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Numero do processo: 13896.000564/2005-70
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 28 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2004
INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL
Nos termos do artigo 23 do Decreto no. 70.235, de 1972, é válida a intimação feita por via postal, com prova de recebimento, no domicilio tributário eleito pelo sujeito passivo, assim considerado o endereço postal, eletrônico ou de fax, por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal.
ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E
CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO
PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2002
INGRESSO E PERMANÊNCIA NO SIMPLES. VEDAÇÃO. SERVIÇOS RELACIONADOS
A ATIVIDADES DE PROFISSIONAIS LEGALMENTE HABILITADOS.
É vedado o ingresso e a permanência no SIMPLES de pessoa jurídica que exerça atividades, consignadas no objeto social de seus atos constitutivos formalizados em registros públicos e em notas fiscais de prestação de serviços de ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, corretor, representante comercial ou assemelhados e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional
legalmente exigida.
Numero da decisão: 1801-000.626
Decisão: Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Marcos Vinicius Barros Ottoni.
Nome do relator: Maria de Lourdes Ramirez
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2004 INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL Nos termos do artigo 23 do Decreto no. 70.235, de 1972, é válida a intimação feita por via postal, com prova de recebimento, no domicilio tributário eleito pelo sujeito passivo, assim considerado o endereço postal, eletrônico ou de fax, por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2002 INGRESSO E PERMANÊNCIA NO SIMPLES. VEDAÇÃO. SERVIÇOS RELACIONADOS A ATIVIDADES DE PROFISSIONAIS LEGALMENTE HABILITADOS. É vedado o ingresso e a permanência no SIMPLES de pessoa jurídica que exerça atividades, consignadas no objeto social de seus atos constitutivos formalizados em registros públicos e em notas fiscais de prestação de serviços de ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, corretor, representante comercial ou assemelhados e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL Nos termos do artigo 23 do Decreto no. 70.235, de 1972, é válida a intimação feita por via postal, com prova de recebimento, no domicilio tributário eleito pelo sujeito passivo, assim considerado o endereço postal, eletrônico ou de fax, por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 INGRESSO E PERMANÊNCIA NO SIMPLES. VEDAÇÃO. SERVIÇOS RELACIONADOS A ATIVIDADES DE PROFISSIONAIS LEGALMENTE HABILITADOS. É vedado o ingresso e a permanência no SIMPLES de pessoa jurídica que exerça atividades, consignadas no objeto social de seus atos constitutivos formalizados em registros públicos e em notas fiscais de prestação de serviços de ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, corretor, representante comercial ou assemelhados e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Marcos Vinicius Barros Ottoni. Fl. 133DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES 2 (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Maria de Lourdes Ramirez, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Marcos Vinicius Barros Ottoni e Ana de Barros Fernandes. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra a decisão da 1ª Turma da Delegacia de Julgamento em Campinas/SP que, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade da interessada apresentada contra o indeferimento de seu pleito de reinclusão na sistemática simplificada de pagamento de impostos e contribuições – Simples. Consta dos autos que a empresa foi excluída do Simples, com efeitos a partir de 01/02/2002, pelo ADE 472.786, de 07/08/2003, da Delegacia da Receita Federal em Osasco/SP (fls. 71), por praticar atividade vedada para ingresso e permanência na sistemática, qual seja, a atividade de “produção de filmes e fitas de vídeo, exceto estúdios cinematográficos” – Código CNAEFiscal no. 9211/802. Cientificada da exclusão a interessada protocolizou, em 26/09/2003, a SRS de fls. 19/20, na qual argüiu que de acordo com consulta junto ao IBGE, referente à descrição do CNAEFiscal, o código no qual a empresa estaria enquadrada compreenderia a produção de filmes destinadas à difusão pela televisão, filmes publicitários, produção de programas de televisão, atividades essas que não seriam aquelas prestadas pela empresa, que se dedicaria, apenas, a serviços de filmagem para vídeos, produções, gravações, fotografias e compra e venda de equipamentos e, assim, poderia optar pelo simples de acordo com a decisão da SRF n.° 757 de 14/07/1997. Observou, ainda, que, segundo a Constituição, a retroatividade, em matéria de tributos, não seria permitida e como a exclusão do Simples teria sido comunicada em 08/2003, seria incorreta a cobrança retroativa a esta data. A SRS foi indeferida e cientificada à contribuinte em 29/04/2004, conforme AR à fl. 21. Assim, a manifestação de inconformidade apresentada apenas em 31/05/2005, contendo os mesmos argumentos da SRS, foi considerada intempestiva, de acordo com a “comunicação” de fls. 28. Irresignada com a comunicação da intempestividade da manifestação de inconformidade a interessada apresentou, em 16/01/2007, a petição de fls. 30 denominada “Revisão da Exclusão do Simples – Contestação do Comunicado”, na qual observou que, tendo sido cientificada da exclusão, teria apresentado tempestivamente a SRS e Fl. 134DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES Processo nº 13896.000564/200570 Acórdão n.º 180100.626 S1TE01 Fl. 128 3 não teria recebido qualquer outro comunicado. Assim, somente ao entregar a declaração do Simples teria tido ciência da exclusão e teria sido orientada a requerer a sua reinclusão, o que teria feito em 31/05/2005. O processo foi, então, encaminhado para apreciação da DRJ em Campinas/SP que, pelo Acórdão no. 0518.629 da 1a. Turma de Julgamento, indeferiu o pleito. Aquela autoridade observou, inicialmente, que a petição de fl. 01 seria dúbia, pois poderia ser considerada como manifestação de inconformidade contra a exclusão da empresa do Simples e, se assim o fosse, não haveria dúvidas de que seria intempestiva e nenhum argumento de defesa nesse sentido poderia ser apreciado, como também poderia ser considerado um novo pedido, este de reinclusão na sistemática simplificada. Nessa condição, ao analisar a cópia da alteração e consolidação contratual datada de 03/06/2003 e arquivada na Jucesp em 29/12/2003, consignou que não haveria como superar a questão atinente à vedação decorrente da atividade desempenhada, pois não seria possível dizer, peremptoriamente, que a requerente não faria filmagens cinematográficas e para televisão, ou que não faria a produção ou não prestaria serviços técnicos nessa área de atuação. Ademais, a atividade de agenciamento (de propaganda e publicidade e à produção de CDs), também constante do objeto social, se referiria à intermediação em negócios e se assemelharia à atividade desenvolvida por corretor, o que igualmente vedaria a opção pelo Simples. Notificada, em 03/12/2008, do indeferimento de sua solicitação, como comprova o Aviso de Recebimento de fl. 80, apresentou, a contribuinte, em 18/12/2008, o recurso voluntário de fls. 87 Inicialmente observou que a exordial deveria ser recebida como pedido de reinclusão no Simples em face de sua atividade permitir o enquadramento. Quanto ao indeferimento da manifestação contra o indeferimento da SRS por ter sido considerada intempestiva, afirmou que o AR de fl. 21 teria sido recepcionado por pessoa desconhecida, o que tornaria inválida tal citação. Assim, em respeito ao princípio do contraditório, o requerimento datado de 31/05/2005 deveria ser acolhido. Com relação à atividade reafirmou prestar serviços de filmagem para vídeos e gravações que não poderiam ser consideradas como assemelhadas às de diretor ou produtor de espetáculos em vista da decisão SRF 757 de 1997. Ademais, não exerceria todas as atividades que constam em seu objeto social, protestando pela análise das notas fiscais que juntou. No que toca aos serviços de agenciamento consignou que o presente processo, que já possuía decisão, não trataria de tal atividade. É o relatório. Voto Conselheiro Maria de Lourdes Ramirez, Relatora Fl. 135DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES 4 Cumpre ressaltar, inicialmente, que mais uma vez a interessada apresenta uma solicitação dúbia. Isto porque, no recurso voluntário apresentado, afirma, num primeiro momento, que pela petição de fls. 01, datada de 31/05/2005, “requereu a reinclusão no Simples, em razão de sua atividade permitir o enquadramento, e subsidiariamente, na hipótese do entendimento ser contrário, o que admitia apenas para argumentação, requereu que a cobrança em outra tributação deveria ocorrer após a data do Ato Declaratório Executivo, qual seja, 07/08/2003, em virtude do princípio constitucional da irretroatividade e da segurança jurídica, bem como do artigo 146 do Código Tributário Nacional”. Em seguida passa a se defender contra a decisão que julgou intempestiva a manifestação de inconformidade, representada pela mesma petição à fl. 01, protocolizada em 31/05/2005, contra o indeferimento da SRS do ato de exclusão retroativa do Simples. É necessário assim, observar, quanto a ambos os aspectos da petição de fls. 01 que, caso se refira a manifestação de inconformidade em face do ato de exclusão do simples, qualquer argumento voltado contra o ADE n° 472.786, de 2003, não pode ser apreciado. Se a petição de fl. 01 é uma manifestação de inconformidade apresentada contra o ato de exclusão do simples ela é intempestiva. Isto porque a cópia do AR acostado à fl. 21 comprova que a interessada teve ciência do indeferimento da SRS em 29/04/2004. E aqui cumpre reconhecer a validade da referida ciência do indeferimento da SRS. Notese que a notificação foi encaminhada para o endereço cadastral da empresa, Rua Andrade Fernandes, 207 – B, Santana de Parnaíba – SP. O artigo 23 do Decreto no. 70.235, de 1972, que regulamenta o Processo Administrativo Fiscal, com as alterações introduzidas pela Lei no. 9.532, de 1997, dispõe que, no caso de intimação por via postal, ela deve ser encaminhada ao domicilio tributário eleito pelo sujeito passivo, assim considerado o endereço por ele fornecido à Receita Federal, para fins cadastrais . Vejamos a redação do dispositivo: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar. II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. ... § 2º Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação. ... § 3º Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. Fl. 136DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES Processo nº 13896.000564/200570 Acórdão n.º 180100.626 S1TE01 Fl. 129 5 ... § 4º Considerase domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo o do endereço postal, eletrônico ou de fax, por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal Verificase, assim, o entendimento equivocado da defesa de que seria necessário, para a validade da intimação enviada pelo AR de fl. 21, que fosse recepcionada por sócio ou representante legal da empresa. A intimação foi válida pois foi encaminhada e recepcionada no seu domicilio tributário, aquele eleito e informado nos cadastros da SRF. Cumpriramse, assim, as determinações do Decreto no, 70.235, de 1972. Por tais razões a petição de fl. 01, caso seja considerada manifestação de inconformidade contra o ato de exclusão retroativa, deve ser considerada intempestiva, pois somente foi protocolizada em 31/05/2005, quando já expirado o prazo de 30 (trinta) dias para sua apresentação, nos termos do artigo 15 do mesmo Decreto no. 70.235, de 1972, haja vista que a intimação válida do indeferimento da SRS foi recepcionada em 29/04/2004: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Assim, a empresa encontrase definitivamente excluída da sistemática simplificada de pagamento de impostos e contribuições – Simples, com efeitos a partir de 01/02/2002 e quanto a tal fato não há mais nada a ser analisado. Contudo, em respeito ao exercício do direito de defesa e ao contraditório, passase ao exame da petição de fl. 01, na condição de pedido de reinclusão na sistemática do Simples, apreciado e indeferido pela autoridade competente da DRJ em Campinas/SP. Nesse aspecto melhor sorte não socorre à recorrente. Isto porque as atividades descritas no objeto social constante das 6a. alteração e consolidação contratual datada de 03/06/2003 e arquivada na Jucesp em 29/12/2003 (cópia às fls. 02 a 06) e 7a. alteração e consolidação contratual datada de 22/12/2005 e arquivada na Jucesp em 05/01/2006 (cópia às fls. 93 a 96) e comprovadamente exercidas pela recorrente, como ilustram as cópias das notas fiscais acostadas às fls. 98 a 123, são vedadas para ingresso e permanência na sistemática simplificada. De fato, o objeto social da empresa consignado na 3a cláusula das referidas alterações contratuais (fl. 03/94), descreve as seguintes atividades: O objeto social é a exploração no ramo de agenciamento de propaganda e publicidade; agenciamento à produção de discos, CDs, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográficas e de multimídia de caráter cultural; produção, duplicação e distribuição de filmes para veiculação em vídeocassete, DVD, televisão e cinema; elaboração de livros, revistas, jornais e outras publicações e assessoria de imprensa; edições de obras relativas as ciências humanas, letras, artes e outras de cunho cultural; produção e comercialização de qualquer espécie em VHS, CDROM, DVD e novos formatos digitais e outros serviços mercadológicos; agenciamento e patrocínio de exposições, festivais de arte, espetáculos teatrais, de dança, de música e de atividades congêneres. Fl. 137DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES 6 Analisandose as notas fiscais apresentadas pela defesa e juntadas às fls. 98 a 123 constatase, invariavelmente, a descrição das seguintes atividades Descrição Valor (R$) Folhas Prestação de serviços para a produção de 3 vídeos documentais sobre o VI Cultura Inglesa Festival conforme proposta 0208 de 15/04/2002 (parcela 2/2) 22.100,00 Fl. 99 Vídeo de documentação do Programa de Ação Social 2002 ref gravações dos dias 10 e 11 de agosto na Fazenda Gaia 500,00 Fl. 100 Prestação de serviços para a produção de vídeo institucional (parcela 2/2) Refação de locução (parcela 1/1) 11.500,00 1.000,00 Fl. 101 Gravação COMGÁS no dia 15/09/2003 1.250,00 Fl. 105 Edição de 3 clipes de um minuto cada, para apresentação em evento (parcela única) 4.200,00 Fl. 106 Making off para editorial de moda da edição 48 de Audi Magazine 3.000,00 Fl. 107 Captação de imagens e edição do documentário “Programa de Ação Social II” 3.600,00 Fl. 109 01 diária de captação de imagens e depoimentos sobre o projeto .... em Recife no dia 08/03/2007 (parcela 1/1) 3.700,00 Fl. 121 Registro em vídeo para o “Projeto Justiça e Educação em Heliópolis e Guarulhos – Uma Parceria para a Cidadania” contrato ...... no dia 27/04/2007 1.200,00 Fl. 123 Observese, portanto, que as atividades descritas no objeto social não se referem a simples serviços de filmagem para vídeos, gravações, fotografias e compra e venda de equipamentos como afirmou a defesa. Tratamse de “produção de discos, CDs, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográficas” “para veiculação em televisão e cinema”, além de “produção”, “agenciamento e patrocínio” de “espetáculos teatrais, de dança, de música e atividades congêneres”. Tais atividades estão literalmente previstas nas vedações impostas pela Lei no. 9.317, de 1996, que instituiu o Simples Federal, no artigo 9o. Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou Fl. 138DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES Processo nº 13896.000564/200570 Acórdão n.º 180100.626 S1TE01 Fl. 130 7 assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; Ademais, em visita ao “site” da empresa na internet (www.turnercom.com.br) verificase a extensa lista de serviços prestados nas categorias de produção de vídeos, dos tipos promocionais, institucionais, relatórios, eventos, campanhas educativas, culturais, treinamento, documentários, making of, moda, responsabilidade social. Há, inclusive, acesso ao link de diversos tipos de vídeo produzidos pela empresa, os quais, quando acessados, permitiram constatar a enorme estrutura de produção necessária e utilizada nessas produções. Tratase de empresa de grande porte e com uma carteira de clientes representados por grandes grupos econômicos, tais como Banco ABN Amro, Construtora Andrade Gutierrez, Cultura Inglesa, Telefônica, HSBC, Ovos Saito, Construtora Queiroz Galvão, dentre outros. Ainda no que toca ao objeto social da empresa cumpre reconhecer a existência de outra atividade impeditiva nele descrito: a atividade relacionada ao “agenciamento de propaganda e publicidade; agenciamento à produção de discos, CDs, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográficas e de multimídia de caráter cultural” “agenciamento de propaganda e patrocínio de exposições, festivais de arte, espetáculos teatrais, de dança, de música e de atividades congêneres”. A atividade de corretor e de representante comercial também consta das vedações impostas pelo citado inciso XIII do artigo 9o. da Lei no. 9.317, de 1996. E a prestação de serviços de “agenciamentos” se equiparam às de corretor e representante comercial, o que, por si só, também já é outro motivo que impede o ingresso e a permanência da empresa recorrente nessa sistemática benéfica de pagamento de impostos e contribuições. Nesse contexto, o Simples Federal se trata de uma sistemática benéfica de pagamento de impostos e contribuições federais, destinada a propiciar economia tributária, à título de incentivo fiscal, às microempresas e empresas de pequeno porte, para que tenham condições de adentrar e permanecer no mercado econômico com mínimas condições de competição. Nessas condições, para que a empresa possa usufruir de tais benefícios, é necessário que sejam rigorosamente observadas todos os requisitos e condições impostos pela legislação para sua fruição. Não é o caso da empresa recorrente, por tudo o que restou analisado e constatado nestes autos. Pelo o exposto voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 139DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES 8 Fl. 140DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ Assinado digitalmente em 05/07/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, 05/07/2011 por ANA DE BARROS FERNA NDES
score : 1.0
Numero do processo: 10860.006340/2002-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Sep 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997, 1998
IRPJ E REFLEXOS (CSLL, PIS e COFINS). OMISSÃO DE RECEITAS. CONEXÃO. AUTO DE INFRAÇÃO DE IPI.
Em razão da relação de causa e efeito, aplica-se aos lançamentos decorrentes a mesma decisão proferida no lançamento matriz.
Numero da decisão: 1201-001.869
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luis Henrique Marotti Toselli - Relator.
