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Numero do processo: 16045.000028/2008-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005
RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindo-se valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda.
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO.
Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Numero da decisão: 2402-006.401
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior.
Nome do relator: MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindo-se valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindose valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 5. 00 00 28 /2 00 8- 26 Fl. 248DF CARF MF Processo nº 16045.000028/200826 Acórdão n.º 2402006.401 S2C4T2 Fl. 3 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018, proferido no âmbito do processo n° 19515.722966/201271, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de Recurso de Oficio manejado, por força de reexame necessário, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, tendo em vista que o crédito exonerado, principal e encargos de multa, relativos a contribuições previdenciárias de custeio, beneficio, terceiros e sanções pecuniárias, superava a época o valor de alçada estipulado no art. 1º da Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008. O valor objeto de exoneração é inferior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), vindo a julgamento apenas o Recurso de Oficio. É o relatório." Voto Conselheiro Mário Pereira de Pinho Filho Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018, proferido no âmbito do processo n° 19515.722966/201271, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, a seguir, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pelo Conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza, digno relator da susodita decisão paradigma, reprisese, Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018: Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária “Antes de adentrar a análise do caso concreto, importa observar que o presente julgamento terá efeitos sobre lote repetitivo, eis que o caso em foco foi eleito como paradigma e terá seu resultado aplicado ao lote a que esta relacionado, nos termos do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Fl. 249DF CARF MF Processo nº 16045.000028/200826 Acórdão n.º 2402006.401 S2C4T2 Fl. 4 3 Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 – RICARF. Admissibilidade. Tratase de Recurso de Oficio manejado, por força de reexame necessário, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, tendo em vista que, à época em que foi proferida a decisão de primeira instância administrativa, o crédito exonerado superava o valor de alçada estipulado estabelecido em ato próprio. De acordo com o I do art. 34 do Decreto nº 70.235/1972: Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) II deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na formalização da exigência. § 1º O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. § 2° Não sendo interposto o recurso, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade. (Grifouse) O colegiado a quo proferiu decisão em que julgou parcialmente procedente a impugnação, exonerando créditos relativos ao principal e encargos de multas em valor inferior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil de reais) Cabe ao colegiado julgar a admissibilidade do Recurso de Oficio e, constatandose que o crédito exonerado é inferior àquele que levaria o caso a um reexame necessário na atualidade, não conhecer de referido recurso. O limite referido está posto na Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. Fl. 250DF CARF MF Processo nº 16045.000028/200826 Acórdão n.º 2402006.401 S2C4T2 Fl. 5 4 § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União. Art. 3º Fica revogada a Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. Ainda que à época do julgamento de primeira instância tal valor permitisse a interposição do Recurso de Oficio ora julgado, ao caso deve ser aplicado o limite de dispensa atualmente vigente, conforme entendimento consolidado neste Conselho, nos termos da Súmula CARF 103: Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Conclusão Ante ao exposto voto por não conhecer do Recurso de Oficio em razão de o crédito exonerado ser inferior ao limite estabelecido no art. 1º a Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, aplicável ao caso conforme Súmula CARF 103. (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza” Conclusão Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Fl. 251DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.919722/2014-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2010
RECURSO VOLUNTÁRIO QUE NÃO REBATE AS RAZÕES DA DECISÃO DA DRJ.. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE.
Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada deve ser mantido por falta de dialeticidade com a decisão recorrida.
Numero da decisão: 1401-002.759
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliviera Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa e Cláudio de Andrade Camerano.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada deve ser mantido por falta de dialeticidade com a decisão recorrida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliviera Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa e Cláudio de Andrade Camerano. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 97 22 /2 01 4- 39 Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Adoto como relatório, aquele da decisão de primeira instância, complementando a seguir: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório [...], referente ao PER/DCOMP nº 04412.19716.180314.1.3.044286. O PerDcomp foi transmitido com o objetivo de compensar o(s) débito(s) nele discriminado(s) com crédito de IRPJ, Código de Receita 2089, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 30/04/2010, no valor de R$ 63.439,05. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE O interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: que a alegação de que não restou crédito disponível não pode ser entendida como fundamento para o DD; que a autoridade administrativa quedouse inerte na análise de qualquer situação que legitima o crédito postulado; que o processo administrativo no âmbito federal tem regulamentação própria e deve ser observada pela autoridade julgadora; que a Lei 9784, de 1999, no art. 2, inciso VIII, dispõe, entre outros, sobre os princípios da legalidade, motivação e observância das formalidades; que a autoridade não se deu nem sequer ao trabalho de motivar seu despacho; que se torna evidente que a não homologação desta compensação ocorreu por uma questão de sistema de informática, porque o crédito propriamente dito nem sequer foi apreciado; Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 4 3 que a autoridade administrativa limitouse a verificar se o pagamento realizado estava disponível em seus sistemas; que a única conclusão que se chega é a de que se trata do encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entgre o débito recolhido por DARF e o crédito declarado em DCTF; que diversas situações que acarretariam na restituição do valor recolhido, seja pela inclusão indevida de valores na base de cálculo, seja por erro de fato na apuração do imposto, seja por situações que autorizam o contribuinte a reduzir valores da base de cálculo, hipóteses que são regulamentadas pela IN 1.300/2012; que a autoridade administrativa furtouse em analisar qualquer das possibilidades que ensejaria a restituição postulada; que simplesmente não homologar a compensação sem explicar os motivos da suposta indisponibilidade do crédito, torna a decisão totalmente nula, por não oferecer os elementos necessários para que a empresa possa promover sua defesa e a prova da existência deste crédito; que houve cerceamento de direito de defesa, porque a autoridade não analisou o mérito da compensação efetuada e nem sequer intimou a empresa a prestar os esclarecimentos necessários; em observância ao princípio constitucional da eficiência, a administração está obrigada a intimar o interessado a fazer os esclarecimentos necessários e comprovar o alegado, sempre que lhe restar dúvidas; que o crédito é legítimo, porque o valor efetivamente pago é maior do que o valor correto do débito apurado pela empresa; o contribuinte, ao calcular o débito, incluiu na base de cálculo não só a receita decorrente do seu faturamento, mas também receitas que não a deveriam compor; não providenciou a devida retificação da DCTF, para que ela apresentasse os valores efetivamente devidos; que ficou impossibilitada a oportuna apresentação de prova do direito alegado, já que nem a autoridade administrativa sabe o motivo do indeferimento, tampouco a impugnante; há de ser aplicada a regra autorizadora da produção posterior de provas, para o momento em que a lide esteja delineada em seus termos. Ao final, pedese que seja determinada a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e que seja acatada a preliminar de nulidade. A decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 5 4 Anocalendário: 2010 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência de crédito líquido e certo. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Inconformada a contribuinte interpôs recurso voluntário sem contudo, apresentar as razões do recurso. Foi intimada a contribuinte a apresentar as razões em 10 dias. Apresentadas as razões, a contribuinte alega apenas a nulidade do despacho decisório por não ter sido fundamentado. Alega que os atos administrativos devem ser fundamentados para que fosse possível à Recorrente compreender qual o motivo da não homologação da compensação. Por fim, não junta qualquer documento, tampouco rebate a fundamentação da decisão primeva. Esse é o relatório do essencial. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.752, de 26/07/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.959034/2013 21, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.752): O recurso é tempestivo e dele conheço. Cuidam os autos de compensação de débito(s) com crédito de IRPJ, Código de Receita 2089, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 29/01/2010, no valor de R$38.217,54. O despacho decisório concluiu que o DARF citado do alegado crédito já foi devidamente compensado com outros débitos. Ou seja, estamos diante de um fato em que deveria a contribuinte, ora recorrente, demonstrar que os valores não foram compensados com outros débitos. Sendo assim, a questão é meramente de fato e exige provas da contribuinte para que lhe seja garantido seu suposto direito. Contudo, não restou demonstrado qualquer direito e tão somente sua indignação pela falta de fundamentação do despacho decisório. A DRJ analisou o pedido conforme exposto abaixo: Motivação do Despacho Decisório O despacho não deixa dúvida quanto à sua motivação: o fundamento de fato para a não homologação é a inexistência do crédito utilizado na compensação; o fundamento legal é, entre outros, o art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996. O caput do referido artigo diz que o sujeito passivo que apurar crédito passível de restituição ou de ressarcimento poderá utilizálo na compensação de débitos próprios. Isso significa que, se o sujeito passivo não apurar crédito passível de restituição ou ressarcimento, não poderá fazer compensação. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 7 6 Portanto, a inexistência do crédito utilizado no PER/DCOMP é fundamento de fato legítimo e suficiente para a não homologação. Ele explicita de maneira fundamentada, como se concluiu pela inexistência do crédito pretendido. Consta do despacho decisório que o Darf apresentado como crédito foi utilizado para pagar débito a ele vinculado. Foram informados, ainda, em relação ao débito vinculado ao DARF, o código do tributo, seu período de apuração e seu valor original. Demonstrase, assim, que o despacho traz, de forma explícita, a motivação da não homologação. A exposição é clara e exaustiva. O interessado, por sua vez, demonstra que a compreendeu perfeitamente no trecho da manifestação abaixo reproduzido: Limitouse a autoridade administrativa, em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Teve, portanto, a cognição dos fatos e do direito pertinentes ao objeto do ato contestado em toda sua extensão e complexidade. Assim sendo, não houve preterição do direito de defesa. A análise da motivação é questão de mérito. Sua eventual improcedência não é motivo de nulidade e não afeta o estabelecimento da relação jurídica processual. Falta de Intimação Para Prestar Esclarecimentos Pelo que dispõe o Decreto nº 70.235, de 1972, não constitui irregularidade a falta de oportunidade para a manifestação do sujeito passivo antes da ciência do despacho decisório de nãohomologação da compensação. Por outro lado, o recurso apenas argui a falta de fundamentação do despacho decisório, sem ao menos "dialogar" com a decisão da DRJ. Nesse sentido, a falta de dialeticidade do recurso impede qualquer nova decisão sobre a matéria. Essa é a jurisprudência desse Conselho sobre a matéria, conforme ementa de recurso julgado pela brilhante Conselheira integrante desse turma, Lívia De Carli Germano: IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10880.919722/201439 Acórdão n.º 1401002.759 S1C4T1 Fl. 8 7 fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF. Processo nº 10935.002797/201072 Acórdão nº 1401 002.365 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de abril de 2018 Recorrente JORGE TOME EPP/ Recorrida FAZENDA NACIONAL Nesse sentido, não há qualquer direito a ser reconhecido, tampouco qualquer nova razão. Não restou demonstrada a não fundamentação da decisão recorrida, pelo que a mantenho pelos seus próprios fundamentos. Conclusão Pelo acima exposto, conduzo meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 75DF CARF MF
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Numero do processo: 15758.000059/2009-69
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
LIMITES DA LIDE. DECISÃO ULTRA PETITA. ULTRAJE À IMPARCIALIDADE. REDUÇÃO AOS LIMITES DO PEDIDO.
O artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972 claramente prescreve que o contribuinte pode optar entre recorrer de todo o conteúdo da decisão de primeira instância, ou recorrer apenas de parte dele. Isto é, a norma processual administrativa acena para a prevalência da vontade do contribuinte, na devolução da matéria a ser examinada pela instância ad quem. Quando a lei entrega a alguém o poder de impor sua própria vontade a outrem, quer desse último a submissão a um poder alheio. Assim, o exercício do direito potestativo do contribuinte de determinar a extensão de seu direito de defesa, exclui o poder do julgador de ampliar a lide. Em outras palavras, ao julgar matéria não inserida no Recurso Voluntário, o orgão a quo excedeu dos poderes jurisdicionais, atuando de forma desautorizada pelo Direito, vilipendiando a exigência de imparcialidade que está atrelada ao limite da lide fixado pelas partes. Tratando-se, pois, de decisão ultra petita, cabe a esta instância especial reduzi-la aos limites do pedido.
Numero da decisão: 9101-003.738
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luis Flávio Neto e Gerson Macedo Guerra, que não conheceram do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Luis Flávio Neto e Demetrius Nichele Macei, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Gerson Macedo Guerra. Manifestaram intenção de apresentar declaração de voto os conselheiros Cristiane Silva Costa e Demetrius Nichele Macei.
