Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (15,290)
- Segunda Turma Ordinária d (15,236)
- Segunda Turma Ordinária d (13,812)
- Primeira Turma Ordinária (12,696)
- Primeira Turma Ordinária (9,581)
- Segunda Turma Ordinária d (8,798)
- Terceira Turma Ordinária (2,929)
- Terceira Turma Ordinária (2,879)
- Quarta Turma Especial (371)
- Quarta Câmara (81,592)
- Terceira Seção De Julgame (33,405)
- Segunda Seção de Julgamen (29,437)
- Primeira Seção de Julgame (18,379)
- Segundo Conselho de Contr (199)
- Primeiro Conselho de Cont (172)
- Outros imposto e contrib (1,740)
- Outras penalidades (ex.MU (433)
- CPSS - Contribuições para (345)
- IPI- processos NT - ressa (218)
- PIS - proc. que não vers (183)
- Cofins - ação fiscal (tod (181)
- IRPJ - restituição e comp (179)
- Cofins- proc. que não ver (167)
- PIS - ação fiscal (todas) (147)
- IRPJ - AF - lucro real (e (104)
- IPI- processos NT- créd.p (96)
- IRPF- auto de infração el (77)
- IRPF- ação fiscal - outro (65)
- Simples- proc. que não ve (60)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (51)
- ROSALDO TREVISAN (2,898)
- PEDRO SOUSA BISPO (2,762)
- PAULO MATEUS CICCONE (2,107)
- WALDIR NAVARRO BEZERRA (1,998)
- LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GON (1,833)
- MIRIAM DENISE XAVIER (1,778)
- KLEBER FERREIRA DE ARAUJO (1,145)
- ANTONIO CARLOS ATULIM (1,135)
- GREGORIO RECHMANN JUNIOR (1,113)
- RONALDO DE LIMA MACEDO (1,113)
- RODRIGO MINEIRO FERNANDES (1,008)
- MATHEUS SOARES LEITE (987)
- DENNY MEDEIROS DA SILVEIR (937)
- RAYD SANTANA FERREIRA (882)
- RAFAELLA DUTRA MARTINS (795)
- 2021 (9,504)
- 2020 (8,345)
- 2019 (8,207)
- 2018 (7,288)
- 2023 (5,893)
- 2017 (4,931)
- 2011 (4,735)
- 2024 (4,717)
- 2012 (4,697)
- 2014 (4,125)
- 2013 (3,804)
- 2016 (3,394)
- 2022 (3,034)
- 2010 (2,507)
- 2015 (1,571)
- 2021 (8,935)
- 2019 (8,552)
- 2020 (7,908)
- 2023 (6,969)
- 2018 (6,151)
- 2017 (4,790)
- 2024 (4,519)
- 2014 (3,978)
- 2016 (3,501)
- 2011 (3,374)
- 2013 (3,264)
- 2022 (3,242)
- 2025 (2,253)
- 2015 (2,238)
- 2010 (1,866)
- de (80,836)
- por (80,536)
- os (80,181)
- membros (79,573)
- do (79,129)
- votos (77,407)
- colegiado (74,837)
- julgamento (71,401)
- unanimidade (71,131)
- e (69,193)
- recurso (68,046)
- acordam (67,810)
- presidente (66,697)
- participaram (66,608)
- conselheiros (66,469)
Numero do processo: 10783.914983/2009-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Apr 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2002 a 28/02/2002
COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE PROVAS.
Aquele que se manifesta contra o Despacho Decisório tem o ônus probatório relativo à comprovação do crédito que alega possuir, o qual deve ser exercido oportunamente e de forma materialmente suficiente à demonstração do direito pleiteado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.895
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto do presente acórdão.
(Assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/2002 a 28/02/2002 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE PROVAS. Aquele que se manifesta contra o Despacho Decisório tem o ônus probatório relativo à comprovação do crédito que alega possuir, o qual deve ser exercido oportunamente e de forma materialmente suficiente à demonstração do direito pleiteado. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 20 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10783.914983/2009-01
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5713071
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 20 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3402-003.895
nome_arquivo_s : Decisao_10783914983200901.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ANTONIO CARLOS ATULIM
nome_arquivo_pdf_s : 10783914983200901_5713071.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto do presente acórdão. (Assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
id : 6722502
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048944593862656
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1399; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10783.914983/200901 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3402003.895 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de março de 2017 Matéria COFINS PER/DCOMP Recorrente PIANNA COMERCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2002 a 28/02/2002 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. AUSÊNCIA DE PROVAS. Aquele que se manifesta contra o Despacho Decisório tem o ônus probatório relativo à comprovação do crédito que alega possuir, o qual deve ser exercido oportunamente e de forma materialmente suficiente à demonstração do direito pleiteado. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto do presente acórdão. (Assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 91 49 83 /2 00 9- 01 Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10783.914983/200901 Acórdão n.º 3402003.895 S3C4T2 Fl. 3 2 Trata o presente processo de compensação declarada em PER/DCOMP apresentada pelo contribuinte, de crédito referente a valor que teria sido recolhido a maior ou indevidamente, a título de COFINS, atinente ao período de apuração indicado na folha de rosto do acórdão. Por meio de Despacho Decisório eletrônico, negouse homologação à compensação declarada, alegando não restar crédito disponível para a compensação dos débitos informados, em virtude de o pagamento do qual seria oriundo já ter sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. O contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade que foi julgada improcedente pela DRJ sob os seguintes fundamentos: i) o contribuinte não indicou como apurou o crédito que alega possuir e indicado na Declaração de Compensação e ii) o contribuinte não juntou quaisquer provas do referido crédito. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário no qual alega inauguralmente que a questão não necessitaria de produção de provas, por se tratar de incidência de COFINS sobre receitas financeiras, declarada inconstitucional pelo STF no RE nº 346.084. Ao final, solicita a realização de diligência. É o relatório. Voto Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.885, de 28 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 10783.914970/200924, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.885): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. O Despacho Decisório contestado nesse processo administrativo teve sua homologação negada sob fundamento do crédito alegado ter sido utilizado integralmente para quitar débitos da pessoa jurídica. Desde o início, o contribuinte não juntou qualquer documentação fiscal ou contábil que permita determinar o valor do crédito ou pelo menos um mínimo lastro probatório de sua existência. Menos ainda, sequer articulou argumento que sustentasse as razões para a Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10783.914983/200901 Acórdão n.º 3402003.895 S3C4T2 Fl. 4 3 manutenção do crédito pretendido, limitandose a afirmar a sua existência. O Decreto n° 70.235/72, que regulamenta o processo administrativo fiscal, é expresso no sentido de que o contribuinte deve trazer ao litígio todos os motivos de contrariedade, acompanhados dos elementos probatórios que fundamentem suas alegações. Senão vejamos: Art. 15 A impugnação, formalizado por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30(trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(inciso III com redação determinada pela Lei 8. 748/1993) §4. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razoes posteriormente trazidos aos autos. Como precisamente apontado na decisão a quo, aquele que se manifesta contra o Despacho Decisório tem o ônus probatório relativo à comprovação do crédito que alega possuir alegar e não provar é o mesmo que não alegar. Tampouco se vislumbra nos autos quaisquer das exceções previstas no art. 16, §4º do Decreto 70.235/72. Assim, operouse a preclusão acerca do direito do contribuinte de produzir quaisquer provas do seu crédito, o que nos permite seguramente corroborar as conclusões alcançadas pela DRJ. Em seu Recurso Voluntário, o contribuinte traz uma reconstrução da discussão que culminou na declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718, para afirmar que o crédito se refere a receitas financeiras que compuseram a base de cálculo, o que causou o pagamento indevido das contribuições sociais. Quanto a este argumento, além de encontrar óbice no art. 17 do Decreto 70.235/72 (Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.), não foi corroborado por qualquer prova nos autos, sequer existindo algum indício disto. Tratase de uma afirmação tão vazia quanto à afirmação do crédito na Manifestação de Inconformidade, não merecendo qualquer guarida deste Colegiado. Por fim, alega o Recorrente: Concluindo, o recolhimento a maior de parte do darf de RS 25.045,85 é decorrente do alargamento da base de cálculo do COFINS (código de receita 2172), a qual deu fundamento para a Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10783.914983/200901 Acórdão n.º 3402003.895 S3C4T2 Fl. 5 4 compensação ora não homologada, o que poderá ser comprovado por mera diligência fiscal. O autor simplesmente alega a necessidade de uma diligência fiscal, mas sem atender aos requisitos do art. 14, IV do Decreto 70.235/72: Art. 16. A impugnação mencionará: IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. A despeito da falha do Recorrente em indicar os elementos necessários para a solicitação de uma diligência, ainda assim o Colegiado poderia propor a conversão do julgamento em diligência se entender necessária, nos termos do art. 18 do Decreto 70.235/72: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. Todavia, a diligência não tem a função de, atuando em lugar do Contribuinte, atender a um ônus probatório que não foi observado por este, mas sim esclarecer fatos que foram aventados no processo. Desse modo, nego o pedido de diligência. Conclusão Forte no exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, por absoluta ausência de provas no processo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao Recurso Voluntário, por absoluta ausência de provas no processo. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10660.906097/2012-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-000.983
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10660.906097/2012-98
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5681973
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-000.983
nome_arquivo_s : Decisao_10660906097201298.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROBSON JOSE BAYERL
nome_arquivo_pdf_s : 10660906097201298_5681973.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6653728
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048945269145600
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1623; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10660.906097/201298 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.983 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. Recorrente MOABE ENERGIA INDUSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido e não homologando a compensação, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração (DCTF) prestada pelo contribuinte. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: "Tal indeferimento não pode prosperar porque os créditos oriundos de pagamento indevido ou maior já tinham sido devidamente disponibilizados em RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 60 .9 06 09 7/ 20 12 -9 8 Fl. 44DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 3 2 razão da desvinculação dos mesmos das DCTFs daquele período." Os Julgadores de 1º piso consideraram improcedente a manifestação da contribuinte, não reconhecendo o direito creditório e mantendo a não homologação, nos termos do Acórdão 14044.346. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário, por meio da qual esclarece a procedência do seu direito de crédito e apresenta petição, nos seguintes termos: "O aludido recurso de MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE interposto pela recorrente, se deu porque esta entendeu que os pagamentos efetuados indevidamente ou a maior, na data do pedido de restituição/compensação, estavam devidamente desvinculados das declarações acessórias daqueles períodos, fato este que. por si só, já seria suficiente para demonstrar e provar a disponibilidade desses créditos pretendidos, dispensando assim a necessidade de instruir a exordial com as provas, possíveis de serem verificadas pelas informações acessórias fiscais regularmente prestadas ao fisco, pela recorrente, por meio eletrônico, com amparo na produção de provas previstas no art. 332, do crc. Contudo, infelizmente, a recorrente não se atentou para o fato de que a defesa sustentada no recurso anterior, não foi cumprida pelo seu departamento fiscal, o qual estava incumbido de enviar as devidas retificações acessórias, ensejando assim o presente passivo tributário. Diante disso, a recorrente requer a ampliação do prazo para apuração adequada do efetivo direito ao crédito tributário, anteriormente pleiteado, providenciando todas as retificações das declarações acessórias, assim previstas no art. 113, parágrafo 2o, do CTN, para demonstrar a relação dos créditos que tem direito. Reintera ainda sobre a importância da dilação do referido prazo, com base no Principio da Capacidade Contributiva, nos termos do art. 145, §1°, juntamente com o Princípio do não Confisco, nos termos do art. 150, IV, da CF. tendo em vista que, a sua não prorrogação ensejará à recorrente insolvência econômica, uma vez que, o seu patrimônio, não é suficiente para garantir os passivos tributários oriundos das referidas declarações acessórias. Ademais, diante da presente situação, não restou a recorrente outra alternativa senão interpor a presente demanda." É o relatório Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.964, Fl. 45DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 4 3 de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10660.906083/201274, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.964): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. Como soe, nessas situações, a contribuinte somente compreende inteiramente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Por isso, tendo em vista nem a administração tributária, nem a instância anterior, ter ido além do despacho decisório de processamento automático, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 5 4 prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 47DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000376/2007-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005
DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99.
