Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,956)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,617)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,676)
- Primeira Turma Ordinária (15,290)
- Segunda Turma Ordinária d (15,236)
- Primeira Turma Ordinária (15,176)
- Primeira Turma Ordinária (15,074)
- Segunda Turma Ordinária d (13,812)
- Primeira Turma Ordinária (12,696)
- Primeira Turma Ordinária (11,772)
- Segunda Turma Ordinária d (11,736)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,592)
- Terceira Câmara (63,342)
- Segunda Câmara (51,084)
- Primeira Câmara (16,374)
- 3ª SEÇÃO (15,676)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,653)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (115,596)
- Segunda Seção de Julgamen (108,503)
- Primeira Seção de Julgame (71,208)
- Primeiro Conselho de Cont (49,037)
- Segundo Conselho de Contr (48,658)
- Câmara Superior de Recurs (37,061)
- Terceiro Conselho de Cont (25,921)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,038)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,839)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,821)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,298)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- HELCIO LAFETA REIS (3,195)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,782)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,339)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,801)
- 2019 (30,945)
- 2018 (26,036)
- 2024 (25,845)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,452)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,057)
- 2008 (17,072)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,270)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,850)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,014)
- 2025 (12,261)
Numero do processo: 10980.014806/2007-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2201-000.128
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, SOBRESTAR o recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012.
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
EDITADO EM: 18 de dezembro de 2012
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Ausente momentaneamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: Não se aplica
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10980.014806/2007-27
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5435115
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2201-000.128
nome_arquivo_s : Decisao_10980014806200727.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : Não se aplica
nome_arquivo_pdf_s : 10980014806200727_5435115.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, SOBRESTAR o recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente EDITADO EM: 18 de dezembro de 2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Ausente momentaneamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
id : 5838661
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:37:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700503527424
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1462; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.014806/200727 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2201000.128 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 20 de novembro de 2012 Assunto Rendimentos recebidos acumuladamente Recorrente FORTUNATO MACHADO FILHO Recorrida DRJCURITIBA/PR Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, SOBRESTAR o recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente EDITADO EM: 18 de dezembro de 2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Ausente momentaneamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .0 14 80 6/ 20 07 -2 7 Fl. 135DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ FORTUNATO MACHADO FILHO interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCURITIBA/PR (fls. 104) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio da notificação de lançamentoo de fls. 14/21, que alterou o resultado da DIRPF/2004 de imposto a restituir de R$ 19.964,51 para imposto a restitui de R$ 8.151,58. Segundo o relatório fiscal, foi constatada omissão de rendimentos, no valor de R$ 1.061,74, e compensação indevida de IRRF, no valor de 11.344,26, um e outro decorrentes de rendimentos recebidos de ação reclamatória trabalhista movida em face do Banco Banestado S.A. Também foi apurada omissão de rendimentos recebidos da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura — UNESCO, no valor de R$ 642,49. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que não há previsão legal para o cálculo feito pela fiscalização e apresentado na descrição dos fatos da notificação de lançamento, para fins de redução do IRRF a compensar, de R$ 46.282,84, retido e recolhido por ocasião do pagamento de valores decorrentes de reclamatória trabalhista, para R$ 32.687,17; que a notificação de lançamento violou o principio do devido processo legal, eis que, materialmente, não se pode criar fato para justificar a pretensão fiscal, em frontal prejuízo ao contribuinte; que auferiu rendimentos da reclamatória trabalhista no anocalendário de 2003, tendo tido imposto retido neste ano, devendo, portanto, prestar contas ao Fisco no ano calendário de 2003, jamais misturando qualquer vantagem econômica auferida no ano calendário de 2004, cujos rendimentos obtidos foram inseridos na DIRPF/2005. Diz que anexou todos os documentos necessários à análise da DIRPF/2004, anocalendário de 2003, demonstrando de forma clara o IRRF sobre o 13° (R$ 2.553,78) e o valor a ser compensado no ajuste anual (R$ 43.739,06). Sobre a omissão de rendimentos, diz que não há o que se questionar quanto ao montante recebido no anocalendário de 2003, pois lhe foi liberada a quantia de R$ 131.317,85, conforme guia à fl. 23, mais o IRRF (R$ 46.292,84) e o INSS (R$ 498,27), perfazendo R$ 178.108,96 e que, desse montante, deduziu as verbas isentas referentes à devolução de descontos (R$ 9.439,42) e férias indenizadas (R$ 13.277,08), além do 13° salário (R$ 13.531,17) e honorários advocatícios proporcionais (R$ 19.014,04), resultado rendimentos a serem tributados no ajuste anual de R$ 122.847,26, e IRRF a compensar de R$ 43.739,06. A DRJCURITIBA/PR julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Inicialmente, a DRJCURITIBA/PR observou que não houve impugnação quanto à imputação de omissão de rendimentos recebidos da fonte pagadora da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura — UNESCO, no valor de R$ 642,49, considerando não impugnada a matéria. Quanto à matéria em discussão, a DRJ registra que as verbas indenizatórias isentas são aquelas decorrentes de acidente de trabalho e as previstas na Consolidação das Leis do Trabalho — C.L.T. ,Decretolei nº 5.452, de 1° de maio de 1943, mais especificamente nos arts. 477 (aviso prévio, não trabalhado, pago com base na maior remuneração recebida pelo empregado na empresa) e 499 (indenização proporcional ao tempo de serviço a empregado despedido sem justa causa, que só tenha exercido cargo de confiança em mais de dez anos), no art. 9° da Lei n° 7.238, de 29 de outubro de 1984 (indenização equivalente a um salário mensal, ao empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a data de sua correção Fl. 136DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.014806/200727 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201000.128 S2C2T1 Fl. 4 3 salarial), e na legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei n.° 5.107, de 13 de setembro de 1966, alterada pela Lei n.° 8.036, de 11 de maio de 1990. Afirmam que quaisquer outros rendimentos, mesmo remunerados a título de indenizações, devem compor o rendimento bruto para efeito de tributação, uma vez que, sendo a isenção uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, deve ser sempre decorrente de lei e de interpretação literal e restritiva, nos termos dos arts. 111 e 176 do CTN. Sobre as verbas recebidas a título de reflexos sobre Férias, acrescido de 1/3, observou que embora o RIR/1999, em seu art. 43, II, estabeleca que as mesmas são tributáveis, a Secretaria da Receita Federal, por meio do Ato Declaratório Interpretativo nº 5, de 27 de abril de 2005, determinou a exclusão dos valores correspondentes a licençaprêmio e férias não gozadas por necessidade de serviço. Dito isto, anota que caberia ao Impugnante demonstrar que os valores que diz não serem tributáveis foram recebidos como indenização por férias não gozadas por necessidade de serviço, sendo que a identificação constante das planilhas de fls. 65/66 não permite chegar a tal conclusão, induzindo, ao contrário, à compreensão de que se trata apenas de férias gozadas. Feitas essas considerações prévias, a DRJ passou à análise do caso concreto. Reproduzo a seguir as suas ponderações, a saber: Consoante resumo e planilhas de fls. 59/71, cujos valores foram homologados em 30/07/2004 (fl. 73), verificase que o montante resgatado em 17/11/2003, de R$ 131.317,85 (fl. 23), teve origem no montante principal de R$ 132.132,37 (fl.74), que se compõem de rendimentos tributáveis, isentos e de tributação exclusiva, e estão distribuídas da seguinte forma (fls. 59/71). [...] Observase, ainda, que o IRRF homologado judicialmente em 30/07/2004 (fl. 70, 73 e 77), no valor de R$ 42.298,87, consoante resumo e cálculos As fls. 59 e 70, incidiu sobre as verbas originais tributáveis sujeitas ao ajuste anual (R$ 108.973,38) mais as de tributação exclusiva (R$ 13.615,10), que totalizam R$ 122.588,48, mais juros calculados até 31/01/2003 de R$ 33.362,34, não havendo, portanto, divergência entre os rendimentos tributáveis e isentos apurados nos cálculos judiciais e no demonstrativo acima. De acordo com os cálculos da Atualização Trabalhista n° 11922/2003 às fls. 74/77, verificase que o montante principal de R$ 132.132,37 foi atualizado até a data do primeiro resgate em 17/11/2003, perfazendo o montante de R$ 187.734,81, dos quais foram resgatados R$ 131.317,85 (fls. 23 e 74), restando saldo remanescente do principal de R$ 56.416,96, equivalentes 69,95% e 30,05% do montante, respectivamente. Quanto à compensação do IRRF concluiu a DRJCURITIBA/PR que, da mesma forma, procedeu corretamente a autoridade lançadora. E quanto aos cálculo contestado pelo Impugnante diz o seguinte: Quanto ao questionamento dos cálculos efetuados na descrição dos fatos da notificação de lançamento as fls. 11verso e 12, por um Fl. 137DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.014806/200727 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201000.128 S2C2T1 Fl. 5 4 calculo mais simples, notase que foram benéficos ao interessado, posto que foi apurado para o exercício de 2004, anocalendário de 2003, IRRF de R$ 35.946,50, enquanto a aplicação do percentual de 69,95%, correspondente ao resgate efetuado no anocalendário de 2003, sobre o imposto recolhido em 15/10/2003, no montante de R$ 46.282,84, resultaria R$ 32.374,85, que atualizados até a data do resgate em 17/11/2003, pelos mesmos índices aplicados pela autoridade autuante, ou seja, a variação da TR no período de 15/10 a 17/11/2003 de 0,27217% (R$ 88,11) mais os juros do período de 1,1% (R$ 356,12), totalizaria apenas R$ 32.819,08. Entretanto, como a alteração do IRRF compensado, implica o agravamento da exigência, o que refoge a competência desta instancia de julgamento, mantémse neste voto o IRRF apurado no lançamento. Nesse contexto considerando o IRRF de R$ 35.946,50 mais o resgate de R$ 131.317,85 (fl. 23), apurase rendimentos brutos de R$ 167.264,35. Aplicados os respectivos percentuais de 82,47%, 10,30% e 7,23% sobre esse montante, obtêmse R$ 137.942,91 de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, R$ 17.228,23 de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva, e R$ 12.093,21 de rendimentos isentos. E sobre a dedução a título de honorários advocatício, prossegue: Portanto, para a sua dedução há que se observar a proporcionalidade os rendimentos tributáveis, isentos e de tributação exclusiva, pois, como os honorários pagos sobre a totalidade das verbas, não se pode deduzir a parcela correspondente aos rendimentos excluídos da base de cálculo. Dessa forma, como os rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual e os sujeitos A. tributação exclusiva são equivalentes a 82,47% e 10,30% do valor da ação, respectivamente, cabe deduzir honorários advocatícios na mesma proporção. Assim, dos honorários advocatícios de R$ 26.263,57 — fl. 24, R$ 21.659,57 (26.263,57 x 80,31%) correspondem aos rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual e R$ 2.705,15 (26.263,57 x 10,30%) aos rendimentos sujeitos à tributação exclusiva, devendo, por conseguinte, serem excluídos da base de calculo do imposto. Os rendimentos correspondentes ao 13° salário, por se tratarem de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva, devem ser excluídos da base de cálculo dos rendimentos sujeitos ao ajuste anual e tributados à parte. 0 imposto incidente sobre esses rendimentos totaliza R$ 3.570,77 {[(17.228,23 — 2.705,15) x 27,5%] 423,08), e deve ser deduzido do imposto retido na fonte, cabendo, por conseguinte, compensar a diferença de R$ 32.375,73 de IRRF na declaração de ajuste anual (35.946,50 — 3.570,77). O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 15/07/2010 (fls. 114) e, em 16/08/2010, interpôs o recurso voluntário de fls. 115/121, que ora se examina, e no qual, preliminarmente, pede a extinção do processo em face da decisão judicial proferida nos autos do processo nº 2007.70.50.0150081 que trata da não incidência do imposto sobre os juros moratórios. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.014806/200727 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201000.128 S2C2T1 Fl. 6 5 Quanto ao mérito, o Contribuinte reproduz, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação e, por fim, formula pedido nos seguintes termos: À vista de todo o exposto, quantum satis demonstrada, desde a impugnação, a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o Recorrente ver acolhido o seu recurso, para: a) determinarse a extinção da presente ação fiscal, de modo a se restaurarem os dados contidos na Declaração n° 0934350136, Ano calendário 2003, Exercício de 2004, entregue regular e corretamente em 23/04/2005, até que, por força da decisão judicial proferida nos autos n. 2007.70.50.0150081, promovase sua revisão; ou b) determinarse a (i) extinção da presente ação fiscal ou a (ii) reforma da decisão de primeira instancia, uma vez que o entendimento perfilhado no Acórdão n. 0626.847 desafia e derroga a autoridade normativa do Parecer Normativo n. 01, de 24 de setembro de 2002; ou c) determinarse a reforma, pelas razões de mérito, da decisão de primeira instância, cancelandose, na sua totalidade, o débito fiscal reclamado, bem como, se necessário e favorável, o julgamento extra petita, peculiar à natureza do feito. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Como se colhe do relatório, versa o presente processo, entre outras matérias, sobre rendimentos recebidos acumuladamente em decorrência de decisão judicial. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal STF acolheu como sendo de repercussão geral matéria que versa sobre a forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente em períodos diversos daquele de sua competência, conforme leading case RE 614.406, que tem a seguinte descrição extraída do sítio do STF: Recurso extraordinário interposto pela alínea “b” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, em que se discute a constitucionalidade, ou não, do artigo 12 da Lei n° 7.713/88, que trata da incidência do imposto de renda da pessoa física sobre rendimentos percebidos acumuladamente, tendo em conta a declaração de inconstitucionalidade desse dispositivo, por Tribunal Regional Federal, após o pronunciamento do Plenário Virtual no sentido da inexistência da repercussão geral da matéria — efetuado no RE 592211/RJ (publicado no DJe de 21.11.2008) — e a relevância jurídica correspondente à presunção de constitucionalidade das leis, à unidade do ordenamento jurídico, à uniformidade da tributação federal e à isonomia tributária (artigo 543A, § 5º, do Código de Processo Civil). []E, como se sabe, o Regimento Interno do CARF, instituído pela Portaria nº 256, de 22 junho de 2009, com alterações introduzidas pela Portaria nº 586, de 21 de dezembro de 2010, determinou o sobrestamento do julgamento dos recursos que versem sobre matérias Fl. 139DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.014806/200727 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201000.128 S2C2T1 Fl. 7 6 acolhidas como de repercussão geral, até decisão final do SRF, conforme art. 62, a seguir reproduzido: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. {2} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Ante o exposto, encaminho meu voto o sentido de que seja sobrestado o julgamento do presente recurso até decisão do STF. Assinatura Digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 140DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10680.010359/2005-50
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3802-000.377
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o
julgamento em diligência, nos termos da presente Resolução.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra e Bruno Maurício Macedo Curi. Ausentes justificadamente os Conselheiros Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Acompanhou o julgamento pela recorrente a adv. Ariene Amaral, OAB/DF n°20.928.
