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Numero do processo: 13971.916309/2011-49
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2002
BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO.
A declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, resultou no entendimento de que o conceito de faturamento, para fins de incidência dessas contribuições sociais, corresponde às receitas vinculadas à atividade mercantil típica da pessoa jurídica.
Numero da decisão: 9303-006.435
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2002 BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO. A declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, resultou no entendimento de que o conceito de faturamento, para fins de incidência dessas contribuições sociais, corresponde às receitas vinculadas à atividade mercantil típica da pessoa jurídica.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran.
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ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado FEY PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002 BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO. A declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, resultou no entendimento de que o conceito de faturamento, para fins de incidência dessas contribuições sociais, corresponde às receitas vinculadas à atividade mercantil típica da pessoa jurídica. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 91 63 09 /2 01 1- 49 Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13971.916309/201149 Acórdão n.º 9303006.435 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela Procuradoria da Fazenda Nacional PFN contra o Acórdão nº 3402003.933, de 28/03/2017, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção do CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2002 COFINS. ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido. Intimada da decisão, a PFN apresentou embargos de declaração, os quais, todavia, foram rejeitados mediante despacho do Presidente da 4ª Câmara. Também interpôs recurso especial, por meio do qual suscita divergência quanto ao conceito de faturamento, especialmente com relação à incidência do PIS/Cofins sobre receitas de aluguéis recebidas por empresa que se dedica à atividade de locação, face à declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, §1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Alega divergência com relação ao que decidido nos Acórdãos nº 3401002.726 e nº 330200.289. O recurso foi admitido por intermédio do Despacho de Admissibilidade do Presidente da 4ª Câmara. Intimada, a contribuinte apresentou contrarrazões ao recurso. É o Relatório. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 13971.916309/201149 Acórdão n.º 9303006.435 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.426, de 13/03/2018, proferido no julgamento do processo 13971.916300/201138, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.426): "Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especial interposto pela PFN deve ser conhecido. Cumpre observar, inicialmente, que o objeto social principal da contribuinte é a exploração das atividades de locação, loteamento e arrendamento de bens próprios, construídos ou a construir, bem como a comercialização de bens móveis e imóveis, abrangendo a compra e venda, permuta, exceto a intermediação, assessoria e orientação técnica em negociações imobiliárias (vide fl. 25). Pois bem. O acórdão recorrido, aplicando decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, deu provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito à restituição dos valores de PIS calculados sobre receitas não operacionais auferidas pela contribuinte com fulcro em dispositivo inconstitucional da Lei nº 9.718/98. As receitas que expressamente reconheceu não tributáveis foram as receitas financeiras ("JUROS RECEBIDOS", "VARIAÇÃO CAMBIAL") e os valores de "ALUGUÉIS RECEBIDOS". O primeiro paradigma, contudo, em flagrante dissenso interpretativo, concluiu o contrário, conforme facilmente comprova a simples leitura de sua ementa: Acórdão nº 3401002.726: LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS. FATURAMENTO. PIS/PASEP E COFINS. INCIDÊNCIA. Na esteira da jurisprudência dos tribunais superiores, mormente o Superior Tribunal de Justiça, as receitas provenientes da locação de bens imóveis, quando objeto das atividades mercantis da pessoa jurídica, sujeitamse à incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, tanto sob a regência da Lei Complementar nº 70/91, quanto pela Lei nº 9.718/98, não prejudicando tal entendimento a declaração de inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo promovida pelo art. 3º, § 1º deste último diploma legal (g.n.) No mérito, entendemos assistir razão à Recorrente. Como já é do conhecimento geral e referido no acórdão recorrido, o STF considerou incompatível com o então Texto Constitucional a ampliação da base de cálculo do PIS/Cofins (§ 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718, de 1998), pacificando o entendimento de que o faturamento corresponde apenas à receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços (Rel. p/ Acórdão Min. Marco Aurélio Mello, RE 346.084, DJ de 1/09/2006). Contudo, alguns votos dos ministros que participaram do julgamento indicaram – e não como obiter dictum – o verdadeiro sentido que a esta expressão deve ser conferido. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 13971.916309/201149 Acórdão n.º 9303006.435 CSRFT3 Fl. 5 4 Segundo o Min. Cezar Peluso, que foi acompanhado pelo Min. Sepúlveda Pertence: Faturamento nesse sentido, isto é, entendido como resultado econômico das operações empresariais típicas, constitui a base de cálculo da contribuição, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. Noutras palavras, o fato gerador constitucional da COFINS são as operações econômicas que se exteriorizam no faturamento (sua base de cálculo), porque não poderia nunca corresponder ao ato de emitir faturas, coisa que, como alternativa semântica possível, seria de todo absurda, pois bastaria à empresa não emitir faturas para se furtar à tributação. (g.n.). E, concluindo, asseverou: Por todo o exposto, julgo inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para “toda e qualquer receita”, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, § 4º, se considerado para efeito de nova fonte de custeio da seguridade social. Quanto ao caput do art. 3º, julgoo constitucional, para lhe da r interpretação conforme à Constituição, nos termos do julgamento proferido no RE nº 150.755/PE, que tomou a locução receita bruta como sinônimo de faturamento, ou seja, no significado de “receita bruta de venda de mercadoria e de prestação de serviços”, adotado pela legislação anterior, e que, a meu juízo, se traduz na soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (g.n.). Ainda mais preciso, o Min. Ayres Britto, a partir da redação original do art. 195 da Constituição Federal (anterior à promulgação da Emenda Constitucional – EC n.º 20, de 1998), claramente identificou o conceito de faturamento com equivalente à receita operacional: A Constituição de 88, pelo seu art.195, I, redação originária, usou do substantivo “faturamento”, sem a conjunção disjuntiva “ou” receita”. Em que sentido separou as coisas? No sentido de que faturamento é receita operacional, e não receita total da empresa. Receita operacional consiste naquilo que já estava definido pelo Decretolei 2397, de 1987, art.22, § 1º, “a”, assim redigido – parece que o Ministro Velloso acabou de fazer também essa remissão à lei: Art.22 [...] § 1º [...] a) a receita bruta das vendas de mercadorias e de mercadorias e serviços, de qualquer natureza, das empresas públicas ou privadas definidas como pessoa jurídica ou a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda;” Por isso, estou insistindo na sinonímia “faturamento” e “receita operacional”, exclusivamente, correspondente àqueles ingressos que decorrem da razão social da empresa, da sua finalidade institucional, do seu ramo de negócio, enfim. Logo, receita operacional é receita bruta de tais vendas ou negócios, mas não incorpora outras modalidades de ingresso financeiro: royalties, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras, indenizações etc. (g.n.). E isso porque o inciso I do art. 195 da CF, na redação anterior à EC n.º 20, de receita não falava, mas apenas de faturamento e lucro, como que a abraçar todas as dimensões de riqueza geradas pela pessoa jurídica a partir da realização de seu objeto social. No caso ora em exame, a locação de bens integra, conforme demonstrado, a receita decorrente da realização das atividades típicas da contribuinte, de sorte que constitui, parte Fl. 158DF CARF MF Processo nº 13971.916309/201149 Acórdão n.º 9303006.435 CSRFT3 Fl. 6 5 integrante do seu faturamento – base de cálculo da contribuição. Não, porém, as receitas financeiras. Ante o exposto, com essas considerações, conheço do recurso especial e, no mérito, doulhe provimento, para que, na base de cálculo do PIS, incluamse as receitas com locação de bens." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial da Fazenda Nacional foi conhecido e, no mérito, o colegiado deulhe provimento, para que, na base de cálculo das contribuições, incluamse as receitas com locação de bens. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 159DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19647.012950/2007-94
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO.
A multa de ofício, prevista na legislação de regência, é de aplicação obrigatória nos casos de exigência de imposto decorrente de lançamento de ofício, não podendo a autoridade administrativa furtar-se à sua aplicação.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2.
Numero da decisão: 2002-000.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que deu provimento parcial, para afastar a glosa quanto à dedução das despesas médicas apresentadas.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO. A multa de ofício, prevista na legislação de regência, é de aplicação obrigatória nos casos de exigência de imposto decorrente de lançamento de ofício, não podendo a autoridade administrativa furtar-se à sua aplicação. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que deu provimento parcial, para afastar a glosa quanto à dedução das despesas médicas apresentadas. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1462; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 169 1 168 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19647.012950/200794 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.072 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 17 de abril de 2018 Matéria IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente CARLOS FRANCISCO CANUTO ANNUNCIACAO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO. A multa de ofício, prevista na legislação de regência, é de aplicação obrigatória nos casos de exigência de imposto decorrente de lançamento de ofício, não podendo a autoridade administrativa furtarse à sua aplicação. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 01 29 50 /2 00 7- 94 Fl. 169DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 170 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que deu provimento parcial, para afastar a glosa quanto à dedução das despesas médicas apresentadas. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 171 3 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2005, ano calendário 2004, tendo em vista a apuração de dedução indevida de despesas médicas e de previdência privada. O contribuinte apresentou impugnação (fls.66/109), sintetizada pela primeira instância de julgamento nos seguintes termos: 8.1 que o autuado forneceu, A. fiscalização, os recibos referentes às despesas medicas efetuadas durante o ano calendário de 2004, conforme previsto no inc. III do § 1 0 do art. 80 do RIR11999. No entanto, foi novamente intimado a apresentar documentação comprobatória do efetivo pagamento, ocasião em que esclareceu ter realizado todos os pagamentos em espécie, ao longo do ano. Que os recibos emitidos pela Sra. Ana Karla Maciel Lira e Silva, no valor de R$ 6.000,00, pela Sra. Adriana Paula Maciel Lira e Silva, também no valor de R$ 6.000,00, e pelo Sr. Alexandre J. Casimiro da Silva, no valor de R$ 810,00, não foram acatados pela fiscalização, sob argumentação de que não constava o endereço dos respectivos profissionais e, aditivamente, em razão da falta de comprovação da efetividade dos pagamentos. Que, face A. ausência de indicação dos endereços dos profissionais, junta impugnação declarações dos Srs. Ana Karla Maciel Lira e Silva, Adriana Paula Maciel Lira e Silva e Alexandre J. Casimiro da Silva (doc. 14 a 16), bem como a 2a via dos recibos, revestidos de todas as formalidades legais (doc. 02 a 13). Que a documentação comprobatória das deduções pleiteadas deve ser aceita, uma vez que as despesas medicas, efetuadas em beneficio do declarante e de seus dependentes, são dedutíveis da base de cálculo do imposto, nos termos da alinea "a" do inciso II do art. 80 da Lei n° 9.250/1995, combinado com art. 35 da mesma lei. Ademais, os recibos fornecidos atendem aos requisitos legais previstos no inciso 111 do § 2° do art. 8° da já citada Lei n° 9.250/1995. 8.2 que, quanto à despesa efetuada junto à Sra. Quitéria Josinete L. Bezerra, apesar de haver apresentado o respectivo recibo, foi surpreendido com a informação de que a referida profissional não o conheceria, nem reconheceria a assinatura aposta no referido documento. Que o mencionado recibo não foi aceito pela autoridade fiscal, por não preencher as formalidades previstas em lei, e ademais, Fl. 171DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 172 4 por não ter sido reconhecida, pela profissional, a assinatura nele aposta. Que, em razão da impossibilidade de localizar a profissional e se contrapor às informações por ela prestadas, aceitou a glosa e efetuou a declaração retificadora, para pagamento do imposto, conforme doe. 01; 8.3 que reconhece a glosa do valor de R$ 1.245,16, referente à dedução para a • previdência privada, uma vez que a beneficiaria, Sra. Camila Albuquerque Beltrão Canuto é dependente legal de sua esposa. 