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Numero do processo: 10880.931178/2013-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/05/2012 a 31/05/2012
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.ÔNUS DA PROVA
Para que o crédito utilizado na compensação possa ter convalidados os atributos de liquidez e certeza, deve o declarante apresentar documentos e razões probatórias de seu direito creditório, para que este possa ser reconhecido e a compensação possa ser operacionalizada.
DCTF RETIFICADORA. VINCULAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS
Reputam-se verdadeiros os valores declarados em DCTF, vinculando débitos e créditos contra a Fazenda Nacional, os créditos que extinguem débitos, por pagamento, para serem desvinculados, somente através de DCTF retificadora. Uma vez retificada a DCTF para pleitear compensação com o crédito nascente, devem estar as razões de defesa acompanhadas de documentação que comprove a liquidez e certeza do crédito.
DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF, sendo que deve prevalecer a decisão administrativa que não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO HOMOLOGADA. CAUSA E EFEITOS
Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, sendo que compensação é procedimento facultativo através do qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, ou recolhidos a maior, deduzindo-os das contribuições devidas à Fazenda Nacional. Não atendidas as condições estabelecidas na legislação tributária, e não comprovado atributos essenciais do crédito, como a liquidez e certeza, a compensação pretendida não será homologada pela Administração Pública, com a consequente cobrança do débito confessado em Declaração de Compensação
Numero da decisão: 3301-005.817
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior , Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Marinho Nunes e Ari Vendramini.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/05/2012 a 31/05/2012 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.ÔNUS DA PROVA Para que o crédito utilizado na compensação possa ter convalidados os atributos de liquidez e certeza, deve o declarante apresentar documentos e razões probatórias de seu direito creditório, para que este possa ser reconhecido e a compensação possa ser operacionalizada. DCTF RETIFICADORA. VINCULAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS Reputam-se verdadeiros os valores declarados em DCTF, vinculando débitos e créditos contra a Fazenda Nacional, os créditos que extinguem débitos, por pagamento, para serem desvinculados, somente através de DCTF retificadora. Uma vez retificada a DCTF para pleitear compensação com o crédito nascente, devem estar as razões de defesa acompanhadas de documentação que comprove a liquidez e certeza do crédito. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF, sendo que deve prevalecer a decisão administrativa que não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO HOMOLOGADA. CAUSA E EFEITOS Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, sendo que compensação é procedimento facultativo através do qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, ou recolhidos a maior, deduzindo-os das contribuições devidas à Fazenda Nacional. Não atendidas as condições estabelecidas na legislação tributária, e não comprovado atributos essenciais do crédito, como a liquidez e certeza, a compensação pretendida não será homologada pela Administração Pública, com a consequente cobrança do débito confessado em Declaração de Compensação
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/2012 a 31/05/2012 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.ÔNUS DA PROVA Para que o crédito utilizado na compensação possa ter convalidados os atributos de liquidez e certeza, deve o declarante apresentar documentos e razões probatórias de seu direito creditório, para que este possa ser reconhecido e a compensação possa ser operacionalizada. DCTF RETIFICADORA. VINCULAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS Reputamse verdadeiros os valores declarados em DCTF, vinculando débitos e créditos contra a Fazenda Nacional, os créditos que extinguem débitos, por pagamento, para serem desvinculados, somente através de DCTF retificadora. Uma vez retificada a DCTF para pleitear compensação com o crédito nascente, devem estar as razões de defesa acompanhadas de documentação que comprove a liquidez e certeza do crédito. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF, sendo que deve prevalecer a decisão administrativa que não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO HOMOLOGADA. CAUSA E EFEITOS Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, sendo que compensação é procedimento facultativo através do qual o sujeito AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 11 78 /2 01 3- 12 Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 3 2 passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, ou recolhidos a maior, deduzindoos das contribuições devidas à Fazenda Nacional. Não atendidas as condições estabelecidas na legislação tributária, e não comprovado atributos essenciais do crédito, como a liquidez e certeza, a compensação pretendida não será homologada pela Administração Pública, com a consequente cobrança do débito confessado em Declaração de Compensação Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior , Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Marinho Nunes e Ari Vendramini. Relatório Tratam os presentes autos de recurso voluntário interposto em face do Acórdão DRJ nº 04044.579, que manteve o decidido no Despacho Decisório Eletrônico, o qual não homologou a compensação declarada na DCOMP – Declaração de Compensação, transmitida pela recorrente, por inexistência do crédito alegado. Irresignada com a decisão, a requerente apresentou Recurso Voluntário ora em apreço, trazendo as seguintes alegações: alega que retificou a DCTF para ajustar a apuração de COFINS do período, de onde surgiu o crédito utilizado, sendo que o ajuste da DCTF foi realizado nos estritos termos da legislação tributária aplicável, amparada na também retificada DACON, trazida aos autos. apontou os subsídios técnicos do crédito compensado, entretanto o órgão julgador de primeira instância afastou os efeitos jurídicos das declarações retificadoras por entender que deveria, os ajustes estar calcados em documentos contábeis e fiscais hábeis e idôneos. defende que até onde se sabe, o ordenamento pátrio, não traz uma lista específica de documentos aptos a assegurar de forma definitiva a certeza e liquidez de crédito oriundo de declarações retificadoras, mas certo é que, a fiscalização possui à sua disposição diversos recursos para averiguação da certeza e liquidez do crédito à ela submetido. Nesse aspecto, poderia inclusive ter submetido a DCTF retificadora ao procedimento de auditoria interna, na busca da origem do crédito pleiteado. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 4 3 cita o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015 onde destaca a possibilidade de retificação da DCTF após apresentação da PER/DCOMP, ou mesmo depois da emissão de despacho decisório que indefere o pedido, citando também Acórdão CARF neste sentido, concluindo que não há razão para a manutenção da decisão de não homologação, pois foram apresentados os fundamentos e critérios adotados pela recorrente na comprovação da certeza e liquidez do crédito. Anexa ao recurso cópia do Parecer Normativo COSITnº 2, de 2015. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.811, de 27 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.931172/201345, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.811): "Estão presentes os requisitos de admissibilidade, por tal razão conheço do recurso. Para o deslinde da questão, dois aspectos devem ser analisados : 1) o direito ao crédito e 2) a operacionalização da compensação na esfera tributária. 1 O DIREITO AO CRÉDITO E SUA COMPROVAÇÃO A decisão de piso já enfrentou a questão com muita clareza, como aqui reproduzimos trecho do voto do ilustre julgador : O indeferimento do pedido de restiutição em questão se deu devido a existência, no momento do processamento eletrônico, de débito declarado em DCTF correspondente ao valor do DARF pago para o tributo e período em questão. Assim, o Despacho Decisório de não homologação foi emitido com base nas informações prestadas pela própria interessada. A retificação da DCTF Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 5 4 e do DACON ocorreu após a ciência do Despacho Decisório. Apesar de o sujeito passivo mencionar “a devida apresentação de toda a documentação necessária para comprovar” e “cabal comprovação”, a manifestação de inconformidade veio acompanhada tão somente de cópias de DCTF e DACON. Nada mais. O sujeito passivo não trouxe aos autos nenhum documento comprobatório, não explica a origem dos supostos créditos. Apenas proclama um direito genérico. A simples retificação de declarações para alterar valores originalmente declarados, desacompanhadas de documentação hábil e idônea, não é suficiente para modificar o Despacho Decisório. Para o reconhecimento em favor da contribuinte, é necessário que restem plenamente caracterizados os atributos de certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Ou seja, o crédito pretendido deve ser comprovado por meio da escrituração contábil e fiscal, bem como pelos documentos que a respalde. De acordo com o § 11 do art. 74 da Lei n.º 9.430/96, aplicase ao presente processo o rito estabelecido no Decreto nº 70.235/72, o qual determina: “Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” Enquanto no lançamento de ofício incumbe à autoridade fiscal provar a ocorrência do ilícito (§ 1º do art. 38 do Decreto n.º 7.574/2011), nos casos de restituição e compensação é atribuição do interessado a demonstração da efetiva existência do direito creditório pretendido O artigo 28 do Decreto nº 7.574/2011 que regulamenta os processos administrativos fiscais no âmbito da Receita Federal do Brasil dispõe: “Art. 28. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha legado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e sem prejuízo do disposto no art. 29 (Lei nº 9.784, de 1999, art. 36).” A recorrente apenas acrescenta que efetivou os ajustes em DCTF e DACON para comprovar a liquidez e certeza do crédito, sem trazer aos autos nenhuma informação sobre a origem do crédito, tratandose de COFINS NÃO CUMULATIVA, a que Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 6 5 receita está vinculada e qual o motivo do ajuste dos valores, qual seria o motivo do ajuste, quais valores estavam informados incorretamente e porquê. Além disso, não traz aos autos documentos que comprovem tal erro, para que se justifique o pagamento a maior do tributo, tampouco traz informações sobre a contabilização de tais valores e suas correções. Portanto, correta a decisão de piso ao afirmar que não existe a comprovação de liquidez e certeza do crédito,o que impede a operacionalização da compensação pleiteada. 2 – A OPERACIONALIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO NA ESFERA TRIBUTÁRIA O artigo 74 da Lei nº 9.430/1996, com suas várias alteracões, estipula que : Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (…) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. Cumprindo a determinação contida no § 14 do artigo 74 da Lei nº 9.430/1996, a Secretaria da Receita Federal emitiu Instrução Normativa que regula a matéria, hoje vigora a IN RFB nº 1.717/2017, que assim dispõe : Art. 65. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, ressalvada a compensação de que trata a Seção VII deste Capítulo. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada, pelo sujeito passivo, mediante declaração de compensação, por meio do programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante o formulário Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 7 6 Declaração de Compensação, constante do Anexo IV desta Instrução Normativa. Art. 66. A compensação declarada à RFB extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do procedimento. Parágrafo único. A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Os débitos a que se refere o texto normativo são aqueles declarados em DCTF – Declaração de Contribuições e Tributos Federais, instrumento onde o contribuinte declara, como confissão de dívida, os débitos contra a Fazenda Pública e sua extinção, por pagamento ou compensação ou sua suspensão, por parcelamento, por recurso administrativo ou ordem judicial. A DCTF, com fundamento no art. 5º, §1º, do Decreto–lei nº 2.124, de 13/06/1984 representa confissão de dívida dos débitos nelas declarados, sendo pacífico o entendimento judicial, consolidado na Súmula STJ nº 436, de que a entrega de declaração em que, a exemplo da DCTF, o contribuinte reconhece débito fiscal “constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência neste sentido por parte do fisco”, portanto, se a autoridade administrativa, segundo critérios de aprofundamento por ela definidos e após eventuais batimentos eletrônicos, admite o valor do tributo confessado em DCTF como compatível com o do efetivamente devido, pode, a partir dos elementos de que internamente já dispõe, decidir o direito à restituição (e, por decorrência, à compensação) por comparação entre o valor pago do tributo e o correspondente montante declarado em DCTF, sendo dispensável, dado o caráter confessional da DCTF, a intimação do requerente para prestar esclarecimentos ou apresentar provas. A Secretaria da Receita Federal emitiu o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, citado pela recorrente, onde trata da situação em que o sujeito passivo da obrigação tributária apresenta Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento, Reembolso ou Declaração de Compensação – PER/DCOMP, envolvendo crédito de pagamento indevido ou a maior, sendo o pedido indeferido em razão de o pagamento estar totalmente alocado a débito confessado em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) sem que esta tenha sido retificada, decisão contra a qual o interessado apresenta manifestação de inconformidade, assim dispôs sobre o cruzamento de informações DCTF X PER/DCOMP : 10.2. Nesse diapasão, a DCTF é a forma com que o sujeito passivo dá conhecimento à autoridade administrativa da ocorrência do fato jurídicotributário e informa o pagamento do valor correspondente ao tributo. Como se depreende da sua própria denominação, é uma declaração contendo débitos e créditos tributários federais. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 8 7 (...) 10.4 Segundo o § 1º do art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, “o documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito”. Tratase de confissão extrajudicial da existência daqueles débitos, conforme arts. 348, 350 e 353 do atualmente vigente Código de Processo Civil (CPC) Lei nº5.869, de 11 de janeiro de 1973, e por isso é título executivo. Conforme decidido pelo STJ em sede de recursos repetitivos. (...) 10.5. Desse modo, por se tratar de uma confissão de dívida do sujeito passivo, inclusive podendo ser contra ele cobrado na falta de pagamento, ele necessariamente terá de alterar essa confissão se entender que pagou um valor indevido, para então poder requerer um pedido de restituição ou apresentar uma DCOMP. Tratase de simetria de formas. Fazendo uma analogia, é a mesma situação daquela contida no art. 352 do CPC, pois ali também depende de uma atuação de quem fez a confissão para ela poder ser revogada. No presente caso, a atuação do sujeito passivo se dá mediante retificação da declaração que constituiu o crédito tributário perante o Fisco, conforme item 10. Inclusive o CARF já decidiu que o crédito alocado em DCTF não retificada não é líquido e certo, e o indébito pressupõe a retificação da DCTF: INDÉBITO PLEITEADO DECLARADO EM DCTF. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO PRÉVIA Enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014). DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde o que não ocorreu. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 9 8 Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.(Acórdão nº 3801¬002.926, Rel. Cons. Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Sessão de 25/02/2014). 18.1. Se a retificação da DCTF ocorrer depois do Despacho Decisório, ou mesmo depois da apresentação da manifestação de inconformidade, dentro da livre convicção para análise das provas no caso concreto, o julgador administrativo pode verificar que as razões do sujeito passivo são procedentes e que o indeferimento do crédito decorreu da falta de retificação prévia da DCTF. Evidentemente que, nessa hipótese, o despacho decisório que indeferiu o pedido de restituição ou não homologou a compensação estava correto, pois o valor do pagamento da DCTF não estava disponível (vide item 10.5). (...) 20 .O despacho decisório de indeferimento do PER ou da não homologação da compensação é ato jurídico perfeito e foi corretamente proferido, já que, de fato, na data de sua emissão, o crédito declarado no PER/DCOMP não se apresentava para a autoridade administrativa líquido e certo. O foco da questão aqui tratada não deve ser a formalidade e efetividade de um ato da autoridade administrativa, mas o efeito de um ato do sujeito passivo – retificar sua DCTF – em momento que ainda lhe é permitido pela norma e que confirme ato por ele também praticado anteriormente (a compensação ou o pedido de restituição) quando já fora objeto de análise pela autoridade administrativa. A vinculação de débitos e créditos declarados em DCTF são de absoluta responsabilidade do declarante, e podem ser retificados, como admite a Instrução Normativa RFB nº 1.599/2015, que trata da DCTF, dispondo em seu artigo 9º : Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 10 9 Desta forma, para alterar os dados declarados, como débitos indevidos ou inexistentes, obrigatoriamente devese informar á Secretaria da Receita Federal, através da DCTF RETIFICADORA, para que, ao efetivar o cruzamento de informações, no caso em exame, de valores declarados em DCTF e valores declarados em DCOMP, sejam compatíveis para que o sistema eletrônico possa efetivar a compensação ou emitir despacho não homologando a compensação, com a devida fundamentação. É o que acontece no caso presente, a recorrente efetivou a retificação da DCTF, entretanto, não apresentou provas da liquidez e certeza do crédito, o que o torna inaceitável para operacionalização da compensação declarada. Assim, no cruzamento de informações prestadas pela recorrente, na DCTF e na DCOMP,. O sistema de registro eletrônico da Secretaria da Receita Federal detectou que o recolhimento efetuado havia sido vinculado a um débito existente e confessado, extinguindo, portanto, o crédito por pagamento. Por este motivo, o fundamento da não homologação da compensação foi o de haver um ou mais pagamentos integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível par compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Por derradeiro, há que se considerar que, uma vez que o pagamento indevido foi vinculado, como crédito, a valor de débito confessado em DCTF, extinguindo, portanto, o débito, não pode ser pagamento ou crédito ser utilizado novamente em sede de compensação, pois que tal crédito seria inexistente para o devido encontro de contas no instituto da compensação, nos termos dos artigos 368 e 369 do Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002 Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguemse, até onde se compensarem; Art. 369. A compensação efetuase entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.) e do artigo 170 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.), por faltar ao crédito os atributos da liquidez e certeza, pois que o crédito alegado já não mais existia á época da transmissão da DCOMP, restando o débito para ser cobrado pela Fazenda Nacional. Restou, pois, á recorrente, a retificação da DCTF, para alterar a vinculação do débito ao crédito que se pretenda compensar. Não é possível, portanto, diante de tais regras, admitir o direito á compensação de crédito, faltandolhe liquidez e certeza. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10880.931178/201312 Acórdão n.º 3301005.817 S3C3T1 Fl. 11 10 Quanto á homologação e operacionalização da compensação não compete a este CARF tais atribuições, e sim ás Delegacias da Receita Federal, unidades jurisdicionantes dos requerentes/declarantes. Conclusão Diante de todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário apresentado para não reconhecer o direito creditório e também não reconhecer o direito á compensação pretendida, porquanto não comprovada, por meio de documentação hábil e idônea, a desvinculação do crédito reconhecido, através de retificação da DCTF, faltando ao crédito os atributos de liquidez e certeza." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 162DF CARF MF
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Numero do processo: 13984.720204/2011-47
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. REGIME ALTERNATIVO. COMBUSTÍVEL NÃO UTILIZADO NA PRODUÇÃO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO.
