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Numero do processo: 13771.000358/2007-38
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE.
Para fazer jus à isenção, o contribuinte deve preencher os dois requisitos obrigatórios. Inteligência da Súmula nº 63 deste Colendo CARF.
Numero da decisão: 2002-000.739
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. Para fazer jus à isenção, o contribuinte deve preencher os dois requisitos obrigatórios. Inteligência da Súmula nº 63 deste Colendo CARF.
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Para fazer jus à isenção, o contribuinte deve preencher os dois requisitos obrigatórios. Inteligência da Súmula nº 63 deste Colendo CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 77 1. 00 03 58 /2 00 7- 38 Fl. 81DF CARF MF Processo nº 13771.000358/200738 Acórdão n.º 2002000.739 S2C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 59) contra decisão de primeira instância (fls. 49/53), que julgou procedente em parte a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: Contra o contribuinte foi lavrada notificação de lançamento relativa ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (fls. 8 a 10), anocalendário 2004, para apurar crédito tributário no valor de R$18741,20. O lançamento originouse da revisão da DIRPF/2005, tendo sido apurada omissão de rendimentos das fontes pagadoras Tribunal Regional Federal (CPF 08851418730), FISTEL e INSS por falta de apresentação de laudo médico pericial emitido por serviço médico oficial. Inconformado, o interessado alega em síntese que declarou inadvertidamente sua filha como dependente e não utilizou qualquer beneficio com relação a esta opção, uma vez que apresentou declaração simplificada. Afirrna que sua filha apresentou declaração em separado tributando os valores considerados pela notificação. Quanto aos valores recebidos por ele, alega que seriam isentos por ser portador de moléstia grave confonne documentos apresentados. Ao final, menciona decisões administrativas com ementas relacionadas ao seu pleito. O resumo da decisão revisanda está condensado na seguinte ementa do julgamento: MOLÉSTIA GRAVE. A isenção do imposto de renda decorrente de moléstia grave abrange rendimentos de aposentadoria, reforma ou pensão. A patologia deve ser comprovada, mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, juntando novos documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 13771.000358/200738 Acórdão n.º 2002000.739 S2C0T2 Fl. 4 3 O contribuinte foi cientificado em 02/10/2009 (fl. 58); Recurso Voluntário protocolado em 27/10/2009 (fl. 59), assinado pelo próprio contribuinte. Responde o contribuinte nestes autos, pela seguinte infração: a) Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave – Não Comprovação da Moléstia ou sua Condição de Aposentado, Pensionista ou Reformado. Relata o Sr. AFR, que “O CONTRIBUINTE NÃO APRESENTOU O LAUDO PERICIAL EMITIDO POR SERVIÇO MÉDICO OFICIAL DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL OU DOS MUNICÍPIOS, ONDE CONSTE A DATA DO INÍCIO DA DOENÇA, O NOME DA DOENÇA E O CID, PARA COMPROVAR A .ISENÇÃO” A r. decisão revisanda, julgou procedente em parte a impugnação do contribuinte, não aceitando o laudo de fl. 27. Irresignado o recorrente maneja recurso próprio, apresentando novos documentos. O recorrente apresenta a “Carta de Concessão” do INSS, onde assevera que o mesmo foi considerado aposentado a partir de 13/11/1998. O Laudo Médico Pericial trazido aos autos, à fl. 77, elaborado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo, diz que o recorrente é portador de Neoplasia Maligna de Pele, CID10 – C44, desde 2001. Assim, nesta quadra, o recorrente faz jus à isenção pleiteada de acordo com a Súmula nº 63 deste Colendo CARF: “Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito dáse provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.720511/2015-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2010
EMBARGOS. OBSCURIDADE. ACOLHIMENTO SEM EFEITOS INFRINGENTES.
Acolhe-se os embargos quando visam ao esclarecimento de procedimentos a serem adotados em relação aos débitos do processo que foram revistos em recurso. Acolhimento sem efeitos infringentes apenas para fins de esclarecimento e orientação da delegacia de origem.
Numero da decisão: 1401-003.109
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, sem efeitos infringentes, esclarecendo aos Recorrentes os pontos controvertidos, nos termos do voto do Relator
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Carlos André Soares Nogueira, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente)
Nome do relator: ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2010 EMBARGOS. OBSCURIDADE. ACOLHIMENTO SEM EFEITOS INFRINGENTES. Acolhe-se os embargos quando visam ao esclarecimento de procedimentos a serem adotados em relação aos débitos do processo que foram revistos em recurso. Acolhimento sem efeitos infringentes apenas para fins de esclarecimento e orientação da delegacia de origem.
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Interessado BANCO VOTORANTIM S.A. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2010 EMBARGOS. OBSCURIDADE. ACOLHIMENTO SEM EFEITOS INFRINGENTES. Acolhese os embargos quando visam ao esclarecimento de procedimentos a serem adotados em relação aos débitos do processo que foram revistos em recurso. Acolhimento sem efeitos infringentes apenas para fins de esclarecimento e orientação da delegacia de origem. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, sem efeitos infringentes, esclarecendo aos Recorrentes os pontos controvertidos, nos termos do voto do Relator (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Carlos André Soares Nogueira, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 05 11 /2 01 5- 93 Fl. 1442DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.442 2 Relatório Tratam o presente processo de embargos apresentados pela DEINF/SP e, depois acrescentados por embargos apresentados pelo contribuinte que versam sobre o valor a ser revertido relativo ao provimento do recurso de ofício que foi provido quando do julgamento dos recursos voluntários e de ofício. Apresentarei excertos dos despachos de admissibilidade dos dois embargos para situar os colegas de turma acerca das alegações de parte a parte. Após uma pequena introdução, passa a apresentar as alegações apresentadas pela DEINF/SP: Abaixo, fragmentos do texto dos embargos, no que interessa para a análise: [...] O Acórdão nº1401002.008 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária deu provimento integral ao Recurso de Ofício, determinando o reestabelecimento do auto de infração lavrado da CSLL às fls. 286 a 292, que diz respeito a Infração de Amortização de Ágio. Todavia, os valores exonerados pela DRJ não correspondem integralmente ao auto de infração em epígrafe. O processo administrativo nº 16327.720511/201593 contempla as infrações apuradas no anocalendário de 2010 de valores excluídos indevidamente da base de cálculo (Juros Auferidos com Títulos de Governo Externo) de CSLL e de multas isoladas (fls. 268 a 277) e de valores não adicionados na base de cálculo (Amortização de Ágio) de IRPJ (Auto de Infração das fls. 278 a 285) e de CSLL (Auto de Infração das fls. 286 a 292). O IRPJ e a CSLL foram calculados da seguinte forma: Conforme demonstrado na tabela acima toda a compensação de períodos anteriores da CSLL lançada, ocorreu no primeiro auto de infração. O valor de R$ 66.430.530,55, corresponde a somo de 30% do valor apurado de Juros Auferidos com Títulos de Governo externo (R$ 57.897.703,52) e 30% do valor apurado na Amortização do Ágio (R$ 8.532.827,03). Por essa razão, no auto das folhas 286 a 292 não há subtração da compensação de períodos anteriores. [...] Conforme a tabela, a DRJ exonerou o valor apurado de R$ 28.442756,76 da infração de valores excluídos indevidamente da base de cálculo (Juros Auferidos com Títulos de Governo Externo), do auto Fl. 1443DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.443 3 de infração de fls. 268 a 277, mantendo integralmente os valores lançados pelos outros autos de infração. Diante dessa decisão, a DRJ recorreu de ofício, conforme estabelecido no art. 35 do decreto 70.235, e o contribuinte apresentou Recurso Voluntário. Acórdão nº 1401002.008 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, de 26 de julho de 2017, de provimento parcial ao recurso voluntário para exonerar o crédito tributário objeto do auto de infração de fls. 268 a 276 (infração de exclusão indevida da base de cálculo da CSLL dos juros Auferidos com Títulos de Governo Externo) e provimento integral ao recurso de ofício para restabelecer o crédito tributário lançado através do auto de infração de fls. 286 a 292. Conforme demonstrado no Relatório, o auto de infração das folhas 286 a 292 não foi exonerado pela decisão da DRJ. O valor exonerado pela DRJ é parte do auto de infração valores excluídos indevidamente da base de cálculo (Juros Auferidos com Títulos de Governo Externo), que, no entender da DRJ, era tributação em duplicidade com a Amortização de Ágio. O auto de infração das 286 a 292 contempla um valor total de R$ 4.266.413,51. O número é superior ao que foi exonerado pela DRJ (R$ 2.986.489,46). Assim, seguindo a risca a decisão do acórdão nº 1401002.008, o provimento do recurso de ofício reestabeleceria um valor maior do o que foi de fato exonerado pela DRJ. Embora o valor tributável exonerado pelo acórdão de impugnação seja o mesmo que provocou o lançamento do auto de infração, das fls. 286 a 292, de valores não adicionados na base de cálculo da CSLL – Amortização de Ágio – (R$ 28.442.756,76), a diferença ocorre porque a decisão de DRJ levou em consideração a compensação de 30% de prejuízos anteriores, enquanto o auto de infração não realizou essa compensação. [...] Diante do exposto, peço ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais esclarecimentos sobre qual valor da CSLL deve ser mantido pela decisão: • O valor exonerado pela DRJ, de R$ 2.986.489,46, que leva em consideração da compensação de 30% de prejuízos anteriores. E dessa forma, a compensação de períodos anteriores deverá ser alterada no Sistema de Acompanhamento de Prejuízo, Lucro Inflacionário e Base de Cálculo Negativa da CSLL (Sapli) de R$ 66.430.530,55 para R$ 8.532.827,03. • Ou o valor do auto de infração das fls. 286 a 292, de R$ 4.266.413,51, que não subtraiu a compensação. E assim, a compensação de períodos anteriores deverá ser alterada no Sistema de Acompanhamento de Prejuízo, Lucro Inflacionário e Base de Cálculo Negativa da CSLL (Sapli) de R$ 66.430.530,55 para R$ 0,00. [...] (grifos nossos). O que se denota em resumo, nos embargos da unidade, é que o acórdão embargado rematou equivocadamente quanto ao que entendeu restabelecimento de parcela exonerada pela DRJ no julgamento de 1.ª instância. Como bem descreve o embargante, a parcela exonerada pela DRJ dizia respeito à base de Fl. 1444DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.444 4 cálculo no valor de R$ 28.442.756,76 retirada da base de cálculo total da infração de fls. 268/276. Como os tributos lançados relativos a esta infração foram integralmente exonerados no julgamento do CARF, não faz qualquer sentido falar em restabelecimento parcial ou total na mesma decisão do CARF. Percebese no texto dos embargos que, a rigor, o Colegiado de 2.º grau concluiu pela manutenção da infração das fls. 286/293 (Glosa de dedução de ágio amortizado), mas referiuse de forma inexata a uma reversão de parte do crédito exonerado pela DRJ, a qual nem sequer havia expurgado qualquer valor correspondente à referida infração — reduziu somente a base de cálculo da infração de fls. 268/276, “Juros auferidos com títulos de governo externo”. O quadro a seguir, extraído do acórdão da DRJ, expõe melhor os dados numéricos sobre os quais se debruçou a decisão embargada, e ajuda a demonstrar a inexatidão contida na decisão embargada, resultante da leitura errada dos dados ali registrados. Assim concluir a admissibilidade dos embargos da DEINF/SP: Pois bem, com razão o embargante aponta lapso manifesto na análise desenvolvida com foco no recurso de ofício, e nas conclusões correspondentes. Em decorrência, ficou prejudicada a certeza acerca de qual valor da CSLL lançada de ofício pretende o CARF que seja mantido, já que a correta alocação do valor mantido ao campo da infração cujo lançamento a Turma Julgadora pretende preservar, além de corrigir a inexatidão, com o propósito, inclusive, de franquear o regular direito de interposição de recurso especial, permite a compensação sem indecisão da base de cálculo apurada/mantida com parte da Base de Cálculo negativa de períodos anteriores — um dos pedidos de esclarecimento contidos nos embargos. Tendo sido identificados os erros materiais de que tratam os embargos, estes devem ser admitidos para que tais erros sejam sanados na forma proposta. O recorrente tomando ciência destes embargos da DEINF/SP e do acórdão do recurso voluntário, apresentou também embargos de declaração que foram assim relatados e admitidos, apenas os excertos que interessam à discussão: Fl. 1445DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.445 5 Aduz a embargante que a decisão está eivada de vícios de omissão e contradição, os quais assim sintetiza, verbis: “(i) o acórdão recorrido é omisso na medida em que não analisou o item III.1 do Recurso Voluntário da Embargante, no qual foi alegada a inexistência de regra que preveja a indedutibilidade das despesas de amortização, tendo em vista inexistir regra que vincule a dedutibilidade de uma despesa à tributação do rendimento correlato (item II.1); (ii) o acórdão recorrido é contraditório por utilizar o argumento de que os TDT evitam a dupla tributação da renda obtida no exterior (receitas, ganhos e rendimentos oriundos do exterior menos despesas incorridas no exterior), mas fundamenta sua decisão a partir da impossibilidade de a despesa relativa a ativo localizado no exterior reduzir a tributação da renda obtida no país (receitas, ganhos e rendimentos oriundos do Brasil menos despesas incorridas no Brasil). Isto é, o acórdão parte da premissa de que há um "muro" entre a renda "nacional" e a "estrangeira", mas implode contraditoriamente esse muro para justificar a impossibilidade de amortização do ágio (item II.2); (iii) o acórdão é omisso com relação ao valor do crédito tributário de CSLL exigido sobre as despesas de amortização (auto de infração de fls. 286292) reestabelecido, pois, diferentemente da DRJ, não menciona se a integralidade do crédito deveria ser mantida ou se bases negativas de CSLL de anos anteriores deveriam ser consideradas para compensação do crédito (item II.3); e (iv) o acórdão é omisso na medida em que, em suas conclusões, não menciona o destino do auto de infração lavrado para constituição de IRPJ sobre as despesas de amortização de ágio, mencionando somente os autos de infração de CSLL (item II.4).” II.3 Omissão sobre o crédito de CSLL restabelecido objeto dos autos de infração de fls. 286292 Aduz a embargante que, ao negar a dedutibilidade de despesas com amortização do ágio e restabelecer o auto de infração de fls. 286292, que trata da CSLL exigida sobre esses encargos, o acórdão embargado não tratou dos valores restabelecidos, caracterizando omissão. Isto porque a DRJ havia exonerado o crédito tributário e determinado a utilização da base de cálculo negativa da CSLL acumulada de períodos anteriores para compensar 30% das supostas infrações (R$ 28.442.756,76), o que resultou no reajustamento da base de cálculo. Acrescenta que o tema “foi, inclusive, objeto de Pedido de Esclarecimentos sobre Inexatidões Materiais apresentado pela DEINF (fls. 1.2311.234), que questionou o CARF nos seguintes termos: (...)”, e que o referido requerimento “foi admitido pelo Presidente dessa 1ª Turma da 4ª Câmara da 1ª Seção e (...) [convertido] em Embargos Inominados”. Fl. 1446DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.446 6 Entende a embargante, portanto, que o CARF se omitiu ao não analisar a questão relativa à compensação de 30% das supostas infrações com as base de cálculo negativas da CSLL acumuladas. Em análise do arguido, constatase que, na verdade, se trata do mesmo ponto obscuro apontado pela unidade administrativa (DEINFSP), e que foi acolhido por esta Presidência — conforme, aliás, a própria embargante destacou — exatamente para que se determine, afinal, com precisão, qual o valor que o colegiado pretende que seja mantido, pronunciandose especificamente acerca desta questão afeta à compensação da base de cálculo negativa da CSLL acumulada de períodos anteriores. Neste aspecto, confirase o seguinte excerto do despacho de fls. 1238 e seguintes, em que o requerimento da DEINF foi analisado, verbis: “Em decorrência, ficou prejudicada a certeza acerca de qual valor da CSLL lançada de ofício pretende o CARF que seja mantido, já que a correta alocação do valor mantido ao campo da infração cujo lançamento a Turma Julgadora pretende preservar, além de corrigir a inexatidão, com o propósito, inclusive, de franquear o regular direito de interposição de recurso especial, permite a compensação sem indecisão da base de cálculo apurada/mantida com parte da Base de Cálculo negativa de períodos anteriores — um dos pedidos de esclarecimento contidos nos embargos.” Portanto, é procedente a alegação de omissão feita pela embargante. Quanto aos demais pontos apresentados nos embargos do contribuinte estes não foram admitidos. Desta forma a apreciação dos presentes embargos vai se resumir a entender o que foi efetivamente determinado pela decisão embargada em relação ao recurso de ofício. É o relatório. Fl. 1447DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.447 7 Voto Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto Os embargos são tempestivos e preenchem os requisitos legais por isso deles tomo conhecimento. Como já dito no relatório a análise dos embargos apresentados recairá unicamente sobre o conteúdo da decisão proferida no acórdão dos recursos voluntário e de ofício do presente processo no que toca a reversão da exoneração de parte da autuação realizada pela DRJ. Para tanto reproduziremos aqui o voto embargado na parte que trata do provimento do recurso de ofício. Do recurso de ofício A DRJ afastou a autuação relativamente à exclusão da amortização do ágio por causa de este item já estar incluído no lançamento da CSLL, de fls. 268 276, que adotou como fundamento a não aplicação dos tratados, pois havia adotado como base de cálculo o montante bruto dos juros e não o líquido já deduzida a amortização. Pois bem, uma vez que afastamos integramente a autuação de CSLL sobre os juros brutos, deixa de existir a dupla tributação que serviu de fundamento da decisão recorrida. Impõese, assim, que seja mantida a autuação relativa à exclusão indevida da amortização de ágio da base de cálculo da CSLL, ou seja, deve prosperar o auto de infração lavrado de CSLL às fls. 286292, pelos mesmos fundamentos da manutenção do alto de infração de IRPJ sobre a referida amortização do ágio. Tendo em vista que apenas da leitura do recurso de ofício e do voto completo do acórdão do recurso voluntário não conseguimos compreender o que foi lançado originalmente e a composição destes lançamentos, revimos o acórdão da impugnação para melhor situar o tema. Assim, conseguimos verificar a composição dos lançamentos a partir destes trechos do relatório e voto do acórdão da impugnação: ............. 