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Numero do processo: 10950.002805/2005-25
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jun 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Obrigações Acessórias
Exercício: 2005
EMENTA: A multa por atraso na entrega de DCTF é devida quando a data da entrega ultrapassa o prazo prorrogado pela Receita Federal em razão de problemas técnicos no sistema de transmissão pela internet.
Numero da decisão: 9101-001.099
Decisão: ACORDAM os membros da 1° turma da câmara superior de recursos fiscais, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, vencidos os Conselheiros Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Karem Jureidini Dias e Otacilio Dantas Cartaxo. Designado a conselheira Viviane Vidal Wagner para redação do voto vencedor.
Matéria: DCTF - Multa por atraso na entrega da DCTF
Nome do relator: Karem Jureidini Dias
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1a turma da câmara superior de recursos fiscais, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, vencidos os Conselheiros Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Karem Jureidini Dias e Otacilio Dantas Cartaxo. Designado a conselheira Viviane Vidal Wagner para redação do voto vencedor. (assinado digitalnzente) Otacilio Dantas Cartaxo — Presidente. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias — Relatora. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner — Redatora Designada A, d INAL3CIIS SA - CIS F. dIVI1r201 I por VN"ANE VIDA IVINER, /2011 po Kit'RENI A d;;;IllaimePtkI: en 17í `r2011 pc 2rT:\CIL,0 AS CAN .IAX.C. €-,crt 211110011 por SANA I CL lir!`.:11N3 '277:1',77 NA CRUZ Dr CAR!' 1 , 86 Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-01.099 Fl. 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacilio Dantas Cartaxo, Orlando José Gonçalves Bueno, Claudemir Rodrigues Malaquias, Valmir Sandri, Alberto Pinto Souza Júnior, Viviane Vidal Wagner, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, João Carlos de Lima Júnior, Antonio Carlos Guidoni Filho e Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. AiLiemloodo en 3111 fL120 1 ;I'D!. SILVANA t 1„,i 1)S SANICIS Y2f; 1 I poi- VVANEVO /VASI\IFP 1!;.:‘()11 poi- Kt:REV: DIAS i=s oro -171 /2U1 1 or Ci fy,C , b ;') Aí1 CAR:,-AXts ; 2 ?I:11/2011 ror SUELt TOt ';', 13E;\:',1);:isS :71A CiA.17 DI - CAR' FL 87 Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-01.099 Fl. 3 Relatório Trata-se de Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Naciolia! em Cace do Acórdão n.° 303-34.987, proferido pela Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes. Em 12 de julho de 2005 foi lavrado Auto de Infração (fls. 03) para a exigência de valores relativos à multa por atraso na entrega de Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – DCTF do 4° trimestre de 2004, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais). Impugnado o lançamento (lis. 01/02) o Contribuinte alega, em suma, que a DCTF foi apresentada fora do prazo, por motivo de falha técnica a nível regional, o que ocasionou o congestionamento no site da Receita Federal, conforme teria informado a Sra. Alacir Braz, chefe do Centro de Atendimento ao Contribuinte – CAC em Maringá. Encaminhados os autos A. Terceira Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Curitiba – PR, esta julgou procedente o lançamento (fls. 18/22), nos termos da seguinte ementa: "Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 Ementa: DECLARAÇÃO DE DÉBITOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS — DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. CABIMENTO. A contribuinte que, obrigada à entrega da DCTF, a apresenta fora do prazo legal sujeita-se à multa estabelecida na legislação de regência. Lançamento Procedente" Adveio, então, o Recurso Voluntário do Contribuinte (fls. 26/34), em que reitera os argumentos apresentados em sua Impugnação e acrescenta, em suma, que: (i) a única forma que a Receita Federal do Brasil disponibiliza aos contribuintes para que cumpram com suas obrigações acessórias, em especial a entrega da DCTF, é pela internet, conforme estabelece o artigo 5 0, § 1°, da IN SRF n.° 482, de 21 de dezembro de 2004; (ii) no item 18 do acórdão recorrido, os julgadores destacam que a Receita Federal considerou espontâneas todas as DCTF's apresentadas até 18/02/2005, contudo, como se pode exigir um cumprimento daquilo que formalmente até então ninguém sabia, pois a instrução acerca da benevolência do prazo somente foi disponibilizada em 08/04/2004; (iii) não poderia ter sido penalizado uma vez que somente após 52 (cinquenta e dois) dias tomou ciência de que estaria obrigado a fazer a entrega nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro, conforme Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24, de Autf. , nril:adO d PLmenit.) e 31110íZ)1 1 pi ; : i;u3 (,);. s,,,11;:, .:};) 03:11.2011 por VIV;ANE VDAL i2;) < KfiEZDV: L':<AS, A I 7F11;2011 OTAULIt: DAN'f AS CAR' ÏAY.0 3 6.n-171/11120 S..EL r CILFN nr, , ;) ¶EENSES EI C,Ruz Di' CAR F. MC' LI. Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.e 9101 -01.099 Fl. 4 08/04/2005, e que diariamente manteve contato com os funcionários da Receita Federal em Maringá, que ate o dia da entrega efetiva da DCTF não sabiam o que fazer. Devidamente processado o recurso, este foi encaminhado para a Terceira Camara do Tivito Conselho de Contribuintes, que proferiu decisão (fls. 37/47) onde, por unanimidad ,,,; dos votos, deu provimento ao recurso voluntário, nos termos da ementa: 'Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 Ementa: DCTF/4° TRIMESTRE/2004. FALTA DE SERVIÇO. CULPA ADMINISTRATIVA. EMPREGO DA EQUIDADE. INCABÍVEL A IMPOS10 -0 DE MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. Deve-se interpretar a lei tributária que defina infrações, ou comine penalidades, da maneira mais favorável ao acusado no caso de dúvida quanto a natureza ou às circunstâncias materiais do fato, quanto et natureza ou extensão dos seus efeitos, quanto a autoria da infração, imputabilidade, ou punibilidade. 0 procedimento administrativo adequado deveria estar ajustado coin a moralidade administrativa, com a eficiência da administração pública, com a boa-fé na relação com o contribuinte e exigia, neste caso, que tão logo houvesse o diagnóstico da situação, estando a administração fiscal finalmente ciente dos limites técnicos para recepção da massa de DCTF ainda pendente da regular via eletrônica de transmissão e recepção, pudesse de modo claro e geral informar aos contribuintes o prazo prospectivo que seria a todos concedido para proceder a transmissão eletrônica da DCTF sem falha do sistema.' A definição de tal prazo requeria necessariamente prévia, oportuna, e adequada análise técnica. Poderiam ser necessários dois dias, três dias ou dez dias, o importante é que a informação fosse precisa, oportuna e proporcionasse aos contribuintes em geral a possibilidade de transpor o obstáculo representado pela pane no sistema oficial de transmissão da DCTF, sem incorrer em ação faltosa. Neste caso há percepção de negligência administrativa quanto a definir com antecipação adequada o critério de :distribuição diária da transmissão e recepção da: demanda esperada de declarações, hem como o prazo gral prospectivo que deveria ser concedido, em igualdade de condições, a todos os contribuintes que foram impedidos de entregar suas DCTF eletronicamente no prazo legal. No caso concreto, observando-se as circunstâncias do caso e a devida eqüidade, conforme previsto no CTN, deve-se afastar a penalidade indevidamente aplicada. Recurso Voluntário Provido" Inconformada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial (fls. 52/67) contra o Acórdão n.° 303-34.987 (fls. 37/47), sustentado-o no acórdão divergente n.° 302- 38.631, da Segunda Camara do Terceiro Conselho de Contribuintes, e, argumentando, basicamente, que: ao , t1:;.foo em ::;',I10:201 rA.1.; '..)S P0. I-Y::r porrerrip err 031',1;2C1 1 por VrVIAPPP \ILAL WAONER, 7 . r em 7'3/11/2011 por o' 1000 4 dr,.ih:rmntc: err 17Í1 1/2011 pr.): 71 17,77JO D/ÇNTAF: oro impio, sr,o ein 21/11/7011 por 117 CRUZ LI. 89 Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-01.099 Fl. 5 (i) o contribuinte sequer fez prova dos fatos que aduz, de modo a caracterizar eventual obstrução por parte da Administração Pública e que A. época, conforme artigo 4° da IN n.° 255, de 11/12/2002, o contribuinte já estava obrigado a transmitir a DCTF por meio eletrônico. (ii) o Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24, de 08/04/2005, foi editado, com a devida motivação, para sanar e esclarecer todos as consequências decorrentes dos problemas técnicos verificados no sistema de transmissão da DCTF em 15/02/2005. (iii) Se a autoridade administrativa competente determinou que fossem admitidas, sem mora, as DCTF's apresentadas entre os dias 16 e 18 de fevereiro de 2005 é porque reconheceu a insuficiência do referido sistema eletrônico apenas naqueles dias, elegendo critério seguro para proteger os contribuintes prejudicados. 0 exame de admissibilidade foi realizado (fls. 69/71), determinando o seguimento do Recurso Especial interposto. Devidamente cientificado, o Contribuinte apresentou suas contrarrazões (fls. 75/80). o relatório. !jig liairre Me ern 3111 O'IeG I I p , DOS ,",.so 20 px ViV;:\NE VUAL WAGNLK s;Anafics digit,)inonte cio 175 52511 O FAG:1_10 17151555 C 5 e, one en 21/110W per I 5:1.ENTiNi0 5'5 ES 175.55 DL CARE. H. 90 Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão ri.° 9101 -01.099 Fl. 6 Voto Vencitil o Conselheira Karem Jureidini Dias, Relatora 0 Recurso Especial reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na !cgislaçáo de regência e lhe foi dado seguimento em despacho de admissibilidade, pelo que dc,lo conheço. Informo que o recurso é de divergência, porquanto o acórdão recorrido foi votado à unanimidade. 0 acórdão citado pela D. Procuradoria da Fazenda Nacional (AC n.° 302-38.631) se presta como paradigma, por tratar de caso de todo semelhante. Inicialmente, cumpre delimitar a lide. A exigência objeto deste processo refere-se à multa de oficio por atraso na entrega da DCTF correspondente ao 4° Trimestre de 2004. 0 Contribuinte questionou a aplicação da multa objeto da autuação, sob a alegação de que s6 houve o atraso em decorrência dos problemas técnicos, ocorridos exatamente em 15 de fevereiro de 2005, dia limite para a entrega das declarações, que posteriormente foram admitidos formalmente pela Receita Federal do Brasil no Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24, de 8 de abril de 2005, publicado somente em 12 de abril de 2005. Ainda, o Contribuinte afirma que, manteve contato com a Delegacia da Receita Federal, tanto no dia aprazado para a entrega da declaração, quanto nos dias seguintes, a fim de obter uma orientação oficial de como proceder. No entanto, somente em 12 de abril de 2005, quase dois meses após a data de vencimento legal, foi publicado o Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24/2005, que estendeu o prazo para a entrega das DCTF's relativas ao 4° trimestre de 2004 e declarou válidas somente as declarações entregues até 18 de fevereiro de 2005. A despeito da d. Procuradoria alegar que não há prova de obstrução por parte da Administração Pública, não restam dúvidas quanto A. ocorrência de problemas técnicos que impossibilitaram a transmissão das declarações dentro do prazo legal, conforme reconhecido no próprio Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24/2005. Ora, o citado ato declaratório, apesar de reconhecer que o Contribuinte pode ter ficado impossibilitado de cumprir o seu dever legal, dispensou da multa somente aqueles que entregaram a declaração nos três dias subseqüentes, em detrimento daqueles, como a Recorrida, que entregaram dias após o vencimento (a Recorrida entregou em 28 de fevereiro de 2005), apesar de também terem entregado antes da publicação do Ato Declaratório. Ou seja, o contribuinte cumpriu com a obrigação antes da publicidade por parte da Administração Pública acerca do reconhecimento do problema causado e do deferimento para entrega em outro prazo. A sanção é consequência jurídica da desobediência de uma determinada norma jurídica, relacionada ao comportamento licito que se quer realizado. A proporcionalidade na imputação da sanção tem por função garantir os fins perseguidos pelo Estado, em relação de ponderação com os direitos e garantias individuais. Além da proporcionalidade que se espera da Lei, o que não é objeto de nossa análise, há que se observar r¡tg;-e.;te eto311;cy,:oll i);j1 Lv At I 0:i FL AF:',` 0:,111 i2t) 1 V ■ DAL WACALFZ, As.00 o ioe ern 2 31'11/2:A r)',AS, A d,gli.a:menV% ent 17/1 1/2G1'; o 3 AC2 O 13AN S C,N-rrAY,f 6 jrnp(C., ,,,,:0 um 2 1 1'2011 1,_zo SIlFO 101 ENT' NO 2 \r`)Fi S DA <227 :7 DI CART MI' H. 91 Processo ri" 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-01.099 Fl. 7 a proporcionalidade no caso concreto. Nesse sentido, se ao ato de reconhecimento da Administração Pública só foi dado publicidade posteriormente ao cumprimento da obrigação por parte do administrado, não há logicamente equidade ou tratamento proporcional entre este contribuinte e aquele que da mesma forma, cumpriu posteriormente ao prazo legal, mas antes do Ato Decla:-a:ório. De mais a mais, plausível a dúvida sobre a informação por parte da Receita Feclud do Biasil acerca da data em que poderia a DCTF ser transmitida sem a implicação em media imputação de penalidade, bem como de se interpretar a favor do contribuinte no sentido de que este procurou cumprir com o seu dever legal. Nesse sentido, dispõe o Código Tributário Nacional: "Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributaria utilizara, sucessivamente, na ordem indicada: I- a analogia; II- os princípios gerais de direito tributário,. os princípios gerais de direito público; IV- a equidade. §1° 0 emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. §2° 0 emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I- a capitulação legal do fato; LT- à natureza ou as circunstancias materiais do fato, ou a natureza ou extensão dos seus efeitos; III- à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV- à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação". No caso em análise, o Ato Declaratório Executivo SRF n.° 24/2005, foi publicado no dia 12 de abril de 2005, quase dois meses após a data de vencimento legal para a entrega da declaração, na qual reconhecidamente houve o problema na recepção dos dados. De acordo com o principio da publicidade, insculpido no artigo 37, caput, da Constituição Federal, e observado os ensinamento de José Afonso da Silva in (Curso de Direito Constitucional Aut ido (;;;v121:'“ente em n 311', 0;20 I 1 0.;; SiLVANA CAIS = ;NA CCC SANTOS TE,2`;:i;,1: ■<;oo(iiq 0311r2:)11 f,of VIVIANE \NAGNLF., 03.'111201i ps;1 KAREM ..`:.;Tia:;INi DIAS, A ç, sir, aclo 17f11/201 -, IDAN1 AC CAN 7 ,)1/1 I I p m SJO/ a..r N - ;;N(3 DF (AR - M17 H. 92 Processo n° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-01.099 Fl. 8 Positivo, 31 ed., São Paulo: Ed. Malheiros Editores, 2008, pg. 670) "A publicidade se faz pela inserção do ato no jornal oficial ou por edital afixado no lugar de divulgação de atos públicos, para conhecimento do público em geral e inicio da produção de seus efeitos. A publicação oficial é exigência da executoriedade do ato que tenha que produzir efeitos externos.". Não bastasse, no caso há prova contundente da boa-fé do Contribuinte em cumprir a obrigação e a falta de informação sobre a possibilidade de entrega a posteriori. Importanie ttanscrever o relato da Superintendência da 9' Regido Fiscal, exarado pela tlinc;nti(tria Alacir Braz, Chefe do CAC — Centro de Atendimento ao Contribuinte em Maringá -- PR, nos autos do processo n.° 10950.002735/2005-13, juntado As fls.95: "Em atendimento ao despacho as folhas de n° 31, esclarecemos; I. Contribuintes reclamaram durante, pelo menos uma semana antes das entrega da DCTF, questionando sobre as dificuldades encontradas e a não disponibilidade do Programa para entrega pela Internet; 2. Tentamos durante todo o período, inclusive com a SATEC, responder aos questionamentos, porem, não tivemos nada oficial de que seria um problema em nossa Rede; 3. No último dia, como derradeira tentativa de resolver os problemas dos contribuintes passamos um Notes para a Satec, solicitando que fosse verificada a possibilidade deste CAC receber as DCTF impressas. Não foi possível, uma vez que a legislação, permitia sua recepção, somente em casos de constatação oficial do problema na Rede; 4. A situação foi bem dramática, chegamos a deixar a Delegacia aberta até as 20 horas para que os contribuintes tentassem enviar as declarações pelo autoatendimento; 5. Os esclarecimentos a serem dados, como se colocou, não se tratava de anexação de documentos, uma vez que somente trabalhamos com informações oficiais; o que foi dito é que se daria as informações do ocorrido, como se faz agora; 6. Houve realmente uma reunião com o Delegado o chefe da SATEC e os contribuintes que estavam com dificuldades de transmitir a DCTF. Eles, (Delegado/Chefe SATEC) esclareceram que as DCTF's deveriam ser entregues o mais rápido possível, e que oficialmente a MULTA não poderia deixar de ser cobrada tendo em vista o efetivo atraso na entrega das declarações. 