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Numero do processo: 17613.722280/2012-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
IRPF. ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considerar-se-á não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal
LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física.
Numero da decisão: 2202-003.789
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(Assinatura digital)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinatura digital)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada .
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerarseá não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinatura digital) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinatura digital) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 61 3. 72 22 80 /2 01 2- 47 Fl. 96DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP) Em procedimento de revisão da Declaração de Ajuste Anual 2011, anocalendário 2010, da contribuinte acima identificada, procedeuse ao lançamento de ofício, originário da apuração das infrações abaixo descritas, por meio da Notificação de Lançamento do Imposto de Renda Pessoa Física, lavrada em 07/08/2012, de fls. 45/49 (...) Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica Confrontando o valor dos Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica declarados, com o valor dos rendimentos informados pelas fontes pagadoras em Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – Dirf, para o titular e/ou dependentes, constatouse omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 55.435,64, conforme relacionado abaixo. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto de Renda Retido (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 0,00. DA IMPUGNAÇÃO Devidamente intimada das alterações processadas em sua declaração, a contribuinte apresentou impugnação por meio do instrumento de fls. 02/03, alegando, em síntese, que: é pensionista do DINIT e portadora de Alzheimer e Parkinson. Apresentou DIRPF retificadora para obter os valores de IR descontados. Recebeu a Notificação de Lançamento e apresentou Solicitação de Retificação de Lançamento; quando da retificação da declaração original, o programa zerou a contribuição previdenciária de empregada doméstica por não haver proventos tributáveis, gerando a infração constante na notificação; assim, solicita a anulação da declaração retificadora para prevalecer a original. Anexa documentos e solicita análise da impugnação. Na fl. 08 consta Resultado da Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL, emitida em 08/10/2012, cuja ciência à contribuinte deuse em 23/10/2012, em que se verifica no campo “Complementação da Descrição dos Fatos”: A contribuinte não apresentou laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo negou provimento à Impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte: Fl. 97DF CARF MF Processo nº 17613.722280/201247 Acórdão n.º 2202003.789 S2C2T2 Fl. 97 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 Ementa: IRPF ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE NÃO COMPROVAÇÃO A comprovação da moléstia grave deverá ser realizada mediante laudo pericial contendo requisitos mínimos necessários, tais como a especificação da data em que a doença foi contraída, o prazo de validade do laudo, e emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. É literal a interpretação da legislação tributária que dispõe sobre isenção, de acordo com o artigo 111 do Código Tributário Nacional. Cientificada da decisão acima transcrita (AR fls.88), a contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 90/93, no qual requer o cancelamento do lançamento complementar ocasionado por equívoco do Auditor da Receita Federal que, ao analisar a Declaração Retificadora elaborou nova Declaração e não lançou os descontos referentes a Contribuição Previdenciária a Empregada Domestica, fartamente documentado neste processo 2011/5328390723790, como também este desconto não foi considerado pela relatora na decisão do Acórdão da 22ª Turma de Julgamento da DRJ/SPO em 07.12.2015, o que torna nulo ou improcedente o lançamento do imposto suplementar. É o relatório Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual, dele conheço. Conforme se verifica pelo trecho do recurso abaixo transcrito, a Recorrente reconhece que os laudos médicos apresentados eram de datas posteriores às da declaração retificada: Com base no exposto acima e analisando os documentos já anexados ao processo de notificação de lançamento 2011/532783390723790 e descritos acima, procurouse os benefícios da Lei com a isenção de impostos aos declarantes possuidores de doenças ou moléstias graves mediante a apresentação de Laudos Médicos Oficiais, mas para o caso em tela os Laudos eram de data posterior a referida Declaração, então solicitase a Impugnação do lançamento de Imposto Fl. 98DF CARF MF 4 Suplementar com a anulação da Declaração Retificadora, entregue a Receita Federal em 29.07.2012 às 19:31 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 21.10.70248205, retornandose a Declaração Original, aquela entregue à Receita Federal em 28/04/2011 às 19:59 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 14.77.58.4.7847, onde está declarado o desconto da Contribuição Previdenciária a Empregada Doméstica no valor de R$ 810,00, devidamente comprovado com os documentos anexados a Impugnação nº 2011/90000005256 da Notificação de Lançamento nº 2011/5327833907233790, tais como, listagem, recolhimento INSS de empregada doméstica e cópia da carteira de trabalho. (grifos no original) Tratase, portanto, de matéria não impugnada. Dessa forma, a irresignação da Recorrente limitase à anulação do lançamento suplementar decorrente do cancelamento da declaração retificadora, uma vez que tal situação gerou um lançamento suplementar no montante de R$ 810,00. Na declaração original, por sua vez, a Recorrente teria direito à restituição. Não é possível, retornar a declaração original, uma vez que a retificação realizada com erro sujeita o contribuinte à penalidades. Da mesma forma, a dedução dos valores pagos à título de contribuição previdenciária, não implicam o cancelamento o lançamento suplementar, mas tão somente se admite a dedução pleiteada, desde que devidamente comprovada. Em face do exposto, dou provimento ao recuso para que seja considerada, no lançamento suplementar, a dedução do montante de R$ 810,00 relativo ao pagamento de contribuições previdenciárias para empregada doméstica. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.000102/2004-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998, 01/12/2000 a 31/12/2000, 01/06/2001 a 30/06/2001
PIS. DECADÊNCIA
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, de modo que devem ser aplicadas, sobre o prazo extintivo do direito do Fisco, as regras previstas no CTN.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3202-001.488
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Acompanhou o julgamento o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº. 26.345.
Nome do relator: Charles Mayer de Castro Souza
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MULTA Recorrente DOCEPAR S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998, 01/12/2000 a 31/12/2000, 01/06/2001 a 30/06/2001 PIS. DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, de modo que devem ser aplicadas, sobre o prazo extintivo do direito do Fisco, as regras previstas no CTN. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Acompanhou o julgamento o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº. 26.345. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama, Gilberto de Castro Moreira Junior e Thiago Moura de Albuquerque Alves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 03 25 /2 01 3- 29 Fl. 368DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, referente aos períodos de apuração 01/98 a 12/98, 12/00 e 06/01, no valor total de R$ 886.041,55, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra o contribuinte acima identificado, relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, abrangendo os períodos de apuração 01/98 a 12/98, 12/00 e 06/01 (fls. 206 a 213), no valor de R$ 317.271,28, com o acréscimo de multa de oficio de 75%, no valor de R$ 237.953,41, e juros de mora, calculados até 30/12/2003, no valor de R$ 330.816,86, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 886.041,55, em decorrência de ação Fiscal levada a efeito pela DeficRJO, conforme Termo de Início de Fiscalização às fls. 30. • 2. No Termo de Verificação (fls. 205), o AFRF autuante informa, em resumo, que: • A empresa não recolheu o PIS referente ao ano de 1998, em virtude de ter contestado judicialmente o modo de apuração previsto na MP n° 1.212/95 e suas reedições; • A empresa impetrou o Mandado de Segurança n° 96.00085056 contra a referida legislação e obteve liminar determinando a apuração e pagamento do PIS sem as modificações trazidas por tais normas, ou seja, com base na LC n° 7/70; • Em 10/01/97 foi julgado o mérito e proferida sentença confirmando a liminar; • Sendo a empresa prestadora exclusiva de serviços, o PIS a ser recolhido seria de 5% sobre o imposto devido. Tendo em vista que, neste ano, ela apurou resultado negativo, não houve imposto devido e, consequentemente, nada foi pago; • Em 11/07/02 a decisão del a instância foi reformada pelo TRF 2allegião. A empresa apresentou agravo de instrumento, que até a presente data, ainda sem manifestação daquele Tribunal; • Às fls. 127 a 204 consta cópia do processo judicial e decisões correspondentes; • As bases de cálculo foram apuradas conforme demonstrativo de fls. 31, nos termos das normas aplicáveis. 3. O enquadramento legal da autuação foi: Lei Complementar n° 7/70; artigos 2°I, 3 0, 40, I a III, 8°4 e 9° da Medida Provisória n° 1.212/95 e suas reedições, convalidadas pela Lei n° 9.715/98; artigos 2°4, 3°, 4°, I a III, 8°4, 90 e 18 da Lei n° 9.715/98; artigos 2° e 3° da Lei n°9.718/98. Fl. 369DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3202001.488 S3C2T2 Fl. 327 3 4. Após tomar ciência da autuação em 28/01/2004 (fls. 206), a empresa autuada, • inconformada, apresentou a impugnação anexada às fls. 217 a 230 em 20/02/2004, com as alegações abaixo resumidas: 4.1. Com a declaração de inconstitucionalidade dos Decretos Leis n's 2.445/88 e 2.449/88, a empresa passou a recolher o PIS de acordo com a Lei Complementar n° 7/70; 4.2. Com a edição da Medida Provisória n° 1.212/95, a impugnante impetrou mandado de segurança, visando o recolhimento da contribuição nos termos da citada Lei Complementar; 4.3. Foi deferida liminar suspendendo 'a exigibilidade do crédito mediante depósito judicial, sendo que a empresa entendeu por bem não efetuar o depósito, proferindo o juizo despacho tornando a decisão sem efeito; 4.4. Foi proferida sentença concedendo a segurança pleiteada, tendo a Fazenda interposto recurso de apelação, provido pelo TRF2aRegião; 4.5. Após a oposição de embargos de declaração pela impugnante, aos quais foi negado provimento, e, posteriormente, recurso extraordinário, inadmitido, não restou à empresa outra alternativa senão a interposição de agravo de instrumento, de forma que a matéria fosse apreciada pelo STF; 4.6. O presente auto encontrase eivado de ilegalidades, pois, não obstante não assistir qualquer razão à Fiscalização, em hipótese alguma poderia a Fazenda Nacional efetuar o lançamento relativo a fatos geradores sobre os quais já se operou a decadência do direito de lançar, uma vez que os valores exigidos se referem ao ano de 1998, sendo que a impugnante somente foi notificada do auto em 28/01/04; 4.7. Ademais, ainda que os valores fossem devidos e não houvesse decaído o direito de a Fazenda lançar, em hipótese alguma poderia a Fiscalização efetuar a cobrança de multa punitiva, em razão de recolhimento menor do tributo efetuado sob amparo judicial; 4.8. A existência de ação judicial, em que se questiona o tributo, não possui o condão de autorizar a cobrança dos valores, sem que as autoridades fazendárias tenham efetuado o lançamento, nos termos do artigo 142 do CTN; 4.9. Assim, se durante o prazo decadencial a autoridade fiscal não efetuar o lançamento do tributo cuja exigibilidade esteja suspensa por ordem judicial, em hipótese alguma poderá o Fisco cobrar os valores em discussão, sob pena de incorrer em invasão de competência, uma vez que estarseia colocando nas mãos do Poder Judiciário o poder de lançar tributo, cuja competência é exclusiva da administração; Fl. 370DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 4.10. Ressaltese que a suspensão regulada pelo artigo 151 do CTN paralisa temporariamente o exercício efetivo do poder de execução, mas não suspende a prática do próprio ato administrativo de lançamento decorrente de atividade vinculada, obrigatória e necessária para evitar a decadência do poder de lançar; 4.11. A legitimidade da prática do ato de lançamento na pendência do período de suspensão da exigibilidade do crédito foi expressamente reconhecida pelo artigo 63 da Lei n° 9.430/96, sendo esse o entendimento do STJ e dos Conselhos de Contribuintes; 4.12. Com base em tais considerações e no fato de que, durante o período decadencial, a Fiscalização não efetuou o lançamento dos valores ora exigidos, restará inócua qualquer alegação das autoridades fiscais, no sentido de que estariam impedidas de realizar o lançamento; 4.13. No caso dos tributos lançados por homologação, caso do PIS, a Fazenda possui, nos termos do artigo 150, § 4° do CTN, o prazo, ininterrupto, de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, para constituir o crédito; 4.14. A pretensão da autoridade fazendária, no sentido de que o prazo decadencial seria de dez anos, carece de embasamento legal, pois insistem em aplicar conjuntamente o artigo 150, § 40 do CTN com o artigo 173, ambos do CTN, entendendo, equivocadamente, que, após transcorridos cinco anos do fato gerador, a Fazenda disporia de mais cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 4.15. Nos termos do artigo 150 do CTN, o lançamento por homologação se dá no momento em que a autoridade administrativa, de forma expressa ou tácita, homologa a • atividade exercida pelo sujeito passivo, considerandose extinto o crédito; 4.16. Assim, não há como se aplicar a regra geral do artigo 173, pois não há como conceber que algo que tenha sido "definitivamente extinto" possa "renascer" sob a égide do artigo 173; 4.17. Confirmando tal entendimento, citamse doutrina e jurisprudência, judicial e administrativa; 4.18. Não cabe discorrer na presente defesa sobre as razões de mérito pelas quais o auto deve ser julgado improcedente, uma vez que tal discussão já foi entregue ao Poder Judiciário; 4.19. Protesta a impugnante, em homenagem ao princípio da verdade material, pela produção de quaisquer provas que se façam necessárias, requerendo a improcedência do lançamento. Fl. 371DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3202001.488 S3C2T2 Fl. 328 5 A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de janeiro II julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/RJII n.