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4432746 #
Numero do processo: 12267.000440/2008-81
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/10/2005 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - INOBSERVÂNCIA DE REGULARIDADE DA AUTUAÇÃO - INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram a autuação, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade da autuação. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - ALIMENTAÇÃO - PAGAMENTO IN NATURA - EMPRESA NÃO INSCRITA NO PAT - NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. O pagamento in natura de alimentação aos segurados empregados por empresa, mesmo que não inscrita no PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador, não integra o salário de contribuição conforme o art. 62, parágrafo único, II, a, RICARF c/c Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2403-001.693
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Ewan Teles Aguiar.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   2   ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos,  em dar  provimento ao recurso.    Carlos Alberto Mees Stringari ­ Presidente    Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator    Participaram  do  presente  julgamento  os  Conselheiros  Carlos  Alberto  Mees  Stringari,  Ivacir  Júlio  de  Souza,  Paulo  Maurício  Pinheiro  Monteiro,  Marcelo  Magalhães  Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Ewan Teles Aguiar.    Fl. 511DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12267.000440/2008­81  Acórdão n.º 2403­001.693  S2­C4T3  Fl. 107          3   Relatório  Trata­se  de  Recurso  Voluntário  interposto  pela  Recorrente  –  MARCAS  COMESTÍVEIS  LTDA.,  contra Acórdão  nº  12­23.998  ­  13ª Turma da Delegacia  da Receita  Federal do Brasil de Julgamento do Rio de Janeiro I ­ RJ I que julgou procedente a Notificação  Fiscal de Lançamento de Débito ­ NFLD nº 37.097.885­4, fl. 01, no valor consolidado de R$  316.703,30.  O  lançamento  é  referente  às  contribuições  devidas  à  Seguridade  Social:  Contribuição do  segurado; Contribuição da Empresa; Contribuição para o  financiamento dos  benefícios  concedidos  em  razão  de  maior  incidência  laborativa  decorrentes  dos  riscos  ambientais  do  trabalho;  e Contribuições destinadas  às  entidades  e  fundos  (terceiros)  ­ Fundo  Nacional  de Desenvolvimento  (Salário  Educação),  INCRA,  SESC,  SENAC  e  SEBRAE.,  no  período de 01/2003 a 10/2005.  O  Relatório  Fiscal,  às  fls.  154  a  159,  destaca  que  foram  apuradas  as  contribuições devido ao fornecimento de alimentação in natura (na forma de almoço e lanches)  aos segurados empregados, sem que a empresa estivesse inscrita no Programa de Alimentação  do Trabalhador ­ PAT:  4.  Fato  Gerador  O  fato  gerador  são  as  remunerações  pagas,  creditadas  ou  devidas  aos  segurados  empregados  da  empresa  apuradas como salário utilidade/alimentação.  5.Levantamento  ALM  A  empresa  não  possui  inscrição  no  Programa de Alimentação do Trabalhador ­ PAT, que foi pedido  a  empresa  por  Termo  de  Intimação  para  Apresentação  de  Documentos ­ TIAD.  Conforme informação da empresa os segurados empregados se  alimentam na empresa na forma de almoço e lanche. Portanto  recebem parte do salário em alimentação (salário in natura).  Conforme o artigo 208 da  IN  INSS/DC 70; o artigo 788 da  IN  INSS/DC 100 e artigo 758 da IN SRP 03, abaixo mencionadas:  "A  parcela  in  natura  habitualmente  fornecida  a  segurados  da  Previdência Social, por força de contrato ou de costume, a título  de  alimentação,  por  empresa  não  inscrita  no  PAT,  integra  a  remuneração para os efeitos da legislação previdenciária."  Solicitamos, então, a empresa, por meio de TIAD, a relação do  custo  com  alimentação  dos  segurados  empregados  da  empresa  por estabelecimento, competência e segurado empregado.  A empresa nos informou que não existe  tal controle, isto é, não  há  como  saber  o  custo  da  alimentação  de  seus  segurados  empregados.  Como não recebemos a informação solicitada, emitimos o auto­ de­infração número 37.097.880­3.  Fl. 512DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   4 Procedemos, então, com a aferição do custo de alimentação da  empresa  com  seus  segurados  empregados  (salário  utilidade/alimentação).  Conforme  legislação  abaixo  mencionada  aferimos  o  salário  utilidade/alimentação em 20% (vinte por cento) da remuneração  paga ao trabalhador durante os meses trabalhados na empresa.  Portanto,  excluímos  o  décimo  terceiro  salário,  as  férias  e  o  salário maternidade. Os cálculos foram detalhados nos anexos 1  e  2  deste  relatório.  Nos  anexos  encontraremos  a  competência  descrita na forma ano­mês (aaaamm).    O Mandado  de  Procedimento  Fiscal  – MPF  e  o  Termo  de  Início  da Ação  Fiscal – TIAF às fls. 143 a 145.  A ciência da NFLD ocorreu em 03.01.2010, às fls. 01.  O  período  objeto  da  NFLD,  conforme  o  Relatório  Discriminativo  do  Débito, às fls. 52, é de 01/2003 a 10/2005.  A Recorrente apresentou impugnação, às fls. 402 a 412.  A Recorrida  analisou  a  autuação  e  a  impugnação,  julgando procedente a  autuação, nos termos do Acórdão nº 12­23.998 ­ 13ª Turma da Delegacia da Receita Federal  do Brasil de Julgamento do Rio de Janeiro I ­ RJ I, fls. 77 a 84, conforme Ementa a seguir:  Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias   Período de apuração: 01/01/2003 a 31/10/2005   S A L Á R I O IN NATURA. F O R N E C I M E N T O DE A L I  M E N T A Ç Ã O . F A L T A D E C O M P R O V A Ç ÃO D E I  N S C R I Ç Ã O N O PAT.  O valor das refeições fornecidas aos segurados empregados sem  a devida inscrição da empresa no Programa de Alimentação ao  Trabalhador  ­PAT  integra  a  remuneração  e  sujeita­se  à  tributação.  Lançamento Procedente Vistos,  relatados  e  discutidos  os  autos  do  processo  em  epígrafe  (NFLD  DEBCAD  37.097.885­4),  ACORDAM os membros  da  Turma,  por  unanimidade  de  votos,  julgar  PROCEDENTE  O  LANÇAMENTO,  nos  termos  do  relatório e voto que este decisum passam a integrar, mantendo o  crédito tributário exigido, no valor principal de R$ 176.069,24,  acrescido de juros e multa moratória a serem calculados na data  da liquidação.    Inconformada  com  a  decisão  de  1ª  instância,  a  Recorrente  apresentou  Recurso Voluntário, onde alega em apertada síntese:    (i) Do reconhecimento das normas coletivas.  Fl. 513DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12267.000440/2008­81  Acórdão n.º 2403­001.693  S2­C4T3  Fl. 108          5 DO RECONHECIMENTO DAS NORMAS COLETIVAS Por todo  o  período  do  lançamento  em  questão  ­  2002  a  2005  ­  a  Convenção Coletiva de Trabalho celebrada entre o Sindicato dos  Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares do Município  do Rio de Janeiro e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e  Similares do Município do Rio de Janeiro, nos termos do artigo  611,  §  1°  da ÇLT,  estabeleceu,  nas  suas  cláusulas  20a  (2002  e  2003) e 2 1 a (2004 e 2005).    (ii) Da não integração da alimentação recebida ao salário de contribuição    (iii) Do entendimento jurisprudencial do não cabimento da tributação da  alimentação paga in natura.        Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão,  às fls. 490.        É o Relatório.    Fl. 514DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   6     Voto             Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator      PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE    O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 490.      Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares e ao Mérito.      DAS QUESTÕES PRELIMINARES    (i) Da regularidade da lavratura do Auto de Infração    Não  obstante  a  argumentação  do  Recorrente,  não  confiro  razão  ao  mesmo  pois, de plano, nota­se que o procedimento fiscal atendeu a todas as determinações legais, não  havendo, pois, nulidade por vício insanável e tampouco cerceamento de defesa.   Foi  realizada  auditoria­fiscal  que  resultou  no  lançamento  da  NFLD,  de  contribuições destinadas à Seguridade Social correspondente a parte patronal e a de segurados.  Desta forma, conforme o artigo 37 da Lei n° 8.212/91, foi lavrada NFLD nº  37.097.885­4 que, conforme definido nos artigos 460, 467 e 468 da IN RFB n° 971/2009, é o  documento  constitutivo de  crédito  relativo  às  contribuições  devidas  à Previdência Social  e  a  outras importâncias arrecadadas pela RFNB, apuradas mediante procedimento fiscal:  ­ Lei n° 8.212/91  Art.  37.  Constatado  o  não­recolhimento  total  ou  parcial  das  contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art.  32 desta Lei, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou  o  descumprimento  de  obrigação  acessória,  será  lavrado  auto  Fl. 515DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12267.000440/2008­81  Acórdão n.º 2403­001.693  S2­C4T3  Fl. 109          7 de  infração ou notificação de  lançamento. (Redação dada pela  Lei nº 11.941, de 2009).    ­ IN RFB n° 971/20095  Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário  relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa:  I ­ Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo  de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), é o  documento  declaratório  da  obrigação,  caracterizado como  instrumento  hábil  e  suficiente  para  a  exigência  do  crédito  tributário;  II  ­  Lançamento  do  Débito  Confessado  (LDC),  é  o  documento por meio do qual  o  sujeito passivo  confessa os  débitos que verifica;  III ­ Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de  crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência  do  descumprimento  de  obrigação  acessória,  lavrado  por  AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização;  IV  –  Notificação  de  Lançamento  (NL),  é  o  documento  constitutivo  de  crédito  expedido  pelo  órgão  da  Administração Tributária;  V ­ Débito Confessado em GFIP (DCG), é o documento que  registra o débito decorrente de divergência entre os valores  recolhidos em documento de arrecadação previdenciária e  os declarados em GFIP; e   Art.  467.  Será  lavrado  Auto  de  Infração  ou  Notificação  de  Lançamento  para  constituir  o  crédito  relativo  às  contribuições  de  que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 2007.  Art. 468. A autoridade administrativa competente para a lavratura  do Auto de Infração pelo descumprimento de obrigação principal  ou  acessória,  nos  termos  dos  arts.  142  e  196  da  Lei  nº  5.172,  de  1966 (CTN), e art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, é  o AFRFB que presidir e executar o procedimento fiscal.  Parágrafo  único.  Considera­se  procedimento  fiscal  quaisquer das espécies elencadas no art. 7º e  seguintes do  Decreto  nº  70.235,  de  1972,  observadas  as  normas  específicas da RFB.  (grifo nosso)    Pode­se elencar as etapas necessárias à realização do procedimento:  · A autorização por meio da emissão de TIPF – Termo de  Início  do  Procedimento  Fiscal,  o  qual  contém  o  Fl. 516DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   8 Mandado  de  Procedimento  Fiscal  –  MPF­  F,  com  a  competente  designação  do  Auditor­Fiscal  responsável  pelo  cumprimento  do  procedimento,  bem  como  a  intimação para que o contribuinte para que apresentasse  todos  os  documentos  capazes  de  comprovar  o  cumprimento da legislação previdenciária;   · A  autuação  dentro  do  prazo  autorizado  pelo  referido  Mandado, com a apresentação ao contribuinte dos fatos  geradores  e  fundamentação  legal  que  constituíram  a  lavratura  do  auto  de  infração  ora  contestado,  com  as  informações  necessárias  para  que  o  autuado  pudesse  efetuar as impugnações que considerasse pertinentes:  a. IPC ­ Instruções para o Contribuinte (que tem a finalidade de  comunicar  ao  contribuinte  como  regularizar  seu  débito,  como  apresentar defesa e outras informações);  b. DD ­ Discriminativo do Débito (Este relatório  lista, em suas  páginas  iniciais,  todas  as  características  que  compõem  o  levantamento,  que  é  um  agrupamento  de  informações  que  servirão  para  apurar  o  débito  de  contribuição  previdenciária  existente.  Na  seqüência,  discrimina,  por  estabelecimento,  competência  e,  levantamento,  as  bases  de  cálculo,  as  rubricas,  as alíquotas, os valores já recolhidos, confessados, autuados ou  retidos,  as  deduções  permitidas  (salário­família,  salário­ maternidade e compensações), as diferenças existentes e o valor  dos juros SELIC, da multa e do total cobrado.);  c. RDA – Relatório de Documentos Apresentados (Este relatório  relaciona,  por  estabelecimento  e  por  competência,  as  parcelas  que  foram  deduzidas  das  contribuições  apuradas,  constituídas  por  recolhimentos,  valores  espontaneamente  confessados  pelo  sujeito passivo e, quando for o caso, por valores que tenham sido  objeto);  d.  RADA  –  Relatório  de  Apropriação  de  Documentos  Apresentados  (Este  relatório  demonstra  como  os  seguintes  documentos,  apresentados  pelo  contribuinte  ou  apurados  em  procedimento fiscal, foram apropriados pela fiscalização: GRPS,  GPS, LDC, CRED (créditos diversos) e DNF (valores destacados  em nota fiscal ainda não recolhidos));  e.  FLD­  Fundamentos  Legais  do  Débito  (que  indica  os  dispositivos legais que autorizam o lançamento e a cobrança das  contribuições  exigidas,  de  acordo  com  a  legislação  vigente  à  época do respectivo fato gerador);  f. VÍNCULOS ­ Relatório de Vínculos (que lista todas as pessoas  físicas  ou  jurídicas  em  razão  de  seu  vínculo  com  o  sujeito  passivo, indicando o tipo de vínculo existente e o período);   g. REFISC – Relatório Fiscal.    Cumpre­nos  esclarecer  ainda,  que  o  lançamento  fiscal  foi  elaborado  nos  termos  do  artigo  142  do Código Tributário Nacional,  especialmente  a  verificação  da  efetiva  Fl. 517DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12267.000440/2008­81  Acórdão n.º 2403­001.693  S2­C4T3  Fl. 110          9 ocorrência  do  fato  gerador  tributário,  a  matéria  sujeita  ao  tributo,  bem  como  o  montante  individualizado do tributo devido.  De plano, o art. 142, CTN, estabelece que:  “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa  constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido  o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência  do  fato  gerador  da  obrigação  correspondente,  determinar  a  matéria  tributável,  calcular  o  montante  do  tributo  devido,  identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da  penalidade cabível.   Parágrafo  único.  A  atividade  administrativa  de  lançamento  é  vinculada  e  obrigatória,  sob  pena  de  responsabilidade  funcional.”    Analisando­se  o  NFLD  nº  37.097.885­4,  tem­se  que  foi  cumprido  integralmente os limites legais dispostos no art. 142, CTN.  Ademais,  não  compete  ao  Auditor­Fiscal  agir  de  forma  discricionária  no  exercício  de  suas  atribuições.  Desta  forma,  em  constatando  a  falta  de  recolhimento,  face  a  ocorrência do fato gerador, cumpri­lhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de  débito  de  forma  vinculada,  constituindo  o  crédito  previdenciário.  O  art.  243  do  Decreto  3.048/99, assim dispõe neste sentido:  Art.243.  Constatada  a  falta  de  recolhimento  de  qualquer  contribuição  ou  outra  importância  devida  nos  termos  deste  Regulamento,  a  fiscalização  lavrará,  de  imediato,  notificação  fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos  geradores,  das  contribuições  devidas  e  dos  períodos  a  que  se  referem,  de  acordo  com  as  normas  estabelecidas  pelos  órgãos  competentes.      Do Mérito.    (ii) Do vale­alimentação fornecido in natura    Analisemos.  A questão central é se determinar se a alimentação fornecida in natura sofre  ou não a incidência de contribuição social previdenciária.  Fl. 518DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   10 O  Relatório  Fiscal,  às  fls.  154  a  159,  fornecimento  de  alimentação  in  natura  (na  forma  de  almoço  e  lanches)  aos  segurados  empregados,  destaca  que  foram  apuradas  as  contribuições  devido  ao  sem  que  a  empresa  estivesse  inscrita  no  Programa  de  Alimentação do Trabalhador ­ PAT:  De plano, devemos observar o Regimento Interno do CARF em seu art. 62,  parágrafo único, inciso II, a, do Anexo II:   Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do  CARF  afastar  a  aplicação  ou  deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento  de  inconstitucionalidade.  Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de  tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:  I  ­  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão  plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou  II ­ que fundamente crédito tributário objeto de:  a)  dispensa  legal  de  constituição  ou  de  ato  declaratório  do  Procurador­Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18  e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002;  b) súmula da Advocacia­Geral da União, na forma do art. 43 da  Lei Complementar n° 73, de 1993; ou  c)  parecer  do  Advogado­Geral  da  União  aprovado  pelo  Presidente  da  República,  na  forma  do  art.  40  da  Lei  Complementar n° 73, de 1993. (grifo nosso)    Outrossim,  o Ato Declaratório  PGFN  nº  03/2011,  decidiu  que nas  ações  judiciais que visem obter a declaração de que  sobre o pagamento  in natura do auxílio­ alimentação não há incidência de contribuição previdenciária:  A  PROCURADORA­GERAL  DA  FAZENDA  NACIONAL,  no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos  do  inciso  II  do  art.  19  da  Lei  nº  10.522,  de  19  de  julho  de  2002, e do art. 5º  do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de  1997,  tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº  2117 /2011, desta Procuradoria­Geral da Fazenda Nacional,  pelo  Senhor  Ministro  de  Estado  da  Fazenda,  conforme  despacho publicado no DOU de 24.11.2011, DECLARA que  fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação e  de  interposição  de  recursos,  bem  como  a  desistência  dos  já  interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante:   “nas  ações  judiciais  que  visem  obter  a  declaração  de  que  sobre o pagamento in natura do auxílio­alimentação não há  incidência  de  contribuição  previdenciária”.  JURISPRUDÊNCIA:  Resp  nº  1.119.787­SP  (DJe  13/05/2010), Resp nº 922.781/RS (DJe 18/11/2008), EREsp nº  476.194/PR  (DJ  01.08.2005),  Resp  nº  719.714/PR  (DJ  Fl. 519DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12267.000440/2008­81  Acórdão n.º 2403­001.693  S2­C4T3  Fl. 111          11 24/04/2006),  Resp  nº  333.001/RS  (DJ  17/11/2008),  Resp  nº  977.238/RS (DJ 29/11/2007).   Brasília, 20 de dezembro de 2011.    Outrossim, como este Ato Declaratório da PGFN se amolda ao disposto no  Regimento Interno do CARF em seu art. 62, parágrafo único, inciso II, a, do Anexo II, temos  então que no presente NFLD nº 37.097.885­4 o fornecimento in natura (almoço e lanches)  de alimentação não têm natureza salarial.  Portanto,  neste  NFLD  nº  37.097.885­4  deve­se  afastar  a  incidência  de  contribuição  social  previdenciária  em  relação  aos  levantamentos  de  ALIMENTAÇÃO,  posto queo fornecimento in natura não tem natureza salarial.      CONCLUSÃO      Voto  no  sentido  de  CONHECER  do  recurso  e,  NO  MÉRITO,  DAR  PROVIMENTO  AO  RECURSO  para  afastar  a  incidência  de  contribuição  social  previdenciária no fornecimento de alimentação in natura, conforme o art. 62, parágrafo único,  II, a, RICARF c/c Ato Declaratório PGFN nº 03/2011.    É como voto.    Paulo Maurício Pinheiro Monteiro                                 Fl. 520DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI

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Numero do processo: 11080.004466/2004-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2003 DIRF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. A entrega da DIRF fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa administrativa por descumprimento de obrigação acessória. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2201-001.693
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 19/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA     2   Relatório  Em  face  da  contribuinte  acima  mencionado  foi  lavrado  Auto  de  Infração  fls.04, exigindo­se o recolhimento da multa regulamentar por atraso na entrega da Declaração  do  Imposto  de Renda Retido  na  Fonte — DIRF  do  exercício  de  2003,  no  valor mínimo  de  R$200,00.  Cientificada  do  lançamento,  a  representante  contribuinte  apresentou  impugnação  tempestiva  de  fls.01,  que  foi  julgado  improcedente  pela  autoridade  de  primeira  instância  que  através  do  Acórdão  DRJ/POA  n°  10­26.497,  de  29/07/2010,  fls.  08/09,  em  decisão assim ementada:  “MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE  IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE ­ DIRF Mantém­se  a aplicação da multa por atraso na entrega da declaração, tendo  em  vista  estar  o  sujeito  passivo  obrigado  à  apresentação  da  declaração, que foi entregue intempestivamente.  As  operações  com  cartões  de  crédito  levam  à  retenção  do  imposto  de  renda  sobre  os  valores  de  comissões,  obrigando  o  contribuinte a entrega da DIRF.  Impugnação Improcedente”  A impugnante foi cientificado dessa decisão em 17/09/2010, (fl. 13) e, com  ela não se conformando, interpôs o Recurso Voluntário Tempestivo de fls. 14, argumentando in  verbis:   “A Receita Federal enviou intimação conforme rastreamento n°.  30217294­2 com redução da multa Ref. DIRF/2003 A/C 2002 de  R$ 100,00, com vencimento até 05/08/2004, o que foi recolhido  conforme cópia do darf em anexo.  Ante o exposto, o requerente requer que seja acolhida a presente  impugnação,  cancelando­se  o  débito  cadastral  e  fiscal  reclamado, respeitosamente, o mais breve possível.”  É o Relatório.  Voto             Conselheira Rayana Alves de Oliveira França ­ Relatora  O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço.  De  início,  cabe  ressaltar  que  estão  obrigadas  a  apresentar  a Declaração  do  Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) as pessoas jurídicas e físicas, que tenham pago ou  creditado rendimentos que tenham sofrido retenção do imposto de renda na fonte, ainda que em  um único mês do ano­calendário a que se referir a declaração, por si ou como representantes de  terceiros.  Fl. 29DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Processo nº 11080.004466/2004­90  Acórdão n.º 2201­001.693  S2­C2T1  Fl. 29          3 O atraso  na  entrega  da DIRF  constitui  fato  gerador  imediato  e  irreversível,  transformando a penalidade aplicada em obrigação principal, nos termos do art. 113, § 3° do  CTN, verbis:  Art. 113 ­ A obrigação tributária é principal ou acessória   (...)  §3°  ­  A  obrigação  acessória,  pelo  simples  fato  de  sua  inobservância, converte­se em obrigação principal relativamente  a penalidade pecuniária.  O Acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento enfrentou bem a  questão posta em julgamento, ao contrário do que afirma a recorrente, devendo ser mantida a  exigência.  A contribuinte alega que recebeu correspondência da Receita para pagamento  de DARF, com desconto de 50% do valor e apresenta cópia da DARF ás fls.18.  Não  obstante,  não  há  prova  nos  autos  que  essa  DARF  refere­se  especificamente a este débito.  Isto posto, nego provimento ao recurso para manter a exigência da cobrança  da multa,  devendo  entretanto  a  autoridade  executória  verificar  se  o  pagamento  da DARF de  fls.18 está relacionado com essa multa.    (assinado digitalmente)  Rayana Alves de Oliveira França                                 Fl. 30DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA

