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Numero do processo: 10314.000809/2011-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do fato gerador: 04/01/2006
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE BILHETES DE METRÔ, ÔNIBUS, TREM, INGRESSO DE FUTEBOL COM TARJA MAGNÉTICA.
Os bilhetes em ingressos de forma geral, têm natureza jurídica de contrato de prestação de serviços, que podem ser veiculados em diversos suportes físicos ou mesmo serem celebrados em ambiente totalmente virtual.
A tributação aduaneira apenas recairá sobre o suporte físico, de sorte que as características merceológicas que lhe são inerentes, determinarão a correta classificação fiscal.
Os cartões com tarja magnética estão previstos na posição 8523, subitem 85232110, se forem dispositivos não gravados,ou no 85232120, se gravados.
Numero da decisão: 3201-001.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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Os bilhetes em ingressos de forma geral, têm natureza jurídica de contrato de prestação de serviços, que podem ser veiculados em diversos suportes físicos ou mesmo serem celebrados em ambiente totalmente virtual. A tributação aduaneira apenas recairá sobre o suporte físico, de sorte que as características merceológicas que lhe são inerentes, determinarão a correta classificação fiscal. Os cartões com tarja magnética estão previstos na posição 8523, subitem 85232110, se forem dispositivos não gravados,ou no 85232120, se gravados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 08 09 /2 01 1- 12 Fl. 1869DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 2 Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño. Relatório Referese o presente processo a auto de infração para a cobrança de IPI, PIS e COFINS, e os respectivos consectários legais, em virtude de desclassificação fiscal de mercadorias Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Ação fiscal motivada por Dossiê de Pesquisa Fiscal Aduaneira (DPFA) n°108/10. Através do referido Dossiê nos foi remetida uma problemática envolvendo a classificação fiscal de bilhetes de metrô, ônibus e trem, além de cartões telefônicos prépagos e ingressos para jogos. A empresa fiscalizada, quando da importação dos itens bilhetes de metrô, ônibus e trem, além de cartões telefônicos prépagos e ingressos para jogos, vinha fazendo uso do subitem 49119900 da NCM. A classificação fiscal desse subitem deve ser empregado para classificar, de forma residual, "outros impressos, incluídas as estampas, gravuras e fotografias". Ocorre que, conforme informado através do DPFA n° 108/10, dentre as importações da fiscalizada havia cartões com tarja magnética, os quais têm subposição específica na NCM (852321),devendo portanto ser classificados no subitem 85232110, se forem dispositivos não gravados,ou no 85232120, se gravados. Destaquese que os subitens 85232110 e 85232120 tiveram sua vigência somente a partir de 01/01/2007. Deste modo, nas importações realizadas antes desta data a classificação deveria ter se dado no subitem 85239090 da NCM, que à época era destinado a classificar, de forma residual, itens da posição 8523. Deste modo, o procedimento fiscal consistiu, basicamente, em identificar os produtos importados pela empresa, de modo a perquirir a adequação da classificação fiscal utilizada. Após análise de amostras e layouts dos bilhetes ficou constatado que, à exceção dos cartões para recarga de celular, do tipo "raspadinha", os itens importados tratamse de cartões com tarja magnética, ficando caracterizado, portanto, o erro de classificação fiscal por parte da empresa fiscalizada. O erro de classificação fiscal resultou em diferença de alíquotas e,conseqüentemente, imposto devido. Deste modo foram lançados: multa por classificação incorreta da mercadoria, Imposto sobre Produtos Industrializados (IP1), contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Fl. 1870DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 94 3 Financiamento da Seguridade Social (Cofins), além de multas e juros de mora. Cabe ressaltar que, como os itens importados foram fabricados na Argentina, com base no Decreto n° 550 de 27 de maio de 1992 que dispõe sobre o Acordo de Alcance Parcial de Complementação Econômica n° 18, subscrito entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai não há que se falar em Imposto de Importação (II), haja vista que, nesse caso, a alíquota deste tributo é de 0%. Com fundamento no artigo 23, inciso I, do Decreto 70.235/72, a ciência do sujeito passivo se deu pessoalmente, em 02/02/2011, (fls. 02). O contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente na forma do artigo 15 do Decreto 70.235/72, em 02/03/2011, de fls. 626 à 641, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. Na forma do artigo 16 do Decreto 70.235/72 a impugnante alegou resumidamente que: A classificação fiscal adotada se justifica pelo fato de importar impressos gráficos, mais precisamente ingressos para jogos e bilhetes de transporte, os quais são expressamente mencionados nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias – Notas Explicativas do Sistema Harmonizado NESH, atualmente aprovado pela Instrução Normativa n° 807/08, mais precisamente no item 6 relativo à posição 49.11. A fiscalização entendeu que os produtos importados pela Impugnante estariam sujeitos à classificação fiscal na subposição 8523.21, devido ao fato destes bilhetes e ingressos possuírem tarja magnética que seria essa a sua característica essencial. A fiscalização ignorou que a própria NESH relativa à posição 49.11 da NCM afirma que estão compreendidos nesta classificação "os bilhetes de entrada para espetáculos (cinema, teatro e concertos, por exemplo) bem como os bilhetes e os tíquetes para os transportes coletivos, e outros bilhetes semelhantes". Vejase que a referida nota não faz distinção entre os bilhetes e tíquetes que contenham ou não a tal "tarja magnética". Ao analisar as notas de exclusão da NESH para determinados itens da posição 49.110, não se vislumbra nenhuma exceção aos bilhetes que contenham tarja magnética. Notese, neste ponto, que o único item que poderia suscitar dúvidas seria o item "e", o qual exclui da posição 49.11 os cartões inteligentes (smart cards) bem como aqueles que possuam "acionamento por efeito de proximidade". Contudo, consoante reconhecido pela própria fiscalização, tantos os bilhetes de transporte quanto os ingressos de futebol importados pela Impugnante não se afiguram como cartões inteligentes, Fl. 1871DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 4 tanto que foram considerados pela fiscalização como sujeitos à classificação fiscal na subposição 8523.21. Como bem se sabe, a classificação fiscal deve seguir as regras de maior especificidade para a melhor caracterização do produto, de modo que, na dúvida, deverá o contribuinte sempre adotar o código NCM mais aproximado à natureza do produto. E, no caso,em que pese o fato de os bilhetes e ingressos trazerem tarja magnética, não é este o fator determinante da caracterização do produto. Os produtos importados estarão melhor identificados sob a rubrica de "bilhete" do que sob a rubrica de "cartão", tendo ou não tarja magnética, recebendo classificação fiscal na posição NCM 49.11 que se aplica com muito mais precisão aos mesmos se comparada à posição NCM 8523.21. Afirma a fiscalização que sem a tarja magnética tais itens não estariam aptos a exercerem suas funções determinantes, nem teriam a utilidade para qual foram criados. Ocorre que, ainda que sem a tarja magnética, o fato é que os produtos em questão não deixariam de ser bilhetes! A tarja magnética é um dispositivo de segurança aos bilhetes, mas não o dispositivo determinante da natureza do produto. Não se pode ignorar o que é o produto para lhe mudar a classificação fiscal por conta de uma de suas característica. O critério de classificação fiscal é a especificidade. E a primeira especificidade de qualquer produto é definida simplesmente por aquilo que ele é; no caso, bilhetes/ingressos impressos. O armazenamento de dados por meio magnético é, portanto uma característica física acessória do bilhete/ingresso, que poderá ser simplesmente dispensada e que não se confunde com a sua função. E, neste ponto, a espancar qualquer dúvida sobre a correta classificação fiscal adotada pela Impugnante, podese também dizer que adotar a posição 85.23 para os produtos importados pela Impugnante, configurarseia em verdadeira afronta ao princípio da isonomia, mais precisamente em relação aos bilhetes de transporte e ingressos para jogos de futebol que não se utilizam de meio magnético. A tarja magnética não é o fator predominante da caracterização dos produtos importados pela Impugnante. E apenas um dispositivo de segurança que não desnatura do fato de os produtos serem autênticos bilhetes impressos de transporte e entradas de futebol, logo, abrangidos na posição 49.11 da NCM, consoante reconhecido pelas próprias Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias NESH,mais precisamente em seu item 6, o qual expressamente inclui tais produtos, não fazendo qualquer distinção se estes contém ou não tarja magnética. Fl. 1872DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 95 5 A corroborar com todo o até aqui exposto, pede vênia a Impugnante para colacionar à presente defesa a resposta emitida pela Superintendência Regional da Receita Federal 7a Região Fiscal à consulta formulada pela "Associação Comercial do Rio de Janeiro" (doc. 03). Nesta, a Superintendência deixa claro que os bilhetes/ingressos são classificados na posição 49.11. Vejase que a consulta foi clara ao questionar se os bilhetes "com ou sem tarja magnética destinados a servir de acesso para as roletas de ingressos de espectadores em teatro, cinema, etc., ou passageiros em trens, metrôs, barcas, etc. " estariam classificados na citada posição. O presente Auto de Infração deverá ser, ao menos, revisto em parte, uma vez que houve o pagamento do IPI relativo a duas DI's que são agora objeto de (dúplice) cobrança, mais precisamente das DI's n°s 10/00679502 e 10/02896780, as quais foram retificadas pela Impugnante a mando da RFB. Com relação a DI n° 08/18115470, a própria fiscalização admitiu estar correta a classificação fiscal adotada pela empresa porque os produtos se configuravam como "bilhetes de raspar" (sem tarja magnética), consoante se verifica às fls. 11 do relatório fiscal. Pugna o cancelamento do auto de infração. Em exame preliminar, a 1ª Turma da DRJ/SPOII entendeu conveniente baixar os autos em diligência à autoridade preparadora, através da Resolução No. 17001.033,de 11/08/2011, indagando: • É procedente a afirmação de que as Declarações de Importação 10/00679502 e 10/02896780 foram retificadas pela Impugnante, não cabendo assim a exigência dos tributos da presente ação fiscal, com relação a essas Declarações de Importação? • A empresa procedeu com a retificação da Declaração de Importação n° 08/18115470 para a classificação fiscal reclamada pela fiscalização, com o recolhimento dos tributos incidentes? Encerrada a instrução processual, intimouse a parte interessada para manifestação no prazo de dez dias, de acordo com o artigo 44 da Lei nº 9.784/99, em face do princípio do contraditório. Devidamente cientificado, via Aviso de Recebimento – AR datado de 02/09/2011 (fls. 1790), o interessado manifestouse no sentido do cancelamento do Auto de Infração em questão. A Delegacia de Julgamento julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: Fl. 1873DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 6 ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 04/01/2006 Classificação fiscal de bilhetes de metrô, ônibus e trem, além de cartões telefônicos prépagos e ingressos para jogos. Importador atribuiu classificação fiscal no código NCM 49119900. Fiscalização entendeu que deveriam ser classificados no código NCM 85232110, se forem dispositivos não gravados, ou no código NCM 85232120, se gravados. Correta a fiscalização. O que confere a característica essencial ao produto é o fato de ser revestido de material magnético, pois a denominação “tíquetes” engloba uma gama diversa de produtos. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Na decisão ora recorrida entendeuse, em síntese, que, com base nas regras do Sistema Harmonizado, os tíquetes revestidos de material magnético teriam como característica essencial o fato de serem revestidos de material magnético, pois a denominação “tíquetes” englobaria uma gama diversa de produtos. Em relação ao pedido de diligência requerido pela Delegacia de Julgamento, entendeuse assistir razão à Recorrente, exonerandose as incidências referentes às Declarações de Importação nº 10/00679502 e nº 10/02896780. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da impugnação, argumentando que: i. a posição 49.11, somada ao item 6 das Notas Explicativas, é clara em estabelecer que nela estão inseridos os impressos, dentre os quais os bilhetes de entrada para espetáculos, os bilhetes e tíquetes para os transportes coletivos, e outros bilhetes semelhantes; ii.o alcance semântico de “bilhete” não se confunde com o de “cartão”; iii. o bilhete não tem por escopo a "gravação de dados", que é apenas um meio para se atingir o seu fim, que é o acesso de seu titular, seja a um meio de transporte, jogo de futebol, espetáculo de teatro, etc; iv. a existência da tarja magnética é uma característica subsidiária que também deve estar presente, porém a classificação na posição 8523.21 exige que o produto seja um cartão para armazenagem de dados; v. a autuação afronta o princípio da isonomia tributária e, no caso do IPI, também o princípio da seletividade; vi. caso se entenda, mesmo depois do exposto, que ambas as posições (49.11 e 85.23) poderiam abarcar os produtos importados pela Recorrente, o que aqui realmente só se admite para Fl. 1874DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 96 7 exaurir o debate, o fato é que ainda assim, na aplicação das normas gerais, a posição 49.11 prevaleceria; É o relatório. Voto Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Tal como relatado, versa os autos sobre o conflito de classificações fiscais para os produtos: bilhetes para trem; para ônibus; para metrô; para barcas; para ferry (balsa); e ingressos para futebol. O código tarifário adotado pela contribuinte nas importações em tela é assim disposto na TIPI: 49.11 Outros impressos, incluindo as estampas, gravuras e fotografias. 4911.10 Impressos publicitários, catálogos comerciais e semelhantes 4911.10.10 Que contenham informações relativas ao funcionamento, manutenção, reparo ou utilização de máquinas, aparelhos, veículos e outras mercadorias de origem extrazona 0 4911.10.90 Outros 0 4911.9 Outros: 4911.91.00 Estampas, gravuras e fotografias 0 4911.99.00 Outros 0 Ao passo que o código tarifário adotado pela fiscalização é assim disposto: 85.23 Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo 37. 