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Numero do processo: 10875.001838/99-16
Turma: Terceira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Jun 16 00:00:00 UTC 2005
Data da publicação: Thu Jun 16 00:00:00 UTC 2005
Ementa: FINSOCIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O prazo decadencial
para que o sujeito passivo requeira restituição ou compensação de
créditos tributários relativos a pagamentos de contribuições
FINSOCIAL efetuados com base em alíquota posteriormente
411 considerada inconstitucional inaugura-se com a edição da Medida
Provisória n°. 1.110, de 31 de agosto de 1995.
Numero da decisão: 303-32.167
Decisão: ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, rejeitar a argüição de decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição da Contribuição para o Finsocial paga a maior e determinar a devolução do processo à autoridade julgadora de primeira instância competente para apreciar as demais questões de mérito, na forma do
relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: SÉRGIO DE CASTRO NEVES
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Recorrida : DRJ/CAMPINAS/SP FINSOCIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O prazo decadencial para que o sujeito passivo requeira restituição ou compensação de créditos tributários relativos a pagamentos de contribuições FINSOCIAL efetuados com base em aliquota posteriormente 411 considerada inconstitucional inaugura-se com a edição da Medida Provisória n°. 1.110, de 31 de agosto de 1995. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, rejeitar a argüição de decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição da Contribuição para o Finsocial paga a maior e determinar a devolução do processo à autoridade julgadora de primeira instância competente para apreciar as demais questões de mérito, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. L.p644:45Q, ANELISE DAU T PRIETO • Presidente SÉRG D CASTRQ NEVES Relator Formalizado em: 22 NOV 2005 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Zenaldo Loibman, Nanci Gama, Silvio Marcos Barcelos Fini7a, Marciel Eder Costa, Nilton Luiz Bartoli e Tarásio Campeio Borges. Processo n° : 10875.001838/99-16 Acórdão n° : 303-32.167 RELATÓRIO Versa o processo sobre requerimento dirigido pelo sujeito passivo identificado na epígrafe à Secretaria da Receita Federal solicitando restituição e eventualmente compensação de recolhimentos por ele efetuados a titulo de contribuição para o FINSOCIAL a alíquotas superiores a 0,5%, posteriormente consideradas avessas ao comando constitucional pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, julgado este que veio a redundar na edição da Medida Provisória n°. 1.110, • de 30.08.95. O requerimento foi indeferido por despacho da repartição jurisdicionante, que considerou extinto o direito do contribuinte de pleitear a repetição, ex vi do Ato Declaratório SRF no. 096/99, cujo entendimento é o de que o prazo para tal reclamação se extingue transcorridos cinco anos da data da extinção do crédito tributário (isto é, do pagamento), independentemente da posterior declaração de inconstitucionalidade de sua imposição. O contribuinte, irresignado, impugnou o despacho decisório, contestando a inteligência exarada no citado Ato Declaratório SRF quanto à contagem inicial do litigado prazo decadencial. Teve, entretanto, indeferida sua pretensão pela autoridade julgadora de l a• instância, com base na interpretação estabelecida pelo prefalado Ato Declaratório. De tal deci o ora recorre a este Conselho ratificando a • argumentação expendida em s a peça impugnatória. É o rela r . o. 2 . . • Processo n° : 10875.001838/99-16 Acórdão n° : 303-32.167 VOTO Conselheiro Sérgio de Castro Neves, Relator A matéria em apreço já é de comezinho conhecimento dos ilustres Senhores Conselheiros, eis que têm-se avolumado os recursos voluntários impetrados sobre este assunto, em processos em tudo semelhantes. 4111 Transcreverei, passim, para perfilhá-lo, o voto do insigne Conselheiro Paulo Roberto Cuco Antunes, da Egrégia 2'. Câmara deste Conselho, em que se julgou caso idêntico ao presente: "É de domínio público que o E. Supremo Tribunal Federal, no julgamento do R.E. 150.764-PE, em data de 16.12.1992, com Acórdão publicado em 02.03.1993, declarou a inconstitucionalidade da majoração de alíquota do FINSOCIAL, realizada a partir da Lei n° 7.787/89, estabilizando-se a referida alíquota em 0,5%. Limita-se a lide trazida a exame e decisão deste Colegiado à ocorrência ou não da perda (decadência) do direito da Recorrente de pleitear a restituição, ou mesmo compensação, de valores pagos a maior, em decorrência das majorações da referida alíquota do Finsocial, declaradas inconstitucionais. A matéria já foi exaustivamente analisada no âmbito do E. Segundo • Conselho de Contribuintes e, também agora, pelas Câmaras deste Terceiro Conselho, em função da mudança de competência para sua apreciação, havendo marcante controvérsia de entendimentos sobre o tema. De tudo quanto já se escreveu a respeito, no âmbito desses Colegiados, existindo inúmeras teses sustentadas e até exaustivamente defendidas, de parte a parte, sem querer entrar na discussão sobre os diversos entendimentos já colhidos, parece-me mais ajustada à legalidade a corrente que se posiciona no sentido de que o início da contagem do prazo decadencial (05 anos), no caso dos recolhimentos da Contribuição para o Finsocial que aqui se discute, tenha início, efetivamente, a partir da data da publicação da Medida Provisória n° 1.110/95, em 31 de agosto de 1995. oiAl sim sendo, é entendimento deste Relator que o prazo para a formalização do p dido de restituição de quantia paga a maior, em razão da indevida majoração d a ota do Finsocial antes indicada, estendeu-se até o dia 31 de agosto 3 Processo n° : 10875.001838/99-16 Acórdão n° : 303-32.167 de 2000, inclusive. A perda do direito do contribuinte de requerer a restituição devida só se consuma, de fato, a partir de 10 de setembro de 2000, inclusive. Esse entendimento vai, com certeza, ao encontro da tese sustentada pela Recorrente no litígio que aqui se pretende decidir. Apenas sintetizando, é certo que em determinado momento a própria administração tributária, por intermédio da Coordenação Geral do Sistema de Tributação - COSIT, da Secretaria da Receita Federal — M. Fazenda, veio a adotar como marco inicial para contagem do prazo objetivando o pedido de restituição em • questão, a data da Medida Provisória n° 1.110/95. (PARECER COSIT N° 58, de 27 de outubro de 1998) Tal posicionamento prevaleceu até a edição do Ato Declaratório SRF n° 096, de 26/11/1999 (DOU de 30/11/99), pelo qual a mesma Administração veio a mudar de entendimento sobre tal matéria, que passou a ser o seguinte: "I — o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extingue-se após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário — arts. 165, I, e 168, I, da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional)." • Como se verifica, a Administração Pública Federal esteve a adotar, em momentos distintos, dois entendimentos diversos, sobre a mesma questão, desde a edição da M.P. n°. 1110/95 já citada. Um posicionamento configurado pelo Parecer COSIT n° 58, de 1998 e, posteriormente, o do Ato Deelaratório SRF n° 96, de 1999, inteiramente conflitantes. Mas, o que de importante deve ficar aqui destacado é que o Governo Federal, com o advento da MP n° 1.110/95, admitiu a inaplicabilidade das alíquotas majoradas, da Contribuição para o Finsocial, em razão da declaração de inconstitucionalidade, pelo E. Supremo Tribunal Federal, de tais majorações. A partir de então — e só a partir de então — surgiu para os contribuintes o fato jurídico, a oportunidade legal, para qup pudessem requerer a restituição (repetir o indébito), ou mesmo compensação, dos alores indevidamente pagos a título de contribuição para o Finsocial, com alíquot cedentes a 0,5% (meio por cento). 4 • Processo n° : 10875.001838/99-16 Acórdão n° : 303-32.167 Estabeleceu-se, desde então, sem qualquer dúvida, o marco inicial da contagem do prazo decadencial para o pedido de restituição/compensação pelos contribuintes que efetuaram, de boa fé e com observância do dever legal, os pagamentos indevidos, com base nas alíquotas majoradas, acima de 0,5%, nas épocas indicadas, da referida Contribuição para o FINSOCIAL. Quer-me parecer que, com relação aos princípios da segurança jurídica e do interesse público, que também abarcam o da isonomia fiscal, o posicionamento estampado no Ato Declaratório SRF n° 96, de 26/11/99 não é, certamente, o mais correto. Forçoso se toma reconhecer que o indeferimento do pleito da 410 Recorrente, como aconteceu nas esferas de julgamento até aqui percorridas, tem oefetivo significado de que a empresa recebeu tratamento desigual em relação à diversas outras empresas que tiveram seu pleito homologado pela Secretaria da Receita Federal, apenas porque deram entrada em seu requerimento de restituição e/ou compensação anteriormente à edição do Ato Declaratório SRF n° 96/99, ou seja, na vigência do Parecer COSIT n° 58/98. De fato, reconheça-se, tal diferenciação, que decorre de mudança de posicionamento da administração tributária, que não pode produzir influencia sobre os órgãos colegiados de julgamento administrativo, como é o caso dos Conselhos de Contribuintes, é incompatível com o princípio da isonomia tributária. Entende este Relator, portanto, que independentemente do entendimento ou posicionamento ou interpretação da administração tributária estampados, seja no Parecer COS1T 58/98 ou no Ato Declaratório SRF n° 096/99, os quais não vinculam este Conselho de Contribuintes, o marco inicial para a contagem do prazo decadencial (05 anos) para a formalização dos pedidos de restituições das 111/ citadas Contribuições pagas a maior, é mesmo a data da publicação da referida M.P. n° 1.110/95, ou seja, em 31 de agosto de 1995, estendendo-se o período legal deferido ao contribuinte até 31 de agosto de 2000, inclusive, sendo este o "dies ad quem". Conseqüentemente, só foram atingidos pela Decadência os pedidos formulados, em casos da espécie, a partir de 1° de setembro de 2000. No caso dos autos, constata-se que o pleito da Recorrente [não foi] alcançado, portanto, pela decadência apontada na Decisão recorrida. Ante o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário aqui em exame, reformando a Decisão de primeira instância para fins de afastar a decadência aplicada no presente caso. Reform a a Decisão recorrida, devem retomar os autos à instância "a quo" para que sejam alisadas as demais circunstâncias do pedido de restituição formulado pela Reco e te." Processo n° : 10875.001838/99 Acórdão n° : 303-32.167 Por estar inteiramente de acordo tanto com a argumentação quanto com a conclusão do arguto e minucioso voto aqui condensado é que rogo ao nobre colega Dr. Paulo Roberto Cuco Antunes a devida vênia para adotá-lo como meu. Sala dasiSess cem 16 de junho de 2005 SÉRG DE CASTRO VES - Relator e 6 Page 1 _0007900.PDF Page 1 _0008000.PDF Page 1 _0008100.PDF Page 1 _0008200.PDF Page 1 _0008300.PDF Page 1
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Numero do processo: 10855.000981/00-61
Turma: Segunda Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Jun 16 00:00:00 UTC 2005
Data da publicação: Thu Jun 16 00:00:00 UTC 2005
Ementa: PROGRAMA DE INCENTIVO À APOSENTADORIA - VERBAS INDENIZATÓRIAS - As verbas indenizatórias recebidas por adesão a Programa de Incentivo à Aposentadoria não se sujeitam à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual, independentemente de o beneficiário já estar aposentado ou possuir o tempo necessário para requerer a aposentadoria, equiparando-se às verbas por adesão ao programa de demissão voluntária.
RESTITUIÇÃO - Não incidindo o imposto de renda sobre as verbas indenizatórias recebidas a título de adesão a programas de incentivo a aposentadoria, é devida a restituição do imposto de renda indevidamente pago na declaração de ajuste anual em decorrência da classificação dessas verbas como tributáveis.
Recurso provido.
Numero da decisão: 102-46.850
Decisão: ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: José Oleskovicz
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conteudo_txt : Metadados => date: 2009-07-06T13:55:27Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2009-07-06T13:55:26Z; Last-Modified: 2009-07-06T13:55:27Z; dcterms:modified: 2009-07-06T13:55:27Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2009-07-06T13:55:27Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2009-07-06T13:55:27Z; meta:save-date: 2009-07-06T13:55:27Z; pdf:encrypted: false; modified: 2009-07-06T13:55:27Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2009-07-06T13:55:26Z; created: 2009-07-06T13:55:26Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 20; Creation-Date: 2009-07-06T13:55:26Z; pdf:charsPerPage: 1471; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2009-07-06T13:55:26Z | Conteúdo => , MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Recurso n° : 138.257 Matéria : IRPF - EX: 1998 Recorrente : GERALDO DE ALMEIDA Recorrida : 3a TURMA/DRJ-SÃO PAULO/SP II Sessão de : 16 de junho de 2005 Acórdão n° : 102-46.850 PROGRAMA DE INCENTIVO À APOSENTADORIA — VERBAS INDENIZATÓRIAS — As verbas indenizatórias recebidas por adesão a Programa de Incentivo à Aposentadoria não se sujeitam à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual, independentemente de o beneficiário já estar aposentado ou possuir o tempo necessário para requerer a aposentadoria, equiparando-se às verbas por adesão ao programa de demissão voluntária. RESTITUIÇÃO — Não incidindo o imposto de renda sobre as verbas indenizatórias recebidas a título de adesão a programas de incentivo a aposentadoria, é devida a restituição do imposto de renda indevidamente pago na declaração de ajuste anual em decorrência da classificação dessas verbas como tributáveis. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por GERALDO DE ALMEIDA. ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. -t/'/////z5--11--/-, ' i „._ - LEILA MARIA SCHERRER LEITÃO PRESIDENTE Oé,._,.... JOSÉ • LESKOVIC RELATOR . FORMALIZADO EM . 2 2 " , 1 2r-A'. .,..,, 1,_1 ,-J L- LL.,„ pilfp MINISTÉRIO DA FAZENDA e7i r, t -E`ti'S1) PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ~-f• SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros NAURY FRAGOSO TANAKA, LEONARDO HENRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA, ALEXANDRE ANDRADE LIMA DA FONTE FILHO, JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS, SILVANA MANCINI KARAM e ROMEU BUENO DE CAMARGO 2 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ~ SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 Recurso n° . 138.257 Recorrente : GERALDO DE ALMEIDA RELATÓRIO Trata o presente processo de pedido (fl. 01), protocolizado em 08/05/2000, de restituição de imposto de renda no montante de R$ 3.326,49, que teria sido pago indevidamente na declaração de ajuste anual do exercício de 1998 (fls. 07-v), em virtude de ter sido considerado como rendimento tributável a importância de R$ 24.304,59, recebida a título de indenização por adesão à Programa de Aposentadoria Incentivada da Nossa Caixa - Nosso Banco. Os documentos juntados aos autos (fls. 02/19 e 22/27), são os mesmos que constam do processo n° 10855.000613/99-62 (Recurso n° 138.259), onde o contribuinte pleiteou e recebeu a restituição de R$ 2.462,21, apurada na declaração retificadora (fl. 54 do retrocitado processo). Na declaração original havia sido apurado um imposto a pagar de R$ 3.326,49 (fl. 07-v), que foi tempestivamente quitado, conforme segunda via do DARF juntada aos autos (fl. 08). No referido processo encontra-se, entre outros documentos pertinentes, cópia do Programa de Aposentadoria Incentivada e do respectivo Termo de Adesão do recorrente. De acordo com a tela do Sistema IRPF/CONS, juntada às fls. 24 do processo n° 10855.001820/00-68 (Recurso n° 138.256), o recorrente recebeu a restituição de R$ 2.462,21, que lhe foi disponibilizada na Agência n° 0428, do Banco Nossa Caixa S/A, a partir do dia 24/04/2000. Esse recebimento é expressamente confirmado pelo contribuinte às fl. 01 do retrocitado processo. A Seção de Tributação da DRF/Sorocaba/SP, analisando o pedido de restituição de que trata o presente processo (Recurso n° 138.257 — processo n° 10855.000981/00-61), indeferiu-o com o Despacho Decisório n° 666/2000, de 31/05/2000 (fl. 13), em virtude de o pedido se pautar em decisão nula (Despacho Decisório n° 279 — fls. 03/05 — declarado nulo pelo de n° 515/2000, relativos ao 3 0,11500km MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES '-g=e7 -- SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 Recurso n° 138.259— processo n° 10855.000613199-62) (fls. 09/12), nos termos que se seguem, in verbis: "2. Requer o interessado seja-lhe restituído o valor de R$ 3.326,49, recolhido em 24/04/98, através do DARF de fls. 08, referente a cota única do IRPF/98 apurado com base em sua declaração de imposto de renda, cuja cópia encontra-se às fls. 06 e 07., 3. O pleito do interessado fundamenta-se no despacho decisório n° 279/2000, proferido no processo n° 10855.000613/99-62, que retificou a DIRPF/98 do interessado, passando de imposto a pagar de R$ 3.326,49 para imposto a restituir de R$ 2.462,21 (fls. 03 a 05)," "4. Após nova análise do processo n° 10855.000613/99-62, o despacho decisório n° 279/2000, no qual se baseia o pedido do interessado, foi declarado nulo pelo despacho decisório n° 515/2000, que decidiu pelo indeferimento do pedido de retificação da declaração de IRPF/98 e manutenção dos valores constantes da declaração de IRPF/98 apresentada originalmente pelo interessado, conforme cópia do despacho às fls„ 09a 12„" "5. Pelo exposto, e considerando que o pleito do interessado pauta-se em uma decisão nula, PROPONHO seja indeferido o pedido de restituição objeto do presente processo." Dessa decisão o requerente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 15/16), que a Seção de Arrecadação, em despacho de 06/09/2000 (fl. 21), propôs o encaminhamento à DRJ para ser analisado juntamente com o processo n° 10855.000613/99-62. A 3a Turma da DRJ/SP011, mediante o Acórdão DRJ/SP011, n° 04.510, de 25/09/2003 (fls. 29/32), por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação, por entender que, relativamente ao pleito do recorrente, prevalecia a decisão do Acórdão n° 04.375, de 18/09/2003, proferida no processo n° 10855.000613/99-62 (Recurso n° 138.259), que indeferiu pedido de restituição do imposto de R$ 2.462,21 apurado na declaração retificadora, registrando que era facultado recurso ao Conselho de Contribuintes no prazo de 30 dias a contar da ciência da decisão. No voto condutor do acórdão foi consignado: "8. De início deve-se esclarecer que a decisão que fundamentava a restituição pleiteada foi declarada nula, na forma do Despacho Decisório n° 515/2000 (fls. 09/12) proferido no processo n° 10855.000613/99-62, motivo 4 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES -0frAt:1;,-4 SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 pelo qual não há embasamento legal para se atender a manifestação de inconformidade apresentada pelo recorrente. 