio de depósitos bancários de origem não comprovada. Sustenta inicialmente quebra do sigilo bancário sem ordem judicial e invalidade da Lei nº 10.174/2001 pelo vício de competência, não podendo ser utilizada no procedimento de fiscalização. Sem qualquer razão. Não houve quebra do sigilo bancário e menos ainda há ilegalidade no procedimento fiscal ao adotar o rito da Lei n° 10.174/2012. O Relatório de Fiscalização, complemento da autuação, não contrariado, relata com todas as letras, que o Recorrente foi intimado e forneceu os extratos bancários, com os depósitos objeto da omissão apurada. Diante da entrega dos extratos bancários à fiscalização pelo autuado não há se falar em ofensa do sigilo bancário, conforme vem decidindo esta Turma de julgamento. Alega ainda que a Súmula 182, do extinto Tribunal Federal de Recursos não permite a tributação de rendimentos apurados por meio de meros extratos bancários. De fato, esse foi o entendimento cristalizado no âmbito administrativo e judicial, antes da edição da Lei n° 9.430, de 1996, cujo artigo 42 inverteu o ônus da prova quando a fiscalização constatar depósitos bancários do contribuinte não declarados. Com a edição da Lei 9.430/96, a Súmula 182, do exTRF, ficou superada e com a inversão do ônus da prova, cabe ao contribuinte, e não a fiscalização, comprovar a origem dos depósitos se são rendimentos submetidos à tributação, isentos ou não tributados, para se eximir da autuação. No mérito, com a inversão da prova, o autuado apenas alega, mas nada prova. Não comprova, por exemplo, o suposto erro na base de cálculo ou a justificativa de a omissão dos depósitos bancários corresponder a rendimentos declarados em outros meses, conforme sustenta. Ante o exposto, pelo meu voto, afasto da preliminar suscitada pelo Recorrente , conheço e nego provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Fl. 439DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 6 Odmir Fernandes Relator Fl. 440DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10384.007357/200871 Acórdão n.º 2202002.222 S2C2T2 Fl. 5 7 Fl. 441DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 13888.003875/2007-51
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 EFEITOS DA EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA. A exclusão do Simples Federal somente pode surtir efeitos a partir de períodos não alcançados pelo prazo decadencial previsto no art. 150, IV do CTN, uma vez que aos tributos recolhidos sob a sistemática simplificada encontram-se definitivamente constituídos pela homologação tácita da atividade praticada pela pessoa jurídica. EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL. SUPORTE TÉCNICO Uma vez que as vedações e restrições impostas pela Lei n º 9.317, de 1996, recaem sobre a atividade praticada pela pessoa jurídica e tendo a Lei n º 10.964, de 28 de outubro de 2004, excluído das vedações as atividades de prestação de serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática, ainda que tais serviços sejam praticados por programador ou analista de sistemas, não mais estão abrangidos pela restrição mencionada.
Numero da decisão: 1801-001.137
Decisão: Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 EFEITOS DA EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA. A exclusão do Simples Federal somente pode surtir efeitos a partir de períodos não alcançados pelo prazo decadencial previsto no art. 150, IV do CTN, uma vez que aos tributos recolhidos sob a sistemática simplificada encontramse definitivamente constituídos pela homologação tácita da atividade praticada pela pessoa jurídica. EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL. SUPORTE TÉCNICO Uma vez que as vedações e restrições impostas pela Lei n º 9.317, de 1996, recaem sobre a atividade praticada pela pessoa jurídica e tendo a Lei n º 10.964, de 28 de outubro de 2004, excluído das vedações as atividades de prestação de serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática, ainda que tais serviços sejam praticados por programador ou analista de sistemas, não mais estão abrangidos pela restrição mencionada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Fl. 93DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. Relatório Recorre a interessada a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF – contra decisão da 6a. Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP que, por unanimidade, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra ato declaratório que a excluiu do Simples Federal com efeitos retroativos a 01/01/2002. Por bem descrever os fatos aproveito do relatório da DRJ em Ribeirão Preto/SP: Trata o processo de exclusão da contribuinte acima identificada, do Sistema Integrado de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, a partir de 01/01/2002, conforme Ato Declaratório Executivo (ADE) DRF/PiracicabaSP n º 22, de 28 de abril de 2009 (fl. 30), e Despacho Decisório DRF/PCA n º 523 (fls. 24/29), tendo em vista o exercício de atividade vedada: "serviços de instalação, suporte e manutenção de aplicativos", por caracterizarem a prestação de serviços de programador e analista de sistemas, atividade vedada consoante o disposto na Lei n° 9.317, de 1996, art. 9°, XIII. A exclusão foi efetuada com base na IN SRF n° 608, de 2006, arts. 22, 23, 24, inciso II. Ciente do ADE e do referido despacho em 29/05/2009, a contribuinte ingressou em 19/06/2009 com a manifestação de inconformidade de fls. 25/36, mediante a qual solicita que se verifique a improcedência do ato de exclusão e sua manutenção no regime do Simples. Para tanto, alegou em suma: • Em 1999 a atividade de treinamento foi extinta, sendo efetuada alteração contratual excluindo essa atividade. Foi pleiteada a inclusão no Simples a partir de janeiro de 2000, tendo em vista que a empresa passou a se dedicar somente à atividade de manutenção e instalação de microcomputadores. • Solicitou espontaneamente a exclusão do Simples em 2004, apesar de a empresa não possuir nenhum profissional de engenharia, analista de sistemas programadores e assemelhados, ou de qualquer outra profissão que dependesse de habilitação profissional. Em outubro de 2004 foi sancionada a Lei n° 10.964, que facultava a inscrição no Simples de diversas atividades, entre elas os serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática, o Fl. 94DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13888.003875/200751 Acórdão n.º 180101.137 S1TE01 Fl. 87 3 que é exatamente a nossa atividade empresarial. Além disso, a referida lei assegurou a permanência das empresas no Simples com efeitos a partir de 1° de janeiro de 2004. Por esse motivo, solicitamos o nosso reenquadramento retroativo. • Como já havíamos pago os tributos e contribuições previdenciárias de janeiro a novembro de 2004, com base no lucro presumido, efetuamos a compensação dos impostos federais (PER/DECOMP) e ingressamos com processo administrativo junto ao extinto INSS solicitando o reembolso dos valores pagos indevidamente, o qual foi deferido pelo despacho decisório n° 0675/2009 no processo 35368/000747/200687. • Consta do despacho decisório da DRF/PCA n° 523, em sua primeira página: "os serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de informática permitem a inscrição no Simples, por outro lado os serviços de instalação, SUPORTE e manutenção de aplicativos impedem a opção por esse regime de tributação por caracterizar a prestação de serviços de programador e analista de sistemas". • Nossa atividade é exatamente a descrita inicialmente e que permite a inscrição no Simples. Considerar essa atividade como manutenção de aplicativos seria um paradoxo em relação ao inciso IV do art. 4o da citada Lei n º 10.964. de 2004. • Não possuímos programadores nem analistas de sistemas em nosso quadro de funcionários e não desenvolvemos nem prestamos suporte a programas de computadores. Nossos técnicos estão classificados na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) com o código 313220 (técnico em manutenção de equipamentos de informática). Já, os analistas de sistemas, classificados na CBO com o código 2124 20, desenvolvem e implantam sistemas informatizados e prestam suporte a eles, atividade essa que nunca foi exercida por esta empresa. • O fato que serviu de base para a exclusão foi a utilização do termo "suporte técnico" que é utilizado, comercialmente, como sinônimo de "manutenção". Esse termo pode ser encontrado em quase todos os ramos de atividades econômicas, desde defensivos agrícolas até produtos de informática. Em praticamente todos os sites da internet de fabricantes de informática encontrase a opção "Suporte Técnico" onde existem informações sobre instalação e reparação dos mesmos, inclusive com a disponibilização dos drivers que permitem a comunicação do sistema operacional com o referido equipamento. É nesse contexto que utilizamos o termo "Suporte Técnico". • Fomos surpreendidos com a exclusão, pois temos a consciência de ter cumprido sempre todas as obrigações fiscais e tributárias. Por mais difíceis que sejam, e se nos enquadramos e reenquadramos no Simples é porque a legislação assim permitiu e permite. Na apreciação do litígio a 6a. Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP considerou que os serviços de “suporte técnico”, descritos nas notas fiscais constantes dos autos seriam atribuição de “programadores de sistemas de informação” e do “profissional de análise de sistemas”, especialidades que dependeriam de habilitação profissional legalmente exigida inserindose, assim, no rol de vedações estabelecido no inciso XIII do art. 9 º da Lei n º 9.317, de 1996 e não abrangidos pela permissão concedida pela Lei n º 10.964, de 2004. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Notificada da decisão, em 23/08/2010 (AR fl. 60, verso), apresentou a interessada, em 21/09/2010, o recurso voluntário de fls. 61/64, no qual reproduz as razões de defesa deduzidas na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. O recurso é tempestivo. Dele tomo conhecimento. Decadência A exclusão do Simples Federal acarreta para a empresa excluída a obrigatoriedade de cumprir as determinações legais dirigidas a todas as demais pessoas jurídicas em geral, dentre essas a apresentação de declarações – IRPJ, com opção pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, DCTF, DACON, dentre outras tantas. Com isso a empresa também é obrigada a proceder a apuração e pagamento dos tributos com base nas regras das demais pessoas jurídicas, observandose, ainda, por relevante, que a DCTF é uma forma de constituição de crédito tributário. Entendo, entretanto, que no que se refere aos anoscalendário 2002 e 2003, operouse a decadência do direito do Fisco de revisar os procedimentos adotados pela empresa e excluíla da sistemática do Simples com o objetivo de compelila a efetuar nova constituição de crédito tributário a favor da Fazenda Nacional, com base em regime de apuração diferente (lucro presumido, real ou arbitrado) daquele anteriormente adotado (Simples) relativamente a fatos geradores e períodos já alcançados pela decadência, unicamente como decorrência de sua exclusão da sistemática do Simples Federal. Ademais, todos os tributos devidos na modalidade do Simples Federal e apurados nos anoscalendário 2002, 2003 e de janeiro a abril de 2004 encontramse definitivamente constituídos, face à homologação tácita dos pagamentos pelo decurso do prazo e não podem ser mais revistos e/ou alterados pelo Fisco Federal. Assim, em face da ciência do ato declaratório de exclusão do Simples Federal DRF/PCA n º 22/2009 em 29/05/2009 – em relação aos anoscalendário 2002, 2003 e no período de janeiro a abril de 2004, entendo que a recorrente não pode mais ser excluída da sistemática do Simples Federal com a finalidade de ser compelida a constituir crédito tributário de tributos já alcançados pelo prazo decadencial. Mérito No mérito considero igualmente indevida a exclusão da empresa do Simples Federal. A exclusão de uma empresa da sistemática do Simples Federal pela prática de atividade vedada pressupõe a existência de indícios ou provas que evidenciem que a Fl. 96DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13888.003875/200751 Acórdão n.º 180101.137 S1TE01 Fl. 88 5 pessoa jurídica tenha de fato auferido receitas oriundas da atividade vedada e não há, nos autos, provas de que a recorrente tenha auferido receitas de prestação de serviços de “consultoria, assessoria, treinamento e desenvolvimento em informática; importação, exportação e comércio de software, suprimentos e equipamentos de informática; representação comercial por conta de terceiros a base de comissões” como constou da representação n º 065/2007 (fl. 01), sobre a qual motivouse o ato declaratório de exclusão. Assim, uma vez que, (i) o ato declaratório de exclusão teve por motivação a representação n º 065/2007, de fl. 01; (ii) que a representação n º 065/2007 denuncia a prática de atividades de consultoria, assessoria, treinamento e desenvolvimento em informática; importação, exportação e comércio de software, suprimentos e equipamentos de informática; representação comercial por conta de terceiros a base de comissões” (iii) que não há nos autos prova da prática de nenhuma das atividades descritas na representação, tais elementos, de per si, seriam suficientes para se considerar indevido o ato de exclusão. Mas, há mais. O contrato social de fls. 02/05, datado de 10/05/1995, que previa a prática das atividades relacionadas na representação n º 065/2007 (fl. 30), já havia sido modificado em 19/04/2005, pela alteração e consolidação de contrato social às fls. 06/11. A partir dessa data o objeto social da empresa passou a ser o “comércio de equipamentos eletrônicos em geral, instalação e manutenção de equipamentos de informática”. Portanto, a partir de abril de 2005, mais de dois anos antes da formalização da representação n º 065, datada de novembro de 2007, a empresa já não poderia praticar as atividades impeditivas descritas na própria representação, por ausência expressa de tais atividades em seu objeto social. No que toca ao anocalendário 2004, ano imediatamente anterior àquele em que foi promovida a modificação do objeto social, as notas fiscais acostadas às fls. 16/20, datadas de fevereiro a julho de 2004, denunciam a prestação dos serviços de “suporte técnico”, conforme coluna “discriminação do serviço prestado”. Nesse contexto aduz a Turma Julgadora de 1a. instância que tal atividade praticada pela empresa também seria vedada pois, deduziu aquela autoridade, que o “suporte técnico” seria atribuição de “programadores de sistemas de informação” e do “profissional de análise de sistemas”, especialidades que, ao seu turno, dependem de habilitação profissional legalmente exigida, inserindose, assim, tal atividade, no rol de vedações estabelecido no inciso XIII do art. 9 º da Lei n º 9.317, de 1996: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: ... XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (*) destaquei Fl. 97DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 Entretanto, a partir do anocalendário 2004, com a promulgação da Lei n º 10.964, de 28 de outubro de 2004, as atividades relacionadas a instalação, manutenção e reparos de máquinas de informática, deixaram de ser vedadas para ingresso e/ou permanência na sistemática do Simples Federal: Art. 4º Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: ... IV serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; ... § 1º Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. § 2º As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema, com efeitos retroativos à data de opção desta, nos termos, prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. ... Cumpre assinalar, uma vez mais, que as vedações e restrições impostas pela Lei n º 9.317, de 1996, recaem sobre a atividade praticada pela pessoa jurídica. Assim, tendo a Lei n º 10.964, de 28 de outubro de 2004, excluído das vedações as atividades de prestação de serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática, ainda que tais serviços sejam praticados por programador ou analista de sistemas, não mais estão abrangidos pela restrição mencionada. Dito de outra forma: No presente caso, ainda que os serviços de “suporte técnico” tivessem sido prestados por programador ou analista de sistemas, o que se admite a título meramente argumentativo, já que disso não há prova nos autos, ainda assim não estaria a empresa praticando atividade vedada. Ademais, o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 35, de 29 de dezembro de 2004, que dada a sua natureza jurídica de interpretar dispositivo legal tem seus efeitos retroagidos à data do fato interpretado, dispõe: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 2001, e considerando o disposto no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, declara: Fl. 98DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13888.003875/200751 Acórdão n.º 180101.137 S1TE01 Fl. 89 7 Artigo único. Pode optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) a pessoa jurídica que exerce atividade de instalação de programas de computador desenvolvidos por terceiros, desde que não demande conhecimentos de analista de sistemas ou programador e observados os demais requisitos legais. Por todo o exposto voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 99DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 12/09/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/09/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10830.001177/2007-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Mar 15 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003, 2004
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não há falar em nulidade da decisão de primeira instância quando esta atende aos requisitos formais previstos no art. 31 do Decreto nº. 70.235, de 1972.
