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Numero do processo: 10880.997890/2009-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Dec 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.OMISSÃO.
Ao se constatar a existência de omissão, os embargos devem ser acolhidos.
INTIMAÇÃO ELETRÔNICA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. VALIDADE.
A prática de atos processuais de forma eletrônica para os contribuintes optantes do DTE - Domicílio Tributário Eletrônico independe de comunicação específica para cada um dos processos, visto que a Portaria SRF nº 259/2006 aplica-se indistintamente a todos processos administrativos digitais.
Numero da decisão: 1301-002.660
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para, no mérito, dar-lhes provimento e sanar a omissão apontada, sem efeitos infringentes. O Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro declarou-se impedido.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
Milene de Araújo Macedo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Ângelo Abrantes Nunes, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior.
Nome do relator: MILENE DE ARAUJO MACEDO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.OMISSÃO. Ao se constatar a existência de omissão, os embargos devem ser acolhidos. INTIMAÇÃO ELETRÔNICA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. VALIDADE. A prática de atos processuais de forma eletrônica para os contribuintes optantes do DTE - Domicílio Tributário Eletrônico independe de comunicação específica para cada um dos processos, visto que a Portaria SRF nº 259/2006 aplica-se indistintamente a todos processos administrativos digitais.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.OMISSÃO. Ao se constatar a existência de omissão, os embargos devem ser acolhidos. INTIMAÇÃO ELETRÔNICA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. VALIDADE. A prática de atos processuais de forma eletrônica para os contribuintes optantes do DTE Domicílio Tributário Eletrônico independe de comunicação específica para cada um dos processos, visto que a Portaria SRF nº 259/2006 aplicase indistintamente a todos processos administrativos digitais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para, no mérito, darlhes provimento e sanar a omissão apontada, sem efeitos infringentes. O Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro declarouse impedido. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 99 78 90 /2 00 9- 06 Fl. 242DF CARF MF Processo nº 10880.997890/200906 Acórdão n.º 1301002.660 S1C3T1 Fl. 243 2 Milene de Araújo Macedo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Ângelo Abrantes Nunes, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior. Relatório Tratase de embargos de declaração (fls. 222 a 224) opostos pelo contribuinte acima identificado, em face do acórdão de recurso voluntário nº 1301001.860 (fls. 207 a 216), proferido por esta 1ª Turma na sessão de julgamento de 10 de dezembro de 2015. No referido julgado, o Colegiado pronunciouse por unanimidade no sentido de não conhecer do recurso voluntário por ter sido considerado intempestivo. A decisão foi assim ementada: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/05/2006 INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. OPÇÃO. VALIDADE. É válida a intimação por meio magnético quando a contribuinte regularmente opta pela utilização do Domicílio Tributário Eletrônico. RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância, ex vi do disposto no art. 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972. Recurso apresentado após o prazo estabelecido, dele não se toma conhecimento, visto que, nos termos do art. 42 do mesmo diploma, a decisão de primeira instância já se tornou definitiva." Nos embargos opostos, a Huawei do Brasil Telecomunicações Ltda, com fundamento no art. 65, § 1º, inciso II, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/15, alegou que a decisão proferida incorreu em omissão, assim apontada: "... se omitiu quanto ao fato de que incumbia à Receita Federal do Brasil RFB, obrigatoriamente, o dever de informar o sujeito passivo em quais processos realizará os atos digitais, especialmente naqueles processos em que os atos eram feitos em meio físico (papel), nos expressos termos do art. 1º, § 3", da Instrução Normativa RFB n. 259/2006: "Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos processuais pelo sujeito passivo ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) será realizado conforme o disposto nesta Portaria. ... Fl. 243DF CARF MF Processo nº 10880.997890/200906 Acórdão n.º 1301002.660 S1C3T1 Fl. 244 3 § 3º Para efeito do disposto no caput, a RFB informará ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica. " Dessa forma, considerando que a RFB não informou a Recorrente que este processo administrativo passaria a ser um processo digital, com intimações eletrônicas, inexorável a conclusão que a validade dos atos eletrônicos, em especial a ultimação eletrônica do contribuinte, está condicionada ao cumprimento da exigência prevista no art. 1º da IN/RFB 259/2006, qual seja: a RFB informar ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica." No Despacho de Admissibilidade às fls. 235 a 238, o Presidente desta 1º Turma admitiu os embargos para que fosse sanada a omissão relativa à alegada falta de comunicação ao sujeito passivo de que seria permitida a prática de atos de forma eletrônica no presente processo. É o relatório. Voto Conselheira Milene de Araújo Macedo, Relatora A ciência do acórdão ora embargado se deu em 11/05/2016 (fls. 219), tendo sido os embargos apresentados em 16/05/2016 (fls. 225), assim, tenho que são tempestivos, à luz do prazo de cinco dias estabelecido pelo § 1º do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e alterações supervenientes. A contribuinte pleiteia que o acórdão seja integrado a fim de que seja sanada omissão quanto à alegada falta de comunicação ao sujeito passivo de que seria permitida a prática de atos de forma eletrônica no presente processo. De fato, o acórdão ora embargado, ao enfrentar a questão relativa à tempestividade do recurso voluntário, não se manifestou expressamente acerca da alegada falta de comunicação ao sujeito passivo de que seria permitida e realizada a prática de atos de forma eletrônica no presente processo administrativo. Todavia, a alegada falta de comunicação decorre de interpretação equivocada do § 3º, do art. 1º da Portaria SRF nº 259/2006, no sentido de que a Receita Federal do Brasil estaria obrigada a informar ao sujeito passivo, em cada um dos processos administrativos, sobre a possibilidade da prática de atos de forma eletrônica. Veja o que dispõe o art. 1º da referida portaria: "Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos processuais pelo sujeito passivo ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) será realizado conforme o disposto nesta Portaria. 1º Os atos e termos processuais praticados de forma eletrônica, bem como os documentos apresentados em papel, digitalizados pela RFB, comporão processo eletrônico (eprocesso). Fl. 244DF CARF MF Processo nº 10880.997890/200906 Acórdão n.º 1301002.660 S1C3T1 Fl. 245 4 § 2º Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos digitais com garantia da origem e de seu signatário serão considerados originais para todos os efeitos legais. 3º Para efeito do disposto no caput, a RFB informará ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica." Da análise da referida Portaria, que dispõe sobre a prática de atos e termos processuais de forma eletrônica, verificase que a expressão processo, mencionada no §º 3º, referese ao tipo do processo, papel ou digital, em que seria permitida a prática dos atos de forma eletrônica. Esse dispositivo foi incluído na portaria porque à época de sua edição existiam dúvidas acerca da possibilidade da prática de intimações eletrônicas para os processos em papel. Totalmente contrária aos objetivos da implantação do domicílio digital e processo digital, dentre eles a celeridade processual, seria a interpretação dada pela recorrente de que Receita Federal do Brasil deveria realizar uma comunicação específica para cada processo, apenas para informar que naquele processo seria permitida a prática de atos por meio eletrônico. O § 1º da art. 1º da Portaria SRF nº 259/2006 estabelece que os atos processuais praticados de forma eletrônica compõem o processo eletrônico. Para os processos em papel, consta previsão expressa na Portaria SRF nº 259/2006, de que a Receita Federal do Brasil poderia digitalizálos, nos termos do art. 7º: Art. 7º A RFB poderá digitalizar os documentos em papel constantes de processo convertendoo em eprocesso. Nesse sentido, a prática de atos processuais de forma eletrônica não seria permitida apenas aos processos digitais existentes na data da publicação mas também aos processos em papel digitalizados nos termos do dispositivo legal acima transcrito. Em consulta realizada ao sistema eprocesso, constatase que em 22/02/2010 foi feita a digitalização dos documentos e a migração do presente processo em papel da equipe Secoj/DRJ/SP I para o e processo. Assim, a partir desta data, tornouse possível a prática de atos de forma eletrônica, tanto pela Receita Federal do Brasil quanto pela recorrente neste processo, pois o acórdão recorrido decidiu que a recorrente era optante do domicílio tributário eletrônico e foi por regularmente intimada: "Desta forma, tendo em vista que a recorrente não foi capaz de comprovar a invalidade do Termo de Opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico constante da base de dados do Portal eCAC, bem como que o documento foi assinado com certificado digital emitido em nome do próprio contribuinte, mostrase válido o procedimento de intimação." Dessa forma, desnecessária a comunicação específica e individual para o presente processo, visto que a Portaria SRF nº 259/2006 é aplicável, indistintamente, a todos os processos administrativos digitais constantes do sistema eprocesso. Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto por acolher os embargos de declaração para, no mérito, darlhes provimento e sanar a omissão apontada, sem efeitos infringentes. Fl. 245DF CARF MF Processo nº 10880.997890/200906 Acórdão n.º 1301002.660 S1C3T1 Fl. 246 5 (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo Fl. 246DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10840.720089/2005-17
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Feb 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONOS DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO.
A norma que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal não traz previsão da possibilidade de a intimação dar-se na pessoa dos advogados do contribuinte, tampouco o Regulamento do CARF apresenta regramento nesse sentido.
SUSTENTAÇÃO ORAL. TURMAS EXTRAORDINÁRIAS. REGRAMENTO PRÓPRIO. REQUISITOS. NÃO CUMPRIMENTO.
Se o contribuinte deixar de atender os requisitos inerentes ao pedido de sustentação oral, relativamente às Turmas Extraordinárias, resta impossibilitada a hipótese de atendimento do pleito formulado.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONSTITUCIONALMENTE IMUNES. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO.
A aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos cuja imunidade de norma prescrita na Constituição Federal (livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão) não gera crédito de IPI, em face de a previsão para manutenção de créditos prevista em norma inserida no ordenamento pátrio por lei ordinária, que impõe referido direito creditório alcança tão somente aqueles insumos utilizados na industrialização de produtos isentos, tributados à alíquota zero e imunes, este último se tal imunidade decorrer de operação de exportação para o exterior.
