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Numero do processo: 19515.000416/2010-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006
Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ART. 59, DO DECRETO N.° 70.235/72. Não pode ser anulado lançamento, quando observados os princípios do contraditório e da ampla defesa e não configurada nenhuma das hipóteses do art. 59, do Decreto n.° 70.235/72.
MULTA AGRAVADA. CONDUTA DO CONTRIBUINTE.
- A prática reiterada de infrações, o não atendimento à fiscalização, a lavratura de termo de embaraço à fiscalização e ainda, a apresentação de declarações zeradas em conjunto tornam imperioso o agravamento da multa, haja vista restar caracterizado o intuito de impedir ou retardar a tributação.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. COMPETÊNCIA DO CARF. SÚMULA N.° 2 - Consoante Súmula n.° 2, do CARF, falece competência ao Colegiado para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 1102-000.526
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Silvana Rescigno Guerra Barreto
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005, 2006 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ART. 59, DO DECRETO N.° 70.235/72. Não pode ser anulado lançamento, quando observados os princípios do contraditório e da ampla defesa e não configurada nenhuma das hipóteses do art. 59, do Decreto n.° 70.235/72. MULTA AGRAVADA. CONDUTA DO CONTRIBUINTE. - A prática reiterada de infrações, o não atendimento à fiscalização, a lavratura de termo de embaraço à fiscalização e ainda, a apresentação de declarações zeradas em conjunto tornam imperioso o agravamento da multa, haja vista restar caracterizado o intuito de impedir ou retardar a tributação. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. COMPETÊNCIA DO CARF. SÚMULA N.° 2 - Consoante Súmula n.° 2, do CARF, falece competência ao Colegiado para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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Recorrida 1ª TURMA DRJ/SP1 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2005, 2006 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ART. 59, DO DECRETO N.° 70.235/72. Não pode ser anulado lançamento, quando observados os princípios do contraditório e da ampla defesa e não configurada nenhuma das hipóteses do art. 59, do Decreto n.° 70.235/72. MULTA AGRAVADA. CONDUTA DO CONTRIBUINTE. A prática reiterada de infrações, o não atendimento à fiscalização, a lavratura de termo de embaraço à fiscalização e ainda, a apresentação de declarações zeradas em conjunto tornam imperioso o agravamento da multa, haja vista restar caracterizado o intuito de impedir ou retardar a tributação. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. COMPETÊNCIA DO CARF. SÚMULA N.° 2 Consoante Súmula n.° 2, do CARF, falece competência ao Colegiado para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. IVETE MALAQUIAS PESSOA DE MONTEIRO Presidente. Fl. 2632DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MAL AQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 19515.000416/201036 Acórdão n.º 110200.526 S1C1T2 Fl. 2.628 2 SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Opperman Thomé (presidente da turma), Plínio Rodrigues Lima (Suplente Convocado), Leonardo de Andrade Couto, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Marcos Vinícius Barros Ottoni (Suplente Convocado) e Gleydson Kleber Lopes de Oliveira. Relatório Tratase de Autos de Infração de Infração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, acrescidos de juros e de multa de 150%, referentes a fatos geradores ocorridos nos anos de 2005 e 2006, em decorrência de omissões de receitas caracterizadas pela insuficiência de contabilização de operações de factoring, saldo credor, divergências entre os valores escriturados e declarados em DCTF e registros indevidos a crédito de conta de despesa de CPMF. Cientificada do lançamento, a Recorrente defendeu a nulidade do lançamento, sob o entendimento de que o fundamento legal não corresponderia à conduta supostamente praticada pelo contribuinte e o afastamento da multa agravada de 150% (cento e cinquenta por cento), por considerar inexistente a intenção de fraudar o Fisco Federal, tanto que teria feito o possível para reconstituir sua contabilidade, conforme reconhecido no Termo de Constatação, além de considerála confiscatória. A DRJ manteve integralmente o lançamento, por entender que, apesar de inaplicável o comando do art. 283, do RIR/99, o lançamento estaria suportado pelos artigos 247, 251, 281 e 841 e, no mérito, justifica a aplicação da multa agravada diante da ausência de respostas a intimações, declarações “zeradas”, apresentação de declaração no regime do SIMPLES, apesar de exercer atividade vedada, e ainda, afastou o alegado caráter confiscatório. Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário repetindo as razões postas na peça impugnatória. É o relatório. Voto Conselheiro SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO O recurso é tempestivo, passo a apreciálo. Fl. 2633DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MAL AQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 19515.000416/201036 Acórdão n.º 110200.526 S1C1T2 Fl. 2.629 3 Preliminarmente, insurgese a Recorrente contra decisão que afastou o pedido de nulidade do lançamento, lastreada na utilização de dispositivos de lei tidos como inaplicáveis ao caso. Não merece reparos a decisão da DRJ. A Autoridade Autuante descreveu minuciosamente, no Termo de Constatação de fls. 329/342, que faz parte integrante dos Autos de Infração (fls. 356/387), todo o histórico da fiscalização e as infrações praticadas que ensejaram o lançamento. A Recorrente, portanto, teve ciência dos fatos que ensejaram o lançamento de forma detalhada, tornando clara a imposição e possibilitando o direito à ampla defesa e ao contraditório, além de terem sido relacionados dispositivos de lei violados pela conduta da Recorrente. A mera falta de indicação de um artigo de lei , quando oportunizado o direito ao contraditório e à ampla defesa, não tem o condão de macular o lançamento, haja vista que suposto vício não causou qualquer prejuízo à parte e não está elencado no rol do art. 59, do Decreto n.° 70.235/72, verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta.” Afasto, portanto, a preliminar de nulidade suscitada. No mérito, limitouse a Recorrente a se insurgir contra a multa agravada, deixando de apresentar qualquer informação ou prova capaz de infirmar o lançamento referente ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, ou a justificar a conduta desidiosa adotada no curso da fiscalização, deixando claro o intuito de se eximir de obrigações tributárias. Não se trata de agravamento em razão apenas de constatação de ausência de recolhimento de tributos, mas de conduta reiterada em descompasso com as normas vigentes. Consoante evidenciam os diversos termos de intimação colacionados ao presente processo administrativo, a Recorrente não colaborou com fiscalização, deixou de atender a solicitações, apresentou livros não encadernados, declarações zeradas, devolveu correspondências ao correio, com a indicação “desconhecido”. Fl. 2634DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MAL AQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 19515.000416/201036 Acórdão n.º 110200.526 S1C1T2 Fl. 2.630 4 Em reforço aos atos acima praticados que devem ser veementemente repudiados pela Administração, registro que se trata de contribuinte excluído do SIMPLES em 01 de dezembro de 2004 e que não apresentou qualquer justificativa capaz de validar os atos praticados antes e durante o curso da fiscalização. No que tange à alegação de que seria confiscatória a multa , deixo de apreciá las, com espeque no entendimento consolidado no âmbito desse Conselho Administrativo, nos exatos termos da súmula que a seguir transcrevo, verbis: “SÚMULA Nº 2 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. É como voto. SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO Relator Fl. 2635DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 01/02/2012 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MAL AQUIAS PESSOA MONTEIRO
score : 1.0
Numero do processo: 15521.000097/2009-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed May 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2007, 30/11/2007, 31/12/2007
MULTA ISOLADA POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA. QUALIFICAÇÃO.
Aplica-se a multa isolada qualificada na compensação indevida em que ficar caracterizada a falsidade na declaração.
APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.629
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos o Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Alexandre Melo Soares, OAB/DF nº. 34.786
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira - Presidente.
Luis Eduardo Garrossino Barbieri - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/09/2007, 30/11/2007, 31/12/2007 MULTA ISOLADA POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA. QUALIFICAÇÃO. Aplica-se a multa isolada qualificada na compensação indevida em que ficar caracterizada a falsidade na declaração. APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02. Recurso voluntário negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2007, 30/11/2007, 31/12/2007 MULTA ISOLADA POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA. QUALIFICAÇÃO. Aplicase a multa isolada qualificada na compensação indevida em que ficar caracterizada a falsidade na declaração. APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos o Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Alexandre Melo Soares, OAB/DF nº. 34.786 Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente. Luis Eduardo Garrossino Barbieri Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luis Eduardo Garrossino AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 52 1. 00 00 97 /2 00 9- 95 Fl. 441DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 2 Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama. Relatório O presente processo trata de lançamento de ofício, veiculado através de auto de infração lavrado em 14/07/2009 (efls. 245/ss), para a cobrança da multa isolada qualificada, prevista no art. 18 da Lei nº 10.833/03, com redação dada pelas leis nºs 11.051/04 e 11.196/05 e pelo art. 18 da Lei nº 11.488, de 2007, pelo fato de o contribuinte ter apresentado declarações de compensação indevidas, com origem em fatos geradores ocorridos em 30/09/2007, 30/11/2007, 31/12/2007, no montante de R$ 7.166.580,19. Por bem descrever os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Tratase o presente de exigência de multa isolada qualificada, por compensação indevida, no valor de R$7.166.580,19 (fls. 245 a 258). Consoante o Termo de Verificação Fiscal, anexo ao Auto de Infração (fls. 259 a 262), a infração apontada foi assim resumida: Inferese das condutas adotadas, que o contribuinte pretendera aumentar seus débitos confessados com vistas a reduzir eventuais créditos tributários que seriam constituídos de ofício. “Pela descrição e encadeamento dos fatos acima, entendemos estar demonstrado que a conduta levada a efeito pelo contribuinte se subsume à hipótese prevista no artigo 18, caput, e seus parágrafos 1º, 2º e 5° da Lei 10.833.03, com a redação dada pela Lei 11.488/07,..., eis que dolosamente — conforme se conclui pelos fatos ora relatados modificou característica essencial, qual seja, a exigibilidade dos Créditos Tributários declarados em suas DCTF, com vistas a evitar o seu pagamento. .......................... Como conseqüência, a Administração Tributária desta RFB, forte nas razões e fundamentos acima, decidiu — em 15.04.2009 por NÃO HOMOLOGAR as compensações as quais pretendeu o contribuinte naqueles autos, com fulcro no artigo 74, caput, da Lei 9.430/96. Daquela decisão, tomou ciência o contribuinte, via postal, no endereço constante no CNPJ. Com efeito, restando configurada, no entender deste autuante, a falsidade das Declarações de Compensação apresentadas pelo contribuinte naqueles autos, o lançamento — no total de R$7.166.579,79 a que alude o artigo 18 da Lei 10833/03, é um imperativo”. Às fls. 263 a 265, encontrase a planilha com a relação dos débitos declarados e as respectivas multas isoladas. Cientificada da presente exigência (Auto de Infração, TVF e Planilha) em 20/07/2009, segundo consta no AR da fl. 328, a autuada apresentou em 19/08/2009 a impugnação de fls. 330 a 352, na qual alega que: o que se pretende na presente impugnação é exatamente infirmar a presunção de qualquer tentativa de fraude e apresentar a documentação comprobatória dos créditos que possui na condição de credora da União; de tal modo a desconstituir o referido Auto, bem como demonstrar a ausência de qualquer intenção criminosa — dolo —quando da tentativa de operar a compensação mediante os sistema eletrônico que viabiliza o cumprimento de obrigação acessória concernente à informação ao Fisco do crédito e débitos objeto de compensação, nos termos da legislação de regência PerdComp Fl. 442DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 15521.000097/200995 Acórdão n.º 3202001.629 S3C2T2 Fl. 441 3 a Lei 11.941/2009, veio, acompanhado jurisprudência que já começava a se firmar, no Supremo Tribunal Federal, sobre a temática, também regulamentando o CTN, estabelecer a dação em pagamento, por meio de títulos públicos, como forma de extinção do crédito tributário. debêntures emitidas pela Companhia Vale do Rio Doce são títulos de crédito padronizadas e com cotação em bolsa. Portanto, enquadramse dentro das exigências contidas no art. 11 da Lei de Execuções Fiscal; prestandose, conseqüentemente, como caução em garantia de parcelamento de crédito tributário. Por fim requer a anulação do Auto de Infração após tecer as seguintes considerações: a) considerando que, nos termos, da legislação de regência (Instrução Normativa n. 404/2004, da CVM), 'as` "debêntures padronizadas" são "títulos de crédito' suscetíveis de serem oferecidos e "cotados em bolsa de valores"; b) considerando que as debêntures emitidas pela Cia Vale do Rio Doce enquadram se nos parâmetros da referida legislação e têm efetivamente cotação na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA); c) considerando que os títulos oferecidos para fins de extinção do débito fiscal foram emitidos por uma das mais respeitáveis companhias de minério e produção de aço do planeta, não sendo, razoável, pois, presumir a eventual incapacidade da mesma para honrar o compromisso de resgate das suas debêntures; d) considerando que o STJ alterou a sua orientação jurisprudencial, para entender que as debêntures "especificamente" emitidas pela Cia Vale do Rio Doce são título de crédito com cotação em bolsa e atendem aos requisitos legais para fins de garantia de crédito tributário; e) considerando que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional emitiu Parecer em cujo teor reconheceu que tais títulos atendem aos requisitos legais para a garantia de crédito tributário, bem como a histórica respeitabilidade e solidez da empresa emitente; f) considerando que os títulos oferecidos, além de serem emitidos por companhia de fortíssima reputação no mercado nacional e internacional, somam superior ao valor do débito que buscam extinguir; g) considerando que a Lei autoriza a dação em pagamento e também considerando que a União é detentora, através de uma de suas empresas pública de mais de 20% do capital da emissora dos títulos oferecidos; h) considerando que, em tais circunstância, nos termos da referida Lei dáse a suspensão da pretensão punitiva, o que impede que ao final, o processo administrativo fiscal seja encaminhado ao Ministério Público não só em face da suspensão da pretensão punitiva, mas também por força da autorização legal para a dação em pagamento. diante do exposto requer a anulação do Auto de Infração e protesta por todos os meios de prova admitidos em direito É o relatório. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão nº 0940.461, de 31/05/2012 (fls. 388/ss.), assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 443DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 4 Data do fato gerador: 30/09/2007, 30/11/2007, 31/12/2007 MULTA ISOLADA POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA. QUALIFICAÇÃO. Aplicase a multa isolada qualificada na compensação indevida em que ficar caracterizada a falsidade na declaração. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA A jurisprudência, ressalvadas as previsões legais neste sentido, e a doutrina não gozam do status de legislação tributária e não vinculam a Administração Tributária Federal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A contribuinte devidamente cientificada do acórdão em 15/06/2012, apresentou recurso voluntário, em 16/07/2012 (efls. 400/ss), por meio do qual, depois de relatar os fatos, repisa os mesmos argumentos já trazidos em sua impugnação. O processo foi sorteado e distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Como relatado, a Recorrente apresentou Declarações de Compensação com o intuito de compensar tributos devidos com supostos créditos oriundos de debêntures emitidas pela Companhia Vale do Rio Doce. Após indeferir os pedidos plasmados nas DCOMPs, a fiscalização aplicou a multa isolada qualificada prevista no prevista no art. 18 da Lei nº 10.833/03, com redação dada pelas leis nºs 11.051/04 e 11.196/05 e pelo art. 18 da Lei nº 11.488, de 2007, em virtude de falsidade das Declarações de Compensação. É como consta do Termo de Verificação Fiscal à efl. 262, in fine: Como consequência, a Administração Tributária desta RFB, forte nas razões e fundamentos acima, decidiu — em 15.04.2009 por NÃO HOMOLOGAR as compensações as quais pretendeu o contribuinte naqueles autos, com fulcro no artigo 74, caput, da Lei 9.430/96. Daquela decisão, tomou ciência o contribuinte, via postal, no endereço constante no CNPJ. Com efeito, restando configurada, no entender deste autuante, a falsidade das Declarações de Compensação apresentadas pelo contribuinte naqueles autos, o lançamento — no total de R$ 7.166.579,79, a que alude o artigo 18 da Lei 10833/03, é um imperativo. Compulsando os autos, a meu ver, restou plenamente a utilização de declaração falsa, senão vejamos. Fl. 444DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 15521.000097/200995 Acórdão n.º 3202001.629 S3C2T2 Fl. 442 5 Como bem destacou a decisão recorrida, a interessada não comprovou a origem do suposto crédito relativo a pagamento a maior, e, mesmo intimada e reintimada, não apresentou qualquer justificativa ou comprovação da existência do alegado crédito, nos autos do processo nº 10768.003862/200751, o que culminou com o proferimento do Despacho Decisório (efls. 281/284). A fiscalização intimou (e reintimou) o contribuinte para esclarecer porque a Declaração de Compensação apresentada (efls. 5 a 8) não fez constar qualquer débito ou mesmo qualquer crédito passível de ser oferecido em compensação. Observese que no citado os campos “3 Débitos Compensados” (efl. 5), “2. Demonstrativo do pagamento indevido ou a maior”, “3. Valor original utilizado nesta declaração de compensação”, “4. Outras informações”) (efl. 8) foram todos apresentados “em branco”. Ao fim e ao cabo, a empresa preencheu apenas os campos 1 e 5, onde consta a identificação do sujeito passivo e do responsável, com o claro intuito de apenas conseguir um número de processo (obtido a partir do protocolo dos documentos). Com isso, conseguiu transmitir diversas Declarações de Compensação, cujo crédito apontado supostamente decorreria de um pagamento indevido ou a maior (sem ao menos informar qualquer DARF). Posteriormente, cientificada do mencionado Despacho Decisório, a interessada apresentou manifestação de inconformidade considerada intempestiva, nos termos do despacho de indeferimento de efl. 327, tornandose, via de consequência, definitiva a decisão consubstanciada no Despacho Decisório que indeferiu o direito creditório e não homologou as compensações declaradas, bem como os motivos em que se ancorou o indeferimento. A Recorrente, em seu recurso voluntário, alega em síntese que: não houve falsidade das declarações apresentadas; a multa aplicada seria inconstitucional em razão de seu caráter confiscatório; em razão do disposto no art. 106, II, c, do CTN, não é mais aplicável ao caso concreto o art. 18, parágrafo 2º da Lei 10.833/2003, mas sim os novos parágrafos 15 e 17 do art. 74 da Lei 9.430/96, de modo que a multa aplicada não pode ultrapassar o percentual de 50%. A discussão sobre procedência dos supostos créditos, oriundos de debêntures emitidos pela Companhia Vale do Rio Doce, a meu ver, restou exaurida nos autos do processo nº 10768.003862/200751, no qual a interessada deixou de apresentar manifestação de inconformidade tempestiva. Naquele processo restou plenamente demonstrada a falsidade das declarações apresentadas. Quanto à alegação de inconstitucionalidade da multa aplicada, entendo que a Administração Pública está sujeita à observância estrita do princípio constitucional dalegalidade, previsto no art. 37, caput, de nossa Carta Magna, cabendo a ela, simplesmente, aplicar as leis, de ofício, não se lhe cabendo inovar ou suprimir as normas vigentes, o que significa, em última análise, introduzir discricionariedade onde não lhe é permitida. Ademais, o Contencioso Administrativo não é a instância competente para a discussão dessa matéria. O CARF faz o controle da legalidade na aplicação da legislação tributária aos casos concretos, sem adentrar no mérito de eventuais inconstitucionalidades de leis regularmente editadas segundo o processo legislativo, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário (artigo 102 da CF/88). Neste sentido a Súmula CARF nº 02, verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Fl. 445DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 6 Por fim, entendo incabível a aplicação da retroatividade benigna (art. 106, II, c, do CTN) ao caso concreto nos termos do que dispõem os parágrafos 15 e 17 do art. 74 da Lei 9.430/96, de modo que a multa aplicada não poderia ultrapassar o percentual de 50%. Os citados parágrafos 15 e 17 referiamse expressamente aos casos de “ressarcimento indeferido ou indevido” e “aos casos de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada”, respectivamente. Do mesmo modo, é inaplicável ao caso a alteração normativa trazida pela Lei nº 13.097, de 2015 (conversão da Medida Provisória n.º 656, de 7 de outubro de 2014), conforme depreendese do dispositivo legal prescrito no § 17 do art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996, abaixo transcrito: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) § 16. O percentual da multa de que trata o § 15 será de 100% (cem por cento) na hipótese de ressarcimento obtido com falsidade no pedido apresentado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015) Nesse contexto, no caso em tela se está claramente diante de hipótese de falsidade de declaração apresentada pelo sujeito passivo, portanto aplicável a multa isolada qualificada prevista no § 2º do art. 18, da Lei nº 10.833, de 29/12/2003, verbis: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6o a 11 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 3o Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. § 4o Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de Fl. 446DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 15521.000097/200995 Acórdão n.º 3202001.629 S3C2T2 Fl. 443 7 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1o, quando for o caso. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Luís Eduardo G. Barbieri Fl. 447DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
score : 1.0
Numero do processo: 11060.000344/2007-13
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jul 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Exercício: 2008
EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE ECONÔMICA VEDADA.
