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Numero do processo: 35348.001167/2005-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1995 a 31/08/2005
NULIDADE DO LANÇAMENTO.
O lançamento deve discriminar os fatos geradores das contribuições previdenciárias de forma clara e precisa, sob pena de nulidade por vício material.
AUTO-DE-INFRAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. INFRAÇÃO.
É obrigação da empresa exibir à fiscalização todos os documentos relacionados à contribuições previdenciárias. A autuação lavrada no Código de Fundamento Legal 38, caracteriza-se pelo não atendimento à solicitação dos livros e/ou documentos indispensáveis à verificação do regular cumprimento das obrigações previdenciárias. Assim, não pode o contribuinte ser autuado por este Fundamento, com a motivação de ter deixado de cumprir com as formalidades legais na contratação de segurados e por não tê-los incluído em folhas de pagamento, quando da desconsideração de serviços prestados por interposta Pessoa Jurídica.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2302-003.304
Decisão: Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário, porque não há nos autos elementos que comprovem ter o contribuinte infringido os artigos legais capazes de suportar a autuação pela falta de exibição de documentos ou sua apresentação deficiente, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado
Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, André Luís Mársico Lombardi , Leonardo Henrique Pires Lopes, Juliana Campos de Carvalho Cruz.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1995 a 31/08/2005 NULIDADE DO LANÇAMENTO. O lançamento deve discriminar os fatos geradores das contribuições previdenciárias de forma clara e precisa, sob pena de nulidade por vício material. AUTODEINFRAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. INFRAÇÃO. É obrigação da empresa exibir à fiscalização todos os documentos relacionados à contribuições previdenciárias. A autuação lavrada no Código de Fundamento Legal 38, caracterizase pelo não atendimento à solicitação dos livros e/ou documentos indispensáveis à verificação do regular cumprimento das obrigações previdenciárias. Assim, não pode o contribuinte ser autuado por este Fundamento, com a motivação de ter deixado de cumprir com as formalidades legais na contratação de segurados e por não têlos incluído em folhas de pagamento, quando da desconsideração de serviços prestados por interposta Pessoa Jurídica. Recurso Voluntário Provido Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário, porque não há nos autos elementos que comprovem ter o contribuinte infringido os artigos legais capazes de suportar a autuação pela falta de exibição de documentos ou sua apresentação deficiente, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 34 8. 00 11 67 /2 00 5- 64 Fl. 204DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, André Luís Mársico Lombardi , Leonardo Henrique Pires Lopes, Juliana Campos de Carvalho Cruz. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 35348.001167/200564 Acórdão n.º 2302003.304 S2C3T2 Fl. 205 3 Relatório Trata o presente de auto de infração lavrado em desfavor do sujeito passivo acima identificado, em 26/10/2005, em virtude do descumprimento do disposto no artigo 33, parágrafo 2 , da Lei n. 8.212/91, com a multa punitiva aplicada de acordo com o artigo 283, inciso II, letra “j”, do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n. 3.048/99, no período de 01/1995 a 08/2005 De acordo com o relatório fiscal da infração, fls.16/21, ocorreu a despersonalização de pessoas jurídicas que prestavam serviços para a recorrente de forma contínua, para a consecução de sua atividade fim, que não possuíam empregados, sendo que os próprios sócios prestavam os serviços e todas eram optantes do SIMPLES, para considerar as pessoas físicas como empregados da recorrente. Após a impugnação, os autos baixaram em diligência, fls. 56, para que o Fisco elaborasse Relatório Complementar a fim de esclarecer quais os fatos geradores da autuação. Relatório Complementar de fls. 60/61, traz que O auditor fiscal na presente autuação relata que as empresas contratadas existem apenas no papel, não possuem organização própria e que a prestação de serviço é executada pela 'pessoa física e não por pessoa jurídica. O fato caracteriza infração ao art. 33, § 3 0 da Lei n ° 8.212/91, combinado com o art. 233, § único do Decreto n ° 3.048/99. 3 Quando da admissão e contratação de um trabalhador, a empresa está obrigada a uma série de formalidades legais, tais como: o preenchimento e assinatura do • contrato de trabalho, fazendo as devidas anotações na carteira de trabalho; manter registro . do trabalhador em livro ou ficha, informar a Caixa Econômica Federal a Relação Anual de Informações Socais — RAIS, entregar Guia de recolhimento do FGTS e informações a Previdência Social — GFIP mensalmente, emitir recibo de salário e outras formalidades diversas. Os empregados da autuada, laborando em. diversas funções específicas e essenciais, foram demitidos e criaram suas empresas, prestando o mesmo serviço, com as mesmas características de quando eram segurados empregados, emitindo, agora, nota fiscal de serviço. Neste momento, com a aceitação destas supostas empresas, a autuada deixou de atender as formalidades legais..exigidas pela relação de trabalho com estes trabalhadores. A ausência destes trabalhadores, reduz significativamente a folha de pagamento, a RAIS, o FGTS, documentos estes que ficam contendo informação diversa da realidade e, ainda, omitindo informação verdadeira. Deste modo a autuada, sem a inclusão destes segurados empregados na Folha de Pagamento, reduz a carga tributária, Fl. 206DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 objetivo principal desta transformação de segurados empregados em empresários. É notório que a função exercida por estes exempregados continua sendo a mesma como segurados empregados, cujo propósito da autuada, em tese, é burlar a legislação previdenciária. Deste procedimento realizado pela empresa, pela transformação de segurados empregados em empresários, folhas de pagamento em notas fiscais de serviço, a ' autuada deixou de atender formalidades legais exigidas, omitiu informação verdadeira e apresenta informação diversa da realidade, visto que em nenhum momento houve alteração ou mudança nas funções exercidas pelos referidos trabalhadores, inclusive os equipamentos, ferramentas, material de proteção é de propriedade da autuada. Assim, a transformação ocorrida e relatada nas folhas 14 a 19, onde os segurados empregados foram transformados em empresários, causou distorções profundas a partir de 1995, como evidencia os relatórios anexos de 1994 e 1995, do Cadastro Nacional de Informações Sociais — CNIS (totais de vínculos e massa salarial — RAIS). O contribuinte foi cientificado do resultado da diligência, se manifestou e DecisãoNotificação de fls. 71/78, julgou o lançamento procedente Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, amparado em decisão judicial que lhe facultou a interposição sem garantia de instância e reabertura de prazo, alegando em síntese: a) que inexiste penalidade específica para a infração cometida; b) que a multa é aplicada por discricionariedade, não há tipo legal; c) que a fiscalização é incompetente para despersonalizar pessoa jurídica, sendo que somente a Justiça do Trabalho pode caracterizar vínculo de emprego; d) que a obrigação acessória decorre da principal devendo seguir conjuntamente com a NFLD conexa; e) que cabe a relevação da multa aplicada. Por fim, requer o provimento ao recurso interposto. Os autos vieram a julgamento deste Colegiado, fls. 174/175, que converteu o julgamento em diligência para que a unidade descentralizada da Receita Federal do Brasil apensasse a este auto de infração, a Notificação Fiscal conexa ou caso a referida NFLD já tivesse sido quitada ou parcelada, ou já estivesse inscrita em Dívida Ativa, deveria ser colacionada tal informação aos presentes autos. A unidade da Receita Federal manifestouse às fls. 180, informando que os autos da NFLD estariam no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Os autos retornaram ao Colegiado, que novamente converteu o julgamento em diligência, fls. 181/182, para que o contribuinte fosse cientificado do resultado da diligência. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 35348.001167/200564 Acórdão n.º 2302003.304 S2C3T2 Fl. 206 5 Após a cientificação, o recorrente se manifestou para informar que a NFLD consubstanciada no processo 35348.001168/200517, foi julgada parcialmente procedente pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF, o que deve ser observado no julgamento deste auto de infração. É o relatório. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora O recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade frente à tempestividade, devendo ser conhecido e examinado. Primeiramente, informo à recorrente que em consulta ao sítio do CARF é possível ver que, com efeito, a NFLD relativa à obrigação principal quanto à desconsideração de serviços prestados por interpostas pessoas jurídicas foi julgada parcialmente procedente, mas apenas para considerar excluído do lançamento o período decadente, com fulcro no disposto pelo artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Quanto ao mérito, o lançamento foi considerado procedente, Acórdão n.º 230201.124, de 08/06/2011. De acordo com o esposado naquele decisório e os por todos os dados constantes do relatório fiscal deste processo é possível aferir que os serviços foram prestados por empresas interpostas na contratação formal de mão de obra, servindo para a recorrente se elidir do pagamento da cota patronal da contribuição previdenciária. A capacidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil em desconsiderar contratos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo é muito clara na leitura da legislação previdenciária em conjunto com o Código Tributário Nacional CTN. Vejamos o disposto no parágrafo único do artigo 116 do CTN: Art. 116. (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Pela leitura do artigo 33 da Lei n.º 8.212/91 e do parágrafo 2º do artigo 229 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, também fica claro que o Auditor Fiscal da Previdência Social pode desconsiderar o contrato pactuado, quando o segurado preencher as condições referidas no inciso I do caput do art. 9º do Decreto. LEI N.º 8.212/91 Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. DECRETO N.º 3.048/99 Fl. 209DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 35348.001167/200564 Acórdão n.º 2302003.304 S2C3T2 Fl. 207 7 Art. 229. (...) § 2º Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado (grifei). O referido art. 9º traz o rol de segurados obrigatórios da Previdência Social. No inciso I estão as situações de enquadramento dos segurados empregados, sendo que a relação pactuada nos contratos desconsiderados nessa notificação pode ser observada na alínea "a" (idêntica redação do art. 12, inciso I, alínea "a", da Lei n.º 8.212/91): Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: I como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; No mesmo sentido, também o Tribunal Regional Federal da 4ª Região já vinha decidindo, não deixando dúvidas quanto a essa possibilidade: PREVIDENCIÁRIO. NOTIFICAÇÃO. RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS. 1 A competência da Justiça do Trabalho não exclui a das autoridades que exerçam funções delegadas para exercer a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção do trabalho, entre as quais se incluem o direito à previdência social. 2 No exercício de suas funções, o fiscal pode tirar conclusões diferentes das adotadas pelo contribuinte, sob pena de se consagrar a sonegação. Exigese, contudo, que a decisão decorrente da fiscalização seja fundamentada, quer para que não se ofenda ao princípio da legalidade, ou para que o contribuinte possa exercer o seu direito de defesa. 3 Apelação a que se nega provimento. (AMS n.º 89.04.079543PR, Ac. TRF 400003018, de 20/02/92, 1ª Turma, Rel. Juiz Hadad Viana, DJ de 18/03/92, pág. 5937). A desconsideração da empresa prestadora de serviços, decorreu da realidade fática encontrada pela fiscalização, qual seja, a existência de relação de emprego entre as pessoas físicas e a empresa ora notificada. E, diante de tal situação, a fiscalização previdenciária tem o poderdever de perquirir acerca da real natureza da relação de trabalho para fins de cobrança da contribuição previdenciária devida. Este é também o entendimento do Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região: Fl. 210DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. EQUÍVOCO NA INDICAÇÃO DA DECISÃO RESCINDENDA. PRELIMINAR SUPERADA. OBJETO DA AÇÃO ORIGINÁRIA: ANULAÇÃO DE NOTIFICAÇÃO FISCAL EM RAZÃO DA INCOMPETÊNCIA DO INSS PARA CARACTERIZAR RELAÇÃO DE EMPREGO. FUNDAMENTO DA SENTENÇA E DO ACÓRDÃO (RESCINDENDO) DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO: INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO "AUTÔNOMOS E ADMINISTRADORES" (ART. 3O, DA LEI N.º 7.787/89). CARACTERIZAÇÃO DE ERRO DE FATO (ART. 485, IX, DO CPC). DESCONSTITUIÇÃO DA DECISÃO RESCINDENDA E NOVO JULGAMENTO. DETENÇÃO PELO INSS DE PODERES PARA RECONHECER RELAÇÃO DE EMPREGO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. RELAÇÃO DE EMPREGO CARACTERIZADA. INEXISTÊNCIA DE PROVA ACERCA DA CONDIÇÃO DE TRABALHADOR AUTÔNOMO, A INFIRMAR A AUTUAÇÃO FISCAL. PROCEDÊNCIA. ... 6 .A FISCALIZAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL DETÉM PODERES PARA PERQUIRIR ACERCA DA NATUREZA DA RELAÇÃO DE TRABALHO QUE VINCULA DUAS OU MAIS PESSOAS, PARA FINS DE COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DEVIDA, CONFORME SEJA O CASO. A ATUAÇÃO INVESTIGATIVA DOS FISCAIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ESTÁ VOLTADA AO CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA, À PERFECTIBILIDADE DE EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS. O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA, PARA ESSA FINALIDADE ESPECÍFICA, NÃO TRANSBORDA PARA ALCANÇAR A GERAÇÃO DE EFEITOS TRABALHISTAS, DA MESMA FORMA QUE NÃO PODE FICAR ATRELADO AOS RESULTADOS QUE DECORRERIAM DE EVENTUAL CONTENDA NA JUSTIÇA ESPECIALIZADA, ALTERCAÇÃO ESTA CUJO AJUIZAMENTO FICA NA DEPENDÊNCIA DA VONTADE DO EMPREGADO. A IDENTIFICAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO, NA VIA ADMINISTRATIVA, CONSTITUI UMA FASE PRÉVIA E INDISPENSÁVEL AO LANÇAMENTO DO TRIBUTO PELO AGENTE ARRECADADOR. 7 .HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE SE, DA REALIDADE FÁTICA, EMERGE CARACTERIZADA A RELAÇÃO DE EMPREGO, NÃO HÁ COMO DEIXAR DE SE RECONHECER OS EFEITOS QUE DELA DECORREM PELO FATO DE NÃO ESTAR, A RELAÇÃO EMPREGATÍCIA, DOCUMENTALMENTE REGISTRADA COM ESSA CONFIGURAÇÃO. 8 .DEMONSTRADA A RELAÇÃO DE EMPREGO, PELAS PROVAS COLIGIDAS AOS AUTOS, NÃO INFIRMADAS PELA PARTE RÉ. 9 .PROCEDÊNCIA DO JUDICIUM RESCISSORIUM. Fl. 211DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 35348.001167/200564 Acórdão n.º 2302003.304 S2C3T2 Fl. 208 9 (AR 2675 PE, Ac. TRF 500066668, Pleno, dec. unân. De 25/09/2002, DJ de 02/12/2002, pág. 575, Rel. Des. Fed. Francisco Cavalcanti). Impossível negarse a existência de "prejuízo" para a Previdência Social, advindo com a prestação de serviços nos moldes em que feitos, já que não recolhimento de contribuições previdenciárias na relação havida entre duas pessoas jurídicas. Também, o Tribunal Superior do Trabalho já se pronunciou pela ilegalidade da contratação de trabalhadores por empresa interposta, formandose o vínculo diretamente com o tomador, quando existente a pessoalidade e subordinação, como no presente caso. Enunciado do TST Nº 331 Contrato de prestação de serviços. Legalidade Revisão do Enunciado nº 256 O inciso IV foi alterado pela Res. 96/2000 DJ 18.09.2000 I A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formandose o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6019, de 3.1.74). Reiteramos que a desconsideração da pessoa jurídica não está declarando nula a personificação, mas quer dizer que a mesma é ineficaz para a prática de determinados atos como a prestação de serviços que se evidenciou na recorrente. Entretanto, apesar de estar correto o levantamento do crédito previdenciário relativo à obrigação principal, este auto de infração lavrado pelo descumprimento de obrigação acessória padece de vício material, porquanto não restou evidenciado pelo Fisco qual foi a infração cometida à legislação, mais precisamente aos parágrafos 2º e 3º, do artigo 33 da Lei n.º 8.212/91, para se subsumir à autuação e aplicação da multa punitiva. Traz o referido preceito legal: Lei 8.212/91 Art. 33 § 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade Fl. 212DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 10 cabível, lançar de ofício a importância devida.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Não está explicitado no Relatório Fiscal de fls. 16/21, tampouco no Relatório Complementar às fls. 60/61, quais os livros ou documentos que não foram exibidos à fiscalização. Também não foi dito qual documento ou informação o recorrente se recusou ou sonegou a sua entrega, ou mesmo apresentou de forma deficiente. A explanação feita pelo Auditor Fiscal autuante quanto à despersonificação das pessoas jurídicas que prestavam serviços na atividade fim da recorrente com todas as características de segurados empregados, apesar de contundente e robusta para manter o crédito relativo à obrigação principal, não se presta para sustentar esta autuação lavrada no Código de Fundamento Legal 38, caracterizase pelo não atendimento à solicitação dos livros e/ou documentos indispensáveis à verificação do regular cumprimento das obrigações previdenciárias. No caso em questão, não cabe a alegação feita pelo Fisco de que o contribuinte deveria ter inserido em sua folha de pagamento os segurados tidos como empregados devido à desconsideração das pessoas jurídicas, bem como ter efetuado todos os registros competentes, porque aqui estamos tratando de reenquadramento de segurados numa condição considerada pelo Fisco, mas não reconhecida pela recorrente. Assim como não cabe autuação por não inscrição de segurado empregado considerado pela empresa em outra situação, também não pode o contribuinte ser autuado nos moldes como exposto no Relatório Complementar, por ter deixado a empresa de cumprir com as formalidades legais na contratação de segurados e por não têlos incluído em folhas de pagamento, uma vez que os mesmos eram tidos como empresários titulares de firmas. A situação fática encontrada pelo Fisco o autorizou, de acordo com a competência legal já referida em parágrafos anteriores, a levantar o débito das contribuições previdenciárias advindas da prestação de serviço através de interpostas pessoas jurídicas, mas por outro lado, não lhe confere poderes para autuar a empresa por um reenquadramento na condição do segurado prestador de serviço, que era entendido pelo contribuinte como pessoa jurídica. Portanto, não há nos autos elementos que comprovem ter o contribuinte infringido os artigos legais capazes de suportar a autuação pela falta de exibição de documentos ou sua apresentação deficiente. Pelo exposto, Voto pelo provimento do recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 213DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 35348.001167/200564 Acórdão n.º 2302003.304 S2C3T2 Fl. 209 11 Fl. 214DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 28/08/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI
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Numero do processo: 10935.902371/2012-82
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 13/09/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.527
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 13/09/2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de PIS/PASEP que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 13/09/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 23 71 /2 01 2- 82 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.677, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 01/08/2012, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 13666.08526.260207.1.2.042377, rastreamento nº 029223962, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 1.370,44, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 8109), do período de 31/08/2002, efetuado em 13/09/2002, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 13/08/2012, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 13/09/2002 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902371/201282 Acórdão n.º 3802002.527 S3TE02 Fl. 122 3 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: Fl. 64DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902371/201282 Acórdão n.º 3802002.527 S3TE02 Fl. 123 5 VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902371/201282 Acórdão n.º 3802002.527 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 68DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10580.722190/2008-55
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
REVISÃO DE OFÍCIO NÃO CONSUMADA. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE OU DECADÊNCIA
Rejeita-se a alegação de nulidade e/ou decadência de lançamento em decorrência de revisão de ofício quando esta não se consumou, permanecendo a autuação em suas feições originais.
RRA EM VIRTUDE DE LEI ESTADUAL. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE.
Quando os rendimentos recebidos acumuladamente decorrem de lei ordinária estadual, e não de decisão judicial, inaplicável o entendimento do STJ consubstanciado no julgamento do REsp nº 1.118.429, sob o rito do art. 543-C do CPC.
ILEGITIMIDADE DA UNIÃO. ART. 157, I, DA CF/88. IMPROCEDÊNCIA.
O art. 157, I da CF/88 trata de tema de direito financeiro, não afetando a competência exclusiva da União para legislar sobre o imposto de renda, inclusive quanto às respectivas hipóteses de isenção.