Numero da decisão: 3001-000.164
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONOS DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO. A norma que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal não traz previsão da possibilidade de a intimação dar-se na pessoa dos advogados do contribuinte, tampouco o Regulamento do CARF apresenta regramento nesse sentido. SUSTENTAÇÃO ORAL. TURMAS EXTRAORDINÁRIAS. REGRAMENTO PRÓPRIO. REQUISITOS. NÃO CUMPRIMENTO. Se o contribuinte deixar de atender os requisitos inerentes ao pedido de sustentação oral, relativamente às Turmas Extraordinárias, resta impossibilitada a hipótese de atendimento do pleito formulado. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONSTITUCIONALMENTE IMUNES. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO. A aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos cuja imunidade de norma prescrita na Constituição Federal (livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão) não gera crédito de IPI, em face de a previsão para manutenção de créditos prevista em norma inserida no ordenamento pátrio por lei ordinária, que impõe referido direito creditório alcança tão somente aqueles insumos utilizados na industrialização de produtos isentos, tributados à alíquota zero e imunes, este último se tal imunidade decorrer de operação de exportação para o exterior.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2071; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 304 1 303 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10840.720089/200517 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.164 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 25 de janeiro de 2018 Matéria DCOMP ELETRÔNICO CRÉDITO PRESUMIDO RESSARCIMENTO Recorrente EDITORA NAME COC LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONOS DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO. A norma que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal não traz previsão da possibilidade de a intimação darse na pessoa dos advogados do contribuinte, tampouco o Regulamento do CARF apresenta regramento nesse sentido. SUSTENTAÇÃO ORAL. TURMAS EXTRAORDINÁRIAS. REGRAMENTO PRÓPRIO. REQUISITOS. NÃO CUMPRIMENTO. Se o contribuinte deixar de atender os requisitos inerentes ao pedido de sustentação oral, relativamente às Turmas Extraordinárias, resta impossibilitada a hipótese de atendimento do pleito formulado. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONSTITUCIONALMENTE IMUNES. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO. A aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos cuja imunidade de norma prescrita na Constituição Federal (livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão) não gera crédito de IPI, em face de a previsão para manutenção de créditos prevista em norma inserida no ordenamento pátrio por lei ordinária, que impõe referido direito creditório alcança tão somente aqueles insumos utilizados na industrialização de produtos isentos, tributados à alíquota zero e imunes, este último se tal imunidade decorrer de operação de exportação para o exterior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 72 00 89 /2 00 5- 17 Fl. 304DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto, em 16.06.2010, por PEARSON EDUCATION DO BRASIL S/A (INCORPORADORA DA EDITORA COC EMPREENDIMENTOS CULTURAIS LTDA. (ANTIGA EDITORA NAME COC LTDA.)), contra o Acórdão 1428.278, da 2ª Turma Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP DRJ/RPO, em sessão de julgamento realizada em 07.04.2010, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, em 07.08.2009, pelo contribuinte, mantendo, por conseguinte, a decisão exarada pela autoridade administrativa na repartição de origem. Do pedido de ressarcimento O requerente, por meio dos "Pedido de Ressarcimento ou Restituição / Declaração de Compensação" PER/DCOMP 06551.13700.200804.1.3.010325, referente ao período ao 2º trimestre de 2004, transmitido em 20.08.2004, na qual informa possuir um saldo credor de IPI no montante de no valor de R$ 44.366,60, referente ao crédito de IPI sobre os insumos tributados, acumulados em escrita fiscal, posto que não passível de compensação em conta gráfica, por tratarse de saída dos produtos é imune para o fim de compensar débitos de IRPJ e CSLL (fls. 02 a 23). Do termo de início de ação fiscal Em face do referido pedido e em cumprimento ao MPF 08.1.09.002008 011610, a autoridade fiscal intimou o contribuinte a apresentar os seguintes documentos: a Livro Registro de Entradas Modelo 1 e Livro Registro de Saídas Modelo; b Livro Registro de Apuração do IPI Modelo; c Notas Fiscais de Compras (Entradas) e Notas Fiscais de Vendas (Saídas); d Livros Razão e Diário que contenham a contabilização dos documentos fiscais relativos às aquisições dos insumos adquiridos e utilizados no processo produtivo; e Relação dos produtos industrializados pela empresa no período solicitado, com a respectiva classificação fiscal e alíquota de IPI correspondente; e Fl. 305DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 305 3 f Planilha contendo os valores das receitas imunes e tributadas pelo IPI, auferidas no período. Da informação fiscal Com base no exame dos livros e documentos fiscais e contábeis fornecidos pelo contribuinte, em atendimento ao "Termo de Início de Ação Fiscal", foi elaborada, em 30.03.2009, a Informação Fiscal de fls. 70 a 79, que conclui o que segue: C CONCLUSÃO Em função dos fatos expostos, concluise que os valores dos créditos de IPI, decorrentes dos insumos agregados aos produtos fabricados, foram apropriados pela empresa em sua escrituração fiscal em desacordo com a legislação do imposto. Assim sendo, a contribuinte não tem direito ao beneficio, tendo em vista que a exclusão dos referidos créditos resultará na inexistência de saldo credor do imposto no trimestre em referência. D DOCUMENTOS ANEXADOS: Anexamos cópias das Notas Fiscais emitidas pela empresa no período, por amostragem, as fls. 28/33, e cópias do livro Registro de Apuração do IPI escriturado, as fls. 34/52. E MONTANTE DO CRÉDITO A SER RESSARCIDO A SOLICITANTE: Considerando os fatos descritos, concluímos pelo indeferimento total do valor pleiteado. Assim sendo, no período analisado, a contribuinte não faz jus a qualquer valor de ressarcimento / compensação de crédito de IPI. F ENCAMINHAMENTO: Diante do exposto, propomos o encaminhamento da presente informação fiscal ao SEORT/DRF/RPO para a adoção das providências cabíveis, tendo em vista que a contribuinte solicitou, através das PER/DCOMP's, a compensação do valor solicitado com débitos de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme pode ser visto no "DEMONSTRATIVO DOS IMPOSTOS COMPENSADOS ATRAVÉS DE PER/DCOMP E DOS ESTORNOS EFETUADOS NO LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI", anexado as fls. 65. Do despacho decisório Em face da Informação Fiscal de fls. 70 a 79, foi exarado o Despacho Decisório de fl. 87, que para uma melhor compreensão, transcrevo na sua integralidade: DESPACHO DECISÓRIO IPI Imposto sobre Produtos Industrializados Fl. 306DF CARF MF 4 (2º trimestre / 2004) Lei nr. 9.779/99 Ressarcimento O saldo credor, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser ressarcido em espécie ou utilizado para a compensação de tributos e contribuições administrados pela SRF . Imunidade Aos produtos objetivamente atingidos pela imunidade imunidade objetiva não se aplica o disposto no art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, bem como no art. 42 da Instrução Normativa SRF nº 33/99, porque tais produtos estão afastados do campo de incidência do IPI . Conforme informação de fls. 68/77, com a qual concordo, bem como da legislação pertinente à espécie, não reconheço o direito creditório da interessada, relativamente ao presente processo administrativo. Em consequência, não homologo as compensações declaradas através das Declarações de Compensação de fls. 01/14, 15/18 e 19/22 (retificada conforme fls. 80/84), constantes do extrato de fls. 78/79, transmitidas eletronicamente entre 20/08/2004 e 25/06/2009, objeto dos autos Dêse ciência do presente Despacho Decisório e Informação de fls. 68/77, à interessada, informando que dessa decisão cabe recurso à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão PretoSP, e demais providências cabíveis conforme normas vigentes, observandose as disposições da IN SRF nº. 900/2008. Da intimação do despacho decisório Com vista a cientificar o contribuinte da decisão supra, em 08.07.2009, foi exarada a Intimação nº 525/2009/DRF/RPO/Seort, nos seguintes termos: Senhor Contribuinte, 1. Com referência ao processo supra, vimos transmitirlhe ciência da informação fiscal e do Despacho Decisório que não reconheceu direito creditório, cujas cópias seguem anexas, bem como comunicarlhe que as Dcomps vinculadas ao crédito em questão não foram homologadas (nr. 06551.13700.200804.1.3.010325; nr. 26531.54650.230904.1.3.013283 e nr. 20768.87117.250609.1.7.01.8300, retificadora da nr. 14393.06687.221004.1.3.017535). 2. Para dar prosseguimento aos autos, vimos intimálo, na forma da lei, a, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento desta (data da assinatura do "AR") a efetuar o pagamento dos débitos, objeto das Dcomps não homologadas, constantes da relação acima. Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 306 5 3. Esclarecemos, ainda, que deste Despacho Decisório cabe manifestação de inconformidade junto à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto, em igual prazo. (...) Da manifestação de inconformidade Por bem sintetizar os argumentos expendidos na Manifestação de Inconformidade de fls. 91 a 104, peço licença para reproduzir as palavras da ilustre patrona, contidas no memorial apresentado em nome do recorrente: Irresignada com o Despacho Decisório que não reconheceu o direito creditório, e consequentemente não homologou as compensações declaradas, a ora Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em suma, que os insumos utilizados na fabricação de livros didáticos sofrem incidência de IPI, o que gerou na sua escrita fiscal os créditos pleiteados, e que, portanto, não podiam ser compensados em conta gráfica, uma vez que as saídas desses produtos são imunes ao recolhimento de IPI. Ademais, alegou também o disposto no artigo 11 da Lei nº 9.779/99, que estabelece hipóteses de tomada de crédito relativo a matériasprimas, materiais de embalagens e insumos, nas hipóteses em que na saída do produto industrializado não seja devido o IPI para produtos isentos ou tributados à alíquota zero, e que, portanto, de acordo com a IN SRF nº 33/99 os produtos imunes estariam abrangidos ainda que classificados na TIPI como NãoTributado. Desta forma, a ora Recorrente pleiteou a extinção do crédito tributário objeto do processo administrativo, mediante a homologação da declaração de compensação. Da decisão de 1ª instância Sobreveio a decisão contida no voto condutor do acórdão recorrido, que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo a decisão proferida pela autoridade administrativa na repartição de origem, cuja ementa transcrevo (fls. 136 a 143): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). 0 direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os Fl. 308DF CARF MF 6 insumos empregados em mercadorias nãotributadas (N/T) pelo imposto. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Da intimação de 1ª instância Com vista a cientificar o contribuinte da decisão supra, em 12.05.2010, foi exarada a Intimação nº 630/2010/DRF/RPO/Seort, nos seguintes termos: Senhor Contribuinte, 1. Com referência ao processo supra, vimos transmitirlhe ciência do Acórdão nº 1428.278 da 2ª Turma da DRJ/RPO, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja cópia segue anexa. 2. Para dar prosseguimento aos autos, vimos a empresa intimada na forma da lei, a efetuar o recolhimento dos débitos, conforme relação anexa, no prazo de 30 (trinta) dias contados a partir do recebimento desta (data da assinatura do AR). 3. Esclarecemos, ainda, que deste Acórdão cabe interposição de recurso junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo. (...) Do recurso voluntário Ainda irresignado com o desfecho de seu pleito e, mais especificamente, com a decisão formalizada pelo acórdão vergastado, o requerente interpôs recurso voluntário, reprisando os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Para demonstrar a absoluta identidade das alegações suscitadas em ambas as peças recursais, é suficiente transcrevermos os itens 38 a 40 e 42 a 45 da referida peça recursal (fls. 147 a 165): 38. Novamente vale apontar que o argumento segundo o qual o artigo 4º da IN/SRF n. 33/99 apenas se aplicaria A hipótese de imunidade decorrente de exportação de produtos industrializados, em consonância com o estabelecido no art. 5º do Decretolei n. 491/69, também é desprovido de qualquer logicidade, nos moldes do raciocínio que vem sendo expendido. 39. Em verdade, nesses casos, deverseia inquirir o motivo pelo qual a aquisição de matériaprima, insumos e materiais de embalagem para fabricação de produtos industrializados, destinados a exportação, gera direito ao crédito, e nas outras hipóteses de imunidade não haveria tal direito. É dizer: por que imputar a somente um tipo de imunidade tributária a plena aplicabilidade da nãocumulatividade, em detrimento das demais hipóteses de imunidade? 40. Ora, é de clareza solar que se trata de nítida ofensa ao Principio da Igualdade, de que trata o inciso II do art. 150 da Constituição Federal de 1988, o qual dispõe que é Fl. 309DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 307 7 terminantemente vedado "instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos". (...) 42. Em síntese, diante dos argumentos aduzidos anteriormente, demonstrase cabalmente que não há nenhum fundamento de validade para o Acórdão n. 1428.278, posto que absolutamente inconstitucional o não reconhecimento dos créditos originados da aquisição de insumos, materiais de embalagem e matérias primas, empregados na industrialização de livros didáticos, que gozam da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, 'd', da Constituição Federal. III DO PEDIDO. 43. Diante do exposto e por tudo o mais que nos autos conta, vem a RECORRENTE, respeitosamente, à presença desse E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais requerer se digne de admitir o presente Recurso, para que seja integralmente provido, determinandose a extinção do crédito tributário objeto do processo administrativo referenciado, mediante a homologação da correspondente declaração de compensação, reconhecendose o direito aos créditos de IPI. 44. Protesta a RECORRENTE, desde já, pela apresentação de memoriais e sustentação oral de seu direito. 45. Por fim, informando, para fins de intimações, o endereço de seus advogados: Rua Campos Bicudo, nº 98, 14 0 andar, CEP 04536010, São Paulo SP Tel.: (0xx11) 30785344 Fac símile: (0xx11) 30792069, É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da admissibilidade O contribuinte foi cientificado do acórdão da DRJ/RPO em 17.05.2010, conforme Aviso de Recebimento AR SEED Ribeirão Preto SP1 (fls. 146), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, tendo o mesmo ingressado com recurso voluntário em 16.06.2010, conforme depreendese do carimbo de protocolo da DRF/Ribeirão PretoSP (fl. 147). Portanto, a peça recursal juntada às fls. 147 a 165, acompanhada dos documentos de fls. 166/167, é tempestiva e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecida por este Colegiado. Fl. 310DF CARF MF 8 Sem embargo, antes tratarse dos temas aos quais o litígio se restringe, importa registrar: Preâmbulo 1 que é demandada a ciência dos patronos do contribuinte, todavia os incisos I a III do artigo 23 do Decreto 70.235 de 06.03.1972 estabelece que as intimações no decorrer do contencioso administrativotributário federal serão realizadas pessoalmente ao sujeito passivo, não a seu advogado, inexistindo tampouco permissivo para tanto no Regimento Interno deste CARF RICARF, aprovado pela Portaria MF 343 de 09.06.2015. Preâmbulo 2 que é solicitada a sustentação oral, entretanto o artigo 61A do RICARF, inserido pela Portaria MF 329 de 04.07.2017, ao disciplinar a matéria relativamente às turmas extraordinárias, impõe que referido pleito seja realizado dentro de um prazo regulamentar e mediante apresentação de requerimento próprio, cuja aceitação "implica a retirada do processo para inclusão em pauta de sessão não virtual", inexistindo o mencionado requerimento, resta descumprido o regramento estatuído pela norma de regência, razão pela qual não há como atender a presente solicitação, o que importa na manutenção do processo em pauta e, por conseguinte, sua apreciação e julgamento. Do mérito Do pleito quanto ao reconhecimento do direito de crédito de IPI Da imunidade fiscal e Da segregação de produtos imunes e produtos tributados Em síntese, sustenta a recorrente ser improcedente a glosa dos créditos de IPI, referentes aos insumos utilizados na fabricação de produtos imunes. Entende que a imunidade se acha inserida nas situações contempladas com o aproveitamento de crédito acumulado do IPI. Argumenta que o princípio da não cumulatividade impõe a necessidade de manutenção do crédito de IPI na hipótese de operação de saída imune, até para que a própria imunidade não perca a sua finalidade, também, desonerativa. Portanto, conclui que tem direito ao aproveitamento do crédito de IPI oriundos da aquisição de MP, PI e ME, utilizados na industrialização de produtos imunes, razão pela qual requer seja dado provimento ao recurso, para reconhecer seu direito de apurar e aproveitar os créditos de IPI em questão. Neste sentido, aduz que a segregação efetuada pela fiscalização e acatada pelo acórdão recorrido não é legal e nem está correta, vez que afasta o direito creditório que faz jus, em relação ao IPI dos insumos utilizados na industrialização de produtos imunes. Entendeu a autoridade fiscal pela necessidade de estorno de créditos de IPI calculados sobre insumos aplicados na industrialização de produtos com saídas não tributadas (“NT”). O artigo 193 do Decreto 4.544 de 26.12.2002 dispõe que "será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto: I relativo a MP, PI e ME, que tenham sido: a) empregados na industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos não tributados". Ademais, a questão é tratada pela Súmula CARF 20, que dispõe nos seguintes termos: Fl. 311DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 308 9 Súmula CARF nº 20. Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Como visto antes, a recorrente argumenta que em virtude de os produtos por ela confeccionados não serem “nãotributados”, mas imunes, em decorrência da imunidade objetiva contida na alínea "d" do inciso VI do artigo 150 da Constituição de 1988, referente à imunidade de livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão, seria possível à manutenção dos referidos créditos. De fato, ao disciplinar o creditamento em relação a insumos utilizados na produção, o artigo 11 da Lei 9.799 de 1999 garantiu o direito a crédito para saídas de produtos isentos ou tributados à alíquota zero, nada dispondo, no entanto, a respeito da imunidade: Lei 9.779/1999 Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. A Instrução Normativa SRF 33 de 04.03.1999, por seu turno, tratou expressamente da possibilidade de aproveitamento de créditos decorrentes da aquisição de insumos a serem aplicados na industrialização de produtos, "(...) inclusive imunes, isentos ou tributados à alíquota zero" a partir de 1º de janeiro de 1999. Observese que a Receita Federal do Brasil, quase dez anos depois da edição das normas acima transcritas, publicou o Ato Declaratório Interpretativo 6/2008, esclarecendo que o artigo 11 da Lei 9.779 de 1999 não se aplica aos produtos: (i) com a notação “NT” na TIPI, e (ii) aparados por imunidade. Aponta, ainda, o preceptivo, para a exceção: aqueles produtos abrangidos por imunidade técnica, i.e., destinados à exportação, o que não poderia ser diferente, pois a legislação do IPI sempre concedeu, na qualidade de créditos incentivados, o direito dos exportadores de produtos tributados, desonerados do imposto pela imunidade prevista no inciso IV do parágrafo 3º do artigo 153 da CF de 1988, de se creditar do IPI pago na aquisição dos insumos empregados na fabricação dos produtos exportados e, no caso do montante de tais créditos excederem os débitos do imposto, possibilitar o ressarcimento de tal incentivo. Dispõe o Ato Declaratório Interpretativo 6/2008: Art. 1º Os produtos a que se refere o art. 4º da Instrução Normativa SRF no 33, de 4 de março de 1999, são aqueles aos quais ao legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) garante o direito à manutenção e utilização dos créditos. Art. 2º O disposto no art. 11 da Lei nº 9.779, de 11 de janeiro de 1999, no art. 5º do Decretolei nº 491, de 5 de março de 1969, e Fl. 312DF CARF MF 10 no art. 4º da Instrução Normativa SRF nº 33, de 4 de março de 1999, não se aplica aos produtos: I com a notação "NT" (nãotributados, a exemplo dos produtos naturais ou em bruto) na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto nº 4.542, de 26 de dezembro de 2002; II amparados por imunidade; III excluídos do conceito de industrialização por força do disposto no art. 5º do Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002 Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI). Parágrafo único. Excetuamse do disposto no inciso II os produtos tributados na TIPI que estejam amparados pela imunidade em decorrência de exportação para o exterior." (grifei) Emerge evidente, portanto, que a empresa poderia utilizar o saldo credor, na forma do artigo 11 da Lei 9.779 de 1999, apenas se as aquisições de insumos fossem efetivamente para um processo industrial de fabricação de produto imune, destinado à exportação. Porém, no presente caso, não se trata de processo de fabricação de produto com imunidade técnica, destinado à exportação, e menos ainda de IPI incidente sobre saída de produto imune, mas, como se esclareceu acima, da possibilidade de creditamento na escrita fiscal sobre insumo destinado a produto imune, o que remete à necessidade de se interpretar e aplicar o artigo 11 da Lei 9.779 de 1999. No sentido de uma aplicação não extensiva da norma em apreço, o quanto decidido no Recurso Especial 1.015.855/SP, de relatoria do Ministro José Delgado, publicado em 30.04.2008: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. PRETENSÃO DE APROVEITAMENTO DE VALOR PAGO NA AQUISIÇÃO DE MATÉRIASPRIMAS, INSUMOS E MATERIAIS DE EMBALAGENS EMPREGADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS, IMUNES, NÃOTRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. PREVISÃO LEGAL QUE CONTEMPLA SOMENTE OS PRODUTOS FINAIS ISENTOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. ART. 11 DA LEI 9.779/99. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. ARTS. 150, I, CF/88 E 97 DO CTN. INTERPRETAÇÃO LITERAL. ART. 111 DO CTN. ART. 49 DO CTN E ART. 153, IV, § 3º, DA CF/88. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. DL 20.910/32. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS. INCIDÊNCIA. 1. A impetrante/recorrente, pessoa jurídica de direito privado, tem por objeto social a fabricação e comercialização de calçados e suas partes, peças e componentes, assim como de artigos de vestuário em geral e a prestação de serviços industriais nos dois ramos. Impetrou mandado de segurança com Fl. 313DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 309 11 vistas ao aproveitamento (pedido de compensação com tributos de espécies distintas administrados pela Secretaria da Receita Federal, com atualização monetária e juros) do valor pago, a título de IPI, na aquisição de matériasprimas, insumos e materiais de embalagens utilizados na industrialização de produtos finais isentos, sujeitos à alíquota zero, nãotributados ou imunes. 2. O apelo não merece ser conhecido em relação à alegação de violação dos arts. 165, I, 168, I, 156, VII, e 150, §§ 1º e 2º, do CTN, pois não estão prequestionados, não tendo sido debatidos nem recebido juízo decisório pelo Tribunal a quo, situação que atrai a incidência da Súmula 282/STF. 3. O aresto recorrido entendeu que não se extrai da hipótese legal (art. 11 da Lei 9.779/99) o direito ao creditamento quando o produto final for imune ou nãotributado, mas apenas quando isento ou tributado à alíquota zero. Ao final, concluiu pelo não provimento da apelação da contribuinte. 4. O art. 11 da Lei 9.779/99 prevê duas hipóteses para o creditamento do IPI: quando o produto final for isento ou tributado à alíquota zero. Os casos de nãotributação e imunidade estão fora do alcance da norma, sendo vedada a sua interpretação extensiva. 5. O princípio da legalidade, insculpido no texto constitucional, exalta que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II). No campo tributário significa que nenhum tributo pode ser criado, extinto, aumentado ou reduzido sem que o seja por lei (art. 150, I, CF/88 e 97 do CTN). É o princípio da legalidade estrita. Igual pensamento pode ser atribuído a benefício concedido ao contribuinte, como no presente caso. Não estando inscrito na regra beneficiadora que na saída dos produtos nãotributados ou imunes podem ser aproveitados os créditos de IPI recolhidos na etapa antecessora, não se reconhece o direito do contribuinte nesse aspecto, sob pena de ser atribuída eficácia extensiva ao comando legal. 6. O direito tributário, dado o seu caráter excepcional, porque consiste em ingerência no patrimônio do contribuinte, não pode ter seu campo de aplicação estendido, pois todo o processo de interpretação e integração da norma tem seus limites fixados pela legalidade. 7. A interpretação extensiva não pode ser empregada porquanto destinase a permitir a aplicação de uma norma a circunstâncias, fatos e situações que não estão previstos, por entender que a lei teria dito menos do que gostaria. A hipótese dos autos, quanto à pretensão relativa ao aproveitamento de créditos de IPI em relação a produtos finais nãotributados ou imunes, está fora do alcance expresso da lei regedora, não se podendo concluir que o legislador a tenha querido contemplar. 8. A questão relativa à ofensa ao art. 49 do CTN, referente ao direito de aproveitamento integral dos créditos de IPI, conforme Fl. 314DF CARF MF 12 defendido pela empresa, não fica dissociada do exame do princípio da nãocumulatividade (art. 153, IV, § 3º da CF/88), impedindo o seu exame nesta via excepcional. 9. Considerando o pedido do mandamus e o teor do art. 11 da Lei 9.779/99, temse a possibilidade de se reconhecer o direito da contribuinte ao aproveitamento de créditos de IPI gerados a partir da industrialização de produtos finais isentos ou tributados à alíquota zero. Observandose a data da impetração (08/01/2004) e a prescrição quinquenal (aplicação do Decreto 20.910/32), poderão ser aproveitados os créditos adquiridos desde a data de 08/01/1999. 10. Os posicionamentos do STJ e do STF alinhamse no sentido de ser indevida a correção monetária dos créditos escriturais de IPI. É reconhecida somente quando o aproveitamento, pelo contribuinte, sofre demora em virtude de resistência oposta por ilegítimo ato administrativo ou normativo do Fisco, o que se verifica no caso dos autos. Deve ser determinada, portanto, a incidência da Taxa Selic, que engloba atualização monetária e juros, sobre os créditos da recorrente que não puderam ser aproveitados oportunamente. 11. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido para reconhecer, tãosomente, o direito da contribuinte à utilização dos créditos de IPI adquiridos entre 08/01/1999 e 08/01/2004 em razão da industrialização de produtos finais isentos ou tributados à alíquota zero. (grifei). Assim, a nãocumulatividade do IPI deve ser interpretada de maneira a açambarcar o inciso II do parágrafo 3º da Constituição da República, o artigo 49 do Código Tributário Nacional ecoado pelo artigo 81 do RIPI aprovado pelo Decreto 87.981 de 23.12.1982, e cujo artigo 103 trata especificamente do método e o uso do creditamento deste imposto, o que evidencia a existência de toda uma legislação própria para o IPI, que cuida do tratamento a ser dispensado aos créditos desse tributo escriturados pelo contribuinte em seus livros fiscais, no que concerne à sua apuração, aproveitamento e utilização. Não é outra a interpretação do Acórdão 3401003.313, proferido em sessão de 25.01.2017, de relatoria do Conselheiro Rosaldo Trevisan, no qual se decidiu, em votação unânime de seus membros, no sentido da ementa abaixo transcrita: Período de apuração: 01/04/2009 a 30/06/2009 CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS IMUNES EM RAZÃO DO ART. 150, INCISO VI, alínea “d” da CF. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO. A aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos cuja imunidade decorra do art. 150, inciso VI, alínea “d” da Constituição Federal (livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão) não gera crédito de IPI, em face de a previsão para manutenção de créditos prevista no artigo 11 da Lei nº 9.779/99 alcançar apenas insumos utilizados na industrialização de produtos isentos, tributados à alíquota zero e imunes, caso a imunidade decorra de exportação. Recurso Voluntário Negado. Fl. 315DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 310 13 No mesmo sentido, a posição da Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Conselho, em conformidade com o Acórdão CSRF 9303004.581, proferido na sessão de 24.01.2008, de relatoria do Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, cuja ementa abaixo se transcreve: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. PRODUTO FINAL IMUNE OU NT. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO. A possibilidade de manutenção e utilização, inclusive mediante ressarcimento, dos créditos de IPI incidente nas aquisições de insumos destinados à industrialização de produtos, incluídos os isentos e os sujeitos à alíquota zero, não se estende às pessoas jurídicas não contribuintes do imposto, produtoras de mercadorias classificadas como não tributadas NT. (Súmula CARF nº 20) Assim, não procedem os argumentos trazidos pelo contribuinte no recurso voluntário. Da ilegalidade/inconstitucionalidade de leis e atos normativos Entende o recorrente que a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, pode ser feita tanto pela própria Administração Pública, quanto pelo Poder Judiciário; afirma que em obediência aos princípios da legalidade, da moralidade e da probidade administrativa cabe à Administração Pública invalidar ou anular seus próprios atos, inclusive se utilizando de seu poder de autotutela. Por fim, espera que os textos doutrinários e decisões judiciais citadas ou colacionadas na manifestação de inconformidade sirvam subsídios para a decisão administrativa. Sem delongas, a teor do disposto no artigo 26A do Decreto 70.235 de 06.03.1972, recepcionado pela ordem constitucional vigente com força de lei, aos órgãos de julgamento administrativo é vedado afastar a aplicação de lei sob fundamento de inconstitucionalidade, excetuando apenas os casos relacionados no próprio Decreto, os quais não têm relação com o objeto da presente lide. Vejamos: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...) § 6º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que fundamente crédito tributário objeto de: Fl. 316DF CARF MF 14 a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993. No mesmo sentido é o artigo 62 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) c) Dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; d) Parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, nos termos dos arts. 40 e 41 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; e e) Súmula da AdvocaciaGeral da União, nos termos do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993. (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) Desse modo, não é lícito a este Colegiado a análise da constitucionalidade de normativos legais, mediante afastamento de sua aplicação, mesmo que existam doutrinas e/ou julgados que respaldem a tese esposada na peça recursal, ainda mais quando se constata que tais decisões não se enquadram nos termos prescritos no inciso I do parágrafo 6º, antes reproduzidos. Fl. 317DF CARF MF Processo nº 10840.720089/200517 Acórdão n.º 3001000.164 S3C0T1 Fl. 311 15 Além disso, de conformidade com a Súmula CARF 2, de aplicação obrigatória no âmbito deste Conselho, é vedado a esta Corte Administrativa pronunciarse sobre constitucionalidade de lei: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Desta feita, temse como não sendo possível aos órgãos de julgamento administrativos afastarem as conclusões contidas no despacho decisório sob o fundamento de que as normas legais que lhe dão suporte ferem princípios consagrados na Carta da República, pois, admitir ao julgador administrativo tal análise equivaleria invadir competência exclusiva do Poder Judiciário. Ademais, qualquer tentativa de argumentação retórica no sentido de que ao julgador administrativo compete envidar interpretação constitucional ao dispositivo impugnado, deixa evidente que seu intuito é ver afastada a aplicação das normas que regulam o ressarcimento do IPI com base no fundamento de que elas estão em desconformidade com a Carta da República, o que é expressamente vedado ao julgador administrativo de segunda instância não somente pelo artigo 26A do Decreto 70.235 de 1972, mas também pela Súmula CARF 2 e por força do RICARF. Da conclusão Por todo o exposto, ratificando as decisões precedentes Despacho Decisório da DRF/RPO e Acórdão 1428.278 da 2ª T/DRJ/RPO, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 318DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.722401/2011-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CORREÇÃO DE ERRO FORMAL.