O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extingue-se com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN.
Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 173, I.
Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE.
O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entende-se por salário-de-contribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS.
A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e dar-lhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/0008-23) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/0001-57).
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005 DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99. O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extingue-se com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN. Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 173, I. Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entende-se por salário-de-contribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS. A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 16095.000376/2007-27
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5713553
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2401-004.757
nome_arquivo_s : Decisao_16095000376200727.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
nome_arquivo_pdf_s : 16095000376200727_5713553.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e dar-lhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/0008-23) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/0001-57). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
id : 6726562
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048945286971392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1876; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 423 1 422 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16095.000376/200727 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401004.757 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 06 de abril de 2017 Matéria SALÁRIO INDIRETO. PLR. Recorrente CONTINENTAL BRASIL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005 DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99. O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extinguese com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN. Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I. Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entendese por saláriodecontribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS. A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 03 76 /2 00 7- 27 Fl. 423DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 424DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 424 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (Debcad 37.079.4230) lavrada contra a empresa em epígrafe, referente à contribuição social correspondente à contribuição previdenciária dos segurados e da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), e para outras entidades e fundos (Sebrae e Incra), incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de participação nos lucros ou resultados PLR, no período de 01/99 a 10/05, não informada em GFIP. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 27/34), a empresa deixou de apresentar convenção ou acordo coletivo com previsão de PLR ou comprovou formação de comissão escolhida pelas partes integrada também por um representante do sindicato da categoria para a filial sediada na cidade de Gravataí para o ano de 2001. Para a matriz em Guarulhos e filiais em Salto e Resende, ocorreu o pagamento em mais de duas vezes no mesmo ano civil, Guarulhos e Salto em 2002 e Resende em 1999 e 2005. Em Guarulhos, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em fevereiro, maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Salto, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Resende, no ano de 2005, os pagamentos ocorreram em janeiro, fevereiro, abril e outubro. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, alegando em síntese que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, a inconstitucionalidade da Lei 10.101/2000 e que os pagamentos correspondem a PLR, razão pela qual não seriam passíveis de cobrança de encargos previdenciários. Foi proferido o Acórdão 0522.729 9ª turma da DRJ/CPS, fls. 297/308, com a seguinte ementa e resultado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1990 a 31/10/2005 PLR. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. Valores pagos pela empresa a título de Participação nos Lucros e Resultados em desacordo com a lei de regência, são considerados remuneração e sofrem incidência previdenciária. DECADÊNCIA. SÚMULOA Nº 8. EXCLUSÃO DE VALORES EM PERÍODO DECADENTE. Em decorrência da Súmula nº 8, o prazo para constituição de crédito previdenciário é de cinco anos. Lançamento Procedente em Parte Fl. 425DF CARF MF 4 De acordo com referido acórdão, foram excluídos os lançamentos efetuados nas competências até 11/01, atingidas pela decadência, aplicandose o disposto no CTN, art. 173, I. Assim, foi excluído todo o lançamento efetuado para a filial de Gravataí e o lançamento referente ao ano de 1999 para a filial de Resende. Também foi excluído do lançamento os pagamentos que tinham respaldo em acordo coletivo e em alteração contratual: matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05. Não houve recurso de ofício. Mantido o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 01/02, 02/02, 04/02, 05/02 e 11/02; Salto, 01/02, 05/02 e 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. Cientificado do Acórdão em 4/11/08 (Aviso de Recebimento AR de fl. 313), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 18/11/08, fls. 318/331, que contém, basicamente, os mesmos argumentos da impugnação, em síntese: Argumenta que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, pois a contribuição previdenciária é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, sendo aplicável o CTN, art. 150, § 4º e não o art. 173, I. Para o período objeto da autuação houve antecipação de pagamento. Disserta sobre o direito constitucional dos trabalhadores à participação nos lucros da empresa, afirma ser ilegítima a Lei 10.101/00, por ser ordinária. Afirma serem inconstitucionais os requisitos da Lei 10.101/00. Entende que embora os julgadores de primeira instância tenham entendido como correto o procedimento fiscal, eles procuraram verificar a natureza efetiva do pagamento, excluindo alguns valores lançados justamente porque concluíram que correspondiam à PLR. Aduz que também os valores mantidos na decisão recorrida correspondem à PLR e devem ser excluídos. Para o estabelecimento em Guarulhos, explica que os valores pagos em 01/02 correspondem ao lucro distribuído referente ao segundo semestre de 2001. O mesmo para a competência 02/02, que foi pago aos empregados demitidos. Para a competência 04/02, o valor pago se refere ao lucro do período de 01/02 a 03/02 que deveria ser pago em 04/02 e os pagamentos realizados em 05/02 tiveram como beneficiários os empregados demitidos entre janeiro e abril de 2002. Os pagamentos feitos em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002, conforme documentos juntados por amostragem 16B e 16C da impugnação. Para o estabelecimento de Salto, os pagamentos realizados em maio e novembro de 2002 são referentes aos empregados demitidos, conforme documentos 24A, 24 B e 24C da impugnação, pago em conformidade com a cláusula 4.4 do acordo (doc. 19 da impugnação). Para o estabelecimento em Resende, os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). Fl. 426DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 425 5 Afirma que não obstante a existência de cláusula expressa que comprova que ambos os pagamentos de fato correspondem à PLR, a decisão de primeira instância apenas excluiu do lançamento a competência outubro, mantendo a competência abril/05, sob a alegação de que este pagamento não havia sido objeto de acordo prévio entre as partes, uma vez que referido acordo teria sido assinado a posteriori (em 3/10/02). Entende que a data de assinatura do acordo não possui relevância para esse caso concreto, pois ele registra que as partes já tinham acordado, tendo a assinatura ocorrido em momento posterior tão somente por questões burocráticas. O contrato se celebra pelo acordo de vontade entre as partes, que já existia em abril, não sendo a mera assinatura a posteriori suficiente para retirarlhe a efetividade. Requer sejam canceladas as exigências remanescentes e o arquivamento do processo administrativo. É o relatório. Fl. 427DF CARF MF 6 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. DECADÊNCIA Para verificar se houve decadência, quando se tratar de crédito tributário o qual o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento do tributo, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Por outro lado, quando ocorrer lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; No presente caso, houve princípio de recolhimento, pois foram lançadas as contribuições adicionais relacionadas aos valores pagos a título de PLR, portanto, devese excluir deste lançamento, ocorrido em 09/07, o período até 08/02, aplicandose o disposto na Súmula CARF nº 99: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. (grifo nosso) Fl. 428DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 426 7 Diante da decadência ora declarada, por evidente perda de objeto, não cabe a análise dos argumentos apresentados relacionados ao período até 08/02. Assim, permanecem em discussão o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 11/02; Salto, 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não há que se falar em inconstitucionalidade ou ilegalidade. A validade ou não da