PAF. DILIGÊNCIA. CABIMENTO. A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante/recorrente, para o esclarecimento de fatos ou a adoção de providências considerados necessários para a formação de convencimento sobre as matérias em discussão no processo, e não para produzir provas de responsabilidade das partes.
SERVIÇO NOTARIAL. RECEITAS. ESCRITURAÇÃO. Os titulares dos serviços notariais e de registro são obrigados a escriturar em livro-caixa as receitas e despesas da sua atividade, cujos registros devem ser comprovados mediante documentação hábil e idônea. Os valores escriturados em livro-caixa, elaborado pelo contribuinte, devem servir de base para a apuração do resultado tributável, salvo demonstração inequívoca de erro, a cargo do contribuinte, ou de infração à legislação tributária, a cargo do Fisco.
DESPESAS ESCRITURADAS NO LIVRO CAIXA. CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE. NECESSIDADE E COMPROVAÇÃO. Somente são dedutíveis as despesas escrituradas em livro-caixa necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora que, além de preencherem os requisitos de necessidade, normalidade e usualidade, sejam devidamente comprovadas com documentos hábeis e idôneos.
MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1º, inciso III, da Lei nº. 9.430, de 1996), quando em concomitância com a multa de ofício (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
Preliminar rejeitada
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 2201-001.994
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 05 de março de 2013
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Ricardo Anderle (suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não há falar em nulidade da decisão de primeira instância quando esta atende aos requisitos formais previstos no art. 31 do Decreto nº. 70.235, de 1972. PAF. DILIGÊNCIA. CABIMENTO. A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante/recorrente, para o esclarecimento de fatos ou a adoção de providências considerados necessários para a formação de convencimento sobre as matérias em discussão no processo, e não para produzir provas de responsabilidade das partes. SERVIÇO NOTARIAL. RECEITAS. ESCRITURAÇÃO. Os titulares dos serviços notariais e de registro são obrigados a escriturar em livrocaixa as receitas e despesas da sua atividade, cujos registros devem ser comprovados mediante documentação hábil e idônea. Os valores escriturados em livro caixa, elaborado pelo contribuinte, devem servir de base para a apuração do resultado tributável, salvo demonstração inequívoca de erro, a cargo do contribuinte, ou de infração à legislação tributária, a cargo do Fisco. DESPESAS ESCRITURADAS NO LIVRO CAIXA. CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE. NECESSIDADE E COMPROVAÇÃO. Somente são dedutíveis as despesas escrituradas em livrocaixa necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora que, além de preencherem os requisitos de necessidade, normalidade e usualidade, sejam devidamente comprovadas com documentos hábeis e idôneos. MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1º, inciso III, da Lei nº. 9.430, de 1996), quando em concomitância com a multa de ofício (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 11 77 /2 00 7- 99 Fl. 1702DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Preliminar rejeitada Recurso parcialmente provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 05 de março de 2013 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Ricardo Anderle (suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe. Relatório JOÃO BATISTA DE ALMEIDA ASSIS interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJSÃO PAULO/SP II (fls. 1.647) que julgou PROCEDENTE EM PARTE lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls.04/12 e demonstrativo de fls. 13/19, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente aos exercícios de 2003 e 2004, no valor de R$ 653.994,69, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 1.487.671,54. As infrações que ensejaram a autuação estão assim descritas no auto de infração: 1) RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS SUJEITOS A CARNELEÃO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS 0 contribuinte omitiu rendimentos recebidos de pessoas físicas ou jurídicas, decorrentes de trabalho sem vinculo empregatício, auferidos em função de sua atividade no 5° Tabelião de Notas da Comarca de Campinas. Os referidos rendimentos deveriam ter sido informados nas Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física e estariam sujeitos ao pagamento mensal Fl. 1703DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 3 3 do imposto de renda (carnê leão). As omissões de rendimentos, abaixo elencadas, foram apuradas conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal lavrado nesta data e que faz parte integrante deste Auto. 2) DEDUÇÃO DA BASE DE CALCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL). DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS DE LIVRO CAIXA 0 contribuinte deduziu indevidamente da base de calculo do imposto de renda valores de despesas consideradas indedutíveis ou não comprovadas, escrituradas em livro caixa, decorrentes de sua atividade no 5 ° Tabelião de Notas da Comarca de Campinas. As glosas das despesas foram efetuadas conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal lavrado nesta data e que faz parte integrante deste Auto. 3) DEDUÇÃO DA BASE DE CALCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (CARN2LEÃO). DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS DE LIVRO CAIXA Efetuamos a glosa de despesas indedutiveis ou não comprovadas, escrituradas nos livros caixa, conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal que faz parte integrante deste Auto. Os valores glosados, abaixo relacionados, compõem em conjunto com os rendimentos omitidos, a base de cálculo do carnêledo devido, sendo este, base de cálculo para a multa de oficio exigida isoladamente. 4) MULTAS ISOLADAS. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPF DEVIDO A TITULO DE CARNELEÃO 0 contribuinte omitiu rendimentos mensais recebidos de pessoas físicas ou jurídicas, decorrentes de trabalho sem vinculo empregatício, auferidos em função de sua atividade no 5° Tabelião de Notas da Comarca de Campinas; bem como deduziu indevidamente da base de cálculo do imposto de renda valores de despesas consideradas indedutíveis ou não comprovadas, escrituradas em livro caixa, conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal. Neste sentido, restou caracterizada a falta de recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Física devido a titulo de carnê leão. Abaixo são relacionados os valores das multas a serem lançadas isoladamente, em decorrência da falta de recolhimento desses valores. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o “retrato” fidedigno das receitas auferidas pelo Cartório figura nos denominados "relatórios de movimentos diários", em que consta a soma de todas as receitas do mês, uma vez que, de acordo com a legislação específica que rege a atividade de cartórios, é compulsória a elaboração desses relatórios, para que se demonstre com absoluta exatidão o montante relativo aos valores repassados ao Estado, através das guias de recolhimento (GARE); que a adoção pura e simples das informações do livrocaixa, sem o devido atrelamento aos relatórios de movimentos diários pode conduzir à conclusão precipitada e equivocada; que, a título de exemplo, nos meses de janeiro e fevereiro de 2002, dos valores lançados no relatório de repasses ao Estado consta, respectivamente, R$ 229.625,82 e R$ 211.305,79 de receitas, e no livrocaixa do mesmo período consta o valor de R$ 229.687,01 e R$ 212.054,01 de receitas, pequenas diferenças a maior no livrocaixa; que o mesmo ocorre em relação a quase todos os períodos dos anoscalendários fiscalizados; que em 2002 foi registrado no livrocaixa um total Fl. 1704DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 de R$ 3.683.718,18, já pelo controle da soma dos repasses via GARE ao Estado, a quantia que se obtém é de R$ 3.606.783,24, ou seja, R$ 76.934,94 a maior no livrocaixa; que em 2003, enquanto foi registrado no livrocaixa um total de R$ 3.734.348,65, e pelo controle da soma dos repasses via GARE ao Estado, a quantia que se obtém é de R$ 3.053.796,83, ou seja, no livrocaixa consta um montante de R$ 680.551,82. Daí conclui o Impugnante, quanto a este ponto, que a suposta omissão de receitas foi equivocadamente presumida, uma vez que a Fiscalização não considerou o relatório de movimentos diários, onde constam exatamente todos os ingressos diários no cartório de notas. E defende que, para que se apure corretamente o valor da receita, que se proceda a uma perícia contábil na documentação na sua documentação fiscal, o que requer. Sobre as glosas das despesas consideradas indedutíveis, o Impugnante defende que tais despesas, diferentemente do que concluiu a autoridade lançadora, são dedutíveis, uma vez que diretamente atreladas às atividades do Cartório; que a despesa incorrida em "honorários de terceiros" são valores pagos a experts jurídicos do ramo notarial pela assessoria e consultoria para que o contribuinte possa melhor desempenhar a vastíssima variedade de atos por ele diariamente registrados. Argumenta que se uma indústria, um comércio ou um prestador de serviços pode deduzir despesas de honorários advocatícios incorridos na sua atividade, um cartório também poderia; que devido á forte concorrência entre os vários titulares dessa concessão, uma boa assessoria é indispensável para o melhor desempenho da atividade, sobressaindose em relação aos demais. Sobre as despesas com leasing, afirma o Impugnante que estas foram assumidas mediante a assunção de encargos por contratos de leasing, para o uso de mesas, cadeiras, computadores e aparelhos de informática, sem os quais não seria possível desempenhar a atividade de Cartório de Notas; que havia a possibilidade de o contribuinte celebrar dois tipos de contrato, o de leasing e o de compra e venda, e optou pela primeira. Interpreta que o Fisco partiu de equivocada premissa de que o contribuinte abusou do direito ao planejamento tributário, na medida em que se atribuiu os efeitos de uma compra e venda e procederam ao lançamento como se efetivamente compra e venda fosse, de modo a considerar a despesa como aplicação de capital e, portanto, não dedutível. Argumenta também que o Fisco não está autorizado a desconsiderar atos e negócios jurídicos. Relativamente à glosa das despesas do livrocaixa classificadas como “Guia de Arrecadação Estadual (GARE) e Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis) O Impugnante argumenta que a sua atividade revestese de particularidades muito específicas, com obrigações e responsabilidades especiais, cuja legislação é bastante intrincada, prevendo o recolhimento de inúmeros tipos de custas e emolumentos, próprios e de terceiros, compreendendo uma vastíssima gama de documentos, que não foram analisados com profundidade e detalhamento pela fiscalização, fazendose necessária, para se aferir com toda a segurança quais são efetivamente as guias lançadas como despesas nos livroscaixa, que se proceda a uma perícia contábil em toda a farta documentação fiscal do contribuinte, referente a todas as despesas registradas pelo contribuinte e equivocadamente glosadas, o que requer. Sobre as despesas denominadas "Sindicato dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo" defende que estas são atreladas à atividade do impugnante, por serem obrigatórias; que tais valores não compõem as receitas auferidas pelo Cartório e repassadas a terceiros, sendo, por isso, legalmente dedutíveis. O impugnante pede o aproveitamento de despesas que excederam às receitas em alguns meses dos anoscalendários fiscalizados. Cita como fundamento do pedido o art. 6º, § 3º da Lei n° 8.134/1990. Observa que os auditoresfiscais, ao procederem às glosas das despesas que julgaram indedutíveis, efetuaram o creditamento do excedente de despesas, preservando, portanto, o direito do requerente de apropriarse legitimamente desse montante. Fl. 1705DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 4 5 O Contribuinte aponta erro no lançamento que, relativamente a novembro de 2002, considerou como carnêleão pago o valor de R$ 331,17, quando o valor efetivamente pago foi de R$ 3.254,95. Pede, portanto, que lhe seja creditada a diferença. Por fim, o Impugnante insurgese contra a aplicação da multa isolada do carnêleão em concomitância com a multa de ofício. A DRJSÃO PAULO/SP II julgou procedente em parte o lançamento para reduzir o valor da multa isolada, correspondente ao mês de dezembro de 2002, de R$ 4.198,94 para R$ 2.737,05, mantendo “integralmente todos os demais créditos lançados”, com base nas considerações a seguir resumidas. Inicialmente, a DRJSÃO PAULO/SP II observa que os titulares dos serviços notariais e de registro são obrigados a escriturar em livrocaixa as receitas e despesas da sua atividade, cujos registros devem ser comprovados mediante documentação hábil e idônea; que tal obrigação decorre da Lei nº 8.134, de 1990, especialmente o § 2º do art. 6º; que no livro caixa devem ser registradas apenas as receitas e despesas do próprio contribuinte, e não de terceiros; que, no presente caso, não há nenhuma prova, e nem mesmo indício, de que o contribuinte tenha, por erro, informado no livrocaixa as receitas por ele meramente repassadas a outras entidades; que o próprio contribuinte reconhece no Termo de Abertura do Livro Caixa que registrou ali apenas suas próprias receitas e despesas; que, portanto, sendo o livrocaixa um documento elaborado pelo próprio contribuinte, a alegação de erro no seu preenchimento somente poderia ser aceita mediante a apresentação