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Numero do processo: 19515.002199/2010-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.209
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1576; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002199/201019 Recurso nº 1 De Ofício Acórdão nº 2201004.209 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 06 de março de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CONTAXMOBITEL S.A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 99 /2 01 0- 19 Fl. 201DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 202DF CARF MF Processo nº 19515.002199/201019 Acórdão n.º 2201004.209 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 203DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 19515.002199/201019 Acórdão n.º 2201004.209 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 205DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.901200/2009-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2010
MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO.
A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material.
Numero da decisão: 2201-004.439
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2010 MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2010 MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 12 00 /2 00 9- 85 Fl. 143DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 141 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 1632.322 8a Turma da DRJ/SP1, o qual julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada em face da não homologação da DCOMP nº 26189.61355.230806.1.3.041505, protocolizada em 03/04/2009. A manifestação de inconformidade (fls. 01 a 03), em face do Despacho Decisório eletrônico n° (de Rastreamento) 821097094 (fl. 04), de 18/02/2009, no qual a autoridade não homologou, por inexistência de direito creditório, a compensação declarada na DCOMP. Na Fundamentação da decisão, a autoridade informa que, consoante os sistemas de controle da RFB, o valor recolhido em DARF, em 28/12/2005, de R$ 461.788,80, código de receita 5706, relativo ao período de apuração de 24/12/2005, declarado na DCOMP como indevido ou a maior, teria sido integralmente utilizado na quitação de débito do interessado (mesmo tributo, valor e período de apuração mencionados), não restando, assim, crédito disponível para compensação. Em conseqüência, apurou valor devedor consolidado para pagamento até 27/02/2009, referente ao débito indevidamente compensado mediante a referida DCOMP, de R$ 218.892,21, de principal, R$ 64.091,63, de juros, e de R$ 43.778,44, de multa. Cientificado da decisão, em 04/03/2009, o interessado apresentou manifestação de inconformidade, em 03/04/2009 (fl. 01), oferecendo, em síntese, as seguintes informações e razões: i) o direito creditório invocado, de R$ 199.518,92, seria líquido e certo porque integraria o pagamento a maior de IRRF Juros Sobre o Capital Próprio, código 5706, efetuado mediante recolhimentos que totalizariam R$ 461.788,80, referentes ao período de apuração da 4a semana de 12/2005, em lugar do total correto, de R$ 262.269,88 (R$ 199.518,92 = R$ 461.788,80 R$ 262.269,88); ii) declarado, equivocadamente, o débito de R$ R$ 461.788,80 na DCTF de 12/2005 (fl. 09), esta teria sido retificada em 20/03/2009 (fl. 10) para conter o valor correto (fl. 11); iii) considerando seu direito à compensação assegurado pelo artigo 74 da Lei n° 9.430/96 e pelos artigos 165 e 170 do CTN, requer seja revisto o Despacho Decisório, homologandose a compensação declarada. Foi prolatado o Acórdão nº 1632.322 8a Turma da DRJ/SP1 (fls. 63/67), que julgou manifestação de inconformidade improcedente, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Data do fato gerador: 28/12/2005 Fl. 144DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 142 3 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. CRÉDITO DE PAGAMENTO ALEGADAMENTE A MAIOR. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO POR FALTA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A mera alegação de que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, como também declarado a maior em DCTF, mesmo posteriormente retificada, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de documentos, registros e demonstrativos que evidenciem, de forma cabal, a efetiva ocorrência de erro na apuração que ensejou o pagamento e o preenchimento da DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Em face dessa decisão, cuja ciência se deu em 14/07/2011 (fl.71) e o recurso voluntário foi protocolado tempestivamente em 15/08/2011 (fls. 72/84), tendo apresentado as razões recursais, a seguir sintetizadas: 1) A tempestividade do recurso voluntário; 2) Que o presente recurso seja recebido com efeito suspensivo. O art. 151, III, do CTN prevê que as reclamações e recursos suspendem a exigibilidade do crédito tributário; 3) No caso concreto, o recorrente efetuou recolhimentos a maior de IRRF e, posteriormente, apresentou a declaração por meio da DCTF. 4) Ocorre que, nos referidos atos ocorreu erro material, o que resultou em recolhimento indevido, surgindo o direito da recorrente à restituição do valor recolhido a maior. 5) A não homologação do crédito compensado inaugura uma nova fase procedimental, representada pelo lançamento do crédito não homologado, consistindo em ato privativo da autoridade administrativa, com base no art. 142 do CTN, cabendo à autoridade administrativa apurar que o valor recolhido foi indevido. 6) Aduz que a postura adotada pela autoridade administrativa viola os princípios da publicidade, motivação e vinculação. Deve, também, prevalecer o princípio da verdade material, por ser dever do ente tributante demonstrar de maneira inequívoca a ocorrência do fato gerador. 7) Os fundamentos apresentados demonstram a improcedência do lançamento decorrente da não homologação da compensação tributária, especialmente porque o ora recorrente apresentou manifestação de inconformidade e demonstrou a ocorrência de recolhimento indevido, que inclusive constou em DCTF retificadora. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 143 4 Por fim, requer seja provido o recurso voluntário para que seja anulado o acórdão recorrido. É relatório. Voto Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Admissibilidade O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Considerações iniciais Suspensão da exigibilidade do crédito tributário Requer o recorrente que o voluntário seja recebido com efeito suspensivo, para sustar quaisquer atos de cobrança. O tema não comporta maiores digressões, uma vez que não há interesse processual nesse aspecto do apelo, sendo certo que não há atos de cobrança em andamento e a suspensão da exigibilidade do crédito é decorrente do protocolo de reclamações e recursos, nos termos do art, 151, III, do CTN, dispositivo legal mencionado no próprio recurso voluntário. Destarte, não há controvérsia a ser dirimida quanto a este aspecto. No mérito Sustenta o recorrente que houve erro material no preenchimento da DCTF, a qual foi posteriormente retificada, fato que o fez recolher valor maior do que o devido. Com base no crédito que entendeu fazer jus, apresentou a DCOMP em referência objetivando quitar outros débitos tributários. Em face da não homologação de sua Declaração de Compensação, entende que se inaugura uma nova fase, que seria o lançamento do crédito tributário do valor não homologado, cabendo à autoridade administrativa observar os ditames traçados pelo art. 142 do CTN. Verificase, pois, que o recorrente, além de não demonstrar em que consistiu o erro material alegado, ainda tenta alterar a distribuição do ônus probatório, transferindo ao Fisco a obrigação que lhe cabia de demonstrar cabalmente que o valor não homologado efetivamente decorreu de um erro, e de teria crédito passível de ser compensado através de DCOMP. Vejamos o que preceitua a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil): Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Fl. 146DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 144 5 II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Essa Turma julgadora já teve a oportunidade de se debruçar acerca do tema em caso análogo ao dos autos, em sessão realizada no dia 07/03/2018, no julgamento do processo nº 10880.920504/200980, da lavra do nobre Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, a quem peço vênia para transcrever excertos do seu voto proferido naquela ocasião, utilizandoos como minha razão de decidir, pelo brilhantismo e capacidade de elucidação da matéria submetida a julgamento: “(...) Como é de elementar sabença, no exercício de seu mister, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais promove a verificação da legalidade dos atos administrativos produzidos no curso do procedimento fiscal e do julgamento em primeira instância, cotejando os fatos identificados e os efetivamente ocorridos com a legislação tributária correspondente. No caso ora sob análise, temos que o contribuinte, utilizando de indébito tributário decorrente de pagamento a maior ou indevido, extinguiu débitos de sua responsabilidade, nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5° O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Dentro do lapso temporal legal, a Autoridade Administrativa emitiu o Despacho Decisório, por identificar que o pagamento que lastreava o crédito utilizado na compensação estaria integralmente comprometido com a liquidação de débito confessado pelo contribuinte em DCTF. Por sua vez, o recorrente reconhece que houve erro nas informações prestadas na DCTF ativa na data análise da DCOMP, tendo apresentado a impugnação alegando que estaria levantando internamente toda a documentação probante do seu direito creditório e providenciando a retificação da DCTF. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 145 6 A criação do Sistema de Controle de CréditosSCC objetivou dar maior celeridade e segurança à necessária conferência dos pedidos de restituição, ressarcimentos e declarações de compensação formalizados pelos contribuintes. Naturalmente, tratase de ferramenta de extrema utilidade e eficiência quando batimentos de sistemas podem indicar a existência dos direitos pleiteados. Por outro lado, quando a complexidade da demanda exige, remanesce a necessidade de análise manual dos créditos pleiteados. Das situações possíveis de serem tratadas eletronicamente, sem sombra de dúvida, os indébitos tributários decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior são, como regra, os que apresentam menor complexidade de análise, já que basta o SCC localizar o pagamento, identificar suas características e verificar, no sistema próprio, se há débitos compatíveis que demonstrem, no todo ou em parte, a ocorrência de um pagamento indevido ou a maior. Assim, não merece prosperar a alegação da defesa sobre a suposta incapacidade dos sistemas da RFB em cruzar informações. Ora, o sistema foi preciso em suas verificações e as alegações recursais sobre o erro no preenchimento da DCTF apenas corroboram a excelência do trabalho efetuado pelos sistemas da RFB. Afinal, nem mesmo o contribuinte havia apurado a efetiva existência do seu direito creditório quando da apresentação da DCOMP ou da impugnação. Menos procedente ainda é a argumentação recursal de que o contribuinte deveria ter sido instado a apresentar explicações à Fazenda Nacional. Se assim fosse, em particular nestes casos mais simples, do que teria adiantado a construção de um sistema eletrônico para tratamento de demandas dessa natureza, já que um simples cotejo de informações declaradas daria lugar a um lento e manual procedimento fiscal? Portando, em uma análise primária, notase que a não homologação em discussão é procedente, o que não impede que se reconheça, em respeito à verdade material, que tenha havido algum erro de fato que justifique sua revisão. Contudo, para tanto, necessário que sejam apresentados os elementos que comprovem a ocorrência de tal erro. Veja o que preceitua a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil): Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Assim, caso a retificação tivesse ocorrido antes do procedimento de homologação, decerto que caberia ao Fisco buscar elementos Fl. 148DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 146 7 que apontassem eventual impropriedade na alteração para menor do débito anteriormente declarado. Contudo, efetuada a retificação em momento posterior àquele em que o Fisco exerce com precisão o seu direito, passa ser do contribuinte o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. Ocorre que o contribuinte limitase a contestar a Decisão recorrida afirmando a ocorrência de mero erro de informação e que estaria providenciando o levantamento do seu crédito e a retificação da DCTF. Ora, não merece prosperar tais conclusões. Não foi trazida aos autos nenhuma documentação que tenha sido produzida em tal levantamento e que pudesse lastrear a alegação de erro. Por outro lado, a DCTF retificadora, ainda que não haja impedimento para que seja apresentada após a não homologação de uma compensação, por si só não se constituiu em elemento capaz de confirmar a correção dos dados nela inseridos. As manifestações doutrinárias e os precedentes administrativos colacionados no recurso não vinculam a presente análise, sendo certo que tantas outras decisões em sentido oposto poderiam ser citadas, com se verifica no Acórdão n° 3201001.713 da 2a Câmara/1a Turma Ordinária: DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Notase que, mesmo sabendo da necessidade de apresentação de elementos probatórios, do mesmo modo agiu o recorrente ao apresentar seu recurso voluntário, lastreando o suposto direito ao crédito unicamente no erro que teria levado à retificação da DCTF levada a termo após o Despacho Decisório de não homologação, quando já decorridos quase 5 anos do fato gerador que pretende ver alterado. É inegável que, comprovada a ocorrência de erro que justifique a alteração de ato administrativo que tenha constituído crédito tributário em razão de infração à legislação tributária, ou mesmo negado direito pleiteado pelo contribuinte, pode a Administração, diante do seu dever de auto tutela, reconhecer efeitos de ofício. Contudo, não há nos autos nenhuma evidência Fl. 149DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 147 8 da ocorrência de tal erro, que se mostra presente apenas nas alegações do recorrente. Assim, não tendo sido apresentado pelo recorrente elementos que justificassem a conversão do julgamento em diligência ou que comprovassem os supostos erros de fato que levaram à retificação da DCTF em momento posterior à Decisão administrativa, correta a decisão recorrida ao negar a conversão do julgamento em diligência e ao entender improcedente a manifestação de inconformidade (...)”. Por derradeiro, temos que não merece prosperar o inconformismo recursal ao alegar ofensa aos Princípios da Publicidade, da Motivação, da Vinculação e da Verdade Material. Todo o procedimento fiscal, inaugurado com a apresentação da DCOMP e o Despacho Decisório, bem como o processo administrativo fiscal, iniciado com o protocoloco da manifestação de inconformidade, até o julgamento do presente recurso voluntário estão estritamente balizados pela legislação que rege a matéria, não havendo que se falar em violação a qualquer norma ou princípio normativo. O recurso voluntário, podemos concluir, trouxe alegações genéricas e evasivas desacompanhadas do indispensável e necessário arrimo probatório. Assim o fez em relação ao ponto nodal da controvérsia, que seria o alegado erro material no preenchimento da DCTF, em que não se teceu nenhuma consideração relacionada às circunstâncias em que se deu esse erro, nem muito menos foi colacionado documentação comprobatória do alegado. Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário apresentado para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Fl. 150DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35403.001016/2005-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/05/2005
PENALIDADE. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À FISCALIZAÇÃO.
Mantém-se a aplicação de penalidade quando evidenciado que a empresa deixou de apresentar documento obrigatório à fiscalização.