Lei, em face da suposta ofensa a princípio de ordem constitucional, escapa ao exame da administração, pois se a lei é demasiadamente severa, gerando injustiça, cabe ao Poder Legislativo fazer a sua revisão, ou ao Poder Judiciário declarar a ilegitimidade de um texto legal em face da Constituição, quando o preceito nele inserido se mostre evidentemente em desconformidade com a Lei Maior. Nesse sentido, a inconstitucionalidade ou ilegalidade de uma lei não se discute na esfera administrativa. À fiscalização da RFB não assiste o direito de questionar a lei, tão somente, zelar pelo seu cumprimento, sendo o lançamento fiscal um procedimento legal a que a autoridade fiscal está vinculada. Ademais, o Decreto 70.235/72, dispõe que: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. E a Súmula CARF nº 2 determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, irrelevantes os argumentos de que a Lei 10.101/00 é ilegítima ou que seus requisitos são inconstitucionais. PLR Para o segurado do RGPS, qualquer parcela destinada a retribuir o seu trabalho integra o salário de contribuição, conforme Lei 8.212/1991, artigo 28, inciso I: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Entretanto, a Lei 8.212/91, no art. 28, § 9º, exclui algumas rubricas da base de incidência das contribuições previdenciárias, contudo para que tais rubricas sejam Fl. 429DF CARF MF 8 excluídas, elas devem estar previstas no citado dispositivo legal e devem ser pagas dentro dos ditames da lei. De fato, o art. 28, § 9º, prevê hipóteses de não incidência de contribuições sociais sobre participação nos lucros e resultados: Art. 28. [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (grifo nosso) [...] Vêse, portanto, que tais hipóteses de renúncia fiscal não são absolutas, mas sim condicionadas pelo próprio dispositivo legal que as prevê. No caso da PLR, a isenção apenas acontece se os pagamentos forem efetuados de acordo com a lei específica, no caso, a Lei 10.101/2000. De acordo com a fiscalização a empresa não observou referida lei, pois efetuou pagamentos mais de duas vezes no ano, sujeitando então, os valores pagos a esse título, à incidência da contribuição social previdenciária e destinada a terceiros. Para os valores ainda mantidos, devese avaliar o caso concreto. A autuada explica que para os estabelecimentos em Guarulhos e Salto, os pagamentos realizados em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002. A fiscalização aponta no relatório fiscal que tais pagamentos feitos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Da análise dos documentos de fls. 106/112 (matriz de Guarulhos), vêse, no item 4, a previsão de pagamento de PLR proporcional aos empregados demitidos. No documento de fls. 184/192 (filial de Salto), no item 4.4, verificase a previsão do pagamento da PLR proporcional aos empregados demitidos, com pagamentos em maio/02, para os demitidos no primeiro semestre do acordo vigente para 2002/2003, e em novembro/02, para os demitidos no segundo semestre de tal acordo. Da leitura de tais documentos, vêse que há previsão nos acordos assinados de pagamento de PLR, com apuração semestral, nos períodos de setembro a março, com pagamento em abril, e de abril a setembro, com pagamento em outubro. Para os demitidos da filial de Salto, a PLR proporcional seria paga em maio e novembro, conforme descrito acima. Logo, para a matriz em Guarulhos e filial de Salto, não há que se falar em mais que dois pagamentos no ano para o mesmo empregado, pois os empregados demitidos desses estabelecimentos não receberam a PLR paga por ocasião da apuração normal para os ativos. O acórdão recorrido considerou correto o acordo para o pagamento da PLR para os ativos, pois excluiu do lançamento os pagamentos da matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05, sob o argumento de que tais pagamentos tinham respaldo em acordo Fl. 430DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 427 9 coletivo e em alteração contratual. Não excluiu os valores pagos aos demitidos por entender que a notificada não apresentou os comprovantes das rescisões. Contudo, a própria fiscalização, conforme acima destacado, informa que os valores pagos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Diante do exposto, concluise que está também correto o pagamento aos empregados demitidos para os estabelecimentos em Guarulhos e em Salto na competência 11/02. Assim, deve ser excluído do lançamento os valores apurados em 11/02, estabelecimentos filial em Salto e matriz em Guarulhos. Resta analisar os pagamentos efetuados para os empregados da filial em Resende, em 01/05, 02/05 e 04/05, pois a DRJ excluiu o lançamento efetuado na competência 10/05. A notificada alega que os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). O Acordo apresentado para filial de Resende, de junho/2004, fls. 247/256, estabelece, no item 1.4.6, que em 9/6/04 seria paga uma parcela a título de antecipação dos resultados alcançados no primeiro semestre de 2004 e no item 1.4.7 consta que o valor apurado de PLR seria pago em 21/1/05. Verificase então a previsão do pagamento de uma parcela, a título de antecipação, em 9/6/04 e o restante em 21/1/05, referente à PLR de 2004. Em que pese a existência do item 1.4.7 no acordo, a recorrente não comprovou que os valores pagos em 01/05 se referem à segunda parcela da PLR de 2004. Observase também que não há previsão nesse acordo para pagamento aos empregados demitidos em datas diferentes das citadas. Os termos de rescisão do contrato de trabalho apresentados às fls. 258/266 não podem ser aceitos, pois não apresentam datas e nem assinaturas. Portanto, também não há elementos nos autos capazes de comprovar que os pagamentos realizados em 02/05 se referem à PLR de 2004 paga a empregados demitidos, como alega a recorrente. O acordo apresentado para a filial de Resende, assinado em 3/10/05, fls. 283/289, estabelece, no item 1.4.6 que o valor da primeira parcela da PLR de 2005 "foi pago" em 29/4/05. No item 1.4.7 conta que o complemento da PLR/05 seria pago em 13/10/05. Consta ainda no item 1.4.6 que o valor apurado conforme cláusula 1.3 seria pago em 27/1/06. Vêse que o próprio acordo previa o pagamento de três parcelas de PLR/05. Cabe aqui observar o disposto na Lei 10.101/2000, na redação vigente à época dos fatos geradores: Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: [...] Fl. 431DF CARF MF 10 § 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. [...] Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. [...] § 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Apesar de o acórdão recorrido ter excluído do lançamento a competência 10/05, por considerar correto o pagamento, este não é meu entendimento, mas não há como restabelecer referido lançamento, pois não há recurso de ofício e este valor não está mais em litígio. Contudo, explico a seguir o porquê de considerar correto o lançamento para todo o ano de 2005. Não há como validar a elaboração integral do plano de participação nos lucros ou resultados, como ocorreu, restrito a eventuais acordos prévios entre patrão e empregados, sem a efetiva assinatura do acordo e a intermediação do sindicato. Verificase, no caso, afronta ao previsto na Lei 10.101/2000, em desprezo à finalidade das suas normas de garantia, cuja manifestação posterior das partes e do sindicato, não tem o condão de legitimar o conteúdo do acordo. A meu ver, o acordo deve ser assinado antes mesmo do período de apuração da PLR, e no presente caso, o primeiro pagamento aconteceu antes da assinatura do acordo e o segundo apenas dez dias depois. A situação ideal para garantia dos direitos dos trabalhadores é a assinatura do acordo antes do início do período a que se refiram os lucros ou resultados, para que haja um verdadeiro estímulo para o aumento de produtividade. Contudo, diante das dificuldades práticas de negociação que se verifica na realidade, poderseia admitir a tese dos que defendem que o acordo poderia ser assinado no Fl. 432DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 428 11 início do período de apuração da PLR. Não concordo, de qualquer forma, com os que defendem que bastaria que o acordo fosse formalizado antes do pagamento da parcela da PLR. Ressaltese que apenas o acordo assinado, com a participação do respectivo sindicato, produziria efeitos jurídicos. Apesar da Lei 10.101/2000 não mencionar expressamente o momento da assinatura do instrumento de negociação, a interpretação sistemática da Lei 10.101/2000 c/c a CR/88, art. 7º, inciso XI, impõe a necessidade da pactuação prévia para incentivar a produtividade do empregado e atingimento das metas e resultados préestabelecidos, como efetivo instrumento de integração entre capital e trabalho. Assim, entendo que da forma como foi feito o acordo de 2005, não foram atendidos os requisitos legais e a assinatura apenas no último mês do período de apuração dos resultados, dez dias antes do pagamento da parcela final, não permitiria o lapso temporal necessário para que o empregado se esforçasse para cumprir com o acordado. Desta foram, correto o procedimento fiscal que considerou como saláriode contribuição os valores pagos a título de PLR para os empregados da filial em Resende no ano de 2005, por estarem em desconformidade com o que dispõe a Lei 10.101/2000. CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para excluir todos os lançamentos até a competência 08/02, em razão da decadência, e excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Fl. 433DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.002146/2010-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1).
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-005.681
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso.