Rafael Vidal de Araújo - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Flávio Franco Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: FLAVIO FRANCO CORREA
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DECISÃO ULTRA PETITA. ULTRAJE À IMPARCIALIDADE. REDUÇÃO AOS LIMITES DO PEDIDO. O artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972 claramente prescreve que o contribuinte pode optar entre recorrer de todo o conteúdo da decisão de primeira instância, ou recorrer apenas de parte dele. Isto é, a norma processual administrativa acena para a prevalência da vontade do contribuinte, na devolução da matéria a ser examinada pela instância ad quem. Quando a lei entrega a alguém o poder de impor sua própria vontade a outrem, quer desse último a submissão a um poder alheio. Assim, o exercício do direito potestativo do contribuinte de determinar a extensão de seu direito de defesa, exclui o poder do julgador de ampliar a lide. Em outras palavras, ao julgar matéria não inserida no Recurso Voluntário, o orgão a quo excedeu dos poderes jurisdicionais, atuando de forma desautorizada pelo Direito, vilipendiando a exigência de imparcialidade que está atrelada ao limite da lide fixado pelas partes. Tratandose, pois, de decisão ultra petita, cabe a esta instância especial reduzila aos limites do pedido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luis Flávio Neto e Gerson Macedo Guerra, que não conheceram do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Luis Flávio Neto e Demetrius Nichele Macei, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Gerson Macedo Guerra. Manifestaram intenção de apresentar declaração de voto os conselheiros Cristiane Silva Costa e Demetrius Nichele Macei. Rafael Vidal de Araújo Presidente em exercício. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 75 8. 00 00 59 /2 00 9- 69 Fl. 2235DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.236 2 (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela PGFN em face do acórdão nº 140100.707, assim ementado: “ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. COMPROVAÇÃO. Caracterizamse como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. VALESBENEFÍCIO. CONCEITO DE RECEITA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. Os valesbenefício adquiridos por empresa que presta serviços de coleta, envelopamento, manuseio e entrega de vales transporte tendo como propósito exclusivo de repassar a preço de custo aos clientes e cujo repasse está contratualmente e legalmente bem delimitados nos autos enseja a exclusão desse ingresso do conceito de Receita bruta para efeito do Simples. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. LEGALIDADE. À luz do art.44, II, da Lei nº 9.430/96, vigente à época dos fatos geradores, cabia à fiscalização, para fins de qualificação da multa de ofício, comprovar o evidente intuito de fraude. Levandose em conta a necessidade de o lançamento, pelo caráter vinculado, manterse nos estritos limites da legalidade, os fundamentos que justificaram a aplicação do percentual de 150% podem ser apreciados de ofício no julgamento, e não apenas as alegações de defesa veiculadas no recurso voluntário. Fl. 2236DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.237 3 MULTA DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.” A Turma a quo entendeu que deveria rever de ofício a qualificação da multa, e assim o fez, ao argumento de que a atividade do lançamento é vinculada, devendose ater aos limites da legalidade. Nessa ordem de idéias, afastou a multa qualificada mediante a aplicação da Súmula CARF nº 14, reduzindo a multa de ofício ao patamar de 75%. A PGFN foi intimada do acórdão recorrido no dia 05/06/2018, à efl. 2.136. Recurso interposto no dia 06/06/2012, à efl. 2.138. Na oportunidade, alegouse divergência em relação ao acórdão nº 30233702. No mérito, assinalouse o seguinte: a) somente se devolve à Turma ad quem a matéria impugnada, proibindose o julgamento ultra petita, por analogia aos artigos 2º, 128 e 460 do CPC de 1973; b) em outras palavras, a apreciação da instância julgadora superior tem como limite o pedido do recorrente; c) trazendo tais premissas para o caso em tela e diante do fato incontroverso de que a recorrida não contestou, no Recurso Voluntário, a qualificação da multa proporcional, não deveria a Turma a quo adentrar no mérito dessa matéria, sob pena de quebra do tratamento igualitário que deve ser dado às partes e do devido processo legal. Ao fim, pleiteia o conhecimento do apelo, dandolhe provimento para reformar o acórdão recorrido, restaurandose a multa qualificada. Ciência do contribuinte no dia 16/06/2016, à efl. 2.198. Contrarrazões apresentadas no dia 29/06/2018, à efl. 2.199. Na oportunidade, alegouse o seguinte: a) a recorrente, maliciosamente, induziu esta Câmara a erro, no juízo de admissibilidade do recurso, porquanto, confrontando o acórdão recorrido com o acórdão ofertado como paradigma, constatase, além da falta de demonstração analítica da divergência, que ambos reconhecem expressamente a prevalência do princípio da vinculação do lançamento ao princípio da legalidade; b) a divergência arguida, acaso existente, residiria na aplicação ou não do artigo 72 do RICARF, para fins de fazer prevalecer a orientação impressa no enunciado da Súmula CARF nº 14; c) como já adiantado, a recorrente esquivouse de demonstrar analiticamente a divergência, pois o acórdão ofertado como paradigma não tem nada a ver com o Fl. 2237DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.238 4 presente feito, afora a ausência de uma única linha que explorasse a aplicação da regra processual dos artigos 505 e 515 do CPC revogado, bem como a redução da multa qualificada e a incidência da Súmula CARF nº 14; d) trata o acórdão oferecido como paradigma da falta de contraposição argumentativa da manifestação de inconformidade em relação à decisão de primeira instância, ao passo que a matéria fática, no caso dos presentes autos, referese à multa qualificada por suposta omissão de receitas, cuja solução se deu por força do enunciado da Súmula CARF nº 14 c/c com o artigo 72 do RICARF; e) no mérito, os artigos 63, 64B e 65 da Lei nº 9.784/1999 autorizam a revisão de ofício, mesmo nos casos de não conhecimento do recurso administrativo, desde que não verificada a preclusão administrativa, circunstância que não ocorreu, eis que o acórdão foi objeto de regular interposição de recurso voluntário, afora o fato de que o RICARF não prevê a preclusão indicada no artigo 63 da Lei nº 9.784/1999; f) a orientação jurisprudencial contida no enunciado da Súmula CARF nº 14 é uma circunstância de extrema relevância, a revelar a inadequação da multa aplicada na modalidade qualificada, tornando obrigatória a revisão de ofício, nas condições implementadas no acórdão recorrido; g) milita ainda em favor da tese meritória das presentes contrarrazões o entendimento consagrado nesta egrégia Corte administrativa, segundo o qual os julgadores administrativos têm plena competência para apreciar a totalidade do processo e do ato de lançamento, à luz da lei que o fundamenta, para identificação de ilegalidade ou de desrespeito aos princípios norteadores do processo e dos atos da Administração, em atendimento ao princípio administrativo da autotutela; h) enfim, sob a intransponível orientação da Súmula CARF nº 14 deste douto Conselho, a comprovação do evidente intuito de fraude da recorrente sequer foi objeto de controvérsia nestes autos, operandose, neste ponto, a preclusão consumativa. Ao final, requer sejam acolhidas as preliminares suscitadas para o fim de reformar a decisão de admissão do Recurso Especial, no sentido de negarlhe seguimento, porquanto ausentes os requisitos de admissibilidade. Caso assim não se entenda, o que se admite à guisa de argumentação, requer seja negado integral provimento ao Recurso Especial, mantendose o acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Flávio Franco Corrêa, Relator. O presente Recurso Especial é tempestivo. Todavia, a recorrida trouxe à baila argumentos contrapostos à admissibilidade do apelo fazendário, requerendo a apreciação de questões alusivas à ausência de demonstração analítica da divergência e à inexistência de similitude fática, mediante o cotejo entre o acórdão recorrido e o acórdão ofertado como paradigma. De início, reproduzse o acórdão nº 30233702, ofertado como paradigma: “RELATÓRIO Fl. 2238DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.239 5 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão monocrática que julgou procedente ação fiscal ensejada pelo auto de infração de fls. 1/5, lavrado sob a alegação de utilização indevida de isenção do IPI, uma vez que o transporte das mercadorias importadas foi feito em navio de bandeira estrangeira, em desatenção às regras de proteção à bandeira brasileira, instituídas pelos Decretosleis 666/69 e 687/69. Em suma, o crédito tributário exigido diz respeito ao IPI que entende que deixou de ser recolhido, além da cominação da multa de que trata o artigo 364, inciso II, do RIPI, e juros de mora. Diz a decisão recorrida que "a inobservância das regras de proteção ao transporte de bandeira nacional com isenção do IPI vinculado acarreta a perda do beneficio". Para tanto, enfatiza, outrossim, que a utilização de embarcação de bandeira estrangeira é fato inconteste, comprovado nos autos e reconhecido pela contribuinte, ao mesmo tempo em que ela deixou de efetuar a comprovação da situação alegada, mediante a apresentação da Carta Liberatória ("weaver"), consoante preceitua o § 40 do artigo 217, do Regulamento Aduaneiro. O recurso voluntário interposto traz argumentação estranha ao objeto deste processo, ou seja, traça um arrazoado demonstrando a inconstitucionalidade e a ilegalidade do artigo 60, da Lei 9.069/95, que estabelece a obrigatoriedade de apresentação de certidão negativa de débito para a obtenção de concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal. [...] VOTO Conforme frisado no relatório, a recorrente na sua manifestação de inconformismo com o decidido em primeiro grau de jurisdição, não contrapõe argumentos à decisão, ao contrário, traça equivocada fundamentação reportandose à intimação da SRF, inexistente nos autos, que determina a apresentação em cinco dias da Certidão Negativa de Débito, inclusive, invocando a inconstitucionalidade de tal exigência. Ao contrário do que diz a recorrente, às fls. 60, encontrase Termo de Intimação da qual determina a comprovação do cumprimento do disposto no artigo 217 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto 91.030/85, matriz legal dos Decretosleis 666/69 e 687/69. Constatase, assim, no presente caso evidente erro ou equivoco de fundamentação jurídica, cuja jurisprudência dominante entende que não se deve conhecer do recurso. Não obstante o principio da informalidade que é inerente a este procedimento, entendo que, urna vez estando a recorrente devidamente representada por profissional habilitado, deve prevalecer as regras processuais de forma rígida e efetiva. Com efeito, o princípio "tantum devolutum quantum appellatum", aqui avocado, pressupõe impugnação de matéria decidida. Aliás, o Egrégio Supremo Tribunal Federal já se pronunciou no sentido de que o apelante não pode impugnar senão aquilo que foi decidido na sentença, e que o tribunal não pode inovar, admitindo outra "causa petendi" (RTJ 126/813). Por tais razões não conheço do recurso.” (grifei) Em resumo, o acórdão ofertado como paradigma expôs a seguinte complexidade fática: Fl. 2239DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.240 6 a) o contribuinte foi autuado por infração à legislação de regência do IPI vinculado à importação; b) inconformado, contestou o lançamento tributário em sede de primeira instância administrativa e, posteriormente, em segunda instância, interpondo recurso voluntário ao extinto Conselho de Contribuintes; c) no recurso voluntário, o contribuinte manejou argumentos estranhos ao objeto do processo, traçando linha de defesa com base em fundamentos direcionados a fatos não existentes nos autos. O acórdão ofertado como paradigma encerrou a conclusão de que o princípio tantum devolutum quantum apellatum implica (i) que o recorrente não pode impugnar senão aquilo que foi decidido na sentença e (ii) que o tribunal não pode inovar, admitindo outra causa petendi. Já o acórdão recorrido está atrelado ao seguinte quadro fático: “Relatório Tratase de recurso voluntário contra o Acórdão nº 0526.189, da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre RS. Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: Em 02/2009, decorrente da apuração de receita não declarada e/ou omitida no anocalendário de 2005, no âmbito do qual se formularam exigências das espécies tributárias compreendidas na sistemática do Simples Federal, instituído pela Lei n°9.317, de 05 de dezembro de 1996 (IRPJ, CSLL, Contribuição ao PIS, Cofins e Contribuição para a Seguridade Social/INSS), tudo seguido da competente impugnação tal como apresentada em 16/03/2009 (fls. 1934/1951). [...] Voto Vencido Multa confiscatória Deixo de entrar na questão da qualificação da multa, pois a matéria não foi enfrentada pela Recorrente, limitandose a enfrentar o aspecto confiscatório da mesma. Sobre a arguição de ser confiscatória a multa aplicada, cumpre gizar que ao julgador administrativo, que se encontra totalmente vinculado aos ditames legais, mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional CTN), não é dado apreciar questões – como a de que a multa fiscal seria confiscatória – que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal válido e vigente. Tal prática encontra óbice, inclusive na Súmulas nº 2 deste E. Primeiro Conselho de Contribuintes, in verbis: Fl. 2240DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.241 7 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (PORTARIA MF N.° 383 – DOU de 14/07/2010). Voto Vencedor [...] A divergência a justificar este voto vencedor restringese à qualificação da multa de ofício, cujos fundamentos, no entender da maioria, puderam ser apreciados de ofício sob o argumento de a atividade de lançamento ser vinculada, devendose ater aos limites da legalidade. A alegação posta no recurso voluntário acerca do seu suposto caráter confiscatório já foi devidamente equacionada no respeitável voto do Relator, Cons. Antonio Bezerra Neto. [...] Uma primeira observação se impõe. Considerando os fatos geradores ocorridos em 2005, a nova redação do art.44 da Lei nº 9.430/96, conferida definitivamente pela Lei nº 11.488/07, aplicarseia se fosse mais favorável ao sujeito passivo, o que não é o caso. Basta entender que, na atualidade, é suficiente para a qualificação da multa de ofício a caracterização, em tese, de uma das condutas previstas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, como parece ter entendido a autoridade responsável pelos lançamentos. Antes, porém, o dispositivo legal exigia da fiscalização algo mais, que comprovasse o “evidente intuito de fraude” do contribuinte. Vejamos: [...] Assim, deveria a fiscalização ter carreado aos autos provas suficientes sobre a intenção fraudulenta do contribuinte de indevidamente se esquivar da tributação. Não se desconhece a reiterada falta de emissão de nota fiscal e de escrituração, a ensejar a exigência dos valores não recolhidos aos cofres públicos à época própria, inclusive acrescidos de multa de ofício. Contudo, à vista do relato fiscal, não se pode ultrapassar, com a devida licença aos demais Conselheiros que tão bem expressaram seus votos em sentido contrário, a caracterização de uma simples omissão de receitas, ainda que significativa quando considerada a totalidade dos serviços prestados em 2005. Incide na espécie o Enunciado nº 14 da súmula de jurisprudência predominante no CARF, de observância obrigatória pelos membros deste Conselho (art.72 do Anexo II do Regimento Interno): A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Pelo exposto, voto no sentido de reduzir a multa de ofício ao patamar de 75% (setenta e cinco por cento).” Diante da reprodução do excerto acima destacado, podese ver que o acórdão recorrido cuida de uma complexidade fática da qual devese enfatizar o que segue: a) a Fiscalização apurou receita não declarada e/ou omitida no anocalendário de 2005; Fl. 2241DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.242 8 b) segundo o voto vencido, havia interdição processual à apreciação do mérito da multa qualificada, já que não fora enfrentada pelo contribuinte, no recurso voluntário; c) segundo o voto vencedor, a ausência de contestação da multa qualificada não impede que seja apreciada, em sede administrativa, em respeito ao princípio da legalidade, que vincula o lançamento. Portanto, segundo o acórdão ofertado como paradigma, a recorrente não contrapôs argumentos à decisão da DRJ, motivo por que o Recurso Voluntário não foi conhecido, aplicandose à espécie o princípio tantum devolutum quantum appellatum, de acordo com o qual, nas palavras do redator do voto condutor, “o apelante não pode impugnar senão aquilo que foi decidido na sentença, e que o tribunal não pode inovar, admitindo outra “causa petendi””. (grifei) Ao seu turno, o acórdão recorrido avançou no exame de mérito de matéria que não foi objeto do Recurso Voluntário, sob o argumento de que a atividade de lançamento é vinculada, “devendose ater aos limites da legalidade”. Cotejandose os citados acórdãos, constatase a existência de divergência sobre os limites da cognição da autoridade julgadora, no processo administrativo fiscal, pois, de um lado, predominou o entendimento de que a autoridade não pode conhecer de matéria não impugnada, enquanto, de outro lado, a maioria do colegiado votou favoravelmente ao conhecimento de matéria omitida, no recurso interposto. Nessas circunstâncias, é evidente a similitude fática. Os dois acórdãos retratam situações fáticas semelhantes: a inexistência de impugnação recursal. No tocante à alegação de ausência de demonstração analítica da divergência, vislumbrase que a recorrente expôs claramente a existência de conflito interpretativo entre o acórdão recorrido e o acórdão que ofertou como paradigma. Reparese: “Por sua vez, APESAR DO RECURSO VOLUNTÁRIO TER APENAS INVOCADO O SUPOSTO CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA DE OFÍCIO DE 150%, o v. acórdão ora recorrido entendeu de analisar se houve ou não fraude e, concluindo que não houve, acabou por desqualificar a multa, conforme se vê pelo trecho abaixo, litteris: "A divergência a justificar este voto vencedor restringese à qualificação da multa de ofício, cujos fundamentos, no entender da maioria, puderam ser apreciados de ofício sob o argumento de a atividade de lançamento ser vinculada, devendose ater aos limites da legalidade. 