7. Tivemos sempre a preocupação de somente repassar as informações oficiais, por isso esclarecíamos ao contribuinte que o prazo limite era as 20 horas da data prevista, porque esta era a informação ser dada. 8. Realmente, se soubéssemos que haveria a prorrogação do prazo para a entrega alertaríamos aos contribuintes, uma vez que os mesmos vieram na manhã seguinte buscando unia solução junto a este CAC e a preocupação foi encaminhada ao Gabinete. tti;; 0,r1a1r—ori pc: ,:»LVNA la:NA u(As si,r4Tes Ass' 03;11/2011 po: ViANE 0311 12D'il 51)1 KAlE s;,aoo (iqi;,c.11,-in. nic: en) ;7/11 12011 pr: , ' 1 ».1:1.1C: 55;'•1111;;;',P ,,i ,?. -FAX0 2111112011 wm 31170 TÇ5N rr\k:+ MEN'Es,F IDA 1007 )- Fn o;.1-,5 A 8 Di: CAR F FL ).; Processo n° 10950.002805/2005-25 Acórdão n.° 9101-01.099 CSRF-T1 Fl. 9 9. Ainda, não tínhamos até aquele momenta qualquer noticia de que poderia haver prorrogação ou ato oficial que permitisse a entrega sem a emissão da multa. 10. As tentativas para verificar os problemas ocorridos foram :lctuados por este CAC e SATEC, a exaustão; víamos o sofrimento dos contribuinte na tentativa de entrega com os sistemas congestionados." Considerando que, até a publicação do ato mencionado, o Contribuinte não possuía nenhuma informação acerca de nova data para a transmissão da declaração, bem como a prLsunção da tentativa por parte do contribuinte impera, por força do disposto no artigo 112 do Código Tributário Nacional, entendo que deve ser exonerada a multa em questão. Vale neste ponto destacar a ponderação exarada pelo no voto do Relator Zenaldo Loibman, no Acórdão n.° 303-34-989, proferido nos autos do processo n.° 10950.002853/2005-13, quando do julgamento do Recurso Voluntário n.° 137.623, que tratou de idêntica questão: omissão da administração enz explicitar a razão ou o critério objetivo que normalmente deveria fundamentar o ato normativo complementar exarado na forma do ADE SRF 24/2005, equivale a se poder tomar o referido ato administrativo por arbitrário, e nesse sentido além da injustificável afronta a isonoinia acusada coin acerto pela recorrente, é, a meu ver, e s.mj., o caso de se observar as prescrições legais no art. 108 c/c o art. 112, do CTN. o io 03:11:2011 po; VVONE SP, 1000 thrmta .r::1i0 eo Neste rumo penso que ao se pode aqui olvidar a consideração cumulativa dessas normas jurídicas quanto a estabelecer autorização legal para que a autoridade competente, no caso a autoridade julgadora representada por esse colegiado, possa aplicar a equidade para afastar a penalidade que, embora prevista em norina geral encontrada na legislação tributária, exigiu a expedição de nova norma especialmente exarada pela administração, mediante o ADE SRF referido, que em face da ausência de disposição expressa, vale dizer fundamento lógico garantidor de isonoinia, e agredindo o principio da irretroatividade da norma administrativa que leva à aplicação de penalidade, revelou-se inexplicavelmente omissa quanto â razão de dispensar a multa apenas de uma parte dos contribuintes, isto é, somente dos que incorreram em atraso de até três dias, em detrimento dos demais que eventualmente entregaram sua declaração com atraso de quatro dias ou de dez dias, principalmente quando se examinam as circunstâncias que envolvem o caso concreto Acresce que o CTN determina que se deve interpretar a "lei tributária" que defina infrações, ou coinine penalidades, da maneira mais favorável ao acusado no caso de dúvida quanto a natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou a natureza ou extensão de seus efeitos, ou quanto a autoria da infração, imputabilidade, ou punibilidade. Pois bem, se entendermos que a norma definidora da extensão da data do vencimento para a entrega da DCTF em foco, foi err. 31/1C:2011 exarada 'por: meio, dosADE (SRF,. .e .pode r'smentendida como vu _1 AL :,',,fiku;'?„ 0:',J1112011 LU\ 0, A ! 7111120 :1 por 0 - 1, C20011,.4," TP:S Ci',RDVKO TDLEN'f L.4'1*ND:..S DA CRUZ. 9 Processo n° 10950.002805/2005-25 Acórdão n.° 9101-01.099 1' . 94 CSRF-T1 Fl. 10 sendo, lato sensu, a lei tributária que combinada com as demais leis indicadas no auto de infração servem de base legal para a exigência da multa lançada, pode-se concluir que há evidentes dúvidas quanto ás circunstâncias materiais do lato impeditivo da transmissão e recepcdo das DCTF na data legal de vencimento, rein como há evidente dúvida sobre a possibilidade que teria a autoridade administrativa de naquele momento do incidente, ou muito próximo a ele, estabelecer o período de tempo razoável, bem como um critério eficiente de distribuição, ao longo de tal período, do volume total das transmissões de DCTF esperadas. Mas, há ainda neste caso, duvida sobre a ocorrência ou mesmo autoria da infração, sobre a sua imputabilidade e principalmente sobre a punibilidade do ora recorrente, havendo a percepção de negligência administrativa quanto a definir com antecipação adequada o critério de distribuição diária da transmissão e recepção da demanda esperada de declarações, bem como o prazo geral prospectivo que deveria ser concedido, em igualdade de condições, a todos os contribuintes que foram impedidos de entregar suas DCTF eletronicamente no prazo legal. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para com base no disposto no art.108 c/c o art.112, do GEV, aplicar neste caso juízo de eqüidade e propor o cancelamento da multa lançada." Também de se considerar que o ato que impossibilitou o envio da declaração em nada se relaciona com a vontade do Contribuinte. A conduta da Administração Pública é pautada pela boa-fé objetiva, inclusive no concernente as suas obrigações colaterais, dentre elas, os deveres de informação e de proteção. Quando o Estado transfere ao contribuinte um dever, ele também fornece ou deve fornecer as informações e os meio que dependem do Estado para o cumprimento da obrigação. A questão que se discute não é de espontaneidade, mas in cant, de ausência de culpabilidade por parte do contribuinte, de presunção da sua boa-fé subjetiva que, por seu turno, pressupõe a confiança na boa-fé objetiva do Estado. Se não foi possível o cumprimento da obrigação por falha corretamente reconhecida pela própria Administração Pública; e, se a autorização para o cumprimento posterior s6 foi noticiada após o próprio cumprimento da obrigação pelo administrado, não há que se falar em infração passível de multa. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias — Relatora. digiairnente en: 31'101201 1:o! SAN 'i e 12 5 .11 po, V1V!A1\ic \PDAt \,',/ACNI-Lt< d:', - ;:a!reallo, en: 1;,:!": t2011 DAS d 1 7/111;J:01 no; O 1 AO 1 .10 LOiÍAS 10 mo err i 7 DI 1120 : SUE.1 Ta..t- NT ;NO f, ES DA C.1 0.7._ DJ CARE N11. Processo n° 1 09 50 .0028 05 / 20 05 -25 Acórdão n. ° 9101-01.099 CSRF-Tl Fl. 11 Voto Vencedor Conselheira Viviane Vidal Wagner — Redatora designada Peço vênia para discordar do bem fundamentado voto da conselheira relatora. Em sessão do mês de março de 2011, esta Primeira Turma da CSRF decidiu, por maioria de votos, manter a multa devida pelo atraso na entrega da DCTF do 4 0 trimestre de 2004 em vários processos com situação fática idêntica a deste. Por economia processual, transcrevo a integra do meu voto prolatado num daqueles processos (processo n° 10950002294/2005-41), com o qual fundamento as razões de decidir o presente recurso, in verbis: A discussão cinge-se a validade ou não do auto de infração de imposição de multa por atraso na entrega de DCTF entregue após a data da prorrogação definida no Ato Declaratário Executivo SRF n° 24, de 8 de abril de 2005, que estabeleceu, ipsis litteris: Artigo único. As Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativas ao 4° trimestre de 2004, que tenham sido transmitidas nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro de 2005, serão consideradas entregues no dia 15 de fevereiro de 2005. O voto condutor do acórdão recorrido sustenta que deve ser aplicada ao caso a equidade prevista no art. 108, §2°, do CTN, devendo ser considerada tempestiva a entrega da DCTF relativas ao 4° trimestre de 2004 na data em que foi entregue pelo contribuinte, ainda que posterior ao término da prorrogação concedida pelo ato referido. Esse argumento, no meu entender, não merece prosperar. Como decidiu esta colenda Primeira Turma da CSRF, em sessão realizada em fevereiro de 2011, a prorrogação do prazo da entrega da DCTF do 4" trimestre de 2004 não teve força de torná-lo indefinido. E posso acrescentar: ainda que a publicação do ato tenha se dado quase dois meses após o ocorrido, não se subsume disso o alargamento do prazo até a data de sua publicação. A Secretaria da Receita Federal é o órgão competente para estabelecer o prazo de entrega da DCTF, conforme dispõe a Lei n° 10.426, de 2002, que alterou a sistemática de apuração da multa devida pelo atraso na entrega de declarações, in verbis: T‘lik, { 11! ■ ;O:i(), "!125'1"; p0C C:r) eql 7 VI i2G1 ern 31. C/201 Dim SILVANA ;NA OCE: 7 1. . di,„ ila;mente ViDAL Assa ado 0 . fri01m0;;16 ern 0,, PI 1 p201 - 11.1 ;A88;0 0A3'ITA8 C;/Er;'!-A;KO poi (Cl. EN .;ES F.';A aAS, A ( ' AR F. MI : Processo n° 10950.002805 12005-25 Acórdão n° 9101-01.099 Art.7=0 sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica e Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirt), nos prazos fixados, ou yi as apresentar corn incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal, e sujeitar-se-á as seguintes multas: [...] (destaquei) Com fundamento no disposto no art. 50 do Decreto-lei n°2.124, de 13 de junho de 1984, e no art. 16 da Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999, foi editada a 1nstrução Normativa SHE n° 255, em 11 de dezembro de 2002, dispondo sobre a forma e o prazo de entrega da DCTF, verbis: Da Forma de Apresentação Art. 4o A DCTF sera apresentada em meio magnético, mediante a utilização de programa gerador de declaração, disponível na Internet, no endereço <http://www.recei ta.fazenda.gov.br>. Do Local e do Prazo de Entrega Art. 5o A DCTF deverá ser apresentada até o último dia fail da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre de ocorrência dos fatos geradores, sendo transmitida via Internet, na forma determinada pela Secretaria da Receita Federal. (destaquei) A regra geral no ordenaniento jurídico brasileiro é que, na impossibilidade material de cumprimento do prazo na data fatal, prorroga-se o mesmo para o primeiro dia útil seguinte. No caso sob análise, o contribuinte ficou impossibilitado de entregar a DCTF do 4' trimestre de 2004 dentro do prazo previsto na legislação, assim como os denials que deixaram para cumprir a obrigação acessória no último dia do prazo, em razão de problemas técnicos no sistema eletrônico disponível para a transmissão de declarações. O próprio órgão competente reconheceu o problema e considerou entregues no prazo as declarações enviadas pela internet até o dia 18 de fevereiro de 2005, resguardando o direito daqueles que insistiram na entrega logo após a pane. Sendo ônus do contribuinte, não restou demonstrado nos autos a impossibilidade de entrega nos dias subsequentes. Por dedução lógica, tal prova nem seria possível, visto que a maioria dos contribuintes em idêntica situação conseguiu apresentar a declaração naquele período, ficando exonerada da multa. No presente caso, apenas vários dias após o fim do prazo original, o contribuinte enviou sua declaração pela internei, extrapolando o prazo prorrogado pelo ADE SRF n°24/2005. 11. 9() CSRF-T1 Fl. 12 Auteuticio d;g0a'm ,0v1e 31:1(.1 2 1 .NA 11O1 L. A. , ' 03/ I 112{11 po VLVu1AL • ,2/31'1 T.SC -: 1 p;,r 3;„!NL" D,1:5 ; LI dqitaltr,(1 .1(i c., : -r; 1 FT11:2011 AS 12 hrlpwss::: on 21/1112211 púr SUEL! 01 1 u7 Dr CARI - F. Processo n ° 10950.002805/2005-25 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101 -01.099 Fl. 13 Isto posto, voto no sentido de dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. Verificando-se no presente caso a ausência de entrega efetiva da DCTF por qualquer outro meio no prazo regulamentar e a entrega em meio eletrônico em data posterior prorrogação concedida pela Receita Federal do Brasil, voto no sentido de considerar devida a multa imposta, dando provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Atitoow .d() çente en. :.>1/1. 0/2011 S:LVPS4A cr 7:1NA ,r% os \l ■VIANE ViDAL VI/AGNER Aic 0311 '1[20'; 1 pofKA3Ms.`',!:-.:1-'1)1\1; :AS, A ,,sir; ado dicptakneitc: cm 17! 11(2011 por 6 {AC1:) D».;`:,'FAS 11Y1Ott":SS0 crn 7 i1 1 ::23 11 pf.:f SUFI NO (;;;', 13
score : 1.0
Numero do processo: 10865.902699/2008-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO DEMONSTRADO.
Comprovada nos autos a inexistência do crédito pleiteado, a compensação pleiteada não pode ser homologada.
Numero da decisão: 1402-001.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá. Participou do julgamento a Conselheira Cristiane Silva Costa.
LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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DIREITO CREDITÓRIO NÃO DEMONSTRADO. Comprovada nos autos a inexistência do crédito pleiteado, a compensação pleiteada não pode ser homologada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá. Participou do julgamento a Conselheira Cristiane Silva Costa. LEONARDO DE ANDRADE COUTO – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 26 99 /2 00 8- 93 Fl. 258DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/12 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Relatório Tratase de pedido de compensação de diversos débitos com crédito referente ao saldo negativo da CSLL no anocalendário de 2005 no valor original de R$ 54.730,33. A Unidade Local prolatou Despacho Decisório manifestandose pela não homologação da compensação tendo em vista que a DIPJ apresentou saldo a pagar da CSLL e não saldo negativo como pleiteado. O sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade alegando que a DIPJ original havia sido preenchida com erros que foram devidamente corrigidos com a entrega da Declaração retificadora onde teria ficado devidamente demonstrado o saldo negativo informado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro negou provimento à manifestação de inconformidade ratificando o posicionamento da Unidade Local sob o argumentos de que a DIPJ deveria ter sido retificada antes do Despacho Decisório e também pelo fato de não terem sido demonstrados os erros suscitados. Cientificada, a interessada recorre a este Colegiado ratificando as razões expedidas nas peças de defesa anteriores e apresentando documentos que, alega, demonstrariam seus argumentos. Em primeira apreciação, esta turma julgadora converteu o julgamento do recurso em diligência para que os documentos trazidos aos autos fossem examinados e o resultado dessa análise objeto de relatório conclusivo. Cumprido o requerido, retornaram os autos para julgamento. É o Relatório. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/12 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10865.902699/200893 Acórdão n.º 1402001.892 S1C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto O recurso é tempestivo, foi interposto por signatário devidamente legitimado e preenche as demais condições de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Para dirimir dúvidas quanto à existência do crédito pleiteado, o julgamento foi convertido em diligência tendo como resultado a Informação Fiscal onde foi demonstrado que o pretenso saldo negativo da CSLL no anocalendário de 2005 no valor de R$ 54.730,33 não existiu, tendo sido apurado saldo a pagar dessa contribuição no montante de R$ 12.927,34. Intimada a manifestarse quanto ao teor da Informação Fiscal a interessada não se pronunciou. Sendo assim, demonstrada a inexistência do crédito suscitado, voto por negar provimento ao recurso voluntário e não homologar a compensação pleiteada. Leonardo de Andrade Couto Relator Fl. 260DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/12 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 12466.000344/2005-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS
Data do fato gerador: 22/11/2004
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS. IDENTIFICAÇÃO DA MERCADORIA. DÚVIDA. ÓRGÃO COMPETENTE. MANIFESTAÇÃO EXPRESSA. REGISTRO PERANTE DEMAIS ÓRGÃOS FEDERAIS.