(assinado digitalmente)
Mario Pereira de Pinho Filho Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10183.002146/2010-22
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5709237
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2402-005.681
nome_arquivo_s : Decisao_10183002146201022.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10183002146201022_5709237.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Mario Pereira de Pinho Filho Presidente em exercício (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
id : 6709671
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:16 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048945809162240
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1079; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10183.002146/201022 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402005.681 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de março de 2017 Matéria IRPF. PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Recorrente GILSA MARIA PAREDES BARBOSA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 00 21 46 /2 01 0- 22 Fl. 133DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Mario Pereira de Pinho Filho – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10183.002146/201022 Acórdão n.º 2402005.681 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase, na origem, de notificação de lançamento no 2009/774583499512720 (fls. 9/13) para a exigência de crédito tributário consolidado em 03/2010, no valor de R$ 3.407,39. O lançamento originouse da omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou impugnação alegando que é aposentada por invalidez, fazendo jus a isenção de imposto de renda. A impugnação foi julgada improcedente pela DRJ Campo Grande em acórdão (fls. 63/67) cuja ementa foi assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE. SERVIÇO MÉDICO OFICIAL Somente são isentos os rendimentos de aposentadoria quando a doença houver sido reconhecida mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios e essa doença deve estar relacionada como grave para fins de isenção do imposto de renda, segundo a legislação tributária. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da decisão em 16/12/2011 (fl. 73), a contribuinte apresentou manifestação (fls. 76/77), postada em 03/01/2012, aduzindo erro grave no julgamento e que: 1. seu problema de saúde foi caracterizado como acidente de trabalho, retroagindo a data da CAT para 18/08/2003 e que foi aposentada por invalidez depois da aprovação da CAT; 2. foi aposentada em 01/06/2006 e, em 25/09/2009, foi deferido o pedido de isenção do imposto de renda a contar de 01/06/2006. Entende ter direito às restituições. Juntou documentos (fls. 78/91). Em 31/05/2012, o órgão de origem noticiou que a contribuinte havia ajuizado ação de repetição de indébito (processo no 465157.2012.4.01.3600, 6.ª Vara do Juizado Especial Federal do Mato Grosso) requerendo a restituição do imposto de renda dos exercícios 2007, 2008 e 2009, sob argumento de ser isenta por ser portadora de moléstia profissional grave. O julgamento foi convertido em diligência (fls. 99/102) para o órgão de origem juntar as peças do processo judicial. Em resposta (fl. 127), o órgão de origem informa a juntada da petição inicial (fls. 107/124). Fl. 135DF CARF MF 4 A contribuinte foi intimada do resultado da diligência em 26/03/2015 (fl. 129), não havendo apresentado qualquer manifestação adicional. É o relatório. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10183.002146/201022 Acórdão n.º 2402005.681 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Em razão do princípio da informalismo, recebese a manifestação da contribuinte (fls. 76/77) como recurso voluntário. Tendo sido apresentado no trintídio assinalado pela lei, temse que o recurso é tempestivo, pelo que deve ser conhecido. Dos documentos trazidos aos autos (fls. 107/124), constatase que a contribuinte ajuizou, perante a 6.ª Vara do Juizado Especial Federal do Mato Grosso, em 27/03/2012, ação anulatória de débito fiscal e restituição de imposto de renda, autuada sob no 465157.2012.4.01.3600, requerendo a restituição do imposto de renda dos exercícios 2007, 2008 e 2009, sob argumento de ser isenta por ser portadora de moléstia profissional grave. Dos fatos apontados na petição inicial, destacamse: "A autora após anos sofrendo de vários males por esforço repetitivo e lesões sofridas pelo mesmo motivo, e passar por diversas perícias, obteve através do Decreto "P" n° 1635/2006 de 31 de maio de 2006, publicado em Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul do dia 01/06/2006 (doe. anexo) a sua Aposentadoria por Invalidez." Ocorre, contudo, Excelência, que mesmo contando com o beneficio da isenção do Imposto de Renda os descontos deste imposto continuaram a serem deduzidos de seus benefícios, a autora que desconhecia ser portadora de tal beneficio só dera conta do mal que lhe estava sendo causado através da Ilegalidade de tal cobrança no ano de 2009." (...) "...lhe causou tremenda estranheza as notificações de lançamento que recebeu da Receita Federal de no 2007/601450918854118, 2008/774583414079015 e 2009/774583499512720, cobrando imposto de renda devido e acrescido de juros e multa." (...) "Excelência, o que a autora busca é apenas a restituição dos impostos cobrados indevidamente por parte de Receita Federal, direito este garantido por lei que corresponde a R$ 1.176,14 mil cento e setenta e seis reais e quatorze centavos (exercício 2007), R$ 3.951,67 Três mil, novecentos cinqüenta e um reais e sessenta e sete centavos (exercício 2008) e R$ 4.917,06 Quatro mil novecentos e dezessete reais e seis centavos (exercício 2009) conforme copias anexas das declarações de imposto de renda, o que totaliza a restituir R$ 10.044,87 Dez mil, quarenta e quatro reais e oitenta e sete centavos." Ainda do exame da petição inicial da referida ação, extraemse os seguintes pedidos: Fl. 137DF CARF MF 6 "I) a concessão da tutela antecipada "inaudita altera pars" de acordo com o artigo 273, do CPC, já que estão presentes ambos os requisitos autorizadores da medida, sendo para suspender a exigibilidade do credito tributário, consoante o artigo 151, inciso V do Código Tributário Nacional, e a restituição de imposto de renda a que tem direito no valor R$ 10.044.87 (Dez mil quarenta e quatro reais e oitenta e sete centavos.): II) a procedência dos pedidos confirmando em definitivo a tutela anteriormente concedida, sendo para anular lançamento tributário;" Assim, de plano constatase que a Contribuinte ajuizou ação com o mesmo objeto do presente recurso. A questão da concomitância entre ação judicial e processo administrativo, versando sobre o mesmo objeto, já se encontra sumulada: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário interposto pela contribuinte, declarando a definitividade do lançamento e determinando o cumprimento da sentença proferida no processo judicial. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.917391/2011-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.120
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10480.917391/2011-62
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5689002
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-001.120
nome_arquivo_s : Decisao_10480917391201162.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROBSON JOSE BAYERL
nome_arquivo_pdf_s : 10480917391201162_5689002.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6665987
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048945923457024
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1706; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.917391/201162 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.120 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 17 39 1/ 20 11 -6 2 Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.101. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 204DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13708.001243/98-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1996
FALTA DE CIÊNCIA DO ACÓRDÃO.FALTA DE INTIMAÇÃO POR EDITAL.INAPLICABILIDADE DA SÚMULACARFNº9.
Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificar-se da decisão.
ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA.
Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil.
Numero da decisão: 2402-005.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Bianca Felícia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1996 FALTA DE CIÊNCIA DO ACÓRDÃO.FALTA DE INTIMAÇÃO POR EDITAL.INAPLICABILIDADE DA SÚMULACARFNº9. Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificar-se da decisão. ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA. Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13708.001243/98-81
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5713561
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2402-005.757
nome_arquivo_s : Decisao_137080012439881.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
nome_arquivo_pdf_s : 137080012439881_5713561.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo - Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
id : 6726879
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048945926602752
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1386; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13708.001243/9881 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402005.757 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 05 de abril de 2017 Matéria Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Recorrente UBYRAJARA LEDO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1996 FALTA DE CIÊNCIA DO ACÓRDÃO.FALTA DE INTIMAÇÃO POR EDITAL.INAPLICABILIDADE DA SÚMULACARFNº9. Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificarse da decisão. ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA. Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 12 43 /9 8- 81 Fl. 157DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Conforme relatório da decisão recorrida, trata o presente processo de pedido de restituição de 156,926 UFIR, referente ao processo de Ação Ordinária n° 9100493546, que o requerente alega ter recolhido em duplicidade, conquanto a referida taxa foi paga pelo mesmo em 10/12/1996, no valor de R$ 130,04 , e pela Pagadoria de Inativos e Pensionistas da Aeronáutica, em 26/09/1997, na importância de R$ 142,92. Para efeito de comprovação, o requerente anexou à petição o DARF original, mais cópias dos documentos de fls. 03 a 08. Todavia, o pedido foi indeferido pela Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro, através da Decisão n° 632/99, sublinhando que o interessado não logrou comprovar a efetividade do pagamento a maior ou indevido. Inconformado, o contribuinte apresentou o requerimento, contra a Decisão n° 632/99, agora pedindo a restituição de 146,9876 UFIR (admite erro no DARF), instruída com cópias dos mesmos documentos da petição inicial, ratificando que esta quantia teria sido paga em duplicidade, por ele e pela fonte pagadora, pois, como denota a ordem judicial expedida pelo Mandado de Citação, acompanhada da Planilha do Centro de Cálculos da União, oriundos da 21a Vara Federal no Rio de Janeiro, cuja sentença condenou cada titular da ação a recolher o valor de 156,926 UFIR (fls. 06/07), e só há uma condenação judicial no processo n° 9100493546. A decisão da autoridade de primeira instancia julgou improcedente a impugnação da Recorrente, em 07 de Março de 2003, alegando que apesar dos dois recolhimentos dizerem respeito ao processo judicial n° 9100493546, se referem à quitação de taxas judiciais diferentes. Portanto, não há prova nos autos de que tais pagamentos estejam vinculados ao mesmo fato, e de que um deles fosse indevido. Após duas tentativas frustradas de ciência do Recorrente por via postal, a Delegacia de regência determinou arquivamento do processo (fl. 92). Foi solicitado pelo Recorrente desarquivamento do processo (fl. 94) em 30 de Abril de 2009, quando então, tomouse ciência do decisão de 1a instancia (fl. 98). Cientificado da decisão de primeira instancia em 25 de Maio de 2009, o contribuinte apresentou, em 22 de Junho de 2009, o recurso voluntário aduzindo, em síntese que: · O Recorrente foi instado a pagar o mesmo tributo por duas vezes. · Quando da assinatura do contrato de honorários advocatícios à época, pagou pelas custas judiciais. · Quando citado da sentença judicial, o recorrente se prontificou a pagar o que ali determinava a Juíza, imediatamente, conforme DARF anexado ao processo n° 13708.001243/9881. Fl. 159DF CARF MF 4 · Passados mais de 8 (oito) meses do pagamento do referido DARF, foi descontado do recorrente, em seu contracheque, valores referentes a honorários advocaticios, ou seja, foi cobrado novamente pela mesma coisa. · Com efeito, o que temos é uma inobservância de regras claras e uma duplicidade de recolhimento. · 0 recorrente solicitou o desarquivamento do processo judicial n° 91.00493546 da 21a Vara Federal, para que sejam esclarecidos os fatos. Porém o processo ainda não foi desarquivado, dificultando assim a comprovação dos fatos narrados. Desta maneira, solicita o recorrente, a dilação do prazo para sua defesa, uma vez que os documentos elucidativos para a questão em foco sejam apresentados. É o relatório. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Bianca Felicia Rothschild Relatora ADMISSIBILIDADE Primeiramente, há que se examinar se o recurso voluntário apresentado obedece ao requisito da tempestividade, o que exige a análise das considerações apresentadas pela recorrente, em preliminar, acerca da validade da intimação da correspondência que veiculou o acórdão a quo. Vejamos: Alegaram os funcionários da delegacia do Méier que o recorrente não foi localizado, pois se mudou e não informou seu novo endereço Receita Federal, o que é uma leviandade. Desde o ano de 1999 o recorrente apresenta declarações de Imposto de renda com seu novo endereço, conforme comprova com documentos em anexo. Tendo em vista o acima, verificase pelos documentos acostados aos autos que, deveras, não houve ciência do contribuinte através de Aviso de Recebimento — AR, pois como havia se mudado não houve assinatura do mesmo (fls. 88/89). Após a segunda tentativa postal, a Delegacia de regência determinou o arquivamento do processo (fl. 92). Vale relembrar que a legislação tributária considera endereço do contribuinte para fins de intimação, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária. Vejamos o que diz o Decreto nº 70.235/72 a este respeito: Art. 23. Farseá a intimação: (...) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. Neste sentido, aduz o Recorrente que mudouse em 1999 e que informou devidamente a Receita Federal através de sua Declaração de Ajuste Anual tal mudança (fls. 124, 126 e 128). Fl. 161DF CARF MF 6 De acordo com artigo acima mencionado, a intimação pode ser realizada por diversas formas, mas que uma vez que esgotadas todas as formas, poderá ser realizada vis edital. Vejamos o que diz o Decreto nº 70.235/72 a este respeito: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I no endereço da administração tributária na internet; II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. Não houve no caso em tela, ou ao menos não foi acostada aos autos, publicação de edital através do qual se buscasse dar ciência ao interessado. Desta forma, considero que a ciência só foi realizada na data de 25 de Maio de 2009, quando o Recorrente, através de seu procurador, buscou atualização do status do processo junto à Delegacia da Receita Federal. Ocasião em que os autos foram desarquivados e pôdese, então, haver ciência devida do teor da decisão pelo Recorrente. O artigo 33 do Decreto nº 70.235/72 dispõe que o prazo para apresentação de Recurso Voluntário é de 30 dias a contar da ciência do contribuinte. As normas para contagem dos prazos fixados na legislação tributária estão inscritas no artigo 210, do Código Tributário Nacional, e seu parágrafo único que em seu parágrafo único. Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei fixados ou na legislação tributária serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 5 7 Desta forma, entendo que o Recurso Voluntário é tempestivo, tendo em vista que foi apresentado no dia 22 de Junho de 2009, conforme consta do carimbo de protocolo na capa do mesmo (fl. 108). O recurso é TEMPESTIVO, eis que intimado da decisão no dia 25 de Maio de 2009, interpôs recurso voluntário no dia 22 de Junho de 2009, atendendo também às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser CONHECIDO. MÉRITO Em relação ao pagamento em duplicidade, cerne da questão, verificase no DARF de fls. 04 que o recolhimento de R$ 130,04, sob o código n° 1505, que identifica receita de custas judiciais, realizado em 10/12/1996, equivale a 146,99 UFIR, como resultado da divisão daquela cifra pelo valor da UFIR em dezembro de 1996 (0,8847) (fls. 14). O referido pagamento estaria alegadamente vinculado ao processo de ação ordinária n° 9100493546. Por seu turno, a cópia do documento de fls. 05 revela que a fonte pagadora recolheu a importância de R$ 857,52, em 26/09/1997, sob o código n° 5180, a titulo de honorários advocatícios. Tal quantia seria aquela rateada entre os protagonistas do processo n° 9100493546, tendo sido descontado pela fonte pagadora o valor de R$ 142,92 de cada um. Este valor corresponde a 156,916 UFIR (vide demonstrativo de fls. 16). Deveras, aparentemente, os dois recolhimentos dizem respeito ao processo judicial n° 9100493546, desta forma, poderia ter ocorrido pagamento em duplicidade, uma delas espontaneamente realizada pelo Recorrente e a outra realizada pela fonte pagadora. No entanto, há que se levar em conta, como levantado pela decisão recorrida, que podem tratarse de taxas judiciais diferentes, quais sejam, custas judiciais e sucumbência a honorário advocatícios da Advocacia Geral da União. Não bastasse a duvida que paira em relação a natureza jurídica dos valores pagos pelo contribuinte e seu eventual pagamento em duplicidade, a legislação de regência determina que o reconhecimento do direito creditório para a restituição de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil, deve ser realizado pelo órgão ou responsável pela administração da respectiva receita. Instrução Normativa RFB nº 1.300 de 20 de novembro de 2012. Art. 2º Poderão ser restituídas pela RFB as quantias recolhidas a título de tributo sob sua administração, bem como outras receitas da União arrecadadas mediante Darf ou GPS, nas seguintes hipóteses: (...) § 2º A RFB promoverá a restituição de receitas arrecadadas mediante Darf e GPS que não estejam sob sua administração, desde que o direito creditório tenha sido previamente reconhecido pelo órgão ou entidade responsável pela administração da receita. Fl. 163DF CARF MF 8 Notase, desta forma, que os órgãos administrativos de julgamento no âmbito da Receita Federal não são competentes para reconhecer o eventual direito creditório do contribuinte, mas simplesmente, proceder à restituição dos valores. Tendo em vista todo o acima, voto por anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. (assinado digitalmente ) Bianca Felícia Rothschild. Fl. 164DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.722546/2012-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011
FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO.
As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado.
O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003).
A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas.
Recurso Voluntário Provido.
Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 3402-003.841
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201702
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011 FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO. As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado. O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003). A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 11128.722546/2012-47
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5687246
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3402-003.841
nome_arquivo_s : Decisao_11128722546201247.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
nome_arquivo_pdf_s : 11128722546201247_5687246.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 20 00:00:00 UTC 2017
id : 6663538
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946520096768