RELATÓRIO
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201502
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10680.010359/2005-50
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5439984
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3802-000.377
nome_arquivo_s : Decisao_10680010359200550.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10680010359200550_5439984.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da presente Resolução. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra e Bruno Maurício Macedo Curi. Ausentes justificadamente os Conselheiros Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Acompanhou o julgamento pela recorrente a adv. Ariene Amaral, OAB/DF n°20.928. RELATÓRIO
dt_sessao_tdt : Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
id : 5852466
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:37:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700537081856
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1603; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 880 1 879 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.010359/200550 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3802000.377 – 2ª Turma Especial Data 25 de fevereiro de 2015 Assunto SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente AVIÁRIO SANTO ANTÔNIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da presente Resolução. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra e Bruno Maurício Macedo Curi. Ausentes justificadamente os Conselheiros Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Acompanhou o julgamento pela recorrente a adv. Ariene Amaral, OAB/DF n°20.928. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .0 10 35 9/ 20 05 -5 0 Fl. 880DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 881 2 A contribuinte aqui qualificada apresentou pedido de ressarcimento de crédito de Cofins nãocumulativa no montante de R$212.086,49, relativos ao 3o trimestre de 2004, e utilizado para compensar os débitos da declaração de compensação à fl. 22. Segundo informação fiscal de fls. 148/157, procedida à verificação dos créditos informados no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – Dacon, em face dos livros fiscais e da contabilidade da empresa, foram apontadas as seguintes alterações efetuadas que ensejaram a glosa dos respectivos créditos: saldo de crédito declarado a maior na Dcomp em face da não dedução de parcela utilizada no Dacon: a empresa deixou de relacionar, no quadro “Detalhamento do Crédito” de sua Declaração de Compensação (fl. 23), os valores de R$32.291,45 e R$44.656,70 que foram consignados na linha 30 da Ficha 06 do Dacon, nos meses de ago/04 e set/04 (fl. 122v). Assim, o valor do crédito da referida Declaração de Compensação (fl. 23) teve a glosa de R$76.948,15 (R$32.291,45 + R$44.656,70); utilização indevida de créditos vedados até 08/08/2004 (no montante de R$6.488,32, conforme fl. 152): verificouse que a contribuinte também aufere receitas provenientes da venda de ovos in natura sujeitas à alíquota zero, excluídas, portanto, da base de cálculo da contribuição, em face do disposto no art. 28, III, da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. Contudo, da análise do Dacon e dos livros de registro de entrada de mercadorias, observouse que a empresa apurou e utilizou indevidamente os créditos vinculados a essas receitas sujeitas à alíquota zero até 08/08/2004, uma vez que, conforme MP nº 206/04, art. 17, inciso III e Lei nº 11.116/05, art. 16, parágrafo único, somente a partir de 09/08/2004 estaria autorizada a manutenção dos créditos vinculados às vendas efetuadas com alíquota zero; créditos sobre aquisições não sujeitas ao pagamento das contribuições: após vigência dos arts. 37 e 21 da Lei nº 10.865/2004, foi vedada a utilização do crédito calculado sobre o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, em face da seguinte redação dada ao § 2º do art. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) § 2o Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I – (,,,) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Grifo acrescentado) Fl. 881DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 882 3 Do exame da escrituração da contribuinte verificouse que as aquisições de ovos, sujeitas à alíquota zero (classificados na posição 04.07 da Tipi – Lei nº 10.865/2004, art. 28, III) são escrituradas na rubrica contábil de código 16261 – “Ovos de Terceiros”, cujos valores integram a apuração do custo de produção de ovos pasteurizados (conta de código 26028). Por sua vez, os valores assim contabilizados são provenientes das notas fiscais escrituradas nos livros de Registro de Entradas de Mercadorias e de Registro de Apuração do ICMS, da unidade denominada pela empresa fiscalizada como sendo “Indústria – 1053”, cujo CNPJ é 17.425.646/001608, sob os códigos 1.101 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO/PROD. RUR), 2.101 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO OU PROD. RUR) e 2.120 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO, VENDA A O). Em seguida, a autoridade fiscal detalha os créditos em referência por mês e relacionaos as Notas Fiscais do Livro Registro de Entradas, e conclui pela glosa dos créditos sobre as aquisições dos ovos in natura, sujeitos à alíquota zero, nos valores de R$3.788,87 (ago/2004) e R$2.696,45 (set/2004). Ao final, demonstra o valor do crédito declarado (R$212.086,49), o valor do crédito indeferido (R$89.921,79) e o valor do crédito deferido (R$122.164,70), para o 3º trimestre/2004. Com base no parecer da autoridade fiscal de fls. 148/157, decidiu a autoridade jurisdicionante pela homologação total da Dcomp de fl. 01 e parcial da Dcomp de fl. 03, e ainda, considerar não admitida a Dcomp retificadora de fl. 22 por ferir o art. 58 da IN 460/2004 (incluiu novo débito). Cientificada da decisão, a contribuinte manifestou sua inconformidade, alegando, em síntese e fundamentalmente, que (fls. 178/188): a) saldo de crédito declarado a maior na Dcomp em face da não dedução de parcela utilizada no Dacon. A fiscalização glosou parte do crédito de Cofins nãocumulativa apurada pela empresa no 3º trimestre/2004, por entender que não foram deduzidos os valores devidos a título da contribuição apurados mensalmente, lançados na linha 30 da ficha 06 do Dacon, no montante de R$76.948,15. Entretanto, conforme se verifica nos Dacons, nos meses de julho, agosto e setembro de 2004 a empresa apurou créditos de Cofins no total de R$308.973,52 e ainda possuía saldo de meses anteriores no montante de R$207.314,17 (conforme Dacon). Notese, portanto, que os créditos glosados pela fiscalização nos valores de R$32.291,45 e R$44.656,70 foram devidamente abatidos, no Dacon, do total de créditos disponíveis em cada mês, em vista do preconizado no art. 3º, § 4º, da Lei 10.833/02 (“o crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes”). Caso a glosa dos créditos seja mantida pela fiscalização, a contribuinte entende que deverá ser feita a recomposição dos créditos de períodos Fl. 882DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 883 4 anteriores que foram utilizados para dedução dos valores devidos a título de Cofins no período de agosto a setembro de 2004. b) utilização indevida de créditos vedados até 08/08/2004. A fiscalização glosou o valor de R$6.488,32, correspondente a crédito de Cofins sobre a aquisição de insumos vinculados à venda de produtos sujeitos à alíquota zero, no período compreendido entre 01/08/2004 e 08/08/2004, sob o entendimento de que a manutenção desses créditos só teria sido permitida pela legislação a partir de 09/08/2004. Todavia, esses insumos se enquadram na hipótese do crédito presumido do art. 8º da Lei nº 10.925 de 26.07.2004. Nesse caso, a fiscalização poderia ter glosado apenas a diferença de eventual crédito apropriado indevidamente e não a totalidade do crédito utilizado. Cita a previsão contida no art. 3º, II, da Lei nº 10.833/03, concluindo que, diante disso, verificase que as aquisições de insumos que integraram o custo da produção de ovos in natura para industrialização, classificados no capítulo 4 da TIPI durante o período compreendido entre 01/08/2004 e 08/08/2004, dá direito aos créditos presumidos em relação às suas aquisições. c) créditos sobre aquisições não sujeitas ao pagamento das contribuições. A fiscalização glosou os créditos calculados sobre as aquisições de ovos in natura (subitem 04.07 da TIPI), os quais são sujeitos à alíquota zero da Cofins. Esses valores glosados correspondem a aquisições que se enquadram na hipótese do crédito presumido do art. 8º da Lei 10.925/04. O enquadramento da Requerente como pessoa jurídica que goza do direito ao crédito presumido da Cofins sobre aquisições de insumos utilizados no processo produtivo foi reconhecida no Parecer Sefis nº 24/2009 em relação às aquisições de sorgos em grãos. Com efeito, as aquisições de ovos in natura para industrialização classificados no capítulo 4 da TIPI (NCM 04.07), conforme estabelecido no art. 8º da Lei 10.925/04, dá direito à Requerente aos créditos presumidos em relação às suas aquisições destes mesmos ovos. Desse modo, a fiscalização deveria ter glosado somente a diferença entre os créditos tomados em relação aos ovos in natura e o crédito presumido referente às aquisições destes mesmos ovos. É o relatório. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/BHE no 0224.809, de 09/12/2009, proferida pelos membros da 1ª Turma da Fl. 883DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 884 5 Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 COFINS. CRÉDITO PRESUMIDO. O valor do crédito presumido previsto nos arts. 8º e 15 da Lei nº 10.925/2004 somente pode ser utilizado para desconto do valor devido das contribuições, não podendo ser objeto de compensação ou de ressarcimento de que trata a Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º,§ 1º, inciso II, e § 2º, e a Lei nº 11.116, de 2005, art. 16. Manifestação de Inconfomidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O julgamento foi no sentido de julgar improcedente a impugnação. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Ademais, repisa os argumentos tecidos em sede de Manifestação de Inconformidade, pleiteando seja suprimida a omissão, ou, caso seja possível o julgamento do recurso em seu favor: a) Em relação ao suposto saldo de crédito declarado a maior na Dcomp, seja reconhecido a totalidade do crédito no montante de R$ 76.948,15 ou, quando menos, seja determinada a recomposição dos créditos de períodos anteriores que foram utilizados para dedução dos valores devidos a título de Cofins no período de agosto a setembro de 2004; b) Em relação à glosa de crédito sobre aquisições efetuadas entre 01/08/2004 a 08/08/2004 e ao crédito presumido sobre a aquisição de produtos sujeitos à alíquota zero, seja reconhecida a ausência de prejuízo ao fisco e mantido os créditos ou, quando menos, sejam os autos baixados em diligência para refazer a apuração para que seja glosada apenas a diferença de eventual crédito apropriado indevidamente e não a totalidade do crédito utilizado, bem como para que o crédito apurado seja deduzido com os débitos da Cofins. O julgamento foi convertido em diligência, através da Resolução de n° 3201 000.323, de 25/04/2012, para confirmar a existência do crédito à luz da informação de fls 285, imagem 107, volume II, segundo a qual existem os valores R$ 32.291,45 e 44.656,70 e de que não haveria necessidade de utilizar créditos anteriores a 9 de agosto de 2004, porque os créditos de agosto e setembro de 2004 seriam suficientes para deduzir os débitos do mesmo período. Ressaltese que a diligência solicitada foi pela Conselheira Judith Marcondes, não obstante constar meu nome como relatora original. Fl. 884DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 885 6 Em sessão de novembro/2014, a recorrente solicitou o adiamento do julgamento, o que foi consentido para a sessão de dezembro/2014, quando houve pedido de vista, da mesma forma em sessão de janeiro/2015. É o relatório. O processo digitalizado foi a mim redistribuído. VOTO Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. A recorrente apresentou pedido de ressarcimento/compensação de crédito de Cofins nãocumulativa no montante de R$ 212.086,49, relativos ao 3o trimestre de 2004, e utilizado para compensar os débitos da declaração de compensação. Inicialmente, observei que não foi prestado esclarecimento à diligência anterior solicitada. A recorrente insiste em que seja reconhecido seu direito na integralidade, para fins de serem homologadas as compensações dos débitos de IRPJ e CSL, tendo em vista a alegação de: O indeferimento do pedido de compensação se deu pelo fato de ter supostamente deixado de “relacionar os valores de R$ 32.291,45 e R$ 44.656,70, consignados na linha 30 da referida ficha 06, nos meses de agosto de 2004 e setembro de 2004, respectivamente.” A existência dos créditos nunca foi questionada, conforme se verifica do Parecer SEFIS n° 17/2009, que embasou a presente autuação; os débitos de COFINS apurados em cada mês do 3° trimestre de 2004 foram quitados com saldo credor acumulado dos períodos anteriores, conforme DACON; esse saldo credor acumulado nos meses anteriores, eram mais do que suficientes para quitar os débitos de COFINS; os créditos apurados em agosto, no valor de R$ 78.656,23, e em setembro, no montante de R$ 133.430,26, NÃO FORAM descontados os débitos de COFINS declarados no respectivo período, tendo em vista que esses débitos foram quitados com saldo credor de COFINS acumulado em julho de 2004. não há qualquer erro de preenchimento do formulário “ Crédito da COFINS Mercado Interno.”, pois verificase no item A que foi informado para agosto, o valor de R$ 78.656,23, e em setembro, o montante de R$ 133.430,26,. Não foi informado nenhum valor para o item B, pois a recorrente não utilizou qualquer valor de crédito de A para deduzir COFINS, que foram quitados com o saldo de crédito acumulado em julho de 2004. No mais a DRJ reconhece que se trata de crédito presumido de COFINS e não contesta a existência do mesmo, questionando apenas a diferença de eventual crédito Fl. 885DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10680.010359/200550 Resolução nº 3802000.377 S3TE02 Fl. 886 7 apropriado indevidamente e não a totalidade do crédito utilizado, bem como para que o crédito apurado seja deduzido com os débitos de COFINS. No entanto, ante ao exposto, das alegações acima,voto no sentido de converter novamente o presente julgamento em diligência para que: 1. A Delegacia de origem, com base nas alegações acima, inclusive dentre elas, que não houve preenchimento de formulário e não utilização de crédito de A para dedução da COFINS, realize diligência a fim de verificar se deve ou não ser mantida a glosa em razão de inobservância de critério formal, emitindo parecer a despeito. 2. Abra prazo para a contribuinte se manifestar e após, retorne esse processo a esta 2ª Turma Especial da 3ª Seção do CARF, para prosseguimento do julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 886DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 2/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10410.721533/2010-31
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECLARAÇÃO EM GFIP. OBRIGATORIEDAE. BASE DE CÁLCULO DO LANÇAMENTO. AJUSTES E ADEQUAÇÃO. MULTA. APLICAÇÃO DE ACORDO COM A MP 449/2008. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO SUPLEMENTAR. IMPOSSIBILIDADE.
Conforme dispõe a decisão recorrida, as contribuições em discussão foram calculadas sobre os valores das remunerações pagas pela empresa aos segurados empregados a seu serviço, entre 01/2006 a 12/2006. As remunerações do período, bem como as correlatas contribuições não foram declaradas pelo contribuinte em suas GFIP`s.
Ainda de acordo com a decisão recorrida, não se trata de não entrega de GFIP, mas da entrega de GFIP sem todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias.
No que pertine ao valor devido, há que se observar o minucioso detalhamento relativamente à base de cálculo utilizada para justificar o lançamento, consubstanciado na tabela contida às fls. 434 / 435 do acórdão recorrido.
O percentual da multa aplicada está em conformidade com as novas regras introduzidas pela MP 449/2008.