8523.2 Suportes magnéticos: 8523.21 Cartões com tarja (pista) magnética 8523.21.10 Não gravados 15 8523.21.20 Gravados 15 Aparentemente, ambos os códigos tarifários acomodariam as mercadorias importadas, de maneira que a controvérsia deve ser dirimida pela aplicação das Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado. Diz a primeira regra: Fl. 1875DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 8 Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: Assim, caso não solucionado o conflito pela aplicação da primeira RGI, passamse as seguintes, em consonância com a natureza do produto: 3. Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerarse, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria. b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3 a), classificamse pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação. Na argumentação tecida pela Recorrente, a tarja magnética não conferiria característica essencial à mercadoria, sendolhe apenas acessória, pois apenas agregaria um dispositivo de segurança aos ingressos ou bilhetes. Na decisão recorrida, afirmouse que “os tíquetes revestidos de material magnético teriam como característica essencial o fato de serem revestidos de material magnético”. Assim sendo, verificase que Capítulo 49 (Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias gráficas; textos manuscritos ou datilografados, planos e plantas) ,traz as seguintes Notas: [...] 2. Na acepção do Capítulo 49, o termo “impresso” significa também reproduzido mediante duplicador, obtido por processo comandado por uma máquina automática para processamento de dados, por estampagem, fotografia, fotocópia, termocópia ou datilografia. Reportandonos às Notas Explicativas do Sistema Harmonizado, veiculadas pela Instrução Normativa RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008, temse para o Capítulo 49: Capítulo 49 Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias gráficas; textos manuscritos ou datilografados, planos e plantas Fl. 1876DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 97 9 CONSIDERAÇÕES GERAIS Ressalvadas as raras exceções adiante mencionadas, este Capítulo compreende a totalidade dos artefatos cuja razão de ser é determinada pela matéria impressa ou ilustrada que contenham. Esta posição compreende todos os artigos impressos (incluídas as fotografias tiradas diretamente), do presente Capítulo (ver as Considerações Gerais), que não se encontrem incluídos nas posições precedentes deste mesmo Capítulo. As estampas, gravuras e fotografias emolduradas permanecem classificadas nesta posição desde que estes artigos confiram ao conjunto o seu caráter essencial; em caso contrário, os referidos artigos devem classificarse na posição correspondente às molduras como artigos de madeira, metal, etc. Certos impressos destinados a ser completados com indicações manuscritas ou datilográficas no momento da sua utilização, estão incluídos aqui, desde que apresentem o caráter essencial de artigos impressos (ver a Nota 12 do Capítulo 48). Por conseguinte, os formulários (formulários de aquisição de uma revista, por exemplo), os bilhetes de passagens virgens contendo vários cupons (bilhetes de avião, de trem e ônibus, por exemplo), as cartas circulares, os documentos e carteiras de identidade e outros impressos contendo um texto, uma notícia, etc. sobre os quais as informações devem ser indicadas (data e nome, por exemplo) incluemse na presente posição. Todavia, os certificados de valores mobiliários, os certificados documentários análogos e os talonários de cheques, que devem igualmente ser completados e validados, incluemse na posição 49.07. Pelo contrário, certos artigos de papelaria revestidos de impressões que apresentam um caráter acessório em vista da sua utilização inicial e que são destinados a escrita ou a datilografia classificamse no Capítulo 48 (ver Nota 12 do Capítulo 48 e especialmente as Notas Explicativas das posições 48.17 e 48.20). Esta posição também abrange, além dos produtos cuja inclusão é evidente: 1) Os impressos para fins publicitários (incluídos os cartazes publicitários), os anuários e publicações semelhantes, constituídos, essencialmente, de publicidade, os catálogos comerciais de qualquer espécie (incluídos os de livrarias, de música ou de obras de arte) e as publicações de propaganda turística. Excluemse, todavia, os jornais e publicações periódicas, mesmo contendo publicidade (posições 49.01 ou 49.02, consoante o caso). 2) As brochuras contendo o programa de um circo, de um evento esportivo, de uma ópera, de uma peça ou de uma representação análoga. Fl. 1877DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 10 3) Os suportes para calendários, revestidos de impressões ou ilustrações. 4) Os mapas geográficos esquemáticos, sem precisão topográfica. 5) As pranchas ou quadros para ensino da anatomia, botânica, etc. 6) Os bilhetes de entrada para espetáculos (cinema, teatro e concertos, por exemplo) bem como os bilhetes e os tíquetes para os transportes coletivos, e outros bilhetes semelhantes. 7) As microrreproduções em suporte opaco dos artigos classificados no presente Capítulo. 8) As retículas obtidas por impressão, sobre uma película de plástico, de letras e símbolos, destinados a serem recortados e utilizados em trabalho de composição. As retículas “peliculares” com pontos, linhas ou quadriláteros, incluemse, pelo contrário, no Capítulo 39. 9) Os cartões maximum e os envelopes de primeiro dia ilustrados (F.D.C. firstday covers), sem selos postais (ver também a parte D) da Nota Explicativa da posição 97.04). 10) Os impressos autoadesivos destinados a serem utilizados por exemplo, para fins publicitários ou de simples decoração, fins humorísticos os “autoadesivos humorísticos” e os “auto adesivos para janelas”. 11) Os bilhetes de loteria, “bilhetes de raspar” e bilhetes de tômbola (rifa). Também se excluem desta posição: a) Os negativos ou positivos fotográficos, em películas ou em chapas (posição 37.05). b) Os artigos das posições 39.18, 39.19, 48.14 e 48.21 e os produtos de papel impresso do Capítulo 48 nos quais a impressão de caracteres ou de estampas tenham apenas uma importância secundária relativamente ao seu emprego principal. c) As letras, algarismos, placas sinalizadoras, painéis de publicidade e semelhantes, contendo uma ilustração ou um texto impressos, de cerâmica, de vidro, de metais comuns, que se classificam, respectivamente, nas posições 69.14, 70.20 e 83.10, ou na posição 94.05 se forem luminosos. d) Os espelhos de vidro decorativos, emoldurados ou não, com ilustrações impressas sobre uma face (posições 70.09 ou 70.13). e) Os cartões inteligentes (smart cards) impressos (incluindo os cartões ou etiquetas de acionamento por aproximação), conforme definidos na Nota 4 b) do Capítulo 85 (posição 85.23). (Redação dada pela IN RFB nº 1.072, de 30 de setembro de 2010) Fl. 1878DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 98 11 f) Os mostradores impressos para instrumentos e aparelhos dos Capítulos 90 ou 91. g) Os brinquedos de papel impresso, por exemplo, as folhas de recortar, para crianças e ainda as cartas de jogar e artefatos semelhantes, com dizeres impressos (Capítulo 95). h) As gravuras, estampas e litografias, originais da posição 97.02, isto é, as provas tiradas diretamente, em preto e branco ou a cores, de uma ou mais chapas executadas inteiramente à mão pelo artista, qualquer que seja a técnica ou a matéria utilizadas, exceto qualquer processo mecânico ou fotomecânico. Da leitura das alcance interpretativo do capítulo 49, verificase que a racionalidade subjacente ao capítulo, é que a matéria impressa ou ilustrada no produto confira lhe a característica essencial. Assim, brochuras contendo o programa de ópera ou de uma peça, incluemse nessa posição, pois a razão de ser do produto é a informação veiculada, sendo a brochura, por si só, mero suporte físico. Por outro lado, se a impressão tiver função decorativa, por exemplo, não será determinante para classificar o produto. Por outro lado, a posição 8523 inclui suportes para gravação de dados, como se entrevê do seu texto: Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo 37 As NESHs da posição 8523, assim dispõem: A presente posição abrange diferentes tipos de suportes, mesmo gravados, para a gravação de som ou para gravações análogas (por exemplo, dados numéricos, textos, imagens, vídeo ou outros dados gráficos, programas). Estes suportes podem, em geral, ser inseridos e retirados de um aparelho de gravação ou de leitura e ser transferidos de um destes aparelhos para outro. Os suportes desta posição podem ser gravados, não gravados, ou conter informações prégravadas, podendo receber mais informações gravadas. A presente posição compreende os suportes apresentados em formas intermédias (por exemplo, matrizes, gravações originais, matrizes de prensagem) destinados a ser utilizados na produção em série de suportes gravados acabados. Contudo, a presente posição não inclui os dispositivos que sirvam para gravar os dados ou os recuperar do suporte. A presente posição compreende, por exemplo: Fl. 1879DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 12 A. OS SUPORTES MAGNÉTICOS Os produtos deste grupo apresentamse geralmente na forma de discos, cartões ou fitas. Podem ser fabricados de diversas matérias (geralmente plástico, papel ou cartão, ou metal), e ser magnéticos ou revestidos de um material magnético. Este grupo de produtos compreende, por exemplo, as fitas em cassetes e outras fitas destinadas aos gravadores de fitas, as fitas para câmeras de vídeo e outros aparelhos de gravação de vídeo (por exemplo, VHS, Hi8TM, miniDV), os disquetes e cartões com uma pista magnética. Este grupo não compreende os suportes magnetoópticos. Assim, a contraposição das posições demonstra que ambas têm em comum o fato de se tratarem de suportes para veicular informações – por um lado, pela impressão (reprodução mediante duplicador, obtido por processo comandado por uma máquina automática para processamento de dados, por estampagem, fotografia, fotocópia, termocópia ou datilografia), ou por ondas magnéticas. Por outro lado, os bilhetes e ingressos de forma geral, têm natureza contratual sinalagmática, pois conferem direitos ao seu usuário – de assistir uma peça, de ter assento marcado, de usufruir de um teatro com lotação adequada – em troca do respectivo pagamento. Sob essa acepção, não existe a mercadoria “ingresso” ou “bilhete”, simplesmente porque se tratam de bens intangíveis, serviços, que refogem à sistemática de classificação fiscal de mercadorias do Sistema Harmonizado, que desde sempre incide sobre bens corpóreos. Contudo, os bens intangíveis podem necessitar de um suporte físico para se materializarem. Nada impede que contrato subjacente ao ingresso de cinema, por exemplo, possa se realizar num ambiente totalmente virtual; aliás, o Direito Civil determina que até mesmo os acordos verbais podem gerar direitos e obrigações entre as partes. Assim, nesse caso, tal como no caso dos softwares, incidem os tributos aduaneiros apenas sobre os suportes físicos, que são determinantes para o correto código tarifário. No caso em apreço, não há dúvidas que os bilhetes ou ingressos serão materializados em cartões com tarja magnética. A tarja magnética veiculará as informações relativas ao contrato de bilhete/ingresso; caso o consumidor porte um cartão com impressos, mas que não contenha em sua tarja magnética os direitos respectivos, principalmente de usufruir do serviço, esse será mero suporte vazio de conteúdo. Ou por outra, o usuário poderá utilizar a passagem veiculada no bilhete de trem, mas se realizar nova viagem, esse bilhete de nada mais servirá, pois o seu conteúdo foi exaurido. Assim, a nota 6 das NESHs do Capítulo 49 apenas faz sentido, se contextualizada a essa realidade, pois, certamente, os suportes magnéticos para dados são inovações tecnológicas recentes, sendo classicamente, os bilhetes ou ingressos materializados em suportes impressos, normalmente, o papel. Não se trata de classificação fiscal pela regra “característica essencial”, sobre a qual debateram a fiscalização e a Recorrente, porém, enquadramento do suporte físico de Fl. 1880DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/201112 Acórdão n.º 3201001.556 S3C2T1 Fl. 99 13 acordo com suas características merceológicas, questão dirimida pela simples aplicação da Primeira Regra Geral de Interpretação do Sistema Harmonizado. Poderseia ir além nas ponderações aqui dispostas, tais como a base de cálculo empregada na tributação aduaneira, que exprimiriam as conclusões aqui alcançadas, mas se entende que já há razões suficientes para a manutenção da desclassificação fiscal. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 1881DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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Numero do processo: 10805.720006/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Sun Jul 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003
Ementa:
PIS - PEDIDO DE COMPENSAÇÃO - CRÉDITO APURADO EM PROCESSO JUDICIAL - COMPENSAÇÃO - PRESSUPOSTOS LEGAIS - ART. 170-A DO CTN E ART. 74 DA LEI Nº 9430/96.
Não se confundem os objetos da ação judicial de repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e da forma de sua execução, que se pode dar mediante compensação(art. 170 e 170-A do CTN; art. 66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento tributário, sua revisão e homologação, estas últimas atribuídas privativamente à autoridade administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. Embora a decisão judicial, que declare ser restituível e compensável determinado crédito, sirva de título para a compensação no âmbito do lançamento por homologação, esta última somente se efetiva após o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito à repetição do indébito tributário, e mediante a entrega pelo sujeito passivo, da declaração administrativa legalmente prevista, da qual devem necessariamente constar as informações relativas aos supostos créditos utilizados e aos respectivos débitos a serem compensados. O art. 170-A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência.
Numero da decisão: 3402-001.852
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso, vencidos conselheiros João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, que davam provimento ao recurso. Designado conselheiro Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca para redigir o voto vencedor. Fez sustentação pelo patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra.