Na ocorrência de dúvida sobre a inclusão do produto num ou noutro grupo de mercadorias, deve prevalecer a manifestação do Órgão Federal competente para pronunciar-se sobre critérios de classificação merceológica e fiscal de mercadorias. Serve de subsídio adicional o registro obtido pelo administrado
perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS. DÚVIDA. REGRA GERAL Nº 3 “C” PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO. REGRA GERAL COMPLEMENTAR Nº 1.
Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições, subposições, item ou subitem, por aplicação da Regra 2 “b” ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.503
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar a preliminar de diligência suscitada pelo Conselheiro Winderley Morais Pereira, vencidos, além do suscitante, o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. No mérito, por maioria de votos, deu-se
provimento ao Recurso Voluntário, vencido o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, que negava provimento ao recurso.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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IDENTIFICAÇÃO DA MERCADORIA. DÚVIDA. ÓRGÃO COMPETENTE. MANIFESTAÇÃO EXPRESSA. REGISTRO PERANTE DEMAIS ÓRGÃOS FEDERAIS. Na ocorrência de dúvida sobre a inclusão do produto num ou noutro grupo de mercadorias, deve prevalecer a manifestação do Órgão Federal competente para pronunciarse sobre critérios de classificação merceológica e fiscal de mercadorias. Serve de subsídio adicional o registro obtido pelo administrado perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa. CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS. DÚVIDA. REGRA GERAL Nº 3 “C” PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO. REGRA GERAL COMPLEMENTAR Nº 1. Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições, subposições, item ou subitem, por aplicação da Regra 2 “b” ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar a preliminar de diligência suscitada pelo Conselheiro Winderley Morais Pereira, vencidos, além do suscitante, o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. No mérito, por maioria de votos, deuse provimento ao Recurso Voluntário, vencido o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, que negava provimento ao recurso. Fl. 565DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 2 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 05/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Adriana Oliveira e Ribeiro, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Trata o presente processo dos autos de infração de fls. 01 a 05; 10 a 14; 19 e 20 por meio dos quais são feitas as seguintes exigências contra CISA Trading S/A, CNPJ nº 39.373.782/000140: fls. 01 a 05 1) R$ 1.488,38 (um mil quatrocentos e oitenta e oito reais e trinta e oito centavos) de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), aplicados sobre os produtos importados; fls. 10 a 14 2) R$ 1.352,51 (mil trezentos e cinqüenta e dois reais e cinqüenta e um centavos) por infração administrativa ao controle das importações – importar mercadorias do exterior sem Guia de Importação ou documento equivalente, que não implique a falta de depósito ou falta de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais nos termos do art. 169, I, “b”, do Decreto –lei nº 37 de 18/11/1966 – DOU 21/11/1996; 3) R$ 450,84 (quatrocentos e cinqüenta reais e oitenta e quatro centavos) de multa por classificação incorreta na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria, nos termos do art. 84 caput, I c § 1º, da Medida Provisória nº 2.15835 de 24/08/2001 – DOU 27/08/2001; fls. 19 4) R$ 22,27 (vinte e dois reais e vinte e sete centavos) de Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços no Exterior – COFINSImportação, nos termos dos arts. 1º, 3º, I; 4º, I; 5º, I; 7º, I; 8º, II; 13, I; 19 e 20, da Lei 10.865 de 30/04/2004 – DOU 30/04/2004 – ed. Extra; 5) R$ 16,70 (dezesseis reais setenta centavos), de multa de lançamento de ofício da COFINSImportação, no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) do imposto devido, nos termos do art. 44, I, da Lei 9.430 de 27/12/1996 – DOU 30/12/1996; Fl. 566DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.000344/200543 Acórdão n.º 310201.503 S3C1T2 Fl. 3 3 6) juros de mora; fl. 20 7) R$ 4,76 (quatro reais e setenta e seis centavos) de Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços – PIS/PASEPImportação, nos termos dos arts. 1º; 3º, I; 4º, I; 5º, I; 7º, I; 8º, I; 13, I; 19 e 20, da Lei 10.865 de 30/04/2004 – DOU 30/04/2004 – ed. extra; 8) R$ 3,57 (três reais e cinqüenta e sete centavos) de multa de lançamento de ofício do PIS/PASEPImportação, no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) do imposto devido, nos termos do art. 44, I, da Lei nº 9.430 de 27/12/1996 – DOU 30/12/1996; 9) juros de mora Conforme constam nas Descrições dos Fatos e Enquadramentos Legais de fls. 02 e 11/12, nas importações realizadas pela autuada através da DI nº 04/11886899 registrada em 22/11/2004 (fls. 23 a 27) no item 01 das adições 001 e 002 (fls. 26/27) constavam produtos do tipo que já haviam sido submetidos à análise laboratorial em outras importações. Os produtos são: “Éden Eua de Parfum” (descrição do produto pela importadora à fl. 27 e laudos às fls. 30/31). Aplicando o permissivo contido no art. 30 do Decreto nº 70.235/1992, ou seja, atribuindo eficácia para o presente processo do laudo elaborado em outro, em que o produto em questão é originário do mesmo fabricante com igual marca e especificação, a fiscalização entendeu que a mercadoria em questão não era água de colônia, mas sim perfume. A classificação fiscal, segundo a autoridade fiscal, deveria ter sido feita no código NCM 3303.00.10, cuja alíquota do IPI era de 40% (quarenta por cento). A importadora declarou o código NCM 3303.00.20 (fl. 26) – alíquota do IPI = 12% (doze por cento). Da alteração do código NCM decorreu não somente a exigência da diferença do IPI, mas todas as outras exigências deste processo. Lavrados os autos de infração em tela e intimada a autuada em 25/01/05 (fls. 01, 09, 10, 15, 19 e 20), em 23/02/05 ela ingressou com a impugnação de fls. 34 a 64 por meio da qual discorre sobre os motivos dos lançamentos e alega em síntese: o lançamento é nulo porque não constam elementos que permitam à impugnante verificar o que lhe é cobrado e o porquê da referida cobrança (faz a defesa de sua tese transcrevendo à fl. 38 os arts. 10 e 11 do Decreto n º 70.235/1972 e 142 do CTN); não se pode utilizar os laudos em questão para transformar “águasde colônia” em perfumes, assim classificadas pelo Ministério da Saúde, com fins puramente arrecadatórios. Antes da efetivação da operação de importação em questão a COANA, em atendimento a pleito veiculado pela Divisão de Informação Comercial – Ministério das Relações Exteriores, expediu a Nota COANA/COTAC/DINOM nº 253 que faz a distinção entre perfumes e águasde colônia (transcreve a referida norma à fls. 41 a 43 e junta cópia às fls. 1169/170). Com base no entendimento da COANA os produtos objeto dos Autos de Infração se enquadram no código NCM 3303.0020; deve ser realizada diligência e respondidos os quesitos que lista à fl. 44 (às fls. 44 a 57 procede à defesa de que o produto em litígio é águadecolônia, Fl. 567DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 4 apresentando várias legislações e explicações e transcrevendo à fl. 47 ementa do Acórdão nº 20301.939 do Egrégio Conselho de Contribuintes); tendo em vista o acerto da classificação fiscal efetuada pela impugnante as exigências decorrentes não podem prosperar (faz a defesa da tese às fls. 57 a 64). Pede a realização de diligência a fim de que seja feita nova análise laboratorial e a final sejam julgados insubsistentes os lançamentos. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 22/11/2004 NULIDADES São inaceitáveis as alegações de nulidade feitas pela peticionária, com base em alegações de que não constam nos autos demonstrativos que lhe permitam verificar o que lhe é cobrado e o porquê da referida cobrança, quando se depreende de sua impugnação que compreendeu, perfeitamente, as exigências que lhe são feitas e se defendeu cabalmente. PERFUMES, AGUASDECOLÔNIA E ÁGUAS PERFUMADAS Como os desdobramentos da sub posição composta 3303.00, na TEC, especificam apenas os perfumes código NCM 3303.00.10 e águasdecolônia – NCM 3303.00.20 as Aguas perfumadas, cuja concentração de essência odorífera é superior A. da Aguadecolônia classificase no código NCM 3303.00.10. MULTA POR FALTA DE LI Não constitui infração administrativa ao controle das importações Multa por falta de LI, a declaração de importação de mercadoria objeto de licenciamento no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, cuja classificação tarifária errônea ou indicação indevida de destaque "ex" exija novo licenciamento, automático ou não, desde que o produto esteja corretamente descrito, com todos os elementos necessários A sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou ma fé por parte do declarante. MULTA POR ERRÔNEA CLASSIFICAÇÃO FICAL Ainda que o importador tenha declarado corretamente o produto se cometer erro de codificação relativamente a TEC é de se lhe exigir a multa por errônea classificação fiscal com base no artigo 84 da MP n°2.15835/2001. JULGAMENTO A RESPEITO DA TESE DE ILEGALIDADE/INCONSTITUCIONALIDADE Não compete à autoridade julgadora administrativa o afastamento por ilegalidade e/ou inconstitucionalidade de normas da legislação tributária vigente, a não ser nos casos em que na fase de julgamento elas já houverem sido declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal STF. Assim, teses que impliquem em proferir julgamento afastando a aplicação da legislação, sobre essas bases, ou sejam, ilegalidade e/ou inconstitucionalidade, sem que tenha havido declaração (de inconstitucionalidade) anterior pelo STF sobre a matéria, não podem ser decididos em sede administrativa. Fl. 568DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.000344/200543 Acórdão n.º 310201.503 S3C1T2 Fl. 4 5 Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na impugnação ao lançamento. Referese inicialmente ao requerimento de que fossem convertidos em renda da União os montantes depositados em relação às Contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, razão pela qual não poderia prosperar a decisão recorrida na parte em que mantém os lançamentos correspondentes. Assevera que no Laudo que prestouse à autuação não foi feita a correta medição do teor de composição aromática do produto, na medida em que a quantidade de substâncias odoríferas foi apurada por diferença. Protesta contra o fato de em "local algum foram expostas as razões pelas quais o produto aqui debatido deve ser classificado de modo diverso daquele que a própria ANVISA o classificou (...)” Argumenta que “a bibliografia Internacional indica intervalos com percentuais muito mais elevados, bem acima de 10% (...)”, e que caberia ao Laboratório indicar quais foram as Referências Bibliográficas utilizadas. Propõe que o método para realização do novo laudo seja a análise cromatográfica, com detector de massa na fase glico/oleosa do produto. Defende que a Nota COANA/COTAC/DINOM n.° 253/2002. esclarece que o produto objeto dos Autos de Infração enquadrase no código TEC 3303.00.20 Que as águas perfumadas importadas foram devidamente registradas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária como águadecolônia, em razão de sua composição e especificidade. Defende ser insuficiente e desatualizada a definição contida no Decreto nº 79.094/77 utilizada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento. Explica que, “visando atender às exigências do mercado procura de novas tendências aromáticas — as indústrias de perfumes se adequaram às novas exigências, o que não implica na desvirtuação do produto produzido sob a nomenclatura de "Aguadecolônia", mas sim na reavaliação dos conceitos anteriormente tidos como regra para essa classificação”. Assim, os perfumes poderão ser diferenciados das "águasdecolônia" pelos seus componentes. Temse que perfumes somente apresentam, em sua formulação, essências (óleo) e álcoois, jamais água e que o laudo que subsidia a Autuação constou expressamente a presença de água na composição do produto analisado. Que “Ainda, pertine ressaltar que também deve ser considerada, como elemento identificador das "águasdecolônia" e dos perfumes, a validade ou deterioração dos mesmos”. Que, havendo “dúvida de enquadramento entre os códigos 33.03.00.10 e 3.03.00.20 remete, indubitavelmente, para a última posição, que representa as águas perfumadas, por ser numericamente superior, não devendo prevalecer, por inaplicabilidade ao caso, a Regra n.° 1 do SH, haja vista a existência de outra mais especifica”. Fl. 569DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 6 Por fim, advoga que não ter sido cometida qualquer infração, na medida em que está correta a classificação fiscal dos produtos. Em exame preliminar das informações veiculadas no processo, a Segunda Câmara do então Terceiro Conselho de Contribuintes determinou a conversão do julgamento em diligência para que fosse incluída a declaração de importação cujas mercadorias se haviam prestado à elaboração do exame pericial que originou o laudo de análise utilizado por empréstimo no presente processo. Atendida a diligência o processo retornou a este Conselho para julgamento do mérito. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Consta dos autos a informação de inclusão da Declaração de Importação nº 03/05393213 e 01/08637381 por meio das quais foram importadas as mercadorias analisadas pela perícia. Quanto à vinculação do Laudo Pericial à declaração de importação correspondente, assim esclarece a fiscalização. Tendo em vista que nos laudos emitidos pelo laboratório FUNCAMP, não consta o numero da declaração de importação, o número foi adquirido através de consulta feita pelo GRALT/SEPOL da Alfândega do Porto de Santos, que jurisdicionava o laboratório na época contratado, FUNCAMP (fls. 562 a 563). Às folhas citadas no despacho informação de lavra da Sra. Valéria R. Neiva Sanchez, Supervisora do Gralt/Sepol da Alfândega do Porto de Santos, de que os Laudos Periciais utilizados pela fiscalização dizem respeito às Declarações de Importação nº 03/05393213 e 01/08637381. Em relação a estas, às folhas 515 e 534 encontramse identificadas as mercadorias Empório Armani White Eau De Toilette For Her, fabricado por Parfums Giorgio Armani e Eden Eau De Parfum – Água Perfumada, fabricado por Parfums Cacharel Et Cie, empresas francesas. Informação idêntica às folhas 26 e 27 do processo, no corpo da Declaração de Importação 04/11886899. Em tais circunstâncias, satisfeita a condição de eficácia definida em Lei para utilização de laudo técnico exarado em outro processo administrativo fiscal, devem ser consideradas as informações técnicas contidas no laudo. Conforme consta à folha 30 do processo, a mercadoria descrita na Declaração de Importação nº 01/08637381 como Empório Armani – White – For Her foi submetida análise laboratorial, sendo identificados 12,7% de concentração de substâncias odoríferas (por diferença), com margem de erro de 1,3 pontos percentuais para mais ou para menos. Com base neste resultado, a Perícia responde que a mercadoria importada não se trata de uma águadecolônia, como declarado na Declaração de Importação, mas de um perfume. Assim consta no Laudo Pericial, à folha 31. 