9. Neste sentido, o pedido de restituição da declaração do IRPF/1998, relativa ao ano-calendário 1997 de que trata o presente processo, já foi apreciado pela autoridade administrativa da Delegacia da Receita Federal em Sorocaba, através do Despacho Decisório n° 666/2000 (fi, 13), que indeferiu seu pedido de restituição sob o argumento de que o pleito do interessado pautou-se em uma decisão nula (fls. 13 e 4), com a fundamentação no artigo 7° da Instrução Normativa SRF n° 21, de 10 de março de 1997, tendo em vista a competência delegada pela Portaria n° 103/92, de 14/01/93. 10. Desta forma, o objeto do presente processo dependia da matéria que já foi apreciada pela autoridade administrativa da Delegacia da Receita Federal em Sorocaba, mediante decisões prolatadas às fls. 09/13, tendo em vista que esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento, através do Acórdão n° 04.375, de 18 de outubro de 2003, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação apresentada pelo interessado, referente a rendimentos recebidos em decorrência de plano de aposentadoria incentivada, ficando, portanto, prevalecendo para todos os efeitos o Despacho Decisório n° 515/2000 (fis, 09/12), o qual declarou nula a decisão que servia de fundamento para o pedido de restituição pretendida. 11. Diante de todo exposto, VOTO no sentido de INDEFERIR A SOLICITAÇÃO apresentada pelo interessado, tendo em vista que as decisões de fls. 09/13 e 22/27 já apreciaram e indeferiram a matéria que poderia ensejar a restituição pleiteada.'' Inconformado, o requerente apresenta recurso ao Conselho de Contribuintes (fls. 39/48), consubstanciado em cópia da peça recursal apresentada no processo n° 10855.000613/99-62 (Recurso n° 138.259), onde cita legislação, doutrina e jurisprudência judicial sobre o conceito de rendimento tributável, isento e não tributável, que, a seu ver, justifica o deferimento do pedido, para ao final pedir a reforma da decisão de primeira instância. É o Relatório. 5 " MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4%1W" SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 VOTO Conselheiro JOSÉ OLESKOVICZ, Relator O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. O recorrente pleiteia a reforma da decisão de primeira instância de indeferiu o pedido de restituição do imposto de renda no montante de R$ 3.326,49, que teria sido pago indevidamente na declaração de ajuste anual original do exercício de 1998 (fls. 07-v), em virtude de ter lançado como rendimento tributável o montante de R$ 24.304,29, recebido a título de indenização, por adesão a Programa Aposentadoria Incentivada da Nossa Caixa — Nosso Banco. Essa verba, por ter natureza indenizatória, não estaria sujeita ao imposto de renda na fonte ou na declaração. Em decorrência desses fatos, através do processo n° 10855.000613/99-62 (Recurso n° 138.259), o contribuinte retificou sua declaração de rendimentos, para reclassificar a referida verba de rendimento tributável para não tributável, formalizando, na seqüência, pedido de devolução do imposto a restituir apurado na declaração retificadora. No supracitado processo, a DRF/Sorocaba/SP, em virtude da glosa R$ 1.149,78 de gastos com aulas de informática e idioma estrangeiro deduzidas como despesas de instrução, acatadas pelo contribuinte (fl. 17), deferiu parcialmente o pedido com o Despacho Decisório n° 279/00 (fl. 03/04), apurando o imposto a restituir R$ 2.462,21 (fl. 05). Esse imposto foi recebido pelo requerente, conforme tela do Sistema IRPF/CONS, juntada às fls. 24 do processo n° 10855.001820/00-68 (Recurso n° 138.256), onde consta que a restituição lhe foi disponibilizada na Agência n° 0428, do Banco Nossa Caixa S/A, a partir do dia 24/04/2000. Esse 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA :'$) PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4t,i±Plã SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 recebimento é expressamente confirmado pelo contribuinte à fl. 01 do retrocitado processo Posteriormente a DRF/Sorocaba/SP, mediante o Despacho Decisório n° 515/2000 (fl. 09/12), declarou nulo o Despacho Decisório n° 279/00, indeferiu o pedido de restituição e determinou que fosse efetuado e processado um FAR/4 para restaurar os valores originais da Declaração de Rendimentos. O requerente apresentou manifestação de inconformidade com essa decisão e, posteriormente, recurso contra a decisão da DRJ que a manteve. O mérito da matéria de que trata os presentes autos foi analisado no recurso n° 138.259, interposto no processo n° 10855.000613/99-62, no qual se concluiu que o programa de incentivo à aposentadoria equivale ao de demissão voluntária, e que as verbas recebidas a título de adesão ao referido programa tem natureza indenizatória, não estando, portanto, sujeitas ao imposto de renda na fonte e nem na declaração. Sendo o mérito e as alegações do presente processo iguais ao do acima mencionado, transcrever-se-á a seguir o respectivo relatório e voto que embasaram a respectiva decisão e que, por conseguinte, fundamentarão a do presente processo: Processo n° 10855.000613/99-62 (Relatório). 'Trata o presente processo de pedido de restituição de IRPF do exercício de 1998, ano-calendário de 1997, apresentado em 09/03/1999 (fls. 01/02), mediante declaração retificadora (fls. 03/04), em virtude de recebimento de verba à título de adesão a programa de demissão voluntária — PDV que foi tributada na declaração de rendimentos anual (fls. 05/06). O contribuinte apresentou a declaração retificadora para excluir do montante dos rendimentos tributáveis declarados de R$ 102.161,97 (fls. 05 e 06-v) a importância de R$ 24.304,59 (fls. 01), que recebeu, conforme consta do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (fl. 10), a titulo de "INDENIZAÇÃO — 20 ANOS", por ter aderido ao Plano de Incentivo à Aposentadoria da NOSSA CAIXA — NOSSO BANCO. Com essa exclusão, os rendimentos tributáveis foram reduzidos para R$ 77.857,30 (fl. 01, 03 e 06-v) e os isentos e não tt 7 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 tributáveis declarados, que somavam R$ 116.992,67 (fls. 05 e 06-v), passaram para R$ 141.297,26 (fls. 01, 03 e 04-v) O imposto a pagar na declaração original de R$ 3.326,49 (fl.s 01 e 06-v), que foi efetivamente recolhido, conforme cópia do DARF juntado aos autos às fls. 08, passou para imposto a restituir no total de R$2.749,65 (fls. 01 e 06-v). Recebendo o pedido de restituição, a SASIT-Seção de Tributação da DRF/Sorocaba/SP intimou o requerente a apresentar cópia do PDV e do Termo de Adesão, bem assim declaração de que não impetrou mandado de segurança e de que não promoveu nenhum outro tipo de ação judicial pleiteando a não retenção na fonte ou a restituição do imposto de renda incidente sobre as verbas indenizatórias do PDV ou então Certidão de Objeto e Pé fornecida pela Justiça, em que conste, quando for o caso, a desistência da ação judicial ou a extinção do processo sem julgamento do mérito, ou a sucumbência, e que informe se houve depósito judicial no valor do imposto de renda e seu ocorreu o seu levantamento ou a sua conversão em renda da União (fl. 18). O requerente apresentou a declaração solicitada (fl. 19), cópia da Carta de Concessão/Memória de Cálculo de sua aposentadoria pelo INSS em 25/09/1996 (fL 21), cópia do Termo de Adesão ao Programa de Aposentadoria Incentivada datado de 08/08/1997 (fl. 22) e cópia do Programa de Aposentadoria Incentivada da Nossa Caixa-Nosso Banco (fls. 24/29). Esclareceu ainda (fL 20) que embora o plano ao qual aderiu se refira a plano de aposentadoria incentivada, no seu caso especifico trata-se de Plano de Demissão Voluntária, uma vez que já se encontrava aposentado pelo INSS desde 25/09/1996. Consta dos autos cópia de certidão da Justiça Federa no Estado de São Paulo, datada de 19/04/1999, informando sobre a Ação Civil Pública n° 96.003897-1, movida pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financeiros de São Paulo, Osasco e Região (fl. 40) e da respectiva decisão (fls. 41/44), concedendo a antecipação parcial dos efeitos da tutela para que não fosse exigido o recolhimento na fonte do imposto de renda sobre ferias, licenças-prêmio, abonos-assiduidade e folgas, quando não gozados e convertidos em pecúnia, bem como o aviso-prévio indenizado e a verba de quarenta por cento sobre os depósitos fundiários, estas últimas pagas em caso de rescisão contratual. Analisando o pedido de restituição a SASIT/DRF/Sorocaba/SP exarou o Despacho Decisório n° 279/00, de 13/03/2000 (fls. 46/47), concordando com a retificação, considerando como isento e não tributável o referido montante R$ 24.304,59 recebido a titulo de - indenização, conforme se constata da transcrição abaixo: do 8 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 "O presente processo trata de pedido de retificação de declaração de ajuste anual do exercício de 1998, decorrente de incidência indevida de imposto de renda sobre verbas indenizatórias recebidas a título de incentivo pela adesão a Programa de Desligamento Voluntário instituído pela NOSSA CAIXA NOSSO BANCO S. A. CNPJ 43.073.394/0001-10, fundamentado na IN/SRF n° 165/98, no AD/SRF n° 03/99 e no ADN/COSIT n° 07/99. O contribuinte solicita as seguintes alterações em sua declaração de ajuste anual exercício 1996: exclusão da quantia de R$ 24.304,59 dos rendimentos tributáveis, com a inclusão nos rendimentos isentos e não tributáveis, com essas modificações, os rendimentos tributáveis passariam a R$ 77.857,38, enquanto os rendimentos isentos seriam de R$ 141.297,26„ Com este ajuste, o saldo do imposto a pagar; de R$ 3.326,49, passaria a um imposto a restituir de R$ 2.749,65 (fls., 03 a 06). O pedido está instruído com os documentos previstos na Norma de Execução SRF/COTEC/COSIT/COSAR/COFIS n° 02, de 07 de junho de 1999: cópia do termo de rescisão do contrato de trabalho (II, 10), comprovantes de rendimentos relativos ao ano-calendário de 1997 (fls. 11 a 13), declaração retificadora (fls. 03 e 04), cópia da declaração IRPF/98 original (fl.s 05/06) e cópia do respectivo recibo de entrega (fl. 07), cópia do Plano de Demissão Voluntária adotado pelo ex-empregador (fls. 24 a 29), e declaração do requerente de que não impetrou ação judicial solicitando a restituição dos créditos tributários objetos do presente processo (fl. 19)„ Verifica-se no extrato do sistema 1RPF/CONS (ft, 30), nos extratos do IRF/CONS (fls. 31 1 34) e nos comprovantes de rendimentos apresentados pelo requerente (fls. 11 a 13) que o mesmo auferiu R$ 121.437,62 a titulo de rendimentos tributáveis pagos por três fontes pagadoras. Estão incluídas neste valor; no entanto, a indenização de incentivo à adesão ao PDV, no montante de R$ 24.304,59 10). Essas verbas são, nos termos da legislação citada, isentas da tributação do imposto de renda. (sublinhei) Os rendimentos tributáveis constantes no comprovante de rendimentos pagos pela Nossa Caixa Nosso Banco S. A, são de R$ 100,371,85, onde se incluem as verbas de incentivo ao PDV, Também deve ser ressaltado o fato de que o requerente é beneficiário dos efeitos de uma antecipação de tutela da Ação Civil Pública n° 96.0038597-1, na qual a União Federal deve se abster de exigir a retenção e o recolhimento do imposto de renda na fonte sobre férias, licenças-prêmio, abonos- assiduidade e folgas, quando não gozados e convertidos em pecúnia (fia 35, 36, 38 a 45), Assim, enquanto vigentes os efeitos da medida judicial, devem ser considerados como rendimentos tributáveis pagos pela NCNB a quantia de R$ 56.791,61 (fl. 13). O total dos rendimentos tributáveis auferidos deve ser, portanto, de R$ 77.857,38. Os rendimentos isentos e não tributáveis foram equivalentes a R$141„297,26. O imposto de renda retido na fonte foi de R$ 14„692,42.' k9 9 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4-44:z SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 Em ambas as DIRPF (original e retificadora) o contribuinte lançou a titulo de despesas de instrução o total de R$ 4.796,94, superior ao limite de R$ 3.400,00 relativo aos seus 2 dependentes. Para justificar essa dedução, apresenta cópia do Mandado de Segurança Coletivo n° 97.0000192-0, também impetrado pelo referido Sindicato dos Bancários junto à 14 Vara da Justiça Federal em São Paulo (fls. 14/15), cuja decisão exime os impetrantes da sujeição ao limite anual individual de dedução de despesas de instrução de R$ 1.700,00 por dependente. A SASIT/DRF/Sorocaba/SP verificou, entretanto, que nas despesas de instrução dos dois dependentes estavam incluídos gastos com aulas de informática e idioma estrangeiro no total de R$ 1.149,78, que foram glosadas, nos termos adiante reproduzidos, considerando na retificação apenas o saldo remanescente de R$ 3.647,16, que o requerente, além de não impugnar e nem recorrer (fl. 47), considerou correto (fl. 64): O contribuinte também é beneficiário dos efeitos de uma sentença em Mandado de Segurança Coletivo (Proc. 97.0000192-0) que o exime da sujeição ao limite anual individual de R$ 1„700,00 para as deduções relativas a despesas com instrução (fls. 14 e 15). O contribuinte declarou R$ 4.796,94 a título de despesa com instrução de dois dependentes, no entanto, estão incluídos neste valor gastos com aulas de informática e idioma estrangeiro, no total de R$ 1.149,78 (fl. 03-v). somente são consideradas despesas com instrução dedutíveis do imposto de renda os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré-escolar, de 1°, 2° e 3° graus, cursos de especialização ou profissionalizantes (art. 8°, inc. II, alínea b da Lei n° 9.250/95). Assim, devem ser consideradas como despesa com instrução de R$ 3.647,16„ Em face do exposto, o Chefe da SASIT indeferiu o pedido de retificação e autorizou a elaboração de um Formulário de Alteração e Retificação — FAR/4 (fl. 48), com as alterações acolhidas no exame da matéria, que resultou num imposto a restituir de R$ 2.462,21, conforme planilha anexa (fl. 45). Dessa decisão o contribuinte teve ciência mediante a Intimação SASAR n° 0126/2000, de 07/04/2000 (fl. 51). Contudo, em 26/04/2000, o processo retornou à SASIT, em atendimento à pedido daquela Chefia (fl. 52-v), tendo então sido elaborado o Despacho Decisório DRF-SOROCABA n° 515/2000, de 28/04/2000 (fis. 55/57), no qual é declarado nulo o Despacho Decisório DRF/SOROCABA n° 279/00; indeferido o pedido de retificação da DIRPF; autorizado o processamento de um novo FAR/4 restaurando todos os valores da declaração original e o encaminhamento de uma representação à Seção de Fiscalização ãr io 085: MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 para conhecimento do fato de que o requerente incluiu como despesas de instrução gastos com cursos de informática e de idioma estrangeiro, no total de R$ 1.149,78. Essa decisão embasou-se no disposto no item 1 das NORMAS DE EXECUÇÃO SRF/COTEC/COSIT/COSAR/COFIS n°01 e 02, de 28/04/99 e 07/06/99, respectivamente, de que não estariam incluídos no conceito de Programa de Demissão Voluntária os Programas de Incentivo a pedido de Aposentadoria ou qualquer outra forma de desligamento voluntário (fl. 57), conforme transcrições abaixo: "O requerente, no pedido de retificação, alegou que aderiu a um Programa de Demissão Voluntária, pois já se encontrava aposentado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social quando teve seu contrato de trabalho rescindido (fI. 20). No entanto, face as discussões sobre os aspectos jurídicos da isenção das verbas indenizatórias auferidas pela adesão a Programa de Demissão Voluntária, e tendo sido constatado que o requerente aderiu a um Programa de Aposentadoria Incentivada (fl 24), apesar do fato de que já se encontrava aposentado pelo INSS, foi requisitada a remessa do processo à esta Seção (fl. 52-v), visando uma melhor apreciação "Diante do acima exposto, considerando que, independentemente do fato de que o requerente já se encontrava aposentado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social quando rescindiu seu contrato de trabalho com a Nossa Caixa Nosso Banco S. A , o afastamento decorreu da adesão a um Programa de Aposentadoria Incentivada (fis 22 e 24 a 27) e não a Programa de Demissão Voluntária (PDV), PROPONHO, com base nos dispositivos legais acima citados, principalmente no item 1 da Norma de Execução SRF/COTEC/COSIT,COSAR/COFIS n° 02, de 07 de junho de 1999: a) que seja declarado NULO o Despacho Decisório DRF/SOROCBA n° 279/00; b) o INDEFERIMENTO TOTAL do pedido de retificação da declaração IRPF/98 e o processamento de um Formulário de Alteração e Retificação — FAR/4, no sentido de se restaurarem os valores da declaração 1RPF/98 original, c) a elaboração de uma representação à Seção de Fiscalização para conhecimento do fato de que o requerente incluiu como despesas com instrução gastos com cursos de informática e de idioma estrangeiro, equivalentes a R$ 1.149,78 (fls. 14 e 15)." A representação foi efetuada (fl. 59) e o FAR/4 foi emitido (fL 60), com vistas à restauração dos valores originais da D1RPF/98 (fl. 61). 11 'wt MINISTÉRIO DA FAZENDA - PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4t-torp' SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981100-61 Acórdão n° : 102-46.850 Tomando ciência dessa decisão mediante a Intimação SASAR n° 0202/2000, de 08/05/2000 (fl. 62) o requerente apresenta, em 13/06/2000, manifestação de inconformidade à DRJ (fls. 64/66), nos termos que se seguem: "Através do despacho decisório n° 279/00, a Delegacia da Receita Federal de Sorocaba, acolheu o pedido, apenas indeferindo-o na foram pedida, uma vez que existia incluído nas despesas com educação o valor de R$ 1.149,78 relativo a gastos com idioma estrangeiro e com aulas de informática. Todavia, foi excluído esse valor do total dedutivel e foi autorizado o processamento de um Formulário de Alteração e Retificação — FAR/4 (folha 41), com os valores constantes da planilha de cálculo de folha 45 do processo, o qual retificava um imposto a pagar de R$ 3.326,49 para um imposto a restituir de 2,462,21 (13/03/00 — folhas 47) Em seu entendimento, esse procedimento está absolutamente correto " A 3' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo II, mediante o Acórdão DRJ/SP011 n° 04.375, de 18/09/2003 (fls. 68/73), indeferiu o pleito do requerente, praticamente pelos mesmos motivos do indeferimento pela DRF/Sorocaba/SP, tendo o voto condutor do acórdão registrado: "7 Da análise dos documentos acostados aos autos do processo (fls. 22 e 24/29), verifica-se que o desligamento do impugnante da Nossa Caixa — Nosso Banco S/A, ocorreu por motivo de sua adesão ao programa de aposentadoria incentivada e não em virtude de demissão voluntária.' "16, Desta forma, verifica-se que no caso não há embasamento legal para se considerar os rendimentos em análise como isentos ou não- tributáveis, uma vez que estão explicitamente definidos em lei como rendimentos tributáveis, devendo a autoridade administrativa basear-se na legislação tributária vigente, a qual deve obedecer, de acordo com o principio da estrita legalidade estabelecido na Constituição Federal para a administração pública." Inconformado, o requerente apresenta ao Conselho de Contribuintes (fls. 39/48) recurso, onde cita legislação, doutrina e jurisprudência judicial sobre o conceito de rendimento tributável, isento e não tributável, que, a seu ver, justificam o deferimento do pedido, para ao final pedir a reforma da decisão de primeira instância. É o Relatório.' Processo n° 10855.000613/99-62 (Voto). 