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Numero do processo: 10830.722109/2011-43
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Aug 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
COMPROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. DEDUTIBILIDADE DAS DESPESAS.
Restabelece-se a dedução de despesas médicas lastreadas em recibos e declarações firmados por profissional que confirma a autenticidade destes e a efetiva prestação dos serviços, se nada mais há nos autos que desabone tais documentos.
Numero da decisão: 2802-002.607
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, o primeiro que não aceitou deduções relativas aos recibos sem identificação dos pacientes, o segundo que não afastava a qualificação da multa de ofício.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
German Alejandro San Martín Fernández - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Marco Aurelio de Oliveira Barbosa (Suplente Convocado), Dayse Fernandes Leite e Ricardo Anderle (Suplente Convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ
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DEDUTIBILIDADE DAS DESPESAS. Restabelecese a dedução de despesas médicas lastreadas em recibos e declarações firmados por profissional que confirma a autenticidade destes e a efetiva prestação dos serviços, se nada mais há nos autos que desabone tais documentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, o primeiro que não aceitou deduções relativas aos recibos sem identificação dos pacientes, o segundo que não afastava a qualificação da multa de ofício. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Marco Aurelio de Oliveira Barbosa (Suplente Convocado), Dayse Fernandes Leite e Ricardo Anderle (Suplente Convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 21 09 /2 01 1- 43 Fl. 177DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Relatório Tratase de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, fls. 2/15, relativo aos anos calendário 2006 a 2009, para formalização de exigência e cobrança de crédito tributário no valor total de R$ 90.737,19, vez que apuradas pela fiscalização Dedução Indevida de Dependente, Dedução Indevida de Despesas Médicas, Dedução Indevida de Despesa com Instrução e Dedução Indevida de Previdência Privada/Fapi. Foi consignado que o recorrente prestou declaração falsa quanto aos valores a serem deduzidos da base de cálculo do imposto de renda pessoa física; por isso, aplicada a multa majorada de 150% e formalizada Representação para Fins Penais. Apreciada a Impugnação parcial de fls. 107/112, acompanhada dos documentos de fls. 113/127, na qual não contesta a Dedução Indevida de Dependentes e a Dedução Indevida de Previdência Privada/Fapi, restaram tais matérias incontroversas e o crédito tributário delas resultante definitivo e exigível, o lançamento foi julgado procedente em parte para restabelecer das deduções de despesas com instrução relacionadas ao CENECT e a COMUNE, bem como as despesas médicas com o Instituto Radio e Unimed Campinas, sob o seguinte fundamento: [...] o valor total glosado para o ano calendário 2009, constante do Auto de Infração é de R$ 6.175,43, e que, entretanto, o Termo de Verificação Fiscal, fls. 18, traz informação de que a despesa com instrução relativa a CENECT CENTRO INTEGRADO EDUCACIONAL CIENCIA TEC. S/S LTDA foi comprovada, sendo assim, devese de antemão excluíla do valor total glosado, remanescendo apenas a glosa do valor de R$ 3.532,43. O Impugnante alega que juntou quando da primeira intimação fiscal, 12 (doze) boletos pagos relativos a COMUNE EMPREENDIMENTOS EDUCACIONAIS LTDA, no valor de R$ 683,71 (e não apenas 01 como alegado), totalizando o importe de R$ 8.204,52. Os Recibos do Sacado, de fls. 116/122, comprovam a despesas com instrução relativa à COMUNE EMPREENDIMENTOS EDUCACIONAIS LTDA, no valor de R$ 8.204,52, devendose excluir da glosa efetuada o valor de R$ 2.025,23. [...] Instituto Radio. Odontológico Ltda – AC 2007 O Impugnante alega que comprovou o valor de R$ 363,00, conforme se verifica do recibo que junta com esta defesa. O recibo, de fls. 124, no valor de R$ 363,00, cuja paciente foi Rosemary Ap. Fernandes, dependente do contribuinte, atende aos requisitos legais exigidos pela Lei 9.250/95, acima colacionada e comprova as despesas médicas nele consignadas, devendose restabelecer o referido valor à declaração do Impugnante. Unimed Campinas – AC 2008 O Impugnante alega que os seis recibos emitidos pela própria Unimed comprovam o pagamento de mais R$ 118,80, além daqueles valores já reconhecidos. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10830.722109/201143 Acórdão n.º 2802002.607 S2TE02 Fl. 183 3 O Impugnante juntou recibos, de fls. 125/126, que comprovam o pagamento de mais R$ 118,80 à Unimed Campinas, devendose, também neste caso, restabelecer a dedução deste valor a sua declaração de ajuste anual. Quanto às demais despesas médicas, a decisão recorrida apontou que os recibos das profissionais Daniela Cahum, de fls. 127, Andréia Aparecida Martins Bellete, de fls. 86/89 e 56/58 e Álvaro José Cicareli não atendem aos requisitos exigidos pela Lei 9.250/95, uma vez que não indicam o paciente/beneficiário do tratamento, sendo, por isso, mantidas as glosas. Mantida também a multa qualificada, pois segundo a decisão recorrida: “está caracterizado, de fato, o evidente intuito de fraude, uma vez que a Fiscalização constatou, no curso do procedimento, que o contribuinte vem sistematicamente fornecendo INFORMAÇÕES, que em tese são falsas, com objetivo de DEIXAR DE PAGAR IMPOSTO ou RECEBER RESTITUIÇÃO”. Nas razões de Voluntário (fls. 156/161), defende a suficiência dos recibos emitidos pelos profissionais Daniela Cahum, de fls. 127, Andréia Aparecida Martins Bellete, de fls. 86/89 e 56/58 e Álvaro José Cicareli e subsidiariamente reclama a desqualificação da pena de multa imposta. Era o der essencial a ser relatado. Passo a decidir. Voto Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández, Relator. Por tempestivo e pela presença dos pressupostos recursais exigidos pela legislação, conheço do recurso. A insurgência se restringe apenas quanto à glosa com despesas médicas incorridas com os profissionais Andréia Aparecida Martins Bellete, Daniela Cahum e Álvaro José Cicareli, bem como quanto à aplicação da multa qualificada de 150%, por confiscatória. Quanto à dedutibilidade das despesas médicas, estas devem ser avaliadas apenas em virtude do que dispõe a lei, conforme exigências contidas no §2º do inciso III, do artigo 8º da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995, cuja redação exige a indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou do CNPJ do prestador. Com relação aos dispêndios com despesas médicas, reconheço a dedutibilidade das despesas incorridas com a profissional Andréia Aparecida Martins Bellete, de fls. 86/89 e 56/58, por presentes os requisitos legais do § 2º do inciso III, do artigo 8º da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995, referente a tratamento odontológico prestado ao recorrente e ao seu dependente Alex Alessandro Someira Fernandes. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Quanto aos recibos emitidos por Daniela Cahum de fl. 85 e 127, reconheço a dedutibilidade, por presentes os requisitos legais do §2º do inciso III, do artigo 8º da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. De igual modo, reconheço a dedutibilidade dos recibos apresentados relativos à prestação de serviços do profissional Álvaro José Cicareli, de fls. 47 e 48, por presentes os requisitos legais do §2º do inciso III, do artigo 8º da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. Neste sentido, já decidiu esta C. 2ª Turma Especial, no Acórdão n. 2802 00.402, em 27/07/2010, relatoria do i. Conselheiro Sidney Ferro Barros: COMPROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS POR DECLARAÇÃO DO PROFISSIONAL PRESTADOR. Restabelecese a dedução de despesas médicas lastreadas em recibos firmados por profissional que confirma a autenticidade destes e a efetiva prestação dos serviços por meio de declaração com firma reconhecida apresentada pelo contribuinte, se nada mais há nos autos que desabone tais documentos. Dado o reconhecimento da idoneidade dos recibos e declarações apresentados, é de se excluir, de igual modo, qualquer sanção daí decorrente, ainda mais quando aplicada na modalidade qualificada. Quanto à multa qualificada imposta, esta não deve prosperar. Explico e fundamento. Conforme jurisprudência deste E. Sodalício, a qualificação da multa somente se justifica se presente a prova inequívoca da intenção do agente em fraudar o fisco. Meras ilações de ordem subjetiva, ainda que acompanhadas de alguns elementos de prova, não estão aptas a sustentar a qualificação de multa, ainda mais quando fundada em prática reiterada não comprovada nos autos do processo administrativo. A boafé se presume; a máfé se comprova. "Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: (...) II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;". Nesse sentido, 2a. Turma da 2a. Câmara da Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF: COMPROVADA – MULTA QUALIFICADA. Para que possa ser aplicada a penalidade qualificada prevista, à época do lançamento em apreço, no artigo 44, inciso II, da Lei n. 9.430/96, a autoridade lançadora deve coligir aos autos elementos comprobatórios de que a conduta do sujeito passivo está inserida nos conceitos de sonegação, fraude ou conluio, tal qual descrito nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4,502/64. O EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE NÃO SE PRESUME E Fl. 180DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10830.722109/201143 Acórdão n.º 2802002.607 S2TE02 Fl. 184 5 DEVE SER DEMONSTRADO PELA FISCALIZAÇÃO. NO CASO, O DOLO QUE AUTORIZARIA A QUALIFICAÇÃO DA MULTA NÃO RESTOU COMPROVADO, CONFORME BEM EVIDENCIADO PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. A omissão de rendimentos por dois exercícios consecutivos ou a ausência de apresentação de declarações de ajuste anual, isoladamente, sem nenhum outro elemento adicional, não caracterizam o dolo. Ademais, diante das circunstâncias duvidosas, tem aplicação ao feito a regra do artigo 112, incisos II e IV, do CTN. (Acórdão n" 920200.971. Processo n. 14041.000301/200401. Recurso n° 149.607 Especial do Procurador. Sessão de 17 de agosto de 2010). No mesmo sentido: CSRF 2a. Turma da 2a. Câmara, Acórdãos n.s 920200.969, 920200.910 e920200.909. No mesmo sentido, 1ª Turma da CSRF: MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA . INAPLICABILIDADE. INOCORRÊNCIA DE FRAUDE. Nos lançamentos de ofício para constituição de diferenças de tributos devidos, não pagos ou não declarados, via de regra, é aplicada a multa proporcional de 75%, nos termos do art. 44, inciso I, da Lei 9.430/1996. A qualificação da multa para aplicação do percentual de 150%, depende não só da intenção do agente, como também da prova fiscal da ocorrência da fraude ou do evidente intuito desta, caracterizada pela prática de ação ou omissão dolosa com esse fim. Na situação versada nos autos não restou cabalmente comprovado o dolo por parte do contribuinte para fins tributário, logo incabível a aplicação da multa qualificada. Acórdão n.º 9101001.403 Processo n.º 11020.004863/200719. Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF. 1ª Turma. Sessão de 17 de julho de 2012. A 1ª Turma do C. Superior Tribunal de Justiça, em recurso relatado pelo atual Ministro do STF Luiz Fux, já se manifestou pela redução da multa qualificada, em caso no qual não restou devidamente comprovado o dolo específico do agente na prática infracional: TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. OMISSÃO DE RECEITA. AUFERIÇÃO INDIRETA. MULTA DO ART. 44, II, DA LEI 9.430/96. NECESSIDADE DE MANIFESTO INTUITO DE FRAUDE. INOCORRÊNCIA. ART. 136 DO CTN C/C ART. 112 DO CTN. AUSÊNCIA DE MÁFÉ CONSIGNADA PELO TRIBUNAL A QUO. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. A responsabilidade do agente pelo descumprimento das obrigações tributárias principais ou acessórias, via de regra, é objetiva, na dicção do Código Tributário Nacional: "Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato." Fl. 181DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 2. Deveras, a constatação objetiva da infração tributária é matéria diversa da dosimetria da sanção. É que, na atividade de concreção, o magistrado há de pautar a sua conclusão iluminado pela regra de hermenêutica do artigo 112, do CTN, verbis: "Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I à capitulação legal do fato; II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação." 3. Doutrina de escol leciona que: "... o que o art. 136, em combinação com o item III do art. 112, deixa claro, é que para a matéria da autoria, imputabilidade ou punibilidade, somente é exigida a intenção ou dolo para os casos das infrações fiscais mais graves e para as quais o texto da lei tenha exigido esse requisito. Para as demais, isto é, não dolosas, é necessário e suficiente um dos três graus de culpa. De tudo isso decorre o princípio fundamental e universal, segundo o qual se não houver dolo nem culpa, não existe infração da legislação tributária." (Ruy Barbosa Nogueira, Curso de Direito Tributário, 14ª edição, Ed. Saraiva, 1995, p. 106/107) Embora o artigo diga que a responsabilidade por infrações independe da extensão dos efeitos do ato, não se deve perder de vista o que dispõe o art. 112 do CTN: "Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: (...) II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;" (Leandro Paulsen, Direito Tributário, Ed. Livraria do Advogado, 2006, págs. 1.053/1.054) 4. Precedentes de ambas Turmas de Direito Público: AgRg no Resp 982.224/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 27/05/2010; REsp 777.732/MG, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJ 20/08/2008; REsp 254.276/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2007, DJ 28/03/2007; REsp 743.839/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/11/2006, DJ 30/11/2006; REsp 423.083/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/06/2006, DJ 02/08/2006; Resp 323.982/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/06/2004, DJ 30/08/2004. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10830.722109/201143 Acórdão n.º 2802002.607 S2TE02 Fl. 185 7 5. In casu, resta incontroversa nos autos a irregularidade na escrituração contábil da recorrida, uma vez que as operações financeiras (depósitos e pagamentos) ocorridas no ano de 1998, em conta corrente cadastrada em nome de funcionário da empresa autora, compunham a declaração de rendimentos à tributação realizada pela empresa no referido ano base, razão pela qual parte do faturamento decorrente da referida movimentação financeira não foi oferecida à tributação. 6. O Juízo singular aplicou multa de 150%, com base no art. 44, II, da Lei 9.430/96, com a redação vigente à época dos fatos, verbis: "Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis." 7. O Tribunal a quo entendeu pela ausência de máfé a ensejar a redução da multa aplicada pelo Juízo singular, consoante dessumese do seguinte excerto do voto condutor: "Não se depreende das provas a máfé dos administradores da empresa. As circunstâncias em que ocorreram os fatos, circunscritos ao anobase de 1998, denotam que as irregularidades partiram mais da inexperiência do que de qualquer ação dolosa. Dessa forma, mostrase razoável a redução do percentual da multa para 75%, enquadrando, assim, a situação no inciso I do art. 44 da Lei n.º 9.430/96, que prevê penalidade para os casos de falta de declaração e de declaração inexata." 8. Deveras, restou assentado, inclusive na sentença, a ausência do intuito de fraude, requisito indispensável à incidência da multa de 150%, na dicção do art. 44, II, da Lei 9.430/96, o que se coaduna com a ressalva do art. 136 do CTN: "Salvo disposição de lei em contrário (...)", consoante denotase da seguinte passagem do decisum singular, litteris: "Com efeito, o proceder do autor não foi correto e a sua contabilidade não traduz efetivamente a sua movimentação. Entretanto, pelo que consta dos autos, este proceder ocorreu apenas no ano de 1998 em razão do problema de saúde do sócio Fl. 183DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 Eider Gothif Ern. E considerando o rígido controle da CIDASC (documentos constantes dos autos) é razoável entenderse que parte da movimentação da conta está inserida no faturamento da empresa." (...) 10. À míngua da possibilidade de aferir o intuito de fraude, afastado pela instância a quo (Súmula 07), intangível revelase, sob o ângulo da justiça tributária, o acórdão recorrido. 11. Recurso especial desprovido. Pelo exposto, conheço e dou provimento integral ao recurso voluntário para reconhecer a dedutibilidade das despesas com os profissionais Andréia Aparecida Martins Bellete, de fls. 86/89 e 56/58, Daniela Cahum de fls. 85 e 127 e Álvaro José Cicareli, de fls. 47 e 48, afastada, portanto, a aplicação de multa em qualquer de suas modalidades. É o meu voto. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Fl. 184DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 20/08/2014 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 15959.720085/2011-65
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF.
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL
Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.790
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberandose, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixase de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 95 9. 72 00 85 /2 01 1- 65 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 157 2 Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 158DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 158 3 Relatório Tratase de pedido de compensação por intermédio do qual a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de PIS/COFINS. Preliminarmente a Recorrente foi intimada a esclarecer os valores mensais consignados a título de Faturamento/Receita Bruta em sua DIPJ retificadora, tendo em vista que o valor dessa rubrica foi sistematicamente reduzido nas suas DIPJ retificadoras dos anos calendário de 2001 e 2002. A interessada, em cumprimento ao despacho apresentou demonstrativo de fls. informando que a alteração se deu em decorrência da existência de valores excluídos da base referentes a comissões, descontos obtidos, juros recebidos, receitas financeiras e variação monetária ativa, apresentando na manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário cópia parcial do livro razão e do Registro de Apuração do ICMS. Por despacho decisório, foi reconhecido em parte direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, homologada parcialmente a compensação declarada. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que seu crédito decorre do pagamento a maior de receitas financeiras que devem ser excluídas da base de cálculo das contribuições e da indevida inclusão do ICMS na base de cálculo das mesmas. A DRJ de Ribeirão Preto julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTAŔIO Anocalendário: 2002 CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALCANCE. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. CONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA REGIMENTAL. A instancia administrativa não possui competência regimental para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA DAS DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 159 4 A competência das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) para reexame de decisões sobre pedidos de restituição e compensação, em sede recursal administrativa, limitase à matéria objeto do pedido, que tenha sido apreciada pela autoridade a quo competente, e sobre a qual se estabeleça litígio. DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido Apresenta a Recorrente Recurso Voluntário no qual alega em síntese que: a) é INADMISSÍVEL a inclusão de receitas financeiras na base de cálculo da COFINS/PIS, haja vista que, por força da interpretação estabelecida tanto pelo Supremo Tribunal Federal como pelo Superior Tribunal de Justiça à Lei Federal n° 9.718, de 1998, APENAS o faturamento (resultado da venda de mercadorias e serviços) poderá ser objeto de incidência daquela exação, EXCLUÍDAS, assim, as receitas financeiras e outras receitas, que não se encaixam nesse conceito; b) é correta a exclusão de valores de ICMS da base de cálculo da COFINS, eis que não se trata de faturamento ou sequer receita da pessoa jurídica, mas simples ingresso pertencente a terceiros (no caso, o Estado de São Paulo) que circula no caixa da empresa, mas para ela representa ônus. É o que importa relatar. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 160 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, relator. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme apontado são dois os pontos em exame no presente processo, o um a inclusão na base de cálculo das contribuições cumulativas para o PIS e para a COFINS das receitas financeiras da pessoa jurídica; e, o dois a possibilidade de se excluir da respectiva base de cálculo o ICMS. Em prelação ao primeiro ponto, como se sabe, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) julgou indevida ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718/1998 no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, conforme ementa abaixo colacionada: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Destacase, nesse aspecto, que a matéria foi reconhecida como de “Repercussão Geral” e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 585.235, abaixo colacionado: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão Fl. 161DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 161 6 constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. Assim, considerandose o disposto no art. 62A da Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF n.º 586, de 21 de dezembro de 20101 (Regimento Interno do CARF), os Conselheiros do CARF são obrigados a aplicar as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, e assim, devemos afastar a tributação do PIS e da COFINS exigidas com base no disposto no art. 3º, § 1º, da Lei n.º 9.718, de 1998. Nada obstante, o órgão judicante a quo esqueceuse do dever da autoridade preparadora em zelar pela instrução na busca da verdade material, a teor do disposto na Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999, artigo 292, artigo 36, inteligência do artigo 37, artigo 38 e artigo 393. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (alterações introduzidas pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010). 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º. O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º. Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 162 7 Negar o direito da contribuinte ao aproveitamento de seu crédito configuraria enriquecimento sem causa do Estado. Especificamente quanto à verdade material, transcrevo oportunas lições de Marcos Vinicius Neder e de Maria Tereza Martinez López4: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados devem ser devidamente examinados para se apurar se os referidos créditos estão corretos. Quanto à inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS tenho que não é possível aos membros desse conselho examinar a matéria, pois se trata de matéria constitucional e o controle de constitucionalidade das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso. Neste sentido, o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, assim dispõe: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)(grifouse) (...) § 6º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo 4 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 74. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 15959.720085/201165 Acórdão n.º 3801003.790 S3TE01 Fl. 163 8 I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que. fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts, 18 e 19 da Lei n° 10,522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, Vale observar que, no caso em tela, não ocorreu nenhuma das exceções previstas no §6° do artigo acima transcrito. Outrossim, essa discussão já se encontra pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conforme o disposto na Súmula 2: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nesse sentido, voto por julgar parcialmente procedente o recurso para reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 164DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 35464.001567/2003-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1998
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. ENUNCIADO SÚMULA CARF N. 99. ART. 150, §4º, DO CTN.
O enunciado da Súmula CARF nº 99 prevê que para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.
Como a fiscalização declarou ter verificado os recolhimentos no período fiscalizado e tendo sido deve ser aplicada a regra do art. 150,§4º do CTN.
CERCEAMENTO DE O DIREITO DE DEFESA E CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE CLAREZA. NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL.
1.Todo processo administrativo, para que se afigure constitucionalmente válido, deve ensejar ao particular a possibilidade de ver conhecidas e apreciadas todas as suas alegações de caráter formal e material e de produzir todas as provas necessárias à comprovação de suas alegações. A ampla defesa, desse modo, biparte-se no direito à cognição formal e material ampla (que corresponde ao princípio da ampla competência decisória).
2.Noutro lado, o crédito fiscal do Estado cristalizado no ato de lançamento e notificado ao contribuinte exprime pretensão do ente tributante sobre o patrimônio do cidadão. Pretensão de tal natureza, por submeter-se à cláusula constitucional segundo a qual ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV), somente será válida quando obedecer às garantias materiais e processuais dos contribuintes (substantive due process e procedural due process).
3.A impugnação administrativa é a resistência formal do contribuinte à pretensão fiscal do Estado sobre seus bens, e é o direito que se assegura ao cidadão como meio de ver vivificado o primado da legalidade através do devido processo legal.
4.Não obstante a clareza do decisum, a autoridade fiscal competente lavrou NFLD substitutiva [35.566.443-7, fls. 935 e ss] que cotejada com o Relatório Fiscal da anterior [fls. 1.272/1.281], verifica-se ser clara a repetição do ato administrativo, ou seja, houve reprodução idêntica dos vícios já declarados.
Numero da decisão: 2301-004.081
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em definir o vício existente no lançamento original, que foi anulado, com a conseqüente lavratura do presente lançamento substituto, como material, nos termos do voto do Relator; b) com a definição sobre o vício, em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir do lançamento, devido à regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 04/1998, anteriores a 05/1998, nos termos do voto do(a) Relator(a); c) em anular o lançamento, por vício material, nos termos do voto do Relator.