Comprovado o erro formal na emissão do acórdão do recurso voluntário acolhem-se os embargos apresentados para correção da falha e informação correta do teor do acórdão objeto da decisão.
Numero da decisão: 1401-002.150
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos, dando-lhe provimento a fim de que seja reformulado o texto do acórdão, nos termos do voto do Relator. Declarou-se impedido de votar o Conselheiro José Roberto Adelino da Silva
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa
Nome do relator: Abel Nunes de Oliveira Neto
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CORREÇÃO DE ERRO FORMAL. Comprovado o erro formal na emissão do acórdão do recurso voluntário acolhemse os embargos apresentados para correção da falha e informação correta do teor do acórdão objeto da decisão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos, dandolhe provimento a fim de que seja reformulado o texto do acórdão, nos termos do voto do Relator. Declarouse impedido de votar o Conselheiro José Roberto Adelino da Silva (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 24 01 /2 01 1- 91 Fl. 265DF CARF MF 2 Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra o contribuinte em razão de a fiscalização da Receita Federal ter entendido que o contribuinte efetuou, indevidamente, opção pelo lucro arbitrado. Assim, foi lavrado auto de infração com apuração realizada pelo lucro real. Apresentada a impugnação contra a autuação a Delegacia de Julgamento decidiu no sentido de dar provimento à impugnação e cancelar integralmente a autuação. Desta decisão a própria Delegacia de Julgamento recorreu de ofício em função do montante do crédito excluído. O processo chegou a este CARF para apreciação do recurso de ofício, de onde foi emitida a seguinte decisão: Este foi o acórdão publicado no diário oficial de acordo com a ata da sessão de julgamento. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 11516.722401/201191 Acórdão n.º 1401002.150 S1C4T1 Fl. 265 3 Verificando que a manifestação do acórdão dos conselheiros divergiu do conteúdo da própria decisão, o Conselheiro Relator apresentou embargos de declaração no sentido de sanar a contradição entre os fundamentos da decisão e sua ementa e o texto do acórdão objeto de publicação no diário oficial. Os embargos foram colhidos e, neste oportunidade estão sendo levados a julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Tratam os presentes embargos de solicitação de saneamento a possível contradição entre os fundamentos e a ementa do acórdão e o texto do acórdão pronunciado pelos conselheiros que foi publicado no diário oficial da União. A ementa da decisão foi assim apresentada no referido julgamento. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009 LUCRO ARBITRADO. IMPOSSIBILIDADE DE OPÇÃO PELO CONTRIBUINTE. Não existe permissivo legal a autorizar o arbitramento dos lucros por opção do contribuinte. Arbitramento dos lucros, quer pela fiscalização, quer pelo contribuinte, deve ser precedido da ocorrência de qualquer das hipótese do art. 47, da Lei nº 8.981/95. Mantémse as autuações de IRPJ e CSLL pela sistemática do Lucro Real quando não caracterizada a existência das hipóteses legais. MULTA AGRAVADA. INOCORRÊNCIA DOS REQUISITOS. Constatado o atendimento à intimação por parte do contribuinte, justificando a não apresentação da documentação solicitada, mesmo que desacompanhada da documentação, demonstra o atendimento e impede a aplicação do agravamento da multa. Recurso de Ofício Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte No voto do relator do processo constam as seguintes propostas de voto: Fl. 267DF CARF MF 4 1) Em relação ao autoarbitramento: Por todo o exposto e novamente pedindo a devida venia daqueles que entendem em sentido diverso, entendo por não ser possível ao contribuinte realizar o autoarbitramento sem a caracterização da ocorrência das hipóteses do art. 47, da Lei nº 8.981/95. Portanto, em nossa opinião, devem ser mantidos os lançamentos do IRPJ e da CSLL decorrentes da desconsideração do autoarbitramento realizado pelo contribuinte e da correta apuração dos lucros pela norma do Lucro Real, devendo ser dado provimento ao recurso de ofício neste ponto. 2) Em relação à aplicação de multa Agravada Assim, em consonância com o entendimento majoritário desta câmara e considerando que o contribuinte efetivamente atendeu à intimação, entendo por ser necessário o cancelamento do agravamento da multa, posto ter havido a comprovação de atendimento à intimação, mesmo que não satisfatório na opinião do fiscal. Concluindo a análise deste recurso, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso de ofício da Delegacia de Julgamento a fim de que sejam mantidos integralmente os autos de infração de IRPJ e CSLL e seja retirado o agravamento da multa de ofício aplicada, reduzindoa para 75%. Ou seja, conforme o texto e fundamentos da decisão, foi realizado o seguinte pronunciamento: 1) Por maioria de votos foi DADO provimento ao recurso de ofício para restabelecer a autuação que havia sido cancelada pela Decisão de Piso; 2) Por unanimidade de votos foi DADO parcial provimento ao recurso de ofício para restabelecer a multa de ofício com o percentual de 75%, excluindose o agravamento aplicado pela fiscalização. A ementa da decisão seguiu neste sentido, no entanto, o extrato do acórdão que foi objeto de publicação no diário oficial da União apresentou como decisão o seguinte texto: Assim, verificandose a evidente contradição entre o texto da decisão que foi aprovado na sessão de julgamento e o texto do extrato que foi publicado no diário oficial, faz se necessário sanar a contradição entre os textos, para adequálos ao decidido na sessão de julgamento. Fl. 268DF CARF MF Processo nº 11516.722401/201191 Acórdão n.º 1401002.150 S1C4T1 Fl. 266 5 Desta forma, proponho o conhecimento dos embargos e o seu provimento a fim de que seja reformulado o texto do acórdão para os seguintes termos: Acordam os membros do colegiado dar provimento parcial ao recurso de ofício, nos seguintes termos: I) Por maioria de votos, dar provimento ao recurso de ofício para restabelecer os lançamentos em relação ao auto arbitramento. Vencidas as Conselheiras Lívia De Carli Germano e Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin; II) Por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso de ofício em relação ao agravamento da multa, restabelecendo a mesma, mas reduzindo seu percentual ao patamar de 75% (setenta e cinco por cento) pela exclusão do agravamento. Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 269DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10425.000032/2008-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2005 a 31/07/2007
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.190
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2005 a 31/07/2007 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 42 5. 00 00 32 /2 00 8- 33 Fl. 252DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10425.000032/200833 Acórdão n.º 2202004.190 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 254DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.902654/2009-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Nov 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente. Se o contribuinte apresenta DCTF contendo tributos a pagar e depois a retifica para indicar valores zerados, a cobrança do tributo apenas pode ocorrer após a constituição do crédito tributário por meio do lançamento de ofício de tais débitos.
SERVIÇOS HOSPITALARES. LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO. ALÍQUOTAS REDUZIDAS. REPETITIVO STJ TEMA 217.
Conforme a tese firmada no Tema 217 Repetitivo do STJ, "A expressão serviços hospitalares, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'."
Matéria que não pode mais ser contestada pela Receita Federal tendo em vista o § 5º do art. 19 da Lei 10.522/2002.
A natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009.
Numero da decisão: 1401-002.135
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, julgar procedente o recurso voluntário, determinando que a DRF analise o crédito pleiteado nas compensações, levando em consideração os débitos de IRPJ e CSLL constantes das DIPJs e DCTFs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório. Considerar ainda que o IRPJ deve ser apurado conforme as alíquota de 8% e a CSLL de 12% nos termos do Tema 217 Repetitivo do STJ, visto que a natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, José Roberto Adelino da Silva e Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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SERVIÇOS HOSPITALARES. LUCRO PRESUMIDO. Recorrente CENTRO PRUDENTINO DE IMAGEM S/S LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente. Se o contribuinte apresenta DCTF contendo tributos a pagar e depois a retifica para indicar valores zerados, a cobrança do tributo apenas pode ocorrer após a constituição do crédito tributário por meio do lançamento de ofício de tais débitos. SERVIÇOS HOSPITALARES. LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO. ALÍQUOTAS REDUZIDAS. REPETITIVO STJ TEMA 217. Conforme a tese firmada no Tema 217 Repetitivo do STJ, "A expressão serviços hospitalares, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'." Matéria que não pode mais ser contestada pela Receita Federal tendo em vista o § 5º do art. 19 da Lei 10.522/2002. A natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 90 26 54 /2 00 9- 57 Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, julgar procedente o recurso voluntário, determinando que a DRF analise o crédito pleiteado nas compensações, levando em consideração os débitos de IRPJ e CSLL constantes das DIPJs e DCTFs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório. Considerar ainda que o IRPJ deve ser apurado conforme as alíquota de 8% e a CSLL de 12% nos termos do Tema 217 Repetitivo do STJ, visto que a natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, José Roberto Adelino da Silva e Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. Relatório Tratase PER/DCOMP em que o contribuinte pretende compensar débitos de CSLL, PIS e COFINS com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de IRPJ. O despacho decisório não homologou a compensação ante a constatação de que o pagamento indicado pelo contribuinte foi integralmente utilizado para quitação de débitos de sua responsabilidade, não restando crédito disponível para compensação. Apresentada manifestação de inconformidade, esta foi assim julgada pela DRJ: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 15/12/2005 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimado em 20 de dezembro de 2012 (fl. 95), apresentou recurso voluntário em 21 de janeiro de 2013 (fl. 97), alegando, em síntese: Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 4 3 Preliminarmente: que resposta a consulta por ele apresentada lhe confere o direito à utilização dos percentuais de 8% e 12%, respectivamente, para apuração do IRPJ e CSLL, na medida em que se enquadra como empresa prestadora de serviços hospitalares; que demonstrou que o crédito utilizado na compensação é oriundo do pagamento indevido correspondente a quota do IRPJ, cuja declaração foi retificada tendo em vista a resposta da consulta. Nesse sentido, comprovou que o apontamento do débito pela Autoridade Fiscal não levou em consideração a retificação da DIPJ, a qual foi alterada gerando respectivo crédito. que por ocasião da manifestação de inconformidade juntou aos autos cópia do CNPJ, contrato social, solução de consulta SRRF/8ª RF/DISIT nº 466, de 15 de dezembro de 2008; PER/DCOMP; DIPJ; DCTF e os comprovantes de pagamento indevido, e sustenta que tais documentos são hábeis e suficientes para demonstrar que exerce atividade de prestação de serviços de radiologia e radiodiagnósticos, na medida em que (i) o seu objeto social está circunscrito, pura e simplesmente, no exercício das referidas atividades; (ii) no seu CNPJ estão cadastrados os seguintes CNAES: 86.40299 Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica não especificadas anteriormente; 86.40206 Serviços de ressonância magnética; 86.40204 Serviços de tomografia; 86.40 205 Serviços de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto tomografia; 86.40207 Serviços de diagnóstico por imagem sem uso de radiação ionizante, exceto ressonância magnética; (iii) sua DIPJ revela que toda a receita operacional percebida pela Recorrente tem sua origem única e exclusivamente na prestação de serviços de radiologia e radiodiagnósticos. que, não obstante, a documentação acima foi considerada insuficiente pela DRJ, do que resta configurada a hipótese do artigo 16 do Decreto 70.235/72, que lhe autoriza a juntada de documentação complementar para contrapor os argumentos dessa decisão, qual seja: declaração do contador da empresa de que a Recorrente exerce exclusivamente serviços de radiologia (132); Licença de Funcionamento da Vigilância Sanitária em que se verifica que a atividade de "serviços de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante exceto tomografia" (133). Alega ter juntado ainda cópia da folha do livro razão, mas o documento não se encontra nos autos. afirma, ainda, a necessidade superveniente de realização de diligência, haja vista que "emite, em média, um número