Carece de legitimidade a permanência da empresa na sistemática do simples, quando a mesma desempenha atividade impedida pela norma de regência do sistema Simples.
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
Numero da decisão: 1803-002.626
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Redatora Designada Ad Hoc e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Roberto Armond Ferreira da Silva, Ricardo Diefenthaeler, Fernando Ferreira Castellani e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: MEIGAN SACK RODRIGUES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Redatora Designada Ad Hoc e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Roberto Armond Ferreira da Silva, Ricardo Diefenthaeler, Fernando Ferreira Castellani e Carmen Ferreira Saraiva.
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ATIVIDADE ECONÔMICA VEDADA. Carece de legitimidade a permanência da empresa na sistemática do simples, quando a mesma desempenha atividade impedida pela norma de regência do sistema Simples. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Redatora Designada Ad Hoc e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Roberto Armond Ferreira da Silva, Ricardo Diefenthaeler, Fernando Ferreira Castellani e Carmen Ferreira Saraiva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 00 03 44 /2 00 7- 13 Fl. 385DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 387 2 Relatório Tratase, o presente processo de exclusão do sistema Simples pela constatação de que a empresa presta serviços de portaria, vigilância, limpeza e monitoramento e manutenção de alarmes em prédios residenciais e comerciais. A exclusão se perfez pelo Ato Declaratório de n. 002/2007, de 22/02/2007, com efeitos retroativos a partir de 1º de janeiro de 2002. Foram lavrados autos de infração de IRPJ, COFINS, PIS, CSLL em decorrência de omissão de receitas não contabilizadas, insuficiência de recolhimento ou declaração; a autuação de CSLL se deu em decorrência de falta de pagamento da CSLL devida sobre receitas omitidas e falta de recolhimento, e para o PIS e COFINS a autuação se deu por insuficiência não cumulativa falta/insuficiência de recolhimento. Devidamente cinetificada, a empresa recorrente apresenta Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples, de forma tempestiva, argumentando a ilegalidade da exclusão, com efeitos retroativos por ofensa ao princípio da irretroatividade, especialmente por entender que a Secretaria da Receita Federal teria concordado com sua inclusão no Simples e que, anos após, não poderia excluila do sistema, contrariando seu próprio entendimento. Expõe a recorrente seu entendimento sobre o princípio da irretroatividade e seus efeitos, cita doutria e fundamento no art. 150, III, "a" da CF/88. Aduz o princípio da legalidade tributária, referindo que apenas a lei mais benéfica é que pode retroagir, referese ao art. 106 do CTN sobre a aplicaçãpo da lei sobre o ato ou fato pretérito e novamente cita doutrina a respeito e jurisprudência no sentido de que a exclusão do Simples pela Receita Federal não pode ter efeito retroativo, passando a surtir efeito a partir do mês seguinte em que a empresa é comunicada. Em ato contínuo, a empresa recorrente sustenta que a exclusão do Simples fere o princípio da hierarquia das leis, por entender que a inclusão no Simples é regulada por lei ordinária e que a exclusão não poderia ser efetivada por mero Ato Declaratório. E, sobre a amatéria cita o artigo 59 da CF, bem como doutrina. Ainda, sustenta que a exclusão do Simpes deveria ser por lei ordinária e não por ato declaratório interno, sem produzir efeitos retroativos. A SRS foi instruída com cópias de documentos que constam nas folhas 21 a 24 (cópia do AD Extra Sivex e do seu Contrato Social). Quanto à defesa dos autos de infração, a empresa recorrente apresenta sua manifestação de inconformidade, alegando que foi excluída do Simples, em 22/02/2007, por meio do Ato Declaratório Executivo (Comunicação de Exclusão) AD ExtraSIVEX N° 002/2007 por suposto exercício de atividade incompatível com a opção pelo Simples, com fundamento no artigo 9°, inciso XII, letra "f' da Lei n° 9.317/96, com efeitos retroativos a 1° de janeiro de 2002 e que tendo apresentado a solicitação de revisão da exclusão e que será analisada pela SRS conjuntamente com a presente manifestação, o que evidencia o caráter de prejudicialidade. Com isso passa a empresa recorrente a relatar as consequências da exclusão e sobre os autos de infração que foram lavrados. Preliminarmente argui a nulidade do ato administrativo por ausênica de motivação que ensejou a exclusão. Aduz tratar de preterição do direito de defesa. Isso porque segundo os seus argumentos a empresa recorrente foi excluída do Simples com fundamento no Fl. 386DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 388 3 art. 9º, XII, letra "T", da Lei 9.317/96. Afere que o ato administrativo deixou de indicar o exato motivo que justificasse a exclusão da empresa do Simples. Afere a empresa recorrente que o dispositivo legal traz diferentes situações e que a autoridade adminsitrativa não teria especificado qual atividade que a mesma exerce e que é incompatível com a opção pelo Simples. Sustenta qeu exerce serviços terceirizados não se enquadrando em nenhuma as hipóteses indicadas na fundamentação do AD e argumenta que a ausência de indicação da causa justificadora da exclusão do Simples não permite o exercício do direito de defesa e contraditório. Defende, a empresa recorrente, a nulidade do ato administrativo com base no artigo 59 do PAF. Ainda, sobre o principio constitucional da ampl defesa e do contraditório cita jurisprudência. De igual modo, observa que em obediência ao principio da verdade material cabia à autoridade fiscal investigar os fatos ensejadores da exclusão, instruir o processo com as necessários provas, bem como de que esse procedimento não foi adotado e as provas nãos e encontram no processo. Afere, em ato contínuo, que a atividade do lançamento é vinculada e deve conter os motivos que o determinaram. Transcreve a Ementa do Acórdão n° 30131916, DOU de 13/02/2006, relativo ao Simples — Ato Declaratório — Motivação inválida — Nulidade e requer a nulidade do Ato Declaratório Executivo (Comunicação de Exclusão) AD Extra SIVEX N° 002/2007. No mérito da exclusão, a empresa recorrente afere que a Administração Pública está considerando que a empresa já exercia atividade incompatível com o sistema Simples desde o seu ingresso e lembra que desde a sua constituição, no ano 2002, incluindo a alteração do seu contrato socula, no ano de 2004, na essência, não foi modificado o objeto social explorado pela recorrente. Transcreve o objeto social, tanto na constituição quanto na alteração do Contrato Social e destaca que a Administração Pública, no seu entendimento, reconhece que a empresa já ingressou no Simples com atividade incompatível com o sistema, o que não teria se modificado com a alteração do Contrato Social no ano de 2004. Conclui que a recorrente foi admitida no sistema Simples mesmo desenvolvendo teoricamente atividade não permissiva. Sustenta que se foi esse o entendimento da autoridade fiscal esta deveria vedar o direito da empresa à opção pelo Simples, indeferindo a sua opção e que não foi isso o que ocorreu. Salienta que diante da opção da empresa pelo Simples a Receita Federal não esboçou qualquer impedimento. Assim, entende a empresa recorrente que a discussão não envolve uma exclusão por fato superveniente mas, sim, hipótese de impedimento à opção e consequentemente entende impróprios os efeitos retroativos pretendidos e, sustenta que seria indevida a aplicação do artigo 15, inciso II da Lei n° 9.317/96, posto que esse dispositivo se reporta as situação em que for constatada a presença de situação superveniente à opção. Cita jurisprudência judicial. Nesse caminho, afirma que a sua opção pelo Simples, com aceitação da Administração Pública, se reveste de presunção de legalidade e legitimidade e que se encontrava acobertado pelo manto da regularidade fiscal. Ainda, defende que os efeitos da exclusão só poderia ser a partir da ciência da exclusão e diz que não se pode penalizar o contribuinte por uma omissão da Secretaria da Receita Federal. Cita novamente jurisprudência judicial do TRF da 4a Regido, cujas Ementas transcreve, sobre a inadmissibilidade dos efeitos Fl. 387DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 389 4 retroativos após a aceitação da contribuinte no sistema pela autoridade administrativa (TRF 4a Regido — AMS 2006.71.05.0013501 e AMS 2004.72.08.0019493). Conclui que o Ato Declaratório Executivo (Comunicação de Exclusão) é ilegal, não se justificando seus efeitos retroativos. Entende que a Receita Federal mudou a qualificação jurídica da atividade desenvolvida pela empresa, haja vista que inicialmente teria considerado que a atividade da empresa seria compatível com a opção e, depois, que a atividade veda a opção pelo Simples. E, frisa que houve uma "virada hermenêutica" na exclusão da empresa do Simples, transcrevendo, para tanto, a Súmula 227 do extinto TFR, sustentando que o Fisco não estava autorizado a revisar o lançamento ou, no caso, revisão dos atos administrativos pretéritos; sobre as disposições do artigo 146 do CTN e traz a doutrina de Luciano Amaro nesse sentido. Aduz que o ato administrativo da exclusão da empresa do Simples não se mostra legitimo, e, por conseguinte, o lançamento tributário correspondente em que foram apuradas exações pelo sistema do lucro real, com as penalidades correspondentes. E, admitindo que o motivo da exclusão foi a alteração do contrato social da empresa, realizado em 01/12/2004, exclusão por fato superveniente — se impõe uma limitação dos efeitos retroativos a partir de 01/01/2005. No mérito das autuações, argumenta o direito de permanência no Simples, lembrando que a CF estabelece o principio do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte (artigo 179). Traz jurisprudência judicial no sentido de que a Lei n° 9.317/96 deve ser analisada de acordo com as diretrizes fixadas pela norma. Observa que se a norma constitucional fixa diretrizes para atender aquele princípio (tratamento favorecido e diferenciado) não pode, um simples ato administrativo, excluir do Simples empresas que atendem aos requisitos para a devida opção. Isso porque ao excluir a empresa do Simples e, além disso, impor o pagamento retroativo dos tributos devidos, a autoridade administrativa está a atentar contra os princípios da capacidade contributiva e da isonomia tributária e vai de encontro à intenção constitucional. Nesse caminho, lembra que a exigência de tributos, na forma que estão sujeitas as grandes empresas, arriscará, inclusive, a sua sobrevivência, desencoranjando a livre iniciativa econômica. Por isso, requer a sua manutenção no Simples. Quanto ao efeito suspensivo da impugnação ao ADE, afere que os efeitos da exclusão surgiram antes mesmo de julgada a impugnação do ato da administração pública. Lembra que a administração deve observar o disposto no artigo 2° e seu inciso VII, da Lei n° 9.784/99. De igual modo, a empresa recorrente sustenta que a impugnação da decisão é um direito do contribuinte, devendo a mesma ser julgada para então surtir os efeitos da exclusão. E que a autoridade adminsitrativa não poderia constituir o auto de lançamento, estando pendente de julgamento a impugnação ao ADE. No tocante ao sistema de apuração do IRPJ e das Contribuições Sociais, sustenta sua defesa na infringência ao princípio constitucional da capacidade contributiva, lembrando que a apuração do IRPJ, CSLL e das Contribuições para PIS e COFINS foi realizada conforme as regras para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real, com base nas disposições do art. 220 do RIR/99. Mas, segundo o seu entendimento, o dispositivo não exige Fl. 388DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 390 5 que a apuração do imposto e contribuições seja pelo lucro real e que o dispositivo permite que a apuração siga o sistema do lucro real, presumido ou arbitrado. Frisa que a apuração dos seus tributos deve ser pelo lucro presumido, posto que a apuração, pelo lucro real, onerou a empresa na medida em que, como prestadora de serviços, ficará submetida a uma carga excessiva em relação ao PIS e Cofins não cumulativos em virtude da inexistência de créditos, conforme dispõe as Leis n°s 10.637/2002 e 10.883/2003. Assim, atendendo ao principio da capacidade contributiva, em não sendo a hipótese de nulidade total do auto de lançamento, seja permitida a apuração do PIS e Cofins pelo sistema da cumulatividade. Por fim, pretende a aplicação de regras constitucionais a partir de uma interpretação teleológica e sistemática das normas que integram o ordenamento jurídico brasileiro, sem se descurar da presença dos princípios constitucionais implícitos como é o caso do princípio da razoabilidade. Traz jurisprudência judicial no sentido de que empresa de prestação de serviços, submetida ao Lucro Real, recolher as contribuições do PIS e da Cofins pela sistemática da cumulatividade, em virtude da ausência de créditos e requer lhe seja deferido recolher as contribuições do PIS e da Cofins pelo regime cumulativo. A autoridade de primeira instância entendeu por bem manter o auto de infração em parte e a exclusão do simples na sua integralidade. Entende o julgador que o fato de julgar simultaneamente a exclusão da recorrente do Simples e o lançamento de ofício de crédito tributário dela decorrente obedece ao disposto no art. 1º da Portaria 666/2008, não podendo ser aceita como argumentação de que esse fato possa trazer alguma espécie de prejuízo à defesa da empresa. De igual modo e pelos mesmos fundamentos, afastou a decisão a quo o argumento da recorrente de que primeiro teria que ser julgada a exclusão, surgindo então os efeitos desta, para somente após aquela decisão a autoridade administrativa poder constituir o crédito tributário.Quanto ao pedido de efeito suspensivo da impugnação ao Ato Declaratório, afere tratarse de efeito inerente à apresentação da manifestação de inconformidade/impugnação. Quanto à opção feita pela Contribuinte pelo Simples, o julgador de primeira instância entende que não assiste razão à empresa recorrente. Isso porque a opção pelo simples, realizada pela empresa, não significa que o órgão efetuou a homologação táita ou expressa, bem como não impede a apreciação posterior da legalidade de seu ato, jaka vista que essa opção é faculdade da pessoa jurídica que preenche os requisitos legais e que é formalizada por ela própria mediante a alteração de seus dados cadastrais no CNPJ. Acrescenta que essa faculdade a contribuinte exerce se e quando o quiser, sujeitandose apenas à fiscalização posterior da Receita Federal, tomando em conta que somente os contribuintes que atendam as condições previstas na lei podem exercer esse direito, sendo que ao optar por esse sistema simplicado de tributação, a pessoa jurídica aceita as regras legais que lhe correspondem, entre as quais a possível exclusão de ofício nos casos previstos na legislação.Portanto, aduz o julgador a quo, quando o Fisco apura que a empresa optou pelo regime simplificado ou nele continua indevidamente pode, e deve, excluilo de tal sistemática. Outro ponto enfrentado pela decisão que me precedeu tange a preliminar quanto ao devido processo legal e ampla defesa. Argumenta a recorrente que não teria sido apontada a devida motivação que ensejou a exclusão e que esse fato não permitiria o exercício do direito de defesa e contraditório. Contudo, pontua a referida decisão que na representação Fl. 389DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 391 6 fiscal Exclusão do Simples (fls01), o fiscal fez constar que "foi constatado que a fiscalizada exerce atividade econômica preponderante de prestação de serviços de portaria, vigilância, limpeza e monitoramento e manutenção de alarmes em prédios residenciais e comerciais" (item 1) e constando do Ato Declaratório de Exclusão de forma bem clara que a exclusão da recorrente do Simples decorre do fato da mesma prestar serviços de portaria, vigilância, limpesa e monitoramente e manutenção de alarmes em prédios residenciais e comerciais que, de acordo com os referidos atos