de provas inequívocas, o que não ocorreu no caso; que se levarmos em consideração as retificações manuscritas ou datilografadas feitas nos relatórios de movimentos diários, relativos ao GARE, verificase que os valores da coluna “Ao cartório” coincidem exatamente com os valores escriturados no livrocaixa, na rubrica “Rend. PF nãoassalariado”, o que demonstra que no livrocaixa foram escrituradas tão somente as receitas pertencentes ao próprio Cartório; que as receitas de outras entidades informadas nos relatórios de movimentos diários (Colunas: “Ao Estado”, “Ao Ipesp”, “Registro Civil” e “Apamagis”) não foram escrituradas no livrocaixa como receitas. Daí conclui a DRJ: “não há nenhuma razão para desqualificar os valores das receitas lançados no livrocaixa, o qual, repitase, foi escriturado pelo próprio impugnante.”, Tendo a Fiscalização agido corretamente ao considerar como omissão de rendimentos a diferença positiva entre os valores informados no livrocaixa e os valores declarados na DIRPF 2003. Relativamente ao anocalendário de 2003 a DRJ conclui, da mesma forma, que não há nenhuma prova ou indício de que o contribuinte tenha, por erro, informado no livro caixa rendimentos pertencentes ao Estado; que pelo contrário o próprio contribuinte afirma, no Termo de Abertura do livrocaixa que registrou ali apenas suas próprias receitas e despesas. Daí concluiu correto o procedimento fiscal também quanto ao anocalendário de 2003. Sobre as glosas das despesas registra a DRJSÃO PAULO/SP II, relativamente ao anocalendário de 2002 que devido a diferença entre o valor das despesas informadas no livrocaixa e o valor declarado, o efeito da glosa da despesa, na apuração do resultado final da tributação é bem menor. Feita essa observação a DRJ analisa as despesas glosadas e conclui pelo acerto da autuação. Sobre os valores escriturados como despesas e que, de fato, são meros repasses, a DRJ observou que já concluíra no início do voto que o Cartório não escriturou os mesmos valores como receitas e, portanto, não poderia registrálos como despesas. Quanto à despesa com o sindicato “Apamagis”, no valor de R$ 31.081,83, observa que constam dos autos apenas dois comprovantes de recolhimento, um de R$ 493,29, e outro Fl. 1706DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 de R$ 329,66, e neste não há a menção de que os recolhimentos à Apamagis decorrem do art. 1° da Lei n° 3.724, apesar de o impugnante nada ter esclarecido a esse respeito, nem durante a fase de fiscalização nem em sua impugnação, mas que verificou que, diferentemente do que afirma o Contribuinte, com base na referida lei verificase que, ai também os valores referem se a meros repasses, e, portanto, assim como no caso analisado anteriormente, não são dedutíveis. E acrescenta: “mesmo que os valores escriturados como Apamagis fossem despesas do próprio impugnante (o que não é o caso), nem assim seriam essas despesas dedutíveis, já que não se enquadram em nenhuma das hipóteses de dedutibilidade previstas no caput do art. 6° da Lei n° 8.134/1990. Relativamente ao anocalendário de 2003, a DRJ registra que parte das glosas não foi contestada. Quanto à parte contestada, referente a pagamentos feitos a título de honorários, correspondentes, segundo o Impugnante, a valores pagos a especialistas do ramo notarial pela assessoria e consultoria jurídica, a DRJ registra que a comparação que pretende o Impugnante de sua atividade com o de uma pessoa jurídica não prevalece, pelo simples fato de que a atividade notarial é tributada pelo imposto de renda na forma de tributação própria das pessoas físicas, o que implica em critérios específicos de apuração do resultado tributável. Observa que as deduções permitidas, no caso de cartórios são aquelas úteis e necessária á manutenção da fonte produtora, e que, a consultoria, embora possa ser considerada útil, não pode ser tida como necessária, pois o conhecimento jurídico para o exercício da atividade é condição necessária ao exercício da função, aferida, inclusive, por meio de concurso público. Quanto às despesas com leasing, registra a DRJ que o motivo da glosa não tem nenhuma relação com a indedutibilidade das despesas com bens de capital; que a fiscalização justificou a glosa no fato de existir disposição legal expressa vedando essa dedução0. Sobre a multa isolada, a DRJ sustenta que, diferentemente do que defende o Impugnante, a legislação prevê a incidência concomitante das duas penalidades e que os dispositivos de lei não podem ser afastados. Como já referido acima, a DRJ deu razão ao Contribuinte quanto ao valor a menor considerado como carnêleão pago em novembro de 2002. Finalmente, a DRJ indeferiu o pedido de perícia por considerar a providência desnecessária, ressaltando que tal juízo cabe á autoridade julgadora. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 13/02/2012 (fls. 1675) e, em 06/3/2012 (fls. 1677), interpôs o recurso voluntário de fls. 1678/1696, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Acrescenta argüição de nulidade da decisão de primeira instância por alegado cerceamento de direito de defesa caracterizado pelo indeferimento do pedido de perícia. Por fim, o Recorrente formula pedido nos seguintes termos: Pelo todo exposto, em conformidade com a argumentação aduzida no presente recurso voluntário, fazse de rigor o acolhimento do pleito, para: a) Acolher a preliminar de nulidade do acórdão proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento – São Paulo, uma vez que caracterizado o cerceamento de defesa em virtude do indeferimento da realização de perícia; b) No mérito, reformar o acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento – SP, para ANULAR (i) o Fl. 1707DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 5 7 lançamento a título de omissões de receitas dos movimentos diários, haja vista que ausente face à constatação dos relatórios de movimentos diários; (ii) a glosa das despesas dedutíveis “Lobo Orlandi”, Leasing” e “Sindicato dos Notários e Registros”, uma vez que estão diretamente atreladas ás atividades do Recorrente; c) Ainda no mérito, reformar o acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento – SP, para reduzir do montante de despesas a título de “fare”, “apanagis” e sindicato dos notários e registros glosados como indedutíveis e apropriar o saldo credor de imposto de renda pago em carnê leão ás competência subseqüentes dos anoscalendários 2002 2003; d) Por fim, reformar o r. acórdão para cancelar e anular a multa isolada, haja vista que não podem coexistir duas penalidades para um mesmo fato imponível de acordo com a legislação em regência. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Examino, inicialmente, a argüição de nulidade da decisão de primeira instância. Afirma o Recorrente que a DRJSÃO PAULO/SP II incorreu em cerceamento de direito de defesa ao indeferir o pedido de perícia. A alegação não procede. É que, no processo administrativo fiscal compete à autoridade julgadora decidir sobre a necessidade e conveniência de se realizar procedimentos de diligência ou perícia, e se é assim, não se cogita de nulidade da decisão pelo fato de o julgador ter decidido dessa ou daquela forma uma determinada matéria. A Matéria está disciplinada no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, a saber: Art. 18. A autoridade administrativa de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine.(sublinhei) Rejeito, portanto, a preliminar de nulidade. Fl. 1708DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 8 Quanto ao pedido de perícia, reiterado no recurso, de fato, neste caso as provas que o Contribuinte sugere que seriam obtidas com o procedimento são de sua responsabilidade. Portanto, caberia ao próprio Contribuinte diligenciar para buscálas. Não se deve esquecer que é ônus do Contribuinte apresentar os elementos de prova de suas razões de defesa. Assim, concordando com a posição esposada na decisão de primeira instância, não vislumbro a necessidade da realização da perícia, razão pela qual não há falar em nulidade da decisão de primeira indefiro o pedido. Quanto ao mérito, como se colhe do relatório, o lançamento decorre da apuração de omissão de rendimentos de pessoa física, especificamente, de titular de cartório, e da glosa de despesas de livro caixa, tendo sido exigida também multa isolada felá falta de recolhimento do carnê –leão. Sobre a omissão de rendimentos, a autoridade lançadora tomou por base valor informado pelo próprio contribuinte no livrocaixa, em montantes maiores do que os utilizados com base de cálculo do imposto, valores estes coincidentes com aqueles informados nos relatórios diários repassados pelo Cartório ao GARE. O Contribuinte sustenta em sua defesa que o valor verdadeiro de sua receita é aquela informada ao GARE nos tais relatórios diários e sugere que poderia ter havido erro no preenchimento do livrocaixa. A alegação da defesa, todavia, não procede. A um, porque, diferentemente do que afirma, o LivroCaixa é o instrumento próprio para se registrar as receitas e despesas do Cartório e, com base nesses dados, apurar o resultado tributável. Ademais, neste caso, conforme referido acima, os valores lançado no livrocaixa batem com os relatórios apresentados ao GARE. Quanto a eventual erro de fato no preenchimento do livrocaixa, era ônus do contribuinte comprovar tais erros, o que não faz. O Contribuinte limitase a referirse a discr4epâncias entre os valores declarados, sem, contudo, indicar onde estariam os possíveis erros. Assim, o certo é que a autoridade lançadora, baseandose em informações fornecidas pelo próprio Contribuinte, apurou a omissão de rendimentos e, corretamente, procedeu ao lançamento. Correta, portanto, a autuação quanto a este ponto. Sobre as glosas de despesas, estas podem ser divididas em duas categorias: uma, de despesas não dedutíveis, outra de despesas não comprovadas. Nas primeiras categorias estão valores referentes a verbas em relação às quais o Contribuinte é mero repassador. Isto é, a valores recebidos pelo Cartório em nome de terceiros e imediatamente repassados a estes. Não são, portanto, receitas ou despesas do próprio Cartório. Como já observado acima, tais valores não foram escriturados como receitas e, portanto, não poderiam ser classificados como despesas. Correta, portanto, a autuação. Quanto à despesa com o sindicato “Apamagis”, no valor de R$ 31.081,83, como ressaltado pela decisão de primeira instância, constam dos autos apenas dois comprovantes de recolhimento, um de R$ 493,29, e outro de R$ 329,66, e neste não há a menção de que os recolhimentos decorrem do art. 1° da Lei n° 3.724, apesar de o impugnante nada ter esclarecido a esse respeito, nem durante a fase de fiscalização nem em sua impugnação, e diferentemente do que afirma o Contribuinte, com base na referida lei verifica se que, ai também, os valores referemse a meros repasses, e, portanto, assim como no caso analisado anteriormente, não são dedutíveis. E, mesmo que fossem, nem assim seriam essas despesas dedutíveis, já que não se enquadram em nenhuma das hipóteses de dedutibilidade previstas no caput do art. 6° da Lei n° 8.134/1990. Fl. 1709DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 6 9 Quanto aos pagamentos feitos a título de honorários, correspondentes, segundo o Impugnante, a valores pagos a especialistas do ramo notarial pela assessoria e consultoria jurídica, a comparação que pretende o Impugnante de sua atividade com o de uma pessoa jurídica não é pertinente, pelo simples fato de que a atividade notarial é tributada pelo imposto de renda na forma de tributação própria das pessoas físicas, o que implica em critérios específicos de apuração do resultado tributável. As deduções permitidas, no caso de cartórios são aquelas úteis e necessárias à manutenção da fonte produtora, e a consultoria, embora possa ser considerada útil, não pode ser tida como necessária, pois o conhecimento jurídico para o exercício da atividade é condição necessária ao exercício da função, aferida, inclusive, por meio de concurso público. Quanto às despesas com leasing, o motivo da glosa há disposição legal expressa vedando essa dedução. Tratase do artigo 6º, § 1º, “a”, da Lei nº 8.134, de 1990, com redação dada pela Lei nº 9.250, de 1995, a saber: Art. 6° O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: [...] § 1º O disposto neste artigo não se aplica: a) a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de arrendamento; [...] Quando às despesas não comprovadas, também na fase recursal o Contribuinte não as comprovou com documentos hábeis e idôneos, devendo prevalecer, portanto, as referidas glosas. Finalmente, cumpre examinar a multa exigida isoladamente. O Recorrente insurgese contra a cobrança da multa isolada, contestando a sua aplicação cumulativamente com a multa de ofício. Penso que assiste razão ao Recorrente quanto a este ponto. A possibilidade da exigência simultânea da multa isolada com a multa de ofício, tendo ambas a mesma base, já foi rejeitada por este Conselho. Como exemplo vejase a seguinte decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais: MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. Recurso especial negado. (Acórdão CSRF/0104.987, de 15/06/2004) Fl. 1710DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 10 É como penso. Entendo que a questão se resolve na natureza da multa isolada. E, para tanto, é conveniente examinarmos o que dispõe a Lei nº 9.430, de 1996, que previu a hipótese de sua incidência (na redação anterior à mudança introduzida pela medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007), a saber: Lei nº 9.430, de 1996: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. (...) Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição. I –de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa de mora, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II – 150% (cento e cinqüenta por cento), nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2º. As multas de que trata este artigo serão exigidas: I – juntamente com o tributo ou a contribuição quando não houverem sido anteriormente pagos; (...) III – isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº. 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixarmos de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; (...). É dizer, o § 1º do art. 44, acima transcrito, não institui uma penalidade nova, mas apenas a forma de sua incidência, juntamente com o tributo, na hipótese do inciso I, e isoladamente, nas hipóteses dos demais incisos. O dispositivo que institui a penalidade é o caput do artigo e seus incisos. É aí que a lei especifica o fato típico, enseja dor da penalidade: a falta de pagamento ou recolhimento etc. Pelo simples fato de não ter havido o pagamento do imposto devido a título de carnêleão não há previsão de incidência de outra penalidade senão a dos incisos I e II do caput art. 44, conforme o caso. Sendo assim, não se pode conferir ao art. 43 e aos incisos do parágrafo 1º, inovações da Lei nº. 9.430, interpretação que implique em incidência de gravame inexistente antes da vigência dos referidos dispositivos. É o que ocorre quando se aplica a penalidade duplamente, sobre a mesma base, na exigência da multa isolada, pelo não pagamento da antecipação, e na exigência do imposto quando do ajuste anual. Fl. 1711DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 7 11 Ora, a incidência da multa isolada, como no caso específico tratado neste processo, por falta de recolhimento do carnêleão, não tem outro objetivo senão o de evitar a formalização de exigência de imposto devido como antecipação do ajuste anual e que, logo em seguida, seria compensado quando do lançamento do imposto apurado no ajuste. Com a multa isolada, essa dificuldade foi superada, exigindose apenas a multa pelo não pagamento da antecipação, deixandose para formalizar a exigência do tributo apenas na apuração do imposto devido no ajuste anual. Nesse segundo momento, contudo, a base de cálculo da multa isolada não deveria compor a base de cálculo da multa de ofício exigida conjuntamente com o imposto. Em nenhum momento os contribuintes deviam o imposto duas vezes, antecipadamente e quando do ajuste anual. É que, ao pagar o primeiro, necessariamente teria direito a compensar o que pagou quando do ajuste anual. Assim, não há falar em dupla hipótese de incidência das multas, pelo não pagamento da antecipação e pelo não pagamento do imposto devido quando do ajuste anual. Ora, é certo que a Lei nº 11.488, de 2007, que, entre outros pontos, alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, instituiu a hipótese de incidência da multa isolada no caso de falta de pagamento do carnêleão. Porém, este dispositivo aplicase apenas aos fatos geradores ocorridos após sua vigência. É que, como ressaltado acima, se antes não havia a possibilidade de incidência simultânea da penalidade pelo não recolhimento do carnêleão, em concomitância com a multa de ofício sobre os rendimentos omitidos apurados no ajuste anual, sobre a mesma base, a nova legislação, que introduziu esta possibilidade, não é mais benéfica ao contribuinte e, portanto, não poderia ser aplicada em relação aos fatos pretéritos. Concluo, pois, pela exclusão da multa isolada. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para afastar a multa exigida isoladamente. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 1712DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 12 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CÂMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10830.001177/200799 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 2201001.994. Brasília/DF, 05 de março de 2013. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Fl. 1713DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10830.001177/200799 Acórdão n.º 2201001.994 S2C2T1 Fl. 8 13 Fl. 1714DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 10825.902092/2009-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA PARA REVISÃO DA ESCRITURAÇÃO DA DIPJ. PROCEDIMENTO PARA AFERIÇÃO DOS REQUISITOS DE CERTEZA E LIQUIDEZ. Não se reconhece a decadência ao se verificar que a revisão dos valores lançados na DIPJ se deu ao fundamento de aferir a certeza e liquidez do crédito indicado para compensação, não resultando qualquer lançamento de ofício.
Numero da decisão: 1301-000.883
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Nome do relator: EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR
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Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA PARA REVISÃO DA ESCRITURAÇÃO DA DIPJ. PROCEDIMENTO PARA AFERIÇÃO DOS REQUISITOS DE CERTEZA E LIQUIDEZ. Não se reconhece a decadência ao se verificar que a revisão dos valores lançados na DIPJ se deu ao fundamento de aferir a certeza e liquidez do crédito indicado para compensação, não resultando qualquer lançamento de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr. Relator Fl. 140DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 04/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 2 Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima identificada contra decisão proferida pela 8ª Turma da DRJ do Rio de Janeiro/RJ. Versa o presente processo administrativo acerca de Pedido de Restituição (fls. 01 04) e Declaração de Compensação (fls. 05 – 08), apresentados pela recorrente com indicação de saldo negativo da CSLL apurado no anocalendário 2003. Observase que o Pedido de Restituição foi indeferido e compensação não foi homologada nos termos do Despacho Decisório de folhas 97 a 105, por não se constatar a presença dos requisitos de certeza e liquidez do crédito indicado. Segundo entendimento do Despacho Decisório em comento, a recorrente não teria efetuado as informações de ajuste relativas ao reconhecimento das variações monetárias quando da liquidação da operação, conforme permitido pelo artigo 30 da Medida Provisória nº 1.85810/99 reeditada sob o nº 215835/2001, assentandose que de acordo com a DIPJ/2004, a recorrente adicionou valores referentes às variações cambiais passivas escrituradas pelo regime de competência, bem como não adicionou os valores atinentes às variações cambiais ativas, relativamente às operações liquidadas no período. Seguiuse afirmando eu foi excluído determinado valor a título de variações cambiais, e que este, conforme orientação do programa, deveria corresponder ao valor informado na linha 06ª/20 da DIPJ, porém o valor informado na DIPJ seria muito superior ao valor excluído. Acrescentouse que de acordo com a ficha 21 (cálculo do PIS não cumulativo), a recorrente teria informado na linha 07 (receitas de variações cambiais – operações liquidadas) o valor de R$ 2.032.762,27, contudo, não teria adicionado valor algum a esse título na linha 09 da ficha 17 (cálculo da CSLL). Devidamente cientificada (fl. 107) a recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 108 112), alegando em síntese que o indeferimento do seu pedido de compensação foi efetuado com base em revisão de sua declaração realizada de maneira incompleta, porquanto deixouse de apontar os novos valores resultantes e, de acordo com o artigo 149 do CTN, a dita revisão somente seria admitida enquanto não estivesse extinto o direito de lançamento, situação que não se configuraria no caso dos autos. Argumentou ainda, que não se poderia basear em indício, devendose identificar os exatos efeitos das inconsistências detectadas sobre os valores do resultado do período e da contribuição devida ou do saldo negativo a restituir, uma vez que as informações da DIPJ gozariam de presunção de veracidade. A 8ª Turma da DRJ do Rio de Janeiro/RJ, nos termos do acórdão e voto de folhas 121 a 126, indeferiu a solicitação da recorrente, afastando de início a alegação de decadência para revisão dos valores lançados na DIPJ da recorrente, esclarecendo que apesar Fl. 141DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 04/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 10825.902092/200961 Acórdão n.º 130100.883 S1C3T1 Fl. 2 3 de se ter apurado inexistência de saldo negativo de CSLL no anocalendário 2003, o Fisco não deduziu qualquer pretensão de cobrança, de sorte que a revisão serviu apenas para dar cumprimento à verificação de certeza e liquidez, assentandose que para tal procedimento não há limite temporal ao poder de investigação do Fisco, de sorte que o direito creditório pleiteado pelo contribuinte deve ser declarado líquido e certo pela autoridade administrativa, podendo esta investigar a origem do alegado crédito. Quanto à alegação da recorrente de que não teriam sido identificados os exatos efeitos da inconsistência encontrada, entendeu a decisão recorrida que o despacho decisório citou a ficha e a linha em que foram identificadas divergências, elaborando planilha para demonstrar o valor, destacandose que recompondo os valores na ficha 17 (fl. 25), verificavase que caso fossem informados os valores corretos das variações cambiais, não haveria saldo negativo e sim, CSLL a pagar, frisandose, no entanto, que a contribuição referida somente não seria lançado por conta da decadência. Por fim, destacou que as estimativas não foram confirmadas conforme atestam os extratos de folhas 119 e 120, destacandose que em relação à compensação da Bse de Cálculo Negativa, teria sido utilizado o mesmo valor informado na DIPJ de 2003, porquanto o saldo a compensar existente foi totalmente utilizado em 2004 e 2005, não restando valores a serem utilizados. Cientificada da decisão desfavorável, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, insistindo que ao não homologar as compensações declaradas resultouse em ofensa ao instituto da decadência, pugnando por provimento do seu recurso. É o relatório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 04/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 4 Voto Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr., Relator. O Recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos genéricos de recorribilidade. Admitoo para julgamento. Verificase que o inconformismo da recorrente se dirige unicamente ao não reconhecimento, pela decisão recorrida, da sustentada decadência, porquanto alega que a constituição das bases negativas indicadas como crédito, não seriam mais passíveis de revisão, impondose a homologação das compensações declaradas. Segundo sustenta a recorrente “... dizer que não prazo para o Fisco examinar os créditos declarados na DIPJ, bastando que do procedimento não resulte exigência direta de crédito tributário corresponde a uma alegação falaciosa, porque seja direta ou indireta a exigência, como ocorre no caso presente, estarseá valendo de meio oblíquo para o resgate de valores alcançados pela decadência, não contramão do instituto cuja finalidade é precisamente apaziguar as relações impedindo a perenização das disputas...” Na esteira do que argumenta a recorrente, para visualizar a total improcedência de suas razões e a consequente manutenção da decisão recorrida, cumpre salientar que se está em sede de Processo Administrativo formulado a partir de Pedido de Restituição (fls. 01 04) e Declaração de Compensação (fls. 05 – 08), apresentados pela recorrente com indicação de base negativa de CSLL apurada no anocalendário 2003. Tendo a recorrente, formulado declaração de compensação, tal procedimento, para homologação, está adstrito ao cumprimento dos requisitos constantes do artigo 170 do Código Tributário Nacional, resumidos na verificação de certeza e liquidez do crédito apontado. O que se deu no caso concreto foi que em análise dos tais requisitos (certeza e liquidez), a autoridade administrativa verificou uma série de incongruências na escrituração da DIPJ relativa ao período de apuração que se teria as Bases Negativas tal como minudenciado no relatório acima, a revelar que o crédito indicado, não gozava dos elementos capazes de irradiar a homologação da compensação. O Despacho Decisório, chancelado pela decisão ora recorrida, não se prestou, portanto, a exigir qualquer valor decorrente da equivocada escrituração da mencionada DIPJ, contrário disso, aferiu unicamente não estarem presentes os requisitos de certeza e liquidez na formulação do crédito (in casu base negativa de CSLL), situação que afasta qualquer alegação de decadência, sabidamente oponível ao direito de o Fisco constituir o crédito tributário por meio do lançamento. Tratássemos aqui de auto de infração decorrente das mesmas constatações, se poderia cogitar alguma razão à recorrente, porém, no intuito de aferir os elementos condicionantes da homologação de compensações, deve subsistir o entendimento da decisão recorrida. Por fim, convém registrar que a recorrente sequer refutou a materialidade das constatações da Autoridade Administrativa, razão pela qual, encaminho meu voto no sentido de afastar qualquer alegação de decadência, assentandose a ausência de certeza e liquidez do crédito indicado para compensação, NEGO provimento ao Recurso Voluntário. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 04/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 10825.902092/200961 Acórdão n.º 130100.883 S1C3T1 Fl. 3 5 Sala das sessões 11 de abril de 2012 (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 04/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/05/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES
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Numero do processo: 10830.007798/2002-71
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001
COMPENSAÇÃO. LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO ANTECIPADAMENTE. OPÇÃO IRRETRATÁVEL.