3. Confirmando o dito, no voto vencido exarado pelo ilustre conselheiro Antonio Bezerra Neto (fls. 2120), este consignou, verbis: "Deixo de entrar na questão da qualificação da multa, pois a matéria não foi enfrentada pela Recorrente, limitandose a enfrentar o aspecto confiscatório da mesma." Fl. 2242DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.243 9 4. Ao assim decidir, o v. acórdão ora recorrido acabou por DIVERGIR FRONTALMENTE do seguinte paradigma oriundo da Colenda 2a Câmara do Egrégio 3o Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, assim ementado, litteris: Recurso Voluntário contendo assunto alheio ao objeto da decisão monocrática. Inexistência de argumentação contrária à decisão. O princípio tantum devolutum quantum appellatum pressupõe a impugnação de matéria decidida. Recurso não conhecido. (Acórdão n. 30233702, doc. 1) (grifos do original) 5. Ora, a DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL é patente no caso vertente, considerando que: a) o v. acórdão ora recorrido admite a análise de questão (qualificação da multa de ofício), matéria que não foi levantada no Recurso Voluntário da contribuinte; b) diferentemente, o paradigma não admite a análise de questão que não tenha sido levantada no Recurso Voluntário da contribuinte. (grifei) 6. Uma vez evidenciada a divergência jurisprudencial, passemos doravante a demonstrar as razões pelas quais merece ser reformado em parte o v. acórdão ora recorrido, a fim de restabelecer a qualificação da multa [...]” (grifei) Como se pode notar, a recorrente assinalou que há divergência jurisprudencial patente, uma vez que “o v. acórdão ora recorrido admite a análise de questão (qualificação da multa de ofício), matéria que não foi levantada no Recurso Voluntário da contribuinte, enquanto, “diferentemente, o paradigma não admite a análise de questão que não tenha sido levantada no Recurso Voluntário da contribuinte.” Em face do exposto, devese conhecer do Recurso Especial da PGFN. Mérito Nas palavras de Barbosa Moreira1, recurso é “o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação o esclarecimento de uma decisão judicial que se impugna.” Essa noção traduz que o recurso é uma faculdade de que dispõe a parte inconformada com a decisão proclamada. Tratandose, pois, de uma faculdade, compete à parte decidir se irá ou não exercêla, bem como os limites de seu exercício. Ou seja, a parte inconformada com a decisão proferida pode impugnála integral ou parcialmente. Como é cediço, um dos efeitos da interposição do recurso é o efeito devolutivo, “que está ligado ao brocardo tantum devolutum quantum appellatum, e consiste em levar ao órgão ad quem o conhecimento do que foi objeto de impugnação”2. Nas lições de Alexandre Freitas Câmara3, “o efeito devolutivo é uma manifestação do princípio dispositivo, que permite à parte estabelecer os limites dentro dos quais o órgão ad quem poderá apreciar a pretensão manifestada”. 1 Comentários ao Código de Processo Civil, 7ª ed., vol. V. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 207. 2 CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 3ª ed. vol. II. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000, p. 66. 3 Ibidem. Fl. 2243DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.244 10 A questão em foco diz respeito ao modo de se conduzir o processo, isto é, se com a atuação predominante do juiz ou se prioritariamente em consonância com os impulsos das partes4. Se prevalece a atuação oficiosa do julgador, então se está diante de um processo com viés inquisitório; caso prevaleça a vontade das partes na condução dos atos do processo, impondose restrições ao julgador, no andamento do feito, então se está diante de um processo com perfil dispositivo ou do tipo acusatório. Com frequência, os princípios da demanda e dispositivo são vistos como idênticos, mas a melhor doutrina os separa com clareza. Segundo Sérgio Cruz Arenhrart5, o princípio dispositivo está relacionado de forma específica à tratativa processual da demanda, ao passo que o princípio da demanda associase ao objeto do processo. O princípio de demanda limita o alcance da atividade jurisdicional ao pedido, baseandose não na vontade das partes na condução do processo, mas no pressuposto da disponibilidade do direito subjetivo em julgamento. Por conseguinte, se a parte dispõe do direito subjetivo em questão, não pode o juiz agir de ofício. Desse modo, o princípio da demanda configura uma garantia negativa, que consiste em impedir o julgador de ir além do pedido da parte, como também representa um dever positivo, que impõe a apreciação da totalidade do pedido6, o que a doutrina reconhece como manifestação do princípio da correlação ou da congruência. Este último exige a necessária vinculação entre o conteúdo da decisão e o litígio exposto pelas partes. Conforme esclarece Chiovenda7, o princípio da congruência significa: a) a impossibilidade de se proferir decisão a respeito de pessoas que não sejam sujeitos do processo; b) a proibição ao julgador de conferir ou denegar coisa distinta da requerida; c) a vedação ao julgador de alterar a causa de pedir. Todavia, é importante observar que o princípio da demanda não impera absoluto, malgrado constitua verdadeiro axioma no processo moderno, pois há situações em que a lei autoriza ao juiz iniciar o processo de ofício, alterarlhe o objeto ou mesmo considerar causa de pedir distinta daquela que fora deduzida em juízo. Por outro lado, o princípio dispositivo não é encontrado puro, em nenhum sistema moderno. Todos os sistemas processuais contam com um misto entre o princípio dispositivo e o princípio inquisitório, com prevalência eventual de um ou de outro8. No processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União, regido pelo Decreto nº 70.235/1972, está presente o princípio dispositivo, ao estabelecer, consoante o artigo 16, inciso III, que ao impugnante cabe fixar os pontos de discordância, os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, bem como as provas que possuir. Na mesma linha, o artigo 17 do citado Decreto nº 70.235/1972 prescreve que se considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Tais preceitos sinalizam que a vontade da parte tem aptidão para limitar a condução dos atos do processo, estabelecendo restrições ao julgador. Isso porque o princípio dispositivo tem em mira, sobretudo, lograr a estabilização dos fatos no processo, de forma mais rápida e segura, deixando essa determinação à atividade preponderante das partes9. Óbvio que 4 ARENHART, Sérgio Cruz. Reflexões sobre o princípio da demanda. <https://www.academia.edu/221841/Reflex%C3%B5es_sobre_o_princ%C3%ADpio_da_demanda>. Acesso em 01/0/2018. 5 Ibidem. 6 Ibidem 7 CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. Trad. J. Guimarães Menegale. São Paulo: Saraiva, 1943, vol. II, p. 461/462. 8 Ibidem. 9 CARNELUTTI, Francesco, apud ARENHART, ob. cit. Fl. 2244DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.245 11 o direito material em jogo é incompatível com a ideia de que as partes possam dele dispor, afinal o que se discute diz respeito a interesse da coletividade. Portanto, não é o caso da prevalência do princípio da demanda, pela própria indisponibilidade do direito material sobre o qual se litiga. Tal perspectiva encerra a visão de que a ação defensiva do contribuinte, em face da pretensão fazendária manifestada no documento que instrumentaliza o lançamento tributário, delimita a cognição do julgador de primeiro grau. No entanto, ainda no exercício do direito de resistir à pretensão fazendária, pode o contribuinte interpor recurso voluntário, caso não tenha sido exitosa a impugnação. O artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972 estatui que o recurso voluntário pode ser total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Ora, esse dispositivo claramente preceitua que o contribuinte dispõe da opção entre recorrer de todo o conteúdo da decisão de primeira instância ou recorrer apenas de parte dele. Isto é, também aqui, a norma processual administrativa acena para a prevalência da vontade do contribuinte, na devolução da matéria a ser examinada pela instância ad quem. Quando a lei entrega a alguém o poder de impor sua própria vontade a outrem, quer desse último a submissão a um poder alheio. Assim, o exercício do direito potestativo do contribuinte de determinar a extensão de seu direito de defesa, exclui o poder do julgador de ampliar a lide, ou de reduzila. Em outras palavras, ao julgar matéria não inserida no Recurso Voluntário, o orgão a quo excedeu dos poderes jurisdicionais, atuando de forma desautorizada pelo Direito, vilipendiando a exigência de imparcialidade que está atrelada ao limite da lide fixado pelas partes. Em sintonia com o entendimento de Elpídio Donizetti10, a decisão ultra petita deve ser reduzida aos limites do pedido. CONCLUSÃO: devese conhecer do Recurso Especial da PGFN para, no mérito, darlhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa 10 DONIZETTI, Elpídio. Sentenças citra petita, ultra petita e extra petita. <https://portalied.jusbrasil.com.br/artigos/482491245/sentencascitrapetitaultrapetitaeextrapetita>. Acesso em 01/08/2018. Fl. 2245DF CARF MF Processo nº 15758.000059/200969 Acórdão n.º 9101003.738 CSRFT1 Fl. 2.246 12 Fl. 2246DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.727178/2013-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Oct 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ANÁLISE DOS ELEMENTOS DE PROVA. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE.
Cabe tornar insubsistente o lançamento de ofício decorrente de revisão da declaração de ajuste anual da pessoa física quando os elementos de prova carreados aos autos não confirmam a omissão de rendimentos recebidos da pessoa jurídica.
Numero da decisão: 2401-005.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (suplente convocada).
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (suplente convocada).
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ANÁLISE DOS ELEMENTOS DE PROVA. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE. Cabe tornar insubsistente o lançamento de ofício decorrente de revisão da declaração de ajuste anual da pessoa física quando os elementos de prova carreados aos autos não confirmam a omissão de rendimentos recebidos da pessoa jurídica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (suplente convocada). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 71 78 /2 01 3- 54 Fl. 118DF CARF MF Processo nº 12448.727178/201354 Acórdão n.º 2401005.797 S2C4T1 Fl. 119 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 22ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (DRJ/SPO), por meio do Acórdão nº 1670.780, de 27/01/2016, cujo dispositivo tratou de considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do julgado (fls. 60/66): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2011 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS. A comprovação de rendimentos auferidos e não declarados, informados pela fonte pagadora na Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF, caracteriza omissão de rendimentos e o lançamento deve ser mantido nos exatos termos efetuado pela Fiscalização. Impugnação Improcedente Em face do contribuinte foi emitida a Notificação de Lançamento nº 2012/807872031840500, relativa ao anocalendário de 2011, decorrente de procedimento de revisão da sua Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que a autoridade lançadora apurou omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica, Associação Sociedade Brasileira de Instrução, CNPJ 33.646.001/000167, no importe total de R$ 180.051,71 (fls. 07/11). Cientificado da exigência fiscal em 04/07/2013, o sujeito passivo impugnou a exigência fiscal (fls. 02/03 e 20). Em uma primeira fase, a impugnação do sujeito passivo à Notificação de Lançamento sem atendimento à intimação prévia foi examinada pela própria unidade lançadora, no contexto da possibilidade de revisão de ofício do lançamento quanto às questões de fato deduzidas na petição. Após análise, mantevese intacta a autuação fiscal com emissão de Despacho Decisório, apoiado em Termo Circunstanciado (fls. 22/24). Com relação ao Termo Circunstanciado e Despacho Decisório, o sujeito passivo tomou ciência via postal na data de 13/07/2015, apresentando contestação destinada à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, em 12/08/2015 (fls. 25/31 e 38/39). Na sequência, a impugnação foi submetida a julgamento, nos termos do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, em conjunto com a manifestação do contribuinte relativa ao Despacho Decisório. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 12448.727178/201354 Acórdão n.º 2401005.797 S2C4T1 Fl. 120 3 Intimada a pessoa física em 17/05/2016, por via postal, da decisão do colegiado de primeira instância, o recorrente apresentou recurso voluntário no dia 15/06/2016 (fls. 68/73 e 76/77). Em síntese, o peticionante alega que jamais recebeu os valores informados pela fonte pagadora na Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), relativos ao ano calendário de 2011, considerados pela autoridade fiscal como omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Esclarece que interpôs ação trabalhista, autuada sob nº 0010335 45.2013.5.01.0010, com tramitação na 10ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, para o reconhecimento de direitos laborais desrespeitados pelo seu empregador, Associação Sociedade Brasileira de Instrução, dentre eles o pagamento dos salários compreendidos entre os meses de dezembro/2009 e abril/2013, o que, inclusive, justificou o pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho. Nessa demanda judicial, foi proferida sentença favorável ao reclamante em primeiro grau datada de 09/10/2015 (fls. 78/96). Por meio da Resolução nº 2401000.625, de 06/12/2017, o julgamento foi convertido em diligência para intimação da fonte pagadora, com a finalidade de apresentação de documentos comprobatórios dos pagamentos e das retenções do imposto de renda na fonte em nome do beneficiário, segundo informado em Dirf (fls. 103/107). Em que pese intimada a Associação Sociedade Brasileira de Instrução para demonstrar os pagamentos de salários relativos ao anocalendário de 2011, não consta manifestação da fonte pagadora (fls. 114/116). É o relatório. Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Juízo de admissibilidade Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito O lançamento fiscal referese à omissão de rendimentos tributáveis no montante de R$ 180.051,71, com retenção na fonte do imposto de R$ 41.289,77, apurados exclusivamente a partir de dados incluídos em Dirf entregue pela Associação Sociedade Brasileira de Instrução, relativamente ao anocalendário de 2011, a título de rendimentos do trabalho assalariado (código da receita: 0561). Fl. 120DF CARF MF Processo nº 12448.727178/201354 Acórdão n.º 2401005.797 S2C4T1 Fl. 121 4 Desde o início do contencioso administrativo, o contribuinte defende a improcedência do lançamento de ofício com base na justificativa de que a fonte pagadora Associação Sociedade Brasileira de Instrução não lhe pagou os salários correspondentes ao contrato de trabalho, no anocalendário de 2011. Para comprovar o alegado, juntou a sentença proferida na Ação Trabalhista nº 001033545.2013.5.01.0010, a qual reconheceu que a reclamada (fonte pagadora) não apresentou no curso do processo qualquer documento ou outra espécie de prova que evidenciasse a quitação dos salários ao reclamante, ora recorrente, no período de dezembro/2009 a abril/2013 (fls. 78/96). Como medida prévia, tendo em vista a natureza da matéria controvertida, o julgamento do recurso voluntário foi convertido em diligência, a fim de que a fonte pagadora dos rendimentos exibisse os recibos de quitação dos salários do contribuinte ou, alternativamente, cópias de cheques, comprovantes de depósitos ou transferências bancárias realizadas em nome da pessoa física (fls. 103/107). Todavia, não houve resposta da fonte pagadora. Nesse cenário, a despeito do resultado da diligência fiscal, cabe solucionar o litígio instaurado com base na documentação que instrui os autos. Pois bem. Não há óbice na caracterização de omissão de rendimentos da pessoa física com lastro nos dados da Dirf apresentada pela fonte pagadora, levandose em consideração a presunção que correspondem à verdade dos fatos ocorridos. Entretanto, ao contraditar o lançamento fiscal, o contribuinte não apenas negou a omissão de tais rendimentos, como também esforçouse para trazer aos autos elementos comprobatórios de que não recebeu os valores indicados na notificação de lançamento. Nesse sentido, apresentou cópia da ação trabalhista contra a fonte pagadora. Por intermédio de consulta ao sítio na Internet do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, constato que a 7ª Turma, no julgamento do recurso ordinário no Processo nº 001033545.2013.5.01.0010, manteve a decisão de piso que reconheceu a falta de pagamento dos salários pela Associação Sociedade Brasileira de Instrução, a partir de dezembro de 2009. 1 É sabido que o imposto de renda das pessoas físicas é devido à medida em que os rendimentos são percebidos. No caso de rendimento do trabalho assalariado ou sem vínculo de emprego, não havendo crédito ou pagamento, não estará configurado o fato gerador do imposto de renda, por ausência de acréscimo patrimonial. À vista disso, a partir do conjunto probatório dos autos, entendo que a documentação apresentada pelo contribuinte é dotada de maior força axiológica como prova, em detrimento dos valores informados pela fonte pagadora em Dirf. 1 http://consultapje.trt1.jus.br/visualizador/pages/conteudo.seam?p_tipo=2&p_grau=2&p_id=U22oQ9uilSTfN5%2 F5oMAy%2Bw%3D%3D&p_idpje=EEbacLOOyVQ%3D&p_num=EEbacLOOyVQ%3D&p_npag=x Fl. 121DF CARF MF Processo nº 12448.727178/201354 Acórdão n.º 2401005.797 S2C4T1 Fl. 122 5 Não existe nos autos qualquer documento hábil e idôneo para confirmar a veracidade dos dados registrados na Dirf, relativamente ao anocalendário de 2011. Também não há indícios de que os valores são pertinentes a outras importâncias pagas à pessoa física beneficiária, que não aquelas pleiteadas no Juízo Trabalhista. Logo, cabe tornar improcedente o lançamento fiscal, tendo em conta que a documentação dos autos não comprova a omissão de rendimentos que serve de suporte à exigência fiscal. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e, no mérito, DOULHE PROVIMENTO para tornar insubsistente a Notificação de Lançamento. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.900478/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Oct 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 21/09/2004 a 30/09/2004
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR QUE O DEVIDO. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA.
A comprovação do pagamento de débito declarado em DCTF, em valor superior ao imposto a pagar apurado em conformidade com os livros e documentos comerciais e fiscais do contribuinte e informado na DIPJ, confirmada sua disponibilidade através de diligência fiscal, impõe o reconhecimento do direito creditório e a homologação da compensação pleiteada.