1. Não se trata de Água de Colônia. Fl. 570DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.000344/200543 Acórdão n.º 310201.503 S3C1T2 Fl. 5 7 Tratase de Perfume, constituído de solução HidroAlcoólica e Substâncias Odoríferas, na forma liquida acondicionada em embalagem própria para venda a retalho. O Teor de Substâncias Odoríferas é de 12.7 +/ 1.3% (por diferença). O Teor de Álcool Etílico é de 76.6 +/ 1.2%. O Teor de Agua é de 10.7 +/ 0.2%. De acordo com Referências Bibliográficas, temos as seguintes definições: Perfume, é a solução HidroAlcoólica contendo entre 10 a 25% de Essências (Substâncias Odoríferas,) e 75 a 90% de álcool Etílico Hidratado; Água de Colônia é a solução HidroAlcoólica contendo entre 2a 6% de Essências (Substâncias Odoríferas) e 60 a 80% cl e Álcool Etílico. (...) Um pouco antes, à folha 29, o Laudo para o produto Éden – Eau de Parfum, 03/05393213, são as seguintes as respostas. 1. Não se trata de Água de Colônia. Tratase de Perfume, constituído de solução HidraAlcoólica e Substâncias Odoríferas, na forma liquida acondicionada em embalagem própria para venda a retalho. 11, Teor de Substâncias Odoríferas é de 11,50 +1 0,20% (por diferença). O Teor de Álcool Etílico é de 72,50 +/ 0.20%. O Teor de Água é de 16,00 +I 0.03%. De acordo com Referências Bibliográficas, temos as seguintes definições: Perfume, é a solução HidroAlcoólica contendo entre 10 a 25% de Essências (Substâncias Odoríferas) e 75 a 90% de Álcool Etílico Hidratado; Água de Colônia é a solução HidraAlcoólica contendo entre 2 a 10% de Essências (Substâncias Odoríferas) e 60 a 80% de Álcool Etílico. (...) Não há no Laudo Técnico uma explicação mais detalhada quanto à procedência das definições especificadas, apenas a menção a “referências bibliográficas”. Quanto a isso, de se sublinhar que, segundo entendo, não se trata de um aspecto técnico, como tal definido no artigo 30 do Decreto 70.235/72. Aquele, no caso deste Laudo Pericial, referese ao intervalo definido para os teores descritos de cada uma das substâncias constituintes do produto sub examine. Já esse revelase de conteúdo muito mais bibliográfico, passível de ser reexaminada por quem, por interesse, busque esclarecimento sobre o assunto. De fato, como se verá, as definições contidas no Laudo encontramse em desacordo com as especificações obtidas de diversas fontes. O desdobramento do código 3303.00 em 3303.00.10 e 3303.00.20 se dá apenas no âmbito do Mercosul, não do Sistema Harmonizado. As Notas Explicativas ao Sistema Harmonizado referemse à Posição 3303 como um todo, determinando apenas que as águas de colônia se diferenciam dos perfumes pela sua mais fraca concentração em óleos essenciais, sem especificar até que grau de concentração um produto ainda é definido como uma ÁguadeColônia para só então passar a ser identificado como perfume. Fl. 571DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 8 De primeiro de agosto de 2002 a 13 de dezembro de 2006 vigeu a Nota Coana/Cotac/Dinom nº 253, emitida pela Coordenação de Assuntos Tarifários e Comerciais da Secretaria da Receita Federal do Brasil, quando foi reformada pela Nota Coana/Cotac/Dinom nº 344/06. A primeira definia os produtos com até 15% de essência (concentração de óleos essenciais) como enquadrados no conceito de aguásdecolônia e, de 15% a 30%, como perfumes. A segunda, com base em legislação que regulamenta a atuação dos organismos estatais responsáveis pela Vigilância Sanitária, passou a considerar o percentual de 10% como delimitador desse conceito. Acrescentese a isso tudo, ainda, que consta da segunda Nota (Coana/Cotac/Dinom nº 344, de 13 de dezembro de 2006) que, provocada, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa declarou, por meio do Fax 490/00, que em razão do crescimento tecnológico, das matérias primas, apresentação do produto e formulação, a concentração aromática definida na legislação não é observada para fins de registro perante o Órgão. À folha 116 e 123 do processo, os Registros 25000.052852/9926 e 25351.014444/0155 identificam a classificação dos Produto Éden Eau de Parfum e Empório Armani White Eau de Toilette For Her adotada pela Anvisa, sob código 2010470 – Águas Perfumadas, Águas de Colônia, Loções e Similares. Por meio do Fax 214744398 (folha 175), de 28 de dezembro de 2000, a Anvisa responde a consulta realizada pela Procosa Produtos de Beleza Ltda, na qual além das considerações transcritas acima e constantes da Nota Coana/Cotac/Dinom nº 344, de 13 de dezembro de 2006 declara. Portanto, os produtos de V.Sa. e demais produtos legistrados corno Ague de colônia, Ague perfumada, eau de toilette, eau de perfume realmente stio enquadrados com a codificacdo 2010470 e dassificálos como extrato ou perfume estaríamos enganando o consumidor. O código 2010470, como consta no Anexo XX da Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000, identifica as águas perfumadas, águas de colônia, loções e similares (líquido ou creme). Os perfumes encontramse sob os códigos 2010480, 2010481, 2010482 e 2010483. Vêse que o que se discute nos autos é menos a classificação tarifária das mercadorias, mas a definição do que venham a ser perfumes e ÁguasdeColônia. A Nota Coana/Cotac/Dinom nº 253, segundo me parece, falha ao fundamentar suas conclusões. Tal como informa, “Conforme o “Fascinante Mundo dos Perfumes” (...) “7.1 “Essência ou extrato” é o perfume em sua concentração mais alta (...) “7.2 “Eau de parfum” é um perfume com menor concentração (...)” (grifos meus) e então conclui, “Tendo se em mente o exposto e considerando as NESH podese afirmar que os “perfumes ou extratos”, citados no código 3303.00.10 da NCM, compreendem somente as essências ou extratos (subitem 7.1). Ora, se, como dito antes, as NESH não contém esclarecimentos suficientes e o “exposto” referese ao Eau de Parfum como um perfume, então não vejo como concluir que ele não esteja incluído no conceito de perfume. Fl. 572DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.000344/200543 Acórdão n.º 310201.503 S3C1T2 Fl. 6 9 Em sentido inverso, em seu item 6 a Nota exclui claramente o Eau de Parfum e o Eau de Toillette do conceito de perfume. O Termo “perfume” costuma designar um odor agradável. Mas é preciso especificar melhor, pois acabase chamando de perfume uma série de produtos que não o são, como essências, “eua de parfum”, “eau de toilette”, “águadecolônia” e “eau fraiche”. Embora isso, não creio que tais imperfeições pudessem modificar os efeitos na Norma. A Nota Coana/Cotac/Dinom nº 253, ao longo de seus mais de quatros anos de vigência, constituise em concreta orientação emitida pelo Órgão competente para manifestar se sobre assuntos tarifários sobre qual deveria ser o elemento delimitador na definição de perfumes e águasdecolônia, sendo mesmo desarrazoado supor que o administrado fosse, deliberadamente, contrariar a orientação dada pela Administração Tributária. Neste ponto, imperioso destacar que não se trata aqui de orientação sobre a classificação fiscal de mercadorias em si, mas do conceito sobre o que deve ser considerado perfume e o que deve ser considerado águadecolônia para fins de classificação fiscal, o que, segundo entendo, suplanta até mesmo a definição contida na Lei nº 6.360/76 e Decreto nº 79.094/77, já que ambos estão destinados à vigilância sanitária e, por conseguinte, veiculam conceitos pensados e idealizados com este fim, razão pela qual não devem ser de imediato aplicados no âmbito tributário, pelo menos até que a Administração Tributária os declare apropriados para tanto, como o fez a Nota Coana/Cotac/Dinom nº 344. De fato, entendo que, na hierarquia de valoração dos elementos formadores da decisão do vertente litígio, o pronunciamento da Secretaria da Receita Federal ocupa posição de destaque, já que emite conceito com efeitos estritamente tributários. O que não significa que se deva desconhecer tudo o mais que deve ser levado em consideração para a correta classificação de mercadorias. Chegássemos à conclusão de que a Nota Coana/Cotac/Dinom nº 253 laborou em flagrante erro na definição do liame caracterizador dos produtos e terseia, no máximo, uma situação passível de exclusão de multas e juros pela aplicação das disposições contidas no artigo 100, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. Mas não me parece que seja o caso. O conceito que se demanda, para os fins a que se pretende, tratase de questão de extrema dificuldade. As NESH assim se referem à Posição 33.03. Os perfumes propriamente ditos, também chamados extratos, consistem geralmente em óleos essenciais, essências concretas de flores, essências absolutas ou em misturas de substâncias odoríferas artificiais, dissolvidas em álcool de título elevado. Usualmente, estas composições contêm ainda adjuvantes (aromas suaves) e um fixador ou estabilizador. (grifos meus) As águasdecolônia (por exemplo, águadecolônia propriamente dita, água de lavanda), que não devem confundirse com águas destiladas aromáticas e soluções aquosas de óleos essenciais da posição 33.01, diferem dos perfumes propriamente ditos pela sua mais fraca concentração em óleos essenciais, etc., e pelo título geralmente menos elevado de álcool empregado. Fl. 573DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 10 O texto do desdobramento especificado no âmbito do Mercado Comum do Sul Mercosul é o seguinte. 3303.00 PERFUMES E ÁGUASDECOLÔNIA 3303.00.10 Perfumes (extratos) 3303.00.20 ÁguasdeColônia Pelo que se depreende dos textos acima reproduzidos, o termo perfume empregado na Nomenclatura e no desdobramento local designa o que é conhecido por extrato de perfume. Atribuise à Associação Internacional de Fragrâncias IFRA as definições a seguir transcritas. Extrato de Perfume Essência: 1540%. Eau de parfum Essência: 1015% Eau de toilette Essência: 510%. Águade colônia Essência: 35%. Se essências exigem concentração de, no mínimo, 15%, e ÁguasdeColônia contém, no máximo, 5%, resta um hiato entre 15% e 5% que comporta mercadorias não identificadas na legislação própria para classificação fiscal de mercadorias. Com efeito, a tradução para Eau de Parfum é Água de Perfume, o que, segundo se sabe, tem definição merceológica intermediária, situada entre o extrato propriamente dito e a Eau de Cologne, como é chamada em francês a ÁguadeColônia. Noutro vértice, o produto neste importado, que não me parece seja uma ÁguadeColônia propriamente dita, está pouco mais do que um ponto percentual acima da definição adotada pela nova Nota Coana, que, interpretando a legislação nacional, fixou o limite de dez pontos percentuais para fins de identificação do que venham ser Águasde Colônia. Resulta que, também à luz da interpretação oficial vigente, o produto importado seria algo muito parecido com uma ÁguadeColônia, conclusão à qual não se chegaria se levados em conta os conceitos fixados pela Associação Internacional de Fragrâncias e o próprio senso comum. Neste ponto devese acrescentar que as NESH sugerem claramente que não somente as ÁguasdeColônia propriamente ditas classificamse como tal. Assim lêse: “As águasdecolônia (por exemplo, águadecolônia propriamente dita, água de lavanda) que não devem confundirse com águas destiladas aromáticas e soluções aquosas de óleos essenciais da posição 33.01 (...)”. A ressalva feita às águas destiladas aromáticas e soluções aquosas de óleos essenciais da posição 33.01 permite a interpretação de que as “águas” perfumadas de um modo geral enquadramse, segundo critérios próprios da Nomenclatura, na classificação das Águas deColônia. E mais, a Nota Coana/Cotac/Dinon nº 344/06, ao intentar corrigir suposto erro cometido pela Nota anterior, fundamenta sua decisão em disposição legal que não distingue perfumes de ÁguasdeColônia, mas extratos destas. O nela citado Decreto 79.094, de 05 de janeiro de 1997, ao regulamentar a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, debaixo Fl. 574DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.000344/200543 Acórdão n.º 310201.503 S3C1T2 Fl. 7 11 de conceito genérico de perfumes, fixa o percentual de 10% como limite entre extratos e ÁguasdeColônia. Assim fazendo, termina por confirmar a inclusão de produtos outros que não os conhecidos genericamente por ÁguadeColônia nesta definição. Noutro contorno, acaba por suportar a improvável inclusão das águas perfumadas (Eau de Parfum ou Eau de Toilette) no conceito de extratos de perfume. Termina por ficar claro que a mercadoria importada não encontra nos conceitos extraídos da literatura e da cultura geral uma definição compatível com as especificações contidas na Nomenclatura. O vernáculo perfume, quando empregado para designar produtos da indústria do segmento dos perfumes, admite tudo o quanto se utilize com a finalidade de conceder odor agradável ao corpo. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa traz dentre as possíveis definições, qualquer composição odorífera ou preparado aromático. Neste conceito incluemse também, por óbvio, as ÁguasdeColônia. De outra forma, se interpretase restritivamente as definições inscritas na Nomenclatura, deparamonos com um abismo que separa as Águasde Colônia propriamente ditas dos extratos de perfume. Diante de tais indefinições, além da manifestação expressa da Coordenação Geral de Administração Tributária, válida para no período de ocorrência dos fatos geradores, assim como dos demais indicativos presentes nos autos, que, embora não se prestem à finalidade específica de classificar mercadorias, servem como elemento subsidiário na formação de opinião sobre qual conceito merceológico deva ser considerado, entendo também cabível a aplicação da Regra Geral 3 “c” e Regra Geral Complementar nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado de Classificação de Mercadorias, a seguir reproduzidas. 3. Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: (grifos meus) a. ... b. ... c) Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classificase na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. REGRAS GERAIS COMPLEMENTARES (RGC) 1. (RGC1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, "mutatis mutandis", para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente, entendendose que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível. Sendo ambas posições, extratos de perfume e ÁguasdeColônia, (i) igualmente específicas, (ii) não possuindo nenhuma delas uma característica essencial do produto em detrimento da outra, deve ser escolhida a posição colocada em último lugar na ordem numérica, que, no caso, é a pretendida pela contribuinte. Por todas as razões até aqui expostas, VOTO POR DAR INTEGRAL provimento ao Recurso Voluntário. Fl. 575DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA 12 Sala de Sessões, 23 de maio de 2012. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 576DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000882/2006-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Exercício: 2002
EMBARGOS. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se conhecem de embargos quando visível a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade.
Numero da decisão: 1302-001.609
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eduardo de Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (presidente da turma), Márcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Leonardo Mendonça Marques.
