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Numero do processo: 13767.000327/2003-12
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1999
DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL.
São dedutíveis os pagamentos de pensão alimentícia quando o contribuinte provar que realizou tais pagamentos, e que estes foram decorrentes de decisão judicial.
IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA.
Conforme entendimento fixado pelo STJ, em sede de recursos repetitivos, o imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado pelo regime de competência, tendo em vista que o art. 12 da Lei nº 7.713/1988 disciplina o momento da incidência, e não a forma de calcular o imposto.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2801-003.903
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer dedução de pensão alimentícia, no valor de R$ 20.509,92, e cancelar a omissão de rendimentos recebidos acumuladamente do SINDPREV, nos termos do voto da Relatora.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente e Relatora.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Marcelo Vasconcelos de Almeida, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. São dedutíveis os pagamentos de pensão alimentícia quando o contribuinte provar que realizou tais pagamentos, e que estes foram decorrentes de decisão judicial. IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA. Conforme entendimento fixado pelo STJ, em sede de recursos repetitivos, o imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado pelo regime de competência, tendo em vista que o art. 12 da Lei nº 7.713/1988 disciplina o momento da incidência, e não a forma de calcular o imposto. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer dedução de pensão alimentícia, no valor de R$ 20.509,92, e cancelar a omissão de rendimentos recebidos acumuladamente do SINDPREV, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 76 7. 00 03 27 /2 00 3- 12 Fl. 218DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 219 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Marcelo Vasconcelos de Almeida, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de auto de infração (fls. 01/04) lavrado para exigir o crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar de R$ 29.374,97, acrescido dos correspondentes valores de multa de ofício e juros de mora. A autuação decorreu da revisão da DIRPF/1999 retificadora (fls. 30/31), na qual foram apuradas as seguintes irregularidades: • Omissão de rendimentos recebidos do SINDPREV, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício, no valor de R$ 83.197,81. • Omissão de rendimentos recebidos da Cooperciges/ES, decorrentes de trabalho sem vínculo empregatício, no valor de R$ 31.350,00. • Dedução indevida a título de pensão alimentícia judicial, correspondente à parcela excedente à quantia de R$ 253,28. Na impugnação de fl. 05, o contribuinte alegou que os rendimentos oriundos do SINDPREV foram declarados como não tributáveis em cumprimento de determinação judicial, conforme Mandado de Segurança n° 99.00025458 (fis. 07/08) pendente de julgamento final, e que houve o depósito judicial do respectivo imposto de renda devido em conta poupança na agência PAB Justiça Federal da Caixa Econômica Federal. Aduziu que o valor declarado pela COOPERCIGES de R$ 31.350,00, foi pago à empresa SERVMED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA., da qual recebeu a importância de R$ 17.353,50, no ano calendário de 1998, referente a lucros distribuídos, por ser possuidora quotas de responsabilidade limitada. Quanto às despesas com pensão alimentícia, defendeu o pagamento total de R$ 25.323,20, conforme homologação da justiça. A 4a Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG, conforme Acórdão de fls. 76/81, manteve o lançamento sob os fundamentos consubstanciados nas seguintes ementas: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1999 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. VALORES VINCULADOS À AÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. A mera alegação do impugnante de que os valores considerados omitidos pela Fiscalização estariam sob o jugo do Judiciário, de acordo com a decisão colacionada aos autos, não faz óbice ao lançamento, uma vez que não restou demonstrado o vínculo dos rendimentos à ação judicial ou que o interessado houvesse depositado o imposto supostamente devido, conforme demandado na citada decisão. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 220 3 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PAGOS POR COOPERATIVA A COOPERADOS. Os elementos anexados aos autos permitem firmar a clara inferência de que os rendimentos pagos por Cooperativa, na qualidade de fonte pagadora do contribuinte, destinaramse a esse, porquanto a alegação de que os valores haviam sido percebidos por pessoa jurídica da qual é sócio resta inverídica, em razão da associação dessa àquela em período posterior aos pagamentos em análise. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. LIMITE. As importâncias a serem consideradas, para efeito de dedução de pensão alimentícia, correspondem àquelas firmadas no acordo homologado judicialmente, sendo que os excessos, porventura ocorridos, não se subsumem a hipótese de dedução. Lançamento Procedente Conforme Resolução 2801000.023, às fls. 189/192, o julgamento foi convertido em diligência para que a autuada fosse intimada para apresentar: 1. as principais peças do Processo Judicial 99.0002545, como petição inicial, sentença e acórdão, comprovando a data do trânsito em julgado da ação, bem como quem e quando foram levantados os depósitos judiciais realizados, informando, ainda, se houve liquidação de sentença; 2. o acordo homologado judicialmente já retificado, consoante alegada solicitação, objetivando a alteração da redação para exclusão do sinal indicador de percentual (%) grafado junto ao valor pactuado de 16,66 (dezesseis, sessenta e seis) salários mínimos mensais. Cumprida a referida diligência, conforme documentos de fls. 199/209, os autos retornaram ao atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para prosseguimento. A numeração de folhas citada nesta decisão referese à serie de números do arquivo PDF. É o relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 221 4 Inicialmente, registrese que não mais compete a esse Conselho se pronunciar sobre a omissão de rendimentos recebidos da COOPERCIGES, pois o Contribuinte expressamente concordou com a autuação neste tocante. O litígio subsiste apenas em relação às infrações omissão de rendimentos do SINDPREV e dedução indevida de pensão alimentícia judicial. Quanto à omissão de rendimentos provenientes do SINDPREV, o Interessado alega que o correspondente imposto de renda foi depositado judicialmente com base em decisão proferida pelo Juízo da 7a Vara Federal nos autos do Processo n° 99.00025458, estando, inclusive, o respectivo montante à disposição da União Federal em razão da improcedência da ação, conforme declaração da Caixa Econômica Federal, à fl. 93, sobre a existência de um saldo de R$ 42.013,01, em 29/10/2007, em conta da contribuinte junto à conta 0829.013.00048819 PAB JUSTIÇA FEDERAL DE VITÓRIA/ES. Sobre a glosa da pensão judicial, o Recorrente informa ter protocolado petição junto ao Juízo da Vara de Família de Colatina/ES, pugnando pela retificação da redação do acordo homologado, sob o argumento de que foi grafado erroneamente o sinal indicador de percentual (%) ao se fazer menção ao valor pactuado de 16,66 (dezesseis, sessenta e seis) salários mínimos mensais. Portanto, face o acima exposto, com vistas a formar convicção acerca da lide, o julgamento foi convertido em diligência, para que a autuada fosse intimada para apresentar: 1 as principais peças do Processo Judicial 99.0002545, como petição inicial, sentença e acórdão, comprovando a data do trânsito em julgado da ação, bem como quem e quando foram levantados os depósitos judiciais realizados, informando, ainda, se houve liquidação de sentença; 2 o acordo homologado judicialmente já retificado, consoante alegada solicitação, objetivando a alteração da redação para exclusão do sinal indicador de percentual (%) grafado junto ao valor pactuado de 16,66 (dezesseis, sessenta e seis) salários mínimos mensais. Em atendimento, foram anexados os documentos de fls. 199/209, que demonstram que o valor da pensão mensal fixada em favor dos seus filhos Lucian Quintaes Cardoso e Lia Quintaes Cardoso corresponde a 16,66 (8,33 para cada um) salários mínimos nos autos do PROCESSO N°014.07.0130779. Considerando que o valor do salário mínimo, no período de janeiro a abril de 1998, era de R$ 120,00, e no período de abril a dezembro de 1998, era de R$ 130,00, deve ser restabelecido o valor de R$ 20.509,92 de dedução a título de pensão alimentícia, que corresponde à diferença entre o valor declarado (R$ 20.763,20) e o valor computado pela fiscalização (R$ 253,28), consoante comprovantes de pagamentos de fls. 42/57. No que tange à omissão de rendimentos provenientes do SINDPREV, trata se, na espécie, de rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente cuja tributação ocorreu sob a regra estabelecida no art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988. Em relação aos rendimentos recebido acumuladamente, cabe registrar que a Procuradoria da Fazenda Nacional – PGFN, diante da jurisprudência do STJ sobre rendimentos recebidos acumuladamente e com base no Parecer PGFN/CRJ/nº 287/2009, editou o Ato Fl. 221DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 222 5 Declaratório nº 1/2009 publicado no Diário Oficial da União de 14/05/2009 e aprovado conforme despacho do Ministro da Fazenda publicado em 13/05/2009, e que teve efeito vinculante sobre o Fisco, com determinação para o cálculo do imposto ser mensal e não global, tanto para rendimentos de aposentaria quanto para rendimentos do trabalho. O referido Ato Declaratório teve sua eficácia suspensa pelo Parecer PGFN/CRJ/nº 2.331/2010, em razão de o Supremo Tribunal Federal, em 20/10/2010, reconhecer repercussão geral aos Recursos Extraordinários nº 614232 e 614406 que versam sobre a tributação de rendimentos recebidos acumuladamente e cujos julgamentos ainda não foram concluídos. Aliás, Conforme exposição de motivos interministerial nº 111/MF/MP/ME/MCT/MDIC/MT/ de 23/10/2010, com a edição da Medida Provisória nº497, a qual, em seu art. 20, modificou a Lei nº 7.713/1988, acrescentando lhe o art 12A, a legislação foi alterada por iniciativa do Poder Executivo para contemplar a jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal da Justiça, a qual já havia sido adotada pela Administração por meio da Aprovação do Ato Declaratório PGFN nº 1/2009, em relação aos rendimentos recebidos acumuladamente, seja do trabalho ou de aposentadoria. Importa que, após reiteradas decisões no sentido de que o art. 12 da Lei nº 7.713/1988 disciplina o momento da incidência, e não a forma de calcular o imposto, o Superior Tribunal de Justiça STJ fixou o entendimento, em sede de recurso repetitivo, de que o imposto de renda incidente sobre benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado pelo regime de competência, nos termos da seguinte ementa: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS DE FORMA ACUMULADA. 1. O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008. Resp 1.118.429/SP, julgado em 24/03/2010 Verificase, em julgados recentes, que o STJ tem adotado a orientação firmada pela Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do recurso repetitivo REsp 1.118.429/SP para também afastar a tributação dos rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente pelo regime de caixa, determinando que o imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquota próprias a que se referem tais rendimentos, haja vista a ementa da seguinte Decisão: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA IRPF. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE JUROS DE MORA PAGOS NO CONTEXTO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA COM A Fl. 222DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 223 6 JURISPRUDÊNCIA DO STJ QUANTO AO TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DE PARCELAS PAGAS ACUMULADAMENTE EM CUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. TEMAS JÁ JULGADOS PELA SISTEMÁTICA INSTITUÍDA PELO ART. 543C DO CP. 1.... 2. Em relação ao ponto do recurso especial em que a Procuradoria da Fazenda Nacional alega contrariedade ao art. 12 da Lei n. 7.713/88 e impugna o capítulo do acórdão do Tribunal de origem sob a rubrica "Da incidência mês a mês do imposto de renda", consta da decisão ora agravada que o mencionado recurso não procede porque a decisão proferida pelo Tribunal de origem está em consonância com a orientação firmada pela Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do recurso repetitivo REsp 1.118.429/SP (Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 14.5.2010), cuja ementa assim enuncia: "O imposto de renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente." 3. Ao dispor sobre os rendimentos recebidos acumuladamente, o art. 12 da Lei 7.713/88 disciplina o momento da incidência do imposto de renda, porém nada diz a respeito das alíquotas aplicáveis a tais rendimentos. Assim, no julgamento do recurso especial, não ocorreu violação do art. 97 da Constituição da República, tampouco contrariedade à Súmula Vinculante n. 10/STF. Como já proclamou a Quinta Turma, ao julgar os EDcl no REsp 622.724/SC (Rel. Min. Felix Fischer, REVJMG, vol. 174, p. 385), "não há que se falar em violação ao princípio constitucional da reserva de plenário (art. 97 da Lex Fundamentalis) se, nem ao menos implicitamente, foi declarada a inconstitucionalidade de qualquer lei". 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AgRg no REsp 1332443 / PRAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 2012/0138520 DJe 08/02/2013)(grifei e sublinhei) É de se concluir, portanto, que, na espécie, existe erro de cunho material na apuração do imposto devido, por aplicação incorreta do art. 12 da Lei nº 7.713/1988, consoante interpretação dada pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de Recurso Especial com a atribuição da sistemática do artigo 543–C do CPC, e que deve ser de aplicação obrigatória pelos Conselheiros do CARF, conforme disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010, in verbis: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça Fl. 223DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13767.000327/200312 Acórdão n.º 2801003.903 S2TE01 Fl. 224 7 em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso para restabelecer dedução de pensão alimentícia, no valor de R$ 20.509,92, e cancelar a omissão de rendimentos recebidos acumuladamente do SINDPREV. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 224DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 18184.000936/2007-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Sat Dec 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2003
NORMAS GERAIS. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN.
Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso.