7. Foi no lançamento fiscal adicionado à base de cálculo do IRPJ e da CSLL a despesa de R$ 28.442.756,76 com amortização do ágio pago por ocasião da aquisição de Títulos dos Governos da Dinamarca e da Espanha, conforme descrito no subitem 3.2 (Da amortização do ágio) do Termo de Verificação Fiscal, porquanto os encargos financeiros incorridos na captação de recursos Fl. 1448DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.448 8 junto a terceiros devem ser apropriados ao resultado em função da fluência do prazo do título, mas, no presente caso, acabaram sendo apropriados no anocalendário de 2010 em face de a interessada ter reconhecido em sua escrita contábil a receita líquida de R$ 164.549.588,30 (montante de R$ 192.992.345,06 dos juros deduzido do ágio de R$ 28.442.756,76) e ter excluído do Lalur e da base de cálculo da CSLL o valor total dos juros auferidos (R$ 192.992.345,06): ......... Composição Analítica – Juros Isentos – Títulos de Governos Soberanos Data Base: 2010 Ou seja, na apuração anual do lucro líquida da instituição financeira, a mesma reconheceu como Rendas de Juros com títulos de governos estrangeiros o montante de R$ 164.549.588,30. No entanto, ao efetuar o ajuste no Lucro Líquido para apuração da Base de Cálculo do IRPJ e da CSLL, o mesmo desconsiderou os lançamentos de amortização do ágio nas contas de Renda. Tal fato acarretou uma exclusão a maior do que efetivamente foi levado ao resultado, no anocalendário de 2010, como Rendas de Juros sobre Títulos no exterior, em R$ 28.442.756,76. A receita e as despesas relacionadas à mesma transação devem ser reconhecidos simultaneamente; esse processo está vinculado ao princípio da confrontação das despesas com as receitas (regime de competência). (...) A parcela do preço de aquisição de título excedente ao valor de reembolso de capital nele estipulado deve ser considerada, junto ao credor, para fins tributários, como um redutor do valor total dos juros previstos no título. Para uma melhor visualização da situação concreta, vamos supor que não existissem tratados internacionais com os referidos países, o valor de Juros com Títulos de Governos Estrangeiros oferecido à tributação seria o resultado contábil registrado em sua escrita (R$ 164.549.588,30) e não os R$ 192.992.345,06. Diante disto, adicionamos de ofício o valor referente à amortização do ágio, o qual o contribuinte indevidamente considerou como despesas dedutível quando ao realizar os ajustes nas Bases de Cálculos do IRPJ e da CSLL, excluiu as receitas de Juros com Títulos de Governos Estrangeiros sem considerar as amortizações de ágio registradas nas contas 71515000302063 – Juros Nota Dinamarquesa e 71515000302055 – Juros Nota Espanhola. (Grifouse) Fl. 1449DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.449 9 ............. Passando à parte do Voto da DRJ. 16. Trata o presente processo de lançamentos de IRPJ e CSLL decorrentes das seguintes infrações: . falta de adição ao lucro real e à base de cálculo da CSLL do valor correspondente à amortização do ágio pago na aquisição de títulos da dívida pública dos Governos da Dinamarca e Espanha, cujo encargo de R$ 28.442.756,76 deixou de ser deduzido da receita auferida com os juros produzidos por tais títulos, no anocalendário de 2010, para fins de apuração do valor a ser excluído do Lalur e da base de cálculo da CSLL com base nos tratados internacionais para evitar a dupla tributação firmados com os Governos da Dinamarca e Espanha; . falta de oferecimento à tributação pela CSLL dos juros produzidos por títulos da dívida pública emitidos pelos Governos da Dinamarca e Espanha (R$ 192.992.345,06), porquanto as disposições dos tratados internacionais para evitar a dupla tributação não alcançam essa contribuição. Assim votou a DRJ a respeito do ágio autuado separadamente dos juros: Tributação em duplicidade pela CSLL do valor correspondente à amortização do ágio 88. Cabe razão à impugnante no que se refere à alegação de tributação em duplicidade do valor correspondente à amortização do ágio pago na aquisição dos títulos da dívida pública dos Governos da Dinamarca e Espanha, pois além considerar que os tratados internacionais não são aplicáveis à CSLL e glosar a exclusão de R$ 192.992.345,06 da base de cálculo da CSLL, correspondente ao rendimento bruto dos juros das notas dinamarquesas e espanholas, a Autoridade Fiscal também tributou a diferença de R$ 28.442.756,76, correspondente à amortização desse ágio, cujo valor deixou de ser deduzido da receita produzida pelas notas dinamarquesas e espanholas para fins de apuração do valor a ser excluído da base de cálculo da CSLL. 89. Caso se considerasse que a CSLL estava abrangida pelos tratados internacionais para evitar a dupla tributação, caberia manter apenas a diferença de R$ 28.442.756,76 excluída a maior da base de cálculo da CSLL a título de rendimento dos títulos da dívida pública da Dinamarca e Espanha. Como restou decidido no presente voto que os rendimentos produzidos por tais títulos estão submetidos à incidência da CSLL, cabe a tributação apenas do rendimento líquido de R$ 164.549.588,30. Fl. 1450DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.450 10 90. Dessa forma, cabe excluir a exigência a diferença de R$ 28.442.756,76 tributada em duplicidade. Em relação aos juros a DRJ votou pela manutenção da autuação dos juros. Assim, ao final apresentou o seguinte cálculo dos valores exonerados: Na verdade, observandose com cuidado o que foi recalculado pela DRJ, entendemos ter havido um equívoco nos cálculos.Vejamos. A DRJ entendeu que deveria ser mantida a autuação relativa à exclusão dos juros só que, em relação a estes, deveria a autuação ser revisada para reduzir o valor dos juros brutos lançados a parte relativa ao ágio pago que era redutora das receitas. Assim, a autuação relativa à exclusão indevidas dos juros deveria ser reduzida para R$ 164.549.588,30 (resultado do valor total dos juros recebidos R$ 192.992.345,06 () o ágio pago na aquisição dos títulos R$ 28.443.756,76). Eis o trecho que trata, mesmo que por vias transversas da manutenção do item juros tit. div. pública excluídos a maior. 38. No que se refere à CSLL, tendo sido excluído de sua base de cálculo o rendimento bruto de R$ 192.992.345,06 das notas dinamarquesas e espanholas, quando deveria ter sido excluído o rendimento líquido de R$ 164.549.588,30 (na realidade, valor algum poderia ser excluído), é de se também manter a exigência sobre a diferença de R$ 28.442.756,76. Em relação à alegação de duplicidade quando a DRJ determinou o cancelamento, assim se pronunciou a delegacia. 89. Caso se considerasse que a CSLL estava abrangida pelos tratados internacionais para evitar a dupla tributação, caberia manter apenas a Fl. 1451DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.451 11 diferença de R$ 28.442.756,76 excluída a maior da base de cálculo da CSLL a título de rendimento dos títulos da dívida pública da Dinamarca e Espanha. Como restou decidido no presente voto que os rendimentos produzidos por tais títulos estão submetidos à incidência da CSLL, cabe a tributação apenas do rendimento líquido de R$ 164.549.588,30. 90. Dessa forma, cabe excluir a exigência a diferença de R$ 28.442.756,76 tributada em duplicidade. Na verdade lendo a decisão do voto da DRJ e a planilha elaborada restou confusa a descrição apresentada na tabela, pois pelo que entendemos a DRJ assim decidiu: 1) Manter a impossibilidade de exclusão dos juros pelo seu valor líquido, ou seja, deduzido o ágio de R$ 28.442.756,76. 2) Cancelar a alegada duplicidade da glosa de amortização do ágio que foi excluído do lucro real quando não poderia, mas, no entanto, os efeitos foram revertidos com a redução do item anterior. Deste entendimento passamos ao voto do acórdão do recurso voluntário. Neste o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes assim entendeu em relação às autuações: 1) Indevida exclusão dos juros. Que foi originalmente lançada no valor de R$ 192.992.345,06 e que foram reduzidos pela DRJ para R$ 164.549.588,30. Esta autuação deveria ser integralmente excluída conforme o voto apresentado. 2) Custo indedutível do ágio. Que foi originalmente lançado em R$ 28.442.756,76. Na verdade este valor lançado foi excluído em conformidade com o relatado pela DRJ (fls. 845/846) em razão de o ágio ter sido utilizado na redução do valor lançado anteriormente, apenas na realização dos cálculos da exoneração a decisão de Piso incorreu em erro ao colocar este item da autuação como mantido quando, na verdade, deveria têlo colocado como exonerado. Assim, neste item, o Conselheiro Guilherme entendendo corretamente a autuação e o que foi realizado no texto da decisão da DRJ, entendeu pela reversão da segunda exclusão do ágio determinada pela DRJ, haja vista que estava excluindo integralmente a infração relativa à exclusão indevida dos juros, já considerando pelo valor líquido, ou seja, com a utilização do ágio, para que o ágio não fosse utilizado duas vezes como dedução da CSLL devida. Ou seja, todo o problema apontado pela DEINF/SP e pelo próprio contribuinte embargante decorreu, em verdade, do erro no cálculo da exoneração apresentado pela DRJ em seu voto. Por isso, o único modo de suprir a aparente contradição/omissão no voto do acórdão do recurso voluntário é refazer todo o trajeto da autuação e das decisões da DRJ e deste CARF para podermos estabelecer efetivamente o que foi decidido e que deve ser cumprido ao final. Fl. 1452DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.452 12 Valores Valores excluídos Valores que constaram autuados pela DRJ conf. Decisão como excluídos na planilha Infração 1 exclusão indevida juros no exterior 192.992.345,06 Composto por juros líquidos 164.549.588,30 + ágio na compra dos títulos 28.442.756,76 28.442.756,76 28.442.756,76 Infração 2 Custos não dedutíveis 28.442.756,76 28.442.756,76 0 Valores mantidos Valores mantidos de pela DRJ pelo texto acordo com a planilha da decisão do voto Infração 1 exclusão indevida juros no exterior 164.549.588,30 164.549.588,30 Infração 2 Custos não dedutíveis 0,00 28.442.756,76 CONCLUSÃO: Valores utilizados pelo contribuinte e os mantidos pelo voto do Acórdão do RV Valores utilizados Valores mantidos pelo pelo contribuinte acórdão e autuados Infração 1 exclusão indevida juros no exterior 192.992.345,06 0,00 Infração 2 Custos não dedutíveis 28.442.756,76 28.442.756,76 Ou seja, demonstrase das tabelas acima que: 1) De início o contribuinte utilizou o benefício de dedução do ágio duas vezes: a primeira quando realizou a exclusão dos juros pelo valor total, sem considerar a dedução do ágio; a segunda quando, além de excluir os juros pelo valor bruto, ainda deduziu estes mesmos juros como custo. Assim, o valor de R$ 28 milhões foi utilizado duas vezes pela empresa. 2) A fiscalização, quando da autuação, glosou os juros também duas vezes: a primeira quando computou na infração 1 o valor total da exclusão indevida e a segunda quando também glosou os custos não dedutíveis 3) A DRJ, ao proferir o voto informou que o valor da infração 1 deveria ser reduzido em R$ 28 milhões relativo ao ágio e que, além disso, deveria exonerar a infração 2, ou seja ela beneficiou duplamente o contribuinte ao permitir que ele deduzisse da infração 1 o ágio e, ao mesmo tempo, retirou a infração 2 por alegar duplicidade. Ou seja, assim a DRJ aplicou duas vezes o benefício da redução dos juros. 4) Finalmente, por incrível que possa parecer depois de tantos equívocos de parte a parte, a decisão do acórdão do recurso voluntário corrigiu as falhas anteriores e acertadamente, agindo de acordo com seu entendimento acerca da possibilidade de exclusão dos juros recebidos no exterior estabeleceu que: Fl. 1453DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.453 13 a) Os juros poderiam ser excluídos pelo recorrente e, assim, deveria ser cancelada a infração de fls. 268/276 exclusão indevida de juros no exterior no montante de R$ 192.992.345,06, conforme o seguinte texto: Dessa forma, deve ser afasta a autuação de CSLL relativamente à exclusão de valores da base de cálculo ajustada da CSLL, conforme relatado no item 3.1 do Termo de Verificação Fiscal, bem como as multas isoladas correspondentes; vale dizer, deve ser integralmente afastado o auto de infração lavrado às fls. 268276 b) Em consequência deste entendimento, no qual juros poderiam ser excluídos da apuração do lucro real e considerando que o valor do ágio já estava computado nesta exclusão, houve por bem, e no meu entender corretamente, que deveria ser mantida a autuação de fls. 286292 em função de o benefício do ágio já ter sido utilizado integralmente pela empresa na infração do item 1. Pois bem, uma vez que afastamos integramente a autuação de CSLL sobre os juros brutos, deixa de existir a dupla tributação que serviu de fundamento da decisão recorrida. Impõese,assim, que seja mantida a autuação relativa à exclusão indevida da amortização de ágio da base de cálculo da CSLL, ou seja, deve prosperar o auto de infração lavrado de CSLL às fls. 286292, pelos mesmos fundamentos da manutenção do alto de infração de IRPJ sobre a referida amortização do ágio. Verificase à luz de todo o exposto acima, demonstrandose que, em verdade a decisão do acórdão proferido em recurso voluntário não contém erros, mas sim os erros adviram dos cálculos de exoneração apresentados pela DRJ que não seguiram de acordo com o voto daquela delegacia de julgamento. Em verdade, para o correto entendimento do julgado, a infração 1 foi exonerada por completo pelo acórdão do RV e RO, ou seja, excluiuse completamente o auto de infração de fls. 268277. Em consequência, como a DRJ havia exonerado a infração 2 por duplicidade, esta teve de ser revertida para evitar o benefício em duplicidade do contribuinte já que o mesmo havia utilizado da exclusão do ágio duas vezes, sendo assim, mantida na íntegra a infração 2, relativa ao auto de infração de fls. 286292. Assim, por todo o exposto, entendo ter restado esclarecidos todos os problemas que acarretaram as dúvidas, justificadas, tanto da DRJ quanto do embargante quando não conseguiram entender o conteúdo da decisão proferida no acórdão embargado quando confrontado com o texto da decisão da DRJ e a planilha de exoneração por ela elaborada. Por fim, há de se esclarecer que não há qualquer modificação no valor da autuação 2. O problema apontado pela DEINF/SP e o contribuinte em relação ao valor Fl. 1454DF CARF MF Processo nº 16327.720511/201593 Acórdão n.º 1401003.109 S1C4T1 Fl. 1.454 14 exonerado pela DRJ na verdade não existe. O valor do tributo devido da infração 2 original foi originalmente exonerado pela DRJ, juntamente com a alteração da infração 1, só que esta exoneração não constou da planilha de valores exonerados. Assim, com a decisão do RV e RO apenas reverteuse a decisão da DRJ no que cancelava essa infração, restaurandoa para evitar duplo benefício ao contribuinte. Devendo na apuração dos valores remanescentes ser considerados os saldos de bases negativas remanescentes considerandose os cancelamentos das autuações decididos nos recursos. Assim temos que devem ser adotadas as seguintes ações: 1 Cancelar o auto de infração 1 e restabelecer as bases negativas antes utilizadas em razão da autuação; 2 Restabelecer o auto 2 aproveitando os prejuízos existentes após a sua recomposição. Desta forma, voto no sentido de acolher os embargos da DEINF/SP e do contribuinte, sem efeitos infringentes, para apresentando e explicitando com mais detalhe as razões de decidir, esclarecer aos embargantes os motivos que levaram à prolação do acórdão naqueles termos e demonstrar que não houve falhas na apresentação do voto condutor da decisão, mas sim a correção . (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 1455DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.904737/2011-25
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003
IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES.