12 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4~* SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. Preliminarmente registra-se que os Programas de Incentivo à Aposentadoria (PIA), nos moldes como vem sendo realizados, tem a mesma natureza dos Programas de Demissão Voluntária (PDV), tendo em vista que a simples aposentadoria pelo INSS, incentivada ou não pela empresa, não implica e nem obriga a demissão do empregado, que é o objetivo buscado quando se institui esses programas. Corrobora o exposto o fato de que o recorrente, mesmo sendo aposentado pelo INSS desde 25/09/1996 (fl. 21), continuava trabalhando na Nossa Caixa - Nosso Banco até o dia 18/08/1997, quando rescindiu o contrato de trabalho (fl. 10), em decorrência de sua adesão ao PIA (fl.21). O próprio Programa de Incentivo à Aposentadoria juntado aos autos pelo impugnante (fls. 24/29) confirma o exposto quando expressamente prevê a possibilidade de adesão ao referido programa não só dos funcionários que tivessem tempo para aposentar, mas também daqueles que já estavam aposentados pelo INSS ou que viessem a completar o tempo para a aposentadoria proporcional até 31/12/97, conforme se constata dos itens abaixo transcritos: "ASSUNTO: PROGRAMA DE APOSENTADORIA INCENTIVADA - GRUPO C OS FUNCIOINÁRIOS DA NC-NB, ADMITIDOS A PARTIR DE 14.05.74, PERTENCENTES AO GRUPO C, QUE CONTAREM COM TEMPO DE SERVIÇO PARA APOSENTADORIA, INTEGRAL OU PROPORCIONAL, JUNTO ÁPREVIDÊNCIA SOCIAL OU VENHAM COMPLETAR O TEMPO PARA APOSENTADORIA PROPROCIONAL ATÉ 31.12.97, PODERÃO OPTAR PELO PRESENTE PROGRAMA, QUE SE REGERÁ PELAS SEGUINTES CONDIÇÕES: 1- O FUNCIONÁRIO QUE OPTAR POR ESTE PROGRAMA, SERÁ DEMITIDO DO GRUPO DE PESSOAL DA NC-NB, SEM JUSTA CAUSA, FAZENDO JUS AO RECEBIMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS CORRESPONDENTES. (sublinhei) 2 - INDENIZAÇÃO CORRESPONDENTE A 0,5 (MEIO) SALÁRIO BRUTO POR ANO DE SERVIÇO, OU FRAÇÃO IGUAL OU SUPERIOR A 06 MESES, A CONTAR DA DATA DEADMISSÃO NA NC-NB, DEDUZIDOS OS VALORES A SEREM PAGOS AO FUNCIONÁRIO A TÍTULO DE - AVISO PRÉVIO INDENIZADO; - 40 POR CENTO SOBRE O FGTS, k! 13 se*b MINISTÉRIO DA FAZENDA t,kw-g4 PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ,~ SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 - INDENIZAÇÃO ADICIONAL, PREVISTA NA LEI 7238/84, QUANDO DEVIDA,' - OUTRAS INDENIZAÇÕES DEFINIDAS EM CONVENÇÃO COLETIVA DA CATEGORIA BANCÁRIA, QUANDO DEVIDAS POR OCASIÃO DA DISPENSA DO FUNCIONÁRIO 3— ASSISTÊNCIA MÉDICA POR 03 (TRES) MESES A PARTIR DO EFETIVO DESLIGAMENTO DA NC-NB. 4 — A INDENIZAÇÃO ACIMA REFERIDA SERÁ CALCULADA SOBRE AS VERBAS NORMAIS FIXAS DO FUNCIONÁRIO NA DATA DE OPÇÃO PELO PROGRAMA 5— O FUNCIONÁRIO QUE JÁ ESTIVER APOSENTADO JUNTO À PREVIDÊNCIA SOCIAL SERÁ DESLIGADO IMEDIATAMENTE MEDIANTE APRESENTAÇÃO DA CARTA DE APOSENTADORIA E REQUERIMENTO DE ADESÃO AO PROGRAMA. (sublinhei) 6- O FUNCIONÁRIO QUE, EMBORA CONTE COM O TEMPO DE SERVIÇO PARA A APOSENTADORIA JUNTO AO INSS, NÃO TENHA AINDA REQUERIDO O BENEFÍCIO, PODERÁ ADERIR AO PRESENTE PROGRAMA MEDIANTE A APRESENTAÇÃO DE PROTOCOLO DO PEDIDO JUNTO À PREVIDÊNCIA SOCIAL. 7 — O FUNCIONÁRIO QUE ESTIVER POR COMPLETAR O TEMPO DE SERVIÇO PARA APOSENTADORIA PROPORCIONAL JUNTO À PREVIDÊNCIA SOCIAL ATÉ 31.12.97, PODERÁ ADERIR AO PROGRAMA MEDIANTE COMPROVAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO." A demissão, no caso, como se constata, é voluntária, em função das vantagens oferecidas pelo empregador que, entre outras, se encontra o pagamento da referida de indenização proporcional ao tempo de serviço, que tem o mesmo caráter indenizatório daquelas vinculadas aos programas de demissão voluntária, uma vez que objetivam reparar a perda imotivada do emprego, não devendo, portanto, sofrer a incidência do imposto de renda na fonte e na declaração, de acordo com reiterada jurisprudência do Conselho de Contribuintes e dos Tribunais, esta última acatada pelas autoridades tributárias, conforme Parecer PGFN/CRJ/N° 1644/2003 e Ato Declaratório lnterpretativo SRF n° 8, de 25/03/2004, que adiante se mencionará. No Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho verifica-se que o recorrente foi dispensado sem justa causa e que recebeu a indenização por 20 anos de serviço, numa demonstração de que a sua demissão foi voluntária, por adesão ao citado programa de incentivo à aposentadoria, que admitia a adesão daqueles que já estivessem aposentados e estabelecia que as demissões dele decorrentes seriam sem justa causa. k 14 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES •"-:.±!1~ SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 O Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26/03/1999 (RIR199) no art. 39, inc. XIX e § 9°, abaixo transcritos, estabelece que são isentas e não tributáveis as verbas recebidas a titulo de PDV, sem lazer, entretanto, referência ao PIA: "Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: XIX — o pagamento efetuado por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário (Lei n° 9„468, de 10 de julho de 1997, art„ 14); § 9° O disposto no inciso XIX é extensivo às verbas indenizatórias, pagas por pessoas jurídicas, referentes a programas de demissão voluntária.' A jurisprudência dos Tribunais sobre a matéria é mansa e pacifica, conforme se constata das Súmulas abaixo reproduzidas: TRF3 - SÚMULA 12: "Não incide o imposto de renda sobre a verba indenizatória recebida a título da denominada demissão incentivada ou voluntária." STJ — SÚMULA 215: "A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda". A jurisprudência do Conselho de Contribuintes é no mesmo sentido, conforme se verifica das ementas dos acórdãos a seguir transcritas: PROGRAMA DE INCENTIVO À APOSENTADORIA. NÃO INCIDÊNCIA - Os valores percebidos a título de incentivo à adesão a Programa de Demissão Voluntária não se sujeitam à incidência do imposto de renda na fonte nem na Declaração de Ajuste Anual, independentemente de o beneficiário do pagamento estar aposentado pela Previdência Oficial, ou possuir o tempo necessário para requerer a aposentadoria pela Previdência Oficial ou Privada„ (Ac 106-12952, 106- 121969, 106-13202, 106-13791, 106-13872 e 106-13923). IRPF - RENDIMENTOS ISENTOS - PROGRAMAS DE INCENTIVO A APOSENTADORIA - Os valores pagos por pessoa jurídica a seus empregados, a título de incentivo à adesão a demissão voluntária em Programas de Incentivo a Aposentadoria - PIA são considerados como verbas de natureza indenizatória, não abrangidas no cômputo do rendimento bruto, por conseguinte não se sujeitam à incidência do imposto de renda na fonte nem na Declaração de Ajuste Anual. (Ac 102-45615, 102-45711, 102-45818, 102-45835 e 102-45867).1_ 15 ,„,,,nbi,"<„ -,-- -- -:;., MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA.00 Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 PROGRAMA DE APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA - O PAV tem a mesma natureza do Plano de Demissão Voluntária - PDV. Sendo assim, as verbas recebidas em função de adesão a esses planos são não incidentes do imposto sobre a renda. (Ac 106-13712 e 106-13693), PROGRAMA DE INCENTIVO À APOSENTADORIA - As verbas recebidas em virtude da adesão a Programa de Incentivo à Aposentadoria são consideradas de natureza indenizatória Reiteradas decisões do poder Judiciário dão amparo para a não tributação de verbas recebidas em decorrência de adesão a Programa de Demissão Voluntária, independentemente de o contribuinte estar aposentado ou pedir aposentadoria. É de se retificar a declaração de ajuste anual para se adequar a classificação dos rendimentos recebidos a esse título, por se tratar de rendimentos não tributáveis. (Ac 106-12580), PAV - NATUREZA - NÃO INCIDÊNCIA - IRPF - Os planos de aposentadoria voluntária têm a mesma natureza dos programas de demissão voluntária, estando, ambos, fora do campo de incidência do imposto sobre a renda, (Ac 106-13510)„ IRPF - PLANO DE INCENTIVO À APOSENTADORIA - NÃO INCIDÊNCIA - As verbas recebidas por adesão a plano de incentivo à aposentadoria têm o mesmo tratamento daqueles pertinentes aos programas de demissão voluntária, isto é, a não incidência do Imposto de Renda Pessoa Física, (Ac 106-01105 e 106-13011)„ IRPF - PROGRAMA DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO - As verbas indenizatórias recebidas pelo empregado a título de incentivo à adesão a Programa de Demissão Voluntária - PDV não se sujeitam à incidência do imposto de renda na fonte e nem na Declaração de Ajuste Anual, independente de o mesmo já estar aposentado pela Previdência Oficial, ou já possuir o tempo necessário para requerer a aposentadoria pela Previdência Oficial ou Privada. (Parecer PGFN/CRJ/n° 1278/98, Ato Declaratório SRF 03 de 07.01.99, Ato Declaratório SRF n° 95 de 26„11„99). (Ac 102-44548, 102-44554 e 102-44620). Diante da jurisprudência Judicial, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional exarou o Parecer PGFN/CRJ/N° 1644/2003, de 23/09/2003, aprovado pelo Exmo. Sr. Ministro da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU n° 236, de 04/12/2003, que autoriza a PGFN a não interpor recurso e a desistir dos interpostos nas ações judiciais que versem acerca da incidência do imposto de renda sobre verbas recebidas a titulo de adesão a Planos de Incentivo à Aposentadoria. A seguir se transcreve as partes mais relevantes do referido parecer: Assunto: Tributário. Não incidência de imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de adesão a programas de aposentadoria . incentivada. Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997. Procuradoria-Geral da azenda......çí_ 16 à''‘Nowb, MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ‘111~' SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981100-61 Acórdão n° : 102-46.850 Nacional autorizada a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos„ Despacho: Aprovo o Parecer n° 1644/2003, de 23 de setembro de 2003, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional que concluiu pela dispensa de interposição de recursos ou o requerimento de desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que versem acerca da incidência do imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de adesão a planos de aposentadoria incentivada„ ANEXO PARECER/PGFN/CRJ/N° 1644/2003 Tributário,, Não incidência de imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de adesão a programas de aposentadoria incentivada„ Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos. O escopo do presente Parecer é analisar a possibilidade de se promover, com base no inciso II do artigo 19 da Lei n° 10.522, de 19„07.2002, e no Decreto n.° 2„346, de 10.10.1997, a dispensa de interposição de recursos ou o requerimento de desistência dos já interpostos, com relação às decisões que afastaram a incidência do imposto de renda das pessoas físicas sobre as verbas recebidas em face de adesão a programas de aposentadoria incentivada, 2. Este estudo é feito em razão da existência de decisões reiteradas da Primeira e da Segunda Turmas do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, no sentido de considerar que os valores recebidos em decorrência de adesão a programas de aposentadoria incentivada têm caráter indenizatório, a impedir a incidência do imposto de renda, 5. Com efeito, relativamente aos programas de demissão voluntária, foi editada a Súmula n° 215 do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, com o seguinte teor "A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda." 6„ Também no âmbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, foi elaborado e aprovado o Parecer PGFN/CRJ/N° 1278/98, que dispensou a interposição de recursos e autorizou a desistência dos já interpostos, nessa matéria de programas de demissão voluntária 12. De se notar que a questão é exclusivamente de índole infraconstitucional, não cabendo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal manifestar-se sobre a mesma„ 0) 17 w. í; MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 13. Por essa razão, impõe-se reconhecer que todos os argumentos que poderiam ser levantados em defesa dos interesses da União vem sendo reiteradamente afastados pelas decisões do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, circunstância que conduz à conclusão acerca da impossibilidade de modificação do seu entendimento., 14. Nesses termos, não há dúvida de que futuros recursos que versem sobre o mesmo tema, apenas sobrecarregarão o Poder Judiciário, sem nenhuma perspectiva de sucesso para a Fazenda Nacional, Portanto, continuar insistindo nessa tese significará apenas alocar os recursos colocados à disposição da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em causas nas quais, previsivelmente, não se terá êxito. 19. Assim, presentes os pressupostos estabelecidos pelo art. 19, II, da Lei n° 10.522, de 19,07„2002, c/c o art. 5° do Decreto n° 2.346, de 10.10.97, recomenda-se sejam autorizadas pelo Senhor Procurador-Geral da Fazenda Nacional a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que versem acerca da incidência do imposto de renda sobre as verbas recebidas a titulo de adesão a planos de aposentadoria incentivada„ É o parecer.' Com base nesse parecer da PGFN, o Secretário da Receita Federal baixou o Ato Declaratório Interpretativo n° 8, de 25/03/2004, abaixo transcrito, autorizando os Delegados e Inspetores da Receita Federal a rever de ofício os lançamentos referente ao imposto de renda incidente sobre valores pagos a título de adesão a programas de aposentadoria incentivada, bem assim as DRJ a subtrair o valor do imposto na hipótese de crédito tributário já constituído cujo processo esteja pendente de julgamento: ATO DECLARATORIO INTERPRETATIVO N° 8, DE 25 DE MARÇO DE 2004 DOU n° 60, de 29/03/2004 Dispõe sobre a revisão de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda incidente sobre valores pagos a titulo de adesão a programas de aposentadoria incentivada, determina o cancelamento de lançamento no caso em que especifica e dá outras providências. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF n° 259, de 24 de agosto de 2001, e tendo em vista o disposto no II do art. 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, no art. 5° do Decreto n° 2,346, de 10 de outubro de 1997, e no Parecer/PGFN/CRJ/n° 1.644/2003, de 23 de setembro de 2003, aprovado por despacho do Ministro da Fazenda de 21 de novembro de o 18 e ' - MINISTÉRIO DA FAZENDA Aw PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES-~ SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981/00-61 Acórdão n° : 102-46.850 2003, publicado no Diário Oficial da União de 4 de dezembro de 2003, que autoriza a dispensa de interposição de recurso e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações cujo mérito seja a incidência de imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de adesão a programas de aposentadoria incentivada, resolve: Art. 1° Os Delegados e Inspetores da Receita Federal deverão rever de ofício os lançamentos referentes ao Imposto sobre a Renda incidente sobre valores pagos a título de adesão a programas de aposentadoria incentivada, desde que inexista outro fundamento relevante, para fins de alterar, total ou parcialmente, o respectivo crédito tributário. Art. 2° A autoridade julgadora, nas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, subtrairá a matéria de que trata o art. 1° na hipótese de crédito tributário já constituído cujo processo esteja pendente de julgamento. Em face do exposto e estando comprovado nos autos que a verba de R$ 24.304,29 (fl. 10) foi recebida a titulo de indenização por adesão a Programa Aposentadoria Incentivada, é de se reconhecer que não está sujeita ao imposto de renda na fonte e nem na declaração de ajuste anual, bem assim que o recorrente faz jus à restituição de R$ 2.462,21 de que trata o presente recurso, valor esse por ele admitido como absolutamente correto (fl. 64). Entretanto, de acordo com a tela do Sistema IRPF/CONS, juntada às fls. 24 do processo n° 10855.001820/00-68, também do recorrente, consta que ele já recebeu essa restituição, que lhe foi disponibilizada na Agência n° 0428, do Banco Nossa Caixa S/A, a partir do dia 24/04/2000. Esse recebimento é expressamente confirmado pelo contribuinte na impugnação ao lançamento a que se referem os presentes autos (ft 01). Assim sendo, o pedido de restituição de que trata o presente processo perdeu seu objeto, ainda que essa restituição venha a ser posteriormente considerada indevida, razão pela qual VOTO por não conhecer do recurso.'' Em face do exposto, dos documentos que integram os autos e da reclassificação para rendimentos não tributáveis da verba recebida a título de adesão ao programa de incentivo à aposentadoria, que resultou em imposto a restituir na declaração retificada, verifica-se que é procedente o pedido de devolução dos R$ 3.326,49 de imposto de renda a pagar apurado na declaração de 19 404- . - MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° : 10855.000981100-61 Acórdão n° : 102-46.850 ajuste anual original, quitado tempestivamente em 24/04/1998, conforme segunda via do DARF acostada aos autos (fl. 08). Essa importância de R$ 3.326,49 não foi restituída ao contribuinte, conforme se constata às fls. 02 e 24 do processo n° 10855.001820/00-68 (Recurso n° 138.256), onde consta a devolução apenas de R$ 2.462,21, referente ao imposto a restituir apurado na declaração retificadora. Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, DOU PROVIMENTO ao presente recurso. Sala das Sessões - DF, em 16 de junho de 2005. 40,- JOSE L ESKOVI Z 20 Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1 _0000700.PDF Page 1 _0000800.PDF Page 1 _0000900.PDF Page 1 _0001000.PDF Page 1 _0001100.PDF Page 1 _0001200.PDF Page 1 _0001300.PDF Page 1 _0001400.PDF Page 1 _0001500.PDF Page 1 _0001600.PDF Page 1 _0001700.PDF Page 1 _0001800.PDF Page 1 _0001900.PDF Page 1 _0002000.PDF Page 1
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Numero do processo: 10830.008088/2002-69
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Anocalendário: 2001
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. DESCABIMENTO.
