Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Câmara (14,941)
- Terceira Seção De Julgame (14,941)
- PIS - ação fiscal (todas) (33)
- Finsocial -proc. que não (31)
- Simples- proc. que não ve (30)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (27)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (27)
- Cofins - ação fiscal (tod (26)
- Cofins- proc. que não ver (20)
- DCTF - Multa por atraso n (20)
- PIS - proc. que não vers (20)
- ITR - ação fiscal - outro (17)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (16)
- ITR - notific./auto de in (14)
- Outros proc. que não vers (10)
- Finsocial- ação fiscal (t (8)
- II/IE/IPI- proc. que não (8)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (2,675)
- PAULO ROBERTO DUARTE MORE (1,968)
- HELCIO LAFETA REIS (1,921)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (1,349)
- PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA (822)
- MARCIO ROBSON COSTA (555)
- LEONARDO VINICIUS TOLEDO (553)
- Hélcio Lafetá Reis (489)
- TATIANA JOSEFOVICZ BELISA (399)
- LAERCIO CRUZ ULIANA JUNIO (345)
- MERCIA HELENA TRAJANO DAM (332)
- ANA CLARISSA MASUKO DOS S (256)
- CARLOS ALBERTO NASCIMENTO (256)
- DANIEL MARIZ GUDINO (252)
- MARCELO GIOVANI VIEIRA (249)
- 2019 (2,567)
- 2021 (2,432)
- 2018 (1,813)
- 2020 (1,610)
- 2023 (1,219)
- 2017 (1,129)
- 2024 (849)
- 2016 (612)
- 2022 (605)
- 2013 (372)
- 2014 (352)
- 2012 (333)
- 2009 (276)
- 2011 (259)
- 2025 (206)
- 2019 (2,467)
- 2021 (2,329)
- 2020 (1,830)
- 2018 (1,413)
- 2023 (1,264)
- 2017 (1,101)
- 2024 (973)
- 2022 (652)
- 2016 (639)
- 2025 (365)
- 2014 (356)
- 2015 (256)
- 2009 (250)
- 2013 (220)
- 2011 (109)
- os (14,898)
- de (14,894)
- membros (14,861)
- por (14,770)
- do (14,711)
- julgamento (14,518)
- votos (14,430)
- em (14,105)
- colegiado (14,044)
- presidente (13,858)
- participaram (13,845)
- e (13,808)
- conselheiros (13,726)
- unanimidade (12,870)
- oliveira (12,788)
Numero do processo: 11442.000092/2010-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Ausência de julgamento de primeira instância.
Recurso não conhecido por supressão de instância.
Numero da decisão: 3201-000.865
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201201
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Contribuição para o PIS/Pasep Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Ausência de julgamento de primeira instância. Recurso não conhecido por supressão de instância.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 11442.000092/2010-25
conteudo_id_s : 5219878
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 24 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-000.865
nome_arquivo_s : Decisao_11442000092201025.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 11442000092201025_5219878.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
id : 4573774
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:59:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041574886113280
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1556; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11442.000092/201025 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 320100.865 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de janeiro de 2012 Matéria PASEP Recorrente PREFEITURA MUNICIPAL DE ASSIS Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 Ementa:PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Ausência de julgamento de primeira instância. Recurso não conhecido por supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño,Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 Relatório A Prefeitura de Assis solicitou através do Pedido de Restituição de fl. 02, protocolado em 04/06/2010, a restituição de crédito que alega ter no montante de R$ 7.152.525,00, correspondente a valores pagos indevidamente, a titulo de contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP, recolhidos a maior no período de 1995 a 1999, com base na decisão do STF no Recurso Extraordinário n° 232.896 3/PA, que declarou a inconstitucionalidade do artigo 15 da Medida Provisória n.° 1.212, de 28/11/95, e suas reedições, convertida na Lei 9.715/98, artigo 18. Juntamente com o pedido, protocolou a comunicação de fl. 01, onde alega que não foi possível efetuar o pedido de restituição através do programa PER/DCOMP, pois para isso seria necessário o n° do processo administrativo protocolizado na Receita Federal do Brasil e, na impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, utilizou o formulário Pedido de Restituição, conforme art. 3°, § 2° da Instrução Normativa RFB n° 900/2008, de 30 de dezembro de 2008. O pleito foi analisado conforme Despacho Decisório n° 2010/346, de 29/06/2010, onde considera não formulado o Pedido de Restituição de fl. 02, uma vez que não será considerada impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, a restrição nele incorporada em cumprimento ao disposto na legislação tributária, nos termos do artigo 39, § 10 c/c art. 98, § 5° da IN RFB n° 900/2008, porquanto o direito de solicitar restituição de crédito relativo aos pagamentos realizados entre os anos de 1995 a 1999, relativos a contribuição ao PIS/PASEP, extinguiuse com o transcurso do prazo de 5 anos da data de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 168 da Lei n° 5.172, de 1966 (CTN). Consta comunicação à interessada que não cabe manifestação de inconformidade contra a decisão exarada no aludido despacho, nos termos do art.66, § 8° da IN RFB n° 900/2008 e facultase interposição de recurso hierárquico. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Como relatado, consta nos autos, o pedido de restituição, o despacho decisório e finalmente a comunicação que não cabe a manifestação de inconformidade e sim a interposição de recurso hierárquico. Foi quando o processo no CARF foi a mim distribuído. Logo, a meu ver sem a apreciação da impugnação, defesa, argumentos, manifestação da interessada não inaugurou a fase litigiosa do processo administrativofiscal, nos termos do Decreto n.