A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES.
Numero da decisão: 3002-000.593
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem.
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1357; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T2 Fl. 110 1 109 S3C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.904737/201125 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3002000.593 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 24 de janeiro de 2019 Matéria CRÉDITO IPI. FORNECEDOR OPTANTE PELO SIMPLES. Recorrente ATHALAIA GRAFICA E EDITORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem. Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, às fls. 88/89 dos autos: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 47 37 /2 01 1- 25 Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10166.904737/201125 Acórdão n.º 3002000.593 S3C0T2 Fl. 110,5 2 Trata o presente de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório que homologou parcialmente as compensações declaradas, em razão da glosa dos créditos advindos de empresa optante pelo SIMPLES. Basicamente, a manifestante alega que nas consultas juntadas nenhuma das empresas consta como optante do SIMPLES NACIONAL, além disso os fornecedores eram atacadistas e o IPI foi creditado com base no artigo 165 do RIPI. Ao analisar o caso, a DRJ entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade, conforme decisão que restou assim ementada (fls. 88/90): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte foi intimado acerca desta decisão em 29/01/2015 (vide AR à fl. 92 dos autos) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs, em 27/02/2015, Recurso Voluntário (fls. 95/106). Em seu recurso, o contribuinte repisou os argumentos de sua impugnação, no sentido de que estaria demonstrado nos autos que a empresa emitente das notas fiscais originadoras do alegado crédito não constaria como optante do sistema do Simples Nacional à época dos fatos, mas em período diverso do compreendido no processo, e que era optante pelo Simples Candango, sistema que nada teria a ver com o Simples Nacional. Pediu, ao fim, a reforma do acórdão recorrido para que seja reconhecida a correção da compensação realizada e extinto o crédito tributário perseguido. Os autos, então, vieramme conclusos para fins de análise do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É o breve relatório. Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Consoante acima narrado, o Recorrente repisa em seu recurso os mesmos argumento trazidos em sua manifestação de inconformidade apresentada, no sentido de que a Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10166.904737/201125 Acórdão n.º 3002000.593 S3C0T2 Fl. 111 3 empresa emitente das notas fiscais em tela não seria optante do sistema do SIMPLES NACIONAL. Verificase, contudo, que o contribuinte apresenta argumentação que não se adequa ao caso concreto aqui analisado. Ora, extraise do despacho decisório (fls. 13 e seguintes dos autos) que este deixou de homologar parte da compensação pretendida sob o fundamento de que a empresa emitente da nota fiscal seria optante do SIMPLES. Observese que em nenhum momento o despacho decisório indicou que a razão seria de que a empresa fosse optante do SIMPLES NACIONAL. E nem poderia ser diferente, visto que, como é cediço, embora o SIMPLES tenha sido criado em 1996, através de MP convertida na Lei º 9.317/1996, este fora substituído pelo SIMPLES NACIONAL tão somente em 2006, quando a referida lei foi revogada pela Lei Complementar nº 123/06. Nesse contexto, como os créditos aqui analisados estão relacionados à notas fiscais emitidas em 2002, é certo que não possui qualquer relação com o SIMPLES NACIONAL, mas sim com o SIMPLES vigente à época. Tanto que a DRJ, ao julgar o caso, fez uma pertinente distinção entre os referidos sistemas, tendo esclarecido que a razão para a não homologação de parte da compensação estava relacionada ao fato de a fornecedora ser optante do SIMPLES FEDERAL, que não se confunde com o SIMPLES NACIONAL. Sendo assim, diante da inadequação dos argumentos apresentados pela Recorrente em seu Recurso, somada à inexistência de combate quanto aos reais fundamentos apresentados pela DRJ, transcrevo o conteúdo da decisão recorrida a seguir, adotandoa como razão de decidir: De plano constato nos sistemas da Receita Federal do Brasil que, na época da emissão das notas fiscais, a empresa era optante do SIMPLES Federal, que não se confunde com o SIMPLES Nacional, até porque a opção por este último só se deu a partir de agosto de 2007, conseqüentemente, as consultas juntadas pela empresa no SIMPLES NACIONAL não produzem efeitos no presente processo Outrossim, vejamos a disposição do artigo art. 165 do RIPI de 2002 citado pela Manifestante, in verbis: Art. 165. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão, ainda, creditarse do imposto relativo a MP, PI e ME, adquiridos de comerciante atacadista nãocontribuinte, calculado pelo adquirente mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto, sobre cinqüenta por cento do seu valor, constante da respectiva nota fiscal. (Decretolei nº 400, de 1968, art. 6º). A matriz legal da disposição acima é o art. 6º do DL 400, de 1968. Frisese: 1968. Nessa época, nem se cogitava da existência do regime de tributação dito SIMPLES. Todavia, em 1996 foi publicada a Lei n° 9.317, que, expressamente, fulminou o direito de crédito do IPI nas aquisições de insumos efetuadas perante empresa optante do Simples. Merece transcrição a disposição do § 5º do art. 5º da Lei n° 9.317, de 1996 (art. 166 do RIPI/2002): Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10166.904737/201125 Acórdão n.º 3002000.593 S3C0T2 Fl. 111,5 4 § 5º A inscrição no SIMPLES veda, para a microempresa ou empresa de pequeno porte, a utilização ou destinação de qualquer valor a título de incentivo fiscal, bem assim a apropriação ou a transferência de créditos relativos ao IPI e ao ICMS. Portanto, a partir da publicação da Lei n° 9.317, de 1996, por certo que o artigo 165 do RIPI/2002 deve ser interpretado considerando a vedação imposta pela lei superveniente. Desta forma, se o comerciante atacadista não contribuinte do IPI for optante do SIMPLES, descabe o aproveitamento do crédito do imposto calculado na forma do mencionado artigo 165. Cabe lembrar que, fornecedores que recolhem seus tributos pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições – Simples, que é forma beneficiada e simplificada de tributação, o fazem de livre escolha. No entanto, quando feita a opção, deve este se sujeitar a todas as normas, restrições e obrigações impostas por lei. Neste sistema, a tributação do IPI também é diferenciada, não se seguindo as alíquotas dispostas na TIPI e sim, um acréscimo de percentual na alíquota aplicada sobre a receita bruta, sendo assim, a tributação já é favorecida e não há que se falar em sistemas de débitos e créditos, que só é aplicada na forma normal de tributação. Assim dispunha a Lei nº 9.317, de 1996: Art. 5º O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais: .................................................................................................................. § 5º A inscrição no SIMPLES veda, para a microempresa ou empresa de pequeno porte, a utilização ou destinação de qualquer valor a título de incentivo fiscal, bem assim a apropriação ou a transferência de créditos ao IPI e ao ICMS. § 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica relativamente ao ICMS, caso a Unidade Federada em que esteja localizada a microempresa ou empresa de pequeno porte não tenha aderido ao SIMPLES, nos termos do art. 4º. (g.n). Pela leitura do texto legal acima citado, depreendese que, ao optar pelo Simples, a contribuinte fica sujeita à forma diferenciada de tributação, inclusive quanto ao IPI, sendo lhe vedada a utilização ou destinação de qualquer valor a título de incentivo fiscal, bem assim a apropriação ou a transferência de créditos ao IPI. A LC nº 123/2006 revogou a Lei nº 9.317/96, porém manteve a vedação ao crédito na aquisição de fornecedores optantes pelo SIMPLES: Art.23. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. Por fim, relativamente ao argumento de boa fé, cabe ponderar que o caso em comento, referese a uma relação negocial envolvendo de um lado empresa comercial que adquire insumos e de outro, suposta, empresa fornecedora, o que, de plano, exigese um dever mínimo de cautela entre as partes envolvidas, ou seja o dever acautelatório necessário às boas práticas comerciais. No caso, uma empresa optante do SIMPLES emite um documento onde isso não é mencionado. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10166.904737/201125 Acórdão n.º 3002000.593 S3C0T2 Fl. 112 5 Admitir que um documento inidôneo confere direito ao crédito do IPI resultaria em repassar ao Estado um ônus que não lhe é devido, pois, inerente ao risco da atividade mercantilista, ou mesmo, de qualquer negócio. Por outro lado, nada impede que a pessoa lesada busque no Poder Judiciário o ressarcimento das perdas e danos que o(s) vendedor(s) possa(m) ter causado. Contudo, se o fornecedor não agiu de má fé, como é optante do SIMPLES e não devia destacar e pagar o IPI, tratase de recolhimento indevido, o que não se enquadra como ressarcimento ao adquirente, mas, sim, como restituição ao vendedor nos termos dos artigos 165 e 166 do CTN. Assim, diante do exposto, voto que se julgue a manifestação como improcedente. Entendo, portanto, que a decisão acima transcrita deverá ser mantida por seus próprios fundamentos. Nesse mesmo sentido vem decidindo este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a exemplo das decisões a seguir colacionadas: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. DILIGÊNCIA. ANÁLISE. Tendo a fiscalização verificado na diligência que os documentos apresentados pela contribuinte eram suficientes para a comprovação parcial do crédito alegado, impõese o seu reconhecimento nessa medida. IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES. OPTANTES PELO SIMPLES. IMPOSSIBILIDADE. Em face de determinação expressa na lei, é vedado o creditamento do IPI sobre aquisições de empresas optantes pelo SIMPLES. Recurso Voluntário provido em parte. (Acórdão nº 3402003.182 de 21/07/2016). (Grifos apostos). *** Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimento optantes pelo SIMPLES. Recurso voluntário negado (Acórdão nº 3202001.592 de 18/03/2015). (Grifos apostos). Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10166.904737/201125 Acórdão n.º 3002000.593 S3C0T2 Fl. 112,5 6 Por oportuno, não é demais registrar que o ônus da prova quanto ao direito creditório em pedidos de compensação é do contribuinte, o qual não se desincumbiu deste ônus no caso concreto ora analisado. Da conclusão Com fulcro nas razões supra expedidas, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte no presente caso. É como voto. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Fl. 115DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000477/2004-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2001
NORMAS PROCESSUAIS. ARGUMENTOS DE DEFESA. INOVAÇÃO EM SEDE DE RECURSO. PRECLUSÃO.
Os argumentos de defesa trazidos apenas em grau de recurso, em relação aos quais não se manifestou a autoridade julgadora de primeira instância, impedem a sua apreciação, por preclusão processual.
Numero da decisão: 2202-004.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar conhecimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo de Sousa Sáteles - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa de Moraes Chieregatto, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Marcelo de Sousa Sáteles (Relator) Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima e Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente o Conselheiro: Rorildo Barbosa Correia.
