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Numero do processo: 10280.905545/2009-13
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
COFINS. ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO.
Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços.
A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-004.000
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios e Waldir Navarro Bezerra. Ausente o conselheiro Solon Sehn.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2007 COFINS. ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO. Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços. A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais. Recurso Voluntário Negado.
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ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO. Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços. A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente). (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 55 45 /2 00 9- 13 Fl. 207DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios e Waldir Navarro Bezerra. Ausente o conselheiro Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3ª Turma da DRJ de Belém PA (fls. 175/183 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada contra a não homologação de compensação de débito tributário com crédito decorrente de aduzido pagamento indevido ou a maior de COFINS, no valor de R$ 10.781,02, relativo ao mês de fevereiro de 2003. No Despacho Decisório (fls. 7/8), a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém (PA), aponta que a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP apresentado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados par a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP (fls. 2/6). Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: (...) A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém, por intermédio de despacho decisório, não homologou a compensação declarada. Consta da referida decisão: “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada.” Cientificado, o contribuinte apresentou tempestivamente manifestação de inconformidade na qual alega: “(...) dentre as atividades desenvolvidas pela Empresa está a prestação de serviços para armadores estrangeiros. (...) até pouco tempo, desconhecia a lei que traz o benefício da não incidência da contribuição ao Pis/Pasep e Cofins sobre receitas decorrentes das operações de prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente e domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. Esses armadores estrangeiros, contudo, atuam no território nacional auxiliados por empresas brasileiras expressamente nomeadas como suas representantes. Dessa forma, o pagamento Fl. 208DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 208 3 desses representantes brasileiros é suportado pelo armador estrangeiro que, de acordo com o que a legislação brasileira lhes exige, remete previamente ao país divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios por águas e portos nacionais. (...) muito embora um dado serviço tenha sido executado totalmente no território nacional e aqui se verificar seu resultado, poderá estar abrangido pela não incidência, contanto que o tomador seja domiciliado no exterior e sua contraprestação acarrete a entrada de divisas. (...) Em suma, o que se exige para a imunidade da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é um nexo causal entre o pagamento que representa o ingresso de divisas e a prestação de serviços à pessoa situada no exterior. Assim, quando o pagamento é efetuado pela empresa estrangeira, por meio de seus agentes ou representantes no país ou mediante dedução das receitas auferidas pelos armadores estrangeiros no país, reputase ocorrido o ingresso de divisas. Assim, o nexo é evidenciado pela própria legislação do Bacen, que autoriza esse tipo de transação. Frisando, os pagamentos realizados pelos armadores relativos àqueles serviços prestados aos seus navios de passagem por águas brasileiras são realizados em nome dos agentes, mas por conta dos armadores, dos quais são representantes. Embora realizados pelos representantes, tais pagamentos são suportados pelos armadores que, como exige a legislação brasileira, remetem previamente ao país divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios pelos portos nacionais. Assim, o Contribuinte, ora Recorrente, preencheu todos os requisitos acima descritos, fazendo jus ao direito narrado, confirmado através da Solução de Consulta nº 05, de 08 de fevereiro de 2007 (...) Posto isto, a Recorrente, preenchendo todos os requisitos acima descritos e fazendo jus ao benefício descrito, ingressou com pedido administrativo de Restituição e Compensação, via Per/Dcomp dos valores não prescritos. (...) O suposto débito em cobrança (...) referese à compensação efetuada em virtude de restituição do crédito acima descrita (...). (...) Todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. As notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Fl. 209DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Recorrente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. (...) Diante dos argumentos acima aludidos, temos que a r. decisão deva ser reformada, dando provimento ao presente recurso (...).” Na seqüência, foi determinada a realização de diligência, de cujo Despacho consta: “Constatase que a requerente formulou, quanto à matéria, consulta à Superintendência Regional da Receita Federal na 2ª Região Fiscal, a qual foi solucionada por intermédio da Solução de Consulta nº 05, de 8 de fevereiro de 2007, cujos excertos seguem transcritos: ‘13. A consulente afirma que presta serviços às embarcações de bandeira estrangeira pertencente a empresas com domicílio no exterior. No caso em análise, para atender a primeira condição prevista no dispositivo legal convém alertar que é necessário que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior.Caso contrário, se a contratação for com o agente/representante da empresa estrangeira no Brasil, a prestação de serviços não alcança o benefício da não incidência do PIS/Pasep e da Cofins. 14. Com relação à segunda condição, objeto de dúvida, a consulente esclarece que os pagamentos são feitos em moeda corrente (reais) pelas agências representantes do transportador estrangeiro, por força da Carta Circular do Banco Central do Brasil n° 3.280, de 9 de março de 2005, a qual contém as normas para o tratamento cambial das operações de frete internacional. (...) 17. Desse modo, o fato do pagamento ser efetuado por pessoa diferente do transportador estrangeiro não inibe a norma tributária em comento de produzir seus efeitos, visto que não é requisito dela que o pagamento seja realizado pela mesma pessoa a quem o serviço foi prestado. O que se exige, para a não incidência do PIS/Pasep e da Cofins, é um nexo causal entre o pagamento que representa o ingresso de divisas e a prestação de serviços a pessoa situada no exterior. Esse nexo é evidenciado pela própria legislação do Bacen, que autoriza esse tipo de transação. (...) 19. Assim sendo, ficam evidenciadas as premissas básicas para a não incidência, desde que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior, e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais, para conferência com o(s) contrato(s) de câmbio fechado(s) pelo agente/representante do contratante no exterior.’ Verificase, contudo, que a contribuinte deixou de trazer aos autos a comprovação de que é signatária de contrato de Fl. 210DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 209 5 direito privado com a(s) pessoa(s) jurídica(s) domiciliada(s) no exterior para a(s) qual(ais) alega haver prestado serviços, bem como os contratos de câmbio relativos aos pagamentos correspondentes. Também não apresentou as notas fiscais relativas aos serviços prestados para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, bem como o livro fiscal em que haveriam sido escrituradas. (...) Em face do exposto, proponho a realização de diligência (...), para as seguintes providências: (...) b) Adotar providências necessárias para que, em sede de Diligência Fiscal, seja apurada a efetiva prestação de serviços a pessoa(s) jurídica(s) residente(s) ou domiciliada(s) no exterior, cujo(s) pagamento(s) tenha(m) representado ingresso de divisas, verificandose a procedência ou não do direito creditório pretendido, após demonstrado, pela interessada, que foi observada a legislação de regência, mediante a juntada aos autos, dentre outros que entenda necessários a autoridade fiscal, de: b.1) Contrato(s) de direito privado firmado(s) com a(s) pessoa(s) jurídica(s) residente(s) ou domiciliada(s) no exterior para a(s) qual(ais) tenha prestado serviço; b.2) Notas Fiscais relativas à prestação de serviço para a(s) pessoa(s) jurídica(s)residente(s) ou domiciliada(s) no exterior e do livro fiscal em que foram escrituradas; e b.3) Contrato(s) de câmbio fechado(s) pelo agente/representante do contratante no exterior. c) Apurar, em sendo o caso, o quantum do eventual direito creditório.” Como resultado da diligência, foi expedido relatório fiscal nos seguintes termos: “Ainda no que é concernente ao item acima, em tese e redundante em principio, pela simples observância da natureza da atividade da empresa, Notas Fiscais emitidas (as quais não nos foi possível contestar) e registros contábeis pertinentes, a mesma como desenvolvida levanos ao entendimento, ao que nos parece, SMJ, que a mesma propicia o "ingresso de divisas no pais" indo ao encontro das disposições legais pertinentes relativas à não incidência da COFINS e PIS, de forma que podemos afirmar, em tese, pela sistemática operacional de como se estabelecem as relações contratuais, que os armadores estrangeiros atuam no território nacional auxiliados por empresas brasileiras expressamente nomeadas como seus representantes (agentes) para a contratação de serviços como: Auxilio logístico, transporte, armazenagem, embarque e desembarque de mercadorias, praticagem etc..., o que nos permite afirmar, em tese, que os serviços prestados pela Empresa de Praticagem do Norte Ltda são geradores de divisas para o pais. Fl. 211DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Há, no entanto, no caso vertente, a singularidade de que tais prestações de serviços são intermediadas por terceiros (agentes), o que suscitaria a dúvida quanto ao uso e gozo do benefício fiscal, o que nos parece dirimido pela Solução de Consulta nº 7 SRRF02/DISIT, de 30/06/2011. Entende a mesma que a intermediação de terceiros por si só não desfigura o direito ao beneficio fiscal e considera que: "Os agentes ou representantes dos armadores estrangeiros figuram, na verdade, como intermediários nas transações internacionais. O representante no País age como mero mandatário, persistindo o vínculo jurídico entre o transportador estrangeiro e o prestador de serviços brasileiro. Na condição de mero mandatário do transportador estrangeiro, não age o agente ou representante em nome próprio, mas em nome e por conta do mandante(armador estrangeiro), de modo que esse fato, por si só, não desfigura a prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior. Ainda na mesma Solução de Consulta a mesma assevera que: é o armador, tomador dos serviços residente ou domiciliado no exterior, quem suporta e remete previamente ao Pais divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seu navios por águas e portos nacionais(extraído da Solução de Consulta já identificada). (...) Prosseguindo no atendimento NÃO nos foram apresentados contratos ao Despacho da DRJ/Belém, item "b" sub item "b.1", cumprenos informar de direito privado firmado com as pessoas jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, em razão da inexistência de tais, tendonos sido informado que as relações negociais de contratação dos serviços se operacionaliza por intermédio dos agentes sediados no território pátrio (grifamos). Quanto ao item "b.2", do mesmo despacho, informamos que foram anexadas cópias das Notas Fiscais relativas a prestação de serviços, bem como das folhas em cujo registro no Livro Fiscal foram escrituradas de maneira individualizada, segregando prestações de serviços para armadores nacionais dos serviços prestados para armadores estrangeiros; e quanto ao item "b.3". NÃO nos foram apresentados os contratos de câmbio pois também compete aos agentes intermediários todo o tratamento dos mesmos, incluindo a conversão e repasse em moeda nacional para o pagamento dos serviços prestados pela praticagem (grifamos). Quanto ao item "c": "Apurar, em sendo o caso, o quanto do eventual direto creditório" não consideramos necessário fazêlo uma vez que os mesmos já estão demonstrados nos respectivos PER/DCOMP's, sem que tenha havido discordância com os valores ali expressos.” Cientificado do resultado da Diligência, o sujeito passivo afirma: “A Lei n° 10.637/2002, que trata da Contribuição ao PIS e da COFINS, dispõe que a não incidência da contribuição em exportações depende de duas condições: Fl. 212DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 210 7 1) o tomador, pessoa física ou jurídica, estar domiciliado no exterior e 2) o pagamento do respectivo preço deve se dar em moeda conversível. Podemos concluir assim, que muito embora um dado serviço tenha sido executado totalmente no território nacional e aqui se verificar seu resultado, poderá estar abrangido pela não incidência, contanto que o tomador seja domiciliado no exterior e sua contraprestação acarrete a entrada de divisas. No caso, os serviços contratados pelos armadores estrangeiros são intermediados pelos representantes no Brasil. Todavia, essa intermediação do agente ou representante, no Brasil, de empresa estrangeira tomadora de serviços (armador),por si só, não é suficiente para descaracterizar a situação, uma vez que toda atividade por ela exercida é desenvolvida em favor de empresa não domiciliada no País. Estando, portanto, atendida a condição legal imposta. Vale ressaltar que, embora os pagamentos sejam feitos pelos representantes dos armadores, são esses últimos que arcam com os encargos, enviando, previamente ao Brasil divisas suficientes a sua quitação. Os representantes em questão atuam como meros repassadores de recursos do exterior e assim atuam por imposição das leis brasileiras, que prescrevem a utilização desse elo para a remessa dos fretes contratados. Em suma, o que se exige para a imunidade da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é um nexo causal entre o pagamento que representa o ingresso de divisas e a prestação de serviços à pessoa situada no exterior. (...) Vale ressaltar, que o Contribuinte possui contrato com a Centronave Centro Nacional de Navegação, no qual consta a relação de todos os tomadores de serviços para os quais presta serviço, podendo ser confrontado com a notas fiscais apresentadas. (transcreve e comenta decisão judicial)(...) Portanto, as despesas havidas com o exercício daquelas atividades no Brasil, entre as quais as relativas a serviços prestados por empresas nacionais, como do Contribuinte em questão, a armadores estrangeiros, são sempre suportadas por divisas oriundas rio exterior. Assim, o BACEN determina que toda pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que atue no Brasil, tenha um representante ou agente brasileiro, sendo que este recairá a responsabilidade pela comprovação do ingresso e destinação dos valores acordados, como contrato de câmbio.” É o relatório Fl. 213DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DCOMP. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO . NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. As declarações de compensação apresentadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil somente podem ser homologadas quando reste comprovada pelo sujeito passivo a existência do respectivo direito creditório. Em sede de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito. PAF. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. Decisões judiciais relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido Cientificada da referida decisão em 04/07/2012 (fl. 188), a Recorrente, em 01/08/2012, apresentou o recurso voluntário (fls. 189/200), descrevendo, em síntese, as seguintes razões: Inicialmente, a Recorrente informa o objeto social da empresa e faz um relato da origem do crédito alegado; em seguida elabora uma relação de Soluções de Consulta da RFB em todo o território nacional e faz abordagem dos recentes julgados sobre a não incidência de PIS e Cofins sobre a exportação de serviços no entendimento do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Apresenta os demais argumentos, conforme tópicos abaixo: a) Do direito a nãoincidência e da restituição do PIS/Pasep e da COFINS: alega que dentre as atividades desenvolvidas pela empresa está a prestação de serviços para armadores estrangeiros; que até pouco tempo, desconhecia a lei que traz o benefício da não incidência da contribuição ao Pis/Pasep e Cofins sobre receitas decorrentes das operações de prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente e domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; que esses armadores estrangeiros, contudo, atuam no território nacional auxiliados por empresas brasileiras expressamente nomeadas como suas representantes; que dessa forma, o pagamento desses representantes brasileiros é suportado pelo armador estrangeiro que, de acordo com o que a legislação brasileira lhes exige, remete previamente ao país divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios por águas e portos nacionais; explana e reproduz vasta legislação que trata dessa matéria; b) Do tomador de serviço residente ou domiciliado no exterior: aduz que os contratos são efetivados mediante a interposição de agente ou representante do Brasil do transportador estrangeiro. Porém, resta claro que o fato de o pagamento ser feito por representante no Brasil, daquela pessoa jurídica (armador estrangeiro), em reais, não descaracteriza, por si só, para efeitos de nãoincidência do PIS/Pasep e da Cofins; para tanto, cita trechos da Solução de Consulta nº 217, da Disit/SRRF/9ªRF; Fl. 214DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 211 9 c) O pagamento deve representar ingressos de divisas: alega que neste requisito para a configuração de uma prestação de serviço como exportação – entrada de divisas, a situação em estudo merece a mesma conclusão exposta item anterior; visando corroborar os entendimentos, cita a solução de Divergência Cosit nº 12/2001, indicando ainda, a necessidade de se analisar, as normas emanadas pela autoridade monetária do País (BACEN); d) Dos normativos do Banco Central do Brasil aplicáveis ao caso: tratou das condições para a não incidência (prestador de serviços residente no exterior e ingresso de dividas no País) e dos atos normativos expedidos pelo Banco Central do Brasil que seriam aplicáveis ao caso, especialmente no que concerne à estipulação da representação no Brasil de armador estrangeiro, e e) Da comprovação do valor do crédito: informa em seu recurso que todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. As notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Recorrente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. Assim, a recorrente disponibiliza as notas fiscais para conferência, no momento em que Vossa Excelência entender ser devido. Ao final, clama pela reforma da decisão recorrida, para dar provimento ao presente recurso, cancelando o procedimento administrativo, reconhecendo o valor do crédito, homologandose a compensação declarada. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Tempestivamente interposto e atendido os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso Voluntário e passo à análise das razões recursais. Análise dos Fatos da DCOMP Conforme se verifica nos autos, o valor do indébito com o qual a Recorrente declarou a compensação, objeto deste processo, seria originário de pagamento indevido ou a maior de COFINS, referente a serviços prestados para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, relativo ao mês de fevereiro de 2003. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém (PA), no seu Despacho Decisório, não reconheceu qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologou a compensação declarada, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do indébito já havia sido integralmente utilizado pára quitação de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação do débito informado na PER/DCOMP ora examinada. Já na decisão recorrida, a DRJ descreve em seus fundamentos que as declarações de compensação apresentadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil somente podem ser homologadas quando reste comprovada pelo sujeito passivo a existência do Fl. 215DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 respectivo direito creditório e que em sede de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito. Vejase trecho do acórdão abaixo transcrito: (...) Ocorre que, nos termos da disposição normativa acima transcrita e conforme já lhe havia sido anteriormente esclarecido por intermédio de Solução de Consulta, já no ano de 2007, a não incidência da contribuição vinculase a que a prestação dos correspondentes serviços seja efetuada a pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior e que o correspondente pagamento represente ingresso de divisas. Também lhe fora evidenciada a necessidade de que a prestadora dos serviços seja “signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior. Caso contrário, se a contratação for com o agente/representante da empresa estrangeira no Brasil, a prestação de serviços não alcança o benefício da não incidência do PIS/Pasep e da COFINS”. Portanto, conforme esclarecido no relatório, a questão aqui discutida é essencialmente de prova nos autos, uma vez que em relação à matéria legal a DRJ não discordou das alegações do Recorrente. No entanto, a Recorrente em seu recurso não juntou novos elementos de provas no processo, mas tão somente acrescentou argumentos aos já aduzidos na manifestação de inconformidade, mesmo após conversão do processo em diligência. No caso sob análise, em que pesem serem coerentes os seus argumentos do direito, a questão da prova (que a prestadora dos serviços seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica – armador, residente ou domiciliada no exterior), é fundamental sempre que se trate de condições de isenção. Nesse contexto, são especialmente relevantes para a elucidação da lide, os seguintes argumentos apresentados no acórdão de primeira instância: (...) Nesse sentido, foi determinada a realização de diligência para que a interessada comprovasse a alegação de que é signatária de contrato de direito privado com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, bem como trouxesse aos autos os contratos de câmbio relativos aos pagamentos correspondentes, as notas fiscais dos serviços prestados para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior e, ainda, o livro fiscal em que haveriam sido escrituradas tais receitas. Contudo, não foi apresentado qualquer contrato com pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior, ao passo que as notas fiscais de serviços trazidas aos autos foram todas emitidas para pessoas jurídicas domiciliadas em território nacional, também ratificando, o Livro Razão nº 2 do sujeito passivo, o fato de que prestou serviços diretamente a pessoas jurídicas nacionais. Logo, não encontra fundamento na prova carreada ao processo administrativo a precipitada inferência de que “o representante no País age como mero mandatário, persistindo o vínculo jurídico entre o transportador estrangeiro e o prestador de serviços brasileiros”. Ora, na hipótese de mera intermediação, haveria de existir o contrato original firmado Fl. 216DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 212 11 com o armador estrangeiro, bem como o mandato autorizando o seu representante em território nacional a atuar em seu nome, no limite dos poderes então conferidos. Na ausência de tais instrumentos jurídicos, as afirmações de que se trata, no caso concreto, de serviços prestados a pessoas jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, limitamse a mero exercício imaginativo. Também a açodada conclusão de que haveria o ingresso de divisas no País, com base apenas na “simples observância da natureza da atividade da empresa, das Notas Fiscais emitidas (...) e registros contábeis pertinentes”, não encontra suporte na prova dos autos, haja vista que tais documentos atestam exatamente o contrário, ou seja, que houve a direta prestação de serviços a residentes e domiciliados no Brasil e que, portanto, não houve o ingresso de divisas como exclusivo resultado (nexo causal) dessa atividade. Notese que o possível fato de haver o pagamento por pessoa jurídica estrangeira, em etapa comercial anterior, a uma terceira pessoa jurídica domiciliada em território nacional não autoriza a dedução de que todos os ulteriores contratos de serviço tomados por aquela terceira pessoa também representarão “prestação de serviços a residente ou domiciliada no exterior, com o ingresso de divisas”. Como é cediço, conforme assevera a legislação, para fazer prova da não incidência das contribuições, tornase relevante e essencial a Recorrente provar os dois requisitos fundamentais: da prestação de serviços e do ingresso de divisas. 1) quanto a prestação de serviços a residente ou domiciliado no exterior: conforme reportado na decisão recorrida, não foi apresentado qualquer contrato com pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior, ao passo que as notas fiscais de serviços trazidas aos autos foram todas emitidas para pessoas jurídicas domiciliadas em território nacional, também ratificando o Livro Razão nº 2 da Recorrente, o fato de que prestou serviços diretamente a pessoas jurídicas nacionais. Vejase trecho do Relatório de Diligência efetuado pela fiscalização (fl. 146): (...) Prosseguindo no atendimento ao Despacho da DRJ/Belém, item "b" sub item "b.l", cumprenos informar que NÃO nos foram apresentados contratos de direito privado firmado com as pessoas jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, em razão da inexistência de tais, tendonos sido informado que as relações negociais de contratação dos serviços se operacionaliza por intermédio dos agentes sediados no território pátrio (grifamos). 2) quanto ao ingresso de divisas: analisando a decisão a quo, concluiuse que haveria o ingresso de divisas no País, com base apenas na “simples observância da natureza da atividade da empresa, das Notas Fiscais emitidas (...) e registros contábeis pertinentes”, como asseverado pela decisão recorrida não encontra suporte na prova dos autos, haja vista que tais documentos atestam exatamente o contrário, ou seja, que houve a direta prestação de serviços a residentes e domiciliados no Brasil e que, portanto, não houve o ingresso de divisas como exclusivo resultado (nexo causal) dessa atividade. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 12 Vejase trecho do Relatório de Diligência efetuado pela fiscalização (fl. 146): (...) e quanto ao item “b.3", NÃO nos foram apresentados os contratos de cambio pois também compete aos agentes intermediários todo o tratamento dos mesmos, incluindo a conversão e repasse em moeda nacional para o pagamento dos serviços prestados pela praticagem (grifamos). Por oportuno e tratar dessa mesma matéria, transcrevese a conclusão exposta na Solução de Consulta n° 30, da SRRF/2ª RF/Disit, de 16 de outubro de 2007: “Concluise que, sendo o contratante a empresa estrangeira, a atuação do agente ou representante não descaracteriza o real contratante, nem o ingresso de divisas, o que é confirmado pela leitura da legislação cambial do Banco Central do Brasil (Bacen) p.ex., Carta Circular Bacen 2.297, de 8 de julho de 1992, revogada pela Circular Bacen n° 3.249, de 30 de julho de 2004, revogada pela Circular Bacen n° 3.280, de 9 de março de 2005, que divulga o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). “19. Assim sendo, ficam evidenciadas as premissas básicas para a não incidência, desde que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior, e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais, para conferência com o(s) contrato(s) de câmbio fechado(s) pelo agente/representante do contratante no exterior.” (g.n) No caso vertente, verificase que o Recorrente não trouxe, juntamente com sua manifestação de inconformidade e tampouco agora em sede de recurso voluntário, documentos que comprove de que é signatária de contrato de direito privado firmado com a(s) pessoa(s) jurídica(s) domiciliada(s) no exterior para a(s) qual(ais) alega ter prestado serviços, e nem os contratos de câmbio relativos aos respectivos pagamentos. Também não apresentou as cópias de notas fiscais relativas à prestação de serviços para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, totalizado, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais obrigatórios. Apresentou notas fiscais relativas à prestação de serviços para empresas nacionais. Assim, mesmo após a realização da Diligência, não quedouse comprovado que a Recorrente possui contratos de direito privado firmado com a pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior e, também, que a mesma não conseguiu comprovar o ingresso de divisas e, tampouco, o nexo causal de ingresso de divisa por meio, de pagamento direto, mediante fechamento de câmbio em banco devidamente autorizado; ou, por pagamento indireto, a débito da conta de custeio mantida pelo agente ou representante do armador adquirente do produto. Frisese, portanto, que os elementos probatórios (documentos, contratos, fechamento de câmbio, livros e as notas fiscais) e essenciais como provas, não foram anexadas aos autos e portanto não se pode acatar as alegações efetuadas de forma genérica pela recorrente, desprovidas de comprovação. Sabese que no contencioso administrativo de iniciativa do sujeito passivo, originado de pedidos de ressarcimento ou restituição ou de declarações de compensação, o crédito reivindicado consubstancia o “fato constitutivo” do direito do requerente e, portanto, fato este cuja prova lhe cabe, em princípio (CPC, artigo 333, I). Fl. 218DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.905545/200913 Acórdão n.º 3802004.000 S3TE02 Fl. 213 13 Nesse diapasão, assinalese que o Decreto nº 70.235/1972, assim dispõe acerca do tema: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993) (grifouse). Como visto nos autos, quando da manifestação de inconformidade, a Recorrente era conhecedora das condições necessárias para não incidência da contribuição na situação que lhe geraria o suposto direito creditório e teria que apresentar as provas do cumprimento daquelas premissas com o seu recurso voluntário (Solução de Consulta nº 5, de 08 de fevereiro de 2007, PAF nº 10280.005047/200618). Em síntese, a Recorrente não logrou comprovar que auferiu receitas que se subsumam ao art. 6º, II, da Lei nº 10.833/2003. Desta forma, é da Recorrente a responsabilidade pelo o não reconhecimento do direito creditório pleiteado em face da inexistência de prova de que a isenção da receita dos serviços prestados estejam, de fato, respaldados nas condições legais permissivas e portanto, resta caracterizado que as alegações da Recorrente não são suficientes a caracterizarem as condições previstas em lei. Conclusão Logo, tendo o Recorrente disposto de todas as oportunidades para comprovar seu direito creditório e não o fazendo no momento apropriado, e considerando o acima exposto e adotando os demais fundamentos do acórdão de primeira instância, com fulcro no art. 50, §1º, da Lei n. 9.784, de 1999, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 219DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 14 Fl. 220DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 13839.002482/2002-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO QUE ESGOTOU PARTE DO SALDO CREDOR DO IPI.