º 70.235/1972, de 06/03/1972, arts.14 e 15, com a redação dada pela Lei n.º 8.748, de 09/12/1993. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 11442.000092/201025 Acórdão n.º 320100.865 S3C2T1 Fl. 2 3 Consta, nos autos, a defesa, logo, impedindo, que a autoridade julgadora de segunda instância adentre no mérito sem a análise dessas alegações veiculadas nessa peça, pela primeira instância, por supressão da mesma. De qualquer sorte, dispõem os inciso I e o II do art. 25 do Dec. 70.235/72, verbis: “Art. 25 – O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) I – em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal (redação da MP nº 2.15835/01); (Destaquei). .......................................... II – em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” (Destaquei). Nesse passo, o art. 1º do Regimento Interno dos Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – , estabelece que “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.” (Destaquei). Logo, a inexistência de julgamento de primeira instância impede Este Conselho de se pronunciar a respeito da matéria, inteligência do art. 25, I e II, do Dec. 70.235/72 e do art. 1º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Ante o exposto, inclusive em homenagem ao princípio da supressão de instância, deixo de conhecer do recurso voluntário. Em assim sendo, retornem os autos para a Delegacia de julgamento para efetuar o devido julgamento. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 83DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 11829.000007/2010-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 11/10/2005 a 25/11/2009
Ementa: MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES.
Cabível a multa do controle administrativo das Importações, capitulada no art. 169, inciso I, alínea "b", do Decreto-Lei
n° 37/66, alterado pelo art. 2º da Lei n° 6.562/78, se a mercadoria foi importada sem o licenciamento não automático, que
exigia a anuência da ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde.
MULTA POR OMISSÃO DE INFORMAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIA.
Corretamente aplicada a multa capitulada no artigo 84, inciso I, da Medida Provisória 2.15835/ 01, combinado com o art. 69, § 1º,
da Lei n° 10.833/03, se o importador prestou de forma inexata/incompleta informação de natureza administrativo tributária necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado.
Numero da decisão: 3201-000.800
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 11/10/2005 a 25/11/2009 Ementa: MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES. Cabível a multa do controle administrativo das Importações, capitulada no art. 169, inciso I, alínea "b", do Decreto-Lei n° 37/66, alterado pelo art. 2º da Lei n° 6.562/78, se a mercadoria foi importada sem o licenciamento não automático, que exigia a anuência da ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde. MULTA POR OMISSÃO DE INFORMAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIA. Corretamente aplicada a multa capitulada no artigo 84, inciso I, da Medida Provisória 2.15835/ 01, combinado com o art. 69, § 1º, da Lei n° 10.833/03, se o importador prestou de forma inexata/incompleta informação de natureza administrativo tributária necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 11829.000007/2010-94
conteudo_id_s : 5220296
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 21 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-000.800
nome_arquivo_s : Decisao_11829000007201094.pdf
nome_relator_s : JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO
nome_arquivo_pdf_s : 11829000007201094_5220296.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Daniel Mariz Gudino.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
id : 4573851
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:59:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575974535168
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 19; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1868; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 0 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11829.000007/201094 Recurso nº 907.642 Voluntário Acórdão nº 3201000.800 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de novembro de 2012 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO ADUANEIRO Recorrente UNILEVER BRASIL ALIMENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 11/10/2005 a 25/11/2009 Ementa: MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES. Cabível a multa do controle administrativo das Importações, capitulada no art. 169, inciso I, alínea "b", do DecretoLei n° 37/66, alterado pelo art. 2º da Lei n° 6.562/78, se a mercadoria foi importada sem o licenciamento não automático, que exigia a anuência da ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde. MULTA POR OMISSÃO DE INFORMAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA. Corretamente aplicada a multa capitulada no artigo 84, inciso I, da Medida Provisória 2.15835/ 01, combinado com o art. 69, § 1º, da Lei n° 10.833/03, se o importador prestou de forma inexata/incompleta informação de natureza administrativotributária necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Daniel Mariz Gudino. Mércia Helena Trajano D’Amorim – Presidente. Fl. 1027DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 2 Judith do Amaral Marcondes Armando Relatora [assinado digitalmente] EDITADO EM: 30/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim (presidente), Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Paulo Sergio Celani, Wilson Sampaio Sahade Filho e Marcelo