Somente geram direito ao crédito presumido os materiais intermediários, assim definidos na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados, que sejam consumidos no processo produtivo mediante contato físico direto com o produto final. Os combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus, não integram o produto final nem são desgastados/consumidos pela ação direta sobre o produto final.
(Súmula CARF n° 19; Parecer Normativo CST nº 65/1979; art. 1º, § 5º da Lei nº 10.276/01, arts. 2º e 3º, caput e parágrafo único, da Lei nº. 9.363/1996; art. 164 do RIPI/2002).
Numero da decisão: 3003-000.199
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Presidente.
(assinado digitalmente)
Vinícius Guimarães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: VINICIUS GUIMARAES
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REGIME ALTERNATIVO. COMBUSTÍVEL NÃO UTILIZADO NA PRODUÇÃO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. Somente geram direito ao crédito presumido os materiais intermediários, assim definidos na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados, que sejam consumidos no processo produtivo mediante contato físico direto com o produto final. Os combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus, não integram o produto final nem são desgastados/consumidos pela ação direta sobre o produto final. (Súmula CARF n° 19; Parecer Normativo CST nº 65/1979; art. 1º, § 5º da Lei nº 10.276/01, arts. 2º e 3º, caput e parágrafo único, da Lei nº. 9.363/1996; art. 164 do RIPI/2002). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Presidente. (assinado digitalmente) Vinícius Guimarães Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 72 02 04 /2 01 1- 47 Fl. 291DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório O presente processo versa sobre pedido de ressarcimento de crédito presumido do IPI, com base na Lei nº 10.276/2001, no valor total de R$ 284.672,38, com declarações de compensação vinculadas ao pedido. Após a apreciação do pedido, a autoridade fiscal reconheceu parcialmente o crédito pleiteado, no valor de R$ 102.184,40, conforme despacho decisório às fls. 197 a 209, tendo sido efetuadas glosas atinentes a receita de exportação, insumos adquiridos de pessoas físicas, combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados, assim como à energia elétrica despendida em iluminação pública e área administrativa. Inconformada, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, contestando todas as glosas efetuadas pela fiscalização, com exceção da glosa com energia elétrica. Ao apreciar a impugnação, a 3ª Turma da DRJ em Belém decidiu por converter o julgamento em diligência (fls. 248 a 252), nos seguintes termos: Desta feita, decide a Terceira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em BelémPA, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, na forma dos artigos 18 e 29 do Decreto n° 70.235/1972, modificado pela Lei nº 8.748/1993, e do artigo 15, § 10, da Portaria MF nº 341/2011, para as seguintes providências: b) Dar ciência à recorrente da presente Resolução; b) Adotar medidas para que, em sede de Diligência e com base nos documentos trazidos aos autos pelo sujeito passivo, sem prejuízo de outros que a autoridade fiscal avalie necessários, para o fim de: 1) Incluir na base de cálculo do crédito presumido os valores das receitas de exportação relativas às notas fiscais emitidas no 1º trimestre de 2006, cuja exportação teria ocorrido no 2º trimestre de 2006, se não houver outro(s) fundamento(s) para manutenção das glosas. Demonstrar as notas fiscais desconsideradas, se ocorrer, e o fato motivador; 2) Incluir na base de cálculo do crédito presumido os valores correspondentes a aquisições de insumos provenientes de pessoas físicas e/ou cooperativas, se não houver outro(s) fundamento(s) para manutenção das glosas; 3) Excluir as notas fiscais emitidas em setembro, cujas exportações ocorreram somente no 4º trimestre; e 4) Refazer a apuração do quantum do direito creditório a ressarcir. c) Dar ciência ao sujeito passivo do resultado da Diligência Fiscal, deferindolhe prazo para manifestação acerca dos fatos novos, observado o disposto no art. 18, § 3º, do Decreto nº 70.235, de 1972, incluído pela Lei nº 8.748, de 1993. Fl. 292DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 4 3 d) Encaminhar os autos à DRJ/Belém, após o cumprimento da diligência, para prosseguimento do julgamento administrativo. Em cumprimento da diligência, o Núcleo de Arrecadação e Cobrança da DRF/LagesSC emitiu a Informação Fiscal nº 033/2015 (fls. 253 a 256), com as seguintes conclusões: “Providências adotadas: Incluiuse na base de cálculo do crédito presumido o valor de R$ 404.425,10 correspondente à receita de exportação relativa às notas fiscais emitidas no 1º trimestre de 2006, cuja exportação teria ocorrido no 2º trimestre de 2006; Incluiuse na base de cálculo do crédito presumido o valor de R$ 975.287,89 correspondente às aquisições de insumos de pessoas físicas e/ou cooperativas; Excluiuse o valor de R$ 704.818,04 correspondente às notas fiscais emitidas em setembro, cujas exportações ocorreram somente no quarto trimestre, conforme planilha às fls. 239/243; Assim, o crédito presumido de IPI relativo ao terceiro trimestre de 2006 deveráser ajustado, conforme demonstrado no quadro abaixo: (quadro à fl. 255) (...) Efetuados os ajustes necessários, apurouse crédito presumido de IPI relativo ao terceiro trimestre de 2006 no valor de R$ 251.591,79 (duzentos e cinquenta e um mil quinhentos e noventa e um reais e setenta e nove centavos).” A recorrente não se pronunciou sobre o resultado da diligência, tendo o processo sido remetido à DRJ para julgamento. Apreciando a impugnação, a 3ª Turma da DRJ em Belém deu parcial provimento à manifestação de inconformidade, conforme ementa transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. REGIME ALTERNATIVO. BASE DE CÁLCULO. Segundo o regime alternativo da Lei nº 10.276, de 2001, somente podem ser computados na apuração do crédito presumido do IPI os gastos com energia elétrica e combustíveis utilizados no processo produtivo. INSUMOS. COMPROVAÇÃO DA AQUISIÇÃO. NOTAS FISCAIS EMITIDAS PELO ADQUIRENTE. A emissão de Nota Fiscal de entrada, pelo adquirente, somente é permitida quando o remetente dos produtos não é obrigado à sua emissão. No caso em análise, porém, por serem estabelecimentos industriais, os fornecedores estão obrigados à emissão de Notas Fiscais quando derem saída aos seus produtos. Não há, portanto, amparo legal para emissão de Nota Fiscal de entrada pelo estabelecimento industrial adquirente, até porque, os mesmos fornecedores emitiram Notas Fiscais no período. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. Fl. 293DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 5 4 Toda declaração de compensação depende da existência de um crédito, razão pela qual deve ser homologada na exata medida do direito creditório reconhecido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, delimitando sua contestação à inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI os gastos com combustível consumido na extração e transporte de madeira, conforme excertos do recurso: Conforme os documentos fiscais de aquisição de combustíveis, o Contribuinte além dos abastecimentos em postos de combustíveis adquiria grande parte de "distribuidor". Na indústria abastecia conforme suas necessidades produtivas. Conforme descrição do "Processo Produtivo" se constata que inicia com a extração das toras em florestas de terceiros. Assim os combustíveis utilizados tanto na extração quanto no transporte são CUSTOS IMPRESCINDÍVEIS e compõem o valor da matériaprima que chega até o pátio da Empresa. O Processo Produtivo do Contribuinte compreende a extração e transporte com frota própria dos insumos e dos produtos acabados. Ainda assim, existe abastecimento dos caminhões em postos de combustíveis, que neste caso específico não devem ser incluídos. Quanto às aquisições de "Carga Fechada" foram destinados, conforme demonstrado, em máquinas, equipamentos e no transporte até a Indústria e desta até o Porto. Não há como desmembrar o Processo Produtivo do Contribuinte, haja vista atividade extrativa preceder à transformação da MatériaPrima em Produtos Acabados. Essa a razão da inclusão dos combustíveis na base de cálculo do DCP. É o relatório. Fl. 294DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Vinícius Guimarães, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos e requisitos de admissibilidade. A controvérsia está circunscrita à exclusão, da base de cálculo do crédito presumido de IPI, das despesas com combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus. Apreciando a matéria, o colegiado a quo assim se posicionou: Combustíveis. A despeito de se tratar de um regime de apuração alternativo, no qual são admitidos custos de aquisição de energia elétrica e de combustíveis, além dos valores atinentes à prestação de serviço no caso de industrialização sob encomenda, estes fatores devem ser empregados diretamente no processo industrial. Pelo que se depreende do exame dos autos, foram incluídos no DCP os custos de aquisição de combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus, ou seja, foi incluída parcela não utilizado diretamente na industrialização do produto exportado, vale dizer, não usado nos equipamentos e máquinas industriais. Assim, impõese a manutenção da glosa.(g.n.) Como relatado, a recorrente sustenta que o combustível usado na extração e transporte da matériaprima representa custo imprescindível, agregado ao custo da matéria prima. Argumenta, ainda, que o processo produtivo da empresa compreende a extração e transporte, com frota própria, de produtos acabados e insumos, não sendo possível a dissociação do "processo produtivo do Contribuinte, haja vista atividade extrativa preceder à transformação da MatériaPrima em Produtos Acabados". Inicialmente, importa lembrar que a sistemática de apuração do crédito presumido de IPI, como ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep e COFINS, enunciado na Lei nº 10.276/01, está intrinsecamente ligada ao regime de crédito presumido estabelecido pela Lei nº 9.363/96, de maneira que o arcabouço normativo deste regime se estende, em grande medida, àquele outro, conforme dispõe o art. 1º, § 5º da Lei nº 10.276/01, in verbis: § 5º Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma deste artigo todas as demais normas estabelecidas na Lei nº. 9.363, de 1996. Como se vê, todas as normas trazidas na Lei nº. 9.363/1996 devem ser aplicadas ao regime alternativo estabelecido pela Lei nº 10.276/01. Nessa linha, os arts. 2º e 3º (caput e parágrafo único) da Lei nº. 9.363/1996, a seguir transcritos, trazem importante regramento a ser aplicado na apuração do crédito presumido do regime alternativo (grifei algumas partes): Fl. 295DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 7 6 Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. (...) Art. 3º Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Dos dispositivos transcritos, observase que a base de cálculo do crédito presumido de IPI deverá ser determinada a partir do valor total das aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem, definidos conforme a legislação do IPI. Com relação, especificamente, aos produtos intermediários, o Parecer Normativo CST nº. 65/1979 delimitou o significado da expressão "consumidos na produção", tendo consignado que deve ser tomada em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida. Tal concepção foi encampada pelo art. 164 do RIPI/2002 (DECRETO Nº 4.544/2002), tendo o RIPI/2010 (DECRETO Nº 7.212/2010) reproduzido o mesmo preceito em seu art. 226: "Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente;" (grifei) O conceito de produto intermediário acima esposado se aplica ao crédito presumido estabelecido pela Lei nº 10.276/01, não só por força da aplicação, como visto, do arcabouço normativo do regime de crédito da Lei nº 9.363/96, mas, também, pelo que dispõe o art. 1º, § 4º da Lei nº 10.276/01, segundo o qual a opção pelo regime alternativo deverá ser exercida em conformidade com as normas da Secretaria da Receita Federal, entre as quais, sem dúvida, o citado Parecer Normativo CST nº. 65/1979, o qual delineia, em seu item 11, o escopo de despesas dedutíveis: Fl. 296DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 8 7 11. Em resumo, geram o direito ao crédito, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, “stricto senso”, material de embalagens), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação; ou viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, desde que não devam, em face dos princípios contábeis geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente.” No tocante ao combustível consumido na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus, evidente que não se trata de material de embalagem ou matériaprima. Restaria saber se, nesse caso, o combustível poderia ser entendido como produto intermediário, de maneira a ser incluído na base de cálculo do crédito presumido de IPI. Sobre esse tema, a jurisprudência do CARF tem decidido, nos últimos anos, que não devem integrar a base de cálculo do crédito presumido de IPI as aquisições de combustíveis e energia elétrica, uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se afigurando como matériaprima ou produto intermediário. Foram várias as decisões nesse sentido, a ponto de ter sido exarada a Súmula CARF nº. 19, transcrita a seguir: "Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário." Percebese, da leitura da súmula, que a razão para a exclusão da aquisição de combustível da base de cálculo do crédito presumido é, precisamente, a constatação que aquele material não é consumido em contato direito com o produto, tendo a referida súmula encampado o conceito de insumos sedimentado no decurso de vários anos no âmbito da legislação do IPI e incorporado, de forma paradigmática, no Parecer Normativo CST nº. 65/1979. Naturalmente, a ratio decidendi da Súmula CARF nº. 19 deve ser estendida ao caso de crédito presumido de IPI do regime alternativo instituído pela Lei nº 10.276/01, ao qual se aplica, como visto, o arcabouço jurídico e lógica sistêmica do regime de créditos previsto pela Lei nº 9.363/1996 relembrando, vide: art. 1º, § 5º da Lei nº 10.276/01 e os arts. 2º e 3º, caput e parágrafo único, da Lei nº. 9.363/1996. Na esteira de tal entendimento, vejamse, por exemplo, o Acórdão nº. 3402 001.794, julgado em 24/05/2012, Acórdão nº. 3302003.005, julgado em 24/01/2016, Acórdão nº. 3402004.778, julgado em 12/12/2017, o Acórdão nº. 3301005.330, julgado em 23/10/2018, cujas ementas seguem transcritas na parte que interessa à presente análise: Acórdão nº. 3402001.794 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 Fl. 297DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 9 8 IPI CREDITO PRESUMIDO LEI Nº 9.363/96 REGIME ALTERNATIVO Lei n° 10.276/2001 COMBUSTÍVEIS TRANSPORTE DE MATÉRIAPRIMA EM FROTA PRÓPRIA SÚMULA 19 DO CARF OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA DAS SÚMULAS PELOS MEMBROS DO CARF ART. 72 DO RI/CARF. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. Acórdão nº. 3302003.005 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. REGIME ALTERNATIVO. ATIVIDADE AGRÍCOLA. O valor das aquisições de matérias primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, combustíveis e lubrificantes empregados na fase agrícola do processo produtivo (cultivo da canadeaçúcar) devem ser excluídos da base de cálculo do crédito presumido. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. Somente geram direito ao crédito presumido os materiais intermediários, assim definidos na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados, que sejam consumidos no processo produtivo mediante contato físico direto com o produto em fabricação, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente. (Súmula CARF n° 19; Pareceres Normativos nº 65, de 1979 e 181, de 1979). Acórdão nº. 3402004.778 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO AO PIS/COFINS. DESPESAS COM INSUMOS. COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, MATERIAL LABORATORIAL. Somente podem ser incluídos na base de cálculo do crédito presumido as aquisições de matériaprima de produto intermediário ou de material de embalagem. Os combustíveis, energia elétrica e materiais laboratoriais não caracterizam matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, pois não se integram ao produto final, nem foram consumidos, no processo de fabricação, em decorrência de ação direta sobre o produto final (Súmula CARF n.º 19 e Parecer Normativo n.º 65/1979). Acórdão nº. 3301005.330 Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. BASE DE CÁLCULO. Os conceitos de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável do IPI, não abrangendo os bens destinados ao ativo permanente, o material de consumo e combustíveis, bem como partes e peças de máquinas. Fl. 298DF CARF MF Processo nº 13984.720204/201147 Acórdão n.º 3003000.199 S3C0T3 Fl. 10 9 Pela análise das decisões, está claro o entendimento de que: (i) o conceito de insumos, para fins de delimitação da base de cálculo do crédito presumido do IPI, é aquele consagrado na legislação do IPI, ou seja, somente devem integrar a base de cálculo do crédito presumido do IPI as aquisições de matériasprimas, materiais de embalagem e produtos intermediários que sejam consumidos em decorrência de ação direta sobre o produto final; (ii) as aquisições de combustíveis não integram a base de cálculo do crédito presumido do IPI Lei nº. 9.363/96 e Lei nº. 10.276/01, uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando no conceito de matériaprima nem produto intermediário. No caso concreto, por mais relevante que sejam para a atividade empresarial da recorrente, os combustíveis consumidos na extração, manejo e manuseio de toras e lâminas de madeira e no transporte de toras, lâminas e compensados de pinus, não integram o produto final nem são desgastados/consumidos pela ação direta sobre o produto final. Assim, as aquisições de combustíveis não se subsumem ao conceito de matériaprima ou produto intermediário no âmbito da legislação do IPI, devendo ser excluídas da base de cálculo do crédito presumido de IPI. Além disso, não há como equiparar a atividade extrativa, anterior à produção, com o processo produtivo que tem como resultado a transformação da matéria prima em produto acabado, como assinala a própria recorrente se as despesas com combustíveis são, segundo a recorrente, "CUSTOS IMPRESCINDÍVEIS e compõem o valor da matériaprima que chega até o pátio da Empresa", representam, obviamente, dispêndios anteriores ao processo produtivo. Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Vinícius Guimarães Relator Fl. 299DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.914477/2008-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 2201-000.348
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar a competência para a 1ª sessão, por se tratar de crédito de IRRF que compõe o cálculo do saldo negativo de IRPJ.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Douglas Kakazu Kushiyama - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fófano dos Santos, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Ausente o conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra.
Nome do relator: DOUGLAS KAKAZU KUSHIYAMA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar a competência para a 1ª sessão, por se tratar de crédito de IRRF que compõe o cálculo do saldo negativo de IRPJ. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Douglas Kakazu Kushiyama Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fófano dos Santos, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Ausente o conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra. Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 62/70 interposto contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) de fls. 56/58, a qual negou provimento à manifestação de inconformidade apresentada, mediante a qual a DRF de negou o direito creditório pleiteado. Dado o didatismo do relatório produzido pela DRJ, transcrevoo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .9 14 47 7/ 20 08 -0 5 Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10980.914477/200805 Resolução nº 2201000.348 S2C2T1 Fl. 78 2 Trata o presente processo da compensação declarada por meio do PER/DCOMP n° 14212.97639.150304.1.3.042688 (fls. 4650), relativa à compensação do débito de R$ 371,04 de Cofins não cumulativa (código de receita 5856) do mês de fevereiro/2004, com utilização da parcela de R$ 359,01 do direito creditório de R$ 451.895,58 oriundo do pagamento indevido ou a maior de IRRF (código de receita 5706) efetuado em 07/01/2004 (R$ 565.080,00). 2. A DRF/Curitiba, por meio do Despacho Decisório proferido em 25/09/2008 (fl. 01), não homologou a compensação declarada em face da inexistência do direito creditório, haja vista não ter localizado nos sistemas da Receita Federal nenhum Darf com o pagamento indicado como indevido ou a maior. 3. Regularmente cientificada desse Despacho Decisório por via postal, em 02/10/2008 (fl. 04), a reclamante apresentou, em 03/11/2008, a tempestiva manifestação de inconformidade de fls. 0506, na qual argumenta que o direito creditório indicado nos autos referese ao IRRF com código de receita 5706 (IRRFJuros sobre o capital próprio) retido pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S/A (CNPJ n° 76.494.806/000145), conforme declarado na DIPJ 2004, cujo valor de R$ 565.080,00 compôs o saldo negativo de IRPJ apurado naquele ano calendário. Da Decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) Quando da apreciação do caso, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) pelo não reconhecimento do direito creditório, conforme ementa abaixo (fl. 56): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SOB CONDIÇÃO RESOLUTÓRIA DE SUA ULTERIOR HOMOLOGAÇÃO. A compensação declarada pelo sujeito passivo, na qual constam informações relativas aos créditos utilizados e aos débitos a serem compensados, extingue o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPENSAÇÃO DO IRRF INCIDENTE SOBRE RENDIMENTOS DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. ANTECIPAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO NA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. FACULDADE DE COMPENSAÇÃO COM O IMPOSTO RETIDO DE SEU TITULAR, SÓCIOS OU ACIONISTAS. O IRRF incidente sobre rendimentos de juros sobre o capital próprio pagos ou creditados à pessoa jurídica tributada com base no lucro real constitui antecipação do imposto devido na declaração de rendimentos desta, facultada a compensação com o retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas, desde que efetuada durante o período de apuração em que houver a retenção. Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10980.914477/200805 Resolução nº 2201000.348 S2C2T1 Fl. 79 3 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo comprovação do direito creditório informado no PER/DCOMP, é de se considerar nãohomologada a compensação declarada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário A Recorrente, devidamente intimada da decisão da DRJ apresentou o recurso voluntário de fls. 62/70, praticamente repete os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Relator Douglas Kakazu Kushiyama Mediante análise do auto de infração, verificase que o presente processo envolve questão relativa a Imposto de Renda na Fonte quando se trate de antecipação de IRPJ, com base no art. 61 da Lei nº 8.981/95, a qual era matéria de competência desta Seção até meados de 2017. Contudo, a Portaria MF nº 329, de 04 de junho de 2017 alterou o Regimento Interno do CARF, o qual passou a determinar que as matérias envolvendo IRRF sobre pagamento a beneficiário não identificado ou sem comprovação da operação ou da causa fossem julgadas pela Primeira Seção de Julgamento. Colaciono adiante a redação do RICARF após a alteração promovida pela mencionada Portaria MF nº 329, de 2017: Art. 2º À 1ª (primeira) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: (...) III Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ, ou se referir a litígio que verse sobre pagamento a beneficiário não identificado ou sem comprovação da operação ou da causa; (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) IV CSLL, IRRF, Contribuição para o PIS/Pasep ou Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), quando reflexos do IRPJ, formalizados com base nos mesmos elementos de prova; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) No presente caso, o processo foi distribuído ao ilustre Conselheiro Relator após a edição da Portaria MF nº 329, de 04 de junho de 2017. Sendo assim, entendo que não se Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10980.914477/200805 Resolução nº 2201000.348 S2C2T1 Fl. 80 4 aplica a transitória regra de manutenção da competência nesta Seção de Julgamento, pois a nova distribuição do processo deve respeitar as regras vigentes do Regimento do CARF, o qual determina que a matéria de objeto deste processo é de competência da Primeira Seção. Portanto, o presente processo não é de competência desta turma julgadora, mas sim da Primeira Seção de Julgamento, conforme art. 2º, III, do Anexo II do RICARF. Conclusão Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário e DECLINAR A COMPETÊNCIA de análise dos autos à Primeira Seção de Julgamento. Desta feita, deve o presente processo ser encaminhado para a Coordenação de Gestão do Acervo de Processos – Cegap para que o mesmo seja distribuído para a Primeira Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) Relator Douglas Kakazu Kushiyama Fl. 80DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.005193/2009-04
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/11/2007 a 30/11/2007
CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ESTABELECIMENTOS
Os fretes na transferência de matérias primas entre estabelecimentos, essenciais para a atividade do sujeito passivo, eis que vinculados com as etapas de industrialização do produto e seu objeto social, devem ser enquadrados como insumos, nos termos do art. 3º, inciso II, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso II, da Lei 10.637/02. Cabe ainda refletir que tais custos nada diferem daqueles relacionados às máquinas de esteiras que levam a matéria-prima de um lado para o outro na fábrica para a continuidade da produção/industrialização/beneficiamento de determinada mercadoria/produto.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE NOVOS ARGUMENTOS E PROVAS EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO.
A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º da Instrução Normativa da RFB nº 1.300/2012.
Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazê-lo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 9303-008.098
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para (i) fretes e produtos acabados, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento; (ii) prova intempestiva, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos Autran, que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Vanessa Marini Cecconello.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama Relatora
(Assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Erika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/11/2007 a 30/11/2007 CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ESTABELECIMENTOS Os fretes na transferência de matérias primas entre estabelecimentos, essenciais para a atividade do sujeito passivo, eis que vinculados com as etapas de industrialização do produto e seu objeto social, devem ser enquadrados como insumos, nos termos do art. 3º, inciso II, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso II, da Lei 10.637/02. Cabe ainda refletir que tais custos nada diferem daqueles relacionados às máquinas de esteiras que levam a matéria-prima de um lado para o outro na fábrica para a continuidade da produção/industrialização/beneficiamento de determinada mercadoria/produto. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE NOVOS ARGUMENTOS E PROVAS EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º da Instrução Normativa da RFB nº 1.300/2012. Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazê-lo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para (i) fretes e produtos acabados, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento; (ii) prova intempestiva, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos Autran, que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Vanessa Marini Cecconello. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora (Assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Erika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ESTABELECIMENTOS Os fretes na transferência de matérias primas entre estabelecimentos, essenciais para a atividade do sujeito passivo, eis que vinculados com as etapas de industrialização do produto e seu objeto social, devem ser enquadrados como insumos, nos termos do art. 3º, inciso II, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso II, da Lei 10.637/02. Cabe ainda refletir que tais custos nada diferem daqueles relacionados às máquinas de esteiras que levam a matéria prima de um lado para o outro na fábrica para a continuidade da produção/industrialização/beneficiamento de determinada mercadoria/produto. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE NOVOS ARGUMENTOS E PROVAS EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º da Instrução Normativa da RFB nº 1.300/2012. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 51 93 /2 00 9- 04 Fl. 1697DF CARF MF 2 Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazêlo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para (i) fretes e produtos acabados, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento; (ii) prova intempestiva, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos Autran, que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Vanessa Marini Cecconello. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama – Relatora (Assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello – Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Erika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Fl. 1698DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.698 3 Tratase de Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo contra o acórdão nº 3302003.212, da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares arguidas e o pedido de realização de diligência e, no mérito, deu provimento parcial ao recurso voluntário, para reverter a glosa correspondentes aos gastos com fretes no transporte de insumos e produtos em elaboração transferidos entre estabelecimentos ou remetidos para depósitos fechados ou armazéns gerais. O Colegiado, assim, consignou a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/11/2007 a 30/11/2007 PRODUTO SEM DIREITO A CRÉDITO. GASTOS COM FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Se para o produto transportado (mercadorias adquiridas de pessoas físicas, mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação etc) é vedado o direito de dedução do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, pelo mesmo motivo, tal vedação também se estende aos gastos como frete relativos à operação de transporte dos referidos produtos, que a eles se agregam como custo de produção. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE INTERNO NO TRANSPORTE DE PRODUTO IMPORTADO DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Os gastos com frete interno relativos ao transporte de bens destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ainda que pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, não geram direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, pois sobre tais gastos não há pagamento da CofinsImportação e da Contribuição para o PIS/PasepImportação, por não integrarem a base de cálculo destas contribuições (valor aduaneiro, segundo art. 7º, I, da Lei 10.865/2004), nem se enquadrarem nas demais hipóteses de dedução de crédito previstas nos incisos III a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003. Fl. 1699DF CARF MF 4 TRANSPORTE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE E REMESSA PARA ARMAZÉM GERAL. GASTOS COM FRETE. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é admitido o direito de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os gastos com frete relativos à operação de transporte entre estabelecimentos do contribuinte ou nas remessas para armazéns gerais. TRANSPORTE DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE. GASTOS COM FRETE. CUSTO DE PRODUÇÃO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Na sistemática de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep, os gastos com frete relativo à operação de transporte de insumos, incluindo os produtos inacabados, entre estabelecimentos do próprio contribuinte propicia o direito ao crédito da contribuição como custo de produção dos produtos destinados à venda. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIA VENDIDA. GASTO COM FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO. DEDUÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por compor o custo do bem devolvido, é passível de apropriação os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre os gastos com frete pagos na operação de devolução de produto/mercadoria vendido, cuja receita tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior e submetido à prévia tributação segundo o regime não cumulativo. GASTOS COM FRETE. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA DOS CRÉDITOS APROPRIADOS. CABIMENTO. No âmbito do regime não cumulativo, ainda que haja previsão legal da dedução, a glosa dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep deve ser integralmente mantida se o contribuinte não comprova a realização do pagamento dos gastos com frete à pessoa jurídica domiciliada no País com documento hábil e idôneo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2007 a 30/11/2007 Fl. 1700DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.699 5 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, não configura cerceamento do direito de defesa a decisão que apresenta fundamentação adequada e suficiente para o indeferimento do pleito de restituição formulado pela contribuinte, que foi devidamente cientificada e exerceu em toda sua plenitude o seu direito de defesa nos prazos e na forma na legislação de regência. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. INOCORRÊNCIA CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, por cerceamento ao direito de defesa, a decisão de primeiro grau em que houve pronunciamento claro e suficiente sobre todas as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória e cujas conclusões foram apresentadas de forma congruente e devidamente fundamentada. PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. NÃO DEMONSTRADA A IMPRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado.” Insatisfeito, o sujeito passivo interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, que, relativamente: · À necessária apreciação das provas documentais trazidas aos Autos: ü A recorrente trouxe no trâmite processual diversos documentos capazes de reverter as glosas dos créditos objetos do pedido de restituição, mas que não foram analisados pela autoridade administrativa sob alegação de suposta preclusão; ü O processo administrativo tem como norte o Princípio da Verdade Material, segundo o qual a autoridade julgadora deverá buscar a realidade dos fatos e, para formar sua livre Fl. 1701DF CARF MF 6 convicção na apreciação da causa, poderá determinar a realização de diligência que considere necessárias à complementação da prova ou ao esclarecimento de dúvida, imprescindível ao deslinde do feito; ü Embora os documentos supracitados sejam resultados do processamento de informações e registros da própria recorrente, o reprocessamento do seu conteúdo e nova conformação de dados constituem documentos novos e informações a serem revisadas, e principalmente entendidas para poderse contra argumentar ou mesmo reconhecer sua exatidão e conformarse com o feito fiscal. · Ao direito creditório relacionado aos gastos com frete de produtos acabados, tal modalidade de crédito compõe a fase de fabricação na acepção ampla do conceito de industrialização, devendo ser contabilizado no custo dos estoques, de modo que gera o direito ao desconto de créditos por atender ao conceito de insumo previsto no inciso II, do art. 3°, das Leis n° 10. 637/2002 e 10.833/2003. Em Despacho às fls. 1654 a 1661, foi dado seguimento parcial ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. Agravo foi interposto pelo sujeito passivo em face da decisão que deu seguimento parcial ao recurso. Em Despacho às fls. 1675 a 1676, o agravo foi acolhido, dando seguimento integral ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pela Fazenda Nacional, trazendo que: · Não há base legal para a constituição de crédito de PIS e Cofins sobre transporte de produtos acabados entre estabelecimentos; · Não procede o argumento de que o acórdão recorrido violou o princípio do contraditório e da ampla defesa. É o relatório. Fl. 1702DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.700 7 Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama – Relatora. Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, entendo que devo conhecêlo, em respeito ao art. 67 do RICARF/2015 – Portaria MF 343/15. O que concordo com os exames de admissibilidade presentes no despacho de admissibilidade e despacho de agravo. Ventiladas tais considerações, recordo que há duas matérias a serem enfrentadas: · Constituição de crédito de PIS e Cofins sobre fretes de produtos acabados entre estabelecimentos; · Apreciação das provas documentais trazidas no trâmite processual. Quanto à primeira discussão, vêse que essa turma já enfrentou a matéria, tendo sido firmado o posicionamento de que os custos de frete de mercadorias entre estabelecimentos gerariam o direito à constituição de crédito das contribuições. Frisese a ementa do acórdão 9303005.156: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2008 CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Não obstante à observância do critério da essencialidade, é de se considerar ainda tal possibilidade, invocando o art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso IX, da Lei 10.637/02 eis que a inteligência desses dispositivos considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários Fl. 1703DF CARF MF 8 necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na “operação” de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo “frete na operação de venda”, e não “frete de venda” quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ESTABELECIMENTOS Os fretes na transferência de matérias primas entre estabelecimentos, essenciais para a atividade do sujeito passivo, eis que vinculados com as etapas de industrialização do produto e seu objeto social, devem ser enquadrados como insumos, nos termos do art. 3º, inciso II, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso II, da Lei 10.637/02. Cabe ainda refletir que tais custos nada diferem daqueles relacionados às máquinas de esteiras que levam a matéria prima de um lado para o outro na fábrica para a continuidade da produção/industrialização/beneficiamento de determinada mercadoria/produto.” Nesse ínterim, proveitoso citar ainda os acórdãos 9303005.155, 9303005.154, 9303005.153, 9303005.152, 9303005.151, 9303005.150, 9303005.116, 9303006.136, 9303 006.135, 9303006.134, 9303006.133, 9303006.132, 9303006.131, 9303006.130, 9303006.129, 9303006.128, 9303006.127, 9303006.126, 9303006.125, 9303006.124, 9303006.123, 9303 006.122, 9303006.121, 9303006.120, 9303006.119, 9303006.118, 9303006.117, 9303006.116, 9303006.115, 9303006.114, 9303006.113, 9303006.112, 9303006.111, 9303005.135, 9303 005.134, 9303005.133, 9303005.132, 9303005.131, 9303005.130, 9303005.129, 9303005.128, 9303005.127, 9303005.126, 9303005.125, 9303005.124, 9303005.123, 9303005.122, 9303 005.121, 9303005.127, 9303005.126, 9303005.125, 9303005.124, 9303005.123, 9303005.122, 9303005.121, 9303005.120, 9303005.119, 9303005.118, 9303005.117, 9303006.110, 9303 004.311, etc. É de se entender que, em verdade, se trata de frete para a venda, passível de constituição de crédito das contribuições, nos termos do art. 3º, inciso IX, das Lei 10.833/03 e Lei 10.637/02 – pois a inteligência desse dispositivo considera o frete na “operação” de venda. A venda de per si para ser efetuada envolve vários eventos. Por isso, que a norma traz o termo “operação” de venda, e não frete de venda. Inclui, portanto, nesse dispositivo os Fl. 1704DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.701 9 serviços intermediários necessários para a efetivação da venda, dentre as quais o frete ora em discussão. Sendo assim, não compartilho com o entendimento do acórdão recorrido ao restringir a interpretação dada a esse dispositivo. Em vista do exposto, sem mais delongas, voto por dar provimento ao Recurso Especial do contribuinte nessa parte. Quanto à outra matéria, qual seja, apreciação dos documentos juntados aos autos, importante recordar os fatos: · A decisão recorrida trouxe que não configura cerceamento do direito de defesa o fato de o órgão julgador de 1º grau não ter analisado as provas coligidas aos autos após a fase de manifestação de inconformidade, porque atingida pela preclusão; · Asseverou ainda a decisão recorrida que no âmbito do processo administrativo fiscal, além do atendimento dos requisitos legais, a decisão quanto ao deferimento ou não de realização de diligência ou de produção de prova pericial integra poder discricionário da autoridade julgadora, que poderá assim requisitar somente se entender necessária a obtenção de provas adicionais imprescindíveis ao deslinde da controvérsia. Vêse dos autos que o sujeito passivo juntou diversos documentos, inclusive notas fiscais, inerentes às glosas dos créditos objeto do pedido – mas que não foram analisados pela autoridade sob a alegação de preclusão. Considerando que prezo pelo Princípio da Verdade Material que deve carrear o Processo Administrativo Fiscal, eis que diretamente vinculado aos Princípio da razoabilidade e Eficiência, entendo que esse órgão julgador deve apreciar as provas juntadas aos autos, ainda que posteriormente à apresentação da manifestação de inconformidade, em respeito ao art. 2º da Lei 9.784/99. É de se invocar o Princípio da Eficiência, pois caso no âmbito administrativo as provas juntadas aos autos não forem apreciadas, o contribuinte deverá, por óbvio, ingressar com Fl. 1705DF CARF MF 10 medida judicial no judiciário para que enfrente a análise das provas, com o intuito de comprovar o crédito pleiteado. In Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado – 3ª edição, Dialética, traz os nobres exconselheiros Marcos Vinicius Neder e Maria Teresa Martinez Lopez, que: “O princípio da eficiência comunga os propósitos do princípio da razoabilidade (ou proporcionalidade) na medida em que este contribui para a escolha da solução mais adequada ao interesse público, de modo a satisfazer plenamente a demanda social. Caberá ao administrador a escolha da melhor solução quando houver necessidade de decidir, presente duas ou mais alternativas legais, tendo, por conseguinte, espaço livre na avaliação do motivo e na eleição do objeto por juízo de conveniência e oportunidade. Tal discricionariedade administrativa fundamentase no dever de boa administração, intimamente relacionada à eficiência. Mas mesmo diante de atos ou decisões oriundos do poder vinculado, há sempre uma certa margem de liberdade sobre o modo de cumprimento do dever previsto na norma jurídica. Assim, a Administração deve adotar os procedimentos por ela regulados de simplicidade razoável, visando garantir, no dizer de Egon Bockman, um processo célere, simples, econômico e efetivo em alcançar resultados propostos. Diabte de tais observações, é possível se inferir a ligação entre o princípio da eficiência e o princípio da economia processual, eis que este último preconiza o máximo resultado na autuação do direito com o mínimo emprego possível de atividades processuais.” Em vista de todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 1706DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.702 11 Voto Vencedor Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Redatora designada Com a devida vênia à Ilustre Conselheira Relatora, ousouse divergir parcialmente do seu bem fundamentado voto para ser dado parcial provimento ao recurso especial interposto pelo Sujeito Passivo, consoante razões explicitadas no presente voto que prevaleceram em votação pela maioria do Colegiado, quanto à possibilidade de juntada/apreciação extemporânea de provas. Concordouse com os termos do voto da Nobre Relatora com relação à reforma das glosas. O mérito da demanda consiste na possibilidade de serem apreciados argumentos e provas trazidos na fase recursal, posteriormente ao julgamento de primeira instância. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º do art. 771 da Instrução Normativa RFB nº 1300/2012, que reproduzem os termos dos §§ 4º e 5º do art. 66 da IN RFB nº 900/2008. No âmbito do processo administrativo fiscal, portanto, da mesma forma que a impugnação, a manifestação de inconformidade, instaura a sua fase litigiosa (art. 14, do Decreto nº 70.235/72) e constituise em meio de suspensão da exigibilidade do débito pela Fazenda Nacional, nos termos do art. 151, inciso III, do Código Tributário Nacional CTN. Assim, quando o contribuinte omitese em combater algum item da exigência fiscal na impugnação ou deixa de juntar os documentos que comprovem o seu direito, caracterizarseá a 1 Art. 77 . É facultado ao sujeito passivo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão que indeferiu seu pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso ou, ainda, da data da ciência do despacho que não homologou a compensação por ele efetuada, apresentar manifestação de inconformidade contra o indeferimento do pedido ou a não homologação da compensação. [...] § 4º A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam o caput e o § 3º obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 1972. § 5º A manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, bem como o recurso contra a decisão que julgou improcedente essa manifestação de inconformidade, enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 do CTN relativamente ao débito objeto da compensação. [...] Fl. 1707DF CARF MF 12 sua concordância com aquela parte, considerandose como não impugnada, razão pela qual poderá a Autoridade Administrativa providenciar, em autos apartados, a cobrança da parcela não contestada. Conforme disposto nos artigos 16 e 17 do Decreto nº 70.235/1972, não se pode discutir no processo administrativo aquilo que o contribuinte se absteve de questionar na impugnação/manifestação de inconformidade, pois operase o fenômeno da preclusão. O texto legal está assim redigido: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscálas. § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provarlheá o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Fl. 1708DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.703 13 § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Por conseguinte, a não impugnação da matéria trará, efetivamente, a presunção de verdade das alegações, impedindo o julgador de adentrar nas discussões a ela pertinentes. Assim, no caso em tela, o efeito legal da omissão do Sujeito Passivo em aduzir na manifestação de inconformidade os argumentos contra a não homologação do pedido de compensação e juntar os documentos hábeis a comprovar a liquidez e certeza do crédito pretentido compensar, é a preclusão, impossibilidade de o fazer em outro momento. Sobre a preclusão, lecionam os ilustres doutrinadores Maria Teresa Martínez López e Marcos Vinícius Neder, na obra Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado: "A preclusão ligase ao princípio do impulso processual. Consiste em um fato impeditivo a garantir o avanço progressivo da relação processual e a obstar o recuo às fases anteriores do procedimento. Por força deste princípio, anulase uma faculdade ou o exercício de algum poder ou direito processual. Em processo fiscal, a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto da defesa às afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha. Se o contribuinte não contesta alguma exigência feita pelo Fisco, na fase da impugnação, não poderá mais contestá la no recurso voluntário. A preclusão ocorre com relação à pretensão de impugnar ou recorrer à instância superior. Na sistemática do processo administrativo fiscal, as discordâncias recursais não devem ser opostas contra o lançamento em si, mas contra as questões processuais e de mérito decididas em primeiro grau. Tal qual no processo civil, o administrativo fiscal, pelas regras do Decreto nº 70.235/72, prevê a concentração dos atos processuais em momentos processuais preestabelecidos conforme se depreende do exame do seu artigo 16, a saber: "Art. 16. A impugnação mencionará: I omissis; II omissis; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância, as razões e provas que possuir." Nessa mesma linha, o artigo 17 do PAF considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Segundo este dispositivo não é lícito inovar na produção recursal para incluir questão diversa daquela que foi originariamente deduzida quando da impugnação do Fl. 1709DF CARF MF 14 lançamento na instância a quo. Apenas os fatos ainda não ocorridos na fase impugnatória ou os de que o contribuinte não tinha conhecimento é que podem ser suscitados no recurso ou durante o seu processamento." Diferentemente seria a situação de apresentação de razões e documentos complementares à impugnação/manifestação de inconformidade, em momento anterior ao julgamento de primeira instância, na qual se admitiria a possibilidade de o julgador proceder à análise dos argumentos suscitados pelo sujeito passivo naquele momento processual em atenção aos princípios da verdade material, do contraditório e da ampla defesa. Também com relação à produção de provas no âmbito do processo administrativo fiscal, admitese a relativização do princípio da preclusão, tendo em vista que, por força do princípio da verdade material, podem ser analisados documentos e provas trazidos aos autos posteriormente à análise do processo pela autoridade de primeira instância, ainda mais quando alteram substancialmente a prova do fato constitutivo. A flexibilização está no próprio art. 16 do Decreto nº 70.235/72, ao prever hipóteses de juntada de provas em momento posterior à impugnação. Pertinente nesse aspecto, para que o posicionamento aqui defendido o seja de forma clara, transcrever uma vez mais lição dos ilustres Maria Teresa Martínez López e Marcos Vinícius Neder, na obra Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado: "Este tratamento, contudo, não tem sido levado às últimas consequências pela Fazenda nos casos de inovação de prova, mediante juntada aos autos de elementos não submetidos à apreciação da autoridade monocrática. Nessa hipótese, por força do princípio da verdade material, impõese o exame dos fatos. Sobretudo, se os documentos alteram, substancialmente, a prova do fato constitutivo. [...] O direito da parte à produção de provas comporta graduação a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca de sua utilidade e necessidade, de modo a assegurar o equilíbrio entre a celeridade desejável e a segurança indispensável na realização da Justiça. [...] O artigo 38 da Lei nº 9.784/99 flexibiliza o rigor do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 e permite que requerimentos probatórios possam ser feitos até a tomada da decisão administrativa. Nesse mesmo sentido, é o permissivo contido no art. 63, parágrafo 2º, da Lei nº 9.784/99 que admite a revisão pela Administração do ato ilegal mesmo não tendo sido conhecido o recurso desde que não operada a preclusão administrativa. Ainda nesta linha, o artigo 65, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99 prescreve que poderão ser revistos, a qualquer tempo, os processos Fl. 1710DF CARF MF Processo nº 13971.005193/200904 Acórdão n.º 9303008.098 CSRFT3 Fl. 1.704 15 administrativos de que resultem sanções quando surgirem fatos novos ou circunstância relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada." Não é o que ocorre no caso dos autos. Esclareçase não se estar privilegiando o formalismo exacerbado em detrimento do princípio da verdade material, norteador do processo administrativo fiscal. Ocorre que não ficou demonstrada no caso em exame qualquer das hipóteses autorizadoras do acolhimento das provas apresentadas somente na fase recursal, quais sejam: (a) impossibilidade de apresentação oportuna, por força maior; (b) sejam referentes a fato ou a direito supervenientes ou, ainda, (c) destinemse a contrapor fatos ou razões posteriormente veiculados nos autos. Somese aos fundamentos até aqui expendidos, que, conforme consignado no acórdão recorrido, a Turma afastou a necessidade de análise das provas posteriormente trazidas aos autos também por ser a matéria posta em discussão passível de decisão com base em questões unicamente de direito. Nesse sentido, é a fundamentação do voto proferido no julgamento do recurso voluntário, in verbis: [...] Ainda segundo os referidos preceitos legais, o deferimento de realização de diligência somente se justifica se as provas documentais não puderem ser carreadas aos autos pelas partes e o de perícia somente quando há dúvida sobre questão de natureza técnica, cujos esclarecimentos dependem de conhecimento especializado, não sendo necessária nenhuma das duas quando o fato probante puder ser demonstrado com a mera juntada de documentos aos autos. No caso em tela, o pleito da autuada não merece acatamento, pois se limita a pedido de exame de provas documentais que se encontram sob sua guarda e que, certamente, poderia ter sido coligidas aos autos na fase processual adequada. Além disso, os questionamentos por ela formulados podem ser facilmente respondidos com base na análise dos elementos probatórios coligidos aos autos, em especial, dos demonstrativos e planilhas que integram o relatório fiscal, em que explicitados, pormenorizadamente, quais os valores dos créditos que foram glosados em correlação os valores informados nos respectivos Dacon, o que dispensa o concurso de profissional especializado, o que, por si só, torna desnecessária a realização da perícia requerida, conforme expressamente prevê o art. 4204, parágrafo único, I, do Código de Processo Civil. Fl. 1711DF CARF MF 16 [...] Admitirseia a análise de argumentos e provas novas se os mesmos tivessem sido apresentados com a manifestação de inconformidade e, somente no julgamento da mesma por meio de acórdão, tivessem sido considerados por insuficientes. Nessa hipótese, em prol da busca da verdade real dos fatos e demonstrando, a empresa, o intuito de comprovar o seu direito ao crédito pleiteado, poderseia acolher a complementação das alegações e do conjunto probatório trazido ao processo, com a possibilidade de realização de diligência. Nesse diapasão, os argumentos e provas não trazidos em sede de manifestação de inconformidade, mas tão somente em sede de recurso voluntário e não comprovada a ocorrência de uma das hipóteses do art. 16, §4º do Decreto nº 70.235/72, são considerados preclusos, não podendo ser analisados por este Conselho em sede recursal. Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial da contribuinte nessa parte. É o voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 1712DF CARF MF
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Numero do processo: 13609.903688/2009-21
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
INCLUSÃO DE MATÉRIAS E DOCUMENTOS INÉDITOS NO RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
Questões e Documentos inéditos colacionados apenas por ocasião da apresentação do Recurso Voluntário não podem ser conhecidos pela instância recursal em razão da ocorrência da preclusão consumativa.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004
NÃO HOMOLOGAÇÃO DE PER/DCOMP. CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO.
Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2004
PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE.
Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizando-se de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação.
Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fático-probatório dos autos.Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Numero da decisão: 1002-000.608
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer, por preclusão consumativa, do questionamento sobre a multa incidente sobre o valor do débito não homologado e dos documentos inéditos colacionados no Recurso Voluntário e não apresentados no momento processual oportuno, e, no mérito, na parte conhecida, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira e Ângelo Abrantes Nunes .
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. Questões e Documentos inéditos colacionados apenas por ocasião da apresentação do Recurso Voluntário não podem ser conhecidos pela instância recursal em razão da ocorrência da preclusão consumativa. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 NÃO HOMOLOGAÇÃO DE PER/DCOMP. CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO. Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 90 36 88 /2 00 9- 21 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 99 2 Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizandose de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação. Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fáticoprobatório dos autos.Assunto: Processo Administrativo Fiscal Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer, por preclusão consumativa, do questionamento sobre a multa incidente sobre o valor do débito não homologado e dos documentos inéditos colacionados no Recurso Voluntário e não apresentados no momento processual oportuno, e, no mérito, na parte conhecida, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira e Ângelo Abrantes Nunes . Relatório Por retratar os fatos com propriedade até o momento processual anterior ao do julgamento da Manifestação de Inconformidade contra a não homologação da compensação, transcrevo e adoto o relatório produzido pela DRJ/BHE (destaques do original): DO DESPACHO DECISÓRIO O presente processo trata da Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório emitido eletronicamente (fl. 03), referente ao PER/DComp nº 06841.06650.311005.1.3.040574 Nº Rastreamento 841951546. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório correspondente a CSLL – Código de Receita 6012, no valor original na data de transmissão de R$14.343,52, Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 100 3 representado por Darf recolhido em 30/04/2004 e de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório em 18/06/2009, conforme documento de fls. 29/30, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 01/02, em 17/07/2009, podendo ser destacado o seguinte: o manifestante faz uma descrição dos fatos; faz referência à DCTF retificadora apresentada em 09/07/2009 e aos valores compensados na DComp em causa; assevera que seria necessário retificar a DComp, na Ficha Darf conforme especificado, acentuando que o sistema não aceitou o envio da retificadora, tendo apresentado a seguinte mensagem: “O Perdcomp que se pretende retificar já foi objeto de decisão Administrativa”; ressalta que, desde a transmissão da DComp, não recebeu nenhuma intimação oportunizando a retificação da Declaração de Compensação, sendo que o único documento recebido foi o Despacho Decisório; conclui que, demonstrada a insubsistência de débitos, espera e requer seja acolhida a presente manifestação para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJ/BHE, conforme acórdão n. 0241.020, de 23 de outubro de 2012 (efl. 41), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/03/2004 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 101 4 Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Irresignado, o Recorrente apresenta Recurso Voluntário (efls. 49), no qual, oferece os argumentos abaixo sintetizados (destaques do original). Diz que "Os referidos créditos são originários de exercícios anteriores ocasionados por pagamentos indevidos ou a maior, que foram compensados no exercício de 2004 (Io trimestre) e não homologados pela Receita Federal do Brasil em Sete Lagoas/MG...". Sustenta que "TODO PROCEDIMENTO ADOTADO PELA EMPRESA LASTREOUSE NO PROCESSO N° 13607.000774/200495 DA SUPERINTENDÊNCIA DA RECEITA FEDERAL 6a REGIÃO FISCAL, SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/6° RF/ DISIT N° 208, DE 5 DE AGOSTO DE 2005". Afirma que "...o cerne de toda a questão reside no fato de não ter o recorrente retificado sua DIRPJ demonstrando o pagamento realizado a maior e o devido, apurandose as diferenças, conforme os DCOMP's que foram objeto da não homologação proferida pela Delegacia da Receita Federal em Sete Lagoas/MG e ratificada pela Receita Federal em julgamento em Belo Horizonte/MG". Aduz que "... a omissão em não retificar a DIRPJ trata de distração ou falta de conhecimento de procedimentos recomendados pela Receita Federal, mas que nenhum prejuízo trouxe ao erário, porque não foi praticado com máfé, dolo ou simulação, podendo tal erro ou omissão ser reconhecido a qualquer tempo, ainda que ocorra coisa julgada". Registra que "...supera essa formalidade essencial nesta oportunidade, anexando a retificação da DIRPJ de exercícios anteriores, demonstrando o tributo devido, pago a maior e o crédito dele resultante, daí surgindo sua certeza e liquidez, para suporte de sua homologação, autorizando a respectiva compensação realizada através das DCOMP's, "in retro" referidas". Quanto à instrução do processo, o Recorrente informa ter colacionado juntamente com o Recurso Voluntário os seguintes documentos pertinentes à solução da lide: Cópia do Livro Lalur; Cópia da Folha do livro diário contendo o Balanço de Set/2004 Demonstração de Resultado do Exercício DRE; Cópia da consulta a Receita Federal protocolada em 12/11/2004; Cópia da solução de consulta n° 208 de 05/08/2005 da Receita Federal; Cópia do Razão da conta Lucros Acumulados e Diário de setembro/2005; Cópias das fichas acima entregues (DIPJ) e refeitas. Ao final, requer o integral provimento do recurso para o fim de homologar a compensação declarada. É o relatório do essencial. Fl. 101DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 102 5 Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva, Relator 1. Admissibilidade Inicialmente, reconheço a plena competência deste Colegiado para apreciação do Recurso Voluntário, na forma do art. 23B do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, com redação dada pela Portaria MF nº 329/2017. Demais disso, observo que o recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, entretanto, conheçoo parcialmente, em razão da ocorrência da preclusão consumativa relativa ao direito de apresentação no Recurso Voluntário de documentos não juntados por ocasião da Manifestação de Inconformidade, quais sejam: cópia parcial do Livro Lalur, cópia da folha do Livro Diário contendo o Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício DRE, cópia da consulta a RFB protocolada em 12/11/2004, cópia da solução de consulta n° 208 de 05/08/2005 da RFB, cópia do Razão da conta Lucros Acumulados e Diário de setembro/2005 e cópias de fichas da DIPJ/2005. Documentos novos, assim entendidos aqueles trazidos pela primeira vez a debate no Recurso Voluntário, não podem ser analisados por este colegiado por falta de prequestionamento, em razão de não terem sido apresentados no momento processual próprio, caracterizandose como prova preclusa, a teor do disposto no artigo art.16, III e 17 do Decreto 70.235/72, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos (art.16, § 4.º III do Decreto 70.235/72). Aliás, esta temática já foi debatida por esta 2ª TE no Acórdão 1002000.576, de 16/01/2019, de relatoria do conselheiro Angelo Abrantes Nunes, conforme excerto seguinte (in verbis): (...) A possibilidade de conhecimento e apreciação de novos documentos deve ser avaliada à luz das normas que regem o Processo Administrativo Fiscal, instituído pelo Decreto n.º 70.235, de 1972, o qual dispõe: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) Fl. 102DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 103 6 III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n.º 8.748, de 1993) (...) § 4.º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei no 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n.º 9.532, de 1997). (grifei). Desta forma, nos termos dos arts. 14 a 17 do Decreto n.º 70.235/72, acima transcritos, a fase litigiosa do processo administrativo fiscal somente se instaura se apresentada a manifestação de inconformidade ou a impugnação contendo as matérias que delimitam expressamente os limites da lide com os elementos de prova correlatos, sendo eles submetidos à primeira instância (DRJ) para apreciação e decisão, tornando possível a veiculação de recurso voluntário para o CARF (segunda instância) em caso de inconformismo, não se admitindo conhecer de inovação probatória ou recursal. Antes de analisar a prova devolvida para reexame na segunda instância de julgamento é preciso verificar se foi observado o princípio recursal da dialeticidade, que determina que o recurso deve conter os fundamentos de fato e de direito que deram causa ao inconformismo com a decisão de primeira instância de julgamento, juntamente com os itens que o impugnante pretende que façam prova a seu favor. A legislação processual determina que a impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento devendo ser formalizada por escrito e com o detalhamento dos motivos de fato e de direito em que se basear, devendo os pontos de discordância e as razões estarem expostas de forma minuciosa, sob pena de serem considerados não refutados. De modo geral, a peça de defesa deve estar instruída com prova documental pré constituída imprescindível à comprovação das matérias de defesa suscitadas. O recurso voluntário é o meio idôneo a ensejar o reexame das questões decididas em primeira instância Fl. 103DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 104 7 de julgamento com a finalidade de obter um pronunciamento mais favorável relativamente à sucumbência. Com exceção da avaliação de uma objeção, por ser matéria de ordem pública que pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício, a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento, em regra o efeito devolutivo, inerente ao mecanismo recursal, promove o restabelecimento do poder de apreciar a mesma questão em segunda instância de julgamento. As provas extemporâneas juntadas aos autos e que representam inovação à lide não se contrapõem aos termos previstos no ato de deliberação que se pretende reformar, evidenciando violação ao princípio da dialeticidade, e caracterizada a supressão de instância. Na peça impugnatória (manifestação de inconformidade) não constam as cópias do Livro Diário apresentadas com o recurso voluntário, mas somente cópias da DIPJ 2003, de DARF pago no valor de R$ 24.845,89 e da DCTF retificadora, que denotariam pagamento a maior. Diferentemente, na fase recursal foram trazidas cópias de 3 fls. do seu livro Diário, sendo 2 referentes a Termos de Abertura e Encerramento. Excetuandose as objeções, circunstância que não se verifica no caso dos autos, não se toma conhecimento das provas juntadas pela primeira vez em sede de recurso voluntário, porque alcançadas pela preclusão. A competência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) circunscrevese ao julgamento de "recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial", de forma que não se aprecia contexto probatório extemporâneo. Se não foi apresentado ao tempo da impugnação ou manifestação de inconformidade ocorreu a preclusão consumativa, tornando inviável aventálo em sede de recurso voluntário como uma inovação. O CARF não pode apreciar prova não apreciada pela DRJ, caso contrário, estaríamos diante de patente supressão de instância. A análise destes elementos novos trazidos ao processo administrativo implicaria supressão de instância porque a Turma Julgadora da DRJ/RJ1 foi privada da apreciação destes itens, motivo pelo qual deve ser reconhecida a preclusão consumativa na forma dos dispositivos do Dec. n.º 70.235/72, já reproduzidos. As normas processuais não permitem que qualquer das partes mantenha desconhecida determinada prova, de que já dispunha, com o propósito de aguardar o momento que lhe seja mais favorável para a apresentação, gerando surpresas e danos ao contraditório para a outra parte e suprimindo o exame por instâncias de julgamento. O conjunto probatório inédito apresentado com o recurso voluntário ultrapassa os limites do § 4.º do art. 16 do Decreto n.º 70.235/72, pois já poderia ter sido inserido aos autos no momento da manifestação de inconformidade, porque diz respeito à escrita contábil da qual o postulante do direito creditório tinha posse desde o ano calendário 2002. Como Fl. 104DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 105 8 entender reformável, nesse aspecto, a decisão que não identificou conjunto probatório que pudesse amparar a liquidez do crédito em análise, se este era necessário? E como admitir prova extemporânea que busca comprovar o pagamento indevido de IR sem que tenha ocorrido qualquer das hipóteses que excepcionam a preclusão contidas nas alíneas "a", "b" e "c" desse § 4.º? A impossibilidade de inovação probatória impede que sejam considerados para a apuração do direito creditório e a liquidez do crédito os novos elementos de prova anexados na oportunidade de interposição do recurso voluntário. Tampouco se trata de matéria de ordem pública, como de demonstrará adiante, que, esta sim, justificaria o exame dos elementos à margem do que determinam os §§ 4.º e 5.º do Decreto n.º 70.235/72. Ainda que se possa contrapor o princípio da verdade material ao instituto da preclusão consumativa o que se faz tão somente por raciocínio jurídico constato que os documentos inéditos juntados ao Recurso Voluntário não dão suporte ao reconhecimento do crédito postulado pelo Recorrente. O fundamento jurídico no qual o Recorrente lastreia o PER/DCOMP ancora se essencialmente numa interpretação sua, extraída da resposta da Solução de Consulta da SRRF/6ª RF/DISIT nº 208, de 05/08/2005 (efls. 243), a partir da qual entendeu que poderia deduzir despesas de períodos anteriores no lucro tributável, gerando, assim, o crédito vindicado. Segundo consta da SC nº 208/2005, o interessado requereu e obteve parcelamento de valores devidos a título de contribuição para o PIS/Pasep, relativos a períodos anteriores, a partir de 1993, tendo dúvida sobre a dedução dessas obrigações na base de cálculo do imposto de renda. Num primeiro momento, vejo que a SC nº 208/2005 consigna que o consulente não especifica adequadamente na consulta a origem e a natureza dos valores que pretende deduzir do lucro tributável, conforme se pode observar do excerto seguinte: (...) Não fica clara na consulta formulada se os valores do PIS devidos não foram pagos em virtude da suspensão de sua exigibilidade decorrente de ação judicial impetrada pela consulente. Se for esse o caso, o imposto ou contribuição que o contribuinte esteja discutindo judicialmente não poderá ser considerado como despesa dedutível na determinação do lucro real do respectivo período. Nesse caso, os tributos provisionados devem ser escriturados na parte A do Lalur, como adição ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real, sendo controlados na parte B do mesmo livro até que ocorra o desfecho da ação. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 106 9 Sendo o desfecho desfavorável ao contribuinte, implicará a conversão do depósito judicial porventura existente em renda da União, possibilitando o reconhecimento da dedutibilidade do tributo e contribuição, com a baixa do valor escriturado na parte B do Lalur, e a sua exclusão na parte A no período de apuração correspondente. (...) Observo, ainda, que o consulente tampouco informa se os valores objeto da consulta foram lançados como despesas em exercícios anteriores. Confirase (destaques deste relator): À vista do exposto, respondo à consulente que: a) Regra geral, os tributos e contribuições são dedutíveis segundo o regime competência de exercícios. Se os valores do PIS mencionados na consulta não foram lançados como despesas nos exercícios anteriores, poderão ser assim considerados em exercícios posteriores, desde que essa inexatidão não resulte em postergação do pagamento do imposto para período de apuração posterior ao que seria devido, ou a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração. b) O lançamento, como despesa, do principal (PIS devido), nas condições mencionadas no item "a" acima, pode ser feito no momento do reconhecimento contábil da despesa, não estando condicionada a dedução ao efetivo pagamento do parcelamento. c) Quanto aos acréscimos legais, são dedutíveis as multas quando de caráter compensatório, efetivamente pagas, os juros e correção monetária incidentes sobre parcelamento de débitos tributários. Quando dedutíveis, os valores das multas somente poderão ser apropriados como custo ou despesa operacional após seu pagamento. Constatase, claramente, vagueza e imprecisão na consulta formulada pelo então consulente e que a resposta da SC nº 208/2005 foi expressa em termos indeterminados e condicionais, não se mostrando razoável, por isso, supor que possa ser aceita como lastro probatório da tese do Recorrente, de modo a legitimar, per se, o reconhecimento de direito creditório a seu favor decorrente da dedução efetuada. Caberlheia, então, discorrer precisamente sobre a questão de fato e de direito que deu azo à SC nº 208/2005 e apresentar conjunto probatório específico e congruente, oportunizando uma avaliação objetiva e detalhada da origem e natureza das deduções efetuadas, de modo a permitir o reconhecimento de que a situação alegada amoldase, ou não, à descrita hipoteticamente na SC nº 208/2005, o que efetivamente não ocorreu no presente caso. Vejo que não há nos autos qualquer registro ou prova de que os créditos de origem nas deduções efetuadas tenham tido origem na suspensão anterior da exigibilidade de tributos na forma do artigo 151 do CTN e respectiva adição no Lalur por força do ajuizamento de ação judicial. Tampouco o Recorrente esclarece se as deduções que geraram os supostos Fl. 106DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 107 10 créditos foram lançadas no lucro tributável de períodos precedentes, limitandose a afirmar que são decorrentes de despesas de exercícios anteriores. Concluise, portanto, que ainda que fosse juridicamente possível o conhecimento da prova preclusa, melhor sorte não socorreria ao Recorrente, eis que, como discorrido, não se mostra ela suficiente para dar suporte a seus argumentos expendidos. Assim, não conheço, por preclusão consumativa, dos documentos inéditos colacionados no Recurso Voluntário e não apresentados no momento processual oportuno, porquanto não cabe a esta instância recursal o exame de documentos e de matéria não apreciados pela DRJ, sob pena de supressão de instância e violação do princípio do contraditório. 2. Mérito Quanto ao mérito, constato que ora Recorrente não teve homologado o PER/DCOMP nº 25339.16935.300106.1.3.044607, transmitido em 30/01/2006, conforme indica o excerto abaixo extraído do Despacho Decisório Eletrônico: Como se observa, o crédito informado no PER/DCOMP nº 06841.06650.311005.1.3.040574 decorre de pagamento indevido ou a maior, e a circunstância fática que motivou seu indeferimento está inequivocamente registrada no Despacho Decisório Eletrônico, qual seja: a inexistência de saldo de crédito compensável. O Recorrente contesta a não homologação do PER/DCOMP, porém, faz demonstração vaga e desarticulada de um suposto direito de crédito, não colaciona tempestivamente documentos que supostamente justificariam seu entendimento e oferece argumentos fáticos e jurídicos inconsistentes e incapazes de reverter a decisão de 1º grau. O Fl. 107DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 108 11 principal deles é que a omissão de não retificar a DIPJ/2005 "foi decorrente de distração ou falta de conhecimento de procedimentos recomendados pela Receita Federal, mas que nenhum prejuízo trouxe ao erário, porque não foi praticado com máfé, dolo ou simulação, podendo tal erro ou omissão ser reconhecido a qualquer tempo, ainda que ocorra coisa julgada". Conforme consta no item 1 deste Voto, as fichas isoladas, extraídas da DIPJ/2005 colacionadas pelo Recorrente, não foram conhecidas por este relator por preclusão consumativa, em virtude de não terem sido apresentadas no momento processual oportuno. Mesmo assim, ainda que se lhes atribuísse o status jurídico de "retificadora" e se superasse o óbice da preclusão o que se faz tão somente por raciocínio jurídico melhor sorte não socorreria ao Recorrente, porquanto o prazo para retificação de declarações já estaria expirado de acordo com o disposto na legislação de regência1 e porque a recepção e validação de documentos de retificação não compete ao CARF, mas sim às Unidades Administrativas da RFB2. Demais disso, vejo que a motivação para indeferimento do pleito do ora Recorrente foi muito bem articulada na decisão de primeira instância, razão porque peço vênia para transcrever abaixo os principais trechos do voto condutor do acórdão recorrido, adotando os desde já como razões de decidir, com base no §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/1999 c/c o §3º do art. 57, do RICARF: Primeiramente, cumpre observar que o contribuinte pretende, em sede de manifestação de inconformidade, retificar a DComp, a fim de justificar o crédito postulado. Nesse sentido, de acordo com o art. 76 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, a retificação da DComp deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a 1 MEDIDA PROVISÓRIA No 2.18949, DE 23 DE AGOSTO DE 2001. Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração. PERGUNTAS E RESPOSTAS PESSOA JURÍDICA PIR 2006 018 Qual o prazo para retificação da declaração da pessoa jurídica? O prazo é de 5 (cinco) anos, a contar da data fixada para a entrega tempestiva da declaração original. 2 Portaria MF nº 430, de 09 de outubro de 2017 Art. 270. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil (DRF), à Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes do Rio de Janeiro (Demac/RJO), à Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Pessoas Físicas (Derpf) e às Alfândegas da Receita Federal do Brasil (ALF) compete, no âmbito da respectiva jurisdição, no que couber, gerir e executar as atividades de cadastros, de arrecadação, de controle, de cobrança, de recuperação e garantia do crédito tributário, de direitos creditórios, de benefícios fiscais, de atendimento e orientação ao cidadão, de comunicação social, de fiscalização, de controle aduaneiro, de tecnologia e segurança da informação, de programação e logística, de gestão de pessoas e de planejamento, avaliação, organização e modernização. (...) § 6º As atividades de prestação de informações ao contribuinte, excetuandose as que envolverem a interpretação da legislação tributária, aduaneira e correlata, de recepção de documentos, de alteração cadastral e de retificação de documentos de arrecadação deverão ser executadas por qualquer Delegacia ou Alfândega, independentemente da sua jurisdição. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 109 12 apresentação de documento retificador gerado a partir do Programa PER/DComp. Segundo dispõe o art. 77 da referida IN, a DComp somente poderá ser retificada pelo sujeito passivo caso se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador, observadas ainda as disposições do art. 78, que prescrevem que será admitida a retificação na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento e, ainda, verificada a inocorrência de inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado, consoante dispõe o art. 79. A retificação da DComp nesse caso não constitui uma mera exigência formal, na medida em que somente as informações devidamente prestadas e processadas permitiriam a realização das verificações necessárias pela DRF de jurisdição do contribuinte no tocante à consistência do crédito postulado e aos controles de sua utilização. Porém, ainda que se admitisse a retificação da DComp após a ciência do Despacho Decisório, melhor sorte não teria o manifestante, conforme se passa a explicitar. O contribuinte, visando à comprovação do direito creditório, anexou aos autos cópia da DCTF retificadora apresentada em 09/07/2009. A retificação da DCTF, operada após a ciência do despacho decisório e sem suporte em nenhum outro elemento de prova, não se presta para comprovação do pagamento indevido ou a maior. É bom lembrar ainda que a retificação da DCTF não produzirá efeitos quando tiver como objetivo reduzir débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (art. 9º, § 2o, I, c, da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24/12/2010). A análise acima descrita reflete o posicionamento deste julgador quanto ao tema ora examinado, não merecendo qualquer reparo, porquanto seus fundamentos estão em perfeita consonância com a legislação regente da matéria. É de se ressaltar que a compensação tributária, enquanto instituto jurídico e forma de extinção de crédito tributário prevista em lei, opera pelo encontro de contas entre créditos tributários e créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a fazenda pública e que na análise de mérito relativo processos dessa natureza o onus probandi do crédito pleiteado compete àquele que o alega possuir3. Neste sentido, é firme a jurisprudência administrativa 3 Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 Código de Processo Civil. Art. 373. O ônus da prova incumbe: Fl. 109DF CARF MF Processo nº 13609.903688/200921 Acórdão n.º 1002000.608 S1C0T2 Fl. 110 13 deste CARF, da qual colaciono, como exemplo, o Acórdão 3201002.303 no qual essa temática foi objeto de apreciação: ACÓRDÃO 3201002.303 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. EXIGÊNCIA DE PROVA. Não pode ser aceito para julgamento a simples alegação sem a demonstração da existência ou da veracidade daquilo alegado. (...) Recurso Voluntário Negado Nesse contexto, é forçoso concluir que o Recorrente não logrou comprovar de forma idônea e indubitável o crédito que entendia possuir, motivo porque o indeferimento do Recurso Voluntário impõese. 3. Dispositivo Considerando que o artigo 170 do CTN só autoriza a compensação de débitos tributários com créditos líquidos e certos dos interessados frente à Fazenda Pública e que o Recorrente não traz elemento de prova capaz de infirmar o Despacho Decisório Eletrônico de não homologação do PER/DCOMP 06841.06650.311005.1.3.040574, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, mantendo integralmente a decisão de piso. É como voto. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Fl. 110DF CARF MF
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Numero do processo: 16349.000333/2010-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2001
BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF.
Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718/1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos administrativos. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF.
Recurso Voluntário Provido.
Direito Creditório Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-006.353
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, substituído pelo Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2001 BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF. Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718/1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos administrativos. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Provido. Direito Creditório Reconhecido.
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LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF. Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718/1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos administrativos. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Provido. Direito Creditório Reconhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, substituído pelo Suplente convocado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 34 9. 00 03 33 /2 01 0- 18 Fl. 275DF CARF MF Processo nº 16349.000333/201018 Acórdão n.º 3402006.353 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão nº 03062.634, proferido pela Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, para manter a Decisão que indeferiu o Pedido de Restituição (PER) por inexistência do crédito solicitado. Regularmente cientificada, a contribuinte interpôs, tempestivamente, o Recurso Voluntário ora em apreço, onde pede a reforma da decisão de primeira instância, com o reconhecimento do direito à plena restituição de PIS/COFINS calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º da Lei nº 9.718, declarada pelo STF e já reconhecida pela jurisprudência administrativa. Em síntese, o Recurso Voluntário está fundamentado nos seguintes argumentos: i) Os montantes que compõem o crédito pleiteado se referem à inclusão indevida, na base de cálculo daquela contribuição, de receitas estranhas ao conceito de faturamento, o que implicou pagamento indevido ou a maior, efetuado com base no art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/1998; ii) A despeito das sólidas alegações de direito que embasaram a manifestação de inconformidade apresentada pela recorrente, e não obstante tais alegações terem sido suportadas por documentos hábeis à comprovação do crédito pleiteado, o v. acórdão manteve o entendimento do despacho decisório eletrônico; iii) Na base de cálculo da contribuição somente deveriam ter sido incluídos os valores correspondentes ao seu faturamento, ou sejam os ingressos que correspondem às suas receitas das vendas de mercadorias e da prestação de serviços, dada a inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo 1º, da Lei n. 9718, já declarada pelo STF em decisão plenária definitiva, bem como em recurso em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria. É o relatório. Fl. 276DF CARF MF Processo nº 16349.000333/201018 Acórdão n.º 3402006.353 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3402006.345, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 16349.000329/201050, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3402006.345): "Pressupostos legais de admissibilidade Nos termos do relatório, verificase a tempestividade do recurso, bem como o preenchimento dos demais requisitos de admissibilidade, resultando em seu conhecimento. Mérito O Pedido de Restituição nº 30231.53932.100506.1.2.04 5076 tem por origem crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo no valor de R$ 9.207,56, referente ao Darf do período de apuração de abril de 2001, arrecadado em 15/05/2001, no valor de R$ 610.330,36, mantendo a glosa de créditos referentes à Contribuição do Financiamento da Seguridade Social (COFINS). A decisão recorrida não considerou a inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, proferida pelo Supremo Tribunal Federal, por concluir que o artigo 26A Decreto 70.235/1972 veda ao órgão de julgamento afastar a aplicação de lei sob fundamento de inconstitucionalidade, sendo que até aquele momento não havia autorização do Secretário da Receita por meio de ato específico determinando os procedimentos, nos termos do artigo 77 da Lei 9.430/1996 e o Decreto 2.346/1977. A matéria suscitada é questão decidida em repercussão geral (Tema 110) pelo Supremo Tribunal Federal através do RE nº 585235, transitado em julgado em 12/12/2008, conforme Ementa abaixo: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de Fl. 277DF CARF MF Processo nº 16349.000333/201018 Acórdão n.º 3402006.353 S3C4T2 Fl. 0 4 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008, ) Neste caso, considerando que a decisão recorrida foi proferida em 31/07/2014, deveria a autoridade julgadora a quo aplicar o artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997, afastando o § 1º, do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 e, por sua vez, reconhecendo o direito ao crédito informado em PERD/COMP. De outro turno, igualmente por se tratar de decisão definitiva e vinculante do Supremo Tribunal Federal, não incide a Súmula CARF nº 2 e artigo 26A do Decreto nº 70.235/72. Deve ser aplicado neste caso o artigo 62, § 2 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/20151. Neste sentido, colaciono precedente da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais em julgamento ao Recurso Especial nº 137.866 (PAF: 13808.005507/200103): Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/1996 a 31/08/1998, 01/11/1998 a 30/11/1998, 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/06/1999 a 30/06/1999, 01/08/1999 a 31/08/1999, 01/05/2000 a 31/08/2000, 01/01/2001 a 28/02/2001 Ementa: PIS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. DECISÃO DEFINITIVA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal, através do seu órgão plenário, já se posicionou de forma definitiva quanto à inconstitucionalidade do disposto no § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, com a reafirmação da sua jurisprudência, no julgamento do RE nº 582.235/MG, reconhecido como de repercussão geral, tendo se deliberado, ainda, neste caso, pela edição de súmula vinculante. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 4º DO DECRETO Nº 2.346/1997 E DO ARTIGO 62 DO RICARF. 1 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou do s arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Fl. 278DF CARF MF Processo nº 16349.000333/201018 Acórdão n.º 3402006.353 S3C4T2 Fl. 0 5 Nos termos do parágrafo único do artigo 4º do Decreto nº 2.346/1997, na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Recurso Especial do Procurador Negado (Acórdão nº 9303002.859 – 3ª Turma) Com relação ao ônus da prova da Contribuinte, restou reconhecido em despacho decisório que o pedido foi instruído com a relação de PERDCOMP de fls. 42/45, DARF de fl. 60, planilha demonstrativa do crédito de fls. 62/66 e lançamentos destacados no Livro Razão, às fls. 67/199. Portanto, deve a Unidade de Origem apurar o valor do crédito invocado e demonstrado pela Recorrente, afastando a inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Dispositivo Ante o exposto, conheço e dou provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no artigo 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 279DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.729136/2017-32
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 2002-000.071
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência à Unidade de Origem para que esta junte ao presente processo a Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013 objeto do lançamento.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: MONICA RENATA MELLO FERREIRA STOLL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência à Unidade de Origem para que esta junte ao presente processo a Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013 objeto do lançamento. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência à Unidade de Origem para que esta junte ao presente processo a Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013 objeto do lançamento. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (efls. 05/10) lavrada em nome do sujeito passivo acima identificado, decorrente de procedimento de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013, onde se apurou: Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública e Dedução Indevida de CarnêLeão. A contribuinte apresentou impugnação parcial (efls. 03/04, 19/21), a qual foi julgada improcedente pela 1ª Turma da DRJ/FOR (efls. 61/70). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 29 13 6/ 20 17 -3 2 Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10830.729136/201732 Resolução nº 2002000.071 S2C0T2 Fl. 91 2 Cientificada do acórdão de primeira instância em 09/05/2018 (efls. 74), a interessada ingressou com Recurso Voluntário em 07/06/2018 (efls. 78/81) com os argumentos a seguir sintetizados. Expõe que trouxe no bojo de sua impugnação a condenação ao pagamento de 2 salários mínimos a título de pensão alimentícia aos netos, filhos do seu primogênito, Décio Thoni Júnior. O processo tramitou sob o número 2440/2002 na 1ª Vara Cível de Campinas. Em 2ª instância, girou sob o número 405.9284/200. Explica que a glosa parcial questionada restou acerca do valor de R$ 7.464,00 referente a outra Ação de Alimentos, processo nº 713/2005, que tramitou perante a 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Campinas. Em tal feito, fora realizado um acordo ao qual a contribuinte comprometerase a pagar, durante 100 meses, 1 salário mínimo mensal aos netos, além dos 2 salários mínimos aos quais já havia sido condenada. Tal acordo foi devidamente juntado aos autos administrativos, porém, a Autoridade Fazendária o considerou inválido em virtude da ausência da homologação judicial. Alega que, uma vez que trouxe aos autos a notícia do acordo judicial para pagamento dos alimentos, a Fazenda Nacional poderia buscar meios de verificar a veracidade do documento através da expedição de um simples ofício à Vara Julgadora. No entanto, aduz que foi possível o desarquivamento do processo judicial e que, com grande custo, conseguiu cópia da sentença homologatória que junta nesta oportunidade. Conclui que não houve glosa no valor de R$ 7.464,00 referente a outra Ação de Alimentos (processo nº 713/2005), mas sim desconto legal pelo acordo realizado nos autos. Tal valor confirmase pela multiplicação dos meses pagos no exercício (12) pelo valor do salário mínimo à época (R$ 622,00). Voto Conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll Relatora O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Preliminarmente à análise do litígio, cumpre ressaltar que não há nos autos a Declaração de Ajuste Anual objeto do lançamento, não sendo possível identificar quais valores foram de fato informados pela recorrente a título de pensão alimentícia e quais foram acatados pela autoridade lançadora. Diante do exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem junte ao presente processo a Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013 objeto do lançamento. Após, os autos devem retornar ao CARF, para prosseguimento. (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10830.729136/201732 Resolução nº 2002000.071 S2C0T2 Fl. 92 3 Fl. 92DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.905667/2016-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/2010 a 31/12/2010
MULTA DE MORA. APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE REGIMES TRIBUTÁRIOS DIFERENTES.
O aproveitamento de pagamento de mesmo tributo ou contribuição e mesmo período de apuração não enseja a cobrança de multa de mora, e não se revela como procedimento de compensação.