Comprovada a procedência do lançamento de oficio, deve-se reconhecer apenas o direito creditório resultante da reconstituição efetuada na escrita fiscal.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-002.811
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (Vice-Presidente); Fabíola Cassiano Keramidas,, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
Nome do relator: MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO
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LANÇAMENTO DE OFÍCIO QUE ESGOTOU PARTE DO SALDO CREDOR DO IPI. Comprovada a procedência do lançamento de oficio, devese reconhecer apenas o direito creditório resultante da reconstituição efetuada na escrita fiscal. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (Assinado digitalmente) MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ – Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente); Fabíola Cassiano Keramidas,, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 24 82 /2 00 2- 00 Fl. 225DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13839.002482/200200 Acórdão n.º 3302002.811 S3C3T2 Fl. 392 2 Tratase de recurso voluntário apresentado contra o Acórdão DRJ/RPO nº 9.844, de 11 de novembro de 2005, (efls 210 a 216), que, relativamente ao pedido de ressarcimento de IPI e posterior pedido de compensação, julgou por unanimidade de votos, em indeferir a solicitação, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada na impugnação. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO QUE ESGOTOU PARTE DO SALDO CREDOR DO IPI. Comprovada a procedência do lançamento de oficio, devese reconhecer apenas o direito creditório resultante da reconstituição efetuada na escrita fiscal. Solicitação Indeferida” Na origem, tratase de pedido de ressarcimento de saldo credor de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Período de Apuração de 01/04/2002 a 30/06/2002, relativos a créditos decorrentes da aquisição de insumos utilizados na fabricação de produtos considerados pela contribuinte como sendo tributados à alíquota zero, no valor histórico total de R$ R$ 280.490,16, cumulado com pedido de compensação daquele mesmo montante com débitos de Cofins efetuado pelo o processo nº 13839.003575/200324, em apenso. O Pedido de ressarcimento foi parcialmente deferido no valor de R$ 163.326,13, conforme Informação Fiscal e Despacho Decisório de efls. 188/189, sendo que, da parte negada, R$ 368,78 foram estornados por se referirem ao IPI pago na aquisição de insumos empregado em produtos NT e o restante em razão da reconstituição da escrita fiscal efetuada pela fiscalização, como decorrência da apuração de saídas de chás com erro de classificação fiscal utilizada pela contribuinte, cujo crédito tributário daí decorrente foi constituído no Auto de Infração que consta no processo n° 13839.003294/200371. A contribuinte tempestivamente manifestou sua inconformidade com as razões de efolhas 194 a 199, na qual discorda da reconstituição da escrita fiscal em face da incidência do IPI na saída dos produtos chás em decorrência do entendimento da fiscalização acerca da classificação fiscal dos mesmos, código TIPI/98 2202.10.00, cuja síntese tomo de empréstimo do relatório do acórdão recorrido: “3.Tempestivamente, o interessado apresentou sua manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que os indigitados produtos são obtidos da infusão de ervas como chá preto e chá mate que representam 90% (noventa por cento) do total do produto final, sendo ínfimas as quantidades de açúcar, suco de frutas e aromatizante, conforme discriminação de composição e percentagens em peso de cada componente, e obedecem rigorosamente aos padrões de identidade e de qualidade fixados pelo Ministério da Agricultura. De acordo com o Capítulo 21 da TIPI, posição 21.01, " Extratos, essências e concentrados de Fl. 226DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13839.002482/200200 Acórdão n.º 3302002.811 S3C3T2 Fl. 393 3 café, chá ou de mate e preparações à base destes produtos ou à base de café, chá ou de mate", há classificação fiscal específica para preparações à base de chá e de mate, enquanto que o Capítulo 22 alberga bebidas em geral, líquidos alcoólicos e vinagres. O fato de os produtos líquidos serem caracterizados como bebidas não é fator determinante para o enquadramento, mais genérico, no Capítulo 22 da TIPI (produtos cuja matéria constitutiva é a água associada a outras matérias como açúcar e aromatizantes); tratamse, na verdade, de obras constituídas, ainda que parcialmente, de chá ou de mate, com classificação adequada na subposição 2101.20, mais específica em relação à outra classificação referida. 4. Enfatizando que a decisão proferida pelo MM. Juiz da 42ª Vara Cível determinou a suspensão de quaisquer ações ou execuções contra a Parmalat Alimentos, por se encontrar sob administração judicial provisória, não haveria que se falar em recolhimento do saldo devedor, encerrou solicitando o reconhecimento do direito creditório pleiteado.” No voto do Acórdão ora recorrido, o relator registra que a contribuinte deixou de se manifestar especificamente contra a glosa de R$ 368,78 (IPI pago na aquisição de insumos empregado em produtos NT), o que resulta em falta de impugnação, ao teor do artigo 17 do Decreto n° 70.2235/72 e, no que se refere à glosa do crédito IPI decorrente aquisição insumos utilizados na produção de Chás, indefere o pedido reproduzindo o fundamento da decisão acerca da classificação fiscal dos produtos em questão efetuado no julgamento do processo n° 13839.003294/200371, que se refere ao Auto de Infração decorrente do erro da classificação. No recurso voluntário, a contribuinte reprisa os argumentos sobre a classificação fiscal dos chás que produz e acrescenta o argumento de que a classificação fiscal adotada pela Recorrente é resultado da estrita obediência às normas e às orientações das autoridades administrativas, citando .as Orientações NBM/DISIT/SRRF/la RF n".s 006/95, 007/95, 008/95 e 009/95, bem como a Portaria n° 544/1998, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MAA) — órgão responsável para disciplinar as exigências fitosanitárias e os padrões mínimos de segurança dos alimentos, o que urge seja aplicado ao caso o artigo 100, parágrafo único, do Código Tributário Nacional,. Em face do recurso voluntário apresentado, a unidade de origem remete o processo ao CARF. Mas, por meio do Despacho de efl.279, Vol. II, declara intempestiva a apresentação do recurso voluntário, por ter considerado que a ciência do Acórdão da Autoridade Julgadora de 1ª Instância Administrativa deuse em 21/12/2005 e que a apresentação do recurso voluntário teria sido em 26/01/2006. Na sessão de 28/03/2007, os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, decidiram no Acórdão nº 20180.181em não conhecer do recurso, por ser o mesmo intempestivo. A contribuinte, então, apresenta embargos de declaração contra a decisão proferida por meio do Acórdão nº 20180.181, no qual não se conheceu de recurso voluntário por intempestividade, alegando contradição no teor do acórdão quanto às datas da intimação da decisão que indeferiu a manifestação de inconformidade e do protocolo do recurso voluntário. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13839.002482/200200 Acórdão n.º 3302002.811 S3C3T2 Fl. 394 4 Através do Despacho n° 2101039 (efl. 378), o Presidente da Primeira Câmara da Segunda Seção do CARF encaminhou o processo ao órgão de origem para manifestarse sobre a data da postagem e da ciência. Em resposta à efl. 385, o órgão de origem informa que, de fato, a ciência ocorreu no dia 23/12/2005 e não no dia 21/12/2005 e que conforme cópia do "AR" de efl. 372, a data de postagem do mesmo recurso ocorreu em 24/01/06, e recepcionada na DRF/Jundiai em 25/01/06, sendo, portanto, tempestivo o recurso voluntário. Em razão da inexatidão material no acórdão n° 20180.181, devida a lapso manifesto, o Presidente da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Sessão emite o Despacho nº 302001, de 21 de janeiro de 2010, para retificar o Acórdão embargado, conforme determina o art. 66 do Regimento Interno do CARF (Portaria MF n° 256/2009 —Anexo II) para: (i) considerar que a ciência da decisão de primeira instância ocorreu no dia 23/12/2005; (ii) considerar tempestivo o recurso voluntário; e (iii) conhecer do recurso voluntário. Considerando que a Conselheira Relatora do acórdão n° 20180.181 não mais exerce mandato no CARF, o processo foi a mim distribuído, na forma do §3° do art. 50 do Regimento Interno do CARF (Portaria MF n° 256/2009 — Anexo II). É o relatório. Voto Conselheira MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ Tendo sido os embargos acolhidos e verificada a tempestividade do recurso voluntário da contribuinte que, igualmente, atende aos demais requisitos de admissibilidade, deve o mesmo ser conhecido. Constatase que o litígio referese à classificação fiscal dos chás: Chá mate com limão e chá preto com tangerina, frutas vermelhas e pêssego, fabricados pela contribuinte, tendo em vista que a contribuinte entende classificarse no código 2101.2020, sujeito à alíquota zero e a fiscalização entende ser classificados no código 2202.10.00 da TIPI/98, Decreto n° 97.410/88, aplicandose aos mesmos a tabela II atos Declaratórios SRF n° 72/99 e redução de 50% conforme NC (221) do capitulo 22, conforme Despacho Homologatório COSIT /DINOM N° 38, de 11/0711996. E, como relatado, em face desse entendimento, a fiscalização efetuou a reconstituição da escrita fiscal e apurou saldo devedor de IPI, lançando o correspondente Crédito tributário por meio de Auto de Infração objeto do Processo nº 13839.003294/200371. Portanto, a decisão acerca do valor de ressarcimento do crédito decorrente da aquisição dos insumos utilizados na produção de referidos chás está diretamente vinculada à decisão definitiva prolatada nos autos do Processo nº 13839.003294/200371, que se refere ao lançamento de ofício do IPI decorrente da reconstituição da escrita fiscal em função da reclassificação fiscal desses produtos. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13839.002482/200200 Acórdão n.º 3302002.811 S3C3T2 Fl. 395 5 Tanto é assim, que a decisão da DRJ, ora recorrida, fundamentou o seu voto, transcrevendo o fundamento do voto prolatado pela Autoridade Julgadora de 1ª Instância Administrativa naquele processo. O Processo de lançamento do IPI decorrente da reconstituição da escrita fiscal em face do apontado erro de classificação fiscal de nº 13839.003294/200371 é, na sua origem, um processo em papel e encontrase na Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional de Jundiaí/SP desde a data de 09/12/2008 (conforme pesquisa efetuada no COMPROT nesta data, cuja tela anexo aos autos è efl. 934), e até o momento não foi digitalizado. Embora não se tenha como analisar referido processo por meio do sistema e processo, por não estar o mesmo digitalizado, em consulta ao sítio do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, verificase inexistir para aquele processo qualquer Acórdão proferido pela Segunda Instância de Julgamento Administrativo, o que leva à conclusão de que a Decisão Administrativa Transitada em Julgado é a prolatada pela Autoridade Julgadora de 1ª Instância Administrativa, cujo fundamento já foi utilizado pelo o Acórdão recorrido, que o transcreveu. Desta forma, em face da vinculação à decisão definitiva prolatada nos autos do Processo nº 13839.003294/200371, nada há de se alterar no Acórdão DRJ/RPO nº 9.844, de 11 de novembro de 2005, ora recorrido, motivo pelo o qual adoto e ratifico, com fulcro. no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99, os fundamentos utilizados no voto do Acórdão ora recorrido. CONCLUSÃO Com base no exposto, conduzo o meu voto no sentido de Negar Provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) Maria da Conceição Arnaldo Jacó Relatora Fl. 229DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 15504.018038/2008-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/09/2003 a 28/02/2007
RELATÓRIO DE REPRESENTANTES LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA.
O Relatório de Representantes Legais representa mera formalidade exigida pelas normas de fiscalização, em que é feita a discriminação das pessoas que representavam a empresa ou participavam do seu quadro societário no período do lançamento, não acarretando, na fase administrativa do procedimento, qualquer responsabilização das pessoas constantes daquela relação.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
O fisco fundamentou a multa aplicada na legislação vigente quando da ocorrência do fato gerador, inexistindo a alegada falta de base legal para imposição da multa.
FALTA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO E DECLARAÇÃO INCORRETA EM GFIP. MULTA MAIS BENÉFICA. AFERIÇÃO CONSIDERANDO TODOS AS LAVRATURAS EFETUADAS NA AÇÃO FISCAL.
Nos casos em que tenha havido falta de recolhimento das contribuições e declaração incorreta dos fatos geradores em GFIP, para a aferição da multa mais benéfica, deve-se cotejar a soma das multas por inadimplemento da obrigação principal (art. 35 da Lei n.º 8.212/1991) e por descumprimento da obrigação acessória (§ 5.º do art. 32 da Lei n.º 8.212/1991) com a atual multa de ofício (art. 35-A da Lei n.º 8.212/1991), prevalecendo a que seja mais favorável ao contribuinte.
MULTA CARÁTER CONFISCATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Não pode a autoridade fiscal ou mesmo os órgãos de julgamento administrativo afastar a aplicação da multa legalmente prevista, sob a justificativa de que tem caráter confiscatório.