º 1314.611, de 15/12/2006 (fls. 274 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998, 01/12/2000 a 31/12/2000, 01/06/2001 a 30/06/2001 PIS DECADÊNCIA Tendo sido constituído o crédito tributário dentro do prazo de dez anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, não se caracteriza a decadência. IMPUGNAÇÃO PROVA A prova documental deve ser apresentada pelo contribuinte no momento da impugnação do lançamento. AÇÃO JUDICIAL CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE Não há que se falar em suspensão da exigibilidade do crédito tributário, quando o provimento judicial obtido pelo sujeito passivo já havia sido reformado, favoravelmente à Fazenda Nacional, em data anterior ao início do procedimento Fiscal. Lançamento Procedente Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 288/300, por meio do qual, depois de relatar os fatos, apenas sustenta a extinção, pela decadência, do direito do Fisco. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O lançamento constitui crédito decorrente do PIS sobre valores devidos nos períodos de apuração de janeiro de dezembro de 1998, dezembro de 2000 e junho de 2001. A autuação se fundamentou na Medida Provisória nº 1.212, de 1995, e suas reedições, convalidadas pela Lei n° 9.715/98. Segundo consta dos autos, a Recorrente impetrou Mandado de Segurança, com pedido de liminar, visando obter provimento jurisdicional que lhe garantisse o seu direito a continuar a recolher a contribuição ao PIS nos termos da Lei Complementar n° 7, de 1970, sem se sujeitar a quaisquer atos de cobrança do tributo com fulcro na Medida Provisória n° 1.212, de 1995. Fl. 372DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 Embora tenha sido concedida a segurança, esta decisão restou modificada pelo TRF da 2ª Região, que deu provimento à apelação aviada pela Fazenda Nacional. Também negouse provimento aos embargos de declaração opostos pela Recorrente contra o acórdão prolatado pelo Tribunal, bem como posteriormente inadmitiuse o recurso extraordinário que interpôs. Após a apresentação de diversos recursos, os quais não alteraram a inadmissão do recurso extraordinário, a decisão do STF transitou em julgado em 13/10/2005. Em síntese, no momento em que iniciado o procedimento fiscal, a Recorrente não estava amparada por qualquer medida judicial. Assim, como já destacado pelo relator da decisão recorrida, não cabia o lançamento apenas para prevenir a decadência, uma que a aplicação do disposto no art. 63 da Lei nº 9.430, de 1996, reclama esteja suspensa a exigibilidade do crédito tributário. No recurso voluntário, debateuse apenas a extinção, pela decadência, do direito de lançar do Fisco, que não havia sido reconhecido pela instância de piso, ao fundamento de que a Lei n° 8.212, de 1991, em seu art. 45, definiu que o prazo decadencial das contribuições para a Seguridade Social seria de dez anos. Como cediço, o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei 8.212 de 1991, em entendimento sumulado com a seguinte redação: Súmula Vinculante nº 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Sobre a matéria, devem ser observadas, portanto, as regras previstas no Código Tributário Nacional CTN. Analisados as informações encartadas nos autos, constatamos que não houve depósitos judiciais dos valores devidos (isso a própria Recorrente afirma em seu recurso), tampouco recolhimento de parte dos valores devidos. Assim, é de se aplicar o disposto no art. 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Nesse contexto, no momento em que a Recorrente foi cientificada do lançamento, o que ocorreu em 28/01/2004, já havia operado a decadência em relação aos períodos de apuração de janeiro a novembro de 1998 (quanto a este último, o termo a quo do prazo decadencial se iniciou no 1º dia útil de 1999, pois o lançamento já poderia ter sido efetuado em dezembro de 1998, de modo que se extinguiu no mesmo dia do ano de 2004). Com relação ao mês de dezembro de 1998, considerando que o lançamento só poderia ter sido efetuado a partir do mês de janeiro de 1999, a contagem do prazo decadencial se iniciou no 1º dia útil de 2000, encerrandose no mesmo dia de 2005, de sorte que, para o mês de dezembro de 1998 – e por maior razão para os meses de dezembro de 2000 e junho de 2001 –, é de se manter o lançamento. Fl. 373DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3202001.488 S3C2T2 Fl. 329 7 Ante o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para manter o lançamento apenas quanto aos períodos de apuração de dezembro de 1998, dezembro de 2000 e junho de 2001. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 374DF CARF MF Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP31.0317.14099.MPUD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA em 24/03/2015 21:02:00. Documento autenticado digitalmente por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA em 24/03/2015. Documento assinado digitalmente por: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA em 05/04/2015 e CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA em 24/03/2015. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 31/03/2017. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP31.0317.14099.MPUD Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Outros". 3) Selecione a opção "eAssinaRFB - Validação e Assinatura de Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 18471.000102/2004-86. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 13799.720195/2015-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE.
A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial
Numero da decisão: 2202-003.786
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada.
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ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 79 9. 72 01 95 /2 01 5- 13 Fl. 87DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA): O interessado impugna decisão que indeferiu o seu direito à restituição que pleiteava alegando ser portador de moléstia grave. Visava obter uma diferença de imposto a restituir de R$ 6.100,75. O pedido foi indeferido porque se tratava de rendimentos da reserva remunerada, não abrangidos pela isenção dos portadores de moléstia grave. O impugnante argumenta, em síntese, que é portador de cegueira parcial (cegueira de um olho, laudo fls. 08), moléstia que se inclui dentre aquelas enumeradas na lei de isenção. A lei usa o termo genérico cegueira. A CID classifica diversas espécies de cegueira, inclusive cegueira de um olho. A isenção dos proventos de reserva remunerada dos portadores de moléstia grave já foi reconhecida na Súmula 43 do CARF. O conceito de aposentadoria inclui os rendimentos de inatividade tanto do inativo civil (aposentadoria civil) quanto do inativo militar (reforma e reserva remunerada). A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA), negou provimento à manifestação de inconformidade em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RESERVA REMUNERADA. A isenção por moléstia grave não se aplica aos proventos da reserva remunerada. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. PERDA PARCIAL DA VISÃO. Em obediência ao princípio da interpretação literal das normas isentivas, o conceito de cegueira não pode ser estendido para incluir a mera redução da acuidade visual ou a visão monocular. Cientificado ( fls. 45) o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 59/67, no qual reitera as razões suscitadas quando da Impugnação. O Recorrente requereu a juntada do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016 (fls. 75), bem como do Acórdão nº 92.02004.531 da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no qual foi negado provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional em discussão idêntica à dos autos (fls 79/83). Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 88 3 É o relatório. Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A controvérsia desse recurso se resume à duas questões referente à abrangência da isenção prevista no artigo 6º, inciso XIV da Lei nº 7.713/88: a) se o valores recebidos pelos militares da reserva podem ser considerados isentos, uma vez que, embora sejam proventos recebidos em razão da inatividade a norma só menciona os proventos decorrente de "reforma". c) se a expressão "cegueira" prevista no mencionado dispositivo legal refere se apenas a cegueira "biocular" ou se abrange também a cegueira monocular. Em relação a letra "a" o CARF possui entendimento consolidado no sentido de que, embora o artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/88 utilize apenas as expressões "aposentadoria" e "reforma" a isenção nele prevista aplicase, igualmente, à reserva, conforme se verifica pelo o teor da Súmula 63: Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. (grifamos) Por outro lado, o artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88 arrola, dentre as moléstias graves passíveis de gerar o direito a isenção, a cegueira. Confirase: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina Fl. 89DF CARF MF 4 especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (grifamos) Entendeu a decisão recorrida que, nos termos do disposto no artigo 111 do Código Tributário Nacional, não seria possível ampliar o conceito legal para abranger a cegueira de um só olho.Tal raciocínio, todavia, não procede. Isso porque, o referido artigo determina que "a interpretação das normas que disponham sobre isenção deve ser literal". A norma isencional acima transcrita menciona, dentre as moléstias graves, "cegueira" que é gênero do qual são espécies a cegueira de ambos olhos e a cegueira de um olho. Como bem ressalta o Recorrente, a prova de que "cegueira" é gênero do qual as demais são espécies é fornecida pelo próprio Código Internacional de Doenças CID 10 que assim dispõe: Código Doença H54 Cegueira e visão subnormal H54.0 Cegueira, ambos os olhos H54.1 Cegueira em um olho e visão subnormal em outro H54.2 Visão subnormal de ambos os olhos H54.3 Perda não qualificada da visão em ambos os olhos H54.4 Cegueira em um olho H54.5 Visão subnormal em um olho H54.6 Perda não qualificada da visão em um olho H54.7 Perda não especificada da visão (grifamos) Sendo assim, a interpretação realizada pela DRJ não foi literal, mas restritiva o que conflita com o princípio da legalidade. Com efeito, quisesse o legislador utilizar a espécie (cegueira de ambos os olhos) teria adjetivado a expressão. Como bem observa Hugo de Brito Machado: "Há quem afirme que a interpretação literal deve ser entendida como interpretação restritiva. Isto é um equívoco. Quem interpreta literalmente por certo não amplia o alcance do texto, mas com certeza também não o restringe. Fica no exato alcance que a expressão literal permite. Nem mais, nem menos. Tanto é incorreta a interpretação do seu alcance, como sua restrição" (MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, 22 ed. Malheiros, São Paulo, 2003, p.105) (grifamos) Essa é a interpretação que vem sendo dada pelas turmas do CARF, conforme se verifica pelo teor das ementas abaixo transcritas: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 89 5 A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial." Recurso Voluntário Provido. (Processo nº 10166.013759/200706, j. 14/03/2012, relator conselheiro Sidney Ferro Barros) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF cobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido" (Processo nº 10166.731097/201217, acórdão 2101002.460– 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, rel. Cons. MARIA CLECI COTI MARTINS, j. 13.05.2014) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL.ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso provido." (Processo nº 10845.725352/201235, Acórdão 2202002.877– 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, j. 06.11.2014, Rel. Cons. Marco Aurélio de Oliveira Barbosa) (grifamos) Fl. 91DF CARF MF 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido (Processo n. 13830.720890/201118, Acórdão n. 2801003.907– 1ª Turma Especial, j. 04.12.2014,Rel. Cons. Carlos César Quadros Pierre) (grifamos) Nesse mesmo sentido já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9202004.631, julgado na sessão de 26 de outubro de 2016, cuja ementa é a seguinte: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial. Recurso especial conhecido e negado.(grifamos) Por fim, é importante destacar que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional acatou esse entendimento por meio do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016, que assim dispõe: O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 29/2016, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 29 de março de 2016, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais fundadas no entendimento de que a isenção do Imposto de Renda prevista no art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei 7.713, de 1988, abrange os valores recebidos a título de aposentadoria, reforma ou pensão, quando o beneficiário for portador do gênero patológico “cegueira”, seja ela binocular ou Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 90 7 monocular, desde que devidamente caracterizada por definição médica” Em face de todo exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 93DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16561.000152/2007-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2001, 2002
EMBARGOS DECLARATÓRIOS.
É de se acolher os embargos quando constatado no acórdão recorrido omissão
relativa aos fundamentos da decisão.
Numero da decisão: 1201-001.583
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER os embargos da Fazenda Nacional, com efeitos infringentes, para manter a autuação relativa à COFINS até o limite reconhecido pela decisão de primeira instância. Declarou-se impedido o Conselheiro José Roberto Adelino da Silva.
