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Numero do processo: 13502.000775/2006-70
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL. INADMISSIBILIDADE.
Aplica-se o art. 67, pár. 3o do RICARF (com redação dada pela Portaria MF 343/15).quando do julgamento do Recurso Especial, verifica-se não somente as questões de mérito, mas também sua admissibilidade é revisada, no caso com a aplicação da Súmula CARF Nº 105. Recurso especial não conhecido.
RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE. INADMISSIBILIDADE. DECISÃO DE OUTRA CÂMARA, TURMA DE CÂMARA, TURMA ESPECIAL OU DA CSRF.
Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF.
Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido.
Recurso Especial do Procurador Não Conhecido.
Numero da decisão: 9101-002.290
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Recurso Especial do Contribuinte não conhecido por unanimidade de votos. Recurso Especial da Fazenda não conhecido por maioria de votos, vencidos os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator) e Daniele Souto Rodrigues Amadio. Designado para redigir o voto vencedor, o Conselheiro Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado).
(Assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente
(Assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Relator
(Assinado digitalmente)
RONALDO APELBAUM (Suplente Convocado) - Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, LUÍS FLÁVIO NETO, ADRIANA GOMES REGO, DANIELE SOUTO RODRIGUES AMADIO, ANDRE MENDES DE MOURA, RONALDO APELBAUM (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO (Suplente Convocado), MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ e CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO.
Nome do relator: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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FAZENDA NACIONAL e CARAÍBA METAIS S.A., sucedida por PARANAPANEMA S.A. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL. INADMISSIBILIDADE. Aplicase o art. 67, pár. 3o do RICARF (com redação dada pela Portaria MF 343/15).quando do julgamento do Recurso Especial, verificase não somente as questões de mérito, mas também sua admissibilidade é revisada, no caso com a aplicação da Súmula CARF Nº 105. Recurso especial não conhecido. RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE. INADMISSIBILIDADE. DECISÃO DE OUTRA CÂMARA, TURMA DE CÂMARA, TURMA ESPECIAL OU DA CSRF. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido. Recurso Especial do Procurador Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Recurso Especial do Contribuinte não conhecido por unanimidade de votos. Recurso Especial da Fazenda não conhecido por maioria de votos, vencidos os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator) e Daniele Souto Rodrigues Amadio. Designado para redigir o voto vencedor, o Conselheiro Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 07 75 /2 00 6- 70 Fl. 1496DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.496 2 (Assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente (Assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Relator (Assinado digitalmente) RONALDO APELBAUM (Suplente Convocado) Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, LUÍS FLÁVIO NETO, ADRIANA GOMES REGO, DANIELE SOUTO RODRIGUES AMADIO, ANDRE MENDES DE MOURA, RONALDO APELBAUM (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO (Suplente Convocado), MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ e CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO. Relatório Por bem descrever os fatos, reproduzo o relatório da decisão recorrida: CARAÍBA METAIS S.A., pessoa jurídica já qualificada nos autos, recorre a este Conselho em razão do acórdão de lavra da DRJ em Salvador BA nº 12.073, de 22 de janeiro de 2007, que julgou procedente em parte o lançamento consubstanciado no auto de infração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL (fls. 42/80), relativo aos anoscalendário de 2001 a 2004. A autuação dá conta do cometimento de infração à legislação tributária, consistente na falta de recolhimento da CSLL e da multa de ofício aplicada de forma isolada pela falta de recolhimento das estimativas da CSLL, ambas no período de 2001 a 2004. Ainda no curso da ação fiscal, o sujeito passivo afirmou que não havia base de cálculo para a CSLL, tendo em vista o trânsito em julgado de decisão proferida nos autos da apelação cível nº 910100907/BA, que lhe exonerava do pagamento de tal exação. Em face de tal decisão, a Procuradoria da Fazenda Nacional ingressou com Ação Rescisória de nº 94.01.294054/DF, julgada procedente pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por sentença publicada no Diário da Justiça de 29 de maio de 1995, que restou assim ementada: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. ARGUIÇÃO DE DECADÊNCIA E INÉPCIA DA INICIAL. INOCORRÊNCIA. ADMISSIBILIDADE DA AÇÃO. SÚMULA 343/STF. QUESTÃO CONSTITUCIONAL. CONTROVÉRSIA Fl. 1497DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.497 3 INSTALADA APÓS A PROLAÇÃO DO ACÓRDÃO RESCINDENDO. LEI Nº 7.689/88. INCONSTITUCIONALIDADE APENAS DO ARTIGO 8º. (...) 5. A instituição da Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas, mediante a Lei nº 7.689/88, nada tem de inconstitucional. Apenas o seu artigo 8º, que determinou a sua cobrança já a partir do resultado obtido em 31/10/88, não se compadece com o disposto no artigo 150, III, “a”, combinado com o artigo 150, § 6º, da carta política em vigor. 6. Ação Rescisória julgada procedente para, rescindindo o acórdão, dar provimento parcial aos recursos. Tendo tomado ciência dos lançamentos em 06 de novembro de 2006, a autuada insurgiuse contra tais exigências, tendo apresentado impugnação (fls. 84/95) em 06 de dezembro de 2006, em que apresentou as seguintes razões de defesa: 1. que a autoridade fiscal equivocase ao afirmar que o contribuinte não está protegido por qualquer medida judicial que impeça a autoridade lançadora de realizar o lançamento de ofício, uma vez que a sentença proferida nos autos da ação rescisória não fez coisa julgada e, ainda, que, em momento futuro o faça, terá efeitos ex nunc, ou seja, somente poderá ser exigida após o trânsito em julgado da sentença dos autos da ação rescisória. 2. que a ação rescisória ajuizada continuava em curso, encontrandose pendente o julgamento de embargos de declaração nos autos dos embargos de divergência em recurso especial, e também pendente a remessa de recurso extraordinário ao STF, o que protegeria o contribuinte e impediria a autoridade lançadora de realizar o presente lançamento de oficio. 3. que a autuação além de pretender se lastrear em fundamento fático incorreto, a rigor, desrespeita prestação jurisdicional em pleno vigor, qual seja o questionamento da constitucionalidade da Lei nº 7.689/88, acolhido pelo Judiciário, com transitado em julgado, de decisão proferida pelo TRF da 1ª Região. 4. que é intempestiva e inaceitável a autuação, quando a ação rescisória ainda depende de solução definitiva pelo Judiciário. 5. que só pode existir uma coisa julgada em determinado tempo, e o acórdão proferido na ação rescisória ainda não transitou em julgado. 6. que, a fim de preservar a eficácia da coisa julgada, a interpretação que se deve fazer do artigo 489 do CPC embora se refira a “sentença’ é no sentido de que a ação rescisória não suspende a execução da coisa julgada rescindenda, ou seja, a ação rescisória em nada afeta o conteúdo da res judicata. 7. que, em determinado momento, só existe uma res judicata a ser observada com status de lei, segundo o Código de Processo Civil e a Constituição Federal. Em razão disso, as decisões proferidas em ação rescisória somente podem ser executadas quando Fl. 1498DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.498 4 adquirirem a qualidade de coisa julgada, que se sobreponha à anterior. 8. que o acórdão, transitado em julgado impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento a autuações fiscais com o objetivo de ver adimplidas obrigação tributária cuja inexistência foi declarada por decisão transitada em julgado, até que haja a definitiva rescisão do julgado. 9. que não se alegue que a inércia da Fazenda Publica, nesse caso, acarretaria a decadência de seu direito de lançar, posto que a Lei nº 9.430/1996 prevê a possibilidade de o Fisco proceder ao lançamento do tributo com o único intuito de evitar a decadência. 10. que, ainda que a decisão final da rescisória venha a ser favorável ao fisco, ad argumentandum tantum, ainda assim, nessa hipótese absurda, tal decisão não daria guarida à pretensão de cobrar a CSLL dos exercícios de 2001, 2002, 2003 e 2004, afinal a decisão teria efeitos apenas com relação a fatos geradores que lhes fossem posteriores no tempo, caso contrário estarseia atribuindo efeitos retroativos ao julgamento da rescisória. 11. que, tendo sido o efeito essencial da res judicata o declarativo da nulidade da fonte da obrigação tributária e da consequente relação jurídica entre as partes, teve ela eficácia retroativa à edição da norma. 12. que a Constituição Federal, no inciso XXXVI do artigo 5º, estabelece: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Tal conceito implica no reconhecimento de que lei posterior, embora possa modificar as circunstâncias de forma a tornar ineficaz, a partir da sua edição, matéria anteriormente transitada em julgado, não poderá, todavia, retroagir, abrangendo fatos pretéritos, ocorridos ainda sob a proteção da res judicata. 13. se não pode retroagir, atacando fatos ocorridos, enquanto vigente a coisa julgada (artigo 5º, XXXVI), muito menos poderá fazêlo a decisão rescindente, que, estabelecendo nova lei entre as partes, revoga a que anteriormente se instalara como consequência da coisa julgada rescindida. Tampouco será legal ou mesmo razoável que se imponha à Requerente a multa de ofício. 14. Questiona a aplicação da taxa SELIC como base para a cobrança dos juros de mora. A autoridade julgadora de primeira instância decidiu a questão por meio do acórdão nº 12.073/2007 julgando procedente em parte o lançamento, apenas para reduzir o percentual da multa de ofício aplicada isoladamente para 50%, em face da aplicação retroativa da MP nº 351/2007, tendo sido lavrada a seguinte ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL Data do fato gerador: 31/12/2001, 31/12/2002, 31/12/2003, 31/12/2004 Fl. 1499DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.499 5 RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA. COISA JULGADA. FATOS GERADORES APÓS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS. Nas relações tributárias de natureza continuativa entre o Fisco e o Contribuinte, não é cabível a alegação da exceção da coisa julgada em relação aos fatos geradores sucedidos após as alterações legislativas. MULTA DE OFÍCIO. HIPÓTESE DE EXCLUSÃO. DESCABIMENTO. Não estando a contribuinte ao amparo da decisão transitada em julgado, ou por medida liminar que lhe desobrigasse do recolhimento da contribuição nos anos fiscalizados, não é aplicável a hipótese de exclusão do lançamento da multa de oficio prevista no artigo 63 da Lei nº 9.430, de 1996, posto que o lançamento não foi constituído para prevenir a decadência. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO. ESTIMATIVA. A falta de recolhimento da contribuição social sobre o lucro liquido por estimativa sujeita a pessoa jurídica, sob procedimento de oficio, à penalidade de multa isolada à alíquota de 50% (cinquenta por cento) calculada sobre o valor que deixou de ser recolhido. Lançamento Procedente em Parte. O referido acórdão concluiu por manter os lançamentos pelas seguintes razões de decidir: 1. que a matéria é exclusivamente de direito, visto que a contribuinte alega que estaria desobrigada do pagamento da CSLL, por entender estar protegida pelo instituto da coisa julgada, em sentença prolatada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que reconheceu a inconstitucionalidade da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido instituída pela Lei nº 7.689/1988. 2. que o contribuinte arrima seu entendimento no teor do art. o 489 do Código de Processo Civil para afirmar que o julgado é eficaz e válido juridicamente, mesmo depois de a União ingressar com Ação Rescisória. 3. que, nos anoscalendário de 2001 a 2004, anos em que ocorreram os fatos geradores, objeto do lançamento, estavam fora de proteção da coisa julgada. 4. que o que se discute nestes autos: a aplicabilidade da decisão judicial transitada em julgado numa relação jurídica continuada, posto que, desde a decisão do STF, no Julgamento do Recurso Extraordinário nº 138.2848CE, a jurisprudência pátria passou a reconhecer a constitucionalidade da Lei nº 7.689/1988, com a exceção do seu artigo 8º. É que o Supremo Tribunal Federal, como é de geral conhecimento, declarou a constitucionalidade da contribuição instituída pela Lei nº 7.689/1988, afastando apenas sua exigência no ano de 1989. 5. que o alcance dos efeitos da coisa julgada material, especialmente quando se trata de relações jurídicas tributárias, Fl. 1500DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.500 6 de natureza continuativa, é questão que a jurisprudência já reafirmou não se aplicar exceção de coisa julgada quando se verificar mudança no estado da relação jurídica de trato sucessivo. 6. que a coisa julgada não impede que lei nova passe a reger diferentemente os fatos ocorridos a partir de sua vigência. Sua eficácia deve ficar restrita ao período de incidência que fundamentou a busca da tutela jurisdicional. 7. que o julgado não tem caráter de imutabilidade para os eventos fiscais futuros. A coisa julgada faz lei entre as partes, sendo o ‘mesmo estado de fato e de direito’. As modificações legislativas, a aplicação da lei nova sobre novo fato gerador afasta os efeitos da coisa julgada. 8. que o cabimento ou não da interposição de Ação Rescisória, com fulcro no artigo 485 do CPC (violar literal disposição de lei), contra decisão transitada em julgado no sentido da inconstitucionalidade da CSLL, em face de superveniente julgamento do Supremo Tribunal Federal contrário à coisa julgada, é matéria que não pode ser aqui examinada. 9. que, tendo havido alterações das normas que disciplinam a relação tributária continuativa entre as partes, não é cabível, como no caso, a alegação da exceção da coisa julgada em relação a fatos geradores sucedidos após as alterações legislativas, sendo do interesse público o lançamento e a cobrança administrativa ou judicial dos créditos decorrentes. 10. Confirmando tais conclusões, cita o Parecer PGFN nº 1.277/1994, que trata os efeitos de decisão judicial transitada em julgado, em ação ordinária, relativamente à CSLL. que a jurisprudência tem entendido que, nas relações tributárias de natureza continuativa entre o Fisco e o contribuinte, não é cabível a alegação da exceção da coisa julgada em relação aos fatos geradores ocorridos após as alterações legislativas, que é o caso aqui tratado, posto que após a Lei nº 7.689/1988, outros diplomas legais trataram do tema, a exemplo das Leis 7.738/1989 (artigos 16 e seguintes), 7.799/1989 (artigo 42), 7.856/1989 (artigos 22 e 72), 7.988/1989 (artigo 1º), 8.034/1990 (artigo 2º), 8.114/1990 (artigo 11), Decreto nº 332/91 (artigo 41), 8.212/91 (artigos 22 e 23), 8.383/91 (artigos 44 e 45), 8.541/92 (artigos 38 e 39), Complementar nº 70/91 (artigo 11), Emenda Constituciona1 de Revisão nº 1/94 (artigo 1º), 8.981/95 (artigos 57 a 59), 9.065/95 (artigos 1º e 16), 9.249/95 (artigos 2º, 19 e 20), Emenda Constitucional n.º 10, de 04 de março de 1996 (artigo 2º), 9.316/96 (todos os artigos), 9.430/96 (artigos 9º a 14 e 28). 11. que a sentença, com a qual a impugnante quer se eximir do pagamento da CSLL, não apreciou a eventual incidência da norma sobre fatos futuros, ou sobre créditos vincendos. 12. que a coisa julgada a que se refere a contribuinte não tem pertinência com a exação imposta, pois o seu caráter não se irradia a outros exercícios e nem ataca lei nova, mas se aprisiona na dimensão temporal da sentença contemplativa dos Fl. 1501DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.501 7 exercícios abarcados pela Lei 7.689/88; melhor dizendo: goza de eficácia nos anosbase de 1988 e 1989. Ademais, a Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942 (LICC), em seu artigo 1º, § 4º, salienta que as correções a texto de lei já em vigor consideram se lei nova. 13. que é inaceitável a alegação da impugnante de que estava desobrigada ao recolhimento da CSLL, porque amparada por decisão transitada em julgado. No mesmo sentido, em relação ao recolhimento das estimativas e multas de ofício. 14. estando obrigada ao recolhimento da CSLL, não o fazendo, correta a aplicação da multa de ofício. Do mesmo modo, tendo optado pela apuração pelo lucro real anual nos anoscalendário de 2001 a 2004, não recolhendo as estimativas mensais, nos termos do artigo 2º e 28, da Lei nº 9.430/1996, correto o lançamento de oficio destas. 15 No entanto, a Medida Provisória nº 351/2007, em seus artigos 13, 14 e 15 provocou alterações no regime de aplicação de penalidades instituído pela Lei nº 9.430/1996 e Lei nº 4.502/1964, impondo a aplicação do regime mais benéfico ao contribuinte, pelo que restou reduzido o percentual da multa de oficio aplicada pela falta do recolhimento das estimativas para 50%. Cientificado da decisão de primeira instância em 23 de fevereiro de 2007, irresignado pela manutenção do lançamento, o sujeito passivo reapresentou os mesmos argumentos de defesa de sua impugnação, em 07 de maio de 2007 (recurso voluntário de fls. 158/169). A Primeira Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes proferiu o Acórdão nº 10196.760, de 29 de maio de 2008, cujas ementa e decisão transcrevo, respectivamente: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 CSLL COISA JULGADA MATERIAL EM MATÉRIA FISCAL. A decisão transitada em julgado em ação judicial relativa a matéria fiscal não faz coisa julgada para exercícios posteriores, quando inovada a ordem jurídica por decisão do STF, dizendo constitucional o que os demais Tribunais, antes, afirmavam inconstitucional. Cabível, portanto, o lançamento tributário que constitui credito tributário relativo a períodos não acobertados pela coisa julgada material. MULTA DE OFÍCIO LANÇAMENTO. Cabível o lançamento da multa de ofício no percentual de 75% sempre que, por ação ou omissão, o sujeito passivo incorra no fato jurígeno previsto em lei para sua imposição. FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA. Fl. 1502DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.502 8 A multa isolada por falta de recolhimento de CSLL sobre base de cálculo mensal estimada não pode ser aplicada cumulativamente com a multa de lançamento de ofício prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/96, sobre os mesmos valores apurados em procedimento fiscal. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL TAXA SELIC JUROS DE MORA APLICAÇÃO DA SÚMULA 1CC Nº 04. Matéria sumulada de aplicação obrigatória pelo Conselho. Recurso voluntário negado. [...]. ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso quanto à matéria coisa julgada, mantendo a exigência do tributo com multa de ofício. O Conselheiro João Carlos de Lima Júnior acompanha pelas conclusões. 2) Por maioria de votos, cancelar a exigência da multa de ofício isolada, vencidos os Conselheiros Caio Marcos Cândido (Relator) e Sandra Maria Faroni, que negavam provimento nessa parte, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Aloysio Jose Percínio da Silva. Foram interpostos embargos de declaração pela Fazenda Nacional, rejeitados pelo Acórdão nº 140200.246, de 4 de agosto de 2010, da Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção do CARF. Inconformada, a Fazenda Nacional apresenta recurso especial por divergência, argumentando, em síntese: a) que a utilização, pelo legislador, da expressão “ainda” significa que a multa isolada é exigida tanto na hipótese de apuração de lucro real e base de cálculo positiva da CSLL, como no caso de apuração de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da CSLL; b) que a lei não restringiu a aplicação da multa isolada ao lançamento efetuado antes do término do anocalendário; c) que a multa isolada decorre do descumprimento da obrigação de recolher a estimativa apurada no mêscalendário, independentemente de se apurar ou não resultado anual tributável, sendo cabível mesmo após o encerramento do anocalendário, e nada tendo a ver com a multa devida pela falta de recolhimento do tributo apurado com base no lucro real anual ou trimestral; e d) que, portanto, tendo em vista a previsão em lei, devidamente regulamentada, nada há que afaste o cabimento da multa isolada no caso de falta de recolhimento do imposto de renda com base na estimativa, como ocorreu no caso dos autos. O recurso foi admitido pela presidente da Quarta Câmara da Primeira Seção do CARF. Devidamente cientificado, o contribuinte apresentou contrarrazões, a seguir resumidas: a) que, preliminarmente, a recorrente não logrou o atendimento do pressuposto específico para a admissibilidade do recurso especial; Fl. 1503DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.503 9 b) que foi utilizada, como paradigma, decisão cujo entendimento já fora superado; c) que o CARF possui entendimento pacificado sobre a matéria, de modo que a decisão indicada não serve de paradigma, independentemente de sua reforma específica; e d) que, no mérito, revelase totalmente insubsistente a querela trazida à tona pela Fazenda Nacional. Inconformado, o contribuinte apresenta, também, recurso especial por divergência, reproduzindo os mesmos argumentos de defesa de sua impugnação, e mais os seguintes: a) que, preliminarmente, deve ser reconhecida como nula a autuação fiscal, uma vez que lavrada enquanto não transitada em julgado a sentença na ação rescisória, ou seja, enquanto permanecia inexigível o tributo, em face da declarada inexistência de relação jurídica tributária, porquanto a constituição de crédito tributário somente poderia abarcar fatos geradores ocorridos posteriormente ao trânsito em julgado da rescisória; e b) que o percentual elevado da multa viola os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. Aproximadamente três anos depois de seu recurso especial, junta o contribuinte extenso parecer jurídico do prof. Paulo de Barros Carvalho, no qual, basicamente, defendese a tese de que o julgamento pela procedência da ação rescisória não teria efeitos pretéritos (ex tunc), mas apenas prospectivos (ex nunc). O recurso foi admitido pelo presidente da Quarta Câmara da Primeira Seção do CARF. Devidamente cientificada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, a seguir resumidas: a) que, preliminarmente, o paradigma oferecido pelo recorrente não se presta a comprovar a divergência jurisprudencial; b) que a decisão recorrida (Acórdão nº 10196.760) e a decisão paradigma (Acórdão nº 10191.553) são ambos do mesmo órgão, qual seja, a 1ª Câmara do extinto 1º Conselho de Contribuintes; c) que, no mérito, a relação jurídicotributária é de trato sucessivo, uma relação jurídica continuativa, que se projeta no tempo, de maneira que o decidido na ação judicial não pode (deve) se sobrepor às alterações legislativas posteriores, pois presentes modificações no estado de fato e de direito, bem como diante do comando normativo enunciador da força de lei da sentença presente nos limites da lide; d) que a imutabilidade da coisa julgada material existe sobre o pedido e sobre os fatos deduzidos na inicial, respectivamente, mas não sobre aqueles que exsurgiram após o julgado, pois não há que se falar em coisa julgada sobre a situação jurídica nova, ante a ausência do nexo de referibilidade e em observância à inteligência do princípio da congruência da decisão judicial da demanda; e) que, dessa maneira, a sentença atende aos pressupostos fáticos e jurídicos do tempo em que foi proferida, sem o condão de extinguir a relação jurídica, que continua sujeita a variações dos seus elementos constitutivos, ao longo do tempo; f) que toda sentença proferida em tais situações contém, em si, a cláusula rebus sic stantibus, adaptandoa ao estado de fato e ao direito supervenientes; Fl. 1504DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.504 10 g) que, com a superveniência de alterações legislativas a regular a relação jurídica continuativa, surge nova equação jurídica; h) que a decisão que reconhece a inexistência do dever de pagar tributo permanece eficaz enquanto permanecer o mesmo quadro normativo do mencionado tributo; i) que, se o painel normativo do tributo sofrer alteração no exercício posterior, a decisão que houver reconhecido a inexistência do dever de contribuir no exercício anterior não mais se aplica em razão dessa alteração; j) que se verifica a modificação na legislação de regência da CSLL das pessoas jurídicas, sendo reafirmada a instituição deste tributo, implicando na obrigatoriedade de cobrança da CSLL; k) que, diante do exposto, restaria à contribuinte demandar judicialmente para se eximir da obrigação tributária, desta feita, insurgindose contra as alterações legislativas ulteriores, por meio de uma nova ação judicial; e l) que, entretanto, fadada estaria ao insucesso, mormente em virtude de entendimento do Supremo Tribunal Federal, pelas vias do controle concentrado e difuso, afirmando a inconstitucionalidade tão somente dos arts. 8º e 9º da Lei 7.689, de 1988, restando por constitucionais os demais dispositivos instituidores da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, tendo em vista o caráter dúplice das ações em controle concentrado. Aproximadamente cinco anos depois de seu recurso especial, apresenta o contribuinte petição intitulada “razões aditivas ao recurso especial”, na qual, além de novamente arrazoar, menciona julgados em situação análoga que, segundo ele, não foram colacionados aos autos, “haja vista a real e notória inacessibilidade dos julgamentos proferidos por este Douto Conselho à época”. Junta, ainda, extenso parecer jurídico do prof. Luiz Guilherme Marinoni, visando esclarecer processualmente a extensão dos efeitos da coisa julgada. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão, Relator Em exame, recursos especiais interpostos pela Fazenda Nacional e pelo contribuinte. O recurso especial da Fazenda Nacional é tempestivo, entendo que a divergência restou comprovada e, por isso, conheço do especial. Com relação à preliminar, arguida pelo contribuinte em contrarrazões, de que foi utilizada, como paradigma, pela Fazenda Nacional, decisão cujo entendimento já fora superado, independentemente da reforma específica do julgado, entendo que não deve ser acolhida. Dispunha o art. 67, § 10, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, vigente quando da interposição do recurso especial pela Fazenda Nacional (em 24/03/2011 – e fls. 558): Fl. 1505DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.505 11 Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. [...]. § 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma indicado. Entretanto, é entendimento assente nesta CSRF, por meio do Acórdão nº 9101001.963, de 2014, que: NORMAS PROCESSUAIS RECURSO ESPECIAL REQUISITO ARTIGO 67 DO RICARF TESE SUPERADA ANÁLISE SUBJETIVA EXISTÊNCIA DE DECISÕES REITERADAS, POR SI SÓ, NÃO INIBE A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL ADMISSIBILIDADE. Não há definição do que deve ser considerado “tese superada”, termo previsto no § 10 do artigo 67 do RICARF. Diante da subjetividade presente na interpretação do termo, a existência de decisões reiteradas em determinado sentido, por si só, não inibe a interposição de Recurso Especial pleiteando a aplicação de posicionamento diverso, desde que cumpridos os demais pressupostos recursais. Por conseguinte, não acolho a preliminar, arguida pelo contribuinte em contrarrazões, de que foi utilizada, como paradigma, pela Fazenda Nacional, decisão cujo entendimento já fora superado, independentemente da reforma específica do julgado. Adentrando ao mérito do recurso especial da Fazenda Nacional, e tratandose de questão atinente à exigência da multa de ofício isolada por falta de recolhimento de estimativas, nos anoscalendário de 2001 a 2004, aplicaselhe o contido na Súmula CARF nº 105, de seguinte teor: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44, § 1º, inciso IV, da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Em vista do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Já o recurso especial do contribuinte é tempestivo, porém, entendo que a divergência não restou comprovada e, por isso, não conheço do especial. Conforme preliminar, arguida pela Fazenda Nacional em contrarrazões, o paradigma oferecido pelo recorrente não se presta a comprovar a divergência jurisprudencial, uma vez que a decisão recorrida (Acórdão nº 10196.760) e a decisão paradigma (Acórdão nº 10191.553) são ambos do mesmo órgão, qual seja, a 1ª Câmara do extinto 1º Conselho de Contribuintes. Fl. 1506DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.506 12 Estatuía o art. 67, caput, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, vigente quando da interposição do recurso especial do contribuinte (em 08/09/2011 efls. 616) (grifei): Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Esse fato é implicitamente admitido pelo próprio recorrente (efls. 618 e 619, destaques do original): Todavia, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do Acórdão nº 10196.760, houve por bem não prover o recurso da Recorrente, tendo, entretanto, acertadamente, afastado a multa isolada, em razão da impossibilidade de, sobre os mesmos valores, serem aplicadas cumulativamente duas multas (de ofício e isolada), resultando o julgamento da seguinte forma: [...]. Não restou, pois, alternativa à Recorrente, senão interpor o presente Recurso Especial, haja vista que, com todo respeito, ao contrário do quanto fundamentado no Voto do Ilustre Conselheiro, restará amplamente demonstrado a seguir que a coisa material fiscal deverá sim alcançar os exercícios seguintes, desde que a situação de fato e de direito, em sua essência, não seja alterada pelas legislações supervenientes. III DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ESPECIAL De acordo com o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, caberá o recurso especial caso haja decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Ainda, de acordo com o Regimento, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida, indicando até duas decisões divergentes por matéria. Nesse contexto, a Recorrente se baseia no seguinte precedente: Acórdão nº 10191.553 Por fim, não conheço, também, por falta de expressa previsão legal e regimental, da petição intitulada “razões aditivas ao recurso especial” — apresentada posteriormente às contrarrazões da Fazenda Nacional, na qual, o contribuinte, além de novamente arrazoar, menciona julgados em situação análoga que, segundo ele, não foram colacionados aos autos, “haja vista a real e notória inacessibilidade dos julgamentos proferidos por este Douto Conselho à época”, além de juntar extenso parecer jurídico do prof. Luiz Guilherme Marinoni, visando esclarecer processualmente a extensão dos efeitos da coisa julgada. Fl. 1507DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.507 13 Em vista do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso especial do contribuinte. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Fl. 1508DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.508 14 Voto Vencedor Conselheiro Ronaldo Apelbaum, Redator designado Destacase que este voto vencedor referese somente ao Recurso da Fazenda Nacional, como segue. Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que o Recurso Especial interposto pela d. Procuradoria da Fazenda Nacional teve sua admissibilidade analisada sob a égide da Portaria MF 256/09 que, em seu art. 67, determinava a impossibilidade do cabimento do Recurso Especial em face de decisão de qualquer das turmas que aplicava súmula de jurisprudência desse Conselho. Ocorre que, ao tempo da análise da admissibilidade, a Súmula CARF 105, aplicável ao caso em discussão e já devidamente analisada pelo Relator em seu voto, simplesmente era inexistente. Por esse motivo, nada a reparar no despacho que determinou o seguimento do Recurso Especial para análise dessa Câmara Superior. Cumpre verificar, portanto, se o Recurso Especial da PGFN deve ou não ser admitido em face da existência de Súmula superveniente, existente ao tempo em que o Recurso Especial é colocado em pauta e julgado por essa Turma. Essa matéria foi debatido por essa Turma da CSRF recentemente, em sessão realizada em dezembro de 2015 (Acórdão 9101002.150). Nesse julgamento, do qual participei, o Redator Rafael Vidal de Araújo concluiu que o art. 67 do RICARF (Portaria MF 343/15) obrigava a adoção de súmula mesmo que aprovada posteriormente à data de interposição de recurso. Senão vejamos: Vistas todas essas considerações que justificavam, sob a égide do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, conhecer do recurso especial e aplicar o entendimento da súmula superveniente à interposição do recurso, o que sustentava o meu entendimento de acompanhar o relator nos julgamentos daquela época, fato é que, a partir de 10 de junho de 2015, não se pode mais conhecer de recurso especial que contrarie entendimento de súmula emitida e publicada posteriormente à impetração do recurso, pois no RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, há disposição expressa nesse sentido. Confirase: "Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. ... § 3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha Fl. 1509DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13502.000775/200670 Acórdão n.º 9101002.290 CSRFT1 Fl. 1.509 15 sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso." Portanto, tendo em vista que a Turma de julgamento da decisão recorrida adotou o entendimento da Súmula CARF nº 105, ainda que ela tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição deste recurso, então não cabe este recurso especial, devendo não ser conhecido. No transcorrer do seu Voto, o Ilustre Redator defende que, do ponto de vista da legislação pátria (LINDB, CPC e CPP), não seria cabível a retroação dos efeitos de súmula nascida após a impetração de um determinado recurso por possível desrespeito ao ato jurídico perfeito, protegida pelo art. 5o, XXXVI da Constituição Federal de 1988. Traz à tona, ainda, o princípio "tempus regit actum" para afirmar que a regra a ser aplicada seria a do tempo de sua formalização e não de sua análise. Contudo, em face da reforma do Regimento dessa casa, decidiu por fim não conhecer do Recurso Especial naquela oportunidade. E essa decisão, ao fim e ao cabo, foi acatada pela maioria da Turma no julgamento do presente caso. Quando do julgamento do Recurso Especial, verificase não somente as questões de mérito, mas também sua admissibilidade é revisada. Entendeu a maioria da Turma que é legítima a aplicação do art. 67, pár. 3o do RICARF (com redação dada pela Portaria MF 343/15). E aqui a decisão é a mesma. A maioria dos membros desse Colegiado decidiu pelo nãoconhecimento do Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Ronaldo Apelbaum Fl. 1510DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 05/05/2016 por RONALDO APELBAUM, Assin ado digitalmente em 05/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 13807.008785/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jul 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA.
O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a exigência do imposto de renda com parâmetro no montante global pago extemporaneamente.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2202-003.427
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa e Márcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), que deram provimento parcial ao recurso para aplicar aos rendimentos pagos acumuladamente as tabelas e alíquotas do imposto de renda vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Márcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado). Ausente, justificadamente, a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA. O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a exigência do imposto de renda com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa e Márcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), que deram provimento parcial ao recurso para aplicar aos rendimentos pagos acumuladamente as tabelas e alíquotas do imposto de renda vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 87 85 /2 00 9- 71 Fl. 36DF CARF MF Impresso em 19/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Márcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado). Ausente, justificadamente, a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 13807.008785/200971, em face do acórdão nº 1533.853, julgado pela 5ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (DRJ/SDR) no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de origem, que assim os relatou: Tratase de Notificação de Lançamento (NL), destinada a proceder alterações na declaração de ajuste anual do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza da Pessoa Física (IRPF), relativo ao anocalendário de 2005, referente ao valor original do imposto a restituir declarado de R$ 1.659,48, o qual foi glosado por falta de comprovação do recolhimento do Darf referente ao processo trabalhista nº 2567/2002. O sujeito passivo foi cientificado da NL em 29/09/2009 e apresentou impugnação em 29/10/2009, alegando, em síntese, o seguinte: Que o IRRF originouse de um Processo Trabalhista, onde a Fonte pagadora Empresa Auto Via Com. de Peças e Serviços Para Veículos Ltda não efetuou o recolhimento do Darf, referente ao Processo Trabalhista n° 2567/2002 e, mesmo ciente, a mencionada Empresa afirmou que não iria regularizar sua situação perante a Receita Federal do Brasil. A DRJ de origem entendeu pela improcedência da impugnação apresentada pela contribuinte. Inconformada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário à fl. 19, onde são reiterados os argumentos já lançados na impugnação, bem como anexado documento às fls. 22/27, referente a reclamação trabalhista movida pela recorrente contra sua antiga empregadora. É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator Fl. 37DF CARF MF Impresso em 19/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 13807.008785/200971 Acórdão n.º 2202003.427 S2C2T2 Fl. 37 3 O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Primeiramente, quanto aos documentos juntados em anexo ao recurso voluntário, entendo que devem ser recebidos como prova do alegado, por força do princípio da verdade material. No presente caso, verificase que o contribuinte recebeu valores decorrentes de reclamação trabalhista movida pela contribuinte em face do seu exempregador, através de processo autuado sob o nº 2567/2002, com trâmite na 73a. Vara do Trabalho de São Paulo. Assim, somente o contribuinte recebeu os valores da referida ação judicial no anocalendário 2004, de forma acumulada. Portanto, verificase que a fiscalização realizou o lançamento utilizando o regime de caixa e não o de competência, conforme regra estabelecida no art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988. O lançamento em questão não pode prosperar. Isso porque a constitucionalidade da utilização do art. 12 da Lei nº 7.713/88 para a cobrança do IRPF incidente sobre rendimentos recebidos de forma acumulada, através da aplicação da alíquota vigente no momento do pagamento sobre o total recebido teve sua inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário nº 614.406/RS, o qual foi submetido à sistemática da repercussão geral prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil. De acordo com a referida decisão, transitada em julgado em 09/12/2014, ainda que seja aplicado o regime de caixa aos rendimentos recebidos acumuladamente pelas pessoas físicas (nascimento da obrigação tributária), é necessário, sob pena de violação aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, que o dimensionamento da obrigação tributária observe o critério quantitativo (base de cálculo e alíquota) dos anos calendários em que os valores deveriam ter sido recebidos, e não o foram. O julgamento recebeu a seguinte ementa: IMPOSTO DE RENDA – PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE VALORES – ALÍQUOTA. A percepção cumulativa de valores há de ser considerada, para efeito de fixação de alíquotas, presentes, individualmente, os exercícios envolvidos. (RE 614406, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/10/2014 ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe233 DIVULG 26112014 PUBLIC 27112014) O entendimento da Suprema Corte, em sede de repercussão geral, é de observância obrigatória pelos membros deste Conselho, conforme disposto no art. 62, § 2º da Portaria nº 343, de 09 de junho de 2015 (novo Regimento Interno do CARF), assim descrito: Artigo 62 Fl. 38DF CARF MF Impresso em 19/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 4 (...) §2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, considerando que o lançamento foi amparado na interpretação jurídica do art. 12 da Lei nº 7.713/88, que foi declarado inconstitucional pelo STF, é de se reconhecer que houve um vício material no lançamento, que utilizou fundamento legal inválido. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para cancelar a exigência fiscal por vício material. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Fl. 39DF CARF MF Impresso em 19/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA
score : 1.0
Numero do processo: 10640.722492/2012-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. SÚMULA CARF Nº 63. PROVA DOCUMENTAL
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2202-003.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. SÚMULA CARF Nº 63. PROVA DOCUMENTAL Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. Recurso Voluntário Provido.
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ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. SÚMULA CARF Nº 63. PROVA DOCUMENTAL Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 72 24 92 /2 01 2- 58 Fl. 64DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10640.722492/201258 Acórdão n.º 2202003.297 S2C2T2 Fl. 65 2 Relatório Adoto como relatório, em parte, aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ), fl. 40, complementandoo ao final: Trata o presente processo de lançamento formalizado pela Notificação de fls.29/34, lavrada pela Fiscalização em 24/09/2012, decorrente da revisão efetuada pela autoridade lançadora na Declaração de Ajuste Anual IRPF/2011 apresentada pelo contribuinte retro identificado, cópia apensada às fls.23/27, que apurou “omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica”, no valor de R$ 68.554,20, resultando, em conseqüência, a diminuição do Imposto a Restituir apurado na referida declaração, de R$ 18.032,81 para R$ 7.493,76, importância já restituída ao contribuinte. Conforme expresso no item “descrição dos fatos e enquadramento legal” do Auto de Infração contestado, a autoridade fiscal assim justificou o procedimento adotado: Omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica. Confrontando o valor dos rendimentos declarados com os rendimentos recebidos com o valor dos rendimentos informados pelas fontes pagadoras em Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), para o titular e/ou dependentes, constatouse omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 68.554,20, conforme relacionada(s) abaixo. Na apuração do imposto devido, foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos, no valor de R$ 0,00 (zero). Fundação ITAUBANCO; CNPJ 61.155.248/000116: Rendimento Informado: R$ 68.554,20 Rendimento Declarado: R$ 0,00 Inconformado com o indeferimento, pela autoridade fiscal competente, de sua Solicitação de Retificação de Lançamento (SRL) de fls.04 – “Não são aceitos laudos emitidos por médicos particulares, conforme apresentado pelo contribuinte” – o notificado, na peça impugnatória de fls.02, contesta o lançamento efetuado, argumentando que “os rendimentos são isentos por tratarse de proventos de aposentadoria recebidos por portador de moléstia grave”. A 4ª Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG analisou a manifestação de inconformidade, concluindo, em resumo, assim (fl. 40 e ss.): De acordo com o artigo 39, inciso XXXIII, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999) vigente, que tem como matriz legal o artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88 c/c os artigo 47 da Lei Fl. 65DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10640.722492/201258 Acórdão n.º 2202003.297 S2C2T2 Fl. 66 3 nº 8.541/1992 e artigo 1º da Lei nº 11.052/2004, “não entrarão no cômputo do rendimento bruto os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira,... Este mesmo artigo 39, em seu parágrafo 4º, o qual tem como base legal o artigo 30, parágrafo 1º, da Lei nº 9.250/95, determina que “para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII, a partir de 1º de janeiro de 1996, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, ... Pelos dispositivos legais transcritos, para o contribuinte, no presente caso, ter direito à isenção em comento são necessárias duas condições concomitantes. A primeira é que os rendimentos em apreço sejam oriundos de aposentadoria e a segunda é que ele tenha sido aposentado por acidente de serviço ou seja portador de uma das doenças previstas no texto legal. Conforme Carta de Concessão, cópia anexada a fls.19, expedida em 22/06/1993 pelo Instituto Nacional da Previdência Social (INSS), foi concedida ao Sr. Maurício de Moraes, CPF 018.538.64668, a Aposentadoria por Tempo de Serviço, com início de vigência a partir de 06/05/1993. Contudo, após analisar o Laudo Médico anexado a fls.05, observo que nele não foi aposto o “carimbo de identificação”, necessário para demonstrar tratarse de documento emitido por serviço médico oficial, como também não há identificação de vínculo entre a médica oftalmologista que assinou o documento e algum órgão de serviço médico oficial. E assim decidiu o Acórdão recorrido pela improcedência da impugnação. Cientificado dessa decisão em 19 de fevereiro de 2013 (fl. 47), o contribuinte interessado apresentou Recurso voluntário em 20 de março de 2013 (protocolo na folha 49). Em sede de recurso, informa que o Laudo Médico anexado anteriormente não continha o carimbo de identificação demonstrando tratarse de serviço médico oficial por "esquecimento da oftalmologista", que pertence a órgão oficial. REQUER que seja acolhido seu recurso para que seja aceito como documento probante "o laudo médico que segue anexo" (folha 51). É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10640.722492/201258 Acórdão n.º 2202003.297 S2C2T2 Fl. 67 4 O recurso é tempestivo, conforme relatado, e, atendidas as demais disposições legais, dele tomo conhecimento. DA ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. Verificase que existem duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: uma é ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios e outra é os rendimentos serem provenientes de aposentadoria ou reforma. Lei nº 7.713/1988 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: ... XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;(destaquei) É de ser observada também a Súmula CARF Nº 63, abaixo transcrita: “Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”. Na Solicitação de Retificação de Lançamento (fl. 4), a Autoridade Fiscal consignou que não acataria a isenção dos rendimentos pela não apresentação do Laudo Pericial, conforme o artigo 30 da Lei nº 9.250, de 1995. Disse a Auditora: "A isenção por moléstia grave deve ser comprovada através de laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados ou Município, devendo conter a data de início da moléstia, identificação nominal da moléstia (conforme denominação utilizada pela legislação), prazo de validade do laudo e identificação do Serviço Público emitente (estadual,municipal ou federal). Não são aceitos laudos emitidos por médicos particulares, conforme o apresentado pelo contribuinte." Juntamente com a Impugnação, a contribuinte apresentou o Laudo cuja cópia consta da folha 5, emitido por médico oftalmologista, em 31/07/2012, porém sem o carimbo de "identificação do serviço médico oficial", o que motivou a DRJ a indeferir a impugnação. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10640.722492/201258 Acórdão n.º 2202003.297 S2C2T2 Fl. 68 5 Assim, a controvérsia não está na questão da origem dos rendimentos, que não foi questionada (aposentadoria, complementação da aposentadoria, etc...), mas no requisito formal de comprovação da moléstia por laudo emitido nos termos da legislação de regência. Juntamente com seu recurso, o contribuinte apresenta novo laudo (fl. 51), dessa feita com o carimbo de identificação em campo próprio (Secretaria de Saúde/SUS), emitido em 04/03/2013, assinado pela oftalmologista Dilourdes E. S. Magalhães, CRMMG 9979, com indicação do CID e identificação nominal "cegueira total", com início em abril de 2009 e não passível de cura, portanto o laudo não contém validade. Além disso, são apresentados atestados médicos particulares que corroboram a doença. Transcrevo ainda jurisprudência deste CARF: Acórdão 2802003.178 – 2ª Turma Especial Sessão de 08 de outubro de 2014 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. LAUDO MÉDICO OFICIAL. Reconhecese a condição de portador de moléstia grave nos termos da legislação, mediante a apresentação de laudo médico oficial, mormente quando corroborado por documentos adicionais que evidenciem tal condição.(sulinhei) Recurso Voluntário Provido. Assim, em relação aos rendimentos percebidos a título de pensão, aposentadoria ou reforma e sua complementação, entendo que estão satisfeitos os requisitos para fruição da isenção, tendo sido apresentado o laudo médico oficial que se complementa com os demais elementos do conjunto probatório. CONCLUSÃO Em conclusão, VOTO por dar provimento ao recurso para cancelar a Notificação de Lançamento de folhas 8 a 11. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 68DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10640.722492/201258 Acórdão n.º 2202003.297 S2C2T2 Fl. 69 6 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 31 /03/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10380.724722/2013-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO.
VÍCIOS ART. 59 DO DECRETO N. 70.235/1972.
O art. 59, § 3º do Decreto n. 70.235/1972 determina que nos casos em que a apreciação do mérito puder resultar em conclusão favorável àquele que aproveitaria da declaração de nulidade, deve o julgador decidir pelo mérito, sem se pronunciar quanto à nulidade.
PLANOS DE SAÚDE. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS. LEI N. 12.873/2013.
Devem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS os valores recebidos pela utilização dos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora, conforme dispõe a Lei n. 12.873/2013.
Numero da decisão: 3302-003.144
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, dar provimento ao Recurso Voluntário para excluir da base de cálculo das Contribuições o valor das indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades, incluindo-se neste total os valores correspondentes aos beneficiários da própria operadora e aos beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferências assumidas.