Gilson Macedo Rosenburg Filho -
Presidente Substituto
João Carlos Cassuli Junior
Relator
Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça
Redator designado
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ... Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta (Presidente). O Presidente substituto da Turma, assina o acórdão, face à impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. , Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003 Ementa: PIS - PEDIDO DE COMPENSAÇÃO - CRÉDITO APURADO EM PROCESSO JUDICIAL - COMPENSAÇÃO - PRESSUPOSTOS LEGAIS - ART. 170-A DO CTN E ART. 74 DA LEI Nº 9430/96. Não se confundem os objetos da ação judicial de repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e da forma de sua execução, que se pode dar mediante compensação(art. 170 e 170-A do CTN; art. 66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento tributário, sua revisão e homologação, estas últimas atribuídas privativamente à autoridade administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. Embora a decisão judicial, que declare ser restituível e compensável determinado crédito, sirva de título para a compensação no âmbito do lançamento por homologação, esta última somente se efetiva após o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito à repetição do indébito tributário, e mediante a entrega pelo sujeito passivo, da declaração administrativa legalmente prevista, da qual devem necessariamente constar as informações relativas aos supostos créditos utilizados e aos respectivos débitos a serem compensados. O art. 170-A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso, vencidos conselheiros João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, que davam provimento ao recurso. Designado conselheiro Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca para redigir o voto vencedor. Fez sustentação pelo patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto João Carlos Cassuli Junior Relator Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Redator designado Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ... Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta (Presidente). O Presidente substituto da Turma, assina o acórdão, face à impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. , Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003 Ementa: PIS PEDIDO DE COMPENSAÇÃO CRÉDITO APURADO EM PROCESSO JUDICIAL COMPENSAÇÃO PRESSUPOSTOS LEGAIS ART. 170A DO CTN E ART. 74 DA LEI Nº 9430/96. Não se confundem os objetos da ação judicial de repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e da forma de sua execução, que se pode dar mediante compensação(art. 170 e 170A do CTN; art. 66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento tributário, sua revisão e homologação, estas últimas atribuídas privativamente à autoridade administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. Embora a decisão judicial, que declare ser restituível e compensável determinado crédito, sirva de título para a compensação no âmbito do lançamento por homologação, esta última somente se efetiva após o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito à repetição do indébito tributário, e mediante a entrega pelo sujeito passivo, da declaração administrativa legalmente prevista, da qual devem necessariamente constar as informações relativas aos supostos créditos utilizados e aos respectivos débitos a serem compensados. O art. 170A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso, vencidos conselheiros João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, que davam provimento ao recurso. Designado conselheiro Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca para redigir o voto vencedor. Fez sustentação pelo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 72 00 06 /2 00 8- 51 Fl. 577DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 2 patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto João Carlos Cassuli Junior – Relator Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Redator designado Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ... Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta (Presidente). O Presidente substituto da Turma, assina o acórdão, face à impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. , Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Fl. 578DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.335 3 Relatório Versam estes autos de Declarações de Compensação, de créditos provenientes de pagamentos indevidos a título de PIS, com débito de IPI relativo mês de Set/2004, não homologadas pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santo André, ao fundamento de inexistência do trânsito em julgado da ação judicial apontada como origem do direito creditório (PIS Semestralidade) utilizado pela interessada. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do despacho decisório em 30/01/2008, conforme AR de fls. 91, o sujeito passivo apresentou em 28/02/2008 (fls. 88 e seguintes) sua Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese que: · A Manifestação é tempestiva e merece ser conhecida; As compensações foram realizadas com fundamento nas decisões proferidas na Ação Declaratória (de nº. 94.00148038), estando em consonância com a legislação de regência vigente à época dos fatos (compensações), citando os artigos 74 da Lei 9.430/96 – com as alterações dadas pela 10.637 e 10/833/2002 – e IN 210/2002; · Que a Ação Judicial apontada pela Autoridade Administrativa trazia em sua petição inicial diversos pedidos, e que mais de um pedido foi acolhido pela decisão do Poder Judiciário, dentre eles o reconhecimento dos créditos de PIS (advindos do recolhimento sob a égide da inconstitucionalidade dos Decretos 2.445 e 2.449/88), sendo que nem todos foram alvo de recurso pela União Federal, em especial este pedido, transitando assim em julgado a decisão judicial à favor da autora; · Que os provimentos judiciais proferidos nos autos da Ação Ordinária nº. 94.00148038 permitiam a compensação imediata dos créditos de PIS e que tais decisões transitaram em julgado no momento em que não foram recorridas pela parte contrária no processo; O contribuinte discorre ainda longamente sobre a extensão e os efeitos da coisa julgada, em prol de convencer a Autoridade Administrativa que o processo judicial que discutia seu direito creditório transitou em julgado no tocante à matéria não recorrida pela União Federal, requerendo ao final o julgamento integralmente procedente de sua defesa para a homologação das compensações realizadas. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise e atenção aos pontos suscitados pela interessada na defesa apresentada, a Primeira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, proferiu o Acórdão de nº. 0522.520, nos seguintes termos: Fl. 579DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 4 “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO_PARA_O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003 SENTENÇA JUDICIAL NÃO TRANSITADA EM JULGADO. Ainda que se admita a tese do trânsito em julgado por capítulos da(o) sentença/acórdão, não se pode admitir a busca, na via administrativa, de execução de coisa distinta daquela conformada no processo judicial, isso sem dizer que o próprio pressuposto da referida tese é inexistente no caso, isto é, a independência entre o capitulo não impugnado na via recursal e aquel'outros assim desafiados. De toda forma, a tese do trânsito em julgado fracionado não vinga, hoje, no Superior Tribunal de Justiça STJ e, certo que o caso é daqueles em que ainda não se colheu dito trânsito em julgado, a implementação da compensação, conforme parâmetros fixados no julgado judicial, nem mais, nem menos, fica obstada, isto à força do art. 170A do CTN. PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Se a questão (ponto controvertido) em debate no processo administrativo é levada à apreciação do Poder Judiciário, a Autoridade Tributária, originalmente competente para proferir decisão sobre a contenda, deixa de se1o: a competência para decidir desloca se da esfera da Administração para a do Poder Judiciário.” O próprio relator do voto proferido pela DRJ já menciona que seus fundamentos podem ser resumidos em “cinco linhas de consideração” (fls, 439), dando de forma específica o ponto observado para análise e julgamento do processo. Transcrevo tais linhas de consideração nos termos apontados no Acórdão: “PRIMEIRO, AINDA QUE SE ADMITA A TESE DO TRANSITO EM JULGADO POR CAPÍTULO DA (O) SENTENÇA/ACÓRDÃO, O CONTRIBUINTE BUSCA, NA VIA ADMINISTRATIVA, A EXECUÇÃO DE COISA DISTINTA DAQUELA CONFORMIDADE NO PROCESSO JUDICIAL”; “SEGUNDO, AINDA QUE SE ADMITA A TESE DO TRÂNSITO EM JULGADO POR CAPÍTULO DA (O) SENTENÇA/ACÓRDÃO, O CASO PRESENTE NÃO SE SUBSUME DE IMEDIATO À ESPÉCIE”; “TERCEIRO, A TESE DO TRÂNSITO EM JULGADO POR CAPÍTULOS DA (O) SENTENÇA/ACORDÃO, NÃO É, HOJE, ADMITIDA NO ÂMBITO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ”; “QUARTO, AINDA NÃO HOUVE TRANSITO EM JULGADO DO CASO” “QUINTO, A PRETENSÃO ADMINISTRATIVA DO CONTRIBUINTE EXTRAVASA OS POSSÍVEIS LIMITES DA DECISÃO JUDICIAL QUE VIRÁ A GANHAR FOROS DE IMUTABILIDADE”. DO RECURSO Cientificado da decisão de 1a instância em 09/09/2008, conforme AR de fls. 450, e não concordando com os termos em que foi proferida a mencionada decisão, o sujeito passivo apresentou tempestivamente, em 24/09/2008, Recurso Voluntário dirigido a este Conselho. Fl. 580DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.336 5 O recurso de fls. 380 a 416 além de repisar os argumentos trazidos na Manifestação de Inconformidade, reproduzindo o mesmo histórico quanto ao andamento da Ação Judicial – e da existência do trânsito em julgado da referida demanda, sustenta ainda que: · É possível a compensação de créditos de PIS com débitos de quaisquer tributos administrados pela Receita Federal, aplicandoselhe as legislações supervenientes à época do ajuizamento da ação judicial, e não só a compensação de débitos de PIS com créditos de PIS; · É inaplicável ao caso o art. 170A do CTN, pois que a recorrente requer a compensação de créditos tributários de PIS cujos fatos geradores ocorreram em período anterior à vigência do referido dispositivo legal; Ao final a recorrente frisa ainda que o recurso especial interposto na Ação Ordinária nº 94.00148038 (ainda não apreciado nos autos daquele processo quando proferida a decisão de 1ª instância na via administrativa), transitou em julgado em 14/08/2008, dando, por sua vez, ensejo a crédito adicional ao já utilizado pela recorrente, o qual fora “recentemente” utilizado pela mesma. Requereu por fim provimento integral ao recurso, para o fim de ser reconhecido o direito à compensação de créditos tributários de PIS (reconhecidos na ação já citada), com os débitos de IPI relativos à competência de set/2004. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 04 (quatro) Volumes, numerado até a folha 504 (quinhentos e quatro), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 581DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 6 Voto Vencido Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator. O recurso atende os pressupostos de admissibilidade e tempestividade, portanto, dele tomo conhecimento, passando a análise dos fatos articulados pela recorrente. Não vislumbro matérias de ordem pública que sejam suscitáveis de oficio ou que tenham sido objeto do recurso manejado pela parte, de modo que passo a análise das questões de mérito. 1. Do mérito: 1.1 Da inaplicabilidade do art. 170A, do CTN, às ações propostas anteriormente à sua vigência: No tocante ao mérito, a recorrente pugna pela inaplicabilidade do art. 170A, do Código Tributário Nacional, tendo em vista que a ação mandamental foi proposta anteriormente à sua vigência, sendo impossível a sua aplicação ao caso concreto. A controvérsia aqui travada diz respeito à incidência intertemporal do disposto no art. 170A do Código Tributário Nacional, que veio dar tratamento especial à espécie de compensação bastante peculiar: aquela em que o crédito do contribuinte, a ser compensado, é objeto de controvérsia judicial. O citado art. 170A, norma que determina que é necessário o trânsito em julgado da sentença que concedeu o direito à compensação, acrescentou um elemento qualificador ao crédito que tem o contribuinte contra a Fazenda. E como elemento qualificador que é do crédito pretendido, deveria preexistir à época do ajuizamento da ação que o tem como objeto, atendendo, inclusive, ao princípio da anterioridade. Desta forma, correto é o entendimento expresso pelo STJ no sentido de que o disposto no art. 170A, do CTN, somente deve ser aplicado às ações propostas após a sua vigência, como vemos pelos julgados a seguir transcritos: TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. ART. 170A DO CTN. REQUISITO DO TRÂNSITO EM JULGADO. APLICABILIDADE. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso Especial 1.167.039/DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil (recursos repetitivos), firmou o entendimento segundo o qual o art. 170A do CTN que veda a compensação de créditos tributários antes do trânsito em julgado da ação aplicase às demandas ajuizadas após 10.1.2001, mesmo na hipótese de tributo declarado inconstitucional. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1299470/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 23/03/2012) Fl. 582DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.337 7 PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 170A DO CTN. INAPLICABILIDADE ÀS AÇÕES AJUIZADAS NO PERÍODO ANTERIOR À LC 104/2001. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543C DO CPC. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1.164.452/MG. 1. Hipótese em que se discute a compensação dos créditos reconhecidos judicialmente antes do trânsito em julgado da decisão. 2. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento do REsp 1164452/MG, submetido ao rito do art. 543C do CPC, sedimentou o entendimento de que a limitação imposta pelo art. 170A, do CTN deve ser aplicada às causas iniciadas posteriormente à sua vigência. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1360730/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/03/2012, DJe 06/03/2012) Ainda assim, a compensação realizada antes do trânsito em julgado traz implícita a condição resolutória da sentença final favorável ao contribuinte, condição essa que, se não ocorrer, acarretará a ineficácia da operação, com as consequências daí decorrentes. No caso destes autos, a ação foi distribuída em 07/10/1994, razão pela qual, não se aplica, em relação ao crédito nela controvertido, a exigência do art. 170A do Código Tributário Nacional, cuja vigência se deu posteriormente. Não bastasse este entendimento, levo em consideração ainda o fato de que inclusive os pedidos de compensação, realizados por meio de papel, foram feitos antes mesmo da entrada em vigência do art. 170A do CTN, de modo que impossível a sua aplicação ao presente caso, também por esta vertente. Ainda, por ser temática já decidida em sede de Recursos Repetitivos no STJ, não poderia ser outra a minha resolução, por força do art. 543C do CPC, senão declarar a inaplicabilidade do art. 170A do CTN ao caso apresentado nos autos. O julgamento da matéria aqui veiculada, determina que seja apreciado se há ou não crédito pretendido pelo contribuinte para a compensação, sendo afastado o óbice decorrente da aplicação do art. 170A, do CTN, mas não importando imediatamente em homologação da compensação, que deve ser submetida ao procedimento de análise do mérito do pedido, por parte da autoridade administrativa competente. 1.2 Da possibilidade de compensação de créditos de PIS com quaisquer tributos administrados pela RFB: A recorrente ainda se insurge quanto a negativa da DRJ em acolher a possibilidade de homologação das compensações ante a execução de coisa distinta daquela conformada no processo judicial, qual seja, a compensação de créditos de PIS com débitos de IPI. Neste ponto também merece provimento o recurso voluntário interposto. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 8 Diferentemente à hipótese de aplicação do art. 170A do CTN, neste caso, por não se tratar de condição resolutória de constituição do crédito tributário, deve ser aplicada à compensação a legislação vigente à época do encontro de contas, e não quando da constituição do crédito. Na questão da necessidade do trânsito em julgado, como condição de procedibilidade para a compensação baseada em crédito objeto de discussão judicial (art. 170 A, do CTN), está pacificado que referido dispositivo não pode retroagir para colher demandas anteriores. Assim sendo, viabilizada a compensação com base em crédito sujeito a demanda judicial, em função da data da propositura da demanda ser anterior a vigência do art. 170A, do CTN, aplicarseá, então, a regra vigente no momento do pleito de compensação. Assim, não há como se admitir que seja utilizada a Lei n. 8.383/91, vigente quando da propositura da ação judicial, como norma regente da compensação pretendida nestes autos, mas sim as determinações da Lei n. 9.430/96, que já estava vigorante nas datas dos pedidos de compensação. Neste sentido a 9ª Região Fiscal já se manifestou quando da resposta à Consulta n. 351, publicada na DOU em 07/12/2004 nos seguintes termos: Os créditos de natureza tributária, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, reconhecidos por sentença judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensação com débitos de tributos ou contribuições da mesma espécie, poderão ser compensados com débitos relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, se houver legislação superveniente que assegure igual tratamento aos demais contribuintes. Desta forma, não há qualquer óbice na legislação para que norma superveniente, mais benéfica ao contribuinte, seja utilizada para possibilitar as compensações pretendidas. Mesmo que à época das decisões que embasaram as declarações de compensação a legislação era diversa, deve ser reconhecido ao contribuinte o direito de utilizarse desta nova norma que lhe beneficia. Tanto é verdade este raciocínio que o próprio Código de Processo Civil, em seu art. 303, I, permite que seja aplicado direito superveniente à processos em andamento, de modo que desponta claro que se é permitido deduzir novas alegações no transcurso do processo quando da superveniência de norma mais benéfica, justo é que o contribuinte possa se utilizar da norma que regula seu direito quando da execução. Este fundamento vem albergado pelo art. 106 do Código Tributário Nacional, nos seguintes termos: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; Fl. 584DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.338 9 b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Inclusive, o STJ já se manifestou de forma a aceitar que os Tribunais se utilizem, de ofício, de legislação mais benéfica ao contribuinte, não se caracterizando o julgamento ultra petita. Ainda sobre o assunto, remansosa é a jurisprudência do STJ: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PIS. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. "TESE DOS CINCO MAIS CINCO". ENTENDIMENTO CONSAGRADO EM RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (REsp 1.002.932/SP). COMPENSAÇÃO. REGIME JURÍDICO VIGENTE À ÉPOCA DA PROPOSITURA DA DEMANDA. RECURSO REPETITIVO (REsp 1.137.738/SP). RECURSO ESPECIAL DA IMPETRANTE CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. O prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, referente a pagamento indevido efetuado antes da entrada em vigor da LC 118/05, continua observando a "tese dos cinco mais cinco" (REsp 1.002.932/SP, Rel Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJ 18/12/09). 2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da LC 118/05, que estabelece aplicação retroativa de seu art. 3º, por ofensa dos princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (AI nos EREsp 644.736/PE, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 27/8/07). 3. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.137.738/SP, de relatoria do Min. Luiz Fux, DJe 1º/2/10, submetido ao procedimento dos recursos repetitivos previsto no art. 543C do CPC, pacificou o entendimento de que, na compensação tributária devese observar a lei de vigência no momento da propositura da ação, ressalvando se o direito do contribuinte de compensar o crédito tributário PELAS NORMAS POSTERIORES NA VIA ADMINISTRATIVA. [grifei] 4. Recurso especial da Avícola a Jato Ltda. conhecido e provido para reconhecer, quanto ao prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, referente a pagamento indevido efetuado antes da entrada em vigor da LC 118/05, a aplicação da "tese dos cinco mais cinco". Recurso especial da Fazenda Nacional conhecido e não provido. (REsp 943.753/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 30/05/2011) Fl. 585DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 10 TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGISLAÇÃO VIGENTE AO TEMPO DO ENCONTRO DE CONTAS. LEIS 9.032/95 e 9.129/95. APLICABILIDADE. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que a compensação tributária é regida pela lei vigente no momento em que se realiza o encontro de contas, e não por aquela em vigor na época do efetivo pagamento. 2. "O fato gerador do direito à compensação não se confunde com o fato gerador dos tributos compensáveis. O fato gerador do direito de compensar é a existência dos dois elementos compensáveis (um débito e um crédito) e o respectivo encontro de contas. Sendo assim, o regime jurídico aplicável à compensação é o vigente à data em que é promovido o encontro entre débito e crédito, vale dizer, à data em que a operação de compensação é efetivada. Observado tal regime, é irrelevante que um dos elementos compensáveis (o crédito do contribuinte perante o Fisco) seja de data anterior" (REsp 742.768/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, Primeira Turma, DJ 20/2/2006). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1213142/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 27/05/2011) RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO (RESTITUIÇÃO) COM DÉBITOS OBJETO DE PARCELAMENTO ESPECIAL (PAES). INADMISSIBILIDADE. ART. 74, § 3o., IV DA LEI 9.430/96 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.051/04. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Inexiste violação ao art. 535 do CPC quando a questão é inteiramente apreciada pelo Tribunal a quo, com a argumentação e a fundamentação que lhe pareceu mais adequada à solução da controvérsia. 2. A compensação é modalidade de extinção do crédito tributário que depende de previsão legal, conforme a determinação prevista no artigo 170 do Código Tributário Nacional. 3. Na compensação tributária deve ser observada a Lei de vigência no momento da propositura da ação, ressalvado o direito do contribuinte de compensar o crédito tributário por normas posteriores na via administrativa. 4. A Lei 10.637/2002 alterou a Lei 9.430/96 para instituir a modalidade de compensação por meio de declaração do próprio contribuinte, na qual este faz constar as informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados (art. 74, § 1o.). Essa compensação declarada extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação pela Secretaria da Receita Federal (art. 74, § 2o.); todavia, a partir da edição da Lei 11.051/2004, foi acrescentado dispositivo vedando expressamente a compensação com débitos consolidados em qualquer modalidade de parcelamento (art. 74, § 3o., IV). Precedentes. 5. Não afaga o princípio da segurança jurídica, tão essencial à harmonia de todas as relações sociais, máxime com o Poder Público, a aplicação de regra ou norma afluente após o parcelamento de débito tributário (ato administrativo perfeito e acabado); mas, o afastamento dessa norma, ao Fl. 586DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.339 11 argumento de estar em confronto com a Constituição, exige a observância do rito previsto no art. 97 da CF. Súmula Vinculante 10/STF. 6. Recurso Especial provido. (REsp 1218891/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/09/2011, DJe 16/09/2011) PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. 1. Inexiste contradição em acórdão que lança premissas harmônicas com as conclusões adotadas. 2. A jurisprudência atual da 1ª Seção é no sentido de que a compensação tributária há de regerse pela lei vigente no momento em que o contribuinte a aciona. 3. No caso, a compensação estava vinculada aos ditames da Lei nº 9430 de 1996, que exigia requerimento prévio ao órgão arrecadador. 4. Embargos rejeitados. (EDcl no AgRg no REsp 701.865/MG, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/04/2006, DJ 22/05/2006, p. 152) “CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. COMPENSAÇÃO. PIS COM COFINS E PIS. ARTIGO 66, DA LEI 10.637/2002. SUPERVENIENCIA DA ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. [...] 3. Apesar de a referida lei ter sido publicada após o julgamento da decisão embargada, a mesma pode ser aplicada ao caso concreto. Cuidase de ‘direito superveniente’, cuja aplicação a processos em andamento é permitida pelo próprio código de Processo Civil, em seu artigo 303, inciso I. Ademais, tratase de norma mais benéfica para o contribuinte. Improvimento dos Embargos Infringentes.” (EIAC nº. 98055011361/CE, publicada em 28/10/2005). Isto posto, também quanto ao mérito, voto no sentido de dar provimento ao recurso, reconhecendo a inaplicabilidade do art.170A, do CTN, no caso em concreto, bem como a possibilidade de se efetuar a compensação dos créditos acumulados pelo PIS com débitos de IPI, devendo a autoridade competente avaliar se encontramse presentes os demais requisitos para homologação da compensação pleiteada. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior – Relator. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 12 Voto Vencedor Com a devida vênia ouso divergir do brilhante voto proferido pelo ínclito relator, por entender que in casu merece subsistir a r. decisão recorrida que deu correta aplicação à lei, face às razões que passo a expor. Não se confundem os objetos da ação judicial de que reconhece o direito à restituição ou ressarcimento de crédito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e as formas de sua execução ou liquidação, que se pode dar mediante compensação (art. 170 e 170A do CTN; art. 66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento tributário, sua revisão e homologação, estas últimas atribuídas privativamente à autoridade administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. A distinção entre estas atividades legalmente inconfundíveis, encontrase devidamente delineada pela Jurisprudência. Embora não se ignore que “transitado em julgado, o acórdão que declare ser o crédito restituível ou compensável servirá de título para a compensação no âmbito do lançamento por homologação” (Resp. 78.270 MG 95.565013 2ª Turma do STJ Rel. Ministro Ari Pargendler j. unânime 28.03.96 DJU 1 29.04.96 pág. 13.406/07), também não se pode ignorar que “o pagamento ou a compensação, propriamente, enquanto hipóteses de extinção do crédito tributário, só serão reconhecidos por meio da homologação formal do procedimento ou depois de decorrido o prazo legal para a constituição do crédito tributário, ou de diferenças deste (CTN, art. 156, incisos VII e II, respectivamente). O procedimento do lançamento por homologação é de natureza administrativa, não podendo o juiz fazer as vezes desta. Nessa hipótese, estáse diante de uma compensação por homologação da autoridade fazendária. (...). O juiz não pode, nessa atividade, substituirse à autoridade administrativa.” (cf. Ac. da 1ª Seção do E. STJ nos Embargos de Divergência no REsp. nº 100.523RS Reg. 97.46460, em sessão de 11/07/97, Rel. Min. Ari Pargendler, publ. in DJU de 30/06/97). Por outro lado, também já assentou o E. STJ que “só pode haver compensação se o crédito do contribuinte for líquido e certo, isto é, determinado em sua quantia” sendo que “só após esse estado de liquidez e certeza é que o contribuinte pode fazer o lançamento, efetuando a operação de compensação, sujeita a homologação pelo Fisco”, ou seja, “a liquidez e certeza só podem ser apuradas mediante operação que demanda provas e contas” (cf. Ac. da 1ª Turma do STJ no REsp. nº 100.523, Reg. 96/00427453, em sessão de 07/11/96, Rel. Min. José Delgado, publ. in DJU de 09/12/96), obviamente só apuráveis após o trânsito em julgado, através da liquidação da sentença que reconhece o direito à repetição do indébito tributário. Entretanto, no caso concreto, tratandose de Pedidos de Compensação formulados em 20/09/04 (fls.01), 24/09/04 (fls.07), 30/09/04 (fls. 11) e 08/10/04 (fls. 17), já se aplicava a restrição prevista na LC nº 104, que introduziu no CTN o art. 170A e, por sua vez expressamente veda a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, “antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”, eis que como já assentou a Jurisprudência do E. STJ, “nas ações ajuizadas após a publicação da Lei Complementar n.º 104/2001, que acrescentou o art. 170A ao CTN, somente se admite a compensação tributária depois do trânsito em julgado da sentença” sendo certo que “a jurisprudência da Corte não diferencia a compensação no âmbito do lançamento por Fl. 588DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/200851 Acórdão n.º 3402001.852 S3C4T2 Fl. 1.340 13 homologação (art. 66 da Lei n.º 8.383/90) das demais hipóteses de compensação para efeito de incidência do disposto no art. 170A do CTN” (cf. Ac. da 1ª Seção do STJ no AgRg nos EDcl nos EREsp nº 755567PR, Reg. nº 2005/01498896, em sessão de 22/02/06, Rel. Min. CASTRO MEIRA, publ. in DJU de 13/03/06, p. 176) Nesse sentido a Jurisprudência do E. STJ, como se pode ver da seguinte e elucidativa ementa: “RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUTÔNOMOS E ADMINISTRADORES. COMPENSAÇÃO. ART. 170A DO CTN. IRRETROATIVIDADE. AÇÃO PROPOSTA POSTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LC 104/2001. APLICAÇÃO DO ART. 170A DO CTN. COMPENSAÇÃO SOMENTE APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. CUMULAÇÃO VEDADA. AFASTADA A APLICAÇÃO DOS JUROS PREVISTOS NO CTN. RECURSO DESPROVIDO. 1. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento dos EREsp 488.992/MG, firmou entendimento no sentido da nãoaplicação retroativa dos sucessivos regimes legais de compensação tributária. Na mesma ocasião, fixouse a data da propositura da ação para se estabelecer o regime de compensação aplicável em cada caso. 2. O art. 170A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, somente é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência. Assim, é viável exigirse o novo requisito previsto no art. 170A do CTN para as ações ajuizadas em data posterior à vigência da Lei Complementar 104, de 10 de janeiro de 2001. (...) 4. Recurso especial desprovido.” (cf. Ac. da 1ª turma do STJ no REsp nº 694211PR, Reg. nº 2004/01442671, em sessão de 12/09/06, Rel. Min. DENISE ARRUDA, publ. in DJU de 02/10/06, p. 228) Assim, não se justifica a reforma da r. decisão recorrida (fls. 371/376) nesse particular, que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, razão pela qual in casu voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D´EÇA Fl. 589DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 14 Fl. 590DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Numero do processo: 10580.726444/2009-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Apr 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS COMO ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS PELO CONTRIBUINTE A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. LEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO.
A União tem legitimidade ativa para cobrar o imposto de renda da pessoa física nas hipóteses em que o Estado não tenha efetuado a retenção na fonte.
IRPF. VALORES NÃO RETIDOS A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SUJEITO AO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS NÃO SUBMETIDOS À TRIBUTAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO CONTRIBUINTE.
Nos termos do Parecer Normativo SRF n.º 01, de 24 de setembro de 2002, verificada a falta de retenção pela fonte pagadora antes da data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, passa-se a exigir do contribuinte o imposto, a multa de ofício e os juros de mora, nos casos em que este não tenha submetido os rendimentos à tributação.
IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA.
Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza salarial.
Precedentes do STF e do STJ.
IRPF. MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL.
O erro escusável do Recorrente justifica a exclusão da multa de ofício (Súmula CARF 73).
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-002.445
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento em parte ao recurso voluntário, para afastar a multa de ofício, em virtude da aplicação da Súmula CARF 73.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Eivanice Canário da Silva.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS COMO ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS PELO CONTRIBUINTE A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. LEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO. A União tem legitimidade ativa para cobrar o imposto de renda da pessoa física nas hipóteses em que o Estado não tenha efetuado a retenção na fonte. IRPF. VALORES NÃO RETIDOS A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SUJEITO AO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS NÃO SUBMETIDOS À TRIBUTAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO CONTRIBUINTE. Nos termos do Parecer Normativo SRF n.º 01, de 24 de setembro de 2002, verificada a falta de retenção pela fonte pagadora antes da data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, passase a exigir do contribuinte o imposto, a multa de ofício e os juros de mora, nos casos em que este não tenha submetido os rendimentos à tributação. IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza salarial. Precedentes do STF e do STJ. IRPF. MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. O erro escusável do Recorrente justifica a exclusão da multa de ofício (Súmula CARF 73). Recurso provido em parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 64 44 /2 00 9- 95 Fl. 268DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento em parte ao recurso voluntário, para afastar a multa de ofício, em virtude da aplicação da Súmula CARF 73. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Eivanice Canário da Silva. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 158/248) interposto em 15 de agosto de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) (fls. 148/153), do qual a Recorrente teve ciência em 26 de julho de 2011 (fl. 157), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração de fls. 03/07, lavrado em 09 de novembro de 2009, em decorrência de classificação indevida de rendimentos na declaração de imposto de renda pessoa física, verificada nos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” (fl. 148). Fl. 269DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.726444/200995 Acórdão n.º 2101002.445 S2C1T1 Fl. 261 3 Não se conformando, a Recorrente interpôs o recurso voluntário de fls. 158/248, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Tratase de auto de infração lavrado em virtude de ter sido verificada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, tendo estes sido apontados como rendimentos isentos e não tributáveis. Mencionados rendimentos foram recebidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em atendimento ao disposto pela Lei Estadual do Estado da Bahia n.º 8.730/2003. Em se tratando de recurso que versa a respeito de rendimentos recebidos acumuladamente pela contribuinte, houve resolução deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF no sentido de determinar o sobrestamento de seu julgamento, até o trânsito em julgado de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, a ser proferida nos autos do RE n.º 614.406, nos termos do disposto pelos art. 62A, §§ 1º e 2º, do RICARF. Cumpre salientar, todavia, que, em 18 de novembro de 2013, foi editada a Portaria MF n.º 545, que alterou o Regimento Interno do CARF, revogando os parágrafos primeiro e segundo do supracitado art. 62A, razão pela qual retornam os autos para julgamento. Com relação ao argumento de que não haveria legitimidade da União para cobrança do referido imposto, tendo em vista a redação do art. 157, I, da Constituição Federal, verificase que este dispositivo trata da repartição da receita tributária. Não obstante a destinação da arrecadação obtida por meio de tributos ser matéria afeta ao Direito Financeiro, esta não tem o condão de alterar o disposto na legislação tributária, a qual conferiu à União a competência tributária e a legitimidade ativa para instituir e cobrar o imposto em questão, principalmente no presente caso, em que a retenção do imposto de renda não foi realizada pela fonte pagadora. Sustenta a Recorrente, ainda, que a responsabilidade pelo recolhimento do tributo devido seria da fonte pagadora, ou seja, o Estado da Bahia. Contudo, o Parecer Normativo SRF n.º 01, de 24 de setembro de 2002, dispôs que, verificada a falta de retenção pela fonte pagadora antes da data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, passase a exigir do contribuinte o imposto, a multa de ofício e os juros de mora, no caso em que este não tenha submetido os rendimentos à tributação. Verificandose que os rendimentos auferidos pela contribuinte constaram da Declaração de Ajuste Anual, concluise por sua responsabilidade quanto ao Imposto de Renda não recolhido. Quanto ao mérito, aduz a contribuinte, inicialmente, que os valores recebidos teriam natureza indenizatória, razão pela qual não haveria que se falar em sua inclusão na base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. Fundamentase, para tanto, na redação Fl. 270DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 do art. 3º da Lei Complementar do Estado da Bahia n.º 20/2003, segundo o qual “São de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta Lei”. Não obstante o mencionado dispositivo consignar o caráter indenizatório dos rendimentos, imprescindível que se realize a análise de sua natureza jurídica, de forma a se determinar seu caráter indenizatório ou salarial. Conforme dispõe o art. 2º da referida Lei, tais valores são relativos a “diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV”. Da leitura do artigo, denotase que o pagamento de tais valores deveuse à necessidade de manutenção do valor real do salário, de forma a corrigir erros anteriores no cálculo da conversão da moeda nacional. A lei estadual acima citada não buscou, por meio do pagamento das diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material, sofrido pela contribuinte, mas a compensação em razão da ausência de oportuna correção no valor nominal do salário, verificada quando da alteração da moeda. Portanto, tais valores integram a remuneração percebida pela contribuinte, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Estáse diante, pois, de acréscimo patrimonial tributável pelo Imposto de Renda, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA). Buscando reforçar o argumento, requer a contribuinte a aplicação da Resolução n.º 245 do STF, assim como de consulta administrativa realizada pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, os quais disporiam acerca da remuneração dos magistrados. No entanto, mencionadas normas não se aplicam ao fim pretendido pela Recorrente. Inicialmente, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de cálculo do abono salarial variável e provisório de que trata o art. 2º e parágrafos da Lei n.º 10.474/2002, considerandoo como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art. 1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”. A própria redação da Resolução excluiu do valor integrante do abono as verbas referentes à diferença de URV, de onde se interpreta que esta não tem natureza indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon: “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...).” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E tal também foi o entendimento do Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática proferida nos autos do Recurso Extraordinário n.º 471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. Fl. 271DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.726444/200995 Acórdão n.º 2101002.445 S2C1T1 Fl. 262 5 As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução nº 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...).” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Concluise, portanto, pelo caráter salarial dos valores recebidos acumuladamente pela Recorrente, razão pela qual deverão compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional. Por fim, em relação à multa de ofício, entendo que esta deve ser excluída do lançamento. Isso com base na boafé da Recorrente, caracterizada pelo fato de ter agido simplesmente de acordo com expressas informações existentes na Lei Complementar do Estado da Bahia n.º 20/2003. Justificando referido entendimento, a Câmara Superior de Recursos Fiscais tem entendido que o erro escusável do contribuinte, em situações como a dos autos, autoriza a exclusão da multa de ofício (Súmula CARF 73). Assim, ao recurso deve ser dado provimento em parte, apenas para afastar a multa de ofício. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de REJEITAR as preliminares e, no mérito, DAR provimento EM PARTE ao recurso, para afastar a multa de ofício, em virtude da aplicação da Súmula CARF 73. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 272DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 15563.720245/2011-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. REGIME ESPECIAL DO SIMPLES. NÃO COMPROVAÇÃO DA EMPRESA QUANTO AO ENQUADRAMENTO NO PERÍODO FISCALIZADO.