Numero da decisão: 3401-005.233
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, acolhendo o resultado da diligência.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, acolhendo o resultado da diligência. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
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PAGAMENTO A MAIOR QUE O DEVIDO. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. A comprovação do pagamento de débito declarado em DCTF, em valor superior ao imposto a pagar apurado em conformidade com os livros e documentos comerciais e fiscais do contribuinte e informado na DIPJ, confirmada sua disponibilidade através de diligência fiscal, impõe o reconhecimento do direito creditório e a homologação da compensação pleiteada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, acolhendo o resultado da diligência. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 90 04 78 /2 00 9- 31 Fl. 151DF CARF MF Processo nº 13603.900478/200931 Acórdão n.º 3401005.233 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/RPO, que não reconheceu do direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos fatos O Contribuinte, na data de 10/02/2005, transmitiu PER/DCOMP nº 36625.54238.100205.1.3.040187 declarando a compensação de débito de CSRF (cód.5960) do Período de Apuração 2ª Quinzena do mês de janeiro de 2005, com vencimento em 11/02/2005, com crédito de IPI (cód.1097), recolhido a maior que o devido através de DARF do Período de Apuração 30/09/2004. Do Despacho Decisório A DRF de Curitiba/PR em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (eFls.10), pela não homologação da compensação pretendida, em face de inexistência do crédito informado, pois o pagamento foi totalmente alocado ao débito de IPI declarado pelo interessado em DCTF. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls. 17), justificando que: 1. de fato, apesar de a Requerente ter informado em DCTF e recolhido o montante de R$ 2.416.495,61 o valor realmente devido a título de IPI do 3º decêndio de setembro de 2004 era somente de R$ 2.371.831,01 conforme comprova sua DIPJ/2005 e o controle de apuração de IPI extraído dos livros fiscais, ficando nítido que houve o pagamento a maior no montante de R$ 44.664,60; 2. o saldo credor é suficiente para a homologação do pedido de compensação controlado pelo presente Processo Administrativo Fiscal; 3. o erro cometido no preenchimento da DCTF do valor devido de IPI para o 3º decêndio de setembro de 2004, ficou comprovado através da DIPJ e do Livro de Apuração do IPI; 4. a jurisprudência administrativa no âmbito da RFB, em casos análogos, tem se posicionado no sentido de promover a homologação da compensação efetuada; Ao final pugna pela homologação da compensação pleiteada, com reconhecimento do credito e extinção do débito relacionado; Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 2ª Turma da DRJ/RPO, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujos fundamentos encontramse resumidos na ementa assim elaborada: Fl. 152DF CARF MF Processo nº 13603.900478/200931 Acórdão n.º 3401005.233 S3C4T1 Fl. 4 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 10/02/2005 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DISPONIBILIDADE DO CRÉDITO. A compensação, nos termos em que definida pelo artigo 170 do CTN só poderá ser homologada se o crédito do contribuinte em relação à Fazenda Pública estiver revestido dos atributos de liquidez e certeza, o que traz como consequência que o crédito usado em compensação tem que estar disponível na data da transmissão do PER/DCOMP. Não cabe reparo a despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado para a quitação de débito confessado. Do Recurso Voluntário O sujeito passivo, cientificado da decisão de primeiro grau, ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls.86). Repisando as alegações de sua Manifestação de Inconformidade, pugna pela reforma do acórdão recorrido e o reconhecimento do direito da Recorrente ao crédito da DCOMP nº 36625.54238.100205.1.3.040187, no valor de R$ 44.664,60 bem como à homologação integral da compensação a ela vinculada. Inicialmente o Recurso Voluntário foi distribuído para a 2ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento, que em sessão do dia 16 de setembro de 2014, acordaram os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator: Assim, voto para converter o presente julgamento em diligência para que a unidade de origem, diante das cópias do Livro Registro de Apuração do IPI acostadas às fls. 98 e seguintes dos autos, se manifeste sobre o valor efetivamente devido do IPI no terceiro decêndio de setembro de 2004, bem como se o crédito eventualmente apurado se encontra disponível para fins da presente compensação. Em atendimento à Resolução emanada do CARF, a unidade de origem proferiu a seguinte informação fiscal: Em atendimento ao contido na Resolução de fls. 114/117 do Carf, informo que tanto na Declaração de Informações Econômico Fiscais (DIPJ) original transmitida em 30/06/2005 (nº 1269945) quanto na 2ª DIPJ retificadora transmitida em 25/06/2009 (nº 1386779), o contribuinte apurou o valor de R$2.371.831,01 a título de IPI devido para o terceiro decêndio do mês de setembro/2004 relativamente estabelecimento inscrito no CNPJ sob o nº 60.850.617/000985. Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13603.900478/200931 Acórdão n.º 3401005.233 S3C4T1 Fl. 5 4 Por outro lado, o saldo devedor do IPI apurado conforme o Livro Registro de Apuração do IPI (RAIPI) para o referido período de apuração do mesmo estabelecimento também é de R$2.371.831,01. E tanto na DCTF original quanto na 2ª DCTF retificadora transmitida em 17/11/2009 o contribuinte informou o valor devido de R$2.416.495,61. Portanto, não ficam dúvidas de que se trata apenas de mero erro de informação do valor devido correto na DCTF, que não foi devidamente retificada a tempo pelo contribuinte, tornandoa compatível com o valor apurado conforme o Livro RAIPI e DIPJ, relativamente ao débito em questão, o que teria evitado o litígio. O Sistema de controle de débitos e pagamentos tem por base apenas as informações da DCTF. Além do mais, o contribuinte tem o prazo de 5 (cinco) anos a partir da ocorrência do fato gerador, para promover a retificação da DCTF, não tendo sido mais possível retificar a DCTF do terceiro trimestre de 2004 a partir de 01/01/2010. Em pesquisas junto aos sistemas de controle da RFB, constatouse que o crédito aqui tratado (R$44.664,60 = R$2.416.495,61 menos R$2.371.831,01), observase que aquele valor não foi objeto de outros Per/Dcomp. Destaquese ainda que o processo 13603.900479/200985 trata de idêntica matéria em relação a que é aqui tratada, a saber, pagamento a maior do IPI, mas do 2º decêndio do mês de setembro/2004. O contribuinte foi intimado a apresentar cópias autenticadas das páginas 00102 a 00105 do Livro 4 de Registro de Apuração do IPIRAIPI, relativo ao período 11/09/2004 a 20/09/2004 da filial 60.850.617/000390, tendo atendido à intimação, e o processo se encontra aguardando decisão do Carf, tendo havido manifestação favorável ao contribuinte por parte da DRF/Sorocaba/SP. Frisese, mais uma vez, que o valor apurado conforme Livro RAIPI está em conformidade com o que foi apurado segundo a DIPJ, revelandose efetivamente a maior o valor recolhido. Cientificado a Recorrente via Domicílio Fiscal Eletrônico, não houve manifestação com relação a Informação Fiscal encaminhada. Porém, a PGFN ciente da Resolução e dos esclarecimentos trazidos com a informação fiscal colacionada, pugna pela manutenção da r. decisão de 1ª instância, pelos fundamentos ali exarados. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Fl. 154DF CARF MF Processo nº 13603.900478/200931 Acórdão n.º 3401005.233 S3C4T1 Fl. 6 5 Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Os fatos dizem respeito a PERD/COMP transmitida com pedido de compensação de débito de CSRF com crédito de IPI pago a maior que o devido, referente ao 3º decêndio do mês de setembro de 2004. Em primeira manifestação do fisco através de Despacho Decisório não foi homologada a compensação pleiteada, em face de indisponibilidade do crédito apontado. Apesar dos argumentos e provas carreadas aos autos pela interessada, atestando que houve erro no preenchimento da DCTF, onde ficou evidenciado que tanto a DIPJ quanto o Livro de Apuração do IPI demonstravam que o valor correto do IPI devido para o 3º decêndio do mês de setembro de 2004 era de R$ 2.371.831,01 e não o valor recolhido R$ 2.416.495,61, a DRJ/RPO decidiu em manter a não homologação. O principal fundamento foi de que o crédito não estava disponível na data de transmissão da PER/DCOMP por falta de DCTF retificadora. Subindo os autos ao CARF por intermédio de Recurso Voluntário, a 2ª Turma Especial da 3ª Seção baixou o processo em diligência via Resolução, para que a Unidade de Origem se manifestasse sobre o valor efetivamente devido do IPI no terceiro decêndio de setembro de 2004, bem como se o crédito eventualmente apurado se encontrava disponível para fins de atender a presente compensação. A unidade de origem (DRF/BHE) foi diligenciada e em resposta atestou que o valor apurado conforme Livro RAIPI está em conformidade com o que foi informado na DIPJ, revelandose efetivamente a maior o valor recolhido. Diz ainda, que: “Em pesquisas junto aos sistemas de controle da RFB, constatouse que o crédito aqui tratado (R$44.664,60 = R$2.416.495,61 menos R$2.371.831,01), observase que aquele valor não foi objeto de outros Per/Dcomp”. Destacase que atender um pedido de diligência da Contribuinte, nem sempre resulta em inversão de prova como firmado na decisão recorrida, mas em muitos casos representa efetiva prática de justiça fiscal. Dar ao contribuinte a oportunidade de ver reconhecidos seus argumentos baseados em elementos trazidos aos autos e apurado a verdade material dos fatos, é dar sentido ao devido processo legal e ampla defesa. Não há o que se acrescentar a bem fundamentada informação fiscal (e fls.127/128), que revelou com precisão o direito creditório da Recorrente, dando respaldo para que seja homologada a compensação requerida. Isso posto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o credito apurado e a compensação praticada. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13603.900478/200931 Acórdão n.º 3401005.233 S3C4T1 Fl. 7 6 Fl. 156DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.720107/2016-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2011 a 31/08/2011, 01/10/2011 a 31/12/2011
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. DEDUÇÕES. PROVISÃO.
Os valores de provisão para créditos de liquidação duvidosa não são passíveis de dedução como despesas incorridas decorrentes da intermediação financeira.
Numero da decisão: 3302-005.814
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado) não participou do julgamento em razão do voto proferido definitivamente pelo Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida na sessão de agosto de 2018.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Vinícius Guimaraes (Suplente Convocado), Walker Araujo, Fenelon Moscoso de Almeida, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2011 a 31/08/2011, 01/10/2011 a 31/12/2011 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. DEDUÇÕES. PROVISÃO. Os valores de provisão para créditos de liquidação duvidosa não são passíveis de dedução como despesas incorridas decorrentes da intermediação financeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado) não participou do julgamento em razão do voto proferido definitivamente pelo Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida na sessão de agosto de 2018. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Vinícius Guimaraes (Suplente Convocado), Walker Araujo, Fenelon Moscoso de Almeida, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad. Relatório Trata o presente de Auto de Infração para constituição de crédito tributário de Cofins, com suspensão de exigibilidade por força de medida liminar concedida nos autos do processo nº 2005.61.00.276624 da 23º Vara Federal Cível de São Paulo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 01 07 /2 01 6- 09 Fl. 668DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 669 2 A base de cálculo foi apurada de acordo com o Anexo I da IN SRF nº 247/2002, incluindo na tributação as receitas operacionais da atividade da recorrente e excluindo as não operacionais, de acordo com o Parecer PGFN/CAT nº 2.773/2007. As irregularidades constatadas foram: 1. A dedução de provisões contas 8.1.8.30.30.00.00 e 8.1.8.30.60.00.00, cuja natureza é de despesa de provisão para perdas no recebimento de créditos, prevista na Resolução nº 2.682/1999 do BACEN; 2. A exclusão em duplicidade da conta 7.3.1.50.00.00.00 Lucros na Alienação de Valores e Bens; 3. A impossibilidade de dedução de resultado negativo nas operações com moeda estrangeira, de acordo com o inciso II, §2º do artigo 10 do Decreto nº 4.524/2002. Em impugnação, a recorrente aduziu que: 1. As despesas com a constituição de Provisão para Devedores Duvidosos PDD se afiguram como despesas da intermediação financeira, sendo dedutível da base de cálculo das contribuições, conforme artigo 3º, §6º, I, "a" da Lei nº 9.718/1998; 2. Que não são cabíveis os juros de mora, em razão do depósito judicial na ação 2005.61.00 .027 6624, por aplicação da Súmula CARF nº 05. 3. Que a matéria objeto da autuação não é concomitante com a matéria objeto da ação judicial; Ao final, pede o cancelamento da autuação, ou , subsidiariamente, o afastamento dos juros de mora. A Sexta Turma da DRJ em São Paulo proferiu o Acórdão nº 1675615, nos termos da ementa que abaixo transcrevese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2011 a 31/08/2011, 01/10/2011 a 31/12/2011 PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. DEDUÇÃO. NÃO CABIMENTO. Os valores referentes à despesa com a constituição de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa não podem ser deduzidos na apuração da base de cálculo da Cofins. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 669DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 670 3 A recorrente interpôs recurso voluntário, tempestivamente, alegando a nulidade do acórdão recorrido por inovação na fundamentação e reiterando a alegação de possibilidade de dedução da PCLD da base de cálculo das contribuições. Em petição protocolada posteriormente ao recurso voluntário, a recorrente noticia sentença proferida no MS nº 500032624.2016.4.03.6100, reconhecendo a dedutibilidade de despesas oriundas de PCLD da base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins e reitera o provimento do recurso voluntário. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Inicialmente, esclareçase que a recorrente não é parte no MS nº 5000326 24.2016.4.03.6100, conforme se constata às efls. 666, objeto da petição protocolada na efl. 662, após o recurso voluntário, informando sobre decisão judicial reconhecendo a possibilidade de se deduzir a Provisão de Crédito de Liquidação Duvidosa PCLD). Portanto, tal decisão não lhe alcança. A recorrente pugna pela nulidade do acórdão recorrido, por inovação no fundamento da autuação. Alega que a fiscalização efetuou a glosa por entender que as despesas com PCLD não são despesas de operações de intermediação financeira. Por sua vez, informa que a DRJ inovou a fundamentação da autuação, uma vez que reconhecera que a PCLD seria despesa da intermediação financeira, mas não seria despesa incorrida. Tal inovação afrontaria os artigos 142, 145, 146 e 149 do CTN. A meu ver, a abordagem da DRJ não alterou a fundamentação legal da autuação. A fiscalização entendeu que as despesas com a constituição de provisões não possuíam base legal na alínea "a", inciso I, §6º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. O que se discute na decisão é a dedutibilidade da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa como despesa incorrida de operações de intermediação financeira, embora abordada de forma diferente do efetuado pela fiscalização que o fez sob o aspecto de não ser despesa de operação de intermediação financeira, sob o argumento de que o Anexo I da IN RFB nº 247/2002 não contemplava tal conta como dedução, bem como pelo fato de o contribuinte não oferecer a conta de Reversão de Provisão Operacional à tributação. Porém, o fato mencionado e a fundamentação legal remanescem os mesmos e razões complementares que não impliquem em alteração da fundamentação legal podem ser trazidas, inclusive com possibilidade de a recorrente também trazêlas em recurso voluntário, como previsto na alínea "c" do §4º do artigo 16 do Decreto 70.235/1972 e no §3º do artigo 57 do Anexo II do RICARF, abaixo transcritos: Art. 16. A impugnação mencionará: Fl. 670DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 671 4 [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Anexo II do RICARF: Art. 57. Em cada sessão de julgamento será observada a seguinte ordem: I verificação do quórum regimental; II deliberação sobre matéria de expediente; e III relatório, debate e votação dos recursos constantes da pauta. § 1º A ementa, relatório e voto deverão ser disponibilizados exclusivamente aos conselheiros do colegiado, previamente ao início de cada sessão de julgamento correspondente, em meio eletrônico. § 2º Os processos para os quais o relator não apresentar, no prazo e forma estabelecidos no § 1º, a ementa, o relatório e o voto, serão retirados de pauta pelo presidente, que fará constar o fato em ata. § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) Assim, afasto a preliminar de nulidade. No mérito, a base de cálculo das instituições financeiras é regida pela legislação abaixo: Lei nº 9.701/98: Art. 1o Para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, de que trata o inciso V do art. 72 do Ato das Disposições Fl. 671DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 672 5 Constitucionais Transitórias, as pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, poderão efetuar as seguintes exclusões ou deduções da receita bruta operacional auferida no mês: [...] III no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito: a) despesas de captação em operações realizadas no mercado interfinanceiro, inclusive com títulos públicos; b) encargos com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de recursos de órgãos e instituições oficiais; c) despesas de câmbio; d) despesas de arrendamento mercantil, restritas a empresas e instituições arrendadoras; e) despesas de operações especiais por conta e ordem do Tesouro Nacional; Lei n 9.718/98, art. 3º: Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica: § 5º Na hipótese das pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, serão admitidas, para os efeitos da COFINS, as mesmas exclusões e deduções facultadas para fins de determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP. § 6o Na determinação da base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, as pessoas jurídicas referidas no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 1991, além das exclusões e deduções mencionadas no § 5o, poderão excluir ou deduzir: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) I no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) a) despesas incorridas nas operações de intermediação financeira; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Fl. 672DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 673 6 b) despesas de obrigações por empréstimos, para repasse, de recursos de instituições de direito privado; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) c) deságio na colocação de títulos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) d) perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) e) perdas com ativos financeiros e mercadorias, em operações de hedge; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) IN SRF nº 247/2002, artigos 27 e 95: Art. 27. Os bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo, para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições, podem deduzir da receita bruta o valor: ( Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.285, de 13 de agosto de 2012 ) I – das despesas incorridas nas operações de intermediação financeira; II – dos encargos com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de recursos de órgãos e instituições oficiais ou de direito privado; III – das despesas de câmbio, observado o disposto no § 2º do art. 10; IV – das despesas de arrendamento mercantil, restritas a empresas e instituições arrendadoras; V – das despesas de operações especiais por conta e ordem do Tesouro Nacional; VI – do deságio na colocação de títulos; VII – das perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações; e VIII – das perdas com ativos financeiros e mercadorias, em operações de hedge . Parágrafo único. A vedação do reconhecimento de perdas de que trata o inciso VII aplicase às operações com ações realizadas nos mercados à vista e de derivativos (futuro, opção, termo, swap e outros) que não sejam de hedge . [...] Fl. 673DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 674 7 Art. 95. As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive as associações de poupança e empréstimo, deverão apurar o PIS/Pasep e a Cofins de acordo com a planilha de cálculo constante do Anexo I. ( Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.285, de 13 de agosto de 2012 ) Anexo I:(apenas na parte relativa à matéria) RECEITAS OPERACIONAIS 7.1.0.00.008 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 7.1.9.00.005 RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO 7.1.9.20.009 REVERSÃO DE PROVISÕES OPERACIONAIS 7.1.9.90.008 OPERAÇÕES DE CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA 7.1.9.90.307 OUTROS CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA 7.1.9.90.606 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 7.3.0.00.006 OUTRAS RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 7.3.9.00.003 REVERSÃO DE PROVISÕES NÃO OPERACIONAIS 7.3.9.90.006 EXCLUSÕES : RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO 7.1.9.20.009 REVERSÃO DE PROVISÕES OPERACIONAIS 7.1.9.90.008 OPERAÇÕES DE CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA 7.1.9.90.307 OUTROS CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA 7.1.9.90.606 REVERSÃO DE PROVISÕES NÃO OPERACIONAIS 7.3.9.90.006 DEDUÇÕES : Decreto nº 4.524/2002: Art. 26. Os bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo, para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições, podem deduzir da receita bruta o valor (Lei nº 9.701, de 17 de novembro de 1998, art. 1º, inciso III, e Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, §§ 4º e 5º e inciso I do § 6º, com a redação da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 2º): Fl. 674DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 675 8 I das despesas incorridas nas operações de intermediação financeira; II dos encargos com obrigações por refinanciamentos, empréstimos e repasses de recursos de órgãos e instituições oficiais ou de direito privado; III das despesas de câmbio, observado o disposto no § 2º do art. 10; IV das despesas de arrendamento mercantil, restritas a empresas e instituições arrendadoras; V das despesas de operações especiais por conta e ordem do Tesouro Nacional; VI do deságio na colocação de títulos; VII das perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações; e VIII das perdas com ativos financeiros e mercadorias, em operações de hedge. Parágrafo único. A vedação do reconhecimento de perdas de que trata o inciso VII aplicase às operações com ações realizadas nos mercados à vista e de derivativos (futuro, opção, termo, swap e outros) que não sejam de hedge. Pontuese, inicialmente, que a provisão de que trata o presente é o que se denomina atualmente de perdas estimadas no recebimento de créditos. O Manual de Contabilidade Societária1 esclarece: “Entretanto, o termo provisão, como já estava tratado na Deliberação nº 489/05, conforme a preferência do IASB, refere se apenas aos passivos com prazo ou valor incertos. 0 termo provisão para contas retificadoras do ativo não têm utilização adequada considerando 0 tratamento na atual Deliberação da CVM nº 594/09 e nos conceitos que a suportam. No Brasil, o termo provisão para as contas retificadoras do ativo foi sempre bastante utilizado, mas consideramos essa utilização inadequada e neste Manual faremos a adaptação do termo para "perdas estimadas". Assim passaremos a utilizar, por exemplo, "perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa" (PECLD) e não mais "provisão para créditos de liquidação duvidosa". Essa alteração visa reduzir o emprego inadequado do termo provisão só para as obrigações e estar em consonância com o IASB e com o conceito de "redução ao valor recuperável". Continuando, o Manual de Contabilidade Societária dispõe na página 58 sobre perdas estimadas e perdas incorridas: ii) 0 Problema das Perdas Estimadas versus Perdas Incorridas 1 IUDÍCIBUS, Sérgio. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. SANTOS, Ariovaldo do. Manual de Contabilidade Societária Aplicável a todas as sociedades. São Paulo, Editora Atlas, 2010. p. 334 Fl. 675DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 676 9 “Essas práticas brasileiras mostradas no item (i) precedente estão muito firmadas no conceito conhecido por Perdas Estimadas. Ou seja, são levantados valores relativos a ajustes por perdas em função de situações especificas de determinados clientes já em inadimplência, prestes a entrar em inadimplência e ainda se adicionam aspectos relativos a probabilidades de não recebimentos em decorrência de expectativas originadas de diversos fatores, experiências passadas, estimativas quanto a mudanças de cenários etc. O outro critério para registro das estimativas de perdas em créditos de liquidação duvidosa é o denominado como Perdas Incorridas. Sob essa alternativa, são só reconhecidos como despesas os valores de perdas já de conhecimento da investidora detentora dos créditos. Assim, somente inadimplências já existentes, atrasos fora do normal já ocorridos, notícias já veiculadas de falências, recuperação judicial, inadimplência junto a outras entidades etc. são fatos originadores do reconhecimento de despesas. No máximo são aceitas despesas por conta de previsões de inadimplências futuras quando os fatos originadores são bem conhecidos, estão presentes e já se conhece razoavelmente bem seus efeitos. Por exemplo, entram nesta ultima categoria problemas de níveis de desemprego crescentes já conhecidos, mas abrangendo exatamente os clientes da entidade, e não a economia em geral; ou então crises de liquidez com conseqüências em outras instituições do mesmo ramo econômico que a detentora de créditos em análise que já sejam verificáveis e mensuráveis etc. As normas internacionais e o Pronunciamento CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração só reconhecem a possibilidade de registro contábil das Perdas Incorridas, não aceitando reconhecimento de Perdas simplesmente Esperadas. Assim, a viger esse Pronunciamento para a partir de 2010, estariam todas as empresas brasileiras sujeitas a ele impedidas de reconhecer perdas por expectativas, medias passadas, crises de liquidez gerais e não aplicáveis especificamente aos clientes da entidade etc., ou seja, não poderiam continuar trabalhando a base das Perdas Esperadas. O que se espera é uma modificação nas normas internacionais. Esperase que o IASB passe a aceitar o conceito de Perdas Estimadas já a partir de 2010, e que o CPC adote essa nova postura também (bem como CVM, CFC e outros 6rgaos reguladores brasileiros), o que poderá fazer com que possamos manter as práticas anteriores. Caso isso não ocorra, terseá uma modificação muito forte nessas práticas de reconhecimento das despesas com perdas dessa natureza. Se não ocorrer essa mudança, teremos que passar, a partir de 2010, do conceito de Perdas Estimadas para Perdas Incorridas. E isso abrangerá também as instituições financeiras obrigadas a apresentar demonstrações consolidadas conforme as normas do IASB.” Fl. 676DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 677 10 Seja sob a denominação de provisão seja de perdas estimadas, o certo é que tratam de valores incertos, de estimativas que podem ser reversíveis, não podendo ser consideradas despesas incorridas. A propósito, citase o Parecer Normativo CST nº 7/76, o qual define “despesas incorridas”: Despesas cuja realização pende de evento futuro não podem ser consideradas incorridas, nem exigíveis os correspondentes rendimentos enquanto juridicamente indisponíveis para o beneficiário. [...] 2. O artigo 47, § 1º, da Lei nº 4.506/64, que deu origem ao artigo 162. § 1º, do Regulamento do Imposto de Renda (R.I. R.), aprovado pelo Decreto nº 76.186/75, considera como despesas operacionais os dispêndios efetivamente pagos ou incorridos para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa. 3. Como despesas incorridas, entendemse as relacionadas a uma contraprestação de serviços ou obrigação contratual e que, embora caracterizadas e quantificadas no períodobase, nele não tenham sido pagas, por isso figurando o valor respectivo no passivo exigível da empresa. [...] 7. Em face do acima exposto, a despesa cuja realização está condicionada à ocorrência de evento futuro, indisponível para o beneficiário o correspondente rendimento, não pode ser considerada incorrida, vedada, por conseqüência,sua dedutibilidade na apuração dos resultados anuais. Quanto ao Parecer PGFN/CAT nº 325/2009, o referido trata da comissão paga por corretora/distribuidora de títulos e valores mobiliários aos agentes, em decorrência da captação de clientes, concluindo que as operações praticadas pelo contribuinte ali mencionado não configuravam intermediação financeira e que captação de clientes não se equivale a despesas de captação de recursos, mas que, em momento algum, abordou a definição de despesa incorrida. Apenas cita parte do plano COSIF2, constando a conta 820 Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa como integrante do grupo 15 Despesas da Intermediação Financeira, o que, por si só, não suporta a tese da recorrente, pois o comando legal adjetiva a hipótese considerando expressamente as despesas incorridas. (grifei) 2 16 A provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser constituída sobre o valor contábil dos créditos mediante registro a debito de DESPESAS DE PROVISOES OPERACIONAIS e a crédito da adequada conta de provisão para operações de crédito. No caso de insuficiência, reajustase o saldo das contas de provisão a débito da conta de despesa. No caso de excesso, reajustase o saldo das contas de provisão a crédito da conta de despesa, para os valores provisionados no período, ou a crédito de REVERSAO DE PROVISOES OPERACIONAIS, se já transitados em balanço. (CtaCirc 2899 item 12 III) 17 O disposto no item anterior aplicase também as provisões adicionais eventualmente constituídas em função da classificação das operações de crédito contratadas ate 29 de fevereiro de 2000, nos diferentes níveis de risco previstos no item 1.6.2.1. (CtaCirc 2899 item 12 IV) Fl. 677DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 678 11 De outro giro, a recorrente alega que o §1º do art. 23 da IN SRF nº 247/2002 permite a dedução da provisão para devedores duvidosos: Art. 23. Para efeito de apuração da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre o faturamento, observado o disposto no art. 24, podem ser excluídos ou deduzidos da receita bruta, quando a tenham integrado, os valores: I – das vendas canceladas; II – dos descontos incondicionais concedidos; III – do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV – do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; V – das reversões de provisões; VI – das recuperações de créditos baixados como perdas, limitados aos valores efetivamente baixados, que não representem ingresso de novas receitas; VII – dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP); e VIII – das receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente. § 1 º Não se aplica a exclusão prevista no inciso V na hipótese de provisão que tenha sido deduzida da base de cálculo quando de sua constituição. A ressalva do §1º apenas determina que o contribuinte não pode efetuar a dedução da provisão e excluir sua reversão. De fato, o que se pretende é a neutralidade desta despesa e de sua reversão, pois que as provisões são valores estimados e, pela sua própria natureza, reversível. Se um contribuinte, por equívoco, deduz uma provisão e, posteriormente, a reverte e insere na base de cálculo, a operação tornase neutra. No caso concreto, a recorrente não alega nem demonstra que incluiu as provisões glosadas na base de cálculo tributável da Cofins em algum período. Frisese que o Anexo I da IN SRF nº 247/2002 expressamente inclui as reversões de provisões e os créditos baixados como perdas entre o rol de receitas e, ao mesmo tempo, os exclui da base de cálculo, neutralizando seu efeito na apuração. Fl. 678DF CARF MF Processo nº 16327.720107/201609 Acórdão n.º 3302005.814 S3C3T2 Fl. 679 12 Quanto ao argumento subsidiário de exclusão de juros de mora por existência de depósitos judiciais, não houve depósitos judiciais relativos à Cofins, sendo que a suspensão de débitos declarados em DCTF ocorreu em razão de liminares obtidas e não depósitos judiciais, conforme resposta da recorrente na efl. 87. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 679DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13660.000068/2003-18
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DO IPI. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE OPOSIÇÃO ESTATAL. DESCABIMENTO.
O decidido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.035.847/RS, em acórdão submetido ao regime do art. 543-C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), é que a atualização monetária não incide sobre créditos do IPI, a não ser que haja oposição estatal ilegítima, em ato que impeça a sua utilização, o que os descaracteriza como escriturais, exsurgindo aí a necessidade de atualizá-los, sob pena de enriquecimento ilegal do Fisco. Tendo o direito creditório, já em primeira análise, sido reconhecido, ou, quando indeferido o Pedido de Ressarcimento, não tenha sido revertida a decisão denegatória da Unidade de Origem pelas instâncias administrativas de julgamento, não há que se falar, portanto, em aplicação da Taxa SELIC.