EDITADO EM: 28/08/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE MAROTTI TOSELLI
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OMISSÃO DE RECEITAS. CONEXÃO. AUTO DE INFRAÇÃO DE IPI. Em razão da relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos decorrentes a mesma decisão proferida no lançamento matriz. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente. (assinado digitalmente) Luis Henrique Marotti Toselli Relator. EDITADO EM: 28/08/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 00 63 40 /2 00 2- 48 Fl. 927DF CARF MF 2 O presente processo administrativo é decorrente de Autos de Infração de IRPJ e Reflexos (CSLL, PIS e COFINS), referentes aos anos bases de 2007 e 2008, emitidos em face da constatação de omissão de receitas caracterizadas em ação fiscal relativa ao IPI (objeto do processo nº 10860.003889/200281). A fiscalização concluiu que teria restado comprovado que algumas baixas efetuadas pela contribuinte em seu estoque de produtos controlados sob determinados códigos foram indevidas, bem como que houve saídas de película de polietileno e de sacolas de plásticas de seu estabelecimento desacobertadas por notas fiscais de saída. De acordo com o auditor fiscal responsável pelos lançamentos (fls. 09/17): "Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte supracitado, doravante VALPLAST, atendendo à determinação de que trata o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) FISCALIZAÇÃO 0 n. 08.1.90.002002030100, e tendo em vista principalmente os fatos levantados e relatados na descrição dos fatos do Auto de Infração IPI, lavrado em 21/06/2002 e protocolizado sob no. 10860003889/200281. [...] Lançamento decorrente da fiscalização do IPI, conforme Auto de Infração formalizado no processo mencionado acima {...} Para fazer parte deste Auto de Infração, a descrição dos fatos do Auto de Infração IPI está sendo reproduzida a partir do item I Introdução até o item X Fraude e Multa de ofício, a seguir: I Introdução Verificamos que nos meses de dezembro/97 e abril/98 a agosto/98 a Valplast, estabelecimento que fabrica sacolas e películas plásticas a partir de polietileno virgem, emitiu Notas Fiscais referentes a venda de SUCATA de película de polietileno destinadas à empresa Plastquímica Comércio e Indústria Ltda. (CNPJ 36.553.469/000103), tendo efetuado baixa no estoque de película de polietileno e no de polietileno virgem, o que chamou nossa atenção, [...] IX Caracterização da Infração Os fatos apresentados acima mostram que a operação de venda envolvendo a Plastquímica e a Valplast nunca existiu, cabendo destacar que: 1 Notas fiscais paralelas da Plastquímica foram encontradas na empresa Valfilm, cujo sóciogerente é irmão do sóciogerente da Valplast; 2 O sóciogerente da Plastquímica declarou não ter realizado qualquer transação comercial com a Valplast; 3 O valor de todas as compras declaradas pela Plastquímica nos anos de 97 e 98 é bem inferior ao valor total dos produtos que a Valplast teria 'vendido' àquela empresa; Em muitas Notas Fiscais emitidas pela Valplast consta que o meio de transporte utilizado para 'transportar' dezenas de Fl. 928DF CARF MF Processo nº 10860.006340/200248 Acórdão n.º 1201001.869 S1C2T1 Fl. 3 3 toneladas de sucata plástica e de sacolas foi o automóvel de passageiros marca/modelo Volkswagen/Gol CL, de placa ACA 8209, conforme registro do Sistema Renavam; A contabilização de valores 'recebidos' da Plastquímica não guarda correspondência com os créditos recebidos pela Valplast em sua conta corrente do Banco Itaú, tendo sido contabilizado recebimento de empresas distintas referentes a um mesmo crédito, e Não há correspondência entre os produtos indicados nas Notas Fiscais emitidas pela Valplast e as baixas efetuadas em seu estoque. Pelos fatos expostos ficou comprovado que as baixas efetuadas pela Valplast em seu estoque foram indevidas, e que houve saídas de película de polietileno e de sacolas plásticas de seu estabelecimento desacobertadas por notas fiscais de saída. X Fraude e Multa de Ofício Tratandose de fraude, a multa de ofício a ser aplicada sobre o valor do imposto apurado restará igual a 150%, nos termos do art. 80, inciso II, da Lei n° 4.502/64, com redação dada pelo art. 45, da Lei n° 9.430/96." Inconformado com a exigência fiscal, o contribuinte apresentou defesa (fls. 448/484). Alega, em síntese, que: (i) considerando que os Autos de Infração em questão são uma decorrência da autuação do IPI, a improcedência daquele, já fartamente comprovada, redunda em igual tratamento aos presentes; (ii) é manifesta a nulidade do lançamento fiscal, em face da ilegalidade relatada na preliminar, qual seja, a quebra do sigilo bancário da autuada; (iii) As acusações de irregularidades na empresa Plastquímica não dizem respeito à Impugnante e são insuficientes para condenar a fiscalizada, uma vez que sua documentação fiscal, os respectivos registros fiscais e contábeis e o recebimento do preço da mercadoria vendida são provas incontestáveis a seu favor; (iv) Quanto à baixa de sucata de película na própria conta de película, embora se possa até dizer que erroneamente não se transferiu a sucata produzida para uma conta própria, para dali promover a saída, a sua baixa diretamente na conta de origem não provocou prejuízo algum, pois a sucata efetivamente existiu, e assim foi comercializada. (v) A respeito das baixas de sucata na conta de polietileno, a explicação é a mesma do item anterior. A sucata realmente existiu e só não estava estocada em conta específica. Quando de sua venda, devidamente documentada e comprovada, a sua baixa ocorreu na conta de polietileno, pois, indiscutivelmente, a sua origem é do polietileno, não de outra matériaprima. Ademais a fiscalização em nenhum instante contestou a efetiva produção de sucata decorrente do processo industrial; Fl. 929DF CARF MF 4 (vi) O fisco não apresentou prova alguma de que a fiscalizada não efetuou a venda de sacolas ponta de estoque, ou que esse tipo de produto não surja naturalmente dentro do processo de industrialização e comercialização, posto que todas as vendas de sacolas, de todos os tipos e qualidade, passam exclusivamente pela conta 900090003; (vii) Se, por argumentação, houvesse venda sem emissão de nota fiscal, o valor tributável não poderia ser determinado com base no preço de custo. Segundo o Regulamento do IPI (art. 118, II, do RIPI/98), constitui valor tributável o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; (viii) Diante de um lançamento sustentado em exclusiva presunção, a multa de 150% é de todo inaplicável, vez que os Srs. Auditores Fiscais não lograram comprovar o alegado artifício fraudulento, que não poderia ser de outra forma, visto que não houve, sequer, a alegada omissão de receita; e (ix) É ilegal a aplicação da taxa SELIC de juros a débitos tributários. Tramitado o feito, foi proferida decisão de primeira instância que julgou a defesa improcedente, por acatar a decisão proferida no processo principal (de IPI). Vejase, a propósito, a seguinte passagem do voto condutor da decisão de piso: "[...] 8. Nestes autos, o contribuinte apresentou as mesmas razões preliminares e de mérito, tecidas contra a exigência relativa ao IPI formalizada nos autos do processo administrativo 10860.003889/200281, e todas elas foram clara e precisamente apreciadas pelo I. Relator Julgador Sérgio Eduardo Barreto Mayr, cujo voto foi acolhido por unanimidade, resultando no Acórdão n° 2.905 da 2a. Turma da Delegacia de Julgamento de Ribeirão Preto, pelo que serão aqui adotadas. [...] 9. Mantida a apuração de vendas sem emissão de notas fiscais nos autos daexigência principal, em virtude do registro fraudulento de saídas a título de sucatas, e por teremsido as receitas omitidas submetidas à tributação na forma preconizada no art. 24 da Lei n°9.249/95, aplicandose fundamentadamente a penalidade prevista no art. 44, inciso II da Lei n°9.430/96, regulares são as exigências reflexas aqui veiculadas. 10. Acrescentese, apenas, no que tange ao Mandado de Procedimento Fiscal, ter sido a presente exigência autorizada pelo MPF n° 08.1.9.002002030100 (fl. 01), regularmente prorrogado, conforme fl. 02, até a conclusão dos trabalhos fiscais. 11. Diante do exposto, o presente voto é no sentido de RECEBER a impugnação de fls. 267/303, por tempestiva, REJEITAR as preliminares arguidas e JULGAR PROCEDENTES as exigências relativas ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ" Irresignado com o teor da decisão, o contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 773/819), por meio do qual reitera suas alegações de defesa. Ato contínuo, por meio de petições de fls. 833 e 838, a Recorrente apresentou desistência parcial do recurso voluntário, em razão da inclusão, no Parcelamento Especial de Fl. 930DF CARF MF Processo nº 10860.006340/200248 Acórdão n.º 1201001.869 S1C2T1 Fl. 4 5 que trata a Lei 10.684/2003, dos débitos de IRPJ e Reflexos correspondentes aos meses de 12/97 a 08/98. O pedido de desistência parcial foi deferido (fls. 906), tendo sido os débitos correspondentes transferidos para o processo nº 12448.722594/201102. Posteriormente, a Recorrente requereu a juntada do Acórdão n. 20179.082, proferido pelo Segundo Conselho de Contribuintes, o qual julgou o recurso voluntário interposto por ela nos autos do referido processo de IPI (10860.003889/200281) procedente, cancelando a parte da exigência que não foi objeto de desistência. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli Conforme visto, a presente exigência é decorrente dos fatos apurados no âmbito de fiscalização de IPI, os quais ensejaram a emissão de Auto de Infração objeto do processo administrativo nº 10860.003889/200281. Naquele processo, a parcela remanescente discutida foi cancelada em face do Acórdão de n. 20179.082, cuja ementa foi assim transcrita: IPI. VENDA DE PONTAS DE ESTOQUE. SUBFATURAMENTO. PROVA. Não logrando a Fiscalização provar que o produto não era de ponta de estoque e que o preço por tal razão praticado era vil ao ponto de sugerir subfaturamento, inocorre a infração, quanto mais para amparar acusação de fraude para exigir multa qualificada, não se prestando como indício ou prova a baixa no estoque, pelo preço pleno da mercadoria, vez que se trata de mera operação contábil. Abaixo transcrevo também trecho do voto condutor proferido naquela ocasião: "Conforme depreendi do exame dos autos feito pela ínclita Conselheira Adriana Gomes Rêgo Galvão, a controvérsia limitouse às preliminares argüidas com a existência ou não de subfaturamento no ponto que restou a ser discutido. Quanto à preliminar de nulidade do auto em vista de irregularidades nus MITs citados, ainda que a contribuinte demonstre hiato na primeira prorrogação do inundado inicial, penso que a circunstância não sustenta o objetivo por ela almejado. A verdade é que us mandados foram prorrogados, sem que isto criasse qualquer constrangimento ou agredi:;se a sua ampla defesa, o que, aliás, foi citado na decisão ora recorrida. Fl. 931DF CARF MF 6 Quanto à ilegalidade da obtenção dos dados bancários, estou de acordo com a decisão recorrida, pela inocorrência do fenômeno quando o próprio contribuinte os oferta. Por tal, repilo as preliminares levantadas. Quanto ao mérito, a diligência proposta teve por escopo, no entender da própria Conselheira, a verificação de potencial utilização de dois controles de baixa de estoques, um para pontas de estoque e outro para produtos em volumes normais c comercializáveis dentro da rotina da recorrente. Entendo que esta providência pretendeu, cm havendo controle separado ficasse comprovado, sem qualquer dúvida, de que tipo de venda se tratava. Nos termos da resposta dada, de que não havia controle separado, a primeira impressão é a de que houve subfaturamento, pela impossibilidade de definir qual a natureza, pela via da contabilidade, dos produtos saídos. Ainda mais, e isto bem apanhou a Conselheira Adriana Gomes Rêgo Galvão, havendo, na espécie, preços diferenciados quando vendido para a empresa Plastquímica e vendas para, no dizer da então Relatora, "a grandes empresas". No entanto, e transcrevendo as palavras da própria Relatora, com as quais concordo inteiramente, "independente de tratarse de um negócio simulado, se houve a venda, e se o controle do estoque das sacolas se dava sob um único código, não se pode tributar pela baixa indevida, com a conseqüente conclusão de que houve saída sem nota fiscal, mas sim por um provável subfaturamento ". Então, reitero, a questão é definir se houve ou não subfaturamento. Neste modo, o indício que existe é apontado pela própria Conselheira Adriana Gomes Rêgo Galvão, em sua percuciente análise do processo, quando aponta para diferenças de preço entre as vendas da espécie para a empresa Plastiquímica, empresa com quem tem relações indiretas com a ora autuada. Tais relações, através de empresa parceira da Plastiquímica e que pertence a parente (irmão) da recorrente. Data vênia, tais constatações preços diferenciados e parentesco com dirigente de empresa que igualmente se relaciona comercialmente com a compradora da ponta de estoque são muito precárias para sustentar ter ocorrido subfaturamento. Basta ver que as pontas de estoque se referem a sacolas que, quando vendidas a consumidores (supermercados c congêneres), certamente tem valor comercial maior do que aquelas que não são absorvidas por tais e que, em face de defeitos maiores, são vendidas como verdadeira sucata, ainda que não sejam imprestáveis para o uso a que se destinam. Reconheço que tal assertiva é presunção, como presunção é de que tenha havido subfaturamento. Ora, em se tratando de presunção relativa, cabia ao Fisco laborar no sentido de provar que houve o subfaturamento cm vista dos indícios apontados. Fl. 932DF CARF MF Processo nº 10860.006340/200248 Acórdão n.º 1201001.869 S1C2T1 Fl. 5 7 Não vejo, com fundamento em tais tênues indícios, sustentarse a acusação, vez. que os fatos apontam efetivamente para a venda de pontas de estoque por preços ofertados cm razão da natureza do adquirente e de seu interesse comercial específico, Não vejo, igualmente, condições de aplicar a inversão do ônus da prova. Nem mesmo as acusações e constatações apontadas relativamente às outras infrações cm relação as quais ocorreu a desistência do recurso são suficientes para, por transferência, servir de supedâneo à pretensão do Fisco neste caso remanescente. Por tais argumentos, não há como desqualificar as operações feitas pela contribuinte. Em vista disto, fica prejudicada a análise da aplicação da multa qualificada, vez que sequer houve infração à legislação tributária. Em frente ao exposto, voto pelo provimento do recurso. Como se percebe, o lançamento de IPI que serviu de fundamento para a emissão dos Autos de Infração objeto deste processo foi julgado improcedente pelo CARF. E como não houve interposição de recurso pela Fazenda, tal decisão é definitiva. Tendo isso em vista, e em prol da segurança jurídica, entendo que, por se tratarem as presentes cobranças de exigências reflexas realizadas com base nos mesmos fatos, a decisão de mérito prolatada no lançamento matriz (de IPI, no caso), a qual possui fundamento convincente, deve prevalecer também nessa demanda. Vale dizer, o decidido quanto ao IPI, nesse caso concreto, deve ser aplicado à tributação decorrente (IRPJ e reflexos), pois são decorrentes dos mesmos elementos de fato e de direito. Dessa forma, conheço do recurso para DARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Luis Henrique Marotti Toselli Fl. 933DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.007218/2006-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Sep 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001
EMBARGOS. NÃO CONHECIMENTO.
Sendo incompetente o agente que subscreveu a petição, nos termos do art. 65, §1º, V, do RICARF, já que não se trata de titular da unidade da administração tributária, pelo não conhecimento dos respectivos aclaratórios.
Numero da decisão: 1301-002.552
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em não conhecer dos embargos por incompetência do agente que os subscreveu.
(Assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2001 EMBARGOS. NÃO CONHECIMENTO. Sendo incompetente o agente que subscreveu a petição, nos termos do art. 65, §1º, V, do RICARF, já que não se trata de titular da unidade da administração tributária, pelo não conhecimento dos respectivos aclaratórios.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em não conhecer dos embargos por incompetência do agente que os subscreveu. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
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NÃO CONHECIMENTO. Sendo incompetente o agente que subscreveu a petição, nos termos do art. 65, §1º, V, do RICARF, já que não se trata de titular da unidade da administração tributária, pelo não conhecimento dos respectivos aclaratórios. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em não conhecer dos embargos por incompetência do agente que os subscreveu. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 72 18 /2 00 6- 86 Fl. 418DF CARF MF Processo nº 10120.007218/200686 Acórdão n.º 1301002.552 S1C3T1 Fl. 419 2 Relatório Trata o presente de embargos de declaração(fls. 402) opostos pela DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE GOIANIA, em face do Acórdão nº 110300.128, prolatado pela 3a Turma Ordinária da 1a Câmara da 1a Seção de Julgamento, na sessão de julgamento de 09 de março de 2010 (fls. 348/356). No referido julgado, o Colegiado pronunciouse no sentido de DAR provimento ao recurso voluntário para: reconhecer a extinção do crédito tributário do IRPJ e CSLL afeto aos três primeiros trimestres e das contribuições ao PIS e COFINS dos meses de janeiro a outubro...bem assim, para reduzir a multa de ofício incidente sobre as parcelas remanescentes à ordem de 75% (setenta e cinco por cento).” Posteriormente, houve interposição de recurso especial por parte da Fazenda Nacional (fls.360/370), com admissibilidade aceita, conforme despacho de fls.372/374. Como o julgador de segunda instância se manifestou sobre matéria não litigiosa (PIS e COFINS), previamente à ciência do interessado, proponho pelo retorno dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para que este verifique se há necessidade de o Acórdão nº 110300.128 ser retificado. Vale ressaltar que os valores não contestados pelo sujeito passivo e transferidos para o processo 10120.720222/200633 encontramse inscritos em Dívida Ativa da União, como se observa no extrato de fls.381/401.” Alega a embargante que o Acórdão combatido estaria eivado de omissão relacionada a ponto de importância fundamental já que constara expressamente na decisão da autoridade julgadora de primeira instância (acórdão DRJ nº 0319.779, efls.267/273), que o PIS e a COFINS, embora tivessem sido objeto do lançamento de ofício efetuado, constituíam matérias não impugnadas. Ademais, os respectivos créditos tributários lançados de PIS e de COFINS já haviam inclusive sido objeto de transferência para cobrança em outro processo administrativo, em data anterior ao julgamento pelo CARF, sendo que esta informação, e a pertinente documentação comprobatória, também já se encontrava nos autos igualmente em data anterior ao julgamento pelo CARF (Termo de Transferência de Crédito Tributário de fls. 232/233 e despacho de fls. 266). Despacho de admissibilidade às fls. 414/416. É o relatório. Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. Fl. 419DF CARF MF Processo nº 10120.007218/200686 Acórdão n.º 1301002.552 S1C3T1 Fl. 420 3 A ciência do acórdão ora embargado, formalmente, se deu em 15/08/2014, sextafeira, (fls. 375), o embargante protocolou os Embargos em 21/08/2014 (fl. 402). Dessa forma, tenho que os embargos são tempestivos, conforme o estabelecido pelo § 9º do art. 23 do Decreto nº 70.235/72. O auto de infração de fls. 122/151, tratou de lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, com aplicação de multa qualificada, em razão do caráter doloso, nos 4 trimestres de 2001. O contribuinte impugnou parcialmente, às fls. 164 tratou da fraude para não qualificar a multa e da decadência referente ao IRPJ e CSLL. Nada mencionou acerca da decadência do PIS e da COFINS. O acórdão 0319779, da 2ª Turma da DRJ/BSA (Brasília), de fls. 263/267, manteve o lançamento, e, determinou a segregação do PIS e da COFINS e do 4º trim/2001 do IRPJ/CSLL, para que fossem remetidos imediatamente para a cobrança, já que a matéria não foi impugnada, considerando os lançamentos como definitivos. O Recurso Voluntário do Recorrente foi nos mesmos termos da Impugnação, fls. 273/339. O v. acórdão embargado, fls. 344/348, por unanimidade, deu provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a decadência dos lançamentos dos 3 primeiros trimestres de IRPJ e CSLL e com relação ao PIS è COFINS, dos meses de janeiro a outubro de 2001, já que a ciência do lançamento se deu em 26/10/2006, bem como reduziu a multa de ofício para 75%. A PGFN, inconformada com a decisão interpôs Recurso Especial, fls. 356/361), que se refere à decadência, arts 150 e 173, I do CTN. Fl. 420DF CARF MF Processo nº 10120.007218/200686 Acórdão n.º 1301002.552 S1C3T1 Fl. 421 4 Houve admissibilidade do Recurso Especial, às fls. 414/416, determinandose a remessa dos autos à unidade de origem para ciência ao contribuinte do acórdão recorrido, recurso especial e do despacho de adminissibilidade para apresentação das contrarrazões. Nesse momento, que a DRF/Goiânia entendeu que talvez houvesse a necessidade de retificar o Acórdão, já que o Colegiado se pronunciou sobre matéria não litigiosa, (PIS e COFINS), e que inclusive, já se encontram inscritos em Dívida Ativa da União. Ao verificar aquele que subscreve tal petição, de fls. 402, verificase que foi a Auditora Sra. Aurelene da Silva, com o "de acordo" do também Auditor Sr. Genilson Alves Pereira. Visto que essas pessoas não se tratam daquela determinada pelo art. 65, §1º, V, do RICARF, especificamente, ou seja titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão, voto pelo não acolhimento dos embargos. Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto em NÃO CONHECER os presentes embargos declaratórios. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 421DF CARF MF Processo nº 10120.007218/200686 Acórdão n.º 1301002.552 S1C3T1 Fl. 422 5 Fl. 422DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.000643/2007-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Sep 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
IRPJ. PERDAS EM CESSÃO DE CRÉDITO. OPERAÇÕES ENTRE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E ENTIDADE NÃO-FINANCEIRA.
As perdas em cessão de crédito realizada entre instituição financeira e entidade não-financeira devem seguir o regramento legal determinado pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil, a fim de que possam ser consideradas como despesas dedutíveis da base de cálculo do IRPJ.
ÔNUS DA PROVA. VALORES OFERECIDOS À TRIBUTAÇÃO. ALEGAÇÃO DESACOMPANHADA DE PROVA.
Cabe ao impugnante trazer juntamente com suas alegações impugnatórias todos os documentos que deem a elas força probante.
DEMAIS TRIBUTOS. MESMOS EVENTOS. DECORRÊNCIA.
A ocorrência de eventos que representam, ao mesmo tempo, fato gerador de vários tributos impõe a constituição dos respectivos créditos tributários, e a decisão quanto à real ocorrência desses eventos repercute na decisão de todos os tributos a eles vinculados. Assim, o decidido quanto ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica aplica-se à tributação dele decorrente.
PRODUÇÃO DE PROVAS APÔS A IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO.
A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de a impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a ocorrência de algumas das hipóteses previstas no §4° do art. 16 do Decreto n° 70.235/72.