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida Relator e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Luiz Paulo Jorge Gomes, José Carlos de Assis Guimarães e José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. É de se acolher os embargos quando constatado no acórdão recorrido omissão relativa aos fundamentos da decisão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER os embargos da Fazenda Nacional, com efeitos infringentes, para manter a autuação relativa à COFINS até o limite reconhecido pela decisão de primeira instância. Declarouse impedido o Conselheiro José Roberto Adelino da Silva. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida – Relator e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Luiz Paulo Jorge Gomes, José Carlos de Assis Guimarães e José Roberto Adelino da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 01 52 /2 00 7- 71 Fl. 551DF CARF MF Processo nº 16561.000152/200771 Acórdão n.º 1201001.583 S1C2T1 Fl. 3 2 Tratase de embargos opostos pela Fazenda Nacional em razão de suposta omissão, relativa à decisão prolatada no Acórdão 1202001.132, cuja decisão transcrevemos a seguir: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso em relação aos lucros auferidos por controlada no exterior relativo ao ano de 2001 e, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso quanto à exigência do IRPJ e da CSLL por variação cambial na redução do capital de controlada no exterior, quanto ao aproveitamento integral da base de cálculo negativa da CSLL e quanto à tributação do PIS por variação cambial, nos termos dos votos do Relator e do Redator Designado, vencidos os Conselheiros Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Por unanimidade de votos, excluir a exigência da COFINS relativa a dezembro de 2002. Designado o Conselheiro Plínio Rodrigues Lima para redigir o voto vencedor. (grifamos) A Fazenda Nacional entende que não foram apresentados os fundamentos para a exclusão da COFINS, nos seguintes termos: No voto não consta a fundamentação relativa à exclusão da Cofins apurada em dezembro de 2002. No voto do Conselheiro Relator Orlando José Gonçalves Bueno existe o seguinte entendimento: Do PIS/COFINS Por se tratar o PIS e COFINS de Tributos reflexos ao IRPJ e, tendo o mesmo, sido afastado pelos motivos acima expostos, não há que se falar em crédito tributário de PIS e COFINS. No entanto, o citado Relator foi vencido em relação ao tópico “Omissão de Variações Cambiais Ativas”, que refletiria sobre a cobrança de PIS/Cofins. O Redator designado fez referência ao PIS, mas não se manifestou sobre a Cofins. Os embargos foram admitidos mediante Despacho de fls. 546 a 548. É o relatório. Voto Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida, Relator Fl. 552DF CARF MF Processo nº 16561.000152/200771 Acórdão n.º 1201001.583 S1C2T1 Fl. 4 3 Os embargos são tempestivos e atendem aos pressupostos legais, razão pela qual deles conheço. De plano, devemos ressaltar que o Redator designado para o voto vencedor não se manifestou sobre a COFINS, porque, em tese, a decisão em relação à sua exclusão teria sido tomada por unanimidade, como relatado. Assim, poderia em princípio prevalecer, sobre o tema, a posição, ainda que sucinta, do Relator, que afastou a exigência da contribuição por força da tributação reflexa. Contudo, a análise do Auto de Infração da COFINS (fls. 169 e seguintes), indica que a base tributável, de R$ 11.738.610,00 (posteriormente reduzida pela DRJ, como veremos), relativa a dezembro de 2002, possui o mesmo fundamento da autuação a título de PIS, a seguir reproduzido: 001 COFINS FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS Omissão de receita financeira, caracterizada pela falta de contabilização de variação cambial, conforme Termo de Verificação Fiscal, gerando, em consequência, redução indevida do lucro sujeito à tributação. Fato Gerador Val. Tributável ou Contribuição Multa (%) 31/12/2002 R$ 11.738.610,00 75,00 Assim, na exata medida em que o voto vencedor manteve as autuações relativas à omissão de receitas pela falta de contabilização da variação cambial, por decorrência lógica devem ser consideradas as autuações a título de PIS e COFINS. Aliás, não há nos autos qualquer circunstância que aparte ou diferencie as duas contribuições, cuja tributação decorre dos mesmos fatos e, portanto, deve produzir efeitos equivalentes. Ainda assim, notase que a decisão de primeira instância exonerou parte dos lançamentos de PIS e COFINS, sob o argumento de erro na sistemática de apuração, que deve ser mensal, conforme se depreende do excerto a seguir: Todavia, merece acolhida a alegação de que a apuração dos fatos geradores da Contribuição para o PIS e da COFINS deve ser efetuada mensalmente, a teor do artigo 6°, caput, da Lei Complementar n° 7/1970 e do artigo 2°, caput, da Lei Complementar n° 70/1991. Por conseguinte, no que concerne à apuração de variações monetárias ativas correspondentes às reduções de capital aplicado na empresa SUZANOPAR PETROQUÍMICA LTD., ocorridas até novembro de 2002, conforme demonstrativo constante do subitem "2.9" do Termo de Verificação Fiscal (II. 173), não subsiste o lançamento que apontou como fato gerador o dia 31 de dezembro de 2002. Deverá ser mantida somente a parcela do crédito tributário correspondente ao fato Fl. 553DF CARF MF Processo nº 16561.000152/200771 Acórdão n.º 1201001.583 S1C2T1 Fl. 5 4 gerador ocorrido nessa data, cujo valor tributável é de R$ 3.949.920,00. (grifamos) (...) Destaquese que as exonerações efetuadas conforme os quadros acima (relativas aos meses de outubro e novembro) são definitivas na esfera administrativa, posto que não foi apresentado Recurso de Ofício. Foram mantidos, portanto, os lançamentos de PIS e COFINS relativos ao mês de dezembro de 2002. De se notar, ainda, que a autuação da COFINS teve como fundamento os artigos 2°, inciso II e parágrafo único 3°, 10, 22 e 51 do Decreto n° 4.524/02, conforme consta do Auto de Infração (fls. 172), além das demais capitulações presentes no Termo de Verificação. Para a solução dos presentes embargos tornase necessário, pois, avaliar o que foi decidido pelo Colegiado, a partir das premissas adotadas no voto vencedor. Percebese que o Redator do voto vencedor adotou expressamente as conclusões da decisão de primeira instância, verbis: Em relação à variação cambial na redução do capital de controlada no exterior, argumenta a Recorrente que os artigos 375 e 378, inciso II, do RIR/1999) não são aplicáveis ao caso, por não mencionarem o termo "investimentos", além de as Fl. 554DF CARF MF Processo nº 16561.000152/200771 Acórdão n.º 1201001.583 S1C2T1 Fl. 6 5 obrigações contratuais a que se referem tais normas terem regime jurídico distinto daquele relativo aos investimentos. Porém, partilho do mesmo entendimento adotado na decisão em primeira instância, a seguir transcrita: Relativamente às variações cambiais ativas apuradas pelo Fisco decorrentes das reduções de capital de empresa controlada, ocorridas no curso do ano calendário de 2002, conforme subitens "2.6" a "2.9" do Termo de Verificação Fiscal, fls. 172 e 173, a interessada entende que não haveria previsão legal para a tributação da referida receita. Argumenta que o artigo 46 da Medida Provisória n° 135/2003, que pretendeu tributar a variação cambial de investimentos no exterior, foi objeto de veto presidencial, expresso na Mensagem n° 795, de 29 de dezembro de 2003, e que o artigo 9° da Medida Provisória n° 232/2004, que previu a referida hipótese de incidência, foi expressamente revogado pela Medida Provisória n° 243/2005. Considera que os dispositivos legais apontados como infringidos (artigo 18 do Decretolei n° 1.598/1977 e artigos 375 e 378, inciso II, do RIR/1999) não são aplicáveis ao caso, por não mencionarem o termo "investimentos" e uma vez que as obrigações contratuais a que se referem tais normas teriam regime jurídico distinto daquele relativo aos investimentos. Entretanto, a hipótese dos autos não trata de resultado da equivalência patrimonial, referida no artigo 46 da MP n° 135/2003 e no artigo 9o da MP n° 232/2004. O lançamento em questão se deve A. apuração de variação cambial ativa, pela comparação da taxa de câmbio utilizada na conversão do crédito no dia da redução de capital, com a taxa de câmbio aferente ao inicio do investimento, corno demonstrado no subitem "2.9" do Termo de Verificação Fiscal (fl. 173). O fato de o direito de crédito ser classificado corno ativo permanente não afasta a necessidade de apuração da variação cambial. Tal situação se amolda perfeitamente à fundamentação legal indicada no auto de infração, conforme se vê na transcrição dos dispositivos do RIR/1999 a seguir: "Art. 375. Na determinação do lucro operacional deverão ser incluídas, de acordo com o regime de competência, as contrapartidas das variações monetárias, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis, por disposição legal ou contratual, dos direitos de crédito do contribuinte, assim como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações (DecretoLei n° 1.598, de 1977, art. 18, Lei n° 9.249, de 1995, art. 8o). Parágrafo único. As variações monetárias de que trata este artigo serão consideradas, para efeito da legislação do imposto, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso (Lei n° 9.718, de 1998, art. 9")". "Art. 378. Compreendemse nas disposições dos arts. 375 e 377 as variações monetárias apuradas mediante: (...) I I conversão do crédito ou da obrigação para moeda nacional, ou novação dessa obrigação, ou sua extinção, total ou parcial, em virtude de capitalização, dação em pagamento, compensação, ou qualquer outro modo, desde que observadas as condições fixadas pelo Banco Central do Brasil;" Depois de reproduzir os argumentos da DRJ o Redator assim concluiu: Destarte, cabível a cobrança de IRPJ e, por decorrência, da CSLL e do PIS, por omissão da referida variação cambial ativa, pelo que nego provimento ao presente recurso. (grifamos) Fl. 555DF CARF MF Processo nº 16561.000152/200771 Acórdão n.º 1201001.583 S1C2T1 Fl. 7 6 Constatase que, na esteira do raciocínio adotado, a decisão deveria também a confirmar a parte não exonerada relativa à COFINS, o que não fez. Assim, pareceme que assiste razão à Fazenda Nacional e que a omissão do Acórdão decorreu de erro no dispositivo, que afastou a tributação da COFINS para o mês de dezembro sem, contudo, apresentar o respectivo fundamento. Ante o exposto voto por ACOLHER os embargos da Fazenda Nacional, com efeitos infringentes, para manter a autuação relativa à COFINS até o limite reconhecido pela decisão de primeira instância. É como voto. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Fl. 556DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15983.001249/2009-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Mar 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR COOPERADOS. INTERMEDIAÇÃODE COOPERATIVA DE TRABALHO. DECISÃO DO PLENÁRIO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) N° 598.838/SP. INCONSTITUCIONALIDADE.
A decisão definitiva de mérito no RE n° 598.838/SP, proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, declarando a inconstitucionalidade da contribuição da empresa - prevista no inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991 - sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperadores, por intermédio de cooperativas de trabalho, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Numero da decisão: 2201-003.376
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário.