8.4 que a multa de oficio aplicada, no valor elevadíssimo de R$ 4.950,16, é ilegal e inconstitucional, visto que houve a efetiva prestação dos serviços, sendo os valores passíveis de dedutibilidade. Que, mesmo se as despesas médicas não fossem dedutíveis, a multa eventualmente aplicável seria a multa de mora, correspondente a 0,33% ao dia, entre a data de vencimento e a data de pagamento, limitada a 20%, nos termos do art. 61, caput, e § 2°, da Lei n° 9.430/1996. Que, em caso de duvida, deve ser aplicada a penalidade mais benéfica ao contribuinte, como determinam os arts. 110 e 112, IV, do CTN. Por fim, que houve violação aos princípios constitucionais da legalidade (art. 5°, II, CF/1988), da garantia ao direito de propriedade (art. 5°, XXII, CF/1988), e da proibição do confisco, face à imposição de multas equivalentes a 75% e a 150% do tributo, sem que halo base legal para o procedimento; 8.5 por fim, pede seja julgado improcedente o auto de infração, e a possibilidade de apresentar as provas necessárias à comprovação do ora alegado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) negou provimento à Impugnação (fls. 115/126), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE. Somente são dedutíveis, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, as despesas médicas realizadas com o contribuinte ou com os dependentes relacionados na declaração de ajuste anual, que forem comprovadas mediante documentação hábil e idônea. DEDUÇÃO DE DESPESAS GLOSA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 173 5 Deve ser mantida a glosa do valor declarado a título de dedução de despesas medicas .quando existir nos autos indícios de que os serviços consignados nos recibos apresentados não foram, de fato, executados e o contribuinte deixa de carrear aos autos a prova do efetivo pagamento, nos termos do § 30 do art. 11 do DecretoLei n° 5.844/1943. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Reputase não impugnada a matéria, quando o contribuinte concorda expressamente com a infração apontada. DEDUÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA COMPLEMENTAR. GLOSA. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Reputase não impugnada a matéria, quando o contribuinte concorda expressamente com a infração apontada. INSTRUÇÃO DA PEÇA IMPUGNATÓRIA. A impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. Não compete a instância administrativa a análise da constitucionalidade de lei. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 DECLARAÇÃO RETIFICADORA. APRESENTAÇÃO APÓS O INÍCIO DE PROCEDIMENTO FISCAL. A partir da edição do art. 19 da Medida Provisória n° 1.990, de 14/12/1999, o procedimento de retificação de declaração de ajuste independe de autorização, sendo, contudo, inadmissível a apresentação de declaração retificadora após o início de procedimento fiscal. LANÇAMENTO DE OFICIO. MULTA DE OFICIO. LEGALIDADE. É cabível, por disposição literal de lei, a incidência da multa no percentual de 75%, sobre o valor do imposto apurado em procedimento de oficio, que deverá ser exigida juntamente com o imposto não pago espontaneamente pelo contribuinte. Fl. 173DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 174 6 INCIDÊNCIA DE MULTA DE OFICIO QUALIFICADA. COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. É cabível, por disposição literal da Lei nº 9.430/1996, a incidência da multa de oficio qualificada no percentual de 150% sobre o valor do imposto apurado em procedimento de oficio, que deverá ser exigida juntamente com o imposto não pago espontaneamente pelo contribuinte, quando restar comprovada, por meio de fatos e documentos constantes do processo, a ocorrência das condutas previstas nos arts. 71, 72 e 73, da Lei n° 4.502/1964, antiga Lei do Imposto de Consumo. Cientificado dessa decisão em 20/8/2008 (fl.129), o contribuinte formalizou, em 19/9/2008 (fl.141), seu Recurso Voluntário (fls. 141/162), no qual apresenta as alegações a seguir sintetizadas. Inicia sua defesa descrevendo a ação fiscal e apontando o resultado do julgamento da decisão de primeira instância. Defende que a autuação é indevida, uma vez que os serviços médicos foram prestados e os recibos apresentados, na forma do artigo 80, §1º, inciso III, do RIR/99. Concorda expressamente com a glosa da previdência privada, indicando a juntada de recolhimento do imposto devido, acompanhado da multa e dos acréscimos legais. Da mesma forma, no tocante as despesas médicas declaradas com Quitéria Josinete L. Bezerra. Passa a discorrer sobre as despesas médicas informadas com Ana Karla Maciel Lira e Silva (R$6.000,00), Adriana Paula Maciel Lira e Silva (R$6.000,00) e Alexandre J. Casimiro da Silva (R$810,00), glosadas pela falta de endereços dos profissionais e pela falta de comprovação de seus efetivos pagamentos. Argumenta que anexou todos os recibos médicos, permitindo a identificação dos beneficiários dos pagamentos, além de corrigir a falha quanto aos endereços. Diz que, além dos recibos, anexou declarações dos profissionais, ratificando a prestação dos serviços e os pagamentos informados. Esclarece que os pagamentos foram efetuados ao longo do ano, em espécie ou por meio de cheques de terceiros, visto que é corretor de seguros e, na maior parte das vezes, recebia os pagamentos dos clientes e efetuava seus pagamentos, sem depositar os valores em sua conta bancária. Reclama que a DRJ ignorou os documentos juntados, prendendose no argumento da falta da comprovação do efetivo pagamento. Questiona o fato dos profissionais não terem sido intimados para confirmar a efetividade dos serviços, como realizado com a senhora Quitéria. Reproduz a legislação de regência para defender que os recibos são os documentos hábeis a fazer a prova exigida e que, somente na falta desses, é que se poderia fazer a indicação do cheque nominativo utilizado para efetuar o pagamento. Fl. 174DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 175 7 Conclui que todos os itens exigidos pela legislação foram cumpridos, nada mais podendo ser exigido do contribuinte, sendo abusiva, no seu entendimento, a exigência de comprovação do desembolso. Acrescenta que cabe ao Fisco o ônus da prova de que não houve a efetiva prestação dos serviços. Em seguida, passa a questionar a aplicação da multa de ofício, caso suas alegações quanto às despesas médicas não sejam acatadas. Argumenta que foi aplicada indevidamente a multa do artigo 44 quando o correto seria aplicação daquela prevista no artigo 61, ambos da Lei nº 9.430, de 1996. Entende que caberia aplicar a multa de mora, uma vez que ele deduziu despesas legalmente autorizadas e comprovadas. Frisa que não houve qualquer omissão de sua parte, nem a intenção de ocultar qualquer fato da fiscalização, nem qualquer outro procedimento tendente a prejudicar a arrecadação. Alega que, no caso de dúvida quanto à aplicação da norma tributária, cabe a aplicação da multa menos gravosa, na forma dos artigos 110 e 112, inciso IV, do CTN. Acrescenta que a aplicação da multa no percentual de 75% viola os princípios constitucionais da legalidade e da garantia do direito de propriedade, além de caracterizar notório confisco. Ao final, requer a declaração de improcedência do lançamento. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.164). É o relatório. Fl. 175DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 176 8 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Delimitação da lide O recorrente não contesta as glosas da previdência privada e das despesas médicas informadas com Quitéria Josinete Bezerra, bem como as multas de ofício aplicadas a essas infrações. Assim, resta em litígio as despesas médicas informadas com Ana Karla Maciel Lira e Silva, Adriana Paula Maciel Lira e Silva e Alexandre Casimiro da Silva, bem como a multa de ofício aplicada sobre essas infrações. Mérito Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probatório absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Fl. 176DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 177 9 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos Fl. 177DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 178 10 termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) No caso, por ocasião do procedimento de fiscalização, a autoridade fiscal intimou o contribuinte para apresentação dos recibos e comprovação do efetivo pagamento das despesas médicas declaradas (fl.31). Em sua impugnação, o contribuinte juntou novamente os recibos e declarações dos profissionais, tendo sido mantida a autuação pela DRJ, nos seguintes termos: 25. O contribuinte, em sua peça impugnatória, insurgese contra as glosas efetuadas, apresentando recibos que não teriam sido considerados, pela autoridade lançadora, hábeis e idôneos para comprovação das despesas médicas. Face à ausência de indicação dos endereços dos profissionais, nos mencionados recibos, juntou à. impugnação as declarações dos Srs. Ana Karla Maciel Lira e Silva, Adriana Paula Maciel Lira e Silva e Alexandre J. Casimiro da Silva (doc. 14 a 16) referentes aos endereços de atendimento, bem como a 2 3 via dos recibos, revestidos de todas as formalidades legais (doc. 02 a 13). 26. Da análise dos autos verificase que a auditoria fiscal buscou, junto ao impugnante (Termos de fls. 16, 21, 28 e 36), documentos e informações, inclusive relativos comprovação da efetividade do pagamento e da prestação dos serviços. 27. Da documentação contida nos autos, verificase que as deduções pleiteadas encontramse lastreadas, única e exclusivamente, no fornecimento de recibos. Ressalto que não ha, no processo, qualquer outro meio de prova das deduções declaradas. 28. Neste ínterim, fazse mister esclarecer que, conforme disposto no § 3º do art. 11 do DecretoLei n° 5.844/1943 (art. 73 do Decreto n° 3.000/1999, Regulamento do Imposto de Renda), sempre que necessário, outros elementos devem ser apresentados pelo contribuinte a fim de comprovar deduções pleiteadas em suas declarações: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. 29. No presente caso, o elemento adicional, a ser apresentado pelo fiscalizado, conforme reiteradamente solicitado pela fiscalização, é a comprovação da efetividade dos pagamentos, que chegaram a totalizar R$ 19.210,00 no anocalendário de 2004. Para todos os pagamentos efetuados, o defendente não pode comprovar um único desembolso. 30. Em suma, ao contrário do que afirma o impugnante, não houve lesão ao principio constitucional da legalidade, uma vez Fl. 178DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 179 11 que a própria lei, por meio do DecretoLei acima transcrito e recepcionado pela CF/1988, obriga a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. 31. Concluindo, não tendo havido atendimento à condição que a lei impõe como necessária para fins da dedução pleiteada, devem ser mantidas as glosas no que se refere aos valores informados a titulo de despesas médicas para os profissionais Ana Karla Maciel Lira e Silva, Adriana Paula Maciel Lira e Silva e Alexandre J. Casimiro da Silva. (destaques acrescidos) Em seu recurso, o contribuinte insiste que os recibos já juntados seriam os únicos elementos que a autoridade fiscal poderia exigir. Como já defendi acima, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução, mormente como no presente caso, em que o contribuinte utilizou despesa não reconhecida pela suposta emitente do documento. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento. Cabe ressaltar que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter menos informações que o recibo, é aceito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. No caso, o recorrente não juntou qualquer elemento de prova quanto aos pagamentos declarados, fora os recibos. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro ou com cheques de terceiros, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Acrescentese que, na ausência de comprovantes bancários, poderia ter juntado prontuários e receituários médicos ou exames realizados, mas o contribuinte nada apresentou nesse sentido. Por fim, importa salientar que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. O ônus da prova do direito constitutivo, no caso, é do contribuinte, a teor do art. 373, inciso I, do CPC, na medida em que pretende deduzir de seus rendimentos tributáveis o valor pago a título de despesa médica. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 19647.012950/200794 Acórdão n.º 2002000.072 S2C0T2 Fl. 180 12 Na ausência dessa comprovação, a glosa deve ser mantida. Multa de Ofício Quanto à aplicação da multa, não há reparos a se fazer a decisão de piso A apuração de infrações no curso da ação fiscal é condição suficiente para ensejar a exigência dos tributos mediante lavratura do auto de infração e, por conseguinte, aplicar a multa de ofício de 75% nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996. Essa multa é devida quando houver lançamento de ofício, como é o caso. A falta de declaração e/ou pagamento do tributo correspondente à dedução indevida de despesas médicas – confirmadas, aliás, no presente julgamento – impõe, por força de lei, o lançamento do tributo, acompanhado da multa de ofício. Tal multa não se confunde com a multa de mora, prevista no artigo 61 do mesmo diploma legal, que é aquela que incide sobre tributos declarados e recolhidos espontaneamente pelo contribuinte fora do prazo legal. No tocante à alegação de ofensa a princípios constitucionais, cabe destacar a aplicação da Súmula CARF nº 2, que assim dispõe: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Portanto, afasto a apreciação da inconstitucionalidade da multa aplicada. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.017114/2009-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 25 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2401-000.664