Numero da decisão: 9202-003.338
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2003 NORMAS GERAIS. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
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DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 4. 00 09 36 /2 00 7- 70 Fl. 2435DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire. Fl. 2436DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls. 02356, interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 02345, que decidiu dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 PREVIDENCIÁRIO. ALIMENTAÇÃO. INSCRIÇÃO NO PAT. AUSÊNCIA. INCIDÊNCIA. Integra o salário de contribuição o valor da alimentação fornecida por empresa sem o devido registro no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. PAGAMENTO DE VALE TRANSPORTE EM DINHEIRO. DESATENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. O pagamento do Vale Transporte em dinheiro, por desatender a legislação que rege a matéria, sofre incidência de contribuições previdenciárias. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 DECISÃO PLENÁRIA DO STF. VINCULAÇÃO DO CARF. O CARF somente encontrase vinculado às decisões plenárias exaradas pelo Supremo Tribunal Federal, após o trânsito em julgado das mesmas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Constatandose a antecipação de pagamento parcial do tributo aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no § 4.º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 2437DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 4 ACORDAM os membros do colegiado, I) por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 10/2002. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que declarava a decadência até a competência 11/2001, II) por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso. Como esclarecimento inicial, o litígio em questão versa sobre a regra decadencial expressa no CTN, que deve ser aplicada. Em seu recurso especial a PGFN alega, em síntese, que deve a decisão contrariou a legislação (CTN), que deve ser aplicada ao caso a regra decadencial expressa no Art. 173 do CTN, pois não há recolhimentos parciais consignados sobre a(s) rubrica(s) exigida(s) e solicita, por fim, o acolhimento e o provimento de seu recurso. Por despacho, fls. 0565, deuse seguimento ao recurso especial. O sujeito passivo apresentou suas contra razões, argumentando, em síntese, que a decisão recorrida deve ser mantida, por seus fundamentos. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 2438DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. O litígio em questão versa sobre a regra decadencial a ser aplicada: a recorrente pleiteia a aplicação da regra expressa no I, Art. 173 do CTN, de forma diversa do que decidiu o acórdão recorrido, que aplicou a regra expressa no Art. 150, do CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional (CTN). A decadência está arrolada como forma de extinção do crédito tributário no inciso V do art. 156 do CTN e decorre da conjugação de dois fatores essenciais: o decurso de certo lapso de tempo e a inércia do titular de um direito. Esses fatores resultarão, para o sujeito que permaneceu inerte, na extinção de seu direito material. Em Direito Tributário, a decadência está disciplinada no art. 173 e no art. 150, § 4º, do CTN (este último diz respeito ao lançamento por homologação). A decadência, no Direito Tributário, é modalidade de extinção do crédito tributário. No período do lançamento foram considerados recolhimentos a homologar, fls. 045, 046 e 081. Fl. 2439DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 6 O lançamento por homologação implica pagamento pelo sujeito passivo antes de qualquer atividade ou notificação por parte da fazenda (pagamento antecipado). Feito esse pagamento, compete à Administração homologálo ou recusar a homologação. No caso de recusa da homologação, o Fisco deverá lançar, de ofício, como no presente processo, a diferença correspondente ao tributo que deixou de ser pago antecipadamente e os juros e penalidades cabíveis. Esse lançamento de ofício está expressamente determinado no Código Tributário Nacional (CTN): CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I. quando a lei assim o determine; Lei 8.212/1991: Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. Existe a possibilidade da Fazenda não se manifestar prontamente quanto ao pagamento efetuado antecipadamente pelo sujeito passivo. Este, evidentemente, não poderia permanecer indefinidamente à mercê da potencial manifestação do Fisco. Por isso, o CTN estabelece que, salvo prazo diverso previsto em lei, considerase feita a homologação e definitivamente extinto o crédito em cinco anos, contados do fato gerador. Esta extinção do crédito pela inércia da fazenda é denominada homologação tácita e sua principal conseqüência é impossibilitar a fazenda de rever de ofício o pagamento feito pelo sujeito passivo. CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ... § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Essa definição, sobre a aplicação da regara decadencial acima, possui amparo em decisões do Poder Judiciário. “Ementa: .... II. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se Fl. 2440DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 5 7 aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. ....” (STJ. REsp 395059/RS. Rel.: Min. Eliana Calmon. 2ª Turma. Decisão: 19/09/02. DJ de 21/10/02, p. 347.) ... “Ementa: .... Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, a fixação do termo a quo do prazo decadencial para a constituição do crédito deve considerar, em conjunto, os arts. 150, § 4º, e 173, I, do Código Tributário Nacional. Na hipótese em exame, que cuida de lançamento por homologação (contribuição previdenciária) com pagamento antecipado, o prazo decadencial será de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. .... .... Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. ....” (STJ. EREsp 278727/DF. Rel.: Min. Franciulli Netto. 1ª Seção. Decisão: 27/08/03. DJ de 28/10/03, p. 184.) Vemos, portanto, que, no caso do lançamento por homologação, não ocorre exatamente decadência do direito de realizar essa modalidade de lançamento. O que ocorre é a extinção definitiva do crédito pelo instituto da homologação tácita a qual tem como conseqüência indireta a extinção do direito de rever de ofício o lançamento. Em síntese, a homologação tácita acarreta a decadência do direito da Fazenda realizar o lançamento de ofício relativo à diferença de eventual tributo que tenha deixado de ser pago e aos acréscimos legais a essa diferença. Por todo o exposto, como hpa recolhimentos parciais no período que interessa à decisão, com a manutenção da aplicação da regra decadencial expressa no Art. 150 do CTN, nego provimento ao recurso. (assinatura digital) Marcelo Oliveira Fl. 2441DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA
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Numero do processo: 10935.903215/2009-33
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Período de apuração: 01/04/2000 a 30/04/2000
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. DILIGÊNCIA. Sendo reconhecido, através de diligência, o direito creditório do contribuinte, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário, afim de se homologar a compensação realizada
Numero da decisão: 3801-004.630
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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VALE - COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2000 a 30/04/2000 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. DILIGÊNCIA. Sendo reconhecido, através de diligência, o direito creditório do contribuinte, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário, afim de se homologar a compensação realizada Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) FLÁVIO DE CASTRO PONTES - Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cássio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 134DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 26 /01/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ-Curitiba/PR, abaixo transcrito: Trata o processo de manifestação de inconformidade apresentada em 29/05/2009, em face da não homologação da compensação declarada por meio do Per/Dcomp nº 42438.45539.250705.1.7.042933, nos termos do despacho decisório emitido em 20/04/2009 pela DRF em Cascavel/PR (rastreamento nº 831656677). Na aludida Dcomp, transmitida eletronicamente em 25/07/2005 para retificar a Dcomp nº 39098.85153.130705.1.3.040720, a contribuinte indicou um crédito de R$ 92.504,97 (que corresponde a uma parte do pagamento efetuado em 15/05/2000, sob o código 2172, no valor de R$ 134.728,36), vinculado ao Per/Dcomp nº 32729.17426.030505.1.2.040645, de 03/05/2005, objetivando a extinção de débitos de IRRF (cód. 0561 – R$ 122.584,45, período: 1ª semana de julho de 2005), PIS (cód. 8301 – R$ 31.996,44, período: 07/2005), IRRF (cód. 0588, R$ 2.431,65; cód. 1708, R$ 2.054,74 e cód. 8045, R$ 3.150,81, todos relativos à 2ª semana de julho de 2005) e IOF (cód. 7893, R$ 1.595,06, período: 2ª semana de julho de 2005). Segundo o despacho decisório, cientificado em 29/04/2009 (fl. 34), a compensação não foi homologada porque o crédito indicado para a compensação já se encontrava extinto “por terem se passado mais de cinco anos entre a data de arrecadação do Darf informado no documento retificador em análise e a data de transmissão do PER/Dcomp original.” Na manifestação apresentada, a interessada alega que “considerando que a apuração desse através de estimativa mensal, constatou-se que o valor recolhido era maior que o devido.” Informa que houve um pedido de “ressarcimento” em 03/05/2005 (Per 32729.17426.030505.1.2.040645) e que a compensação foi feita com débitos próprios, em obediência ao disposto nas instruções normativas de regência. Às fls. 36/48, juntaram-se extratos de consulta ao sistema de controle de Per/Dcomp além de demonstrativo analítico de compensação. Analisando o litígio, a DRJ Curitiba/PR julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade apresentada, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2000 a 30/04/2000 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO ORIUNDO DE RESTITUIÇÃO PARCIALMENTE DEFERIDA. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 26 /01/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10935.903215/2009-33 Acórdão n.º 3801-004.630 S3-TE01 Fl. 12 3 Demonstrada a existência parcial do crédito informado em Per/Dcomp, reconhece-se o direito pleiteado e homologa-se a compensação, até o respectivo limite. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte No recurso voluntário apresentado tempestivamente, o Recorrente alega, em síntese, (i) que houve a homologação tácita do pedido de ressarcimento; e (ii) que o crédito pleiteado existe e pode ser utilizado em compensações. Em julgamento realizado por esta Turma de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, entendeu-se por bem determinar a realização de diligência, para que a douta Delegacia da Receita Federal esclarecesse os seguintes pontos: 1. Qual o crédito efetivamente reconhecido no PerDcomp 32729.17426.030505.1.2.040645, ou seja, se houve alteração da decisão de 1ª instância; 2. Se o crédito reconhecido é suficiente para liquidar os valores dos débitos indicados pelo Recorrente no pedido de compensação ora analisado. Realizada a diligência, os autos retornaram a este Conselho para julgamento do Recurso Voluntário apresentado pelo Recorrente. É o relatório. Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora. Os requisitos para admissão do Recurso Voluntário já foram analisados quando do primeiro julgamento realizado por este Conselho. Portanto, dele conheço e passo ao julgamento. Conforme mencionado alhures, o contribuinte formulou pedido de compensação, no qual indicou como crédito os valores objeto de pedido de ressarcimento consubstanciado no procedimento de número Per 32729.17426.030505.1.2.040645. No referido processo, em decisão de primeira instância administrativa, foi reconhecida apenas parte dos créditos pleiteados pelo contribuinte. Contudo, não se tinha notícia nos autos se a referida decisão administrativa foi alterada por outras instâncias, tendo em vista apresentação de Manifestação de Inconformidade pelo contribuinte. Desta feita, como mencionado, determinou-se a realização de diligência, para que restassem esclarecidos dois pontos: Fl. 136DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 26 /01/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 1. Qual o crédito efetivamente reconhecido no PerDcomp 32729.17426.030505.1.2.040645, ou seja, se houve alteração da decisão de 1ª instância; 2. Se o crédito reconhecido é suficiente para liquidar os valores dos débitos indicados pelo Recorrente no pedido de compensação ora analisado. Em resposta aos questionamentos deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a douta delegacia de julgamento de Cascavel (PR), assim se manifestou em suas conclusões: 2. Refeitos os cálculos às fls. 116 a 123, tem-se que o crédito reconhecido é suficiente para liquidar todos os débitos informados pela Recorrente na Dcomp 42438.45539.250705.1.7.042933 e também nas demais Dcomps vinculadas ao mesmo crédito (fls.93 a 115). (destacou-se) Portanto, não restam dúvidas de que o crédito indicado no pedido de compensação anteriormente não homologado é suficiente para liquidar os débitos ali indicados. Por isso, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário ora analisado. Por outro lado, em que pese aquela douta delegacia ter se pronunciado no sentido de que houve um erro procedimental da Receita Federal do Brasil, na medida em que, equivocadamente, foi feita restituição em espécie dos valores indicados como créditos no pedido de compensação do contribuinte, não há que se falar em não homologação da presente compensação. Inclusive, a própria Delegacia da Receita Federal em Cascavel já tomou as medidas cabíveis para que o contribuinte faça a restituição dos valores indevidamente creditados em sua conta corrente. Por tudo, conheço do Recurso Voluntário e a ele dou provimento, para homologar a compensação apresentada pelo Recorrente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relatora Fl. 137DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/12/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 26 /01/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 10580.912650/2009-16
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 31/07/2005
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O contribuinte, a despeito ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3802-003.758
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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PROMAT Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do Fato Gerador: 31/07/2005 PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 91 26 50 /2 00 9- 16 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 8° Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (São Paulo I)/SP, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, assentada nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/07/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. A DRJ manteve a não homologação, porque, apesar da retificação da Dctf após o despacho decisório, não houve comprovação, por meio de documentação hábil, idônea e suficiente, do erro no preenchimento da declaração. O Recorrente, nas razões de fls. 61 e ss., alega que a existência de decisão judicial seria suficiente para comprovar do crédito objeto da compensação. Após reproduzir parte da decisão liminar, confirmada em sentença, sustenta que esta teria reconhecido o direito dos substituídos processuais dentre os quais o Recorrente de compensar todos os valores indevidamente recolhidos à título de PIS/Pasep e de Cofins sobre a receita de medicamentos, nos termos da Lei nº 10.147/2000. Pleiteia, assim, o recebimento do recurso voluntário e o seu integral provimento. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn O sujeito passivo teve ciência da decisão no dia 13/02/2014 (fls. 67), interpondo recurso tempestivo em 14/02/2014 (fls. 69). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o recurso pode ser conhecido. A compensação, consoante destacado, não foi homologada porque o Recorrente transmitiu o PER/Dcomp sem a retificação da Dctf. Em circunstâncias dessa natureza, ao contrário do que entendeu a decisão recorrida, a Turma tem interpretado que o Fl. 79DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10580.912650/200916 Acórdão n.º 3802003.758 S3TE02 Fl. 79 3 contribuinte, por força do princípio da verdade material, tem direito à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Nesse sentido, cumpre destacar os seguintes julgados da Turma: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A INSCRIÇÃO DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado (art. 12, § 3o, da Instrução Normativa SRF nº. 583/2005, vigente à época da transmissão das DCTF’s retificadoras). A retificação, porém, não produz efeitos quando o débito já foi enviado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E.Acórdão nº 380201.078. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. [...] Recurso Voluntário Negado. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.290. Rel. Conselheiro José Fernandes do Nascimento. S. 25/09/2012). COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos Fl. 80DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 3802001.593. Rel. Conselheiro Francisco José Barroso Rios. S. 27/02/2013). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Havendo prova do crédito, a compensação deve ser homologada, a despeito da retificação a posteriori da Dctf. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.005. Rel. Solon Sehn. S. 22/05/2012). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova contábil da existência do crédito compensado. A simples retificação após o despacho decisório não autoriza a homologação da compensação do crédito tributário. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. (CARF. S3TE02. Acórdão nº 380201.112. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). COMPENSAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS. AUSÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DA DCTF. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO PELO CONTRIBUINTE APÓS DECORRIDOS Fl. 81DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10580.912650/200916 Acórdão n.º 3802003.758 S3TE02 Fl. 80 5 CINCO ANOS DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO. EXCEPCIONALIDADE DE ACEITAÇÃO PELO CARF. A retificação de DCTF constitui requisito formal do contribuinte, ao efetuar pedido de compensação com base em créditos decorrentes de retificação de documentos de cunho declaratório (DACON, DIPJ, dentre outros). Assim, a ausência de apresentação da DCTF retificadora é causa para negação do crédito pleiteado. Todavia, excepcionalmente se permite a compensação caso o contribuinte demonstre que a retificação só foi apontada como não efetuada após o decurso dos cinco anos contados da extinção do crédito, sendo certo que a negativa importaria em situação excepcional de restrição formal à verdade material, contrassenso à própria finalidade do processo administrativo tributário. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. (CARF. S3TE02. Acórdão nº 3802001.642. Rel. Conselheiro Bruno Macedo Curi. S. 28/02/2013) No presente caso, o Recorrente limitouse a retificar a Dctf, sem apresentar qualquer prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. A simples afirmação de que existiria decisão judicial reconhecendo suposto direito de crédito – formulada apenas por ocasião da interposição do recurso voluntário e omitida no campo dos “dados inicias” do PER/Dcomp– é insuficiente para a reforma da decisão recorrida, quando não demonstrada documentalmente a efetiva liquidez e certeza do direito creditório. Na data da transmissão dos PER/Dcomps, vigorava a Instrução Normativa RFB nº 600/2005, que, como se sabe, exige a prévia habilitação do crédito como requisito indispensável para a transmissão válida de pedido de compensação lastreado em decisão judicial: Art. 51. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. § 1º A habilitação de que trata o caput será obtida mediante pedido do sujeito passivo, formalizado em processo administrativo instruído com: I – o formulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo V desta Instrução Normativa, devidamente preenchido; II – a certidão de inteiro teor do processo expedida pela Justiça Federal; Fl. 82DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 III – a cópia do contrato social ou do estatuto da pessoa jurídica acompanhada, conforme o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da assembléia que elegeu a diretoria; IV – cópia dos atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou fusão, se for o caso; V – a cópia do documento comprobatório da representação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito formulado por representante legal do sujeito passivo; e VI – a procuração conferida por instrumento público ou particular e cópia do documento de identidade do outorgado, na hipótese de pedido de habilitação formulado por mandatário do sujeito passivo. O Recorrente, além de omitir a suposta existência de decisão judicial na manifestação de inconformidade, sequer fez indicação deste fato nos “dados iniciais” do PER/Dcomp, preenchendo negativamente o campo “crédito oriundo de ação judicial”. Tal fato além de induzir em erro a autoridade julgadora a quo inviabiliza o reconhecimento da homologação, uma vez que o PER/Dcomp, para produzir os seus efeitos jurídicos próprios, pressupõe a correta identificação do crédito, inclusive e principalmente no tocante ao fato de ser decorrente de suposta decisão judicial. Com efeito, devese ter presente que a Lei nº 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei nº 9.430/1996, promoveu a unificação do regime de compensação, extinguindo as compensações realizadas na Dctf, na escrituração contábil e a condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Tais modalidades foram substituídas pela autocompensação, que – ao lado da compensação deofício e ressaltadas as contribuições para a seguridade social compensadas na Gfip (Guia de Recolhimento do Fgts e Informações à Previdência Social) é aplicável aos tributos administrados pela Receita Federal. No regime da autocompensação, a extinção do crédito tributário ocorre por iniciativa do sujeito passivo, mediante entrega de declaração contendo informações relativas aos créditos e aos débitos compensados, que, por sua vez, fica sujeita à posterior homologação pela autoridade competente no prazo de até cinco anos: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002). § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Fl. 83DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10580.912650/200916 Acórdão n.º 3802003.758 S3TE02 Fl. 81 7 A declaração do sujeito passivo denominada PER/Dcomp revestese de especial importância no mundo jurídico, porquanto representa a formalização em linguagem competente da extinção do crédito tributário e do débito da Fazenda Nacional. Tratase, consoante destaca Paulo de Barros Carvalho, do veículo introdutor da norma individual e concreta que positiva o fato jurídico extintivo: O fato extintivo da compensação será positivado por norma individual e concreta que promova o encontro das relações, extinguindoas no quantum em que se equivalerem. Os sujeitos habilitados a expedir a norma individual e concreta da compensação, formalizando o mencionado ‘encontro de contas’, são a autoridade administrativa e a autoridade judiciária. Há hipóteses em que a lei autoriza ao próprio particular a efetivação da compensação tributária. Esta, todavia, somente é utilizada quando o ato do particular for homologado pela Administração, de maneira tácita ou expressa. Dito de outro modo, o aplicarse da norma de compensação gera a extinção do crédito tributário e do débito do Fisco. Mas, para que esta se concretize, necessário o relato em linguagem competente não apenas das relações que se pretende compensar, mas também do fato da compensação. Apenas se descrito no antecedente de norma individual e concreta irradiará os efeitos previstos no consequente normativo, operandose extinção dos vínculos obrigacionais. (CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2008, p. 480481). Em razão disso, para produzir os seus efeitos jurídicos próprios, a PER/Dcomp pressupõe a correta identificação do crédito e dos respectivos débitos compensados. Do contrário, não há como se aperfeiçoar juridicamente o encontro de contas entre as relações jurídicas obrigacionais. Portanto, nada justifica a reforma da decisão recorrida, porque não foi identificada corretamente a origem do crédito nem demonstrada a sua liquidez e certeza. Votase pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 84DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 15563.000570/2008-67
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
CONHECIMENTO DE IMPUGNAÇÃO. COMPETÊNCIA DA DRJ. DECISÃO DEFINITIVA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Compete a Delegacias da Receita Federal de Julgamento o julgamento, e conseqüentemente o seu conhecimento, das impugnações apresentadas; sendo definitiva, nos termos do artigo 42 do Decreto 70.235/72, a decisão, ou a parte desta, da DRJ sobre a qual não houve apresentação de recurso de ofício ou voluntário.