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Numero do processo: 10735.001048/2003-55
Turma: Sexta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1998 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA. UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTA PESSOA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. Admitindo-se a utilização de interposta pessoa, a exigência tributária será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento, com a qualificação da multa de ofício. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2101-001.912
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1823; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C1T1  Fl. 127          1 126  S2­C1T1  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10735.001048/2003­55  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2101­001.912  –  1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária   Sessão de  16 de outubro de 2012  Matéria  IRPF  Recorrente  SIDNEI FERNANDO CABRAL DOS SANTOS  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Ano­calendário: 1998  OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS.  DEPÓSITOS  BANCÁRIOS  SEM  ORIGEM  COMPROVADA.  UTILIZAÇÃO  DE  INTERPOSTA  PESSOA.  ILEGITIMIDADE  PASSIVA.  Admitindo­se  a  utilização  de  interposta  pessoa,  a  exigência  tributária  será  efetuada  em  relação  ao  terceiro,  na  condição  de  efetivo  titular  da  conta  de depósito  ou  de  investimento,  com a  qualificação da multa de ofício.  Recurso Voluntário Provido      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  dar  provimento ao recurso.  (assinado digitalmente)  ___________________________________  Luiz Eduardo de Oliveira Santos ­ Presidente    (assinado digitalmente)  ___________________________________  José Raimundo Tosta Santos ­ Relator    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Luiz  Eduardo  de  Oliveira  Santos,  José  Raimundo  Tosta  Santos,  Alexandre  Naoki  Nishioka,  Célia  Maria  de  Souza Murphy, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage.  Relatório     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 00 10 48 /2 00 3- 55 Fl. 174DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS   2 Trata­se de Recurso Voluntário que pretende a reforma do Acórdão DRJ/RJO  nº 4.137, de 11/12/2003, que julgou procedente em parte o Auto de Infração do IRPF.  A infração indicada no lançamento e os argumentos de defesa suscitados pelo  contribuinte  foram  sumariados  pela  conselheira  Ana Neyle  Olímpio Holanda,  nos  seguintes  termos:  “O  auto  de  infração  de  fls.  17  a  36  exige  do  sujeito  passivo  acima  identificado  o  montante  de  R$643.326,69,  resultado  da  soma  do  imposto  sobre  a  renda  das  pessoas  físicas  (IRPF), no valor de R$ 202.119,67, acrescido de multa de oficio equivalente a 150% do valor do  tributo apurado, além de juros de mora, em face de haver sido constatada omissão de rendimentos  caracterizados  por  depósitos  bancários,  em  que  a  origem  não  foi  comprovada,  cujo  enquadramento legal foi o artigo 42 da Lei n°9.430, de 27/12/1996, artigo 4° da Lei n°9.481, de  14/08/1997, e artigo 21 da Lei n°9.532, de 10/12/1997.  2. A intimação do contribuinte se fez por meio do Termo de Inicio de Fiscalização  (fl.  07),  onde,  dentre  outros  documentos,  foi  solicitada  a  apresentação  de  extratos  bancários  referentes  às  contas­correntes,  aplicações  financeiras,  cadernetas  de poupança por  ele mantidas  junto a instituições financeiras no Brasil e no exterior, referentes ao ano­calendário de 1998.  3. O contribuinte  apresentou os  extratos  referentes  a  conta­corrente n° 7738706­1,  Agência  0003­5,  do  Banco  Real  S/A,  mediante  Termo  de  Declaração  (fl.  10),  prestado  na  presença da autoridade fiscal responsável pelo procedimento de fiscalização, aduzindo, ainda em  declaração anexa os seguintes argumentos:  I — o único documento que possui, no tocante a rendimentos, é o comprovante de  declaração como isento;  II  —  não  tem  dividas  nem  créditos  e  não  mantém  ou  teve  empréstimo  com  empresas;  III — não possui aplicações financeiras, pois a sua situação financeira não permite,  sendo a (mica conta bancária de que era titular aquela da qual apresentou os extratos;  IV— no ano de 1998 passou por sérias dificuldades, sem ter de onde tirar recursos  para sobreviver com dignidade, e o Sr. Roberto da Silva Fernandes propôs que lhe emprestasse a  sua conta­corrente para sua movimentação, mediante um pagamento mensal de R$ 500,00;  V — não tinha idéia do volume de dinheiro que circulava em sua conta­corrente, vez  que deixou vários talões assinados em poder de referida pessoa;  VI — nos últimos anos não teve mais contato com o Sr. Roberto da Silva Fernandes,  sabendo que este foi preso e que na época residia na rua das Angélicas, n° 60, Bairro Santa Rita;  VII — possui apenas um automóvel, ano 1999, modelo "GM Kadett" e mora numa  casa humilde, da qual não possui escritura definitiva, no bairro do Gogó da Ema, Belford Roxo,  Estado do Rio de Janeiro, não tendo adquirido qualquer outro bem ao longo desses anos.  4.  De  posse  dos  extratos  bancários,  em  16/04/2003,  a  autoridade  fiscal  elaborou  demonstrativo  dos  depósitos  efetuados,  registrando  em  Termo  de  Constatação  (fls.  12  a  14),  também assinado pelo sujeito passivo, as seguintes considerações:  I — o sujeito passivo, devidamente intimado a prestar esclarecimentos, não logrou  comprovar  ou  justificar  a  origem  dos  valores  constantes  nos  extratos  bancários,  conforme  a  relação que apresenta, de sua conta­corrente n° 7738706­1, Agência 0003­5, do Banco Real S/A;  Fl. 175DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS Processo nº 10735.001048/2003­55  Acórdão n.º 2101­001.912  S2­C1T1  Fl. 128          3 II — são considerados omissão de  rendimentos os valores creditados  em conta de  depósito  ou  de  investimento  mantida  em  instituição  financeira,  cuja  origem  dos  recursos  o  contribuinte regularmente intimado não comprove mediante documentação hábil e idônea;  III — todos os créditos foram analisados individualmente, inclusive os de valor igual  ou inferior a R$ 12.000,00, cujo somatório desses créditos ultrapassaram o valor de R$ 80.000,00,  dentro do ano­calendário de 1998.  5. Lavrado o auto de infração, com a ciência do sujeito passivo em 02/05/2003, foi  apresentada, tempestivamente, a impugnação e fls. 41 a 42, em que são expostas, em síntese, as  seguintes considerações em sua defesa:  I — ao examinar os extratos bancários, observou que os  saldos diários  registrados  giravam em torno de R$ 35.000,00, enquanto no demonstrativo da fiscalização os saldos foram  acumulados atingindo o montante de R$ 750.689,73;  II  —  está  plenamente  convencido  que  a  Secretaria  da  Receita  Federal  usa  com  eficiência  todos  os  mecanismos  para  o  desempenho  de  suas  atividades,  e  que  os  recursos  levantados  efetivamente  transitaram  por  sua  contacorrente  bancária,  entretanto,  em  sua  defesa,  pode afirmar com segurança que, ao  longo da vida procurou desenvolver um  trabalho honesto,  estando assustado diante  de  possíveis  represálias do  fisco,  como  se  tivesse  constituído  elevado  patrimônio e sonegado os tributos correspondentes;  III — o fato de ter cedido a sua conta­corrente bancária a  terceiro,  indevidamente,  no  entendimento  da  fiscalização,  foi  o  suficiente  para  ser  enquadrado  como  responsável  por  omissão de rendimentos, presumindo que os recursos depositados fossem de sua propriedade, sem  levar  em  conta  os  esclarecimentos  prestados  anteriormente,  pois  que  sua  participação  nesse  episódio foi de um inocente;  IV  —  no  ano  de  1998,  passou  por  dificuldades  sem  ter  recursos  para  sua  sobrevivência, o que comentou com o Sr. Roberto da Silva Fernandes, CPF n° 588.686587­04,  irmão da sua madrasta, que perguntou se o recorrente era titular de conta bancária e se poderia  utilizá­la, uma que enfrentava alguns problemas com o banco no qual mantinha conta;  V — autorizou que referida pessoa movimentasse a sua conta bancária porque não  percebeu que poderia estar correndo algum risco, o que foi feito em troca do pagamento de R$  500,00  mensais,  o  que  foi  muito  importante  para  resolver  o  seu  problema  financeiro  naquela  oportunidade;  VI — conforme ficou acertado, deixou com o Sr. Roberto da Silva Fernandes vários  talões de cheques assinados, razão pela qual nunca teve idéia do volume que transitava pela sua  conta bancária, e, embora não tenha tido contato com referida pessoa nos últimos anos, soube que  ele estava preso, não conhecendo qual o motivo da prisão;  VII  —  informa  que  os  únicos  bens  de  sua  propriedade  foram  conquistados  com  muito esforço e são um veiculo Kadet, ano 1990, e uma casa simples, onde mora, que ainda não  tem registro definitivo, no bairro do Gogó da Ema, em Belford Roxo, Rio de Janeiro.  6. Os membros da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio  de Janeiro/RJO II ­ RJ acordaram por dar o lançamento por parcialmente procedente, reduzindo a  multa de oficio ao percentual de 75%, não acatando as considerações  sobre a  impertinência do  auto de infração, sob o fundamento de que ficou devidamente comprovado que foram depositados  recursos na conta­corrente bancária do sujeito passivo, cuja origem não foi identificada.  Fl. 176DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS   4 7. Em 13/02/2004, a correspondência com a intimação do acórdão a quo foi entregue  no endereço do contribuinte, tendo sido recebida por Joaquim dos Santos Machado.  8. Em 25/03/2004 foi lavrado o Termo de Perempção e enviada Carta Cobrança.  9.  Em  31/05/2004,  o  sujeito  passivo  interpôs  o  recurso  voluntário  de  fl.  98,  onde  expõe os seguintes argumentos em sua defesa:  I — preliminarmente, pede que seja concedido um novo prazo para a defesa, vez que  o  acórdão  de  primeira  instância  foi  enviado  para  sua  antiga  residência,  e  que  somente  foi  informado de tal documento quando se dirigiu ao órgão da Secretaria da Receita Federal em Nova  Iguaçu;  II —  no mérito,  afirma  que  no  ano­calendário  de  1998  foi  movimentada  em  sua  conta­corrente uma quantia em torno de R$ 25.000,00, conforme mostra o extrato bancário, e não  o movimento levantado pela autoridade fiscal;  III — também que já tentou de todas as  formas possíveis esclarecer este processo,  mas ainda não obteve sucesso;  IV  —  o  Sr.  Roberto  da  Silva  Fernandes,  CPF  n°  588.686.587­04,  de  fato  movimentou a sua conta­corrente bancária, mas tem certeza que este Conselho tem facilidade de  obter  qualquer  informação  financeira  a  seu  respeito,  e  somente  assim  comprovará  que  nesses  últimos anos não teve movimentação que comprovasse este valor em seu poder.  Ao  apreciar  o  apelo  do  contribuinte,  a  6ª  Câmara  do  extinto  Primeiro  Conselho  de  Contribuintes,  por  unanimidade  de  votos,  considerou  que  o  recurso  voluntário  atendeu os requisitos de admissibilidade e converteu o julgamento em diligência – que desde o  início da ação fiscal afirma que os recursos seriam de fato pertencentes ao Sr. Roberto da Silva  Fernandes, CPF nº 588.686.587­04 – para as seguintes providências:  1)  o  recorrente  traga  aos  autos  a  comprovação  de  que  as  operações acima referidas  representam valores pertencentes ao  Sr. Roberto da Silva Fernandes, CPF — 588.686.587­04;  2)  após  a  colheita  das  informações  do  sujeito  passivo,  a  fiscalização diligencie junto à instituição bancária, no sentido de  verificar  a  existência  de  quaisquer  elementos  capazes  e  evidenciar que a movimentação bancária detectada na conta do  recorrente  fora  efetivamente  realizada  pelo  terceiro  que  ele  nomeia.  Em  resposta  à  nova  intimação,  o  contribuinte  informou  não  dispor  de  recursos  para  obter  as  informações  requeridas.  Solicitou,  porém,  que  o  Auditor  Fiscal  da  Receita Federal Walter  Fernandes Lima,  utilizando­se  das  suas  prerrogativas  e  solicitasse os  extratos  perante  o  banco.  Por  sua  vez,  a  fiscalização  entendeu  que  se  tornou  impossível  o  prosseguimento da diligência fiscal, visto que as informações do sujeito passivo seriam a base  para o atendimento dos quesitos formulados pelo julgador.   É o relatório.  Voto             Conselheiro JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Relator  Fl. 177DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS Processo nº 10735.001048/2003­55  Acórdão n.º 2101­001.912  S2­C1T1  Fl. 129          5 O recurso atende os requisitos de admissibilidade.  A tributação com base em depósitos bancários, a partir de 01/01/97, é regida  pelo art. 42 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, publicada no DOU de 30/12/1996, que instituiu a  presunção de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, quando o contribuinte,  regularmente intimado, não comprovasse mediante documentação hábil e idônea a origem dos  recursos utilizados nessas operações. Confira­se:  Art.42.  Caracterizam­se  também  omissão  de  receita  ou  de  rendimento  os  valores  creditados  em  conta  de  depósito  ou  de  investimento mantida  junto a  instituição  financeira,  em  relação  aos  quais  o  titular,  pessoa  física  ou  jurídica,  regularmente  intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea,  a origem dos recursos utilizados nessas operações.  §  1º  O  valor  das  receitas  ou  dos  rendimentos  omitido  será  considerado  auferido  ou  recebido  no  mês  do  crédito  efetuado  pela instituição financeira.  § 2º Os  valores cuja origem houver  sido  comprovada, que não  houverem  sido  computados  na  base  de  cálculo  dos  impostos  e  contribuições  a  que  estiverem  sujeitos,  submeter­se­ão  às  normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente  à época em que auferidos ou recebidos.  § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos  serão analisados individualizadamente, observado que não serão  considerados:  I ­ os decorrentes de transferências de outras contas da própria  pessoa física ou jurídica;  II ­ no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso  anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00  (doze  mil  reais),  desde  que  o  seu  somatório,  dentro  do  ano­ calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil  reais).(Alterado pela Lei nº 9.481, de 13.8.97).  § 4º Tratando­se de pessoa física, os rendimentos omitidos serão  tributados no mês em que considerados recebidos, com base na  tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o  crédito pela instituição financeira.   §  5º  Quando  provado  que  os  valores  creditados  na  conta  de  depósito ou de investimento pertencem a  terceiro, evidenciando  interposição  de  pessoa,  a  determinação  dos  rendimentos  ou  receitas  será  efetuada  em  relação  ao  terceiro,  na  condição  de  efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluído  pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002).  §  6º  Na  hipótese  de  contas  de  depósito  ou  de  investimento  mantidas  em  conjunto,  cuja  declaração  de  rendimentos  ou  de  informações  dos  titulares  tenham  sido  apresentadas  em  separado, e não havendo comprovação da origem dos  recursos  nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será  imputado  a  cada  titular  mediante  divisão  entre  o  total  dos  Fl. 178DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS   6 rendimentos  ou  receitas  pela  quantidade  de  titulares.(Incluído  pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002).  As  presunções  servem  para  que  fatos  de  difícil  comprovação  direta  sejam  substituídos  por  outros  que,  em  ocorrendo,  darão  fortes  indícios  de  que  o  fato  gerador  do  imposto  efetivamente  ocorreu.  Assim,  a  presunção  de  omissão  de  rendimentos  em  face  da  constatação  de  créditos  bancários  sem  origem  comprovada  deve  ser  construída  com  base  na  verossimilhança  e em  juízos de  razoabilidade  e proporcionalidade, pois,  sem que  assim seja,  não será possível a sua aplicação, posto que estará eivada de  incerteza a exigência  tributária,  fazendo  nascer  uma  obrigação  com  vício  de  bases  principiológicas  relativas  à  segurança  jurídica e à capacidade contributiva. O princípio da verdade material decorre do princípio da  oficialidade:  é  do  interesse  da  administração  tributária  que  o  lançamento  seja  efetuado  com  base na verdade real.   Em voto  proferido  no Acórdão  nº  102­47.457,  acolhido  à  unanimidade  por  este Colegiado, o i. Conselheiro Naury Fragoso Tanaka faz as seguintes ponderações:  (...)  a  verdade material deve  sempre  constituir objeto  de  busca  pelo  procedimento  fiscal,  mesmo  nas  situações  em  que  a  lei  permite  ao  fisco  obter  o  fato  gerador  por  intermédio  da  ocorrência de outros que a ele estão ligados logicamente.   (...) a busca da verdade material que se externa obrigatória pela  ordem contida no artigo 142, do CTN, e para que, por utilização  inadequada da base presuntiva, evite­se formalização de créditos  exorbitantes e em descompasso com aquele que realmente seria  devido.  O fato gerador do imposto de renda é sempre a renda auferida. Os depósitos  bancários (entrada de recursos), por si só, não se constituem em rendimentos. Daí por que não  se  confunde  com  a  tributação  da CPMF,  que  incide  sobre  a mera movimentação  financeira,  pela saída de recursos da conta bancária do titular. Portanto, a caracterização da ocorrência do  fato gerador do  imposto de  renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário,  considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à  falta de esclarecimentos da origem dos recursos depositados em contas bancárias.  Desde  o  início  do  procedimento  fiscal  o  contribuinte  apresentou  espontaneamente  os  extratos  bancários  e  prestou  os  esclarecimentos,  conforme  indicam  o  Termo  de Declaração  elaborado  pela  fiscalização  e  o  Relatório  elaborado  de  próprio  punho  pelo autuado, acerca dos fatos relacionados ao lançamento em exame (fls. 10/11).   À  evidência  de  que  a movimentação  bancária  decorre  do  uso  da  conta  por  terceiros, deve a fiscalização envidar todos os esforços para identificar o real beneficiário dos  recursos, sob pena de negligenciar o exercício de sua atividade privativa de constituir o crédito  tributário administrativa pelo lançamento, nos termos do artigo 142 do CTN:  Art.  142.  Compete  privativamente  à  autoridade  administrativa  constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido  o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência  do  fato  gerador  da  obrigação  correspondente,  determinar  a  matéria  tributável,  calcular  o  montante  do  tributo  devido,  identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da  penalidade cabível.  Fl. 179DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS Processo nº 10735.001048/2003­55  Acórdão n.º 2101­001.912  S2­C1T1  Fl. 130          7 A  fiscalização  também  deve  colaborar  para  que  a  verdade  e  a  justiça  prevaleçam.  O  Estado  não  tem  interesse  subjetivo  nas  questões.  O  fato  indiciário  deve  ser  alçado à condição de fato presuntivo após exame rigoroso por parte da fiscalização, que tem o  dever de aprofundar a investigação, se houver elementos indiciários a infirmar a presunção.   Diversos  julgados  deste Colegiado  têm manifestado o  entendimento de  que  os esclarecimentos prestados no  início do procedimento de fiscalização denotam a boa­fé do  acusado  e  permitem  ao  fisco  avaliar  e  investigar  os  fatos  alegados,  quando  ainda  é possível  fazê­lo,  pois  todos  os  partícipes  das  transações  ainda  têm  obrigação  de  conservar  em  boa  guarda todos os documentos que possam esclarecer a matéria tributável.   É  fácil  para  a  fiscalização,  por  amostragem,  intimar  os  depositantes  e  os  favorecidos  de  valores  depositados  nas  contas  bancárias  investigadas,  a  fim  de  esclarecer  a  natureza  das  operações.  Entretanto,  a  fiscalização  quedou­se  inerte  e  constituiu  o  crédito  tributário  sem  efetuar  qualquer  verificação  complementar,  mesmo  havendo  o  contribuinte  comparecido pessoalmente à Receita Federal e declarado de próprio punho que o Sr. Roberto da  Silva  Fernandes  era  quem  de  fato  movimentava  a  conta  bancária  e  era  o  efetivo  beneficiário  dos  recursos que por ela transitaram (fls. 10/11), e que não possuía qualquer documento relativo aos  créditos  bancários.  A  mesma  situação  se  verificou  na  diligência  determinada  pela  Sexta  Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes – hipossuficiência do contribuinte para  produzir a prova requerida e falta de iniciativa da fiscalização para esclarecimento dos fatos.  Se o contribuinte não era quem movimentava a conta bancária como poderia  possuir  os  comprovantes  da  origem  dos  recursos  movimentados?  Parece­me  evidente,  inclusive,  que  a  fiscalização  acolheu  esta  assertiva,  quando  determinou  a  cobrança  de multa  qualificada,  pela  utilização  de  interposta  pessoa,  consoante  descrição  dos  fatos  no  Auto  de  Infração, à fl. 20. O venire contra factum proprium corresponde à proibição ao comportamento  contraditório. A  fiscalização  adotou  uma  posição  jurídica  contrária  àquela  assumida  quando  admitiu a utilização de  interposta pessoa, pois não dirigiu a exigência  tributária contra quem  teria se utilizado de interposta pessoa, beneficiando­se anonimamente dos recursos creditados  em conta bancária.  Com efeito, quando provado que os valores creditados na conta de depósito  ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação  dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular  da conta de depósito ou de investimento. É o que dispõe o parágrafo 5º do art. 42 da lei 9.430  de 1996. Conclui­se, portanto, que houve erro na identificação do sujeito passivo. O recorrente  não passou de um “laranja”, devendo a exigência do tributo devido ser dirigida contra a terceira  pessoa,  real beneficiária dos créditos bancários, com a penalidade qualificada, nos  termos do  artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.  Neste  diapasão,  inclusive,  o  Conselhos Administrativo  de Recursos  Fiscais  (CARF) editou a Súmula CARF nº 34, para a qual a Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010,  atribui efeito vinculante à administração tributária federal:  Súmula CARF nº 34: Nos lançamentos em que se apura omissão  de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de  origem  não  comprovada,  é  cabível  a  qualificação  da multa  de  ofício,  quando  constatada  a  movimentação  de  recursos  em  contas bancárias de interpostas pessoas.  Fl. 180DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS   8 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso.  (assinado digitalmente)  José Raimundo tosta Santos                                Fl. 181DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/1 1/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS

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Numero do processo: 12963.000159/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3402-000.463
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado por unanimidade de votos em converter o julgamento do processo em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidente Substituto (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior - Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Mário César Fracalossi Bais (Suplente), Fernando Luiz da Gama Lobo D’Eça, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: Não se aplica

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 1/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12963.000159/2009­71  Resolução nº  3402­000.463  S3­C4T2  Fl. 259          2 Relatório  Versam  estes  autos  de  Auto  de  Infração  por  falta  ou  insuficiência  de  recolhimento  de  PIS,  no  valor  originário  de R$  11.354,25,  sendo R$  5.406,19  referentes  ao  valor da contribuição, R$ 1.893,43 referentes à juros de mora e R$ 4.054,63 referentes à multa  proporcional,  originados  de  diferenças  apuradas  entre  a  DCTF  e  a  DACON  entregues  pelo  contribuinte.  DA IMPUGNAÇÃO   Cientificado  do Auto  de  Infração  em  16/06/2009,  conforme AR  de  fls.  19,  o  contribuinte  apresentou  Impugnação  (fls.  21/25),  aduzindo  que  o  lançamento  realizado  pelo  Fisco origina­se de um equívoco no momento do preenchimento da DCTF, estando correta a  informação  prestada  pela  DACON,  apresentando  documentos  que,  na  sua  concepção,  comprovariam a verdade material da contabilidade da empresa.  Alega  ainda  que,  em 25/05/2006,  retificou  a DCTF para  fazer  constar o  valor  correto. No mesmo  dia  o  contribuinte  requereu  a  compensação  das  diferenças  apuradas,  por  meio de PER/DCOMP para quitar os débitos.  DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA   Em análise aos argumentos sustentados pelo sujeito passivo em sua defesa, a 2ª  Turma  da  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  em  Juiz  de  Fora  (MG)  (DRJ/JFA), houve por bem em considerar improcedente a impugnação apresentada, proferido  Acórdão nº. 09­34.151, ementado nos seguintes termos:  ASSUNTO:  NORMAS  DE  ADMINISTRAÇÃO  TRIBUTÁRIA  Ano­ calendário:  2006  LANÇAMENTO  DE  OFICIO.  PERDA  DA  ESPONTANEIDADE Iniciado o procedimento de ofício, o contribuinte  perde  o  direito  de  recolher  e/ou  compensar  espontaneamente,  as  diferenças de tributos em relação ao período fiscalizado.  Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido   Em apertada síntese a DRJ competente para o  julgamento  entende que  tanto a  DCTF  retificadora,  quando  a  DCOMP,  foram  transmitidas  posteriormente  ao  início  da  fiscalização,  o  que  impossibilita  a  compensação  espontânea.  Desta  forma,  deveria  o  contribuinte ter efetuado a compensação dos valores originários,  juntamente com a adição da  multa de ofício no montante de 75% do valor devido.  Nestes  termos, houve o cancelamento de oficio da DCOMP transmitida, sendo  possibilitado  ao  contribuinte  transmitir  nova  declaração  de  compensação  para  compensar  os  débitos lançados com as respectivas multas de ofício.      Fl. 259DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 1/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12963.000159/2009­71  Resolução nº  3402­000.463  S3­C4T2  Fl. 260          3 DO RECURSO VOLUNTÁRIO   Cientificado do Acórdão supracitado em 04/04/2011, conforme AR de fls. 196,  o  contribuinte  apresentou  Recurso  Voluntário  (fls.  197/205)  em  02/05/2011,  repisando  os  mesmos  argumentos  já  levantados  em  sede  de  Manifestação  de  Inconformidade,  que  por  respeito à brevidade, não os repetirei.  Sustenta  ainda  que  trata­se  de  mero  erro  de  fato,  não  justificando­se  a  penalização do contribuinte , haja vista que não houve qualquer atitude delituosa dolosa, que de  ensejo à aplicação das multas e a desconsideração da DCOMP transmitida.  DO JULGAMENTO PELO CARF   Em  sessão  realizada  em  data  de  26/01/2012,  a  2ª  Turma  Ordinária,  da  3ª  Câmara,  da  3ª  Seção  entendeu,  por  meio  da  Resolução  nº  3302­00.182,  que  a  Autoridade  Lançadora  não  tem  competência  para  cancelar  PER/DCOMP  apresentada  por  contribuinte,  inclusive por não existir previsão legal acerca desta possibilidade.  Desta  forma,  foi  convertido  o  julgamento  em  diligência,  determinando  que  a  repartição  de  origem  da  RFB  junte  aos  autos  cópia  da  decisão  proferida  no  PER/DCOMP  enviado pelo contribuinte.  DA DISTRIBUIÇÃO   Havendo  o  cumprimento  da  diligência  por  parte  da  repartição  de  origem  da  RFB,  os  autos  retornaram  ao  CARF  para  prosseguimento  no  julgamento.  Em  vista  deste  processo  estar  atrelado  ao  resultado  de  julgamento  do  processo  nº  19991.000149/2009­48,  houve a redistribuição do processo 12963.000159/2009­71 ao Conselheiro João Carlos Cassuli  Junior, relator do processo nº 19991.000149/2009­48, para julgamento conjunto.  Diante da  redistribuição  realizada,  vieram os  autos para  relatoria,  por meio de  processo  eletrônico,  em 01  (um) Volume, numerado até  a  folha 257  (duzentos e cinquenta e  sete), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção  do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ­ CARF.  É o relatório.  Fl. 260DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 1/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12963.000159/2009­71  Resolução nº  3402­000.463  S3­C4T2  Fl. 261          4 Voto  Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator.  Versam os autos de Auto de  Infração originado de diferenças apuradas entre a  DCTF  e  a  DACON  entregues  pelo  contribuinte,  em  virtude  de  indeferimento  de  pedido  de  ressarcimento promovido pelo  contribuinte,  visando a  compensação de  saldos de  créditos de  PIS e de COFINS acumulados em decorrência de operações de exportação, e provenientes da  possibilidade  de  utilização  do  crédito  presumido  de  agroindústria.  O  Auto  de  Infração  foi  lavrado  diante  do  fato  de  que,  indeferidos  os  créditos,  subsistem  tributados  inadimplidos,  motivando o lançamento tributário através de Auto de Infração.  O  indeferimento  dos  pedidos  de  ressarcimento,  e,  consequentemente,  a  inexistência de créditos acumulados em operações de venda ao exterior de seus produtos, estão  fundados na existência de indícios de fraude e de idoneidade em relação aos fornecedores da  Recorrente, afetando diretamente o direito aos créditos pleiteados.  Sendo assim, para que seja possível a análise dos créditos postos à compensação  pelo contribuinte, que deram origem ao Auto de Infração aqui discutido, necessário se faz que  seja  solucionada  a  questão  atinente  à  idoneidade  dos  fornecedores  que  dão  azo  aos  créditos  pretendidos.  Como  se  depreende  das  informações  juntadas  à  estes  autos,  tanto  pelo  Fisco  quanto  pelo  próprio  contribuinte,  a  questão  da  idoneidade  dos  fornecedores  está  sendo  discutida em Processo Administrativo diverso deste, de nº 13656.000021/2006­66, de relatoria  do Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte, da 1ª Turma Ordinária, da Quarta Câmara, da  3ª  Seção  de  Julgamento  deste  Conselho Administrativo  de Recursos  Fiscais,  no  qual  existe  Recurso Voluntário pendente de julgamento.  Vemos  que  a  solução  da  lide  aqui  posta  está  condicionada  à  solução  que  for  dada àquele Processo de nº 13656.000021/2006­66, configurando questão de prejudicialidade  destes autos, com aquele distribuído ao Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.  É  dizer:  reconhecida  a  inidoneidade  dos  fornecedores  afirmada  pela  Administração e negada/questionada pelo contribuinte,  realmente não subsistirão créditos em  favor do sujeito passivo, e, consequentemente, hígido será o  lançamento  tributário. Por outro  lado, afastada a fraude e inidoneidade, o efeito será contrário, mantendo­se os créditos com as  consequências pertinentes.  Deste modo, entendo que o  julgamento do processo deve ser convertido em  diligência, ficando sobrestado até que haja julgamento final do Processo Administrativo  nº 13656.000021/2006­66 de relatoria do Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.  É como voto.   (assinado digitalmente)  João Carlos Cassuli Junior – Relator.    Fl. 261DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 1/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR

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4390968 #
Numero do processo: 10166.722384/2010-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplica-se o artigo 150, §4°; caso contrário, aplica-se o disposto no artigo 173, I. No caso de autuação pelo descumprimento de obrigação acessória, a constituição do crédito é de ofício e a regra aplicável é a contida no artigo 173, I. LANÇAMENTO SUBSTITUTO. O prazo para novo lançamento é de 5 anos da decisão definitiva que tenha anulado por vício formal o lançamento anteriormente realizado. AUXÍLIO-TRANSPORTE PAGO HABITUALMENTE E EM DINHEIRO. NÃO INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO STF. O valor do auxílio-transporte pago habitualmente em pecúnia tem natureza indenizatória; portanto, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias e das destinadas a terceiros. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PAGO EM PECÚNIA. INCIDÊNCIA. ALINHAMENTO COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de vale-alimentação em dinheiro e de forma habitual. AUXÍLIO-EDUCAÇÃO. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. O valor relativo a plano educacional não integra o salário de contribuição quando vise à educação básica e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo. Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-003.138
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para que sejam excluídos do lançamento os valores pagos a título de auxílio-transporte aos segurados empregados. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Walter Murilo Melo Andrade, Ronaldo de Lima Macedo, Jhonatas Ribeiro da Silva e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2285; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C4T2  Fl. 1.069          1 1.068  S2­C4T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10166.722384/2010­66  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2402­003.138  –  4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  16 de outubro de 2012  Matéria  AUXÍLIO­TRANSPORTE  Recorrente  SPOT REPRESENTAÇÕES E SERVIÇOS LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998  DECADÊNCIA.  O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou  inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando­se  de  tributo  sujeito  ao  lançamento  por  homologação,  que  é  o  caso  das  contribuições  previdenciárias,  devem  ser  observadas  as  regras  do  Código  Tributário  Nacional  ­  CTN.  Assim,  comprovado  nos  autos  o  pagamento  parcial,  aplica­se  o  artigo  150,  §4°;  caso  contrário,  aplica­se  o  disposto  no  artigo  173,  I.  No  caso  de  autuação  pelo  descumprimento  de  obrigação  acessória, a constituição do crédito é de ofício e a regra aplicável é a contida  no artigo 173, I.  LANÇAMENTO SUBSTITUTO.  O prazo para novo  lançamento  é de 5  anos da decisão definitiva que  tenha  anulado por vício formal o lançamento anteriormente realizado.  AUXÍLIO­TRANSPORTE PAGO HABITUALMENTE E EM DINHEIRO.  NÃO INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO STF.  O  valor  do  auxílio­transporte  pago  habitualmente  em  pecúnia  tem  natureza  indenizatória;  portanto,  não  integra  a  base  de  cálculo  das  contribuições  previdenciárias e das destinadas a terceiros.  AUXÍLIO­ALIMENTAÇÃO  PAGO  EM  PECÚNIA.  INCIDÊNCIA.  ALINHAMENTO COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.  Incide  contribuição  previdenciária  sobre  os  valores  pagos  a  título  de  vale­ alimentação em dinheiro e de forma habitual.  AUXÍLIO­EDUCAÇÃO. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.  O  valor  relativo  a  plano  educacional  não  integra  o  salário  de  contribuição  quando  vise  à  educação  básica  e  a  cursos  de  capacitação  e  qualificação     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 23 84 /2 01 0- 66 Fl. 1069DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     2 profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que  não  seja  utilizado  em  substituição  de  parcela  salarial  e  que  todos  os  empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo.  Recurso Voluntário Provido em Parte.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  dar  provimento parcial ao  recurso voluntário para que sejam excluídos do  lançamento os valores  pagos a título de auxílio­transporte aos segurados empregados.    Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator.   Participaram  do  presente  julgamento  os  conselheiros:  Julio  Cesar  Vieira  Gomes,  Ana  Maria  Bandeira,  Walter  Murilo  Melo  Andrade,  Ronaldo  de  Lima  Macedo,  Jhonatas Ribeiro da Silva e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.      Fl. 1070DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.070          3 Relatório  Trata­se de  recurso voluntário  contra decisão de primeira  instância que  julgou  procedente em parte o lançamento fiscal por reconhecimento da decadência parcial do direito  de constituição do crédito. Trata­se de crédito constituído em substituição de outro anulado por  vício formal, contribuições patronais. O Conselho de Recursos da Previdência Social ­ CRPS,  após declarar a nulidade, encaminhou o processo para a Delegacia da Receita Previdência em  Brasília  ­  DRP  no  dia  23/09/2005,  que  no  29/09/2005  tramitou  o  processo  para  novo  lançamento, o que somente veio a acontecer em 13/10/2010. Nesse período, aguardava decisão  acerca do pedido de revisão de acórdão, que veio a não ser conhecida por não atendimento dos  pressupostos  de  admissibilidade.  A  ciência  ao  recorrente  do  acórdão  do  CRPS  ocorreu  em  20/10/2002.   Segue ementa e trechos do acórdão da decisão recorrida:  BASE  DE  CÁLCULO  APURADA  ATRAVÉS  FOLHA  DE  PAGAMENTO.  Presumem­se  verdadeiros  os  valores  lançados  pela  autoridade  fiscal fundamentados nas folhas de pagamento da empresa, não  declarados  em  GFIP,  cabendo  a  esta  o  ônus  da  prova  em  contrário.  LANÇAMENTO FISCAL. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA.  ANEXAÇÃO  DE  DOCUMENTOS  DA  EMPRESA.  JUNTADA  DE  CÓPIA.  DISPENSÁVEL.  O  lançamento  fiscal  atende  à  legislação pertinente, encontrando­se o direito constitucional do  contraditório e da ampla defesa plenamente assegurado, pois o  Relatório  Fiscal  discrimina  clara  e  precisamente  os  fatos  geradores e sua origem, as contribuições devidas e os períodos a  que  se  referem,  fazendo­se  acompanhar  de  planilha  individualizando as bases de cálculo apuradas.  ARGUIÇÃO DE NULIDADE. INDEFERIMENTO.  Não  ficaram  configurados  nos  autos  os  casos  de  nulidade  argüidos pela defendente.  DA DECADÊNCIA   A  partir  da  lavratura  do  auto  de  infração  não  se  pode  mais  cogitar na aplicação do instituto da decadência.  SALÁRIO­UTILIDADE.  AUXÍLIO­ALIMENTAÇÃO.  PAGAMENTO EM PECÚNIA.  O  pagamento  de  auxilio  alimentação  em  pecúnia,  constitui  salário­utilidade, integrando o salário de contribuição, conforme  preceitua o inciso I, do art. 28, da Lei no 8.212/91, c/c art. 458  Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     4 da  CLT,  Enunciado  241  do  TST  e  Parecer  PGFN/CRJ  nº.  2117/2011.  BOLSA DE ESTUDO. ISENÇÃO. IMPROCEDÊNCIA   A previsão legal de exclusão do salário de contribuição somente  é  aplicável  aos  pagamentos  de  plano  educacional  que  vise  à  educação  básica  e  a  cursos  de  capacitação  e  qualificação  profissionais  vinculados  às  atividades  desenvolvidas  pela  empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela  salarial  e que  todos os  empregados e dirigentes  tenham acesso  ao benefício.  VALE TRANSPORTE. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO.  O  valor  pago,  habitualmente,  ao  empregado,  a  título  de  Vale  transporte,  só  não  integra  o  valor  do  salário  de  contribuição,  para  fim  de  incidência  da  contribuição  previdenciária,  se  for  concedido estritamente de acordo com a legislação pertinente.  CONTRIBUIÇÃO  SOCIAL.  REEMBOLSO  KILOMETRAGEM.  PARCELA  FIXA.  DESPESA  NÃO  COMPROVADA.  INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO­DE­CONTRIBUIÇÃO.  Os  valores  pagos  aos  empregados,  a  título  de  ressarcimento  pelas  despesas  decorrentes  do  uso  de  seu  veículo  particular,  quando  não  devidamente  comprovados,  configuram  remuneração, integrando, em conseqüência, as bases de cálculo  das contribuições sociais.  MULTA.  ALTERAÇÃO  LEGISLATIVA.  RETROATIVIDADE  BENIGNA.  Segundo  a  Portaria  Conjunta  PGFN/RFB­nº14,  de  2009,  a  análise  do  valor  das  multas  para  verificação  e  aplicação  daquela  que  for  mais  benéfica,  se  cabível,  será  realizada  no  momento do pagamento ou do parcelamento.  Impugnação Procedente em Parte Crédito   Tributário Mantido em Parte  ...  De  acordo  com  o  relatório  fiscal,  fls.  n.ºs  16/28,  o  presente  lançamento objetiva restabelecer a exigência fiscal, anulada por  vício  formal,  no  Lançamento  Fiscal  constituído  pela  NFLD  –  Notificação  Fiscal  de  Lançamento  de  Débito  n°  35.404.422­ 2/2002, por meio do Acórdão nº. 1.227, de 29/09/2005, conforme  ementa da 2ª CAJ – CÂMARA DE JULGAMENTO/CRPS:  Voto por ANULAR a presente Notificação Fiscal de Lançamento  de Débito por vicio  formal, ressalvado á autarquia o direito de  efetuar novo lançamento nos termos do art. 45, inciso II da Lei  nº 8.212/91.  Informa ainda que a anulação se deu devido á existência de vício  insanável,  qual  seja,  a  falta  de  cobertura  de  Mandado  de  Procedimento Fiscal ­ MPF.  Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.071          5 Informa que  foi  objeto do presente Auto de  Infração apenas os  créditos  previdenciários  apurados  a  partir  da  competência  01/1997, tendo em vista a Sumula nº 8 do STJ(20/06/2008), que  determinou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei nº  8.212/9.  Assim no caso especifico para apuração do período decadencial,  aplicou­se  o  disposto  no  artigo  173,  inciso  II  do  CTN  (Lei  5.172/1996).  Informa  que  esta  auditoria  recebeu  o  processo  nº  37.284.002530/2005­86  o  qual  é  composto  pela  NFLD  nº  35.404.422­2(substituída)  e  todos  os  documentos  juntados  posteriormente  pelos  auditores  fiscais  e  pela  própria  empresa,  bem como os referentes às decisões das  instâncias de defesas e  recursos.  ...  A  auditoria  informa  que  os  fatos  geradores  considerados  referem­se às remunerações pagas ou creditadas aos segurados  empregados  trabalhadores  temporários,  apurados  a  partir  das  seguintes  rubricas:  Ajuda  de  Custo  Alimentação,  Ajuda  de  Custo  transporte,  Ajuda  de  Custo  e  Reembolso  Despesa  de  Combustível, Bolsa de Estudo(Curso de Inglês).  ...  Após  ciência  da  decisão,  o  recorrente  reiterou  as  alegações  trazidas  na  impugnação:  NULIDADE  DO  LANÇAMENTO  –  INVASÃO  AO  PRINCÍPIO  DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.  Que,  a  despeito  do  lançamento  original  ter  sido  anulado  em  23/09/2005,  nenhuma  diligência  foi  realizada  como  também  nenhum  documento  ou  esclarecimento  foi  exigido  da  empresa,  não  tendo  sido  verificada  a  contabilidade  para  o  período  de  09/1995 a 12/1998.  Assim,  constata  com  surpresa  a  empresa, que  trata­se  de mera  cópia  do  remendado  e  emendado  (por  meio  de  diligência)  lançamento encontrado na NFLD substituída.  E o que se denota é que, alem do manifesto descompromisso com  uma apuração criteriosa, rigorosa e segura,  tanto que reduzido  em mais de 50% do crédito exigido, as provas coligidas naquele  auto  eram  nulas  de  pleno  direito,  uma  vez  que  recolhidas  sem  autorização  para  tanto  dada  a  ausência  de  MPF,  portanto,  a  autoridade fiscal contaminou o presente lançamento de nulidade  também.  Dessa  forma,  requer  a  nulidade  do  lançamento,  em  razão  de  inconsistência  material,  haja  vista  que  não  foi  procedida  qualquer  fiscalização  na  contabilidade  (notas  fiscais,  planilhas  de  pagamento,  recibos,  contra­cheques  ou  livros  fiscais),  sem  Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     6 amparo  em MPF  e  sem  a  participação  do  contribuinte,  o  que  viola o principio do devido processo legal.  DECADÊNCIA   Dispõe  que,  sob  o  comando  do  art.  173,  inciso  II  do  CTN,  dispunha a fiscalização do prazo de 5 anos a contar da decisão  que reconheceu a nulidade do lançamento, para nova lavratura;  no  entanto,  o  lançamento  hostilizado  só  foi  lavrado  em  14/10/2010,  ultrapassado  o  prazo  decadencial,  devendo  ser  reconhecida a decadência do presente lançamento.  DO MÉRITO VÍCIOS MATERIAIS DO LANÇAMENTO.  ­ DO SAT No mérito, inicialmente, insurge­se contra a cobrança  do  seguro  acidente  de  trabalho,  para  o  período  de  janeiro  a  junho  de  1997,  que  foi  calculado  sob  o  grau  de  risco máximo  3%,  quando  o  contribuinte  apresenta  um  laudo  pericial  que  demonstra  ter  sido  atribuído,  pelo  INSS,  grau  de  risco  de  2%,  tendo,  inclusive,  as  demais  competências  sido  calculada  a  2%,  conforme  Discriminativo  de  Débito  –DD.  Deve,  portanto,  ser,  referido período, retificado.  ­ DO DIREITO ­ RUBRICAS NÃO TRIBUTÁVEIS.  Pugna  pela  alteração  da  base  de  cálculo  do  lançamento  para  extirpar  certas  rubricas,  que,  de  acordo  com  a  doutrina  e  jurisprudência,  se  revestem  da  qualidade  de  verbas  de  caráter  indenizatório, que não  integram a remuneração do empregado,  tais como:  Auxilio Transporte e Reembolso de Despesas com Combustível.  Aduz  ser  pacífica  a  impossibilidade  de  inclusão  do  Auxilio  Transporte  no  salário  de  contribuição,  se  concedido  em  observância aos ditames da Lei n 7.418/85.  No  caso  dos  autos,  foram  observados  todos  os  requisitos  preconizados  na  referida  Lei:  há  convenção  coletiva  fixando  o  beneficio e é realizado o desconto correspondente do empregado  no percentual de 6%, não podendo, portanto, integrar o salário  de contribuição.  Ressalta, ainda, que, mesmo que o pagamento seja realizado em  pecúnia e que seja feito o desconto, conforme decisão recente do  STF, no Recurso Extraordinário nº 478410/SP, não é possível a  incidência de contribuição previdenciária.  Auxilio Alimentação  No tocante à alimentação, ressalta que a autuada é credenciada  no PAT, pelo que, de acordo com o artigo 28, § 9º, alínea “c” da  Lei nº 8.212/91, tal parcela não pode ser inserida no salário de  contribuição, mesmo que paga em pecúnia, como é o caso da ora  impugnante, pois permanece a ausência de  retributividade pelo  serviço prestado, o que descaracteriza esta parcela como salário  in natura.  Ajuda de Custo   Fl. 1074DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.072          7 Registra que se  trata de pagamento realizado a  funcionários, a  título  de  ressarcimento  efetivo  de  despesas,  de  forma  não  habitual, com intuito indenizatório.  Reembolso Curso de Inglês.  Afirma  que  a  Lei  nº  8.212/91,  art.  28,  §9º,  “t”,  preceitua,  expressamente,  que  os  cursos  de  capacitação  e  qualificação  profissionais são excluídos do salário de contribuição.  Juros De Mora   Afirma que, da forma como os juros de mora  foram realizados,  está a empresa  sendo penalizada pela desídia  e  ineficiência da  administração pública, o que é incompatível com o princípio da  moralidade. Pois, se o lançamento está eivado de nulidades por  impropriedade  formal cometida pela  fiscalização, não há razão  de  a  contribuinte  ser penalizada por  este defeito,  ainda mais a  patamares tão elevados.  Ante o exposto requer a nulidade do auto de infração, nos termos  do previsto no art. 53 da Lei nº 9.784/99, em face à violação ao  principio  do  devido  processo  legal  e  afastada  a  incidência  dos  juros de mora para o período de 2005 a 2010.  É o Relatório.  Fl. 1075DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     8 Voto             Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator  Uma vez  que  a  redução  do  crédito  supera o  limite  para  recurso  necessário,  dele conheço.  Decadência  Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo  Tribunal Federal ­ STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei  n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições:  Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar  Mendes, Relator:  Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº  8.212/91  e  o  parágrafo  único  do  art.5º  do  Decreto­lei  n°  1.569/77,  que  versando  sobre  normas  gerais  de  Direito  Tributário,  invadiram  conteúdo  material  sob  a  reserva  constitucional de lei complementar.  Sendo  inconstitucionais  os  dispositivos,  mantémse  hígida  a  legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e  decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de  suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo  das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que,  como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social  sujeitam­se,  entre  outros,  aos  artigos  150,  §  4º,  173  e  174  do  CTN.  Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes  nego  provimento,  para  confirmar  a  proclamada  inconstitucionalidade  dos  arts.  45  e  46  da  Lei  8.212/91,  por  violação  do  art.  146,  III,  b,  da  Constituição,  e  do  parágrafo  único do art. 5º do Decreto­lei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art.  18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda  Constitucional 01/69.  É como voto.  Súmula Vinculante n° 08:  “São  inconstitucionais  os  parágrafo  único  do  artigo  5º  do  Decreto­lei  1569/77  e  os  artigos  45  e  46  da  Lei  8.212/91,  que  tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”.  Os  efeitos  da  Súmula  Vinculante  são  previstos  no  artigo  103­A  da  Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis:  Art.  103­A.  O  Supremo  Tribunal  Federal  poderá,  de  ofício  ou  por  provocação,  mediante  decisão  de  dois  terços  dos  seus  membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,  aprovar  súmula  que,  a  partir  de  sua  publicação  na  imprensa  Fl. 1076DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.073          9 oficial,  terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do  Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas  esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua  revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído  pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).  Lei n° 11.417, de 19/12/2006:  Regulamenta o art. 103­A da Constituição Federal e altera a Lei  no  9.784,  de  29  de  janeiro  de  1999,  disciplinando  a  edição,  a  revisão  e  o  cancelamento  de  enunciado  de  súmula  vinculante  pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências.  ...  Art.  2o  O  Supremo  Tribunal  Federal  poderá,  de  ofício  ou  por  provocação,  após  reiteradas  decisões  sobre  matéria  constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua  publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação  aos  demais  órgãos  do  Poder  Judiciário  e  à  administração  pública  direta  e  indireta,  nas  esferas  federal,  estadual  e  municipal, bem como proceder à  sua  revisão ou cancelamento,  na forma prevista nesta Lei.  §  1o  O  enunciado  da  súmula  terá  por  objeto  a  validade,  a  interpretação e a  eficácia de normas  determinadas, acerca das  quais  haja,  entre  órgãos  judiciários  ou  entre  esses  e  a  administração  pública,  controvérsia  atual  que  acarrete  grave  insegurança  jurídica  e  relevante  multiplicação  de  processos  sobre idêntica questão.  Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos  judiciais  e  administrativos  ficam  obrigados  a  acatarem  a  Súmula  Vinculante.  Assim  sendo,  independente  de  meu  entendimento  pessoal  sobre  a  matéria,  manifestado  em  meus  votos  anteriores, inclino­me à tese jurídica na Súmula Vinculante n° 08.  Afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, que fixava  o  prazo  para  constituição  do  crédito  em  10  anos,  resta  verificar  qual  regra  de  decadência  prevista no Código Tributário Nacional ­ CTN se aplicar ao caso concreto. Para a constituição  de crédito decorrente da nulidade do lançamento anterior por vício formal, o prazo é o fixado  do inciso II do artigo 173 do CTN:   Art.  173.  O  direito  de  a  Fazenda  Pública  constituir  o  crédito  tributário extingue­se após 5 (cinco) anos, contados:  ...   II  ­  da  data  em que  se  tornar  definitiva  a  decisão  que  houver  anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.  Entendo, como bem reconhece  a decisão  recorrida, que a decisão se  tornou  definitiva com a ciência pelo sujeito passivo do acórdão do CRPS. Ainda que eventualmente a  decisão possa ser excepcionalmente revista de ofício ou por provocação, essa possibilidade não  desloca  o  caráter  definitivo  da  decisão  do  CRPS.  Embora,  de  fato,  tenha  a  DRP  Brasília  requerido a revisão do acórdão, o pedido não foi conhecido.  Fl. 1077DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     10 Caso se adotasse outro entendimento, considerando que não há prazo para a  excepcional  possibilidade  de  revisão  de  acórdão,  somente  se  tornaria  definitiva  a  decisão  quando  se  requeresse  a  revisão  e  essa  fosse  negada  ou  quando  o  crédito  fosse  extinto.  O  processo  administrativo  fiscal  para  as  contribuições  previdenciárias,  à  época,  estava  disciplinado na Portaria MPS nº 520, de 19/05/2004:  Art. 30. São decisões definitivas:  I  ­  a  Decisão­Notificação,  depois  de  esgotado  o  prazo  para  recurso voluntário, sem que este tenha sido interposto;  II  ­  a  Decisão­Notificação,  na  parte  que  não  foi  objeto  de  recurso voluntário;  III ­ a Decisão­Notificação, quando não couber mais recurso;  IV ­ o Acórdão do Conselho de Recursos da Previdência Social.  §1º Na hipótese do inciso I, o trânsito em julgado administrativo  dar­se­á no primeiro dia útil seguinte ao término do prazo para  apresentação de recurso voluntário.  §2º  Na  hipótese  do  inciso  II,  o  trânsito  em  julgado  administrativo, relativamente à parte não recorrida, dar­se­á no  primeiro  dia  útil  seguinte  ao  término  do  prazo  para  apresentação de recurso voluntário.  §3º  Nos  julgamentos  em  que  não  couber  mais  recurso,  o  trânsito em julgado ocorre com a ciência do sujeito passivo.  §4º  Nos  casos  de  pedido  de  revisão  de  acórdão,  se  deferido  o  efeito  suspensivo,  o  trânsito  em  julgado  da  decisão  somente  ocorrerá após a ciência da nova decisão ao sujeito passivo.  Então,  considerando  que  a  ciência  do  sujeito  passivo  ocorreu  em  20/10/2002, ainda não havia decaído o direito de constituição de novo crédito.  Mérito  Auxílio­transporte  Trata­se de matéria com trânsito em julgado no Supremo Tribunal Federal em  24/02/2012, que declarou a inconstitucionalidade da cobrança ainda quando o benefício é pago  em pecúnia. Segue ementa do acórdão:  RE 478.410 ­ RECURSO EXTRAORDINÁRIO  EMENTA:  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA.  INCIDÊNCIA. VALE­TRANSPORTE. MOEDA. CURSO LEGAL  E  CURSO  FORÇADO.  CARÁTER  NÃO  SALARIAL  DO  BENEFÍCIO.  ARTIGO  150,  I,  DA  CONSTITUIÇÃO  DO  BRASIL. CONSTITUIÇÃO COMO TOTALIDADE NORMATIVA.   1. Pago o benefício de que se cuida neste recurso extraordinário  em  vale­transporte  ou  em moeda,  isso  não  afeta  o  caráter  não  salarial do benefício.  Fl. 1078DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.074          11 2. A admitirmos não possa esse benefício ser pago em dinheiro  sem  que  seu  caráter  seja  afetado,  estaríamos  a  relativizar  o  curso legal da moeda nacional.  3.  A  funcionalidade  do  conceito  de  moeda  revela­se  em  sua  utilização  no  plano  das  relações  jurídicas.  O  instrumento  monetário  válido  é  padrão  de  valor,  enquanto  instrumento  de  pagamento  sendo  dotado  de  poder  liberatório:  sua  entrega  ao  credor  libera  o  devedor.  Poder  liberatório  é  qualidade,  da  moeda  enquanto  instrumento  de  pagamento,  que  se  manifesta  exclusivamente  no  plano  jurídico:  somente  ela  permite  essa  liberação indiscriminada, a todo sujeito de direito, no que tange  a débitos de caráter patrimonial.  4.  A  aptidão  da  moeda  para  o  cumprimento  dessas  funções  decorre  da  circunstância  de  ser  ela  tocada  pelos  atributos  do  curso legal e do curso forçado.  5. A exclusividade de circulação da moeda está relacionada ao  curso legal, que respeita ao instrumento monetário enquanto em  circulação; não decorre do curso forçado, dado que este atinge  o  instrumento monetário enquanto valor e a sua  instituição [do  curso forçado] importa apenas em que não possa ser exigida do  poder emissor sua conversão em outro valor.   6.  A  cobrança  de  contribuição  previdenciária  sobre  o  valor  pago,  em dinheiro, a  título de vales­transporte,  pelo  recorrente  aos  seus  empregados  afronta  a  Constituição,  sim,  em  sua  totalidade normativa.  Recurso Extraordinário a que se dá provimento.  Assim,  em cumprimento  ao  artigo 26­A do Decreto nº 70.235/72,  inclino  à  tese da Suprema Corte para que sejam excluídos do lançamento os valores correspondentes ao  benefício em exame:  Art.  26­A.  No  âmbito  do  processo  administrativo  fiscal,  fica  vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº  11.941, de 2009)  ...  § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  ato  normativo:(Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)  I  –  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão  definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela  Lei nº 11.941, de 2009)  ...  Auxílio Educação  Fl. 1079DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     12 A  recorrente  oferecia  cursos  de  inglês  para  alguns  de  seus  segurados. Não  constato  nos  autos,  ao  contrário  do  que  tenta  sustentar,  nenhuma  prova  de  que  o  curso  é  disponível à totalidade de dirigentes e empregados.  Outro motivo para a incidência é que, embora não se negue a importância da  fluência em inglês para várias atividades profissionais e mesmo para a vida pessoal de alguém,  não  pode  se  comparar  curso  de  qualificação  ou  capacitação  profissional  relacionado  com  as  atividades  da  empresa  com curso  de  língua  estrangeira  para  uma  empresa  cujo  objeto  social  seja a colocação no estabelecimento dos contratantes de trabalho temporário e não há qualquer  comprovação de que a fluência em inglês tem relação com o trabalho do segurado beneficiário  como exige a lei de isenção:  Art. 28. Entende­se por salário de contribuição:  (...)  § 9° Não  integram o salário de contribuição para os  fins desta  Lei, exclusivamente:  (...)  t)  o  valor  relativo  a  plano  educacional  que  vise  à  educação  básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro  de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais  vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que  não  seja  utilizado  em  substituição  de  parcela  salarial  e  que  todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;  Assim, quanto a essa matéria, a decisão recorrida não merece reparos.  Reembolso de despesas com combustível e ajuda de custo  Embora  também  tenha  alegado,  a  recorrente  não  trouxe  um  conjunto  comprobatório mínimo que sustente tanto o ressarcimento de despesas com combustíveis como  a ajuda de custo. Não houve qualquer esforço de vincular os valores extraídos da escrituração  contábil sob esses títulos com a efetiva despesa, o que contraria o artigo 28 da Lei nº 8.212/91:  Art. 28. Entende­se por salário­de­contribuição:  § 9º Não  integram o salário­de­contribuição para os  fins desta  Lei, exclusivamente:   g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente  em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado,  na forma do art. 470 da CLT;  (...)  s)  o  ressarcimento  de  despesas  pelo  uso  de  veículo  do  empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a  legislação  trabalhista,  observado  o  limite máximo  de  seis  anos  de  idade,  quando  devidamente  comprovadas  as  despesas  realizadas.  Auxílio­alimentação  Constata­se  que  não  houve  pagamento  “in  natura”  de  auxílio­alimentação,  sendo os valores pagos em pecúnia. Assim, o auxílio­alimentação pago em dinheiro deve ser  Fl. 1080DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10166.722384/2010­66  Acórdão n.º 2402­003.138  S2­C4T2  Fl. 1.075          13 considerado como integrante do salário de contribuição, nos  termos do artigo 28, § 9o, alínea  “c”, da Lei no 8.212/1991, in verbis:  Art. 28. Entende­se por salário­de­contribuição:  I  ­  para  o  empregado  e  trabalhador  avulso:  a  remuneração  auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade  dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título,  durante  o mês,  destinados  a  retribuir o  trabalho,  qualquer  que  seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a  forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de  reajuste  salarial,  quer  pelos  serviços  efetivamente  prestados,  quer  pelo  tempo à disposição do empregador ou  tomador de serviços nos  termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo  coletivo de trabalho ou sentença normativa.  § 9° Não  integram o salário­de­contribuição para os  fins desta  Lei, exclusivamente: (...)  c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas  de  alimentação  aprovados  pelo  Ministério  do  Trabalho  e  da  Previdência Social, nos termos da Lei n° 6.321, de 14 de abril de  1976;  Esse  entendimento  está  consubstanciado  em  precedentes  do  Superior  Tribunal de Justiça (STJ), nos seguintes termos:  “REsp  895146  CE,  Relator(a):Ministro  JOSÉ  DELGADO,  Julgamento:  27/03/200,  Órgão  Julgador:  T1  ­  PRIMEIRA  TURMA, Publicação:DJ 19/04/2007 p. 249  Ementa:  TRIBUTÁRIO.  EMBARGOS  À  EXECUÇÃO.  RECURSO ESPECIAL. AUXÍLIO­ALIMENTAÇÃO. PARCELAS  PAGAS  EM  PECÚNIA,  EM  CARÁTER  HABITUAL  E  REMUNERATÓRIO.  INCIDÊNCIA  DA  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA.PRECEDENTES.  1.  Recurso  especial  interposto  pelo  INSS  contra  acórdão  proferido  pelo  TRF  da  5ª  Região  segundo  o  qual:  "A  ajuda­ alimentação,  paga  pelo  Banco  do  Brasil,  mediante  crédito  em  conta­corrente,  aos  seus  empregados,  não  configura  salário  in  natura,  e  sim,  salário,  sobre  o  qual  incidirá  desconto  de  contribuição  previdenciária,  nos  temos  do  Regulamento  do  Custeio da Previdência Social." 2. A jurisprudência do Superior  Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o  pagamento  in  natura  do  auxílio­alimentação,  isto  é,  quando  a  própria  alimentação  é  fornecida  pela  empresa,  não  sofre  a  incidência  da  contribuição  previdenciária,  por  não  constituir  natureza  salarial,  esteja  o  empregador  inscrito  ou  não  no  Programa  de  Alimentação  do  Trabalhador  ­  PAT.  Com  tal  atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da  produtividade e eficiência funcionais. 3. Na espécie, as parcelas  referentes  à  ajuda­alimentação  foram  pagas  em  pecúnia,  em  caráter habitual e remuneratório, mediante depósito em conta­ corrente  dos  respectivos  valores,  integrando,assim,  a  base  de  Fl. 1081DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     14 cálculo da contribuição previdenciária. 4. Precedentes: REsp nº  433230/RS;  REsp  nº  447766/RS;  REsp  nº  330003/CE;  REsp  nº  320185/RS;  REsp  nº  180567/CE;  REsp  nº  163962/RS;REsp  nº  199742/PR;  REsp  nº  112209/RS;  REsp  n  º  85306/DF  e  EREsp603509/CE. 5. Recurso especial não­provido.” (g.n.)  Logo, como o auxílio­alimentação foi pago em dinheiro e de forma habitual,  essa verba configura hipótese de incidência da contribuição social previdenciária.  Também é esse o entendimento da Procuradoria­Geral da Fazenda Nacional –  PGFN, consubstanciado no Ato Declaratório nº 03/2011, publicado no D.O.U. de 22/12/2011,  que  acolheu  integralmente  o  entendimento  da  jurisprudência  pacificada  no  âmbito  do  STJ  quanto à não incidência apenas sobre os valores pagos in natura:  A PROCURADORA­GERAL DA FAZENDA NACIONAL,  no  uso  da  competência  legal  que  lhe  foi  conferida,  nos  termos  do  inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do  art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em  vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117 /2011, desta  Procuradoria­Geral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro  de Estado  da Fazenda,  conforme  despacho  publicado  no DOU  de  24.11.2011, DECLARA  que  fica  autorizada  a  dispensa  de  apresentação de contestação e de interposição de recursos, bem  como a desistência dos  já  interpostos,  desde que  inexista outro  fundamento relevante:   "nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre  o  pagamento  in  natura  do  auxílio­alimentação  não  há  incidência de contribuição previdenciária".   Em  razão  do  exposto,  voto  por  dar  provimento  ao  recurso  para  que  sejam  excluídos do lançamento os valores relativos ao auxílio­transporte.  É como voto.    Julio Cesar Vieira Gomes                                Fl. 1082DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 24/11/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES

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Numero do processo: 10280.003596/2006-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3402-000.472
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Trata-se de Pedido de Ressarcimento de crédito da Contribuição para a Cofins não-cumulativa no valor de R$ 1.274.147,00, conforme PER nº 24441.63133.040906.1.1.099603, relativo ao 2º trimestre de 2004, cumulado com apresentação de DCOMP nº 09330.00384.040806.1.3.090807. A DRF/Belém, por intermédio do Parecer/Despacho de fls. 161/165, resolveu: a) Reconhecer o direito ao crédito no valor de R$ 127.900,00; b) Homologar a compensação pretendia na DCOMP nº 09330.00384.040806.1.3.090807, até o limite do crédito reconhecido. Segundo a Informação Fiscal de fls. 129/136, procedeu-se a glosa de R$ 102.104,14 e R$ 904.729,59 apurando-se como Receita Bruta Total os valores de R$ 11.869.399,46 e R$ 12.743.618,51 e não R$ 11.971.500,60 e 13.648.348,10 considerados pela empresa nos meses de abril/04 e maio/04, como as Receitas de Exportação nesses meses são R$ 9.232.016,10 e R$ 9.636.286,62, as relações percentuais, calculadas com base no art. 3º da Lei nº 10.833/03, são 77,78% (registre-se que originalmente o auditor informou 77,12%, no entanto na apuração utilizou o coeficiente 77.78%) e 75,62% e não 82,61% e 82,25% adotadas pelo contribuinte. Informa ainda que apesar de não haver sido incluído indevidamente nenhum valor no cômputo da receita bruta total de junho/04, assim como não ter havido glosa que modificasse a relação entre a receita total e de exportação, foi apurado coeficiente de 76,75%, tomando-se como receita total o valor de R$ 18.857.470,85 e como de exportação R$ 14.473.835,41, e não 85,60% utilizado pela contribuinte. Além disso, foram glosados: a) os gastos com combustíveis e lubrificantes, sob o argumento de que os mesmos não podem ser considerados insumos por não entrarem em contato com o produto fabricado (caulim); b) despesas com serviços de terraplenagem, por não haverem sido aplicados ou consumidos na produção do caulim. c) outros custos com direito a credito por serem computados em duplicidade; d) créditos apurados sobre depreciação de bens do ativo imobilizado adquiridos a partir de 01/05/2004, por descumprimento do disposto no art. 31 da Lei nº 10.865/2004. Cientificada em 01.03.2011 (AR fl. 184), a interessada apresentou, tempestivamente, em 31.03.2011 , manifestação de inconformidade (fls. 185/318) na qual, em síntese: a) Indica ser nulo o Despacho por inexistência de descrição dos fatos e enquadramento legal. “A omissão é tão patente que em nenhum dos dois, parecer ou despacho, é feita sequer menção expressa ao RPF n° 0210100/201000599 (!), onde, de fato, encontram-se os fundamentos que acarretaram na homologação parcial do crédito da REQUERENTE.”; b) “Com efeito, a REQUERENTE teve que fazer um verdadeiro trabalho investigativo para conseguir vincular o Parecer SEORT/DRF/BEL n° 028/2011 e o despacho decisório ao RPF n° 0210100/201000599. Ao analisar este último, verificou que (i) possuía o mesmo número de Processo Administrativo (PA n° 10280.003596/200658) do parecer e do despacho decisório; (ii) fazia menção à mesma PER/DCOMP e período objeto de apuração do crédito (PER/DCOMP n° 24441.63133.040806.1.1.099603 / 2º Trimestre de 2004); e, por fim, (iii) reconhecia o mesmo valor de crédito de COFINS (R$ 127.900,00).”; c) Entende haver feito a correta apuração da base da contribuição, não tendo a fiscalização exposto as razões que a levaram a apurar suposto erro no cálculo dos coeficientes utilizados pela empresa, o que, por si só, inviabiliza a sua defesa; d) “Vê-se, pois, que a alteração dos coeficientes de cálculo pela Fiscalização está eivada de nulidade, nos termos do art. 59, II, Decreto n° 70.235/1 972, tendo em vista que a mesma não discrimina os motivos da referida alteração, cerceando o direito da REQUERENTE, por ausência de elementos para se defender.”; e) Defende que os valores pagos na aquisição de óleos combustível e lubrificante, e os despendidos com serviços de terraplanagem geram créditos por se caracterizarem como insumo; f) Argumenta que a definição de insumo trazida pelos atos normativos da Receita Federal foi pega de empréstimo, “de modo flagrantemente impróprio”, das legislações do ICMS e do IPI, não podendo ser utilizadas para a Cofins, uma vez que a materialidade desta última é muito maior que a dos impostos, devendo a possibilidade de creditamento também ser mais abrangente; g) “Por oportuno, ressalte-se que no RPF n° 0210100/201000599 é feita remissão ao art. 66, § 50, II da IN/SRF no 247/2002, para indeferir o creditamento dos valores recolhidos a título de serviços de terraplanagem, quando o correto seria a indicação do inciso I do referido artigo, pois é este que cuida do creditamento de serviços prestados por pessoa jurídica, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto (o inciso II trata do serviço aplicado ou consumido na prestação de serviço), o que, por si só, enseja a nulidade do despacho decisório quanto aos créditos apurados relacionados com esse item.”; h) “Vê-se, pois, que, o conceito de insumo, para fins de apuração de crédito da COFINS, deve abranger todo e qualquer bem ou serviço utilizado na obtenção de receita, sendo ilegais, portanto, as restrições contidas no art. 8°, § 4°, 1, “a”, da IN/SRF n° 404/2004 e no art. 66, § 50, II, “b”, da IN/SRF n° 247/2002.”; i) Cita a Solução de Divergência nº 37, de 2008, da Cosit, que entende ser aplicável ao presente caso, na qual a administração teria concluído que os óleos combustíveis e lubrificantes utilizados ou consumidos no processo de produção de bens e serviços geram créditos de Cofins, não havendo necessidade de que os mesmos ajam diretamente sobre o produto fabricado. Transcreve trechos do documento; j) Destaca que o óleo combustível é consumido como combustível no processo de evaporação do caulim. “Isso porque o processo de evaporação, que tem por objetivo diminuir o teor de umidade da polpa redispersa para níveis de 30 35%. O sistema de evaporação é composto por um vaso cilíndrico, termo compressor e conjunto de trocadores de calor tipo placas e de uma caldeira flamotubular, que utiliza óleo BPF1 A, como combustível.”; k) “Como se isso não fosse o bastante, na secagem, um dos processos de produção do 'caulim', o gás quente responsável pelo aquecimento do ar de secagem é obtido pela queima de combustível em uma fornalha revestida com tijolos refratários.”; l) “Desse modo, pode-se ainda afirmar que não só os óleos lubrificantes e combustíveis são consumidos no processo de fabricação do produto, como também atuam diretamente sobre esse processo produtivo. De fato, como visto, o óleo combustível atua diretamente no processo de redução de umidade do caulim.”; m) “Com relação aos serviços de terraplanagem, esses são preparatórios para a exploração mineral, visto que têm como objetivo aplainar o terreno, para que se possa iniciar a extração do 'caulim', restando também extreme de dúvida a sua importância dentro do processo produtivo.”; n) “No entanto, basta uma simples análise da DACON relativa ao 2º trimestre de 2004 (Doc. Nº 5), para se verificar que não houve indicação em duplicidade de créditos por parte da REQUERENTE. Ressalte-se que aqui, mais uma vez, a Fiscalização faz afirmação de modo completamente arbitrário, sem elencar as razões pelas quais teria chegado a essa conclusão, repise-se, de todo absurda.”; o) “Ora, a ‘interpretação’ dada pela Fiscalização ao art. 31 da Lei nº 10.865/2004 é completamente absurda. Isso porque o referido artigo não só não veda, como expressamente autoriza o creditamento da COFINS sobre a depreciação de bens do ativo fixo adquiridos a partir de 01.05.2004, in verbis:”. p) Conclui: “Nas Seções anteriores encontra-se devidamente demonstrado que a REQUERENTE tem direito a se creditar dos valores relativos aos óleos combustível e lubrificante e ao serviço de terraplanagem, tendo em vista que tratam-se de bens e serviços utilizados para a obtenção de receita e, por conseguinte, podem ser classificados como insumos passíveis de creditamento, nos termos do art. 3º, II, da Lei n° 10.833/2003.No entanto, caso assim não se entenda, o que se admite apenas para argumentar, a REQUERENTE requer a realização de perícia, nos termos do art. 16, IV, do Decreto n° 70.235/1 972, para que sejam respondidos os seguintes quesitos: a) Os óleos combustíveis e lubrificantes adquiridos pela REQUERENTE são utilizados e/ou consumidos no processo de fabricação do 'caulim' ou de qualquer outro produto da REQUERENTE? b) Os serviços de terraplanagem são utilizados e/ou consumidos no processo de fabricação do 'caulim' ou de qualquer outro produto da REQUERENTE? c) Os óleos combustíveis e lubrificantes adquiridos pela REQUERENTE têm ação direta no processo de fabricação do “caulim” ou de qualquer outro produto da REQUERENTE OU, ainda, os referidos bens integram de alguma forma o caulim ou qualquer outro produto final da REQUERENTE? Por oportuno, a REQUERENTE indica o Sr. Anselmo Duarte Pereira, engenheiro químico, inscrito no Conselho Regional de Química sob o n° 03.302.662 6ª Região, para atuar como seu perito. Por todo o exposto, a REQUERENTE requer a V.Sa. que seja: a) declarada a nulidade do parecer SEORT/DRF/BEL nº 028/2011 e do respectivo despacho decisório; ou b) caso assim não entenda que, no mérito, seja dado integral provimento à sua manifestação de inconformidade, para que, ao final, seja homologado integralmente a compensação objeto da PER/DCOMP nº 24441.63133.040806.1.1.099603 (DCOMP nº 9330.00384.040806.1.3.090807). A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22576, de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. CRÉDITO. Do montante apurado para a contribuição, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores das aquisições efetuadas no mês de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES. Os combustíveis e lubrificantes, assim como a energia elétrica, quando participantes do processo industrial, caracterizam-se como insumos indiretos para os quais há determinação específica na legislação que permite o aproveitamento de créditos. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Descontente com o deferimento parcial decidido pela instância a quo, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, exceto quanto ao aproveitamento dos custos com combustíveis e lubrificantes como insumo para fins de creditamento da exação, pois essa matéria foi reconhecida como seu direito pela instância a quo. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para fins de que seja deferido integralmente o pedido de ressarcimento e homologada integralmente a compensação por ele efetuada. É o relatório. VOTO
Nome do relator: Não se aplica