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente justificadamente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1117; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.017114/200916 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2401000.664 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 8 de maio de 2018 Assunto SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente NELMARA CAMPINAS ASSESSORIA DE RECURSOS HUMANOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente justificadamente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .0 17 11 4/ 20 09 -1 6 Fl. 14DF CARF MF Processo nº 10830.017114/200916 Resolução nº 2401000.664 S2C4T1 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas SP (DRJ/CPS), que, por unanimidade de votos, considerou improcedente a impugnação do AIOP nº 37.161.0176, mantendo o crédito tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 0532.640 (fls. 1898/1902): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO. INTIMAÇÃO POR CARTA. PREVISÃO. CONTRADITÓRIO. INOCORRÊNCIA NA FASE INVESTIGATIVA. LOCAL DE LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO. As normas que regem o processo administrativo fiscal prevêem como uma das formas de intimação a via postal, além da intimação pessoal e por edita. O contraditório apenas se concretiza com a impugnação do lançamento, com a formação do processo contencioso, inocorrendo durante a fase investigativa da ação fiscal. O local da lavratura do Auto de Infração é o local da constatação da falta, não se vinculando necessariamente ao estabelecimento do autuado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Conforme consta no Relatório Fiscal do Auto de Infração (fls. 1184/1187), o presente processo trata do Auto de Infração DEBCAD nº 37.161.0176 (fls. 603/1188), relativo às contribuições sociais devidas à Seguridade Social, correspondentes às contribuições do segurado empregado e contribuintes individuais (PróLabore das sócias), não descontadas, não recolhidas em épocas próprias e não declaradas em Guias de Recolhimento ao Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social (GFIP), nas competências de 01/2004 a 12/2004, inclusive 13º salário. O valor total do lançamento, consolidado em 14/12/2009, é de R$ 95.391,72. Ainda de acordo com o Relatório Fiscal: 1. Os fatos foram apurados com base na maior remuneração dos segurados empregados, em confronto com dados constantes em GFIP X RAIS X DIRF e Arquivos Digitais da Folha de Pagamento do ano de 2004; 2. Com relação ao prólabore das sócias MARIA APARECIDA COGO e LEONILDE RAIMUNDO foi apurado em conformidade com a Fl. 15DF CARF MF Processo nº 10830.017114/200916 Resolução nº 2401000.664 S2C4T1 Fl. 4 3 Ficha de “Despesas Operacionais” da DIPJ/2005, AnoCalendário 2004; 3. Os valores dos salários de contribuição que serviram de base para o Auto de Infração não foram declarados em GFIP, antes do início do procedimento fiscal; 4. Em atenção ao disposto na alínea “c” do inciso II do artigo 106 da Lei 5.172/1966 Código Tributário Nacional, foram comparadas as multas impostas pela legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores e as impostas pela legislação superveniente, tendo sido aplicadas as penalidades mais benéficas para o contribuinte; 5. Em face à sonegação das contribuições previdenciárias, conforme exposto no lançamento foi formalizada Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP) para encaminhamento ao Ministério Público Federal. O Contribuinte tomou ciência da lavratura do Auto de Infração, pessoalmente, em 22/12/2009 (fl. 02 do Processo nº 10830.017114/200916) e, em 20/01/2010, apresentou sua impugnação de fls. 1854 a 1858. Diante da impugnação tempestiva, o processo foi encaminhado à DRJ/CPS para julgamento, que, através do Acórdão nº 0532.640, entendeu não ter havido argumentos ou provas com o condão de alterar o lançamento efetuado e com isso julgou Improcedente a Impugnação, mantendo o Crédito Tributário. Em 04/03/2011 o Contribuinte tomou ciência do Acórdão da DRJ/CPS (AR – fl. 1909) e tempestivamente, em 29/03/2011 interpôs seu RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 1922 a 1925, onde alega que: 1. Informou ao Agente Fiscal, por diversas vezes, que seu programa de folha de pagamento estava gerando lançamentos para um mesmo funcionário em duplicidade; 2. Deixou à disposição do Agente Fiscal, em sua sede, vários documentos por ele solicitados e que ele nunca retornou para retirá los; 3. Todo o levantamento foi baseado em obrigações e arquivos, sem ter um documento palpável para verificar; 4. O Agente Fiscal deixou de verificar as retenções do INSS feitas pelos tomadores de serviços para fazer as deduções no valor devido pelo Contribuinte; 5. Mesmo o Agente Fiscal alegando ter sido recebido pelo Contador da empresa e que o mesmo tinha conhecimento dos lançamentos, isso não satisfaz a inconformidade, pois, não se discute o valor lançado na contabilidade e sim os informados pela RAIS que foi errônea devido à duplicidade informada; Fl. 16DF CARF MF Processo nº 10830.017114/200916 Resolução nº 2401000.664 S2C4T1 Fl. 5 4 6. Não foram utilizados os recursos necessários para o bom andamento da fiscalização; 7. Com relação as indicações efetuadas com base na Lei 8.212/91 todas foram modificadas ou revogadas pela Lei 11.941/2009. Preliminarmente requer a análise do documento juntado e finaliza seu Recurso Voluntário pedindo a reforma da decisão que lhe foi desfavorável, cancelando o débito fiscal reclamado. Em 28/04/2011 (AR fl. 1952), o Contribuinte foi Intimado (fl. 1951) a apresentar sua desistência expressa dos Recursos Voluntários apresentados uma vez que manifestouse pela inclusão total dos seus débitos no REFIS da Lei 11.941/09. Foi juntado aos autos a decisão proferida no Mandado de Segura nº 001043291.2011.4.03.6105 (fls. 1953/1954). É o relatório. Fl. 17DF CARF MF Processo nº 10830.017114/200916 Resolução nº 2401000.664 S2C4T1 Fl. 6 5 VOTO Conselheira Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Juízo de admissibilidade Após a intimação 885/2011 SECAT/DRF/CPS, efetuada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas para que a contribuinte apresentasse a desistência expressa dos Recursos Voluntários, considerando que a empresa procedeu a inclusão da totalidade de seus débitos junto à Receita Federal no parcelamento REFIS da Lei nº 11.941/09 (fl. 1951), foi juntado aos autos a decisão de fls. 1953/1954 que noticia o ajuizamento de Mandado de Segurança (Processo nº 001043291.2011.4.03.6105). A referida decisão trata de sentença que relata a impetração da Mandado de Segurança objetivando o afastamento da obrigatoriedade de desistência do PAF como condição para permanecer no programa de parcelamento da Lei nº 11.941/2009. Cita especificamente os Processos Administrativos números 10830.0171113/200971, 10830.017114/200916 e 10830.017115/200961. Segundo o Juízo de primeiro grau, a impetrante aderiu ao parcelamento manifestandose pela inclusão da totalidade de seus débitos perante a PGFN e RFB e que, de acordo com os documentos adunados aos autos judiciais, não há especificação dos débitos a serem incluídos e nem a ressalva de que a impetrante não pretendia a inclusão de todos os débitos no referido parcelamento. Notoriamente, a adesão ao parcelamento estabelecido pela Lei 11.941/2009 traz como consequência a confissão irrevogável e irretratável dos débitos indicados para compor o parcelamento: Art. 5º. A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas nesta Lei. De acordo com o que preceitua o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 343/2015, o pedido de parcelamento importa em desistência do recurso e configura a renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou Fl. 18DF CARF MF Processo nº 10830.017114/200916 Resolução nº 2401000.664 S2C4T1 Fl. 7 6 a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. Diante da inclusão do débito recorrido no aludido parcelamento, restaria configurado não mais existir interesse processual da empresa no julgamento do Recurso Voluntário. No entanto, para a verificação da existência de renúncia ao recurso voluntário por parte do sujeito passivo, necessário se faz verificar quais débitos foram formalizados no parcelamento. Ante o exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, a fim de que a DRF de origem verifique se os débitos relativos ao AIOP nº 37.161.0176 foram incluídos no parcelamento e se houve desistência expressa da contribuinte com relação ao Recurso administrativo interposto. Conclusão Ante o exposto, voto por converter o julgamento em diligência, nos termos acima propostos. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 19DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904246/2012-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2010 a 31/05/2010
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.325
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2010 a 31/05/2010 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 46 /2 01 2- 34 Fl. 1570DF CARF MF Processo nº 10746.904246/201234 Acórdão n.º 3301004.325 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.894, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.619. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 1571DF CARF MF Processo nº 10746.904246/201234 Acórdão n.º 3301004.325 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 1572DF CARF MF Processo nº 10746.904246/201234 Acórdão n.º 3301004.325 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 1573DF CARF MF Processo nº 10746.904246/201234 Acórdão n.º 3301004.325 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 1574DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.908210/2009-21
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 14/01/2005
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comprová-lo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3002-000.126
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Diego Weis Junior, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR PIS Recorrente CLINICA PRÓVIDA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/01/2005 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comproválo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 82 10 /2 00 9- 21 Fl. 37DF CARF MF Processo nº 10983.908210/200921 Acórdão n.º 3002000.126 S3C0T2 Fl. 38 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Diego Weis Junior, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves Relatório O processo administrativo ora em análise trata de PER/DCOMP 30918.99013.200606.1.3.046804:, transmitido em 20/06/2006, cujo crédito teria origem em recolhimento do PIS efetuado a maior. A compensação declarada não foi homologada, conforme Despacho Decisório (fl. 05), pelos seguintes motivos: "A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP." Após ser intimada da decisão em 29/06/2009, a ora recorrente apresentou tempestivamente Manifestação de Inconformidade em 10/07/2009 (fl. 02/03), na qual informou que foi retificada a DCTF, referente 4° Trimestre/2004, e entregue em 30/06/2009, com as devidas correções dos débitos do PIS, objetivando comprovar o seu direito creditório. Para comprovar o seu suposto crédito, a recorrente juntou apenas cópia da DCTF retificadora à sua Manifestação de inconformidade. Em seqüência, analisando as argumentações da contribuinte e os documentos juntados, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis DRJ/FNS julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 . COMPENSAÇÃO. REQUISITO DE VALIDADE A compensação de créditos tributários depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos contra a Fazenda Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimada dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fl. 33/35), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido, repisando fatos e argumentos já apresentados e acrescentando que, de acordo com o art. 170 do Código Tributário Nacional c/c Fl. 38DF CARF MF Processo nº 10983.908210/200921 Acórdão n.º 3002000.126 S3C0T2 Fl. 39 3 o art. 34 da Instrução Normativa RFB nº 900/2008, não haveria vedação legal ao procedimento realizado pela ora recorrente e, assim, devendo ser pressuposta sua validade. Ademais, a recorrente assevera que as leis tributárias somente têm o condão de determinar a forma de sua tributação, porém, sem jamais interferir em sua própria natureza jurídica, a ponto de restringir ou atingir o patrimônio do contribuinte para pagamento de débitos, que não são por ele devido. A recorrente não apresenta mais nenhum documento. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves O direito creditório envolvido no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Entendo que a questão fundamental a ser decidida no presente julgamento se refere ao direito probatório em processos administrativos fiscais. Assim, desde logo, refuto os argumentos jurídicos apresentados pela recorrente. O art. 173 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao autor, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Ou seja, em regra, incumbe à parte fornecer os elementos de prova das alegações que fizer, visando prover o julgador com os meios necessários para o seu convencimento, quanto à veracidade do fato deduzido como base da sua pretensão. Seguindo essa mesma linha, o art. 36 da Lei nº 9.784, de 1999, que regula os processos administrativos federais, dispõe que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Quanto ao processo administrativo fiscal, o art. 16 do Decreto 70.235/72 assim estabelece: Art. 16. A impugnação mencionará: I omissis ......................................................................................................... Fl. 39DF CARF MF Processo nº 10983.908210/200921 Acórdão n.º 3002000.126 S3C0T2 Fl. 40 4 III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Inciso com redação dada pela Lei nº 8.748, de 9/12/1993) ......................................................................................................... § 1° omissis ......................................................................................................... § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluíndo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira se a fato ou a direito superveniente; c) destine se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.532, de 10/12/1997) ......................................................................................................... Como se percebe dos dispositivos transcritos, o dever de provar incumbe a quem alega. Assim, creio que o ônus da prova atua de forma diversa em processos decorrentes de lançamento tributário e processos decorrentes de pedido de restituição, ressarcimento e compensação. Nestes, cabe ao contribuinte provar a liquidez e a certeza do seu crédito, naqueles, cabe ao fisco provar a ocorrência do fato gerador. Ainda sobre o mesmo tema, devese tecer alguns comentários sobre o valor probatório do material eventualmente apresentado. Não basta a juntada de documentos, estes devem possuir valor probatório, mínimo que seja, considerandose as vicissitude do caso concreto posto em análise. Assim, determinado documento pode guardar conteúdo probatório das alegações em um processo e, em outro, não se configurar prova. Por certo, em regra, as declarações fiscais transmitidas pelo contribuinte, assim como, seus registros contábeis, fazem prova em seu favor. Contudo, esses elementos, para possuírem algum valor probatório, devem ter sido elaborados segundo os ditames legais e em época apropriada. Vejamos, por exemplo, a DCTF retificadora. Como vem se manifestando, reiteradamente, este Conselho, a apresentação da DCTF retificadora antes da transmissão do pedido de compensação, em casos de pagamento indevido ou a maior, ou mesmo antes da ciência do Despacho Decisório, não é condição para a homologação da compensação pleiteada, pois o direito creditório não surge com a declaração, mas com o efetivo pagamento indevido ou a maior. Entretanto, a mera apresentação da DCTF retificadora não tem o condão de, por si só, comproválo. Fl. 40DF CARF MF Processo nº 10983.908210/200921 Acórdão n.º 3002000.126 S3C0T2 Fl. 41 5 No presente caso em análise, a ora recorrente restringiuse apenas a fazer alegações sobre seu suposto crédito e, para comproválo, limitouse a juntar cópia da DCTF retificadora, transmitida após a ciência do Despacho Decisório. Dessa forma, forçoso é admitir que a recorrente não se desincumbiu do ônus de provar o seu suposto direito creditório, seja por seus erros anteriores ao Despacho Decisório, seja pela ausência da apresentação de provas robustas da sua liquidez e certeza, tanto na instância a quo, como nesta Corte. Por isso, entendo que a decisão atacada foi correta. Assim sendo, por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário e não reconhecer o direito creditório. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 41DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12259.000760/2009-11
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2006
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma.