Numero da decisão: 2201-004.560
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Dione Jesabel Wasilewski - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DIONE JESABEL WASILEWSKI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/05/2005 PENALIDADE. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À FISCALIZAÇÃO. Mantémse a aplicação de penalidade quando evidenciado que a empresa deixou de apresentar documento obrigatório à fiscalização. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Dione Jesabel Wasilewski Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 40 3. 00 10 16 /2 00 5- 02 Fl. 174DF CARF MF 2 Tratase de auto de infração por inobservância do comando contido no art. 33, § 2º da Lei nº 8.212, de 1991, uma vez que a empresa teria deixado de apresentar à Fiscalização a folha de pagamento e respectiva GFIP relativas ao mês de maio de 2004, bem como a alteração contratual relativa à mudança de endereço. A impugnou à autuação (fls. 18/22) deu origem à DecisãoNotificação nº 21.437.4/0159/2005 (fls. 61/64), que considerou corrigidas as falhas relativas à alteração de endereço e à entrega da GFIP, contudo manteve o auto de infração pela falta de apresentação da folha de pagamento. Inconformada com essa decisão, a empresa interpôs recurso tempestivo (fls. 78/82 e 89), alegando, em síntese, que: 1. Os documentos não foram entregues porque a empresa estava inativa. 2. Na defesa apresentada as falhas foram corrigidas, já que teria apresentado a folha de pagamento e GFIP sem empregados, bem como a cópia da alteração do contrato social com mudança de endereço. 3. O valor da multa foi incorretamente calculado. A fiscalização apresentou contrarazões (fls. 122/125), alegando a existência de inconsistências nas informações prestadas pela empresa. De acordo com a autoridade fiscal: 1. A empresa comprovou a entrega da GFIP referente ao mês de maio/2004, mas ela foi preenchida "sem movimento" porque os empregados teriam sido transferidos para outra empresa. Essa informação, contudo, não foi confirmada pelo sistema CAGED, que informa como último movimento para a empresa receptora 09/2003. 2. Embora tenha apresentado GFIP sem movimento em maio de 2004, não declarou os afastamentos em 04/2004, de forma que os vínculos remanesceram em aberto. 3. Embora os segurados tenham sido declarados na GFIP de 05/2004 por uma terceira empresa, os recolhimentos foram realizados no CNPJ da autuada. 4. Mesmo que os empregados tivessem sido transferidos para outra empresa, persistiria a obrigatoriedade da elaboração da Folha de Pagamentos referente aos contribuintes individuais. Neste CARF, o julgamento do processo foi convertido em diligência pela Resolução nº 20600.021 (fls. 126/130). Desse ato, destaco: Também entendo necessário que se verifique se a recorrente teve movimento, ainda que tenha transferido seus empregados, na competência 05/2004, hipótese em que estaria obrigada a efetuar o pagamento de prólabore aos sócios e elaborar folha para esses segurados. Não obstante o vício verificado antes da decisão de primeira instância, vislumbro a possibilidade de decidir o mérito em favor do sujeito passivo, se restar comprovado após diligência que os empregados foram efetivamente transferidos em abril/2004 e que a empresa não teve movimento em maio/2004. Fl. 175DF CARF MF Processo nº 35403.001016/200502 Acórdão n.º 2201004.560 S2C2T1 Fl. 175 3 O relatório de diligência fiscal apresenta constatações que podem ser assim sumariadas (fl. 134): 1. Constam recolhimentos de contribuições previdenciárias nas competências 05 e 06/2004 no conta corrente da empresa autuada. 2. Consta da RAIS/2004 que os últimos empregados foram transferidos em 01/05/2004, e esta informação foi prestada após o auto de infração. 3. A contribuinte declarou (DIPJ) receita de revenda e serviços no período de maio/2004 a setembro/2004. 4. A GFIP sem movimento foi entregue em 14/03/2006, data posterior à lavratura do auto de infração. Intimada acerca do conteúdo desse relatório (fl. 160), a empresa autuada deixou transcorrer in albis o prazo para manifestação (fl. 162). Novamente neste Conselho, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta relatora. É o que havia para ser relatado. Voto Conselheira Dione Jesabel Wasilewski Relatora O recurso apresentado preenche os requisitos de admissibilidade e dele conheço. Inicialmente, a recorrente alega que os documentos não foram entregues porque ela estava inativa. Conforme foi atestado pelo Relatório de Diligência (fl. 134), a empresa apresentou receita no período, declarada em DIPJ, o que contraria sua alegação. Além disso, no seu conta corrente haveria recolhimentos de contribuições previdenciárias nas competências 05 e 06/2004. Aduz, ainda, que as falhas foram corrigidas na defesa apresentada, já que teria entregue a folha de pagamento e GFIP sem empregados, bem como a cópia da alteração contratual com mudança de endereço. Também essa informação é contrariada por manifestação fiscal, desta feita a DecisãoNotificação nº 21.437.4/0159/2005 (fls. 61/64), que atesta a não apresentação da folha de pagamento, documento obrigatório, já que esteve em atividade no período. Por fim, ao afirmar que o valor da multa foi incorretamente calculado, faz remissão ao art. 32, §§ 4º a 9º da Lei nº 8.212, de 1991, quando a multa de que trata esse Fl. 176DF CARF MF 4 processo tem por base o art. 33, § 2º. Em face do flagrante erro cometido, não há razões para acolher suas alegações. Conclusão Pelas razões expostas, voto por conhecer do recurso apresentado e lhe negar provimento. Dione Jesabel Wasilewski Fl. 177DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.007408/2008-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
DEPÓSITO BANCÁRIO A DESCOBERTO. ÔNUS DA PROVA. MATÉRIA SUMULADA. SUJEITO PASSIVO É O TITULAR DA CONTA BANCÁRIA.
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. Não comprovada a origem dos depósitos em conta corrente bancária, deve ser mantido o lançamento tributário. De acordo com a Súmula CARF nº 26, a presunção estabelecida pelo citado dispositivo legal dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.
Nestes casos, o lançamento em razão da omissão de receita deve ser lavrado em desfavor do titular da conta bancária.
RECURSO DESTITUÍDO DE PROVAS.
O recurso deverá ser instruído com os documentos que fundamentem as alegações do interessado. É, portanto, ônus do contribuinte a perfeita instrução probatória.
Numero da decisão: 2201-004.527
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em rejeitar a proposta de conversão do julgamento em diligência suscitada por membro do Colegiado, vencidos os Conselheiros Carlos Henrique de Oliveira, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho e Douglas Kakazu Kushiyama. Em relação ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares argüidas e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo do tribuno lançado o valor de R$ 5.682,72.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Dione Jesabel Wasilewski, Douglas Kakazu Kushiyama, Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente).
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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ÔNUS DA PROVA. MATÉRIA SUMULADA. SUJEITO PASSIVO É O TITULAR DA CONTA BANCÁRIA. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. Não comprovada a origem dos depósitos em conta corrente bancária, deve ser mantido o lançamento tributário. De acordo com a Súmula CARF nº 26, a presunção estabelecida pelo citado dispositivo legal dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Nestes casos, o lançamento em razão da omissão de receita deve ser lavrado em desfavor do titular da conta bancária. RECURSO DESTITUÍDO DE PROVAS. O recurso deverá ser instruído com os documentos que fundamentem as alegações do interessado. É, portanto, ônus do contribuinte a perfeita instrução probatória. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em rejeitar a proposta de conversão do julgamento em diligência suscitada por membro do Colegiado, vencidos os Conselheiros Carlos Henrique de Oliveira, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho e Douglas Kakazu Kushiyama. Em relação ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares argüidas e, no mérito, em dar provimento AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 74 08 /2 00 8- 04 Fl. 693DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 694 2 parcial ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo do tribuno lançado o valor de R$ 5.682,72. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Dione Jesabel Wasilewski, Douglas Kakazu Kushiyama, Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente). Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de fls. 627/663, interposto contra decisão da DRJ em São Paulo/SP, de efls. 604/620, a qual julgou parcialmente procedente o lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física – IRPF de fls. 217/222, lavrado em 26/11/2008 – Mandado de Procedimento Fiscal nº 008.1.90.002007029003, relativo ao anocalendário de 2003, com ciência do RECORRENTE em 27/11/2008 (fl. 225). O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado em função da omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica e da omissão de rendimentos decorrente de depósito bancários de origem não comprovada. O valor total do crédito tributário foi de R$ 470.123,95, já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e a multa de ofício de 75%. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal de fls. 214/216, a autoridade fiscal individualizou os créditos realizados nas contas mantidas pelo fiscalizado nos bancos Itaú S/A e Itaubank S/A e, ato contínuo, o intimou para comprovar a origem de cada um dos recursos individualizados. Após a apresentação de resposta e nova intimação, a fiscalização concluiu que os créditos individualizados, relacionado na planilha anexa (fls. 209/213), são rendimentos omitidos e elaborou o quadro abaixo a fim de consolidar, por mês, estes valores: Fl. 694DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 695 3 Quanto à omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, o TVF expõe o seguinte: “ recebimento da Rio Bravo Investimento S/A DTVM (R$ 21.397,30, em 13/06/2003), referente ao pagamento dos meses de abril e maio/2003, posto que não coincidem com os valores líquidos declarados em DIRF, a saber R$ 6.101,93 em abril e R$ 1.826,97 em maio, donde considerarseá como omissão de rendimentos a diferença de R$ 13.468.40.” Da Impugnação O RECORRENTE apresentou sua Impugnação de efls. 226/250 em 23/12/2008. Ante a clareza e precisão didática do resumo da Impugnação elaborada pela DRJ em São Paulo/SP, adotase, ipsis litteris, tal trecho para compor parte do presente relatório: “Transcorrido o prazo regulamentar para apresentação de defesa ou pagamento do débito em epígrafe, o contribuinte apresentou manifestação tempestiva às fls. 224/248 através de advogada, anexando procuração com poderes específicos às fls. 250, documentos às fls. 251/503, alegando em síntese que: > conforme planilha de fls. 228 e 235, os depósitos originamse de créditos mantidos junto à sociedade Swiss Park Incorporadora S/C Ltda, no valor de R$ 2.339.121,36 em 31/12/2003, oriunda de venda de imóvel ocorrida em 1996 com isenção tributária prevista pela Lei n.° 7.713/88. O crédito registrado em favor do autuado também se dá em relação a outros três irmãos (proporção de 12,5% para cada um) e a sua mãe, Sra. Karolina Z. Lewandowska (50%), conforme se infere de dados da DIRPF/2004. Em maio de 2003 o valor de R$ 10.000,00 foi transferido ao impugnante da conta corrente que sua mãe mantinha no Banco Itaú, o mesmo ocorrendo com o valor de R$ 24.700,00 levada a efeito em 02/12/2003. Cabe a fiscalização a confirmação de que os valores depositados em conta corrente eleita pela família para esse fim foram pagos pela empresa Swiss Park ou por outras pessoas físicas e jurídicas por conta e ordem dela. Requer a expedição de ofício ao Banco Fl. 695DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 696 4 Bradesco íncorporador do BCN com vistas a apresentar boletos bancários que atestam que a conta corrente se traduzia única e exclusivamente de movimentação atinente aos créditos que a família mantinha perante a Swiss Park; > conforme planilha de fls. 238, os créditos no total de R$ 27.550,00 originamse de valores inicialmente depositados na conta corrente de seu irmão, Aloísio Marcelo Lewandowski, conforme contratos de locação em anexo, depois rateados entre sua mãe e irmãos na razão de 1/5 para cada um; > R$ 5.682, 72 tem origem no instrumento particular de venda e compra de ações firmado com a UBF Garantias S/A; > R$ 27. 000, 00 (R$ 17.000,00 em 24/09/2003 e R$ 10.000,00 em 03/10/2003) – traz empréstimo que guarda relação com a esposa de seu irmão, Mônica Haddad Lewadowski que quitou parte dele em setembro e outubro de 2003. Encontrase reproduzido na declaração de bens do impugnante, sendo que apresenta mensagens eletrônicas e extratos bancários para comprovação do alegado; > R$ 100.000,00 (R$ 10.000,00 em 23/09/2003 e 23/09/2003 e R$ 80.000,00 em 24/09/2003) apresenta extratos bancários do impugnante e de sua mãe acusando a transferência de numerário bem como a informação do mútuo na DIRPF/2004 de sua genitora; > R$ 50.308,10 depósito em favor da esposa Valéria Lewandowski tratase de valor depositado pela sogra do impugnante em virtude de alienação de imóvel que sua esposa figurava como condômina; > conforme planilha de fls. 245, a natureza dos recursos informados na coluna “Maciel e irmãos" não dá conta de recursos estranhos, mas de contribuintes que mantém com o impugnante relação familiar. Não tendo a autoridade fiscal comprovado qualquer vínculo contraprestacional entre o autuado e familiares, a tributação deve ser afastada, já que na relação familiar, presumese a inexistência de fato gerador de imposto de renda; > os itens "Gol, Sul América e outros ” referemse a reembolsos de despesas que acompanha o dia a dia de qualquer cidadão; > R$ 841,53 referese a reembolso de despesas da Sul América conforme documentos em anexo; > R$ 157,00 referese a reembolso de passagem aérea conforme já informado no curso da ação fiscal; > o impugnante é empresário tendo ostentado o cargo de diretor da Rio Bravo Investimentos S/A DTVM no período fiscalizado. Deve ser afastado a tributação do valor de R$ 22.622,61 se comparado os valores recebidos a título de reembolso de despesas (R$ 7.062,32), retenção de aplicações financeiras (R$ Fl. 696DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 697 5 107.973,40) e de prolabore (R$ 12.358, 76) e que o cômputo do IR representou saldo a pagar de R$ 2.928,14; > requer o acolhimento da impugnação e improcedência do lançamento, especialmente a perícia requerida perante a conta corrente mantida junto ao BCN/Bradesco Marília; Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, a DRJ em São Paulo/SP julgou parcialmente procedente o lançamento, conforme acórdão com a seguinte ementa (fls. 604/620): ASSUNTO: IMPOSTO SODRE A RENDA DE PESSOA FÍSRCA IRPF Exercício: 2004 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. Constituemse em base de incidência de imposto de renda da pessoa física rendimentos auferidos provenientes de pessoa jurídica. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. APRESENTAÇAO DE DOCUMENTOS COMPROVAÇAO DE QRIGEM DOS CREDITOS EM CONTA CORRENTE. A partir de 1° de janeiro de 1997, com a entrada em vigor da Lei 9.430 de 1996, consideramse rendimentos omitidos autorizando o lançamento do imposto correspondente os depósitos junto a instituições financeiras quando o contribuinte, após regularmente intimado, não lograr êxito em comprovar mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados. Somente enseja a revisão do lançamento à apresentação pelo contribuinte de prova robusta que comprove a origem de depósito bancário lançado como omissão de rendimento pela autoridade fiscal. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” A autoridade julgadora de primeira instância exonerou o crédito tributário de R$ 48.125,00 (R$ 27.500,00 de imposto + R$ 20.625,00) pois reconheceu a idoneidade da documentação apresentada pelo contribuinte para justificar o depósito de R$ 100.000,00 (dois valores de RS 10.000,00 creditados em 23/09/2003 e R$ 80.000,00 em 24/09/2003) feito em razão de contrato de mútuo entre o contribuinte e sua mãe. A DRJ entendeu por manter o saldo remanescente, afirmando que o contribuinte não logrou em comprovar, com a individualização e exatidão necessária, a origem dos demais depósitos bancários, quais sejam: (i) Em que pese a comprovação de que o RECORRENTE possuía créditos com a Swiss Park Incorporadora S/C no valor de R$ 2.841.032,36 em 31/12/2002, não há Fl. 697DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 698 6 correspondência entre os valores declarados como amortização da dívida entre os anos calendário de 2002 e 2003, de R$ 501.911,00, e montante efetivamente depositados de R$ 472.166,00. Da mesma forma, os depósitos de R$ 10.000,00 e de R$ 24.000,00 repassados pela mãe do contribuinte sob o mesmo título também não foram devidamente individualizados e comprovados; (ii) Quanto aos valores declarados como proveniente de contrato de aluguel firmado entre o contribuinte e seu irmão, o RECORRENTE não há identidade de valores entre os constantes no instrumento contratual apresentado e os depósitos efetuados. Ademais, o contribuinte não juntou os contratos relativos ao período fiscalizado, anexando um contrato referente ao ano de 2001 e um termo que apenas consta que o aluguel equivalerá a 20% das comissões estabelecidas pelo Conselho Nacional do Petróleo para o revendedor; (iii) Não há identidade de data e valor entre o montante justificado como oriundos da compra e venda de ações da empresa UBF Garantias S/A e o depósito bancário recebido; (iv) Não há instrumento contratual apto para comprovar o mútuo firmado entre o RECORRENTE e a esposa de seu irmão, no valor total de R$ 27.000,00, bem como não consta na declaração de bens e direitos da Sra. Mônica Haddad Lewandoswki qualquer menção de mútuo com o RECORRENTE; (v) Quanto ao depósito no valor de R$ 50.308,10 que o contribuinte afirma ter sido feito em favor de sua esposa, em função da alienação de imóvel cuja mesma era condômina, não há identidade entre os valores constantes na Declaração de Imposto de Renda do espólio do sogro do Recorrente, no qual consta um crédito de R$ 15.000,00 a ser pago para esposa do RECORRENTE em função da alienação do imóvel em comento, e o valor efetivamente recebido de R$ 50.308,10; (vi) Os documentos de apresentados para comprovar os depósitos diversos de pequeno valor não são capazes de ilidir quaisquer dos créditos relacionados pela autoridade fiscal; (vii) As alegações prestadas pelo RECORRENTE não foram suficientes para afastar a presunção de rendimentos oriunda da diferença entre os valores declarados pelo contribuinte e pela pessoa jurídica Rio Bravo Investimentos S/A DTVM. Do Recurso Voluntário O RECORRENTE, devidamente intimado da decisão da DRJ em 30/11/2009, conforme termo de ciência de efl. 626, apresentou o recurso voluntário de efls. 627/663 em 23/12/2009. Em suas razões, reiterou os argumentos da Impugnação aplicáveis à parte mantida do lançamento. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Fl. 698DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 699 7 Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. PRELIMINAR DE NULIDADE O RECORRENTE alega que o lançamento seria nulo por ter considerado, na apuração do crédito tributário, o imposto pago no valor de R$ 18.805,87, enquanto que o imposto efetivamente pago pelo RECORRENTE teria sido de R$ 21.509,74, conforme fl. 689. Em princípio esclareço que um equívoco dessa natureza não é capaz de anular o lançamento. Sobre o tema, cito o o art. 59 do Decreto nº 70.235/72: “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” No caso, um suposto equívoco quanto ao valor já pago de imposto pelo contribuinte é mero erro de cálculo que não implica em preterição do direito de defesa da parte. Ademais, o valor de R$ 18.805,87 foi extraído da própria declaração do RECORRENTE, onde se apurou tal quantia como imposto devido no exercício (fl. 04). No caso, verifico que as guias de fl. 689 apresentadas pelo RECORRENTE foram pagas em 2009 sob código da receita 2904 (IRPF LANÇAMENTO DE OFÍCIO). Verifico no número de referência que tais guias referemse ao presente processo. Ou seja, trata se de valor que o contribuinte reconheceu como devido e já efetuou o pagamento. Portanto, a unidade preparadora deve verificar o recolhimento do imposto e abater de eventual crédito tributário remanescente do presente processo. Neste sentido, deve ser afastado o pleito de nulidade do processo. PERÍCIA Quanto ao pedido de perícia, entendo não ser medida necessária ao deslinde da presente demanda. Não se trata o presente caso de matéria de fato controvertida ou de matéria jurídica de natureza técnica cuja comprovação não possa ser feita no corpo dos autos. Em verdade, tratase de deficiência na defesa do contribuinte que não logrou em apresentar Fl. 699DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 700 8 documentação específica para comprovar suas alegações, conforme razões que serão apresentadas ao longo do presente voto. Desta forma, tomando como base o disposto no artigo 18 do Decreto n° 70.235, de 1972, com a redação dada pelo art. 1° da Lei n° 8.748, de 1993, decido por negar o pedido de perícia proposto. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA Foi lançado o imposto de renda relativo a depósitos efetuados em contas bancárias de titularidade do RECORRENTE, ao longo do ano de 2003, cujos extratos encontramse acostados às fls. 17/93. Durante a ação fiscal, o RECORRENTE foi intimado para a comprovar, mediante apresentação de documentação hábil e idônea, a origem dos créditos/depósitos ocorridos em suas contas bancárias (fl. 96). Em resposta, o RECORRENTE juntou os documentos comprobatórios de fls. 107/197. Posteriormente, a fim de buscar mais esclarecimentos sobre as alegações do RECORRENTE, este foi novamente intimado para comprovar suas alegações (fl. 200). Em que pese a autoridade fiscal ter reconhecido a procedência de alguns dos depósitos, o fisco procedeu com a lavratura do auto de infração dos depósitos não comprovados (fls. 209/213). Em princípio, devese esclarecer que o art. 42 da Lei nº 9.430/1996 prevê expressamente que os valores creditados em conta de depósito que não tenham sua origem comprovada caracterizamse como omissão de rendimento para efeitos de tributação do imposto de renda, nos seguintes termos: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. A presunção de omissão de receita estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 9.430/96 autoriza o lançamento quando a autoridade fiscal verificar a ocorrência do fato previsto, não sendo necessária a comprovação do consumo dos valores. A referida matéria já foi, inclusive, sumulada por este CARF, razão pela qual é dever invocar a Súmula nº 26 transcrita a seguir: “SÚMULA CARF Nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei Nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.” Fl. 700DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 701 9 Portanto é legal a presunção de omissão de rendimentos por depósitos bancários de origem não comprovada, a qual pode ser elidida por prova em contrário, o que não aconteceu no presente caso. A única forma de elidir a tributação é a comprovação, pelo contribuinte, da origem dos recursos depositados nas contas correntes mediante documentação hábil e idônea. Para afastar a autuação, o RECORRENTE deve apresentar comprovação documental referente a cada um dos depósitos individualizadamente, nos termos do §3º do art. 42 da Lei nº 9.430/1996. O art. 15 do Decreto nº 70.235/72 determina que a defesa do contribuinte deve estar acompanhada de toda a documentação em que se fundamentar: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Deve, então, o RECORRENTE ter comprovado a origem dos recursos depositados na sua conta bancária durante a ação fiscal, ou quando da apresentação de sua impugnação/recurso, pois o crédito em seu favor é incontestável. Sobre o mesmo tema, importante transcrever acórdão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Anocalendário: 1998 (...) IMPOSTO DE RENDA TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS REGIME DA LEI Nº 9.430/96 POSSIBILIDADE A partir da vigência do art. 42 da Lei nº 9.430/96, o fisco não mais ficou obrigado a comprovar o consumo da renda representado pelos depósitos bancários de origem não comprovada, a transparecer sinais exteriores de riqueza (acréscimo patrimonial ou dispêndio), incompatíveis com os rendimentos declarados, como ocorria sob égide do revogado parágrafo 5º do art. 6º da Lei nº 8.021/90. Agora, o contribuinte tem que comprovar a origem dos depósitos bancários, sob pena de se presumir que estes são rendimentos omitidos, sujeitos à aplicação da tabela progressiva. (...) Recurso voluntário provido em parte. (1ª Turma da 4ª Câmara da 1ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; julgamento em 04/02/2009)” Esclareçase, também, que a atividade de lançamento é vinculada e obrigatória, devendo a autoridade fiscal agir conforme estabelece a lei, sob pena de responsabilidade funcional, nos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional – CTN: Fl. 701DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 702 10 “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Desta forma, passamos a analisar, individualmente, as justificativas apresentadas pelo RECORRENTE para comprovar a origem dos depósitos bancários. Créditos oriundos da Swiss Park Incorporada S/C e da Sra. Karolina Lewandoska em função da amortização de créditos relativo à alienação de quota parte de imóvel para mencionada PJ (valor de R$ 472.116,00) Defende o RECORRENTE que o montante de R$ 472.116,00 é oriundo de crédito perante a empresa Swiss Park, o qual é amortizado ano a ano na proporção de 50% para sua mãe e 12.5% para cada filho, de forma que em 2002 o crédito remanescente da sua progenitora era de R$ 11.364.125,07 e de cada filho R$ 2.841.032,36. Em que pese existir crédito não tributável em favor do RECORRENTE advindos da empresa Swiss Park, e que de fato este crédito foi amortizado no ano de 2003 na ordem de R$ 501.911,00, o contribuinte não logrou em comprovar que os ingressos de R$ 472.116,00 são oriundos de tal amortização. Explico. Conforme previamente definido, é dever do contribuinte comprovar individualmente e através de documento hábil a origem de cada um dos depósitos efetuadas em sua conta. Contudo, o RECORRENTE apenas se limita a formular declarações genéricas de possíveis razões que levaram a incompatibilidade entre o valor declarado como amortizado no ano de 2003 e os depósitos efetuados, in verbis: “Ora, se absolutamente TODOS os depósitos do RECORRENTE foram identificados, se correspondem a mais do que doze milhões de reais e se dentro dos doze milhões não há a combinação para se chegar em R$ 501.911,00 (quinhentos e um mil, novecentos e onze reais), mas sim em R$ 472.116,00 (quatrocentos e setenta e dois mil e cento e dezesseis reais) não seria razoável a interpretação de que no lugar de amortizar o crédito perante a Swiss Park em R$ 501.911,00 (quinhentos e um novecentos e onze reais), o correto deveria ter sido, na declaração de bens, a diminuição de um ano para o outro no importe de RS 472.116,00(quatrocentos e setenta e dois mil e cento e dezesseis reais)? Ou, eventualmente, não seria razoável constatar que o crédito pode ter sido sim amortizado em R$ 501.911,00 e o efetivo ingresso na conta do RECORRENTE ter ficado na ordem de R$ 472.116,00, por conta de a diferença, i.e. R$ 29.795,00 ter sido paga pela Swiss Park na conta eleita pela família, mas lá Fl. 702DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 703 11 represada para em outro ano 'calendário ser disponibilizado ao RECORRENTE? Em razão da inversão do ônus da prova fruto da presunção de omissão de rendimentos nos casos de depósito sem origem comprovada, caberia ao RECORRENTE comprovar, efetivamente a origem dos créditos, e não ter se limitado a alegações genéricas do que pode ter ocorrido. Não cabe ao fisco, inclusive por força da estrita vinculação legal do ato de lançamento, afastar a presunção com base em cenários hipotéticos. Ante a ausência nos autos de documentação hábil e idônea para comprovar como proveniente da amortização do crédito não tributável que possui em favor do Swiss Bank os valores depositados, não pode o fisco afastala com base em alegações genéricas. Dos aluguéis recebidos (R$ 27.550,00) Neste ponto, entendo que não merece prosperar a alegação do RECORRENTE. Para comprovar a origem dos depósitos como proveniente de alugueis de imóveis não residenciais, o contribuinte junta ao processo 5 contratos de aluguéis, nos quais constam como locadores ele, seus irmãos e sua progenitora, e sempre com cláusula específica determinando o depósito dos valores na conta de seu irmão Aloísio Marcel Lewandowski. Apesar das evidências apontarem que tais valores são oriundos da renda de alugueis, ante a habitualidade dos depósitos e a previsão contratual, a documentação acostada não apresenta identidade de valores e datas, especificamente no tocante aos instrumentos contratuais de fls. 489/494 (Locatária: Posto de Serviços Terra Nova LTDA.), fls 495/500 (Locatária: Primus Prestação de Serviços Empresariais LTDA.) e fls. 501/507 (Locatária: Transempre Transportes Ltda.), pois ou não estipulam um valor fixo em Reais ou são demasiadamente antigos para comprovar o valor efetivamente recebido, em função dos prováveis reajustes sofridos. Por fim, perceba que existe clara incompatibilidade entre os valores declarados pelo próprio RECORRENTE em sua declaração anual como proveniente de alugueis (R$ 21.827,39) e os valores que o RECORRENTE alega terem sido efetivamente recebidos a este título (R$ 27.550,00). Este fato pode levar a uma das duas conclusões lógicas: (i) os valores que o contribuinte alega terem sido recebidos a título de aluguel foram, em verdade, recebidos a outro título de origem não comprovada; ou (ii) o contribuinte dolosamente declarou montante inferior em sua declaração anual com o intuito de fraudar o fisco. Independente de qual seja o caso, a documentação não cumpre os requisitos de identidade de valor e data para afastar a presunção legal de omissão de rendimentos. Contrato de venda de ações (R$ 5.682,72) Neste ponto, entendo que merecem prosperar as alegações do contribuinte quanto ao depósito de R$ 5.682,72 creditado em 03/04/2003 em função da alienação de ações Fl. 703DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 704 12 entre o RECORRENTE e a UBF GARANTIAS S.A, conforme instrumento particular de compra e venda de fls. 524/525. O referido instrumento estabelece que o RECORRENTE alienou à compradora 476.595.454 ações ordinárias nominativas representativas de 2,4366% do capital social da empresa UBF Garantias S/A, pelo preço certo e ajustado de R$ 304.924,52, com data base de 31/12/2002. De acordo com a cláusula 2° do referido instrumento: “O preço ora ajustado será pago em 05 (cinco) parcelas iguais e consecutivas, no valor de R$ 60.984,90 (sessenta mil, novecentos e oitenta e quatro reais e noventa centavos) cada uma, corrigidas desde a data base acima mencionada pelo IGPM e acrescidas de juros de l2% ao ano até a data do efetivo pagamento, vencendose a primeira em 31/03/2003, e as demais em 30/09/2003, 31/03/2004, 30/09/2004, e 31/03/2005, quanto então o VENDEDOR dará à COMPRADORA, plena e geral quitação.” A DRJ demostrou através de cálculos (fl. 615) que ao aplicar o índice IGPM do período de dez/2002 a mar/2003, acrescido dos juros de 12% a.a. prorata die, a diferença da parcela corresponderia ao montante de R$ 7.197,56 e não ao valor de R$ 5.682,72 creditado em 03/04/2003. Assim, entendeu que referido depósito não corresponderia à atualização da parcela da venda da participação societária. No entanto, a autoridade julgadora de primeira instância apurou o valor bruto do que seria devido ao RECORRENTE a título de juros e correção monetária, ao passo que o valor depositado na conta do contribuinte é líquido, tendo em vista que a compradora procedeu com a retenção e recolhimento do imposto de renda sobre os juros e outros acréscimos pagos em função da alienação da participação societária, conforme comprovante de rendimentos de fl. 527. O acima exposto, aliado ao fato de que o extrato de fl. 536 informa expressamente que o valor de R$ 5.682,72 creditado em 03/04/2003 é proveniente da UBF GARANTIAS, converge