O pedido de apresentação de documentação complementar não se adequa às disposições do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972. A documentação deve ser apresentada junto com a impugnação e não depois desse momento.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-004.189
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201503
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECLARAÇÃO EM GFIP. OBRIGATORIEDAE. BASE DE CÁLCULO DO LANÇAMENTO. AJUSTES E ADEQUAÇÃO. MULTA. APLICAÇÃO DE ACORDO COM A MP 449/2008. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO SUPLEMENTAR. IMPOSSIBILIDADE. Conforme dispõe a decisão recorrida, as contribuições em discussão foram calculadas sobre os valores das remunerações pagas pela empresa aos segurados empregados a seu serviço, entre 01/2006 a 12/2006. As remunerações do período, bem como as correlatas contribuições não foram declaradas pelo contribuinte em suas GFIP`s. Ainda de acordo com a decisão recorrida, não se trata de não entrega de GFIP, mas da entrega de GFIP sem todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. No que pertine ao valor devido, há que se observar o minucioso detalhamento relativamente à base de cálculo utilizada para justificar o lançamento, consubstanciado na tabela contida às fls. 434 / 435 do acórdão recorrido. O percentual da multa aplicada está em conformidade com as novas regras introduzidas pela MP 449/2008. O pedido de apresentação de documentação complementar não se adequa às disposições do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972. A documentação deve ser apresentada junto com a impugnação e não depois desse momento. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Terceira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10410.721533/2010-31
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5441772
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2803-004.189
nome_arquivo_s : Decisao_10410721533201031.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 10410721533201031_5441772.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
id : 5861677
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:38:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700580073472
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2318; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 2 1 1 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10410.721533/201031 Recurso nº 10.410.721533201031 Voluntário Acórdão nº 2803004.189 – 3ª Turma Especial Sessão de 11 de março de 2015 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente CARAJÁS MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECLARAÇÃO EM GFIP. OBRIGATORIEDAE. BASE DE CÁLCULO DO LANÇAMENTO. AJUSTES E ADEQUAÇÃO. MULTA. APLICAÇÃO DE ACORDO COM A MP 449/2008. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO SUPLEMENTAR. IMPOSSIBILIDADE. 1. Conforme dispõe a decisão recorrida, as contribuições em discussão foram calculadas sobre os valores das remunerações pagas pela empresa aos segurados empregados a seu serviço, entre 01/2006 a 12/2006. As remunerações do período, bem como as correlatas contribuições não foram declaradas pelo contribuinte em suas GFIP`s. 2. Ainda de acordo com a decisão recorrida, não se trata de não entrega de GFIP, mas da entrega de GFIP sem todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. 3. No que pertine ao valor devido, há que se observar o minucioso detalhamento relativamente à base de cálculo utilizada para justificar o lançamento, consubstanciado na tabela contida às fls. 434 / 435 do acórdão recorrido. 4. O percentual da multa aplicada está em conformidade com as novas regras introduzidas pela MP 449/2008. 5. O pedido de apresentação de documentação complementar não se adequa às disposições do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972. A documentação deve ser apresentada junto com a impugnação e não depois desse momento. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 72 15 33 /2 01 0- 31 Fl. 487DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, relativamente às contribuições previdenciárias patronais, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas a segurados empregados, nas competências janeiro de 2006 a dezembro de 2006, inclusive o 13º (competência 13/2006). O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 07 de novembro de 2013 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES. DECLARAÇÃO. GFIP. Descabe a lavratura de auto de infração para lançamento de contribuições previdenciárias cujos fatos geradores tenham sido declarados em GFIP. GFIP. SUBSTITUIÇÃO. A nova GFIP enviada com a mesma “chave”, isto é, com os mesmos CNPJ/CEI do empregador/contribuinte, competência, código de recolhimento e código FPAS, substitui inteiramente a anterior. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 MULTA E JUROS. A inclusão de contribuições em lançamento fiscal dá ensejo à incidência de multa e juros equivalentes à Selic. MULTA MAIS BENÉFICA. É cabível a incidência retroativa da multa de ofício de 75%, sobre o valor das contribuições apuradas, quando mais favorável ao contribuinte. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: Preliminar – Insta esclarecer que ao buscar junto à RFB a consulta de valores a Recolher x Valores Recolhidos (CCORGFIP) referente ao exercício de 2006, observou que os valores estavam divergentes da planilha apresentada no Acórdão proferido pela RFB, cuja recorrente tomou ciência em 11/12/2013. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 5 4 Motivo pelo qual para a recorrente restou mais do que demonstrada a insubsistência do auto que deu origem ao presente processo, pois qual a confiabilidade que este Órgão pode dar ao contribuinte? Cada sistema utilizado indica uma base de cálculo divergente com valores absurdamente contraditórios inexistindo qualquer segurança jurídica que resguarde o contribuinte. Basta observar o referido documento ora anexado, bem como as planilhas de cálculos constantes nos acórdãos proferidos pela RFB. Desta feita, havendo divergência entre os valores apontados no julgamento do qual ora se recorre, bem como do documento apresentado pela própria Receita Federal em 17/12/2013, cuja cópia segue em anexo, vem requere o arquivamento do presente processo, ante a sua insubsistência. Mérito – Apresentada a impugnação ao auto de infração, bem como toda a documentação atinente a GFIP do CEI 394900024578, restou demonstrada que de fato a empresa apresentou tempestivamente a GFIP assim como recolheu as contribuições previdenciárias devidas, com exceção dos casos já citados na impugnação quanto aos funcionários: Maria do Socorro Ângelo Fidélis, Mércia Mary Pereira de Souza, Carlos Alberto de Oliveira Silva e Giselda Soares da Silva, o que de certo reduziu bastante os valores decorrentes do referido auto de infração. Porém, como já dito a empresa recorrente já está buscando administrativamente a retificação da GFIP do ano de 2006 para incluílos, agindo assim dentro dos trâmites legais, demonstrando assim sua boafé. Em relação as competências de janeiro a julho de 2006 e novembro e dezembro de 2006 foram excluídos do lançamento todos os fatos geradores que haviam sido declarados em GFIP, entretanto, quanto às competências de agosto a outubro de 2006 não foi considerado nenhum pagamento, pois foi observado no sistema GFIPWEB que a recorrente havia apresentado para estas três competências em 07/12/2006 novas GFIPs que substituíram integralmente as anteriores. Os valores mencionados foram recolhidos utilizandose a base de cálculo de R$13.459,40 na competência 08/2006, R$13.766,16 para a competência 09/2006 e, por fim, R$14.003,59 referente a competência 10/2006. Tudo devidamente documentado às fls. 376, 383 e 390 do processo administrativo, respectivamente. Ora, ainda que a recorrente tenha deixado de cumprir com a obrigação acessória, a mesma cumpriu com a obrigação principal e não pode nem deve pagar duas vezes o mesmo valor, sob pena de enriquecimento sem causa da União, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio. Ora nobre julgadores, não se pode permitir que por um erro procedimental da empresa, não seja considerado qualquer valor recolhido pela mesma, ainda porque tais valores constam no documento fornecido pela própria Receita, através do sistema de Arrecadação Dataprev. É inaplicável a cobrança de juros e da multa de ofício. À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim Fl. 490DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 6 5 ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado, ou, alternativamente seja reduzido o valor do débito principal, bem como das obrigações acessórias, especialmente quanto ao exercício 08/2006, 09/2006 e 10/2006, sob pena de enriquecimento sem causa da administração, que seja observado ainda o princípio da retroatividade benigna (art. 106 do CTN), aplicandose a legislação que onere em menor valor o contribuinte, bem como sejam levadas em consideração as circunstâncias atenuantes da penalidade, conforme prvê o Decreto 3.048/99 que vigorava a época do fato gerador. Requer ainda a recorrente prazo para apresentação de documentação complementar. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 491DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Conforme dispõe a decisão recorrida, as contribuições em discussão foram calculadas sobre os valores das remunerações pagas pela empresa aos segurados empregados a seu serviço, entre 01/2006 a 12/2006. As remunerações do período, bem como as correlatas contribuições não foram declaradas pelo contribuinte em suas GFIP`s. Ainda de acordo com a decisão recorrida, não se trata de não entrega de GFIP, mas da entrega de GFIP sem todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. Inconformado com o lançamento, o contribuinte afirma, desde a primeira defesa, que os empregados e respectivas remunerações, foram, com algumas exceções, declarados nas GFIP`s da matrícula CEI nº 39.490.002.4578, vinculada ao CNPJ nº 03.656.804/000131, e concernente à construção da loja. Apesar de a decisão recorrida ter mantido em parte o lançamento, o contribuinte afirma que restou mais do que demonstrada a insubsistência do auto que deu origem ao presente processo, pois qual a confiabilidade que este órgão pode dar ao contribuinte? Sendo que cada sistema utilizado indica uma base de cálculo divergente com valores absurdamente contraditórios inexistindo qualquer segurança jurídica que resguarde o contribuinte. Ora, não se pode dar crédito a esse tipo de argumentação, pois tudo que a autoridade administrativa executa, no cumprimento de seu mister, é feito em bases legais, não existindo, pois, vontade própria do servidor, notadamente no sentido de prejudicar quem quer que seja. No que pertine ao valor devido, há que se observar o minucioso detalhamento relativamente à base de cálculo utilizada para justificar o lançamento, consubstanciado na tabela contida às fls. 434 / 435 do acórdão recorrido. Feitos os ajustes em relação à correta base de cálculo, assim se expressou o julgador a quo, in verbis: Em anexo, vejase a planilha “SaláriodeContribuição Mantidos após a Apropriação dos Valores Declarados nas GFIPS entregues na Matrícula CEI nº 39.490.002.4578”, em que a tabela acima é detalhada, identificandose, por competência e por trabalhador, as bases de cálculo consideradas no lançamento, as bases de cálculo declaradas em GFIP e as bases de cálculos mantidas no lançamento. Fl. 492DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10410.721533/201031 Acórdão n.º 2803004.189 S2TE03 Fl. 8 7 Notase, pois, que houve adequação em relação ao lançamento original, mantendose como devido somente o que realmente não havia sido pago pelo contribuinte, situação que afasta, portanto, qualquer alegação de insubsistência do lançamento. No que se refere à multa e juros, está mais do evidenciado que tais institutos foram corretamente aplicados, não restando nada a acrescentar. O percentual da multa aplicada está em conformidade com as novas regras introduzidas pela MP 449/2008. O pedido de apresentação de documentação complementar não se adequa às disposições do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972. A documentação deve ser apresentada junto com a impugnação e não depois desse momento. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 493DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 6/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10166.007707/2008-73
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS POR FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. DOCUMENTOS APRESENTADOS E NÃO ANALISADOS. AUTORIDADE JULGADORA. NÃO INOVAÇÃO NO LANÇAMENTO. EXCLUSÃO DO LANÇAMENTO DOS VALORES ALUSIVOS AOS DOCUMENTOS NÃO ANALISADOS PELA AUTORIDADE FISCAL.
No lançamento decorrente de glosa de despesas médicas por falta de atendimento à intimação para apresentar documentação comprobatória, constatado pela autoridade julgadora que documentos foram apresentados, porém não analisados pela autoridade fiscal, não compete à autoridade julgadora inovar no lançamento e sim excluir do lançamento a glosa dos valores alusivos aos documentos apresentados e não analisados pela autoridade fiscal.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 2802-003.306
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para restabelecer R$960,00 (novecentos e sessenta reais) a título de despesas médicas, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator.
EDITADO EM: 22/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcio de Lacerda Martins, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausentes justificadamente os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS POR FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. DOCUMENTOS APRESENTADOS E NÃO ANALISADOS. AUTORIDADE JULGADORA. NÃO INOVAÇÃO NO LANÇAMENTO. EXCLUSÃO DO LANÇAMENTO DOS VALORES ALUSIVOS AOS DOCUMENTOS NÃO ANALISADOS PELA AUTORIDADE FISCAL. No lançamento decorrente de glosa de despesas médicas por falta de atendimento à intimação para apresentar documentação comprobatória, constatado pela autoridade julgadora que documentos foram apresentados, porém não analisados pela autoridade fiscal, não compete à autoridade julgadora inovar no lançamento e sim excluir do lançamento a glosa dos valores alusivos aos documentos apresentados e não analisados pela autoridade fiscal. Recurso voluntário provido em parte.
turma_s : Segunda Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 27 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10166.007707/2008-73
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5434001
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 27 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2802-003.306
nome_arquivo_s : Decisao_10166007707200873.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
nome_arquivo_pdf_s : 10166007707200873_5434001.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para restabelecer R$960,00 (novecentos e sessenta reais) a título de despesas médicas, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator. EDITADO EM: 22/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcio de Lacerda Martins, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausentes justificadamente os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Julianna Bandeira Toscano.
dt_sessao_tdt : Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
id : 5834586
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:37:04 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700584267776
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1898; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 157 1 156 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.007707/200873 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802003.306 – 2ª Turma Especial Sessão de 22 de janeiro de 2015 Matéria IRPF Recorrente PEDRO PADILHA PONTES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS POR FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. DOCUMENTOS APRESENTADOS E NÃO ANALISADOS. AUTORIDADE JULGADORA. NÃO INOVAÇÃO NO LANÇAMENTO. EXCLUSÃO DO LANÇAMENTO DOS VALORES ALUSIVOS AOS DOCUMENTOS NÃO ANALISADOS PELA AUTORIDADE FISCAL. No lançamento decorrente de glosa de despesas médicas por falta de atendimento à intimação para apresentar documentação comprobatória, constatado pela autoridade julgadora que documentos foram apresentados, porém não analisados pela autoridade fiscal, não compete à autoridade julgadora inovar no lançamento e sim excluir do lançamento a glosa dos valores alusivos aos documentos apresentados e não analisados pela autoridade fiscal. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para restabelecer R$960,00 (novecentos e sessenta reais) a título de despesas médicas, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 00 77 07 /2 00 8- 73 Fl. 116DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 22 /01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 EDITADO EM: 22/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcio de Lacerda Martins, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausentes justificadamente os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Julianna Bandeira Toscano. Relatório Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física do exercício 2005, anocalendário 2004, devido a glosa de deduções relativas à previdência privada, despesas com instrução e despesas médicas, essa última no valor de R$11.760,00, é a única glosa remanescente após a decisão de primeira instância. Referida glosa decorreu da falta de atendimento à intimação para comprovação das despesas. Na impugnação, quanto às despesas médicas, o contribuinte alegou que sua Declaração de Ajuste Anual foi retificada para excluir todas as despesas médicas e que teria apresentado recibos dessa retificação. O acórdão recorrido consignou que não constavam os aludidos recibos , no entanto, em atendimento à intimação fiscal, haviam sido apresentados os recibos de fls. 74, no valor de R$960,00 que não foram analisados pela fiscalização. Desta feita, esses recibos foram analisados pela autoridade julgadora de primeiro grau que manteve a glosa em razão de faltar a esses documentos, relacionados à profissional Maria Olímpia A. Mendonça, o nome do beneficiário dos serviços prestados e o endereço da profissional. A ciência do acórdão ocorreu em 26/07/2012 e o recurso voluntário foi interposto no dia 27/08/2012 assentado, em resumo, na alegação de que os recibos indicam que o beneficiário é o próprio contribuinte e que não se pode basear em interpretação literal para desconsiderar a despesa unicamente por faltar endereço, consoante precedentes do CARF. O processo foi distribuído a este Relator, por sorteio, durante a sessão de outubro de 2014. É o Relatório. Voto Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele devese tomar conhecimento. O lançamento fundamentouse na premissa de que o contribuinte não apresentou documentação em atendimento à fiscalização. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 22 /01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10166.007707/200873 Acórdão n.º 2802003.306 S2TE02 Fl. 158 3 O acórdão recorrido reputou que essa premissa não é verdadeira, pois foram apresentados os recibos de fls. 74, no valor total de R$960,00, que deveriam ter sido analisados pela autoridade fiscal autuante. Ao analisar esses documentos, a autoridade julgadora foi além do que permitiria sua competência, pois deu nova fundamentação ao lançamento para manter a exigência, desta vez por vícios formais nos recibos que deveriam ter sido analisados – e não o foram – pela autoridade competente. Não compete ao órgão julgador inovar no lançamento. Constatado que o motivo da glosa de R$11.700,00 foi a não apresentação de documentação, em atendimento à fiscalização, e que documentos no montante de R$960,00 foram apresentado, porém não analisados, devese excluir do lançamento a glosa de R$960,00. Diante do exposto, devese DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para restabelecer R$960,00 (novecentos e sessenta reais) a título de despesas médicas. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Fl. 118DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 22 /01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 12585.000110/2010-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.515