Numero da decisão: 9202-006.514
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes (relatora), Patrícia da Silva e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que conheceram do recurso. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo-Presidente em Exercício e Redatora-Designada
(assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma.
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RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes (relatora), Patrícia da Silva e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que conheceram do recurso. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta CardozoPresidente em Exercício e RedatoraDesignada (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 25 9. 00 07 60 /2 00 9- 11 Fl. 839DF CARF MF 2 Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pelo Contribuinte face ao acórdão 2401003.293, proferido pela 1ª Turma Ordinária / 4ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito n.º 37.097.8897, relativamente aos meses de janeiro e maio de 2004; janeiro, fevereiro, maio e dezembro de 2005; e novembro de 2006, lavrada para exigência das contribuições patronais para a Seguridade Social, inclusive a destinada ao financiamento dos benefícios acidentários, além daquelas arrecadadas para outras entidades e fundos, relativos às remunerações pagas, creditadas ou devidas aos segurados empregados da empresa, apuradas nas folhas de pagamento na rubrica "222 — Participação nos Resultados”. O Contribuinte apresentou impugnação tempestiva às fls. 158 e ss. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, às fls. 244/255, manteve integralmente a exigência lavrada sob a fundamentação de que a verba em questão foi paga em desacordo com a lei de regência, sendo procedente o lançamento. Foi indeferido o pedido de juntadas de novos documentos. Às fls. 387 e ss, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, arguindo, dentre outras alegações, que o indeferimento pelo órgão de primeira instância do requerimento para produção de prova documental, deixando de analisar documentos acostados muito antes do julgamento a quo, fere o princípio da verdade material e cerceia o direito de defesa do administrado, por isso deve ser nulificada a decisão recorrida. A 3ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 719/738, DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para que sejam afastadas as contribuições lançadas, a exceção da competência 05/2005. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2006 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR. META RELACIONADA AO INCREMENTO DO FATURAMENTO. INEXISTÊNCIA DE LUCRO. POSSIBILIDADE DO PAGAMENTO. Tendo o acordo para pagamento da PLR estabelecido como meta o aumento do faturamento, é licita a distribuição da verba independentemente da existência de lucro no período, desde que a meta estipulada tenha sido atingida. PLR DECORRENTE DE DIVERSAS METAS. ALCANCE DE PARTE DAS METAS. POSSIBILIDADE DE PAGAMENTO. Fl. 840DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 10 3 A PLR pode ser paga de forma proporcional, quando o programa que o institui exige o cumprimento de várias metas e apenas uma delas não é alcançada. PAGAMENTO DE PLR. PERÍODO AQUISITIVO. POSSIBILIDADE APURAÇÃO EM PERÍODO DIFERENTE DO ANO CIVIL. O fato da empresa efetuar a apuração da PLR em período não coincidente com o ano civil não descaracteriza os pagamentos a esse título. PLR. PAGAMENTOS EM PERCENTUAIS DISTINTOS EM RAZÃO DO CARGO DO EMPREGADO. POSSIBILIDADE. A lei de regência não exige que o pagamento da PLR dêse em percentuais idênticos para todos os empregados. PLR. PAGAMENTO A SEGURADO QUE NÃO TRABALHAVA NA EMPRESA NO PERÍODO AQUISITIVO DO DIREITO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre os valores pagos a título de PLR a segurados que não trabalhavam na empresa durante o período de aquisição do direito. BÔNUS DECORRENTE DO LANÇAMENTO DE AÇÕES. EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão do lançamento de ações da empresa, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. Recurso Voluntário Provido em Parte. Intimado às fls. 748/762, o Contribuinte interpôs Recurso Especial, às fls. 348/358, alegando divergência entre decisões em relação a seguinte matéria: não incidência de contribuição sobre bônus pago de forma eventual pela oferta de ações no mercado americando desvinculado do salário. Segundo o acórdão recorrido, tudo que é pago pelo empregador ao empregado é remuneração, e as únicas exceções são as parcelas descritas no art. 28, § 9º da Lei 8.212/91, e somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer vinculação com a prestação dos serviços. Já o acórdão paradigma firma entendimento de que não incide contribuições sobre ganhos eventuais, pagos sem habitualidade. Às fls. 827/830, a 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte, DANDO SEU SEGUIMENTO em relação a matéria de divergência arguida. A Fazenda Nacional apresentou Contrarrazões, fls. 832/837, atacando estritamente matéria relativa ao mérito, arguindo, dentre outras ponderações, que verba paga Fl. 841DF CARF MF 4 em razão do trabalho prestado, independentemente da habitualidade, assume feição remuneratória. Vieram os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Embora não haja alegação das partes quanto ao conhecimento do Recurso Especial esta restou suscitada pelo colegiado, de modo que faço breves considerações a respeito. Observo que o acórdão recorrido tratou da natureza da verba enquanto o acórdão paradigma tratou de habitualidade, contudo entendo que esta diferença não altera a afirmação de que caso fosse julgado o caso do recorrido pelo colegiado do acórdão paradigma o resultado seria diverso o que autoriza a meu ver o recebimento do presente Recurso Especial. Sendo assim adoto as razões do exame de admissibilidade realizado como suficientes para o conhecimento do Recurso Especial do Contribuinte. Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, RedatoraDesignada Discordo da Ilustre Conselheira Relatora, no que tange ao conhecimento do Recurso Especial interposto pela Contribuinte. A matéria recursal diz respeito à incidência de Contribuições Previdenciárias sobre bônus decorrente de lançamento de ações. Confirase a ementa do acórdão recorrido: "BÔNUS DECORRENTE DO LANÇAMENTO DE AÇÕES. EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão do lançamento de ações da empresa, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991." Fl. 842DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 11 5 No voto do acórdão recorrido, a manutenção da tributação foi assim fundamentada: "Dos bônus decorrentes do lançamento de ações Os valores intitulados na folha de pagamento como “222 – participação nos lucros e resultados”, na competência 05/2005, para empresa não dizem respeito a PLR, mas se referem a bônus decorrente da colocação de ações da empresa no mercado de capital americano, a qual, no período fiscalizado, foi repassada aos empregados em apenas uma ocasião. Afirma que por ser um pagamento eventual, estaria excluído do saláriodecontribuição. Iniciemos a fundamentação lançando comentários sobre a legislação que regula a cobrança de contribuições para financiamento da Seguridade Social. As contribuições incidentes sobre as remunerações pagas às pessoas físicas com e sem vínculo empregatício encontram fundamento máximo de validade no art. 195, alínea “a” do inciso I da Constituição Federal de 1988 (redação dada pela EC n.º 20/1998): (...) Observese que a Lei Maior, a princípio permite a exação para a Seguridade Social sobre pagamentos efetuados pelo empregador a qualquer título a pessoa que lhe preste serviço, sendo irrelevante o fato da quantia ter sido paga ou creditada ao obreiro. A Lei n.º 8.212/1991 confere eficácia à citada determinação constitucional, tratando da contribuição patronal sobre as remunerações disponibilizadas aos empregados nos seguintes termos: (...) Temos que o conceito previdenciário de remuneração, o chamado saláriodecontribuição, é bastante amplo, o qual também é cuidado no inciso I do art. 28 da Lei n.º 8.121/1991, nestes termos: (...) Como se pode observar, a princípio, qualquer rendimento pago em retribuição ao trabalho, qualquer que seja a forma de pagamento, enquadrase como base de cálculo das contribuições previdenciárias. Todavia, tendose em conta a abrangência do conceito de saláriodecontribuição, o legislador achou por bem excluir determinadas parcelas da incidência previdenciária, enumerando em lista exaustiva as verbas que estariam fora deste Fl. 843DF CARF MF 6 campo de tributação. Essa relação encontrase presente no § 9.º do artigo acima citado. A tese da recorrente é de que esses ganhos seriam eventuais e por isso estariam livres da tributação em razão da norma inserta no item 7 da alínea “e” do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Para nós esse entendimento não se coaduna com a melhor exegese da legislação. Eis a norma citada: (...) À luz da legislação citada, o melhor entendimento é o de que somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer vinculação com a prestação dos serviços. Entendo que somente os pagamentos que não guardam relação com o contrato de trabalho podem ser tidos como opção graciosa do empregador, devendo decorrer de condições específicas de um trabalhador tomado na sua individualidade, a exemplo de eventos de doença e outros sinistros que venham a recair sobre este e levem a empresa socorrerlhe financeiramente. Não há dúvida de que no caso sob cuidado o pagamento de bônus decorrente do lançamento de ações da empresa no mercado de capitais tem relação direta com o vínculo contratual estabelecido entre as partes, e o seu principal objetivo é premiar determinados funcionários em razão de um fato relevante para a empresa. De fato, a moderna doutrina do Direito Laboral tem interpretado a remuneração não somente como a contraprestação pelos serviços efetivamente prestados pelo empregado, mas inclui também as verbas recebidas pelo obreiro decorrentes do contrato de trabalho. Essa construção doutrinária manifesta o entendimento de que a pessoa física pode oferecer ao contratante, além do seu labor, também sua imagem, seu não labor nas empresas concorrentes, sua disponibilidade, sua credibilidade no mercado, dentre outros valores caros ao mercado de trabalho. Já o contratante, por seu turno, em contrapartida, pode oferecer não só o salário stricto sensu, como também uma série de vantagens diretas, indiretas, em utilidades, in natura, e assim adiante. Observo que a gratificação sob enfoque é uma forma de premiar os funcionários pelo seu desempenho. Por esse motivo, mesmo que a recorrente tente rotulála como mera liberalidade, a rubrica em questão ostenta, no seu âmago, uma ponta de contraprestação, posto que tem por desiderato premiar o trabalhador pelo seu esforço. Essa situação pode ser muito bem visualizada no documento de fl. 542, onde a empresa comunica a um empregado o pagamento da bonificação. Vejamos os termos: Fl. 844DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 12 7 “Como Edgar nos disse em sua carta de 18 de abril de 2005, você receberá um pagamento especial em reconhecimento a sua contribuição no valor de R$ 1.578,00, representando 4% do seu salário em base anual. O pagamento será efetuado juntamente com o salário de Maio, no dia 31 de maio de 2005.” Portanto, deve ser afastada a tese de que a bonificação decorrente da oferta de ações se enquadra na exceção prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991, posto que não se observa o seu caráter eventual, uma vez que estabelecida como forma de premiar o empregado pelo seu desempenho, não se observando que o pagamento tenha se dado como mera liberalidade. Vale ressaltar que o fisco considerou essa verba como PLR em razão da empresa contabilizála sob essa denominação. Somente com a apresentação do recurso é que a empresa revelou que se tratava de pagamento de natureza distinta. Quando da realização da diligência determinada pelo CARF é que o fisco veio a tomar conhecimento de que os pagamentos efetuados em 05/2005 decorreram de distribuição de bônus. Nesse momento a Autoridade Lançadora deixou claro que de fato o desembolso não se tratava de PLR." (grifei) Assim, constatase que a verba em questão, embora paga como se fosse PLR Participação nos Lucros e Resultados, na verdade correspondia a um bônus, pago apenas uma vez, como premiação pelo esforço do empregado na colocação de ações da empresa no mercado de capitais americano. Nesse passo, o Colegiado recorrido considerou que o bônus deveria ser incluído no saláriodecontribuição porque, a despeito da eventualidade, o pagamento não fora efetuado por mera liberalidade do empregador, mas sim era vinculado a uma contraprestação por parte do empregado. Esse posicionamento fica bem claro no seguinte trecho, que ora se reitera: "À luz da legislação citada, o melhor entendimento é o de que somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer vinculação com a prestação dos serviços. Resta claro, portanto, que no acórdão recorrido a eventualidade sequer foi questionada, simplesmente porque considerouse que, mesmo para os ganhos eventuais, a não incidência de Contribuições Previdenciárias requer que o pagamento seja feito por liberalidade, ou seja, desvinculado da prestação de serviços. Nesse contexto, o paradigma apto a demonstrar a alegada divergência jurisprudencial teria de ser representado por julgado em que, tratandose de bônus de premiação pelo esforço do empregado na consecução de um objetivo da empresa, portanto sem a característica da mera liberalidade, o Colegiado concluísse pela exclusão da base de cálculo das Contribuições Previdenciárias, sendo que qualquer discussão acerca de periodicidade ou quantidade de parcelas no contexto de PLR obviamente não lograria demonstrar dissídio interpretativo. Isso porque no acórdão recorrido não se tratou de PLR, além do que o bônus foi pago apenas uma vez. Fl. 845DF CARF MF 8 Entretanto, o paradigma indicado pela Contribuinte Acórdão nº 2403 002.244 não se reveste das características acima requeridas, como a seguir será explicitado. Visando demonstrar a alegada divergência, a Contribuinte elabora o seguinte cotejo: Acórdão recorrido Ementa BÔNUS DECORRENTE DO LANÇAMENTO DE AÇÕES. EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão do lançamento de ações da empresa, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. Voto "Observese que a Lei Maior, a princípio permite a exação para a Seguridade Social sobre pagamentos efetuados pelo empregador a qualquer título a pessoa que lhe preste serviço, sendo irrelevante o fato da quantia ter sido paga ou creditada ao obreiro. A Lei n.