para a conclusão de que tal valor corresponde à correção e juros da parcela paga em março/2003 relativa ao instrumento particular de compra e venda de fls. 524/525. Em suma, verifico que o crédito no valor de R$ 5.682,72, datado de 03/04/2003, tem a fonte pagadora identificada (fl. 536), o instrumento particular de compra e venda firmado com tal fonte pagadora prevê o pagamento de juros e atualização sobre cada parcela paga (fls. 524/525), houve o crédito da primeira parcela em março/2003 (conforme extrato bancário de fl. 534) e a fonte pagadora efetuou a retenção e recolhimento de imposto de renda naquele anocalendário, conforme informe de rendimentos de fl. 527, o qual informa que o os rendimentos (no total de R$ 15.873,20 e IR retido de R$ 3.518,97) “referemse a juros e outros acréscimos, pagos por pessoas jurídicas a pessoa físicas, pela alienação de bens e direitos a prazo”. Sendo assim, entendo que o crédito de R$ 5.682,72 efetuado em 03/04/2003 corresponde à correção da parcela paga pela venda de participação societária à UBF Garantias, Fl. 704DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 705 13 sendo devidamente tributado e, portanto, deve ser excluído da base de cálculo do tributo lançado por omissão de rendimentos. Contrato de Mútuo – Mônica Haddad Lewandowski (R$ 27.000,00) Alega o contribuinte que os depósitos de R$ 17.000,00, efetuado em 24/09/2003 e de R$ 10.000,00, efetuado em 03/10/2003 tratamse de amortização de empréstimo firmado entre ele e a esposa do seu irmão, Mônica Haddad Lewandowski. Não merece prosperar a alegação do contribuinte, pois o mesmo não comprova a efetiva saída dos recursos. Perceba que na tabela apresentada as fls. 656 o RECORRENTE informa que houve saída de recursos nos dias 27/05/2003 (R$ 16.000,00), 29/06/2003 (R$ 25.600,00), 27/11/2003 (R$ 29.000,00) e 26/12/2003 (R$ 46.000,00). Contudo, em análise aos extratos referentes aos meses em comento, não se identifica nenhuma saída compatível relativa aos meses de maio e junho (anteriores às supostas amortizações realizadas em 24/09/2003 e 03/10/2003), conforme se percebe nas fls. 46/49, 54/57, 83/84 e 87. A jurisprudência do CARF entende que para ser comprovado o contrato de mútuo a saída dos recursos deve ser provada nos autos, o que não aconteceu no caso em tela. Neste sentido: MÚTUO. COMPROVAÇÃO. A alegação de que foram recebidos recursos em empréstimo obtido de pessoa física deve ser acompanhada dos comprovantes do efetivo ingresso do numerário no património do contribuinte, além da informação da dívida nas declarações de rendimentos do mutuário e do mutuante e da demonstração de que este último possuia recursos próprios suficientes para respaldar o empréstimo. (Ac 1 061283 6 de 23/08/2002) EMPRÉSTIMO NÃO COMPROVADO – MÚTUO. empréstimos realizados com terceiros deve vir acompanhada de provas inequívocas da efetiva transferência dos numerários emprestados, não bastando a simples apresentação do contrato de mútuo e/ou a informação nas declarações de bens do credor e do devedor. (Acórdão 10613763 de 05/12/2003) Portanto, deve ser mantido lançamento em relação aos depósitos de R$ 17.000,00, efetuado em 24/09/2003 e de R$ 10.000,00, efetuado em 03/10/2003. Depósito em favor da esposa, Valéria Lewandowski (R$ 50.308,10) Afirma o recorrente que o depósito de R$ 50.308,10 é fruto da alienação de imóvel pertencente ao espólio do seu sogro no qual a sua esposa era condômina, proprietária da fração ideal de 12,5%. Fl. 705DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 706 14 Novamente não existe identidade de valores entre o depósito creditado e a justificativa apresentada. Em princípio, destacase a incongruência entre o valor da venda do imóvel apresentado na declaração de imposto de renda do espólio e na promessa de compra e venda. Na declaração o valor venal foi de R$ 120.000,00 (fls. 577), por sua vez na promessa de compra e venda consta o valor de R$ 190.000,00 fls. (570). Todavia, irrelevante para a presente lide a divergência entre tais valores, posto que, independentemente do valor efetivamente praticado ter sido o da declaração ou o da promessa de compra e venda, o percentual de 12.5% de nenhum deles sequer alcança a metade do depósito que se pretende confirmar com tal operação. Portanto, deve ser mantido o lançamento sobre tal valor. Dos outros reembolsos O RECORRENTE apresenta documentação de fls. 583/593 relativa ao reembolso de despesas médicas. Contudo, não existe identidade de valores e datas entre os comprovantes de reembolso apresentados e os depósitos objeto da autuação (fls. 209/213). Ou seja, referidos reembolsos não foram objeto do lançamento. Por sua vez, quanto às demais despesas justificadas como reembolso por despesas familiares, novamente não logrou o RECORRENTE em apresentar documentação hábil e idónea. Ora, se o contribuinte alega se tratar de reembolso por despesas familiares, o mínimo que deveria ter feito era apontar a origem de tais valores. CONCLUSÃO Assim, considero insubsistentes as alegações do RECORRENTE, devendo o lançamento ser mantido em parte, exonerando apenas o depósito oriundo do contrato de venda de participação societária à UBF GARANTIAS S.A (R$ 5.682,72), mantendo os demais depósitos como omissão de rendimentos, pois não há comprovação da fonte de origem dos depósitos efetuados na conta bancária do RECORRENTE. Em razão do exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, conforme razoes acima apresentadas. A unidade preparadora deve verificar o recolhimento parcial do imposto pelo RECORRENTE (fl. 689) e abater de eventual crédito tributário remanescente do presente processo. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator Fl. 706DF CARF MF Processo nº 19515.007408/200804 Acórdão n.º 2201004.527 S2C2T1 Fl. 707 15 Fl. 707DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.729157/2014-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2005 a 31/07/2006
RESTITUIÇÃO. EXTINÇÃO DO DIREITO. OCORRÊNCIA.
O direito de pleitear administrativamente restituição de contribuições recolhidas extingue-se em 5 anos contados da data do pagamento ou da decisão definitiva que reconheceu ser o recolhimento indevido.
Numero da decisão: 2201-004.408
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim (Relator) e Carlos Alberto do Amaral Azeredo, que negaram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Redator designado.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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RESTITUIÇÃO Recorrente MARCIO JOSE GURJAO COTRIM Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 31/07/2006 RESTITUIÇÃO. EXTINÇÃO DO DIREITO. OCORRÊNCIA. O direito de pleitear administrativamente restituição de contribuições recolhidas extinguese em 5 anos contados da data do pagamento ou da decisão definitiva que reconheceu ser o recolhimento indevido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim (Relator) e Carlos Alberto do Amaral Azeredo, que negaram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 91 57 /2 01 4- 54 Fl. 155DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 156 2 Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de fls. 127/130, interposto contra decisão da DRJ em Ribeirão Preto/SP, de fls. 115/120, a qual julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade do contribuinte e reconheceu o direito creditório somente referente à competência 08/2016. O RECORRENTE apresentou em 25/09/2014 Pedido de Restituição de Valores Indevidos Relativos a Contribuição Previdenciária (fls. 02/03), alegando que houve exigência equivocada por parte do INSS. Em breve síntese, afirma ter solicitado ao INSS, em 22/12/2004, o pedido de aposentadoria por tempo de serviço (processo nº 42/133.118.0900). Em 18/08/2006 a primeira instância administrativa julgou procedente o pleito do RECORRENTE e afirmou não ser mais necessária a realização de qualquer contribuição a partir daquele momento, pois o segurado já havia ultrapassado os 35 anos de contribuição. Por esta razão, deixou de recolher a contribuição previdenciária a partir daquele momento. Após análise recursal, o Conselho Pleno do CRPS deferiu o pleito do RECORRENTE, com data de início do benefício em 18/05/2005. Assim, o RECORRENTE alega ter recolhido indevidamente valores como contribuinte individual – código de GPS 1007 – de 05/2005 a 08/2006, no valor de R$ 9.035,79 (nove mil e trinta e cinco reais e setenta e nove centavos) e pleiteia a restituição de tal montante (discriminado às fls. 04/06) com as respectivas correções monetárias. Por fim, afirmou que somente apresentou o pedido de restituição em 2014 pois, em razão da tramitação do processo de pedido de aposentadoria perante o INSS, o RECORRENTE ainda não tinha uma decisão final sobre o aproveitamento dos meses recolhidos ao INSS e estaria impedido de efetuar qualquer solicitação. Ao analisar o caso, a Superintendência Regional da 7ª Região Fiscal indeferiu o pleito do RECORRENTE fundamentando sua decisão no fato de o cadastro do RECORRENTE, como contribuinte individual, não ter sido encerrado. Desta forma, afirmou que "o aposentado pelo regime Geral da Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata o regulamento". Portanto, entendeu como devida a contribuição recolhida pelo RECORRENTE, pois "o recolhimento de contribuições previdenciárias de forma regular faz presumir o exercício de atividade remunerada e, por conseqüência, o enquadramento como segurado obrigatório da Previdência Social" (fls. 56/58). Inconformado, o RECORRENTE apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 64/68, cujas razões foram assim sintetizadas pela DRJ de origem: Fl. 156DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 157 3 " Que, de fato, seu cadastro como contribuinte individual não havia sido encerrado por total falta de orientação do INSS de que assim deveria proceder e que, ao tomar conhecimento da necessidade desse procedimento, imediatamente solicitou o respectivo encerramento a partir de 19/05/2005, conforme documento emitido em 15/05/2015 pelo INSS anexado ao processo à fl. 71, tendo comprovado junto à autarquia previdenciária a inexistência de vínculo laboral posterior à aposentadoria. Junta diversos emails enviados ao INSS e CRPS em que solicita orientações relativas à presente restituição pleiteada assim como de seu processo de aposentadoria, não tendo recebido qualquer informação de que deveria proceder ao cancelamento de seu cadastro de contribuinte individual junto ao INSS. Discorre fartamente sobre diversos erros materiais cometidos por servidores do INSS, dispõe que em nenhum momento o INSS fez qualquer ressalva sobre a forma que deveria ser feita a contribuição, na condição de segurado facultativo e não como contribuinte individual, que apenas deu continuidade à forma de recolhimento feita até então. Informa que em agosto de 2006, em decisão da 12ª Junta de Recursos do RJ, foi orientado a parar de recolher por já ter ultrapassado os 35 anos de contribuição, decisão ratificada pela 1ª CAJ do CRPS. Diante disso, não recolheu em época própria a competência 08/2006, que posteriormente foi exigida pelo INSS, e então recolhida em 10/2011, com os devidos acréscimos legais. Na seqüência, foi deferida sua aposentadoria com início do benefício em 08/2006, tendo ainda, posteriormente, em função de decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS – Conselho Pleno, datada de 20/11/2013 e do Despacho DIJUR/DAR nº 73/2014, sido finalmente modificada a data de início de benefício para 18/05/2005, sem o aproveitamento dos recolhimentos efetuados relativos às competências 05/2005 a 08/2006. Reforça que não exerceu nenhuma atividade remunerada desde 2004, conforme documentação apresentada ao INSS, inclusive recibos de Imposto de Renda de 2005 a 2013, onde se constata inexistência de qualquer rendimento recebido diferente do benefício pago pelo INSS. Repete informações acerca das contribuições previdenciárias recolhidas indevidamente diante de exigência do INSS e sobre as diversas fases de seu processo de aposentadoria. Assevera que é impossível ao cidadão comum, leigo no assunto, ter conhecimento de todos os procedimentos, Leis, Decretos e artigos vigentes se não for orientado pelos órgãos públicos. Junta diversos documentos aos autos conforme lista de anexos de fls. 69. Requer, por fim, que seja deferido integralmente o presente pedido de restituição, levandose em conta todos os documentos juntados à manifestação de inconformidade, que comprovam não ter havido atividade econômica, já que encerrou seu cadastro como contribuinte individual a partir de 19/05/2005." Fl. 157DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 158 4 Da Decisão da DRJ Ao analisar a Manifestação de Inconformidade apresentada, a DRJ em Ribeirão Preto/SP a julgou parcialmente procedente, em decisão assim emendada (fls. 115/120): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 31/08/2006 PAGAMENTOS INDEVIDOS. CARACTERIZAÇÃO. OCORRÊNCIA. São indevidas as contribuições previdenciárias pagas pelo segurado aposentado sem atividade que o caracterize como segurado obrigatório da Previdência Social, mesmo que incorretamente recolhida em código GPS de contribuinte individual. RESTITUIÇÃO. EXTINÇÃO DO DIREITO. OCORRÊNCIA. O direito de pleitear administrativamente restituição de contribuições recolhidas extinguese em 5 anos contados da data do pagamento ou recolhimento indevido. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte. A autoridade julgadora de primeira instância, preliminarmente, afirmou não ser relevante as alegações de ocorrência de erros formais, equívocos e falta de informações por parte dos servidores do INSS, haja vista o disposto no art. 3º da Lei de Introdução às normas de direito Brasileiro, que dispõe que ninguém se escusa a cumprir a lei alegando que não a conhece. No mérito, ponderou que, apesar de a legislação presumir a condição de contribuinte individual enquanto o segurado não encerrar sua inscrição no INNS, o interessado pode comprovar a qualquer tempo sua condição de não mais ser segurado obrigatório do RGPS (art. 54 da IN MPS nº 03/2005). Assim, diante do documento emitido pelo INSS em 15/05/2015 (apresentado pelo RECORRENTE à fl. 71), onde se constata a informação do fim da atividade de contribuinte individual do requerente desde 19/05/2005, a autoridade julgadora de primeira instância entendeu que deixaram de existir as razões que levaram ao indeferimento por parte da DIORT da Superintendência Regional da 7ª Região Fiscal da restituição pleiteada. Assim, entendeu ser passível de restituição as contribuições previdenciárias recolhidas entre 05/2005 e 08/2006, haja vista o reconhecimento pelo INSS de que ocorreu erro formal no presente caso que levou o RECORRENTE a recolher as GPS sob o código 1007, e não como segurado facultativo sob o código 1406. Contudo, entendeu ter ocorrido a decadência do direito de pleitear a restituição referente às competências de 05/2005 a 07/2006, pois dentre a data de pagamento e o pedido de restituição (25/09/2014) transcorreram mais de 05 (cinco) anos. Por outro lado, deferiu a restituição do valor relativo à competência de 08/2006 uma vez que o mesmo foi Fl. 158DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 159 5 recolhido pelo RECORRENTE somente em 03/10/2011, encontrandose dentro do prazo decadencial para pleitear a restituição. Do Recurso Voluntário O RECORRENTE, devidamente intimado da decisão da DRJ em 24/05/2016 (fl. 123), apresentou o recurso voluntário de fls. 126/130 em 03/06/2016. Em suas razões alega, em síntese, que: o "dies a quo" para pleitear a restituição da contribuição recolhida indevidamente deuse a partir da data da decisão final do processo de reconhecimento de sua aposentadoria, qual seja, 20/11/2013; seria absolutamente impossível interpor o pedido de restituição sem que a decisão fosse devidamente proferida; afirma que não pode ser penalizado pela demora na apreciação do seu pedido de aposentadoria (apresentado em 22/12/2004) e que a DRJ não levou em conta que a conclusão de seu processo de aposentadoria ocorreu somente em 20/11/2013. Voto Vencido Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Apesar das alegações de erro material feita pelo RECORRENTE em desfavor aos servidores INSS e CRPS, toda fundamentação jurídica da decisão recorrida foi na ocorrência da decadência do direito de pleitear a restituição do indébito. Desta forma, tal tema não é relevante para solução do deslinde. Da ocorrência da decadência Alega o contribuinte que não ocorreu a decadência para pleitear a restituição de valores recolhidos em relação às competências de 05/2005 a 07/2006. Sobre o tema, o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, em seu artigo 253, I, define que o direito de pleitear a restituição extinguese em cinco anos, contados do pagamento ou do recolhimento indevido: Art. 253. O direito de pleitear restituição ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extinguese em cinco anos, contados da data: I do pagamento ou recolhimento indevido; ou Fl. 159DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 160 6 II em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória. Por sua vez, tornase imperativo tecer algumas considerações acerca da legislação de regência dos prazos decadenciais previstos no Código Tributário Nacional CTN, cujo art. 168, inciso I, fixa o prazo de cinco anos para o interessado pleitear restituição, contado da data da extinção do crédito tributário, no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou a maior que o devido, conforme art. l65, inciso I do CTN: Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipóteses dos incisos 1 e II do artigo 165, do data da extinção do crédito tributário; Art. 165. O sujeito passivo tem direito. independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do art. 