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5440906 #
Numero do processo: 10314.000809/2011-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias Data do fato gerador: 04/01/2006 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE BILHETES DE METRÔ, ÔNIBUS, TREM, INGRESSO DE FUTEBOL COM TARJA MAGNÉTICA. Os bilhetes em ingressos de forma geral, têm natureza jurídica de contrato de prestação de serviços, que podem ser veiculados em diversos suportes físicos ou mesmo serem celebrados em ambiente totalmente virtual. A tributação aduaneira apenas recairá sobre o suporte físico, de sorte que as características merceológicas que lhe são inerentes, determinarão a correta classificação fiscal. Os cartões com tarja magnética estão previstos na posição 8523, subitem 85232110, se forem dispositivos não gravados,ou no 85232120, se gravados.
Numero da decisão: 3201-001.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     2 Participaram  da  sessão  de  julgamento,  os  Conselheiros:  Joel  Miyazaki  (Presidente),  Carlos  Alberto  Nascimento  e  Silva  Pinto,  Ana  Clarissa  Masuko  dos  Santos  Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño.    Relatório  Refere­se o presente processo a auto de infração para a cobrança de IPI, PIS e  COFINS,  e  os  respectivos  consectários  legais,  em  virtude  de  desclassificação  fiscal  de  mercadorias   Para bem relatar os fatos, transcreve­se o relatório da decisão proferida pela  autoridade a quo:  Ação  fiscal motivada por Dossiê de Pesquisa Fiscal Aduaneira  (DPFA)  n°108/10.  Através  do  referido Dossiê  nos  foi  remetida  uma  problemática  envolvendo  a  classificação  fiscal  de  bilhetes  de metrô, ônibus e trem, além de cartões telefônicos pré­pagos e  ingressos para jogos.  A empresa fiscalizada, quando da importação dos itens bilhetes  de metrô, ônibus e trem, além de cartões telefônicos pré­pagos e  ingressos para jogos, vinha fazendo uso do subitem 49119900 da  NCM.  A  classificação  fiscal  desse  subitem  deve  ser  empregado  para  classificar,  de  forma  residual,  "outros  impressos,  incluídas  as  estampas,  gravuras  e  fotografias".  Ocorre  que,  conforme  informado através do DPFA n° 108/10, dentre as importações da  fiscalizada  havia  cartões  com  tarja  magnética,  os  quais  têm  subposição  específica  na  NCM  (852321),devendo  portanto  ser  classificados  no  subitem  85232110,  se  forem  dispositivos  não  gravados,ou no 85232120, se gravados.  Destaque­se que os  subitens 85232110 e 85232120  tiveram sua  vigência  somente  a  partir  de  01/01/2007.  Deste  modo,  nas  importações realizadas antes desta data a classificação deveria  ter  se  dado  no  subitem  85239090  da  NCM,  que  à  época  era  destinado a classificar, de forma residual, itens da posição 8523.  Deste  modo,  o  procedimento  fiscal  consistiu,  basicamente,  em  identificar  os  produtos  importados  pela  empresa,  de  modo  a  perquirir  a  adequação  da  classificação  fiscal  utilizada.  Após  análise de amostras e layouts dos bilhetes ficou constatado que,  à  exceção  dos  cartões  para  recarga  de  celular,  do  tipo  "raspadinha",  os  itens  importados  tratam­se  de  cartões  com  tarja  magnética,  ficando  caracterizado,  portanto,  o  erro  de  classificação fiscal por parte da empresa fiscalizada.  O erro de classificação fiscal resultou em diferença de alíquotas  e,conseqüentemente,  imposto  devido.  Deste  modo  foram  lançados:  multa  por  classificação  incorreta  da  mercadoria,  Imposto  sobre  Produtos  Industrializados  (IP1),  contribuições  para  o  Programa  de  Integração  Social  (PIS)  e  para  o  Fl. 1870DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 94          3 Financiamento da Seguridade Social (Cofins), além de multas e  juros de mora.  Cabe ressaltar que, como os  itens importados  foram fabricados  na  Argentina,  com  base  no  Decreto  n°  550  de  27  de  maio  de  1992  que  dispõe  sobre  o  Acordo  de  Alcance  Parcial  de  Complementação  Econômica  n°  18,  subscrito  entre  Brasil,  Argentina, Paraguai e Uruguai não há que se falar em Imposto  de Importação  (II), haja vista que, nesse caso, a alíquota deste  tributo é de 0%.  Com fundamento no artigo 23, inciso I, do Decreto 70.235/72, a  ciência do sujeito passivo se deu pessoalmente, em 02/02/2011,  (fls.  02).  O  contribuinte,  protocolizou  impugnação,  tempestivamente  na  forma  do  artigo  15  do Decreto  70.235/72,  em  02/03/2011,  de  fls.  626  à  641,  instaurando  assim  a  fase  litigiosa do procedimento.  Na  forma  do  artigo  16  do  Decreto  70.235/72  a  impugnante  alegou resumidamente que:  A classificação  fiscal adotada se justifica pelo fato de  importar  impressos  gráficos,  mais  precisamente  ingressos  para  jogos  e  bilhetes de transporte, os quais são expressamente mencionados  nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação  e  de  Codificação  de  Mercadorias  –  Notas  Explicativas  do  Sistema  Harmonizado  NESH,  atualmente  aprovado  pela  Instrução  Normativa  n°  807/08,  mais  precisamente  no  item  6  relativo à posição 49.11.  A  fiscalização  entendeu  que  os  produtos  importados  pela  Impugnante  estariam  sujeitos  à  classificação  fiscal  na  subposição  8523.21,  devido  ao  fato  destes  bilhetes  e  ingressos  possuírem  tarja  magnética  que  seria  essa  a  sua  característica  essencial.  A  fiscalização  ignorou  que  a  própria NESH  relativa  à  posição  49.11  da  NCM  afirma  que  estão  compreendidos  nesta  classificação  "os bilhetes de  entrada para  espetáculos  (cinema,  teatro  e  concertos,  por  exemplo)  bem  como  os  bilhetes  e  os  tíquetes  para  os  transportes  coletivos,  e  outros  bilhetes  semelhantes". Veja­se que a referida nota não faz distinção entre  os  bilhetes  e  tíquetes  que  contenham  ou  não  a  tal  "tarja  magnética".  Ao  analisar  as  notas  de  exclusão  da NESH para  determinados  itens da posição 49.110, não se vislumbra nenhuma exceção aos  bilhetes que contenham tarja magnética.  Note­se,  neste  ponto,  que  o  único  item  que  poderia  suscitar  dúvidas  seria  o  item  "e",  o  qual  exclui  da  posição  49.11  os  cartões  inteligentes  (smart  cards)  bem  como  aqueles  que  possuam  "acionamento  por  efeito  de  proximidade".  Contudo,  consoante  reconhecido  pela  própria  fiscalização,  tantos  os  bilhetes de transporte quanto os ingressos de futebol importados  pela  Impugnante  não  se  afiguram  como  cartões  inteligentes,  Fl. 1871DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     4 tanto que  foram considerados pela  fiscalização como sujeitos à  classificação fiscal na subposição 8523.21.  Como bem se  sabe, a classificação fiscal deve seguir as  regras  de  maior  especificidade  para  a  melhor  caracterização  do  produto, de modo que, na dúvida, deverá o contribuinte sempre  adotar o código NCM mais aproximado à natureza do produto.   E, no caso,em que pese o fato de os bilhetes e ingressos trazerem  tarja  magnética,  não  é  este  o  fator  determinante  da  caracterização do produto.  Os  produtos  importados  estarão  melhor  identificados  sob  a  rubrica de "bilhete" do que sob a rubrica de "cartão", tendo ou  não  tarja magnética,  recebendo  classificação  fiscal  na  posição  NCM 49.11 que se aplica com muito mais precisão aos mesmos  se comparada à posição NCM 8523.21.  Afirma a  fiscalização que  sem a  tarja magnética  tais  itens  não  estariam  aptos  a  exercerem  suas  funções  determinantes,  nem  teriam a utilidade para qual foram criados.  Ocorre  que,  ainda  que  sem  a  tarja magnética,  o  fato  é  que  os  produtos  em  questão  não  deixariam  de  ser  bilhetes!  A  tarja  magnética é um dispositivo de segurança aos bilhetes, mas não o  dispositivo determinante da natureza do produto.  Não  se  pode  ignorar  o  que  é  o  produto  para  lhe  mudar  a  classificação fiscal por conta de uma de suas característica.  O critério de classificação fiscal é a especificidade. E a primeira  especificidade de qualquer produto é definida simplesmente por  aquilo que ele é; no caso, bilhetes/ingressos impressos.  O armazenamento de dados por meio magnético é, portanto uma  característica  física  acessória  do  bilhete/ingresso,  que  poderá  ser  simplesmente dispensada e que não  se  confunde com a  sua  função.  E,  neste  ponto,  a  espancar  qualquer  dúvida  sobre  a  correta  classificação  fiscal  adotada  pela  Impugnante,  pode­se  também  dizer  que adotar  a  posição  85.23  para  os  produtos  importados  pela  Impugnante,  configurar­se­ia  em  verdadeira  afronta  ao  princípio  da  isonomia,  mais  precisamente  em  relação  aos  bilhetes de transporte e ingressos para jogos de futebol que não  se utilizam de meio magnético.  A tarja magnética não é o fator predominante da caracterização  dos  produtos  importados  pela  Impugnante.  E  apenas  um  dispositivo  de  segurança  que  não  desnatura  do  fato  de  os  produtos  serem  autênticos  bilhetes  impressos  de  transporte  e  entradas de futebol, logo, abrangidos na posição 49.11 da NCM,  consoante  reconhecido  pelas  próprias  Notas  Explicativas  do  Sistema  Harmonizado  de  Designação  e  de  Codificação  de  Mercadorias  NESH,mais  precisamente  em  seu  item  6,  o  qual  expressamente  inclui  tais  produtos,  não  fazendo  qualquer  distinção se estes contém ou não tarja magnética.  Fl. 1872DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 95          5 A  corroborar  com  todo  o  até  aqui  exposto,  pede  vênia  a  Impugnante  para  colacionar  à  presente  defesa  a  resposta  emitida  pela  Superintendência  Regional  da  Receita  Federal  7a  Região Fiscal à consulta formulada pela "Associação Comercial  do  Rio  de  Janeiro"  (doc.  03).  Nesta,  a  Superintendência  deixa  claro  que  os  bilhetes/ingressos  são  classificados  na  posição  49.11.  Veja­se  que  a  consulta  foi  clara  ao  questionar  se  os  bilhetes  "com  ou  sem  tarja  magnética  destinados  a  servir  de  acesso para as  roletas de  ingressos de  espectadores em  teatro,  cinema,  etc.,  ou  passageiros  em  trens,  metrôs,  barcas,  etc.  "  estariam classificados na citada posição.  O  presente  Auto  de  Infração  deverá  ser,  ao menos,  revisto  em  parte,  uma  vez  que  houve  o  pagamento  do  IPI  relativo  a  duas  DI's  que  são  agora  objeto  de  (dúplice)  cobrança,  mais  precisamente das DI's n°s 10/00679502 e 10/02896780, as quais  foram retificadas pela Impugnante a mando da RFB.  Com  relação  a  DI  n°  08/18115470,  a  própria  fiscalização  admitiu estar correta a classificação fiscal adotada pela empresa  porque os produtos  se configuravam como "bilhetes de  raspar"  (sem  tarja  magnética),  consoante  se  verifica  às  fls.  11  do  relatório fiscal.  Pugna o cancelamento do auto de infração.  Em  exame  preliminar,  a  1ª  Turma  da  DRJ/SPOII  entendeu  conveniente  baixar  os  autos  em  diligência  à  autoridade  preparadora,  através  da  Resolução  No.  17001.033,de  11/08/2011, indagando:  •  É  procedente  a  afirmação  de  que  as  Declarações  de  Importação 10/00679502 e 10/02896780  foram retificadas pela  Impugnante,  não  cabendo  assim  a  exigência  dos  tributos  da  presente  ação  fiscal,  com  relação  a  essas  Declarações  de  Importação?  •  A  empresa  procedeu  com  a  retificação  da  Declaração  de  Importação  n°  08/18115470  para  a  classificação  fiscal  reclamada  pela  fiscalização,  com  o  recolhimento  dos  tributos  incidentes?  Encerrada  a  instrução  processual,  intimou­se  a  parte  interessada para manifestação no prazo de dez dias, de acordo  com  o  artigo  44  da  Lei  nº  9.784/99,  em  face  do  princípio  do  contraditório.  Devidamente  cientificado,  via  Aviso  de  Recebimento  –  AR  datado de 02/09/2011 (fls. 1790), o interessado manifestou­se no  sentido do cancelamento do Auto de Infração em questão.    A Delegacia  de  Julgamento  julgou  procedente  em  parte  a manifestação  de  inconformidade, em decisão assim ementada:  Fl. 1873DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     6 ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS  Data do fato gerador: 04/01/2006  Classificação fiscal de bilhetes de metrô, ônibus e trem, além de  cartões telefônicos pré­pagos e ingressos para jogos.  Importador  atribuiu  classificação  fiscal  no  código  NCM  49119900.  Fiscalização entendeu que deveriam ser classificados no código  NCM  85232110,  se  forem  dispositivos  não  gravados,  ou  no  código NCM 85232120, se gravados.  Correta a fiscalização. O que confere a característica essencial  ao produto é o fato de ser revestido de material magnético, pois  a  denominação  “tíquetes”  engloba  uma  gama  diversa  de  produtos.  Impugnação Procedente em Parte  Crédito Tributário Mantido em Parte    Na decisão ora  recorrida entendeu­se,  em síntese, que, com base nas  regras  do  Sistema  Harmonizado,  os  tíquetes  revestidos  de  material  magnético  teriam  como  característica essencial o fato de serem revestidos de material magnético, pois a denominação  “tíquetes” englobaria uma gama diversa de produtos.  Em relação ao pedido de diligência requerido pela Delegacia de Julgamento,  entendeu­se assistir razão à Recorrente, exonerando­se as incidências referentes às Declarações  de Importação nº 10/00679502 e nº 10/02896780.  Em  sede  de  recurso  voluntário,  a  Recorrente  reiterou  os  argumentos  da  impugnação, argumentando que:  i.  a  posição  49.11,  somada  ao  item  6  das  Notas  Explicativas,  é  clara  em  estabelecer que nela estão inseridos os impressos, dentre os quais os bilhetes de entrada para  espetáculos, os bilhetes e tíquetes para os transportes coletivos, e outros bilhetes semelhantes;  ii.o alcance semântico de “bilhete” não se confunde com o de “cartão”;  iii.  o  bilhete  não  tem  por  escopo  a  "gravação  de  dados",  que  é  apenas  um  meio para se atingir o seu fim, que é o acesso de seu titular, seja a um meio de transporte, jogo  de futebol, espetáculo de teatro, etc;  iv.  a  existência  da  tarja  magnética  é  uma  característica  subsidiária  que  também deve estar presente, porém a classificação na posição 8523.21 exige que o produto seja  um cartão para armazenagem de dados;  v.  a  autuação  afronta  o  princípio  da  isonomia  tributária  e,  no  caso  do  IPI,  também o princípio da seletividade;  vi.  caso  se  entenda,  mesmo  depois  do  exposto,  que  ambas  as  posições  (49.11  e  85.23)  poderiam  abarcar  os  produtos  importados  pela  Recorrente,  o  que  aqui  realmente  só  se  admite  para  Fl. 1874DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 96          7 exaurir  o  debate,  o  fato  é  que  ainda  assim,  na  aplicação  das  normas  gerais, a posição 49.11 prevaleceria;    É o relatório.  Voto             Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora   O presente  recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele  tomo conhecimento.   Tal  como  relatado,  versa  os  autos  sobre  o  conflito  de  classificações  fiscais  para os produtos: bilhetes para trem; para ônibus; para metrô; para barcas; para ferry (balsa); e  ingressos para futebol.  O código tarifário adotado pela contribuinte nas importações em tela é assim  disposto na TIPI:    49.11  Outros impressos, incluindo as estampas, gravuras e fotografias.    4911.10  ­ Impressos publicitários, catálogos comerciais e semelhantes    4911.10.10  Que contenham informações relativas ao funcionamento, manutenção, reparo  ou  utilização  de  máquinas,  aparelhos,  veículos  e  outras  mercadorias  de  origem extrazona  0  4911.10.90  Outros  0  4911.9  ­ Outros:    4911.91.00  ­­  Estampas, gravuras e fotografias  0  4911.99.00  ­­  Outros  0    Ao passo que o código tarifário adotado pela fiscalização é assim disposto:    85.23  Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de  semicondutores,  "cartões  inteligentes"  e  outros  suportes  para  gravação  de  som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e  moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo  37.    8523.2  ­ Suportes magnéticos:    8523.21  ­­  Cartões com tarja (pista) magnética    8523.21.10  Não gravados  15  8523.21.20  Gravados  15    Aparentemente,  ambos  os  códigos  tarifários  acomodariam  as  mercadorias  importadas, de maneira que a controvérsia deve ser dirimida pela aplicação das Regras Gerais  para a Interpretação do Sistema Harmonizado. Diz a primeira regra:  Fl. 1875DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     8 Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os  efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas  de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas  posições e Notas, pelas Regras seguintes:  Assim,  caso  não  solucionado  o  conflito  pela  aplicação  da  primeira  RGI,  passam­se as seguintes, em consonância com a natureza do produto:  3.  Quando  pareça  que  a  mercadoria  pode  classificar­se  em  duas  ou  mais  posições  por  aplicação  da  Regra  2  b)  ou  por  qualquer  outra  razão,  a  classificação deve  efetuar­se da  forma  seguinte:  a)  A  posição  mais  específica  prevalece  sobre  as  mais  genéricas.  Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a  apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado  ou  de  um  artigo  composto,  ou  a  apenas  um  dos  componentes  de  sortidos  acondicionados  para  venda  a  retalho,  tais  posições  devem  considerar­se,  em  relação  a  esses  produtos  ou  artigos,  como  igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição  mais precisa ou completa da mercadoria.  b)  Os  produtos  misturados,  as  obras  compostas  de  matérias  diferentes  ou  constituídas  pela  reunião  de  artigos  diferentes  e  as  mercadorias  apresentadas  em  sortidos  acondicionados  para  venda  a  retalho,  cuja  classificação  não  se  possa  efetuar  pela  aplicação  da  Regra  3  a),  classificam­se  pela  matéria  ou  artigo  que  lhes  confira  a  característica  essencial,  quando  for  possível  realizar  esta  determinação.    Na  argumentação  tecida  pela  Recorrente,  a  tarja  magnética  não  conferiria  característica  essencial  à  mercadoria,  sendo­lhe  apenas  acessória,  pois  apenas  agregaria  um  dispositivo de segurança aos ingressos ou bilhetes.   Na  decisão  recorrida,  afirmou­se  que  “os  tíquetes  revestidos  de  material  magnético  teriam  como  característica  essencial  o  fato  de  serem  revestidos  de  material  magnético”.  Assim sendo, verifica­se que Capítulo 49 (Livros,  jornais, gravuras e outros  produtos das indústrias gráficas; textos manuscritos ou datilografados, planos e plantas) ,traz as  seguintes Notas:  [...]  2.­  Na  acepção  do Capítulo  49,  o  termo  “impresso”  significa  também  reproduzido mediante  duplicador,  obtido  por  processo  comandado  por  uma  máquina  automática  para  processamento  de dados, por estampagem, fotografia, fotocópia, termocópia ou  datilografia.  Reportando­nos  às Notas Explicativas do Sistema Harmonizado, veiculadas  pela Instrução Normativa RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008, tem­se para o Capítulo 49:  Capítulo 49  Livros,  jornais,  gravuras  e  outros  produtos  das  indústrias  gráficas; textos manuscritos ou datilografados, planos e plantas  Fl. 1876DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 97          9 CONSIDERAÇÕES GERAIS  Ressalvadas  as  raras  exceções  adiante  mencionadas,  este  Capítulo  compreende  a  totalidade  dos  artefatos  cuja  razão  de  ser  é  determinada  pela  matéria  impressa  ou  ilustrada  que  contenham.  Esta posição compreende  todos os artigos  impressos  (incluídas  as fotografias tiradas diretamente), do presente Capítulo (ver as  Considerações  Gerais),  que  não  se  encontrem  incluídos  nas  posições precedentes deste mesmo Capítulo.  As  estampas,  gravuras  e  fotografias  emolduradas  permanecem  classificadas nesta posição desde que estes artigos confiram ao  conjunto o seu caráter essencial; em caso contrário, os referidos  artigos  devem  classificar­se  na  posição  correspondente  às  molduras como artigos de madeira, metal, etc.  Certos impressos destinados a ser completados com indicações  manuscritas  ou  datilográficas  no momento  da  sua  utilização,  estão incluídos aqui, desde que apresentem o caráter essencial  de  artigos  impressos  (ver  a  Nota  12  do  Capítulo  48).  Por  conseguinte, os  formulários  (formulários de aquisição de uma  revista,  por  exemplo),  os  bilhetes  de  passagens  virgens  contendo  vários  cupons  (bilhetes  de  avião,  de  trem  e  ônibus,  por exemplo), as cartas circulares, os documentos e carteiras de  identidade  e  outros  impressos  contendo  um  texto,  uma  notícia,  etc. sobre os quais as  informações devem ser  indicadas (data e  nome, por exemplo) incluem­se na presente posição. Todavia, os  certificados  de  valores  mobiliários,  os  certificados  documentários análogos e os  talonários de cheques, que devem  igualmente  ser completados e validados,  incluem­se na posição  49.07.  Pelo  contrário,  certos  artigos  de  papelaria  revestidos  de  impressões  que  apresentam  um  caráter  acessório  em  vista  da  sua  utilização  inicial  e  que  são  destinados  a  escrita  ou  a  datilografia  classificam­se  no  Capítulo  48  (ver  Nota  12  do  Capítulo 48 e especialmente as Notas Explicativas das posições  48.17 e 48.20).  Esta posição também abrange, além dos produtos cuja inclusão  é evidente:  1)  Os  impressos para  fins publicitários  (incluídos os cartazes  publicitários),  os  anuários  e  publicações  semelhantes,  constituídos,  essencialmente,  de  publicidade,  os  catálogos  comerciais  de  qualquer  espécie  (incluídos  os  de  livrarias,  de  música  ou  de  obras  de  arte)  e  as  publicações  de  propaganda  turística.  Excluem­se,  todavia,  os  jornais  e  publicações  periódicas,  mesmo  contendo  publicidade  (posições  49.01  ou  49.02, consoante o caso).  2)  As  brochuras  contendo  o  programa  de  um  circo,  de  um  evento  esportivo,  de  uma  ópera,  de  uma  peça  ou  de  uma  representação análoga.  Fl. 1877DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     10 3)  Os  suportes para calendários,  revestidos de  impressões ou  ilustrações.  4)  Os  mapas  geográficos  esquemáticos,  sem  precisão  topográfica.  5)  As pranchas ou quadros para ensino da anatomia, botânica,  etc.  6)  Os bilhetes de  entrada para  espetáculos  (cinema,  teatro e  concertos, por exemplo) bem como os bilhetes e os tíquetes para  os transportes coletivos, e outros bilhetes semelhantes.  7)  As  microrreproduções  em  suporte  opaco  dos  artigos  classificados no presente Capítulo.  8)  As  retículas  obtidas  por  impressão,  sobre  uma película  de  plástico,  de  letras  e  símbolos,  destinados  a  serem  recortados  e  utilizados em trabalho de composição.  As  retículas “peliculares” com pontos,  linhas ou quadriláteros,  incluem­se, pelo contrário, no Capítulo 39.  9)  Os  cartões  maximum  e  os  envelopes  de  primeiro  dia  ilustrados  (F.D.C.  ­  first­day  covers),  sem  selos  postais  (ver  também a parte D) da Nota Explicativa da posição 97.04).  10)  Os  impressos  auto­adesivos  destinados  a  serem  utilizados  por  exemplo,  para  fins  publicitários  ou  de  simples  decoração,  fins  humorísticos  os  “auto­adesivos  humorísticos”  e  os  “auto­ adesivos para janelas”.  11)  Os  bilhetes  de  loteria,  “bilhetes  de  raspar”  e  bilhetes  de  tômbola (rifa).  Também se excluem desta posição:  a)  Os negativos ou positivos  fotográficos, em películas ou em  chapas (posição 37.05).  b)  Os  artigos  das  posições  39.18,  39.19,  48.14  e  48.21  e  os  produtos  de  papel  impresso  do  Capítulo  48  nos  quais  a  impressão  de  caracteres  ou  de  estampas  tenham  apenas  uma  importância  secundária  relativamente  ao  seu  emprego  principal.  c)  As  letras,  algarismos,  placas  sinalizadoras,  painéis  de  publicidade e semelhantes, contendo uma ilustração ou um texto  impressos,  de  cerâmica,  de  vidro,  de  metais  comuns,  que  se  classificam, respectivamente, nas posições 69.14, 70.20 e 83.10,  ou na posição 94.05 se forem luminosos.  d)  Os espelhos de vidro decorativos, emoldurados ou não, com  ilustrações impressas sobre uma face (posições 70.09 ou 70.13).  e)  Os  cartões  inteligentes  (smart  cards)  impressos  (incluindo  os  cartões  ou  etiquetas  de  acionamento  por  aproximação),  conforme definidos na Nota 4 b) do Capítulo 85 (posição 85.23).  (Redação  dada  pela  IN  RFB  nº  1.072,  de  30  de  setembro  de  2010)  Fl. 1878DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 98          11 f)  Os  mostradores  impressos  para  instrumentos  e  aparelhos  dos Capítulos 90 ou 91.  g)  Os brinquedos de papel impresso, por exemplo, as folhas de  recortar,  para  crianças  e  ainda  as  cartas  de  jogar  e  artefatos  semelhantes, com dizeres impressos (Capítulo 95).  h)  As  gravuras,  estampas  e  litografias,  originais  da  posição  97.02,  isto é, as provas  tiradas diretamente, em preto e branco  ou  a  cores,  de  uma  ou mais  chapas  executadas  inteiramente  à  mão  pelo  artista,  qualquer  que  seja  a  técnica  ou  a  matéria  utilizadas, exceto qualquer processo mecânico ou fotomecânico.    Da  leitura  das  alcance  interpretativo  do  capítulo  49,  verifica­se  que  a  racionalidade subjacente ao capítulo, é que a matéria impressa ou ilustrada no produto confira­ lhe a característica essencial.   Assim, brochuras contendo o programa de ópera ou de uma peça, incluem­se  nessa posição, pois a razão de ser do produto é a informação veiculada, sendo a brochura, por  si só, mero suporte físico. Por outro lado, se a impressão tiver função decorativa, por exemplo,  não será determinante para classificar o produto.  Por outro lado, a posição 8523 inclui suportes para gravação de dados, como  se entrevê do seu texto:   Discos,  fitas,  dispositivos  de  armazenamento  de  dados,  não  volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros  suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes,  mesmo  gravados,  incluindo  as  matrizes  e  moldes  galvânicos  para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo 37  As NESHs da posição 8523, assim dispõem:  A presente posição abrange diferentes tipos de suportes, mesmo  gravados, para a gravação de som ou para gravações análogas  (por  exemplo,  dados  numéricos,  textos,  imagens,  vídeo  ou  outros  dados  gráficos,  programas).  Estes  suportes  podem,  em  geral, ser inseridos e retirados de um aparelho de gravação ou  de leitura e ser transferidos de um destes aparelhos para outro.  Os  suportes  desta  posição  podem  ser  gravados,  não  gravados,  ou  conter  informações  pré­gravadas,  podendo  receber  mais  informações gravadas.  A  presente  posição  compreende  os  suportes  apresentados  em  formas intermédias (por exemplo, matrizes, gravações originais,  matrizes de prensagem) destinados a ser utilizados na produção  em série de suportes gravados acabados.  Contudo,  a  presente  posição  não  inclui  os  dispositivos  que  sirvam para gravar os dados ou os recuperar do suporte.  A presente posição compreende, por exemplo:  Fl. 1879DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO     12 A.­ OS SUPORTES MAGNÉTICOS  Os produtos deste grupo apresentam­se geralmente na forma de  discos,  cartões  ou  fitas.  Podem  ser  fabricados  de  diversas  matérias (geralmente plástico, papel ou cartão, ou metal), e ser  magnéticos ou revestidos de um material magnético. Este grupo  de  produtos  compreende,  por  exemplo,  as  fitas  em  cassetes  e  outras  fitas  destinadas  aos  gravadores  de  fitas,  as  fitas  para  câmeras de vídeo e outros aparelhos de gravação de vídeo (por  exemplo,  VHS,  Hi­8TM,  mini­DV),  os  disquetes  e  cartões  com  uma pista magnética.  Este grupo não compreende os suportes magneto­ópticos.    Assim, a contraposição das posições demonstra que ambas têm em comum o  fato  de  se  tratarem  de  suportes  para  veicular  informações  –  por  um  lado,  pela  impressão  (reprodução  mediante  duplicador,  obtido  por  processo  comandado  por  uma  máquina  automática para  processamento  de  dados,  por  estampagem,  fotografia,  fotocópia,  termocópia  ou datilografia), ou por ondas magnéticas.  Por outro lado, os bilhetes e ingressos de forma geral, têm natureza contratual  sinalagmática,  pois  conferem  direitos  ao  seu  usuário  –  de  assistir  uma  peça,  de  ter  assento  marcado, de usufruir de um teatro com lotação adequada – em troca do respectivo pagamento.   Sob  essa  acepção,  não  existe  a  mercadoria  “ingresso”  ou  “bilhete”,  simplesmente  porque  se  tratam  de  bens  intangíveis,  serviços,  que  refogem  à  sistemática  de  classificação  fiscal  de mercadorias do Sistema Harmonizado, que desde  sempre  incide  sobre  bens corpóreos.  Contudo, os bens intangíveis podem necessitar de um suporte físico para se  materializarem.  Nada  impede  que  contrato  subjacente  ao  ingresso  de  cinema,  por  exemplo,  possa  se  realizar  num  ambiente  totalmente  virtual;  aliás,  o  Direito  Civil  determina  que  até  mesmo os acordos verbais podem gerar direitos e obrigações entre as partes.  Assim,  nesse  caso,  tal  como  no  caso  dos  softwares,  incidem  os  tributos  aduaneiros  apenas  sobre  os  suportes  físicos,  que  são  determinantes  para  o  correto  código  tarifário.  No  caso  em  apreço,  não  há  dúvidas  que  os  bilhetes  ou  ingressos  serão  materializados  em  cartões  com  tarja magnética.  A  tarja magnética  veiculará  as  informações  relativas  ao contrato de bilhete/ingresso;  caso o  consumidor porte um cartão com  impressos,  mas  que  não  contenha  em  sua  tarja  magnética  os  direitos  respectivos,  principalmente  de  usufruir do serviço, esse será mero suporte vazio de conteúdo. Ou por outra, o usuário poderá  utilizar a passagem veiculada no bilhete de trem, mas se realizar nova viagem, esse bilhete de  nada mais servirá, pois o seu conteúdo foi exaurido.  Assim,  a  nota  6  das  NESHs  do  Capítulo  49  apenas  faz  sentido,  se  contextualizada  a  essa  realidade,  pois,  certamente,  os  suportes  magnéticos  para  dados  são  inovações tecnológicas recentes, sendo classicamente, os bilhetes ou ingressos materializados  em suportes impressos, normalmente, o papel.  Não se trata de classificação fiscal pela regra “característica essencial”, sobre  a  qual  debateram  a  fiscalização  e  a Recorrente,  porém,  enquadramento  do  suporte  físico  de  Fl. 1880DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10314.000809/2011­12  Acórdão n.º 3201­001.556  S3­C2T1  Fl. 99          13 acordo  com  suas  características  merceológicas,  questão  dirimida  pela  simples  aplicação  da  Primeira Regra Geral de Interpretação do Sistema Harmonizado.  Poder­se­ia  ir  além  nas  ponderações  aqui  dispostas,  tais  como  a  base  de  cálculo  empregada  na  tributação  aduaneira,  que  exprimiriam  as  conclusões  aqui  alcançadas,  mas se entende que já há razões suficientes para a manutenção da desclassificação fiscal.   Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário.    (assinado digitalmente)  Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo                            Fl. 1881DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 12/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/04/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO

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Numero do processo: 10805.720006/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Sun Jul 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003 Ementa: PIS - PEDIDO DE COMPENSAÇÃO - CRÉDITO APURADO EM PROCESSO JUDICIAL - COMPENSAÇÃO - PRESSUPOSTOS LEGAIS - ART. 170-A DO CTN E ART. 74 DA LEI Nº 9430/96. Não se confundem os objetos da ação judicial de repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e da forma de sua execução, que se pode dar mediante compensação(art. 170 e 170-A do CTN; art. 66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento tributário, sua revisão e homologação, estas últimas atribuídas privativamente à autoridade administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. Embora a decisão judicial, que declare ser restituível e compensável determinado crédito, sirva de título para a compensação no âmbito do lançamento por homologação, esta última somente se efetiva após o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito à repetição do indébito tributário, e mediante a entrega pelo sujeito passivo, da declaração administrativa legalmente prevista, da qual devem necessariamente constar as informações relativas aos supostos créditos utilizados e aos respectivos débitos a serem compensados. O art. 170-A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência.
Numero da decisão: 3402-001.852
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso, vencidos conselheiros João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, que davam provimento ao recurso. Designado conselheiro Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca para redigir o voto vencedor. Fez sustentação pelo patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto João Carlos Cassuli Junior – Relator Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Redator designado Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ... Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta (Presidente). O Presidente substituto da Turma, assina o acórdão, face à impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. , Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso, vencidos conselheiros João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, que davam provimento ao recurso. Designado conselheiro Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca para redigir o voto vencedor. Fez sustentação pelo patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto João Carlos Cassuli Junior – Relator Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Redator designado Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ... Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta (Presidente). O Presidente substituto da Turma, assina o acórdão, face à impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. , Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     2 patrono Dr. Luiz Paulo Romano OAB/DF 14303 e pela Procuradoria da Fazenda Nacional Dra.  Indiara Arruda de Almeida Serra.     Gilson Macedo Rosenburg Filho ­   Presidente Substituto    João Carlos Cassuli Junior –   Relator    Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça  Redator designado  Participaram,  ainda,  do  presente  julgamento,  os  Conselheiros  ...  Gilson  Macedo  Rosenburg  Filho  e  Nayra  Bastos  Manatta  (Presidente).  O  Presidente  substituto  da  Turma,  assina  o  acórdão,  face  à  impossibilidade,  por motivo  de  saúde,  da  Presidente Nayra  Bastos Manatta.  ,  Silvia de Brito Oliveira,  Fernando Luiz  da Gama Lobo d´Eça  e Francisco  Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.  Fl. 578DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.335          3 Relatório  Versam  estes  autos  de  Declarações  de  Compensação,  de  créditos  provenientes  de  pagamentos  indevidos  a  título  de  PIS,  com  débito  de  IPI  relativo  mês  de  Set/2004, não homologadas pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santo André, ao  fundamento de inexistência do trânsito em julgado da ação judicial apontada como origem do  direito creditório (PIS ­ Semestralidade) utilizado pela interessada.  DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE  Cientificado do despacho decisório em 30/01/2008, conforme AR de fls. 91,  o  sujeito  passivo  apresentou  em  28/02/2008  (fls.  88  e  seguintes)  sua  Manifestação  de  Inconformidade, alegando em síntese que:  · A Manifestação é tempestiva e merece ser conhecida; As compensações  foram  realizadas  com  fundamento  nas  decisões  proferidas  na  Ação  Declaratória  (de  nº.  94.0014803­8),  estando  em  consonância  com  a  legislação de regência vigente à época dos fatos (compensações), citando  os  artigos  74  da Lei  9.430/96  –  com  as  alterações  dadas  pela  10.637  e  10/833/2002 – e IN 210/2002;  · Que a Ação Judicial apontada pela Autoridade Administrativa  trazia em  sua petição inicial diversos pedidos, e que mais de um pedido foi acolhido  pela  decisão  do  Poder  Judiciário,  dentre  eles  o  reconhecimento  dos  créditos  de  PIS  (advindos  do  recolhimento  sob  a  égide  da  inconstitucionalidade  dos  Decretos  2.445  e  2.449/88),  sendo  que  nem  todos foram alvo de recurso pela União Federal, em especial este pedido,  transitando assim em julgado a decisão judicial à favor da autora;  · Que os provimentos judiciais proferidos nos autos da Ação Ordinária nº.  94.0014803­8 permitiam a compensação  imediata dos  créditos de PIS  e  que tais decisões transitaram em julgado no momento em que não foram  recorridas pela parte contrária no processo;   O  contribuinte  discorre  ainda  longamente  sobre  a  extensão  e  os  efeitos  da  coisa julgada, em prol de convencer a Autoridade Administrativa que o processo judicial que  discutia  seu  direito  creditório  transitou  em  julgado  no  tocante  à  matéria  não  recorrida  pela  União Federal, requerendo ao final o julgamento integralmente procedente de sua defesa para a  homologação das compensações realizadas.  DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA  Em  análise  e  atenção  aos  pontos  suscitados  pela  interessada  na  defesa  apresentada,  a Primeira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em  Campinas/SP, proferiu o Acórdão de nº. 05­22.520, nos seguintes termos:    Fl. 579DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     4 “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO_PARA_O PIS/PASEP   Período de apuração: 01/01/1989 a 31/05/2003  SENTENÇA JUDICIAL NÃO TRANSITADA EM JULGADO. Ainda que  se  admita  a  tese  do  trânsito  em  julgado  por  capítulos  da(o)  sentença/acórdão, não se pode admitir a busca, na via administrativa,  de  execução  de  coisa  distinta  daquela  conformada  no  processo  judicial,  isso  sem  dizer  que  o  próprio  pressuposto  da  referida  tese  é  inexistente  no  caso,  isto  é,  a  independência  entre  o  capitulo  não  impugnado  na  via  recursal  e  aquel'outros  assim  desafiados. De  toda  forma,  a  tese  do  trânsito  em  julgado  fracionado  não  vinga,  hoje,  no  Superior Tribunal de Justiça ­ STJ e, certo que o caso é daqueles em  que ainda não se colheu dito trânsito em julgado, a implementação da  compensação,  conforme  parâmetros  fixados  no  julgado  judicial,  nem  mais, nem menos, fica obstada, isto à força do art. 170­A do CTN.  PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.  Se  a  questão  (ponto  controvertido)  em  debate  no  processo  administrativo  é  levada  à  apreciação  do  Poder  Judiciário,  a  Autoridade Tributária, originalmente competente para proferir decisão  sobre a contenda, deixa de se­1o: a competência para decidir desloca­ se da esfera da Administração para a do Poder Judiciário.”    O  próprio  relator  do  voto  proferido  pela  DRJ  já  menciona  que  seus  fundamentos  podem  ser  resumidos  em  “cinco  linhas  de  consideração”  (fls,  439),  dando  de  forma  específica  o  ponto  observado  para  análise  e  julgamento  do  processo.  Transcrevo  tais  linhas de consideração nos termos apontados no Acórdão:  “PRIMEIRO,  AINDA  QUE  SE  ADMITA  A  TESE  DO  TRANSITO  EM  JULGADO  POR  CAPÍTULO  DA  (O)  SENTENÇA/ACÓRDÃO,  O  CONTRIBUINTE  BUSCA,  NA  VIA  ADMINISTRATIVA,  A  EXECUÇÃO  DE  COISA  DISTINTA  DAQUELA  CONFORMIDADE NO PROCESSO JUDICIAL”;  “SEGUNDO,  AINDA  QUE  SE  ADMITA  A  TESE  DO  TRÂNSITO  EM  JULGADO  POR  CAPÍTULO DA  (O) SENTENÇA/ACÓRDÃO, O CASO PRESENTE NÃO SE SUBSUME  DE IMEDIATO À ESPÉCIE”;  “TERCEIRO,  A  TESE  DO  TRÂNSITO  EM  JULGADO  POR  CAPÍTULOS  DA  (O)  SENTENÇA/ACORDÃO,  NÃO  É,  HOJE,  ADMITIDA  NO  ÂMBITO  DO  SUPERIOR  TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ”;  “QUARTO, AINDA NÃO HOUVE TRANSITO EM JULGADO DO CASO”  “QUINTO, A PRETENSÃO ADMINISTRATIVA DO CONTRIBUINTE EXTRAVASA OS  POSSÍVEIS  LIMITES  DA  DECISÃO  JUDICIAL  QUE  VIRÁ  A  GANHAR  FOROS  DE  IMUTABILIDADE”.  DO RECURSO  Cientificado da decisão de 1a instância em 09/09/2008, conforme AR de fls.  450, e não concordando com os termos em que foi proferida a mencionada decisão, o sujeito  passivo  apresentou  tempestivamente,  em  24/09/2008,  Recurso  Voluntário  dirigido  a  este  Conselho.  Fl. 580DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.336          5 O  recurso  de  fls.  380  a  416  além  de  repisar  os  argumentos  trazidos  na  Manifestação  de  Inconformidade,  reproduzindo  o mesmo  histórico  quanto  ao  andamento  da  Ação Judicial – e da existência do trânsito em julgado da referida demanda, sustenta ainda que:  · É possível  a  compensação de  créditos de PIS  com débitos de quaisquer  tributos  administrados  pela  Receita  Federal,  aplicando­se­lhe  as  legislações supervenientes à época do ajuizamento da ação judicial, e não  só a compensação de débitos de PIS com créditos de PIS;  · É inaplicável ao caso o art. 170­A do CTN, pois que a recorrente requer a  compensação  de  créditos  tributários  de  PIS  cujos  fatos  geradores  ocorreram em período anterior à vigência do referido dispositivo legal;  Ao  final  a  recorrente  frisa  ainda  que o  recurso  especial  interposto  na Ação  Ordinária nº 94.0014803­8 (ainda não apreciado nos autos daquele processo quando proferida a  decisão de 1ª instância na via administrativa), transitou em julgado em 14/08/2008, dando, por  sua vez, ensejo a crédito adicional ao já utilizado pela recorrente, o qual fora “recentemente”  utilizado pela mesma.  Requereu  por  fim  provimento  integral  ao  recurso,  para  o  fim  de  ser  reconhecido o direito à  compensação de créditos  tributários de PIS  (reconhecidos na ação  já  citada), com os débitos de IPI relativos à competência de set/2004.  DA DISTRIBUIÇÃO  Tendo  o  processo  sido  distribuído  a  esse  relator  por  sorteio  regularmente  realizado,  vieram  os  autos  para  relatoria,  por  meio  de  processo  eletrônico,  em  04  (quatro)  Volumes,  numerado  até  a  folha  504  (quinhentos  e  quatro),  estando  apto  para  análise  desta  Colenda  2ª  Turma  Ordinária,  da  4ª  Câmara,  da  3ª  Seção  do  Conselho  Administrativo  de  Recursos Fiscais ­ CARF.  É o relatório.  Fl. 581DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     6 Voto Vencido  Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator.  O  recurso  atende  os  pressupostos  de  admissibilidade  e  tempestividade,  portanto, dele tomo conhecimento, passando a análise dos fatos articulados pela recorrente.  Não vislumbro matérias de ordem pública que sejam suscitáveis de oficio ou  que  tenham  sido  objeto  do  recurso  manejado  pela  parte,  de  modo  que  passo  a  análise  das  questões de mérito.   1.  Do mérito:  1.1  Da  inaplicabilidade  do  art.  170­A,  do  CTN,  às  ações  propostas  anteriormente à sua vigência:  No tocante ao mérito, a recorrente pugna pela inaplicabilidade do art. 170­A,  do  Código  Tributário  Nacional,  tendo  em  vista  que  a  ação  mandamental  foi  proposta  anteriormente à sua vigência, sendo impossível a sua aplicação ao caso concreto.  A  controvérsia  aqui  travada  diz  respeito  à  incidência  intertemporal  do  disposto  no  art.  170­A  do  Código  Tributário  Nacional,  que  veio  dar  tratamento  especial  à  espécie  de  compensação  bastante  peculiar:  aquela  em  que  o  crédito  do  contribuinte,  a  ser  compensado, é objeto de controvérsia judicial.  O  citado  art.  170­A,  norma  que  determina  que  é  necessário  o  trânsito  em  julgado  da  sentença  que  concedeu  o  direito  à  compensação,  acrescentou  um  elemento  qualificador ao crédito que tem o contribuinte contra a Fazenda.  E como elemento qualificador que é do crédito pretendido, deveria pre­existir  à época do ajuizamento da ação que o tem como objeto, atendendo, inclusive, ao princípio da  anterioridade.  Desta forma, correto é o entendimento expresso pelo STJ no sentido de que o  disposto  no  art.  170­A,  do  CTN,  somente  deve  ser  aplicado  às  ações  propostas  após  a  sua  vigência, como vemos pelos julgados a seguir transcritos:    TRIBUTÁRIO.  COMPENSAÇÃO.  ART.  170­A  DO  CTN.  REQUISITO  DO  TRÂNSITO EM JULGADO. APLICABILIDADE.  A  Primeira  Seção  do  Superior  Tribunal  de  Justiça,  por  ocasião  do  julgamento  do  Recurso  Especial  1.167.039/DF,  Rel.  Min.  Teori  Albino  Zavascki,  submetido ao  regime do art.  543­C do Código de Processo Civil  (recursos repetitivos), firmou o entendimento segundo o qual o art. 170­A do  CTN ­ que veda a compensação de créditos tributários antes do trânsito em  julgado da ação ­ aplica­se às demandas ajuizadas após 10.1.2001, mesmo  na hipótese de tributo declarado inconstitucional.  Agravo regimental improvido.  (AgRg  no  REsp  1299470/MT,  Rel.  Ministro  HUMBERTO  MARTINS,  SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 23/03/2012)  Fl. 582DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.337          7   PROCESSUAL  CIVIL.  TRIBUTÁRIO.  AGRAVO  REGIMENTAL  NO  AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 170­A DO CTN. INAPLICABILIDADE  ÀS  AÇÕES  AJUIZADAS  NO  PERÍODO  ANTERIOR  À  LC  104/2001.  APLICAÇÃO DO ARTIGO 543­C DO CPC.  RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1.164.452/MG.  1.  Hipótese  em  que  se  discute  a  compensação  dos  créditos  reconhecidos  judicialmente antes do trânsito em julgado da decisão.  2.  A  Primeira  Seção  desta  Corte,  no  julgamento  do  REsp  1164452/MG,  submetido ao rito do art. 543­C do CPC, sedimentou o entendimento de que  a  limitação  imposta  pelo  art.  170­A,  do CTN deve  ser  aplicada às  causas  iniciadas posteriormente à sua vigência.  3. Agravo regimental não provido.  (AgRg  no  Ag  1360730/RS,  Rel.  Ministro  BENEDITO  GONÇALVES,  PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/03/2012, DJe 06/03/2012)    Ainda  assim,  a  compensação  realizada  antes  do  trânsito  em  julgado  traz  implícita a condição resolutória da sentença final favorável ao contribuinte, condição essa que,  se não ocorrer, acarretará a ineficácia da operação, com as consequências daí decorrentes.  No caso destes autos, a ação foi distribuída em 07/10/1994, razão pela qual,  não se aplica, em relação ao crédito nela controvertido, a exigência do art. 170­A do Código  Tributário Nacional, cuja vigência se deu posteriormente.  Não bastasse  este  entendimento,  levo  em  consideração  ainda o  fato  de  que  inclusive os pedidos de compensação, realizados por meio de papel, foram feitos antes mesmo  da  entrada  em  vigência  do  art.  170­A do CTN,  de modo  que  impossível  a  sua  aplicação  ao  presente caso, também por esta vertente.  Ainda, por ser temática já decidida em sede de Recursos Repetitivos no STJ,  não  poderia  ser  outra  a minha  resolução,  por  força  do  art.  543­C  do CPC,  senão  declarar  a  inaplicabilidade do art. 170­A do CTN ao caso apresentado nos autos.  O julgamento da matéria aqui veiculada, determina que seja apreciado se há  ou  não  crédito  pretendido  pelo  contribuinte  para  a  compensação,  sendo  afastado  o  óbice  decorrente  da  aplicação  do  art.  170­A,  do  CTN,  mas  não  importando  imediatamente  em  homologação da compensação, que deve ser submetida ao procedimento de análise do mérito  do pedido, por parte da autoridade administrativa competente.  1.2 Da possibilidade de compensação de créditos de PIS com quaisquer  tributos administrados pela RFB:  A  recorrente  ainda  se  insurge  quanto  a  negativa  da  DRJ  em  acolher  a  possibilidade  de  homologação  das  compensações  ante  a  execução  de  coisa  distinta  daquela  conformada no processo judicial, qual seja, a compensação de créditos de PIS com débitos de  IPI.  Neste ponto também merece provimento o recurso voluntário interposto.  Fl. 583DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     8 Diferentemente  à  hipótese  de  aplicação  do  art.  170­A  do CTN,  neste  caso,  por não se tratar de condição resolutória de constituição do crédito tributário, deve ser aplicada  à  compensação  a  legislação  vigente  à  época  do  encontro  de  contas,  e  não  quando  da  constituição do crédito.  Na  questão  da  necessidade  do  trânsito  em  julgado,  como  condição  de  procedibilidade para a compensação baseada em crédito objeto de discussão judicial (art. 170­ A, do CTN), está pacificado que referido dispositivo não pode retroagir para colher demandas  anteriores.   