Nome do relator: EDUARDO DE ANDRADE
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OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Não se conhecem de embargos quando visível a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (presidente da turma), Márcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Leonardo Mendonça Marques. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 08 82 /2 00 6- 35 Fl. 749DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 29/01/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Tratase de apreciar embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional em face do acórdão nº 130200.931, proferido por esta turma na sessão de 03/07/2012, no qual este colegiado decidiu, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, vencidos os Conselheiros Eduardo de Andrade e Marcos Rodrigues de Mello. Ciência em 22/07/2013. Protocolização dos embargos em 23/07/2013. Segundo alega a embargante, o julgado considera que a autoridade fiscal não teria demonstrado a relevância da conduta da contribuinte em deixar de escriturar movimentações bancárias da pessoa jurídica, rechaçando o arbitramento, ao sustentar que ainda que não escriturada a movimentação bancária, seria necessário mostrar que essa movimentação não escriturada é de tal monta que sua falta contamina todo o resultado escriturado pelo contribuinte. Todavia, embora o art. 530 do RIR/99 não tenha imputado tal dever à fiscalização, há no TVF (fls.253/259) justificativa para considerar a escrituração sem credibilidade. Afirma que instituições financeiras (Santander Banespa, Unibanco e Finasa) comprovaram que a empresa recebia valores a título de comissão pela intermediação de negócios (venda de veículos) e não emitia a respectiva nota fiscal, nem sequer escriturava os respectivos valores. Também o doc. Fls.158/160, ratificado no auto de infração, esclarece o comportamento da contribuinte e a dimensão dos valores omitidos, conforme informações prestadas pelos Bancos às fls. 128/129, demonstrando a impossibilidade de determinação do lucro real. Assim, entende que qualquer prova em contrário, no sentido de que as omissões não comprometeram a apuração do lucro caberia à contribuinte, mas esta apenas afirma que a falta de contabilização não se mostra suficiente para o arbitramento sem que se demonstre a razão contábil para tanto. Desta forma, requer que o colegiado aprecie o documento de fls.158/160 que fundamenta o arbitramento realizado, bem como as informações prestadas pelas instituições financeiras de fls. 128/129 e 131/135, e novamente se manifeste sobre a suposta ausência de fundamento para o arbitramento do lucro. É o relatório. Fl. 750DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 29/01/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 14041.000882/200635 Acórdão n.º 1302001.609 S1C3T2 Fl. 772 3 Voto Conselheiro Eduardo de Andrade, Relator. Os embargos são tempestivos, porém não há neles alegação de omissão, contradição, obscuridade (art. 65, Ricarf) ou erro material (art. 66, Ricarf), mas tão somente pedido para que o colegiado aprecie documentos relacionados (fls.158/160, 128/129, 131/135) e novamente se manifeste sobre a suposta ausência de fundamento para o arbitramento do lucro. Com efeito, embora eu concorde com as alegações feitas pela ilustre Procuradora, tanto que restei vencido no acórdão, as considerações feitas não se amoldam ao propósito específico da modalidade recursal empregada, vez que vejo nelas o mero intuito de forçar o colegiado a rediscutir o mérito de caso já julgado. Todavia, como é cediço, em sede de embargos, a análise dos fundamentos por este colegiado deve ser precedida do exame de sua admissibilidade, a qual reside na alegação de omissão, contradição ou obscuridade (art. 65, Ricarf) ou ainda erro material (art. 66, Ricarf), elementos que sequer foram mencionados na peça recursal. Vêse do acórdão recorrido, que cuidava da análise de três matérias distintas: a) auto de infração, relativo ao Simples, no anocalendário de 2001; b) exclusão do Simples a partir de 01/01/2002, por prática reiterada de infrações à legislação tributária e por exercício de atividade vedada (corretagem e intermediação); e c) auto de infração, relativo ao IRPJ e reflexos, anoscalendário de 2002 e 2003. O acórdão embargado manteve o crédito lançado no item “a”, dando parcial provimento tão somente para afastar a exigência de IRPJ, no valor principal de R$12,99, integralmente absorvido por retenções sofrida no mês de dezembro/2001. Também manteve a exclusão do Simples, a partir de 01/01/2002, item “b”, tendo adotado as razões de decidir da DRJ, e asseverado que houve de fato exercício de atividade vedada e prática reiterada de infração à legislação tributária. No que tange ao item “c”, auto de infração, relativo ao IRPJ e reflexos, anos calendário de 2002 e 2003, foi afastado por terse entendido que a fiscalização precipitouse a arbitrar o lucro sem que tivesse demonstrado adequadamente a imprestabilidade da escrita para fins de determinar o lucro real e sem dar ao contribuinte a oportunidade de sanear eventuais falhas, verbis: Compulsando os autos, encontro à fl. 215 as razões do arbitramento, conforme o Fisco: Razão do arbitramento no(s) período(s): 03/2002 06/2002 09/2002 12/2002 03/2003 06/2003 09/2003 12/2003 Fl. 751DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 29/01/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 Arbitramento do lucro que se faz tendo em vista que a escrituração mantida pelo contribuinte é imprestável para determinação do Lucro Real, em virtude da não escrituração da movimentação bancária. Enquadramento Legal: A partir de 01/04/1999 Art. 530, inciso II, do RIR/99. Eis o dispositivo do Regulamento, invocado pela fiscalização: Art. 530. 0 imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n2 8.981, de 1995, art. 47, e Lei n 2 9.430, de 1996, art. 1º): [...] II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; De se observar que, pelo rigor da lei, a falta de escrituração da movimentação financeira, por si só, já seria causa suficiente para o arbitramento dos lucros (inciso II, alínea “a”, acima). No entanto, o próprio AuditorFiscal autuante estabelece relação entre as alíneas "a" e "b", ao afirmar que a não escrituração da movimentação bancária causou a imprestabilidade da escrita para fins de determinação do lucro real. Considero oportuna essa relação de causa e efeito, pois o arbitramento é forma de apuração do lucro a ser aplicada diante da impossibilidade de se alcançar o lucro real, ou, em outras palavras, quando o resultado apurado pelo contribuinte se mostre não confiável e não passível de correção. Com isso, tenho que, ainda que não escriturada a movimentação bancária, seria necessário mostrar que essa movimentação não escriturada é de tal monta que sua falta contamina todo o resultado escriturado pelo contribuinte. E essa prova não encontro nos autos. Nessa linha, os acórdãos cujas ementas transcrevo abaixo são ilustrativos. [...] Ademais, especialmente em se tratando de contribuinte que, antes da ação fiscal, se encontrava no regime simplificado de pagamentos, considero que seria indispensável darlhe a oportunidade de refazimento da escrita, saneando eventuais deficiências encontradas pela fiscalização e permitindo sua tributação com base na regra geral do lucro real. Também aqui assiste razão à interessada, em sua reclamação de que jamais foi intimada a promover qualquer regularização em sua escrita. Diante do exposto, considero que o arbitramento dos lucros foi feito de forma precipitada, sem demonstrar adequadamente a Fl. 752DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 29/01/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 14041.000882/200635 Acórdão n.º 1302001.609 S1C3T2 Fl. 773 5 imprestabilidade da escrita para fins de determinação do lucro real e sem dar ao contribuinte a oportunidade de sanear eventuais falhas, pelo que as exigências não devem subsistir. Vêse, assim, que o acórdão aborda a questão da possibilidade de arbitramento, mesmo em face de não existência de identificação da movimentação bancária, e a rechaça, por entender que a ausência da movimentação bancária, para dar azo ao arbitramento, deveria ser de tal monta a contaminar todo o resultado escriturado pelo contribuinte, sendo que o votocondutor já denuncia que esta prova não consta dos autos. Vêse, ainda, que a decisão se baseia também no fato de que o contribuinte, antes da ação fiscal, encontravase no regime do Simples, e seria indispensável darlhe oportunidade de refazer a escrita, sendo que jamais foi intimado a promover a referida regularização. Os documentos listados às fls. 128/129 e 131/135 cuidam de respostas de instituições financeiras e relações de depósitos feitos pela intermediação de veículos, elementos estes que foram apreciados pelo relator, o qual, todavia, concluiu que a falta de sua contabilização bem como a ausência da movimentação bancária relativa a eles não seria de tal monta que sua falta contamina todo o resultado escriturado pelo contribuinte e, assim, tal ausência não turbaria a higidez da escrita contábil. Nisto, foi seguido pela maioria do colegiado. Desta forma, a meu ver, não há omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada no acórdão recorrido. Assim, voto para não conhecer dos embargos. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Relator Fl. 753DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 29/01/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 11613.000058/2005-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 04/04/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO. DEVIDO PROCESSO LEGAL CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO.
A aplicação de penalidade administrativa por não apresentação de documentação dentro do prazo estabelecido pela autoridade administrativo, pendente pedido de prorrogação do prazo formulado pelo Interessado, ofende ao principio do devido processo legal e a lei que rege o processo administrativo federal, caracterizando-se como cerceamento do direito de defesa.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3201-001.803
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Adriene Maria de Miranda Veras e Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DEVIDO PROCESSO LEGAL CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO. A aplicação de penalidade administrativa por não apresentação de documentação dentro do prazo estabelecido pela autoridade administrativo, pendente pedido de prorrogação do prazo formulado pelo Interessado, ofende ao principio do devido processo legal e a lei que rege o processo administrativo federal, caracterizandose como cerceamento do direito de defesa. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Adriene Maria de Miranda Veras e Daniel Mariz Gudino. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 3. 00 00 58 /2 00 5- 84 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. "Trata o presente processo de exigência da penalidade prevista no art. 70, inciso II, alínea "b", item 01, da Lei n° 10.833/2003, no valor de R$ 1.519.814,66, correspondente a 5% (cinco por cento) do valor aduaneiro relativo às Declarações de Importação (DIs) 04/09471067, 04/09470842, 04/09470800;" 04/09470923, 04/09470290, 04/09470028; 04/09470435, 04/09470354, conforme auto de infração, e demais documentos que o integram, de fls. 01/22. Verificando a descrição dos fatos, contida no auto de infração, à fl. 02,observase que a fiscalização assim discorreu acerca dos fatos: "A autuada registrou as declarações de importação n° 04/09471067, 04/09470842, 04/09470800, 04/09470923, 04/09470290, 04/09470028, 04/09470435, 04/09470354 na modalidade antecipado e requereu a descarga direta, conforme previsto na IN SRF 175/02, além da entrega antecipada com base no art. 48 da IN SRF 206/02. Como os documentos originais não foram entregues durante o despacho, assinou Termo de Responsabilidade em 19/10/2004 comprometendose afazêlo no prazo de 50 dias a partir desta data. Contudo, transcorrido este período, a empresa ainda não apresentou na IRFPorto de Aratu os documentos de carga originais que instruem essas declarações. Após ter sido comunicada, em 07/03/2005, de que tinha sido suspensa de realizar entrega antecipada e descarga direta, em face destas pendências, a empresa alegou em sua defesa que os conhecimentos de carga tinham sido extraviados, porém, tal comunicação não foi instruída com os documentos que comprovassem o registro da ocorrência junto à autoridade competente para apurar o fato, conforme determina o art. 70, inciso II, 6S 4°. da Lei 10.833/03". Da impugnação O contribuinte, após ter sido cientificado do lançamento em estudo, em 07/04/2005, consoante faz prova a ciência posta à fl. 01, apresentou, em 04/05/2005, sua impugnação, conforme peça de fls. 26/55, onde desenvolveu sua defesa, conforme a seguir, em resumo, exposta: Dos fatos 1. a natureza da infração supostamente cometida (Art. 70, II, § 4°. da Lei n° 10.833/2003) é o fato de a comunicação do extravio dos conhecimentos de carga originais não ter sido instruída com os documentos que comprovassem o registro da ocorrência junto à autoridade competente para apurar o fato, sendo que o citado extravio ocorreu em operações de importação comumente realizadas pela empresa; Fl. 297DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11613.000058/200584 Acórdão n.º 3201001.803 S3C2T1 Fl. 297 3 2. por ser uma commodity, a nafta, produto importado pela empresa nas operações em relevo, é amplamente comercializada no mercado internacional, implicando costumeiramente a sucessiva transferência de propriedade, desde o porto de embarque até a descarga final; 3. 0 Bill of Lading (BL), peça decisiva na suposta infração, é de emissão da companhia responsável pelo transporte da mercadoria, representando um contrato de transporte, um recibo de entrega da carga e um titulo de crédito. E a prática do mercado é que os BLs somente sejam liberados pela transportadora quando houver o pagamento da carga, ficando .a impugnante com uma mera cópia simples, a qual é apresentada à fiscalização, com o compromisso de apresentação dos originais em 50 dias, conforme IN SRF n° 175/02; 4. Após a liberação dos referidos BLs, estes não chegam de imediato às mãos da impugnante, já que são enviados para endossos, de forma sequencial, por parte das empresas envolvidas, podendo ser três ou quatro e às vezes mais; 5. As importações de nafta que deram origem A suposta infração ocorreram em 2004 e, por questões de mercado estavam divididas em nove BLs, todas no navio "RUNNER A". E, apesar dos esforços da impugnante, não foi possível cumprir o prazo de cinquenta dias para entrega dos BLs originais porque a transportadora não os forneceu, alegando as dificuldades já citadas. Em virtude disso, a impugnante pleiteou junto à Inspetoria do Porto de Salvador, a prorrogação do prazo para apresentação dos documentos originais; 6. em 07/03/2005, a IRF Porto de Aratu suspendeu por sessenta dias a utilização do beneficio da importação via descarga direta, em virtude de a impugnante ter atrasado a entrega dos citados BLs originais. Em virtude disso, a impugnante interpôs recurso para a Alfândega do Porto de Salvador (ainda pendente de julgamento), visando a anulação da sanção imposta, alegando as dificuldades apontadas pela transportadora; 7. diante da insistência da impugnante, a transportadora, "TRAFIGURA LTD", admitiu que os BLs haviam sido extraviados, conforme carta anexa. E, em 11/04/2005, a impugnante recebeu a 2ª. via dos BLs e os apresentou A IRF Porto de Aratu, conforme documentos anexos. Assim, somente em 11/04/2005 a impugnante teve acesso aos BLs originais (segundas vias); antes dessa data, por circunstâncias alheias A sua vontade, não deteve sua posse; Do Mérito da Autuação Da inaplicabilidade da multa nos casos em que o sujeito ativo não teve acesso prévio à documentação — violação da tipicidade legal 8. o auto de infração lavrado contra a impugnante não deve prosperar porque o extravio dos documentos ocorreu em fase anterior à autuada ter tido acesso aos BLs, o que descaracteriza o descumprimento do dever acessório de manter sob guarda documentos ou apresentálos à fiscalização. Isso porque as obrigações referidas no art. 70 da Lei n° 10.833/2003 são de duas naturezas: manter a guarda de documentos e apresentar tais documentos A fiscalização aduaneira; Fl. 298DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 9. assim, somente poderia ser exigido da autuada o cumprimento da obrigação de manter ou apresentar documentos que se encontrassem em sua posse. A impugnante não detinha os BLs originais porque, como já citado, havia a sucessiva transferência da propriedade das mercadorias, com diversos endossos de forma sequencial, vindo a impugnante a deter os documentos originais em 11/04/2005, quando recebeu a segunda via dos mesmos. Essa data consubstancia o termo "a quo" da obrigação tributária acessória prevista no "caput" do art. 70 da Lei n° 10.833/2003; 10. conforme os documentos anexos (02 a 10), o extravio dos BLs decorreu única e exclusivamente de uma conduta culposa atribuível A. companhia transportadora, que detinha a exclusiva posse dos BLs, sendo que o próprio art. 71 da Lei n° 10.833/2003 prevê a obrigação autônoma atribuível As companhias transportadoras de manter e apresentar à autoridade aduaneira, quando exigidos, os documentos relativos As operações em que intervierem. Assim, a impugnante não descumpriu quaisquer de suas obrigações tributárias, já que não tinha a posse dos BLs; 11. não se diga, também, que a impugnante, ao ter comunicado ao Fisco o extravio dos BLs (como ato de defesa praticado no processo referente ao recurso pela penalidade de suspensão do regime de descarga direta), expressamente admitiu que descumpriu a obrigação tributária prevista no art. 70 da Lei n° 10.833/2003; Da inexistência de multa decorrente da não comunica cão do extravio ou de comunicação ineficaz 12. também não deve ser mantido o auto de infração porque inexiste previsão de aplicação de multa decorrente da não comunicação do extravio ou da comunicação desprovida dos documentos que comprovem o registro da ocorrência junto A autoridade competente para apurar o fato; 13. a suposta infração cometida pela autuada consistiu no fato de a mesma não ter comunicado o extravio dos conhecimentos de carga originais, juntamente com a apresentação dos documentos que comprovassem o registro da ocorrência junto à autoridade competente para apurar o fato (art. 70, II, § 40 da Lei n° 10.833/2003); em o os termos, a suposta infração seria a comunicação ineficaz do extravio de documentos; 14. ocorre que inexiste tal obrigação na legislação tributária. Na verdade, a comunicação do extravio é mera excludente da pena aplicada em decorrência da obrigação de manter documentos e/ou apresentálos à fiscalização, não constituindo obrigação autônoma capaz de dar azo A aplicação da multa prevista no art. 70, II, "b", item 01, da Lei n° 10.833/2003; nesse sentido a jurisprudência do Conselho de Contribuintes citada, tratando da tipicidade cerrada e da estrita legalidade; 15. ainda que se admita que a comunicação de extravio de documentos constitui obrigação autônoma, caberia à transportadora efetuála, já que detinha a posse, sob pena de violação do principio da pessoalidade, segundo o qual somente o sujeito que pratica a conduta ilícita responde pela mesma. No caso, a transportadora, conforme docs. 02 a 10 em anexo, expressamente exime a impugnante de responsabilidade; Da existência de penalidade especifica prevista na INSRF n°175/02 16. o auto de infração não merece prosseguir, Fl. 299DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11613.000058/200584 Acórdão n.º 3201001.803 S3C2T1 Fl. 298 5 igualmente, em virtude da existência de penalidade especifica prevista na INSRF n° 175/2002, e já aplicada pela autoridade competente, a qual afasta a multa aplicada pelo auto de infração; 17. ainda que se aceite que a obrigação de conservação/apresentação dos BLs, bem como a comunicação do extravio ocorrido, possa ser validamente imputável impugnante, devese ressaltar que a legislação especifica do regime de descarga direta, aplicável As importações realizadas pela autuada, já contempla penalidade aplicável ao descumprimento do . dever de apresentar os originais da documentação necessária ao desembaraço aduaneiro da mercadoria importada. 18. tal previsão consta do art. 10, inciso II, da INSRF no 175/2002, inclusive já tendo sido imposta A autuada, no processo administrativo n° 11613.000268/200220, conforme termo de suspensão (doc. 12, em anexo), devendose, portanto, afastar a aplicação da pena genericamente prevista no art. 70 da Lei n° 10.833/2003; isso se encontra em sintonia com o principio da não propagação das multas e da não repetição da sanção tributária, que tem por finalidade coibir a possibilidade de um mesmo fato tributário ser apenado diversas vezes com multas tributárias, conforme jurisprudência do Conselho de Contribuintes citada; Da ofensa ao cânone constitucional da proporcionalidade 19. a aplicação da multa prevista no art. 70 da Lei n° 10.833/2003 encontrase, igualmente, em descompasso com o principio constitucional da proporcionalidade das multas tributárias; 20. as multas tributárias devem guardar correlação entre a gravidade do delito cometido, cuja prática visa elidir, e a graduação da pena imposta. Desse modo, tratandose de descumprimento de mero dever instrumental, a multa tributária deve necessariamente expressarse através de uma penalidade fixa; 21. no caso dos autos, a imposição da multa prevista no artigo 70 da Lei n° 10.833/2003 visa estimular os contribuintes a manterem sob sua guarda os documentos relativos às transações que realizarem, bem como incentiválos a promover a sua apresentação, sempre que exigido. Porém, no momento de graduar a pena aplicável ao descumprimento de tais deveres, a norma em comento afastase de tal objetivo e adota como parâmetro de graduação da pena a significação econômica da operação realizada, em aberto desrespeito ao cânone da proporcionalidade; Da Conclusão e Pedidos 22. em face do exposto, tendo em vista que o extravio dos documentos ocorreu em fase anterior à autuada ter tido acesso aos BLs, o que descaracteriza o descumprimento do dever acessório de manter sob guarda documentos ou apresentálos fiscalização; tendo em vista que inexiste previsão de aplicação de multa decorrente da não comunicação do extravio ou da comunicação desprovida dos documentos que comprovem o registro da ocorrência junto à autoridade competente para Fl. 300DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 6 apurar o fato; considerandose a existência de penalidade especifica prevista na IN SRF no 175/2002, e já aplicada pela autoridade competente; e, ainda, levandose em conta que a aplicação da multa prevista no art. 70 da Lei no 10.833/2003 encontrase em descompasso com o principio constitucional da proporcionalidade das multas tributárias; lastreandose em todos os argumentos jurídicos apontados, requer a juntada dos documentos anexos (docs. 01 a 10), bem como que seja julgado totalmente improcedente o auto de infração impugnado, afastandose, em definitivo, a sanção aplicada." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 04/04/2005 DESCUMPRIMENTO DE APRESENTAR DOCUMENTOS A FISCALIZAÇÃO. O descumprimento pelo importador, da obrigação de apresentar a fiscalização aduaneira, quando exigidos, os documentos obrigatórios de instrução das declarações aduaneiras, da ensejo à aplicação da multa de 5% (cinco por cento) do valor aduaneiro das mercadorias importadas, na dicção do art. 70, inciso II, alínea "b", item 1, da Lei n° 10.833/2003. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 04/04/2005 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA NORMA. INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. A instancia administrativa não possui competência para afastar a aplicação da norma sob fundamento de sua inconstitucionalidade, uma vez que tal apreciação é exclusiva do Poder Judiciário, nos termos dos artigos 97 e 102 da Constituição Federal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido.” Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando as alegações já apresentadas na impugnação e trazendo decisão da Alfândega de Salvador, que decidiu por afastar a penalidade referente a restrição para utilização da facilidade do desembarque antecipado, sob o arrimo que os pedidos de prorrogação do prazo para apresentação dos BLs não foi respondido pela Unidade da Receita Federal em Aratu,. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11613.000058/200584 Acórdão n.º 3201001.803 S3C2T1 Fl. 299 7 O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O cerne da lide se prende a multa aplicada por falta de apresentação de documentos referentes ao despacho aduaneiro antecipado. A empresa alega em sua defesa, que em face de problemas referentes ao exportador, não teve a posse dos documentos necessários e que agindo de boafé apresentou diversos pedidos de solicitação de prorrogação de apresentação dos documentos (fls. 282 a 294). Tais pedidos não foram respondidos pela Autoridade Aduaneira, o que levou a empresa a crer que o prazo de prorrogação havia sido concedido. A teor do relatado, os fatos narrados no processo, além de ensejarem a multa prevista no art. 70, inciso II, alínea "b", item 01, da Lei n° 10.833/2003, implicou na aplicação da suspensão da empresa operar na modalidade de despacho antecipado. Contra esta segunda penalidade, a empresa apresentou recurso a ser analisado pelo Inspetor da Alfândega do Porto de Salvador. Ao apreciar o recurso, o Inspetor decidiu que os pedidos de prorrogação apresentados pela Recorrente e que não foram respondidos pela Autoridade do Porto de Aratu afastava a aplicação da penalidade, visto que os pedidos de prorrogação suspendiam a contagem do prazo para apresentação dos documentos referentes ao despacho em discussão. (fl. 219 a 280) Considerando que os fatos que serviram de motivação do presente lançamento, são exatamente os mesmos que ensejaram a pena de suspensão para operar em despacho antecipado. A decisão do Inspetor da ALF/SDR, autoridade aduaneiro responsável pelo Porto de Salvador, considerar que os pedidos de prorrogação suspenderam a contagem de prazo, não vejo como não acatar para o mesmo julgamento posição divergente daquela emitida pela Inspetor do Alfândega de Salvador, pois, se aquela autoridade entende que o prazo tenha sido prorrogado e afastou a aplicação da pena constante do Processo Administrativo nº 11613.000268/200220, o mesmo entendimento deve ser aplicado ao caso em julgamento. Assim, considero que os pedidos de prorrogação suspenderam a exigência do prazo, afastando a motivação para o lançamento da multa controlada no presente processo. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 302DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 8 Fl. 303DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 17/12/ 2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10640.003813/2008-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 02/07/2007 a 29/08/2008
INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA.