JUROS SELIC. INCIDÊNCIA SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS ADMINISTRADOS PELA RFB.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 2401-003.595
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, I) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso do responsável subsidiário. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento. Apresentará declaração de voto o conselheiro Igor Araújo Soares. II) Por unanimidade de votos: a) afastar a preliminar de nulidade do lançamento; e b) rejeitar a arguição de decadência. III) Pelo voto de qualidade, no mérito, quanto aos demais recursos voluntários, dar provimento parcial para aplicar a multa mais benéfica ao sujeito passivo, a qual terá como teto o percentual previsto no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/1996 subtraído da multa imposta no AI relativo à exigência da obrigação principal (processo n. 15504.018030/2008-34). Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que aplicavam a regra mais benéfica contida no art. 32-A, I, da Lei nº 8.212/91.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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REGRAS DE ISENÇÃO. ART. 14 DO CTN. Não se aplicam às contribuições sociais as regras de isenção previstas no art. 14 do Código Tributário Nacional. MULTA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. INOCORRÊNCIA. O fisco fundamentou a multa aplicada na legislação vigente quando da ocorrência do fato gerador, inexistindo a alegada falta de base legal para imposição da multa. FALTA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO E DECLARAÇÃO INCORRETA EM GFIP. MULTA MAIS BENÉFICA. AFERIÇÃO CONSIDERANDO TODOS AS LAVRATURAS EFETUADAS NA AÇÃO FISCAL. Nos casos em que tenha havido falta de recolhimento das contribuições e declaração incorreta dos fatos geradores em GFIP, para a aferição da multa mais benéfica, devese cotejar a soma das multas por inadimplemento da obrigação principal (art. 35 da Lei n.º 8.212/1991) e por descumprimento da obrigação acessória (§ 5.º do art. 32 da Lei n.º 8.212/1991) com a atual multa de ofício (art. 35A da Lei n.º 8.212/1991), prevalecendo a que seja mais favorável ao contribuinte. MULTA CARÁTER CONFISCATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Não pode a autoridade fiscal ou mesmo os órgãos de julgamento administrativo afastar a aplicação da multa legalmente prevista, sob a justificativa de que tem caráter confiscatório. JUROS SELIC. INCIDÊNCIA SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS ADMINISTRADOS PELA RFB. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 01 80 38 /2 00 8- 09 Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 2 devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/2003 a 28/02/2007 AQUISIÇÃO DE ESTABELECIMENTO. EMPRESA ALIENANTE MANTÉM ATIVIDADE. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADQUIRENTE. A pessoa jurídica que adquire estabelecimento comercial, industrial ou profissional e continua na exploração da atividade deste, responde subsidiariamente pelos tributos devidos pelo estabelecimento adquirido, quando o alienante permanece na exploração da mesma ou de outra atividade. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/09/2003 a 28/02/2007 RELATÓRIO DE REPRESENTANTES LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. O Relatório de Representantes Legais representa mera formalidade exigida pelas normas de fiscalização, em que é feita a discriminação das pessoas que representavam a empresa ou participavam do seu quadro societário no período do lançamento, não acarretando, na fase administrativa do procedimento, qualquer responsabilização das pessoas constantes daquela relação. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, I) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso do responsável subsidiário. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento. Apresentará declaração de voto o conselheiro Igor Araújo Soares. II) Por unanimidade de votos: a) afastar a preliminar de nulidade do lançamento; e b) rejeitar a arguição de decadência. III) Pelo voto de qualidade, no mérito, quanto aos demais recursos voluntários, dar provimento parcial para aplicar a multa mais benéfica ao sujeito passivo, a qual terá como teto o percentual previsto no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/1996 subtraído da multa imposta no AI relativo à exigência da obrigação principal (processo n. 15504.018030/200834). Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que aplicavam a regra mais benéfica contida no art. 32A, I, da Lei nº 8.212/91. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo – Relator Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.245 3 Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 4 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 02 28.206 de lavra da 7.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Belo Horizonte (MG), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.199.5396. O crédito em questão referese à aplicação de multa em razão da empresa haver deixado de declarar na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP os fatos geradores de contribuições previdenciárias relacionados em planilha anexada ao AI. Foram arroladas como devedoras solidárias pelo crédito tributário as seguintes empresas: Educação Infantil e Ensino Fundamental Savassi Ltda/CNPJ: 05.385.879/000150; Educação Infantil e Ensino Fundamental Pampulha Ltda/CNPJ: 05.401.768/000190; Pampulha Ensino Fundamental Ltda/CNPJ: 06.001.557/0001 23; Educação Infantil e Ensino Fundamental Mangabeiras Ltda/CNPJ: 05.401.766/000100; Educação Infantil e Ensino Fundamental Sete Lagoas Ltda/ CNPJ: 05.392.395/000139; Mangabeiras Ensino Fundamental Ltda/CNPJ:06.001.546/000143; Colégio Sete Lagoas Ensino Fundamental Ltda/ CNPJ: 04.901.337/000120; Centro Mineiro de Ensino Superior CEMES Ltda/ CNPJ: 02.636.995/000107; Sociedade Educacional Sistema Ltda/CNPJ: 23.840.945/0001 17; Promove Participações Ltda/CNPJ: 05.376.569/000170; Promove Serviços Educacionais Ltda/CNPJ: 05.376.559/000134; Promove Cursos Livres e Mercantil Ltda/CNPJ: 42.975.896/000174; Magle Edição Comércio e Distribuição de Livros Ltda/CNPJ: 05.399.437/000163. Para justificar a existência de interesse comum entre as empresas de modo a justificar a atribuição da responsabilidade solidária, nos termos do inciso I do art. 124 do CTN, o fisco apontou os fatos abaixo. Verificação de movimentações financeiras recíprocas, com a intitulação contábil em conta sintética do Ativo Circulante denominada “Créditos com Empresas Coligadas”, com desdobramento em contas analíticas, as quais foram intituladas com o nome das empresas mencionadas. Há também no passivo contas que indicam a interligação entre as empresas, sintetizadas na conta do passivo circulante intitulada “Coligadas”, cujos lançamentos referem se a movimentações entre as empresas, inclusive empréstimos. Os departamentos jurídicos, contábeis e fiscais das empresas arroladas como solidárias são centralizados no endereço onde a fiscalização foi atendida. Transferência de funcionários entre as integrantes do grupo e prestação de serviços concomitantes a mais de uma empresa. Quadros societários de parte das empresas integrados pelas mesmas pessoas físicas. Apresentação das GFIP com mesmas incorreções, além da falta de recolhimento das contribuições, inclusive daquelas descontadas dos empregados. Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.246 5 A Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS/CNPJ: 22.669.915/000127 foi colocada na posição de devedora subsidiária pelo cumprimento das obrigações tributárias em questão, em razão de aquisição da marca PROMOVE e por ter criado estabelecimentos que passaram a funcionar nos mesmos endereços que funcionavam filiais da autuada. Afirmase ainda que a SOEBRAS adquiriu, mediante contrato de alienação de estabelecimento empresarial, a propriedade de todos os bens corpóreos e incorpóreos, incluindo móveis e imóveis, dos estabelecimentos da autuada. Concluiu o fisco que deveria atribuir a responsabilidade subsidiária à SOEBRAS com base no inciso II do art. 133 do CTN. Cientificadas do lançamento em 12/11/2008, compareceram conjuntamente ao processo todas as empresas listadas como solidárias para apresentar defesa. Também impugnou o lançamento a empresa arrolada na condição de devedora subsidiária. A DRJ declarou improcedentes as impugnações em acórdão que carregou a seguinte ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/09/2003 a 28/02/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP.OMISSÃO DE FATOS GERADORES. Constitui infração à legislação previdenciária a apresentação da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, com omissão de fato gerador de contribuição previdenciária. POLO PASSIVO. COOBRIGADOS. No polo passivo estão incluídas as pessoas jurídicas responsáveis pelo pagamento do crédito lançado, contribuinte e componentes do mesmo grupo econômico, por solidariedade. MULTA. JUROS. ARGUIÇÃO DE CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. A alegação de que a multa em face de seu elevado valor é confiscatória não pode ser discutida nesta esfera de julgamento, pois se trata de exigência fundada em legislação vigente, à qual este julgador está vinculado. REPRESENTAÇÃO FISCAL. É obrigação legal do Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil a formalização de Representação Fiscal para Fins Penais sempre que, no exercício de suas funções, constatar a ocorrência, em tese, de crime contra a Seguridade Social. JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRAZOS. PRECLUSÃO TEMPORAL. Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 6 A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. AQUISIÇÃO DE ESTABELECIMENTO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato. IMPUGNAÇÃO Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. Tendo a autoridade fiscal observado o cumprimento dos requisitos legais indispensáveis à validade do lançamento do crédito tributário, eventuais questionamentos acerca da emissão ou execução do MPF, por constituir essencialmente um instrumento de controle administrativo, não importam em nulidade do procedimento fiscal. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. MOMENTO DO CÁLCULO. A lei aplicase a fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A comparação para determinação da multa mais benéfica deverá ser feita por ocasião do pagamento ou do parcelamento do débito. Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformadas, as empresas arroladas como responsáveis pelo pagamento do crédito tributário apresentaram recurso para, em síntese, argumentar que: a) a penalidade no valor de R$ 366.242,17 é desprovida de fundamentação legal, uma vez que a norma que lhe daria guarida foi revogada pela MP n. 449/2008, posteriormente convertida na Lei n. 11.941/2009; b) deve ser aplicada neste caso a norma do art. 32A da Lei n. 8.212/1991; Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.247 7 c) as dívidas contraídas pelo grupo PROMOVE não poderão ser cobradas da SOEBRAS, conquanto inexiste previsão legal de que o uso da marca acarreta responsabilidades tributárias; d) a mera inadimplência não implica redirecionar a cobrança para as pessoas físicas dos sócios, uma vez que aquela situação decorre de vários fatores inerentes à atividade econômica, independentemente da vontade dos sócios das empresas; g) os acréscimos legais aplicados possuem efeito confiscatório; h) é certo que as dívidas do grupo Promove foram transferidas à SOEBRAS por sucessão, ocorre que esta tem imunidade tributária garantida pelo inciso VI do art. 150 da Constituição Federal e pelo art. 14 do CTN; i) sendo a SOEBRRAS entidade beneficente de assistência social, a sua imunidade depende apenas do preenchimento dos requisitos do art. 14 do CTN, não se subordinando a qualquer outra norma da legislação infraconstitucional. Ao final, requereram: a) seja aplicada penalidade menos severa aos recorrentes, a teor do que dispõe o art. 106, inciso II, alínea "c" d o CTN; b) seja reconhecida a ilegitimidade da SOEBRAS para figurar como devedora das dívidas contraídas pelo grupo "Promove", pela mera utilização da marca em contrato de licença para uso de marca; c) sejam excluídos do pólo passivo da obrigação dos os sócios dos ora recorrentes; d) sejam reduzidas as multas aplicadas, em homenagem ao disposto no art. 150, IV da Carta Magna c/c art. I o da Lei 9.784/1999; e) seja reconhecida a imunidade tributária da SOEBRAS, atingindo os contratos de trespasse realizados com todos os entes que foram objeto do aludido contrato. É o relatório. Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 8 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Dos limites da lide Nos termos do art. 17 do Decreto n. 70.235/1972, considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo sujeito passivo. Assim, tendose em conta que não foram objeto de recurso a ocorrência da infração, nem ainda atribuição da responsabilidade solidária ao grupo de empresas indicadas no relatório fiscal, essas matérias não fazem parte da presente lide, devendo prevalecer o entendimento expresso na peça acusatória. Responsabilidade solidária da SOEBRÀS A empresa SOEBRAS foi arrolada como devedora subsidiária pelo crédito tributário em questão, mediante o Termo de Sujeição Passiva de fls. 211/215. A fundamentação para responsabilização foi o inciso II do art. 133 do CTN, verbis: "Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão." O Termo de Sujeição informa que a Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS adquiriu do Grupo Promove, do qual faz parte a autuada, a licença para utilização da marca “Promove”. Afirmase ainda que a licenciada criou estabelecimentos que passaram a funcionar no local onde anteriormente funcionavam as empresas licenciantes. Tais fatos demonstram de que, ao contrário do que afirmam as recorrentes, a SOEBRAS adquiriu não apenas a licença para explorar a marca “Promove”, mas assumiu os estabelecimentos de ensino, conforme demonstrado nos autos. A responsabilidade subsidiária em debate, foi atribuída a SOEBRAS em razão da aquisição de fundo de comércio por esta, através de Contrato de Trespasse, firmado em 15/10/2007. Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.248 9 A invocada imunidade da SOEBRÁS com base no art. 150, VI, da Constituição Federal não se sustenta. Vejamos: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (...) Como se pode ver do comando constitucional, a imunidade ali traçada diz respeito apenas aos impostos, que é espécie tributária diferente de contribuição, exação tratada no presente AI. Na verdade, o desdobramento infraconstitucional do inciso IV do art. 150 da Lei Maior encontrase na alínea “c” do inciso IV do art. 9.º e no art. 14, ambos do CTN, assim redigidos: Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV cobrar imposto sobre: (...) c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 10.1.2001) (...) Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 10 I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) II aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. (...) Como se pode ver, esses dispositivos do CTN têm aplicação restrita à imunidade/isenção relacionada aos impostos. Para as contribuições destinadas à Seguridade Social, o legislador constituinte reservou o § 7.º do art. 195 quando pretendeu tratar de imunidade/isenção, dispositivo esse que foi regulamentado pelo art. 55 da Lei n.º 8.212/1991 e hoje é tem regramento ordinário na Lei n.º 12.101/2009. Ressaltese que em nenhum momento as recorrentes demonstraram que a empresa SOEBRÀS possuía os requisitos da legislação previdenciária que lhe garantisse o benefício da desoneração da cota patronal. Devese também ressaltar que no AI sob cuidado está sendo exigida multa por descumprimento de obrigação acessória, a qual não é alcançada pela suposta imunidade. Exclusão de representantes legais O pedido para exclusão dos representantes legais do polo passivo da relação tributária não merece acolhida. É que não há a vinculação dos mesmos na condição de devedores. No presente caso, a responsabilização é das empresas arroladas, os sócios e gerentes, por serem os representantes legais do sujeito passivo, constam da relação anexada ao AI apenas para cumprir formalidade das normas emanadas da Administração, sendo que este rol tem caráter apenas informativo O Fisco não atribuiu responsabilidade direta aos sócios/gestores, mas apenas elencou no relatório fiscal, quais seriam os responsáveis legais da empresa para efeitos cadastrais. Assim, a empresa carece de interesse de agir quanto ao pedido exclusão dos representantes legais, posto que inexiste a alegada responsabilização dos mesmos pelo crédito. Do caráter confiscatório dos acréscimos legais Suscitaram as recorrentes a inconstitucionalidade da multa aplicada, em face do seu caráter confiscatório. Na análise dessa razão, não se pode perder de vista que o lançamento da penalidade por descumprimento de obrigação acessória é operação vinculada, que não comporta emissão de juízo de valor quanto à agressão da medida ao patrimônio do sujeito passivo, haja vista que uma vez definido o patamar da quantificação da penalidade pelo legislador, fica vedado ao aplicador da lei ponderar quanto a sua justeza, restandolhe apenas aplicar a multa no quantum previsto pela legislação. Cumprindo essa determinação a autoridade fiscal, diante da ocorrência da infração fato incontestável aplicou a multa no patamar fixado na legislação, conforme muito bem demonstrado no AI, em que são expressos o fundamento legal e os critérios utilizados para a gradação da penalidade aplicada. Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.249 11 Além do mais, salvo casos excepcionais, é vedado a órgão administrativo declarar inconstitucionalidade de norma vigente e eficaz. No âmbito do julgamento administrativo, a matéria acabou por ser sumulada, como se vê do seguinte enunciado de súmula: Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Essa súmula é de observância obrigatória, nos termos do “caput” do art. 72 do Regimento Interno do CARF1. Como se vê, este Colegiado falece de competência para se pronunciar sobre as alegações de inconstitucionalidade de lei e decreto trazidas pelas recorrentes. Quanto aos juros, que correrão a partir da data da lavratura, é legítimo o seu cálculo pela taxa Selic, conforme entendimento sumulado nesse tribunal administrativo. Eis o a redação do enunciado: Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. A multa aplicada Não tem razão de ser a alegação dos recorrentes de que a multa foi imposta sem a devida fundamentação legal. Nos termos do relatório de aplicação da multa, a penalidade teve por base legal o § 5. do art. 32 da Lei n. 8.212/1991, vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, o qual foi revogado pela MP n. 449/2008, posteriormente convertida na Lei n. 11.941/2009. De fato, em razão dessa modificação no cálculo da multa, devese atentar para o disposto na alínea “c” do inciso II do art. 106 do CTN, que determina a aplicação retroativa da penalidade que seja mais favorável que aquela vigente na data da ocorrência do fato gerador. Conforme já dito com o advento da Medida Provisória MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2009, houve profunda alteração no cálculo das multas decorrentes de descumprimento das obrigações acessórias relacionadas à GFIP. Na sistemática anterior, a infração de omitir fatos geradores em GFIP era punida com a multa correspondente a cem por cento da contribuição não declarada, ficando a penalidade limita a um teto calculado em função do número de segurados da empresa. Quanto havia lançamento da obrigação principal relativo aos fatos geradores não declarados, o sujeito passivo ficava também sujeito à aplicação da multa de mora nos créditos lançados, num percentual do valor principal que variava de acordo com a fase 1 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. (...) Fl. 1254DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 12 processual do lançamento, ou seja, quanto mais cedo o contribuinte quitava o débito, menor era a multa imposta. Com a nova legislação, há duas sistemáticas de aplicação da multa. Inexistindo o lançamento das contribuições, aplicase apenas a multa de ofício prevista no art. 32A da Lei n. 8.212/1991, que é calculada a partir de um valor fixo para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas, nos seguintes termos: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (...) Todavia pelo art. 35A da mesma Lei, também introduzido pela Lei n. 11.941/2009, ocorrendo o lançamento da obrigação principal, a penalidade decorrente do erro ou omissão na GFIP fica incluída na multa de mora constante no crédito constituído. Deixa, assim, de haver cumulação de multa punitiva e multa moratória, condensandose ambas em valor único. Vejam o diz o dispositivo: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. É que o art. 44, I, da Lei n. 9.430/19962 prevê que, havendo declaração inexata ou omissa de tributo, acompanhado da falta de recolhimento do mesmo, devese aplicar a multa ali especificada. Como já exposto, nessas situações, a multa agora é una para ambas as infrações, descumprimento das obrigações principal e acessória. Diante das considerações acima expostas, não há como se aplicar na situação em tela o art. 32A da Lei n. 8.212/1991, como requer o sujeito passivo, posto que houve na espécie lançamento das contribuições correlatas. A situação sob enfoque pede a aplicação do art. 35A da mesma Lei, o qual pode ou não ser mais benéfico ao contribuinte, posto que, para os casos em que o teto para aplicação da multa previsto na legislação revogada fica muito abaixo do valor da contribuição não declarada, há a possibilidade do valor da penalidade aplicada com fulcro na sistemática legal anterior situarse num patamar inferior àquela calculada com base na norma atual. Deve, então, o órgão responsável pela liquidação do acórdão aplicar a multa mais benéfica ao sujeito passivo, a qual terá como teto o percentual previsto no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/1996 subtraído da multa imposta no AI relativo à exigência da obrigação principal (processo n. 15504.018030/200834). 2 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) Fl. 1255DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.250 13 Conclusão Voto por afastar a decadência, a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, por dar provimento parcial ao recurso para que a multa seja limitada a 75% da contribuição não declarada menos a multa aplicada sobre as contribuições previdenciárias no AI relativo à exigência da obrigação principal (processo n. 15504.018030/200834). Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 1256DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 14 Declaração de Voto Conselheiro Igor Araújo Soares. Sr. Presidente, pedi vista dos autos em razão do apontamento constante no relatório do Em. e nobre Relator, no sentido de que houve a lavratura, no presente caso, de relatório de sujeição passiva subsidiária da empresa SOEBRAS. Por tais motivos, entendo necessário que sejam esclarecidos alguns institutos de salutar importância na seara do direito tributário acerca da sujeição passiva da relação jurídicotributária para que se aplique o melhor direito ao caso. Nos termos do CTN a obrigação tributária nasce a partir da ocorrência do fato gerador, devendo ser constituído o crédito tributário em face daquele que venha a ser o sujeito passivo da relação com o Estado. Neste ínterim, à luz do artigo 121 do CTN o sujeito legalmente obrigado ao adimplemento da obrigação tributária é o contribuinte, pessoa que possua relação direta com a situação que constitua o fato gerador, ou mesmo, terceiros eleitos como responsáveis, que também poderão figurar como sujeito passivo da obrigação tributária principal, mesmo sem possuir relação com o fato gerador da obrigação tributaria acessória ou principal. Vejamos o que dispõe o mencionado artigo: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz se: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Nesse sentido, o contribuinte (denominado,pela doutrina, de sujeito passivo direto) tem relação causal, direta e pessoal com o fato gerador decorrente da obrigação tributária (artigo 121, I, do CTN), ao passo que o responsável tributário (por alguns chamado sujeito passivo indireto ou devedor indireto) não apresenta qualquer ligação direta ou pessoal com fato gerador da obrigação tributária, mas que assume essa condição única e exclusivamente por expressa previsão em Lei (artigo 121, II do CTN). Interessante notar que o CTN, em seu artigo 128, prevê de forma expressa a possibilidade de atribuição da responsabilidade pelo crédito tributário a terceiros, seja em caráter exclusivo ou mesmo supletivo, este último, quando ambos podem vir a responder pela mesma obrigação, vejamos: "Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do Fl. 1257DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.251 15 contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação." Assim, verificase que o objetivo do legislador pátrio ao criar o instituto da responsabilidade tributária foi e continua sendo o de assegurar à Fazenda Pública mecanismos que permitam o recebimento dos créditos tributários devidos pelos sujeitos passivos da obrigação tributária, que podem ser mais de uma, e sejam destinados a custear o Estado de maneira efetiva e menos dispendiosa. Logo, a meu ver, o art. 121 do CTN é por demais enfático a conferir seja para o contribuinte com relação direta com o fato gerador, ou mesmo o responsável, a qualidade de sujeito passivo da obrigação tributária. Por sua vez, o CTN prevê dois tipos distintos de responsabilização de terceiros pelo crédito tributário, a saber, na forma solidária e subsidiária. Em falando do instituto da solidariedade, em face de não haver qualquer definição nas leis tributárias de qual venha a ser o seu conceito, valhome daquilo o que o Código Civil dispõe sobre o tema, em respeito ao disposto no art. 110 do CTN. E assim se definiu a solidariedade na Lei civil (CC/1916) : Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. E o seu efeito prático é o seguinte: Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Logo, a meu ver, em se tratando de casos em que a solidariedade vem a ser aplicada aos lançamentos tributários, outra não pode ser a conclusão, senão a de que, quando apuradas diferenças a menor no recolhimento da contribuição previdenciária o fisco pode executar ou mesmo efetuar o lançamento tributário em face de qualquer dos devedores co obrigados, posto que cada um deles responde in totum pela obrigação constituída. Caberá, no entanto, ao coobrigado que efetuar o pagamento do tributo lançado, o direito regressivo contra o sujeito passivo direto ou demais a fim de reaver, em ação própria, o montante que não era de sua responsabilidade. Sobre o assunto, trago à colação excerto do Voto do Em. Min. Luiz Fux nos autos do RESP n. 719.350/SC, DJE 21/02/2011, que assim se manifestou: “Acerca da obrigação tributária solidária, forçoso ressaltar que é de sua essência a unicidade da relação jurídica tributária em seu pólo passivo, o que autoriza a autoridade administrativa a direcionarse contra qualquer um dos coobrigados (contribuintes entre si, responsáveis entre si, ou contribuinte e Fl. 1258DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 16 responsável), que responderá in totum et totaliter pelo débito fiscal.” No mesmo sentido BERNARDO RIBEIRO DE MORAES: "Qualquer pessoa colocada por lei na qualidade de devedora da prestação tributária, será sujeito passivo, pouco importando o nome que lhe seja atribuído ou a sua situação de contribuinte ou responsável" (Bernardo Ribeiro de Moraes, in "Compêndio de Direito Tributário", 2º Volume, 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2002, pág. 279). E também MIZABEL DERZI: "2. RESPONSABILIDADE EM SENTIDO LATO Há duas acepções da palavra responsabilidade, utilizadas pelo Código Tributário Nacional. Uma lata, comum a todo dever jurídico, claramente expressa no art. 128, e implícita nos demais dispositivos do mesmo Código, e outra restrita e técnica, designante da espécie de sujeito passivo diferente do contribuinte (art. 121). O sentido lato da expressão é comum às relações jurídicas em geral. É que inexiste dever jurídico ou obrigação sem responsabilidade. A responsabilidade é inerente ao dever jurídico, significando aptidão para suportar a sanção. Todo dever jurídico, quando descumprido, submete o seu titular às sanções, execução forçada e multas. Enfim, pode o titular do direito lesado, a Fazenda Pública, desencadear a aplicação da sanção, para haver, do patrimônio do devedor, os bens necessários à satisfação do crédito. A responsabilidade é do tamanho do patrimônio do devedor. (...) A responsabilidade, inerente que é ao dever jurídico, pode, assim, ficar latente, potencial, assim como o desencadeamento da sanção. O que importa é que todo dever jurídico guarda em si essa virtualidade. Nesse sentido amplo, o contribuinte é tão responsável quanto o 'responsável', definido no art. 121. Ao dever de cada um deles, é inerente a responsabilidade, de modo que o patrimônio de cada um tanto do contribuinte, quanto do 'responsável' garante o cumprimento da obrigação. Por isso, o art. 128 do CTN fala expressamente na responsabilidade do contribuinte. É importante, assim, concluir: sendo o contribuinte titular do dever, é responsável pelo cumprimento da obrigação, impondoselhe a sanção quando descumprida; sendo o responsável outra espécie de sujeito passivo, titular legal do dever jurídico, é responsável pelo cumprimento da obrigação, impondoselhe a sanção quando descumprida; Fl. 1259DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.252 17 o dever do responsável, no sentido específico do art. 121, não decorre, assim, do descumprimento do dever de cumprir a obrigação, pelo contribuinte, mas da ocorrência de fato próprio, descrito em lei, que pode ser lícito (sucessão, substituição tributária) ou ilícito. E no caso dos autos, em relação aos devedores solidários, verifico que tal exigência se faz com fundamento no permissivo do art. 124 do CTN, a seguir: “Art. 124 São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.” Assim, todas as empresas para as quais foram lavrados os termos de sujeição passiva solidária, apesar de não possuírem relação direta com os fatos geradores, efetivamente são consideradas, ainda como sujeitos passivos da obrigação lançadas, podendo ser direcionado o lançamento em desfavor de qualquer uma delas, na forma em que preconizado no voto do Em. Relator. Mas, a legislação tributária em vigor também admite a responsabilidade subsidiária ou supletiva do responsável, que se dá quando a exigência do crédito tributário é feita prioritariamente ao contribuinte, sendo possível exigirse do responsável apenas na hipótese de a execução sobre o primeiro restar frustrada pela insuficiência de patrimônio. Assim é necessário que ocorra a negativa de pagamento por parte do contribuinte ou responsável legal, para posteriormente ser feita em face do responsável subsidiário. A própria palavra subsidiariedade dá a idéia de algo em que vem em seguida, com auxílio, de modo suplementar, em segundo lugar, como acessório, Em lugar secundário ou menos importante ("subsidiariamente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 20082013, http://www.priberam.pt/dlpo/subsidiariamente [consultado em 1707 2014].) É o caso do CTN, art. 133, II, que prevê que: “Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: ... II subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.” Fl. 1260DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 18 Nesse caso, responde o alienante, eis que, presumidamente, a cobrança sobre ele será factível, já que continua a operar, reservandose à Fazenda o direito de pleitear, a meu ver, somente a execução contra o adquirente (responsável) somente no caso se torne impossível a cobrança sobre o alienante (contribuinte). Assim, a responsabilidade é subsidiária (ou também denominada por parte da doutrina como supletiva) quando a exigência deve ser feita prioritariamente sobre o contribuinte que possua relação direta com o fato gerador objeto do lançamento, sendo possível exigirse do responsável apenas na hipótese de a execução sobre o primeiro restar frustrada pela insuficiência de patrimônio. Estabelecida está uma ordem de exigência: primeiro, cobrase do contribuinte, somente depois cobrase do responsável. No mesmo sentido MARIA RITA FERRAGUT: "Será pessoal se competir exclusivamente ao terceiro adimplir a obrigação, desde o início (responsabilidade de terceiros, por infrações e substituição). Será subsidiária se o terceiro for responsável pelo pagamento da dívida somente se constatada a impossibilidade de pagamento do tributo pelo devedor originário. E, finalmente, será solidária se mais de uma pessoa integrar o pólo passivo da relação permanecendo todos eles responsáveis pelo pagamento da dívida." (Maria Rita Ferragut, in "Responsabilidade Tributária e o Código Civil de 2002", 2ª ed., 2009, Ed. Noeses, págs. 34/35) Nestes termos, concluo que há uma diferença sensível entre a solidariedade e a subsidiariedade quando aplicadas aos lançamentos tributários, sobretudo quando se fala da eleição de quais serão os sujeitos a serem incluídos no pólo passivo relação jurídicotributária. Com relação aquela não há benefício de ordem para se exigir o crédito tributário decorrente da obrigação imposta, já na subsidiariedade a ordem de cobrança do crédito é necessária e constituise em seu elemento típico para que, somente então, se possa exigir o cumprimento da obrigação tributária inadimplida dos demais devedores. Dentre os objetivos do ato do lançamento, um deles, é individualizar o sujeito passivo (art. 142 do CTN) para que seja possível sua notificação da constituição do crédito tributário e, então, esteja consumado o liame que amarra a relação jurídicotributária. Todavia, em casos como o presente, quando há de se falar em pluralidade de sujeitos a integrarem o pólo passivo, deve a fiscalização aterse, também, às demais disposições legais constantes no CTN para atribuirlhes corretamente a condição de responsáveis solidários ou subsidiários, de acordo com os fundamentos de fato e direito que se apliquem ao caso em concreto. Assim, diante das considerações ora esposadas, tenho para mim que o fiscal agiu em conformidade com o art. 124 do CTN, ao atribuir responsabilidade solidária às demais empresas indicadas no auto de infração, incluindoas no pólo passivo do presente Auto de Infração, na forma em que bem justificou o nobre relator. Todavia, sobre a imputação da responsabilidade subsidiária da empresa SOEBRAS, de acordo com o entendimento que trago à baila na presente oportunidade, em se tratando de empresa que somente irá responder pelo crédito tributário constituído, no caso da obrigação não vir a ser adimplida pelo contribuinte principal, ou no caso, por qualquer dos demais coobrigados solidários, entendo que este não é o momento adequado para que venha a ser considerada como sujeito passivo no presente lançamento. Fl. 1261DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15504.018038/200809 Acórdão n.º 2401003.595 S2C4T1 Fl. 1.253 19 Antes mesmo de sua inclusão nessa qualidade nos autos do presente processo, entendo que a obrigação tributária deve estar devidamente constituída e deve ter sido demonstrado, no mínimo, a impossibilidade de cobrança em face dos demais coobrigados, o que, a toda evidência, não é o caso dos autos. Somente entendo que tal pessoa jurídica (SOEBRAS) poderia vir a ser responsabilizada, se presentes os requisitos a qualificála como responsável subsidiária, tão somente após ter sido demonstrado o inadimplemento da obrigação pelo devedor principal ou qualquer dos responsáveis solidários. Logo, não é no presente momento, em que tal empresa deva ser incluída no pólo passivo da obrigação tributária, pois, dessa forma , na prática, já se torna responsável direta pelo pagamento ou adimplemento da obrigação, situação esta que afasta a aplicabilidade do benefício de ordem, característica intrínseca da responsabilização tributária na forma subsidiária. A meu ver, a sua inclusão, somente poderia ocorrer na fase de cobrança do crédito tributário e não quando do lançamento. Ante todo o exposto, com a devida vênia ao eminente relator, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso da responsável subsidiária para excluíla do pólo passivo do Auto de Infração. É como voto. Igor Araújo Soares. Fl. 1262DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/12/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Ass inado digitalmente em 26/11/2014 por IGOR ARAUJO SOARES
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Numero do processo: 16045.000364/2007-98
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jan 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2003
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Havendo recolhimentos aplica-se a regra do § 4º do artigo 150 do CTN.
MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Nova Lei limitou a multa de mora a 20%.
A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte.
INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade.
CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA. RETENÇÃO.
O contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviços e recolher a importância retida, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/91, na redação da Lei n.º 9.711/98.
Numero da decisão: 2403-002.250
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência das competências até 06/2002, inclusive, com base na regra do § 4º do artigo 150 do CTN. No mérito, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio De Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Marcelo Magalhães Peixoto. Ausente justificadamente o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2003 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Havendo recolhimentos aplica-se a regra do § 4º do artigo 150 do CTN. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA. RETENÇÃO. O contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviços e recolher a importância retida, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/91, na redação da Lei n.º 9.711/98.
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decisao_txt : Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência das competências até 06/2002, inclusive, com base na regra do § 4º do artigo 150 do CTN. No mérito, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio De Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Marcelo Magalhães Peixoto. Ausente justificadamente o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
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LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2003 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Havendo recolhimentos aplicase a regra do § 4º do artigo 150 do CTN. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. CESSÃO DE MÃODEOBRA. RETENÇÃO. O contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviços e recolher a importância retida, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/91, na redação da Lei n.º 9.711/98. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 5. 00 03 64 /2 00 7- 98 Fl. 542DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência das competências até 06/2002, inclusive, com base na regra do § 4º do artigo 150 do CTN. No mérito, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio De Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Marcelo Magalhães Peixoto. Ausente justificadamente o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 543DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II, Acórdão 1723.196 da 8 ª Turma, que julgou o lançamento procedente. A autuação e a impugnação foram assim apresentadas no relatório do acórdão recorrido: Tratase de crédito previdenciário lançado pela fiscalização contra o contribuinte acima identificado, correspondente às contribuições sociais, conforme consta do Relatório Fiscal, às fls. 58/61. O lançamento contempla as contribuições devidas pela empresa a dois títulos: i) Levantamento MOC — MãodeObra Cooperativa Unimed: relativa aos fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000, e não recolhidas em época própria, incidentes sobre o valor bruto das notas fiscais ou das faturas da cooperativa de trabalho —UN1MED TAUBATÉ, referentes à cessão de mãode obra de Médicos Plantonistas; Coordenadores de Setor; e do Conselho Interdepartamental, prestadores de serviços ao sujeito passivo; ii) Levantamentos ENF, EC e NEO: referemse às contribuições previdenciárias correspondentes a 11% (onze por cento) sobre o valor dos serviços executados mediante cessão de mãodeobra. O presente lançamento constituise no montante de R$ 664.880,33 (seiscentos e sessenta e quatro mil, oitocentos e oitenta reais e trinta e três centavos), consolidado em 12/07/2007. O crédito lançado encontrase fundamentado na legislação constante no aludido Relatório Fiscal e no anexo "Fundamentos Legais do Débito — FLD", fls. 44/46. O contribuinte foi cientificado da exigência, conforme assinatura de fls. 01, em 12/07/2007. Dentro do prazo regulamentar, mais precisamente em 13/08/2007, a notificada contestou o lançamento através do instrumento de fls. 128/316, alegando, em síntese: > Vício em razão da suposta obrigatoriedade de as contratadas serem notificadas no mesmo procedimento, por se tratar de obrigação de retenção; Fl. 544DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 > Indicação equivocada do dispositivo que embasa um dos levantamentos; > Necessidade de diligência para apuração de valores eventualmente recolhidos pelas prestadoras de serviços e aplicação analógica/subsidiária do Parecer Normativo n° 1/2002. > Decadência do direito de lançar; > Exclusão da base de cálculo dos valores referentes a materiais e equipamentos; > Não configuração da cessão de mãodeobra, pois envolvem material humano e intelectual. Ausência de previsão legal para retenção de 11% sobre o valor da nota de prestação de serviços de saúde. Impossibilidade de retroação do Decreto n° 3.048/99 e d Ordem de Serviço 1NSS/DAF n°209/1999 aos fatos geradores anteriores a maio de 1999; > Ausência de responsabilidade do tomador de serviços perante as contribuições do prestador de serviços, pois o artigo 128 do CTN exige a vinculação direta ou indireta do terceiro ao fato gerador, para que possa ser considerado responsável tributário; > Ilegalidade e inconstitucionalidade da contribuição instituída pela Lei n° 9.876/99, incidente sobre o valor dos serviços prestados por intermédio de cooperativas de trabalho; > Incidência de multa confiscatária e juros inconstitucionais. Ao final, requer seja julgada improcedente a NFLD e, subsidiariamente, seja modificada a multa e excluída a aplicação da Taxa Selic como juros. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega/questiona, em síntese: · Decadência · Nulidade. Ausência de Autuação das Contratadas e Equívoca Indicação dos Dispositivos Legais Referentes aos Fatos Geradores · Diligência. Verificar se houve recolhimento por parte dos prestadores de serviço. · Ilegalidade e inconstitucionalidade da Lei 9876/99. · Bases de cálculo. Fornecimento de material e equipamentos. · Ilegalidade da retenção de 11%. · Ausência de previsão legal para a retenção de 11% sobre a prestação de serviços de saúde Fl. 545DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 4 5 · Não configuração de cessão de mão de obra. · Multa. · SELIC. É o relatório Fl. 546DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. DECADÊNCIA O lançamento fundamentouse no artigo 45 da Lei 8.212/91. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade desse artigo, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional (CTN), o art. 173 ou o art. 150 (este último diz respeito ao lançamento por homologação). Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito Fl. 547DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 5 7 tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifo nosso) Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplicase o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN, segundo o qual, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Portanto, para que possamos identificar o dispositivo legal a ser aplicado seja o I, art. 173 ou o § 4°, art. 150, ambos do CTN devemos identificar a ocorrência, ou não, de pagamentos parciais, pois só assim poderemos declarar os efeitos da decadência no lançamento. O Relatório Fiscal registra recolhimentos e o Termo de Encerramento da Ação Fiscal – TEAF, folha 56, registra que a fiscalização examinou comprovantes de recolhimento. Entendo comprovado que existiam recolhimentos. Relatório Fiscal Para o Levantamento EC — CARDIO CHECKUP SC LTDA ou pela sucessora PROCARDIO DIAGNÓSTICO SC LTDA. — Fl. 548DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 de 05/1999 a 02/2001 (de 0211999 a 04/1999, houve a retenção e o recolhimento de forma correta). Entendo que neste caso se aplica a regra do artigo 150 do CTN. O período do lançamento é de 02/1999 a 12/2003 A ciência do lançamento ocorreu em 12/07/2007. Entendo decadentes as competências até 06/2002, inclusive. Observo que os levantamentos EC e NEO, períodos 05/99 a 02/2001 e 02/99 a 02/2000, respectivamente, encontramse totalmente decadentes e, por essa razão não serão analisados NULIDADE A recorrente pleiteia a nulidade do processo por entender que as contratadas deveriam ser fiscalizadas previamente e erro na indicação dos dispositivos legais referentes aos fatos geradores. Não concordo com a recorrente. Para a nulidade, necessário se faz a caracterização do prejuízo, o que não constato. O lançamento referese a obrigações da recorrente, portanto, impróprio fiscalizar terceiros para comprovar obrigações da recorrente e indeferido o requerimento de diligência. O artigo 22 da Lei 8.212/91 estabelece a tributação incidente sobre “serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho” e o artigo 31 da mesma Lei estabelece a obrigação de reter e recolher 11% do valor bruto da nota fiscal quando contrata serviço executado mediante cessão de mão de obra. Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: IV quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.(Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 549DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 6 9 Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5odo art. 33 desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009).(Produção de efeitos). Para a questão do erro na indicação dos dispositivos legais referentes aos fatos geradores, efetivamente constatase um erro no Relatório Fiscal, conforme abaixo. MOC — MÃODEOBRA COOPERATIVA UNIMED Este levantamento se refere a contribuições devidas pela empresa, para fatos geradores ocorridos a partir de 10 de março de 2000, e não recolhidas em época própria, incidentes sobre o valor bruto das notas fiscais ou das faturas da cooperativa de trabalho — UNIMED TAUBATÉ, referentes a cessão da mão deobra de "Médicos Plantonistas; Coordenadores de Setor; e do Conselho Interdepartamental, prestadores de serviços ao sujeito passivo; • Cabe ressaltar que não se trata celebração de contrato coletivo de plano de saúde da cooperativa médica com empresa (nosocômio), mas sim a colocação de mãodeobra especializada (médicos) à disposição do sujeito passivo para cobertura de seu plantão na UTI ADULTO, bem como, médicos coordenadores de diversos setores, como por exemplo "pediatria"; • O período de lançamento deste levantamento é de 03/2000 a 12/2003. Informamos ainda que estranhamente a partir de 01/2004, aqueles médicos acima citados passaram a exercer as mesmas atividades essenciais ao nosocômio (MÉDICOS PLANTONISTAS; COORDENADORES DE SETOR; e COORD. CONSELHO INTERDEPARTAMENTAL) só que não mais como cooperado, mas sim, como "pessoa jurídica". Tal distorção foi objeto de lançamento em outra Notificação; • Os valores das NFS foram apurados nos Livros Diário / Razão e em alguns documentos do CAIXA e estão devidamente discriminados e relacionados no Relatório de Lançamentos RL, parte integrante deste Levantamento / NFLD. Para este fato gerador (MOC) incide contribuição providenciaria correspondente a 15,0% (quinze por cento) para a Seguridade Social, conforme dispõe o art. 22, III, da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n°9.876/99. A base de cálculo sobre os valores de tais serviços prestados pela cooperativa de trabalho Fl. 550DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 não consta das Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço — GFIP; • Cabe ressaltar que só houve recolhimento previdenciário e declaração em GFIP dos valores pagos pelo sujeito passivo com relação ao contrato coletivo de plano de saúde da cooperativa médica com empresa (nosocômio). Como se pode observar, por 2 vezes o Relatório registra que a autuação é sobre serviços prestados pela cooperativa de trabalho (que corresponde ao inciso IV do artigo 22 da Lei 8.212/91) e 1 vez, registra que é conforme artigo 22, III, da Lei 8.212/91. O relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, não apresenta como fundamentação o inciso III, apresenta apenas o inciso IV, e registra que é a fundamentação para serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. CONTRIBUICAO DAS EMPRESAS EM GERAL RELATIVAMENTE A SERVICOS QUE LHE SA0 PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMEDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO Competências : 03/2000 a 12/2000, 01/2001 a 12/2001, 0112002 a 1272002, 01/2003 a 12/2003 Lei n. 8.212 de 24.07.91, art. 22, IV (com a redacao dada pela Lei n. 9.876 de 26.11.99); Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art 201, III (na redacao dada pelo Decreto n. 3.265, de 29.11.99). A impugnação registra o entendimento da recorrente e a ausência de prejuízo. IMPUGNAÇÃO à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito de número em epígrafe, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos. I DOS FATOS Trata a NFLD de cobrança das contribuições previdenciárias referentes a (i) prestação de serviços de cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho médico, nas competências de março de 2000 a dezembro de 2003, cuja obrigação é regulada pelo inciso IV do art. 22 1 da Lei n.° 8.212/91; (ii) ausência de retenção de 11% incidentes sobre a prestação de serviços por cessão de mão de obra, regulamentada pelo art. 31 2 da Lei 8.212/91. Fl. 551DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 7 11 III — DO DIREITO III.1 — RUBRICA MOC — MÃO DE OBRA COOPERATIVA DE TRABALHO III.1.1— DA INSUBSISTÊNCIA DA EXIGÊNCIA COM BASE NA LEI 9.876/99 A Lei n.° 9.876/99, acrescentando ao art. 22 da Lei n.° 8.212/91 o inciso IV, instituiu contribuição previdenciária incidente sobre o valor de serviços prestados por cooperativas de trabalho (através de seus cooperados), que tem como contribuinte o tomador dos serviços, in verbis: "Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: IV quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. (Inciso incluído pela Lei n." 9.876, de 26.11.99)" Assim, a Impugnante, na condição de tomadora de serviços de cooperativas de trabalho, tendo em vista a ilegalidade e inconstitucionalidade da exação em questão, bem como da decorrente Autuação, busca, pela presente Impugnação, afastar sua exigência. Entendo que ficou claro e que foi compreendido pela recorrente que o que se estava tributando eram “serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho” e que não houve prejuízo. INCONSTITUCIONALIDADE COMPETÊNCIA A contribuinte alega ilegalidades e/ou inconstitucionalidades nas normas que fundamentaram o lançamento e competência deste colegiado para decidir sobre a questão. Inicialmente devese registrar que tanto o lançamento como os acréscimos têm respaldo nas leis. Cumpre esclarecer que não compete aos órgãos julgadores da Administração Pública exercer o controle de constitucionalidade de normas legais. O Decreto nº 6.764, de 10 de fevereiro de 2009, que aprovou a Estrutura Regimental do Ministério da Fazenda apresenta as atribuições do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, no artigo 32. Fl. 552DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 Art. 32. Ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, órgão colegiado judicante, paritário, compete julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos especiais, sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme estabelecido nos arts. 25, inciso II, e 37, § 2o, do Decreto no 70.235, 6 de março de 1972, alterado pela Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008. Parágrafo único. Metade dos conselheiros integrantes do CARF será constituída de representantes da Fazenda Nacional, e a outra metade, de representantes dos contribuintes, indicados pelas confederações representativas de categorias econômicas de nível nacional e pelas centrais sindicais Notese, que o escopo do processo administrativo fiscal é verificar a regularidade/legalidade do lançamento à vista da legislação de regência, e não das normas vigentes frente à Constituição Federal. Essa tarefa é de competência privativa do Poder Judiciário. A Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, em seu artigo 62 expressamente veda aos julgadores do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Observese, que somente nas hipóteses contempladas no parágrafo único e incisos do dispositivo legal encimado poderá ser afastada a aplicação da legislação de regência, o que não se vislumbra no presente caso. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Para haver harmonia nos julgamentos, conforme artigo 72 do Regimento Interno, o CARF emitirá súmulas para decisões reiteradas e uniformes, de observância obrigatória pelos membros do CARF. Fl. 553DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 8 13 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Nesse sentido, quando da Consolidação das Súmulas dos Conselhos de Contribuintes, foi editada a Súmula CARFnº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dessa forma, não há como se acolher a pretensão da contribuinte, em relação a ilegalidade e inconstitucionalidade de normas ou atos normativos que fundamentaram o presente lançamento. CESSÃO DE MÃO DE OBRA Conforme exposto no item “Decadência”, somente será analisado o levantamento ENF visto que os levantamentos EC e NEO foram totalmente atingidos pela decadência. O levantamento ENF referese ao período 02/1999 a 08/2002, sendo atingidas pela decadência as competências até 06/2002, isto é, restaram apenas as competências 7 e 8/2002. Registra o Relatório Fiscal que, a partir de 09/2002, o Hospital passou a efetuar a retenção. Para o Levantamento ENF MSC ASSIST. ASSESS. DE ENFERMAGEM SC LTDA. — de 02/1999 a 0812002. Conforme Contrato anexo às fls. , a mãodeobra cedida era referente a profissionais da área de Enfermagem (enfermeiras e auxiliares de enfermagem). Informamos ainda que a partir de 09/2002, a empresa contratante (HSL) passou a reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal da MSC e a recolher corretamente a importância retida; A definição de cessão de mão de obra é apresentada no § 3º do artigo 31 da Lei 8.212/91 e estabelece os seguintes requisitos: · a colocação de trabalhadores à disposição do contratante; · trabalhar em suas dependências ou nas de terceiros; Fl. 554DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 · realização de serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa. §3oPara os fins desta Lei, entendese como cessão de mãode obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação.(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). Entendo que o contrato (trechos selecionados abaixo apresentados) demonstra que efetivamente havia cessão de mão de obra. CLAUSULA I: DO OBJETO 1.1. As partes têm por objeto contratual a prestação de serviços por parte da CONTRATADA de assistência e assessoria de enfermagem em UTI de adultos cOmposta de cinco (05) leitos, ou seja, a firma CONTRATADA prestará serviços à CONTRATANTE colocando profissionais habilitados e capacitados para realizarem os serviços de enfermagem diuturnamente na Unidade de Terapia Intensiva de Adultos desta. ... 1.3. Os serviços serão prestados na sede da CONTRATANTE, compreendendo, entre outras, as seguintes atividades: Responder técnica e Administrativamente pela unidade; Supervisionar o serviço de enfermagem; Realizar assistência direta de enfermagem de maior complexidade técnica; Previnir e controlar infecção hospitalar e doenças transmissíveis em geral; Interagir com demais unidades do hospital; Promover e participar de reuniões Cumprir e fazer cumprir o Regimento Interno do hospital; Realizar e manter organizada a escala de funcionários de enfermagem; Conferir as solicitações e devolução de materiais e medicamentos; Controlar o estoque e validade dos medicamentos e materiais da unidade; Fl. 555DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 9 15 Zelar pela ordem e limpeza da unidade; Zelar pelo asseio pessoal dos funcionários; Zelar pelo patrimônio da empresa; _ Solicitar manutenção preventiva e/ou corretiva; Zelar pelo bem estar do paciente e familiares; Liberar visitas fora dos horários pré estabelecidos; ... 1.4. A CONTRATADA prestará os serviços objeto deste contrato de forma contínua e ininterrupta, devendo designar um número de profissionais necessários para o desempenho do serviço, mas sempre observando a legislação trabalhista e securitária. ... 3.1. A CONTRATADA prestará os serviços objeto deste contrato, ou seja, designará profissionais responsáveis e habilitados para realizar os serviços de enfermagem contratados. A Lei não especifica setores da economia e portanto, não há que se dar procedência à alegação da ausência de previsão legal para a retenção de 11% sobre a prestação de serviços de saúde. MULTA DE MORA A multa de mora aplicada teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: Fl. 556DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 16 I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. SELIC – SÚMULA Quanto à aplicação da taxa SELIC nos juros moratórios, verificase que essa é uma questão sobre a qual o CARF possui decisões reiteradas e, por essa razão foi editada Súmula, cuja observância é obrigatória para estes conselheiros. Abaixo apresento a Súmula número 3. “Súmula nº 3 do CARF: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais”. CONCLUSÃO À vista do exposto, voto por, nas preliminares, com base na regra do § 4º do artigo 150 do CTN, reconhecer a decadência das competências até 06/2002, inclusive. No mérito, voto pelo provimento parcial do recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91 e prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 557DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 16045.000364/200798 Acórdão n.º 2403002.250 S2C4T3 Fl. 10 17 Fl. 558DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 7/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 11080.725052/2013-99
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2011 a 28/02/2013
Ementa:
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO VALORES CORRIGIDOS DE FORMA INDEVIDA. GLOSA.