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral o patrono Dr Thiago Barbosa Wanderley.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 26/02/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 12585.000110/2010-15
anomes_publicacao_s : 201504
conteudo_id_s : 5454232
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3201-000.515
nome_arquivo_s : Decisao_12585000110201015.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : DANIEL MARIZ GUDINO
nome_arquivo_pdf_s : 12585000110201015_5454232.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral o patrono Dr Thiago Barbosa Wanderley. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI - Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 26/02/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
id : 5891223
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:39:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700593704960
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1634; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 732 1 731 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12585.000110/201015 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201000.543 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 27 de janeiro de 2015 Assunto DILIGÊNCIA Recorrente FIBRIA CELULOSE S.A. (SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO DE ARACRUZ CELULOSE S/A) Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral o patrono Dr Thiago Barbosa Wanderley. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 26/02/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da Fibria Celulose S/A, doravante referida apenas como Recorrente. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 25 85 .0 00 11 0/ 20 10 -1 5 Fl. 733DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 12585.000110/201015 Resolução nº 3201000.543 S3C2T1 Fl. 733 2 Para bem contextualizar a controvérsia existente nos autos do presente processo, convém transcrever o relatório da decisão recorrida, in verbis: 4. O processo em exame — já digitalizado — versa sobre um pedido de ressarcimento e três declarações de compensação transmitidos eletronicamente no ano de 2006 pela empresa Aracruz Celulose S/A, inscrita no CNPJ sob o n° 42.157.511/000161. 5. Por meio desses PER/DCOMP, resumidos na tabela abaixo, pretendia a contribuinte compensar débitos próprios com supostos créditos de Cofins oriundos de operações de exportação, os quais apurara no primeiro trimestre do ano citado segundo o regime não – cumulativo e com fundamento no art. 6º, § 1º, da lei n° 10.833/2003. 6. Em 31/12/2009, como atesta o extrato do sistema CNPJ que ora anexo aos autos (fl. 407), a detentora dos pretensos créditos foi incorporada pela empresa Fíbria Celulose S/A, inscrita no CNPJ sob o n° 60.643.228/000121. 7. Em despacho decisório de 11/03/2011 (fls. 26/37), com base em elementos colhidos durante diligência realizada com o fito de averiguar a veracidade das informações constantes nos PER/DCOMP, a Equipe Especial de Auditoria (EQAUD) da DERAT/SPO reconheceu apenas parte dos valores pleiteados e homologou as compensações em apreço apenas até o limite do direito creditório reconhecido. 8. Tomando ciência da decisão em 18/03/2011 (fl. 39), a sucessora da contribuinte apresentou em 19/04/2011 — tempestivamente portanto — a manifestação de inconformidade anexa às fls. 49/53, cujo teor resumo a seguir, acompanhada de vasta documentação, a qual ocupa a maior parte das fls. 76/400. 8.1 Começa por esclarecer que, sendo empresa preponderantemente exportadora, apurou “créditos de Pis” (sic) nos termos dos §§ 7° e 8°, II, do art. 3º da lei n° 10.833/2003, apurando, pelo método de rateio proporcional, o percentual existente entre a parte da receita bruta sujeita à incidência não cumulativa e a receita bruta total auferida em cada mês. 8.2 Observa que a fiscalização não só apurou um volume de exportações inferior ao declarado pela empresa, deduzindo daí percentuais menores que os utilizados por esta, como também, sem fundamentação aparente, concluiu que os montantes das aquisições de insumos (bens e serviços), assim como das despesas com energia elétrica, fretes e aluguéis de máquinas e equipamentos, registrados nos arquivos magnéticos gerados nos termos da IN SRF n° 86/2001, seriam inferiores aos que constam na DACON. 8.3 Afirma que, fundada nessas premissas, “fruto de uma análise simplória dos registros de exportação constantes no SISCOMEX” e também “por não ter localizado em seu sistema parte dos lançamentos Fl. 734DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 12585.000110/201015 Resolução nº 3201000.543 S3C2T1 Fl. 734 3 da Contribuinte”, a autoridade fiscal simplesmente “aplicou o percentual por ela calculado, sobre os créditos de PIS (sic) não cumulativos referentes aos insumos por ela localizados no sistema da Receita Federal ‘CONTAGIL’.” 8.4 Alega que a autoridade a quo não poderia ter desconsiderado os demais documentos apresentados pela empresa durante o processo fiscalizatório, principalmente porque “as informações constantes no SISCOMEX são passíveis de erro, podendo, inclusive, ter a fiscalização deixado de considerar um enorme volume de informações relativas ao final do mês de março/2006, já que a Contribuinte tem até 10 (dez) dias após a emissão da nota fiscal para incluir as informações no SISCOMEX.” 8.5 “Sabendo disso — prossegue — a fiscalização deveria ter considerado os documentos que de fato comprovam o correto percentual de rateio a ser imputado sobre os créditos de PIS (sic) não cumulativo, tal como as contas de receita do balancete contábil (Doc. 03) e notas fiscais, bem como, no tocante ao montante das aquisições de insumos, o correto seria considerar também os demonstrativos da ficha 07A da DACON, que conferem com os arquivos digitais da Instrução Normativa n°. 86/01, excetuandose, apenas as informações relativas às notas fiscais provenientes da filial de Guaíba, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 42.157.511/003934, que por um lapso não constaram no arquivo magnético enviado à fiscalização em 15/12/2010.” 8.6 Informa haver preparado, para facilitar tal análise, “a planilha anexa referente ao mês de janeiro de 2006 (Doc. 04) a fim de demonstrar que não há divergência entre as informações constantes na DACON e nos arquivos magnéticos gerados nos termos da IN 86/01, principalmente em relação aos valores apontados como aquisição de insumos.” 8.7 Anexa também aos autos “as notas fiscais destinadas aos clientes no exterior emitidas no primeiro trimestre de 2006 (Doc. 05), evidenciandose as receitas de exportação informadas na DACON e nos arquivos magnéticos da IN 86/01, comprovando, portanto, de forma irrefutável, que os percentuais de receitas de exportação e de mercado interno adotados pela Contribuinte estão em total conformidade com a quantidade de créditos de PIS (sic) incidência nãocumulativa apropriada, restando evidente o equívoco cometido pela fiscalização, no momento em que simplesmente desconsiderou essas informações e glosou o crédito solicitado.” 8.8 Em remate, requer a reforma do despacho decisório e o deferimento integral dos valores pleiteados nos “pedidos de compensação e ressarcimento”, protestando ainda “provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, requerendo, desde já, a baixa em diligencia do presente processo a fim de se comprovar que a relação de receitas obtidas de exportação e de mercado interno adotada, assim como, o montante de aquisição de insumos registrado pelo Contribuinte, estão de acordo com a quantidade de créditos de PIS incidência nãocumulativa apropriada.” Fl. 735DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 12585.000110/201015 Resolução nº 3201000.543 S3C2T1 Fl. 735 4 A decisão recorrida, consubstanciada no Acórdão nº 1638.905, de 17/05/2012, proferido pela 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I/SP (e fls. 408/417), restou assim ementada: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA Incumbe ao sujeito passivo, na forma da legislação em vigor, demonstrar por meio de documentação contábil idônea a existência do direito creditório informado em declaração de compensação e/ou pedido de ressarcimento. COMPROVAÇÃO DE EXPORTAÇÕES Para fins fiscais somente se reputam exportadas as mercadorias cujo despacho de exportação estiver averbado no sistema SISCOMEX. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Recorrente interpôs o recurso voluntário tempestivamente, reiterando os argumentos suscitados em sua defesa inaugural. Além disso, pugnou pela reforma da decisão recorrida para que o direito creditório seja integralmente reconhecido. O processo foi digitalizado e posteriormente distribuído para este Conselheiro na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, razão pela qual deve ser conhecido. A despeito de o escopo do recurso voluntário ser maior, por apreço à eficiência, o presente voto trata apenas de um dos argumentos de defesa da Recorrente, qual seja, a apuração dos créditos de Cofins sobre custos, despesas e encargos. Segundo a Recorrente, a fiscalização não analisou todos os documentos contábeis para proceder à glosa dos créditos cujo reconhecimento foi pleiteado, fato este que a levou a concluir que a Recorrente não fazia jus aos referidos créditos. É cediço no CARF que nos pedidos de restituição/compensação a responsabilidade pela comprovação do direito creditório é do contribuinte, e não da fiscalização ou do órgão julgador. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 12585.000110/201015 Resolução nº 3201000.543 S3C2T1 Fl. 736 5 Por outro lado, no caso concreto, é muito expressivo o volume total de notas fiscais relativas ao período em que o crédito pleiteado foi apurado, não sendo razoável, pois, requerer da Recorrente a juntada integral das mencionadas notas. Com efeito, se uma análise perfunctória não foi realizada pela fiscalização para justificar a glosa ora combatida, verificase que o despacho decisório e a decisão recorrida não têm a fundamentação adequada. Como bem ressaltou a Recorrente, a fiscalização limitouse a apurar diferenças entre as informações constantes nos DACON e aquelas apuradas nos arquivos magnéticos da Instrução Normativa SRF nº 86, de 2001. Por óbvio, isso não significa que a Recorrente faz jus ao crédito pleiteado de forma automática, mas claramente revela que a diligência por ela requerida se faz pertinente. O objetivo da diligência é verificar quais são as divergências entre a DACON e os arquivos digitais da Instrução Normativa SRF nº 86, de 2001, que respaldam as glosas realizadas pela autoridade preparadora. Nesse contexto, proponho a conversão o presente julgamento em diligência para que a Equipe Especial de Auditoria (EQAUD) da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária de São Paulo (DERAT/SPO) responda aos quesitos abaixo: 1. Estão corretos os valores lançados nos DACON relativos a bens, serviços e outras despesas utilizadas como insumos? 2. Todos os bens, serviços e despesas que geraram os créditos aproveitados estão lastreados em documentação hábil e idônea? 3. Está correto o cálculo dos créditos de Cofins lançados pela Recorrente no DACON? Caso negativo, quais são os valores corretos? 4. Quais foram os bens e serviços reconhecidos pela fiscalização para o deferimento parcial dos créditos de Cofins? Concluída a diligência, a Recorrente deverá ser intimada para, querendo, manifestarse acerca do termo de conclusão de diligência no prazo de 30 (trinta) dias. Em seguida, a Procuradoria da Fazenda Nacional deverá ser intimada para os mesmos fins no mesmo prazo. Após o decurso desses prazos, o processo deverá retornar para o CARF para que o julgamento seja retomado por este Conselheiro ou quem lhe fizer as vezes. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 737DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 26/02/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO
score : 1.0
Numero do processo: 10980.923621/2009-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 14/11/2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA.
Devem ser rejeitados os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado.
Embargos Rejeitados
Acórdão Ratificado
Numero da decisão: 3101-001.804
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos Embargos de Declaração.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Demes Britto, José Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 14/11/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. Devem ser rejeitados os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado. Embargos Rejeitados Acórdão Ratificado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10980.923621/2009-77
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5437160
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3101-001.804
nome_arquivo_s : Decisao_10980923621200977.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : RODRIGO MINEIRO FERNANDES
nome_arquivo_pdf_s : 10980923621200977_5437160.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos Embargos de Declaração. Henrique Pinheiro Torres - Presidente. Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Demes Britto, José Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
id : 5844831
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:37:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700694368256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1522; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T1 Fl. 3 1 2 S3C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.923621/200977 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3101001.804 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 28 de janeiro de 2015 Matéria Compensação PIS Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado VINÍCOLA CAMPO LARGO S/A ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 14/11/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. Devem ser rejeitados os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado. Embargos Rejeitados Acórdão Ratificado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos Embargos de Declaração. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Demes Britto, José Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 36 21 /2 00 9- 77 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/02 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Versa o presente processo sobre embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional, em face de alegada omissão no Acórdão nº 3101001.530, na forma dos art. 65 do RICARF. Reproduzimos abaixo parte da ementa do Acórdão embargado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/11/2005 PIS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 585.235/RG, decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B), devendo ser reproduzido seu resultado na instância administrativa. Aplicação do art. 62A do Regimento Interno do Carf. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS Afastada a questão prejudicial acolhida pela Delegacia de Julgamento, o mérito da existência do direito creditório deverá ser examinado pela instância a quo, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão. A embargante alega omissão no acórdão, em relação ao termo final de vigência do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por não ter analisado sua aplicação ao caso concreto das disposições da Lei nº 10.637/2002. Segundo seu entendimento o período de apuração discutido nos autos (11/2005) não seria abrangido pela Lei nº 9.718/1998 e sim pela Lei nº 10.637/2002. Requer a Fazenda Nacional que o I. Colegiado se manifeste sobre a legislação aplicável ao caso concreto. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes. Os embargos de declaração são tempestivos e deles tomo conhecimento. Trata o presente processo de PER/DCOMP, em que a contribuinte requereu a compensação de créditos de PIS relativos ao período de apuração de 11/2005. A Compensação não foi homologada por não ter a DRF localizado o crédito pleiteado. Em sua manifestação de inconformidade o contribuinte alegou que o crédito informado seria decorre da declaração de inconstitucionalidade pelo STF do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998. A DRJ não analisou a questão por entender não caberia à autoridade administrativa se manifestar sobre a constitucionalidade das leis vigentes. Em sede de recurso voluntário a 1ª Turma Ordinária desta C. Câmara invocou de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 para dar provimento parcial ao recurso do contribuinte. A embargante alega omissão no acórdão, em relação ao termo final de vigência do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por não ter analisado sua aplicação ao caso concreto das disposições da Lei nº 10.637/2002. Segundo seu entendimento o período de Fl. 55DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/02 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10980.923621/200977 Acórdão n.º 3101001.804 S3C1T1 Fl. 4 3 apuração discutido nos autos (11/2005) não seria abrangido pela Lei nº 9.718/1998 e sim pela Lei nº 10.637/2002. A embargante aponta a existência de um julgado na Câmara Superior de Recursos Fiscais teria se manifestou sobre a questão da vigência das Leis nº 9.718/98 e nº 10.637/2002 no tempo, e também sobre os reflexos da declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, pelo STF. Transcrevemos trecho do voto condutor do Acórdão 9303001.432, também transcrito nos embargos: De todo o exposto, podese concluir que, anteriormente a 1º de dezembro de 2002, data de vigência dos arts. 1º a 6 e 8º a 11 da Lei nº 10.637/2002, a base de cálculo do PIS/Pasep era o faturamento, assim entendido a receita bruta correspondente ao produto da venda de bens, serviços ou de bens e de serviços relacionados à atividade operacional da pessoa jurídica. Neste período as receitas oriundas de variações cambiais não integravam a base de cálculo da contribuição. A partir dessa data, por força do art. 1º desse diploma legal, as sociedades empresárias sujeitas à incidência nãocumulativa do PIS estavam sujeitas ao pagamento da contribuição em comento sobre o total das receitas auferidas (receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica), independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Aí incluídas as oriundas de variações cambiais. Entretanto, conforme consta dos códigos de recolhimento do PIS a ser compensado, a interessada estava sujeita à incidência cumulativa da contribuição, não se aplicando o disposto na Lei nº 10.637/2002, conforme disposto no artigo 8º da Lei nº 10.637/2002. Portanto, não está configurada a omissão apontada pela embargante, visto que a interessada estava sujeita à incidência cumulativa da contribuição. Diante do exposto, voto por negar provimento aos embargos de declaração. Sala de sessões, 28 de janeiro de 2015. Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator [assinatura digital] Fl. 56DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/02 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 10209.000262/2004-23
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 25/05/1999
PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS.