MARCELO OLIVEIRA - Presidente.
MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR - Relator.
EDITADO EM: 20/08/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, ANDREA BROSE ADOLFO, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, MAURO JOSE SILVA, ADRIANO GONZÁLES SILVÉRIO.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1998 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. ENUNCIADO SÚMULA CARF N. 99. ART. 150, §4º, DO CTN. O enunciado da Súmula CARF nº 99 prevê que “para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Como a fiscalização declarou ter verificado os recolhimentos no período fiscalizado e tendo sido deve ser aplicada a regra do art. 150,§4º do CTN. CERCEAMENTO DE O DIREITO DE DEFESA E CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE CLAREZA. NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL. 1.Todo processo administrativo, para que se afigure constitucionalmente válido, deve ensejar ao particular a possibilidade de ver conhecidas e apreciadas todas as suas alegações de caráter formal e material e de produzir todas as provas necessárias à comprovação de suas alegações. A ampla defesa, desse modo, bipartese no direito à cognição formal e material ampla (que corresponde ao princípio da ampla competência decisória). 2.Noutro lado, o crédito fiscal do Estado cristalizado no ato de lançamento e notificado ao contribuinte exprime pretensão do ente tributante sobre o patrimônio do cidadão. Pretensão de tal natureza, por submeterse à cláusula constitucional segundo a qual ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV), somente será válida quando obedecer às garantias materiais e processuais dos contribuintes (substantive due process e procedural due process). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 46 4. 00 15 67 /2 00 3- 81 Fl. 6945DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 2 3.A impugnação administrativa é a resistência formal do contribuinte à pretensão fiscal do Estado sobre seus bens, e é o direito que se assegura ao cidadão como meio de ver vivificado o primado da legalidade através do devido processo legal. 4.Não obstante a clareza do decisum, a autoridade fiscal competente lavrou NFLD substitutiva [35.566.4437, fls. 935 e ss] que cotejada com o Relatório Fiscal da anterior [fls. 1.272/1.281], verificase ser clara a repetição do ato administrativo, ou seja, houve reprodução idêntica dos vícios já declarados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em definir o vício existente no lançamento original, que foi anulado, com a conseqüente lavratura do presente lançamento substituto, como material, nos termos do voto do Relator; b) com a definição sobre o vício, em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir do lançamento, devido à regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 04/1998, anteriores a 05/1998, nos termos do voto do(a) Relator(a); c) em anular o lançamento, por vício material, nos termos do voto do Relator. MARCELO OLIVEIRA Presidente. MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR Relator. EDITADO EM: 20/08/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, ANDREA BROSE ADOLFO, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, MAURO JOSE SILVA, ADRIANO GONZÁLES SILVÉRIO. Relatório Adoto relatório de fls. 6.874/6.876: Tratase de crédito tributárioprevidenciário tendo por fato gerador pagamentos a segurados empregados de parcelas remuneratórias constantes da folha de pagamento e que não integraram a base de cálculo de contribuições previdenciárias (fls. 935/936). Informa a autoridade fiscal que alguns dos fatos geradores acima são relativos às empresas incorporadas CICA S.A, CNPJ: 50.930.098/000154 e KIBON S.A INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS CNPJ: 01.811.558/000110 e, ainda, que a NFLD recorrida substitui a de nº 35.426.6328, declarada nula por decisão monocrática (fls. 0935). Contra o lançamento, a recorrente interpôs impugnação (fls. 0951/1203). Para tanto fez vasta juntada de documentos (fls. 1205/2957), somando oito volumes. Fl. 6946DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.941 3 Além disso, conforme consignado no documento fiscal, os pressupostos do lançamento são: · remuneração pagas aos empregados da empresa não incluídos pela mesma na base de cálculo das contribuições recolhidas ao INSS: · Indenização Acordo Coletivo; · Abono Acordo Coletivo; · Auxílio Creche; · Indenização Fixação de Turno; · Adicional de 1/3 de Férias Normais; · Indenização Liberal; · Plano de Participação nos Resultados. · Contribuições devidas pela empresa incorporada CICA S/A: · Contribuições devidas sobre pagamentos de verbas · remuneratórias denominadas pela empresa incorporada de "Ajuda de Custo"; · Contribuições devidas sobre pagamento de verbas · remuneratórias denominadas pela empresa incorporada de "Indenização Liberal" · Contribuições devidas pela empresa incorporada KIBON S/A: · Contribuições devidas sobre pagamentos de verbas · remuneratórias denominadas pela empresa incorporada de "Indenização Acordo Coletivo"; · Contribuições devidas sobre pagamento de verbas · remuneratórias denominadas pela empresa incorporada de "Indenização Liberal" · PPR Plano de Participação nos Resultados Todos os documentos foram analisados em diligência fiscal que concluiu que em parte o lançamento deveria ser retificado (fls. 5426/5427 e 5927). Ato contínuo à diligência, o lançamento foi retificado de R$ 36.083.961,47 para R$ 35.912.247,44 (fls. 5791/5916). Logo após, a decisão monocrática foi no mesmo sentido (fls. 5917/5957), julgando o lançamento procedente em parte para retificação do crédito e manutenção da diferença Fl. 6947DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 4 remanescente. Também indefere pedido de perícia e perícia, entendendoa prescindível (fls. 5954). Contra essa decisão monocrática, a recorrente interpôs recurso (fls. 1782/1853), alegando, em síntese: a)inaplicabilidade da taxa SELlC na apuração do crédito tributário; b)decadência; c)cerceamento ao direito da ampla defesa por aplicação de multas proqressivas e exigência de depósito recursal; d)falta de objetividade na capitulação legal da NFLD, entende que são centenas de dispositivos legais apontados no lançamento; e) “refiscalização” sem apresentação das razões justificadoras; f)conexão com o NFLD nº 35.230.9679 e sobrestamento até decisão do mandado de segurança nº 97.004.80259; g)falta de indicação dos pagamentos considerados como parcelas integrantes do salário de contribuição; h)inocorrência de substituição da NFLD nº 35.230.9679; i)ilegalidade do SAT; j)as parcelas consideradas integrantes da base de cálculo não têm natureza salarial; k)inconsistência dos lançamentos na NFLD; Em contrarazões, a Receita Previdenciária requer que o recurso seja parcialmente conhecido para no mérito negarlhe provimento (fls. 6309). A recorrente, não mais amparada por decisão judicial, efetuou o depósito recursal; porém, apelou da sentença e obteve provimento para seguimento do recurso independentemente de depósito. Comprovou o direito através de cópia do Acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região no processo 2004.61.00.0212149, em 27/062005 e requereu o levantamento do montante depositado. Em 08 de novembro de 2006, a então 2ª CAJ, do CRPS, proferiu Acórdão n. 1053/2006 que anulou a DN pela ausência de intimação do contribuinte do resultado de diligência fiscal. Devidamente intimada, a Sociedade Empresária protocolizou petição [fls. 6.361/6.527] que reiterou as alegações constantes da defesa e acrescentou: (i) impõese a realização de perícia técnica, haja vista a insubsistência do trabalho fiscal; (ii) fez juntada de recibos que fazem prova do pagamento de indenização liberal, os quais devem ser objeto de avaliação específica; e (iii) não houve apuração dos créditos previdenciários, conforme o respectivo período de competência, em especial aquelas que tratam do SAT. Em 24 de janeiro de 2007, foi prolatada DN n. 21.003.0/0036/2007 [fls. 6.569/6.601] que julgou procedente o lançamento. Fl. 6948DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.942 5 Inconformada com o decisum, a sociedade empresária interpôs recurso voluntário [fls. 6.612/6.853], que reitera os argumentos anteriormente colacionados. Não foram apresentadas contrarazões. Em 02 de junho de 2009, a 1ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara prolatou Resolução n. 230100.021 [fls. 6.874 e ss] que converteu o julgamento em diligência pelos seguintes motivos: [...] Não obstante a afirmativa de substituição, ou melhor, de emissão de novo lançamento, constato que a cópia do lançamento substituído [NFLD n. 35.416.6328], a partir da fl. 1271, foi juntado pela sociedade empresária Recorrente, sem, contudo, ter sido reconhecida sua autenticidade pela autoridade julgadora a quo. Além disso, não consta do referido documento a data da cientificação do representante legal da Recorrente, fato esse que obsta, neste momento, a certeza quanto ao dies a quo para a declaração da decadência. Dessa forma, resolvo converter o julgamento em diligência para que se digne a Entidade Fiscal: (i) Declarar a autenticidade dos documentos juntados as folhas 1.271/1.283; (ii) Juntar aos autos a cópia do documento [Aviso de Recebimento etc] que consta a data da cientificação do representante legal da Recorrente, no que tange ao lançamento substituído [NFLD n. 35.416.6328]; (iii) Para melhor discriminação pela fiscalização das dezenas de rubricas constantes do Discriminativo Analítico do Débito Retificado [fls. 5.433/5.916], deverá a Entidade Fiscal juntar aos autos planilha que discernirá, por estabelecimento, o levantamento e as competências lançadas, após o DADR; (iv) Do resultado da diligência, deverá a Recorrente ser cientificada para, querendo, manifestarse, no prazo de 05 [cinco] dias. Instada a se manifestar, a autoridade fiscal elaborou “relatório fiscal da diligência determinada pelo CARF” que, em síntese, respondeu [fls. 6.899/6.901]: 2 — Quesito i — "Declarar a autenticidade dos documentos juntados às fls 1.271/1.283;" 3 RESPOSTA: Declaro que as cópias fornecidas pela recorrente e juntadas a este processo, sob fls. 1.271 a 1.283, são autênticas e foram extraídas da NFLD n. 35.416.632 8, que foi entregue por mim ao representante legal da empresa, para ciência, por ocasião da sua lavratura. 4 — Quesito ii— "Juntar aos autos cópia do documento [aviso de recebimento etc] que consta a data da cientificação do Fl. 6949DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 6 representante legal da Recorrente, no que tange ao lançamento substituído [NFLD 35.416.6328];" 5 RESPOSTA: Informo que a ciência da lavratura da NFLD 35.416.6328 foi pessoal. Assim, a prova da cientificação do representante legal da empresa notificada, encontrase na folha de rosto daquela NFLD, cujo processo está arquivado no INSS — Instituto Nacional do Seguro Social, visto que a mesma foi baixada por nulidade, conforme consulta ao SIPPS (sistema que registra e controla a tramitação de processos no âmbito do Ministério da Previdência Social), em anexo (fls. 6.837/6.838). 6 Contudo, o sistema da RFB que controla a cobrança e registra os eventos de cada crédito previdenciário constituído (SICOB), acusa registro de ciência pessoal na NFLD Debcad n° 35.416.6328, em 04/04/2002, conforme tela de consulta anexada ao presente, sob fls. 6.836. 7 — Quesito iii: "Para melhor discriminação pela fiscalização das dezenas de rubricas constantes do Discriminativo Analítico do Débito Retificado [fls. 5.433/5.916], deverá a Entidade Fiscal juntar aos autos planilha que discernirá, por estabelecimento, o levantamento e as competências lançadas, após DADR;". 8 RESPOSTA: Considerando que a retificação do débito, conforme proposta da fiscalização As fls. 5.426 e 5.427, acolhida pelo órgão julgador de primeira instância fls.5.940, ocorreu somente em algumas rubricas de algumas competências de alguns levantamentos de alguns estabelecimentos, mínima frente aos itens remanescentes; 9 Considerando que, quando da lavratura da NFLD n° 35.566.4437, não foi elaborada nenhuma planilha auxiliar, visto que os lançamentos dos valores das rubricas ou fatos geradores foram efetuados diretamente no Sistema de Fiscalização, gerando o Relatório de Fatos Geradores, que demonstra as bases de cálculos utilizadas para apuração das contribuições previdenciárias devidas, lançadas no DAD — Discriminativo Analítico do Débito, e posteriormente totalizadas na NFLD, estabelecimento por estabelecimento, levantamento por levantamento, competência por competência, rubrica por rubrica, sendo que a fiscalização utilizou a mesma nomenclatura das rubricas utilizadas pela Recorrente em suas folhas de pagamentos; 10 Considerando que, para atender a solicitação deste quesito, seria necessário elaborar planilha com informações idênticas as já contidas no referido Relatório de Fatos Geradores, excluindo se apenas os valores retificados em 8 (oito) competências (rubricas); 11 Considerando que a intenção do pedido é discernir a composição do débito, após a retificação; 12 Anexo ao presente, cópia das páginas do Relatório de Fatos Geradores onde houve retificação, extraído da NFLD, fazendo constar manualmente as pequenas alterações, atualizando os Fl. 6950DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.943 7 valores retificados, estabelecimento por estabelecimento, levantamento por levantamento, competência por competência, rubrica por rubrica, as quais estão refletidas no DADR. 13 — As retificações efetuadas estão discriminadas no DADR conforme Abaixo: a) Estab. 61.068.276/007702; Levantamento L77; comp. 05/1998; Fls n. 5.553 do proc. b) Estab. 61.068.276/011998; Levantamento LB9; comp. 04/1996; Fls n. 5.598 do proc. c) Estab. 61.068.276/014580; Levantamento LE5; comp. 05/1998; Fls n. 5.644 do proc. d) Estab. 61.068.276/014822; Levantamento LE8; comp. 04/1998; Fls n. 5.654 do proc. e) Estab. 61.068.276/019034; Levantamento LJO; comp. 04/1996; Fls n. 5.730 do proc. f) Estab. 61.068.276/021446; Levantamento LL4; comp. 12/1995; Fls n. 5.771 do proc. g) Estab. 61.068.276/024542; Levantamento L05; comp. 02/1998; Fls n. 5.850 do proc. h) Estab. 61.068.276/024704; Levantamento L07; comp. 04/1995; Fls n. 5.853 do proc. Ciente do referido ato fiscal [fl. 6.903], o Sujeito Passivo manifestouse nos seguintes termos [fls. 6.907/6.910]: Com efeito, o Sr. Agente Fiscal não prestou o esclarecimento solicitado pelo CARF, ou seja, a perfeita, correta e detalhada identificação das rubricas indicadas no DADR. Ora, os esclarecimentos prestados pelo Sr. Agente Fiscal são extremamente vagos e não conclusivos, visto que em sua declaração é dito que a retificação só surtiu efeito "... em algumas rubricas de algumas competências de alguns estabelecimentos...". Como se vê, a resposta fiscal não atende ao quesito respectivo que, repitase, pede a identificação de rubricas utilizadas pelo agente fiscal na lavratura da NFLD. 2. Ademais, e conforme se depreende da manifestação fiscal, é asseverado que não existe uma planilha auxiliar para identificação e conhecimento das rubricas, assim, evidente, não há como saber, com retidão o que se trata cada rubrica. 3. De outra mão, impossível acolher a alegação fiscal de que a ausência desse discriminativo de rubricas não tem repercussão na decisão da NFLD, em função do pequeno valor de retificação. Fl. 6951DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 8 Ora, em verdade, o que se busca e a verdade material do processo, o que depende da identificação clara e precisa das rubricas fiscais. 4. Por fim, necessário atentar a contagem do prazo para contagem da contribuição previdenciária, objeto do processo ora tratado, considerando a Súmula Vinculante 08. É o relatório. Voto Conselheiro MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR Relator Sendo tempestivo, CONHEÇO DO RECURSO e passo ao exame das questões preliminares suscitadas pelo recorrente. I DECADÊNCIA Conforme registrado no relatório, a autoridade fiscal elaborou “relatório fiscal da diligência determinada pelo CARF” que, em síntese, respondeu parcialmente os quesitos apresentados por esta Turma da 3ª Câmara [fls. 6.899/6.901]. Naquele documento restou asseverado que a ciência do sujeito passivo em relação a NFLD anulada ocorreu em 04/04/2002: [...] 5 RESPOSTA: Informo que a ciência da lavratura da NFLD 35.416.6328 foi pessoal. Assim, a prova da cientificação do representante legal da empresa notificada, encontrase na folha de rosto daquela NFLD, cujo processo está arquivado no INSS — Instituto Nacional do Seguro Social, visto que a mesma foi baixada por nulidade, conforme consulta ao SIPPS (sistema que registra e controla a tramitação de processos no âmbito do Ministério da Previdência Social), em anexo (fls. 6.837/6.838). 6 Contudo, o sistema da RFB que controla a cobrança e registra os eventos de cada crédito previdenciário constituído (SICOB), acusa registro de ciência pessoal na NFLD Debcad n° 35.416.6328, em 04/04/2002, conforme tela de consulta anexada ao presente, sob fls. 6.836. [Grifo nosso] Com fundamento no art. 72, §4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), com relação à decadência aplicamos o conteúdo do Súmula CARF 99, in verbis: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Fl. 6952DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.944 9 Dessa forma, restam fulminadas pela decadência as contribuições apuradas até a competência 04/1998, anteriores a 05/1998. II NULIDADE DO LANÇAMENTO Apesar da autoridade fiscal não ter atendido o determinado no quesito iii, constante da diligência comandada por esta Turma [fls. 6.874 e ss], entendo que, por economia processual e tendo em vista identificação de alguns vícios que repercutem, ao meu sentir, a nulidade do lançamento, faz necessário o julgamento neste momento. Como registrado no relatório alhures, tratase de crédito tributário previdenciário tendo por fato gerador pagamentos a segurados empregados de parcelas remuneratórias constantes da folha de pagamento e que não integraram a base de cálculo de contribuições previdenciárias (fls. 935/936). Informa a autoridade fiscal que alguns dos fatos geradores acima são relativos às empresas incorporadas CICA S.A, CNPJ: 50.930.098/000154 e KIBON S.A INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS CNPJ: 01.811.558/000110 e, ainda, que a NFLD recorrida substitui a de nº 35.426.6328, declarada nula por decisão monocrática (fls. 0935). A DecisãoNotificação [fls. 2.202/2.010] que declarou nula a NFLD substituída, o fez sob os seguintes fundamentos: Considerando que o artigo 37 da Lei n. 8212/91 determina: Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. 39 Considerando que, nos termos da Orientação Normativa INSS/DAF/AFFI n.° 2, de 21 de novembro de 1995, Relatório Fiscal é o documento emitido peio Fiscal de Contribuições e Previdenciarias FCP, contendo narrativa do fato ocorrido e verificado na ação fiscal que serviu d base ao lançamento do débito, identificação do fato gerador da contribuição, discriminação do fundamento legal e da ai/quota aplicada; 40.Considerando que, ainda de acordo com a Orientação Normativa INSS/DAF/AFF n. 2/95, o Relatório Fiscal objetiva transmitir, claramente, ao notificado a origem do débito oportunizandolhe ampla defesa e contraditório, propiciar adequada análise do processo ,de débil decorrente da NFLD e ensejara tributo de certeza do débito a futura execução fiscal; 41.Considerando que, no exame dos autos, verificouse que o relatório fiscal inclui fatos geradores diversos dos que foram lançados e trouxe fundamentação legal incompleta para outros; Fl. 6953DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 10 42.Considerando que o Relatório Fiscal não traz todos os elementos descritivos do fato gerador incluído nos levantamentos identificados com a letra L como auxíliocreche; 43, Considerando então que o Relatório Fiscal de presente NFLD, elaborado em desacordo com as normas legais e regulamentares deste Instituto, não atende a função de garantir a ampla defesa e o contraditório à Notificada, nem o de garantir o atributo de certeza do débito; 44.Considerando que o disposto no art. 145, III, combinado com o artigo 149 do Código Tributário Nacional autoriza a revisão de ofício de lançamento regularmente notificado e 45.Considerando Finalmente o contido na Portaria MPAS n. 357, de 17 de abril de 2002, que rege o contencioso administrativo fiscal no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social: “Art. 28. São nulos: […] III – o lançamento com ausência de fundamento legal, erro na identificação do fato gerador, do período ou do sujeito passivo ou não procedido do Mandado de Procedimento Fiscal MPF.” […] JULGO NULO o presente lançamento fiscal e DECIDO: a) determinar a Imediata lavratura de NFLD substitutiva instruída com relatório fiscal elaborado de acordo com as normas do instituto e contendo toda a documentação toda a fundamentação legal que o embasa; Não obstante a clareza do decisum, a autoridade fiscal competente lavrou NFLD substitutiva [35.566.4437, fls. 935 e ss] que cotejada com o Relatório Fiscal da anterior [fls. 1.272/1.281], verificase ser clara a repetição do ato administrativo, ou seja, houve reprodução idêntica dos vícios já declarados. Todo processo administrativo, para que se afigure constitucionalmente válido, deve ensejar ao particular a possibilidade de ver conhecidas e apreciadas todas as suas alegações de caráter formal e material e de produzir todas as provas necessárias à comprovação de suas alegações. A ampla defesa, desse modo, bipartese no direito à cognição formal e material ampla (que corresponde ao princípio da ampla competência decisória). Noutro lado, o crédito fiscal do Estado cristalizado no ato de lançamento e notificado ao contribuinte exprime pretensão do ente tributante sobre o patrimônio do cidadão. Pretensão de tal natureza, por submeterse à cláusula constitucional segundo a qual ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV), somente será válida quando obedecer às garantias materiais e processuais dos contribuintes (substantive due process e procedural due process). O art. 5°, LV, estabelece que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Tratamse, portanto, de princípios que não se aplicam Fl. 6954DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.945 11 exclusivamente ao processo judicial, mas também ao administrativo e, em particular, ao Processo Administrativo Tributário. O Processo Administrativo Tributário é um instrumento de que se vale o Estado para aperfeiçoar as exigências fiscais. As exações devem ser perfeitas, ou seja, devese exigir do sujeito passivo exatamente o que é devido, nada mais nem menos, em observância aos princípios da legalidade tributária e da responsabilidade fiscal. Partese da premissa de que os atos administrativos podem conter defeitos e que, portanto, deve haver um mecanismo de correção. Neste contexto, se entende que o interessado deve ser chamado a contribuir, assegurandoselhe o direito da manifestar sua inconformidade, caso disponha de informações capazes de compor uma antítese à tese da Administração. Daí porque, nos despachos decisórios que não homologam compensações e nos lançamentos de ofício – apenas para citar dois exemplos – o sujeito passivo não é simplesmente intimado a pagar, mas a pagar ou impugnar a exigência. Assegurar o contraditório consiste, portanto, em conduzir o processo de forma dialética, de tal sorte que o interessado tenha o direito de se manifestar sobre todas as teses e provas que a Administração trouxer aos autos. Dizer que o interessado tem direito à ampla defesa significa que ele pode defenderse livremente, sem qualquer limitação, salvo as que o próprio Direito impõe. A fixação de restrições ao direito de defesa justificase porque todo princípio está associado a um valor, e, como não existe valor absoluto, os princípios podem sofrer limitações em face de outros princípios e valores. Como é cediço, o processo não é um fim em si mesmo, mas um método, ou instrumento, para se alcançar determinado fim. Em abstrato, os requisitos formais estabelecidos para a prática dos atos existem como garantia de que o fim será atingido, embora, em concreto, tais exigências possam ter efeito justamente contrário, quando se perde de vista a instrumentalidade do processo, e as formas se degeneram em formalismo excessivo, deixando de ser garantia, para transformaremse em obstáculo à realização do direito material. Para evitar que se perca a visão do processo como instrumento e das formas como garantia, a LPA, no art. 2°, parágrafo único, incisos VIII e IX, prescreve que, no processo administrativo, serão observadas formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; e adotadas formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. Quando o interessado opta por discutir a mesma questão pela via judicial, o interesse de agir na esfera administrativa desaparece, posto que a decisão administrativa perderá toda a utilidade que poderia ter para o interessado. A decisão administrativa, na parte em que for coincidente com a decisão judicial, será inútil, posto que desnecessária; e, na parte na que for conflitante, também não terá utilidade, uma vez que a decisão judicial, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas1. 1 CPC, art. 468. Fl. 6955DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA 12 Segundo o art. 301, § 3°, do CPC, com redação dada pela Lei n° 5.925/1973, há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. Para Fredie Didier Jr., o entendimento majoritário da doutrina tradicional brasileira é o de que a coisa julgada representa a imutabilidade dos efeitos da decisão judicial. Integram esta corrente, entre outros, Liebman, Dinamarco e Ada Pellegrini 2. A obrigação tributária nasce com o fato gerador, 3logo, desde o momento em que um fato amoldase à hipótese de incidência, já existe também um credor (sujeito ativo), um devedor (sujeito passivo) e uma prestação (de pagar). Ocorre que esta obrigação, por ser prevista em lei de forma geral e abstrata, depende de uma apuração para que se determinem os seus elementos, possibilitandose, assim, o pagamento ou, em caso de inadimplência, o ajuizamento de uma execução fiscal. O lançamento, apesar do que sugere a interpretação literal do texto normativo, não constitui o crédito tributário porque este surge com o próprio fato gerador, visto que não há obrigação de pagar sem crédito. Assim, o lançamento tem como finalidade imediata fixar os elementos da obrigação, identificando o sujeito passivo e apurando, ou liquidando, o crédito tributário. A legislação que rege o Processo Administrativo Tributário prevê a sanção de nulidade apenas para atos inquinados por vício de competência (falta de requisito subjetivo) ou lavrados com preterição do direito de defesa. O vício subjetivo (incompetência) e o cerceamento do direito de defesa ensejam a decretação de nulidades, conforme art. 59 do PAT, in verbis: CAPÍTULO III Das Nulidades Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. As nulidades estabelecidas pelo art. 59 são absolutas, ou seja, os atos maculados por vício subjetivo ou proferidos com preterição do direito de defesa devem necessariamente ser invalidados, uma vez que seus defeitos são considerados insanáveis. O rigor da sanção se justifica, pois a competência do agente e a influência do autuado são as principais garantias para que o lançamento chegue à sua finalidade. Além disso, os direitos ao contraditório e à ampla defesa no processo administrativo são constitucionalmente garantidos. Em conformidade com o disposto no art. 142 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN) o auto de infração lavrado de acordo com o artigo anterior conterá, obrigatoriamente: I – a identificação do sujeito passivo; 2 DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual Civil: Teoria da prova, direito probatório, teoria do precedente, decisão judicial, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 4. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2009, vol. 2, p. 413415. 3 CTN, art. 113, § 1o: “A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. Fl. 6956DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 35464.001567/200381 Acórdão n.º 2301004.081 S2C3T1 Fl. 6.946 13 II – a matéria tributável, assim entendida a descrição dos fatos e a base de cálculo; III – a norma legal infringida; IV – o montante do tributo ou contribuição; V – a penalidade aplicável; VI – o nome, o cargo, o número de matrícula e a assinatura do AFTN autuante; VII – o local, a data e a hora da lavratura; VIII – a intimação para o sujeito passivo pagar ou impugnar a exigência no prazo de trinta dias contado a partir da data da ciência do lançamento. Assim, quando o lançamento for lavrado em desconformidade com o estabelecido no art. 142 do CTN ou art. 10 do PAT, que dispõem sobre o conteúdo e a forma do ato, a decretação da nulidade é dever do julgador administrativo. A impugnação administrativa é a resistência formal do contribuinte à pretensão fiscal do Estado sobre seus bens e é o direito que se assegura ao cidadão como meio de ver vivificado o primado da legalidade por meio do devido processo legal. Assim, com o arrimo nesses princípios e naquele inserido pela EC n. 45/04 – razoável duração do processo administrativo – entendo que o lançamento ora julgado padece de vício material por cerceamento do direito de defesa e contraditório. DISPOSITIVO Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário interposto, para: (i) para excluir do lançamento, devido à regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 04/1998, anteriores a 05/1998; (ii) em anular o lançamento, por vício material. É como voto. MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR Relator Fl. 6957DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10120.904643/2009-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
Restituição. Compensação. Admissibilidade.