Numero da decisão: 9303-007.021
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DO IPI. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE OPOSIÇÃO ESTATAL. DESCABIMENTO. O decidido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.035.847/RS, em acórdão submetido ao regime do art. 543-C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), é que a atualização monetária não incide sobre créditos do IPI, a não ser que haja oposição estatal ilegítima, em ato que impeça a sua utilização, o que os descaracteriza como escriturais, exsurgindo aí a necessidade de atualizá-los, sob pena de enriquecimento ilegal do Fisco. Tendo o direito creditório, já em primeira análise, sido reconhecido, ou, quando indeferido o Pedido de Ressarcimento, não tenha sido revertida a decisão denegatória da Unidade de Origem pelas instâncias administrativas de julgamento, não há que se falar, portanto, em aplicação da Taxa SELIC.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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ATUALIZAÇÃO. TAXA SELIC. Recorrente G, A, PEDRAS LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DO IPI. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE OPOSIÇÃO ESTATAL. DESCABIMENTO. O decidido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.035.847/RS, em acórdão submetido ao regime do art. 543C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), é que a atualização monetária não incide sobre créditos do IPI, a não ser que haja oposição estatal ilegítima, em ato que impeça a sua utilização, o que os descaracteriza como escriturais, exsurgindo aí a necessidade de atualizálos, sob pena de enriquecimento ilegal do Fisco. Tendo o direito creditório, já em primeira análise, sido reconhecido, ou, quando indeferido o Pedido de Ressarcimento, não tenha sido revertida a decisão denegatória da Unidade de Origem pelas instâncias administrativas de julgamento, não há que se falar, portanto, em aplicação da Taxa SELIC. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 66 0. 00 00 68 /2 00 3- 18 Fl. 621DF CARF MF Processo nº 13660.000068/200318 Acórdão n.º 9303007.021 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo contribuinte contra o Acórdão 20219.527, que negou provimento ao recurso voluntário. O colegiado a quo não reconheceu o direito à incidência da taxa Selic sobre o ressarcimento pleitado. Em Exame de Admissibilidade foi dado seguimento ao Recurso quanto à discussão sobre a atualização pela Taxa SELIC no ressarcimento do créditos do IPI. A PGFN apresentou Contrarrazões. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.012, de 14/06/2018, proferido no julgamento do processo 13660.000052/200313, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303007.012): "Observados os requisitos e preenchidas as formalidades regimentais, conheço do Recurso Especial, na parte admitida, qual seja, a atualização pela Taxa SELIC. O tema já foi mais que debatido nesta Turma, girando a discussão, fundamentalmente, sobre a interpretação a ser dada ao decidido pelo STJ em Acórdão submetido ao rito do art. 543C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), no REsp nº 1.035.847/RS: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. Fl. 622DF CARF MF Processo nº 13660.000068/200318 Acórdão n.º 9303007.021 CSRFT3 Fl. 4 3 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp nº 1.035.847/RS, Relator Min. Luiz Fux, Dje: 03/08/2009) Citese ainda a Súmula nº 411, do mesmo STJ: É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco. No caso sob análise, ficou configurada a oposição estatal ilegítima?? É indubitável que não. A decisão da DRJ Santa Maria (fls. 171 a 177), julgando a Manifestação de Inconformidade, manteve integralmente o consignado do Despacho Decisório, tendo ocorrido o mesmo para o Recurso Voluntário, que foi negado, como já visto. Assim, não tendo a decisão da Unidade competente para analisar o Pedido de Ressarcimento sido revertida ao longo do trâmite do Processo Administrativo Fiscal, não há que se falar em atualização pela Taxa SELIC, ainda que considerada a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que versa sobre o tema. E (ainda que soe redundante), importante se faz consignar que, no que tange à parcela que foi eventualmente reconhecida logo de início (como ocorreu no caso concreto, já que o deferimento foi parcial, conforme Despacho Decisório às fls. 117 e 118), sobre ela nunca cabe atualização monetária, por ausência de previsão legal, pois claro está que a discussão que foi aqui trazida à tona só se justifica quanto ao suposto direito creditório objeto de decisão denegatória. Por derradeiro, afasto aqui o argumento, que alguns defendem, de que o ressarcimento seria “espécie do gênero restituição". São dois institutos completamente distintos (pois senão não faria qualquer sentido a discussão em tela sobre a atualização monetária, pois expressamente prevista em lei para a repetição do indébito). O direito à restituição é decorrência "automática" do pagamento indevido ou maior que o devido, conforme art. 165, I, do CTN. O ressarcimento tem que estar previsto em lei. Fl. 623DF CARF MF Processo nº 13660.000068/200318 Acórdão n.º 9303007.021 CSRFT3 Fl. 5 4 À vista do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pelo contribuinte." Importante observar que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo nem a DRJ, tampouco o CARF, reconheceram qualquer valor adicional ao direito creditório além do já reconhecido no Despacho Decisório. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte foi conhecido e, no mérito, o colegiado negoulhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 624DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.908177/2009-74
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
Ementa:
COMPENSAÇÃO. DCOMP. PAGAMENTO A MAIOR. CONTRATO DE CÂMBIO EXPORTAÇÃO. VARIAÇÃO COMBIAL POSITIVA. RECEITA. DCTF RETIFICADORA. ESCRITAS CONTÁBEIS E FISCAIS VALIDADAS EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DEVIDA
Comprova-se a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, por meio da validação da escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração.
Numero da decisão: 1302-002.995
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 Ementa: COMPENSAÇÃO. DCOMP. PAGAMENTO A MAIOR. CONTRATO DE CÂMBIO EXPORTAÇÃO. VARIAÇÃO COMBIAL POSITIVA. RECEITA. DCTF RETIFICADORA. ESCRITAS CONTÁBEIS E FISCAIS VALIDADAS EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DEVIDA Comprova-se a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, por meio da validação da escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
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IRPJ PAGO A MAIOR. CONTRATO DE CÂMBIO. REGIME DE CAIXA. RETIFICAÇÃO DE DCTF Recorrente IMOSEST INDUSTRIA DE MOVEIS E ESTOFADOS EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 Ementa: COMPENSAÇÃO. DCOMP. PAGAMENTO A MAIOR. CONTRATO DE CÂMBIO EXPORTAÇÃO. VARIAÇÃO COMBIAL POSITIVA. RECEITA. DCTF RETIFICADORA. ESCRITAS CONTÁBEIS E FISCAIS VALIDADAS EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DEVIDA Comprovase a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, por meio da validação da escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 81 77 /2 00 9- 74 Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10920.908177/200974 Acórdão n.º 1302002.995 S1C3T2 Fl. 3 2 Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratase de retorno de diligência designada para a verificação quanto à existência e disponibilidade de direito creditório, decorrente de IRPJ pago a maior, relativo a contratos de câmbio para exportação, em meses em que a recorrente teria auferido receita, em virtude de variação cambial ativa (positiva). Conforme Despacho Decisório Eletrônico (fl. 5) houve a não homologação da DCOMP nº 37207.66012.290506.1.3.043671, que indicava como tipo de crédito: Pagamento Indevido ou a Maior; Processo de Crédito (PER): 04589.66471.140306.1.2.04 2404. A decisão indicou inexistência de crédito ou crédito integralmente utilizado, em relação ao período de apuração em questão. A recorrente sustentou os motivos pelos quais teria excluído a receita de variação cambial ativa, inicialmente oferecida à tributação (fls. 185/188). Salientou que a tributação de tal receita teria ocorrido com base no regime de caixa, em conformidade com o art. 30 da MP nº 2.15835/2001. Assim, alegou a ocorrência de erro no preenchimento da DCTF e que o valor correto do IRPJ devido seria o indicado na DIPJ, ano calendário 2005. O erro referiase ao segundo trimestre de 2005 (abril, único mês em que teria havido variação cambial ativa). Houve retificação da DCTF. Todavia, posteriormente ao Despacho Decisório Eletrônico. À vista de tais razões de recurso voluntário, interposto face ao Acórdão nº 0356.229, de 17/10/2013, da 4ª Turma da DRJ em Brasília (fls. 76/80), designouse diligência, nos termos da Resolução nº 1801000.372, de 25/11/2014, da 1ª Turma Especial da 1ª Seção (extinta), assim indicada: "...a fim de reratificar os cálculos da recorrente, a autoridade fiscal verifique o valor da base de cálculo do IRPJ relativo ao 2° trimestre de 2005 junto a contabilidade completa da recorrente, bem como a correção do procedimento em expurgar a variação cambial ativa e Saldo do IRPJ apurado, explicitando os cálculos em Relatório Fiscal e juntando aos autos, em cópia, os registros contábeis pertinentes." A diligência foi realizada, registrandose a Informação Fiscal de fls. 200/204. A recorrente foi devidamente intimada (fl. 208). Não houve manifestação. A Informação Fiscal (fls. 200/204) registrou as seguintes constatações favoráveis à recorrente: 3. A DComp não homologada possui como origem de crédito o PER 04589.66471.140306.1.2.042404. 4. A empresa teria tributado suas operações de câmbio pelo regime de caixa, conforme o disposto no art. 30 da MP 2.15835/2001. “Art. 30. A partir de 1o de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10920.908177/200974 Acórdão n.º 1302002.995 S1C3T2 Fl. 4 3 contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, bem assim da determinação do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação.” 5.Consultandose os sistemas da RFB, verificase que o contribuinte apresentara duas DCTFs para o período de apuração em que ocorrera o alegado pagamento indevido ou a maior: 6.A retificadora foi apresentada após a emissão do despacho decisório que não homologou a compensação, objeto do presente processo. Na Retificadora, com relação à CSLL, houve alteração do valor devido. Reduziuse de R$ 2.150,35 (pagamento em duas cotas) para R$ 1.675,90 (não indicou pagamento em cotas). O contribuinte alegou que houve erro no lançamento contábil das contas de variação cambial ativa e passiva. 7.A DIPJ 2006, por sua vez, não foi retificada e indicava um valor correspondente de R$02.097,99 de IRPJ para o segundo trimestre/2005 e de R$ 1.675,91 para a CSLL. 8.Ou seja, a DIPJ 2006 – ainda que apenas informativa – diferia da DCTF original. A DCTF retificadora indica, por sua vez, os valores constante na DIPJ. 9.Diante de tal situação, procurouse, junto aos elementos de prova já juntados, verificar que valor seria correto para o IRPJ e CSLL do 2º trim/2005, conforme solicitado na resolução. O cerne da questão estaria na apuração de receita financeira (variação cambial) com relação a maio de 2005. 10.Tais créditos correspondem às notas fiscais da tabela abaixo. Na mesma tabela fica evidente que somente houve variação cambial positiva abril: 13. Observandose os extratos, há quatro valores creditados a título de operações cambiais. Interessa, no caso, a operação de maio – vez que o próprio contribuinte afirma ter tido fechamento de contrato de câmbio com variação cambial positiva em abril e, em junho, não houve apuração de IRPJ sobre operações de câmbio. 14. No extrato do mês de maio, à fl. 108, consta: 31/05/2005 Câmbio 1760505636 30.123.83 C Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10920.908177/200974 Acórdão n.º 1302002.995 S1C3T2 Fl. 5 4 15. Este crédito se refere ao pagamento referente ao contrato de câmbio de compra nr. 05/016557 (fl. 114). A taxa cambial estipulada no contrato foi de R$ 2,3962914. A nota fiscal (nro 1648), por sua vez, foi emitida no valor de R$ 37.842,16, em 22/04/2005 (fl. 111), em virtude da operação negociada com a fatura proforma 12/2005 (campo de informações complementares). Tais dados correspondem ao constante no contrato de câmbio (ver “outras especificações” fl. 116), sendo o Registro de Exportação – RE – feito sob nro 05/0577513001 a 002 (Despacho de Exportação – fl. 201) e O.P. 305636 (corresponde ao nro do depósito no extrato). 16. Portanto, concluise que não houve variação cambial passível de tributação em maio de 2005. Logo, a DIPJ 2006 espelha os fatos de acordo com a contabilidade apresentada pelo contribuinte, sendo o valor da CSLL devida, no 2º trim 2005, seria de R$ 1.675,91 e não R$ 2.150,35 (como constante na DCTF original). No Razão Analítico (fl. 155), consta como provisionamento, de fato, o valor de R$ 2.150,35. 17. Da contabilidade trazida aos autos, no Balancete do segundo trimestre (para apuração do IRPJ presumido) verificase que a Receita Ajustada (2.4 Total da Receita Ajustada – fl. 93), consta o valor de R$ 115.866,92. Idêntico ao valor da DIPJ 2006 (ficha 18A– linha 1 – fl. 202). 18. Assim, conforme o requerido pelo Carf, elaborouse a planilha abaixo para apurar a CSLL do segundo trimestre de 2005: 19. Finalmente, por ocasião do preenchimento da DCTF original, o contribuinte optou por realizar o pagamento em duas cotas. Logo, o valor de cada cota seria de R$ 1.075,18 (considerando o valor original de CSLL de R$ 2.150,35). 20. É importante ressaltar que – após a apuração do efetivo valor devido – o montante calculado de CSLL não permitiria o pagamento em duas cotas. 20. No caso, o pagamento realizado foi de R$ 1.075,18, em 29/07/2005 – data do vencimento para pagamento em cota única, sendo o valor devido de CSLL, conforme apuração acima, de R$01.675,91. 21. Importante ressaltar que esta DComp está relacionada ao PER 04589.66471. Tal pedido havido sido processado pelo sistema e a restituição realizada sem considerar a Dcomp. Tal fato foi sanado, conforme o despacho de fls. 197 a 199. A cobrança foi realizada e a restituição recebida indevidamente foi resolvida (fl. 200). 22. Entendo, assim, atendida a diligência solicitada pelo Carf. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10920.908177/200974 Acórdão n.º 1302002.995 S1C3T2 Fl. 6 5 Os pressupostos de admissibilidade do recurso voluntário foram analisados por ocasião da Resolução nº 1801000.371, de 25/11/2014, da 1ª Turma Especial da 1ª Seção (extinta) e o recurso foi conhecido. O Acórdão recorrido manteve o Despacho Decisório Eletrônico (fl. 5) que não homologou a DCOMP nº 35581.76869.100506.1.3.041805, que indicava como Tipo de Crédito: Pagamento Indevido ou a Maior; Processo de Crédito (PER): 04589.66471.140306.1.2.042404. A decisão indicou, inexistência de crédito ou crédito integralmente utilizado, em relação ao período de apuração em questão. Na forma retro relatada, a DRF, em cumprimento à citada Resolução, diligenciou e concluiu que, a única liquidação de operação de câmbio com variação cambial positiva, verificada no segundo trimestre de 2005, foi a ocorrida em abril, a qual foi devidamente tributada, no valor de R$ 4.717,22. Certificouse que, em maio e junho houve liquidação, mas com variação cambial negativa. Verificouse que foi correta a retificação da DCTF (redução do IRPJ DE R$2.150,35 para R$1.675,90; a DIPJ 2006 indicava R$2.150,35 para o segundo trimestre), ainda que efetuada após o despacho decisório eletrônico. Confirmouse que, o pagamento realizado foi de R$1.675,90, perfazendo pagamento indevido. Assim, realmente havia a existência e disponibilidade de direito creditório, decorrente de IRPJ pago a maior, relativo a contratos de câmbio para exportação, no mês (abril) em que a recorrente teria auferido receita, em virtude de variação cambial ativa (positiva). Por todo o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para homologar a DCOMP nº 35581.76869.100506.1.3.041805, até o limite de crédito reconhecido. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Fl. 216DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15563.000280/2010-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Exercício: 2006
Ementa:
MULTA QUALIFICADA.
Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado do contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação, sobre os valores apurados a título de omissão de receitas, da multa de ofício qualificada de 150%, prevista no inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.