A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-001.989
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Henrique Pinheiro Torres e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. O Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, que se declarou impedido de votar.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Júlio César Alves Ramos - Relator
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Júlio César Alves Ramos, Antônio Lisboa Cardoso, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Importação - II Data do fato gerador: 25/05/1999 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS. A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário. Recurso Especial do Procurador Negado
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10209.000262/2004-23
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5439417
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 9303-001.989
nome_arquivo_s : Decisao_10209000262200423.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JULIO CESAR ALVES RAMOS
nome_arquivo_pdf_s : 10209000262200423_5439417.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Henrique Pinheiro Torres e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. O Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, que se declarou impedido de votar. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Júlio César Alves Ramos - Relator (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Júlio César Alves Ramos, Antônio Lisboa Cardoso, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
dt_sessao_tdt : Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2012
id : 5850092
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:37:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700700659712
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2098; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 267 1 266 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10209.000262/200423 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303001.989 – 3ª Turma Sessão de 12 de junho de 2012 Matéria II REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. ALADI. TRIANGULAÇÃO COMERCIAL Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRAS ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 25/05/1999 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS. A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Henrique Pinheiro Torres e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. O Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, que se declarou impedido de votar. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 20 9. 00 02 62 /2 00 4- 23 Fl. 267DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 268 2 (Assinado digitalmente) Júlio César Alves Ramos Relator (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Júlio César Alves Ramos, Antônio Lisboa Cardoso, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Insurgese a Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 30134.089, por meio do qual a Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes deu provimento a recurso do contribuinte contra autuação que lhe exigia diferença de imposto de importação e multa e cuja ementa restou assim redigida: Ementa: IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO — PREFERÊNCIA TARIFÁRIA — TRIANGULAÇÃO COMERCIAL — POSSIBILIDADE — Em operações internacionais de triangulação comercial, cuja origem do produto importado está certificada para os fins de atendimento de Acordo de preferência tarifária, é imprescindível a demonstração documental da vinculação das operações, ainda que a mercadoria seja remetida diretamente, e que a intervenção de terceiro país não desfigure a origem. Demonstrado o requisito formal no curso do processo administrativo resta comprovada a origem, conforme norma internacional. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO O especial busca requisito de admissibilidade na divergência com decisão proferida pela Segunda Câmara do mesmo Conselho de Contribuintes cuja ementa (transcrita no recurso) é a seguinte: CERTIFICADO DE ORIGEM. PREFERÊNCIA TARIFÁRIA PREVISTA EM ACORDO INTERNACIONAL. É incabível a aplicação de beneficio de redução de alíquota do Imposto de Importação, decorrente de Acordos Internacionais firmados no âmbito da ALADI e MERCOSUL, quando as operações registradas nas Declarações de Importação não estão amparadas pelos Certificados de Origem pertinentes. Fl. 268DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 269 3 NEGADO PROVIMENTO POR MAIORIA. Na esteira deste julgamento, busca a representante fazendária a reforma do decisum atacado finalizando a sua peça com o item DO PEDIDO Ex positis, a União (Fazenda Nacional) requer seja conhecido e provido o presente Recurso Especial apresentado, a fim de reformar o v. acórdão ora recorrido restaurandose o inteiro teor da r. decisão de 1ª instância. Admitido o recurso, foi a recorrida cientificada para apresentar contrarazões e o fez, iniciandoas com uma preliminar de inadmissiblidade cuja transcrição cabe: O recurso não pode ser conhecido por não constar a assinatura da Procuradora da Fazenda Nacional na última folha (vide fl. 188), além de não conter pedido para reforma do acórdão (vide fl. 188 Na sequência, postula a manutenção da consolidada jurisprudência favorável à empresa quanto à matéria. Importa esclarecer, por fim, que a operação aqui discutida difere um pouco das que normalmente têm sido apreciadas nos julgamentos envolvendo a empresa.. De fato, ali se tem uma primeira aquisição, feita pela Petrobrás à PDVSA, objeto portanto de uma fatura desta última em nome da Petrobrás. É essa operação original que dá nascimento ao Certificado de Origem em que é mencionada a fatura. Posteriormente, a Petrobrás vende o produto adquirido da PDVSA à sua subsidiária nas Ilhas Cayman (PIFCO) e o recompra no mesmo dia. São, por isso geradas, mais duas faturas. Uma que atesta a venda da Petrobrás à PIFCO e a última desta para a PETROBRÁS no Brasil. O despacho de importação é normalmente instruído apenas com esta última. Ocorre que, no presente caso, restou esclarecido por meio de diligência requerida pela Primeira Câmara do Terceiro Conselho que não houve uma primeira aquisição pela Petrobrás à PDVSA. Aqui, a compra original foi feita já pela empresa sediada nas Ilhas Cayman e a mercadoria, sem deixar o território venezuelano, foi posteriormente vendida à Petrobrás. Por isso, a fatura 328690, referida no certificado de origem e juntada à fl. 150, tem como comprador a PIFCO, embora o produto tenha sido fisicamente movimentado diretamente da Venezuela para o Brasil. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Relator O recurso fazendário é tempestivo, apresenta a decisão contrária prolatada por outra Câmara e tem começo, meio e fim, inclusive com a assinatura da Procuradora da Fl. 269DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 270 4 Fazenda Nacional que o elaborou (fl. 200), ao contrário do sustentado pela recorrida em suas contrarazões. Dele conheço, pois. Examina este colegiado, mais uma vez, a possibilidade de a origem de mercadoria para efeito de redução de alíquota do II prevista nos acordos internacionais no âmbito da ALADI ser realizada por um meio diferente daquele previsto nos atos que a disciplinam. Especificamente, pretende a recorrida substituir a declaração juramentada prevista no art. 2º do ACE 91 pela mera referência cruzada nos documentos comerciais e no certificado de origem. Mais especificamente ainda, pretende que o certificado de origem possa mencionar uma dada fatura expedida por empresa sediada na Venezuela mas que outra fatura, agora já originada em empresa sediada em paraíso fiscal fora da ALADI, seja a que instrua o despacho de importação, desde que nesta última haja a menção à anterior, a qual, por sua vez, fora mencionada no Certificado. O que se tem nos presentes autos, e em outros tantos, é que uma dada quantidade de determinada mercadoria foi desembaraçada pela Petrobrás com base em uma fatura que não corresponde àquela mencionada no certificado de origem, mas que coincide completamente (a mercadoria) com a que lhe foi faturada pela empresa mencionada no certificado. E, ademais, na fatura que instruiu o despacho de importação há expressa menção tanto ao certificado de origem quanto ao número e data da fatura nele mencionada. Também incontroverso que a fatura que instruiu o despacho somente foi emitida sete dias após a data de emissão do certificado de origem, podendose depreender que seu número ainda não era conhecido quando da emissão deste último. Destarte, para que se obste o aproveitamento da redução tarifária o que está faltando é a declaração juramentada prevista no art. 2º da Resolução ALADI 232 e o que se decidiu foi que, à vista dos documentos exibidos, ela seria dispensável. Assim não penso, porém. Com efeito, embora não tenha mesmo sido cumprida a providência prevista nos atos regulamentares dos acordos, não vejo como não se possa, à vista dos documentos exibidos garantir que: 1) houve uma aquisição na Venezuela de uma mesma quantidade da mercadoria objeto do certificado de origem; 2) essa quantidade, nem mais, nem menos, está sendo desembaraçada no País. Nesses termos, e até onde consegui visualizar, a resistência fiscal parece escorada na possibilidade de que o mesmo certificado venha a ser utilizado em mais de uma operação de importação, especialmente em casos em que a “exportadora” pertence ao mesmo grupo empresarial importador. Naturalmente, isso requer que o mesmo certificado seja mencionado em mais de uma fatura, o que, por si só, já constituiria fraude. E ela ficaria ainda mais evidente se constasse de uma “declaração juramentada”. Fl. 270DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 271 5 Seja por esse ou por qualquer outro motivo, o fato é que a Resolução ALADI a previu e sendo ela internalizada por meio de um decreto presidencial entendo que não pode ser por nós simplesmente considerada “letra morta”. Essas, em suma, as considerações expendidas no acórdão paradigma, que entendo mais bem embasadas do que a mera referência em alguns julgados favoráveis à empresa ao princípio do formalismo moderado que impera no âmbito do processo administrativo e que permitiria a “substituição” da forma de comprovação expressamente prevista no ato regulador. Ora, o princípio mencionado apenas autoriza a aceitação de forma não solene quando outra, mais específica e rigorosa, não esteja expressamente estabelecida. No caso em tela, ocorre exatamente a impossibilidade referida, pois a norma que regula o benefício tributário concedido no âmbito da ALADI traz expressa a providência a ser seguida, descabendo aos julgadores administrativos simplesmente ignorála, mormente porque, sabemos todos, são elas incorporadas ao ordenamento jurídico pátrio por meio de decreto presidencial que a todos nós vincula. Por fim, quero deixar claro que não estou aqui a dizer que a empresa recorrida, uma estatal e das mais importantes do Mundo, tenha praticado fraude, seja nesta, ou em qualquer outra operação comercial. Mas a Lei tem de valer igualmente para todos, e o reconhecimento de que ela pode descumprir a Resolução obriganos a aceitar esse descumprimento para qualquer outra, em que tais pretensões de lisura já não sejam tão fortes. Com essas considerações, voto pelo provimento do recurso fazendário de modo a restaurar a exigência afastada pela decisão recorrida. É como voto. Júlio César Alves Ramos Voto Vencedor Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Redator Designado O recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Do Cabimento da Preferência Tarifária O parágrafo único do art. 434 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 1985, vigente à época dos fatos controvertidos: Art. 434. No caso de mercadoria que goze de tratamento tributário favorecido em razão de sua origem, a comprovação desta será feita por qualquer meio julgado idôneo Parágrafo único. Tratandose de mercadoria importada de país membro da Associação LatinoAmericana de Integração (ALADI), quando solicitada a aplicação de reduções tarifárias Fl. 271DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 272 6 negociadas pelo Brasil, a comprovação constará de certificado de origem emitido por entidade competente, de acordo com modelo aprovado pela citada Associação. Nessa esteira, entendo aplicáveis, na espécie, as considerações formuladas por ocasição do voto vencido, prolatado quando do julgamento do Recurso nº 137.831, onde atuou como relator o conselheiro Luís Marcelo Guerra de Castro, onde foram enfrentadas as alegações trazidas na jurisprudência da CSRF que apoiaria as considerações do sujeito passivo. Transcrevo: Por sintetizar o raciocínio que orienta esse entendimento, transcrevo ementa de acórdão da CSRF prolatado nos autos do Recurso Especial nº 302124323, que teve como relatora a i. Conselheira Anelise Daudt Prieto, no qual, por maioria de votos, decidiuse: CERTIFICADO DE ORIGEM PREFERENCIA TARIFÁRIA RESOLUÇÃO ALADI 232 Produto exportado pela Venezuela e comercializado através de país não integrante da ALADI. A apresentação para despacho do Certificado de Origem emitido pelo país produtor da mercadoria, acompanhado da fatura do país interveniente e do conhecimento de embarque que deixam clara a origem da mercadoria, supre as informações que deveriam constar de declaração juramentada a ser apresentada à autoridade aduaneira, como previsto no art. 9°, do Regime Geral de Origem da Aladi (Res. 78). Recurso especial provido. Apesar de entender que tal decisão está em harmonia com a regra geral de origem estampada no art. 9º do Decretolei nº 37, de 19661, peço licença para discordar das conclusões consignadas no aresto. Penso que, na espécie, o dispositivo nacional deve ceder espaço ao regime da Aladi, onde não foram produzidos os documentos corretos para a concessão da preferência tarifária objeto do presente litígio, nem suprida a sua ausência pelos meios definidos no mesmo acordo. Por uma questão de sistematização, analiso separadamente os fatores que me levaram a adotar essa conclusão. 1 Tipicidade e Relação Jurídica Tributária Interessa à solução do litígio, a meu ver, avaliar se os fatos carreados aos autos se subsumem perfeitamente à hipótese abstratamente prevista na norma negocial que estabeleceu a preferência tarifária objeto do presente litígio. Caso isso não se verifique, afastado estaria o fundamento para sua concessão. 1 Art. 9º Respeitados os critérios decorrentes do ato internacional de que o Brasil participe, entenderseá por país de origem da mercadoria aquele onde houver sido produzida ou, no caso de mercadoria resultante de material ou mãodeobra de mais de um país, aquele onde houver recebido transformação substancial. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 273 7 Ou seja, independentemente de ser conceituada como uma isenção parcial ou alíquota diferenciada, a aplicação da preferência tarifária negociada é necessariamente orientada pelo princípio da tipicidade cerrada, dogmatizado pelos arts. 97, VI e 111, II do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966) 2 Vejamos o que diz Alberto Xavier3 Como já mais de uma vez se sublinhou, o lançamento é o ato administrativo pelo qual a Administração aplica a norma tributária material a um caso concreto. Nuns casos, essa aplicação tem por conteúdo reconhecer a tributabilidade do fato e, portanto, declarar a existência de uma relação jurídica tributária e definir o montante da prestação devida. Noutras hipóteses, porém, da aplicação da norma ao caso concreto resulta o reconhecimento da não tributabilidade do fato e, portanto, da não existência no caso concreto de uma obrigação de imposto. Nos primeiros, a Administração pratica um ato de conteúdo positivo; nas segundas, um ato de conteúdo negativo. (destaquei) José Souto Maior Borges4, a seu turno, pontifica: É o fato gerador, consoante se demonstrou, uma entidade jurídica (supra, III). Por força do princípio da legalidade da tributação, o fato gerador existe si et ia quantum estabelecido previamente em texto de lei: os contornos essenciais da hipótese de incidência (núcleo e elementos adjetivos) integram todos a lei tributária material. Sem a previsão legal hipotética dos fatos ou conjunto de fatos que legitimam a tributação inexiste portanto fato gerador de obrigação tributária. Por isso, afirmase corretamente que o fato gerador é fato jurídico. Sob outro ângulo, a análise jurídica revela ser a extensão do preceito que tributa delimitada pelo preceito que isenta. A norma que isenta é assim uma norma limitadora ou modificadora: restringe o alcance das normas jurídicas de tributação; delimita o âmbito material ou pessoal a que deverá estenderse o tributo ou altera a estrutura do próprio pressuposto da sua incidência. A norma de isenção, obstando o nascimento da obrigação tributária para o seu beneficiário, produz o que já se 2 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (...) VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (...) II outorga de isenção; 3 Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. Rio de Janeiro: Forense, 1998, 2.ed. p. 100. 