Nome do relator: MARCELO DE SOUSA SATELES
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2001 NORMAS PROCESSUAIS. ARGUMENTOS DE DEFESA. INOVAÇÃO EM SEDE DE RECURSO. PRECLUSÃO. Os argumentos de defesa trazidos apenas em grau de recurso, em relação aos quais não se manifestou a autoridade julgadora de primeira instância, impedem a sua apreciação, por preclusão processual.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar conhecimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo de Sousa Sáteles - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa de Moraes Chieregatto, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Marcelo de Sousa Sáteles (Relator) Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima e Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente o Conselheiro: Rorildo Barbosa Correia.
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ARGUMENTOS DE DEFESA. INOVAÇÃO EM SEDE DE RECURSO. PRECLUSÃO. Os argumentos de defesa trazidos apenas em grau de recurso, em relação aos quais não se manifestou a autoridade julgadora de primeira instância, impedem a sua apreciação, por preclusão processual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar conhecimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo de Sousa Sáteles Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa de Moraes Chieregatto, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Marcelo de Sousa Sáteles (Relator) Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima e Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente o Conselheiro: Rorildo Barbosa Correia. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 04 77 /2 00 4- 33 Fl. 94DF CARF MF 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0711.681, proferido pela 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis SC (DRJ/FNS) que julgou parcialmente procedente o lançamento. Pela clareza, reproduzo o relatório do acórdão recorrido, na parte anterior à decisão da DRJ/FNS: Contra o contribuinte em epígrafe foi lavrado o Auto de Infração de fl. 8, integrado pelos documentos de fls. 9 a 13, pelo qual se exige o pagamento da importância de R$ 5.026,23, a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, anocalendário 2001, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora. Em consulta ao Demonstrativo das Infrações de fl. 10, verificase que a autuação deuse em razão da omissão parcial dos valores recebidos da Fundação ELOS e declarados indevidamente como isentos e não tributáveis, no montante de R$ 23.359,02. Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 1 a 7, requerendo, com base no art. 6º, inciso VII, alínea "b", da Lei n2 7.713, de 22 de dezembro de 1988, a isenção de um terço da complementação de aposentadoria recebida pela Fundação ELOS, que correspondente a parcela das contribuições feitas à referida fundação cujo ônus foi suportado pelo beneficiário. Aduz que o fato de a Fundação ELOS gozar de imunidade tributária não impede o reconhecimento da isenção da parcela de um terço da complementação de aposentadoria recebida pelo impugnante. Cita vasta jurisprudência sobre o tema, dentre elas, uma decisão de embargo à execução fiscal em que o embargante é o próprio impugnante, na qual o TRF da 4a Região negou provimento ao apelo da União, reconhecendo que o embargante "faz jus à isenção proporcionalmente ao montante recolhido ". A impugnação foi julgada parcialmente procedente pela DRJ/FNS, tendo sido considerado como isento parte dos rendimentos recebidos da Fundação Elos, no valor de R$ 8.661,53. O contribuinte foi cientificado do Acórdão da DRJ/FNS em 26/02/2008. Inconformado com a decisão, apresentou Recurso Voluntário, em 24/03/2008, alegando, em apertada síntese: concorda quanto à isenção de rendimentos recebidos da Fundação ELOS, no valor de R$ 8.661,53; discorda da aplicação da multa de ofício, a qual tem caráter punitivo, não tendo o mesmo agido com culpa ou intuito de fraude. É o relatório. Voto Marcelo de Sousa Sáteles, Relator Fl. 95DF CARF MF Processo nº 11516.000477/200433 Acórdão n.º 2202004.871 S2C2T2 Fl. 96 3 O recurso é tempestivo. Da multa de ofício Compulsando autos, verificase que, em sede de impugnação (efls. 04/10), o contribuinte não discordou da aplicação da multa de ofício, tendo trazido à baila tal tema apenas em sede de recurso. Necessário destacar, entretanto, que argumentos aduzidos tão somente em sede de recurso voluntário não devem ser conhecidos, em respeito às normas que regem o processo administrativo fiscal. Mister notar que o recorrente não pode modificar o pedido ou invocar outra causa petendi (causa de pedir) nesta fase do contencioso, sob pena de violação dos princípios da congruência, estabilização da demanda e do duplo grau de jurisdição administrativa, em ofensa aos arts. 14 a 17 do Decreto nº 70.235/72 (em especial o § 4º do art. 16), bem como aos arts. 141, 223, 329 e 492 do Código de Processo Civil (CPC), mormente quando não há motivo para só agora aduzir ao questionamento referido. Revelase, portanto, que a adução recursal em específico, não antes levantada no curso do contencioso, tem fins precipuamente procrastinatórios, não merecendo ser conhecida, à míngua de amparo normativo para tanto. Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Marcelo de Sousa Sáteles Relator. Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13002.000183/2010-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/01/2010
MULTA ATRASO ENTREGA DACON. PRECLUSÃO. INOVAÇÃO DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO.
Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pela impugnante, precluindo o direito de defesa trazido somente no Recurso Voluntário. O limite da lide circunscreve-se aos termos da Impugnação Administrativa.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3402-006.115
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 31/01/2010 MULTA ATRASO ENTREGA DACON. PRECLUSÃO. INOVAÇÃO DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pela impugnante, precluindo o direito de defesa trazido somente no Recurso Voluntário. O limite da lide circunscreve-se aos termos da Impugnação Administrativa. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/01/2010 MULTA ATRASO ENTREGA DACON. PRECLUSÃO. INOVAÇÃO DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pela impugnante, precluindo o direito de defesa trazido somente no Recurso Voluntário. O limite da lide circunscrevese aos termos da Impugnação Administrativa. Recurso Voluntário Não Conhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 2. 00 01 83 /2 01 0- 75 Fl. 37DF CARF MF Processo nº 13002.000183/201075 Acórdão n.º 3402006.115 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento para exigência de multa por atraso de entrega do DACON. Inconformada, a empresa apresentou Impugnação Administrativa, alegando problemas com o provedor da internet, julgada improcedente nos termos do Acórdão da DRJ nº 10042.132. Intimada desta decisão, a empresa apresentou Recurso Voluntário tempestivo alegando, em síntese, que a impugnação apresentada configurou forma de denúncia espontânea, sendo o tributo autodeclarado pela empresa antes de qualquer procedimento administrativo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.109, de 31 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10840.000562/201003, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402006.109): "Não obstante o Recurso Voluntário seja tempestivo, observese que os argumentos de mérito nele desenvolvidos não foram levados à análise da Delegacia de Julgamento, não merecendo ser conhecido. Com efeito, em seu Recurso Voluntário, sustenta a Recorrente, exclusivamente, a ocorrência de suposta denúncia espontânea, com fulcro no art. 138, do CTN. Por sua vez, em sua impugnação, a empresa se ateve a afirmar o descabimento da multa em razão dos problemas incorridos no provedor da internet. Observase, portanto, que a Recorrente pretende que seja aqui analisada matéria que não foi objeto de Impugnação e que não foi analisada pela DRJ (denúncia espontânea). Assim, como a discussão travada no Recurso Voluntário se restringe à matérias que não foram trazidas em sede de Impugnação, sua análise restou preclusa nesta instância administrativa, na forma Fl. 38DF CARF MF Processo nº 13002.000183/201075 Acórdão n.º 3402006.115 S3C4T2 Fl. 4 3 do art. 17 do Decreto n.º 70.235/721. Com isso, não se tratando de matérias passíveis de serem conhecidas de ofício por este colegiado, delas não tomo conhecimento sob pena de supressão de instância e de ferir o devido processo legal. Nesse sentido é o entendimento deste E. CARF: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 PRECLUSÃO. INOVAÇÃO DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pela manifestante, precluindo o direito de defesa trazido somente no recurso voluntário. O limite da lide circunscrevese aos termos da manifestação de inconformidade." (Processo 10875.903610/200978 Relator Juliano Eduardo Lirani Acórdão n.º 3803004.666. Unânime grifei) Diante do exposto, voto por não conhecer do Recurso Voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra 1 "Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante." Fl. 39DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.913073/2009-03
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3002-000.037
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à unidade de origem para que analise a documentação juntada aos autos e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Em seguida, o contribuinte deverá ser intimado do resultado da diligência, abrindo-se o prazo legal para sua manifestação, e os autos deverão retornar ao CARF, para julgamento.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alan Tavora Nem - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator).
Nome do relator: ALAN TAVORA NEM
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à unidade de origem para que analise a documentação juntada aos autos e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Em seguida, o contribuinte deverá ser intimado do resultado da diligência, abrindo-se o prazo legal para sua manifestação, e os autos deverão retornar ao CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente. (assinado digitalmente) Alan Tavora Nem - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à unidade de origem para que analise a documentação juntada aos autos e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Em seguida, o contribuinte deverá ser intimado do resultado da diligência, abrindose o prazo legal para sua manifestação, e os autos deverão retornar ao CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Alan Tavora Nem Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator). Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, às fls. 57/63 dos autos: "DA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Trata o presente processo de Declaração de Compensação – DCOMP n.º 09069.51828.150305.1.3.042490 (fls. 02 a 06), transmitida em 15/03/2005, que indicava como crédito o pagamento indevido ou a maior de COFINS – código 5856, ocorrido em 14/01/2005, no RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 13 07 3/ 20 09 -0 3 Fl. 473DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 3 2 montante de R$ 54.784,67 (crédito original na data de transmissão), referente ao período de apuração 31/12/2004, com débitos próprios de COFINS – código 585601 e PIS – código 691201, ambos com vencimento em 15/03/2005, sendo o valor total do DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) igual a R$ 64.239,43. Cabe observar que consta, nesta DCOMP, no campo "Total do Crédito Original Utilizado nesta DCOMP", o valor de R$ 22.224,79, e, no campo "Saldo do Crédito Original", o valor de R$ 32.559,88. DO DESPACHO DECISÓRIO A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária (DERAT) em São Paulo emitiu, em 18/02/2009, o Despacho Decisório (DD) eletrônico com n.º de rastreamento 821099974 (fls. 07), assinado pelo titular da unidade de jurisdição da interessada, não homologando a compensação declarada, constando em sua fundamentação: (...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) A interessada foi cientificada do referido despacho decisório em 04/03/2009 (fls. 10). DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Inconformada com o despacho decisório, a empresa apresentou, em 30/03/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 11 a 14, com documentos anexos às fls. 15 a 54 (cópias de Procuração, de documento de identificação do procurador, de Ata de Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 24/04/2008, e de DACON Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais 4 º trimestre/2004, DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais 4 º trimestre/2004, e Despacho Decisório), afirmando ser esta tempestiva, e deduzindo as alegações a seguir sintetizadas. Relata a empresa que se trataria, no caso, de compensação de crédito tributário decorrente de pagamento a maior da COFINS apurada em dezembro de 2004, no valor de R$ 59.776,40. Segundo ela, tal crédito decorreria do fato de ter apurado o valor de R$ 206.158,86 a titulo de COFINS relativo à competência de dezembro de 2004, conforme indicado em seu Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON do 4º trimestre de 2004, e, por lapso, ter pago valor a maior, por meio de dois DARF’s, nos montantes de R$ 201.695,83 e R$ 64.239,43, totalizando R$ 265.935,26, tal qual indicado equivocadamente em sua DCTF. Fl. 474DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 4 3 Informa que, em face do preenchimento errôneo da DCTF, o Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil teria entendido pela inexistência do crédito, não homologando, assim, a compensação declarada. Destaca, no caso, que tal decisão teria sido equivocada, uma vez que, não obstante o erro cometido no preenchimento da DCTF, o qual seria retificado oportunamente, o crédito seria legítimo e existente. Afirma que, embora tenha se equivocado no preenchimento da DCTF, o valor da COFINS a pagar informado no DACON estaria correto, o que se poderia comprovar através do confronto das receitas contabilizadas no mês de dezembro de 2004 com as receitas informadas na Demonstração da Base de Cálculo da COFINS da ficha 07 dessa declaração. Menciona que, no DACON, estariam declaradas as seguintes receitas: BASE DE CÁLCULO DA COFINS Valor (R$) 01. Receita de Exportação (Serviços) 214.688,00 03. Receita da Venda de Mercadorias 231.795,00 04. Receita da Prestação de Serviços 2.731.738,22 09. Outras Receitas 1.030.160,35 Total 4.208.381,57 Informa, também, que tais receitas diriam respeito às receitas contabilizadas nas seguintes contas contábeis: CONTAS CONTÁBEIS E DESCRIÇÃO Valor (R$) 3.1.01.01 Receita Bruta de Serviços 2.946.442,89 3.1.01.02 Receita Bruta de Vendas 231.795,00 4.1.18.02.003 Perdão de dívidas 1.030.160,35 Total 4.208.381,57 E conclui que, visto que as receitas declaradas confeririam com as receitas contabilizadas, restaria claro que o preenchimento do DACON estaria correto. Pelo exposto, requer a empresa que seja reconhecida a existência do crédito e, conseqüentemente, que as compensações realizadas sejam homologadas." Ao analisar o caso, a DRJ entendeu por unanimidade de votos, julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade, conforme decisão que restou assim ementada: "DCOMP DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ÔNUS DA PROVA. Compete à interessada a comprovação de seu direito creditório meras alegações, desacompanhadas de elementos de prova, não são Fl. 475DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 5 4 suficientes para reformar a decisão que não homologou a compensação. DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO EM DOCUMENTAÇÃO IDÔNEA. Considerase confissão de dívida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no valor dos tributos devidos. Não apresentada documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, demonstrando a liquidez e certeza do crédito, se mantém a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito creditório." Uma vez intimado, o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário (fls. 66/75) oportunidade em que repisou as razões desenvolvidas em sua manifestação de inconformidade, bem como trouxe novos documentos fiscais (fls. 91/467) que dariam sustentação probatória ao crédito vindicado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Alan Tavora Nem Relator: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Consoante acima narrado, pretende o contribuinte, através do seu Recurso Voluntário, ver reformada a decisão recorrida, para fins de reconhecer o seu direito creditório, com a consequente homologação do pedido de compensação apresentado. Primeiramente, insta destacar que o despacho denegatório da compensação perpetrada pautouse pelo fato do crédito utilizado pelo contribuinte ter sido utilizado para saldar outro débito, ou seja, pelo fato do crédito apontado pelo contribuinte já ter sido utilizado previamente. Ciente deste despacho, o contribuinte retificou a DCTF sobredita e em sua manifestação de inconformidade, relatou que a origem do pedido de compensação decorria de pagamento a maior de COFINS apurada em dezembro de 2004, no valor de R$ 59.776,40 (cinquenta e nove mil, setecentos e setenta e seis reais e quarenta centavos), tendo anexado aos autos, naquela oportunidade, DACON (fls. 15/44) e a DCTF retificadora (fls. 45/48). De início, é válido observar que, a DRJ deixou de deferir o pleito do contribuinte, por entender que "é de se destacar que a DCTF, a teor do que dispõe o Decreto Lei n.