Nome do relator: LENISA RODRIGUES PRADO
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AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIOS ART. 59 DO DECRETO N. 70.235/1972. O art. 59, § 3º do Decreto n. 70.235/1972 determina que nos casos em que a apreciação do mérito puder resultar em conclusão favorável àquele que aproveitaria da declaração de nulidade, deve o julgador decidir pelo mérito, sem se pronunciar quanto à nulidade. PLANOS DE SAÚDE. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS. LEI N. 12.873/2013. Devem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS os valores recebidos pela utilização dos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora, conforme dispõe a Lei n. 12.873/2013. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, dar provimento ao Recurso Voluntário para excluir da base de cálculo das Contribuições o valor das indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades, incluindo-se neste total os valores correspondentes aos beneficiários da própria operadora e aos beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferências assumidas. Fl. 323DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 2 RICARDO PAULO ROSA - Presidente. Lenisa Rodrigues Prado - Relatora. EDITADO EM: 16/05/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Paulo Guilherme Dèrouledé, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Lenisa Prado. Relatório Trata-se de recurso voluntário interposto pela UNIMED de Fortaleza Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. contra acórdão proferido pela 2ª Turma de Julgamentos da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campo Grande/ MS (DRJ/CGE) oportunidade em que foi julgada improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte. A questão tem início nas exigências de COFINS e PIS lavrados em autos de infrações referente a fatos geradores ocorridos no ano-calendário 2008, importando na cobrança total de R$ 25.663.591,93, acrescido a esses valores multa de ofício (de 75%) e juros de mora. A contribuinte apresentou seus argumentos de defesa em impugnação (fls. 198/230). A instância de origem julgou improcedente a impugnação em acórdão assim ementado: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS. Ano- calendário: 2008 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.DESCRIÇÃO QUE PERMITE A COMPREENSÃO DOS FATOS. VALIDADE DO LANÇAMENTO. É válido o lançamento quando a descrição fática nele contida permitir ao interessado saber o fato que lhe é imputado, não havendo, nesse caso, prejuízo que possa ensejar a declaração de nulidade do ato administrativo.. COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. RECEITAS NÃO TRIBUTÁVEIS. DESPESAS DEDUTÍVEIS. ATOS COOPERATIVOS. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o encargo de provar que as receitas excluídas da tributação decorrem de atos cooperativos e que as exclusões da base de cálculo correspondem a despesas dedutíveis. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano-calendário: 2008 Fl. 324DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 2 3 PIS E COFINS. LANÇAMENTO. IDENTIDADE DE MATÉRIA FÁTICA. DECISÃO. MESMOS FUNDAMENTOS. Aplicam-se aos lançamentos do PIS as mesmas razões de decidir adotadas quanto ao lançamento da COFINS, quando ambos recaírem sobre a mesma base fática. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. A recorrente traz aos autos a informação sobre a edição da Lei n. 12.873/2013 que inseriu no texto da Lei n. 9.718/1998 o parágrafo 9º A, "que vem, finalmente, esclarecer o significado do termo valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades" (fls. 252/259) A contribuinte apresentou recurso voluntário no qual argumenta que "a dedução do total custo operacional condenada pelos rr. auditores, é exatamente o total do custo que é autorizado a contribuinte deduzir e que confirma o esclarecimento disposto no § 9º -A, conforme apreciaremos mais a frente" (fl. 273). Esclarece que "TODOS os questionamentos feitos à impugnante no decorrer do procedimento de fiscalização foram respondidos dentro da mais absoluta clareza, sem subterfúgios ou obscuridade, sempre primando por apontar a legislação que permite este ou aquele registro, sem apego a juízos próprios" (fl. 274). Defende que os autos de infração são nulos ante a "(i) imprecisão do lançamento; (ii) ausência de motivação do ato administrativo; (iii) da ausência de dispositivo legal impeditivo dos abatimentos na determinação da base de cálculo do PIS e da COFINS; e (iv) erro no enquadramento legal disposto no auto de infração" (fl.277). É o relatório. Voto Conselheira Lenisa Rodrigues Prado A autuada foi intimada sobre os termos insertos no acórdão proferido pela instância de origem em 17/03/2014, segunda- feira, (fl.250) e interpôs o tempestivamente o recurso voluntário em 09/04/2014, quarta-feira (fls.265/290). Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso, é de rigor o seu conhecimento. MÉRITO A instância de origem, na oportunidade do julgamento de onde lavrou-se o acórdão recorrido, sintetizou os fundamentos do lançamento desse modo (fl. 243): Fl. 325DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 4 "O lançamento se funda em quatro irregularidades: a) falta de inclusão na base de cálculo dos valores recebidos como mensalidades dos planos de saúde; b) falta de inclusão na base de cálculo das receitas financeiras oriundas de operações praticadas com a Unicred; c) dedução das despesas de ISS; e d) dedução de custos operacionais não especificados". Naquela assentada a turma julgadora concluiu que: - "No que concerne os valores decorrentes das operações realizadas com a Unicred, trata-se de receita financeira, que não pode, mercê de sua natureza jurídica, ser considerada como resultante de atividade típica de cooperativa de trabalho médico. O lançamento está correto nesse ponto"; - "A dedução do ISS é infração admitida pela própria impugnante, que reconheceu ter cometido erro na interpretação da lei (fl. 54); portanto, desnecessário discorrer sobre o assunto"; - No que diz respeito à tributação das receitas provenientes de pagamentos realizados pelos contratantes de planos de saúde, a instância de origem cita o precedente consolidado no AgRg no RESP n. 786.612/RS para fundamentar a manutenção da exigência e, por fim; - "Quanto à glosa dos valores deduzidos da base de cálculo do PIS e da COFINS, a medida decorre da insuficiência de esclarecimentos prestado pelo impugnante, em face das intimações da Fiscalização", o que atrai a aplicação do inciso III, do art. 149 do CTN, possibilitando o lançamento de ofício. Em sua defesa, a recorrente esclarece que apresentou as informações em dois blocos (atos cooperativos e atos não cooperativos) para "facilitar a compreensão frente a apuração de IRPJ e CSLL, uma vez que a fiscalização teve início com a solicitação de documentos relativos a estes tributos" (fl. 210). Alega que as informações prestadas pelos fiscais são inverídicas e inócuas 1 pois houve pagamento de tributos sobre a totalidade dos atos - cooperados e não cooperados - e por isso não deve prevalecer a autuação fiscal. Informa que todos os questionamentos feitos pelos fiscais à recorrente no decorrer do procedimento de fiscalização foram respondidos "dentro da mais absoluta clareza, sem subterfúgios ou obscuridades, sempre primando por apontar a legislação que permite este ou aquele registro". E continua: "no decorrer do processo fiscalizatório não fizeram nenhuma notificação solicitando mais esclarecimentos ou condenando os que foram recebidos. Simplesmente não comunicaram ao contribuinte que a resposta era insuficiente ou 1 A recorrente se refere ao trecho da autuação onde consta: "A exemplificar o desacerto do contribuinte, tomemos por exemplo a conta de código 3.1 (contraprest efetiva/pr ganhos pl saúde). Essa conta agrega os valores recebidos a título de mensalidade de planos de saúde e demais receitas. Para Unimed, e somente para ela, esse tipo de receita é oriunda de um ato cooperativo, motivo pelo qual o seu montante não faria parte da base de cálculo do PIS e da COFINS". Fl. 326DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 3 5 insatisfatória. E mais: demonstram não ter certeza dos valores por eles apurados e ainda afirmam que fizeram uso da amostragem para constatar a veracidade de tais valores” (fls. 213/215). Em síntese, a recorrente defende que os autos de infração objetos do processo administrativo sob exame são nulos diante da "(i) imprecisão do lançamento; (ii) ausência de motivação do ato administrativo; (iii) da ausência de dispositivo legal impeditivo dos abatimentos na determinação da base de cálculo do PIS e da COFINS; e (iv) erro no enquadramento legal disposto no auto de infração". Diante das informações contidas no acórdão proferido pela instância de origem e das alegações prestadas pela recorrente, não serão analisadas por este Colegiado as questões sobre a tributação ou exoneração das despesas decorrentes das operações realizadas com a Unicred, e sobre a dedução do ISS, por não terem sido refutadas pela contribuinte/recorrente 2 . Passo a análise do recurso voluntário interposto pela Unimed de Fortaleza. 1. SOBRE A NULIDADE DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. Transcrevo, por oportuno e necessário, trecho do Termo de Verificação Fiscal de onde se originam os autos de infração questionados (fls. 23 a 27): "7. DA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Analisando as planilhas de apuração das bases de cálculo do PIS/COFINS fornecidas pelo contribuinte observa-se de pronto que a metodologia de cálculo adotada pelo contribuinte não atende a legislação em vigor no ano-calendário fiscalizado. O contribuinte segrega as receitas como oriundas de atos cooperativos e atos não- cooperativos, determinando o 'quantum' de cada receita para cada tipo de ingresso, norteado apenas pelo seu entendimento particular do que seria ato cooperativo e ato não-cooperativo. A exemplificar o desacerto do contribuinte, tomemos como exemplo a conta de código 3.1. (contraprest efetivas/pr ganhos pl saúde). Essa conta agrega os valores recebidos a título de mensalidades de planos de saúde e demais receitas. Para a Unimed, e somente para ela, esse tipo de receita é oriunda de um ato cooperativo, motivo pelo qual o seu montante não faria parte da base de cálculo do PIS e da COFINS. (...) Outro fato que chama atenção é que ao calcular a base de cálculo desses tributos a Unimed deduz custos decorrentes de pagamentos a médicos, hospitais, laboratórios clínicas e outros. Não há previsão legal para assim proceder. Em suma, o cálculo para contribuição do PIS e da COFINS nos períodos fiscalizados foi efetuado apenas sobre uma parte da receita onde a Unimed intitula de Ato não cooperativo (PLANILHA ANEXO I) notadamente nas contas de código 3.4.1., 3.4.4., 3.3.4.9.1.9001.00.02, 3.5, 3.5.1.9.1, 3.6.1.9.9. e um diminuto valor da conta 3.1. chamada de ajustes. 2 Decreto n. 70.235/1972, art. 10, inciso IV e art. 11, inciso III. Fl. 327DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 6 Em relação aos atos em que a Unimed entende como cooperativo apurou valores de PIS e COFINS, mas depositou em juízo e declarou em DCTF. Não concordamos com essa tese, pois entendemos que essas receitas são de atos não-cooperativos e a forma como foram calculadas também discordamos por ter sido apurados apenas os valores líquidos. Ou seja, os valores apurados pela Unimed estão incorretos, pois a base sobre a qual incide as alíquotas de PIS e COFINS é sobre uma base líquida, pois ela deduz todo o seu custo operacional o que não há previsão legal. (...) Com o objetivo de apurar corretamente as bases de cálculo no período de junho de 2008 a dezembro de 2008, tendo em vista o acima exposto, o contribuinte foi intimado mediante o Termo n. 02, tomado ciência em 21/03/2013, a informar os valores efetivamente passíveis de exclusão ou dedução, nos termo da lei. O citado Termo de Intimação relacionou as exclusões e deduções admitidas, a fim de que o contribuinte indicasse aquelas a que teria direito, em cada período de apuração, com a correspondente rubrica contábil. Após a análise das precárias informações prestadas pelo contribuinte, pois o mesmo resumiu-se apenas a indicar os códigos das contas dedutivas sem tampouco demonstrar valores, a cada mês, e em cada rubrica, o que conduziria essa auditoria a comprovar tais valores, levou esse procedimento fiscal a tentar compor valores mediante a análise da contas sugeridas pelo contribuinte. Assim, quando da apuração da nova base promovida por essa fiscalização deduzimos aqueles valores que foi possível compor seu valor. (...) A apuração da nova base de cálculo do PIS e da COFINS promovida pela fiscalização encontrou valores acima dos apurados pela Unimed haja vista a adoção dos comandos legais que regulamentam a matéria, notadamente a lei 9.718/98 e alterações posteriores nas leis 10.637/02, 10.833/03 e 10.676/03 cuja orientação é no sentido e que tais contribuições devem incidir sobre toda a receita, sendo previstas, no entanto, deduções específicas. Assim, não há previsão para se deduzir da base de cálculo as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos, clínicas, hospitais etc, como fez a Unimed" (grifos no original). Da leitura do Termo de Verificação Fiscal acima transcrito constato que: 1. A. Não há indicação precisa sobre onde reside a falha da metodologia de cálculo adotada pela contribuinte. Percebe-se um descuido do fiscal ao deixar de esclarecer precisamente quais os fatos arrima sua conclusão, que resultou na lavratura dos autos de infração. Sobre esse tópico, adoto a doutrina de Gilson Wessler Michels 3 que leciona: "A importância da descrição dos fatos deve-se à circunstância de que é por meio dela que o autuante demonstra a consonância da matéria de fato constatada na ação fiscal e a hipótese abstrata constante da norma jurídica. É, assim, elemento fundamental do material probatório coletado pela autoridade lançadora, postos que uma minudente descrição dos fatos pode suprir até eventuais incorreções no enquadramento legal adotado no auto de infração (...); o contrário é que, via de regra, não se admite, até porque, no mais das vezes, não há como aferir a correção do fundamento legal, se não se puder saber, com precisão, quais os fatos que deram margem à tipificação legal e à autuação. Por meio da descrição dos fatos é que fica 3 MICHELS, Gilson Wessler. Processo administrativo fiscal: anotações ao decreto n. 70.235, de 06/03/1972, versão 11, dezembro/ 2005, p. 65. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Decreto/ProcAdmFiscal/PAF.Pdf. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 4 7 estabelecida a conexão entre todos os meios de prova coletados e/ou produzidos (documentos fiscais, relatórios, termos de intimação e declaração, demonstrativos, etc.) e explicitada a linha de encadeamento lógico destes elementos, com vistas à demonstração da plausibilidade legal da autuação. Especialmente depois da eliminação da oitiva do autuante, a importância da descrição dos fatos ampliou-se muito; é que o auto de infração, no mais das vezes, passou a ser a última oportunidade de o autuante faltar nos autos. De se lembrar, ainda, que o auto de infração, depois de lavrado, passa a ser, antes de qualquer coisa, uma peça jurídica, e como tal, deve seu objeto estar juridicamente traduzido, independentemente de seus fundamentos de fato terem sido aferidos a partir de uma auditoria contábil ou de uma apreensão de mercadoria; seja qual for o método investigativo, ao final suas conclusões devem estar juridicamente validadas". (grifos nossos). Esta Câmara Superior de Recursos Fiscais já se pronunciou sobre essa questão, em julgado que assim foi ementado: AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO E DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES. IMPROCEDÊNCIA. VÍCIO MATERIAL, NÃO FORMAL. A falta de identificação suficiente dos fatos que motivaram o lançamento e da origem do crédito tributário fulmina o lançamento por vício material. (Acórdão n. 9202-003.285, sessão de 30/07/2014, 2ª Turma CSRF, Rel. Cons. Gustavo Lian Haddad)(grifos nossos) No presente caso, a fiscalização não indica com precisão onde está o equivoco na metodologia contábil adotada pela recorrente; onde está a ilegalidade na apuração do PIS e da COFINS que foram depositados em juízo e declarados em DCTF e quais despesas foram indevidamente consideradas como custo operacional e deduzidas da base de cálculo das contribuições. Inquestionável, portanto, que a omissão da fiscalização sobre os fatos que ensejaram a lavratura dos autos de infração ensejam prejuízos a defesa da contribuinte. 1. B. A fiscalização alega, em um primeiro momento, que em decorrência de uma interpretação muito peculiar da contribuinte sobre as normas contábeis, não inseriu os valores registrados na rubrica 3.1. na base de cálculo do PIS e da COFINS. Contraditoriamente a fiscalização informa que esses valores foram inserido na base de cálculo das contribuições como ajustes e devidamente tributados. 1. C. Os fiscais discordam sobre a base de cálculo do PIS e COFINS indicada pela recorrente, por esta ser uma base líquida, pois ela deduz todo o seu custo operacional o que não há previsão legal. No entanto e como já esclarecido no item 1.A não há nos autos do processo qualquer indicação sobre quais despesas foram indevidamente apropriadas como custo operacional e ilegalmente deduzidas da base de cálculo das contribuições. 1. D. Os fiscais consideram precárias as informações prestadas pela contribuinte em resposta aos Termos de Intimação ns. 1 e 2 porque foram indicados códigos de contas dedutivas, sem "tampouco demonstrar valores, a cada mês, e em cada rubrica, o que conduziria essa auditoria a comprovar tais valores" o que teria induzido o fiscal a arbitrar os valores. Por sua vez, a recorrente esclarece que as deduções da base de cálculo do PIS e da COFINS se restringem aos limites traçados no inciso III, do § 9º do artigo 3º da Lei n. Fl. 329DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 8 9.718/1998 e pela Instrução Normativa n. 08, de 28 de dezembro de 2006 da ANS (que estabelece o Plano de Contas Padrão). Por estar em conformidade com a previsão legal vigente, a contribuinte defende a exclusão da base de cálculo das contribuições os valores registrados na conta contábil 4.1. O Plano de Contas Padrão da ANS 4 determina que os eventos ocorridos devem ser lançados na conta contábil 4.1. EVENTOS INDENIZÁVEIS LÍQUIDOS/SINISTROS RETIDOS. A Agência Reguladora elucida que nesta rubrica devem constar: "7.2.5. Os Eventos Indenizáveis/ Sinistros Indenizáveis devem ser apropriados à despesa, considerando-se a data de apresentação da conta médica ou do aviso pelos prestadores, correspondente aos eventos/sinistros ocorridos. É importante observar que o fato gerador da despesa é o atendimento ao beneficiário. Naqueles casos em que esse atendimento ocorre sem o conhecimento da Operação a reconhecimento da despesa se dá com a constituição da Provisão Técnica específica (PEONA), nos moldes da regulação em vigor".(grifos nossos). De acordo com as informações prestadas pela contribuinte, a rubrica 4.1.contém os valores referentes a EVENTOS/ SINISTROS INDENIZÁVEIS LÍQUIDO, a 4.4.1 corresponde a OUTRAS DESPESAS OP C/PL ASSIST À SAÚDE e a rubrica 4.4.2 OUTRAS DESP OP DE ASSIST À SAÚDE NÃO REL (fls. 46/49). Diante da normas próprias do setor (que é regulado e supervisionado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar) a contabilidade da contribuinte deve observar o padrão previsto no Plano de Contas mencionado, tornando dispensável a pormenorização das informações requeridas pelos fiscais. 1. E. O enquadramento legal indicado pelo fiscal que ensejou a lavratura dos autos de infração foram os arts. 1º da Lei Complementar n. 70/1991; arts. 2º, 3º da Lei n. 9.718/1998; art. 2º da Medida Provisória n. 2.158-35/2001 e art. 41 da Lei n. 11.196/2005 (fls. 5 e 11). No entanto, nenhuma das indicações normativas correspondem a infrações tributárias que pudessem ser atribuída a contribuinte, nos limites do relatório elaborado pela autoridade fiscal. A falha no enquadramento legal indicado nos autos de infração é vício substancial e insanável, conforme precedente deste Conselho: Assunto: Imposto sobre a Renda da Pessoa Física - IRPF Exercício: 2000 IRPF. ERRO NA INDICAÇÃO DA INFRAÇÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL. LANÇAMENTO NULO. A precisa indicação da infração e enquadramento legal é aspecto essencial na fixação da matéria tributável de modo que eventual erro nesse aspecto do lançamento se constitui vício substancial e insanável e, portanto, enseja a nulidade do lançamento. Recurso voluntário provido. (Acórdão n. 2101-002.129, 1ª Câmara/ 2ª Turma ordinária/ 2ª Seção, Rel. Cons. Rubens Maurício Carvalho, sessão de 14/08/2012) (grifos nossos). 4 Disponível em http://www.ans.gov.br/images/stories/Legislacao/in/anexo_in24_diope.pdfhttp://www.ans.gov.br/images/stories/L egislacao/in/anexo_in24_diope.pdf Fl. 330DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 5 9 Constata-se, por tudo o que foi até agora exposto, que os autos de infração padecem de vários vícios que ensejariam sua nulidade, seja pelo que dispõe os arts. 2º e 50 da Lei n. 9.784/1999 5 , seja pelo art. 142 do CTN. Porém, o art. 59, § 3º do Decreto n. 70.235/1972 6 determina que nos casos em que a apreciação do mérito puder resultar em conclusão favorável àquele que aproveitaria da declaração de nulidade, deve o julgador decidir pelo mérito, sem se pronunciar quanto à nulidade. Por esse motivo, passo a analisar a questão sobre a base de cálculo do PIS e da COFINS para o segmento das cooperativas que operam planos de saúde. 2. SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. Consta no Termo de Verificação Fiscal que um dos motivos pelos quais os autos de infração foram lavrados é porque a fiscalização encontrou valores acima dos apurados pela Unimed quando aplicados os comandos legais que regulamentam a matéria, notadamente os contidos na Lei 9.718/98 e alterações posteriores nas Leis 10.637/02, 10.833/03 e 10.676/03. Para o fiscal, a orientação legal é que as contribuições devem incidir sobre toda a receita, sendo previstas, no entanto, deduções específicas. Assim, não haveria previsão legal que permitisse a dedução da base de cálculo do PIS e da COFINS as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos, clínicas, hospitais etc, como fez a Unimed. Por sua vez a recorrente sintetiza a querela afirmando que: "22. O ponto de maior divergência entre o apresentado pela impugnante e as conclusões precipitadas tiradas pelos rr. auditores reside no significado daquilo que lei chamou de 'dedução do valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzido das 5 Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I . atuação conforme a lei e o direito; (...) VII. indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII. observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX. adoção de forma simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X. garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I. neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II. imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; (...) V. decidam recursos administrativos. § 1º. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 6 Art. 59. São nulos: II. os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 10 importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades', valores estes contabilizados nas contas contábeis 4.1. e 4.4.2 e que fazem um enorme diferença na determinação da base de cálculo das contribuições em comento".(grifos nossos) Esclarece que as deduções da base de cálculo do PIS e da COFINS se restringem aos limites traçados no inciso III, do § 9º do artigo 3º da Lei n. 9.718/1998 e pela Instrução Normativa n. 08, de 28 de dezembro de 2006 da ANS (que estabelece o Plano de Contas Padrão). Por estar em conformidade com a previsão legal vigente, a contribuinte defende a exclusão da base de cálculo das contribuições os valores registrados na conta contábil 4.1. O Plano de Contas Padrão da ANS 7 determina que os eventos ocorridos devem ser lançados na conta contábil 4.1. EVENTOS INDENIZÁVEIS LÍQUIDOS/SINISTROS RETIDOS. A Agência Reguladora esclarece que nesta rubrica devem constar: "7.2.5. Os Eventos Indenizáveis/ Sinistros Indenizáveis devem ser apropriados à despesa, considerando-se a data de apresentação da conta médica ou do aviso pelos prestadores, correspondente aos eventos/sinistros ocorridos. É importante observar que o fato gerador da despesa é o atendimento ao beneficiário. Naqueles casos em que esse atendimento ocorre sem o conhecimento da Operação a reconhecimento da despesa se dá com a constituição da Provisão Técnica específica (PEONA), nos moldes da regulação em vigor".(grifos nossos). De acordo com as informações prestadas pela contribuinte, a rubrica 4.1.contém os valores referentes a EVENTOS/ SINISTROS INDENIZÁVEIS LÍQUIDO, a 4.4.1 corresponde a OUTRAS DESPESAS OP C/PL ASSIST À SAÚDE e a rubrica 4.4.2 OUTRAS DESP OP DE ASSIST À SAÚDE NÃO REL (fls. 46/49) Ademais, a ANS inseriu no Plano de Contas Contábil das Operadoras a rubrica dos Custos Incorridos com Outras Operadoras (Congêneres) no mesmo Grupo de Contas de Faturamento/Receita das Operações e alocou as rubricas de Faturamento Contra outras Operadoras (Congêneres) no mesmo Grupo de Contas de Custo/Despesa. É o caso, respectivamente: a) dos CUSTOS INCORRIDOS COM OUTRAS OPERADORAS (CONGÊNERES) que são contabilizados no Grupo 3 - RECEITAS - (conta 3117 e 3118) reduzindo o montante do Faturamento/Receitas Operacionais da Operadora (conta redutora); e b) das receitas advindas do FATURAMENTO CONTRA OUTRAS OPERADORAS (CONGÊNERES) que são classificadas no Grupo 4 - DESPESAS - (conta 4123 e 4124) reduzindo o montante dos Custos e Despesas dos eventos assistenciais (conta redutora). Desta forma, o faturamento das Operadoras de Plano de Saúde não é encontrado apenas nas rubricas contábeis do Grupo 3 - Contas de Receitas. 7 Disponível em http://www.ans.gov.br/images/stories/Legislacao/in/anexo_in24_diope.pdfhttp://www.ans.gov.br/images/stories/L egislacao/in/anexo_in24_diope.pdf Fl. 332DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 6 11 Por sua vez a legislação geral sobre PIS e COFINS - Lei n. 9.718/1998- assim dispõe: Art. 2º. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 9º. Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: I . co-responsabilidades cedidas; II . a parcela de contraprestação pecuniárias destinadas à constituição de provisões técnicas; III . o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzidos das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. A nomenclatura adotada pelo legislador, no que concerne as deduções passíveis da base de cálculo do PIS e da COFINS foram tomadas das definições encontradas nos contratos de seguro 8 e, por esse motivo, deve ser interpretada em conformidade. Assim, é possível afirmar que: 1) Sobre o inciso I - Co-responsabilidade cedida é o repasse total ou parcial do risco contratado e da mensalidade do contrato respectivo de uma operadora para outra (na modalidade conhecida como intercâmbio). São consideradas congêneres Operadoras de Plano de Saúde credenciadas contratadas de forma indireta, mas que são do mesmo gênero que a OPS contratante. As congêneres são contratadas para assumir a responsabilidade pela cobertura de assistência à saúde de determinados grupos de beneficiários ou usuários do plano de saúde contratante O dispositivo legal permite que sejam excluídos da base de cálculo os valores pagos justamente para estas congêneres, que se responsabilizam por determinados beneficiários das Operadoras de Plano de Saúde contratante, do que se conclui, por óbvio, que os valores pagos aos credenciados (contratados de forma direta) não se enquadram na hipótese de isenção do inciso I. Vale destacar que o pagamento aos credenciados é feito mensalmente pelos eventos ocorridos, enquanto o pagamento aos congêneres é feito mensalmente mas apurado de acordo com a quantidade de beneficiários transferidos/cobertos pela congênere. 2) Sobre o inciso II - auto explicativo. 3) Sobre o inciso III - indenização deve ser compreendida como o pagamento das despesas decorrentes dos eventos/sinistros ocorridos e contratualmente previstos. Assim, o montante pago em decorrência da utilização do plano de saúde pelo usuário 8 Art. 757 do Código Civil de 2002. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA 12 poderá ser abatido da base de cálculo das referidas contribuições, deduzido do valor eventualmente recebido pelo atendimento do beneficiário. Sobre essa questão, trago a conhecimento trecho do voto condutor proferido no julgamento do Processo Administrativo n. 13971.002373/2004-11, de onde foi lavrado o Acórdão n. 3302-001.765, oportunidade na qual a Conselheira Fabiola Cassiano Keramidas leciona: "Em termos técnicos, em razão da própria natureza do serviço, a rede credenciada consiste na espécie de produto oferecido, uma vez que se refere à abrangência geográfica da prestação do serviço. Logo, as regras aplicáveis às congêneres são denominadas regras de PRODUTO. Toda esta introdução é necessária porque a redação do 'inciso I' do citado § 9º, menciona que serão excluídos da base os valores referentes à 'co-responsabilidade cedida'. Trata, portanto, de responsabilidade e de cessão. Neste aspecto, o dispositivo legal mencionado permite que sejam excluídos da base de cálculo dos valores pagos justamente para estas congêneres, que se responsabilizam por determinados beneficiários da OPS contratante, do que se conclui, por dedução lógica inversa, que os valores pagos aos credenciados (contratados de forma direta) não se enquadram neste 'inciso 1'. No Plano de Contas adotado pela ANS, a percepção de qual seria este número está evidente - e por isso mesmo não costuma gerar dúvidas para a fiscalização, é que estes valores estão registrados separadamente nas já mencionadas contas 3.1.1.7 e 3.1.1.8. São os CUSTOS COM CONGÊNERES e estão classificados no Grupo 3, relativo às contas de RECEITAS. A mera análise do Plano Contábil é suficiente para constatar-se que, na prática, este valor seria naturalmente deduzido do montante das Receitas, uma vez que se trata de uma 'conta redutora' de receita, com a necessária aposição do sinal negativo, melhor dizendo, valor inverso ao das contas de receitas, verbis: CONTA: 3.1.1.7 (-) CONTRAPRESTAÇÃO DE CORRESPONSABILIDADE TRANSFERIDA DE ASSISTÊNCIA MÉDICO HOSPITALAR. A providência legislativa, portanto, ao definir a exclusão da conta 3.1.1.7, responsável pelo registro do 'custo' com a contratação de congêneres como prestadores de serviços, ajustou o valor da base de cálculo do PIS e da COFINS das OPS, retirando do total faturado o montante 'repassado' (pago ou prometido pagar) aos terceiros que 'assumiram' a assistência de determinados beneficiários" (grifos nossos). Essa interpretação foi patenteada com a edição da Lei n. 12.873, de 24 de outubro de 2013 9 , que assim dispõe: 9 Resultado da conversão da Medida Provisória n. 619/2013 em lei. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10380.724722/2013-11 Acórdão n.º 3302-003.144 S3-C3T2 Fl. 7 13 Art. 19. A Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 3º (...) § 9º - A. Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º entende-se o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida (grifos nossos). Inconteste, portanto, que os valores que podem ser deduzidos da base de cálculo do PIS e da COFINS são os decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora. Não deve prevalecer a interpretação restritiva adotada pelo agente fiscal. Diante do exposto, superada a declaração de nulidade dos autos de infração em atenção ao que dispõe o art. 59 do Decreto n. 70.235/1972, dou provimento ao recurso da contribuinte, para determinar a exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores recebidos pela utilização dos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora. Lenisa Rodrigues Prado- Relatora Fl. 335DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 16/05/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 14751.002102/2008-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005, 01/09/2005 a 31/12/2005, 01/09/2006 a 30/09/2006
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O MPF é instrumento de controle gerencial, e que eventual irregularidade poderia, no máximo, dar azo a procedimento interno de natureza administrativa, mas nunca invalidar o lançamento de crédito tributário, cuja competência é deferida por lei aos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.