muito grande de notas fiscais por mês, o que tornaria inviável carrear aos autos todas as notas fiscais". Discorre sobre a necessidade de a autoridade administrativa na busca de efetividade nas suas decisões perquirir sempre em busca da verdade material, alegando que esta tinha por dever funcional determinar a realização de diligências para se determinar a efetiva natureza da atividade exercida pela empresa. Aponta assistente técnico para tanto. que a DRJ pretende uma prova impossível de ser produzida por meio de documentos contábeis, pois nem mesmo se a recorrente juntasse aos autos todas suas notas fiscais juntamente com todos seus registros contábeis a Autoridade Julgadora não poderia chegar à conclusão pretendida quanto à exclusiva prestação de serviços hospitalares. Sustenta, assim, que cabe à Administração Pública comprovar que a Recorrente não exerce efetivamente as atividades de serviços de radiologia e radiodiagnóstico. reitera o argumento referente à nulidade do despacho decisório pois os dispositivos legais invocados seriam inadequados para a conclusão que o Fisco pretende alcançar, vez que tratam da possibilidade de compensação entre pagamentos indevidos de imposto e débitos de imposto a pagar, em nenhum momento estabelecendo em quais condições Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 5 4 uma Declaração de Compensação apresentada por determinado contribuinte pode ser considerada como irregular, e, portanto, nãohomologável. Além disso, foram aplicados correção monetária, juros e multa, sem no entanto se invocar nenhum dispositivo legal que legitimasse tal pretensão. No mérito: afirma que uma das razões para julgar improcedente a manifestação de inconformidade foi o pretenso descumprimento do requisito: “ser empresário ou pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade empresária, nos termos do Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF nº 18, de 23 de outubro de 2003, e do Novo Código Civil;”. Todavia, o STJ já julgou em sede de recurso repetitivo que "para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão ‘serviços hospitalares’, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde).". Transcreve ementas de julgados do STJ e deste CARF neste sentido. sustenta que ainda que assim não se entenda, é cediço que a natureza empresária da sociedade deve ser analisada mais sob o aspecto material do que sob o aspecto formal, ou seja, é plenamente possível que uma sociedade constituída sob a forma de sociedade simples, mas que ostente todas as características de uma sociedade empresarial, seja assim considerada. por fim, sustenta que na verdade o que ocorreu foi uma presunção por parte das autoridades fiscais sem qualquer respaldo probatório, sendo certo que as provas carreadas aos autos demonstram a efetividade da existência do indébito tributário utilizado na compensação. É o relatório. Voto Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.124, de 19.10.2017, proferido no julgamento do Processo nº 10835.901284/200931. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.124): O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos para a sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. No mérito, primeiramente vislumbro um equívoco quanto à premissa adotada pelo despacho decisório proferido, já que este indeferiu a compensação sob a alegação de que inexistem créditos de IRPJ em um contexto em que a DIPJ e a DCTF, tais como retificadas (em retificações ocorridas antes do despacho decisório), contemplavam tais valores. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 6 5 De fato, o Recorrente transmitiu o PER/DCOMP pleiteando a compensação dos créditos ora em análise e alega, ademais, que o direito creditório a seu favor teria sido gerado por ocasião da retificação da DIPJ e da DCTF, após o que o valor do IRPJ a pagar foi reduzido para zero. O despacho decisório que não homologou a compensação foi emitido meses depois. Assim, à época do despacho decisório, o cenário que a autoridade fiscal tinha era a de que o IRPJ "autolançado" em DCTF pelo ora Recorrente era zero e de que a DIPJ contemplava os créditos pleiteados na DCOMP. De fato, a legislação em vigor prevê que a declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente (art. 19 da MP 1.99026/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001). Assim, em regra, a última declaração apresentada pelo contribuinte é a que prevalece para todos os fins. No caso, se a empresa apresenta DIPJ e DCTFs contendo tributos a pagar e depois as retifica para indicar valores zerados, a cobrança do tributo apenas pode ocorrer após a constituição do crédito tributário por meio do lançamento de ofício de tais débitos. Isso porque, no mundo jurídico, o débito de IRPJ passou a não mais existir após a transmissão das declarações retificadoras. Assim, se o fisco pretendia cobrar o IRPJ no valor tal como transmitidas a DIPJ e DCTF originais ou seja, se pretendia de alguma forma questionar as retificações deveria ter constituído o crédito tributário por meio do lançamento do tributo. Portanto, da forma como se mostra, o cenário na época da homologação das compensações em questão era de inexistência de débito (lançado ou autolançado) de IRPJ e, por consequência, de aparente existência do crédito pleiteado na compensação tal como declarado na DIPJ retificadora, devendo ser verificada apenas a regularidade de tal crédito ou seja: se os alegados pagamentos efetivamente foram efetuados (e, em se tratando de IRRF, também se os respectivos rendimentos foram oferecidos à tributação). Assim, a DRF deveria ter analisado o crédito pleiteado nas compensações levando em consideração que o débito de IRPJ do anocalendário constante das DIPJ e DCTF retificadoras era zero, conforme declarações retificadoras. Pois bem. Em segundo lugar, noto que a razão para negar a retificação das declarações seria a não concordância com matéria que já foi julgada pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo. No caso, verificase a existência do Tema no. 217 em sede de Recurso Repetitivo do STJ, que assim dispôs sobre os serviços hospitalares sujeitos à alíquota reduzida do lucro presumido: Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 7 6 Tema/Repetitivo 217 Situação do Tema Trânsito em Julgado Ramo do Direito DIREITO TRIBUTÁRIO Questão submetida a julgamento Questionase a forma de interpretação e o alcance da expressão serviços hospitalares, prevista no artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei 9.429/95, para fins de recolhimento do IRPJ e da CSLL com base em alíquotas reduzidas. Tese Firmada Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'. Anotações Nugep Incide o Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSSL com alíquotas reduzidas, na forma do art. 15, § 1º, III, da Lei 9.249/1995, sobre a receita proveniente da prestação de 'serviços hospitalares' (não receita bruta total da empresa), neles compreendidas as atividades de natureza hospitalar essenciais à população, independente da existência de estrutura para internação, excluídas as consultas realizadas por profissionais liberais em seus consultórios médicos. Informações Complementares "As modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95." Repercussão Geral Tema 353/STF Enquadramento de pessoas jurídicas da área de saúde na qualidade de prestadoras de serviço hospitalar para fins de obtenção do benefício de recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro líquido (CSLL) e do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) com base de cálculo reduzida. Observese que o critério apresentado pelo STJ para a interpretação da Lei nº 9.249/1995 é simples e objetivo: são enquadrados como serviços hospitalares os serviços de atendimento à saúde , independentemente do local de prestação, excluindose, apenas, os serviços de simples consulta. A natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009, segundo a qual a alíquota reduzida será aplicável apenas quando a prestadora de serviços for organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Anvisa. Vejase (grifamos): Art. 15 ... Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 8 7 III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008)" Observo que tal questão não pode mais ser contestada pela Receita Federal tendo em vista o disposto no § 5º do art. 19 da Lei 10.522/2002: Lei nº 10.522/02 Art. 19. Fica a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre: Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004) ... V matérias decididas de modo desfavorável à Fazenda Nacional pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos art. 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, com exceção daquelas que ainda possam ser objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal. § 5º As unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil deverão reproduzir, em suas decisões sobre as matérias a que se refere o caput, o entendimento adotado nas decisões definitivas de mérito, que versem sobre essas matérias, após manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) § 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) § 7º Na hipótese de créditos tributários já constituídos, a autoridade lançadora deverá rever de ofício o lançamento, para efeito de alterar total ou parcialmente o crédito tributário, conforme o caso, após manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) De fato, a matéria está na lista de temas em relação aos quais se aplica o disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/02 e nos arts. 2º, V, VII, §§ 3º a 8º, 5º e 7º da Portaria PGFN Nº 502/2016, publicada pela a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (disponível em http://www.pgfn.fazenda.gov.br/legislacaoe normas/documentosportaria502/listadedispensade contestarerecorrerart2ovviiea7a73oa8odaportaria pgfnno5022016, acesso em 15 de outubro de 2017): "Alíquotas reduzidas Serviços hospitalares REsp 1.116.399/BA (tema nº 217 de recursos repetitivos) Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 9 8 Resumo: Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Para fins de redução da alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". Ficou consignado que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. OBSERVAÇÃO: O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas da sociedade que decorre da prestação de serviços hospitalares propriamente ditos. Ressaltamos que o STF não reconheceu repercussão geral com relação a este tema (AI 803.140). OBSERVAÇÃO 2: Deve ser apresentada contestação e interposto recurso quando se tratar de sociedade simples, tendo se em vista a alteração introduzida pela Lei 11.718/08* no art 15, III, da Lei 9.249/95, segundo a qual a alíquota reduzida será aplicável apenas quando a prestadora de serviços for organizada sob a forma de sociedade empresária." *Nota desta Relatora: na verdade tratase da Lei 11.727/08 que estabelece alíquota de 32% para " a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008)" Ante o exposto, voto por julgar procedente o recurso voluntário, determinando que a DRF analise o crédito pleiteado nas Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10835.902654/200957 Acórdão n.º 1401002.135 S1C4T1 Fl. 10 9 compensações, levando em consideração os débitos de IRPJ e CSLL constantes das DIPJs e DCTFs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório. Considerar ainda que o IRPJ deve ser apurado conforme as alíquota de 8% e a CSLL de 12% nos termos do Tema 217 Repetitivo do STJ, visto que a natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário e determino que a DRF analise o crédito pleiteado nas compensações, levando em consideração os débitos de IRPJ e CSLL constantes das DIPJs e DCTFs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório. Considerar ainda que o IRPJ deve ser apurado conforme as alíquota de 8% e a CSLL de 12%, nos termos do Tema 217 Repetitivo do STJ, visto que a natureza do prestador (sociedade empresária) só passou a ser limitador com a alteração introduzida pela Lei 11.727/2008 no art 15, III, da Lei 9.249/1995, em vigor a partir de 1o de janeiro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 145DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10540.001084/2007-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 30/04/2004
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.200
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2001 a 30/04/2004 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 00 10 84 /2 00 7- 20 Fl. 182DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10540.001084/200720 Acórdão n.º 2202004.200 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 184DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10325.720471/2013-51
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS OU DOCUMENTAÇÃO HÁBIL. PROVAS DEVEM ESTAR JUNTADAS AO PROCESSO. COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA PARA EFEITOS FISCAIS.
Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. Porém, a documentação probatória deve estar de acordo com o disposto na lei e devidamente juntada ao processo. A prova tem que ser apresentada, não basta a alegação da ocorrência da despesa médica.
Necessária a apresentação de comprovação de dependência para efeitos fiscais. Cumprida adequadamente a comprovação.