PARCELAS DECORRENTES DE DIFERENÇAS NA CONVERSÃO EM URV. MAGISTRADOS. BAHIA. NATUREZA REMUNERATÓRIA. PRECEDENTES STJ.
O pagamento extemporâneo de diferenças advindas da conversão em URV a magistrados do Estado da Bahia não confere a essas parcelas natureza indenizatória. Precedentes reiterados, nesse sentido, do STJ.
JUROS DE MORA. ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Não estando contemplados os juros moratórios com o benefício de isenção, incide o imposto de renda sobre verbas recebidas a esse título.
VIOLAÇÃO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SÚMULA CARF Nº 2.
Carece o colegiado de competência para apreciar alegação de violação ao princípio constitucional da isonomia, conforme Súmula CARF nº 2.
Ademais, a Resolução nº 245 do STF é pertinente ao abono variável concedido aos membros da magistratura federal, regrando situação sem identidade com a motivadora da irresignação da contribuinte.
MULTA DE OFÍCIO. DESCABIMENTO. ERRO ESCUSÁVEL INDUZIDO PELA. FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73.
Não cabe a aplicação da multa de ofício de 75% na hipótese de erro escusável, decorrente das informações equivocadas disponibilizadas pela fonte pagadora. Aplicação da Súmula CARF nº 73.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2802-003.042
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente da Turma), Jaci de Assis Júnior, German Alejandro San Martín Fernández, Ronnie Soares Anderson, Julianna Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello.
Nome do relator: Ronnie Soares Anderson
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INEXISTÊNCIA DE NULIDADE OU DECADÊNCIA Rejeitase a alegação de nulidade e/ou decadência de lançamento em decorrência de revisão de ofício quando esta não se consumou, permanecendo a autuação em suas feições originais. RRA EM VIRTUDE DE LEI ESTADUAL. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Quando os rendimentos recebidos acumuladamente decorrem de lei ordinária estadual, e não de decisão judicial, inaplicável o entendimento do STJ consubstanciado no julgamento do REsp nº 1.118.429, sob o rito do art. 543 C do CPC. ILEGITIMIDADE DA UNIÃO. ART. 157, I, DA CF/88. IMPROCEDÊNCIA. O art. 157, I da CF/88 trata de tema de direito financeiro, não afetando a competência exclusiva da União para legislar sobre o imposto de renda, inclusive quanto às respectivas hipóteses de isenção. PARCELAS DECORRENTES DE DIFERENÇAS NA CONVERSÃO EM URV. MAGISTRADOS. BAHIA. NATUREZA REMUNERATÓRIA. PRECEDENTES STJ. O pagamento extemporâneo de diferenças advindas da conversão em URV a magistrados do Estado da Bahia não confere a essas parcelas natureza indenizatória. Precedentes reiterados, nesse sentido, do STJ. JUROS DE MORA. ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não estando contemplados os juros moratórios com o benefício de isenção, incide o imposto de renda sobre verbas recebidas a esse título. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 21 90 /2 00 8- 55 Fl. 191DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 VIOLAÇÃO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SÚMULA CARF Nº 2. Carece o colegiado de competência para apreciar alegação de violação ao princípio constitucional da isonomia, conforme Súmula CARF nº 2. Ademais, a Resolução nº 245 do STF é pertinente ao abono variável concedido aos membros da magistratura federal, regrando situação sem identidade com a motivadora da irresignação da contribuinte. MULTA DE OFÍCIO. DESCABIMENTO. ERRO ESCUSÁVEL INDUZIDO PELA. FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73. Não cabe a aplicação da multa de ofício de 75% na hipótese de erro escusável, decorrente das informações equivocadas disponibilizadas pela fonte pagadora. Aplicação da Súmula CARF nº 73. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente da Turma), Jaci de Assis Júnior, German Alejandro San Martín Fernández, Ronnie Soares Anderson, Julianna Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador (BA) – DRJ/SDR, que julgou parcialmente procedente Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) exigindo crédito tributário no valor total de R$ 172.466,11, relativo aos anoscalendário 2004, 2005 e 2006. Por bem resumir os fatos, peço vênia para reproduzir o relatório do acórdão recorrido: Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722190/200855 Acórdão n.º 2802003.042 S2TE02 Fl. 192 3 As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: a) não classificou indevidamente os rendimentos recebidos a título de URV, pois o enquadramento de tais rendimentos como isentos de imposto de renda encontrase em perfeita consonância com a legislação instituidora de tal verba indenizatória; b) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membro do magistrados estaduais; c) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer no art. 5º da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; d) independentemente da controvérsia quanto à competência ou não do Estado da Bahia para regular matéria reservada à Lei Federal, o valor recebido a título de URV tem a natureza indenizatória. Neste sentido já se pronunciou o Supremo Tribunal Federal, o Presidente do Conselho da Justiça Federal, Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, Poder Judiciário de Rondônia, Ministério Publico do Estado do Maranhão, bem como, ilustres doutrinadores; e) caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; f) ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; g) mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boafé, seguindo orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV; h) o Ministério da Fazenda, em resposta à Consulta Administrativa feita pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, também, teria manifestadose pela inaplicabilidade da multa de ofício, em razão da flagrante boafé dos autuados, ratificando o entendimento já fixado pelo AdvogadoGeral da União, através da Nota AGU/AV 12/2007. Na referida resposta, o Ministério da Fazenda reconhece o efeito vinculante do comando exarado pelo Advogado Geral da União perante à PGFN e a RFB. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Foi determinada diligência fiscal para que o órgão de origem adotasse as medidas cabíveis para ajustar o lançamento fiscal ao Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009, de 12 de fevereiro de 2009, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que, em razão de jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça, concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexistisse outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visassem obter a declaração de que, no cálculo do imposto renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, deveriam ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global. Após esclarecer que a diligência fiscal ficou prejudicada com a edição do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.331/2010, de 26 de outubro de 2010, que concluiu pela suspensão das medidas propostas pelo Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009 até que a questão seja apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, a instância recorrida proferiu acórdão assim ementado: DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos Magistrados do Estado da Bahia, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Anotese que foi dado parcial provimento à impugnação, tendo sido expurgados do crédito tributário R$ 8.675,61 e respectivos acréscimos legais, relativos a parcelas dos valores recebidos a título de URV que tinham sido indevidamente tributadas, por referiremse à correção incidente sobre férias indenizadas e 13º salário, verbas respectivamente isentas e sujeitas à tributação exclusiva. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 5/4/2011, repisando os argumentos aduzidos quando da impugnação, alegando, ainda: a nulidade do auto de infração, dado que o cálculo do imposto de renda deveria ser sido feito com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias da percepção dos rendimentos, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça; a não incidência do imposto sobre os juros moratórios, dada a sua natureza indenizatória; violação ao princípio constitucional da isonomia, pois como não houve tributação das indenizações paga aos magistrados federais sobre verbas pagas a título de URV, tampouco poderiam os membros da magistratura estadual sofrer o gravame. O processo foi sobrestado nos termos da Resolução nº 2201000.138, exarada pela 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF em sessão de julgamento realizada no dia 23/1/2013 (fls. 185/189). Foi decidido então que o caso versava sobre matéria acerca da qual havia repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, a saber, rendimentos recebidos acumuladamente por pessoa física e constitucionalidade do art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, aplicandose, por conseguinte, os §§ 1º e 2º do art. 62A do Regimento Interno do CARF (RICARF). Fl. 194DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722190/200855 Acórdão n.º 2802003.042 S2TE02 Fl. 193 5 Com a revogação desses parágrafos pela Portaria Ministério da Fazenda nº 545, de 18 de novembro de 2013, sem respaldo quedou o sobrestamento do feito, que foi redistribuído em 15/5/2014 a este Conselheiro para apreciação, o que passo a realizar. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Nulidade do procedimento e decadência. Entende o recorrente estar o lançamento eivado de nulidade, pois a fiscalização teria realizado novo lançamento sem antes ver extinto o anterior, ajustando os cálculos segundo novos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no Parecer PGFN/CRJ/nº 287, de 12 de fevereiro de 2009, aprovado pelo Despacho do Ministério da Fazenda S/N, de 11 de maio de 2009, em desrespeito aos ditames do art. 146 do CTN. Pelo menos, deveria ter sido declarada a decadência parcial do novo lançamento referido ao ano de 2014, a teor do art. 150, § 4º do CTN, pois o novo lançamento somente foi efetuado em 2010. Não merece prosperar o questionamento levantado, pois com a posterior suspensão dos efeitos do Ato Declaratório PGFN nº 1//2009 pelo Parecer PGFN nº 2.331, de 26 de outubro de 2010, prejudicada ficou a mencionada revisão de ofício, desistindo a instância a quo de sua realização. Permaneceu o lançamento, portanto, dentro de suas feições originais e assim foi submetido a julgamento, não havendo que se falar, por conseguinte, em nulidade ou decadência na espécie. Nulidade pela forma inadequada de apuração do imposto. O contribuinte defende a nulidade do lançamento, por ter este apurado de forma inadequada a base de cálculo do imposto, a qual, a seu ver, deveria ter sido feita com suporte nas tabelas e alíquotas próprias da percepção dos rendimentos, citando, nesse sentido, acórdãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O exame dos precedentes desse sodalício a respeito da matéria revela que a jurisprudência que restou consolidada sob o procedimento do art. 543C do CPC no julgamento, pela Primeira Seção, do REsp nº 1.118.429/SP (Relator Min. Herman Benjamin, DJe de 14/5/2010), se refere, de maneira uníssona, a rendimentos recebidos acumuladamente em decorrência de decisão judicial. Trago, a título de ilustração, ementa do REsp nº 852.333/RS, julgado em 18/3/2008, que assim explicita: TRIBUTÁRIO. FORMA DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA INCIDENTE SOBRE OS RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM VIRTUDE DE DECISÃO JUDICIAL. 1. Este Superior Tribunal de Justiça consolidou a jurisprudência no sentido de que, no cálculo do Imposto de Fl. 195DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 Renda incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente em virtude de decisão judicial, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos. 2. Recurso especial desprovido. (STJ, REsp nº 852333/RS, 2ª Turma, Relator Ministro Carlos Fernando Mathias, p.DJe 4/4/2008) (grifei) No caso concreto, a percepção dos rendimentos sujeitos à autuação teve como fonte direta, não decisão do poder judicante, mas sim a Lei Ordinária Estadual nº 8.730, de 8 de setembro de 2003, mais precisamente o seu artigo 4º: Art. 4º As diferenças decorrentes do erro na conversão da remuneração de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor URV, objeto das Ações Ordinárias nos. 613 e 614, julgadas procedentes pelo Supremo Tribunal Federal, serão apuradas, mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de julho de 2001, e o montante correspondente a cada Magistrado será dividido em 36 parcelas iguais, para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Resta assim inadequada a referência à precitada jurisprudência, e escorreito nesse aspecto o lançamento pautado no art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Da ilegitimidade da União. Sem razão o contribuinte. A União detém competência exclusiva para legislar sobre o imposto de renda, inclusive no que tange à amplitude de incidência e hipóteses de isenção do tributo, por força do art. 153, III da Constituição Federal de 1988 (CF), c/c os arts. 7º, caput e 6º, parágrafo único, do CTN. O art. 157, I da CF, invocado pelo autuado para defender a tese da ilegitimidade da União no caso em análise, traduz disposição que trata de matéria diversa, a repartição das receitas tributárias, na sua essência, tema afeto ao direito financeiro. A rigor, apenas limitada faceta da capacidade tributária ativa da União foi delegada ao ente político diverso, qual seja, a atribuição de arrecadar o imposto por meio de retenção na fonte sobre as remunerações pagas aos seus servidores. Não havendo sido retido o tributo pelo ente federativo ao qual competia tal feito, seja por que razão, exsurge de plano a competência da União para exigir o imposto da pessoa física que auferiu os rendimentos, caso esta não os tenha recolhido em conformidade com a legislação. Calha lembrar, nessa senda, o teor da Súmula CARF nº 12: Súmula CARF nº 12: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. Da natureza das parcelas recebidas a título de URV. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722190/200855 Acórdão n.º 2802003.042 S2TE02 Fl. 194 7 Acolho o entendimento de que a recomposição de diferenças remuneratórias, decorrentes da conversão de índices acontecida quando do advento do Plano Real, não adquire feição indenizatória pelo mero transcurso de tempo para o seu adimplemento. Pelo contrário, sendo as parcelas oriundas de erro na conversão de índices utilizados para o cálculo de reajustes salariais, seu pagamento, ainda que a destempo, é fato gerador do imposto de renda, adequandose a situação ao previsto no inciso I do art. 43 do CTN. Vicejam precedentes nesse sentido, aliás, no âmbito do STJ, dos quais trago a seguinte ilustração: TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. PARCELAS RECEBIDAS ADMINISTRATIVAMENTE COM ATRASO. ÍNDICE DE 11,98%, URV. VERBA REMUNERATÓRIA . INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESOLUÇÃO 245 STF. INAPLICABILIDADE. 1. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que os valores recebidos pelos servidores públicos, oriundos de pagamento de diferença da URV, não têm natureza indenizatória, mas sim salarial, pois incorporamse ao seu patrimônio, constituindose, assim, em fato gerador da incidência do Imposto de Renda, nos moldes do art. 43 do CTN. 2. A Resolução Administrativa 245 do Supremo Tribunal Federal é inaplicável ao caso. A mencionada norma faz referência ao abono variável concedido aos magistrados pela Lei 9.655/1998, e não à parcela correspondente aos 11,98% em favor dos servidores públicos estaduais. 3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no RMS nº 27.614/RS, 2ª Turma do STJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe 13/3/2009). Vale observar, por fim, que o art. 5º da Lei Estadual nº 8.730/2003, ao gizar que “são de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 4º desta Lei, a saber, as diferenças decorrentes de conversão de remuneração para URV”, veiculou prescrição que em nada interfere na incidência do imposto de renda sobre tais verbas. Como bem regra o § 4º da Lei nº 7.713/88, a tributação independe da denominação dos rendimentos, bastando que o benefício para o contribuinte se consubstancie em acréscimo patrimonial. Dos Juros de Mora A nãoincidência do imposto de renda sobre os juros de mora legais foi matéria decidida pela 1ª Seção do STJ, em sede de recursos repetitivos no REsp nº 1.227.133, porém tãosomente para os casos em que a verba principal possui natureza trabalhista, o que restou esclarecido no julgamento dos respectivos embargos: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MATERIAL NA EMENTA DO ACÓRDÃO EMBARGADO. Havendo erro material na ementa do acórdão embargado, devese acolher os declaratórios nessa parte, para que aquela Fl. 197DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 melhor reflita o entendimento prevalente, bem como o objeto específico do recurso especial, passando a ter a seguinte redação : "RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. VERBAS TRABALHISTAS. NÃO INCIDÊNCIA OU ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Recurso especial, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, improvido." Embargos de declaração acolhidos parcialmente. (REsp nº 1.227.133/RS, 1ª Seção do STJ, Relator Ministro Cesar Asfor Rocha, DJe 2/2/2011 Para as demais situações, convém frisar, não houve apreciação do tema sob o prisma do rito do art. 543C do CPC. A 1ª Seção do STJ, no entanto, aprofundou o tratamento do assunto no posterior julgamento do REsp nº 1.089.720/RS, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques (DJe de 28/11/2012), conforme exegese acerca da qual, ainda que não submetida ao rito dos recursos repetitivas, cabe fazer a devida referência por representar o posicionamento consolidado desse Superior Tribunal sobre a questão. Segundo esse entendimento, a regra geral é a incidência do imposto de renda sobre os juros de mora, com esteio no art. 16, caput e parágrafo único da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, havendo somente duas exceções: exceção 1 os juros de mora, no contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho (perda de emprego), gozam de isenção de imposto de renda, ainda que a verba principal não seja isenta (tese já pacificada no REsp nº 1.227.133, acima referido); exceção 2 – os juros de mora incidentes sobre verba principal isenta ou não tributável são correspondentemente isentos do imposto de renda, em conformidade com a regra de que o acessório segue o principal. Exsurge de plano a inadequação da caso concreto às duas exceções ao norte referidas, ensejando, assim, a tributação dos juros de mora percebidos pelo contribuinte. Não bastassem tais considerações, notese que, mesmo se admitindo, consoante a jurisprudência prevalecente, que os juros moratórios têm natureza indenizatória, não constituem eles, na situação em comento, em ressarcimento de qualquer espécie de dano emergente ocorrido, ou na recomposição de um status quo dantes detido. A realidade que se faz conhecer, ao cabo, é que da percepção dos juros em tela resulta efetivo acréscimo patrimonial em favor do contribuinte, incidindo sobre aquele, à míngua de benefício isentivo, o imposto de renda, com esteio no art. 43 do Código Tributário Nacional, nos §§ 1º e 4º do art. 3º da Lei nº 7.713/88, e no inciso XIV do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99): Fl. 198DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722190/200855 Acórdão n.º 2802003.042 S2TE02 Fl. 195 9 Art.55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, §4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, §2º, inciso IV, e 70, §3º, inciso I): (...) XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis; Da violação ao princípio constitucional da isonomia. A alegação de violação ao princípio constitucional da isonomia – art. 150, II, da CF é matéria acerca da qual carece competência a este colegiado para apreciar, nos termos da Súmula CARF nº 2, c/c o art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ademais, vale transcrever a seguinte passagem do acórdão de nº 2802 002.778 desta Turma Especial, de 19 de março de 2014, o qual passa, com a devida vênia, a integrar a presente fundamentação: (...) para o caso concreto é relevante citar que tratase de pagamento de verba prevista em Lei Estadual, in casu a Lei Ordinária Estadual n° 8730, a qual o Recorrente tenta equivaler à verba paga aos magistrados federais e estendida aos Procuradores da República. Sendo certo que esse abono pago à magistratura federal foi objeto de Resolução administrativa nº 245/2002 do Supremo Tribunal Federal e que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional curvouse ao entendimento do STF, este manifestado em expediente administrativo interna corporis, e passou a tratar essa verba como isenta. Destaco que a verba objeto da Resolução STF nº 245/2005 foi o abono previsto no art. 6° da Lei n° 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2° da Lei n° 10.474, de 2002. Este abono alcançou unicamente a Magistratura Federal, cuja Lei que o criou estabelece que: “Art. 6º Aos membros do Poder Judiciário é concedido um abono variável, com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 1998 e até a data da promulgação da Emenda Constitucional que altera o inciso V do art. 93 da Constituição, correspondente à diferença entre a remuneração mensal atual de cada magistrado e o valor do subsídio que for fixado quando em vigor a referida Emenda Constitucional.” Ao passo que os arts. 4º e 5º da Lei Ordinária Estadual n° 8730, dispõe: “Art. 4º As diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor URV, objeto das Ações Ordinárias de nº 613 e 614, julgadas procedentes pelo supremo Tribunal Federal, serão apuradas mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001, e o montante correspondente a cada Magistrado será dividido em 36 parcelas iguais e consecutivas para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 10 Art. 5º São de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta Lei.” Com a devida vênia, não vislumbro identidade nas verbas de que tratam os atos normativos federais e o que veicula a lei ordinária do Estado da Bahia ora examinada. A legislação federal demonstra apenas que o subsídio conhecido como “abono variável” foi criado com a finalidade de se atribuir aos membros do Poder Judiciário uma espécie de verba retroativa que corrigia as eventuais diferenças de escalonamento salarial. Já a verba percebida pelo Recorrente, na análise dos elementos constantes dos autos, se traduz em recomposição de natureza salarial, ainda que paga extemporaneamente, sendo certo que para fins de Imposto de Renda vige o princípio de impossibilidade de concessão de isenções heterônomas, razão pela qual é irrelevante, para fins da definição da natureza do rendimento, a classificação que lhe dá a sua fonte pagadora. Da Multa de Ofício No que se refere à incidência da multa de ofício, considero plausível a alegação do autuado de que incorreu em erro escusável ao classificar os rendimentos em questão como isentos e não tributáveis, dado o teor das informações que lhe foram disponibilizadas pela fonte pagadora. Nesse toada, afasto o gravame aplicando o entendimento constante na Súmula CARF nº 73, c/c o art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 73: Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. Ressaltese, por oportuno, que a exclusão da multa de ofício não implica na exigência substitutiva da multa de mora, eis que ambas possuem o caráter de penalidade, e neste voto se reconhece que o contribuinte agiu de boa fé, não podendo lhe ser imputado nenhum ilícito que merece tal imposição, na exata medida em que não se reconhece no crédito tributário natureza de pena. Ante o exposto, voto pela rejeição das preliminares suscitadas, e, no mérito, no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, excluindo do lançamento contestado a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento), sem o restabelecimento da multa de mora. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 200DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 10325.001096/2003-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003
NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OFENSA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO.