Os embargos de declaração são cabíveis somente para sanar omissão, obscuridade ou contradição contida no julgado, ou ainda, para sanar erro material. Ausente qualquer dessas hipóteses, devem ser rejeitados os aclaratórios, sob pena de abrir-se a possibilidade de rediscussão da matéria de mérito encartada nos autos e já decidida
Numero da decisão: 1803-001.107
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar os embargos de declaração.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: SELENE FERREIRA DE MORAES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. DESCABIMENTO. Os embargos de declaração são cabíveis somente para sanar omissão, obscuridade ou contradição contida no julgado, ou ainda, para sanar erro material. Ausente qualquer dessas hipóteses, devem ser rejeitados os aclaratórios, sob pena de abrirse a possibilidade de rediscussão da matéria de mérito encartada nos autos e já decidida Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Selene Ferreira de Moraes. Fl. 1571DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10830.008088/200269 Acórdão n.º 180301.107 S1TE03 Fl. 2 2 Relatório Tratase de embargos de declaração (fls.102/110) interposto contra o acórdão nº 180300474, proferido pela 3ª Turma Especial, da 4ª Câmara, da 1ª Seção do CARF (fls. 942/945). São alegadas as seguintes contradições e obscuridades: • A grande contradição no v. acórdão, e também desse processo, é que o pedido da contribuinte foi processado como SALDO ACUMULADO DE IRRF a compensar, entretanto os julgamentos admitiram convertêlo para SALDO NEGATIVO DE IRPJ, sem, no entanto, oportunizar o esclarecimento e a demonstração dessa nova composição. • Essa inovação interpretativa no decorrer do processo cerceou a defesa da Embargante, obstaculizando a necessária confirmação do crédito fiscal pela DRF, conforme determina o art. 65 da INSRF 900 (redações idênticas nos arts. 24 das INSRF n°s 600 e 460). • A DRF apenas buscou encontrar um saldo credor na DIPJ, porém, repitase que o pedido formulado pela Recorrente foi de compensação com o montante acumulado que possui de IMPOSTO DE RENDA NA FONTE retido em suas atividades de serviços profissionais. • É contraditória a afirmação de que o ônus de comprovação do saldo devedor não foi desincumbido pela requerente, pois a comprovação do saldo devedor é incumbência da DRF, nos termos do art. 65 da IN 900. Não sendo satisfatórios os demonstrativos do contribuinte, pode e deve determinar a complementação de elementos comprobatórios. • O detalhamento dos esclarecimentos e a confirmação da existência do crédito e a respectiva forma de compensação caberia à DRF, ainda mais no caso específico dos presentes autos, em que o pedido inicial foi convertido de saldo de IRRF para saldo negativo de IRPJ. A situação factual reclamava essa providência. • O acórdão está fazendo exigência de elementos que seria de competência da DRF fornecer e não da contribuinte. A demonstração do saldo negativo do IRPJ deveria ter sido requisitada e confirmada pela DRF. • A recorrente possui de IRRF a recuperar em seu ativo circulante o valor de R$ 421.311,52, acumulado até dezembro de 2000. Caberia à DRF confirmar isso. No entanto, a DRF foi omissa, porque o despacho decisório analisou simplesmente a DIPJ, uma vez que, no entendimento daquela Autoridade, não era possível a compensação direta com o IRRF, atitude fiscal que cerceou o direito da Recorrente. Fl. 1572DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10830.008088/200269 Acórdão n.º 180301.107 S1TE03 Fl. 3 3 • As dúvidas levantadas no v. acórdão embargado em relação à existência do direito creditório decorrem da falta de exame e confirmação pela DRF, não sendo justo atribuir exclusivamente a falta à contribuinte, especialmente diante da inovação interpretativa do processo de o que se buscava é o saldo negativo do IRPJ. • Pretende que os pontos contraditórios sejam reexaminados, para que o processo seja baixado em diligência para esclarecimentos pela DRF, dandolhes efeitos infringentes para modificar o julgado e dar provimento ao recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheira Selene Ferreira de Moraes A contribuinte foi cientificada por via postal, tendo recebido a intimação em 09/11/2010 (AR de fls. 956). O recurso foi protocolado em 16/11/2010, logo, é tempestivo e deve ser conhecido. Inicialmente acho oportuna a transcrição de trecho da obra “Direito Processual Civil”, de autoria de Vicente Greco Filho, acerca do cabimento dos embargos de declaração: “Cabem embargos de declaração quando há na sentença obscuridade ou contradição, bem como omissão de ponto sobre o qual ela deveria pronunciarse. No primeiro caso, embargos em virtude de obscuridade ou contradição, estes têm finalidade explicativa, ou seja, têm por fim extrair o verdadeiro entendimento da sentença; no caso de embargos em virtude de omissão, a finalidade é integrativa, a de completar o julgamento que foi parcial quanto à sua intelecção, forma ou conteúdo. A obscuridade é o defeito consistente na difícil compreensão do texto da sentença e pode decorrer de simples defeito redacional ou mesmo de má formulação de conceitos. Há obscuridade quando a sentença está incompreensível no comando que impõe e na manifestação de conhecimento e vontade do juiz. A obscuridade da sentença, como os demais defeitos corrigíveis por meio de embargos de declaração prejudicando a intelecção da sentença, prejudicarão sua futura execução. A dúvida é o estado de incerteza que resulta da obscuridade. A sentença claramente redigida não pode gerar dúvida. Contradição é a afirmação conflitante,quer na fundamentação, quer entre a fundamentação e a conclusão. Nesses casos, a correção da sentença em princípio não levaria a uma verdadeira modificação da sentença, mas apenas a um esclarecimento de seu conteúdo. Todavia, à conta de esclarecer, eliminar uma dúvida, obscuridade ou contradição, já tem havido casos de Fl. 1573DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10830.008088/200269 Acórdão n.º 180301.107 S1TE03 Fl. 4 4 serem proferidas novas sentenças. De fato, se a contradição é essencial, ao se eliminar a contradição praticamente se está proferindo uma nova decisão.”(GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro, volume 2: (atos processuais a recursos e processos nos tribunais). 17. ed. ver. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2006.,pp. 259260) A embargante afirma que o acórdão foi contraditório ao converter o pedido de compensação de IRRF em compensação de saldo negativo de IRPJ, sem oportunizar o esclarecimento e a demonstração dessa nova composição. Primeiramente, cumpre observar que não foi o acórdão embargado que apreciou o pleito da recorrente como compensação de saldo negativo de IRPJ, relativo ao ano de 2001, mas sim a própria DRF que assim fez. Logo, desde o início do procedimento foi deixado bem claro para o contribuinte que o direito creditório a ser analisado seria o saldo negativo de 2001, conforme trecho abaixo reproduzido (fls. 374/375): “Trata o presente processo, protocolizado em 29/08/2002, de Pedido de Compensação efetuado com suporte na petição juntada à fls. 01/20 com instrução pelos elementos à fls. 21/35 (Anexo I ) , 36/43 (Anexo I I ) , 44/52 (Anexo III), 53/57 (Anexo I V ) , 58/62 (Anexo V ) , 63/68 (Anexo V I ) , 69/73 (Anexo V I I ) , 74/79 (Anexo V I I I ) , 80/87 (Anexo I X ) , 88/93 (Anexo X ) , 94/99 (Anexo XI) e 100/106 (Anexo X I I ) . A origem do crédito que a requerente pretende utilizar são as retenções na fonte do imposto de renda decorrentes de prestação de serviços ocorridos no ano calendário de 2001. (...) Assim, é incabível a mera compensação entre o imposto de renda retido mensalmente da interessada e os seus débitos de COFINS, PIS, CSLL e IRPJ. Para que se efetue a compensação pretendida pela interessada, é necessário inicialmente verificar se o contribuinte possui saldo credor do IRPJ depois de computado no cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real (regime pelo qual a interessada apresentou sua DIPJ no Exercício 2002) o efeito das retenções na fonte do IR no decorrer do ano calendário 2001. O referido saldo credor deverá ser suficiente para realizar a compensação pretendida pela interessada. É sob esse aspecto que se passa a analisar o pedido objeto do processo em epígrafe.” Isto quer dizer que por ocasião da própria impugnação à Delegacia de Julgamento, a contribuinte já teve oportunidade de demonstrar a composição do saldo negativo do ano de 2001, que foi considerado inexistente no despacho decisório, sendo improcedente a alegação da ocorrência de cerceamento do direito de defesa. A outra contradição apontada pela embargante é a afirmação de que o ônus de comprovação do saldo devedor não foi desincumbido pela requerente. Ora, tal assertiva não é uma contradição, mas o entendimento expresso no voto condutor do acórdão, segundo o qual, o ônus da prova da liquidez e certeza do direito creditório cabe ao requerente. Fl. 1574DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10830.008088/200269 Acórdão n.º 180301.107 S1TE03 Fl. 5 5 Os embargos de declaração não se prestam à pretensão de rejulgamento da causa. A fundamentação para oposição dos embargos de declaração se refere à insurgência contra o resultado do julgamento do recurso interposto, com base na tese apresentada pela Recorrente, segundo a qual, compete à DRF a confirmação da existência do crédito. O fato do acórdão recorrido ter adotado entendimento contrário ao da recorrente, não configura hipótese de obscuridade ou contradição na decisão. Perguntase, qual a obscuridade ou contradição na decisão embargada? Ela analisou as provas anexadas e concluiu que “o direito creditório avultado no pedido de compensação original não encontra substrato válido, seja jurídico, seja factual”. Não vislumbro contradição alguma entre a decisão e seus fundamentos, sendo mais uma vez necessário destacar que os embargos não podem ser utilizados como via para alterar o mérito da decisão. Não restaram caracterizadas nenhuma das hipóteses legais previstas para interposição de embargos declaratórios, nos termos do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais assim dispõe: “Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma.” Por fim, deve ser salientado que nos tribunais superiores é mansa e pacífica a jurisprudência segundo a qual não devem ser conhecidos embargos de declaração com a pretensão de reexame da matéria, conforme ementas a seguir transcritas: “EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM A PRETENSÃO DE REEXAME DA MATÉRIA: NÃOCONHECIMENTO. ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. Imposição de multa de 1% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 538, parágrafo único, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil. (STF, REAgREDED 558050, análise em 31/07/2009) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA. PRESCRIÇÃO. JUROS. CORREÇÃO MONETÁRIA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA DE MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS. ESCLARECIMENTOS. 1. Os embargos de declaração são cabíveis somente para sanar omissão, obscuridade ou contradição contida no julgado, ou ainda, para sanar erro material. Ausente qualquer dessas hipóteses, devem ser rejeitados os aclaratórios, sob pena de abrirse a possibilidade de rediscussão da matéria de mérito encartada nos autos e já decidida.(STJ, EDRESP 200600446878, DJE data: 10/02/2011)” Fl. 1575DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10830.008088/200269 Acórdão n.º 180301.107 S1TE03 Fl. 6 6 Ante todo o exposto, rejeito os embargos declaratórios. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Fl. 1576DF CARF MF Emitido em 26/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 26/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES
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Numero do processo: 13874.000050/2005-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2000
Ementa:
SIMPLES. EXCLUSÃO. Constatado que o sócio ou titular participa de outra empresa com mais de 10% do capital social e que a receita bruta global no final do ano-calendário ultrapassou o limite legal, deve ser excluída da sistemática do Simples.
Numero da decisão: 1202-000.610
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Nereida de Miranda Finamore Horta
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2000 Ementa: SIMPLES. EXCLUSÃO. Constatado que o sócio ou titular participa de outra empresa com mais de 10% do capital social e que a receita bruta global no final do ano-calendário ultrapassou o limite legal, deve ser excluída da sistemática do Simples.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2000 Ementa: SIMPLES. EXCLUSÃO. Constatado que o sócio ou titular participa de outra empresa com mais de 10% do capital social e que a receita bruta global no final do anocalendário ultrapassou o limite legal, deve ser excluída da sistemática do Simples. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Losso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Losso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno Relatório Fl. 96DF CARF MF Impresso em 16/04/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 14/04/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13874.000050/200572 Acórdão n.º 120200.610 S1C2T2 Fl. 88 2 Cuidase de Recurso Voluntário enviado a este Conselho para julgamento, motivado por exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES – da contribuinte Comercial J. Lopes de Cereais Ltda. (CNPJ n. 56530.553/000100), a qual havia optado em 1997. Por Ato Declaratório Executivo nº. 580.618, datado de 2 de agosto de 2004, o Delegado da Receita Federal em Sorocaba concluiu pela exclusão da contribuinte da sistemática do Simples (conforme cópia constante de fl. 11) com fundamento nos artigos 9º, IX, 12, 14, I, 15, II, Lei nº 9.317/1996: artigo 73 da Medida Provisória nº 215835/2001, e artigos 20, IX, 21,23, I,24,II e parágrafo único da Instrução Normativa do SRF nº355//2003. Tal decisão fez com que a contribuinte procurasse o órgão fazendário buscando sua reinclusão no sistema, por meio de “Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples” (fls. 12/13) A exclusão foi mantida, conforme se verifica do Comunicado SACAT nº 312/2004 (fl. 03) Inconformada, a contribuinte apresentou Impugnação (fls. 01/02) alegando, em breve síntese, fazer jus à tributação beneficiada por sua adequação aos requisitos legais, especialmente por não ultrapassar a receita bruta determinada por lei e por um dos seus sócios, no caso Marcos José Lopes (CPF 122.614.21842), embora tivesse participação em outra empresa optante pela sistemática do Simples (M.J. Lopes Transportes – ME, CNPJ nº 45.438.124/000191), possuía somente 5% (cinco por cento) do capital social da Comercial J. Lopes de Cereais Ltda. A DRJ/RPO, em Acórdão de nº 1419.489 juntado à fls. 53/56, houve por bem indeferir a solicitação da interessada, decidindo ser correta a exclusão, motivada pela participação de um dos sócios da empresa impugnante em outra empresa no percentual superior a 10% (dez por cento) do capital, cuja receita bruta global no anocalendário de 2002 tenha superado o limite legal (previsto no art. 2º, II, Lei nº 9317/96), o que caracteriza situação excludente do sistemática do SIMPLES (conforme disposição do art. 9º, IX do mesmo diploma legal). Ainda, o acórdão recorrido informa que, embora exista alteração no contrato social da empresa Comercial J. Lopes Ltda.(CNPJ 56.530.553/000100), modificandose assim a participação do sócio Marcos José Lopes, a mesma ocorreu, de direito, somente em 13 de agosto de 2003 (fls 1820), o que seria irrelevante para a decisão de exclusão, já que durante o anocalendário de 2002, a participação de referido sócio era superior ao limite legal, no caso, de 20% (vinte por cento) do capital social. Além disso, há a participação em outra empresa com percentual de 10%, consoante DIPJ –Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica relativa ao anocalendário de 2000, obtendo uma receita bruta global total superior a R$1.200.000,00 (fls 26 e seguintes). A empresa foi intimada da decisão em 31 de julho de 2008 (fl. 62). A contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 63/66), alegando, como razões de seu inconformismo, as mesmas apresentadas por ocasião da Impugnação, bem como Fl. 97DF CARF MF Impresso em 16/04/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 14/04/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13874.000050/200572 Acórdão n.º 120200.610 S1C2T2 Fl. 89 3 juntando aos autos cópias da Declaração Simplificada da outra empresa que o sócio participava demonstrando que era inativa e a receita bruta global era menor que o limite legal. É o relatório. Voto ConselheirA Nereida de Miranda Finamore Horta Tratase os autos de exclusão da empresa Comercial J. Lopes de Cereais Ltda.do regime do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES – ao qual havia optado no ano de 1997. Segundo disposto no Ato Declaratório Executivo nº. 580.618/2004, a exclusão se deu, tendo em vista que um dos sócios da empresa tinha participação em outra empresa optante pelo SIMPLES com mais de 10% no capital social. A fundamentação legal do referido Auto de Infração são os artigos 9º, IX, 12, 14, I, 15, II, Lei nº 9.317/1996: artigo 73 da Medida Provisória nº 215835/2001, e artigos 20, IX, 21,23, I,24,II e parágrafo único da Instrução Normativa do SRF nº355//2003. Segundo o artigo 9º IX, da Lei nº 9317/1996, in verbis: “Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: .............. IX cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do art. 2º;” O artigo 2º da mesma Lei, com alteração introduzida pela Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, vigente à época, diz que: “ Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considerase: ......... II empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica que tenha auferido, no anocalendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais)." Pela legislação acima descrita, não merece reforma a decisão da DRJ, bem como o ADE sob análise, uma vez que: um dos sócios participa com mais de 10% no capital social. Como consta dos autos o sócio participa com 90% no capital social da empresa M.J. Lopes Transportes – ME, CNPJ nº 45.438.124/000191; e, a receita bruta global das duas empresas em que participa o mesmo sócio ultrapassa o limite de R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), uma vez que ficou evidenciado que a receita bruta global dessa outra empresa, no anocalendário de 2000, é de R$477.058,10, no 4º trimestre, de R$392.189,18, no 3º trimestre, R$394.123,93, no 2º trimestre, e de R$424.219,51, no 1º trimestre, perfazendo um total de R$1.687.590,72. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 16/04/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 14/04/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13874.000050/200572 Acórdão n.º 120200.610 S1C2T2 Fl. 90 4 Portanto, deve ser mantido o Ato Declaratório Executivo DRF/RPO que excluiu a interessada da sistemática do SIMPLES a partir de 1º de janeiro de 2000, uma vez que não cabe a opção nesse período enquanto por estar evidenciado que o percentual e a receita bruta global estão fora do limite estabelecido pela legislação. Por todo o exposto, meu voto é no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 99DF CARF MF Impresso em 16/04/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 14/04/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT
score : 1.0
Numero do processo: 13839.003652/2009-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2006
IRPF. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA.
Nos termos do art. 8º, § 2º, inc. III da Lei nº 9.250/95, somente podem ser deduzidas as despesas médicas comprovadas por meio de recibo que preencha os requisitos da lei (com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu). Quando não é feita a comprovação do dispêndio, deve prevalecer a glosa da referida despesa.