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1753; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 478 1 477 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.722546/201247 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402003.841 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de fevereiro de 2017 Matéria PENA DE PERDIMENTO. Recorrente SESSA & ALIPIO COMERCIAL IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA E.P.P. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011 FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO. As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado. O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003). A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. (Assinado com certificado digital) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 25 46 /2 01 2- 47 Fl. 478DF CARF MF 2 Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de Auto de Infração, lavrado em 01/06/2012, para a cobrança de Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados e contribuição PIS/COFINS acrescidos de multa de ofício e juros de mora e multa equivalente ao valor aduaneiro em virtude dos fatos assim descritos no Relatório Fiscal (efls. 140/154): "INTRODUÇÃO Em 08/08/2011 foi expedido o Mandado de Procedimento Fiscal nº 817800 2011001539, determinando que fosse efetuada a verificação dos valores de transação declarados pelo importador Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda, CNPJ 09.258.638/000100, nas importações efetuadas no período de 01/2009 a 06/2011. (...) DOS PREÇOS DECLARADOS A empresa Sessa & Alípio Comercial Importadora e Exportadora ltda realizou o registro de 18 declarações de importação no período de janeiro de 2009 a junho de 2011. Entre os produtos importados encontramse veículos do tipo jetski, além de diversos aparelhos eletrônicos. Dessas 18 declarações analisadas, deixamos de apreciar a 11/01174244, por ter sido objeto da pena de perdimento, através do PAF 11128.000912/201122. Ao analisar as 17 DIs restantes, foram encontradas irregularidade de preços em 15 delas. São as importações que possuem como origem empresas sediadas em Miami. Observase uma discrepância entre os preços informados pela autuada e os valores de mercado. Em média os valores declarados chegam a 35% dos de mercado. A seguir um quadro irá demonstrar com clareza esta diferença de valores. Os valores estão informados em dólar dos Estados Unidos e as importações realizadas no mesmo período: DESCRIÇÃO DA MERCADORIA PREÇO MÉDIO DECLARADO PELA AUTUADA PREÇO NO SITE DA YAMHA (Sic.) MOTORS USA PREÇO MÉDIO REGISTRADO NO SISTEMA DA RFB, EXCLUÍNDO A AUTUADA JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2009 NOVO 3.000,00 xxxxxxx 7.690,97 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2010 NOVO 3.000,00 xxxxxxx 8.352,75 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2011 NOVO 4.000,00 9.399,00 8.527,10 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2012 NOVO XXXXXX 9.599,00 XXXXX Fl. 479DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 479 3 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2010 NOVO 3.500,00 xxxxxxx 8.477,14 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2011 NOVO XXXXXX 8.999,00 8.477,14 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2012 NOVO XXXXXX 9.299,00 XXXXXX JET SKI YAMAHA FX CRUISER SHO 2011 NOVO 5.000,00 13.999,00 12.073,94 JET SKI YAMAHA FX CRUISER SHO 2012 NOVO XXXXXX 14.599,00 XXXXXX JET SKI YAMAHA FX CRUISER HO 2011 NOVO 4.600,00 12.699,00 10.730,00 JET SKI YAMAHA FX CRUISER HO 2012 NOVO XXXXX 12.999.00 XXXXXX DOS FORNECEDORES NOS ESTADOS UNIDOS As mercadorias foram adquiridas junto a seus fornecedores nos Estados Unidos, em Miami, Flórida. Os nomes dos fornecedores são 2BYZZ INC., DMB Global LLC e ALCO GLOBAL LLC. (...) São empresas de brasileiros residentes nos EUA. Compram mercadorias nas lojas especializadas para a exportação previamente contratada. Ou seja, não são revendedoras autorizadas de determinado ramo, com preços atrativos, e sim intermediárias que agem conforme a demanda. São fortes os indícios, conforme demonstrado acima, de que os fornecedores/exportadores agem conforme a demanda da empresa brasileira, inclusive em relação à confecção dos documentos. Conclusão Percebese que 4 meses após a criação da 2BYZZ, ocorrida em 02/03/2009, a Sessa & Alípio registrou sua 1ª DI, em 06/07/2009, constando como fornecedora a referida empresa. Cessando seu fornecimento com o registro da DI nº10/02597430, em 18/02/2010. Logo após, em 13/01/2010, foi criada a DBM e registrada a 1ª DI, constando como fornecedora esta empresa, em 08/03/2010. Sendo todas as faturas apresentadas assinadas pelo Sr. Douglas Morato. Isto nos leva a conclusão que das 18 Declarações registradas, no período que abrange esta fiscalização, 12 foram efetuadas com fornecimento de mercadorias através da mesma pessoa, ou seja, o Sr. Douglas Morato. Em 01/12/2010, a importadora iniciou os registros das DI's, constando como fornecedora a ALCO GLOBAL, que pertence ao Sr. Roberto Lessa, residente em Santos/SP. A DI nº11/01174244, registrada em 19/01/2011, foi objeto de procedimento especial de fiscalização, sendo lavrado o Auto de Infração e Termo de Guarda Fiscal nº 817800/EQCOL000003/2011, por ter sido verificado o subfaturamento das mercadorias. Por todo o exposto, fortes indícios indicam pela falsidade ideológica das faturas apresentadas, disposto no § 3ºA, inciso VI do art.689 do Regulamento Aduaneiro. O importador migra de uma empresa para outra com os preços pouco alterados, porém todos fora dos parâmetros de mercado e sempre tendo como sócios pessoas com residência na cidade de Santos. Os valores apresentados nas faturas são muito inferiores tanto em relação ao mercado de onde originam as importações, como em relação à própria Yamaha Motors nos Estados Unidos, no site www.yamaha motor.com. Sendo um agravante, o fato das empresas, situadas no exterior, terem sido constituídas pouco antes do início do fornecimento das mercadorias para a autuada e por preços bem abaixo aos de mercado, o que seria pouco provável para empresas recém constituídas, que é o caso da 2BYZZ e DBM, e que não são do ramo náutico. A prova irrefutável do subfaturamento está no fornecimento dos JET SKIS. Não sendo razoável, no mercado, “atravessadores” (2BYZZ, DBM e ALCO GLOBAL) comprarem de lojas e ainda fornecerem com preços que chegam a 35% do Fl. 480DF CARF MF 4 fabricante, conforme podese observar na tabela apresentada anteriormente. Cabe ressaltar, que todos as mercadorias relacionadas neste auto foram encontradas a preços muito abaixo aos dos sites especializados nos Estados Unidos, sendo de fácil constatação numa breve busca. Em 06/12/2011, foi lavrado o Auto de Infração nº 0817800/00153/11, objeto do Processo Administrativo nº 11128.720197/201229, que dispõe sobre a aplicação da pena de perdimento das mercadorias de que trata este auto de infração. Em 25/04/2012, foi emitido despacho decisório pelo Sr. Inspetor da Alfândega do Porto de Santos, cuja cópia encontrase em anexo, aplicando a PENA DE PERDIMENTO sobre as mercadorias objeto do Auto de Infração supra. Em 11/05/2012, a empresa autuada foi intimada a apresentar as mercadorias, objeto da pena de perdimento, a esta Alfândega. Em 15/05/2012, a autuada, através de seu representante, informou que as mercadorias em litígio haviam sido consumidas. Tendo exposto os fatos acima, lavro o presente Auto de Infração com fulcro no § 3º, inciso IV do art.23 do DecretoLei nº1.455/76." (efls. 140/147 grifei) Cientificado do auto de infração, foi apresentada tempestiva impugnação. Em razão da informação apresentada em sede preliminar da existência de uma ação judicial que visa anular o Auto de Infração relativo à DI n. 11/01174244, apreendidas no Processo Administrativo Fiscal n. 11128.000912/201122 (processo n° 000855097.2011.403.6104), o processo foi convertido em diligência para a apresentação da cópia da exordial desse processo judicial para a avaliação da eventual concomitância, anexada aos presentes autos às efls. 352/389. Em seguida, após afastar a concomitância, a Delegacia de Julgamento em São Paulo I manteve o lançamento na decisão recorrida ementada nos seguintes termos: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 06/07/2009 Dano ao Erário causado ao mercado interno pelo uso de documento necessário ao desembaraço falsificado. Substituição da pena de perdimento pela multa equivalente ao valor aduaneiro. Importações proveniente de empresas sediadas na Florida/EUA. Diascrepância (Sic.) entre os preços informados e os valores de mercado. Em média os valores declarados chegam a 35% dos de mercado. Empresas de brasileiros residentes nos EUA. Compram mercadorias nas lojas especializadas para a exportação previamente contratada. A discrepância de valores que pautaram a presente ação fiscal ocorreu predominantemente pela pesquisa dos preços dos produtos importados no sítio na Internet do próprio fabricante. Se de fato a “sazonalidade” propiciou esse preço mitigado, o impugnante deveria trazer provas a esse respeito. Não há qualquer motivo apresentado pelo impugnante que propicie a realização de perícia. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" (efl. 393) Intimada desta decisão em 08/04/2014 (efl. 426), o contribuinte apresentou tempestivo Recurso Voluntário em 06/05/2014 (efls. 428/439) reiterando os argumentos trazidos na Impugnação, alegando, em síntese: Fl. 481DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 480 5 (i) a nulidade da autuação pela não juntada aos autos dos paradigmas apresentados no bojo do Auto de Infração confeccionado, onde se baseou a fiscalização no comparativo de preços; (ii) menciona a existência da ação judicial n° 000855097.2011.403.6104 relativa à apreensão das mercadorias da DI n.º 11/01174244 e de outros autos de infração anteriores que deveriam ser juntados ao presente; (iii) ausência de prova do subfaturamento e de fundamento para a pena de perdimento, não sendo sido realizada a individualização das importações assinaladas (mercadorias por Dl), juntada de paradigmas (não se sabe se os mesmos sofreram tal tipo de fiscalização, seja, valoração aduaneira), especialmente em se considerando que não se tratam apenas de importações de Jet Sky’s, única base para a revisão efetuada. Em 31/10/2016 a Recorrente apresentou petição nos autos anexando aos autos sentença proferida na ação penal n.º 000041006.2013.4.03.6104, transitada em julgado em 23/09/2016, relativa à importação objeto da DI n. 11/01174244 que concluiu pela ausência de subfaturamento na importação de jetskis, com a menção, inclusive, às DIs objeto destes autos que seriam objeto de ação penal apensa àquela ação (n.