º 8.212/1991 confere eficácia à citada determinação constitucional, tratando da contribuição patronal sobre as remunerações disponibilizadas aos empregados nos seguintes termos: ... Temos que o conceito previdenciário de remuneração, o chamado saláriodecontribuição, é bastante amplo, o qual também é cuidado no inciso I do art. 28 da Lei n.º 8.121/1991, nestes termos: ... Como se pode observar, a princípio, qualquer rendimento pago em retribuição ao trabalho, qualquer que seja a forma de pagamento, enquadrase como base de cálculo das contribuições previdenciárias. Todavia, tendose em conta a abrangência do conceito de saláriodecontribuição, o legislador achou por bem excluir determinadas parcelas da incidência previdenciária, enumerando em lista exaustiva as verbas que estariam fora deste campo de tributação. Essa relação encontrase presente no § 9.º do artigo acima citado. A tese da recorrente é de que esses ganhos seriam eventuais e por isso estariam livres da tributação em razão da norma inserta no item 7 da alínea “e” do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Para nós esse entendimento não se coaduna com a melhor exegese da legislação. Eis a norma citada: Fl. 846DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 13 9 ... À luz da legislação citada, o melhor entendimento é o de que somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer vinculação com a prestação dos serviços." (destaque da Recorrente) Conclusão "Voto por afastar as preliminares de nulidade do lançamento e da decisão recorrida e, no mérito, por dar provimento parcial ao recurso para que sejam afastadas as contribuições lançadas, a exceção da competência 05/2005." (destaque da Recorrente) Paradigma Acórdão nº 2403002.244 Ementa EVENTUALIDADE. BÔNUS GERENCIAL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. É eventual o pagamento efetuado pela empresa a título de bônus gerencial quando não caracterizado periodicidade ou habitualidade anual nos pagamentos. No caso concreto, a ocorrência de três pagamentos mensais a título de bônus gerencial em um período de cinco anos evidencia a eventualidade de tais ganhos, razão pela qual não há que se falar de sua integração ao salário de contribuição e consequente incidência de contribuição previdenciária. Recurso Voluntário Provido." (destaques da Recorrente) Voto "Feitas essas considerações, percebo que, conforme informações constante no Mandado de Procedimento fiscal n. 10.1.04.00201100701, de 21 de novembro de 2011, o período verificado no procedimento fiscal foi de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Repitase, foi constatada a ocorrência de pagamento a título de bônus gerencial nos meses de março de 2008, abril de 2009 e julho de 2009. Afirma a DRJ que há periodicidade no mínimo anual. Fere o postulado da razoabilidade, afirmar que existe periodicidade anual para o caso em análise, tendo como parâmetro base temporal analisada pelo fiscal, em 05 (cinco) anos de apuração, apenas foi constatado o pagamento em 03 (três) meses, um em 2008 e outros dois 2009, apenas. ... Para caracterizar a habitualidade anual, estes pagamentos deveriam ter sido realizados não apenas nestes dois anos (em Fl. 847DF CARF MF 10 três meses), mas em entenderia por habitual o pagamento nos 04 (quatro) ou 05 (cinco) anos, descaracterizandoos como ganhos eventuais/abonos, para qualificálos como distribuição de lucros ou resultados. A partir desse quadro, têmse como eventuais os pagamentos realizados a título de bônus gerencial, em razão da eventualidade caracterizada." (destaque da Recorrente) Conclusão "... têmse como eventuais os pagamentos realizados a título de bônus gerencial, em razão da eventualidade caracterizada. Recurso conhecido e provido." Assim, dos trechos do paradigma colacionados pela Recorrente não é possível conhecer a natureza da verba ali tratada, a ver se guardaria similaridade com a verba analisada no acórdão recorrido, exceto pela denominação genérica de "bônus", que de resto pode abranger um leque de significados. Entretanto, o que interessaria saber, para efeito de demonstração de divergência interpretativa, é se esse bônus teria sido pago conforme ocorreu no caso do acórdão recorrido, ou seja, não por mera liberalidade, mas sim como contrapartida pelos serviços prestados pelo empregado. Com efeito, os trechos colacionados demonstram apenas que os pagamentos foram considerados eventuais, discutindose periodicidade e quantidade de parcelas, mas quanto a essas particularidades repitase que o acórdão recorrido delas não tratou. E nem necessitaria tratar, já que a eventualidade não foi questionada no acórdão recorrido, repitase que o óbice foi a ausência do caráter de mera liberalidade. Compulsando o inteiro teor do paradigma, é possível verificar que o bônus ali tratado nada tem a ver com o bônus pago no caso do acórdão recorrido. No paradigma, a verba fora paga a título de Participação no Resultado. Ocorre que, como alguns empregados receberam mais de um pagamento a esse título, a Fiscalização incluiuos na base de cálculo do saláriodecontribuição. Assim, no caso do paradigma o que ocorreu foi uma desclassificação de pagamentos efetuados a título de PLR, não por dúvida acerca da liberalidade do empregador, mas simplesmente pela quantidade/periodicidade de parcelas pagas. Confirase o que consta do paradigma, Acórdão nº 2403002.244: Relatório "As exigências fiscais se referem ao fato de ter o contribuinte efetuado pagamentos a seus empregados em razão de uma suposta participação nos resultados da empresa, segundo o Relatório Fiscal de fls. 16/33, os fatos geradores se deram da seguinte forma, in verbis: 3.5. FATOS VERIFICADOS QUE DERAM ORIGEM AOS LANÇAMENTOS (...) 3.5.3. Os valores lançados pela fiscalização tiveram como base valores pagos, a título de Bônus Gerencial, aos empregados, Tais valores, embora transitando pela folha de pagamento, na rubrica 072 – PPR / Bônus Gerencial, foram enquadrados pela empresa como 8 – Não é Base de cálculo previdenciário. Sendo assim, não foram informados em GFIP e nem tiveram a respectiva contribuição previdenciária recolhida. Fl. 848DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 14 11 3.5.4. Tais informações podem ser constatadas no quadro abaixo obtido por meio dos arquivos digitais da folha de pagamento, no qual constam os empregados que receberam Bônus Gerencial. (...) 3.5.5. Por meio do Termo de Intimação Fiscal n. 01, a GSI BRASIL IND E COM DE EQUIPAMENTOS AGROPECUÁRIOS LTDA foi intimada a esclarecer qual cláusula do ajuste sobre participação em lucros e resultados previa a distribuição de bônus gerenciais. A questão foi levantada pois pela descrição da rubrica da folha de pagamento poderia se entender que tais valores estivessem relacionados ao programa de participação de resultado que quando pago de acordo com a legislação não integra o salário de contribuição. 3.5.6. Em resposta, a fiscalizada não enumerou a cláusula do ajuste sobre participação em lucros e resultados que previa a distribuição de bônus, limitandose a responder que concedeu bônus gerenciais aos seus executivos a título de liberalidade. 3.5.7. Outro fato que comprova a desvinculação dos valores pagos na rubrica Bônus Gerencial do programa de participação nos lucros e resultados é que os trabalhadores listados acima também receberam valores na rubrica 013 – Participação nos Resultados paga a todos os trabalhadores da empresa, conforme demonstra o quadro abaixo: (...) DO RECURSO Irresignada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 442/451, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, afirmando em síntese que os valores pagos são não eventuais e, portanto, não estão incluídos no conceito de salário de contribuição, assim como que a verba não é decorrente do trabalho caso se considere como participação nos resultados da empresa." (grifei) Voto "No caso concreto, alega o recorrente que o pagamento foi eventual. A DRJ entende por caracterizada a habitualidade por constar nos Discriminativos Analíticos do Débito dos AI DEBCAD n. 37.340.8870, 37.340.8889, 51.010.9837, 51.010.9845, que os empregados receberam o Bônus Gerencial nas competências 03/2008, 04/2009 e 07/2009, caracterizando uma periodicidade, no mínimo, anual, o que caracteriza a uma habitualidade no pagamento. Entendo de forma diversa. O conceito de habitualidade é abstrato e dá margem à diversas interpretações, (...) Fl. 849DF CARF MF 12 Para a doutrina administrativista, estarseia diante de um conceito indeterminado, ou fluido. A sua interpretação deve se dar contextualmente, em função da situação fática para com o conjunto normativo pátrio. (...) Feitas essas considerações, percebo que, conforme informações constante no Mandado de Procedimento fiscal n. 10.1.04.00201100701, de 21 de novembro de 2011, o período verificado no procedimento fiscal foi de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. Repitase, foi constatada a ocorrência de pagamento a título de bônus gerencial nos meses de março de 2008, abril de 2009 e julho de 2009. Afirma a DRJ que há periodicidade no mínimo anual. Fere o postulado da razoabilidade, afirmar que existe periodicidade anual para o caso em análise, tendo como parâmetro base temporal analisada pelo fiscal, em 05 (cinco) anos de apuração, apenas foi constatado o pagamento em 03 (três) meses, um em 2008 e outros dois 2009, apenas. (...) Para caracterizar a habitualidade anual, estes pagamentos deveriam ter sido realizados não apenas nestes dois anos (em três meses), mas em entenderia por habitual o pagamento nos 04 (quatro) ou 05 (cinco) anos, descaracterizandoos como ganhos eventuais/abonos, para qualificálos como distribuição de lucros ou resultados. A partir desse quadro, têmse como eventuais os pagamentos realizados a título de bônus gerencial, em razão da eventualidade caracterizada." (grifei) Assim, resta claro que no paradigma sequer se analisou a questão sob o ângulo da ausência de liberalidade (que foi definitiva para que no recorrido se considerasse o pagamento como tributável). Isso porque no paradigma a verba foi analisada como PLR, e assim não haveria que se falar em liberalidade e sim na quantidade e periodicidade dos pagamentos. Já no caso do acórdão recorrido, embora em um primeiro momento a verba tenha sido identificada como PLR, já na ação fiscal veio à tona que se tratava de prêmio pelo desempenho do empregado na consecução de objetivos empresariais, e não de pagamento por mera liberalidade, muito menos de PLR. Destarte, ao contrário do que concluiu a Recorrente, os Colegiados decidiram conforme a situação fática que lhes foi apresentada, e as diferentes situações fáticas ensejaram discussões distintas, o que de forma alguma autoriza a concluir que as soluções diversas se fundariam em divergência de interpretação da legislação. Corroborando esse entendimento, constatase que no acórdão recorrido sequer se menciona a quantidade ou a periodicidade de pagamentos, eis que a questão já foi enfrentada, desde o início, como pagamento a título de prêmio por contraprestação do empregado na consecução dos objetivos empresariais. Já no paradigma a questão da liberalidade não foi tratada, e nem haveria de ser, eis que a verba foi tratada como PLR, e nesse sentido o óbice dizia respeito à periodicidade e quantidade de pagamentos. Fl. 850DF CARF MF Processo nº 12259.000760/200911 Acórdão n.º 9202006.514 CSRFT2 Fl. 15 13 Diante do exposto, ausente a similitude fática, não há que se falar em divergência jurisprudencial, razão pela qual não conheço do Recurso Especial interposto pela Contribuinte. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 851DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.901012/2008-91
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 30 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3001-000.059