Numero da decisão: 1402-002.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado Digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto Presidente
(Assinado Digitalmente)
Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogerio Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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PERDAS EM CESSÃO DE CRÉDITO. OPERAÇÕES ENTRE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E ENTIDADE NÃOFINANCEIRA. As perdas em cessão de crédito realizada entre instituição financeira e entidade nãofinanceira devem seguir o regramento legal determinado pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil, a fim de que possam ser consideradas como despesas dedutíveis da base de cálculo do IRPJ. ÔNUS DA PROVA. VALORES OFERECIDOS À TRIBUTAÇÃO. ALEGAÇÃO DESACOMPANHADA DE PROVA. Cabe ao impugnante trazer juntamente com suas alegações impugnatórias todos os documentos que deem a elas força probante. DEMAIS TRIBUTOS. MESMOS EVENTOS. DECORRÊNCIA. A ocorrência de eventos que representam, ao mesmo tempo, fato gerador de vários tributos impõe a constituição dos respectivos créditos tributários, e a decisão quanto à real ocorrência desses eventos repercute na decisão de todos os tributos a eles vinculados. Assim, o decidido quanto ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica aplicase à tributação dele decorrente. PRODUÇÃO DE PROVAS APÔS A IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de a impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a ocorrência de algumas das hipóteses previstas no §4° do art. 16 do Decreto n° 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 06 43 /2 00 7- 95 Fl. 504DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado Digitalmente) Leonardo de Andrade Couto – Presidente (Assinado Digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogerio Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 505DF CARF MF Processo nº 16327.000643/200795 Acórdão n.º 1402002.673 S1C4T2 Fl. 488 3 Relatório Os Autos de Infração tratam de exigência de valores de IRPJ e CSLL relativos ao anocalendário de 2004, com multa de ofício e juros de mora. Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório do v. acórdão recorrido proferido nos autos, abaixo transcrito: DA AUTUAÇÃO Conforme o Termo de Verificação de Infração — TVI n° 01 de fls.15/29, em fiscalização empreendida junto à empresa acima identificada, a Fiscalização verificou em síntese que: 1. No período de apuração de 2.004, a instituição financeira fiscalizada realizou operações de cessão de créditos com a empresa denominada ORBIS TRUST SECURITIZADORA DE CRÉDITOS FINANCEIROS S/A, conforme o Contrato de Cessão de Créditos n° 3119674, firmado em 24/03/2004 (fls.20/26 do Anexo I). 2. Dentre os créditos cedidos pela instituição financeira, constou o Contrato n° 1308796267, celebrado com a empresa PROLAN PARTICIPAÇÕES S/A (PROLAN), CNPJ 02.467.423/000114, em relação ao qual foram informados um valor cedido de R$10.995.142,63 e um valor de venda da cessão de R$252.888,28 (f1s.18/19 do Anexo I). 3. Intimada, a contribuinte apresentou o "Contrato de Confissão gW ida e Outras Avenças" celebrado entre a empresa e a devedora PROLAN (fls.59/66 o I), datado de 27/05/2003, cujo valor da dívida confessada foi de R$10.995.142,63. 3.1. Contudo, o referido contrato teve como origem o contrato principal denominado "Contrato de Opção de Compra e Opção de Venda de Ações pelo Unibanco" (fls.38/47 e 48/58 do Anexo I), por intermédio do qual a PROLAN outorgou à instituição financeira, a título gratuito, a opção de compra de ações representativas de 49% do capital total da empresa AMÉRICA LATINA TELECOMUNICAÇÕES AVANÇADAS S/A (ALTA), pelo preço de R$8.800.000,00, a ser exercida pelo prazo de um ano a contar da assinatura do contrato de opção. 3.2. No mesmo contrato de opção e outras avenças, a instituição financeira, a título de adiantamento, entregou recursos financeiros à PROLAN, no montante de R$8.800.000,00, a serem compensados com o exercício da opção de compra, caso a instituição financeira exercesse tal direito. O desembolso em questão ocorreu em 27/07/2001. Fl. 506DF CARF MF 4 3.3. Assim, a entrega dos recursos, no montante de R$8.800.000,00, ocorreu em 2001 e a confissão de dívida só veio a ocorrer em 2003. 4. Nos termos dos artigos 6, 7° e 8° da Resolução CMN/BACEN n° 2.836/2001, as instituições financeiras estão autorizadas a cederem seus créditos a entidades não financeiras. No entanto, esta autorização está condicionada à determinação da origem dos créditos cedidos, que devem ser provenientes de empréstimos, de financiamentos, de arrendamento mercantil, ou de direitos creditórios oriundos de exportação. 5. No caso em tela, todavia, a instituição financeira efetuou a cessão de um crédito que não teve por origem uma operação de empréstimo, financiamento, arrendamento mercantil ou aquisição de direitos creditórios de contratos de exportação. 6. Logo, a cessão de crédito ora em análise não está tutelada pelas normas das autoridades bancárias. 7. Ocorre que a dedutibilidade de despesas com cessão de crédito prevista no inciso `a.3', do art.29, da Lei n° 8.981/95 está condicionada à observação da regulamentação imposta pelo Banco Central do Brasil. 7.1. Sendo assim, não é qualquer negócio de cessão de crédito que possibilitará a dedutibilidade da perda, mesmo sendo o cedente uma instituição financeira. A instituição financeira só alcançaria tal dedutibilidade se a operação se conformasse à disciplina bancária imposta. A matéria em questão requer interpretação restritiva, tanto por ser uma regra especial, como por tratar de redução de base de cálculo de exação tributária. 8. Pelo exposto, ficou caracterizado o ilícito fiscal no âmbito das disposições do IRPJ e da CSLL, em razão de conduta contrária ao disposto no art.29, da Lei n° 8.981/95 c/c o art.57 do mesmo diploma legal, que teve a redação alterada pelo art. V, da Lei n° 9.065/95, sendo que o valor tributável para o IRPJ e para a CSLL é o custo da cessão do crédito, no valor de R$10.995.142,63, que foi reduzido das bases de cálculo de forma extra contábil. Em decorrência das constatações feitas pela Fiscalização, em 24/04/2007 foram lavrados Autos de Infração de IRPJ (fls.30/33) e CSLL (fls.34/37), com seguir discriminados: Demonstrativo do IRPJ Fl. 507DF CARF MF Processo nº 16327.000643/200795 Acórdão n.º 1402002.673 S1C4T2 Fl. 489 5 Demonstrativo da CSLL DA IMPUGNAÇÃO A autuada apresentou a impugnação de fls.44/61, protocolizada em 25/05/2007 e acompanhada dos documentos de fls.62/269, expondo, em síntese, que: 1. A contribuinte alega que não há regra geral que determine que as perdas nas cessões de créditos não são dedutíveis. Pelo contrário, sempre serão dedutíveis as despesas operacionais como as perdas na cessão do crédito, que são incorridas, necessárias e usuais para a atividade, nos termos do art.299 do RIR/99. 1.1. A operação feita entre a contribuinte e a empresa PROLAN, se vista como um contrato comercial comum, e a respectiva cessão, não precisam ser especificamente reguladas pelo Banco Central, a quem cabe a função específica de regular o exercício das atividades que só pode ser desempenhada por instituição financeira, como é o caso de operação de crédito bancário. Ainda assim, as perdas na cessão desse adiantamento são dedutíveis, porque são despesas operacionais usuais, assim como qualquer outra perda em crédito bancário. Fl. 508DF CARF MF 6 1.2. Nada é tributável ou indedutível a não ser que a lei assim disponha de forma específica, conforme o art.151 da CF e o art.97 do CTN. Como não há regra específica que exija a adição de perdas em cessão de crédito não bancário, o mesmo critério definido par garantir a dedutibilidade das perdas na cessão de crédito bancário deve ser adotado na dedução das perdas na cessão de crédito não bancário, porque a lei que rege o assunto é a mesma (compilada no art.299 do RIR/99). 2. A operação originária do crédito e a operação de cessão do crédito, cuja perda foi glosada, são contratos legítimos e regulares, estão em consonância com os interesses das partes contratantes e estão em ordem com o sistema jurídico brasileiro e com as normas do Banco Central do Brasil. 2.1. Sem o exercício das opções, é possível equiparar o adiantamento efetuado à PROLAN a um empréstimo bancário e também é possível interpretar que a contribuinte deve cuidar do adiantamento em questão como se fosse um empréstimo bancário e, então, aplicar todas as regras específicas do Banco Central para gerir e ceder esse ativo. Até por conta dessa visão mais conservadora, a contribuinte de fato seguiu todas essas regras. 2.2. Sendo ou não bancário o adiantamento, sua cessão seguiu as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário e Banco Central do Brasil para a cessão de créditos bancários (Resoluções 283601, 284301 e 268600), portanto, foram regulares a cessão e dedutibilidade da perda. 2.3. Notese que a empresa PROLAN estava em concordata quando da cessão do crédito. 3. A Lei 8.981/95 apenas atesta que esse tipo de contrato de cessão, por ser usual para a instituição financeira, gera perdas operacionais, logo dedutíveis, o que é o caso da perda glosada indevidamente na presente discussão. 4. O Fisco efetuou a glosa integral do valor excluído no cálculo do IRPJ e da CSLL, no montante de R$10.995.142,63, valor composto do custo do capital adiantado à PROLAN de R$8.800.000,00, mais encargos financeiros de R$2.195.142,63, que sequer foram recebidos, mas já foram tributados antes. 4.1. Contudo, a perda de capital na cessão não é a que foi glosada, vez que a perda é a diferença entre o preço de venda e o custo de aquisição. Sendo assim, a perda é menor, de R$8.547.111,72, equivalente a R$8.800.000,00 de principal investido, menos os R$252.888,28, já tributados porque inseridos no resultado do exercício de 2004. 4.2. Não procede a dupla tributação de um valor que não se configura como acréscimo patrimonial, porque não foi realizado, qual seja, a soma do preço de venda, que foi uma recomposição do custo de aquisição glosado, e do valor dos juros que, sem terem sido recebidos, foram tributados antes. É necessária a retificação do lançamento, de acordo com o art.43 do CTN e o art.151 da CF. Fl. 509DF CARF MF Processo nº 16327.000643/200795 Acórdão n.º 1402002.673 S1C4T2 Fl. 490 7 5. Protesta a contribuinte pelo acolhimento de todos os meios de prova neste processo. Em seguida a DRJ julgou a impugnação, registrando a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURIDICA IRPJ Anocalendário: 2004 IRPJ. PERDAS EM CESSÃO DE CRÉDITO. OPERAÇÕES ENTRE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E ENTIDADE NÃOFINANCEIRA. As perdas em cessão de crédito realizada entre instituição financeira e entidade nãofinanceira devem seguir o regramento legal determinado pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil, a fim de que possam ser consideradas como despesas dedutíveis da base de cálculo do IRPJ. ÔNUS DA PROVA. VALORES OFERECIDOS À TRIBUTAÇÃO. ALEGAÇÃO DESACOMPANHADA DE PROVA. Cabe ao impugnante trazer juntamente com suas alegações impugnatórias todos os documentos que deem a elas força probante. DEMAIS TRIBUTOS. MESMOS EVENTOS. DECORRÊNCIA. A ocorrência de eventos que representam, ao mesmo tempo, fato gerador de vários tributos impõe a constituição dos respectivos créditos tributários, e a decisão quanto à real ocorrência desses eventos repercute na decisão de todos os tributos a eles vinculados. Assim, o decidido quanto ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica aplica se à tributação dele decorrente. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 PRODUÇÃO DE PROVAS APÔS A IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de a impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a ocorrência de algumas das hipóteses previstas no §4° do art. 16 do Decreto n° 70.235/72. Inconformada, a Recorrente interpôs novamente Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos da impugnação. É o relatório. Fl. 510DF CARF MF 8 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator O recurso é tempestivo, foi interposto por signatário devidamente legitimado e não contraria Súmula deste E. Tribunal, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. Os documentos de fls.3 e 4 do Anexo I informam que o valor em questão fez parte de um montante de R$568.476.460,66, excluído pela contribuinte da parte A do LALUR em dezembro de 2004 sob a rubrica "Custo dos Créditos Cedidos". A Recorrente realizou a seguinte operação de crédito: 1 Realizou operações de cessão de crédito com a empresa denominada ORBIS S/A, conforme o Contrato de Cessão de Créditos n° 3119674, firmado em 24/03/2004 (fls.20/26 do Anexo I). 2 Dentre os créditos cedidos pelo Banco constou o Contrato n° 1308796267, celebrado com a empresa PROLAN PARTICIPAÇÕES S/A (PROLAN), sobre o qual foram informados um valor cedido de R$10.995.142,63 e um valor de venda da cessão de R$252.888,28 (f1s.18/19 do Anexo I). 3 Intimada, a Recorrente apresentou o "Contrato de Confissão de Dívida e Outras Avenças" celebrado entre a empresa ORBIS e a devedora PROLAN (fls.59/66 do Anexo I), datado de 27/05/2003, cujo valor da dívida confessada foi de R$10.995.142,63. Contudo, o referido contrato teve como origem o contrato principal denominado "Contrato de Opção de Compra e Opção de Venda de Ações pelo Unibanco" (fls.38/47 e 48/58 do Anexo I), por intermédio do qual a PROLAN outorgou à instituição financeira, a título gratuito, a opção de compra de ações representativas de 49% do capital total da empresa AMÉRICA LATINA TELECOMUNICAÇÕES AVANÇADAS S/A (ALTA), pelo preço de R$8.800.000,00, a ser exercida pelo prazo de um ano a contar da assinatura do contrato de opção. Neste mesmo ato, a Recorrente entregou para a PROLAN a título de adiantamento o montante de R$8.800.000,00, a serem compensados com o exercício da opção de compra, caso a instituição financeira exercesse tal direito. O desembolso em questão ocorreu em 27/07/2001 e a opção ocorreu em 2003. De acordo com a descrição das operações acima, constatase que Orbis Trust não é uma entidade financeira, uma vez que, embora as securitizadoras de crédito operem como um misto de empresa de factoring e instituição financeira, não são autorizadas a funcionar pelo Banco Central, devendo seguir as normas deste e da CVM como companhias de capital aberto. Seguindo meu raciocínio, como muito bem apontado pelo v. acórdão "a quo" a operação não respeitou as condições previstas nos artigos 6, 7 e 8 da Resolução do Conselho Fl. 511DF CARF MF Processo nº 16327.000643/200795 Acórdão n.º 1402002.673 S1C4T2 Fl. 491 9 Nacional de Política Fazendária e as do Banco Central do Brasil da Resolução n° 2.836/2001, que tratam de cessão de créditos para instituições nãofinanceiras. Os dispositivos acima indicados restringem a cessão de créditos para entidades não financeiras apenas nas hipóteses de empréstimo, financiamento, arrendamento mercantil e contratos de exportação negociados no mercado interno. No caso dos autos, como descrito acima, restou claro que o contrato acima não é um contrato de exportação, ou de arrendamento mercantil ou de financiamento ou de empréstimo na acepção técnica de mútuo bancário. Inclusive, em relação ao mutuo bancário, como muito bem apontado pelo v. acórdão recorrido, o contrato que deu origem ao crédito em questão foi o contrato de opção de compra e opção de venda de ações pela Recorrente (fls.106/114). Tal contrato nitidamente foge da definição de mútuo bancário, por possuir a natureza de um contrato bilateral, por meio do qual foi outorgada a opção da compra de ações à contribuinte, em contrapartida do adiantamento do preço das ações na opção de compra. Observese que o referido contrato difere de um mútuo bancário, a ponto de haver inclusive a assunção de obrigação por parte da impugnante, conforme se depreende do item contratual 2.1 (fls.108): "2.1. O preço das Ações a ser pago pelo Unibanco, em caso do exercício da Opção de Compra prevista na Cláusula I deste Contrato será de R$ 8.800.000, 00 (oito milhões e oitocentos mil reais)." Sendo assim, como a operação não se enquadrou nas hipóteses previstas nos artigos 6, 7 e 8 da Resolução CMN/BACEN 2.836/2001, fica comprovado que a cessão de crédito em análise não pode ser considerada usual, regular e necessária, não sendo possível a aplicação do artigo 299 do RIR/99. Ademais, outro ponto importante que foi destacado pelo v. acórdão recorrido é que acerca do argumento de que a operação seria necessária e usual, é necessário observar a disparidade entre o valor cedido e o valor de venda da cessão, pois, de um valor original de R$10.995.142,63, a contribuinte aceitou receber a quantia de R$ 252.888,28, ou seja, a empresa considerou como necessário e usual receber somente 2,3% do valor original. Cabe notar que, de acordo com a listagem de fls.143/148, trazida aos autos pela Recorrente, o referido percentual de 2,3% foi também avençado entre a contribuinte e a Orbis Trust noutras operações de cessão de crédito. Desta forma, quanto à alegação da Recorrente, que vai no sentido de que as despesas são necessárias e usuais, nos termos do artigo 299 do RIR/99 e que a operação de cessão de crédito acima descrita se encontra dentro dos contornos das condições estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Fazendária e do Banco Central, o que tornaria as perdas dedutíveis em face do disposto na Lei 8.981/95, esta não deve prevalecer, conforme os argumentos acima apontados. Em relação ao valor glosado, vejamos. Fl. 512DF CARF MF 10 A Recorrente alega que o valor da glosa de R$ 10.995.142,63 está equivocado, eis que o lançamento incluiu (I) encargos financeiros de R$ 2.195.142,63, que sequer foram recebidos, mas já foram tributados antes, e (II) o preço de venda da cessão, no valor de R$ 252.888,28, já tributado, porque inserido no resultado do exercício de 2004. Após analisar os documentos, entendo que o v. acórdão recorrido também deve ser mantido em relação a estas alegações, eis que os documentos acostados pela Recorrente não provam que os valores acima indicados foram tributados. Os documentos juntados pela autuada de fls. 156/166 não provam que os valores apontados foram tributados. Para não me tornar repetitivo adoto os fundamentos do v. acórdão recorrido, os quais transcrevo abaixo. A contribuinte se insurge contra a glosa de R$10.995.142,63, por entender que este valor compreendeu (i) encargos financeiros de R$2.195.142,63, que sequer foram recebidos, mas já foram tributados antes, e (ii) o preço de venda da cessão, no valor de R$252.888,28, já tributado porque inserido no resultado do exercício de 2004. O argumento da impugnante parte da premissa de que ambos os valores já teriam sido objeto de tributação. Ocorre, contudo, que não há comprovação nos autos de que tais valores tenham sido efetivamente tributados antes do lançamento de ofício. Cabe notar que a contribuinte sequer discriminou as parcelas que compõem a importância de R$10.995.142,63, composta, segundo o "Contrato de Confissão de Dívida e outras Avenças", de: "valor do mútuo concedido a título de adiantamento previsto no Contrato, acrescido dos encargos, incluindo atualização monetária e juros moratórios, e despesas preliminares de cobrança acordadas entre as Partes"(f ls. 117). Da mesma forma, a contribuinte informou o valor de R$10.995.142,63 apenas de uma maneira consolidada no documento de fls.76 do Anexo I, sendo que a respectiva atualização foi apresentada com o valor zero (planilha do item 3). Com relação à documentação contábil apresentada pela contribuinte (fls. 156/166), cabe notar que houve a apresentação de: a) F1s.156/163: documentos que informam a transação bancária de transferência do valor de R$8.800.000,00 da contribuinte para a cliente PROLAN PARTICIPAÇÕES S/A (contacorrente 1034758; contrato 044.2376150); b) Es. 164/166: macro fluxo contábil das cessões de crédito — outubro/2004 (fls.164), lançamentos contábeis cessões do EV Outubro/04 (fls.165) e lançamento contábil recebimento das cessões — outubro/04 (fls.166). Fl. 513DF CARF MF Processo nº 16327.000643/200795 Acórdão n.º 1402002.673 S1C4T2 Fl. 492 11 Por intermédio da análise dos documentos acima relacionados, resta claro que a contribuinte não demonstrou, pelos registros contábeis trazidos aos autos, o oferecimento dos valores de R$2.195.142,63 e R$252.888,28 à tributação. Ademais, as provas trazidas pela contribuinte não corroboram a afirmação feita pela impugnante às fls.47 (item 9) de que os encargos financeiros de R$2.195.142,63 foram reconhecidos pela empresa como receita na conta contábil, compondo o lucro base de apuração de IRPJ e CSLL. De fato, o documento indicado pela impugnante para subsidiar tal alegação (doc.6 — fls.155/166), sequer faz menção ao valor de R$2.195.142,63. Pelo exposto, concluise que é infundada a afirmação da contribuinte de que os valores de R$2.195.142,63 e R$252.888,28 foram oferecidos à tributação. Pelo exposto e por tudo que consta processado nos autos, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento. (Assinado Digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Fl. 514DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001714/2004-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1401-000.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Lívia De Carli Germano e Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin.
