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Numero do processo: 10850.720810/2013-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
ISENÇÃO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULAS CARF Nº 43 E 63.
Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-004.540
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, dar-lhe provimento, para reconhecer a isenção dos proventos de aposentadoria auferidos pelo Contribuinte durante o ano-calendário de 2008. Vencido o conselheiro Denny Medeiros da Silveira, que solicitou fazer declaração de voto.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(Assinado digitalmente)
Márcio de Lacerda Martins - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MARCIO DE LACERDA MARTINS
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULAS CARF Nº 43 E 63. Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 72 08 10 /2 01 3- 51 Fl. 352DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, darlhe provimento, para reconhecer a isenção dos proventos de aposentadoria auferidos pelo Contribuinte durante o anocalendário de 2008. Vencido o conselheiro Denny Medeiros da Silveira, que solicitou fazer declaração de voto. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (Assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 353DF CARF MF Processo nº 10850.720810/201351 Acórdão n.º 2401004.540 S2C4T1 Fl. 353 3 Relatório Da Notificação de Lançamento: (efls. 272 a 277) Confrontando os rendimentos pagos ao Contribuinte por "São Paulo Previdência SPPrev", informados como tributáveis na Dirf declaração de imposto de renda retido na fonte, e o valor constante da declaração de ajuste anual retificadora, exercício 2009, efls. 283 a 290, constatouse diferença de R$133.184,60; lançado como omissão de rendimentos tributáveis. Da Impugnação e documentação anexada: (efls. 211 a 216 e 2 a 210) A representante do contribuinte informou que os rendimentos foram declarados como isentos, pois tratase de contribuinte portador de demência vascular, desde 1994. Apresentou dois Laudos médicos, efls. 233 a 236, emitidos pela Drª Marisa Gonçalves Fonseca, médica neurologista do Ambulatório de Especialidades da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, além de diversos atestados, exames, prontuários médicos e outros documentos relacionados a tratamentos e internações hospitalares. Da Intimação para juntar documento: (efls. 300 a 307) A representante do Contribuinte foi intimada a "apresentar documento hábil onde conste a data em que ocorreu sua nomeação como curadora provisória de MAX BRANDT NETO, tendo em vista que em sua SRL foi informado que a interdição foi ajuizada em 2010, atendendo assim a solicitação da DRJ/SPO/SP." (efl. 300) A representante do Contribuinte, após tentativas infrutíferas de intimação, por via postal e por editais, não atendeu à solicitação para comprovar a data de sua nomeação como curadora provisória. O AR foi devolvido pelos Correios, efls. 302 e 303, providenciada a afixação do Edital efl. 306 em 04/07/2013. Compromisso de Curadora Provisória juntado à efl. 308. Do Acórdão de Impugnação: (efls. 313 a 319) O acórdão 1650.172 da 21ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I DRJ/SP1, foi assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário:2008 ISENÇÃO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. A isenção abrange proventos de aposentadoria ou reforma e depende da comprovação de que o beneficiário é portador de uma das patologias previstas na legislação, mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Fl. 354DF CARF MF 4 A caracterização de moléstia grave prevista na legislação deve ser inequívoca, tendo em vista o que dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente." A i. relatora do voto condutor do acórdão de impugnação resumiu assim suas conclusões, efl. 318 e 319, a saber: "Tendo em vista os dispositivos legais acerca de isenção de imposto de renda, anteriormente transcritos, e: a) o laudo pericial emitido por serviço público municipal em 19/02/2013 identifica doença do contribuinte como CID F01 – Demência Vascular (fls. 26/27); b) o laudo pericial emitido por serviço público municipal em 7/03/2013 identifica doença do contribuinte como CID F70 – Retardo Mental Leve (fls. 24/25); c) os demais relatórios e atestados médicos informam que o contribuinte sofreu vários acidentes vasculares cerebrais, que criaram quadro de piora progressiva de seu estado de saúde, particularmente a partir de julho de 2010 e agravamento significativo a partir de novembro de 2012; d) conforme registro no banco de dados CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais, o contribuinte aposentouse em 6/08/2002, sem que conste benefício por incapacidade antes dessa data (fls. 301) e informação da data de aposentadoria consta do sítio que a Universidade Estadual Paulista – UNESP mantém na internet (fls. 302); e) o processo de interdição foi protocolizado em 2010, com nomeação de curadora provisória em 7/12/2010; Concluise que: 1. Como a isenção de imposto de renda por moléstia grave abrange apenas proventos de aposentadoria, reforma e pensão, no presente caso não haveria que se falar em isenção antes de setembro de 2002;isenção antes de setembro de 2002; 2. O conjunto probatório reunido nestes autos forma a convicção de que é cabível admitirse que o contribuinte usufrua isenção de imposto de renda em razão de moléstia grave – alienação mental em decorrência de demência vascular a partir de dezembro de 2010, por ocasião da nomeação da sra. Débora Cristina Brandt Leão Cury como curadora provisória, em processo de interdição motivado pela total incapacidade do contribuinte para atos da vida civil; 3. Desse modo, tendo em vista que o lançamento objeto destes autos referese ao anocalendário 2008, não cabe qualquer alteração. Conclusão Pelas razões expostas, voto pela improcedência da impugnação." Do Recurso Voluntário: (efls. 325 a 330) Cientificada do acórdão de impugnação em 16/09/2013, Aviso de Recebimento AR de efl. 322, a Representante do Contribuinte interpôs, em 11/10/2013, efl. 325, o Recurso Voluntário alegando em síntese: Fl. 355DF CARF MF Processo nº 10850.720810/201351 Acórdão n.º 2401004.540 S2C4T1 Fl. 354 5 1. foi apresentado laudo pericial médico que atesta que o contribuinte é portador de "demência vascular" desde 1994; 2. que o fato controverso é a decisão da DRJSP1 que o contribuinte tem direito a usufruir da isenção somente a partir de 2010, data em que foi interditado judicialmente, o que entende contrariar a legislação pertinente e as provas dos autos; 3. que o art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, reconhece a isenção dos proventos de aposentadoria aos portadores de alienação mental, como é o caso; 4. que a isenção aplicase aos rendimentos de aposentadoria a partir da data em que a doença foi diagnosticada e contraída, no caso desde 1994; 5. não vê suporte legal para condicionar a isenção pleiteada à interdição judicial do contribuinte; 6. que a DRF de São José do Rio Preto reconheceu, nos autos do processo nº 10850.720122/201391, a isenção dos proventos de 13º salário, referentes aos anos calendários de 2007 a 2011, restituindo o IRRF indevidamente retido. É o Relatório. Fl. 356DF CARF MF 6 Voto Conselheiro Marcio de Lacerda Martins Relator 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE A ciência do acórdão de impugnação ocorreu em 16 de setembro de 2013 e a interposição do recurso ocorreu em 11 de outubro de 2013. Assim sendo, respeitouse o prazo legal e o recurso deve ser conhecido por tempestivo. 2. DO MÉRITO: A Lei nº 9.250, de 1995, estabelece em seu art. 30 que: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. A Lei 7.713, de 1988, relaciona no art. 6º , inciso XIV, com a redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004, as doenças graves cujos portadores têm seus proventos de aposentadoria cobertos pela isenção do imposto sobre a renda, a conferir: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) A Recorrente apresenta dois laudos médicos em que a médica perita atesta, no doc. efls. 235/236, emitido em 19/02/2013, ser o contribuinte "portador de demência vascular, desde 1994, até a presente data de CID F01 [...] enquanto o documento de efls. 233/234, emitido em 07/03/2013, atesta ser o contribuinte "portador de alienação mental, desde 1994, até a presente data de CID F70 [...]. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 10850.720810/201351 Acórdão n.º 2401004.540 S2C4T1 Fl. 355 7 No voto condutor do acórdão de impugnação consta registrado que os códigos utilizados nos laudos identificam doenças distintas e que não constam listadas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988. Enquanto o CID F01 identifica a "Demência Vascular", o CID F70 identifica "Retardo Mental Leve". Realmente isto é facilmente constatado. Entretanto, apesar da codificação, CID F70, a médica perita declarou literalmente: "Declaro, sob as penas da Lei, que Max Brandt Neto é portador Alienação mental, desde 1994, até a presente data de CID F70, moléstia referida no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88, com nova redação dada pelo artigo 47 da Lei nº 8.541/92, sob a rubrica de Demencia vascular. (DENOMINAÇÃO UTILIZADA PELO LEGISLADOR ABAIXO)" Não vislumbro óbice para a isenção pleiteada o fato de existirem nos laudos codificações CID distintas para uma doença que é reconhecidamente grave e que apresenta danos progressivos ao portador. Respaldo minha decisão também no vasto conjunto probatório apresentado pela Curadora do contribuinte e no precedente da DRF de São José do Rio Preto, Despacho Decisório efls. 340 a 344. Ademias, considero aplicáveis ao caso em comento, as súmulas CARF nº 43 e 63 que assim dispõem: Súmula CARF nº 43: Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Entretanto, como bem observado no acórdão de impugnação, a isenção de imposto de renda por moléstia grave abrange apenas proventos de aposentadoria, reforma e pensão, no presente caso não haveria que se falar em isenção antes de 31/07/2002, conforme consta do Despacho Decisório à efl. 342. 3. Conclusão: Assim, diante do exposto, dou provimento ao recurso para reconhecer a isenção dos proventos auferidos pelo Contribuinte durante o anocalendário de 2008. (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins. Fl. 358DF CARF MF 8 Declaração de Voto Conselheiro Denny Medeiros da Silveira. Com a maxima venia, divirjo do Voto do Relator. O laudo pericial de fls. 235 e 236 até informa que o contribuinte é portador de demência vascular desde 1994, e cita o CID dessa doença (F01), porém, não diz o grau da demência e nem se acarretou alienação mental. Já o laudo pericial de fls. 233 e 234, por sua vez, até menciona que o contribuinte é portador de “alienação mental” desde 1994, porém, informa o CID 070, que corresponde a “Retardo Mental Leve”. Além do mais, conforme já apontado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I, nos documentos de fls. 310 e 311, extraídos o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), temse que o contribuinte se aposentou em 06/08/2002, sem constar em seus registros o recebimento de qualquer benefício por incapacidade, o que leva a crer que até a sua aposentadoria, o contribuinte não apresentava qualquer doença incapacitante para o trabalho, situação essa incompatível com um quadro de alienação mental desde 1994, mas coerente com retardo mental leve. Inclusive, da análise dos documentos apresentados pela defesa, a DRJ concluiu que “o contribuinte sofreu acidente vascular cerebral em 1994, foi submetido a cirurgia e ficou com leve disfunção cognitiva de memória”, o que é corroborado pelos elementos de prova acima citados. Por fim, temse que somente em 07/12/2010 foi deferida a curatela provisória do contribuinte a Débora Cristina Brandt Leão Cury (fl. 308), tendo sido expedida a Certidão de Interdição em 18/12/2012, fl. 217. Portando, em face a esses elementos, é possível firmarmos convicção de que o contribuinte se aposentou em 06/08/2002 e que se encontrou acometido de alienação mental a partir de 07/12/2010. Nada além disso é suficientemente comprovado nos autos. Conclusão Isso posto, nego provimento ao Recurso Voluntário e mantenho a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira. Fl. 359DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.002872/2005-77
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2000
EMBARGOS MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTES. REJEIÇÃO.
Devem ser rejeitados, em caráter definitivo, os embargos em que as alegações de omissão, contradição ou obscuridade sejam manifestamente improcedentes.