Numero da decisão: 2001-000.158
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(Assinado digitalmente)
JORGE HENRIQUE BACKES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, José Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2011 DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS OU DOCUMENTAÇÃO HÁBIL. PROVAS DEVEM ESTAR JUNTADAS AO PROCESSO. COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA PARA EFEITOS FISCAIS. Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. Porém, a documentação probatória deve estar de acordo com o disposto na lei e devidamente juntada ao processo. A prova tem que ser apresentada, não basta a alegação da ocorrência da despesa médica. Necessária a apresentação de comprovação de dependência para efeitos fiscais. Cumprida adequadamente a comprovação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) JORGE HENRIQUE BACKES - Presidente. (Assinado digitalmente) JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, José Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
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DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS OU DOCUMENTAÇÃO HÁBIL. PROVAS DEVEM ESTAR JUNTADAS AO PROCESSO. COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA PARA EFEITOS FISCAIS. Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. Porém, a documentação probatória deve estar de acordo com o disposto na lei e devidamente juntada ao processo. A prova tem que ser apresentada, não basta a alegação da ocorrência da despesa médica. Necessária a apresentação de comprovação de dependência para efeitos fiscais. Cumprida adequadamente a comprovação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) JORGE HENRIQUE BACKES Presidente. (Assinado digitalmente) JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 5. 72 04 71 /2 01 3- 51 Fl. 46DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, José Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de Despesas Médicas. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 7.120,40, a título de imposto de renda pessoa física, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2011, referente ao que segue: O fundamento básico do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento de maior relevo e fulcro da decisão da lavratura do lançamento, o fato de que o Recorrente deveria ter apresentado comprovação dos pagamentos, de forma supletiva aos recibos apresentados, através de outros documentos, porque aqueles acostados não estariam a representar a efetiva realização dos pagamentos efetuados aos profissionais prestadores dos serviços. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente no que se refere ao entendimento de que aos recibos não é conferido valor probante absoluto, necessitando para tal a complementação de provas, com a apresentação de documentação adicional a ser providenciada pelo Recorrente, como segue: (...) 1) Glosa de R$ 1.889,64 indevidamente deduzido a título de dependentes. O contribuinte não apresentou certidão de casamento de Maria Aureny de Oliveira Pacheco, informada como cônjuge ou companheira. No caso concreto, o contribuinte, para comprovar a dedução efetuada apresenta aos autos, fl. 07, Certidão de Casamento com Maria Aureny de Oliveira Alencar, datada de 23/04/1981. Desta forma, nos termos do Inciso I do art. 77 acima colacionado, tem direito a dedução pleiteada. Portanto, deve ser restabelecida a dedução com dependente no valor de R$ 1.889,64. 2) R$ 5.640,00, indevidamente deduzido a título de Despesas com Instrução, por falta de comprovação. Despesas com instrução – Informa que concorda com a infração. 3) Glosa de R$ 18.362,73 indevidamente deduzido a título de Despesas Médicas. Os valores glosados foram os seguintes: (...) A DRF de Imperatriz/MA, procedeu a transferência da parcela do imposto não impugnada para o processo 10325.720492/201377, no valor de R$ 5.598,63, conforme termo de transferência fl. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 10325.720471/201351 Acórdão n.º 2001000.158 S2C0T1 Fl. 47 3 Restou impugnado no presente processo, a glosa de dedução com dependente, no valor de R$ 1.889,64 e glosa de despesas médicas no valor de R$ 3.644,05, cujas infrações serão objeto de exame no presente acórdão. No que se refere à dedução de dependentes na declaração de rendimentos, importa transcrever as disposições contidas nos §§ 1º a 5º do art. 77 do Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999: Art. 77. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente a noventa reais por dependente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso III). § 1º Poderão ser considerados como dependentes, observado o disposto nos arts. 4º, § 3º, e 5º, parágrafo único (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35): I o cônjuge; (...) No caso concreto, o contribuinte, para comprovar a dedução efetuada apresenta aos autos, fl. 07, Certidão de Casamento com Maria Aureny de Oliveira Alencar, datada de 23/04/1981. Desta forma, nos termos do Inciso I do art. 77 acima colacionado, tem direito a dedução pleiteada. Portanto, deve ser restabelecida a dedução com dependente no valor de R$ 1.889,64. (...) Verificase, da legislação citada que para apuração da base de calculo do imposto deve ser considerado as deduções relativas a pagamentos efetuados a título de despesas médicas aos profissionais citados. Entretanto, estas despesas devem estar devidamente comprovadas por documentos hábeis e restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Assim dispõe o art. 80 do Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99): Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): (...) II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Fl. 48DF CARF MF 4 Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, a falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; [...][grifei] Como se vê, a legislação exige para a dedução de despesas médicas a comprovação da efetividade da prestação dos serviços profissionais, do desembolso e restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte para o seu próprio tratamento e/ou o de seus dependentes. Há que se considerar ainda que as mesmas devem ser justificadas a juízo da autoridade lançadora, a qual poderá glosálas sem a audiência do contribuinte. Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). [...] Como se constata, o contribuinte nada apresenta com relação as despesas médicas acima referenciadas. Apresenta tão somente comprovante de despesas com plano de saúde, da Caixa Econômica Federal, CNPJ 00.360.305/000104, a qual sequer foi objeto de lançamento fiscal. Desta forma, deve ser mantida a glosa efetuada nas despesas médicas acima indicadas, que foram especificamente objeto de glosa por parte da autoridade tributária. Conclusão: Assim, refazendo o cálculo do imposto, há que se alterar o Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, controlado no presente processo, fls. 25, como a seguir demonstrado: Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido Anocalendário 2011 Descrição (R$) 1) Total dos Rendimentos Tributáveis Declarados 88.407,43 2) total das deduções declaradas 30.561,22 3) glosas efetuadas no lançamento 5.533,69 4) glosa restabelecida 1.889,64 5) Base de calculo apurada 61.490,26 6) imposto apurado 8.222,37 7) imposto pago declarado 6.409,98 8) imposto a pagar apurado 1.812,39 9) imposto a pagar declarado 810,27 10) imposto suplementar 1.002,12 Por todo o exposto, julgo procedente em parte a impugnação, mantendo em parte o credito tributário no valor de R$ 1.002,12, para o exercício de 2012, anocalendário 2011, relativo ao imposto de renda pessoa física. Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10325.720471/201351 Acórdão n.º 2001000.158 S2C0T1 Fl. 48 5 (...) Assim, conclui o acórdão vergastado pela parcial procedência da impugnação para manter a exigência de imposto suplementar no valor de R$ 1.002,12, referente à glosa do valor das despesas médicas. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) Fl. 50DF CARF MF 6 É o relatório. Voto Conselheiro José Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O que se evidencia com facilidade de visualização é que de um lado há o rigor no procedimento fiscalizador da autoridade tributante, e de outro a busca do direito, pelo contribuinte, de ver reconhecido o atendimento da exigência fiscal no estrito dizer da lei, rejeitando a alegada prerrogativa do fisco de convencimento subjetivo quanto à idoneidade ou inidoneidade do documento comprobatório. O texto base da divergência interpretativa está contido no inciso II, alínea “a” e no § 2º, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados nos parágrafos e incisos do art. 80 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, em especial no que segue: Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): (...) Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10325.720471/201351 Acórdão n.º 2001000.158 S2C0T1 Fl. 49 7 II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (sublinhei e grifei) É clara a disposição de que a exigência da legislação especificada aponta para o comprovante de pagamento originário da operação, corriqueiro e usual, assim entendido como o recibo ou a nota fiscal de prestação de serviço, que deverá contar com as informações exigidas para identificação, de quem paga e de quem recebe o valor, sendo que, por óbvio, visa controlar se o recebedor oferecerá à tributação o referido valor como remuneração. A lógica da exigência coloca em evidência a figura de quem fornece o comprovante identificado e assinado, colocandoo na condição de tributado na outra ponta da relação fiscal correspondente (deduçãotributação). Ou seja: para cada dedução haverá um oferecimento à tributação pelo fornecedor do comprovante. Quem recebe o valor tem a obrigação de oferecêlo à tributação e pagar o imposto correspondente e, quem paga os honorários tem o direito ao benefício fiscal do abatimento na apuração do imposto. Simples assim, por se tratar de uma ação de pagamento e recebimento de valor numa relação de prestação de serviço. Ocorre, assim, uma correspondência de resultados de obrigação e direito, gerados nessa relação, de modo que o contribuinte que tem o direito da dedução fica legalmente habilitado ao benefício fiscal porque de posse do documento comprobatório que lhe dá a oportunidade do desconto na apuração do tributo, confiante que a outra parte se quedará obrigada ao oferecimento à tributação do valor correspondente. Destarte, é de considerar plenamente admissível que os comprovantes revestidos das formalidades legais sustentam a condição de valor probante, até prova em contrário, de sua inidoneidade. A contestação da Autoridade Fiscal sobre a validade da documentação comprobatória deve ser apresentada com indícios consistentes e não somente por simples dúvida ou desconfiança. É de se acolher como verdadeira a prova apresentada pelo contribuinte que satisfaça os requisitos previstos na legislação pertinente e, para eventual convicção contrária da Autoridade Lançadora, esta deverá ser posta com fundamentos consistentes que a sustentem legalmente e não subjetivamente. Logo, seria legítima a dedução a título de despesas médicas do valor pago pelo contribuinte, por comprovação mediante apresentação de documento hábil de seu plano de saúde, nota fiscal de prestação de serviço ou recibo, este assinado por profissional habilitado, pois tais documentos guardam ao mesmo tempo reconhecimento da prestação de serviços assim como também confirma o seu pagamento. Neste caso o Fisco requer a apresentação da comprovação das despesas médica alegada. Em qualquer caso fazse necessária a apresentação da documentação original da despesa realizada, e ainda, o Recorrente poderia fazer a comprovação da despesa por um ou outro meio, pois é admitido que na falta de um se faça através de outro meio de comprovação. Fl. 52DF CARF MF 8 Não há no texto legal qualquer indicativo para a exigência das duas comprovações. Observe se a clareza do texto quando diz (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99): “..., podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento;”. A decisão prolatada no Acórdão da DRJ não se fundamenta na falsidade documental, mas na falta de comprovação da despesa, por documentação que indique a ocorrência da prestação de serviço. Contudo, no exame da documentação acostada ao presente processo verifica se que o Recorrente não apresentou a documentação comprobatória na forma estipulada em lei para a comprovação da despesa que utilizou como dedutível na declaração de ajuste do imposto. O Recorrente inclusive declarou no recurso que tinha solicitado os comprovantes à empresa administradora de seu plano de saúde e até então não havia recebido a documentação, sendo que efetivamente não a juntou ao processo, até o momento. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito NEGAR PROVIMENTO, mantendo os termos do acórdão vergastado com a mantença da exigência do crédito tributário no valor de 1.002,12. (Assinado digitalmente) JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO Fl. 53DF CARF MF
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Numero do processo: 10675.000483/2003-14
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Jul 09 00:00:00 UTC 2010
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Embargos de Declaração acolhidos em parte para retificar e ratificar o resultado de julgamento.
Numero da decisão: 1401-000.280
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara /1° Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos para retificar e retificar o resultado do julgamento
Nome do relator: KAREM JUREIDINI DIAS
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EMBARGOS DE. DECLARAÇÃO. Embargos de Declaração acolhidos em parte para retificar e ratificar o resultado de julgamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDAM os membros da 4" Câmara / I" Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos para retificar e retificar o resultado do .julgamento. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Presidente (assinado digitahnente) Karem Jureidini Dias Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Viviane Vidal Wagner (Presidente), Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Allonin Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias (Vice-Presidente). ; ;111 Dpr /i 2 DF (:A p. i Relatório Trata-se de Embargos de Declaração, apresentados pela Fazenda Nacional, em face do Acórdão n° 108-09.805, o qual deu provimento ao Recurso Voluntário do contribuinte a fim de "acatar o pedido de restituição em relação ao valores recolhidos posteriormente a titulo de multa moratória, com exceção dos relacionados com número 79 e 102, nos termos do voto". Por economia processual, utilizo-me do relatório constante do acórdão embargado, para esclarecer do que trata a questão. "Em 24.012003, a empresa Peixoto Comércio, Indústria, Serviços e Transportes Ltda. formulou Pedido de Restituição para reaver valores referentes a multas punitivas pagas indevidamente no período de 1993 a 2001, não compensadas até a data do pedido. Apresentou juntamente com o pedido de restituição petição explicativa de justificativa de pedido administrativo de restituição de contribuições federais, nos termos da IN SRF n° 210/02, alegando que: A ora Requerente durante longo período pagou multa imposta em virtude de pagamento de tributos fora de seu vencimento, quando já havia integrado ao pagamento a atualização monetária devida. Tais pagamentos, entretanto, ocorreram sempre antes de quaisquer atos administrativos de fiscalização ou exigência do cumprimento do tributo, restando caracterizada a denúncia espontânea, nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional: Determina o art. 138 do CTN que em casos de denúncia espontânea, há a exclusão da multa punitiva. Que o Conselho de Contribuintes pacificou o entendimento de que o Código Tributário Nacional não distingue multa de mora, multa punitiva e multa de oficio, sendo todas inexigíveis no caso de denúncia espontânea. Apresenta planilha de cálculo detalhada dos valores a serem restituídos a titulo de multa punitiva, resultando na quantia de R$ 48.112,04 (quarenta e oito mil, cento de doze reais e quatro centavos). Esclarece que utilizou a metodologia de atualização utilizada pela Secretaria da Receita Federal, com a incidência da taxa SELIC até o mês anterior ao da restituição Por fim, alega que em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação determinou-se que o prazo prescricional começa a fluir da data em que a Administração Púbica homologa o lançamento, que, no caso, em tela, se deu de modo tácito, ficando estabelecido prazo de 10 anos para se pleitear a restituição a contar da data do pagamento. Em vista da solicitação supra, a Seção de Orientação e Analise Tributária - SAORT em Uberlândia houve por bem ementar sua decisão da seguinte forma: :::C1 0'20 po. r KAREM 2!.,J Arit ,.::rnicadn pnr KAREi'vi JUR r)IAS rffn 2• Mink,4;=;•ÍV.)11,.