Não recolhimento de contribuições previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu requerimento de adesão sequer fora deferido. Nos termos do art. 29 da Lei Complementar 123/06, a cientificação quanto ao indeferimento do enquadramento no Simples é considerada realizada 15 dias após o registro da notificação eletrônica.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-003.682
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Thiago Taborda Simões - Relator
Participaram deste julgamento os conselheiros Julio César Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL Recorrente GINÁSIO MANUEL PEREIRA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. REGIME ESPECIAL DO SIMPLES. NÃO COMPROVAÇÃO DA EMPRESA QUANTO AO ENQUADRAMENTO NO PERÍODO FISCALIZADO. Não recolhimento de contribuições previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu requerimento de adesão sequer fora deferido. Nos termos do art. 29 da Lei Complementar 123/06, a cientificação quanto ao indeferimento do enquadramento no Simples é considerada realizada 15 dias após o registro da notificação eletrônica. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 56 3. 72 02 45 /2 01 1- 10 Fl. 276DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram deste julgamento os conselheiros Julio César Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15563.720245/201110 Acórdão n.º 2402003.682 S2C4T2 Fl. 277 3 Relatório Tratase de Autos de Infração lavrados sob os DEBCADs n°, 51.010.6218 e 51.010.6226, referentes, respectivamente, a contribuições a cargo do empregador destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos Riscos Ambientais do Trabalho – RAT e destinadas a outras entidades e fundos e obrigação acessória. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 25/29, “a empresa não comprovou sua opção pelo SIMPLES no período fiscalizado. (...) sendo que não consta nos sistemas da Receita Federal a empresa como cadastrada na OPÇÃO pelo SIMPLES neste período. ” Ainda de acordo com a fiscalização, a existência de contribuições não declaradas e não recolhidas até o início do procedimento fiscal, em tese, configura prática de crime contra a ordem tributária e, por tal razão, foi lavrada Representação Fiscal Para Fins Penais sob o PAF n° 15563.720246/201164. Intimada da autuação, a Recorrente apresentou impugnação de fls. 82/91 que, às fls. 235/242, foi julgada improcedente sob os seguintes fundamentos: a) Em consulta ao site da RFB, na opção SIMPLES Nacional/Entes Federativos, verificase que a empresa solicitou sua inclusão no SIMPLES em duas situações, sendo ambas indeferidas por problemas fiscais; b) Quando da opção pelo SIMPLES pela Recorrente, já estava em vigência a Lei Complementar n° 123/2006, que não foi observada pela empresa; c) Descabe a alegação de que não tinha conhecimento de que seu pedido fora indeferido, uma vez que o Termo de Indeferimento tem como data de registro 01/10/2007 e, nos termos da LC n° 123/06, a cientificação da empresa se dá 15 dias após a data de registro do TI; d) Não cabe a discussão quanto ao indeferimento da opção pelo SIMPLES, vez que nestes autos a Recorrente deveria oferecer defesa apenas quanto ao débito apurado; e) A Recorrente alega que a agente fiscal não apurou de forma correta os recolhimentos efetuados no período fiscalizado, deixando de considerar diversos pagamentos realizados a maior. Todavia, a empresa não especificou quais foram os recolhimentos e competências desconsideradas; f) Os autos de infração atendem a todos os requisitos de validade; g) Não há cerceamento de defesa vez que devidamente discriminados os fatos geradores e as contribuições apuradas, bem como a indicação de onde os valores foram extraídos e os dispositivos legais que amparam o lançamento; Fl. 278DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Face ao resultado do julgamento, a Recorrente interpôs recurso voluntário às fls. 249/260, alegando em suma: 1) A Recorrente sempre honrou com sua adimplência tributária e fiscal; 2) Uma vez procedida a opção pelo Simples, a Recorrente agiu de forma correta e legítima cumprindo todas as obrigações acessórias na condição de optante; 3) A Recorrente não incorreu em nenhuma cláusula de vedação que pudesse excluí la da condição de optante do SIMPLES; 4) A Recorrente ao investigar a situação retroativa de sua opção constatou que exigência do cadastro municipal de QueimadosRJ, antigo distrito do município de Nova Iguaçu seria o motivo de irregularidade no seu enquadramento; 5) A irregularidade ocorreu por culpa exclusiva do ente municipal que cometeu equivoco no cadastro ao deixar de transferir informações cadastrais da empresa; 6) Não foram observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal, assim como o princípio da publicidade dos atos administrativos, vez que a Recorrente não foi comunicada em tempo hábil para se manifestar sobre sua exclusão do SIMPLES; 7) A Recorrente se enquadra e se enquadrava em todas as condições estabelecidas pela Lei Complementar n° 123/06; 8) A própria agente fiscal constatou a existência de recolhimentos compatíveis com o montante das contribuições retidas dos segurados. Tais afirmações comprovam a inexistência de débitos previdenciários por parte da Recorrente; 9) Cabia à fiscalização e a DRJ a verificação dos recolhimentos a maior; 10) A Relatora descreveu de forma evasiva que a Recorrente deveria prestar informações de forma correta. No entanto, não relata qual é o erro materializador da incorreção e a situação real da empresa Recorrente; 11) Houve equívoco por parte da agente fiscal, pois deixou de observar os princípios e fundamentos legais que amparam a constituição do crédito tributário, bem como não aponta de forma transparente e abrangente o fato gerador motivo do lançamento e a matéria tributável. Ao final, requer a improcedência do lançamento e o conseqüente cancelamento do crédito tributário. Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 279DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15563.720245/201110 Acórdão n.º 2402003.682 S2C4T2 Fl. 278 5 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões, Relator Preliminarmente Inicialmente, o recurso voluntário atende a todos os requisitos de admissibilidade, dentre eles o da tempestividade, razão pela qual dele conheço. No Mérito Tratase de autuação decorrente do não recolhimento de contribuições previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu requerimento de adesão sequer fora deferido. Alega a Recorrente que a irregularidade que resultou no indeferimento de sua inclusão no SIMPLES ocorreu por culpa exclusiva do ente municipal e, ainda, que não foi cientificada quanto ao indeferimento do pedido de forma adequada. Não merece guarida a pretensão. A Lei Complementar 123/06, na redação vigente à época dos fatos geradores, que trata do regime especial do SIMPLES assim dispõe: Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional darseá quando: (...) § 7° Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, a notificação de que trata o §6° deste artigo poderá ser feita por meio eletrônico, com prova de recebimento, sem prejuízo de adoção de outros meios de notificação, desde que previstos na legislação específica do respectivo ente federado que proceder à exclusão, cabendo ao Comitê Gestor disciplinála com observância dos requisitos de autenticidade, integridade e validade jurídica. § 8° A notificação de que trata o §7° deste artigo aplicase ao indeferimento da opção pelo Simples Nacional. Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar o lançamento ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente (...) Fl. 280DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 § 4° Considerase feita a intimação após 15 (quinze) dias contados da data do registro da notificação eletrônica de que tratam os §§ 7o e 8o do art. 29 desta Lei Complementar. Dessa forma descabe a alegação da Recorrente de que não tinha conhecimento do indeferimento de seu pedido de inclusão no SIMPLES NACIONAL, porquanto o Termo de Indeferimento tem data de registro 01/10/2007 e, nos termos da norma supra transcrita, a Recorrente foi dada como cientificada 15 dias após o registro. Vale destacar que não cabe a este julgador a apreciação de discussão quanto ao indeferimento da opção pelo SIMPLES, uma vez que o auditor fiscal, ao verificar o não enquadramento da empresa no regime especial, agiu no dever de lançar as contribuições previdenciárias uma vez verificado o inadimplemento das mesmas, em face do caráter vinculado e obrigatório, conforme dispõe o art. 142, parágrafo único do CNT. No presente caso, a autoridade fiscal verificou o descumprimento das obrigações previdenciárias uma vez que a Recorrente cumpria suas obrigações como se estivesse no SIMPLES sem que assim estivesse cadastrada junto à Receita Federal do Brasil. Quanto aos supostos valores apurados de forma incorreta pela autoridade fiscal, a Recorrente limitase a alegar tais incorreções, sem apontar quais recolhimentos e em que competências deixaram de ser considerados. No que diz respeito à alegada descrição evasiva e pouco clara do lançamento, não há respaldo nas alegações. O auto de infração dispõe expressamente acerca do fato gerador da contribuição. Tanto é verdade, que a Recorrente teve plena condição de impugnálo, inclusive apresentando defesa em face do principal motivo da autuação: a exclusão do SIMPLES. Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário e a ele nego provimento. É como voto. Thiago Taborda Simões. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10930.904539/2012-34
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 26/10/2010
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso.
PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal.