Numero da decisão: 9101-002.476
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração opostos pelo contribuinte para, no mérito, rejeitá-los.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
1.0 = *:*
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2000 EMBARGOS MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTES. REJEIÇÃO. Devem ser rejeitados, em caráter definitivo, os embargos em que as alegações de omissão, contradição ou obscuridade sejam manifestamente improcedentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração opostos pelo contribuinte para, no mérito, rejeitálos. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 28 72 /2 00 5- 77 Fl. 1592DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.593 2 Relatório Os Embargos de Declaração (efls. 1.554 a 1.563) foram recebidos nos termos do art. 49, § 7º, do Anexo II da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF (RI/CARF). A Embargante (Recorrente) alega omissão sobre ponto sobre o qual devia pronunciarse a Turma e contradição entre a decisão e os seus fundamentos, relativamente ao Acórdão nº 9101001.876, de 19 de março de 2014, proferido pela Primeira Turma desta CSRF (efls. 942 a 968), sob os seguintes fundamentos: a) contradição e omissão quanto à manutenção da multa qualificada: (1) o acórdão embargado teria sido omisso quanto à equivocada premissa de que há simulação, quando presente a simples intenção de não pagar tributo (“negócio jurídico indireto”); (2) o acórdão embargado teria sido contraditório, entre essa premissa, ainda que equivocada, e a conclusão de que a ação deve ser tida como simulada, ainda que formalmente correto o negócio jurídico praticado; b) omissão quanto à desconsideração das decisões do CARF: o acórdão embargado teria sido omisso, ao não analisar decisões do CARF tratando da mesma espécie de transação implementada; c) omissão relativamente ao IRRF – necessário conhecimento de ofício: o acórdão embargado teria sido omisso, ao não conhecer, de ofício, da nulidade do lançamento de IRRF, por força do efeito translativo do recurso especial, por se tratar de matéria de ordem pública; e d) iliquidez dos demonstrativos e DARFs enviados à embargante: as guias enviadas contemplam excedente (possivelmente de juros de mora) não previsto na legislação. O acórdão embargado está assim ementado e decidido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 MULTA QUALIFICADA. Constatada a prática de simulação, perpetrada mediante a articulação de operações com o intuito de evitar a ocorrência do fato gerador do Imposto de Renda, é cabível a exigência do tributo, acrescido de multa qualificada. MULTA AGRAVADA. RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. Nos casos em que não há similitude fática entre os acórdãos comparados não deve ser conhecido o Recurso Especial, pois não se caracteriza a divergência jurisprudencial requisito de admissibilidade. ESTIMATIVAS FALTA DE RECOLHIMENTO MULTA ISOLADA CONCOMITÂNCIA MULTA ISOLADA Não é cabível a cobrança de multa isolada de CSLL por estimativa não recolhida, quando já lançada a multa de ofício, após o encerramento do anocalendário, nos termos da pacífica Fl. 1593DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.594 3 jurisprudência desta Turma da CSRF, para fatos geradores ocorridos antes da vigência da Medida Provisória nº 351/2007 (posteriormente convertida na Lei nº 11.488/2007), que impôs nova redação ao tratar da matéria. Recurso Especial do Procurador negado. Recurso Especial do Contribuinte negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: 1) por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso do Contribuinte (Qualificação da multa), vencidos os Conselheiros João Carlos de Lima Junior, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias e Marcos Vinicius Barros Ottoni; e 2) por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso da Fazenda (Multa concomitante por estimativa), vencidos os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator) e Valmar Fonseca de Menezes, que conheciam integralmente do recurso. Em relação ao conhecimento parcial do recurso da Fazenda Nacional, foi designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro João Carlos de Lima Junior. No mérito, o recurso da Fazenda, na parte conhecida, teve provimento negado por maioria, vencido o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres. Estiveram presentes e procederam à sustentação oral o representante da Fazenda Nacional, Paulo Roberto Riscado Junior, e o representante do contribuinte, Dr. Douglas Guidini Odorizzi, OABSP 207.535. Examinada a admissibilidade dos Embargos de Declaração interpostos, foi proferido o Despacho de efls. 1.568 a 1.576, pelo qual o Presidente desta Primeira Turma da CSRF, rejeitouos, considerando definitiva essa decisão, nos termos do art. 65, § 3º, do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015, que aprovou o Regimento Interno do CARF (RI/CARF). Consta de efls. 1.584 a 1.586, decisão judicial em Agravo de Instrumento com pedido de antecipação da tutela recursal, proferida por Desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, da qual extraio o seguinte trecho (destaques do original): Da análise dos embargos de declaração do agravante (Evento 110946 – Pág. 66), verifico que foram apontadas objetivamente, omissão e contradição da decisão embargada, tanto que a decisão do Presidente do CARF (Evento 110946 – Pág. 7886), que não os conheceu, apreciou cada tópico individualmente. Em casos como tais, não cabe ao Presidente do CARF, monocraticamente, não conhecer dos aclaratórios. Somente após a alteração do § 3º do art. 65 do Regimento Interno do CARF, pela Portaria MF 39, de 2016, passou a ser permitido ao Presidente do CARF o não conhecimento dos embargos de declaração manifestamente improcedentes, o que não se aplica ao presente caso. Ante o exposto, dou provimento ao presente agravo, para, nos termos do art. 932, V, do CPC, determinar que os embargos de declaração (Evento 110946 – Pág. 66) opostos contra o Acórdão 9101001.876, nos autos do Processo Administrativo 10680.002872/200577, sejam submetidos ao órgão colegiado Fl. 1594DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.595 4 prolator da decisão proferida no Acórdão embargado — 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF —, na forma do art. 65, § 3º, do Regimento Interno do CARF, sem as alterações da Portaria MF 39, de 2016, com a ressalva de que foram apontadas, objetivamente, omissão e contradição da decisão embargada. É o Relatório. Voto Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão Relator Dou cumprimento, na sequência, à decisão judicial de efls. 1.584 a 1.586. Da análise dos autos, entendo que devem ser rejeitados os presentes Embargos, em face de o Acórdão embargado não conter as omissões e contradição suscitadas, conforme demonstro a seguir. Com relação ao primeiro item — “contradição e omissão quanto à manutenção da multa qualificada” — verificase que a insurgência da Embargante tem origem no fato de o voto condutor do acórdão embargado ter considerado que, no caso concreto, teria ocorrido simulação, e não mero “negócio jurídico indireto”, como por ela defendido. Sucede, porém, que essa conclusão decorre, na realidade, do que ficou decidido nas instâncias inferiores (cf. voto condutor da decisão embargada, efls. 957 a 959): Primeiramente observese que a acusação é de simulação. No próprio TVF se lê (fl. 34): [...]. E adiante (fl. 76): [...]. Tal acusação foi mantida na decisão da DRJ, confirase trecho da Decisão da DRJBHE, nº 08.602, de 31 de maio de 2005 (fl. 495): [...]. E adiante (fl. 500): [...]. O acórdão recorrido manteve este entendimento, conforme se vê pelo trecho da fundamentação do voto do relator, abaixo transcrito (fl. 621): [...]. Ou seja, o acórdão recorrido manteve a tributação do ganho de capital, por entender haver simulação, e manteve a multa qualificada com a seguinte fundamentação (fl. 625): [...]. Há que se ressaltar, inclusive, que o único acórdão paradigma apontado pela Embargante, nesta parte de seu recurso especial – qualificação da multa de ofício aplicada (Acórdão nº 10809.037, de 2006 – efls. 681 e seguintes), é expresso ao reconhecer a existência, ali, de simulação relativa, e não mero “negócio jurídico indireto” (negritei): Fl. 1595DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.596 5 PENALIDADE QUALIFICADA — EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE — INOCORRÊNCIA — SIMULAÇÃO RELATIVA — A evidência da intenção dolosa, exigida na lei para agravamento da penalidade aplicada, há que aflorar na instrução processual, devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal. O atendimento a todas as solicitações do Fisco e observância da legislação societária, com a divulgação e registro nos órgãos públicos competentes, inclusive com o cumprimento das formalidades devidas junto à Receita Federal, ensejam a intenção de obter economia de impostos, por meios supostamente elisivos, mas não evidenciam máfé, inerente à prática de atos fraudulentos. [...] Assim entendo que a matéria sob exame compreendeu uma “simulação relativa” ou “dissimulação”, e a doutrina maciçamente alerta para a dificuldade de definir, com precisão, a linha fronteiriça que separa o ato elisivo do negócio dissimulado. Essa mesma qualificação (“simulação relativa”), aliás, já havia sido adotada pela decisão de primeiro grau, para manter a qualificação da multa de ofício (cf. relatório da decisão embargada, efls. 951, destaquei): Pelos fatos descritos no TVF, verificaram os julgadores que se trata aqui da simulação relativa, cujo objetivo foi o de dissimular o ganho de capital ocorrido no negócio verdadeiro, ou seja, a venda ou alienação da metade da participação societária em rede de supermercados, pertencente à Contribuinte. Prevalecendo, assim, a qualificação da penalidade imposta no item ‘002’, tanto do lançamento do IRPJ, como da CSLL, bem como nas respectivas multas isoladas, exigidas no presente lançamento. Por esse motivo é que o voto condutor do acórdão embargado se limitou a discutir, apenas, o cabimento ou não da multa qualificada quando da ocorrência de simulação, única matéria passível de divergência jurisprudencial (efls. 959): A questão que se coloca é: a existência de simulação, e somente ela, faz incidir o art. 72 da Lei nº 4.502/1964, levando à qualificação da multa? [...]. No tocante ao segundo item — “omissão quanto à desconsideração das decisões do CARF” , não se trata de motivo que possa ensejar a pecha de omissa à decisão embargada, uma vez que tais decisões, como se sabe, não possuem eficácia normativa atribuída por lei, nos termos do art. 100, inciso II, do Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966). Com referência ao terceiro item — “omissão relativamente ao IRRF – necessário conhecimento de ofício” —, notase que a inconformidade da Embargante tem fulcro no fato de o voto condutor do acórdão embargado não ter conhecido, de ofício, da alegada “nulidade do lançamento de IRRF”. Fl. 1596DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.597 6 Sucede, porém, que o voto condutor do acórdão embargado manifestouse expressamente quanto a esse ponto (efls. 957), pelo que inexiste qualquer omissão (negritei): Inicialmente, cumpre relatar que o contribuinte, em memoriais, traz novamente à baila a tentativa de reexame de matéria que foi inadmitida no recurso especial, que diz respeito à tributação na fonte feita a beneficiários não identificados. Deixase de analisar esta matéria, em virtude de absoluta falta de previsão regimental. O fato de poder resultar em decisões divergentes em processos semelhantes, por si só, não leva à análise de tema que não teve sua admissibilidade deferida nos termos regimentais. Significa dizer que não considerou o Colegiado como sendo “matéria de ordem pública” o fato de entendimentos díspares poderem resultar em decisões divergentes em processos semelhantes. Vejase que, no caso a que se reporta a Embargante como referência, envolvendo uma sua sócia (Acórdão nº 10809.037, de 2006, mantido pelo Acórdão CSRF nº 9101001.238, de 2011) não foi considerado nulo o lançamento — o que poderia vir a caracterizar “matéria de ordem pública” , mas apenas improcedente, nessa parte: Voto vencido [...]. Diante da falta de explicação dos destinatários dos referidos cheques e, ante aos históricos antes mencionados, como não foi identificada a causa e/ou os beneficiários, houve subsunção dos fatos à norma e consequente lançamento do IRRF com as informações de que dispunha o Fisco (art. 845, II, do RIR/1999). [...]. Voto vencedor [...]. Desta feita, entendo que o lançamento do IRFonte não merece prosperar, não só porque em parte houve a comprovação do beneficiário, mas porque a transação utilizada para realizar sua constituição é a mesma utilizada para a constituição do crédito fiscal em relação ao IRPJ devido pela Recorrente, em razão do ganho de capital na alienação de participação societária. Ou seja, não se tratando, no caso, de “matéria de ordem pública”, mas de mera divergência de entendimentos, estáse, na realidade, diante do inconformismo da Embargante com as razões do voto condutor do acórdão embargado, e não, propriamente, de omissão por parte deste. Por fim, acerca do quarto item — “iliquidez dos demonstrativos e DARFs enviados à embargante” , não se trata de matéria que possa ser objeto de recurso especial de divergência. Eventuais erros no cálculo de DARFs emitidos para cobrança devem ser opostos à Unidade de origem, a quem cabe a execução do julgado, nos termos do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012. Fl. 1597DF CARF MF Processo nº 10680.002872/200577 Acórdão n.º 9101002.476 CSRFT1 Fl. 1.598 7 Ausentes, conforme demonstrado, as apontadas omissões e contradição, pelo que entendo que os embargos devem ser rejeitados. Do exposto, voto por conhecer e rejeitar os embargos de declaração interpostos pelo contribuinte. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Fl. 1598DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.904237/2009-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 14/09/2001
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-004.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 14/09/2001 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1926; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 2 1 1 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13888.904237/200911 Recurso nº 1 Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303004.101 – 3ª Turma Sessão de 07 de junho de 2016 Matéria PIS/COFINS. Incidência sobre receitas de vendas a empresas sediadas na ZFM. Recorrente CRISTINA APARECIDA FREDERICH & CIA LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 14/09/2001 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 42 37 /2 00 9- 11 Fl. 235DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela contribuinte com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 330201.031, que negou provimento ao recurso voluntário. Decidiu o colegiado a quo pela incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Cientificado do mencionado acórdão o sujeito passivo apresentou recurso especial suscitando divergência jurisprudencial quanto à isenção das contribuições sobre as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e serviços para empresas com domicílio na Zona Franca de Manaus. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.934, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10650.902444/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.934): "A matéria, única, posta ao exame do colegiado não é nova. Com efeito, já tivemos oportunidade de nos pronunciar sobre ela em diversas ocasiões, tendo eu firmado convicção pela inaplicabilidade de qualquer medida desonerativa (seja isenção, imunidade ou alíquota zero) aos fatos geradores anteriores a julho de 2004. No relatório da Dra. Vanessa consta que o contribuinte aduziu em seu recurso: "que: (a) o DecretoLei nº 288/67 equipara os efeitos das operações de venda para a Zona Franca de Manaus às exportações para o estrangeiro, sendolhes aplicáveis as vantagens fiscais estabelecidas pela legislação para as exportações, nos termos do seu art. 4º; (b) o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido da não incidência de PIS sobre as receitas decorrentes das vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus; (c) o Supremo Tribunal Fl. 236DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 4 3 Federal, ao proferir liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’, contida no inciso I, do §2º do art. 14 da MP nº 2.03724/00, expressão suprimida do diploma legal pelo Poder Executivo ao editar, na mesma data, a MP nº 2.03725/2000; e, por fim, (d) não incide o PIS para os fatos geradores ocorridos em fevereiro de 2002, tendo em vista a revogação da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ do inciso I, §2º do art. 14 da MP nº 2.03725/2000 e a equiparação dos efeitos fiscais das vendas para a Zona Franca de Manaus às exportações para o exterior". Consideroos todos abarcados no voto que segue, proferido em sessão de 2011, no qual enfrentei ainda outros argumentos. Reconheço haver decisões do STJ em sentido oposto, mas, como nenhuma delas cumpre os requisitos do art. 62 do atual regimento interno desta Casa, peço vênia para continuar teimando. Disseo eu naquela ocasião: Vale iniciálo reenunciando o criativo entendimento da recorrente: a) não há necessidade de previsão legal expressa concessiva da isenção porque o decretolei 288 e o Ato Complementar 35/67 bastam; b) deferida isenção para exportações em geral, a vendas à ZFM está imediata e automaticamente estendida; c) tendo o Ato Complementar à Constituição de 67 a natureza de lei complementar, como pacificado em nossos Tribunais,. nenhuma lei ordinária o poderia revogar; d) a “revogação” pretendida somente vigorou entre ___ e ___, sendo de rigor reconhecer a isenção, ao menos, nos períodos anterior e posterior. Ainda que criativo, o raciocínio desenvolvido na defesa não merece prosperar cabendo a manutenção da decisão recorrida pelos motivos que se expõem em seguida. Em primeiro lugar, a premissa de que o decretolei 288 teria assegurado que todo e qualquer incentivo direcionado a promover as exportações deveria, imediata e automaticamente, ser estendido à Zona Franca de Manaus não resiste sequer ao primeiro dos métodos interpretativos consagradamente admitidos: a literalidade. É que tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 5 4 Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia – pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Aliás, da interpretação dada pela recorrente a este último ato também divergimos. Deveras, pretende ela que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM, como afirma a empresa. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego e renda para a região Norte. Para tanto, definiuse um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 6 5 Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser taxada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal Fl. 239DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 7 6 que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. Com efeito, ouso divergir da conclusão exposta no Parecer PFGN 1789 no sentido de que tal ressalva se destinava apenas aos comandos insertos nos incisos IV, VI, VIII e IX. A razão para tanto é que aí ventilamse hipóteses intrinsecamente ligadas ao objetivo que o ato pretende incentivar: vendas para o exterior que trazem divisas para o país. Refirome aos incisos VIII (vendas com o fim de exportação a trading companies e demais empresas exportadoras) bem como o fornecimento de bordo a embarcações em tráfego internacional (ship’s Chandler). Além disso, a interpretação não apenas retira um incentivo, ela pressupõe um desincentivo: qualquer trading do decretolei 1.248/72, exportadora inscrita na SECEX ou ship’s Chandler instalada em outro ponto do território nacional terá vantagem em relação à que ali se instale. Não faz sentido tal discriminação contra a ZFM. A interpretação dada pela douta PGFN parece buscar um sentido para o comando do parágrafo de modo a não tornálo redundante. Fêlo, todavia, da pior forma, a meu sentir, pois fixouse no método literal esquecendose de considerar o motivo da norma. Realmente, uma cuidadosa leitura do parecer permite ler o artigo, com o respectivo parágrafo segundo, da seguinte forma: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, desde que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) NÃO esteja situada na ZFM. Com a exclusão do parágrafo: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, mesmo que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) esteja situada na ZFM. Ora, o objeto da isenção versada nesses dispositivos nada tem a ver com a localização da compradora mas com o que ela faz. É a atividade (exportação com conseqüente ingresso de divisas) que se quer incentivar. O que se tem de decidir é se a mera venda à ZFM, que não gera divisa nenhuma, deve a isso ser equiparado. Foi isso, em meu entender, que o parágrafo quis dizer: não é o que o Parecer da PGFN consegue nele ler. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 8 7 Em conseqüência desse parecer, surgem decisões como as que ora se examinam: o pedido tinha a ver com venda a ZFM. A decisão abre a possibilidade de que tenha mesmo havido recolhimento indevido, mas por motivo completamente diverso. E mais, atribui ao contribuinte a prova dessa outra circunstância, que não motivara o seu pedido. Nonsense completo. Esse meu reconhecimento implica aceitar que o malsinado parágrafo estava sim se referindo, genericamente, às vendas à ZFM, ou, mais claramente, está ele a dizer que, para efeito do incentivo de PIS e COFINS, a mera venda a empresa sediada na ZFM não se equipara à exportação de que cuida o inciso II do ato legal em discussão. Mas, ao fazêlo, não está revogando dispositivo isentivo anterior: está simplesmente cumprindo o seu papel esclarecedor, ainda que nesse caso melhor fosse nada ter tentado esclarecer... Aliás, idêntico dispositivo esclarecedor poderia ter estado presente na LC 85 e na Lei 7.714 como já estivera no decretolei 491. Com isso, muita discussão travada administrativamente teria sido evitada ou transferida para o Judiciário. É a ausência de tal dispositivo e sua presença na nova lei que cria o imbróglio. Ele não leva, contudo, em minha opinião, à interpretação simplória de que tal ausência implicasse haver isenção. Para isso, primeiro, se tem de admitir que basta o Decretolei 288. Essa interpretação, pareceme, está em maior consonância com o espírito legisferante, pois não faz sentido considerar que uma norma que procura incentivar as exportações tenha instituído uma discriminação contra uma região (região, aliás, que sempre se procurou incentivar) em operações que produzem o mesmo resultado: a geração de divisas internacionais. A minha conclusão é, assim, de que mesmo entre 1º de fevereiro de 1999 e 31 de dezembro de 2000 há, sim, isenção das contribuições naquelas hipóteses, ainda que a empresa esteja situada na ZFM. Em outras palavras, a localização da empresa não é impeditivo à fruição do incentivo à exportação, desde que cumprido o que está previsto naqueles incisos. Mas tampouco há isenção APENAS PORQUE A COMPRADORA LÁ ESTEJA. Nos recursos ora em exame, esse foi o fundamento do pedido e a ele deveria terse restringido a DRJ. Nesses termos, só causa mais imbróglio a afirmação constante no acórdão recorrido de que “haveria direito” no período de 1º de janeiro de 2001 a julho de 2004 mas não estava ele adequadamente comprovado. Simplesmente não há o direito na forma requerida. E por isso mesmo não cabe a pretensão do contribuinte de que a Administração adapte o seu pedido fazendo as pesquisas internas que permitam apurar se alguma das empresas por ele listadas na planilha referida se enquadra naquelas disposições. Fl. 241DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904237/200911 Acórdão n.º 9303004.101 CSRFT3 Fl. 9 8 O máximo que se poderia admitir, dado o teor da decisão, era que, em grau de recurso, trouxesse a empresa tal prova. Não o fez, porém, limitandose a postular a nulidade da decisão porque não determinou aquelas diligências. Não sendo obrigatória a realização de diligências, como se sabe (art. __ do Decreto 70.235), sua ausência não acarreta nulidade da decisão proferida por quem legalmente competente para tal. Cabe sim manter aquela decisão dado que o contribuinte não comprovou o seu direito como lhe exigem o Decreto 70.235, a Lei 9.784 e o próprio Código Civil (art. 333). Com tais considerações, nego provimento ao recurso do contribuinte. Com essas mesmas considerações, votei, também aqui, pelo não provimento do recurso do contribuinte, sendo esse o acórdão que me coube redigir." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial do contribuinte, em razão da incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas efetuadas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 242DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10830.900283/2013-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 14/09/2012
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.707
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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conteudo_txt : Metadados => date: 2017-08-11T17:51:58Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2017-08-11T17:51:58Z; Last-Modified: 2017-08-11T17:51:58Z; dcterms:modified: 2017-08-11T17:51:58Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2017-08-11T17:51:58Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2017-08-11T17:51:58Z; meta:save-date: 2017-08-11T17:51:58Z; pdf:encrypted: true; modified: 2017-08-11T17:51:58Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2017-08-11T17:51:58Z; created: 2017-08-11T17:51:58Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; Creation-Date: 2017-08-11T17:51:58Z; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2017-08-11T17:51:58Z | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.900283/201303 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3301003.707 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de junho de 2017 Matéria Restituição. Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/09/2012 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 02 83 /2 01 3- 03 Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.741, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10830.900283/201303 Acórdão n.º 3301003.707 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 178DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.723901/2012-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
POSTERGAÇÃO
A postergação do pagamento de tributo é argumento de defesa capaz de infirmar a autuação até o montante recolhido a destempo, mas não para afastar in totum a exigência tributária. No presente feito, no entanto, nem sequer a postergação foi comprovada.
ERRO NO RECONHECIDO DO ANO DE COMPETÊNCIA
Para comprovar que o contribuinte registrou despesas em período-base incorreto, a autoridade fiscal não está necessariamente obrigada a demonstrar em qual período de apuração cada uma das parcelas de despesa deveria ter sido apropriada.
Numero da decisão: 1401-002.032
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso de ofício para restabelecer o lançamento tributário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2009 POSTERGAÇÃO A postergação do pagamento de tributo é argumento de defesa capaz de infirmar a autuação até o montante recolhido a destempo, mas não para afastar in totum a exigência tributária. No presente feito, no entanto, nem sequer a postergação foi comprovada. ERRO NO RECONHECIDO DO ANO DE COMPETÊNCIA Para comprovar que o contribuinte registrou despesas em período-base incorreto, a autoridade fiscal não está necessariamente obrigada a demonstrar em qual período de apuração cada uma das parcelas de despesa deveria ter sido apropriada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso de ofício para restabelecer o lançamento tributário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
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No presente feito, no entanto, nem sequer a postergação foi comprovada. ERRO NO RECONHECIDO DO ANO DE COMPETÊNCIA Para comprovar que o contribuinte registrou despesas em períodobase incorreto, a autoridade fiscal não está necessariamente obrigada a demonstrar em qual período de apuração cada uma das parcelas de despesa deveria ter sido apropriada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso de ofício para restabelecer o lançamento tributário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 72 39 01 /2 01 2- 18 Fl. 295DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Relatório Em relação às peças iniciais do feito, sirvome do relatório elaborado pela autoridade julgadora de primeiro grau: O presente processo tem como objeto os autos de infração de fls 182/197, referentes a Imposto sobre a Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, por meio dos quais foram consubstanciadas as exigências de R$ 2.639.373,85 e R$ 952.315,66, respectivamente, multa de 75% e juros de mora. As autuações tiverem como fundamento glosa de deduções referentes a juros incidentes sobre tributos em atraso . Às fls 177/181, foi relatada conforme resumo seguinte: • A interessada, optante, no ano de 2009, pelo lucro real trimestral, aderiu ao parcelamento de que trata a lei 11.941/2009. A consolidação dos débitos foi feita em 25/11/2009; • Intimada a comprovar o valor de R$ 28.738.979,26, contabilizado como “juros incorridos até a consolidação do parcelamento”, apresentou os demonstrativos integrantes da consolidação e afirmou que o valor em questão corresponderia ao somatório das atualizações monetárias antes das reduções em função da utilização dos prejuízos fiscais que possuía; • De posse dos extratos de consolidação e da contabilidade foi possível concluir que foram apropriadas as atualizações dos tributos a pagar pelo regime de competência. Porém, como os juros e multas conforme cálculos da consolidação do parcelamento foram superiores àqueles já apropriados, foi realizado um único ajuste, no ano de 2009, relativo à diferença; • O procedimento adotado ofende ao princípio da competência, segundo o qual os ajustes realizados (relativos a períodos anteriores) deveriam ter sido considerados como despesas dos próprios anos a que se referem. Foi, portanto, realizada a glosa da exclusão às bases de cálculo do IRPJ e CSLL, no valor de R$ 25.581.447,37, conforme abaixo (fls 180/181): • (+)Valor dos tributos vencidos, consolidação sem redução : R$ 74.669.625,38; • ( ) Valor da consolidação não apropriada contabilmente : (R$ 2.248.454,37); Fl. 296DF CARF MF Processo nº 10855.723901/201218 Acórdão n.º 1401002.032 S1C4T1 Fl. 296 3 • (=) Parcelamento da Lei 11.941/2009 na data da consolidação: R$ 72.421.171,01; • ( ) valor original dos tributos parcelados na data da consolidação: R$ 32.695.018,48; • (=) valor dos juros, multas e encargos incluídos na consolidação: R$ 39.726.152,53; • ( ) Juros já anteriormente apropriados na contabilidade: R$ 10.949.649,73; • (=) Juros apropriados em 2009 : R$ 28.776.502,80; • ( ) Juros referentes á própria competência 2009: R$ 3.195.055,43; • (=) Valor da glosa Juros referentes a períodos anteriores, apropriados por ocasião da consolidação (4º trim/2009) : R$ 25.581.447,37 Cientificada da autuação em 26/09/2012 (fls 205/206), a interessada apresentou a impugnação de fls 217/231 , recepcionada em 26/10/2012, na qual alega a seu favor que : • a despesa glosada corresponde aos juros de mora incidentes sobre os débitos parcelados, calculados desde o vencimento até a consolidação; • a contabilização tardia de despesas não caracteriza infração fiscal; • caso se entenda que os juros glosados em 2009 pertenciam a anos anteriores, os valores respectivos deveriam ter sido considerados nestes anos . Só assim, após acerto de valores, seria possível constatar que não houve recolhimento a menor; • a inobservância do regime de competência só ocasiona lançamento de ofício quando acarrete efetivo pagamento a menor de tributo. Corroboram tal entendimento o PN CST 57/79 e o PN Cosit 02/96. • Correta a apropriação dos juros integrantes do parcelamento em 2009. Isto porque os parcelamentos especiais configuram verdadeiras novações de que se originam novos passivos, diversos dos anteriores; • Os juros parcelados não referemse àquelas primeiras obrigações, mas aos valores renegociados. Sua correta competência, portanto, é a da data da consolidação do parcelamento; Fl. 297DF CARF MF 4 Decisão de primeiro grau A decisão de primeiro grau (fls. 273277) deu provimento integral, por maioria de votos, à impugnação e recorreu de ofício. Abaixo, transcrevemos o teor do voto vencedor: Nos termos relatados, a exclusão que foi objeto da glosa corresponderia a ajustes de exercícios anteriores, referentes a juros de mora sobre tributos vencidos, incluídos em parcelamento deferido pela RFB. Não compuseram os fundamentos da autuação quaisquer considerações sobre possíveis incorreções no cálculo do montante da referida exclusão e nem sobre a sua dedutibilidade. O lançamento foi motivado, apenas, pelo desrespeito ao regime de competência. Segundo o autuante, os valores questionados deveriam ter sido considerados como despesas dos exercícios a que de fato correspondiam. O primeiro ponto a ressaltar é o de que se foi considerado inadequado o regime de reconhecimento adotado, deveria ter sido informado, afinal, qual o critério correto e, ainda, quais seriam os períodos a que realmente competiriam as deduções auditadas. Não constam dos autos tais esclarecimentos. Ainda que se supere tal omissão, o fato é que o desrespeito ao regime de competência só acarreta infração à legislação se dela decorrer postergação de pagamento e conseqüente recolhimento a menor de tributos, hipótese esta que pode se configurar quando ocorra postergação de receitas ou antecipação de despesas, mas não quando, como no caso presente, se constata exclusão realizada em momento posterior ao da sua correta apropriação. Ressalto que não há, nos autos, relato acerca de manipulação de resultados, isto é, apropriação casuísta de despesas ou receitas, conforme haja ou não apuração de bases de cálculo positivas/negativas. Não há , tampouco, como checar tal hipótese, já que, conforme exposto anteriormente, não se sabe qual seria a correta competência das deduções glosadas. Esclareço ainda que , nos termos do art 377 do RIR/1999, os juros incidentes sobre dívidas tributárias são dedutíveis na apuração do lucro real, conforme o regime de competência, e que, segundo relato da autoridade autuante e demonstativo de cálculos por ela apresentado, os valores glosados referemse às diferenças ainda não apropriadas na contabilidade em anos anteriores. Portanto, a princípio temos que os referidos valores constituem deduções permitidas na apuração do lucro real, das quais a interessada não havia ainda se beneficiado, reconhecidas, porém, em momento posterior ao de sua correta competência. À vista de todo o exposto, considerando que, no caso concreto, a autoridade autuante não demonstrou (e nem sequer fez menção) à ocorrência de postergação de pagamento de tributos da qual tenha resultado efetivo prejuízo aos cofres públicos, concluo, com base no art 273 do RIR/1999, pelo cancelamento da autuação. Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10855.723901/201218 Acórdão n.º 1401002.032 S1C4T1 Fl. 297 5 É o meu voto. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Conforme podemos constatar do voto condutor da decisão recorrida, a DRJ deu provimento à impugnação por duas razões: (i) a autoridade deveria ter consignado qual o critério a ser adotado para o reconhecimento das despesas e a quais períodos elas seriam pertinentes, (ii) o descumprimento do regime de competência só autoriza o lançamento no caso de postergação do pagamento de tributos ou a sua redução e isso só ocorre no caso de postergação de receitas ou de antecipação de despesas e não, como no presente caso, no caso de postergação de despesas. Discordo de ambos os fundamentos da decisão recorrida. Não é necessário afirmar com precisão a natureza de uma coisa ou fato para aduzir que tal coisa ou fato não corresponde àquela qualificação dada por outra pessoa. Num exemplo didático, se me deparo com um bicho e alguém afirma se tratar de uma ave, posso rejeitar essa afirmação se o animal não portar penas ainda que não consiga identificar precisamente de que família da fauna ele pertence. De igual sorte, em razão da natureza do parcelamento especial, pode a autoridade fiscal, como fez, aduzir que as despesas de juros não se referem ao exercício em curso sem a necessidade de identificar e quantificar cada um dos itens de despesa. Com relação ao tema da postergação, equivocase a autoridade julgadora a aduzir que a postergação de despesa não tem o condão de reduzir tributo. Há diversas hipóteses em que isso pode ocorrer. Cito três exemplos. Primeiro, se a postergação de despesas, por equívoco do sujeito passivo, ultrapassou o prazo de cinco anos, o seu reconhecimento posterior resulta na burla do prazo prescricional da repetição do indébito. Segundo, se no período correto o sujeito passivo apurou prejuízo fiscal, a postergação de despesa não implica o pagamento antecipado de despesa e reduz a tributação do período de reconhecimento por burla da trava de 30% de compensação. Terceiro, se as despesas são relativas a sociedade incorporada com prejuízos fiscais acumulados, a postergação de despesas também reduz a tributação em razão de reconhecer despesa que deveria ampliar o prejuízo não passível de ser transferido pela sucessão societária. A questão, assim, se resume a definir quem tem o ônus de comprovar tais hipóteses. A jurisprudência dessa turma já assentou que a postergação é argumento de defesa, mas não para afastar in totum a autuação, conforme abaixo transcrevemos no exemplo do acórdão nº 1401001.741: Fl. 299DF CARF MF 6 POSTERGAÇÃO. ANO DE APROVEITAMENTO. ÁGIO. POSSIBILIDADE. Se o ágio foi aproveitado incorretamente em 2008, mas poderia ter sido aproveitado já em 2009, e considerando que havia lucro real suficiente para deduzir o ágio no ano de 2009, é possível reconhecer a postergação, conforme requerido pela contribuinte em seu Recurso. A autuação se refere à apropriação indevida de despesas no exercício fiscalizado. Desse modo, deveria a defesa, concretamente, demonstrar ter pago imposto e CSLL a maior noutros períodos. A alegação genérica não dá azo a improcedência do lançamento tributário. Por fim, cumpreme enfrentar o argumento subsidiário da novação que deixou de ser considerado na decisão de primeiro grau porque suas razões foram suficientes para a posição adotada. A novação extingue dívida antiga e cria dívida nova. Tal fato tem a natureza permutativa de contas patrimoniais. Não é modificativo de contas de resultado, muito menos com efeitos projetados para o passado. Por todo o exposto, dou provimento ao recurso de ofício para restabelecer o lançamento tributário. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Fl. 300DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13044.720195/2015-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Sep 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 18/01/2012 a 10/11/2015
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. NECESSIDADE.