º 000913292.2014.4.03.6104). Segue abaixo o inteiro teor da sentença acostada aos presentes autos: "Tratase de ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra Ricardo de Souza Sessa pela imputada prática do delito previsto no art. 334, "caput", do Código Penal. Narra a denúncia, que o réu, na qualidade de sócio administrador da empresa Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda. EPP, de forma livre e consciente, em 19/01/2011, iludiu, em parte, o pagamento de impostos devidos pela importação de doze "jetskis" mediante o subfaturamento do preço declarado na DI nº 11/01174244. A constatação pela Alfândega do Porto de Santos deuse através de pesquisa no site do fabricante Yamaha Motor Corporation e por comparação com paradigma (DI 11/01408814, registrada em 24/01/2011), realizadas no curso de procedimento administrativo fiscal. Foi apurado que o preço das mercadorias correspondia a apenas 35,72% do custo mínimo para o mesmo modelo de "jetski" declarado descrito na Fatura Comercial 1143.O valor total em impostos iludidos foi estimado em R$ 44.141,93 (I.I.), R$ 5.842,96 (Pis/PasepImportação), R$ 30.454,24 (Cofins Importação) e R$ 26.484,16 (I.P.I.). A empresa responsável pela importação não obteve êxito em nenhuma das medidas que adotou a fim de evitar que o procedimento administrativo fiscal fosse julgado procedente (fls. 365/375). A denúncia foi recebida em 30/04/2013 (fls. 376/379). O réu foi regularmente citado e apresentou resposta na forma do art. 396A do CPP (fls. 393 e 397/400). Não verificada existência de hipótese de absolvição sumária, o recebimento da denúncia foi ratificado (fls. 410/vº). Em vista de conexão existente com a ação penal nº 000913292.2014.4.03.6104 que tramitava perante a 6ª Vara Federal de Santos, sendo este juízo prevalente em razão de primeiro conhecer dos fatos, os referidos autos foram avocados para reunião e apensados aos presentes, consoante decisão que declarou a competência para processar e julgar os feitos (fls. 433/434vº). No apenso, foi imputada ao réu a prática do delito previsto no art. 334 do Código Penal, por ter, condição de sócio administrador da empresa Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda., sido o responsável, entre janeiro de Fl. 482DF CARF MF 6 2009 a junho de 2011, pela importação de "jetskis", declarados nas DIs nºs 09/08523585, 09/13864301, 09/1749870, 10/00014004, 10/00400443, 10/02597430, 10/03718274, 10/05802442, 10/07689619, 10/13681403, 10/18972112, 10/21452850, 10/22464827, 10/23079587 e 11/00445660. Através de procedimento administrativo fiscal apuratório foi constatado o subfaturamento dos preços declarados, estimado em até 35% do valor de mercado dos "jetskis". Foi calculado em R$ 2.084.195,50, o valor correspondente aos tributos devidos. Ao final do procedimento administrativo foi decretada pena de perdimento das mercadorias, convertida em pena de multa, por terem os "jetskis" sido desembaraçados (fls. 427/vº). A denúncia foi recebida em 10/12/2014, e o réu foi regularmente citado, sendo determinada a remessa dos autos para reunião aos presentes em razão da conexão em 09/04/2015 (fls. 98/vº, 106 e 119 do apenso). Com a reunião dos feitos e a unidade de processamento, intimado, o réu apresentou nova resposta à acusação, sendo ratificado o recebimento da denúncia em relação ao apenso (fls. 448/455 e 458/vº). Inquiridas as testemunhas e realizado o interrogatório do réu (fls. 466/467), superada a fase do art. 402 do CPP, sem requerimentos, as partes apresentaram alegações finais às fls. 475/476 e 479/481. O Ministério Público Federal requereu a absolvição do acusado, uma vez que em relação à materialidade as provas coligidas não se mostram aptas a caracterizar com segurança razoável o subfaturamento dos preços das mercadorias. No mesmo sentido, a defesa pugnou absolvição, aduzindo que em razão das condições especiais praticadas pela compra no atacado, o preço dos "jetskis" divergiu do valor correspondente ao praticado no mercado de varejo constatado pela fiscalização. É o relatório. Fundamento e decido. Da análise minuciosa dos autos, verifico que sob o crivo do contraditório, não foi produzida prova forte o suficiente para caracterizar a prática dos ilícitos narrados, mostrandose de rigor a absolvição do acusado pela aplicação do princípio do in dubio pro reo. Assim, consoante fundamentação apresentada pelo Ministério Público Federal em suas alegações finais de fls. 475/476, o fato é que nenhuma prova segura foi produzida a fim de demonstrar a materialidade com relação à prática do descaminho. A denúncia baseiase em procedimento administrativo fiscal que constatou a prática de subfaturamento de preços a partir de pesquisa realizada no site do fabricante dos "jetskis" e em comparação com paradigma. Contudo, como anotado em memorias pelas partes, a apuração feita pela autoridade fiscal mostrar questionável, uma vez que os preços constatados pelo fisco seriam os praticados no comércio de varejo, superiores, portanto, ao que se poderia chegar através de condições especiais de negociação de uma compra no atacado. Verificada a existência de dúvida em relação ao real valor de compra dos "jetskis", a prova produzida a cerca do subfaturamento em administrativa mostrase inábil para a formação de um juízo de certeza diante da falta de outras produzidas sob o manto do contraditório no curso da instrução. Em juízo, a testemunha Joaquim Carlos Mauri Pereira Junior, despachante aduaneiro que atuou na época contratado para a liberação aduaneira dos "jetskis", afirmou que o réu já havia realizado várias outras operações de importação envolvendo "jetskis" dentre outros equipamentos náuticos em quantidade, e que o preço declarado das mercadorias não poderia ser comparado com o declarado por um adquirente de varejo, ou que não possuísse uma relação comercial de cliente atacadista mais sólida estabelecida com o fornecedor como a ostentada pelo réu (fl. 466). Interrogado, o réu negou as acusações e declarou que o preço de aquisição dos "jetskis" correspondia ao praticado no mercado, sendo que aquele que foi constatado pelo agente fiscal representava o preço dos "jetskis" encontrado comércio de varejo (fl. 467). Fl. 483DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 481 7 Desse modo, diante da fraqueza da prova da materialidade que consta dos autos, inexistente sob o crivo do contraditório, a absolvição do denunciado impõemse por força do princípio "in dubio pro reo", sendo de rigor, a absolvição do réu, por força, sobretudo, da garantia constitucional da presunção de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII). Diante do exposto, julgo improcedente a denúncia e absolvo Ricardo de Souza Sessa (RG nº 15532262 SSP/SP; CPF nº 032.465.46851), com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal." (efl. 473/474) É o Relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne Conheço do Recurso Voluntário interposto, por tempestivo, adentrando em suas razões. Como se depreende do Relatório Fiscal às fls. 140/154, o presente processo administrativo decorre da aparente falsidade ideológica das faturas comerciais necessárias ao despacho aduaneiro de diversas Declarações de Importação de jet skys e equipamentos eletrônicos, registradas pela Recorrente entre 06/07/2009 e 07/01/2011. No entender da fiscalização, haveria prova irrefutável de subfaturamento de mercadorias nos seguintes termos, já transcritos no relatório: "A prova irrefutável do subfaturamento está no fornecimento dos JET SKIS. Não sendo razoável, no mercado, “atravessadores” (2BYZZ, DBM e ALCO GLOBAL) comprarem de lojas e ainda fornecerem com preços que chegam a 35% do fabricante, conforme podese observar na tabela apresentada anteriormente. Cabe ressaltar, que todos as mercadorias relacionadas neste auto foram encontradas a preços muito abaixo aos dos sites especializados nos Estados Unidos, sendo de fácil constatação numa breve busca." (grifei) Portanto, o suposto subfaturamento de todas as mercadorias abrangidas na autuação foi o único fundamento concreto trazido no Auto de Infração para o reconhecimento da falsidade ideológica das faturas e, por conseguinte, para a aplicação da pena de perdimento das mercadorias. Com efeito, para a aplicação da pena de perdimento, convertida em multa, a fiscalização apenas menciona a diferença de preço na importação dos Jet Skis e o suposto fornecimento por empresas consideradas atravessadoras. De pronto, possível verificar que não foram trazidas quaisquer justificativas para a desconsideração, pela fiscalização, dos preços praticados pela Recorrente quanto à diversas outras mercadorias abrangidas nas DIs que foram objeto da autuação, indicados no Relatório Fiscal apenas como "diversos aparelhos eletrônicos". Fl. 484DF CARF MF 8 De fato, não foram apontadas quaisquer justificativas fáticas ou jurídicas para terem sido desconsiderados os preços praticados pela Recorrente quanto aos diversos produtos abrangidos na autuação relacionados no Auto de Infração às efls. 155/189 que não os Jet Skis, tais como "TV A CORES LED 46"", "APARELHO DE DVD", "APARELHO DE HOME THEATER", dentre outros. Para estes produtos, a fiscalização sequer trouxe qual teria sido a base de preços consideradas, apenas que teriam sido objeto de sites de busca dos Estados Unidos cujas telas sequer foram anexadas aos autos. Para estas mercadorias, é evidente a necessidade de cancelamento da autuação por ausência de qualquer substrato probatório para o subfaturamento apontado para os "diversos aparelhos eletrônicos" abrangidas na autuação. Por sua vez, quanto aos "jet skis", vislumbro primeiramente que a fiscalização não trouxe qualquer comparativo obtido no site da YAMAHA dos Estados Unidos relativo aos modelos do ano de 2009, únicos que foram objeto de importação pela Recorrente como se depreende da relação constante das efls. 155/189. Quanto ao ano de 2009, a fiscalização apenas indicou na planilha constante do Relatório Fiscal qual teria sido o "PREÇO MÉDIO REGISTRADO NO SISTEMA DA RFB, EXCLUÍNDO A AUTUADA", sem, contudo, apresentar qualquer documento, mesmo do sistema, que comprovasse essa afirmação. Da mesma forma, quando da descrição das pessoas jurídicas que seriam as supostas "atravessadoras" das mercadorias, a fiscalização não demonstrou qualquer evidência concreta de relação entre as empresas, fazendo um relato que não evidenciou, de qualquer forma, a existência de um conluio para a ocorrência de importações subfaturadas no período. Assim, não há nos autos qualquer elemento probatório que ampare a desconstituição da fatura comercial, nem nada que indique a ocorrência efetiva de subfaturamento, tendo o juízo do auditor fiscal responsável sido conformado apenas por indícios por ele interpretados. Nos moldes como feita, a autuação contraria o art. 1º do Acordo de Valoração Aduaneira GATT, promulgado pelo Decreto nº 1.355/1994, e a Opinião Consultiva n° 2.1, divulgada pela Instrução Normativa n.º 318/2003. Isso porque o simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo suficiente para sua rejeição. Vejamos os exatos termos da referida Opinião: "OPINIÃO CONSULTIVA 2.1 ACEITABILIDADE DE UM PREÇO INFERIOR AOS PREÇOS CORRENTES DE MERCADO PARA MERCADORIAS IDÊNTICAS 1. Foi formulada a questão acerca da aceitabilidade de um preço inferior aos preços correntes de mercadorias idênticas quando da aplicação do Artigo 1 do Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio. 2. O Comitê Técnico de Valoração Aduaneira examinou esta questão e concluiu que o simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não poderia ser motivo para sua rejeição para os fins do Artigo 1, sem prejuízo, no entanto, do estabelecido no Artigo 17 do Acordo." (grifei) Como já tivemos a oportunidade de discutir nos acórdãos relativos ao PTA n.