As normas que regem o processo administrativo fiscal concedem ao contribuinte o direito de ver apreciada toda a matéria litigiosa em duas instâncias. Supressão de instância é fato caracterizador do cerceamento do direito de defesa. Nula é a decisão que não enfrenta o mérito do processo, deixando de efetuar análise sobre o pedido de ressarcimento que dá base para a compensação do crédito utilizado nas compensações e da qual pode vir a ser concluído pela existência de crédito remanescente.
Recurso Voluntário Provido. Aguardando Nova Decisão.
Numero da decisão: 3402-002.413
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular a decisão da DRJ, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
João Carlos Cassuli Junior - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO DEÇA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausente, justificadamente, a conselheira NAYRA BASTOS MANATTA.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OFENSA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. As normas que regem o processo administrativo fiscal concedem ao contribuinte o direito de ver apreciada toda a matéria litigiosa em duas instâncias. Supressão de instância é fato caracterizador do cerceamento do direito de defesa. Nula é a decisão que não enfrenta o mérito do processo, deixando de efetuar análise sobre o pedido de ressarcimento que dá base para a compensação do crédito utilizado nas compensações e da qual pode vir a ser concluído pela existência de crédito remanescente. Recurso Voluntário Provido. Aguardando Nova Decisão.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular a decisão da DRJ, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO DEÇA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausente, justificadamente, a conselheira NAYRA BASTOS MANATTA.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1911; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 862 1 861 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10325.001096/200375 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402002.413 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de julho de 2014 Matéria PIS/Pasep Recorrente LAMINIT S/A LÂMINAS E COMPENSADOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OFENSA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. As normas que regem o processo administrativo fiscal concedem ao contribuinte o direito de ver apreciada toda a matéria litigiosa em duas instâncias. Supressão de instância é fato caracterizador do cerceamento do direito de defesa. Nula é a decisão que não enfrenta o mérito do processo, deixando de efetuar análise sobre o pedido de ressarcimento que dá base para a compensação do crédito utilizado nas compensações e da qual pode vir a ser concluído pela existência de crédito remanescente. Recurso Voluntário Provido. Aguardando Nova Decisão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular a decisão da DRJ, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho– Presidente Substituto (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 5. 00 10 96 /2 00 3- 75 Fl. 863DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D’EÇA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausente, justificadamente, a conselheira NAYRA BASTOS MANATTA. Fl. 864DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 863 3 Relatório Trata o processo de Pedido de Ressarcimento de créditos referente ao “PIS/Pasep NãoCumulativo – Exportação”, referente ao 1° trimestre de 2003, ao qual foram vinculadas declarações de compensação, que veio a ser indeferido pelo Despacho Decisório de autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Imperatriz – MA. A glosa, conforme o citado despacho decisório deveuse a inclusão indevida de determinadas rubricas na apuração do direito creditório, as quais, por sua vez, ensejaram valor creditório maior do que o permitido, ou ainda, por não ter sido comprovadas, não dariam direito ao crédito, quais sejam: parte dos bens utilizados como insumos, referente a combustíveis, e ainda outros valores incluídos na linha 02, ficha 04 da DACON, que não encontravam correspondência na escrituração do sujeito passivo; o total das despesas financeiras declaradas, em virtude de não haverem registros, na escrituração, de contas de empréstimo e financiamento; valores referentes à amortização de variação monetária passiva, declarados como encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado, o que, segundo a compreensão da autoridade, não incidiriam sobre estes bens; de outros valores declarados na linha 13 da ficha 04 da DACON, visto não haver encontrado na escrituração e nos livros apresentados a identificação dos registros de lançamento. Ao final, a Autoridade Fiscal reconheceu o direito de crédito no montante de R$12.591,80 (doze mil, quinhentos e noventa e um reais e oitenta centavos), homologando as compensações até o seu limite e indeferindo o pedido representado pelo PER 30735.58.441.210207.1.088005. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificada do Despacho Decisório o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, cujos fundamentos, por bem resumidos pela da DRJ/FOR, reproduzo abaixo: 3. MÉRITO DA IMPUGNAÇÃO 3.1. OS BENS UTILIZADOS COMO INSUMOS E A CORRESPONDÊNCIA DOS VALORES ESCRITURADOS NO DACON IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO ITEM 6, ALÍNEA "A " E "Al" Neste primeiro tópico a ora contribuinte informa a ocorrência de flagrante equivoco, visto que os valores registrados na linha 02, da ficha 04 do DACON emitido por ela no 1º trimestre/03 Fl. 865DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 possuem correspondência com a sua escrituração contábil, ao contrário do que foi dito pelos agentes fiscais. Para se chegar a essa conclusão, basta observar os registros do Livro Razão n°. 15, fls. 304334, de onde se extrai que os gastos em bens utilizados como insumos pela LAMINIT alcançaram os seguintes valores: Ano 2003 janeiro fevereiro março Mercado interno R$ 43.454,51 R$ 73.926,86 R$ 52.911,19 Mercado externo R$ 429.313,99 R$ 317.312,48 R$ 386.055,50 De acordo com o art. 3°, inciso II da Lei n°. 10.637/2002 e o art. 66, inciso 1, alínea "b" da Instrução Normativa n°. 247/2002 da SRF as referidas aquisições de insumos efetuadas nos respectivos meses devem integrar a conta do crédito de PIS/Pasep nãocumulativo existente em favor da empresa. A prova de tais fatos pode ser extraída das notas fiscais, que servem, especialmente, para refutar as glosas realizadas pelos ARFB em janeiro (R$ 46.886,42), fevereiro (R$ 32.506.91) e março (RS 60.327,41) de 2003. Neste caso eventuais diferenças se referem aos valores de ICMS não subtraídos das referidas contas, o que deveria ler acontecido por força da inteligência dos artigos 23, inciso IV e 24, inciso IV, da IN SRF n°.247/2002. Tal diferença referese ao ICMS embutido no preço dos insumos. Quando se adquire mercadorias, para efeito contábil, de valoração dos estoques, do valor da nota fiscal é subtraído o ICMS, obtendose o valor líquido. Porém, para fins de DACON utilizase o valor total da nota fiscal, sem a subtração do referido tributo. Assim, é evidente que houve glosa indevida de valores corretamente lançados no DACON pela contribuinte; este simples fato certamente levará a decisão ora impugnada à reforma, sendo, portanto, impossível manter o reconhecimento e a homologação do crédito na quantia de apenas R$ 12.591.80. 3.2. A GLOSA QUANTO AS DESPESAS FINANCEIRAS IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO ITEM 6,ALÍNEA "A"E"A2" Em segundo lugar, há que se chamar atenção para o fato de terem sido equivocadamente excluídas da base de cálculo dos créditos de "PIS/Pasep NãoCumulativo Exportação" os valores relativos às despesas financeiras suportadas pela LAMINIT a fim de viabilizar sua atividade industrial. De acordo com a disposição do art. 66, inciso II, alínea "c", da IN SRF n°. 247/2002 as "despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos tomados de pessoa jurídica, Fl. 866DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 864 5 exceto quando esta for optante pelo Simples" compõem o cálculo do crédito de PIS/Pasep nãocumulativo. Isto posto, é de se considerar para efeitos de compensação tributária as despesas financeiras da contribuinte registradas no Livro Razão n°. 15, às fls. 385389, conforme a seguinte descrição: Conta n°. 3010304005 Juros sobre ACC Fevereiro/03: R$ 10.036,60 Março/03: R$ 8.494,18 Conta n°. 3010304009 Variação cambial passiva Janeiro/03: R$ 13.095,49 Março/03:R$ 8.383,89 Conta n°. 3010304010 Variação monetária passiva Janeiro/03: R$ 85.456,13 Fevereiro/03: R$ 78.215,02 Março/03:R$ 87.554,59 Tais valores foram indevidamente glosados por ocasião da verificação fiscal, o que se confirmou através da informação prestada pelo ARFB responsável e no r. despacho decisório ora impugnado pela LAMINIT. As despesas acima mencionadas ocorreram e foram devidamente registradas: por essa razão não há motivo para se manter a glosa. Em vista do exposto e sabendo que a inclusão dos valores acima mencionados aumentará sensivelmente a base de cálculo do crédito objeto de desconto, por mais essa razão merece reforma a homologação guerreada. 3.3. OS ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO ITEM 6, ALÍNEA "A " E "A3" A exemplo do que ocorreu no tópico anterior, os valores relativos à depreciação de bens componentes do ativo imobilizado da LAMINIT não foram computados de maneira correta pelos ARFB que conduziram a verificação fiscal e prestaram informações a esta respeitável Delegacia. De acordo com a decisão enfrentada a quantia referente à amortização de variação monetária passiva (conta do Razão n°. J .04.05.02.006) dos meses de janeiro/2003 a março/2003, foi declarada pela empresa no DACON, porém, tais valores não incidem sobre bens do seu ativo imobilizado. Fl. 867DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 Em que pese a existência de tal conclusão nos autos, vêse que a mesma está absolutamente divorciada da realidade, pois os encargos incluídos na conta do crédito tributário dizem respeito às amortizações do grupo do ativo diferido registrado na contabilidade da contribuinte. E tal conta, como é sabido, contém apenas os recursos aplicados para a realização de despesas que, por militarem para a formação de resultado futuro, somente são apropriadas à medida e na proporção em que essa contribuição se realiza daí o seu diferimento. Com isso, não há dúvida de que se houve dispêndio para a formação do ativo imobilizado da empresa, os valores abaixo devem compor o cálculo da compensação permitida pela legislação do PIS/Pasep nãocumulativo: Conta n°. 4010202005 Depreciações Janeiro/03: RS 73.991,47 Fevereiro/03: RS 73.991,48 Março/03: RS 73.991,46 Conta n°. 3010300100400007 Depreciações Janeiro/03: RS 23.539,63 Fevereiro/03: RS 23.571,17 Março/03: RS 23.571,17 Os recursos acima demonstrados foram necessários para a constituição da empresa, bem como de sua estrutura de ativo permanente; sem eles dificilmente a LAMINIT existiria e, sendo assim, tais valores podem ser inseridos na moldura legal do art. 3º, §1°, inciso III da Lei n° 10.327/2002 e do art. 66, inciso III, alínea "b", da INSRF n°. 247/2002. Com isso, não se justifica a glosa de RS 65.518,38 realizada pelos ARFB nestes autos e relativa aos meses de janeiro a março de 2003. Novamente se observa a falha no procedimento e a total desconsideração de registros escorreitamente lançados na escrituração contábil da LAMINIT, com o que não se pode concordar, devendo, pois, haver a necessária reforma do despacho de Vossa Senhoria, para o fim de incluir os valores retro mencionados na base de cálculo de crédito do PIS/Pasep nãocumulativo. 3.4. A GLOSA DE VALORES NÃO IDENTIFICADOS IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO ITEM 6, ALÍNEA "A"E"A4" Por fim, a peticionária impugna expressamente a glosa de valores supostamente não identificados e que teriam sido lançados na contabilidade. De acordo com as informações fiscais do r. despacho os montantes de R$14.133,76 (janeiro/03), R$43.860,38 Fl. 868DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 865 7 (fevereiro/03) e RS 119.108,83 (março/03) correspondentes a gastos ou créditos, devem ser estornados da conta. Não obstante, a conclusão dos ARFB equivocada neste ponto, eis que os valores em questão serviram para a aquisição de bens componentes do ativo permanente imobilizado da empresa. E, sendo assim, eles devem integrar o cálculo do crédito tributário em razão do disposto no art. 3°, inciso VI da Lei n°. 10.637/2002, modificado pela Lei n°. 11.196/2005. Como prova do alegado, observemse as fls. 226229 do Livro Razão n°. 15 de onde se observa o seguinte: Conta contábil janeiro/03 Construção civil: RS 8.904,34 Reflorestamento: RS 5.000,00 Total: RS 13.904,34 Conta contábil fevereiro/03 Construção Civil: RS 36.127,09 Máquinas: R$ 680,01 Reflorestamento: R$ 3.000,00 Informática: RS 3.692,40 Total: RS 43.499,50 Conta contábil marco/03 Construção Civil: RS 81.747,66 Máquinas: RS 25.000,00 Reflorestamento: RS 3.000,00 Total: RS 109.747,66 Pelo exposto, não há dúvida a respeito da regularidade dos registros levados a efeitos pela LAMINIT quanto ao montante glosado sob a rubrica "outros valores". E indiscutível que as despesas supra referidas aconteceram e que, conforme a previsão legal, elas devem integrar o cálculo do crédito de PIS/Pasep nãocumulalivo que será descontado em favor da empresa. 3.5. O RESSARCIMENTO SOLICITADO ATRAVÉS DO PER ORIGINAL N°.30735.58441.210207.1.1.088005 Em vista da correta escrituração contábil levada a efeito pela contribuinte quando do registro do DACON do 1° trimestre de 2003, fica evidente que existe ainda crédito no valor de RS 25.078,60 a ser reconhecido em seu favor após as compensações relativas ao PIS/Pasep nãocumulativo. Fl. 869DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 8 Exatamente por isso, o pedido formulado via PER original n°. 30735.58441.210207.1.1.088005 deve ser acolhido, conforme consta da planilha de cálculo apresentada pela LAMINIT em anexo. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise e atenção aos pontos suscitados pela interessada na manifestação de inconformidade apresentada, a 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza/CE, proferiu o Acórdão de nº. 0820.516, ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 PROVAS. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna,por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA OU INSUFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. CONVICÇÃO DO JULGADOR. DEVER DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE PARCIAL. É nulo em parte o despacho decisório que não contenha fundamentação fática clara, suficiente e congruente para decidir o pedido do interessado, aponto de inviabilizar a formação do convencimento da autoridade julgadora acerca da parcela controvertida do ato administrativo que cerceou o direito de defesa do requerente. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 COMPENSAÇÃO. NULIDADE PARCIAL. Quando a decisão que homologou parcialmente declaração de compensação for anulada em parte, já decorridos mais de cinco anos da apresentação da referida declaração, devese reconhecer, por força de lei, a homologação dos débitos remanescentes até o limite do valor creditício correspondente à parcela anulada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Reconhecido em Parte A DRJ/FOR,no que tange ao pedido de apresentação de novas provas e eventual pedido de perícia,decidiu por não conhecêlos, com base no artigo 16 do Decreto n° 70.235/72.Quanto ao mérito, ao analisar os pedidos apresentados pelo contribuinte, compreendeu que o Despacho da DRF seria parcialmente nulo, por não explicitar completamente os motivos da glosa efetuada (quais insumos considerados e desconsiderados na análise do crédito), cerceando assim o direito de defesa do contribuinte e impossibilitando o convencimento da Autoridade Julgadora. No entanto, em que pese esta parcial nulidade ensejar a necessidade de baixa do processo para que forrem esclarecidos de fato os motivos da glosa, a DRJ/FOR verificou que a análise dos pedidos seria efetuada depois que decorridos mais de 5 Fl. 870DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 866 9 anos da data de seu protocolo, motivo pelo qual, até o limite do valor do crédito, deveriam as mesmas (1º trim/2003), serem homologadas tacitamente. Após todo o exposto, votou no sentido de julgar improcedente a manifestação de inconformidade em relação ao pleito de ressarcimento/compensação de PIS/Pasep não cumulativo, referente ao 1° trimestre de 2003, reconhecendose, de ofício, a nulidade em parte da Informação Fiscal/Despacho Decisório, especificamente quanto à glosa do crédito relativo a “bens utilizados como insumos” (fl. 465), do que decorre a homologação parcial da compensação dos débitos, até o limite do valor creditício de R$2.305,39. DO RECURSO Ciente em 13/06/2011 do Acórdão nº. 0820.516, e não se conformando com o julgamento improcedente da Manifestação de Inconformidade, o contribuinte apresentou, em 08/07/2011, Recurso Voluntário a este Conselho. Após fazer uma síntese dos fatos ocorridos até a data da apresentação do Recurso Voluntário, alegou como razões recursais os seguintes fundamentos: a) A nulidade do lançamento por ausência de oportunidade de produção de provas, com base no artigo 5°, inciso LV da Constituição Federal; b) a legitimidade da integralidade do crédito, em razão dos mesmos argumentos alegados em sede de “Impugnação”. Ante o exposto, requereu o recebimento do Recurso Voluntário para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, na forma do artigo 151, inciso III do Código Tributário Nacional para, ao final, ser reconhecida a nulidade do processo administrativo e no mérito da legitimidade integral dos créditos. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a este relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 07 (sete) Volumes, numerado até a folha 861 (oitocentos e sessenta e um), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do CARF. É o relatório. Fl. 871DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 10 Voto Conselheiro João Carlos Cassuli Jr, Relator. O Recurso é tempestivo e atende os pressupostos de admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Conforme se infere do relatório acima, a controvérsia que emana dos autos é o reconhecimento do direito creditório de PIS nãocumulativo, pleiteado pelo contribuinte através de pedido de ressarcimento e correspondentes declarações de compensação. Antes, porém, de esmiuçar aqui a análise acerca das rubricas consideradas pelo contribuinte na composição de seu direito creditório, teoricamente refutadas pela Autoridade Administrativa para o reconhecimento apenas parcial dos valores pleiteados, verifico que existe questão de ordem pública, a qual necessito reconhecer, por prejudicar a análise e julgamento do processo por este Colegiado, eis que feririam princípios regulamentares do Processo Administrativo Fiscal. É que, como vimos, a despeito de ter a DRJ em Fortaleza efetivamente julgado o processo proferindo o Acórdão de nº. 0820.516, aquela análise restou por não adentrar na verificação de mérito dos créditos em razão de que as circunstâncias de direito (homologação tácita das compensações realizadas com o referido crédito) beneficiariam o contribuinte, não sendo, supostamente, portanto, necessária a sua aferição. Verificase que o Acórdão recorrido consignou na ementa anteriormente transcrita, que o Despacho Decisório rechaçado pela Manifestação de Inconformidade (então em julgamento) era parcialmente nulo, por não conter de forma clara o fundamento acerca das rubricas glosadas, acarretando o cerceamento do direito de defesa do contribuinte. Noutro ponto, porém, verificou a referida Delegacia de Julgamento que mesmo que fosse necessária a baixa dos autos para a prolação de novo Despacho para suprir a referida nulidade “parcial”, ou o seu saneamento, ainda assim poderia ser superada esta questão, eis que tal medida acabaria por acarretar em análise de Pedido de Ressarcimento / Declarações de Compensação em período superior aos 5 anos estabelecidos para a homologação tácita. Desta forma, reconhecendo o referido instituto, a referida DRJ houve por bem em prosseguir com o julgamento, suplantando a aferição do direito creditório e homologando tacitamente aquelas compensações cujo decurso de prazo se mostrassem ocorridos. Diante desta decisão, no entanto, ainda assim recorreu o contribuinte, requerendo em seu recurso voluntário a efetiva análise dos créditos, pois que entende haver necessidade de reconhecimento integral dos mesmos e ainda a existência de saldo remanescente, superior ainda àqueles utilizados na compensação, o que demandaria a necessidade intrínseca de serem aferidos os respectivos valores de direito do contribuinte (ainda que as compensações aqui analisadas restassem homologadas tacitamente), para que se evidenciasse a existência de efetivo saldo a ser ainda utilizado. Fl. 872DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 867 11 No entanto, como tal análise não fora efetuada pela instância a quo de julgamento, diligenciar o processo para sanar a falta de clareza do Despacho Decisório e em seguida pedir o retorno dos autos para análise de mérito incorreria em suprimir