NULIDADE DO LANÇAMENTO. Quando presentes todos os requisitos formais previstos na legislação processual fiscal (arts. 9º e 10 do Decreto n° 70.235/72), não se cogita da nulidade do auto de infração.
PIS. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. Diante da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da contribuições sociais devidas pelas empresas comerciais passou a ser a receita bruta de vendas de bens e serviços, o que foi respeitado pela fiscalização, uma vez que nos autos de infração não foram tributadas receitas diversas do faturamento.
BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS. IMPOSSIBILIDADE. Ante a inexistência de uma posição judicial para a matéria, deve ser prestigiado o entendimento consagrado pelo CARF para o tema, o que se dá em busca de segurança jurídica, tratamento igualitário entre diferentes contribuintes e, ainda, unidade judicativa. Assim, deve ser mantido o ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DECLARAÇÃO INEXATA.APLICAÇÃO DE MULTA. Nos casos de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição quando comprovada a declaração inexata pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário que se nega provimento.
Numero da decisão: 3402-003.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso voluntário e negar-lhe provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, que deu provimento parcial quanto à exclusão do ICMS das bases de cálculo.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Valdete Aparecida Marinheiro, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O MPF é instrumento de controle gerencial, e que eventual irregularidade poderia, no máximo, dar azo a procedimento interno de natureza administrativa, mas nunca invalidar o lançamento de crédito tributário, cuja competência é deferida por lei aos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Quando presentes todos os requisitos formais previstos na legislação processual fiscal (arts. 9º e 10 do Decreto n° 70.235/72), não se cogita da nulidade do auto de infração. PIS. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. Diante da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da contribuições sociais devidas pelas empresas comerciais passou a ser a receita bruta de vendas de bens e serviços, o que foi respeitado pela fiscalização, uma vez que nos autos de infração não foram tributadas receitas diversas do faturamento. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS. IMPOSSIBILIDADE. Ante a inexistência de uma posição judicial para a matéria, deve ser prestigiado o entendimento consagrado pelo CARF para o tema, o que se dá em busca de segurança jurídica, tratamento igualitário entre diferentes contribuintes e, ainda, unidade judicativa. Assim, deve ser mantido o ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DECLARAÇÃO INEXATA.APLICAÇÃO DE MULTA. Nos casos de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição quando comprovada a declaração inexata pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário que se nega provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 00 21 02 /2 00 8- 47 Fl. 189DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso voluntário e negarlhe provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, que deu provimento parcial quanto à exclusão do ICMS das bases de cálculo. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Valdete Aparecida Marinheiro, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração (fls. 03/15), lavrado contra o contribuinte acima qualificado, relativo aos períodos de apuração compreendidos nos exercícios de 2005 a 2007 sendo para os períodos: 31/03/2005, 30/09/2005, 31/10/2005, 30/11/2005 e 31/12/2005, contribuição cumulativa e período de: 01/2005 a 03/2005, 09/2005 a 12/2005, 11/2006, 12/2006, 02/2007 a 05/2007, 09/2007 a 11/2007, nãocumulatividade, por intermédio do qual foi constituído o crédito tributário referente à Contribuição para o PIS/PASEP, apurado nos regime cumulativo e nãocumulativo. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Trata o presente processo de Auto de Infração (fls. 0315) lavrado contra o contribuinte acima qualificado, relativo aos períodos de apuração compreendidos nos exercícios de 2005 a 2007, por intermédio do qual foi constituído o crédito tributário referente à Contribuição para o PIS/PASEP, apurado nos regime cumulativo e nãocumulativo, nos valores principal de R$ 4.016,72 e R$ 53.322,61, que, acrescido dos encargos legais, perfazem um montante de R$ 122.037,82. 2. No Termo de Verificação Fiscal (fl. 67) está consignado o contexto da ação fiscal examinada: 2.1. Em cumprimento do procedimento de "Verificações Obrigatórias", foram cotejados os valores apurados pelo sujeito passivo em sua escrituração contábil e fiscal e os valores constantes da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Fl. 190DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 190 3 2.2. O contribuinte forneceu planilha com os valores devidos do PIS e escriturados no balancete em conta do passivo circulante (Cofins a recolher 2.1.1.03.01.011)2. Tal conta é escriturada agregando os valores do PIS cumulativo e nãocumulativo. 2.3. Foi também fornecida pelo contribuinte planilha auxiliar (fls.2044) onde estão segregados os valores do PIS cumulativo e nãocumulativo. Nesta planilha estão discriminados os créditos apurados com base nos custos, despesas e encargos previstos em lei para o cálculo do PIS (nãocumulativo) a pagar ou do Saldo de Créditos a compensar nos meses seguintes. 2.4. Foi também fornecida pelo contribuinte planilha auxiliar (fls.2044) onde estão segregados os valores do PIS cumulativo e nãocumulativo. Nesta planilha estão discriminados os créditos apurados com base nos custos, despesas e encargos previstos em lei para o cálculo do PIS (não cumulativo) a pagar ou do Saldo de Créditos a compensar nos meses seguintes. máximo de 60 dias (art. 12). Aponta que a extinção do MPF se dá pelo decurso do lapso temporal, sem que tenha havido sua prorrogação (art. 14, II). No caso de extinção do MPF, a autoridade competente poderá expedir novo mandado de procedimento fiscal, desde que nomeie outro AFRFB, diferente daquele responsável pelo MPF extinto (art. 15). 3.6. Em qualquer caso, a Portaria RFB n° 11.371, de 2007, determina que a ciência do sujeito passivo acerca da conclusão do procedimento fiscal, deverá ocorrer no prazo de validade do MPF (art. 14, parágrafo único). A mesma portaria dispõe que a intimação do contribuinte se fará nos moldes do art. 23 do PAF (art. 4º, parágrafo único). Considerando tais normas, afirma que o MPF indicado pela fiscalização não possuía validade na data em que a empresa foi intimada (pessoalmente ou por via postal) sobre a conclusão do procedimento fiscal e lavratura do auto de infração ora impugnado. 3.7. Alega que também não autorizou a utilização de intimação por via eletrônica e mesmo que esta forma fosse possível, as prorrogações não respeitaram os prazos do art. 11 da Portaria RFB n° 11.371, de 2007, ou foram feitas depois de extinto o MPF. Aduz que a expedição de novo MPF não respeitou a condição de sua validade, que é a nomeação de outro AFRFB, diferente do anterior. 3.8. No tópico denominado "Ilegalidades Materiais", citou que o art. 3°, § 1º, da Lei n° 9.718, de 1998, foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Indicou que a autuação continua a trazer como fundamento legal do ato o art. 3º, § 1º, da Lei n° 9.718/98, o que macula de nulidade a exigência fiscal, devendo ser julgado improcedente o lançamento ora guerreado. 3.9. Argumenta que, quando o pleno do STF declara inconstitucional uma lei, abstrata ou incidentalmente, é dever da Administração deixar de aplicar a indigitada norma julgada Fl. 191DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 inválida pela Corte Suprema. Cita acórdãos da DRJ/Fortaleza, DRJ/São Paulo e do Conselho de Contribuintes do Min. da Fazenda. 3.10. Aponta a necessidade de realização de perícia para confirmar que na base de cálculo estão receitas não enquadradas no conceito de faturamento do regime cumulativo, indicando perito e quesitos: 1º. Queria o Sr. Perito classificar a natureza de cada uma das verbas que compõe a base de cálculo apontada na planilha anexa no auto de infração entre faturamento (venda de mercadoria ou prestação de serviços, sem a inclusão na base de cálculo do ISS ou do ICMS) e outras receitas. 2º. Com base na resposta ao quesito anterior, queira o Sr. Perito informar qual deveria ser a base de cálculo correta que deveria ter sido considerada pela fiscalização, assinalando o montante indevidamente cobrado. 3.11. Aponta que outra impropriedade do auto de infração consiste na inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, a despeito desse imposto estadual não se enquadrar no conceito de faturamento. Afirma que seis ministros do Supremo Tribunal Federal (Marco Aurélio, Carmen Lúcia, Ricardo Levandowscki, Carlos Ayres Brito, César Peluso e Sepúlveda Pertence) já se pronunciaram pela impossibilidade jurídica de inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, no Recurso Extraordinário n° 240.785, cujo julgamento foi interrompido por um pedido de vistas do Ministro Gilmar Mendes, sendo certo, contudo, que foi firmada a maioria em prol dos contribuintes. Nessas circunstâncias, aponta ser razoável que 2.5. A Fiscalização comparou os valores do PIS não cumulativo demonstrados na "planilha auxiliar" elaborada pelo contribuinte (fls.2044) com os valores escriturados no Livro Razão (fls.46 51) e concluiu que já estava registrado contabilmente no passivo circulante o valor do PIS nãocumulativo efetivamente devida, ou seja, já subtraída dos créditos que o contribuinte se atribuí o direito. 2.6. Desta forma, o procedimento de Verificações Obrigatórias consistiu no confronto entre o valor da contribuição provisionada no passivo circulante com o valor informado em DCTF. 2.7. No período analisado, foram encontradas diferenças em alguns meses entre os valores escriturados no Livro Razão, nas contas de PIS a Recolher Cumulativo e Não Cumulativo e os valores declarados em DCTF. 2.8. Em atendimento à intimação, o contribuinte elaborou planilha, onde demonstra os valores do PIS Cumulativo e Não Cumulativo escriturados e informados em DCTF. 2.9. Foi elaborada pela fiscalização planilha denominada "Demonstrativo de Diferenças Apuradas pelo AFRFB", na qual estão discriminados os meses onde foram verificadas diferenças Fl. 192DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 191 5 não justificadas pelo contribuinte entre os valores escriturados e os declarados/pagos do PIS Cumulativo e NãoCumulativo. 3. Devidamente cientificado da exigência em 29/10/2008, o contribuinte autuado apresentou sua impugnação em 28/11/2008 para alegar em síntese: 3.1. Aponta que o auto de infração é nulo, pois foi lavrado por pessoa incompetente, tendo em vista que o fiscal autuante não estaria munido do regular Mandado de Procedimento Fiscal MPF. 3.2. Sobre o MPF apontado pela autuação, afirmou que o mesmo não é regular, tendo em vista que a sua expedição não observou as formalidades impostas pela legislação tributária. 3.3. Indica nulidade do MPF, pois a ordem específica dada ao AFRFB foi para que analisasse pedidos de ressarcimento de IPI, isto é, a ordem específica do MPF não teria autorizado o AFRFB a realizar o lançamento de contribuições da seguridade social, havendo clara ofensa ao caput do art. 2° do Decreto n° 3.724/2001. Aduziu que a Fiscalização ora combatida extrapolou seu campo da competência para fazer autuação do PIS. 3.4. Sustenta que, ainda que se entenda possível a extensão de MPF sem a expedição do competente MPFComplementar, mesmo assim a autuação impugnada é nula, porque se utilizou de documento extra contábil ("planilha auxiliar"), o que, segundo a acórdão nº 076285 da DRJ/SC, cuja ementa transcreve, não se inclui no conceito de verificações obrigatórias. 3.5. Cita a Portaria RFB n° 11.371, de 12 de dezembro de 2007, e sustenta que o MPF tem prazo de validade de 120 dias (art. 11, I) e a sua prorrogação se dará no prazo esta colenda DRJREC aguarde ao menos o julgamento final do STF para avaliar a procedência ou não do auto de infração à luz do que vier a decidir a Suprema Corte. 3.12. Menciona que as Medidas Provisórias n° 66, de 2002, e n° 135, de 2003 (que criaram o PIS/PASEP e Cofins não cumulativos) foram a espécie legislativa inaugural a regulamentar o art. 195, I, "b", da Constituição de 1988, com redação dada pela EC n° 20, de 1998. Cita o art. 246 da Constituição Federal, com a redação dada pela EC nº 32, de 2001, segundo o qual "é vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive". À vista disso, conclui que sendo as Leis 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, eivadas de nulidade originária, é improcedente o auto de infração, tendo em vista que as mencionadas medidas provisórias não poderiam regulamentar, pela primeira vez, a EC n° 20 de 1998, a qual prevê a criação de contribuição securitária sobre a "receita". Fl. 193DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 3.13. Comenta que a autuação pelo regime da não cumulatividade também não deve prevalecer, porquanto inclui na sua base de cálculo o valor de ICMS, cuja ocorrência é ilegal, pelos mesmos motivos já explicitados pela empresa. 3.14. Defende a inexigibilidade de multa de ofício de 75% imputada, pois a expressão declaração inexata, utilizada pelo art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996, com redação dada pela Lei n° 11.488, de 2007, não abrange o presente caso que, segundo alega, foi de manifesto erro de preenchimento da DCTF, na medida em que a Fiscalização fundamentou a autuação em "planilha auxiliar" elaborada pelo impugnante. Cita decisão da DRJ/Porto Alegre. 3.15. Ao final, requer: (i) anulação do lançamento; (ii) deferimento da realização de perícia e (iii) que o presente processo seja julgado em conjunto com os autos de infração decorrentes do mesmo MPF, para evitar julgamentos conflitantes. 4. Posteriormente, a empresa autuada encaminha missiva (fl. 94) para solicitar a desistência parcial do recurso, renunciando apenas a discussão relativa à PIS nãocumulativo dos períodos de apuração 01/2005 a 03/2005, 09/2005 a 12/2005, 11/2006, 12/2006, 02/2007 a 05/2007 e 09/2007 a 11/2007. E o relatório. Os argumentos aduzidos pela Recorrente, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito (fls. 146/158): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005, 01/09/2005 a 31/12/2005, 01/11/2006 a 31/12/2006, 01/02/2007 a 31/05/2007, 01/09/2007 a 30/11/2007 NULIDADE DO LANÇAMENTO. Quando presentes todos os requisitos formais previstos na legislação processual fiscal, não se cogita da nulidade do auto de infração. IMPUGNAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. A impugnação mencionará os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. ESCRITURAÇÃO. MEIO DE PROVA. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DECLARAÇÃO INEXATA. APLICAÇÃO DE MULTA. Nos casos de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% (setenta e cinco por Fl. 194DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 192 7 cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição quando comprovada a declaração inexata pelo sujeito passivo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 28/02/2013, a Recorrente foi cientificada da decisão da primeira instância (cópia AR fl. 162). Inconformada, em 01/04/2013 (fl. 163) segunda feira, uma vez que o prazo de 30 dias deuse em um sábado, apresentou recurso voluntário ao CARF (fls. 163/182), no qual, resumidamente, argumenta as seguintes razões: (i) que o Mandado de Procedimento Fiscal está eivado de nulidades, quais sejam: que a fiscalização não detinha mandado expresso para realizar o lançamento de contribuições da seguridade social, havendo clara ofensa ao caput do art. 2º do Decreto n° 3.724/01; que a autuação impugnada se utilizou documento extra contábil, a "planilha auxiliar" da empresa, o que, segundo a DRJ/SC, não se inclui no conceito de verificações obrigatórias; que o Ilustre Auditor lavrou o auto depois de expirado o prazo de validade do MPF; que o MPF tem prazo de validade de 120 dias (art. 11, I) e sua prorrogação se dará no prazo máximo de 60 dias (art. 12); que a extinção do MPF se dá pelo decurso do lapso temporal, sem que tenha havido sua prorrogação (art. 14, II); no caso de extinção do MPF, a autoridade competente poderá expedir novo mandado de procedimento fiscal, desde que nomeie outro AFRFB, diferente daquele responsável pelo MPF extinto (art. 15), situações não concretizadas no caso dos autos; e a Recorrente também não foi intimada pessoalmente ou via postal da prorrogação ou ampliação do Mandado de Procedimento Fiscal iniciado há vários meses. (ii) Não se pode exigir o PIS com base em dispositivo declarado inconstitucional, é notoriamente sabido que o art. 3º, § 1º, da Lei n.° 9.718/98, foi declarando inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal; (iii) no auto de infração há inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS, o que é vedado; (iv) que não houve declaração inexata dos elementos fáticos necessários à apuração do PIS, mas simples erro de preenchimento, sendo ilegal a multa de ofício de 75%, por ofensa ao art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996; (v) o art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n° 9.784 de 1999 e os princípios do não confisco, proporcionalidade e razoabilidade, aconselham a modulação do percentual da multa de ofício nas circunstâncias dos autos; e (vi) reitera, ainda, seja deferido o pedido de perícia, pugnado na forma do art. 16, § 4º, do Decreto 70.235/72. Ante o exposto, requer que seja reformada a decisão da DRJ para julgar improcedente o lançamento e anulado o auto de infração. É o relatório. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Relator 1. Da admissibilidade do recurso O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. 2. Da desistência parcial em relação ao PIS nãocumulativo. Conforme consignado no acórdão recorrido, bem como no recurso voluntário, a Recorrente desistiu de discutir à exigência do PIS não cumulativo (dos períodos de apuração 01/2005 a 03/2005, 09/2005 a 12/2005, 11/2006, 12/2006, 02/2007 a 05/2007 e 09/2007 a 11/2007), tendo em vista sua adesão ao parcelamento na RFB Lei nº 11.941, de 2009. Portanto, a análise da presente lide se restringirá aos períodos de apuração do PIS cumulativo, PA: 03/2005, 09/2005 a 12/2005 e 09/2006. 3. Preliminar da nulidade formal do Auto de Infração No presente processo, a ordem específica dada ao AFRFB foi para que analisasse pedidos de ressarcimento de IPI da empresa. Por conseguinte, a ordem especifica do MPF não autorizou o Fisco a realizar o lançamento de contribuições da seguridade social, havendo clara ofensa ao caput do art. 2º o Decreto n° 3.724/01. Em resumo, suscitou preliminar de nulidade, ao argüir que o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) apresenta diversas irregularidades: (i) auto de infração lavrado por pessoa incompetente, decorrente do que dispõe o art. 59,1, do Processo Administrativo Fiscal; (ii) expedição do MPF não observou as formalidades impostas pela legislação tributária; (iii) competência para autuar extrapolada (prazo validade do MPF); (iv) desrespeito a prazos regulamentares; (v) desrespeito ao conceito de verificações obrigatórias (utilização de planilha extracontábil); (vi) falta da ciência do sujeito passivo acerca da conclusão do procedimento fiscal, (vi) não foi intimada pessoalmente ou via postal da prorrogação ou ampliação do MPF. Por fim aduz que mesmo que se flexibilize o MPF e se admita seu alargamento sem a existência de MPFComplementar, ainda assim a autuação impugnada é nula, porque se utilizou documento extra contábil qual seja a "planilha auxiliar" da empresa, o que, segundo a DRJ/SC, não se inclui no conceito de verificações obrigatórias. Pois bem. O MPF, à época dos fatos regido pela Portaria RFB nº 11.371, de 12/12/2007, é um documento que estabelece normas para a execução da atividade fiscal, determinando que os procedimentos fiscais relativos aos tributos administrados pela RFB sejam promovidos em conformidade com ordem específica (art. 2º), expedido por uma das autoridades relacionadas em seu artigo 6º, constituise, assim, em instrumento de controle indispensável à administração tributária. Enquanto instrumento de controle, o MPF se presta a possibilitar à RFB acompanhar o desenvolvimento das atividades realizadas pelos Auditores Fiscais, verificação esta que se materializa internamente. A Recorrente argúi a nulidade do lançamento, por supostas irregularidades no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), especialmente que a norma é clara ao exigir a Fl. 196DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 193 9 emissão de MPF Complementar, caso as atividades fiscais tenham que alcançar períodos e tributos diversos daqueles anteriormente fixados. Na primeira instância, a autoridade julgadora já havia consignado a regularidade do procedimento. Vejase trecho abaixo transcrito (fl. 895): "(...) A análise dos citados MPF é desnecessária e nada contribui para ao deslinde da lide. Isto porque é pacífico que eventuais falhas no MPF, ou até mesmo a sua ausência, podem suscitar, em tese, a responsabilidade administrativa do Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), nunca, porém, terão força para retirar deste a competência para efetuar o lançamento ou para inutilizar o ato por ele validamente efetivado, pois a referida Portaria, não aborda aspectos relacionados com a competência para constituição do crédito tributário pelo lançamento. E nem poderia fazêlo, já que, consoante o Princípio da Hierarquia das Normas, ato inferior à lei não pode contrariar, restringir ou ampliar suas disposições, já que as atribuições da autoridade administrativa fiscal para efetuar o lançamento, estão devidamente definidas no art. 142 do CTN, que dispõe: “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Parágrafo único. A atividade de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. Como se vê, o MPF é instrumento de controle gerencial do Fisco, e que eventual irregularidade poderia, no máximo, dar azo a procedimento interno de natureza administrativa, mas nunca invalidar o lançamento de crédito tributário, cuja competência é deferida por lei aos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. A matéria tem sido discutida no âmbito dos extintos Conselhos de Contribuintes e Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e as decisões, de forma reiterada, apontam nesse sentido. Os acórdãos cujas ementas transcrevo a seguir bem ilustram essa linha de entendimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MPF. NULIDADE. Descabe a argüição de nulidade quando se verifica que o Auto de Infração foi lavrado por pessoa competente para fazêlo em consonância com a legislação vigente. O MPF é mero instrumento de controle da atividade de fiscalização no âmbito da Secretaria da Receita Federal, de modo que eventual irregularidade na sua expedição, ou nas renovações que se seguem, não acarreta a nulidade do lançamento. (Acórdão CSRF/0202.543,de22/01/2007). NULIDADES.AUSÊNCIA DE MPF Fl. 197DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 10 A eventual irregularidade na emissão do MPF não induz a nulidade do ato jurídico praticado pelo auditor fiscal, pois o MPF é mero instrumento de controle da atividade fiscal e não um limitador da competência do agente público. (Acórdão CSRF/0202.898, de 28/01/2008, Relator Cons. Antônio Carlos Atulim. Na mesma linha o acórdão CSRF/0202.899,de mesma data) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL MPF O MPF é instrumento de controle administrativo, sendo que irregularidades nele contidas não podem ensejar a nulidade do lançamento.