Assim  sendo,  viabilizada  a  compensação  com  base  em  crédito  sujeito  a  demanda judicial, em função da data da propositura da demanda ser anterior a vigência do art.  170­A, do CTN, aplicar­se­á, então, a regra vigente no momento do pleito de compensação.  Assim, não há como se admitir que seja utilizada a Lei n. 8.383/91, vigente  quando da propositura da ação judicial, como norma regente da compensação pretendida nestes  autos,  mas  sim  as  determinações  da  Lei  n.  9.430/96,  que  já  estava  vigorante  nas  datas  dos  pedidos de compensação.  Neste  sentido  a  9ª  Região  Fiscal  já  se  manifestou  quando  da  resposta  à  Consulta n. 351, publicada na DOU em 07/12/2004 nos seguintes termos:  Os  créditos  de  natureza  tributária,  relativos  a  tributos  e  contribuições  administrados  pela  Secretaria  da  Receita  Federal,  reconhecidos  por  sentença  judicial  transitada  em  julgado  que  tenha  permitido  apenas  a  compensação  com  débitos  de  tributos  ou  contribuições  da mesma  espécie,  poderão  ser  compensados  com  débitos  relativos  a  quaisquer  tributos  e  contribuições  administrados  pela  Secretaria  da Receita Federal,  se  houver  legislação  superveniente  que  assegure  igual  tratamento  aos  demais  contribuintes.   Desta  forma,  não  há  qualquer  óbice  na  legislação  para  que  norma  superveniente, mais benéfica ao contribuinte, seja utilizada para possibilitar as compensações  pretendidas.  Mesmo  que  à  época  das  decisões  que  embasaram  as  declarações  de  compensação  a  legislação  era  diversa,  deve  ser  reconhecido  ao  contribuinte  o  direito  de  utilizar­se desta nova norma que lhe beneficia.  Tanto é verdade este raciocínio que o próprio Código de Processo Civil, em  seu art. 303, I, permite que seja aplicado direito superveniente à processos em andamento, de  modo que desponta claro que se é permitido deduzir novas alegações no transcurso do processo  quando da superveniência de norma mais benéfica, justo é que o contribuinte possa se utilizar  da norma que regula seu direito quando da execução.  Este fundamento vem albergado pelo art. 106 do Código Tributário Nacional,  nos seguintes termos:    Art. 106. A lei aplica­se a ato ou fato pretérito:  I  ­ em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a  aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;   II ­ tratando­se de ato não definitivamente julgado:  a) quando deixe de defini­lo como infração;  Fl. 584DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.338          9 b) quando deixe de tratá­lo como contrário a qualquer exigência de ação ou  omissão,  desde  que  não  tenha  sido  fraudulento  e  não  tenha  implicado  em  falta de pagamento de tributo;  c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente  ao tempo da sua prática.    Inclusive,  o  STJ  já  se  manifestou  de  forma  a  aceitar  que  os  Tribunais  se  utilizem,  de  ofício,  de  legislação  mais  benéfica  ao  contribuinte,  não  se  caracterizando  o  julgamento ultra petita.  Ainda sobre o assunto, remansosa é a jurisprudência do STJ:    TRIBUTÁRIO.  RECURSO  ESPECIAL.  PIS.  TRIBUTO  SUJEITO  A  LANÇAMENTO  POR  HOMOLOGAÇÃO.  PRESCRIÇÃO.  "TESE  DOS  CINCO MAIS CINCO". ENTENDIMENTO CONSAGRADO EM RECURSO  ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (REsp 1.002.932/SP).  COMPENSAÇÃO.  REGIME  JURÍDICO  VIGENTE  À  ÉPOCA  DA  PROPOSITURA  DA  DEMANDA.  RECURSO  REPETITIVO  (REsp  1.137.738/SP).  RECURSO  ESPECIAL DA  IMPETRANTE CONHECIDO E  PROVIDO.  RECURSO  ESPECIAL  DA  FAZENDA  NACIONAL  CONHECIDO E NÃO PROVIDO.  1.  O  prazo  prescricional  para  o  contribuinte  pleitear  a  restituição  do  indébito,  nos  casos  de  tributos  sujeitos  a  lançamento  por  homologação,  referente a pagamento  indevido efetuado antes da  entrada em vigor da LC  118/05,  continua  observando  a  "tese  dos  cinco  mais  cinco"  (REsp  1.002.932/SP, Rel Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJ 18/12/09).  2.  A  Corte  Especial  do  Superior  Tribunal  de  Justiça  declarou  a  inconstitucionalidade  da  segunda  parte  do  art.  4º  da  LC  118/05,  que  estabelece aplicação retroativa de seu art. 3º, por ofensa dos princípios da  autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido,  do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (AI nos EREsp 644.736/PE, Rel.  Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 27/8/07).  3. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp  1.137.738/SP,  de  relatoria  do  Min.  Luiz  Fux,  DJe  1º/2/10,  submetido  ao  procedimento  dos  recursos  repetitivos  previsto  no  art.  543­C  do  CPC,  pacificou  o  entendimento  de  que,  na  compensação  tributária  deve­se  observar a lei de vigência no momento da propositura da ação, ressalvando­ se  o  direito  do  contribuinte  de  compensar  o  crédito  tributário  PELAS  NORMAS POSTERIORES NA VIA ADMINISTRATIVA. [grifei]  4.  Recurso  especial  da  Avícola  a  Jato  Ltda.  conhecido  e  provido  para  reconhecer,  quanto  ao  prazo  prescricional  para  o  contribuinte  pleitear  a  restituição  do  indébito,  nos  casos  de  tributos  sujeitos  a  lançamento  por  homologação, referente a pagamento indevido efetuado antes da entrada em  vigor  da  LC  118/05,  a  aplicação  da  "tese  dos  cinco mais  cinco".  Recurso  especial da Fazenda Nacional conhecido e não provido.  (REsp 943.753/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA  TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 30/05/2011)    Fl. 585DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     10 TRIBUTÁRIO.  AGRAVO  REGIMENTAL  NO  RECURSO  ESPECIAL.  COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGISLAÇÃO VIGENTE AO TEMPO DO  ENCONTRO DE CONTAS.  LEIS  9.032/95  e  9.129/95.  APLICABILIDADE.  AGRAVO NÃO PROVIDO.  1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de  que a compensação tributária é regida pela lei vigente no momento em que  se  realiza  o  encontro  de  contas,  e  não  por  aquela  em  vigor  na  época  do  efetivo pagamento.  2.  "O  fato  gerador  do  direito  à  compensação  não  se  confunde  com  o  fato  gerador dos tributos compensáveis. O fato gerador do direito de compensar  é a existência dos dois elementos compensáveis (um débito e um crédito) e o  respectivo  encontro  de  contas.  Sendo  assim,  o  regime  jurídico  aplicável  à  compensação é o vigente à data em que é promovido o encontro entre débito  e crédito, vale dizer, à data em que a operação de compensação é efetivada.  Observado tal regime, é  irrelevante que um dos elementos compensáveis  (o  crédito  do  contribuinte  perante  o  Fisco)  seja  de  data  anterior"  (REsp  742.768/SP,  Rel.  Min.  TEORI  ALBINO  ZAVASCKI,  Primeira  Turma,  DJ  20/2/2006).  3. Agravo regimental não provido.  (AgRg no REsp 1213142/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,  PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 27/05/2011)    RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO  ART.  535  DO  CPC.  COMPENSAÇÃO  DE  CRÉDITO  TRIBUTÁRIO  (RESTITUIÇÃO)  COM  DÉBITOS  OBJETO  DE  PARCELAMENTO  ESPECIAL  (PAES).  INADMISSIBILIDADE.  ART.  74,  §  3o.,  IV  DA  LEI  9.430/96 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.051/04. PRECEDENTES  DO STJ. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.  1.  Inexiste  violação  ao  art.  535  do  CPC  quando  a  questão  é  inteiramente  apreciada pelo Tribunal a quo, com a argumentação e a fundamentação que  lhe pareceu mais adequada à solução da controvérsia.  2.  A  compensação  é  modalidade  de  extinção  do  crédito  tributário  que  depende de previsão legal, conforme a determinação prevista no artigo 170  do Código Tributário Nacional.  3.  Na  compensação  tributária  deve  ser  observada  a  Lei  de  vigência  no  momento  da  propositura  da  ação,  ressalvado  o  direito  do  contribuinte  de  compensar  o  crédito  tributário  por  normas  posteriores  na  via  administrativa.  4. A Lei 10.637/2002 alterou a Lei 9.430/96 para instituir a modalidade de  compensação por meio de declaração do próprio contribuinte, na qual este  faz constar as informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos  débitos compensados (art. 74, § 1o.). Essa compensação declarada extingue  o  crédito  tributário,  sob  condição  resolutória  de  sua  ulterior  homologação  pela  Secretaria  da  Receita  Federal  (art.  74,  §  2o.);  todavia,  a  partir  da  edição  da  Lei  11.051/2004,  foi  acrescentado  dispositivo  vedando  expressamente  a  compensação  com  débitos  consolidados  em  qualquer  modalidade de parcelamento (art. 74, § 3o., IV). Precedentes.  5. Não afaga o princípio da segurança jurídica, tão essencial à harmonia de  todas as relações sociais, máxime com o Poder Público, a aplicação de regra  ou  norma  afluente  após  o  parcelamento  de  débito  tributário  (ato  administrativo  perfeito  e  acabado);  mas,  o  afastamento  dessa  norma,  ao  Fl. 586DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.339          11 argumento de estar em confronto com a Constituição, exige a observância do  rito previsto no art. 97 da CF.  Súmula Vinculante 10/STF.  6. Recurso Especial provido.  (REsp  1218891/RS,  Rel.  Ministro  NAPOLEÃO  NUNES  MAIA  FILHO,  PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/09/2011, DJe 16/09/2011)    PROCESSUAL  CIVIL.  EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO.  TRIBUTÁRIO.  COMPENSAÇÃO.  1. Inexiste contradição em acórdão que lança premissas harmônicas com as  conclusões adotadas.  2. A jurisprudência atual da 1ª Seção é no sentido de que a compensação  tributária há de reger­se pela lei vigente no momento em que o contribuinte  a aciona.  3. No caso, a compensação estava vinculada aos ditames da Lei nº 9430 de  1996, que exigia requerimento prévio ao órgão arrecadador.  4. Embargos rejeitados.  (EDcl  no  AgRg  no  REsp  701.865/MG,  Rel.  Ministro  JOSÉ  DELGADO,  PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/04/2006, DJ 22/05/2006, p. 152)    “CONSTITUCIONAL  E  TRIBUTÁRIO.  EMBARGOS  INFRINGENTES.  COMPENSAÇÃO.  PIS  COM  COFINS  E  PIS.  ARTIGO  66,  DA  LEI  10.637/2002. SUPERVENIENCIA DA ALTERAÇÃO LEGISLATIVA.  [...]  3. Apesar de a referida lei ter sido publicada após o julgamento da decisão  embargada,  a  mesma  pode  ser  aplicada  ao  caso  concreto.  Cuida­se  de  ‘direito  superveniente’,  cuja  aplicação  a  processos  em  andamento  é  permitida pelo próprio código de Processo Civil, em seu artigo 303, inciso I.  Ademais,  trata­se  de  norma  mais  benéfica  para  o  contribuinte.  Improvimento  dos  Embargos  Infringentes.”  (EIAC  nº.  98055011361/CE,  publicada em 28/10/2005).  Isto posto, também quanto ao mérito, voto no sentido de dar provimento ao  recurso,  reconhecendo  a  inaplicabilidade  do  art.170­A,  do CTN,  no  caso  em  concreto,  bem  como  a  possibilidade  de  se  efetuar  a  compensação  dos  créditos  acumulados  pelo  PIS  com  débitos de IPI, devendo a autoridade competente avaliar se encontram­se presentes os demais  requisitos para homologação da compensação pleiteada.    (assinado digitalmente)  João Carlos Cassuli Junior – Relator.        Fl. 587DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     12   Voto Vencedor    Com  a  devida  vênia  ouso  divergir  do  brilhante  voto  proferido  pelo  ínclito  relator,  por  entender  que  in  casu  merece  subsistir  a  r.  decisão  recorrida  que  deu  correta  aplicação à lei, face às razões que passo a expor.  Não se confundem os objetos da ação  judicial de que reconhece o direito à  restituição ou ressarcimento de crédito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) e as formas de sua  execução ou liquidação, que se pode dar mediante compensação (art. 170 e 170­A do CTN; art.  66 da Lei nº 8383/91; art.74 da Lei 9430/96), com as atividades administrativas de lançamento  tributário,  sua  revisão  e  homologação,  estas  últimas  atribuídas  privativamente  à  autoridade  administrativa, nos expressos termos dos arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN. A distinção  entre  estas  atividades  legalmente  inconfundíveis,  encontra­se  devidamente  delineada  pela  Jurisprudência.  Embora não se ignore que “transitado em julgado, o acórdão que declare ser  o  crédito  restituível  ou  compensável  servirá  de  título  para  a  compensação  no  âmbito  do  lançamento  por  homologação”  (Resp.  78.270  ­  MG  95.56501­3  2ª  Turma  do  STJ  ­  Rel.  Ministro Ari Pargendler ­ j. unânime ­ 28.03.96 ­ DJU 1 ­ 29.04.96 ­ pág. 13.406/07), também  não se pode ignorar que “o pagamento ou a compensação, propriamente, enquanto hipóteses de  extinção  do  crédito  tributário,  só  serão  reconhecidos  por  meio  da  homologação  formal  do  procedimento ou depois de decorrido o prazo legal para a constituição do crédito tributário, ou  de  diferenças  deste  (CTN,  art.  156,  incisos  VII  e  II,  respectivamente).  O  procedimento  do  lançamento por homologação é de natureza administrativa, não podendo o juiz fazer as vezes  desta.  Nessa  hipótese,  está­se  diante  de  uma  compensação  por  homologação  da  autoridade  fazendária.  (...). O  juiz  não  pode,  nessa  atividade,  substituir­se  à  autoridade  administrativa.”  (cf. Ac. da 1ª Seção do E. STJ nos Embargos de Divergência no REsp. nº 100.523­RS Reg.  97.4646­0, em sessão de 11/07/97, Rel. Min. Ari Pargendler, publ. in DJU de 30/06/97).   Por  outro  lado,  também  já  assentou  o  E.  STJ  que  “só  pode  haver  compensação  se  o  crédito  do  contribuinte  for  líquido  e  certo,  isto  é,  determinado  em  sua  quantia” sendo que “só após esse estado de liquidez e certeza é que o contribuinte pode fazer o  lançamento, efetuando a operação de compensação, sujeita a homologação pelo Fisco”, ou seja,  “a liquidez e certeza só podem ser apuradas mediante operação que demanda provas e contas”  (cf. Ac. da 1ª Turma do STJ no REsp. nº 100.523, Reg. 96/0042745­3, em sessão de 07/11/96,  Rel. Min. José Delgado, publ.  in DJU de 09/12/96), obviamente só apuráveis após o  trânsito  em julgado, através da liquidação da sentença que reconhece o direito à repetição do indébito  tributário.  Entretanto,  no  caso  concreto,  tratando­se  de  Pedidos  de  Compensação  formulados em 20/09/04 (fls.01), 24/09/04 (fls.07), 30/09/04 (fls. 11) e 08/10/04 (fls. 17), já se  aplicava a restrição prevista na LC nº 104, que introduziu no CTN o art. 170­A e, por sua vez  expressamente  veda  a  compensação  mediante  o  aproveitamento  de  tributo,  objeto  de  contestação  judicial pelo sujeito passivo, “antes do  trânsito em  julgado da respectiva decisão  judicial”,  eis que como  já assentou a  Jurisprudência do E. STJ, “nas ações ajuizadas após a  publicação da Lei Complementar n.º 104/2001, que acrescentou o art. 170­A ao CTN, somente  se admite a compensação  tributária depois do  trânsito em  julgado da sentença” sendo certo  que “a jurisprudência da Corte não diferencia a compensação no âmbito do lançamento por  Fl. 588DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10805.720006/2008­51  Acórdão n.º 3402­001.852  S3­C4T2  Fl. 1.340          13 homologação (art. 66 da Lei n.º 8.383/90) das demais hipóteses de compensação para efeito  de  incidência do disposto no art. 170­A do CTN”  (cf. Ac. da 1ª Seção do STJ no AgRg nos  EDcl nos EREsp nº 755567­PR, Reg. nº 2005/0149889­6,  em sessão de 22/02/06, Rel. Min.  CASTRO MEIRA, publ. in DJU de 13/03/06, p. 176)  Nesse  sentido  a  Jurisprudência  do E.  STJ,  como  se pode  ver da  seguinte  e  elucidativa ementa:  “RECURSO  ESPECIAL.  TRIBUTÁRIO.  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA.  AUTÔNOMOS  E  ADMINISTRADORES.  COMPENSAÇÃO. ART. 170­A DO CTN. IRRETROATIVIDADE.  AÇÃO PROPOSTA POSTERIORMENTE À  VIGÊNCIA DA LC  104/2001.  APLICAÇÃO  DO  ART.  170­A  DO  CTN.  COMPENSAÇÃO  SOMENTE  APÓS  O  TRÂNSITO  EM  JULGADO  DA  DECISÃO.  JUROS  MORATÓRIOS.  TAXA  SELIC.  CUMULAÇÃO  VEDADA.  AFASTADA  A  APLICAÇÃO  DOS JUROS PREVISTOS NO CTN. RECURSO DESPROVIDO.  1.  A  Primeira  Seção  desta  Corte,  no  julgamento  dos  EREsp  488.992/MG,  firmou entendimento no  sentido da não­aplicação  retroativa  dos  sucessivos  regimes  legais  de  compensação  tributária. Na mesma ocasião, fixou­se a data da propositura da  ação para se estabelecer o regime de compensação aplicável em  cada caso.  2.  O  art.  170­A  do  CTN,  inserido  pela  Lei  Complementar  104/2001,  somente  é  aplicável  aos  pedidos  de  compensação  formulados após a sua vigência. Assim, é viável exigir­se o novo  requisito previsto no art. 170­A do CTN para as ações ajuizadas  em data posterior à vigência da Lei Complementar 104, de 10  de janeiro de 2001.  (...)  4. Recurso especial desprovido.” (cf. Ac. da 1ª turma do STJ no  REsp  nº  694211­PR,  Reg.  nº  2004/0144267­1,  em  sessão  de  12/09/06,  Rel.  Min.  DENISE  ARRUDA,  publ.  in  DJU  de  02/10/06, p. 228)  Assim, não se justifica a reforma da r. decisão recorrida (fls. 371/376) nesse  particular, que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, razão pela qual in  casu voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso.    FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D´EÇA                  Fl. 589DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO     14     Fl. 590DF CARF MF Impresso em 11/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 06/02/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 por JOAO CARL OS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO

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Numero do processo: 10580.726444/2009-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Apr 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS COMO ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS PELO CONTRIBUINTE A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. LEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO. A União tem legitimidade ativa para cobrar o imposto de renda da pessoa física nas hipóteses em que o Estado não tenha efetuado a retenção na fonte. IRPF. VALORES NÃO RETIDOS A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SUJEITO AO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS NÃO SUBMETIDOS À TRIBUTAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO CONTRIBUINTE. Nos termos do Parecer Normativo SRF n.º 01, de 24 de setembro de 2002, verificada a falta de retenção pela fonte pagadora antes da data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, passa-se a exigir do contribuinte o imposto, a multa de ofício e os juros de mora, nos casos em que este não tenha submetido os rendimentos à tributação. IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza salarial. Precedentes do STF e do STJ. IRPF. MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. O erro escusável do Recorrente justifica a exclusão da multa de ofício (Súmula CARF 73). Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-002.445
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento em parte ao recurso voluntário, para afastar a multa de ofício, em virtude da aplicação da Súmula CARF 73. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Eivanice Canário da Silva.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA

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Relatório  Trata­se de  recurso voluntário  (fls. 158/248)  interposto em 15 de  agosto de  2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em  Salvador  (BA)  (fls. 148/153), do qual a Recorrente  teve ciência em 26 de  julho de 2011  (fl.  157),  que,  por  unanimidade  de  votos,  julgou  procedente  o  auto  de  infração  de  fls.  03/07,  lavrado em 09 de novembro de 2009, em decorrência de classificação indevida de rendimentos  na declaração de imposto de renda pessoa física, verificada nos anos­calendário de 2004, 2005  e 2006.  O acórdão teve a seguinte ementa:  “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Ano­calendário: 2004, 2005, 2006  DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF.  As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público  do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da  Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda.  MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO.  A  aplicação  da  multa  de  ofício  no  percentual  de  75%  sobre  o  tributo  não  recolhido independe da intenção do contribuinte.  Impugnação Improcedente  Crédito Tributário Mantido” (fl. 148).  Fl. 269DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.726444/2009­95  Acórdão n.º 2101­002.445  S2­C1T1  Fl. 261          3 Não  se  conformando,  a  Recorrente  interpôs  o  recurso  voluntário  de  fls.  158/248, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração.  É o relatório.  Voto             Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator  O  recurso preenche os  requisitos de  admissibilidade, motivo pelo qual dele  conheço.  Trata­se  de  auto  de  infração  lavrado  em  virtude  de  ter  sido  verificada  classificação indevida de rendimentos  tributáveis na Declaração de Ajuste Anual,  tendo estes  sido apontados como rendimentos  isentos e não  tributáveis. Mencionados  rendimentos  foram  recebidos  do  Tribunal  de  Justiça  do  Estado  da Bahia  a  título  de  “Valores  Indenizatórios  de  URV”, em atendimento ao disposto pela Lei Estadual do Estado da Bahia n.º 8.730/2003.  Em  se  tratando  de  recurso  que  versa  a  respeito  de  rendimentos  recebidos  acumuladamente  pela  contribuinte,  houve  resolução  deste  Conselho  Administrativo  de  Recursos Fiscais – CARF no sentido de determinar o sobrestamento de seu julgamento, até o  trânsito  em  julgado  de  decisão  definitiva  do  Supremo  Tribunal  Federal,  a  ser  proferida  nos  autos do RE n.º 614.406, nos termos do disposto pelos art. 62­A, §§ 1º e 2º, do RICARF.  Cumpre  salientar,  todavia,  que,  em 18  de  novembro  de  2013,  foi  editada  a  Portaria MF  n.º  545,  que  alterou  o  Regimento  Interno  do  CARF,  revogando  os  parágrafos  primeiro  e  segundo  do  supracitado  art.  62­A,  razão  pela  qual  retornam  os  autos  para  julgamento.  Com  relação  ao  argumento  de  que  não  haveria  legitimidade  da União  para  cobrança do referido imposto, tendo em vista a redação do art. 157, I, da Constituição Federal,  verifica­se  que  este  dispositivo  trata  da  repartição  da  receita  tributária.  Não  obstante  a  destinação da arrecadação obtida por meio de tributos ser matéria afeta ao Direito Financeiro,  esta não tem o condão de alterar o disposto na legislação tributária, a qual conferiu à União a  competência  tributária  e  a  legitimidade  ativa  para  instituir  e  cobrar  o  imposto  em  questão,  principalmente no presente caso, em que a retenção do imposto de renda não foi realizada pela  fonte pagadora.  Sustenta  a  Recorrente,  ainda,  que  a  responsabilidade  pelo  recolhimento  do  tributo  devido  seria  da  fonte  pagadora,  ou  seja,  o  Estado  da  Bahia.  Contudo,  o  Parecer  Normativo SRF n.º 01, de 24 de setembro de 2002, dispôs que, verificada a falta de retenção  pela fonte pagadora antes da data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, passa­se  a exigir do contribuinte o imposto, a multa de ofício e os juros de mora, no caso em que este  não tenha submetido os rendimentos à tributação. Verificando­se que os rendimentos auferidos  pela  contribuinte  constaram  da  Declaração  de  Ajuste  Anual,  conclui­se  por  sua  responsabilidade quanto ao Imposto de Renda não recolhido.  Quanto ao mérito, aduz a contribuinte, inicialmente, que os valores recebidos  teriam natureza indenizatória, razão pela qual não haveria que se falar em sua inclusão na base  de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. Fundamenta­se, para tanto, na redação  Fl. 270DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS   4 do  art.  3º  da  Lei  Complementar  do  Estado  da  Bahia  n.º  20/2003,  segundo  o  qual  “São  de  natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta Lei”.  Não obstante o mencionado dispositivo consignar o caráter indenizatório dos  rendimentos,  imprescindível  que  se  realize  a  análise  de  sua  natureza  jurídica,  de  forma  a  se  determinar seu caráter indenizatório ou salarial. Conforme dispõe o art. 2º da referida Lei, tais  valores  são  relativos  a  “diferenças  de  remuneração  ocorridas  quando  da  conversão  de  Cruzeiro  Real  para  Unidade  Real  de  Valor  –  URV”.  Da  leitura  do  artigo,  denota­se  que  o  pagamento de tais valores deveu­se à necessidade de manutenção do valor real do salário, de  forma a corrigir erros anteriores no cálculo da conversão da moeda nacional.  A  lei  estadual  acima  citada  não  buscou,  por  meio  do  pagamento  das  diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material, sofrido pela contribuinte, mas a  compensação  em  razão  da  ausência  de  oportuna  correção  no  valor  nominal  do  salário,  verificada  quando  da  alteração  da  moeda.  Portanto,  tais  valores  integram  a  remuneração  percebida pela contribuinte, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Está­se diante,  pois,  de  acréscimo  patrimonial  tributável  pelo  Imposto  de  Renda,  nos  termos  do  art.  43  do  Código Tributário Nacional, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido  pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA).  Buscando  reforçar  o  argumento,  requer  a  contribuinte  a  aplicação  da  Resolução n.º 245 do STF, assim como de consulta administrativa realizada pela Presidente do  Tribunal  de  Justiça  do  Estado  da  Bahia,  os  quais  disporiam  acerca  da  remuneração  dos  magistrados.  No  entanto,  mencionadas  normas  não  se  aplicam  ao  fim  pretendido  pela  Recorrente.   Inicialmente, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de  cálculo  do  abono  salarial  variável  e  provisório  de que  trata  o  art.  2º  e  parágrafos  da Lei  n.º  10.474/2002, considerando­o como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art.  1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I ­ apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002,  da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº  235,  de  2002),  acrescidos  das  vantagens  pessoais,  e  a  remuneração  mensal  efetivamente  percebida pelo Magistrado, a qualquer  título,  o que  inclui,  exemplificativamente,  as  verbas  referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”.  A  própria  redação  da  Resolução  excluiu  do  valor  integrante  do  abono  as  verbas  referentes  à  diferença  de  URV,  de  onde  se  interpreta  que  esta  não  tem  natureza  indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio  Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado  pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon:  “Na  jurisprudência  desta  Casa,  colho  os  seguintes  precedentes,  que  sempre  distinguiram  as  hipóteses  de  percepção  das  diferenças  remuneratórias  da URV do  abono  identificado  na  Resolução  245/STF:  (...).”  (STJ,  Recurso  Especial  n.º  1.187.109/MA,  Segunda  Turma,  Ministra  Relatora  Eliana  Calmon,  julgado  em  17/08/2010)  E  tal  também  foi  o  entendimento  do  Ministro  Dias  Toffoli,  do  Supremo  Tribunal Federal,  em decisão monocrática proferida nos  autos do Recurso Extraordinário n.º  471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto:  “Os  valores  assim  recebidos  pelo  recorrido  decorrem  de  compensação  pela  falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da  implantação da  URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos.  Fl. 271DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.726444/2009­95  Acórdão n.º 2101­002.445  S2­C1T1  Fl. 262          5 As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento  oportuno,  são  dotadas  dessa mesma  natureza  jurídica  e,  assim,  incide  imposto  de  renda quando de seu recebimento.  No  que  concerne  à  Resolução  nº  245/02,  deste  Supremo  Tribunal  Federal,  utilizada  na  fundamentação  do  acórdão  recorrido,  tem­se  que  suas  normas  a  tanto  não  se  aplicam,  para  o  fim  pretendido  pelo  recorrido  (...).”  (STF,  Recurso  Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010)  Conclui­se,  portanto,  pelo  caráter  salarial  dos  valores  recebidos  acumuladamente  pela  Recorrente,  razão  pela  qual  deverão  compor  a  base  de  cálculo  do  Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional.  Por fim, em relação à multa de ofício, entendo que esta deve ser excluída do  lançamento.  Isso  com  base  na  boa­fé  da  Recorrente,  caracterizada  pelo  fato  de  ter  agido  simplesmente  de  acordo  com  expressas  informações  existentes  na  Lei  Complementar  do  Estado  da  Bahia  n.º  20/2003.  Justificando  referido  entendimento,  a  Câmara  Superior  de  Recursos Fiscais tem entendido que o erro escusável do contribuinte, em situações como a dos  autos, autoriza a exclusão da multa de ofício (Súmula CARF 73).  Assim, ao recurso deve ser dado provimento em parte, apenas para afastar a  multa de ofício.  Eis os motivos pelos quais voto no sentido de REJEITAR as preliminares e,  no mérito, DAR provimento EM PARTE ao recurso, para afastar a multa de ofício, em virtude  da aplicação da Súmula CARF 73.    (assinado digitalmente)  ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA  Relator                               Fl. 272DF CARF MF Impresso em 30/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/04/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS

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5414020 #
Numero do processo: 15563.720245/2011-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. REGIME ESPECIAL DO SIMPLES. NÃO COMPROVAÇÃO DA EMPRESA QUANTO AO ENQUADRAMENTO NO PERÍODO FISCALIZADO. Não recolhimento de contribuições previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu requerimento de adesão sequer fora deferido. Nos termos do art. 29 da Lei Complementar 123/06, a cientificação quanto ao indeferimento do enquadramento no Simples é considerada realizada 15 dias após o registro da notificação eletrônica. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-003.682
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Júlio César Vieira Gomes - Presidente Thiago Taborda Simões - Relator Participaram deste julgamento os conselheiros Julio César Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES

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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. REGIME ESPECIAL DO SIMPLES. NÃO COMPROVAÇÃO DA EMPRESA QUANTO AO ENQUADRAMENTO NO PERÍODO FISCALIZADO. Não recolhimento de contribuições previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu requerimento de adesão sequer fora deferido. Nos termos do art. 29 da Lei Complementar 123/06, a cientificação quanto ao indeferimento do enquadramento no Simples é considerada realizada 15 dias após o registro da notificação eletrônica. Recurso Voluntário Negado.