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para o órgão fiscal competente analisar documentos apresentados no Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para o órgão fiscal competente analisar documentos apresentados no Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. RELATÓRIO Dos fatos Cuidase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão 1453.692 da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP DRJ/RPO que, em sessão de julgamento realizada em 24.09.2014, a unanimidade, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Transcrevo o relatório do acórdão recorrido (efls. 66 a 68): Relatório Trata o presente processo de análise de Declaração de Compensação, em virtude de alegado recolhimento indevido de IPI, referente ao fato gerador de 09/2003, tendo o Despacho Decisório, não homologado a compensação em virtude de inexistência de crédito. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 20 .9 01 01 2/ 20 08 -9 1 Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10920.901012/200891 Resolução nº 3001000.059 S3C0T1 Fl. 113 2 A Interessada tomou ciência da Decisão em (sic), e, irresignada apresentou sua Manifestação de Inconformidade à fl. 08, deduzindo como argumento de defesa que houve erro no preenchimento da DCTF, pois, no período considerado, havia saldo credor de IPI no Livro de Apuração do IPI, sendo desnecessário o recolhimento. É o Relatório. Da decisão de 1ª Instância A 2ª Turma da DRJ/RPO, ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, exarou citado acórdão, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/09/2003 a 15/09/2003 RESTITUIÇÃO COMPENSAÇÃO A repetição do indébito depende da comprovação do pagamento indevido, sem a qual, a homologação da compensação não é legítima. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Da ciência O contribuinte em 14.11.2014, segundo o "Aviso de RecebimentoAR" (efl. 70), tomou conhecimento da "NOTIFICAÇÃO Nº 616/2014EQLIQ/DRF/JOI" (efl. 69), dandolhe a conhecer a decisão formalizada pelo acórdão recorrido. Irresignado com a referida decisão, o contribuinte, em 15.12.2014, protocola perante à ARF/Jaraguá do Sul/SC a entrega do recurso voluntário e demais documentos (efls. 72 a 111). Do recurso voluntário Além de reprisar os argumentos de defesa apresentados na manifestação de inconformidade, o recorrente também aduz, em apertada síntese, o que segue reproduzido, ipis litteris: (...) A simples entrega de uma obrigação acessória retificadora em momento posterior não pode tirar o direito do contribuinte de utilizar o crédito pago indevidamente para a compensação de impostos futuros. Pois a DCTF comprova que a apuração detalhada do imposto gerado no período em questão fora feito de acordo com as normas legais, e demonstram que o crédito realmente existiu naquele momento; o que aconteceu foi o equívoco no preenchimento da DCTF, conforme possa ser demonstrado na cópia da DCTF original de número 16.68.64.19.03 sob recibo número 2341687058 recebida pelo receptor SERPRO em 12/11/2003, pagina 12, anexo a este documento. O equívoco hora Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10920.901012/200891 Resolução nº 3001000.059 S3C0T1 Fl. 114 3 cometido, deve ser revertido com a retificação da DCTF, conforme possar ser demonstrado na cópia da DCTF retificadora de número 40.60.02.03.91 sob recibo número 1736383856 recebida pelo receptor SERPRO em 18/06/2008, onde não está mais demonstrado o débito. Para comprovação do crédito, observase que o mesmo está escriturado na DIPJ Ano calendário 2003 conforme possa ser demonstrado na cópias da DIPJ original de número 1726508513 sob o recibo número 35.26.67.39.47 recebida pelo receptor SERPRO em 28/06/2004, páginas 32 e 33 referente Ficha 29. Diante do equívoco acontecido a empresa recorre (...) para a aceitação das provas apresentadas ainda de que estes documentos possam esclarecer e demonstrar de forma clara e objetiva que o que aconteceu foi somente um equívoco no momento do preenchimento da DCTF. E uma vez demonstrado a existência de saldo de pagamento a maior suficiente para a compensação, requer a homologação da compensação da DCOMP nr. 13550.67597.060704. 1.3.040655. (...) À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do indeferimento de seu pleito, requer seja acolhida o presente Recurso Voluntário ao CARF/DF, visando com isso homologar a compensação efetuada. (...) Do encaminhamento O processo digital (eprocesso), então, foi encaminhado para ser analisado por este Carf na forma regimental. É o relatório. VOTO Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Relator. Da decisão recorrida Dispõe o voto condutor do acórdão recorrido, ipsis litteris: Voto A Manifestação de Inconformidade é tempestiva e cumpre os demais requisitos de admissibilidade pelo que dela tomo conhecimento. Quanto à compensação, o Código Tributário Nacional CTN trata da matéria em seu artigo 170, nos seguintes termos. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10920.901012/200891 Resolução nº 3001000.059 S3C0T1 Fl. 115 4 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Implementando a possibilidade legal, os artigos 73 e 74, da Lei nº 9.430/96, assim expressamente estatui: Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do Decretolei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal, observado o seguinte: I o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo ou da contribuição a que se referir; II a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do respectivo tributo ou da respectiva contribuição. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) A Declaração de Compensação constitui confissão de dívida, possibilitando a exigência dos débitos indevidamente compensados. § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) Pelo artigo 147 do CTN, fazse necessária a comprovação cabal do erro que se funda suas declarações, a fim de se excluir tributo. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10920.901012/200891 Resolução nº 3001000.059 S3C0T1 Fl. 116 5 Óbvio, que igual providência deve ser exigida quando a exclusão de tributo, traz por conseqüência a repetição do indébito. Verifico que esta prova não foi produzida no processo, de modo que, incabível o afastamento da exigência tributária, a mera alegação de que houve erro no preenchimento da DCTF e existência de saldo credor do IPI no período de apuração em questão, não possuem aptidão para modificar o crédito tributário exigido. Pelo exposto, voto pela improcedência da Manifestação de Inconformidade. Da proposta de diligência Compulsandose os autos verificase que o pedido de restituição, cumulado com o de compensação do recorrente foi indeferido no despacho decisório eletrônico emitido em 09.05.2008, pela autoridade competente da DRF/Joinville, número de rastreamento 759974897, em face de que "foram localizados um ou mais pagamentos (...) integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". O voto condutor do acórdão recorrido manteve o indeferimento do pedido de restituição sob o argumento de que o manifestante não apresentou qualquer elemento de prova hábil a demonstrar o alegado pagamento a maior ou indevido, de modo que a mera alegação de que houve erro no preenchimento da DCTF e existência de saldo credor do IPI no período de apuração em questão, não são aptos para modificar o crédito tributário exigido. Em suma, o fundamento da decisão recorrida foi a falta de apresentação de documentação probante satisfatória que corroborasse as alegações apresentadas, notadamente. O interessado, além da cópia do Livro Registro do IPI, demonstrando que no período havia registrado a existência de um saldo credor do tributo no valor de R$ 622,14, apresentada, em 18.06.2008, juntamente com sua manifestação de inconformidade, quando da apresentação do presente recurso voluntário, anexa, dentre outros, as cópias do (i) Per/Dcomp 13550.67597.060704.1.3.040655, (ii) da DIPJ 2014, do anocalendário 2003, ficha 29, evidenciando o valor do IPI, referente a 1ª decêndio setembro 2003, (iii) da DCTF 2341687058 e da (iv) DCTF 1736383856. Nesse passo, percebese, por suas alegações, que o recorrente entende que os documentos anexados à sua peça recursal são suficientes para solucionar o litígio a seu favor, haja vista que o indeferimento do pleito manifestado no despacho decisório decorreu tão somente da insuficiência de crédito disponível para restituição e, por conseguinte, para satisfazer a compensação do débito declarado no Per/Dcomp que transmitiu. É certo que é condição indispensável para a efetivação da compensação de tributos, que seja comprovada a liquidez e certeza do crédito informado, conforme dispõe o artigo 170A da Lei 5.172 de 1966 (CTN). Logo, se faz necessária a efetiva comprovação da existência desses créditos. Deste modo, com vista a propiciar a ampla oportunidade para o recorrente esclarecer e comprovar os fatos que alega ao longo das suas manifestações defensivas, em atendimento aos princípios da verdade material, da ampla defesa e do contraditório e da Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10920.901012/200891 Resolução nº 3001000.059 S3C0T1 Fl. 117 6 economia processual, sou da opinião que o presente julgamento deve ser convertido em proposta de diligência, pois entendo que a documentação carreada aos autos, juntamente com o recurso voluntário apresentado, tem o condão de sinalizar com a possibilidade de acerto quanto ao correto valor do indébito de IPI, e, com isto, propiciar homologação da compensação declarada no Per/Dcomp 13550.67597.060704.1.3.040655, transmitido em 06.07.2004. Da conclusão Do exposto, proponho a realização de diligência para que a autoridade fiscal competente da repartição de origem proceda à análise da documentação apresentada pelo recorrente em seu recurso voluntário e, se assim entender, intimar o contribuinte para apresentar novos elementos de prova que julgar necessários para demonstrar o alegado direito creditório, utilizado para compensar o débito confessado na Per/Dcomp em questão. Neste sentido devem os autos retornar para a DRF/JoinvilleSC. Ao término dos trabalhos, a autoridade fiscal responsável pela condução da diligência deverá elaborar relatório sobre os fatos nela apurados, manifestandose formalmente sobre a existência ou não de direito creditório objeto do deste processo. Encerrada a instrução processual, o recorrente deverá ser intimado para, se assim desejar, manifestarse no prazo de trinta dias. Após esta providência, os autos deverão ser devolvidos a este Carf, para prosseguimento do feito. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 118DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.900597/2011-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.596
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Henrique Silva Figueiredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: PAULO HENRIQUE SILVA FIGUEIREDO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase de Recurso interposto em relação ao Acórdão nº 0350.441, de 31 de janeiro de 2013, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF (fls. 92 a 99), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo. O presente processo cuida da Declaração de Compensação (DCOMP) nº 19964.79970.191007.1.3.041476 (fls. 22 a 27), por meio da qual a contribuinte compensou débitos de sua responsabilidade referentes à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e à Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS/Pasep), relativos ao RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 46 .9 00 59 7/ 20 11 -9 5 Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10746.900597/201195 Resolução nº 1302000.596 S1C3T2 Fl. 209 2 período de apuração de setembro de 2007, no valor total de R$ 722,37, com crédito decorrente de suposto pagamento indevido ou a maior relativo a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O crédito em questão, no valor de R$ 550,63, originarseia de pagamento efetuado em 28/07/2005, no montante de R$ 3.772,56; e não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 14, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Cientificado, o sujeito passivo apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 2 a 13, na qual sustentou que, por equívoco, na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), relativa ao anocalendário de 2005, e na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), referente ao segundo trimestre do citado ano calendário, informou débito a título de CSLL, regime de apuração baseado no Lucro Presumido, calculado a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta. Contudo, em decorrência da sua atividade, estaria sujeito à CSLL, sobre o Lucro Presumido, calculada com base na aplicação da alíquota de 12% sobre a sua receita bruta. Invocou o princípio da verdade material e apresentou elementos que, no seu entender, comprovariam o erro de fato e o indébito em questão (DIPJ retificadora, cópias parciais dos livros Diário, Razão e Registro de notas fiscais de serviços prestados, bem como cópias das notas fiscais do período). Relatou, ainda, haver procedido à retificação da DIPJ referente ao ano calendário de 2005, e apresentou diversas decisões de Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento que respaldariam o crédito pleiteado. Em dezembro de 2012, o sujeito passivo apresentou o documento de fls. 90 e 91, intitulado "Resumo do Manifesto de Inconformidade P.J.", no qual, além de reiterar os termos da sua Manifestação Inconformidade, esclarece que deixou de retificar a DCTF do 2º trimestre de 2005, uma vez que, no momento em que constatou a necessidade de tal retificação, já se teria operado a decadência do seu direito de alterar o referido documento. A decisão de primeira instância (fls. 92 a 99) considerou que a Recorrente não havia apresentado documentação suficiente capaz de "demonstrar a natureza das atividades a que se referiram os rendimentos declarados e que poderia esclarecer qual(is) o(s) correto(s) percentual(is) aplicável(is), se de 12%, tal como pretendido, se de 32%, ou mesmo de percentuais diversificados, conforme § 2º do artigo 15 da Lei nº 9.249/95", de modo que o alegado indébito não se revestiria da liquidez e certeza necessárias ao reconhecimento do direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN. Registrou, ainda, que as decisões administrativas colecionadas pela pessoa jurídica não possuíam caráter de normas complementares, nem efeitos vinculantes. Deste modo, não reconheceu o direito creditório do sujeito passivo. Após a ciência, comprovada às fls. 100/101, foi interposto o Recurso de fls. 103 a 113, por meio do qual a Recorrente, após reiterar as razões contidas na Manifestação de Inconformidade, sustenta que tem como cliente contratante, na maioria dos serviços prestados, Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10746.900597/201195 Resolução nº 1302000.596 S1C3T2 Fl. 210 3 o Poder Público, sendo a prática e costume os contratos de obras públicas serem formalizados sob a sistemática da empreitada global. Aduz que os documentos já apresentados, em especial as notas fiscais de serviço, são elementos hábeis a demonstrar se tratar de serviços prestados com fornecimento de material. Invoca a aplicação do princípio in dúbio pro contribuinte (calcado no art. 112, inciso II, do CTN) ou, ainda, a realização de diligência para juntada aos autos dos contratos de prestação de serviço. Contudo, com base no art. 16, §4º, alínea c, do Decreto nº 70.235, de 1972, combinado com o §5º do referido dispositivo, já traz aos autos os mencionados contratos de prestação de serviço, que comprovariam o direito pleiteado. É o