(Acórdão10515.706,de24/05/2006,Relator Cons. José Carlos Passuelo). Assim, há de observar, então, que, sendo o MPF elemento de controle da administração tributária, não tem ele o poder de influir na legitimidade do lançamento tributário, que, no presente caso permaneceu hígido, uma vez que nele estão presentes os pressupostos contidos no art. 10 e 11 do Decreto nº 70.235, de 1972. No que se refere à alegação de que a ação fiscal teria se utilizado de documento extracontábil, o que desatenderia o conceito de Verificações Obrigatórias, cumpre informar que também não há como acolher a alegação da Recorrente. Como bem asseverado pela decisão a quo, o invocado comando está previsto no §1º do art. 7º da Portaria citada e prevê a realização de uma verificação a ser efetuada pelo AFRFB quanto aos valores escriturados e os pagos/declarados: "Art. 7º. Omissis. (...) § 1º O MPFF e o MPFE indicarão, ainda, o tributo ou contribuição objeto do procedimento fiscal a ser executado, podendo ser fixado o respectivo período de apuração, bem como as verificações relativas à correspondência entre os valores declarados e os apurados na escrituração contábil e fiscal do sujeito passivo, em relação aos tributos administrados pela RFB, cujos fatos geradores tenham ocorrido nos cinco anos que antecedem a emissão do MPF e no período de execução do procedimento fiscal, observado o modelo aprovado por esta Portaria." Conforme consignado no Termo de Verificação Fiscal, a autoridade autuante utilizou as informações constantes na planilha auxiliar, fornecida pelo próprio contribuinte, para melhor esclarecer como se deu o registro na conta "PIS a Recolher", uma vez que nesta estavam contabilizados os valores relativos aos regimes de apuração cumulativo e não cumulativo. Após confirmar que nesta conta já estavam devidamente subtraídos os créditos da contribuição, o procedimento adotado pelo autuante foi cotejar o valor escriturado na contabilidade com o valor declarado (confessado) na DCTF, conforme consta do excerto do termo citado às fls. 75/76. Rejeito, assim, pelos fundamentos acima, a preliminar de nulidade do lançamento por alegadas irregularidades no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), bem como referente ao levantamento do crédito tributário, obtido a partir da contabilidade da Recorrente. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 194 11 4. Do alargamento da base de cálculo do PIS Fazendo menção ao julgamento do STF, a Recorrente alega que não se pode exigir o PIS com base em dispositivo declarado inconstitucional, é notoriamente sabido que o art. 3º, § 1º, da Lei n.° 9.718, de 1998, foi declarando inconstitucional pela Corte Suprema. A discussão neste item, portanto, envolve crédito decorrente da declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98. O Auto de Infração em foco justificou a exigência do PIS cumulativo, dentre outros, no art. 2º, inc. II e parágrafo único do Decreto nº 4.524, de 2002 (grifamos): Art. 2º As contribuições de que trata este Decreto têm como fatos geradores (Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, art. 2º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, art. 13): I na hipótese do PIS/Pasep: a) o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado; e b) a folha de salários das entidades relacionadas no art. 9º ; e II na hipótese da Cofins, o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado. Parágrafo único. Para efeito do disposto na alínea "a" do inciso I e no inciso II, compreendese como receita a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade exercida pela pessoa jurídica e da classificação contábil adotada para sua escrituração. A base de cálculo do PIS e da Cofins, anteriormente à edição da Lei nº 9.718, 27/11/98, correspondia, em regra, ao faturamento mensal, assim entendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, ressalvadas as exclusões legais. Pois bem. Como se sabe, o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98 ampliou a base de cálculo do PIS e da COFINS. O aumento da carga tributária daí decorrente foi contestado na justiça, tendo o Poder Judiciário, por diversas vezes, entendido que a amplitude de faturamento referida no artigo 195, inciso I, da Constituição Federal, na redação anterior à Emenda Constitucional – EC nº 20, de 1998, não legitimava a incidência de tais contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pelas empresas contribuintes, advertindo, ainda, que a superveniente promulgação da EC no 20, de 1998, publicada no dia 16 de dezembro de 1998, “não teve o condão de validar a legislação ordinária anterior, que se mostrava originariamente inconstitucional” (Ag.Reg. RE 546.3273/SP, Rel. Min. Celso Mello). Assim, entendeu o Poder Judiciário que o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718, de 1998, ao alargar o conceito de faturamento, criara exação nova, assunto o qual deveria ter sido objeto de Lei Complementar, por força do disposto no artigo 195, § 4o, c/c artigo 154, inciso I, da Constituição Federal. Portanto, o alargamento da base de cálculo objeto da Lei no Fl. 199DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 12 9.718, de 27/11/1998 (decorrente da conversão da MP no 1.724, de 29/10/1998 – antes, ressaltese, da EC no 20, de 15/12/1998), estava maculado por vício formal de constitucionalidade. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário no 390.840/MG, apreciado pelo pleno em 09/11/2005, decidiu no seguinte sentido (relator Ministro Marco Aurélio): CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. A decisão teve a seguinte votação: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Cezar Peluso e Celso de Mello, que declaravam também a inconstitucionalidade do artigo 8º e, ainda, os Senhores Ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e o Presidente (Ministro Nelson Jobim), que negavam provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie Plenário, 09.11.2005. Posteriormente, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário no 585.235 1/MG, proferido em 10/09/2008 e publicado em 28/11/2008, reconheceu a repercussão geral do tema, conforme ementa do acórdão em tela, que teve a relatoria do Ministro Cezar Peluso: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 195 13 Especificamente sobre exame de constitucionalidade de norma, o caput do artigo 62 do Anexo II do mesmo Regimento veda “[...] aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade”, admitidas, contudo, as exceções elencadas no (§ 2º) parágrafo segundo do referenciado artigo, qual seja: Art. 62 (...). 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.”, como na hipótese presente. Além disso, o parágrafo único do artigo 4o do Decreto no 2.346, de 10/10/1997, dispõe que, "Na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal". Nesta esteira, com a declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, o STF entendeu que o PIS e a COFINS somente poderiam incidir sobre as receitas operacionais das empresas, ou seja, aquelas ligadas às suas atividades principais. Sobre tal dispositivo, vale ressaltar, que em harmonia com o entendimento no âmbito do Poder Judiciário, que o mesmo foi posteriormente revogado pelo art. 79, XII, da Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009. Consequentemente, não é legítima a exigência da contribuição sobre receitas outras que não as originadas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, devendo ser excluídos da base de cálculo os montantes decorrentes das rubricas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998. Ocorre que, como bem analisado pela decisão a quo, nos valores lançados para o PIS cumulativo (março, setembro a dezembro de 2005 e setembro de 2006), não são encontradas receitas além das previstas no caput do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, ou seja, faturamento mensal da Recorrente, assim considerada a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza Esta conclusão é perfeitamente obtida, mediante a análise dos demonstrativos de apuração, apresentados pela Recorrente (fls. 22/43), nos quais consta que a receita a ser tributada pelo PIS cumulativo é decorrente exclusivamente da venda de álcool para fins carburantes. Ou seja, não há o cômputo de quaisquer outras receitas na base de calculo do PIS cumulativo, que pudesse ensejar a discussão acerca da inconstitucionalidade alegada. Esta Fl. 201DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 14 constatação é também obtida mediante análise das informações do DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais), acostadas ao presente processo às fls. 104/145. Para se confirmar a constatação acima, demonstremse, a título exemplificativo, os dados para o período de apuração março de 2005: DESCRIÇÃO VALOR M A R Ç O / 2 0 0 5 VENDA ÁLCOOL p FINS CARBURANTES 32.030,25 ALÍQUOTA 0,65% PIS CUMULATIVO A PAGAR 208,20 VALOR CONTABILIZADO CONTA PIS A RECOLHER (RAZÃO) 146,77 VENDA MERCADORIAS DACON 36.194,18 PIS APURADO CUMULATIVO DACON 146,77 PIS CUMULATIVO DECLARADO EM DCTF 146,77 DIFERENÇA EXIGIDA NO LANÇAMENTO 61,43 Como se vê, resta demonstrado acima, que o enquadramento legal utilizado no Auto de Infração, para justificar a exigência do PIS cumulativo é regular, pois a base de cálculo deriva do caput do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998, qual seja, do faturamento mensal da atividade da empresa. 5. Da inclusão do ICMS na base de cálculo A Recorrente argumenta que outra impropriedade do auto de infração consiste na inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, a despeito desse imposto estadual não se enquadrar no conceito de faturamento. Em relação a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, a questão não é nova no âmbito do contencioso tributário, razão pela qual, inclusive, já foi objeto de diferentes súmulas do Superior Tribunal de Justiça, vejase: Súmula n. 68 : "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". Sobre o tema, o STJ em julgados têm se manifestado no sentido de que se deve incluir o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, vide abaixo: “RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. LEGALIDADE. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. 1. É legítima a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. Incidência das Súmulas 68 e 94/STJ. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.212.949/SP, DJe 10/05/12)” Fl. 202DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 196 15 Não obstante, por conta do precedente firmado no RE 240.785 do STF, já existem decisões do próprio STJ contrárias às suas súmulas n. 68 e 94, conforme se observa do seguinte julgado: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. I A existência de repercussão geral no RE 574.706PR, em relação à matéria ora debatida, não impede sejam julgados os recursos no âmbito desta Corte. II O ICMS é um imposto indireto, ou seja, tem seu ônus financeiro transferido, em última análise, para o contribuinte de fato, que é o consumidor final. III Constituindo receita do EstadoMembro ou do Distrito Federal, a parcela correspondente ao ICMS pago não tem natureza de faturamento ou receita, mas de simples ingresso financeiro, não podendo compor a base de cálculo do PIS e da COFINS. IV Conquanto a jurisprudência desta Corte tenha sido firmada no sentido de que a parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do PIS e do extinto FINSOCIAL, posicionamento sedimentado com a edição das Súmulas 68 e 94, tal discussão alcançou o Supremo Tribunal Federal e foi analisada no RE 240.785/MG, julgado em 08.10.2014, que concluiu que "a base de cálculo da COFINS somente poderia incidir sobre a soma dos valores obtidos nas operações de venda ou de prestação de serviços. Dessa forma, assentou que o valor retido a título de ICMS não refletiria a riqueza obtida com a realização da operação, pois constituiria ônus fiscal e não faturamento" (Informativo do STF n. 762). V Agravo regimental provido. (STJ; AgRg no AREsp 593.627/RN, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Acórdão Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/03/2015, DJe 07/04/2015). Embora a inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições seja uma questão em relação à qual foi decretada a repercussão geral no RE nº 574.906, o STF ainda não julgou em definitivo a matéria, fato que impede a aplicação do art. 62, § 2º, do RICARF ao caso em concreto. Já no âmbito do CARF, possui uníssona jurisprudência no sentido de entender como válida a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, conforme se observa do julgado abaixo referido e exemplarmente colacionado: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 Fl. 203DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 16 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO. Restando configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício regese pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operandose em cinco anos, contados da data do fato gerador. Inexistindo a antecipação do pagamento, aplicase a regra do art. 173, I, do CTN, contandose o prazo de cinco anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Precedente do STJ RESP 973.733. COFINS. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. Diante da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da contribuições sociais devidas pelas empresas comerciais passou a ser a receita bruta de vendas de bens e serviços, o que foi respeitado pela fiscalização, uma vez que nos autos de infração não foram tributadas receitas diversas do faturamento. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. À luz do art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e do art. 4º da IN SRF nº 51/78 o ICMS integra a receita bruta porque é imposto incidente sobre vendas, inexistindo amparo legal para sua exclusão das bases de cálculo. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao CARF negar vigência a acordo internacional, lei ou decreto em razão de arguição de inconstitucionalidade. (...). (Acórdão nº 3402002.898, de 29/01/2016, Relator Antonio Carlos Atulim). Em suma, o que está em vigor no ordenamento jurídico atual é que o valor do ICMS integra a base de cálculo do PIS/PASEP e a Cofins, uma vez que o inc. I do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, autoriza a sua exclusão apenas quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Assim, não havendo disposição legal em contrário, nem ordem judicial expressa proibindo a aplicação da citada norma, não se pode deixar de observála. Confirase: “Art.3º (...). § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II (...) . Portanto, do ponto de vista jurídico o ICMS integra o preço das mercadorias, ou seja, é receita tributável pelo PIS e pela COFINS. E sendo a incidência tributária um Fl. 204DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 197 17 fenômeno jurídico e não econômico, e o que importa considerar é o aspecto jurídico da questão, vejase o que estabelece no item 4 da IN SRF nº 51/78 (grifamos): "(...) 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes, etc. Como pode ser visto, a legislação considera que o ICMS integra o preço das mercadorias, constituindo receita bruta da pessoa jurídica, devendo ser deduzido como despesa operacional para o fim de apurar a receita líquida. Assim, diante da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei no 9.718/98, a base de cálculo da contribuições sociais devidas pelas empresas comerciais passou a ser a receita bruta de vendas de bens e serviços, o que foi respeitado pela fiscalização, uma vez que nos autos de infração não foram tributadas receitas diversas do faturamento. Concluindo, em relação ao presente tópico recursal, voto pela manutenção da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS. 6. Multa aplicada declaração inexata Em relação à multa imputada, o sujeito passivo se opõe à aplicação do art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996, alegando que a expressão "declaração inexata" não abrange caso de manifesto erro de preenchimento da DCTF, na medida em que a Fiscalização fundamentou a autuação em "planilha auxiliar" elaborada pelo impugnante. O percentual de 75% aplicado a título de multa de ofício se encontra previsto desde a edição da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento do tributo. A Lei n°11.488, de 15 de junho de 2007, apenas modificou a redação do inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, sem, contudo, alterar o percentual da multa. O dispositivo questionado tem a seguinte redação: "Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...)" (grifouse) Fl. 205DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 18 Prestar uma informação, no caso dos autos, a DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), com inexatidão equivale a prestála com valores que não correspondam à realidade. E o meio utilizado pela Fiscalização para se aferir esta realidade são os registros contábeis do sujeito passivo, e não a sua planilha auxiliar, conforme já esclarecido anteriormente. Sobre os registros contábeis utilizados como meios de prova, a legislação prescreve nos art. 923 a 925, do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR), que tem amparo legal no Decreto Lei nº 1.598, de 1977. Ou seja, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. O Fisco, de fato, utilizouse de informações contida em demonstrativos elaborados pela empresa para confirmar se os valores contabilizados na conta do passivo circulante (PIS a Recolher) continha a dedução de créditos. Feito tal confirmação, foi apurada a diferença entre o que estava contabilizado nesta conta, com os valores confessados pelo contribuinte por meio da DCTF. Inegável, portanto, que está subsumido o fato à hipótese legal prevista para a imputação da multa. 7. Dos princípios do não confisco, proporcionalidade e razoabilidade Aduz a Recorrente que deve ser observado o art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n° 9.784 de 1999 e os princípios do não confisco, proporcionalidade e razoabilidade, aconselham a modulação do percentual da multa de ofício nas circunstâncias dos autos. Sobre este tópico, ressaltase que a Súmula CARF nº 2 estabelece que "o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária". 8. Da solicitação de perícia Entendo que, neste caso, a perícia solicitada deve ser indeferida, pois nada acrescentaria à solução da lide, uma vez que resta plenamente demonstrado e comprovado nos autos, que nas bases de cálculo do PIS cumulativo exigidas neste lançamento não estão outras receitas, senão as decorrentes da venda de mercadorias, ou seja, não há receita compondo a base de calculo extrapolando a citada decisão do STF. 9. Conclusão Com esses fundamentos, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, mantendose na integra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 206DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 14751.002102/200847 Acórdão n.º 3402003.036 S3C4T2 Fl. 198 19 Fl. 207DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 11/05/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
score : 1.0
Numero do processo: 10840.002750/2003-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jun 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998
DECISÃO JUDICIAL. OBSERVÂNCIA.
Há de se observar os termos postos na decisão judicial transitada em julgado para garantir a sua efetividade e cumprimento.
EXIGÊNCIA. REVISÃO DE DCTF.
Não há como prosseguir a exigência fiscal quando demonstrado que a sua motivação e fundamento originários foram superados, no caso, ter ficado assente a procedência da decisão judicial alegada pela contribuinte em DCTF e a suficiência dos valores declarados para quitar débitos.