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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Trata-se de Pedido de Ressarcimento de crédito da Contribuição para a Cofins não-cumulativa no valor de R$ 1.274.147,00, conforme PER nº 24441.63133.040906.1.1.099603, relativo ao 2º trimestre de 2004, cumulado com apresentação de DCOMP nº 09330.00384.040806.1.3.090807. A DRF/Belém, por intermédio do Parecer/Despacho de fls. 161/165, resolveu: a) Reconhecer o direito ao crédito no valor de R$ 127.900,00; b) Homologar a compensação pretendia na DCOMP nº 09330.00384.040806.1.3.090807, até o limite do crédito reconhecido. Segundo a Informação Fiscal de fls. 129/136, procedeu-se a glosa de R$ 102.104,14 e R$ 904.729,59 apurando-se como Receita Bruta Total os valores de R$ 11.869.399,46 e R$ 12.743.618,51 e não R$ 11.971.500,60 e 13.648.348,10 considerados pela empresa nos meses de abril/04 e maio/04, como as Receitas de Exportação nesses meses são R$ 9.232.016,10 e R$ 9.636.286,62, as relações percentuais, calculadas com base no art. 3º da Lei nº 10.833/03, são 77,78% (registre-se que originalmente o auditor informou 77,12%, no entanto na apuração utilizou o coeficiente 77.78%) e 75,62% e não 82,61% e 82,25% adotadas pelo contribuinte. Informa ainda que apesar de não haver sido incluído indevidamente nenhum valor no cômputo da receita bruta total de junho/04, assim como não ter havido glosa que modificasse a relação entre a receita total e de exportação, foi apurado coeficiente de 76,75%, tomando-se como receita total o valor de R$ 18.857.470,85 e como de exportação R$ 14.473.835,41, e não 85,60% utilizado pela contribuinte. Além disso, foram glosados: a) os gastos com combustíveis e lubrificantes, sob o argumento de que os mesmos não podem ser considerados insumos por não entrarem em contato com o produto fabricado (caulim); b) despesas com serviços de terraplenagem, por não haverem sido aplicados ou consumidos na produção do caulim. c) outros custos com direito a credito por serem computados em duplicidade; d) créditos apurados sobre depreciação de bens do ativo imobilizado adquiridos a partir de 01/05/2004, por descumprimento do disposto no art. 31 da Lei nº 10.865/2004. Cientificada em 01.03.2011 (AR fl. 184), a interessada apresentou, tempestivamente, em 31.03.2011 , manifestação de inconformidade (fls. 185/318) na qual, em síntese: a) Indica ser nulo o Despacho por inexistência de descrição dos fatos e enquadramento legal. “A omissão é tão patente que em nenhum dos dois, parecer ou despacho, é feita sequer menção expressa ao RPF n° 0210100/201000599 (!), onde, de fato, encontram-se os fundamentos que acarretaram na homologação parcial do crédito da REQUERENTE.”; b) “Com efeito, a REQUERENTE teve que fazer um verdadeiro trabalho investigativo para conseguir vincular o Parecer SEORT/DRF/BEL n° 028/2011 e o despacho decisório ao RPF n° 0210100/201000599. Ao analisar este último, verificou que (i) possuía o mesmo número de Processo Administrativo (PA n° 10280.003596/200658) do parecer e do despacho decisório; (ii) fazia menção à mesma PER/DCOMP e período objeto de apuração do crédito (PER/DCOMP n° 24441.63133.040806.1.1.099603 / 2º Trimestre de 2004); e, por fim, (iii) reconhecia o mesmo valor de crédito de COFINS (R$ 127.900,00).”; c) Entende haver feito a correta apuração da base da contribuição, não tendo a fiscalização exposto as razões que a levaram a apurar suposto erro no cálculo dos coeficientes utilizados pela empresa, o que, por si só, inviabiliza a sua defesa; d) “Vê-se, pois, que a alteração dos coeficientes de cálculo pela Fiscalização está eivada de nulidade, nos termos do art. 59, II, Decreto n° 70.235/1 972, tendo em vista que a mesma não discrimina os motivos da referida alteração, cerceando o direito da REQUERENTE, por ausência de elementos para se defender.”; e) Defende que os valores pagos na aquisição de óleos combustível e lubrificante, e os despendidos com serviços de terraplanagem geram créditos por se caracterizarem como insumo; f) Argumenta que a definição de insumo trazida pelos atos normativos da Receita Federal foi pega de empréstimo, “de modo flagrantemente impróprio”, das legislações do ICMS e do IPI, não podendo ser utilizadas para a Cofins, uma vez que a materialidade desta última é muito maior que a dos impostos, devendo a possibilidade de creditamento também ser mais abrangente; g) “Por oportuno, ressalte-se que no RPF n° 0210100/201000599 é feita remissão ao art. 66, § 50, II da IN/SRF no 247/2002, para indeferir o creditamento dos valores recolhidos a título de serviços de terraplanagem, quando o correto seria a indicação do inciso I do referido artigo, pois é este que cuida do creditamento de serviços prestados por pessoa jurídica, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto (o inciso II trata do serviço aplicado ou consumido na prestação de serviço), o que, por si só, enseja a nulidade do despacho decisório quanto aos créditos apurados relacionados com esse item.”; h) “Vê-se, pois, que, o conceito de insumo, para fins de apuração de crédito da COFINS, deve abranger todo e qualquer bem ou serviço utilizado na obtenção de receita, sendo ilegais, portanto, as restrições contidas no art. 8°, § 4°, 1, “a”, da IN/SRF n° 404/2004 e no art. 66, § 50, II, “b”, da IN/SRF n° 247/2002.”; i) Cita a Solução de Divergência nº 37, de 2008, da Cosit, que entende ser aplicável ao presente caso, na qual a administração teria concluído que os óleos combustíveis e lubrificantes utilizados ou consumidos no processo de produção de bens e serviços geram créditos de Cofins, não havendo necessidade de que os mesmos ajam diretamente sobre o produto fabricado. Transcreve trechos do documento; j) Destaca que o óleo combustível é consumido como combustível no processo de evaporação do caulim. “Isso porque o processo de evaporação, que tem por objetivo diminuir o teor de umidade da polpa redispersa para níveis de 30 35%. O sistema de evaporação é composto por um vaso cilíndrico, termo compressor e conjunto de trocadores de calor tipo placas e de uma caldeira flamotubular, que utiliza óleo BPF1 A, como combustível.”; k) “Como se isso não fosse o bastante, na secagem, um dos processos de produção do 'caulim', o gás quente responsável pelo aquecimento do ar de secagem é obtido pela queima de combustível em uma fornalha revestida com tijolos refratários.”; l) “Desse modo, pode-se ainda afirmar que não só os óleos lubrificantes e combustíveis são consumidos no processo de fabricação do produto, como também atuam diretamente sobre esse processo produtivo. De fato, como visto, o óleo combustível atua diretamente no processo de redução de umidade do caulim.”; m) “Com relação aos serviços de terraplanagem, esses são preparatórios para a exploração mineral, visto que têm como objetivo aplainar o terreno, para que se possa iniciar a extração do 'caulim', restando também extreme de dúvida a sua importância dentro do processo produtivo.”; n) “No entanto, basta uma simples análise da DACON relativa ao 2º trimestre de 2004 (Doc. Nº 5), para se verificar que não houve indicação em duplicidade de créditos por parte da REQUERENTE. Ressalte-se que aqui, mais uma vez, a Fiscalização faz afirmação de modo completamente arbitrário, sem elencar as razões pelas quais teria chegado a essa conclusão, repise-se, de todo absurda.”; o) “Ora, a ‘interpretação’ dada pela Fiscalização ao art. 31 da Lei nº 10.865/2004 é completamente absurda. Isso porque o referido artigo não só não veda, como expressamente autoriza o creditamento da COFINS sobre a depreciação de bens do ativo fixo adquiridos a partir de 01.05.2004, in verbis:”. p) Conclui: “Nas Seções anteriores encontra-se devidamente demonstrado que a REQUERENTE tem direito a se creditar dos valores relativos aos óleos combustível e lubrificante e ao serviço de terraplanagem, tendo em vista que tratam-se de bens e serviços utilizados para a obtenção de receita e, por conseguinte, podem ser classificados como insumos passíveis de creditamento, nos termos do art. 3º, II, da Lei n° 10.833/2003.No entanto, caso assim não se entenda, o que se admite apenas para argumentar, a REQUERENTE requer a realização de perícia, nos termos do art. 16, IV, do Decreto n° 70.235/1 972, para que sejam respondidos os seguintes quesitos: a) Os óleos combustíveis e lubrificantes adquiridos pela REQUERENTE são utilizados e/ou consumidos no processo de fabricação do 'caulim' ou de qualquer outro produto da REQUERENTE? b) Os serviços de terraplanagem são utilizados e/ou consumidos no processo de fabricação do 'caulim' ou de qualquer outro produto da REQUERENTE? c) Os óleos combustíveis e lubrificantes adquiridos pela REQUERENTE têm ação direta no processo de fabricação do “caulim” ou de qualquer outro produto da REQUERENTE OU, ainda, os referidos bens integram de alguma forma o caulim ou qualquer outro produto final da REQUERENTE? Por oportuno, a REQUERENTE indica o Sr. Anselmo Duarte Pereira, engenheiro químico, inscrito no Conselho Regional de Química sob o n° 03.302.662 6ª Região, para atuar como seu perito. Por todo o exposto, a REQUERENTE requer a V.Sa. que seja: a) declarada a nulidade do parecer SEORT/DRF/BEL nº 028/2011 e do respectivo despacho decisório; ou b) caso assim não entenda que, no mérito, seja dado integral provimento à sua manifestação de inconformidade, para que, ao final, seja homologado integralmente a compensação objeto da PER/DCOMP nº 24441.63133.040806.1.1.099603 (DCOMP nº 9330.00384.040806.1.3.090807). A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22576, de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. CRÉDITO. Do montante apurado para a contribuição, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores das aquisições efetuadas no mês de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES. Os combustíveis e lubrificantes, assim como a energia elétrica, quando participantes do processo industrial, caracterizam-se como insumos indiretos para os quais há determinação específica na legislação que permite o aproveitamento de créditos. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Descontente com o deferimento parcial decidido pela instância a quo, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, exceto quanto ao aproveitamento dos custos com combustíveis e lubrificantes como insumo para fins de creditamento da exação, pois essa matéria foi reconhecida como seu direito pela instância a quo. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para fins de que seja deferido integralmente o pedido de ressarcimento e homologada integralmente a compensação por ele efetuada. É o relatório. VOTO

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 101          2 RELATÓRIO  Com  o  objetivo  de  elucidar  os  fatos  ocorridos  até  a  propositura  deste  recurso  voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis:  Trata­se de Pedido de Ressarcimento de crédito da Contribuição para a  Cofins não­cumulativa no valor de R$ 1.274.147,00, conforme PER nº  24441.63133.040906.1.1.099603,  relativo  ao  2º  trimestre  de  2004,  cumulado  com  apresentação  de  DCOMP  nº  09330.00384.040806.1.3.090807.  A  DRF/Belém,  por  intermédio  do  Parecer/Despacho  de  fls.  161/165,  resolveu:  a) Reconhecer o direito ao crédito no valor de R$ 127.900,00;  b)  Homologar  a  compensação  pretendia  na  DCOMP  nº  09330.00384.040806.1.3.090807, até o limite do crédito reconhecido.  Segundo a  Informação Fiscal de  fls.  129/136, procedeu­se a glosa de  R$ 102.104,14 e R$ 904.729,59 apurando­se como Receita Bruta Total  os  valores  de  R$  11.869.399,46  e  R$  12.743.618,51  e  não  R$  11.971.500,60  e  13.648.348,10  considerados  pela  empresa  nos meses  de  abril/04  e maio/04,  como  as Receitas  de Exportação  nesses meses  são  R$  9.232.016,10  e  R$  9.636.286,62,  as  relações  percentuais,  calculadas  com  base  no  art.  3º  da  Lei  nº  10.833/03,  são  77,78%  (registre­se que originalmente o auditor  informou 77,12%, no entanto  na apuração utilizou o coeficiente 77.78%) e 75,62% e não 82,61% e  82,25% adotadas pelo contribuinte.  Informa  ainda  que  apesar  de  não  haver  sido  incluído  indevidamente  nenhum  valor  no  cômputo  da  receita  bruta  total  de  junho/04,  assim  como  não  ter  havido  glosa  que modificasse  a  relação  entre  a  receita  total  e de exportação,  foi apurado coeficiente de 76,75%,  tomando­se  como receita total o valor de R$ 18.857.470,85 e como de exportação  R$ 14.473.835,41, e não 85,60% utilizado pela contribuinte.  Além disso, foram glosados:  a) os gastos com combustíveis e lubrificantes, sob o argumento de que  os mesmos não podem ser considerados insumos por não entrarem em  contato com o produto fabricado (caulim);  b)  despesas  com  serviços  de  terraplenagem,  por  não  haverem  sido  aplicados ou consumidos na produção do caulim.  c)  outros  custos  com  direito  a  credito  por  serem  computados  em  duplicidade;  d)  créditos  apurados  sobre  depreciação  de  bens  do  ativo  imobilizado  adquiridos a partir de 01/05/2004, por descumprimento do disposto no  art. 31 da Lei nº 10.865/2004.  Cientificada  em  01.03.2011  (AR  fl.  184),  a  interessada  apresentou,  tempestivamente, em 31.03.2011 , manifestação de inconformidade (fls.  185/318) na qual, em síntese:  Fl. 504DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 102          3 a) Indica ser nulo o Despacho por inexistência de descrição dos fatos e  enquadramento  legal.  “A  omissão  é  tão  patente  que  em  nenhum  dos  dois, parecer ou despacho, é  feita sequer menção expressa ao RPF n°  0210100/201000599  (!),  onde,  de  fato,  encontram­se  os  fundamentos  que  acarretaram  na  homologação  parcial  do  crédito  da  REQUERENTE.”;  b)  “Com  efeito,  a  REQUERENTE  teve  que  fazer  um  verdadeiro  trabalho  investigativo  para  conseguir  vincular  o  Parecer  SEORT/DRF/BEL  n°  028/2011  e  o  despacho  decisório  ao  RPF  n°  0210100/201000599. Ao analisar este último, verificou que (i) possuía  o  mesmo  número  de  Processo  Administrativo  (PA  n°  10280.003596/200658) do  parecer  e  do  despacho decisório;  (ii)  fazia  menção  à  mesma  PER/DCOMP  e  período  objeto  de  apuração  do  crédito  (PER/DCOMP  n°  24441.63133.040806.1.1.099603  /  2º  Trimestre  de  2004);  e,  por  fim,  (iii)  reconhecia  o  mesmo  valor  de  crédito de COFINS (R$ 127.900,00).”;  c) Entende haver feito a correta apuração da base da contribuição, não  tendo a fiscalização exposto as razões que a levaram a apurar suposto  erro no cálculo dos coeficientes utilizados pela empresa, o que, por si  só, inviabiliza a sua defesa;  d)  “Vê­se,  pois,  que  a  alteração  dos  coeficientes  de  cálculo  pela  Fiscalização está eivada de nulidade, nos termos do art. 59, II, Decreto  n° 70.235/1 972, tendo em vista que a mesma não discrimina os motivos  da  referida  alteração,  cerceando  o  direito  da  REQUERENTE,  por  ausência de elementos para se defender.”;  e) Defende que os  valores pagos na aquisição de óleos  combustível e  lubrificante,  e  os  despendidos  com  serviços  de  terraplanagem  geram  créditos por se caracterizarem como insumo;  f) Argumenta que a definição de insumo trazida pelos atos normativos  da Receita Federal  foi pega de empréstimo, “de modo  flagrantemente  impróprio”,  das  legislações  do  ICMS  e  do  IPI,  não  podendo  ser  utilizadas para  a Cofins,  uma  vez  que  a materialidade  desta  última  é  muito  maior  que  a  dos  impostos,  devendo  a  possibilidade  de  creditamento também ser mais abrangente;  g)  “Por  oportuno,  ressalte­se  que  no  RPF  n°  0210100/201000599  é  feita  remissão  ao  art.  66,  §  50,  II  da  IN/SRF  no  247/2002,  para  indeferir o creditamento dos valores recolhidos a título de serviços de  terraplanagem,  quando  o  correto  seria  a  indicação  do  inciso  I  do  referido  artigo,  pois  é  este  que  cuida  do  creditamento  de  serviços  prestados  por  pessoa  jurídica,  aplicados  ou  consumidos  na  produção  ou  fabricação  do  produto  (o  inciso  II  trata  do  serviço  aplicado  ou  consumido na prestação de serviço), o que, por si só, enseja a nulidade  do despacho decisório quanto aos créditos apurados relacionados com  esse item.”;  h) “Vê­se, pois,  que,  o  conceito de  insumo, para  fins de apuração de  crédito  da  COFINS,  deve  abranger  todo  e  qualquer  bem  ou  serviço  utilizado na obtenção de receita, sendo ilegais, portanto, as restrições  contidas no art. 8°, § 4°, 1, “a”, da IN/SRF n° 404/2004 e no art. 66, §  50, II, “b”, da IN/SRF n° 247/2002.”;  Fl. 505DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 103          4 i) Cita a Solução de Divergência nº 37, de 2008, da Cosit, que entende  ser aplicável ao presente caso, na qual a administração teria concluído  que os óleos  combustíveis e  lubrificantes utilizados ou  consumidos no  processo de produção de bens e serviços geram créditos de Cofins, não  havendo  necessidade  de  que  os  mesmos  ajam  diretamente  sobre  o  produto fabricado. Transcreve trechos do documento;  j) Destaca  que  o  óleo  combustível  é  consumido  como  combustível  no  processo  de  evaporação  do  caulim.  “Isso  porque  o  processo  de  evaporação, que tem por objetivo diminuir o teor de umidade da polpa  redispersa para níveis de 30 35%. O sistema de evaporação é composto  por um vaso cilíndrico, termo compressor e conjunto de trocadores de  calor tipo placas e de uma caldeira flamotubular, que utiliza óleo BPF1  A, como combustível.”;  k) “Como se isso não fosse o bastante, na secagem, um dos processos  de produção do 'caulim', o gás quente responsável pelo aquecimento do  ar de  secagem é obtido pela queima de combustível em uma  fornalha  revestida com tijolos refratários.”;  l)  “Desse  modo,  pode­se  ainda  afirmar  que  não  só  os  óleos  lubrificantes e combustíveis são consumidos no processo de fabricação  do  produto,  como  também  atuam  diretamente  sobre  esse  processo  produtivo. De fato, como visto, o óleo combustível atua diretamente no  processo de redução de umidade do caulim.”;  m)  “Com  relação  aos  serviços  de  terraplanagem,  esses  são  preparatórios para a exploração mineral, visto que têm como objetivo  aplainar  o  terreno,  para  que  se  possa  iniciar  a  extração  do  'caulim',  restando  também  extreme  de  dúvida  a  sua  importância  dentro  do  processo produtivo.”;  n) “No entanto,  basta uma  simples análise da DACON relativa ao 2º  trimestre  de  2004  (Doc.  Nº  5),  para  se  verificar  que  não  houve  indicação  em  duplicidade  de  créditos  por  parte  da  REQUERENTE.  Ressalte­se  que  aqui, mais  uma  vez,  a  Fiscalização  faz  afirmação  de  modo completamente arbitrário, sem elencar as razões pelas quais teria  chegado a essa conclusão, repise­se, de todo absurda.”;  o) “Ora, a ‘interpretação’ dada pela Fiscalização ao art. 31 da Lei nº  10.865/2004  é  completamente  absurda.  Isso  porque  o  referido  artigo  não  só  não  veda,  como  expressamente  autoriza  o  creditamento  da  COFINS sobre a depreciação de bens do ativo fixo adquiridos a partir  de 01.05.2004, in verbis:”.  p) Conclui:  “Nas  Seções  anteriores  encontra­se  devidamente  demonstrado  que  a  REQUERENTE tem direito a se creditar dos valores relativos aos óleos  combustível  e  lubrificante  e  ao  serviço  de  terraplanagem,  tendo  em  vista  que  tratam­se  de  bens  e  serviços  utilizados  para  a  obtenção  de  receita  e,  por  conseguinte,  podem  ser  classificados  como  insumos  passíveis  de  creditamento,  nos  termos  do  art.  3º,  II,  da  Lei  n°  10.833/2003.No  entanto,  caso  assim  não  se  entenda,  o  que  se  admite  apenas  para  argumentar,  a  REQUERENTE  requer  a  realização  de  Fl. 506DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 104          5 perícia,  nos  termos  do  art.  16,  IV,  do Decreto  n°  70.235/1  972,  para  que sejam respondidos os seguintes quesitos:  a)  Os  óleos  combustíveis  e  lubrificantes  adquiridos  pela  REQUERENTE  são  utilizados  e/ou  consumidos  no  processo  de  fabricação  do  'caulim'  ou  de  qualquer  outro  produto  da  REQUERENTE?  b)  Os  serviços  de  terraplanagem  são  utilizados  e/ou  consumidos  no  processo  de  fabricação  do  'caulim'  ou  de  qualquer  outro  produto  da  REQUERENTE?  c)  Os  óleos  combustíveis  e  lubrificantes  adquiridos  pela  REQUERENTE  têm  ação  direta  no  processo  de  fabricação  do  “caulim” ou de qualquer outro produto da REQUERENTE OU, ainda,  os  referidos  bens  integram  de  alguma  forma  o  caulim  ou  qualquer  outro produto final da REQUERENTE?  Por oportuno, a REQUERENTE indica o Sr. Anselmo Duarte Pereira,  engenheiro químico,  inscrito no Conselho Regional de Química  sob o  n° 03.302.662 6ª Região, para atuar como seu perito.  Por todo o exposto, a REQUERENTE requer a V.Sa. que seja:  a) declarada a nulidade do parecer SEORT/DRF/BEL nº 028/2011 e do  respectivo despacho decisório; ou  b)  caso  assim  não  entenda  que,  no  mérito,  seja  dado  integral  provimento à sua manifestação de inconformidade, para que, ao final,  seja  homologado  integralmente  a  compensação  objeto  da  PER/DCOMP  nº  24441.63133.040806.1.1.099603  (DCOMP  nº  9330.00384.040806.1.3.090807).  A  3ª  Turma  da  DRJ  Belém  (PA)  julgou  a  manifestação  de  inconformidade  procedente  em  parte,  nos  termos  do  Acórdão  nº  01­22576,  de  09  de  agosto  de  2011,  cuja  ementa abaixo transcrevo:  ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÃO  PARA  O  FINANCIAMENTO  DA  SEGURIDADE SOCIAL COFINS  Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004  INCIDÊNCIA NÃO­CUMULATIVA. CRÉDITO.  Do  montante  apurado  para  a  contribuição,  a  pessoa  jurídica  pode  descontar créditos sobre os valores das aquisições efetuadas no mês de  bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como  insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à  venda.  COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES.  Os combustíveis e lubrificantes, assim como a energia elétrica, quando  participantes  do  processo  industrial,  caracterizam­se  como  insumos  indiretos para os quais há determinação específica na  legislação que  permite o aproveitamento de créditos.  Fl. 507DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 105          6 Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte  Direito Creditório Reconhecido em Parte  Descontente com o deferimento parcial decidido pela instância a quo, o sujeito  passivo  apresentou  recurso  voluntário  ao  CARF,  repisando  os  argumentos  apresentados  na  manifestação  de  inconformidade,  exceto  quanto  ao  aproveitamento  dos  custos  com  combustíveis  e  lubrificantes  como  insumo  para  fins  de  creditamento  da  exação,  pois  essa  matéria foi reconhecida como seu direito pela instância a quo.  Termina sua peça recursal  requerendo  integral provimento ao seu recurso para  fins de que seja deferido integralmente o pedido de ressarcimento e homologada integralmente  a compensação por ele efetuada.  É o relatório.    VOTO Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator.  A  Delegacia  de  Julgamento  parte  de  uma  premissa  de  que  para  serem  considerados insumos os itens devem ser aplicados ou consumidos diretamente na produção ou  fabricação do bem. Conceito parecido com o utilizado pelo Parecer Normativo CST nº 65, de  30 de outubro de 1979.  Ao  meu  sentir,  o  conceito  utilizado  de  insumo  utilizado  pelo  Legislador  na  apuração de créditos a serem descontados da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota  uma  abrangência  maior  do  que  MP,  PI  e  ME  relacionados  ao  IPI.  Por  outro  lado,  tal  abrangência não é  tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar  todos os custos de  produção e as despesas necessárias à atividade da empresa.  Por  isso,  entendo  que  em  todo  processo  administrativo  que  envolver  créditos  referentes a não­cumulatividade do PIS ou da Cofins, deve ser analisado cada item relacionado  como  “insumos”  e  o  seu  envolvimento  no  processo  produtivo,  para  então  definir  a  possibilidade de aproveitamento do crédito.  Retornando  aos  autos,  para  uma  decisão  justa  e  precisa,  necessito  que  seja  clareado o seguintes ponto, tendo por base os fundamentos jurídicos apresentados no Recurso  Voluntário:  1)  Qual a participação dos serviços de terraplanagem no processo  produtivo do recorrente?  Ao responder essas interrogações, peço que elabore um parecer conclusivo que  possibilite identificar cada custo/despesa acima descrita para fins de uma análise jurídica deste  Colegiado.   Da conclusão da diligência deve ser dada ciência à contribuinte,  abrindo­lhe o  prazo de trinta dias para, querendo, pronunciar­se sobre o feito.  Fl. 508DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.003596/2006­58  Resolução nº  3402­000.472  S3­C4T2  Fl. 106          7 Após  todos  os  procedimentos,  que  sejam  devolvidos  os  autos  ao  CARF  para  prosseguimento do rito processual.  É como voto.  Sala das Sessões, em 23/10/2012  GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO    Fl. 509DF CARF MF Impresso em 27/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO

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Numero do processo: 18050.006024/2008-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Oct 05 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 25/06/2008 a 17/09/2008 EXIBIÇÃO DE LIVROS OU DOCUMENTOS. DESCUMPRIMENTO. INFRAÇÃO. Apresentar documentos e livros relacionados com a previdência social é obrigação que afeta a todos os contribuintes da previdência social. Por isto, configura infração ao artigo 33, §§ 2 e 3, da Lei 8.212/91, deixar a empresa de exibir à Auditoria-Fiscal da Receita Federal do Brasil tais livros e documentos. A exigência de disponibilização de arquivos de computador não é cumprida apenas quando a empresa faz uso de sistemas corporativos de gerenciamento das atividades empresariais, também atende a obrigação a existência de arquivos digitais comuns, largamente utilizados, como, por exemplo, planilhas eletrônicas, processadores de textos ou arquivos de banco de dados. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2402-003.052
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES

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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 25/06/2008 a 17/09/2008 EXIBIÇÃO DE LIVROS OU DOCUMENTOS. DESCUMPRIMENTO. INFRAÇÃO. Apresentar documentos e livros relacionados com a previdência social é obrigação que afeta a todos os contribuintes da previdência social. Por isto, configura infração ao artigo 33, §§ 2 e 3, da Lei 8.212/91, deixar a empresa de exibir à Auditoria-Fiscal da Receita Federal do Brasil tais livros e documentos. A exigência de disponibilização de arquivos de computador não é cumprida apenas quando a empresa faz uso de sistemas corporativos de gerenciamento das atividades empresariais, também atende a obrigação a existência de arquivos digitais comuns, largamente utilizados, como, por exemplo, planilhas eletrônicas, processadores de textos ou arquivos de banco de dados. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1748; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C4T2  Fl. 136          1 135  S2­C4T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  18050.006024/2008­16  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2402­003.052  –  4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  16 de agosto de 2012  Matéria  AUTO DE INFRAÇÃO: DEIXAR DE EXIBIR LIVROS E DOCUMENTOS  Recorrente  OK PNEUS COMERCIAL LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS  Período de apuração: 25/06/2008 a 17/09/2008  EXIBIÇÃO  DE  LIVROS  OU  DOCUMENTOS.  DESCUMPRIMENTO.  INFRAÇÃO.  Apresentar  documentos  e  livros  relacionados  com  a  previdência  social  é  obrigação que afeta a  todos os contribuintes da previdência social. Por  isto,  configura infração ao artigo 33, §§ 2 e 3, da Lei 8.212/91, deixar a empresa  de  exibir  à  Auditoria­Fiscal  da  Receita  Federal  do  Brasil  tais  livros  e  documentos.  A exigência de disponibilização de arquivos de computador não é cumprida  apenas quando a empresa faz uso de sistemas corporativos de gerenciamento  das  atividades  empresariais,  também  atende  a  obrigação  a  existência  de  arquivos  digitais  comuns,  largamente  utilizados,  como,  por  exemplo,  planilhas eletrônicas, processadores de textos ou arquivos de banco de dados.  INCONSTITUCIONALIDADE.  É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo  de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade.  Recurso Voluntário Negado           AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 05 0. 00 60 24 /2 00 8- 16 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  Colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  negar  provimento ao recurso voluntário.    Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator.   Participaram  do  presente  julgamento  os  Conselheiros:  Julio  Cesar  Vieira  Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago  Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.    Fl. 137DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 18050.006024/2008­16  Acórdão n.º 2402­003.052  S2­C4T2  Fl. 137          3 Relatório  Trata­se de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância  que  julgou  procedente  a  autuação  fiscal  lavrada  com  ciência  em  17/09/2008  pela  falta  de  apresentação de livros e documentos necessários para o procedimento fiscal, conforme detalha  o relatório da decisão recorrida:  6. No dia 25/06/2008 a empresa em questão foi intimada, através  de  TIAF  (Termo  de  Início  de  Ação  Fiscal)  e  nos  dias  18/08  e  22/08/2008,  através  de  TIAD  (Termo  de  Intimação  para  Apresentação  de  Documentos),  a  apresentar  uma  série  de  documentos,  não  tendo  atendido  a  solicitação  para  o  seguinte  documento: Informações em meio digital com leiaute previsto no  Manual  Normativo  de  Arquivos  Digitais  da  SRP  atual  ou  em  vigor a época de ocorrência dos fatos geradores.  7.  A  autuada  não  apresentou  toda  a  documentação  solicitada  pela  fiscalização  descumprindo  assim  obrigação  acessória  decorrente da legislação, ao deixar, de prestar ao INSS todas as  informações cadastrais de interesse do mesmo, na forma por ele  estabelecida,  bem  como  os  esclarecimentos  necessários  à  fiscalização.  8.  Dessa  forma,  fica  configurada  a  infração  ao  disposto  no  Artigo  32,  inciso  III  da  Lei  8.212/91,  combinado  com o  Artigo  225, III, do regulamento da Previdência Social ­ RPS, aprovado  pelo Decreto n° 3.048/99.  9.  Tal  omissão,  com  conseqüente  infração  aos  dispositivos  legais,  complementados  pelos  dispositivos  regulamentares  supracitados  consubstancia  o  objeto  do  Auto  de  Infração  (Al)  ora lavrado.  Contra a decisão, o recorrente reiterou suas alegações na impugnação; assim  sintetizadas com precisão na decisão recorrida:  Transcreve o art. 8o da Lei n° 10.666, de 8 de maio de 2003, e  informa que  não  está  obrigada a  prestar  informações  em meio  digital  em  função  de  não  utilizar  qualquer  sistema  de  processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e  atividades  econômicas,  escrituração  de  livros  ou  produção  de  documentos  de  natureza  contábil,  fiscal,  trabalhista  e  previdenciária.  Afirma também que o protocolo ICMS n° 77, de 18 de setembro  de 2008, é que prevê obrigatoriedade de escrituração  fiscal em  meio digital, porém tal imposição também não lhe alcançaria.  Por  fim,  requer  seja  acolhida  a  impugnação  e  cancelado  o  crédito reclamado.  Fl. 138DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     4 E ainda que:  Observamos,  portanto,  não  se  enquadrar  a  OK  Pneus  na  exigência do art. 8o da Lei 10.666/2003, pelo simples fato de não  utilizar qualquer sistema de processamento eletrônico de dados  para  o  registro  de  negócios  e  atividades  econômicas,  escrituração de  livros  ou produção de  documentos de  natureza  contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária.  É o Relatório.  Fl. 139DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 18050.006024/2008­16  Acórdão n.º 2402­003.052  S2­C4T2  Fl. 138          5 Voto             Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator  Quanto  ao  procedimento  da  fiscalização  e  formalização  do  lançamento  também não se observou qualquer vício. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e  11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis:  Art.  10.  O  auto  de  infração  será  lavrado  por  servidor  competente,  no  local  da  verificação  da  falta,  e  conterá  obrigatoriamente:  I ­ a qualificação do autuado;  II ­ o local, a data e a hora da lavratura;  III ­ a descrição do fato;  IV ­ a disposição legal infringida e a penalidade aplicável;  V  ­  a determinação da exigência  e a  intimação para cumpri­la  ou impugná­la no prazo de trinta dias;  VI  ­  a  assinatura  do  autuante  e  a  indicação  de  seu  cargo  ou  função e o número de matrícula.  Art.  11. A notificação de  lançamento  será  expedida pelo órgão  que administra o tributo e conterá obrigatoriamente:  I ­ a qualificação do notificado;  II ­ o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou  impugnação;  III ­ a disposição legal infringida, se for o caso;  IV  ­  a  assinatura  do  chefe  do  órgão  expedidor  ou  de  outro  servidor  autorizado  e  a  indicação  de  seu  cargo  ou  função  e  o  número de matrícula.  O  recorrente  foi  devidamente  intimado  de  todos  os  atos  processuais  que  trazem  fatos  novos,  assegurando­lhe  a  oportunidade  de  exercício  da  ampla  defesa  e  do  contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto.  Art. 23. Far­se­á a intimação:  I ­ pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão  preparador,  na  repartição  ou  fora  dela,  provada  com  a  assinatura  do  sujeito  passivo,  seu mandatário  ou  preposto,  ou,  no  caso  de  recusa,  com  declaração escrita  de  quem o  intimar;  (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)  Fl. 140DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     6 II ­ por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via,  com  prova  de  recebimento  no  domicílio  tributário  eleito  pelo  sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)  III  ­  por  edital,  quando  resultarem  improfícuos  os  meios  referidos nos incisos  I e  II.  (Vide Medida Provisória nº 232, de  2004)  A  decisão  recorrida  também  atendeu  às  prescrições  que  regem  o  processo  administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa  dos  fundamentos  e  se  revestiu  de  todas  as  formalidades  necessárias.  Não  contém,  portanto,  qualquer vício que suscite  sua nulidade, passando,  inclusive,  pelo  crivo do Egrégio Superior  Tribunal de Justiça:  Art.  31.  A  decisão  conterá  relatório  resumido  do  processo,  fundamentos  legais,  conclusão  e  ordem  de  intimação,  devendo  referir­se,  expressamente,  a  todos  os  autos  de  infração  e  notificações  de  lançamento  objeto  do  processo,  bem  como  às  razões  de  defesa  suscitadas  pelo  impugnante  contra  todas  as  exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993).  “PROCESSUAL  CIVIL  E  TRIBUTÁRIO.  NULIDADE  DO  ACÓRDÃO.  INEXISTÊNCIA.  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA.  SERVIDOR  PÚBLICO  INATIVO.  JUROS  DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ.  1.  Não  há  nulidade  do  acórdão  quando  o  Tribunal  de  origem  resolve  a  controvérsia  de  maneira  sólida  e  fundamentada,  apenas não adotando a tese do recorrente.  2. O  julgador  não  precisa  responder  a  todas  as  alegações  das  partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar  a decisão, nem está obrigado a ater­se aos fundamentos por elas  indicados “. (RESP 946.447­RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma  – DJ 10/09/2007 p.216).  Portanto,  em  razão  do  exposto  e  nos  termos  das  regras  disciplinadoras  do  processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos  atos praticados:  Art. 59. São nulos:  I ­ os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;  II  ­  os  despachos  e  decisões  proferidos  por  autoridade  incompetente ou com preterição do direito de defesa.  Superadas  as  questões  preliminares  para  exame  do  cumprimento  das  exigências formais, passo à apreciação do mérito.  Mérito  Quanto à infração, ficou suficientemente demonstrado nos autos do processo  que a recorrente deixou de exibir os documentos solicitados através de intimação e não trouxe  qualquer  contraprova  que  afastasse  a  infração  cometida,  limitando­se  a  contestar  em  tese  a  cobrança da multa.  Fl. 141DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 18050.006024/2008­16  Acórdão n.º 2402­003.052  S2­C4T2  Fl. 139          7 No  caso,  a  recorrente,  embora  utilize  sistema  de  processamento  de  dados,  como  demonstrado  em  sua  escrituração  contábil,  não  disponibilizou  à  fiscalização  seus  registros digitais, contrariando o disposto no artigo 32, inciso III da Lei 8.212/91, combinado  com o Artigo 225, §22 do regulamento da Previdência Social ­ RPS, aprovado pelo Decreto n°  3.048/99. Ao contrário do que entendeu o recorrente, atenderia a exigência a disponibilização  de arquivos de computador usuais como, por exemplo, planilhas eletrônicas, processadores de  textos  ou  arquivos  de  banco  de  dados.  Não  seria  necessária  a  utilização  de  sistemas  corporativos  de  gerenciamento  das  atividades  empresariais,  normalmente  utilizados  em  organizações de maior porte:  Art. 225 (...)  §22. A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico  de dados para o  registro de negócios  e atividades  econômicas,  escrituração de  livros  ou produção de  documentos de  natureza  contábil,  fiscal,  trabalhista  e  previdenciária  é  obrigada  a  arquivar  e  conservar,  devidamente  certificados,  os  respectivos  sistemas  e  arquivos,  em  meio  digital  ou  assemelhado,  durante  dez anos, à disposição da fiscalização. (Incluído pelo Decreto nº  4.729, de 2003).  Com  relação  às  inconstitucionalidades  apontadas,  é  vedada  a  esta  instância  julgadora  afastar  sob  esse  fundamento  dispositivos  legais  em  vigor.  Sobre  o  tema,  o  CARF  consolidou referido entendimento por meio do enunciado da Súmula n. 02, a seguir:  “Súmula  CARF  nº  2:  O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”  Em razão do exposto, voto por negar provimento ao recurso.  É como voto.  Julio Cesar Vieira Gomes                                      Fl. 142DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES

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Numero do processo: 13819.001800/2008-31
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 LANÇAMENTO. FUNDAMENTAÇÃO. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Na fase recursal, julga-se a legalidade ou não do lançamento, sendo vedado modificar a fundamentação para exigência do tributo por implicar a feitura de novo lançamento, o que é vedado ao órgão julgador, notadamente quando já ultrapassado o prazo decadencial. Recurso provido.
Numero da decisão: 2802-001.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator. EDITADO EM: 07/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jaci de Assis Júnior, Sidney Ferro Barros, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente).
Nome do relator: Jorge Claudio Duarte Cardoso

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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 LANÇAMENTO. FUNDAMENTAÇÃO. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Na fase recursal, julga-se a legalidade ou não do lançamento, sendo vedado modificar a fundamentação para exigência do tributo por implicar a feitura de novo lançamento, o que é vedado ao órgão julgador, notadamente quando já ultrapassado o prazo decadencial. Recurso provido.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1630; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE02  Fl. 145          1 144  S2­TE02  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  13819.001800/2008­31  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2802­001.702  –  2ª Turma Especial   Sessão de  21 de junho de 2012  Matéria  IRPF  Recorrente  ROSEMEIRE CRISTINA FRANGIOTTI MARTINS  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Exercício: 2006  LANÇAMENTO.  FUNDAMENTAÇÃO.  INOVAÇÃO  NO  JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.  Na fase recursal,  julga­se a  legalidade ou não do lançamento, sendo vedado  modificar a fundamentação para exigência do tributo por implicar a feitura de  novo lançamento, o que é vedado ao órgão julgador, notadamente quando já  ultrapassado o prazo decadencial.  Recurso provido.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos  DAR  PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator.  (Assinado digitalmente)  Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator.    EDITADO EM: 07/01/2013  Participaram da sessão de  julgamento os conselheiros:  Jaci de Assis Júnior,  Sidney Ferro Barros, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro  San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente).       AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 00 18 00 /2 00 8- 31 Fl. 167DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO     2 Relatório  Trata­se  de  lançamento  de  Imposto  de  Renda  Pessoa  Física  (IRPF)  do  exercício  2006  ,  ano­calendário  2005,  em  virtude  de  glosa  de R$109.966,54  de  dedução  de  despesas de Livro­Caixa sob o fundamento de que o contribuinte declarou apenas rendimentos  recebidos de pessoa jurídica com vínculo empregatício. (fls. 19)  A  solicitação  de  retificação  do  lançamento  foi  indeferida  sob  a  fundamentação de que “foram analisados os documentos e esclarecimentos apresentados pelo  contribuinte, restando não comprovados os valores que deram origem à autuação.” (fls. 13)  O  contribuinte  impugnou  o  lançamento  alegando  que  não  informou  ter  recebido  rendimentos  com  vínculo  empregatício  e  sim  o  contrário,  que  jamais  teve  vínculo  empregatício  com  a  empresa  Pfeiffer  of  América,  Inc,  empresa  não  brasileira  e  sem  personalidade jurídica no Brasil, com a qual firmou contrato de prestação de serviços e que a  decisão proferida em face da solicitação de retificação do lançamento foi genérica sem apreciar  minimamente suas alegações.  A 5ª Turma da DRJ São Paulo II julgou improcedente a impugnação sob os  seguintes  fundamentos,  em  síntese:  tem  razão  o  contribuinte  em  relação  à  inexistência  de  vínculo empregatício quanto aos rendimentos recebidos, no entanto a impugnante apresentou o  Livro­Caixa  desacompanhado  da  comprovação  da  despesas,  o  que  impede  restabelecer  a  dedução, além disso são relacionados no Livro­Caixa, como comprovantes de despesas, cupons  fiscais, o que não permite identificar o adquirente e as despesas realizadas e que no resultado  da SRL  (fls.  15)  já  havia  sido  informado que,  da  análise dos  documentos  apresentados,  não  restaram comprovados os valores que deram origem à autuação e que o pleito da impugnante  de ser notificada da data e local da sessão de julgamento, para que pudesse exerceu seu direito  de  defesa,  assistir  à  sessão,  entregar memoriais  e  sustentar  oralmente  foram  indeferidos  por  falta de previsão legal, não apresentada a prova documental na impugnação é afastado o direito  de apresentar em momento posterior.  Ciente  da  decisão  de  primeira  instância  em  21/09/2010,  o  recorrente  apresentou  recurso  voluntário  em  19/10/2010  (fls.  132),  no  qual  apresenta  os  seguintes  argumentos:  1.  preliminar de nulidade do acórdão recorrido, pois houve  inovação  por  parte  da  DRJ,  causando  supressão  de  instância  e  violação  aos  princípios  do  contraditório  e  ampla  defesa;  a  mudança  dos  fundamentos  legais  que  embasam a  exigência  requer  lavratura  de  lançamento  o  que  não  é  permitido  ao  Órgão  julgador,  conforme  jurisprudência pacífica deste Conselho;  2.  comprovada  ausência  de  vínculo  empregatício  entre  a  recorrente e a fonte pagadora;  3.  subsidiariamente,  requer  diligência  para  aferir  a  veracidade das despesas.  É o relatório.  Fl. 168DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 13819.001800/2008­31  Acórdão n.º 2802­001.702  S2­TE02  Fl. 146          3 Voto             Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso, Relator  O  recurso  é  tempestivo  e  atende  aos  demais  requisitos  de  admissibilidade,  dele deve­se tomar conhecimento.  A preliminar de nulidade do acórdão recorrido confunde­se com o mérito da  causa e assim será apreciada.  Contra a recorrente foi lavrada notificação de lançamento sob o fundamento  de que a dedução de Livro­Caixa era indevida, pois declarara exclusivamente rendimentos com  vínculo empregatício.  Houve  a  solicitação  de  retificação  do  lançamento  (SRL)  na  qual  a  contribuinte  alegou  que  nunca  declarou  rendimentos  com  vínculo  empregatício  e  juntou  documentos que buscavam comprovar a inexistência de vínculo empregatício: CTPS, copia de  DARF,  relação de despesas e créditos em conta corrente no exterior e cópia do vínculo com  autônoma na prefeitura de São Bernardo do Campo (fls. 16).  A SRL foi indeferida com a seguinte fundamentação genérica:  Nos  trabalhos  de  revisão  de  oficio  do  lançamento  objeto  da  notificação de lançamento acima identificada, foram analisados  os documentos e esclarecimentos apresentados pelo contribuinte,  restando  não  comprovados  os  valores  que  deram  origem  à  autuação.(fs. 13)  Não se pode concluir, como o fez o acórdão recorrido, que o fundamento do  indeferimento da SRL  foi a  falta de comprovação das despesas  escrituras no Livro­Caixa. O  que se tem é a decisão proferida em face da SRL, trata­se de revisão de ofício do lançamento  que em nada modificou a imputação fiscal constante da notificação de lançamento.  Portanto,  coube  ao  contribuinte  defender­se  contra  a  imputação  fiscal,  comprovando  a  inexistência  de  vínculo  empregatício.  Entretanto,  o  acórdão  recorrido  ao  reconhecer  que  os  rendimentos  não  decorreram  de  vínculo  empregatício,  ao  invés  de  julgar  procedente  a  impugnação,  adotou  nova  fundamentação  jurídica  para  justificar  a  exigência,  caracterizando um novo lançamento, o que é vedado ao órgão julgador, fato ainda mais grave  por já ter sido ultrapassado o termo final do prazo decadencial.  Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário.  (Assinado digitalmente)  Jorge Claudio Duarte Cardoso  Fl. 169DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO     4 Fl. 170DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 13819.001800/2008­31  Acórdão n.º 2802­001.702  S2­TE02  Fl. 147          5 MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO      TERMO DE INTIMAÇÃO              Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do  Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256,  de  22  de  junho  de  2009,  intime­se  o  (a)  Senhor  (a)  Procurador  (a)  Representante  da  Fazenda Nacional,  credenciado  junto  à  Segunda Câmara  da  Segunda  Seção,  a  tomar  ciência do Acórdão identificado em epígrafe.      Brasília/DF, 7 de janeiro de 2013      (assinado digitalmente)  JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO  Presidente  Segunda Turma Especial da Segunda Câmara/Segunda Seção      Ciente, com a observação abaixo:    (......) Apenas com ciência  (......) Com Recurso Especial  (......) Com Embargos de Declaração    Data da ciência: _______/_______/_________    Procurador(a) da Fazenda Nacional                   Fl. 171DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO     6                 Fl. 172DF CARF MF Impresso em 18/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 07 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO

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Numero do processo: 10120.016329/2008-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2007 SERVIDOR PÚBLICO COMISSIONADO. VINCULAÇÃO COMPULSÓRIA AO RGPS NA QUALIDADE DE SEGURADO EMPREGADO. A Emenda Constitucional nº 20/98 fez inserir na estrutura do art. 40 da CF/88 o parágrafo 13, o qual impôs ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, sua filiação compulsória ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado empregado. AUTO-DE-INFRAÇÃO. CIÊNCIA DE RESULTADO DE DILIGÊNCIA. É válida a ciência do sujeito passivo acerca do resultado de diligência, bem como de qualquer decisão proferida em sede de Processo Administrativo Fiscal, por via postal, realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU DE ATO NORMATIVO. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE JURIDICA. Escapa à competência deste Colegiado a declaração, bem como o reconhecimento, de inconstitucionalidade de leis tributárias, eis que tal atribuição foi reservada, com exclusividade, pela Constituição Federal, ao Poder Judiciário. LIMITE MÁXIMO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. SEGURADOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. COMPROVAÇÃO. É do segurado contribuinte individual o ônus de informar à empresa contratante a condição de prestar serviços a mais de uma empresa, com vistas a não sofrer desconto da contribuição previdenciária a seu cargo acima do limite máximo do Salário de Contribuição. Cada fonte pagadora de segurado empregado e de segurado contribuinte individual deverá informar na GFIP a existência de múltiplos vínculos ou múltiplas fontes pagadoras, adotando os procedimentos previstos no Manual da GFIP. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.005
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado. Liége Lacroix Thomasi – Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão). Arlindo da Costa e Silva - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice-presidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Adriano Gonzáles Silvério e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 21; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2461; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C3T2  Fl. 764          1 763  S2­C3T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10120.016329/2008­45  Recurso nº  002.005   Voluntário  Acórdão nº  2302­002.005  –  3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  15 de agosto de 2012  Matéria  CONTRIBUIÇÕES  PREVIDENCIÁRIAS  ­  AIOP  Recorrente  FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ITUMBIÁRA  Recorrida  FAZENDA  NACIONAL    ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2007  SERVIDOR  PÚBLICO  COMISSIONADO.  VINCULAÇÃO  COMPULSÓRIA  AO  RGPS  NA  QUALIDADE  DE  SEGURADO  EMPREGADO.  A Emenda Constitucional nº 20/98 fez inserir na estrutura do art. 40 da CF/88  o parágrafo 13, o qual impôs ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo  em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de  outro cargo  temporário ou de emprego público,  sua filiação compulsória ao  regime geral de previdência social, na qualidade de segurado empregado.  AUTO­DE­INFRAÇÃO. CIÊNCIA DE RESULTADO DE DILIGÊNCIA.   É válida a ciência do sujeito passivo acerca do resultado de diligência, bem  como  de  qualquer  decisão  proferida  em  sede  de  Processo  Administrativo  Fiscal,  por via postal,  realizada no domicílio  fiscal  eleito pelo  contribuinte,  confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este  não seja o representante legal do destinatário.  INCONSTITUCIONALIDADE  DE  LEI  OU  DE  ATO  NORMATIVO.  RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE JURIDICA.  Escapa  à  competência  deste  Colegiado  a  declaração,  bem  como  o  reconhecimento,  de  inconstitucionalidade  de  leis  tributárias,  eis  que  tal  atribuição  foi  reservada,  com  exclusividade,  pela  Constituição  Federal,  ao  Poder Judiciário.  LIMITE MÁXIMO  DO  SALÁRIO  DE  CONTRIBUIÇÃO.  SEGURADOS  CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. COMPROVAÇÃO.  É  do  segurado  contribuinte  individual  o  ônus  de  informar  à  empresa  contratante a condição de prestar serviços a mais de uma empresa, com vistas  a  não  sofrer  desconto  da  contribuição  previdenciária  a  seu  cargo  acima  do  limite máximo do Salário de Contribuição.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 01 63 29 /2 00 8- 45 Fl. 764DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     2 Cada  fonte  pagadora  de  segurado  empregado  e  de  segurado  contribuinte  individual  deverá  informar  na  GFIP  a  existência  de  múltiplos  vínculos  ou  múltiplas fontes pagadoras, adotando os procedimentos previstos no Manual  da GFIP.  Recurso Voluntário Negado       Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM  os membros  da  2ª  TO/3ª  CÂMARA/2ª  SEJUL/CARF/MF/DF,  por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que  integram o julgado.    Liége Lacroix Thomasi – Presidente Substituta (na data da formalização do  Acordão).     Arlindo da Costa e Silva ­ Relator.    Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos  Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice­presidente de turma), Liége  Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Adriano Gonzáles Silvério e Arlindo da Costa e Silva.   Relatório  Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2007.  Data da lavratura do AIOP: 20/01/2009.  Data da Ciência do AIOP: 20/01/2009.    Trata­se  de  crédito  tributário  lançado  em  desfavor  do  Ente  Público  em  epígrafe,  consistente  em  contribuições  previdenciárias  destinadas  ao  custeio  da  Seguridade  Social  a  cargo  dos  segurados  empregados  e  segurados  contribuintes  individuais,  incidentes  sobre  os  respectivos  Salários  de  Contribuição,  conforme  descrito  no  Relatório  Fiscal  a  fls.  70/73 e anexos, a fls. 75/627.  Informa  a  Autoridade  Lançadora  que  os  fatos  geradores  que  integram  o  lançamento  são  constituídos  pelas  remunerações  pagas,  devidas  e/ou  creditadas  aos  trabalhadores a servidores públicos comissionados, na qualidade de segurados empregados nos  termos do art. 12, I, "g" combinado com o art. 20 da Lei nº 8212/91 e contribuintes individuais,  conforme art. 12, V, "g" da Lei nº 8.212/91, combinado com o art. 4 da Lei nº 10.666/03.  As  remunerações  foram  apuradas  a  partir  das  folhas  de  pagamento,  fornecidas  em  arquivos  digitais  no  padrão  MANAD,  e  ordens  de  pagamento,  em  arquivos  Excel, solicitados mediante termo próprio.  Irresignado  com  o  supracitado  lançamento  tributário,  o  sujeito  passivo  apresentou impugnação a fls. 645/654.  Fl. 765DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 765          3 A  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  em  Brasília/DF  baixou  o  feito  em  diligência  para  que  fossem  esclarecidas  dúvidas  acerca  da  legitimidade  passiva do impugnante, conforme despacho a fls. 729/731.  Informação fiscal a fls. 732/737.  Devidamente  cientificado  do  resultado  da  diligência  acima  apontada,  o  Autuado deixou transcorrer in albis o prazo normativo para se manifestar nos autos.  A  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  em  Brasília/DF  lavrou  Decisão  Administrativa  aviada  no  Acórdão  a  fls.  742/746  julgando  procedente  a  Notificação Fiscal e mantendo o crédito tributário em sua integralidade.  O  Sujeito  Passivo  foi  cientificado  da  decisão  de  1ª  Instância  no  dia  14/02/2011, conforme Aviso de Recebimento a fl. 748.  Inconformado  com  a  decisão  exarada  pelo  órgão  administrativo  julgador  a  quo,  o  ora  Recorrente  interpôs  recurso  voluntário  a  fls.  749/760,  respaldando  sua  inconformidade em argumentação desenvolvida nos seguintes elementos:  · Que  o  resultado  da  diligência  não  foi  encaminhado  para  o  endereço  do  causídico,  que  deixou  de  exercer  seu  direito  ao  contraditório  e  à  ampla  defesa, fato que nulifica o acórdão recorrido;   · Que a  equiparação  do município  à  empresa  é  inconstitucional  eis  que,  à  data  da  edição  da  Lei  nº  8.212/91,  o  art.  195  da  CF/88  não  previa  tal  equiparação;   · Que  o  Ofício  nº  12/2001  do  INSS  informa  que  servidores  filiados  ao  IPASGO,  e  ocupantes  de  cargo  em  comissão  na  prefeitura  estariam  excluídos do Regime Geral de Previdência Social;   · Que  há  servidores  que  já  contribuíam  sobre  o  teto  máximo  previsto  na  Constituição e, portanto, suas contribuições não deveriam constar no Auto  de Infração.     Ao fim, requer anulação do Auto de Infração de Obrigação Principal, assim  como a suspensão da exigibilidade do presente auto, devido ao recurso.    Relatados sumariamente os fatos relevantes.    Voto             Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator.  Fl. 766DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     4   1.   DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE   1.1.  DA TEMPESTIVIDADE  O sujeito passivo  foi  válida  e eficazmente  cientificado da decisão  recorrida  no  dia  14/02/2011.  Havendo  sido  o  recurso  voluntário  protocolado  no  dia  14  de  março  do  mesmo ano, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto.    Presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço.    2.  DAS QUESTÕES PRELIMINARES  2.1.  DO CERCEAMENTO DE DEFESA   Alega o recorrente que o resultado da diligência não foi encaminhado para o  endereço do causídico, que deixou de exercer seu direito ao contraditório e à ampla defesa, fato  que nulifica o acórdão recorrido.    A rogativa suprapostada não tem condições de alcançar o êxito almejado.     A comunicação dos atos processuais consiste na transmissão de informações  sobre os atos praticados no curso do processo às pessoas sobre cujas esferas de direito atuarão  os efeitos deste, permitindo dessarte às partes envolvidas a perpetração de condutas positivas  ou  negativas  do  seu  interesse.  Configura­se,  portanto,  elemento  essencial  à  efetividade  do  princípio do contraditório e da ampla defesa.  Segundo  a Cartilha  estabelecida  pelo Decreto  nº  70.235/72,  a  intimação  do  sujeito  passivo  poderá  ser  realizada,  dentre  outras  formas,  pessoalmente,  pelo  autor  do  procedimento ou por  agente do órgão preparador,  na  repartição ou  fora dela,  provada  com  a  assinatura  do  sujeito  passivo,  seu  mandatário  ou  preposto,  ou,  no  caso  de  recusa,  com  declaração escrita de quem o intimar. A intimação pode, igualmente, ser levada a cabo por via  postal,  com  prova  de  recebimento  no  domicílio  tributário  eleito  pelo  sujeito  passivo,  assim  considerado o endereço postal por ele fornecido à administração tributária para fins cadastrais.  Cumpre  salientar,  de molde  a  nocautear  qualquer  dúvida,  que  os meios  de  intimação  previstos  no  Decreto  nº  70.235/72  não  estão  sujeitos  a  qualquer  ordem  de  preferência, conforme assim determina o §3º do art. 23 do citado Diploma Legal.  Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972  Art. 23. Far­se­á a intimação:  I ­ pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão  preparador,  na  repartição  ou  fora  dela,  provada  com  a  assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou,  no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;  (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (grifos nossos)   Fl. 767DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 766          5 II  ­ por  via  postal,  telegráfica  ou por  qualquer  outro meio  ou  via,  com  prova  de  recebimento  no  domicílio  tributário  eleito  pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)  (grifos nossos)   III  ­ por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante:  (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)   a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída  pela Lei nº 11.196, de 2005)   b)  registro  em  meio  magnético  ou  equivalente  utilizado  pelo  sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005)    §1º Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput  deste  artigo  ou  quando  o  sujeito  passivo  tiver  sua  inscrição  declarada  inapta perante o cadastro fiscal, a  intimação poderá  ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941,  de 2009)   I  ­  no  endereço  da  administração  tributária  na  internet;  (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)   II  ­  em  dependência,  franqueada  ao  público,  do  órgão  encarregado  da  intimação;  ou  (Incluído  pela Lei  nº 11.196,  de  2005)   III  ­  uma  única  vez,  em  órgão  da  imprensa  oficial  local.  (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)    §2° Considera­se feita a intimação:  I  ­ na data da ciência do  intimado ou da declaração de quem  fizer a intimação, se pessoal; (grifos nossos)   II  ­  no  caso  do  inciso  II  do  caput  deste  artigo,  na  data  do  recebimento  ou,  se  omitida,  quinze  dias  após  a  data  da  expedição  da  intimação;  (Redação  dada  pela  Lei  nº  9.532,  de  1997) (grifos nossos)   III  ­  se  por meio  eletrônico,  15  (quinze) dias  contados  da  data  registrada: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)  a) no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito  passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005)  b)  no  meio  magnético  ou  equivalente  utilizado  pelo  sujeito  passivo; (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005)   IV ­ 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o  meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)    §3º Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste  artigo  não  estão  sujeitos  a  ordem  de  preferência.  (Redação  dada pela Lei nº 11.196, de 2005) (grifos nossos)     §4º Para fins de intimação, considera­se domicílio tributário do  sujeito  passivo:  (Redação  dada  pela  Lei  nº  11.196,  de  2005)  (grifos nossos)   Fl. 768DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     6 I ­ o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à  administração  tributária;  e  (Incluído  pela  Lei  nº  11.196,  de  2005) (grifos nossos)   II  ­  o  endereço  eletrônico  a  ele  atribuído  pela  administração  tributária,  desde  que  autorizado  pelo  sujeito  passivo.  (Incluído  pela Lei nº 11.196, de 2005)  §5º O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será  implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e  a administração tributária informar­lhe­á as normas e condições  de sua utilização e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de  2005)  §6º As  alterações  efetuadas  por  este  artigo  serão  disciplinadas  em ato da administração tributária. (Incluído pela Lei nº 11.196,  de 2005)  §7º  Os  Procuradores  da  Fazenda  Nacional  serão  intimados  pessoalmente  das  decisões  do  Conselho  de  Contribuintes  e  da  Câmara Superior de Recursos Fiscais, do Ministério da Fazenda  na  sessão  das  respectivas  câmaras  subsequente  à  formalização  do acórdão.(Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)  §8º Se os Procuradores da Fazenda Nacional não  tiverem sido  intimados  pessoalmente  em até 40  (quarenta)  dias  contados  da  formalização  do  acórdão  do  Conselho  de  Contribuintes  ou  da  Câmara  Superior  de  Recursos  Fiscais,  do  Ministério  da  Fazenda,  os  respectivos  autos  serão  remetidos  e  entregues,  mediante protocolo, à Procuradoria da Fazenda Nacional, para  fins de intimação.(Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)  §9º Os Procuradores  da Fazenda Nacional  serão considerados  intimados  pessoalmente  das  decisões  do  Conselho  de  Contribuintes  e  da  Câmara  Superior  de  Recursos  Fiscais,  do  Ministério  da  Fazenda,  com  o  término  do  prazo  de  30  (trinta)  dias  contados  da  data  em  que  os  respectivos  autos  forem  entregues  à  Procuradoria  na  forma  do  §  8o  deste  artigo.  (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)    Assim  conduzida  a  intimação  do  sujeito  passivo,  este  será  considerado  formalmente  intimado do ato em apreço na data da ciência do  intimado ou da declaração de  quem fizer a intimação, se pessoal, ou, de outro canto, tratando­se de intimação via postal, na  data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação.  Conforme se observa do texto legislativo, o ordenamento jurídico não exige,  para a formalização da intimação, que a ciência do ato processual seja realizada pessoalmente  pelo  representante  legal  da  pessoa  jurídica  intimada.  Tal  conclusão  não  discrepa  do  entendimento jurisprudencial acerca da matéria, o qual pugna que a intimação por via postal,  endereçada a pessoa jurídica legalmente constituída e com endereço conhecido, é válida ainda  que  recebida  por  pessoa  que  não  possua  poderes  de  representação,  inclusive  por  pessoas  estranhas ao seu corpo funcional ­ porteiros, vigilantes, etc. ­ desde que usualmente recebam a  correspondência da empresa.   Perfilando  idêntico entendimento como o acima esposado, a Súmula CARF  nº  9,  de  observância  vinculante,  exorta  ser  válida  a  ciência  da  notificação  por  via  postal  realizada  no  domicílio  fiscal  eleito  pelo  contribuinte,  confirmada  com  a  assinatura  do  recebedor da correspondência, ainda que ele não seja o representante legal do destinatário.   Fl. 769DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 767          7 Súmula CARF nº 9  É  válida  a  ciência  da  notificação  por  via  postal  realizada  no  domicílio  fiscal  eleito  pelo  contribuinte,  confirmada  com  a  assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não  seja o representante legal do destinatário.    No  caso  vertente,  o  Recorrente  alega  que  as  intimações  deveriam  ter  sido  encaminhadas  para  o  endereço  profissional  do  procurador  por  ele  constituído  e  que  a  inobservância  de  tal  determinação  “feriu  de  morte  os  princípios  constitucionais  do  contraditório e da ampla defesa”, causando inúmeros prejuízos ao município.  Mas não é com esse gingado que se dança o Vira.    Conforme  demonstrado,  a  lei  determina  que  as  intimações  sejam  feitas  via  postal, com prova de recebimento, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, in casu,  av. Beira Rio, 399 – Alto da Boa Vista, CEP 75.523­200, Itumbiara/GO, como de fato assim  procedeu a administração tributária, conforme comprova aviso de recebimento a fl. 748.  Registre­se  que  a  conveniência  e  comodidade  do  procurador  da Notificada  não possui poderio suficiente para subjugar a vontade da lei. O contrário sim.   Diante do  que  se  coligiu  até  o momento,  restou  cristalino  que  a  ciência  do  resultado da diligência ao sujeito passivo reuniu todos os atributos de regularidade e de eficácia  eleitos  pela  legislação  que  rege  a  matéria  e  por  aquela  que  lhe  poderia  lhe  ser  aplicável  analogicamente, inexistindo qualquer vício processual idôneo a lhe imputar nulidade.  Por  tais  motivos,  rejeitamos  a  preliminar  de  cerceamento  de  defesa  tão  efusivamente defendida pelo Recorrente.    Vencidas as preliminares, passamos ao exame do mérito.    3.  DO MÉRITO  Cumpre  assentar  que  não  serão  objeto  de  apreciação  por  este Colegiado  as  matérias  não  expressamente  impugnadas  pelo Recorrente,  as  quais  serão  consideradas  como  verdadeiras,  assim como as matérias decididas pelo órgão de 1ª  instância não expressamente  contestadas  pelo  sujeito  passivo  em  seu  instrumento  de  Recurso  Voluntário,  as  quais  se  presumirão como anuídas pela parte.    3.1.  DA CONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 8.212/91.  Fl. 770DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     8 O  Recorrente  concentra  seu  inconformismo  na  alegação  de  inconstitucionalidade  do  art.  15  da  Lei  nº  8.212/91,  o  qual  equipara  as  pessoas  jurídicas  de  direito público à empresa, forte no argumento de que o art. 195,  I da CF/88, em sua redação  original,  vigente  à  época  da  publicação  do  referido  diploma  legal,  não  dispunha  sobre  tal  equiparação.  Tal apelo, todavia, não pode ser atendido.    A análise enveredada pelo Recorrente mostrou­se incompleta. Mostro.    O art. 195 da CF/88, em sua  redação originária, dispunha que a seguridade  social  seria  financiada  por  toda  a  sociedade,  de  forma  direta  e  indireta,  mediante  recursos  provenientes,  dentre  outras  fontes,  das  contribuições  sociais  a  cargo  dos  empregadores,  incidentes sobre a folha de salários.  Constituição Federal de 1988   Art.  195.  A  seguridade  social  será  financiada  por  toda  a  sociedade,  de  forma  direta  e  indireta,  nos  termos  da  lei,  mediante  recursos  provenientes  dos  orçamentos  da União,  dos  Estados,  do Distrito Federal  e  dos Municípios,  e  das  seguintes  contribuições sociais:   I  ­  dos  empregadores,  incidente  sobre  a  folha  de  salários,  o  faturamento e o lucro;   II ­ dos trabalhadores;  III ­ sobre a receita de concursos de prognósticos.    Anote­se que o Constituinte Originário não restringiu o alcance do conceito  de empregador  às  pessoas  jurídicas  de direito  privado.  Por  outro  lado,  a CF/88  outorgou  ao  legislador ordinário a competência legislativa para dispor sobre o financiamento da Seguridade  Social, cuja fonte de custeio seria suportada por toda a sociedade, de forma direta ou indireta,  sem lhe assentar muros.  Nos lídimos limites desenhados pelo Constituinte, por opção política legítima  assegurada  pelo  citado  art.  195,  I,  pautou­se  o  legislador  ordinário  em  estabelecer  como  financiador  direto  da  Seguridade  Social,  dentre  outros,  todas  as  pessoas  jurídicas  que  ostentassem a condição fática de empregador, fossem elas entidades públicas ou privadas.  Nessa  perspectiva,  toda  a  vez  que  uma  pessoa  jurídica  de  direito  público  interno contratasse trabalhadores, não possuindo ela Regime Próprio de Previdência Social ou  não sendo os aludidos obreiros sujeitos de direito ao ingresso no eventual RPPS, estaria assim  configurada a condição de empregador da pessoa jurídica acima desenhada, ficando ela sujeita  às obrigações assentadas na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.   Por  questões  de  estilo  redacional,  optou  o  legislador por  atribuir  ao  sujeito  passivo  ora  em  destaque  não  a  denominação  de  “empregador”,  mas,  sim,  a  de  ”empresa”,  assim entendida a  firma  individual ou sociedade que assume o  risco de atividade econômica  urbana ou rural, com fins lucrativos ou não.  Fl. 771DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 768          9 Tendo em vista que tal conceito não abraçaria as pessoas jurídicas de direito  público  e  que  estas,  nas  condições  assinaladas  no  parágrafo  penúltimo  próximo,  também  estariam abraçadas pela qualificação de empregador  fixada no inciso I do art. 195 da CF/88,  viu­se  obrigado  o  legislador  infraconstitucional  a  incluí­las  no  polo  passivo  da  obrigação  tributária previdenciária, o que foi levado a efeito pelo ádito ao inciso I,  in fine, do art. 15 da  Lei nº 8.212/91.  Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991   Art. 15. Considera­se:   I ­ empresa ­ a firma individual ou sociedade que assume o risco  de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou  não, bem como os órgãos e entidades da administração pública  direta, indireta e fundacional;   II  ­  empregador  doméstico  ­  a  pessoa  ou  família  que  admite  a  seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.   Parágrafo  único.  Considera­se  empresa,  para  os  efeitos  desta  lei,  o  autônomo  e  equiparado  em  relação  a  segurado  que  lhe  presta  serviço,  bem  como  a  cooperativa,  a  associação  ou  entidade  de  qualquer  natureza  ou  finalidade,  a  missão  diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.    Consoante  tal  delimitação  legislativa,  passaram  a  figurar  como  sujeitos  passivos  das  obrigações  previdenciárias  assinaladas  na  Lei  de Custeio  da  Seguridade  Social  não  somente  as  empresas  ­  unidades  econômico­sociais  integradas  por  elementos  humanos,  materiais e técnicos, com objetivo de obter utilidades através da sua participação no mercado  de bens e serviços ­, como também, os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e  fundacional que se enquadrassem na condição de empregador. Tudo de acordo com o art. 195, I da lex  Excelsior, só que com outras palavras.  Dessarte,  mesmo  antes  da  aludida  Emenda  Constitucional  n°  20/98,  de  15/12/1998,  as  disposições  relativas  ao  sujeito  passivo  encartadas  na  Lei  nº  8.212/91  já  se  encontravam em perfeita sintonia com os delimitadores estabelecidos na nossa Lei Soberana.  Registre­se que, mesmo após a promulgação da citada EC n° 20/98, o inciso I  do  art.  195  da  CF/88  ainda  mantém,  como  contribuintes  da  Seguridade  Social,  todos  os  empregadores lato sensu, como assim se qualificam todos os órgãos públicos que não possuem  Regime Próprio de Previdência Social ou, possuindo, em relação aos  trabalhadores a ele não  vinculados.  Enfrentando tal insurgência por um outro prisma, mostra­se imperioso ainda  destacar, de forma a nocautear qualquer dubiedade porventura ainda renitente, que a declaração  de inconstitucionalidade de leis ou de atos administrativos constitui­se prerrogativa outorgada  pela  Constituição  Federal  exclusivamente  ao  Poder  Judiciário,  não  podendo  os  agentes  da  Administração Pública imiscuírem­se ex proprio motu nas funções reservadas pelo Constituinte  Originário ao Poder Togado, sob pena de usurpação da competência exclusiva deste.  Registre­se,  por  relevante  ao  deslinde  da  questão,  que  as  leis  e  atos  normativos  produzidos  pelos  poderes  competentes  ostentam  presunção  iuris  tantum  de  Fl. 772DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     10 constitucionalidade  e  de  legalidade,  respectivamente,  mesmo  que  decorrente  de  uma  interpretação conforme da Constituição Federal.   Nesse  contexto,  sendo  a  atuação  da  Administração  Tributária  inteiramente  vinculada à Lei, e, restando os preceitos introduzidos pelas leis que regem as contribuições ora  em  apreciação  plenamente  vigentes  e  eficazes,  a  inobservância  desses  comandos  legais  implicaria  negativa  de  vigência  por  parte  do Auditor  Fiscal Notificante,  fato  que  desaguaria  inexoravelmente em responsabilidade funcional dos agentes do Fisco Federal.  De plano, deve­se atentar que o Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo  Administrativo  Fiscal,  dispõe  expressamente  em  seu  art.  26­A  ser  vedado  aos  órgãos  de  julgamento  afastar  a  aplicação  ou  deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento  de  inconstitucionalidade,  salvo  nas  hipóteses  em  que  os  citados  diplomas legislativos tenham sido declarados inconstitucionais por decisão definitiva plenária  do Supremo Tribunal Federal.  Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972   Art.  26­A.  No  âmbito  do  processo  administrativo  fiscal,  fica  vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº  11.941, de 2009)  § 1o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 2o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 3o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 4o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 5o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  ato  normativo:(Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)  I  –  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão  definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela  Lei nº 11.941, de 2009)  II  –  que  fundamente  crédito  tributário  objeto  de:(Incluído  pela  Lei nº 11.941, de 2009)  a)  dispensa  legal  de  constituição  ou  de  ato  declaratório  do  Procurador­Geral  da Fazenda Nacional,  na  forma dos  arts.  18  e  19  da Lei no  10.522,  de  19  de  julho  de  2002;(Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)  b) súmula da Advocacia­Geral da União, na forma do art. 43  da  Lei  Complementar  no  73,  de  10  de  fevereiro  de  1993;  ou(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)  c)  pareceres  do  Advogado­Geral  da  União  aprovados  pelo  Presidente  da  República,  na  forma  do  art.  40  da  Lei  Complementar  no  73,  de  10  de  fevereiro  de  1993.  (Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)    Cumpre­nos chamar a atenção para o fato de que as disposições introduzidas  pela  legislação  tributária  em  apreço,  até  o  presente momento,  não  foram  ainda  vitimadas  de  qualquer sequela decorrente de declaração de inconstitucionalidade, seja na via difusa seja na  Fl. 773DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 769          11 via concentrada, exclusiva do Supremo Tribunal Federal, produzindo, portanto, todos os efeitos  jurídicos que lhe são típicos.  Ademais,  perfilando  idêntico  entendimento  como  o  acima  esposado,  a  Súmula CARF nº 2, de observância vinculante, exorta não ser o CARF órgão competente para  se pronunciar a respeito da inconstitucionalidade de lei de natureza tributária.  Súmula CARF nº 2:   O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar  sobre  a  inconstitucionalidade de lei tributária.    Revela­se  pertinente  salientar  que  é  vedado  aos  membros  das  turmas  de  julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de  observar o conteúdo encartado em leis e decretos sob o fundamento de incompatibilidade com  a  Constituição  Federal,  conforme  determinado  pelo  art.  62  Regimento  Interno  do  CARF,  aprovado pela PORTARIA Nº 256, de 22 de junho de 2009, do Ministério da Fazenda.  PORTARIA Nº 256, de 22 de junho de 2009  Art. 62. Fica vedado aos membros afastar a aplicação ou deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento de inconstitucionalidade.  Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de  tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:  I  ­  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão  plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou  II ­ que fundamente crédito tributário objeto de:  a)  dispensa  legal  de  constituição  ou  de  ato  declaratório  do  Procurador­Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e  19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002;  b) súmula da Advocacia­Geral da União, na forma do art. 43 da  Lei Complementar n° 73, de 1993; ou  c)  parecer  do  Advogado­Geral  da  União  aprovado  pelo  Presidente  da  República,  na  forma  do  art.  40  da  Lei  Complementar n° 73, de 1993.    Desbastada  nesses  talhes  a  escultura  jurídica,  impedido  se  encontra  este  colegiado  de  apreciar  tais  alegações  e  propalar  declarações  de  inconstitucionalidade,  tão  veementemente  defendida  pelo  recorrente,  atividade  essa  que  somente  poderia  emergir  do  Poder Judiciário.    3.2.  DO TEOR DO OFÍCIO Nº 12/2001 DO INSS  Alega o Recorrente que o Ofício nº 12/2001 do INSS informa que servidores  filiados  ao  IPASGO, e  ocupantes de  cargo em  comissão na prefeitura  estariam excluídos do  Regime Geral de Previdência Social.  Fl. 774DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     12 Se  nos  antolha  que  o  Recorrente  está  dando  uma  de  João  Sem  Braço,  e  deturpando  o  sentido  do  texto  do Ofício  do  INSS,  a  fl.  664,  o  qual  reproduzimos  in  totum  adiante, para melhor compreensão de seus fundamentos.  Em resposta à consulta  formulada por  esse  órgão,  esclareço  que  a  Lei  n°  8.212/91,  com  a  alteração  introduzida pela Lei n° 9.876/99, estabelece que o servidor ou o  militar,  amparados  por  regime  próprio  de  previdência  social,  quando  requisitados para outro órgão ou entidade cujo  regime  previdenciário  não  permita  a  filiação  nessa  condição,  permanecerão  vinculados;  ao  regime de  origem,  obedecidas  as  regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.   Desta  forma,  o  servidor  filiado  ao  IPASGO e ocupante de cargo em comissão nessa Prefeitura está  excluído do Regime Geral de Providencia Social ­ RGPS.    De  fato,  se  algum  servidor  ocupante  de  cargo  efetivo,  que  nessa  condição  estiver  amparado  por Regime Próprio  de Previdência Social,  ao  ser  cedido  para  outro  órgão  para ocupar cargo comissionado, ele permanecerá vinculado ao regime de origem,  in casu, o  IPASGO, na condição de ocupante de cargo efetivo do órgão cedente.  O caso presente é completamente diverso, não se lhe aplicando o resultado da  Consulta acima referida.    O  art.  195,  I  da  Constituição  Federal  determinou  que  a  Seguridade  Social  fosse  custeada  por  toda  a  sociedade,  de  forma direta  e  indireta, mediante  recursos  oriundos,  dentre outras fontes, das contribuições sociais a cargo da empresa incidentes sobre a folha de  salários  e  demais  rendimentos  do  trabalho  pagos  ou  creditados,  a  qualquer  título,  à  pessoa  física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.  Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988   Art.  195.  A  seguridade  social  será  financiada  por  toda  a  sociedade,  de  forma  direta  e  indireta,  nos  termos  da  lei,  mediante  recursos  provenientes  dos  orçamentos  da União,  dos  Estados,  do Distrito Federal  e  dos Municípios,  e  das  seguintes  contribuições sociais:   I ­ do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada  na  forma da  lei,  incidentes sobre:  (Redação dada pela Emenda  Constitucional nº 20, de 1998)  a) a  folha de  salários  e demais  rendimentos do  trabalho pagos  ou  creditados,  a  qualquer  título,  à  pessoa  física  que  lhe  preste  serviço,  mesmo  sem  vínculo  empregatício;  (Incluído  pela  Emenda Constitucional nº 20, de 1998)  b)  a  receita  ou  o  faturamento;  (Incluído  pela  Emenda  Constitucional nº 20, de 1998)  c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)  II  ­  do  trabalhador  e  dos  demais  segurados  da  previdência  social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão  concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata  Fl. 775DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 770          13 o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de  1998)    No plano infraconstitucional, a disciplina da matéria em relevo ficou a cargo  da Lei  nº  8.212,  de  24  de  julho  de 1991,  a  qual  instituiu  o Plano  de Custeio  da Seguridade  Social,  consubstanciado  nas  contribuições  sociais  a  cargo  da  empresa  e  dos  segurados  obrigatórios do RGPS, nos limites traçados pela CF/88.  No  exercício  da  competência  que  lhe  fora  atribuída,  a  lei  orgânica  da  Seguridade Social  definiu  em seus  artigos  12  e  13  as  categorias de  trabalhadores  abraçados,  compulsoriamente,  pelo  Regime Geral  de  Previdência  Social  e,  dessarte,  sujeitos  às  normas  emolduradas na Lei nº 8.212/91.  Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991   Art.  12.  São  segurados  obrigatórios  da  Previdência  Social  as  seguintes pessoas físicas:   I ­ como empregado:   a)  aquele  que  presta  serviço  de  natureza  urbana  ou  rural  à  empresa,  em  caráter  não  eventual,  sob  sua  subordinação  e  mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;  (...)  e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em  organismos  oficiais  brasileiros  ou  internacionais  dos  quais  o  Brasil  seja  membro  efetivo,  ainda  que  lá  domiciliado  e  contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do  país do domicílio;   (...)  g)  o  servidor  público  ocupante  de  cargo  em  comissão,  sem  vínculo  efetivo  com  a  União,  Autarquias,  inclusive  em  regime  especial,  e Fundações Públicas Federais;  (Alínea  acrescentada  pela Lei n° 8.647, de 13.4.93)   (...)  j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal,  desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;  (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004).  (...)    Art. 13. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar  da União, dos Estados, do Distrito Federal  ou dos Municípios,  bem  como  o  das  respectivas  autarquias  e  fundações,  são  excluídos  do  Regime  Geral  de  Previdência  Social  consubstanciado  nesta  Lei,  desde  que  amparados  por  regime  próprio de previdência social. (Redação dada pela Lei nº 9.876,  de 1999).  §1o  Caso  o  servidor  ou  o  militar  venham  a  exercer,  concomitantemente,  uma  ou  mais  atividades  abrangidas  pelo  Regime  Geral  de  Previdência  Social,  tornar­se­ão  segurados  Fl. 776DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     14 obrigatórios em relação a essas atividades. (Incluído pela Lei nº  9.876, de 1999).  §2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio  de  previdência  social,  sejam  requisitados  para  outro  órgão  ou  entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação nessa  condição,  permanecerão  vinculados  ao  regime  de  origem,  obedecidas  as  regras  que  cada  ente  estabeleça  acerca  de  sua  contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999).    Mostra­se,  ainda,  auspicioso  destacar  que,  para  os  fins  específicos  das  disposições  encartadas  na  Lei  de  Custeio  da  Seguridade  Social,  são  considerados  como  empresa  não  somente  a  firma  individual  ou  sociedade  que  assume  o  risco  de  atividade  econômica  urbana  ou  rural,  como,  também,  os  órgãos  e  entidades  da  administração  pública  direta, indireta e fundacional.  Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991   Art. 15. Considera­se:   I ­ empresa ­ a firma individual ou sociedade que assume o risco  de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou  não, bem como os órgãos e entidades da administração pública  direta, indireta e fundacional;   II  ­  empregador  doméstico  ­  a  pessoa  ou  família  que  admite  a  seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.   Parágrafo  único. Equipara­se  a  empresa,  para  os  efeitos  desta  Lei,  o  contribuinte  individual  em  relação  a  segurado  que  lhe  presta  serviço,  bem  como  a  cooperativa,  a  associação  ou  entidade  de  qualquer  natureza  ou  finalidade,  a  missão  diplomática  e  a  repartição  consular  de  carreira  estrangeiras.  (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).    Da análise dos dispositivos legais e constitucionais suso selecionados deflui  que, mesmo antes da promulgação da Emenda nº 20/98, imperiosa era a vinculação obrigatória  ao Regime Geral de Previdência Social tanto dos servidores efetivos quanto dos ocupantes de  cargos  em  comissão,  ou  de  outro  cargo  temporário  ou  de  emprego  público  da  União,  dos  estados, e dos municípios quando não amparados por regime próprio de previdência social.   Ocorre  que,  aos  15  dias  de  dezembro  de  2008,  o  Congresso  Nacional  promulgou e fez publicar a Emenda Constitucional nº 20/98, a qual fez inserir na estrutura do  art. 40 da CF/88 o parágrafo 13 que impôs ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em  comissão  declarado  em  lei  de  livre  nomeação  e  exoneração,  bem  como  de  outro  cargo  temporário  ou  de  emprego público,  sua  filiação  compulsória  ao  regime  geral  de previdência  social.  Constituição Federal   Art. 40. O servidor será aposentado:  (...)  §13  ­  Ao  servidor  ocupante,  exclusivamente,  de  cargo  em  comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem  Fl. 777DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 771          15 como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica­ se o regime geral de previdência social.  (Incluído pela Emenda  Constitucional nº 20, de 15/12/98)    Nessa  perspectiva,  com  a  edição  da  citada  Emenda  Constitucional,  os  ocupantes  exclusivos  de  cargo  em  comissão,  bem  como  de  outro  cargo  temporário  ou  de  emprego  público,  não  mais  poderiam  se  vincular  a  RPPS,  mas,  tão  somente,  ao  RGPS,  de  maneira compulsória, sem alternativas.   Nesse sentido, ilumine­se a redação do art. 9º do Regulamento da Previdência  Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99, editado já sob a égide da mencionada EC n° 20/98.  Regulamento  da  Previdência  Social,  aprovado  pelo  Dec.  nº  3.048/99   Art.  9º  São  segurados  obrigatórios  da  previdência  social  as  seguintes pessoas físicas:  I­como empregado:  (...)  i) o  servidor da União, Estado, Distrito Federal  ou Município,  incluídas  suas  autarquias  e  fundações,  ocupante,  exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre  nomeação e exoneração; (grifos nossos)   j)  o  servidor  do  Estado,  Distrito  Federal  ou  Município,  bem  como  o  das  respectivas  autarquias  e  fundações,  ocupante  de  cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado  por regime próprio de previdência social; (grifos nossos)   l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou  Município, bem como pelas respectivas autarquias e  fundações,  por tempo determinado, para atender a necessidade temporária  de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art.  37 da Constituição Federal; (grifos nossos)     Diante dos aludidos dispositivos constitucionais, legais e regulamentares não  ressobram  dúvidas  de  que  os  servidores  municipais,  incluídas  suas  autarquias  e  fundações,  ocupantes,  exclusivamente,  de  cargo  em  comissão  declarado  em  lei  de  livre  nomeação  e  exoneração;  os  servidores municipais,  bem  como  os  das  respectivas  autarquias  e  fundações,  ocupantes  de  cargo  efetivo,  desde  que,  nessa  qualidade,  não  estejam  amparados  por  regime  próprio  de  previdência  social  e  os  servidores  contratados  pelo  município,  bem  como  pelas  respectivas  autarquias  e  fundações,  por  tempo  determinado,  para  atender  a  necessidade  temporária de excepcional interesse público são segurados obrigatórios do RGPS, na qualidade  de  segurado  empregado,  sujeitando­se,  nessa  condição,  segurado  e  ente  público,  ao  recolhimento das contribuições previdenciárias previstas na Lei nº 8.212/91.  Assim,  conforme  devidamente  esclarecido,  a  Emenda  nº  20/98  excluiu  do  RPPS  os  ocupantes  de  cargo  comissionado,  bem  como  de  outro  cargo  temporário  ou  de  emprego  público,  os  quais  passaram  a  ser  regidos,  obrigatoriamente,  pelo  Regime Geral  de  Previdência Social, de acordo com as regras já existentes na Lei nº 8.212/91. Nada mais.  Fl. 778DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     16   No  caso  sub  examine,  por  intermédio  do  vertente  Auto  de  Infração  de  Obrigação Principal, promoveu­se o lançamento de contribuições previdenciárias a cargo dos  segurados,  incidentes  sobre  os  pagamentos  efetuados  aos  servidores  públicos  municipais  ocupantes de cargo comissionado, sem vínculo efetivo com o órgão municipal. Ou seja, numa  situação completamente diferente daquela retratada no Ofício nº 12/2001 do INSS.  Na hipótese  tratada no  aludido ofício,  o  servidor ocupante de cargo efetivo  que, nessa condição, encontrava­se vinculado ao IPASGO, era cedido para outro órgão para lá  exercer cargo comissionado.  No  caso  dos  autos,  trata­se  de  servidor  ocupante  exclusivamente  de  cargo  comissionado, não ocupante de cargo efetivo, e com vedação constitucional de vinculação ao  RPPS em tela.  Por  determinação  legal  e  constitucional,  tal  servidor  é  vinculado  compulsoriamente ao RGPS e, nessa condição, tem que contribuir para o custeio da Seguridade  Social. nos termos do art. 20 da Lei nº 8.212/91.  Repise­se  que,  a  contar  da  promulgação  da  EC  n°  20/98,  os  servidores  municipais,  incluídas  suas  autarquias  e  fundações,  ocupantes,  exclusivamente,  de  cargo  em  comissão  declarado  em  lei  de  livre  nomeação  e  exoneração,  não  podem  mais  se  manter  vinculados a RPPS, mas,  tão  somente, ao RGPS, vinculação essa que se  revela obrigatória e  não facultativa, conforme já exaustivamente demonstrado.    3.3.   DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O TETO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.   Pondera  o  Recorrente  existirem  servidores  que  já  contribuíam  sobre  o  teto  máximo previsto na Constituição e, portanto, suas contribuições não deveriam constar no Auto  de Infração.   Tal rogativa não merece prosperar.    Cumpre, inicialmente, trazer a balha que o §28 do art. 216 do Regulamento da  Previdência Social é taxativo ao impor ao próprio contribuinte individual que prestar serviços, no  mesmo mês, a mais de uma empresa,  cuja  soma das  remunerações  superar o  limite mensal do  salário­de­contribuição, o dever de informar e comprovar tal situação fática, indicando o valor ou  valores sobre os quais  já  tenha incidido o desconto da contribuição, de modo que as empresas  que  sucederem  à  primeira  possam  observar  o  limite  máximo  do  salário­de­contribuição  na  ocasião  em  que  forem  promover  a  arrecadação  da  contribuição  do  segurado  contribuinte  individual a seu serviço, mediante o desconto de sua respectiva remuneração.  Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Dec. nº 3.048/99.  Art. 216. A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de  outras  importâncias  devidas  à  seguridade  social,  observado  o  que a respeito dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social  e  a  Secretaria  da  Receita  Federal,  obedecem  às  seguintes  normas gerais:   Fl. 779DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 772          17   §28.  Cabe  ao  próprio  contribuinte  individual  que  prestar  serviços,  no mesmo mês,  a mais  de  uma  empresa,  cuja  soma  das  remunerações  superar  o  limite  mensal  do  salário­de­ contribuição,  comprovar às que sucederem à primeira o valor  ou  valores  sobre  os  quais  já  tenha  incidido  o  desconto  da  contribuição,  de  forma  a  se  observar  o  limite  máximo  do  salário­de­contribuição.  (Incluído  pelo  Decreto  nº  4.729,  de  2003) (grifos nossos)     §29. Na hipótese do §28, o  Instituto Nacional do Seguro Social  poderá  facultar  ao  contribuinte  individual  que  prestar,  regularmente, serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das  remunerações seja igual ou superior ao limite mensal do salário­ de­contribuição,  indicar  qual  ou  quais  empresas  e  sobre  qual  valor  deverá  proceder  o  desconto  da  contribuição,  de  forma  a  respeitar  o  limite  máximo,  e  dispensar  as  demais  dessa  providência,  bem  como  atribuir  ao  próprio  contribuinte  individual  a  responsabilidade  de  complementar  a  respectiva  contribuição até o  limite máximo, na hipótese de, por qualquer  razão, deixar de receber remuneração    Tal  diretriz  não  discrepa  das  disposições  inscritas  no  art.  92  da  IN SRP nº  3/2005,  cujo  §4º  determina  que,  na  hipótese  de  prestação  de  serviços  como  segurado  empregados ou como segurados contribuintes  individuais a mais de uma empresa, cada fonte  pagadora  deverá  informar  na  GFIP  a  existência  de  múltiplos  vínculos  ou  múltiplas  fontes  pagadoras, adotando os procedimentos previstos no Manual da GFIP.   Instrução Normativa SRP nº 3, de 14 de julho de 2005   Art. 92. A empresa é responsável:  I ­ pelo recolhimento das contribuições previstas no art. 86;   II ­ pela arrecadação, mediante desconto na remuneração paga,  devida  ou  creditada,  e  pelo  recolhimento  da  contribuição  dos  segurados  empregado  e  trabalhador  avulso  a  seu  serviço,  observado o disposto nos § § 2º e 4º deste artigo;  III ­ pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário  de  contribuição,  e  pelo  recolhimento  da  contribuição  do  segurado  contribuinte  individual  que  lhe  presta  serviços,  prevista nos itens "2" e "3" da alínea "a" e nos itens "1" a "3" da  alínea  "b",  todos  do  inciso  II  do  art.  79,  para  fatos  geradores  ocorridos a partir de 1º de abril de 2003;   IV ­ pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário  de contribuição e pelo recolhimento da contribuição ao SEST e  ao  SENAT,  devida  pelo  segurado  contribuinte  individual  transportador  autônomo  de  veículo  rodoviário  (inclusive  o  taxista) que lhe presta serviços, prevista no § 5º do art. 79;  (...)    §2º  A  apuração  da  contribuição  descontada  do  segurado  empregado,  trabalhador  avulso  ou  contribuinte  individual  que  Fl. 780DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     18 presta  serviços  remunerados  a  mais  de  uma  empresa  será  efetuada da seguinte forma:   I  ­  tratando­se  apenas  de  serviços  prestados  como  segurado  empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso:   a)  quando  a  remuneração  global  for  igual  ou  inferior  ao  limite  máximo  do  salário  de  contribuição,  a  contribuição  incidirá  sobre  o  total  da  remuneração  recebida  em  cada  fonte  pagadora,  sendo  a  alíquota  determinada  de  acordo  com a faixa salarial correspondente ao somatório de todas  as remunerações recebidas no mês;   b)  quando  a  remuneração  global  for  superior  ao  limite  máximo  do  salário  de  contribuição,  o  segurado  poderá  eleger  qual  a  fonte  pagadora  que  primeiro  efetuará  o  desconto, cabendo às que se sucederem efetuar o desconto  sobre  a  parcela  do  salário  de  contribuição  complementar  até o limite máximo do salário de contribuição, observada a  alíquota  determinada  de  acordo  com  a  faixa  salarial  correspondente à soma de todas as remunerações recebidas  no mês;  II  ­  tratando­se  de  serviços  prestados  exclusivamente  na  condição de contribuinte individual:   a) caso a soma das remunerações recebidas não ultrapasse  o  limite máximo do  salário de contribuição,  cada empresa  aplicará, isoladamente, a alíquota de contribuição definida  nas alíneas  "a" ou  "b" do  inciso  II  do art.  79, conforme o  caso;   b)  se  ultrapassado  o  limite  máximo  do  salário  de  contribuição,  a  empresa  onde  isto  ocorrer  efetuará  o  desconto da contribuição prevista nas alíneas "a" ou "b" do  inciso  II  do  art.  79,  conforme  o  caso,  sobre  o  valor  correspondente  à  diferença  entre  o  limite  e  o  total  das  remunerações  sobre  as  quais  já  foram  efetuados  os  descontos;   III  ­  tratando­se  de  atividades  concomitantes  nas  condições  de  segurado  contribuinte  individual  e  segurado  empregado,  empregado doméstico, ou trabalhador avulso:   a)  à  soma  das  remunerações  como  segurado  empregado,  empregado  doméstico  e  trabalhador  avulso  aplica­se  o  disposto no inciso I deste parágrafo;   b)  às  demais  remunerações  decorrentes  da  atividade  de  contribuinte  individual  aplicam­se  os  procedimentos  definidos  no  inciso  II  deste  parágrafo,  até  o  valor  correspondente à diferença entre o limite máximo do salário  de contribuição e o valor obtido na alínea "a" deste inciso,  observado o disposto no § 5º deste artigo.   §3º A empresa deverá manter arquivadas, por dez anos, cópias  dos  comprovantes de pagamento ou a declaração apresentada  pelos segurados, para fins de apresentação ao INSS ou à SRP  quando solicitado. (grifos nossos)   §4º  Em  razão  do  disposto  no  §2º,  cada  fonte  pagadora  de  segurado  empregado,  trabalhador  avulso,  contribuinte  individual  e  empregado  doméstico,  quando  for  o  caso,  deverá  informar  na  GFIP  a  existência  de  múltiplos  vínculos  ou  Fl. 781DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 773          19 múltiplas  fontes  pagadoras,  adotando  os  procedimentos  previstos no Manual da GFIP. (grifos nossos)   §5º  Na  hipótese  de  o  segurado  exercer  atividades  na  forma  prevista no inciso III do § 2º, e ser efetuado primeiro o desconto  da contribuição como segurado contribuinte individual, para fins  de observância do  limite máximo do  salário de  contribuição, o  fato deverá ser comunicado à empresa em que estiver prestando  serviços  como  segurado  empregado  ou  trabalhador  avulso,  ou  ao  empregador  doméstico,  no  caso  de  segurado  empregado  doméstico,  mediante  a  apresentação  de  um  dos  documentos  referidos nos incisos I e II do art. 81.   §6º Na hipótese  do  inciso  III  do  §  2º,  a  remuneração  recebida  pelo  segurado na  atividade  de  contribuinte  individual  não  será  somada  a  remuneração  recebida  como  segurado  empregado,  empregado  doméstico  ou  trabalhador  avulso,  para  fins  de  enquadramento  na  tabela  de  faixas  salariais  a  que  se  refere  o  art. 77, sendo porém somada para fins de observância do limite  máximo do salário de contribuição.    Da leitura de tais comandos legais, constata­se que a legislação que disciplina a  matéria  ora  discutida  impõe  aos  segurados  o  dever  de  informar  às  empresas  contratantes  a  condição de prestar serviços a mais de uma empresa, de forma a se observar o limite máximo do  Salário de Contribuição.   Cabe, outrossim, à empresa, por seu turno, informar nas GFIP a existência de  múltiplos vínculos ou de múltiplas fontes pagadoras, na forma prevista no item 4.6 do Manual da  GFIP,  de  molde  a  se  informar  à  RFB  os  motivos  determinantes  da  não  arrecadação,  pelo  montante do Salário de Contribuição, da contribuição a ser arrecada do segurado empregado ou  contribuinte  individual  a  seu  serviço,  não  sendo  demasiado  cuidado  enaltecer  que  a  empresa  deverá manter  arquivado  por  dez  anos  por  dez  anos,  cópias  dos  comprovantes  de  pagamento  ou  a  declaração apresentada pelos segurados, para fins de apresentação ao INSS.  MANUAL DA GFIP  4.6 ­ VALOR DESCONTADO DO SEGURADO   Este campo deve ser informado nos seguintes casos:   a)  Múltiplos  vínculos  empregatícios  ou  múltiplas  fontes  pagadoras (campo Ocorrência com códigos 05 a 08): informar o  valor da contribuição previdenciária descontada do trabalhador  pelo empregador/contribuinte.   Para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, o valor  descontado deve observar a tabela de salário­de­contribuição e  a alíquota correspondente à soma das remunerações no mês de  competência.   A  empresa  que  tiver  empregado  com  mais  de  um  vínculo  empregatício  (ou  mais  de  uma  fonte  pagadora)  deve  aplicar  a  alíquota correspondente à faixa de enquadramento na tabela de  salário­de­contribuição,  considerando  o  somatório  das  suas  remunerações  e  respeitando  o  limite  máximo  do  salário­de­  contribuição.   Fl. 782DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI     20 Para os segurados contribuintes individuais, a alíquota aplicada  é  de  11%  sobre  seu  salário­de­contribuição  (limitado  ao  teto),  devendo­se  observar  que  o  somatório  do  valor  descontado  por  todas  as  empresas  não  pode  ultrapassar  o  limite  máximo  de  contribuição. Observar as notas 3 a 7, abaixo.   Caso  o  segurado  tenha  elegido  outra  empresa  para  efetuar  o  desconto  sobre  o  limite  máximo  do  salário­de­contribuição,  o  valor a ser informado neste campo pelo empregador/contribuinte  será igual a zero.  (...)    NOTAS:  (...)  4. A contribuição descontada do segurado não pode ultrapassar  o “teto”, devendo o somatório dos descontos efetuados por todas  as  empresas  respeitar  o  limite  máximo  do  salário­de­ contribuição.  Assim,  o  contribuinte  individual  que  prestar  serviços  a  mais  de  uma  empresa  durante  o  mês,  ao  atingir  o  limite  máximo,  deve  informar  este  fato  à  empresa  na  qual  o  limite for atingido e às que se sucederem.   5. O contribuinte individual pode eleger uma ou mais empresas  para  efetuar  o  desconto  sobre  o  limite  máximo  do  salário­de­ contribuição.  Neste  caso,  as  empresas  não  eleitas  ficam  dispensadas  de  efetuar  o  desconto,  nos  termos  da  Instrução  Normativa  que  dispõe  sobre  normas  gerais  de  tributação  previdenciária  e  de  arrecadação  das  contribuições  sociais  administradas pela RFB.   6.  Para  o  contribuinte  individual  que  ultrapassar  o  limite  máximo  do  salário­de­  contribuição  ou  que  eleger  outra(s)  empresa(s) para efetuar o desconto pelo limite máximo, deve ser  informada a existência de múltiplas fontes pagadoras no campo  Ocorrência  (códigos  05,  06,  07  ou  08,  conforme  o  caso),  e  apenas  eventual  diferença  de  contribuição  no  campo  Valor  Descontado do Segurado, ou R$ 0,00,  caso  o  limite máximo  já  tenha  sido  atingido  nas  demais  empresas  ou  caso  o  empregador/contribuinte  esteja  dispensado  de  efetuar  o  desconto, conforme o disposto na nota anterior.    No caso presente, o Recorrente apenas apresenta uma relação com o nome de  segurados  os  quais,  segundo  o  órgão  público,  já  contribuem  sobre  o  teto  do  Salário  de  Contribuição. Ocorre  que  a  alegação  aposta  pelo município  não  se  encontra  instruída  com  os  elementos  comprobatórios  de  tal  condição,  tampouco  com  as  GFIP  onde  reste  consignada  e  declarada tal circunstância, como assim exige o §4º do art. 92 da IN SRP nº 3/2005 e o Manual  da GFIP, item 4.6.  De  acordo  com  os  princípios  basilares  do  direito  processual,  incumbe  ao  autor o ônus de comprovar os fatos constitutivos do Direito por si alegado, e à parte adversa, a  prova  de  fato  impeditivo,  modificativo  ou  extintivo  do  direito  do  autor.  A  fiscalização  comprovou, mediante  documentação  idônea,  elaborada  sob  a  responsabilidade  e  domínio  do  próprio  Recorrente,  que  este  efetuou  pagamentos  a  título  de  remuneração  por  serviços  prestados  a  pessoas  físicas  na  qualidade  de  segurados  empregados  (comissionados)  e  a  segurados contribuintes individuais.  Fl. 783DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10120.016329/2008­45  Acórdão n.º 2302­002.005  S2­C3T2  Fl. 774          21 O Recorrente, entanto, não honrou produzir as provas necessárias à elisão do  lançamento  tributário  que  ora  se  edifica.  Limitou­se  a  deduzir  e  contrapor  alegações  desprovidas de  esteio  em  indício de prova material,  fundamentando  suas  alegações  em mera  planilha  acostada  a  fls.  665/666,  a  qual,  por  não  possuir  conteúdo  probatório  robusto,  se  mostrou  insuficiente  para  elidir  a  imputação  que  lhe  fora  infligida  pela  fiscalização  previdenciária,  não obtendo  sucesso,  assim,  em desincumbir­se do  encargo que  lhe pesava  e  mostrava contrário.  Advirta­se, igualmente, que as declarações acostadas a fls. 707/725, de que os  segurados  nelas  referidos  já  descontam  pelo  limite  superior  do  Salário  de  Contribuição  em  outra empresa, desacompanhadas das indispensáveis GFIP onde tal condição reste consignada,  não se mostra suficiente para a retificação do crédito tributário ora em constituição.    4.   CONCLUSÃO:  Pelos  motivos  expendidos,  CONHEÇO  do  Recurso  Voluntário  para,  no  mérito, NEGAR­LHE PROVIMENTO.    É como voto.    Arlindo da Costa e Silva                              Fl. 784DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI

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Numero do processo: 19515.004209/2009-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO AIOP - INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA - NÃO APRECIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. A legislação ordinária de custeio previdenciário não pode ser afastada em âmbito administrativo por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário. Neste sentido, o art. 26-A, caput do Decreto 70.235/1972 e a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - SÚMULA VINCULANTE STF Nº. 8 - PERÍODO ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL - APLICAÇÃO DO ART. 150, § 4º, CTN. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal Na hipótese dos autos, aplica-se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62-A, Anexo II, Regimento Interno do CARF - RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte. No presente caso, o fato gerador ocorreu entre as competências 04/2004 a 12/2004, a ciência do AIOP ocorreu em 21.10.2009, dessa forma, já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos ora lançados até a competência 09/2004, inclusive, nos termos do art. 150, § 4º, CTN. PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. RELATÓRIO DE CO-RESPONSÁVEIS. SUBSÍDIO PARA FUTURA AÇÃO EXECUTÓRIA. O Relatório de Co-Responsáveis é parte integrante do processo de lançamento e autuação e se destina a esclarecer a composição societária da empresa no período do débito, a fim de subsidiarem futuras ações executórias de cobrança. Esse relatório não é suficiente para se atribuir responsabilidade pessoal. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - ACRÉSCIMOS LEGAIS - JUROS E MULTA DE MORA - ALTERAÇÕES DADAS PELA LEI 11.941/2009 - RECÁLCULO DA MULTA MAIS BENÉFICA - ART. 106, II, C, CTN Até a edição da Lei 11.941/2009, os acréscimos legais previdenciários eram distintos dos demais tributos federais, conforme constavam dos arts. 34 e 35 da Lei 8.212/1991. A Lei 11.941/2009 revogou o art. 34 da Lei 8.212/1991 (que tratava de juros moratórios), alterou a redação do art. 35 (que versava sobre a multa de mora) e inseriu o art. 35-A, para disciplinar a multa de ofício. Visto que o artigo 106, II, c do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para compará-la com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa de mora mais benéfica. Ressalva-se a posição do Relator, vencida nesta Colenda Turma, na qual se deve determinar o recálculo dos acréscimos legais na forma de juros de mora (com base no art. 35, Lei 8.212/1991 c/c art. 61, § 3º Lei 9.430/1996 c/c art. 5º, § 3º Lei 9.430/1996) e da multa de ofício (com base no art. 35-A, Lei 8.212/1991 c/c art. 44 Lei 9.430/1996), com a prevalência dos acréscimos legais mais benéficos ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2403-001.677
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para se reconhecer a decadência até a competência 09/2004, com base no art. 150, § 4º, CTN, No mérito por maioria de votos determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Marcelo Magalhães Peixoto na questão da exclusão do Relatório de Vínculos. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim. Ausente, a Conselheira Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO

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nome_relator_s : PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO

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secao_s : Segunda Seção de Julgamento

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para se reconhecer a decadência até a competência 09/2004, com base no art. 150, § 4º, CTN, No mérito por maioria de votos determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Marcelo Magalhães Peixoto na questão da exclusão do Relatório de Vínculos. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim. Ausente, a Conselheira Maria Anselma Coscrato dos Santos.