A compensação tributária deve obedecer estritamente os termos legais, pois a declaração de compensação tem o caráter de extinguir o tributo devido (compensado), na data de sua apresentação, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Assim, o crédito alegado deve ser indicado de modo preciso e ser devidamente comprovado para que a compensação possa ser homologada.
Numero da decisão: 1302-001.416
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Guilherme Pollastri Gomes da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo e Eduardo de Andrade e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 Restituição. Compensação. Admissibilidade. A compensação tributária deve obedecer estritamente os termos legais, pois a declaração de compensação tem o caráter de extinguir o tributo devido (compensado), na data de sua apresentação, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Assim, o crédito alegado deve ser indicado de modo preciso e ser devidamente comprovado para que a compensação possa ser homologada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior - Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo e Eduardo de Andrade e Alberto Pinto Souza Junior.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. A compensação tributária deve obedecer estritamente os termos legais, pois a declaração de compensação tem o caráter de extinguir o tributo devido (compensado), na data de sua apresentação, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Assim, o crédito alegado deve ser indicado de modo preciso e ser devidamente comprovado para que a compensação possa ser homologada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo e Eduardo de Andrade e Alberto Pinto Souza Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 46 43 /2 00 9- 68 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Trata o processo de manifestação de inconformidade em face de despacho decisório que não homologou declaração de compensação. A DCOMP não homologada tem por objeto a compensação de débito do sujeito passivo, com base em suposto direito creditório oriundo de ‘pagamento indevido ou a maior’ de IRPJ, código 5993, no valor de R$ 68.881,70, do período de apuração 31/08/2005, com data de arrecadação em 30/09/2005. Transmitida em 13/01/2006, a DCOMP recebeu da DRF de origem o Despacho Decisório de ‘não homologação’ da compensação, emitido em 20/04/2009, cujas razões de negação se fundam na utilização integral do pagamento discriminado para a quitação do débito de código 5993, do PA 31/08/2005, portanto, sem crédito disponível para a compensação em comento. Cientificada desse despacho em 29/04/2009, a interessada apresentou, em 28/05/2009, manifestação de inconformidade na qual alega, em síntese, que “efetuou recolhimentos a maior conforme apurado na DIPJ 2006 transmitida em 29/06/2006”, sob o “regime de tributação com base em balancete de suspensão ou redução do imposto”. Pede revisão do despacho decisório. A 4ª Turma da DRJ/BSB, através do acórdão nº 0345.527, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, unanimemente, conforme ementa a seguir: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. É inadmissível a utilização de pagamentos a título de estimativa mensal para fins de compensação tributária. Intimado da decisão da DRJ em 16/12/2011, o Contribuinte apresentou recurso voluntário tempestivo, em 23/12/2011 alegando basicamente o seguinte: a origem dos créditos compensados por meio do PER/DCOMP advém dos recolhimentos do IRPJ e da CSLL, do exercício de 2006, ano calendário 2005, recolhidos a maior conforme apurado na DIPJ 2006 (anexa) transmitida em 29.06.2006, originando, portanto, o direito a compensação com os demais tributos. os valores foram compensados nos recolhimentos do PIS e do COFINS, conforme demonstrado. verificouse com base no acórdão, que a origem dos créditos tributários, a serem compensados, fora informada de maneira indevida. onde deveria ser assinalado créditos de "saldo negativo de CSLL e saldo negativo de IRPJ", fora preenchido "pagamento indevido ou a maior." Único fator que amparou a decisão em desfavor do contribuinte. Contudo, a origem, a forma de apuração e o inconteste "saldo negativo de IRPJ", restam evidenciados pela documentação amealhada ao longo do processo de compensação. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10120.904643/200968 Acórdão n.º 1302001.416 S1C3T2 Fl. 133 3 pugna pelo reconhecimento do direito creditório tolhido em razão da equivocada 'denominação' do referido crédito, mero erro formal, quando em contrapartida verificase, claramente, a correta origem do saldo negativo. É o relatório. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 4 Voto Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva O recurso voluntário apresentado pela recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72, razão porque dele conheço. Em 06/11/2012 esta Turma, por maioria de votos, vencidos os Conselheiros Eduardo de Andrade e Luiz Tadeu Matozinho Machado, converteu o julgamento em diligência para que os autos retornassem à jurisdição da Contribuinte e se confirmassem, com provas documentais, a existência ou não do crédito pleiteado. Da diligência foi constatado o seguinte: “Foram realizadas consultas aos sistemas da RFB verificandose que: a) As estimativas apuradas pelo CONTRIBUINTE foram declaradas e liquidadas. Ver Extrato Completo do Contribuinte Pessoa Jurídica (fl. 110). Neste extrato podemos verificar que os valores pagos são exatamente os valores apurados de estimativa. Observar que Valor Disponível dos pagamentos é R$ 0,00 (zero reais). Os valores dos débitos foram originados de DCTF; b) Os valores de estimativa apurados na Ficha 11 Cálculo do Imposto de Renda Mensal por Estimativa são exatamente os valores declarados em DCTF, extrato mencionado no item “a”, para os períodos de apuração 01/2005 a 06/2005; c) Para os períodos 07/2005 a 12/2005 a Ficha 11 apurou valor negativo, porém foram declarados em DCTF e liquidados débitos de período de apuração 07/2005 a 09/2005; d) Na DIPJ, Ficha 11, e na DCTF não foram declarados valores de IRPJ estimativa a pagar e não há recolhimento para os períodos de apuração 10/2005 a 12/2005; e) Na Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real PJ em Geral foi informado o total recolhido por estimativa, R$ 1.177.956,62, inclusive as referentes aos períodos de apuração 07/2005 a 09/2005, para apurar IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL cujo IMPOSTO DE RENDA A PAGAR na DIPJ é R$ 912.052,11 (saldo negativo); f) Não consta apresentação de PER/DCOMP tipo de crédito SALDO NEGATIVO DE IRPJ, período de apuração 2005. Ver relação de PER/DCOMP deste tipo de crédito que foram apresentadas pelo interessado. Obs.: Em anexo planilha com os dados das estimativas declaradas na DCTF e na DIPJ. Conclusão a) Quanto aos pagamentos referentes aos PA 01/2005 a 06/2005 não existem pagamentos indevidos ou a maior. Foram declarados débitos de estimativa na DIPJ e DCTF e os pagamentos são no exato valor dos Fl. 135DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10120.904643/200968 Acórdão n.º 1302001.416 S1C3T2 Fl. 134 5 débitos declarados de estimativa. Foram utilizados composição SALDO NEGATIVO DE IRPJ apurado no ano calendário 2005, exercício 2006. Ver Ficha 12A; b) Quanto aos pagamentos referentes aos PA 07/2005 a 09/2005 podemos concluir que não são indevidos porque foram declarados em DCTF, embora não declarados na DIPJ, e utilizados na composição SALDO NEGATIVO DE IRPJ apurado no ano calendário 2005, exercício 2006. Ver Ficha 12A; c) Foi apurado um valor de R$ 912.052,11 de saldo negativo de IRPJ e não pagamento indevido ou a maior de recolhimento de estimativa; d) O pagamento objeto do PER/DCOMP 21706.49841.130106.1.3.04 6349 foi utilizado para liquidar débito de estimativa declarado e foi utilizado na apuração do saldo negativo de IRPJ – Ficha 12A da DIPJ. Encaminhemse os presentes autos DF CARF MF para: 1. substituir a resolução anexada( outro interessado) pela correta; 2. retornar o processo a esta DRF para diligência, se necessário;” Tendo retornado os autos sem que a Contribuinte tivesse sido cientificada do resultado a diligência, foi proferida nova resolução convertendo o julgamento em diligência, determinando que se sanasse o equívoco e a Contribuinte fosse cientificada. Intimada a Contribuinte da decisão da diligência, sem que tivesse se pronunciado, conforme despacho de encaminhamento de fls., o processo retornou para julgamento. Diante de todo o exposto, tendo sido efetuada a diligência que concluiu pela não homologação pretendida por inexistência de direito creditório e não tendo se pronunciado a Contribuinte, apesar de intimada, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator Fl. 136DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10680.723455/2010-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 01/12/2007, 31/12/2007
ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DO SAT
Esta corte não possue competência para discussão sobre ilegalidade e incostitucionalidade.
Sat possui autorização legal para sua cobrança, devendo ser respeitada pelo agente públido.
EXCLUSÃO DAS VERBAS NÃO REMUNERATÓRIAS DA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS; INDEVIDA A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE OS QUINZE PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA, SALÁRIO MATERNIDADE, FÉRIAS E ADCIONAL DE FÉRIAS
As verbas que não possuem natureza remuneratória não incidirá contribuição previdenciária, pois não tem o viés de compensação pelo seu labor.
Lançamento fulcrado em vício material deverá ser anulado, como no caso em tela.
Numero da decisão: 2301-003.390
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em anular o lançamento pela existência de vício material, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso.
MARCELO OLIVEIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
Wilson Antônio de Souza Côrrea - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira, Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva, Damião Cordeiro de Moraes e Wilson Antonio de Souza Corrêa.
Nome do relator: WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 01/12/2007, 31/12/2007 ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DO SAT Esta corte não possue competência para discussão sobre ilegalidade e incostitucionalidade. Sat possui autorização legal para sua cobrança, devendo ser respeitada pelo agente públido. EXCLUSÃO DAS VERBAS NÃO REMUNERATÓRIAS DA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS; INDEVIDA A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE OS QUINZE PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA, SALÁRIO MATERNIDADE, FÉRIAS E ADCIONAL DE FÉRIAS As verbas que não possuem natureza remuneratória não incidirá contribuição previdenciária, pois não tem o viés de compensação pelo seu labor. Lançamento fulcrado em vício material deverá ser anulado, como no caso em tela.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em anular o lançamento pela existência de vício material, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso. MARCELO OLIVEIRA - Presidente. (assinado digitalmente) Wilson Antônio de Souza Côrrea - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira, Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva, Damião Cordeiro de Moraes e Wilson Antonio de Souza Corrêa.
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Sat possui autorização legal para sua cobrança, devendo ser respeitada pelo agente públido. EXCLUSÃO DAS VERBAS NÃO REMUNERATÓRIAS DA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS; INDEVIDA A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE OS QUINZE PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA, SALÁRIO MATERNIDADE, FÉRIAS E ADCIONAL DE FÉRIAS As verbas que não possuem natureza remuneratória não incidirá contribuição previdenciária, pois não tem o viés de compensação pelo seu labor. Lançamento fulcrado em vício material deverá ser anulado, como no caso em tela. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em anular o lançamento pela existência de vício material, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 34 55 /2 01 0- 29 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 2 MARCELO OLIVEIRA Presidente. (assinado digitalmente) Wilson Antônio de Souza Côrrea Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira, Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva, Damião Cordeiro de Moraes e Wilson Antonio de Souza Corrêa. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.723455/201029 Acórdão n.º 2301003.390 S2C3T1 Fl. 9 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário em desfavor da Recorrente, referente à contribuição social destinada à seguridade social correspondente à contribuição da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), incidente sobre remuneração paga ou creditada a segurados empregados. Foi elaborada planilha (Anexo I, fl. 15) de forma a demonstrar o critério de cálculo de multa. Assim, a multa de ofício, mais benéfica foi a corresponde a 75%, incidente sobre as contribuições devidas, exceto para Terceiros. Intimada aviou sua impugnação com suas razões, sendo que dela a DRJBH, julgou improcedentes as razões, e, desta decisão tomou ciência em 23.MAI.2012 e no dia 19.JUN.2012 protocolizou o presente Recurso Voluntário, com as seguintes argumetações: i) ilegalidade e inconstitucionalidade do SAT; ii) exclusão das verbas não remuneratórias da base de cálculo das contribuições previdenciárias; iii)indevida a contribuição previdenciária sobre os quinze primeiros dias de afastamento de auxílio doença, salário maternidade, férias e adcional de férias; iv) ausência de fato gerador; v) alcance das definições e conceitos das normas tributárias; vi) do direito de produção de provas. Eis em apertada síntese o relato dos fatos e o necessário para julgamento. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 4 Voto Conselheiro Conselheiro Wilson Antônio de Souza Côrrea Relator O presente Recurso Voluntário acode os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual, desde já, dele conheço. i) ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DO SAT Esta Corte administrativa, como todas as demais, inclusive judicial, exceto o Supremo Tribunal Federal, não têm competência para distribuir, analisar e julgar processos e ou matérias que tratam de inconstitucionalidade de lei. Devese ater o Recorrente ao entendimento anotado no Parecer CJ 771/97 que: “O guardião da Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal, cabendo a ele declarar a inconstitucionalidade de lei ordinária. Se o destinatário de uma lei sentir que ela é inconstitucional, o Pretório Excelso é o órgão competente para tal declaração. Já o administrador ou servidor público não pode se eximir de aplicar uma lei porque o seu destinatário entende ser inconstitucional quando não há manifestação definitiva do STF a respeito”. De forma que, ainda que seja uma vírgula mal distribuída num parágrafo da lei anatematizada pelo Recorrente, o caminho a postular inconstitucionalidade e perquirir direitos é o Pretório Excelsior, e não esta via. Mais ainda, há de destacar que a atividade administrativa encontrase com vinculo ao que determina a lei, como dito por muitos, ‘as ações do gestor público é escravizada pela lei’. Neste sentido, peço vênia para juntar escólio do perleúdo jurista Alexandre de Moraes (curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: O tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” E, de mais a mais, observase que o o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria 256, de 22/06/2009, veda aos Conselheiros de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.723455/201029 Acórdão n.º 2301003.390 S2C3T1 Fl. 10 5 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Assim, não há como entrar na discussão pretendida pela Recorrente, porque esta Casa não tem competência para discutir ilegalidade e muito menos inconstitucionalidade. Por outro lado, reconhece a existência da nova lei, devendo a ela se submeter, colocando fim a esta discussão, julgando improcedente este quesito. ii) EXCLUSÃO DAS VERBAS NÃO REMUNERATÓRIAS DA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Alega que a Fiscalização exigiu o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos nos 15 primeiros dias de afastamento do empregado doente ou acidentado, bem como sobre os valores pagos a título de salário maternidade, férias e adiconal de 1/3 sobre as férias, dentre outras verbas. Diante mão temse que as verbas oriundas dos 15 primeiros dias de afastamento por doença ou acidente, bem como o saláriomaternidade, são verbas de natureza não remuneratórias e isto define a questão quanto a não incidência de contribuição previdenciária nestas rubricas, já que o fato gerador é de natureza indenizatória. E, somenete para locupletar a tese de verba indenizatória, não olvidemos que o funcionário, nas duas hipóteses acima, não presta serviço ao empregador e por isto não recebe salários, mas apenas uma ajuda financeira oriunda do sistema previdenciário, não podendo, portanto, incidir contribuição previdenciária. O STJ já tem pacificado esta matéria, onde considera a verba como indenizatória, conforme Jurisprudência abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO AGRAVO REGIMENTAL AUXÍLIODOENÇA PRIMEIROS QUINZE DIAS PAGOS PELO EMPREGADOR NATUREZA NÃO SALARIAL NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PRECEDENTES 1 Esta Corte não se presta à análise de dispositivo constitucional, nem mesmo para fins de prequestionamento, sob pena de usurparse da competência do Supremo Tribunal Federal. 2 A jurisprudência desta Corte sufraga entendimento no sentido de que os primeiros 15 (quinze) dias do auxílio doença pagos pelo empregador não possuem natureza salarial, não incidindo, portanto, contribuição previdenciária sobre o referido período. 3 Não há que se falar em violação da Súmula Vinculante nº 10 do STF, uma vez que não houve declaração de inconstitucionalidade do art. 22 ou 28 da Lei nº 8.213/91, antes, apenas foi reconhecida a natureza não salarial da verba em debate. 4 Agravo regimental não provido. (STJ AgRgAI 1.209.421 (2009/01162804) 2ª T Rel. Min. Mauro Campbell Marques DJe 30.03.2010 p. 763) Fl. 115DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 6 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO RECURSO ESPECIAL CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA AUXÍLIODOENÇA, AUXÍLIOACIDENTE VERBAS RECEBIDAS NOS 15 (QUINZE) PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO NÃO INCIDÊNCIA 1 O auxíliodoença pago até o 15º dia pelo empregador é inalcançável pela contribuição previdenciária, uma vez que referida verba não possui natureza remuneratória, inexistindo prestação de serviço pelo empregado, no período. Precedentes: EDcl no REsp 800.024/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ 10.09.2007. REsp 951.623/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, DJ 27.09.2007; REsp 916.388/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJ 26.04.2007. 2 Agravo regimental desprovido. (STJ AgRgREsp 1.039.260 (2008/00557917) 1ª T Rel. Min. Luiz Fux DJe 10.02.2010 p. 918) *** PROCESSUAL CIVIL TRIBUTÁRIO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA REPETIÇÃO DE INDÉBITO AUXÍLIODOENÇA VERBAS RECEBIDAS NOS 15 (QUINZE) PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO NÃO INCIDÊNCIA SALÁRIOMATERNIDADE NATUREZA JURÍDICA INCIDÊNCIA PRETENSÃO DE PREQUESTIONAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL IMPOSSIBILIDADE 1 Acórdão embargado que negou provimento ao agravo regimental no sentido de que: a) o STJ ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC nº 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação correspectiva; B) O auxíliodoença pago até o 15º dia pelo empregador é inalcançável pela contribuição previdenciária, uma vez que referida verba não possui natureza remuneratória, inexistindo prestação de serviço pelo empregado, no período; E c) é devida a contribuição previdenciária sobre os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de saláriomaternidade, em face do caráter remuneratório de tal verba. 2 Embargos opostos para prequestionar a matéria constitucional consubstanciada nos arts. 97, 103A e 195, I, da Constituição Federal. 3 Os embargos de declaração ainda que manejados para fins de prequestionamento, são cabíveis quando o provimento jurisdicional padecer de omissão, contradição ou obscuridade, consoante dispõe o art. 535, I e II, do CPC, bem como para sanar a ocorrência de erro material, vícios ausentes na espécie. 4 O recurso especial, conforme delimitação de competência estabelecida pelo art. 105, III, da Carta Magna de 1988, destinase a uniformizar a interpretação do direito infraconstitucional federal, razão pela qual é defeso em seu bojo o exame de matéria constitucional, ainda que para fins de prequestionamento. Precedentes. 5 Embargos de declaração rejeitados. (STJ EDclAgRgREsp 1.107.898 (2008/0266707 4) 1ª T. Rel. Min. Benedito Gonçalves DJe 11.05.2010 p. 200) *** Fl. 116DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.723455/201029 Acórdão n.º 2301003.390 S2C3T1 Fl. 11 7 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA FAZENDA NACIONAL CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA AUXÍLIODOENÇA PRIMEIROS QUINZE DIAS NÃO INCIDÊNCIA PRECEDENTES EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA DÂNICA TERMOINDUSTRIAL LTDA PRESCRIÇÃO MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA CONHECIMENTO POSSIBILIDADE 1 O STJ pacificou o entendimento no sentido de que a quantia paga a título de auxíliodoença nos 15 primeiros dias do benefício não possui natureza remuneratória, razão pela qual não atrai a incidência da contribuição previdenciária. 2 A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que é possível o conhecimento de matéria de ordem pública, mesmo na ausência de prequestionamento, desde que a instância especial tenha sido aberta por outra questão. 3 A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos embargos de divergência no REsp 435.835/SC, em 24.3.2004, adotou o entendimento segundo o qual, para as hipóteses de devolução de tributos sujeitos à homologação, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, a prescrição do direito de pleitear a restituição ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita. 4 O STJ, por intermédio da sua Corte Especial, no julgamento da AI nos EREsp 644.736/PE, declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da Lei Complementar nº 118/2005, a qual estabelece aplicação retroativa de seu art. 3º, porquanto ofende os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. 5 Entendimento reiterado pela Primeira Seção em 25.11.2009, por ocasião do julgamento do recurso especial repetitivo 1.002.932/SP, oportunidade em que a matéria foi decidida sob o regime do art. 543c do CPC e da Resolução STJ 8/2008. Embargos de declaração opostos pela FAZENDA NACIONAL rejeitados. Embargos de declaração opostos por DÂNICA TERMOINDUSTRIAL LTDA. Acolhidos para sanar a omissão apontada, sem efeitos infringentes. (STJ EDclAgRgEDclEDclREsp 976.376 (2007/01816428) 2ª T. Rel. Min. Humberto Martins DJe 27.04.2010 p. 1144) *** TRIBUTÁRIO CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA AUXÍLIODOENÇA NÃOINCIDÊNCIA 1 O STJ pacificou o entendimento de que não incide Contribuição Previdenciária sobre verba paga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença, porquanto não constitui salário. 2 Agravo Regimental não provido. (STJ AgRgAI 1.272.784 (2010/00174650) 2ª T. Rel. Min. Herman Benjamin DJe 20.04.2010 p. 411) *** Fl. 117DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 8 PROCESSUAL CIVIL AGRAVO REGIMENTAL AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA INCIDÊNCIA DA SÚMULA 182/STJ AUXÍLIODOENÇA PRIMEIROS QUINZE DIAS NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SÚMULA 83/STJ AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CF, E DA SÚMULA VINCULANTE 10 DO STF 1 O agravo de instrumento interposto contra decisão denegatória de processamento de recurso especial que não impugna, especificamente, seus fundamentos não merece conhecimento, ante o óbice imposto pelo enunciado 182 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. 2 A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que não é devida a contribuição previdenciária sobre a remuneração durante os quinze primeiros dias do auxíliodoença, ao contrário do que alega o recorrente que afirma ser indevida somente sobre o salário. 3 A decisão agravada, ao julgar a questão, decidiu de acordo com a interpretação sistemática da legislação. Apenas interpretou as normas, ou seja, de forma sistemática, não se subsumindo o caso à hipótese de declaração de inconstitucionalidade sem que a questão tenha sido decidida pelo Plenário. Agravo regimental improvido. (STJ AgRgAI 1.166.859 (2009/00513956) 2ª T. Rel. Min. Humberto Martins DJe 16.04.2010 p. 1239) Assim, com relação ao posicionamento do STJ referente ao pagamento da verba dos 15 primeiros dias de afastamento, e, pelo fato de o auxíliomaternidade ter a mesma natureza, penso que, quanto a elas não incide contribuição previdenciária. Quanto as férias e o terço constitucional, por serem verbas também não remuneratórias, cujo fim compensatório é o livre exercício de descanso anual, de afastamento, em decorrência de um ano de labor, elas também não se enquadram na definição de remuneração trabalhista, justamente pelo fato de não existir o caráter de contraprestação da atividade laboral. Ou seja, também é um direito do trabalhador que o usufurirá sem ter a contraprestaçao laboral, razão pela qual não incide a contribuição previdenciária. Assim, assiste a Recorrente, neste quesito, configurando vício material. CONCLUSÃO O Recurso Voluntário aviado acode todos os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço, para DARLHE PROVIMENTO, para anular o lançamento por ocorrência de vício material. É o voto. (assinado digitalmente) Wilson Antônio de Souza Côrrea Relator Fl. 118DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.723455/201029 Acórdão n.º 2301003.390 S2C3T1 Fl. 12 9 Fl. 119DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 03/12/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/10/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.906351/2012-40
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/08/2002
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS.
Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.906
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/08/2002 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. 1 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 63 51 /2 01 2- 40 Fl. 37DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. 2 Fl. 38DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Belo Horizonte (DRJ/BHE), em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sendo indeferida a restituição pleiteada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “O presente processo trará de manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório emitido eletronicamente referente ao PER/DCOMP. O pedido de restituição gerado pelo programa PER/DCOMP foi transmitido com o objetivo de ter reconhecido direito creditório correspondente a COFINS – Código de Receita 2172, tendo sido pleiteado crédito, correspondente ao DARF recolhido. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para a quitação de créditos do contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição. Assim, diante da inexistência de crédito, o Pedido de Ressarcimento foi indeferido. Como o enquadramento legal citouse: art. 165 da Lei Nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) Cientificado do Despacho Decisório em 16/08/2012, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade, tendo feito referência à legislação que trata da COFINS e do PIS, além de disposições da Constituição Federal e do Código Tributário Nacional (CTN). Concluiu o manifestante que tais contribuições só podem incidir sobre o fat7uramento que representa, unicamente, o somatório dos valores das opções negociadas. Prosseguindo, argumentou que descabe assentar que os contribuintes do PIS e da COFINS “ faturam ICMS”, uma vez que o ICMS não é receita da empresa e sim um desembolso a beneficiar o Estado, que tem a competência para cobrálo. Asseverou também que não se pode aceitar a incidência do PIS e da COFINS sobre outro imposto. Ao final, requer seja acatado o Pedido de Restituição. 3 Fl. 39DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 A DRJ de Belo Horizonte (DRJ/BHE) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, cuja ementa do acórdão está assim redigida: ASSUNTO: Contribuição Para Financiamento da Segurança SocialCofins PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDTTO NÃO COMPROVADO Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de restituição. Inconformada com a improcedência da impugnação, a contribuinte interpôs, recurso a qual denominou de Recurso Voluntário, onde em suas razões, requer seja concedido o pedido de restituição. É o sucinto relatório. 4 Fl. 40DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Tanto na manifestação de inconformidade apresentada, quanto no recurso voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS da base de cálculo da COFINS. Primeiramente, necessário destacar se há necessidade ou não de sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria, medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos em trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/1998, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF. (MCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008) Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do relator. (QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida. (2ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Por fim, em sessão plenária do dia 25.03.2010, o Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e oitenta) dias, a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. (3ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Celso de Mello) Deste modo, entendese que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de 25.03.2010, perdeu a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Assim, entendese que não deve haver o sobrestamento da matéria. Outrossim, cabe ainda destacar que o § 1º do Art. 62A do Regimento Interno do CARF que faz referência a contribuinte no presente Recurso Voluntário (interposto em 19/12/2013), estava inclusive já revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013. Cumpre ressaltar inclusive que a presente Turma ao apreciar a mesma matéria já se manifestou no sentido de não sobrestar o processo. Tal decisão ocorreu por unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/201071, de Relatoria do Conselheiro José Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido: 5 Fl. 41DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 “Acordam os membros do colegiado: (I) Por unanimidade de votos, não sobrestar o processo; (II) Por unanimidade votos, negar provimento ao recurso em relação às preliminares de cerceamento de defesa e de que o crédito tributário já sido constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso em relação à preliminar de vício do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.” (grifouse) Deste modo, entendo por não sobrestar o presente processo. Analisando o mérito, verificase que a recorrente alega que o ICMS não deve incluir na base de cálculo da COFINS com base no art. 155, inciso II, da CF/88, colacionando precedente de repercussão geral. Apesar de entendimento diverso desse relator, o pedido do contribuinte vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada do STJ. Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor: STJ Súmula nº 68 15/12/1992 DJ 04.02.1993 ICM Base de Cálculo do PIS A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS. Em igual sentido o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região assim tem se manifestado: EMENTA: PIS. COFINS. ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INADMISSIBILIDADE. Os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Por isso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo ser excluídos do cálculo do PIS/COFINS, que têm, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 3º, §2º, I, da Lei 9.718/98. (TRF4, AC 5008959 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013) 6 Fl. 42DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Deste modo, entendese que os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Assim, seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Diante disso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo deixar de ser incluídos no cálculo da COFINS, que tem, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. Assim, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator 7 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13842.000407/2003-28
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1997
PROCESSO ADMINISTRAVIO FISCAL. NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COBRANÇA.
O art. 74, § 9º da Lei nº 9.430/96 só autoriza a interposição de manifestação de inconformidade contra o fundamento adotado para a não homologação da compensação. Aspectos relativos à cobrança do débito resultante da não homologação de compensação só podem ser discutidos sob o rito da Lei nº 9.784/99.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3403-003.245
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Paulo Roberto Stocco Portes (suplente), Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COBRANÇA. O art. 74, § 9º da Lei nº 9.430/96 só autoriza a interposição de manifestação de inconformidade contra o fundamento adotado para a não homologação da compensação. Aspectos relativos à cobrança do débito resultante da não homologação de compensação só podem ser discutidos sob o rito da Lei nº 9.784/99. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Paulo Roberto Stocco Portes (suplente), Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 2. 00 04 07 /2 00 3- 28 Fl. 156DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de pedido de restituição protocolado pelo contribuinte em 06/10/2003, referente às retenções efetuadas em pagamentos por órgão público durante o ano calendário de 1997, no valor de R$ 143.638,14. O pedido foi cumulado com o Perdecomp 6691.45639.141003.1.3.04810. Por meio do despacho decisório de fls. 106/107, a autoridade administrativa indeferiu o pedido de restituição e não homologou a compensação intentada, sob o fundamento de que ocorreu a decadência do direito de o contribuinte solicitar a repetição do indébito, a teor do art. 168, I, do CTN. Em sede de manifestação de inconformidade, o contribuinte alegou o seguinte: “I OS FATOS Inicialmente, foi elaborado um Pedido de Restituição e, na seqüência, um Pedido de Compensação com débitos existentes, neste caso, de Imposto de Renda Retido na Fonte, em virtude de impostos também retidos por órgãos governamentais a qual este contribuinte estava vinculado. Em análise tributária realizada pela Receita Federal do Brasil, constatouse que "As retenções foram efetuadas no anocalendário 1997, o pedido de restituição protocolado em 06/10/2003, e, segundo estabelecido pelo Código Tributário Nacional, o direito de pleitear esses valores retidos decaiu em 1° de janeiro de 2003, sendo, portanto, atingidos pelo instituto da decadência." Ademais, intimounos para que no prazo de 30 dias contados do recebimento da referida comunicação, que foi em 09 de outubro de 2008, recolhêssemos aos cofres da Fazenda Nacional o valor constante do DARF ref. Processo 13842.000407/200328 que foi encaminhado em anexo. Fato este totalmente descabido, pois é inadmissível a cobrança em duplicidade de um mesmo tributo. II — O DIREITO O tributo constante do DARF (COFINS 2172) encaminhado encontrase inscrito em Divida Ativa da União, como pode atestar pesquisa da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, portanto já em fase de cobrança. III — A CONCLUSÃO A vista de todo o exposto, demonstrada, principalmente, a insubsistência e a improcedência da cobrança do DARF de COFINS, código 2172, encaminhado juntamente com a Comunicação 13842/SJRPARDO no 227/2008, espera e requer que seja acolhida a impugnação para o devido cancelamento, evitandose assim, a cobrança injusta e em duplicidade.” Por meio do Acórdão nº 42.558, de 24 de junho de 2013, a 6ª Turma da DRJ Ribeirão Preto julgou a manifestação de inconformidade improcedente. A DRJ considerou como matéria não impugnada o fundamento do despacho decisório (decadência do direito do contribuinte pedir restituição). Quanto ao pedido de cancelamento da cobrança, por considerar que os débitos se encontram inscritos em dívida ativa da União, a DRJ não tomou conhecimento da matéria, sob o argumento de que sua competência, em tema de restituição e compensação, se limita à matéria já apreciada pela autoridade administrativa e que seja objeto Fl. 157DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13842.000407/200328 Acórdão n.º 3403003.245 S3C4T3 Fl. 3 3 de manifestação de inconformidade. A questão da suposta cobrança em duplicidade é matéria que deve ser discutida perante o Delegado da Receita Federal ou a Procuradoria da Fazenda Nacional. Regularmente notificado do acórdão de primeira instância em 27/08/2013, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 26/09/2013, insurgindose novamente contra a cobrança. Alegou que se não há valores a restituir ou a compensar não pode a Receita Federal incluir tais valores em cobrança, pois o órgão competente para cobrança já o está fazendo. Houve a retenção dos valores discriminados no Comprovante Anual de Retenção (fl. 2) e também na DIPJ houve a comprovação de prejuízo no período, assim como a própria autoridade afirma, os valores referentes a retenção do IRPJ e da CSLL são passíveis de restituição ou compensação. A autoridade singelamente preferiu não homologar as compensações e silenciar quanto aos valores de IRPJ e CSLL. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Conforme se verifica nos autos, a restituição foi indeferida e as compensações pleiteadas não foram homologadas porque a autoridade administrativa entendeu que ocorreu a decadência do direito do contribuinte solicitar a repetição do indébito. Contra o fundamento do despacho decisório a defesa não traçou uma só linha nem na manifestação de inconformidade e tampouco no recurso voluntário. O contribuinte quer discutir a cobrança dos valores e matéria relativa a suposto prejuízo no âmbito do IRPJ e CSL que nada tem a ver com a questão da restituição. O art. 74 § 9º da Lei nº 9.430/96 só autoriza o contribuinte a apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. No caso concreto, a não homologação está calcada na caducidade do direto do contribuinte pedir restituição. Não há amparo legal para contestar a cobrança do débito resultante da não homologação. O simples fato de os valores estarem na Procuradoria da Fazenda Nacional, não significa que já estejam sendo executados e nem que haverá cobrança em duplicidade. De qualquer forma, tal discussão não pode ser travada nesta instância de julgamento, pois matéria de cobrança está fora do rito do Decreto 70.235/72. Desse modo, considero correto o entendimento da DRJ Ribeirão Preto, ao não tomar conhecimento da questão relativa à cobrança e em declarar não impugnada a matéria que fundamentou o indeferimento do pedido de restituição. Se a matéria de cobrança está fora do âmbito de competência das Delegacias de Julgamento, a teor do art. 233, IV, da Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 (Regimento Interno da Receita Federal), então é óbvio que o contribuinte não tem direito de discutir essa matéria na via do Decreto nº 70.235/72, restandolhe o rito da Lei nº 9.784/99. Com esses fundamentos, voto no sentido de não tomar conhecimento do recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 159DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10840.910797/2009-63
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF.
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL
Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.786
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberandose, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixase de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 91 07 97 /2 00 9- 63 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 160 2 Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 160DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 161 3 Relatório Tratase de pedido de compensação por intermédio do qual a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de PIS/COFINS. Preliminarmente a Recorrente foi intimada a esclarecer os valores mensais consignados a título de Faturamento/Receita Bruta em sua DIPJ retificadora, tendo em vista que o valor dessa rubrica foi sistematicamente reduzido nas suas DIPJ retificadoras dos anos calendário de 2001 e 2002. A interessada, em cumprimento ao despacho apresentou demonstrativo de fls. informando que a alteração se deu em decorrência da existência de valores excluídos da base referentes a comissões, descontos obtidos, juros recebidos, receitas financeiras e variação monetária ativa, apresentando na manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário cópia parcial do livro razão e do Registro de Apuração do ICMS. Por despacho decisório, foi reconhecido em parte direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, homologada parcialmente a compensação declarada. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que seu crédito decorre do pagamento a maior de receitas financeiras que devem ser excluídas da base de cálculo das contribuições e da indevida inclusão do ICMS na base de cálculo das mesmas. A DRJ de Ribeirão Preto julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTAŔIO Anocalendário: 2002 CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALCANCE. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. CONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA REGIMENTAL. A instancia administrativa não possui competência regimental para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA DAS DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 162 4 A competência das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) para reexame de decisões sobre pedidos de restituição e compensação, em sede recursal administrativa, limitase à matéria objeto do pedido, que tenha sido apreciada pela autoridade a quo competente, e sobre a qual se estabeleça litígio. DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido Apresenta a Recorrente Recurso Voluntário no qual alega em síntese que: a) é INADMISSÍVEL a inclusão de receitas financeiras na base de cálculo da COFINS/PIS, haja vista que, por força da interpretação estabelecida tanto pelo Supremo Tribunal Federal como pelo Superior Tribunal de Justiça à Lei Federal n° 9.718, de 1998, APENAS o faturamento (resultado da venda de mercadorias e serviços) poderá ser objeto de incidência daquela exação, EXCLUÍDAS, assim, as receitas financeiras e outras receitas, que não se encaixam nesse conceito; b) é correta a exclusão de valores de ICMS da base de cálculo da COFINS, eis que não se trata de faturamento ou sequer receita da pessoa jurídica, mas simples ingresso pertencente a terceiros (no caso, o Estado de São Paulo) que circula no caixa da empresa, mas para ela representa ônus. É o que importa relatar. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 163 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, relator. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme apontado são dois os pontos em exame no presente processo, o um a inclusão na base de cálculo das contribuições cumulativas para o PIS e para a COFINS das receitas financeiras da pessoa jurídica; e, o dois a possibilidade de se excluir da respectiva base de cálculo o ICMS. Em prelação ao primeiro ponto, como se sabe, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) julgou indevida ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718/1998 no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, conforme ementa abaixo colacionada: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Destacase, nesse aspecto, que a matéria foi reconhecida como de “Repercussão Geral” e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 585.235, abaixo colacionado: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão Fl. 163DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 164 6 constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. Assim, considerandose o disposto no art. 62A da Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF n.º 586, de 21 de dezembro de 20101 (Regimento Interno do CARF), os Conselheiros do CARF são obrigados a aplicar as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, e assim, devemos afastar a tributação do PIS e da COFINS exigidas com base no disposto no art. 3º, § 1º, da Lei n.º 9.718, de 1998. Nada obstante, o órgão judicante a quo esqueceuse do dever da autoridade preparadora em zelar pela instrução na busca da verdade material, a teor do disposto na Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999, artigo 292, artigo 36, inteligência do artigo 37, artigo 38 e artigo 393. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (alterações introduzidas pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010). 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º. O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º. Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 165 7 Negar o direito da contribuinte ao aproveitamento de seu crédito configuraria enriquecimento sem causa do Estado. Especificamente quanto à verdade material, transcrevo oportunas lições de Marcos Vinicius Neder e de Maria Tereza Martinez López4: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados devem ser devidamente examinados para se apurar se os referidos créditos estão corretos. Quanto à inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS tenho que não é possível aos membros desse conselho examinar a matéria, pois se trata de matéria constitucional e o controle de constitucionalidade das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso. Neste sentido, o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, assim dispõe: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)(grifouse) (...) § 6º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo 4 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 74. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.910797/200963 Acórdão n.º 3801003.786 S3TE01 Fl. 166 8 I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que. fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts, 18 e 19 da Lei n° 10,522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, Vale observar que, no caso em tela, não ocorreu nenhuma das exceções previstas no §6° do artigo acima transcrito. Outrossim, essa discussão já se encontra pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conforme o disposto na Súmula 2: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nesse sentido, voto por julgar parcialmente procedente o recurso para reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 166DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 11080.723639/2012-82
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício:2008,2009
NULIDADE.
No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio.
CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA. EMPREGO DE TODOS OS MATERIAIS.
A partir de 01.01.1999, para fins de apuração do lucro presumido, na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo da CSLL somente será de 8% (oito por cento) quando houver emprego de mão de obra e de todos os materiais indispensáveis à sua execução, que sejam inclusive incorporados à obra.
DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA.
Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 1803-002.300
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado: (1) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à atividade de construção civil; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que negavam provimento ao recurso voluntário; (2) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à contratação por empreitada; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que negavam provimento ao recurso voluntário; (3) por maioria de votos negaram provimento ao recurso voluntário em relação ao fornecimento de materiais; vencidos os Conselheiros Arthur José André Neto e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício:2008,2009 NULIDADE. No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA. EMPREGO DE TODOS OS MATERIAIS. A partir de 01.01.1999, para fins de apuração do lucro presumido, na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo da CSLL somente será de 8% (oito por cento) quando houver emprego de mão de obra e de todos os materiais indispensáveis à sua execução, que sejam inclusive incorporados à obra. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado: (1) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à atividade de construção civil; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que negavam provimento ao recurso voluntário; (2) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à contratação por empreitada; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que negavam provimento ao recurso voluntário; (3) por maioria de votos negaram provimento ao recurso voluntário em relação ao fornecimento de materiais; vencidos os Conselheiros Arthur José André Neto e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
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No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA. EMPREGO DE TODOS OS MATERIAIS. A partir de 01.01.1999, para fins de apuração do lucro presumido, na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo da CSLL somente será de 8% (oito por cento) quando houver emprego de mão de obra e de todos os materiais indispensáveis à sua execução, que sejam inclusive incorporados à obra. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado: (1) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à atividade de construção civil; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 36 39 /2 01 2- 82 Fl. 540DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 541 2 negavam provimento ao recurso voluntário; (2) por voto de qualidade dar provimento ao recurso voluntário em relação à contratação por empreitada; vencidos os Conselheiros Sérgio Rodrigues Mendes, Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano que negavam provimento ao recurso voluntário; (3) por maioria de votos negaram provimento ao recurso voluntário em relação ao fornecimento de materiais; vencidos os Conselheiros Arthur José André Neto e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. Relatório Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 273286, com a exigência do crédito tributário no valor de R$641.186,47 a título de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), juros de mora e multa de ofício proporcional referente ao quarto trimestre do anocalendário de 2007 e primeiro e segundo trimestres do ano calendário de 2008 apurado pelo regime de tributação com base no lucro presumido. O lançamento fundamentase na aplicação indevida no coeficiente de determinação do lucro presumido, em conformidade com a análise do Contrato nº 12000031684072, fls. 93114, pactuado entre a Contratante/Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (CNPJ 33.000.167/000101) e a Contratada/Recorrente, em vez que “ a prestação de serviços na área da engenharia mecânica ou mesmo de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais, tem suas receitas sujeitas à aplicação do percentual de 32% para determinação da base de cálculo presumida, tanto do IRPJ, quanto da CSLL”, de acordo com o Relatório da Ação Fiscal, fls. 255272. Houve aplicação incorreta do percentual de determinação do lucro presumido de 8% sobre as receitas tributáveis auferidas na atividade de prestação de serviços, quando o correto, para esta atividade, seria 32%, o que acarretou as diferenças a menor de IRPJ apurado pelo sujeito passivo, em conformidade com o Relatório Fiscal, fls. 255272. O valor do IRPJ apurado de ofício pela diferença e aplicado o coeficiente de 24% sobre receita para fins de apuração da base tributável. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 518 e art. 519 do Regulamento do Imposto de Renda constante no Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR, de 1999). Cientificada, a Recorrente apresenta a impugnação, fls. 289313, com as seguintes alegações: Esclarece que se dedica à atividade de prestação de serviço de engenharia e construção civil, as quais de ofício foram consideradas como de empreitada. Fl. 541DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 542 3 Suscita que: As atividades desenvolvidas pela Impugnante no período de 01/2007 a 12/2008, e que deram origem às diferenças de IRPJ apontadas no auto de infração impugnado, referemse aos serviços de manutenção e montagem de torres, vasos, reatores e permutadores de calor, prestados para a empresa "Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás", objeto do Contrato n. 1200.0031684.07.2 [...]. Esses serviços foram executados pela Impugnante, individualmente, e, também, através de Sociedade em Conta de Participação (SCP), tendo como sócia participante a pessoa jurídica "BG Engenharia Ltda.", e, a autuada, como sócia ostensiva. Considerando que os serviços prestados pela SCP eram os mesmos que aqueles realizados pela sócia ostensiva em suas operações próprias, a Agente Fiscal adotou o mesmo entendimento relativamente às atividades desenvolvidas pela SCP. Em síntese. No período compreendido de janeiro de 2007 a dezembro de 2008, a Impugnante considerou como base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, para fins de tributação pelo lucro presumido, o equivalente a 8% (oito por cento) da sua receita. Segundo o Fisco, entretanto, a base de cálculo do IRPJ deveria corresponder a 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta, porque a atividade prestada pela autuada (em suas operações próprias e através da SCP) não se enquadra no conceito de "construção civil" tal como previsto no Ato Declaratório Normativo COSIT n. 30/99 mas sim, como "prestação de serviços em geral", ou, de "engenharia mecânica", sendo, ademais, irrelevante perquirir se a prestação dos serviços se dá com, ou sem, o fornecimento de materiais. Esse entendimento do Fisco, entretanto, não se coaduna com a realidade fática e está em desconformidade com a legislação de regência, como adiante será demonstrado. [...] 2 DAS RAZÕES DE DIREITO QUE JUSTIFICAM O CANCELAMENTO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO 2.1 Considerações Iniciais. Objeto do Contrato de Prestação de Serviços n. 1200.0031684.07.2 e Escopo dos Serviços Prestados pela Impugnante Antes de procedermos à análise específica das normas que tratam da tributação da atividade de construção civil, é imperioso que, desde logo, se tenha conhecimento das atividades desenvolvidas pela Impugnante e, notadamente, dos serviços que por ela foram prestados junto à empresa"Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás", nos anoscalendário de 2007 e 2008. Fundada em 1992, a "Estrutural Serviços Industriais Ltda.", dedicase a obras de engenharia e construção civil em plantas industriais de empresas petrolíferas, químicas, petroquímicas, de celulose e papel,siderúrgicas, entre outras. No ano de 2007, ela foi contratada pela empresa "Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás", para prestar serviços de manutenção e montagem de torres, vasos, reatores e permutadores de calor na unidade de abastecimento de refino de petróleo do Município de CubatãoSP, conforme Contrato n. 1200.0031684.07.2 e seu Anexo n° 1. [...] Ainda, de conformidade com as Cláusulas 2.4.1 e 2.4.5, do Contrato de Prestação de Serviços em comento, a contratada "se obriga a fornecer os materiais, equipamentos, máquinas, veículos e ferramentas, necessários à execução de todos os serviços, conforme definido no Anexo nº 1", e a "Instalar um canteiro de obras ou Fl. 542DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 543 4 fazer as adaptações eventualmente necessárias no local fornecido pela PETROBRÁS, conforme definido no Anexo n. 1". Objetivando proporcionar, a esta Delegacia de Julgamento, o mais amplo conhecimento acerca da origem das receitas objeto da autuação fiscal, a Impugnante está anexando cópia dos seguintes documentos vinculados ao Contrato n. 1200.0031684.07.2: a) Instrumento de Contrato n. 1200.0031684.07.2 (firmado com a PETROBRÁS) e seu Anexo I [...]; b) resumo (descrição) dos serviços prestados pela Impugnante junto à unidade petrolífera de Cubatão/SP [...]; c) fotografias dos bens nos quais os serviços foram realizados [...]; d) Notas Fiscais/Fatura de Prestação de Serviços e Relatórios. Medição que lhes dão suporte [...]; e) Notas Fiscais dos Materiais utilizados na prestação (amostragem), tudo extraído do respectivo contrato [...]. Como se verifica pelas fotos que compõem os documentos do Contrato de Prestação de Serviços [...], todas as edificações e instalações existentes na unidade petrolífera, onde foram prestados os serviços, são obras pesadas, de grande vulto, e estão construídas sobre bases de sustentação incorporadas ao solo, sendo, portanto, parte integrante das mesmas. Por isso, como logo em seguida se verá, de acordo com os arts. 79 e 81 do Código Civil Brasileiro, tais instalações e edificações enquadram se no conceito de "bem imóvel". A atuação da Impugnante, na condição de contratada, foi a de prestar serviços nesses bens, que para todos os fins legais e jurídicos, são considerados bens imóveis. Já no que se refere ao tipo do serviço que foi prestado pela Impugnante, é imprescindível detalhar em que consistem os serviços de manutenção e montagem de torres, vasos, reatores e permutadores de calor, objeto do Contrato n. 1200.0031684.07.2. Nesse particular, tanto o resumo dos serviços, quanto as especificações contidas no Anexo I, ao contrato de prestação de serviços (Docs. 5 e 4), nos possibilita compreender melhor a amplitude da sua atuação, isto é, quais os serviços prestados pela Impugnante. No Anexo nº 1 desse contrato, a obrigação da Impugnante, de fornecer os materiais, aparece de forma clara, tal como se vê, por exemplo, nos seus Subitens 3.5.2 ("... f) fabricação e montagem de novos tirantes, espaçadores e chapas defletoras"), 5.7 (".. remoção do bocal a ser substituído, fabricação do novo bocal, preparação do costado para recebimento do novo bocal, sua montagem e soldagem, ensaios e testes previstos nas normas"); 5.11 (Nota 6 "o material para isolamento térmico e seus acessórios deverão ser fornecidos pela contratada"), 9.1.1 ("fornecer todo o material necessário para execução de soldas à arco elétrico manual, automáticas e semiautomáticas e corte oxiacetilênico, incluindo tenazes, bicos para corte e solda, ..."); 9.1.5 ("fornecer e instalar exaustores"); e, 9.1.6 ("fornecer bombas, mangueiras, válvulas, conexões e todos os manômetros..."). Como se vê, não obstante o contrato descreva o seu objeto, sucintamente, como sendo vinculado a serviços de "manutenção", tratase, na verdade, de obrigação que a Impugnante assume para prestação de serviços em regime de empreitada global, com o emprego de mãodeobra e fornecimento de materiais (ver Fl. 543DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 544 5 notas fiscais anexas [...]), para realização de reformas, pinturas, conservação e demais ajustes necessários, de modo que todo o complexo da unidade petrolífera continue funcionando com normalidade. A farta documentação que instrui a presente impugnação comprova e demonstra com maior clareza facilitando a compreensão dos argumentos da Impugnante a efetiva e real extensão das atividades por ela desenvolvidas, em face do pactuado com a PETROBRÁS. Nesse ponto, portanto, se justifica o argumento de que a favor da Impugnante milita a máxima no sentido de que a verdade material deve prevalecer sobre a verdade formal, pois o termo “manutenção", utilizado nos contratos, deve ser interpretado com certa dose de temperamento, diante das particularidades existentes no caso concreto. O termo "manutenção", como se sabe, representa, em linhas gerais, a combinação de todas as ações (técnicas ou administrativas) que tem por objetivo manter ou recolocar um bem em estado de plena utilização. Na literatura especializada, existem vários tipos de manutenção, como, por exemplo, a "corretiva não planejada e planejada", a "preventiva", a "preditiva" e a "detectiva", sendo, as mais comuns, as "corretiva" e "preventiva". O "gênero" manutenção, prestado pela Impugnante, tem como "espécies" a reforma, pintura e reparos. As fotografias, o resumo dos serviços, os Relatórios de Medição, as Notas Fiscais/Fatura de Prestação de Serviços e de Materiais fornecidos pela Impugnante demonstram, com fidelidade, a amplitude dos serviços por ela prestados, englobando fornecimento de mãodeobra e materiais. E isso é de fácil compreensão ao se analisar, notadamente, as fotos: a) dos trabalhos relacionados à pintura de equipamentos, incluindo a preparação de superfícies através de lixamento manual e aplicação das camadas de tinta; b) da montagem de andaimes internos e externos para a realização de tais atividades; c) de trabalhos envolvendo a substituição de tubulações de vasos e permutadores; d) de montagem e instalação de iluminação e alimentação elétrica; e, e) de reconstituição das bases de concreto dos equipamentos. Dessa forma, não há dúvida de que, os serviços prestados pela Impugnante foram realizados sob o regime de empreitada global com o fornecimento de mão de obra e de materiais, tal como comprovam as fotos que acompanham respectivo contrato, a descrição dos serviços realizados e as Notas Fiscais de materiais fornecidos com a prestação dos serviços. Por ter a Impugnante a convicção de que as suas atividades estão diretamente vinculadas àqueles bens agregados ao solo, e que, por isso, são conceituados como "bens imóveis", é que presumiu o seu lucro com base nos percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento), respectivamente, para fins do IRPJ e da CSLL, sobre a sua receita bruta auferida mensalmente. 2.2 Do Enquadramento das Atividades da Impugnante como Vinculadas ao Conceito de "Construção Civil". ADN COSIT nº 30/99 Fl. 544DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 545 6 Tal como demonstrado na narrativa dos fatos, a Agente Fiscal não aceitou, como correto, o procedimento da Impugnante de adotar, como base de cálculo do IRPJ, para fins de tributação pelo lucro presumido, o coeficiente de presunção de lucro de 8% (oito por cento) da sua receita bruta. A principal justificativa apresentada pelo Fisco, foi a de que, por se tratar de "prestadora de serviços em geral", ou, de "engenharia mecânica" e não de "construção civil" a Impugnante deveria apurar o montante do IRPJ (e da CSLL) devido, utilizando, como base de cálculo, 32% (trinta e dois por cento) da sua receita bruta, apontando, como fundamento para tal imposição, o Ato Declaratório Normativo COSIT n. 30, de 14/10/1999. Além desse entendimento equivocado, como logo em seguida se demonstrará a Auditora referiu que, segundo a definição do CREA, as atividades desenvolvidas pela Impugnante seriam privativas da "engenharia mecânica", e não de "construção civil", para o que a legislação exige, inclusive, o preenchimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O entendimento da Agente Fiscal, entretanto, não se harmoniza com a realidade. Como relatado nos itens precedentes, os serviços prestados pela Impugnante o foram em bens imóveis, existentes nas unidades petrolíferas, enquadrandose, ademais, no conceito de construção civil dado pelo Ato Declaratório Normativo COSIT n. 30/99. Para não deixar dúvidas, é de fundamental importância termos presente a definição do que vem a ser "construção civil", bem como as atividades que, de acordo com a legislação tributária, lhe são correlatas. [...] À luz do direito positivo, no caso, o Código Civil Brasileiro (Lei n. 10.402/02), não há a menor dúvida de que se considera "bem imóvel" tudo aquilo que lhe é incorporado, não se podendo transportar, sem destruição, de um lugar para outro [...]. Ora, todas as edificações e instalações existentes nas unidades petrolíferas, nas quais a Impugnante interveio, estão construídas sobre bases de sustentação incorporadas ao solo, sendo, portanto, parte integrante das mesmas. Por isso mesmo, de acordo com a legislação, tais instalações e edificações se enquadram no conceito de "bem imóvel". No caso em análise, ao se examinar as fotografias, o resumo dos serviços, os Relatórios de Medição, as Notas Fiscais/Fatura de Prestação de Serviços e de Materiais fornecidos pela prestadora, decorrentes do contrato firmado com a "PETROBRÁS", não há dúvidas de que a Impugnante executou serviços de montagem, reparação, pintura e manutenção em instalações, torres, vasos, permutadores e outras edificações existentes na unidade de refino de petróleo; bens estes que se constituem, pelas suas características, e segundo a legislação vigente, como sendo bens imóveis. [...] O Ato Declaratório Normativo COSIT n. 30/99 foi editado em razão da inclusão do § 4º, do art. 9º, da Lei n. 9.317/96, pela Lei n. 9.528/97, deixando inequívoca a amplitude conceitual do termo "construção de imóveis", para abranger, também, os seus serviços auxiliares, complementares e de outras obras semelhantes como é o caso da demolição, reparação, conservação ou reforma de imóveis, estradas, pontes e outros bens imóveis assim considerados pelo Código Civil. [...] Fl. 545DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 546 7 Ora, se o contrato de prestação de serviços firmado com a PETROBRÁS comprova que as atividades realizadas pela Impugnante, na unidade petrolífera, estão compreendidas no conceito de construção civil determinado pelo ADN Cosit n. 30/99, não há como sustentar que ela não exerce atividade de construção civil, como sugere a Agente Fiscal. Por isso, também não pode ser acolhido o argumento da Agente Fiscal, em seu relatório, no sentido de que todos os serviços prestados pela Impugnante exigem "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART) no "Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA)", pois, consoante o art. 1º, da Lei n. 6.496/77 ("Institui a 'Anotação de Responsabilidade Técnica' na prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional, e dá outras providências"),"Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à 'Anotação de Responsabilidade Técnica' (ART)". Portanto, ao contrário do que entendeu a Auditora Fiscal, tanto os serviços de "engenharia", como os de "construção civil", exigem a "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART), não sendo esse requisito, por si só, suficiente para diferenciar ambas as atividades. Por isso, não tem nenhuma relevância para o caso, o fato de que todos os serviços prestados pela Impugnante exigem "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART) no "Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA)" [...] Logo, tal justificativa qual seja, a de que os serviços prestados pela Impugnante necessitam de um responsável técnico para a execução dos serviços e do preenchimento da "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART) , não pode ser utilizada para manter o lançamento tributário, pois ambas as atividades estão intimamente relacionadas entre si. [...] Em síntese, diante de tudo o quanto foi exposto nos itens precedentes, não restam dúvidas de que as atividades desenvolvidas pela Impugnante (montagem e desmontagem de andaimes; caldeiraria, tubulação e soldas; pintura; manutenção de torres, vasos e permutadores; manutenção de caldeira; reconstituição das bases de concreto dos equipamentos; substituição de tubulações de vasos e permutadores e de outros componentes internos e periféricos; montagem e instalação de iluminação e alimentação elétrica), e que deram origem às suas receitas nos anosbase de 2007 e 2008, classificamse como "construção civil", não se tratando de "prestação de serviços em geral", ou, de "engenharia mecânica", como pretende fazer crer o Agente Fiscal. 2.3 A Questão Vinculada à Determinação do Coeficiente de Presunção, na Hipótese de Emprego de Materiais. Art. 32, da IN/SRF n. 480/04 (com a redação dada pela IN/SRF n. 539/05) e ADN COSIT n. 6/97 Mas não são apenas os fundamentos de direito supraelencados que dão suporte ao inconformismo da Impugnante. Há também de ser considerado mais o que segue. Fazendose a leitura da parte final do Item 3.6, do Relatório de Atividade Fiscal (fl. 11, Relatório da Ação Fiscal), observase que, para justificar a lavratura do auto de infração, a Auditora referiu que "Nas empreitadas de construção civil, a legislação permite a utilização de percentual de 8% para fins de apurar o lucro presumido, quando existe o fornecimento, além da mãodeobra, de todo o material a Fl. 546DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 547 8 ser incorporado à obra (IN 480/2004, artigos 1o e 32 e IN 539/2005), deixando, de observar o contido no Ato Declaratório Normativo COSIT n. 6/97, que, como se sabe, é o instrumento através do qual a Administração veicula a interpretação adotada pela Receita Federal do Brasil, no tocante à matéria atinente aos tributos por ela administrados. Mais adiante, a Agente Fiscal, concluiu seu raciocínio afirmando que "a prestação de serviços na área de Engenharia Mecânica ou mesmo de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais, tem suas receitas sujeitas à aplicação do percentual de 32% para determinação da base de cálculo presumida." [...] Todavia, já se viu, nos subitens precedentes, que as atividades realizadas pela Impugnante, diferentemente do que entendeu a Agente Fiscal, caracterizamse como de construção civil, e não, serviços gerais, ou, de engenharia mecânica. Ademais, devese ter presente que ditos trabalhos prestados pela Impugnante foram realizados com o fornecimento de materiais (chapas de aço, tubulações, tintas, telas de arame etc), conforme comprovam os documentos anexos [...], harmonizandose, inclusive, com o que foi contratado. Ora, é com base nessa situação fática, que deve ser aplicada a legislação tributária, tudo com o objetivo de determinar os montantes do IRPJ e da CSLL a serem recolhidos aos cofres públicos [...] Verificase, pelo contido na transcrição supra, que, excetuadas as atividades referidas nos incisos I a III, do § º1º, do art. 518, e, no § 1o,do art. 15, da Lei n. 9.249/95, a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro será equivalente, respectivamente, a 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) da receita bruta auferida no período. [...] Levandose em consideração o contido no Relatório de Atividade Fiscal e no auto de infração, verificase que a Agente Fiscal lançou o suposto crédito tributário ao entendimento de que a Impugnante dedicase à "prestação de serviços em geral", ou, de "engenharia mecânica", hipótese em que a tributação se dá sobre uma base correspondente a 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta auferida mensalmente pela empresa. Ocorre que, como foi exaustivamente demonstrado nos subitens precedentes, o entendimento adotado pela Agente Fiscal mostrase inconsistente, notadamente porque, no caso, os serviços prestados pela Impugnante enquadramse no conceito de construção civil, devendo como tal ser considerados pela legislação tributária (ADN COSIT n. 30/99, art. 9o, § 4o, da Lei n. 9.317/96). Ademais disso, conforme comprovam os documentos anexos, notadamente, o Contrato de Prestação de Serviços e seu Anexo I, as Notas Fiscais/Faturas de Prestação de Serviços e de Materiais fornecidos pelo prestador [...], os serviços prestados pela Impugnante, e que deram origem às receitas auferidas nos anos calendário de 2007 e 2008, foram realizados com o fornecimento de materiais, devendo, portanto, ser aplicados os coeficientes de presunção de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento), para fins de determinação do IRPJ e da CSLL. Além da farta prova documental juntada aos autos, e da legislação aplicável ao caso o que demonstra a inconsistência do procedimento fiscal é de suma importância ter presente, ainda, que a empresa contratante ("Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás"), em obediência à legislação tributária, efetuou a retenção do IRPJ e da CSLL sobre os pagamentos feitos à Impugnante [...], com base na Instrução Normativa SRF n. 480, de 15/12/2004, que, em seu art. 1º, § T, determina a Fl. 547DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 548 9 retenção, pela fonte pagadora, de 1,2% sobre o valor dos serviços prestados com emprego de materiais [...]. Esse percentual (1,2%) nada mais é senão o resultado da aplicação da alíquota de 15% de IRPJ sobre o coeficiente de presunção de 8% (15% x 8% = 1,2%), deixando, assim, bastante claro que o percentual de presunção de lucro adotado pela Impugnante (8% sobre a receita bruta mensal) é o mesmo que é utilizado no serviço de construção com fornecimento de materiais. A Auditora Fiscal, entretanto, na busca de argumentos para sustentar a aplicação do percentual de 32%, para determinar o valor do lucro presumido a ser tributado, sustenta que a IN/SRF n. 480/2004 (arts. 1º e 32) e a IN/SRF n. 539/2005 prevê a adoção do percentual de 8% na empreitada de construção civil, quando existe o fornecimento, além da mãodeobra, de todo o material a ser incorporado à obra, e que, a prestação de serviços na área de Engenharia Mecânica ou mesmo de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais, tem suas receitas sujeitas à aplicação do percentual de 32% para determinação da base de cálculo presumida. [...]