administrativos, vedam a opção pelo Simples. De outro ponto, a decisão a quo aponta que a fase litigiosa, na qual é defendida a ampla defesa e o contraditório, se instaura com a impugnação apresentada pela empresa recorrente. Isto significa dizer que todo procedimento administrativo que implique imposição de sanção, multa, ou lançamento fiscal, ou decisão a respeito de determinado interesse do administrado, deverá ser conduzido mediante processo regular, com possibilidade de defesa traduzida pelo contraditório em duplo grau de jurisdição. No caso em tela, a recorrente tem prazo de trinta dias contados da data da ciência do Auto de Infração, para concordar com a exigência fiscal mediante seu recolhimento ou impugnála na forma dos arts. 15 e 16 do Decreto n° 70.235/1972, com as alterações da Lei n° 8.748/1993 e art. 67 da Lei n° 9.532/1997. Nesse período, nada impede o impugnante de requerer a vista do processo, caso assim julgue necessário, para exame da documentação anexada nos autos, já que lhe é assegurado o pleno exercício do contraditório e ampla defesa pelo art. 5°, inc. LVI, da Constituição. Tece considerações a respeito e cita doutrina. Assim, conclui esse ponto referindo que a recorrente foi intimada a se manifestar, no prazo regulamentar, contra a sua exclusão do Simples e, também, contra a exigência do crédito tributário e que resta claro que os princípios constitucionais nominados pela mesma não restaram violados. Quanto às preliminares de ilegalidade e inconstitucionalidade, a decisão recorrida atenta que na Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples a empresa recorrente sustenta a ilegalidade da exclusão, com efeitos retroativos, por ofensa ao principio da irretroatividade e, ainda, ofensas ao principio da legalidade tributária. Na impugnação argumenta no sentido de que o Ato Declaratório Executivo seria ilegal por alegada falta de motivação e pelos efeitos retroativos que pretende impor à contribuinte.Mas, afere que as alegaçõesde ilegalidade e inconstitucionalidade não são suscetíveis de apreciação na via administrativa e que quaisquer argüições de inconstitucionalidade de leis tributárias ou fiscais devem ser direcionadas ao Poder Judiciário, haja vista que autoridades administrativas enquanto responsáveis pela execução das determinações legais, devem sempre partir do pressuposto de que o Legislador tenha editado leis compatíveis com a Constituição Federal e naõ podem negar a aplicação das leis regularmente emanadas do Poder Legislativo. Cita doutrina a respeito. Ao se referir às jurisprudência Administrativa e Judicial, tanto na Solicitação de Revisão da Exclusão, quanto na manifestação de inconformidade, afere que a recorrente procura sustentar seu entendimento com base na jurisprudênica e que tratandose de acórdão de Tribunais Superiores, as decisões a que se referem têm efeito apenas interpartes, de forma tal que é imprescindível que o autuado fizesse prova de que fosse parte das ações para que o decidido nos aludidos acórdãos, se fosse o caso, lhe aproveitasse. Cita posicionamento do CARF nesse sentido. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 392 7 Ao apreciar a exclusão do Simples e suas formalidade, entende o julgador de primeira instância que os argumentos da recorrente, no sentido de que não poderia ser efetuado por Ato Declaratório e sim por lei Ordinária, não merecem procedência. Isso porque os argumentos não encontram respaldo na legislação e, portanto, não devem prosperar. A exclusão observou as disposições da IN SRF m. 608/2006 e não há qualquer reparo a ser considerador. Cita o art. 21, arágrafo único da IN SRF n° 608/2006, no qual está prevista a formalidade para a exclusão de uma empresa do Simples, sendo expresso, no dispositivo, que a exclusão darseá mediante Ato Declaratório Executivo — ADE da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal do Brasil que jurisdicione o contribuinte. Prosseguindo com a apreciação, a autoridade a quo enfrenta o mérito aduzindo que a atividade exercida foi descriminada pelo autuante tomando a atividade de monitoramento de alarmes como prestação de serviços de vigilância eletrônica monitorada com alarme e considerou que tal atividade veda a opção pelo Simples conforme disposição do art. 9º, XII, alínea "f", da Lei 9.317/96. Em ato contínuo, o julgador atenta para o fato de que a manifestação não apresentou qualquer argumento contra a atividade exercida, apenas refere que exerce serviços terceirizados, não se enquadrando em nenhuma das hipóteses indicadas na fundamentação do ADE, entre outros argumentos, mas que em momento algum não contesta que presta serviços de portaria, vigilância, limpesa e monitoramente e manitenção de alarmes em prédios residenciais e comerciais. Assim, afere o julgador que o fato de prestar serviços terceirizados não modifica a natureza jurídica do serviço prestado. Quanto ao argumento de que cabia A fiscalização investigar os fatos apontados nos autos do presente processo e proválos, têmse que a verificação foi feita, tanto que a mesma constatou que a empresa exerce atividades que vedam a opção pelo Simples. As provas nesse sentido constam nos autos: é atividade que consta no objeto social da interessada conforme seu Contrato Social e Alteração de Contrato Social (fls. 04 a 10) e, a titulo de exemplo, cópias de notas fiscais (fls.185 a 191 e 195 a 206). Observa que na alínea "f", fundamento da autuação, consta expressamente a prestação de serviços de vigilância e limpeza, entendendo que serviços de monitoramente de alarme é prestação de serviço de vigilânica eletrônica monitorada com alarme, bem como de que a norma especifica: "pessoa jurídica que realize operações relativas à prestação de serviço de vigilância", independentemente de seu grau de automação ou de participação humana. Nesse caminhol, frisa que é se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção (CTN 111, II), visto que o Simples é sistema de recolhimento de imposto e contribuições menos oneroso para o contribuinte, constituindose em forma legal isentiva. E constata que se a lei determina não é dado ao intérprete dispor de outra forma. Acrescenta a autoridade que a prestação de serviço de portaria, em que a empresa disponibiliza pessoal para a realização das tarefas em condomínios, sob sua responsabilidade e com remuneração pelo serviço prestado, caracteriza locação de mãode obra não permitindo a opção ao Simples. Contudo, atenta para o fato desse ponto não ter sido o fundamento da autuação. Já quanto aos efeitos da exclusão, a autoridade de primeira instância refere que a situação excludente se deu em 30/05/2003, quando iniciouse as atividades da empresa Fl. 391DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 393 8 efeitivamente, logo, os efeitos da exclusão ora sob litígio não podem ser determinados pela regra disposta no inciso II do parágrafo primeiro do artigo 24 da IN SRF n° 608, de 09/01/2006 (DOU 12/01/2006), que alcança apenas situações excludentes ocorridas até 31/12/2001. No presente caso, os efeitos da exclusão surgem a partir de 01/06/2003, nos termos do disposto no inciso II do "caput" do próprio artigo 24. Prossegue o julgador relatando que a empresa recorrente foi exclu[ida do Simples com efeitos retroativos, a partir da data em que surgiram os efeitos da exclusão, a exigência dos tributos foi confomre as normas aplicáveis as demais pessoas jurídicas nos termos do art. 197, RIR/99. Em outras palavras, a exigência dos tributos foi feita com base no lucro real e a argumentação da recorrente de que o art. 220 do RIR/99 não impõe que seja pelo lucro real, que a apuração dos tributos pode ser com base no lucro real, presumido ou arbitrado não merece apreço, haja vista que a opção pelo lucro presumido deve ser realizada pela empresa. Em não ocorrendo a opção pelo lucro presumido, a exigência dos tributos só seria possível ou pelo lucro real ou pelo lucro arbitrado, sendo este último mais gravoso para os contribuintes. Da mesma forma, dispõe a autoridade que estão corretos os autos de infração relativos ao PIS e a COFINS nãocumulativos, calculados com base no montante das receitas de prestação de serviço, observandose, em relação à COFINS, que a nãocumulatividade foi considerada para os períodos de apuração a partir de fevereiro de 2004. Assim, surgindo os efeitos da exclusão a partir de 1° de junho de 2003, deve ser excluída da exigência relativa ao 2° Trimestre/2003. Devidamente cientificada da decisão de primeria instância em 01.02.2010, a empresa recorrente apresenta em 23.02.2010 suas razões em seara de recurso voluntário, de forma tempestiva, arguindo o já disposto na impugnação. De ordem, por designação como redatora ad hoc, cabe formalizar a presente decisão conforme apresentada em plenário, dado que a relatora original não mais compõe o colegiado, nos termos da Portaria MF nº 217 publicada no DOU de 28.04.2015 e do art. 17 e do art. 18, ambos do Anexo II do Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 256, 22 de junho de 2009. Está registrada na Ata da Reunião de Julgamento formalizada no processo nº 15169.000109/201162: Aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de dois mil e quinze, às nove horas, Pauta de julgamento dos recursos das sessões ordinárias a serem realizadas nas datas a seguir mencionadas, no Setor Comercial Sul, Quadra 01, Edifício Alvorada, 3º Andar, Sala 306, em Brasília Distrito Federal, reuniramse os membros da 3ªTE/4ªCÂMARA/1ªSEJUL/CARF/MF/DF, estando presentes CARMEN FERREIRA SARAIVA (Presidente), SÉRGIO RODRIGUES MENDES, MEIGAN SACK RODRIGUES, ROBERTO ARMOND FERREIRA DA SILVA, RICARDO DIEFENTHAELER, FERNANDO FERREIRA CASTELLANI e eu, MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES, Chefe da Secretaria, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. [...] Relator(a): MEIGAN SACK RODRIGUES Fl. 392DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 394 9 Processo: 11060.000344/200713 Recorrente: SOS SISTEMA DE SEGURANÇA LTDA. ME e Recorrida: FAZENDA NACIONAL Acórdão 1803002.626 Decisão: Por unanimidade de votos negaram provimento ao recurso voluntário. Votação: Por Unanimidade Questionamento: RECURSO VOLUNTÁRIO Resultado: Recurso Voluntário Negado Sem Crédito em Litígio É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Redatora Designada Ad Hoc O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Tratase, o presente processo, de exclusão do sistema Simples pela constatação de que a empresa desenvolve atividade impeditiva, conforme a norma disciplinadora da sistemática do Simples, bem como foram lavrados autos de infração de IRPJ, COFINS, PIS, CSLL, em decorrência de omissão de receitas não contabilizadas, insuficiência de recolhimento ou declaração. E, a autuação de CSLL se deu em decorrência de falta de pagamento da CSLL devida sobre receitas omitidas e falta de recolhimento, e para o PIS e COFINS a autuação se deu por insuficiência não cumulativa falta/insuficiência de recolhimento. A empresa recorrente se insurge alegando inconstitucionalidades, nulidade do auto de infração e do Ato Declaratório de Exclusão, aduz que a empresa adentrou na sistemática do Simples e que a Receita Federal nunca se insurgiu, não podendo o fazer nesse momento. De igual modo, afere que não pode prevalecer a retroatividade dos efeitos da exclusão, aplicadas ao feito e de que a autuação não poderia se dar pela sistema do Lucro Real, vez que o Lucro Presumido seria mais interessante para a empresa recorrente. A autoridade de primeira instância acatou as alegações quanto à irretroatividade e também quanto à não cumulatividade da COFINS para os perídos de apuração a partir de fevereiro de 2004. A autoridade recompôs o cálculo do montante devido. No caso presente, entendo que a decisão de primeira instância encontrase correta, não merecendo reforma. Temse que a autoridade a quo muito bem colocou as questões de inconstitucionalidade levantadas pela empresa recorrente. E, conforme Súmula nº Fl. 393DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 395 10 02 do CARF, este órgão não possui competência para julgar questões que são da alçada exclusiva do Poder Judiciário. Senão vejamos: “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).” De outra ponta, entendo que a empresa, embora tenha optado pelo Simples desde o seu início, passou a aferir renda e tem movimento, apenas no ano de 2003, por essa razão muito bem ponderou a questão do início dos efeitos, qual seja: do ano seguinte 2004. Neste ponto, não há que se discutir a respeito da decisão proferida. No tocante aos argumentos da empresa referentes à opção pelo Simples ter sido efetivada pela Secretaria da Receita Federal desde o início, não podendo mais insurgirse, é completamente descabida. Isso porque as normas que disciplinam as regras da sistematica do Simples referem que a opção realizada pelo contribuinte está sujeita à revisão posterior, correndo por conta e ordem deste, caso tenha ingressada na sistemática contrapondose a algum requisitos. Assim, evidente, no caso em tela, que a empresa desempenha atividade impeditiva. Tendo ingressado períodos antes do início da aferição de receita pela empresa, a mesma já adentrou na sistemática com ciência de que não poderia optar por ela. Assim, no presente momento não pode suscitar a sua própria torpeza para justificar ou sanar um equívoco. Nesse sentido, entendo que a decisão a quo não merece reparo. No que diz respeito aos autos de infração seguirem a opção pelo Lucro Real, entendo que também não assiste razão à recorrente. Isso porque a opção pelo Regime de Tributação do Lucro Presumido se dá com a efeitivação do pagamento da cota única ou da primeira parcela e como a empresa assumiu, por conta e ordem, o risco de optar pela sistemática do Simples, sabendo que a sua atividade era impeditiva e sendo o arbitramento a sistemática mais gravosa, outra alternativa não há, senão aplicar a regra geral de todas as pessoas jurídicas. Em outras palavras, a empresa que não realizou a opção expressa pelo Lucro Presumido, não poder ter essa sistemática incutida pela autoridade fiscal, sendo a mesma dependente do cumprimento do requisito do pagamento da cota única ou da primeira parcela, na consonância com as normas jurídica pátrias. Nesse caminho, tendo a autoridade de primeira instância acatado as questões relevantes da retroatividade dos efeitos da exclusão, bem como a não cumulatividade da COFINS e estando as demais matérias em consonância com a legislação pátria, entendo que não merece procedências as alegações realizadas pela empresa recorrente. Em assim sucedendo, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 394DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11060.000344/200713 Acórdão n.º 1803002.626 S1TE03 Fl. 396 11 Fl. 395DF CARF MF Impresso em 06/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/05/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 21/05/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 13884.004937/2003-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Ano Calendário: 1998, 1999, 2000 e 2001
Ementa:
IRPF. DECADÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 150, §4º DO CTN.
Em havendo pagamento antecipado de imposto, a regra de contagem do
prazo decadencial é do art. 150, §4º do CTN.
VERBAS RECEBIDAS REGULARMENTE POR PARLAMENTARES.
Súmula CARF nº 87: O imposto de renda não incide sobre as verbas recebidas regularmente por parlamentares a título de auxílio de gabinete e hospedagem, exceto quando a fiscalização apurar a utilização dos recursos em benefício próprio não relacionado à atividade legislativa.
IRPF. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
PRESUNÇÃO. POSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA.
Nos termos do art. 42 da Lei n°9.430/1996, presume-se como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantidos em instituição financeira, por titular pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários, que não pode ser substituída por meras alegações.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. PREVISÃO NA LEI COMPLEMENTAR Nº105/2001.
A Lei Complementar nº 105/2001 permite a quebra do sigilo por parte das autoridades e dos agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. INCOMPETÊNCIA PARA JULGAR.