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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO AIOP - INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA - NÃO APRECIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. A legislação ordinária de custeio previdenciário não pode ser afastada em âmbito administrativo por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário. Neste sentido, o art. 26-A, caput do Decreto 70.235/1972 e a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - SÚMULA VINCULANTE STF Nº. 8 - PERÍODO ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL - APLICAÇÃO DO ART. 150, § 4º, CTN. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal Na hipótese dos autos, aplica-se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62-A, Anexo II, Regimento Interno do CARF - RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte. No presente caso, o fato gerador ocorreu entre as competências 04/2004 a 12/2004, a ciência do AIOP ocorreu em 21.10.2009, dessa forma, já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos ora lançados até a competência 09/2004, inclusive, nos termos do art. 150, § 4º, CTN. PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. RELATÓRIO DE CO-RESPONSÁVEIS. SUBSÍDIO PARA FUTURA AÇÃO EXECUTÓRIA. O Relatório de Co-Responsáveis é parte integrante do processo de lançamento e autuação e se destina a esclarecer a composição societária da empresa no período do débito, a fim de subsidiarem futuras ações executórias de cobrança. Esse relatório não é suficiente para se atribuir responsabilidade pessoal. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - ACRÉSCIMOS LEGAIS - JUROS E MULTA DE MORA - ALTERAÇÕES DADAS PELA LEI 11.941/2009 - RECÁLCULO DA MULTA MAIS BENÉFICA - ART. 106, II, C, CTN Até a edição da Lei 11.941/2009, os acréscimos legais previdenciários eram distintos dos demais tributos federais, conforme constavam dos arts. 34 e 35 da Lei 8.212/1991. A Lei 11.941/2009 revogou o art. 34 da Lei 8.212/1991 (que tratava de juros moratórios), alterou a redação do art. 35 (que versava sobre a multa de mora) e inseriu o art. 35-A, para disciplinar a multa de ofício. Visto que o artigo 106, II, c do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para compará-la com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa de mora mais benéfica. Ressalva-se a posição do Relator, vencida nesta Colenda Turma, na qual se deve determinar o recálculo dos acréscimos legais na forma de juros de mora (com base no art. 35, Lei 8.212/1991 c/c art. 61, § 3º Lei 9.430/1996 c/c art. 5º, § 3º Lei 9.430/1996) e da multa de ofício (com base no art. 35-A, Lei 8.212/1991 c/c art. 44 Lei 9.430/1996), com a prevalência dos acréscimos legais mais benéficos ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   2 artigos  45  e  46  da  Lei  8.212/91,  que  tratam  de  prescrição  e  decadência  de  crédito tributário”.  Nos  termos do  art.  103­A da Constituição Federal,  as Súmulas Vinculantes  aprovadas  pelo  Supremo  Tribunal  Federal,  a  partir  de  sua  publicação  na  imprensa  oficial,  terão  efeito  vinculante  em  relação  aos  demais  órgãos  do  Poder  Judiciário  e  à  administração  pública  direta  e  indireta,  nas  esferas  federal, estadual e municipal  Na hipótese dos autos, aplica­se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC  nos termos do art. 62­A, Anexo II, Regimento Interno do CARF ­ RICARF,  com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve  recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte.  No  presente  caso,  o  fato  gerador  ocorreu  entre  as  competências  04/2004  a  12/2004,  a  ciência  do  AIOP  ocorreu  em  21.10.2009,  dessa  forma,  já  se  operara a decadência do direito de constituição dos créditos ora lançados até  a competência 09/2004, inclusive, nos termos do art. 150, § 4º, CTN.  PREVIDENCIÁRIO.  CUSTEIO.  RELATÓRIO  DE  CO­RESPONSÁVEIS.  SUBSÍDIO PARA FUTURA AÇÃO EXECUTÓRIA.  O  Relatório  de  Co­Responsáveis  é  parte  integrante  do  processo  de  lançamento  e autuação e  se destina  a  esclarecer  a  composição  societária da  empresa no período do débito, a fim de subsidiarem futuras ações executórias  de cobrança. Esse relatório não é suficiente para se atribuir responsabilidade  pessoal.  PREVIDENCIÁRIO  ­  CUSTEIO  ­  NOTIFICAÇÃO  FISCAL  DE  LANÇAMENTO  DE  DÉBITO  ­  ACRÉSCIMOS  LEGAIS  ­  JUROS  E  MULTA DE MORA  ­  ALTERAÇÕES DADAS  PELA LEI  11.941/2009  ­  RECÁLCULO DA MULTA MAIS BENÉFICA ­ ART. 106, II, C, CTN  Até a edição da Lei 11.941/2009, os acréscimos legais previdenciários eram  distintos dos demais tributos federais, conforme constavam dos arts. 34 e 35  da Lei 8.212/1991. A Lei 11.941/2009 revogou o art. 34 da Lei 8.212/1991  (que  tratava de  juros moratórios),  alterou  a  redação do art. 35  (que versava  sobre  a  multa  de  mora)  e  inseriu  o  art.  35­A,  para  disciplinar  a  multa  de  ofício.  Visto que o artigo 106,  II, c do CTN determina a aplicação retroativa da lei  quando,  tratando­se  de  ato  não  definitivamente  julgado,  lhe  comine  penalidade  menos  severa  que  a  prevista  na  lei  vigente  ao  tempo  da  sua  prática, princípio da retroatividade benigna, impõe­se o cálculo da multa com  base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para compará­la com a multa aplicada com  base  na  redação  anterior  do  artigo  35  da Lei  8.212/91  (presente  no  crédito  lançado neste  processo)  para  determinação  e  prevalência  da multa  de mora  mais benéfica.  Ressalva­se a posição do Relator, vencida nesta Colenda Turma, na qual  se  deve determinar o recálculo dos acréscimos legais na forma de juros de mora  (com base no art. 35, Lei 8.212/1991 c/c art. 61, § 3º Lei 9.430/1996 c/c art.  5º,  §  3º  Lei  9.430/1996)  e  da multa  de  ofício  (com  base  no  art.  35­A,  Lei  8.212/1991  c/c  art.  44  Lei  9.430/1996),  com  a  prevalência  dos  acréscimos  legais mais benéficos ao contribuinte.  Recurso Voluntário Provido em Parte    Fl. 433DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 414          3   Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.    ACORDAM  os  membros  do  Colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  dar  provimento  parcial  ao  recurso,  para  se  reconhecer  a  decadência  até  a  competência  09/2004,  com base no  art. 150, § 4º, CTN, No mérito por maioria de votos determinar o  recálculo da  multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada  pela  Lei  11.941/2009  (art.  61,  da  Lei  no  9.430/96),  prevalecendo  o  valor  mais  benéfico  ao  contribuinte.  Vencidos  os  conselheiros  Carolina  Wanderley  Landim  e  Marcelo  Magalhães  Peixoto na questão da exclusão do Relatório de Vínculos.    Carlos Alberto Mees Stringari ­ Presidente    Paulo Maurício Pinheiro Monteiro ­ Relator    Participaram  do  presente  julgamento  os  Conselheiros  Carlos  Alberto Mees  Stringari,  Ivacir  Júlio  de  Souza,  Paulo  Maurício  Pinheiro  Monteiro,  Marcelo  Magalhães  Peixoto e Carolina Wanderley Landim. Ausente,  a Conselheira Maria Anselma Coscrato dos  Santos.  Fl. 434DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   4     Relatório      Trata­se de Recurso Voluntário, fls. 402 a 408, interposto pela Recorrente –  FAZIO  GRÁFICA  E  EDITORA  LTDA..  contra  Acórdão  nº  16­25.912  ­  11ª  Turma  da  Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento De São Paulo I ­ SP, fls. 388 a 399, que  julgou procedente  em parte  a  autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de  Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.232.799­0, às fls. 01, com valor consolidado de  R$ 104.606,24 retificado para R$ 36.236,93.  O crédito previdenciário se refere às contribuições previdenciárias destinadas  à Seguridade Social referente a glosa de compensação indevida por ultrapassar o limite de 30%  em  descumprimento  ao  ordenamento  legal  e  à  decisão  judicial,  no  período  de  04/2004  a  12/2004.  O Relatório Fiscal, às fls. 30 a 36, informa:  1 —  0  presente  Auto  de  Infração — AI  conte  as  GLOSAS DA  COMPENSAÇÃO,  devido  a  Compensação  Indevida  praticada  pela EMPRESA, para o período de Abril 2004 a Dezembro 2004,  superiores ao limite de 30% ( trinta por cento ) sobre o VALOR  DEVIDO  A  PREVIDÊNCIA  SOCIAL  nas  GFIPs  — GUIA  DE  RECOLHIMENTO  DO  FGTS  E  INFORMAÇÕES  À  PREVIDÊNCIA SOCIAL, em descumprimento as determinações  judiciais, abaixo:  1.1 ­ SENTENÇA — 3a• VARA CÍVEL FEDERAL SÃO PAULO  — MANDADO DE SEGURANÇA —PROCESSO N. 96.0019185­ 9, fls. 156 a 157, cópia anexo:  "Isto  posto,  julgo  PROCEDENTE  EM  PARTE  o  pedido,  autorizando  a  Impetrante  a  proceder  a  compensação  do  que  recolheu a titulo de contribuição social sobre a remuneração de  autônomos  e  administradores,  exercitada  sobre  as  parcelas  vincendas da mesma exação, nos termos do artigo 66 da Lei N.  8.313/91,  desde  a  data  em  que  foi  feito  seu  recolhimento,  conforme o artigo 8° da Lei 7.787/89, observado o limite de 25%  ( vinte e cinco por cento ) imposto pela Lei N. 9.032/95, art.89,  parágrafo 3°.,  a  partir  de 29/04/95,  e o  limite de  30%  (  trinta  por  cento  ),  previsto  na  Lei  9.129/95,  art.  4°.,  a  partir  de  21/11/95.  Os  valores  a  compensar  serão  corrigidos  monetariamente conforme os índices oficiais adotados pelo INSS  na  correção  de  seus  créditos  e  a  compensação  será  feita  por  conta  e  risco  da  Impetrante,  ,observada  a  prescrição  decenal,  prevista  no  artigo  46  da  Lei  N.  8.212/91  e  sujeita  r"ampla  conferência pela Autarquia.  Fl. 435DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 415          5 Os demonstrativos de pagamento acostados a inicial preenchem  a exigência de certeza de crédito e~d liquidez que corresponde a  valor  certo  e  determinado  decorre  do  fato  de  que  o  crédito  apenas  depende  de  cálculo  aritmético.­  IMPROCEDENTE  a  parte do pedidos com relação à impugnação' ao limite de 25% (  vinte e cinco por cento) imposto a compensação a ser realizada  sob a égide da Lei 9.032/95 e a partir de 21/11/95, 41,1ando'for  publicada a Lei 9.129/95, art. o limite de 30% ( trinta por cento  )'  por  ser  a  compensação  dos  tributos  instituto  de  direito  público,em  que  o  poder  tributante  está  submetido  à  lei,  que  estabelece as condições ( art. 170, art. 171, CTN) como o limite  retro referido.  De  fato,  o  principio  da  irretroatividade,  invocado  pela  Impetrante,  aplica­se  à  cobrança  de  tributo:s  relativos  a  fatos  geradores  ocorridos  antes  da  vigência  da  lei  que  os  houver  instituído  ou  aumentado,  mas  não  aplica­se  ao  instituto  da  compensação, que, conforme.o artigo 170, do Código Tributário  Nacional  deve  obedecer  as  condições  estabelecidas  na  lei  e  portanto,  a  limitação  imposta  pela  Lei  9:032/95  e  subseqüente  Lei 9.129/95 encontra naquele artigo o seu fundamento.  Cumpre salientar que a exação foi legalmente reintroduzida pela  Lei Complementar n. 84/96;de 18/01/96.    1.2 — ACÓRDÃO DA  l  ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL  FEDERAL DA 3 a. REGIÃO, copia, anexo:  "EMENTA REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO EM MANDADO  DE SEGURANÇA.  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA  .  INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3'  ,  INCISO  I.  LEI  7.787/89. RESOLUÇÃO DO SENADO N. 14. COMPENSAÇÃO.  ARTIGO  66 DA  LEI  8.383/91:  POSSIBILIDADE.  CORREÇÃO  MONETÁRIA.  I . A matéria relativa à contribuição instituída pela Lei 7.787/89  já  foi  definitivamente  decidida  pela  Suprema  Corte  que,  por  maioria, declarou a inconstitucionalidade da expressão "avulso,  autônomos  e administradores",  contida  no  inciso  I,  artigo  3  °.,  da Lei N. 7.787/89, expressões essas que  tiveram sua execução  suspensa, por força da Resolução N. 14 do Senado Federal.  II — 0 instituto da compensação é forma de extinção do crédito  tributário ( artigo 156, I, CTN ), admissivel em sede de mandado  de segurança. Precedentes do STJ e desta Corte.  III — 0 artigo 66, da Iii­8.383 de 31/12/91, viabiliza a norma do  artigo 170 do Código Tributário Nacional que dispõea ,respeito  da.ofo  pensagão  não  havendo  f  lar­se  em  unilateralidade  do  instituto.  Fl. 436DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   6 s  valores,recolhidos  a  titulo  de  contribuição  previdenciária  do  pró­labore são compensáveis com parcelas­vincendas de tributos  da  mesma  natureza,  efetivamente  devidas,  observado  o  limite  imposto pelo artig64­89,, parágrafo 3d . , da Lei n. 9.032/95.  —  A  correção  monetária  não  constitui  rendimento  do  capital  nem  penalidade.  Sua  aplicação  visa  a  restabelecer  o  poder  aquisitivo  da  moeda.  Devida,  pois,  a  correção  monetária  do  DECIDE  a  l  a  .  Turma  do  Tribunal  Regional  Federal  da  3  a•  Regido,  por  unanimidade,  negar  provimento  a  remessa  oficial  e.ao apelo da autarquia previdenciária, nos termos do relatório  e voto, que ficam fazendo parte integrante do julgado.  1.4 ­ Por fazer Compensação Indevida, acima dos '30% ( trinta  por cento ) determinada por Decisões Judiciais, acima citadas a  empresa  fiscalizada  efetuou.  lançamentos  inexatos  na  Declaração em GFIP nos campos "57,­° Valor*Solicitado" ; "58  ­ Valor Compensado", como também declarou erroneamente os  campos  "61  ­  Período  Inicial  03/1991"  e  "62  –  Periodo  Final  12/1998",  em  vez  de  declarar  o  período  correto  relativo  ao  Processo  Judicial  nos Campos  "61  ­,Período  Inicial:  Setembro  1989 e "62 ­ Período Final: Agosto 1995", conforme consta na  Planilha  I.N.S.S  SOBRE  PRÓ­LABORE  E  AUTÔNOMOS,  motivos pelo qual a empresa está sendo autuada pelo AUTO DE  INFRAÇÃO  DEBCAD  N.  37.232.800­8  ­  FUNDAMENTO  LEGAL 78.  1.5  ­ A Multa de Mora  limitada a %  (  vinte  por  cento  ),  ,para  COMPENSAÇÃO INDEVIDA foi aplicada de acordo com a Lei  N.  8.212/91,  art.  89,/parágrafo  9  °.,  como  consta  no  FLD  ­  FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO.    A Recorrente teve ciência do TIAF – Termo de Início da Ação Fiscal, às fls.  17 a 18, na qual consta o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF.  A Recorrente teve ciência do AIOP em 21.10.2009.  O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Discriminativo  Sintético do Débito ­ DSD, às fls. 04 a 05, é de 04/2004 a 12/2004.  A Recorrente apresentou Impugnação, às fls. 356 a 375.  A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente em  parte a autuação, reconhecendo a decadência parcial até a competência 08/2004 com base no  art.  150,  §  4º,  CTN,  nos  termos  do Acórdão  nº  16­25.912  ­  11ª  Turma  da  Delegacia  da  Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo I ­ SP, fls. 388 a 399, conforme Ementa  a seguir:  ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÕES  SOCIAIS  PREVIDENCIÁRIAS  Período  de  apuração:  01/04/2004  a  31/12/2004  CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. COMPENSAÇÃO.  AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. RESPEITO AO LIMITE. GLOSA.  Fl. 437DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 416          7 A  compensação  de  contribuições  previdenciárias  requerida  judicialmente deve ser feita nos estritos termos das decisões que  a autorizaram.  direito  da  Administração  a  glosa  dos  valores  compensados  de  forma diversa da determinada em decisão judicial transitada em  julgado.  CONTRIBUIÇÕES  PREVIDENCIÁRIAS.  DECADÊNCIA.  SÚMULA VINCULANTE. STF. CINCO ANOS. TERMO A QUO.  COMPENSAÇÃO  EM  PROPORÇÃO  SUPERIOR  À  AUTORIZADA.  RECOLHIMENTO  A  MENOR  DOS  VALORES  APURADOS  COMO DEVIDOS.  Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei  n.°  8.212/91,  pelo  Supremo  Tribunal  Federal  ­  STF,  por  meio  da  Súmula Vinculante n.° 8, publicada no Diário Oficial da Unido  em 20/06/2008, o lapso de tempo de que dispõe a Secretaria da  Receita Federal do Brasil para constituir os créditos relativos As  contribuições previdenciárias, mencionadas nos artigos 2° e 3 0  da  Lei  n.°  11.457/07,  será  regido  pelo  Código  Tributário  Nacional ­ Lei n.° 5.172/66.  O  prazo  decadencial  para  lançamento  de  tributos  sujeitos  a  lançamento por homologação é aquele previsto no art. 150, §4 °,  do CTN, nos casos em que houve a antecipação do recolhimento  por parte do  sujeito passivo  e  sendo esse  recolhimento  inferior  ao devido em conseqüência de excesso de compensação.  AUTO DE INFRAÇÃO. FORMALIDADES LEGAIS.  O  Auto  de  Infração  encontra­se  revestido  das  formalidades  legais, tendo sido lavrado de acordo com os dispositivos legais e  normativos que disciplinam o assunto.  AUTO DE INFRAÇÃO. RELATÓRIO DE VÍNCULOS.  O Relatório de Vínculos não tem como escopo incluir os sócios  da  empresa  no  pólo  passivo  da  obrigação  tributária,  mas  sim  listar  todas  as  pessoas  físicas  e  jurídicas  representantes  legais  ou  não  do  sujeito  pa  indicando  sua  qualificação  e  período  de  atuação.  Impugnação Procedente em Parte   Crédito Tributário Mantido em Parte   Acórdão   Vistos, relatados e discutidos os autos do processo em epígrafe,  acordam  os  membros  da  11a.  Turma  de  Julgamento,  por  unanimidade  de  votos,  nos  termos  do  relatório  e  voto  que  Fl. 438DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   8 passam  a  integrar  o  presente  julgado,  considerar  a  IMPUGNAÇÃO PROCEDENTE EM PARTE, MANTENDO EM  PARTE  0  CRÉDITO  TRIBUTÁRIO,  excluindo  o  crédito  tributário  relativo  As  competências  atingidas  pela  decadência  (de  04/2004  a  08/2004).  A  •  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil competente, para cientificar o contribuinte deste Acórdão,  fornecendo­lhe  cópia,  e  intimá­lo  para  pagamento  do  crédito  mantido  no  prazo  de  30  (trinta)  dias  da  ciência,  salvo  interposição de recurso voluntário em igual prazo, nos termos do  art. 25 do Decreto n.° 70235/72, na  redação dada pela Lei n.°  11.941, de 27/05/2009.  Deixo  de  recorrer  de  oficio  em  razão  do  valor  exonerado  não  ultrapassar  o  limite  de  alçada,  em  conformidade  com  o  artigo  366  do  Regulamento  da  Previdência  Social  —RPS,  aprovado  pelo  Decreto  n.°  3.048,  de  06/05/1999,  na  redação  dada  pelo  Decreto n.° 6.224, de 04/10/2007, combinado com o artigo 1° da  Portaria do Ministério da Fazenda (MF) n.° 3, de 03/01/2008.  Sala de Sessões, em 06 de julho de 2010.    Inconformada  com  a  decisão  de  1ª  instância,  a  Recorrente  apresentou  Recurso  Voluntário,  fls.  402  a  408,  reiterando  os  argumentos  utilizados  em  sede  de  Impugnação, em apertada síntese:     (i) Decadência das competências 09 e 10/2004;  (ii) Vício formal pois deveria ter havido a lavratura de NFLD e não AI;  (iii) Questiona o Relatório de Vínculo e a responsabilidade dos sócios;  (iv) O limite à compensação viola princípios e normas constitucionais.      Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão,  fls. 410.      É o Relatório.    Fl. 439DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 417          9   Voto             Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator    PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE  O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 410.    Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares e ao Mérito.    DAS QUESTÕES PRELIMINARES    (A) Alegações diversas de inconstitucionalidade.  Analisemos.  Não assiste razão à Recorrente pois o previsto no ordenamento legal não  pode ser anulado na  instância administrativa por alegações de  inconstitucionalidade,  já  que  tais  questões  são  reservadas  à  competência,  constitucional  e  legal,  do  Poder  Judiciário.   Neste sentido, o art. 26­A, caput do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o  processo administrativo fiscal, e dá outras providências:  “Art.  26­A. No  âmbito  do  processo  administrativo  fiscal,  fica  vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar  de  observar  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  decreto,  sob  fundamento  de  inconstitucionalidade. (Redação  dada  pela  Lei  nº 11.941, de 2009)  § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)  § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  ato  normativo: (Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)  Fl. 440DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   10 I  –  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão  definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela  Lei nº 11.941, de 2009)  II  –  que  fundamente  crédito  tributário  objeto  de: (Incluído  pela  Lei nº 11.941, de 2009)  a)  dispensa  legal  de  constituição  ou  de  ato  declaratório  do  Procurador­Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e  19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído pela Lei nº  11.941, de 2009)  b) súmula da Advocacia­Geral da União, na forma do art. 43 da  Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009)  c)  pareceres  do  Advogado­Geral  da  União  aprovados  pelo  Presidente  da  República,  na  forma  do  art.  40  da  Lei  Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.  (Incluído pela  Lei nº 11.941, de 2009)”(gn).    Ademais, há a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009,  que  expressamente  veda  ao  CARF  se  pronunciar  acerca  da  inconstitucionalidade  de  lei  tributária.  Súmula  CARFnº  2:  O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.      (i) Decadência das competências 09 e 10/2004;  A decisão de primeira instância  reconheceu a decadência até a competência  08/2004, com fulcro no art. 150, § 4º, CTN em função de tratar­se de glosa de compensação,  obviamente  com  a  presença  de  recolhimentos  antecipados  feitos  pelo  sujeito  passivo  a  homologar pela RFB.  Analisemos.  O Supremo Tribunal Federal ­ STF, conforme o Informativo STF nº 510 de  19 de junho de 2008, por entender que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e  decadência  em matéria  tributária,  nos  termos  do  artigo  146,  III,  b,  da  Constituição  Federal,  negou provimento por unanimidade aos Recursos Extraordinários nºs 556664/RS, 559882/RS,  559.943 e 560626/RS, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45  e  46,  da  Lei  nº  8.212/91,  atribuindo­se,  à  decisão,  eficácia  ex  nunc  apenas  em  relação  aos  recolhimentos efetuados antes de 11.6.2008 e não impugnados até a mesma data, seja pela via  judicial, seja pela administrativa.  Após, o STF aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante nº 8, publicada em  20.06.2008, nestes termos:  Súmula  Vinculante  nº  8  ­  São  inconstitucionais  os  parágrafo  único do artigo 5º do Decreto­lei 1.569/77 e os artigos 45 e 46  Fl. 441DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 418          11 da  Lei  8.212/91,  que  tratam  de  prescrição  e  decadência  de  crédito  tributário.  Publicada  no  DOU  de  20/6/2008,  Seção  1,  p.1.  É  necessário  observar  ainda  que  as  súmulas  aprovadas  pelo  STF  possuem  efeitos vinculantes, conforme se depreende do art. 103­A e parágrafos da Constituição Federal,  que foram inseridos pela Emenda Constitucional nº 45/2004. in verbis:  “Art. 103­A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou  por  provocação,  mediante  decisão  de  dois  terços  dos  seus  membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,  aprovar  súmula  que,  a  partir  de  sua  publicação  na  imprensa  oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do  Poder  Judiciário  e  à  administração  pública  direta  e  indireta,  nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à  sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.  § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a  eficácia  de  normas  determinadas,  acerca  das  quais  haja  controvérsia  atual  entre  órgãos  judiciários  ou  entre  esses  e  a  administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e  relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.   §  2º  Sem  prejuízo  do  que  vier  a  ser  estabelecido  em  lei,  a  aprovação,  revisão  ou  cancelamento  de  súmula  poderá  ser  provocada  por  aqueles  que  podem  propor  a  ação  direta  de  inconstitucionalidade.  § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a  súmula  aplicável  ou  que  indevidamente  a  aplicar,  caberá  reclamação  ao  Supremo  Tribunal  Federal  que,  julgando­a  procedente,  anulará  o  ato  administrativo  ou  cassará  a  decisão  judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com  ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (g.n.)."  Portanto,  da  leitura  do  dispositivo  constitucional  acima,  conclui­se  que  a  vinculação  à  súmula  alcança  a  administração  pública  e,  por  conseqüência,  os  julgadores  no  âmbito do contencioso administrativo fiscal.  Ademais, no termos do artigo 64­B da Lei 9.784/99, com a redação dada pela  Lei  11.417/06,  a  administração  pública  direta  e  indireta,  nas  esferas  federal,  estadual  e  municipal,  deve  adequar  a  decisão  administrativa  ao  entendimento  do  STF,  sob  pena  de  responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.  “Art.  64­B.  Acolhida  pelo  Supremo  Tribunal  Federal  a  reclamação  fundada  em  violação  de  enunciado  da  súmula  vinculante,  dar­se­á  ciência  à  autoridade  prolatora  e  ao  órgão  competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar  as  futuras  decisões  administrativas  em  casos  semelhantes,  sob  pena  de  responsabilização  pessoal  nas  esferas  cível,  administrativa e penal”  Cumpre  ressaltar  que  o  art.  62,  caput  do  Regimento  Interno  do  Conselho  Administrativo de Recursos Fiscais ­ CARF do Ministério da Fazenda, Portaria MF nº 256 de  Fl. 442DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   12 22.06.2009, veda o afastamento de aplicação ou  inobservância de  legislação sob  fundamento  de inconstitucionalidade.   Porém, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF,  ressalva  que  o  disposto  no  caput  não  se  aplica  a  dispositivo  que  tenha  sido  declarado  inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal:  “Art.  62.  Fica  vedado  aos  membros  das  turmas  de  julgamento  do  CARF  afastar  a  aplicação  ou  deixar  de  observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob  fundamento de inconstitucionalidade.  Parágrafo  único.  O  disposto  no  caput  não  se  aplica  aos  casos  de  tratado,  acordo  internacional,  lei  ou  ato  normativo:  I  ­  que  já  tenha  sido  declarado  inconstitucional  por  decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal;  ou  II ­ que fundamente crédito tributário objeto de:  a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do  Procurador­Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts.  18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002;  b) súmula da Advocacia­Geral da União, na forma do art.  43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou  c)  parecer  do  Advogado­Geral  da  União  aprovado  pelo  Presidente  da  República,  na  forma  do  art.  40  da  Lei  Complementar n° 73, de 1993. (g.n.)”  Portanto, em razão da declaração de inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da  Lei nº 8.212/1991 pelo STF, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário  Nacional  ­  CTN.  Dessa  forma,  constata­se  que  já  se  operara  a  decadência  do  direito  de  constituição  dos  créditos  ora  lançados,  nos  termos  dos  artigos  150,  §  4o,  e  173  do  Código  Tributário Nacional.  O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva  do crédito tributário, assim estabelece em seu artigo 173:  “Art.  173. O direito  de  a Fazenda Pública  constituir  o  crédito  tributário extingue­se após 5 (cinco) anos, contados:  I  ­  do  primeiro  dia  do  exercício  seguinte  àquele  em  que  o  lançamento poderia ter sido efetuado;  II  ­  da  data  em  que  se  tornar  definitiva  a  decisão  que  houver  anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.  Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue­se  definitivamente  com  o  decurso  do  prazo  nele  previsto,  contado  da  data  em  que  tenha  sido  iniciada  a  constituição  do  crédito  tributário  pela  notificação,  ao  sujeito  passivo,  de  qualquer  medida preparatória indispensável ao lançamento. (g.n.)”  Fl. 443DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 419          13 Já em se tratando de tributo sujeito a  lançamento por homologação, quando  ocorre  pagamento  antecipado  inferior  ao  efetivamente  devido,  sem  que  o  contribuinte  tenha  incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplica­se o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN,  segundo o qual,  se  a  lei  não  fixar prazo  à homologação,  será  ele de cinco anos,  a contar da  ocorrência do fato gerador:   “Art.150. O  lançamento  por  homologação,  que  ocorre  quanto  aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de  antecipar  o  pagamento  sem  prévio  exame  da  autoridade  administrativa, opera­se pelo ato em que a referida autoridade,  tomando  conhecimento  da  atividade  assim  exercida  pelo  obrigado, expressamente a homologa.  § 1º ­ O pagamento antecipado pelo obrigado nos  termos deste  artigo  extingue  o  crédito,  sob  condição  resolutória  da  ulterior  homologação do lançamento.  § 2º  ­ Não  influem sobre a obrigação  tributária quaisquer atos  anteriores  à  homologação,  praticados  pelo  sujeito  passivo  ou  por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.  § 3º ­ Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém  considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o  caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.  § 4º ­ Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco  anos  a  contar  da  ocorrência  do  fato  gerador;  expirado  esse  prazo  sem  que  a  Fazenda  Pública  se  tenha  pronunciado,  considera­se homologado o lançamento e definitivamente extinto  o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou  simulação. (g.n.)”  Essas interpretações estão em sintonia com decisões do Poder Judiciário.  “Ementa:  ....1.  O  entendimento  jurisprudencial  consagrado  no  Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, em se tratando  de  tributos  sujeitos  a  lançamento  por  homologação  cujo  pagamento  ocorreu  antecipadamente,  o  prazo  decadencial  de  que dispõe o Fisco para constituir o crédito tributário é de cinco  anos, contados a partir do fato gerador.Todavia, se não houver  pagamento antecipado, incide a regra do art. 173, I, do Código  Tributário Nacional.”  (STJ.1ª  Turma, AgRg no Ag 972.949/RS,  Rel.: Min.Denise Arruda.,ago/08.) (g.n.)  “Ementa:  ....4.  Nas  exações  cujo  lançamento  se  faz  por  homologação, havendo pagamento antecipado, conta­se o prazo  decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, §  4º, do CTN). Somente quand onão há pagamento antecipado, ou  há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto  no  art.  173,  I,  do  CTN.  Em  normais  circunstâncias,  não  se  conjugam  os  dispositivos  legais.  Precedentes  das  Turmas  de  Direito Público e da Primeira Seção. 5.Hipótyese dos autos em  que não houve pagamento antecipado, aplicando­se a  regra do  art. 173,  I, do CTN.” (STJ. 2ª Turma, AgRg no Ag 939.714/RS,  Rel.: Min. Eliana Calmon., fev/08.) . (g.n.)  Fl. 444DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   14 “Ementa: .... Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por  homologação,  a  fixação  do  termo  a  quo  do  prazo  decadencial  para a constituição do crédito deve considerar, em conjunto, os  arts.  150,  §  4º,  e  173,  I,  do  Código  Tributário  Nacional.  Na  hipótese em exame, que cuida de lançamento por homologação  (contribuição  previdenciária)  com  pagamento  antecipado,  o  prazo decadencial será de cinco anos a contar da ocorrência do  fato  gerador.  (...)  Somente  quando  não  há  pagamento  antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se  aplica  o  disposto  no  art.  173,  I,  do  CTN..”  (STJ.  EREsp  278727/DF.  Rel.:  Min.  Franciulli  Netto.  1ª  Seção.  Decisão:  27/08/03. DJ de 28/10/03, p. 184.) . (g.n.)  Uma corrente doutrinária também aponta que no caso de tributo lançado por  homologação,  desde  que  haja  a  antecipação  de  pagamento,  se  aplica  uma  regra  especial  disposta no art. 150, § 4º, CTN em detrimento da aplicação da regra geral do art. 173, I, CTN.  No entanto, nos casos de dolo, fraude ou simulação, de modo a que se configure a comprovada  má­fé  do  sujeito  passivo,  não  corre  o  prazo  do  art.  150,  §  4º,  CTN mas  sim  a  decadência  tributária se rege pela disposição genérica do art. 173, I, CTN.  Nesta corrente doutrinária pode­se citar, dentre outros, Ricardo Lobo Torres1,  Eduardo Sabbag2, Mauro Luís Rocha Lopes3 e Leandro Paulsen4.  Há vozes discordantes na doutrina que defendem que a decadência opera com  base  na  regra  geral  de  decadência  exposta  no  art.  173  do  CTN,  haja  ou  não  pagamento  antecipado no caso de lançamento por homologação, de forma a não se aplicar o art. 150, § 4º,  CTN.  O  meu  posicionamento  se  identifica  com  o  direcionamento  do  Superior  Tribunal de Justiça – STJ e com a primeira corrente doutrinária exposta no sentido de no caso  de  tributo  lançado  por  homologação,  desde  que  haja  a  antecipação  de  pagamento  e  não  se  configure os casos de dolo, fraude ou simulação, se aplica a regra especial disposta no art. 150,  § 4º, CTN,  conforme se depreende do REsp 973.733/SC nos  termos do art. 62­A, Anexo  II,  Regimento Interno do CARF – RICARF.  Na hipótese presente, inclusive constatado na decisão de primeira instância às  fls. 388 a 399, verifica­se que o AIOP trata de glosa de compensação efetuada pela Recorrente,  obviamente  com  a  presença  de  recolhimentos  antecipados  feitos  pelo  sujeito  passivo  a  homologar pela RFB.   Não obstante, o Relatório de Documentos Apresentados – RDA, às fls. 6 a 7,  apresenta recolhimentos feitos pela Recorrente entre as competências 01/2004 a 12/2004.  Então, aplicando­se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos  do art. 62­A, Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF, exsurge a regra de decadência  insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar pelo  contribuinte.                                                              1 TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 16. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. p. 283.  2 SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 723.  3 LOPES, Mauro Luís Rocha. Direito tributário brasileiro. Rio de Janeiro: Impetus, 2009. p. 248.  4 PAULSEN, Leandro. Direito tributário: constituição e código tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 11.  ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAFE, 2009. p. 1036.  Fl. 445DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 420          15 Verifica­se,  da  análise  dos  autos,  que  a  cientificação  do  AIOP  pela  Recorrente,  às  fls.  01,  se  deu  em  21.10.2009  e  o  débito  se  refere  a  glosa  de  compensações  efetuadas no seguinte período: 04/2004 a 12/2004.  Dessa  forma,  nos  termos  do  artigo  150,  §  4o,  CTN,  constata­se  que  já  se  operara  a  decadência  do  direito  de  constituição  dos  créditos  lançados  até  a  competência  09/2004, inclusive.      (ii) Vício formal pois deveria ter havido a lavratura de NFLD e não AI;  Analisemos.  Não  obstante  a  argumentação  do  Recorrente,  não  confiro  razão  ao  mesmo  pois, de plano, nota­se que o procedimento fiscal atendeu a todas as determinações legais, não  havendo, pois, nulidade por vício insanável e tampouco cerceamento de defesa.   Trata­se de Recurso Voluntário, fls. 402 a 408, interposto pela Recorrente –  FAZIO  GRÁFICA  E  EDITORA  LTDA..  contra  Acórdão  nº  16­25.912  ­  11ª  Turma  da  Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento De São Paulo I ­ SP, fls. 388 a 399, que  julgou procedente  em parte  a  autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de  Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.232.799­0, às fls. 01, com valor consolidado de  R$ 104.606,24 retificado para R$ 36.236,93.  O crédito previdenciário se refere às contribuições previdenciárias destinadas  à Seguridade Social referente a glosa de compensação indevida por ultrapassar o limite de 30%  em  descumprimento  ao  ordenamento  legal  e  à  decisão  judicial,  no  período  de  04/2004  a  12/2004.  Desta forma, conforme o artigo 37 da Lei n° 8.212/91, foi  lavrado AIOP nº  37.232.799­0 que, conforme definido no inciso IV do artigo 633 da IN MPS/SRP n° 03/2005, é  o documento constitutivo de crédito relativo às contribuições devidas à Previdência Social e a  outras importâncias arrecadadas pela SRP, apuradas mediante procedimento fiscal:  (redação à época da lavratura do AIOP nº 37.232.799­0)  Lei n° 8.212/91   Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de  contribuições  tratadas  nesta  Lei,  ou  em  caso  de  falta  de  pagamento  de  beneficio  reembolsado,  a  fiscalização  lavrará  notificação  de  débito,  com  discriminação  clara  e  precisa  dos  fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que  se referem, conforme dispuser o regulamento.    IN MPS/SRP n° 03/2005  Fl. 446DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   16 Art. 633. São documentos de constituição do crédito tributário  relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa:  (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008)  I  ­  GFIP,  que  é  o  documento  declaratório  da  obrigação,  caracterizado  como  instrumento  de  confissão  de  dívida  tributária;  II  ­  Lançamento  do  Débito  Confessado  (LDC),  que  é  o  documento  por  meio  do  qual  o  sujeito  passivo  confessa  os  débitos que verifica; (Nova redação dada pela IN RFB nº 851,  de 28/05/2008)  III ­ Revogado pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008  IV ­ Auto de Infração (AI), que é o documento constitutivo de  crédito,  inclusive  relativo à multa aplicada em decorrência do  descumprimento  de  obrigação acessória,  lavrado por Auditor­ Fiscal  da  Receita  Federal  do  Brasil  (AFRFB)  e  apurado  mediante procedimento de  fiscalização;  e  (Nova  redação dada  pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008)  V ­ Notificação de Lançamento, que é o documento constitutivo  de  crédito  expedido  pelo  órgão  da  Administração  Tributária.  (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008)    Pode­se elencar as etapas necessárias à realização do procedimento:  · A autorização por meio da emissão de TIAF – Termo de  Início  da  Ação  Fiscal,  o  qual  contém  o  Mandado  de  Procedimento  Fiscal  –  MPF­  F,  com  a  competente  designação  do  Auditor­Fiscal  responsável  pelo  cumprimento do procedimento; · A  intimação  para  a  apresentação  dos  documentos  conforme  Termo  de  Intimação  para  Apresentação  de  Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que  apresentasse todos os documentos capazes de comprovar  o cumprimento da legislação previdenciária;   · A  autuação  dentro  do  prazo  autorizado  pelo  referido  Mandado, com a apresentação ao contribuinte dos fatos  geradores  e  fundamentação  legal  que  constituíram  a  lavratura  do  auto  de  infração  ora  contestado,  com  as  informações  necessárias  para  que  o  autuado  pudesse  efetuar as impugnações que considerasse pertinentes:  a. IPC ­ Instruções para o Contribuinte (que tem a finalidade de  comunicar  ao  contribuinte  como  regularizar  seu  débito,  como  apresentar defesa e outras informações);  b. DD ­ Discriminativo do Débito   c. RDA ­ Relatório de Documentos Apresentados  d.  RADA  ­  Relatório  de  Apropriação  de  Documentos  Apresentados.  Fl. 447DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 421          17 e.  FLD­  Fundamentos  Legais  do  Débito  (que  indica  os  dispositivos legais que autorizam o lançamento e a cobrança das  contribuições  exigidas,  de  acordo  com  a  legislação  vigente  à  época do respectivo fato gerador);  f. VÍNCULOS ­ Relatório de Vínculos (que lista todas as pessoas  físicas  ou  jurídicas  em  razão  de  seu  vínculo  com  o  sujeito  passivo, indicando o tipo de vínculo existente e o período);   g. TIAF – Termo de Início da Ação Fiscal;  h. REFISC – Relatório Fiscal.    Cumpre­nos  esclarecer  ainda,  que  o  lançamento  fiscal  foi  elaborado  nos  termos  do  artigo  142  do Código Tributário Nacional,  especialmente  a  verificação  da  efetiva  ocorrência  do  fato  gerador  tributário,  a  matéria  sujeita  ao  tributo,  bem  como  o  montante  individualizado do tributo devido.  De plano, o art. 142, CTN, estabelece que:  “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa  constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido  o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência  do  fato  gerador  da  obrigação  correspondente,  determinar  a  matéria  tributável,  calcular  o  montante  do  tributo  devido,  identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da  penalidade cabível.   Parágrafo  único.  A  atividade  administrativa  de  lançamento  é  vinculada  e  obrigatória,  sob  pena  de  responsabilidade  funcional.”    Analisando­se  o  AIOP  nº  37.232.799­0,  tem­se  que  foi  cumprido  integralmente os limites legais dispostos no art. 142, CTN.  Ademais,  não  compete  ao  Auditor­Fiscal  agir  de  forma  discricionária  no  exercício  de  suas  atribuições.  Desta  forma,  em  constatando  a  falta  de  recolhimento,  face  a  ocorrência do fato gerador, cumpri­lhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de  débito  de  forma  vinculada,  constituindo  o  crédito  previdenciário.  O  art.  243  do  Decreto  3.048/99, assim dispõe neste sentido:  Art.243.  Constatada  a  falta  de  recolhimento  de  qualquer  contribuição  ou  outra  importância  devida  nos  termos  deste  Regulamento,  a  fiscalização  lavrará,  de  imediato,  notificação  fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos  geradores,  das  contribuições  devidas  e  dos  períodos  a  que  se  referem,  de  acordo  com  as  normas  estabelecidas  pelos  órgãos  competentes.    Fl. 448DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   18 Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente.      (iii) Questiona o Relatório de Vínculo e a responsabilidade dos sócios;  Analisemos.  Preliminarmente,  quanto  à  solicitada  exclusão  de  sócio  do  rol  de  co­ responsáveis  cabe  esclarecer  que  esta  relação,  anexada  aos  autos  pela  Fiscalização,  não  tem  como escopo incluir pessoas físicas e jurídicas no pólo passivo da obrigação tributária, mas sim  listar todas as pessoas representantes legais do sujeito passivo que, eventualmente, poderão ser  responsabilizadas na esfera judicial, na hipótese de futura inscrição do débito em dívida ativa,  pois  o  chamamento  dos  responsáveis  só  ocorre  em  fase  de  execução  fiscal,  em  consonância  com  a  legislação,  e  após  se  verificarem  infrutíferas  as  tentativas  de  localização  de  bens  da  própria empresa.  A  responsabilização  somente  ocorrerá  por  ordem  judicial,  nas  hipóteses  previstas na lei e após o devido processo legal. O débito foi lançado somente contra a pessoa  jurídica e, neste momento, demais pessoas não sofrerão restrições em seus direitos. Assim, esta  discussão é inócua na esfera administrativa, sendo mais apropriada na via da execução judicial,  na hipótese de convocação dos listados, por decisão judicial, para satisfação do crédito.   Portanto, não há razão para a exclusão deste Relatório de Vínculos dos autos.      (iv) O limite à compensação viola princípios e normas constitucionais.  A apreciação de inconstitucionalidade em sede de Recurso Voluntário já foi  analisada no item (A).   Ademais, a Lei 9.032, de 28/04/95, introduziu o parágrafo 3o ao artigo 89 da  Lei 8.212/91, limitando o valor da compensação a 25% (vinte cinco por cento) do valor a ser  recolhido em cada competência, parágrafo este que recebeu nova redação com a Lei 9.129, de  20/11/95, alterando o limite máximo da compensação para 30% (trinta por cento) do valor a ser  recolhido.   Desta  forma,  a  compensação  não  poderá  ser  superior  a  trinta  por  cento  do  valor  a  ser  recolhido  em  cada  competência.  Entretanto,  o  saldo  remanescente  em  favor  do  contribuinte, que não comporte compensação de uma só vez, será atualizado monetariamente.  A  glosa  de  compensação  pode  ocorrer  quando  o  sujeito  passivo,  embora  demonstre a existência de pagamento  indevido do  tributo, compensa além do permitido,  seja  quando  se  utiliza  de  índice  de  correção  não  autorizado  ou  expurgos  inflacionários;  quando  ocorre erro de cálculo do valor a ser compensado, ou quando compense além do limite máximo  de  30% por  competência. Verificada  essa  situação,  serão  glosados  os  valores  indevidamente  compensados.  Diante do exposto, não prospera a argumentação da Recorrente.  Fl. 449DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.004209/2009­17  Acórdão n.º 2403­001.677  S2­C4T3  Fl. 422          19     (v) Do cálculo da multa – retroação da lei mais benéfica   Analisemos.  Esta Colenda Turma de Julgamento vem se posicionando reiteradamente, por  maioria,  em  relação  ao  recálculo  dos  acréscimos  legais,  para  que  se  recalcule  a  multa  de  mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91, com a  prevalência da mais benéfica ao contribuinte:   A  multa  de  mora  aplicada  teve  por  base  o  artigo  35  da  Lei  8.212/91,  que  determinava  aplicação  de  multa  que  progredia  conforme  a  fase  e  o  decorrer  do  tempo  e  que  poderia  atingir  50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal.   Ocorre  que  esse  artigo  foi  alterado  pela  Lei  11.941/2009,  que  estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas  nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de  mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro  de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%.  Visto  que  o  artigo  106,  II,  c  do  CTN  determina  a  aplicação  retroativa da lei quando, tratando­se de ato não definitivamente  julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na  lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade  benigna, impõe­se o cálculo da multa com base no artigo 61 da  Lei  9.430/96  para  compará­la  com  a multa  aplicada  com  base  na  redação anterior  do  artigo  35  da Lei  8.212/91  (presente no  crédito  lançado  neste  processo)  para  determinação  e  prevalência da multa mais benéfica.    Art. 106. A lei aplica­se a ato ou fato pretérito:   I  ­  em  qualquer  caso,  quando  seja  expressamente  interpretativa,  excluída  a  aplicação  de  penalidade  à  infração dos dispositivos interpretados;    II ­ tratando­se de ato não definitivamente julgado:   a) quando deixe de defini­lo como infração;   b)  quando  deixe  de  tratá­lo  como  contrário  a  qualquer  exigência  de  ação  ou  omissão,  desde  que  não  tenha  sido  fraudulento  e  não  tenha  implicado  em  falta  de  pagamento  de tributo;   c)  quando  lhe  comine  penalidade  menos  severa  que  a  prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.  Ressalva­se a posição do Relator, posição vencida nesta Colenda Turma,  na qual se deve determinar o recálculo dos acréscimos legais na forma de juros de mora (com  base no art. 35, Lei 8.212/1991 c/c art. 61, § 3º Lei 9.430/1996 c/c art. 5º, § 3º Lei 9.430/1996)  Fl. 450DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI   20 e da multa de ofício (com base no art. 35­A, Lei 8.212/1991 c/c art. 44 Lei 9.430/1996), com a  prevalência dos acréscimos legais mais benéficos ao contribuinte.      CONCLUSÃO    Voto  no  sentido  de  CONHECER  do  recurso,  NO  MÉRITO,  DAR  PROVIMENTO  PARCIAL  AO  RECURSO,  para  se  reconhecer  a  decadência  até  a  competência 09/2004, com base no art. 150, § 4º, CTN e determinar o recálculo da multa de  mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei  11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte.      É como voto.    Paulo Maurício Pinheiro Monteiro                               Fl. 451DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI

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