Não constitui indébito tributário, passível de restituição/compensação, o pagamento do IRPJ sobre a realização do saldo do lucro inflacionário de forma antecipada, opção exercida pelo contribuinte manifestada pelo pagamento da 1ª, ou parcela única, por ser a opção irretratável, ainda que a pessoa jurídica apure, ao final do ano-calendário, prejuízo fiscal (art. 62 da MP nº 2.113-32/01, c/c o art. 9º, §2º, da Lei nº 9.532/97).
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS. MULTA DE OFÍCIO. NATUREZA CONFISCATÓRIA.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.(Súmula nº 2/Carf:)
SÚMULAS. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA.
As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF (artigo 72 do Anexo II do Ricarf).
Numero da decisão: 1801-001.348
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO ANTECIPADAMENTE. OPÇÃO IRRETRATÁVEL. Não constitui indébito tributário, passível de restituição/compensação, o pagamento do IRPJ sobre a realização do saldo do lucro inflacionário de forma antecipada, opção exercida pelo contribuinte manifestada pelo pagamento da 1ª, ou parcela única, por ser a opção irretratável, ainda que a pessoa jurídica apure, ao final do anocalendário, prejuízo fiscal (art. 62 da MP nº 2.11332/01, c/c o art. 9º, §2º, da Lei nº 9.532/97). INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS. MULTA DE OFÍCIO. NATUREZA CONFISCATÓRIA. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.(Súmula nº 2/Carf:) SÚMULAS. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF (artigo 72 do Anexo II do Ricarf). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 77 98 /2 00 2- 71 Fl. 288DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Ana de Barros Fernandes – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. Relatório A empresa recorre do Acórdão nº 0521.949/08 exarado pela Segunda Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP, fls. 213 a 217, que julgou procedente em parte o direito creditório pleiteado pela contribuinte, bem como homologar em parte as pertinentes compensações deste crédito com débitos tributários, formalizados nos Per/Dcomp (pedidos de restituição e declaração de compensação) – fls. 01 a 05. Aproveito trechos do relatório e voto do aresto vergastado para historiar os fatos: “Tratase dos pedidos de fls. 01/02, protocolizados em 15/08/2002 solicitando à fl. 01 a restituição no valor de R$ 270.616,18, referente a valor de IRPJ pago indevidamente sobre a realização do lucro inflacionário existente em 2001 (art. 62 da MP n° 2.11332), e à fl, 02 a compensação dos débitos de COFINS e PIS, apurados em julho/2002, nos valores respectivos de R$ 200.281,44 e RS 43.394,31, e do débito de IPI apurado em agosto/2002, no valor de R$ 26.940,43, devidamente cadastrados no sistema PROFISC conforme extrato emitido em 21/10/2002 à fl. 109. No pedido de restituição foi consignado o seguinte "motivo do pedido": Os pagamentos foram considerados indevidos visto que o saldo do lucro inflacionário foi totalmente realizado até a data da edição da referida medida provisória, quando, em verdade, a base de cálculo para a referida realização, segundo apurouse através de declaração de rendimentos do anocalendário de 2001, estava maior que a devida, observadas as disposições legais pertinentes à matéria. Às fls. 03/05 foram juntadas cópias de DARF de recolhimentos feitos entre junho e novembro/2001, no código de arrecadação 3320, referente à realização incentivada do lucro inflacionário, nos valores adiante discriminados: [tabela] Em 15/03/2007 foi elaborado o Despacho Decisório do SEORT da DRF Campinas/SP, cientificado em 23/03/2007 (AR à fl. 167), no qual foi consignada a conversão do pedido de compensação de fl. 02 em declaração de compensação desde seu protocolo, nos termos do §4° do art. 74 da Lei n° 9.730/1996, propondo o reconhecimento parcial do direito creditório pleiteado e homologação das compensações até o limite do crédito reconhecido na tabela "Direito Creditório" à fl. 162, conforme ementa adiante reproduzida: Assunto: Pedido de restituição/Pedido de compensação Ementa: A opção pela realização antecipada do lucro inflacionário é irretratável. Comprovado o saldo do lucro inflacionário na data da opção, o imposto de renda tornase devido a alíquota de 10%. Compensação homologada até o limite do crédito. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.007798/200271 Acórdão n.º 1801001.348 S1TE01 Fl. 3 3 Consigna a autoridade administrativa que a realização incentivada foi calculada sobre o lucro inflacionário acumulado em 31/12/2000, apurado nos autos no montante de RS 1.159,679,84, sob a seguinte justificativa: A vista das DIRPJ/DIPJ apuramos os valores do lucro inflacionário acumulado de 31/12/1995 até 31/12/2000, uma vez que o contribuinte optou pela realização antecipada do lucro inflacionário em 29/06/2001, tendo constatado os seguintes valores: [tabela] Observese que na data da opção, ocasião em que foi efetuado o primeiro pagamento, 29/06/2001, o contribuinte tinha um saldo de lucro inflacionário no montante de R$ 1.159.679,84 e tendo optado pela realização antecipada ficou sujeito ao imposto de renda devido à alíquota de 10% no valor de R$ 115.967,98. Assim, não é procedente a alegação de que o saldo do lucro inflacionário já havia sido integralmente realizado até a data da edição da medida provisória 2.11332, tanto ê que na DIPJ/2002, anocalendário 2001 (fl. 120), após ter optado pela realização integral a interessada informou na ficha 07, linha 14 "Lucro Inflacionário realizado" o montante de R$ 1.127.224,71. Considerando que o montante de R$ 115.967,98 podia ser pago em seis parcelas, demonstramos a seguir os valores devidos e aqueles passíveis de restituição em valores originais: DIREITO CREDITÓRIO Parcela Código V. Devido V. Recolhido Data Valor Indevido 1 3320 19.328,00 37.293,98 29/06/2001 17.965,98 2 3320 19.766,75 38.140,56 31/07/2001 18.373,81 3 3320 20.056,67 38.699,97 31/08/2001 18.643,30 4 3320 20.365,92 39.296,67 28/09/2001 18.930,75 5 3320 20.621,04 39.788,95 31/10/2001 19.167,91 6 3320 20.916,76 40.359,55 30/11/2001 19.442,79 TOTAL 121.055,14 233.579,68 112.524,54 [...] Com ciência da decisão em 23/03/2007 (AR à fl. 167), a peticionária protocolizou, em 24/04/2007, por meio de seus advogados e bastantes procuradores (procuração à fl. 187), a manifestação de inconformidade de fls. 168/186, (...) [...] Com a edição da MP n° 2.11332, de 26/06/2001, que estabelecia no art. 62 a opção de realizar antecipadamente o lucro inflacionário acumulado com alíquota reduzida, a empresa escolheu a realização incentivada em seis parcelas a partir de junho/2001, apurando o montante de R$223.763,90, que equivalia a 10% sobre a base de cálculo incorreta de RS 2.237.638,98. No entanto, ao final do ano 2001 realizou algumas retificações em DIPJ's de períodos anteriores constatando que os valores das parcelas recolhidas estavam equivocados. Justifica que por inexistir tributação de IRPJ no anocalendário de 2001, em que apurou prejuízo fiscal, procedeu a adição do total do lucro inflacionário acumulado em RS 1.127.224,71 ao lucro líquido do período, conforme demonstra as fichas '7' linha 14 (lucro inflacionário realizado) e '9A' da DIPJ/2002, formalizando em agosto/2002 o pedido de restituição dos valores antes recolhidos na realização incentivada. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Aponta erro no valor da realização constante do despacho decisório no ano de 1999, de R$ 983.307,27, referente ao saldo acumulado em 31/12/1998 (de R$ 2.142.987,11), quando na verdade foi realizado no período o total de R$ 1.015.373,91, somatória das linhas 'lucro inflacionário Plano Real', de R$ 945.847,91 e 'lucro inflacionário de R$ 69.526,00. Assim, o lucro inflacionário em 1999 fica reduzido de R$ 1.159.679,84 para R$ 1.127.224,71, o exato valor adicionado ao lucro líquido na DIPJ/2001, restando demonstrado, por ora, a diferença no valor de R$ 32.455,13, pelo que deve ser reconhecido o pagamento de IRPJ indevido de R$ 3.245,51 (à alíquota de 10%). Ressalta a manifestante que o argumento da autoridade administrativa de que a opção pela realização antecipada seria irretratável não merece subsistir, visto que posta à disposição do contribuinte caberia a ele fazer ou não uso da opção. Assim, independentemente do efeito que a legislação atribua à opção pela realização antecipada do lucro inflacionário, será esta irretratável ou vinculativa apenas se os recolhimentos efetuados estiverem em consonância com a situação contábil e fiscal da empresa. Caso contrário, ocorreria a tributação confiscatória, que não se sustenta frente ao que dispõe o artigo 150, inc, IV, da Carta Constitucional. Acrescente que da leitura do citado artigo 62 da MP nº 2.11332 nada se infere quanto aos efeitos vinculativos da opção para as partes, não cabendo pressupor a alegada irretratabilidade, vez que a matéria tributária se sujeita ao princípio da legalidade, previsto genericamente no art. 5o e inciso II da CF/88. [...] A manifestante assevera que ao adicionar ao lucro líquido apurado no ano de 2001 todo o lucro inflacionário acumulado, já ofertado à tributação incentivada, ensejou verdadeira incidência dúplice, ou melhor dizendo, no caso concreto, indevida diminuição de seu prejuízo, cabendolhe, portanto, a disponibilização de uma alternativa que permita reverter os prejuízos advindos de tal conduta. [...] VOTO [...] De plano consignese que o litígio referese à diferença do direito creditório entre o valor original pleiteado de R$ 233.579,68 (corrigido à fl. 01 em R$ 270.616,18) e a parcela reconhecida pelo despacho decisório recorrido de R$ 112.524,54, cabendo, pois, aferir no presente voto a liquidez e certeza de credito da manifestante junto à Fazenda Pública no total de R$ 121.055,14. [...] Do tópico acima se depreende dois fundamentos distintos para o alegado indébito: a desistência da opção pela realização incentivada ao apurar prejuízo fiscal em 31/12/2001 e a incorreção no saldo do lucro inflacionário em 31/12/2000 apurado pela autoridade administrativa. No que concerne à incorreção do lucro inflacionário acumulado em 31/12/2000 há que se esclarecer que inicialmente a própria contribuinte equivocouse no saldo a realizar em 2001, vez que apurou à alíquota de 10% o IRPJ devido no total de R$ 223.763,90, efetuando o recolhimento de junho a novembro/2001 em seis parcelas de R$ 37.293,98, ou seja, obteve o saldo a realizar de R$ 2.237.639,00, retificado pela autoridade administrativa para R$ 1.159.679,84. [...] Fl. 291DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.007798/200271 Acórdão n.º 1801001.348 S1TE01 Fl. 4 5 Nesse aspecto, cumpre elucidar que a realização no ano de 1999, considerada no despacho decisório no valor de R$983.307,27, foi extraída da DIPJ/2000 entregue pela contribuinte em 02/07/2000, e processada no sistema da Receita Federal pelo n° 1002281, conforme registro na linha 11 lucro inflacionário realizado, Ficha 10A Demonstração do Lucro Real, cópia à fl. 117verso. Todavia, tendo em conta que às fls. 145/147 foi juntada a Parte 'A' do Livro LALUR, onde resta confirmada a adição ao lucro líquido apurado em 31/12/1999, a título de lucro inflacionário realizado, de duas parcelas (R$ 945.847,91 e R$ 69.526,00), resta comprovada a realização no período do total de R$ 1.015.373,91. Refazendose a apuração constante à fl. 161verso do despacho decisório, partindo dos dados registrados no livro LALUR da empresa, fls. 130/157, obtémse o lucro inflacionário acumulado em 31/12/2000 no seguinte valor: [tabela] Por conseguinte, cabe acrescer ao indébito já reconhecido no despacho decisório, a diferença apontada pela manifestante de R$ 3.245,51, equivalente ao IRPJ à alíquota de 10% incidente sobre a diferença de R$ 32.455,13 (R$ 115.967,98 menos RS 112.722,47). [...] Por outro lado, no que se refere à caracterização do indébito no total de RS 233.579,68, motivada na adição ao lucro líquido do exercício, a título de realização, quando da apuração do lucro real em 31/12/2001, do lucro inflacionário acumulado em 31/12/2000, no valor de R$ 1.127.224,71, a título de esclarecimento, convém discorrer sobre a tributação do lucro inflacionário diferido desde 31/12/1995. Conforme muito bem consignado na manifestação de inconformidade, nos termos da legislação pertinente a tributação do lucro inflacionário, via de regra, é efetuada por meio de adição, ao final do período de apuração, ao lucro líquido do período de um percentual incidente sobre o montante diferido, que deve corresponder ao maior valor obtido entre a variação de realização dos bens do Ativo ou, no mínimo, 10% a cada ano. Assim, a realização do lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, diferida por opção da contribuinte nos termos da legislação pertinente, deve ocorrer mediante a sua tributação, seja na apuração do lucro real na declaração de rendimentos, por meio da adição ao lucro líquido do período do percentual de realização exigido em lei, seja em face do recolhimento por DARF por opção da empresa pela realização incentivada concedida nos moldes das leis editadas durante o período de diferimento do referido saldo (de 1996 a 2005). Em 21/06/2001 foi editada a Medida Provisória n° 2.113, que em seu art. 62 tratou da liquidação antecipada do saldo diferido do lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, cuja redação repetiuse na Medida Provisória n° 2.15835, de 24/08/2001, nos seguintes termos [destaques acrescidos]: Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001 Art.62. A opção pela liquidação antecipada do saldo do lucro inflacionário, na forma prevista no art. 9º da Lei nº 9.532, de 1997, deverá ser formalizada até 30 de junho de 2001. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 §1º A liquidação de que trata o caput poderá ser efetuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendose a primeira em 30 de junho de 2001. §2° O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SEL1C), para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data referida no §1° até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. §3º Na hipótese de pagamento parcelado, na forma do §1°, a opção será manifestada mediante o pagamento da primeira parcela. Imprescindível, pois, reproduzir adiante o art. 9o da Lei n° 9.532, de 1997, para identificação da forma que deveria ser concretizada a opção pela liquidação antecipada tratada na MP n° 2.15835, de 2001, conforme ressalva expressa no artigo 62 [destaques acrescidos]: Lei nº 9532, de 10/12/1997 Art. 9º À opção da pessoa jurídica, o saldo do lucro inflacionário acumulado, existente no último dia útil dos meses de novembro e dezembro de 1997, poderá ser considerado realizado integralmente e tributado à alíquota de dez por cento. §1º Se a opção se referir a saldo de lucro inflacionário tributado na forma do art. 28 da Lei Nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989, a alíquota a ser aplicada será de três por cento. §2 A opção a que se refere este artigo será irretratável e manifestada mediante o pagamento do imposto, em quota única, na data da opção. Por conseguinte, não assiste razão à manifestante ao afirmar que o art. 62 da MP n° 2.11332 nada menciona sobre a "irretratabilidade" da opção e que tal condição não poderia estar embasada na Lei n° 9.532, de 1997 por tratarse de diplomas legais diversos. Isto porque o dispositivo traz expressa previsão de que a opção pela liquidação antecipada do saldo do lucro inflacionário, a ser formalizada até 30/06/2001, ocorreria de conformidade com o previsto no art. 9a da Lei nº 9.532, de 1997, onde resta consignado ser irretratável a opção. Ressaltese, sobretudo, que a alíquota de 10% para a referida realização incentivada do lucro inflacionário encontrase quantificada exatamente no art. 9o da Lei n° 9.532, de 1997, nada dispondo a respeito a MP n° 2.11332 (e MP n° 2.15835), trazendo os dispositivos legais anteriores, acerca da referida tributação definitiva, percentuais variados. Portanto, é seguramente irretratável a opção formalizada no recolhimento feito no código 3320 em junho/2001, referente à 1a parcela do IRPJ devido no total de R$ 112.722,47, à alíquota reduzida de 10% sobre o lucro inflacionário acumulado em 31/12/2000, no valor de R$ 1.127.224,71, de conformidade com dispositivos legais regularmente inseridos no sistema tributário nacional. Assim, concluise por indevida a adição feita pela contribuinte ao lucro líquido apurado em 31/12/2001 do lucro inflacionário já realizado (R$ 1.127.224,71), na tentativa de tornar indevido o recolhimento de IRPJ realizado entre junho e Fl. 293DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.007798/200271 Acórdão n.º 1801001.348 S1TE01 Fl. 5 7 novembro/2001, posto tratarse de tributação definitiva a opção formalizada nos termos da lei. Com referência à conseqüente redução de prejuízo fiscal ocorrida no ano de 2001, importa consignar que os dados declarados pelas pessoas jurídicas à Receita Federal devem refletir a apuração contida na escrituração da empresa, sendo de sua responsabilidade retificar as informações que não espelham a realidade dos fatos. Dessa forma, há que se reconhecer nos autos apenas a diferença de indébito no valor de R$3.245,51, distribuído em seis parcelas de R$540,92, conforme recolhido pela contribuinte entre junho e novembro/2001.” A empresa interpôs tempestivamente (AR – 21/06/11, fls 238; Recurso – 20/07/11, efls. 262 e 263) o Recurso de efls. 264 a 286 reiterando os termos da defesa exordial, no concernente a fazer jus à restituição das parcelas integrais pagas a título de IRPJ sobre o saldo do lucro inflacionário realizado antecipadamente no anocalendário de 2001, recolhidas por equívoco, pois apurou prejuízo fiscal no período. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes, Relatora Conheço do recurso interposto, por tempestivo. O cerne do litígio está em decidir se os recolhimentos ocorridos a título de IRPJ sobre o lucro inflacionário realizado de forma incentivada, sob amparo da MP nº 2.113 32 c/c o artigo 9º, §2º, da Lei nº 9.532/97, são suscetíveis de repetição, para compensação, ou tratase de tributação irretratável e, reversamente, manifestarse sobre a adição ao lucro líquido do lucro inflacionário, no ano de 2001, uma vez que a recorrente desistiu da opção de recolher antecipadamente o saldo do lucro inflacionário. A recorrente escorase em três alicerces, consoante suas palavras: a) a MP nº 2.11332 facultou aos contribuintes uma opção de realizar antecipadamente o saldo do lucro inflacionário; b) a suposta irrevogabilidade da opção não implica considerarse a tributação definitiva, visto não haver disposição legal neste sentido; c) considerarse definitiva a opção exercida pelo contribuinte que, ao final do anocalendário, apurou prejuízo fiscal implica admitir tributação de patrimônio e não de rendalucro, sendo ilegal, uma vez o IRPJ incidir sobre a receita auferida pelas pessoas jurídicas. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES 8 A tese da recorrente não merece acolhida. A norma tributária que disciplinou a realização antecipada do lucro inflacionário é explícita e deve ser interpretada literalmente, pois institui um favor fiscal, nos termos do artigo 111 do Código Tributário Nacional: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Não custa reproduzir a norma que desonera em parte o ônus dos contribuintes: Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001 Art.62. A opção pela liquidação antecipada do saldo do lucro inflacionário, na forma prevista no art. 9º da Lei nº 9.532, de 1997, deverá ser formalizada até 30 de junho de 2001. §1º A liquidação de que trata o caput poderá ser efetuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendose a primeira em 30 de junho de 2001. [...] §3º Na hipótese de pagamento parcelado, na forma do §1°, a opção será manifestada mediante o pagamento da primeira parcela. Lei nº 9.532, de 10/12/1997 Art. 9 À opção da pessoa jurídica, o saldo do lucro inflacionário acumulado, existente no último dia útil dos meses de novembro e dezembro de 1997, poderá ser considerado realizado integralmente e tributado à alíquota de dez por cento. [...] §2 A opção a que se refere este artigo será irretratável e manifestada mediante o pagamento do imposto, em quota única, na data da opção. A opção de irretratabilidade de opção prevista no § 2º do artigo 9º da lei nº 9.532/97 seguramente transposto para as disposições inseridas no art. 62 da MP nº 2.113 32/01, conforme salientado no acórdão recorrido, independe do resultado final do exercício financeiro. O risco apontado pela recorrente de usufruir do benefício fiscal e, ao final do exercício, apurar prejuízo fiscal e não IRPJ a pagar, está implícito na norma. Tanto é que o legislador estabeleceu uma data diversa para os contribuintes exercerem a opção da data de final de período (31/12). Se fosse tão manifesto o raciocínio da recorrente, não haveria, por certo, a disposição legal de que a opção seria irretratável. O termo tributação definitiva utilizado pela turma de julgamento a quo é neste sentido. Uma vez a opção realizada, o resultado (no caso, recolhimentos), tornase definitivo (ou irretratável). Quando o legislador impôs esta condição sine qua non para o gozo do favor fiscal estabeleceu que os recursos Fl. 295DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.007798/200271 Acórdão n.º 1801001.348 S1TE01 Fl. 6 9 disponibilizados à Fazenda Nacional não seriam passíveis de restituição. Afastou dos contribuintes o direito a arrependerse. Em várias outras normas tributárias, inclusive hipóteses de favores fiscais tais como os parcelamentos diferenciados, nas Declarações de Compensações, na opção pelo regime de apuração do lucro e tributação de IRPJ, a norma vem gravada com o instituto de irretratabilidade. A opção dos contribuintes independe da ocorrência de fatos e resultados futuros, ou mudança de vontade do sujeito passivo. Nem por esta razão estas normas tributárias são (ou foram) consideradas inconstitucionais. A apuração de prejuízo fiscal ao final do exercício, tanto quanto a apuração do lucro real depende de diversos fatores (adições e exclusões registradas no Lalur) que não consistem na direta percepção de receitas pela pessoa jurídica, não sendo plausível a tese discorrida pela recorrente. Com a apuração de prejuízo fiscal a recorrente pode não pagar IRPJ no ajuste anual, mas com a adição do saldo do lucro inflacionário revertido, procedimento que a recorrente reconhece, a pessoa jurídica reduz o prejuízo fiscal apurado, o que implica sofrer tributação – ou seja, não recolher tributo no ajuste anual, não significa não ser tributado. Por oportuno, quanto à adição indevida do saldo do lucro inflacionário já realizado no período, independe de manifestação no litígio instaurado. A recorrente deve proceder aos estornos na sua contabilidade para excluir a adição ao lucro líquido do saldo do lucro inflacionário a realizar. Este procedimento, sim, foi realizado sem qualquer respaldo legal. A correção do erro deve observar as normas técnicas contábeis e é de responsabilidade exclusiva da recorrente, concordando neste voto que não compete à Administração Tributária corrigir, de ofício, a escrituração contábil dos contribuintes efetuada sem observância nas normas tributárias. Por derradeiro, no que respeita às argüições de inconstitucionalidade das normas tributárias em vigência, é defeso a este colegiado administrativo de julgamento se pronunciar sobre o assunto, sendo mansa e pacífica a jurisprudência firmada neste sentido, conforme se depreende da Súmula n. 02 recepcionada por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, editada pelo então Primeiro Conselho de Contribuintes: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em se tratando de matéria sumulada por este órgão, fica vedado a esta turma divergir do enunciado, nos termos do artigo 72, caput, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Ricarf (Portaria MF nº 256/09): Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Voto, pelo exposto, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Fl. 296DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES 10 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10920.003559/2006-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
IRPF. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO PAGAMENTO.