A multa de ofício de 75 % (setenta e cinco por cento) aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Falece competência a este conselho administrativo para examinar o caráter confiscatório. (Súmula CARF nº 2)
Numero da decisão: 2102-003.275
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso, para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica
Nome do relator: LIVIA VILAS BOAS E SILVA
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DECADÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 150, §4º DO CTN. Em havendo pagamento antecipado de imposto, a regra de contagem do prazo decadencial é do art. 150, §4º do CTN. VERBAS RECEBIDAS REGULARMENTE POR PARLAMENTARES. Súmula CARF nº 87: O imposto de renda não incide sobre as verbas recebidas regularmente por parlamentares a título de auxílio de gabinete e hospedagem, exceto quando a fiscalização apurar a utilização dos recursos em benefício próprio não relacionado à atividade legislativa. IRPF. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO. POSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA. Nos termos do art. 42 da Lei n°9.430/1996, presume-se como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantidos em instituição financeira, por titular pessoa física ou jurídica, Fl. 733DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 2 2 regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários, que não pode ser substituída por meras alegações. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. PREVISÃO NA LEI COMPLEMENTAR Nº105/2001. A Lei Complementar nº 105/2001 permite a quebra do sigilo por parte das autoridades e dos agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. INCOMPETÊNCIA PARA JULGAR. A multa de ofício de 75 % (setenta e cinco por cento) aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Falece competência a este conselho administrativo para examinar o caráter confiscatório. (Súmula CARF nº 2) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso, para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. (Assinatura digital) JOÃO BELLINI JUNIOR - Presidente. (Assinatura digital) LÍVIA VILAS BOAS E SILVA - Relatora. EDITADO EM: 10/06/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, João Bellini Junior, Lívia Vilas Boas e Silva, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Fl. 734DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 3 3 Relatório Em 17/11/2003, foi lançado Auto de Infração contra o contribuinte PEDRO YVES SIMÃO, tendo em vista a constatação de omissão de rendimentos decorrentes do trabalho com vínculo empregatício recebido de pessoa jurídica (rendimentos tributáveis e não declarados) e decorrentes de depósitos bancários com origem não comprovada, motivo pelo qual se lançou, de ofício o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF, referente aos anos- calendário de 1998, 1999, 2000 e 2001, para a exigência do crédito tributário no valor de R$749.699,81, acrescido de juros de mora e multa de oficio aplicada no percentual de 75%. Conforme se extrai do relatório elaborado pela Delegacia Regional de Julgamento quando do julgamento naquela instância (fls. 81 a 90), pelo Auto de Infração lavrado foram apuradas as infrações abaixo relacionadas: 1 - Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica no exercício de empregos, cargos e funções. Por meio do Termo de Início da Ação Fiscal, o contribuinte foi intimado a comprovar a origem dos recursos creditados/depositados em suas contas correntes, conforme planilhas anexadas àquele Termo. Em resposta, o contribuinte apresentou, como um dos comprovantes solicitados, o documento STTPC n° 37/03, emitido pelo Departamento de Finanças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no qual há a informação dos valores pagos ao contribuinte, durante o período de l5/03/99 a l4/03/2002, a título de Auxílio Encargos Gerais de Gabinete de Deputado e Auxílio de Hospedagem. Posteriormente, informou à Auditoria Fiscal que os valores constantes de tal documento não foram declarados em IR devido à informação da Assembléia Legislativa, de que não eram tributáveis, fazendo desnecessária sua indicação, até porque a inferência ou não de tributação a estes qualificadores se encontrava sub judice na cidade de São Paulo, em ação iniciada por membros do Ministério Público, em que se defendia o Poder Legislativo Estadual. O contribuinte não comprovou nenhuma medida judicial que trouxesse, em seu beneficio, determinação em contrário à tributação prevista no RIR/99. 2 - Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas bancárias, com origem não comprovada. Apesar de regulamente intimado, o contribuinte também não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nas operações de crédito realizadas em Fl. 735DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 4 4 instituições financeiras, obtidas com base nas informações prestadas à Secretaria da Receita Federal pelas respectivas instituições, de acordo com o art. 11, § 2°, da Lei 9.311/96 e utilizadas com base no § 3° desse mesmo artigo, com a redação dada pela Lei l0.l74/2001 que configuravam, a princípio, realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível, informada nas respectivas Declarações de Ajuste Anual do IR. Em suas respostas, o contribuinte apresentou os extratos solicitados, exceto os da instituição financeira BMD, que foram obtidos pelo Fisco, diretamente. Conforme consta do Termo de Constatação Fiscal, lavrado em 01/10/2003, após a conciliação efetuada, excluídos os depósitos cujas origens foram comprovadas, apurou-se a omissão de rendimentos decorrentes dos depósitos relacionados nas planilhas anexas àquele termo. Cientificado do Auto de Infração, o contribuinte apresentou a impugnação (fls. 30/45), alegando, em síntese, que: 1 - é inaplicável o Decreto 3.000/99, in casu, porque somente a lei pode estabelecer a definição de fato gerador de uma obrigação tributária, uma vez que em seu art. 43 há inclusão arbitrária da frase “... e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como, verbas, dotações ou auxílios, para representações ou custeio de despesas necessárias para o exercício de cargo, função ou emprego em contraposição ao art. 16 da Lei 4.506/64, ferindo mortalmente, o princípio da constitucionalidade das leis, mesmo que de sua expressão, semelhanças se obtenham de outras teses legais; 2 - nos anos de 1998 e 1999, ultrapassados os 5 anos da ocorrência do fato gerador, encontram-se prescritos os créditos apurados, não possuindo amparo legal a colocação feita no Auto de Infração; 3 - os rendimentos provenientes de recebimento nos anos de 1999 a 2001 de Auxílio Encargos Gerais de Gabinete de Deputado e Auxílio Hospedagem deveriam ter sido retidos na fonte, obrigação esta que caberia à fonte pagadora, ou seja, à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que nem sequer foi intimada para se pronunciar no procedimento fiscalizatório, além do que, por informação administrativa, corroborada pelos depósitos integrais dos valores, estes créditos eram tidos como isentos de tributação, fato que ainda se encontrava sub judice, em tribunais do Estado de São Paulo, de modo que o contribuinte entende-se como parte ilegítima neste procedimento administrativo; 4 - as verbas destinadas ao auxílio de despesas gerais de gabinete de deputado e dos auxílios de hospedagem são isentas de tributação, considerando que elas se destinavam apenas às despesas para as quais foram criadas e que não se encontravam na esfera de disponibilização do beneficiário de modo que, não admitir esse entendimento implicaria inovar a lei tributária e constitucional e afrontar o art. 150, CF/88, c/c art. ll, § 1° da Lei 7.713/88; 5 - a punição do impugnante com base em simples apontamentos de depósitos bancários nos anos de 1998 até 2001 equivaleria a uma punição sem prova concreta e Fl. 736DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 5 5 real de sua circunstância. Assim como no ano de 1998, nos anos seguintes, exerceu a função de Deputado Estadual e iconizou várias despesas com compromissos de parlamentar, que ingressaram em sua conta corrente, sem que delas tivesse a disposição; 6 - inúmeros são os julgados de nossos Tribunais que desconsideram acusações com base em presunção relativas a depósitos bancários, por serem por demais superficiais para embasarem a condenação ativa; 7 - com fulcro no art. 16 do Decreto 70.235/72, requereu diligências que entendeu necessárias para a obtenção de documentos e a comprovação de que os depósitos efetuados em sua conta corrente eram para pagamento de despesas de campanha e empréstimos, em nada se relacionando com proventos; Os membros da 10ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, acordaram em rejeitar as preliminares e considerar procedente o lançamento, mantendo, integralmente, o crédito tributário exigido, nos termos da ementa abaixo transcrita: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Ano-calendário: 1998, 1999, 2000, 2001 Decadência. O direito de a Fazenda Pública de a União constituir crédito tributário extingue-se em cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se aquele se der após esta data, conforme o disposto no art. 173, 1, do CTN. Sujeito Passivo. Contribuinte Beneficiário do Rendimento do Trabalho com Vínculo Empregatício Recebido de Pessoa Jurídica. O sujeito passivo da relação jurídico-tributária é o contribuinte, obrigado a informar todos os rendimentos quando da apuração definitiva do imposto de renda na declaração de ajuste anual, independentemente de ter havido a retenção do imposto por antecipação, cuja responsabilidade é da fonte pagadora. Omissão de Rendimentos. Depósitos Bancários. Caracterizam omissão de rendimentos, sujeitos ao lançamento de oficio, os valores creditados em contas de depósito mantidas junto às instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Invocando uma presunção legal de omissão de rendimentos, fica a autoridade lançadora dispensada de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo ao contribuinte o ônus da prova. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 6 6 Argüição de Ilegalidade e Inconstitucionlalidade. Incompetência das Instâncias Administrativas para Apreciação. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Lançamento procedente. Cientificado da decisão, por via postal, em 17/11/2008 (AR fl. 93), o contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 94 a 115) em 15/12/2008, por meio do qual contesta a conclusão do acórdão recorrido, alegando, em síntese: (i) que há decadência em relação aos lançamentos relativos aos anos de 1998 e 1999, (ii) que o art. 42 da Lei nº 9.430/1996 alarga indevidamente o conceito de renda, sendo que apenas a aquisição de disponibilidade econômica é base de cálculo para o IRPF, (iii) que houve quebra do seu sigilo bancário e (iv) que a multa aplicada no percentual de 75% tem caráter confiscatório. É o relatório. Voto LÍVIA VILAS BOAS E SILVA - Conselheira Relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecido. Ao exame da alegação do Recorrente sobre a decadência, relativa ao fato gerador ocorrido nos anos-calendário de 1998 e 1999, verifica-se que o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física é tributo sujeito ao lançamento por homologação, devendo-se aplicar à espécie a determinação do julgado do Recurso Especial nº 973.733/SC. Na ocasião, o Superior Tribunal de Justiça determinou que, para os casos em que houver pagamento antecipado do tributo, deve-se aplicar o § 4º do art. 150 do CTN, ou seja, a contagem do prazo decadencial deve ter início na data do fato gerador. Segue, in verbis, o art. 150, § 4º do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 738DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 7 7 [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Por oportuno, cumpre transcrever a Súmula nº 38 do CARF, que pacificou a matéria nesta Corte Administrativa: Súmula nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. Assim, o fato gerador do IRPF lançado, referente ao ano-calendário de 1998 inicia- se em 31/12/1998. Considerando-se o lapso temporal de cinco anos para que a Fazenda Pública exerça o direito de efetuar o lançamento, a data fatal completa-se em 31/12/2003. Tendo o Auto de Infração sido lavrado em 17/11/2003 (fls. 10 do Volume 2) e o contribuinte cientificado em 16/12/2003 (fls. 11 do Volume 2), constata-se que o lançamento referente aos anos-calendário de 1998 e 1999 ocorreu dentro do prazo quinquenal, não havendo que se falar em decadência do direito de lançar. Passando-se à análise dos "rendimentos recebidos de pessoa jurídica no exercício de empregos, cargos e funções", o Recorrente apresentou o documento STTPC n° 37/03, emitido pelo Departamento de Finanças da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no qual há a informação dos valores pagos ao contribuinte, durante o período de l5/03/99 a l4/03/2002, a título de Auxílio Encargos Gerais de Gabinete de Deputado e Auxílio de Hospedagem. Essa matéria já foi pacificada por súmula que sedimentou o entendimento de não incidência do IRRF: Súmula CARF nº 87: O imposto de renda não incide sobre as verbas recebidas regularmente por parlamentares a título de auxílio de gabinete e hospedagem, exceto quando a fiscalização apurar a utilização dos recursos em benefício próprio não relacionado à atividade legislativa. Contudo, sobre os "rendimentos caracterizados por valores creditados em contas bancárias", não restou comprovada a origem. Em sua defesa, o Recorrente argumenta que a simples existência de depósitos bancários não revela a aquisição de disponibilidade econômica e que o arbitramento do imposto de renda com base em extratos bancários foge da regra-matriz de incidência tributária. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 8 8 A matéria arguida não merece guarida, haja vista já estar sumulada por este Conselho Administrativo nos termos seguintes: Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Ademais, cumpre trazer a lume, a legislação que serviu de base para o lançamento, no caso, o art. 42 da Lei nº 9.430/1996, que aduz, in verbis: Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. De acordo com o dispositivo supra, observa-se que compete ao Fisco demonstrar a existência de depósitos bancários, intimando o contribuinte a justificar a sua origem, que, uma vez não comprovada, conduz à presunção, até prova em contrário, da ocorrência de omissão de rendimentos (presunção legal do tipo juris tantum). Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei 9.430/96 cuida de presunção relativa, que admite a prova em contrário, cabendo, pois, exclusivamente ao contribuinte a sua produção. Vê-se, então, que o contribuinte foi devidamente intimado a prestar esclarecimentos a respeito da origem dos depósitos, consoante se verifica no Termo de Intimação Fiscal de fls. 38/48 (ciência em fl. 38). Contudo, os documentos trazidos aos autos pelo Recorrente não comprovam a origem dos depósitos efetuados em conta de sua titularidade. Não basta apenas alegar, a comprovação da origem dos depósitos deve ser feita de forma inequívoca. Neste sentido, o entendimento desta Corte Administrativa, consoante ementa destacada: IRRF. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS DEPÓSITOS. Para elidir a presunção de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada, a demonstração da origem dos depósitos deve ser feita de forma inequívoca, correlacionando, de forma individualizada, as apontadas origens a cada um dos depósitos. (Acórdão nº 2802003.104, Sessão de 9 de setembro de 2014) Fl. 740DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 9 9 Assim, a conclusão que se extrai dos autos é o uso de conta bancária em nome do Recorrente para realizar movimentação de valores tributáveis, o que torna lícito o lançamento do crédito tributário. Sobre esse ponto, o CARF já consolidou o entendimento na Súmula nº 32: Súmula nº 32: A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. Verificada a ocorrência de depósitos bancários, cuja origem não foi devidamente comprovada pelo contribuinte, presume-se a ocorrência de omissão de rendimentos à tributação, cabendo-lhe o ônus de provar a origem dos valores depositados em sua conta bancária. As meras alegações dos vários motivos para que usou a sua conta bancária, sem provas, não são suficientes para cancelar o lançamento. O Recorrente requer, ainda, que seja reconhecida a improcedência do lançamento sob a alegação de quebra de sigilo bancário. É indiscutível que o sigilo bancário, no Brasil, para fins tributários, é relativo e não absoluto, já que a quebra de informações pode ocorrer nas hipóteses previstas em lei. No comando do art. 6º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, nota- se o seguinte: Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Se antes existiam dúvidas sobre a possibilidade da quebra do sigilo bancário pela via administrativa (autoridade fiscal), agora estas não mais existem. O art. 6º da Lei Complementar 105/2001 autorizou, expressamente, as autoridades e agentes fiscais tributários a obter informações de contas de depósitos e aplicações financeiras, desde que haja processo administrativo instaurado e tais exames sejam considerados pela autoridade administrativa competente. Compulsando os autos, verifica-se o Mandado de Procedimento Fiscal nº 08.1.20.00.2003.00003-0 (fl. 2 do Volume 1) determinando a execução do procedimento fiscal, bem como a dificuldade do Recorrente de fazer a devida comprovação da origem dos recursos movimentados em suas contas correntes, o que justifica a atuação da autoridade fazendária para a busca de fatos que melhor fundamentem o serviço fiscal. Assim, está afastada a pretensa quebra de sigilo bancário de forma ilícita, já que há permissão legal para que o Estado, através de seus agentes fazendários, com fins Fl. 741DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13884.004937/2003-59 Acórdão n.º 2102-003.275 S2-C1T2 Fl. 10 10 públicos (arrecadação de tributos) e visando ao bem comum, possa ter acesso aos dados protegidos, originariamente, pelo sigilo bancário. Por fim, em sua peça recursal, o Recorrente requer a diminuição da multa aplicada de 75% alegando ofensa ao princípio do não-confisco e da capacidade contributiva. A respeito do pretenso caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, tem- se que sua determinação decorre de lei, mais especificamente, do art. 44, I da Lei nº 9.430/96, norma válida e vigente, não cabendo a quaisquer das Turmas julgadoras integrantes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) manifestar-se acerca da juridicidade dos diplomas legais em vigor, encontrando-se tal matéria devidamente sumulada: Súmula CARF nº 2: Não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ante a todo o exposto, voto por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso, para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. (Assinatura digital) LÍVIA VILAS BOAS E SILVA - Relatora Fl. 742DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 10/06/ 2015 por LIVIA VILAS BOAS E SILVA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 10814.005089/2005-01
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II
Data do fato gerador: 03/08/2000
ISENÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO. EXIGÊNCIAS.
Na vigência da Lei n° 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afasta-se o benefício.