º 10945.000888/200597, de relatoria do Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, a Fl. 485DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 482 9 desconsideração do valor indicado nas DIs, por parte da fiscalização deve atender a dois ônus argumentativoprobatórios distintos: a) um relativo à descaracterização do valor aduaneiro adotado pelo importador, através da prova do subfaturamento; e b) determinação do correto valor aduaneiro, com base na legislação aplicável. No caso em tela, a autoridade supôs a falsidade das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Portanto, a afirmação da fiscalização no sentido de que teria ocorrido o subfaturamento das mercadorias se respaldou em meros indícios sequer admitidos pela legislação aduaneira (diferença quanto ao valor corrente de mercado da mercadoria), devendo ser cancelada como já entendido por este CARF: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2008 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ABUSIVO. SUBFATURAMENTO. ÔNUS DA PROVA. A acusação de subfaturamento nas operações comerciais não pode ser presumida, devendo ser efetivamente comprovada, não bastando a indicação de meros indícios ou do fato de haver interdependência entre comprador e vendedor para descaracterizar o valor da fatura comercial. Recurso de Ofício Negado" (Processo 16561.720180/201276 Data da Sessão 28/09/2016 Relator(a) Fenelon Moscoso de Almeida Nº Acórdão 3401003.266 grifei) Essa deficiência na prova da fiscalização foi mencionada na ação penal proferida no processo relativo ao sócio da pessoa jurídica quanto à DI 11/01174244, que não faz parte desse processo, mas que trouxe fundamento idêntico para o subfaturamento dos jet skis. Naqueles autos, como informado pelo juiz na sentença transitada em julgado, o próprio Ministério Público Federal entendeu pela ausência de materialidade na conduta vez que "as provas coligidas não se mostram aptas a caracterizar com segurança razoável o subfaturamento dos preços das mercadorias" (efl.s 473). Diante do exposto, diante da ausência de provas suficientes à demonstrar o subfaturamento dos jet skis e dos demais produtos envolvidos na autuação, e por conseguinte a falsidade ideológica das faturas, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário para cancelar a exigência fiscal autuada. É como voto. Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Fl. 486DF CARF MF 10 Fl. 487DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18186.000179/2007-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2402-000.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 18186.000179/2007-14
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5676858
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2402-000.584
nome_arquivo_s : Decisao_18186000179200714.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 18186000179200714_5676858.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
dt_sessao_tdt : Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
id : 6643278
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:55:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946576719872
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1001; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18186.000179/200714 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2402000.584 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 20 de janeiro de 2017 Assunto SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente ALBATROZ SEGURANÇA E VIGILÂNCIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 81 86 .0 00 17 9/ 20 07 -1 4 Fl. 538DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de retorno de diligência determinada na Resolução n. 2401000.228 (fls. 366/371), de 20/06/2012, na qual esta Turma, ao se deparar com a falta dos relatórios de apropriação de recolhimentos, determinou que o órgão lançador apresentasse demonstrativo discriminando a apropriação de todas as guias recolhidas em nome do sujeito passivo nas competências da NFLD (01/1999 a 01/2003). O fisco prestou informações às fls. 381/447, onde apresentou tabela de aproveitamento das GPS e conclui que há competências em que não houve apropriação integral de recolhimentos na apuração original, devendo ser efetuada a retificação conforme demonstrativo de fls. 384. A empresa contestou as afirmações da autoridade lançadora em peça de fls. 489/520. Menciona que o escopo da diligência fiscal era apenas no sentido de que o fisco discriminasse as apropriações efetuadas, não havendo espaço para que fosse efetuadas alocações de recolhimentos. Afirma ainda que a alocação de valores para o presente débito lança efeitos sobre a NFLD n.º 35.380.4522. Acusa a existência de contradições entre os recolhimentos identificados no anexo ao relatório fiscal e aqueles apresentados nas informações prestadas em sede de diligência. Faz demonstrativos do alegado. Assevera que o desencontro dos números que compõem a apuração fiscal, caracterizado pela incompleta apropriação de recolhimentos, conduz inexoravelmente à nulidade da NFLD. Cita precedente do CARF, cujo entendimento é de que esse tipo de erro representa vício material que nulifica o lançamento. Argumenta que outra contradição gritante é a menção no relatório fiscal de que a utilização da aferição indireta decorreu da falta de apresentação de folhas de pagamentos, ao passo que na informação fiscal prestada na diligência realizada em 13/04/2007, o fisco afirma que foram apresentadas todas as folhas de pagamento. Deduz que, se foram entregues todos os documentos, o arbitramentos das contribuições é ilegítimo. Por outro lado, advoga que, se as folhas foram mostradas, o fisco teria que excluir do lançamento todas as rubricas constantes do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Suscita que o próprio procedimento fiscal demonstrou que as folhas de pagamento foram apresentadas, posto que há outras notificações fiscais específicas para exigência de contribuições sobre determinadas rubricas (alimentação, assistência médica, vale transporte) que somente poderiam ser identificadas pela análise das folhas de pagamento. Conclui que sendo procedente a aferição indireta seriam nulas as NFLD construídas mediante verificação da folha de pagamento. Fl. 539DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 4 3 Argumenta que o fisco em nenhum momento indicou qual o critério de apropriação dos recolhimentos nas diversas NFLD, notandose casos em que, se a distribuição dos valores nos débitos fosse efetuada de outra forma, levaria a inexistência de diferenças a recolher em determinadas competências. Ao final, pede a declaração de nulidade/improcedência do lançamento. É o relatório. Fl. 540DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 5 4 VOTO Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, conforme já havia decido a Turma na sentada anterior. Necessidade de conversão em diligência A planilha de fl. 384 está a indicar que para a competência 01/1999 inexistiram novas apropriações além daquelas levadas a efeito quando da lavratura fiscal, ou seja, no procedimento de diligência não foram aproveitados novos recolhimentos. Apreciando a planilha de fls. 385/447 que segrega as apropriações para as únicas notificações deste período onde foram aproveitados recolhimentos (NFLD 35.380.4522 e NFLD 35.380.4530), verifiquei que os argumentos apresentados pelo sujeito passivo na sua resposta à última diligência realizada fazem sentido, posto que cotejando os recolhimentos constantes como apropriados na planilha originalmente acostada (fls. 451/476) com aquela juntada na diligência fiscal (fls. 385/447) encontramos a seguinte discrepância para a competência 01/1999: PLANILHA DA LAVRATURA valores apropriados PLANILHA DA DILIGÊNCIA valores apropriados INSS R$ TERCEIROS R$ INSS R$ TERCEIROS R$ 39.335,27 116,17 25.016,77 6.167,66 O sujeito passivo alega que as mesmas divergências repetemse para as demais competências lançadas e apresenta demonstrativo. Assim, conforme frisei acima, como na diligência não houve novas apropriações para esta competência (01/1999), os valores acima apresentados deveriam coincidir. Em não se verificando a convergência de dados, entendo ser prudente mais uma vez ouvir o pronunciamento do fisco, até porque na planilha de fls. 451/476 há diversos dados que estão ilegíveis, merecendo que seja elaborada nova planilha contemplando todos os elementos suficientes para que se chegue a uma conclusão segura acerca da procedência ou não das contribuições lançadas. Sugiro que o demonstrativo traga, para todas as competências lançadas, as seguintes colunas, apenas com as totalizações mensais: a) base de cálculo; b) contribuição dos segurados; Fl. 541DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 6 5 c) total devido Seguridade Social; d) total devido Outras Entidades (terceiros); e) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para a Seguridade Social; f) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para Outras Entidades (terceiros); g) valor lançado Seguridade Social; h) valor lançado Outras Entidades (terceiros). Tendose em conta que este demonstrativo será tratado como sendo a manifestação do fisco acerca das divergências apontadas pelo sujeito passivo quando instando a falar sobre o resultado da diligência, a sua não produção poderá levar o órgão de julgamento a acatar como verdadeiros os argumentos da parte adversa. Desta decisão deve ser dada ciência ao sujeito passivo para manifestação no prazo legal. Conclusão Voto por conversão do julgamento em diligência, nos termos acima propostos. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 542DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.900735/2012-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.022
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10480.900735/2012-85
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5688900
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-001.022
nome_arquivo_s : Decisao_10480900735201285.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROBSON JOSE BAYERL
nome_arquivo_pdf_s : 10480900735201285_5688900.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6665743
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946585108480
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1706; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.900735/201285 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.022 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 00 73 5/ 20 12 -8 5 Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.898. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 228DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 230DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.913819/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.066
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10480.913819/2011-06
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5688948
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-001.066
nome_arquivo_s : Decisao_10480913819201106.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROBSON JOSE BAYERL
nome_arquivo_pdf_s : 10480913819201106_5688948.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6665871
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946602934272
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1706; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.913819/201106 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.066 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 13 81 9/ 20 11 -0 6 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.064. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 205DF CARF MF
score : 1.0