Nome do relator: ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves – Presidente (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Lívia De Carli Germano e Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. Trata o presente processo de Lançamento de auto de infração contra o contribuinte relativos à omissão de receitas por diferenças de estoques, ajustes de preços de transferência e glosa de despesas, além dos reflexos multa agravada. Seguem os trechos do relatório da Decisão de Piso sobre a autuação a a impugnação apresentada: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .0 01 71 4/ 20 04 -2 4 Fl. 18376DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.055 2 Fl. 18377DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.056 3 Fl. 18378DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.057 4 Fl. 18379DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.058 5 Fl. 18380DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.059 6 Fl. 18381DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.060 7 Fl. 18382DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.061 8 Fl. 18383DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.062 9 Após a decisão da DRJ que manteve parcialmente a autuação o contribuinte apresentou os seguintes argumentos em seu recurso: OMISSÃO DE RECEITAS Nulidade do Auto de Infração – Apuração da Omissão de receitas – Alega que a fiscalização não fez verificações na escrituração contábil da empresa nem em seu livro de inventário o que descumpriria a norma do art. 41, da Lei nº 9.430/96. Somente utilizou planilhas do excel. Esclarecimentos diferença de estoques – Alega que impugnou tudo. Diferenças de estoque mantidas após diligência – alega a ilegalidade da manutenção de diferenças na parte em que com base em novos documentos apresentados conseguese infirmar o lançamento mas mostrar outros que decorreram daqueles mesmos fatos. Omissão na apresentação de documentos – Alega que não houve omissão e que não os apresentou antes porque a autoridade fiscal não solicitou a sua escrituação contábil. Fl. 18384DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.063 10 Torpeza que gerou benefício – Alega que não se beneficiou da torpeza, mas sim a própria autoridade julgadora ao validar novos lançamentos sem as formalidades legais e inobediência da legalidade estrita. Abandono da fórmula legal de cálculo da omissão – Alega que foram indevidamente considerados entradas e saídas omitidas quando, com a correta utilização da fórmula apenas poderia decorrer uma das hipóteses. Notese o grande erro evidenciado pelo procedimento acima descrito: ao invés de se descobrir vendas não tributadas, a auditoria fiscal tributa vendas já tributadas. E, apenas para que não restem dúvidas a respeito da impossibilidade de glosa de vendas, a Recorrente propõe um raciocínio complementar: e se uma venda glosada (por ocasião da aplicação da presunção de omissão de recitas) não tivesse sido tributada na época própria? Nesse caso, tendo a venda sido regularmente declarada, cumpriria ao Fisco fiscalizála, e, se fosse o caso, exigir o tributo correspondente. Se o procedimento está errado, então ele deve ser retificado para todos os itens de estoque, de modo que se observe a fórmula legal, e, ao mesmo tempo, tomandose o cuidado para que a "glosa" de vendas não gere omissão de receitas, pois isso não faz qualquer sentido. Em seguida, cumpre verificar qual das seguintes situações se configura: (i) a diferença de estoque relacionase a um fato originalmente abrangido pelo Auto de Infração, e.g. o Auto de Infração apontava omissão de 10 entradas e a Diligência aponta a omissão de 5 entradas; ou (ii) a diferença de estoque relacionase a um fato novo, não abrangido pelo Auto de Infração, e.g. o Auto de Infração apontava omissão de 10 entradas e a Diligência aponta a omissão de 5 saídas. Se a situação (ii) se mostrar concretizada, então o lançamento deverá ser cancelado quanto ao item de estoque em questão, em razão da já citada vedação à revisão de lançamento. Outros Vícios no Lançamento: (i) Item de Estoque QPA164G — Item 1 do Relatório da Diligência: Alega que houve inovação no lançamento. Aponta erros nos cálculos. (ii) Item de Estoque NTZX1605 — Item 8 do Relatório da Diligência alega também inovação no lançamento e no cálculo. (iii) Item de Estoque A0784949 (NT4XE) — Itens 12 e 16 do Relatório da Diligência Na diligência foi verificada a inexistência e omissão nas saídas e que seriam de entradas. Alega ilegalidade da inovação (iv) Item de Estoque A0783934 (TN1X)— Item 13 do Relatório da Diligência: Idem acima (v) Item de Estoque NTRX26CB — Item 14 do Relatório da Diligência: Alega que ao contrário do que a DRJ informa, a empresa comprovou as entradas e saídas do item. Fl. 18385DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.064 11 (vi) Itens de Estoque A0790209, QMY717A e NTFN33HB — Itens 17, 20 e 21 do Relatório da Diligência: Alega não poder haver tributação tendo em vista que as diferenças apuradas foram de glosa de vendas. (vii) Item de Estoque A079756 (TN1C) — Itens 7 e 18 do Relatório da Diligência Novamente alega inovação do lançamento. (viii) Item de Estoque A0800890 (Filial) — Item 35A do Relatório da Diligência: Alega que não existe a diferença de estoque apontada. (ix) Item de Estoque A0732224— Item 22 do Relatório da Diligência Alega que este item é o mesmo do item 20 do relatório de diligência pois a referência QMY717A é apenas um nome atribuído ao código de mercadoria A0732224. (x) Item de Estoque NTCEO8DK— Item 26 do Relatório da Diligência Não haveria diferença porquanto o valor apurado do estoque final é o mesmo do apurado pela fiscalização. (xi) Item de Estoque NT2X70A— Item 28 do Relatório da Diligência Revisão ilegal. Omissão de compras não pode gerar omissão de receitas. (xii) Item de Estoque NTEX22CA— Item 34 do Relatório da Diligência: Inexiste omissão, pois com a aplicação da fórmula resulta estoque final zero. (xiii) Item de Estoque NT9X4OBB— Item 36 do Relatório da Diligência Alega que houve glosa de vendas e que esta não pode gerar cálculo de omissão de receitas. (xiv) Itens de Estoque NTEU4559, A0838161, NTEUllAA, NT6X50AB — Itens 11, 19, 27 e 29 do Relatório da Diligência Revisão ilegal da autuação e omissão de compras não gera omissão de receitas. 2.2.3. Diferenças de Estoque que não foram objeto da Diligência Protesta pelo cancelamento integral dos outros itens em razão de: Autoridade não examinou a escrituração legal da recorrente. Do procedimento incorreto que gerou uma autuação que foi cancelada em 85% pela DRJ. 2.2.4. Omissão de Entradas Alega, com base em precedentes deste CARF que a omissão de compras não gera lançamento pis seu efeito é neutralizado pelo não registro do respectivo custo no CMV para apuração do lucro tributável. Aplicabilidade do PIC Alega que efetuou opção pelo método CPL, inclusive informando na DIPJ. Alega que a autoridade fiscal desconsiderou o método e aplicou o PRL 20. Fl. 18386DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.065 12 Alega que apresentou a comprovação pelo método PIC na impugnação e que a DRJ informou não se aplicar aos anos de 1999 e 2000. Alega que deve prevalecer o melhor método. E que a administração tem o dever de apurar por outros métodos, conforme Lei nº 9.430/96, art. 18, § 4º. Alega que ao escolher um método a autoridade fiscal utilizou discricionariedade que a lei não lhe atribui. Alega que este mesmo dispositivo permite que a indicação de um método na DIPJ não vincula o contribuinte. Alega que o método originalmente apontado pelo contribuinte poderia ser alterado a qualquer tempo. Alega que somente após a edição da MP nº 478/2009 é que foi inserida a obrigação de que a opção não possa ser alterada pela empresa. Apuração do PIC Alega que apresentou na impugnação os preços parâmetro calculados com o método PIC e que deveriam ser cancelados os ajustes relativos a estes itens. Exclusão do valores relativos ao frete, seguro e tributos no cálculo do PRL. A DRJ alega que está correta a apuração com base no preço CIF. O contribuinte em sua impugnação alega que o cálculo deveria ser feito com base no valor FOB. Alega apresentar precedentes do CARF neste sentido. Alega que a neutralidade da norma somente se atinge se o frete, seguro e tributos sobre as importações não gerem qualquer adição ao lucro. Apresente extensa argumentação a justificar seu entendimento. Toda ela baseada no acórdão nº 10809763. Comparabilidade. Alega que a inclusão do frete e seguro para permitir a equivalência de grandezas comparáveis. Alega que a adoção da comparabilidade gera efeitos absurdos e que não é possível a adoção de soluções excepcionais. O primeiro passo prova do raciocínio que ora se propõe depende de se enfrentar a seguinte questão: qual a conseqüência da inclusão do frete, do seguro e dos tributos incidentes na importação no cálculo dos preços de transferência, na sistemática CPL (é bom lembrar que o referido § 6° estendese a qualquer método)? O preço parâmetro, apurado pelo método CPL, deveria, nesse caso, ser comparado com o custo do importador, incluídos o frete, o seguro e os tributos incidentes na importação. Como o método CPL apura o preço parâmetro a partir do custo do exportador, acrescido de uma margem de 20%, dirseá que o custo do exportador, acrescido da margem de 20% deve ser equivalente ao preço pago pelo importador, acrescido do frete, do seguro e dos tributos incidentes na importação. Ora, como o custo do exportador não inclui o frete, o seguro e os tributos incidentes na importação, significa dizer que na margem máxima de 20%, exigida do exportador, já deveriam estar incluídos o frete, o seguro e os tributos incidentes na importação. Fl. 18387DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.066 13 Ou seja: a legislação brasileira exigiria que a margem bruta do exportador (lembrese que a margem de lucro, no CPL é bruta), limitada ao máximo de 20%, incluiria, além de todas as despesas do exportador, no exterior (não incluídas no custo) e seu lucro líquido, também o frete, o seguro e os tributos incidentes na importação. Ao fim de outras explicações protesta pela reforma da decisão combatida. 2.4. Glosa de Despesas Alega que o “services agreement” não é um simples contrato de serviços, mas sim compreende outro elemento: um direito. Este direito seria o de demandar a contratada a qualquer momento e corresponde à obrigação da contratada de ficar à disposição da contratanete sempre que chamada. Entende que este contrato seria do tipo aleatório posto que o seu objeto, ao contrário do contrato comutativo, não obriga a que as prestações sejam equivalentes. Seriam contratos de risco. Exemplifica com os contratos de planos de saúde. 2.4.2. Falta de emissão das notas fiscais relativas ao "Services Agreement" Alega que, conforme já mencionado durante a fiscalização, as notas foram emitidas pela Nortel Canadá contra a Nortel CALA e que esta sssumiu a dívida pela recorrente, passando a ser credora da mesma. Alega que a nota fiscal não é necessária à comprovação de despesas. E que o contrato seria prova da relação jurídica. 2.4.3. Possibilidade da celebração de contrato "a preço fechado". Efetividade a despesa. O contrato firmado englobaria inúmeras atividades. Que a efetividade, normalidade e usualidade das despesas são comprovados pelo contrato. Não existe ilegalidade na contratação a preço fechado. 2.4.4. Vinculação dos técnicos estrangeiros com os serviços prestados Alega que caso não seja suficiente a documentação já apresentada, a empresa apresenta novas informações e documentos que objetivam comprovar a presença de técnicos estrangeiros para a realização dos serviços elencados no “services agreement”. 2.5. Subsidiariamente, da exclusão da base de cálculo do IRPJ e CSLL os valores de PIS, COFINS e IPI exigidos Protesta que caso se entenda de manter a autuação, que os valores de PIS, COFINS, e IPI lançados, sejam excluídos das bases de cálculo do IRPJ. Apresenta acórdão neste sentido. 2.6. Ainda subsidiariamente, descabimento do agravamento da multa Entende que nenhuma intimação deixou de ser atendida e que assim descabe o agravamento da multa. 2.7. Finalmente, impossibilidade de cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício (artigos 161 do CTN e 61, § 3°, da Lei n°9.430/96) Sustenta a impossibilidade de cobrança de juros sobre a multa de ofício. Fl. 18388DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.067 14 Voto Durante a análise das razões de recurso e contrastando com os argumentos apresentados pela fiscalização, verificamos que um dos temas que é fundamental à solução do litígio decorre da constatação do fato de a fiscalização que solicitado, durante o curso do procedimento dos livros de registro de inventários e movimentação dos estoques da empresa. Neste ponto que se prende à verificação dos valores de omissão das receitas por saídas sem emissão de nota fiscal, que também provoca reflexos nos autos de infração de IPI, a recorrente suscita a nulidade do procedimento pelo fato de a fiscalização ter solicitado do contribuinte apenas o preenchimento de planilhas de suas movimentações de entrada e saída de materiais sem ter feito o confronto destas planilhas com os valores constantes no registro de inventário. Desta forma a não verificação de seus registros contábeis e de inventário implicaria contrariedade ao art. 41, da Lei nº 9.430/96. Por seu turno, a fiscalização, na apresentação de informações solicitadas pela DRJ quanto aos documentos apresentados pela defesa, trouxe os seguintes elementos: Acontece que compulsando as quase 20 mil páginas no presente processo não localizamos, pelos números do eprocesso as citadas folhas contendo as intimações referidas pela fiscalização. Realizamos então busca pelos números manuais grafados no processo antes de sua digitalização. Nesta busca constatamos que a numeração manual original chega até o número de fls. 2000, quando é acostada a folha de encerramento do volume 10 e retorna já no número 2.158. Ou seja, faltam ao processo as folhas numeradas manualmente de números 2001 a 2158, nas quais devem estar as intimações citadas pela fiscalização nas quais foi solicitada a apresentação dos livros de registro de inventário e de movimentação dos materiais. Além disso, em relação à análise dos outros pontos da autuação, fazemse necessários alguns esclarecimentos sobre os procedimentos adotados pela fiscalização e a análise dos documentos acostados ao processo como, por exemplo, a fórmula de cálculo das diferenças de estoques apuradas durante a fiscalização, quais os critérios adotados durante o recálculo destas diferenças após diligência determinada pela DRJ e os documentos de comprovantes de serviços apresentados pela empresa em relação ao services agreement. Tendo em vista que este ponto da discussão é o mais detalhado do processo e onde surgem diversas alegações de falhas, tanto por parte da acusação, quanto por parte da defesa, além de que o processo não pode conter páginas faltantes, VOTO no sentido de Fl. 18389DF CARF MF Processo nº 16327.001714/200424 Resolução nº 1401000.480 S1C4T1 Fl. 18.068 15 converter o julgamento em diligência a fim de se determinar o retorno do presente processo à delegacia de origem para: a) que seja diligenciado no sentido de se localizarem as fls. 2001 a 2158 da numeração manual do processo que não foram encontradas no processo e onde devem constar as intimações de número 01 a 09 do procedimento fiscal, para que as mesmas sejam digitalizadas e acostadas ao presente, de preferência na correta ordem cronológica como determinam as normas processuais; b) Seja informado o critério e forma de cálculo utilizada para a apuração das diferenças de estoques apuradas durante o procedimento de fiscalização; c) Seja informado quais os critérios foram utilizados na revisão das mesmas diferenças de estoque, levandose em consideração a redução significativa da autuação neste ponto d) Por fim, seja esclarecido se os documentos apresentados pela empresa quando da intimação de comprovação das despesas de services agreement foram também contabilizados como despesas da empresas, ou se os seus valores encontravamse incluídos no montante das despesas incorridas a título de services agreement Concluídas as diligências cientifiquese o contribuinte abrindolhe prazo para manifestação por 30 (trinta) dias e posterior retorno a este CARF para prosseguimento. Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 18390DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10845.003447/00-16
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Aug 30 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Exercício: 1996
NULIDADE.
Não há que se falar em nulidade quando a decisão de primeira instância não modifica o fundamento legal originalmente indicado nos lançamentos.
DECADÊNCIA.
O início do prazo decadencial é determinado pelo inciso I do art. 173 do CTN, quando o pagamento antecipado não é comprovado.
INEXATIDÕES MATERIAIS.
As meras alegações da Recorrente desprovidas de comprovação efetiva de sua materialidade mediante a análise de todos os documentos que embasaram a escrituração não são suficientes para elidir a motivação fiscal do procedimento, tendo em vista que as provas já constantes nos autos constituem um conjunto probatório robusto de que o lançamento de ofício
não contém incorreções.
CSLL, IRRF, PIS e COFINS.
Tratando-se de lançamentos decorrentes, a relação de causalidade que informa os procedimentos leva a que os resultados do julgamento dos feitos reflexos acompanhem aqueles que foram dados ao lançamento principal.