GLOSA DE DESPESAS. DIRPF. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
A glosa, pela fiscalização, de deduções com dependentes e de despesas com instrução foi matéria não impugnada, portanto, fora do litígio, a teor do artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF)
DIRPF RETIFICADORA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DIRF. COMPROVANTE. ISENÇÃO. SUMULA CARF Nº 68.
O contribuinte alega que a fonte pagadora errou ao apresentar o comprovante de rendimentos e a DIRF, cujo extrato está anexado aos autos. Sua alegação diz que houve o pagamento de verbas isentas e não tributáveis, citando diversos dispositivos da lei 8.852, de 1994. A Súmula CARF nº 68 dispõe que tal Lei não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Quanto à lei nº 7.713, de 1988, também citada no recurso, o Recorrente não especifica porque os rendimentos seriam isentos ou não tributáveis, não indicando a quais dispositivos quer referir-se.
Preliminar Rejeitada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2801-003.626
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, rejeitar a preliminar de nulidade da decisão recorrida. Vencido o Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada (Relator) que declarava a nulidade da decisão de primeira instância. Designado para redigir o voto vencedor nessa parte o Conselheiro Carlos César Quadros Pierre. No mérito, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Redator designado.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Marcio Henrique Sales Parada e Mara Eugenia Buonanno Caramico.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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COMPETÊNCIA DA DRJ. DECISÃO DEFINITIVA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. Compete a Delegacias da Receita Federal de Julgamento o julgamento, e conseqüentemente o seu conhecimento, das impugnações apresentadas; sendo definitiva, nos termos do artigo 42 do Decreto 70.235/72, a decisão, ou a parte desta, da DRJ sobre a qual não houve apresentação de recurso de ofício ou voluntário. GLOSA DE DESPESAS. DIRPF. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. A glosa, pela fiscalização, de deduções com dependentes e de despesas com instrução foi matéria não impugnada, portanto, fora do litígio, a teor do artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF) DIRPF RETIFICADORA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DIRF. COMPROVANTE. ISENÇÃO. SUMULA CARF Nº 68. O contribuinte alega que a fonte pagadora errou ao apresentar o comprovante de rendimentos e a DIRF, cujo extrato está anexado aos autos. Sua alegação diz que houve o pagamento de verbas isentas e não tributáveis, citando diversos dispositivos da lei 8.852, de 1994. A Súmula CARF nº 68 dispõe que tal Lei não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Quanto à lei nº 7.713, de 1988, também citada no recurso, o Recorrente não especifica porque os rendimentos seriam isentos ou não tributáveis, não indicando a quais dispositivos quer referirse. Preliminar Rejeitada. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 56 3. 00 05 70 /2 00 8- 67 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 166 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, rejeitar a preliminar de nulidade da decisão recorrida. Vencido o Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada (Relator) que declarava a nulidade da decisão de primeira instância. Designado para redigir o voto vencedor nessa parte o Conselheiro Carlos César Quadros Pierre. No mérito, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Redator designado. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Marcio Henrique Sales Parada e Mara Eugenia Buonanno Caramico. Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda das Pessoas Físicas, do exercício de 2004, ano calendário de 2003, em 06/10/2008, apurandose um saldo de imposto a pagar de R$ 6.985,05, acrescido de multa de ofício proporcional, no percentual de 75% e mais juros de mora. (fl 78) A Autoridade Fiscal apontou a verificação das seguintes infrações: 1 Omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas; 2 Dedução indevida relativa a dependente; e 3 Dedução indevida de despesa com instrução A numeração de folhas a que me refiro é a existente após a digitalização do processo, transformado em meio digital (arquivo.pdf). Na folha 84 consta o Termo de Intimação nº 15873/911/08, com data de 08/10/2008 onde o Auditor Fiscal intima o contribuinte a tomar ciência do Auto de Infração constante deste processo, abrindolhe prazo para “recolher ou impugnar”. Na folha 85 consta Aviso de recebimento com o título “encaminhamento de Auto de Infração para ciência do contribuinte” , com o endereço Rua Recife, nº 113, Centro, MesquitaRJ, assinado por Maria de Nazaré, com data de 14/10/2008, razoáveis seis dias após a expedição da intimação supracitada. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 167 3 Na folha 88 consta a lavratura de Termo de Revelia, com data de 12/02/2009, dando conta de que “transcorrido o prazo regulamentar e não tendo o interessado impugnado o lançamento...”. Na folha 89, na mesma data, foi expedida Carta Cobrança. O Aviso de Recebimento desses expedientes encontrase na folha 90, entregue no mesmo endereço na Rua Recife, nº 113, Centro, Mesquita/RJ, dessa feita firmado por Bernadete Lyra Tavares, em 18/02/2009. Conforme protocolo constante da folha 92, em 16/03/2009 foi apresentada Impugnação ao lançamento aqui em caso. Na folha 128, a DRFB constata, em 27/03/2009, a apresentação da Impugnação e encaminha o processo para julgamento pela DRJ/RJOII, que por sua vez redirecionou o processo para a DRJ/Campo Grande/MS, conforme despacho de folha 129. Em 05 de julho de 2001 foi proferido o Acórdão 0425.136/2ª Turma, que considerou improcedente a Impugnação e decidiu por manter o lançamento. Em resumo, considerou não impugnada a matéria relativa à glosa de deduções com dependente e instrução e manteve a omissão de rendimentos apurada, refutando a alegação do contribuinte de que parte dos rendimentos seriam isentos, baseada nas leis nº 7.713/1988 e 8.852/1994, e de que fora induzido a erro por uma indicação equivocada do exercício no Termo de Intimação. Cientificado dessa Decisão em 14 de outubro de 2011, conforme AR na folha 137, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 16/11/2011, conforme protocolo na folha 139. Em sede de recurso, repisando as mesmas razões expendidas na Impugnação, dizendo que retificara sua DIRPF alterando o valor dos rendimentos tributáveis amparado pelas Leis 7.713/1988 e 8.852/1994, e que a fonte pagadora, ao prestar o informe de rendimentos, não efetuou a exclusão de valores que seriam isentos e não tributáveis. Daí a constatação da divergência entre o declarado em DIRPF e a informação da fonte pagadora. Pede que seja cancelado o débito fiscal reclamado, sem, no entanto, manifestarse em relação à glosa das despesas com dependente e instrução, aqui relatadas. Ressalto ainda que apesar da impugnação ter sido parcial, como assentado pela DRJ, no item c) de seu Voto, não houve separação do crédito não questionado, suspendendose o valor integral, por interposição de recurso, como se observa no extrato de folha 162. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. O recurso é tempestivo, conforme relatado, e, atendidas as demais formalidades legais, dele tomo conhecimento. A numeração de folhas a que me refiro a seguir é a identificada após a digitalização do processo, transformado em meio eletrônico (arquivo.pdf). Fl. 167DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 168 4 PRELIMINAR. Preliminarmente, a partir do aqui relatado, entendo existir um vício no ato administrativo que considerou tempestiva a Impugnação apresentada, por afronta aos artigos 14 e 15 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF). A Impugnação foi apresentada ao órgão preparador cinco meses após a ciência do Auto de Infração pela intimação fiscal da exigência, como se observa nas folhas 85 e 92. Inclusive, houve a lavratura do Termo de Revelia, conforme folha 88. À luz da melhor doutrina pátria, o processo civil, na linha do qual se encontra o processo administrativo fiscal, é um método de composição dos litígios, usado pelo Estado para cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto e mediato de pacificação e paz social. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. No dizer de Humberto Theodoro Júnior, “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.” Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo” (Theodoro Junior, Humberto in Curso de Direito Processual Civil, vol. I, 41 ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) Pois bem, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Se tal fase não foi regularmente instaurada, não comportam julgamento as manifestações de inconformidade do contribuinte. O magistério do Autor supracitado traz que todos os atos processuais são preclusivos. Portanto, decorrido o prazo, extinguese o direito de praticar o ato. Opera, para o que se manteve inerte, aquele fenômeno que se denomina preclusão processual, que, nesse caso, vem a ser a perda da faculdade ou direito processual, que se extingue pelo não exercício em tempo útil . A preclusão existe no processo moderno erigida à classe de um princípio básico ou fundamental do procedimento. Com esse método, evitase o desenvolvimento arbitrário do processo. Não verifiquei, no Acórdão recorrido, ter sido tratada essa questão, para considerar tempestiva a impugnação a claras vistas apresentada em prazo muito superior ao prescrito. Não decorreu o prazo de trinta dias em relação à ciência da Carta Cobrança, mas não é ela que o contribuinte deve impugnar, mas o Auto de Infração, do qual foi, em princípio, regularmente cientificado em 14/10/2008 (fl. 85). Fl. 168DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 169 5 Na curta Impugnação, apenas menciona o contribuinte que fora “notificado em 19/02/2009 do ‘processo’”. A Lei nº 9.784/1999, estabeleceu que: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogálos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Verificando, em principio, que o Acórdão recorrido considerou a impugnação tempestiva, sem tratar motivadamente desse assunto, e pelo aqui exposto evidenciado em relação ao prazo para apresentação da mesma, na preliminar VOTO por anular a decisão recorrida para que outra seja proferida. MÉRITO. Caso seja vencido nessa preliminar de nulidade da decisão recorrida, no mérito, entendo que: Quanto às glosas de deduções com dependentes e despesas com instrução, foi matéria não impugnada, portanto, fora do litígio, a teor do artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF); Quanto à omissão de rendimentos da Petrobrás, lançada no valor de R$ 5.061,90, não há manifestação no recurso. Existe a DIRF, na folha 58, informando o pagamento do valor, no ano calendário de 2003, de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, e o contribuinte não declarou tal recebimento como rendimento tributável em sua DIRPF/04 (original na folha 40 e retificadora na folha 46); Quanto à omissão de rendimentos recebidos do Ministério da Justiça, na DIRPF/2004 – original, entregue em 22/04/2004, o contribuinte indicou rendimentos tributáveis no valor de R$ 79.644,88. Posteriormente, retificou essa Declaração, em 31/12/2006, reduzindo esse montante para R$ 62.032,18. A diferença foi declarada como rendimento “isento e não tributável”. No Termo de Verificação Fiscal, que consta da folha 74, a Fiscalização considerou improcedente essa retificação, lançando como omissão de rendimentos a diferença de R$ 17.612,70 (Auto de Infração fl. 80). No recurso, assim como fizera na Impugnação, o contribuinte alega que a fonte pagadora errou ao apresentar o comprovante de rendimentos, cuja cópia consta da folha 30. Na DIRF, cujo extrato está anexado à folha 60, também foi informado pela fonte pagadora o mesmo valor de R$ 79.644,88. Sua alegação diz que houve o pagamento de verbas isentas e não tributáveis, citando diversos dispositivos da lei 8.852/1994. Vejamos: Fl. 169DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 170 6 Art. 1º Para os efeitos desta Lei, a retribuição pecuniária devida na administração pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União compreende: ... III como remuneração, a soma dos vencimentos com os adicionais de caráter individual e demais vantagens, nestas compreendidas as relativas à natureza ou ao local de trabalho e a prevista no art. 62 da Lei nº 8.112, de 1990, ou outra paga sob o mesmo fundamento, sendo excluídas: a)... b) ajuda de custo em razão de mudança de sede ou indenização de transporte; ... j) adicional de férias, até o limite de 1/3 (um terço) sobre a retribuição habitual; n) adicional por tempo de serviço; ... p) adicional de insalubridade, de periculosidade ou pelo exercício de atividades penosas percebido durante o período em que o beneficiário estiver sujeito às condições ou aos riscos que deram causa à sua concessão Tal lei, como já esclarecido pela decisão recorrida, não trata de remuneração ou isenção para fins do imposto de renda, mas “Dispõe sobre a aplicação dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1º, da Constituição Federal, e dá outras providências”. Tal posição já se encontra inclusive sumulada administrativamente, conforme Súmula CARF nº 68, que assim dispõe: A Lei n°. 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Quanto à lei nº 7.713/1988, também citada no recurso, o Recorrente não especifica porque os rendimentos seriam isentos ou não tributáveis, no seu entender, não indicando a quais dispositivos da lei quer referirse. Só pela ficha extraída do sistema Siape, na folha 159, não é possível se fazer qualquer alteração em relação ao que foi informado no comprovante de rendimentos e declarado em DIRF pela fonte pagadora. Assim sendo, no mérito, VOTO por negar provimento ao recurso, mantendo se o crédito tributário conforme decidido pela DRJ, em 1ª instância. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 170DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 171 7 Voto Vencedor Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Redator Designado. Apesar do brilhante voto do Conselheiro Relator, peço permissão para discordar do seu entendimento quanto à questão preliminar de nulidade da decisão recorrida. É que, no meu entendimento, falta competência a esta turma julgadora do CARF para apreciar a tempestividade da impugnação apresentada, em virtude da definição da DRJ sobre o caso. Nos termos do artigo 25 do Decreto 70.234/72, com suas modificações posteriores, cabe a DRJ o julgamento de primeira instância acerca da impugnação apresentada pelo contribuinte; in verbis: Art. 25. O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: I em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal; II – em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial. Como se observa no mesmo enunciado, cabe ao CARF a apreciação apenas dos recursos de ofício e voluntários de decisões da primeira instância. Deste modo, o julgamento das impugnações, e conseqüentemente o conhecimento destas, cabe exclusivamente às Delegacias de Julgamento. O artigo 64 da Lei 9.784/99, que regula os processos administrativos, até permite a anulação, pela instância superior, da decisão recorrida, desde que a matéria seja de competência desta instância superior; in verbis: Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.. Ocorre que a matéria, conhecimento ou não da impugnação apresentada, não é de competência desta instância superior – CARF. No caso em comento a DRJ conheceu da impugnação apresentada e proferiu julgamento sobre o mérito da mesma. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 172 8 Sobre esta parte, o conhecimento da impugnação apresentada, não houve recurso de ofício nem recurso voluntário. Penso então que, na forma do artigo 42 do Decreto 70.235/72, com suas modificações posteriores, tal parte da decisão da DRJ é definitiva no âmbito do processo administrativo; in verbis: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. Corroborando tal entendimento, colaciono a decisão judicial abaixo citada: EXAUSTÃO DAS VIAS RECURSAIS – IMODIFICABILIDADE DA ÚLTIMA DECISÃO. Embora sem o alcance da coisa julgada judicial, tornase imodificável, administrativamente, a última decisão, quando exauridos os meios de impugnação na esfera administrativa. Assim, apresentase sem condição de atendimento a renovação de pedido já apreciado e decidido em definitivo, após a utilização de todas as vias recursais previstas na esfera administrativa, mesmo com invocação de decisão posterior, diversa daquela cuja alteração se pretende(TJRJ, AC. do Cons. da Mag., de 2976, Proc. 393, Des. Salvador Pinto Filho) Assim, ante a competência da DRJ para conhecer ou não da impugnação, e tendo em vista que seu julgamento é definitivo nesta parte, já que não houve recurso de ofício ou voluntário sobre a questão, entendo que este Conselho não poderia anular a decisão da DRJ que tomou conhecimento de impugnação intempestiva. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por rejeitar a preliminar de nulidade da decisão recorrida. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 172DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA Processo nº 15563.000570/200867 Acórdão n.º 2801003.626 S2TE01 Fl. 173 9 Fl. 173DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 16/01/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
score : 1.0
Numero do processo: 10845.002719/2002-77
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 1998
AUDITORIA INTERNA DE DCTF. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE MULTA DE MORA E JUROS DE MORA..