. Como se vê, a legislação vigente à época dos fatos que deram origem às autuações fiscais, não deixa dúvidas de que a retenção efetuada pela fonte pagadora com base no percentual de 1,2%, não altera, de per si, os percentuais previstos na legislação (1,6%, 16%, ou 32%, dependendo da atividade do contribuinte), exceto quando se trata de serviços de construção civil com fornecimento de materiais, hipótese em que o coeficiente de presunção da pessoa jurídica beneficiária do pagamento, é aquele determinado no momento da retenção (no caso, 15% x 8% = 1,2%). Ora, a empresa contratante ("PETROBRÁS"), sociedade de economia mista de grande porte, organizada de forma altamente eficiente, sujeita a auditorias de toda ordem, conhecedora dos serviços contratados, aplicou a legislação de forma correta, retendo 1,2% dos valores pagos à impugnante, especialmente porque os serviços por ela prestados foram de manutenção e reforma de bens imóveis existentes na sua unidade petrolífera. Assim, olhando a questão também sobre esse ângulo constata se, igualmente, o acerto do procedimento adotado pela Impugnante. [...] Por tudo o quanto foi elencado nas linhas precedentes, a conclusão a que se chega é que, por qualquer ângulo que se analise as justificativas apresentadas pela Sra. Auditora Fiscal, não há nenhuma razão que possa ser tomada por base para convalidar o Auto de Infração. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referências a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: 3 SÍNTESE CONCLUSIVA Como exposto, as razões apontadas pela Impugnante, para justificar o cancelamento da autuação fiscal, são, em apertada síntese, as seguintes: a) os serviços de montagem, reparação, pintura e manutenção de torres, vasos, permutadores, tubulações, reatores e outras estruturas da empresa contratante (PETROBRÁS), constituemse em obras de grande vulto, executadas em bases de Fl. 548DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 549 10 sustentação que estão fixadas ao solo, portanto, realizadas em "bens imóveis", caracterizandose como "prestação de serviços de construção civil", b) doutrina e legislação conceituam "construção civil" como sendo a atividade que se exerce sobre bens imóveis, assim considerado o solo e tudo o que nele se agrega, não se podendo transportar, sem destruição, de um lugar para outro (Código Civil, arts. 79 e 81); c) de acordo com o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 30, de 14.10.1999, a atividade de "construção" é gênero, da qual são espécies a "edificação", "demolição", "reforma", "reconstrução", "reparação", "pintura", "colocação de vidros e esquadrias", em bens imóveis; d) os serviços prestados pela Impugnante, nos anos de 2007 e 2008, junto à PETROBRÁS, abrangem montagem e desmontagem de andaimes; caldeiraria, tubulação e soldas; pintura; manutenção de torres, vasos e permutadores; manutenção de caldeira; reconstituição das bases de concreto dos equipamentos; substituição de tubulações de vasos e permutadores e de outros componentes internos e periféricos; montagem e instalação de iluminação e alimentação elétrica, enquadrandose no conceito de "construção civil", definido pelo ADN COSIT n. 30/99, havendo, inclusive, decisões no mesmo sentido, como se vê na ementa do Acórdão 1020315, de 13.07.2009, proferido pela 7a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre, e, no Acórdão n. 1202000.612, de 18 de outubro de 2011, da Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF); e) tanto os serviços de "engenharia" como os de "construção civil", exigem a "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART), não sendo esse requisito, por si só, suficiente para diferenciar ambas as atividades; f) considerando que o serviço foi prestado juntamente com o fornecimento de materiais, a apuração do IRPJ e da CSLL segue o disposto no art. 518 do RIR/99 e nos arts. 15 e 20, da Lei n. 9.249/95 (com a redação dada pela Lei n. 10.684/03), que determinam a aplicação dos coeficientes de presunção de 8% e 12% sobre a receita bruta, respectivamente; g) de acordo com o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 6, de 13.01.1997, na atividade de "construção civil", o percentual de 32% sobre a receita bruta somente se aplica quando houver emprego de mãodeobra, sem o emprego de materiais: h) a retenção de 1,2%, pela fonte pagadora (PETROBRÁS), deixa claro que o percentual de presunção adotado pela recorrente nos anoscalendário de 2007 e 2008 (8% sobre a receita bruta mensal), está correto, o que é corroborado, inclusive, pelo art. 32, inc. II, da Instrução Normativa SRF n. 480/04 (na redação dada pela IN SRF n. 539/05), e, por fim, que i) a retenção efetuada pela fonte pagadora com base no percentual de 1,2%, não altera os percentuais previstos na legislação, exceto em relação aos serviços de construção civil com fornecimento de materiais, hipótese em que o coeficiente de presunção da pessoa jurídica beneficiária do pagamento, é aquele determinado no momento da retenção (no caso, 15% x 8% = 1,2%), consoante art. 32, inc. II, da Instrução Normativa SRF n. 480/04 (na redação dada pela IN SRF nº 539/05). Dessa forma, entende, a Impugnante, que restou demonstrado o acerto do seu modo de proceder, e que nenhum dos argumentos elencados pelo Fisco justifica a Fl. 549DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 550 11 manutenção do crédito tributário lançado, devendo, por isso, ser acolhida a presente impugnação, para o fim de determinarse o cancelamento da exigência tributária que lhe foi imposta através do auto de infração. DO PEDIDO Por todo o exposto, requer, a Impugnante, que sejam acolhidas as razões de direito supraelencadas para julgar procedente a impugnação e determinar o cancelamento do auto de infração em debate. Está registrado como ementa do Acórdão da 5ª TURMA/DRJ/POA/RS nº 10 40.767, de 11.10.2012, fls. 426438: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/12/2007, 31/03/2008, 30/06/2008 LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. NÃO COMPROVAÇÃO DESTA ATIVIDADE. As atividades de montagem e manutenção industrial, ainda que realizadas sob a modalidade de empreitada, não caracterizam obras de construção civil, sujeitando as receitas assim auferidas à aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento) para determinar a base de cálculo do IRPJ sob o regime de tributação com base no lucro presumido. COMPROVAÇÃO DO EMPREGO DE TODOS OS MATERIAIS INDISPENSÁVEIS. Mesmo na atividade de prestação de serviços de construção civil sob o regime de empreitada, o percentual de presunção do lucro é de 32%, quando não houver comprovação do fornecimento de todos os materiais indispensáveis à execução da obra. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Notificada em 12.11.2012, fl. 441, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 28.11.2012, fls. 443472, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge e reitera os argumentos apresentados na impugnação. Acrescenta: Como já destacado [...] a DRJ/POA manteve o auto de infração, por entender que, não obstante o [...] ADN COSIT n° 6/1997 determine que, quando houver o emprego de material, em qualquer quantidade, o percentual aplicável sobre a receita bruta da pessoa jurídica para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ mensal corresponde a 8% (oito por cento), esse coeficiente sería inaplicável à tributação pela sistemática do lucro presumido, em virtude da vedação contida no inciso II, do referido ato normativo (que proíbe as pessoas jurídicas que se dedicam à atividade de construção civil, de tributarem seus resultados com base no lucro presumido). [...] Fl. 550DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 551 12 Assim, a partir do anocalendário de 1993,todas as pessoas jurídicas que, como a Recorrente, dedicavamse à prestação de serviços de construção civil, estavam proibidas de optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, sendo, por óbvio, vedada a aplicação do percentual de 8% para aferição da base de cálculo, tal como disposto no inciso II, do ADN COSIT n° 06/97. Todavia, com o advento da Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998, sobrevieram profundas e importantes modificações na Lei n° 8.541/92, dentre as quais estava justamente a que desobrigava as pessoas jurídicas prestadoras de serviços de construção civil, a tributarem os seus resultados com base no lucro real [...]. Como se vê, a conclusão a que chegou a col. 5a Turma da DRJ/POA de que o percentual de 8% sobre a receita bruta somente se aplicaria às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, conforme disposto no inciso II, do ADN COSIT n° 6/97 parte de uma premissa equivocada, pois, como demonstrado, o inciso II, do ADN COSIT n° 6/97 visava esclarecer os dispositivos da legislação do imposto de renda vigentes à época (Leis ns. 8.541/92 e 9.249/95). Portanto, o entendimento adotado pela Turma Julgadora mostrase absolutamente inconsistente, porque, a partir da 01/01/1999, todas as pessoas jurídicas que, como a Recorrente, dedicavamse à prestação de serviço de construção civil, passaram a ter o direito de tributar os seus resultados com base no lucro presumido, aplicando o percentual de 8% sobre a receita bruta, sempre que houvesse o emprego de material, em qualquer quantidade (ADN COSIT n° 6/97, inciso I). [...] Nesse particular, cabe salientar que,contrariamente ao que entenderam os nobres Julgadores, os materiais relacionados nas notas fiscais juntadas aos autos não se constituem simplesmente de material de consumo. Tais materiais, cabe salientar, são essenciais para a obra, tanto que as integram fisicamente, não podendo ser separadas destas. A distinção pretendida pelos Julgadores, no sentido de que nãose tratam de materiais essenciais à obra, não possui qualquer respaldo jurídico. 3.3.17 Além da farta prova documental juntada aos autos e da legislação aplicável ao caso o que demonstra a inconsistência do procedimento fiscal é de suma importância ter presente, ainda, que a empresa contratante ("Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás"), em obediência à legislação tributária, efetuou a retenção do IRPJ e da CSLL sobre os pagamentos feitos à Recorrente, com base na Instrução Normativa SRF n. 480, de 15/12/2004, que,em seu art. 1 °, § 7º, determina a retenção, pela fonte pagadora, de 1,2% sobre o valor dos serviços prestados com emprego de materiais [...]. Esse percentual (1,2%) nada mais é senão o resultado da aplicação da alíquota de 15% de IRPJ sobre o coeficiente de presunção de 8% (15% x 8% = 1,2%), deixando, assim, bastante claro que o percentual de presunção de lucro adotado pela Recorrente (8% sobre a receita bruta mensal) é o mesmo que é utilizado no serviço de construção com fornecimento de materiais. [...] Registrese que existem diversas decisões/feridas no âmbito administrativo tanto das Delegacias de Julgamento da Receita Federal do Brasil quanto dos seus Órgãos Consultivos, no sentido de que se tratando de execução de obras de engenharia civil, com emprego de materiais, o percentual de presunção da base de cálculo do IRPJ e da CSLL será de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) respectivamente [...] Fl. 551DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 552 13 Por tudo o quanto foi elencado nas linhas precedentes, a conclusão a que se chega é que, por qualquer ângulo que se analise as justificativas apresentadas pela 5a Turma da DRJ/POA, não há nenhuma razão que possa ser tomada por base para convalidar o argumento de que a Autuada não exerce atividade de "construção civil". A jurisprudência, a doutrina e a legislação acima reproduzidas, comprovam que nenhum dos argumentos elencados pelo Fisco justifica a manutenção do crédito tributário lançado. Dessa forma, entende, a Recorrente, que restou demonstrado o acerto do seu modo de proceder, devendo, por isso, ser acolhido e provido o presente recurso para o fim de determinarse o cancelamento das exigências tributárias que lhe foram impostas através dos autos de infração. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referências a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: Em face do exposto, diante das razões de direito supra, requer, a Recorrente, que seja dado provimento a este recurso para reformar a decisão origem, determinandose, por consequência, o cancelamento das exigências tributárias, que lhe estão sendo impostas. Nos memoriais esclarece que, fls. 477478: Através do Contrato de n° 1200.0031684.07.2; a Recorrente prestou serviços de "manutenção e montagem de torres, vasos, reatores e permutadores de calor na unidade de abastecimento de refino de petróleo no Município de CubatãoSP", se obrigando a fornecer os materiais, equipamentos máquinas, veículos e ferramentas, necessárias à execução de todos os serviços conforme definido no Anexo 1, do aludido contrato, bem como a instalar um canteiro de obras ou fazer as adaptações eventualmente necessárias no local fornecido pela Petrobrás. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente menciona que o lançamento não poderia ter sido formalizado. Fl. 552DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 553 14 Na atribuição do exercício da competência da RFB, em caráter privativo, cabe ao AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, no caso de verificação do ilícito, constituir o crédito tributário pelo lançamento, cuja atribuição é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Cabe ressaltar que o lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação à pessoa jurídica, nos casos em que a autoridade dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. Também pode ser efetivado por autoridade de jurisdição diversa do domicílio tributário da pessoa jurídica e fora do estabelecimento, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador1. O Auto de Infração foi lavrado com a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinação da matéria tributável, cálculo do montante do tributo devido, identificação do sujeito passivo, aplicação da penalidade cabível e validamente cientificada a Recorrente, requisitos lhe conferem existência, validade e eficácia, nos estritos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional. A contestação aduzida pela defendente, por isso, não pode ser sancionada. A Recorrente discorda do procedimento fiscal. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais2. I Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. O regime de tributação com base no lucro presumido trimestral é uma opção da pessoa jurídica para todo anocalendário, desde que observados os requisitos legais, devendo ser manifestada com o pagamento do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada anocalendário. A pessoa jurídica pode optar pelo pagamento do IRPJ devido em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder. É determinado pelo somatório do ganho de capital, da receita financeira e das demais receitas auferidas, bem como do valor resultante da aplicação do coeficiente legal correspondente a sua atividade econômica sobre a receita bruta total auferida no período de apuração. Quando se tratar de pessoa jurídica com atividades diversificadas serão adotados os percentuais específicos para cada uma das atividades econômicas, cujas receitas deverão ser apuradas separadamente. 1 Fundamentação legal: art. 142 e art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, art. 10 e art. 59 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 2º e art. 4º da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 e Súmulas CARF nºs 8, 27 e 46. 2 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 553DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 554 15 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Somente podem ser excluídos da receita bruta as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante, uma vez que se presume que uma parcela da receita bruta foi consumida na produção dos rendimentos decorrentes da atividade econômica. A pessoa jurídica deve manter o Livro Registro de Inventário, bem como a escrituração contábil nos termos da legislação comercial, ressalvada a hipótese, neste caso, de escriturar o Livro Caixa, incluindo toda a movimentação financeira, inclusive bancária. Para fins de análise da matéria tratada nos presentes autos, tornase imprescindível discorrer sobre: (a) construção civil, (b) contratação por empreitada e (c) fornecimento de materiais. A Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, determina: Art. 5° Sem prejuízo do pagamento mensal do imposto sobre a renda, de que trata o art. 3°, desta lei, a partir de 1° de janeiro de 1993, ficarão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I cuja receita bruta total, acrescida das demais receitas e dos ganhos de capital, no anocalendário anterior, tiver ultrapassado o limite correspondente a 9.600.000 Ufir, ou o proporcional ao número de meses do período quando inferior a doze meses; II constituídas sob a forma de sociedade por ações, de capital aberto; III cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; IV que se dediquem à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis e à execução de obras da construção civil; V que tenham sócio ou acionista residente ou domiciliado no exterior; VI que sejam sociedades controladoras, controladas e coligadas, na forma da legislação vigente; VII constituídas sob qualquer forma societária, e que de seu capital participem entidades da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; VIII que sejam filiais, sucursais, agências ou representações, no País, de pessoas jurídicas com sede no exterior. Fl. 554DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 555 16 IX que forem incorporadas, fusionadas, ou cindidas no ano calendário em que ocorrerem as respectivas incorporações, fusões ou cisões; X que gozem de incentivos fiscais calculados com base no lucro da exploração. Sobre a matéria, a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, determina: Art. 2º O imposto de renda das pessoas jurídicas e a contribuição social sobre o lucro líquido serão determinados segundo as normas da legislação vigente, com as alterações desta Lei. [...] Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Vide Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida Provisória nº 627, de 2013) (Vigência) § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II dezesseis por cento: a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei; III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, [...]; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). [...] Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei Fl. 555DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 556 17 no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei nº 10.684, de 2003) A legislação específica que subsumese ao caso concreto tratado nos autos, que é o exercício da atividade de construção por empreitada, inclui o Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6, de 13 de janeiro de 1997, que disciplina da matéria com base na legislação em vigor à época, da seguinte forma: O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 147, inciso III, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria do Ministro da Fazenda nº 606, de 03 de setembro de 1992, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e no art. 3º da IN SRF nº 11, de 21 de fevereiro de 1996, declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que: I Na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo do imposto de renda mensal será: a) 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais, em qualquer quantidade; b) 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mãodeobra, ou seja, sem o emprego de materiais. II As pessoas jurídicas enquadradas no inciso I, letra "a", deste Ato Normativo, não poderão optar pela tributação com base no lucro presumido. Posteriormente, foi editada a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, que veio disciplinar de forma diferenciada o regime de tributação das pessoas jurídicas no seguinte sentido: Art.14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I cuja receita total, no anocalendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) I cuja receita total no anocalendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a Fl. 556DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 557 18 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013) (Vigência) II cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V que, no decorrer do anocalendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996; VI que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) [...] Art.17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: [...] II em relação aos arts. 9° e 12 a 15, a partir de 1° de janeiro de 1999. A Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, e alterações, prevê: Art. 1º Os órgãos da administração federal direta, as autarquias, as fundações federais, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) reterão, na fonte, o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição para o PIS/Pasep sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, Fl. 557DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 558 19 inclusive obras, observados os procedimentos previstos nesta Instrução Normativa. [...] § 7º Para os fins desta Instrução Normativa considerase: I serviços prestados com emprego de materiais, os serviços contratados com previsão de fornecimento de material, cujo fornecimento de material esteja segregado da prestação de serviço no contrato, e desde que discriminados separadamente no documento fiscal de prestação de serviços; II construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra. [...] Art. 32. As disposições constantes nesta Instrução Normativa: (Redação dada pela IN SRF nº 539, de 25 de abril de 2005 ) I alcançam somente a retenção na fonte do IRPJ, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, realizada para fins de atendimento ao estabelecido nos arts. 64 da Lei nº 9.430, de 1996 , e 34 da Lei nº 10.833, de 2003 ; ( Incluído pela IN SRF n° 539, de 25 de abril de 2005 ) II não alteram a aplicação dos percentuais de presunção para efeito de apuração da base de cálculo do imposto de renda a que estão sujeitas as pessoas jurídicas beneficiárias dos respectivos pagamentos, estabelecidos no art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995 , exceto quanto aos serviços de construção por empreitada com emprego de materiais, de que trata o inciso II do art 1º, e aos serviços hospitalares, de que trata o art. 27. ( Incluído pela IN SRF n° 539, de 25 de abril de 2005 ) A RFB interpretando toda a legislação tributária pertinente emitiu o seguinte entendimento no Manual de Perguntas e Respostas, Capítulo XIII – IRPJ – Lucro Presumido 20133, cujos fundamentos cabem ser adotados de plano: 009 Quem não pode optar pelo regime do lucro presumido, ainda que preenchendo o requisito relativo ao limite máximo de receita bruta? São aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal, estão obrigadas à apuração do lucro real, a seguir: a) pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas 3 Disponível em : <http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/perguntao/dipj2013/Capitulo_XIII_IRPJLucroPresumido_2013.