Numero da decisão: 1801-000.323
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: Carmen Ferreira Saraiva
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Não há que se falar em nulidade quando a decisão de primeira instância não modifica o fundamento legal originalmente indicado nos lançamentos. DECADÊNCIA. O início do prazo decadencial é determinado pelo inciso I do art. 173 do CTN, quando o pagamento antecipado não é comprovado. INEXATIDÕES MATERIAIS. As meras alegações da Recorrente desprovidas de comprovação efetiva de sua materialidade mediante a análise de todos os documentos que embasaram a escrituração não são suficientes para elidir a motivação fiscal do procedimento, tendo em vista que as provas já constantes nos autos constituem um conjunto probatório robusto de que o lançamento de ofício não contém incorreções. CSLL, IRRF, PIS e COFINS. Tratando-se de lançamentos decorrentes, a relação de causalidade que informa os procedimentos leva a que os resultados do julgamento dos feitos reflexos acompanhem aqueles que foram dados ao lançamento principal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Fl. 1DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA 2 Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Substituta. EDITADO EM: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente Substituta), Maria de Lourdes Ramirez, Guilherme Pollastri Gomes da Silva (suplente convocado), José Sérgio Gomes (suplente convocado), André Almeida Blanco (suplente convocado) e Marcos Vinicius Barros Ottoni (suplente convocado). Ausentes justificadamente a Conselheira Ana de Barros Fernandes (Presidente) e o Conselheiro Rogério Garcia Peres. Relatório I - Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 06/09, com a exigência do crédito tributário no valor de R$13.862,05, a título de Imposto Sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, juros de mora e multa de ofício proporcional, referente ao quarto trimestre do ano-calendário de 1995 apurado pelo regime de tributação com base no lucro presumido. A infração se fundamenta na omissão de receitas em decorrência saldo credor de caixa, conforme Demonstrativo do Fluxo de Caixa, fl. 33 e Termo de Verificação e Constatação Fiscal, fls. 26/27, onde está descrita a metodologia utilizada de levantamento do fluxo de caixa pelo saldo final mensal: soma dos valores do saldo inicial e do total das entradas, bem como diminuição do total das saídas de recursos. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: §3º do art. 532, art. 739 e art. 892, todos do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto de n.º 1.041, de 11 de janeiro de 1994. Em decorrência de serem os mesmos elementos de provas indispensáveis à comprovação dos fatos ilícitos tributários foram constituídos os seguintes créditos tributários pelos lançamentos formalizados neste processo: II – O Auto de Infração às fls. 10/13 a exigência do crédito tributário no valor de R$5.544,79 a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: §§ do art. 2º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 1º da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, art. 43 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992 e art. 3º da Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995. III – O Auto de Infração às fls. 14/17 a exigência do crédito tributário no valor de R$19.219,67 a título de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF, juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 739 do RIR, de 1994, art. 44 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992 e art. 3º da Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995 e art. 62 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. IV - O Auto de Infração às fls. 18/21 com a exigência do crédito tributário no valor de R$415,85 a título de Contribuição para o Programa de Integração Social - PIS, juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: alínea “b” do art. 3º da Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, parágrafo único do art. 1º da Lei Complementar nº 17, de 12 de dezembro de 1973, e itens I e II da alínea “b” da Seção 1 do Capítulo 1 do Título 5 do Regulamento do PIS/Pasep, aprovado pela Portaria MF nº 142, de 15 de julho de 1982, art. 43 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992 e art. 3º da Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995, inciso I do art. 2º, art. 3º, inciso I do art. 8º e art. 9º da Medida Provisória nº 1.212, de 25 de novembro de 1998, Lei nº 9.715, de 25 de Fl. 2DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10845.003447/00-16 Acórdão n.º 1801-00.323 S1-TE01 Fl. 425 3 novembro de 1998 e inciso I do art. 2º, art. 3º, inciso I do art. 8º e art. 9º da Medida Provisória nº 1.249, de 14 de dezembro de 1995. V – O Auto de Infração às fls. 22/25 com a exigência do crédito tributário no valor de R$1.108,95 a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 1º, art. 2] e art. 3º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, art. 43 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992 e art. 3º da Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995. Cientificada em 28/12/2000, fls. 06, 10, 14, 18 e 22, a Recorrente apresentou a impugnação em 03/01/2001, fls. 58/83, aduzindo que a exigência é improcedente. Informa que inexiste saldo credor de caixa, uma vez que o saldo correto da conta duplicatas em janeiro de 1995 é no valor de R$185.770,70, o que gerou erros nos meses subseqüentes com um estorno na conta de “duplicatas a pagar” no valor de R$15.306,73. Acrescenta que a Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, fere o Código Tributário Nacional (CTN) e a Constituição da República Federativa do Brasil (CR). Defende que devem ser aplicadas as disposições da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, nos termos do art. 106 do CTN. Discorda da incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Selic. Indica a legislação que rege a matéria e princípios que alega foram violados e ainda entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Intimada do Termo de Diligência – Relatório Conclusivo, fls. 357/362, em 13/07/2009, a Recorrente em 23/07/2009, fls. 365/372, diz apresentar os extratos bancários indicando o fluxo de caixa, cujos valores se encontram devidamente registrados na escrituração contábil e supostamente por ela comprovados. Não concorda, portanto, com as conclusões constantes no referido relatório. Está registrado como resultado do Acórdão da 4ª TURMA/DRJ/SPOI/SP nº 16-23.462, de 12/11/2209, fls. 375/386: “Impugnação Improcedente”. Consta que ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1995 SALDO CREDOR DE CAIXA - Não sendo apresentados os documentos solicitados pela diligência, para provar, como alega a Impugnante, que o saldo apurado pela fiscalização estava errado, prevalece o apurado durante os trabalhos de auditoria fiscal. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO - A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade de lei. TAXA SELIC. - Efetuada a cobrança de juros de mora em perfeita consonância com a legislação vigente, não há base para retificar ou elidir os acréscimos legais lançados. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA 4 AUTOS REFLEXOS - IRRF, PIS, COFINS e CSLL - O decidido, no mérito do IRPJ, repercute na tributação reflexa. Notificada em 01/12/2009, fl. 391, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 17/12/2009, fls. 392/414, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Suscita que a decisão de primeira instância é nula e que houve manutenção parcial da exigência com a “alteração da fundamentação legal da exigência de multa de lançamento ex-officio para multa de mora, o que não lhe era dado fazer”. Expõe que os créditos tributários foram alcançados pela decadência, haja vista que são tributos regidos pelo lançamento por homologação. Reitera os argumentos apresentados na peça impugnatória. Conclui Diante do exposto, a RECORRENTE pede aos I. Conselheiros encarregados do exame e julgamento deste processo que examinem detidamente toda a argumentação acima exposta, quando então, constatada a improcedência da autuação, dar- lhe-ão provimento, para desobrigá-la do recolhimento de quaisquer quantias. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva - Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, dele tomo conhecimento. A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. Os Autos de Infração foram lavrados por servidor competente que regularmente intimou a Recorrente para cumpri-los ou impugná-los no prazo legal. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. Foi oferecida à interessada a oportunidade de apresentar, no prazo legal, a peça de defesa acompanhada de todos os meios de prova a ela inerentes. Ademais, o enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e a indicação dos enquadramentos legais não propiciam a nulidade do ato em litígio. Este ato contém os elementos essenciais que lhe conferem existência, validade e eficácia no mundo jurídico. Com referência ao dever de lançar, esclareça-se que a autoridade administrativa possuindo competência privativa efetuou o lançamento, cuja atividade é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional (art 142 do Código Tributário Nacional - CTN). No presente caso o servidor competente verificou a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinou a matéria tributável, calculou o montante do tributo devido, identificou o sujeito passivo, aplicou a Fl. 4DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10845.003447/00-16 Acórdão n.º 1801-00.323 S1-TE01 Fl. 426 5 penalidade cabível e determinou a exigência com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumpri-la ou impugná-la no prazo legal (art. 10 e art. 14 do Decreto 70.235, de 1972). Ademais, foram-lhe asseguradas as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa (inciso LIV e inciso LV do art. 5º da CR). No Acórdão da 4ª TURMA/DRJ/SPOI/SP nº 16-23.462, de 12/11/2209, fls. 375/386, cuja decisão se resume em “Impugnação Improcedente”, verifica-se que não consta qualquer modificação no fundamento legal originalmente indicado nos lançamentos em relação à aplicação da multa de ofício. Logo, não cabem reparos aos atos fiscais. Vale ressaltar que a decadência é uma objeção, ou seja, é matéria de ordem pública que pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício, a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento (art. 269 do Código de Processo Civil – CPC). Sobre a matéria, o Código Tributário Nacional assim determina: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. [...] Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Em relação contribuições para o custeio da seguridade social, o Supremo Tribunal Federal assim se pronunciou mediante o enunciado da Súmula Vinculante nº 8, a saber: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Sobre a questão, vale ressaltar a jurisprudência administrativa, nos seguintes termos (fonte: www.carf.fazenda.gov.br em 04/03/2010): Nº Recurso 260667 -Número do Processo 36624.000641/2006-78 -Turma 5ª Câmara Contribuinte JPMORGAN CHASE BANK Tipo do Recurso Recurso Voluntário - Negado Provimento Por Unanimidade- Data da Sessão 04/05/2009 Fl. 5DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA 6 Relator(a) Marco André Ramos Vieira Nº Acórdão 2301-00283 -Tributo / Matéria Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal Decisão Ementa Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/1998 a 31/01/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. [...] Recurso Voluntário Negado Ainda em relação à matéria, cabe mencionar a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ proferida em recurso especial representativo da controvérsia (fonte: www.stj.gov.br em 20/06/2010): Processo AgRg no REsp 1120220 / PRAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2009/0016310-0 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO (1112) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 18/05/2010 Data da Publicação/Fonte DJe 02/06/2010 Ementa AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. 1. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando inocorre o pagamento antecipado pelo contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de ofício substitutivo é determinado pelo artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. 2. Orientação reafirmada pela Primeira Seção desta Corte, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, Relator Ministro Luiz Fux, sob o rito dos recursos repetitivos (Código de Processo Civil, artigo 543-C). 3. Agravo regimental improvido. Acórdão Fl. 6DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10845.003447/00-16 Acórdão n.º 1801-00.323 S1-TE01 Fl. 427 7 Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Benedito Gonçalves (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Cabe esclarecer que os presentes Autos de Infração tratam de tributação com base no lucro presumido trimestral. É fato notório que os tributos constantes nos Autos de Infração estão sujeitos ao lançamento por homologação. O prazo decadencial referente ao quarto trimestre do ano-calendário de 1995 tem início em 01/01/1996 e a Recorrente foi cientificada dos Autos de Infração em 28/12/2000, fls. 06, 10, 14, 18 e 22. Deste modo, como não transcorreu o prazo de decadência de cinco anos, não tem fundamento o reconhecimento da decadência. A Recorrente defende que devem ser aplicadas retroativamente as disposições da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, nos termos do art. 106 do CTN. O CTN ordena: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. [...] Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Assim, a Lei nº 8.981, de 1995 e a Lei nº 8.541, de 1992, aplicam-se aos lançamentos, cujos fatos geradores ocorreram em 30/11/1995. Não se impõe, por isso, as disposições de retroatividade constantes no art. 106 do CTN. Não devem ser aplicadas retroativamente as disposições da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Assim sendo, os lançamentos de ofício não contêm incorreções. A Recorrente discorda do procedimento fiscal, ao argumento de que o saldo correto da conta duplicatas em janeiro de 1995 é no valor de R$185.770,70 e por esta razão o valor tributário está incorreto. Por seu turno, o RIR, de 1999, fixa: Art. 281.Caracteriza-se como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes Fl. 7DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA 8 hipóteses (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 12, § 2º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 40): I - a indicação na escrituração de saldo credor de caixa; II - a falta de escrituração de pagamentos efetuados; III - a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada. [...] Art. 528. Verificada omissão de receita, o montante omitido será computado para determinação da base de cálculo do imposto devido e do adicional, se for o caso, no período de apuração correspondente, observado o disposto no art. 519 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24). Parágrafo único.No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não sendo possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela que corresponder o percentual mais elevado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24, §1º). [...] Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, §1º). A legislação autoriza a tributação de omissão de receitas com base em saldo credor de caixa, sem restrição de a presunção legal ser aplicado ao maior saldo credor do período. É a possibilidade de reconstituição fluxo de caixa, analisando os valores dos saldos iniciais, das entradas e das saídas de recursos. A presunção relativa consiste em admitir a existência de omissão no registro de receitas com base na determinação do saldo credor de caixa, cabendo à Recorrente o ônus de provar serem insubsistentes os valores apurados, e por seu turno ao Erário fazer prova da ocorrência do saldo credor. O Parecer Normativo CST nº 242, de 1971, definiu que a simples prova da capacidade financeira do supridor não basta para comprovação dos suprimentos efetuados à pessoa jurídica. É necessário para tal a apresentação de documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores com as importâncias supridas, bem como tem que haver prova da origem dos recursos. No Demonstrativo, fl. 33 e no Termo de Verificação e Constatação Fiscal, fls. 26/27, estão descritas as metodologias utilizadas de levantamento do fluxo de caixa pelo saldo final mensal da seguinte forma: soma dos valores do saldo inicial e do total das entradas, bem como diminuição do total das saídas de recursos. As quantias foram extraídas das informações da Recorrente “quantos aos saldos”. Atinente às quantias do mês de janeiro de 1995, no referido Demonstrativo, fl. 33, está registrado na conta de duplicatas a pagar o valor de R$110.299,55 e o respectivo estorno no valor de R$15.306,73, quantias estas confirmadas na peça recursal. Por outro lado, a Recorrente não demonstrou de forma inequívoca que o saldo inicial no valor de R$162.505,49 estaria correto. Assim, houve a constatação da omissão de receitas caracterizada pelo saldo credor de caixa nos meses de maio, de junho, de julho, de agosto, de setembro, de novembro e de dezembro do ano-calendário de 1995, e que o maior saldo de R$24.002,11 ocorreu em novembro. A Recorrente comprova mediante extratos do Banco Bradesco S/A o saldo negativo Fl. 8DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10845.003447/00-16 Acórdão n.º 1801-00.323 S1-TE01 Fl. 428 9 no valor de apenas R$4.761,92, após saldo contábil conciliado, remanescendo o valor tributável de R$19.240,19. As provas do ilícito tributário constantes nos autos foram exaustivamente analisadas pelas autoridades fiscais. Em conformidade com o Termo de Diligência – Relatório Conclusivo, fls. 357/362: Regularmente intimado, conforme cópias de termos às fls. 111 (datado em 25/10/2005) fls.112 (datado em 22/12/2005) fls. 113 (datada em 17/01/2006). fls. 330 (datada de 17/04/2009), fls. 331 a 333, (datada de 19/05)2009), fls. 335/336 (datada de 25/0612009) respectivamente, o fiscalizado não cumpriu as exigências neles contidas, deixando de apresentar os elementos necessários para o cumprimento da diligência determinada pela DRJ/SP. Ressaltamos que, por diversas vezes, o contribuinte compareceu ao setor de fiscalização sem apresentar-nos qualquer esclarecimento ou documento, oportunidades em que reiteramos, verbalmente, as exigências outrora formalizadas: Finalmente,; em 26/0612009, fls. 338/339, tomou ciência de nosso termo de reintimação, tendo solicitado, dentro do prazo final ali concedido, "dilação do referido prazo para a apresentação requerida, por mais 30 (trinta) dias, em face da dificuldade de sua localização", conforme cópia anexa. Ora, o inicio da ação fiscal, abrangendo o referido exercício de 1996, ano calendário de 1995, ocorreu em 10/08/2000 (ciência do autuado), com o respectivo encerramento parcial em 28/12/2000 (ciência do autuado) conforme fls. 26/27, respectivamente. No tempo decorrido, entre o inicio da ação fiscal e de nossa reintimação em 26/0612009, apresentou, e tão- somente agora, os livros diários, desacompanhados, todavia, de qualquer documento correspondente a sua escrituração, em nada alterando, portanto, a nossa conclusão, decorrente do exame fiscal efetuado, em que está representado pelo Auto de Infração lavrado às de (fls.10 a 25) Partindo do pressuposto legal de que a defesa deve comprovar todas as suas alegações na oportunidade própria (art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1996), a Recorrente não juntou novas provas aos autos mediante documentos hábeis e idôneos que demonstrem sua afirmativa de que o valor tributável contém incorreção. Ademais, foi realizada diligência em que a Recorrente, tendo oportunidade, novamente não apresentou evidências que sustem sua tese. As suas meras alegações desprovidas de comprovação efetiva de sua materialidade mediante a análise de todos os documentos que embasaram a escrituração não são suficientes para elidir a motivação fiscal do procedimento, tendo em vista que as provas já constantes nos autos constituem um conjunto probatório robusto de que o lançamento de ofício não contém incorreções. A Recorrente discorda da incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Selic. Pelo fato deste argumento, o Código Tributário Nacional determina: Fl. 9DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA 10 Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. A Lei nº 9.430, de 1996, prevê: Art.5º [...] §3º As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. [...] Art.61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. [...] §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Aplicando a legislação de regência ao presente caso, verifica-se que como a Recorrente não procedeu ao pagamento do crédito tributário até a data do vencimento, deve fazê-lo acrescido de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic. Ainda em relação à matéria, vale transcrever os enunciados de súmulas do CARF n s 4 e 5, as quais são de adoção obrigatória (art. 72 do Anexo II da Portaria n 256, de 22 de junho de 2009, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF) que prevêem: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. [...] São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Cabe ressaltar o crédito tributário da União constituído não pago até a data do vencimento é acrescido de juros de mora equivalentes a Selic para títulos federais. Por conseguinte, não cabem reparos aos lançamentos estão corretos. Fl. 10DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10845.003447/00-16 Acórdão n.º 1801-00.323 S1-TE01 Fl. 429 11 No que se refere à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados na peça recursal, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso (art. 100 do Código Tributário Nacional). Em relação aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe transcrever o enunciado da Súmula CARF n 2, que é de adoção obrigatória (art. 72 do Anexo II da Portaria n 256, de 22 de junho de 2009, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF), e que assim determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Logo, este argumento não pode prosperar. Atinente à CSLL, ao IRRF, ao PIS e à Cofins, tratando-se de lançamentos decorrentes, a relação de causalidade que informa os procedimentos leva a que os resultados do julgamento dos feitos reflexos acompanhem aqueles que foram dados ao lançamento principal de IRPJ. Em face de o exposto voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Conselheira Carmen Ferreira Saraiva - Relatora Fl. 11DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Assinado digitalmente em 23/09/2010 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 10508.000456/2005-35
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 15 00:00:00 UTC 2010
Ementa: NORNIAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2003
RESTITUIÇÃO COMPENSAÇÃO. DMITO CREDIT6RIO..
Comprovado o saldo negativo de IRPJ apurado no ano-calendário 2003 e afastada a precariedade do fato jurídico do débito de IRPJ nos autos de outro processo que não serve de fundamento para o improvimento do pleito constante deste processo, resta homologada a compensação e provido o recurso do contribuinte.