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; Nos termos do art. 150, § l°, do CTN, o pagamento antecipado do tributo extingue o crédito, sob condição resolutória de ulterior homologação ao lançamento: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Com a finalidade de espancar as dúvidas quanto à interpretação dos artigos do CTN arrolados neste capitulo, o legislador qualificado fez publicar a Lei Complementar n° 118, de 09/02/2005, com entrada em vigor em 09/06/2005, estatuindose a seguinte redação no seu art. 3°: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida lei. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 161 7 Portanto, temse que a decadência se fez presente em relação ao pedido de restituição da competência 05/2005 a 07/2006, uma vez que o RECORRENTE somente pleiteou a restituição em 25/09/2014 (fl. 02) e o pagamento dos tributos deuse entre 15/06/2005 e 14/08/2006 (fls. 52/53). Sobre a competência de 08/2006, andou bem a decisão recorrida ao observar que o pagamento de tal exação somente ocorreu em 03/10/2011 (fl. 53), dentro, portanto, do prazo decadencial de 05 anos quando da apresentação do pleito pelo RECORRENTE. Sobre a alegação do contribuinte de que o "dies a quo" para pleitear a restituição da contribuição recolhida indevidamente teria ocorrido em 20/11/2013, ou seja, quando da decisão final do processo de reconhecimento de sua aposentadoria, entendo que ela não merece prosperar por absoluta falta de amparo legal. A despeito das razões de inconformismo apresentadas pelo RECORRENTE, no sentido de não poderia ser penalizado pela demora na apreciação do seu pedido de aposentadoria (apresentado em 22/12/2004 e somente concluído em 20/11/2013), a legislação que rege a matéria é assertiva ao determinar que o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do pagamento reputado como indevido, conforme acima demonstrado. Portanto, a decisão recorrida não merece qualquer alteração. Esclareço que no caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o art. 168, II, c/c o art. 165, III, ambos do CTN, estabelecem a possibilidade de pleitear a restituição de valores em até 05 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória: Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: (...) II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Art. 165. O sujeito passivo tem direito. independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do art. 162, nos seguintes casos: (...) III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Contudo, entendo que os dispositivos acima não se aplicam ao caso concreto, pois o RECORRENTE não estava recolhendo as contribuições previdenciárias por força de qualquer decisão condenatória; o recolhimento era realizado espontaneamente em face da Fl. 161DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 162 8 legislação tributária aplicável, de modo que aplicase ao caso o "dies a quo" estabelecido nos termos do art. 168, I, c/c o art. 165, I, do CTN, qual seja: 05 anos a contar a partir do pagamento do tributo. Portanto, não merece prevalecer as alegações do RECORRENTE. Conclusão Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, devendo ser mantida a decisão da DRJ. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator Voto Vencedor Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira, Redator designado. Em que pese a argumentação e logicidade jurídica do voto do ilustre Relator, ouso, com a devida permissão, dele discordar. Explico. O prazo para que o contribuinte peça a restituição de valores recolhidos indevidamente começa a fluir da data do pagamento ou da decisão que reconhece a improcedência dos valores pagos. Recordemos o voto do Conselheiro Rodrigo Amorim, no ponto que expressa seu entendimento: " A despeito das razões de inconformismo apresentadas pelo RECORRENTE, no sentido de não poderia ser penalizado pela demora na apreciação do seu pedido de aposentadoria (apresentado em 22/12/2004 e somente concluído em 20/11/2013), a legislação que rege a matéria é assertiva ao determinar que o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do pagamento reputado como indevido, conforme acima demonstrado. Portanto, a decisão recorrida não merece qualquer alteração. Esclareço que no caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o art. 168, II, c/c o art. 165, III, ambos do CTN, estabelecem a possibilidade de pleitear a restituição de valores em até 05 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória: Fl. 162DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 163 9 Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: (...) II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Art. 165. O sujeito passivo tem direito. independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do art. 162, nos seguintes casos: (...) III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Contudo, entendo que os dispositivos acima não se aplicam ao caso concreto, pois o RECORRENTE não estava recolhendo as contribuições previdenciárias por força de qualquer decisão condenatória; o recolhimento era realizado espontaneamente em face da legislação tributária aplicável, de modo que aplica se ao caso o "dies a quo" estabelecido nos termos do art. 168, I, c/c o art. 165, I, do CTN, qual seja: 05 anos a contar a partir do pagamento do tributo." (negritos não constam do voto) Aqui o ponto fulcral da minha discordância com a posição esposada pelo ínclito Relator. Não se pode fazer uma leitura tão estreita das disposições codicistas. Consoante alegado pelo Recorrente os valores pleiteados no presente pedido de restituição decorrem de recolhimento indevido em razão do indeferimento do pedido de aposentadoria formulado pelo contribuinte. Tal afirmação se encontra comprovada pela decisão proferida pelo Pleno do Conselho de Recursos da Previdência Social, CRPS, em 20 de novembro de 2013, anexada às efolhas 72/78, de onde se extrai o seguinte excerto (fls. 78): Fl. 163DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 164 10 A conclusão do voto, acima transcrita, é claríssima em reconhecer que o direito à aposentadoria deve ser concedido a partir da data do requerimento (22/12/2004), com consequente desobrigação de recolhimento de contribuições previdenciárias em competências subsequentes, salvo, como determina a Lei, no caso de exercício de nova atividade laboral. Logo, por ser imprescindível a análise da existência de atividade laboral no período do pedido de restituição, mister enfrentarmos a questão. Importa realçar que tal exceção, ou seja, obrigação de recolhimento do tributo no caso de exercício de atividade remunerada pelo Requerente, foi mencionada na decisão de piso (fls. 58). Buscando comprovar, na manifestação de inconformidade que aqui se aprecia, a inexistência de relação de trabalho no período do pedido de restituição, o contribuinte anexa documentos que atestam suas alegações. Tal situação não passou despercebida pelo julgador de piso. Observo às folhas 119: "Isto posto, diante dos atos normativos vigentes em cada época e o documento emitido pelo INSS em 15/05/2015, onde se constata a informação do fim da atividade de contribuinte individual do requerente desde 19/05/2005, deixam de existir as razões que levaram ao indeferimento por parte da DIORT DRF I/RJO da restituição aqui pleiteada, uma vez que é entendimento deste julgador que, nesta condição atualmente demonstrada, passa ser apenas um erro formal o recolhimento das GPS em código 1007, e não como segurado facultativo código 1406, esse sim o código correto. Não mais há que se falar aqui em continuidade da atividade que caracterizava o interessado como segurado obrigatório do RGPS e passam, por essa razão, a serem passíveis de restituição as contribuições previdenciárias recolhidas pelo requerente entre 05/2005 a 08/2006, mesmo que em código GPS indevido." Fl. 164DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 165 11 Claríssimo que a decisão de piso entendeu pelo comprovação da inexistência de atividade laboral do Recorrente no período do recolhimento que se pretende restituir. Há trânsito em julgado de tal matéria, posto que não consta do Voluntário que aqui se examina Porém, assim como o ínclito Relator, o julgador de primeira instância entendeu haver decadência de seu direito de pleitear a restituição, posto que em sua opinião a contagem do prazo deve ser realizada a partir do pagamento indevido. Voltemos, assim, ao ensejador da divergência Como bem relatado, e transcrito acima, a decisão definitiva sobre a concessão do benefício de aposentadoria se dá em novembro de 2013, e dela, como também reproduzido acima, consta expressamente que a concessão se dá em razão da contagem de prazo de trabalho em atividade especial, com consequente concessão do benefício na data de seu requerimento, ou seja, dezembro de 2004. Ora, como bem explicitado no voluntário, e ao longo de todo o processo, o recolhimento das contribuições relativas às competências compreendidas entre 05/2005 e 08/2006, foram realizadas em razão de decisões administrativas que denegaram o reconhecimento do período de trabalho em atividade especial do segurado, aqui Recorrente, o que ensejou segundo orientação recebida por ele na Autarquia Previdenciária o pagamento dos valores que se pretende restituir. Tal situação é determinante para que se verifique o direito à restituição só se consubstancia quando da decisão administrativa que concede a aposentadoria, posto que essa decisão se funda, justamente, no reconhecimento da atividade especial e, portanto, na desnecessidade de período de contribuição adicional, em razão da contagem acelerada de tempo de serviço que a lei previdenciária concedia em tal situação. Destarte, o direito à restituição só surge para o segurado quando do trânsito em julgado de tal decisão administrativa, por óbvio que de índole declaratória e não condenatória, mas como dito e explicado de cunho determinante para o surgimento do direito de reembolso dos pagamentos que após tal decisão se tornam indevidos e, portanto, ensejadores da restituição pleiteada. Assim, forçoso reconhecer a aplicação das disposições constantes nos artigos 165, III, combinado com 168, II do Código Tributário Nacional, para determinar a restituição dos valores pagos indevidamente a título de contribuição previdenciária relativa ao período de maio de 2005 a julho de 2006, posto que a restituição da competência de agosto de 2006 foi deferida pela decisão 'a quo' (fls. 120); CONCLUSÃO Diante do exposto e pelos fundamentos apresentados, voto em rejeitar as preliminares arguídas, e no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira, Redator designado. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 12448.729157/201454 Acórdão n.º 2201004.408 S2C2T1 Fl. 166 12 Fl. 166DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002174/2010-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.184
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 74 /2 01 0- 15 Fl. 131DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 132DF CARF MF Processo nº 19515.002174/201015 Acórdão n.º 2201004.184 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 133DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 19515.002174/201015 Acórdão n.º 2201004.184 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 135DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002220/2010-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1996 a 31/05/1996
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.230
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 22 20 /2 01 0- 86 Fl. 127DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 128DF CARF MF Processo nº 19515.002220/201086 Acórdão n.º 2201004.230 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. 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É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. 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(Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 19515.002220/201086 Acórdão n.º 2201004.230 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. 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Numero do processo: 19515.002178/2010-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
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Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
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Período de apuração: 01/03/1998 a 31/03/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
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(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 78 /2 01 0- 01 Fl. 127DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 128DF CARF MF Processo nº 19515.002178/201001 Acórdão n.º 2201004.188 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 129DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 19515.002178/201001 Acórdão n.º 2201004.188 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 131DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 132DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002165/2010-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1997 a 30/06/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.175
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 65 /2 01 0- 24 Fl. 194DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 195DF CARF MF Processo nº 19515.002165/201024 Acórdão n.º 2201004.175 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 196DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 197DF CARF MF Processo nº 19515.002165/201024 Acórdão n.º 2201004.175 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 198DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 199DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.720575/2014-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2009 a 31/12/2011
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. BASE DE CÁLCULO. ARBITRAMENTO.
A recusa ou apresentação deficiente de documentos à fiscalização enseja o lançamento de ofício por arbitramento, cabendo à autuada o ônus de apresentar elementos impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do fisco de constituir o crédito tributário.
APOSENTADORIA ESPECIAL. ADICIONAL. 13º SALÁRIO
A empresa com atividade que exponha o trabalhador a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos, ou associação desses agentes está sujeita ao pagamento da alíquota adicional do SAT/RAT, em virtude da existência de riscos no ambiente de trabalho.
O adicional ao SAT/RAT incide sobre os valores pagos a título de 13º Salário.
AGENTE NOCIVO. BENZENO. RUÍDO.
A avaliação de riscos do agente nocivo do benzeno é qualitativa e presumida, independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho.
É devida a cobrança de adicional para custeio da aposentadoria especial quando inexistente ou deficiente o gerenciamento dos riscos ocupacionais relacionados à exposição aos agentes nocivos Benzeno e Ruído.