º 2.124/84, em seu artigo 5º, parágrafo 1º, se constitui em um instrumento de confissão de dívida, e que eventual retificação dos valores antes nela informados deve ter por fundamento os dados da escrituração contábil da empresa", concluindo que "ademais, cumpre ressaltar, aqui, que a simples apresentação de DCTF retificadora após a emissão do despacho decisório relativo à DCOMP não é suficiente para demonstrar a existência do crédito Fl. 476DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 6 5 pleiteado, perante esta autoridade julgadora, sendo imprescindível a sua comprovação por documentação hábil que dê suporte aos valores declarados". Em seu Recurso Voluntário, então, no intuito de afastar o argumento da DRJ e comprovar o seu direito creditório, esclarece que "é fato que a Recorrente inicialmente não logrou êxito em localizar seus Livros Diário e Razão, motivo pelo qual apresentou em sua manifestação de inconformidade planilhas e cópia da DACON do 4° trimestre de 2004. Entretanto, após a localização em seu arquivo dos Livros Diário e Razão, e em atenção ao artigo 16, § 4° da Lei n° 7 .235/1972 ao princípio da verdade material, a Recorrente comprova de forma inequívoca a liquidez e certeza do crédito tributário oriundo do pagamento a maior de COFINS", por fim o contribuinte anexou aos autos os seguintes documentos: (i) Livro Diário (fls. 91/331); (ii) Razão (fls. 332/399); (vi) DACON (fls. 400/414) e, por fim a DCTF Retificadora (fls. 415/467). Contudo, considerando que, após o envio da DCTF retificadora, a unidade de origem não chegou a apreciar o direito creditório em comento (repisese que a DCTF retificadora foi transmitida após o despacho decisório, o que impossibilitou a análise da DRF acerca da regularidade da correção ali realizada), entendo que os autos deverão ser remetidos à repartição competente, para que esta se manifeste expressamente acerca da certeza e liquidez do crédito tributário em comento. Por oportuno, é válido mencionar que a legislação pátria não impõe qualquer impedimento para que a DCTF seja retificada após a transmissão da DCOMP ou do despacho decisório, nem afasta da DCTF retificadora o seu efeito natural de substituir a DCTF originalmente apresentada. Sobre os efeitos da DCTF retificadora, tragase à colação o art. 18 da MP nº 2.18949/2001, bem como o art. 11 da Instrução Normativa nº 903/2008, in verbis: Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração. *** Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. §1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. §2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: Fl. 477DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 7 6 I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada do início de procedimento fiscal. Da leitura dos dispositivos acima transcritos, verificase que o caso concreto aqui analisado (procedimento eletrônico de não homologação da compensação pleiteada em razão da não localização de créditos suficientes) não se encontra dentre as hipóteses expressamente previstas na legislação em que a retificadora não surtirá efeitos. Logo, inferese que os efeitos da DCTF retificadora em tal caso, desde que validamente comprovadas as alterações ali inseridas, serão os mesmos da DCTF originalmente transmitida. Consolidando o entendimento acima disposto, oriundo da legislação que rege a matéria, o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015 assim dispôs: "NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9º A da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que Fl. 478DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 8 7 tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014." Do transcrito acima, extraise que a limitação trazida pela legislação para fins de admissão de DCTF retificadora tendente à homologação de pedidos de compensação é de que esta retificadora esteja em linha com o princípio da verdade material, correspondendo aos valores corretamente registrados nos registros contábeis/fiscais da empresa, e que não esteja divergente de outras declarações apresentadas pelo contribuinte, a exemplo da DIPJ e Dacon. Ou seja, mesmo após o despacho decisório, é possível que a DCTF retificadora atinja os seus efeitos de substituir a original, desde que os valores ali retificados correspondam à realidade dos fatos. Em tal caso, é cediço que a comprovação há de ser realizada pelo contribuinte, visto que incumbe a ele o ônus probatório no caso de pedido de compensação. Nos termos do que dispõe o art. 373 do Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao processo administrativo fiscal, o ônus da prova incumbe ao autor (no caso ora analisado ao contribuinte Fl. 479DF CARF MF Processo nº 10880.913073/200903 Resolução nº 3002000.037 S3C0T2 Fl. 9 8 que iniciou o processo de compensação), quanto ao fato constitutivo do seu direito (correspondente à comprovação do direito ao crédito tributário que pretende ter reconhecido para fins de homologação da compensação). É o que se infere da transcrição a seguir: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. No caso dos presentes autos, verificase que o contribuinte, observando a sua obrigação processual, trouxe aos autos elementos probatórios que, ao menos à primeira vista, apresentamse aptos a demonstrar o seu direito creditório. Sendo assim, uma vez anexada ao presente processo, tal comprovação há de ser apreciada por este órgão de julgamento, caso contrário, estarseia admitindo enriquecimento indevido por parte da União, em detrimento do princípio da verdade material. Acontece que tal análise não chegou a ser realizada no caso concreto ora apreciado pela unidade de origem, visto que a DCTF retificadora ainda não havia sido transmitida quando do despacho decisório. Sendo assim, entendo que este Conselho deverá baixar o presente processo em diligência, para que a DRF analise e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Da conclusão Diante do acima exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, no sentido de que os autos sejam remetidos à unidade de origem para que esta analise e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Após, o contribuinte deverá ser devidamente intimado para, querendo, apresentar manifestação sobre o resultado da diligência, no prazo legal. Em seguida, os autos deverão retornar ao CARF, para que prossiga no julgamento do caso. É como voto. (assinado digitalmente). Alan Tavora Nem Fl. 480DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.722482/2013-90
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/03/2009, 31/07/2009, 31/08/2009, 30/11/2009, 31/12/2009
RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIDO.
Para que seja conhecido o recurso especial, imprescindível é a comprovação do dissenso interpretativo mediante a juntada de acórdão paradigma em que, na mesma situação fática, sobrevieram soluções jurídicas distintas, nos termos do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria nº 343/2015
Numero da decisão: 9303-007.909
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/03/2009, 31/07/2009, 31/08/2009, 30/11/2009, 31/12/2009 RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIDO. Para que seja conhecido o recurso especial, imprescindível é a comprovação do dissenso interpretativo mediante a juntada de acórdão paradigma em que, na mesma situação fática, sobrevieram soluções jurídicas distintas, nos termos do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria nº 343/2015
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
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DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIDO. Para que seja conhecido o recurso especial, imprescindível é a comprovação do dissenso interpretativo mediante a juntada de acórdão paradigma em que, na mesma situação fática, sobrevieram soluções jurídicas distintas, nos termos do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria nº 343/2015 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício e relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 72 24 82 /2 01 3- 90 Fl. 7882DF CARF MF Processo nº 13896.722482/201390 Acórdão n.º 9303007.909 CSRFT3 Fl. 7.883 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto tempestivamente pelo contribuinte contra o Acórdão nº 3302004.781, de 28/09/2017, proferido pela Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF. O Colegiado da Câmara Baixa, por maioria de votos, negou provimento recurso voluntário interposto pelo contribuinte, nos termos da ementa seguinte: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 COFINS NÃOCUMULATIVA. RECEITAS PROVENIENTES DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. DELIMITAÇÃO. Nos termos do art. 10, XX, da Lei nº 10.833/2003, permanecem sujeitas ao regime cumulativo da Cofins as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, assim consideradas apenas aquelas que correspondam, efetivamente, à construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo.” Intimado desse acórdão, o contribuinte interpôs recurso especial, suscitando divergência, quanto às seguintes matérias: 1) nulidade do acórdão recorrido na medida que despreza as provas trazidas em sede de fiscalização e julga o feito como se as mesmas não tivessem sido apresentadas; 2) interpretação equivocada e restritiva do art. 10, XX, da Lei no 10.833/2003, em afronta ao Ato Declaratório Interpretativo nº 10/2014. Por meio do despacho às fls. 7802e/7806e, o Presidente da Terceira Seção negou seguimento ao recurso especial interposto pelo contribuinte. Irresignado com a não admissão de seu recurso especial, interpôs Agravo contra aquele despacho. Analisado o agravo, a Presidente da CSRF o acolheu para admitir, em parte, o recurso especial, dandolhe seguimento apenas, quanto à divergência: "Nulidade do acórdão recorrido na medida que despreza as provas trazidas em sede de fiscalização e julga o feito como se as mesmas não tivessem sido apresentadas". No recurso especial, o contribuinte requer a nulidade do acórdão recorrido e o retorno dos autos à Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara para que sejam analisadas as provas colacionadas aos autos durante o procedimento administrativo fiscal. sob o argumento de que as provas apresentadas em sede de fiscalização não foram consideradas pelo Colegiado daquela Turma, conforme excerto reproduzido: "De acordo com o acórdão recorrido, o lançamento fora construído com base em declaração do contribuinte, razão pela qual não estaria inquinado de nulidade.Pois bem, objetivamente estamos a falar das DACON – Demonstrativo de Apurações de Contribuições Sociais. As DACONs, portanto, seriam as provas necessárias para comprovação das alegações da Recorrente, Fl. 7883DF CARF MF Processo nº 13896.722482/201390 Acórdão n.º 9303007.909 CSRFT3 Fl. 7.884 3 entretanto, disseram os julgadores que não teriam apresentadas." (destaque não original) Intimada do acórdão recorrido, do recurso especial do contribuinte e do despacho da sua admissibilidade parcial, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarazões, requerendo, em preliminar, o não conhecimento do recurso do contribuinte, sob o argumento de que os fatos e a legislação analisados nos paradigmas são diferentes daqueles examinados no acórdão recorrido; e, no mérito, a manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator. O recurso interposto pelo contribuinte é tempestivo, porém não deve ser conhecido por não cumprir com os requisitos essenciais de admissibilidade, nos termos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), art. 67. O contribuinte suscitou a nulidade do acórdão recorrido, sob o argumento de que as provas apresentadas (Dacons), durante o procedimento administrativo fiscal, não foram levadas em conta pela Fiscalização. Os acórdãos apresentados como paradigmas, visando comprovar a suscitada divergência assim dispuseram: Acórdão nº 10422.892 “EMBARGOS ACÓRDÃO NULIDADE É nulo o acórdão que, em seus fundamentos, se afasta da matéria fática e/ou provas trazidas aos autos, em flagrante afronta ao princípio da verdade material, que deve nortear o julgamento administrativo. Embargos Declaratórios acolhidos. Acórdão anulado” Acórdão nº CSRF 01.03.281 “PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DECISÃO DE SEGUNDA INSTÂNCIA NULIDADE Anulase a decisão proferida com flagrante omissão quanto à matéria sobre a qual competiria manifestarse, devendo outra ser prolatada. Preliminar acatada” Do exame do conteúdo das ementas dos paradigmas apresentados, verificase que não guardam similitude com a do acórdão recorrido nem com a respectiva decisão e muito menos com os fundamentos suscitados para a sua nulidade. No primeiro paradigma, a nulidade do acórdão teve como fundamento o afastamento da matéria fática e/ ou das provas trazidas aos autos. No presente caso, conforme Fl. 7884DF CARF MF Processo nº 13896.722482/201390 Acórdão n.º 9303007.909 CSRFT3 Fl. 7.885 4 consta do voto condutor do acórdão recorrido, o lançamento foi efetuado com base na documentação apresentada pelo contribuinte, inclusive, Dacons. Segundo os autos de infração os lançamentos abrangem apenas 5 (cinco) competências mensais, março, julho, agosto, novembro e dezembro de 2009. Contudo, o contribuinte não informou para quais competências o autuante não aceitou os Dacons apresentados, se limitando à alegação genérica de que foram levados em conta no julgamento da Câmara Baixa. Caberia a ele identificar e demonstrar qual ou quais Dacons não foi considerados. Já no segundo paradigma, conforme provam a sua ementa, reproduzida no recurso especial, e o respectivo voto condutor do acórdão, às fls. 6023 e/6024e, a nulidade do acórdão teve como fundamento o não enfrentamento da matéria de mérito. A falta de similitude entre o acórdão recorrido e os acórdãos paradigmas implica o não conhecimento do recurso especial do contribuinte, conforme dispõe o art. 67 do RICARF. À luz do exposto, NÃO CONHEÇO do recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 7885DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.729312/2012-14
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2010
DASN. MULTA POR ATRASO.
Estando a pessoa jurídica obrigada à apresentação de declaração, o atraso dessa obrigação acessória implica, por dever legal, a aplicação da multa correspondente.
Numero da decisão: 1001-001.085
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo do pedido sucessivo quanto a redução do valor da multa por se caracterizar inovação processual e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA - Presidente.
(assinado digitalmente)
EDUARDO MORGADO RODRIGUES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, José Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Soura (Presidente)
Nome do relator: EDUARDO MORGADO RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2010 DASN. MULTA POR ATRASO. Estando a pessoa jurídica obrigada à apresentação de declaração, o atraso dessa obrigação acessória implica, por dever legal, a aplicação da multa correspondente.