Numero da decisão: 2102-001.604
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. Nos termos do art. 8º, § 2º, inc. III da Lei nº 9.250/95, somente podem ser deduzidas as despesas médicas comprovadas por meio de recibo que preencha os requisitos da lei (com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu). Quando não é feita a comprovação do dispêndio, deve prevalecer a glosa da referida despesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 05/01/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Nubia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos Andre Rodrigues Pereira Lima. Fl. 42DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 2 Relatório Em face do contribuinte acima identificado foi lavrada A Notificação de Lançamento de fls. 10 e seguintes, para exigência de IRPF em razão da glosa das despesas médicas deduzidas por ele na DIRPF 2006. Constam dela os seguintes esclarecimentos como justificativa para a glosa efetuada: A glosa referese aos beneficiários de despesas Suemi Gutierrez Bozzo (R$ 4.000,00) e Claudineia Maria Morandini (R$ 7.000,00), tendo em vista que os recibos dos mesmos, apresentados pelo contribuinte em 17/6/2009 na DRF/Jundiai (protocolo 7898), não atendem ao disposto no Art. 80° do RIR/99 (Decreto 3.000/99). Também foi glosado R$ 3.016,41 com o plano de saude lntermedica Plano de Saude, tendo em vista que a despesa é da Carmen Rubia Machado, NÃO dependente do contribuinte. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 01, esclarecendo que durante a fiscalização cometera equívocos quanto aos anos solicitados nas intimações recebidas, apresentando para o ano de 2005 os documentos relativos a despesas efetuadas em 2006, e viceversa – o que prejudicou sua defesa, impedindoo de comprovar documentalmente a efetividade das despesas efetuadas naquele ano. Afirmou ainda que seria procedente parte da glosa efetuada para o ano de 2005, concordando com o equívoco na dedução de R$ 3.016,41 pagos INTERMEDICA, por se tratar de plano de saúde em que sua mãe seria a beneficiária. Em relação ao ano de 2006, seria procedente a glosa de R$ 2.373,84, por se referir a despesas com instrução de sua neta, que não era sua dependente. Da mesma forma, concordou com a glosa da despesa paga à INTERMEDICA, relativamente a despesas com sua mãe. Pugnou pela improcedência das demais glosas, conforme documentos acostados. Na análise de suas alegações, os membros da DRJ em São Paulo decidiram pela manutenção integral do lançamento, ao argumento de que não havia, nos recibos trazidos pelo contribuinte, a indicação de quem seriam os reais beneficiários dos tratamentos médicos a que se referiam as despesas, além de não preencherem os requisitos legais (falta de endereço e CPF do emitente). O contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 25/26, por meio do qual alegou que estava trazendo aos autos cartas que seriam aditamentos aos recibos anteriormente apresentados, das quais constariam o endereço e CPF das profissionais que lhe prestaram serviço, a fim de qu enão restasse quaisquer dúvidas acerca da efetividade das despesas cuja dedução pretendeu. Anexou os documentos de fls. 27/31. Os autos então foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Fl. 43DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO Processo nº 13839.003652/200931 Acórdão n.º 210201.604 S2C1T2 Fl. 36 3 Voto Conselheiro Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relator O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 09.11.2010, como atesta o AR de fls. 24. O Recurso Voluntário foi interposto em 19.11.2010 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de lançamento por meio do qual foram glosadas despesas médicas efetuadas pelo Recorrente ao longo do anocalendário 2005. Tais despesas seriam – segundo o Recorrente – comprovadas através de recibos acostados às fls. 06/09. A decisão recorrida deixou de acolher tais documentos como comprobatórios das referidas despesas, ao entendimento de que os mesmos não preenchiam os requisitos da lei para tanto, verbis: Os recibos emitidos por Suemi e Claudineia não indicam quem teria sido atendido e não indicam os seus endereços, em desconformidade com a legislação transcrita, motivos pelos quais a glosa do valor correspondente (R$11.000,00) deverá ser mantida. Acrescentese a isso, o fato de que os recibos emitidos por Suenmi não indicam o seu CPF, também em desconformidade legal. (...) Em relação ao pagamentos declarados as beneficiárias SUEMI GUTIERREZ BOZZO e CLAUDINEIA MARIA MORANDINI, seguese o voto do julgador Paulo José Machado de Vilhena Moraes, poi S os recibos não atendem aos requisitos da legislação, uma vez que não indicam o beneficiário do tratamento e o endereço do profissional emitente. Ademais, os recibos emitidos por CLAUDINEIA MARIA possuem o mesmo número 2005/36, o tipo de serviço prestado e o tipo de serviço prestado e sequer totalizam os valores declarados, inclusive com emissão em dia de feriado nacional "15/11/2005" e domingo "10/07/2005". Vide: (...) Em sede de recurso, e visando contraditar o entendimento esposado na decisão recorrida, o Recorrente trouxe aos autos duas cartas, que segundo ele seriam aditamentos aos recibos anteriormente expedidos pelas profissionais Suemi Gutierrez Bozzo e Claudineia Maria Morandini. De fato, a legislação fiscal prevê que para que o contribuinte possa se beneficiar da dedução de suas despesas médicas do Imposto de Renda, deverá ele ter em mãos, além dos recibos competentes (que devem preencher os requisitos da lei), quaisquer outros documentos que demonstrem, ainda que minimamente, a efetividade dos serviços prestados, Fl. 44DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 4 bem como o seu pagamento. Sem que tais provas sejam feitas, está correta a glosa das despesas médicas não comprovadas. É o que determina o art. 8º da Lei nº 9.250/95: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (...) No caso em exame, o Recorrente trouxe aos autos os recibos emitidos pela profissionais em comento, dos quais realmente não constam o CPF (caso do recibo de R$ 4.000,00 emitido por Suemi) e nem tampouco endereço (caso dos recibos emitidos por Claudineia Morandini). Neste último caso, aliás, releva destacar que os quatro recibos – emitidos em datas diferentes – tinham o mesmo número (2005/36). Ademais, o Recorrente em nenhum momento demonstrou a efetividade de tais serviços, deixando, inclusive de descrever – ainda que de maneira simples e leiga – quais teriam sido os serviços prestados por tais profissionais. Por isso, entendo que devem ser mantidas as glosas efetuadas através do lançamento em exame. Assim, VOTO no sentido de NEGAR provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora Fl. 45DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO Processo nº 13839.003652/200931 Acórdão n.º 210201.604 S2C1T2 Fl. 37 5 Fl. 46DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 05/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 35301.009084/2004-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/08/1997 a 31/12/1998
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO DE
ORDEM.
A responsabilidade solidária instituída pelo art. 31 da Lei n° 8.212/91 não comporta qualquer espécie de benefício de ordem e independe de prévia verificação junto ao prestador dos serviços apurados.
EMPREITADA TOTAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DOCUMENTOS. JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL.
Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo.
Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2302-001.271
Decisão: Acordam os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da Segunda Seção, por unanimidade de votos em conceder provimento ao pedido de revisão e rescindir o acórdão anterior. Em substituição àquele, por maioria conceder provimento parcial quanto a preliminar
de extinção do crédito pela homologação tácita prevista no art. 150, parágrafo 4° do CTN, nos termos do voto da relatora. O Conselheiro Arlindo da Costa e Silva divergiu pois entendeu que
deveria ser aplicado no art.173, inciso I do CTN. Quanto a parcela não extinta não houve divergência.
Nome do relator: Adriana Sato
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/1997 a 31/12/1998 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO DE ORDEM. A responsabilidade solidária instituída pelo art. 31 da Lei n° 8.212/91 não comporta qualquer espécie de benefício de ordem e independe de prévia verificação junto ao prestador dos serviços apurados. EMPREITADA TOTAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DOCUMENTOS. JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL. Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo. Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Empresas em Geral Recorrente Secretaria da Receita Previdenciária SRP Recorrida CBTU Companhia Brasileira de Trens Urbanos ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/1997 a 31/12/1998 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO DE ORDEM. A responsabilidade solidária instituída pelo art. 31 da Lei n° 8.212/91não comporta qualquer espécie de benefício de ordem e independe de prévia verificação junto ao prestador dos serviços apurados. EMPREITADA TOTAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DOCUMENTOS. JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL. Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo. Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da Segunda Seção, por unanimidade de votos em conceder provimento ao pedido de revisão e rescindir o acórdão anterior. Em substituição àquele, por maioria conceder provimento parcial quanto a preliminar de extinção do crédito pela homologação tácita prevista no art. 150, parágrafo 4° do CTN, nos termos do voto da relatora. O Conselheiro Arlindo da Costa e Silva divergiu pois entendeu que deveria ser aplicado no art.173, inciso I do CTN. Quanto a parcela não extinta não houve divergência. Marco André Ramos Vieira Presidente. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Adriana Sato Relator. EDITADO EM: 26/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente),Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Vera Kempers de Moraes Abreu, Manoel Coelho Arruda Junior, e, Adriana Sato. Ausência momentânea: Vera Kempers de Moraes Abreu. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 35301.009084/200479 Acórdão n.º 230201.271 S2C3T2 Fl. 582 3 Relatório Trata o presente de pedido de revisão interposto pela Receita Previdenciária, conforme fls.512/517; combatendo o acórdão de fls. 503/514, proferido pela 4ª Câmara do CRPS que anulou a NFLD. Aquele Colegiado entendeu após a interposição do pedido de revisão de que houve omissão quanto ao fundamento legal que autoriza o arbitramento por aferição indireta. A unidade da SRP entendeu, em síntese, que a falha encontrada é uma mera irregularidade e não um vício insanável, que a fundamentação legal, mais precisamente o artigo 33 §3º, da Lei n.º 8.212/91, está citado no Relatório Fiscal. Há acórdãos divergentes da própria 4ª Câmara de Julgamento do CRPS. Cientificadas do pedido de revisão, devedora principal apresentou contra razões e a 4ª CaJ indeferiu o pedido de revisão interposto pela SRP. A SRP interpôs novo pedido de revisão, e, após a ciência da prestadora e da tomadora de serviços, a prestadora de serviço apresentou contra razões ao pedido de revisão pugnando pelo indeferimento do pedido da SRP. Em decisão monocrática, o Conselheiro Presidente da 5ª Câmara acolheu o pedido de revisão. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Adriana Sato De acordo com o previsto no art. 60 da Portaria MPS n ° 88/2004, que aprovou o Regimento Interno do CRPS, a admissibilidade de revisão é medida extraordinária. A revisão é admitida nos casos de os Acórdãos do CRPS divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social, aprovados pelo Ministro da pasta, bem como do AdvogadoGeral da União, ou quando violarem literal disposição de lei ou decreto, ou após a decisão houver a obtenção de documento novo de existência ignorada, ou for constatado vício insanável, nestas palavras: Art. 60. As Câmaras de Julgamento e Juntas de Recursos do CRPS poderão rever, enquanto não ocorrida a prescrição administrativa, de ofício ou a pedido, suas decisões quando: I – violarem literal disposição de lei ou decreto; II – divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do MPS aprovados pelo Ministro, bem como do AdvogadoGeral da União, na forma da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; III depois da decisão, a parte obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de assegurar pronunciamento favorável; IV – for constatado vício insanável. § 1º Considerase vício insanável, entre outros: I – o voto de conselheiro impedido ou incompetente, bem como condenado, por sentença judicial transitada em julgado, por crime de prevaricação, concussão ou corrupção passiva, diretamente relacionado à matéria submetida ao julgamento do colegiado; II – a fundamentação baseada em prova obtida por meios ilícitos ou cuja falsidade tenha sido apurada em processo judicial; III – o julgamento de matéria diversa da contida nos autos; IV – a fundamentação de voto decisivo ou de acórdão incompatível com sua conclusão. § 2º Na hipótese de revisão de ofício, o conselheiro deverá reduzir a termo as razões de seu convencimento e determinar a notificação das partes do processo, com cópia do termo lavrado, para que se manifestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, antes de submeter o seu entendimento à apreciação da instância julgadora. § 3º O pedido de revisão de acórdão será apresentado pelo interessado no INSS, que, após proceder sua regular instrução, Fl. 4DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 35301.009084/200479 Acórdão n.º 230201.271 S2C3T2 Fl. 583 5 no prazo de trinta dias, fará a remessa à Câmara ou Junta, conforme o caso. § 4º Apresentado o pedido de revisão pelo próprio INSS, a parte contrária será notificada pelo Instituto para, no prazo de 30 (trinta) dias, oferecer contrarazões § 5º A revisão terá andamento prioritário nos órgãos do CRPS. § 6º Ao pedido de revisão aplicase o disposto nos arts. 27, § 4º, e 28 deste Regimento Interno. § 7º Não será processado o pedido de revisão de decisão do CRPS, proferida em única ou última instância, visando à recuperação de prazo recursal ou à mera rediscussão de matéria já apreciada pelo órgão julgador. § 8º Caberá pedido de revisão apenas quando a matéria não comportar recurso à instância superior. § 9º O não conhecimento do pedido de revisão de acórdão não impede os órgãos julgadores do CRPS de rever de ofício o ato ilegal, desde que não decorrido o prazo prescricional. § 10 É defeso às partes renovar pedido de revisão de acórdão com base nos mesmos fundamentos de pedido anteriormente formulado. § 11 Nos processos de benefício, o pedido de revisão feito pelo INSS só poderá ser encaminhado após o cumprimento da decisão de alçada ou de última instância, ressalvado o disposto no art. 57, § 2º, deste Regimento. O acórdão sob revisão fundamentouse no fato de que em momento algum a fiscalização teria mencionado nos autos a fundamentação legal que autorizaria o arbitramento por aferição indireta para anular a NFLD. Contudo, o relatório fiscal cita expressamente que foi utilizada a aferição indireta e cita sua fundamentação legal, artigo 33§ 3º da Lei n.º 8.212/91. A notificação fiscal de lançamento não é composta apenas pela capa, ou folha de rosto, mas possui anexos, entre os quais, a peça mais relevante que é o relatório fiscal. Desse modo, o documento de constituição do crédito deve ser compreendido como a NFLD em sua integralidade, compreendendo capa, discriminativos e relatório fiscal. E, no caso presente o relatório fiscal supre a falta da fundamentação legal no documento Fundamentos Legais do Débito, já que descreve a utilização da aferição indireta como forma de apuração do crédito lançado, dizendo porque foi usada,nos elementos em que se baseou e traz a fundamentação legal.. Ademais, a Câmara Superior do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, especializada em matéria de custeio, decidiu no dia 13 de dezembro de 2006, em julgamento de pedido de uniformização de jurisprudência, por maioria absoluta, que o fundamento legal que ampara os levantamentos por arbitramento, pode constar do relatório Fundamentos Legais do Débito FLD, ou do Relatório Fiscal. O Enunciado do Conselho Pleno n.º 29, editado pela Resolução n.º 06, foi publicado no Diário Oficial da União de 21/12/2006, seção 01, pág.76, nos seguintes termos: Fl. 5DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 “Nos casos de levantamento por arbitramento, a existência do fundamento legal que ampara tal procedimento, seja no relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD ou no Relatório Fiscal – REFISC garante o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, não gerando a nulidade do lançamento.” Portanto, constando a fundamentação legal que ampara o arbitramento no Relatório Fiscal, não se vislumbra o cerceamento de defesa, pois o contribuinte foi devidamente informado do procedimento utilizado pela fiscalização e pode se manifestar a respeito, como no caso presente. Desta forma, é procedente o pedido de revisão e uma vez reconhecendo o vício do acórdão anterior (juízo rescindente), deve ser apreciada toda a questão devolvida a este Colegiado por meio do recurso interposto pelo notificado (juízo rescisório), incluindo as matérias cujo conhecimento deva ser realizado de ofício. Do Mérito Analisando o mérito do lançamento fiscal verificase que foi lançado com base na responsabilidade solidária descrita no artigo 30, inciso VI da Lei n.º 8.212/91, para o período de 08/1997 a 12/1998. Os valores foram aferidos com base nas notas fiscais de prestação de serviços emitidas para a empresa tomadora , e, desde a DN as GRPS juntadas aos autos foram consideradas para abater do crédito previdenciário.. A prestadora do serviço CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S/A foi cientificada da NFLD e de todos os atos processuais. A solidariedade tributária não constitui simples forma de eleição de responsável tributário, mas hipótese de garantia, a mais ampla das fidejussórias. Tem por objetivo precípuo garantir a arrecadação, sendo sua finalidade a de facilitar a satisfação dos interesses da Administração, permitindo a ação do Estado diretamente sobre quem melhor lhe aprouver, pautandose, por óbvio, nos princípios da legalidade, eficiência, entre outros, inafastáveis da atuação estatal. A figura da responsabilidade solidária, portanto, surge no Direito Tributário com o único fim de resguardar o adimplemento do crédito tributário criando mecanismo para o Estado indicar, com exclusividade, contra quem irá agir, não havendo que se falar em benefício de ordem e nem em condições para o exercício desse direito não impostas pela lei. A legislação previdenciária, ao prever hipótese de solidariedade, impõe ao tomador de serviço (§§1º e 4º do art. 31) a obrigação de fiscalizar o recolhimento das contribuições previdenciárias pelo cedente, inclusive com a possibilidade de retenção do valor, exigindo do prestador do serviço cópia autenticada das guias quitadas e folha de pagamento. Assim, tanto a tomadora quanto a cedente devem ter a documentação necessária para subsidiar a fiscalização pelos meios ordinários, o que somente não ocorrerá em caso de não cumprimento pela tomadora de serviço da obrigação acessória explicitamente imposta de exigir do prestador a comprovação dos respectivos recolhimentos, sendo certo que o descumprimento de sua obrigação legitima a aferição indireta. Com a ocorrência do fato gerador, fica o Fisco autorizado a proceder ao lançamento, constituindo o devido crédito tributário. Este crédito tributário pode ser constituído tanto em face do contribuinte, como do responsável tributário, porque ambos são Fl. 6DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 35301.009084/200479 Acórdão n.º 230201.271 S2C3T2 Fl. 584 7 solidários em relação a obrigação tributária, não cabendo, nos termos do parágrafo único do artigo 124 do Código Tributário Nacional, benefício de ordem. Por outro lado, a lei não veda a existência de mais de um crédito tributário em relação a mesma obrigação tributária. Pode o fisco lançar o tributo (constituir o crédito tributário) e depois anular o lançamento, seja de ofício, seja por ordem judicial, e constituir outro crédito. Pode, também, ser constituído um crédito parcial e depois, verificando tal situação, lançar o crédito restante, tudo incidente sobre a mesma obrigação. Entretanto, que não pode haver é a cobrança de uma obrigação já paga ou negociada, ou seja, se um dos sujeitos passivos do tributo extinguir a obrigação pelo pagamento ou se ocorrer uma das hipóteses previstas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não poderá o INSS cobrar, ou continuar cobrando, a obrigação do outro sujeito passivo. Desta forma, temos que o ordenamento jurídico não veda a possibilidade de existência de mais de um crédito sobre a mesma obrigação tributária. O que não pode ser admitido é a cobrança de um débito já pago. O crédito apurado diretamente na tomadora mediante aferição indireta (nos casos legais) é líquido e certo, não sendo crédito absoluto, comportando prova em contrário, a cargo do autuado. Preservados, pois, todos os direitos fundamentais do contribuinte. Não merece acolhida a assertiva de ilegalidade no lançamento efetivado por meio da denominada “aferição indireta” (partindo dos valores brutos das notas fiscais que corresponderiam à prestação de serviços), hipótese, essa, possível quando não apresentada pela empresa a documentação exigida ou não mereçam fé os esclarecimentos prestados. Ressaltese que é o próprio CTN, em seu art. 148, que prevê que a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará o valor ou preço de bens, direitos, serviços e atos jurídicos, sempre que estes sejam tomados por base para o cálculo do tributo, e sejam omissas, ou não mereçam fé, as declarações ou esclarecimentos prestados ou documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado. Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tem em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. A legislação previdenciária, ao tratar do referido tema, previu que “ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e o Departamento da Receita Federal – DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício a importância que reputar devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário” (art. 33, § 3.º). Complementando o referido dispositivo foi determinado que “no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário” (art. 33, § 6º). Fl. 7DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Portanto, legítimo o procedimento fiscal que adotou a aferição indireta para lançar o crédito nesta notificação. Ressaltase que no caso presente, as guias apresentadas à fiscalização, por parte da tomadora dos serviços motivaram a retificação do crédito previdenciário na DN. O período lançado nesta notificação abrange competências de 08/1997 a 12/1998 e o crédito foi lançado em 30/06/2003, com ciência por parte do sujeito passivo em 02/07/2003. Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua Fl. 8DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 35301.009084/200479 Acórdão n.º 230201.271 S2C3T2 Fl. 585 9 revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, que se deu em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. Portanto, inclinome à tese jurídica na Súmula Vinculante n° 08 para acatar o prazo decadencial exposto no artigo 150, § 4 do CTN. Cumpre esclarecer que foram analisadas as questões suscitas na impugnação e no recurso voluntário, não restando por serem conhecidas as questões suscitadas nas defesas complementares e na petição protocolada em 17/03/2011, por trazerem estas fatos diversos dos alegados. A Portaria MPS/GM nº 520/2004, no art. 9º, § 1º, acompanhando os preceitos do art. 16, inciso III, do Decreto nº 70.235/72, limitou o momento para a apresentação de provas, dispondo que a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. Pelo exposto, voto por CONHECER do PEDIDO DE REVISÃO da Receita Previdenciária e resolvo RESCINDIR o Acórdão anterior e dar PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para excluir do lançamento até a competência 07/1998, em vista do prazo decadencial do artigo 150, § 4 do CTN. Adriana Sato – Relator Fl. 9DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 Fl. 10DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/10/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 11080.723071/2010-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2009
DESPESAS MÉDICAS. HIPÓTESES QUE PERMITEM A EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO OU DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. OCORRÊNCIA NO CASO EM DEBATE. MANUTENÇÃO DAS DESPESAS GLOSADAS. Como tenho tido oportunidade de asseverar em julgados anteriores (Acórdãos nºs 2102001.351, 2102001.356 e 2102001.366,
sessão de 09 de junho de 2011; Acórdão nº 210201.055, sessão de 09 de fevereiro de 2011; Acórdão nº 210200.824, sessão de 20 de agosto de 2010; acórdão nº 210200.697, sessão de 18 de junho de 2010), entendo que os recibos médicos, em si mesmos, não são uma prova absoluta para dedutibilidade das despesas médicas da base de cálculo do imposto de renda, mormente quando as despesas forem excessivas em face dos rendimentos declarados; houver o repetitivo argumento de que todas as despesas médicas de diferentes profissionais, vultosas, tenham sido pagas em espécie; o contribuinte fizer uso de recibos comprovadamente inidôneos; houver a negativa de prestação de serviço por parte de profissional que consta como prestador na declaração do fiscalizado; houver recibos médicos emitidos em dias não úteis, por profissionais ligados por vínculo de parentesco, tudo pago em espécie; ou houver múltiplas glosas de outras despesas (dependentes, previdência privada, pensão alimentícia, livro caixa e instrução), bem como outras infrações (omissão de rendimentos, de ganho de capital, da atividade rural), a
levantar sombra de suspeição sobre todas as informações prestadas pelo contribuinte declarante.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2102-001.632
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso.