Nos termos da Súmula nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS. COMBUSTÍVEIS. IN SRF Nº 24/99. APÓS A REVOVAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO TRIBITÁRIA.
Com a revogação do regime de substituição tributária do PIS/COFINS incidente sobre combustíveis, deixou de existir o direito de a pessoa jurídica consumidora final pleitear a restituição dos valores correspondentes à incidência nas vendas a varejo que não ocorreram, até então previsto na IN SRF nº 24/99.
Numero da decisão: 3102-002.324
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
[assinado digitalmente]
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
[assinado digitalmente]
Andréa Medrado Darzé - Relatora.
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Fernandes do Nascimento, Nanci Gama, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, José Paulo Puiatti.
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 02/07/2007 a 29/08/2008 INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. Nos termos da Súmula nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS. COMBUSTÍVEIS. IN SRF Nº 24/99. APÓS A REVOVAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO TRIBITÁRIA. Com a revogação do regime de substituição tributária do PIS/COFINS incidente sobre combustíveis, deixou de existir o direito de a pessoa jurídica consumidora final pleitear a restituição dos valores correspondentes à incidência nas vendas a varejo que não ocorreram, até então previsto na IN SRF nº 24/99. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Fernandes do Nascimento, Nanci Gama, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, José Paulo Puiatti. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 38 13 /2 00 8- 35 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ em Juiz de Fora que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, por entender que o contribuinte teria recuperado a espontaneidade em razão da inoperância da autoridade fiscal por prazo superior a sessenta dias. Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados com riqueza de detalhes, adoto o relatório da decisão recorrida, transcrevendoo abaixo na íntegra: A contribuinte aqui identificada requereu em 08/09/2008 junto à Delegacia da Receita Federal em Juiz de Fora/MG, a restituição de valores recolhidos a titulo de PIS nos períodos compreendidos entre 02/07/2007 e 29/08/2008, totalizando o valor corrigido de R$ 7.295,75, alegando se constituir em consumidora final de combustível e fazendo referência Lei nº 9.990/00. Posteriormente transmitiu DCOMP’s com vinculação a este crédito, como constam das telas do SIEF de fls. 11/12. A DRFJFA/MG, por intermédio do Despacho Decisório de fls. 13/14, indeferiu o pedido de restituição da contribuinte (fls. 01/02) e não homologou as compensações vinculadas ao presente processo, pela inexistência de crédito em favor da requerente. O processo n° 10640.7217581201164 foi formalizado para controle dos débitos indevidamente compensados, como consta do despacho de fl. 26. Cientificada da decisão em 10/05/2011 (fl. 27), a contribuinte manifestou sua inconformidade, às fls. 28/42, em 24/05/2011, alegando, em síntese: . apresentou pedido de restituição relativo ao pagamento indevido ou a maior, a titulo de Cofins incidente sobre combustível adquirido por consumidor final, no período de julho/2007 até agosto/2008, sendo esse crédito utilizado em declarações de compensação formuladas eletronicamente; . o pedido de restituição foi indeferido pela autoridade administrativa, por entender que a partir de 01/07/2000, conforme disposto no inciso II do art. 46 da MP 1.99115 (art. 92 da versão vigente), deixou de existir a cobrança do PIS e Cofins por substituição tributária; . com as mudanças havidas na legislação, embora nem as distribuidoras e tampouco as refinarias se submetessem mais às regras da substituição tributária do PIS e da Cofins, o certo é que a carga tributária foi mantida inalterada; . sob o regime da substituição tributária, a Instrução Normativa SRF n° 6, de 1999, permitia a imediata restituição dos valores de PIS e Cofins pagos em substituição tributária pela ausência de operação no varejo, ex vi artigo 150, § 7°, da Constituição Federal; . a partir do momento em que se extinguiu o regime de substituição tributária da Cofins e do PIS e se manteve a mesma carga tributária, passando o encargo tributário a ser exigido embutido no preço praticado pelas refinarias e repassado veladamente aos contribuintes, que não mais puderam requerer o ressarcimento com base na IN SRF n° 6, de 1999, desrespeitouse o artigo 150, § 7°, da Constituição Federal; Fl. 85DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10640.003813/200835 Acórdão n.º 3102002.324 S3C1T2 Fl. 11 3 . subsiste o direito de restituição dos valores de PIS e Cofins pagos nas aquisições de combustíveis diretamente das distribuidoras, pelo encargo tributário veladamente embutido em uma operação inexistente (operação de varejo), em respeito ao preceito contido no § 7° do artigo 150 da Constituição; . foi igualmente violado o artigo 110 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, CTN; . a extinção da substituição tributária pelas MP n° 1.99115, de 2000, e 2.15835, de 2001, não encontra amparo legal, porque afronta o disposto no artigo 246 da Constituição que impede que medidas provisórias regulamentem texto da Constituição que tenha sido alterado por emendas constitucionais datadas a partir de janeiro de 1995 até setembro de 2001; . sobre os valores requeridos há de ser acrescida a devida atualização monetária, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, retroativa A. data de apuração dos valores; . a presente defesa alcança as declarações de compensação, que devem permanecer com exigibilidade suspensa na forma do artigo 151 do CTN. A DRJ em Juiz de Fora julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 02/07/2007 a 29/08/2008 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS. Somente são passíveis de restituição e compensação os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. A caracterização da inexistência do direito creditório pleiteado implica em não homologação das compensações a ele vinculadas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte recorre a este Conselho tempestivamente, basicamente repetindo as razões apresentadas na sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Fl. 86DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA 4 Conselheira Andréa Medrado Darzé. Conforme é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia se resume a verificar se, mesmo após a revogação, pela Medida Provisória 1.99115, do regime de substituição tributária do PIS/COFINS incidente sobre combustíveis, subsiste o direito de a pessoa jurídica consumidora final pleitear a restituição dos valores correspondentes à incidência nas vendas a varejo que não ocorreram, nos moldes estabelecidos pela IN SRF nº 24/99. Isso porque os fatos em análise se referem apenas ao período de julho/2007 até agosto/2008 e a própria Recorrente reconhece que, “com as mudanças havidas na legislação, (...) nem as distribuidoras e tampouco as refinarias se submetem mais às regras da substituição tributária do PIS e da Cofins”. Pois bem, de início, a incidência da Contribuição ao PIS e da COFINS nas operações decorrentes da produção e comercialização de combustíveis e derivados de petróleo era disciplinada Lei nº 9.718/98, com regra de substituição tributária, elegendo as refinarias como substitutos tributários dos demais contribuintes integrantes da cadeia produtiva. Eis o que prescrevia o texto legal: Art. 4º. As refinarias de petróleo, relativamente às vendas que fizerem, ficam obrigadas a cobrar e recolher, na condição de contribuintes substitutos, as contribuições a que se refere o art. 2°, devidas pelos distribuidores e comerciantes varejistas de combustíveis derivados de petróleo, inclusive gás. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a contribuição será calculada sobre o preço de venda da refinaria, multiplicado por quatro. Como o cálculo dessas contribuições levava em conta todas as etapas do ciclo de produção e comercialização desses produtos, a Receita Federal do Brasil, por meio da IN SRF nº 24/99, entendeu por bem assegurar às pessoas jurídicas consumidoras finais o direito de pleitear a restituição dos valores correspondentes à incidência na venda a varejo que não ocorreram. Art. 6°. Fica assegurado ao consumidor final, pessoa jurídica, o ressarcimento dos valores das contribuições referidas no artigo anterior, correspondentes incidência na venda a varejo, na hipótese de aquisição de gasolina automotiva ou óleo diesel diretamente à distribuidora. (...) § 4º O ressarcimento de que trata este artigo darseá mediante compensação ou restituição, observadas as normas estabelecidas na Instrução Normativa SRF n° 021, de 10 de março de 1997, vedada a aplicação do disposto nos arts. 7° a 14 desta Instrução Normativa. Essa sistemática, todavia, foi alterada pela Lei nº 9.990/00, que modificou substancialmente o regime jurídico de apuração do PIS e da COFINS, introduzindo a regra de tributação concentrada nas refinarias de combustíveis, com alíquota mais elevada. Complementando esse novo regramento, o art. 42, I da Medida Provisória n° 2.15835/2001, reduziu a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS incidentes sobre a Fl. 87DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10640.003813/200835 Acórdão n.º 3102002.324 S3C1T2 Fl. 12 5 receita bruta decorrente da venda de gasolinas, óleo diesel e GLP auferida por distribuidores e comerciantes varejistas. Nesse cenário, as contribuições para o PIS/COFINS, antes apuradas e recolhidas sob a sistemática de substituição tributária para frente, passaram a adotar o regime de incidência concentrada, tendo as refinarias como únicas obrigadas ao recolhimento das exações em toda cadeia de produção e comercialização dos combustíveis. Assim, as demais empresas que atuam na produção e comercio de combustíveis, embora sofram com a carga econômica dos tributos, deixaram de ser contribuintes do PIS e COFINS incidentes sobre receitas desta natureza, perdendo a condição de sujeitos passivos das contribuições. Assim, revogada a substituição tributária, deixou de existir previsão legal de ressarcimento ou restituição aos consumidores finais, mesmo quando adquirem o produto diretamente das distribuidoras, haja vista que a operação de venda a varejo, ainda que o efeito econômico persista sendo o mesmo, deixou de estar sujeita à cobrança de tributo, vez que submetida à alíquota zero. Por conta disso, deve ser mantido o entendimento do acórdão recorrido no sentido de que com a redução da alíquota a zero da contribuição para o PIS/Pasep e COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de óleo diesel, auferida por distribuidores e comerciantes varejistas e a eliminação da figura da substituição nessas operações, não há que se falar em restituição ou ressarcimento. Por outro lado, deixo de apreciar as alegações de inconstitucionalidade da não manutenção do direito à restituição em análise mesmo após a revogação do regime de substituição tributária, por se tratar de matéria que escapa à competência deste tribunal administrativo: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Da mesma forma, deixo de apreciar o direito à aplicação da taxa SELIC, por se tratar de matéria prejudicada, face ao não reconhecimento do direito ao crédito. Em face do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 88DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.902469/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003
Ementa:
CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência.
VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-002.070
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em rejeitar o pedido de diligência. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora.
(assinado digitalmente)
José Adão Vitorino de Morais Redator designado.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Bernardo Motta Moreira.