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2014. Fl. 558DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 559 20 de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; b) pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; c) pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; d) pessoas jurídicas que, no decorrer do anocalendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com base em estimativa; e) pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou 8 de prestação de serviços (factoring). Notas: A obrigatoriedade a que se refere o item “b” acima não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita de exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera direta a prestação de serviços realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo anocalendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato. Também, não poderão optar pelo regime do lucro presumido: a) as microempresas e empresas de pequeno porte do Simples Nacional constituídas como Sociedade de Propósito Específica SPE, nos termos do artigo 56 da Lei Complementar nº 123/2006; b) as pessoas jurídicas que exerçam as atividades de construção, incorporação, compra e venda de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado; e c) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 14; RIR/1999, art. 246; IN SRF nº 025, de 1999; Fl. 559DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 560 21 Lei nº 12.249, de 2010, art. 22; e ADI SRF nº 5, de 2001. [...]019 Qual a base de cálculo para as empresas que executam obras de construção civil e optam pelo lucro presumido? O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do lucro presumido na atividade de prestação de serviço de construção civil é de 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mãodeobra, e de 8% (oito por cento) quando se tratar de contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra. Notas: As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis não poderão optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF nº 25, de 1999, art. 2º;) Não serão considerados como materiais incorporados à obra, os instrumentos de trabalho utilizados e os materiais consumidos na execução da obra. (IN SRF nº 480, de 2004, art. 1º, § 9º) [...] Normativo: IN SRF nº 480, de 2004, art. 1º, § 7º, II e art. 32, II, com a alteração dada pela IN SRF nº 539, de 2005)) Nesse sentido, é cristalino que a partir de 01.01.1999 a pessoa jurídica que se dedica à execução de obras da construção civil pode optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, tendo em vista a supressão legislativa da vedação. Por via de regra, o lucro presumido é apurado mediante a aplicação do coeficiente de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta. Para as atividades expressamente relacionadas, entretanto, o coeficiente é distinto, já que o parâmetro de fixação relacionase diretamente aos custos e às despesas incorridas para a realização das transações ou operações inerentes à atividade da pessoa jurídica e à manutenção da respectiva fonte produtora. Especificamente em relação à atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo do imposto de renda mensal deve ser de (a) 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais, em qualquer quantidade e de mão de obra ou de (b) 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mão de obra, ou seja, sem o emprego de materiais, conhecida como empreitada de lavor 4. Temse que a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), órgão específico singular, diretamente subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda, tem por finalidade, entre outras, propor medidas de aperfeiçoamento e regulamentação e a consolidação da legislação tributária federal e interpretar e aplicar a legislação tributária, aduaneira, de custeio 4 Fundamentação legal: Fundamentação legal: art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 15 e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º, art. 5º, art. 25 e art. 26 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.art. 29 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008 e Ato Declaratório Normativo Cosit n° 6, de 13 de janeiro de 1997. Fl. 560DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 561 22 previdenciário e correlata, editando os atos normativos e as instruções necessárias à sua execução, de acordo com o Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 20125. Assim não tem cabimento a tese de que os atos infralegais não têm validade no ordenamento jurídico pátrio. No que se refere à identificação das especificidades da atividade de construção de imóveis, a legislação de regência da profissão regulamentada exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e EngenheiroAgrônomo prevista na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1996, prevê: Art. 1º As profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes empreendimentos: a) aproveitamento e utilização de recursos naturais; b) meios de locomoção e comunicações; c) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos; d) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres; e) desenvolvimento industrial e agropecuário. Também está submetida à Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977, que institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional, prevê: Art 1º Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART). Art 2º A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de engenharia, arquitetura e agronomia. § 1º A ART será efetuada pelo profissional ou pela empresa no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), de acordo com Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). Valendose das orientações normativas no sentido de identificação do que sejam as obras e os serviços auxiliares e complementares da construção civil aplicável à atividade de construção de imóveis, o Ato Declaratório Cosit nº 30, de 14 de outubro de 1999, dispõe sobre a vedação ao exercício da opção pelo Simples previsto na Lei 9.317, de 5 de 5 Disponível em : <http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2012/MinisteriodaFazenda/portmf203.htm> . Acesso em: 20 abr. 2014. Fl. 561DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 562 23 dezembro de 1996, aplicável à atividade de construção de imóveis, inclusive para fins do que dispõe o Código Civil sobre a matéria: O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 199, inciso IV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 227, de 3 de setembro de 1998 , e tendo em vista as disposições do inciso V do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996 , com as alterações promovidas pelo art. 4º da Lei No 9.528, de 10 de dezembro de 1997. Declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que a vedação ao exercício da opção pelo SIMPLES, aplicável à atividade de construção de imóveis, abrange as obras e serviços auxiliares e complementares da construção civil, tais como: 1. a construção, demolição, reforma e ampliação de edificações; 2. sondagens, fundações e escavações; 3. construção de estradas e logradouros públicos; 4. construção de pontes, viadutos e monumentos; 5. terraplenagem e pavimentação; 6. pintura, carpintaria, instalações elétricas e hidráulicas, aplicação de tacos e azulejos, colocação de vidros e esquadrias; e 7. quaisquer outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. O bem imóvel é o solo e tudo que lhe incorporar natural ou artificialmente6, e que dele não pode ser removido por força alheia, sob pena de alteração de sua substância. No que diz respeito aos bens reciprocamente considerados, o bem principal tem existência própria e não pressupõe a de nenhum outro e o bem acessório é aquele que pressupõe a de outro bem principal. Como espécie desses encontramse as benfeitorias que são obras que servem ao bem principal e são realizadas em sua estrutura para conservação7. Nesse contexto, a pintura, a instalação elétrica, a instalação hidráulica e quaisquer outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo constituem as obras e os serviços auxiliares e complementares da construção civil aplicável à atividade de construção de imóveis. É imprescindível discorrer ainda sobre o contrato de empreitada para o deslinde da questão controvertida. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais. É um contrato em que não há subordinação entre as partes e a remuneração é proporcional ao serviço executado. Esse não se confunde com o contrato de prestação de serviços, em que há uma parcela de subordinação entre o prestador e tomador e a remuneração corresponde ao tempo trabalhado. 6 Fundamentação legal: art. 79 do Código Civil. 7 Fundamentação legal: art. 96 do Código Civil. Fl. 562DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 563 24 Do contrato de empreitada decorre a obrigação de resultado, cujos elementos são: (a) a prestação de serviços, relativa ao resultado remunerado, (b) o objeto, que é e obra concluída ou sua parcela, e (c) o consenso, em que as partes expressam sua vontade livremente, sem qualquer obstáculo. A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executálo, ou de fiscalizarlhe a execução. No caso em que o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada. Tudo o que se pagou presumese verificado. O que se mediu presumese verificado se, em trinta dias, a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a recebêla. Poderá, porém, rejeitála, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza 8. Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. O lançamento fundamentase na aplicação indevida do coeficiente de 8% sobre as receitas tributáveis auferidas na atividade de prestação de serviços para determinação do lucro presumido, em conformidade com a análise do Contrato nº 12000031684072, fls. 336 380, pactuado entre a Contratante Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (CNPJ 33.000.167/0001 01) e a Contratada/Recorrente, em vez que “a prestação de serviços na área da engenharia mecânica ou mesmo de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais, tem suas receitas sujeitas à aplicação do percentual de 32% para determinação da base de cálculo presumida, tanto do IRPJ , quanto da CSLL”, de acordo com o Relatório da Ação Fiscal, fls. 255272. Construção Civil Consta no Contrato Social da Recorrente, fls. 2756: A sociedade tem por objetivo a Indústria e Comércio de Equipamentos, Serviços de Engenharia e Montagem Industrial. No Contrato nº 12000031684072, datado de 20 de abril de 2007, fls. 336 380, está registrado: CLÁUSULA PRIMEIRA OBJETO 1.1 O presente Contrato tem por objeto a prestação, pela CONTRATADA, de serviços de Manutenção e Montagem Torres, Vasos, Reatores e Permutadores de 8 Fundamento legal: arts. 610 a 626 do Código Civil. Fl. 563DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 564 25 Calor, no âmbito da unidade de negócio UNRPBC DO ABASTECIMENTO REFINO DA PETROBRÁS, de conformidade com os termos e condições nele estipulados e no Anexo n° 1 Especificação dos Serviços. Estes serviços compreendem: 1.1.1 Serviços de Planejamento, Acompanhamento e Programação dos serviços; 1.1.2 Serviços de Caldeiraria e Solda. 1.1.3 Todos os Ensaios Não Destrutivos necessários a Garantia da Qualidade dos Serviços. 1.1.4 A montagem e desmontagem de Andaimes Tubulares ou especiais para execução dos serviços. 1.1.5 A limpeza e remoção de resíduos oriundos dos serviços, bem como a manutenção da limpeza nos locais de trabalho. 1.1.6 Serviços de Elevação de Carga. 1.2 Os serviços ora contratados estão compreendidos nos respectivos programas de operações e/ou investimentos dessa Unidade de Negócio. [...] ANEXO 1 – Convite 203.8.0001/06 – ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM TORRES, VASOS E PERMUTADORES [...] 3.1 Manutenção em permutadores de calor tipo "Padrão" cascotubo de feixes removíveis com tubos retos e tubos em "U", e tipo espelhos fixo: a) Instalação de mangueiras para drenagem; b) Raqueteamento e desraqueteamento; c) Desmontagem, limpeza e montagem dos componentes (tampas, carretel, etc) do equipamento; d) Remoção e reinstalação de feixe tubular dos permutadores de calor; [...] 4.1 Serviços Comuns para todas as Torres, todos os Vasos e Reatores. a) Abrir e fechar bocas de visita (Inclui troca da junta). b) Abrir e Fechar todos os alçapões c) Instalar e manter, durante toda a parada, Iluminação fixa e móvel para execução dos trabalhos internos. d) Instalar, manter e remover sistema de exaustão de ar interna nos equipamentos de modo a permitir a execução dos trabalhos em condições de aeração e nível de ruídos abaixo de 95 decibéis. Em equipamentos com volume superior a 10 m3, deverão ser utilizados exaustores elétricos. [...] 5.1 Abertura e fechamento de flanges Consistem na abertura e fechamento de flanges de tubulação , equipamentos, tampas e castelos de válvulas; para manutenção, Inspeção ou raqueteamentos. Este Item não se aplica ao raqueteamento de trocadores de calor. Fl. 564DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 565 26 O presente material é titularizado com exclusividade pela PETROBRÁS e qualquer reprodução, utilização ou divulgação, sem expressa autorização da titular, importa em ato ilícito, nos termos da legislação pertinente, através da qual serão imputadas as responsabilidades cabíveis. [...] 6.1 Montagem e Desmontagem Consiste na montagem e desmontagem de andaimes incluindo os pranchões e rodapés para acesso e execução dos serviços previstos, incluindo também aqueles que não sejam do escopo da contratada, mas que sejam realizados nos equipamentos objeto deste contrato; tais como serviços elétricos, de instrumentação, limpeza, pintura, isolamento térmicos e outros. No presente caso tratase do exercício da atividade de construção civil, uma vez que incluem os serviços de pintura, de instalações elétricas e de isolamentos térmicos, porque são benfeitorias agregadas ao solo. Contratação por Empreitada No Contrato nº 12000031684072, datado de 20 de abril de 2007, fls. 336 380, está registrado: CLÁUSULA SEGUNDA OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA 2.1 Manter durante toda a execução do Contrato, em compatibilidade com as obrigações por ela assumidas, todas as condições de qualificação assumidas na licitação. 2.1.2 Respeitar e cumprir as Normas Administrativas em vigor na PETROBRÁS. 2.1.3 Garantir que nenhum empregado de seu quadro, por ação ou omissão, oculte, participe da ocultação ou tolere que seja ocultado acidente de trabalho ocorrido em decorrência da execução deste Contrato. 2.1.3 Emitir Comunicação de Acidente do Trabalho CAT, nas condições e prazos legais, em caso de acidente de trabalho ocorrido com seus empregados que laborem nas instalações da PETROBRÁS. 2 13 1 A PETROBRÁS se reserva no direito de fiscalizar o cumprimento da obrigação prevista no item 2.1.3, podendo exigir da CONTRATADA a comprovação de que emitiu a Comunicação de Acidente do Trabalho CAT, nas condições e nos prazos legais. 2.2 Quanto à execução dos serviços e responsabilidade técnica: 2.2.1 Executar os serviços ora contratados, de acordo com o Anexo n° 1 deste Contrato, nos prazos e condições aqui estabelecidos. 2.2.2 Facilitar a ação da Fiscalização, fornecendo informações ou provendo acesso á documentação e aos serviços em execução e atendendo prontamente às observações e exigências por ela apresentadas. 2.2.3 Refazer ou reparar, às suas expensas e nos prazos estipulados pela Fiscalização, todo e qualquer serviço considerado inaceitável, mesmo aquele já registrado em Boletim de Medição. Fl. 565DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 566 27 2.2.4 Manter a frente dos serviços um representante credenciado por escrito, por tempo integral, conforme definido no Anexo n° 1 deste Contrato, capaz de responsabilizarse pela direção dos serviços contratados e representála perante a PETROBRÁS. 2.2.4.1 O representante credenciado como profissional técnico responsável deverá ser aquele indicado para fins de comprovação da capacidade técnico profissional na fase da habilitação da licitação, que precedeu o presente Contrato, ficando sua substituição pendente de aprovação pela PETROBRÁS. 2.2.5 Acompanhar as medições dos serviços procedidas pela PETROBRÁS, assinando os Boletins de Medição ou oferecendo, de imediato, as impugnações que julgar necessárias. 2.2.6 Garantir os serviços realizados pelo período mínimo de 01 (um) ano, a contar da data de entrega dos serviços a PETROBRÁS. 2.2.6.1 Fazendose necessário qualquer retrabalho, dentro do período de garantia, a CONTRATADA assumirá o ônus relativo aos recursos e materiais empregados, e em caso de não realizálos, legitima a PETROBRÁS a contratálos com terceiro, reconhecendo desde já sua responsabilidade pelo seu pagamento, 2.2.6.2 Estão exclusas da garantia as falhas decorrentes dos desgastes normais da operação do equipamento. 2.2.6.3 A determinação da responsabilidade da Contratada será realizada a partir de avaliação técnica da falha detectada. Esta avaliação será feita pela PETROBRÁS, com a participação da CONTRATADA. 2.2.6.4 Caberá a PETROBRÁS a determinação da época da realização dos trabalhos. 2 2 7 Obedecer às determinações legais ou emanadas das autoridades constituídas, sendo a única responsável pelas providências necessárias e pelos efeitos decorrentes de eventuais inobservâncias delas. 2.2.8 Elaborar e manter, no local de serviço, um Relatório de Ocorrências (RO), em formulário próprio da CONTRATADA com registros das ordens de serviço, anotações de irregularidades encontradas e de todas as ocorrências relativas à execução do Contrato, o qual será feito na periodicidade definida pela Fiscalização, em 02 (duas) vias, sendo a primeira para o uso da PETROBRÁS e a segunda para a CONTRATADA, devendo ser assinado conjuntamente pelo representante da CONTRATADA e pela Fiscalização da PETROBRÁS. 2.2.9 Responder por qualquer dano ou prejuízo causado a PETROBRÁS ou a terceiros, por ação ou omissão de seus prepostos e/ou empregados, em decorrência da execução dos serviços previstos neste instrumento contratual. 2.2.10 Obter as Licenças junto às repartições competentes, necessárias à execução dos serviços. 2.2.11 Preservar e manter a PETROBRÁS a salvo de quaisquer reivindicações, demandas, queixas e representações de qualquer natureza, decorrentes de sua ação ou de suas SUBCONTRATADAS. 2.3 Quanto a pessoal: Fl. 566DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 567 28 2.3.1 Fornecer alimentação diária (almoço/ou jantar e/ou lanche quando em extensão da jornada de trabalho), a todo o seu pessoal, nos padrões determinados pelo PAT Programa de Alimentação do Trabalhador, da Secretaria de Promoção Social do Ministério do Trabalho,objeto das Leis 6321 de 14.04.76 e 6542 de 28.06.78 para consumo na área UN. 2.3.1.1 As condições de fornecimento de alimentação deverão ser ajustadas de acordo com os procedimentos da UN, inclusive se há a exigência, por parte da UN, da CONTRATADA fornecer diariamente aos seus funcionários, um desjejum, antes do início da jornada de trabalho. 2.3.1.2 Quando da obrigatoriedade de utilização dos serviços de elaboração e restaurante existente na UN, constatado na fase de Visita Técnica na fase de licitação, obrigase a CONTRATADA, a celebrar contrato ou participar de consórcio de empresas; para tal serviço (almoço, jantar, café da manhã e lanches). 2.3.2. Transporte interno e externo para todo o seu pessoal, em veículos que satisfaçam a legislação em vigor. A CONTRATADA é responsável pela condução, manutenção e abastecimento desses veículos. 2.3.3 Efetuar treinamento específico de seu pessoal em função das peculiaridades dos serviços previstos arcando com todos os custos gerados com os testes de qualificação. 2.3.4 Responder pela supervisão, direção técnica e administrativa e mãode obra necessárias à execução dos serviços contratados, como única e exclusiva responsável. 2.3.5 Absterse de utilizar, em todas as atividades relacionadas com a execução deste instrumento, mãodeobra infantil, nos termos do inciso XXXIII do art. 7º da Constituição da República, bem como exigir que a referida medida seja adotada nos contratos firmados com os fornecedores de seus insumos e/ou prestadores de serviços, sob pena de rescisão do contrato. 2.3.5.1 A CONTRATADA se obriga, sempre que solicitado pela PETROBRÁS, a emitir declaração, por escrito, de que cumpriu ou vem cumprindo a exigência contida no item anterior. 2.3.6 Apresentar à Fiscalização uma relação nominal de todos os empregados que executarão os serviços, bem como comunicar, por escrito, qualquer alteração ocorrida nesta relação. 2.3.7 Obrigar seu pessoal ao uso ostensivo de crachás de identificação fornecidos pela PETROBRÁS, os quais devem ser devolvidos ao término do Contrato ou retirada do empregado das atividades relacionadas com o presente Contrato. 2.3.8 Providenciar a retirada imediata de qualquer empregado seu, cuja permanência no local dos serviços seja considerada indesejável pela Fiscalização, sem ônus para a PETROBRÁS. 2.3.9 A CONTRATADA deverá apresentar, sempre que solicitada, a documentação relativa à comprovação do adimplemento de suas obrigações trabalhistas, inclusive contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS, para com seus empregados. 2.3.10 Fornecer, sob pena de não ser emitido o Relatório de Medição RM: Fl. 567DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 568 29 2.3.10.1 Cópia autenticada da GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social completa e quitada, e seu respectivo comprovante de entrega, nos termos da legislação vigente. 2.3.10.2 Cópia autenticada da GPS Guia da Previdência Social quitada com o valor indicado no relatório da GFIP, 2.3.11 Promover a "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART) no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), relativa a este Contrato, encaminhando cópia à PETROBRÁS antes do início dos serviços, bem como comprovar junto à Fiscalização os aditamentos contratuais e demais casos previstos nas Resoluções do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia (CONFEA). 2.3.12 Antes do início dos serviços, a CONTRATADA deverá apresentar "currículo vitae" e comprovar a experiência requerida, em atendimento aos requisitos para as funções abaixo relacionadas: a) Para a função de Engenheiro Preposto Engenheiro mecânico com experiência comprovada na administração de paradas de manutenção. b) Para as funções de Engenheiro de Coordenação, Planejamento, Qualidade, e Segurança Será exigida experiência comprovada nas respectivas áreas de atuação em Paradas de Manutenção; c) Para função de Técnico de Planejamento Possuir curso técnico e experiência comprovada em Planejamento de Paradas de Manutenção na Industria do Petróleo ou Petroquímica; d) Para a função Supervisor Geral Possuir experiência comprovada nas atividades de sua atuação como técnico e coordenação de equipes (caldeiraria, soldagem, pinturas, manutenção complementar, etc.) e) Para a função de Técnico de Materiais Possuir experiência comprovada em Inspeção de recebimento, requisição, controle e armazenamento de materiais. f) Para função de Técnico de Segurança Possuir experiência comprovada em serviços de Paradas e ter registro no MTPS; g) Para as funções de Encarregados de equipes Possuir experiência comprovada nas atividades de sua atuação. 2.3.13Para as especialidades constantes no quadro abaixo, a CONTRATADA deverá utilizar pessoal certificado, nos percentuais mínimos estabelecido: Especialidade 2007 2008 2009 Entidade Certificadora (1) Caldeireiro 15% 20% 25% P N QC/AB RAMAN Eletricista/Mecânico 100% 100% 100% PNQC/ABRAMAN Instrumentista 100% 100% 100% PNQC/ABRAMAN Soldador 100% 100% 100% CONTRATADA (2) Inspetor de END 100% 100% 100% ABENDE Inspetor de Solda 100% 100% 100% FBTS 2.3.13.1 Para o restante da equipe de caldeireiros, montadores e encanadores a habilitação será comprovada através de experiência profissional. Fl. 568DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 569 30 2.3.13.2 O Operador de máquinas (guindastes) deverá comprovar escolaridade mínima de quarta série do primeiro grau e experiência mínima de um ano em operações de movimentação e elevação de cargas, com carteira de Habilitação Profissional letra D. 2.3.13.3 Para todas as demais funções de executantes da CONTRATADA, deverão ser comprovados a alfabetização que permita a leitura e interpretação de instruções, procedimentos e avisos de segurança. 2.4 Quanto a materiais, equipamentos, máquinas, veículos, ferramentas e instalações: [...] 2.5 Quanto à segurança industrial, higiene e medicina do trabalho: 2.5.1 Cumprir e fazer com que o seu pessoal cumpra os procedimentos contidos nas "Instruções de Segurança Industrial para CONTRATADAS" (Anexo n° 3 deste Contrato). 2.5.2 Manter os seus empregados uniformizados, identificados pelo nome ou logotipo da CONTRATADA estampado no uniforme e utilizando os equipamentos de proteção individual, conforme previsto no Anexo n° 3 deste Contrato. 2.5.3 Fornecer treinamento de qualificação em SMS para toda força de trabalho, com duração mínima de 16 (dezesseis) horasaula, em instituição credenciada pela PETROBRÁS. [...] CLÁUSULA QUARTA PRAZO 4.1 O prazo de vigência do presente Contrato é de 912 (novecentos e doze) dias corridos, contados da data da assinatura do Contrato. 4.1.1 O prazo previsto no item 4.1 poderá ser prorrogado por igual período, através de Termo Aditivo. 4.2 Serão estabelecidos prazos parciais, para cada Evento. Neste caso, serão acrescidos ao referido prazo os dias de paralisação dos serviços por causas que independam da vontade ou do controle da CONTRATADA, verificados e aceitos pela Fiscalização. 4.2.1 As definições dos eventos serão realizadas através de Autorizações de Inicio de Serviços, emitidas por cada uma das UN's. 4.3 O presente Contrato poderá ser encerrado a qualquer tempo, desde que a parte interessada comunique a outra parte com pelo menos 150 (cento e cinquenta) dias de antecedência. 4.3.1 Neste caso o encerramento se processará sem que caiba qualquer tipo de indenização às partes. 4.4 O término contratual não importará na ineficácia das cláusulas de foro e sigilo, que restarão vigentes pelos prazos nelas estabelecidos ou pelos prazos prescricionais legalmente previstos. CLÁUSULA QUINTA PREÇOS E VALOR 5.1 O presente Contrato tem por valor total estimado a quantia de R$51.279.032,07 (cinquenta e um milhões duzentos e setenta e nove mil trinta e dois reais e sete centavos). Fl. 569DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 570 31 5.1.1 O valor total acima é meramente estimativo não implicando na obrigatoriedade da PETROBRÁS solicitar serviços até o referido valor. 5.1.2 O valor constante em 5.1, deste, referese ao valor total estimado de planilha de preços unitários (Anexo 2). 5.1.3 Os valores dos prêmios não poderão ser fator de definição de salários ou vantagens na contratação dos empregados. 5.2 O valores a serem pagos pela PETROBRÁS à CONTRATADA serão aqueles resultantes da aplicação dos preços unitários, constantes da Planilha de Preços (Anexo n° 2 deste Contrat0), sobre as quantidades de serviços que forem efetivamente executados e aceitos pela Fiscalização. 5.2.1 Os valores acima citados poderão ser alterados em função de prêmios e descontos, conforme estabelecido pela Cláusula Décima Segunda, 5.2.2 O não cumprimento integral da proposta da CONTRATADA, apresentada conforme estabelecido pelo Anexo 7 Critérios para Julgamento das Propostas Comerciais do Convite N° 2038001/06, implicará na redução dos valores de medição ou de faturamento, conforme segue: 5.2.2.1 Plano de Certificação de Mão de Obra. O não atendimento do percentual mínimo proposto conforme item 2.1 do Anexo 7 do Convite, implicará na redução do valor da medição no valor percentual calculado conforme item 2.1.3 daquele Anexo. 5.2.2.2 Sistema de Qualidade. O valor da medição dos serviços será reduzido, nos mesmos percentuais definidos com base nos itens 2.3 do Anexo 7 do Convite, nos períodos em que as certificações não estejam válidas. Este item não se aplica se a Contratada não apresentou proposta referente à certificação ISO 9001 e OHSAS 18000. 5.3 A CONTRATADA declara que os preços propostos para a execução dos serviços contratados levaram em conta todos os custos, insumos, despesas e demais obrigações legais para o cumprimento integral das disposições contratuais até o termo final do presente Contrato, não cabendo, pois, quaisquer reivindicações a título de revisão de preço ou reembolso. 5.3.1 A CONTRATADA declara que os fatores para remuneração das Verbas de Planejamento e Verba de Mobilização, Instalação e Desmobilização levaram em conta todos os custos, insumos, despesas e demais obrigações legais para o cumprimento dos termos deste contrato, não cabendo, pois quaisquer reivindicações a título de revisão dos respectivos fatores. 