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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HIPÓTESES QUE PERMITEM A EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO OU DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. OCORRÊNCIA NO CASO EM DEBATE. MANUTENÇÃO DAS DESPESAS GLOSADAS. Como tenho tido oportunidade de asseverar em julgados anteriores (Acórdãos nºs 2102 001.351, 2102001.356 e 2102001.366, sessão de 09 de junho de 2011; Acórdão nº 210201.055, sessão de 09 de fevereiro de 2011; Acórdão nº 210200.824, sessão de 20 de agosto de 2010; acórdão nº 210200.697, sessão de 18 de junho de 2010), entendo que os recibos médicos, em si mesmos, não são uma prova absoluta para dedutibilidade das despesas médicas da base de cálculo do imposto de renda, mormente quando as despesas forem excessivas em face dos rendimentos declarados; houver o repetitivo argumento de que todas as despesas médicas de diferentes profissionais, vultosas, tenham sido pagas em espécie; o contribuinte fizer uso de recibos comprovadamente inidôneos; houver a negativa de prestação de serviço por parte de profissional que consta como prestador na declaração do fiscalizado; houver recibos médicos emitidos em dias não úteis, por profissionais ligados por vínculo de parentesco, tudo pago em espécie; ou houver múltiplas glosas de outras despesas (dependentes, previdência privada, pensão alimentícia, livro caixa e instrução), bem como outras infrações (omissão de rendimentos, de ganho de capital, da atividade rural), a levantar sombra de suspeição sobre todas as informações prestadas pelo contribuinte declarante. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 77DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 31/10/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Em face do contribuinte LUIZ HENRIQUE BIONDI, CPF/MF nº 112.612.77015, já qualificado neste processo, foi lavrada, em 12/07/2010, notificação de lançamento, com ciência postal em 04/08/2010, a partir da revisão de sua declaração de ajuste anual do exercício 2009. Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 14.542,00 MULTA DE OFÍCIO R$ 10.906,50 Ao contribuinte foi imputada uma glosa de despesas médicas, no ano calendário 2008, conduta essa apenada com multa de ofício de 75% sobre o imposto lançado, na forma abaixo descrita: Compulsando os autos, extraemse os seguintes dados e informações: Fl. 78DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 11080.723071/201038 Acórdão n.º 210201.632 S2C1T2 Fl. 2 3 § juntado recibo individual emitido pela fisioterapeuta Simone Campani, no valor de R$ 16.940,00, bem como declaração da profissional asseverando que o fiscalizado tinha sido o paciente; § juntado recibo individual emitido pela fisioterapeuta Makssa Godinho Perrot, no valor de R$ 16.990,00, bem como declaração da profissional asseverando que o fiscalizado tinha sido o paciente; § juntado recibo individual emitido pela psicóloga Caroline Santa Maria Rodrigues, no valor de R$ 15.000,00, bem como declaração da profissional asseverando que o fiscalizado tinha sido o paciente; § declaração da médica Inara Saavedra, asseverando que o fiscalizado tinha sido submetido a tratamento médico e fisioterápico na clínica médica CIA DO CORPO, sendo acostados 10 notas fiscais de serviço, no valor global de R$ 4.150,00; § declaração de ajuste anual retificadora do anocalendário 2008, apresentada em 27/07/2009, última declaração entregue, na qual constam rendimentos tributáveis no importe de R$ 114.723,60 e tributáveis exclusivamente na fonte o valor de R$ 6.489,07. Não há rendimentos isentos ou nãotributáveis, bem como rendimentos provenientes de cônjuge. Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A 4ª Turma da DRJ/POA, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 1027.924, de 20 de outubro de 2010 (fls. 61 a 63), que restou assim fundamentada: Analisando a documentação acostada aos autos e as argumentações do impugnante, verificamos que restaram comprovadas as Despesas Médicas, no total de R$ 3.950,00, conforme documentos às fls. 16 a 26, referente às despesas próprias discriminadas as consultas e os atendimentos, juntamente com as Notas Fiscais, pela clínica Inara Pinto Saavedra & Cia LTDA, fls. 16 a 26; portanto podendo ser pleiteadas na sua DIRPF/2009. Quanto aos recibos de Dra. Simone Campani, Dra. Makssa Godinho Perrot e Dra. Caroline Santa Maria Rodrigues, fls. 10 a 15, nos respectivos valores de R$ 16.940,00, R$ 16.990,00 e R$ 15.000,00, foramme insuficientes para o meu convencimento e formação de minha convicção quanto ao elemento de prova dos específicos atendimentos, sem as devidas discriminações que justificassem os elevados montantes pleiteados. Portanto as deduções a título de despesas médicas do contribuinte são R$ 3.950,00, que somadas à Contribuição à Previdência Oficial no valor de R$ 6.186,72, totalizam as deduções da DIRPF/2009 em R$ 10.136,72, devendo ser mantida a glosa do restante. Fl. 79DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 4 O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 10/12/2010. Irresignado, interpôs recurso voluntário em 05/01/2011. No voluntário, o recorrente alega traz declarações das profissionais prestadoras cujos recibos foram glosados, ratificadoras dos serviços prestados, na forma que segue: § fisioterapeuta Makssa Godinho – asseverou que efetuou 03 sessões de RPG semanais (reeducação postura global), em domicílio, no valor individual de R$ 120,00, pagas em dinheiro, as quais foram liquidadas a cada 20 consultas, tudo espelhado em um único recibo anual; § psicóloga Caroline Rodrigues – asseverou que prestou atendimento psicológico individual e em domicílio, em um total de 150 consultas no ano, no valor individual de R$ 100,00; § fisioterapeuta Simone Campani – asseverou que prestou atendimento fisioterapêutico individual, em domicílio, com média de 03 sessões semanais, no valor individual de R$ 140,00, pagas em dinheiro. Com as razões acima, o recorrente pugna pelo cancelamento da exação lançada. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 10/12/2010, sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 05/01/2011, dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 11/01/2011, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Como tenho tido oportunidade de asseverar em julgados anteriores (Acórdãos nºs 2102001.351, 2102001.356 e 2102001.366, sessão de 09 de junho de 2011; Acórdão nº 210201.055, sessão de 09 de fevereiro de 2011; Acórdão nº 210200.824, sessão de 20 de agosto de 2010; acórdão nº 210200.697, sessão de 18 de junho de 2010), entendo que os recibos médicos, em si mesmos, não são uma prova absoluta para dedutibilidade das despesas médicas da base de cálculo do imposto de renda, mormente quando: 1. as despesas forem excessivas em face dos rendimentos declarados; 2. houver o repetitivo argumento de que todas as despesas médicas de diferentes profissionais, vultosas, tenham sido pagas em espécie; 3. o contribuinte fizer uso de recibos comprovadamente inidôneos, aqui no caso da edição de súmula administrativa de documentação tributariamente ineficaz em desfavor de prestador de serviço Fl. 80DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 11080.723071/201038 Acórdão n.º 210201.632 S2C1T2 Fl. 3 5 informado na declaração de renda do autuado, o que é suficiente para lançar sombra de suspeição sobre as demais despesas médicas de outros prestadores; 4. houver a negativa de prestação de serviço por parte de profissional que consta como prestador na declaração do fiscalizado; 5. houver recibos médicos emitidos em dias não úteis, por profissionais ligados por vínculo de parentesco, todos pagos em espécie; 6. houver múltiplas glosas de outras despesas (dependentes, previdência privada, pensão alimentícia, livro caixa e instrução), bem como outras infrações (omissão de rendimentos, de ganho de capital, da atividade rural), a levantar sombra de suspeição sobre todas as informações prestadas pelo contribuinte declarante. Nas hipóteses acima, a autoridade fiscal pode e deve intimar o contribuinte a comprovar o pagamento da despesa, com documentação bancária, ou mesmo a efetiva prestação do serviço com documentário médico (receitas, cópias de exames etc.). Especificamente, no caso de profissionais para os quais tenha sido emitida a súmula administrativa de documentação tributariamente ineficaz, a jurisprudência administrativa, inclusive, autoriza a glosa e a exasperação da multa de ofício para o percentual de 150% sobre o imposto lançado (Súmula CARF nº 40: A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício). No caso destes autos, chama a atenção o dispêndio expressivo com as fisioterapeutas Makssa Godinho (R$ 16.990,00) e Simone Campani (R$ 16.940,00) e com a psicóloga Caroline Rodrigues (R$ 15.000,00), pagas em espécie, que representaram 50,46% do rendimento disponível do contribuinte (rendimento tributável + rendimento tributável exclusivamente na fonte – contribuição previdenciária – IRRF despesa médica acatada), ou seja, o contribuinte teria despendido metade de seu rendimento anual com fisioterapeutas e psicóloga, quando não demonstrou nos autos que seria portador de uma doença grave que justificasse tal dispêndio. Ademais, a demonstrar o despropósito da defesa do recorrente, considerando os valores individuais dos pretensos serviços prestados pelas fisioterapeutas Makssa Godinho e Simone Campani e pela psicóloga Caroline Rodrigues, vêse que o contribuinte teria sido submetido a aproximadamente 262 sessões de fisioterapia e 150 sessões psicoterápicas domiciliares no anocalendário 2008, ou seja, tratase de quantidades absurdas, que chegam a exceder, no caso da fisioterapia, mais de uma sessão por dia útil (o ano, relembrese, tem normalmente 250 dias úteis). Em um cenário como acima demonstrado, em que se vê claramente que o contribuinte não teria suporte financeiro para tomar os dispêndios, bem como pela quantidade desarrazoada de sessões de fisioterapia e psicologia, somente poderseia acatar a dedutibilidade das despesas com uma prova iniludível, especificamente com a comprovação do efetivo pagamento, o que não restou comprovado nestes autos. Fl. 81DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 6 Dessa forma, a hipótese aqui em debate se subsume aos itens 1 e 2 acima, os quais permitem de forma peremptória a glosa das despesas controvertidas, não havendo, assim, qualquer reparo na decisão recorrida. Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 82DF CARF MF Emitido em 02/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 10840.001617/2005-27
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins
Período de apuração: 03/2005
Ementa: PIS/COFINS NÃOCUMULATIVO.
CRÉDITO. PRESCRIÇÃO E
DECADÊNCIA. Não existe nenhum prazo decadencial ou prescricional em
curso a partir do momento do levantamento do estoque para o cômputo dos
créditos no regime nãocumulativo
de PIS/Cofins. O prazo previsto no art.
150, § 4º do CTN aplicase
exclusivamente aos procedimentos de lançamento
por homologação, sendo despropositado referirlhe
aos casos de
ressarcimento e compensação. Nos pedidos de compensação apenas corre o
prazo de homologação tácita previsto no art. 70 da Lei 9.430/96, que começa
a contar da data da apresentação da declaração de compensação.
PIS/COFINS NÃOCUMULATIVO.
CRÉDITO. ART. 3º, II DA LEI
10.833/2003. CONCEITO DE INSUMO. PERTINÊNCIA COM AS
CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE PRODUTIVA. USINA DE
AÇÚCAR E ÁLCOOL. COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES PARA O
MAQUINÁRIO DE CORTE E TRANSPORTE. SERVIÇO DE
TRANSPORTE DE PESSOAS ENTRE A SEDE DA EMPRESA E O
LOCAL DO CORTE DA CANADEAÇÚCAR.
POSSIBILIDADE.
A análise do direito ao crédito deve atentar para as características específicas
da atividade produtiva do contribuinte.
Na atividade de usinagem de canadeaçúcar,
o transporte dos funcionários
até o local do corte da canadeaçúcar
é uma atividade integrante, porquanto
necessária, do processo produtivo.
Situação em que o transporte do funcionário não configura pagamento de um
benefício ao empregado, mas a contratação de um serviço que viabiliza a
produção, integrando o processo produtivo.
PIS/COFINS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO PRESUMIDO DA
AGROINDÚSTRIA. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. IMPOSSIBILIDADE
DE COMPENSAÇÃO COM OUTROS TRIBUTOS. Em razão do art. 8º, § 2º da Lei 10.925/2004, que se refere expressamente ao
art. 3º, § 4º da Lei 10.637/2002, o tratamento que deve ser dado ao crédito
presumido da agroindústria é o do regime aplicável ao crédito ordinário
relativo ao mercado interno – que apenas pode ser aproveitado para redução
da própria contribuição nos meses subseqüentes – e não o regime do crédito
correspondente à exportação – que pode ser objeto de restituição e
compensação. Legalidade da vedação contida no art. 8º, § 3º, II da IN
660/2006.
Numero da decisão: 3403-001.274
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento
parcial ao recurso para afastar a glosa do “transporte de funcionários” e, em relação ao estoque,
para que sejam computados os bens correspondentes aos Adesivos, Corretivos, Cupinicida,
Fertilizantes, Herbicidas e Inseticidas Produtos,
não devendo computar no estoque o valor de
serviço de transporte de pessoas. Vencido o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão
quanto aos estoques de insumos aplicados na produção agrícola e quanto ao transporte de mãodeobra.
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 03/2005 Ementa: PIS/COFINS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITO. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. Não existe nenhum prazo decadencial ou prescricional em curso a partir do momento do levantamento do estoque para o cômputo dos créditos no regime nãocumulativo de PIS/Cofins. O prazo previsto no art. 150, § 4º do CTN aplicase exclusivamente aos procedimentos de lançamento por homologação, sendo despropositado referirlhe aos casos de ressarcimento e compensação. Nos pedidos de compensação apenas corre o prazo de homologação tácita previsto no art. 70 da Lei 9.430/96, que começa a contar da data da apresentação da declaração de compensação. PIS/COFINS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITO. ART. 3º, II DA LEI 10.833/2003. CONCEITO DE INSUMO. PERTINÊNCIA COM AS CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE PRODUTIVA. USINA DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES PARA O MAQUINÁRIO DE CORTE E TRANSPORTE. SERVIÇO DE TRANSPORTE DE PESSOAS ENTRE A SEDE DA EMPRESA E O LOCAL DO CORTE DA CANADEAÇÚCAR. POSSIBILIDADE. A análise do direito ao crédito deve atentar para as características específicas da atividade produtiva do contribuinte. Na atividade de usinagem de canadeaçúcar, o transporte dos funcionários até o local do corte da canadeaçúcar é uma atividade integrante, porquanto necessária, do processo produtivo. Situação em que o transporte do funcionário não configura pagamento de um benefício ao empregado, mas a contratação de um serviço que viabiliza a produção, integrando o processo produtivo. PIS/COFINS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO COM OUTROS TRIBUTOS. Em razão do art. 8º, § 2º da Lei 10.925/2004, que se refere expressamente ao art. 3º, § 4º da Lei 10.637/2002, o tratamento que deve ser dado ao crédito presumido da agroindústria é o do regime aplicável ao crédito ordinário relativo ao mercado interno – que apenas pode ser aproveitado para redução da própria contribuição nos meses subseqüentes – e não o regime do crédito correspondente à exportação – que pode ser objeto de restituição e compensação. Legalidade da vedação contida no art. 8º, § 3º, II da IN 660/2006.