-1. Faz,,ffick; Dl CARI . N1F 3 Processo n" 10675 000483/2003-14 SI-C411 Acánlio n° 1401-00:280 Fl 2 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de .5 (cinco) anos, comados da data da extinção do crédito tributário, na hipótese de pagamento indevido ou a maior (Lei .5 172/66 — CTN, ar! 150„5'; 1", 156, inc 1 e VII, 16.5, inc I e 168, inc I e Ato Declatatório SRF n" 096/99) MULTA DE MORA .4 multo de mora tem caráter indenizatório e não punitivo, não se aplicando a ela, portanto, o disposto no artigo 138 da Lei .5 172/66 (CTN) Consta da decisão, preliminarmente, o decurso do prazo decadencial do direito de pleitear a restituição, bem como o entendimento de que não está afastada a incidência da multa de mora tal qual prevista no artigo 59 da Lei 8,383/91, em razão de sua natureza compensatória. Devidamente intimado da decisão supra em 18.09.200.3, a empresa apresentou manifestação de inconformidade protocolada em 14.10.2003, refutando os termos da primeira petição. Em seguida o processo administrativo foi encaminhado à Delegacia de Julgamento de Juiz de Fora — MG (2 a , Turma) que, baseada nas alegações formuladas pela ora Recorrente, houve por bem indeferir os pedidos formulados de restituição e compensação, em decisão assim ementada: Assunto.. Normas Gerais de Direito Tributário Período de Apuração: .28.0.5.1993 a 12,09..2001 Ementa: DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO, O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declara inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declamatória ou em recursos extraordinário, extingue-se após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário MULTA DE MORA, A multa de mora tem caráter indenizatório e não punitivo, não se aplicando a ela, portanto, o disposto no art. 138 da Lei 5.172/66 (CTN) Solicitação incleferida Para tanto, após considerações introdutórias necessárias à melhor análise da questão, o relator do voto condutor do acórdão consignou o seguinte: (i) O pedido de restituição foi indeferido por ter ocorrido o transcurso do prazo para pleitear a restituição quanto aos recolhimentos ocorridos entre 28.05,1993 e 4.01.1998 e por não estar afastada a incidência de mora, prevista no art. 59 da Lei n° 8,383/91, em razão de sua natureza compensatória. ii1 )ur-.;¡.:t 3 1)1 : CARI . Nif 11 4 (ii) Salienta que a Lei Complementar n° 118/05 trouxe, em seu artigo 3 0 , que para efeito de interpretação do inciso I do artigo .168 da Lei 5.172/66 — Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do artigo 150 da referida Lei, E em seu artigo 4°, dispõe sobre a retroatividade da interpretação mencionada.. (iii) Quanto à questão de aplicação, ou não, do artigo 138 do CTN o caso concreto, a controvérsia entre a Fazenda Pública e a contribuinte a respeito da abrangência da denúncia espontânea tem gerado discussões judiciais. A Administração Tributária entende que os débitos não recolhidos no vencimento, mesmo que espontaneamente pagos a posteriori, estão sujeitos a incidência de multa moratória, conforme as sucessivas legislações que determinaram a incidência de acréscimos sobre os débitos em atraso, entre elas, por exemplo, o artigo 61 da Lei 9.430/96.. Intimado da decisão em 23,02,2006, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 23.03.2006 refutando a decisão "em todos os seu termos." A Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes entendeu por bem converter o julgamento em diligência para que (i) fosse atestada a ocorrência dos pagamentos das multas, objeto de restituição; (ii) fiasse verificado se nas datas dos pagamentos o contribuinte gozava de espontaneidade; (iii) fosse cotejada a data de cada pagamento com a data da respectiva declaração (ex: entrega da DCTF). Desta forma, em atendimento à Resolução n°108-00.413, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Uberlândia elaborou: (i) planilha (fls. 245/247), na qual destaca os valores das multas, as datas dos pagamentos e os números das tis do processo onde constam os DARF 's; (ii) planilha (fis, 248/250), na qual foram classificados, por ordem crescente, os códigos dos tributos, mantidos os dados da planilha anterior; (iii) planilha (fis 428/432) que demonstra os valores das multas de mora, as datas dos pagamentos DARES correspondentes e as datas de entrega das DCTF"s em que os débitos foram declarados. A partir dos documentos juntados ao presente processo, concluiu a fiscalização que todos os pagamentos de multa, objeto do presente processo foram confirmados (fls. 245/247). Ademais, a fiscalização destaca o seguinte: (i) no caso do DARF de 11, 82 (código 0561 e multa no valor de R$ 1 157,90) não haveria espontaneidade, uma vez que o pagamento ocorreu após a Notificação 055/95, de 06/07/95; (ii) o DARF de fl. 145 (código 2430) refere-se a pagamento feito por empresa estranha ao processo; (iii) o DARF de fl. 138 (código 8045 e multa de mora no valor de R$ 431,58) houve alteração do código para 0588; e (iv) no caso do DA.RF de fis, 79, a multa de mora informada corresponde à R$ 1.111,48, enquanto na planilha elaborada pelo contribuinte consta o valor de R$ 2.111,48. Ainda, aduz a fiscalização que a planilha de tis, 428/432 foi elaborada de forma a permitir ao relator formar livremente a convicção sobre a ocorrência da espontaneidade, comparando as datas de pagamentos dos DARES com as datas de entrega das DCTF's,"i , o 1 iíir 3.11)pcd. KAREM JUREIDIMI DIAS . 333I ri pC11 . ViViANE '111T.31.. em 23/1312313 por KAREM JURE.IDU,fi DIAS 4 -10/21:)10 Di' FL 5 Processo o° 10675 000483/2003-14 s1-c4Ti Acórdão n " 1401-00.,280 El 3 Após elaboradas as diligências, a Oitava Câmara julgou o Recurso Voluntário procedente, nos termos da seguinte ementa: RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, assim entendido como o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação RESTITUIÇÃO MULTA ESPONTANEIDADE — O contribuinte apenas tem o direito à restituição das multas nos casos em que não há constituição do crédito tributário anterior ao pagamento Face ao acórdão, a Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração, alegando (1) que, em verdade, apenas algumas matérias aduzidas pelo contribuinte foram acatadas, razão pela qual o provimento foi parcial, tal como consta no voto da relatora, e não total, como consta na ementa do acórdão embargado; (ii) contrariedade na análise da decadência, urna vez que, primeiramente o voto entende que todos os períodos anteriores a 24 de fevereiro de 1998 estão abrangidos pela decadência e, posteriormente a rejeita. 5 1,31 LAPI . NU' E. (') Voto Conselheira Kat-em Itireidini Dias, Relatora Primeiramente, quanto ao provimento do Recurso Voluntário, verifico que o provimento foi parcial, uma vez que não foram acatados todos os argumentos do contribuinte. Assim, há equivoco no resultado de . julgamento relativo ao acórdão ora embargado quando diz que houve "provimento ao recurso". Desta forma, deve ser alterada a transcrição do resultado de julgamento para "provimento parcial", correspondendo, portanto, ao decidido pelo voto condutor do acórdão. Nesta parte, portanto, conhecidos os embargos para saneamento.. Quanto à contradição entre os fundamentos do voto, especialmente no tocante à decadência, esclareço que no voto condutor ., -foi acolhida a decadência para os recolhimentos ocorridos anteriormente a 24 de fevereiro de 1998, aplicando-se, portanto, o prazo de 5 (cinco) anos contados a partir do recolhimento indevido ou a maior. Ora, como o pedido de restituição foi feito em 24 de fevereiro de 2003, apenas os recolhimentos posteriores a 24/02/1998 poderiam ser objeto de restituição naquela data. De outra paute, o contribuinte pleiteia a aplicação do prazo de 10 (dez) anos para requerer a restituição, o que não foi provido pelo acórdão embargado. Ou seja, no trecho apontado pela embargante como contraditório, rejeitou-se o pedido de aplicação do prazo de 10 anos para pleitear a restituição e não todo o pedido de restituição ou a decadência, já que, como consta do próprio dispositivo do voto, foi dado provimento à restituição dos valores recolhidos posteriores a 24/02/1998. Nesta parte, portanto, não conhecidos os Embargos de Declaração, porquanto claro o acórdão em questão Diante do exposto, conheço parcialmente dos presentes Embargos de Declaração, para retificar e ratificar o resultado de julgamento, no qual deve constar a mesma redação cio voto condutor do acórdão embargado, asseverando o conhecimento do Recurso Voluntário e dando parcial provimento, para acatar a restituição em relação aos valores recolhidos posteriormente a fevereiro de 1998, a titulo de muita moratória, com exceção dos relacionados com ntimero 79 e 102, nos termos do voto. 'fendo em vista que foi retificado o resultado de . julgamento, ressalvo que é necessária a intimação contribuinte. É como voto. Sala das Sessões, em 9 de julho de 2010. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias — Relatara. 1)i:ff I ,.") 1_ At nen;ir..::-Id,.; i DIAS efr12:'.J. 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS QUARTA CÂMARA - PRIMEIRA SEÇÃO Processo n° Acórdão n° : 10675000483200.314 : 1401-00280 TERMO DE INTIMAÇÃO Intime-se um dos Procuradores da Fazenda Nacional, credenciado junto a este Conselho, da decisão consubstanciada no acórdão supra, nos termos do art. 81, § 3', do anexo 11, do Regimento Interno do CARI: , aprovado pela Portaria Ministerial n° 256, de 22 de junho de 2009. Brasília, d5 , (2ca 9',/l(%°)risL'-b"Mt'e—a- 'cSa-O*awk."5-drigueeretária da Câmara Ciência Data: Nome: Procurador(a) da Fazenda Nacional Encaminhamento da PFN: [ ] apenas com ciência; []com Recurso Especial; []com Embargos de Declaração.
score : 1.0
Numero do processo: 11065.720716/2014-01
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1001-000.079
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Volutário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Encaminhe-se para a Unidade de Origem para ciência do(a) Contribuinte do teor do presente Acórdão e demais providências cabíveis.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Volutário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Encaminhese para a Unidade de Origem para ciência do(a) Contribuinte do teor do presente Acórdão e demais providências cabíveis. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 07 16 /2 01 4- 01 Fl. 142DF CARF MF 2 Tratase Recurso Voluntário contra o acórdão 0955.024, proferido 1ª Turma da DRJ/JFA, a qual indeferiu a Manifestação de Inconformidade contra Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, face à existência de débito inscrito em Dívida Ativa da União, sem exigibilidade suspensa, consoante o artigo 17, inciso V, da Lei Complementar nº 123, de 2006. Foi expedido o Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional devido à existência de débitos para com a Fazenda Nacional, conforme a seguir transcrito: Inconformada, a ora recorrente apresentou uma impugnação contra o referido termo, que foi julgado improcedente pela DRJ.: Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele eu conheço. A recorrente apresentou, preliminar e de mérito, onde apenas requer reconsideração da decisão e, no mérito, resumidamente, apresenta as seguintes razões para o Recurso Voluntário: Fl. 143DF CARF MF Processo nº 11065.720716/201401 Acórdão n.º 1001000.079 S1C0T1 Fl. 3 3 Por questões de economia processual, adoto o voto da DRJ, conforme reproduzido, a seguir: A manifestação de inconformidade atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06/03/1972. Assim, dela tomo conhecimento e passo à análise. A opção pelo Simples Nacional, sistema instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, está regulamentada na Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) nº 004, de 30 de maio de 2007 (até 2011) e na Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011 (após 2012). O Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional têm como fundamento legal o art. 17, inciso V, da Lei Complementar nº 123/2006, que assim dispõe: Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: [...] V – que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; Segundo ainda o art. 6º, §§ 1º e 2º, II, da Resolução CGSN nº 94/2011 (mesma redação do art. 7º, § 1º e 1ºA, da Resolução CGSN nº 4/2007), a opção pelo Simples Nacional deverá ser realizada no mês de janeiro, até o último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção e que eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional poderão ser regularizadas dentro deste prazo. Art. 6 º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio do Portal do Simples Nacional na internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. (Lei Complementar n º123, de 2006, art. 16, caput ) § 1 º A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 5 º . (Lei Complementar n º 123, de 2006, art. 16, § 2 º ) § 2 º Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Lei Complementar n º 123, de 2006, art. 16, caput ) Fl. 144DF CARF MF 4 I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; O contribuinte alega que requereu o parcelamento dentro do prazo junto à PGFN e passou a pagar as parcelas regularmente. Pelo que se verifica nos documentos acostados aos autos, no dia 24/01/2014 foi solicitado o parcelamento das DAUs 0041200013928 e 00412008075 68. No dia anterior haviam sido pagas as parcelas iniciais nos valores de R$ 926,01 e R$ 500,00, respectivamente. A PGFN não se manifestou a respeito do pedido de parcelamento efetuado em 24/01/2014. Em 10/04/2014 foi solicitado novo parcelamento apenas para a DAU 0041200013928 e este veio a ser deferido em 09/05/2014. Apesar de haver pagamentos registrados para as duas inscrições em DAU no periodo de janeiro a maio/2014, estes pagamentos foram considerados apenas como antecipações de pagamento da dívida. Não houve o deferimento do parcelamento tampouco a suspensão da exigibilidade dos débitos. Em que pese seus argumentos, não compete às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) deferir ou julgar pedidos de parcelamento de débitos tributários. Essa atribuição é da Delegacia da Receita Federal do Brasil da jurisdição do contribuinte (ou da Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional, caso o débito esteja inscrito em Dívida Ativa da União), mediante declaração ou requerimento dirigido aos seus titulares. Também não compete às DRJs julgar manifestação de inconformidade contra indeferimento de pedido de parcelamento. A apreciação por parte das DRJ somente ocorre quando há manifestação de inconformidade contra decisão dos Delegados, ou Inspetores, em processos administrativos sobre a matéria, na forma dos arts. 233 e 302 da Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, que versa sobre o regimento interno da Receita Federal do Brasil, verbis: Art. 233. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, com jurisdição nacional, compete conhecer e julgar em primeira instância, após instaurado o litígio, especificamente, impugnações e manifestações de inconformidade em processos administrativos fiscais: [...]. IV contra apreciações das autoridades competentes em processos relativos a restituição, compensação, ressarcimento, reembolso, imunidade, suspensão, isenção e Fl. 145DF CARF MF Processo nº 11065.720716/201401 Acórdão n.º 1001000.079 S1C0T1 Fl. 4 5 redução de alíquotas de tributos, Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), indeferimento de opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) e pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), e exclusão do Simples e do Simples Nacional. (grifei) . (Grifei) Art. 302. Aos Delegados da Receita Federal do Brasil e InspetoresChefes da Receita Federal do Brasil incumbem, no âmbito da respectiva jurisdição, as atividades relacionadas com a gerência e a modernização da administração tributária e aduaneira e, especificamente: [...]; VI decidir sobre a concessão de regimes aduaneiros especiais e pedidos de parcelamento, sobre restituição, compensação, ressarcimento, reembolso, suspensão e redução de tributos Assim, é a Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional o órgão competente para apreciar e deferir, se for o caso, o pedido de parcelamento de eventuais ébitos para com a Fazenda Nacional já inscritos em Divida Ativa da União. Da decisão, não abe manifestação de inconformidade à Delegacia de Receita Federal do Brasil de Julgamento. Como o pedido de parcelamento apresentado em 24/01/2014 não foi analisado os débitos não foram suspensos, o que impossibilita o ingresso do contribuinte no Simples Nacional em 01/01/2014 Dessa forma, como os débitos não foram regularizados dentro do prazo legal, voto no sentido de julgar improcedente a manifestação de inconformidade contra o termo de Indeferimento de Opção pelo Simples Nacional. Assim sendo, e tendo em conta o disposto no art. 17, inciso V, da Lei Complementar 123/2006, no acórdão reproduzido, entendo irretocável a decisão da DRJ e, consequentemente, nego provimento ao presente recurso voluntário, sem crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) Jose Roberto Adelino da Silva Fl. 146DF CARF MF 6 Fl. 147DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10410.721333/2012-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 01 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 28/02/2008 a 31/12/2008
REPERCUSSÃO GERAL. RECONHECIMENTO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE SOBRESTAMENTO.