A compensação de contribuições previdenciárias, ainda que autorizada por sentença judicial, deve obedecer ao disposto no artigo 89, da Lei n.º 8.212/91, quando a sentença não dispuser de modo diverso. Será objeto de glosa e consequente lançamento tributário os valores compensados de forma diversa do que expostos na legislação.
O valor a ser compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.500
Decisão: Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a glosa da compensação realizada com índices de correção em desconformidade com a sentença judicial e com a legislação vigente.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2011 a 28/02/2013 Ementa: CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO VALORES CORRIGIDOS DE FORMA INDEVIDA. GLOSA. A compensação de contribuições previdenciárias, ainda que autorizada por sentença judicial, deve obedecer ao disposto no artigo 89, da Lei n.º 8.212/91, quando a sentença não dispuser de modo diverso. Será objeto de glosa e consequente lançamento tributário os valores compensados de forma diversa do que expostos na legislação. O valor a ser compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. Recurso Voluntário Negado
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COMPENSAÇÃO VALORES CORRIGIDOS DE FORMA INDEVIDA. GLOSA. A compensação de contribuições previdenciárias, ainda que autorizada por sentença judicial, deve obedecer ao disposto no artigo 89, da Lei n.º 8.212/91, quando a sentença não dispuser de modo diverso. Será objeto de glosa e consequente lançamento tributário os valores compensados de forma diversa do que expostos na legislação. O valor a ser compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a glosa da compensação realizada com índices de correção em desconformidade com a sentença judicial e com a legislação vigente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 50 52 /2 01 3- 99 Fl. 4908DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Fl. 4909DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.725052/201399 Acórdão n.º 2302003.500 S2C3T2 Fl. 4.909 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal é composto pelos seguintes autos de infração, lavrados em 15/05/2013 e cientificados ao sujeito passivo através de registro postal em 17/05/2013: Auto de Infração de Obrigação Principal DEBCAD 51.025.9960, referente à glosa compensação indevida efetuada nas competências de 05/2011 a 02/2013, Auto de Infração de Obrigação Principal DEBCAD 51.025.9979, relativo às contribuições previdenciárias patronais e aquelas relativas ao SAT, incidentes sobre valores pagos aos segurados empregados a título de DIÁRIAS, mas em valores excedentes a 50% das suas remunerações, no período de 04/2010 a 12/2011, e valores pagos a segurado empregado não constante das folhas de pagamento, no período de 01/2010 a 12/2011 Auto de Infração de Obrigação Acessória DEBCAD 51.025.9987, lavrado no CFL 78, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32 A, caput, inciso I, §§2º e 3º, da Lei n.º 8.212/91, por ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s, das competências 04/2010, 07/2010, 08/2010, 11/2010, 12/2010, 13/2010, 03/211 a 05/2011, 07/2011, 12/2011, e 13/2011, trabalhadores vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social do Município. O relatório fiscal de fls. 25/32, diz que o Município procedeu à compensação de valores recolhidos indevidamente, relativos às contribuições dos agentes políticos no período de 07/1998 a 09/2004. Que a compensação se deu por conta da Ação Ordinária 2004.71.00.0253696, onde foi reconhecida a inexigibilidade da contribuição previdenciária sobre a remuneração dos agentes políticos, cuja sentença transitou em julgado em 13/06/2006. O Município ajuizou outra Ação Ordinária 2005.71.0386895/RS objetivando a repetição do indébito referente ao período de 01/1998 a 09/2004. Obteve sentença procedente em 02/08/2006, o INSS apelou visando a aplicação do prazo prescricional da LC 118/2005, mas a sentença foi mantida e o Acórdão transitou em julgado em 09/08/2007. A autuada iniciou a compensação em 12/2009, mas atualização que promoveu não obedeceu aos índices previstos pela legislação, em especial o artigo 89§4º, da Lei n.º 8.212/91, o que motivou a glosa consubstanciada neste levantamento. Após a impugnação, Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis/SC, à fls. 4868/4872, pugnou pela procedência do lançamento, ressalvando que como a autuada não impugnou os Autos de Infração DEDCAD's 51.025.9970 e 51.025.9987, os créditos de ambos foram transferidos para o Processo Administrativo Fiscal PAF 11080.726521/201397. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese: Fl. 4910DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 a) que deve ser observada a supremacia do processo judicial que não foi finalizado e o contribuinte deverá se utilizar do procedimento de liquidação e execução da sentença para fazer prevalecer a memória de cálculo desprezada pelo Fisco; b) que deve ser encerrado o procedimento administrativo para aguardar o encerramento do processo 2005.71.0386895/RS; c) que os valores foram compensados de acordo com a memória de cálculo produzida para a fase de liquidação e execução de decisão judicial transitada em julgado no processo; d) que não há diferença quanto ao direito de compensação, nem quanto á aplicação da SELIC, estando a celeuma apenas quanto ao mês de competência inicial da aplicação da atualização do crédito; e) que possui sentença transitada em julgado no processo 2004.71.00.0253696, com o valor em haver de R$ 80.272,26 e por isso ao se computar tal crédito, não podem ser glosadas as competências 05/2011, no valor de R$ 15.582,63 e 06/2011, R$ 53.380,00 e por isso o AI perde o pressuposto de liquidez e certeza devendo ser anulado; f) que o processo deve ser baixado em diligência para que sejam refeitos o cálculos e considerar o haver de R$ 80.272,26; g) que também não foi considerado o crédito em favor do Município reconhecido no processo judicial 2008.71.00.0142971, cujo entendimento já é pacificado de que não incide contribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias, sobre os primeiros quinze dias de afastamento por doença, sobre o auxíliocreche e valetransporte; h) que não se aplica o artigo 170A do Código Tributário Nacional quando a decisão está assentada em decisão do STF. Por fim, requer a anulação do procedimento administrativo em vista da precedência do processo judicial; ou a baixa em diligência para revisão do lançamento com o aproveitamento dos créditos dos processos 2004.71.00.0253696 e 2008.71.00.0142971, devendo ser homologada a compensação efetuada de forma integral, inclusive dos valores glosados de 05/2011 a 02/2013. Alternativamente, requer que o presente processo fique sobrestado aguardando decisão judicial em procedimento de liquidação e execução de sentença nos autos do processo 2005.71.000386895, que possui hierarquia superior ao rito administrativo. Fl. 4911DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.725052/201399 Acórdão n.º 2302003.500 S2C3T2 Fl. 4.910 5 É o relatório. Fl. 4912DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora O Recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade frente à tempestividade, devendo ser conhecido e examinado. Primeiramente, é de se registrar que o presente processo versa agora, exclusivamente, sobre a glosa de compensação efetuada pela recorrente com índices de correção dos valores compensáveis utilizados de forma diversa do que prescrito na legislação vigente. Os demais fatos geradores e o auto de infração pelo descumprimento de obrigação acessória não foram contestados pela recorrente na fase de impugnação, sendo que, inclusive, mostrouse disposta a recolher as exações lançadas, conforme consta dos autos, motivo pelo qual os DEBCAD's correspondentes foram retirados deste Processo Administrativo Fiscal PAF e transferidos para o PAF n.º 11080.726521/201397. Portanto, o lançamento referese à glosa de valores compensados pela recorrente, nas competências de 05/2011 a 02/2013, relativos às contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos agentes políticos e recolhidas nas competências de 07/2008 a 09/2004. De acordo com os autos a recorrente ajuizou Ação Ordinária n.º 2004.71.00.0253696, para reconhecer a inexigibilidade da contribuição, obtendo êxito na sua demanda e posteriormente ajuizou nova Ação Ordinária n.º 2005.71.0386895, buscando a repetição do indébito, o que também teve deferido. Conforme consulta no sitio do TRF da 4ª Região, a sentença que conferiu à recorrente o direto à compensação dos valores recolhidos indevidamente expressa que: Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE A AÇÃO para condenar o Instituto Nacional do Seguro Social na repetição dos valores indevidamente recolhidos a título de contribuições devidas pelo Município (quota patronal) instituída pela Lei nº 9.506/97 incidente sobre os subsídios de seus agentes políticos, de janeiro de 1998 até setembro de 2004, que deverão ser atualizados monetariamente pela SELIC. Da leitura se vê que a sentença apenas traz que os valores a serem compensados deverão ser atualizados pela taxa SELIC e nada mais. Ou seja, a sentença não estipula qualquer outro índice ou forma de aplicação de correção, devendo no caso, ser obedecida a legislação tributária no que concerne ao assunto. Como em matéria previdenciária, o instituto da compensação está regulamentado pelo art. 89 da Lei n.º 8.212/91, tal dispositivo deve ser obedecido no que concerne à atualização dos valores a serem repetidos: Fl. 4913DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.725052/201399 Acórdão n.º 2302003.500 S2C3T2 Fl. 4.911 7 Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a,b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 4o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).(grifei) Assim, é de se ver que para a apuração dos valores a serem compensados devese aplicar sobre a quantia paga indevidamente, a partir do mês subsequente ao do pagamento, a taxa acumulada dos juros SELIC mais um por cento referente ao mês da realização do cálculo. O Fisco obedecendo à legislação vigente e à sentença exarada colacionou aos autos às fls. 105/106, demonstrativo dos valores atualizados até a competência 11/2009, (a primeira compensação ocorreu em 12/2009), relativos aos recolhimentos da contribuição sobre a remuneração dos agentes político, às fls. 107, trouxe planilhada a taxa de juros SELIC do período de 01/1998 a 03/2013 e às fls. 108/109, trouxe o cálculo da compensação conforme a legislação vigente no âmbito da Receita Federal do Brasil, demonstrando que os valores a serem compensados corrigidos de acordo com a lei se exauriram em parte da competência 05/2013, de forma que daí para a frente até 02/2013, foram glosados. Pelo exposto, não vejo reparos a fazer no levantamento de débito. As alegações da recorrente não se prestaram a sustentar os valores compensados além do que permite a correção pela taxa SELIC, cujo cálculo deve obedecer ao disposto no parágrafo 4º, do artigo 89 da Lei n.º 8.212/91, já transcrito anteriormente. No que se refere à solicitação para que seja sobrestado o presente auto de infração, a fim de que seja finalizado o procedimento de liquidação e execução de sentença, visando prevalecer a memória de cálculo elaborada pelo suposto perito da recorrente, tenho a dizer primeiro, que conforme consulta no sítio da internet do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde tramitou a Ação Ordinária n.º 2005.71.00.0386895, consta que o processo já se encontra baixado, não havendo qualquer alusão ou procedimento de liquidação e execução de sentença. Segundo, é de se ver que caso houvesse procedimento judicial para a efetivação da restituição de valores recolhidos indevidamente em liquidação de sentença, então a recorrente Fl. 4914DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 não poderia ter efetuado a compensação na via administrativa, prevalecendo a repetição do indébito na via judicial. Todavia, nada disso foi comprovado. A argüição de que os valores foram compensados de acordo com memória de cálculo produzida para a fase de liquidação de sentença também não se sustenta, porque repiso que no sítio do TRF4, não existe qualquer referência aos cálculos e a fase de liquidação de sentença, encontrandose o processo baixado e a recorrente não trouxe qualquer prova de suas alegações, não sendo possível vislumbrar que o cálculo apresentado para a correção dos valores compensáveis tenha feito parte do processo judicial. Quanto aos demais processos judiciais que a recorrente faz referência para dizer que possui haveres, tenho que também não foi colacionada aos autos qualquer prova da existência dos mesmos e a que se referem. A argüição genérica quanto à existência de ação judicial para declarar indevidas exações relativas a verbas integrantes do salário de contribuição, não tem o condão de referendar as compensações efetuadas pela recorrente e que compõem o presente levantamento. Ainda que exista ação judicial sobre a não incidência de contribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias, os primeiros quinze dias de auxilio doença, salário maternidade, auxílio creche, vale transporte, etc, tais matérias não fazem parte deste auto de infração, que se limitou a glosar valores relativos às contribuições vertidas para a Seguridade Social e incidentes sobre a remuneração de agentes políticos nas competências de 01/1998 a 09/2004, declaradas inconstitucionais, porque a recorrente utilizou a forma de correção em desconformidade com a legislação vigente. Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 4915DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI
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Numero do processo: 10314.005165/2011-59
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 05/05/2011
CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial.
JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE.
Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
Numero da decisão: 3803-006.646
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 05/05/2011 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
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BENEFICIENTE DE SENHORAS HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 05/05/2011 MATÉRIA SUBMETIDA AO JUDICIÁRIO. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. INTIMAÇÕES. ATOS PROCESSUAIS. PROCURADOR As normas do Processo Administrativo Fiscal não têm previsão para que a Administração Tributária efetue as intimações de atos processuais administrativos na pessoa e no domicílio profissional do advogado constituído pelo sujeito passivo da obrigação tributária. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 05/05/2011 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontravase suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 51 65 /2 01 1- 59 Fl. 339DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório O presente processo é constituído de autos de infração, lavrado para exigência de crédito tributário referente a Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, CofinsImportação e PISImportação, incidentes sobre a importação de equipamentos de procedência estrangeira destinados, conforme declarado pela Interessada, à utilização nas atividades essenciais da entidade. Conforme a descrição dos fatos, os desembaraços das Declarações de Importação (DIs), foram efetuados sem o recolhimento dos tributos incidentes na importação, em cumprimento da decisão nos autos do processo judicial 2004.61.00.0289717, aviado na 22ª Vara Federal de São Paulo, em que foi determinado que se procedesse ao desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas por esta pessoa jurídica. O objeto da ação judicial é a declaração da inexistência da relação jurídico tributária que a obrigue a recolher impostos e contribuições sociais federais devidos na importação, tendo como fundamento a imunidade de que goza em relação aos impostos e isenção às contribuições. Houve decisão favorável ao deferimento de tutela antecipada, e, posteriormente, a confirmação por meio de sentença, sem decisão definitiva transitada em julgado até a data das autuações. Ante este provimento, os autos de infração foram lavrados com o fito de prevenir a decadência, sendo informando que a exigibilidade estava suspensa até a decisão final. Em impugnação apresentada, a Autuada arrazoou, em síntese, que: a) o Auto de Infração é meio que se configura inadequado à constituição do crédito tributário, nas circunstâncias do caso. Se não houve prática de infrações por parte do Fl. 340DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005165/201159 Acórdão n.º 3803006.646 S3TE03 Fl. 340 3 contribuinte, não se trata o caso de aplicação de penalidade, decorrendo disso que o instrumento jurídico correto é a Notificação de Lançamento; b) os juros moratórios devem ser afastados, pois inexistem os pressupostos de fato que autorizariam a sua imposição; c) é uma entidade de assistência social, que atua na área da saúde, tendo sido declarada de utilidade pública federal, fazendo jus, portanto, à imunidade prevista na Constituição Federal; d) o Ato Declaratório n° 9/06 do Procurador Geral da Fazenda Nacional reconhece a imunidade de entidades como a da Impugnante, encerrando qualquer discussão; Em julgamento da lide, a DRJ/Florianópolis assentou, em síntese, que: a) a interessada indicou na declaração de importação não haver valor de crédito tributário a ser recolhido. O benefício que pleiteou não foi reconhecido pela Autoridade Aduaneira; b) a lavratura de Auto de Infração não pode ser considerada inadequada, visto que sob a ótica da Fazenda a interessada deixou de recolher, por ocasião do registro da declaração de importação, os tributos em questão; c) dos dispositivos do art. 9º e 10º do Decreto n° 70.235/72 tanto a exigência do crédito tributário quanto a aplicação de penalidade isolada podem ser formalizados por Auto de Infração ou Notificação de Lançamento; visto que a redação do dispositivo legal não permite estabelecer limites ao alcance de cada espécie de instrumento para formalização; d) a formalização do presente crédito tributário mediante a lavratura de Auto de Infração assegura maior benefício ao exercício do direito de defesa e do contraditório à Interessada, pois este instrumento possui não apenas a Disposição Legal Infringida, mas a Descrição do Fato; Quanto ao mérito: a) da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade não conheceu do recurso, por ter sido a matéria levada à apreciação do Judiciário, o que implica em renúncia às instâncias administrativas. b) da incidência dos juros de mora no lançamento sustentou que mesmo inexigível o crédito tributário, o prazo de pagamento do tributo não é alterado, prevalecendo tal prazo para fins de sua incidência no caso de decisão judicial final desfavorável ao contribuinte. Considerou que, a rigor, os juros de mora não precisam ser indicados na autuação para serem exigidos, porque, como acessório, seguem o principal. O destaque dos juros de mora incidentes até a data da lavratura da autuação é apenas demonstrativo. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 05/05/2011 Fl. 341DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. LANÇAMENTO DESTINADO A PREVENIR DECADÊNCIA. FORMALIZAÇÃO CABÍVEL. A discussão da matéria tributável na esfera judicial não elide o dever da autoridade administrativa de constituir o crédito tributário. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa, porém a matéria divergente terá prosseguimento normal. Cientificada da decisão em 16/10/2013, irresignada, a Interessada apresentou recurso voluntário, em 30/10/2013, em que reitera os termos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, dele conheço. Preliminar de Nulidade Auto de Infração como meio inadequado à constituição do crédito tributário A Recorrente apela para a nulidade da constituição do crédito tributário, em virtude de ter sido formalizada por meio de Auto de Infração e não Notificação de Lançamento, uma vez que o crédito constituído encontrase com a exigibilidade suspensa, não tendo cometido qualquer infração à legislação. Vista unicamente sob o seu ângulo, tem razão a Defendente quando afirma não ter cometido infração, considerando que se encontra amparada pelo provimento judicial provisório antecipatório da tutela, obtido em 29//11/2004. Sob o olhar do Fisco, porém, a subsistência da lide, o mérito da controvérsia em aberto e a possibilidade (não importa em que medida) de resultado favorável à Fazenda, são os eventos que motivaram a constituição do crédito tributário. Neste prisma, o campo Descrição dos Fatos do Auto de Infração consigna o registro tanto do fato jurídico tributário como do fato jurídico da ocorrência da infração consistente na falta de recolhimento, ao desamparo da imunidade invocada. 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE II 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE IPI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS IMPORTAÇÃO DI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS/PASEP IMPORTAÇÃO DI 0 importador submeteu a despacho aduaneiro de importação, pleiteando IMUNIDADE TRIBUTARIA para o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para as contribuições sociais (PIS e COFINS) incidentes na Fl. 342DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005165/201159 Acórdão n.º 3803006.646 S3TE03 Fl. 341 5 importação das mercadorias descritas e amparadas pelas declarações de importação no 09/02330394 e 10/12642404 (anexo I). Cumpre observar que a alegada imunidade abrange apenas os impostos sobre patrimônio, renda e serviços das entidades previstas na alínea "c", do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Este entendimento tem como fundamento o disposto na alínea "a" do inciso III do art. 146 da Constituição Federal, que remete a Lei Complementar a definição das diversas espécies de tributos. Esta definição, por sua vez, é tratada pelo Código Tributário Nacional (aprovado pela Lei no 5.172/66 e recepcionado pelo atual texto constitucional) em seu Titulo III. [...] Além de todo o exposto acerca da não extensão da imunidade constitucional, o importador ao pleitear a imunidade dos tributos não apresentou, no curso do despacho, documentação que atestasse o cumprimento dos requisitos necessários para obtenção da renuncia fiscal dos tributos bem como Certificado de Entidade de Assistência Social válido, documento que atesta seu caráter de assistência social, pleiteando a liberação das mercadorias com base na ação judicial preventiva supracitada. Portanto, entende esta fiscalização que o beneficio fiscal da imunidade não pode ser concedido à autuada. [...] A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei no 9.430/96 não foi aplicada em cumprimento ao disposto no § 1º do artigo 63 do mesmo dispositivo Legal (a Decisão Judicial suspendeu a exigibilidade do crédito tributário em 29/11/2004, anterior ao registro das DI's). O registro do fato jurídico tributário implicou no lançamento, que corresponde ao valor dos tributos que deveriam ter sido recolhidos no desembaraço aduaneiro. O registro do fato jurídico da ocorrência da infração, traz na esteira a sustação do seu efeito que corresponderia à imposição da multa de ofício, em face da tutela antecipada obtida na ação judicial aviada sob o nº 2004.61.00.0289717[1]. Assim, não obstante descrita a infração, o Auto de Infração deixa de fixar apenas a relação jurídica quanto à imposição da penalidade. Dado o contorno sob o qual se lavra Auto de Infração para prevenção de decadência quando sua materialidade encontrase em discussão na esfera judicial e presente a infração, ante o não reconhecimento do direito pleiteado, pela Autoridade aduaneira , podese sustentar que este instrumento não é impróprio para a constituição do crédito tributário, pelo fato de seu conteúdo estar adstrito unicamente ao lançamento. Este entendimento encontrase bem ajustado ao que dispõe o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, que não distingue os usos do Auto de Infração e da Notificação de Lançamento seja para tributo ou penalidade, verbis: 1 Em cumprimento ao art. 63, § 1º, da Lei nº 9.430/96. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. (Grifos acrescidos) Entre os requisitos obrigatórios do Auto de Infração está a descrição do fato, ausente das exigências para a Notificação de Lançamento, ao tempo em que o seu inciso III aponta para a necessidade de indicação da disposição legal infringida (ainda que na condição de "se for o caso"), denotando que este instrumento pode veicular também penalidade: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. A doutrina, por sua vez, apenas identifica o uso indistinto de um ou outro instrumento de que as Administrações Tributárias tem se servido para introduzir suas imposições, tanto tributárias como sancionatórias. Assim, esclarece James Marins: "O auto de infração, no âmbito da Receita Federal e a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD), utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são espécies de documentos fiscais elaborados pela Administração para corporificar atos de imposição. O auto de infração ou a NFLD frequentemente engloba no mesmo suporte físico vários atos impositivos referentes a diversas relações jurídicas, ora não Fl. 344DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005165/201159 Acórdão n.º 3803006.646 S3TE03 Fl. 342 7 sancionatórias, como o lançamento, ou relações jurídicas sancionatórias, como aplicação de multa por Paulo de Barros Carvalho, na mesma vertente, noticia o uso do auto de infração como peça portadora não só do ato de imposição de penalidade: Em súmula, dois atos administrativos, ambos introdutores de norma individual e concreta no ordenamento positivo: um, de lançamento, produzindo regra cujo antecedente é fato lícito e o consequente uma relação jurídica de tributo; outro, o auto de infração, veiculando u'a norma que tem, no suposto, a descrição de um delito e, no consequente, a instituição de liame jurídico sancionatório, cujo conteúdo da prestação tanto pode ser um valor pecuniário (multa) como uma conduta de fazer ou não fazer. Tudo seria simples, realmente, se o auto de infração apenas conduzisse para o ordenamento a mencionada regra individual e concreta que mencionei. Nem sempre é assim. Que, de vezes, sob a epígrafe "auto de infração", deparamonos com dois atos: um de lançamento, exigindo o tributo devido; outro, de aplicação de penalidade, pela circunstância de o sujeito passivo não ter recolhido, em tempo hábil, a quantia pretendida pela Fazenda. Dáse a conjunção, num único instrumento material, sugerindo até possibilidades híbridas. Mera aparência. Não deixam de ser normas jurídicas distintas postas por expedientes que, por motivos de comodidade administrativa estão reunidas no mesmo suporte físico. Pela frequência com que ocorrem essas conjunções, falam alguns, em "auto de infração" em sentido largo (dois atos no mesmo instante) e "auto de infração"stricto sensu", para denotar a peça portadora de norma individual e concreta de aplicação de penalidade a quem cometeu ilícito tributário. A lição acima destaca a natureza distinta dos atos administrativos do lançamento e da imposição sancionatória e a decorrente autonomia destes. Uma vez autônomos e, via de regra, postos no mesmo instrumento de constituição das exigências, o Auto de Infração, não se deve ver inadequação se vier veicular apenas um desses atos: a formalização da relação jurídica tributária tendente a prevenir decadência, mesmo que inexista a penalidade. Pelo exposto, rejeito a preliminar. Mérito Da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade Travase no processo judicial nº 2004.61.00.0289717 discussão sobre a in/existência de relação jurídica tributária que obrigue a Recorrente ao pagamento de tributos tais como os lançados no presente Auto de Infração , que não estejam classificados no rol dos impostos obre o patrimônio, na acepção restrita que dá a Fazenda a esta classe de tributos. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 Corroboro o entendimento já assentado na decisão recorrida, segundo o que este debate não pode ser travado no âmbito deste processo administrativo. O provimento que aqui se der ou negar tornarseá sem efeito ante decisão superveniente em rumo diverso no aludido processo. Logo, de raso, devese aplicar a Súmula CARF nº 1, eis que presente a conexão de matérias[2]. Da incidência dos juros de mora no lançamento Cabe lembrar que o presente processo é dependente da ação nº 2004.61.00.0289717. O provimento judicial definitivo, a seu tempo, deitará por terra este processo. Alternativamente, o desprovimento referenderá a incidência prevenida, suscitará a mora e ensejará a cobrança dos tributos aqui lançados com a inclusão dos juros de mora, com amparo do art. 61, § 3º, cujo lapso de tempo de sua aplicação estenderseá até o mês do pagamento. Uma vez que é vedada a incidência somente da multa de ofício no lançamento para prevenir decadência, os juros podem ser incluídos no lançamento, sem o caráter de ser valor fixo, como o são o principal e a multa. Demais disso, considero que os juros não estão constituídos na data e na linguagem normativa do lançamento, distintamente do que se dá com o principal. Concebo que ao estarem presentes em todo e qualquer lançamento representam o conteúdo declaratório da mora até o momento em que não haja impugnação, para fins da incidência futura, na conformidade com o art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96, quando se tornar eficaz o lançamento, seja com o trânsito em julgado do desprovimento do pedido em ação judicial ou com a definitividade da decisão em processo administrativo. Os juros não estão a incidir (no que entendo ser o melhor sentido jurídico deste verbo), na composição do crédito tributário pelo lançamento, porquanto seu valor não é definitivo, na hipótese de suspensão de exigibilidade, vindo a sêlo somente quando, em tempo futuro, a então Contribuinte vier a ser chamada a efetuar a quitação do crédito lançado. Nesse diapasão, os juros no lançamento são mero indicativo de sua aderência ao principal e do dies a quo do intervalo de tempo até o mês do pagamento, na ocasião da cobrança. Se se pudesse dizer que os juros têm sua constituição efetivada no lançamento, como admitir a sua fluência protraindose no tempo até a quitação do crédito tributário? Por fim, mesmo não estando configurada a mora no momento do lançamento, em face da suspensão da exigibilidade, a presença dos juros no lançamento, pela razão supra, não representa prejuízo algum à Recorrente. Pedido de intimação no endereço do advogado Quanto a este pedido, no rito do Processo Administrativo Fiscal não há respaldo legal para que a Administração Tributária efetue as intimações na pessoa e no domicílio do advogado constituído pelo contribuinte. Este entendimento é assente nos julgamentos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O princípio do informalismo é próprio do processo administrativo, e nesse pressuposto os administrados detêm a capacidade de postular, sendo facultativa a representação por advogado. Em observância das disposições do art. art. 23 do Decreto nº 70.235/72, as 2 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 346DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005165/201159 Acórdão n.º 3803006.646 S3TE03 Fl. 343 9 intimações devem ser feitas diretamente ao administrado, em seu domicílio tributário, não implicando em nulidade do acórdão o desatendimento deste pleito da Contribuinte: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. [...] § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; III se por meio eletrônico: a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. [grifos aqui] Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração; por não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Judiciário, e por negar provimento quanto à incidência dos juros no lançamento. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 348DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10680.915581/2009-74
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/09/2003
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA FISCAL. CRÉDITO SUFICIENTE.