Numero da decisão: 3201-004.986
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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MULTA DE MORA. PAGAMENTOS DE MESMO TRIBUTO E PERÍODO DE APURAÇÃO. Recorrente MANAGER ONLINE SERVIÇOS DE INTERNET LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2010 a 31/12/2010 MULTA DE MORA. APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE REGIMES TRIBUTÁRIOS DIFERENTES. O aproveitamento de pagamento de mesmo tributo ou contribuição e mesmo período de apuração não enseja a cobrança de multa de mora, e não se revela como procedimento de compensação. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre/RS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 56 67 /2 01 6- 81 Fl. 113DF CARF MF Processo nº 13896.905667/201681 Acórdão n.º 3201004.986 S3C2T1 Fl. 3 2 Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório eletrônico emitido pela DRF Barueri, que deferiu parcialmente o pedido de restituição – PER apresentado pelo contribuinte. Cientificado do referido despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que apura o PIS e a Cofins pelo regime misto, ou seja, possui parcela de suas receitas sujeitas ao regime cumulativo (maior parte) e parcela sujeita ao regime nãocumulativo. Diz ter, equivocadamente, pago parte do que seria enquadrável no regime cumulativo como se fosse do nãocumulativo. Ao constatar tal equívoco, formulou seu pedido de restituição do saldo existente desse crédito, tendo em vista que já havia transmitido compensação utilizando parte desse mesmo crédito. Apesar de ter transmitido a DCOMP após a data de vencimento da contribuição que estava sendo quitada, esclarece que deixou de incluir na discriminação dos débitos compensados qualquer valor a título de multa de mora (Processo de Consulta nº 166/2007). Acredita que a razão do indeferimento de parte do crédito pleiteado por meio do presente PER reside no fato de que o Despacho Decisório, que homologou parcialmente o PER/DCOMP, impôs a obrigação do recolhimento da multa moratória de 20 % quando da análise da compensação, o que resultou num valor menor a lhe ser restituído, ao passo que o seu entendimento foi de que "não poderia se incluir qualquer valor a título de multa moratória na composição do seu débito". A DRJ/Porto Alegre/RS, por intermédio do Acórdão 10060.945, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório em tela. O litígio restringiuse à aplicação dos acréscimos legais pelo fato de a compensação ter sido efetuada em data posterior à do vencimento do débito. Os julgadores a quo entenderam acertada a incidência da multa moratória, a despeito de se tratar de erro no tocante à apuração da contribuição pelo regime da nãocumulatividade, quando o correto seria pela cumulatividade. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário visando a reforma da decisão recorrida, para que lhe seja reconhecido o direito creditório. Em síntese, aduz: A necessidade de se observar e atender ao disposto na Solução de Consulta nº 166/07; A ilegalidade na alteração do PER/DCOMP de ofício pela fiscalização e a necessidade da lavratura de auto de infração específico; A aplicação do art. 138 do CTN (denúncia espontânea), que impossibilita a imposição de multa. Roga ao final: (i) Seja declarada a inexigibilidade da multa moratória cobrada sobre o montante dos débitos compensado, com o consequente deferimento integral da restituição pleiteada; Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13896.905667/201681 Acórdão n.º 3201004.986 S3C2T1 Fl. 4 3 (ii) Subsidiariamente, seja reconhecida a ilegalidade da imputação da multa de ofício pela fiscalização e a necessidade da lavratura de auto de infração específico para sua exigência e/ou o reconhecimento do benefício da denúncia espontânea. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.953, de 26/02/2019, proferido no julgamento do processo 13896.900136/201782, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.953): (...)1 "O aproveitamento de pagamentos de mesmo tributo e mesmo período, em casos de mudança de regime de tributação, prescinde de Declaração de Compensação. Somente seria necessária Declaração de Compensação em casos de compensação do mesmo tributo em períodos diferentes, ou tributos diferentes. Embora a recorrente tenha utilizado a formalidade equivocada, Declaração de Compensação, materialmente tratase de aproveitamento de mesmo tributo, e mesmo período, do que se aplica a ratio decidendi da Súmula Carf 76: Súmula CARF nº 76 Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Portanto, os recolhimentos em regimes tributários diferentes devem ser aproveitados, sem necessidade de Declaração de Compensação. Bastaria, no caso, uma retificação de Darf (Redarf), corrigindo o código de arrecadação. A retificação do código de arrecadação seria permitida, sem ofensa ao art. 11, V, da IN 672/20062, posto que a mudança de regime não ofendeu a legislação, isto é, não houve acusação fiscal de que o regime de tributação pretendido fosse indevido. 1 Não se transcreveu o voto vencido, do relator do processo paradigma, por manifestar entendimento que restou vencido na votação, não se aplicando, portanto, na solução do litígio deste processo. Entretanto, sua íntegra consta do acórdão do paradigma (3201004.953). 2 Art. 11. Serão indeferidos os pedidos de retificação que versem sobre: (...) V alteração de código de receita que corresponda à mudança no regime de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, quando contrariar o disposto na legislação específica; Fl. 115DF CARF MF Processo nº 13896.905667/201681 Acórdão n.º 3201004.986 S3C2T1 Fl. 5 4 Desse modo, não é aplicável, para cálculo de mora, a data de transmissão da Declaração de Compensação, pois não é o caso de compensação. Tendo sido o pagamento tempestivo, ainda que com regime de tributação equivocado, não cabe a multa de mora. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado deu provimento recurso voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 116DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.900440/2011-61
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2005
PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DUPLICIDADE DE PEDIDO. NÃO RECONHECIMENTO. COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Considerando-se que o crédito pleiteado já foi reconhecido em processo administrativo diverso, resta caracterizada a duplicidade de pedido e resulta indeferimento do direito creditório com não homologação da compensação.
Numero da decisão: 1003-000.476
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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score : 1.0
Numero do processo: 15374.970007/2009-66
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005
DO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA.
Não se conhece do Recurso Especial quando as situações fáticas consideradas nos acórdãos indicados como paradigmas são distintas da situação tratada no acórdão recorrido, não se prestando os arestos referenciados, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial.
Numero da decisão: 9303-007.972
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem.
Em primeira votação, os conselheiros Érika Costa Camargos Autran, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello conheceram do recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado UNIVERSAL MUSIC LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 DO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA. Não se conhece do Recurso Especial quando as situações fáticas consideradas nos acórdãos indicados como paradigmas são distintas da situação tratada no acórdão recorrido, não se prestando os arestos referenciados, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem. Em primeira votação, os conselheiros Érika Costa Camargos Autran, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello conheceram do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 97 00 07 /2 00 9- 66 Fl. 1726DF CARF MF Processo nº 15374.970007/200966 Acórdão n.º 9303007.972 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 3801003.635, 24 de julho de 2014, decisão que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem na Declaração de Compensação transmitida pelo contribuinte, lastreada em crédito oriundo de recolhimento indevido ou maior que o devido de COFINS. O despacho decisório exarado não reconheceu o direito creditório informado no PER/DCOMP, sob o fundamento de que o pagamento relacionado havia sido localizado, mas fora integralmente utilizado para quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. Inconformado, o Contribuinte apresentou impugnação, alegando, em síntese que: apurou valor devido menor que o recolhido, utilizando o crédito resultante para a presente compensação, retificando a DCTF e o DACON correspondentes; a decisão questionada foi proferida juntamente com 82 outras, tornando evidente que a impugnante não teve tempo hábil para exercer de forma ampla seu direito de defesa; as despesas que geraram os créditos objeto da compensação são decorrentes dos custos com gravação e dos pagamentos de direitos autorais, conforme já manifestado por meio da Solução de Consulta nº 33/05, da 2ª Região Fiscal; sobre a questão tratam ainda as Leis nºs 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004. A DRJ no Rio de Janeiro/RJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Contribuinte. Irresignado com a decisão de primeiro grau contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário. O Colegiado a quo deu provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. O Acórdão 3801003.635 possui a seguinte ementa: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 Fl. 1727DF CARF MF Processo nº 15374.970007/200966 Acórdão n.º 9303007.972 CSRFT3 Fl. 4 3 NÃO CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS. Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofins importação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação. NÃO CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃOCOMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte. Recurso Voluntário Provido em Parte. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência suscitando dissenso em relação ao conceito de insumo adotado no acórdão recorrido. Para comprovar a divergência apontou os acórdãos de nºs. 20312.448 e 20400.795. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF, sob o argumento que no acórdão paradigma n.º 20312.448 foi julgado caso de empresa industrial, sendo analisados o direito de crédito de diversos tipos de aquisições de bens e serviços, cujas glosas foram mantidas pelo colegiado, que adotou o conceito de insumo próprio da legislação do IPI para analisar o direito de crédito da contribuição nãocumulativa. Por sua vez, na decisão recorrida adotouse um conceito mais amplo, que resultou em admitirse direito de crédito da contribuição em relação aos serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes e de afinação de instrumentos. O Contribuinte também interpôs Recurso Especial de Divergência, mas foi lhe negado seguimento, por ser intempestivo. É o relatório em síntese. Fl. 1728DF CARF MF Processo nº 15374.970007/200966 Acórdão n.º 9303007.972 CSRFT3 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.943, de 22/01/2019, proferido no julgamento do processo 15374.951434/200945, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 9303007.943): "Admissibilidade O Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo, restando analisar o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. A matérias enfrentadas pela Fazenda em sede de apelo especial é referente à aplicação do conceito de insumos. O Contribuinte dedicase à produção e comercialização de discos fonográficos e videofonográficos, fitas e fios gravados ou preparados para gravação, edição e comercialização de obras musicais, literárias ou líteromusicais, bem como a prestação de serviços de distribuição de produtos fonográficos e videofonográficos, conforme se depreende do seu objeto social. E no exercício de suas atividades, entende que incorre em dispêndios diretamente relacionados ao seu objeto social: 1 o pagamento de royalties relativos a cessão de direitos autorais; e 2 custos de gravação. No acórdão paradigma n.º 20312.448 apresentado pela Fazenda Nacional traz a seguinte ementa: Ementa(s) CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/07/2003 IPI. CRÉDITOS. Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, stricto sensu, e material de embalagem), e os artigos que se consumam durante o processo produtivo e que não faça parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrinsica com o conceito stricto sensu de matériaprima ou produto intermediário: exercer na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matériaprima e outra, quanto da matériaprima com o produto final que se forma. Fl. 1729DF CARF MF Processo nº 15374.970007/200966 Acórdão n.º 9303007.972 CSRFT3 Fl. 6 5 PIS/PASEP. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. GLOSA PARCIAL O aproveitamento dos créditos do PIS no regime da não cumulatividade há que obedecer às condições especificas ditadas pelo artigo 3° da Lei n° 10.637, de 2002, c/c o artigo 66 da IN SRF n° 247, de 2002, com as alterações da IN SRF n° 358, de 2003. Incabíveis, pois, créditos originados de gastos com seguros (incêndio, vendaval etc), material de segurança (óculos, jalecos, protetores auriculares), materiais de uso geral (buchas para máquinas, cadeado, disjuntor, calço para prensa, catraca, correias, cotovelo, cruzetas, reator para lâmpada), peças de reposição de máquinas, amortização de despesas operacionais, conservação e limpeza, manutenção predial. Recurso negado. Argumentos contidos no acórdão paradigma não guardam relação com o presente caso concreto, pois trata de uma industria de tecidos que tem peculiaridade totalmente diferente de uma industria da produção e comercialização de discos fonográficos e videofonográficos, fitas e fios gravados ou preparados para gravação, edição e comercialização de obras musicais, literárias ou líteromusicais, bem como a prestação de serviços de distribuição de produtos fonográficos e videofonográficos. Já no acórdão paradigma n.º 20400.795, verificase que a questão destinase a uma indústria de calçados. Vejase: "Decorrente de diligência na empresa, foi lavrado o Termo de Verificação Fiscal de fls. 724/733 propondo a glosa dos insumos adquiridos por pessoas físicas e cooperativas, uma vez que nesses casos não há incidência de PIS e COFINS. Também foi proposta a glosa de combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e de produtos usados no tratamento de água e efluentes sob fundamento que tais produtos, embora possam ser usados no processo produtivo, não são matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem." E verificase que no acórdão paradigma que questão destinase a outro caso, que não o presente. Vejase: "Os bens admitidos como insumos pelo acórdão recorrido não atendem a esses requisitos. Com efeito, os materiais auxiliares de limpeza, por exemplo, não sofrem alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Outrossim, as embalagens dos produtos de limpeza não guardam qualquer identidade com os insumos diretamente utilizados na fabricação do produto industrializado. Percebase: as embalagens em questão não acondicionam o produto final da recorrida (calçados), mas os materiais de limpeza, daí o descabimento de enquadrálos como insumos." (grifouse) Como informado acima a Contribuinte não produz calçados e nem tecido e sim é uma indústria de fonográfica e videofonográfica e os custos reconhecidos pelo v. acórdão recorrido como passíveis de creditamento não são de produtos de limpeza ou embalagens de produtos de limpeza, combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e de produtos usados no tratamento de água e efluentes como se observa pelos autos. Sendo assim, em face da completa dissociação entre o quanto discutido nos presentes autos, o entendimento consagrado pela Turma Recorrida e as alegações contidas no Especial Fazendário, evidenciase que este não poderia sequer ser admitido. Fl. 1730DF CARF MF Processo nº 15374.970007/200966 Acórdão n.º 9303007.972 CSRFT3 Fl. 7 6 Diante do exposto, entendo que não ficou comprovada a divergência, não há semelhança fática entre o acórdão recorrido e o paradigma. Não há como afirmar que se as situações fáticas fossem iguais, se o colegiado paradigmático daria o mesmo entendimento . Em vista de todo o exposto, voto por não conhecer o Recurso Especial interposto pela Fazenda." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado não conheceu do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1731DF CARF MF
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