Numero da decisão: 3803-004.889
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso. PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
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GONCALVES & CIA LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Para a homologação da DCOMP transmitida pelo sujeito passivo, é necessária a demonstração da liquidez e certeza do crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso. PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 45 39 /2 01 2- 34 Fl. 75DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP, transmitido pelo contribuinte, em que pretende compensar apontado crédito de natureza tributária para com débito por ele apurado, ambos indicados em PER/DCOMP (efl 2/6), referente aos períodos e valores ali descritos e analisados no bojo deste processo. O pagamento foi identificado, mas constatouse que o mesmo foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, segundo dados do Despacho Decisório, dessa forma, o direito creditório não foi reconhecido e a compensação declarada resultou não homologada. Intimado a recolher o crédito tributário decorrente da não homologação da compensação, o contribuinte manifestou a sua inconformidade tempestivamente, argumentando o que se segue: a) Afirma seu direito ao recebimento do recurso, bem assim o regular processamento dos autos para julgamento pelo órgão competente; b) Alega que o despacho decisório está eivado de nulidades, pois não houve esclarecimentos quanto à suposta indisponibilidade de crédito e não foi analisada qualquer situação que legitima o crédito postulado; c) Alega não ter meio de se defender por desconhecimento da indisponibilidade e que o despacho decisório não dispõe de qualquer esclarecimento, inclusive em relação ao significado de “disponibilidade de crédito”, o que lhe parece se tratar do encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através do Darf e o Crédito declarado em DCTF. Não restando crédito disponível para ser restituído; d) Alega o cerceamento ao seu direito de ampla defesa, pois não foi intimado a fazer os esclarecimentos necessários e a autoridade administrativa não motivou sua decisão, a qual não passou pelo crivo de um Auditor Fiscal para confirmar a suposta indisponibilidade, dessa forma a não homologação desta compensação ocorreu por uma questão de sistema de informática, sendo assim o crédito sequer foi apreciado; e) Afirma, quanto ao mérito, que utilizou de valores que indevidamente integravam a base de cálculo do tributo, conforme teses já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, e que por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior; f) Alega que não há como apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado, já que nem a autoridade administrativa sabe ao certo o motivo do indeferimento, tampouco a interessada, devendo ser aplicada a regra autorizadora de produção posterior das provas. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/201234 Acórdão n.º 3803004.889 S3TE03 Fl. 11 3 A 3ª Turma da DRJ/CTA julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório, ementando sua decisão nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO [...] NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INTIMAÇÃO PARA ESCLARECIMENTOS. A ausência de pedido de esclarecimentos na fase preparatória do procedimento fiscal não caracteriza cerceamento do direito de defesa, que é assegurado na fase do contraditório, inaugurada com a manifestação de inconformidade. COFINS. BASE DE CÁLCULO. JULGAMENTO PELO STF. Aplicase a disposição do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, pois a decisão foi em Recurso Extraordinário e não em ADIN, só aproveitando, por isso, às partes envolvidas, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado, o sujeito passivo protocolou recurso voluntário, por meio do qual repete os argumentos expostos em manifestação de inconformidade, chegando a afirmar tratarse de um acórdão eletrônico, à semelhança do despacho decisório, sem que tenha sido submetido ao crivo de um auditor fiscal/colegiado para analisar essas situações. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Dos pedidos de nulidade. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 4 O contribuinte defende a nulidade do despacho decisório e do acórdão da DRJ por falta de motivação de seus atos, o que impossibilitou sua defesa. Entendemos que não seja obrigatória, na fundamentação do despacho decisório, a indicação expressa dos dispositivos legais e constitucionais em que se sustenta, desde que haja consonância dos argumentos utilizados com a jurisprudência e com o ordenamento jurídico vigente. Ressaltamos que o despacho decisório é processado de forma eletrônica, realizando o encontro dos valores constantes no sistema da Receita Federal do Brasil RFB. Como confessado pelo próprio contribuinte sua DCTF do período estava erroneamente preenchida, e esta informação estava inserida no sistema da RFB, ou seja, de fato o contribuinte não possuía créditos a serem ressarcidos no confronto dos valores declarados como devidos (DCTF) e daqueles que efetivamente foram recolhidos (DARF). As principais nulidades no processo administrativo fiscal estão disciplinadas nos artigos 59 e 60 do Decreto n.º 70.2351, de 1972, não identificamos nenhuma das hipóteses de nulidade presente no despacho decisório, muito menos ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, tanto que o recorrente pode fazer sua defesa de forma ampla e teve a oportunidade de provar seu direito creditório em pelo menos duas oportunidades distintas, uma quando da manifestação de inconformidade e outra quando interpôs recurso voluntário. O Despacho Decisório aponta como enquadramento legal os artigos 165 e 170 do CTN e artigo 74 da Lei 9.430/96. Tanto o artigo 170 do CTN quanto o 74 da Lei 9.430/96, reforçam o direito do contribuinte em compensar os seus débitos com crédito líquidos e certos, fica claro que a liquidez e certeza do crédito tributário é que ficou comprometida ante as informações prestadas pelo contribuinte, em especial no confronto da DCTF com o DARF recolhido, portanto, entendemos que não há que se falar em nulidade do Despacho Decisório por falta de fundamentação. Da mesma sorte, não identificamos qualquer hipótese de nulidade no acórdão proferido pela DRJ. A manifestação de inconformidade foi devidamente submetida ao crivo de um colegiado que fundamentou coerentemente sua decisão com base no Decreto 70.235, de 1972, além de trazer decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais do então Conselho de Contribuintes. Dessa forma a recorrente poderia usufruir do direito ao contraditório e à ampla defesa. Não identificamos qualquer cerceamento à defesa do contribuinte. Mérito e comprovação do crédito. 1 Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/201234 Acórdão n.º 3803004.889 S3TE03 Fl. 12 5 As compensações se prestam ao encontro de contas, entre um débito tributário e um crédito líquido e certo da contribuinte contra a Fazenda Pública, conforme determina o artigo 170 do CTN. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Neste mesmo sentido expressase o artigo 74 da Lei 9.430. Daí concluirse que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, a interessada deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” O recorrente afirma que utilizou de valores que indevidamente integraram a base de cálculo do tributo, conforme teses já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, e que por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior. Apesar de se referir a algumas teses de forma genérica, o contribuinte não expôs com exatidão quais delas teria usado para justificar a redução da base de cálculo. Muito menos demonstrou quais os valores que acredita não integrarem a referida base de cálculo, o que de fato impede a análise dos argumentos expostos e não prova a disponibilidade de crédito. Na mesma esteira, admitindose por hipótese, o direito subjetivo do contribuinte, o que não é o caso, mais uma barreira se ergueria em desfavor da requerente, qual seja, a absoluta falta de provas da existência do crédito requerido. O inciso III do artigo 16 do Decreto 70.235/72 determina que as provas que justifiquem as alegações do contribuinte devem ser trazidas na impugnação. Não há nos autos qualquer elemento de prova que ateste o crédito pretendido, não identificamos Notas Fiscais, Escrita Fiscal, Escrita Contábil, Livro de Apuração, Livro Diário, Livro Razão, planilhas demonstrativas, ou qualquer outro documento que possibilite, minimamente que seja, a sua aferição. No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36: Fl. 79DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 6 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 330 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Quem alegou a existência de crédito foi o contribuinte, portanto, cabe a este provar o alegado crédito e não transferir tal ônus para a RFB. Da apresentação das provas. O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, entretanto, mesmo neste momento processual, nenhuma prova foi carreada aos autos. Não há como deferir o pedido do contribuinte por produção de provas posteriores a este ato, por absoluta falta de previsão legal. Conclusão. Pelo exposto, rejeito as preliminares de nulidade e no mérito NEGO PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 80DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/201234 Acórdão n.º 3803004.889 S3TE03 Fl. 13 7 João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 81DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO
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Numero do processo: 10945.902223/2012-49
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 20/10/2008
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS.
Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.107
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes
(assinado digitalmente)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/10/2008 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1772; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 9 1 8 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.902223/201249 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3801003.107 – 1ª Turma Especial Sessão de 27 de fevereiro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Recorrente CGS INDUSTRIA E COMERCIO DE MOVEIS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/10/2008 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 90 22 23 /2 01 2- 49 Fl. 70DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 10 2 Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 11 3 Relatório Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira. Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Curitiba (DRJ/CTA), referente ao processo administrativo nem que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, não sendo reconhecido o direito creditório. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ/CTA, que assim relatou os autos: Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp, devido à inexistência de crédito pleiteado, uma vez que o pagamento de COFINS (Código 6912), estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal –STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório. Assim, entendeu a DRJ/CTA por conhecer a manifestação de inconformada apresentada, por ser tempestiva e atender os demais pressupostos de admissibilidade. Entretanto, ao analisar o mérito da manifestação de inconformidade, entendeu a DRJ/CPS por indeferir a solicitação, ratificando a decisão da DRF de origem, não reconhecendo o direito creditório e, por conseqüência, não deferindo o pedido de restituição. O referido julgado contou com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 72DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 12 4 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parteintegrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte apresentou Recurso Voluntário postulando a reforma da decisão, por entender que o pedido de restituição de crédito tributário, oriundo da exclusão do ICMS da base de cálculo do COFINS, se mostra legítimo, comportando a compensação desses créditos com débitos de tributos federais. Em sua fundamentação, fez a colação de trecho do voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio, relator do RE 240.7852, onde este conclui que o valor correspondente ao ICMS não têm natureza de faturamento ou receita e por isso não incide na base de cálculo do PIS e da COFINS. É o relatório. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 13 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Tanto na manifestação de inconformidade apresentada, quanto no recurso voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS da base de cálculo do COFINS. Primeiramente, necessário destacar se há necessidade ou não de sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria, medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos em trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/1998, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF. (MCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008) Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do relator. (QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida. (2ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Por fim, em sessão plenária do dia 25.03.2010, o Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e oitenta) dias, a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. (3ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Celso de Mello) Deste modo, entendese que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de 25.03.2010, perdeu a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Assim, entendese que não deve haver o sobrestamento da matéria. Cumpre ressaltar inclusive que a presente Turma ao apreciar a mesma matéria já se manifestou no sentido de não sobrestar o processo. Tal decisão ocorreu por unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/201071, de Relatoria do Conselheiro Jose Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido: “Acordam os membros do colegiado: (I) Por unanimidade de votos, não sobrestar o processo; (II) Por unanimidade votos, negar provimento ao recurso em relação às preliminares de cerceamento de defesa e de que o crédito tributário já sido constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar Fl. 74DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 14 6 provimento ao recurso em relação à preliminar de vício do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.” (grifouse) Deste modo, entendo por não sobrestar o processo. Analisando o mérito, verificase que a recorrente alega que a inclusão do ICMS na base de cálculo do COFINS promovida pela Lei n° 9.718/98 violou dispositivos da Constituição Federal de 1988. Pretende, em suma, a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, pretendendo a contribuinte a inconstitucionalidade de lei tributária, necessário que seja aplicada ao presente caso a Súmula n° 2 do CARF, que assim dispõe: SÚMULA Nº 2 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Por se tratar de matéria constitucional, não sendo competência deste Conselho a sua análise, encaminho voto por negar provimento ao mérito do recurso, consoante o que vem sendo julgado por este Conselho Neste sentido as seguintes ementas deste Conselho: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Período de apuração: 01/09/2001 a 30/09/2001PIS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. Sendo a base de cálculo da Cofins o faturamento, nele se incluindo todas as parcelas que o compõem, deve o ICMS integrála. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula CARF nº 2. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. (Acórdão n° 3302 000.745, julgado em 10/12/2010, grifouse) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar argüições de inconstitucionalidade de lei regularmente editada, tarefa privativa do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será aplicada à multa de oficio de 150%. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO ISS E TPT. IMPOSSIBILIDADE. Para fins de determinação da base de cálculo do PIS e da Cofíns, os tributos que podem ser excluídos da receita bruta são o IPI e o ICMS, Fl. 75DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 15 7 quando cobrados pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. (Acórdão 1102 000.519, julgado em 03/10/2011, grifouse) Deste modo, encaminho o voto por negar provimento ao recurso voluntário, em razão deste Conselho não ser competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula n° 02 do CARF). Contudo, em que pese as considerações acima trazidas, necessário igualmente analisar o mérito do recurso, que vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada do STJ. Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor: STJ Súmula nº 94 22/02/1994 DJ 28.02.1994 ICMS Base de Cálculo FINSOCIAL A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL. Em igual sentido o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região assim tem se manifestado: EMENTA: PIS. COFINS. ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INADMISSIBILIDADE. Os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Por isso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo ser excluídos do cálculo do PIS/COFINS, que têm, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 3º, §2º, I, da Lei 9.718/98. (TRF4, AC 5008959 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013) Deste modo, entendese que os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Assim, seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Diante disso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo deixar de ser incluídos no cálculo do COFINS, que tem, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. Assim, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/201249 Acórdão n.º 3801003.107 S3TE01 Fl. 16 8 Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10882.910104/2011-61
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000
PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA IMPOSSIBILIDADE. PROVA DO CRÉDITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO.
Nos casos de PER/Dcomp transmitida visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-002.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS - Presidente, em exercício.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Jose Barroso Rios (Presidente em exercício), Mara Cristina Sifuentes, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000 PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA IMPOSSIBILIDADE. PROVA DO CRÉDITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. Nos casos de PER/Dcomp transmitida visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS - Presidente, em exercício. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Jose Barroso Rios (Presidente em exercício), Mara Cristina Sifuentes, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000 PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA IMPOSSIBILIDADE. PROVA DO CRÉDITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. Nos casos de PER/Dcomp transmitida visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS Presidente, em exercício. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 91 01 04 /2 01 1- 61 Fl. 47DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Jose Barroso Rios (Presidente em exercício), Mara Cristina Sifuentes, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre/RS, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte (fls. 22): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de Apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000 Ementa: RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Sendo diferentes os regimes pelos quais a restituição e a compensação podem ou não ser viabilizadas, e por falta de previsão legal, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. Por sua vez, o sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade alegando ter ocorrido a homologação tácita do pedido, devido ao decurso de cinco anos entre a apresentação do PER/Dcomp e a prolação do despacho decisório. A DRJ entendeu que o prazo estipulado no §5º, do art. 74, não seria aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição, em decorrência da diversidade do regime jurídico da restituição e da compensação, bem como por ausência de previsão legal. O Recorrente, nas razões recursais de fls. 31, reitera a alegação de homologação tácita, requerendo o provimento do recurso voluntário e a consequente reforma da decisão recorrida. É o Relatório. Fl. 48DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS Processo nº 10882.910104/201161 Acórdão n.º 3802002.229 S3TE02 Fl. 48 3 Voto Conselheiro Solon Sehn O Recorrente teve ciência da decisão no dia 13/06/2013 (fls. 29), interpondo recurso tempestivo em 17/06/2013 (fls. 31). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o mesmo pode ser conhecido. A Lei nº 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei nº 9.430/1996, teve por objetivo unificar o regime de compensação, extinguindo a compensação realizada na Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), na escrituração contábil ou condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Todas essas modalidades foram substituídas pelo regime de autocompensação, que ressaltadas as contribuições previdenciárias compensadas na Gfip (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social) é aplicável aos tributos administrados pela Receita Federal. No regime da autocompensação, como se sabe, a extinção do crédito tributário é considerada tacitamente homologada após o decurso do prazo de cinco anos, nos termos do § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002). § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...] § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003). Notase, portanto, que o prazo do §5º do art. 74 não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. O fato destes serem transmitidos pelo mesmo instrumento da declaração de compensação (o PER/Dcomp) não autoriza nem mesmo por analogia, como sustentou a Recorrente a aplicação do prazo de cinco anos para a homologação tácita, até porque, ao contrário do que ocorre na compensação, não haveria uma extinção do crédito tributário prévia a ser homologada. Votase, assim, pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso. Fl. 49DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS 4 (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 50DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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Numero do processo: 10384.004713/2006-32