MOMENTO DO RECONHECIMENTO
Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante aquiescência da autoridade tributária competente.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-000.999
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Wilson Sampaio Sahade Filho e Nanci Gama, que davam provimento.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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EXIGÊNCIAS. Na vigência da Lei n° 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afastase o beneficio. MOMENTO DO RECONHECIMENTO Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante aquiescência da autoridade tributária competente. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Wilson Sampaio Sahade Filho e Nanci Gama, que davam provimento. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Rosa, Álvaro Almeida Filho, Paulo Sergio Celani, Wilson Sampaio Sahade Filho, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente o Conselheiro Luciano Pontes de Maya Gomes. Relatório Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: Trata o presente processo de pedido de restituição de Imposto de Importação alegadamente recolhido a maior, pago através de débito automático em contacorrente bancária na data do registro da DI nº 00/07182451, em 03/08/2000 (fls. 6/10), no valor de R$ 4.017,80 (quatro mil e dezessete reais e oitenta centavos). Seguese um breve histórico dos fatos, conforme documentos nos autos. Alega o interessado ter direito ao benefício fiscal concedido pelo art. 5º das Medidas Provisórias nºs. 193924 (de 06/01/00), 206837 (de 27/12/00) e 206838 (de 25/01/01), convertidas em Lei nº 10.182, de 12 de fevereiro de 2001. Tal benefício consiste na redução de 40 % (quarenta por cento) do imposto de importação, para empresas devidamente habilitadas quanto ao mesmo no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, referindose especificamente à importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semiacabados, e pneumáticos, destinadas aos processos produtivos das empresas e dos fabricantes de produtos relacionados no art. 5º, § 1º I a X (veículos leves: automóveis e comerciais leves, ônibus, caminhões, etc). Tendo em vista que, em nome do mesmo interessado, na mesma Unidade da RFB e tratando de assunto idêntico (mas para Declarações de Importação diferentes) há diversos processos em tramitação, inicialmente todos foram apensados ao de nº 10814 006.463/200587. Posteriormente constatouse que parte dos processos apensados ao de nº 10814006.463/200587 apresentam registro no Programa PerdComp, de Declaração de Compensação, e outros não (tratam apenas de restituição, como é o caso do presente PAF) , o que exige rito processual diferente. Optouse pela separação do presente processo, o qual foi desapensado do PAF 10814006.463/200587 (fls. 46), para nele discutirse apenas a viabilidade de reconhecimento do direito creditório pleiteado (e não a compensação, a qual não foi objeto de Declaração respectiva. Voltemos à síntese dos fatos: PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE DI INDEFERIMENTO Em 03/08/2000 o interessado submeteu a despacho aduaneiro mercadorias beneficiárias da mencionada redução, pela Declaração de Importação nº 00/07182451, tendo deixado de Fl. 2DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.005089/200501 Acórdão n.º 3102000.999 S3C1T2 Fl. 2 3 pleitear o benefício em questão, e recolhido integralmente o Imposto de Importação. Em 05/07/2005, por requerimento de fls. 1/2, pleiteou a restituição do valor que entende recolhido a maior, no total de R$ 4.017,80 (quatro mil e dezessete reais e oitenta centavos)., pelo Pedido de Restituição de fls. 1/2 e Pedido de Cancelamento de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito Creditório de fls. 3/4. Anexou às fls. 21 documento comprobatório fornecido pelo DECEX, segundo o qual a empresa está habilitada a fruir o benefício da Lei 10.182/2001 desde 18/01/2000. O processo tramitou pela Inspetoria da Receita Federal em São Paulo – (IRFSP), para revisão aduaneira e eventual retificação de Declaração de Importação. Dentro do procedimento de análise da retificação prevista no art. 45 da In nº 680/2006, o contribuinte em tela foi intimado a apresentar as certidões negativas de débito (CND, FGTS e Dívida Ativa da União) abrangendo as datas de registro da DI.. Em atendimento ao termo em questão o contribuinte apresentou tempestivamente resposta onde se manifestou pelo não cabimento da exigência de certidões negativas no caso em tela e também que caberia à administração verificar internamente se a empresa estaria ou não em regularidade com os tributos administrados pela União. Tendo em vista o previsto no artigo 134 do Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05/03/85, combinado com o artigo 60 da Lei 9.069, de 29/06/1995, entendeu a autoridade aduaneira que, da combinação dos dois dispositivo legais, fica caracterizado que a exigência de prova de quitação se renova a cada despacho objeto de redução pretendida e que a comprovação em questão deve ser feita pelo contribuinte, não se aplicando aqui o disposto no art. 37, da Lei 9.784/99. Em decorrência do exposto, foi indeferido o pedido de retificação da Declaração de Importação (fls. 49). Em 15/05/2008 foi proferido despacho indeferindo a retificação da Declaração de Importação (v. fls. 49). PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE DESPACHO DENEGATÓRIO DA RETIFICAÇÃO DE DI INDEFERIMENTO Ciente da decisão denegatória de seu pleito (retificação da DI), o interessado apresentou seu pedido de reconsideração de despacho. Apresentou, tempestivamente, seu pedido de reconsiderado de despacho para ser encaminhada ao Sr. InspetorChefe, nos termos do § 4º . art; nº 45 da IN/SRF nº 680/2006. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 4 Em seu pedido de reconsideração o impetrante manteve posição pelo não cabimento da exigência de certidão negativa no caso em tela. 01 Argumentou que a Lei inº 10.182 não exige a apresentação de CND para fruição da redução do imposto, porém a Notícia Siscomex nº 21, de 23/07/2001 não deixa qualquer dúvida quanto a aplicabilidade do disposto no art. 60 da Lei nº 9.069, de 29/06/1995, para as retificações constantes no processo em tela. 02 Reapresentou jurisprudência das 1ª e 2ª Turmas do STJ, que , conforme já mencionado, ,não valem para o caso em tela, por tratarem de benefícios referentes a mercadorias beneficiadas por drawback, benefício este de caráter objetivo, e não à redução ora discutida, que é um benefício condicional do tipo objetivo subjetivo ou misto (vinculado à qualidade do importador e à destinação do bem). Diante do exposto, e levandose em conta o previsto no artigo 134 do Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05/03/85, combinado com o artigo 60 da Lei 9.069, de 29/06/1995, foi mantido o indeferimento do pleito . O despacho denegatório do pleito encontrase às fls. 50/51 – Despacho Decisório IRF/SPO nº 034/2009, de 18 de fevereiro de 2009.. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO – INDEFERIMENTO Tendo o interessado tomado ciência do despacho decisório que manteve o indeferimento, e esgotado administrativamente o pedido de retificação, os autos foram enviados para a ALF/Aeroporto Internacional em São Paulo – Guarulhos SP, para prosseguimento, nos termos do artigo 58 da IN/RFB 900/2008, ou seja, apreciação relativo ao reconhecimento ou não do direito creditório e a restituição de crédito relativo ao tributo administrado pela RFB, (no caso em estudo, o imposto de importação). Com base na mesma argumentação que servira de base ao indeferimento de seu pedido de retificação de DI ( posteriormente objeto de pedido de reconsideração), e levando em conta o referido indeferimento, que implicou em não ficar caracterizado terem os recolhimentos sido feitos a maior que o devido, foi indeferido também o pedido de reconhecimento de direito creditório. (fls. 52/55). Inconformado com o indeferimento de seu pleito, o interessado apresentou sua Manifestação de Inconformidade, tempestivamente. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Analisandose a Manifestação de Inconformidade de fls. 59/73, constatase que são os seguintes os principais argumentos do recorrente: Fl. 4DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.005089/200501 Acórdão n.º 3102000.999 S3C1T2 Fl. 3 5 01 – A Lei 10.182/01, que instituiu o benefício da redução de 40% do II na importação de determinados produtos , para empresas montadoras e dos fabricantes do setor automotivo não exige a apresentação de CND para a fruição da redução do imposto (comprovação já feita quando de sua habilitação ao regime , feita junto ao SECEX). 02 – Entende que não se aplica ao caso o art. 60 da Lei 9.069/95, que condiciona à apresentação de CND apenas a concessão ou reconhecimento de benefício fiscal. Entende que o dispositivo legal prevê a apresentação em somente uma das ocasiões, e ele já apresentara as CND’s quando da habilitação do benefício. 03 – Alega que, pela doutrina, lei posterior derroga lei anterior e lei especial derroga lei geral. Portanto, a Lei 10182/2001 teria prelavência sobre a Lei 9.069/1995, já que lei posterior derroga a anterior. Também a derrogaria por ser a Lei 9.069/1995 geral, e a lei 10182/2001 especial. 04 – Considera que caberia à Receita Federal aferir a regularidade fiscal do interessado, pela simples verificação de seus sistemas informatizados, conforme art. 37 da Lei nº 9.784/99; 05 – Reapresenta jurisprudência administrativa e judicial, que entende reforçar seu ponto de vista. Resumindose os fatos, o indeferimento do pleito quanto à retificação da DI e do reconhecimento do direito creditório prendeuse basicamente à não apresentação das CNDs (Certidões Negativas de Débito) à época do fato gerador, e a Manifestação de Inconformidade de fls. 59/73 também foca o mesmo assunto, ou seja, a pretendida inadmissibilidade de exigência de CNDs (Certidões Negativas de Débito) a cada despacho aduaneiro de importação onde seja pleiteado benefício de redução ou isenção de tributo.. Ponderando as razões aduzidas pela recorrente, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão de piso pelo indeferimento do pedido, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 03/08/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR POR NÃO UTILIZAÇÃO DA REDUÇÃO PREVISTA NA LEI 10.182/2001 (REGIME AUTOMOTIVO). NÃO RECONHECIDO O DIREITO CREDITÓRIO TENDO EM VISTA A NÃO COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE QUANDO AOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS À ÉPOCA DO FATO GERADOR. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 6 Conforme art. 165 da Lei nº 5..172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), cabe restituição de tributos recolhidos indevidamente ou a maior que o devido. Não caracterizado o recolhimento como indevido ou a maior que o devido, não cabe a restituição do mesmo ao sujeito passivo. APRESENTAÇÃO DE CND’s POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENÇÃO / REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado à qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais, sendo cabível o disposto no artigo 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995. Após tomar ciência da decisão de 1ª instância, comparece a autuada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa. É o Relatório Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção O ponto fulcral do litígio, como se percebe da leitura da ementa da decisão recorrida, é definir se, no momento do reconhecimento da isenção, o sujeito passivo reunia as condições exigidas pela legislação de regência. Para se chegar a tal definição é necessário que se responda a duas indagações: se o art. 60 da Lei nº 9.069/951 incide sobre a modalidade de isenção debatida e, caso incida, em qual momento se dá o reconhecimento da isenção de caráter subjetivo. Definido tal momento, definese, por consequência, quando o sujeito passivo deverá comprovar a quitação dos tributos federais. A redução em litígio encontrase prevista no art. 5º da Lei nº 10.181, de 2001, que criou o que se convencionou denominar “Novo Regime Automotivo”, em substituição àquele disciplinado pela Lei nº 9.449, de 1997, transcrevoos: Art. 5º Fica reduzido em quarenta por cento o imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi acabados, e pneumáticos. 1 Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.005089/200501 Acórdão n.º 3102000.999 S3C1T2 Fl. 4 7 §1oO disposto no caput aplicase exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras e dos fabricantes de: (...) X autopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necessários à produção dos veículos listados nos incisos I a IX, incluídos os destinados ao mercado de reposição. §2o O disposto nos arts. 17 e 18 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, e no DecretoLei no 666, de 2 de julho de 1969, não se aplica aos produtos importados nos termos deste artigo, objeto de declarações de importações registradas a partir de 7 de janeiro de 2000. O parágrafo 2º acima transcrito, a meu ver, enumera taxativamente quais são as condições de caráter geral excepcionadas pela norma que disciplina especificamente os benefícios do Novo Regime Automotivo: exame de similaridade (art. 17 e 18 do DL nº 37/66)2 e transporte em navio de bandeira brasileira (art. 2º do DL nº 666/69) 3: Como é possível verificar, o dispositivo é silente quanto às demais exigências de caráter geral, dentre as quais, evidentemente, está a comprovação da regularidade no pagamento dos tributos e contribuições, o que leva à conclusão de que tal exigência não foi afastada. Por outro lado, não vejo como aplicar a regra geral do art. 37 da Lei nº 9.784, de 19994 em detrimento da específica do art. 60 da Lei nº 9.069, de 1995, categórico ao determinar que o ônus de fazer prova da quitação de tributos federais é do Administrado. Subsistiria, portanto, dúvida acerca do momento em que o benefício é reconhecido, máxime em razão de que, a lei que o instituiu prevê a realização de um procedimento de habilitação prévia do importador, disciplinada no do seu art. 6º, que reza: (os grifos não constam do original) Art.6º A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende de habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX. 2 Art. 17 A isenção do impôsto de importação somente beneficia produto sem similar nacional, em condições de substituir o importado. Art. 18 O Conselho de Política Aduaneira formulará critérios, gerais ou específicos, para julgamento da similaridade, à vista das condições de oferta do produto nacional, e observadas as seguintes normas básicas: 3 Art 2º Será feito, obrigatoriamente, em navios de bandeira brasileira, respeitado o princípio da reciprocidade, o transporte de mercadorias importadas por qualquer Órgão da administração pública federal, estadual e municipal, direta ou indireta inclusive emprêsas públicas e sociedades de economia mista, bem como as importadas com quaisquer favores governamentais e, ainda, as adquiridas com financiamento, total ou parcial, de estabelecimento oficial de crédito, assim também com financiamento externos, concedidos a órgãos da administração pública federal, direta ou indireta. 4 Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 8 Parágrafo único.A solicitação de habilitação será feita mediante petição dirigida à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contendo: Icomprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais; II cópia autenticada do cartão de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; III comprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados no inciso X do § 1o do artigo anterior, de que mais de cinqüenta por cento do seu faturamento líquido anual é decorrente da venda desses produtos, destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos incisos I a X do citado § 1o e ao mercado de reposição. Diferentemente do que se tem invocado, não vejo como reconhecer que a comprovação levada a efeito no momento da habilitação ao regime dispense a importadora de comprovar a regularidade fiscal no momento do fato gerador. Para entender os efeitos da conclusão do procedimento realizado pela Secex, mais relevante do que o nome que lhe foi atribuído (habilitação) é preciso lembrar do que diz o art. 179 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66): Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. § 1º Tratandose de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. Com efeito, como é possível concluir, a partir da leitura conjunta dos dois dispositivos, o procedimento de habilitação constituise mais uma exigência para reconhecimento da isenção e, não o próprio reconhecimento do benefício. Em primeiro lugar, a leitura do caput do art. 179, lido conjuntamente com seu parágrafo 1º, deixa claro que a autoridade competente para reconhecimento do benefício deve ser manifestar a cada fato gerador ou, tratandose de tributo lançado por período certo, antes do encerramento de cada período. Ora, como é cediço, nos termos do art. 23 do DL 37/665, para efeito de cálculo do imposto de importação incidente sobre mercadoria despachada para consumo, considerase ocorrido o fato gerador na data do registro da correspondente DI. Assim, ainda que se admita que a Secretaria de Comércio Exterior possuísse competência para conceder isenção, certamente a habilitação não preencheria a exigência do 5 Art. 23 Quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considerase ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração a que se refere o artigo 44. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.005089/200501 Acórdão n.º 3102000.999 S3C1T2 Fl. 5 9 dispositivo insculpido no art. 179 do CTN. Como se percebe, a habilitação ocorre uma única vez. Finalmente, mesmo se superada a exigência de manifestação prévia, equiparando a habilitação ao despacho da autoridade competente, não haveria como reconhecer a definitividade dessa manifestação. Cabe relembrar o que dizem o parágrafo 2º do art. 179 e o art. 155 do CTN: § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicandose, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrandose o crédito acrescido de juros de mora: Ou seja, ainda que se considerasse que a isenção teria sido previamente concedida, verificado que a recorrente deixara de atender um dos requisitos para a sua concessão, revogado estaria o benefício. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 5 de maio de 2011 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Fl. 9DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10805.900835/2008-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jun 29 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3202-000.356
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Charles Mayer de Castro Souza - Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES
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CONTRADITÓRIO. Recorrente UNIMED DO ABC COOPERATIVA DE TRABALHO M.E. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Charles Mayer de Castro Souza Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Tratase de Declaração de Compensação (Dcomp) com aproveitamento de suposto pagamento a maior. A Delegacia da Receita Federal emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação, tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito do contribuinte. A interessada foi cientificada e apresentou manifestação de inconformidade, a qual a DRJ julgou improcedente, nas seguintes palavras:. A não homologação da DCOMP em tela decorreu do fato de o DARF indicado na DCOMP como origem de crédito aproveitado na compensação ter sido integralmente utilizado na quitação de débitos informados pela própria contribuinte. O ato combatido aponta como RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 05 .9 00 83 5/ 20 08 -1 5 Fl. 182DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/06/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10805.900835/200815 Resolução nº 3202000.356 S3C2T2 Fl. 183 2 causa da não homologação o fato de que, embora localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem de crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de débito confessado pela interessada. Assim, o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia. Por conseguinte, não havia saldo disponível (é dizer, não havia crédito líquido e certo) para suportar uma nova extinção,desta vez por meio de compensação.Decorre disso que o Despacho Decisório foi emitido corretamente, já que baseado nas informações disponíveis para a Administração Tributária. Alega a interessada que a referida declaração de compensação se deu pelo motivo de ter recolhido o PIS pelo regime nãocumulativo, sendo que a Lei nº10.684, de 30 de maio de 2003, excluiu as cooperativas desse regime, incluindo no regime cumulativo, com efeitos a partir de 01/02/2003. Devido a isso, apresentou DCTF retificadora. Porém afirma a DRJ que esse fato, não implica, por si só, que os valores recolhidos seriam indevidos. Confirase: Entretanto,o fato de ter recolhido o PIS pelo regime nãocumulativo, quando o correto seria pelo regime cumulativo, de forma alguma implica, por si só, que os valores recolhidos seriam indevidos. Com efeito,nada impede que os valores devidos a título de PIS pelo regime não cumulativo sejam inferiores aos devidos segundo o regime cumulativo,pois,mesmo que a alíquota se já superior no primeiro caso, existe a possibilidade de dedução de créditos, o que pode sim fazer com que o valor recolhidos e já menor do que o realmente devido. Assim, o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia.Por conseguinte, não havia saldo disponível (é dizer, não havia crédito líquido e certo) para suportar uma nova extinção,desta vez por meio de compensação. Decorre disso que o Despacho Decisório foi emitido corretamente, já que baseado nas informações disponíveis para a Administração Tributária. Por sua vez, a DCTF retificadora foi apresentada após a ciência do despacho decisório,não tendo igualmente o condão de fazer nascer o direito de crédito e de comprometer a decisão que não homologou a declaração de compensação. Por fim, na ótica da DRJ, o impugnante tem que demonstrar a certeza e liquidez do crédito com que pretendeu extinguir a obrigação tributária, através da declaração de compensação, conforme art. 147 do CTN. Fato que não ocorreu no caso narrado. Logo o direito creditório não pode ser admitido.Confirase: Observese que o chamado ônus da prova é da contribuinte no que tange a existência e regularidade do crédito com que pretendeu extinguir a obrigação tributária. Com efeito, ao declarar à Autoridade Tributária que dispunha de crédito capaz de extinguir um débito, o contribuinte assume a incumbência de demonstrar sua liquidez e certeza quando do exame administrativo.Como visto, a disponibilidade do crédito não existia na faze em que aconteceu a conferência eletrônica da compensação e sua liquidez e certeza não foi demonstrada nesta fazer de contestação do despacho resultante. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/06/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10805.900835/200815 Resolução nº 3202000.356 S3C2T2 Fl. 184 3 Concluindo, faltando aos autos a comprovação da existência de pagamento indevido ou a maior, o direito creditório não pode ser admitido e a compensação que dele se aproveita não pode ser homologada. Cientificado do acórdão, acima destacado, a recorrente apresentou recurso voluntário, afirmando que: a) houve a demonstração, por documentos, da existência do crédito e do valor da compensação pleiteada, conforme Anexo I; b) os referidos documentos demonstram seu direito ao crédito; c) apresentou DCTF retificadora, embora essa retificação tenha ocorrido após a identificação do erro por parte do Fisco. Iniciado o julgamento do recurso voluntário, nossa Turma, por unanimidade, decidiu converter o julgamento em diligência, nos seguintes termos: Todavia,entendo que essa não é a solução mais adequada ao caso concreto, uma vez que, diante da apresentação da DCTF retificadora, impende que esta seja analisada para verificar se procede ou não o crédito utilizado na compensação de tributo. Ante o exposto, CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a unidade preparadora certifique o quantum representaria o crédito da recorrente,com base na documentação existente nos autos,intimando a contribuinte para apresentar dados adicionais, se necessário. Cumprindose ao determinado na Resolução, foi elaborado relatório fiscal e, em seguida, os autos retornaram ao CARF para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Redator ad hoc. Com fundamento no art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF1, aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, incumbiume a Presidente da Turma a formalizar o presente acórdão, cujo relator original, Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves, não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou não mais componha o colegiado; Fl. 184DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/06/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10805.900835/200815 Resolução nº 3202000.356 S3C2T2 Fl. 185 4 Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo relator original, que, embora não mais integre os colegiados do CARF, apresentou a minuta do voto na sessão de julgamento, que será adotada na presente formalização. Assim, passase a transcrever, a seguir, o voto que consta da minuta apresentada: Cientificado do acórdão, acima destacado, a recorrente apresentou recurso voluntário, afirmando que: i) houve a demonstração, por documentos, da existência do crédito e do valor da compensação pleiteada, conforme Anexo I; ii) os referidos documentos demonstram seu direito ao crédito; e iii) apresentou DCTF retificadora, embora essa retificação tenha ocorrido após a identificação do erro por parte do Fisco. Iniciado o julgamento do recurso voluntário, nossa Turma, por unanimidade, decidiu converter o julgamento em diligência, nos seguintes termos: Todavia,entendo que essa não é a solução mais adequada ao caso concreto, uma vez que, diante da apresentação da DCTF retificadora, impende que esta seja analisada para verificar se procede ou não o crédito utilizado na compensação de tributo. Ante o exposto, CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a unidade preparadora certifique o quantum representaria o crédito da recorrente,com base na documentação existente nos autos, intimando a contribuinte para apresentar dados adicionais, se necessário. Cumprindose ao determinado na Resolução, foi elaborado relatório fiscal e, em seguida, os autos retornaram ao CARF para julgamento. Observo, inicialmente, que a recorrente não foi intimada para se pronunciar sobre o relatório fiscal, produzido para atender ao designado em Resolução pelo CARF. Assim, para evitar alegação de nulidade, por descumprimento do contraditório, CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que a recorrente seja intimada para, no prazo de trinta dias, se pronuncie sobre o relatório fiscal. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 185DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/06/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/06/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10882.900921/2008-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Sep 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001
ISENÇÃO. RECEITAS. ZONA FRANCA DE MANAUS.