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MULTA POR ATRASO. Estando a pessoa jurídica obrigada à apresentação de declaração, o atraso dessa obrigação acessória implica, por dever legal, a aplicação da multa correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo do pedido sucessivo quanto a redução do valor da multa por se caracterizar inovação processual e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO MORGADO RODRIGUES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, José Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Soura (Presidente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 93 12 /2 01 2- 14 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 11080.729312/201214 Acórdão n.º 1001001.085 S1C0T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 89 a 102) interposto contra o Acórdão nº 0944.617, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG (fls. 80 a 82), que, por unanimidade, julgou improcedente a impugnação apresentada pela ora Recorrente, decisão esta consubstanciada na seguinte ementa: "ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano calendário: 2011 DASN. MULTA POR ATRASO. Estando a pessoa jurídica obrigada à apresentação de declaração, o atraso dessa obrigação acessória implica, por dever legal, a aplicação da multa correspondente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" Por sua precisão na descrição dos fatos que desembocaram no presente processo, peço licença para adotar e reproduzir os termos do relatório da decisão da DRJ de origem: "Trata o presente processo de lançamento de ofício para exigência de multa por atraso/falta de entrega da(o) DASN 2010, da empresa supra, no valor de R$ 7.362,34. A interessada apresentou impugnação, alegando, em síntese, que foi incluída no SN, através de medida cautelar nº 000358846.2012.404.0000 (processo original 2007.71.00.0308820) expedida em setembro de 2012, retroativamente a agosto de 2010." Inconformada com a decisão de primeiro grau, após ciência, a ora Recorrente apresentou Recurso Voluntário defendendo a improcedência total da multa com base nos mesmos argumentos já esposados na Impugnação, contudo, adiciona pedido sucessivo para que a multa seja reduzida em virtude de incorreta interpretação da norma pela autoridade fiscal. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11080.729312/201214 Acórdão n.º 1001001.085 S1C0T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, contudo, deve ser conhecido apenas parcialmente. Explico. Conforme narrado, a Recorrente inova no presente instrumento recursal alegando que, em caso de procedência da multa lavrada, esta deveria ser reduzida. Para tanto apresenta ampla fundamentação no sentido de que errou o fisco ao exigir o montante estipulado por mês de atraso e não por cada atraso incorrido. Contudo, insta dizer que tal impugnação não foi realizada em primeira instância, sendo esta a primeira vez que a contribuinte traz essa preliminar ao feito. Ora, conforme os dispostos do Decreto 70.235/72, considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente atacada pelo sujeito passivo na peça que deu início ao litígio. Outrossim, é a impugnação que inicia e delimita a fase litigiosa, isto é, o presente processo administrativo. Segue os excertos: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. " Desta forma, sob pena de inovação recursal, entendo que não é mais possível conhecer destas alegações nesta fase processual. Assim, deixo de conhecer deste requerimento sucessivo e passo a analisar o principal. Quanto ao mérito, por concordar com todos os seus termos e conclusões, e em atenção ao disposto no §3º do art. 57 do RICARF, adoto as razões exaradas pela decisão da DRJ ora combatida. Para tanto, reproduzo os tópicos atinentes às matérias ora tratadas: "(...) Não apresentou declaração em outra sistemática. Cabe observar que a impugnação deve conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir (art. 16, III, do PAF com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748/1993), considerandose não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante (artigo 17 do PAF com redação dada pelo art. 67 da Lei nº 9.532/1997). Assim, motivações, tais como: Fl. 108DF CARF MF Processo nº 11080.729312/201214 Acórdão n.º 1001001.085 S1C0T1 Fl. 5 4 problemas financeiros, falta de profissional especializado, desconhecimento ou não entendimento da legislação, problemas particulares, entre outros, não constituem litígio a ser apreciado por essa instância administrativa. O lançamento da multa é de natureza vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142 do CTN). Ademais, salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (art. 136 do CTN). Assim, para o lançamento da multa basta o não cumprimento da obrigação acessória dentro prazo, independentemente de condição financeira, culpa ou dolo do sujeito passivo. E, por ser o lançamento ato privativo da autoridade administrativa é que a lei atribui à Administração o poder de impor, por meio da legislação tributária, ônus e deveres aos particulares, denominados, genericamente, obrigações acessórias, que têm por objeto as prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (CTN , art. 113, § 2º). Quando a obrigação acessória não é cumprida, fica subordinada à multa específica (CTN, art. 113, § 3º). Assim é que a Administração exige do particular diversos procedimentos. A Lei 10.426/2002 dispõe que: Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: ( Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004 ) I de 2%(dois por cento) ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3; § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996; II R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. Por sua vez, a LC 123/2006 determinou que: Art.38.O sujeito passivo que deixar de apresentar a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica a que se refere o art. 25 desta Lei Fl. 109DF CARF MF Processo nº 11080.729312/201214 Acórdão n.º 1001001.085 S1C0T1 Fl. 6 5 Complementar, no prazo fixado, ou que a apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela autoridade fiscal, na forma definida pelo Comitê Gestor, e sujeitarseá às seguintes multas: I de 2% (dois por cento)ao mês calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos tributos e contribuições informados na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no §3º deste artigo; §3º A multa mínima a ser aplicada será de R$ 200,00 (duzentos reais). No caso, enquanto não incluída no SN, a contribuinte estava obrigada à apresentação de declaração em outra modalidade de tributação (lucro presumido, real, inativa) de acordo com a legislação pertinente. Não tendo assim procedido, cabível o lançamento da multa por atraso, quando da entrega de sua DASN, motivada por inclusão retroativa por decisão administrativa ou judicial. Exceção à regra quando decisão judicial expressamente determinar em contrário." Assim, com base nos dispostos supra colacionados, entendo que os argumentos esposados pela Recorrente não devem ser acolhidos. Portanto, a decisão de primeira instância não merece qualquer reparo. Desta forma, VOTO no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo in totum a decisão de primeira instância. É como voto. (assinado digitalmente) Eduardo Morgado Rodrigues Relator Fl. 110DF CARF MF
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Numero do processo: 13896.906199/2012-38
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO DE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considera-se preclusa a questão que não tenha sido suscitada expressamente em recurso voluntário.
DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA.
Por se tratar de matéria de ordem pública, a decadência pode ser conhecida de ofício pelo julgador, a qualquer tempo do processo.
PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DECISÃO. REPERCUSSÃO GERAL.
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, reconhecidas como de Repercussão Geral, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62, § 2º, Anexo II, Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas antes do decurso da vacatio legis de 120 dias da Lei Complementar nº 118/05, finda em 09 de junho de 2005, e de cinco anos para as ações ajuizadas após essa data.
Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
RESTITUIÇÃO. EXAURIMENTO DO PRAZO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
Não se admite a compensação com crédito apurado ou decorrente de pagamento efetuado há mais de 5 anos da data da entrega do PER/DCOMP e que não tenha sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento apresentado à RFB antes do transcurso do referido prazo.
Numero da decisão: 3003-000.118
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Marcos Antonio Borges - Presidente.
Vinícius Guimarães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: VINICIUS GUIMARAES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO DE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerase preclusa a questão que não tenha sido suscitada expressamente em recurso voluntário. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA. Por se tratar de matéria de ordem pública, a decadência pode ser conhecida de ofício pelo julgador, a qualquer tempo do processo. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DECISÃO. REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, reconhecidas como de Repercussão Geral, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62, § 2º, Anexo II, Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas antes do decurso da vacatio legis de 120 dias da Lei Complementar nº 118/05, finda em 09 de junho de 2005, e de cinco anos para as ações ajuizadas após essa data. Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 61 99 /2 01 2- 38 Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13896.906199/201238 Acórdão n.º 3003000.118 S3C0T3 Fl. 3 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 RESTITUIÇÃO. EXAURIMENTO DO PRAZO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Não se admite a compensação com crédito apurado ou decorrente de pagamento efetuado há mais de 5 anos da data da entrega do PER/DCOMP e que não tenha sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento apresentado à RFB antes do transcurso do referido prazo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Marcos Antonio Borges Presidente. Vinícius Guimarães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório Tratam os autos de declaração de compensação PER/DCOMP nº 38721.36652.280710.1.3.047346 , transmitido eletronicamente em 28/07/2010, com base em créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. O PER/DCOMP visava compensar o débito nele discriminado com crédito de COFINS, Código de Receita 2172, no valor de R$ 48.192,25, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 14/06/2002. A partir da análise do PER/DCOMP, foi emitido Despacho Decisório, de acordo com o qual constatouse que, na data de transmissão do pedido de compensação, já havia sido extinto o direito creditório ali informado, em virtude de terem se passado mais de cinco anos entre a data de arrecadação do DARF e a data de transmissão do PER/DCOMP, resultando em não homologação da compensação declarada, tendo como fundamento os arts. 165 e 170 do CTN, e art. 74 da Lei nº. 9.430. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou, em síntese, que o PER/DCOMP em litígio encontravase respaldado pelo PER/DCOMP n.º 23368.35569.140807.1.7.040436, já homologado, e que desta compensação havia restado saldo de R$ 2.978,44, para ser usado em compensações futuras. A 2ª Turma da DRJ em Belo Horizonte proferiu decisão nos termos da seguinte ementa: Fl. 66DF CARF MF Processo nº 13896.906199/201238 Acórdão n.º 3003000.118 S3C0T3 Fl. 4 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 COMPENSAÇÃO APÓS A EXTINÇÃO DO DIREITO DE PLEITEAR RESTITUIÇÃO. Não se admite a compensação com crédito apurado ou decorrente de pagamento efetuado há mais de 5 anos da data da entrega do PER/DCOMP e que não tenha sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento apresentado à RFB antes do transcurso do referido prazo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, pugnando, em síntese, que não houve decadência do direito creditório indicado na declaração de compensação, pois o crédito pleiteado decorre de tributo cujo lançamento se dá por homologação, para o qual o termo inicial para a contagem do prazo decadencial do direito creditório deve ser o de homologação ou constituição definitiva do crédito tributário. A recorrente cita jurisprudência a fim de sustentar sua tese de que o prazo para a restituição/compensação de tributos com lançamento por homologação seria de dez anos (tese do 5 + 5) a partir da ocorrência do fato gerador. Voto Conselheiro Vinícius Guimarães, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade. O valor do crédito em litígio é inferior a sessenta salários mínimos, estando dentro da alçada de competência desta turma extraordinária. Sendo assim, passo a analisar o recurso. Importa destacar, primeiramente, que a recorrente não trouxe, em sede de recurso voluntário, as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade acerca da legitimidade da utilização dos créditos informados no PER/DCOMP em litígio em face de ter ocorrido homologação de PER/DCOMP anterior, na qual havia restado saldo credor para ser utilizado em compensações futuras. Nesse aspecto, a recorrente aquiesce com a decisão a quo, a qual estabeleceu que a existência de DCOMP transmitida antes da extinção do direito de pleitear restituição de determinado pagamento não legitima compensações com ele efetuadas depois da extinção do direito de postular restituição. De fato, a existência de crédito remanescente em compensação homologada não afasta a necessidade de seu pedido de restituição se dar dentro do prazo decadencial. Essa matéria, no entanto, é questão preclusa, nos termos do art. 17 do Decreto nº. 70.235/72, estranha ao recurso ora analisado. Como já destacado no relatório, a recorrente traz, em sede de Recurso Voluntário, novos argumentos para afastar a decisão recorrida. Com efeito, em sua impugnação perante a instância a quo, a recorrente não apresentou a tese apresentada em seu Recurso, segundo a qual, aos tributos sujeitos a lançamento por homologação deveria ser Fl. 67DF CARF MF Processo nº 13896.906199/201238 Acórdão n.º 3003000.118 S3C0T3 Fl. 5 4 aplicado o prazo decadencial de dez anos para extinção do direito à restituição/compensação. Tratase, portanto, de matéria não ventilada em sede de manifestação de inconformidade. Tendo em vista que a decadência e a prescrição constituem matérias de ordem pública, podendo, assim, serem conhecidas a qualquer tempo, entendo que os argumentos trazidos no Recurso Voluntário devem ser conhecidos. Não obstante, analisando a tese defendida pela recorrente à luz do caso concreto e das normas a ele aplicáveis, constatase que ocorreu, de fato, a extinção do prazo para o aproveitamento dos créditos apontados na DCOMP transmitida. Explico. A questão da prescrição (ou, no dizer da recorrente, "decadência") concernente ao aproveitamento de créditos de tributos sujeitos a lançamento por homologação foi matéria bastante discutida no direito brasileiro, suscitando calorosos embates em passado razoavelmente recente. Ocorre que, a partir do julgamento do RE 566.621/RS com repercussão geral, pelo Supremo Tribunal Federal, tal matéria foi definitivamente decidida, tendo sido consignado que deve se aplicar o prazo de cinco anos para os casos de repetição ou compensação de indébitos aos processos ajuizados a partir de 9 de junho de 2005, aplicando se o prazo de dez anos para os processos anteriores. Eis a ementa da decisão de relatoria da Min. Elle Gracie: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se auto proclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Fl. 68DF CARF MF Processo nº 13896.906199/201238 Acórdão n.º 3003000.118 S3C0T3 Fl. 6 5 Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Tal questão da prescrição foi também definitivamente dirimida no âmbito do CARF, tendo sido exarada a Súmula CARF nº. 91, com efeito vinculante, cujo teor segue transcrito: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Importa registrar que a mencionada súmula é de observância obrigatória pelos membros do CARF, nos termos do art. 72, Anexo II do RICARF. Por força do art. 62, §2º, Anexo II do RICARF, também é obrigatória a reprodução, pelos conselheiros no âmbito do CARF, das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil. Nesse caso, inafastável a aplicação do teor da decisão no RE 566.621/RS, acima transcrita, cujo julgamento se deu segundo a sistemática prevista no art. 543B do antigo Código de Processo Civil. As decisões acima transcritas deverão iluminar a análise do caso concreto. Compulsando os autos, constatase que a recorrente transmitiu, em 28/07/2010, o PER/DCOMP nº 38721.36652.280710.1.3.047346, visando compensar débitos de COFINS, indicando que teria créditos da mesma contribuição originado de pagamento decorrente de recolhimento em DARF. Como relatado, tal compensação não foi homologada, tendo a recorrente apresentado, em manifestação de inconformidade, o argumento de que o crédito indicado na referida compensação é, na verdade, proveniente de crédito de pagamento indevido ou a maior, efetuado em 14/06/2002, e utilizado em parte no PER/DCOMP nº 23368.35569.140807.1.7.040436, já homologado. Tendo em vista que o PER/DCOMP nº 38721.36652.280710.1.3.047346 foi transmitido em data posterior a 9 de junho de 2005, devese aplicar ao caso concreto o prazo para a repetição ou compensação de indébito de cinco anos do fato gerador. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 13896.906199/201238 Acórdão n.º 3003000.118 S3C0T3 Fl. 7 6 Assim, considerando que o crédito alegado é do período de apuração de 06/2002 e que o PER/DCOMP nº 38721.36652.280710.1.3.047346 foi transmitido apenas em 28/07/2010, ou seja, após o prazo de cinco anos do pagamento indevido ou a maior, conclui se que ocorreu a prescrição para a compensação/repetição de indébito. Diante do exposto, voto por rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Vinícius Guimarães Relator Fl. 70DF CARF MF
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Numero do processo: 10865.720903/2015-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Feb 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2013 a 30/11/2013, 01/01/2014 a 31/01/2014
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARCELAS INTEGRANTES. HORAS EXTRAS. TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS.
As parcelas não integrantes do salário-de-contribuição estão disciplinadas em rol taxativo no § 9°, do art. 214, do Regulamento da Previdência Social. Entende-se por salário de contribuição, para o empregado, a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive aqueles recebidos a título de horas extras e 1/3 de férias. Consequentemente, eventuais valores, recolhidos pela recorrente, não podem ser considerados pagamentos indevidos.
RECURSOS REPETITIVOS. SISTEMÁTICA DO ART. 543 DO CPC ANTIGO OU DOS ARTS. 1.036 A 1.041 DO NOVO CPC. VINCULAÇÃO. ART. 62 DO RICARF. DECISÕES NÃO TRANSITADAS EM JULGADO.
O STJ, no REsp 1.230.957, julgado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil (recurso repetitivo), estabeleceu a não incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração do terço constitucional de férias indenizadas ou gozadas. Todavia, a vinculação de conselheiro ao quanto decidido na sistemática dos recursos repetitivos somente ocorre quanto às decisões definitivas de mérito (art. 62 do RICARF), o que somente ocorre com o trânsito em julgado das decisões, o que não ocorreu até a presente data. Em sentido semelhante, o disposto na Nota/PGFN/CRJ/N° 640, de 2014.