Numero da decisão: 2201-004.405
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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BASE DE CÁLCULO. ARBITRAMENTO. A recusa ou apresentação deficiente de documentos à fiscalização enseja o lançamento de ofício por arbitramento, cabendo à autuada o ônus de apresentar elementos impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do fisco de constituir o crédito tributário. APOSENTADORIA ESPECIAL. ADICIONAL. 13º SALÁRIO A empresa com atividade que exponha o trabalhador a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos, ou associação desses agentes está sujeita ao pagamento da alíquota adicional do SAT/RAT, em virtude da existência de riscos no ambiente de trabalho. O adicional ao SAT/RAT incide sobre os valores pagos a título de 13º Salário. AGENTE NOCIVO. BENZENO. RUÍDO. A avaliação de riscos do agente nocivo do benzeno é qualitativa e presumida, independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho. É devida a cobrança de adicional para custeio da aposentadoria especial quando inexistente ou deficiente o gerenciamento dos riscos ocupacionais relacionados à exposição aos agentes nocivos Benzeno e Ruído. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negarlhe provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 05 75 /2 01 4- 64 Fl. 6323DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório O presente processo trata de Recurso Voluntário em face do Acórdão nº 12 088.930 14ª Turma da DRJ/RJO, fl. 6154 a 6212. O litígio administrativo tem origem em ação fiscal desenvolvida na PETROBRÁS TRANSPORTE SA TRANSPETRO, CNPJ 02.709.449/000159, subsidiária integral da empresa PETRÓLEO BRASILEIRO SA PETROBRÁS, ora recorrente. No decorrer da ação fiscal, constatouse que, no período fiscalizado, havia diversos segurados empregados da PETROBRÁS, cedidos a dois estabelecimentos da TRANSPETRO, expostos, habitual e permanentemente, aos agentes nocivos RUÍDO e BENZENO, do que resultou programação fiscal com vistas a apurar a contribuição adicional para custeio da aposentadoria especial a seu cargo. Do procedimento fiscal instaurado, resultou a lavratura dos autos de infração abaixo descritos: Al n° 51.065.6757 Auto de Infração que apura, por ARBITRAMENTO, a contribuição adicional para custeio de aposentadoria especial, relativamente aos empregados próprios da PETROBRAS cedidos ao estabelecimento 02.709.449/0011 20 Terminal de Cabiúnas TECAB que, no período de 07/2009 a 12/2011, trabalhavam expostos ao agente nocivo RUÍDO acima do Limite de Tolerância e/ou ao agente nocivo BENZENO. (fl. 07) 20.2. Al n° 51.065.6765 Auto de Infração que apura, por ARBITRAMENTO, a contribuição adicional para custeio de aposentadoria especial, relativamente aos empregados próprios da PETROBRAS cedidos à DTM (estabelecimento 02.709.449/000149), que, no período de 07/2009 a 12/2011, exerceram suas atividades nos navios da Frota Nacional de Petroleiros FRONAPE com exposição ao agente nocivo RUÍDO acima do Limite de Tolerância e/ou ao agente nocivo BENZENO. 20.3. Al n° 51.065.6773 Auto de Infração lavrado em decorrência de infração ao disposto no artigo 58, § 4°, da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991 (publicada no DOU de 25 de julho de 1991), com a redação dada pela Lei n°9.528, de 10 de dezembro de 1997 (publicada no DOU de 11 de dezembro de Fl. 6324DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.324 3 1997), combinado com o artigo 32, inciso III, da Lei n°8.212/1991, com a redação dada pela Lei n° 11.941/2009, combinado com o artigo 68, §§ 6° 9o e 10° do RPS, ou seja, ter deixado a autuada de manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador (Código de Fundamentação Legal CFL 89). Cientificada do lançamento em 26 de agosto de 2014, fl. 07, 95 e 214, inconformado, o contribuinte apresentou, em 25 de setembro de 2014, a impugnação de fl. 5895 a 5978, em que informou o pagamento débito fiscal correspondente ao AI nº 51.065.677 3 e estruturou sua defesa em relação dos demais Autos estruturada nos seguintes temas: Da Ausência de Responsabilidade direta pelos empregados cedidos à empresa subsidiária TRANSPETRO; afirma que não participa absolutamente de nada neste processo, limitandose a endossar as informações que lhes são prestadas pela TRANSPETRO, real responsável pelos empregados cedidos; Da nulidade material dos autos de infração: alega que a autuação foi baseada na análise de documentos fornecidos pela TRANSPETRO, sem que o Agente fiscal estendesse seu trabalho às instalações físicas onde eram desenvolvidas as atividades, nos quais não houve uma única visita, o que seria um imperativo, já que apenas a verificação in loco. do ambiente de trabalho possibilitaria o cumprimento das normas de segurança no trabalho. Com isso, a Autoridade fiscal deixou de perseguir a verdade material dos fatos, lastreando a exigência fiscal na aparência e não no seu efetivo conteúdo, produzindo um auto de infração sem a necessária motivação e sem a certeza da efetiva ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; Da ilegalidade da base de cálculo arbitrada no caso concreto: sustenta que é ilegal arbitrar uma base de cálculo sem uma análise efetiva das alegadas exposições a ruído e ao benzeno; que a aferição indireta só é possível se a documentação da empresa se mostre inábil para comprobação da ocorrência de fatos geradores, o que não teria ocorrido; Da não obrigatoriedade de recolhimento da contribuição adicional ao SAT no caso concreto: afirma que, no presente caso, inexistem condições ambientais de trabalho que justifiquem a necessidade de pagamento do adicional para financiamento de aposentadoria especial; Do gerenciamento do ambiente de trabalho (inexistência de exposição efetiva): sustenta que a TRANSPETRO não produz Benzeno e seus empregados, inclusive os cedidos, não estão expostos ao Benzeno; que a necessidade do recolhimento do adicional para financiamento de aposentadoria especial não depende da presença de agentes nocivos, mas da efetiva exposição dos trabalhadores a tais agentes; e que a autuação deve comprovar a efetiva exposição dos empregados aos agentes nocivos. Da impossibilidade de adoção de critério qualitativo para Benzeno (aplicação do critério quantitativo): afirma que, como regra, a avaliação da exposição deve ser feita com bale em elementos quantitativos, sendo um equívoco utilizar o critério qualitativo para o agente nocivo Benzeno, já que há regulamentação específica que especifica limites de tolerância; Fl. 6325DF CARF MF 4 Período de docagem dos navios claros e dos seus efeitos à suposta exposição ao agente Benzeno: que não pode prosperar o critério utilizado pela fiscalização de excluir sa autuação referente ao Benzeno apenas os períodos de docagem do navio que tenha durado mais da metade do mês, já que a concessão de aposentadoria especial depende da demonstração de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde; que o fato gerador da contribuição adicional é mensal e não poderia o fiscal cobrar a referida contribuição nos meses em que já a interrupção da suposta exposição ao Benzeno, seja esta interrupção igual ou inferior à metade do mês; Da não exposição dos empregados cedidos à TRANSPETRO (TECAM e DMT) ao agente ruído: sustenta que mesmo havendo, caso não fosse adotada nenhuma medida de controle, Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) apontados em relatório como sujeitos a ruído acima do limite de 85 Db, os mesmos relatórios indicavam que os funcionários cedidos pela PETROBRÁS tinham sua exposição atenuada para abaixo do limite com a utilização da menor atenuação encontrada em cada GHE; Da inconstitucionalidade da contribuição ao SAT: afirma que tal contribuição somente poderia ser instituída por lei complementar, restando inconstitucional sua criação por lei ordinária; Do erro na determinação da alíquota do adicional de SAT: alega que a autuação equivocouse a apurar a contribuição supostamente devida a partir de uma alíquota nominal de 6%, ao contrário de utilizar este mesmo percentual como adicional à alíquota original do SAT; Da não incidência da contribuição adicional sobre o décimo terceiro salário: sustenta que é inaplicável a exigência da contribuição adicional sobre as parcelas do 13º salário, já que o valor em tela se destina exclusivamente para finalidade de sua instituição, financiar as aposentadorias especiais Da indevida aplicação das multas de ofício em razão da limitação em 20%: Sustenta que, ante a limitação condita na nova redação do art. 35 da Lei 8.521/91, não há que se falar na aplicação de multa de ofício de 75%; Do descabimento de juros sobre multa de ofício: insurgese contra a incidência de juros de mora sobre a penalidade de ofício; Da exclusão da responsabilidade tributária dos responsáveis legais, sócios, diretores, etc: requer a exclusão dos referidos agentes do pólo passivo da autuação. Debruçada sobre os termos da Impugnação, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ, julgoua improcedente, lastreada nas razões que podem ser assim resumidas: Das multas aplicadas: (...) O dispositivo citado pela impugnante referese aos recolhimentos espontâneos. Não se aplica aos lançamentos de ofício, regidos pelo art. 35A da Lei 8.212/1991 (...) Dos juros (...) A multa de ofício é regulada por dispositivo específico: artigo 44 da Lei 9.430/1996. Não obstante, aplicamse a ela o Fl. 6326DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.325 5 artigo 61 e seu parágrafo terceiro da Lei 9.430/1996, no que se refere aos juros. (...) Do pedido de exclusão da responsabilidade tributária dos sócios (...) O documento Relatório de Vínculos tem por objetivo apenas listar todas as pessoas físicas ou jurídicas de interesse da administração em razão de seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não, indicando o tipo de vínculo existente e o período correspondente. (...) Da caracterização da nocividade do ambiente de trabalho e da apuração do crédito fiscal (...) As constatações da Auditoria caracterizam de forma contundente a precariedade do gerenciamento dos riscos ocupacionais. (...) A precariedade do gerenciamento dos riscos fica plenamente caracterizada quando se constata que apesar de o RT 310 indicar em 2004 a presença de benzeno nas atividades de vários trabalhadores em Cabiúnas (alguns com situação crítica de exposição), apenas em 2010 foi realizada nova avaliação de exposição ocupacional ao benzeno no estabelecimento no qual foi identificada situação crítica de exposição. (...) Como visto, embora o RT 309 de31/05/2005 tenha informado a existência de exposição acima do limite de tolerância em diversos GHE, somente foram realizadas novas avaliações de exposição ao agente Ruído em 31/01/2011 a 21/02/2011. Os enormes intervalos entre os exames de exposição ao agente Ruído, constituem eloqüente demonstração de que as informações prestadas pela Transpetro não são confiáveis, vez que baseadas em um número de avaliações extremamente baixo. Além disso, não foi demonstrada a inviabilidade da adoção de medidas de ordem coletiva, para neutralizar os efeitos negativos do agente nocivo. (...) Em virtude do até aqui exposto, fica plenamente caracterizada a exposição ao risco RUÍDO, uma vez que: A utilização de EPI somente é permitida em situações de inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade à implementação do EPC ou em caráter complementar ou emergencial. Desde que registrada no PPP a observância da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR09 do TEM. Nada disso foi observado. (...) Em virtude do até aqui exposto, também fica caracterizada a exposição ao risco BENZENO, uma vez que: Foi comprovada a presença de benzeno nos navios, e em se tratando de substância sujeita a avaliação qualitativa isso é suficiente para caracterizar a ação daquele agente nocivo sobre os tripulantes. Fl. 6327DF CARF MF 6 Há que se considerar ainda que não foi devidamente comprovado pela Transpetro que o nível da presença de benzeno no ambiente de trabalho é aquele indicado pela Transpetro, uma vez que o número de avaliações realizadas está abaixo daquele considerado conveniente pela própria Transpetro. (...) A Impugnante questionou a constitucionalidade da contribuição adicional ao SAT (os questionamentos constam do item 14 e respectivos subitens de meu relatório). Tratamse de argumentos cuja apreciação é incabível na esfera administrativa, em virtude do disposto no Decreto 70.235 de 06 de março de 1972. (...) Não procede o argumento da Impugnante de que a Auditoria estava inexoravelmente obrigada a inspecionar as instalações da Transpetro, realizando vistorias em seus equipamentos e sistemas de segurança. Em primeiro lugar, deve ser ressaltado que seria absolutamente desnecessária e infrutífera a inspeção física das instalações por parte da Auditoria Fiscal, como sugere a Impugnante. (...) A Auditoria comprovou, através do exame da documentação da Transpetro, o ineficaz gerenciamento dos riscos ocupacionais, bem como que as informações constantes da referida documentação não são confiáveis, o que justifica plenamente o arbitramento, que foi efetuado com estrita observância da decisão trazida aos autos pela Impugnante (...) Interpreto o item 384 do relatório fiscal (acima transcrito pela Impugnante) de forma diametralmente oposta à interpretação da empresa. Percebo que a Auditoria está esclarecendo que considerou para exclusão da exposição ao agente benzeno o mês integral, ou seja, se o período de docagem do navio ultrapassou metade do mês, naquele mês a embarcação não foi considerada na apuração do crédito fiscal. Assim sendo, a Autuada foi beneficiada, pois se em determinado mês uma embarcação ficou 16 dias na doca, aquele navio foi considerado como excluído da exposição ao benzeno durante todo o mês. Em vista do exposto, considero a alegação improcedente. (...) Entende a Impugnante que só cabe a cobrança do adicional de SAT quando houver exposição permanente ao agente nocivo. (...) Para fazer jus à aposentadoria especial o trabalhador deve exercer, de forma não ocasional ou intermitente, função que o exponha a agente nocivo. Por outras palavras, quando comparecer ao serviço, o trabalhador irá necessariamente ser exposto ao agente nocivo, em razões da função que exerça. Nessa hipótese caberá a cobrança do adicional de SAT, ainda que exerça outras funções não sujeitas à nocividade, e isto porque o legislador jamais impôs que o trabalhador permaneça durante toda a jornada de trabalho exposto ao agente nocivo: a condição é que exposição ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço. (...) Fl. 6328DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.326 7 Isto posto, há que ser assinalado que o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 688 referendando a incidência de contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro salário.(...) A Impugnante também questionou as alíquotas aplicadas no cálculo da contribuição adicional ao SAT (...) O termo acrescer significa ajuntar, aditar, adicionar. Assim, na hipótese de ser cabível uma contribuição para o SAT de 3%, sobre a remuneração paga a trabalhador que exerça função que enseje aposentadoria especial com vinte e cinco anos, aquela alíquota de SAT será acrescida (aditada) em seis por cento, resultando na cobrança de uma alíquota total de nove por cento. (...) O entendimento da Impugnante de que o risco BENZENO deve ser apurado mediante critério quantitativo não condiz com a legislação, como demonstro em seguida. (...) A Instrução Normativa INSS 20, de 10 de outubro de 2007, ato normativo vinculante de observância obrigatória na esfera administrativa dispõe expressamente que o benzeno é agente nocivo qualitativo, o que já seria suficiente para rejeitar o argumento do caráter quantitativo do benzeno. No entanto, não me furto de assinalar que a proibição da utilização do benzeno pelas empresas cujas atividades não se enquadrem no item 3 do Anexo XIIA, é absolutamente incompatível com a interpretação de que a nocividade do benzeno deva ser avaliada por critério quantitativo. Cientificado do Acórdão de 1ª Instância administrativa em 10 de juLho de 2017, conforme Termo de Ciência de fl. 19.858, o contribuinte, ainda inconformado, apresentou, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fl. 6223 a 6264, no qual, basicamente, reitera argumentos já expressos em sede de impugnação, os quais serão detalhados no curso do voto a seguir. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Por preencher as condições de admissibilidade, conheço do recurso voluntário. PRELIMINARES Ausência de responsabilidade direta pelos empregados cedidos à empresa subsidiária TRANSPETRO A recorrente alega que os empregados citados pela fiscalização teriam sido cedidos, mediante Termo de Cooperação com a TRANSPETRO, objetivando que esta completasse seu quadro de funcionários e adquirisse expertise no ramo de abastecimento. Fl. 6329DF CARF MF 8 Afirma que, pelo instrumento, cedeu os empregados, mas a responsabilidade pelos devidos recolhimentos previdenciários ficou a cargo da cessionária, a TRANSPETRO. Pontuadas as razões da defesa, a Lei 8.212/91 estabelece, em seu artigo 12, que as pessoas físicas que prestam serviços de natureza urbana ou rural, de natureza não eventual, sob subordinação e mediante remuneração são empregados e, nessa condição, integram o rol de segurados obrigatórios da Previdência Social. Já o art. 22 do mesmo diploma legal estabelece a contribuição à Seguridade Social a cargo da empresa, dentre elas aquela destinada ao financiamento do benefício previsto no artigos 57 e 58 da Lei 8.213,91 (aposentadoria especial) e aquele concedido em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Portanto, sendo os trabalhadores empregados da PETROBRÁS, as contribuições decorrentes de tal relação é da empregadora, independentemente dos termos convencionados no citado Termo de Cooperação, já que, salvo disposição em lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes1. Improcedentes os apelos recursais. Rejeito a preliminar arguida. Nulidade por cerceamento de defesa em virtude de indeferimento do pedido de realização de perícia Afirma que o indeferimento do pedido de perícia deixou de considerar princípio de regência obrigatória no processo administrativo fiscal, o da verdade material, cuja observância está vinculada à garantia da estrita legalidade da tributação, já que o tributo somente é devido se o fato da vida real se identificar perfeitamente com alguma hipótese de incidência prevista em lei, razão pela qual não poderiam as autoridades fiscais limitar suas análises em aspectos meramente formais relacionados à apuração de obrigações tributárias. Alega que a Autoridade julgadora deverá buscar a realidade dos fatos, podendo se valer da realização de diligência sempre quando for necessária a complementação da prova ou o esclarecimento de dúvida relativa aos fatos trazidos no processo. Sustenta que, em nenhum momento, o responsável pela fiscalização foi até ao local onde supostamente os empregados estariam expostos a agentes nocivos, limitandose a analisar documentos apresentados mediante intimações fiscais, não comprovando fato constitutivo do direito de exigir o recolhimento da contribuição previdenciária. Continua a defesa ressaltando que o fato gerador da exigência em tela é a efetiva exposição ao agente nocivo que ensejaria a aposentadoria especial, a qual somente poderia ser aferida com a realização de uma vistoria no local, já que a fiscalização objetivava o atendimento de normas de segurança no trabalho. Resumidas as razões da defesa, temse que não foi o procedimento fiscal instaurado para verificação do cumprimento de normas de segurança no trabalho. Tal ato não compõe a rol de competências da Receita Federal do Brasil e o próprio Relatório Fiscal aponta, 1 Lei 5.172/66 (CTN) Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Fl. 6330DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.327 9 em seu item 4, fl. 216, que o objeto da fiscalização foi a verificação do cumprimento da legislação previdenciária nos estabelecimentos que cita. O agente fiscal, por sua vez, em nada poderia contribuir para a busca da verdade material comparecendo aos locais em que os trabalhadores exercem suas funções, em particular em razão de que a fiscalização, como regra, trata dos fatos geradores ocorridos em momento pretérito e, além disso, como dito, não compete à RFB tal avaliação. Daí a necessidade de socorrerse aos documentos de controle fornecidos pela própria instituição fiscalizada. Veja que o art. 58 da lei 8.213/91 atribui à empresa a obrigação de manter laudos atualizados com referências aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus empregados, cujas atividades desenvolvidas devem ser acompanhadas mediante a elaboração e manutenção, sempre atualizada, de perfil profissiográfico. De fato, nos termos da legislação citada pela própria defesa, a Autoridade julgadora pode se valer de diligências ou perícias, mas isso é uma faculdade, podendo ser indeferido o pleito neste sentido se este for julgado desnecessário. Assim, a autuada pode até não concordar com as conclusões a que chegou o Agente fiscal a partir das análises dos documentos apresentados ou mesmo o Julgador, mas não se pode buscar refúgio na alegação de cerceamento do direito de defesa, já que, neste caso, estando regularmente formalizado o lançamento, a obrigação de apresentar elementos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do Fisco de constituir o crédito tributário é do contribuinte. Improcedentes os apelos recursais. Rejeito a preliminar arguida. Da ilegalidade do arbitramento da base de cálculo Afirma a recorrente que o arbitramento realizado para fins de apuração da exigência lançada, motivado pela suposta deficiência da documentação apresentada é ilegal, porque a fiscalização não se desincumbiu de seu ônus probatório de avaliar in loco o estabelecimento fiscalizado. Alega que os estabelecimentos fiscalizados contam com prédios e outros setores onde não há qualquer risco ambiental decorrente de exposição a agentes nocivos e, mais uma vez, em violação à verdade material, a fiscalização pretendeu tributar uma presunção, quando a legislação é clara ao exigir a efetiva exposição do trabalhador ao agente nocivo para configuração da incidência do tributo em questão. Afirma que documentos apresentados pela empresa comprovam que nenhum funcionário estava efetivamente exposto a agente nocivo. Após resumidos os argumentos do recurso neste tema, vêse que Decisão recorrida o enfrentou e indicou, mediante a transcrição parcial do Relatório Fiscal, que restou caracterizada a precariedade do gerenciamento da atividade de risco por parte da TRANSPETRO, justificando o arbitramento do crédito fiscal. Foram citados pelo Julgador de 1ª Instância muitas considerações da Autoridade lançadora, dentre as quais merecem destaque: Fl. 6331DF CARF MF 10 após a análise da documentação e dos esclarecimentos da TRANSPETRO, concluiuse que havia empregados da PETROBRÁS cedidos à TRANSPETRO com exposição habitual e permanente aos agentes nocivos RUÍDO e/ou BENZENO; no período fiscalizado, em relação aos riscos ocupacionais, havia distinção no estabelecimento de empregados atuantes na Sede Administrativa e aqueles embarcados nos navios, com demonstrações ambientais distintas para a TRANSPETRO Sede Administrativa e para a TRANSPETRO DTM foram analisados três conjuntos distintos de documentos: os da Sede Administrativa, os da DTM e os do Terminal de Cabiúnas. nos três conjuntos de demonstrações ambientais apresentados estavam incluídos os empregados próprios da TRANSPETRO e os empregados cedidos pela PETROBRÁS. A partir da análise de tais demonstrações, verificouse que havia empregados da PETROBRAS expostos de forma habitual e permanente na DTM e em Cabiunas, não tendo sido constatada exposição habitual e permanente aos agentes nocivos RUÍDO acima do Limite de Tolerância e/ou BENZENO de empregados da PETROBRAS cedidos à Sede Administrativa; que foram apresentados os Programas de Proteção aos Riscos Ambientais PPRA e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO dos anos base de 2009 a 2011; que o PPRA de 2009 constituiuse de documento genérico que limitouse a reproduzir o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais objeto da Norma Regulamentadora nº 9 NR9 e que, ademais, trouxe uma relação de Grupos Homogêneos de Exposição sem a necessária vinculação dos mesmos aos agentes nocivos envolvidos na atividade, tipo e frequência; que o PPRA de 2010, Cabiunas, tinha texto bastante genérico e apresentava anexo como GHE com a mesma deficiência citada no item precedente; que o PPRA de 2011 era idêntico ao de 2010, inclusive quanto a erros de remissão que cita, apontando que não houve revisão do documento de um ano para o outro; que o PCMO Cabiunas de 2009 trazia a deficiência do PPRA do mesmo período, apresentandose demasiadamente genérico, sem referência a exames e periodicidade dos mesmos por GHE e sem indicação da realização de exame tradicionalmente indicado para trabalhadores expostos ao agente químico Benzeno, embora, em 2004, já haviam sido realizadas avaliações de exposição dos trabalhadores a tal agente nocivo em Cabiunas, nas quais foi identificada situação crítica de exposição ao Benzeno, como apontado para CEMOV ÁREA DE ÓLEO ABERTURA DE CANHÃO; que embora o PCMSO mencionasse integração com co PPRA, verificouse que os exames realizados em um ano não serviram, como seria esperado, para se implementar alterações no ambiente de trabalho no PPRA do ano subsequente; que documentos apresentados à fiscalização tratando sobre o Planejamento Anual de Atividades do PPRA Cabiúnas/Barra do Furado indicavam que apenas 10% das avaliações relativas à caracterização da porcentagem de Benzeno na fase líquida foi concluída e que foram concluídas apenas 20% das avaliações a exposição ocupacional ao Benzeno e a outros agente químicos e que 0% das medidas de controle foram aplicadas, por ter a empresa entendido que não havia evidência de risco ocupacional no TECAB; Fl. 6332DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.328 11 que o relatório de Reconhecimento e Avaliação da Exposição Ocupacional ao Benzeno de junho de 2010, é integrado por uma planilha cuja coluna "média geométrica" aponta que, em todos os GHE analisados (do A ao H), havia exposição ao agente nocivo Benzeno; que relatório apresentado pela empresa indica que foram detectados níveis de ruído superiores a 85db no período de 11/2004 a 03/2005, e que mesmo que fossem utilizados protetores auriculares, para alguns GHE, a exposição permaneceria acima do limite de tolerância; e que, a despeito de tal constatação, novas avaliações somente ocorreram no estabelecimento cabiúnas em janeiro/fevereiro de 2011; que, mesmo diante de tal cenário, identificouse que há setores em que apenas um trabalhador foi submetido a audiometrias, ou mesmo índices de incidência de anormalidade alcançando 40%, 75%, 100% de anormalidades, o que indica que os percentuais não representam uma amostra razoável a conferir confiabilidade de suas conclusões Desnecessário continuar citando as conclusões das Autoridades lançadoras e julgadoras sobre o tema, que, frisese, não foram contestadas pelo recurso voluntário. Afinal, evidente a existência dos agentes nocivos Benzeno e Ruído no ambiente de trabalhado em que os empregados da recorrente executam suas atividades, bem assim evidente a ineficiência e precariedade da gestão dos riscos ambientais por parte da empresa, o que legitima o lançamento por arbitramento, nos termos da IN RFB 971/99, que assim dispõe: Art. 296. A contribuição adicional de que trata o art. 292, será lançada por arbitramento, com fundamento legal previsto no § 3º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991, combinado com o art. 233 do RPS, quando for constatada uma das seguintes ocorrências: I a falta do PPRA, PGR, PCMAT, LTCAT ou PPP, quando exigíveis, observado o disposto no inciso V do art. 291; II a incompatibilidade entre os documentos referidos no inciso I; III a incoerência entre os documentos do inciso I e os emitidos com base na legislação trabalhista ou outros documentos emitidos pela empresa prestadora de serviços, pela tomadora de serviços, pelo INSS ou pela RFB. Parágrafo único. Nas situações descritas neste artigo, caberá à empresa o ônus da prova em contrário. Improcedentes os apelos recursais. Rejeito a preliminar arguida. MÉRITO Das hipótese de exigência da contribuição adicional de SAT Após citar a legislação correlata, o recorrente afirma que o adicional de contribuição ao SAT se destina ao financiamento de aposentadoria especial, a qual somente fazem jus os trabalhadores que comprovem tanto o tempo de trabalho permanente (não ocasional ou intermitente) em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou integridade Fl. 6333DF CARF MF 12 física, como a efetiva exposição aos agentes químicos por meio de apresentação de laudos emitidos por empresa indicando as condições ambientais de trabalho. Com isso, conclui que a concessão de aposentadoria especial, bem assim a necessidade de recolhimento do adicional para o seu financiamento, não depende unicamente da presença de agentes nocivos, mas também da efetiva exposição dos trabalhadores a esses agentes. Como se vê, neste tema, o recorrente busca na legislação uma forma de igualar a obrigação de contribuição das empresas aos requisitos que devem ser comprovados pelos trabalhadores para gozar do benefício previdenciário. Os artigos 57 e 58 da Lei 8.213/91 tratam da matéria e estabelecem obrigações para a empresa e requisitos para reconhecimento do direito para os trabalhadores. Para os trabalhadores, há a previsão de que a concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado(art. 57, § 3º).. Ademais, prevê o mesmo dispositivo que a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista (art. 58, § 1º). Ou seja, pelo entendimento do recurso, não tendo o trabalhador comprovado que esteve exposto a agentes nocivos, não haveria direito a aposentadoria especial e, consequentemente, a empresa não estaria obrigada ao recolhimento do adicional ao SAT. Ocorre que o empregado somente terá como comprovar o direito ao benefício se o empregador cumprir as exigências que lhe são impostas pela legislação visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais2. Naturalmente, o não cumprimento por parte do empregador não afasta a possibilidade de que o empregado, no futuro, recorra ao judiciário para ver reconhecido o seu direito. Assim, para evitar que somente após decorridos, por exemplo, 25 anos, no momento em que, a partir de provocação do aspirante ao benefício da aposentadoria especial, o Estado tenha ciência de que havia trabalhadores sendo submetidos a condições especiais de trabalho sem que o seu empregador contribuísse para o financiamento, devidamente previsto 2 NR 9 9.1.1 Esta Norma Regulamentadora NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Fl. 6334DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.329 13 em lei, do benefício da aposentadoria diferenciada, é que se justifica que o poder estatal se faça presente para, de forma coercitiva, impor o cumprimento das obrigações dos empregadores, seja pela fiscalização do cumprimento da legislação trabalhista ou da previdenciária. No âmbito previdenciário, é que se desenvolveu a fiscalização ora sob análise, em que, como visto alhures, foi possível identificar a baixa preocupação do empregador com o controle dos riscos ambientais a que estavam submetidos seus funcionários. Mesmo tendo identificado, em algum momentos, a presença de agentes nocivos como o Benzeno ou o Ruído nos locais em que eram exercidas as atividades, não controlou, não avaliou e não antecipou medidas que pudessem promover e preservar a saúde de seus colaboradores. Portanto, diante das constatações fiscais, fica evidente que o contribuinte não demonstrou, como deveria, que o ambiente de trabalho de seus funcionários o desobrigava ao recolhimento do adicional, ressaltando que é seu o ônus da prova, nos termos do § único do art. 296 da IN RFB 971/99. Assim, nego provimento ao recurso voluntário no presente tema. Agente Benzeno Da inexistência de exposição específica Afirma que a TRANSPETRO não produz Benzeno. Com isso, nem seus funcionários próprios nem aqueles cedidos pela PETROBRÁS estão expostos a tal agente. Sustenta, por outro lado, que a mera existência de agentes nocivos não é causa suficiente para ensejar a concessão de aposentadoria especial e a obrigatoriedade de recolhimento do adicional ao SAT e que para efetivo gerenciamento dos riscos do ambiente de trabalho deve ser considerado não só a existência de agentes nocivos, mas as medidas tomadas pela empresa para seu controle e monitoramento. Alega que a IN RFB 971/99, no § 2º do art. 2933, reconhece a inexistência de obrigatoriedade de recolhimento da contribuição adicional ao SAT nas hipóteses em que o contribuinte comprovar a adoção de medidas de proteção que neutralizem ou reduzam a exposição do empregado aos limites legais de tolerância de modo a afastar a concessão de aposentadoria especial. Por fim, a defesa apresenta algumas considerações sobre a legislação relativa às limitações legais de exposição ao agente Benzeno. É inequívoco que, não se configurando direito à concessão de aposentadoria especial, seja em razão das característica da atividade, seja em razão da atenuação dos fatores de risco à saúde e integridade física do trabalhador, não há que se falar em incidência do adicional em tela. 3 IN RFB 971/09 Art. 293. (...) § 2º Não será devida a contribuição de que trata este artigo quando a adoção de medidas de proteção coletiva ou individual neutralizarem ou reduzirem o grau de exposição do trabalhador a níveis legais de tolerância, de forma que afaste a concessão da aposentadoria especial, conforme previsto nesta Instrução Normativa ou em ato que estabeleça critérios a serem adotados pelo INSS, desde que a empresa comprove o gerenciamento dos riscos e a adoção das medidas de proteção recomendadas, conforme previsto no art. 291. Fl. 6335DF CARF MF 14 Entretanto, a autuação sob análise decorre exatamente da inexistência ou imprestabilidade dos documentos apresentados pelo contribuinte para comprovar a sua obrigação de gerenciar os riscos ambientais identificados nos locais em que seus empregados exerciam suas atribuições. Assim, mais uma vez, diante das constatações fiscais, fica evidente que o contribuinte não demonstrou, como deveria, que o ambiente de trabalho de seus funcionários o desobrigava ao recolhimento do adicional, ressaltando que é seu o ônus da prova, nos termos do § único do art. 296 da IN RFB 971/99. Valendo mais uma vez destacar, como visto alhures, foi possível identificar a baixa preocupação do empregador com o controle dos riscos ambientais a que estavam submetidos seus funcionários. Mesmo tendo identificado, em algum momentos, a presença de agentes nocivos como o Benzeno ou o Ruído nos locais em que eram exercidas as atividades, não controlou, não avaliou e não antecipou medidas que pudessem promover e preservar a saúde de seus colaboradores. Da impossibilidade do critério qualitativo para Benzeno. Após considerações sobre a legislação e apresentação de opiniões expressas em pareceres técnicos, o recorrente ressalta que, como regra geral, a avaliação da exposição dos agentes nocivos deve ser feita com base em elementos quantitativos, não se afigurando acertada a utilização do elemento qualitativo para o agente Benzeno. Sustenta que o próprio Ministério da Previdência social, pela Nota Técnica CGMB/DPSSO/SPPS nº 006/2012, externou entendimento de que a presença do agente Benzeno, por si só, não seria prova suficiente para comprovar a existência de exposição/risco ao empregado. Cita entendimentos diversos sobre a matéria, bem assim legislação que estabelece limites de tolerância para o agente nocivo em comento. Assim dispõe a Nota Técnica citada pelo contribuinte em sua defesa: ... a presença do agente Benzeno, por si só, não determina o fator de risco, pois é possível que ele exista no processo produtivo mas não haja fator de risco, porquanto exista um aparato tal de prevenção e proteção que autorize ao responsável técnico pelo PPRA/PPEOB asseverar nesse sentido, juntamente com as evidências epidemiológicas extraídas do Programa de Controle Médito de Saúde Ocupacional PCMSO. Ora, como se vê, nessa questão específica de que trata a NT 006/12, voltamos ao tema tratado no item anterior. A presença do elemento nocivo não é, em si, um problema no caso em tela. O problema é que a empresa não demonstrou aparato de prevenção ou proteção que ateste a eliminação dos efeitos nocivos do agente à saúde dos trabalhadores. Quanto à utilização do critério qualitativo para benzeno, adoto como razão de decidir as conclusões do Conselheiro Cleberson Alex Fries, expressas no Acórdão 2401 000.411, da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento deste CARF: e.2) Agente benzeno (...) 