As receitas decorrentes de vendas mercadorias e serviços e/ ou de serviços para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus para consumo e/ ou industrialização, realizadas até a data de 21/12/2000 estavam sujeitas ao PIS, tornando-se isenta dessa contribuição somente a partir de 22/12/2000.
RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO.
A Cofins apurada e paga sobre as receitas de vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, efetivamente internalizadas naquela zona franca, a partir de 22/12/2000, constitui indébito tributário passível de restituição/compensação.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-002.646
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Joel Miyazaki e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Os Conselheiros Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martínez López e Susy Gomes Hoffmann votaram pelas conclusões. A Conselheira Nanci Gama apresentará declaração de voto com as conclusões da maioria.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente Substituto
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001 ISENÇÃO. RECEITAS. ZONA FRANCA DE MANAUS. As receitas decorrentes de vendas mercadorias e serviços e/ ou de serviços para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus para consumo e/ ou industrialização, realizadas até a data de 21/12/2000 estavam sujeitas ao PIS, tornando-se isenta dessa contribuição somente a partir de 22/12/2000. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. A Cofins apurada e paga sobre as receitas de vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, efetivamente internalizadas naquela zona franca, a partir de 22/12/2000, constitui indébito tributário passível de restituição/compensação. Recurso Especial do Procurador Negado
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001 ISENÇÃO. RECEITAS. ZONA FRANCA DE MANAUS. As receitas decorrentes de vendas mercadorias e serviços e/ ou de serviços para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus para consumo e/ ou industrialização, realizadas até a data de 21/12/2000 estavam sujeitas ao PIS, tornandose isenta dessa contribuição somente a partir de 22/12/2000. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. A Cofins apurada e paga sobre as receitas de vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, efetivamente internalizadas naquela zona franca, a partir de 22/12/2000, constitui indébito tributário passível de restituição/compensação. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Joel Miyazaki e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Os Conselheiros Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martínez López e Susy Gomes Hoffmann votaram pelas conclusões. A Conselheira Nanci Gama apresentará declaração de voto com as conclusões da maioria. Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 09 21 /2 00 8- 13 Fl. 142DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10882.900921/200813 Acórdão n.º 9303002.646 CSRFT3 Fl. 143 2 Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra acórdão proferido pela Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF, que deu provimento, por maioria de votos, ao Recurso Voluntário, sob a seguinte ementa: NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Não cabe à Administração suprir, por meio de diligências, mesmo em seus arquivos internos, má instrução probatória realizada pelo contribuinte. Sua denegação, pois, não constitui cerceamento do direito de defesa que possa determinar a nulidade da decisão nos termos dos arts. 59 e 60 do Decreto 70.235/72. COFINS. BASE DE CÁLCULO. VENDAS A EMPRESA LOCALIZADA NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. Nos termos do art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, da Constituição de 1988, a Zona Franca de Manaus ficou mantida "com suas características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição". Entre as "características" que tipificam a Zona Franca destacase esta de que trata o art. 4º do Decretolei 288/67, segundo o qual "a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro". Portanto, urante o período previsto no art. 40 do ADCT e enquanto não alterado ou revogado o art. 4º do DL 288/67, há de se considerar que, conceitualmente, as exportações para a Zona Franca de Manaus são, para efeitos fiscais, exportações para o exterior. Logo, a isenção relativa à COFINS e ao PIS é extensiva à mercadoria destinada à Zona Franca de Manaus. Recurso Voluntário Provido É o relatório. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10882.900921/200813 Acórdão n.º 9303002.646 CSRFT3 Fl. 144 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Os requisitos para se admitir o Recurso Especial foram todos cumpridos e respeitadas as formalidades previstas no RICARF. O presente recurso trata do aspecto temporal da isenção concedida em relação às contribuições sociais – PIS e Cofins – apuradas e pagas sobre as receitas de vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, efetivamente internalizadas naquela zona franca. A exigência dessa contribuição, naquele período, estava regulada pela Lei nº 9.718, de 1998, que assim dispunha: “Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. §1º (revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) §2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (Revogado pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IV a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10882.900921/200813 Acórdão n.º 9303002.646 CSRFT3 Fl. 145 4 (...).” Posteriormente, o assunto foi tratado na edição da Medida Provisória (MP) nº 1.8586, de 29 de junho de 1999, e reedições até a MP nº 2.03724, de 23 de novembro de 2000. O art. 14, caput e parágrafos, adiante transcritos, que redefiniram as regras de desoneração das referidas contribuições, assim dispõem: “Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da Cofins as receitas: (...); II da exportação de mercadorias para o exterior; (...). § 2º As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (...)” (destaques não originais) Portanto, de conformidade com estes dispositivos legais, as receitas decorrentes de vendas efetuadas para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, até a data de 21 de dezembro de 2000, não gozavam da isenção da Cofins. Assim, para as receitas auferidas até aquela data, a contribuição apurada e recolhida mensalmente pela recorrente era devida, não se constituindo em indébito tributário passível de restituição/compensação, conforme seu entendimento. No entanto, para os períodos de competência subsequentes, as receitas decorrentes de vendas de mercadorias destinadas a empresas localizadas naquela zona França e que efetivamente foram nela internadas passaram a gozar da isenção dessa contribuição, por força da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADIN nº 2.348, impetrada pelo Governo do Estado do Amazonas. Naquela ADIN, em sessão plenária de 7 de dezembro de 2000, o STF deferiu Medida Cautelar suspendendo, “ex nunc”, a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”, até então contida no inciso I do § 2º do art. 14 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23 de novembro de 2000. Em face desta decisão, o Poder Executivo editou a MP nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000 (atualmente MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001), na qual foi suprimida a expressão “na Zona Franca de Manaus” do inciso I do § 2º do art. 14, assim dispondo: “Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...); II da exportação de mercadorias para o exterior; § 1º São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10882.900921/200813 Acórdão n.º 9303002.646 CSRFT3 Fl. 146 5 § 2º As isenções previstas no caput e no § 1º não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (...).” Dessa forma, concluise que a isenção da Cofins até então vedada pelo § 2º, inciso I do art. 14 da MP nº 1.8586, de 29/06/1999, e reedições até a MP nº 2.03724, de 23/11/2000, sobre as receitas de vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, com a reedição daquela MP sob o nº 2.03725, em 21/12/2000, dando nova redação àquele dispositivo, dessa vez, excluindo a vedação de isenção sobre receitas de vendas para aquela zona franca, essas passaram a gozar da isenção, nos termos dessa MP, art. 14, c/c o DecretoLei nº 288, de 26/02/1967, art. 4º, que assim dispõe: “Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro.” A título de informação, este é também o entendimento da própria Secretaria da Receita Federal manifestado nas Soluções de Consulta nºs 102; 113 e 135, por meio da Superintendência da Receita Federal em São Paulo, publicadas no Diário Oficial da União (DOU) de 08 e 28 de junho de 2001. Assim, a contribuição apurada e recolhida pela recorrente sobre as receitas de vendas mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, para os fatos geradores ocorridos a partir de dezembro de 2000, constitui indébito tributário passível de restituição/compensação. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pela PGFN. Rodrigo da Costa Possas Declaração de Voto Conselheira Nanci Gama A presente declaração de voto se faz necessária para consignar que não obstante a concordância com a conclusão a que o Conselheiro relator chegou em seu voto, quanto os fundamentos, ao menos em parte, o mesmo não ocorre. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10882.900921/200813 Acórdão n.º 9303002.646 CSRFT3 Fl. 147 6 Isto porque, com fundamento no artigo 4º do DecretoLei n° 288/1967, combinado com a previsão contida no artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as receitas provenientes de vendas a Zona Franca de Manaus jamais poderiam ser tributadas pela Cofins ou pelo PIS. E o posicionamento aqui defendido pode ser sintetizado pelo entendimento do Ministro Teori Albino Zavascki, quando do julgamento do REsp. 1084.380/RS, em 29.03.09, segundo o qual: “Nos termos do art. 40 do ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, da Constituição de 1988, a Zona Franca de Manaus ficou mantida “com suas características de área de livre comercio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por 25 ano, a partir da promulgação da Constituição”. Ora, entre as “características” que tipificam a ZAFM destacase esta de que trata o art. 4º do Decreto Lei 288/67, segundo o qual “a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na ZFM, ou reexportação pra o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro”. Portanto, durante o período previsto no art. 40 do ADCT e enquanto não alterado ou revogado o art. 4º do DL 288/67, há de se considerar que, conceitualmente, as exportações para a ZFM são, para efeitos fiscais, exportações para o exterior. Logo, a isenção relativa à COFINS e ao PIS é extensiva à mercadoria destinada à ZF. Essas razões é que justificam o posicionamento daqueles que votaram com pelas conclusões. Nanci Gama Fl. 147DF CARF MF Impresso em 10/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/06/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente e m 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13053.000158/2007-91
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu May 28 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM BENS E SERVIÇOS. INSUMO. DIREITO A CRÉDITO.
Gastos com bens e serviços não efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação ou produção de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da Cofins não cumulativa.
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM FRETES. DIREITO A CRÉDITO. OPERAÇÃO DE VENDA.
Os fretes nas operações de venda somente dão direito a crédito da contribuição se contratados para a entrega de mercadorias vendidas diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pelo vendedor.
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM ARMAZENAGEM.. DIREITO A CRÉDITO.
Os gastos com armazenagem somente dão direito a crédito da contribuição se identificados e comprovados.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA.
É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito pleiteado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-005.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira (Relator). Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator.
(assinatura digital)
Paulo Sergio Celani Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes, Paulo Sérgio Celani, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Cássio Shappo.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM BENS E SERVIÇOS. INSUMO. DIREITO A CRÉDITO. Gastos com bens e serviços não efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação ou produção de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da Cofins não cumulativa. COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM FRETES. DIREITO A CRÉDITO. OPERAÇÃO DE VENDA. Os fretes nas operações de venda somente dão direito a crédito da contribuição se contratados para a entrega de mercadorias vendidas diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pelo vendedor. COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. GASTOS COM ARMAZENAGEM.. DIREITO A CRÉDITO. Os gastos com armazenagem somente dão direito a crédito da contribuição se identificados e comprovados. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito pleiteado. Recurso Voluntário Negado.