Relatório. Voto Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator Como já relatado, tratase de Declaração de Compensação (DComp) referente a pagamento efetuado, em 28/07/2005, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativo ao 2ª trimestre do anocalendário de 2005. O crédito compensado decorreria do fato de a Recorrente haver confessado na DCTF e recolhido a CSLL, apurada sob o regime de apuração baseado no Lucro Presumido, a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta, quando, em decorrência da receita se referir à atividade de construção civil com fornecimento de material, o percentual aplicável para a determinação do Lucro Presumido ser o de 12%, conforme art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995. O direito creditório invocado não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 14, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Por outro lado, a Manifestação de Inconformidade do sujeito passivo foi julgada improcedente por se considerar que os elementos juntados aos autos não são suficientes para comprovar que os serviços prestados pela Recorrente incluem o fornecimento de todo o material necessário à sua realização. Nos termos do art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, a base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base no Lucro Presumido, corresponderá a doze por cento da receita bruta, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 daquele diploma legal, dentre as quais se inclui a prestação de serviços em geral, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. O citado art. 15 foi interpretado pelo Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6, de 1997, que esclareceu que, para a determinação da base de cálculo do IRPJ mensal, a construção por empreitada com emprego de qualquer quantidade de materiais se sujeitaria ao Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10746.900597/201195 Resolução nº 1302000.596 S1C3T2 Fl. 211 4 percentual de 8% (oito por cento), enquanto incidiria o percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita das atividades de construção por empreitada unicamente de mãodeobra. A Instrução Normativa SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997, tratava do assunto, nos mesmos moldes do ADN mencionado. Aquele entendimento vigorou até a edição da Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, que definiu como "construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra". (Destacouse) No caso sob exame, tratandose do anocalendário de 2005, aplicase, portanto, o entendimento que exige o fornecimento de todos os materiais, para a aplicação do percentual favorecido na determinação da base de cálculo da CSLL. A questão que se põe, portanto, é saber se as provas documentais apresentadas pelo sujeito passivo são (ou não) suficientes para comprovar que as receitas tributadas no trimestre em questão se referem a serviços de construção civil prestados com o fornecimento de material. Ocorre que, previamente à apreciação do Recurso, fazse necessário esclarecimento. É que, dentre os contratos apensados ao Recurso, constatase a existência de instrumentos firmados com a mesma Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178 (fls. 150/156, 160/165, 184/193 e 197/202). Por outro lado, os Aditivos de fls. 157/158, 194/195 e 203/204, aos contratos de fls. 150/156, 184/193 e 197/202, respectivamente, são firmados com a própria Recorrente. Do mesmo modo, vêse que notas fiscais são emitidas pela Recorrente, em relação aos contratos firmados com a Construtora Monte do Carmo Ltda, e que os valores das referidas receitas estão contabilizadas nos Livros contábeis e fiscais juntados pela Recorrente, e foram considerados na apuração da CSLL devida no período em questão. Isto posto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que o processo retorne à Unidade de origem (DRF/PalmasTO), para que: a) intime o sujeito passivo a esclarecer a existência de notas fiscais e contratos referentes à Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178, na base de cálculo utilizada para a determinação da CSLL relativa ao 2º trimestre do anocalendário de 2005 e do indébito de que trata o presente processo; b) informe os valores efetivamente recolhidos pela Recorrente, a título de CSLL, em relação ao referido período de apuração, detalhando a eventual utilização/disponibilidade dos pagamentos efetuados; c) ao fim, elaborese relatório de diligência contendo as informações acima requeridas, bem como se manifestando em relação aos esclarecimentos prestados pelo sujeito Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10746.900597/201195 Resolução nº 1302000.596 S1C3T2 Fl. 212 5 passo, que deve ser cientificado do resultado, com a concessão de prazo para, querendo, manifestarse nos autos. Após, reencaminhese o processo a este Colegiado. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Fl. 212DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.916326/2011-86
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO.
A declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, resultou no entendimento de que o conceito de faturamento, para fins de incidência dessas contribuições sociais, corresponde às receitas vinculadas à atividade mercantil típica da pessoa jurídica.
Numero da decisão: 9303-006.451
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran.
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ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado FEY PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO. A declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, resultou no entendimento de que o conceito de faturamento, para fins de incidência dessas contribuições sociais, corresponde às receitas vinculadas à atividade mercantil típica da pessoa jurídica. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargos Autran. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 91 63 26 /2 01 1- 86 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 13971.916326/201186 Acórdão n.º 9303006.451 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela Procuradoria da Fazenda Nacional PFN contra o Acórdão nº 3402003.949, de 28/03/2017, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção do CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2002 COFINS. ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido. Intimada da decisão, a PFN apresentou embargos de declaração, os quais, todavia, foram rejeitados mediante despacho do Presidente da 4ª Câmara. Também interpôs recurso especial, por meio do qual suscita divergência quanto ao conceito de faturamento, especialmente com relação à incidência do PIS/Cofins sobre receitas de aluguéis recebidas por empresa que se dedica à atividade de locação, face à declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, §1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Alega divergência com relação ao que decidido nos Acórdãos nº 3401002.726 e nº 330200.289. O recurso foi admitido por intermédio do Despacho de Admissibilidade do Presidente da 4ª Câmara. Intimada, a contribuinte apresentou contrarrazões ao recurso. É o Relatório. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13971.916326/201186 Acórdão n.º 9303006.451 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.426, de 13/03/2018, proferido no julgamento do processo 13971.916300/201138, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.426): "Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especial interposto pela PFN deve ser conhecido. Cumpre observar, inicialmente, que o objeto social principal da contribuinte é a exploração das atividades de locação, loteamento e arrendamento de bens próprios, construídos ou a construir, bem como a comercialização de bens móveis e imóveis, abrangendo a compra e venda, permuta, exceto a intermediação, assessoria e orientação técnica em negociações imobiliárias (vide fl. 25). Pois bem. O acórdão recorrido, aplicando decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, deu provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito à restituição dos valores de PIS calculados sobre receitas não operacionais auferidas pela contribuinte com fulcro em dispositivo inconstitucional da Lei nº 9.718/98. As receitas que expressamente reconheceu não tributáveis foram as receitas financeiras ("JUROS RECEBIDOS", "VARIAÇÃO CAMBIAL") e os valores de "ALUGUÉIS RECEBIDOS". O primeiro paradigma, contudo, em flagrante dissenso interpretativo, concluiu o contrário, conforme facilmente comprova a simples leitura de sua ementa: Acórdão nº 3401002.726: LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS. FATURAMENTO. PIS/PASEP E COFINS. INCIDÊNCIA. Na esteira da jurisprudência dos tribunais superiores, mormente o Superior Tribunal de Justiça, as receitas provenientes da locação de bens imóveis, quando objeto das atividades mercantis da pessoa jurídica, sujeitamse à incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, tanto sob a regência da Lei Complementar nº 70/91, quanto pela Lei nº 9.718/98, não prejudicando tal entendimento a declaração de inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo promovida pelo art. 3º, § 1º deste último diploma legal (g.n.) No mérito, entendemos assistir razão à Recorrente. Como já é do conhecimento geral e referido no acórdão recorrido, o STF considerou incompatível com o então Texto Constitucional a ampliação da base de cálculo do PIS/Cofins (§ 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718, de 1998), pacificando o entendimento de que o faturamento corresponde apenas à receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços (Rel. p/ Acórdão Min. Marco Aurélio Mello, RE 346.084, DJ de 1/09/2006). Contudo, alguns votos dos ministros que participaram do julgamento indicaram – e não como obiter dictum – o verdadeiro sentido que a esta expressão deve ser conferido. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 13971.916326/201186 Acórdão n.º 9303006.451 CSRFT3 Fl. 5 4 Segundo o Min. Cezar Peluso, que foi acompanhado pelo Min. Sepúlveda Pertence: Faturamento nesse sentido, isto é, entendido como resultado econômico das operações empresariais típicas, constitui a base de cálculo da contribuição, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. Noutras palavras, o fato gerador constitucional da COFINS são as operações econômicas que se exteriorizam no faturamento (sua base de cálculo), porque não poderia nunca corresponder ao ato de emitir faturas, coisa que, como alternativa semântica possível, seria de todo absurda, pois bastaria à empresa não emitir faturas para se furtar à tributação. (g.n.). E, concluindo, asseverou: Por todo o exposto, julgo inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para “toda e qualquer receita”, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, § 4º, se considerado para efeito de nova fonte de custeio da seguridade social. Quanto ao caput do art. 3º, julgoo constitucional, para lhe da r interpretação conforme à Constituição, nos termos do julgamento proferido no RE nº 150.755/PE, que tomou a locução receita bruta como sinônimo de faturamento, ou seja, no significado de “receita bruta de venda de mercadoria e de prestação de serviços”, adotado pela legislação anterior, e que, a meu juízo, se traduz na soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (g.n.). Ainda mais preciso, o Min. Ayres Britto, a partir da redação original do art. 195 da Constituição Federal (anterior à promulgação da Emenda Constitucional – EC n.º 20, de 1998), claramente identificou o conceito de faturamento com equivalente à receita operacional: A Constituição de 88, pelo seu art.195, I, redação originária, usou do substantivo “faturamento”, sem a conjunção disjuntiva “ou” receita”. Em que sentido separou as coisas? No sentido de que faturamento é receita operacional, e não receita total da empresa. Receita operacional consiste naquilo que já estava definido pelo Decretolei 2397, de 1987, art.22, § 1º, “a”, assim redigido – parece que o Ministro Velloso acabou de fazer também essa remissão à lei: Art.22 [...] § 1º [...] a) a receita bruta das vendas de mercadorias e de mercadorias e serviços, de qualquer natureza, das empresas públicas ou privadas definidas como pessoa jurídica ou a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda;” Por isso, estou insistindo na sinonímia “faturamento” e “receita operacional”, exclusivamente, correspondente àqueles ingressos que decorrem da razão social da empresa, da sua finalidade institucional, do seu ramo de negócio, enfim. Logo, receita operacional é receita bruta de tais vendas ou negócios, mas não incorpora outras modalidades de ingresso financeiro: royalties, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras, indenizações etc. (g.n.). E isso porque o inciso I do art. 195 da CF, na redação anterior à EC n.º 20, de receita não falava, mas apenas de faturamento e lucro, como que a abraçar todas as dimensões de riqueza geradas pela pessoa jurídica a partir da realização de seu objeto social. No caso ora em exame, a locação de bens integra, conforme demonstrado, a receita decorrente da realização das atividades típicas da contribuinte, de sorte que constitui, parte Fl. 157DF CARF MF Processo nº 13971.916326/201186 Acórdão n.º 9303006.451 CSRFT3 Fl. 6 5 integrante do seu faturamento – base de cálculo da contribuição. Não, porém, as receitas financeiras. Ante o exposto, com essas considerações, conheço do recurso especial e, no mérito, doulhe provimento, para que, na base de cálculo do PIS, incluamse as receitas com locação de bens." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial da Fazenda Nacional foi conhecido e, no mérito, o colegiado deulhe provimento, para que, na base de cálculo das contribuições, incluamse as receitas com locação de bens. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.907622/2011-13
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008
COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008
COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE.