As informações exigidas na declaração de importação são de preenchimento obrigatório, sob as penas da legislação de regência, não sendo franqueada ao contribuinte a faculdade de escolher quais reputa necessárias ao controle aduaneiro, administrativo, cambial ou comercial.
PRODUTOR/PAÍS DE ORIGEM. INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA. MULTA. ART. 711 DO DECRETO Nº 6.759/09. CABIMENTO.
A ausência de informação sobre o produtor e sua relação com o exportador, ou, em substituição, a indicação do país de origem das mercadoria importadas implica na imposição da multa prevista no art. 69 da Lei nº 10.833/03, regulamentada pelo art. 711 do Decreto nº 6.759/09.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 18/01/2012 a 10/11/2015
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. INTENÇÃO DO AGENTE. AVERIGUAÇÃO. DESNECESSIDADE.
A responsabilidade do agente pelas infrações tributárias, consistente na ausência de prestação de informações em declarações de importação, independe de sua intenção ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato praticado, ex vi do art. 136 do Código Tributário Nacional.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-003.968
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário apresentado, vencidos os Conselheiros André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Cássio Schappo e Rodolfo Tsuboi.
Fenelon Moscoso de Almeida Presidente Substituto
Robson José Bayerl Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participaram do julgamento, ainda, em substituição ao Conselheiro Rosaldo Trevisan, o Conselheiro suplente Cleber Magalhães; em substituição ao Conselheiro Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, que se declarou impedido, o Conselheiro suplente Cássio Schappo; e em substituição ao Conselheiro Tiago Guerra Machado, que também se declarou impedido, o Conselheiro suplente Rodolfo Tsuboi.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 18/01/2012 a 10/11/2015 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. NECESSIDADE. As informações exigidas na declaração de importação são de preenchimento obrigatório, sob as penas da legislação de regência, não sendo franqueada ao contribuinte a faculdade de escolher quais reputa necessárias ao controle aduaneiro, administrativo, cambial ou comercial. PRODUTOR/PAÍS DE ORIGEM. INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA. MULTA. ART. 711 DO DECRETO Nº 6.759/09. CABIMENTO. A ausência de informação sobre o produtor e sua relação com o exportador, ou, em substituição, a indicação do país de origem das mercadoria importadas implica na imposição da multa prevista no art. 69 da Lei nº 10.833/03, regulamentada pelo art. 711 do Decreto nº 6.759/09. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 18/01/2012 a 10/11/2015 DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. INTENÇÃO DO AGENTE. AVERIGUAÇÃO. DESNECESSIDADE. A responsabilidade do agente pelas infrações tributárias, consistente na ausência de prestação de informações em declarações de importação, independe de sua intenção ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato praticado, ex vi do art. 136 do Código Tributário Nacional. Recurso voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário apresentado, vencidos os Conselheiros André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Cássio Schappo e Rodolfo Tsuboi. Fenelon Moscoso de Almeida Presidente Substituto Robson José Bayerl Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participaram do julgamento, ainda, em substituição ao Conselheiro Rosaldo Trevisan, o Conselheiro suplente Cleber Magalhães; em substituição ao Conselheiro Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, que se declarou impedido, o Conselheiro suplente Cássio Schappo; e em substituição ao Conselheiro Tiago Guerra Machado, que também se declarou impedido, o Conselheiro suplente Rodolfo Tsuboi.
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PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. NECESSIDADE. As informações exigidas na declaração de importação são de preenchimento obrigatório, sob as penas da legislação de regência, não sendo franqueada ao contribuinte a faculdade de escolher quais reputa necessárias ao controle aduaneiro, administrativo, cambial ou comercial. PRODUTOR/PAÍS DE ORIGEM. INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA. MULTA. ART. 711 DO DECRETO Nº 6.759/09. CABIMENTO. A ausência de informação sobre o produtor e sua relação com o exportador, ou, em substituição, a indicação do país de origem das mercadoria importadas implica na imposição da multa prevista no art. 69 da Lei nº 10.833/03, regulamentada pelo art. 711 do Decreto nº 6.759/09. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 18/01/2012 a 10/11/2015 DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. INTENÇÃO DO AGENTE. AVERIGUAÇÃO. DESNECESSIDADE. A responsabilidade do agente pelas infrações tributárias, consistente na ausência de prestação de informações em declarações de importação, independe de sua intenção ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato praticado, ex vi do art. 136 do Código Tributário Nacional. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 04 4. 72 01 95 /2 01 5- 38Fl. 243DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário apresentado, vencidos os Conselheiros André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Cássio Schappo e Rodolfo Tsuboi. Fenelon Moscoso de Almeida – Presidente Substituto Robson José Bayerl – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participaram do julgamento, ainda, em substituição ao Conselheiro Rosaldo Trevisan, o Conselheiro suplente Cleber Magalhães; em substituição ao Conselheiro Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, que se declarou impedido, o Conselheiro suplente Cássio Schappo; e em substituição ao Conselheiro Tiago Guerra Machado, que também se declarou impedido, o Conselheiro suplente Rodolfo Tsuboi. Relatório Cuidase, na espécie, de auto de infração para exigência da multa prevista no art. 69 da Lei nº 10.833/03, regulamentado pelo art. 711 do Decreto nº 6.759/09, em razão da falta de indicação, nas declarações de importação que menciona, da identificação do produtor/fabricante da mercadoria importada. Em impugnação o contribuinte sustentou impossibilidade de se identificar adequadamente o fabricante/produtor; que as informações dos respectivos exportadores constam das DIs; que não deixou os campos em branco, apenas indicou desconhecer a informação requerida; que deveriam ser aplicados os Atos Declaratórios COSIT nºs 12/97 e 13/02; que a informação supostamente omitida não seria capaz de ocasionar prejuízo à fiscalização, tampouco foi constatada a existência de dolo ou máfé. Na ocasião citou jurisprudência e pugnou pela observância do princípio da razoabilidade. A DRJ Florianópolis/SC manteve o lançamento, verbis: “DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. INDICAÇÃO DO FABRICANTE OU PRODUTOR. OMISSÃO. MULTA. A multa aplicase ao importador que omitir informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. As informações relacionadas ao fabricante ou produtor devem ser apresentadas pelo importador nas respectivas declarações de importação, conforme estabelecido em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.” O recurso voluntário interposto, com certa variação, reprisou os argumentos do recurso inaugural. Fl. 244DF CARF MF Processo nº 13044.720195/201538 Acórdão n.º 3401003.968 S3C4T1 Fl. 11 3 A Procuradoria da Fazenda Nacional, através de sua representação no CARF/MF, apresentou contrarrazões onde pleiteou a manutenção do julgado de primeiro grau insistindo que cumpria à autuada prestar as informações exigidas; que o questionamento apresentado, quanto ao desconhecimento da informação, era improcedente; que não se aplicariam ao caso as conclusões dos atos declaratórios citados; que a infração estaria plenamente caracterizada, sendo despiciente perscrutar a intenção do agente (art. 136 do CTN); e, que a conduta subsumiase à prescrição legal que impõe a multa ora exigida. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso voluntário preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Segundo a acusação fiscal, o ora recorrente deixou de prestar a informação prevista no item 34, Anexo Único, IN RFB 680/2006, consistente na identificação da pessoa que fabricou ou produziu a mercadoria e sua relação com o exportador. Ante tal fato, as autoridades fiscais capitularam a infração no art. 69 da Lei nº 10.833/03, regulado pelo art. 711, § 1º, I, §§ 2º e 5º do Decreto nº 6.759/09 nos seguintes termos: “Art. 711. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 84, caput; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, § 1º): I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; (...) § 1o As informações referidas no inciso III do caput, sem prejuízo de outras que venham a ser estabelecidas em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, compreendem a descrição detalhada da operação, incluindo (Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, § 2º): I identificação completa e endereço das pessoas envolvidas na transação: importador ou exportador; adquirente (comprador) ou fornecedor (vendedor), fabricante, agente de compra ou de venda e representante comercial; II destinação da mercadoria importada: industrialização ou consumo, incorporação ao ativo, revenda ou outra finalidade; Fl. 245DF CARF MF 4 III descrição completa da mercadoria: todas as características necessárias à classificação fiscal, espécie, marca comercial, modelo, nome comercial ou científico e outros atributos estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil que confiram sua identidade comercial; IV países de origem, de procedência e de aquisição; e V portos de embarque e de desembarque. § 2o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior, observado o disposto nos §§ 3o a 5o (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 84, § 1º; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, caput). § 3o Na ocorrência de mais de uma das condutas descritas nos incisos do caput, para a mesma mercadoria, aplicase a multa somente uma vez. § 4o Na ocorrência de uma ou mais das condutas descritas nos incisos do caput, em relação a mercadorias distintas, para as quais a correta classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul seja idêntica, a multa referida neste artigo será aplicada somente uma vez, e corresponderá a: I um por cento, aplicado sobre o somatório do valor aduaneiro de tais mercadorias, quando resultar em valor superior a R$ 500,00 (quinhentos reais); ou II R$ 500,00 (quinhentos reais), quando da aplicação de um por cento sobre o somatório do valor aduaneiro de tais mercadorias resultar valor igual ou inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais). § 5o O somatório do valor das multas aplicadas com fundamento neste artigo não poderá ser superior a dez por cento do valor total das mercadorias constantes da declaração de importação (Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, caput). § 6o A aplicação da multa referida no caput não prejudica a exigência dos tributos, da multa por declaração inexata de que trata o art. 725, e de outras penalidades administrativas, bem como dos acréscimos legais cabíveis (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 84, § 2º).” Em sua primeira incursão defensiva argumentou o recorrente que a informação requerida era de impossível indicação, eis que o produto – petróleo – não seria fabricado, mas sim extraído, demais disso, a “ajuda do SISCOMEX” permitiria o preenchimento do campo como desconhecido e, por fim, que os exportadores do produto foram devidamente arrolados. Nada obstante a aparente lógica, entendoa insuficiente para afastar a penalidade inflingida, a uma, porque, mesmo não “fabricado”, é indubitável que o petróleo foi produzido por alguém e essa produção, ainda que tenha partido de um poço de petróleo, certamente possui um proprietário, que deve necessariamente ser indicado na declaração de importação, no campo próprio; e, a duas, porque a “ajuda do SISCOMEX”, como descrito pelo próprio recorrente, exige que, desconhecido o produtor ou fabricante, seja informado o código do país de origem e os dados do exportador, de modo que informados apenas os dados desse último, faltaria a outra informação – código do país. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 13044.720195/201538 Acórdão n.º 3401003.968 S3C4T1 Fl. 12 5 Por pertinente, ressalto que os termos “produtor” e “fabricante” mencionados no ato normativo não possuem a mesma acepção, referindose este termo àquele que realiza operações de industrialização, consoante a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, reservandose aqueloutro às demais operações que não envolvam apenas a prestação de serviços ou industrialização, como é o caso da atividade agropastoril e extrativa, consubstanciando uma definição residual. No caso vertente, ainda que, de fato, inexista industrialização no processo extrativo, há necessariamente produção, uma vez que a mercadoria, petróleo, mesmo que explorada em estado natural, exige esforço humano para sua obtenção, inclusive com a utilização de máquinas e equipamentos especiais. Assim, mesmo que desconhecido o produtor e sua vinculação com exportador, em que pese a possibilidade de obtenção dessa informação, com um pouco de boa vontade, caberia a indicação, ao menos, do país de origem do produtor, o que não ocorreu. Tocante à pretensa falta de subsunção dos fatos relatados à prescrição legal, tenho que o caso dos autos amoldase perfeitamente à infração descrita no dispositivo correspondente, art. 711, I, § 1º do Decreto nº 6.759/09, uma vez que foi prestada de forma incompleta a identificação das pessoas envolvidas na transação – produtor, exportador e importador –, uma vez ausente as informações do produtor. Respeitante à exigência de que tal informação, além de ausente, seja necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado, estabelecida na matriz legal, art. 69 da Lei nº 10.833/03, a meu ver se corporifica na possibilidade de se estabelecer, entre os intervenientes, uma triangulação comercial destinada a manipular os preços da transação, a não refletir os preços reais praticados, de modo que a necessidade de informação dos dados de identificação completa de produtor e exportador, bem assim, a relação entre ambos, tem potencial reflexo na adoção de procedimentos aduaneiros específicos de controle objetivando coibir práticas atentatórias contra as normas de controle, tributárias e econômicas, como, por exemplo, o subfaturamento/subvaloração, concorrência desleal, lavagem de dinheiro, etc. De outra banda, não dispõe o importador da faculdade de julgar quais informações são ou não importantes para definição do tratamento aduaneiro adequado, cabendolhe