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     2  Participaram  deste  julgamento  os  conselheiros  Julio  César  Vieira  Gomes,  Carlos  Henrique  de  Oliveira,  Thiago  Taborda  Simões,  Nereu  Miguel  Ribeiro  Domingues,  Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.  Fl. 277DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15563.720245/2011­10  Acórdão n.º 2402­003.682  S2­C4T2  Fl. 277          3   Relatório  Trata­se de Autos de Infração lavrados sob os DEBCADs n°, 51.010.621­8 e  51.010.622­6,  referentes,  respectivamente,  a  contribuições  a cargo do empregador destinadas  ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de  incidência de  incapacidade  laborativa  decorrentes  dos  Riscos  Ambientais  do  Trabalho  –  RAT  e  destinadas  a  outras  entidades e fundos e obrigação acessória.  De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 25/29, “a empresa não comprovou  sua opção pelo SIMPLES no período  fiscalizado.  (...)  sendo que não consta nos  sistemas da  Receita Federal a empresa como cadastrada na OPÇÃO pelo SIMPLES neste período. ”  Ainda  de  acordo  com  a  fiscalização,  a  existência  de  contribuições  não  declaradas e não recolhidas até o início do procedimento fiscal, em tese, configura prática de  crime  contra  a  ordem  tributária  e,  por  tal  razão,  foi  lavrada Representação  Fiscal  Para  Fins  Penais sob o PAF n° 15563.720246/2011­64.  Intimada da autuação, a Recorrente apresentou impugnação de fls. 82/91 que,  às fls. 235/242, foi julgada improcedente sob os seguintes fundamentos:  a)  Em consulta  ao  site da RFB, na opção SIMPLES Nacional/Entes Federativos,  verifica­se  que  a  empresa  solicitou  sua  inclusão  no  SIMPLES  em  duas  situações, sendo ambas indeferidas por problemas fiscais;  b)  Quando da opção pelo SIMPLES pela Recorrente,  já estava em vigência a Lei  Complementar n° 123/2006, que não foi observada pela empresa;  c)  Descabe  a  alegação  de  que  não  tinha  conhecimento  de  que  seu  pedido  fora  indeferido, uma vez que o Termo de  Indeferimento  tem como data de registro  01/10/2007 e, nos termos da LC n° 123/06, a cientificação da empresa se dá 15  dias após a data de registro do TI;  d)  Não cabe a discussão quanto ao indeferimento da opção pelo SIMPLES, vez que  nestes  autos  a  Recorrente  deveria  oferecer  defesa  apenas  quanto  ao  débito  apurado;  e)  A  Recorrente  alega  que  a  agente  fiscal  não  apurou  de  forma  correta  os  recolhimentos efetuados no período fiscalizado, deixando de considerar diversos  pagamentos realizados a maior. Todavia, a empresa não especificou quais foram  os recolhimentos e competências desconsideradas;  f)  Os autos de infração atendem a todos os requisitos de validade;  g)  Não  há  cerceamento  de  defesa  vez  que  devidamente  discriminados  os  fatos  geradores e as contribuições apuradas, bem como a indicação de onde os valores  foram extraídos e os dispositivos legais que amparam o lançamento;  Fl. 278DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     4  Face ao resultado do julgamento, a Recorrente interpôs recurso voluntário às  fls. 249/260, alegando em suma:  1) A Recorrente sempre honrou com sua adimplência tributária e fiscal;  2) Uma vez procedida a opção pelo Simples, a Recorrente agiu de forma correta e  legítima cumprindo todas as obrigações acessórias na condição de optante;  3) A Recorrente não incorreu em nenhuma cláusula de vedação que pudesse excluí­ la da condição de optante do SIMPLES;  4) A  Recorrente  ao  investigar  a  situação  retroativa  de  sua  opção  constatou  que  exigência do cadastro municipal de Queimados­RJ, antigo distrito do município  de Nova Iguaçu seria o motivo de irregularidade no seu enquadramento;  5) A  irregularidade  ocorreu  por  culpa  exclusiva  do  ente  municipal  que  cometeu  equivoco no cadastro ao deixar de transferir informações cadastrais da empresa;  6) Não foram observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do devido  processo legal, assim como o princípio da publicidade dos atos administrativos,  vez  que  a Recorrente  não  foi  comunicada  em  tempo hábil  para  se manifestar  sobre sua exclusão do SIMPLES;  7) A Recorrente se enquadra e se enquadrava em todas as condições estabelecidas  pela Lei Complementar n° 123/06;  8) A própria agente fiscal constatou a existência de recolhimentos compatíveis com  o  montante  das  contribuições  retidas  dos  segurados.  Tais  afirmações  comprovam a inexistência de débitos previdenciários por parte da Recorrente;  9) Cabia à fiscalização e a DRJ a verificação dos recolhimentos a maior;  10) A  Relatora  descreveu  de  forma  evasiva  que  a  Recorrente  deveria  prestar  informações  de  forma  correta.  No  entanto,  não  relata  qual  é  o  erro  materializador da incorreção e a situação real da empresa Recorrente;  11) Houve  equívoco  por  parte  da  agente  fiscal,  pois  deixou  de  observar  os  princípios  e  fundamentos  legais  que  amparam  a  constituição  do  crédito  tributário,  bem  como  não  aponta  de  forma  transparente  e  abrangente  o  fato  gerador motivo do lançamento e a matéria tributável.  Ao  final,  requer  a  improcedência  do  lançamento  e  o  conseqüente  cancelamento do crédito tributário.  Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário.   É o relatório.   Fl. 279DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15563.720245/2011­10  Acórdão n.º 2402­003.682  S2­C4T2  Fl. 278          5   Voto             Conselheiro Thiago Taborda Simões, Relator  Preliminarmente  Inicialmente,  o  recurso  voluntário  atende  a  todos  os  requisitos  de  admissibilidade, dentre eles o da tempestividade, razão pela qual dele conheço.  No Mérito  Trata­se  de  autuação  decorrente  do  não  recolhimento  de  contribuições  previdenciárias por ter a Recorrente se declarado optante do SIMPLES quando, na verdade, seu  requerimento de adesão sequer fora deferido.  Alega a Recorrente que a irregularidade que resultou no indeferimento de sua  inclusão  no  SIMPLES  ocorreu  por  culpa  exclusiva  do  ente municipal  e,  ainda,  que  não  foi  cientificada quanto ao indeferimento do pedido de forma adequada.  Não merece guarida a pretensão.  A Lei Complementar 123/06, na redação vigente à época dos fatos geradores,  que trata do regime especial do SIMPLES assim dispõe:  Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples  Nacional dar­se­á quando:  (...)  § 7° Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, a notificação  de  que  trata  o  §6°  deste  artigo  poderá  ser  feita  por  meio  eletrônico,  com  prova  de  recebimento,  sem  prejuízo  de  adoção  de outros meios de notificação, desde que previstos na legislação  específica do respectivo ente federado que proceder à exclusão,  cabendo  ao  Comitê  Gestor  discipliná­la  com  observância  dos  requisitos de autenticidade, integridade e validade jurídica.   § 8° A notificação de que  trata o §7° deste artigo aplica­se ao  indeferimento da opção pelo Simples Nacional.    Art.  39.  O  contencioso  administrativo  relativo  ao  Simples  Nacional  será de  competência do órgão  julgador  integrante da  estrutura  administrativa  do  ente  federativo  que  efetuar  o  lançamento ou a  exclusão de ofício,  observados os dispositivos  legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente  (...)  Fl. 280DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES     6  §  4°  Considera­se  feita  a  intimação  após  15  (quinze)  dias  contados  da  data  do  registro  da  notificação  eletrônica  de  que  tratam os §§ 7o e 8o do art. 29 desta Lei Complementar.  Dessa  forma  descabe  a  alegação  da  Recorrente  de  que  não  tinha  conhecimento  do  indeferimento  de  seu  pedido  de  inclusão  no  SIMPLES  NACIONAL,  porquanto o Termo de Indeferimento tem data de registro 01/10/2007 e, nos termos da norma  supra transcrita, a Recorrente foi dada como cientificada 15 dias após o registro.  Vale destacar que não cabe a este julgador a apreciação de discussão quanto  ao  indeferimento  da opção  pelo SIMPLES,  uma vez  que  o  auditor  fiscal,  ao  verificar  o  não  enquadramento  da  empresa  no  regime  especial,  agiu  no  dever  de  lançar  as  contribuições  previdenciárias  uma  vez  verificado  o  inadimplemento  das  mesmas,  em  face  do  caráter  vinculado e obrigatório, conforme dispõe o art. 142, parágrafo único do CNT.  No  presente  caso,  a  autoridade  fiscal  verificou  o  descumprimento  das  obrigações  previdenciárias  uma  vez  que  a  Recorrente  cumpria  suas  obrigações  como  se  estivesse no SIMPLES sem que assim estivesse cadastrada junto à Receita Federal do Brasil.  Quanto  aos  supostos  valores  apurados  de  forma  incorreta  pela  autoridade  fiscal, a Recorrente limita­se a alegar tais incorreções, sem apontar quais recolhimentos e em  que competências deixaram de ser considerados.  No que diz respeito à alegada descrição evasiva e pouco clara do lançamento,  não há respaldo nas alegações. O auto de infração dispõe expressamente acerca do fato gerador  da  contribuição.  Tanto  é  verdade,  que  a  Recorrente  teve  plena  condição  de  impugná­lo,  inclusive  apresentando  defesa  em  face  do  principal  motivo  da  autuação:  a  exclusão  do  SIMPLES.  Conclusão  Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário e a ele nego provimento.  É como voto.    Thiago Taborda Simões.                            Fl. 281DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 09/04/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES

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5464926 #
Numero do processo: 10930.904539/2012-34
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso. PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal.
Numero da decisão: 3803-004.889
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA

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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso. PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1937; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE03  Fl. 10          1 9  S3­TE03  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10930.904539/2012­34  Recurso nº  1   Voluntário  Acórdão nº  3803­004.889  –  3ª Turma Especial   Sessão de  26 de novembro de 2013  Matéria  PIS/COFINS  Recorrente  A.M.R. GONCALVES & CIA LTDA ­ EPP  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO  Data do fato gerador: 26/10/2010  COMPENSAÇÃO.  HOMOLOGAÇÃO.  LIQUIDEZ  E  CERTEZA  DO  CRÉDITO.  Para  a  homologação  da  DCOMP  transmitida  pelo  sujeito  passivo,  é  necessária  a  demonstração  da  liquidez  e  certeza  do  crédito  de  tributos  administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.  ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Data do fato gerador: 26/10/2010  COMPENSAÇÃO.  PAGAMENTO  A  MAIOR  OU  INDEVIDO.  COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.  Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e  fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado  sob pena de desprovimento do recurso.  PROVAS.  PRODUÇÃO.  MOMENTO  POSTERIOR  AO  RECURSO  VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.  O  momento  de  apresentação  das  provas  está  determinado  nas  normas  que  regem  o  processo  administrativo  fiscal,  em  especial  no Decreto  70.235/72.  Não  há  como  deferir  produção  de  provas  posteriormente  ao  Recurso  Voluntário por absoluta falta de previsão legal.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  negar  provimento ao recurso.  (assinado digitalmente)     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 45 39 /2 01 2- 34 Fl. 75DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO     2 Corintho Oliveira Machado ­ Presidente.   (assinado digitalmente)  João Alfredo Eduão Ferreira ­ Relator.  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Belchior  Melo  de  Sousa,  Corintho Oliveira Machado,  Hélcio  Lafetá  Reis,  João Alfredo  Eduão  Ferreira,  Jorge  Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.  Relatório  Trata o presente processo de PER/DCOMP, transmitido pelo contribuinte, em  que  pretende  compensar  apontado  crédito  de  natureza  tributária  para  com  débito  por  ele  apurado,  ambos  indicados  em  PER/DCOMP  (e­fl  2/6),  referente  aos  períodos  e  valores  ali  descritos e analisados no bojo deste processo.  O  pagamento  foi  identificado,  mas  constatou­se  que  o  mesmo  foi  integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, segundo dados do Despacho  Decisório,  dessa  forma,  o  direito  creditório  não  foi  reconhecido  e  a  compensação  declarada  resultou não homologada.  Intimado  a  recolher  o  crédito  tributário  decorrente  da  não  homologação  da  compensação, o contribuinte manifestou a sua inconformidade tempestivamente, argumentando  o que se segue:  a)  Afirma  seu  direito  ao  recebimento  do  recurso,  bem  assim  o  regular  processamento dos autos para julgamento pelo órgão competente;  b) Alega que o despacho decisório está eivado de nulidades, pois não houve  esclarecimentos  quanto  à  suposta  indisponibilidade  de  crédito  e  não  foi  analisada  qualquer  situação que legitima o crédito postulado;  c)  Alega  não  ter  meio  de  se  defender  por  desconhecimento  da  indisponibilidade e que o despacho decisório não dispõe de qualquer esclarecimento, inclusive  em  relação  ao  significado  de  “disponibilidade  de  crédito”,  o  que  lhe  parece  se  tratar  do  encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através  do Darf e o Crédito declarado em DCTF. Não restando crédito disponível para ser restituído;  d) Alega o cerceamento ao seu direito de ampla defesa, pois não foi intimado  a fazer os esclarecimentos necessários e a autoridade administrativa não motivou sua decisão, a  qual não passou pelo crivo de um Auditor Fiscal para confirmar a suposta  indisponibilidade,  dessa  forma a  não  homologação  desta  compensação  ocorreu  por  uma questão  de  sistema de  informática, sendo assim o crédito sequer foi apreciado;  e)  Afirma,  quanto  ao  mérito,  que  utilizou  de  valores  que  indevidamente  integravam  a  base  de  cálculo  do  tributo,  conforme  teses  já  julgadas  pelo  Supremo Tribunal  Federal, e que por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior;  f)  Alega  que  não  há  como  apresentar  os  documentos  comprobatórios  do  direito  alegado,  já  que  nem  a  autoridade  administrativa  sabe  ao  certo  o  motivo  do  indeferimento, tampouco a interessada, devendo ser aplicada a regra autorizadora de produção  posterior das provas.  Fl. 76DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/2012­34  Acórdão n.º 3803­004.889  S3­TE03  Fl. 11          3 A  3ª  Turma  da  DRJ/CTA  julgou  improcedente  a  manifestação  de  inconformidade  e  não  reconheceu  o  direito  creditório,  ementando  sua  decisão  nos  seguintes  termos:  ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO [...]  NULIDADE. PRESSUPOSTOS.  Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa  incompetente  e  os  despachos  e  decisões  proferidos  por  autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.  CERCEAMENTO  DO  DIREITO  DE  DEFESA.  INTIMAÇÃO  PARA ESCLARECIMENTOS.  A ausência de pedido de esclarecimentos na fase preparatória do  procedimento  fiscal  não  caracteriza  cerceamento  do  direito  de  defesa,  que  é  assegurado na  fase  do  contraditório,  inaugurada  com a manifestação de inconformidade.  COFINS. BASE DE CÁLCULO. JULGAMENTO PELO STF.  Aplica­se  a  disposição  do  §  1º  do  art.  3º  da  Lei  nº  9.718,  de  1998,  até  a  sua  revogação  pela  Lei  11.941,  de  27  de maio  de  2009,  uma  vez  que  o  julgamento  do  STF  pela  inconstitucionalidade  da  ampliação  da  base  de  cálculo  contida  naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, pois a decisão foi  em  Recurso  Extraordinário  e  não  em  ADIN,  só  aproveitando,  por  isso,  às  partes  envolvidas,  não  podendo  beneficiar  ou  prejudicar terceiros.  Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido  Inconformado, o sujeito passivo protocolou recurso voluntário, por meio do  qual  repete os argumentos expostos em manifestação de  inconformidade, chegando a afirmar  tratar­se de um acórdão eletrônico,  à semelhança do despacho decisório,  sem que  tenha sido  submetido ao crivo de um auditor fiscal/colegiado para analisar essas situações.  É o relatório.  Voto             Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira ­ Relator  O  recurso  é  tempestivo  e  preenche  os  demais  requisitos  para  sua  admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento.    Dos pedidos de nulidade.  Fl. 77DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO     4 O  contribuinte  defende  a  nulidade  do  despacho  decisório  e  do  acórdão  da  DRJ por falta de motivação de seus atos, o que impossibilitou sua defesa.  Entendemos  que  não  seja  obrigatória,  na  fundamentação  do  despacho  decisório,  a  indicação  expressa  dos  dispositivos  legais  e  constitucionais  em  que  se  sustenta,  desde  que  haja  consonância  dos  argumentos  utilizados  com  a  jurisprudência  e  com  o  ordenamento jurídico vigente.  Ressaltamos  que  o  despacho  decisório  é  processado  de  forma  eletrônica,  realizando o encontro dos valores constantes no sistema da Receita Federal do Brasil  ­ RFB.  Como  confessado  pelo  próprio  contribuinte  sua  DCTF  do  período  estava  erroneamente  preenchida,  e  esta  informação  estava  inserida  no  sistema  da  RFB,  ou  seja,  de  fato  o  contribuinte  não  possuía  créditos  a  serem  ressarcidos  no  confronto  dos  valores  declarados  como devidos (DCTF) e daqueles que efetivamente foram recolhidos (DARF).  As principais nulidades no processo administrativo fiscal estão disciplinadas  nos artigos 59 e 60 do Decreto n.º 70.2351, de 1972, não identificamos nenhuma das hipóteses  de  nulidade  presente  no  despacho  decisório,  muito  menos  ofensa  aos  princípios  do  contraditório e da ampla defesa, tanto que o recorrente pode fazer sua defesa de forma ampla e  teve  a  oportunidade  de  provar  seu  direito  creditório  em  pelo  menos  duas  oportunidades  distintas,  uma  quando  da  manifestação  de  inconformidade  e  outra  quando  interpôs  recurso  voluntário.  O Despacho Decisório  aponta  como  enquadramento  legal  os  artigos  165  e  170  do  CTN  e  artigo  74  da  Lei  9.430/96.  Tanto  o  artigo  170  do  CTN  quanto  o  74  da  Lei  9.430/96,  reforçam  o  direito  do  contribuinte  em  compensar  os  seus  débitos  com  crédito  líquidos  e  certos,  fica  claro  que  a  liquidez  e  certeza  do  crédito  tributário  é  que  ficou  comprometida  ante  as  informações  prestadas  pelo  contribuinte,  em  especial  no  confronto  da  DCTF com o DARF recolhido, portanto, entendemos que não há que se falar em nulidade do  Despacho Decisório por falta de fundamentação.  Da mesma sorte, não identificamos qualquer hipótese de nulidade no acórdão  proferido pela DRJ. A manifestação de inconformidade foi devidamente submetida ao crivo de  um  colegiado  que  fundamentou  coerentemente  sua  decisão  com  base  no Decreto  70.235,  de  1972, além de  trazer decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais do então Conselho de  Contribuintes. Dessa forma a recorrente poderia usufruir do direito ao contraditório e à ampla  defesa. Não identificamos qualquer cerceamento à defesa do contribuinte.    Mérito e comprovação do crédito.                                                              1   Art. 59. São nulos:    I ­ os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;            II ­ os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de  defesa.            § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam  conseqüência.            § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências  necessárias ao prosseguimento ou solução do processo.            § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de  nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir­lhe a falta. (Incluído pela  Lei nº 8.748, de 1993)            Art.  60. As  irregularidades,  incorreções  e omissões diferentes  das  referidas  no  artigo  anterior não  importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes  houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.  Fl. 78DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/2012­34  Acórdão n.º 3803­004.889  S3­TE03  Fl. 12          5 As  compensações  se  prestam  ao  encontro  de  contas,  entre  um  débito  tributário  e  um  crédito  líquido  e  certo  da  contribuinte  contra  a  Fazenda  Pública,  conforme  determina o artigo 170 do CTN.  “Art.  170.  A  lei  pode,  nas  condições  e  sob  as  garantias  que  estipular,  ou  cuja  estipulação  em  cada  caso  atribuir  à  autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos  tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos,  do sujeito passivo contra a Fazenda pública.”  Neste mesmo sentido expressa­se o artigo 74 da Lei 9.430.  Daí concluir­se que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda  Nacional  exige  averiguação  da  liquidez  e  certeza  do  suposto  pagamento  a maior  do  tributo,  desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, a interessada deve instruir sua  defesa,  em especial a manifestação de  inconformidade, com documentos que  respaldem suas  afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972:  “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com  os  documentos  em  que  se  fundamentar,  será  apresentada  ao  órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em  que for feita a intimação da exigência.  Art. 16. A impugnação mencionará: (...)  III  os  motivos  de  fato  e  de  direito  em  que  se  fundamenta,  os  pontos  de  discordância  e  as  razões  e  provas  que  possuir;  (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)”  O recorrente afirma que utilizou de valores que indevidamente integraram a  base de cálculo do  tributo, conforme  teses  já  julgadas pelo Supremo Tribunal Federal,  e que  por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior.  Apesar  de  se  referir  a  algumas  teses  de  forma  genérica,  o  contribuinte  não  expôs com exatidão quais delas teria usado para justificar a redução da base de cálculo. Muito  menos demonstrou quais os valores que acredita não integrarem a referida base de cálculo, o  que de fato impede a análise dos argumentos expostos e não prova a disponibilidade de crédito.  Na  mesma  esteira,  admitindo­se  por  hipótese,  o  direito  subjetivo  do  contribuinte, o que não é o caso, mais uma barreira se ergueria em desfavor da requerente, qual  seja, a absoluta falta de provas da existência do crédito requerido.   O inciso III do artigo 16 do Decreto 70.235/72 determina que as provas que  justifiquem as alegações do contribuinte devem ser trazidas na impugnação.  Não há nos autos qualquer elemento de prova que ateste o crédito pretendido,  não  identificamos  Notas  Fiscais,  Escrita  Fiscal,  Escrita  Contábil,  Livro  de  Apuração,  Livro  Diário, Livro Razão, planilhas demonstrativas,  ou qualquer outro documento que possibilite,  minimamente que seja, a sua aferição.   No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de  provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é  assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36:  Fl. 79DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO     6 Art.  36.  Cabe  ao  interessado  a  prova  dos  fatos  que  tenha  alegado,  sem prejuízo  do  dever  atribuído  ao  órgão  competente  para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei.  No mesmo sentido os artigos 330 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de  1973­CPC:  Art. 333. O ônus da prova incumbe:  I ­ ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;  II ­ ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo  ou extintivo do direito do autor.  Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou  a  resposta  (art.  297),  com os  documentos  destinados  a  provar­ lhe as alegações.  Quem alegou a existência de crédito foi o contribuinte, portanto, cabe a este  provar o alegado crédito e não transferir tal ônus para a RFB.  Da apresentação das provas.  O  artigo  16  do  Decreto  nº  70.235/72  em  seu  §  4º  determina,  ainda,  o  momento  processual  para  a  apresentação  de  provas  no  processo  administrativo  fiscal,  bem  como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir:  “§  4º  A  prova  documental  será  apresentada  na  impugnação,  precluindo o direito de o impugnante fazê­lo em outro momento  processual, a menos que:    a)  fique  demonstrada  a  impossibilidade  de  sua  apresentação  oportuna, por motivo de força maior;   b) refira­se a fato ou a direito superveniente;   c)  destine­se  a  contrapor  fatos  ou  razões  posteriormente  trazidas aos autos.”  A  análise  da  norma  supracitada  é  clara  e  direta  ao  estabelecer  o momento  correto  a  serem carreadas  as provas  a  fim de  substanciar os  argumentos da  interessada, qual  seja,  na  manifestação  de  inconformidade,  contudo,  esta  turma  recursal  tem  firmado  entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de  recurso  voluntário,  quando  estas  não  dependam  de  análise  técnica  aprofundada  e  sejam  complementares  às  provas  trazidas  em Manifestação  de  Inconformidade,  entretanto,  mesmo  neste  momento  processual,  nenhuma  prova  foi  carreada  aos  autos.  Não  há  como  deferir  o  pedido  do  contribuinte  por  produção  de  provas  posteriores  a  este  ato,  por  absoluta  falta  de  previsão legal.  Conclusão.  Pelo  exposto,  rejeito  as  preliminares  de  nulidade  e  no  mérito  NEGO  PROVIMENTO.  É como voto.  (assinado digitalmente)  Fl. 80DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904539/2012­34  Acórdão n.º 3803­004.889  S3­TE03  Fl. 13          7 João Alfredo Eduão Ferreira ­ Relator                            Fl. 81DF CARF MF Impresso em 28/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/ 02/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO

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Numero do processo: 10945.902223/2012-49
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/10/2008 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.107
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA

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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/10/2008 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 10          2 Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira ­ Relator.    Participaram  do  presente  julgamento  os Conselheiros:  Paulo  Sérgio Celani,  Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel,  Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.   Fl. 71DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 11          3     Relatório  Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira.  Trata­se de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão da Delegacia da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  de  Curitiba  (DRJ/CTA),  referente  ao  processo  administrativo  nem  que  foi  julgada  improcedente  a  manifestação  de  inconformidade  apresentada, não sendo reconhecido o direito creditório.  Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ/CTA, que assim relatou  os autos:  Trata  o  processo  de  Despacho  Decisório  emitido  pela  DRF  Cascavel/PR,  que  indeferiu  o  pedido  de  restituição  formulado  por  meio  do  Per/Dcomp,  devido  à  inexistência  de  crédito  pleiteado, uma vez que o pagamento de COFINS (Código 6912),  estaria  totalmente  utilizado  na  extinção,  por  pagamento,  de  débito da contribuinte do mesmo fato gerador.  Cientificada da decisão, a interessada apresentou Manifestação  de  Inconformidade,  alegando,  em  síntese,  a  inconstitucionalidade  da  cobrança  do  PIS  e  da  Cofins  sem  a  exclusão  do  ICMS  da  base  de  cálculo.  Diz  que  o  conceito  de  faturamento  trazido  pela  Lei  nº  9.718,  de  1998,  não  pode  ser  elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso,  o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se  tratar  de  mero  ingresso  de  recursos,  os  quais  devem  ser  repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal  –STF  tem  entendido  que  o  valor  do  ICMS não pode  compor  a  base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os  créditos  sejam  restituídos,  acrescidos  de  juros  de mora,  desde  seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação.  É o relatório.    Assim, entendeu a DRJ/CTA por conhecer a manifestação de inconformada  apresentada, por ser tempestiva e atender os demais pressupostos de admissibilidade.  Entretanto, ao analisar o mérito da manifestação de inconformidade, entendeu  a  DRJ/CPS  por  indeferir  a  solicitação,  ratificando  a  decisão  da  DRF  de  origem,  não  reconhecendo o direito creditório e, por conseqüência, não deferindo o pedido de restituição. O  referido julgado contou com a seguinte ementa:  ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO  Fl. 72DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 12          4 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO.  INEXISTÊNCIA DO  DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP.  Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de  se indeferir o pedido de restituição apresentado.  EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO.  Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de  cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido  valor é parteintegrante do preço das mercadorias e dos serviços  prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou  pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.  CONTESTAÇÃO  DE  VALIDADE  DE  NORMAS  VIGENTES.  JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA.  Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da  conformidade  da  atividade  de  lançamento  com  as  normas  vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar  validade  sob  o  argumento  de  inconstitucionalidade  ou  ilegalidade.  Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido    A  contribuinte  apresentou  Recurso  Voluntário  postulando  a  reforma  da  decisão, por entender que o pedido de restituição de crédito tributário, oriundo da exclusão do  ICMS da base de cálculo do COFINS, se mostra legítimo, comportando a compensação desses  créditos com débitos de tributos federais.  Em  sua  fundamentação,  fez  a  colação  de  trecho  do  voto  proferido  pelo  Ministro  Marco  Aurélio,  relator  do  RE  240.785­2,  onde  este  conclui  que  o  valor  correspondente ao ICMS não têm natureza de faturamento ou receita e por isso não incide na  base de cálculo do PIS e da COFINS.  É o relatório.  Fl. 73DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 13          5   Voto             Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira.  O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda,  os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço.  Tanto  na  manifestação  de  inconformidade  apresentada,  quanto  no  recurso  voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS  da base de cálculo do COFINS.  Primeiramente,  necessário  destacar  se  há  necessidade  ou  não  de  sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de  constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria,  medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos  em  trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º,  I, da Lei 9.718/1998, até o  julgamento  final da ação pelo Plenário do STF. (MC­ADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008)   Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão  de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do  relator. (QO­MC­ADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito)   Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal,  resolvendo questão  de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida.  (2ª QO­MC­ADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito)   Por  fim,  em  sessão  plenária  do  dia  25.03.2010,  o  Tribunal,  por  maioria,  resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e  oitenta)  dias,  a  eficácia da medida cautelar  anteriormente deferida.  (3ª QO­MC­ADC 18/DF,  rel. Min. Celso de Mello)   Deste modo, entende­se que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de  25.03.2010,  perdeu  a  eficácia  da medida  cautelar  anteriormente  deferida.  Assim,  entende­se  que não deve haver o sobrestamento da matéria.  Cumpre  ressaltar  inclusive  que  a  presente  Turma  ao  apreciar  a  mesma  matéria  já  se  manifestou  no  sentido  de  não  sobrestar  o  processo.  Tal  decisão  ocorreu  por  unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/2010­71, de Relatoria do  Conselheiro Jose Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o  acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido:    “Acordam os membros do colegiado:  (I) Por unanimidade de  votos,  não  sobrestar  o  processo;  (II)  Por  unanimidade  votos,  negar  provimento  ao  recurso  em  relação  às  preliminares  de  cerceamento  de  defesa  e  de  que  o  crédito  tributário  já  sido  constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar  Fl. 74DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 14          6 provimento  ao  recurso  em  relação  à  preliminar  de  vício  do  Mandado  de  Procedimento  Fiscal  (MPF).  Vencidos  os  Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira  da  Silva Murgel  e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira  que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no  mérito, negar provimento ao recurso.” (grifou­se)  Deste modo, entendo por não sobrestar o processo.  Analisando  o  mérito,  verifica­se  que  a  recorrente  alega  que  a  inclusão  do  ICMS na base de cálculo do COFINS promovida pela Lei n° 9.718/98 violou dispositivos da  Constituição Federal de 1988. Pretende, em suma, a inconstitucionalidade de lei tributária.  Portanto, pretendendo a contribuinte a inconstitucionalidade de lei tributária,  necessário que seja aplicada ao presente caso a Súmula n° 2 do CARF, que assim dispõe:  SÚMULA Nº  2  do  CARF: O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.    Por  se  tratar  de  matéria  constitucional,  não  sendo  competência  deste  Conselho a sua análise, encaminho voto por negar provimento ao mérito do recurso, consoante  o que vem sendo julgado por este Conselho Neste sentido as seguintes ementas deste Conselho:  ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Período de  apuração:  01/09/2001  a  30/09/2001PIS. BASE DE CÁLCULO.  INCLUSÃO  DO  ICMS.  Sendo  a  base  de  cálculo  da  Cofins  o  faturamento, nele se incluindo todas as parcelas que o compõem,  deve  o  ICMS  integrá­la.  NORMAS  GERAIS  DE  DIREITO  TRIBUTÁRIO.  O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar  sobre  a  inconstitucionalidade  de  lei  tributária.  Aplicação  da  Súmula  CARF  nº  2.  Recurso  Voluntário  Negado.  Vistos,  relatados  e  discutidos  os  presentes  autos.  (Acórdão  n°  3302­ 000.745, julgado em 10/12/2010, grifou­se)    PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano­calendário: 2005,  2006,  2007  INCONSTITUCIONALIDADE  DE  LEI.  INCOMPETÊNCIA  PARA  APRECIAÇÃO.  As  autoridades  administrativas  são  incompetentes  para  apreciar  argüições  de  inconstitucionalidade  de  lei  regularmente  editada,  tarefa  privativa do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A  RENDA  DE  PESSOA  JURÍDICA  IRPJ  Anocalendário:  2005,  2006,  2007  MULTA  DE  OFÍCIO  QUALIFICADA.  Nos  casos  previstos  nos  arts.  71,  72  e  73  da  Lei  n°  4.502,  de  30  de  novembro  de  1964,  independentemente  de  outras  penalidades  administrativas ou criminais cabíveis, será aplicada à multa de  oficio  de  150%.  ASSUNTO:  OUTROS  TRIBUTOS  OU  CONTRIBUIÇÕES  Anocalendário:  2005,  2006,  2007  PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA.  EXCLUSÃO DO ISS E TPT.  IMPOSSIBILIDADE. Para  fins de  determinação da base de cálculo do PIS e da Cofíns, os tributos  que podem ser  excluídos da  receita bruta  são o  IPI e o  ICMS,  Fl. 75DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 15          7 quando  cobrados  pelo  vendedor  dos  bens  ou  prestador  dos  serviços  na  condição  de  substituto  tributário.  (Acórdão  1102­ 000.519, julgado em 03/10/2011, grifou­se)    Deste modo, encaminho o voto por negar provimento ao recurso voluntário,  em razão deste Conselho não ser competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade  de lei tributária (Súmula n° 02 do CARF).  Contudo, em que pese as considerações acima trazidas, necessário igualmente  analisar o mérito do recurso, que vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada  do STJ.  Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior  Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor:  STJ Súmula nº 94 ­ 22/02/1994 ­ DJ 28.02.1994  ICMS ­ Base de Cálculo ­ FINSOCIAL   A  parcela  relativa  ao  ICMS  inclui­se  na  base  de  cálculo  do  FINSOCIAL.    Em  igual  sentido  o  Tribunal  Regional  Federal  da  4ª.  Região  assim  tem  se  manifestado:  EMENTA:  PIS.  COFINS.  ICMS.  EXCLUSÃO  DA  BASE  DE  CÁLCULO.  INADMISSIBILIDADE.  Os  encargos  tributários  integram  a  receita  bruta  e  o  faturamento  da  empresa.  Seus  valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final  da  prestação  do  serviço.  Por  isso,  são  receitas  próprias  da  contribuinte,  não  podendo  ser  excluídos  do  cálculo  do  PIS/COFINS,  que  têm,  justamente,  a  receita  bruta/faturamento  como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do  ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos  termos do  art.  3º,  §2º,  I,  da  Lei  9.718/98.  (TRF4,  AC  5008959­ 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria  de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013)    Deste modo, entende­se que os encargos tributários integram a receita bruta e  o  faturamento  da  empresa. Assim,  seus  valores  são  incluídos  no  preço  da mercadoria  ou  no  valor  final  da  prestação  do  serviço.  Diante  disso,  são  receitas  próprias  da  contribuinte,  não  podendo  deixar  de  ser  incluídos  no  cálculo  do  COFINS,  que  tem,  justamente,  a  receita  bruta/faturamento como sua base de cálculo.  Assim,  incabível  a  exclusão  do  valor  devido  a  título  de  ICMS  da  base  de  cálculo do COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços  prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador  dos serviços na condição de substituto tributário.  Fl. 76DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.902223/2012­49  Acórdão n.º 3801­003.107  S3­TE01  Fl. 16          8 Em  face  do  exposto,  encaminho  o  voto  para  NEGAR  PROVIMENTO  ao  Recurso Voluntário.  É assim que voto.  (assinado digitalmente)  Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira ­ Relator.                                  Fl. 77DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA

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Numero do processo: 10882.910104/2011-61
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000 PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA IMPOSSIBILIDADE. PROVA DO CRÉDITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. Nos casos de PER/Dcomp transmitida visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-002.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS - Presidente, em exercício. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Jose Barroso Rios (Presidente em exercício), Mara Cristina Sifuentes, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1762; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE02  Fl. 47          1 46  S3­TE02  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10882.910104/2011­61  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  3802­002.229  –  2ª Turma Especial   Sessão de  26 de novembro de 2013  Matéria  COFINS­COMPENSAÇÃO  Recorrente  FERTIBRÁS S.A.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÃO  PARA  O  FINANCIAMENTO  DA  SEGURIDADE  SOCIAL ­ COFINS  Período de apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000  PER/DCOMP.  RESTITUIÇÃO.  HOMOLOGAÇÃO  TÁCITA  IMPOSSIBILIDADE.  PROVA  DO  CRÉDITO.  ÔNUS  DO  SUJEITO  PASSIVO.   Nos casos de PER/Dcomp transmitida visando a restituição ou ressarcimento  de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão  legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o  prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação  tácita  da  declaração  de  compensação  não  é  aplicável  aos  pedidos  de  ressarcimento ou restituição.   Recurso Voluntário Negado.  Direito Creditório Não Reconhecido.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  negar  provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.  (assinado digitalmente)  FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS ­ Presidente, em exercício.   (assinado digitalmente)  SOLON SEHN ­ Relator.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 91 01 04 /2 01 1- 61 Fl. 47DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS     2 Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Francisco  Jose  Barroso Rios (Presidente em exercício), Mara Cristina Sifuentes, Solon Sehn, Waldir Navarro  Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.    Relatório  Trata­se de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2ª Turma da  Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre/RS, que julgou improcedente a  manifestação  de  inconformidade  apresentada  pelo  Recorrente,  com  base  nos  fundamentos  resumidos na ementa seguinte (fls. 22):  ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Período de Apuração: 01/08/2000 a 31/08/2000  Ementa:  RESTITUIÇÃO.  HOMOLOGAÇÃO  TÁCITA.  IMPOSSIBILIDADE.  Sendo  diferentes  os  regimes  pelos  quais  a  restituição  e  a  compensação podem ­ ou não ­ ser viabilizadas, e por falta de  previsão legal, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº  9.430/1996  para  a  homologação  tácita  da  declaração  de  compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou  restituição.  RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO  ­  Direitos  creditórios  pleiteados  via  Declaração  de  Compensação  ­  Nos  termos  do  artigo  170  do  Código  Tributário  Nacional,  essencial  a  comprovação  da  liquidez  e  certeza  dos  créditos  para  a  efetivação do encontro de contas.   Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido  O  interessado  apresentou  o  PER/Dcomp  (Pedido Eletrônico  de Restituição,  Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração  de Débitos  e Créditos  Tributários  Federais).  Tal  fato  fez  com  que  o  pagamento  continuasse  atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação.  Por  sua  vez,  o  sujeito  passivo  apresentou manifestação  de  inconformidade  alegando ter ocorrido a homologação tácita do pedido, devido ao decurso de cinco anos entre a  apresentação do PER/Dcomp e a prolação do despacho decisório. A DRJ entendeu que o prazo  estipulado no §5º, do art. 74, não seria aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição,  em decorrência da diversidade do regime jurídico da restituição e da compensação, bem como  por ausência de previsão legal.  O  Recorrente,  nas  razões  recursais  de  fls.  31,  reitera  a  alegação  de  homologação  tácita,  requerendo o provimento do recurso voluntário e a consequente  reforma  da decisão recorrida.  É o Relatório.  Fl. 48DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS Processo nº 10882.910104/2011­61  Acórdão n.º 3802­002.229  S3­TE02  Fl. 48          3 Voto             Conselheiro Solon Sehn  O Recorrente teve ciência da decisão no dia 13/06/2013 (fls. 29), interpondo  recurso  tempestivo  em  17/06/2013  (fls.  31).  Assim,  presentes  os  demais  requisitos  de  admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o mesmo pode ser conhecido.  A  Lei  nº  10.637/2002,  ao  alterar  o  art.  74  da  Lei  nº  9.430/1996,  teve  por  objetivo  unificar  o  regime  de  compensação,  extinguindo  a  compensação  realizada  na  Dctf  (Declaração  de  Débitos  e  Créditos  Tributários  Federais),  na  escrituração  contábil  ou  condicionada  ao  deferimento  de  pedido  administrativo.  Todas  essas  modalidades  foram  substituídas  pelo  regime  de  autocompensação,  que  ­  ressaltadas  as  contribuições  previdenciárias  compensadas  na  Gfip  (Guia  de  Recolhimento  do  FGTS  e  Informações  à  Previdência Social) ­ é aplicável aos tributos administrados pela Receita Federal.  No  regime  da  autocompensação,  como  se  sabe,  a  extinção  do  crédito  tributário é considerada  tacitamente homologada após o decurso do prazo de cinco anos, nos  termos do § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996:  Art.  74.  O  sujeito  passivo  que  apurar  crédito,  inclusive  os  judiciais  com  trânsito  em  julgado,  relativo  a  tributo  ou  contribuição  administrado  pela  Secretaria  da  Receita  Federal,  passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá­lo na  compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e  contribuições  administrados  por  aquele Órgão.  (Redação  dada  pela Lei nº 10.637, de 2002).  § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante  a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão  informações  relativas  aos  créditos  utilizados  e  aos  respectivos  débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)  § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal  extingue  o  crédito  tributário,  sob  condição  resolutória  de  sua  ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)  [...]  § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo  sujeito  passivo  será  de  5  (cinco)  anos,  contado  da  data  da  entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei  nº 10.833, de 2003).  Nota­se, portanto, que o prazo do §5º do art. 74 não é aplicável aos pedidos  de ressarcimento ou restituição. O fato destes serem transmitidos pelo mesmo instrumento da  declaração  de  compensação  (o  PER/Dcomp)  não  autoriza  ­  nem mesmo por  analogia,  como  sustentou  a Recorrente  ­  a  aplicação  do  prazo  de  cinco  anos  para  a  homologação  tácita,  até  porque,  ao  contrário  do  que  ocorre  na  compensação,  não  haveria  uma  extinção  do  crédito  tributário prévia a ser homologada.  Vota­se, assim, pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso.  Fl. 49DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS     4 (assinado digitalmente)  Solon Sehn ­ Relator                                Fl. 50DF CARF MF Impresso em 10/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS

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Numero do processo: 10384.004713/2006-32
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Apr 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: null null
Numero da decisão: 3802-002.465
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1618; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE02  Fl. 388          1 387  S3­TE02  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10384.004713/2006­32  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  3802­002.465  –  2ª Turma Especial   Sessão de  25 de março de 2014  Matéria  CPMF  Recorrente  EDUARDO ALBUQUERQUE RODRIGUES DINIZ  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    Assunto:  CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO  OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E   DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA­CPMF  Ano­calendário: 1999, 2000, 2001,2002, 2003  FALTA DE RECOLHIMENTO DA CPMF.  JUROS DE MORA. Sobre os valores dos tributos ou  contribuições federais não pagos nos respectivos  vencimentos, são cabíveis juros de mora calculados à  taxa SELIC. Recurso Voluntário a que se nega provimento.    Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  negar  provimento  ao  recurso  voluntário,  nos  termos  do  relatório  e  voto  que  integram  o  presente  julgado.  MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM ­ Presidente e Relator.    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Mércia  Helena  Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno  Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.          AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 47 13 /2 00 6- 32 Fl. 388DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM     2 Relatório  O  interessado  acima  identificado  recorre  a  este  Conselho,  de  decisão  proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE.  Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão  recorrida, que transcrevo, a seguir:    “Contra  o  sujeito  passivo  acima  identificado  foi  lavrado  auto  de  infração  relativo  à  Contribuição  Provisória  sobre  Movimentação  ou  Transmissão  Financeira  ­  CPMF,  fls.  02/08,  para  formalização  e  cobrança  do  crédito  tributário nele estipulado, no valor total de RS 2.097,62.   O  lançamento  teve  origem  em  procedimento  fiscal  de  verificação  do  cumprimento  das  obrigações  tributárias  pelo  contribuinte,  onde  foi  constatada  a  falta  de  recolhimento  da  CPMF  a  partir  de  17/06/1999.  O  montante do  crédito  tributário,  apurado às  fls.06  com base  em  informação  fornecida pelo Banco do Brasil S/A,  instituição financeira responsável pela  retenção  e  recolhimento  da  contribuição,  refere­se  aos  valores  que  não  foram  retidos  nem  recolhidos  por  força  de medida  judicial  posteriormente  revogada.  Enquadramento  legal:  artigos  2°,  4°,  5°,  6°  e  7°  da  Lei  n°  9.311/96  e  artigo  1°  da  Lei  n°  9.539/97.  Artigo  84  das  Disposições  Constitucionais  Transitórias,  acrescentado  pelo  art.  3°  da  Emenda  Constitucional n° 37/2002.    Inconformado  com a  exigência,  da  qual  tomou  ciência  em 03/08/2005  (fls.  10),  o  contribuinte  apresentou  impugnação  em  31/08/2005,  fls.  11/13,  alegando o que se segue.  "I.  É  a  primeira  vez  que  efetivamente  o  Impugnante  é  notificado  da  existência de débito para com a Fazenda Nacional.  2.Diante  disto,  não  há  que  se  falar  em  mora  e  multa,  eis  que  não  houve  deliberada  inadimplência.Neste  sentido,  manifesta­se  o  renomado  tributarista KIYOSHI HARADA:    "Não  pode  pairar  duvida  de  que  a  concessão  de  medida  liminar  no  bojo  de  qualquer  processo,  cautelar  ou  não,  tem  o  condão  de  suspender  a  incidência  da  multa moratória  até  30  dias  após  a  publicação da  decisão  judicial  em  contrário.  Ante o resultado desfavorável da demanda  judicial, a  lei coloca o contribuinte na  mesma  situação  em  que  se  encontrava  no  momento  em  que  ajuizou  a  ação,  devolvendo­lhe, pelo prazo de 30 dias, a faculdade da denúncia espontânea do art.  138  do  CTN.  Daí  porque  sustentamos  que,  apesar  do  silêncio  da  lei,  os  juros  moratórios,  também, são indevidos, salvo aqueles vencidos antes da concessão da  medida liminar. De fato, se suspensa se acha a exigibilidade do credito tributário  por força da liminar, o contribuinte não estará incorrendo em mora. A  incidência  da  correção monetária,  que  não  configura  acréscimo ou  penalidade,  é  discutível.  Poder­se­ia  sustentar  o  seu  afastamento  em  casos  como  este,  pela  aplicação  analógica do at. 100 e parágrafo único do CTN, que conduzem a não atualização  monetária da base de cálculo de  tributos na hipótese de observância das normas  complementares  da  lei,  dos  tratados  e  convenções  internacionais  e  dos  decretos  (atos normativos de autoridades administrativas, decisões de órgãos de  jurisdição  administrativa,  práticas  reiteradamente  observadas  pelas  autoridades  administrativas e convênios celebrados  Fl. 389DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/2006­32  Acórdão n.º 3802­002.465  S3­TE02  Fl. 389          3 pelas  entidades  políticas).  Inquestionável,  contudo,  que  juros  e  multa  não  são  devidos.(...)  O  remédio  processual  mais  adequado  para  a  espécie  é  a  ação  direta  de  inconstitucionalidade, ou a ação ordinária de cunho coletivo, com pedido de tutela  específica  prevista  no  art. 461  do CPC,  para  obstar  liminarmente  a  exigência de  multa e de juros, sem previa concessão do prazo legal de 30 dias, para pagamento  voluntário e singelo da CPMF."    (HARADA, Kiyoshi CPMF e efeitos da revogação da liminar Jus Navigandi,  Teresina,  a.  5,  n  47,  nov,  2000.  Disponível  em:  <http://Jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1382  >.  Acesso  em:  31  ago.  2005).    Se  não  houve  o  recolhimento  de CPMF durante  determinado período,  isso  ocorreu por  força de medida  judicial, que  infelizmente  foi  revogada, o que  gerou para a Fazenda Nacional o direito de cobrar os valores que não foram  retidos nem recolhidos, mas não de uma só vez. Dever­se­ia ter possibilitado  ao Contribuinte o pagamento parcelado do valor apurado, sem incidência de  juros.    O pagamento  total  do  quantum  devido  causa  considerável  prejuízo  para  o  Contribuinte,  ora  Impugnante,  pois  desorganiza  toda  sua  vida  financeira,  cria um desfalque inesperado. E não se venha dizer que o valor faz diferença  na  receita  da UNIAO,  pois  certamente  o  valor  apurado  não  caracteriza  o  Contribuinte no rol dos grandes devedores, Ademais, data venha, o CPMF  foi criado para fomentar o investimento na saúde, mas o que se vê é muito  insatisfatório,  e  os  Contribuintes  continuam  precisando  pagar  planos  de  saúde e de previdência para vislumbrar um atendimento digno. Entretanto,  isso não vem ao caso, mesmo porque e indiferente.    Merece  destacar  ainda  que,  mesmo  estando  os  valores  apresentados  corretos, seria condizente com o Estado Democrático de Direito em que se  vive,  observando,  inclusive,  os  princípios  básicos  da  ampla  defesa  e  do  contraditório, e principalmente da legalidade dos atos administrativos, que o  Contribuinte Impugnante tivesse tido ciência do valor apurado, tendo acesso  A planilha apresentada pela instituição financeira responsável pela retenção  e recolhimento do "tributo".    Dessa  forma,  observando  o  acima  exposto,  o  Impugnante  repudia  a  cobrança  de  multa  e  juros,  diante  da  inexistência  de  inadimplência  e  consequentemente  estado  de  mora,  propondo  o  pagamento  do  valor  principal,  ou  seja,  R$  1,024,23  (um mil  e  vinte  quatro  reais  e  vinte  e  três  centavos),  em  24  parcelas  iguais  de  R$  42,67  (quarenta  e  dois  reais  e  sessenta  e  sete  centavos),  o  que  não  comprometeria  as  finanças  do  Contribuinte, ora Impugnante.    Roga­se pela aplicação dos preceitos constitucionais, principalmente o que  estabelece  como  objetivo  da  ordem  social  o  bem­estar  e  a  justiça  sociais  (Art. 193).    Fl. 390DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM     4 Informa­se,  enfim,  que  o Contribuinte  Impugnante  foi  notificado  em  02  de  agosto  de  2005,  estando  portanto  apresentando  sua  impugnação  tempestivamente."    Tendo em vista que os  elementos acostados ao processo eram  insuficientes  para  uma  análise  conclusiva  sobre  a  lide,  resolveu  esta  Turma  de  Julgamento  baixar  o  processo  em  diligência  (Resolução  DRJ/FOR  no  594/2006,  fls.  21/24)  para  que  fossem  adotadas  as  providências  a  seguir  descritas:  i)  comprovar a participação do autuado na ação  judicial a que se refere o  auto  de  infração  em  tela  (fls.  05),  providenciando,  inclusive,  cópia  da  decisão que a revogou e de qualquer outro desdobramento da referida ação;  ii) providenciar a oitiva do Banco do Brasil S/A para que aquela instituição  financeira  se  manifeste,  com  parecer  conclusivo,  se  foram  debitados  em  conta do contribuinte, a  titulo de retenção de CPMF, valores referentes ao  período em que a contribuição não estava sendo retida por força de decisão  judicial posteriormente revogada. Caso existam, indicar a vinculação desses  débitos  na  conta  corrente  do  autuado  com  os  valores  referentes  aos  fatos  geradores  levantados  no  auto  de  infração,  discriminando,  inclusive,  o  referido  débito  quanto ao principal, A multa e aos juros de mora.  0 resultado da diligência foi juntado ao presente processo As fls. 25/55.  O pleito  foi  indeferido, no  julgamento de primeira  instância, nos  termos do  acórdão  DRJ/FOR  no  08­9.625,  de  30/11/2006,  proferida  pelos  membros  da  3ª  Turma  da  Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, cuja ementa dispõe, verbis:  “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE  MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E  DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA  FINANCEIRA ­ CPMF  Ano­calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003  AUTO DE INFRAÇÃO. CERCEAMENTO DO  DIREITO DE DEFESA. ARGUIÇÃO DE  NULIDADE.  1) Somente ensejam a nulidade os atos e termos  lavrados por pessoa incompetente e os despachos e  decisões proferidos por autoridade incompetente ou  com preterição do direito de defesa.  2) A teor do art. 60 do Decreto n° 70.235, de 6 de  março de 1972, que trata do processo administrativo  fiscal, as irregularidades, incorreções e omissões  diferentes das relacionadas no art. 59 do mesmo  decreto não importarão em nulidade, sendo sanadas  quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo,  salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não  Fl. 391DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/2006­32  Acórdão n.º 3802­002.465  S3­TE02  Fl. 390          5 influírem na solução do litígio.  LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CPMF NÃO RETIDA  NEM RECOLHIDA. Em razão das determinações  legais vigentes, a não retenção da CPMF por força de  medida judicial posteriormente revogada sujeita o  contribuinte a lançamento de oficio.  MULTA DE OFÍCIO. É de se manter a parcela do  crédito tributário constituído relativa A multa de  oficio, por expressa disposição legal.  JUROS DE MORA. Sobre os valores dos tributos ou  contribuições federais não pagos nos respectivos  vencimentos, são cabíveis juros de mora calculados A  taxa SELIC, cuja exigência fundamenta­se em leI  Lançamento Procedente.”  O julgamento foi no sentido de manter o lançamento.  Regularmente  cientificado  do  Acórdão  proferido,  o  Contribuinte,  tempestivamente,  protocolizou  o Recurso Voluntário,  no  qual,  reproduz  as  razões  de  defesa  constantes em sua peça impugnatória.   Argumentando da existência do processo judicial que envolve matéria objeto  do litígio (multa e juros).   No entanto, por decisão do Colegiado que me curvei ao decidido, foi baixado  os autos em resolução de n° 3201000298, de 24/01/2012, nos seguintes termos:    Trata o presente processo de falta de recolhimento da CPMF, no  entanto,  existe  processo  judicial  que  envolve  a  discussão  de  matéria  objeto  do  presente  litígio  (multa  e  juros  ­  processo  n°  2000.6450­3).  Consta, nos autos, despacho, com informativo do cadastramento  dos juros isolados e cadastro de representação, ficando no de n°  10384.004713/2006­32  o  valor  dos  juros,  devendo  este  ser  enviado ao Conselho ( o do CARF) e n° 10384.001353/2007­06  o valor do principal, que foi a parte da divida aceita. Ou seja:  ­10384.002329/2005­14(original),  ficou  aguardando  pagamento/recurso  voluntário,  devendo  o  mesmo  retornar  a  EQUIJUD, para que tome as providências de sua competência,  considerando  que  nele  está  a  multa  pendente  de  uma  decisão  judicial para que se efetue ou não sua cobrança;  ­10384.004713/2006­23(primeira  representação),  está  aguardando  julgamento  do  recurso  voluntário  (este  no CARF),  pois esse ficou controlando o valor dos juros; e    Fl. 392DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM     6 ­10384.1353/2007­06(segunda representação), está em cobrança  final, por está controlando valor do principal, que mesmo tendo  sido aceito pelo contribuinte, teve o seu parcelamento solicitado.  Dessa  forma,  voto  por  que  se  CONVERTA  O  JULGAMENTO  EM DILIGÊNCIA para:  ­ao  órgão  de  origem,  para  que  a  autoridade  lançadora  anexe,  aos  autos,  cópia  do  andamento,  evolução  e  conclusão,  até  o  presente momento, do MS n° 2000.6450­3;  ­bem  como,  cópias  e  informação  da  situação  dos  processos  10384.001353/2007­06 e 10384.002329/2005­14;  ­outras,  informações  adicionais/necessárias,  caso  sejam  complementares ao julgamento deste.  Realizada a diligência, deverá ser dado vista ao recorrente para  se manifestar.  Após, devem ser encaminhados os autos para vista à PGFN da  diligência realizada.  Por  fim,  devem  os  autos  retornar  a  esta  Conselheira  para  prosseguimento no julgamento.    Em resposta ao demandado, registrem as seguintes informações:  Trata­se de cobrança decorrente de auto de  infração relativo à  Contribuição  Provisória  sobre  Movimentação  ou  Transmissão  Financeira  ­  CPMF,  para  formalização  e  cobrança  do  crédito  tributário nele estipulado, no valor total de R$ 2.097,62; que deu  origem ao PAF nº 10384.002329/2005­14 (original).  Houve  impugnação  ao  referido  Auto  de  Infração,  que  foi  mantido  pela  DRJ/FOR/CE.  Como  existia  uma  ação  judicial  questionando este crédito e que em sua última decisão ordenou a  suspensão  da  cobrança  da  multa,  permitindo  apenas  que  se  exigisse  o  valor  do  principal  e  dos  juros,  o  contribuinte  então  apresentou  tempestivamente  RECURSO  VOLUNTÀRIO  ao  CARF,  questionando  o  valor  dos  juros  e  aceitando  efetuar  o  pagamento do principal.  Para  dar  andamento  à  cobrança  da  parte  aceita  pelo  contribuinte, foi desmembrado o PAF nº 10384.002329/2005­14  (original), e criado novas representações, deixando os processos  nas situações abaixo:  ­O  PAF  nº  10384.002329/2005­14(original),  controlando  a  exigibilidade da multa moratória sobre o valor da CPMF, que, à  vista  do  trânsito  em  julgado  da  decisão  proferida  pelo  STJ  através do RESP 1.192.891­PI, reformando a sentença proferida  no MS nº 2000.40.00.006450­3 (2ª Vara Federal de Teresina­PI)  que  obstava  a  cobrança  da  multa  de  mora  sobre  o  valor  da  CPMF,  e  não  mais  subsistindo  a  situação  motivadora  da  suspensão da exigibilidade, já se encontra inscrita em DAU sob  o nº 32 6 11 001696­60.     Fl. 393DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/2006­32  Acórdão n.º 3802­002.465  S3­TE02  Fl. 391          7 ­O PAF nº 10384.004713/2006­32 inscrito em DAU sob o nº 32 6  07  001330­90,  controlando  o  valor  dos  juros  sobre  a CPMF  e  que  está  aguardando  julgamento  do  recurso  voluntário  (este  processo)  e o PAF nº 10384.1353/2007­06, controla o valor do principal,  inscrito em DAU sob o nº 32 6 07 001330­90.  O recorrente foi cientificado em 12/07/2012 (fl. 371­pdf), bem como a PGFN  que foi avisada e prestou esclarecimentos (fl. 377 e ss pdf )  O processo foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira.    É o relatório.    Voto             Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM  O presente  recurso  é  tempestivo  e  atende  aos  requisitos  de  admissibilidade,  razão por que dele tomo conhecimento.   Consta  que  a  CPMF  cobrada  é  decorrente  da  falta  de  recolhimento  dos  valores  que  não  foram,  tempestivamente,  retidos  e  nem  recolhidos  pelas  instituições  financeiras, em virtude de cumprimento de medida judicial que foi posteriormente revogada.  O  valor  apurado  foi  extraído  das  informações  das  instituições  financeiras  responsáveis pela retenção e recolhimento da contribuição.  Pelas  informações  trazidas  pela  diligência  solicitada,  observa­se  que  o  processo nº 10384.004713/2006­32 inscrito em Dívida Ativa da União­DAU sob o nº 32 6 07  001330­90, que controla o valor dos juros sobre a CPMF e que está aguardando julgamento do  recurso  voluntário  (este  processo),  bem  como  o  recorrente  apresentou  tempestivamente  RECURSO VOLUNTÀRIO, questionando o valor dos juros e aceitando efetuar o pagamento  do principal, inclusive.  Registre­se  que  o  PAF  nº  10384.1353/2007­06,  o  qual  controla  o  valor  do  principal,  inscrito  em DAU  sob  o  nº  32  6  07  001330­90.  Consta  à  fl.  356,  a  solicitação  do  parcelamento, que foi indeferido, já que não foi observada a disposição do art. 15 da Lei de n°  9.311/96, conforme  fl. 359  (pdf). Assim como a  recorrente  foi  intimada do  indeferimento  (fl  360 pdf).  Quanto  aos  juros,  matéria  em  análise  neste  Auto,  os  mesmos  são  devidos  mesmo durante o período de suspensão das respectiva cobrança por decisão administrativa ou  judicial, nos termos do art. 5° do Decreto –Lei de n° 1.736/79.  Dispõe  sobre  débitos  para  com  a  Fazenda  e  dá  outras  providências.  Fl. 394DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM     8 Art 5º ­ A correção monetária e os juros de mora serão devidos  inclusive  durante  o  período  em  que  a  respectiva  cobrança  houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial.  A exigência de juros de mora no auto de infração também está sendo efetuada na forma  da  lei  ao  contrário  do  entendimento  da  autuada,  pois  o  artigo  161  do  Código  Tributário  Nacional  determina:  “ Artigo 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de  mora,  seja  qual  for  o  motivo  determinante  da  falta,  sem  prejuízo  da  imposição  das  penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia prevista nesta  Lei ou em lei tributária.    § 1º. Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de  1% ( um por cento ) ao mês.” (grifei)    Foi editada a lei específica (Lei nº 9.065/95), que em seu artigo 13 previu que  os débitos tributários junto à Fazenda Nacional, originados a partir 1° de abril de 1995, teriam  seus juros de mora e correção segundo a taxa Selic:  Art. 13. A partir de julho de abril de 1995, os juros de mora de  que  tratam  a  alínea  “c”  do  parágrafo  único  do  art.  14  da  Lei  8.847, de 28 de janeiro de 1994, com redação dada pelo art. 6°  da  Lei  8.850,  de  28  de  janeiro  de  1994,  e  pelo  art.  90  da  Lei  8.981/1995,  o  art.  84,  inciso  I,  e  o  art.  91,  parágrafo  único,  alínea  a.2,  da  Lei  8.981/1995,  serão  equivalentes  à  taxa  referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia –  SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente.    Aplicado o disposto no artigo 61 da Lei 9.430/96, que  trata da  exigência de  juros de  mora à taxa Selic.  Por fim, aplica­se na hipótese a Súmula CARF n° 4, in verbis:  Súmula CARF nº 4 – A partir de 1º de abril de 1995, os juros  moratórios  incidentes  sobre  débitos  tributários  administrados  pela  Secretaria  da  Receita  Federal  do  Brasil  são  devidos,  no  período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial  de Liquidação e Custódia ­ SELIC para títulos federais.  Logo, os juros devem ser lançados nos procedimentos de ofício.  Corroborando  com  este  entendimento,  cito  a  Súmula  n°  405  do  STF,  que  dispõe:  SÚMULA Nº 405 ­ STF ­ DE 01/06/1964 ­ DJ DE 08/07/1964  Enunciado:  Denegado  o  mandado  de  segurança  pela  sentença,  ou  no  julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar  concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.   Data  da  Aprovação: 01/06/1964/Fonte  de  Publicação:  DJ  de  08/07/1964, p. 2.237.     Fl. 395DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10384.004713/2006­32  Acórdão n.º 3802­002.465  S3­TE02  Fl. 392          9     Por  todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário, prejudicados os  demais argumentos.    MÉRCIA  HELENA  TRAJANO  DAMORIM  ­  Relator                               Fl. 396DF CARF MF Impresso em 17/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/04/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM

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Numero do processo: 10935.904628/2012-31
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/09/2005 COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM SEDE ADMINISTRATIVA. Não existindo, na legislação, norma que autorize a exclusão do valor do ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS, não pode o julgador administrativo declara a inconstitucionalidade da norma, já que esta é uma tarefa exclusiva do Poder Judiciário. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.404
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Paulo Sérgio Celani e Flávio de Castro Pontes votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. .
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/2012­31  Acórdão n.º 3801­002.404  S3­TE01  Fl. 64          2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney  Eduardo  Stahl,  Paulo  Sérgio  Celani,  Maria  Inês  Caldeira  Pereira  da  Silva Murgel,  Marcos  Antônio  Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.  Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/2012­31  Acórdão n.º 3801­002.404  S3­TE01  Fl. 65          3   .  Relatório  Trata­se de pedido de restituição de crédito tributário pago indevidamente ou  a maior  formulado  pelo  ora Recorrente, Anhambi Alimentos  Ltda.,  que  não  foi  reconhecido  pela Delegacia da Receita Federal de origem.  Não  concordando  com  o  indeferimento  do  seu  pleito,  o  Recorrente  apresentou manifestação  de  inconformidade  que  foi  julgada  improcedente  pela Delegacia  de  Julgamento. Restou assim ementado o acórdão:  COFINS.  PEDIDO  DE  RESTITUIÇÃO.  INEXISTÊNCIA  DO  DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP.   Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de  se indeferir o pedido de restituição apresentado.   EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO.   Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de  cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido  valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços  prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou  pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.   CONTESTAÇÃO  DE  VALIDADE  DE  NORMAS  VIGENTES.  JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA.   Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da  conformidade  da  atividade  de  lançamento  com  as  normas  vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar  validade  sob  o  argumento  de  inconstitucionalidade  ou  ilegalidade.   Manifestação de Inconformidade Improcedente.   Inconformado  com  a  decisão  proferida  e  repisando  os  argumentos  apresentados  em  sua  Manifestação  de  Inconformidade,  o  Recorrente  apresentou  Recurso  Voluntário, no qual alegou, em síntese, que o seu direito creditório decorre da inconstitucional  “cobrança do PIS e COFINS sem a exclusão do ICMS da base de cálculo”.  É o relatório.   Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/2012­31  Acórdão n.º 3801­002.404  S3­TE01  Fl. 66          4     Voto             Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora  Presentes  os  requisitos  de  admissibilidade  do  Recurso  Voluntário,  dele  conheço.  O Recorrente, Anhambi Alimentos Ltda.., apresentou pedido de restituição de  crédito  tributário pago  indevidamente ou a maior, sob o argumento de que o referido crédito  decorre  da  inconstitucional  inclusão,  na  base  de  cálculo  do  PIS  e  da  COFINS,  do  valor  do  ICMS devido aos Estados­membros.   Sem  trazer  nenhum  provimento  jurisdicional  favorável,  em  suas  razões  recursais, alega que o  ICMS é  tributo devido aos Estados­membros e, por  isso, não pode ser  considerado como receita ou faturamento dos contribuintes. Coleciona vasta doutrina sobre o  tema para embasar suas alegações.  Em  que  pese  essa  Relatora  ter  o mesmo  entendimento  do  Recorrente  com  relação  à  matéria,  ou  seja,  o  ICMS,  de  fato,  não  poderia  compor  a  base  de  cálculo  da  contribuição do PIS e da COFINS, não pode esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais  declarar inconstitucionalidade de norma vigente. Neste sentido, é a súmula nº 02 do CARF:  O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar  sobre  a  inconstitucionalidade de lei tributária.   Assim,  como muito  bem  colocado  no  acórdão  recorrido,  “cumpre  registrar  que não há na legislação de regência previsão para a exclusão do valor do ICMS das bases de  cálculo  do PIS  e  da Cofins,  já  que  esse  valor,  ainda  que  assim não  entenda  a  interessada,  é  parte  integrante  do  preço  das  mercadorias  e  serviços  vendidos,  exceção  feita  para  o  ICMS  recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se  depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998”.  Inexistindo na  legislação em vigor  a possibilidade de o contribuinte excluir  da base de cálculo das contribuições em comento o valor do ICMS, não há como reconhecer o  direito creditório do Recorrente.   Ademais,  importante  ressaltar  que  os  Ministros  do  Supremo  Tribunal  Federal, em análise ao Recurso Extraordinário nº. 240.785, que discute a inconstitucionalidade  da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, já haviam proferido seis votos a  favor dos contribuintes.   Contudo, o julgamento daquele RE teve seu andamento sobrestado por força  da propositura, pela União Federal, da Ação Direta de Constitucionalidade nº. 18, ajuizada em  2007  e  ainda  pendente  de  julgamento.  Assim,  não  há,  até  o  presente  momento,  qualquer  definição do Poder Judiciário acerca da questão.  Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES Processo nº 10935.904628/2012­31  Acórdão n.º 3801­002.404  S3­TE01  Fl. 67          5   Por todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário e a ele nego provimento.       (assinado digitalmente)  Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel                                      Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/03/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por FLAVIO DE CASTR O PONTES

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Numero do processo: 14033.000229/2007-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 31 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 04 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3402-000.283
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por maioria de votos em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidos conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo D’Eça (relator) e João Carlos Cassuli Junior. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator designado e Presidente Substituto. (assinado digitalmente) FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA - Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira e Nayra Bastos Manatta. O Presidente substituto da Turma assina o acórdão face à impossibilidade, por motivos de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. RELATÓRIO Trata-se de Recurso Voluntário (fls. 928/955 – vol. V) contra o Acórdão DRJ/JFA nº 09-30.422 de 09/07/2010 constante de fls. 918/920 (vol. V) exarado pela 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG que, por unanimidade de votos, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília - DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação. O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília - DF, o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos: “12. 0 pedido de ressarcimento do IPI é tempestivo posto que os supostos créditos foram apurados no 4°trimestre de 2006 e os PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006. 13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO da DRF/DF realizou o exame da escrituração fiscal no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2006, no estabelecimento da própria Contribuinte. 14. Desse procedimento, instaurado para apurar a veracidade dos créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias-primas escrituradas nos livros fiscais - Livro de Entradas, de Saídas e de Apuração de IPI e utilizados no PERIDCOMP de que trata o processo, resultou a constatação de que as matérias-primas adquiridas pela requerente tiveram origem na Zona Franca de Manaus, com classificação fiscal na TIPI - 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47). 15. Se a alíquota do produto é "0", na TIPI, não há que se falar de crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa será sempre zero, não passando de mera presunção imaginar a possibilidade de que ã Contribuinte fosse facultado adotar a alíquota do IPI do produto de saída (26%), para calcular crédito do imposto sobre o valor do insumo (tributado ã alíquota "0"), sendo, portanto, indevidos, inexistentes tais créditos. 16. Por serem indevidos, os créditos foram glosados e estornados do livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à reconstituição do mencionado livro (fls. 12/46; 48 e 53), de cujo procedimento resultou imposto a pagar da ordem de R$ 351.994,11, que foi objeto de exigência em processo próprio. 17. A respeito da impossibilidade de geração de créditos de IPI nas aquisições de matérias-primas tributadas à alíquota "0", transcreve-se, a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente: (...) 18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do imposto a pagar. 19. Assim, lembrando que as Declarações de Compensação transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a 411 VIII; e 413 VIII) constituem confissão de divida, os débitos indevidamente compensados de IRPJ — Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal — 2362-01; de CSLL — Demais PJ que apuram o IRPJ em base em estimativa mensal — 2484-01; de PIS — Não Cumulativo Lei n° 10.637/02 — 6912-01; e de COFINS — Não Cumulativa — 5856-01, foram cadastrados no sistema PROFISC segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII). 20. Isto posto, e CONSIDERANDO as disposições do artigo 170 do CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN - SRF n° 600, de 2005; CONSIDERANDO que o alegado crédito foi declarado inexistente no relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50; CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação; CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta, INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e NÃO HOMOLOGO a compensação objeto deste processo administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela Contribuinte e autorizo a cobrança do débito indevidamente compensado.” Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília – DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO VINCULADO. vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 929/955 – vol. V) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista que: a) o art. 19 da INSRFB nº 210/02 seria inaplicável visto que não se trataria de mero ressarcimento, mas de compensação regida pelo art. 74 da Lei nº 9430/96, intentada anteriormente à lavratura do Auto de Infração que originou o Processo Administrativo nº 10166.720116/2008-95 relativo à suposta exigência do IPI, que foi julgado improcedente por decisão de 1ª instância (Acórdão nº 09-24537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls. 785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI e portanto não poderia ter sido proferida decisão deixando de homologar as compensações realizadas, porque já havia sido proferida decisão favorável no AI MPF n° 0110100/00013/2007; c) a Recorrente tem direito aos créditos de IPI objeto do pedido de ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.0047783-4 assegurando o direito aos créditos relativos da aquisição de insumos isentos (por norma de isenção subjetiva regional), oriundos da Zona Franca de Manaus,.por força do principio da não-cumulatividade e por força expressa da disposição do art. 6° do Decreto-Lei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar, por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente processo, por me considerar devidamente esclarecido dos fatos, ousei divergir da d. Maioria vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Voto Vencedor
Nome do relator: FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA

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V) exarado pela 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG que, por unanimidade de votos, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília - DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação. O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília - DF, o Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2006, bem como os respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos: “12. 0 pedido de ressarcimento do IPI é tempestivo posto que os supostos créditos foram apurados no 4°trimestre de 2006 e os PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006. 13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO da DRF/DF realizou o exame da escrituração fiscal no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2006, no estabelecimento da própria Contribuinte. 14. Desse procedimento, instaurado para apurar a veracidade dos créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias-primas escrituradas nos livros fiscais - Livro de Entradas, de Saídas e de Apuração de IPI e utilizados no PERIDCOMP de que trata o processo, resultou a constatação de que as matérias-primas adquiridas pela requerente tiveram origem na Zona Franca de Manaus, com classificação fiscal na TIPI - 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47). 15. Se a alíquota do produto é "0", na TIPI, não há que se falar de crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa será sempre zero, não passando de mera presunção imaginar a possibilidade de que ã Contribuinte fosse facultado adotar a alíquota do IPI do produto de saída (26%), para calcular crédito do imposto sobre o valor do insumo (tributado ã alíquota "0"), sendo, portanto, indevidos, inexistentes tais créditos. 16. Por serem indevidos, os créditos foram glosados e estornados do livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à reconstituição do mencionado livro (fls. 12/46; 48 e 53), de cujo procedimento resultou imposto a pagar da ordem de R$ 351.994,11, que foi objeto de exigência em processo próprio. 17. A respeito da impossibilidade de geração de créditos de IPI nas aquisições de matérias-primas tributadas à alíquota "0", transcreve-se, a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente: (...) 18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do imposto a pagar. 19. Assim, lembrando que as Declarações de Compensação transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a 411 VIII; e 413 VIII) constituem confissão de divida, os débitos indevidamente compensados de IRPJ — Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal — 2362-01; de CSLL — Demais PJ que apuram o IRPJ em base em estimativa mensal — 2484-01; de PIS — Não Cumulativo Lei n° 10.637/02 — 6912-01; e de COFINS — Não Cumulativa — 5856-01, foram cadastrados no sistema PROFISC segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII). 20. Isto posto, e CONSIDERANDO as disposições do artigo 170 do CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN - SRF n° 600, de 2005; CONSIDERANDO que o alegado crédito foi declarado inexistente no relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50; CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação; CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta, INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e NÃO HOMOLOGO a compensação objeto deste processo administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela Contribuinte e autorizo a cobrança do débito indevidamente compensado.” Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora - MG, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília – DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO VINCULADO. vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 929/955 – vol. V) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista que: a) o art. 19 da INSRFB nº 210/02 seria inaplicável visto que não se trataria de mero ressarcimento, mas de compensação regida pelo art. 74 da Lei nº 9430/96, intentada anteriormente à lavratura do Auto de Infração que originou o Processo Administrativo nº 10166.720116/2008-95 relativo à suposta exigência do IPI, que foi julgado improcedente por decisão de 1ª instância (Acórdão nº 09-24537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls. 785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI e portanto não poderia ter sido proferida decisão deixando de homologar as compensações realizadas, porque já havia sido proferida decisão favorável no AI MPF n° 0110100/00013/2007; c) a Recorrente tem direito aos créditos de IPI objeto do pedido de ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.0047783-4 assegurando o direito aos créditos relativos da aquisição de insumos isentos (por norma de isenção subjetiva regional), oriundos da Zona Franca de Manaus,.por força do principio da não-cumulatividade e por força expressa da disposição do art. 6° do Decreto-Lei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar, por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente processo, por me considerar devidamente esclarecido dos fatos, ousei divergir da d. Maioria vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Voto Vencedor

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/2007­56  Resolução nº  3402­000.283  S3­C4T2  Fl. 101          2   RELATÓRIO  Trata­se  de  Recurso  Voluntário  (fls.  928/955  –  vol.  V)  contra  o  Acórdão  DRJ/JFA nº 09­30.422 de 09/07/2010 constante de fls. 918/920 (vol. V) exarado pela 3ª Turma  da DRJ de  Juiz  de Fora  ­ MG que,  por  unanimidade de  votos,  houve  por  bem “indeferir”  a  Manifestação de Inconformidade de fls. 431/456 (vol. II), mantendo o Despacho Decisório de  fls. 416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília ­ DF, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de  saldo  credor  de  IPI  relativo  ao  4º  trimestre  de  2006,  bem  como  os  respectivos  Pedidos  de  Compensação.   O r. Despacho Decisório de fls. 416/424 da DRF de Brasília ­ DF, o Pedido de  Ressarcimento  de  saldo  credor  de  IPI  relativo  ao  4º  trimestre  de  2006,  bem  como  os  respectivos Pedidos de Compensação, aos fundamentos expostos nos seguintes termos:  “12.  0  pedido  de  ressarcimento  do  IPI  é  tempestivo  posto  que  os  supostos  créditos  foram  apurados  no  4°trimestre  de  2006  e  os  PER/DCOMP transmitidos em 30/10/2006 e 18/10/2006.  13. Conforme mencionado nos parágrafos 2, 3 4, 5 e 6 acima, devido  ao expressivo valor do crédito de IPI, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO  da  DRF/DF  realizou  o  exame  da  escrituração  fiscal  no  período  de  janeiro  de  2002  a  dezembro  de  2006,  no  estabelecimento  da  própria  Contribuinte.  14.  Desse  procedimento,  instaurado  para  apurar  a  veracidade  dos  créditos de IPI identificados nas notas fiscais de aquisição de matérias­ primas escrituradas nos livros fiscais ­ Livro de Entradas, de Saídas e  de  Apuração  de  IPI  e  utilizados  no  PERIDCOMP  de  que  trata  o  processo, resultou a constatação de que as matérias­primas adquiridas  pela  requerente  tiveram  origem  na  Zona  Franca  de  Manaus,  com  classificação fiscal na TIPI ­ 2106.90.10, cuja alíquota é "0" (fl.47).  15.  Se  a  alíquota  do  produto  é  "0",  na  TIPI,  não  há  que  se  falar  de  crédito a ser escriturado visto que 0% (zero por cento) de alguma coisa  será  sempre  zero,  não  passando  de  mera  presunção  imaginar  a  possibilidade de que ã Contribuinte fosse  facultado adotar a alíquota  do  IPI  do  produto  de  saída  (26%),  para  calcular  crédito  do  imposto  sobre  o  valor  do  insumo  (tributado  ã  alíquota  "0"),  sendo,  portanto,  indevidos, inexistentes tais créditos.  16. Por  serem  indevidos, os  créditos  foram glosados  e  estornados do  livro de apuração do IPI pela equipe fiscal, que procedeu, inclusive, à  reconstituição  do  mencionado  livro  (fls.  12/46;  48  e  53),  de  cujo  procedimento  resultou  imposto  a  pagar  da  ordem  de  R$  351.994,11,  que foi objeto de exigência em processo próprio.  17.  A  respeito  da  impossibilidade  de  geração  de  créditos  de  IPI  nas  aquisições de matérias­primas tributadas à alíquota "0", transcreve­se,  a seguir, decisões do Conselho de Contribuintes e do Supremo Tribunal  Federal, respectivamente:  (...)  Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/2007­56  Resolução nº  3402­000.283  S3­C4T2  Fl. 102          3 18. Conforme fartamente demonstrado a Contribuinte não dispunha do  crédito utilizado para a compensação. Ao contrário, após a auditoria  fiscal a que foi submetida sua escrituração restou comprovado que ao  invés de crédito de IPI a ser ressarcido, a Contribuinte tinha débito do  imposto a pagar.  19.  Assim,  lembrando  que  as  Declarações  de  Compensação  transmitidas e admitidas em 30/01/2007 (fls.03 a 08 e 58 VI; 59 VI a  411  VIII;  e  413  VIII)  constituem  confissão  de  divida,  os  débitos  indevidamente compensados de IRPJ — Demais PJ obrigadas ao lucro  real/Estimativa mensal — 2362­01; de CSLL — Demais PJ que apuram  o  IRPJ  em  base  em  estimativa  mensal  —  2484­01;  de  PIS  —  Não  Cumulativo  Lei  n°  10.637/02  —  6912­01;  e  de  COFINS  —  Não  Cumulativa  —  5856­01,  foram  cadastrados  no  sistema  PROFISC  segundo os valores confessados (fls.55; 414 e 415 VIII).  20.  Isto  posto,  e  CONSIDERANDO  as  disposições  do  artigo  170  do  CTN, do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e do artigo 26 da IN ­ SRF  n° 600, de 2005;  CONSIDERANDO que o alegado crédito  foi  declarado  inexistente no  relatório de fiscalização de fls. 43/48 e 49/50;  CONSIDERANDO a inexistência do crédito utilizado na compensação;  CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta,  INDEFIRO o pedido de ressarcimento do crédito de IPI, e  NÃO  HOMOLOGO  a  compensação  objeto  deste  processo  administrativo, tendo em vista a inexistência do crédito pleiteado pela  Contribuinte  e  autorizo  a  cobrança  do  débito  indevidamente  compensado.”  Por seu turno, a r. decisão de fls. 918/920 (vol. V) da 3ª Turma da DRJ de Juiz  de Fora ­ MG, houve por bem “indeferir” a Manifestação de  Inconformidade de fls. 431/456  (vol.  II), mantendo o Despacho Decisório de  fls.  416/424 de 30/03/10 da DRF de Brasília –  DF, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa:   “ASSUNTO:  IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ­  IPI  Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006  RESSARCIMENTO.  AUTO  DE  INFRAÇÃO  VINCULADO.  vedado  o  ressarcimento  a  estabelecimento  pertencente  a  pessoa  jurídica  com  processo administrativo  fiscal de determinação e exigência de crédito  do IPI cuja decisão definitiva possa alterar o valor a ser ressarcido.  Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido”  Nas  razões  de  Recurso  Voluntário  (fls.  929/955  –  vol.  V)  oportunamente  apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista  que:  a)  o  art.  19  da  INSRFB  nº  210/02  seria  inaplicável  visto  que  não  se  trataria  de  mero  Fl. 1024DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/2007­56  Resolução nº  3402­000.283  S3­C4T2  Fl. 103          4 ressarcimento,  mas  de  compensação  regida  pelo  art.  74  da  Lei  nº  9430/96,  intentada  anteriormente  à  lavratura  do  Auto  de  Infração  que  originou  o  Processo  Administrativo  nº  10166.720116/2008­95 relativo à suposta exigência do  IPI, que foi  julgado improcedente por  decisão de 1ª instância (Acórdão nº 09­24537 da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora cópia as fls.  785/793); b) como resulta da aludida decisão o insumo que gerou o crédito de IPI em questão  para a Recorrente não se sujeitava a alíquota zero, mas sim a alíquota de 27% e é isento do IPI  e  portanto  não  poderia  ter  sido  proferida  decisão  deixando  de  homologar  as  compensações  realizadas,  porque  já  havia  sido  proferida  decisão  favorável  no  AI  MPF  n°  0110100/00013/2007;  c)  a  Recorrente  tem  direito  aos  créditos  de  IPI  objeto  do  pedido  de  ressarcimento em questão, porque também há coisa julgada formada nos autos do Mandado de  Segurança  Coletivo  (MSC)  n°  91.0047783­4  assegurando  o  direito  aos  créditos  relativos  da  aquisição  de  insumos  isentos  (por  norma  de  isenção  subjetiva  regional),  oriundos  da  Zona  Franca  de  Manaus,.por  força  do  principio  da  não­cumulatividade  e  por  força  expressa  da  disposição do art. 6° do Decreto­Lei (DL) n° 1.435, de 16.12.1975; d) e portanto nos termos do  art. 74 da Lei n° 9.430/96, a REQUERENTE tem direito de utilizar créditos de IPI para quitar,  por compensação, quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRFB.  É o relatório.  Voto    Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça  Submetido o processo a julgamento, na qualidade de relator original do presente  processo, por me  considerar devidamente esclarecido dos  fatos,  ousei divergir  da d. Maioria  vez que meu voto adentrava ao exame de mérito da questão, razão pela qual restei vencido na  diligência proposta pelo relator ora designado e acolhida pela C. Turma.    FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA    Voto Vencedor  Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho – Relator Designado  Já me  posicionei  em  outras  ocasiões  no  sentido  de  que  processo  que  trate  de  compensação,  cujo  crédito  a  ser  utilizado  esteja  sendo  discutido  em  outro  processo  administrativo, deve esperar a decisão do processo conhecido como “mãe”, aquele que contém  o crédito pleiteado, para então poder ter seu desfecho final.   Conforme  despacho  exarado  pela  Divisão  de  Fiscalização  da  Delegacia  da  Receita Federal do Brasil em Brasília, foi reconstituída a escrita fiscal do recorrente do período  compreendido entre 01/2002 a 12/2006. Foram constatados saldos devedores que deram ensejo  a feitura do auto de infração para constituição dos respectivos créditos tributários. Esse auto de  infração está em discussão administrativa no processo nº 10166.720116/2008­95.  Fl. 1025DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA Processo nº 14033.000229/2007­56  Resolução nº  3402­000.283  S3­C4T2  Fl. 104          5 Entendo  haver  uma  ligação  intima  entre  o  processo  de  ressarcimento  e  o  processo do auto de infração, uma vez que os dois discutem a mesma questão e referem­se aos  mesmos períodos de apuração.  Em  face  dessa  dependência,  voto  por  converter  o  julgamento  em  diligência,  determinando  que  acoste  cópia  da  decisão  definitiva  proferida  no  processo  nº  10166.720116/2008­95 e que seja elaborada planilha demonstrativa do valor do crédito a ser  restituído de acordo com a decisão definitiva do processo acima citado.  Depois de tomadas as providências requeridas, que sejam devolvidos os autos ao  CARF para prosseguimento do rito processual.   GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO  Sala das Sessões, 31/08/2011    Fl. 1026DF CARF MF Impresso em 04/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/03/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FERNANDO LUIZ D A GAMA LOBO D ECA

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