Numero da decisão: 1302-000.828
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Primeira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Nome do relator: WILSON FERNANDES GUIMARÃES
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Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado do contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação, sobre os valores apurados a título de omissão de receitas, da multa de ofício qualificada de 150%, prevista no inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. “documento assinado digitalmente” Marcos Rodrigues de Mello Presidente “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Rodrigues de Mello, Wilson Fernandes Guimarães, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Eduardo de Andrade. Fl. 1003DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.004 2 Fl. 1004DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.005 3 Relatório A 2ª Turma Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, tendo exonerado parte do crédito tributário constituído em desfavor de FRIGO BOI DE ITAGUAÍ, recorre de ofício a este Colegiado administrativo, amparada nas disposições da Portaria MF nº. 3, de 2008. Trata o processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e reflexos (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS), relativas ao anocalendário de 2005, formalizadas a partir da constatação de omissão de receitas, caracterizada por meio de depósitos de origem não comprovada. Transcrevo, a seguir, relato feito em primeira instância acerca dos fatos apurados, das infrações imputadas e das razões de defesa trazidas pela contribuinte. ... Dos fatos 3. De acordo com o Termo de Constatação e Verificação Final de fls. 285/295, em 2/05/2008, foi lavrado o termo de início de fiscalização. Uma vez que o interessado não foi localizado em seu domicílio tributário (fls.11/13), na qualidade de seus sócios, os Srs. Mário Queiroz Gonçalves e Luiz Carlos Gomes Ferreira foram intimados a apresentar livros comerciais, fiscais e documentos, entre eles os extratos bancários relativos ao anocalendário de 2005 (fls. 16/19). 4. Ante a falta de manifestação do interessado, foi solicitada à Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro cópia do contrato social e alterações. Às instituições financeiras, informações relativas à movimentação dos recursos e os respectivos extratos bancários (fls.43/62). 5. Analisada a documentação recebida, a fiscalização concluiu que o interessado movimentou as contas abaixo discriminadas: BANCO AGENCIA C/C BRASIL 7293 201979 SAFRA 13800 26692 BRADESCO 3370 277266 BRADESCO 3370 277274 SUDAMERIS 1652 800673 BANESPA 126 24319 6. Os recursos financeiros foram relacionados por instituição financeira, data e totalizados mensalmente, resultando nas planilhas de fls.64/118. A fiscalização destaca que as operações de débitos, tais como devoluções de cheques e estornos de Fl. 1005DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.006 4 lançamento de crédito, foram devidamente deduzidas, bem como foram desconsideradas operações a crédito que não corresponderam à entrada de recursos sujeito à tributação. 7. Os sócios foram então intimados em 20/04/2009 a identificar a origem dos créditos discriminados nas planilhas, bem como a comproválos com os documentos hábeis e idôneos. 8. O sócio Luiz Carlos Gomes compareceu à repartição fiscal e alegou que a empresa estava paralisada há algum tempo. Posteriormente, em 09/06/2009, ambos os sócios afirmaram que os livros comerciais e fiscais do ano calendário foram extraviados e que os recursos que transitaram pelas contas correntes resultam da relação negocial com fornecedores e pagamentos a credores (fls. 180/181). 9. Em 20/05/2010, o sócio Luiz Carlos Gomes foi localizado trabalhando em outra empresa, como açougueiro, ocasião em que foi lavrado novo termo de intimação para comprovação das origens dos depósitos, sob pena do arbitramento do lucro do ano de 2005 (fls. 193/199 e 202/251). 10. Foi ainda lavrado termo de intimação ao citado sócio para atualização de seu endereço junto à Receita Federal do BrasilRFB. 11. Da inaptidão. 12. Tendo em vista o interessado não ter sido localizado no endereço constante do cadastro CNPJ, foi proposta, por meio de representação formalizada, a declaração de inaptidão, o que resultou no Ato Declaratório de Inaptidão n° 58, de 08/06/2010, objeto do processo n° 15563.000167/201052. 13. No endereço informado no CNPJ estava funcionando a empresa J.F.R. Cozinha Industrial Ltda., nome de fantasia KI Paladar, desde junho de 2008, o que evidencia sobreposição empresarial, ou seja, duas empresas supostamente funcionavam no mesmo endereço, tendo em vista que o interessado alterou seu domicilio fiscal em 06/06/2006 e a outra empresa a partir de junho de 2008. 14. Nos autos do processo de inaptidão, o interessado apresentou contrato de locação datado de 01/06/2010 e cópia da 6ª alteração contratual, em que indica novo domicílio fiscal, posteriormente diligenciado pela autoridade autuante, que o considerou sem infraestrutura para abrigar a atividade de comércio atacadista de carnes e derivados do interessado. Foi então lavrado o Ato Declaratório Executivo n° 132, de 13/09/2010, com objetivo de Comunicação de Nulidade de Ato Perante o CNPJ, juntado por cópia à fl.268. 15. Das infrações. 16. Não tendo o interessado comprovado a origem dos depósitos bancários, foi efetuado o lançamento de ofício com base na presunção legal de omissão de receita. Enquadramento legal: arts. 27 , I e 42 da Lei n° 9.430/1996. Arts. 532 e 537 do RIR/1999. 17. Uma vez que o interessado não apresentou livros e documentos da sua escrituração, foi levado a efeito o arbitramento do lucro, em conformidade com o art. 530, III, do RIR/1999, sendo considerados, para efeito de cálculo da receita bruta conhecida, as receitas declaradas na DIPJ e os créditos apurados com base na movimentação financeira no ano calendário de 2005. Fl. 1006DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.007 5 18. Em decorrência, foi ainda lavrado o auto de infração de CSLL. A omissão de receita originou os lançamentos de COFINS e PIS. 19. Da multa qualificada. 20. Foi aplicada multa qualificada de 150%, dado que o interessado não foi localizado em seu domicílio fiscal. A fiscalização entendeu que o processo de inaptidão por si só justifica a multa, posto que tal procedimento dificulta a apuração e o conhecimento do fato gerador por parte da autoridade administrativa (art. 1º da Lei n° 8.137, de 1990). 21. A multa qualificada foi ainda motivada pela não consignação da movimentação financeira real, tendo em vista o oferecimento à tributação de valores ínfimos de receita, o que caracteriza a omissão de informação e a prestação de declaração falsa tendente a impedir parcialmente o conhecimento da ocorrência do fato gerador (art. 71 da Lei n° 4.502/1964). 22. Da impugnação. 23. Irresignado, o interessado apresentou a impugnação de fls. 334/375, alegando, em síntese, o que se segue: relativamente à inaptidão do CNPJ, alega que inocorreu sobreposição empresarial por parte do interessado, mas sim pela J.F.R; a decretação da inaptidão instituída por instrução normativa extrapola os limites impostos pelo decreto instituidor do CNPJ, que nada dispôs quanto a isso; é inconcebível a suspensão preventiva do CNPJ, pois inobservaria a ampla defesa e o contraditório; é desproporcional e carece de razoabilidade suspender o CNPJ de uma atividade empresarial por pequenos equívocos nas suas atividades comerciais e que a suspensão só pode ser estendida aos negócios de comércio exterior; o sócio não pode ser alcançado pela medida, sob pena de se ferir o princípio do mínimo existencial. os créditos cujas origens foram consideradas não comprovadas referemse, entre outros lançamentos, à liquidação de cobrança, liquidação cobrança administrativa, operações de desconto de cheque, cobrança especial e transferência entre agências; na grande maioria dos casos, os títulos foram colocados para a cobrança nas instituições financeiras, em decorrência de vendas a prazo anteriormente efetuadas; muitos valores representam reingresso de numerários já depositados e tributados, fato comum na atividade empresarial; os arts. 287, II e 849 do RIR/1999 são claros ao estabelecer que se a origem for comprovada, mas os valores não forem oferecidos à tributação, devem ser submetidos às normas específicas previstas na legislação e nunca ser tributadas como presunção de omissão de receita capitulada no art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996; Fl. 1007DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.008 6 é óbvio que os valores decorrentes de liquidações de cobrança ou descontos de cheque se referem a vendas pretéritas, sendo relativos a receitas já ocorridas, declaradas ou não; o que não se pode admitir que além de não considerar a origem dos recursos, a seu bel prazer, defina a ocorrência do fato gerador do tributo no momento em que efetivamente recebe os valores decorrentes de seu trabalho; o regime é de competência e não o de caixa, e o lançamento tributário não comporta esse tipo de imprecisão; é absurda a consideração das transferências bancárias, nos termos do §3° do art. 287 do RIR/1999; o fiscal não construiu o arcabouço de provas que legitimassem a manutenção da presunção embasando a dita omissão de receita; o interessado dá explicações e comprova contabilmente que era efetivamente um representante comercial e que estes valores entraram e saíram das contas correntes constituindose um mero repasse e não uma decorrência de operação de circulação de mercadorias; existe declarações dos fornecedores afirmando que a empresa S LTDA. nunca emitiu notas fiscais de compra e venda fazendo simplesmente um agenciamento, o que comprova a origem dos depósitos dos clientes e as remessas para fornecedores, conforme documentos n° 6; a S LTDA. jamais teve a inscrição estadual e, portanto, nunca fez compra e venda que justificasse como entradas e saídas os valores transitados pelas contas correntes; em homenagem ao princípio da verdade material, requer que sejam dadas às provas contidas na impugnação o peso e a veracidade comprobatória dos fatos alegados e se necessário efetuar prova pericial; entre os créditos considerados não comprovados pela fiscalização, verifica se a existência de transferências eletrônicas de R$ 300.000,00, em 01/07/2004 (Banco do Brasil); R$ 27.000,00, em 27/09/2004 (Banespa); R$ 18.330,65, em 04/10/2004 (Sudameris); R$ 26.730,00, 08/11/2004 (Safra); RS 8.160,20, R$ 13.812,70 e R$ 50.000,00, em 08, 16 e 30/11/2004 (Bradesco), respectivamente, sendo que os próprios extratos bancários identificam a origem como recebimento de vendas efetuadas; não foram excluídos os cheques devolvidos, discriminados e totalizados nos documentos n°s 4 e 5; embora depósitos bancários possam refletir exteriorização de riqueza não caracterizam, por si só, receitas tributáveis; o autuante deveria provar de modo categórico a omissão de receita tributável e não apenas de forma simplória somar todos os valores creditados e simplesmente considerálos como faturamento; este é também o entendimento dos tribunas judiciais e administrativos, conforme jurisprudência citada à fls. 367 e acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscais n°s 0102.884/00 e 01.03.172/00; Fl. 1008DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.009 7 para justificar a aplicação da multa qualificada, o autuante transcreveu no termo de verificação que restou demonstrado, em tese, condutas tipificadas no inciso I, do art. 2º da Lei n° 8.137/1990 e que será feita representação fiscal para fins penais, processo n° 15563.000716/200793, em obediência ao previsto na Portaria SRF n° 326, de 15/03/2005; que as mesmas condutas descritas dão suporte à qualificação da multa, já que patente a intenção de, em tese, simular composição societária, com o objetivo de eximir os verdadeiros sócios da responsabilidade pelo crédito tributário devido; tal entendimento deveuse a sequência de alterações contratuais provocadas por constantes modificações no quadro societário e manutenção dos mesmos procuradores apesar das alterações do quadro societário; se os sócios não possuíam origem para as integralizações, que se aprofundasse as investigações e promovesse a autuação nas pessoas físicas dos sócios; onde está escrito que determinada quantidade de alterações contratuais pode caracterizar fraude ? quanto à manutenção dos mesmos procuradores, inexiste absurdo ou irregularidade, pois tratavase de pessoas de confiança; a fiscalização entende que os procuradores são os verdadeiros sócios, únicos gestores do negócio e que se beneficiaram de seus frutos; quais frutos? onde o fisco comprovou suas argumentações? constatase na documentação anexada pela fiscalização que os procuradores não movimentaram as contas bancárias; somente três procuradores participaram de alguma operação, dessa forma, se mencionadas representações tivessem procedência, as mesmas deveriam ser direcionadas unicamente aos procuradores que efetivamente movimentaram as contas; não foi comprovado o evidente intuito de fraude que pudesse justificar a qualificação da multa de ofício, que não pode se basear em entendimento, teses e conjecturas; se é verdade que houve o intuito de dificultar a cobrança do crédito tributário, então a hipótese seria o agravamento da multa de 75%, prevista no § 2º do art. 44 da Lei n° 9.430/1996; não cabe a aplicação da multa qualificada sobre infrações decorrentes de presunções legais; cita diversos julgados administrativos e a súmula n° 14 do 1º Conselho de Contribuintes; dada a íntima relação de causa e efeito, os autos de PIS, COFINS e CSLL são também improcedentes; o posicionamento do fisco é benéfico aos atuais sócios da empresa, posto que a responsabilidade tributária não está recaindo sobre eles; Fl. 1009DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.010 8 a despeito dessa situação, pretende demonstrar a veracidade dos fatos para evitar que pessoas que não têm relação com a situação de fato venham a ser prejudicadas indevidamente. Apreciando tais argumentos, a 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro, por meio do acórdão nº. 1234.314, de 18 de novembro de 2010, julgou procedente, em parte, os lançamentos tributários efetivados. O referido julgado, foi assim ementado: IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA JURÍDICA.CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. DECADÊNCIA. Tratandose de tributos sujeitos a lançamento por homologação, exvi do art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional, o direito de a Fazenda Nacional constituir os lançamentos extinguese após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. MATÉRIAS NÃO SUSCITADAS NOS AUTOS. IMPUGNAÇÃO. DESCONHECIMENTO. Não se toma conhecimento de argumentos suscitados acerca de questões que não foram objeto dos autos, posto que o julgamento se restringe ao litígio circunscrito em cada processo. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO OMISSÃO DE RECEITA. A legislação vigente autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS FISCAIS. ARBITRAMENTO DO LUCRO. AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO. A falta de apresentação de livros e documentos fiscais enseja o arbitramento do lucro, determinado, preferencialmente, com base na receita bruta. MULTA QUALIFICADA. Nos termos da Súmula Vinculante CARF n° 25, a presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária à comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA Pela relação de causa e efeito, aplicase ao lançamento decorrente a decisão prolatada em relação à exigência principal. Por relevante, transcrevo, abaixo, excertos do voto condutor da decisão em referência. Fl. 1010DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.011 9 Da multa qualificada de 150%. 63. De acordo com o art. 44, § 1º, da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, aplicase a multa de 150% nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73, da Lei n° 4.502, de 30/11/1964. 64. Os citados artigos têm a seguinte redação: "Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente; Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos artigos 71 e 72 ". 65. Os delitos acima elencados têm em comum o dolo como elemento subjetivo de vontade, essencial, portanto, à configuração do delito. O conceito de dolo encontrase no art. 18, inciso I do Código Penal, ou seja, crime doloso é aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo. 66. A princípio, o dolo não se presume, com exceção dos crimes de apropriação indébita ou de crime contra a ordem tributária previsto no art. 2º , inciso II, da Lei n° 8.137/1990. Nos demais, há que se deixar bem evidenciado a intenção do agente em praticar o ato ou dele se abster, sob pena de não se caracterizar o nexo causal entre a ação e o seu resultado. 67. A conduta fraudulenta está dissociada do simples fato jurídico da infração legal, ou seja, a infração legal pode ou não ter ocorrido por meio de conduta fraudulenta. E mais, enquanto que para a infração fiscal vigora a responsabilidade objetiva prevista no art. 136 do CTN, para a fraude fiscal vigora a responsabilidade subjetiva, porquanto atrelada à intenção e à conduta do agente. 68. No caso em tela, a fiscalização tipifica o crime como sendo de sonegação fiscal, em face de omissão de expressiva e vultosa quantia de receita não oferecida à tributação, apurada por presunção legal, e pelo fato de não localizálo nos dois endereços cadastrados na RFB, o que levou a declaração de inaptidão. 69. Ainda que para a caracterização da presunção legal de omissão de receita a comprovação do indício seja suficiente, o mesmo não se pode dizer em relação à imputação de penalidade qualificada, como se depreende da Súmula CARF n° 25, com efeito vinculante em relação à administração tributária federal, atribuída pela Portaria n° 383 do Ministério da Fazenda. Fl. 1011DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.012 10 Súmula CARF nº 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária à comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71,72 e 73 da Lei nº 4.502/64. 70. Notese que o próprio enunciado da súmula afasta o entendimento de que lançamentos motivados em presunção legal (prova indireta) não podem ter a imputação de conduta fraudulenta. O que se exige é a comprovação da conduta dolosa, ainda que a partir de um conjunto comprobatório, como, por exemplo: reiterada conduta relacionada à infração fiscal, utilização de benefício fiscal (enquadramento no SIMPLES), que não seria possível caso não houvesse a infração fiscal (omissão de receita), interposição de pessoa, etc. 71. Ante o exposto, entendo que não restou demonstrado nos autos, de forma inconteste e cabal, a evidência da intenção dolosa exigida na lei para qualificação da penalidade aplicada. 