tãosomente prestálas, sem qualquer juízo de valor. Em síntese, a ausência da informação omitida – identificação do produtor e sua relação com o exportador, no campo próprio – pode sim, ainda que abstrata e potencialmente, interferir no controle aduaneiro. Nesse ponto, há uma assertiva contraditória do recorrente em relação aos elementos colacionados aos autos, pois afirma que, mesmo não tendo informado o produtor, teria indicado o país de origem, o que, no entanto, não coincide com as disposições transcritas da “ajuda do SISCOMEX”, que prevê, ante a ausência de indicação do fabricante/produtor, deve ser apontado, no campo, o país de origem do fabricante/produtor e o relatório de efls. 62 e ss., que dá conta que tais dados não foram informados. Na seqüência, a ausência de dúvida quanto à capitulação, a natureza ou circunstâncias do fato afasta por completo o emprego do art. 112 do Código Tributário Nacional, como pretendido pelo recorrente. Fl. 247DF CARF MF 6 Respeitante à adoção do entendimento, por analogia, das conclusões estampadas nos Atos Declaratórios COSIT nº 12/97 e 13/02, na linha exposta na decisão recorrida e nas contrarrazões apresentadas pela PFN, entendo que aludidos atos opinativos cuidam de matérias distintas, a saber, indicação indevida de ex tarifário e solicitação de benefício fiscal, respectivamente, porquanto tais equívocos, quando prestadas corretamente todas as demais informações da declaração de importação, não tem o poder de influir no adequado tratamento tributário em favor do importador, como pode vir a ocorrer nas hipóteses de omissão do país de origem das mercadorias importadas, onde haveria possibilidade de escapar ao estabelecimento, e.g., de salvaguardas ou direitos antidumping sobre o produto importado. Quanto ao entendimento jurisprudencial referenciado, despido de qualquer caráter vinculante, mantenho a posição externada – vencida, digase – no Acórdão 3401 002.543, de 27/03/2014, citado textualmente em recurso. Concernente à ausência de prejuízo aos controles administrativos ou ao erário, ou mesmo a ausência de máfé na conduta infracional, infiro que sua verificação somente se faz no campo da suposição, haja vista que não é possível afirmar categoricamente que a ausência da questionada informação não tenha causada qualquer prejuízo aos controles aduaneiros ou mesmo influenciado na alocação do adequado tratamento fiscal, considerando que os indicadores de parametrização nos canais de desembaraço aduaneiro não são de conhecimento público. Além disso, como bem pontuado pela PFN e decisão a quo, a teor do art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Por derradeiro, quanto à reclamação atinente à falta de razoabilidade dos montantes exigidos, as autoridades administrativas, no exercício do lançamento, exercem atividade plenamente vinculada, sob o ponto de vista do direito administrativo, nos exatos limites definidos em lei, não dispondo de qualquer discricionariedade para avaliar a conveniência e/ou oportunidade de sua lavratura. No caso dos autos, a autuação observou fielmente os parâmetros estatuídos, mormente a aplicação do teto da penalidade insculpido no art. 69, caput, da Lei nº 10.833/03. Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso manobrado. Robson José Bayerl Fl. 248DF CARF MF
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Numero do processo: 35504.000869/2006-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Aug 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/1999 a 01/02/2006
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO. PRAZO PARA AUTUAÇÃO.
O direito da Fazenda Pública de aplicar auto de infração por descumprimento de obrigação acessória tributária se extingue após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que a autuação poderia ter sido efetuada.
GFIP. OMISSÃO DE FATOS GERADORES. MULTA
Constitui infração por descumprimento de obrigação acessória a omissão, em GFIP, de fatos geradores de contribuições previdenciárias, mesmo que as contribuições tenham sido recolhidas, sujeitando o infrator a pena administrativa de multa.
Numero da decisão: 2401-004.866
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso. No mérito, por voto de qualidade, dar-lhe provimento parcial para excluir do cálculo da multa as competências até 11/2000, em razão da decadência. Vencidos o relator e os conselheiros Rayd Santana Ferreira, Andrea Viana Arraes Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Denny Medeiros da Silveira.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Carlos Alexandre Tortato - Relator
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Denny Medeiros da Silveira, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Cleberson Alex Friess e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: CARLOS ALEXANDRE TORTATO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 01/02/2006 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO. PRAZO PARA AUTUAÇÃO. O direito da Fazenda Pública de aplicar auto de infração por descumprimento de obrigação acessória tributária se extingue após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que a autuação poderia ter sido efetuada. GFIP. OMISSÃO DE FATOS GERADORES. MULTA Constitui infração por descumprimento de obrigação acessória a omissão, em GFIP, de fatos geradores de contribuições previdenciárias, mesmo que as contribuições tenham sido recolhidas, sujeitando o infrator a pena administrativa de multa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 50 4. 00 08 69 /2 00 6- 61 Fl. 347DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 348 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso. No mérito, por voto de qualidade, darlhe provimento parcial para excluir do cálculo da multa as competências até 11/2000, em razão da decadência. Vencidos o relator e os conselheiros Rayd Santana Ferreira, Andrea Viana Arraes Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Denny Medeiros da Silveira. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Relator (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Denny Medeiros da Silveira, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Cleberson Alex Friess e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. Fl. 348DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 349 3 Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 112/153) interposto em face da Decisão Notificação nº. 20.401.4/0560/2006 (fls. 102/108) proferido pela Delegacia da Receita Previdenciária em Florianópolis/SC, cuja ementa restou assim redigida: AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES. DECADÊNCIA. ILEGALIDADE DA MULTA APLICADA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. Constitui infração apresentar a empresa GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após dez anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. Não há cerceamento de defesa quando estão discriminados os dispositivos legais infringidos e a descrição sumária da infração. Não cabe ao INSS apreciar inconstitucionalidade de dispositivo de lei, competência esta, reservada ao Poder Judiciário. O Auto de Infração (AI 37.001.9083) do presente processo originase da exigência de multa por descumprimento do art. 32, IV, § 5º da Lei nº. 8.212/91, aplicada conforme o disposto no art. 284, II, do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Segundo a fiscalização previdenciária, responsável pelo lançamento, a empresa autuada não informou à previdência social por meio da GFIP todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias nas competências de janeiro de 1999 a novembro de 20002, nos termos do Relatório Fiscal de fl. 06. Segundo a fiscalização, a ora recorrente deixou de informar em GFIP o seguinte: 1. Nos meses de competência compreendidos entre 01/1999 e nov/2002, os valores relativos ao fornecimento de alimentação in natura, na modalidade de cesta básica, aos seus segurados empregados, sem a devida inscrição no Programa de Alimentação do Trabalhador a ser realizada no Ministério do Trabalho e Emprego. No anexo I, encontramse as competências, os valores disponibilizados, a conta contábil de origem os valores das contribuições previdenciárias devidas e totalizadas. 2. Nos meses de competência 01/1999 a 02/2006, valores pagos a título de seguros de vida a pessoas físicas enquadradas como contribuintes individuais. No anexo II , encontramse a competência do pagamento, o valor pago e o INSS devido; Fl. 349DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 350 4 3. Nos meses de competência 04/2000 a 11/2005, pagamentos efetuados para cooperativa de trabalho médico • (UNIMED). No anexo III , encontramse o mês de competência, o número da fatura, os valores pagos, as bases de calculo, o INSS devido; A ora recorrente tomou ciência do referido AI em 19/05/2006. Após a apresentação de sua peça impugnatória (fls. 28/59), ainda, apresentou pedido de suspensão de julgamento do presente AI para que a autuada tivesse tempo para proceder a retificação dos dados no intuito de ver relevada a multa que lhe foi imposta, conforme petição de fls. 78/79. A autoridade previdenciária, com base nas razões de impugnação do contribuinte, identificou erro no cálculo da multa em uma das competências lançadas, razão pela qual emitiu despacho decisório de retificação, passando o valor da autuação de R$ 400.162,48 para R$ 392.613,40, tendo sido dado ciência à contribuinte, bem como reaberto o prazo para impugnação (fls. 82/87). Às fls. 92/98, foi emitido o Despacho Decisório de Retificação nº. 20.401.4/0008/2006 pela Delegacia da Receita Previdenciária em Florianópolis, mantendo a autuação em parte e retificando a multa aplicada. AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. OMISSÃO DE FATOS GERADORES. VALOR DA MULTA A MAIOR. RETIFICAÇÃO DE OFÍCIO. REABERTURA DE PRAZO PARA PAGAMENTO DA MULTA OU IMPUGNAÇÃO. Constitui infração apresentar a empresa GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Auto de Infração aplicado com multa a maior deve ser retificado e devolvido o prazo ao interessado para pagamento com redução de 50% de desconto ou apresentação de impugnação. O ora recorrente, informando ciência do despacho decisório e ratifica os mesmos argumentos da impugnação inicialmente apresentada, conforme petitório de fl. 100. A unidade descentralizada da SRP emitiu a DecisãoNotificação (DN) nº. 20.401.4/0560/2006, fls. 102/108, cuja ementa foi anteriormente reproduzida. Em face da mesma, o contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 112/153, alegando, em síntese: •Preliminarmente ser inconstitucional a exigência do depósito recursal; •Ao contrário do descrito da decisão recorrida o contribuinte não só requereu a relevação da multa como corrigiu a falta que lhe foi imputada; Fl. 350DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 351 5 •O argumento de que a falta não foi corrigida também é equivocado, considerando que as informações omitidas devem ser retificadas por meio eletrônico; •Ademais, ainda questiona em preliminar estar o crédito alcançado pelo instituto da decadência, por ser o dispositivo que autoriza o prazo de 10 anos para o fisco lançar os créditos referente as contribuições previdenciárias inconstitucional; • O fornecimento de alimentação não constitui base de cálculo de contribuições previdenciárias, posto que não se insere no conceito trabalhista de salário. Descreve nos autos decisões judiciais descaracterizando a natureza salarial da alimentação salvo quando pago em pecúnia; •Não existiram circunstâncias agravantes, posto que a multa deveria ser aplicada pelo valor mínimo R$ 23.136,68, que corresponde a 20 vezes o valor mínimo e não somar o montante de R$ 392.613,40; •Ocorreu ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório, posto que pelo exame da ação fiscal inferese que a auditoria quer aplicar duas multas, uma pela não inclusão na base de cálculo, outra pelo não declaração em GFIP; •A multa de tão elevada tornase verdadeiro confisco; •Da ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, tendo em vista transferir o ônus para o contribuinte.; •Da impossibilidade de modificação de texto de lei mediante decretos ou portarias, preponderância do princípio da legalidade; •Da impossibilidade de aplicação retroativa da portaria MPS 119/2006. •Requer, por fim, o provimento das razões do recurso, determinando o cancelamento da NFLD. A Previdência Social apresenta suas contrarrazões às fls. 187 e ss, alegando, em síntese, que não foram apresentados elementos novos pelo contribuinte, propondo a manutenção da multa aplicada. Incluído em pauta de julgamento de 12 de dezembro de 2007, foi o mesmo convertido em diligência, por meio da Resolução nº. 20600.041 (fls. 211/214), nos seguintes termos: PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: Fl. 351DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 352 6 O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 191. O contribuinte obteve prosseguimento de seu recurso, mesmo tendo sido declarado deserto, por força de decisão judicial, que determinou o seguimento independente de depósito. Avaliados os pressupostos, passo para o exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: Apesar de terem sido apresentados e rebatidos diversos argumentos em sede de recurso, entendo haver uma questão prejudicial ao presente julgamento. A decisão da procedência ou não do presente auto de infração está ligado à sorte das Notificações Fiscais lavradas sob fatos geradores de mesmo fundamento. Apesar de ter sido incluído em pauta neste mesmo julgamento uma das NFLD que ensejaram este AI, ainda resta concluir pela procedência da outra NFLD emitida, cujo n. 37.001.9105. Assim, para evitar decisões discordantes fazse imprescindível a análise conjunta com as referidas Notificações Fiscais. Dessa forma, este auto de infração deve ficar sobrestado aguardando o julgamento das NFLD conexa(s). Caso as referidas NFLD já tenham sido quitadas, parceladas ou julgadas deve ser colacionada tal informação aos presentes autos. CONCLUSÃO: Voto pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, devendo ser sobrestado este auto de infração até o transito em julgado das Notificações Fiscais conexas. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem a este Colegiado deve ser conferida vistas ao recorrente, abrindose prazo normativo para manifestação. Após a realização da referida diligência e juntados aos autos as decisões proferidas nos processos referentes aos DEBCAD 37.001.9105 e 37.001.9091. Pois bem. Levado novamente à pauta de julgamento, desta vez em 17 de abril de 2013, foi o julgamento do recurso mais uma vez convertido em diligência, pela mesma relatora, conforme a Resolução nº. 2401000.274 (fls. 262/268), nos seguintes termos: Apesar de terem sido prestados os esclarecimentos quanto ao andamento das NFLD, uma dúvida ainda persiste no estender dessa relatora. Segundo a fiscalização previdenciária a partir das informações contidas no Relatório Fiscal constatase que: 4. Nos meses de competência compreendidos entre 01/1999 e nov/2002, os valores relativos ao fornecimento de alimentação in natura, na modalidade de cesta básica, aos seus segurados empregados, sem a devida inscrição no Programa de Alimentação do Trabalhador a ser realizada no Ministério do Trabalho e Emprego. No anexo I, encontramse as competências, Fl. 352DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 353 7 os valores disponibilizados, a conta contábil de origem e os valores das contribuições previdenciárias devidas e totalizadas; 5. Nos meses de competência 01/1999 a 02/2006, valores pagos a título de seguros de vida a pessoas físicas enquadradas como contribuintes individuais. No anexo I I , encontramse a competência do pagamento, o valor pago e o INSS devido; 6. Nos meses de competência 04/2000 a 11/2005, pagamentos efetuados para cooperativa de trabalho médico • (UNIMED). No anexo III , encontramse o mês de competência, o número da fatura, os valores pagos, as bases de calculo, o INSS devido; A informação prestada pela autoridade da DRFB diz respeito aos DEBCAD37.001.9105que referese ao PAT e DEBCAD 37.001.9091, que referese a diferença de SAT. (segundo cópia dos acórdãos constantes dos autos) Dessa forma, não consegui identificar a procedência da obrigação de informar em GFIP o valores de seguro de vida e contribuições de cooperativas de trabalho. Lembro que mesmo que se considere a decadência integral dos referidos DEBCAD, a decadência em relação aos autos de infração de obrigação acessória, segue outra sistemática, (sendo necessário, por vezes até mesmo julgar o mérito do lançamento na obrigação acessória.) Assim, necessário não apenas identificar se houve recolhimento das referidas rubricas, ou qual a situação em relação as mesmas, prestando maiores esclarecimentos para que se possa apreciar a integralidade do AI. Isto posto, requeiro novamente esclarecimentos a unidade da DRFB, considerando os pontos acima elencados. CONCLUSÃO: Voto pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, para que sejam prestados esclarecimentos sobre os fatos geradores elencados no presente AI.. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem a este Colegiado deve ser conferida vistas ao recorrente, abrindose prazo normativo para manifestação. Assim, às fls. 326/327, foram prestadas as informações solicitadas por meio da Informação nº. 384/2015 Sacat/DRF/Joaçaba/SC, nos seguintes termos: 3. Pelo que foi exposto do trecho acima transcrito, entendo que foram solicitados esclarecimentos acerca das Obrigações Principais relativas à multa objeto de contestação no presente processo. 4. Com relação à parcela da multa constante do anexo I (relativa ao fornecimento de cestas básicas) do AI 37.001.9083, a sua NFLD correspondente é a de DEBCAD n° 37.001.9091 (fls. 81 a 85). Esta NFLD, objeto do processo administrativo n°35504.000865/200683, decorreu da falta de Fl. 353DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 354 8 recolhimento de contribuições previdenciárias e de terceiros no período de 04/1997 a 11/2002. Em julgamento do CARF no acórdão 920201.618 (fls. 240 a 246), foi reconhecida a decadência dos créditos tributários anteriores à competência 04/2001. A parte incontroversa do crédito tributário (principal+juros+multa moratória de 20%), objeto da Carta de Cobrança n° 070/2011 (fl. 270), foi paga pelo contribuinte. A parte controversa, relativa a parcela de redução da multa de 40% para 20% sobre o montante, foi extinta em razão do trânsito em julgado da decisão que declarou a nulidade dos débitos fiscais exigidos na NFLD n° 37.001.9091 a título de diferença de multa (fls. 271 a 273). Desta forma, em virtude desta decisão judicial e do pagamento da parte incontroversa, encontrase extinto o crédito tributário oriundo da NFLD n° 37.001.9091. 5. A parcela da multa discriminada no anexo II (relativa aos pagamentos de seguros de vida) não corresponde a nenhuma NFLD, pois os valores devidos foram recolhidos no curso da fiscalização. As telas do sistema Arrecadação Prev./Sist. Migrados, de fls. 274 a 302, comparadas com a planilha de fls. 11 a 12, comprovam os referidos recolhimentos. 6. A parcela da multa do anexo III (relativa aos pagamentos a cooperativa de trabalho médico) também não corresponde a nenhuma NFLD, pois os valores devidos foram recolhidos no curso da fiscalização. As telas do sistema Arrecadação Prev./Sist. Migrados, de fls. 303 a 325, comparadas com a planilha de fls. 13 a 14, comprovam os referidos recolhimentos. 7. Posto isso, conferese vistas ao recorrente, abrindo se prazo de 30 (trinta) dias para manifestação. Posteriormente, encaminhamse os autos ao CARF para a continuidade do julgamento. Devidamente intimada, a recorrente se manifestou após ser cientificada da informação reproduzida acima, conforme petição de fls. 334/343, alegando, em síntese: a) cancelamento da multa em razão da extinção do crédito principal, nos termos da própria informação da autoridade fiscal quanto à extinção dos créditos tributários das obrigações principais relacionadas às multas lançadas no presente processo; b) relevação da multa, por força do art. 291, § 1º, do Decreto 3.049/99, haja vista a boafé da contribuinte em regularizar a infração ainda antes da abertura do prazo para defesa; Fl. 354DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 355 9 c) decadência do crédito lançado no presente processo, seja pelo reconhecimento da decadência do crédito tributário do lançamento do principal (DEBCAD nº. 37.001.9091 PAF nº. 35504.000865/200683), seja pela aplicação do art. 173, I, do CTN, ante o fato de ter sido a recorrente cientificada do presente lançamento em 19/05/2006, estariam decaídos os lançamentos referentes às competências anteriores a 12/2000 (inclusive); d) da necessidade de aplicação de multa mais benéfica, por força da retroatividade benigna do art. 106, II, c, do CTN, ante a alteração do art. 32, IV, § 5º da Lei nº. 8.212/91 pela Lei nº. 11.941/2009. É o relatório. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 356 10 Voto Vencido Conselheiro Carlos Alexandre Tortato Relator Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Cingese a controvérsia restante nos autos quanto à manutenção ou não, ou redução, da multa por obrigação acessória decorrente da ausência da não informação em GFIP, pela recorrente, dos fatos geradores da contribuição previdenciária decorrentes do pagamento de cestas básicas (salário in natura) que foram considerados com natureza salarial. Da Decadência A recorrente foi cientificada do presente lançamento em 19/05/2006 (fl. 3) e, para os lançamentos para exigência de obrigação acessória, a contagem do prazo decadencial regese pelo disposto no art. 173, I, do CTN, que assim dispõe: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; O presente lançamento referese as competências de janeiro/99 a novembro/2002 (fl. 10). Assim, podemos verificar a decadências para os seguintes períodos: a) as competências compreendidas entre janeiro/99 a novembro/99, cujo prazo de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte extinguiuse em 31/12/2004; b) as competências compreendidas entre dezembro/99 a novembro/2000, cujo prazo de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte extinguiuse em 31/12/2005. Isto posto, resta fulminado pela decadência o lançamento referente às competência de janeiro/99 a novembro/2000. Fl. 356DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 357 11 Da Multa Aplicada Em virtude da extinção da obrigação principal (parte pelo reconhecimento da decadência até 04/2001 e o restante pelo pagamento realizado pela recorrente) pleiteiase a extinção do lançamento da obrigação acessória. Primeiramente, destaquese não estarmos diante do julgamento de lançamento de um crédito tributário decorrente de obrigação acessória que é julgado conjuntamente com a obrigação principal e que terá seu resultado diretamente vinculado ao decidido quanto às obrigações principais. Dessa forma, no presente caso, a situação é distinta. Julgado anteriormente, o AI de obrigação principal foi julgado parcialmente procedente, posto que parte do lançamento foi afastado pela decadência e, a parte mantida, foi extinta por pagamento da ora recorrente. Por essa razão, a princípio afasto a alegação da recorrente quanto a pretensa discussão quanto ao mérito do lançamento da obrigação principal, que se referiria a verba que no atual entendimento da jurisprudência administrativa desta casa (ou desta turma) não possui natureza salarial. Tal conclusão se dá ante o fato de esta análise de mérito já ter sido realizada, em processo próprio (DEBCAD nº. 37.001.9091 PAF nº. 35504.000865/200683), sendo incabível a sua reanálise e devendo ser mantido o entendimento lá exarado. Resta inconteste que a obrigação principal não mais subsiste, parte pela decadência, parte pelo pagamento. Neste cenário, deve ainda subsistir o lançamento da multa por descumprimento de obrigação acessória que não fora atingida pela decadência? Para isso, analisemos o que dispõe o Código Tributário Nacional: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. (Grifo nosso) Nos termos do referido § 2º, a regra do Código Tributário Nacional é a de que as obrigações acessórias tem por objeto prestações positivas ou negativas "no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos". Não há dúvidas de que no presente momento, do julgamento, não subsiste interesse da administração tributária na arrecadação tributária daquelas competências acima mencionadas, bem como da fiscalização das mesmas. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 358 12 Importante observar que o próprio CTN disciplina as exceções a regra acima exposta, quando delimita os casos em que a extinção ou suspensão da exigibilidade do crédito tributário não afetam o cumprimento das obrigações acessórias: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I moratória; II o depósito do seu montante integral; III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. Art. 175. Excluem o crédito tributário: I a isenção; II a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. Ora, é nítido o caráter de instrumentalidade das obrigações acessórias, a fim de atingir o objetivo principal da administração tributária, ou melhor, os objetivos, quais sejam: a arrecadação e a fiscalização. No presente caso, não se trata de nenhuma das hipóteses de exceção acima mencionadas (suspensão de exigibilidade ou exclusão por isenção e/ou anistia), razão pela qual a obrigação acessória deve ser tratada pela regra geral prevista no § 2º do art. 113 já reproduzido. Isto posto, entendo que não mais subsistindo a exigência da obrigação principal, deve ser afastada a aplicação da multa por descumprimento da obrigação acessória relacionada a ausência de informações nos documentos transmitidos às autoridades fiscais. Ademais, ressaltese que tal entendimento não afronta a legislação que consubstancia o Auto de Infração: Art. 32. A empresa é também obrigada a: Fl. 358DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 359 13 IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. Assim, não subsistindo obrigação principal, não há interesse da administração tributária, tampouco há crédito tributário ou interesse em fiscalização, razão pela qual, nos termos do § 2º do art. 113 do CTN. CONCLUSÃO Isto posto, voto por conhecer do recurso voluntário para, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Fl. 359DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 360 14 Voto Vencedor Conselheiro Denny Medeiros da Silveira Redator Designado Com a maxima venia, divirjo do Relator quanto ao afastamento da multa em razão da não “subsistência” da obrigação principal. A multa consignada no presente Auto de Infração (DEBCAD 37.001.9083), fl. 3, foi lavrada em razão da empresa ter deixado de informar em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) bases de cálculo de contribuição previdenciária. Segundo apontado pelo Relator, o lançamento da obrigação principal foi julgado parcialmente procedente, posto que parte foi afastada por decadência e a parte mantida foi extinta por pagamento. Nesse contexto, o Relator entende que “não mais subsistindo a exigência da obrigação principal, deve ser afastada a aplicação da multa por descumprimento da obrigação acessória”, porém, não comungamos desse entendimento. Primeiramente, destaco que o presente lançamento abarca o período de 01/1999 a 02/2006, conforme tabela de fl. 17, e não o período de 01/1999 a 11/2002, mencionado no Voto Vencido. De qualquer forma, acompanho o Relator quanto ao período atingido pela decadência, ou seja, 01/1999 a 11/2000. Agora, quanto ao afastamento da presente autuação pela não “subsistência” da obrigação principal, não vemos como manter tal entendimento. Se o lançamento da obrigação principal tivesse sido cancelado, no julgamento de primeira instância, sob o fundamento de que os valores omitidos em GFIP não estavam sujeitos à incidência de contribuições previdenciárias, obviamente, não faria sentido manter a autuação pela omissão de tais valores em GFIP, porém, não é o que ocorre no presente caso. Vejamos, então, a regra contida na Lei 8.212/91, a respeito da obrigação acessória sob foco, em sua redação vigente ao tempo dos fatos: Art. 32. A empresa é também obrigada a: [...] IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; [...] Fl. 360DF CARF MF Processo nº 35504.000869/200661 Acórdão n.º 2401004.866 S2C4T1 Fl. 361 15 § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. Ora, tendo o contribuinte descumprido a regra prevista no inciso IV, a consequência é a pena administrativa de multa prevista no § 5º, a qual deve ser aplicada pela fiscalização, sob pena de responsabilidade funcional, nos termos do CTN, art. 142, parágrafo único. Insta destacar que a GFIP não é um documento de interesse somente da Administração Tributária, mas também da Administração Previdenciária, pois são as informações prestadas por meio desse documento que irão alimentar a base de dados da Previdência Social com relação aos seus segurados. Portanto, não estando extinto o direito da Fazenda Pública de aplicar a penalidade administrativa, em razão da decadência, e tendo o contribuinte descumprido a Lei 8.212/91, art. 32, inciso IV, não resta outra alternativa senão manter a multa aplicada. Conclusão Isso posto, DOU PACIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para excluir do cálculo da multa as competências até 11/2000, mantendo a multa aplicada nas demais competências. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Fl. 361DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.004055/2003-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1998, 1999
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INOMINADOS. CONHECIMENTO. CONTRADIÇÃO. CABIMENTO. SEM EFEITOS INFRINGENTES.