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CRÉDITO. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. Não existe nenhum prazo decadencial ou prescricional em curso a partir do momento do levantamento do estoque para o cômputo dos créditos no regime nãocumulativo de PIS/Cofins. O prazo previsto no art. 150, § 4º do CTN aplicase exclusivamente aos procedimentos de lançamento por homologação, sendo despropositado referirlhe aos casos de ressarcimento e compensação. Nos pedidos de compensação apenas corre o prazo de homologação tácita previsto no art. 70 da Lei 9.430/96, que começa a contar da data da apresentação da declaração de compensação. PIS/COFINS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITO. ART. 3º, II DA LEI 10.833/2003. CONCEITO DE INSUMO. PERTINÊNCIA COM AS CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE PRODUTIVA. USINA DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES PARA O MAQUINÁRIO DE CORTE E TRANSPORTE. SERVIÇO DE TRANSPORTE DE PESSOAS ENTRE A SEDE DA EMPRESA E O LOCAL DO CORTE DA CANADEAÇÚCAR. POSSIBILIDADE. A análise do direito ao crédito deve atentar para as características específicas da atividade produtiva do contribuinte. Na atividade de usinagem de canadeaçúcar, o transporte dos funcionários até o local do corte da canadeaçúcar é uma atividade integrante, porquanto necessária, do processo produtivo. Situação em que o transporte do funcionário não configura pagamento de um benefício ao empregado, mas a contratação de um serviço que viabiliza a produção, integrando o processo produtivo. PIS/COFINS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO COM OUTROS TRIBUTOS. Fl. 110DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Em razão do art. 8º, § 2º da Lei 10.925/2004, que se refere expressamente ao art. 3º, § 4º da Lei 10.637/2002, o tratamento que deve ser dado ao crédito presumido da agroindústria é o do regime aplicável ao crédito ordinário relativo ao mercado interno – que apenas pode ser aproveitado para redução da própria contribuição nos meses subseqüentes – e não o regime do crédito correspondente à exportação – que pode ser objeto de restituição e compensação. Legalidade da vedação contida no art. 8º, § 3º, II da IN 660/2006. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa do “transporte de funcionários” e, em relação ao estoque, para que sejam computados os bens correspondentes aos Adesivos, Corretivos, Cupinicida, Fertilizantes, Herbicidas e Inseticidas Produtos, não devendo computar no estoque o valor de serviço de transporte de pessoas. Vencido o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão quanto aos estoques de insumos aplicados na produção agrícola e quanto ao transporte de mão deobra. Antonio Carlos Atulim – Presidente Ivan Allegretti – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Liduína Maria Alves Macambira, Ivan Allegretti, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Raquel Motta Brandão Minatel e Adriana Oliveira e Ribeiro. Ausentes justificadamente os Conselheiros Domingos de Sá Filho e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Tratase de Declarações de Compensação protocoladas pelo contribuinte por meio da qual busca o aproveitamento de crédito de Cofins que teria sido gerado no período de apuração correspondente ao mês 03/2005, correspondente a receitas de exportação, na forma do art. 6º, § 1º da Lei nº 10.833/2003. A Fiscalização, depois da coleta de informações e documentos, apresentou Relatório da Ação Fiscal (fls. 37/46) sugerindo (a) a glosa dos créditos que entende que não deveriam ser considerados como insumos: (a.1) relativos aos “combustíveis e lubrificantes utilizados no maquinário agrícola ligado ao corte e carregamento da cana de açúcar, assim como, nos caminhões que transportam a cana da lavoura até a unidade industrial da contribuinte para fabricação do açúcar e álcool” por entender que “não podem ser considerados "insumos", tendo em vista que não são utilizados no processo produtivo de açúcar e álcool da empresa e sim no maquinário agrícola ligado ao plantio, corte e carregamento da cana” (a.2) referentes à aquisição de serviços os quais se referem ao valores pagos para o transporte de trabalhadores rurais envolvidos na atividade de plantação Fl. 111DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10840.001617/200527 Acórdão n.º 3403001.274 S3C4T3 Fl. 2 3 das mudas e corte de canadeaçúcar esmagada na unidade industrial da contribuinte; A Fiscalização também identificou, em benefício do contribuinte, que na determinação do percentual de repartição entre Mercado Interno e Mercado Externo havia sido adicionado ao Mercado Interno, de maneira equivocada, o valor da venda de álcool (que não deveria ser computado pelo fato de se submeter ao regime cumulativo), o que surtia o efeito de elevar indevidamente o percentual do Mercado Interno e, via de conseqüência, reduzir indevidamente o percentual do Mercado Externo. Ao final, contudo, a Fiscalização concluiu que o contribuinte tinha direito a um valor menor que o pleiteado. O Despacho Decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal de Ribeirão Preto/SP (fls. 47/48) apoiouse na conclusão da fiscalização, assim homologando apenas em parte as compensações, na medida dos créditos reconhecidos aos contribuinte. O entendimento do Despacho Decisório é resumido na seguinte ementa: COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Tributação nãocumulativa Conceito de Insumos para fins de crédito da COFINS Não Cumulativa inciso II do art 3° e inciso II do §1° do art. 6° da Lei n°. 10.833/2003 §4° do art 8° da IN n° 404/2004 A pessoa jurídica pode descontar créditos determinados mediante a aplicação da alíquota de 7,6 % sobre os valores das aquisições efetuadas no mês de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou na prestação de serviços. Entendese como insumos utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado, bem como, os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. Entendese como insumos utilizados na prestação de serviços, os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado, assim como, os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Somente podem ser considerados insumos, para fins de creditamento de COFINS, os bens e serviços intrinsecamente vinculados à fabricação ou produção de bens destinados à venda ou à prestação de serviços, ou seja, quando aplicados ou consumidos diretamente no processo, não podendo ser Fl. 112DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 interpretados como todo e qualquer serviço que gere despesas, mas tãosomente os que efetivamente se relacionem com a atividadefim da empresa. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 53/65) alegando o seguinte: 1) que devem ser admitidos os créditos correspondentes às aquisições de combustíveis e lubrificantes utilizados no maquinário agrícola e aos pagamentos para o transporte de pessoas na lavoura de canadeaçúcar, pois “de acordo com o artigo 3º da Lei n° 10.833/03, que o direito ao crédito deve considerar todos os dispe ndios (custos e despesas) da pessoa jurídica com vistas à geração de sua receita tributável. Nesse contexto, temse que o transporte dos cortadores de cana caracterizase como uma despesa incorrida numa etapa da produção da Manifestante, haja vista que, obviamente, a atividade da empresa tem o corte da cana como um dos primeiros pressupostos, sendo certo também que sem transporte não há como os trabalhadores chegarem à lavoura onde se encontra a cana de açúcar” (fl. 63), ou seja, frisando que o transporte dos trabalhadores é essencial ao desenvolvimento do processo produtivo; 2) que tem direito à utilizar o crédito presumido da agroindústria (em relação à receita de exportação) para compensação com outros tributos, pois da mesma forma que o art. 8º da Lei nº 10.925/2004, ao conceder o crédito presumido, referiase aos bens do inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, o art. 6º da Lei nº 10.833/2003 assegura o direito de compensação em relação ao crédito apurado na forma do art. 3º, na proporção correspondente à exportação de mercadorias. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Ribeirão Preto/SP (DRJ), por meio do Acórdão nº 1432.845, de 14 de março de 2011 (fls. 75/78) manteve integralmente a decisão da DRF, resumindo seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/03/2005 DEDUÇÃO. INSUMOS. CRÉDITOS MENSAIS E DE ESTOQUE DE ABERTURA. PRODUTOS NÃO UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DO PRODUTO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Entendese com o insumos, para efeito de dedução do valor apurado da contribuição, a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas , em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. Os produtos e serviços utilizados em fases que não a fabricação do produto não podem ser considerados insumos, para efeito de dedução do valor da contribuição apurada, por falta de previsão legal. CRÉDITO PRESUMIDO. COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO. O valor do crédito presumido previsto n a Lei n° 10.925, de 2004, arts. 8º e 15, somente pode ser utilizado para deduzir d a contribuição par a o PIS e Cofins apuradas no regime de incidência não cumulativa, vedada o seu ressarcimento ou compensação. Fl. 113DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10840.001617/200527 Acórdão n.º 3403001.274 S3C4T3 Fl. 3 5 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 81/102) reiterando os mesmos fundamentos da sua manifestação de inconformidade, apenas acrescentando a citação de julgados deste Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, motivo pelo qual dele conheço. I. O crédito pelo transporte de mão de obra e combustíveis. Entendo que assiste razão ao contribuinte quando alega que os combustíveis e lubrificantes, bem como o transporte dos funcionários para o local da extração da canade açúcar, devem ser tratados como insumo, enquanto necessários e integrantes do processo produtivo. O art. 3º, II da Lei nº 10.833/2003 prevê a possibilidade de que do valor devido de contribuição se desconte créditos calculados em relação a “bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, (…)”. O processo produtivo detalhado pelo contribuinte deixa claro que o transporte dos funcionários até o local do corte da canadeaçúcar é uma medida necessária e indispensável do processo produtivo, configurando a contratação de um serviço que traduz um dos insumos necessários para a produção da cana de açúcar. E também quanto aos combustíveis e lubrificantes, consta que são utilizados no maquinário utilizado para o corte, carregamento e transporte da canadeaçúcar. A DRF e a DRJ recusam o direito de crédito por pretender confinar o conceito de produção ao conceito de industrialização aplicado à legislação do IPI. O conceito de produção, no entanto, é mais amplo que o de industrialização, alcançando todas as etapas necessárias à atividade desenvolvida pelo contribuinte, seja ele industrial, comerciante ou prestador de serviço, devendo ser considerados como insumos tanto bens como serviços, desde que necessários, o que deve ser considerado no contexto do processo produtivo do contribuinte. O entendimento do CARF, com efeito, reconhece como insumos tanto os bens utilizados como os serviços prestados no contexto do processo produtivo do contribuinte, conforme se ilustra nos seguintes julgados: Fl. 114DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 (…) NÃOCUMULATIVIDADE. DIREITO DE CRÉDITO. BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS. CONCEITO E ABRANGÊNCIA. Os insumos utilizados na fabricação de produtos e prestação de serviços que geram direito de crédito da contribuição não cumulativa são somente aqueles que representem bens e serviços. (…) (Acórdão 210200.050, Recurso 150.521, Processo 10675.004362/200422, Rel. Cons. José Antônio Francisco, j. 05/03/2009) Neste caso acima o Conselheiro Relator esclareceu o seguinte: Insumo, como se sabe, é um elemento empregado na fabricação de um bem ou serviço. Entretanto, não são todos os elementos empregados na fabricação de produtos ou na prestação de serviço que originam crédito de Cofins, mas somente os insumos que sejam "bens", no sentido jurídico, e "serviços". Dessa forma, os "benefícios a empregados", a mãodeobra e os benefícios ou salários indiretos, embora possam caracterizarse como insumos utilizados na prestação de serviços, não representam "bens" e "serviços", de forma que não geram direito de crédito. Neste caso, como se percebe, o transporte do funcionário não se caracteriza como o pagamento de benefício aos empregados, mas como contratação de um serviço que viabiliza a produção, ou seja, como providência necessária e integrante do processo produtivo, remunerada como contratação da prestação de um serviço propriamente dito (transporte de pessoas). E ainda que se tratasse de combustível, estaria configurado então o fornecimento de bens. A propósito do transporte realizado no contexto do processo produtivo, confirase ainda o seguinte julgado: (...)CRÉDITO. RESSARCIMENTO. São passíveis de ressarcimento os créditos de PIS apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação. Recurso voluntário provido em parte.” (Acórdão 20181.139, Recurso 148.457, Processo 11065.101271/200647, Rel. Cons. Walber José da Silva, j. 02.06.2008) Neste julgado o Relator manifesta o seguinte entendimento: Portanto, basta que os custos ou despesas gerem créditos para a empresa exportadora ter direito ao seu ressarcimento. No caso de empresa industrial, o crédito de PIS não se restringe aos insumos empregados diretamente na produção como defende a decisão recorrida. Todos os créditos decorrentes de custos ou despesas incorridas na produção e venda do produto exportado, apurados na forma prevista no art. 3º da Lei nº 10.637/2002, são passíveis de ressarcimento. Fl. 115DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10840.001617/200527 Acórdão n.º 3403001.274 S3C4T3 Fl. 4 7 (…) Mais ainda, a vinculação da despesa com a receita de exportação não guarda relação exclusivamente com o processo produtivo. A despesa pode ser incorrida antes ou depois de realizada a produção do bem exportado. No caso sob exame, foram glosados os créditos relativos aos combustíveis e lubrificantes usados na frota de veículos da recorrente e aos dispêndios com a remoção de resíduos industriais, por não estarem vinculados ao processo produtivo. A recorrente alega que tem direito ao crédito dos combustíveis e lubrificantes porque os mesmos são usados em sua frota de veículos, que transporta produtos e insumos entre seus estabelecimentos. Para haver ressarcimento é necessário haver o direito ao crédito. No caso dos combustíveis e lubrificantes usados na frota de veículo ligados à atividade industrial geram, no meu entender, direito ao crédito, a teor do inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002. E geram direito ao crédito porque o conceito de insumo (bens e serviços) utilizado pela lei não é igual à soma de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem, a que se refere a legislação do IPI. Insumos são todos os "custos, despesas ou encargos" vinculados ao produto ou serviço vendido, como diz o art. 2º da IN SRF nº 460/2004. Quanto aos dispêndios realizados com o serviço de remoção de resíduos industriais, não há nenhuma dúvida de que este serviço é parte do processo de industrialização dos bens exportados e está vinculado à receita de exportação. Pela natureza da atividade da recorrente, sem este serviço não há produção. Sendo um serviço diretamente vinculado ao processo produtivo, entendo que a recorrente tem direito ao crédito da Cofins incidente sobre a compra desse serviço e, como tal, tem direito ao ressarcimento desse crédito em face da exportação dos produtos (inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002). Ora, se se admite o crédito em relação ao transporte dos resíduos e de entulho industrial, reconhecendo tal providência como parte do processo de produção, tanto mais será o deslocamento dos funcionários para que se execute uma das fases do processo produtivo. Vale a pena conferir também o seguinte precedente no qual se reconhece a despesa de seguros de carga como insumo que integra a atividade produtiva do contribuinte: (…) REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. DESCONTOS COM SEGUROS. Na apuração do PIS nãocumulativo podem ser descontados créditos calculados sobre as despesas decorrentes da contratação de seguros, essenciais para a atividade fim desenvolvida pela recorrente, pois estes se Fl. 116DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 caracterizam sim como `insumos' previstos na legislação do IRPJ. (…) (Acórdão 20312.741, Recurso 137.910, Processo 10932.000016/200578, Redator Designado Cons. Emanuel Dantas de Assis, j. 11/03/2008) Embora não se refira à mesma hipótese concreta de crédito, o precede acima ilustra muito bem que a análise do direito ao crédito deve guardar pertinência com as características da atividade produtiva desempenhada concretamente pelo contribuinte. No presente caso fica claro que o transporte dos funcionário não é apenas uma despesa de uma empresa qualquer que deseja fornecer transporte aos seus empregados, mas da viabilização da atividade de plantação e colheita da cana de açúcar, devidamente contextualizada no processo produtivo. II. A impossibilidade de compensação do crédito presumido da agroindústria. O contribuinte não tem direito de utilizar os créditos presumidos da agroindústria em declaração de compensação. O art. 8º, § 3º, II da IN 660/2006 não deixa margem de dúvida ao estipular que o crédito presumido “Não poderá ser objeto de compensação com outros tributos ou de pedido de ressarcimento”. Tal previsão parece ser consequência necessária do disposto no art. 8º, § 2º da Lei nº 10.925/2004: § 2º O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1º deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4º do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Com efeito, o art. 3º, § 4º, da Lei nº 10.637/2002 resume o rito de aproveitamento dos créditos ordinários de PIS/Cofins nãocumulativos, dispondo que “O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes”. Assim, o tratamento que deve ser dado ao crédito presumido é o do regime aplicável ao crédito ordinário relativo ao mercado interno – que apenas pode ser aproveitado para redução da própria contribuição – e não o do crédito correspondente à exportação – que pode ser objeto de restituição e compensação. Por isso não impressiona a ginástica do contribuinte ao pretender que se aplicasse isoladamente a regra de geração e aproveitamento dos créditos correspondentes às receitas de exportação, quando a interpretação conjunta dos dispositivos envolvidos deixa claro que a exportação conduz à repartição proporcional entre as regras do mercado interno e externo , mas apenas em relação às hipóteses ordinárias de geração de crédito, pois em relação ao crédito presumido da agroindústria houve previsão expressa de que não poderia ser compensado. V. Conclusão. Fl. 117DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10840.001617/200527 Acórdão n.º 3403001.274 S3C4T3 Fl. 5 9 Voto, pois, no sentido de dar parcial provimento ao recurso, para afastar a glosa de combustíveis e lubrificantes e de transporte de funcionários. Ivan Allegretti Fl. 118DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 25/11/2011 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 26/11/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 15504.002942/2008-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/12/2004
AUTO DE INFRAÇÃO DEIXAR
DE INCLUIR REMUNERAÇÃO DE
SEGURADO EM FOLHA DE PAGAMENTO
Toda empresa está obrigada a preparar folha de pagamento das remunerações
pagas ou creditada a todos os segurados a seu serviço.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 2301-002.366
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/1999 a 30/12/2004 AUTO DE INFRAÇÃO DEIXAR DE INCLUIR REMUNERAÇÃO DE SEGURADO EM FOLHA DE PAGAMENTO Toda empresa está obrigada a preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditada a todos os segurados a seu serviço. Recurso voluntário negado.