instância de julgamento, cerceando o direito ao duplo grau de jurisdição garantido às defesas do contribuinte, e consequentemente ao seu direito de defesa. São estes os princípios do Processo Administrativo e garantias do contribuinte que vejo em tese ofendidos no caso, de modo que a decisão aqui adotada visa o estrito respeito aos mesmos. Assim, em face da pretensão do contribuinte, entendo que assiste razão o mesmo, pois que devese segregar a análise do Ressarcimento de créditos, que não se homologa ou defere tacitamente pelo transcurso do prazo, das Declarações de Compensação, estas sim que submetemse legalmente a homologação tácita. Ao reconhecer a nulidade do Despacho, a DRJ agiu corretamente ao afirmar que estariam as DCOMP’s tacitamente homologadas pelo decurso do prazo do §5º do art. 74, da Lei 9.430/96, porém deixou de analisar o “PER”(Pedido Eletrônico de Ressarcimento) propriamente dito, de cuja análise poderia conferir ao contribuinte saldo remanescente daquele imputado as compensações homologadas tacitamente. Assim, considerando que a DRJ sequer ingressou na abordagem quanto aos argumentos trazidos pelo contribuinte quanto ao mérito das glosas em si, inclusive podendo converter o julgamento em diligência para eventuais esclarecimentos, se entendesse pertinente, entendo deva ser anulada a referida decisão, retornando para aquele órgão julgar o mérito do pedido de ressarcimento, a fim de se evitar a supressão de instância mencionada. Neste sentido este Colegiado possui entendimento manso e pacífico: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 01/04/2000 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RESTITUIÇÃO DECADÊNCIA INOCORRÊNCIA DECISÕES DA DRF E DRJ OMISSÃO SOBRE O MÉRITO DO CRÉDITO NULIDADE IMPOSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA DECISÓRIA ARTS. 11 E 13 DA LEI Nº 9.784/99. Uma vez reconhecida a inocorrência de decadência do direito à repetição do indébito, proclamada pela Superior Instância (CSRF), ante a omissão e ausência de motivação sobre o mérito do crédito restituendo, pelas decisões da DRF e DRJ, impõese a decretação da nulidade destas últimas, como garantia da ampla defesa e observância do rito procedimental, sob pena de supressão de instâncias. A competência administrativa para decisão de recursos administrativos, sendo um requisito de ordem pública, é irrenunciável, intransferível e improrrogável ad nutum do administrador, não podendo ser objeto de delegação. Recurso provido parcialmente para anular o processo, para novo provimento pelas autoridades competentes da instância a quo sobre o mérito do crédito restituendo. Fl. 873DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 12 (ACÓRDÃO 3402001.796. CARF 3a. Seção 4A CAMARA / 2A TURMA ORDINARIA) Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2003 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. TEMA NÃO ENFRENTADO. NULIDADE. A falta de enfrentamento pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de todas as matérias suscitadas na manifestação de inconformidade interposta pela contribuinte, implica em nulidade do despacho proferido e o retorno dos autos à respectiva DRJ, para que seja apreciada em julgamento todas as matérias de mérito impugnadas, evitandose o cerceamento do direito de defesa e supressão de instância. (ACÓRDÃO 1301001.077. CARF 1a. Seção 3A CAMARA / 1A TURMA ORDINARIA) Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. As normas que regem o processo administrativo fiscal concedem ao contribuinte o direito de ver apreciado toda a matéria litigiosa em duas instâncias. Supressão de instância é fato caracterizador do cerceamento do direito de defesa. Nula é a decisão maculada com vicio dessa natureza. Recurso Voluntário Provido. Aguardando Nova Decisão. (ACÓRDÃO 3402002.018. CARF 3a. Seção 4A CAMARA / 2A TURMA ORDINARIA) Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2007 a 31/12/2011 RECURSO. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. ENFRENTAMENTO DE TODAS AS QUESTÕES SUBMETIDAS. NECESSIDADE. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE. É nula a decisão de primeiro grau administrativo que não enfrenta todas as questões suscitadas pelo recorrente, incidindo na hipótese as disposições do art. 59, I, do Decreto nº 70.235/72, por caracterizarse preterição do direito de defesa decorrente da supressão de instância. Recurso voluntário provido. (ACÓRDÃO 3401002.431. CARF 3a. Seção 4A CAMARA / 1A TURMA ORDINARIA) Assim, por questão de ordem pública, voto por anular a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos para que seja proferido julgamento de mérito relativamente aos créditos pleiteados pelo contribuinte em sede de pedido de ressarcimento. Fl. 874DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 10325.001096/200375 Acórdão n.º 3402002.413 S3C4T2 Fl. 868 13 É como voto. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Fl. 875DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/0 9/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10580.725872/2009-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2202-000.567
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, sobrestar o julgamento do processo, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Vencidos os Conselheiros Marcio de Lacerda e Heitor de Souza
(Assinado digitalmente)
ANTONIO LOPO MARTINEZ - Presidente
(Assinado digitalmente)
FABIO BRUN GOLDSCHMIDT - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Lopo Martinez (Presidente), Pedro Anan Junior, Marcio de Lacerda Martins, Rafael Pandolfo, Fabio Brun Goldschmidt, Heitor De Souza Lima Junior
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, sobrestar o julgamento do processo, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Vencidos os Conselheiros Marcio de Lacerda e Heitor de Souza (Assinado digitalmente) ANTONIO LOPO MARTINEZ Presidente (Assinado digitalmente) FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Lopo Martinez (Presidente), Pedro Anan Junior, Marcio de Lacerda Martins, Rafael Pandolfo, Fabio Brun Goldschmidt, Heitor De Souza Lima Junior Relatório Tratase de auto de infração relativo ao Mandado de Procedimento Fiscal 0510100/01150/09, no qual foi averiguado o Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos períodos de 2004, 2005 e 2006, exigindo o crédito tributário, no valor de R$ 116.326,64, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Na descrição dos fatos e enquadramento legal, informa o auto de infração (fls 05/07), que o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 25 87 2/ 20 09 -0 9 Fl. 424DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Processo nº 10580.725872/200909 Resolução nº 2202000.567 S2C2T2 Fl. 7 2 indevida de rendimentos tributáveis, auferidos do MP do Estado da Bahia, na Declaração de Ajuste Anual como sendo isentos e não tributáveis. Informa, ainda: que os rendimentos foram recebidos a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas de iguais valores no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003, que preceitua, dentre outras coisas, que a verba em questão seria de caráter indenizatório; que as diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento; por fim, que na apuração do imposto devido não foram consideradas as diferenças salariais que tinham como origem o décimo terceiro salário, por estarem sujeitas à tributação exclusiva na fonte, nem as que tinham como origem o abono de férias, em atendimento ao despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 16 de novembro de 2006, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 2.140/2006. Foi atendido, também, o despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 11 de maio de 2009, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, que dispõe sobre a forma de apuração do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente. Procedimento de Fiscalização Apresentadas as Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda dos anos calendários de 2004, 2005 e 2006 (fls.2529), ficou intimada a contribuinte em 21/09/2009 (fl. 14), para apresentar a seguinte documentação exigida em Mandado de Procedimento Fiscal: Cópia dos comprovantes de pagamentos fornecidos pelas fontes pagadoras. Documentação comprobatória e discriminatória de todos os valores lançados a título de Rendimentos Isentos e NãoTributáveis no item outros das declarações de imposto de renda pessoa física, referentes ao período analisado. Caso parte dos valores lançados como rendimentos isentos e não tributáveis no item outros seja decorrente de recebimento de diferenças salariais quando da conversão da moeda de Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor – URV em 1994, apresentar planilha de cálculo da diferença devida nos anos de 1994 até 2001, especificando os valores do salário original, da diferença devida (URV), dos juros e atualização monetária. Em resposta à notificação (fl. 15), em 25/09/09, a contribuinte apresentou para a fiscalização, cópia dos documentos comprobatórios emitidos pela fonte pagadora (fls. 1924) e planilha de cálculo da diferença devida nos anos de 1994 até 2001, especificando os valores do salário original, da diferença devida (URV), dos juros e atualização monetária (fl.1618). Requereu a dilação do prazo para apresentar documentação complementar, caso fosse necessário. Naquele momento, registrou que só teria declarado os valores percebidos a título de URV como isentos e não tributáveis, pois assim foi enquadrado pela fonte pagadora, com fundamento no art. 3º, da LC nº 20, de 08.09.2003. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Processo nº 10580.725872/200909 Resolução nº 2202000.567 S2C2T2 Fl. 8 3 Não acatada a justificativa, bem como as razões contidas na documentação acostada, a administração fiscal resolveu por lançar o crédito tributário (fls. 02 11). Impugnação A contribuinte foi cientificada do lançamento fiscal em 14/10/2009, apresentando impugnação (fls. 44118), alegando, em síntese, que: o lançamento fiscal é improcedente, pois teve como objeto valores recebidos pela impugnante a título de diferenças de URV, que não estão sujeitos à incidência do imposto de renda, em razão do seu caráter indenizatório, não se enquadrando nos conceitos de renda ou proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membros da magistratura estaduais; o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer, no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; nos anos de 1994 e 1998, a alíquota do imposto de renda que vigorava era de 25%, e não as alíquotas de 26,6% e 27,5% aplicadas no lançamento fiscal; parcelas dos valores recebidos a título de diferenças de URV se referiam à correção incidente sobre 13º salários e a férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isenta, portanto, não deveriam compor a base de cálculo do imposto lançado; ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boafé, seguindo orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Decisão da DRJ Diante da impugnação, a 3a Turma de Julgamento da DRJ/BS, por unanimidade de votos, considerou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. (fls. 120125), referindo em síntese: que os rendimentos objeto do lançamento fiscal foram recebidos em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de 2003, que em seu art. 2º dispõe sobre “diferenças de remuneração quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV”, sendo que as diferenças reconhecidas através da citada lei tinham, em sua origem, natureza eminentemente salarial, por se incorporarem à remuneração dos membros do Ministério Público Estadual; que o recebimento extemporâneo de tais diferenças não altera sua natureza, mesmo que o beneficiário tenha sido obrigado a recorrer à justiça e que o acordo tenha sido implementado mediante lei complementar; Fl. 426DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Processo nº 10580.725872/200909 Resolução nº 2202000.567 S2C2T2 Fl. 9 4 que a tributação não se restringe ao valor do principal, mas, também, aos juros e atualização monetária. E ainda, que houve invasão na Competência Federal, uma vez que a Lei Estadual cuidou de matéria atinente ao IRPF; quanto à alegação, do cabimento do reconhecimento da isenção com base na Resolução do STF nº 245, de 2002, essa não pode ser estendida às verbas pagas aos membros do Ministério Público Estadual, pois isto resultaria na concessão de isenção sem lei específica,vez que a isenção está sujeita a interpretação literal, conforme preconiza o art. 111, inciso II, do CTN; quanto à responsabilidade da fonte pagadora pela retenção do IRRF, o Parecer Normativo SRF nº 1, de 24 de setembro de 2002, dispõe que tal responsabilidade extinguese na data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual pessoa física, e que a falta de oferecimento dos rendimentos à tributação por parte desta última, a sujeita à exigência do imposto correspondente, acrescido de multa de ofício e juros de mora, confome entendimento do CARF; que é certo que, por determinação constitucional, se o Estado da Bahia tivesse efetuado a retenção do IRRF, o valor arrecadado lhe pertenceria. Entretanto, tal retenção não alteraria a obrigação do contribuinte de oferecer a integralidade do rendimento bruto à tributação do imposto de renda na declaração de ajuste anual. A exigência em foco se refere ao imposto de renda incidente sobre rendimentos da pessoa física (IRPF) e não ao IRRF que deixou de ser retido indevidamente pelo Estado da Bahia; quanto à alegação de que não caberia a imposição de multa de ofício em razão do impugnante ter agido de boa fé, seguindo informação prestada pela fonte pagadora, cabe observar que a aplicação desta multa no percentual de 75% independe da intenção do agente, conforme estabelecido no art. 136, do CTN. Não se trata da multa qualificada no percentual de 150%, que depende da ocorrência de evidente intuito de fraude, conforme previsto no art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; é certo, também, que o parágrafo único do art. 100 do CTN exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo, nos casos em que o contribuinte age em observância às normas complementares nele previstas. Entretanto, os informes de rendimentos fornecidos pelo Ministério Público Estadual não têm caráter normativo, nem a autoridade administrativa emitente tem competência para tratar de matéria tributária federal; em razão das citadas diferenças terem sido recebidas acumuladamente, o imposto de renda devido foi apurado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referiam tais rendimentos, conforme determinou o Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009. O impugnante alegou que foram aplicadas alíquotas incorretas relativas aos anos calendário 1994 e 1998, exercícios 1995 e 1999, respectivamente. Entretanto, não se constata tal erro no demonstrativo de cálculo elaborado pela fiscalização, pois as alíquotas que foram aplicadas nos exercícios em questão foram as que estavam em vigor, conforme previsto no art 2º da Lei nº 8.848, de 28 de janeiro de 1994, e no art. 21 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, respectivamente; quanto à tributação das diferenças de URV de forma isolada, sem que fossem considerados os rendimentos e deduções já declarados, cabe observar que, nos anos calendários em questão, as bases de cálculo declaradas já sujeitavam o contribuinte à incidência do imposto Fl. 427DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Processo nº 10580.725872/200909 Resolução nº 2202000.567 S2C2T2 Fl. 10 5 de renda em sua alíquota máxima, bem como que já tinham sido aproveitadas as parcelas a deduzir previstas em tabela progressiva. Nesta situação, o imposto apurado mediante aplicação direta da alíquota máxima sobre os rendimentos omitidos coincide com o imposto apurado com base na tabela progressiva sobre a base de cálculo ajustada em razão da omissão; verificase, ainda, mediante a confrontação entre as planilhas de cálculo da diferença de URV emitida pelo Ministério Público e o demonstrativo de apuração do imposto de renda elaborado pela fiscalização, que as parcelas dos valores recebidos a título de URV que se referiam à correção incidente sobre férias indenizadas e 13º salário não foram inclusas no lançamento fiscal, por serem respectivamente isentas e sujeitas à tributação exclusiva. Diante dos fundamentos acima, a DRJ entendeu por considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Recurso Voluntário Intimada em 25/10/2011, fl. 129, e insatisfeita com a decisão proferida pela DRJ, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário às fls. 130– 226 em 25/10/2010. Em síntese, repisou os argumentos trazidos em sede de impugnação, ressaltando os seguintes questionamentos: a) inexistência de conduta hábil à aplicação de multa de ofício, b) nulidade do lançamento, motivada pela forma inadequada de apuração da base de calculo do tributo lançado; c) não incidência do Imposto de Renda sobre os juros moratórios e/ou compensatórios; d) natureza indenizatória dos valores (diferenças de URV) pagos em atraso; e) da ilegitimidade da União para cobrar imposto de renda que pertence, por determinação constitucional, ao Estado; e f) violação ao princípio constitucional da isonomia. Voto Conselheiro Fabio Brun Goldschmidt, Relator. O presente recurso trata sobre a tributação de rendimentos recebidos acumuladamente – RRA. Ocorre que a maneira como estes rendimentos devem ser tributados está sendo julgada no STF, em sede de Recurso Extraordinário que tramita em regime de Repercussão Geral (RE nº 614. 4061), que se encontra pendente de julgamento. Nesse caso, conforme disposto no § 1º do art. 62A do atual Regimento Interno do CARF, “ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também 1 TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMPOSTO DE RENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ART. 12 DA LEI 7.713/88. ANTERIOR NEGATIVA DE REPERCUSSÃO. MODIFICAÇÃO DA POSIÇÃO EM FACE DA SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI FEDERAL POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 1. A questão relativa ao modo de cálculo do imposto de renda sobre pagamentos acumulados se por regime de caixa ou de competência vinha sendo considerada por esta Corte como matéria infraconstitucional, tendo sido negada a sua repercussão geral. 2. A interposição do recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade parcial do art. 12 da Lei 7.713/88 por Tribunal Regional Federal, constitui circunstância nova suficiente para justificar, agora, seu caráter constitucional e o reconhecimento da repercussão geral da matéria. 3. Reconhecida a relevância jurídica da questão, tendo em conta os princípios constitucionais tributários da isonomia e da uniformidade geográfica. 4. Questão de ordem acolhida para: a) tornar sem efeito a decisão monocrática da relatora que negava seguimento ao recurso extraordinário com suporte no entendimento anterior desta Corte; b) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional; e c) determinar o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários sobre a matéria, bem como dos respectivos agravos de instrumento, nos termos do art. 543B, § 1º, do CPC. (RE 614406 AgRQORG, Relator(a): Min. Ellen Gracie, julgado em 20/10/2010, publicado em DJe035 DIVULG 03/03/2011 PUBLIC 04/03/2011) Fl. 428DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT Processo nº 10580.725872/200909 Resolução nº 2202000.567 S2C2T2 Fl. 11 6 sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B”. Sendo assim, estando presentes os pressupostos para o sobrestamento do julgamento deste recurso, voto no sentido de sobrestar o seu julgamento até que seja proferida decisão definitiva no referido Recurso Extraordinário em tramitação no STF. (Assinado digitalmente) Fabio Brun Goldschmidt Fl. 429DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT, Assinado digitalmente em 05/02/20 14 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por FABIO BRUN GOLDSCHMIDT
score : 1.0
Numero do processo: 10935.907080/2011-08
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 12/04/2001
PIS E COFINS. AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da contribuição para o PIS e da Cofins é o faturamento, assim compreendido o ingresso proveniente da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9718/98, por sentença proferida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado 29/09/2006.
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Recurso negado.
Numero da decisão: 3803-005.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negou-se provimento ao recurso.
(Assinado Digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo De Sousa E Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 12/04/2001 PIS E COFINS. AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da contribuição para o PIS e da Cofins é o faturamento, assim compreendido o ingresso proveniente da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9718/98, por sentença proferida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado 29/09/2006. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Recurso negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negou-se provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (Assinado Digitalmente) Jorge Victor Rodrigues - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo De Sousa E Jorge Victor Rodrigues.