É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
Numero da decisão: 3002-000.181
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem.
Nome do relator: LARISSA NUNES GIRARD
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 76 22 /2 01 1- 13 Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 3 2 Trata o processo de declaração de compensação na qual o contribuinte informa a ocorrência de pagamento indevido ou a maior de Cofins, relativo ao período de apuração agosto/2008, e requer a compensação de R$ 3.975,41 com débitos de IRPJ (fls. 26 a 31). Por meio de despacho decisório à fl. 64, a Delegacia da Receita Federal em Limeira decidiu pela não homologação por concluir que o crédito relativo ao Darf discriminado havia sido utilizado integralmente na quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito para a realização de compensação. A recorrente apresentou manifestação de inconformidade na qual alegou que a empresa é comerciante atacadista frutas, verduras, tubérculos e legumes frescos, atividade sobre a qual não incide PIS/Cofins; que em agosto/2008 recolheu por equívoco 3% sobre seu faturamento a título de Cofins; que transmitiu a PER/Dcomp para compensar esse valor, mas não retificou sua DCTF; e, por fim, pede a homologação da compensação apesar de ainda não ter retificado a DCTF por impossibilidade momentânea (fls. 2 a 4). Instruiu sua manifestação de inconformidade com procuração e identificação dos procuradores (fls. 5 e 6), cópia da DCTF original (fls. 7 a 25), cópia da Dcomp (fls. 26 a 31), cópia da DCTF retificadora (fls. 32 a 49), cópia da DIPJ/2008 (fls. 50 a 63) e cópia do Despacho Decisório (fl. 64). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza (DRJ/FOR) proferiu o Acórdão nº 0830.306 (fls. 94 a 101), por meio do qual reconheceu a tempestividade da manifestação de inconformidade, mas decidiu pela sua improcedência pois, apesar de reconhecer que sobre o ramo principal de atividade a que se dedica a recorrente incide alíquota zero de Cofins, a empresa teve outras receitas sobre as quais incidiu a contribuição. Como não foi juntado aos autos qualquer documento que permitisse identificar a natureza de cada receita auferida no período em questão, restou não provado o direito ao crédito, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANIFESTAÇÃO ENCAMINHADA POR VIA POSTAL. VERIFICAÇÃO DA TEMPESTIVIDADE. DATA DA POSTAGEM. Quando o contribuinte efetivar a remessa da impugnação através dos Correios será considerada como data da entrega, no exame da tempestividade do pedido, a data da respectiva postagem, constante do aviso de recebimento, devendo ser igualmente indicados neste último, nessa hipótese, o destinatário da remessa e o número de protocolo referente ao processo, caso existente. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 4 3 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. A homologação da compensação declarada pelo contribuinte está condicionada ao reconhecimento do direito creditório pela autoridade administrativa, o que somente é possível mediante apresentação dos elementos que comprovem a liquidez e certeza do direito alegado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte tomou ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 25/08/2014, conforme Aviso de Recebimento constante às fls. 107 e 108, e protocolizou seu recurso voluntário em 22/09/2014, conforme carimbo aposto à primeira folha do Recurso Voluntário à fl. 110. Em seu recurso voluntário, a recorrente esclareceu que “a par da praticamente totalidade da receita bruta da empresa, existe receita de outra natureza, de valor ínfimo, geralmente decorrente de alguma aplicação financeira, que pode ser tributada pela Cofins”. Alega que a falta de retificação da DCTF não deve ser óbice para a compensação; que entende que as declarações juntadas aos autos possibilitam a comprovação do direito; que é possível a autorização para a compensação quando há mero erro de fato; que o processo administrativo fiscal é regido pelos princípios da verdade material e legalidade e que, conforme arts. 142 e 150 do CTN, a autoridade administrativa está obrigada a verificar a ocorrência do fato gerador e determinar a matéria tributável, mesmo nos casos de lançamento por homologação (fls. 110 a 118). É o relatório. Voto Conselheira Larissa Nunes Girard Relatora O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. A análise deste litígio irá se iniciar por certos detalhes que são de especial importância para a compreensão da discussão, tendo sido abordados com bastante propriedade no voto que compõe a decisão proferida pela DRJ. Após concluir que o contribuinte fazia jus à aplicação da alíquota zero de Cofins em relação às receitas decorrentes de sua atividade principal, seja no regime cumulativo, seja no não cumulativo, o relator efetuou consulta aos sistemas da Receita Federal para analisar as DCTFs original e retificadora, juntadas ao processo pelo contribuinte, e o Dacon, este por iniciativa do próprio relator, do que resultou o que se segue. Relembrese que o presente processo trata de crédito relativo ao mês de agosto/2008. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 5 4 Quanto à DCTF original do segundo semestre, transmitida em 07/04/2009, os valores indicados foram os seguintes: R$ 4.357,15 em julho/2008; R$ 3.936,05 em agosto/2008; R$ 60,49 em outubro/2008; R$ 51,39 em novembro/2008; e R$ 58,39 em dezembro/2008. No que se relaciona à DCTF retificadora do segundo semestre, apresentada em 23/06/2009, os números foram os adiante apontados: R$ 158,78 em julho/2008; R$ 3.936,05 em agosto/2008; R$ 60,49 em outubro/2008; R$ 51,39 em novembro/2008; e R$ 58,39 em dezembro/2008. Portanto, ao retificar a DCTF do segundo semestre de 2008, a única alteração processada foi a retificação da Cofins a Pagar de julho/2008, que foi reduzida de R$ 4.357,15 para R$ 158,78. No que se relaciona ao valor a pagar do fato gerador agosto/2008 (referente ao suposto crédito utilizado na compensação), o débito da Cofins permaneceu sem qualquer alteração, no exato valor do recolhimento efetuado (R$ 3.936,05), daí o não reconhecimento do crédito e a não homologação da compensação. Cotejandose o DACON da empresa, apresentado em 21/09/2009, verificase que, relativamente ao mês de agosto/2008, a pessoa jurídica indicou a percepção de receita bruta de R$ 131.201,63 cuja tributação sujeitouse à alíquota zero e ao auferimento de receita de outra natureza, no valor de R$ 982,01, a implicar na Cofins a Pagar de R$ 29,46. Portanto, para que o direito creditório fosse reconhecido, de forma eletrônica, deveria a interessada ter apresentado nova DCTF retificadora, alterando a Cofins de agosto/2008 de R$ 3.936,05 para R$ 29,46, hipótese em que o reconhecimento se daria de modo parcial, no valor de R$ 3.906,59, correspondente à diferença encontrada entre o valor recolhido e o valor pago. Não tendo assim procedido, cumpre que se perquira se a documentação constante do processo se mostra suficiente para que, com substrato no princípio da verdade material, se decrete o reconhecimento do direito creditório postulado. Compulsandose os autos, vêse que a impugnante promoveu a juntada de cópias das DCTFs, fls.07/26 e 32/49, do PER/DCOMP, fls. 26/31, e da DIPJ/2000, fls. 50/63. Ora, sabendose que a pessoa jurídica possui receitas albergadas pela alíquota zero e receitas submetidas à tributação normal da Cofins, era esperado que apresentasse documentação que permitisse se identificar cada tipo de receita auferida no mês de agosto/2008, segregandose as tributadas das não tributadas, o que não se mostra presente no caso em apreciação. (grifado) Em suma, da análise do conjunto de informações prestadas pelo contribuinte e daquelas constantes nos sistemas da Receita Federal, constatouse que havia divergência Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 6 5 entre a DCTF e o constante no Dacon e na PER/Dcomp; que mesmo promovendo a retificação da DCTF, o contribuinte manteve inalterado o débito relativo a agosto/2008; e que não foi juntada documentação aos autos que comprovasse o direito ao crédito. Importante ressaltar certas datas: o Per/Dcomp foi transmitido em 2008, enquanto as DCTFs, original e retificadora, em abril e junho/2009, respectivamente. O Dacon foi logo depois, em setembro/2009, em desacordo com a DCTF retificadora. O Despacho Decisório foi emitido em 2011. A DCTF constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito, conforme dispõe o DecretoLei nº 2.124, de 1984, e sua eventual retificação deve vir acompanhada por suporte probatório, como dispõe o CTN: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. (grifado) A despeito do disposto na legislação acima transcrita, o relator dispôsse a ultrapassar a ausência de retificação da DCTF e verificar a existência do direito ao crédito para seu eventual reconhecimento, em prol do princípio da verdade material, concluindo que, em um contexto no qual o contribuinte tem receitas sujeitas à alíquota zero e receitas sobre as quais incide Cofins, as meras cópias de declaração não faziam prova de direito. E mais, até informou quais documentos deveriam ter sido apresentados pelo contribuinte: “era esperado que apresentasse documentação que permitisse se identificar cada tipo de receita auferida no mês de agosto/2008, segregandose as tributadas das não tributadas”. Não obstante a clareza da exposição, como resposta à conclusão do relator a recorrente nos trouxe a seguinte argumentação em seu recurso voluntário: Pelo o que se depreende do Acórdão da DRJ/FOR, a falta da retificação da DCTF com referência ao valor a título de COFINS do mês de agosto/2008 seria o entrave para a homologação da compensação. No entanto, esse mero erro de fato não deve ser óbice à compensação, tendo em vista que é possível verificar a plausibilidade do direito invocado pela contribuinte diante de outros elementos presentes no processo administrativo, relatados no próprio Acórdão. (...) Dessa forma, outras obrigações acessórias ou declarações como DACON, PER/DCOMP e DIPJ presentes/mencionadas nos autos, possibilitam a comprovação do direito invocado pela contribuinte ou em mínima hipótese, com o abatimento do Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 7 6 suposto valor ínfimo devido a título de COFINS, de R$ 29,46. (grifado) Ora, nem a ausência de retificação da DCTF foi o “entrave” para a homologação, nem as meras declarações, divergentes entre si, e desacompanhadas de documentação que dê lastro para o que se alega são suficientes. O que teria sido suficiente foi perfeitamente descrito pelo relator em seu voto. Tratase de matéria pacífica que a demonstração da certeza e liquidez, nos casos de solicitação de restituição, compensação e ressarcimento de crédito contra a Fazenda Nacional, é ônus que pertence ao requerente. Define o Código de Processo Civil (CPC) em seu artigo 373 que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. E, ainda sobre o ônus probatório, dispõe da seguinte maneira o Decreto nº 7.574, de 2011, que regulamenta o processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União: Art. 28. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e sem prejuízo do disposto no art. 29 (Lei nº 9.784, de 1999, art. 36). (grifado) Assim, descabida a alegação da recorrente de que, no caso em tela, seria obrigação da autoridade administrativa verificar a ocorrência do fato gerador e determinar a matéria tributável, conforme arts. 142 e 150 do CTN. Tratase de uma interpretação descontextualizada dos artigos citados, com o propósito de tentar inverter o ônus da prova que lhe cabe. Este processo não trata de lançamento de tributo, mas de um contribuinte que alega ter declarado um débito indevidamente, não traz a prova do erro e pretende que caberia à Administração apurar o exato montante. Neste tipo de situação, quem possui os meios de provar o erro é a recorrente. Uma vez não comprovado o pagamento indevido, não há como autorizar a compensação, que somente é possível para créditos líquidos e certos, não para créditos plausíveis, conforme estabelece o art. 170 (CTN), in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (grifado) Concluise que não a recorrente não logrou comprovar o seu direito ao crédito, não sendo possível autorizar a compensação. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10865.907622/201113 Acórdão n.º 3002000.181 S3C0T2 Fl. 8 7 Fl. 139DF CARF MF
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