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NÃOCUMULATIVIDADE. GASTOS COM BENS E SERVIÇOS. INSUMO. DIREITO A CRÉDITO. Gastos com bens e serviços não efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação ou produção de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da Cofins não cumulativa. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. GASTOS COM FRETES. DIREITO A CRÉDITO. OPERAÇÃO DE VENDA. Os fretes nas operações de venda somente dão direito a crédito da contribuição se contratados para a entrega de mercadorias vendidas diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pelo vendedor. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. GASTOS COM ARMAZENAGEM.. DIREITO A CRÉDITO. Os gastos com armazenagem somente dão direito a crédito da contribuição se identificados e comprovados. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito pleiteado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 3. 00 01 58 /2 00 7- 91 Fl. 974DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira (Relator). Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. (assinatura digital) Paulo Sergio Celani – Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes, Paulo Sérgio Celani, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Cássio Shappo. Fl. 975DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra acórdão da 2ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre (DRJ/POA), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ/POA, que assim relatou: “Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de crédito de Cofins não cumulativa referente ao segundo trimestre de 2007, no valor de R$ 191.959,75. O pedido eletrônico (PER), transmitido de acordo com as orientações normativas, consta às fls. 05 a 09 dos autos. Com referência neste crédito, a empresa transmitiu declaração de compensação (Dcomp), fls. 479 a 482, em 12/09/2007. O pedido de ressarcimento foi apreciado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santa Cruz do Sul (DRF/SCS) através do Despacho Decisório DRF/SCS n 048/2012 (fl. 290), com base no Parecer DRF/SCS/Safis n 005/2012 (fls. 282 a 289). Foi reconhecido parcialmente o direito creditório no valor de R$ 64.326,53. Foram glosados valores em dois itens da apuração dos créditos do Dacon (Demonstrativo de Apuração das Contribuições) entregue pela empresa. Da Linha 3 ( serviços utilizados como insumos ) foram excluídos os valores pagos para Tergrasa Terminal Graneleiro S/A, referentes a armazenagem e demais serviços prestados no porto de Rio Grande até o embarque no navio para a remessa ao exterior, por encontraremse em desacordo com a previsão do art. 3o da Lei 10.833/03. O auditorfiscal responsável registra ainda que os gastos também não se referem a armazenagem prevista no inciso IX do mesmo artigo, pois os produtos são vendidos após a prestação do serviço, além dos pagamentos não contemplarem apenas gastos de armazenagem. Também foram glosados valores da Linha 7 do Dacon ( despesas de armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda ) referentes aos pagamentos para Navegação Aliança que transporta os cavacos de madeira de Taquari até Rio Grande, pois, neste, a carga é formada por produtos acabados e é depositada em nome de Mita LTDA, sendo vendidos posteriormente de acordo com as notas fiscais. A empresa foi cientificada em 05/03/2012 (fl. 291), tendo apresentado manifestação de inconformidade em 03/04/2012 (fls. 294 a 474), cujos argumentos serão relatados logo abaixo. Com referência no deferimento parcial do crédito, foi homologada parcialmente a compensação e indeferido o pedido de ressarcimento, através do Despacho Decisório DRF/SCS/Saort n 166 (fls. 483 e 484), abrindose o prazo para o contraditório. A ciência se deu em 06/06/2012 (fl. 489). A empresa apresenta nova manifestação de inconformidade em 05/07/2012 (fls. 490 a 512). Na primeira manifestação, contesta integralmente a glosa do crédito. Preliminarmente, alega a tempestividade. Descreve a sua atividade, destacando que a empresa Mita foi formada a partir de acordo de joint venture entre Mitsubishi Corporation (sediada no Japão) e Setapar, com objetivo de exportar cavacos de madeira (acácia negra) para o Japão. Informa que o contrato era válido por 10 (dez) anos, com cláusula de exclusividade. No mérito, em resumo, aponta que a mercadoria, por força do contrato, encontrase vendida ao único comprador desde a sua saída na empresa e que deve ser entregue em condições para embarcação no porto de Rio Grande. Em função do volume e condições, é necessário o transporte com a contratada Navegação Aliança até o porto, a armazenagem e a utilização de outros serviços portuários para deixar a mercadoria em condições de embarque, sendo todas as despesas suportadas pela vendedora. A emissão da nota fiscal é Fl. 976DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 5 4 posterior por obrigação contratual, questões legais e pela natureza da carga. Em apoio ao argumento, cita a IN SRF 28/94, arts. 27 e 49, que exigem que a pesagem ou arqueação dos navios, nos casos de mercadorias a granel, deve preceder a emissão dos documentos de embarque. Sendo todos os custos decorrentes da operação de venda, entende plenamente enquadrada no art. 3 , IX, da Lei 10.833/03. Cita autores e solução de consulta da 9a Região Fiscal da RFB que forneceriam suporte à tese. Adicionalmente, entende que as operações também poderiam ser abarcadas no conceito de insumo do art. 3 da referida Lei. Alega que as INs da RFB restringem o conceito legal de insumo. Indica que a Lei não aplica o conceito do IPI e que a diferente materialidade da Cofins, incidente quando se aufere receitas, implica em utilizar o conceito de custos necessários. Cita doutrina e jurisprudência sobre o assunto. Argumenta que o entendimento adotado pela DRF implica em resultados opostos ao esperado pela política de fomento às exportações. Requer a reforma do despacho decisório para reconhecimento integral do crédito. Na segunda manifestação de inconformidade entregue, a empresa, basicamente, argumenta no mesmo sentido da primeira. Acrescenta alegação de nulidade do Despacho Decisório DRF/SCS/Saort n 166, que homologou parcialmente as compensações e procedeu a cobrança dos valores indevidamente compensados, uma vez que lastreado em decisão não definitiva. Indica que a manifestação anterior referente ao crédito encontrase pendente de apreciação, devendo o processamento das compensações aguardar o julgamento. Requer a suspensão da cobrança decorrente da não homologação das compensações até julgado o recurso no processo de crédito, e, alternativamente, o reconhecimento da existência integral do crédito e da homologação das compensações. A DRF de origem atesta a tempestividade da manifestação e encaminha para apreciação desta DRJ” A DRJ de Porto Alegre (DRJ/POA) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade. Colaciono a ementa abaixo transcrita: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 PRELIMINAR DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Demonstrado que a decisão administrativa foi formalizado de acordo com os requisitos de validade previstos em lei e que não ocorreu violação ao disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, não deve ser acatado o pedido de nulidade formulado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Apenas os serviços diretamente utilizados na fabricação dos produtos é que dão direito ao creditamento da Cofins não cumulativa incidente em suas aquisições. POSSIBILIDADE DE CRÉDITO. FRETE DE PRODUTOS PRONTOS. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar da Cofins não cumulativa sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, não clientes. Somente os valores das despesas realizadas com fretes Fl. 977DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 6 5 contratados para a entrega de mercadorias vendidas diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela pessoa jurídica vendedora, é que geram direito a créditos a serem descontados da Cofins devida. NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS COM ARMAZENAGEM. As despesas com armazenagem de mercadoria na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor, só geram direito ao desconto de créditos na apuração não cumulativa da Cofins quando comprovadas de forma individualizada. Entende se por armazenagem estritamente a guarda de mercadoria, não se incluindo nesse conceito operações portuárias diversas.” Inconformada com improcedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, expondo que: 1 A recorrente não vende apenas cavados de madeira. Ela também é responsável por agregarlhe todo o aparato logístico necessário para que os mesmos sejam exportados para o Japão; 2 As operações analisadas na decisão recorrida não podem ser tidas como isoladas, mas compreendidas dentro de uma mega estrutura montada para uma finalidade específica: produzir cavacos de madeira para serem exportados para o Japão; 3 As despesas glosadas devem ser enquadradas como insumos ou como inerentes à operação de venda; 4 O conceito de insumo trazido como premissa para interpretar a legislação invocada e discorrer sobre a origem da nãocumulatividade das contribuições para PIS/COFINS; 5 Entendese que o legislador não é livre para definir o conteúdo da não cumulatividade do PIS/COFINS. Deve, sim, aterse ao que determina a Constituição Federal, que apenas estabeleceu a definição de setores econômicos a que seria aplicável, não fazendo qualquer referência a uma possível restrição de insumos; 6 A sistemática nãocumulativa do PIS/COFINS difere daquela aplicável ao IPI e ao ICMS, eis que não se limita ao valor das contribuições recolhidas na operação anterior, mas sim permite a tomada de créditos calculados mediante aplicação das suas respectivas alíquotas sobre os custos com bens e serviços utilizados como insumos na atividade principal da empresa. É o sucinto relatório. Fl. 978DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 7 6 Voto Vencido Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo os demais requisitos de admissibilidade, dele conheço, portanto. Da existência de direito de crédito a ser pleiteado O pedido de compensação formulado pelo Contribuinte se funda em matéria polêmica na jurisprudência do CARF. No presente caso requer o aproveitamento das despesas de armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda. O CARF tem adotado diversos entendimentos sobre a matéria, dentre os quais três posicionamentos se destacam: o insumo como todo bem fisicamente integrado ao produto ou serviço; como necessários à atividade ou como necessários à fabricação ou produção de bens e serviços. Esse primeiro entendimento compreende que geram créditos de PIS e Cofins as despesas com matériaprima, produto intermediário, material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. Utilizase, nesse caso, utilazase o IPI como modelo no aproveitamento de créditos. O segundo entendimento adotase uma perspectiva diversa. Podemos citar como exemplo de decisão nesse sentido o Acórdão 3402001.661 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, que decidiu que o aproveitamento de insumos abrange também os insumos utilizados na produção de serviços, designando cada um dos elementos necessários ao processo produtivo de bens e serviços, imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção da atividade produtiva. Aproximase este modelo daquele utilizado pelo Imposto de Renda. Por último, partilhamos do entendimento de que o conceito de insumo de ser buscado de modo autônomo ao preceituado no IPI, no ICMS e mesmo no IRPJ, visto que os tributos mencionados possuem materialidade distinta da PIS e COFINS. Diferenciase do IPI porque a base de cálculo do PIS não abrange somente atividades de industrialização, nem se dirige apenas a comercialização. Esta envolve outras atividades de produção, além da industrialização. De outro lado, não se identifica ao modelo de tributação pelo Imposto sobre a Renda porque esta não procura verificar disponibilidade econômica ou jurídica do contribuinte, o seu acréscimo patrimonial e nem tampouco aferir a sua capacidade contributiva. Tampouco se admitiria a utilização do conceito de insumo previsto no IPI, ICMS ou IR sob pena de se constituir na utilização indevida de analogia, pelo uso de vedada Fl. 979DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 8 7 ampliação da base de cálculo do tributo. Determina o art. 108 do CTN que: “(...) § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei”. O conceito de insumo utiliza critério de aferição diverso da mera verificação dos i) gastos necessários à industrialização (IPI); ii) dos bens consumidos ou integrados à mercadoria ou iii) daqueles necessários à atividade (IR). Este conceito deve estar vinculado à essência do tributo em questão, ou seja, abranger todos os bens e serviços necessários à industrialização ou produção. Os gastos de materiais de escritório, por exemplo, não são usualmente necessários à produção e, portanto, não geram créditos de PIS/Cofins, apesar de necessários à atividade, abatendo da base de cálculo do IR. Nesse sentido entende a 3a Turma da CSRF que são insumos todos os dispêndios “relacionados diretamente com a produção do contribuinte e que participem, afetem, o universo das receitas tributáveis pela referida contribuição social.”. Vejase a ementa do presente acórdão: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 PIS. INDUMENTÁRIA. INSUMOS. DIREITO DE CRÉDITO.ART. 3o LEI 10.637/02. Os dispêndios, denominados insumos, dedutíveis do PIS não cumulativo, são todos aqueles relacionados diretamente com a produção do contribuinte e que participem, afetem, o universo das receitas tributáveis pela referida contribuição social. A indumentária imposta pelo próprio Poder Público na indústria de processamento de alimentos exigência sanitária que deve ser obrigatoriamente cumprida é insumo inerente à produção da indústria avícola, e, portanto, pode ser abatida no cômputo de referido tributo. Recurso Especial do Procurador Negado.” (grifouse) (Acórdão no 930301.741, P.A. 13053.000211/200672, 3a Turma da CSRF, Rel. Com. Nanci Gama, julgado em 09.11.2011) A confusão sobre o conceito de insumo surge com a edição da Instrução Normativa 247/02, na redação da pela IN SRF 358/03. Estas limitaram a extensão do referido termo à interpretação conferida pela legislação do IPI. Cabe observar que não podem normas infralegais limitar o alcance da aplicação das leis, sob pena de ofensa à legalidade. De outro lado, deve prevalecer o entendimento de que inexistindo limitação por parte da legislação, não se cogita tal limitação por normas infralegais, de tal modo que toda a despesa necessária à produção ou prestação de serviços permitirá o seu aproveitamento em prol Fl. 980DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 9 8 do princípio da nãocumulatividade. Cabe por fim afirmarse que interpretar restritivamente este conceito implicaria em diversas violações normativas, tais como: i) ofensa à proibição do uso de interpretação analógica (analogia com o IPI); ii) proibição de interpretação restritiva com redução de texto (ao não se ler a expressão “produção”); iii) proibição de interpretação restritiva com redução de texto pelo recurso a mens legislatoris (“intenção do legislador em restringir o uso do aproveitamento de créditos”) e iv) proibição de interpretação restritiva com base em interpretação finalística, quando dentre as diversas interpretações possíveis escolhese a mais restritiva utilizando uma análise econômica não autorizada expressamente pelo texto. O presente caso versa sobre a apropriação de créditos de fretes e armazenagem. Entendemos que o princípio da nãocumulatividade permite a tomada de créditos sobre despesas com fretes e armazenagem, quando pagos a pessoas jurídicas compondo valor de aquisição de tal bem. Estes passam a compor a base de cálculo do crédito decorrente da aquisição de bem. Poderseá admitir igualmente o aproveitamento desses créditos, de frete e armazenagem, por serem insumos necessários no contexto do processo produtivo da pessoa jurídica. Demonstra o contribuinte que as despesas de frete e armazenagem decorrem da localização geográfica da planta industrial, bem como da logística necessária à exportação. Assim devese admitir o aproveitamento desses créditos, tanto pela ótica do conceito de insumo, quanto por serem considerados como despesas de venda. Em face do exposto, encaminho o voto para DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É assim que voto. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. Fl. 981DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 10 9 Voto Vencedor Conselheiro Paulo Sergio Celani, Redator Designado. Em que pese o entendimento do relator, ouso dele discordar. Insumo e a Cofins sob a regência da Lei nº 10.833, de 2003. A Lei nº 10.833, de 2003, determina: “Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o; I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes; II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (negritei) (...) IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.” Para gerarem crédito, os gastos glosados pela fiscalização deveriam enquadrarse no conceito de insumo previsto no inciso II, do art. 3º, da Lei nº 10.833, de 2003, ou no inciso IX deste artigo. Em primeiro lugar, a recorrente defende um conceito de insumo bem abrangente, que seja mais amplo do que o utilizado na legislação do IPI ou do ICMS, pois, segundo ela, todos os gastos essenciais ao processo produtivo poderiam ser incluídos no cálculo dos créditos a serem deduzidos dos valores a recolher, seja da Cofins, seja da Contribuição para o PIS/Pasep. Subsidiariamente, alega que os gastos glosados podem enquadrarse no inciso IX acima. Fl. 982DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 11 10 Sobre a abrangência do termo “insumo”, é verdade que várias turmas de julgamento do CARF adotam um entendimento para o conceito de “insumo” mais amplo para a aferição de quais gastos ensejam direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep do que o adotado em relação aos créditos de IPI. Entretanto, esta Turma, por voto de qualidade, tem decidido em sentido contrário, entendendo que o conceito de “insumo” é bem mais restritivo, senão vejamos. Conforme o art. 153, IV, § 3º II, da CF/88, o imposto sobre produtos industrializados (IPI), de competência da União, será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. E, segundo o art. 155, II, §2º, I, da CF/88, o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), de competência dos Estados e do Distrito Federal, será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelos Estados ou pelo Distrito Federal. Até pouco tempo atrás, apenas a estes dois tributos, classificados no CTN como impostos sobre a produção e a circulação, aplicavase a nãocumulatividade. Muito se discutiu sobre que bens e serviços, uma vez adquiridos, ensejariam crédito para compensar com o que seria devido nas operações tributadas por estes impostos, de modo que o que se entende por “insumo” está atrelado à materialidade deles. Vale dizer, o conteúdo do conceito de “insumo” decorre dos entendimentos firmados sobre quais bens e serviços seriam alcançados pela nãocumulatividade própria de impostos incidentes sobre a produção e a circulação. É este conteúdo que o legislador tinha em mente, quando se referiu a bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda como aqueles que dariam direito a créditos para abatimento da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep a serem recolhidas. Ao não elucidar o que deveria ser entendido por “insumo”, o legislador, por certo, admitiu que aquilo que se tinha como o seu conteúdo deveria servir para nortear a concretização do comando legal bem como as condutas das pessoas a quem a norma se destinava. Fosse intenção do legislador que o termo “insumo” tivesse um alcance maior do que o já consolidado, teria ele expressado um conceito de insumo diferente. Assim, devem ser rechaçados argumentos segundo os quais o conceito de “insumo” somente poderia ser igual ao utilizado pela legislação do IPI se a lei assim determinasse. Pelo contrário, por serem, Cofins e PIS/Pasep, contribuições instituídas por lei federal, a legislação do IPI, que também é tributo federal nãocumulativo, pode e deve ser utilizada para obtenção do conceito de “insumo”. Também não deve ser aceito argumento segundo o qual todos os gastos dedutíveis na apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incluirseiam no conceito de insumo para fins de abatimento dos valores a serem recolhidos como Cofins e contribuição para o PIS/Pasep, pois, isto implicaria considerar letra morta muitos dos dispositivos das Leis nºs. 10.637/2002 e 10.833/2003, que apresentam rol de bens, cujas aquisições podem ser incluídas na apuração de créditos a serem descontados destas contribuições. Fl. 983DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 12 11 Quisesse o legislador que todos os gastos necessários à produção, fabricação ou prestação de serviços ensejassem o direito ao crédito, não usaria o termo “insumo”; reproduziria legislação do IRPJ ou evidenciaria que todos os gastos dedutíveis em relação ao IRPJ dariam aquele direito. Assim, da leitura dos dispositivos que trataram da nãocumulatividade da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, com base no que foi dito acima, aos bens conceituados como insumo à luz da legislação do IPI, a saber, matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem consumidos na produção industrial de produtos, em decorrência de contato direto com estes, devem ser acrescentados: os serviços utilizados na prestação de serviços e na produção e fabricação de bens ou produtos destinados à venda; outros bens utilizados na prestação de serviços e na produção, ainda que não industrial, de bens destinados à venda; outros gastos expressamente citados nas Leis nºs. 10.637/2002 e 10.833/2003. Em reforço a tal entendimento, vejamse alguns trechos da Exposição de Motivos da MP nº 66, de 26/08/2002, posteriormente convertida na Lei nº 10.637/2002: “2. A proposta, de plano, dá curso a uma ampla reestruturação na cobrança das contribuições sociais incidentes sobre o faturamento. Após a instituição da cobrança monofásica em vários setores da economia, o que se pretende, na forma desta Medida Provisória, é, gradualmente, procederse à introdução da cobrança em regime de valor agregado – inicialmente com o PIS/Pasep para, posteriormente, alcançar a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). 