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR COOPERADOS. INTERMEDIAÇÃODE COOPERATIVA DE TRABALHO. DECISÃO DO PLENÁRIO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) N° 598.838/SP. INCONSTITUCIONALIDADE. A decisão definitiva de mérito no RE n° 598.838/SP, proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, declarando a inconstitucionalidade da contribuição da empresa - prevista no inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991 - sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperadores, por intermédio de cooperativas de trabalho, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário. Carlos Henrique de Oliveira - Presidente Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
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INTERMEDIAÇÃODE COOPERATIVA DE TRABALHO. DECISÃO DO PLENÁRIO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) N° 598.838/SP. INCONSTITUCIONALIDADE. A decisão definitiva de mérito no RE n° 598.838/SP, proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, declarando a inconstitucionalidade da contribuição da empresa prevista no inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991 sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperadores, por intermédio de cooperativas de trabalho, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário. Carlos Henrique de Oliveira Presidente Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 12 49 /2 00 9- 30 Fl. 116DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 138 2 AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 0533.122, da 9ª Turma da DRJ Campinas (fls.74/79), que julgou improcedente a impugnação apresentada. O lançamento referese ao descumprimento de obrigação acessória de apresentar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. A recorrente não declarou em GFIP os pagamentos realizados a prestadores de serviço sem vínculo empregatício por intermédio da cooperativa de trabalho UNIMED. Cientificado do inteiro teor da decisão de primeira instância em 17/06/2011 (fl. 81), o sujeito passivo interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, em 12/07/2011 (fl. 82/92), alegando, em síntese, que a autuação é uma obrigação acessória do objeto discutido no AI 37.243.2190 Processo 15983.001248/200995, pendente de julgamento perante essa 2a Seção. Como consequência, constatase a ilegitimidade da exigência da multa, porquanto não está o recorrente sujeito à contribuição social sobre os pagamentos efetuados à UNIMED, razão pela qual deve ser dado provimento ao presente recurso, com o cancelamento da exigência. É o relatório. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Reflexo do julgamento da obrigação principal Em face do julgamento de lançamento por descumprimento da obrigação principal, consubstanciado através do Processo 15983.001248/200995, em que esta Turma, por unanimidade, decidiu por declarar a improcedência do lançamento, outra solução não pode ser adotada, senão, também, a declaração de improcedência do lançamento por descumprimento de obrigação acessória, nos termos adiante esposados. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 139 3 Inconstitucionalidade da contribuição lançada Nos termos das razões recursais, deve ser reconhecida a impossibilidade de se tributar os valores relativos às faturas emitidas pela cooperativa que prestou serviços à autuada. É que em sessão plenária realizada em 23/04/2014, com decisão definitiva em 25/02/2015, o STF, ao decidir sobre o RE n. 595.838, declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n.° 8.212/1991, o qual foi utilizado para ensejar o lançamento. Em sessão do STF realizada no dia 23/4/2014, o plenário da Corte, no julgamento do RE n° 595.838/SP, com repercussão geral reconhecida, da relatoria do Ministro Dias Toffoli, reconheceu a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991, acrescentado pela Lei n° 9.876, de 26 de novembro de 1999. Eis a sua ementa: Recurso extraordinário. Tributário. Contribuição Previdenciária. Artigo 22, inciso IV, da Lei n° 8.212/91, com a redação dada pela Lei n° 9.876/99. Sujeição passiva. Empresas tomadoras de serviços. Prestação de serviços de cooperados por meio de cooperativas de Trabalho. Base de cálculo. Valor Bruto da nota fiscal ou fatura. Tributação do faturamento. Bis in idem. Nova fonte de custeio. Artigo 195, § 4°, CF. 1. O fato gerador que origina a obrigação de recolher a contribuição previdenciária, na forma do art. 22, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, não se origina nas remunerações pagas ou creditadas ao cooperado, mas na relação contratual estabelecida entre a pessoa jurídica da cooperativa e a do contratante de seus serviços. 2. A empresa tomadora dos serviços não opera como fonte somente para fins de retenção. A empresa ou entidade a ela equiparada é o próprio sujeito passivo da relação tributária, logo, típico "contribuinte " da contribuição. 3. Os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus cooperados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. 4. O art. 22, IV da Lei n° 8.212/91, com a redação da Lei n° 9.876/99, ao instituir contribuição previdenciária incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, inciso I, a, da Constituição, descaracterizando a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. Representa, assim, nova fonte de custeio, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4° com a remissão feita ao art. 154,1, da Constituição. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 140 4 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212/91, com a redação dada pela Lei n° 9.876/99. (grifei) Em 18/12/2014, ao apreciar os embargos de declaração interpostos pela União este RE n° 595.838/SP, a Corte rejeitou o pedido de modulação de efeitos da decisão que declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991. Por fim, o RE n° 595.838/SP transitou em julgado em 9/3/2015. Diante desse contexto fático, o § 2° do art. 62 do Anexo II do Regimento Internodeste Conselho (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015, assim estabelece: Art. 62 (...) § 2° As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei n° 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Como se vê, o dispositivo de lei que justificava o lançamento de oficio foi considerado em descompasso com o texto constitucional, em decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, devendo o entendimento ser reproduzido no âmbito deste Conselho. Logo, afastado o fundamento jurídico que sustenta a autuação, assiste razão à recorrente, devendo ser declarada a improcedência do crédito tributário ". Conclusão Diante de todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 119DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 141 5 Fl. 120DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.720931/2015-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.652
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Assinado digitalmente
Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 09 31 /2 01 5- 33 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 155 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de notificação de lançamento de IRPF, relativa ao anocalendário 2014, exercício 2013, por omissão de rendimentos recebidos de duas fontes pagadoras: São Paulo Previdência – SPPREV, CNPJ 09.041.213/000136, no valor de R$ 143.073,77; e do Instituto Nacional do Seguro Social, CNPJ 29.979.036/000140, no valor de R$ 45.885,48; que tinham sido declarados como isentos pelo contribuinte (conforme fls. 20/25). Na impugnação o contribuinte, trouxe os documentos de fls. 10/75 e alegou, em síntese, que: (i) os rendimentos são isentos de tributação, uma vez que o contribuinte foi diagnosticado, em fevereiro de 2011, como portador de polineuropatia axonal de predomínio sensitivo, neuropatia periférica, conforme os laudos e exames de fls. 27/41; (ii) o INSS concedeu ao contribuinte, em 31/10/2012, auxílio doença previdenciário e, em 11/12/2012, foi deferida a aposentadoria por invalidez previdenciária (fls. 28); (iii) conforme o laudo do INSS (fls. 27), deve ser considerado o direito à isenção desde a data de constatação de sua patologia, qual seja, 01/01/2011. Diante desses documentos, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em São Paulo (SP) julgou improcedente a impugnação, por falta de comprovação da moléstia prevista na legislação, tendo em vista que o laudo emitido pelo INSS (fls. 27) atesta que o contribuinte é portador de outras polineuropatias (CID G62), doença não relacionada na norma isentiva, e que não contém a assinatura do médico responsável pelo diagnóstico; e ainda que os demais laudos e exames apresentados às fls. 29/41 foram emitidos por serviços médicos particulares. Inconformado, o recorrente apresentou o recurso voluntário de fls. 120/127, acompanhado dos documentos de fls. 128/148, no qual reafirma o direito à isenção com os argumentos trazidos na impugnação, acrescentando que além da "polineuropatia axonal de predomínio sensitivo", o contribuinte foi atualmente diagnosticado com "alterações degenerativas da coluna cervical" e "sequelas de AVC", conforme laudos e exames apresentados, acrescidos do relatório médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), às fls. 137. É o relatório. Voto Conselheira Rosemary Figueiroa Augusto, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 156 3 São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, pensão, reserva remunerada ou reforma, conforme Lei nº 7.713/1998 e Súmula CARF nº 63, a seguir: Lei nº 7.713/1988 : Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Súmula CARF Nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. No caso em discussão, observase que os rendimentos considerados omitidos na notificação de lançamento foram pagos pela São Paulo Previdência SPPREV e Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ambos responsáveis pelo pagamento de aposentadorias e pensões dos beneficiários, respectivamente, do regime próprio de previdência do Estado de São Paulo e do regime geral da previdência social. A controvérsia reside quanto à comprovação de moléstia que possibilitaria ao recorrente usufruir da isenção legal. Analisase, na sequência, os laudos/relatórios médicos apresentados. O documento em nome do Instituto Nacional do Seguro Social de fls. 27 e 138, intitulado de laudo médico pericial, não contém assinatura do médico responsável pelo diagnóstico e não aponta doença prevista no inciso XIV, do art. 6º, da Lei nº 8.212/91, o que impede sua aceitação. Ademais, o referido laudo indica CID G62 (outras polineuropatias) (sistema nervoso). Também menciona espondilose/espondiloartrose, mas não especifica se é anquilosante nem consta CID específico dessa doença. Não diz, também, que se trata de doença prevista na lei isentiva. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 157 4 Apenas para deixar claro nem toda espondilite é anquilosante, mencionase trechos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CID10, e da Portaria Normativa do Ministério da Defesa nº 1.174 , de 2006, que assim dispõem: CID10 M45M49 Espondilopatias M45 Espondilite ancilosante M46 Outras espondilopatias inflamatórias M47 Espondilose M48 Outras espondilopatias M49* Espondilopatias em doenças classificadas em outra parte PORTARIA NORMATIVA N 1174/MD, DE 06 DE SETEMBRO DE 2006 Espondilite Anquilosante 11. Conceituação 11.1. A espondilite anquilosante, inadequadamente denominada de espondiloartrose anquilosante nos textos legais, é uma doença inflamatória de etiologia desconhecida, que afeta principalmente as articulações sacroilíacas, interapofisárias e costovertebrais, os discos intervertebrais e o tecido conjuntivo frouxo que circunda os corpos vertebrais, entre estes e os ligamentos da coluna. O processo geralmente se inicia pelas sacroilíacas e, ascensionalmente, atinge a coluna vertebral. Há grande tendência para a ossificação dos tecidos inflamados, resultando rigidez progressiva da coluna. As articulações periféricas também podem ser comprometidas, particularmente as das raízes dos membros (ombros e coxofemorais), daí a designação rizomélica. 11.2. Entendese por anquilose ou ancilose a rigidez ou fixação de uma articulação, reservandose o conceito de anquilose óssea verdadeira à fixação completa de uma articulação em conseqüência da fusão patológica dos ossos que a constituem. (...) O laudo pericial de fls. 29 e os exames e laudo de fls. 30/35 e 131/136, não foram emitidos por serviço médico oficial; e, por conseguinte, não são aptos a comprovar a moléstia grave para fins de isenção. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 158 5 O laudo emitido em receituário do Hospital de Clínicas de Uberlândia Universidade Federal de Uberlândia, na data de 25/07/2014, às fls. 41 e 130 atesta que o contribuinte apresenta quadro de polineuropatia axonal sensitiva em membros inferiores, identificando a patologia com o CID G 62.9 (Polineuropatia não especificada). Logo, esse laudo não comprova que o recorrente é portador de uma das moléstias arroladas na Lei de isenção. O relatório médico emitido em 06/08/2015, pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCUSP Ribeirão), trazido no recurso às fls. 137, atesta que o contribuinte foi atendido com quadro clínico de dor neuropática de difícil controle (CID10 = R522) e que apresentava sequelas de acidente vascular cerebral (CID10 = I64) e alterações degenerativas da coluna cervical (CID10 = M509). Assim, esse relatório também não comprova o acometimento do contribuinte por moléstia inserida no texto legal. De se frisar que a lei de outorga de isenção deve ser interpretada literalmente, conforme preceitua o art. 111, II, do Código Tributário Nacional (CTN). Portanto, em que pese os argumentos trazidos no recurso e embora tenha ficado claro que o contribuinte padece de diversos males, a ausência de indicação, em laudo médico oficial válido, de uma das moléstias expressas no inciso XIV, art. 6º, da Lei nº 7.713/88, é fator que impossibilita o reconhecimento da isenção pretendida. Por essas razões, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.723471/2011-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
CUSTO DE AQUISIÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Não tendo o contribuinte demonstrado como chegou ao custo de aquisição que entende correto, é procedente a ação fiscal que atualiza, nos termos da legislação de regência, o valor em questão a partir do custo de aquisição registrado na operação de compra.
MULTA AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE.
Na falta de resposta a item específico da intimação fiscal, tendo o contribuinte apresentado outros elementos que permitam a aferição do tributo devido, é incabível o agravamento da multa de ofício.
Numero da decisão: 2201-003.522
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o agravamento da multa de ofício
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009 CUSTO DE AQUISIÇÃO. COMPROVAÇÃO. Não tendo o contribuinte demonstrado como chegou ao custo de aquisição que entende correto, é procedente a ação fiscal que atualiza, nos termos da legislação de regência, o valor em questão a partir do custo de aquisição registrado na operação de compra. MULTA AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE. Na falta de resposta a item específico da intimação fiscal, tendo o contribuinte apresentado outros elementos que permitam a aferição do tributo devido, é incabível o agravamento da multa de ofício.