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AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da contribuição para o PIS e da Cofins é o faturamento, assim compreendido o ingresso proveniente da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9718/98, por sentença proferida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado 29/09/2006. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negouse provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 70 80 /2 01 1- 08 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado Digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo De Sousa E Jorge Victor Rodrigues. Relatório O Despacho Decisório eletrônico (Rastreamento nº 015070334), indeferiu o Per/DComp transmitida em 12/04/2001, sob a alegação de que, a partir do DARF apresentado, o crédito nele informado foi integralmente utilizado no pagamento de outros débitos, não restando saldo credor para a restituição pleiteada. Manifestando a sua inconformidade a contribuinte alegou que apurou as contribuições ao PIS e à Cofins, com base no art. 3º da então vigente Lei nº 9.718/98; que ampliou o conceito de base de cálculo dessas contribuições e que o Supremo Tribunal Federal, por meio do RE 346.084, julgou inconstitucional a ampliação da base de cálculo trazido por esse dispositivo legal; que a comprovação do recolhimento efetuado a maior se dá através de planilhas de apuração do PIS, as quais demonstram que compuseram a base de cálculo a receita da venda de mercadorias, da prestação de serviços e outras receitas – financeiras, aluguéis, recuperação de despesas, bem assim dos DARF’s correspondentes anexos, que comprovam o pagamento do valor apurado. Ao final postula pela restituição dos valores pagos a maior a título de PIS, nos termos do art. 165 do Código Tributário Nacional e art. 2º, III, ‘c’, da IN RFB 900/08, acrescidos de juros com base na taxa Selic. Em julgamento realizado em 18/04/2013, por meio do Acórdão nº 0640.328, a decisão proferida pela 3ª Turma DRJ/CTA indeferiu a manifestação de inconformidade aviada, consoante transcrição da ementa a seguir ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 12/04/2001 PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. JULGAMENTO PELO STF. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de Fl. 53DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10935.907080/201108 Acórdão n.º 3803005.582 S3TE03 Fl. 7 3 cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas, posto que a decisão não foi em ADIN, mas em Recurso Extraordinário. Em apertada síntese a decisão de primeira instância limitouse à alegação de que a declaração de inconstitucionalidade do STF não gerou efeito erga omnes, porém apenas inter partes; que até a edição da Lei nº 11.941, DOU de 29/05/09, que revogou tal dispositivo inconstitucional contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, o mesmo era perfeitamente aplicável; e que as condições para o afastamento da aplicação da norma julgada inconstitucional, não se coadunaram com o disposto nos artigos 1º e 4º do Decreto nº 2.346/97, o que fez em observância ao disposto no artigo 26A do Decreto nº 70.235/72, com redação dada pela Lei nº 11.941/09. Por tal razão deixou o voto condutor de reconhecer o direito creditório pleiteado, consoante consta da fl. 03 da decisão vergastada. No que atine à questão probatória a referida decisão entendeu que não há nos autos provas do direito alegado, eis que a contribuinte não demonstrou fazer parte de ação judicial na qual foi declarada a inconstitucionalidade do dispositivo informado na peça inaugural, bem assim não trouxe aos autos documentos e livros fiscais, que demonstrassem de forma inequívoca, a base de cálculo utilizada para o pagamento a maior da contribuição, a teor do artigo 147, § 1º, do CTN, eis que incumbe à interessada trazer aos autos junto à peça contestatória, o direito em que se fundamenta e as provas a que se alude, em conformidade ao art. 16, III, do Dec. Nº 70.235/72. Cientificado do teor da decisão de primeira instância por meio de AR em 29/04/2013 e, com ela irresignado, o contribuinte ingressou com Recurso Voluntário em 17/05/2013, reiterando os termos expendidos na exordial, de forma minudente, para pugnar pela reforma da decisão hostilizada. É o relatório. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Voto Jorge Victor Rodrigues Relator O recurso interposto preenche os requisitos necessários à sua admissibilidade, dele conheço. O apelo devolvido a esta Corte versa acerca da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins, bem assim acerca da liquidez e certeza do crédito, cuja restituição foi suscitada pela contribuinte, com a devida atualização de acordo com a taxa Selic. O Supremo Tribunal Federal – STF, reconheceu a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, e em decisão unânime, o Plenário resolveu a questão de ordem constitucional no sentido de reconhecer a repercussão geral, para reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Confirase: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.09.2006; REs 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 18.08.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso Improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RE 585235/MG, Relator: Min. Cézar Peluso, julgado em 10/09/2008). Nos julgamentos realizados no âmbito do CARF a regulação acerca deste tema encontra supedâneo no disposto artigo 62A do RICARF/09, que assim estabelece: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Reiteradas vezes como julgador, ao deparar com o tema sob exame, tenho me pronunciado de forma a observar o contido no artigo 62A do Regimento Interno do CARF/09, Fl. 55DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10935.907080/201108 Acórdão n.º 3803005.582 S3TE03 Fl. 8 5 e igualmente o faço nesta oportunidade, com o fito de solucionar a questão atinente ao reconhecimento do direito alegado pela Recorrente. No que atine à questão probatória, bem se vê que a decisão a quo esteve silente em relação à eficácia da planilha e dos DARF’s correspondentes, colacionados aos autos pela Recorrente, quando da sua manifestação de inconformidade. Quanto a este aspecto o aresto recorrido limitouse a indicar a ausência nos autos de documentos “inominados” e de livros fiscais, que demonstrassem de forma inequívoca, a base de cálculo utilizada para o pagamento a maior da contribuição, a teor do artigo 147, § 1º, do CTN. Logo, a conclusão a que chegou a referida decisão é que os documentos apresentados pela Recorrente foram considerados insuficientes para demonstrar a legitimidade de sua pretensão. Neste aspecto, de os documentos apresentados pela Recorrente não serem o bastante e suficientes para demonstrar cabalmente acerca do quantum e da liquidez e certeza do crédito alegado, assiste razão ao juízo a quo, eis que aos mesmos deveriam se somar, no mínimo, as DCTF’s correspondentes e o Livro Razão relacionados ao período de apuração objeto do pedido de restituição, em observância aos princípios da segurança jurídica, da verdade material, da razoabilidade e da proporcionalidade, esculpidos no artigo 37, CF/88. É cediço que quando da apresentação de Per/DComp à repartição fiscal, por se tratar de iniciativa do próprio contribuinte, cabe ao transmitente o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. Por sua vez à autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, sobre as quais a contribuinte não se manifestou. Os juros de mora apurados com base na taxa Selic, por força de norma legal vigente, Conforme Dispõe o art. 13 da Lei nº 9.065, de 1995, c/c o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, são devidos, entretanto deles não fará proveito a Recorrente pelas razões explicitadas. Com tais observações oriento o meu voto para NEGAR provimento ao recurso interposto. É assim que voto. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Sala de Sessões, em 27 de fevereiro de 2014. Jorge Victor Rodrigues – Relator. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10825.000440/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1998
OMISSÃO. POSSIBILIDADE DE SER SANADA PELO COMPETENTE RECURSO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PASSANDO O º Acórdão n°: 107-09.283, julgado na sessão de 24/01/2008, a contemplar, em sua fundamentação e ementa, referência expressa à incompetência do CARF para pronunciar-se sobre questões de inconstitucionalidade de lei tributária, bem como sobre a incidência de juros sobre a multa de ofício, sem efeitos infringentes:
Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC.
Embargos de Declaração Acolhidos
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 1101-001.132
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em acolher e prover parcialmente os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, divergindo os Conselheiros Benedicto Celso Benício Junior e Marcos Vinícius Barros Ottoni, que afastavam os juros de mora sobre a multa de ofício. Declarou-se impedido o Conselheiro José Sérgio Gomes, por ter participado do julgamento de 1ª instância.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão, Presidente
(assinado digitalmente)
Antônio Lisboa Cardoso, Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, José Sérgio Gomes, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Antônio Lisboa Cardoso (relator), e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente).
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1998 OMISSÃO. POSSIBILIDADE DE SER SANADA PELO COMPETENTE RECURSO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PASSANDO O º Acórdão n°: 107-09.283, julgado na sessão de 24/01/2008, a contemplar, em sua fundamentação e ementa, referência expressa à incompetência do CARF para pronunciar-se sobre questões de inconstitucionalidade de lei tributária, bem como sobre a incidência de juros sobre a multa de ofício, sem efeitos infringentes: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Embargos de Declaração Acolhidos Recurso Improvido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2213; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T1 Fl. 501 1 500 S1C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10825.000440/200378 Recurso nº 1 Embargos Acórdão nº 1101001.132 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 4 de junho de 2014 Matéria IRPJ Embargante AGROGRAS BOTUCATU COMERCIAL EM FIBRAS DE VIDRO Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 OMISSÃO. POSSIBILIDADE DE SER SANADA PELO COMPETENTE RECURSO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PASSANDO O º Acórdão n°: 10709.283, julgado na sessão de 24/01/2008, a contemplar, em sua fundamentação e ementa, referência expressa à incompetência do CARF para pronunciarse sobre questões de inconstitucionalidade de lei tributária, bem como sobre a incidência de juros sobre a multa de ofício, sem efeitos infringentes: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Embargos de Declaração Acolhidos Recurso Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em acolher e prover parcialmente os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, divergindo os Conselheiros Benedicto Celso Benício Junior e Marcos Vinícius Barros Ottoni, que afastavam os juros de mora sobre a multa de ofício. Declarouse impedido o Conselheiro José Sérgio Gomes, por ter participado do julgamento de 1ª instância. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 00 04 40 /2 00 3- 78 Fl. 515DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 502 2 Marcos Aurélio Pereira Valadão, Presidente (assinado digitalmente) Antônio Lisboa Cardoso, Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, José Sérgio Gomes, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Antônio Lisboa Cardoso (relator), e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos ao Acórdão nº 10709.283, prolatado na sessão de 24 de janeiro de 2008, cuja ementa recebeu a seguinte redação: Processo n° :10825.000440/200378 Recurso n° :149.782 Matéria : IRPJ E OUTROS — Ex.: 1999 Recorrente : AGROBRÁS DE BOTUCATU COMERCIAL EM FIBRAS DE VIDRO LTDA — ME Recorrida : 5 TURMA/DRJRIBEIRÃO PRETO/SP Sessão de : 24 DE JANEIRO DE 2008 Acórdão n° : 10709.283 OMISSÃO DE RECEITAS. MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA EM CONTAS CORRENTES DOS SÓCIOS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DOS VALORES NA CONTABILIDADE. PRESUNÇÃO DE AUFERIMENTO DA TOTALIDADE DOS VALORES COMO RECEITAS OPERACIONAIS. UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES BANCÁRIAS PARA IDENTIFICAR OMISSÃO DE RECEITAS. POSSIBILIDADE. AUTORIZAÇÃO EXPRESSA PELA LEI COMPLEMENTAR N°. 105/2001. NULIDADE NÃO RECONHECIDA. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DA REGRA DO ART. 173, 1, DO CTN. A FALTA DE INFORMAÇÕES DO CONTRIBUINTE E 0 INTUITO DE OMITIR RECEITAS TRIBUTÁVEIS AFASTAM A APLICAÇÃO DA REGRA DO ART, 150, § 4°, DO CTN. DECADÊNCIA NÃO RECONHECIDA. RECURSO IMPROVIDO. Fl. 516DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 503 3 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por, AGROBRÁS DE BOTUCATU COMERCIAL EM FIBRAS DE VIDRO LTDA — ME Reproduzo, a seguir, os fundamentos dos embargos de declaração opostos ao acórdão supra mentado: PRELIMINARMENTE NÃO APRECIAÇÃO DE ARGUMENTOS O r. Acórdão de 18 Instância não analisou/apreciou/enfrentou 7 (sete) argumentos/razões/alegações apresentadas com a Impugnação, o que caracteriza nulidade do mesmo, conforme 17 (dezesste) Acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscais e dos Conselho de Contribuintes. Foi argumentado que a aplicação retroativa da CPMF é ilegal, juntandose estudo do subscritor do recurso, que é também o subscritor do presente, e citandose 11 (onze) Acórdãos que dão amparo ao argumento. LEI N. 9.430/96, ART. 42, PAR. 3° Sendo item não analisado/apreciado/enfrentado pelo r. Acórdão de 10 Instância, apenas foram reiterados os termos da Impugnação Não foi aceita a decadência relativa aos meses de janeiro e fevereiro/98, "por não ter havido pagamentos e assim o termo inicial passou a ser 01.01.99". DOS JUROS DE MORA INCONSTITUCIONALIDADE Foi afirmado, inclusive com base em Parecer da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que autoridade administrativa pode e deve enfrentar inconstitucionalidades. JUROS SOBRE A MULTA Selic não incide sobre multa, conforme Acórdãos CARF. Às fls. 500, consta determinação da presidência da Câmara para analisar os embargos. É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, Relator Os Embargos de Declaração foram opostos em 24/04/2008 (Fls. 490 e seguintes), não constando quando o a Embargante teve ciência do Acórdão, presumindo ser o mesmo sido tempestivamente apresentado. A Embargante detalhou alguns tópicos do v. Acórdão que não foram apreciados, os quais justificam o acolhimento parcial dos presentes Embargos, conforme será demonstrado. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 504 4 Em relação à preliminar suscitada pela Recorrente quanto à utilização de dados bancários pela Fiscalização, não há qualquer omissão ou contradição no v. Acórdão, não podendo os embargos servir para rediscutir o mérito do recurso. Em relação às arguições de inconstitucionalidades, de fato não foram analisadas pelo v. Acórdão embargado, caracterizando omissão a ser sanada. Considerando tratarse de matéria que extrapola a competência deste E. CARF, a matéria não deve ser conhecida, em conformidade com a Súmula CARF nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Por fim, assiste razão à Embargante quanto à omissão do Acórdão quanto à alegação de não incidência de Juros sobre a multa de ofício, sobre o assunto reservo meu entendimento pessoal e curvome diante do entendimento predominante neste Colegiado sobre o assunto, especialmente pelo fato de não ter integrado o julgamento inicial, em homenagem ao princípio do colegiado, pelo que adoto o entendimento esposado no Acórdão nº 1101000.913 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, julgado na sessão de 09 de julho de 2013, sob a relatoria da i. Conselheira Edeli Pereira Bessa, o qual seguiu assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 ÁGIO INTERNO. AMORTIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Inadmissível a formação de ágio por meio de operações internas, sem a intervenção de partes independentes e sem o pagamento de preço. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Transcrevo ainda, por ser bastante esclarecedor, os seguintes trechos do v. voto condutor do r. Acórdão, nos seguintes termos: 14) Juros sobre a multa de ofício: são adotadas, aqui, as razões de decidir da I. Conselheira Viviane Vidal Wagner expressas em voto vencedor em julgamento proferido em 11/03/2010 na Câmara Superior de Recursos Fiscais, formalizado no Acórdão n 910100.539: Com a devida vênia, ouso discordar do ilustre relator no tocante à questão da incidência de juros de mora sobre a multa de oficio. De fato, como bem destacado pelo relator, o crédito tributário, nos termos do art. 139 do CTN, comporta tanto o tributo quanto a penalidade pecuniária. Em razão dessa constatação, ao meu ver, outra deve ser a conclusão sobre a incidência dos juros de mora sobre a multa de oficio. Fl. 518DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 505 5 Uma interpretação literal e restritiva do caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96, que regula os acréscimos moratórios sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições, pode levar à equivocada conclusão de que estaria excluída desses débitos a multa de oficio. Contudo, uma noima não deve ser interpretada isoladamente, especialmente dentro do sistema tributário nacional. No dizer do jurista Juarez Freitas (2002, p.70), "interpretar uma norma é interpretar o sistema inteiro: qualquer exegese comete, direta ou obliquamente, uma aplicação da totalidade do direito." Merece transcrição a continuidade do seu raciocínio: "Não se deve considerar a interpretação sistemática como simples instrumento de interpretação jurídica. É a interpretação sistemática, quando entendida em profundidade, o processo hermenêutico por excelência, de tal maneira que ou se compreendem os enunciados prescritivos nos plexos dos demais enunciados ou não se alcançará compreendêlos sem perdas substanciais. Nesta medida, mister afirmar, com os devidos temperamentos, que a interpretação jurídica é sistemática ou não é interpretação." (A interpretação sistemática do direito, 3.ed. São Paulo:Malheiros, 2002, p. 74). Daí, por certo, decorrerá uma conclusão lógica, já que interpretar sistematicamente implica excluir qualquer solução interpretativa que resulte logicamente contraditória com alguma norma do sistema. O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Nesse sentido, no sistema tributário nacional, a definição de crédito tributário há de ser uniforme. De acordo com a definição de Hugo de Brito Machado (2009, p.172), o crédito tributário "é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional)." Convertese em crédito tributário a obrigação principal referente à multa de oficio a partir do lançamento, consoante previsão do art. 113, §1o, do CTN: "Art. 113 A obrigação tributária é principal ou acessória § 1o A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito tributário dela decorrente. A obrigação tributária principal surge, assim, com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, o que inclui a multa de oficio proporcional. Fl. 519DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 506 6 A multa de oficio é prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, e é exigida "juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago" (§1o). Assim, no momento do lançamento, ao tributo agregase a multa de ofício, Tomandose ambos obrigação de natureza pecuniária, ou seja, principal. A penalidade pecuniária, representada no presente caso pela multa de oficio, tem natureza punitiva, incidindo sobre o montante não pago do tributo devido, constatado após ação fiscalizatória do Estado. Os juros moratórios, por sua vez, não se tratam de penalidade e têm natureza indenizatória, ao compensarem o atraso na entrada dos recursos que seriam de direito da União. A própria lei em comento traz expressa regra sobre a incidência de juros sobre a multa isolada. Eventual alegação de incompatibilidade entre os institutos é de ser afastada pela previsão contida na própria Lei n° 9.430/96 quanto à incidência de juros de mora sobre a multa exigida isoladamente. O parágrafo único do art. 43 da Lei n° 9.430/96 estabeleceu expressamente que sobre o crédito tributário constituído na forma do caput incidem juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se referir a débitos decorrentes de tributos e contribuições, alcança os débitos em geral relacionados com esses tributos e contribuições e não apenas os relativos ao principal, entendimento, dizia então, reforçado pelo fato de o art. 43 da mesma lei prescrever expressamente a incidência de juros sobre a multa exigida isoladamente. Nesse sentido, o disposto no §3° do art. 950 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99) exclui a equivocada interpretação de que a multa de mora prevista no caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96 poderia ser aplicada concomitantemente com a multa de oficio. Art. 950. Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação especifica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61). § 1o A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo 13 previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 1o). § 2o O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 2o). § 3o A multa de mora prevista neste artigo não será aplicada quando o valor do imposto já tenha servido de base para a aplicação da multa decorrente de lançamento de oficio. A partir do trigésimo primeiro dia do lançamento, caso não pago, o montante do crédito tributário constituído pelo tributo mais a multa de ofício passa a ser Fl. 520DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 507 7 acrescido dos juros de mora devidos em razão do atraso da entrada dos recursos nos cofres da União. No mesmo sentido já se manifestou este E. colegiado quando do julgamento do Acórdão n° CSRF/0400.651, julgado em 18/09/2007, com a seguinte ementa: JUROS DE MORA — MULTA DE OFÍCIO — OBRIGAÇÃO PR1NICIPAL — A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. Nesse sentido, ainda, a Súmula Carf n° 5: "São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral." Diante da previsão contida no parágrafo único do art. 161 do CTN, buscase na legislação ordinária a norma complementar que preveja a correção dos débitos para com a União. ara esse fim, a partir de abril de 1995, temse a taxa Selic, instituída pela Lei nº 9.065, de 1995. A jurisprudência é forte no sentido da aplicação da taxa de juros Selic na cobrança do crédito tributário, corno se vê no exemplo abaixo: REsp 1098052 / SP RECURSO ESPECIAL 2008/02395728 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 04/12/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 19/12/2008 Ementa PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. LANÇAMENTO. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. TAXA SELIC. LEGALIDADE. 1. É infundada a alegação de nulidade por maltrato ao art. 535 do Código de Processo Civil, quanto o recorrente busca tão somente rediscutir as razões do julgado. 2. Em se tratando de tributos lançados por homologação, ocorrendo a declaração do contribuinte e na falta de pagamento da exação no vencimento, a inscrição em dívida ativa independe de procedimento administrativo. 3. É legítima a utilização da taxa SELIC como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização dos créditos tributários (Precedentes: AgRg nos EREsp 579.565/SC, Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJU de 11.09.06 e Fl. 521DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 508 8 AgRg nos EREsp 831.564/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 12.02.07).(g.n) No âmbito administrativo, a incidência da taxa de juros Selic sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal foi pacificada com a edição da Súmula CARF n° 4, nos seguintes termos: Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórias incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso do contribuinte e DAR PROVIMENTO ao recurso da Fazenda Nacional para considerar aplicável a incidência de juros de mora sobre a multa de oficio, devidos à taxa Selic. Por fim, quanto à alegação de que o julgado não teria se pronunciado sobre diversos outros argumentos do recurso, adoto aqui o entendimento predominante no colendo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de que o julgador não está obrigado a pronunciarse acerca de todos os argumentos invocados no recurso, desde que a matéria seja decidida de forma fundamentada, vez que os embargos se prestam para esclarecer as questões apreciadas e não aos argumentos ventilados no recurso, in verbis: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. 1. O Tribunal não está obrigado a pronunciarse acerca de todos os artigos de lei invocados no recurso especial, desde que decida a matéria suscitada, adotando fundamento suficiente para embasar a manifestação jurisdicional. A omissão que enseja o cabimento dos embargos diz respeito a questões apreciadas, não aos argumentos trazidos no recurso. 2. A mera repetição dos fundamentos da sentença pelo acórdão da apelação, a princípio, não acarreta prestação jurisdicional deficiente, desde que tais fundamentos contenham a análise dos pontos controvertidos submetidos à decisão judicial. [...] 5. Recurso especial desprovido. (REsp 1221243/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 10/03/2014) * transcrição parcial da ementa. Em face do exposto, voto no sentido de acolher os embargos de declaração, para sanar as omissões suscitadas, devendo fazer parte integrante do Acórdão Embargado, tanto em sua fundamentação quanto ementa e decisório a referência expressa à arguição de inconstitucionalidade bem como quanto à incidência de juros sobre a multa de ofício, sem efeitos infringentes. Sala das Sessões, em 4 de junho de 2014 (assinado digitalmente) Fl. 522DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O Processo nº 10825.000440/200378 Acórdão n.º 1101001.132 S1C1T1 Fl. 509 9 Antônio Lisboa Cardoso Fl. 523DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/08/20 14 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2014 por ANTONIO LISBOA CARDOS O
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Numero do processo: 10825.720639/2009-10
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
COFINS. TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. REVENDEDORA DE VEÍCULOS. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE.