O pagamento do valor total da exigência extingue o crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do Código Tributário Nacional CTN, implicando, desta feita, na extinção do litígio administrativo por falta de objeto.
Numero da decisão: 2201-001.586
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, não conhecer do recurso. Vencido o conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe que conhecia do recurso e negava-lhe provimento.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO PAGAMENTO. O pagamento do valor total da exigência extingue o crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do Código Tributário Nacional CTN, implicando, desta feita, na extinção do litígio administrativo por falta de objeto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, não conhecer do recurso. Vencido o conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe que conhecia do recurso e negavalhe provimento. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Márcio de Lacerda Martins, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente). Relatório Fl. 28DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, consubstanciado na Notificação de Lançamento, fls. 06/10, pela qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 14.851.01, calculados até 31/10/2006. A fiscalização apurou: Omissão de Rendimentos: Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, no valor de R$ 7.387,08, pagos a Dirceu Rossini, CPF nº 069.039.24949; Bradesco Vida e Previdência S/A, no valor de R$ 2.419,33, pagos ao próprio declarante; Joinville – Prefeitura Municipal, pagos a Luciana Rossini, CPF 559.081.87968. Omissão de Aluguéis Recebidos de Pessoas Físicas Anage Imóveis Ltda, no valor de R$ 8.512,00, pagos a Dirceu Rossini, CPF nº 069.039.24949. Cientificado do lançamento, o autuado apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: Pelos fatos que foram incluídos como dependentes na minha declaração Sr. DIRCEU ROSSINI CPF 069.039.24949 e LUCIANI ROSSINI CPF 559.081.87968 no meu entendimento por pagar as despesas dos mesmos poderia colocar sem os seus rendimentos. Desta forma solicito novamente a retificação da declaração onde peço para excluir como dependente o Sr. DIRCEU ROSSINI e LUCIANI ROSSINI. Foram apresentadas declarações de ajuste anual do Sr. DIRCEU ROSSINI conforme recibo número 20.24.27.91.4760 e de LUCIANI ROSSINI conforme recibo número 27.80.79.11.88. A 5ª Turma da DRJ em Curitiba/PR julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. OMISSÃO DE RENDIMENTOS Ao incluir em sua declaração de ajuste dependentes que possuam rendimentos pessoais, o contribuinte deve incluir estes rendimentos somados aos seus próprios no campo relativo aos rendimentos tributáveis. DEPENDENTES. EXCLUSÃO. IMPEDIMENTO NORMATIVO Havendo impedimento normativo para que determinada pessoa figure como dependente do sujeito passivo, deve ser glosada a Fl. 29DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10920.003559/200667 Acórdão n.º 220101.586 S2C2T1 Fl. 2 3 despesa com dependentes relativa a esta pessoa, procedimento que implica também na exclusão dos rendimentos deste terceiro da declaração de ajuste, ainda que estes rendimentos tenham originalmente omitidos e ali incluídos pelo Fisco, sob pena de ofensa á legalidade da exigência. Impugnação Procedente em Parte Intimado da decisão de primeira instância em 25/03/2011 (fl. 18), Emanuel Jose de Moura Junior apresenta Recurso Voluntário em 01/04/2011 (fl. 19), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação, sobretudo: Não consigo entender porquê é negado realizar a declaração de rendimentos da Sr. Luciani Rossini de Moura em separado... Quanto ao valor dos juros cobrados gostaria também que o Conselho revisasse, pois em 6 anos o juros chegaram a quase 100% do valor principal. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator Segundo se colhe dos autos pretende o recorrente que seja aceita a declaração retificadora entregue após o procedimento fiscal, com vista a excluir da relação de dependência sua esposa, Luciani Rossini de Moura. Além do mais, assevera o recorrente que “... em 6 anos o juros chegaram a quase 100% do valor principal. Quando comparamos com o juros pagos pela Receita, em suas restituições, verificamos que a mesma está cobrando bem mais do que paga ...”. Pois bem, a título de informação impende registrar que de acordo com o art. 832 do RIR/1999, Decreto n° 3.000/1999, o procedimento de retificação de declaração de rendimentos somente é permitido enquanto o sujeito passivo gozar de espontaneidade para isso, ou seja, antes do inicio de qualquer procedimento de oficio adotado pela Fiscalização da Receita Federal do Brasil. Feita a consideração, passase à análise dos autos. Do exame dos autos verificase que o recorrente efetuou integralmente a quitação de seu débito fiscal (fl. 20). Esta informação também foi confirmada pelo próprio recorrente em sua peça recursal. Ora, se o pagamento extingue o crédito tributário lançado, não havendo, pois, nada mais a contestar em relação ao procedimento fiscal, segundo determina o art. 156, I, do Código Tributário Nacional, entendo, portanto, que se esgotou o objeto, em face da extinção do Crédito Tributário. Fl. 30DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 A jurisprudência deste conselho é firme no sentido de que o pagamento extingue o objeto. Apenas a título ilustrativo, transcrevese, a seguir, ementas neste sentido: PIS. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO PAGAMENTO. O pagamento do valor total da exigência extingue o crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do Código Tributário Nacional CTN, implicando a extinção do litígio administrativo, por falta de objeto. Recurso não conhecido. (Acórdão 202 17240) EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO PAGAMENTO. PRECLUSÃO LÓGICA. O pagamento, é definido como a satisfação, pelo sujeito passivo, do débito do tributo em face do sujeito ativo da obrigação, sendo causa de extinção do crédito tributário, nos termos do inciso I, do art. 156 do Código Tributário Nacional, sendo incompatível com a admissão do Recurso Voluntário. Perda da faculdade de praticar o ato processual pela prática de outro ato com ele incompatível. Recurso não conhecido. (Acórdão 280200.163) EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPUGNAÇÃO. PERDA DE OBJETO. O pagamento extingue o crédito tributário, de sorte que a impugnação, porventura apresentada, perde o objeto e não merece ser conhecida. Recurso Voluntário Negado. (Acórdão 210200.402) Nessa conformidade, o recurso voluntário interposto não deve ser conhecido por faltarlhe objeto, em face da evidente extinção do crédito tributário pelo pagamento, a teor do art. 156, inciso I, do Código Tributário Nacional. Ante ao exposto, voto por não conhecer do recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 31DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 11060.000116/2010-31
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 PROVA. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil faz prova contra a pessoa jurídica a que pertence quando não estiver lastreada por documentos hábeis e idôneos para provar as operações registradas. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. SALDO CREDOR DE CAIXA. PAGAMENTOS NÃO CONTABILIZADOS A presunção legal de omissão de receita inverte o ônus da prova. Por conta da força probante da escrituração contábil que deu causa ao lançamento do crédito tributário, somente a prova irrefutável do erro do registro contábil a cargo do sujeito passivo tem o poder de afastar essa presunção. OMISSÃO DE RECEITAS. FALTA DE CONTABILIZAÇÃO DE NOTAS FISCAIS A falta de contabilização de notas fiscais de venda corresponde a omissão receitas da atividade da pessoa jurídica. CSLL. PIS. COFINS. SIMPLES. A solução acima se aplica a todos os lançamentos tratados nos autos.
Numero da decisão: 1802-001.356
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso nos termos do voto do relator.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil faz prova contra a pessoa jurídica a que pertence quando não estiver lastreada por documentos hábeis e idôneos para provar as operações registradas. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. SALDO CREDOR DE CAIXA. PAGAMENTOS NÃO CONTABILIZADOS A presunção legal de omissão de receita inverte o ônus da prova. Por conta da força probante da escrituração contábil que deu causa ao lançamento do crédito tributário, somente a prova irrefutável do erro do registro contábil a cargo do sujeito passivo tem o poder de afastar essa presunção. OMISSÃO DE RECEITAS. FALTA DE CONTABILIZAÇÃO DE NOTAS FISCAIS A falta de contabilização de notas fiscais de venda corresponde a omissão receitas da atividade da pessoa jurídica. CSLL. PIS. COFINS. SIMPLES. A solução acima se aplica a todos os lançamentos tratados nos autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 850DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 37 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Fl. 851DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 38 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre (RS), que por unanimidade de votos julgou procedente em parte a impugnação da contribuinte. Contra o contribuinte haviam sido lavrados os autos de infração: (i) de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ (fls 500/511); (ii) da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 536/548); (iii) da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS (fls. 524/535), e (iv) da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS (fls. 512/523), em razão de infrações à legislação tributária praticadas nos anoscalendário de 2005 e 2006, quando tributou seus resultados com base no Lucro Presumido. Também foram lavrados autos de infração de (i) IRPJ (fls. 563/576); (ii) CSLL (fls. 584/591); (iii) COFINS (fls. 592/599); (iv) PIS (fls. 577/583), e (v) de Contribuição para a Seguridade Social – INSS – (fls. 600/607), em razão de infrações à legislação tributária praticadas no anocalendário de 2007, quando o contribuinte optou pela tributação com base no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — Simples Federal (Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996), abrangendo os meses de janeiro a junho de 2007, e pelo Simples Nacional (Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006), abrangendo os meses de julho a dezembro (AI IRPJ fls. 608; CSLL fls. 609; Cofins fls. 610; PIS fls. 611; CPP fls. 612), conforme demonstrado no Relatório de Fiscalização de folhas 627/628, utilizado em razão de não haver aplicativo para gerar autos de infração nos mesmos moldes disponíveis para os demais casos. O total do crédito tributário lançado atingiu o montante de R$ 153.080,19. Em relação às infrações cometidas nos anoscalendário de 2005 e 2006, segundo o Relatório de Fiscalização de folhas 549/560, o contribuinte: (i) não comprovou a origem dos depósitos bancários enumerados na planilha de folhas 492/495; (ii) não contabilizou as notas fiscais nºs 2800, 2804 e 2812, além da nota fiscal nº 2470, que alega ter cancelado, todavia a referida NF foi emitida no formulário nº 2491 e, posteriormente, no formulário nº 2492 (fls. 461/462); (iii) contabilização a débito de duplicatas a receber sem que os valores tenham transitados, em contrapartida, na conta de resultados, nos valores de R$ 5.698,00, R$ 3.788,38, R$ 28.255,24, R$ 192.600,00, R$ 1.022,12 e R$ 462,24 e R$ 46.122,12, cujos registros encontramse identificados nos Livros Diários às folhas. 474/479; (iv) saldo credor de caixa nos dias 06/02/2006, R$ 9.731,14; em 30/06/2006, R$ 4.435,80; em 06/04/2006, R$ 3.036,54; em 06/06/2006, R$ 3.783,69; em 17/12/2006, R$ 17.026,67, e em 19/12/2007, R$ 115.103,39, conforme se verifica no Livro Razão às folhas 468/473, sendo que foram tributados os valores de R$ 9.731,14 em fevereiro de 2006 e o valor de R$ 98.076,72, em dezembro de 2007, este valor pelo Simples Nacional; (v) pagamentos não contabilizados, caracterizados por depósitos bancários efetuados em conta corrente do Sr. Edílson Rudinei Alves Fagundes. Em relação às infrações cometidas no anocalendário de 2007, segundo o Relatório de Fiscalização de folhas 613/629, o contribuinte: (i) não comprovou a origem dos Fl. 852DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 39 4 depósitos bancários enumerados na planilha de folhas 492/495 (a planilha engloba os depósitos não comprovados dos anoscalendário de 2005 e 2006); (ii) não contabilizou a nota fiscal nº 3683 (fls. 467); (iii) contabilização a débito de duplicatas a receber sem que os valores tenham transitados, em contrapartida, na conta de resultados, no valor de R$ 46.122,12, cujo registro Encontrase identificado no Livro Diário às folhas. 