146. A seu turno, a nocividade gerada por agentes químicos não requer, necessariamente, a análise quantitativa de sua Fl. 6336DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.330 15 concentração no ambiente do trabalho, bastando a simples exposição do trabalhador a agentes cancerígenos. 147. O critério qualitativo do risco, ou seja, sem haver exposição efetiva a limite de tolerância, já estava reconhecido pela Instrução Normativa INSS/PRES nº 11, de 20 de setembro de 2006, aplicável no ano de 2007. Reproduzo o conteúdo do seu art. 157: "Art. 157. O núcleo da hipótese de incidência tributária, objeto do direito à aposentadoria especial, é composto de: I nocividade, que no ambiente de trabalho é entendida como situação combinada ou não de substâncias, energias e demais fatores de riscos reconhecidos, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador; II permanência, assim entendida como o trabalho não ocasional nem intermitente, durante quinze, vinte ou vinte cinco anos, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação jurídica a qual se submete. § 1º Para a apuração do disposto no inciso I, há que se considerar se o agente nocivo é: I apenas qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13, 13A e 14 da Norma Regulamentadora nº 15 (NR15) do Ministério do Trabalho e Emprego MTE, e no Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, para os agentes iodo e níquel; (grifouse) II quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da concentração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho." (...) 148. O Decreto nº 8.123, de 16 de outubro de 2013, ao alterar o art. 68 do RPS, passou a conter expressamente a previsão de aposentadoria especial pela simples exposição do trabalhador a agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos: "Art. 68. (...) § 2º A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada mediante descrição: I das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada; Fl. 6337DF CARF MF 16 II de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados no inciso I; e III dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato. § 3º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho § 4º A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a ser apurada na forma dos §§ 2º e 3º, de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador." (grifouse) (...) 149. No caso do benzeno, o Anexo 13A da NR nº 15 tratao como substância comprovadamente cancerígena, para a qual não existe limite seguro de exposição: "Benzeno 1. O presente Anexo tem como objetivo regulamentar ações, atribuições e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, visando à proteção da saúde do trabalhador, visto tratarse de um produto comprovadamente cancerígeno. (...) 6. Valor de Referência Tecnológico VRT se refere à concentração de benzeno no ar considerada exeqüível do ponto de vista técnico, definido em processo de negociação tripartite. O VRT deve ser considerado como referência para os programas de melhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho. O cumprimento do VRT é obrigatório e não exclui risco à saúde. 6.1. O princípio da melhoria contínua parte do reconhecimento de que o benzeno é uma substância comprovadamente carcinogênica, para a qual não existe limite seguro de exposição. Todos os esforços devem ser dispendidos continuamente no sentido de buscar a tecnologia mais adequada para evitar a exposição do trabalhador ao benzeno. (grifouse) (...) 7. Os valores estabelecidos para os VRTMPT são: 1,0 (um) ppm para as empresas abrangidas por este Anexo (com exceção das empresas siderúrgicas, as produtoras de álcool anidro e aquelas que deverão substituir o benzeno a partir de 1º.01.97). 2,5 (dois e meio) ppm para as empresas siderúrgicas." Fl. 6338DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.331 17 150. O direito á aposentadoria especial, no caso da exposição ocupacional ao benzeno, não tem relação com o Valor de Referência Tecnológico (VTR), como quer a recorrente, cujo índice foi construído com a finalidade de subsidiar programas de melhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho, não significando a exclusão do direito ao benefício previdenciário nas hipóteses em que houver a exposição inferior a 2,5 ppm, quando mensurado em empresas siderúrgicas. 151. Sem razão, portanto, a recorrente. Assim, tendo em vista que o Julgador de 1ª Instância decidiu neste mesmo sentido e considerando que, nos termos do § único do art. 142 da |Lei 5.172/66 (CTN), a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, julgo irretocável a autuação fiscal bem assim a Decisão recorrida. Do período de docagem dos navios claros e dos seus efeitos quanto à suposta exposição ao agente Benzeno. Afirma o Auto de Infração referente aos empregados cedidos à DTM deve ter a sua base de cálculo retificada na parte atinente à exposição ao Benzeno Alega que, conforme se verifica nos itens 382 a 384 do Relatório Fiscal, a fiscalização reconhece que, durante os períodos de docagem dos navios claros, ainda que a tribulação tenha permanecido a bordo das embarcações, não eram realizadas atividades que gerassem quaisquer níveis de exposição a agentes químicos. No entanto, sustenta que somente foram excluídos da autuação os casos em que os períodos de docagem dos navios claros ultrapassaram à metade do respectivo mês. Sustenta que tal critério não pode prosperar, já que a concessão da aposentadoria especial demanda a comprovação do trabalho permanente, não ocasional ou intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador. Sintetizadas as razões do recurso, mister ressaltar que os trabalhadores da autuada, ou mesmo da TRANSPETRO, não são contratados para acompanhamento de uma ou outra navio durante seu período de docagem. O que se pode inferir, em particular do que consta do item 73.2 do Relatório Fiscal, fl. 242, é que o trabalhador atua nas dependências da empresa e, "durante o período de docagem, exercem suas atividades de acompanhamento da manutenção e reparo a bordo dos navios" e que, no curso deste período, não há exposição a agentes químicos. Assim, o raciocínio da Autoridade Lançadora foi no sentido de que, ficando o trabalhador, por mais de 15 dias do mês, à bordo de uma navio claro, haveria de ser esse período desconsiderado em relação à exposição ao Benzeno. Ao contrário, estando o trabalhador embarcado por período inferior à metade do mês, inferese que, no restante do mês, ou seja, na maior parte deste, esteve este mesmo trabalhador exposto ao agente nocivo, já que apenas as dependência internas do navio mostravamse livres do agente nocivo. Assim, entendo que o critério utilizado pela fiscalização é razoável, não havendo motivos que justifiquem a alteração do lançamento. Fl. 6339DF CARF MF 18 Especificamente em relação ao navio DILYA, o recorrente alega que, ainda que mantido o critério de exclusão apenas para os períodos de docagem dos navios claros que tenham durado mais da metade do mês, houve erro na informação do citado navio, pois, ao contrário do período de docagem considerado, 26/07 a 03/11/2010, conforme comprovado pela TRANSPETRO, este período estendeuse até 29/01/2011. Sobre o tema, além do entendimento pessoal do Relator do voto condutor do Acórdão recorrido, o julgador de 1ª Instância acrescentou que "a impugnante alegou que a TRANSPETRO comprovou período de docagem do navio Dilya diverso do indicado pela Auditoria, porém não indicou qual seria a prova apresentada pela Transpetro, e não trouxe aos autos qualquer documento para comprovar o referido período (item 21 do relatório que indica a documentação que acompanha a impugnação)". Mesmo ciente de tal observação, o recurso voluntário não especificou que provas são estas. Assim, considerando que não obtive êxito em localizála no processo, que soma mais de 6000 páginas, entendo irretocável o lançamento e a decisão recorrida. Agente Ruído Da não exposição dos empregados cedidos à TRANSPRETO (TECAB E DTM) Alega a empresa autuada que a fiscalização tomou como base os relatórios técnicos apresentados pela TRANSPETRO. Assegura que, de fato, estes relatórios técnicos apontam níveis de ruído acima do limite de 85db, caso não fosse adotada nenhuma medida de controle. Os mesmos relatórios teriam asseverado que, utilizandose protetores auriculares, mesmos os mais simples, a exposição seria atenuada e retornaria para valores inferiores ao limite estabelecido. Questiona a conclusão da fiscalização de que os protetores auriculares fornecidos pela TRANSPETRO aos empregados cedidos pela PETROBRÁS não poderiam ser aceitos, por não ter sido comprovada a inviabilidade técnica de adoção de medidas proteção coletivas. A Delegacia da RFB de Julgamento indicou todos os pontos do relatório fiscal que apontavam alguma impropriedade no gerenciamento do agente Ruído, das quais, além de algumas já citadas no curso do presente voto, merecem destaque: reduzido número de exames de audiometrias realizados, mesmo em setores que apontam índices elevados de anormalidades; não observação da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR09 do MTE4 atribuição ao empregado do dever de comunicar ao seu superior que seu EPI estava impróprio para uso e que o critério de substituição baseavase em inspeções visuais; falta de monitoramento das condições de uso do EPI e substituição em periodicidade inadequada; 4 NR 09 9.3.5.4 Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontraremse em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendose à seguinte hierarquia: a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de equipamento de proteção individual EPI. Fl. 6340DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.332 19 falta de treinamento sobre a forma adequada na utilização do EPI; precariedade de gerenciamento dos riscos ocupacionais, identificada a partir reconhecimento da empresa de que não é feito novo reconhecimento de riscos quando ocorrem alterações significativas no ambiente de trabalho. Segue abaixo as conclusões da Auditoria Fiscal sobre a questão: Em face de todas as falhas no gerenciamento dos riscos do estabelecimento Cabiúnas acima apontadas, firmouse convicção de que, no período de 07/2009 a 12/2011, em razão do ineficiente gerenciamento do risco RUÍDO no referido estabelecimento, ocorreu real exposição de diversos empregados próprios da TRANSPETRO e cedidos pela PETROBRAS, que nele atuavam, ao agente físico RUÍDO acima do Limite de Tolerância, de forma habitual e permanente. Portanto, o arbitramento do adicional ao SAT para os funcionários não decorre de uma constatação isolada, mas da convicção já diversas vezes ressaltada no presente voto acerca da precariedade ou inexistência do gerenciamento de riscos ocupacionais. Desta forma, não há razões para se alterar o lançamento ou a decisão recorrida. Do erro na determinação da alíquota do adicional do SAT Sustenta a defesa que as aposentadorias especiais relativas aos trabalhadores sujeitos às condições especiais de trabalho serão financiadas por meio de um adicional de 12, 9 ou 6 pontos percentuais incidentes sobre as alíquotas de 1, 2 e ou 3%. Cita entendimento do Professor Sérgio Brito Martins de que a referida contribuição não é somada à já existente, mas é acréscimo de um percentual sobre os já existentes, exemplificando que, no caso de uma empresa sujeita a uma alíquota de 3% a título de SAT e com agentes que justificariam a concessão de aposentadoria especial em 25 anos, sujeitaria o empregador a uma alíquota de 3,18% [ 3 + (3% x 6%)]. Sobre tais argumentos, agiu bem a Decisão expressamente citar o texto legal que prevê tal adicional. Lei 8.213/91 Art. 57 (...) § 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) Não restam dúvidas de que, neste caso, a alíquota originária sofrerá um acréscimo DE doze, nove ou 6 pontos percentuais. Assim, se a alíquota originária, como no Fl. 6341DF CARF MF 20 exemplo citado pelo contribuinte, for de 3%, o acréscimos de 6 pontos percentuais representará uma nova alíquota de 9%. Assim, improcedentes os argumentos recursais. Da não incidência da contribuição adicional sobre o 13º salário. Neste ponto, o recorrente afirmar que a contribuição adicional somente pode incidir sobre parcelas que repercutirão no benefício da aposentadoria especial, pois tratase de um tributo especificamente destinado a custear o pagamento desse benefício. Alega que, segundo o § 3º do art. 29 da Lei 8.21/91, o 13º salário não é considerado no cálculo de qualquer benefício, previsão que, segundo seu entendimento estaria corroborada pelo § 7º do art. 28 da Lei 8.212/91. As alegações do contribuinte, que, em síntese, estão retratadas no parágrafo precedente, encontram neste Relator alguma dificuldade de compreensão. Afinal, pelo argumento expresso, dá a impressão de que o trabalhador beneficiado pela aposentadoria especial não terá direito ao abono natalino. E não é este o caso. Assim como qualquer outro trabalhador, seus rendimentos, inclusive os do 13º, são alcançados pela contribuição previdenciária. Exatamente por resultarem, no futuro, em um direito a aposentadoria que, da mesma forma, pagará ao seu beneficiário 13 parcelas anuais. O citado art. 29, § 3º da Lei 8.213/91 trata do que considera salário benefício, nada tendo a ver com o conceito de salário de contribuição, este sim uma grandeza sobre a qual incide a contribuição devida pelas empresas, nos termos do art. 22 da Lei 8.212/91, que excepciona apenas as parcelas elencadas taxativamente no § 9º do art. 28 do mesmo diploma. O citado § 7º do art. 28 da Lei 8.212/91, ao contrário de corroborar as alegações da defesa, encerram o assunto em seu desfavor, ao prever que o décimoterceiro salário (gratificação natalina) integra o saláriodecontribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. Ademais, a Lei nº 8.620/93, prevê: “Art. 7º O recolhimento da contribuição correspondente ao décimoterceiro salário deve ser efetuado até o dia 20 de dezembro ou no dia imediatamente anterior em que haja expediente bancário. (...) 2° A contribuição de que trata este artigo incide sobre o valor bruto do décimo terceiro salário, mediante aplicação, em separado, das alíquotas estabelecidas nos arts. 20 e 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.” Portanto, não procedem as razões recursais. Da indevida aplicação das multas de ofício em razão da limitação em 20% Retroatividade benigna. Aduz o contribuinte a impossibilidade de aplicação de multa de ofício de 75% nas competências lançadas, antes à expressa limitação contida na nova redação do art. 35 da Lei 8.212/91, com a redação data pela Lei 11.941/09. Fl. 6342DF CARF MF Processo nº 16682.720575/201464 Acórdão n.º 2201004.405 S2C2T1 Fl. 6.333 21 Assim é a nova redação do citado art. 35: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Ocorre que a mesma Lei 11.941/99, que incluiu o art. 35A na Lei 8.212/91, que prescrevendo que, nos casos de lançamentos de ofício relativo às contribuições previdenciárias, a penalidade aplicável é aquela prevista no art. 44 da Lei 9.430/96. Tais artigos têm a seguinte redação: Lei 8.212: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Lei 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) Portanto, vêse que, nos casos de lançamento de ofício a penalidade aplicável é aquela prevista no art. 44 da Lei 9.430/96, restando a penalidade contida no art. 35 da Lei 8.212/91 para os casos em que o recolhimento é efetuado espontaneamente e após o prazo legal, o que não é o caso da exigência discutida no presente processo. Assim, improcedentes os apelos recursais. Conclusão Assim, tendo em vista tudo que consta nos autos, bem assim na descrição e fundamentos legais que integram o presente, voto por conhecer do recurso voluntário, rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Fl. 6343DF CARF MF 22 Fl. 6344DF CARF MF
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