Numero da decisão: 3401-003.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário apresentado. Ausente o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros e Fenelon Moscoso de Almeida.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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Recorrente SANTAL EQUIPAMENTOS S A E COMERCIO E INDUSTRIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 DECISÃO JUDICIAL. OBSERVÂNCIA. Há de se observar os termos postos na decisão judicial transitada em julgado para garantir a sua efetividade e cumprimento. EXIGÊNCIA. REVISÃO DE DCTF. Não há como prosseguir a exigência fiscal quando demonstrado que a sua motivação e fundamento originários foram superados, no caso, ter ficado assente a procedência da decisão judicial alegada pela contribuinte em DCTF e a suficiência dos valores declarados para quitar débitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário apresentado. Ausente o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros e Fenelon Moscoso de Almeida. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 27 50 /2 00 3- 39 Fl. 1158DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Relatório Este processo retorna ao CARF trazendo consigo a resposta da unidade de jurisdição e as considerações da contribuintes a esse respeito, em atendimento à diligência determinada pela 1ª turma ordinária desta Câmara. Para apresentar o contraditório nesta sessão tomo a liberdade de reproduzir o relatório que consta da Resolução n.º 3401000.838, pela sua objetividade: O presente processo cuida de auto de infração, resultante de procedimento automático de verificação, em que se constituiu e se exige crédito tributário em virtude de apuração de irregularidades quanto à quitação de débitos em auditoria da Declaração de Contribuições e Tributos Federais — DCTF, períodos de apuração de 1998. A autuação decorre de vinculação de débitos da contribuição para o PIS a processo judicial não comprovado, sendo exigidos o valor do imposto devido, acrescido de juros de mora e multa de oficio. O contribuinte impugnou o lançamento alegando, em síntese: · que seria insubsistente a autuação, tendo em vista que os débitos relacionados no auto de infração teriam sido regularmente quitados mediante procedimento de compensação com indébitos da contribuição ao Pis assegurados mediante concessão de tutela em ação judicial, com trâmite junto à lª Vara Federal de Ribeirão PretoSP, tendo por objeto afastar o recolhimento da contribuição ao Pis na forma dos Decretoslei , n.° 2.445 e 2.449, ambos de 1988, bem como a compensação do montante supostamente recolhido a Maior com débitos de Pis, Cofins, CSLL e Contribuição sobre Folha de Salários; · que seria nulo o lançamento por descrição dos fatos supostamente confusa e inconclusiva, o que caracterizaria descumprimento de requisito relacionado no artigo 10 do Decreto n°70.235/72 (PAF); · que não seria cabível a exigência da contribuição ao Pis na forma da legislação julgada inconstitucional pelo STF (Decretoslei n.° 2.445 e 2.449, de 1988), devendo prevalecer a sistemática imposta pelas Leis Complementares n.° 07/70 e 17/2003, e pelo art. 18, VIII da Medida Provisória n.° 2.17679, de 2001; · que seria ilegal e/ou inconstitucional a exigência de juros de mora com base na taxa Selic; · que a exigência de multa de oficio ao percentual de 75% caracterizaria confisco. · Ao final, requer o cancelamento do auto de infração. A R. 5' Turma de Julgamento da DRJ RPO (Resoluções n.° 749/2006 e n.° 826,/2007) determinou a remessa dos autos à Unidade de origem para cálculo das compensações efetuadas pela contribuinte, considerandose o critério da semestralidade da base de cálculo do Pis (Lei Complementar n.° 07/70), e, sendo o caso; revisão de oficio do lançamento. O contribuinte, cientificada desse resultado, argumentou: Fl. 1159DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10840.002750/200339 Acórdão n.º 3401003.168 S3C4T1 Fl. 3 3 · que "compensou a Contribuição ao PIS exercendo seu direito, amparado por decisão ,judicial já transitada, em julgado quando da lavratura do presente Auto de Infração (01/07/2003)"; · que a autoridade fiscal teria realizado novo lançamento, ancorado em outras razões, fora do prazo decadencial previsto no art. 149, parágrafo único, do Código Tributário nacional. Sendo assim, deveria ser o auto de infração cancelado; · que seria nulo o lançamento por omissão quanto aos critérios de correção monetária e débitos objeto, da compensação de oficio, e por compensação com débitos vencidos, parcelados, ou extintos por decadência; · , que, no mérito; "não há o que se interpretar 'inventar' com base nas decisões judiciais proferidas em favor da impugnante/contestante, visto que o Judiciário já deveras cuidadoso ao consignar expressamente ao longo do processo todas as condições necessárias à apuração correta do crédito da mesma; o que não foi observado pela dd. Autoridade fiscal"; · que , não caberia cobrança de eventuais diferenças verificadas em compensação de oficio do crédito oriundo de ação judicial com débitos anteriores a 04/1996; · que teria direito a compensação dos tributos recolhidos com base no art. 66 da Lei n.° 8.383, de 1991, e em decisão do STF que declarou inconstitucionais os Decretoslei n.° 2.445 e 2.449, de 1988; que "impõese que a multa em questão seja integralmente.excluída, pois as compensações glosadas (competências de 10/1998 e, 12/1998) foram previamente DECLARADAS AO FISCO por meio de DCTF, o que inclusive DISPENSARIA A , LAVRATURA DE AUTO DE INFRACÃO"; · que por se tratar de compensação realizada ao amparo 'de ação judicial proposta contra a União Federal, estaria evidenciada a denúncia espontânea da infração, sendo assim desarrazoada a imposição de multa punitiva no importe de 75%; · que "as compensações somente foram efetuadas com base em decisão judicial transitada em julgado, portanto inexistiu mora propriamente dita que pudesse até mesmo atrair a incidência de multa moratória, devendo, por analogia ao tratamento dispensado no artigo 151 do Código Tributário Nacional às decisões liminares, permanecer suspensa a exigibilidade do crédito tributário compensado com o crédito do sujeito passivo oriundo da declaração judicial, até que o fisco procedesse à verificação do quantum envolvido para homologar ou não, total ou parcialmente, a compensação realizada"; · Ao final requer acolhimento das preliminares de decadência e nulidade, ou caso não seja esse o entendimento, a homologação das compensações efetuadas, cancelamento do lançamento impugnado e da multa imposta. A R. 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto, após apreciar o que instrui o processo, concluiu "... por acatar os cálculos elaborados pela autoridade fiscal às fls. 521/575, e considerar procedente em parte o lançamento, para: a) excluir a exigência do principal e consectários (multa de ofício e juros de mora) em relação aos débitos da contribuição relativos aos Fl. 1160DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 períodos de Janeiro, fevereiro e março de 1998, por terem sido quitados por compensação (fls. 589); b) excluir a multa de, oficio lançada sobre as demais parcelas, por incidência do instituto da "retroatividade benigna; c) manter a exigência do principal e juros de mora em relação aos débitos da contribuição relativos aos períodos de outubro, novembro e dezembro de 1998." O Acórdão n. 1434.368, de 28/06/2011, ficou assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL ANOCALENDÁRIO: 1998 NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Improcedentes as argüições de nulidade quando não se vislumbra nos autos quaisquer das hipóteses Previstas no art. 59 do Decreto n° 70.235/72. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP ANOCALENDÁRIO: 1998 DCTF. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. A insuficiência de créditos a compensar decorrentes de ação judicial, vinculados. em DCTF a débitos da contribuição para o PIS, enseja o lançamento de oficio. DÉBITOS QUITADOS POR COMPENSAÇÃO. EXCLUSÃO. Excluise do lançamento os débitos regularmente quitados por compensação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1998 APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA. RETROATIVIDADE BENIGNA ' Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo do lançamento. Impugnação Procedente em Parte A recorrente ingressou com recurso voluntário contra o decisum de 1º grau e a manutenção da exigência do crédito tributário não exonerado. Para tanto, repisou sua alegações apresentadas na impugnação, e sublinhou: · que ela valeuse do crédito de PIS oriundo da ação judicial 96.03039875 (TRF 3ª autos n. 97.03.0423744) para extinguir débitos de PIs do período de 04/1996 a 02/1999 em compensações via DCTF do período. Mas que elas foram desconsideradas no processamento eletrônico das DCTF gerando este processo 10840.002750/200339 para a exigência do PIS do 1º e do 4º trimestre de 1998. · E que a RFB em 04/05/2007 efetuou procedimento de compensação e imputação de pagamentos de ofício (fls. 521590 processo em papel), valendose do crédito oriundo da ação judicial, para, entre outros procedimentos equivocados, .., extinguir débitos de PIS que haviam sido em 2003, incluidos no PAES (PAs de 04/1996a 12/1996 e 04/1998 a 09/1998). · que a autoridade administrativa não observou os critérios de atualização definidos pela decisão judicial transitada em julgado; · que a autoridade administrativa, indevidamente aproveitou o crédito oriunda dessa decisão judicial para compensar de ofício débitos anteriores a 04/1996, o que contrariou a decisão judicial que determina a compensação apenas com débitos vincendos. Fl. 1161DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10840.002750/200339 Acórdão n.º 3401003.168 S3C4T1 Fl. 4 5 É o relatório Na sessão de 14 de outubro de 2014, o julgamento foi convertido em diligência, com as seguintes ponderações e demanda à unidade de jurisdição: Resolução n.º 3401000.838 Voto Da leitura da decisão judicial aqui referida tenho que ela determina o aproveitamento do crédito do PIs para compensar débitos futuros de PIS. Ocorre que a recorrente alega que a compensação de ofício realizada pela unidade jurisdicionante, em atenção á diligência requerida pelo Colegiado a quo, aproveitou o crédito em débitos não vincendos ou futuros. E que a compensação de ofício incluiu débitos objeto de parcelamento em vigor e sem anuência do contribuinte. E que esse procedimento implicou em saldo insuficiente para quitar os débitos de PIS do 4º trimestre de 1998. Proponho a este Alto Colegiado converter o julgamento em diligência para retornar á unidade jurisdicionante para que ela possa: · informar a data de ciência do Acórdão de 1º Grau tendo em vista o AR apresentar duas datas de carimbo. · informar se houve aproveitamento do crédito em tela em débitos incluídos em parcelamento e em débitos não vincendos ou futuros, nos termos alegados pela recorrente; · informar o resultado da imputação e apuração na hipótese de não compensar de ofício os débitos submetidos a parcelamento; · idem para os débitos não vincendos; · idem para as duas hipóteses em conjunto. Antes de retornar este processo ao CARF, dar ciência ao contribuinte e abrir prazo para que possa aditar suas considerações. A unidade de jurisdição, em atendimento ao solicitado informou: 1) ITEM 2 (Solicitação do CARF: informar se houve aproveitamento do crédito em tela em débitos incluídos em parcelamento e em débitos não vincendos ou futuros, nos termos alegados pela recorrente) a) Face a existência de débitos declarados em DCTF (fls. 213/229, 242/270), referente a períodos anteriores a 27/05/1996 (data da propositura da ação), no cálculo contestado, houve o aproveitamento de parte dos créditos decorrentes da ação judicial. b) Nas pesquisas efetuadas, foi constatado que os débitos dos períodos de apuração 04/96 a 12/96 e 04/98 a 09/98, foram parcelados e quitados no processo n° 10840.003885/200311 (fls. Fl. 1162DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 901/904). c) No processo n° 10840.001533/200593 (fls. 911/918), o pedido de revisão dos débitos dos períodos 04/98 a 09/98, foi deferido, por estar os débitos em duplicidade nos processos de n° 10840.003885/200311 (fls. 913), que foram parcelados e quitados conforme informado acima (fls. 901/904), e também no processo n° 10840.453175/200410 (fls. 914), que foram excluídos do PAES, conforme despacho decisório de fls. 916 e documento de fls. 919/920. Do exposto acima, concluise que houve o aproveitamento do crédito em tela em débitos incluídos em parcelamento e em débitos não vincendos ou futuros. Porém, deve ser observado que os débitos não vincendos ou futuros, foram declarados em DCTF. 2) ITEM 3 (Solicitação do CARF: informar o resultado da imputação e apuração na hipótese de não compensar de ofício os débitos submetidos a parcelamento) Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 932/995. 3) ITEM 4 (Solicitação do CARF: informar o resultado da imputação e apuração na hipótese de não compensar de ofício os débitos não vincendos) Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 996/1069. 4) ITEM 5 (Solicitação do CARF: idem para as duas hipóteses em conjunto) Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 1070/1133. A contribuinte, cientificada dessas informações, reiterou as alegações que havia apresentado em seu recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo o recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Como vimos, a exigência que chega a esta instância se refere apenas ao débito da contribuição social para os meses de outubro, novembro e dezembro de 1998, uma vez que os julgadores de 1º piso já afastaram a diferença com relação à exigência original. Fl. 1163DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10840.002750/200339 Acórdão n.º 3401003.168 S3C4T1 Fl. 5 7 Uma questão substantiva se apresenta para o prosseguimento deste julgamento. Conforme exposto na sessão anterior, quando da solicitação da diligência, depreendo que a decisão judicial n. 96.03049875 (ingressado pela Justiça Federal em Ribeirão Preto), aqui referida, determina o aproveitamento do crédito do PIs para compensar débitos futuros de PIS. A recorrente alegou que a compensação de ofício realizada pela unidade jurisdicionante, em atenção á diligência requerida pelo Colegiado a quo, aproveitou o crédito em débitos não vincendos ou futuros. E que a compensação de ofício incluiu débitos objeto de parcelamento em vigor e sem anuência do contribuinte. E que esse procedimento implicou em saldo insuficiente para quitar os débitos de PIS do 4º trimestre de 1998. A diligência solicitada por este CARF foi no sentido da unidade de jurisdição verificar se teria sido incluído valores de períodos não vincendos e valores quitados por parcelamento. E a resposta da autoridade administrativa de jurisdição foi positiva, que isso se deu. Vejamos: ITEM 2 (Solicitação do CARF: informar se houve aproveitamento do crédito em tela em débitos incluídos em parcelamento e em débitos não vincendos ou futuros, nos termos alegados pela recorrente) a) Face a existência de débitos declarados em DCTF (fls. 213/229, 242/270), referente a períodos anteriores a 27/05/1996 (data da propositura da ação), no cálculo contestado, houve o aproveitamento de parte dos créditos decorrentes da ação judicial. b) Nas pesquisas efetuadas, foi constatado que os débitos dos períodos de apuração 04/96 a 12/96 e 04/98 a 09/98, foram parcelados e quitados no processo n° 10840.003885/200311 (fls. 901/904). c) No processo n° 10840.001533/200593 (fls. 911/918), o pedido de revisão dos débitos dos períodos 04/98 a 09/98, foi deferido, por estar os débitos em duplicidade nos processos de n° 10840.003885/200311 (fls. 913), que foram parcelados e quitados conforme informado acima (fls. 901/904), e também no processo n° 10840.453175/200410 (fls. 914), que foram excluídos do PAES, conforme despacho decisório de fls. 916 e documento de fls. 919/920. Do exposto acima, concluise que houve o aproveitamento do crédito em tela em débitos incluídos em parcelamento e em débitos não vincendos ou futuros. Porém, deve ser observado que os débitos não vincendos ou futuros, foram declarados em DCTF. (GRIFOS ACRESCIDOS) Ademais, a autoridade administrativa, em atenção ao questionamento deste CARF, respondeu que serão extintos os valores devidos no 4º trimestre de 1998 ao se considerar que eles estão relacionados à situação do aproveitamento do crédito com débitos incluídos em parcelamento e com débitos não vincendos. Vejamos: ITEM 3 (Solicitação do CARF: informar o resultado da imputação e apuração na hipótese de não compensar de ofício os débitos submetidos a parcelamento) Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 932/995. ITEM 4 (Solicitação do CARF: informar o resultado da imputação e apuração na hipótese de não compensar de ofício os débitos não vincendos) Fl. 1164DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 996/1069. ITEM 5 (Solicitação do CARF: idem para as duas hipóteses em conjunto) Efetuando a imputação nessas condições, os débitos do PIS controlados pelo presente (períodos de apuração 01/98 a 03/98 e 10/98 a 12/98), serão extintos. O relatório de cálculo CTSJ encontrase às fls. 1070/1133. Ora, este processo cuida de auto de infração, resultante de procedimento automático de verificação, em que se constituiu e se exigiu crédito tributário em virtude de apuração de irregularidades quanto à quitação de débitos em auditoria da Declaração de Contribuições e Tributos Federais — DCTF, períodos de apuração de 1998. A autuação se apoiou que não havia ficado comprovado o processo judicial que havia sido vinculado aos débitos da contribuição para o PIS. A instância a quo já superou essa suposição inicial da autuação. Mas a revisão de ofício incluiu débitos não vincendos e débitos incluídos em parcelamento. Esta inclusão desatendeu a decisão transitada em julgado na ação em comento, tendo em vista os termos de sua Inicial. A autoridade administrativa de jurisdição reconhece que seriam extintos os débitos do 4º trimestre com a constatação de que se incluiu débitos parcelados e quitados e débitos não vincendo. A meu ver, essas informações confirmam as alegações da recorrente. Sendo assim, proponho a este Colegiado dar provimento ao recurso voluntário pela constatação de que os débitos do 4º trimestre de 1998 foram extintos, nos termos propostos na DCTF declarada pela contribuinte. Proponho não serem consideradas as demais alegações da recorrente, uma vez que prejudicadas por essa questão substantiva do contraditório. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 1165DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 01/ 06/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003870/2003-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1999
LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N 29.
Nos casos de contas bancárias em conjunto é indispensável a regular e prévia intimação de todos os titulares para comprovar a origem dos recursos depositados e/ou creditados nas contas bancárias.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2201-002.812
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Marcio de Lacerda Martins, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Eduardo Tadeu Farah, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ana Cecília Lustosa da Cruz.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N 29. Nos casos de contas bancárias em conjunto é indispensável a regular e prévia intimação de todos os titulares para comprovar a origem dos recursos depositados e/ou creditados nas contas bancárias. Recurso Voluntário Provido.
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CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N 29. Nos casos de contas bancárias em conjunto é indispensável a regular e prévia intimação de todos os titulares para comprovar a origem dos recursos depositados e/ou creditados nas contas bancárias. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Carlos Alberto Mees Stringari Presidente em exercício. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Marcio de Lacerda Martins, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Eduardo Tadeu Farah, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ana Cecília Lustosa da Cruz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 38 70 /2 00 3- 10 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 308 2 Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 2ª Turma da DRJ/STM (Fls. 38), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o contribuinte foi lavrado auto de infração (fls. 147 a 155) referente a Imposto sobre a Renda de Pessoa Física do anocalendário 1998, no qual foi apurado o crédito tributário de R$ 163.305,06, nele compreendido imposto, multa de ofício e juros de mora, em decorrência da apuração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, na forma dos dispositivos legais sumariados na peça fiscal. Tempestivamente, o interessado, por intermédio de seu representante, apresenta a impugnação da exigência às fls. 164 a 170. Suas alegações estão, em síntese, a seguir descritas. Não é cabível considerar que foram omitidos rendimentos na importância de R$238.780,96 na declaração de rendimentos. O patrimônio, constituído por sua casa, um apartamento, três veículos e numerário em banco somam R$ 174.504,00, sendo tudo que o casal conseguiu amealhar durante uma vida de trabalho. Apresentou todos os documentos existentes em seu poder, para comprovar as operações realizadas durante o ano de 1998. Evidentemente, nem todos os documentos foram localizados, pois nunca teve a preocupação de guardar cópias de todos os documentos dos veículos cuja venda intermediava, até porque, documentalmente, a transação era concretizada entre o vendedor e o comprador de cada um deles. A ação fiscal foi iniciada em conseqüência da incompatibilidade encontrada entre as informações prestadas pelas instituições financeiras art. ll, § 2° da Lei n° 9.311, de 24/10/1996, e as informações constantes da Secretaria da Receita Federal. Houve, em 09 de janeiro de 2001, modificação no dispositivo legal que versa sobre a utilização das informações prestadas à Secretaria da Receita Federal pelas instituições responsáveis pela retenção e recolhimento da CPMF: enquanto até aquela data era vedada a sua utilização para constituição do crédito tributário relativo a outras contribuições ou impostos. A partir dela ficou facultada sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento administrativo, do crédito tributário porventura existente. Informações anteriores a 9 de janeiro de 2001 não poderiam ser utilizadas com este fim, dado que a legislação até então vigente Fl. 308DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 309 3 não permitia. Tratase da aplicação do princípio da irretroatividade da lei, consagrado no art. 5°, inciso XXXVI da Constituição Federal de 1988 e no art. 6° da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual a lei nova não deve alcançar fatos pretéritos, mas regular situações presentes e futuras, a partir de sua vigência.. A Lei n° 10.174, entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja, 10 de janeiro de 2001. Assim, informações relativas a 1998, jamais poderia ser objeto de instauração de qualquer procedimento fiscal. No mais, ficou demonstrado que foi praticada uma atividade de intermediação na compra e venda de veículos, assim, do total dos depósitos em contacorrente considerados como receita integralmente tributável haveria que ser descontado o custo, ou seja, quanto foi pago ao vendedor do veículo. Corroborando esta tese, há inúmeros julgados que depósitos em conta corrente não caracterizam, por si só, rendimentos tributáveis. Diante do exposto, requer o cancelamento do auto de infração, considerando: 1. a ilegalidade da utilização de informações anteriores a vigência da Lei n° 10.174/2001 para constituição de crédito tributário; 2. o fato que depósitos em conta corrente não caracterizam, por si só, rendimentos tributáveis; 3. que agiu de boa fé; 4. que há controvérsia quanto à legitimidade da quebra de sigilo bancário pela Receita Federal. Em decorrência da transferência da competência definida na Portaria SRF n° 103, de 29 de janeiro de 2007, veio o processo para julgamento nesta DRJ. Passo adiante, a 2ª Turma da DRJ/STM entendeu por bem julgar o lançamento procedente, em decisão que restou assim ementada: CONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa não tem competência para decidir sobre a constitucionalidade ou legalidade de leis. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A partir de 01/01/1997, Os valores depositados em instituições financeiras, de origem não comprovada pelo contribuinte, passaram a ser considerados receita ou rendimentos omitidos. APLICAÇÃO DA LEI No TEMPO. Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 310 4 Cientificado em 29/09/2008 (Fls. 243), a Sra. IRENE CUSSIANO NATALI, portadora da cédula de identidade RG n.° 3.430.999 (SSP/SP) e inscrita no CPF(MF) sob o n.° 186.840.97831, residente e domiciliada na Rua Tabira, n.° 59, no bairro de Santana, em São Paulo SP, CEP 02013045, viúva de Oldack Natali, interpôs Recurso Voluntário em 28/10/2008 (fls. 247 a 255), informando o falecimento do Contribuinte Oldack Natali, em 9 de maio de 2005, juntando os documentos relativos ao óbito e ao inventário correspondente, juntados ao presente (2), e argumentando: (...) Um erro do banco deu origem à fiscalização I Dos fatos Em decorrência de um erro na informação prestada pelo Banco Itaú S/A (3), relativamente à movimentação bancária apresentada, em 1998, na conta do contribuinte, foilhe determinado que apresentasse a documentação hábil comprovando a origem dos depósitos que a integravam (4). A movimentação correta foi de R$ 477.649,58 (5), ao passo que a informada pelo banco foi de R$ 2.448.933,97 (6) mais de cinco vezes a cifra real. A conta bancária alvo do exame era da titularidade da esposa do contribuinte, consoante foi por ela devidamente esclarecido (7) (...) No Termo de Verificação Fiscal (8) menciona o Senhor Auditor Fiscal que “Em síntese, o cônjuge obtempera que nunca teria exercido atividade remunerada, e que os rendimentos (declarados em conjunto com o marido) seriam provenientes da aposentadoria do marido, de aluguel de 1 apartamento, c da atividade eventual de intermediação de venda de veículos”. (grifamos) (...) II. Do direito Consoante explicitado no Termo de Verificação Fiscal (8), “a ação fiscal, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física, foi iniciada em conseqüência da incompatibilidade “a priori” encontrada entre as informações prestadas pelas instituições financeiras “ex vi" artigo 11, § 2.° da Lei n.° 9.311, de 24/10/96, a as informações constantes nos arquivos da Secretaria da Receita Federal.” (...) Houve, em 09 de janeiro de 2001, modificação no dispositivo legal que versa sobre a utilização das informações prestadas à Secretaria da Receita Federal pelas instituições responsáveis pela retenção e recolhimento da CPMF: enquanto que até aquela data era vedada a sua utilização para constituição do crédito tributário relativo a outras contribuições ou impostos, a partir dela ficou facultada sua utilização para instaurar Fl. 310DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 311 5 procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. (...) Informações anteriores a essa data não poderiam ser utilizadas com o mesmo fim, dado que a legislação até então vigente não o permitia. (...) A alegação de que não existe uma contrapartida de custo do veículo, cuja transação de venda e compra foi intermediada pelo Recorrente, e tributar, como receita, todos os depósitos referentes às operações de venda que transitaram em sua conta corrente bancária, no ano de 1998, e, ainda, considerando que “os escritos apresentados não justificam todos os itens”, conduz às seguintes conclusões: 1. a tributação de todos os depósitos consignados na conta corrente bancária do Recorrente contraria a conclusão do Senhor Auditor Fiscal, bem como a concordância da Senhora Relatora com essa assertiva, uma vez que, se nem todos os itens foram justificados, outros o foram; 2. os itens que foram justificados não deveriam ser tributados; 3. assim sendo, se a tributação incluiu todos os depósitos, há um excesso de exação representado pelos itens que foram justificados , que implica na nulidade dos atos praticados (18). Anexou em conjunto: (1) Procuração (2) Documentos relativos ao inventário do Recorrente (3) Carta do Banco Itaú S/A, assumindo a ocorrência do erro na informação relativa à CPMF (l7/04/2001) (4) Termo de Intimação Fiscal n.° 02/01 (5) Carta do Banco Itaú S/A, informando a cifra correta (30/04/2001) (6) Termo de Início de Fiscalização n.° 200100.6630 (7) Esclarecimentos prestados em resposta ao Termo de Intimação Fiscal (8) Termo de Verificação Fiscal (9) Auto de Infração n.° 081900/03911/02 (10) Acórdão n.° l0806.596: Inadmissível o lançamento com base em extratos bancários Fl. 311DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 312 6 (11) Acórdão n.° 10194.230: Estabelecimento do nexo causal entre os depósitos e fatos concretos enseja dores do ilícito fiscal (12) Acórdão n.° 10705.668: Depósitos não se firmam como presunção legal de omissão de receitas (13) Acórdão n.° 10705.969: Deve ser comprovado o vinculo do valor depositado com a omissão da receita que o originou (14) Acórdão n.° 10705.458: A não comprovação da origem de depósitos não constitui presunção legal de omissão de receita. (15) Acórdão n.° 10245.740: Depósitos bancários não representam, por si só, disponibilidade econômica de rendimentos (16) STF suspende quebra de sigilo bancário pela Receita Federal (17) Declaração de Ajuste Anual 1999 (1998) (18) Artigo sobre Excesso de Exação Dr. Adriano Alves Mendonça (Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis) É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. O auto de infração em tela foi lavrado em decorrência de suposta omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, relativo ao exercício 1999. De início verifico que a DRJ considerou totalmente procedente o lançamento por ocasião da impugnação apresentada pelo ora recorrente.. Quanto à omissão de rendimentos por depósitos bancários de origem não comprovada o contribuinte, em seu recurso, alega a nulidade do lançamento em razão da quebra do seu sigilo bancário e em razão de irretroatividade da Lei nº 9.311/96, com a redação dada pela Lei nº 10.174/2001. Antes da análise de outros argumentos, verifico que a conta que deu ensejo ao lançamento – conta corrente n° 270256 mantida no Banco Itaú não era de titularidade somente do recorrente, haja vista as cópias dos extratos fornecidos pelo banco e juntados aos autos (fls. 115 e seguintes.), que demonstram a existência de outra titular – Irene Cussiano Natali. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 313 7 Entretanto, não consta de nenhum dos Termos de Intimação acostados aos autos a intimação do próprio recorrente para que comprovasse a origem dos depósitos efetuados naquela conta, sendo certo que a outra titular foi a única intimada a fazêlo. Tal fato é reconhecido pela própria fiscalização, que assim dispõe no Termo de Verificação Fiscal; in verbis: "III INTIMAÇÕES Nos termos dos artigos 806, 807, 835, 844, 904, 907, 911, 927 e 928 do RIR/99 Decreto n° 3.000/99, o cônjuge do contribuinte foi intimado, através do Termo de Início de Fiscalização, lavrado em 26/03/2001 (fls. 29), a apresentar os extratos bancários do anocalendário de 1998, (referidos no item II); bem como comprovar, mediante apresentação de documentação hábil a origem dos recursos depositados na instituição financeira. IV DOCUMENTOS APRESENTADOS PELO CÔNJUGE O cônjuge Irene Cussiano Natali em atendimento ao demandado no Termo de Início de Fiscalização apresentou as suas alegações (fls. 64 e 65), em se valendo de demonstrativo intitulado “Quadro auxiliar dos créditos selecionados para análise” (fls. 66 a 67)".(pág. 166 dos autos) (...) VI _ INFRAÇÃO APURADA Omissão de Receita Não obstante intimado, por intermédio do Termo de Início de Fiscalização de 29/03/2001, o cônjuge do contribuinte não apresentou provas pertinentes para afastar a presunção legal de omissão de receita prevista na legislação, a qual preceitua: “Caracterizamse também como omissão de receita ou de rendimento, sujeitos a lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais a pessoa física ou jurídica, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil ou idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (Lei n° 9.430, de 1996, art. 42). § 1° Em relação ao disposto neste artigo, observarseão (Lei n° 9.430, de 1996, art. 42, §§ 1° e 2°): O cônjuge Irene Cussiano Natali não apresentou provas bastantes pois os escritos apresentados não justificam todos os itens discriminados no demonstrativo intitulado “Quadro auxiliar dos créditos selecionados para análise”.(pág. 167 dos autos) Fl. 313DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 19515.003870/200310 Acórdão n.º 2201002.812 S2C2T1 Fl. 314 8 Por oportuno, destaco que não consta nos autos sequer uma planilha da fiscalização indicando, individualmente, os depósitos que deveriam ser comprovados; se limitando a fiscalização a apresentar um totalizador mensal, já no seu Termo de Verificação. De fato, conforme consta no texto destacado acima, a fiscalização intimou a outra titular da conta corrente, no Termo de Início de Fiscalização, de forma genérica; requerendo que a mesma apresentasse os extratos bancários e, em conjunto a identificação das origens dos depósitos. A Súmula CARF nº 29, de aplicação obrigatória por seus Conselheiros, assim dispõe: Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. Assim o procedimento fiscal não está em consonância com as condições impostas pela legislação de regência. Razão pela qual o lançamento não pode ser mantido. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 314DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/ 04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUAD ROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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Numero do processo: 16327.001384/2006-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 03 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri May 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. DEMONSTRAÇÃO.