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COMPROVAÇÃO. Não tendo o contribuinte demonstrado como chegou ao custo de aquisição que entende correto, é procedente a ação fiscal que atualiza, nos termos da legislação de regência, o valor em questão a partir do custo de aquisição registrado na operação de compra. MULTA AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE. Na falta de resposta a item específico da intimação fiscal, tendo o contribuinte apresentado outros elementos que permitam a aferição do tributo devido, é incabível o agravamento da multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o agravamento da multa de ofício. Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. EDITADO EM: 31/03/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecilia Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. A C Ó R D Ã O G E R A D O N O P G D -C A R F PR O C E SS O 1 05 30 .7 23 47 1/ 20 11 -1 6 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária março de 2017 março de 2017 IRPF - GANHO DE CAPITAL IRPF - GANHO DE CAPITAL LORECI JOSÉ COMPARIM LORECI JOSÉ COMPARIM FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL AA Fl. 707DF CARF MF 2 Relatório O presente processo trata de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, fl. 50 a 67, pelo qual a Autoridade Administrativa lançou crédito tributário consolidado conforme resumo abaixo, fl. 49: CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO Imposto 372.329,26 Juros de Mora (calculado até 06/2011) 120.899,98 Multa Proporcional (225%) 837.740,90 TOTAL 1.330.970,14 Analisando as informações contidas na Descrição dos Fatos, fl. 51/52, bem assim no Relatório Fiscal de fl. 298/312, constata-se que a Ação Fiscal objetivou apurar o IRPF incidente sobre o ganho de capital verificado na venda do imóvel rural Fazenda Sete Belo. Atesta a Fiscalização que o contribuinte, regulamente intimado, apresentou, em 28 de fevereiro de 2009, contrato particular de compra e venda da Fazenda Sete Belo, acompanhado da respectiva escritura, bem assim da relação de valores pertinentes à operação creditados em sua conta corrente nos anos de 2006 a 2009. fl. 299. Ressalta a Autoridade Fiscal que o contribuinte não atendeu à intimação para apresentação do Demonstrativo de apuração do ganho de capital decorrente da alienação em tela, fl. 299. Afirma o Auditor-Fiscal que, em atendimento a nova intimação, o sujeito passivo comprovou seu estado civil no período fiscalizado e a atualização de seu endereço no Cadastro de Pessoas Físicas, fl. 299/300. A auditoria realizada constatou que a operação de alienação ocorreu em 2002, cujo pagamento envolveu assunção de dívidas e parcelas indexadas ao preço de mercado da saca de soja, que se estenderam até o ano de 2009. Após discorrer sobre os aspectos considerados para definição de custo de aquisição e preço de alienação para fins de apuração do IR, bem assim sobre sua imputação aos condôminos, o Auditor afirmou que "o presente lançamento teve a multa de ofício correspondente majorada nos termos do § 2º do art. 44 da Lei 9.430/96, em razão do fiscalizado ter deixado de apresentar o Demonstrativo de Apuração de Ganho de Capital requisitado durante o presente procedimento fiscal", fl. 312 Ademais a Autoridade Fiscal entendeu por bem qualificar a multa nos termos do § 1º do mesmo diploma por entender que "a ausência de apresentação dos demonstrativos de apuração de ganho de capital retardou/dificultou o conhecimento dos fatos geradores correspondentes por parte do Fisco Federal", fl. 312. Ciente do lançamento, tempestivamente, o contribuinte formalizou a impugnação de fl. 550/556, na qual pugnou pela improcedência total do lançamento, apresentando suas razões e fundamentos legais nos seguintes tópicos (em negrito), abaixo dos quais apresento as conclusões aprovadas por unanimidade pela 3ª Turma de Julgamento da DRJ Salvador/BA (Acórdão de fl. 593/596 : - Da improcedência do Auto de Infração - Do equívoco na imputação da base de cálculo do tributo lançado. Fl. 708DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 708 3 (...) O valor atualizado da aquisição considerado no lançamento fiscal, no montante de R$ 38.503,99, foi apurado mediante a divisão do valor original da aquisição, no montante de Cz$ 5.500.168,00 (cinco milhões quinhentos mil e cento e sessenta oito cruzados), constante na Certidão do Cartório de Registro de Imóveis do 2º Ofício de Barreiras/Ba, em 21 de julho de 1988, às fls. 320, pelo índice de 142,8467, previsto no Anexo Único – Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos da Instrução Normativa SRF nº 84, de 2001. Portanto, verifica-se que a autoridade lançadora procedeu a correção do valor de aquisição em conformidade com legislação aplicável. - Da Impossibilidade de aplicação de multa de ofício em dobro. Inexistência de elementos que justifiquem tão absurda penalidade. Quanto à qualificação da multa, nos termos do art. 44, § 1º, da Lei nº 9.430, de 1996, a falta de apresentação do demonstrativo de apuração do ganho de capital na declaração de rendimento, quando desacompanhada de outros indícios que demonstrem a intenção do contribuinte em retardar/dificultar o conhecimento do fato gerador pelo Fisco, não comprova sua conduta dolosa. Portanto, descabida a qualificação da multa de ofício. Já quanto ao agravamento da multa, nos termos do art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430, de 1996, este é devido em razão da falta de atendimento por parte do fiscalizado para que apresentasse esclarecimento, qual seja, a forma com que este tinha apurado o ganho de capital. Mesmo em sua impugnação, o contribuinte permaneceu sem apresentar o demonstrativo do referido ganho. Ressalte-se que tanto a multa quanto o agravamento desta independem de conduta dolosa por parte do contribuinte, conforme previsto no art. 136 do CTN. Firme em suas conclusões, a DRJ considerou parcialmente procedente a Impugnação para manter o imposto lançado, reduzindo a multa de 225 para 112,5%. Ressaltou o Julgador de 1ª Instância que deveria ser alocado ao débito o DARF recolhido pelo contribuinte em 30/11/2009. Ciente de tal Decisão em 29 de dezembro de 2011, fl. 598, o contribuinte formalizou, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fl. 599 a 610, no qual apresentou suas considerações nos mesmos termos já expressos em 1ª Instância. Submetido ao Colegiado de 2ª Instância, a 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento deste CARF entendeu por bem dar provimento ao Recurso Voluntário. Suscitando questão de Ordem Pública, reconheceu estar o lançamento fulminado pela decadência, manifestando o entendimento de que, no caso do imposto de renda incidente sobre ganho de capital, o fato gerador ocorre na data da alienação, diferindo-se apenas o pagamento do tributo nos casos de alienação a prazo, fl. 619/623. Após ciência do Acórdão, a Procuradoria da Fazenda Nacional impetrou o Recurso Especial de fl. 628/634, no qual, em síntese, defendeu que o fato gerador do IR incidente sobre o ganho de capital ocorre na data da alienação, se esta for à vista, ou na data do recebimento das parcelas se for a prazo. Fl. 709DF CARF MF 4 Em fl. 658/660, constata-se a decisão pelo seguimento do Recurso Especial, tendo o contribuinte, após cientificado, apresentado as contra-razões de fl. 663/669, pelo qual, naturalmente, sustentou a necessidade de manutenção da decisão recorrida. Debruçada sobre o tema, a Câmara Superior de Recursos Fiscais exarou o Acórdão de fl. 672/690, por maioria de voto, deu provimento ao Recurso Especial, nos termos abaixo, determinando o retorno dos autos à instância recorrida para análise dos demais argumentos do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte: Nas vendas a prazo o fato gerador do Imposto de Renda se realiza com o efetivo pagamento da parcela acordada pelas partes, devendo este ser o momento para contagem do prazo decadencial. Havendo comprovação nos autos da ocorrência do pagamento do imposto, ainda que parcial, deve-se aplicar o art. 150, §4º do CTN, tomando-se como termo inicial para o prazo decadencial a data da ocorrência dos fatos geradores. É o relatório necessário Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Por ser tempestivo e por preencher as demais condições de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário. O contribuinte apresenta seus argumentos segregados em dois tópicos independentes entre si, os quais serão analisados abaixo: I - Da Improcedência do Auto de Infração - Do Equívoco na Imputação da Base de Cálculo do Tributo Lançado. Alega o contribuinte que, embora a Fiscalização tenha atribuído a cada condômino parcela relativa ao ganho de capital equivalente às participações efetivas, ao apurar o valor de aquisição/custo do imóvel desconsiderou as regras impostas pelo Decreto 3000/99 (RIR/99). Para tanto, cita e destaca os excertos abaixo, fl. 601/602: Art. 128. O custo dos bens ou direitos adquiridos, a partir de 1º de janeiro de 1992 até 31 de dezembro de 1995, será o valor de aquisição (Lei nº 8.383, de 1991, art. 96, § 4º, e Lei nº 8.981, de 1995, art. 22, inciso I). (...) § 9º Para os bens ou direitos adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o custo de aquisição poderá ser corrigido até essa data, observada a legislação aplicável no período, não se lhe aplicando qualquer correção após essa data (Lei nº 9.249, de 1995, arts. 17 e 30). (...) Art. 136. Em relação aos imóveis rurais adquiridos a partir de 1º de janeiro de 1997, para fins de apuração de ganho de capital, considera-se custo de aquisição e valor da venda do imóvel rural o Valor da Terra Nua - VTN, constante do Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, observado o disposto no art. 14 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 709 5 respectivamente, nos anos da ocorrência de sua aquisição e de sua alienação (Lei nº 9.393, de 1996, art. 19). Parágrafo único. Na apuração de ganho de capital correspondente a imóvel rural adquirido anteriormente à data a que se refere este artigo, será considerado custo de aquisição o valor constante da escritura pública, observado o disposto no § 9º do art. 128 (Lei nº 9.393, de 1996, art. 19, parágrafo único). Continua seus argumentos afirmando que, desde a aquisição da terra, em 21 de julho de 1988, até 31 de dezembro de 1995, promoveu a correção do valor de aquisição da fazenda, passando, a partir daí, a não mais corrigi-lo, declarando seu quinhão de 14,5% da propriedade no valor de R$ 296.659,35, até a baixa do seu patrimônio em face da escritura de venda, em 2007. Assim, reafirma seu entendimento de equívoco do lançamento ao considerar como custo de aquisição o valor de R$ 38.503,99, quando a fiscalização deveria ter considerado R$ 296.659,35. Sustenta que é improcedente a afirmação da DRJ quanto a não apresentação de memória de cálculo que demonstrasse tal atualização, já que tal valor fora lançado na DIRPF 1995, período já acobertado pela decadência, não mais suscetível de exame de sua procedência por parte do Fisco Federal, que não exigiu em período próprio tal planilha e não mais poderia fazê-lo em razão da decadência. Por fim, alega que somente após tal ajuste a fiscalização poderia aplicar o percentual de redução sobre o ganho de capital apurado de que trata o art. 18 da Lei 7.713/88, que no seu caso, tendo o imóvel sido adquirido em 1988, importaria em redução de 5%. Restringe-se, portando, a presente questão na identificação da correção ou não do procedimento da Fiscalização ao apurar, de ofício, o custo de aquisição do imóvel em tela para fins de apuração do ganho de capital, desconsiderando o valor declarado pelo contribuinte. Aparentemente, o contribuinte confunde a decadência do direito da Fazenda Publica para constituir o crédito tributário pelo lançamento, cujo prazo está sempre relacionado ao fato gerador do tributo, com algumas peculiaridades em relação ao início de sua contagem, relacionando tal instituto a valores lançados em declaração apresentada. Ora, não se espera que o Fisco acompanhe, ano a ano, tudo que o contribuinte informa em sua declaração de rendimentos, sem que se vislumbre, como pano de fundo, a verificação da ocorrência do fato gerador de uma obrigação tributária que dê ensejo a uma atuação fiscal com vistas à constituição do crédito tributário pelo lançamento. Ocorrido o fato gerador, começa a fluir o prazo para que a Fazenda Pública exerça seu direito. Até que este reste extinto, é obrigação do contribuinte manter em ordem a documentação que possa ter reflexo na apuração do tributo devido, em particular neste caso, em que o contribuinte objetiva a redução da base de cálculo a partir de atualizações que entendeu devidas. Fl. 711DF CARF MF 6 Como se vê no próprio texto regulamentar citado na peça recursal (§ 9º do art. 128 do RIR), a atualização do bens adquiridos até 31 de dezembro de 1995 deveria observar a legislação aplicável no período. Objetivando regulamentar a matéria, a Instrução Normativa SRF nº 84, de 11 de outubro de 2001, consolidou a apuração e a tributação de ganhos de capital nas alienações de bens e direitos adquiridos por pessoas físicas e definiu em seu art. 7º: Art. 5º Considera-se custo dos bens ou direitos o valor de aquisição expresso em reais. Art. 6º O custo de aquisição dos bens e direitos adquiridos ou as parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, avaliados pelo valor de mercado para essa data e informados na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 1992, ano-calendário de 1991, de acordo com o art. 96 da Lei No 8.383, de 1991, é esse valor, atualizado até 1o de janeiro de 1996. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput na hipótese de contribuinte desobrigado de apresentar a declaração do exercício de 1992, ano-calendário de 1991, e seguintes. Art. 7º No caso de bens ou direitos adquiridos ou de parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, não avaliados a valor de mercado, e dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas entre 1o de janeiro de 1992 e 31 de dezembro de 1995, o custo corresponde ao valor de aquisição ou das parcelas pagas até 31 de dezembro de 1995, atualizado mediante a utilização da Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos, constante no Anexo Único. Assim, como o contribuinte não demonstrou os critérios utilizados para a suposta atualização de sua propriedade e considerando, ainda, que tal valor poderia ser alterado em razão de benfeitorias realizadas no decorrer dos anos, entendo acertada a decisão de DRJ que julgou procedente a Ação Fiscal que utilizou, para a atualização do bem, a tabela para este fim desenvolvida anexada à IN SRF 84/2011. Em fl. 308 fica evidente a utilização do índice previsto na anexo da IN 84/2001 para definição do valor de aquisição corrigido. Ademais, os cálculos expostos em fl. 319 não deixam dúvidas de que foi considerada a redução de 5% prevista no art. 18 da Lei 7.713/88. Desta forma, com as informações disponíveis, não há retoques a serem feitos na Decisão de 1ª Instância, pelo quê nego provimento ao Recurso Voluntário nesta parte. II - Da Impossibilidade da Aplicação da Multa Agravada. Inexistência de Elementos que Justifiquem a Penalidade. Sobre o tema, conforme já expresso no Relatório da presente Decisão, constata-se que a fiscalização aplicou a majoração da multa prevista no § 2º do art. 44 da Lei 9430/96 e também a qualificação prevista no § 1º do mesmo diploma legal, tudo por não ter o contribuinte apresentado o Demonstrativo de Apuração de Capital requisitado. Vejamos o que diz a lei 9430/96: Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 710 7 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I - prestar esclarecimentos;(...) Quando da análise da Impugnação, a Autoridade Julgadora de 1ª Instância entendeu inaplicável a qualificação prevista no § 1º do art. 44 da Lei 9.430, por considerar que a falta de apresentação do demonstrativo de apuração do capital na declaração de rendimentos, quando desacompanhada de outros indícios que demonstrem a intenção do contribuinte em retardar ou dificultar o conhecimento do fato gerador, não comprova a conduta dolosa. Por outro lado, entendeu a valorosa Turma de Julgamento que o agravamento da multa, nos termos do art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430, de 1996, seria devido em razão da falta de atendimento por parte do fiscalizado para que demonstrasse a forma com que este tinha apurado o ganho de capital, o que, mesmo em sede de impugnação, não foi feito. Não me parece que a conduta do contribuinte durante o procedimento fiscal justifique o agravamento da penalidade. Afinal, o contribuinte não deixou de prestar os esclarecimentos solicitados, inclusive apresentado farta documentação que foi utilizada pela fiscalização para apuração do tributo devido. O que se deu foi a não apresentação de um item especifico solicitado mediante intimação, o Demonstrativo de Apuração do Ganho de Capital. Ocorre que a omissão do contribuinte já se manifestava neste sentido na própria Declaração de Rendimentos, o que, decerto, contribuiu para a inclusão do contribuinte em programa de fiscalização. Desta forma, não tendo o contribuinte apurado o Ganho de Capital em uma operação qualquer, a Fiscalização, no exercício do suas atribuições, constitui o crédito tributário com a aplicação da multa relativa ao lançamento de ofício. Assim, entendo que, neste caso, a penalidade pela não apuração do Ganho de Capital seria a multa de 75 % prevista no inciso I do art. 44 da lei 9430/96, sendo possível apenas sua majoração se o contribuinte não tivesse apresentado qualquer esclarecimentos que pudesse subsidiar o lançamento de ofício a ser levado a termo pela Autoridade Fiscal. Fl. 713DF CARF MF 8 Portando, dou provimento ao Recurso Voluntário para excluir o agravamento penalidade, devendo-se manter exclusivamente a multa no percentual de 75% previsto no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Conclusão Por tudo que consta nos autos, bem assim nas razões e fundamentos legais acima expostos, dou parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir o agravamento da multa de ofício. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator Fl. 714DF CARF MF
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Numero do processo: 10711.729884/2012-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 20/08/2009
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66.