A aquisição de máquinas e veículos relacionados no art. 1º da Lei 10.485/02, para revenda, quando feita por comerciantes atacadistas ou varejistas desses produtos, não gera direito a crédito do PIS e da Cofins,, dada a expressa vedação, consoante o art. 3o , inciso I, alínea "b das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, respectivamente. A previsão contida no art. 17 da Lei n° 11.033/04 trata-se de regra geral não se aplicando nos casos de tributação monofásica por força da referida vedação legal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-004.113
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. REVENDEDORA DE VEÍCULOS. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. A aquisição de máquinas e veículos relacionados no art. 1º da Lei 10.485/02, para revenda, quando feita por comerciantes atacadistas ou varejistas desses produtos, não gera direito a crédito do PIS e da Cofins,, dada a expressa vedação, consoante o art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, respectivamente. A previsão contida no art. 17 da Lei n° 11.033/04 tratase de regra geral não se aplicando nos casos de tributação monofásica por força da referida vedação legal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 72 06 39 /2 00 9- 10 Fl. 206DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 207 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 208 3 Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento de créditos decorrentes da sistemática da apuração não cumulativa, fundado no disposto no art. 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004. O Pedido foi indeferido pelo Despacho Decisório sob o fundamento de que os créditos seriam indevidos por ser inaplicável o disposto no art. 17 da Lei n° 11.833, de 2004, às revendedoras de veículos novos na medida em que essa atividade está submetida à tributação monofásica, o que impede a apuração de créditos. .Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que: a. no Estado Democrático de Direito a LEGALIDADE é o sobreprincipio que deve reger a tributação; portanto, o único instrumento, com poderes para criar restrições a direitos como vedação a creditamento, é a lei, havendo um momento inicial em que realmente era negado o creditamento; b. também é inegável a existência de uma norma que previu, expressamente, que a Contribuinte deveria tributar o PIS/COFINS com a aliquota zero sobre seu faturamento, e não em monofasia, substituição tributária ou nãoincidência; c. posteriormente, também pela mesma forma que, no Estado Democrático de Direito, se estabelecem preceitos cogentes, foi introduzido no universo jurídico o art. 17 da Lei no 11.033/04, prevendo expressamente que mesmo quem faturasse com aliquota zero, ainda assim poderia creditarse de PIS/COFINS; d. a Lei no 11.033/04 não é monoternática, mas norma geral do arcabouço tributário, alcançando todos que se enquadrassem em cada uma das situações previstas; e. ainda veio o art. 16 da Lei 11.116/05 que, ao invés de restringir direito de creditamento, fez foi dotar de mais garantias a previsão do art. 17 da Lei no 11.033/04, sem nenhuma preocupação em estabelecer exceções e vedações; f. sempre se ressalva, nas novas normas, o que fica ainda regulado em outra norma anterior, principalmente quando se pretende restringir direitos; o que não aconteceu com a possibilidade de creditamento para a Contribuinte; sendo certo que normas infralegais não têm tal condão; g. o direito de creditamento é coerente com os objetivos desonerativos das inovações legislativas do PIS/COFINS; e em consonância com a prescrição constitucional, que Fl. 208DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 209 4 permite à lei escolher quais setores serão incluídos na não cumulatividade, s6 não permitindo esvaziar sua característica básica, que é a tomada de créditos, sob pena de se estar, de fato, em um regime de substituição; h. o art. 17 da Lei no 11.033/04 é justamente norma geral para os casos que estavam vedados, pois obviamente seria desnecessário para os outros casos que não estavam vedados, até porque ninguém, nem o fisco, nunca restringiu o creditamento para os casos não vedados; i. foram revogados os preceitos das Leis no 10.637/02 e no 10.833/03 que mandavam aplicar, para a Contribuinte, as normas anteriores à não cumulatividade, agora ficando as mesmas inteiramente enquadradas neste regime que tem como pressuposto o creditamento; j. finalmente, veio o Poder Executivo, via Medidas Provisórias no 413/08 e no 451/08, tentar restringir creditamento baseados no art. 17 da Lei 11.033/04 para a Contribuinte, mas que, até por intuitiva inconstitucionalidade, não foram mantidas no ordenamento jurídico; Assim, por tudo o exposto, espera a Contribuinte a reforma do Despacho Decisório, para que conseqüentemente seja deferido o seu pedido de restituição ora em baila. A Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. IMPOSSIBILIDADE. No regime não cumulativo de cobrança da Cofins, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime concentrado de cobrança da contribuição no fabricante e importador. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário no qual reproduz, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 209DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 210 5 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. A Recorrente é empresa que se dedica a atividade de comércio a varejo de veículos automotores e autopeças. O cerne do presente litígio referese ao pedido da Recorrente para creditarse dos valores relativos a revenda de produtos sujeitos à incidência monofásica da contribuição para o PIS e COFINS. No mérito, a pretensão da Recorrente não encontra amparo legal, senão vejamos. A Lei 10.485/02, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04, , instituiu regime de tributação monofásico da contribuição supracitada. O modelo foi implementado com a fixação de alíquota majorada para fabricantes e importadores de máquinas e veículos nas classificações ali elencadas e aplicação da alíquota de 0% (zero por cento) quando da ocorrência da venda desses produtos por parte dos revendedores, ou seja, dos comerciantes atacadistas ou varejistas. As Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 introduziram, nas situações ali especificadas,a tributação nãocumulativa em relação à contribuição para o PIS e COFINS, respectivamente. Contudo, no caso dos produtos sujeitos ao recolhimento na sistemática monofásica, quando adquiridos para revenda, não há direito a crédito, por expressa vedação legal, pois, consoante o art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 10.865/04, dispõem expressamente que não darão direito a crédito, as mercadorias e produtos referidos no § 1º, do artigo 2º , das mencionadas leis, quando adquiridas para revenda. Desta forma, adquirindo a contribuinte para revenda máquinas e veículos nas classificações ali elencadas, não poderá se creditar, para fins de apuração do PIS e da Cofins nãocumulativa, dos custos de aquisição dos referidos produtos. Para melhor compreensão transcrevemos os artigos pertinentes das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04: Lei nº 10.637/02 Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: Fl. 210DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 211 6 (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; Lei nº 10.833/03 Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:[...] b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei;[...] Alega ainda a Recorrente que o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, quando determina que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, Fl. 211DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 212 7 não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações, teria autorizado o creditamento pretendido. Contudo, analisandose o dispositivo retrocitado, é fácil perceber que, data venia, não é possível ter a mesma conclusão do Recorrente. Importante, neste ponto, transcrever o disposto na lei: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O referido artigo, como se observa, é uma regra geral, que coexiste, sem qualquer incompatibilidade, com as vedações de creditamento constantes de regras específicas, referentes a situações específicas (tais como a “tributação monofásica” e as aquisições de bens não tributados); notese que o art. 17 fala em “manutenção” de créditos, no entanto, por força da referida vedação legal, esses créditos sequer existem. Quanto à alegação de que por ocasião da conversão das medidas provisórias nºs. 413/08 e 451/08 nas leis n°. 11.727/08 e 11.945/09, nas quais teria havido manifestação expressa do legislativo ao suprimir a vedação ao crédito pleiteado, confirmouse o direito da recorrente previsto no art. 17, entendo descabida tal interpretação. A conclusão que a recorrente pretende extrair das citadas medidas provisórias é de que era inequívoco o direito ao creditamento antes da edição das referidas medidas provisórias, por estarem prevendo a exclusão ao direito de quaisquer créditos para os revendedores distribuidores e varejistas de produtos inseridos no sistema de tributação monofásica. Por essa lógica só se exclui o que antes estava incluído. No entanto, a conclusão que se pretende alcançar das ditas medidas provisórias é que elas vieram apenas destacar expressamente o entendimento de que não se aplica o disposto no art. 17 da Lei 11.033∕04 aos distribuidores, comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias previstas no art. 2º, § 1º das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, conforme já analisado anteriormente. Os dispositivos das medidas provisórias interpretaram a lógica da incompatibilidade do regime monofásico dos distribuidores, comerciantes atacadistas e varejistas das ditas mercadorias com o sistema de apuração de créditos da não cumulatividade, o que não ocorre, como já manifestado, em relação aos produtores e importadores, que suportam a carga do tributo. Para os demais elos da cadeia de comercialização o que se dá é a repercussão econômica. Corroborando este entendimento, no sentido da impossibilidade de creditamento de PIS/COFINS. por comerciantes varejistas de veículos automotores, relativo a revenda desses produtos, encontramos várias decisões judiciais, dentre as quais colaciono as seguintes: TRIBUTÁRIO. COMÉRCIO VAREJISTA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, PEÇAS E ASSESSÓRIOS. PIS E COFINS. LEI 10.485/2002. LEIS 10.637/2002 E 10.833/2003. APLICAÇÃO DE ALÍQUOTA ZERO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. SISTEMA MONOFÁSICO. IN 594/2005. ARTIGO 17 DA LEI 11.033/2004. 1. Tratandose de empresa cujo objeto diz respeito ao comércio varejista de veículos Fl. 212DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 213 8 automotores, peças e assessórios, para fins de tributação pela contribuição para o PIS e COFINS, devem ser aplicados os artigos 1º e 3º da Lei 10.485/2002, que, no caso, se constitui em lei especial a ser aplicada em prejuízo de lei geral. 2. Nos termos do § 2º do artigo 3º da Lei 10.485/2003, relativamente à venda de produtos por esta disciplinados, por comerciante atacadista ou varejista, tratase de operação cuja tributação pela contribuição ao PIS e COFINS está sujeita à alíquota zero. 3. As Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 prevêem, ambos no seu parágrafo 1º do artigo 2º, a impossibilidade de creditamento de PIS e COFINS recolhidos na etapa anterior, relativamente às operações cuja tributação obedece ao regime da Lei 10.485. 4. Tratase, no caso, de sistema de tributação monofásico, com o qual não se coaduna o sistema de creditamento, como forma de aplicação da nãocumulatividade. 5. O parágrafo 5º do artigo 26 da IN nº 594/2005 ao proibir o creditamento do que foi recolhido anteriormente a título de PIS e COFINS, relativamente às vendas cuja operação está tributada à alíquota zero, apenas sistematizou o que já constava em Lei Ordinária, não procedendo, neste sentido, em ilegalidade. 6. O artigo 17 da Lei 11.033/2004, que dispõe acerca da manutenção de crédito, em hipótese de vendas efetuadas cuja tributação esteja sujeita à alíquota zero, configurase em lei especial que não deve ser aplicada genericamente.(AC 200771050033577, JOEL ILAN PACIORNIK, TRF4 PRIMEIRA TURMA, D.E. 01/06/2010.) TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. AQUISIÇÃO, PARA REVENDA, DE AUTOPEÇAS, ACESSÓRIOS E VEÍCULOS NOVOS. REGIME MONOFÁSICO. NÃOCUMULATIVIDADE. LEIS NºS 10.637/2002, 10.833/2003 E 11.033/2004. INS/SRF Nº 594/2005. LEGALIDADE. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DESTA CORTE REGIONAL. 1. Apelação contra sentença que julgou improcedente pedido para assegurar o direito ao aproveitamento, mediante escrituração, dos créditos do PIS/COFINS decorrentes da aquisição, para revenda, de autopeças, acessórios e veículos novos, por meio das alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente, sobre o valor da nota fiscal destes bens adquiridos diretamente do fabricante, em face da ilegalidade da IN/SRF nº 594/05. 2. A jurisprudência de todas as Turmas desta Corte Regional é pacífica na esteira de que no regime tributário monofásico de nãocumulatividade, não é permitido à revendedora o aproveitamento dos créditos de PIS e COFINS incidentes sobre as aquisições de veículos automotores e autopeças para revenda, tendo em vista que a Lei nº 11.033/2004 não revogou as Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003. 3. Legalidade do art. 26, parágrafo 5º, IV, da IN/SRF nº 594/05 referente à vedação ao creditamento das exações em tela, quando da aquisição no mercado interno, para revenda, dos produtos comercializados. 4. Apelação não provida.(AC 200781000007082, Desembargador Federal Bruno Leonardo Câmara Carrá, TRF5 Terceira Turma, DJE Data::17/11/2011 Página::734.) Fl. 213DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 214 9 PROCESSUAL CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. DECISÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. CRÉDITO DO PIS E COFINS. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS, PEÇAS, PNEUS E ACESSÓRIOS. SISTEMA MONOFÁSICO. ART. 17 DA LEI 11.033/04 (PIS) E ART. 16 DA LEI 10.833/03 (COFINS). IMPOSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO. 1. Tratase de agravo interno de fls. 392/415, oposto por BRETAGNE COMERCIAL LTDA, objetivando reformar a decisão de fls. 379/385, que negou seguimento à apelação interposta pela ora agravante, mantendo a sentença de fls. 322/327, que denegou a segurança, julgando improcedente o pedido que objetivava a manutenção do lançamento de créditos de PIS (1,65%) e COFINS (7,60%) decorrentes de aquisição de veículos, peças, pneus e acessórios abrangidos pelo sistema monofásico, com fundamento no art. 17 da Lei nº 11.033/04 e no art. 16 da Lei nº 11.116/05, dispositivos posteriores às Leis nº 10.637/02 (PIS) e nº 10.833/03 (COFINS) e que teriam superado a pretensa vedação estabelecida no art. 3º, §2º, inciso II. 2. Verificase que inexiste qualquer fundamento nas alegações da agravante, havendo o voto condutor se manifestado de forma clara e objetiva. 3. Precedentes Jurisprudenciais. 4. Não havendo ilegitimidade da exigência fiscal sustentada pela impetrante, não há o pretendido direito ao ressarcimento de supostos créditos por recolhimentos indevidos, não merecendo qualquer reparo a decisão ora atacada, uma vez que a agravante não trouxe argumento que alterasse o quadro descrito acima. 5. A agravante não trouxe argumentos que alterassem o quadro descrito acima. 6. Agravo interno conhecido e desprovido.(AC 200851010086660, Desembargador Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 TERCEIRA TURMA ESPECIALIZADA, EDJF2R Data::26/03/2012 Página::163.) TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. PIS E COFINS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. LEI Nº 10.485/2002. CADEIA AUTOMOTIVA. COMÉRCIO DE VEÍCULOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS. ALÍQUOTA ZERO. ESCRITURAÇÃO DE CRÉDITOS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO DO COMERCIANTE VAREJISTA. 1. A Impetrante pretende ver reconhecido o direito à escrituração dos créditos vincendos decorrentes do PIS e da COFINS, em razão da aquisição de bens para revenda, ressaltando que a atividade por ela exercida é a de distribuição de veículos novos, adquiridos diretamente das fabricantes, venda de autopeças e acessórios. Reconhece, ainda, que o regime a que está submetida é o monofásico das contribuições sociais PIS e COFINS. 2. A Lei nº 10.485/2002 estabelece, em seu artigo 1º que: "As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo , relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Fl. 214DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10825.720639/200910 Acórdão n.º 3801004.113 S3TE01 Fl. 215 10 Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004).". 3. Diversamente do que se aplica aos demais tributos, que possuem também como base de sua incidência o faturamento, a nãocumulatividade quanto ao PIS e à COFINS não alcança todos as atividades econômicas, e, como bem alertou o magistrado de primeiro grau, foi outorgado ao legislador ordinário o estabelecimento da sistemática a ser seguida. 4. Acerca da questão o egrégio Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de incompatibilidade da incidência monofásica com a técnica do creditamento, como no caso dos presentes autos. "(...) 1. Ambas as Turmas integrantes da Primeira Seção desta Corte Superior firmaram entendimento no sentido de que a incidência monofásica, em princípio, não se compatibiliza com a técnica do creditamento; assim como o benefício instituído pelo artigo 17 da Lei n. 11.033/2004 somente se aplica aos contribuintes integrantes do regime específico de tributação denominado Reporto. 2. Precedentes: REsp 1228608/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 16.3.2011; REsp 1140723/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 22.9.2010; e AgRg no REsp 1224392/RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, DJe 10.3.2011. 3. Recurso especial não provido." (REsp 1218561/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 15/04/2011). 5. Apelação não provida.(AC 201037010002755, JUIZ FEDERAL RONALDO CASTRO DESTÊRRO E SILVA (CONV.), TRF1 SÉTIMA TURMA, eDJF1 DATA:29/06/2012 PAGINA:387.) Ante ao exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendose a decisão recorrida pelos seus próprios e jurídicos fundamentos. É assim que voto. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 215DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10825.902165/2012-10
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009
COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS.
A partir do advento do art. 23, I e II, a, da Medida Provisória nº 1.858-6, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.158-35/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS.
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-005.837
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negou-se provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões.
(Assinado Digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente).