3. O modelo ora proposto traduz demanda pela modernização do sistema tributário brasileiro sem, entretanto, pôr em risco o equilíbrio das contas públicas, na estrita observância da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com efeito, constitui premissa básica do modelo a manutenção da carga tributária correspondente ao que hoje se arrecada em virtude da cobrança do PIS/Pasep. ... 7. Para fins de controle do crédito presumido, a Secretaria da Receita Federal poderá estabelecer limites, por espécie de bem ou serviço, para o valor das aquisições realizadas. ... 9. A alíquota foi fixada em 1,65% e incidirá sobre as receitas auferidas pelas pessoas jurídicas, admitido o aproveitamento de créditos vinculados à aquisição de insumos, bens para revenda e bens destinados ao ativo imobilizado, ademais de, entre outras, despesas financeiras. ... 44. Com relação ao atendimento das condições e restrições estabelecidas pelo art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, cumpre esclarecer que: a) a introdução da incidência não cumulativa na cobrança do PIS/Pasep, prevista nos arts. 1º a 7º, é rigorosamente neutra do ponto de vista fiscal, porquanto a alíquota estabelecida para esse tipo de incidência foi projetada, precisamente, para compensar o estreitamento da base de cálculo; ... Fl. 984DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 13 12 ...” E, na Mensagem de Veto nº 1.243, de 30/12/2002, a razão que levou o Presidente da República a vetar dispositivos, por meio dos quais se tentava alterar a MP, foi que, se fossem sancionados, romperseia a premissa sobre a qual foi construída a nova modalidade de incidência da contribuição, devidamente acertada com a comissão especial constituída no âmbito da Câmara dos Deputados para tratar da matéria, a qual previa neutralidade sob o ponto de vista da arrecadação. Havia, pois, preocupação quanto ao atendimento às condições e restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal, de modo que o equilíbrio das contas públicas não seria posto em risco pela introdução da cobrança nãocumulativa, e a carga tributária correspondente ao que se arrecadava com a cobrança do PIS/PASEP seria mantida. Assim, caberia à RFB, para fins de controle do crédito presumido, estabelecer limites, por espécie de bem ou serviço, para o valor das aquisições realizadas. É razoável acreditar que, segundo expectativas da época, se fossem incluídos todos os gastos na apuração do crédito a ser descontado, a arrecadação tributária não se manteria, o que nos leva a concluir que o conceito de insumo não poderia ser alargado em relação àquele então aceito. Por tudo isso, correto o entendimento expressado pela RFB órgão responsável pela administração tributária da União, a quem compete interpretar e aplicar a legislação tributária federal, ao editar os atos normativos e as instruções necessárias à sua execução que, ao expedir a Instrução Normativa nº 247/2002, com redação dada pela IN SRF nº 358/03, e a IN SRF nº 404/2004 adotou interpretação para o conceito de insumo, com base na concepção tradicional da legislação do IPI: Cito a IN/SRF nº 404/04, que dispôs “sobre a incidência nãocumulativa da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social na forma estabelecida pela Lei nº 10.833, de 2003, [...]”: “Art. 7º Sobre a base de cálculo apurada conforme art. 4º, aplicase a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: I das aquisições efetuadas no mês: a) [...]; b) de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos: b.1) na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; ou b.2) na prestação de serviços; § 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entende se como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais Fl. 985DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 14 13 como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Esta turma tem decidido no mesmo sentido, por voto de qualidade, conforme acórdão nº 3801002.668, de 29/01/2014, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes, de cujo voto extraio a seguinte passagem, com grifos no original: “Com efeito, o conceito de insumo no âmbito do direito tributário foi estabelecido no inciso I, § 1º, do artigo 1º da Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, in verbis: Art. 1º (...) §1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matérias primas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo. Destarte, em tributos não cumulativos o conceito de insumo corresponde a matériasprimas, produtos intermediários e a materiais de embalagem. Ampliar este conceito implica em fragilizar a segurança jurídica tão almejada pelos sujeitos ativo e passivo. Nesse sentido, recentemente o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial 1.020.991 RS, assim se pronunciou: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CREDITAMENTO. LEIS Nº 10.637/2002 E 10.833/2003. NÃOCUMULATIVIDADE. ART. 195, § 12, DA CF. MATÉRIA EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. INSTRUÇÕES NORMATIVAS SRF 247/02 e SRF 404/04. EXPLICITAÇÃO DO CONCEITO DE INSUMO. BENS E SERVIÇOS EMPREGADOS OU UTILIZADOS DIRETAMENTE NO PROCESSO PRODUTIVO. BENEFÍCIO FISCAL. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 111 CTN. 1. A análise do alcance do conceito de nãocumulatividade, previsto no art. 195, § 12, da CF, é vedada neste Tribunal Superior, por se tratar de matéria eminentemente constitucional, Fl. 986DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 15 14 sob pena de usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. 2. As Instruções Normativas SRF 247/02 e SRF 404/04 não restringem, mas apenas explicitam o conceito de insumo previsto nas Leis 10.637/02 e 10.833/03. 3. Possibilidade de creditamento de PIS e COFINS apenas em relação aos bens e serviços empregados ou utilizados diretamente sobre o produto em fabricação. 4. Interpretação extensiva que não se admite nos casos de concessão de benefício fiscal (art. 111 do CTN). Precedentes: AgRg no REsp 1.335.014/CE, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 8/2/13, e Resp 1.140.723/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 22/9/10. 5. Recurso especial a que se nega provimento. (STJ, 1ª Turma, REsp 1.020.991RS, Dje 14/05/2013, rel. Sérgio Kukina) Por pertinente, transcrevese o seguinte excerto do voto proferido pelo Ministro Relator no julgamento deste recurso especial: No mais, não houve a alegada restrição do conceito de insumo com a edição das Instruções Normativas SRF 247/02 e SRF 404/04, mas apenas a explicitação da definição deste termo, que já se encontrava previsto nas Leis 10.637/02 e 10.833/03. Nesses instrumentos normativos, o critério para a obtenção do creditamento é que os bens e serviços empregados sejam utilizados diretamente sobre o produto em fabricação. Logo, não se relacionam a insumo as despesas decorrentes de mera administração interna da empresa. Assim, a parte recorrente não faz jus à obtenção de créditos de PIS e COFINS sobre todos os serviços mencionados como necessários à consecução do objeto da empresa, como pretende relativamente aos valores pagos à empresas pela representação comercial (comissões), pelas despesas de marketing para divulgação do produto, pelos serviços de consultoria prestados por pessoas jurídicas (aqui incluídos assessoria na área industrial, jurídica, contábil, comércio exterior, etc), pelos serviços de limpeza, pelos serviços de vigilância, etc., porque tais serviços não se encontram abarcados pelo conceito de insumo previsto na legislação, visto não incidirem diretamente sobre o produto em fabricação. Quando a lei entendeu pela incidência de crédito nesses serviços secundários, expressamente os mencionou, a exemplo do creditamento de combustíveis e lubrificantes previsto nos dispositivos legais questionados (...) (grifouse)” Gastos com fretes e armazenagem. Os gastos com fretes e armazenagem em discussão, relativos a produtos acabados, não se enquadram no conceito de insumo, conforme entendimento aqui adotado, pois Fl. 987DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13053.000158/200791 Acórdão n.º 3801005.278 S3TE01 Fl. 16 15 não se referem a matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem consumidos na produção industrial de produtos. Os argumentos subsidiários expostos no recurso voluntário também não são suficientes para afastar as razões que conduziram à decisão de primeira instância administrativa, com as quais estou de acordo. Conforme assentado na decisão recorrida, não foi comprovado que os gastos que a contribuinte afirma serem relativos a serviços de armazenagem se referem apenas a estes serviços. Há evidências de que se referem também a despesas com serviços portuários de movimentação e expedição de mercadorias, as quais não podem gerar direito ao crédito pleiteado. Por falta de individualização e comprovação dos gastos com armazenagem propriamente dita, devese manter a decisão recorrida. Despesas com fretes de bens enquadrados como insumos integram o custo destes insumos e não necessitam do inciso IX para gerarem direito ao crédito. Os fretes referentes a transporte de produtos acabados só dão direito a crédito se vinculados a operações de vendas, ou seja, apenas os gastos com transportes de produtos contratados para a entrega ao comprador geram o crédito Estabelecer um alcance maior para o enunciado do citado inciso IX implicaria estender um direito além do previsto em lei, o que é vedado aos membro do CARF. As diversas Soluções de Consulta citadas no acórdão recorrido amparam a conclusão assentada pela turma da DRJ/POA de que “somente os valores da despesas realizadas com fretes contratados para a entrega de mercadorias diretamente aos cliente adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela vendedora e o pagamento feito para pessoa jurídica no país, é que geram direito a créditos a serem descontados da Cofins devida”. Pelas razões expostas, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Fl. 988DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA S ILVEIRA, Assinado digitalmente em 25/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 15165.000271/2009-04
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue May 19 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3802-000.300
Decisão:
Relatório
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Pela decisão recorrida, extraí se que o indeferimento se deu por conta da impossibilidade da Administração Pública em reconhecer ou não a inconstitucionalidade de lei, nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 04/07/2006 RESTITUIÇÃO.ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES. Não cabe apreciação de inconstitucionalidade na esfera administrativa, sendo correta a base de cálculo constante dos documentos de importação, conforme legislação aplicável. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecimento. Em sede de impugnação e de recurso, o contribuinte apresenta os mesmos argumentos que, em síntese, se referem (i) à existência de ilegalidade na cobrança fazendária em razão da inconstitucionalidade da base de cálculo do PIS/COFINS prevista no artigo 7º, da Lei 10.865/2004, no exato momento em que alarga a base de cálculo da COFINS, (ii) ao não cabimento de qualquer legislação infraconstitucional, independentemente da natureza da lei ou RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 51 65 .0 00 27 1/ 20 09 -0 4 Fl. 398DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 15/05/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 15165.000271/200904 Resolução nº 3802000.300 S3TE02 Fl. 112 2 entendimento fazendário, alargar a base de cálculo das contribuições aqui questionadas, pois a base de cálculo do PIS/COFINS da importação será tão somente o valor aduaneiro, conforme definido na Constituição Federal e (iii) à juntada de leis, tratados e julgamentos do Poder Judiciário em favor a tese apresentada. Mérito da Resolução A primeira questão que deve ser posta em análise é a possibilidade de afastamento da aplicação de lei pelos Órgãos de Julgamento Administrativos nas hipóteses em que o Supremo Tribunal Federal declarar de forma inequívoca e definitiva a inconstitucionalidade de lei (artigo 77 da lei nº 9.430/1996 artigo 1º do Decreto nº 2.346/1997 – artigo 59 do Decreto 7.574/2011). E, nesse sentido, o Plenário da Corte Suprema declarou inconstitucional a inclusão de ICMS, bem como do PIS/Pasep e da Cofins na base de cálculo dessas mesmas contribuições sociais incidentes sobre a importação de bens e serviços. A regra ora em comento está contida na segunda parte do inciso I do artigo 7º da Lei n. 10.865/2004. Conforme se extrai do RE 559937, os Ministros do Supremo Tribunal Federal destacaram que a norma extrapolou os limites previstos no artigo 149, § 2º, inciso III, letra “a” da Constituição Federal, nos termos definidos pela Emenda Constitucional 33/2001, que prevê o valor aduaneiro como a base de cálculo para as contribuições sociais. Portanto, sobre essa questão, não há mais o que se discutir, apenas reconhecer a inconstitucionalidade do dispositivo acima indicado, já que a simples leitura das normas contidas no artigo 7º da Lei n. 10.865/04 já permite constatar que a base de cálculo das contribuições sociais sobre a importação de bens e serviços extrapolou o aspecto quantitativo da incidência delimitado na Constituição Federal, ao acrescer ao valor aduaneiro o valor dos tributos incidentes, inclusive o das próprias contribuições. No que concerne ao pedido de restituição, bem como o da homologação tributária, algumas informações ainda se fazem necessária para conclusão do julgamento. E, nesse sentido, converto em diligência o julgamento para a Unidade de origem: (i) informar qual o regime de tributação adotado pelo sujeito passivo à época (lucro real ou lucro presumido); (ii) considerando exclusivamente as Dis, objeto dos autos, segregar as importações realizadas por conta e ordem, própria ou por encomenda, bem como as importações acobertadas por suspensão; e (iii) calcular o montante do PIS e da COFINS sobre o valor aduaneiro relativo às importações próprias ou por encomenda. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator Fl. 399DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 15/05/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 15165.000271/200904 Resolução nº 3802000.300 S3TE02 Fl. 113 3 Fl. 400DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 15/05/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 13227.000132/2007-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Apr 09 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2002
SIMPLES. EXCLUSÃO INDEVIDA. ATIVIDADE NÃO VEDADA. INSTALAÇÃO, REPARAÇÃO MANUTENÇÃO.
A pessoa jurídica que presta serviços de instalação, de reparos e manutenção em geral pode optar pelo Simples pois sua atividade não equivale aos serviços profissionais prestados por engenheiros.
Numero da decisão: 1101-000.279
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para cancelar a exclusão da contribuinte do Simples, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro
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MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 13227 000132/2007-11 Recurso n° 342339 Voluntário Acórdão n° 1101-00.279 — 1 Câmara / 1" Turma Ordinária Sessão de 09/04/2010 Matéria SIMPLES Recorrente Nilo Kleber Junior ME Recorrida URI em Belém (PA) Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições da-Es Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2002 SIMPLES. EXCLUSÃO INDEVIDA. ATIVIDADE NÃO VEDADA. INSTALAÇÃO, REPARAÇÃO MANUTENÇÃO. A pessoa jurídica que presta serviços de instalação, de reparos e manuteirrrs;Ta? em geral pode optar pelo Simples pois sua atividade não equivale ans serviços profissionais prestados por engenheiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, 4ihrr provimento ao recurso para cancelar a exclusão da contribuinte do Simples, nos termos dto relatório e voto que integram o presente julgado. CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA GUERREIRO - Relatar EDITADO EM. 2 A 2010 Participaram do presente julgamento os conselheiros, Alexandre Andraült Lima da Fonte Filho, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, Francisco) ctIn Sales Ribeiro de Queiroz, _José Ricardo da Silva e Shelley Henrique Dalcamirn Relatório Trata-se de exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições da Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples (federal), com efeito a partir de 2002, sob alegação de que a atividade econômica exercida pela interessada não possibilita a adesão ao Simples. Em 16/09/2004, inconformada com sua exclusão do Simples retroativa por Ato Declaratório Executivo, o contribuinte apresentou Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples, pretendendo a permanência no sistema, que foi indeferida, em 14/03/2007, porque a DRF considerou que a atividade de manutenção de aparelhos de refrigeração é atividade equiparada a de engenheiro (proc. fls. 2 a 8 e 20 a 23). Em 13/04/2007, o contribuinte apresenta "impugnação" (proc. fl. 26 a 30), A URI de Belém indeferiu a solicitação do contribuinte argumentando que serviços de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos é "atividade exercida por profissionais com habilitação legalmente exigida ou a eles assemelhados", portanto vedada a opção pelo Simples, nos termos do inciso XIII art. 9 0 da Lei ri° 9,317, de 1996, e a empresa deve ser excluído retroativamente como determina o art, 24 da lei citada (proc. fls.. 38 a 43). O contribuinte foi intimado do acórdão e em 17/01/2008 apresentou Recurso Voluntário, reiterando toda sua argumentação (proc. fls. 46 a 49)„ Em 18/11/2008, a Segunda Turma Especial do Terceiro Conselho de Contribuintes converteu o julgamento em diligência para que se constate a real atividade da empresa e se obtenha notas fiscais de serviço emitidas pelo contribuinte (proc. fls. 61 a 64). Os documentos solicitados foram juntados ao processo (proc. fls. 81 a 124). É o relatoricL 2 Processo n° 13227 000132/2007-11 Acórdão n 1101-00,279 S1-C/TL Fl.. lE4- Voto O recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. No caso em exame, a exclusão sustentada pela DRF e pela DRS se fundamenta no entendimento de que a atividade do recorrente equivale a de engenheiro, ou assemelhados, e, portanto, não permite a opção pelo Simples, nos termos do inciso XIII do art 9° da Lei n° 9317, de 1996. No entanto, não me parece que se possa considerar que a atividade de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado seja alcançada pelo inciso XIII do art. 9 0 da Lei n° 9317, de 1996, pois não equivale, via de regra, a serviços profissionais; de engenheiro, ou assemelhado. Ademais, da leitura conjunta dos arts, 146 e 179 da Constituição, de 1988, o primeiro com a redação dada pela Emenda Constitucional ri° 42, de 2003, e do art. 94 do ADCT, posto pela mesma Emenda, entendo que o Simples Nacional, criado pela Lei Complementar n° 123, de 2006, veio substituir o Simples Federal, criado pela Lei n°9317, de 1996. Nesse passo, analisando-se as condições estabelecidas para adesão ao Simples Nacional, percebe-se que passou a ser expressamente permitida a adesão por prestadoras de serviço de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, conforme inciso XI do § 1' do art., 17, Na seqüência, a partir da Lei Complementar n° 128, de 18 de dezembro de 2008, ficou explicitado que os "serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral" não vedam a opção, embora serviços de engenharia estejam fora do sistema Ou seja, a evolução da legislação demonstra que os serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, bem como os serviços de manutenção em geral, não são equiparados a serviços profissionais de engenharia. Inclusive, no caso em concreto, tal como informou o contribuinte desde o primeiro momento, as suas notas fiscais demonstram que se trata de oficina mecânica e de reparos em aparelhos de ar condicionado. Por estas razões, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário, para cancelar a exclusão do contribuinte do Simples CARLOS EDUARDO- DE ALMEIDA GUERREIRO ,fr,w(43 Processo rf 13227 000132/2007-11 S1-C111 Acórdão n° 1101-00,279 Fl. 165 1 TERMO DE INTIMAÇÃO Intime-se um dos Procuradores da Fazenda Nacional, credenciado junto a este Conselho, da decisão consubstanciada no acórdão supra, nos termos do art. 81, § 3', do anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria Ministerial ri° 256, de 22 de junho de 2009 Brasília, 2---1 /(0 5' 70/0 p osE ANTONIO DA SILVA jusê Antonio da Silva Cileke Rquipc dr, .Prinuira CffiTswe da 1 Sei;:âo Cowelho Advrtírástrativo de Recursos Ciência Data: Nome: Procurador(a) da Fazenda Nacional Encaminhamento da PIN: [ apenas com ciência; [ ] com Recurso Especial; [ ] com Embargos de Declaração; [ [
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