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 Ementa: CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência. VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica. Recurso Voluntário Negado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2035; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 255 1 254 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.902469/200821 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.070 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2013 Matéria Procedimento Administrativo Fiscal Recorrente BICICLETAS MONARK S.A Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 Ementa: CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência. VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em rejeitar o pedido de diligência. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 24 69 /2 00 8- 21 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Redator designado. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Bernardo Motta Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ Campinas (fls. 199/204) que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte (fls. 02 a 12) que contrapôs ao despacho decisório (fl.13), que julgou improcedente a Declaração de Compensação (DCOMP) com “suposto” pagamento a maior, referente a contribuição de COFINS, atinente ao período de apuração de 21.12.2003, com recolhimento em 15.01.2004, conforme fls. 2127. De acordo com o relatório da DRJ, temos que “cientificado do despacho decisório, em 20/08/2008, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 19/09/2008”. Em sua manifestação, o contribuinte alegou que o seu crédito atingia no momento da transmissão do PER/COMP o valor de R$15.520,21(original de R$ 14.659,97) que se refere, ao montante recolhido a maior/indevidamente. Foi informado também, que em sua DCTF original do 4° Trimestre de 2003, devido a título da contribuição da COFINS, do período de apuração de 31.12.2003 (dezembro/2003), o valor de R$ 306.454,66, em detrimento do correto R$ 291.794,69. O erro acabou sendo sanado mediante a transmissão de DCTF retificadora em 16.09.2008, na qual o valor indevidamente declarado de R$ 306.454,66 foi substituído pelo correto R$ 291.794,69. (fls. 32/96). Para comprovar o seu direito, o contribuinte acostou nos autos vários documentos que comprovariam os seus argumentos, invocando o Princípio da Verdade Material para que todos os elementos comprobatórios fossem apreciados. Nesse sentido, consta às fls. 199/204 que na sessão de 12/04/2012, a 9º Turma da DRJ/CPS proferiu o acórdão nº 0537.614 cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO INTEGRAMENTE ALOCADO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.902469/200821 Acórdão n.º 3301002.070 S3C3T1 Fl. 256 3 O recolhimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte, devidamente cientificado, interpôs Recurso Voluntário (fls. 211/226), por meio do qual contesta o referido Acórdão, que segundo o seu entendimento, merece ser integralmente reformado, posto que colide com as provas acostadas nos autos e a jurisprudência aplicável ao caso. O contribuinte em seu recurso pede que seja determinada a conversão do julgamento em diligência; que seja reconhecida a integralidade do direito creditório; e por fim, que a PER/DCOMP n. 41459.53105.090604.1.3.040438, “seja totalmente homologada”. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. A questão central para o deslinde deste litígio fiscal reside na questão sobre a existência ou inexistência nos autos de provas suficientes para demonstrar o direito creditório pleiteado pela Recorrente. Registrese, por oportuno, que a Recorrente solicitou, alternativamente, a conversão do julgamento em diligência para que o contribuinte fosse intimado para prestar informações complementares, uma vez que no momento em que foi eletronicamente proferido o Despacho Decisório, a recorrente havia prestado informações através de sua DIPJ 2004 (ano calendário 2003), cujo valor era de R$ 291.794,69 e não R$ 306.454,66, como informado na DCTF do 4° Trimestre de 2003, a teor do disposto no art. 18 do Decreto n° 70.235/72. Esta relatora é totalmente favorável à busca da verdade material, desde que haja subsídios para que se chegue a este convencimento. Assim, observando as provas carreadas aos autos na Manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário, onde foram apresentados a DCTF retificadora, o Livro Diário referente à competência de abril de 2004 e a DIPJ, resta claro que há fortes indícios de que todas as alegações feitas pelo contribuinte encontram guarida na referida documentação. No entanto, apenas com uma diligência no caso concreto é que essa relatora teria condições de afirmar, com certeza, se os valores contidos nos referidos documentos confirmariam o direito do contribuinte ao ressarcimento desses créditos. De se destacar, ainda, que o julgador, no processo administrativo tributário, deve sempre buscar a verdade material. Nesse sentido, é permitido ao julgador administrativo, diferentemente do que acontece com o julgador do Poder Judiciário, não ficar restrito ao que Fl. 258DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 foi alegado, trazido e provado pelas partes, porquanto deve sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Sobre o princípio da verdade material, também ensinam os ilustres professores Celso Antônio Bandeiras de Mello e Hely Lopes Meirelles, o seguinte: “Consiste em que a administração, ao invés de ficar adstrita ao que as partes demonstrem no procedimento, deve buscar aquilo que é realmente verdade, com prescindência do que os interessados hajam alegado e provado, como bem o diz Hector Jorge Escola. Nada importa, pois, que a parte aceite como verdadeiro algo que não o é ou que negue a veracidade do que é, pois no procedimento administrativo, independentemente do que haja sido aportado aos autos pela parte ou pelas partes, a administração deve sempre buscar a verdade substancial”. (BANDEIRA DE MELLO, 2011, p. 306) “O princípio da verdade material, também denominado de liberdade na prova, autoriza a administração a valerse de qualquer prova que a autoridade julgadora ou processante tenha conhecimento, desde que a faça trasladar para o processo. É a busca da verdade material em contraste com a verdade formal. Enquanto nos processos judiciais o Juiz deve cingirse às provas indicadas no devido tempo pelas partes, no processo administrativo a autoridade processante ou julgadora pode, até o julgamento final, conhecer de novas provas, ainda que produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos supervenientes que comprovem as alegações em tela”. (MEIRELLES, 2011, p. 581) A despeito de todo o informalismo que rege o processo administrativo tributário, há determinadas normas que devem ser observadas. Nesse contexto, quanto à comprovação do direito creditório, o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, estabelece que a prova documental tem que ser apresentada na impugnação, salvo os casos expressos abaixo mencionados, verbis: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Assim sendo, apesar da lei estabelecer o momento de apresentação da prova documental, qual seja, na interposição da Impugnação, observase plausível a hipótese de se converter o julgamento em diligência, já que ficou constatado erro no preenchimento da DCTF e que as informações apresentadas no processo extemporaneamente não foram apreciadas. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: PROVA DOCUMENTAL. APÓS IMPUGNAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA INSTRUMENTALIDADE E VERDADE MATERIAL. A regra geral para efeito de preclusão estabelece que as provas devem ser apresentadas com a impugnação ou a manifestação de inconformidade do contribuinte, não impedindo, porém, que o julgador conheça e analise documentos oferecidos após a defesa inaugural, em observância aos princípios da instrumentalidade dos atos administrativos e da verdade material. (CARF. Acórdão Fl. 259DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.902469/200821 Acórdão n.º 3301002.070 S3C3T1 Fl. 257 5 2201002.005. Rel. Marcio de Lacerda Martins. 1ª Turma, 2ª Câmara, 2ª Seção. Unânime. Sessão 20/02/2013). PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. A verdade material é um princípio específico do processo administrativo, contrapondose ao Princípio do Dispositivo, próprio do processo civil. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fator gerador e a constituição do crédito tributário. Deve, portanto, o julgador, exaustivamente, pesquisar se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade. Neste sentido, em decorrência do Princípio da Legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. Recurso Provido. (CARF. Acórdão 2802001.711. Rel. Valdice Domingos de Freitas. 2ª Turma Especial. 2º Seção. Unânime. Sessão 10/07/2012). PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O julgamento administrativo é norteado pelo Princípio da Verdade material, constituindose em dever do Julgador Administrativo a sua busca incessante. (...) (Processo: 10880.041198/9132. 1ª CÂMARA. DATA: 28/01/2005). Assim, mesmo observando, in casu, a DCTF retificadora, a DIPJ e o Livro Diário, mais uma vez afirmo que não se pode negar que a fortes indícios de que haveria crédito a ser ressarcido relativamente à competência de abril de 2004. Diante disso, entendo que a diligência deve ser deferida para avaliação da documentação acostada. Ocorre que, colocada a preliminar em votação, foi a mesma negada pelo voto de qualidade. Tendo sido negado o pedido de diligência, e não havendo como fazer o confrontamento das informações acostadas ao processo não vejo outra alternativa a não ser adotar como fundamento para este voto o que preconiza o art. 50, § 1o, da Lei no 9.784/1999. Art. 50. Os atos administrativos serão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: § 1º. A motivação deve ser explicita clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Destarte, não havendo motivação suficiente para dar provimento ao presente recurso voluntário, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntario, por não existirem provas suficientes que comprovariam o crédito a ser ressarcido. Conclusão Com essas considerações, superada a preliminar de conversão do julgamento em diligência, que foi acatada por essa relatora, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 20 de agosto de 2013 Fábia Regina Freitas Voto Vencedor Fl. 260DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Conselheiro José Adão Vitorino de Morais Discordo da Ilustre Relatora apenas quanto ao pedido de diligência solicitado pela recorrente. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, assim dispõe quanto aos pedidos de diligência: “Art. 16. A impugnação mencionará: (...); IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) (...).” No presente caso, a recorrente não apresentou os motivos da diligência requerida nem a justificou, em seu recurso voluntário. Em face do exposto, rejeito a diligência solicitada pela recorrente. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Relator Designado. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10830.009123/2008-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2002 a 30/09/2007
Ementa:
AUTO-DE-INFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES.
Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212/91 Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2302-003.559
Decisão: Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário do Auto de Infração de Obrigação Acessória lavrado no CFL 68, para que a multa aplicada seja calculada considerando as disposições do artigo 32-A, inciso I, da Lei n.º 8.212/91, na redação da Lei n.º 11.941/2009.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2002 a 30/09/2007 Ementa: AUTO-DE-INFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212/91 Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte
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Fatos Geradores Recorrente TELCION TELECOMUNICAÇÕES E ELETRÔNICA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2002 a 30/09/2007 Ementa: AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212/91 Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário do Auto de Infração de Obrigação Acessória lavrado no CFL 68, para que a multa aplicada seja calculada considerando as disposições do artigo 32A, inciso I, da Lei n.º 8.212/91, na redação da Lei n.º 11.941/2009. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 91 23 /2 00 8- 52 Fl. 835DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 836DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10830.009123/200852 Acórdão n.º 2302003.559 S2C3T2 Fl. 836 3 Relatório 0 presente Auto de Infração de Obrigação Acessória foi lavrado em 04/09/2012, em desfavor do sujeito passivo acima passivo acima identificado, com ciência em 05/09/2012, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispunha o artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s do período de 12/2002 a 09/2007, todos os segurados empregados constantes de suas folhas de pagamento, bem como os contribuintes individuais que receberam prolabore, conforme planilhas de fls. 05 a 07. A recorrente impugnou a autuação e juntou documentos, frente ao que, os autos baixaram em diligência, fls. 571/572, para que o Fisco analisasse a documentação apresentada e se manifestasse sobre a correção das infrações. Em resposta à diligência solicitada, o Fisco diz às fls. 576, que do exame das GFIP's apresentadas, concluiu que em algumas faltas foram efetivamente corrigidas em alguns meses, enquanto outras foram apenas parcialmente corrigidas, conforme planilhas que anexou às fls. 577/586. A recorrente foi cientificada do resultado da diligência, com abertura de prazo, mas não apresentou nova manifestação. Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, às fls. 596/604, julgou o lançamento procedente em parte para relevar a multa aplicada nas competências de 09/2003,10/2003, 05/2004, 07/2004, 12/2004, 02/2006, 04/2006, 05/2006, 07/2006, 10/2006; 01/2007 a 09/2007. Ainda inconformada, a recorrente apresentou recurso tempestivo, argüindo: a) que entregou os livros contábeis e as GFIP's fora do prazo estabelecido em lei, mas dentro do prazo prescricionário; b) que a união ignorou completamente as alegações e os documentos juntados; c) que entregou todos os documentos hábeis ao auditor fiscal e este aceitouos por parcial, mandando refazer, o que tomou tempo ao contador e foi solucionado. Requer que não seja alterada a decisão que julgou parcialmente procedente a revisão. É o relatório. Fl. 837DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora O recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade, frente à tempestividade, devendo ser conhecido e examinado. O Auto de Infração referese ao descumprimento de obrigação acessória, qual seja a falta de informação em GFIP de toda a remuneração paga aos segurados que prestaram serviço à autuada no período de 12/2002 a 09/2007. A decisão de primeira instância já procedeu a relevação da multa nas competências em que as faltas corrigidas: 09/2003,10/2003, 05/2004, 07/2004, 12/2004, 02/2006, 04/2006, 05/2006, 07/2006, 10/2006; 01/2007 a 09/2007.. Portanto, é totalmente improcedente o argumento trazido pela recorrente de que não foram apreciadas suas razões e seus documentos, tanto que as multas foram relevadas quando as faltas foram comprovadamente corrigidas. Todavia, para aquelas competências em que não houve a correção das infrações, mostrouse acertada a autuação, já que a obrigação acessória surge do descumprimento de dever instrumental a cargo do sujeito passivo, consistindo numa prestação positiva (fazer), que não seja o recolhimento do tributo, ou negativa (não fazer). Descumprida obrigação acessória (obrigação de fazer/não fazer) possui o Fisco o poder/dever de lavrar o AutodeInfração. A penalidade pecuniária exigida dessa forma convertese em obrigação principal, na forma do § 3º do art. 113 do CTN. No presente caso, a obrigação acessória corresponde ao dever de informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por intermédio de documento definido em regulamento (GFIP), TODOS os dados relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. Ao não informar os valores relativos aos pagamentos efetuados a todos os segurados que lhe prestaram serviço, a recorrente infringiu o artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, pois é obrigada a informar, mensalmente, ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações do interesse do Instituto, sendo que a apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. A multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, que originou este auto de infração, estava contida no artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99: Fl. 838DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10830.009123/200852 Acórdão n.º 2302003.559 S2C3T2 Fl. 837 5 Art.284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função do número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados ½ valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo Acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) III cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do autodeinfração. Fl. 839DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 Era considerado, por competência, o número total de segurados da empresa, para fins do limite máximo da multa, que era apurada por competência, somandose os valores da contribuição não declarada, e seu valor total será o somatório dos valores apurados em cada uma das competências. Entretanto, há que ser observada a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, já na redação da Lei n.º 11.941/2009, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; Fl. 840DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10830.009123/200852 Acórdão n.º 2302003.559 S2C3T2 Fl. 838 7 c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, no caso presente, há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do artigo 32A, inciso I, da Lei n.º 8.212/91, na redação da Lei n.º 11.941/2009. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 841DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0
Numero do processo: 14094.720101/2014-17
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Sat Dec 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE PARCIAL QUE IMPOSSIBILITA A REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FALTA DE INTERESSE RECURSAL.
Não deve ser conhecido recurso especial quando este não tem o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que adotou dois fundamentos suficientes para mantê-la.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.450
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Alexandre Naoki Nishioka Relator
EDITADO EM: 18/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka Relator EDITADO EM: 18/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
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DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE PARCIAL QUE IMPOSSIBILITA A REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. Não deve ser conhecido recurso especial quando este não tem o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que adotou dois fundamentos suficientes para mantêla. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 09 4. 72 01 01 /2 01 4- 17 Fl. 616DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 616 2 EDITADO EM: 18/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Tratase de recurso especial interposto pelos contribuintes em 11 de junho de 2012 (efls. 549/577) em face do Acórdão n° 2102001.804 (efls. 498/522), do qual os Recorrentes tiveram ciência em diversas datas, sendo a última 04 de junho de 2012 (efls. 539/548), que decidiu negar provimento ao recurso voluntário interposto pelos Recorrentes. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR Ano calendário: 2.004 ... ÁREA DE RESERVA LEGAL. NECESSIDADE OBRIGATÓRIA DA AVERBAÇÃO À MARGEM DA MATRÍCULA DO IMÓVEL NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. HIGIDEZ. O art. 10, § 1º, II, “a”, da Lei nº 9.393/96 permite a exclusão da área de reserva legal prevista no Código Florestal (Lei nº 4.771/65) da área tributável pelo ITR, obviamente com os condicionantes do próprio Código Florestal, que, em seu art. 16, § 8º, exige que a área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas no Código Florestal. A averbação da área de reserva legal no Cartório de Registro de Imóveis CRI é uma providência que potencializa a extrafiscalidade do ITR, devendo ser exigida como requisito para fruição da benesse tributária. Afastar a necessidade de averbação da área de reserva legal é uma interpretação que vai de encontro à essência do ITR, que é um imposto fundamentalmente de feições extrafiscais. De outra banda, a exigência da averbação cartorária da área de reserva legal vai ao encontro do aspecto extrafiscal do ITR, devendo ser privilegiada. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. ADA. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO PARA EXCLUSÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA DAS ÁREAS TRIBUTADAS PELO ITR. Fl. 617DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 617 3 Nos termos do art. 17O, § 1º, da Lei nº 6.938/81, é obrigatória a apresentação do ADA referente à área que se pretende excluir da tributação do ITR, não se podendo interpretar o art. 10, § 7º, da Lei nº 9.393/96 como regra exonerativa dessa obrigação, pois este último versa apenas sobre o caráter homologatório da informação das áreas isentas, que podem, por óbvio, sofrer auditoria por parte da autoridade fiscal competente. ...” (efls. 498/499) O recurso foi admitido por meio das decisões de efls. 583/585 e 586/587, somente em relação à não obrigatoriedade do ADA para comprovação das áreas de “preservação permanente”, mas não em relação à desnecessidade de averbação da área de reserva legal, tendo a Fazenda apresentado as contrarrazões de efls. 589/599. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator As decisões que analisaram a admissibilidade do recurso especial do contribuinte contêm nas respectivas partes dispositivas a conclusão segundo a qual o recurso especial teria sido admitido apenas e tãosomente quanto à obrigatoriedade ou não da exigência do ADA para efeitos de exclusão da área de preservação permanente da área tributável do imóvel (efls. 583/585 e 586/587). Não obstante, a decisão de efls. 586/587 destaca, em sua fundamentação, que o recurso deveria ser admitido quanto à exigência do ADA para efeitos de exclusão da área de utilização limitada e reserva legal, mas não quanto à alegada desnecessidade de averbação da área de reserva legal. Entendo que o recurso especial não preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual não deve ser conhecido. De fato, não se discute, no presente caso, a exclusão da área de preservação permanente, mas apenas e tãosomente a área de reserva legal (efl. 17). Por outro lado, no que se refere à área de reserva legal, a decisão de efls. 586/587 analisou o cabimento do recurso especial sob dois aspectos, quais sejam, desnecessidade do ADA e da averbação da área de reserva legal. Não obstante, admitiu o recurso apenas e tãosomente quanto ao primeiro aspecto. Considerandose que essa última decisão é definitiva, nos termos do Anexo II do Regimento Interno do CARF, a parte da decisão que negou seguimento ao recurso quanto à averbação não pode ser alterada, o que torna definitiva a parte do acórdão recorrido que exigiu referida averbação como requisito da exclusão da área de reserva legal da área tributável do imóvel. Fl. 618DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 618 4 Assim, ainda que pudesse ser admitido o recurso quanto à área de preservação permanente, este não teria o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que se manteria pelo outro fundamento, suficiente para mantêla. Não há portanto interesse recursal, aplicandose, mutatis mutandis, a Súmula 283 do STF, segundo a qual “É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.” Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso. (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka Fl. 619DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
score : 1.0
Numero do processo: 15374.963893/2009-71
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2006 a 28/02/2006
NÃO-CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS.
Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofins-importação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação.
NÃO-CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA.
É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a, simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO.
Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.601
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardando-se à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. Vencidos os Conselheiros, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani. Após vista de mesa, o julgamento foi realizado no dia 24 de julho no período matutino. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS. Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofinsimportação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação. NÃOCUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a, simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 96 38 93 /2 00 9- 71 Fl. 1454DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 15 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. Vencidos os Conselheiros, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani. Após vista de mesa, o julgamento foi realizado no dia 24 de julho no período matutino. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 1455DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 16 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado na sessão de 13 de março de 2013, pela 16ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento do Rio de Janeiro I (DRJ/RJ1), referente ao processo administrativo, em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sendo indeferida a compensação pleiteada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “Trata o presente processo do PER/DCOMP nº 30110.91253.200407.1.3.047885 (fls. 57 a 62), transmitido em 20/04/2007 pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a compensação da Cofins relativa ao período de apuração 03/2007. Informa como origem do direito creditório o pagamento referente ao PIS, relativo ao período 02/2006, no valor total de R$ 79.119,92, pretendendo utilizar para fins desta compensação apenas R$ 45.521,42 À fl. 63 consta despacho decisório, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER/DCOMP, sob o fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado desta decisão por edital (fl. 146 a 230), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 17/11/2009 (fls. 02 a 16), alegando, em resumo, que: A impugnante somente teve acesso a tal despacho quando checou eventuais pendências para obtenção de certidão negativa; Em observância ao princípio da economia processual, uma vez instaurado o processo, não deve ele ser considerado nulo diante da nulidade da citação, devendo ser aceita a presente manifestação, sanando o vício apontado; A impugnante, na apuração do valor recolhido por meio do DARF incluído na DCOMP em análise, observou que não havia se aproveitado dos créditos decorrentes de despesas, procedendo à revisão de sua escrita fiscal; A empresa apurou valor devido menor que o recolhido, utilizando o crédito resultante para a presente compensação, retificando a DCTF e o DACON correspondentes; Fl. 1456DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 17 4 A decisão questionada foi proferida juntamente com 82 outras, tornando evidente que a impugnante não teve tempo hábil para exercer de forma ampla seu direito de defesa; Desde já requer a produção de prova documental e pericial para que a defesa da impugnante não seja prejudicada; As despesas que geraram os créditos objeto da compensação são decorrentes dos custos com gravação e dos pagamentos de direitos autorais, conforme já manifestado por meio da Solução de Consulta nº 33/05, da 2ª Região Fiscal; Sobre a questão tratam ainda as Leis nºs 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004; A prova pericial pretendida tem por finalidade evidenciar a existência do crédito, apresentandose os correspondentes quesitos; A impugnante está apresentando 83 manifestações de inconformidade, o que evidencia hipótese excepcional constante do art. 16, § 4º, “a”, do Decreto nº 70.235/72; Com base nos princípios da verdade material, moralidade, eficiência, devido processo legal e ampla defesa, requer o deferimento de posterior juntada de documentação. É o relatório.” A manifestação de inconformidade foi conhecida pela DRJ de origem, sendo julgada improcedente. O acórdão da DRJ/RJ1 conta com a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/02/2006 a 28/02/2006 DESPACHO DECISÓRIO CIÊNCIA AO CONTRIBUINTE COMPROVAÇÃO Não restando comprovada documentalmente nos autos a ciência ao contribuinte na data informada pela ECT, deve ser considerada tempestiva a manifestação de inconformidade. PERÍCIA CONTÁBIL/DILIGÊNCIA INDEFERIMENTO Deve ser indeferido o pedido de perícia contábil/diligência formulado, quando os documentos comprobatórios do direito alegado estejam na posse do contribuinte, sendo dele o ônus de sua apresentação. DCOMP DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE ÔNUS DA PROVA É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito creditório informado em declaração de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a improcedência da manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs recurso voluntário, onde em suas razões, requer “seja reconhecido o Fl. 1457DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 18 5 direito creditório e, por conseguinte, homologada a totalidade da compensação declarada nos autos”. Em pedido subsidiário, requer a contribuinte “a conversão do julgamento em diligência para que a unidade competente da Secretaria da Receita Federal analise a documentação acostada ao presente recurso, em conjunto com os demonstrativos que instruíram a manifestação de inconformidade apresentada nestes autos, para que corrobore a liquidez e certeza dos créditos”. Anexa a contribuinte ao recurso voluntário 972 páginas com documentos para provar o seu direito. É o relatório. Fl. 1458DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 19 6 Voto Vencido Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário, foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. A recorrente apresenta no recurso voluntário as suas razões já expostas na manifestação de inconformidade, contudo apresenta desta vez documentos necessários para comprovar seu direito, quais sejam, 972 páginas com documento, incluindo livro razão, comprovantes de pagamento e outros. Analisandose os documentos juntados, verificase que com os documentos juntados em recurso voluntário se analisados em conjunto com os já apresentados pela contribuinte em manifestação de inconformidade são ao meu entender suficientes para averiguar a existência de crédito, sem prejuízo é claro de que outros documentos possam vir a ser necessários no decorrer do cálculo. Deste modo, conforme a jurisprudência deste Egrégio Conselho necessário que a contribuinte apresente a documentação adequada e suficiente para provar a certeza e a liquidez de seu crédito, sob pena de ser indeferido o seu pedido. Neste sentido, temos jurisprudência sedimentada deste Conselho, consoante se verifica pelo aresto abaixo: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2005 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DCTF E DACON RETIFICADORAS. EFEITOS. A DCTF e DACON quando retificadas após a ciência do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não são suficientes para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável sua comprovação através da escrita fiscal e contábil do contribuinte. (Acórdão nº 3803004.284 – 3ª Turma Especial. Sessão de 26 de junho de 2013, grifouse) Diante disto, perante a extensa documentação juntada pela contribuinte, pelo princípio da verdade material, os documentos juntados em recurso voluntário devem ser recebidos como prova do alegado, devendo, contudo, ser convertido o julgamento em Fl. 1459DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 20 7 diligência para que seja apurada pela unidade de origem a certeza e liquidez dos créditos, sem prejuízo à unidade de origem que esta venha intimar a contribuinte para apresentar outros documentos que se fizerem necessários para realizar a apuração devida. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, nos termos da fundamentação. Após o processo deve retornar a esse CARF para julgamento. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator. Fl. 1460DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 21 8 Voto Vencedor Conselheiro Paulo Sergio Celani, Redator Designado. A recorrente afirma que os créditos que pleiteia decorrem de: i) pagamento de royalties relativos à cessão de direitos autorais; ii) custos de gravação. Direitos autorais Quanto aos direitos autorais, amparome na Solução de Divergência nº 14 da Cosit, de 28/04/2010, para assentar que os pagamentos efetuados a pessoas jurídicas em operações internas de aquisição de direitos autorais para a produção de obras fonográficas não dão direito a crédito na determinação da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Apesar de esta solução de divergência tratar de direitos autorais relativos a produção de livros, as partes que abaixo transcrevo, com grifos no original, aplicamse ao presente caso: “14. Como se constata, o legislador adotou para fins de utilização de crédito na modalidade não cumulativa, o critério de listar de forma exaustiva os bens, serviços e despesas capazes de gerar crédito e os atrelou a determinada atividade, assim como ao modo de produção no que respeita à questão do insumo. (...) 15.8. Ressaltese, ademais, que outro ponto que confirma a descaracterização de plano dos direitos autorais como insumo para efeitos de apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, encontrase no disposto no §6º do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, que determina que a configuração como insumo dos direitos autorais alcança tão somente àqueles pagos pela indústria fonográfica e desde que referidos direitos tenham se sujeitado ao pagamento da Contribuição para o PIS/PasepImportação e da Cofins Importação. 15.9. Ora, se os direitos autorais já estivessem contidos no conceito de insumo não haveria necessidade de citação expressa no §6º do art. 15 da Lei supracitada e nem mesmo restringirseia tal conceito apenas aos direitos autorais da indústria fonográfica. Resta evidente, portanto, que o referido dispositivo legal visou conceder um benefício tão somente para a indústria fonográfica, possibilitando o cálculo de créditos sobre o pagamento de direitos autorais que sofreram a tributação das citadas contribuições, na importação e não no mercado interno.” Fl. 1461DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 22 9 A Cosit concluiu que não há amparo legal para apuração de créditos sobre valores pagos pela cessão de direitos autorais para a edição e produção de livros; que tais direitos não se enquadram no conceito restrito de insumo previsto no art. 66, §5º, inciso I, letra “a”, da IN SRF nº 247, de 2002, com suas alterações posteriores, e no art. 8º, §4º, inciso I, letra “a”, da IN SRF nº 404, de 2004, que, respectivamente, regulamentam a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, nem em qualquer outra hipótese de crédito prevista na legislação tributária. Assim também no caso presente. Apenas os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica em relação a importações sujeitas ao pagamento destas contribuições são alcançados pela permissão legal de aproveitamento de crédito tal como disposto no parágrafo 6º do artigo 15 da Lei nº 10.865, de 2004. Este parágrafo 6º, ao contrário do que afirma a recorrente, não diz que os direitos autorais constituem insumo da indústria fonográfica, e, porque o caput do art. 15 trata de importações, não se aplica a operações de mercado interno. Acrescentemse que os direitos autorais não se consomem no processo de fabricação dos produtos fonográficos. Também por este motivo não podem ser considerados bens ou serviços utilizados como insumos. Por estas razões, devese negar provimento ao recurso voluntário em relação ao pagamento de royalties relativos à cessão de direitos autorais. Custos de gravação Quanto aos custos de gravação, a recorrente não discorre sobre cada gasto efetuado, limitandose a afirmar ter apresentado: lançamentos no livro Razão; demonstrativo em forma de planilha com os pagamentos relativos a estes custos; cópias dos recibos e notas fiscais de pagamentos; exemplo da correlação de documentos para demonstração dos créditos de PIS e Cofins. De fato, muitos documentos foram juntados aos autos. Mas, nenhum argumento ou esclarecimento foi apresentado a favor da possibilidade de estes chamados custos de gravação serem aproveitados como créditos. Segundo o AFRFB Gilson Wessler Michels, julgador da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em FlorianópolisDRJ/FNS, documentos comprobatórios são aqueles que atestam, de forma inequívoca, a origem e a natureza do crédito. Transcrevo excertos do voto condutor do Acórdão nº 0713.480, de 15/8/2008 no processo nº 13986.000025/200611, da 4ª Turma da DRJ/FNS, proferido por aquele julgador. “Quando a situação posta se refere à restituição, compensação ou ressarcimento de créditos tributários, é atribuição do Fl. 1462DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 23 10 contribuinte a demonstração da efetiva existência do indébito. (...) (...), em qualquer dos tipos de repetição é exigida a apresentação dos documentos comprobatórios da existência do direito creditório como prérequisito ao conhecimento do pleito. (...) Assim, para comprovar a existência de um crédito vinculado a um registro contábil, não basta apresentar o registro, mas também indicar, de forma específica, que documentos estão associados a que registros; ainda, é importante, quando a natureza da operação escriturada/documentada for importante para a caracterização ou não do direito creditório, que a descrição da operação constante dos registros e documentos seja clara, sem abreviaturas ou códigos que dificultem ou impossibilitem a perfeita caracterização do negócio (...) A atividade de "provar" não se limita, no mais das vezes, a simplesmente juntar documentos aos autos; nos casos em que se tem inúmeros registros associados a inúmeros documentos, provar significa associar registros e documentos de forma individualizada, do mesmo modo que, no caso das provas indiciárias, exigese a contextualização dos fatos por via do cruzamento dos indícios. Não é tarefa do julgador contextualizar os elementos de prova trazidos pelo contribuinte no caso de um pedido de restituição, compensação ou ressarcimento, tanto quanto não é contextualizar os elementos de prova trazidos pela autoridade fiscal no âmbito de um lançamento de ofício (...) Não é lícito ao julgador, tanto em sede de apreciação de lançamento de ofício, quanto em sede de pleito repetitório, dispensar a autoridade lançadora ou o pleiteante, conforme o caso, do ônus que a lei impõe a cada um deles; tanto quanto não lhe é lícito valerse das diligências e perícias para, por vias indiretas, suprir o ônus probatório que cabia a cada parte. Diligências existem para resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica. Já as perícias existem para fins de que sejam dirimidas questões para as quais exigese conhecimento técnico especializado, ou seja, matéria impassível de ser resolvida a partir do conhecimento das partes e do julgador (...) De se ressaltar, igualmente, que o fato de o processo administrativo ser informado pelo princípio da verdade material, em nada macula tudo o que foi até aqui dito. É que o referido Fl. 1463DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 24 11 princípio destinase a busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu onus probandi. Em outras palavras, o princípio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de, por via de diligências, produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento e por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito repetitório seja proposto sem a minudente demonstração e comprovação da existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento e por via de diligências, se oportunize tais demonstração e comprovação. Por fim, da mesma forma que não se pode usar as diligências como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pelas partes, também não se pode exigir que o julgador da questão controversa promova, ele próprio, a contextualização dos elementos de prova juntados ao processo. Por exemplo, usando se o caso já acima referido, se o contribuinte, para consubstanciar seu pleito repetitório, limitase a fornecer um demonstrativo de créditos em que não aparecem individualmente associados registros e documentos, não cabe ao julgador deter se sobre a massa de documentos e buscar, ele próprio, fazer aquilo que o contribuinte deveria ter feito. Ao julgador não cabe fazer a associação dos, não raramente, inúmeros registros e documentos; a ele deve ser oferecido o registro vinculado ao documento que o respalda, para que verifique se aquela operação específica dá ou não direito ao crédito pleiteado (esta é a sua função: apresentados os documentos que instrumentam um registro, analisar a natureza da operação para fins de deferimento ou não do pleito).” Estas palavras se aplicam ao caso em discussão. A relatora do acórdão recorrido, AFRFB Magda Cotta Cardozo, ao apreciar pedido de perícia formulado na manifestação de inconformidade, assentou que “No presente caso, tratandose de demanda iniciada pelo contribuinte, por meio da apresentação do PER/DCOMP que ora se analisa, é dele o ônus de demonstrar documentalmente o direito informado em tal documento, o que efetivamente não fez”. Fl. 1464DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 25 12 Ciente disto, a recorrente juntou muitos documentos, por exemplo, ordens de compra; requisições, faturas, recibos, notas fiscais de serviços, porém não associou registros e documentos de forma individualizada e não contextualizou os elementos de prova. Demonstrar documentalmente não é apenas juntar documentos. Para os direitos autorais, que no presente caso não dá direito crédito, conforme seção específica acima, foi apresentado demonstrativo com informações sobre o registro contábil (data, valor, conta contábil), descrição do pagamento, CNPJ do favorecido, número do recibo, totalizado valores a recuperar de Cofins e contribuição para o PIS/Pasep. Porém, para os custos de gravação, demonstração semelhante não foi apresentada. Analisando os documentos contidos nos autos, com fundamento no art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e tendo em vista interpretação restrita do conceito de insumo, que é a que prevalece nesta Turma Especial, por voto de qualidade, podese afirmar que os seguintes gastos não poderiam dar direito ao crédito pleiteado: Agência Brasileira de Comércio e Turismo; empresas de remessa expressa; reembolso de despesas com hotel, transporte e refeição de pessoas; locação de carros; pessoas físicas (músicos); pagamentos de INSS de autônomos; afinação de instrumentos. Outros gastos, em princípio, poderiam ensejar o direito ao crédito, desde que prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e utilizados na produção de obras fonográficas destinadas à venda. São eles: serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes e de afinação de instrumentos. Quanto aos seguintes gastos, não se pode afirmar com certeza que se enquadram entre aqueles que possibilitam o direito ao crédito: serviços de supervisor, auxiliar técnico e produção executiva; serviços de arregimentação de coro e assistência de produção; tradução de áudio. Conclusão Por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito de crédito referente apenas aos gastos com: serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, desde que as aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Redator Desinado. Fl. 1465DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963893/200971 Acórdão n.º 3801003.601 S3TE01 Fl. 26 13 Fl. 1466DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI
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