O processo administrativo é regido pelo princípio da oficialidade. Não há lei ou norma regimental que autorize o sobrestamento do julgamento em razão do reconhecimento, pelo STF, de repercussão geral de matéria ainda pendente da decisão judicial. Suspensão do julgamento indeferida.
DILIGÊNCIA. REQUISITOS LEGAIS.
A solicitação de perícia e diligência deve atender aos os requisitos do art. 16, IV do Decreto 70.235/72. Considera-se não formulado o pedido de perícia ou diligência em desacordo com as exigências legais.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. CONTRIBUIÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS. MATÉRIA SOB EXAME JUDICIAL. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE. ATIVIDADE VINCULADA.
Não compete ao Carf arredar a norma vigente sob a alegação de inconstitucionalidade (Súmula Carf nº 2). Aplica-se a lei vigente se outra norma jurídica na a afastar. As agroindústrias estão sujeitas à contribuição prevista no art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. AGROINDÚSTRIAS. BASE DE CÁLCULO. COMPOSIÇÃO. ICMS.
A contribuição para a seguridade social das agroindústrias prevista no art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, incide sobre a receita bruta, que é integrada pelo ICMS. Não há norma jurídica a afastar a aplicação do conceito legal.
Numero da decisão: 2301-005.157
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, (a) por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário, não conhecendo da questão da inconstitucionalidade de lei; (b) por maioria de votos, rejeitar a preliminar de suspensão do julgamento do feito; vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que a deferia; (c) por unanimidade de votos, considerar não formulado o pedido de diligência; no mérito, (d) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário..
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Maurício Vital - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Thiago Duca Amoni e João Bellini Júnior.
Nome do relator: JOAO MAURICIO VITAL
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 28/02/2008 a 31/12/2008 REPERCUSSÃO GERAL. RECONHECIMENTO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE SOBRESTAMENTO. O processo administrativo é regido pelo princípio da oficialidade. Não há lei ou norma regimental que autorize o sobrestamento do julgamento em razão do reconhecimento, pelo STF, de repercussão geral de matéria ainda pendente da decisão judicial. Suspensão do julgamento indeferida. DILIGÊNCIA. REQUISITOS LEGAIS. A solicitação de perícia e diligência deve atender aos os requisitos do art. 16, IV do Decreto 70.235/72. Considera-se não formulado o pedido de perícia ou diligência em desacordo com as exigências legais. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. CONTRIBUIÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS. MATÉRIA SOB EXAME JUDICIAL. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE. ATIVIDADE VINCULADA. Não compete ao Carf arredar a norma vigente sob a alegação de inconstitucionalidade (Súmula Carf nº 2). Aplica-se a lei vigente se outra norma jurídica na a afastar. As agroindústrias estão sujeitas à contribuição prevista no art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. AGROINDÚSTRIAS. BASE DE CÁLCULO. COMPOSIÇÃO. ICMS. A contribuição para a seguridade social das agroindústrias prevista no art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, incide sobre a receita bruta, que é integrada pelo ICMS. Não há norma jurídica a afastar a aplicação do conceito legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, (a) por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário, não conhecendo da questão da inconstitucionalidade de lei; (b) por maioria de votos, rejeitar a preliminar de suspensão do julgamento do feito; vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que a deferia; (c) por unanimidade de votos, considerar não formulado o pedido de diligência; no mérito, (d) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior - Presidente. (assinado digitalmente) João Maurício Vital - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Thiago Duca Amoni e João Bellini Júnior.
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RECONHECIMENTO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE SOBRESTAMENTO. O processo administrativo é regido pelo princípio da oficialidade. Não há lei ou norma regimental que autorize o sobrestamento do julgamento em razão do reconhecimento, pelo STF, de repercussão geral de matéria ainda pendente da decisão judicial. Suspensão do julgamento indeferida. DILIGÊNCIA. REQUISITOS LEGAIS. A solicitação de perícia e diligência deve atender aos os requisitos do art. 16, IV do Decreto 70.235/72. Considerase não formulado o pedido de perícia ou diligência em desacordo com as exigências legais. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. CONTRIBUIÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS. MATÉRIA SOB EXAME JUDICIAL. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE. ATIVIDADE VINCULADA. Não compete ao Carf arredar a norma vigente sob a alegação de inconstitucionalidade (Súmula Carf nº 2). Aplicase a lei vigente se outra norma jurídica na a afastar. As agroindústrias estão sujeitas à contribuição prevista no art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. AGROINDÚSTRIAS. BASE DE CÁLCULO. COMPOSIÇÃO. ICMS. A contribuição para a seguridade social das agroindústrias prevista no art. 22 A da Lei nº 8.212, de 1991, incide sobre a receita bruta, que é integrada pelo ICMS. Não há norma jurídica a afastar a aplicação do conceito legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 72 13 33 /2 01 2- 40 Fl. 2630DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, (a) por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário, não conhecendo da questão da inconstitucionalidade de lei; (b) por maioria de votos, rejeitar a preliminar de suspensão do julgamento do feito; vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que a deferia; (c) por unanimidade de votos, considerar não formulado o pedido de diligência; no mérito, (d) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) João Maurício Vital Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Thiago Duca Amoni e João Bellini Júnior. Relatório Tratase de lançamento de ofício, Debcad nº 37.320.1494, para a exigência das contribuições previdenciárias devidas pelas agroindústrias, nos termos do art. 22A da Lei nº 8.212, 24 de julho de 1991. No caso destes autos, consta do Relatório Fiscal (efl. 2365 e seguintes) que o sujeito passivo não recolheu e nem declarou em Gfip os débitos de contribuição previdenciária incidentes sobre receitas brutas provenientes da comercialização, no mercado interno, da produção própria ou adquirida de terceiros, relativos aos períodos de 2/2008 a 12/2008. Os valores devidos foram apurados com base em notas fiscais de saída, registros contábeis e outras informações fornecidas à Autoridade Fiscal pelo contribuinte. Na impugnação, a Recorrente sustentou que a exação seria inconstitucional, que o Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não deveria compor a base de cálculo e que não incidiria taxa Selic sobre a multa de ofício. Solicitou, ainda, que o julgamento dos autos ocorresse em conjunto com os demais processos decorrentes da mesma fiscalização. A DRJ/Recife, unanimemente, deu por improcedente a impugnação pelos seguintes motivos: a) na inexistência de decisão judicial hábil a afastar a constitucionalidade da aplicação da norma tributária ao caso, prevalece o disposto no parágrafo único do art. 142 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN); b) o ICMS integra o preço do produto e, por falta de disposição legal, não pode ser excluído da base de cálculo da contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta; c) a impugnante não tem interesse de agir no que se refere à incidência de juros, à taxa Selic, sobre a multa de ofício porque não consta dos autos essa incidência, e Fl. 2631DF CARF MF Processo nº 10410.721333/201240 Acórdão n.º 2301005.157 S2C3T1 Fl. 2.631 3 d) inexiste mandamento legal que determine o julgamento simultâneo de distintos processos administrativos fiscais. É o relatório essencial. Voto Conselheiro João Maurício Vital Relator. O recurso (efls. 2620 a 2626) é tempestivo. Alega, a Recorrente, que a contribuição previdenciária devida pelas agroindústrias com base no art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991, seria inconstitucional. Entretanto, consoante o disposto na Súmula Carf nº 2, não compete ao Carf arredar a norma vigente sob a alegação de inconstitucionalidade: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, conheço do recurso, exceto em relação à alegação de inconstitucionalidade. Preliminares Do pedido de suspensão do julgamento até a manifestação final sobre a constitucionalidade a contribuição prevista no art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991 A Recorrente solicitou a suspensão do julgamento do presente processo até que seja julgado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o RE nº 611.601. De fato, a constitucionalidade da contribuição prevista no art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991, está sob exame do STF, em rito de repercussão geral. O processo administrativo é regido pelo princípio da oficialidade, devendo ser impulsionado ex officio, conforme determina o inc. XII do parágrafo único do art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Não há qualquer previsão legal ou regimental que autorize a suspensão do marcha processual em razão de a constitucionalidade de matéria estar pendente de decisão, ainda que esteja submetida à repercussão geral, pelo quê indefiro o pedido de sobrestamento do julgamento do feito. Do pedido de diligência A Recorrente requer diligências na hipótese de o colegiado entender necessárias provas adicionais. A solicitação não observou o disposto no inc. IV do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, e, portanto, considero não formulado o pedido, nos termos do § 1º do art. 16 daquele regulamento. Ademais, o caso não inspira a necessidade de novas provas. Mérito Fl. 2632DF CARF MF 4 Da exclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição previdenciária A Recorrente alega que a base de cálculo considerada pela Autoridade Fiscal continha o ICMS, tributo estadual que não consistiria receita do contribuinte, mas do estado membro. Requer, pois, que a base de cálculo seja recomposta, excluindose o ICMS, e a contribuição social seja, então, recalculada. O acórdão recorrido afirma, quanto à matéria, que a contribuição em questão incide sobre a receita bruta, que é composta também pelo ICMS, já que é tributo calculado por dentro, integrando o preço do produto. Discorre, ainda, que, por ausência de previsão legal, o valor do ICMS não pode ser excluído, devendo compor a base de cálculo. Não há dúvidas de que a base de cálculo da contribuição dos autos é a receita bruta proveniente da comercialização da produção, nos termos do art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991. A questão que se coloca é se o ICMS compõe a receita bruta para a determinação do quantum tributável. A despeito das controvérsias jurídicas, a receita bruta está bem definida pelo menos em duas leis que são afetas ao universo tributário. Como base legal fundamental no campo econômico brasileiro, a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, assim estabelece: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; ......................................................................................................... A apuração do resultado econômico da atividade empresarial, conforme entendimento absolutamente sedimentado na doutrina contábil e universalmente aceito, segue a estrutura definida na Lei nº 6.404, de 1976, aqui simplificada: (+) Receita bruta de vendas de bens e serviços () Deduções de vendas () abatimentos de vendas () impostos incidentes sobre a venda (=) Receita líquida de venda de bens e serviços () Custo das mercadorias e serviços (=) Lucro bruto Em outras palavras, as deduções, impostos e abatimentos sobre as vendas integram a receita bruta, segundo a norma societária. O mesmo conceito foi transposto para a norma tributária e está estabelecido no DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, que assim, originalmente, asseverava, até o advento da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014: Fl. 2633DF CARF MF Processo nº 10410.721333/201240 Acórdão n.º 2301005.157 S2C3T1 Fl. 2.632 5 Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. O entendimento de que os impostos incidentes sobre a venda integravam a receita bruta derivava do conceito legal e contábil da receita líquida. Ora, se receita líquida resultava da dedução, da receita bruta, de certas parcelas, essas parcelas estavam contidas na receita bruta. Essa inteligência foi aclarada com o advento da Lei nº 12.973, de 2014, que deu nova redação ao art. 12 do DecretoLei nº 1.598, de 1977, que passou a vigorar da seguinte forma: Art. 12. A receita bruta compreende: I o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II o preço da prestação de serviços em geral; III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. § 1o A receita líquida será a receita bruta diminuída de: I devoluções e vendas canceladas; II descontos concedidos incondicionalmente; III tributos sobre ela incidentes; e IV valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta. O conceito foi mantido e ficou mais evidente com a nova redação, ou seja, devoluções e vendas canceladas, descontos incondicionais e tributos sobre a venda integram a receita bruta. A matéria tem caminhado para uma pacificação de entendimento, na medida em que a doutrina e a jurisprudência vêm se convergindo na interpretação de que o ICMS não compõe o faturamento e, portanto, também não faz parte da receita bruta. Essa definição certamente terá impacto em futuras relações tributárias e contratuais. Todavia, não está claro quais serão as consequências para os fatos pretéritos, inclusive os fatos geradores de tributos já ocorridos. Em que pese o STF tenha fixado a tese, nos autos do RE nº 574.706/PR, cuja ementa foi publicada no DJe nº 223/2017, de 2 de outubro de 2017, de que o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins, não se pronunciou quanto à composição da base de cálculo de outros tributos, como a contribuição previdenciária das Fl. 2634DF CARF MF 6 agroindústrias. Ademais, aquela decisão ainda carece de definitividade, porquanto está sujeita a embargos. Por essas razões, não cabe, ao caso, a aplicação do art. 62, § 1º, inc. II, alínea b, do Ricarf. Portanto, para efeito de incidência da contribuição previdenciária sobre a receita bruta das agroindústrias, aplicase o conceito dado pelo DecretoLei nº 1.598, de 1977, e, considerando que o lançamento é atividade plenamente vinculada, nos termos dos arts. 3º e 142, parágrafo único, do CTN, não há como deixar de observar a disposição legal e excluir, da base de cálculo da contribuição das agroindústrias, o ICMS ou qualquer outro tributo incidente sobre as vendas, razão pela qual indefiro o pedido de exclusão. Conclusões Voto, pois, por não conhecer do recurso em relação à alegação de inconstitucionalidade do art. 22A da Lei nº 8.212, de 1991, rejeitar a preliminar de suspensão do julgamento do feito, considerar não formulado o pedido de diligência e, no mérito, negar provimento ao recurso. Conselheiro João Maurício Vital Relator Fl. 2635DF CARF MF
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