Na composição do saldo negativo do IRPJ passível de restituição/compensação devem ser computados os valores das estimativas quitadas mediante compensação ou pagamento, e o imposto de renda na fonte devidamente albergado por documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 1402-002.179
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o saldo negativo no ano-calendário de 2003 no montante de R$ 29.970.832,06; homologando-se as compensações até este limite.
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Roberto Silva Junior, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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SALDO NEGATIVO. DEMONSTRAÇÃO. Na composição do saldo negativo do IRPJ passível de restituição/compensação devem ser computados os valores das estimativas quitadas mediante compensação ou pagamento, e o imposto de renda na fonte devidamente albergado por documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o saldo negativo no anocalendário de 2003 no montante de R$ 29.970.832,06; homologandose as compensações até este limite. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Roberto Silva Junior, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 13 84 /2 00 6- 39 Fl. 2515DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Relatório A interessada apresentou Declarações de Compensação pelas quais intentou compensar diversos débitos com suposto crédito referente ao saldo negativo do IRPJ apurado no anocalendário de 2003 no valor de R$ 58.487.727,95. Cabe ressaltar que parte das PER/DCOMP retificadoras apresentadas pela contribuinte, relacionadas na terceira tabela de fls.1243 não foram admitidas, uma vez que a DIORT/DEINF/SP constatou, conforme o Despacho Decisório de fls. 1242/1253, que tais declarações foram apresentadas para aumentar os valores de débitos anteriormente compensados. Além disso, a Autoridade Fiscal verificou irregularidades na apuração do imposto a pagar do anocalendário de 2003, para fim de utilização na compensação de débitos, conforme relatado no Despacho Decisório supramencionado, que se abordará a seguir. Segundo o Fisco, parte das estimativas utilizadas na composição do saldo negativo foram quitadas mediante compensação, tratadas em processos administrativos distintos, e que restaram não homologadas, motivo pelo qual não poderiam ser consideradas na apuração. Foi deduzido o valor de R$ 50.301.944,34 a título de IRRF sobre pagamentos de rendimentos ao exterior. Pelos documentos contidos nos autos, entendeu a Fiscalização que o ônus do imposto foi da interessada não se justificando a dedução. No que se refere ao IRRF no Brasil, a autoridade lançadora não acatou como dedução parte do imposto no valor de R$ 880.727,48 relativo a DARFs com código de arrecadação 8045. Isso porque, considerando que esse código referese em geral a retenção sobre pagamento de comissões e corretagens de responsabilidade da fonte pagadora, não teria ficado demonstrado que a interessado teria assumido esse ônus. Mesmo que assim não o fosse, parte dos DARFs no montante de R$ 102.267,45 não poderia ser aceito por se referir ao período de apuração anterior. O mesmo se aplicaria ao DARF de 20/08/2003 no valor de R$ 11.057,47 pois referese a IOF. Em Manifestação de Inconformidade, a interessada requer o sobrestamento do feito até que sejam julgados em definitivo os processos que tratam da compensação das estimativas. Afirma que celebrou contrato com a filial sediada nas Ilhas Cayman no intuito de obter recursos financeiros. O IRRF incidente sobre remessas ao exterior incidiu sobre os juros pagos e foi suportado pela filial. Ressalta que ofereceu à tributação os lucros auferidos no exterior e, portanto, teria cumprido o único requisito exigido pela legislação para efetuar a compensação. No que se refere aos DARFs no código 8045, aduz que se referem a IRRF sobre comissões e corretagens em sua maioria decorrentes de administração de cartões de crédito e foi recolhido na modalidade de autoretenção. Especificamente quanto aos DARFs, que montam 102.267,45; admite que se referem ao anocalendário de 2002 mas teria atrasado o recolhimento para o mês de janeiro/2003 implicando na ocorrência apenas de postergação. Fl. 2516DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16327.001384/200639 Acórdão n.º 1402002.179 S1C4T2 Fl. 2.516 3 Quanto ao valor de R$ 11.057,47; informado pela Autoridade Fiscal como sendo relativo a recolhimento de I0F, defende que tratase de IRRF, conforme planilhas e balancetes de fls. 2093/2106. Teria havido equivoco por parte do requerente no preenchimento do DARF, que utilizou incorretamente o código 1105 (IOF), quando o correto seria o 8045 (IRRF). Sustenta a necessidade de cancelamento do crédito tributário indevidamente constituído por meio do despacho decisório. Por fim sustenta o princípio da verdade material para justificar as retificações feitas nas Dcomp não acatadas que, portanto, deveriam ser acolhidas. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo SP prolatou o Acórdão 1620.295 considerando a manifestação de inconformidade totalmente improcedente, em decisão consubstanciada na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITO LEGAL DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CRÉDITO EM LITÍGIO ADMINISTRATIVO. incabível a compensação de débitos tributários com créditos que estão em litigo administrativo, pois esses não estão revestidos da liquidez e certeza exigida pela legislação tributária. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECRETO 70.235/72. APENSAMENTO DE AUTOS. SOBRESTAMENTO DE JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal nem para o apensamento de autos e nem para o sobrestamento do julgamento de processo administrativo entre as normas reguladoras do Processo Administrativo Fiscal. Pelo principio da oficialidade, a administração pública tem o dever de impulsionar o processo até sua decisão final. IRRF INCIDENTE SOBRE RENDIMENTOS PAGOS A FILIAL NO EXTERIOR. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. EXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL. A falta de embasamento em provas documentais, bem como a existência de contradições na documentação apresenta pela contribuinte, acabam por prejudicar a escrituração contábil trazida aos autos pelo sujeito passivo. IRRF. CÓDIGO DE RECEITA 8045. ALEGAÇÃO DE RECEBIMENTOS A TÍTULO DE COMISSÃO E Fl. 2517DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 CORRETAGENS. AUSÊNCIA COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL É improcedente a alegação da contribuinte de que apurou IRRF a titulo de operações de comissão e corretagens, devido à absoluta falta de comprovação por meio de documentos hábeis e idôneos, como contratos, faturas, comprovantes de depósito, extratos e relações analíticas das operações comerciais. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DCOMP FORMALIZADA A PARTIR DE 10/2003. A Declaração de Compensação DCOMP protocolizada a partir da entrada em vigor da Medida Provisória n°. 135/2003 constitui confissão de divida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. PER/DCOMP. ERRO DE DECLARAÇÃO. ONUS DA PROVA. ALEGAÇÃO DESACOMPANHADA DE PROVA. Cabe ao manifestante trazer juntamente com suas alegações todos os documentos que dêem a elas força probante. Em linha gerais, a decisão ratificou os principais pontos do despacho decisório. No que se refere ao IRRF sobre remessas ao exterior, acrescenta que os únicos documentos comprobatórios apresentados foram os contratos de câmbio, que demonstrariam a remessa do numerário mas não a operação a que se referem. Nessa questão, suscita ainda algumas contradições na argumentação do sujeito passivo. Devidamente cientificada, a interessada recorre a este colegiado ratificando as razões expedidas na peça impugnatória e apresentando argumentos para justificar as supostas contradições apontadas pela decisão recorrida. A PGFN apresentou contrarrazões, na linha da decisão recorrida. . É o Relatório. Fl. 2518DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16327.001384/200639 Acórdão n.º 1402002.179 S1C4T2 Fl. 2.517 5 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto O recurso é tempestivo e foi interposto por signatário devidamente legitimado, motivo pelo qual dele conheço. Em relação aos valores de estimativa que foram quitados mediante compensação, se os respectivos processos já tiverem decisão definitiva ou ao menos tenham sido apreciados no CARF ainda que sem trânsito julgado, a decisão lá prolatada pode ser aqui aplicada, sem necessidade de juntada dos processos. A situação dos processos é a seguinte: Processos 16327.000655/200396 e 16327.001506/200344: Foram compensadas nesses processos partes da estimativa correspondente ao mês de janeiro nos valores de R$ 20.893.155,76 e R$ 7.612.782,66; respectivamente. Registrando que os processos estão apensados, houve julgamento no CARF consubstanciado no Acórdão 1402002.141 pelo qual foi dado provimento parcial ao recurso voluntário apenas para reconhecer o direito ao crédito adicional de IRRF no montante de R$ 226.825,45 na composição do saldo negativo do anocalendário de 2001. Esse resultado não afeta a estimativas que teriam sido indevidamente compensadas com IRRF incidente sobre remessas ao exterior. Portanto, tais valores não podem compor o saldo negativo. Processo 16327.001507/200399: Nesse processo foram compensadas as estimativas de fevereiro (R$ 25.285.403,87), março (R$ 37.414.167,13) e abril (R$ 20.174.304,00). A compensação não foi homologada e os débitos foram inscritos em dívida ativa. Pelo exame dos autos, constatase que o sujeito passivo efetuou depósito considerado pela autoridade administrativa como garantidor da execução. Sendo assim, os valores podem compor o saldo negativo. Processo 16327.900918/200610: Foi compensada parte da estimativa de setembro (R$ 3.065,08). A compensação não foi homologada pela Unidade Local mas, em apreciação da manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo – SP prolatou o Acórdão 1623371 deulhe provimento e homologou a compensação, habilitando a utilização do valor compensado na formação do saldo negativo. Processo16327.001622/200626: Neste processo foram compensadas parte das estimativas referente ao mês de outubro nas parcelas de R$ 360.460,99 e R$ 454.890,33. Em análise de recurso especial interposto pelo sujeito passivo, a CSRF prolatou o Acórdão 9101001.269 dando–lhe provimento e homologando as compensações. Destarte esses valores podem compor o saldo negativo. Fl. 2519DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 6 Em resumo, no que se refere às estimativas quitadas mediante compensações não acatada pelo despacho decisório e decisão recorrida ( R$ 112.198.229,82), entendo que apenas o valor da estimativa de janeiro (R$ 28.505.938,42) não reúne condições para ser acatado. Em contrapartida aceitase na composição do saldo negativo o valor de R$ 83.692.291,40. Quanto ao IRRF sobre remessas ao exterior, o despacho decisório manifestouse por não considerar o montante respectivo no entendimento de que o ônus teria sido da própria interessada e, portanto, o imposto poderia ser deduzido como despesa, mas não na apuração do saldo negativo. A decisão recorrida, por sua vez, entendeu que os documentos apresentados seriam apenas os contratos de câmbio das remessas, que não seriam hábeis a demonstrar que o fluxo financeiro envolveria o pagamento de juros sobre empréstimos, nos termos suscitados pela interessada. Em sede de recurso voluntário a interessada argúi a nulidade da decisão de primeira instância, que não teria apreciado os argumentos jurídicos apresentados na manifestação de inconformidade concernentes ao IRRF no exterior. Entendo que tal fato não se constitui em irregularidade pois, se a decisão recorrida entende que os contratos de câmbio sequer são hábeis a demonstrar as operações realizadas, qualquer outro argumento apresentado pelo sujeito passivo mostrase irrelevante. Além do mais, penso que o entendimento da decisão recorrida é quase um complemento do despacho decisório em decorrência do fato relevante: a interessada não apresentou os contratos que geraram as obrigações. Natural que existam dúvidas sobre a efetiva natureza das operações que implicaram no IRRF. De qualquer forma, claro está que a análise das autoridades que me precederam abstraiu de questões jurídicas e envolveu, fundamentalmente, um juízo de valoração probante quanto aos documentos apresentados, Tendo em vista que a força probante dos documentos acostados aos autos foi questionada no que tange à habilidade mas não à idoneidade, podemse ter como fatos incontroversos as informações constantes dos contratos de câmbio e dos DARFs. Quanto a esses últimos foram efetuados diversos recolhimentos sob o código 0481 com identificação da interessada. Em relação aos contratos de câmbio, esses documentos identificam que, de fato, o beneficiário da remessa é a filial da interessada nas Ilhas Cayman. Na descrição da operação a que se referem, os contratos fazem menção à remessa de juros referente a commercial papers ou notes, que são modalidades de captação de recursos aqui ou no exterior. A decisão recorrida traz quadro resumo dessas informações. Repitase: a idoneidade dos contratos de câmbio não foi questionada. Sob esse prisma, com a informação de que os recursos estão sendo remetidos à filial em país com tributação favorecida e referemse à amortização de financiamento, não vejo como questionar o objeto do IRRF. As contradições levantadas pela decisão recorrida foram enfrentadas a contento na peça recursal e merecem guarida. Nessa questão cabe registro específico do oferecimento à tributação na interessada dos lucros apurados pela filial (condição necessária para a dedução do IRRF), devidamente demonstrado. Fl. 2520DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16327.001384/200639 Acórdão n.º 1402002.179 S1C4T2 Fl. 2.518 7 Do até aqui exposto, entendo que o IRRF recolhido pela interessada sob o código 0481 no valor de R$ 50.301.944,34 pode ser computado na apuração do saldo negativo do período. Em relação ao IRRF sobre comissões e corretagens (código 8045) no montante de R$ 880.727,48; a decisão recorrida entendeu como insuficientes os demonstrativos apresentados correspondentes a planilhas e registros contábeis, pela inexistência de contratos de prestação de serviços. Na peça recursal foram trazidos alguns contratos nos moldes requeridos. Considero relevante nessa questão os valores informados na DIPJ. No item 0049 da Ficha 53, foi informado o rendimento de 51.890.668,67 e retenção na fonte sob o código 8045 no valor de R$ 778.360,03; compatível com os DARFs e detalhado nas planilhas apresentadas. A informação contida na DIPJ contrasta com a manifestação da decisão recorrida quanto à inexistência de indício de que o valor do IRRF sob discussão corresponderia à prestação de serviços de corretagem. Se o valor da DIPJ não foi contestado especificamente deve ser tido como verdadeiro. Ressalvese o DARF no valor de R$ 11.057,47 que foi recolhido com o código de IOF. Nesse caso, não vislumbrei nos autos elementos que demonstrassem o equívoco cometido na indicação do código de arrecadação. Além do mais, caberia a adoção dos procedimentos para retificação do documento de arrecadação o não foi demonstrado. Sob o mesmo raciocínio, o item 0050 da Ficha 53 indica um rendimento de R$ 6.817.830,00 e retenção na fonte para o mesmo código 8045 no valor de R$ 102.267,45. Tratase do valor correspondente aos DARFs não acatados por se referirem ao anocalendário de 2002. Assim, a DIPJ indica que, apesar das operações se referirem ao anocalendário de 2002, o rendimento e o IRRF correspondente foram contabilizados em 2003. Com a inclusão do rendimento correspondente não vislumbro prejuízo à Fazenda Nacional. A eventual postergação deveria ter sido suscitada pelo Fisco no momento oportuno, antes do prazo decadencial. Em resumo, entendo que o IRRF recolhido pela interessada sob o código 8045 no valor de R$ 869.670,01 (R$ 880.727,48 R$ 11.057,47) pode ser computado na apuração do saldo negativo do período. Quanto à alegação de constituição de crédito por meio de despacho decisório, entendo que não merece prosperar. O pronunciamento da autoridade fiscal avaliou exclusivamente o impacto do não reconhecimento do crédito sob os débitos não compensados, registrando a impossibilidade de utilização de estimativas não quitadas na composição do resultado do ajuste. Por fim,a legislação é clara em não permitir a retificação de PER/Dcomps que não seja para corrigir inexatidões materiais o que por óbvio não incluiria a alteração para aumento do débito a ser compensado. A partir do saldo de imposto a pagar apurado pela decisão recorrida, o resultado do período de apuração seria, com as alterações deste voto: Fl. 2521DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 8 104.893.893.073,69 (83.692.291,40 + 50.301.944,34 + R$ 869.670,01) = (29.970.832.06). Sendo assim, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário e reconhecer o direito ao crédito no montante de R$ 29.970.832.06; homologadose as compensações pleiteadas até esse limite. Leonardo de Andrade Couto Relator Fl. 2522DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 12/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 16696.720128/2013-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue May 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2013
Ementa:
INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece do recurso interposto após o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, previsto no artigo 33 do Decreto n° 70.235/72.
Numero da decisão: 1302-001.827
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em NEGAR CONHECIMENTO ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Presidente.
(assinado digitalmente)
ROGÉRIO APARECIDO GIL - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (Presidente), Ana de Barros Fernandes Wipprich, Alberto Pinto Souza Júnior, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Rogério Aparecido Gil, Talita Pimenta Félix.
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2013 Ementa: INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do recurso interposto após o decurso do prazo de 30 (trinta) dias, previsto no artigo 33 do Decreto n° 70.235/72.
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score : 1.0
Numero do processo: 13603.724631/2011-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri May 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010
OMISSÃO, DÚVIDA OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
Os embargos de declaração não se revestem em via adequada para rediscutir o direito, devendo ser rejeitados quando não presentes os pressupostos de dúvida, contradição ou omissão no acórdão recorrido.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3301-002.961
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Fazenda Pública, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Paulo Roberto Duarte Moreira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Acompanhou o julgamento pelo contribuinte o Dr. Marco Túlio Fernandes Ibrahim, OAB/MG n° 110.372.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010 OMISSÃO, DÚVIDA OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Os embargos de declaração não se revestem em via adequada para rediscutir o direito, devendo ser rejeitados quando não presentes os pressupostos de dúvida, contradição ou omissão no acórdão recorrido. Embargos rejeitados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Fazenda Pública, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Paulo Roberto Duarte Moreira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Acompanhou o julgamento pelo contribuinte o Dr. Marco Túlio Fernandes Ibrahim, OAB/MG n° 110.372.