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.575
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 20/08/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
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MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA Recorrente CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 20/08/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 98 84 /2 01 2- 67 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A irregularidade identificada consta do tópico "Dos Fatos", parte da Descrição dos Fatos do Auto de Infração. Segundo o relatado, consistiu na prestação intempestiva de informação referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali indicado, o que acarretou no bloqueio automático do conhecimento no sistema Carga, conforme extrato anexado aos autos. Diante dos fatos apurados, a fiscalização entendeu configurada a infração tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, e aplicou a multa ali cominada. Não conformada com a exigência, a contribuinte apresentou Impugnação, cujos argumentos de defesa foram assim sintetizados pela DRJ: a) Princípio da razoabilidade. O atraso incorrido pela impugnante não causou embaraço ao controle aduaneiro, eis que as informações foram prestadas com suficiente antecedência da chegada do navio ao porto, o que comprova, também, o fato de a autuada não ter agido com intuito de cometer qualquer infração. Dessa forma, a aplicação de multa no presente caso ofende ao princípio da razoabilidade, que impõe à Administração Pública o dever de agir com bom senso, prudência e moderação, levando em conta a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a prática do ato. b) Bis in Idem. A impugnante foi penalizada mais de uma vez pela mesma conduta, uma vez que foram cobradas multas pelo atraso na entrega de informações referentes a cargas transportadas no mesmo navio/viagem, conforme processos administrativos indicados, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) nº 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento ou, subsidiariamente, que seja aplicado o entendimento de que só é cabível uma multa em relação a cada navio/viagem, excluindose as penalidades excedentes. A DRJ/Fortaleza julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da penalidade nos termos do Acórdão 08033.452. No recurso voluntário foram repisadas as alegações trazidas na impugnação. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 4 3 Voto Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.523, de 21 de fevereiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10711.724209/201241, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3201002.523): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme portaria de condução e Regimento Interno deste Conselho, apresento e relato o seguinte voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e considerando o tempestivo Recurso Voluntário, dele conheço. A alegação da fiscalização de 'Não Prestação de Informação sobre Carga Transportada' e a consequente aplicação de multa de R$ 5.000,00 prevista no Art. 107 do DL 37/66, em razão do descumprimento do prazo previsto na IN RFB 800/2007, Art. 22, ocorreu em razão da fiscalização ter constatado que o contribuinte era consignatário e deveria ter cumprido o prazo em no máximo até 29/07/09 às 07:58, sendo que desconsolidou o mercante agregado HBL de fls. 23 e 24 às 18:00 do mesmo dia 29. Conforme alegação de bis in idem do contribuinte em seu Recurso Voluntário, a autuação seria atrelada a dois outros autos de infração, Processos Administrativos de n°. 10711.724.250/201218 e 10711.724.251/201262, com os mesmos fatos e penalidade. Vencido no voto de diligência, para que fossem juntadas aos autos cópias dos mencionados processos e fosse verificada a possibilidade da duplicidade da pena, conforme Resolução por mim proposta na sessão de Janeiro deste ano, é certo que devo proceder à análise do mérito desta lide. Em que pese existir precedente favorável à situação do contribuinte, como o encontrado no Acórdão 3102001.988 deste Conselho, que determinou que a multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem, como fora consignado na autuação, não houve comprovação da existência de duplicidade ou do bis in idem, tampouco argumentos capazes de prejudicar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou 'que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos'. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 5 4 Mas cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso, não foram juntados pelo contribuinte. Esta situação (não juntada de documentos ou provas) diverge do previsto no Art. 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte. Restam prejudicados os demais argumentos do contribuinte, pois todos são decorrentes da alegação de bis in idem, exceto pela alegação de aplicação do princípio da razoabilidade, o que certamente teria valia porque é um princípio constitucional, contudo, está correta a fundamentação legal do lançamento, vigente e aplicável aos fatos narrados. O lançamento capitulou corretamente a multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decreto Lei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Assim, deve ser aplicada a multa prevista pela letra “e” do inciso IV, art. 107 do Decreto nº 37, isso é, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Diante do exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter o lançamento em uma só multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)." Quanto à questão do bis in idem, da mesma forma que no caso do paradigma a contribuinte não juntou ao presente processo "cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso". Não comprovada a ocorrência de duplicidade da exigência, não há como acolher o pleito de nulidade do presente lançamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 109DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.721109/2010-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2007
SUJEIÇÃO PASSIVA. ÔNUS DA PROVA.
Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador.
CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS.
O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto.
Numero da decisão: 2202-003.725
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto (Relator), Junia Roberta Gouveia Sampaio e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado), que deram provimento integral ao recurso. Foi designado o Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Redator designado.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2007 SUJEIÇÃO PASSIVA. ÔNUS DA PROVA. Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador. CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto.
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ÔNUS DA PROVA. Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador. CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto (Relator), Junia Roberta Gouveia Sampaio e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado), que deram provimento integral ao recurso. Foi designado o Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 72 11 09 /2 01 0- 00 Fl. 648DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 649 2 Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10983.721109/201000, em face do acórdão nº 0429.736, julgado pela 1ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE) no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório do ilustre Conselheiro Fábio Brun Goldschmidt, quando da Resolução nº 2202000.601, que assim os relatou: Processo de Fiscalização A recorrente foi intimada (fl. 05), em 17/06/2010, para apresentar os seguintes documentos referentes às Declarações do ITR dos exercícios de 2005, 2006 e 2007: Identificação do contribuinte; Matricula atualizada do registro imobiliário ou, em caso de posse, documento que comprove a posse e a inexistência de registro de imóvel rural; Certificado de Cadastro de Imóvel Rural CCIR do INCRA; Laudo de avaliação do Valor da Terra Nua do imóvel emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, conforme estabelecido pela ABNT, com anotação de responsabilidade técnica ART registrada no CREA, contendo todos os elementos de pesquisa identificados e planilhas de cálculo e preferivelmente pelo método comparativo direto de dados de mercado. Alternativamente, o contribuinte poderá se valer de avaliação efetuada pelas Fazendas Públicas Estaduais (exatorias) ou Municipais, assim como aquelas efetuadas pela Emater, apresentando os métodos de avaliação e as fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel. Não tendo sido apresentados os documentos solicitados, foi publicado o “Edital nº 3”, em 20/10/2010, reiterando a intimando da empresa FNC Comércio e Participações Ltda Fl. 649DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 650 3 acerca dos documentos solicitado no Termo de Intimação Fiscal nº 09201/00010/2010. Em face da ausência de resposta por parte da referida empresa, entendeu a SRF pela lavratura do Auto de Infração nº 09201/00010/2010, relativamente ao ITR de 2007. Notificação de Lançamento A recorrente foi notificada em 01/12/2010 (fl. 12), do lançamento do crédito tributário de ITR do exercício de 2007, incidente sobre o imóvel rural com área total de 1.230,0 ha, Nirf – 0.337.1220, localizado no município de Laguna/SC, no valor de R$ 987.827,85, já acrescido de juros moratórios e multa de 75%. A autuação foi motivado pela discordância por parte da fiscalização acerca do Valor da Terra Nua – VTN apontado pela autuada em sua Declaração, tendo sido adotado para fins de lançamento do VTN referente à região onde se localiza o imóvel, observada a aptidão agrícola (fl. 11). Impugnação Cientificada do lançamento em 01/12/2010, Banco Citibank S/A, na condição de incorporadora de FNC Comércio e Representações Ltda, apresentou, tempestivamente, impugnação (fls. 17/39) erigida sobre os seguintes argumentos: preliminarmente, alega que não é contribuinte do ITR porque não seria é nem proprietária do imóvel e nem detém o domínio útil, e também não é responsável por sucessão porque seus antecessores também não eram contribuintes e não tinham o dever jurídico de pagar o ITR, pois nunca tiveram posse, propriedade ou domínio útil do imóvel; esclarece que o imóvel está registrado no Registro de Imóveis e Hipotecário da Comarca de Laguna, no Livro n° 2 BM Registro Geral fls. 133, sob n° 12.754, em nome do Banco Crefisul de Investimento S.A, o qual recebeu o imóvel em "dação em pagamento", sendo que, em face da extinção do referido banco, os direitos sobre o imóvel passaram, em tese, para a impugnante; sustenta que é inválida a dação em pagamento ao banco sucedido porque o imóvel não pertencia aos devedores contratantes que transferiram o imóvel ao Banco Crefisul, nominados no Registro Imobiliário (Cecrisa, Klace S/A e Cominas), pois a primeira proprietária, Companhia Siderúrgica Nacional CSN, antes das transferências dominiais, já havia perdido demandas judiciais em face dos posseiros da área, sendo que os processos judiciais estão em vias de ser identificados pela impugnante por meio de diligência na Comarca de Tubarão; afirma que no "google maps" se constata que o imóvel foi fracionado pelos posseiros em áreas rurais menores e que o Fl. 650DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 651 4 imóvel há muito tempo está ocupado por posseiros e por pessoas com títulos de propriedade sobre a mesma área os quais foram obtidos em ações de usucapião transitadas em julgado, citando como exemplo o caso do Senhor Itamar Sebastião Mattos, dono do CTG Preto Velho (anexa fotografia), instalado no local há mais de trinta e cinco anos; alega que outros moradores, ainda que não possuam o título aquisitivo da propriedade, já possuem tempo suficiente para requerer judicialmente a declaração de aquisição da propriedade por usucapião; havendo, ainda, aqueles que não sabem que o imóvel tem outra matrícula no RI de Laguna; sustenta que sobre o imóvel existia um lixão que hoje é denominado de aterro sanitário, conforme consulta ao "google maps", e que o Senhor Itamar Sebastião Mattos, para que o Poder Público criasse o aterro sanitário, doou para a FATMA, da parte que lhe pertence do imóvel fiscalizado, cerca de 10 a 12 hectares, sendo que antes disso havia doado a referida área ao IBAMA; informa que também são proprietários atuais do imóvel fiscalizado Vilson Carrara, Hélio Flor e Pozolana Industria e Comércio Ltda, dentre outros; conclui que os possuidores do imóvel devem estar pagando o ITR ou estão isentos ou imunes, considerando a divisão do imóvel; alega que a partir de 2012 o imóvel passou a integrar o novo município de "Pescaria Brava", cuja emancipação foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, e que a área do imóvel já é considerada urbana; no mérito, esclarece que necessitava obter a Certidão de regularidade fiscal e para isso foi orientada a apresentar a Declaração do ITR do imóvel mesmo não sendo proprietária ou possuidora, reconhecendo que agiu com erro, pois deveria ter solicitado o cancelamento da inscrição de imóvel rural CAFIR junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme instruções publicadas no site da Receita Federal, e, após, solicitar a expedição da certidão negativa; sustenta que este erro não tem o condão de impor a responsabilidade pelo ITR lançado, conforme art. 31 do CTN e entendimento da doutrina e da jurisprudência. alega que a área é isenta, nos termos da Lei 9.393/96, porque é imprestável para fins de exploração agrícola, pecuária, granjeita, aquicola ou florestal, uma vez que há grande ocupação do imóvel com casas de moradia, comércios, pequenos sítios, aterro sanitário, Centro de Tradições Gaúchas CTG, depósito de resíduos de carvão mineral, área de preservação permanente e de reserva legal (IBAMA e FATMA). Há também área de interesse ecológico na área de recuperação ambiental; Fl. 651DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 652 5 entende que, subsidiariamente, ao menos deve ser aplicada a alíquota de 0,3% para fins de cálculo do ITR , considerando grau de utilização do imóvel de 80% por se tratar de rea imprestável para