Presente a insuficiência de recolhimento de multa de mora e juros de mora apurada em auditoria interna de DCTF, autorizada está a formalização de ofício do crédito tributário correspondente.
MULTA DE OFÍCIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA.
Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal. (Súmula CARF nº 31).
Aplica-se retroativamente o art. 14 da Lei no 11.488, de 2007, que revogou a multa de oficio isolada por falta de acréscimo da multa de mora ao pagamento de tributo em atraso, antes prevista no art. 44, § 1o, II, da Lei no 9.430/96. (Súmula CARF nº 74).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2801-003.868
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para cancelar a exigência da multa isolada, nos termos do voto da Relatora.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente e Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 1998 AUDITORIA INTERNA DE DCTF. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE MULTA DE MORA E JUROS DE MORA.. Presente a insuficiência de recolhimento de multa de mora e juros de mora apurada em auditoria interna de DCTF, autorizada está a formalização de ofício do crédito tributário correspondente. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA. Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal. (Súmula CARF nº 31). Aplica-se retroativamente o art. 14 da Lei no 11.488, de 2007, que revogou a multa de oficio isolada por falta de acréscimo da multa de mora ao pagamento de tributo em atraso, antes prevista no art. 44, § 1o, II, da Lei no 9.430/96. (Súmula CARF nº 74). Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1998 AUDITORIA INTERNA DE DCTF. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE MULTA DE MORA E JUROS DE MORA.. Presente a insuficiência de recolhimento de multa de mora e juros de mora apurada em auditoria interna de DCTF, autorizada está a formalização de ofício do crédito tributário correspondente. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA. Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal. (Súmula CARF nº 31). Aplicase retroativamente o art. 14 da Lei no 11.488, de 2007, que revogou a multa de oficio isolada por falta de acréscimo da multa de mora ao pagamento de tributo em atraso, antes prevista no art. 44, § 1o, II, da Lei no 9.430/96. (Súmula CARF nº 74). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para cancelar a exigência da multa isolada, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 5. 00 27 19 /2 00 2- 77 Fl. 232DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10845.002719/200277 Acórdão n.º 2801003.868 S2TE01 Fl. 233 2 Tânia Mara Paschoalin Presidente e Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 4ª Turma da DRJ/SPOI/SP. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: Por meio de Auto de Infração (fls. 15 a 30), originado da realização de Auditoria Interna na DCTF referente ao quarto trimestre do anocalendário de 1997, foi exigido do contribuinte o recolhimento de crédito tributário, no montante de R$ 39.095,14 (trinta e nove mil e noventa e cinco reais, e quatorze centavos), relativo à multa e juros de mora não pagos ou pagos a menor, e multa isolada. 2. No quadro 4 do Auto de Infração (Demonstrativo de Crédito Tributário; fl. 17), o valor do crédito foi discriminado conforme segue : 2.1. item 4.2.1 : "multa paga a menor" (código 6380 : Multa Isolada IRRF "ART. 43 L.9430" ), no valor de R$ 82,72; 2.2. item 4.2.2 : ` juros pagos a menor ou não pagos" (código 6583 : Juros IRRF— "ART. 43 L.9430" ), no valor de R$ 477,84; e, 2.3. item 4.2.3 : "multa isolada' (código 6380), no valor de R$ 38.534,58. 3. O enquadramento legal consta da descrição dos fatos como art. 160, Lei n° 5.172/66; art. P da Lei n° 9.249/95; arts. 43, 44, incisos I e II, § 1% inciso II, § 2% 61, §§ 1° e 2% Lei n° 9.430/96. 4. Inconformada com a autuação, a empresa, por meio de representantes legais (fls. 03, 54 a 70), apresentou, em 11/07/2002, impugnação à mesma (fls. 01 a 03), nos seguintes termos, resumidamente : 4.1. Relaciona uma série de pagamentos efetuados nos códigos 0561, 0588 e 1708 (Darf de fls. 04 a 14) — considerados no "Demonstrativo de Pagamentos Efetuados Após o Vencimento', integrante (fls. 19 a 26) do Auto de Infração , e afirma que os fatos geradores a eles relativos foram informados Fl. 233DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10845.002719/200277 Acórdão n.º 2801003.868 S2TE01 Fl. 234 3 incorretamente na DCTF (fls. 31 a 39), sendo que o correto seria na semana posterior a cada um deles. 4.2. Requer o cancelamento do débito fiscal reclamado. O lançamento foi julgado procedente, conforme Acórdão de fls. 89/102, que restou assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Período de apuração: 26/10/1997 a 01/11/1997, 02/11/1997 a 08/11/1997, 09/11/1997 a 15/11/1997, 16/11/1997 a 22/11/1997 Ementa: AUDITORIA DE DCTF. MULTA ISOLADA PELO PAGAMENTO DO IMPOSTO APÓS O PRAZO SEM RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA. Não comprovado o alegado erro quanto aos períodos de apuração, prevalecem as informações prestadas na DCTF, que demonstram atraso em recolhimentos e não pagamento das respectivas multas de mora, o que dá ensejo à aplicação da multa isolada sobre o valor do imposto recolhido a destempo. Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Período de apuração: 26/10/1997 a 01/11/1997, 09/11/1997 a 15/11/1997, 16/11/1997 a 22/11/1997 Ementa: AUDITORIA DE DCTF. JUROS E MULTA DE MORA NÃO RECOLHIDOS OU RECOLHIDOS A MENOR. Comprovado o não recolhimento e/ou recolhimento a menor de multa e juros de mora, correta a autuação fiscal ao exigilos, nos valores calculados conforme preconizado pela legislação de regência. Lançamento Procedente Regularmente cientificada daquele acórdão em 14/12/2009 (fl. 229), a Interessada, por intermédio de representante legal, interpôs recurso voluntário de fls. 150/170, em 12/01/2010. Em sua defesa, suscita ocorrência da prescrição intercorrente e reitera os argumentos despendidos na impugnação, pretendendo seja cancelado o presente lançamento. A numeração de folhas citada nesta decisão referese à serie de números do arquivo PDF. É o Relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10845.002719/200277 Acórdão n.º 2801003.868 S2TE01 Fl. 235 4 Preliminarmente, no que tange à suscitada prescrição intercorrente, cabe trazer à colação a Súmula CARF nº 11, de aplicação obrigatória no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11) O presente lançamento cuida da cobrança de multa de mora paga a menor, no valor de R$ 82,72, e juros de mora pagos a menor, no valor de R$ 477,84, pois, conforme demonstrativos de fls. 20/30, houve insuficiência de recolhimento de multa de mora e/ou juros de mora em recolhimentos informados na DCTF (fls. 31/39) efetuados extemporaneamente, nos termos dos art 43 e 61 e parágrafos 1º e 2º da Lei nº 9.430/1996. Em relação aos recolhimentos informados na DCTF (fls. 31/39) efetuados após o vencimento sem qualquer valor de multa de mora, conforme demonstrativos de fls. 20/30, foi a exigida a multa isolada de 75%, nos termos do art. 44, § 1º, II, da Lei nº 9.430/1996. A Recorrente sustenta que os pagamentos efetuados nos códigos 0561, 0588 e 1708 constantes do "Demonstrativo de Pagamentos Efetuados Após o Vencimento', integrante do Auto de Infração, referemse a fatos geradores que foram informados incorretamente na DCTF, sendo que o correto seria na semana posterior a cada um deles. A decisão recorrida, após uma análise minuciosa dos fatos geradores e pagamentos efetuados, verificou que cobrança em tela está correta e ressaltou que a Contribuinte não apresentou documentos de prova que corroborassem sua alegação. Em sede de recurso também não foram apresentadas provas do erro alegado, razão pela qual não merece reparos o “DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTOS EFETUADOS APÓS O VENCIMENTO”, em que foram apurados recolhimentos efetuados após o vencimento com insuficiência ou falta de recolhimento dos devidos valores a título de multa de mora e juros de mora. Entretanto, em relação à cobrança da multa isolada de 75%, é de se observar a Súmula CARF n° 31. Descabe a cobrança de multa de ofício isolada exigida sobre os valores de tributos recolhidos extemporaneamente, sem o acréscimo da multa de mora, antes do início do procedimento fiscal. Também, cabe trazer a colação a Súmula CARF nº 74: Aplicase retroativamente o art. 14 da Lei no 11.488, de 2007, que revogou a multa de oficio isolada por falta de acréscimo da multa de mora ao pagamento de tributo em atraso, antes prevista no art. 44, § 1o, II, da Lei no 9.430/96. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para cancelar a exigência da multa isolada. Assinado digitalmente Fl. 235DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10845.002719/200277 Acórdão n.º 2801003.868 S2TE01 Fl. 236 5 Tânia Mara Paschoalin Fl. 236DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 11080.914842/2012-66
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2009
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O contribuinte, a despeito ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3802-003.831
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 48 42 /2 01 2- 66 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 4° Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, assentada nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 PROVAS. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 DCTF. RETIFICAÇÃO. DECISÓRIO. ESPONTANEIDADE. REDUÇÃO DE TRIBUTO. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. É legítima a declaração retificadora que reduzir ou excluir tributo se apresentada por contribuinte em espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que suportam a caracterização do pagamento a maior ou indevido de tributo, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório. Se entregue depois, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante a juntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos contábeis e fiscais que fundamentam a retificação. DACON. CARÁTER INFORMATIVO. O DACON configura declaração de caráter informativo e não instrumento de confissão de dívidas tributárias nem veículo de inscrição desses débitos em Dívida Ativa da União. A informação prestada no DACON, desacompanhada de documentos que a justifiquem, não é suficiente para provar a existência de direito creditório pleiteado em declaração de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), retificando exclusivamente a Dacon, sem, portanto, retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), Fl. 160DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.914842/201266 Acórdão n.º 3802003.831 S3TE02 Fl. 160 3 o que só veio a ocorrer após o despacho decisório. Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. A DRJ manteve a não homologação, porque, apesar da retificação da Dctf após o despacho decisório, não houve comprovação, por meio de documentação hábil, idônea e suficiente, do erro no preenchimento da declaração. A Recorrente, nas razões de fls. 74 e ss., alega a falta de retificação da Dctf seria um mero equívoco, que poderia ser constatado pela análise da Dacon, já retificada quando da apresentação do pedido de PER/Dcomp. Afirma que, pelo princípio da verdade material, deveria o órgão julgador verificar quais dos dois documentos (Dctf ou Dacon) continha os valores corretos, bem como que a Dacon e a Darf são os únicos meios de provas capazes de demonstrar o valor efetivamente devido à título de Cofins, bem como a existência de pagamento a maior. Pleiteia, assim, o recebimento do recurso e o seu integral provimento. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn O sujeito passivo teve ciência da decisão no dia 06/03/2014 (fls. 72), interpondo recurso tempestivo em 02/04/2014 (fls. 74). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o recurso pode ser conhecido. O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. A compensação, consoante destacado, não foi homologada porque o Recorrente transmitiu o PER/Dcomp sem a retificação da Dctf. Em circunstâncias dessa natureza, ao contrário do que entendeu a decisão recorrida, a Turma tem interpretado que o contribuinte, por força do princípio da verdade material, tem direito à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Nesse sentido, cumpre destacar os seguintes julgados da Turma: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A INSCRIÇÃO DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado (art. 12, § 3o, da Instrução Normativa SRF nº. 583/2005, vigente à época da transmissão das DCTF’s retificadoras). A retificação, porém, não produz efeitos quando o débito já foi enviado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E.Acórdão nº 380201.078. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. [...] Recurso Voluntário Negado. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.290. Rel. Conselheiro José Fernandes do Nascimento. S. 25/09/2012). COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 3802001.593. Rel. Conselheiro Francisco José Barroso Rios. S. 27/02/2013). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.914842/201266 Acórdão n.º 3802003.831 S3TE02 Fl. 161 5 PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Havendo prova do crédito, a compensação deve ser homologada, a despeito da retificação a posteriori da Dctf. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.005. Rel. Solon Sehn. S. 22/05/2012). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova contábil da existência do crédito compensado. A simples retificação após o despacho decisório não autoriza a homologação da compensação do crédito tributário. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. (CARF. S3TE02. Acórdão nº 380201.112. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). COMPENSAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS. AUSÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DA DCTF. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO PELO CONTRIBUINTE APÓS DECORRIDOS CINCO ANOS DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO. EXCEPCIONALIDADE DE ACEITAÇÃO PELO CARF. A retificação de DCTF constitui requisito formal do contribuinte, ao efetuar pedido de compensação com base em créditos decorrentes de retificação de documentos de cunho declaratório (DACON, DIPJ, dentre outros). Assim, a ausência de apresentação da DCTF retificadora é causa para negação do crédito pleiteado. Todavia, excepcionalmente se permite a compensação caso o contribuinte demonstre que a retificação só foi apontada como não efetuada após o decurso dos cinco anos contados da extinção do crédito, sendo certo que a negativa importaria em situação excepcional de restrição formal à verdade material, contrassenso à própria finalidade do processo administrativo tributário. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 (CARF. S3TE02. Acórdão nº 3802001.642. Rel. Conselheiro Bruno Macedo Curi. S. 28/02/2013) No presente caso, entretanto, entendese que a documentação apresentada é insuficiente para a demonstração da certeza e da liquidez do direito de crédito. A Dipj e o Dacon, diversamente do que sustenta o Recorrente, somente têm valor probatório quando acompanhados da escrituração fiscal, ainda que parcial, notadamente em face das divergências encontradas no curso do processo. Além disso, também deveria ter sido apresentada a documentação que lastreia a escrituração, porquanto esta, de acordo com o art. 9.º, § 1.º, do DecretoLei n.º 1.598/1977, apenas “faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais”. Portanto, nada justifica a reforma da decisão recorrida, porque cabe ao interessado o ônus da prova nos pedidos de compensação e de restituição. Votase pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 164DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 14751.720073/2012-85
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2009, 2010
Dimob. Aplicação Alterações Lei Nº 12.766/12. Princípio da Retroatividade Benéfica.