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010 OMISSÃO, DÚVIDA OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Os embargos de declaração não se revestem em via adequada para rediscutir o direito, devendo ser rejeitados quando não presentes os pressupostos de dúvida, contradição ou omissão no acórdão recorrido. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Fazenda Pública, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Paulo Roberto Duarte Moreira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Acompanhou o julgamento pelo contribuinte o Dr. Marco Túlio Fernandes Ibrahim, OAB/MG n° 110.372. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 46 31 /2 01 1- 31 Fl. 3627DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.628 2 Relatório Em sessão transcorrida em 29 de janeiro de 2016, esta Primeira Turma Ordinária deu parcial provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, nos termos do acórdão nº 3301002.818, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010 PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO PELA AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E NÃO UTILIZADOS NA PRODUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O inciso VI do artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 vincula o creditamento em relação a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado – além de seu emprego para locação a terceiros – a seu uso “na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. Portanto, o legislador restringiu o creditamento da contribuição à aquisição de bens diretamente empregados na industrialização das mercadorias (ou na prestação de serviços), não sendo razoável admitir que seja passível do cômputo de créditos a aquisição irrestrita de bens necessários ao exercício das atividades da empresa como um todo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS COMO INSUMOS. CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. REALIDADE FÁTICA. SERVIÇOS ENQUADRADOS PARCIALMENTE COMO INSUMOS NOS TERMOS DO REGIME. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EM PARTE. No regime de incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003 (art. 3o, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. O escopo das mencionadas leis não se restringe à acepção de insumo tradicionalmente proclamada pela legislação do IPI e espelhada nas Instruções Normativas SRF nos 247/2002 (art. 66, § 5º) e 404/2004 (art. 8o, § 4º), sendo mais abrangente, posto que não há, nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03, qualquer menção expressa à adoção do conceito de insumo destinado ao IPI, nem previsão limitativa à tomada de créditos relativos somente às matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Contudo, deve ser afastada a interpretação demasiadamente elástica e sem base legal de se dar ao conceito de insumo uma identidade com o de despesa dedutível prevista na legislação do imposto de renda, posto que a Lei, ao se referir expressamente à utilização do insumo na produção ou fabricação, não dá margem a que se considerem como insumos passíveis de creditamento despesas que não se relacionem diretamente ao processo fabril da empresa. Fl. 3628DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.629 3 Logo, há que se conferir ao conceito de insumo previsto pela legislação do PIS e da COFINS um sentido próprio, extraído da materialidade desses tributos e atento à sua conformação legal expressa: são insumos os bens e serviços utilizados (aplicados ou consumidos) diretamente no processo produtivo (fabril) ou na prestação de serviços da empresa, ainda que, no caso dos bens, não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Realidade em que a empresa, fabricante de máquinas e equipamentos de grande porte, busca se creditar da contribuição em função de serviços com despacho aduaneiro, contabilidade geral, controle fiscal, contas a pagar e tesouraria, controle de ativo fixo, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, serviços de assessoria e expatriados, serviços os quais dizem respeito a atividades de caráter meramente administrativo, e que, por não estarem relacionados diretamente à atividade produtiva da interessada, não dão direito a creditamento. Diferentemente, poderão alicerçar creditamento os serviços relacionados ao controle de fluxo de produção e de estoque nas instalações fabris (sistema just in time), posto que esses são essenciais ao processo produtivo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES DECORRENTES DA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA INTERESSADA, OU AINDA, PELOS FRETES DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESTINADAS AO ATIVO IMOBILIZADO OU A USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. No regime da nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS a possibilidade de creditamento em relação a despesas com frete e armazenagem de mercadorias é restrita aos casos de venda de bens adquiridos para revenda ou produzidos pelo sujeito passivo, e, ainda assim, quando o ônus for suportado pelo mesmo. Logo, por falta de previsão legal, é inadmissível o creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada, ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES PAGOS NA COMPRA DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. O regime da nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS admite o creditamento calculado a partir de despesas com fretes pagos na compra de insumos adquiridos de pessoas jurídicas. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO DO SALDO CREDOR. AMPLITUDE LEGAL. A possibilidade de compensação ou de ressarcimento em espécie do saldo credor do PIS e da COFINS, antes restrita ao acúmulo de créditos decorrente da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior (sobre as quais não incidem as contribuições em tela), Fl. 3629DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.630 4 passou a alcançar todos os créditos apurados na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como os créditos decorrentes da incidência das contribuições em tela sobre as importações – no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao regime da não cumulatividade – nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, dentre as quais se inclui a aquisição de bens para revenda (inciso I do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004). PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. SALDO CREDOR. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. TRIMESTRALIDADE DA APURAÇÃO. Poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento o saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como do art. 15 da Lei nº 10.865/2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário, em virtude da manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (artigo 17 da Lei nº 11.033/2004). Recurso ao qual se dá parcial provimento O dispositivo do voto condutor do acórdão embargado segue abaixo transcrito: Por todo o exposto, voto para dar parcial provimento ao recurso, no seguinte sentido: I) negar o direito ao creditamento do PIS e da COFINS pela aquisição de bens destinados ao ativo imobilizado (item 3.1 do TVF); II) reconhecer em parte o direito a creditamento para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. (item 3.2 do TVF); III) manter o entendimento da fiscalização pela impossibilidade de creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada (item 3.4 do TVF), ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo (item 3.5 do TVF); IV) quanto à glosa dos créditos calculados sobre fretes pela “falta de identificação das mercadorias transportadas” (item 3.7 do TVF), dar parcial provimento ao recurso, nos termos dos cálculos apresentados pela autoridade fiscal no relatório de diligência de fls. 3555/3560; V) concernente à reclassificação de créditos (item 4.2 do TVF), desconsiderar os ajustes nos cálculos procedidos pela fiscalização, uma vez caracterizada a possibilidade de utilização dos créditos, para fins de compensação ou de ressarcimento, em vista das compras das máquinas e dos veículos destinadas à revenda; Fl. 3630DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.631 5 VI) quanto ao reposicionamento dos créditos (item 4.3 do TVF), dar parcial provimento ao recurso para permitir o ajuste necessário de forma a considerar a incidência de juros e de multa de mora sobre os débitos apenas até o término de cada trimestre data a partir da qual a contribuinte passou a ter direito ao crédito; VII) negar provimento quanto à retificação dos erros de cálculo. (grifouse) Aduz a d. Procuradoria que o acórdão em tela incide em omissão, contradição e dúvida a respeito das questões que elenca, as quais seguem abaixo discriminadas. Especificamente no que concerne ao item II do dispositivo acima transcrito, cujo entendimento foi o de "reconhecer em parte o direito a creditamento para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. (item 3.2 do TVF)", aduz a Fazenda Nacional que referido entendimento se alicerçou no equivocado argumento de que os serviços prestados pela citada empresa seriam inerentes a um "sistema de controle de fluxo de produção e dos estoques ligados à produção", conforme seguinte trecho extraído do voto condutor do acórdão: [...] Contudo, em relação aos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., (“Gerenciamento das operações de transporte ‘Inbound’ Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante”), esses, por estarem relacionados ao controle de fluxo de componentes nas instalações fabris, são essenciais ao processo produtivo, o qual, nas palavras da interessada, “depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time”. Com efeito, não se concebe o exercício da atividade industrial sem um eficaz sistema de controle do fluxo de produção e dos estoques ligados à produção, razão pela qual entendo que os créditos calculados com base nos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. deverão ser mantidos. Nessa parte, portanto, dou parcial provimento ao recurso voluntário para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. Segundo a Fazenda Pública, o equívoco restaria caracterizado diante da leitura da Cláusula Primeira do contrato firmado entre a embargada e a GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., cujo objeto estaria restrito à disponibilização de mãodeobra sob a gerência de órgão de planejamento da CNH. Assim o contrato contemplaria apenas a cessão de mãode obra, e não a prestação de serviços, como, ressalta, entendera a decisão de primeira instância, segundo a qual os serviços prestados pela citada empresa teriam caráter nitidamente administrativo. Fl. 3631DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.632 6 Assim, entende a Fazenda Nacional que deveria ser afastada a possibilidade de creditamento inerente às despesas contratuais com a pessoa jurídica GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda.. Em relação ao item V do dispositivo acima transcrito, concernente ao afastamento da reclassificação de créditos efetuada pela fiscalização (item 4.2 do TVF), entendeu a Fazenda Pública que seria contraditória a interpretação adotada pelo acórdão recorrido, eis que inadmissível o embargado valerse do desconto da base de cálculo do PIS e da COFINS (art. 17 da Lei nº 10.865) conjuntamente com o direito de compensação ou restituição do crédito veiculado pelo artigo 15 da mesma lei. Ressalta que a decisão da DRJ entendeu não ser possível a cumulação de ambos os benefícios fiscais, e que enquanto o artigo 17 da Lei nº 10.865 veicula norma de exclusão do crédito tributário, o artigo 15 da mesma lei trata de previsão de não cumulatividade. Ainda, aduz a d. Procuradoria que o Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário com repercussão geral, já se pronunciara sobre a impossibilidade de utilização concomitante da benesse da exclusão do crédito e da não cumulatividade. Reproduz a ementa do acórdão proferido nos autos do RE nº 398.365/RG, e ressalta que muito embora citado decisum trate do IPI, a questão foi analisada sob a ótica do artigo 153, inciso IV, § 3º, inciso II, da Constituição Federal, aplicável à nãocumulatividade das contribuições sociais. Reportase ainda a Fazenda Pública à interpretação literal de que trata o artigo 111 do CTN. Diante do exposto, e dada a aduzida necessidade de saneamento das supostas obscuridades, contradições e omissões, requer sejam acolhidos e providos os presentes embargos de declaração. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco José Barroso Rios Inicio a análise dos presentes embargos declaratórios apreciando os questionamentos da d. Fazenda Pública quanto ao item II do dispositivo do voto condutor da decisão embargada, cujo entendimento foi no sentido de "reconhecer em parte o direito a creditamento para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. (item 3.2 do TVF)". A Fazenda Nacional alega equivocado o argumento segundo o qual os serviços prestados pela citada empresa são inerentes a um "sistema de controle de fluxo de produção e dos estoques ligados à produção", conforme trecho extraído do voto condutor do acórdão, reproduzido linhas acima. Para a Fazenda Pública, a leitura da Cláusula Primeira do contrato firmado entre a interessada e a GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. restringiria o objeto do contrato à disponibilização de mãodeobra sob a gerência de órgão de planejamento da CNH. Dessa forma, o contrato contemplaria apenas a cessão de mãodeobra, e não a prestação de serviços, Fl. 3632DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.633 7 como, ressalta, teria entendido a decisão de primeira instância, segundo a qual os serviços prestados pela citada empresa teriam caráter nitidamente administrativo. A Cláusula Primeira do contrato referenciado, no qual se alicerça a Fazenda Pública, segue abaixo reproduzida: De pronto, releva destacar que a cláusula primeira acima transcrita não se restringe à "disponibilização de três colaboradores" e, portanto, a mãodeobra, mas também, em parágrafo distinto, à "identificação das restrições dos métodos e processos produtivos (gargalos)" com a sugestão de "alternativas em prazos que possibilitem ações técnicas corretivas". Ou seja, entendemos que o contrato em tela contempla, sim, o "controle de fluxo de componentes nas instalações fabris [...] essenciais ao processo produtivo, o qual, nas palavras da interessada, 'depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time'" (nos termos da decisão embargada). Isso é corroborado pela Cláusula Sétima do contrato em evidência, segundo a qual a execução dos serviços pela contratada ocorrerá, também, "em local diverso das dependências da CONTRATANTE". Confirase: Ademais, conforme demonstrado no voto condutor do acórdão embargado, a suposta restrição do contrato em tela à sessão de mãodeobra não foi levantada em nenhum momento pela fiscalização. Com efeito, a fundamentação adotada pela fiscalização para a glosa do creditamento pelos serviços pagos à empresa GFL foi a impossibilidade de creditamento em face de serviços de "Gerenciamento das operações de transporte "IN Bound" Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante". Isso é reiterado pela fiscalização quando reproduz a ementa da Solução de Consulta Nº 125/2007 da DISIT da 10ª RF, segundo a qual "não gera direito a crédito da Cofins a aquisição de serviços de movimentação e controle de estoques de matériasprimas, materiais de embalagem e produtos acabados, realizados nas instalações da pessoa jurídica ou da própria empresa contratada". Fl. 3633DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.634 8 Foi fundado nessa premissa que analisamos a questão e entendemos que [...] em relação aos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., (“Gerenciamento das operações de transporte ‘Inbound’ Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante”), esses, por estarem relacionados ao controle de fluxo de componentes nas instalações fabris, são essenciais ao processo produtivo, o qual, nas palavras da interessada, “depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time”. Confirase o correspondente trecho da decisão embargada abaixo reproduzido: Das glosas objeto do item 3.2 do TVF: serviços não empregados diretamente na industrialização A fiscalização glosou o creditamento correspondente a alguns serviços que não foram “empregados diretamente na industrialização”. Reproduzo o trecho do relatório fiscal correspondente à questão: Instado, conforme Termo de Intimação nº 0551/2011, a informar quais tipos de serviços prestavam as empresas Fiat do Brasil S/A e GFL Gestão de Fatores Logísticos, e a apresentar os respectivos contratos, a empresa respondeu, em 01/09/2011, o seguinte: “Serviços prestados à INTIMADA pela FIAT DO BRASIL S/A: [...] Serviços prestados à INTIMADA pela GFL GESTÃO DE FATORES LOGÍSTICOS LTDA: • Gerenciamento das operações de transporte "IN Bound" Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante.” Nenhuma destas atividades pode ser considerada como aplicada ou consumida na fabricação de produtos. Os serviços prestados pela Fiat do Brasil S/A, claramente, têm caráter administrativo, mas mesmo os prestados pela GFL não podem ser considerados insumos. Neste sentido, a ementa da Solução de Consulta Nº 125 de 2007 – DISIT – 10ª RF declara: INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DIREITO DE CRÉDITO. SERVIÇOS DE MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE DE ESTOQUES. Não gera direito a crédito da Cofins a aquisição de serviços de movimentação e controle de estoques de matérias primas, materiais de embalagem e produtos acabados, realizados nas instalações da pessoa jurídica ou da própria empresa contratada. As contas contábeis responsáveis pelo registro dos créditos de PIS e COFINS incidentes sobre serviços, conforme resposta ao Termo de Início entregue em 08/06/2011, são as de nos 144240 e 144241, e a esmagadora maioria dos lançamentos referemse a serviços prestados pelas duas empresas mencionadas anteriormente, com algumas exceções: a nota fiscal nº 149087 da Metropolitana Vigilância Comercial, cujo crédito o contribuinte afirmou não ter incluído na base de cálculo, e algumas notas Fl. 3634DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.635 9 fiscais, em 2010, referentes a treinamentos técnicos de diversos tipos, aos quais, pelos mesmos argumentos expostos acima, é vedada a geração de créditos. Deste modo, todo o crédito descrito como “Serviço Nacional” nas memórias de cálculo entregues em 08/07/2011, em resposta ao Termo de Início, deve ser glosado [...] A análise do problema envolve essa que talvez seja a questão mais controvertida em relação à nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS: definir o que são insumos para fins de creditamento das citadas contribuições. [...] Contudo, em relação aos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., (“Gerenciamento das operações de transporte ‘Inbound’ Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante”), esses, por estarem relacionados ao controle de fluxo de componentes nas instalações fabris, são essenciais ao processo produtivo, o qual, nas palavras da interessada, “depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time”. Com efeito, não se concebe o exercício da atividade industrial sem um eficaz sistema de controle do fluxo de produção e dos estoques ligados à produção, razão pela qual entendo que os créditos calculados com base nos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. deverão ser mantidos. Nessa parte, portanto, dou parcial provimento ao recurso voluntário para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. (os destaques em negrito não constam do original) Vale ressaltar, ainda, que, diferentemente do que afirma a d. Procuradoria, a decisão de primeira instância também não se fundamentou na apontada restrição do contrato referido à sessão de mãodeobra, conforme comprova o seguinte trecho da decisão em referência: 4. SERVIÇOS NÃO EMPREGADOS DIRETAMENTE NA INDUSTRIA LIZAÇÃO. ITEM 3.2 DO TVF. A DRF glosou tais despesas em virtude de a legislação somente autorizar o creditamento sobre serviços utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, e desde que aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto e prestados por pessoa jurídica domiciliada no país. Afirma que a contribuinte não observou essa regra ao apurar os créditos das contribuições, indicados nas memórias de cálculo apresentadas, enquanto que, instada a informar quais os tipos de serviços prestados pelas pessoas jurídicas Fiat do Brasil Ltda. e GFL Gestão de Fatores Logísticos, a recorrente esclareceu que a primeira prestou serviços relativos ao comércio exterior, contabilidade geral, controle fiscal, gestão tributária e societária e assessoria a expatriados enquanto que a última teria prestado serviços relativos a gerenciamento das operações de Fl. 3635DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.636 10 transporte e acompanhamento de entrega de materiais e componentes. Nenhuma dessas atividades pode ser considerada como aplicada ou consumida na fabricação de produtos, eis que possuem caráter nitidamente administrativo. Em adição, a DRF informou que os serviços destacados correspondem à esmagadora maioria dos lançamentos contábeis nas contas nº 144240 e nº 144241, com exceção da nota fiscal nº 149087 da pessoa jurídica Metropolitana Vigilância Comercial, cujo crédito a contribuinte informou não ter incluído na base de cálculo, e algumas notas fiscais concernentes a treinamentos técnicos de diversos tipos, aos quais, pelos mesmos argumentos, é vedada a geração de créditos das contribuições em exame. Assim, concluiu a DRF, todo o crédito descrito como “Serviço Nacional” nos documentos acostados, foi objeto de glosa. Conforme evidenciado, podem ser considerados insumos para efeitos fiscais somente aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País, efetivamente sejam aplicados ou consumidos na fabricação ou na produção de bens, ou na prestação de serviços. Desse modo, os serviços em tela não podem ser tidos por insumos. Em adição, embora a requerente alegue que esses serviços são essenciais, não foi o critério da indispensabilidade ou essencialidade, como visto, que motivou a legislação ora em exame. (grifos nossos) Como se vê, também na decisão da DRJ é ressaltado que a natureza dos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. é a de "gerenciamento das operações de transporte e acompanhamento de entrega de materiais e componentes", tendo entendido a decisão de primeira instância, com base na rejeição do critério da "indispensabilidade ou essencialidade" acolhido na decisão embargada , que "nenhuma dessas atividades pode ser considerada como aplicada ou consumida na fabricação de produtos, eis que possuem caráter nitidamente administrativo". Assim, em vista de a aduzida (e equivocada) restrição à sessão de mãode obra no contrato firmado entre a interessada e a GFL, em nenhum momento, ter servido de fundamentação para a glosa dos créditos (seja pela unidade de origem, seja pela DRJ) o que revela inadmissível inovação argumentativa em sede de embargos , e ainda, pelo fato de referido contrato, com efeito, contemplar a "identificação das restrições dos métodos e processos produtivos (gargalos)" com a sugestão de "alternativas em prazos que possibilitem ações técnicas corretivas", demonstrando albergar o "controle de fluxo de componentes nas instalações fabris", como destacado na decisão embargada, entendo que, nessa parte, deverão ser rejeitados os embargos da d. Procuradoria da Fazenda Nacional, eis que demonstrada a perfeita higidez da decisão em tela e, portanto, a ausência de quaisquer dos pressupostos de admissibilidade de embargos de declaração (obscuridade, omissão ou contradição). O d. Procuradoria também se insurgiu contra o entendimento objeto do item V do dispositivo do voto condutor do acórdão embargado, o qual reproduzo novamente: V) concernente à reclassificação de créditos (item 4.2 do TVF), desconsiderar os ajustes nos cálculos procedidos pela fiscalização, uma vez caracterizada a possibilidade de utilização dos créditos, para fins de compensação ou de ressarcimento, em vista das compras das máquinas e dos veículos destinadas à revenda; Fl. 3636DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.637 11 Segundo a Fazenda Pública, seria contraditória a interpretação adotada pelo acórdão recorrido, eis que inadmissível o embargado valerse do desconto da base de cálculo do PIS e da COFINS (art. 17 da Lei nº 10.865) conjuntamente com o direito de compensação ou restituição do crédito veiculado pelo artigo 15 da mesma lei. Ressalta que a decisão da DRJ entendera não ser possível a cumulação de ambos os benefícios fiscais, e que enquanto o artigo 17 da Lei nº 10.865 veicula norma de exclusão do crédito tributário, o artigo 15 da mesma lei trata de previsão de não cumulatividade. Faz referência ainda ao RE nº 398.365/RG, cujo entendimento deveria ter sido observado na decisão embargada. Não obstante, da análise dos argumentos contidos no voto condutor do acórdão recorrido, vêse que, no mesmo, não há nenhuma contradição entre o que foi decidido e os fundamentos do acórdão que justifique o acolhimento dos presentes embargos declaratórios. Tãosomente foi adotada uma interpretação específica dentre entendimentos possíveis na lamentável colcha de retalhos que é a legislação inerente ao regime da não cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS. No caso, o colegiado entendeu que o artigo 16 da Lei nº 11.116/2005, ao admitir a compensação e o ressarcimento também em relação aos créditos decorrentes da incidência do PIS e da COFINS sobre as importações nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, abrangia as mercadorias discriminadas no artigo 17 da mesma Lei nº 10.865/2004, por entender que aduzido dispositivo (artigo 17) trata de um subconjunto das hipóteses amplamente abordadas pelo artigo 15, principalmente considerando o teor do parágrafo 8º do mesmo artigo 17, segundo o qual "o disposto neste artigo alcança somente as pessoas jurídicas de que trata o art. 15 desta Lei" (grifei). Segundo o entendimento exarado no acórdão, a especificidade do artigo 17 referenciado seria inerente à forma de apuração dos créditos, prescrita em seu parágrafo 2º, o qual, no caso dos bens de que trata o § 3º do artigo 8º da Lei nº 10.865/2004 (“máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM”), correspondia a 2% e a 9,6%, respectivamente, para o PIS e para a COFINS, nos termos da redação à época vigente do artigo 1º da Lei nº 10.485/20021, a que remete o inciso III do artigo 2º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003. Exceção, pois, às alíquotas gerais de 1,65% para o PIS e de 7,6% para a COFINS, prescritas pelo caput do artigo 2º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003. Evidentemente, acaso exista dissenso jurisprudencial no âmbito deste CARF, poderá a questão ser questionada via recurso especial, mas não mediante embargos de declaração, eis que este recurso não pode ser utilizado para a rediscussão do direito. Da conclusão 1 Art. 1° As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto nº 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 3637DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724631/201131 Acórdão n.º 3301002.961 S3C3T1 Fl. 3.638 12 Diante do exposto, e considerando que o acórdão recorrido não está eivado de dúvida, omissão ou contradição que justifique a oposição de embargos de declaração, voto para que seja rejeitado o recurso formalizado pela Fazenda Pública, visto que este carece de pressuposto essencial à sua legitimação. Sala de sessões, em 28 de abril de 2016. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios – Relator Fl. 3638DF CARF MF Impresso em 06/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 04/ 05/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS
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