4 Teoria Geral da Isenção Tributária. São Paulo. Malheiros, 2001, 3ªed. p.p. 190/191 Fl. 273DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 274 8 denominou fato gerador isento, essencialmente distinto do fato gerador do tributo. (destaquei) Possivelmente, a principal conseqüência da préfalada tipicidade cerrada, pelo menos para a solução do vertente processo, é a impossibilidade se pode recorrer à analogia a pretexto de colmatar supostas lacunas da norma. Nesse caso, há que se aplicar a doutrina do Silêncio Eloqüente do legislador, com as restrições brilhantemente defendidas pelo Min. Moreira Alves, nos autos do RE Nº 130.5525 DF (DJ de 28/06/1991): “... só se aplica a analogia quando, na lei, haja lacuna, e não o que os alemães denominam ‘silêncio eloqüente’ (Beredtes Schweigen) que é o silêncio que traduz que a hipótese contemplada é a única a que se aplica o preceito legal, não se admitindo, portanto, aí o emprego da analogia.” Tal ressalva é importante para a solução do presente litígio porque, como se verá a seguir, o regime de origem do ACE 39, que isola a aplicação do regime do DL 37, de 1966, definiu as formas de suprir eventual falha documental perpetrada na demonstração do cumprimento dos requisitos de origem. É defeso ao intérprete, portanto, considerar suprida eventual falha documental por meios diversos dos previstos no Acordo, invocando, por exemplo, analogicamente, o comando do art. 9º, que trata do Regime Geral de Origem. Conforme se observa na leitura do já transcrito art. 9º do Decretolei nº 37, de 1966, delimitou com razoável precisão o conceito jurídico de “origem”, que, aliás, muito se aproxima do significado coloquial da expressão (local onde a mercadoria foi produzida ou sofreu transformação substancial). Assim, para efeito de aplicação da legislação, sempre que a delimitação da origem da mercadoria for relevante, caberia ao intérprete investigar o local onde a mercadoria foi produzida ou sofreu transformação substancial Tratarseia então do emprego do que Alfredo Augusto Becker5, apoiado na doutrina de Emilio Betti, denominou Cânone Hermenêutico da Totalidade do Sistema Jurídico, que a unicidade dos conceitos jurídicos, independentemente do contexto em que o mesmo esteja sendo empregado. Diz o autor: “...uma definição, qualquer que seja a lei que a tenha enunciado, deve valer para todo o direito; salvo se o legislador expressamente limitou, estendeu ou alterou aquela definição ou excluiu sua aplicação num determinado setor do direito; mas para que tal alteração ou limitação ou exclusão aconteça é indispensável a existência de regra jurídica que tenha disciplinado tal limitação, extensão, alteração ou exclusão.” 5 Teoria Geral do Direito Tributário. São Paulo, Lejus, 3ª ed. p. 123 Fl. 274DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 275 9 Ocorre que, segundo o próprio art. 9º, o conceito de origem ali consignado cede espaço aos critérios fixados em ato internacional de que o Brasil participe, hipótese que se verifica no presente julgamento, onde se encontra em discussão a aplicação de preferência tarifária outorgada nos termos do Acordo de Complementação Econômica nº 39, promulgado pelo Decreto nº 3.138, de 16/08/1999. Vendo por outro ângulo, para efeito de reconhecimento de preferência tarifária, se o acordo que a concede possuir regime próprio, mercadoria originária de país signatário é aquela que preenche as condições daquele ato, ainda que tais condições não guardem relação com conceitos consagrados no plano da linguagem corriqueira ou no regime nacional de origem. Ou seja, assim como, para efeito de lei, determinados bens evidentemente móveis podem ser tratados como imóveis, para efeito da aplicação de preferência, mercadorias evidentemente extraídas de determinado país podem deixar de ser reconhecidas como originárias ou, em sentido inverso, ainda que não tenham sofrido qualquer transformação substancial, fazem jus ao regime diferenciado. O acordo que concede a preferência é soberano. Tanto em um quanto em outro exemplo, configurarseia uma ficção jurídica, onde o mundo fático, por disposição legal, é distorcido pelo jurídico. Preciso, a meu ver o conceito de ficção jurídica apresentado por Maria Rita Ferragut6, citando a obra de Perez de Ayala: De acordo com José Perez de Ayala a ficção jurídica constituise na valoração contida num preceito legal, em virtude do qual se atribuem, a determinados supostos de fatos, certos efeitos jurídicos, violentando ou ignorando a natureza real das coisas. E uma técnica que permite ao legislador atribuir efeitos jurídicos que, na ausência da ficção, não seriam possíveis a certos fatos ou realidades sociais. (grifei) No caso da preferência tarifária em debate, o regime de origem a ser considerado, por determinação expressa do artigo 87 do ACE nº 39, é o estabelecido na Resolução 78 da Aladi e pelas demais regras que a complementam, dentre as quais destacase a Resolução 252 do Comitê de Representantes da Aladi, promulgada pelo Decreto nº 3.325, de 1999. Cabe registrar, desde já, que. diferentemente do entendimento consignado no acórdão hostilizado, não vejo a “triangulação” comercial represente uma violação à regra do artigo Quarto da Resolução Aladi nº 78, atualmente consolidado na Resolução nº 252, que condiciona o reconhecimento da origem à expedição direta da mercadoria. 6 Presunções no Direito Tributário. São Paulo, Dialética, 2001 p. 85 7 Para a qualificação da origem das mercadorias que se beneficiem do presente Acordo as Partes Signatárias aplicarão o Regime Geral de Origem previsto na Resolução 78 e nas disposições complementares e modificativas do Comitê de Representantes da ALADI, salvo se as Partes Signatárias convierem diferentemente. Fl. 275DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 276 10 Com efeito, o Conhecimento de Transporte juntado por cópia à fl. 17 não faz menção ao fato de que a mercadoria tenha transitado, sido transbordada ou armazenada em um país estranho ao ACE 39: a mercadoria, segundo aquele documento, foi embarcada em Punta Cardon, Venezuela, com destino ao Território Brasileiro. Ou seja, a meu ver, assim como consignado no citado acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a regra em questão impõe restrições ao trânsito físico da mercadoria por um terceiro país, não à sua comercialização por um operador nele estabelecido. Tanto é assim que a Resolução nº 252 estabeleceu regra específica para a importação de mercadoria onde figure como exportador operador sediado em país nãoparticipante do ACE. Vejase o que diz o artigo nono da Resolução 252, incorporado ao Regime de Origem da Aladi por essa mesma resolução: NONO Quando a mercadoria objeto de intercâmbio for faturada por um operador de um terceiro país, membro ou não da Associação, o produtor ou exportador do país de origem deverá indicar no formulário respectivo, no campo relativo a "observações", que a mercadoria objeto de sua Declaração será faturada de um terceiro país, identificando o nome, denominação ou razão social e domicílio do operador que, em definitivo, será o que fature a operação a destino. (destaquei) Na situação a que se refere o parágrafo anterior e, excepcionalmente, se no momento de expedir o certificado de origem não se conhecer o número da fatura comercial emitida por um operador de um terceiro país, o campo correspondente do certificado não deverá ser preenchido. Nesse caso, o importador apresentará à administração aduaneira correspondente uma declaração juramentada que justifique o fato, onde deverá indicar, pelo menos, os números e datas da fatura comercial e do certificado de origem que amparam a operação de importação. (os grifos não constam do original) Notese que, a mesma resolução 252 estabelece, por via oblíqua, as conseqüências do descumprimento das regras inerentes ao certificado de origem, literalmente: SÉTIMO Para que as mercadorias objeto de intercâmbio possam beneficiarse dos tratamentos preferenciais pactuados pelos países participantes de um acordo celebrado de conformidade com o Tratado de Montevidéu 1980, esses países deverão acompanhar os documentos de exportação, no formuláriopadrão adotado pela Associação, de uma declaração que acredite o cumprimento dos requisitos de origem que correspondam, de conformidade com o disposto no Capítulo anterior. Essa declaração poderá ser expedida pelo produtor final ou pelo exportador da mercadoria de que se tratar. (destaquei) Fl. 276DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 277 11 Com efeito, se a norma condiciona o reconhecimento da preferência à apresentação da declaração própria do Certificado de Origem, segundo os ditames do acordo, por óbvio, afasta o tratamento diferenciado se descumpridas as condições préestabelecidas. De se observar, ademais que, analisando o parágrafo único do artigo nono da mesma resolução, podese inferir que a norma definiu com clareza quais são as providências a adotar nas hipóteses em que a triangulação comercial impede o preenchimento na forma préestabelecida, rito que, conforme apontado pelas autoridades autuantes, não foi seguido. Nessa esteira, a meu ver, a tipicidade cerrada que norteia a avaliação do cumprimento dos pressupostos inerentes ao Acordo proíbe que se busquem outros meios para, supostamente demonstrar a observância do regime de origem. Ora, o regime de origem fixado pela Resolução 252 é aquele cuja prova é feita nos termos das regras procedimentais nele previstas, saber o último porto de embarque da mercadoria, neste caso, não supre o descumprimento daquelas regras. Ou seja, não é suficiente, para aplicação do tratamento diferenciado, a demonstração, por outros meios documentais, que a mercadoria, aparentemente foi produzida e embarcada na Venezuela. Isso seria suficiente se o reconhecimento estivesse sujeito à regra geral gizada no artigo 9º do Decretolei nº 37, de 1966. Repisese que, em obediência ao princípio da tipicidade, não se pode partir do pressuposto que a sistemática definida na Resolução 252 contém lacunas. Ela simplesmente optou por não admitir, por exemplo, que a falha na adoção das providências elencadas no art. nono sejam supridas pela apresentação de uma fatura comercial estranha àquela que constou do Certificado de Origem. Finalmente, a meu ver, razão assiste às autoridades autuantes quando apontaram a impossibilidade de se cotejar a quantidade da mercadoria amparada pelo certificado de origem coligido aos autos, que não contém essa informação. Sem que tal informação conste do certificado ou não for possível vincular certificado e fatura comercial, como saber se a totalidade das mercadorias desembarcadas no Brasil foi embarcada na Venezuela? Resta prejudicado portanto o cumprimento do requisito estabelecido no artigo oitavo da Resolução 252, literis: OITAVO A descrição das mercadorias incluídas na declaração que acredita o cumprimento dos requisitos de origem estabelecidos pelas disposições vigentes deverá coincidir com a que corresponde à mercadoria negociada, classificada de conformidade com a NALADI/SH e com a que se registra na Fl. 277DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 278 12 fatura comercial que acompanha os documentos apresentados para o despacho aduaneiro.(grifei) Logo, a certificação da origem é feita com base também em função da fatura comercial que acoberta a saída de mercadorias. Pelas normas internacionais vigentes (art. 4º do Acordo 91 do Comitê de representantes da Aladi), é necessário que haja a vinculação do certificado de origem da mercadoria à fatura comercial correspondente, o que foi deito no presente caso. Com efeito, é o vínculo entre certificado de origem e fatura comercial que garante o cumprimento dos requisitos fixados entre os Estados signatários do Acordo e legitima a fruição do benefício tarifário quanto á mercadoria importada. Não se pode olvidar, por outro lado, que a avaliação do cumprimento das condições fixadas pela legislação específica do regime reclama a observância das normas que disciplinam a fruição da isenção condicionada, especialmente o pelo art. 179, caput e § 2º, do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966), que dizem: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. (...) § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicandose, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrandose o crédito acrescido de juros de mora: Aplicar o art. 179 e, se for o caso, o art. 155, significa, a meu ver, avaliar, conforme o caso, o cumprimento das condições fixadas no Acordo, inclusive no que se refere ao cumprimento das exigências de ordem instrumental. Sobre a imperiosidade da coexistência dos aspectos instrumental e material, bem assim da obrigatoriedade do sujeito passivo trazer ao processo, pelos meios adequados, os elementos que permitam a avaliação do cabimento da isenção, vale a pena relembrar trecho da obra de Alberto Xavier8: “... Na verdade, enquanto a Administração fiscal tem o dever de investigar oficiosamente os fatos arvorados por lei em elementos do tipo tributário, nem sempre esse dever lhe cabe quanto aos fatos impeditivos da obrigação de imposto. Não pode afirmarse que a Administração não tenha o dever de investigar a verdade material quanto ao fato isento, nos casos a que nos referimos: o 8 Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. Rio de Janeiro. Forense, 1998, 2ª ed., p. 103/104. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 279 13 que sucede é que a lei faz depender o início da investigação de um pressuposto processual, que é um requerimento ou solicitação expressa do particular, sem o qual a Fazenda não pode reconhecer a isenção, nem portanto operar a sua eficácia impeditiva. É o que resulta do artigo 179 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “a isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento no qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão”. (destaquei) De se reafirmar, portanto, que, como frisou o mestre lusitano, a regra isencional de caráter especial não gera efeitos ope iuris. É necessário que se cumpra o rito procedimental próprio, consubstanciado no pleito do benefício e na apresentação de prova do preenchimento das condições definidas na norma de caráter substancial. De maneira semelhante, pondera Souto Maior Borges9: “Toda isenção deve ser concedida mediante prova documental da sua causa que remova as contestações e incertezas. (...) Devese distinguir assim, consoante o ensinamento de Amílcar de Araújo Falcão, no estudo das isenções, dois momentos ou aspectos distintos: I) o aspecto substancial ou material, ou seja, os requisitos ou elementos de perfeição ou integração dos pressupostos da isenção; regime que estabelece os pressupostos para o surgimento do direito à isenção (Tatbestandsstücke), os destinatários da norma (Normadressaten) e o âmbito, o alcance ou extensão do preceito isentivo; II) o aspecto formal, um processus, um requisito de eficácia para que o efeito desagravatório da isenção se produza (Wirksamkeitserfordernis). Distinguese, deste modo, entre pressupostos integrativos da relação jurídica de isenção e pressupostos de eficácia do resultado legalmente estabelecido. Estes últimos relacionamse pois com as circunstâncias que condicionam a produção dos efeitos jurídicos. (destaquei) Ora, se foi indicado o país de destino da mercadoria, a intervenção do operador estabelecido em terceiro país e, a partir da apresentação da fatura comercial atrelada ao referido certificado, identificamse claramente todos os elos da cadeia comercial, não há como afirmar que o certificado esteja em desacordo com as regras do acordo, máxime em razão de que as informações relativas ao domicílio da Pifco estão perfeitamente identificadas na fatura acreditada por tal certificado. 9 Teoria Geral da Isenção Tributária. São Paulo. Malheiros, 2001, 3ª ed. p. 336 Fl. 279DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10209.000262/200423 Acórdão n.º 9303001.989 CSRFT3 Fl. 280 14 Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 280DF CARF MF Impresso em 11/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado d igitalmente em 18/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 16004.001408/2010-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. MEDIDA JUDICIAL. LANÇAMENTO PARA PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração (Súmula CARF nº 48).
PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1).
Numero da decisão: 2202-002.968
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso, tendo em vista a opção pela via judicial.
Assinado digitalmente
ANTONIO LOPO MARTINEZ - Presidente.
Assinado digitalmente
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO LOPO MARTINEZ (Presidente), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), JIMIR DONIAK JUNIOR (Suplente convocado), MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA, DAYSE FERNANDES LEITE (Suplente convocada) e RAFAEL PANDOLFO.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. MEDIDA JUDICIAL. LANÇAMENTO PARA PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração (Súmula CARF nº 48). PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1).
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 16004.001408/2010-89
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5441805
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 17 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2202-002.968
nome_arquivo_s : Decisao_16004001408201089.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 16004001408201089_5441805.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso, tendo em vista a opção pela via judicial. Assinado digitalmente ANTONIO LOPO MARTINEZ - Presidente. Assinado digitalmente MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO LOPO MARTINEZ (Presidente), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), JIMIR DONIAK JUNIOR (Suplente convocado), MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA, DAYSE FERNANDES LEITE (Suplente convocada) e RAFAEL PANDOLFO.