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito, em se tratando de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (artigo 106, inciso II, alínea 'c', do CTN).
Numero da decisão: 1801-002.193
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente justificadamente o Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Fernanda Carvalho Álvares, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
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APLICAÇÃO ALTERAÇÕES LEI Nº 12.766/12. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, em se tratando de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (artigo 106, inciso II, alínea 'c', do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente justificadamente o Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Fernanda Carvalho Álvares, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 72 00 73 /2 01 2- 85 Fl. 1228DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Este litígio foi objeto da Resolução nº 180100.329, deliberada em 03 de junho de 2014, efls. 1.153 a 1.159, pelo que aproveito trechos do Relatório e Voto já redigidos para historiar os fatos: "A empresa recorre do Acórdão nº 1137.489/12 exarado pela Quarta Turma de Julgamento da DRJ em Recife/PE, fls. 1.133 a 1.140, que decidiu julgar procedente a exigência de multa isolada por ausência de informação de imóveis comercializados em Dimob – Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias, relativas aos anoscalendários de 2009 e 2010, no valor de R$ 273.950,00. Em procedimento de fiscalização constatouse omissão de receitas que ensejaram a lavratura de Autos de Infração para as exigências de IRPJ, PIS, CSLL e Cofins, bem como lavratura de Auto de Infração para a exigência de penalidade pelo não cumprimento de obrigação acessória, no caso, omissão ou prestação de informação inexata ou incompleta em Dimob. O processo administrativo fiscal nº 14751.720073/201285 trata sobre os lançamentos dos tributos acima referidos, enquanto este processo tem como objeto a exigência da penalidade. O objeto deste litígio, em sede recursal, mais especificamente, são duas operações imobiliárias realizadas pela contribuinte em epígrafe, que não foram informadas nas Dimob entregues, relativas aos anoscalendários de 2009 e 2010, as quais a contribuinte protesta contra a cominação da multa isolada, a saber – Relatório de Trabalho Fiscal, efls. 900 a 914: • Aptos 1602, 1701 e 1702 do Edifício Sun Place O contribuinte sob ação fiscal não informou na Dimob (folhas 767 a 786), a transação imobiliária realizada em 27/05/2009, mediante permuta de 03 (três) apartamentos n° 1602, 1701 e 1702, do empreendimento imobiliário denominado Edifício Holanda, Sun Place, situado à Rua do Sol s/n Miramar João Pessoa, pelos os seguintes imóveis: prédio residencial situado à Rua Arthur Monteiro de Paiva, n° 105 Bessa João Pessoa e o lote de terreno foreiro, situado à Rua Projetada, na praia do Bessa, João Pessoa, medindo 35,00m de largura na frente, 34,00m de largura nos fundos, 29,50m de comprimento do lado direito e 35,50m de comprimento do lado esquerdo. (...) • Aptos 1001, 1002, 1101, 1102 e 1202 do Ed. Holanda's Garden Place O contribuinte sob ação fiscal não informou na DIMOB (folhas 767 a 786), a operação imobiliária de permuta realizada em 31/07/2009, envolvendo a troca dos apartamentos n° 1001, 1002, 1101, 1102 e 1202, do Edifício Holanda's Garden Place, a ser edificado à Rua José Maria Tavares de Melo, s/n Brisamar João Pessoa, pelos os lotes do Loteamento Recreio Cabo (lotes 01; 02; da Q152; 01; 02; 03;04;05; 06; 07; 08; 09;10; 11; 12; 13; 14;15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22 da Q153), pertencente à Maria Judy Miranda, Ana de Lourdes Miranda Assis, Mônica Miranda de Assis de Moraes Rego, Genésio Euwaldo de Moraes Rego Neto, Alexandre Miranda de Assis, Tatiana Nascimento Costa de Assis, Henrique Miranda de Assis e Andréa Patrício Miranda de Assis, consoante contrato particular de permuta (folhas 787 a 789 e 807 a 811).” A empresa argumenta que as permutas pactuadas não se consolidaram e estão sob condição suspensiva, nos seguintes termos: “(...) as promessas condicionais de permutas (cujos efeitos legais estavam sobrestados nos termos dos arts. 121 e 125 do CC) celebradas pela Recorrente não se assemelham a contratos de permuta pura e simples com ou sem torna para o pagamento de preço, motivo pelo qual aquelas promessas somente foram/serão Fl. 1229DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 14751.720073/201285 Acórdão n.º 1801002.193 S1TE01 Fl. 3 3 informados nas DIMOBs de 2011 e 2013, conforme art. 3º da INSRF n. 694/06 e INRFB n. 1.115/10. Uma vez que a promessa de permuta (diversamente da permuta efetivamente realizada) não se enquadra em qualquer das situações previstas pelos arts. 18 e 22 da INSRF n. 694/06 e INRFB n. 1.115/10, é totalmente improcedente a exigência de multa pela não entrega de DIMOBs sobre os contratos celebrados entre a Recorrente e os clientes Sra. Maria Judy de Assis e Sr. Amarílio Sales de Melo, devendo a decisão recorrida ser reformada para se reconhecer a improcedência da exação fiscal.” (grifos pertencem ao original) Rebatidas as razões contestatórias da empresa, o Acórdão nº 1137489/12, ora recorrido, restou ementado: DIMOB. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. As pessoas jurídicas ou equiparadas que tenham realizado operações imobiliárias no anocalendário de referência estão obrigadas a apresentar a Dimob. A comercialização do imóvel somente deixará de ser informada quando houver devolução ou cancelamento, desfazendo integralmente os efeitos econômicos produzidos pelo negócio, ainda que restem valores a serem restituídos no exercício seguinte. A empresa interpôs tempestivamente1 o Recurso de efls. 1.144 a 1.151, reiterando os termos da defesa exordial. Analisadas as apreciações contestatórias da recorrente, concluiuse que os autos deveriam retornar à unidade de origem pelas seguintes razões: "VOTO [...] Todavia, a cominação da multa em questão sofreu alteração normativa. Em 2012, novas regras vieram a ser editadas para disciplinar a cominação de multas devidas pelo não cumprimento de obrigações acessórias: Lei nº 12.766, de 2011. Alteração do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001. O sujeito passivo que deixar de apresentar nos prazos fixados declaração, demonstrativo ou escrituração digital exigidos nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que os apresentar com incorreções ou omissões será intimado para apresentálos ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitarseá às seguintes multas: (...) III por apresentar declaração, demonstrativo ou escrituração digital com informações inexatas, incompletas ou omitidas: 0,2% (dois décimos por cento), 1 AR – 25/07/12,e fls. 1.143; Recurso – 22/08/12,efls. 1.144 Fl. 1230DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 não inferior a R$ 100,00 (cem reais), sobre o faturamento do mês anterior ao da entrega da declaração, demonstrativo ou escrituração equivocada, assim entendido como a receita decorrente das vendas de mercadorias e serviços. Em Parecer Normativo, nº 03/2013, a Cosit (Coordenação do Sistema de Tributação) explicita o alcance da norma nova em relação aos fatos pretéritos, aplicando o princípio da retroatividade benigna em matéria de penalidade tributária (art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional – CTN): Esclarece o PN Cosit nº 03 / 2013: (...) 2.1. A multa tinha um escopo genérico: quando não houvesse nenhuma específica, ela seria aplicada a quaisquer situações que decorressem do descumprimento de uma obrigação acessória. Várias situações contidas em atos normativos infralegais da RFB são sancionadas com essa multa. 2.2. A Lei nº 12.766, de 2012, alterou a redação do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001, que passou a ser: Art. 57. O sujeito passivo que deixar de apresentar nos prazos fixados declaração, demonstrativo ou escrituração digital exigidos nos termos do art. 16 da Lei no 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que os apresentar com incorreções ou omissões será intimado para apresentá los ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitarseá às seguintes multas: I por apresentação extemporânea: a) R$500,00 (quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido; b) R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro real ou tenham optado pelo autoarbitramento; II por não atendimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil, para apresentar declaração, demonstrativo ou escrituração digital ou para prestar esclarecimentos, nos prazos estipulados pela autoridade fiscal, que nunca serão inferiores a 45 (quarenta e cinco) dias: R$1.000,00 (mil reais) por mêscalendário; III por apresentar declaração, demonstrativo ou escrituração digital com informações inexatas, incompletas ou omitidas: 0,2% (dois décimos por cento), não inferior a R$100,00 (cem reais), sobre o faturamento do mês anterior ao da entrega da declaração, demonstrativo ou escrituração equivocada, assim entendido como a receita decorrente das vendas de mercadorias e serviços. Fl. 1231DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 14751.720073/201285 Acórdão n.º 1801002.193 S1TE01 Fl. 4 5 § 1º Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, os valores e o percentual referidos nos incisos II e III deste artigo serão reduzidos em 70% (setenta por cento). § 2º Para fins do disposto no inciso I, em relação às pessoas jurídicas que, na última declaração, tenham utilizado mais de uma forma de apuração do lucro, ou tenham realizado algum evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de que trata a alínea “b” do inciso I do caput. § 3º A multa prevista no inciso I será reduzida à metade, quando a declaração, demonstrativo ou escrituração digital for apresentado após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício.” (NR) 2.3. A multa genérica para descumprimento de obrigação acessória passou para uma que serve para os casos de não apresentação de declaração, demonstrativo ou escrituração digital1 por qualquer sujeito passivo, ou que os apresentar com incorreções ou omissões. Como novidade, o inciso II determina que os prazos para a apresentação dos documentos descritos no caput não podem ser inferiores a 45 (quarenta e cinco) dias da intimação. [...] (iii) Como ficam as multas cuja base legal é a antiga redação do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001? (iv) Continuam vigentes as multas do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, do art. 30 da Lei nº 10.637, de 2002, do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, do art. 7º da Lei nº 9.393, de 1996, do art. 9º da Lei nº 11.371, de 2006, e do § 2º do art. 5º da Lei nº 11.033, de 2004? 6. Há que se verificar diversas multas atualmente cobradas pela fiscalização ou pelo controle do crédito tributário e se elas foram ou não afetadas pela nova Lei. (...) 6.1.1. A IN RFB nº 787, de 2007 (ECD), a IN RFB nº 989, de 2009 (eLalur), a IN RFB nº 1.052, de 2010 (EFD), a IN RFB nº 1.115, de 2010 (Dimob) e a IN RFB nº 985, de 2009 (Dmed), direcionamse apenas às pessoas jurídicas de direito privado ou equiparadas, motivo pelo qual todos os aspectos da regramatriz da multa do novo art. 57 da MP são passíveis de aplicação. (...) 6.1.3. Os dispositivos das IN devem ser alterados para conterem a sua nova base legal. 6.1.4. Nas multas anteriormente lançadas que, no caso concreto, sejam mais gravosas que a nova multa, a lei nova mais benéfica deve retroagir, tratandose de ato não definitivamente julgado, conforme art. 106, inciso II, alíneas “a” e “c”, do CTN. (grifos não pertencem ao original) Por força do princípio retroativo da lei que comine a penalidade mais branda para a infração cometida, há que se verificar se a multa estipulada no inciso III do artigo 57 da Lei nº12.766/12, com alterações, é mais benéfica que aquela aplicada à época das disposições normativas ora revogadas. Fl. 1232DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 Mister, portanto, devolver os autos à unidade de jurisdição da recorrente para efetuar os cálculos em conformidade com o artigo 57 da Lei nº 12.766/12, com alterações posteriores. A autoridade fiscal designada ao cumprimento desta diligência deverá elaborar um Relatório Fiscal, cujo teor deverá ser dada a ciência à recorrente, reabrindose prazo regulamentar para a recorrente oferecer manifestação em contrário, se assim desejar." Às efls. 1.219 a 1.224, a autoridade fiscal elaborou o Relatório de Diligências realizadas, com fulcro nos documentos apresentados pela recorrente, e juntados aos autos, a saber, folhas do livro Razão, relativas ao faturamento de janeiro de 2009 e balancete analítico de janeiro de 2010 (fls. 497 a 611 e 1.163 a 1.179), concluindo: "[...] Considerando que a entrega da DIMOB dos anoscalendário de 2008 e 2009, se deram, respectivamente, em 29/02/2009 e 28/02/2010, então, se faz necessária a receita recebida relativa ao mês de janeiro de 2009 e janeiro de 2010. A receita recebida pela empresa Holanda Imobiliária referente ao mês de janeiro de 2009, perfaz o valor de R$ 719.881,73 (setecentos e dezenove mil e oitocentos e oitenta e um reais e setenta e três centavos). Estando incluídas as seguintes receitas: Terrenos, Imóveis, Descontos Obtidos, Juros Ativos e Outras Receitas, conforme informações retiradas do livro Razão (folhas 590 a 593). Não obstante constar vendas canceladas no valor de R$ 500.000,00, registradas na conta Vendas Canceladas código da conta 4.1.01.02.01, referente ao distrato dos apartamentos n° 201 e 202 do Edifício Holanda Sun Place, devolvida pela Holanda Imobiliária ao Sr. Carlos Rodrigues Pereira conforme folha 592, todavia restou comprovado, que de fato, do montante acima, houve efetivamente a devolução de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), na data de 19/01/2009, efetuada através da conta corrente 5.8998, do Banco do Brasil, conforme informações retiradas do livro Razão de 2009, conta do passivo, planilha intitulada de "DEMONSTRATIVO DA CONTA CARLOS RODRIGUES PEREIRA" Código 20738 (folha 1.185). A receita recebida pela empresa Holanda Imobiliária referente ao mês de janeiro de 2010, perfaz o valor de R$ 535.785,97 (quinhentos e trinta e cinco mil e setecentos e oitenta e cinco reais e noventa e sete centavos). Estando incluídas as seguintes receitas: Terrenos, Imóveis, Descontos Obtidos e Outras Receitas, conforme informações colhidas a partir do Balancete Analítico de Janeiro de 2010 (folhas 1.164 a 1.179). As informações sobre as receitas recebidas pela Holanda Imobiliária nos meses de janeiro de 2009 e janeiro de 2010 foram resumidas na planilha intitulada de "DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS RECEBIDAS EM JANEIRO DE 2009 e 2010" (folhas 1.183 a 1.184), onde se especificou a receita: por tipo de receita, código da conta, faturamento de janeiro de 2009 e faturamento de janeiro de 2010. Por fim se elaborou a planilha "Demonstrativo dos Bens Não Declarados e/ou Insuficientemente Declarados na DIMOB" (folhas 1.180 a 1.182), tendo sido detalhado nesse demonstrativo: nome do empreendimento, unidade, adquirente, data do contrato (fato gerador), valor da operação, informação da DIMOB, pagamentos, ocorrências por ano2008, ocorrências por ano2009, valor da autuação, faturamento do mês anterior e multa isolada (aplicando lei n° 12.766/2012). 1. DAS CONCLUSÕES DA DILIGÊNCIA Fl. 1233DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 14751.720073/201285 Acórdão n.º 1801002.193 S1TE01 Fl. 5 7 Do exame dos fatos acima expostos, atendendo ao despacho da nobre julgadora (folhas 1.159), para verificar se a multa estipulada no inciso III do artigo 57 da Lei n° 12.766/12, com as alterações, é mais benéfica que aquela aplicada à época, da lavratura do auto de infração. Passase a fazer os seguintes esclarecimentos: 1) Que foram aplicadas as alterações contidas na Lei n° 12.766/2012, que considera a base de cálculo para a multa isolada por falta de apresentação de declaração (DIMOB) ou que apresentar com incorreções ou omissões, aplicouse 0,2% sobre o faturamento do mês anterior ao da entrega da DIMOB, resultando nos valores a seguir: Ano de 2008 o valor da nova multa é R$ 2.879,53, enquanto no Ano de 2009, a nova multa é de R$ 4.286,29; 2) Que comparando com os valores aplicados na autuação, considerando as normas revogadas, que eram respectivamente de R$ 125.950,00 e R$ 148.000,00, esses valores foram reduzidos, respectivamente em 97,71% e 97,10%, portanto, a nova multa isolada representa 2,29% e 2,90% da multa isolada; 3) Que foram elaboradas novas planilhas da multa da DIMOB, considerando as alterações do artigo 57 da Lei n° 12.766/2012, estando acostadas aos autos as folhas 1.180 a 1.186. Diante dos novos esclarecimentos trazidos aos autos por meio do presente Relatório de Diligência, fica o contribuinte intimado a tomar conhecimento das explicações proferidas no referido processo, em atendimento ao despacho de folhas 1.153 a 1.159, para se for de seu interesse, proceder à nova impugnação, sendo reaberto o prazo legal de 30 (trinta) dias, a partir da ciência do presente Relatório de Diligência, nos termos do Decreto 70.235/72 e alterações posteriores." Devidamente cientificada em 02/09/2014 (Aviso de Recebimento AR, efls. 1225), a recorrente não se manifestou. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes Wipprich, Relatora O Recurso Voluntário já foi conhecido, por tempestivo, por ocasião da deliberação da Resolução nº 1801000.329/14. Primeiramente, cabe reprisar as razões de decidir esposadas naquela sessão, quanto às contestações da recorrente sobre os efeitos jurídicos das transações comerciais realizadas e a obrigatoriedade de informálas em Dimob, pelo que mantevese a autuação neste sentido: "A questão a ser dirimida é simples. A recorrente celebrou dois contratos particulares de permuta de imóveis, com terceiros, em 27 de maio e 31 de julho de 2009, conforme cópias dos atos jurídicos, devidamente registrados, acostados às e fls. 787 a 814. Fl. 1234DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 8 A legislação tributária vigente dispõe sobre a obrigatoriedade da entrega das Dimob e quais informações devem ser inseridas – Instrução Normativa RFB nº 1.115/10: Art. 1º A Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob) é de apresentação obrigatória para as pessoas jurídicas e equiparadas: I que comercializarem imóveis que houverem construído, loteado ou incorporado para esse fim; II que intermediarem aquisição, alienação ou aluguel de imóveis; III que realizarem sublocação de imóveis; IV que se constituírem para construção, administração, locação ou alienação de patrimônio próprio, de seus condôminos ou de seus sócios. § 1º As pessoas jurídicas e equiparadas de que trata o inciso I apresentarão as informações relativas a todos os imóveis comercializados, ainda que tenha havido a intermediação de terceiros. § 2º Nos casos de extinção, fusão, incorporação e cisão total da pessoa jurídica, a declaração de Situação Especial deve ser apresentada até o último dia útil do mês subsequente à ocorrência do evento. § 3º As pessoas jurídicas e equiparadas que não tenham realizado operações imobiliárias no anocalendário de referência estão desobrigadas à apresentação da Dimob. Ao contrário senso do esposado pela recorrente, ainda que os compromissos firmados tenham como objeto unidades imóveis a serem entregues em datas futuras, a celebração do negócio jurídico já está consolidada e as permutas realizadas. Os compromissos de promessa de compra e venda, cessão de direitos, promessa de permuta, na data de sua celebração começam a surtir os efeitos obrigacionais inter partes e se reputam válidos, ainda que haja cláusula contratual prevendo evento incerto e futuro, que se ocorrido, resolverá o pactuado. Assim estão redigidas as cláusulas nos contratos mencionados sobre a possibilidade (evento incerto, futuro e remoto) da Primeira Permutante (recorrente) não entregar os imóveis prometidos: Contrato nº 01 “CLAUSULA QUINTA O presente contrato de permuta de bens imóveis é celebrado sob condições de sua irrevogabilidade e irretratabilidade, exceto se a PRIMEIRA PERMUTANTE não concluir o prédio e/ou não entregar os imóveis descritos na cláusula primeira parágrafos primeiro, segundo e terceiro. Caso os imóveis descritos na cláusula segunda já estejam escriturados em nome da PRIMEIRA PERMUTANTE a mesma se obriga por força deste contrato de permuta a escriturar de volta para o nome dos SEGUNDOS PERMUTANTES, ficando todas as despesas referente à transferência de responsabilidade da PRIMEIRA PERMUTANTE .” Contrato nº 02 “CLAUSULA OITAVA O presente contrato de permuta de bens imóveis é celebrado sob condições de sua irrevogabilidade e irretratabilidade, exceto se a PRIMEIRA PERMUTANTE não entregar os apartamentos descritos na Fl. 1235DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 14751.720073/201285 Acórdão n.º 1801002.193 S1TE01 Fl. 6 9 cláusula terceira na data estabelecida na cláusula primeira deste instrumento. Caso os imóveis descritos na cláusula segunda já estejam escriturados em nome da PRIMEIRA PERMUTANTE a mesma se obriga por força deste contrato de permuta a escriturar de volta para o nome dos SEGUNDOS PERMUTANTES os citados imóveis, ficando todas as despesas referente à transferência de responsabilidade da PRIMEIRA PERMUTANTE .” (grifos não pertencem ao original) Notoriamente, os contratos firmados estão sob condição resolutiva, e não suspensiva, conceituada no artigo 127 do Código Civil: Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercerse desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. A condição resolutiva subordina a ineficácia do negócio a um evento futuro e incerto. Enquanto a condição não se realizar, o negócio jurídico vigorará, podendo exercerse desde a celebração deste o direito por ele estabelecido. Se a condição resolutiva ocorrer, operarseá a extinção do direito a que ela se opõe, retornandose ao status quo ante. Há que se salientar, ainda, que a obrigação acessória de informar em Dimob as transações comerciais com imóveis, independe da data do registro público, sendo suficiente a celebração do contrato particular firmado entre as partes. Por todo o exposto, as operações comerciais em questão ocorreram efetivamente nas datas de 27 de maio e 31 de julho de 2009 e deveriam ter sido informadas pela recorrente na Dimob pertinente, devendo ser mantida a autuação para a exigência da penalidade. Correto o procedimento fiscal." (grifos não pertencem ao original) Superada esta questão, passouse então a buscar os cálculos devidos para a apuração da penalidade, havida como correta a exação, em virtude de alteração legislativa posterior aos fatos, consoante relatado. Consta do Relatório Fiscal, expressamente, que, após a aplicação da nova legislação (Lei nº 12.766/12), a qual impõe a consideração dos levantamentos das receitas auferidas pela empresa nos meses anteriores à entrega das Dimob em que houveram a omissão, as multas cominadas foram reduzidas consoante quadros demonstrativos elaborados pela autoridade fiscal designada ao cumprimento das diligências efls. 1.211 a 1.217. Ao aplicar o percentual de 0,2 % cominado no inciso III do artigo 57 da MP nº 2.15835, alterado pela Lei nº 12.766/12, nos valores faturados, apuramse as multas nos valores de R$ 2.879,53 e R$ 4.286,29 a serem exigidas dos anoscalendários de 2009 e 2010, respectivamente. Por força do princípio da retroatividade benéfica da legislação que cuida da aplicação de penalidades (art. 106, inciso II, alínea c, do Código Tributário Nacional CTN), estes são os valores a serem exigidos da recorrente por razão da omissão, inexatidão das informações das operações imobiliárias veiculadas nas Dimob analisadas. Fl. 1236DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 10 Voto em dar provimento em parte ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 1237DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 13886.001233/2002-23
Turma: Primeira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2009
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS DE PRODUTORES. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS E A COFINS.
Referindo-se a lei a contribuições “incidentes” sobre as “respectivas” aquisições, somente se admite, para efeito de cálculo do crédito presumido do IPI, as aquisições sobre as quais efetivamente incidiu o PIS/Pasep e a Cofins e que foram suportadas pelo fornecedor daquele produtor/exportador que pretende se beneficiar do crédito.
ENERGIA ELÉTRICA e COMBUSTÍVEIS:
Para enquadramento no benefício, caracterizam-se como matéria-prima e produto intermediário os produtos que se integram ao produto final, ou que, embora não se integrando ao novo produto fabricado, sejam consumidos, em decorrência de ação direta sobre o mesmo, no processo de fabricação; portanto, a energia elétrica utilizada como força motriz atua sim diretamente sobre o produto, enquadrando-se nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário; e
RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC:
Por absoluta falta de previsão legal, é incabível a incidência de correção monetária ou de juros Selic sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos de IPI decorrentes de incentivos fiscais.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-000.072
Decisão: ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Gileno Gurjão Barreto (Relator), Fabiola Cassiano Keramidas, Roberto Velloso (Suplente) e Ivan Allegretti (Suplente), que davam provimento parcial para reconhecer o crédito relativo às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e atualização pela Selic. Designado o Conselheiro Maurício Taveira e Silva para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: Gileno Gurjão Barreto
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AAccóórrddããoo nnºº 2102-00.072 SSeessssããoo ddee 05 de março de 2009 RReeccoorrrreennttee TOYOBO DO BRASIL INDÚSTRIA TÊXTIL LTDA. RReeccoorrrriiddaa DRJ em Ribeirão Preto - SP ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS DE PRODUTORES. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS E A COFINS. Referindo-se a lei a contribuições “incidentes” sobre as “respectivas” aquisições, somente se admite, para efeito de cálculo do crédito presumido do IPI, as aquisições sobre as quais efetivamente incidiu o PIS/Pasep e a Cofins e que foram suportadas pelo fornecedor daquele produtor/exportador que pretende se beneficiar do crédito. ENERGIA ELÉTRICA e COMBUSTÍVEIS: Para enquadramento no benefício, caracterizam-se como matéria-prima e produto intermediário os produtos que se integram ao produto final, ou que, embora não se integrando ao novo produto fabricado, sejam consumidos, em decorrência de ação direta sobre o mesmo, no processo de fabricação; portanto, a energia elétrica utilizada como força motriz atua sim diretamente sobre o produto, enquadrando-se nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário; e RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC: Por absoluta falta de previsão legal, é incabível a incidência de correção monetária ou de juros Selic sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos de IPI decorrentes de incentivos fiscais. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso Fl. 98DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 3 _________ 2 voluntário. Vencidos os Conselheiros Gileno Gurjão Barreto (Relator), Fabiola Cassiano Keramidas, Roberto Velloso (Suplente) e Ivan Allegretti (Suplente), que davam provimento parcial para reconhecer o crédito relativo às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e atualização pela Selic. Designado o Conselheiro Maurício Taveira e Silva para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente e Redator ad hoc. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO - Relator EDITADO EM 19/12/2014. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Josefa Maria Coelho Marques, Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Gileno Gurjão Barreto (Relator), Fabiola Cassiano Keramidas, Roberto Velloso (Suplente), Maurício Taveira e Silva e Ivan Allegretti (Suplente). Relatório Por retratar bem os fatos, transcrevo o relatório do acórdão recorrido: Trata o presente de pedido de ressarcimento complementar do crédito presumido apurado no período em epígrafe, sendo que o valor solicitado decorre da inclusão, no cálculo do crédito das aquisições de energia elétrica, combustíveis, lubrificantes e gases, bem como das mercadorias adquiridas de pessoas físicas (produtores rurais). O pleito foi indeferido pela autoridade competente, porque as aquisições de energia elétrica, combustíveis, lubrificantes e gases não estão abrangidas no conceito de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, conforme definido pela legislação do IPI, subsidiariamente aplicada nos termos do artigo 3° da Lei n° 9.363/96. Quanto ás mercadorias adquiridas de pessoas físicas, como não estão sujeitas ás contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, o § 2° do artigo 2° da IN SRF n° 23/97 vedaria sua inclusão no cálculo do beneficio. Tempestivamente, o interessado apresentou sua manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que são ilegais as restrições feitas através de Instruções Normativas, relativas ás exclusões em questão, conforme sua análise da legislação e o entendimento dos tribunais e acórdãos do Conselho de Contribuintes citados. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 4 _________ 3 Encerrou requerendo a concessão do que foi originalmente pedido, acrescido da taxa SELIC, conforme princípios constitucionais e julgados que cita. A 2 a Turma de Julgamento da DRJ em Ribeirão Preto - SP indeferiu a solicitação da recorrente, nos termos do Acórdão n o 14-14.444, de 06/12/2006, cuja ementa abaixo se transcreve. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. Os valores referentes às aquisições de insumos de pessoas físicas, não-contribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não integram o cálculo do crédito presumido por falta de previsão legal. Os conceitos de produção, matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável ao IPI, não abrangendo as despesas com energia elétrica e combustível. CRÉDITO PRESUMIDO. JUROS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI. Dessa decisão a empresa interessada tomou ciência no dia 09/01/2007, conforme AR, e, no dia 31/01/2007, ingressou com recurso voluntário, no qual repisa as alegações da manifestação de inconformidade. Na forma regimental, o processo foi sorteado para relatar. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Dele se conhece. I – CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI: Fl. 100DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 5 _________ 4 Dentre as matérias controversas trazidas à baila, a presente diz respeito a aquisições feitas pela empresa, ora recorrente, frente a pessoas físicas e cooperativas de produtores, cujo objetivo é o levantamento do crédito presumido de IPI e a apuração saldo suficiente de crédito presumido do referido imposto, visando o ressarcimento. Tal matéria encontra-se disciplinada nos arts. 1º e 2º da Lei n.º 9.363, de 13/12/96, transcritos a seguir: “Artigo 1º. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares n. os . 7, de 7 de setembro de 1970; 8, de 3 de dezembro de 1970; e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Artigo 2º. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador.” (grifos nossos) Cabe, a esta altura, ter em mente que a apuração do crédito presumido de IPI está associada à quantificação dos créditos gerados pelas aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem. Nesse exame é possível asseverar que boa parte da aquisição de matéria- prima, produto intermediário e material de embalagem deve integrar a apuração do crédito presumido de IPI. Dessa forma, não é possível limitar ou selecionar as aquisições (valores) das demais matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagens que seriam passíveis de integrar o levantamento do crédito presumido de IPI, porquanto tal posicionamento configuraria postura contrária à lei. Além disso, a questão sob exame conta com posicionamento sedimentado da Câmara Superior de Recursos Fiscais, segundo observa-se dos seguintes julgados: “IPI - CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI NA EXPORTAÇÃO - 1) AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS - A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei n.º 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional Fl. 101DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 6 _________ 5 bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei n.º 9.363/96). A lei citada refere-se a ‘valor total’ e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas SRF n.ºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei n.º 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às Contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS (IN SRF n.º 23/97), bem como que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN SRF n.º 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. 2) EXPORTAÇÕES ATRAVÉS DE EMPRESAS COMERCIAIS EXPORTADORAS - Estando em pleno vigor, no ano de 1996, os artigos 1º e 3º do Decreto-Lei n.º 1.248, de 29.11.72, são assegurados ao produtor-vendedor os benefícios fiscais concedidos por lei para incentivo à exportação nas vendas a empresas comerciais exportadoras destinadas à exportação. 3) TAXA SELIC - NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO - Incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos termos do art. 39, § 4º, da Lei n.º 9.250/95, a partir de 01.01.96, sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão CSRF/02-0.708, de 04.06.98, além do que, tendo o Decreto n.º 2.138/97 tratado de restituição e ressarcimento da mesma maneira, a referida taxa incidirá, também, sobre o ressarcimento. Recurso provido.” (1ª Câmara, Recurso n.º 110.657, Processo n.º 10675.000979/97-61; julgado em 17/04/2001; rel. Conselheiro Serafim Fernandes Corrêa, Acórdão n.º 201-74.438) “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO PIS/COFINS. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RECONHECIMENTO. A receita, inclusive de exportação, deve ser reconhecida quando da tradição do bem exportado, que se dá apenas quando da entrega do bem pelo vendedor exportador ao comprador estrangeiro, conforme a modalidade de exportação contratada, e não quando da celebração de dito contrato e da emissão da correspondente nota fiscal. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. Incluem-se na base de cálculo do crédito presumido as aquisições feitas de não contribuintes das contribuições para o PIS e da COFINS. Recurso a que se nega provimento.” (Acórdão CSRF/02-01.250, 2ª Turma, relator Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Recurso n.º 110.146, Processo n.