ALÍQUOTA SAT. DIFERENÇA
A contribuição do órgão público para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT), possui alíquota variável (1%, 2% ou 3%), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau e risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro, conforme classificação na tabela Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, vigente à época dos fatos geradores.
COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA ISOLADA DE 150%. FALSIDADE NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. CABIMENTO.
É cabível a aplicação de multa isolada de 150%, quando os recolhimentos tidos pelo Contribuinte como indevidos e passíveis de compensação não são comprovados.
Numero da decisão: 2201-004.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao recurso de ofício, vencidos os Conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama e Marcelo Milton da Silva Risso, que lhe negaram provimento. Em relação ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, acordam em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Débora Fófano - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DEBORA FOFANO
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PARCELAS INTEGRANTES. HORAS EXTRAS. TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. As parcelas não integrantes do saláriodecontribuição estão disciplinadas em rol taxativo no § 9°, do art. 214, do Regulamento da Previdência Social. Entendese por salário de contribuição, para o empregado, a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive aqueles recebidos a título de horas extras e 1/3 de férias. Consequentemente, eventuais valores, recolhidos pela recorrente, não podem ser considerados pagamentos indevidos. RECURSOS REPETITIVOS. SISTEMÁTICA DO ART. 543 DO CPC ANTIGO OU DOS ARTS. 1.036 A 1.041 DO NOVO CPC. VINCULAÇÃO. ART. 62 DO RICARF. DECISÕES NÃO TRANSITADAS EM JULGADO. O STJ, no REsp 1.230.957, julgado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil (recurso repetitivo), estabeleceu a não incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração do terço constitucional de férias indenizadas ou gozadas. Todavia, a vinculação de conselheiro ao quanto decidido na sistemática dos recursos repetitivos somente ocorre quanto às decisões definitivas de mérito (art. 62 do RICARF), o que somente ocorre com o trânsito em julgado das decisões, o que não ocorreu até a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 72 09 03 /2 01 5- 89 Fl. 351DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 352 2 presente data. Em sentido semelhante, o disposto na Nota/PGFN/CRJ/N° 640, de 2014. ALÍQUOTA SAT. DIFERENÇA A contribuição do órgão público para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT), possui alíquota variável (1%, 2% ou 3%), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau e risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro, conforme classificação na tabela Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, vigente à época dos fatos geradores. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA ISOLADA DE 150%. FALSIDADE NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. CABIMENTO. É cabível a aplicação de multa isolada de 150%, quando os recolhimentos tidos pelo Contribuinte como indevidos e passíveis de compensação não são comprovados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao recurso de ofício, vencidos os Conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama e Marcelo Milton da Silva Risso, que lhe negaram provimento. Em relação ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, acordam em negar lhe provimento. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Débora Fófano Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Cuidase de Recurso de Ofício (fl. 293) e Voluntário (fls. 241/277) interposto contra decisão da DRJ no Rio de Janeiro/RJ (fls. 292/302), a qual julgou parcialmente procedente o lançamento do crédito tributário consolidado no presente processo administrativo, compreendendo os seguintes autos de infração: Fl. 352DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 353 3 a) DEBCAD nº 51.045.0091, correspondente às glosas de compensações previdenciárias efetuadas indevidamente no período de 04/2013 a 11/2013 e 13/2013, no valor original de R$ 7.809.538,44, acrescido de juros e multa de mora, a serem calculados na data do pagamento (fls. 06/10), que foi mantido integralmente. b) DEBCAD nº 51.045.0075, referente à multa isolada no valor original de R$ 11.714.307,65, consolidado em 16/04/2015 (fls. 02/05), que foi integralmente exonerado. Cientificado da lavratura dos autos de infração em 22/04/2015 (fls. 25/26), a Recorrente apresentou sua Impugnação em 22/05/2015 (fls. 142/159). Quando da apreciação do caso, a DRJ no Rio de Janeiro/RJ julgou parcialmente procedente o lançamento, conforme ementa abaixo (fls. 222/232): "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2013 a 30/11/2013, 01/01/2014 a 31/01/2014 COMPENSAÇÃO INDEVIDA. GLOSA. Compensação é procedimento facultativo através do qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindoos das contribuições devidas à Previdência Social. Não atendidas as condições estabelecidas na legislação previdenciária e no Código Tributário Nacional CTN, deverá a fiscalização efetuar a glosa dos valores indevidamente compensados, com o consequente lançamento de ofício das importâncias que deixaram de ser recolhidas. ALÍQUOTA SAT. DIFERENÇA. A contribuição do órgão público para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT), possui alíquota variável (1%, 2% ou 3%), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau e risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro, conforme classificação na tabela Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, vigente à época dos fatos geradores. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. PARCELAS NÃO INTEGRANTES. As parcelas não integrantes do saláriodecontribuição estão disciplinadas em rol taxativo no §9°, do art. 214, do Regulamento da Previdência Social. JURISPRUDÊNCIA. EFEITOS. A vinculação da RFB aos entendimentos do Poder Judiciário com efeito "erga omnes", desfavoráveis à Fazenda Pública, somente ocorre a partir da manifestação da PGFN por meio de Nota Explicativa, nos moldes previstos no art. 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. FALSIDADE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. Fl. 353DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 354 4 Ainda que haja compensação indevida, é improcedente a aplicação de multa isolada, sem que a autoridade lançadora comprove, com provas robustas, a falsidade da declaração e o dolo específico. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" Preliminarmente, a DRJ destacou que: "(...) a Impugnante não contesta os valores da base de cálculo para efeito de glosa utilizados pelo AuditorFiscal autuante, fincando sua defesa nas alegações de: natureza indenizatória das rubricas "Adicional de 1/3 de férias"; "Adicional de 1/3 de férias Média" e "Acréscimos de Horas Extras", e correção da alíquota SAT de 1% aplicada, em face da preponderância da atividade educacional exercida pelos colaboradores da Impugnante". No mérito, decidiu pela improcedência do auto de infração Debcad nº 51.045.0075, no valor original de R$ 11.714.307,65, que trata de Multa Isolada, especificamente em relação à falsidade da declaração, tendo em conta que o Contribuinte interpretou de forma equivocada a legislação tributária, ainda que entendendo estar respaldado por decisões dos tribunais superiores, considerando que tal conduta não é suficiente para caracterização da falsidade, como exigido pelo § 10, do artigo 89, da Lei nº 8.212, de 1991. Quanto ao crédito tributário exigido no Debcad nº 51.045.0091, no valor original de R$ 7.809.538,44, acrescido de juros e multa de mora a serem calculados na data do pagamento, entendeu a DRJ pela improcedência dos argumentos aduzidos pelo contribuinte em sua impugnação, rebatendoos individualizadamente. Das Petições O contribuinte, antes do julgamento dos recursos de ofício e voluntário, apresentou petição em 31/07/2017 (fls. 311/312) solicitando o parcelamento de débitos remanescentes eventualmente apurados nos autos do processo em referencia, nos moldes do disposto na MP nº 778, de 16/05/2017, após o trânsito em julgado da decisão administrativa que estabeleça o fim do processo. Tal pedido foi considerado como solicitação de desistência total ou parcial de recurso interposto e em despacho do presidente do CARF os autos retornaram à unidade da administração tributária da origem (fl. 314). Cientificado da decisão (fls. 316, 317 e 320) o contribuinte apresentou esclarecimentos por meio do ofício nº 527/2018 de 27/03/2018, protocolado em 28/03/2018 (fls. 328/329) mediante o qual reafirma que o ofício nº 1268/2017 não se tratou de solicitação de desistência, mas unicamente de uma providência futura com o intuito de valerse dos benefícios do parcelamento especial, a depender do resultado da impugnação na via administrativa em decisão final. A petição foi analisada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais que em despacho s/nº Pleno de 09/04/2018 (fls. 335/336) declarou nulo o despacho Carf de efl. 134, indeferiu o pedido de postergação de parcelamento por falta de previsão legal na MP 778/2017, convertida na Lei nº 13.485/2017 e encaminhou o processo à DRF em Limeira/SP para adoção de providências (cancelamento do parcelamento e restabelecimento do controle de todos os Fl. 354DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 355 5 débitos no presente processo) com posterior retorno do PAF ao CARF para julgamento da lide, após ciência do contribuinte. A ciência ocorreu em 11/04/2018 (fl. 338). Do Recurso Voluntário A Recorrente, devidamente intimada da decisão da DRJ em 02/06/2016, conforme AR de fl. 238, apresentou o recurso voluntário de fls. 241/277 em 01/07/2016, estruturado nos seguintes tópicos: 1. Preliminares: a) Seja o presente recurso recebido e conhecido conquanto aos requisitos de tempestividade e modo; b) Seja suspensa a exigibilidade do crédito tributário nos termos do art. 151, inciso III, do CTN; c) Não seja negada a certidão positiva de débito com efeito negativo CPDEN, em nome do Manifestante com base nas compensações protestadas até o desfecho da lide; 2. No mérito: d) Seja reconhecida a legalidade das compensações cujo crédito foi constituído com verbas indenizatórias, quais sejam, Horas Extras e 1/3 de Férias, visto se tratarem de compensações executadas sobre o respaldo do entendimento jurisprudencial dominante da mais Alta Corte; e) Sejam homologadas as compensações realizadas em relação aos valores utilizados com base no RAT/SAT, consubstanciado nas teses acima versadas; f) Seja cientificada a Recorrente da decisão administrativa adotada para o presente Recurso no prazo legal. É o relatório. Voto Conselheira Débora Fófano – Relatora Do Recurso de Ofício Em virtude da exoneração total do crédito tributário constante da Debcad nº 51.045.0075, referente à multa isolada, foi interposto recurso de ofício. Preliminarmente, o recurso de ofício preenche condições de admissibilidade, posto que, atinge o valor de alçada, hoje fixado em R$ 2.500.000,00 pela Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017. Desta forma, analisarseá o fundamento do acórdão que culminou em exoneração do crédito, qual seja, a improcedência da aplicação de multa isolada, sem a comprovação pela autoridade lançadora, com provas robustas, da falsidade da declaração e o dolo específico. A autoridade fiscal entendeu que a entrega de GFIP com informações falsas, no caso, com inserção de crédito inexistente (compensações), resultou em supressão/redução de contribuições previdenciárias devidas, ensejando dessa forma a aplicação de Multa Isolada, prevista no § 10, art. 89, da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 356 6 Notese que a aplicação da multa isolada foi fundamentada na compensação de valores realizada sem a comprovação do efetivo recolhimento indevido; ausência de ação judicial que garanta ao sujeito passivo as compensações efetuadas e indefinição das ações judiciais que pudessem beneficiar o sujeito passivo. A DRJ/Rio de Janeiro/RJ ao analisar a impugnação exonerou integralmente o crédito tributário exigido referente à multa isolada sob o argumento de que as compensações do contribuinte foram indevidas e não eivadas de falsidade da declaração, tendose que, efetivamente, o Contribuinte interpretou de forma equivocada a legislação tributária, ainda que entendendo estar respaldado por decisões dos tribunais superiores; contudo, entendendo que tal conduta não ser suficiente para caracterização de falsidade. Na dicção do § 10 do artigo 89 da Lei nº 8.212, de 1991, na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, ele estará sujeito à multa de 150% (vide abaixo). Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). O legislador determina a aplicação de multa de 150% quando se trata de falsidade de declaração, sem mencionar a necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação na conduta do contribuinte. No caso concreto a conduta do contribuinte em relação às compensações efetuadas estava pautada na sua interpretação a respeito da matéria, procurando extinguir indevidamente parte dos débitos apurados e confessados mediante o aproveitamento de créditos que não logrou comprovar, trazendo o resultado esperado e pretendido, qual seja, deixar de pagar tributo. Se não há nenhuma dúvida de que as GFIP’s entregues pelo Município veicularam informações sabidamente falsas, não há que se falar em redução da penalidade ou até mesmo de extinção da penalidade. São inúmeros os Acórdãos do Conselho Superior de Recursos Fiscais (CSRF) que se posicionam pela manutenção da aplicação da multa isolada diante da comprovação de falsidade da declaração, dentre os quais, a título ilustrativo, selecionamos as seguintes ementas: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2009 a 30/09/2010 Fl. 356DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 357 7 COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA ISOLADA DE 150%. FALSIDADE NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. CABIMENTO. É cabível a aplicação de multa isolada de 150%, quando os recolhimentos tidos pelo Contribuinte como indevidos e passíveis de compensação não são comprovados. Recurso Especial do Procurador provido. (Acórdão nº 9202003.777 – 2ª Turma CSRF Sessão de 16 de fevereiro de 2016)" "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2010 a 31/12/2013 MULTA ISOLADA APLICADA SOBRE A COMPENSAÇÃO INDEVIDA. COMPROVAÇÃO DA FALSIDADE DA DECLARAÇÃO. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à aplicação de multa isolada nos termos do art. 89, §10, da Lei nº 8.212/1991. (Acórdão nº 9202006.885 2ª Turma CSRF Sessão de 23 de maio de 2018)" À vista de todo exposto, votase no sentido de dar provimento ao Recurso de Ofício. Do Recurso Voluntário O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões pela qual deve ser conhecido. Conforme relatado anteriormente, nas preliminares o contribuinte solicita: (i) o recebimento e conhecimento do Recurso; (ii) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos termos do art. 151, inciso III, do CTN e (iii) não seja negada a certidão positiva de débito com efeito negativo CPDEN, em nome do Manifestante com base nas compensações protestadas até o desfecho da lide. Nos termos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (CTN), as reclamações e os recursos administrativos suspendem a exigibilidade do crédito tributário até o julgamento definitivo pelo órgão competente. Quanto ao pedido de emissão de certidões em nome do manifestante, a matéria é regulada pela Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1.751, de 02 de outubro de 2014, com alterações posteriores, que dispõe sobre a prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. Sobre a matéria, constam as seguintes orientações no site do Ministério da Fazenda1: "(...) 2) A Certidão Negativa de Débitos somente é emitida quando verificadas, simultaneamente: 1 Disponível em: http://www.fazenda.gov.br/cartadeservicos/listadeservicos/procuradoriageraldafazenda nacionalpgfn/certidaoderegularidadefiscal Fl. 357DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 358 8 2.1) a regularidade fiscal do contribuinte em relação aos débitos administrados pela PGFN e inscritos em Dívida Ativa da União (DAU); 2.2) a regularidade fiscal do contribuinte em relação aos débitos administrados pela RFB; e 2.3) a inexistência de outras pendências perante a RFB. 3) A Certidão Positiva é emitida quando constarem débitos junto à Fazenda Nacional (PGFN e RFB), sem registro de garantia ou de causa suspensiva ou, ainda, de pendências junto à RFB. Essa certidão é emitida, exclusivamente, pela unidade de atendimento integrado. 