Se entre a ementa e a decisão que restou vencida houver contradição, de se acolher os embargos apenas para suprir parte da ementa que estava em contradição com o decidido, relacionada com a postergação.
Numero da decisão: 1301-002.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos somente para supressão de parte da ementa que tratava da postergação.
(Assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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INOMINADOS. CONHECIMENTO. CONTRADIÇÃO. CABIMENTO. SEM EFEITOS INFRINGENTES. Se entre a ementa e a decisão que restou vencida houver contradição, de se acolher os embargos apenas para suprir parte da ementa que estava em contradição com o decidido, relacionada com a postergação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos somente para supressão de parte da ementa que tratava da postergação. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 40 55 /2 00 3- 05 Fl. 1607DF CARF MF Processo nº 16327.004055/200305 Acórdão n.º 1301002.598 S1C3T1 Fl. 1.608 2 Relatório Trata o presente de embargos inominados (fls. 737) opostos pela DELEGACIA ESPECIAL DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DEINF SÃO PAULO/SP, em face do Acórdão nº 10197.094, prolatado pela 1a Câmara da 1a Seção de Julgamento, na sessão de julgamento de 18 de dezembro de 2008, retificada em 30/10/2009, às fls. 734/735. No referido julgado, o Colegiado pronunciouse no sentido de 1) Por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O delegadoadjunto da Delegacia Especial de Instituições Financeiras em São Paulo, com fulcro no art. 65,§1º do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, vem, através do presente, opor: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO para sanar contradição ainda remanescente na redação da ementa do acórdão n°10197094, retificada às fls.7345. Isso porque a nova redação da ementa ainda manteve o seguinte trecho referente à postergação, qual seja "POSTERGAÇÃO. É de serem reconhecidos os efeitos da postergação decorrente da possibilidade da dedução da provisão glosada nos anoscalendário seguintes". Consideramos tal referência indevida, vez que os conselheiros acordaram em dar provimento ao recurso voluntário para cancelar toda a glosa de despesas de provisões autuada pela fiscalização, não cabendo falar, portanto, em postergação de tributo. Assim, reputamos presente a existência de contradição na manutenção do referido trecho na ementa do acórdão, merecendo ser ele suprimido de sua redação, razão pela qual opomos estes embargos. Despacho de admissibilidade às fls. 1604/1606, com base no art. 55 do Anexo II do RICARF, em razão de inexatidão material. É o relatório. Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. Quem assina a petição é a Auditora Fiscal Luciana Carvalho, juntamente com o Delegado Adjunto José de Jesus. Fl. 1608DF CARF MF Processo nº 16327.004055/200305 Acórdão n.º 1301002.598 S1C3T1 Fl. 1.609 3 Os presentes embargos foram tratados como inominados, nos termos do art. 66 do Anexo II do RICARF, em razão de inexatidão material, já que na ementa do último acórdão consta o seguinte trecho: "POSTERGAÇÃO É de serem reconhecidos os efeitos da postergação decorrente da possibilidade da dedução da provisão glosada nos anos calendários seguintes". O delegado considerou indevida tal referência já que a decisão foi no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para cancelar toda a glosa de despesas de provisões autuadas, não cabendo falar, portanto, em postergação de tributo. Protestando, assim, pela supressão de tal trecho da ementa do acórdão. Da análise do v. acórdão há razão de ser dos embargos, já que o trecho citado na ementa acerca da postergação não teria mais razão de ser uma vez que o voto vencedor foi no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, considerando que as provisões se tornaram exigidas já em 1998, portanto dedutíveis desde então. O que deve ter gerado o equívoco foi que o voto do relator era de parcial provimento, e nesses termos, ele reduzia a glosa do ano de 1999, e considerava os efeitos da postergação nos anoscalendários subsequentes. E aqui aquele trecho da ementa fazia sentido. Assim, em razão do voto vencedor dar provimento ao recurso voluntário do contribuinte, considerando as provisões dedutíveis para os anos de 1998 e 1999, de fato, não há que se falar em postergação, de se suprir aquele trecho da ementa: "POSTERGAÇÃO É de serem reconhecidos os efeitos da postergação decorrente da possibilidade da dedução da provisão glosada nos anos calendários seguintes". Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto em conhecer os presentes embargos inominados para no mérito DARLHE provimento, suprimindose da ementa, o trecho que trata da postergação, sem efeitos modificativos. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 1609DF CARF MF Processo nº 16327.004055/200305 Acórdão n.º 1301002.598 S1C3T1 Fl. 1.610 4 Fl. 1610DF CARF MF
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Numero do processo: 13679.000565/2009-11
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2009 Ementa: MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. É devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido na legislação tributária. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa de 2% dois por cento) sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que integralmente pago, por mês calendário ou fração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00.(Inteligência do artigo 7º da Lei nº 10.426/2002). DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MATÉRIA SUMULADA. Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.
Numero da decisão: 1802-001.231
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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É devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido na legislação tributária. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa de 2% dois por cento) sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que integralmente pago, por mês calendário ou fração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00.(Inteligência do artigo 7º da Lei nº 10.426/2002). DENÚNCIA ESPONTÂNEA – MATÉRIA SUMULADA. Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa – Presidente e Relatora. Fl. 39DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa Marco Antonio Nunes Castilho , José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gilberto Baptista e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 40DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13679.000565/200911 Acórdão n.º 1802001.231 S1TE02 Fl. 2 3 Relatório Por economia processual e resumir os fatos adoto o Relatório da decisão recorrida (fls.11/12) que transcrevo a seguir: Tratase de lançamento de multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, relativa ao 1ºsemestre de 2009. no valor (com redução) de R$ 1.119,41. Contra o lançamento a contribuinte apresentou impugnação pedindo o cancelamento da multa aplicada, em resumo, sob alegação de que não conseguiu transmitir a DCTF dentro do prazo cm razão de problemas no sítio da Receita Federal durante todo o dia 07/10/2009 último dia do prazo para entrega. A decisão recorrida está assim ementada: Assunto: Obrigações Acessórias Anocalendário: 2009 DCTF. MULTA POR ATRASO. Cabível o lançamento da multa por atraso na entrega da DCTF quando a Declaração for entregue após o prazo fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A autuada foi cientificada da decisão proferida no Acórdão nº 0935.381, de 02 de junho de 2011, conforme Aviso de Recebimento, em 02/08/2011, e, inconformada, interpôs recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em 25/08/2011, no qual apresenta os seguintes argumentos: que, devido a problemas técnicos ocorridos, em 07/10/2009, nos sistemas eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil para a recepção e transmissão de declarações, a Recorrente ficou impossibilitada de entregar nesta data, a DCTF 1o Semestre de 2009, fato este incontroverso, haja vista o próprio reconhecimento da Receita Federal no ADE RFB n° 90/2009; que, em 08/10/2009, dia seguinte do final do prazo da entrega, a Recorrente, através de seu Contador, entrou em contato com a Agência da Receita Federal de São Sebastião do Paraíso (MG), para buscar informações sobre como proceder, pois se viesse a transmitir a entrega naquele dia, automaticamente seria gerada a multa; que, pelo funcionário da ARF/São Sebastião do Paraiso, foi a Recorrente orientada que aguardasse posterior manifestação da Secretaria da Receita Federal, de como proceder para a entrega da DCTF 1o Semestre de 2009, da mesma forma de como já havia ocorrido em outras situações de problemas técnicos para a transmissão 'on line' de documentos fiscais, oportunidade em que seguiu referida orientação; Fl. 41DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 que, outras empresas cuja escrita contábil é feita pelo mesmo Escritório de Contabilidade observaram a orientação supra citada; que, não deixou para o ultimo dia a obrigação de transmitir DCTF (1o semestre de 2009), haja vista, ter efetuado transmissão online de outras 48(quarenta e oito) empresas em datas anteriores ao último dia; que, tão logo teve conhecimento do ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL RFB N° 90/2009, cuja publicação no DOU se deu em 12.11.2009, imediatamente procedeu à entrega da DCTF 1o Semestre de 2009, conforme comprovante anexo. A recorrente insurgese contra a decisão de primeiro grau por não haver acatado os seus argumentos em sua impugnação, pois, entende que a mora na entrega da citada DCTF somente veio a ocorrer em razão de problema de ordem técnica ocorrido no site da SRF, sendo patente que a Receita Federal concorreu com essa situação, manifestada quando editou o ADE RFB n° 90/2009. Não podendo, pois, atribuir o atraso somente à pessoa da Recorrente. Aduz que, de forma espontânea, procedeu a entrega da DCTF 1o semestre de 2009, cumprindo estritamente com sua obrigação fiscal, ainda mais porque os recolhimentos respectivos que foram declarados haviam sido pagos em seus devidos vencimentos, não havendo qualquer inadimplência e mora da empresa quanto ao pagamento dos tributos respectivos. A recorrente alega que, a multa isolada tem o mesmo caráter da multa de mora, sendo passível também de incidir a figura da denúncia espontânea, podendo, portanto, ser excluída sua imposição, a teor do art. 138 do CTN. Para reforçar sua defesa, a Recorrente traz à colação alguns acórdãos administrativos expedidos em 1997 e 1998. Finalmente diz a Recorrente que, por se tratar de infração que decorre apenas de descumprimento de obrigação acessória (fazer ou não fazer), especialmente porque o "pagamento do tributo devido" já havia sido realizado nas devidas oportunidades, havendo motivos suficientes para convalidar o perdão da multa, requer seja dado provimento ao presente recurso, decretando o cancelamento / baixa da multa aplicada, isentando a Requerente de qualquer penalidade originária da entrega da DCTF 1° Semestre de 2009. É o relatório. Fl. 42DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13679.000565/200911 Acórdão n.º 1802001.231 S1TE02 Fl. 3 5 Voto Conselheira Relatora Ester Marques Lins de Sousa O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72. Assim, dele conheço. O litígio cingese ao lançamento referente à multa por atraso na entrega da DCTF do 1° Semestre do ano calendário de 2009, apresentada em 18/11/2009. Tanto na impugnação quanto no recurso voluntário, a Recorrente alega essencialmente que o atraso na entrega da DCTF ocorreu em virtude de problemas técnicos no sítio da Receita Federal no último dia previsto para a entrega tempestiva da Declaração, qual seja, 07/10/2009. Afirma que é patente que a Receita Federal concorreu com essa situação manifestada quando editou o ADE RFB n° 90/2009. Não podendo, pois, atribuir o atraso somente à pessoa da Recorrente. Eis, o Ato Declaratório Executivo RFB n° 90, de 11 de novembro de 2009 (DOU de 12.11.2009) que trata da situação específica: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe conferem os inciso III e XXIII do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009, tendo em vista o disposto no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, nas Instruções Normativas RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, e nº 940, de 19 de maio de 2009, e considerando os problemas técnicos ocorridos, em 7 de outubro de 2009 nos sistemas eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil para a recepção e transmissão de declarações, declara: Art. 1º. Considerase tempestiva a apresentação, no dia 8 de outubro de 2009, da Declaração da de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, cujo prazo final de entrega encerrouse no dia 7 de outubro de 2009. Art. 2º Ficam sem efeito as multas aplicadas pela entrega da DCTF e do Dacon no dia 8 de outubro de 2009. (grifei) Indubitavelmente a Receita Federal reconheceu que, em 07 de outubro de 2009, prazo final para a entrega das declarações (DCTF e Dacon) ocorreram problemas técnicos nos sistemas eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil para a recepção e transmissão de declarações, razão pela qual as multas aplicadas pela entrega da DCTF e do Dacon no dia 8 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 de outubro de 2009 foram tornadas sem efeito, isto porque nesta última data não restava mais qualquer óbice a que fossem transmitidas as declarações em comento. Portanto, a partir de 08/10/2009, é patente que a Receita Federal em nada concorreu para a situação manifestada pela Recorrente. Assim, a responsabilidade pela entrega após 08/10/2009, ou seja, em 18/11/2009, é totalmente atribuída à pessoa jurídica que lhe deu causa. A multa aplicada pelo atraso na entrega da DCTF, baseiase na legislação que rege a matéria, discriminada no auto de infração, fl.05, em especial a Lei n° 10.426, de 24 de abril de 2002, art. 7°, com redação dada pelo art. 19 da Lei n° 11.051, de29/12/2004, que assim dispõe: (...) Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de 2%(dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20%(vinte por cento), observado o disposto no § 3; II de 2%(dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na DIRF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a 20%(vinte por cento), observado o disposto no § 3º; (...) § 1º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; II a 75%(setenta e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (...) Fl. 44DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13679.000565/200911 Acórdão n.º 1802001.231 S1TE02 Fl. 4 7 Como se vê, a lei acima é clara ao prescrever que a entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa de 2% (dois por cento) sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, “ainda que integralmente pago”, por mês calendário ou fração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00. Estando o crédito tributário legitimamente constituído, somente havendo legislação autorizando a dispensa deste, poderseia afastar ou reduzir a obrigação imposta. Consta expressamente no dispositivo legal acima transcrito que deve ser exigida a multa no caso de falta de entrega desta Declaração ou “ entrega após o prazo”. A multa por atraso na entrega fica reduzida em cinqüenta por cento em virtude da entrega espontânea da declaração. Vale ressaltar que o artigo 97, inciso VI, da Lei nº5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN) prescreve que, somente a lei pode estabelecer as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Dessa forma, não havendo lei para a dispensa da penalidade, e, estando a interessada obrigada à apresentação da DCTF, e, sendo inconteste que, apresentou a declaração do 1º Semestre de 2009, com atraso, é de se manter a exigência da multa em análise. No que tange a alegada ofensa ao artigo 138 do CTN, cumpre ressaltar que a multa lançada de ofício pelo descumprimento da obrigação tributária, conforme previsto no artigo 7º da Lei n° 10.426, de 24 de abril de 2002, decorre de expressa disposição legal, não cabendo aos órgãos do Poder Executivo deixar de aplicála, encontrando óbice, inclusive nas Súmulas nº 02 e 49 deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), verbis: Súmula CARF No 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 45DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 8 Fl. 46DF CARF MF Impresso em 15/05/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 14/ 05/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 13971.720015/2007-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Sep 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
É ônus processual da contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito.
PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. NÃO OCORRÊNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO.
No caso em análise, a contribuinte foi intimada a apresentar documentação, no entanto, não atendeu à respectiva solicitação, implicando na negativa do seu crédito pelo seu próprio comportamento. Não cabe dizer, portanto, que há afronta ao princípio da verdade material ou cerceamento ao direito de defesa.
Numero da decisão: 3302-004.693
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinatura digital)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo.
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ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. NÃO OCORRÊNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. No caso em análise, a contribuinte foi intimada a apresentar documentação, no entanto, não atendeu à respectiva solicitação, implicando na negativa do seu crédito pelo seu próprio comportamento. Não cabe dizer, portanto, que há afronta ao princípio da verdade material ou cerceamento ao direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 00 15 /2 00 7- 37 Fl. 528DF CARF MF 2 Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de IPI, com fundamento no crédito presumido, como ressarcimento da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para a Seguridade Social COFINS, previsto na Lei nº 9.363, de 1996, e Portaria MF nº 38/97, do período de apuração referente ao 2º trimestre de 2004. A contribuinte impetrou mandado de segurança, fls. 2241, a fim de que seus pedidos de compensação fossem analisados, e obteve a segurança pleiteada, na qual a sentença determinou que o processo administrativo fosse instruído em 30 dias e decidido nos trinta dias seguintes. Sobreveio o despacho decisório, indeferindo o pedido, fls. 247 e seguintes, cuja ementa é transcrita abaixo: O saldo credor do IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima (MP), produto intermediário (PI) e material de embalagem (ME), aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado a aliquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos art. 73 e 74 da Lei n°9.430, de 27/12/1996. Sua utilização deverá observar as normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, cabendo à interessada a prova dos fatos que tenha alegado. A contribuinte, irresignada, apresentou manifestação de inconformidade, fls. 258 e seguintes, onde alegou em síntese que: 1. Que ela foi intimada pela SAORT/DRF/Blumenau pela intimação fiscal nº 053/2007 para apresentar documentos, visando à análise dos pedidos de homologação de declarações de compensação de tributos. A contribuinte solicitou prorrogação de prazo para a entrega de documentos, contudo, a DRF em Blumenau indeferiu o pedido de prorrogação sob o argumento de que a análise estava sendo examinada em atendimento à decisão proferida nos autos do Mandado de Segurança nº 2006.72.05.0051978/SC, onde foi fixado um prazo de 60 (sessenta dias) para finalização do procedimento; 2. Afirma que possui toda a documentação e não pode ser privada do direto de ver seu crédito tributário compensado em razão da não apresentação de todos os documentos. Ela informa que teve que instruir simultaneamente 24 (vinte e quatro) processos administrativos de compensações de tributos, envolvendo vários exercícios fiscais, atendendo rigorosamente as diretrizes impostas pelas portarias e instruções normativas da SRF, tanto que necessitou contratar serviços especializados de assessoria especializada na área para dar atendimento as exigências, o que lamentavelmente não foi possível diante da exiguidade do prazo concedido; 1 Todas as páginas, referencidas no voto, correspondem ao eprocesso. Fl. 529DF CARF MF Processo nº 13971.720015/200737 Acórdão n.º 3302004.693 S3C3T2 Fl. 3 3 3. Sustenta que ela pode juntar documentos em qualquer fase do processo administrativo, em razão do princípio da verdade documental, razão pela qual requereu a juntada dos documentos exigidos pela autoridade fiscal, solicitando revisão da decisão de indeferimento do pedido de compensação. Houve o julgamento da manifestação de inconformidade pela DRJ/Ribeirão Preto, fls. 368 e seguintes, cuja ementa é transcrita abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/04/2004 a 30/06/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. E ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. Quando documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. A contribuinte apresentou Recurso Voluntário, fls. 374 e seguintes, onde reafirmou as alegações da manifestação de inconformidade e acrescentou: 1. Ela é empresa fabricante e exportadora de móveis e esquadrias de madeira. Durante muitos anos, vem desenvolvendo atividades de produção destinadas especificamente à exportação, direcionando seus esforços ao comércio exterior; 2. Em razão do princípio da verdade material, os documentos anexados na fase impugnatória devem ser analisados e assim já decidiu este Tribunal Administrativo que a apresentação dos documentos na fase de impugnação é válido; 3. Pleiteia pela nulidade do acórdão da DRJ, devendo os autos serem baixados à gerência de origem, de modo que a autoridade originária analise o pedido da interessada à luz dos documentos por ela trazidos aos autos. Sobreveio, então, julgamento do CARF, acórdão nº 380300.747, de 29 de setembro de 2010, Relator Hélcio Lafetá Reis, que anulou a decisão da DRJ, a ementa do julgado é transcrita abaixo, fls. 398: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 RESSARCIMENTO DE IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF). ANULAÇÃO DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. No processo administrativo fiscal vigoram os princípios da verdade material, do informalismo moderado e da oficialidade, Fl. 530DF CARF MF 4 devendo a autoridade administrativa julgadora proceder de forma a garantir a elucidação dos fatos que propicie o bom deslinde da controvérsia. Ao contribuinte é assegurado o direito de apresentar os elementos probatórios na manifestação de conformidade, que equivale à fase de impugnação do PAF. Deve ser anulada a decisão administrtiva de primeira instância em que se ignoraram tais condicionantes, para que outra seja proferida, ainda que se valendo de diligencias junto à repartição de origem. O processo retornou à DRJ/Ribeirão Preto, que devolveu o presente processo ao órgão preparador para, fls. 407: Diante do teor do acórdão proferido pelo CARF entendo que o presente processo deva ser baixado em diligência para que a fiscalização se pronuncie sobre: 1°) A documentação juntada pelo interessado atendeu as intimações, inclusive o arquivo magnético (CD) apresentado, feitas no decorrer do exame do pedido? 2°) A documentação juntada pelo interessado prova no todo ou em parte o direito creditório alegado? (Em caso afirmativo, em quanto montaria tal crédito contra a Fazenda nacional?). Sobreveio a informação fiscal, fls. 415, onde demonstrou quais itens foram atendidos e não atendidos, e em relação a um documento específico informou, in verbis: Assim, tendo em vista a ausência da memória de cálculo a que se refere o artigo 6º da IN SRF nº 23/97, informase que a documentação juntada pela interessada não comprova o direito ao crédito presumido. A contribuinte, então, manifestouse, fls. 424, no sentido de que a lei não prevê que, para a comprovação do direito ao crédito, se faz necessária a apresentação da memória de cálculo, nem mesmo o mencionado artigo 6º, da IN SRF nº 23, de 1997, ademais, ela junta memória de cálculo na referida manifestação. O acórdão da DRJ/Ribeirão Preto julgou parcialmente procedente a segunda manifestação de inconformidade, fls. 450, para reconhecer o direito creditório montante em R$916,85. A ementa é transcrita abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito, sendo que a aceitação destas, quando intempestivamente apresentadas, submetese às hipóteses legais. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. A obrigação acessória decorre da legislação tributária (leis, tratados e convenções internacionais, decretos e normas Fl. 531DF CARF MF Processo nº 13971.720015/200737 Acórdão n.º 3302004.693 S3C3T2 Fl. 4 5 complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. ) e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A contribuinte, então, apresentou novamente Recurso Voluntário, fls. 466, onde repisou a argumentação apresentada e acrescentou: 1. Que a alegação da DRJ/Riberão Preto no sentido de não comprovação do crédito por intempestividade é infundada, afirma que mesmo não apresentada a memória de cálculo, não poderia o julgador concluir que não está comprovado o direito alegado; 2. Diz que no anexo V, em formato exigido pela SRFB, consta a relação das entradas de insumos, demonstrados todos os produtos com seu respectivo destaque de IPI, dos CFOP's 1.11 e 2.11, que deram origem ao crédito. Além disso, estão relacionadas todas as Notas Fiscais de exportação direta e indireta, que compõem os CFOP's informados em documento anexo e arquivo digital; 3. Afirma que os documentos constantes dos autos, juntamente aos que seguiram em anexo por ocasião à Manifestação à Informação Fiscal, protocolada em 01/06/2011 (memória de cálculo), comprovam a existência do crédito reclamado; 4. Suscita que não houve zelo por parte da fiscalização na análise dos documentos apresentados, uma vez que eles atendem ao exigido na legislação, pois os cálculos foram baseados no que prescreve o artigo 3º, da Portaria 38/1997. Os autos subiram, novamente, a este Egrégio Tribunal Administrativo, onde por meio da Resolução nº 38030.165, Relator Hélcio Lafetá Reis, o feito foi convertido em diligência para, fls. 500: Nesse contexto, considerando que para se concluir acerca da extensão do direito creditório pleiteado há a necessidade de se confrontarem os dados presentes nos autos, muitos deles apresentados em arquivos magnéticos, com outros constantes dos sistemas internos da Receita Federal, bem como da escrituração contábil fiscal e da documentação da pessoa jurídica trazidas aos autos, surge como única alternativa à pacificação no processo a conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que a Fiscalização, com base em todas as informações já disponíveis nos autos, proceda ao exame do crédito presumido requerido pelo Recorrente. Concluise, portanto, com base no contido no art. 18, inciso I, do Anexo II do Regimento Interno do CARF – Portaria MF n° 256/2008 – que prevê a realização de diligências para suprir deficiências do processo, bem como no princípio da verdade material decorrente do princípio da legalidade, pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem para que se apure, observandose as normas que regem a matéria, a extensão do crédito presumido de IPI a que tem direito o Recorrente, valendose de todas as informações e documentos presentes nos autos, bem como de outros que se mostrarem necessários ao bom cumprimento desta decisão. Fl. 532DF CARF MF 6 Sobreveio informação fiscal, fls. 516, com abertura do documento pela contribuinte, fls. 523, em 15 de julho de 2015, mas sem qualquer tipo de manifestação por parte desta. É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. 1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Do Recurso Voluntário 2.1. Momento para apresentação da documentação A Recorrente faz uma retrospectiva fática no início do seu Recurso Voluntário, posteriormente, insurgese contra a decisão da DRJ/Ribeirão Preto, que entendeu, por sua vez, que houve a preclusão temporal e que a contribuinte não pode carrear aos autos provas ou alegações suplementares. Ela fundamenta o seu direito crédito no artigo 1º, da Lei nº 9.393, de 1996, e diz que o crédito pleiteado pode ser comprovado por meio das informações contidas nos autos, relacionando os documentos que se encontram acostados e que comprovam o referido crédito. Quanto ao momento de apresentação da documentação, não vejo qualquer óbice à apresentação no momento da manifestação da inconformidade, período no qual se instaura o real litígio entre o contribuinte e a Secretaria da Receita Federal, fazendo uma analogia entre a impugnação administrativa e a manifestação de inconformidade: Decreto nº 70.235/1972 Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. No caso em apreço, houve análise da documentação acostada e, inclusive, um reconhecimento de crédito na quantia de R$ 916,85. Na informação fiscal, fls. 415 , houve exame da documentação e inclusive há a seguinte informação: No que tange a parcela de crédito básico, apurouse, com fulcro nos arquivos contendo os registros de entradas e os registros de saídas, e no pedido de ressarcimento, créditos passíveis de ressarcimento equivalentes a R$ 916,85 (novecentos e dezesseis reais e oitenta e cinco centavos), tendo em vista que os créditos passíveis de ressarcimento das aquisições são inferiores aos destacados nas saídas conforme se demonstra a seguir: A contribuinte obteve a partir de tal análise decisão parcialmente favorável na DRJ/Ribeirão Preto, encontrandose, assim, superada a presente alegação . Fl. 533DF CARF MF Processo nº 13971.720015/200737 Acórdão n.º 3302004.693 S3C3T2 Fl. 5 7 2.2. Princípio da verdade material A Recorrente argumenta que apresentou a documentação e que a decisão da DRJ/Ribeirão Preto desrespeita o princípio da verdade material, ademais, cita uma série de precedentes do Carf. Pelos mesmos fundamentos, adotados no tópico anterior, a argumentação encontrase superada pela conversão do feito em diligência e análise da documentação acostada aos autos. 2.3. Cerceamento ao direito de defesa A Recorrente alega que o entendimento da DRJ/Ribeirão Preto, ao fundamentar que após a apresentação do contencioso administrativo não pode mais analisar a documentação, fere o direito de defesa com previsão constitucional, e, portanto, pela falta de análise deve ser considerada nula, citando, mais uma vez, uma série de precedentes do Carf. Afirma que os cálculos foram realizados em conformidade com a legislação pertinente, qual seja, a Portaria nº 38, de 1997. Mais uma vez, voltase ao fato de que o feito foi convertido em diligência com a finalidade de apurar os valores dos créditos presumidos. Cabe esclarecer que o ônus da prova, quanto à existência de crédito ou não, cabe à Recorrente nos termos do artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015. Portanto, diante da falta de produção probatória por parte da Recorrente, tornase improcedente o pedido contido no Recurso Voluntário quanto à verificação dos créditos. Quanto ao pedido de que as intimações sejam dirigidas ao escritório do patrono da Recorrente, não há previsão legal para tal determinação, pois o artigo 67, da Lei nº 9.532, de 1997, determina que as intimações serão "por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo." Portanto, o domicílio tributário, eleito pela Recorrente, é o local das intimações. 3. Conclusão Por todo exposto, conheço o recurso voluntário, mas nego provimento. Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 534DF CARF MF 8 Fl. 535DF CARF MF
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