474/479; (iv) saldo credor de caixa nos dias 06/02/2006, R$ 9.731,14; em 30/06/2006, R$ 4.435,80; em 06/04/2006, R$ 3.036,54; em 06/06/2006, R$ 3.783,69; em 17/12/2006, R$ 17.026,67, e em 19/12/2007, R$ 115.103,39, conforme se verifica no Livro Razão às folhas 468/473, sendo que foram tributados os valores de R$ 9.731,14 em fevereiro de 2006 e o valor de R$ 98.076,72, em dezembro de 2007, este valor pelo Simples Nacional; (v) pagamentos não contabilizados, caracterizados por depósitos bancários efetuados em conta corrente do Sr. Edílson Rudinei Alves Fagundes. O contribuinte apresentou a impugnação de folhas 634/635, alegando que, ao contratar profissional especializado para examinar o ocorrido, foi constatada verdadeira imperícia, beirando a negligência, por parte do profissional responsável pelos seus registros contábeis, que cometeu uma série de erros de escrita, que, uma vez sanados, fariam desaparecer as divergências encontradas. Alega que, conforme se constata no Livro Razão/2005, foram efetuados lançamentos em duplicidade na data de 01/01/2005, com a expressão “saldo balanço anterior”. Em vista do encerramento do exercício de 2004, os saldos foram transcritos automaticamente para as contas do Ativo/Passivo e Patrimonial, registrados como saldo anterior. Desnecessários, os novos lançamentos acabaram gerando outros lançamentos em 02/01/2005 com o histórico de “valor ref ajuste de contas”, o que gerou distorções no exercício de 2005, com reflexos nos exercícios de 2006 e 2007. O contribuinte demonstra os lançamentos que teriam sido efetuados indevidamente, indicando a folha do Livro Razão em que estão registrados, na peça impugnatória e no chamado “Anexo II” (fls. 702/739). Alega que os auditoresfiscais ignoraram os erros escriturais, que são por demais evidentes, mas aceitaram acriticamente os reflexos daí decorrentes, concluindo apressadamente pela omissão de receitas. Ao se analisar os lançamentos, é fácil constatar que todas as divergências apontadas no item 4.2.2 do relatório de fiscalização são o produto de erros na escrita contábil e não existiriam se esses erros fossem sanados. Em relação aos depósitos bancários, alega que, se corrigido os erros de escrita, o caixa teria saldo para os depósitos citados pela fiscalização. Em relação ao Simples Federal e ao Simples Nacional, alega que os depósitos bancários sem comprovação de origem correspondem a pagamentos não contabilizados constantes do subitem 4.2.4 do Relatório Fiscal. O contribuinte discorre sobre o princípio da legalidade e sobre as presunções legais e, ao final, requer a realização de diligência ou perícia, justificada pelo erros na escrita fiscal, formula para isso os quesitos e indica o correspondente perito, e, no mérito, requer a anulação do auto de infração combatido. A DRJ de Porto Alegre (RS) julgou parcialmente procedente a impugnação, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: Fl. 853DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 40 5 “Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PRELIMINAR. PEDIDO DE PERÍCIA Indeferese o pedido de perícia quando os quesitos formulados tratam de questões cujo conhecimento técnico do julgador permite formar a sua convicção e as alegações puderem ser demonstradas pela juntada de documentos na impugnação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 PROVA. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil faz prova contra a pessoa jurídica a que pertence quando não estiver lastreada por documentos hábeis e idôneos para provar as operações registradas. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. SALDO CREDOR DE CAIXA. PAGAMENTOS NÃO CONTABILIZADOS A presunção legal de omissão de receita inverte o ônus da prova. Por conta da força probante da escrituração contábil que deu causa ao lançamento do crédito tributário, somente a prova irrefutável do erro do registro contábil a cargo do sujeito passivo tem o poder de afastar essa presunção. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO SIMPLES A contabilização a débito de duplicatas a receber, tendo como contrapartida conta não representativa de resultado, caracteriza uma presunção simples de omissão de receitas. Nesse caso, diferentemente da presunção legal, cabe ao fisco afastar o estado de incerteza com provas da omissão de receitas, não o fazendo tornase improcedente esta presunção. OMISSÃO DE RECEITAS. FALTA DE CONTABILIZAÇÃO DE NOTAS FISCAIS A falta de contabilização de notas fiscais de venda corresponde a omissão receitas da atividade da pessoa jurídica. Fl. 854DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 41 6 CSLL. PIS. COFINS. SIMPLES. A solução acima se aplica a todos os lançamentos tratados nos autos. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 17/02/2012, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 13/03/2012, onde argumenta a existência de erros contábeis que não foram levados em conta pelo fiscal e ao fim requer a anulação do auto de infração. Este é o Relatório. Fl. 855DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 42 7 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O presente recurso é tempestivo e atende os requisitos previstos em lei, portanto dele tomo conhecimento. Conforme relatado, o presente processo visa a manutenção pela Receita Federal e a desconstituição pela Recorrente, da autuação referente a omissão de receitas. A autoridade administrativa fez o lançamento com base em três grupos de infrações: a) omissão de receita por presunção legal, caracterizada por depósitos bancários sem comprovação da origem, saldo credor de caixa e pagamento não contabilizados, para os quais o ônus da prova é do sujeito passivo. Basicamente a defesa da Recorrente paira sobre esse ponto, alegando que não há indícios de omissão de receita, mas erros contábeis grosseiros. b) omissão direta, pois não foram contabilizadas notas fiscais de venda. Nesse caso, o contribuinte não apresentou defesa. c) presunção simples de omissão de receita, pois o contribuinte contabilizou duplicatas a receber sem que a contrapartida tenha sido efetuada em conta de resultado. Nesse caso, por ser presunção não prevista em lei, a prova da omissão deve ser do Fisco, pois os lançamentos contábeis podem ter sido efetuados para corrigir um lançamento incorreto efetuado anteriormente. Essa infração foi cancelada pela DRJ.. Tendo logrado êxito no julgamento da DRJ, o presente recurso basicamente foca na necessidade do Fisco comprovar os indícios de omissão de receitas. A esse respeito vale repisar alguns pontos do voto do relator da DRJ, aos quais a Recorrente não trouxe novos argumentos que pudessem ser agregados ao processo: “DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DE ORIGEM Em relação aos depósitos bancários, o contribuinte alega que se forem corrigidos os erros de escrituração da Conta Caixa, esta conta teria saldo para justificar os depósitos citados pela fiscalização. O lançamento baseado na movimentação bancária, cuja natureza e origem o contribuinte, regularmente intimado, não comprove, tem seu autorizativo do art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, abaixo: Fl. 856DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 43 8 “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” Tratase de presunção legal de omissão de receitas. Quando os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira não tiverem sua origem comprovada com documentação hábil e idônea, o referido dispositivo considera que esses recursos provêm de uma receita não oferecida à tributação. A letra da Lei é clara. Todo o depósito que não tiver sua origem comprovada provém de uma omissão de receita. O contribuinte deve provar individualmente a origem de cada valor depositado em sua conta corrente. A comprovação da origem dos valores depositados deve ser detalhada, coincidente em data e valores. Deve ficar claro que o numerário teve origem em valores já tributados pela empresa ou em valores não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. Essa presunção legal, classificada pela doutrina como presunção relativa, tem a força de provocar a chamada “inversão do ônus da prova”. Isto é: transfere ao contribuinte o ônus de provar que os valores depositados não correspondem a receitas não oferecidas à tributação. Nesse sentido, nos ensina José Luiz Bulhões Pedreira in "Imposto sobre a Renda Pessoas Jurídicas", JUSTEC RJ 1979, pág. 806: “O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocandoa, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume, cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Não basta a existência de saldo contábil na Conta Caixa para justificar o depósito bancário. Tanto os valores escriturados a débito da Conta Caixa, como os depósitos bancários devem estar vinculados à uma receita Fl. 857DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 44 9 oferecida à tributação, ou de outra fonte devidamente comprovada, e não se justificam entre si, a menos que haja o respective lançamento à crédito da referida conta e a débito da conta bancos, acompanhado do respective comprovante de depósito. No caso dos autos, embora os depósitos bancários tenham sido registrados contabilmente tendo como contrapartida a Conta Caixa, a quase totalidade deles tem como histórico “trasnf. on line”, “crd instr.” ,“dep. On line”, “ordem bancária”, que são lançamentos incompatíveis com a conta Caixa, pois inegavelmente os recursos financeiros não saíram desta conta, além disso, não foram apresentados os documentos que comprovariam que os depósitos foram efetuados pelo contribuinte com recursos oriundos dessa conta. Assim, deve ser mantido o lançamento em relação à essa infração. NOTAS FISCAIS DE VENDA NÃO CONTABILIZADAS O contribuinte não faz nenhuma alegação a respeito das notas fiscais apontadas como não contabilizadas no item 4.2.1 do Relatório de Fiscalização. Em razão desse fato, deve ser mantido o lançamento em relação à essa infração. (…) SALDO CREDOR DE CAIXA Diferentemente do caso tratado acima, a ocorrência de saldo credor de caixa é uma presunção legal de omissão de receita, cabendo ao contribuinte, nesse caso, a prova capaz de afastar a dita presunção. As alegações do contribuinte são no sentido de que o valor de R$ 9.731,14 não existiria caso não tivesse sido feito o registro do lançamento à crédito na conta Caixa em 30/06/2005, no valor de R$ 192.600,00, que alega ser sem sentido e que seria a soma de pagamentos não contabilizados. A escrituração da pessoa jurídica deve observar as leis comerciais e fiscais e abranger todas as suas operações, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos auferidos no exterior (art. 251 do RIR/99), e deverá estar respaldada em documentais hábeis e idôneos e sem Fl. 858DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 45 10 vícios extrínsecos ou intrínsecos. A escrituração assim mantida pela pessoa jurídica faz prova a seu favor dos fatos nela registrados, ao contrário fazem prova conta a pessoa a que pertence, conforme dispõe o art. 226 do Código Civil. De acordo com esse dispositivo, para ser utilizada a escrituração com força probante em favor do seu titular, ela deve cumprir todas as formalidades legais e estar lastreadas em documentos hábeis para provar a operação, os quais devem permanecer arquivados e guardados até que ocorra a prescrição e decadência de todos os atos ali inseridos, nos termos do art. 1.194 do Código Civil. As alegações apresentadas pelo impugnante não vieram acompanhadas dos elementos necessários e suficientes para provarem as incorreções e neutralizarem os efeitos tributários dos lançamentos contábeis. As alegações de que os saldos das contas do encerramento do anocalendário de 2004 foram transcritas automaticamente no Livro Razão de 2005 e depois lançados novamente com a expressão “saldo balanço anterior” é procedente. Tal erro de escrituração salta aos olhos. O mesmo não ocorre com os outros lançamentos. Para que fossem desconsiderados os efeitos tributários decorrentes dos referidos lançamentos o contribuinte deveria ter apresentado documentos que lhes deram origem, provando que os lançamentos estão incorretos, mas ficou apenas no apontamento de evidências das incorreções. Observase no caso do saldo credor da conta caixa que a transcrição em duplicidade do saldo de 31/12/2004 no dia 01/01/2005 aumentou o saldo daquela conta, traduzindo efeito contrário ao saldo credor de 06/06/2006. Isto é: ao invés de saldo credor de R$ 9.731,14, o saldo credor seria de R$ 13.932,46. Portanto, uma vez que não foram provadas as alegações de erros na escrita contábil, não podem ser anulados os efeitos tributários deles advindos, pois, como visto, neste caso o ônus de prova é do sujeito passivo. PAGAMENTOS NÃO CONTABILIZADOS Igualmente ao caso tratado acima, a ocorrência a falta de contabilização de pagamento é uma presunção legal de omissão de receita, cuja prova da inocorrência é do Fl. 859DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 11060.000116/201031 Acórdão n.º 1802001.356 S1TE02 Fl. 46 11 sujeito passivo. Não foram apresentadas provas, logo deve ser mantida a exigência”. Pela análise do processo concluise que a decisão da DRJ deve ser mantida, eis que só assistia razão a contribuinte no ponto referente a simples omissão de receita, lançamento esse que foi cancelado pela Delegacia. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário, mantendo o crédito tributário lançado. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 860DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA
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