Numero da decisão: 1801-000.435
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidas as Conselheiras Maria de Lourdes Ramirez e Carmen Ferreira Saraiva. Designado o Conselheiro André Almeida Blanco para redigir o voto vencedor
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Maria de Lourdes Ramirez
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DMITO CREDIT6RIO.. Comprovado o saldo negativo de IRPJ apurado no ano-calendário 2003 e afastada a precariedade do fato jurídico do débito de IRPJ nos autos de outro processo que não serve de fundamento para o improvimento do pleito constante deste processo, resta homologada a compensação e provido o recurso do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidas as Conselheiras Maria de Lourdes Ramirez e Carmen Ferreira Saraiva. Designado o Conselheiro André Almeida Blanco para redigir o voto vencedor. Ana de Barros Fernandes — Presidente Editado em - 2 6 0 UT 2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmem Ferreira Saraiva, Guilherme Pollastri Gomes Silva, Maria de Lourdes Ramirez, Andre Almeida Blanco, Rogério Garcia Peres e Ana de Barros Fernandes. Relatório Trata o presente processo de PERDCOMP eletrônicos (fis. 01 a 28), transmitidos em junho de 2004, pelos quais pretende a interessada a compensação de débitos de estimativas de IRPJ do ano-calendário 2004, corn direito creditório oriundo de saldo negativo de IRPJ apurado no ano-calendário 2003, no valor de R$ 2.963,51, todos baixados para tratamento manual neste processo, conforme informação à fl. 01. Analisando o pleito e a fim de validar o saldo negativo de IRPJ do ano- calendário 2003 indicado pela contribuinte para a compensação pleiteada, a DRF em Ilhéus/BA analisou a DIPJ do exercício 2004 (fls. 61 a 70) e constatou que o valor de R$ 3.676,60, informado na linha 17 da Ficha 12 A (fl. 70) corno dedução do imposto devido ao final do período a titulo de recolhimento de estimativas não tinha respaldo na própria DIPJ, pois nenhum valor a pagar fora apurado a titulo de imposto de renda mensal por estimativa na Ficha 11. Aquela autoridade também constatou a existência de auto de infração lavrado para exigência de IRPJ relativo ao ano-calendário 2003, com crédito tributário constituído no valor de R$ 8.278.133,34 (fls. 34 a 60). Foi, então, proferido o Despacho Decisório no. 20, de 03/04/2006 (fis. 72 a 75) pelo qual, diante da inexistência do saldo negativo de IRPJ para o ano-calendário 2003, não foi reconhecido o direito creditório pleiteado e não homologada a compensação declarada. Dele recorreu a interessada apresentando manifestação de inconformidade junto A. DRJ em Salvador/BA alegando, resumidamente, que embora os valores de estimativa não tenham sido informados na DIPJ por um equivoco, teriam sido efetivamente recolhidos, conforme cópias de DARFs que anexou, tendo sido apresentada declaração retificadora. Alegou, ainda, que o auto de infração lavrado não teria o condão de impedir o reconhecimento do direito A. compensação e que a autoridade julgadora deveria sustar o prosseguimento da análise do PERDCOMP, a fim de aguardar a decisão final do litígio instaurado contra a autuação. A DRJ em Salvador/BA lembrou que, mesmo confirmados os pagamentos efetuados a titulo de estimativas, ainda assim não haveria saldo negativo de IRPJ no ano- calendário 2003 para fazer frente à compensação requerida e sim saldo de imposto a pagar apurado via constituição de credito tributário por auto de infração já julgado favoravelmente sua manutenção pela autoridade de 1 a• instância, razão pela qual foi indeferida a solicitação e não homologada a compensação. Intimada da decisão, em 09/12/2008, a interessada apresentou, em 08/01/2009, Recurso Voluntário em face daquela autoridade. Corno argumento principal ressalta que o então Conselho de Contribuintes já havia cassado a decisão de l a . instância proferida no 2 Processo n° 10508.000456/2005-35 SI-TE01 Acórdão n.° 1801-00.435 Fl. 204 processo relativo A. autuação e exonerado totalmente o crédito tributário constituído e que, assim, não mais haveria óbice ao reconhecimento da existência do saldo negativo pleiteado e A homologação da compensação declarada. o relatório. Voto Vencido Conselheiro Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. 0 Recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para sua admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Por relevante, há que se distinguir as especificidades inerentes ao poder/dever da autoridade administrativa em aferir a liquidez e certeza do crédito tributário pretendido junto à Fazenda Pública. Vinculando-se a Declaração de Compensação a urn direito alegado pelo sujeito passivo, a este incumbe demonstrar a certeza e a liquidez do credito invocado. De fato, nos termos da legislação em vigor, o Onus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 333 do Código de Processo Civil). Assim, a prova do indébito, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Ressalte-se que o indébito tributário não se constitui, automaticamente, do saldo negativo apontado nas declarações entregues à RFB, pelo que restaria homologado após decorridos cinco anos do fato gerador, tendo em conta que o resultado declarado pelos contribuintes deve, obrigatoriamente, refletir a apuração corretamente escriturada, sujeitando- se, assim, A. comprovação da sua certeza e liquidez. Assim, não é somente um direito, mas sobretudo um dever da Administração analisar a correta composição e procedência do direito creditório invocado pelo sujeito passivo em Declarações de Compensação. Por outro lado, cabe a este provar a certeza e liquidez do crédito pleiteado. Nesse sentido dispõe o Código Tributário Nacional: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cu estipulação em cada caso atribuir autoridade administrativa, autorizar a compensação de cré.ditos tributários com cráditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Cumpre consignar, por relevante, que o crédito pleiteado pelo sujeito passivo somente sera liquido e certo se, quanto à certeza, não houver controvérsia sobre sua existência e, quanto A liquidez, quando restar indubitavelmente determinada a sua importância. 3 Nesse contexto, ao direito creditório pleiteado pela recorrente, falta o atributo da certeza, pois existe, todavia, controvérsia sobre sua existência. A controvérsia reside na lide instaurada contra a exigência de IRPJ a pagar relativo ao ano-calendário 2003 formalizada no processo no 10508.000071/2006-59. Observe-se, por oportuno, que a lide instaurada naqueles autos não foi, ainda, totalmente dirimida. De acordo com informações extraídas do site do CARF na internet, consta interposição de Recurso Especial, pela Procuradoria da Fazenda Nacional, contra o Acórdão no. 103-22.950 proferido pela 3 a . Camara do então Primeiro Conselho de Contribuintes, que havia exonerado o crédito tributário, recurso esse ainda não definitivamente julgado. Havendo possibilidade de reforma do Acórdão e de que seja restabelecido o crédito tributário exigido naqueles autos, não ha como determinar a certeza e liquidez do direito creditório pleiteado pela recorrente. Não havendo previsão legal que determine o sobrestamento deste processo a fim de aguardar a decisão final naqueles autos, deve ser indeferido o direito creditório pleiteado e não homologada a compensação declarada. Por todo o exposto voto no sentido negar provimento ao recurso voluntário. Sala de Sessões, 15 de dezembro de 2010. O yytiliu Maria de Jiourdes Rami ez — Relatora Voto Vencedor Conselheiro André Almeida Blanco, Redator Designado. Corn a vênia da I. Relatora penso que não é caso de indeferimento deste pleito de compensação (PERDCOMP eletrônicos, baixados para tratamento manual neste processo). Há, como informado no presente relatório, outra lide instaurada contra a exigência de IRPJ a pagar relativo ao ano-calendário 2003 formalizada no processo no 10508.000071/2006-59. Reproduzo, para isso, parte dispositiva da decisão referida nos autos daquele processo. "Por esse motivo, entendo que nos moldes efetuados o lançamento não pode prosperar. Não se trata aqui de engano passível de correção por simples ajuste nos valores autuados. Na verdade a constituição do crédito 4 Andre Almeida Blánco —Redator liesigna Processo n° 10508.000456/2005-35 SI-TE01 Acórddo n.° 1801-00.435 Fl. 205 tributário ocorreu ao desabrigo das normas tributárias e está maculado em sua integralidade. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Com base nesse entendimento, devem ser desconsideradas por inócuas as razões de julgamento referentes a decadência e á multa de oficio." Note-se que o referido auto de infração foi cancelado em face de sua precariedade material, não tendo sido acolhidas razões relativas a decadência do lançamento, mas a falta de materialidade da exigência ern face da legislação vigente, como ressaltou o I. relator, naqueles autos. Assim, nos autos do referido AIIM ao recurso da contribuinte — Recorrente nestes autos que ora julgamos — foi dado provimento integral, por unanimidade de votos dos integrantes da terceira câmara do então primeiro conselho de contribuintes, de relatoria do Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, além de negar provimento ao recurso ex officio e rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento suscitada pela contribuinte. Ressalte-se que um dos fundamentos de decidir da DRJ em Salvador/BA foi que "mesmo confirmados os pagamentos efetuados a titulo de estimativas, ainda assim não haveria saldo negativo de IRRI no ano-calendário 2003 para fazer frente a compensação requerida e sim saldo de imposto a pagar apurado via constituição de crédito tributário por auto de infração já julgado favoravelmente a sua manutenção pela autoridade de 1a • instância, razão pela qual foi indeferida a solicitação e não homologada a compensação." Por este motivo entendo que a o status atual daquele processo não indica o indeferimento do presente pedido de compensação e improvimento do recurso voluntário nestes autos. A precariedade do fato jurídico do débito de IRPJ naqueles autos não pode servir de fundamento para o improvimento do pleito constante deste processo. Por estes motivos oto no sentido- --de dar provimento ao recurso da contribuinte para compensar as co p -nsações etivadas. 5 TERMO DE INTIMAÇÃO Intime-se urn dos Procuradores da Fazenda Nacional, credenciado junto a este Conselho, da decisão consubstanciada no acórdão supra, nos termos do art. 81, § 3°, do anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria Ministerial n° 256, de 22 de junho de 2009. Brasilia, 3 de agosto de 201110. Moema Nogueira Souza — Secretário da Camara Ciência Data: / / Nome: Procurador(a) da Fazenda Nacional Encaminhamento da PEN: [ ] apenas com ciência; [ ] corn Recurso Especial; [ ] com Embargos de Declaração. 6
score : 1.0
Numero do processo: 13603.900379/2006-14
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 25 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2001 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DE SALDO NEGATIVO - ÔNUS DE PROVAR A EXISTÊNCIA DO INDÉBITO - NÃO CONVALIDAÇÃO POR DECURSO DE PRAZO Não estando em pauta procedimento que visa promover alteração na base de cálculo do tributo, para exigir débitos ou reverter/reduzir “prejuízo fiscal”, mas apenas verificar a legitimidade do indébito a ser restituído/compensado, cabe perfeitamente averiguar a efetiva ocorrência dos pagamentos que geraram esse indébito. No plano da verificação da existência de pagamento a ser restituído, corresponda ele a DARF no ajuste, Estimativa, Retenção na Fonte, ou mesmo Compensação com outro indébito, não há que se falar em blindagem do direito de restituição por decurso de prazo. O transcurso do tempo pode sim homologar procedimentos, tornar definitivos os critérios e as interpretações utilizados na aplicação do direito, etc., mas não tem o condão de fazer existir um pagamento que não ocorreu. Para convalidar os sucessivos aproveitamentos de saldos negativos na quitação das estimativas dos vários anos, e, consequentemente, o saldo negativo em 2001, a Contribuinte precisa demonstrar a existência das fontes destes saldos negativos aproveitados em cascata. DIREITO CREDITÓRIO - FORMAÇÃO DE SALDO NEGATIVO Um determinado saldo negativo só é “transferido” de um período para outro, ou melhor, só é levado para a frente, renovando-se no tempo, na medida em que contribua para a formação de saldos negativos em períodos subseqüentes, o que se dá pela sua utilização na quitação de estimativas mensais destes outros períodos, via procedimento de compensação. Mas se a compensação não é realizada pelo Contribuinte, não há como reconhecer um saldo negativo Fl. 182 DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/2006-14 Acórdão n.º 1802-00.898 S1-TE02 Fl. 180
Numero da decisão: 1802-000.898
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: José de Oliveira Ferraz Corrêa
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DIREITO CREDITÓRIO FORMAÇÃO DE SALDO NEGATIVO Um determinado saldo negativo só é “transferido” de um período para outro, ou melhor, só é levado para a frente, renovandose no tempo, na medida em que contribua para a formação de saldos negativos em períodos subseqüentes, o que se dá pela sua utilização na quitação de estimativas mensais destes outros períodos, via procedimento de compensação. Mas se a compensação não é realizada pelo Contribuinte, não há como reconhecer um saldo negativo Fl. 182DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 180 2 inexistente em um determinado período por haver saldo negativo de outro período que não foi aproveitado em tempo hábil. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, André Almeida Blanco, Nelso Kichel, Marcelo Assis Guerra e Marco Antônio Castilho. Fl. 183DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 181 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que manteve a negativa em relação a Declarações de Compensação apresentadas pela Contribuinte, nos mesmos termos que já havia decidido anteriormente a Delegacia de origem. Por muito bem descrever os fatos, reproduzo o relatório constante da decisão de primeira instância, Acórdão nº 0221.665, às fls. 147 a 151: Trata o presente processo das Declarações de Compensação – Dcomp nºs 22803.47694,090703.1.3.023187, fls. 01/10, e 14016.40581.100703.1.3.025509, fls. 11/14, referentes ao saldo negativo de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ no valor de R$520.403,58 no anocalendário de 2001 informado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ nº 0449910, fls. 73/77. Despacho Decisório Em conformidade com o Despacho Decisório, fls. 106/110, as informações em referência foram analisadas das quais se conclui pelo indeferimento do pedido ao argumento de que: “Anocalendário de 2001 No anocalendário de 2001, foi apurado saldo negativo no valor de R$520.403,58 (fls. 73 a 77), decorrente da dedução de operações de caráter cultural e artístico (R$20.000,00), do Programa de Alimentação do Trabalhador (R$27.480,17), do IRRF (R$18.395,30) e do imposto de renda pago por estimativa (R$1.575.557,04). O imposto de renda mensal apurado foi quitado mediante recolhimentos efetivos (R$1.040.053,62), dedução do IRRF (R$130.131,95), compensação com saldo credor do ano calendário de 2000 (R$338.371,61) e compensação com saldo credor do anocalendário de 1999 (R$67.000,16). Os pagamentos foram confirmados à fl. 105. O valor total utilizado do IRRF foi de R$148.527,25 (R$130.131,95 nas estimativas e R$18.395,30 no ajuste anual). Esse valor comprovado às fls. 78 a 93. De acordo com as telas anexadas às fls. 48 a 51, o saldo credor do anocalendário de 1999 foi suficiente para quitar o débito de IRPJ. No entanto, o saldo credor de 2000 não foi suficiente para quitar a totalidade dos débitos apurados em 2001 informados pelo contribuinte na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Fl. 184DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 182 4 Federais (DCTF), restando um saldo devedor no valor de R$124.904,72 relativo ao mês de agosto de 2001, conforme demonstrativo anexado às fls. 94 a 96. Portanto, o valor do imposto de renda mensal pago por estimativa passou a ser de R$1.450.652,32 (R$1.575.557,04 – R$124.904,72). Dessa forma, caberia ao contribuinte o saldo credor de IRPJ no valor de R$395.498,86. Imposto sobre o lucro real R$687.017,68 Adicional R$434.011,79 Operação de caráter cultural e artístico (R$20.000,00) Programa de Alimentação do Trabalhador (R$27.480,71) IRRF (R$18.395,30) Imposto de renda mensal pago por estimativa (R$1.450.652,32) Imposto de renda a pagar (R$395.498,86) Este valor foi totalmente utilizado para quitar o IRPJ apurado por estimativa em 2002, conforme informado pelo contribuinte nas DCTF. De acordo com o demonstrativo anexado às fls. 102 a 104, verificamos que o crédito não foi suficiente para compensar a totalidade dos débitos apurados em 2002.” Manifestação de Inconformidade Cientificada em 26/06/2008, fl. 118, a requerente apresentou sua manifestação de inconformidade em 21/07/2008, fls. 119/120, com as alegações abaixo sintetizadas. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Suscita que “O equívoco se encontra na compensação efetuada no mês de fevereiro de 2001, opotunidade em que o contribuinte em sua DCTF consignou que o débito de IRPJ – estimativa do PA 01/2001 e vencimento em 02/2001, no valor de R$116.458,31, fora compensado com o crédito do anocalendário de 2000, quando, na realidade o crédito se refere ao ano calendário de 1999, que comporta perfeitamente tal compensação. Ademais, na remota hipótese de o saldo negativo de 1999 não comportar a compensação, na sua integralidade, é de se observar que o saldo negativo do ano calendário de 1998 não foi totalmente compensado, posto que o saldo confirmado foi de R$338.953,82, restando saldo de R$31.215,27 a seu favor.” Assim conclui “Como o despacho decisório refez toda a movimentação de débitos e créditos desde o anocalendário de 1998, requer o contribuinte: a) seja considerada a compensação efetuada em fevereiro de 2001, no valor de R$116.458,31, como sendo com o saldo Fl. 185DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 183 5 negativo de 1999 e não de 2000, conforme consignado em sua DCTF; b) caso se apure eventual insuficiência de crédito do ano calendário de 1999 nas compensações efetuadas em 2000 e 2001, seja utilizado o saldo remanescente do anocalendário de 1998.” Decisão de Primeira Instância Como já mencionado, a DRJ Belo Horizonte/MG manteve a negativa em relação às Declarações de Compensação, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2002 DCTF Retificação de Ofício O procedimento de retificação de ofício da DCTF não tem previsão legal. Prescrição Saldo Negativo de IRPJ O direito de a requerente utilizar este crédito para fins de compensação se extingue com o decurso de prazo superior a 5 anos contados a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração. Solicitação Indeferida Recurso Voluntário Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 13/04/2009, a Contribuinte apresentou em 05/05/2009 o recurso voluntário de fls. 158 a 163, onde reitera as mesmas razões de sua impugnação, conforme descrito nos parágrafos anteriores, acrescentando ainda outros argumentos: BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO O despacho decisório não homologou as compensações, intimando o contribuinte ao recolhimento do valor compensado. Todos os saldos negativos do Imposto de Renda dos diversos anos foram confirmados pelo despacho, com exceção do saldo do anocalendário de 2001, onde o contribuinte aponta saldo negativo de R$ 520.403,58 e o despacho confirma apenas o valor de R$ 395.498,86. O equívoco se encontra na compensação efetuada no mês de fevereiro de 2001, oportunidade em que o contribuinte em sua DCTF consignou que o débito de IRPJestimativa do PA 01/2001 e vencimento em 02/2001, no valor de R$ 116.458,31, fora compensado com crédito do anocalendário de 2000, quando, na realidade o crédito se refere ao anocalendário de 1.999, que comporta perfeitamente tal compensação. Fl. 186DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 184 6 Ademais, na remota hipótese de o saldo negativo de 1999 não comportar a compensação, na sua integralidade, é de observar que o saldo negativo do ano calendário de 1998 não foi totalmente compensado, posto que o saldo confirmado foi de R$ 370.169,09 e o contribuinte compensou, em valor original, apenas o montante de R$ 338.953,82, restando saldo de R$ 31.215,27 a seu favor. Como o despacho decisório refez toda a movimentação de débitos e créditos desde este ano calendário, de 1998, o contribuinte requereu que: a) a compensação efetuada em fevereiro de 2001, no valor de R$ 116.458,31, como sendo com o saldo negativo de 1999 e não de 2000, conforme consignado em sua DCTF; e b) caso se apure eventual insuficiência de crédito do anocalendário de 1999 nas compensações efetuadas em 2000 e 2001, seja utilizado o saldo remanescente do anocalendário de 1998. Por conseqüência, requereu também a homologação da compensação. O acórdão afirma que não pode fazer revisão de ofício em DCTF apresentada pelo contribuinte e que ele não tem mais o direito de compensar valores a seu favor apresentados em DIPJ com idade superior a cinco anos. Com estes argumentos mantém a não homologação da compensação. DAS RAZÕES DO RECURSO Observase que o Acórdão está dando tratamento de mão única à questão da perda de direitos em razão do decurso de prazo ao seu exercício. Senão vejamos. O contribuinte protocolizou suas declarações de compensação em julho de 2003, requerendo compensação com saldo negativo apresentado na DIPJ de dezembro de 2001, mas somente agora, em junho de 2008, a Delegacia da Receita Federal do Brasil fez a análise de suas declarações, retroagindo tal análise aos anos calendários de 1998, 1999, 2000 e 2001. Ora, se ao retroagir a análise a DRF constata que o contribuinte tem saldo negativo de imposto que poderia ser utilizado nos anoscalendários analisados, evidentemente que ela e a DRJ deveriam aceitar tal utilização e não alegar que não pode retificar a DCTF de oficio. Por outro lado e na mesma linha de argumentação do Acórdão acerca do decurso de prazo impeditivo de se promover, hoje, compensação de valores relativos ao ano calendário de 1999, ela DRF não pode mais modificar o lançamento e os valores constantes na declaração de rendimentos do anocalendário de 2001, posto que entre a data do fato gerador 31 de dezembro de 2001, ou da entrega da DIPJ no ano de 2002, e a data da intimação do despacho decisório 26 de junho de 2008 transcorreram bem mais de cinco anos, o que representa a homologação tácita do lançamento consubstanciado na DIPJ do anocalendário de 2001. Fl. 187DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 185 7 Com efeito, o que a DRF fez foi a revisão do lançamento, mas revisão irregular, posto que alcançada pela decadência. Neste ponto, vale trazer a colação os termos dos artigos 149, caput e parágrafo único do Código Tributário Nacional. (...) Como o lançamento se perfez com a ocorrência do fato gerador em 31/12/2001, seja pela contagem do § 4º do artigo 150, seja pela do inciso I do artigo 173, mais de cinco anos transcorreram até a data da revisão (data da notificação do despacho decisório em junho de 2008), configurando a decadência e a perda do direito à revisão. Ora, se é vedado ao fisco constituir crédito tributário em anos alcançados pela decadência, da mesma forma a ele é vedado proceder à diminuição do saldo negativo de tributo apresentado em declarações de rendimentos relativas a anos também alcançados pela decadência, posto que isto equivaleria a realizar novo lançamento, ou lançamento de oficio em função de revisão do lançamento anterior. Este procedimento é defeso pelos artigos 149, caput e parágrafo único, combinado com o 150 e § 4º, ou inciso I do artigo 173 do CTN acima transcritos. Deste modo, o saldo negativo apresentado na Declaração do anocalendário de 2001 se tornou imutável. Por outro lado e se admitida a revisão, ela deve se dar tanto em relação aos créditos e direitos do Fisco quanto aos créditos e direitos do Contribuinte, não se admitindo procedimento de mão única como quer a DRF e a DRJ, agindo apenas em seu favor. No caso presente, ficou comprovado que o contribuinte detinha crédito fiscal suficiente nos anos calendários de 1998 a 2000 para liquidar todo o tributo relativo ao anocalendário de 2001 e, assim, se o fisco pretende analisar todos estes anos calendários para verificar a existência destes créditos, não pode ele se apegar a um erro formal contido na DCTF e negar compensação, no único intuito de arrecadar valores que se sabe indevidos. E o Recorrente efetivamente fez a compensação do valor devido por estimativa no mês de janeiro de 2001, com saldo negativo do imposto do anocalendário de 1999. Tal assertiva pode ser comprovada com cópias do Razão e do Diário aqui anexadas, onde consta expressamente nos históricos dos lançamentos os seguintes dizeres: "TRANSF. IRPJ ESTIMAT. 