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Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete de Oliveira Barros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 1DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA 2 Relatório Tratase de Auto de Infração, lavrado em 10/07/2006, por ter deixado a empresa acima identificada de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo INSS, infringindo, dessa forma, o art. 32, inciso I, da Lei 8.212/91, c/c o art. 225, inciso I e § 9o, Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Conforme Relatório Fiscal da Infração (fls 17), a recorrente deixou de incluir, em folhas de pagamento, parte dos segurados e/ou parte das rubricas pagas, dos Recibos de Pagamento, Rescisões Contrato Trabalho e Férias, concedidas aos segurados no período de 01/1999 a 12/2004. A autuada impugnou o débito e a Secretaria da Receita Previdenciária, por meio da DN nº 11.401.4/1144/2006, fls. 33, julgou a autuação procedente. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 43), alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, alega inexigibilidade do depósito recursal e decadência do direito de lançar a multa. No mérito, defende que primeiramente devese dar ao infrator a oportunidade de corrigir e depois disso, será lícito a autuação do infrator, caso a irregularidade subsista. Observa que não há na intimação qualquer informação sobre o não recolhimento da referida contribuição pelo próprio prestador do serviço, e que se isso de fato ocorreu, não haverá como subsistir a aplicação da penalidade, já que no Direito Brasileiro o acessório acompanha o principal Sustenta que a suposta não retenção/arrecadação da contribuição de 11% em nada contribuíram para que o Fisco não pudesse lançar os tributos que julga devidos, como o fez, e o fato não causou qualquer prejuízo ao INSS, tanto é que a empresa foi autuada em valor bastante considerável, inclusive em relação aos fatos geradores ocorridos nos períodos cuja documentação não fora integralmente apresentada. Insurgese contra o agravamento da penalidade aplicada, argumentando que o AI n° 35.535.7569 tratava de multa por apresentação de GFIP com informações inexatas, incompletas ou omissas, e já o presente trata de penalidade aplicada por ato diverso, não havendo que se falar em reincidência. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15504.002942/200894 Acórdão n.º 230102.366 S2C3T1 Fl. 60 3 Fl. 3DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice para seu conhecimento. Preliminarmente, alega inexigibilidade do depósito recursal. De fato, plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar os Recursos Extraordinários ns. 390.513 e 389383, declarou a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do artigo 126 da Lei n. 8213/91, cujos acórdãos possuem a seguinte ementa: “RECURSO ADMINISTRATIVO – DEPÓSITO §§ 1º E 2º DO ARTIGO 126 DA LEI Nº 8.213/1991 – INCONSTITUCIONALIDADE. A garantia constitucional da ampla defesa afasta a exigência do depósito como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.” A situação acima aplicase ao caso concreto e o efeito erga omnes somente se daria após a publicação de Resolução do Senado Federal conforme dispõe o inciso X do artigo 52 da Constituição Federal. Ocorre que o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria 256, de 22/06/2009, prevê, em seu artigo 62, parágrafo único, inciso I, o seguinte: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; Portanto, com amparo no dispositivo acima, acato a preliminar de inexigibilidade do depósito prévio. Ainda em preliminar, alega, também, decadência do direito de a autoridade fiscal lançar a multa. Porém, o auto objeto da discussão administrativa foi lavrado pelo fato de a recorrente não ter incluído, em folha de salário, os pagamentos efetuados aos segurados que lhe prestaram serviços. A penalidade pela infração descrita acima é um valor que independe do montante que deixou de ser declarado ou do número de empregados ou competências em que a remuneração deixou de constar nas folhas de pagamento. Basta a empresa deixar de informar parte da remuneração de um segurado a seu serviço e em uma competência não alcançada pela decadência para que fique configurada a infração à legislação previdenciária. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15504.002942/200894 Acórdão n.º 230102.366 S2C3T1 Fl. 61 5 Assim, o auto foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria e, como houve omissão em folha em competências não alcançadas pela decadência, rejeito a preliminar suscitada. No mérito, a recorrente não nega que deixou de incluir, em folha de pagamento, toda a remuneração paga a todos os segurados a seu serviços. Ela apenas alega que devese dar ao infrator a oportunidade de corrigir a falta e observa que não há na intimação qualquer informação sobre o não recolhimento da referida contribuição pelo próprio prestador do serviço. Contudo, ao contrário do que afirma a recorrente, foilhe, sim, concedido prazo para corrigir a falta, conforme consta do item 2.7, do relatório IPC (fls. 03), parte integrante do AI entregue ao contribuinte. E, no caso em discussão, é irrelevante o fato de o prestador de serviços ter ou não recolhido a contribuição. Cumpre ressaltar que o auto em tela foi lavrado por descumprimento da obrigação acessória de preparar folhas de pagamento contemplando toda a remuneração paga a todo os segurados a seu serviço, consoante determinação contida no art. 32, I, da Lei 8.212/91: Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; Dessa forma, houve infração à legislação previdenciária e como não é facultado ao servidor público eximirse de aplicar uma lei, a Autoridade Fiscal, ao constatar o descumprimento de obrigação acessória, lavrou corretamente o presente auto, em observância ao art. 33 da Lei 8212/99 e art. 293 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99: Art.293. Constatada a ocorrência de infração a dispositivo deste Regulamento, a fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social lavrará, de imediato, autodeinfração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada, dispositivo legal infringido e a penalidade aplicada e os critérios de sua gradação, indicando local, dia, hora de sua lavratura, observadas as normas fixadas pelos órgãos competentes. A autuada tenta demonstrar, ainda, que o fato não causou qualquer prejuízo ao INSS. No entanto, a infração foi cometida e o auto não pode ser cancelado, pois conforme estabelecido pelo CTN em seu art. 136, “Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infração da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA 6 Mister lembrar que o descumprimento de obrigações legais, sejam elas acessórias ou principais, sempre prejudica o erário. E é com o objetivo do melhor funcionamento da administração tributária, para que não se faça letra morta à lei e se evite a sonegação fiscal em massa é que o legislador impôs a penalidade pecuniária ao sujeito passivo que vilipendia obrigação legal a todos imposta. E, conforme demonstrado acima, a recorrente infringiu as normas legais ao deixar de informar, em folha de pagamento, toda a remuneração paga a todo segurado a seu serviço. Com relação ao agravamento da penalidade, cumpre observar que a autoridade autuante deixou claro que a reincidência constatada é a genérica, ou seja, em infrações diferentes, caso em que se eleva a multa em duas vezes, conforme disposto no inciso IV, do art. 292, do Decreto 3.048/99. Portanto, verificase que o auto foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente autuante identificado, de forma clara e precisa, a obrigação acessória descumprida e os fundamentos legais da autuação e da penalidade, bem como demonstrado, de forma discriminada, o cálculo da multa aplicada. Nesse sentido, Voto por de CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto Bernadete de Oliveira Barros – Relatora Fl. 6DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 30 /10/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por MARCELO OLIVEIRA
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Numero do processo: 10680.020444/2007-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2005
IMPUGNAÇÃO. ENDEREÇO INFORMADO EM RETIFICADORA DIFERENTE DAQUELE CONSTANTE EM DECLARAÇÃO DE EXERCÍCIO POSTERIOR. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAR O DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO.
O endereço informado em declaração retificadora de exercício passado, sendo diferente daquele constante em declaração de exercício posterior, mesmo se a retificadora foi enviada mais recentemente, não deve ser considerado como domicílio tributário para fins de intimação, em especial quando o contribuinte alega a matéria em sua defesa, devendo-se considerar a alteração como erro escusável.
Postada a autuação para endereço incorreto do fiscalizado, há que se admitir que a ciência do lançamento só ocorreu na data informada pelo contribuinte, devendo-se considerar tempestiva a impugnação.
Superada a intempestividade proclamada pelo julgador a quo, há que se cancelar o julgamento de 1a instância, e se enviar os autos para nova decisão, agora com a apreciação dos argumentos do recurso.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-001.265
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso, para anular a decisão de primeira instância e devolver os autos para apreciação pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, das demais alegações da impugnação.
Nome do relator: Jose Evande Carvalho Araújo
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ENDEREÇO INFORMADO EM RETIFICADORA DIFERENTE DAQUELE CONSTANTE EM DECLARAÇÃO DE EXERCÍCIO POSTERIOR. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAR O DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO. O endereço informado em declaração retificadora de exercício passado, sendo diferente daquele constante em declaração de exercício posterior, mesmo se a retificadora foi enviada mais recentemente, não deve ser considerado como domicílio tributário para fins de intimação, em especial quando o contribuinte alega a matéria em sua defesa, devendose considerar a alteração como erro escusável. Postada a autuação para endereço incorreto do fiscalizado, há que se admitir que a ciência do lançamento só ocorreu na data informada pelo contribuinte, devendose considerar tempestiva a impugnação. Superada a intempestividade proclamada pelo julgador a quo, há que se cancelar o julgamento de 1a instância, e se enviar os autos para nova decisão, agora com a apreciação dos argumentos do recurso. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, para anular a decisão de primeira instância e devolver os autos para apreciação pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, das demais alegações da impugnação. Fl. 95DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO Processo nº 10680.020444/200798 Acórdão n.º 2101001.265 S2C1T1 Fl. 92 2 (assinado digitalmente) _____________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, José Raimundo Tosta Santos, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 31 a 37, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, para glosar as deduções pleiteadas na declaração de ajuste, mas não comprovadas, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$8.896,71, acrescido de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento em 07/08/2007 (fl. 49), o contribuinte apresentou, em 20/12/2007, a impugnação de fls. 1 a 6, cujo conteúdo foi assim descrito no relatório do acórdão de primeira instância (fls. 59 a 60): Depois de identificarse, o notificado alega que tomou ciência do lançamento em data de 18.12.2007, quando precisou de Certidão Negativa de Tributos Federais e que no prazo estipulado no artigo 15 do Decreto n° 70.235, impugna o lançamento. Relativamente à glosa de despesas com dependentes, diz que são eles: Daniela Vieira, companheira desde 1991, Patrícia de Moura Falci, filha, nascida em 16.05.1985 e Jennifer Carolina da Costa Falci, filha, nascida em 16.02.90. Quanto às despesas com Previdência Privada e FAPI, afirma que o valor foi efetivamente pago e descontado em folha de pagamento e que importa em R$2.289,58, como demonstrado no documento emitido pela FORLUZ juntado à impugnação. Acerca da glosa de dedução de pagamento de pensão alimentícia, assevera que referidos pagamentos são feitos por intermédio de desconto nas folhas de pagamento, perfaz um total de R$28.743,01, como demonstram os comprovantes de rendimentos emitidos pelo INSS e FORLUZ juntados à impugnação, e têm como beneficiários os contribuintes de CPF nos 004.023.23602 e 675.800.92620. No que concerne às despesas médicas glosadas, diz que elas estão informadas no Comprovante de Rendimento emitido pela FORLUZ, com o titulo "Redutor Base Fl. 96DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO Processo nº 10680.020444/200798 Acórdão n.º 2101001.265 S2C1T1 Fl. 93 3 IRRF art. 1° da Lei n° 10.996, de 15.12.2004", o que vem a satisfazer plenamente o disposto no artigo 73 do Decreto n° 3.000, de 1999 "e que não há que se falar em dedução com título de despesas médicas, pela quantia equivalente a R$884,73, pois não se evidencia tal somatória na retificação do contribuinte" Informa que atendeu prontamente aos termos da Intimação de n° 2005/606227133221051 – fls, 07 e retificou sua Declaração de Ajuste apurando um imposto a pagar no valor de R$428,43, confessou este débito e requereu seu parcelamento, o que foi imediatamente deferido, com o vencimento da primeira parcela em 26.03.2007 e que em 20.12.2007, 09 das 10 parcelas pactuadas já estavam quitadas. Diz que em 18.12.2007 esteve na Receita Federal para obter Certidão Negativa de Débito, quando, então, tomou conhecimento da segunda intimação, a de n° 2005/606376390121058, e da Notificação n° 2005/606400156653076 e que referidos documentos foram encaminhados para seu antigo endereço, o que não se justifica, pois, que a Receita tinha em seu banco de dados o endereço correto fato que, somado ao parcelamento do débito, demonstra a falta de motivação para a presente notificação. Junta à impugnação os documentos de fls. 08 a 38 para provar suas alegações, pugna pelo direito de apresentação de novos documentos de provas, requerendo, ao final, o cancelamento do débito. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não conheceu da impugnação, por considerála intempestiva, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 58 a 63): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. PRAZO A impugnação deverá ser apresentada dentro do prazo contínuo de 30 dias, com início e vencimento em dias de expediente normal, excluindo na sua contagem o dia de início e incluindo o dia do vencimento. A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, o que obsta o exame das razões de defesas apresentadas pelo sujeito passivo, exceto quanto à preliminar de intempestividade. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido Fl. 97DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO Processo nº 10680.020444/200798 Acórdão n.º 2101001.265 S2C1T1 Fl. 94 4 O julgador de 1a instância fundamentou sua decisão com base na seguinte argumentação (fls. 62 a 63): No presente caso, temse os seguintes fatos: a o Termo de Intimação de n° 2005/606376390121058 — fls. 30 emitido em 02.04.2007, constou o endereço da Rua Leopoldo Campos Nunes ,716, 401A, que foi informado à Receita Federal do Brasil no dia 26.03.2007 às 11:44:55 horas, conforme documento de fls. 55. b também em 26.03.2007, as 12:03:24 horas, foi entregue uma nova Declaração referente ao exercício de 2007, onde constou o endereço da Rua Desembargador Pedro Licínio, n°500/101 —doc. de fls. 56; c em 23.06.2007 foi retificada a Declaração relativa ao ano calendário de 2005, informando como endereço do contribuinte a Rua Leopoldo Campos Nunes, n° 716/401 A . — doc. de fls. 57 Portanto, na data da emissão da Notificação de lançamento , em 23.07.2007, o endereço constante do banco de dados da Receita Federal do Brasil era o da Rua Leopoldo Campos Nunes, 716,401A. Posto isso, de se considerar correto o encaminhamento que se deu à Notificação porque o endereço nela aposto levou em conta a informação trazida à Fazenda Pública pelo próprio contribuinte. (...) Desta forma, demonstrada a intempestividade da petição, não cabe qualquer exame de mérito. Não obstante, em face das características do processo que contempla matéria de fato e considerando que no processo administrativo tributário vige o princípio da verdade material e diante dos termos contidos na Instrução Normativa RFB n° 1.061, de 2010, o lançamento poderá ser revisto de ofício pela autoridade administrativa. RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 10/11/2010 (fl. 66), o contribuinte apresentou, em 26/11/2010, o recurso de fls. 68 a 88, onde preliminarmente pugna pelo cancelamento do julgado recorrido, que não conheceu de sua impugnação alegando intempestividade, pois a intimação do lançamento se deu em endereço antigo do autuado, conforme informado nos demais ajustes anuais do imposto de renda, e, no mérito, solicita o cancelamento da autuação. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 89, que também trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, contendo ainda a fl. 90, sem numeração, referente ao Despacho de Encaminhamento dos autos do SECOJ/SECEX/CARF para a 1a Câmara da 2a Seção. É o relatório. Fl. 98DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO Processo nº 10680.020444/200798 Acórdão n.º 2101001.265 S2C1T1 Fl. 95 5 Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. A impugnação do lançamento não foi conhecida pelo julgador a quo, que a considerou intempestiva. O recorrente afirma que a notificação do lançamento foi enviada ao seu antigo endereço, situado na Rua Leopoldo Campos Nunes, n° 716/401 A, Belo Horizonte, MG, quando o correto seria na Rua Desembargador Pedro Licínio, n°500/101, na mesma cidade, e que o novo domicílio já havia sido informado à Receita Federal. Uma análise da ação fiscal permite compreender o ocorrido. Em 21/02/2007, foi emitido Termo de Intimação solicitando documentos e esclarecimentos relativos à Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, anocalendário 2004, do sujeito passivo, enviado ao seu novo domicílio (fl. 07), o que demonstra que era esse o endereço constante nos cadastros da Receita Federal naquela data. O contribuinte alega que atendeu aos termos da intimação, e que enviou declaração retificadora para aquele exercício em 26/03/2007. O problema foi que ele se esqueceu de alterar o endereço, mantendo aquele onde residia anteriormente (fls. 8 a 13). O equívoco fica demonstrado quando se percebe que, no mesmo dia, após 20 minutos do envio da retificadora, foi enviada a declaração de ajuste do exercício de 2007, informando o endereço correto (fl. 56). Por algum motivo que não é possível se depreender pelo conteúdo deste processo, apenas a retificadora alterou o endereço cadastral do contribuinte, pois, em 02/04/2007, foi postado novo Termo de Intimação para seu endereço antigo (fl. 30). De acordo com o extrato de fl. 57, o contribuinte efetuou nova retificação da declaração de ajuste do exercício de 2005, em 23/06/2007, novamente com a informação do endereço antigo. Finalmente, em 23/07/2007, foi emitida a notificação de lançamento para o endereço antigo. O julgador de 1a instância considerou que a correspondência foi enviada ao endereço informado pelo próprio contribuinte, devendo este arcar com o ônus da informação incorreta. De fato, para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à Administração Tributária, nos termos do art. 23, §4o, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regulamenta o processo administrativo fiscal. Fl. 99DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO Processo nº 10680.020444/200798 Acórdão n.º 2101001.265 S2C1T1 Fl. 96 6 E o art. 15 do mesmo decreto atribui o prazo de 30 dias para a impugnação, contados da data em que for feita a intimação da exigência, sem oferecer a possibilidade de dilação de prazo pela autoridade tributária. Contudo, creio ser possível atender o pedido do recurso. Primeiro, por que não está claro qual era, de fato, o endereço cadastral do recorrente na época em que foi postada a notificação de lançamento. Não existe nos autos extrato do sistema CPF, ou muito menos do histórico das alterações de endereço. E não convence o argumento de que o domicílio informado na declaração de ajuste é aquele que alimenta a base de dados com informações do contribuinte, uma vez que a declaração enviada por último, em 26/03/2007, trouxe o endereço correto do fiscalizado, e, mesmo assim, a intimação de 02/04/2007 foi enviada para sua antiga residência. E segundo, porque não se pode admitir que uma declaração retificadora altere o endereço cadastral do contribuinte, em especial quando já tiver sido enviada declaração de ajuste de exercício posterior. Com as declarações em meio eletrônico, é natural que se recupere o backup em meio magnético e se alterem apenas os dados que precisam ser retificados, sendo compreensível que se mantenha o domicílio que se habitava no anocalendário a que se referia a declaração retificada. Desta forma, mesmo que se constate que o endereço cadastral, por ocasião da postagem da notificação de lançamento, tenha sido, de fato, alimentado pela declaração retificadora do exercício de 2005, há que se considerar o erro como escusável, e se admitir como endereço correto aquele informado na declaração do exercício de 2007. Tendo sido o lançamento enviado para o domicílio incorreto, há que se considerar o contribuinte como cientificado apenas em 18/12/2007, data em que afirma ter tomado ciência da autuação. Como a impugnação foi protocolada em 20/12/2007, é mister reconhecêla como apresentada tempestivamente. Diante do exposto, voto por considerar a impugnação como tempestiva, e por isso dar provimento ao recurso para anular a decisão de primeira instância, devendose encaminhar os autos para novo julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, agora com a apreciação dos argumentos da impugnação. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 100DF CARF MF Emitido em 11/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/ 09/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/09/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTO
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