Uma vez confirmado, mediante diligência, a procedência do direito creditório decorrente de pagamento a maior, deve ser deferida a restituição e homologadas as compensações até o limite do crédito reconhecido pela respectiva verificação fiscal.
Recurso Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3402-002.531
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
João Carlos Cassuli Junior - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO DEÇA, FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Substituto), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/09/2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA FISCAL. CRÉDITO SUFICIENTE. Uma vez confirmado, mediante diligência, a procedência do direito creditório decorrente de pagamento a maior, deve ser deferida a restituição e homologadas as compensações até o limite do crédito reconhecido pela respectiva verificação fiscal. Recurso Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidente Substituto (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 55 81 /2 00 9- 74 Fl. 200DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D’EÇA, FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Substituto), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Fl. 201DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10680.915581/200974 Acórdão n.º 3402002.531 S3C4T2 Fl. 201 3 Relatório Versa o processo de compensação declarada no PER/DCOMP de nº. 11556.69504.151206.1.3.043004, no qual foi apontado como origem do crédito, pagamento indevido ou a maior, realizado pelo sujeito passivo no valor R$ 94.389,77 (noventa e quatro mil, trezentos e oitenta e nove reais e setenta e sete centavos), relativo à COFINS no período de 30/09/2003. O Despacho Decisório Eletrônico de fls. 04 – numeração eletrônica, não homologou a compensação pretendida ao argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos da contribuinte, não restando saldo creditório disponível. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do despacho decisório de fls. 04 – numeração eletrônica, em 29/04/2009, o contribuinte inconformado com a decisão proferida, apresentou, em 29/05/2009, Manifestação de Inconformidade de fls. 02/03 – numeração eletrônica. Na Manifestação apresentada, a contribuinte alegou que a homologação do pedido de compensação não ocorreu devido a um equivoco no ajuste da sua DCTF que deixou de refletir o pagamento indevido a maior, assim, em 28/05/2009, na tentativa de demonstrar o pagamento indevido, retificou a DCTF do 3º trimestre de 2003, bem como anexou cópia da declaração retificadora apontada. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise e atenção aos pontos suscitados pela interessada na Manifestação de Inconformidade apresentada, a 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, proferiu o Acórdão de nº. 0237.258, ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/09/2003 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL. COMPENSAÇÃO INDEFERIDA. O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. Fl. 202DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A 1ª Turma da DRJ/BHE julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por entender que as retificações feitas pelo contribuinte (após o despacho decisório), em 28/05/2009, estão atingidas pelo instituto da decadência. DO RECURSO Cientificado em 08/02/2012, da Decisão da 1ª Turma da DRJ/BHE, por meio de AR de fl. 44 – numeração eletrônica, o contribuinte apresentou em 14/03/2012, Recurso Voluntário a este Conselho, asseverando que a origem do direito creditório decorre de decisão judicial transitada em julgado em 17/02/2006, obtida nos autos do Mandado de Segurança nº 1999.38.00.0092865 na qual pleiteava a não exigência da Cofins sobre a receita bruta total, prevista na Lei nº. 9.718/98. Portanto, após trânsito em julgado, a Recorrente passou a transmitir PER/Dcomp’s relativos aos recolhimentos efetivados a partir do período de novembro/2002, período a partir do qual passou a recolher mediante DARF a parcela da Cofins apurada sobre “Outras receitas”. Anexou à peça recursal cópias da certidão de inteiro teor emitida pelo TRF da 1ª Região acerca do Mandado de Segurança nº 1999.38.00.0092865, bem como, petição inicial, sentença e decisão final, com respectiva certidão de trânsito em julgado, Ofício TRF1 nº 0154/02 – STTUR, de 05/02/2003 ordenando a conversão em renda dos depósitos judiciais, Ofício CEF nº 349/2003, confirmando a conversão em renda dos depósitos judiciais; Livro Razão do exercício de 2003 e Extrato de pagamentos obtidos junto à RFB. DO JULGAMENTO DE 2ª INSTÂNCIA Através da Resolução n° 3402000.609, a 2ª TO da 4ª Câmara da 3ª Seção deste Conselho, ao apreciar o recurso interposto pelo contribuinte, entendendo que o processo não reunia condições de receber um justo julgamento, houve por bem em converter o mesmo em diligência para que fossem adotadas as providências transcritas abaixo: a) Pautandose na decisão transitada em julgado da ação judicial, verifique a composição da base de cálculo adotada pela Recorrente ao recolher a Contribuição, levando em conta as notas fiscais emitidas, a escrita contábil e fiscal e outros documentos que considerar pertinentes, com relação ao mês em que está sendo apontada a existência de crédito utilizado para compensação veiculada na DCOMP em análise; b) Manifestese conclusivamente sobre a existência (ou não) de pagamento indevido ou a maior que o devido, bem como, havendo crédito, qual o seu respectivo montante; c) Após, seja dado vistas do “Relatório Final da Diligência” ao sujeito passivo, para que, querendo, se manifeste no prazo de no mínimo 30 (trinta) dias, retornando os autos para reinclusão em pauta de julgamento neste Conselho. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10680.915581/200974 Acórdão n.º 3402002.531 S3C4T2 Fl. 202 5 DA REALIZAÇÃO DA DILIGÊNCIA Através do termo de intimação fiscal de fl. 167 – numeração eletrônica, o contribuinte foi intimado, em 17/03/2014 (tomou conhecimento por meio do portal eCAC), para apresentar no prazo 20 (vinte) dias a contar da data do recebimento da intimação, os Balancetes mensais de julho a outubro de 2003 – parte relativa às receitas auferidas. Regularmente intimado, o contribuinte apresentou o balancete solicitado (fls. 171 a 179), bem como a memória de cálculo com as contas que expurgou da base de cálculo da contribuição (fl. 182). Também consta aos autos a solicitação de esclarecimentos sobre quais receitas que compunham as contas Garantia Ampliada, Retorno de seguro, Retorno de Despachante, Retorno de Acessórios e Descontos Obtidos. A resposta da contribuinte à solicitação está na fl. 185. A autoridade preparadora afirma no relatório de diligência fiscal de fls. 191 e 192 – numeração eletrônica, que os valores apresentados pela contribuinte são coerentes com o balancete apresentado e totalizam R$ 3.146.325,58, logo, aplicando a esse valor a alíquota da Cofins (3%) se obtém o valor de R$ 94.389,77, valor esse que é informado pela contribuinte como crédito de pagamento a maior. Contudo, ressaltou que o demonstrativo incluiu as contas Garantia Ampliada, Retorno de Seguro, Retorno de Despachante e Retorno de Acessórios, constituídas por receitas diretamente vinculadas à atividade operacional da empresa, no caso a revenda de veículos seminovos, que não devem ser excluídas da base de cálculo da contribuição. Tendo em vista o exposto, a Autoridade Preparadora refez os cálculos reconhecendo o valor de R$ 92.888,87 como pagamento a maior da Cofins. A contribuinte foi informada do relatório da Autoridade Preparadora por meio da caixa postal eCAC. Conforme as fls. 194 e 195 demonstram, a abertura do documento ocorreu em 16/05/2014 e a ciência por decurso de prazo ocorreu em 23/05/2014. Por fim, não houve manifestação do contribuinte. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, numerado até a folha 198 (cento e noventa e oito), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 204DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 Voto Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator. Atendidos os pressupostos de admissibilidade e tempestividade, conforme verificação efetuada já por conta do julgamento anterior, e, constatado o cumprimento da diligência nos termos em que solicitados na Resolução nº 3402000.609, entendo que possui agora, este processo, condições de receber um julgamento justo. A análise dos autos dá conta de que o despacho decisório indeferiu declaração de compensação, e consequentemente, manteve exigível crédito tributário sobre os tributos compensados, do que gerou insuficiência de recolhimentos, ante a conclusão da Fiscalização de que as retificações feitas pelo contribuinte (após o despacho decisório), na data de 29/04/2009, estariam atingidas pelo instituto da decadência. No entanto, tenho me posicionado no sentido de que quem origina o crédito é o pagamento indevido, e não a retificação (ou não) da DCTF (seja ela possível ou não, pelo decurso do prazo). A questão do prazo para se retificar a DCTF, no caso em concreto, é irrelevante para verificar se houve pagamento a maior, pois que não é a DCTF que constitui o crédito tributário, mas sim o pagamento indevido. E o pagamento indevido é decorrência de reconhecimento contido em decisão judicial própria do contribuinte, o que muda este caso na comparação com os casos de mero pagamento indevido em DARF. Neste caso, é a ação judicial, transitada em julgado em 02/2006, que permite a compensação, e não meramente o pagamento indevido feito sem ação. Superado isso, diante falta de análise do crédito pleiteado pela Recorrente até o momento, esta Turma determinou a realização de diligência fiscal a fim de verificar a existência (ou não) de pagamento indevido ou a maior que o devido, bem como, havendo crédito, qual o seu respectivo montante. A referida Diligência chegou às seguintes conclusões: Originalmente, o contribuinte apurou a Cofins sobre uma base de cálculo de R$ 14.160.639,91, obtendo o valor a pagar de R$ 424.819,20, conforme DIPJ 2004 (fl. 187). A DCTF apresentava débito no mesmo valor, vinculado a dois pagamentos, de R$ 330.429,43 e R$ 94.389,77 (fl. 188). Embora a DIPJ permaneça a mesma, a DCTF foi retificada e processada pelo Fiscal, que apresenta hoje o débito no valor de R$ 330.429,43, vinculado ao pagamento de mesmo valor. (fl. 189). Quanto ao pagamento de R$ 94.389,77, encontrase reservado para utilização no presente processo (fl. 190). O demonstrativo enviado pela empresa discrimina as contas que considera excluídas da base de cálculo da Cofins. Os valores informados são coerentes com o balancete apresentado e totalizam R$ 3.146.325,58. Aplicando a esse valor a alíquota da Fl. 205DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10680.915581/200974 Acórdão n.º 3402002.531 S3C4T2 Fl. 203 7 Cofins (3%) obtemos R$ 94.389,77, que é o valor informado como crédito de pagamento a maior. Porém, o demonstrativo inclui as contas “Garantia Ampliada”, “Retorno de Seguro”, “Retorno de Despachante” e “Retorno de Acessórios”, constituídas por receitas diretamente vinculadas à atividade operacional da empresa, no caso a revenda de veículos seminovos, que não devem ser excluídas da base de cálculo da contribuição. Por este motivo, os cálculos da empresa foram refeitos, conforme demonstrado a seguir: (...) Diante do exposto, sou pelo reconhecimento do crédito de pagamento a maior da Cofins, período de apuração setembro de 2003, no valor de R$ 92.888,87. Observase que, a Autoridade Preparadora expressamente afirmou que ao se aplicar o disposto na decisão judicial em favor da Recorrente, reconheceuse a existência de pagamento a maior da Cofins, período de apuração setembro de 2003, porém, houve por bem refazer o cálculo do crédito pleiteado pelo contribuinte por considerar que, nos cálculos da Recorrente, as receitas diretamente vinculadas à atividade operacional da empresa, no caso a revenda de veículos seminovos, não deveriam ter sido excluídas da base de cálculo da contribuição. Desta maneira, a Autoridade Preparadora glosou parte do crédito pleiteado, conforme se verifica no relatório de diligência fiscal. Porém, em face do reconhecimento de que apenas poderiam ser submetidas à tributação as receitas que preenchessem o conceito de faturamento, em face da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS/COFINS promovida pelo §1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, tenho que as receitas operacionais, porém que não decorram de “faturamento”, assim entendido com a receita da venda de mercadorias ou da prestação de serviços, não podem ser incluídos na base imponível das contribuições em análise. Deste modo, as receitas decorrentes de “Garantia Ampliada”, “Retorno de Seguro”, “Retorno de Despachante” e “Retorno de Acessórios”, revestemse de natureza de “outras receitas operacionais”, mas não se caracteriza como faturamento. Daí porque entendo ser equivocada a glosa realizada pela Autoridade Preparadora, posto que tais exclusões acabam ofendendo ao conceito de faturamento, contrariando o comando da declaração de inconstitucionalidade antes mencionada, de modo que, ao executar o comando desta decisão, deverá a autoridade preparadora afastar a glosa dos créditos sobre as rubricas acima mencionadas, homologando a compensação até o montante do credito disponível. Esta a razão – para que dúvidas não remanesçam – do porque do provimento ser parcial. Assim sendo, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o crédito já levantado pela diligência, bem como para determinar a exclusão da base de cálculo da contribuição no período em questão, dos valores relativos à “Garantia Ampliada”, “Retorno de Seguro”, “Retorno de Despachante” e “Retorno de Fl. 206DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 8 Acessórios” e, por fim, determinar a homologação da compensação até o limite do crédito reconhecido. É como voto. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior – Relator. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 1/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
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Numero do processo: 10880.721494/2006-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2101-000.187
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para esclarecimento de questões de fato acerca das áreas averbadas do imóvel na data do fato gerador, nos termos do voto da relatora.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS (Presidente), DANIEL PEREIRA ARTUZO, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARIA CLECI COTI MARTINS, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, EDUARDO DE SOUZA LEAO
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS (Presidente), DANIEL PEREIRA ARTUZO, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARIA CLECI COTI MARTINS, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, EDUARDO DE SOUZA LEAO Relatório O Recurso Voluntário busca reverter a decisão proferida no Acórdão 0415675 da 1a. Turma da DRJ/CGE que considerou procedente o lançamento tributário para o exercício 2004 referente ao imóvel rural Fazenda Eldorado, NIRF 2.387.0060, com área de 24.800ha, localizado no município de Juara/MT. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .7 21 49 4/ 20 06 -5 9 Fl. 226DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 15/12/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10880.721494/200659 Resolução nº 2101000.187 S2C1T1 Fl. 3 2 A ciência ao Acórdão de Impugnação ocorreu em 22/12/2008. A peça recursal foi interposta em 21/01/2009 (fl 91 numeração manual) O lançamento desconsiderou a área de preservação permanente e de Reserva Legal declaradas pelo contribuinte na DITR, de 1045,50ha e 19.840,00ha, respectivamente. Também modificou o valor da terra nua do imóvel para R$ 5.641.256,00. O contribuinte informa que a punição pela não apresentação de ADA para aquelas áreas isentas não poderia ser da tributação, seja por amparo legal, ou porque assim fazendo, estaria o Estado conferindo ao proprietário o direito de explorálas. O imóvel é da característica da região Amazônica e a isenção decorreria dos dispositivos legais lei 4.771/65, art. 1, inc. I e III, par. 2o., e art. 16 inc. I, corroborada pelo disposto no art. 10, par. 1o. inciso II, alínea a). Enfatiza que no ITR 2003 (assim como em 2000, 2001 e 2002), a Fazenda só alterou o valor tributado da terra nua, aceitando a dedução de 1045,5 ha de preservação permanente e de 12.400,1 de reserva legal como declarados, o que contraria o presente lançamento. Acostou aos autos o documento do ITR 2003 (fl. 98 numeração manual). Observase que para o ano calendário 2002 só foi solicitado o laudo de localização do imóvel conforme NBR 14.653 da ABNT. Com relação ao valor da terra nua, entende que o valor arbitrado pelo SIPT carece dos pressupostos mínimos de aceitabilidade exigidos pela receita para rever o VTN qual seja o atendimento da ABNT 146533. Argumenta que o valor da terra nua foi majorado em 352% sem fundamentação, justamente quando as terras da Amazônia Legal sofreram desvalorização em virtude da redução do índice de aproveitamento de 50% para 20%, por conta da MP 2166/2002. Entende que só pelo estipulado na lei as áreas de Preservação Permanente declaradas deveriam ser reconhecidas. Entretanto, nem mesmo uma eventual utilização ilegal daquelas áreas do proprietário, autorizaria o lançamento do tributo sobre essas áreas por falta de previsão legal. Assim, a tributação dessas áreas de preservação não encontra amaro legal. Mais ainda, o par. 7. art. 10 da lei 9393/96 traz expresso que a declaração para fins de isenção das áreas sob análise não estão sujeitas a comprovação por parte do declarante. O imóvel rural fica em local de difícil acesso, 820km de Cuiabá, dos quais 500km são de estradas de chão, com condições precárias de tráfego, aliado ao fato da baixa utilização (20%) e da baixa qualidade do solo, o que faz com que o valor da terra nua seja baixo. A tela do sistema SIPT está à pg. 75 (numeração manual). É o relatório. Voto Conselheira MARIA CLECI COTI MARTINS Fl. 227DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 15/12/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10880.721494/200659 Resolução nº 2101000.187 S2C1T1 Fl. 4 3 O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade. O laudo técnico apresentado utilizou dados do ano 2002, e não pode ser aceito como base para a revisão do valor arbitrado pelo SIPT, por não estar em conformidade com a norma técnica NBR 14.653 (este processo trata do ITR para o exercício 2004). Com relação às informações sobre a propriedade, o laudo técnico consigna áreas: de reserva legal por imposição legal (art. 1. par. 2o, inc. III e art. 16, inc. I da Lei 4.771/65) é de 19.841,0372 ha., de preservação permanente : 231,9000 ha e 800,4541; e pastagens: 3.914,50ha. Contudo, os documentos de registro dos imóveis juntados aos autos e que, teoricamente compõem a área sob análise, contém as seguintes averbações: 1. No registro do imóvel matrícula 5.330 consta a averbação 3/5.330, de 26/09/2003, aonde o proprietário assinou em 28/07/2003, Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal sob. n. 0690/2003 com a Fundação Estadual do Meio Ambiente FEMA MT. Conforme o documento, " em atendimento a tais dispositivos as formas de vegetação existentes na propriedade: com área total de 726ha, não inferior a 50% de sua área total, referente à área de reserva legal, compreendida nos limites da carta imagem no verso, fica gravada como de utilização limitada, não podendo ser nela feita qualquer tipo de exploração sem autorização do órgão competente"(fl. 41 numeração manual). 2. Averbação 4/5330 efetuada em 26/09/2003, baseada no mesmo termo, consigna 225,7782 ha para servidão florestal, que se constitui em reserva legal do imóvel denominado Fazenda Cachoeira I. A servidão corresponderia a 15,55% da área total deste imóvel. 3. Averbação 1/5.322, de 27/09/2002, o proprietário do imóvel rural se compromete a desmatar 50% dos imóveis objeto das matrículas 2718, 2719 e 2720, da transcrição anterior, de número 5194, e que teria no total, uma área de 6.172,9047ha. Tal percentual de área teria ficado gravado como de utilização limitada pelo IBAMA com quem foi assinado o Termo de Responsabilidade. 4. Averbação 7/5.329, de 26/09/2003, averbação de 500,2218ha (34,45% da área total) NIRF 5.535.6222 (área desmembrada), tendo em vista Termo de responsabilidade de averbação de reserva legal feito com o órgão ambiental do Mato Grosso FEMA (fl. 62 numeração manual) 5. Averbação 8/5329, de 26/09/2003 Termo de responsabilidade de averbação de reserva legal 0692/2003 firmado com a FEMA SERVIDÃO FLORESTAL DE 225,7782HA (15,55% de 1452ha) MATRICULA 5329 FL.03. VER SE AS OUTRAS AVERBAÇÕES SÃO DA MESMA MATRÍCULA fl. 63(numeração eletrônica) 6. Averbação 1/4.837 29/01/2002 Termo de Responsabilidade e Preservação da Floresta, de 20/05/1996, comprometese a desmatar 50% do imóvel, ou seja, 6.266,81ha. Tudo conforme Av. 1/2706 da transcrição anterior. Não foi juntado aos autos ADA tempestivo e, tendo em vista as inúmeras averbações existentes nas matrículas do imóvel, com dados contraditórios, entendo que é necessário verificar junto ao Registro de Imóveis da localidade do imóvel quais averbações são consideradas vigentes para o imóvel na data do fato gerador e se todos os documentos de Fl. 228DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 15/12/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10880.721494/200659 Resolução nº 2101000.187 S2C1T1 Fl. 5 4 averbação referemse ao imóvel sob análise. É necessário também esclarecer o conteúdo das averbações, como por exemplo, o significado da averbação 1/4.387 de 29/01/2002. Voto por transformar o julgamento em diligência para que a autoridade lançadora verifique tais informações. Do resultado da diligência deverá ser dada ciência ao recorrente para que se manifeste em 30 dias. MARIA CLECI COTI MARTINS Relatora Fl. 229DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 15/12/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10880.694475/2009-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3302-000.502
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Walber José da Silva
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Gileno Gurjão Barreto, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède e Antonio Mário de Abreu Pinto.