dt_sessao_tdt : Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
id : 5862160
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:38:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047700756234240
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1926; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 164 1 163 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16004.001408/201089 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202002.968 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de janeiro de 2015 Matéria IRPF Ganho de Capital Recorrente JOSÉ GALERA SANCHES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. MEDIDA JUDICIAL. LANÇAMENTO PARA PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração (Súmula CARF nº 48). PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso, tendo em vista a opção pela via judicial. Assinado digitalmente ANTONIO LOPO MARTINEZ Presidente. Assinado digitalmente MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 14 08 /2 01 0- 89 Fl. 164DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 03/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO LOPO MARTINEZ (Presidente), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), JIMIR DONIAK JUNIOR (Suplente convocado), MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA, DAYSE FERNANDES LEITE (Suplente convocada) e RAFAEL PANDOLFO. Relatório Foi lavrado contra o contribuinte JOSÉ GALERA SANCHES auto de infração de fls. 81 a 87, relativa ao anocalendário de 2008, em virtude de infração de omissão de ganhos de capital na alienção de participação societária da dependente Marlene Aparecida Mantovani Galera, na pessoa jurídica SONATA Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios, o que resultou em um imposto de renda de R$ 23.472,07. O valor total do crédito tributário lançado foi de R$ 29.020,86, incluídos juros de mora calculados até 29/10/2010. O lançamento foi efetuado sem multa de ofício e com a exigibilidade do crédito tributário suspensa por força de medida liminar concedida e depósito judicial efetuado nos autos do Mandado de Segurança nº 2007.61.06.0126615, da 2ª Vara Federal de São José do Rio Preto/SP. O contribuinte foi cientificado do lançamento e apresentou impugnação, com as seguintes alegações, em resumo: o crédito tributário ora exigido já foi lançado contra a Sra. Marlene Aparecida Mantovani Galera, não cabendo o lançamento novamente, sob pena de dupa tributação e confisco; a exigência fiscal de juros de mora desconsiderou o fato de que a exigibilidade do crédito tributário está suspensa pelo depósito judicial de seu montante integral, circunstância que impede o cômputo do acréscimo legal no lançamento de ofício; o presente auto de infração é nulo, uma vez que a exigibilidade do crédito tributário encontrase suspensa, em decorrência dos depósitos judiciais dos montantes integrais do tributo discutido nos autos do Mandado de Segurança; a autoridade fiscal, ao proceder de modo contrário à norma contida no art. 62 do Decreto 70.235, de 1972, agiu destituída de competência legal para instaurar procedimento fiscal contra o impugnante, devendo ser considerado nulo o lançamento, por força do art. 59, inciso I, do mesmo Decreto. Ao final, requer a exoneração do crédito tributário. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE), por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, para: (1) rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento; (2) exonerar os juros de mora incidentes sobre o valor do imposto. A decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 GANHO DE CAPITAL. VENDA PARCELADA. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 03/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 16004.001408/201089 Acórdão n.º 2202002.968 S2C2T2 Fl. 165 3 O ganho de capital é apurado como alienação à vista e o imposto deve ser pago de acordo com o recebimento das parcelas, até o último dia útil do mês subseqüente ao do recebimento JUROS DE MORA. DEPÓSITO JUDICIAL INTEGRAL DO TRIBUTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. Suspensa a exigibilidade do crédito tributário em razão do depósito integral e tempestivo do imposto, o lançamento de ofício, formalizado no curso do processo judicial, visa apenas prevenir a decadência, não cabendo a exigência de juros de mora. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Cientificado da decisão em 30 de abril de 2014 (fl. 123), o contribuinte interpôs recurso voluntário em 30 de maio de 2014 (fls. 130 a 149), no qual alega, em síntese: a exigência foi feita em duplicidade, pois quem apurou, recolheu e informou ao Fisco e discutiu judicialmente a matéria foi Marlene Aparecida Mantovani Galera; a parcela de imposto devido foi objeto de auto de infração contra Marlene Aparecida Mantovani Galera, nos autos do processo administrativo nº 16004.001405/201045, sendo nulo o presente lançamento; a matéria tratada no Auto de Infração foi definitivamente pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, tanto que a PGFN já se encontra dispensada de recorrer judicialmente destes processos; os lançamentos que tenha por objeto matérias para as quais a PGFN já tenha se manifestado sobre a dispensa de recurso, devem ser cancelados de ofício; o mandado de segurança impetrado foi julgado integralmente procedente por decisão monocrática do Desembargador relator no TRF da 3ª Região; o feito caminha para o trânsito em julgado, pois a PGFN não pode recorrer, o que ensejará o cancelamento do presente lançamento; é nulo o Auto de Infração que tem por objeto a cobrança de tributo cuja exigibilidade esteja suspensa; desde 1970, Sra. Marlene Aparecida Mantovani Galera participava como sócia e principal acionista da empresa SóNata Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios S/A e que, em 05/11/2007, alienou e transferiu a totalidade das ações que detinha à empresa Lácteos do Brasil S/A, recebendo nesta data, valores individuais superiores aos custos de aquisição das ações; parte substancial do lucro auferido era abrangida pela isenção instituída pelo artigo 4º, alínea “d” do Decretolei nº 1.510, de 1976, razão pela qual adotou a via mandamental para ver assegurada a aplicação do referido benefício; Fl. 166DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 03/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 a revogação da isenção pela Lei nº 7.713, de 1988, viola o direito adquirido insculpido no art. 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil, e no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, dos contribuintes que, à época da entrada em vigor da Lei n. 7.713, já tivessem cumprido a condição onerosa para fruição da citada isenção; A jurisprudência dominante do STJ e do CARF acatam essa tese. Conclui pela nulidade desta autuação, afirmando que foi recolhido o imposto sobre o ganho de capital correspondente ao percentual de 19,52% do lucro apurado, relativo à parcela incontroversa e foi depositado em Juízo a parcela do imposto que entende estar isenta. É o relatório. Voto Conselheiro MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Relator. Em seu recurso, o contribuinte alega, preliminarmente, a nulidade do lançamento, pois o Auto de Infração foi lavrado para constituição de crédito tributário cuja exigibilidade encontravase suspensa por medida judicial, assim como defende que o lançamento ocorreu em duplicidade, posto que o crédito tributário ora exigido já havia sido lançado contra sua dependente Marlene Aparecida Mantovani Galera, nos autos do processo administrativo nº 16004.001405/201045. No mérito, afirma que os lucros auferidos com a alienação das participações societárias por detidas por sua dependente Marlene Aparecida Mantovani Galera na empresa SÓNATA há mais de 5 (cinco) anos ou as que viriam subscrever e com elas permanecer mais de cinco anos, estariam isentos do imposto sobre a renda, conforme artigo 4º , alínea "d", do Decretolei n° 1.510/1976. Em relação à preliminar de nulidade do auto de infração, é importante ressaltar que o lançamento foi efetuado para resguardar o crédito tributário, evitando a decadência, pois o prazo decadencial não se interrompe nem se suspende com o depósito do montante integral do crédito tributário. Sobre o assunto, transcrevo a Súmula CARF nº 48: " A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração". Quanto à outra preliminar, de que já havia lançamento de ofício contra sua dependente, não lhe assiste razão, pois o lançamento contra a Sra. Marlene Aparecida Mantovani Galera, objeto do referido processo, era relativo ao imposto devido sobre o recebimento de valor ocorrido em novembro de 2007 e a presente autuação é referente à parcela recebida em maio de 2008, ambas decorrentes da alienação da participação societária da mencionada senhora. Ocorre que em 2007 (exercício 2008), a contribuinte Marlene Aparecida Mantovani Galera apresentou declaração em separado e em 2008 (exercício 2009) ela passou a ser dependente do contribuinte aqui fiscalizado. Dessa forma, rejeito as preliminares suscitadas. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 03/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 16004.001408/201089 Acórdão n.º 2202002.968 S2C2T2 Fl. 166 5 Em relação à alegada isenção sobre o ganho de capital, observase dos autos que o contribuinte optou pela via judicial e impetrou Mandado de Segurança Preventivo, com pedido de liminar e depósito judicial, com o objetivo de afastar a incidência do imposto de renda sobre ganho de capital auferido na alienação de cotas de participações societárias adquiridas ou subscritas até 31/12/1983 (fls. 12 a 36). Tendo a discussão deste processo sido submetida à apreciação do Poder Judiciário, entendo que esta instância administrativa está impedida de examinála. É o caso de se aplicar a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. O contribuinte não pode discutir a mesma matéria em processo judicial e administrativo. Em havendo coincidência de objetos nos dois processos, é de se afastar a competência dos órgãos administrativos para se pronunciarem sobre a questão. A propositura de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois da autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, ou seja, desistência de eventual recurso interposto. Assim, não deve ser conhecido o recurso voluntário. Ante o exposto, voto por rejeitar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso, tendo em vista a opção pela via judicial. Assinado digitalmente MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Relator Fl. 168DF CARF MF Impresso em 17/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 03/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 10410.002723/2008-31
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
Concomitância. Multa Isolada e Multa de Ofício
A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício (Súmula CARF nº 105).
Juros de Mora. Taxa SELIC
A partir de 1o. de abril de 1995, os juros moratórios incidente sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula CARF no. 4)
Numero da decisão: 1801-002.341
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Joselaine Boeira Zatorre. Participou deste julgamento a Conselheira Cristiane Silva Costa.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Maria de Lourdes Ramirez Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201503
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003 Concomitância. Multa Isolada e Multa de Ofício A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício (Súmula CARF nº 105). Juros de Mora. Taxa SELIC A partir de 1o. de abril de 1995, os juros moratórios incidente sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula CARF no. 4)
turma_s : Primeira Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10410.002723/2008-31
anomes_publicacao_s : 201504
conteudo_id_s : 5454830
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 1801-002.341
nome_arquivo_s : Decisao_10410002723200831.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : MARIA DE LOURDES RAMIREZ
nome_arquivo_pdf_s : 10410002723200831_5454830.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Joselaine Boeira Zatorre. Participou deste julgamento a Conselheira Cristiane Silva Costa. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
id : 5892922
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:39:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047701170421760
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2018; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 2 1 1 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10410.002723/200831 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1801002.341 – 1ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2015 Matéria AI IRPJ e CSLL Recorrente PROJETE IND. E COM. DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 CONCOMITÂNCIA. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício (Súmula CARF nº 105). JUROS DE MORA. TAXA SELIC A partir de 1o. de abril de 1995, os juros moratórios incidente sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula CARF no. 4) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Joselaine Boeira Zatorre. Participou deste julgamento a Conselheira Cristiane Silva Costa. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 00 27 23 /2 00 8- 31 Fl. 411DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 07/04/ 2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES W IPPRICH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório PROJETE IND. E COM. DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS LTDA. recorre a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, de acórdão proferido pela 4a. Turma de Julgamento da DRJ em Recife/PE que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte contra as exigências consubstanciadas nos autos. No âmbito do processo n° 10410.006228/200396 a empresa recorrente foi excluída da sistemática do Simples Federal, com efeitos a partir de 01/01/2002. Consta dos autos que a recorrente teria feito nova opção pelo Simples Federal a partir de 01/01/2004. Por conta disso, o SECAT da DRF em Maceió/AL formalizou representação com proposta para que as declarações apresentadas pela empresa na sistemática do Simples Federal dos anoscalendário 2002 e 2003 fossem canceladas nos sistemas, com posterior envio do processo de exclusão (n° 10410.006228/200396) ao setor de fiscalização (efls. 23/34). Foi, então, instaurado procedimento fiscal pelo qual solicitou, a auditoria, que a empresa apresentasse, inicialmente, escrituração completa necessária a apuração do lucro real, inclusive o Lalur, relativamente ao anocalendário 2003. A contribuinte solicitou, e obteve, prorrogação, mas no prazo avençado, 31/01/2008, não apresentou os elementos (efls. 36/40). Reintimada, apresentou, todos os livros solicitados, em 12/12/2008, com exceção do Lalur. A auditoria, com base nas informações escrituradas no Livro Registro de Saídas, Livro Registro de Apuração do ISS e Livro Razão, apurou as receitas obtidas pela empresa, mensalmente, no anocalendário 2003, excluindo dois (2) valores registrados equivocadamente sob código CFOP errado. Os valores de receitas com prestação de serviços registrados no Razão foram confirmados no Livro de Apuração do ISS. Com base nesses valores e, depois de glosar deduções relativas a pagamentos efetuados na sistemática do Simples Federal (justificando a glosa na exclusão da empresa da referida sistemática), a auditoria apurou um Lucro Real, no valor de R$ 141.937,80 e Lucro Líquido, para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, de R$ 135.778,62, sobre os quais foram exigidos o IRPJ e a CSLL, acrescidos de multa de ofício e de juros de mora. Foram apurados, ainda, valores a título de estimativas mensais de IRPJ e de CSLL e, sobre eles, foi exigida a multa de ofício isolada. Cientificada dos lançamentos, em 25/04/2008, como demonstra a cópia do AR à efl 195, apresentou a empresa, em 26/05/2008 três (3) impugnações, contra a exigência de IRPJ, a de CSLL e contra a multa isolada, nas quais aduziu, em síntese: (i) que faltaria a identificação e assinatura do autuante nos autos de infração; (ii) que as exigências tem caráter confiscatório; (iii) que não teria deixado de recolher tributos, uma vez que o fez na modalidade do Simples, e que os valores recolhidos deveriam ser deduzidos daqueles exigidos nos autos de infração; (iv). que teriam sido aplicadas duas multas sobre um mesmo fato, e que, ainda que Fl. 412DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 07/04/ 2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES W IPPRICH Processo nº 10410.002723/200831 Acórdão n.º 1801002.341 S1TE01 Fl. 3 3 ambas fossem devidas, deveria ter sido calculada sobre os valores proporcionais levandose em consideração aqueles já recolhidos, ainda que sob outra sistemática de apuração; (v) que a multa ao patamar de 75% tem efeito de confisco e, (vi) que é ilegal a incidência de juros calculados com base na taxa Selic. A Turma Julgadora de 1a. Instância julgou procedente em parte as impugnações e deduziu, dos valores exigidos a título de IRPJ e de CSLL, aqueles pagos na sistemática do Simples Federal, na proporção desses tributos, e ainda, e por conseqüência, o valor das multas isoladas exigidas mensalmente. Cientificada da decisão, em 28/09/2010, como demonstra a cópia do AR à e fl. 355, apresentou a empresa, em 27/10/2010, recurso voluntário. Nas razões recursais reproduz literalmente aquelas deduzidas na impugnação, acrescentando que deve ser suspensa a exigibilidade do crédito tributário. É o relatório. Voto Conselheiro Maria de Lourdes Ramirez, Relatora O recurso é tempestivo. Dele tomo conhecimento. A empresa foi excluída da sistemática do Simples Federal, exclusão essa que projetou seus efeitos nos anoscalendário 2002 e 2003. O processo que tratou da exclusão foi julgado definitivamente em 1a Instância Administrativa e encontrase arquivado. Assim, é indiscutível que no anocalendário 2003 a empresa não se encontrava mais na sistemática simplificada de pagamento de impostos e contribuições. Por conta dessa exclusão, tornada definitiva, as declarações de pessoa jurídica apresentadas nessa modalidade relativamente aos anos de 2002 e 2003 foram canceladas nos sistemas internos da Receita Federal e a empresa não teria tomado nenhuma providencia para regularizar essa situação, por meio da apresentação de novas declarações de apuração dos tributos. Diante dessa omissão foi aberta auditoria fiscal e a empresa foi intimada a promover a escrituração de seus atos e fatos contábeis com base nas leis comerciais e fiscais, e apresentar à fiscalização os livros de escrituração obrigatória Diário, Razão, Lalur, Registro de Entradas e de Saídas e, ainda, o Livro de Apuração do ISS, por se tratar de prestadora de serviços. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 07/04/ 2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES W IPPRICH 4 Depois de formalizada a escrituração, a auditoria fiscal tomou por base os registros efetuados pela recorrente e apurou, como determina a lei, o IRPJ e a CSLL devidos com base nas regras do lucro real anual, formalizando as exigências em autos de infração, com acréscimo de multa de ofício e juros de mora. Foi exigida, ainda, a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ e de CSLL. Nas defesas apresentadas a recorrente se limitou a combater aspectos formais dos autos de infração, como a ausência de assinatura do fiscal nas vias dos autos de infração a ela encaminhadas e o efeito confiscatório dos lançamentos que, desde já, devem ser sumariamente rechaçadas. Isto porque não se vislumbra, na via dos autos de infração constantes do presente processo, ausência de identificação ou de assinatura do agente autuante. E aspectos constitucionais do lançamento, como é o caso da argüição de confisco, não podem ser apreciados nesta esfera administrativa de julgamento, entendimento pacificado neste órgão de julgamento como se verifica da seguinte súmula: Súmula CARF n° 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. No mérito não há qualquer reparo a ser feito na ação fiscal. A recorrente, uma vez excluída da sistemática do Simples Federal, da qual foi cientificada, deveria ter tomado medidas para regularização de sua situação fiscal. Nesse contexto deveria ter providenciado escrituração contábil e, com base nessa escrituração, apresentar todas as declarações compulsoriamente exigidas pela legislação fiscal para as pessoas jurídicas em geral, como DIPJ, DCTF, DACON, dentre outras. Diante de sua omissão, não poderia, o Fisco, quedarse inerte. Assim, foi iniciado procedimento de auditoria fiscal que teve por objeto, justamente, fazer, de ofício, aquilo que não fora feito de forma espontânea pela pessoa jurídica, ou seja, apurar seus resultados e, sobre eles, exigir os tributos devidos, por meio de lançamento de ofício. A Turma de Julgamento de 1a. Instância corretamente deduziu, dos valores apurados a título de IRPJ e de CSLL, aqueles pagos na sistemática do Simples Federal, na proporção devida a cada um desses tributos. Da mesma forma, reduziu, proporcionalmente, os valores calculados das estimativas mensais de IRPJ e de CSLL, sobre os quais incidiu a multa isolada, o que também resultou na redução proporcional dessas multas. Em que pese aquela autoridade julgadora ter reduzido o valor das multas isoladas, recentemente este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF adotou posicionamento de que deve prevalecer, no caso de exigência concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais e de multa de ofício pela falta de recolhimento do IRPJ e da CSLL devidos no ajuste anual, apenas a multa exigida no ajuste. A respeito, transcrevo a Súmula n° 105: Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Dessa forma as multas exigidas isoladamente sobre estimativas de IRPJ e de CSLL não recolhidas no anocalendário 2003 devem ser exoneradas por terem sido lançadas concomitantemente com a multa de ofício sobre o IRPJ e a CSLL devidos no ajuste anual de 2003. Fl. 414DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 07/04/ 2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES W IPPRICH Processo nº 10410.002723/200831 Acórdão n.º 1801002.341 S1TE01 Fl. 4 5 No que respeita à inconformidade da recorrente em relação à incidência de juros calculados com base na taxa SELIC, este órgão de julgamento também já consolidou seu entendimento, como se verifica no enunciado de súmula abaixo reproduzido: Súmula CARF no. 4: A partir de 1o. de abril de 1995, os juros moratórios incidente sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais. Assim, afastase a alegação. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso e exonerar a recorrente do crédito tributário relativo às multas exigidas isoladamente e, por conseqüência, dos juros sobre elas aplicados. (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez Fl. 415DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 07/04/ 2015 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES W IPPRICH