5.3.2 Os custos referentes à mãodeobra refletem os preços atualizados no mês da proposta, não cabendo, portanto, nenhuma reivindicação salarial por conta de acordos, convenções ou dissídios ocorridos no curso da contratação. CLÁUSULA SEXTA FORMA DE PAGAMENTO 6.1 Os pagamentos devidos serão efetuados pela PETROBRÁS, por meio de boleto de cobrança emitido por instituição bancária (modalidade de cobrança simples e registrada padrão "Cnab 240") em nome da CONTRATADA, cujo vencimento darseá no 30° (trigésimo) dia, contado da data fina! do período de medição dos serviços, desde que a CONTRATADA apresente, até o 4o (quarto) dia Fl. 570DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 571 32 útil do mês seguinte do período de medição dos serviços, os documentos de cobrança (nota fiscal e/ou fatura) indispensáveis à regularidade do pagamento, anexando o respectivo Relatório de Medição [...] CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA MEDIÇÃO 17.1 A PETROBRÁS procederá à medição dos serviços executados, reunindo os resultados encontrados em Relatório de Medição (RM), assinado por ambas as partes e entregue à CONTRATADA no 1o (primeiro) dia útil do mês seguinte ao da medição, para fins de apresentação dos documentos de cobrança. 17.1.1 O período de execução dos serviços a ser considerado é do dia 26 (vinte e seis) do mês anterior até o dia 25 do mês de competência, exceto quando do termino dos serviços de parada, cuja medição devera ser feita ate o quinto dia. 17.1.2 Os serviços registrados no Relatório de Medição (RM) são considerados aceitos, provisoriamente, e reconhecidos em condições de ser faturados pela CONTRATADA, podendo a PETROBRÁS rejeitálos posteriormente e obrigar a CONTRATADA a refazêlos. 17.1.3 Nos Relatórios de Medição (RM) serão destacadas pela PETROBRÁS, as parcelas relativas aos valores básicos e aos reajustamentos, se previstos no presente Contrato, bem como os prêmios e descontos estabelecidos pela CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA. 17.2 A CONTRATADA deverá acompanhar as medições ou avaliações procedidas pela PETROBRÁS, oferecendo, na oportunidade, as impugnações ou considerações que julgar necessária, as quais serão submetidas à apreciação e julgamento da PETROBRÁS. [...] A presente descrição sintetiza o escopo dos serviços realizados para a Petróleo Brasileiro S. A., em face do Contrato 1200.0031684.07.2. DESCRIÇÃO dos SERVIÇOS REALIZADOS: Adequação do canteiro de obras para apoio na realização dos serviços, incluindo a instalação de mobiliário e rede de informática. Montagem e instalação de canteiro de obras junto a unidade de realização dos serviços, incluindo montagem de ferramentaria, depósito de materiais em geral, montagem das instalações elétricas provisórias, etc. Montagem de andaimes junto aos equipamentos para possibilitar acesso a execução dos serviços contratados, incluindo instalação de tablado, escadas e proteções guarda corpo. Montagem e instalação de sistema de iluminação e alimentação elétrica para apoio na realização dos serviços. Abertura e limpeza interna nos equipamentos (com utilização de hidrojato e ferramentas manuais). Inspeção e avaliação interna e externa nos equipamentos através de ensaios específicos. Remoção e substituição das tampas (diafragmas) dos permutadores de alta pressão incluindo o corte das chapas, preparação e montagem das novas chapas. Fl. 571DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 572 33 Testes hidrostáticos nos equipamentos. Fechamento e limpeza final dos equipamentos e área de realização dos serviços. [...] Há os Comprovantes Anuais de Retenção emitidos pela fonte pagadora Contratante/Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás, código 6147 – retenção de pagamento por órgão público e as Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica, fls. 57 92, dos anoscalendário 2007 e 2008. A Anotação de Responsabilidade Técnica consta às fls. 114. Há Relatórios de Medição e Folhas e Registro dos Serviços emitidas pela Contratante/Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás, correspondentes, entre outras, às Notas Fiscais de Serviço emitidas pela Contratada/Recorrente nº 254, de 26.02.2008, nº 255 de 26.02.2008, nº 268, de 18.04.2008, 269 de 18.04.2008, cuja discriminação de serviços consta, fls. 382416: Serviço de Empreitada por preço unitário de manutenção de torres, vasos e permutadores com utilização de equipamentos e emprego de materiais [...] Essa informação está corroborada no Anexo 1 do referido contrato, onde estão minuciosamente especificados os detalhes de contratação por empreitada de construção civil com fornecimento de materiais e de mão de obra. No presente caso tratase de contratação por empreitada. Fornecimento de Materiais Vale ressaltar que a legislação tributária exige de plano que para fins de fruição da alíquota diferenciada de 8% sobre a receita bruta para apuração do lucro presumido há que se tratar de contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo, além da mãodeobra, o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra. No Contrato nº 12000031684072, datado de 20 de abril de 2007, fls. 336 380, consta: 2.4.1 Fornecer os materiais, equipamentos, máquinas, veículos e ferramentas, necessários à execução de todos os serviços, conforme definido no Anexo n° 1 deste Contrato. 2.4.2 Responsabilizarse pela correta utilização, guarda e conservação dos materiais, equipamentos, ferramentas, máquinas, veículos e instalações fornecidos pela PETROBRÁS, bem como ressarcir eventuais extravios, danos ou depreciações não relacionadas com a execução do presente Contrato. 2.4.3 Retirar seus materiais, equipamentos, máquinas, veículos e ferramentas, às suas expensas, após o término dos serviços ou rescisão do Contrato, ou ainda aqueles que tenham sido recusados, no prazo fixado pela Fiscalização, findo o qual a PETROBRÁS fica com o direito de promover sua retirada, como lhe convier, depositandoos em mãos de terceiros e debitando as respectivas despesas à CONTRATADA. 2.4.4 Carregar, transportar e descarregar os materiais necessários a execução do presente Contrato, conforme definido no Anexo n° 1 deste Contrato. Fl. 572DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 573 34 2.4.5 Instalar um canteiro de obras ou fazer as adaptações eventualmente necessárias no local fornecido péla PETROBRÁS, conforme definido no Anexo n° 1 deste Contrato. [...] ANEXO 1 – Convite 203.8.0001/06 – ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM TORRES, VASOS E PERMUTADORES [...] 10. FORNECIMENTOS DA PETROBRÁS 10.1 – Materiais de Aplicação – Entendese todo o material necessário à execução dos serviços e que permanecem aplicados em função dos serviços executados, como juntas, porcas, parafusos, tubos, chapas, componentes. Os autos estão instruídos com amostragem de Notas Fiscais de fornecedores emitidas no mesmo período objeto do lançamento tendo como destinatário a Contratada/Recorrente, e ainda como discriminados, entre outros, com os seguintes produtos: rolo, lona, sarrafo, bandeja, tinta, eletrodo de tungstênio, vareta de solda, disco de corte inox, macacão tyvec, ziglo, globo com rosca, cinta de poliéster, cadeado, lona plástica, desengray pawer, lâmpada, regulador de gás carbônico, conduite corrugado, tomada, cabo eproflex, brita, terminal de compressão, alicate, óleo desengripante, engate para mangueira, lanterna química, cabo indumax, trapo colorido, difusor, bocal de gás, válvula corta chama, extensão de aquecimento, conector, escada de alumínio, abrasivos técnicos, gás liquefeito de petróleo envasado, vareta de solda, veda rosca, disco de lixa, metal de contraste, suporte de lixa, escova manual, prego de ferro, gás oxigênio, gás acetileno, gás argônio, escova de inox, fls. 417422 e 479538. No presente caso, na cláusula 2.4.2 do Contrato nº 12000031684072 a Contratada/Recorrente responsabilizase pela correta utilização, guarda e conservação dos materiais, equipamentos, ferramentas, máquinas, veículos e instalações fornecidos pela Petrobrás, bem como ressarcir eventuais extravios, danos ou depreciações não relacionadas com a sua execução. Cabe à Contratante/Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás, de acordo com a cláusula 10 do Anexo 1, o fornecimento do material necessário à execução dos serviços e que permanecem aplicados em função dos serviços executados, como juntas, porcas, parafusos, tubos, chapas, componentes. Assim, resta caracterizado que o contato de empreitada não é da modalidade total, pois parte dos materiais são fornecidos pela Contratante/Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás. Assim, por falta de cumprimento todas as condições legais, quais sejam fornecer, a mãodeobra e todos os materiais indispensáveis à sua execução, que sejam inclusive incorporados à obra. A norma legal não excepciona que as avenças entre partes têm força normativa e, assim, não podem ser opostas à Fazenda Nacional para afastar o requisito legal de que o empreiteiro deve fornecer todos os materiais indispensáveis à sua execução. Não foram produzidos no processo novos elementos de prova, de modo que o conjunto probatório já produzido evidencia que o procedimento de ofício está correto. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados pela Recorrente, cabe esclarecer que somente devem Fl. 573DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 574 35 ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso9. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. Atinente aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade10. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 41 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de julho de 2009). A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. Em assim sucedendo, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 9 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 10 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e Súmula CARF nº 2. Fl. 574DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11080.723639/201282 Acórdão n.º 1803002.300 S1TE03 Fl. 575 36 Declaração de Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes A seguinte declaração de voto foi acompanhada pelos Conselheiros Ricardo Diefenthaeler e Henrique Heiji Erbano. Tratase, no presente caso, de “serviços de manutenção e montagem de torres, vasos, reatores e permutadores de calor” (Contrato nº 12000031684072, datado de 20 de abril de 2007). Entendo que as “atividades de montagem e manutenção industrial”, ainda que realizadas sob a modalidade de empreitada, não caracterizam, por si só, “obras de construção civil”. É que “montar e manter” não é o mesmo que “construir”. Por outro lado, o eventual vulto da atividade não transforma “montagem industrial” em “construção civil”. Por fim, quem efetua “construção civil” é “construtora”, não “empresa de estruturas industriais”, como no presente caso; quem projeta “construção civil” é “engenheiro civil”, não “engenheiro mecânico”, como na espécie. Nego provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 575DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 19515.000330/2010-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1302-000.239
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, sobrestar o julgamento, nos termos do art. 62-A do Regimento Interno do CARF.
(assinado digitalmente)
Eduardo de Andrade Presidente
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Cristiane Silva Costa e Luiz Tadeu Matosinho.
Nome do relator: Não se aplica
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Trava de 30%. Recorrente Abril Comunicações S/A Recorrida Fazenda Nacional Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, sobrestar o julgamento, nos termos do art. 62A do Regimento Interno do CARF. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade – Presidente (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Cristiane Silva Costa e Luiz Tadeu Matosinho. Conselheiro Alberto Pinto S. Jr. Versa o presente processo sobre recurso voluntário interposto pelo contribuinte em face do Acórdão n˚ 1626.945, da 7a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP), cuja ementa assim dispõe: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 00 33 0/ 20 10 -1 1 Fl. 2515DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.516 2 Anocalendário: 2007 INCORPORAÇÃO. APROVEITAMENTO DE PREJUÍZOS FISCAIS DE PERÍODOS ANTERIORES. É indevida a compensação de prejuízos fiscais sem observância do limite de 30% do lucro liquido ajustado, estabelecido pelo artigo 15 da Lei n° 9.065/95, ainda que, em decorrência da,extinção da pessoa jurídica por incorporação, reste saldo que não poderá ser aproveitado pela sucessora. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO – CSLL Anocalendário: 2007 INCORPORAÇÃO. APROVEITAMENTO DE BASES DE CALCULO NEGATIVAS DA CS LL DE PERÍODOS ANTERIORES. É indevida a compensação de bases de cálculo negativas da CSLL sem observância do limite de 30% do lucro liquido ajustado, estabelecido pelo artigo 16 da Lei n° 9.065/95, ainda que, em decorrência da extinção da pessoa jurídica por incorporação, reste saldo que não poderá ser aproveitado pela sucessora. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 MULTA DE OFICIO. EMPRESA INCORPORADORA. 0 sucessor por incorporação responde pela multa de oficio decorrente de infração cometida pela sucedida quando se tratar de empresas do mesmo grupo econômico, ainda que lançada posteriormente ao evento societário, já que tinha conhecimento prévio da situação que levou à autuação fiscal. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2007 AUSÊNCIA DE MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. INEXIGIBILIDADE. 0 Mandado de Procedimento Fiscal é inexigível quando se trata de procedimento de revisão interna de declarações. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A recorrente tomou ciência da decisão recorrida em 22/11/2010 (AR a fls. 2210) e interpôs recurso voluntário em 21/12/2010, no qual alega as seguintes razões de defesa: a) que esta trazendo colação, como documento para ser anexado ao processo, Estudo Técnico da lavra do Ilustre Professor Eurico Marcos Dinis de Santi; b) que foram reunidos no mesmo processo administrativo os Auto de Infração que constituíram, para o mesmo anocalendário, créditos tributários de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL, decorrentes da mesma operação; c) que existia um RPF, nunca notificado, direcionado ao contribuinte TVA Sistema de Televisão S/A (já extinta à época), e, após a baixa desse RPF, não houve a notificação de qualquer outro RPF ou MPF em nome de Abril Comunicações S/A; d) que, a fls. 166, encontrase solicitação de baixa de RPF, porque efetuado contra entidade errada (TVA sistema de Televisão S.A.) e, após esta solicitação, o que se encontra nos autos já é o Termo de Verificação e Constatação Fiscal, então em nome da sucessora, Abril Comunicações S/A. Ou seja, existia um RPF, nunca notificado, direcionado ao contribuinte TVA Sistema de Televisão S/A (já extinta à época), e, após a baixa desse RPF, não houve a notificação de qualquer outro RPF ou MPF em nome de Abril Comunicações S/A; Fl. 2516DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.517 3 e) que as regras da Secretaria da Receita Federal deixam clara a imprescindibilidade do MPF, como se verifica da Portaria COFIS no 28, de 31/05/2002 e do Decreto n° 6.104/ de 30/04/2007, dentre outros; f) que no presente caso não se discute prorrogação de MPF, tampouco extensão para outros tributos e muito menos ausência de MPF apenas no curso da fiscalização, mas, da verificação dos autos o que se depreende é a existência de um único documento RPF emitido em nome da sucedida, e baixado antes da lavratura do auto. Ou seja, nada foi emitido em nome da sucessora, autuada, até o final; g) que, existe jurisprudência administrativa em casos como o presente, em que há o reconhecimento da nulidade do lançamento (Ac. 10194.497 e Ac. 10194.060); h) lançamento deriva da glosa de compensação de prejuízo fiscal (IRPJ) e de base negativa de CSLL, excedentes a limitação de 30% do lucro, realizada pela empresa TVA SISTEMAS DE TELEVISÃO S/A no momento de sua extinção (na apuração das bases de cálculo derivadas do balanço de encerramento ocorrido em 31.12.07); i) que, em se tratando de área de atuação não solidificada, cujas receitas não eram suficientes para cobrir tanto os gastos operacionais como os investimentos em geral, a empresa acumulou um montante de prejuízo contábil que ultrapassou a quantia de R$ 600.000.000,00 (seiscentos milhões de reais) (indicador em verde), gerando bases negativas de IRPJ e CSSL em quantias aproximadas a tal valor; j) que o adquirente efetuou oferta para aquisição apenas dos ativos inerentes à atividade, e não da própria entidade, definiuse, em conjunto pela segregação desses ativos, primeiramente para uma empresa detida pela TVA, seguindose, então, a venda dessa participação societária, de modo que a entidade jurídica TVA Sistemas permanecesse no Grupo Abril, da qual sempre fez parte; k) que alienação de participação societária, que consubstanciou, em realidade, os ativos referentes à operação de MMDS cursada até então, é que gerou, de um lado, ao longo dos anos, os resultados negativos para a TVA SISTEMAS DE TELEVISÃO S/A e, de outro lado, o lucro (na venda) compensado justamente com as bases negativas e prejuízo fiscal apurados anteriormente, sem a limitação de 30%; l) que o Auto de Infração não questiona a forma pela qual se deu a alienação da operação de MMDS pela TVA SISTEMAS DE TELEVISÃO S/A, nem questiona os valores de prejuízos fiscais e de base negativas de CSLL acumulados, nem muito menos a Douta Autoridade Fiscal invalida ou desconsidera a incorporação da TVA SISTEMAS DE TELEVISÃO S/A; m) que o que está sob discussão é tãosomente a possibilidade de uma empresa aproveitar integralmente seus prejuízos fiscais e base negativas de CSLL acumulados, no momento de sua extinção, para abatimento de resultados positivos, neste caso claramente gerados pela alienação dos bens que fundamentaram a atividade que deu causa A. apuração de tais prejuízos e bases negativas; n) que, nada obstante não exista qualquer norma que vede tal procedimento, as Autoridades Fazendárias houveram por bem realizar a glosa do aproveitamento de tais prejuízos e bases negativas, entendendo que a Recorrente teria agido em desacordo com a Fl. 2517DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.518 4 legislação fiscal, e promovendo o consequente lançamento tributário para constituição de crédito de IRPJ e de CSLL que, supostamente, seriam devidos pela Recorrente, correspondente ao montante acima da trava de 30% do lucro; o) que a Lei n° 9.065/95, claramente, eliminou o risco de o contribuinte perder o direito ao aproveitamento dos prejuízos e bases negativas, quando, ao invés de estabelecer um prazo limite para o aproveitamento, a legislação estabeleceu um limite quantitativo, autorizando o aproveitamento de uma fração do prejuízo acumulado e da base negativa que poderia ser aproveitada anualmente, qual seja, o equivalente a 30% da base de calculo do tributo apurado; p) que o limite quantitativo assegura a utilização integral do prejuízo fiscal, já que elimina o limite temporal para a sua utilização, uma vez que tem por premissa a regra geral da continuidade da pessoa jurídica e a regra do artigo 33 do Decretolei n° 2.341/87 veda tão somente a transferência de prejuízos para a incorporada, ou seja, sem exceção, as limitações existentes foram notadamente observadas pela Recorrente; q) que o fundamento de validade (ou seja, de aplicação) da "trava" é o direito à recuperação integral dos resultados negativos, cuja utilização se limitou, o que implica, necessariamente, na premissa de continuidade da pessoa jurídica. Assim, se a limitação para o aproveitamento de prejuízo fiscal e base negativa tem como pressuposto a existência de exercícios futuros para aproveitamento dos resultados negativos (que a empresa foi proibida de utilizar naquele momento), então, na iminência do encerramento da empresa, a trava deixa de ser aplicável, pela impossibilidade do cumprimento de sua condição, qual seja, postergação do aproveitamento dos prejuízos fiscais e bases negativas restantes em exercícios futuros; r) a tributação de um determinado resultado sem que se leve em consideração os prejuízos apurados anteriormente ofenderia os próprios conceitos de renda e/ ou lucro da pessoa jurídica; s) que, com a sistemática de compensação de prejuízos fiscais da Leis de 1995, há diferimento do aproveitamento dos valores negativos, mas, não, a perda do direito à sua utilização; t) que o art. 33 do DL 2.341/87 visar evitar que sejam efetuadas operações de reorganização societária, objetivando, apenas, ao aproveitamento dos resultados negativos de uma das empresas envolvidas nas operações; u) que por razões óbvias, observada pela Recorrente, a qual não transferiu qualquer prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a sua sucessora ABRIL COMUNICAÇÕES S/A, tampouco houve a transferência de saldo de IRPJ e CSLL; v) que, se por absurdo mantida a autuação fiscal, requer a Recorrente o direito de deduzir da base de calculo do IRPJ o montante lançado a titulo de CSLL, bem como de deduzir da base da CSLL o montante lançado a titulo de IRPJ; x) descabe o lançamento de oficio efetuado contra a Recorrente, referente ao IRPJ e CSLL, inexistindo, por conseguinte, fundamento para a imposição de qualquer multa de oficio, uma vez que a aludida penalidade pecuniária constitui acessório da exação principal; Fl. 2518DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.519 5 z) que a multa de ofício não é cabível no presente caso, pois o art. 132 do CTN afasta a responsabilidade por multa aplicável ao sucedido e que o art. 100, III, do CTN estabelece que não é aplicável penalidade, tampouco juros ou atualização monetária, sobre tributo que deixou de ser pago por contribuinte que agia de acordo com a pratica reiterada da administração; aa) que é inaplicável os juros de mora sobre a multa de ofício. A douta Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, nas quais, após extenso arrazoado, requer seja negado provimento ao recurso voluntário. É o relatório. O recurso é tempestivo e foi subscrito por advogado com poderes para tal, conforme doc. a fls. 220 e segs. Preliminarmente, há que se aplicar o disposto no § 1º do art. 62A do Anexo II do RICARF, pois deve o feito ser sobrestado, em razão de a matéria (constitucionalidade da trava de 30%) ser objeto do Recurso Extraordinário nº 591.340, o qual tramita sob a sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, conforme se depreende dos seguintes julgados: RE 591340 RG / SP SÃO PAULO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 09/10/2008 Ementa. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PREJUÍZO COMPENSAÇÃO LIMITE ANUAL. Possui repercussão geral controvérsia sobre a constitucionalidade da limitação em 30%, para cada anobase, do direito de o contribuinte compensar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica e a base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e 15 e 16 da Lei nº 9.065/95. RE 265335 AgRterceiro / BA – BAHIA TERCEIRO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI Julgamento: 07/04/2013 DECISÃO Vistos. Esta Corte concluiu pela existência da repercussão geral da matéria constitucional versada nestes autos, ao examinar o RE nº 591.340 RG/SP. O assunto corresponde ao Tema nº 117 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet e discute a “ Limitação Fl. 2519DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.520 6 do direito de compensação de prejuízos fiscais do IRPJ e da base de cálculo negativa da CSLL.” Por oportuno, destaco a ementa do acórdão que reconheceu a repercussão geral da matéria: IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PREJUÍZO COMPENSAÇÃO LIMITE ANUAL. Possui repercussão geral controvérsia sobre a constitucionalidade da limitação em 30%, para cada anobase, do direito de o contribuinte compensar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica e a base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e 15 e 16 da Lei nº 9.065/95. (RE 591340 RG/SP, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 7/11/2008) Ante o exposto, reconsiderando a decisão de fls. 421 a 425, determino a devolução do feito à origem, com base no art.543B do Código de Processo Civil, observando o disposto no artigo 328, parágrafo único, do RISTF. Publiquese. Brasília, 07 de abril de 2013. Ministro Dias Toffoli AI 752921 / SP SÃO PAULO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. ROSA WEBER Julgamento: 17/02/2013 A matéria restou submetida ao Plenário Virtual para análise quanto à existência de repercussão geral no RE 591.340, verbis: “IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PREJUÍZO COMPENSAÇÃO LIMITE ANUAL. Possui repercussão geral controvérsia sobre a constitucionalidade da limitação em 30%, para cada anobase, do direito de o contribuinte compensar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica e a base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e 15 e 16 da Lei nº 9.065/95.” O art. 328 do RISTF autoriza a devolução dos recursos extraordinários e dos agravos de instrumento aos Tribunais ou Turmas Recursais de origem para os fins previstos no art. 543B do CPC. Por seu turno, esta Corte decidiu pela aplicação dos parágrafos 1º e 3º do art. 543B do CPC aos recursos extraordinários e aos agravos de instrumento cujos acórdãos recorridos tenham sido publicados em data anterior a 03.5.2007. .................................................................................................................. Devolvamse os autos à Corte de origem. Publiquese. Brasília, 17 de fevereiro de 2013. Ministra Rosa Weber Relatora Fl. 2520DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 19515.000330/201011 Resolução nº 1302000.239 S1C3T2 Fl. 2.521 7 Em face do exposto, voto por sobrestar o feito até que seja proferida a decisão final, pelo E. Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 591340. (assinado digitalmente) Alberto Pinto S. Jr. – Relator. Fl. 2521DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/0 6/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/07/2013 por EDUARDO DE ANDRADE
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