4) A Certidão Positiva com Efeitos de Negativa tem os mesmos efeitos da Certidão Negativa e é emitida quando todas as inscrições em DAU tiverem averbada causa suspensiva de sua exigibilidade ou garantia (penhora, caução, segurogarantia, depósito e carta de fiança). (...)" No mérito pugna pelos seguintes pontos: (i) reconhecimento da legalidade das compensações cujo crédito foi constituído com verbas indenizatórias, quais sejam, Horas Extras e 1/3 de Férias, visto se tratarem de compensações executadas sobre o respaldo do entendimento jurisprudencial dominante da mais Alta Corte; (ii) sejam homologadas as compensações realizadas em relação aos valores utilizados com base no RAT/SAT, consubstanciado nas teses acima versadas e (iii) seja cientificada a Recorrente da decisão administrativa adotada para o presente Recurso no prazo legal. Desta forma, analisarseá os argumentos do contribuinte em cada um dos fundamentos acima aduzidos. (i) Do reconhecimento da legalidade das compensações cujo crédito foi constituído com verbas indenizatórias, quais sejam, Horas Extras e 1/3 de Férias Em linhas gerais, a Recorrente argumenta que deve ser afastada a incidência da contribuição previdenciária sobre: a) as horas extras recebidas por deterem caráter indenizatório segundo entendimento externado pelo STF e b) o terço constitucional de férias gozadas ou não com fulcro no artigo 28, § 9º, alínea "d", da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e, ainda, com base no entendimento majoritário adotado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, trazendo diversas ementas. A Recorrente alega que as horas extras detém caráter indenizatório, não devendo incidir a exação previdenciária. Não resta dúvida, de que tais verbas se amoldam ao conceito de saláriode contribuição previsto no artigo 28, inciso I da Lei n.° 8.212, de 1991: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo Fl. 358DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 359 9 tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Sobre a matéria pertinente a transcrição do voto do conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza no Acórdão nº 2402006.660 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária: "(...) 4.3. HORAS EXTRAS. Neste ponto a Recorrente alega que as demais rubricas indicadas como base para o lançamento representam horas extras e que por sua natureza intrínseca tem caráter indenizatório eis que, em sua visão, objetivam compensar danos físicos e psicológica. Mais uma vez, nos termos do artigo 62, §1º, inciso II, “b” da Portaria MF nº 343/06/2015 (RICARF), o colegiado deve observar a jurisprudência vinculativa ainda vigente, eis que o STJ, sob o rito do art. 543C do CPC (recurso repetitivo) quando do REsp 1.358.281, j. 23/4/2014, decidiu em sentido oposto ao pretendido pela Recorrente, ao firmar entendimento no sentido da tributabilidade das Horas Extras, eis que subsumemse ao conceito de saláriodecontribuição. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. BASE DE CÁLCULO. ADICIONAIS NOTURNO, DE PERICULOSIDADE E HORAS EXTRAS. NATUREZA REMUNERATÓRIA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS DA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ. SÍNTESE DA CONTROVÉRSIA 1. Cuidase de Recurso Especial submetido ao regime do art. 543C do CPC para definição do seguinte tema: "Incidência de contribuição previdenciária sobre as seguintes verbas trabalhistas: a)horas extras; b) adicional noturno; c) adicional de periculosidade". CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA E BASE DE CÁLCULO: NATUREZA REMUNERATÓRIA 2. Com base no quadro normativo que rege o tributo em questão, o STJ consolidou firme jurisprudência no sentido de que não devem sofrer a incidência de contribuição previdenciária "as importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador" (REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18/3/2014,submetido ao art. 543C do CPC). 3. Por outro lado, se a verba possuir natureza remuneratória, destinandose a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, ela deve integrar a base de cálculo da contribuição. ADICIONAIS NOTURNO, DE PERICULOSIDADE, HORAS EXTRAS: INCIDÊNCIA 4. Os adicionais noturno e de periculosidade, as horas extras e seu respectivo adicional constituem verbas de natureza remuneratória, razão pela qual se sujeitam à incidência de Fl. 359DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 360 10 contribuição previdenciária (AgRg no REsp 1.222.246/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 17/12/2012; AgRg no AREsp 69.958/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 20/6/2012; REsp 1.149.071/SC, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 22/9/2010; Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 9/4/2013; REsp 1.098.102/SC, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 17/6/2009; AgRg no Ag 1.330.045/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 25/11/2010; AgRg no REsp 1.290.401/RS; REsp 486.697/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 17/12/2004, p. 420; AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 9/11/2009). [...] CONCLUSÃO 9. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 8/2008. (STJ REsp: 1358281 SP 2012/02615969, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 23/04/2014, S1 PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 05/12/2014) (...)" Ao contrário do alegado pela Recorrente, horas extraordinárias têm natureza remuneratória eis que devidas em contraprestação diretamente relacionada ao trabalho prestado pelo segurado em beneficio do empregador, o pagamento em valores superiores ao ordinário não é elemento suficiente para considerar tais pagamentos como indenizatórios. Os órgãos de julgamento administrativos devem aplicar os precedentes do STF e STJ quando esses foram proferidos em sede de recursos repetitivos ou com repercussão geral reconhecida a teor do disposto no art. 62 do RICARF. Ainda assim, importante ressaltar que não há qualquer tese definitiva (transitada em julgado) firmada pelo STJ ou STF em sede de recursos repetitivos ou repercussão geral, respectivamente, sobre as matérias objeto do presente caso. O tema envolvendo a não incidência das contribuições previdenciárias sobre o terço constitucional de férias (Tema Repetitivo STJ 479) foi, de fato, decidido pelo STJ através do REsp 1230957/RS. Contudo, tal decisão encontrase suspensa por decisão da Vice Presidência do STJ em razão do Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida (RE 593068 / Tema 163). Neste sentido, orientação consubstanciada na Nota PGFN/CRJ nº 640/2014, a seguir transcrita: "(...) 5. No presente caso, conforme se verá mais adiante, não obstante o RESP nº 1.230.957/RS ter sido parcialmente desfavorável à Fazenda Nacional, não é possível a inclusão dos temas na lista a que se refere o inciso V do art. 1º da Portaria nº 294/2010, em razão de se vislumbrar a possibilidade de reversão do entendimento no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Desse modo, a presente Nota Explicativa, além de delimitar o que ficou decidido no RESP nº 1.230.957/RS, tem apenas como intuito cumprir o disposto no art. 3º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 01/2014, informando à RFB a nãoinclusão de temas em lista de dispensa de contestar e recorrer. Fl. 360DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 361 11 6. Os recursos especiais existentes nos autos do RESP 1.230.957, submetidos ao rito do art. 543C do CPC, tratavam, em essência, da incidência de contribuição previdenciária, a cargo da empresa, no contexto do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), sobre as seguintes verbas: a) terço constitucional de férias; b) saláriomaternidade; c) saláriopaternidade; d) aviso prévio indenizado; e) importância paga nos quinze dias que antecedem o auxíliodoença. 7. Decidiuse pela incidência da contribuição previdenciária sobre as verbas atinentes ao saláriomaternidade e ao salário paternidade. Quanto à incidência da contribuição sobre as demais verbas, prevaleceu entendimento desfavorável à Fazenda Nacional. Em face de tal posicionamento desfavorável, importa fazer algumas considerações para cada uma das exações, tendo em vista que se entende pela continuidade de impugnação das decisões que apliquem o entendimento do STJ firmado em desfavor à Fazenda Nacional. (...) IV Terço constitucional de férias 15. Ainda no RESP nº 1.230.957/RS, o STJ decidiu pela não incidência de contribuição previdenciária quanto ao adicional de um terço referido às férias indenizadas, bem como no caso das férias gozadas. Em relação às férias indenizadas, não há a exação, com base no art. 28, §9º, “d”, da Lei nº 8.212/91; já quanto às férias gozadas, o STJ, partindo da premissa de que o STF teria firmado a orientação de que o terço constitucional de férias possuiria natureza compensatória/indenizatória, a partir de precedentes do STF que se referiam a servidores sujeitos ao Regime Próprio dos Servidores Públicos (RPPS), não haveria ganho habitual a ensejar a tributação. 16. A Corte Superior considerou, assim, que a importância paga a título de terço constitucional de férias gozadas não se destina a retribuir serviços prestados, tampouco configura tempo à disposição do empregador, de modo que não se enquadraria no disposto no art. 22, I, “d” da Lei nº 8.212/1991, nem se amoldaria no conceito de saláriodecontribuição do empregado previsto no art. 28, I, da Lei nº 8212/1991. 17. Todavia, como o entendimento do STJ, em relação à contribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias dos empregados, derivaria de orientação do STF relativamente à exação sobre o terço constitucional de férias dos servidores públicos e, tendo em vista que o RE nº 593.068 teve sua repercussão geral reconhecida, justamente para tratar dessa questão, verificase que a matéria ainda não está pacificada, de maneira que também não é possível a inclusão do tema na lista prevista no inciso V do art. 1º da Portaria PGFN nº 294/2010. (...)" Em virtude do exposto, por tais decisões não possuírem definitividade, tendo em vista que ainda não se operou o trânsito em julgado, os eventuais recolhimentos de Fl. 361DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 362 12 contribuições incidentes sobre o terço constitucional de férias não podem ser considerados indevidos, pois não estão revestidos de liquidez e certeza. Sobre a matéria, pertinente a transcrição dos seguintes julgados: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2009 a 31/12/2009 (...) ADICIONAL DE FÉRIAS O adicional de 1/3 de férias possui natureza remuneratória, não havendo que se cogitar de sua exclusão da base de cálculo das contribuições previdenciárias, exceto na hipótese de férias não gozadas, objeto de indenização. PRIMEIROS 15 DIAS DE AUXÍLIODOENÇA Os valores decorrentes da obrigação legal de pagar o salário devido ao empregado nos primeiros 15 dias de afastamento por doença (também denominado de salárioenfermidade), caracteriza interrupção do contrato de trabalho, mantida sua característica de verba salarial, assim passível de sofrer a incidência das contribuições previdenciárias, patronal e a cargo do empregado. (Acórdão nº 9202003.773 – 2ª Turma)" "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2015 a 31/03/2015 (...). TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. QUINZE PRIMEIROS DIAS DO AFASTAMENTO POR AUXÍLIO DOENÇA OU AUXÍLIOACIDENTE. Diante da moldura constitucional e em razão da amplitude conceitual e legislativa dos conceitos de remuneração e salário decontribuição,no caso do adicional constitucional de férias, bem como nos quinze primeiros dias de afastamento do empregado por auxíliodoença ou auxílioacidente, temos típicas hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, razão pela qual, a despeito de inexistir prestação de serviço, há remuneração e, havendo remuneração paga, devida ou creditada, há incidência de contribuições previdenciárias. Conseqüentemente, tais valores, recolhidos pela recorrente, não podem ser considerados pagamentos indevidos. RECURSOS REPETITIVOS. SISTEMÁTICA DO ART. 543 DO CPC ANTIGO OU DOS ARTS. 1.036 A 1.041 DO NOVO CPC. VINCULAÇÃO. ART. 62A DO RICARF. DECISÕES NÃO TRANSITADAS EM JULGADO. O STJ, no REsp 1.230.957, julgado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil (recurso repetitivo), estabeleceu a não incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração (i) nos 15 dias anteriores à concessão de Fl. 362DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 363 13 auxíliodoença, (ii) do terço constitucional de férias indenizadas ou gozadas. Todavia, a vinculação de conselheiro ao quanto decidido na sistemática dos recursos repetitivos somente ocorre que somente ocorre com o trânsito em julgado das decisões, o que não ocorreu até a presente data. Em sentido semelhante, o disposto na Nota/PGFN/CRJ/N° 640, de 2014. (Acórdão nº 2301005.596 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária)" Ante o exposto, votase por negar provimento ao recurso neste ponto. (ii) Homologação das compensações realizadas em relação aos valores utilizados com base no RAT/SAT A Recorrente alega serem legitimas as compensações que abarcaram os créditos consubstanciados com RAT/SAT por ser preponderante a atividade da Educação, a alíquota acertada para a atividade era de 1% (um por cento) e o recolhimento foi efetuado erroneamente sob a alíquota de 2% (dois por cento). Inicialmente merece deixar registrado que são os seguintes os dispositivos legais e normativos que regem a matéria: art. 22, inciso II, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; art. 202 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 RPS; art. 72 da IN RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, com alterações promovidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010; Ato Declaratório PGFN nº 11, de 2011; Solução de Consulta Interna Cosit nº 1, de 2014 e Solução de Consulta nº 49 Cosit de 19 de fevereiro de 2014. Destaquese que na Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco (Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas), do Anexo V do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 19992, com redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009, consta a alíquota de 2% para a Administração pública em geral, CNAE 84116/00. Em que pese as alegações e apesar de ser ônus do contribuinte nos termos do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil)3, com a impugnação a Recorrente apresentou apenas relações, provavelmente referentes ao período de 12/2014, com indicação de matrículas, nomes, data de admissão e função de servidores alocados nas diversas secretarias do município (fls. 161/205). Todavia não foram apresentados os demonstrativos mensais das competências 04/2013 a 11/2013 e 13/2013 a que se referem as compensações, nos termos do disposto no art. 72, II, § 1º da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, com alterações promovidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010. Também por possuir apenas um CNPJ e mais de uma atividade econômica, deve prevalecer, como preponderante, aquela que tem o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, não devendo ser considerados os segurados empregados que prestam serviços em atividadesmeio, para a apuração do grau de risco, assim entendidas aquelas que auxiliam ou complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da empresa, tais como serviços de administração geral, recepção, faturamento, cobrança, contabilidade, vigilância, dentre outros, conforme disposto no art. 72, II, § 1º, "b" da referida Instrução Normativa. 2 Aprova o regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. 3 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Fl. 363DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 364 14 Vale ressaltar que nas relações apresentadas referentes ao mês de 12/2014, a quantidade de servidores alocados na Secretaria de Educação totaliza 966 funcionários, incluindo aí segurados que prestam serviços auxiliares (p. ex. serventes, jardineiros, motoristas) e nas demais 16 secretarias o montante de 996, ou seja, até mesmo neste mês a atividade preponderante não é a da Educação como alegado pela Recorrente. À vista do exposto, também neste ponto, votase por negar provimento ao recurso. (iii) Ciência da Recorrente da decisão administrativa adotada para o presente Recurso no prazo legal Quanto ao pedido de ser cientificado da decisão, a Lei nº 9.784, 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, e portanto de observância obrigatória, assim determina em seus arts. 26 e 28: Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 1o A intimação deverá conter: I identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II finalidade da intimação; III data, hora e local em que deve comparecer; IV se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazerse representar; V informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. (...) Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. CONCLUSÃO Fl. 364DF CARF MF Processo nº 10865.720903/201589 Acórdão n.º 2201004.833 S2C2T1 Fl. 365 15 Em razão do exposto, votase por DAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos do voto em epígrafe. (assinado digitalmente) Débora Fófano – Relatora Fl. 365DF CARF MF
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