score : 1.0
Numero do processo: 15374.957584/2009-62
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1802-000.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José de Oliveira Ferraz Corrêa, Ester Marques Lins de Sousa, Henrique Heiji Erbano, Nelso Kichel, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201503
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 15374.957584/2009-62
anomes_publicacao_s : 201503
conteudo_id_s : 5442396
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 1802-000.633
nome_arquivo_s : Decisao_15374957584200962.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
nome_arquivo_pdf_s : 15374957584200962_5442396.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José de Oliveira Ferraz Corrêa, Ester Marques Lins de Sousa, Henrique Heiji Erbano, Nelso Kichel, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
id : 5863793
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:38:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047701338193920
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1195; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 302 1 301 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15374.957584/200962 Recurso nº 999.999Voluntário Resolução nº 1802000.633 – 2ª Turma Especial Data 04 de março de 2015 Assunto COMPENSAÇÃO Recorrente PGS INVESTIGAÇÃO PETROLÍFERA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José de Oliveira Ferraz Corrêa, Ester Marques Lins de Sousa, Henrique Heiji Erbano, Nelso Kichel, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 57 58 4/ 20 09 -6 2 Fl. 302DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 303 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro – DRJ/RJ I, que manteve a negativa de homologação em relação a declaração de compensação apresentada pela Contribuinte, conforme já havia decidido anteriormente a Delegacia de origem (DERAT Rio de Janeiro/RJ). Os fatos que deram origem ao presente processo estão assim descritos no relatório da decisão recorrida, Acórdão nº 1247.855, às fls. 174 a 178: Tratase de Declaração de Compensação retificadora n° 03147.87776.281107.1.7.045002, constante de fls. 2 a 6, apresentada em 28/11/2007, para utilização de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior que o devido de CSLL (cód. 2484), relativo ao período de apuração de dez/2002, no valor total de R$ 121.433,73, com débito de Cofins (cód. 5856), no mesmo valor, relativo ao período de apuração de ago/2003. Conforme Despacho Decisório de fl. 7, foi indeferido o pedido, em virtude da inexistência do crédito informado, uma vez que o pagamento discriminado no PER/DCOMP, cujo valor original total era de R$ 662.838,40, foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificada em 14/09/2009, a contribuinte interpôs, em 14/10/2009, manifestação de inconformidade de fls. 8 a 10, acompanhada de documentos de fls. 11 a 167. Alega, em apertada síntese, que a decisão proferida no despacho decisório que indeferiu a homologação da compensação pleiteada foi equivocada, na medida que se baseou em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) enviada em 03/12/2003, contendo informação incorreta em relação ao débito apurado de CSLL no valor de R$ 1.301.023,01, integralmente pago em 27/01/2003. Verificado o equívoco, retificou a DCTF incorreta em 24/09/2009, apontando o real débito apurado de IRPJ, no valor de R$ 945.955,19. Informa que recolheu DARF no valor de R$ 662.838,40, quando o valor correto a recolher era de R$ 307.770,58, conforme consta da DCTF retificadora. Assim, alega que teria direito ao crédito no valor de R$ 355.067,82, resultante da diferença do valor recolhido a maior, e do real valor devido, utilizandose desse crédito em compensações declaradas a partir de 31/01/2003. Tais informações são corroboradas pela ficha 16 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Mensal por Estimativa integrante da DIPJ 2003, enviada em 31/12/2005, que em sua pág. 15, discrimina a CSLL a pagar no valor de R$ 307.770,58. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 304 3 Por fim, a vista da comprovação do preenchimento incorreto de sua DCTF,requereu o acolhimento de sua manifestação de conformidade, a reforma do despacho decisório, e a homologação da compensação pleiteada na PER/DCOMP n° 03147.87776.281107.1.7.045002. Como mencionado, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro – DRJ/RJ I manteve a negativa em relação à declaração de compensação, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO UTILIZADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Se do confronto entre a DIPJ e a DCTF resultar valores de débitos informados a maior nesta última declaração, a falta de comprovação, mediante apresentação de documentação hábil e idônea, de que o erro de preenchimento se deu em relação à DCTF, resulta o impedimento do reconhecimento da existência de direito creditório em relação aos pagamentos para os quais correspondam débitos regularmente confessados. DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS. RETIFICAÇÃO APÓS CIÊNCIA DE DESPACHO DECISÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 20/08/2012, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 14/09/2012, com os argumentos descritos abaixo: sobejam decisões desse Egrégio Conselho no sentido de que a inobservância das formalidades e procedimentos, por constituírem erros materiais, não devem afastar o efetivo direito do contribuinte à compensação dos créditos, se estes efetivamente existem; o crédito utilizado para realização dessas compensações referese ao pagamento indevido ou a maior de CSLL do exercício 2003/anocalendário 2002, no valor de R$ 355.067,82 conforme declarado no Per/Dcomp Inicial n.° 39523.52622.231003.1.3.047784 (origem), retificado pelo Per/Dcomp n.° 03147.87776.281107.1.7.045002 (retificadora) Doc.02; a Recorrente recolheu através de dois DARF´s (Doc.03 e 03A) o montante de R$ 1.301.023,01, sendo: a) um DARF referente à estimativa de Outubro/2002, no valor principal de R$ 638.184,61, recolhido no dia 22/11/2002, referente ao P.A. de 31/10/2002 (Comprovante de Arrecadação anexo); b) outro DARF referente ao valor apurado em Fl. 304DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 305 4 Dezembro/2002, no valor principal de R$ 662.838,40, recolhido no dia 27/01/2003, referente ao P.A. de 31/12/2003. (Comprovante de Arrecadação anexo); neste último DARF ("b") foram recolhidos a maior R$ 355.067,82, gerando então saldo nesse valor o valor a recolher era de R$ 307.770,58; a Recorrente também compensou através de compensação direta com crédito referente ao ano calendário de 1997 o valor de R$ 3.730,56, referente à estimativa de outubro/2002; na DIPJ (Doc.04) referente ao exercício 2003/anocalendário 2002, foi apurada a CSLL devida no ano no valor de R$ 949.727,12, conforme declaração retificadora transmitida em 13/12/2005; porém, foi informado equivocadamente na DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 (Doc.05), o valor de R$ 1.301.023,01, conforme declaração transmitida em 03/12/2003, contudo a DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 foi retificada acertando o valor da CSLL devida para R$ 945.955,19 (Doc.06); vale ressaltar que a diferença de R$ 3.771,93 referese a uma compensação direta conforme acima informado; desse modo, somandose os valores referentes aos DARF´s recolhidos (R$ 1.301.023,01 Doc.03 e 03A). com a compensação com créditos de períodos anteriores (R$ 3.771,93 Doc. 03B), apurase o montante correto de R$ 1.304.794,94; ao diminuirmos a CSLL efetivamente devida, apurada no ano calendário de 2002 (R$ 949.727,12), obtemos o resultado de R$ 355.067,82; ou seja, na elaboração da DCTF original referente ao 4° trimestre de 2002, foi informado erroneamente o débito de R$ 662.838,40 referente à CSLL devida em Dezembro/2002, quando o valor correto era de R$ 307.770,58; conforme acima esclarecido, e como comprovam os documentos em anexo, a composição do crédito referente ao pagamento indevido ou a maior de CSLL 2002/2003, no total líquido de R$ 355.067,82, está de acordo com o que foi informado na Ficha 17, Alínea 42 (Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) da DIPJ 2002/2003 (Doc.04); para firmar a convicção desse Egrégio Conselho, juntase ao presente recurso voluntário as demais Per/Dcomp's compensadas com este mesmo crédito aqui referido e demonstrado (Doc. 07 a 07C), bem como a planilha de atualização pela SELIC do crédito em questão (Doc. 08). Este é o Relatório. Fl. 305DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 306 5 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a Contribuinte questiona a não homologação de declaração de compensação em que utiliza um alegado crédito decorrente de pagamento a maior da estimativa de CSLL referente ao mês de dezembro/2002. Pelos argumentos da Contribuinte, o mesmo excedente também pode ser verificado em relação à apuração anual da CSLL em 2002. A Delegacia de origem, por meio de despacho eletrônico, não homologou a compensação. A negativa foi motivada pelo fato de o referido pagamento já ter sido utilizado para a quitação de débito declarado em DCTF. Em suas peças de defesa, a Contribuinte vem informando que declarou em DCTF e recolheu equivocadamente o valor de R$ 662.838,40 a título de CSLL/estimativa de dezembro/2002, quando o valor correto a recolher era de R$ 307.770,58, o que caracterizaria o excedente tanto em relação à estimativa, quanto em relação ao próprio ajuste anual. A Delegacia de Julgamento manteve a negativa da compensação, com o seguinte fundamento: [...] A informação prestada em DCTF retificadora apresentada após a ciência do despacho decisório que indeferiu a homologação da compensação, em razão da inexistência de direito creditório pleiteado, em virtude de que o pagamento declarado foi completamente alocado a débitos confessados na DCTF original, não pode ser considerada desacompanhada de documentação, hábil e idônea, comprobatória da correção da informação retificada, conforme preceitua o § 1°, do art. 147, do Código Tributário Nacional. Uma vez que ambas declarações foram preenchidas pela própria contribuinte e devem retratar os dados da escrituração da pessoa jurídica, a simples alegação de que a DCTF foi preenchida incorretamente não é suficiente para se comprovar o erro no preenchimento daquela declaração, sem apoio nos registros contábeis e fiscais da interessada e/ou em outros elementos consistentes de prova. Assim, impõese reconhecer que inexiste o direito creditório pleiteado, à vista da correspondência dos recolhimentos efetuados aos débitos informados em DCTF. Por todo exposto, VOTO no sentido de ratificar o Despacho Decisório recorrido, NÃO RECONHECER o direito creditório e NÃO HOMOLOGAR a compensação, no valor trazido a litígio. Ao não retificar a DCTF antes de enviar o PER/DCOMP, a Contribuinte concorreu para a primeira negativa da compensação pleiteada. Fl. 306DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 307 6 Contudo, essa questão procedimental não justifica uma negativa em definitivo, eis que o art. 165 do CTN não condiciona o direito à restituição de indébito, fundado em pagamento indevido ou a maior, a requisitos meramente formais. O que realmente interessa é verificar se houve ou não pagamento indevido ou a maior de um determinado tributo em um determinado período de apuração. A DCTF, embora seja uma confissão de dívida, não pode ser tomada em caráter absoluto, até porque existe sempre a possibilidade de erro no seu preenchimento. Sua retificação, da mesma forma, não teria caráter absoluto, pelo que, mesmo que apresentada a declaração retificadora antes do envio da DCOMP, ela deveria ser cotejada com outras informações e documentos, como a DIPJ, os Livros Contábeis e Fiscais, Demonstrativos, etc., porque o que interessa é saber se houve ou não recolhimento indevido ou a maior. Não se trata aqui de simplesmente aceitar ou não uma declaração retificadora com a produção de efeitos automáticos, para fins de reduzir/excluir tributo, conforme a regra prevista no art. 147, § 1º, do Código Tributário Nacional – CTN, porque o exame de um PER/DCOMP é sempre realizado de ofício, aproximandose muito mais da regra contida no § 2º deste mesmo dispositivo, segundo o qual “os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela”. No caso, a Contribuinte apresentou em tempo hábil uma declaração de compensação, que deu origem ao presente processo, pleiteando perante a Administração Tributária a devolução (na forma de compensação) de um pagamento que entendia ter realizado em valor maior que o devido, procedimento que se não implicava em uma alteração/desconstituição automática de parte do débito declarado em DCTF, implicava ao menos na suspensão de sua constituição definitiva, em razão da relação direta existente entre o pagamento e o débito a que ele corresponde. Não há, portanto, que se cogitar de homologação de lançamento e constituição definitiva do débito se a Contribuinte, em tempo hábil, informou a Administração Tributária que o pagamento relativo a este débito havia sido feito indevidamente ou a maior. Além de ter enviado o PER/DCOMP, a Contribuinte, desde a manifestação de inconformidade, vem informando que houve erro no preenchimento da DCTF original, e que a DIPJ indicava o valor correto do débito de dezembro/2002. Não considero que a divergência entre as informações contidas na DCTF e na DIPJ deva ser solucionada graduando a importância destas declarações. Se uma é confissão de dívida (DCTF), a outra traz informações e detalhes sobre a apuração dos tributos (DIPJ). No que toca à comprovação de um indébito, é importante lembrar que o processo administrativo fiscal não contém uma fase probatória específica, como ocorre, por exemplo, com o processo civil. Especialmente nos processos iniciados pelo Contribuinte, como o aqui analisado, há toda uma dinâmica na apresentação de elementos de prova, uma vez que a Administração Tributária se manifesta sobre esses elementos quando profere os despachos e decisões com caráter terminativo, e não em decisões interlocutórias, de modo que não é incomum a carência de prova ser suprida nas instâncias seguintes. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 308 7 Além disso, não há uma regra a respeito dos elementos de prova que devem instruir um pedido de restituição ou uma declaração de compensação. Pelas normas atuais, aplicáveis ao caso, nem mesmo há como anexar cópias de livros, de DARF, de Declarações, etc., porque os procedimentos são realizados por meio de declaração eletrônica PER/DCOMP. Na sistemática anterior, dos pedidos em papel, de acordo com o § 2º do art. 6º da IN SRF 21/1997, a instrução dos pedidos de restituição de imposto de renda de pessoa jurídica se dava apenas com a juntada da cópia da respectiva declaração de rendimentos, e a apresentação de livros e outros documentos poderia ocorrer no atendimento de intimações fiscais, se fosse o caso. Este contexto permite notar que a instrução prévia, ainda na fase de Auditoria Fiscal, evita uma seqüência de negativas por falta de apresentação de documentos em relação aos quais a Contribuinte, em alguns casos, nem mesmo foi intimada a apresentar, o que poderia implicar em cerceamento de defesa. No caso concreto, ancorada também no fato de a Contribuinte não ter retificado a DCTF antes do despacho decisório, a Delegacia de Julgamento mencionou que ela não acostou aos autos os registros contábeis e fiscais e/ou outros elementos que pudessem comprovar o erro no preenchimento da DCTF original. Ocorre que a Contribuinte não foi em nenhum momento intimada a apresentar quaisquer esclarecimentos ou documentos relativos ao seu PER/DCOMP. Vale registrar que a prova tem sempre um aspecto de verossimilhança, que é medida em cada caso pelo aplicador do direito. Além disso, em razão da dinâmica do PAF quanto à apresentação de elementos de prova, como já mencionado acima, é a Autoridade Fiscal que, em cada caso, por meio de intimações fiscais, acaba fixando os critérios para a composição do ônus que incumbe à Contribuinte. Desse modo, entendo que a decisão do presente processo demanda uma instrução complementar. Para verificar se houve ou não o alegado pagamento a maior, é preciso averiguar qual é efetivamente o valor do débito de CSLL/estimativa de dezembro/2002, e também o saldo a pagar da referida contribuição no ajuste anual de 2002. Para tanto, é necessário que a Delegacia de origem, mediante análise da DIPJ, das demais informações também constantes dos sistemas eletrônicos da própria Receita Federal (DCTF, SINAL, DIRF, etc.), e ainda de outros elementos que entender relevantes: 1) verifique e informe: o valor do débito da estimativa de CSLL em dezembro/2002, e também o valor do débito da referida contribuição no ajuste anual de 2002; o valor das antecipações mensais (tanto a título de estimativas recolhidas e/ou compensadas, quanto a título de retenções na fonte cujas receitas foram computadas na base de cálculo apurada pela Contribuinte); Fl. 308DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 15374.957584/200962 Resolução nº 1802000.633 S1TE02 Fl. 309 8 2) apresente relatório circunstanciado esclarecendo se houve pagamento a maior de CSLL, seja em relação à estimativa mensal, seja em relação ao ajuste anual, e, se for o caso, qual o valor do excedente; 3) cientifique a Contribuinte deste relatório, para que ela possa se manifestar. Deste modo, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para que a DERAT Rio de Janeiro atenda ao acima solicitado. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 309DF CARF MF Impresso em 18/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
score : 1.0