exploração (art. 11 parágrafo 1º, da Lei 9.393/96); postula pela juntada de outros documentos os quais não foram possíveis de ser obtidos por força maior, assim como requer a realização de perícia e avaliação do imóvel, levantamento topográfico e identificação do imóvel e seus posseiros, bem como diligências junto à DRFB, ao INCRA, ao IBAMA e FATMA; ao final, postula pela improcedência do lançamento, ou, subsidiariamente, que o valor seja revisto aplicandose a alíquota de 0 3 % a título de grau de utilização da área. Juntamente com a impugnação foram juntados pela autuada para comprovar suas alegações, além da procuração e dos atos constitutivos da Companhia: Ata da Assembléia Geral que aprovou o protocolo de incorporação da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (fls. 52/55); Ata de aprovação da Incorporação da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (56/55); Requerimento de Aprovação da Incorporação pelo Banco Central da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (59/62); Matrícula do Imóvel 12.754 (63/64); Extrato de Apoio para emissão de certidão SRFB 30.05.2006 (65/71); Fotografias da área de terras (73/100); Petição das ações de protesto ajuizada por Itamar Sebastião Matos e outros (fls. 104/107) e de usucapião ajuizada por Zacarias Rodrigues Gonçalves (fl. 160/161); além de Registros, Certidões e Transcrições relativos a diversas áreas de terra. Posteriormente, às fls. 210/213, a impugnante apresentou petição e certidão expedida pelo INCRA, com o intuito de demonstrar que o imóvel objeto do lançamento do ITR não está cadastrado junto ao Instituto em nome do BANCO CITIBANK S.A. CNPJ/MF sob n° 33.479.023/000180 e também não está cadastrado em nome da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Acórdão de Impugnação A 1ª Turma da DRJ/Campo Grande (MS), por unanimidade, julgou improcedente a impugnação, mantendo integralmente o crédito tributário, com base nos seguintes fundamentos (fls. 215/229): indeferimento do pedido de diligências e perícia, eis que tais se prestam a esclarecer pontos duvidosos que exijam conhecimentos especializados e não para substituir o ônus do sujeito passivo, relativamente à produção de provas que, por sua natureza, já poderiam ter sido juntadas aos autos no momento da apresentação da impugnação pela autuada, como seria o caso dos autos, não sendo igualmente cabível a concessão de prazo supletivo para juntada de provas, eis que entre a impugnação e o julgamento pela DRJ transcorreramse 1 ano e Fl. 652DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 653 6 9 meses, tempo suficiente para que a autuada trouxesse outros documentos que entendesse pertinentes para comprovar suas alegações; a matrícula do imóvel constitui prova eficaz da propriedade do imóvel fiscalizado pelo Banco Crefisul, sucedido por Banco Citibank SA, o qual integra o polo passivo do lançamento na condição de sucessor de FNC Comércio e Participações Ltda, tendo sido reconhecida a sucessão na impugnação, sendo a impugnante a responsável tributária pelos tributos devidos pelo antecessor até a data da sucessão (nos termos do art. 130 e 132 do Código Tributário Nacional), e, após a data da sucessão, é contribuinte do ITR, independentemente da atualização do registro na matrícula do imóvel, não sendo o Ofício do INCRA de fls. 212/213 prova suficiente para afastar a responsabilidade tributária; o exercício da posse sobre o bem imóvel por terceiros, a fim de afastar a responsabilidade do proprietário pelo pagamento do ITR, deve ser comprovado, o que não foi feito pela impugnante uma vez que: (i) a matrícula apresentada não contém averbação de eventuais sentenças judiciais reconhecendo em favor de terceiros a titularidade da área ou o direito de posse, salvo informação de Registro anterior sob nº 25.446 o qual refere a “direitos de posse de Eulália Maria de Jesus que mantinha atravéz (sic) de s/ esposo Otacílio de Souza Costa, desde 27/07/1938 e todos os demais direitos oriundos das ações de reivindicação nº 4.770 de 24/04/1967 nº 6.872 de 17/05/1969”; (ii) relativamente às ações judiciais que reivindicariam a posse da área, não foram juntadas todas as decisões e as que foram juntadas não servem para comprovar que se referem inequivocadamente ao imóvel fiscalizado; (iii) somente com as matrículas juntadas (fls. 88/92, 106/111. 113/114. 136/140. 141/178) não é possível concluir que tais se referem a desmembramentos da matrícula n° 12.754, relativa ao imóvel fiscalizado; (iv) o mapa apresentado à fl. 179, expedido pela Inspetoria do 2º Distrito de Terras Sede em Tubarão (referente à "restauração e fixação de marcos na medida procedida em maio de 1948 nos banhados da "Estiva dos Pregos" nos Municípios de Tubarão e Laguna para a Comp. Siderúrgica Nacional", área 1.775,7 hectares, Laguna 1.330,3 hectares e Tubarão 445,4 hectares), apenas indica a situação do imóvel no ano de 1957; (v) não há nos autos prova de desapropriação do imóvel fiscalizado pelo Poder Público com a finalidade de se instalar um aterro sanitário, nem de outro modo de aquisição pelo Poder Público. para provar a alegada condição de imóvel urbano, o contribuinte deve apresentar documento expedido pela Fl. 653DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 654 7 Prefeitura Municipal, comprovando o cadastramento do imóvel para fins de lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU no período do lançamento, o que não foi feito no caso dos autos; no mérito, relativamente à postulada isenção do ITR sobre o imóvel por se tratar de área de interesse ambiental, tal alegação deveria ter sido comprovada pela autuada mediante (i) a apresentação de Laudo confeccionado por profissional habilitado e conforme as normas estabelecidas pela ABNT, (ii) a comprovação da entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental – ADA perante o Ibama; (iii) a averbação na matrícula, em caso de Área de Reserva Legal – ARL; (iv) ato específico do órgão competente, relativamente à propriedade em questão declarandoa Área de Interesse Ecológico ou Área Imprestável; (v) ato do Poder Público decretando calamidade pública em relação especificamente à área autuada; sendo que, (vi) em relação às área alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público, tais passaram a ser isentas somente a partir do exercício 2009 (o lançamento referese ao ano de 2007). Não tendo apresentado nenhum dos documentos referidos, não merece prosperar tal argumento da impugnante; em relação o VTN, a impugnante deixou de apresentar o laudo técnico de avaliação ou qualquer outro elemento de prova capaz de refutar o valor arbitrado pela fiscalização, o qual foi teve por base os valores informados pela Secretaria Estadual de Agricultura no Sistema de Preços de Terras SIPT para o Município de LagunaSC, nos exercícios 2007 em função da aptidão agrícola. Recurso Voluntário O contribuinte foi notificada do resultado do julgamento de sua impugnação em 08/04/2013 (fl. 240), tendo interposto recurso voluntário em 06/05/2013 (fls. 242/268), no qual, preliminarmente, postula a anulação da decisão eis que o indeferimento de realização das diligências e perícia solicitadas, bem como a ausência de intimação para apresentação de novos documentos previamente ao julgamento pela DRJ implicaram em cerceamento de defesa. No mérito, repisa os argumentos postos em sede de impugnação, juntando novos documentos para comprovar suas alegações, entre eles, levantamentos topográfico e documentoscópico trazidos às fls; 319/554 destes autos, cujos originais constam do dossiê papel nº 16327.000152/201392, conforme certificado à fls. 241. Com a chegada deste processo ao CARF, foi ele colocado em pauta de julgamento, sendo em 03/12/2014 resolvido pelos membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator, cuja conclusão da resolução é abaixo reproduzida: Fl. 654DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 655 8 Todavia, como é requisito essencial para validar o laudo topográfico a apresentação de ART, voto no sentido de intimar o contribuinte para que traga aos autos, no prazo de 30 dias: (i) a ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado, (ii) cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado e (iii) cópia do Registro nº 13.941 – Livro 3L (e eventuais Registros anteriores), referido na Matrícula 30.404, para fins de verificar, inclusive, se a totalidade do terreno foi realmente ocupada por posseiros, tendo em vista que a certeza reside, em vista da documentação apresentada, que quase toda a extensão encontra se ocupada. A contribuinte foi intimada da referida Resolução, tendo, apresentado todos os documentos solicitados em diligência, encontrandose estes já nos autos, conforme numeração de folhas abaixo: fls. 601/602: cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado; fl. 603: cópia do Registro nº 13.941 Livro 3L (Matrícula nº 30.404); fls. 644/645: ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado; É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. O ilustre Conselheiro Fábio Brun Goldschmidt, quando relator Resolução nº 2202000.601, assim fez seu voto: O recurso é tempestivo e atende todos os requisitos de admissibilidade. Comprovação da existência de posseiros Consoante bem destacado na decisão proferida pela DRJ, até o momento da prolação da sua decisão os documentos apresentados pelo contribuinte não se mostravam aptos a comprovar, suficientemente, a alegação de que a área objeto do ITR em questão estaria habitada por posseiros. Até então, constavam dos autos apenas matrículas e registros de diversas áreas, bem como alguns documentos referentes a algumas ações possessórias e de protesto, sem que restasse comprovado que tais documentos se referiam, de fato, à mesma área objeto da autuação. Fl. 655DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 656 9 Entretanto, ao apresentar seu recurso voluntário, a recorrente cuidou de trazer aos autos, além de alguns documentos que já haviam sido juntados com a impugnação, Laudos Topográficos nos quais restaram mapeados: (a) o imóvel em nome de Banco Crefisul, sucedido pela FNC Comércio e Participações, a qual foi sucedida pelo Banco Citi, com base nas informações constantes da matrícula 12.754, e (ii) os imóveis que pertenceriam aos aludidos posseiros, com base nas informações constantes em outras diversas matrículas e registros juntados pela recorrente. Cotejando as conclusões do Laudo, é possível verificar a correspondência entre as áreas, como demonstram os quadros abaixo: De outro lado, conforme se depreende das matrículas e transcrições juntadas aos autos, os aludidos posseiros encontravamse comprovadamente na quase integralidade área (na qualidade de titulares/proprietários nas matrículas) (i) em período anterior a 31/01/1986 (quando o imóvel em questão teria sido transferido ao Banco Crefisul), ou, no mínimo (ii) em época anterior aos fatos gerador em questão (2007), como demonstram as tabelas abaixo: Fl. 656DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 657 10 Como se depreende da tabela acima, das 46 matrículas que serviram de base para o Laudo Topográfico apresentado, apenas 2 delas, referentes a pequenas frações da área pertencente ao senhor Iris Fernandes, não se encontram suficientemente documentadas para comprovar a posse da área antes da ocorrência do fato gerador, em 2007, eis que (i) em relação ao registro “24.800” (referente a 4% da área total de 239.000 m2 em posse do senhor Iris), tal não constou dos autos e (ii) quanto à matrícula 30.404, tal informa que a área encontrase em nome de terceiros desde 23/11/2011, fazendo referência, contudo, à existência de Registro anterior relativo àquela área, sob o nº 13.941 – Livro 3L, o qual não foi trazido aos autos. Consoante diversas decisões já proferidas por esse Conselho, nas hipóteses em que o autuado alega ser ilegítima a exigência de ITR em face da existência de posseiros ao tempo do fato gerador, cumpre a ele trazer prova inequívoca de tal afirmação. Nesse sentido, vejase o seguinte julgado trazido por amostragem: IMPOSTO TERRITORIAL RURAL E SUJEITO PASSIVO. CONTRIBUIÇÕES. RETIFICAÇÃO DE CPF E NOME DO CONTRIBUINTE. PRELIMINAR ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA REJEITADA. MANTIDO O LANÇAMENTO. AUSÈNCIA DE PROVAS DE PRESENÇA DE POSSEIROS. O contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel. Para que possa ser alegada a nulidade do lançamento do ITR em vista da existência de posseiros, há que ser provado, por qualquer meio, a presença dos mesmos sobre as terras. Não existindo tais provas, não pode ser alegado cerceamento de defesa, posto que tal ônus cabe ao Recorrente. RECURSO IMPROVIDO Fl. 657DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 658 11 (Acórdão nº 30132134, Número do Processo: 10768.004329/200111, Data de Publicação: 13/09/2005, Relatora: Susy Gomes Hoffmann) No caso em questão, em sede de recurso voluntário, o contribuinte cuidou de trazer aos autos documentos detalhados e elucidativos para comprovar a existência de posseiros em quase toda a área. Cumpre destacar que não se localizou nos autos a ART referente ao Laudo Topográfico apresentado. Todavia, nele consta a identificação do perito (nome completo, número de inscrição no Conselho), bem como dados e informações detalhadas da área periciada, além de outros documentos dotados fé pública (como, por exemplo, as cópias das matrículas juntadas) que embasam e confirmam as conclusões do Laudo, no sentido de que, dos 12.300.000 m2 registrados na matrícula do imóvel em nome da recorrente, 10.923.459,19 m2 estão efetivamente ocupados por posseiros. Além disso, como bem destacado pelo contribuinte, somandose as áreas descritas em todas as matrículas apresentadas (9.597,475,05 m2 – fl. 323), efetivamente tal não corresponde exatamente à metragem da área descrita na matrícula do imóvel em nome do contribuinte (12.300.000 m2), ou ainda, à metragem das áreas efetivamente ocupadas pelos posseiros (10.923.459,19 – fl. 323) . Entretanto, entendo que tal divergência decorre justamente do fato do imóvel ter sido tomado por posseiros, que, durante anos e em etapas, foram conseguindo fazer os registros das áreas invadidas, de partes em partes, partindo a descrição dos imóveis “do zero”, sem haver qualquer vinculação ou referência ao registro original do terreno. Entretanto, a partir do momento em que todas as matrículas foram agrupadas e a área foi presencialmente periciada (vejase que foram juntadas ao Laudo diversas fotos do local), verificouse que a invasão por posseiros ocupou quase a integralidade do terreno. Outrossim, como destacado anteriormente, ainda que em relação a 2 das 46 matrículas referidas pelo Perito, não seja possível comprovar que as áreas encontravamse em nome de terceiros ao tempo do fato gerador em tela (seja por não constar nos autos cópia do Registro 24.800, seja por não constar o Registro nº 13.941 – Livro 3L, referente à área objeto da matrícula 30.404), tais documentos referemse a 9.522 m2 da área em nome de Iris Fernandes, que, representa a menos 0,078% dos 12.300.000 m2 da área autuada, o que, no meu entender não justifica a desconsideração da integralidade da prova produzida e tampouco coloca em xeque a existência de posseiros já no ano de 2007 na área. Por todo o exposto, entendo que os documentos juntados em sede de recurso voluntário comprovam sim que a área objeto da presente autuação encontravase quase que integralmente sob o domínio de posseiros desde muito antes da ocorrência do fato gerador (2007), não podendo a recorrente ser considerada sujeito passivo para fins do ITR exigido sobre o total da área em questão, em face da verdade real que deve imperar nesses casos. Fl. 658DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 659 12 Em casos análogos, o Conselho já se manifestou no sentido de que, tendo sido comprovada a impossibilidade do dito proprietário de usar, gozar, dispor ou reaver a propriedade rural em face da existência de posseiros e/ou invasores, há de se considerado nulo o lançamento para fins de cobrança do ITR. Vejase: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR EXERCÍCIO: 1998 SUJEITO PASSIVO DO ITR. Posse dos posseiros sem terra. impossibilidade de usar, gozar, dispor ou reaver o imóvel. propriedade descaracterizada. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO (Acórdão nº 39200004, Número do Processo: 10215.000663/200232, Data de Publicação: 23/09/2008) Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1994 ITR – Posseiros. Comprovada nos autos a posse do imóvel para terceiros à época da ocorrência do fato gerador, há de ser afastada a cobrança do tributo daquele que detinha apenas a propriedade sem dela poder usar, gozar ou fruir. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO (Acórdão nº 30134058, Número do Processo: 10280.000036/200137, Data de Publicação: 12/09/2007, Relator: Susy Gomes Hoffmann) Todavia, como é requisito essencial para validar o laudo topográfico a apresentação de ART, voto no sentido de intimar o contribuinte para que traga aos autos, no prazo de 30 dias: (i) a ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado, (ii) cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado e (iii) cópia do Registro nº 13.941 – Livro 3L (e eventuais Registros anteriores), referido na Matrícula 30.404, para fins de verificar, inclusive, se a totalidade do terreno foi realmente ocupada por posseiros, tendo em vista que a certeza reside, em vista da documentação apresentada, que quase toda a extensão encontra se ocupada. A contribuinte foi intimada da referida Resolução, tendo, apresentado todos os documentos solicitados em diligência, encontrandose estes já nos autos, conforme numeração de folhas abaixo: fls. 601/602: cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado; fl. 603: cópia do Registro nº 13.941 Livro 3L (Matrícula nº 30.404); fls. 644/645: ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado Fl. 659DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 660 13 Com os documentos juntados ao processo em resposta à diligência, verifica se que não restam dúvidas que todo imóvel objeto da atuação de ITR está sob posse de terceiros, não devendo portanto, incidir o tributo em questão. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Voto Vencedor Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Redator designado Em que pese o bem fundamentado voto do relator, Conselheiro Martin da Silva Gesto, peço vênia para divergir sobre a incidência do ITR sobre o imóvel em questão. O Código Tributário Nacional assim disciplina sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural: Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município. [...] Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Pelo Código Civil, extraímos o conceito de que o proprietário do bem pode dele fazer uso, perceberlhe os frutos e dele desfazerse como bem desejar, salvo cláusula específica de inalienabilidade, de origem legal ou contratual. Pode, também, exigir que terceiro, que do bem se haja injustamente apossado, impedindo ou embaraçando o exercício desses poderes pelo proprietário, o restitua. A tributação da posse ou domínio útil deve considerar a cessão voluntária da posse, estabelecida por uma relação estável entre possuidor e proprietário, assim como pela individualização do contribuinte. No presente caso, a relação jurídica existente entre possuidor e proprietário é efêmera, precária e involuntária, sendo assegurado ao proprietário o direito regressivo contra o possuidor, por meio das medidas judiciais cabíveis. Assim, ainda que a Contribuinte tenha sofrido turbação de sua posse por terceiros, enquanto o imóvel estiver em seu nome é legítima a cobrança do ITR, tendo em vista que o mesmo perdura como proprietário do imóvel, sendolhe oferecidas garantias para reaver a posse. Fl. 660DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 661 14 Também é relevante o fato de que a Recorrente apresentou a declaração de ITR, declarandose como contribuinte do imposto. Se ela própria, espontaneamente, se declara como contribuinte do imposto, não é pelo fato de essa declaração ter sofrido uma revisão quanto aos valores declarados que ela vai deixar de ser contribuinte. Verificase que a Recorrente é a legítima proprietária do imóvel e, nessa qualidade, fez a apresentação da Declaração do ITR. Nesse sentido temos as seguintes decisões deste Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 ITR. CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. DEFINIÇÃO. O Contribuinte do imposto é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto. Recurso Voluntário Negado. (Acórdão nº 2201001.946, data da publicação: 17/05/2013, relatora: Rayana Alves de Oliveira França, redator designado: Pedro Paulo Pereira Barbosa). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. Contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer titulo (art.31 do Código Tributário Nacional). Considerando que proprietário é quem tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavêla do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (art.1.228 do Código Civil), quando houver áreas em litígio e sendo a ocupação um ato transitório, aquele cabe entregar a DITR e se responsabilizar pelo imposto devido, caso esteja adotando providências judiciais ou extrajudiciais para recuperar a posse. (Acórdão nº 2201 001.569, data de publicação: 14/06/2013, relator: Rodrigo Santos Masset Lacombe). Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Redator designado Fl. 661DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 662 15 Fl. 662DF CARF MF
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Numero do processo: 10850.721622/2015-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
Ementa:
DIRPF RETIFICADORA. PAGAMENTO FEITO COM BASE NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO.
No caso de DIRPF Retificadora que pleiteia restituição indevida, somente se exclui a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre os valores de imposto exigidos quando restar comprovado nos autos o pagamento tempestivo realizado pelo contribuinte com base na declaração original.
Numero da decisão: 2202-003.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
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PAGAMENTO FEITO COM BASE NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO. No caso de DIRPF Retificadora que pleiteia restituição indevida, somente se exclui a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre os valores de imposto exigidos quando restar comprovado nos autos o pagamento tempestivo realizado pelo contribuinte com base na declaração original. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 72 16 22 /2 01 5- 11 Fl. 130DF CARF MF 2 Trata o presente processo de Notificação de Lançamento em virtude de uma omissão de rendimentos do trabalho recebidos pela pessoa física acima identificada, no valor total de R$ 265.921,36, referente à fonte pagadora São Paulo Previdência (SPPREV), no ano calendário de 2012, resultando em um crédito tributário apurado de R$ 12.810,36, incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. A contribuinte apresentou impugnação alegando que os rendimentos considerados como omitidos são isentos, por se tratar de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão recebidos por portador de moléstia grave (cardiopatia grave) desde o ano de 2002. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) julgou improcedente a impugnação, cuja decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. AUSÊNCIA DE REQUISITO ESSENCIAL AO GOZO DA ISENÇÃO PRETENDIDA. Para o gozo da isenção pretendida o interessado há de ser aposentado e apresentar laudo médico oficial que comprove a moléstia grave definida nos termos da lei. No caso faltou comprovação da moléstia grave através de laudo médico expedido por entidade oficial competente. Não atendido requisito legal essencial. A conclusão da DRJ foi no seguinte sentido: No caso concreto, quanto ao anocalendário focado (2012), conforme foi corretamente registrado pela autoridade lançadora, embora seja a alegação de que o contribuinte era portador de moléstia grave, o laudo médico apresentado não foi emitido por entidade oficial competente, isto é, tratase de laudo preparado por médico particular, o qual não satisfaz para fins de comprovação do adimplemento dos requisitos legais para o gozo da isenção pleiteada. Cientificado dessa decisão em 11/09/2015, por via postal (A.R. de fl. 94), o Espólio da Contribuinte, por meio de procurador, apresentou Recurso Voluntário em 09/10/2015 (fl. 95), alegando apenas que o imposto já fora efetivamente pago em DIRPF original do exercício 2013. Esse Colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência (Resolução nº 2202000.724, de 22/09/2016), para que a repartição de origem tomasse as seguintes providências: 1. Anexe aos autos cópia da Declaração de Ajuste Anual original do exercício 2013 (anocalendário 2012); 2. anexe aos autos os comprovantes de pagamentos (DARFs) correspondentes ao imposto de renda do exercício 2013 (ano calendário 2012), informando se os mesmos encontramse disponíveis ou se foram restituídos; Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10850.721622/201511 Acórdão n.º 2202003.702 S2C2T2 Fl. 131 3 3. após, dê vista ao Recorrente do resultado essa diligência, com prazo de 30 (trinta) dias para, querendo, se pronunciar. Em atendimento à diligência, a DRF de origem anexou a DIRPF/2013 (ano calendário de 2012) original do Contribuinte (fls. 119/126) e o intimou a comprovar os pagamentos (DARFs) correspondentes ao imposto de renda do referido exercício (fls. 127/128). O Contribuinte não apresentou resposta (fl. 129). É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. O Contribuinte não se insurgiu, em seu recurso voluntário, contra a decisão da DRJ em relação ao não atendimento de uma das condições para o gozo da isenção, qual seja, a comprovação da moléstia grave por meio de laudo médico oficial. Ele somente alegou que o imposto já havia sido pago por ocasião da apresentação da DIRPF original do exercício 2013. Dessa forma, não cabe aqui analisar a questão da isenção por moléstia grave, posto que essa matéria se encontra fora do litígio, por não ter sido recorrida. Resta, portanto, discutir o tema relativo ao pagamento tempestivo do imposto devido. Entendo que os valores recolhidos pelo Contribuinte antes do início do procedimento fiscal, quando ele gozava de espontaneidade, não podem ser exigidos com multa de ofício. CTN Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Não se pode exigir, por meio de Notificação de Lançamento, multa de ofício sobre um crédito tributário que foi extinto pelo pagamento, nos termos do artigo 156, inciso I, do Código Tributário Nacional – CTN. O pagamento antecipado, conforme dispõe o § 1º do Fl. 132DF CARF MF 4 artigo 150 do CTN, extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Mesmo que não ocorra a homologação, o pagamento feito extingue a obrigação tributária. Apenas se o pagamento realizado não for suficiente para extinguila totalmente, caberá o lançamento de ofício para exigência da diferença. CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. [..] Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; [...] Muito embora a declaração retificadora realmente substitua a declaração original, fato é que o pagamento extingue o crédito tributário, conforme prevê o inciso I do art. 156 do CTN. Entretanto, no presente caso, não consta dos autos comprovação de que realmente os pagamentos alegados tenha sido efetivados. O Contribuinte não apresentou nenhuma resposta à intimação feita pela delegacia de origem para comprovar os pagamentos alegados, conforme se verifica da diligência efetuada a pedido desse Colegiado (fls. 127/129), embora tenha sido cientificado da intimação em 18/10/2016 (fl. 128). É regra geral no Direito que o ônus da prova é uma conseqüência do ônus de afirmar e, portanto, cabe a quem alega. Nesse caso, o Recorrente apenas alegou e nada provou e, segundo brocardo jurídico por demais conhecido, "alegar e não provar é o mesmo que não alegar". Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (Assinatura digital) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10850.721622/201511 Acórdão n.º 2202003.702 S2C2T2 Fl. 132 5 Fl. 134DF CARF MF
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