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Apr 17 00:00:00 UTC 2014
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Numero da decisão: 3802-002.465
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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JUROS DE MORA. Sobre os valores dos tributos ou contribuições federais não pagos nos respectivos vencimentos, são cabíveis juros de mora calculados à taxa SELIC. Recurso Voluntário a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 47 13 /2 00 6- 32 Fl. 388DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Contra o sujeito passivo acima identificado foi lavrado auto de infração relativo à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão Financeira CPMF, fls. 02/08, para formalização e cobrança do crédito tributário nele estipulado, no valor total de RS 2.097,62. O lançamento teve origem em procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte, onde foi constatada a falta de recolhimento da CPMF a partir de 17/06/1999. O montante do crédito tributário, apurado às fls.06 com base em informação fornecida pelo Banco do Brasil S/A, instituição financeira responsável pela retenção e recolhimento da contribuição, referese aos valores que não foram retidos nem recolhidos por força de medida judicial posteriormente revogada. Enquadramento legal: artigos 2°, 4°, 5°, 6° e 7° da Lei n° 9.311/96 e artigo 1° da Lei n° 9.539/97. Artigo 84 das Disposições Constitucionais Transitórias, acrescentado pelo art. 3° da Emenda Constitucional n° 37/2002. Inconformado com a exigência, da qual tomou ciência em 03/08/2005 (fls. 10), o contribuinte apresentou impugnação em 31/08/2005, fls. 11/13, alegando o que se segue. "I. É a primeira vez que efetivamente o Impugnante é notificado da existência de débito para com a Fazenda Nacional. 2.Diante disto, não há que se falar em mora e multa, eis que não houve deliberada inadimplência.Neste sentido, manifestase o renomado tributarista KIYOSHI HARADA: "Não pode pairar duvida de que a concessão de medida liminar no bojo de qualquer processo, cautelar ou não, tem o condão de suspender a incidência da multa moratória até 30 dias após a publicação da decisão judicial em contrário. Ante o resultado desfavorável da demanda judicial, a lei coloca o contribuinte na mesma situação em que se encontrava no momento em que ajuizou a ação, devolvendolhe, pelo prazo de 30 dias, a faculdade da denúncia espontânea do art. 138 do CTN. Daí porque sustentamos que, apesar do silêncio da lei, os juros moratórios, também, são indevidos, salvo aqueles vencidos antes da concessão da medida liminar. De fato, se suspensa se acha a exigibilidade do credito tributário por força da liminar, o contribuinte não estará incorrendo em mora. A incidência da correção monetária, que não configura acréscimo ou penalidade, é discutível. Poderseia sustentar o seu afastamento em casos como este, pela aplicação analógica do at. 100 e parágrafo único do CTN, que conduzem a não atualização monetária da base de cálculo de tributos na hipótese de observância das normas complementares da lei, dos tratados e convenções internacionais e dos decretos (atos normativos de autoridades administrativas, decisões de órgãos de jurisdição administrativa, práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas e convênios celebrados Fl. 389DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/200632 Acórdão n.º 3802002.465 S3TE02 Fl. 389 3 pelas entidades políticas). Inquestionável, contudo, que juros e multa não são devidos.(...) O remédio processual mais adequado para a espécie é a ação direta de inconstitucionalidade, ou a ação ordinária de cunho coletivo, com pedido de tutela específica prevista no art. 461 do CPC, para obstar liminarmente a exigência de multa e de juros, sem previa concessão do prazo legal de 30 dias, para pagamento voluntário e singelo da CPMF." (HARADA, Kiyoshi CPMF e efeitos da revogação da liminar Jus Navigandi, Teresina, a. 5, n 47, nov, 2000. Disponível em: <http://Jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1382 >. Acesso em: 31 ago. 2005). Se não houve o recolhimento de CPMF durante determinado período, isso ocorreu por força de medida judicial, que infelizmente foi revogada, o que gerou para a Fazenda Nacional o direito de cobrar os valores que não foram retidos nem recolhidos, mas não de uma só vez. Deverseia ter possibilitado ao Contribuinte o pagamento parcelado do valor apurado, sem incidência de juros. O pagamento total do quantum devido causa considerável prejuízo para o Contribuinte, ora Impugnante, pois desorganiza toda sua vida financeira, cria um desfalque inesperado. E não se venha dizer que o valor faz diferença na receita da UNIAO, pois certamente o valor apurado não caracteriza o Contribuinte no rol dos grandes devedores, Ademais, data venha, o CPMF foi criado para fomentar o investimento na saúde, mas o que se vê é muito insatisfatório, e os Contribuintes continuam precisando pagar planos de saúde e de previdência para vislumbrar um atendimento digno. Entretanto, isso não vem ao caso, mesmo porque e indiferente. Merece destacar ainda que, mesmo estando os valores apresentados corretos, seria condizente com o Estado Democrático de Direito em que se vive, observando, inclusive, os princípios básicos da ampla defesa e do contraditório, e principalmente da legalidade dos atos administrativos, que o Contribuinte Impugnante tivesse tido ciência do valor apurado, tendo acesso A planilha apresentada pela instituição financeira responsável pela retenção e recolhimento do "tributo". Dessa forma, observando o acima exposto, o Impugnante repudia a cobrança de multa e juros, diante da inexistência de inadimplência e consequentemente estado de mora, propondo o pagamento do valor principal, ou seja, R$ 1,024,23 (um mil e vinte quatro reais e vinte e três centavos), em 24 parcelas iguais de R$ 42,67 (quarenta e dois reais e sessenta e sete centavos), o que não comprometeria as finanças do Contribuinte, ora Impugnante. Rogase pela aplicação dos preceitos constitucionais, principalmente o que estabelece como objetivo da ordem social o bemestar e a justiça sociais (Art. 193). Fl. 390DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Informase, enfim, que o Contribuinte Impugnante foi notificado em 02 de agosto de 2005, estando portanto apresentando sua impugnação tempestivamente." Tendo em vista que os elementos acostados ao processo eram insuficientes para uma análise conclusiva sobre a lide, resolveu esta Turma de Julgamento baixar o processo em diligência (Resolução DRJ/FOR no 594/2006, fls. 21/24) para que fossem adotadas as providências a seguir descritas: i) comprovar a participação do autuado na ação judicial a que se refere o auto de infração em tela (fls. 05), providenciando, inclusive, cópia da decisão que a revogou e de qualquer outro desdobramento da referida ação; ii) providenciar a oitiva do Banco do Brasil S/A para que aquela instituição financeira se manifeste, com parecer conclusivo, se foram debitados em conta do contribuinte, a titulo de retenção de CPMF, valores referentes ao período em que a contribuição não estava sendo retida por força de decisão judicial posteriormente revogada. Caso existam, indicar a vinculação desses débitos na conta corrente do autuado com os valores referentes aos fatos geradores levantados no auto de infração, discriminando, inclusive, o referido débito quanto ao principal, A multa e aos juros de mora. 0 resultado da diligência foi juntado ao presente processo As fls. 25/55. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/FOR no 089.625, de 30/11/2006, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA CPMF Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 AUTO DE INFRAÇÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. ARGUIÇÃO DE NULIDADE. 1) Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. 2) A teor do art. 60 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, que trata do processo administrativo fiscal, as irregularidades, incorreções e omissões diferentes das relacionadas no art. 59 do mesmo decreto não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não Fl. 391DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/200632 Acórdão n.º 3802002.465 S3TE02 Fl. 390 5 influírem na solução do litígio. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CPMF NÃO RETIDA NEM RECOLHIDA. Em razão das determinações legais vigentes, a não retenção da CPMF por força de medida judicial posteriormente revogada sujeita o contribuinte a lançamento de oficio. MULTA DE OFÍCIO. É de se manter a parcela do crédito tributário constituído relativa A multa de oficio, por expressa disposição legal. JUROS DE MORA. Sobre os valores dos tributos ou contribuições federais não pagos nos respectivos vencimentos, são cabíveis juros de mora calculados A taxa SELIC, cuja exigência fundamentase em leI Lançamento Procedente.” O julgamento foi no sentido de manter o lançamento. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Argumentando da existência do processo judicial que envolve matéria objeto do litígio (multa e juros). No entanto, por decisão do Colegiado que me curvei ao decidido, foi baixado os autos em resolução de n° 3201000298, de 24/01/2012, nos seguintes termos: Trata o presente processo de falta de recolhimento da CPMF, no entanto, existe processo judicial que envolve a discussão de matéria objeto do presente litígio (multa e juros processo n° 2000.64503). Consta, nos autos, despacho, com informativo do cadastramento dos juros isolados e cadastro de representação, ficando no de n° 10384.004713/200632 o valor dos juros, devendo este ser enviado ao Conselho ( o do CARF) e n° 10384.001353/200706 o valor do principal, que foi a parte da divida aceita. Ou seja: 10384.002329/200514(original), ficou aguardando pagamento/recurso voluntário, devendo o mesmo retornar a EQUIJUD, para que tome as providências de sua competência, considerando que nele está a multa pendente de uma decisão judicial para que se efetue ou não sua cobrança; 10384.004713/200623(primeira representação), está aguardando julgamento do recurso voluntário (este no CARF), pois esse ficou controlando o valor dos juros; e Fl. 392DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 10384.1353/200706(segunda representação), está em cobrança final, por está controlando valor do principal, que mesmo tendo sido aceito pelo contribuinte, teve o seu parcelamento solicitado. Dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para: ao órgão de origem, para que a autoridade lançadora anexe, aos autos, cópia do andamento, evolução e conclusão, até o presente momento, do MS n° 2000.64503; bem como, cópias e informação da situação dos processos 10384.001353/200706 e 10384.002329/200514; outras, informações adicionais/necessárias, caso sejam complementares ao julgamento deste. Realizada a diligência, deverá ser dado vista ao recorrente para se manifestar. Após, devem ser encaminhados os autos para vista à PGFN da diligência realizada. Por fim, devem os autos retornar a esta Conselheira para prosseguimento no julgamento. Em resposta ao demandado, registrem as seguintes informações: Tratase de cobrança decorrente de auto de infração relativo à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão Financeira CPMF, para formalização e cobrança do crédito tributário nele estipulado, no valor total de R$ 2.097,62; que deu origem ao PAF nº 10384.002329/200514 (original). Houve impugnação ao referido Auto de Infração, que foi mantido pela DRJ/FOR/CE. Como existia uma ação judicial questionando este crédito e que em sua última decisão ordenou a suspensão da cobrança da multa, permitindo apenas que se exigisse o valor do principal e dos juros, o contribuinte então apresentou tempestivamente RECURSO VOLUNTÀRIO ao CARF, questionando o valor dos juros e aceitando efetuar o pagamento do principal. Para dar andamento à cobrança da parte aceita pelo contribuinte, foi desmembrado o PAF nº 10384.002329/200514 (original), e criado novas representações, deixando os processos nas situações abaixo: O PAF nº 10384.002329/200514(original), controlando a exigibilidade da multa moratória sobre o valor da CPMF, que, à vista do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STJ através do RESP 1.192.891PI, reformando a sentença proferida no MS nº 2000.40.00.0064503 (2ª Vara Federal de TeresinaPI) que obstava a cobrança da multa de mora sobre o valor da CPMF, e não mais subsistindo a situação motivadora da suspensão da exigibilidade, já se encontra inscrita em DAU sob o nº 32 6 11 00169660. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/200632 Acórdão n.º 3802002.465 S3TE02 Fl. 391 7 O PAF nº 10384.004713/200632 inscrito em DAU sob o nº 32 6 07 00133090, controlando o valor dos juros sobre a CPMF e que está aguardando julgamento do recurso voluntário (este processo) e o PAF nº 10384.1353/200706, controla o valor do principal, inscrito em DAU sob o nº 32 6 07 00133090. O recorrente foi cientificado em 12/07/2012 (fl. 371pdf), bem como a PGFN que foi avisada e prestou esclarecimentos (fl. 377 e ss pdf ) O processo foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Consta que a CPMF cobrada é decorrente da falta de recolhimento dos valores que não foram, tempestivamente, retidos e nem recolhidos pelas instituições financeiras, em virtude de cumprimento de medida judicial que foi posteriormente revogada. O valor apurado foi extraído das informações das instituições financeiras responsáveis pela retenção e recolhimento da contribuição. Pelas informações trazidas pela diligência solicitada, observase que o processo nº 10384.004713/200632 inscrito em Dívida Ativa da UniãoDAU sob o nº 32 6 07 00133090, que controla o valor dos juros sobre a CPMF e que está aguardando julgamento do recurso voluntário (este processo), bem como o recorrente apresentou tempestivamente RECURSO VOLUNTÀRIO, questionando o valor dos juros e aceitando efetuar o pagamento do principal, inclusive. Registrese que o PAF nº 10384.1353/200706, o qual controla o valor do principal, inscrito em DAU sob o nº 32 6 07 00133090. Consta à fl. 356, a solicitação do parcelamento, que foi indeferido, já que não foi observada a disposição do art. 15 da Lei de n° 9.311/96, conforme fl. 359 (pdf). Assim como a recorrente foi intimada do indeferimento (fl 360 pdf). Quanto aos juros, matéria em análise neste Auto, os mesmos são devidos mesmo durante o período de suspensão das respectiva cobrança por decisão administrativa ou judicial, nos termos do art. 5° do Decreto –Lei de n° 1.736/79. Dispõe sobre débitos para com a Fazenda e dá outras providências. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Art 5º A correção monetária e os juros de mora serão devidos inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial. A exigência de juros de mora no auto de infração também está sendo efetuada na forma da lei ao contrário do entendimento da autuada, pois o artigo 161 do Código Tributário Nacional determina: “ Artigo 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia prevista nesta Lei ou em lei tributária. § 1º. Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de 1% ( um por cento ) ao mês.” (grifei) Foi editada a lei específica (Lei nº 9.065/95), que em seu artigo 13 previu que os débitos tributários junto à Fazenda Nacional, originados a partir 1° de abril de 1995, teriam seus juros de mora e correção segundo a taxa Selic: Art. 13. A partir de julho de abril de 1995, os juros de mora de que tratam a alínea “c” do parágrafo único do art. 14 da Lei 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com redação dada pelo art. 6° da Lei 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei 8.981/1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei 8.981/1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Aplicado o disposto no artigo 61 da Lei 9.430/96, que trata da exigência de juros de mora à taxa Selic. Por fim, aplicase na hipótese a Súmula CARF n° 4, in verbis: Súmula CARF nº 4 – A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Logo, os juros devem ser lançados nos procedimentos de ofício. Corroborando com este entendimento, cito a Súmula n° 405 do STF, que dispõe: SÚMULA Nº 405 STF DE 01/06/1964 DJ DE 08/07/1964 Enunciado: Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária. Data da Aprovação: 01/06/1964/Fonte de Publicação: DJ de 08/07/1964, p. 2.237. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/200632 Acórdão n.º 3802002.465 S3TE02 Fl. 392 9 Por todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 396DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10935.904628/2012-31
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/09/2005
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM SEDE ADMINISTRATIVA.
Não existindo, na legislação, norma que autorize a exclusão do valor do ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS, não pode o julgador administrativo declara a inconstitucionalidade da norma, já que esta é uma tarefa exclusiva do Poder Judiciário.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.404
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Paulo Sérgio Celani e Flávio de Castro Pontes votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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DIREITO CREDITÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM SEDE ADMINISTRATIVA. Não existindo, na legislação, norma que autorize a exclusão do valor do ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS, não pode o julgador administrativo declara a inconstitucionalidade da norma, já que esta é uma tarefa exclusiva do Poder Judiciário. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Paulo Sérgio Celani e Flávio de Castro Pontes votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 46 28 /2 01 2- 31 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/201231 Acórdão n.º 3801002.404 S3TE01 Fl. 64 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/201231 Acórdão n.º 3801002.404 S3TE01 Fl. 65 3 . Relatório Tratase de pedido de restituição de crédito tributário pago indevidamente ou a maior formulado pelo ora Recorrente, Anhambi Alimentos Ltda., que não foi reconhecido pela Delegacia da Receita Federal de origem. Não concordando com o indeferimento do seu pleito, o Recorrente apresentou manifestação de inconformidade que foi julgada improcedente pela Delegacia de Julgamento. Restou assim ementado o acórdão: COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Inconformado com a decisão proferida e repisando os argumentos apresentados em sua Manifestação de Inconformidade, o Recorrente apresentou Recurso Voluntário, no qual alegou, em síntese, que o seu direito creditório decorre da inconstitucional “cobrança do PIS e COFINS sem a exclusão do ICMS da base de cálculo”. É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/201231 Acórdão n.º 3801002.404 S3TE01 Fl. 66 4 Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora Presentes os requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário, dele conheço. O Recorrente, Anhambi Alimentos Ltda.., apresentou pedido de restituição de crédito tributário pago indevidamente ou a maior, sob o argumento de que o referido crédito decorre da inconstitucional inclusão, na base de cálculo do PIS e da COFINS, do valor do ICMS devido aos Estadosmembros. Sem trazer nenhum provimento jurisdicional favorável, em suas razões recursais, alega que o ICMS é tributo devido aos Estadosmembros e, por isso, não pode ser considerado como receita ou faturamento dos contribuintes. Coleciona vasta doutrina sobre o tema para embasar suas alegações. Em que pese essa Relatora ter o mesmo entendimento do Recorrente com relação à matéria, ou seja, o ICMS, de fato, não poderia compor a base de cálculo da contribuição do PIS e da COFINS, não pode esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais declarar inconstitucionalidade de norma vigente. Neste sentido, é a súmula nº 02 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, como muito bem colocado no acórdão recorrido, “cumpre registrar que não há na legislação de regência previsão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998”. Inexistindo na legislação em vigor a possibilidade de o contribuinte excluir da base de cálculo das contribuições em comento o valor do ICMS, não há como reconhecer o direito creditório do Recorrente. Ademais, importante ressaltar que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em análise ao Recurso Extraordinário nº. 240.785, que discute a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, já haviam proferido seis votos a favor dos contribuintes. Contudo, o julgamento daquele RE teve seu andamento sobrestado por força da propositura, pela União Federal, da Ação Direta de Constitucionalidade nº. 18, ajuizada em 2007 e ainda pendente de julgamento. Assim, não há, até o presente momento, qualquer definição do Poder Judiciário acerca da questão. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/201231 Acórdão n.º 3801002.404 S3TE01 Fl. 67 5 Por todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário e a ele nego provimento. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 14033.000229/2007-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 31 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 04 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3402-000.283
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por maioria de votos em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidos conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo DEça (relator) e João Carlos Cassuli Junior.
(assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator designado e Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira e Nayra Bastos Manatta. O Presidente substituto da Turma assina o acórdão face à impossibilidade, por motivos de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta.
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso Voluntário (fls. 928/955 vol. V) contra o Acórdão DRJ/JFA nº 09-30.422 de 09/07/2010 constante de fls. 918/920 (vol. V) exarado pela 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG que, por unanimidade de votos, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília - DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação.
O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília - DF, o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos:
12. 0 pedido de ressarcimento do IPI é tempestivo posto que os supostos créditos foram apurados no 4°trimestre de 2006 e os PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006.
13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO da DRF/DF realizou o exame da escrituração fiscal no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2006, no estabelecimento da própria Contribuinte.
14. Desse procedimento, instaurado para apurar a veracidade dos créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias-primas escrituradas nos livros fiscais - Livro de Entradas, de Saídas e de Apuração de IPI e utilizados no PERIDCOMP de que trata o processo, resultou a constatação de que as matérias-primas adquiridas pela requerente tiveram origem na Zona Franca de Manaus, com classificação fiscal na TIPI - 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47).
15. Se a alíquota do produto é "0", na TIPI, não há que se falar de crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa será sempre zero, não passando de mera presunção imaginar a possibilidade de que ã Contribuinte fosse facultado adotar a alíquota do IPI do produto de saída (26%), para calcular crédito do imposto sobre o valor do insumo (tributado ã alíquota "0"), sendo, portanto, indevidos, inexistentes tais créditos.
16. Por serem indevidos, os créditos foram glosados e estornados do livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à reconstituição do mencionado livro (fls. 12/46; 48 e 53), de cujo procedimento resultou imposto a pagar da ordem de R$ 351.994,11, que foi objeto de exigência em processo próprio.
17. A respeito da impossibilidade de geração de créditos de IPI nas aquisições de matérias-primas tributadas à alíquota "0", transcreve-se, a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente:
(...)
18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do imposto a pagar.
19. Assim, lembrando que as Declarações de Compensação transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a 411 VIII; e 413 VIII) constituem confissão de divida, os débitos indevidamente compensados de IRPJ Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal 2362-01; de CSLL Demais PJ que apuram o IRPJ em base em estimativa mensal 2484-01; de PIS Não Cumulativo Lei n° 10.637/02 6912-01; e de COFINS Não Cumulativa 5856-01, foram cadastrados no sistema PROFISC segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII).
20. Isto posto, e CONSIDERANDO as disposições do artigo 170 do CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN - SRF n° 600, de 2005;
CONSIDERANDO que o alegado crédito foi declarado inexistente no relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50;
CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação;
CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta,
INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e
NÃO HOMOLOGO a compensação objeto deste processo administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela Contribuinte e autorizo a cobrança do débito indevidamente compensado.
Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa:
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO VINCULADO. vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido.
Manifestação de Inconformidade Improcedente
Direito Creditório Não Reconhecido
Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 929/955 vol. V) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista que: a) o art. 19 da INSRFB nº 210/02 seria inaplicável visto que não se trataria de mero ressarcimento, mas de compensação regida pelo art. 74 da Lei nº 9430/96, intentada anteriormente à lavratura do Auto de Infração que originou o Processo Administrativo nº 10166.720116/2008-95 relativo à suposta exigência do IPI, que foi julgado improcedente por decisão de 1ª instância (Acórdão nº 09-24537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls. 785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI e portanto não poderia ter sido proferida decisão deixando de homologar as compensações realizadas, porque já havia sido proferida decisão favorável no AI MPF n° 0110100/00013/2007; c) a Recorrente tem direito aos créditos de IPI objeto do pedido de ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.0047783-4 assegurando o direito aos créditos relativos da aquisição de insumos isentos (por norma de isenção subjetiva regional), oriundos da Zona Franca de Manaus,.por força do principio da não-cumulatividade e por força expressa da disposição do art. 6° do Decreto-Lei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar, por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB.
É o relatório.
Voto
Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça
Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente processo, por me considerar devidamente esclarecido dos fatos, ousei divergir da d. Maioria vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma.
FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA
Voto Vencedor
Nome do relator: FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA
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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por maioria de votos em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidos conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo DEça (relator) e João Carlos Cassuli Junior. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator designado e Presidente Substituto. (assinado digitalmente) FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA - Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira e Nayra Bastos Manatta. O Presidente substituto da Turma assina o acórdão face à impossibilidade, por motivos de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. RELATÓRIO Trata-se de Recurso Voluntário (fls. 928/955 vol. V) contra o Acórdão DRJ/JFA nº 09-30.422 de 09/07/2010 constante de fls. 918/920 (vol. V) exarado pela 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG que, por unanimidade de votos, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília - DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação. O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília - DF, o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos: 12. 0 pedido de ressarcimento do IPI é tempestivo posto que os supostos créditos foram apurados no 4°trimestre de 2006 e os PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006. 13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO da DRF/DF realizou o exame da escrituração fiscal no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2006, no estabelecimento da própria Contribuinte. 14. Desse procedimento, instaurado para apurar a veracidade dos créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias-primas escrituradas nos livros fiscais - Livro de Entradas, de Saídas e de Apuração de IPI e utilizados no PERIDCOMP de que trata o processo, resultou a constatação de que as matérias-primas adquiridas pela requerente tiveram origem na Zona Franca de Manaus, com classificação fiscal na TIPI - 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47). 15. Se a alíquota do produto é "0", na TIPI, não há que se falar de crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa será sempre zero, não passando de mera presunção imaginar a possibilidade de que ã Contribuinte fosse facultado adotar a alíquota do IPI do produto de saída (26%), para calcular crédito do imposto sobre o valor do insumo (tributado ã alíquota "0"), sendo, portanto, indevidos, inexistentes tais créditos. 16. Por serem indevidos, os créditos foram glosados e estornados do livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à reconstituição do mencionado livro (fls. 12/46; 48 e 53), de cujo procedimento resultou imposto a pagar da ordem de R$ 351.994,11, que foi objeto de exigência em processo próprio. 17. A respeito da impossibilidade de geração de créditos de IPI nas aquisições de matérias-primas tributadas à alíquota "0", transcreve-se, a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente: (...) 18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do imposto a pagar. 19. Assim, lembrando que as Declarações de Compensação transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a 411 VIII; e 413 VIII) constituem confissão de divida, os débitos indevidamente compensados de IRPJ Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal 2362-01; de CSLL Demais PJ que apuram o IRPJ em base em estimativa mensal 2484-01; de PIS Não Cumulativo Lei n° 10.637/02 6912-01; e de COFINS Não Cumulativa 5856-01, foram cadastrados no sistema PROFISC segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII). 20. Isto posto, e CONSIDERANDO as disposições do artigo 170 do CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN - SRF n° 600, de 2005; CONSIDERANDO que o alegado crédito foi declarado inexistente no relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50; CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação; CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta, INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e NÃO HOMOLOGO a compensação objeto deste processo administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela Contribuinte e autorizo a cobrança do débito indevidamente compensado. Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO VINCULADO. vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 929/955 vol. V) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista que: a) o art. 19 da INSRFB nº 210/02 seria inaplicável visto que não se trataria de mero ressarcimento, mas de compensação regida pelo art. 74 da Lei nº 9430/96, intentada anteriormente à lavratura do Auto de Infração que originou o Processo Administrativo nº 10166.720116/2008-95 relativo à suposta exigência do IPI, que foi julgado improcedente por decisão de 1ª instância (Acórdão nº 09-24537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls. 785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI e portanto não poderia ter sido proferida decisão deixando de homologar as compensações realizadas, porque já havia sido proferida decisão favorável no AI MPF n° 0110100/00013/2007; c) a Recorrente tem direito aos créditos de IPI objeto do pedido de ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.0047783-4 assegurando o direito aos créditos relativos da aquisição de insumos isentos (por norma de isenção subjetiva regional), oriundos da Zona Franca de Manaus,.por força do principio da não-cumulatividade e por força expressa da disposição do art. 6° do Decreto-Lei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar, por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente processo, por me considerar devidamente esclarecido dos fatos, ousei divergir da d. Maioria vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Voto Vencedor
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Vencidos conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo D’Eça (relator) e João Carlos Cassuli Junior. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator designado e Presidente Substituto. (assinado digitalmente) FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira e Nayra Bastos Manatta. O Presidente substituto da Turma assina o acórdão face à impossibilidade, por motivos de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 33 .0 00 22 9/ 20 07 -5 6 Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/200756 Resolução nº 3402000.283 S3C4T2 Fl. 101 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário (fls. 928/955 – vol. V) contra o Acórdão DRJ/JFA nº 0930.422 de 09/07/2010 constante de fls. 918/920 (vol. V) exarado pela 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora MG que, por unanimidade de votos, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação. O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília DF, o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos: “12. 0 pedido de ressarcimento do IPI é tempestivo posto que os supostos créditos foram apurados no 4°trimestre de 2006 e os PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006. 13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO da DRF/DF realizou o exame da escrituração fiscal no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2006, no estabelecimento da própria Contribuinte. 14. Desse procedimento, instaurado para apurar a veracidade dos créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias primas escrituradas nos livros fiscais Livro de Entradas, de Saídas e de Apuração de IPI e utilizados no PERIDCOMP de que trata o processo, resultou a constatação de que as matériasprimas adquiridas pela requerente tiveram origem na Zona Franca de Manaus, com classificação fiscal na TIPI 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47). 15. Se a alíquota do produto é "0", na TIPI, não há que se falar de crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa será sempre zero, não passando de mera presunção imaginar a possibilidade de que ã Contribuinte fosse facultado adotar a alíquota do IPI do produto de saída (26%), para calcular crédito do imposto sobre o valor do insumo (tributado ã alíquota "0"), sendo, portanto, indevidos, inexistentes tais créditos. 16. Por serem indevidos, os créditos foram glosados e estornados do livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à reconstituição do mencionado livro (fls. 12/46; 48 e 53), de cujo procedimento resultou imposto a pagar da ordem de R$ 351.994,11, que foi objeto de exigência em processo próprio. 17. A respeito da impossibilidade de geração de créditos de IPI nas aquisições de matériasprimas tributadas à alíquota "0", transcrevese, a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente: (...) Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/200756 Resolução nº 3402000.283 S3C4T2 Fl. 102 3 18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do imposto a pagar. 19. Assim, lembrando que as Declarações de Compensação transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a 411 VIII; e 413 VIII) constituem confissão de divida, os débitos indevidamente compensados de IRPJ — Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal — 236201; de CSLL — Demais PJ que apuram o IRPJ em base em estimativa mensal — 248401; de PIS — Não Cumulativo Lei n° 10.637/02 — 691201; e de COFINS — Não Cumulativa — 585601, foram cadastrados no sistema PROFISC segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII). 20. Isto posto, e CONSIDERANDO as disposições do artigo 170 do CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN SRF n° 600, de 2005; CONSIDERANDO que o alegado crédito foi declarado inexistente no relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50; CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação; CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta, INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e NÃO HOMOLOGO a compensação objeto deste processo administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela Contribuinte e autorizo a cobrança do débito indevidamente compensado.” Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora MG, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília – DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO VINCULADO. vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 929/955 – vol. V) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista que: a) o art. 19 da INSRFB nº 210/02 seria inaplicável visto que não se trataria de mero Fl. 1024DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/200756 Resolução nº 3402000.283 S3C4T2 Fl. 103 4 ressarcimento, mas de compensação regida pelo art. 74 da Lei nº 9430/96, intentada anteriormente à lavratura do Auto de Infração que originou o Processo Administrativo nº 10166.720116/200895 relativo à suposta exigência do IPI, que foi julgado improcedente por decisão de 1ª instância (Acórdão nº 0924537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls. 785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI e portanto não poderia ter sido proferida decisão deixando de homologar as compensações realizadas, porque já havia sido proferida decisão favorável no AI MPF n° 0110100/00013/2007; c) a Recorrente tem direito aos créditos de IPI objeto do pedido de ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.00477834 assegurando o direito aos créditos relativos da aquisição de insumos isentos (por norma de isenção subjetiva regional), oriundos da Zona Franca de Manaus,.por força do principio da nãocumulatividade e por força expressa da disposição do art. 6° do DecretoLei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar, por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente processo, por me considerar devidamente esclarecido dos fatos, ousei divergir da d. Maioria vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Voto Vencedor Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho – Relator Designado Já me posicionei em outras ocasiões no sentido de que processo que trate de compensação, cujo crédito a ser utilizado esteja sendo discutido em outro processo administrativo, deve esperar a decisão do processo conhecido como “mãe”, aquele que contém o crédito pleiteado, para então poder ter seu desfecho final. Conforme despacho exarado pela Divisão de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Brasília, foi reconstituída a escrita fiscal do recorrente do período compreendido entre 01/2002 a 12/2006. Foram constatados saldos devedores que deram ensejo a feitura do auto de infração para constituição dos respectivos créditos tributários. Esse auto de infração está em discussão administrativa no processo nº 10166.720116/200895. Fl. 1025DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/200756 Resolução nº 3402000.283 S3C4T2 Fl. 104 5 Entendo haver uma ligação intima entre o processo de ressarcimento e o processo do auto de infração, uma vez que os dois discutem a mesma questão e referemse aos mesmos períodos de apuração. Em face dessa dependência, voto por converter o julgamento em diligência, determinando que acoste cópia da decisão definitiva proferida no processo nº 10166.720116/200895 e que seja elaborada planilha demonstrativa do valor do crédito a ser restituído de acordo com a decisão definitiva do processo acima citado. Depois de tomadas as providências requeridas, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Sala das Sessões, 31/08/2011 Fl. 1026DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA
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