RELATÓRIO
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Gileno Gurjão Barreto, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède e Antonio Mário de Abreu Pinto. RELATÓRIO
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Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Gileno Gurjão Barreto, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède e Antonio Mário de Abreu Pinto. RELATÓRIO Trata o presente de declaração de compensação, relativa a crédito de março/2004, indeferida pela autoridade administrativa sob o fundamento de que o DARF informado como origem do crédito fora utilizado para quitação de outros débitos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 94 47 5/ 20 09 -9 5 Fl. 291DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 292 2 A recorrente apresentou manifestação de inconformidade, alegando que: 1. A maior parte das receitas decorrem da prestação do serviço de transmissão de energia elétrica de acordo com contrato firmado em 13/09/1999 (CONTRATO CPST Nº 006/1999), firmado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS; 2. Estas receitas estariam sujeitas à incidência cumulativa da Lei nº 9.718/98, por decorrerem de contratos de longo prazo, a preço predeterminado e firmado anteriormente a 31/10/2003, por disposição prevista no inciso XI, alíneas "b" e "c", do art. 10 da Lei nº 10.833/2003; 3. A Nota Técnica nº 224/2006, expedida pela SFF/ANEEL, apresentou entendimento sobre o tema, concluindo que as receitas decorrentes dos Contratos de Prestação de Serviço de Trasmissão CPST, firmados anteriormente a 31/10/2003, e reajustados anualmente pelo IGPM, se sujeitam à incidência cumulativa das contribuições prevista na Lei nº 9718/98; 4. Recolheu, equivocadamente, as contribuições para o PIS e Cofins no regime nãocumulativo, não separando as sujeitas ao regime cumulativo, e, posteriormente, transmitiu várias DCOMPs para aproveitar o crédito originado do pagamento indevido; 5. Estava providenciando a retificação das DCTF e Dacons, quando foi surpreendida com a ciência dos despachos decisórios, não homologando as compensações; 6. Foi necessária a retificação dos Dacons e das DCTF, após a ciência dos despachos decisórios, para corrigir o erro de fato cometido e que as DCOMPs não foram retificadas em razão da intimação para ciência dos despachos decisórios, de acordo com a vedação constante nos artigos 77 e 95 da IN RFB nº 900/2008; 7. Os erros cometidos no preenchimento dos DARFs, DCTFs, Dacons e DCOMP não causaram prejuízo ao erário e devem ser reconhecidos pela Administração Tributária, nos termos do art. 147 do CTN e em atendimento ao princípio da verdade material; 8. Poderá disponibilizar os documentos como Diário, Razão, Faturas, Balancetes, Contratos, normas da ANEEL para realização de diligência, caso seja necessária; A Terceira Turma da DRJ/BEL em Belém proferiu decisão nos termos da ementa que abaixo transcrevese: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário:2004 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ÔNUS DA PROVA. Considerase não homologada a declaração de compensação quando não reste comprovada a existência do crédito apontado como compensável. Em sede de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito. DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. DCTF E DACON RETIFICADORES. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 293 3 A DCTF e o DACON Retificadores, na condição de documentos confeccionados pelo próprio interessado, não exprimem nem materializam, por si só, o indébito fiscal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente interpôs tempestivamente recurso voluntário, alegando resumidamente que: 1. O IGPM deve ser considerado índice que reflete a variação ponderada dos custos e, portanto, enquadrado no art. 109 da Lei nº 11.196/2005; 2. Ainda que se negue a inclusão do IGPM no art. 109 da Lei n 11.196/2005, tal índice é mero reajuste do preço contratado, e não modificação deste preço, e que se o art. 109 da Lei nº 11.196/2005 estipulou que a variação dos custos não descaracteriza o preço predeterminado, com maior razão, um índice geral de correção não deveria descaracterizálo; 3. As IN SRF 468/2004 e 658/2006 consistem em flagrante ofensa ao princípio da legalidade insculpido no art. 150, inciso I da Constituição Federal; 4. O indébito decorre de erro na aplicação da alíquota; 5. Não disponibilizou toda a documentação, como Diário, Razão, Faturas, Balancetes, normas da ANEEL em razão do grande volume, vez que foram apresentadas 51 defesas administrativas; 6. Em momento algum, afirmou que a retificação do DACON e da DCTF constituem o direito creditório líquido e oponível à RFB, mas que pretendeu apenas cumprir os deveres instrumentais quanto ao erro alegado e que tais informações estão consubstanciadas em sua escrituração contábil; Cita, ainda, jurisprudência deste Conselho e do STJ e apresenta cópia do balancete, demonstrativos das receitas, indicação da conta contábil, de modo a corroborar suas alegações. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. VOTO Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A autoridade administrativa indeferiu a homologação pelo fato de o DARF apontado como origem do crédito pleiteado estava alocado a débitos em DCTF. Após a ciência do despacho, a recorrente providenciou a retificação do Dacon e da DCTF, demonstrando os valores alegados como corretos. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 294 4 A DRJ considerou a manifestação de inconformidade improcedente, sob os argumentos de que o contrato CPST 006/1999, apresentado pela recorrente, não era apto a demonstrar que não houve após 31/10/2003 a implementação de quaisquer das ocorrências que descaracterizassem o preço predeterminado; que a Cláusula 53 assegurava às partes a prerrogativa de solicitar a revisão das cláusulas e condições avençadas; que a competência da ANEEL não alcança a interpretação da legislação tributária; que o IGPM não constitui índice que reflete a variação dos custos de produção nem reflete a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados; que a desconstituição dos créditos confessados não se efetiva com a apresentação da DCTF e Dacon retificadores, mas com a apresentação da escrita fiscal e contábil e respectiva documentação de suporte. Por sua vez, a recorrente, em recurso voluntário, alega que o reajuste pelo IGP M não descaracteriza o preço determinado, e apresenta cópias dos balancetes e demonstrativos de forma a comprovar seu direito. Vêse que a lide se refere ao alcance da expressão "preço predeterminado", e, consequentemente, da sujeição das receitas auferidas à incidência nãocumulativa ou cumulativa das contribuições. Passase, assim, à análise dos requisitos para exclusão das receitas em questão da incidência nãocumulativa das contribuições e da definição de preço predeterminado. As receitas decorrentes de determinados contratos firmados antes de 31/10/2003 foram excluídas da incidência nãocumulativa das contribuições, a partir da vigência do inciso XI do artigo 10 da Lei nº 10.833/2003, aplicado ao PIS/Pasep pelo art. 15 da referida lei: Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1o a 8o: (Produção de efeito) [...]XI as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: a) com prazo superior a 1 (um) ano, de administradoras de planos de consórcios de bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central; b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; c) de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data; [...]Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...]V no art. 10, incisos VI, IX e XI a XXI desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 294DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 295 5 V nos incisos VI, IX a XXV do caput e no § 2o do art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V nos incisos VI, IX a XXVII do caput e nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Regulamentando o dispositivo, a RFB editou a IN SRF 468/2004, que, em seu art.2º, estipulou que a implementação do primeiro reajuste ou a revisão para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro dos contratos, após 31/10/2003, descaracterizariam o preço predeterminado, nos seguintes termos: Art. 2o Para efeito desta Instrução Normativa, preço predeterminado é aquele fixado em moeda nacional como remuneração da totalidade do objeto do contrato. § 1 o Considerase também preço predeterminado aquele fixado em moeda nacional por unidade de produto ou por período de execução. § 2 o Se estipulada no contrato cláusula de aplicação de reajuste, periódico ou não, o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a implementação da primeira alteração de preços verificada após a data mencionada no art. 1 o . § 3 º Se o contrato estiver sujeito a regra de ajuste para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro, nos termos dos arts. 57, 58 e 65 da Lei n º 8.666, de 21 de junho de 1993, o caráter predeterminado do preço subsiste até a eventual implementação da primeira alteração nela fundada após a data mencionada no art. 1 º . Posteriormente, a Lei nº 11.196/2005, em seu art. 109, dispôs que o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos não será considerado para fins de descaracterização do preço determinado: Art. 109. Para fins do disposto nas alíneas b e c do inciso XI do caput do art. 10 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1o do art. 27 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase desde 1o de novembro de 2003. Novamente, regulamentando a matéria, a RFB editou a IN SRF nº 658/2006, revogando a IN SRF nº 468/2004 e incorporando as disposições do art. 109 acima mencionado, nos seguintes termos: Do Preço Predeterminado Art. 3º Para efeito desta Instrução Normativa, preço predeterminado é aquele fixado em moeda nacional como remuneração da totalidade do objeto do contrato. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 296 6 § 1º Considerase também preço predeterminado aquele fixado em moeda nacional por unidade de produto ou por período de execução. § 2º Ressalvado o disposto no § 3º, o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a implementação, após a data mencionada no art. 2º1, da primeira alteração de preços decorrente da aplicação: I de cláusula contratual de reajuste, periódico ou não; ou II de regra de ajuste para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro do contrato, nos termos dos arts. 57, 58 e 65 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. § 3º O reajuste de preços, efetivado após 31 de outubro de 2003, em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, não descaracteriza o preço predeterminado.(grifo não original) Art. 4º Na hipótese de pactuada, a qualquer título, a prorrogação do contrato, as receitas auferidas depois de vencido o prazo contratual vigente em 31 de outubro de 2003 sujeitarseão à incidência não cumulativa das contribuições. Verificase que a Receita Federal considerou que as hipóteses de reajuste e de revisão dos contratos administrativos, destinados à manutenção do equilíbrio econômico financeiro, expressos no art. 55, inciso III, 57, 58 e 65 da Lei nº 8.666/93, descaracterizariam o preço predeterminado, excetuando o reajuste não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. A revisão contratual decorre de fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual2. Já o reajuste é cláusula necessária nos contratos administrativos3 e "objetiva reconstituir os preços praticados no contrato em razão de fatos previsíveis, é dizer, álea econômica ordinária, no momento da contratação, ante a realidade existente, como a variação inflacionária. Por decorrência, o reajuste deve retratar a alteração dos custos de produção a fim de manter as condições efetivas da proposta contratual, embora muitas vezes não alcance este desiderato relativamente a certo segmento ou agente econômicos". A legislação distingue as duas figuras, como se observa na Lei nº 8.987/95, que, dispondo sobre o regime de concessão de serviços públicos, especifica em seu art. 9º, §3º4, a 1 A data é 31/10/2003. 2 Art. 65, inciso II, alínea "d" da Lei nº 8.666/93 3 Art. 55, inciso III da Lei nº 8.666/93 4 Lei 8.987/95: Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. [..~] § 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manterse o equilíbrio econômicofinanceiro. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 297 7 possibilidade de revisão da tarifa decorrente da criação ou alteração de tributos. Já o artigo 18 da referida lei dispõe que o edital de licitação deverá prever os critérios de reajuste e revisão da tarifa, também ocorrendo a referida distinção nos artigos 23 e 29. A situação aqui tratada referese a reajuste e não a revisão contratual e se o procedimento altera o preço predeterminado. A definição desta expressão adotada pela RFB era a disposta na IN SRF nº 21/79: 3 Produção em Longo Prazo O contrato de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens e serviços a serem produzidos, com prazo de execução física superior a 12 (doze) meses, terá seu resultado apurado, em cada períodobase, segundo o progresso dessa execução: 3.1 Preço predeterminado é aquele fixado contratualmente, sujeito ou não a reajustamento, para execução global; no caso de construções, bens ou serviços divisíveis, o preço predeterminado é o fixado contratualmente para cada unidade. A instrução normativa acima foi utilizada como fundamento em diversas soluções de consulta da RFB, após a edição do inciso XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003. O entendimento era pacífico neste sentido até a edição da IN SRF 468/2004. Porém a RFB editou a referida instrução, modificando o entendimento sobre a definição de preço predeterminado, sem que qualquer lei tenha sido publicada alterando tal definição. Foi meramente nova interpretação normativa que suscitou rebates por parte dos contribuintes, tendo o STJ se pronunciado sobre a ilegalidade da IN SRF 468/2004: AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.310.284 PR (2012/00355487) EMENTA TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 557 DO CPC. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. COFINS. REGIME DE CONTRIBUIÇÃO. LEI N. 10.833/03. INSTRUÇÃO NORMATIVA 468/2004. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 1. A eventual nulidade da decisão monocrática calcada no art. 557 do CPC fica superada com a reapreciação do recurso pelo órgão colegiado, na via de agravo regimental, como bem analisado no REsp 824.406/RS de Relatoria do Min. Teori Albino Zavascki, em 18.5.2006. § 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. [...] Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: [...] IV ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas; Art. 29. Incumbe ao poder concedente: [...] V homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato; Fl. 297DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 298 8 2. A Secretaria da Receita Federal, por meio da Instrução Normativa 468/04, ao definir o que é "preço predeterminado", estabeleceu que "o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a implementação da primeira alteração de preços" e, assim, acabou por conferir, de forma reflexa, aumento das alíquotas do PIS (de 0,65% para 1,65%) e da COFINS (de 3% para 7,6%). 3. Somente é possível a alteração, aumento ou fixação de alíquota tributária por meio de lei, sendo inviável a utilização de ato infralegal para este fim, sob pena de violação do princípio da legalidade tributária. Precedentes: REsp 1.089.998RJ, DJe 30/11/2011; REsp 1.109.034 PR, DJe 6/5/2009; e REsp 872.169RS, Dje 13/5/2009. RECURSO ESPECIAL Nº 1.169.088 MT (2009/02357184) EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. NATUREZA PREVENTIVA. SÚMULA 7/STJ. ART. 10, XI, "B' DA LEI 10.833/03. CONCEITO DE PREÇO PREDETERMINADO. IN SRF 468/04. ILEGALIDADE. PRECEDENTE. ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. MULTA. AFASTAMENTO. SÚMULA 98/STJ. [...]4. O preço predeterminado em contrato, previsto no art. 10, XI, "b", da Lei 10.833/03, não perde sua natureza simplesmente por conter cláusula de reajuste decorrente da correção monetária. Ilegalidade da IN n.º 468/04. Precedente. 5. A multa fixada com base no art. 538, parágrafo único, do CPC, deve ser afastada quando notório o propósito de prequestionamento dos embargos de declaração. Incidência da Súmula 98/STJ. 6. Recurso especial conhecido em parte e provido também em parte. RECURSO ESPECIAL Nº 1.089.998 RJ (2008/02056082) EMENTA TRIBUTÁRIO. COFINS. REGIME DE CONTRIBUIÇÃO. LEI N. 10.833/03. INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 468/2004. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 1. Cuidase de recurso especial interposto pelo contribuinte, questionando o poder regulamentar da Secretaria da Receita Federal, na edição da Instrução Normativa n. 468/04, que regulamentou o art. 10 da Lei n. 10.833/03. 2. O art. 10, inciso XI, da Lei n. 10.833/03 determina que os contratos de prestação de serviço firmados a preço determinado antes de 31.10.2003, e com prazo superior a 1 (um) ano, permanecem sujeitos ao regime tributário da cumulatividade para a incidência da COFINS. (Grifo meu.) 3. A Secretaria da Receita Federal, por meio da Instrução Normativa n. 468/04, ao definir o que é "preço predeterminado", estabeleceu que "o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a Fl. 298DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 299 9 implementação da primeira alteração de preços " e, assim, acabou por conferir, de forma reflexa, aumento das alíquotas do PIS (de 0,65% para 1,65%) e da COFINS (de 3% para 7,6%). 4. Somente é possível a alteração, aumento ou fixação de alíquota tributária por meio de lei, sendo inviável a utilização de ato infralegal para este fim, sob pena de violação do princípio da legalidade tributária. 5. No mesmo sentido do voto que eu proferi, o Ministério Público Federal entendeu que houve ilegalidade na regulamentação da lei pela Secretaria da Receita Federal, pois "a simples aplicação da cláusula de reajuste prevista em contrato firmado anteriormente a 31.10.2003 não configura, por si só, causa de indeterminação de preço, uma vez que não muda a natureza do valor inicialmente fixado, mas tão somente repõe, com fim na preservação do equilíbrio econômico financeiro entre as partes, a desvalorização da moeda frente à inflação ." (Fls. 335, grifo meu.) Mantenho o voto apresentado, no sentido de dar provimento ao recurso especial. De fato, a IN SRF nº 468/2004 extrapolou a legislação vigente ao estipular que o reajuste implicaria em descaracterização do preço predeterminado. Entretanto, o advento do art. 109 da Lei nº 11.196/2005 alterou a configuração legislativa sobre a matéria. O art. 109 mencionou expressamente que "o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1o do art. 27 da Lei no 9.069/95, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado". Se a intenção da modificação era permitir que o reajuste não descaracterizasse o preço predeterminado, não foi o que restou publicado. O art. 109 faz referência à Lei 9.069/95, conversão das MPs que criaram o Plano Real, na qual estipulava que a correção monetária, em virtude de estipulação legal ou em negócio jurídico, deveria darse pelo Índice de Preços ao Consumidor, Série r IPCr, de acordo com o art. 27 da Lei nº 9.069/95, mas ressalvadas as hipóteses de seu parágrafo primeiro: § 1º O disposto neste artigo não se aplica: I às operações e contratos de que tratam o Decretolei nº 857, de 11 de setembro de 1969, e o art. 6º da Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994; II aos contratos pelos quais a empresa se obrigue a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem produzidos, cujo preço poderá ser reajustado em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados; III às hipóteses tratadas em lei especial. Foi justamente sobre o inciso II do §1º que o art. 109 fez a ressalva quanto ao reajuste não descaracterizar o preço predeterminado e não sobre o IPCr. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 300 10 Salientase que a Lei nº 10.192/2001, conversão de MPs que se originaram da MP nº 1.503/95, extinguiu o IPCr em seu art. 8º: Art. 8o A partir de 1o de julho de 1995, a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE deixará de calcular e divulgar o IPCr. § 1o Nas obrigações e contratos em que haja estipulação de reajuste pelo IPCr, este será substituído, a partir de 1o de julho de 1995, pelo índice previsto contratualmente para este fim. § 2o Na hipótese de não existir previsão de índice de preços substituto, e caso não haja acordo entre as partes, deverá ser utilizada média de índices de preços de abrangência nacional, na forma de regulamentação a ser baixada pelo Poder Executivo. A mesma lei, em seu artigo 2º, dispôs que: Art. 1o As estipulações de pagamento de obrigações pecuniárias exeqüíveis no território nacional deverão ser feitas em Real, pelo seu valor nominal. Parágrafo único. São vedadas, sob pena de nulidade, quaisquer estipulações de: I pagamento expressas em, ou vinculadas a ouro ou moeda estrangeira, ressalvado o disposto nos arts. 2o e 3o do DecretoLei no 857, de 11 de setembro de 1969, e na parte final do art. 6o da Lei no 8.880, de 27 de maio de 1994; II reajuste ou correção monetária expressas em, ou vinculadas a unidade monetária de conta de qualquer natureza; III correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados, ressalvado o disposto no artigo seguinte. Art. 2o É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano. § 1o É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano. § 2o Em caso de revisão contratual, o termo inicial do período de correção monetária ou reajuste, ou de nova revisão, será a data em que a anterior revisão tiver ocorrido. § 3o Ressalvado o disposto no § 7o do art. 28 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, e no parágrafo seguinte, são nulos de pleno direito quaisquer expedientes que, na apuração do índice de reajuste, produzam efeitos financeiros equivalentes aos de reajuste de periodicidade inferior à anual. O Decreto nº 1.544/95 estipulou que, na hipótese de não existir previsão de índice para substituir o IPCr e na falta de acordo entre as partes, deveria ser utilizada a média Fl. 300DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 301 11 aritmética entre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC do IBGE e o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna IGPDI da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Art. 1º Na hipótese de não existir previsão de índice de preços substituto, e caso não haja acordo entre as partes, a média de índices de preços de abrangência nacional a ser utilizada nas obrigações e contratos anteriormente estipulados com reajustamentos pelo IPCr, a partir de 1º de julho de 1995, será a média aritmética simples dos seguintes índices: I Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); II Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGPDI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Observase que a própria legislação, já em 1995, cuidou de diferenciar o reajuste em função de índices gerais ou setoriais do reajuste em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, inicialmente no art. 27 da Lei 9.069/95 e posteriormente nos artigos 1º e 2º da Lei nº 10.192/2001 (na realidade, a diferença temporal entre as disposições é de apenas 10 dias). O art. 109, ao se referir apenas ao reajuste em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, acabou inovando a definição de preço predeterminado, estabelecendo uma distinção até então inexistente. Quisesse apenas referirse a reajuste em geral, bastaria têlo feito nos termos do art. 2º da Lei nº 10.192/2001. Reforçam este entendimento, as emendas feitas à MP 252/2005, citadas na Nota Técnica 224/2006 SFFANEEL: Emendas n° 224 (Dep. Eduardo Gomes), 225 (Dep. Eduardo Sciarra), e 353 (Dep. Max Rosenmann): EMENDA ART. 44A. O art. 10, inciso XI,da Lei nº 10.833, de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 10........................................................................... ........................................................................................ XI as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, independentemente de a eles serem aplicados reajustamentos previstos em cláusulas contratuais." JUSTIFICATIVA: a redação proposta , com adição da locução "independentemente de a eles serem aplicados reajustamentos previstos em cláusulas contratuais" fazse necessária, visto que o Poder Executivo através da Instrução Normativa nº 468/2004, da SRF, mudou a interpretação do conceito de "preço predeterminado" passando a impedir que os contratos abrigados pela Lei nº 10.833/2003, deixem de usufruir o direito de permanecer sob o regime da cumulatividade. A IN em questão entende que o simples reajuste de preço por índices oficiais já caracteriza uma mudança da base do preço e desta forma afasta a eficácia do dispositivo legal. No fundo o que a IN faz é, na prática, Fl. 301DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 302 12 equiparar o conceito de preço predeterminado " ao conceito de preço fixo, uma vez que praticamente não existe contrato com prazo superior a um ano sem previsão de reajustamento. Tivesse sido assim publicado o artigo 109, a interpretação forçosamente retornaria ao texto da IN SRF nº 21/79, mas não foi o ocorrido. Todavia, a redação da IN SRF 658/2006 modificou, sutilmente, a redação do art. 109, ao dispor no §3º do art. 3º: § 3 º O reajuste de preços, efetivado após 31 de outubro de 2003, em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1 º do art. 27 da Lei n º 9.069, de 29 de junho de 1995, não descaracteriza o preço predeterminado. A redação da lei que era "reajuste de preços em função do" foi regulamentada como "reajuste de preços em percentual não superior". Esta redação não exclui, a priori, a utilização de qualquer índice, desde que ele não ultrapasse o acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. Assim, se a fórmula de reajuste utilizada não ultrapassar aqueles limites, deve tal fórmula de reajuste não descaracterizar o preço predeterminado. Ressaltase que o art. 109 está em consonância com o fundamento econômico para o reajuste que é a variação dos custos, como dispõe o inciso XI do art. 40 da Lei nº 8.666/93 e o inciso XVIII do art. 3º da Lei nº 9.427/96, que instituiu a Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL: Lei nº 8.666/93: Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: [...]XI critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Lei nº 9.427/96: Art. 3o Além das atribuições previstas nos incisos II, III, V, VI, VII, X, XI e XII do art. 29 e no art. 30 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, de outras incumbências expressamente previstas em lei e observado o disposto no § 1o, compete à ANEEL: (Redação dada pela Lei nº 10.848, de 2004) (Vide Decreto nº 6.802, de 2009). [...]XVIII definir as tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição, sendo que as de transmissão devem ser baseadas nas seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004) Fl. 302DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 303 13 a) assegurar arrecadação de recursos suficientes para cobertura dos custos dos sistemas de transmissão; e (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004) a) assegurar arrecadação de recursos suficientes para a cobertura dos custos dos sistemas de transmissão, inclusive das interligações internacionais conectadas à rede básica; (Redação dada pela Lei nº 12.111, de 2009) b) utilizar sinal locacional visando a assegurar maiores encargos para os agentes que mais onerem o sistema de transmissão; (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004) Estabelecidas as condições para a definição de preço predeterminado, passase à análise do contrato apresentado. A recorrente auferiu receitas decorrentes da prestação de serviço de transmissão de energia elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL instituída pela Lei nº 9.427/1996, e pelo contrato firmado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS em 13/09/1999, intitulado Contrato de Prestação de Serviço de Transmissão de Energia Elétrica (CONTRATO CPST Nº 006/1999). O ONS é entidade de direito privado sem fins lucrativos, cabendolhe, dentre outras atribuições, a de contratar e administrar os serviços de transmissão de energia elétrica e respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares, nos termos do art. 13, parágrafo único, alínea “d” da Lei nº 9.648/98, sob fiscalização e regulação da ANEEL (Resolução nº 351/98 e Decreto nº 2.655/98). O contrato celebrado denominase CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSMISSÃO e tem por objeto regular as condições de administração e coordenação por parte da ONS, da prestação de serviço de transmissão pela Transmissora (recorrente). Seu prazo de vigência é a partir de 13/09/1999 e permanece até a extinção da concessão da transmissora. A claúsula 36º dispõe que a recorrente teria direito a receber dos usuários, mediante os Contratos de Uso do Sistema de Transmissão, um duodécimo da receita anual permitida, e seu parágrafo 1º dispôs que os serviços de operação de rede básica, serviços de telecomunicações e serviços ancilares seriam remunerados pela RAP até a assinatura de contratos específicos, a serem assinados até 30/06/2000 e 31/12/2002. A cláusula 37º menciona ainda a existência de Contrato de Concessão de Serviço Público de Transmissão de Energia Elétrica. A cláusula 40º estipula que o pagamento mensal à transmissora será realizado de acordo com as datas e condições definidas nos Contratos de Uso do Sistema de Transmissão. Cláusula 40º O pagamento mensal, definido na Cláusula 36*, devido pelos USUÁRIOS à TRANSMISSORA pela Prestação dos Serviços de Transmissão, será realizado em 3 (três) vencimentos, cada um equivalente a 1/3 (um terço) do valor global devido, nas datas e condições definidas nos CONTRATOS DE USO DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 304 14 Verificase que o contrato apresentado é entre o ONS e a recorrente e destinase a regular as condições de administração e coordenação por parte da ONS, da prestação de serviço de transmissão, mas não corresponde aos contratos dos quais decorrem as receitas auferidas. Assim, nestes contratos é que estão previstos as condições que permitem aferir sua caracterização como de longo prazo e do preço predeterminado, como: data de assinatura, prazo de vigência, data em que ocorreu o primeiro reajuste, fórmula estabelecida para cálculo do reajuste, e outros. Por outro lado, a Nota Técnica nº 224/2006, elaborada pela Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF/ANEEL, apresenta os modelos de contratos utilizados na concessão do serviço público de transmissão, contratos de prestação de serviços de transmissão CPST e contratos de uso do sistema de transmissão CUST. Da análise das cláusulas dos modelos apresentados, são necessários alguns esclarecimentos por parte da recorrente para melhor compreendêlos, bem como detalhar a receita auferida, vinculando cada parcela ao contrato que lhe deu origem. Diante do exposto, voto para converter o presente julgamento em resolução para que a autoridade administrativa intime a recorrente a: 1. Relacionar as receitas auferidas ao contrato do qual decorrem; 2. Apresentar o Contrato de Concessão do Serviço Público de Transmissão, especificando a data de assinatura, o prazo de vigência, as condições contratadas para o reajustamento fórmula e datas de reajuste; 3. Identificar o primeiro reajustamento ocorrido após 31/10/2003, relativamente às receitas auferidas; 4. Esclarecer se houve alguma revisão do contrato visando a manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro; 5. Apresentar as resoluções da ANEEL relativas a novos acréscimos ao preço originalmente contrato Receita Anual Permitida identificando a origem destes acréscimos; 6. Esclarecer se na receita auferida constam revisões de que trata a cláusula abaixo reproduzida: Oitava Subcláusula A ANEEL procederá, anualmente, à revisão da RECEITA ANUAL PERMITIDA do SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSMISSÃO, pela execução de modificações, reforços e ampliações nas INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO, inclusive as decorrentes de novos padrões de desempenho técnico determinados peia ANEEL, conforme procedimentos definidos na Oitava Subcláusula da Cláusula Quarta deste CONTRA TO DE CONCESSÃO 7. Esclarecer se na receita auferida há parcela recebida devida à ultrapassagem do sistema de transmissão e da sobrecarga; 8. Informar a existência de Contratos de Conexão à Transmissão firmados após 31/10/2003, de acordo com a Resolução nº 489/2002; Fl. 304DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE Processo nº 10880.694475/200995 Resolução nº 3302000.502 S3C3T2 Fl. 305 15 9. Se houve parcela de ajuste na Receita Anual Permitida, relacionada com a majoração das alíquotas de PIS e Cofins, nos termos do disposto no item 69 da Nota Técnica 224/2006: PA (PIS/COFINS) = parcela a ser adicionada a PA de cada concessionária de serviço público de transmissão de energia elétrica, resultante do impacto financeiro decorrente da majoração das alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS 10. Esclarecer se consta receita auferida de novas instalações de transmissão, de acordo com o item 70 da Nota Técnica 224/2006 e a data em que foram autorizadas pela ANEEL: Dessa forma, é possível, e freqüentemente ocorre, a necessidade da realização de obras visando a implantação de novas instalações de transmissão de energia elétrica integrantes da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional SIN. Tais obras são então autorizadas por esta ANEEL, mediante a publicação de Resoluções Autorizativas, nas quais é fixada respectiva receita.. 11. Esclarecer se existe algum índice setorial que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados; 12. Elaborar comparativo entre a evolução dos custos da prestação do serviço e da variação do índice mencionado no item anterior e o reajuste adotado, relativo ao período correspondente ao reajuste ocorrido imediatamente anterior a 31/10/2003 e os ocorridos até a competência do crédito objeto da DCOMP. Após concluída a resposta à intimação, elaborar relatório fiscal, separando as receitas que entender sujeitas à incidência nãocumulativa das sujeitas à incidência cumulativa, a partir das premissas contidas nesta resolução, facultando à recorrente o prazo de trinta dias para se pronunciar sobre as conclusões obtidas, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto nº 7.574, de 2011. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 305DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/02 /2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Numero do processo: 10970.720180/2011-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Feb 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 30/06/2007
RECURSO GENÉRICO. PRECLUSÃO PROCESSUAL.
Reputa-se não impugnada a matéria relacionada ao lançamento que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante, o que impede o pronunciamento do julgador administrativo em relação ao conteúdo do feito fiscal com esta matéria relacionado que não configure matéria de ordem pública, restando, pois, definitivamente constituído o lançamento na parte em que não foi contestado.
COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO. DECADÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR 118/2005 APLICADA ÀS AÇÕES JUDICIAIS AJUIZADAS POSTERIORMENTE AO SEU ADVENTO. COMPENSAÇÃO REALIZADA SEM OBSERVÂNCIA DO PRAZO DECADÊNCIAL.
O STF firmou entendimento de que a LC 118/2005 é aplicada às ações judiciais ajuizadas posteriormente ao seu advento, sendo o prazo decadencial de 5 anos contados do pagamento indevido. Verificada a compensação de valores sem a observância do prazo decadencial, correto se mostra o lançamento dos créditos tributários indevidamente compensados.
MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA.
O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991.
Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente previstas com as da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN).
Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2302-002.906
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado
Liege Thomasi Lacroix - Presidente
Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator
Conselheiros presentes à sessão: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, ARLINDO DA COSTA E SILVA, BIANCA DELGADO PINHEIRO, LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES.
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 30/06/2007 RECURSO GENÉRICO. PRECLUSÃO PROCESSUAL. Reputa-se não impugnada a matéria relacionada ao lançamento que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante, o que impede o pronunciamento do julgador administrativo em relação ao conteúdo do feito fiscal com esta matéria relacionado que não configure matéria de ordem pública, restando, pois, definitivamente constituído o lançamento na parte em que não foi contestado. COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO. DECADÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR 118/2005 APLICADA ÀS AÇÕES JUDICIAIS AJUIZADAS POSTERIORMENTE AO SEU ADVENTO. COMPENSAÇÃO REALIZADA SEM OBSERVÂNCIA DO PRAZO DECADÊNCIAL. O STF firmou entendimento de que a LC 118/2005 é aplicada às ações judiciais ajuizadas posteriormente ao seu advento, sendo o prazo decadencial de 5 anos contados do pagamento indevido. Verificada a compensação de valores sem a observância do prazo decadencial, correto se mostra o lançamento dos créditos tributários indevidamente compensados. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente previstas com as da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado Liege Thomasi Lacroix - Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator Conselheiros presentes à sessão: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, ARLINDO DA COSTA E SILVA, BIANCA DELGADO PINHEIRO, LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES.
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PRECLUSÃO PROCESSUAL. Reputase não impugnada a matéria relacionada ao lançamento que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante, o que impede o pronunciamento do julgador administrativo em relação ao conteúdo do feito fiscal com esta matéria relacionado que não configure matéria de ordem pública, restando, pois, definitivamente constituído o lançamento na parte em que não foi contestado. COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO. DECADÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR 118/2005 APLICADA ÀS AÇÕES JUDICIAIS AJUIZADAS POSTERIORMENTE AO SEU ADVENTO. COMPENSAÇÃO REALIZADA SEM OBSERVÂNCIA DO PRAZO DECADÊNCIAL. O STF firmou entendimento de que a LC 118/2005 é aplicada às ações judiciais ajuizadas posteriormente ao seu advento, sendo o prazo decadencial de 5 anos contados do pagamento indevido. Verificada a compensação de valores sem a observância do prazo decadencial, correto se mostra o lançamento dos créditos tributários indevidamente compensados. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente previstas com as da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 0. 72 01 80 /2 01 1- 97 Fl. 222DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 3 2 multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado Liege Thomasi Lacroix Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Conselheiros presentes à sessão: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, ARLINDO DA COSTA E SILVA, BIANCA DELGADO PINHEIRO, LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES. Relatório Tratase de Auto de Infração de Descumprimento de Obrigação Principal, lavrado em face de MUNICIPIO DE PATO DE MINAS, do qual foi notificado em 17/08/2011, referente às contribuições sociais previdenciárias destinadas à seguridade social, decorrentes de glosa de compensação realizada pelo Município em relação às contribuições arrecadadas sobre os valores pagos aos exercentes de mandato eletivo municipal, em razão de declaração de inconstitucionalidade (RE nº 351.7171). Esclarece o Relatório Fiscal que o Município efetuou compensação de contribuições sociais previdenciárias arrecadadas no período de 02/1998 a 09/2004, uma vez declarada inconstitucional a exigência sobre a remuneração paga a exercentes de mandato eletivo. Em resposta à fiscalização, o Município indicou o número do processo judicial 2005.38.06.0017694, não tendo sido apresentada cópia da sentença que autorizasse a compensação de forma diversa daquela prevista na IN MPS/SRP nº 15/2006, especialmente quanto ao prazo prescricional, que determinava a contagem do prazo de 5 anos a partir do pagamento. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 4 3 Outrossim, na competência 09/2004, a compensação deveria ter sido feita de forma proporcional, pois devida a contribuição de 19 a 30 daquele mês. Apresentada impugnação, esta foi julgada improcedente, nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 30/06/2007 GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CONCOMITÂNCIA DE AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO. PRAZO. INCONSTITUCIONALIDADE. O prazo para se efetuar compensação é de 5 anos contados do pagamento. Não é possível afastar lei ou ato normativo em vigor ao argumento de inconstitucionalidade. A ação judicial que pleiteia o direito de compensar com parcelas vincendas não atinge, em princípio, o já compensado pelo contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, a ora Recorrente interpôs Recurso Voluntário tempestivo, alegando, em síntese: a) A ação judicial proposta afastou a prescrição; b) O STJ e STF declararam parcialmente inconstitucional a LC 118/2005, de modo que o prazo prescricional seria de 5 mais 5 anos. Subiram os autos através do Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Dos Pressupostos de Admissibilidade Sendo o Recurso tempestivo, passo ao seu exame. Preclusão de matéria não impugnada De início, cabe destacar que o Recorrente não afasta a alegação de que, de fato, promoveu a compensação de períodos em que já tinha decorrido mais de 5 anos do Fl. 224DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 5 4 pagamento, bem como de toda a competência de setembro/2004, quando a Instrução Normativa autorizava apenas de parte do período (19 a 30 de setembro). Pois bem. A despeito de tal discussão, imperioso trazer a baila o que preconiza o art. 9º, §6º da Portaria nº 520, de 19 de maio de 2004, in verbis: Art. 9º A impugnação mencionará: (...) § 6º Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. Desta feita, concluise, do acima exposto, que reputase não impugnada a matéria relacionada ao lançamento que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante, o que impede o pronunciamento do julgador administrativo em relação ao conteúdo do feito fiscal com esta matéria relacionado, restando, pois, definitivamente constituído o lançamento na parte em que não foi contestado. Notase, portanto, que houve a preclusão processual, uma vez que não houve insurgência da Recorrente quanto à pretensão externada no lançamento. Ademais, a despeito de tal instituto, importante citar os ensinamentos de Fredie Didier Júnior, in verbis: “Entendese que a preclusão está intimamente relacionada com o ônus, que, como se sabe, é situação jurídica consistente em um encargo do direito. A parte detentora de ônus deverá praticar ato processual em seu próprio benefício, no prazo legal, e de forma correta: se não o fizer, possivelmente este comportamento poderá acarretar conseqüências danosas para ela. (...) a preclusão decorre do não atendimento de um ônus, com a prática de atofato caducificante ou ato jurídico impeditivo, ambos lícitos, conformes com o direito. Com isso, entendo que, no caso em apreço, ocorreu a preclusão consumativa, que é a extinção da faculdade de praticar um determinado ato processual em virtude de já haver ocorrido a oportunidade para tanto, ficando, portanto, o julgador impossibilitado de analisar a questão de mérito, posto que não contestada pela Recorrente. Da prescrição na compensação O Recorrente afirma que a sentença judicial autorizou a compensação nos moldes por ele realizados, contudo não juntou qualquer documento comprobatório, apesar de lhe ter sido reiteradamente solicitado pela fiscalização, inclusive posteriormente em conversão em diligência, antes do julgamento pela DRJ. Vale ressaltar que nem mesmo no Recurso Voluntário o Recorrente juntou referida sentença, de modo que não deve ser acolhido o seu argumento de que a compensação foi autorizada por decisão judicial. Por outro lado, o Recorrente invoca acórdão do STJ e STF que declararam parcialmente inconstitucional a LC 118/2005, afirmando que seria possível a compensação de 10 anos anteriores, em face do prazo de 5 mais 5 anos. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 6 5 Ocorre que o STF, no julgamento do RE 566.621/RS, deixou claro que a Lei Complementar 118/2005 seria aplicada às ações ajuizadas após o início da sua vigência, conforme julgado abaixo: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.(RE 566621, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL0260502 PP00273) No caso dos autos, a ação judicial foi ajuizada em 08/06/2010, quando, portanto, já se encontrava em vigor a referida LC 118/2005 que reduziu o prazo para compensação de indébitos a 5 anos. Deste modo, não deve prosperar a alegação do contribuinte de que a ação judicial teria lhe estendido prazo maior do o previsto na Instrução Normativa regulamentadora da matéria, pois além de não fazer prova do alegado, não observou a jurisprudência contrária da Corte Suprema. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 7 6 É bem verdade que a eficácia erga omnes atribuída pela Resolução do Senado Federal à decisão do STF que reconheceu a inconstitucionalidade das contribuições recolhidas indevidamente permitiu a compensação ainda que não houvesse ação judicial e independentemente de regulamentação administrativa, já que a Lei 9.430/1996 autoriza a compensação pelo contribuinte. Havendo o reconhecimento do crédito com a eficácia erga omnes, seria possível a contribuinte a compensação. Ocorre que a Instrução Normativa, na verdade, trouxe, quanto ao prazo prescricional, a mesma disposição do entendimento firmado pelo STF no julgamento do RE 566.521/RS já exposto acima, de modo que os créditos utilizados já se encontravam decaídos. Deste modo, não pode ser acolhido o Recurso do Município. Da penalidade aplicada Da multa aplicada O Relatório Fiscal esclarece que a comparação da multa foi feita da seguinte forma: 3.3 Por se tratar de compensação indevida, efetuada antes da edição da MP 449, de 03/12/2008, convertida na Lei 11.941/09, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica ao contribuinte, realizouse a comparação entre a multa de mora (24%) adicionada à multa por descumprimento de obrigação acessória (Cfl 68) com a multa de mora (0,33% ao dia limitada a 20%) adicionada à multa por descumprimento de obrigação acessória (Cfl 78). Neste caso, verifico que a comparação realizada, para fins de verificação da multa benéfica, já foi feita observandose, como legislação atual, a penalidade prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que estabelece como limite o percentual de 20%, e não aquela prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/1991, ambos dispositivos com a redação dada pela MP nº 449/2008. Sendo assim, não há que se reformar o lançamento em comento, uma vez que já aplicou a penalidade mais benéfica ao contribuinte. Conclusão Ante o exposto, conheço do Recurso Voluntário para LHE NEGAR PROVIMENTO. Sala das Sessões, em 21 de novembro de 2013. Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 227DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI Processo nº 10970.720180/201197 Acórdão n.º 2302002.906 S2C3T2 Fl. 8 7 Fl. 228DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 5/02/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX T HOMASI
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