º 10945.008246/97-56, sessão: 27/01/2003) Adoto a orientação como parâmetro decisório, salientando que também o STJ enfrentou a matéria, tendo optado por idêntico desfecho: Fl. 102DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 7 _________ 6 “TRIBUTÁRIO - CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI - AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS DE PESSOA FÍSICA - LEI 9.363/96 E IN/SRF 23/97 - LEGALIDADE. 1. A IN/SRF 23/97 extrapolou a regra prevista no art. 1º, da Lei 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições, relativamente aos produtos da atividade rural, de matéria-prima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. 2. Entendimento que se baseia nas seguintes premissas: a) a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtor-exportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição; b) o Decreto 2.367/98 - Regulamento do IPI -, posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais; c) a base cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes. 3. Regra que tentou resgatar exigência prevista na MP 674/94 quanto à apresentação das guias de recolhimentos das contribuições do PIS e da COFINS, mas que, diante de sua caducidade, não foi renovada pela MP 948/95 e nem na Lei 9.363/96. 4. Recurso especial improvido.” (REsp n.º 586.392/RN, rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19/10/2004, DJ de 06/12/2004, p. 259) Assim, o direito creditório de que a contribuinte se diz detentora e sobre o qual fundamenta, decorre do pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, do qual, pelos fundamentos aqui expostos, os julgadores a quo tolheram-na quando correspondentes às aquisições de pessoas físicas e cooperativas que compõem a base de cálculo do crédito. II - ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS Uma das questões suscitadas no mérito do presente questionamento, versa sobre a possibilidade dos valores gastos com energia elétrica comporem ou não o cálculo do crédito presumido do IPI. Neste sentido, vejamos o que dispõe o art. 1º, caput, e § 1º, da Lei 10.276/2001, in verbis: Art. 1º. Alternativamente ao disposto na Lei n.º 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 8 _________ 7 § 1º. A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I - de aquisição de insumos, correspondentes a matérias-primas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo;” (destaques nossos) Desta forma, apesar do Pedido de Ressarcimento tratar de período anterior à edição da Lei n o 10.276/01, considero que a mesma veio fortalecer o entendimento que, data máxima vênia, considero correto, qual seja, o de que a Lei n o 9.363/96, em seus arts. 1º e 2º, ao versar sobre a possibilidade das matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados no processo produtivo, comporem a base de cálculo do crédito presumido de IPI, o que englobaria as aquisições de energia elétrica e combustíveis, por serem produtos intermediários que, embora não integrando o produto final, são consumidos no processo industrial. Esse entendimento, inclusive, encontra respaldo nos arts. 147 e 488 do Decreto n o 2.637/98 (Regulamento do IPI), vigente à época do Pedido de Ressarcimento: “Art. 147. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditar-se (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 25): I - do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo- se, entre as matérias-primas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; (...) Art. 488. Consideram-se bens de produção (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 4º, inciso IV, e Decreto-lei n.º 34, de 1966, art. 2º , art. 1º): I - as matérias-primas; II - os produtos intermediários, inclusive os que, embora não integrando o produto final, sejam consumidos ou utilizados no processo industrial;” (original sem destaque) Adicionalmente, não bastassem os argumentos trazidos à baila, vejo que as referidas disposições da Lei n o 10.276/01 podem ser consideradas aplicáveis no presente caso por força do art. 106, II, do CTN, ou seja, a interpretação da norma tributária mais benéfica ao contribuinte (lex mitior). Vejamos: “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; Fl. 104DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 9 _________ 8 II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” Assim também entende o ilustre Hugo de Brito Machado, em “Comentários ao Código Tributário Nacional”, volume II, Editora Atlas S.A., São Paulo, 2004, páginas 164 e 165, ao reforçar que: “Temos no art. 106 do Código Tributário Nacional, portanto, duas hipóteses de aplicação retroativa da lei tributária, a saber, a hipótese de lei expressamente interpretativa e a hipótese de lei punitiva mais favorável ao acusado, que denominamos retroatividade benigna. Quanto a esta última, não existem divergências dignas de nota.” Além disso, o Conselho de Contribuintes possui recentes decisões tratando a matéria. Destaco, os Recursos Voluntários 110.473, 110.474 e 110.475, de semelhante teor, oportunidade em que passo a transcrever o primeiro deles, conforme se observa a seguir: “IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÕES. AQUISIÇÕES DE ENERGIA ELÉTRICA. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. DIREITO AO CRÉDITO. Estão abrangidos no conceito de produto intermediário os produtos que, embora não se integrem ao novo produto, são consumidos no processo de industrialização. Integram a base de cálculo do crédito presumido de IPI, na exportação, as aquisições de energia elétrica, nos termos do art. 2º da Lei n.º 9.363/96. Recurso Voluntário provido.” (Recurso 110.473, Acórdão 201-74.607, relator Cons. Serafim Fernandes Corrêa) (grifamos e destacamos) Este também foi o entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme julgado a seguir colacionado: “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI). RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO PIS/COFINS. ENERGIA ELÉTRICA. Incluem-se na base de cálculo do crédito presumido as aquisições de energia elétrica, em especial quando utilizada diretamente no processo produtivo, fisicamente consumida em decorrência da ação exercida sobre o produto em fabricação (FeSi).” (Acórdão n.º CSRF/02- 01.662, 2ª Turma) (grifamos e destacamos) Comungo desta opinião, pois que a energia elétrica e os combustíveis, mesmo não se integrando ao novo produto, são consumidos no processo de industrialização, tratando- se assim de um produto intermediário. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 10 _________ 9 Outrossim, a Súmula nº 12 do 2º CC veio a determinar o contrário, in verbis: “Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário.” Quanto à energia elétrica e combustíveis, portanto, não resta a esse julgador outra alternativa senão negar provimento ao pedido da contribuinte III – SELIC Com relação a aplicação da taxa SELIC, adoto o entendimento de que deve ser a mesma deferida a partir do protocolo do pedido de ressarcimento. A Lei n.º 9.250/95, estabeleceu a possibilidade de atualização monetária das compensações e/ou restituições pela taxa SELIC, conforme disposto em seu art.39, verbum ad verbum: “Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da Lei n.º 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação dada pelo art. 58 da Lei n.º 9.069, de 29 de junho de 1995, somente poderá ser efetuada com o recolhimento de importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais de mesma espécie e destinação constitucional, apurado em períodos subseqüentes. (...) § 4º. A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.” (original sem destaque) Adicionalmente, a Portaria n.º 38, de 27/02/97, que “dispõe sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei n.º 9.363, de 13 de dezembro de 1996”, estabeleceu em seus arts. 5º e 8º, que: “Art. 5º - A empresa comercial exportadora que, no prazo de 180 ( cento e oitenta) dias, contado da data da emissão da nota fiscal de venda pela empresa produtora, não houver efetuado a exportação dos produtos para o exterior, fica obrigado ao pagamento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS relativamente aos produtos adquiridos e não exportados, bem assim de valor equivalente ao do crédito presumido atribuído à empresa produtora vendedora. (...) Art. 8º - Os valores a que se referem o caput e o parágrafo 1º do art. 5º, quando não forem pagos no prazo previsto no parágrafo Fl. 106DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 11 _________ 10 2º do mesmo artigo, serão acrescidos, com base no art. 61 da Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996, de multa de mora e de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC -, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da emissão da nota fiscal de venda dos produtos, pela empresa produtora vendedora, até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. (original sem destaque) Uma vez que a legislação trata da possibilidade de atualização em casos de compensação ou restituição e o contribuinte deu entrada em pedido de ressarcimento, o meu entendimento, também adotado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais através do acórdão n.º CSRF/02-0.708, é o de que o ressarcimento é uma espécie do gênero restituição. Desta forma, não restam dúvidas quanto à possibilidade de utilização da taxa SELIC a partir da data em que é feito o pedido de ressarcimento. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso do contribuinte, para acatar o pleito no tocante aos créditos obtidos das aquisições de pessoas físicas e cooperativas e da atualização pela taxa selic a partir do protocolo do pedido, negando provimento quanto ao aproveitamento de crédito de energia elétrica e combustíveis. Sala das Sessões, em 05 de março de 2009 (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO - Relator. Voto Vencedor Conselheiro WALBER JOSÉ DA SILVA, Redator ad hoc. Acompanho o Ilustre Conselheiro Relator em relação à inclusão, na base de cálculo do benefício, do valor das aquisições de energia elétrica e combustíveis. No entanto, abro divergência em relação às aquisições de MP, PI e ME junto a pessoas físicas e a cooperativas e, também, com relação à incidência de correção monetária e/ou juros selic sobre o valor a ressarcir, pelas razões, de fato e de direito, abaixo aduzidas. Quanto ao mérito, especificamente, quanto às aquisições efetuadas a pessoas físicas e cooperativas, discordo da tese esposada pela recorrente e pelo Ilustre Relator e ratifico os argumentos da decisão recorrida, acrescentado os fundamentos complementares abaixo. A Lei nº 9.363/96, em seu art. 1º, é muito clara ao dispor que a empresa produtora exportadora de mercadorias nacionais fará jus ao crédito presumido do IPI, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7/70; 8/70; e 70/91, Fl. 107DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 12 _________ 11 “incidentes sobre as respectivas aquisições”, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Ora, se não houve incidência das contribuições nas aquisições, não há que se falar em ressarcimento. E neste sentido deve-se observar que a lei fala em “incidentes sobre as respectivas aquisições”, de forma que pouco importa se incidiu em etapas anteriores, se, nas aquisições efetuadas pela empresa produtora e exportadora, estas não incidiram. A respeito deste assunto, destaco outros pontos do Parecer PGFN nº 3.092, de 27 de dezembro de 2002, aprovado pelo Ministro da Fazenda e citado na decisão recorrida: “21. Quando o PIS/PASEP e a COFINS oneram de forma indireta o produto final, isto significa que os tributos não ‘incidiram’ sobre o insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido (o fornecedor não é contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS), mas nos produtos anteriores, que compõem este insumo. Ocorre que o legislador prevê, textualmente, que serão ressarcidas as contribuições ‘incidentes’ sobre o insumo adquirido pelo produtor/exportador, e não sobre as aquisições de terceiros, que ocorreram em fases anteriores da cadeia produtiva. 22. Ao contrário, para admitir que o legislador teria previsto o crédito presumido como um ressarcimento dos tributos que oneraram toda a cadeia produtiva, seria necessária uma interpretação extensiva da norma legal, inadmitida, nessa específica hipótese, pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Tributário Nacional”. E não é só a partir do art. 1º da Lei nº 9.363/96 que se pode vislumbrar este entendimento, porque nos demais artigos da lei também se verifica tal posicionamento, como muito bem elucida o mencionado parecer, que transcrevo: “24. Prova inequívoca de que o legislador condicionou a fruição do crédito presumido ao pagamento do PIS/PASEP e da COFINS pelo fornecedor do insumo é depreendida da leitura do artigo 5º da Lei nº 9.363, de 1996, in verbis: ‘Art. 5º A eventual restituição, ao fornecedor, das importâncias recolhidas em pagamento das contribuições referidas no art. 1º, bem assim a compensação mediante crédito, implica imediato estorno, pelo produtor exportador, do valor correspondente’. 25. Ou seja, o tributo pago pelo fornecedor do insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido, que for restituído ou compensado mediante crédito, será abatido do crédito presumido respectivo. 26. Como o crédito presumido é um ressarcimento do PIS/PASEP e da COFINS, pagos pelo fornecedor do insumo, o legislador determina, ao produtor/exportador, que estorne, do crédito presumido, o valor já restituído. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 13 _________ 12 27. O art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, determina que apenas os tributos ‘incidentes’ sobre o insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido (e não pelo seu fornecedor) podem ser ressarcidos. Conforme o art. 5º, caso estes tributos já tenham sido restituídos ao fornecedor dos insumos (o que significa, na prática, que ele não os pagou), tais valores serão abatidos do crédito presumido. 28. Esta interpretação lógica é confirmada por todos os demais dispositivos da Lei nº 9.363, de 1996. De fato, em outras passagens da Lei, percebe-se que o legislador previu formas de controle administrativo do crédito presumido, estipulando ao seu beneficiário uma série de obrigações acessórias, que ele não conseguiria cumprir caso o fornecedor do insumo não fosse pessoa jurídica contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. Como exemplo, reproduz-se o art. 3º da multicitada Lei nº 9.363, de 1996: ‘Art. 3º Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1º, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador’ (Grifos não constantes do original). 29. Ora, como dar efetividade ao disposto acima, quando o produtor/exportador adquir insumo de pessoa física, que não é obrigada a emitir nota fiscal e nem paga o PIS/PASEP e a COFINS? Por outro lado, como aferir o valor dos insumos adquiridos de pessoas físicas, que não estão obrigados a manter escrituração contábil? 30. Toda a Lei nº 9.363, de 1996, está direcionada, única e exclusivamente, à hipótese de concessão do crédito presumido quando o fornecedor do insumo é pessoa jurídica contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. A lógica das suas prescrições milita sempre nesse sentido. Não há qualquer disposição que regule ou preveja, sequer tacitamente, o ressarcimento nas hipóteses em que o fornecedor do insumo não pagou o PIS/PASEP ou a COFINS. 31. Em suma, a Lei nº 9.363, de 1996, criou um sistema de concessão e controle do crédito presumido de IPI, cuja premissa é que o fornecedor do insumo adquirido pelo beneficiário do incentivo seja contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS.” Assim, é verdade que o objetivo da lei, como um todo, foi o de estimular a exportação, contudo, sem dúvidas, há limitações para o gozo deste benefício, sendo descabido falar na inclusão, para efeito de custo acumulado dos insumos, no cômputo do crédito presumido, dos valores relativos às aquisições de matérias-primas, quer adquiridas de pessoas físicas, quer adquiridas de sociedades cooperativas ou de qualquer outra pessoa jurídica que não seja contribuinte do PIS e da Cofins. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13886.001233/2002-23 Acórdão n.º 2102-00.072 CC02/C01 Fls. 14 _________ 13 Relativamente aos juros selic e/ou correção monetária que a recorrente pede, entendo que, ante a ausência de previsão legal para atualização monetária, bem assim no tocante a pagamento de juros incidentes sobre valores a serem ressarcidos, os mesmos são indevidos. É que a Lei nº 9.250/95, em seu art. 39, § 4º, quando estabelece que a compensação ou restituição será acrescida dos juros de mora calculados com base na taxa Selic, ela não incluiu os ressarcimentos. E não poderia ser diferente, vez que o ressarcimento tem lugar quando a lei institui um benefício fiscal, ao passo que a compensação ou restituição ocorrem na hipótese de pagamento indevido ou a maior que o devido, isto é, houve efetivamente um pagamento anterior, inexistente no caso do crédito presumido do IPI, porque, como o próprio nome sugere, o crédito é “presumido”, nada foi recolhido a título de IPI, e o que foi pago como contribuição ao PIS e Cofins, foi encargo legal do fornecedor daquele que pretende se aproveitar do benefício, e, além disso, corresponde a valores devidos e não a indébitos. Face ao exposto e por tudo o mais que do processo consta, meu voto é para negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 05 de março de 2009. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Redator ad hoc. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 10380.002305/2008-48
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2002 a 30/11/2005
DECADÊNCIA
Existindo recolhimentos parciais aplica-se a regra do § 4º do artigo 150 do CTN.
MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Nova Lei limitou a multa de mora a 20%.
A multa de mora deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte.
Numero da decisão: 2403-002.700
Decisão:
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, em Preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências até 01/2003, inclusive, com base no artigo 150, § 4º, do CTN. No mérito: Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao artigo 35 caput da Lei nº 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 23 05 /2 00 8- 48 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, em Preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências até 01/2003, inclusive, com base no artigo 150, § 4º, do CTN. No mérito: Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao artigo 35 caput da Lei nº 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.002305/200848 Acórdão n.º 2403002.700 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza, Acórdão 0815.482 da 5ª Turma, que julgou a impugnação procedente em parte, excluindo o levantamento DNF, por vicio material. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: A presente notificação de débito, totalizando R$ 194.582,45 e consolidada em 18/02/2008, referese à cobrança de contribuições devidas à Seguridade Social, relativas As competências: 1.1. inseridas no período de 09/2002 a 06/2005, no Levantamento DAL —DIFERENÇA DE AC. LEGAIS: a) diferenças decorrentes de recolhimento a menor de multa de mora. 1.2. açambarcadas no período de 04/2003 a 04/2004, no Levantamento DNF DIFERENÇA NOTA FISCAL DE SERVIÇO (diferença de mãodeobra constante em notas fiscais de serviço): a) rubrica 12: parte patronal (20%); b) rubrica 13: SAT/RAT para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (3%) e c) rubrica 15: devidas a outras entidades e fundos (5,8%). 1.3. de 08/2002 a 11/2005, no Levantamento FOP — FOLHA DE PAGAMENTO: 1.3.1. diferença de remunerações pagas, devidas ou creditadas a segurados empregados: a) rubrica 12: parte patronal (20%); b) rubrica 13: SAT/RAT para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de.incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (3%) e c) rubrica 15: devidas a outras entidades e fundos (5,8%). 1.3.2. diferença de remunerações pagas ou creditadas a contribuintes individuais: Fl. 299DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 a) rubrica 14: parte patronal (20%). 2. 0 valor consolidado está minuciosamente demonstrado nos anexos da notificação, assim como a fundamentação legal do débito e das rubricas utilizadas. 3. Os valores das remunerações e das contribuições previdenciárias foram apurados, com base em folhas de pagamento, recibos de férias, notas fiscais de serviço e livros contábeis de 2002. 4. Seguem anexas ao Relatório Fiscal cópias de folhas de pagamento e de recibos de férias, (fls. 76/98). 5. Os fatos geradores listados no Levantamento DNF não foram declarados em GFIP, pois esta obrigação é do prestador de serviços. No tocante ao Levantamento FOP, os fatos geradores foram integralmente declarados em GFIP. DA IMPUGNAÇÃO 6. Em 22/02/2008, na figura de um sócio, o sujeito passivo foi regularmente intimado (fl.01) e em 24/03/2008 (fl.106), acompanhada de documentos (fls.159/201), apresentou impugnação (fls.106/126) assinada por mandatário (procuração à fl. 128). 7. A redargüição carreou salvaguarda nos seguintes anteparos: 7.1. "...em respeito ao prazo decadencial, iniciado na data da ocorrência do fato gerador ( art. 150, § 4º do CTN), correto, portanto, o entendimento de se considerar extinto todo crédito tributário constituído, anterior a 18 de fevereiro de 2003 (...), tendo em vista a autuação ter sido realizada apenas em 18 de fevereiro de 2008." 7.2. "...constatase que a insigne notificante não indicou qualquer dispositivo de lei que tenha sido infringido pelo contribuinte..." 7.3. "... o critério de levantamento do montante dos valores listados, tidos supostamente por recolhimento a menor das Contribuições Sociais devidas , não resta esclarecido e suficientemente provado." 7.4. "Os conteúdos intrínsecos não foram descritos no procedimento fiscal, o que, por si só, já torna a NFLD nula. Como se não bastasse, os requisitos extrínsecos também foram omitidos." 7.5." ... a legislação apresentada no Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, não determina qual dispositivo da Portaria indicada foi utilizado na determinação do valor da multa, dispondo apenas na pg. 04 dos Fundamentos Legais do Débito FLD, as várias hipóteses estabelecidas em lei para a aplicação da multa, e os diferentes percentuais passíveis de serem aplicados, sem, no entanto, estabelecer qual percentual foi utilizado para a determinação da multa imposta (..) a indicação de dispositivos diversos que não deixam clara a infração Fl. 300DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.002305/200848 Acórdão n.º 2403002.700 S2C4T3 Fl. 4 5 cometida, além de nulificar a notificação por ausência de requisito especifico, impede a impugnante de se defender..." 7.6. "... não ter sido anexado à presente Notificação, o `Discriminativo Sintético de Débito DSD' citado pelo agente fiscalizador em seu Relatório Fiscal." 7.7. "... ao contrário do que dispõe a NFLD lavrada, foram devidamente efetuados pela impugnante todos os recolhimentos de contribuições previdenciárias sobre valores constantes na folha de pagamentos. Tal assertiva comprovase através das cópias das GPS's, ora juntadas A presente peça reclamatória." 7.8. "Impende ainda destacar que a fiscalização da Receita Federal do Brasil não considerou as compensações procedidas pelo contribuinte decorrentes das retenções efetuadas por terceiros." 7.9. "...a retenção dos 11% do valor da mãodeobra referente As contribuições da Seguridade Social com base no valor da mãodeobra contida na nota fiscal de serviços foi devidamente efetuada por parte da impugnante, assim, acostamos as cópias das notas fiscais do período lançado..." Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Decadência. · Nulidade. Ausência de enquadramento legal. · Restou determinada, assim, a exclusão do levantamento DNF, por vicio material. No entanto, conforme se infere do Demonstrativo de Débito Retificado, a exclusão determinada fora procedida apenas em parte, devendo ser excluído todo o levantamento DNF conforme assentado no r. Acórdão. · Efetivo pagamento das contribuições. É o relatório. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. DECADÊNCIA Está pacificada a questão da decadência qüinqüenal, conforme o CTN. Para casos com recolhimento antecipado, ainda que parcial, aplicase a regra do artigo 150, § 4°, do CTN, conforme súmula CARF 99. Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. O processo registra a existência de recolhimentos. O período do lançamento é de 08/2002 a 11/2005. A ciência do lançamento ocorreu em 22/02/2008. Entendo decadentes as competências até 01/2003, inclusive. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Fl. 302DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.002305/200848 Acórdão n.º 2403002.700 S2C4T3 Fl. 5 7 A recorrente pleiteia a nulidade do lançamento por entender que a fundamentação legal foi apresentada de forma deficiente, o que resultou em cerceamento de defesa. Não percebo razão para a nulidade. Efetivamente, a identificação dos dispositivos legais infringidos é parte essencial do lançamento. Consta da Notificação um conjunto de relatórios detalhando o débito, a base de cálculo, as alíquotas aplicadas, os períodos, os fundamentos legais, um relatório descrevendo a ação fiscal, um conjunto de instruções ao contribuinte acerca das hipóteses de pagamento, parcelamento ou contestação, enfim, constato que todos elementos necessários ao adequado entendimento do lançamento estão presentes. Apresento abaixo texto extraído da NFLD discriminando os relatórios presentes e outros elementos. A discriminação dos fatos geradores, das contribuições devidas, dos períodos a que se referem e a fundamentação legal consta expressamente dos seguintes anexos, os quais fazem parte integrante desta notificação: IPC Instruções para o Contribuinte DAD Discriminativo Analítico do Débito DSD Discriminativo Sintético do Débito RDA Relatório de Documentos Apresentados RADA Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados DAL Diferença de Acréscimos Legais FLD Fundamentos Legais do Débito REPLEG Relatório de Representantes Legais VINCULOS Relatório de Vínculos TIAF Termo de Inicio da Ação Fiscal TEAF Termo de Encerramento da Ação Fiscal REFISC Relatório Fiscal Constatase a presença do Relatório “Fundamentos Legais do Débito”, folhas 53 a 57, contendo, individualmente, a fundamentação legal para os procedimentos e para cada item do lançamento, assim identificados: ATRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR Fl. 303DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 ACRÉSCIMOS LEGAIS SOBRE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS RECOLHIDAS EM ATRASO GFIP GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E 1NFORMACOES A PREVIDÊNCIA SOCIAL CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERAÇÃO DE EMPREGADOS CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERAÇÃO DE EMPREGADOS CONTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS/COOPERATIVAS S/ AS REMUNERAÇÕES PAGAS, DISTRIBUÍDAS OU CREDITADAS A AUTÔNOMOS, AVULSOS E DEMAIS PESSOAS FÍSICAS E DOS COOPERADOS, DE QUE TRATA A LEI COMPLEMENTAR N. 84/96 ATE 02/2000 E CONTRIB. DAS EMPRESAS S/ A REM. A CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS, DE QUE TRATA A LEI N. 8.212/91, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 9.876/99 CONTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFÍCIOS EM RAZÃO DA INCAPACIDADE LABORATIVA CONTRIBUIÇÃO DEVIDA A TERCEIROS SALÁRIO EDUCAÇÃO TERCEIROS INCRA TERCEIROS SENAI TERCEIROS SESI TERCEIROS SEBRAE ACRÉSCIMOS LEGAIS MULTA ACRÉSCIMOS LEGAIS – JUROS PRAZO E OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO EMPRESAS EM GERAL Pelo que se pode constatar da impugnação e do recurso apresentado, o lançamento foi bem compreendido pela empresa, bem como sua fundamentação legal. Não entendo que há vício dessa natureza presente no processo. EXCLUSÃO TOTAL DO LEVANTAMENTO “DNF” A recorrente alega que a decisão de primeira instância foi pela exclusão total do levantamento DNF e que o Discriminativo Analítico do Débito Retificado – DADR, excluiu somente parte do levantamento. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.002305/200848 Acórdão n.º 2403002.700 S2C4T3 Fl. 6 9 Entendo que aqui houve um engano por parte da recorrente. Analisei e concluí que a totalidade do levantamento DNF foi excluída. O saldo está zerado e a decisão de primeira instância foi cumprida. EFETIVO PAGAMENTO O recurso apresentado faz citação às GPS’s apresentadas quando da impugnação às retenções efetuadas por terceiros (tomadores do serviço). Todavia, ao contrário do que dispõe a NFLD lavrada, foram devidamente efetuados pela Recorrente todos os recolhimentos de contribuições previdenciárias sobre valores constantes na folha de pagamentos. Tal assertiva comprovase através das cópias das GPS's, devidamente juntadas à Impugnação. Impende ainda destacar que a Fiscalização da Receita Federal do Brasil não considerou as compensações procedidas pelo contribuinte decorrentes das retenções efetuadas por terceiros. Observo que esses 2 pontos foram apreciados quando da decisão de primeira instância e ali consta que os recolhimentos e retenções foram considerados. RECOLHIMENTOS EFETUADOS 25. As fls. 160/201, repousam copias de GPS juntadas pelo defendente, as quais foram todas apropriadas na ação fiscal, conforme se infere dos relatórios RDA (fls. 29/34) e RADA (fls. 35/45), exceto as de competências 02 a 07/2002 (fls. 193/201) por não ter sido incluído este período na notificação. RETENÇÕES EFETUADAS POR TERCEIROS 26. As retenções efetuadas por contratantes dos serviços do sujeito passivo e recolhidas em nome deste foram consideradas na apuração deste crédito tributário, conforme se constata no RDA (fls. 29/34) GPS com os códigos de pagamento 2631 e 2640. Por entender a manifestação do recurso como genérica e por a decisão de primeira instância apontar exatamente os recolhimentos apropriados, não darei razão à recorrente. Fl. 305DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 MULTA DE MORA A multa de mora aplicada teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Conclusão À vista do exposto, voto por, nas preliminares, reconhecer a decadência das competências até 01/2003, inclusive, com base no artigo 150, § 4º, do CTN. No mérito, voto pelo provimento parcial do recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91 e prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 306DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.002305/200848 Acórdão n.º 2403002.700 S2C4T3 Fl. 7 11 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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