01/01 C/ IRPJ RECOLHIDO EM 99" Pelo que se comprova, sem sobra de dúvidas, que existiu mero erro formal na DCTF onde se indicou que a compensação fora feita com saldo negativo de 2000, ao invés do saldo de 1999, conforme escriturado claramente na sua contabilidade. Fl. 188DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 186 8 Isto posto, requer o contribuinte o provimento do recurso para que seja considerada a compensação efetuada em fevereiro de 2001,relativa a janeiro de 2001, no valor de R$ 116.458,31, como sendo com o saldo negativo de 1999 e não de 2000, e a homologação da compensação efetuada Este é o Relatório. Fl. 189DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 187 9 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, o litígio versa sobre as Declarações de Compensação – Dcomp nºs 22803.47694,090703.1.3.023187 (fls. 01/10) e 14016.40581.100703.1.3.025509 (fls. 11/14), por meio das quais a Contribuinte pretende quitar débitos com crédito referente a saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2001, no valor de R$520.403,58, que foi informado na DIPJ relativa àquele período (fls. 73/77). Um dos principais aspectos da controvérsia é que o reivindicado saldo negativo em 2001 tem origem em saldos negativos de períodos anteriores, os quais foram sendo transferidos ano a ano mediante a quitação de estimativas mensais, por meio de compensação. O saldo negativo de 2000 não foi suficiente para amparar a quitação de estimativas em 2001, como realizadas pela Contribuinte, o que resultou na diminuição do saldo negativo em 2001 e na não homologação das Dcomp, por insuficiência de crédito, já que boa parte dele fora consumida na quitação de outros débitos. O levantamento feito pela Delegacia de origem retroagiu até o ano de 1998. Apesar do problema em relação ao saldo negativo de 2000, vêse que houve sobras de saldo negativo em 1998 e 1999, não aproveitadas pela Contribuinte, de onde ela apresentou a seguinte solicitação: a) seja considerada a compensação efetuada em fevereiro de 2001, no valor de R$116.458,31, como sendo com o saldo negativo de 1999 e não de 2000, conforme consignado em sua DCTF; b) caso se apure eventual insuficiência de crédito do ano calendário de 1999 nas compensações efetuadas em 2000 e 2001, seja utilizado o saldo remanescente do anocalendário de 1998. Ao examinar o caso, a DRJ fez menção à Instrução Normativa RFB nº 903/2008, para esclarecer que a alteração das informações prestadas em DCTF deveria ter sido efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. Registrou ainda que a DCTF retificadora teria a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e que o procedimento de retificação de ofício de DCTF não tinha previsão legal. Fl. 190DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 188 10 Deste modo, concluiu que não caberiam reparos ao Despacho Decisório de fls. 106/110. Como já havia transcorrido o prazo de cinco anos entre a apuração dos saldos negativos em 01/01/1999, 01/01/2000 e 01/01/2001 e a apresentação em 2009 de uma Declaração de Compensação com utilização desses créditos, nada mais haveria de ser feito. Em sede de recurso voluntário, a Contribuinte sustenta que se é vedado ao Fisco constituir crédito tributário em anos alcançados pela decadência, da mesma forma a ele é vedado proceder à diminuição do saldo negativo de tributo apresentado em declarações de rendimentos relativas a anos também alcançados pela decadência. Assim, o saldo negativo apresentado na Declaração do anocalendário de 2001 teria se tornado imutável. De todo modo, se admitida a revisão, como feita pela Delegacia de origem, ela deveria se dar tanto em relação aos créditos e direitos do Fisco, quanto aos créditos e direitos da Contribuinte. Nestes termos, argumenta que: No caso presente, ficou comprovado que o contribuinte detinha crédito fiscal suficiente nos anos calendários de 1998 a 2000 para liquidar todo o tributo relativo ao anocalendário de 2001 e, assim, se o fisco pretende analisar todos estes anos calendários para verificar a existência destes créditos, não pode ele se apegar a um erro formal contido na DCTF e negar compensação, no único intuito de arrecadar valores que se sabe indevidos. E o Recorrente efetivamente fez a compensação do valor devido por estimativa no mês de janeiro de 2001, com saldo negativo do imposto do anocalendário de 1999. Tal assertiva pode ser comprovada com cópias do Razão e do Diário aqui anexadas, onde consta expressamente nos históricos dos lançamentos os seguintes dizeres: "TRANSF. IRPJ ESTIMAT. 01/01 C/ IRPJ RECOLHIDO EM 99" Pelo que se comprova, sem sobra de dúvidas, que existiu mero erro formal na DCTF onde se indicou que a compensação fora feita com saldo negativo de 2000, ao invés do saldo de 1999, conforme escriturado claramente na sua contabilidade. Basicamente, este é o contexto a ser examinado. Quanto à alegação de imutabilidade do crédito por decurso de prazo, cabe destacar que não estamos tratando aqui de procedimento fiscal que tenha modificado a base de cálculo, seja para exigir débitos, ou para reverter/reduzir “prejuízo fiscal”. O que se discute especificamente neste processo é a legitimidade do indébito a ser restituído, e, para isso, considero perfeitamente possível averiguar a efetiva ocorrência dos pagamentos que o geraram. Fl. 191DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 189 11 No plano da verificação da “existência” de pagamento a ser restituído, corresponda ele a DARF no ajuste, Estimativa, Retenção na Fonte, ou mesmo Compensação com outro indébito, não há que se falar em blindagem do direito de restituição por decurso de prazo. Com efeito, a fluência do tempo pode sim homologar procedimentos, tornar definitivos os critérios e as interpretações utilizados na aplicação do direito etc., mas não tem o condão de fazer existir o que nunca aconteceu. A Contribuinte alega a ocorrência de sucessivos aproveitamentos de saldos negativos para a quitação das estimativas nos vários anos, mas para convalidar o saldo negativo de 2001, que pretende ver restituído (via compensação), precisa ela demonstrar a existência das fontes dos saldos negativos aproveitados em cascata. É esse o escopo da presente análise, pelo que afasto a decadência. Quanto ao mérito, além do que já foi transcrito anteriormente sobre o ano de 2001, também é importante evidenciar as conclusões da Delegacia de origem sobre os anos de 1998 a 2000 (fls. 106 a 110): Anocalendário de 1998 No anocalendário de 1998, foi apurado saldo negativo no valor de R$ 370.169,09 (fls. 15 a 21), decorrente da dedução do Imposto de Renda Retido na Fonte — IRRF (R$ 30.668,91), do IRRF por órgão público (R$ 546,36) e do imposto de renda mensal pago por estimativa (R$ 663.892,04). O valor do IRRF foi confirmado à fl. 22. O imposto de renda mensal apurado foi quitado mediante recolhimentos efetivos, confirmados à fl. 105, no valor de R$ 278.826,79; compensações mediante processo (R$ 379.020,20) e compensações com pagamento indevido ou a maior, conforme fl. 23, no valor de R$ 6.044,80. Dessa forma, entendemos que caberia ao contribuinte, em relação ao anocalendário de 1998, o saldo credor de IRPJ no valor de R$ 370.169,09. Anocalendário de 1999 No anocalendário de 1999, foi apurado saldo negativo no valor de R$ 463.620,57 (fls. 27 a 33), decorrente da dedução do imposto de renda mensal pago por estimativa (R$ 473.620,57). O imposto de renda mensal apurado foi quitado mediante recolhimentos efetivos (R$ 102.835,67), dedução do IRRF (R$ 54.439,85) e compensação com o saldo credor do ano calendário de 1998 (R$ 338.953,82). Os pagamentos foram confirmados à fl. 105 e o IRRF às fls. 34 a 47. Fl. 192DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 190 12 De acordo com as telas anexadas às fls. 24 a 26, o saldo credor do anocalendário de 1998 foi suficiente para quitar os débitos de IRPJ do anocalendário de 1999. Dessa forma, caberia ao contribuinte, em relação ao ano calendário de 1999, o saldo credor de IRPJ no valor de R$ 463.620,57. Anocalendário de 2000 No anocalendário de 2000, foi apurado saldo negativo no valor de R$ 204.407,19 (fls. 52 a 58), decorrente da dedução de operações de caráter cultural e artístico (R$ 8.458,18), do Programa de Alimentação do Trabalhador (R$ 8.458,18), dos fundos dos direitos da criança e do adolescente (R$ 1.500,00), do IRRF (R$ 116.936,27), do IRRF por órgão público (R$ 103,70) e do imposto de renda mensal pago por estimativa (R$ 401.374,88). O valor do IRRF foi confirmado às fls. 59 a 72. O imposto de renda mensal apurado foi quitado mediante compensação com o saldo credor do anocalendário de 1999. De acordo com as telas anexadas às fls. 48 a 51, o saldo credor do anocalendário de 1999 foi suficiente para quitar os débitos de IRPJ do anocalendário de 2000. Dessa forma, caberia ao contribuinte, em relação ao ano calendário de 2000, o saldo credor de IRPJ no valor de R$ 204.407,19. Vêse que nestes três anos (1998, 1999 e 2000), foram reconhecidos os saldos negativos apurados pela Contribuinte em suas DIPJ. Além disso, os Demonstrativos de fls. 24/26 e 48/51 evidenciam, pelo menos em princípio (uma vez que poderiam existir outras compensações além das examinadas neste processo), a existência de sobras de crédito para os anos de 1998 e 1999, nos valores de R$ 72.059,14 e R$ 19.514,40, respectivamente. São estas sobras que a Contribuinte pretende ver aproveitadas nas Dcomp ora examinadas, onde ela informou a utilização do saldo negativo apurado em 2001. Quanto a isso, é importante ressaltar que um determinado saldo negativo só é “transferido” de um período para outro, ou melhor, só é levado para a frente, renovandose no tempo, na medida em que contribua para a formação de saldos negativos em períodos subseqüentes, o que se dá pela sua utilização na quitação de estimativas mensais destes outros períodos, via procedimento de compensação. Mas se a compensação não é realizada pelo Contribuinte, não há como reconhecer um saldo negativo inexistente em um determinado período por haver saldo negativo de outro período que não foi aproveitado em tempo hábil. Quando da apreciação do caso pela DRJ, as DCTF eram os único documentos constantes dos autos que registravam as compensação das estimativas de 2001. E pelas DCTF, Fl. 193DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 191 13 a estimativa de janeiro/2001 também havia sido quitada com o saldo negativo de 2000, o que resultou na insuficiência deste para a quitação de outras estimativas ao longo do ano, na forma pretendida pela Contribuinte. Ocorre que a Contribuinte insiste na alegação de que houve um mero erro no preenchimento da DCTF, relativamente à quitação da estimativa de janeiro/2001, no valor de R$116.458,31, quando informou compensação com saldo negativo de 2000, em vez de 1999. E para comprovar que a estimativa de janeiro/2001 realmente foi quitada com o saldo negativo de 1999, juntou ao seu recurso voluntário algumas cópias dos livros Razão e Diário (fls. 167 e 169), onde aparecem lançamentos contábeis no valor de R$116.458,31 com o histórico: “TRANSF. IRPJ ESTIMAT. 01/01 C/ IRPJ RECOLHIDO EM 99”. Analisando o conjunto dos documentos, cabe primeiramente destacar que a referida sobra de R$ 19.514,40, do ano de 1999, não seria suficiente para quitar a estimativa de janeiro/2001, no valor de R$ 116.458,31. Nesse sentido, não deixou de observar, pelo Demonstrativo de fls. 50/51, que após a quitação da última estimativa de 2000, restavam ainda não utilizados R$ 73.312,50 do saldo negativo de 1999, valor esse que, após ser utilizado na compensação de parte da estimativa de julho/2001, foi reduzido para R$ 19.514,40. De qualquer modo, se a sobra de R$ 73.312,50 fosse utilizada primeiramente para a quitação da estimativa de janeiro/2001 (R$ 116.458,31), partes dessa estimativa e da estimativa de julho/2001 ficariam em aberto, o que implicaria igualmente na redução do saldo negativo de 2001. Essa redução, contudo, seria menor, uma vez que os R$ 19.514,40 passariam a ser considerados na formação do saldo negativo de 2001. Mas, para isso, seria necessário uma comprovação efetiva de que a estimativa de janeiro/2001 (ou parte dela) foi quitada por compensação com o saldo negativo de 1999. É o que a Contribuinte pretendeu fazer quando apresentou cópias dos livros Diário e Razão (fls. 164 a 173). Antes de qualquer outra análise, vale frisar que a maior das “sobras”, que é a do ano de 1998, no valor de R$ 72.059,14, não foi utilizada para a quitação de estimativas de períodos posteriores, não contribuindo, deste modo, na formação de saldos negativos futuros (no caso, do saldo negativo de 2001). Tal valor, portanto, realmente não foi aproveitado pela Contribuinte em tempo hábil. Quanto a alegada utilização da “sobra” de 1999, no valor de R$ 19.514,40, vêse que a contabilidade da empresa não evidencia um efetivo controle dos saldos negativos e de sua compensação. A conta intitulada “IRPJ Estimat Recolhimento 99”, à fl. 167, inicia o ano de 2001 com um saldo de R$ 181.549,48, valor que não guarda correspondência com qualquer dos montantes já mencionados, levandose em conta que a grande parte do saldo de 1999 já havia sido utilizado para a quitação de estimativas de 2000, conforme as DCTF apresentadas pela própria Contribuinte. Fl. 194DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13603.900379/200614 Acórdão n.º 180200.898 S1TE02 Fl. 192 14 O Razão apresentado também não guarda coerência com a quitação da estimativa de julho/2001, que também foi declarada em DCTF pela Contribuinte. Deste modo, não há elementos que comprovem nem mesmo a compensação da sobra de 1999 com a estimativa de janeiro/2001, e tal deficiência não pode ser suprida pela simples referência, feita num histórico de lançamento, ao saldo de 1999. Não restando comprovada a compensação, nos termos em que alegada pela Contribuinte, não há como convalidar nem mesmo a quitação de parte da estimativa de janeiro/2001 com o remanescente do saldo negativo de 1999, de modo que o saldo negativo de 2001 deve ser mantido em R$ 395.498,86, conforme decidiu a Delegacia de Julgamento. Diante do exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 195DF CARF MF Emitido em 15/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 14/06/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 19647.004730/2005-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Aug 24 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1402-002.618
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Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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DECLARAÇÕES DE COMPENSAÇÃO. LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO POSTERIOR COM A UTILIZAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. Auto de Infração lavrado no mesmo período de apuração do saldo negativo pleiteado, se no momento da autuação a autoridade fiscal se utiliza do saldo negativo na apuração do imposto a lançar de ofício. O crédito relativo ao saldo negativo cobrado neste processo não pode ser compensado, sob pena de duplicidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acórdão os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Declarouse impedido o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 96 47 .0 04 73 0/ 20 05 -2 5 Fl. 218DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 219 2 (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Demetrius Nichele Macei, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Paulo Mateus Ciccone, Marco Rogerio Borges, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Evandro Correa Dias. Fl. 219DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 220 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário , interpostos contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (fls.109/113) que negou provimento à Manifestação de Inconformidade do Contribuinte. A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 19542.92958.221203.1.3.023306, em 22.12.2003, fls. 1/5, utilizandose do saldo negativo de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), no valor de R$ 67.375,42 do anocalendário de 2001, apurado pelo lucro real para fins de compensação do débito ali confessado. Em seguida, em outubro de 2006 foi lavrado Auto de Infração exigindo crédito relativo a 7 infrações, sendo que apenas as duas ultima infrações foram que influenciaram o presente processo de PER/DCOMP. Infração 1. Apropriação de despesa não dedutível de amortização de ágio pelas empresas Telasa, Teleceará, Telern, Telepisa, Telpa e Telpe (IRPJ 2001 a 2004 e CSLL 2000 a 2004). Tem origem na aquisição de operadoras de telefonia em leilão de desestatização do serviço de telecomunicações promovido pela União Federal na década de 1990. Corresponde ao principal ponto dos lançamentos em questão, sendo as demais acusações (à exceção das infrações 5 e 6, adiante descritas) meros desdobramentos da glosa da despesa de ágio; Infração 2. Exclusão indevida de ágio (registrado no Lalur) pelas empresas Telasa, Teleceará, Telern, Telepisa, Telpa e Telpe (IRPJ 2001 a 2004 e CSLL 2000 a 2004). Envolve parcela do ágio amortizada contabilmente pela Bitel/1B2B antes da transferência do ágio da TNC para as operadoras.; Infração 3. Glosa de prejuízos e base negativa de períodos anteriores compensados indevidamente pelas empresas Telern (IRPJ e CSLL 2002 a 2004), Telpa (IRPJ e CSLL do ano base 2002) e Telpe (IRPJ 2002 a 2004 e CSLL 2002 e 2003). É mero reflexo das glosas descritas nos itens anteriores. Como resultado da glosa da amortização do ágio, houve a reversão parcial de prejuízos fiscais e bases negativas dos períodos em que incorridas e, por conseguinte, a exigência de crédito tributário em períodos subsequentes em que compensados (as compensações glosadas, como afirmou o Termo de Encerramento da Ação Fiscal, serão objeto de Autos de Infração específicos do IRPJ e da CSLL); Fl. 220DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 221 4 Infração 4. Dedução a maior de incentivo fiscal de lucro da exploração pelas empresas Telasa, Teleceará, Telern, Telepisa, Telpa e Telpe (IRPJ 2002, a 2004). A fiscalização concluiu que a reversão da Provisão para Manutenção da Integridade do Patrimônio Líquido (PMIPL), criada em razão da incorporação do patrimônio da empresa 1B2B pela TNC (por determinação da Instrução CVM 319/99), teria majorado o cálculo do lucro da exploração, por ter sido tratada como receita operacional, quando, em verdade, deveria ser qualificada como não operacional, o que reduziria o percentual do benefício; Infração 5. Glosa de dedução de CSLL retida na fonte por órgão público. Na DIPJ/1999, anocalendário de 1998, da empresa Telepisa foi informado no ajuste anual o valor de R$ 539,87 a título de dedução de CSLL retida na fonte por órgão público. Entretanto a fiscalização constatou que tal valor já havia sido deduzido pela contribuinte no cálculo das estimativas mensais, razão pela qual, glosou a dedução indevida da CSLL; Infração 6. Deduções indevidas no ajuste anual de antecipações de IRPJ e de CSLL não comprovadas. Glosa de dedução de IRPJ e CSLL mensais pagos por estimativa. A fiscalização não conseguiu confirmar créditos informados em diversas DCOMP’s transmitidas pelas empresas Telasa, Teleceará, Telern, Telepisa, Telpa e Telpe (IRPJ 2001 a 2004 e CSLL 1998 a 2004); e Infração 7. Multas isoladas por falta de pagamento de IRPJ e de CSLL devidas por estimativa mensal. Em razão das infrações apuradas acima, sustenta a fiscalização que as empresas sucedidas teriam deixado de recolher (ou teriam recolhido a menor) os valores devidos pelas estimativas de IRPJ e CSLL, sujeitandose, portanto, à multa isolada de 50%. Envolve as empresas Telasa, Teleceará, Telern, Telepisa, Telpa e Telpe (IRPJ 4º trimestre de 2001, 2002 a 2004 e CSLL 1998 a 2004). Em março de 2007, Delegacia da Receita Federal de Recife intimou a contribuinte, apresentando um Relatório de Informação Fiscal onde informa que devido a uma solução de consulta interna da Receita Federal (de n° 18/06), a qual prevê metodologia de cálculo diferente da que havia sido adotada por eles quando da fiscalização, iriam excluir do Auto de Infração do processo n° 19647.009690/200699 certos valores, que passariam a ser tratados em processos específicos e objetos de cobrança espontânea, acrescidos de multa de mora e juros SELIC. Devido a tal exclusão, foram selecionados 30 processos de PER/DCOMP indicados as fls. 18/19 dos autos deste processo. Fl. 221DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 222 5 Fl. 222DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 223 6 Entre esses processos específicos está o presente processo de compensação, que teve por origem a existência de saldo negativo de imposto de renda pessoa jurídica — IRPJ do ano de 2001, no valor de R$67.375,42. Por isso, a contribuinte apresentou Declaração de Compensação — DCOMP, compensando esse valor com débito fiscal de IRPJ. Frente a tais fatos e a manutenção integral do item 6 do Auto de Infração em primeira instância, o pedido de compensação em epígrafe não foi homologado devido a falta de crédito (falta de saldo negativo de IRPJ, do anocalendário de 2001 (DIPJ/2002)). (Relatório de Informação Fiscal de fls. 8/9 e quadros de fls. 10/15). Em março de 2007, o Relatório de Informação Fiscal fundamento a não homologação da seguinte forma: I. DOS FATOS: 1. Consiste o presente processo de Declaração de Compensação (DCOMP) impetrada pela empresa interessada, de supostos créditos de Saldo Negativo de 1RPJ do anocalendário de 2001 (DIPJ/2002) no valor de R$ 67.375,42, a saber: 2. Na(s) Declaração(Zies) de Compensação — DCOMP, constantes do Anexo III do processo N.° 19647.004738/200591, estão discriminado(s) o(s) débito(s) compensados com o referido crédito. 3. Pelo que cabe a esta fiscalização, buscamos diligenciar a contabilidade da empresa com vistas a informar no presente processo o montante do crédito a ser acatado pela SRF. 2. DAS ANALISES DOS FATOS: 4. Nesse sentido, foram procedidas as diligencias nos assentamentos contábeis e fiscais da empresa (livros Diários, Razões, Balancetes e LALUR) 1 ; nas suas Declarações de Informações Econômico Fiscais — UPI 2 ; nas suas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais — DCTF 3 ; nas Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte — DIRF entregues à SRF pelas empresas pagadoras, tendo a diligenciada como beneficiária dos rendimentos 4, e nas próprias Declarações de Compensações. 5. Após as análises das peças trazidas aos autos foram elaborados por esta fiscalização os demonstrativos a seguir identificados, com o fim de confirmar ou não a existência do crédito pleiteado e o seu real valor relativo a este processo: Fl. 223DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 224 7 • Demonstrativo de Apuração da Base de Cálculo do IRPJ; • Demonstrativo de Apuração do IRPJ e da Multa pelo Não Recolhimento da Estimativa Mensal por AnoCalendário; • Demonstrativo da Compensação do Crédito Saldo Negativo do IRPJ (partes A e B). 