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS. A partir do advento do art. 23, I e II, “a”, da Medida Provisória nº 1.8586, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.15835/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negouse provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões. (Assinado Digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 90 21 65 /2 01 2- 10 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado Digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente). Relatório Sob a alegação de realização de pagamento a maior ou indevido de PIS/PASEP a contribuinte transmitiu Per/DComp em 30/11/2009, entretanto a compensação realizada restou não homologada, eis que por meio de despacho decisório eletrônico a autoridade administrativa declarou haver outros débitos e que o crédito informado foi integralmente utilizado para a quitação dos mesmos, não havendo saldo credor o suficiente para solver os débitos declarados na DComp aviada. Sobreveio a manifestação do inconformismo e com ela os argumentos de que: (i) a exigência da contribuição ao PIS foi restabelecida sob a égide da CF/88, notadamente nos termos do art. 2o, II, da Lei 9.715/98, sendo um ano após expressamente revogada em relação às entidades sem fins lucrativos, por meio da MP 1.85810/99, com a atual redação conferida pelo art. 93 da MP nº 2.15835/01, ainda assim algumas cooperativas permaneceram obrigadas ao recolhimento da contribuição ao PIS sobre a folha de salário, em vista de regra específica prevista no § 1º, do art. 2º, da Lei nº 9.715/98; (ii) a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos. Explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13; (iii) ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; (iv) ainda que a redação do art. 15 da MP2.15835 seja genérica em relação às sociedades cooperativas e, portanto, não excetue as cooperativas de trabalho médico, isso não permite a conclusão de que essas cooperativas estariam entre as compreendias no alcance desse dispositivo, como também concluiu as autoridades fiscais, nos termos do art. 28 da IN SRF nº 635/06; (v) conclui aduzindo que se as sociedades cooperativas médicas não se sujeitam às exigências da contribuição ao PIS com base na folha de salários de seus empregados e, portanto, todo o recolhimento realizado a esse título deve ser entendido comore colhimento a Fl. 158DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902165/201210 Acórdão n.º 3803005.837 S3TE03 Fl. 12 3 maior ou indevido e, logo, passível de ser recuperado. Requereu, ainda, a reforma do julgado de primeira instância, a procedência integral da declaração de compensação, com vista a legitimidade do crédito tributário e o reconhecimento da extinção dos débitos compensados no PER/DECOMP. A decisão prolatada pela 14ª Turma da DRJ/RPO, de 11/09/13 (fls. /) por meio do Acórdão nº 1444.655, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, para manter o crédito tributário exigível, nos termos da ementa adiante transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 FATURAMENTO E FOLHA DE SALÁRIOS. LEGALIDADE. Quando a sociedade cooperativa realiza as exclusões legais da base de cálculo do PIS Faturamento, é devido o PIS Folha concomitantemente, nos termos do art. 15, § 2º, da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, e do art. 32, § 4º, do Decreto nº 4.524, de 2002. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O voto condutor do acórdão adotou o pressuposto de que : (a) “Nos termos da regra consolidada na atual MP nº 2.15835, de 2001, a tributação das sociedades cooperativas segue a tributação das demais pessoas jurídicas em geral, calculando o PIS de acordo com o faturamento. No entanto, caso a cooperativa realize determinadas operações que não sofrem a incidência do PIS com base no faturamento, deverá, conforme disposição inscrita no art. 15, §2º, I da MP nº 2.15835, de 2001, apurar o PIS com base na folha de salários. Nesse caso, portanto, a cooperativa sujeitase cumulativamente à tributação com base no faturamento e com base na folha de pagamentos”. Consubstanciouse ainda no art. 13 da referida MP, e nos arts. 36 da MP 66/02; no art. 1º da MP nº 101/02, convertida na Lei nº 10.767/03; no art. 32 do Dec. 4.524/02 e nos arts. 9º e 33 da IN SRF nº 247/02. De acordo com os dispositivos mencionados não prevalece a tese de que as sociedades cooperativas outras que não de produção agropecuária, eletrificação rural, de Fl. 159DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 crédito e de transporte rodoviário, estariam fora do alcance do PIS sobre a folha de salários. E assim, nos períodos em que tenha procedido à exclusão das sobras líquidas da base de cálculo da contribuição, o PIS sobre a folha de pagamentos deve ser recolhido. Situação essa em que o sucesso da contribuinte em ver homologada a compensação declarada na primeira instância administrativa, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do direito creditório, no caso, a de que não efetuou a exclusão em foco. No que se relaciona ao aspecto do elemento material de prova extraise excertos que sintetizam o posicionamento adotado pela decisão em questão, adiante: “Em se tratando de declaração eletrônica, a verificação dos dados informados pela contribuinte na DCOMP foi realizada também de forma eletrônica, cotejando os com os demais por ela informados à Receita Federal em outras declarações (DCTFs, DIPJ, etc), bem como com outras bases de dados desse órgão (pagamentos, etc), tendo resultado no Despacho Decisório em discussão. O ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que, embora localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de débito confessado pela interessada. Assim o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia.” De acordo com o Termo de Ciência por decurso de prazo, a data de disponibilização na caixa postal da contribuinte da decisão contida no Acórdão nº 1444.655, foi em 20/09/2013. Com isso a data da ciência se deu em 05/10/2013. O Termo de Solicitação de Juntada de recurso voluntário foi registrada pela repartição preparadora em 01/11/13. Ciente da decisão contida no acórdão retromencionado a contribuinte irresignada, em sede de recurso voluntário, reiterou de forma minudente acerca das razões de defesa apresentadas na exordial. Ressaltou que a MP 2.15835/01, em seu artigo 13, explicitou quais os tipos de entidades que se sujeitavam à contribuição ao PIS, calculada sobre a folha de salários, bem assim que as sociedades cooperativas não foram contempladas, de acordo com o elenco formulado nesse artigo, como o foram às Organizações das Cooperativas – OCB e as Organizações estaduais de Cooperativas, nos termos do inciso I, do art. 13, da MP nº 2.158 35/01, que não se identifica com as sociedades cooperativas propriamente ditas. Mencionou que na mesma senda segue o § 2º e incisos I a IV, do art. 15 dessa MP, eis que as cooperativas de trabalho médico não praticam as operações descritas nesses incisos do confuso enunciado do referido artigo da MP correspondente. Aduziu ademais disso que o art. 28 da IN SRF 635/06 identifica quais sociedades cooperativas se sujeitam à incidência da contribuição ao PIS com base na folha de Fl. 160DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902165/201210 Acórdão n.º 3803005.837 S3TE03 Fl. 13 5 salário, ou seja, as sociedades sujeitas às exclusões previstas no art. 15 da MP 2.15835/01,bem assim que a resposta à Consulta 290/07 ratifica este entendimento. Requer ao final o integral provimento do recurso, protestando pela apresentação de memoriais e sustentação oral das razões aduzidas. É relatório. Voto Conselheiro Relator Conselheiro Jorge Victor Rodrigues Relator O recurso é tempestivo e preenche os pressupostos de admissibilidade, dele conheço. Duas foram às questões devolvidas para apreciação pelo Tribunal ad quem, a saber: (i) a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pela Recorrente; e (ii) a tributação das sociedades cooperadas de trabalho médico pelo PIS. O exame acerca da primeira questão resta prejudicado, eis que nenhum documento contábil ou fiscal hábil e idôneo foi colacionado aos autos, com o fim de corroborar as assertivas formuladas na exordial, ou mesmo no apelo sob exame, o que se faz em respeito aos dispositivos contidos no artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, caput e § 4º. É cediço que quando da apresentação de Per/DComp à repartição fiscal, por se tratar de iniciativa do próprio contribuinte, cabe ao transmitente o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado em valores superiores ao débito informado na DComp. Por sua vez à autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. Resta, então, o enfrentamento da questão relacionada à tributação das sociedades cooperadas pelo PIS. O hodierno ordenamento jurídico tem a sua gênese na Constituição Cidadã de 1988. O seu artigo 146, III, ‘C’, dispõe que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais me matéria de legislação tributária, especialmente sobre: adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 A Lei nº 5.764/71, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas, por meio do seu artigo 4º, já havia atribuído à definição legal de “cooperativas”, como sendo: Art. 4º. As cooperativas são sociedades de pessoas, como forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindose das demais sociedades pelas seguintes características: (...); VII – retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral. Adiante, no caput e no parágrafo único do artigo 79 do mesmo mandamus, adveio a definição e a funcionalidade de “atos cooperativos”. Em outras palavras são tais atos jurídicos que criam, mantém ou extinguem relações cooperativas, não implicando, necessariamente, em atos de mercado. Acerca da tributação do PIS e da COFINS, inicialmente, foi a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, considerada isenta por força do disposto no caput e inciso I do art. 6º, da LC nº 70/91, instituidora da Cofins. Entretanto, com o advento da MP nº 1.8586/99, por meio de seu artigo 23, foram os incisos I e III do artigo 6º da LC nº 70/91, revogados. Ocorre que essa revogação se manteve por meio da MP nº 66/02 e também pela Lei nº 10.637/02, por meio dos seus artigos 1º e 2º, que atualmente regula esta matéria (cobrança do PIS/PASEP, cuja base de cálculo é o valor do faturamento). Do mesmo modo ocorreu com o PIS, cujas cooperativas estão sujeitas ao pagamento desse tributo, seja sobre a folha de salários, mediante a aplicação de alíquota de 1% sobre a folha de pagamento mensal de seus empregados. A outra forma de tributação incide sobre a receita bruta, mediante a alíquota de 0,65% (a partir de 01/11/1999, data fixada pelo Ato Declaratório SRF nº 88/99), com exclusões da base de cálculo prevista pela MP 2.11327/01, ou mesmo de acordo com a MP 107, com as exclusões da base de cálculo, de acordo com o disposto também no artigo 15 da MP 2.113 27/01. Por força do contido na Lei nº 10.637/02, a partir de 01/12/02, a alíquota do PIS foi majorada para 1,65%. Destarte, por meio da MP 107/03, de 10/022003, a alíquota do PIS que houvera sido majorada, retorna ao seu valor original de 0,65%, inclusive para as sociedades cooperativas. Foi a partir da MP nº 2.11329, de 27/03/01, DOU de 28/03/01, de suas reedições e alterações posteriores, até a MP 2.15835/01, através de suas disposições que se Fl. 162DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902165/201210 Acórdão n.º 3803005.837 S3TE03 Fl. 14 7 tornou possível para as sociedades cooperativas a exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins, de valores mencionados no artigo 15 desta MP, isto uma vez observado o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. Portanto, a base de cálculo para as contribuições para o PIS e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento, correspondente à receita bruta. A respeito da exclusão de valores da base de cálculo do PIS e da Cofins das cooperativas vale mencionar as disposições da MP nº 101/02, litteris: Art. 1º. As sociedades cooperativas também poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, as sobras apuradas na Demonstração de Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. § 1º. Omissis. § 3º O disposto neste artigo alcança os fatos geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória nº 1.85810, de 26 de outubro de 1999. Portanto, seja sob a ótica da MP nº 2.15835/01, ou segundo os dispositivos contidos na MP nº 101/02, posteriormente convertida na Lei 10.767/02 e, observados o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, o que se percebe nitidamente, é a possibilidade de exclusão de elementos da base de cálculo do PIS e da Cofins, para as sociedades cooperativas. Confirase: Art. 1° Esta Lei aplicase no âmbito da legislação tributária federal, relativamente às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, de que tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários IOF. Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001). Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) Fl. 163DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 (...); § 9o Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001). (Grifei). De outra parte assim se pronunciou a Solução de Consulta COSIT nº 06, de 8 de novembro de 2010 (ação judicial): EMENTA: O disposto no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, não permite que as operadoras de planos de assistência à saúde deduzam da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos realizados em seus próprios beneficiários (clientes), por meio de estabelecimento próprio ou pela rede conveniada/credenciada de profissionais e empresas da área de saúde, visto que tais contribuições incidem sobre o faturamento (receita bruta) mensal e não sobre o resultado. O inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, somente autoriza as operadoras de planos de assistência à saúde a deduzirem da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep o valor correspondente às indenizações efetivamente pagas por uma operadora, referente aos atendimentos médicos efetuados em beneficiários (clientes) pertencentes à outra operadora de plano de assistência à saúde, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidade. O Poder Judiciário, aqui representado pelos Tribunais Superiores, também não se omitiu quando provocado a se pronunciar a respeito da tributação do PIS/PASEP e da Cofins, senão vejamos: O Julgamento da Questão no STJ – Sistemática do Recurso Repetitivo: RECURSO ESPECIAL Nº 1.164.716 MG (2009/02107185) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : COOPERATIVA DOS INSTRUTORES DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PROMOÇÃO SOCIAL RURAL LTDA COOPIFOR Fl. 164DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902165/201210 Acórdão n.º 3803005.837 S3TE03 Fl. 15 9 ADVOGADO : CAMILA COLARES SANTANA E OUTRO(S) DECISÃO (...) impõese, da mesma forma, a submissão do presente apelo extremo como representativo da controvérsia atinente à incidência da contribuição destinada ao PIS e da COFINS sobre a receita oriunda de atos cooperativos típicos realizados pelas cooperativas, à luz do disposto no artigo 79, parágrafo único, da Lei 5.764/71, a fim de se prevenir eventual óbice de conhecimento. (...) Brasília (DF), 24 de fevereiro de 2010. A discussão realizada pelo Supremo Tribunal Federal ainda não chegou a termo, entretanto o reconhecimento da repercussão geral a respeito do tema ora sob exame, já ocorreu. Confirase: REPERCUSSÃO GERAL EM RE N.672.215CE RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA EMENTA: TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DA COFINS, DA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO SOBRE O PRODUTO DE ATO COOPERADO OU COOPERATIVO. DISTINÇÃO ENTRE “ATO COOPERADO TÍPICO” E “ATO COOPERADO ATÍPICO”. CONCEITOS CONSTITUCIONAIS DE “ATO COOPERATIVO”, “RECEITA DE ATIVIDADE COOPERATIVA” E “COOPERADO”. COOPERATIVA DE SERVIÇOS MÉDICOS. VALORES PAGOS POR TERCEIROS À COOPERATIVA POR SERVIÇOS PRESTADOS PELOS COOPERADOS. LEIS 5.764/1971, 7.689/1988, 9.718/1998 E 10.833/2003. ARTS. 146, III, c, 194, par. ún., V, 195, caput, e I, a, b e c e § 7º e 239 DA CONSTITUIÇÃO. Tem repercussão geral a discussão sobre a incidência da Cofins, do PIS e da CSLL sobre o produto de ato cooperativo, por violação dos conceitos constitucionais de “ato cooperado”, “receita da atividade cooperativa” e “cooperado”. Discussão que se dá sem prejuízo do exame da constitucionalidade da revogação, por lei ordinária ou medida provisória, de isenção, concedida por lei complementar (RE 598.085RG), bem como da “possibilidade da incidência da contribuição para o PIS sobre os atos cooperativos, tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº 2.158 33, originariamente editada sob o nº 1.8586, e nas Leis nºs 9.715 e 9.718, ambas de1998” (RE 599.362 RG, Rel. Min. Dias Toffoli). Como visto ainda não se vislumbra nos textos normativos, nem jurisprudenciais, a hipótese de isenção ou de não incidência tributária para as cooperativas. Tampouco de distinção entre cooperativas de trabalho médico, de crédito, enfim, entre as demais modalidades de sociedades cooperativas. Concluise, por conseguinte que, do texto legal, onde o legislador não faz distinção, não cabe ao operador do direito fazêlo, tampouco ao intérprete da lei. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 O PIS sobre a folha de pagamento constitui uma obrigação tributária principal devida por todas as entidades sem fins lucrativos, classificadas como Isentas, Imunes ou Dispensadas, e calculado sobre a folha de pagamento de salários, à alíquota de 1%. Quanto ao requerido pela Recorrente, no sentido de que o PIS/folha de pagamento não é cabível, portanto poderia ser compensado com tais débitos, considero inadequado o seu pedido. Isto porque ao manifestar o seu inconformismo a ora Recorrente destacou que a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13. Tema este reiterado no recurso voluntário. Há um equívoco nas assertivas formuladas pela Recorrente quanto à revogação da exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, pela MP nº 2.158 35/01. Diversamente, com o advento dessa medida provisória tornouse concreta a possibilidade de exclusão de elementos previstos na legislação de regência, da base de cálculo do PIS e da Cofins, isto em conformidade com o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. E mais, a Recorrente foi além ao mencionar que ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; O fato de o art. 28 não relacionar expressamente a sociedade cooperativa de trabalho médico dentre aquelas cujo fato gerador para o PIS/PASEP incide sobre a folha de salários no percentual de 1%, não autoriza o contribuinte a dela se eximir, como se imune ou isenta fosse, o que não corresponde ao disposto nos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, posto que as deduções permitidas em lei, se faz em observância desses dois artigos suso citados. O rol das exclusões mencionados no art. 15 da MP 2.15835/01, aplicável ao caso em comento, não é exaustivo, ou mesmo conclusivo, como também não o é aquele constante do artigo 28 da IN SRF nº 635/06, DOU de 17/04/2006, e ambos ensejam a incidência do PIS/Folha. Isto posto oriento o meu voto pelo não provimento do recurso voluntário. É como voto. Sala de sessões em 25 de março de 2014. Jorge Victor Rodrigues Relator Fl. 166DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902165/201210 Acórdão n.º 3803005.837 S3TE03 Fl. 16 11 Fl. 167DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 14485.000381/2007-11
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/1998 a 01/01/2009
OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. SOLIDARIEDADE. APLICABILIDADE.
Consoante lei 8.212/91, o proprietário de obra de construção civil é solidário com o construtor pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, podendo a Fazenda Nacional efetivar a cobrança de qualquer dos responsáveis solidários, sem benefício de ordem.
MULTA APLICÁVEL. LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE.
Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 1998, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35-A da lei 8.212/91, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2803-003.556
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, para que a multa aplicada seja limitada a 75% conforme art. 35-A da lei 8.212/91, caso mais benéfica à recorrente.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/08/1998 a 01/01/2009 OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. SOLIDARIEDADE. APLICABILIDADE. Consoante lei 8.212/91, o proprietário de obra de construção civil é solidário com o construtor pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, podendo a Fazenda Nacional efetivar a cobrança de qualquer dos responsáveis solidários, sem benefício de ordem. MULTA APLICÁVEL. LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 1998, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35-A da lei 8.212/91, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte Recurso Voluntário Provido em Parte
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SOLIDARIEDADE. APLICABILIDADE. Consoante lei 8.212/91, o proprietário de obra de construção civil é solidário com o construtor pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, podendo a Fazenda Nacional efetivar a cobrança de qualquer dos responsáveis solidários, sem benefício de ordem. MULTA APLICÁVEL. LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 1998, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35A da lei 8.212/91, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, para que a multa aplicada seja limitada a 75% conforme art. 35A da lei 8.212/91, caso mais benéfica à recorrente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 5. 00 03 81 /2 00 7- 11 Fl. 662DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 3 2 assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a notificação fiscal lavrada, referente a contribuições devidas em razão de obra de construção civil responsabilidade solidária. A 2a Turma Ordinária da 3a Câmara do CARF anulou a decisão de primeira instância através do acórdão n° 230200.458, por entender que a Receita Federal não atendeu o que determinado pelo acórdão do CRPS que determinava que fossem tomadas as providências cabíveis em face do prestador de serviço, para se evitar a duplicidade de cobrança. Reproduzo excerto do relatório do acórdão n° 230200.458, que bem esclarece a situação posta. A base de cálculo dos segurados utilizados na prestação de serviços pela a CNA Companhia Nacional de Armações de Ferro Ltda foram obtidas em função da não apresentação de documentos, após solicitação pela Auditoria Fiscal. Não conformada com a notificação, foi apresentada defesa pela SECOVI, fls. 38 a 44, juntada cópia de documentação às fls. 46 a 109. Foi comandada diligência fiscal, fls. 114 a 120. Tendo o Auditor notificante prestado informações às fls. 123 a 127. Houve alteração da lista de coresponsáveis, conforme fls. 130 a 134. A DecisãoNotificação confirmou a procedência, em sua totalidade, do lançamento, fls. 139 a 161. Não concordando com a decisão da autarquia previdenciária, foi interposto recurso, conforme fls. 177 a 185. Em síntese, a recorrente em seu recurso alega o seguinte: 1. Preliminarmente sustenta que houve elisão da responsabilidade solidária; 2. Que a fiscalização deveria ter verificado o inadimplemento do contribuinte de direito, para se evitar o bis in idem; 3. Deveria ter o julgador buscado a verdade material; 4. Requerendo a conversão do julgamento em diligência para se apurar os registros contábeis dos responsáveis tributários; 5. É ilegal a cobrança da taxa Selic para cálculo dos juros de mora; Fl. 664DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 5 4 6. Por fim solicita que seja cancelada a presente Notificação ou subsidiariamente a conversão do julgamento em diligência. ... Decisão proferida pela 2a Câmara de Julgamento do CRPS, fls. 219 a 228, por maioria, resolveu anular a decisão de primeira instância para que fossem adotadas cautelas mínimas para evitar duplicidade de exação. Inconformada com a decisão proferida pelo CRPS, a unidade da Receita Previdenciária interpôs pedido de revisão na forma das fls. 230 a 253. Cientificado do pleito revisional, o autuado apresentou contra razões conforme fls. 261 a 273. A 2a Câmara do CRPS, fls. 282 a 289, por maioria não conheceu do pedido de revisão. Em função da publicação do Enunciado no. 30 do CRPS, a unidade da Receita Previdenciária interpôs pedido de revisão, fls. 298 a 300. O autuado apresenta contrarazões às fls. 311 a 325. Por meio do despacho de fls. 330 a 332, o Presidente da 5a Câmara do 2° Conselho de Contribuintes negou seguimento ao pleito revisional. Reaberto prazo para impugnação, a sociedade empresária apresentou defesa conforme fls. 357 a 373. Decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, fls. 385 a 404, manteve o lançamento do crédito tributário. Não concordando com a decisão do órgão a quo, o autuado interpôs recurso voluntário, fls. 413 a 433. Em síntese alega o seguinte: 1. A DRJ deixou de realizar o mínimo necessário para conferir certeza ao lançamento tributário; 2. deveria ser anulada a própria NFLD; 3. o crédito é improcedente pois está fundado em presunção simples 4. a responsabilidade foi elidida pelos pagamentos realizados; 5. deveria ser realizada a diligência; 6. devem ser considerados os elementos de prova trazidos pela autuada na fase recursal; 7. não é possível a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício; Fl. 665DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 6 5 8. requerendo provimento ao recurso interposto. Após a anulação da decisão de primeiro grau, a Receita Federal do Brasil presta esclarecimentos às fls 519 e ss. A recorrente se manifesta às fls 529 e ss e novo acórdão é lavrado – fls 597 e ss, concluindo pela procedência parcial da impugnação apresentada, retificando a Notificação lavrada em razão de comprovado recolhimento em GRPS competência 09/98, vinculado à nota fiscal de serviço/fatura n° 429, que na presente NFLD foi lançada na competência 10/1998, mantendo contribuição devida de R$ 15.045,17. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · Necessidade da Declaração da Nulidade da NFLD. O cumprimento da diligência ordenada pela decisão da 2a Câmara do CRPS, é requisito necessário para que a decisão proferida pela DRJ, qualquer que seja o seu entendimento, não seja reputada nula pelo órgão julgador de 2a instância. Não há mais espaço para se avaliar o mérito das referidas medidas verificadoras, ou o seu cabimento. No presente processo administrativo, há uma decisão já tomada e consolidada, qual seja, a de que, sem as citadas providências, o lançamento não pode prevalecer. Duvidar da higidez dessa decisão implicaria ignorar a decisão do CRPS, o que, como se viu, nem mesmo o CARF ousou fazer. Em manifestação posterior ao julgamento da 2a Turma Ordinária da 3a Câmara, o órgão fiscalizador afirmou não ser possível a realização da referida diligência, vez que os fatos objeto de sua análise teriam ocorrido há mais de 10 anos, não sendo mais possível encontrar o contribuinte de direito em seu antigo endereço · Resta, portanto, ainda inatendida a diligência determinada pela CRPS e reiterada pelo CARF, sem a qual a NFLD lavrada em face da DRJ há de ser considerada nula. · Improcedência do Crédito Tributário Fundado em Presunção Simples. Um fato tornouse incontroverso após o exame deste processo pelo E. Segundo Conselho de Contribuintes e em seguida pela 2a Turma Ordinária da 3a Câmara do CARF: o procedimento mínimo necessário à apuração do crédito tributário com o mínimo de certeza não foi realizado · Elisão da responsabilidade tributária pelo pagamento pelo contribuinte de direito. A Recorrente já trouxe aos autos elementos documentais que comprovam, de maneira irretorquível, a impossibilidade de se exigir dela valores referentes a contribuições previdenciárias que já foram recolhidas pela empresa contratada. · Impossibilidade de Cobrança de Juros de Mora sobre a Multa de Ofício (Artigos 161 do CTNe 61, § 3o, da Lei n° 9.430/96) · Requer que seja declarada nula a presente NFLD, e, caso isso não ocorra, o que se admite apenas a título de argumentação, requer seja julgada totalmente insubsistente e improcedente. Por fim, requer que todas as intimações e notificações a serem feitas, relativamente a esse Fl. 666DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 7 6 processo, sejam encaminhadas aos seus procuradores, com escritório nesta Capital do Estado de São Paulo, na Rua Padre João Manoel, n° 923, 8o andar, em atenção ao Dr. RICARDO LACAZ MARTINS, bem como sejam enviadas cópias à Recorrente, no endereço constante destes autos.Protesta, ainda, a Recorrente, por todos os meio de prova em Direito admitidas, especialmente pela sustentação oral de suas razões de defesa. É o relatório. Fl. 667DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 8 7 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. DO PEDIDO DE CITAÇÃO PESSOAL DOS PROCURADORES DA DATA DE JULGAMENTO O pedido formulado não encontra amparo na legislação vigente. A publicação da pauta de julgamento é normatizada pelo parágrafo único do art. 55 do regimento interno do CARF, aprovado pela portaria GMF no. 256, de 22 de junho de 2009, que transcrevo. Art. 55 ... Parágrafo único. A pauta será publicada no Diário Oficial da União com 10 (dez) dias de antecedência e divulgada no sítio do CARF na Internet. Ante o exposto, indefiro o pedido formulado DA AUTUAÇÂO 1. Nulidade da notificação em razão de descumprimento de decisão do CRPS.Crédito apurado por presunção simples.Inocorrência A decisão do CRPS determina que a decisão de primeiro grau(fls 385404) fosse anulada e fossem adotadas cautelas mínimas para evitar duplicidade de exação. Os esclarecimentos foram prestados às fls 519 e observados pela nova decisão prolatada, ora esgrimada. Não há que se falar em descumprimento de decisão do CRPS. O novo acórdão prolatado, após os esclarecimentos de fls 519 e ss trouxe as considerações necessárias em relação às novas informações trazidas e conclui que o conjunto probatório firmado era suficiente a formar o juízo de certeza do julgador, atingindo assim o objetivo colimado na decisão do CRPS, sendo assim prescindível a produção de novos documentos. Ressaltese que a avaliação do quadro probatório é exclusiva do julgador que decide o processo, seja de primeiro ou segundo grau, não se vinculando a decisões pretéritas de outros órgãos que tiveram entendimento diverso. Caso assim fosse estaríamos criando uma hierarquia jurisdicional incompatível com o sistema carreado no contencioso administrativo. Fl. 668DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 9 8 Igualmente não há que se falar em “presunção simples” do crédito apurado. A falta da documentação pertinente contrato de prestação de serviços, folhas de pagamento específicas, GRPS vinculadas às Notas Fiscais autoriza o fisco federal a lançar o que entende devido, cabendo à recorrente provar o desacerto do fisco, o que não foi feito. O art. 33 §§ 3°, 4° e 6° do art. 33 da Lei n° 8.212/91 autorizam o procedimento adotado, senão vejamos sua redação à éopca. "Art. 33. (...) § 3° Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social INSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. (Atualmente Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme a Lei n° 11.457, de 16/03/2007) § 4° Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mãodeobra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa coresponsável o ônus da prova em contrário. (...) § 6° Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário." Sobre os documentos trazidos na diligência, a r. decisão bem os analisa. Reproduzo. De acordo com as disposições da legislação previdenciária, a responsabilidade solidária somente será elidida se for comprovado pelo executor o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal. E, para a comprovação do recolhimento prévio, a tomadora deverá exigir da prestadora cópia da Guia de Recolhimento da Previdência Social GRPS quitada e autenticada, preenchida de acordo com o item 16, "b" da Ordem de Serviço INSS/DAF n° 165/97 ou do item 10 da Ordem de Serviço INSS/DAF n° 176/1997, e da respectiva folha de pagamento, cuja remuneração será equivalente, no mínimo, àquela apurada com a aplicação dos percentuais estabelecidos nas referidas Ordens de Serviço (40% do valor bruto da nota fiscal de serviço/fatura). Fl. 669DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 10 9 O contrato de prestação de serviços apresentado (fls. 100/109) informa a contratação de serviços de armação e montagem de ferragens por empreitada global, com custo estimado de R$197.429,09 (cento e noventa e sete mil, quatrocentos e vinte e nove Reais e nove centavos). Nestes termos, as Guias de Recolhimento da Previdência Social GRPS apresentadas pela Impugnante (fls. 85/86) não são suficientes para a elisão da responsabilidade solidária, visto que o salário de contribuição sobre os quais incidiram as contribuições ali recolhidas não correspondem ao mínimo de 40% do valor bruto das notas fiscais de prestação de serviço a que supostamente estão vinculadas, sendo que nenhuma outra guia de recolhimento foi apresentada para as demais notas fiscais que deram origem às contribuições lançadas, como se confere: Comp. N° da Nota Fiscal/Fatura Valor bruto da NF/Fatura Base de Cálculo Lançada (40% do valor da NF/Fatura) Base de Cálculo das GRPS Apresentadas Vinculada à NF/Fatura n° 08/98 403 8.287,94 3.315,18 429 35.298,50 14.119,40 6.592,61 429 10/98 446 24.177,39 9.670,96 Soma 59.475,89 23.790,36 11/98 464 27.584,91 11.033,96 6.751,46 464 12/98 481 31.428,80 12.571,52 489 10.577,28 4.230,91 01/99 501 11.506,56 4.602,62 Soma 22.083,84 8.833,53 Conforme demonstrado, foram apresentadas guias de recolhimento apenas para a competência 11/98, vinculada a nota fiscal n° 464, cuja quitação não foi confirmada pelo conta corrente desta instituição, e para a competência 10/98, vinculada a nota fiscal n° 429, sendo que em ambos os casos, os recolhimentos não atingem sequer metade do percentual estabelecido nas normas anteriormente mencionadas. Esta constatação de ausência de recolhimento, ou de recolhimento significativamente inferior ao devido, se confirma, ainda, pela análise efetivada em diligência fiscal, cuja planilha, por oportuno, aqui reproduzimos com a correspondente análise: Comp. N° Empregados Remunerações 13° Salário Massa Salarial Total INSS + Terc Valores Devidos Valores Recolhidos Valor Recolhido/ Valor Devido 06/1998 237 98.234,50 2.704,00 100.938,50 36.150,30 14.615,75 0,40 07/1998 278 110.874,40 2.492,10 113.366,50 40.801,78 15.654,33 0,38 08/1998 332 130.058,50 1.500,20 131.558,70 47.861,53 17.102,89 0,36 09/1998 334 136.561,10 3.030,30 139.591,40 50.254,48 20.685,12 0,41 10/1998 328 140.718,50 2.645,50 143.364,00 51.784,41 21.817,98 0,42 Fl. 670DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 11 10 11/1998 314 132.142,40 4.680,00 136.822,40 48.628,40 20.497,32 0,42 12/1998 318 130.592,80 88.595,00 219.187,80 48.058,15 19.338,12 0,40 01/1999 317 133.034,20 159,9 133.194,10 48.956,59 19.378,85 0,40 3.1. É possível verificar a situação da empresa contratada (CNA Cia Nacional de Armações de Ferro Ltda, CNPJ 96.538.087/000124) através dos dados por ela informados de seus empregados e respectiva massa salarial existentes no sistema "DataprevCnis" para apurar as contribuições que seriam devidas com base nestes valores e comparar com os valores efetivamente recolhidos, fls. 507 a 511, para concluir se tratar de empresa que recolhia uma parte dos valores devidos, parte que representava cerca de 40% dos valores efetivamente devidos ao longo do período em questão, conforme as telas dos sistemas e planilha comparativa anexa: a empresa tinha um pouco mais de trezentos empregados no período e portanto sua atuação não se limitava à obra abordada no presente lançamento, ou seja, atuava em outras obras de construção civil de outros contratantes e seus recolhimentos ao INSS basicamente visavam a quitação apenas a parte retida de seus empregados, sendo pouco significativos os valores recolhidos da parte patronal; não é possível nestes casos vincular seus recolhimentos parciais a esta ou aquela obra, a este ou aquele contratante e de fato ao verificarmos os documentos apresentados aos autos, fls. 76 a 97 doc. 2, anexo à impugnação, constatamos que houve a juntada de cópias de parte da folha de pagamento, exemplo a página 53 e a 49, etc, e de parte da guia FGTS Relação de empregados, exemplo fl. 4 de 25; o que demonstra que não havia a preocupação de cumprir as normas vigentes na época, tais como a exigência por parte da contratante da folha de pagamento específica e guia GPS vinculada às folhas específicas e às notas fiscais; Obs.: A cópia da GPS, competência 11/1998 de valor total R$ 2.554,26 , fl. 85, presumivelmente uma cópia simples de uma outra cópia que teria autenticação, não existe no "sistema de arrecadação consulta recolhimentos do contacorrente" conforme tela anexa identificador 96.538.087/000124 compet. 11/1998 que lista todos os recolhimentos da competência (ela não existe nas outras competências também, exemplo 10/1998 tela anexa, mas a GPS cópia fl. 86 de compet. 09/1998 de valor total R$ 2.497,03 pode ser confirmada conforme tela anexa compet. 09/1998). se não houve recolhimentos suficientes no período, no entanto a empresa apresentou confissão de dívida no período e chegou a incluir em parcelamento os valores não recolhidos de sua folha de pagamento, e o parcelamento foi rapidamente rescindido por falta de pagamento e o débito foi para execução fiscal conforme telas do sistema Dívida (DEBCAD agrupador 60.034.9667 referente ao débito 35.039.9883 que contém as competências do período em questão); Fl. 671DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 12 11 verificase que o processo de execução iniciado em 2002 somente em 2010 teve despacho do juiz determinando a penhora sobre o faturamento da empresa (5%) pela constatação de que a empresa não possui bens penhoráveis e logo em seguida novo despacho do juiz, pela óbvia constatação de que a empresa não é encontrada e consta como paralisada, pede à União que determine possíveis diligências necessárias ou no silêncio, será suspensa a execução e posterior arquivamento dos autos de acordo com o art. 40 da Lei n° 6.830/80, que obviamente culminará posteriormente pela baixa definitiva do débito pela impossibilidade de cobrança, sendo reconhecida a prescrição intercorrente, ou seja, o destino natural da quase totalidade das cobranças de empresas prestadoras de serviços que não têm bens para responder pelos débitos (telas consulta ao processo judicial fls. 514 a 516).(...): 4.2. Há que se concluir portanto, que a manutenção do débito na empresa contratante é medida imperativa, que melhor se coaduna com o nosso ordenamento jurídico tributário, pois não é cabível a aplicação da conclusão de que a simples existência de um crédito constituído em face de um dos devedores pudesse obrigatoriamente implicar a necessidade de baixar o outro crédito constituído em relação a outro devedor, pelo contrário é obrigação de ambos os devedores para efetivamente fazer valer a lei que objetivou dar mais garantia ao crédito tributário. Ademais, tratamse de cópias de GRPS não autenticadas originalmente e com indício d e vinculação posterior ao preenchimento das mesmas. Por sua vez, as folhas de pagamento (fls. 87/97) e as guias de recolhimento do FGTS apresentadas nos autos (fls. 76/54) não contêm informação que permita vinculálas aos segurados que trabalharam nos serviços objeto das notas fiscais que deram origem ao lançamento. Tampouco o TIAD apresentado (fls. 75) tem o condão de elidir a responsabilidade solidária, visto que através dele não se comprova o recolhimento das contribuições incidentes sobre a mãodeobra utilizada nos serviços contratados pela Impugnante. Ressaltese que, nos termos da legislação mencionada, a responsabilidade solidária somente será elidida se for comprovado pelo executor o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal. Considerando que não foram apresentados, seja pelo tomador de serviços, seja pelo prestador de serviços, todos os recolhimentos e folhas de pagamento na forma prevista em lei e normas complementares. Considerando o resultado da diligência fiscal que efetivou a fiscalização do prestador de serviços pelas informações e declarações por ele entregues ao órgão tributante, concluindo que este, definitivamente, não efetuava os recolhimentos devidos Fl. 672DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 13 12 em relação à massa salarial declarada, tampouco honrou com o parcelamento administrativo contraído. Considerando que quanto à GRPS apresentada para a competência 11/1998, este recolhimento não foi confirmado pelos controles de arrecadação, como se verifica da cópia da tela de consulta que anexamos aos autos. É possível apenas elidir parcialmente a responsabilidade solidária da Impugnante em relação ao lançamento efetuado na competência 10/1998, aproveitandose o recolhimento havido na GRPS competência 09/98, vinculado à nota fiscal de serviço/fatura n° 429, que na presente NFLD foi lançada na competência 10/1998, cujo recolhimento foi devidamente confirmado. Os valores apresentados pelo fisco são passíveis de impugnação e, caso o contribuinte apresente comprovação de que os valores lançados não correspondem à realidade, devem ser retificados, o que, repisase aconteceu em relação à competência 10/1998, já devidamente efetivada pela DRJ. A defesa não trouxe elementos que possibilitassem outra metodologia de cálculo do tributo devido, alegou que deveria ser feita fiscalização na prestadora, com exame de sua contabilidade para a correta apuração do tributo. A legislação retrocitada fundamenta a metodologia adotada pela fiscalização, que não merece reparo. 2. Elisão da responsabilidade tributária pelo pagamento pelo contribuinte de direito No que se refere ao instituto da responsabilidade solidária, a fundamentação constante da decisão recorrida está em perfeita conformidade com a legislação previdenciária, porquanto o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços, mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços. Sobre o assunto é importante transcrever, como bem observou o julgador a quo, o Enunciado CRPS nº 30 (DOU de 05/02/2007), editado pela Resolução CRPS nº 1, de 31 de janeiro de 2007, in verbis: Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços. No período fiscalizado, a legislação de regência, §§ 3° e 4°, do art. 31 da Lei n° 8.212/91, trazia à época: Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor Fl. 673DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 14 13 pelas obrigações decorrentes desta Lei, em relação aos serviços prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) (...) § 3° A responsabilidade solidária de que trata este artigo somente será elidida se for comprovado pelo executor o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura. (Incluído pela Lei n° 9.032, de 28.4.95) § 4 ° Para efeito do parágrafo anterior, o cedente da mãode obra deverá elaborar folhas de pagamento e guia de recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta exigir do executor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento. (Incluído pela Lei n° 9.032, de 28.4.95) Vêse, então, que em relação à responsabilidade solidária, correto foi o enquadramento da fiscalização, não merecendo, pois, em relação ao referido instituto, qualquer provimento para o contribuinte, que não apresentou a documentação que afastaria sua responsabilidade como adrede explanado. 3. Impossibilidade de Cobrança de Juros de Mora sobre a Multa de Ofício. Aqui não há que se falar em multa de ofício. A multa aplicada se refere a mora no pagamento. A multa de mora tem seu valor determinado pela legislação em vigor. A atividade tributária é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais, sendolhe vedada a discricionariedade de aplicação da norma quando presentes os requisitos materiais e formais para sua aplicação. A multa aplicada encontra fundamento na legislação carreada do relatório de fls 9 e 10, especialmente no artigo 35, II e III da lei 8212/91, redação da época e foi corretamente aplicada pela autoridade fiscal, encontrandose livre de vícios, observandose o que explanado no parágrafo seguinte. DA MULTA MAIS BENÉFICA. O contribuinte requer aplicação retroativa da multa mais benéfica, instituída pela Lei n° 11.941/09 (conversão da MP n° 449/08). Entende fazer jus à redução da penalidade, segundo os novos patamares definidos pela atual redação dos arts. 35, da Lei n° 8.212/91 e 61, da Lei n° 9.430/96, que limitam a multa de mora a 20%. Equivocase a recorrente. Tratase de lançamento de ofício, atraindo assim a aplicabilidade do art. 35A da lei 8.212/91. Transcrevo Fl. 674DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 14485.000381/200711 Acórdão n.º 2803003.556 S2TE03 Fl. 15 14 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Tal norma determina multa no patamar de 75% (setenta e cinco por cento), que deve ser aplicada, caso mais benéfica ao recorrente. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo parcial provimento do recurso, para que a multa aplicada seja limitada a 75% conforme art. 35A da lei 8.212/91, caso mais benéfico à recorrente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 675DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
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