72. Inexiste, nos autos, prova da contumácia e da prática reiterada. Em tese, todo aquele que omite receita e impede o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador é considerado sonegador. Porém há que se verificar se essa ação ou omissão tem cunho doloso, caso contrário todo lançamento de ofício poderia ser considerado como resultante da prática do referido ilícito e, portanto, passível de multa qualificada. 73. Ainda que as receitas não declaradas à RFB não tenham sido comprovadas nos livros comerciais e fiscais, tidos como inexistentes (o que ensejou o arbitramento do lucro), não há prova nos autos que o interessado tenha dificultado, ou impedido, o acesso da fiscalização às informações necessárias para a apuração do crédito tributário. Ao contrário, mesmo estando inativo, após orientação da fiscalização, respondeu às intimações enviadas. 74. Ademais, o fato de não ter sido localizado no endereço que constava no CNPJ não pode ser considerado motivação para a qualificação da multa. Isto porque o fato gerador da obrigação tributária ocorreu no ano calendário de 2005 e, em 2008, quando o sócio Luiz Carlos Gomes compareceu à repartição, alegou que a empresa se encontrava paralisada, o que não foi contestado nos autos pela fiscalização. Em consulta ao sistema IRPJ, verificase que, em 04/03/19991, apresentou DIPJ como inativo (fl.383). 75. Posteriormente, em 01/06/2010, o domicílio fiscal foi alterado para local onde funciona um escritório de contabilidade, considerado pela fiscalização sem infraestrutura para abrigar o interessado. 76. É cediço que muitas empresas brasileiras não conseguem se manter no mercado por muito tempo e simplesmente paralisam suas atividades, sem encerrar formalmente juntos aos órgãos competentes. Desta forma, a menos que a fiscalização comprovasse que o interessado continua com a sua atividade comercial e ainda possui movimentação financeira, como alegar que houve atitude dolosa por parte do interessado pelo fato de não ter sido localizado no endereço informado à repartição fiscal? 1 O ano correto é 2009, conforme extrato de fls. 383. Fl. 1012DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.013 11 77. Em sendo assim, considero improcedente a multa de 150% exigida, devendo, pois, ser aplicada a multa de 75% prevista no inciso I do art. 44, da Lei n° 9.430/1996. ... 80. Da decadência. 81. Ante a improcedência da multa qualificada, em nome do princípio da legalidade, arguo, de ofício, a decadência. Sobre a matéria, encontrase pacificado o entendimento de que o lançamento do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS são por homologação, uma vez que é do interessado a atividade de determinar a obrigação tributária, a matéria tributável, o cálculo do imposto e pagamento do quantum devido, independente de notificação, extinguindo pelo pagamento o crédito sob condição resolutória de ulterior homologação. 83. Exvi do parágrafo 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional CTN, o Fisco dispõe do prazo de cinco anos, se a lei não fixar prazo diferente, a contar do fato gerador, para homologar o crédito lançado e pago antecipadamente ou complementálo. 84. Portanto, em 16/09/2010, data da ciência dos autos de infração, já havia decaído o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo aos fatos geradores de IRPJ e CSLL ocorridos nos 1º e 2º trimestres de 2005 e de PIS e COFINS ocorridos até 31/08/2005. É o Relatório. Fl. 1013DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.014 12 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães, Relator Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Cuidam os autos de RECURSO DE OFÍCIO, impetrado pela autoridade administrativa julgadora de primeira instância em razão de decisão exonerativa de parcela do crédito tributário constituído. A parcela do crédito tributário objeto da referida exoneração está representada pela redução da multa aplicada e conseqüente decretação de caducidade do direito de lançar em relação aos fatos geradores ocorridos até 31 de agosto de 2005. No Termo de Verificação Fiscal de fls. 285/295, a autoridade fiscal, ao tratar da qualificação da multa, indicou os seguintes fundamentos: i) o fato de a fiscalizada ter se cadastrado na Receita Federal com endereço no qual não foi localizada; ii) a falta de registro da movimentação financeira efetiva, caracterizada pelo oferecimento à tributação de valores ínfimos a título de receita operacional. À evidência, o fato de a contribuinte não ter sido encontrada no local indicado como seu domicílio fiscal e a incompatibilidade entre a movimentação bancária e a receita declarada, isoladamente, isto é, desacompanhados de investigações complementares que permitam criar a convicção de conduta dolosa na subtração de receitas à tributação, não autorizam a qualificação pretendida. Entretanto, no caso dos autos, alguns pontos merecem destaque, senão vejamos: 1. em conformidade com os elementos colacionados ao processo, a contribuinte fiscalizada apresentou Declaração de Informações (DIPJ), relativa ao ano calendário de 2005, indicando ter auferido receitas no montante de R$ 455.544,10, enquanto que, com base na movimentação bancária investigada, foram apurados créditos de origem não comprovada no total de R$ 20.035.336,22; 2. em que pese o fato de os referidos créditos bancários de origem não comprovada representarem omissão de receitas por presunção da lei, e de que, somente com base em tal presunção, não se pode concluir pela ocorrência de conduta dolosa, é certo que a diferença entre o que foi declarado à Receita Federal e o que ingressou nas contas bancárias da contribuinte revela indício robusto de que parcela significativa das receitas auferidas não foram submetidas à tributação; 3. resta claro, portanto, que a simples constatação de créditos bancários de tão elevado montante, não pode servir, isoladamente, para a qualificação da penalidade ora sob apreciação, sendo necessária a identificação de elementos que tornem indubitável o fato de que Fl. 1014DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO Processo nº 15563.000280/201038 Acórdão n.º 130200.828 S1C3T2 Fl. 1.015 13 os valores que ingressaram nas contas correntes bancárias da contribuinte fiscalizada (ou, ao menos, grande parte deles) derivaram de receitas auferidas; 4. no caso vertente, a resposta sobre a existência ou não dos elementos referenciados no item anterior é dada pela própria fiscalizada, pois, no curso da ação fiscal, seus sócios afirmaram que os recursos que transitaram pelas contas correntes bancárias são resultantes da relação negocial da empresa, e, por ocasião da impugnação, a própria contribuinte afirma que os créditos bancários referemse, entre outras situações, à liquidação de cobrança; operações de desconto de cheque; cobrança especial; cobranças feitas por instituições financeiras, decorrentes de vendas a prazo anteriormente efetuadas. Diante de tais circunstâncias, conduzo meu voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso de ofício para restabelecer a multa qualificada aplicada e, por decorrência, não reconhecer a caducidade decretada de ofício pela autoridade julgadora de primeira instância. Sala das Sessões, em 16 de janeiro de 2012 “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Fl. 1015DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 08/0 2/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/02/2012 por MARCOS RODRIGUES DE M ELLO
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Numero do processo: 10725.903041/2009-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001
PER/DCOMP. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. NÃO RECONHECIDO.
A falta de certeza e liquidez do direito creditório indicado no PER/DCOMP impossibilita a homologação da compensação declarada.
Numero da decisão: 1402-003.326
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone. Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. NÃO RECONHECIDO. A falta de certeza e liquidez do direito creditório indicado no PER/DCOMP impossibilita a homologação da compensação declarada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone. Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 90 30 41 /2 00 9- 84 Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente de Recurso Voluntário interposto em face de decisão proferida pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I RJ, em primeira instância administrativa, que julgou IMPROCEDENTE, a manifestação de inconformidade do contribuinte em epígrafe, agora recorrente. Do Despacho Decisório: Trata o presente processo da Declaração de Compensação, na qual a recorrente alega possuir crédito contra a Fazenda Pública, decorrente de pagamento a maior ou indevido, buscando extinguir por compensação de débito próprio, conforme detalhamento que consta no Despacho Decisório acostado aos autos. Transmitida, a DCOMP recebeu da DRF de origem o Despacho Decisório de não homologação da compensação, cujas razões da negativa se fundam no fato de que o DARF informado no PER como pago a maior ou indevido já ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação com os débitos informados na DCOMP. Da Manifestação de Inconformidade: Inconformada com o despacho decisório, a recorrente interpôs a manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que o crédito pleiteado de pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco através de DCTF retificadora, que zerou o valor de débito anteriormente declarado. Da decisão da DRJ: A DRJ, em seu julgamento, considerou improcedente a manifestação de inconformidade, e não reconheceu o direito creditório pleiteado, e consequente não homologação da compensação da PER/DCOMP objeto do presente processo. Na decisão ora recorrida, informa que além da DCTF original, já houve outra retificadora anterior a ultima, em que confirmou o valor anteriormente declarado de débito, que está alocado ao DARF agora pleiteado como indevido. Anos depois, no limiar da decadência da repetição do indébito, retifica novamente a DCTF, zerando o débito, sem juntar qualquer documentação comprobatória da veracidade das informações nela contidas. Não houve DIPJ retificadora para o período em foco, e esta está em consonância com o valor declarado originalmente. A restituição/compensação de tributos no âmbito da Receita Federal do Brasil é regido pelos artigos 165 e 170 do CTN. E quanto à retificação de DCTF, para diminuir ou excluir tributo, é regido pelo artigo 147, §1º, que estipula que só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 4 3 Assim, além de não haver coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte, deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao valor devido. Por conseguinte, entendeu não haver certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor. Do Recurso Voluntário: Irresignada com o a decisão, apresentou recurso voluntário em que, em síntese, alega vícios de nulidade do despacho decisório, por conta da inexistência de fundamentação e cerceamento de sua defesa, pois no seu entender, não recebera oportunidade de comprovar o seu direito creditório. Igualmente, suscita e alega apenas na sua peça recursal, que o direito creditório pleiteado decorre de alteração no seu coeficiente de apuração do lucro presumido, pois tinha aplicado o de 32%, mas o correto seria de 8%, pois exerce prestação de serviços hospitalares. É o relatório. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.291, de 26/07/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10725.903030/2009 02, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.291): "O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, podese dele conhecer. Antes de adentrar no mérito, cabe informar que o julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, sendo o paradigma. Síntese dos fatos O presente processo versa sobre um PER/DCOMP, em que a recorrente pleiteou um direito creditório baseado em um pagamento indevido ou a maior, de IRPJ referente ao 3º ou 4º trimestre de 2001, ou 1º trimestre de 2002. O Despacho Decisório atacado denegou tal pleito, pois verificou que o DARF objeto do pedido estava integralmente utilizado para quitação de débitos da recorrente, não havendo crédito disponível. A recorrente na sua manifestação de inconformidade alega que o pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco, através de DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, após ter verificado que não apurou tributo a pagar de IRPJ no período referente ao crédito ora pleiteado. A decisão da DRJ considerou improcedente sua manifestação de inconformidade, pois, em linhas gerais, a DCTF retificadora veio desacompanhada de comprovação do erro em que se funde, nos termos do art. 147, §1º do CTN. Além do mais, a DIPJ não foi retificada, havendo incoerência entre as declarações prestadas. Por conseguinte, não haveria certeza e liquidez do direito creditório alegado pela recorrente. Em sede recursal, alega vícios de nulidade do despacho decisório, por conta da inexistência de fundamentação, e por conseguinte, acarretaria cerceamento de defesa. Igualmente, suscita e alega apenas neste momento, sem nada Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 6 5 comprovar, que utilizou indevidamente o coeficiente de 32% no lucro presumido para apurar o seu IRPJ, quando o devido seria 8%, já que exerce a atividade de prestação de serviços hospitalares. Da preliminar suscitada Como já exposto anteriormente, a recorrente alega nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento que este sofreria de inafastáveis vícios, quais sejam: a) inexistência de fundamentação; b) cerceamento de defesa, por não ter sido oportunizado a possibilidade de comprovar o seu direito creditório. Compulsando os autos, não verifico o alegado. Vejo nesta preliminar suscitado mais uma discordância com os fatos e sua respectiva capitulação legal, o que não é causa de pedir nulidade. O Despacho Decisório está devidamente fundamentado pelo motivo que denegou o pedido de compensação pleiteado, pois se baseou em informações prestadas pela própria recorrente então, quais sejam, o confronto do seu pleito via PER/DCOMP cotejado com o DARF , DCTF e DIPJ. Além do mais, a comprovação do seu crédito já surge oportunizada para a recorrente quando apresentou sua peça impugnatória, mas nada ali agregou comprovando, e pior, então, nem alegou por qual motivo entendia ter direito a repetição do indébito pleiteado como pagamento indevido ou maior. Igualmente, na sua peça recursal nada apresentou comprovando o alegado apenas se limitou a alegar neste momento. Por conseguinte, REJEITO A PRELIMINAR suscitada pela recorrente. Do mérito Em sua peça recursal, a recorrente alega que o direito creditório pleiteado é decorrente da apuração do imposto pelo regime do lucro presumido, com a aplicação do percentual, no seu entender equivocado, de 32% sobre a receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo do IRPJ, enquanto o correto seria o percentual de 8%, pois se dedicaria à prestação de serviços hospitalares. Tal assunto foi suscitado apenas em sede da segunda instância administrativa, e de forma um tanto sucinta, sem nada agregar comprovando o alegado. Se resumiu a dizer que retificou sua DCTF relacionada ao presente feito pois apurou e recolheu valores maiores a título de IRPJ, pois o correto seria 8%, conforme previa o art. 15, §1º, inciso III, alínea a, da Lei nº 9.249/95 (com redação sem as modificações introduzidas pela Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 7 6 Lei nº 11.727/2008) combinado com o art. 25, da Lei nº 9.430/1996. Reitero não houve nenhuma comprovação desta alegação, e esta apenas agora apresentada na discussão do presente litígio. A recorrente pretende que se reforme a decisão a quo sob o mero argumento de que sua confissão de dívida prestada em DCTF foi efetuada com erro, o que lhe permitiria obter o direito creditório ora pleiteado. Todavia, inexiste nos autos qualquer prova do alegado erro, ônus que caberia à recorrente, para dar a liquidez e certeza do seu direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN1. A mera apresentação de DCTF retificadora (24/08/2009), diminuindo um débito já considerado extinto, quando já se perfez os 5 anos estabelecidos para se pleitear eventual restituição, nos termos do art. 168 do CTN2, não tem o condão de, por si só, comprovar a certeza e liquidez do direito creditório. Entendo que no caso, é necessário, na primeira oportunidade, alegar e tentar rechaçar o despacho decisório da forma mais completa possível, já trazendo aos autos comprovações destas alegações. A recorrente não fez isso, pelo contrário omitiu detalhes importantes a serem considerados no julgamento de piso, o que suscitou agora, mas ainda assim, sem nenhuma comprovação, por mais precária que seja. A Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, no seu art. 36, estabelece que cabe a carga probatória nestas situações: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 373 desta Lei. Logo, no processo administrativo fiscal, regido e permeado pelo princípio da busca da verdade material, um vetor válido tanto para a Fazenda Nacional quanto para os 1 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 2 Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. 3 Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10725.903041/200984 Acórdão n.º 1402003.326 S1C4T2 Fl. 8 7 contribuintes, não basta apenas alegar, quando deveria também provar o alegado. Alegar sem provar equivale a nada alegar. Repetindo o que já dito anteriormente, o direito creditório deve se revestir das características de liquidez e certeza, para que a compensação possa ser efetivada. Quem pleiteia este direito é que cabe demonstrar esta liquidez e certeza. Não cabe agora ao colegiado procurar fazer prova da mera alegação da recorrente, tomandolhe partido, quando esta se mostrou inerte. Eventuais diligências seriam cabíveis para esclarecer algum ponto porventura obscuro, sobre o qual restassem dúvidas, mas não para restabelecer a certeza e liquidez dos créditos pretendidos, o que já deveria estar demonstrado desde a primeira oportunidade ofertada à recorrente. Destarte, pelo todo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 69DF CARF MF
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