3. CONCLUSÃO: 6. Com base nos demonstrativos anteriormente citados, relativos ao ano calendário de 2001, em anexo, entendemos INEXISTENTE o direito creditório pleiteado pelo contribuinte para ser utilizado nas compensações dos seus débitos fiscais, informados na Declaração de Compensação, e discriminados no Demonstrativo da Compensação do Crédito Saldo Negativo do IRPJ do anocalendário de 2001 (partes A e B): 4. OBSERVACÕES FINAIS 7. Os documentos relacionados a este processo constam dos anexos I, II, HI, IV, V e VI juntados ao processo 19647.004738/200591. 8. Sendo essas as informações que prestamos, e entendemos suficientes para as soluções a serem dadas, propomos a NÃO HOMOLOGAÇÃO de todas as compensações discriminadas no demonstrativo acima mencionado, bem como o encaminhamento do presente ao Delegado da Receita Federal em Recife. Por conseqüência, seguindo o entendimento do Relatório Fiscal, foi proferido r. Despacho Decisório não homologando o pedido de compensação. (fls. 16) A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade refutando a decisão eis que entende que o procedimento adotado pela fiscalização não é o mais adequado e requer a compensação dos créditos, ou então que se espere a solução definitiva o processo do Auto de Infração para que se tenha certeza da existência do crédito que se pretende compensar. A DRJ, negou provimento a manifestação de inconformidade e não homologou as compensações devido a falta de certeza e liquidez dos créditos relativos ao anocalendário de 2002. A fundamentação do v. acórdão foi no seguinte sentido, conforme abaixo colacionado: [...] Inconformada com o v. acórdão, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário repisando os mesmos argumentos da manifestação de inconformidade. Fl. 224DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 225 8 O recurso foi posto em julgamento pela Terceira Turma Especial da Primeira Seção que proferiu Resolução por entender que o presente processo de compensação é conexo com o processo 19647.009690/200699, declinando a competência do julgamento para esta 2ª TO da 4ª Câmara da1ª Seção de Julgamento do E. CARF/MF. Restou também consignado que o que for decidido no processo do Auto de Infração irá repercutir neste processo de Compensação. Ou seja, entenderam, que o presente processo é decorrente do processo 19647.009690/200699. Após Embargos de Declaração, a C. Turma Especial decidiu manter a Resolução e remeter os autos para esta C. Turma Ordinária julgar conjuntamente o processo como o preâmbulo do Auto de Infração. O Recurso Voluntário do processo do Auto de Infração foi julgado da seguinte forma, conforme o resultado do julgamento abaixo colacionado. (Este processo encontrase em sede de Recurso Especial). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e acolher a argüição de decadência em relação à exigência da CSLL no anocalendário de 1998, 1999 e 2000. Por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para cancelar a exigência da multa isolada. Vencidos os Conselheiros Leonardo de Andrade Couto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto que votaram por negar provimento ao recurso. Vencidos preliminarmente em votações sucessivas: i) O Conselheiro Carlos Pelá que acolheu a argüição de decadência em relação à amortização do ágio ; ii) Os Conselheiros Paulo Roberto Cortez, Moises Giacomelli Nunes da Silva e Carlos Pelá que davam provimento parcial para afastar a glosa da amortização do ágio na base de cálculo do IRPJ e CSLL, restabelecer parcialmente os saldos de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativa da CSLL e cancelar a incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício. Designado o Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto para redigir o voto vencedor. Ou seja, pelo teor do resultado do julgamento, deuse parcial provimento no que diz respeito aos anoscalendário de 2001 a 2004, apenas para excluir a exigência de multa isolada. Como pode ser observado, o acórdão supracitado não anulou o lançamento, e reconheceu que de fato, há crédito tributário a ser exigido. Sendo assim, no presente processo em que se discute a compensação realizada, não haveria que se falar em crédito, mas sim em débito tributário. Quanto ao ajuste de valores que foram apartados do processo do AI de ágio nos termos da Solução de Consulta Interna n° 18 de 13/10/2006, consta a explicação mais detalhada às fls. 11/12 do v. acórdão do Recurso Voluntário do processo final 200699, com o tópico Revisão de Ofício do Lançamento. Vejamos. Em 13/12/2006, a fiscalização apresentou Relatório de Informação Fiscal às fls. 3024/3027 e 3628/3632 (2673/2076 e 3257/3261 papel), esclarecendo que por força da interpretação adotada pela Solução de Fl. 225DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 226 9 Consulta Interna n°. 18 de 13/10/2006 e considerando o disposto no art. 10 da IN SRF n°. 600/2005, constatouse que a metodologia aplicada na elaboração de algumas planilhas de cálculo estavam em desacordo com o tratamento adequado e recomendado pela COSIT. A Solução de Consulta Interna n°. 18 de 13/10/2006 orienta no sentido de que no caso de compensação não homologada, os débitos de IRPJ ou CSLL estimativa não devem ser glosados para apuração do imposto a pagar no saldo de ajuste anual. Dessa forma, para assegurar a correta aplicação da Solução de Consulta mencionada e para observar a uniformidade de tratamento entre o critério adotado nos autos de infração e a metodologia a ser aplicada nos diversos processos de DCOMP em andamento, a fiscalização procedeu a revisão de ofício do lançamento, acatando as estimativas mensais de IRPJ e de CSLL declaradas em DCOMP objeto de compensação não homologada para efeitos de apuração do IRPJ e da CSLL. Ou seja, as estimativas mensais de IRPJ e da CSLL declaradas em DCOMP, objeto de compensação não homologada e que por força da Solução de Consulta citada foram acatadas nesta revisão para efeitos de apuração do IRPJ e da CSLL, serão tratadas em processos específicos e objeto de cobrança espontânea. Os pagamentos de estimativa mensal de IRPJ e da CSLL indevidos ou a maior foram aproveitados nesta revisão para dedução, respectivamente, do IRPJ e da CSLL devidos no anocalendário em que houve o pagamento indevido ou para compor o saldo negativo do período, conforme disposto no art.10 da IN n°. 600/2005. Já os débitos declarados em DCOMP para compensação com tais créditos serão objeto de não homologação e também de cobrança espontânea. A revisão dos valores inicialmente lançados no tocante às infrações 6 e 7, implicou em crédito tributário inferior ao lançado inicialmente. Em manifestação, a autuada afirma que a revisão do lançamento confirma o que foi aduzido na peça impugnatória no sentido de que as exigências relacionadas aos itens 6 e 7 não possuíam adequada fundamentação e nem mesmo simples explicações que possibilitassem saber qual suas origens e motivo. Afirma que a diminuição dos valores deveria ser motivada pelo cancelamento definitivo das exigências e não por sua transposição para outros processos. Assevera a empresa que não tem condições de avaliar o efeito da transposição de valores, pois segundo o próprio Relatório de Ação Fiscal serão cerca de 160 processos ao todo, e que assim, não é possível inferir se ao final haverá aumento ou não do valor da exigência total. Se houver aumento, afirma que haverá violação aos artigos 145 e 149 do CTN e que nesse caso as novas exigências, constantes dos processos de compensação, deverão ser canceladas, homologandose as compensações então realizadas. Finaliza, reafirmando todas as considerações já efetuadas na impugnação. Fl. 226DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 227 10 Insta informar que não consta juntado aos autos cópia do primeiro processo de compensação de número 19647.004738/200591, que foi citado no Relatório de Informação Fiscal. Pesquisando junto ao Comprot, este processo encontrase aguardando distribuição para ser relatado e julgado no CARF/MF. É o Relatório Fl. 227DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 228 11 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator O Recursos Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse E. Colegiado. No processo 19647.009690/200699, objeto da motivação pelo não reconhecimento do crédito que se pretendia compensar (saldo negativo de IRPJ), restou consignado que esta C. Turma decidiu manter parcialmente o Auto de Infração, excluindo apenas exigência relativa a multa isolada do item 7. Pelo que pude constatar, nenhum dos 30 processos derivados da exclusão do crédito objeto do Auto de Infração foi julgado pelo E. CARF. Sendo que todos estão aguardando distribuição ou ainda não subiram para a instância "a quo". Entretanto, em relação ao crédito que poderia irradiar efeitos para estes 30 processos de compensação, o v. acórdão do Recurso Voluntário do processo do Auto de Infração número 19647.009690/200699, manteve integralmente o crédito em relação ao mérito, prejudicando o saldo negativo de IRPJ que se pretendia compensar nestes autos. Ou seja, em cumprimento a Solução de Consulta Interna 18/2006 e o art. 10 da IN SRF n°. 600/2005 a Fiscalização compensou de ofício créditos que se pretendi compensar aqui neste processo, no Auto de Infração de ágio, reduzindo a exigência do lançamento. Tal procedimento adotado pela Fiscalização, que utilizou o crédito que se pretendia compensar nesta DCOMP, acabou por configurar em débito a pagar, não homologando a compensação requerida, conforme exposto no Relatório de Informação Fiscal. Neste sentido, como os créditos que estavam sendo exigidos no Auto de Infração foram "retirados" compensados de ofício pela Fiscalização para serem exigidos e cobrados nos termos da Solução de Consulta Interna 18/2006 nos processos de compensação (DCOMPs), evitando assim a cobrança em duplicidade, entendo que o v. acórdão recorrido está correto, devendo ser mantido em seus termos. Assim, para por uma pá de cal neste assunto, conforme Demonstrativos colacionados no Relatório de Informação Fiscal, além de restar configurado que as estimativas não foram pagas, também restou configurado que não existe o crédito de saldo negativo de IRPJ que se pretendia usar para compensar com os débitos indicados na DCOMP e discriminados no Demonstrativo da Compensação do Crédito Saldo Negativo do CSLL do ano calendário de 2002 (partes A e B). Fl. 228DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 229 12 Por fim, para demonstrar que o procedimento adotado pela Fiscalização foi correto, colaciono a ementa da Solução de Consulta Cosite 18/2006 onde determina a cobrança de tais créditos nas DCOMPs não homologadas: “ Os débitos de estimativas declaradas em DCTF devem ser utilizados para fins de cálculo e cobrança de multa isolada pela falta de pagamento e não devem ser encaminhadas para inscrição em Dívida Ativa da União; Na hipótese de falta de pagamento ou de compensação considerada não declarada, os valores dessas estimativas devem ser glosados quando da apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado em DIPJ, devendo ser exigida eventual diferença do IRPJ ou da CSLL a pagar mediante lançamento de ofício, cabendo a aplicação de multa isolada pela falta de pagamento de estiativa. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ.” (grifos nossos) De resto, como entendo que o v. acórdão recorrido deve ser mantido em seus termos, colacionoo abaixo para fundamentar meu voto e analisar todas as alegações da Recorrente. 6. Em decorrência de ação fiscal de que foi alvo a contribuinte, efetuouse lançamento para exigirlhe crédito tributário, tendo sido formalizado o processo n° 19647.009690/200699. Motivou a lavratura do auto de infração, entre outras infrações, o irregular tratamento fiscal dado pela impugnante ao ágio havido sobre operações com empresas. 7. 0 lançamento, no tocante ás mencionadas infrações, foi mantido em julgamento proferido pela Quarta Turma desta delegacia através do Acórdão n°21.175, de 13 de dezembro de 2007. 8. Refeitos os cálculos do lucro real e da base de cálculo da CSLL, com o expurgo dos reflexos advindos das infrações, apurouse saldo a pagar, e não saldo negativo da contribuição, conforme demonstrativos de fls. 10/15, inexistindo, portanto, o direito creditório postulado no presente processo. 9. Frisese ser incabível, no âmbito destes autos, a discussão pretendida pela impugnante acerca do tratamento fiscal do ágio, questão que, como já visto, é objeto de demanda no processo n° 19647.009690/200699, já julgado nesta instância administrativa. No presente processo, a contenda está circunscrita ao reconhecimento do direito creditório advindo do saldo negativo da CSLL apurado no ano calendário 2001, a partir do qual reivindica a empresa a compensação com débitos seus. 0 que interessa, aqui, é saber se, A luz da legislação regente, configurouse como indiscutivelmente apurado o saldo negativo, de sorte a habilitalo a compensação. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 230 13 10. A resposta é negativa, haja vista que, desde o momento em que regularmente inaugurada a discussão sobre o saldo da CSLL, assentouse a circunstância de que o crédito aqui suplicado carece dos atributos de liquidez e certeza, em face do que não pode, A luz do art. 170 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional (CTN), 1 ser utilizado na compensação de débitos neste ou em qualquer outro processo. 11. Embora não o requeira expressamente, a impugnante parece pretender o sobrestamento da presente lide até o julgamento final do processo n° 19647.009690/200699. Esclareçase inexistir previsão legal que autorize a suspensão do trâmite processual, como também não há norma que estabeleça o julgamento conjunto dos processos. 12. Alega ainda a impugnante que a decisão atacada teria sido decorrente da revisão de oficio havida nos autos do processo administrativo n° 19647.009690/200699. 0 argumento é equivocado, como passo a expor. 13. Naquele processo verificouse também, além das infrações relacionadas ao ágio , a dedução indevida das estimativas mensais do 1RPJ e da CSLL, que haviam sido objeto de compensação indevida. Em consequência das glosas, foram lavrados autos de infração para cobrança dos tributos ao final dos anoscalendário e da multa isolada pela falta das antecipações mensais. 14. Ocorre que, como as compensações haviam sido declaradas em DCOMPs que constituíam confissão de divida, tinhase por aplicável o entendimento esposado pela Coordenação Geral de Tributação através da Solução de Consulta Interna Cosit n° 18, de 13 de outubro de 2006, segundo o qual não cabe a glosa das estimativas, devendo os débitos ser cobrados com base em DCOMP. Como a referida solução de consulta foi posterior A lavratura dos autos de infração, foram os lançamentos revistos de oficio, reduzindo o crédito tributário antes exigido. 15. Assim, é através do presente processo que o débito da estimativa não homologada será cobrado, razão pela qual reduziuse o lançamento objeto daquele outro processo. 0 não reconhecimento do direito creditório discutido nestes autos em nada decorreu da revisão de oficio havida no processo n° 19647.009690/2006, e o débito que será cobrado por via do presente processo é rigorosamente aquele espontaneamente declarado pela contribuinte na DCOMP. Não sofreu, por conseguinte, nenhuma modificação em virtude do processo n° 19647.009690/200699, não havendo falar em ofensa aos arts. 145, 146 e 149 do CTN. Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento, mantendo o v. acórdão recorrido em seus termos. Fl. 230DF CARF MF Processo nº 19647.004730/200525 Resolução nº 1402002.618 S1C4T2 Fl. 231 14 A execução desta decisão deve aguardar a decisão definitiva do processo 19647.009690/200699. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves. Fl. 231DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.900281/2008-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Aug 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2001
RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO FISCAL. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal.
Numero da decisão: 1402-002.630
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO FISCAL. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 90 02 81 /2 00 8- 16 Fl. 62DF CARF MF Processo nº 11040.900281/200816 Acórdão n.º 1402002.630 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra despacho decisório da DRF que não reconheceu direito creditório de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), não homologando as compensações com base no valor pretendido. A interessada apresentou PER/Dcomp informando disponibilidade de crédito em seu favor, derivada do pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal de IRPJ, efetuado por Darf. A contribuinte foi regularmente cientificada da decisão da DRF e apresentou tempestivamente manifestação de inconformidade. A contribuinte alega a existência de pagamento a maior do tributo. Sustenta que as divergências foram devidas a erro no preenchimento da DCTF: as informações de recolhimentos de IRPJ e CSLL não foram relacionadas no trimestre de sua competência e sim em outro trimestre. Acrescenta que a DIPJ também não relacionou, equivocadamente, os pagamentos por estimativa. Reconhece que haveria que se retificar a DCTF e DIPJ. A manifestação de inconformidade restou julgada improcedente, não lhe reconhecendo o direito creditório. Essencialmente, o contribuinte não teria apresentado provas do erro alegado e admitido pelo contribuinte, na forma dos arts. 15 e 16, § 4°, do Decreto 70.235/72, posto que o Darf foi utilizado inicialmente para quitar débito, em princípio devido até que se provasse o contrário , de estimativa. Inconformada com tal entendimento, interpôs Recurso Voluntário a este Conselho alegando, principalmente com base no Princípio da Verdade Material, que o equívoco do contribuinte não pode resultar na supressão de seu direito creditório, e que não há amparo legal para a negativa de seu pleito. Não foram apresentadas Contrarrazões pela PGFN. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402002.628, de 22.06.2017, proferido no julgamento do Processo nº 1040.900104/200911, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402002.628): O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual, dele conheço. Por inexistir preliminares, passo a análise de mérito. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 11040.900281/200816 Acórdão n.º 1402002.630 S1C4T2 Fl. 4 3 MÉRITO Ainda que o contribuinte não tenha explicitado em seu Recurso, considerando que recolhe IRPJ e CSLL por estimativa mensal, concluise que apure tais tributos pelo lucro real anual. Nos termos do art. 10 da IN SRF nº 460/2004 e art. 10, da IN SRF nº 600/2005, “a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período.” Ou seja, durante a vigência de ambas as instruções normativas, não era permitido, mesmo por PER/DCOMP, utilizarse diretamente de créditos decorrentes de pagamento com DARF em valores indevidos ou maior do que o devido. Essa situação perdurou até o advento da IN RFB 900/2008, que revogou a IN SRF 600/2005 e não trouxe, em seu bojo, a vedação contida na instrução normativa revogada, de tal forma que, a partir de sua vigência, poderia o contribuinte optar em realizar, de imediato, a compensação de DARF pago a título de IRPJ ou CSLL por estimativa de forma indevida ou maior do que a devida e/ou, a seu critério, aguardar o ajuste na DIPJ, de tal forma que os valores recolhidos a maior compusessem o seu saldo negativo de IRPJ ou CSLL. As instruções normativas posteriores – IN RFB 1.300/2012 e alterações posteriores, que tratam da compensação, mantiveram a possibilidade inaugurada com o advento da IN RFB 900/2008. Para por fim a quaisquer dúvidas, foi expedida a Solução de Consulta Interna nº 19 COSIT, que pacificou o seguinte entendimento: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. Caracterizase como indébito de estimativa inclusive o pagamento a maior ou indevido efetuado a este título após o encerramento do período de apuração, seja pela quitação do débito de estimativa de dezembro dentro do prazo de vencimento, seja pelo pagamento em atraso da estimativa devida referente a qualquer mês do período, realizado em ano posterior ao do período da estimativa apurada, mesmo na hipótese de a restituição ter sido solicitada ou a compensação declarada na vigência das IN SRF nº 460, de 2004, e IN SRF nº 600, de 2005. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 11040.900281/200816 Acórdão n.º 1402002.630 S1C4T2 Fl. 5 4 A nova interpretação dada pelo art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, aplicase inclusive aos PER/DCOMP retificadores apresentados a partir de 1º de janeiro de 2009, relativos a PER/DCOMP originais transmitidos durante o período de vigência da IN SRF nº 460, de 2004, e IN SRF nº 600, de 2005, desde que estes se encontrem pendentes de decisão administrativa. Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, arts. 2º e 74; IN SRF nº 460, de 18 de outubro de 2004; IN SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005; IN RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008. Fixada a premissa que o contribuinte poderia apresentar PER/DCOMP em razão de pagamento indevido ou maior do que o devido de IRPJ ou CSLL por estimativa, passase a análise de certeza e liquidez dos créditos. A DRF responsável pela análise do PER/DCOMP e emissão do despacho decisório respectivo não questionou a existência do DARF e o seu recolhimento. Apontou, contudo, que o referido DARF teria sido integralmente utilizado para o pagamento da própria estimativa informada como devida e, desta forma, não haveria saldo para a compensação pleiteada pelo contribuinte ou, em alguns casos, reconheceu o pagamento a maior, homologando a compensação até o limite do crédito confirmado. O contribuinte reconhece, notadamente em sua impugnação, que cometeu erros nas informações prestadas em DCTF, embora não esclareça quais, bem como que não informou, nem em DCTF, nem em DIPJ, os recolhimentos das estimativas. Não é possível, à míngua de provas, especular qual seria o erro do contribuinte nas informações prestadas em DCTF. Contudo, a informação de que não teria informado, em DIPJ, os recolhimentos das estimativas, denota que é possível que mesmo no ajuste anual não tenha apurado os saldos negativos de IRPJ e CSLL que faria jus, os quais seriam, nos termos da legislação, passíveis de compensação com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, exceto previdenciários. Mesmo com a decisão da DRJ em mãos, o que possibilitou a apresentação de recurso voluntário dirigido a este Conselho, o contribuinte não apresentou documentos que pudessem dar a este Julgador elementos para aferir se, de fato, ele possui créditos líquidos e certos passíveis de compensação que pudessem justificar uma mudança no teor da decisão recorrida. Não foi apresentado, por exemplo, uma memória de cálculo com a apuração mensal das estimativas devidas, correlacionadas com os DARF’s pagos e, ao final do período de apuração, o fechamento do valor devido a título de IRPJ e CSLL, em linha com a DIPJ apresentada, para que se pudesse aferir que as estimativas recolhidas durante o ano pudessem ser em valor maior do que os tributos devidos e, assim, verificar a existência de saldo negativo passível de compensação. Desta forma, como não foi possível aferir a liquidez e certeza dos créditos oferecidos à compensação, pressuposto para a homologação (art. 170, CTN), pela inexistência de documentos Fl. 65DF CARF MF Processo nº 11040.900281/200816 Acórdão n.º 1402002.630 S1C4T2 Fl. 6 5 que pudessem comprovar o quanto alegado pelo contribuinte, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão de primeira instância e a não homologação das compensações declaradas. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Fl. 66DF CARF MF
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