Ribeiro Nogueira. Relatório Adoto como meu o relatório e voto da DRJ , in verbis: “Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência do recolhimento de multa do controle administrativo das importações e de multa pela prestação, pelo importador, de forma inexata/incompleta de informação de natureza administrativo tributária necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado, devido à apuração dos fatos a seguir descritos. A empresa acima qualificada, por meio das declarações de importação relacionadas de fls. 04 a 07, registradas no período de 11/10/2005 a 25/11/2009, cópias de fls. 107 a 841, submeteu a despacho aduaneiro as seguintes mercadorias: Admul RPH70 5Z01071 NCM: 1516.20.00; Azeite de Oliva Extra Virgem NCM: 1509.10.00; Estearina de Palma NCM: 1511.90.00; Óleo de Amêndoa de Palma NCM: 1513.29.10; e Óleo de Palma NCM: 1511.90.00, utilizadas como matériaprima na indústria alimentícia, basicamente para industrialização de gordura, de margarina e de sorvete (fls. 59/60 e 99/104). Ocorre que, conforme relata o auditor no Termo de Constatação Fiscal, de fls. 38 a 54, não houve exigência de licenciamento não automático de importação para as mercadorias acima referidas, quando do registro das declarações de importação, porque ao preencher o campo destaque NCM da anuência, o importador informou o código "999". No entanto, existia, e ainda existe, a necessidade da anuência da ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde, para a importação dos produtos que se enquadram nas situações contempladas no texto descritivo no destaque "032" do Capítulo 15 da TEC/NCM, incluído desde 31/03/2003, que são as seguintes: "Utilizados na Indústria Alimentícia; Preparados e Embalados Prontos p/Consumo". Portanto, as mercadorias importadas por meio das DFs arroladas na presente autuação foram realizadas sem o licenciamento não automático exigido pela legislação e, conseqüentemente, sem a anuência do órgão interveniente, no caso, o Ministério da Saúde. Em face do exposto, foi lavrado o presente auto de infração, formalizando a exigência do recolhimento da multa do controle administrativo das importações, por falta de licenciamento não automático, com anuência do Ministério da Saúde, preceituada no art. 169, inciso I, alínea "b", do Decretolei n° 37/66, com a Fl. 1028DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 2 3 redação dada pela Lei n° 6.562/78, de multa pelo detalhamento inexato das mercadorias, ou seja, pela não informação do Destaque para Anuência (no caso, "032"), informação obrigatória quando a NCM está sujeita a anuência, capitulada no art. 84, inciso I, da Medida Provisória n° 2.15835/ 2001, combinado com o art. 69, § 1º, da Lei nº 10.833/2003, totalizando o valor de R$ 11.365.181,78. Cientificado do auto de infração em 13/04/2010 (fl. 03, 37 e 54), o contribuinte, por intermédio de seus procuradores (Instrumento de Mandato nas fls. 891/892), protocolizou impugnação, de fls. 845 a 880, tempestivamente, em 13/05/2010, alegando, resumidamente, em preliminar, que o trabalho fiscal foi lavrado em total desrespeito ao direito da impugnante, culminando na sua nulidade, pelos seguintes motivos: 1) desrespeito ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório: alega que o documento recebido pela impugnante termina na fl. 54, quando o auditor, no Termo de Constatação Fiscal, faz referência à fl. 55; embora não seja negado à impugnante o acesso à íntegra do auto de infração, tal acesso só é possível na unidade da SRFB de Viracopos, Campinas/SP, o que já representa dificuldade ao acesso e gasto de tempo para que a impugnante possa conhecer todos os itens da infração que lhe é imputada; que a fiscalização dispôs de muito tempo para realizar seu trabalho, em comparação com o exíguo prazo de defesa concedido à impugnante, o que por si só demonstra cabalmente o cerceamento de defesa neste caso; no caso, o auditor fiscal, ao lavrar o auto de infração, deixou de considerar a correta operação, descrição e documentos que a amparam, aplicando multa exorbitante para operação em que sequer há imposto ou taxa em aberto; conclui, que clara está a falta por parte da fiscalização do cumprimento do dever de, exaustiva e imparcialmente, buscar a verdade dos fatos, configurandose a referida autuação em desrespeito ao Estado de Direito; 2) da busca da verdade material do PAF: que o cerne deste caso está em suposto erro na classificação fiscal de matéria prima importada; não se trata de erro na indicação do código na NCM, mas de código relacionado a suposta infração de normas internas da ANVISA; por ocasião do registro da declaração de importação, o importador supostamente deve indicar no campo "Destaque NCM da anuência" o código 032; que descreveu de maneira clara e precisa a natureza do produto e sua destinação, o que permitiria à fiscalização verificar, no curso do despacho aduaneiro, que era necessário o licenciamento não automático pela ANVISA; que qualquer questionamento a respeito de licenciamento deveria ter sido feito no momento oportuno da liberação das mercadorias, e não anos depois para justificar cobrança de multa abusiva; 3) da possibilidade de análise da matéria de cunho constitucional em sede administrativa: que não há que se falar em impossibilidade de discussão e julgamento dos argumentos aduzidos pela impugnante sob a alegação de tratarse de matéria Fl. 1029DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 4 constitucional, de competência exclusiva do Poder Judiciário; traz jurisprudência administrativa do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo e da Câmara Superior de Recursos Fiscais; 4) dos requisitos do auto de infração: que o auto de infração é inválido, por vício material em seu conteúdo, pois a fiscalização deixou de considerar a correta descrição das mercadorias importadas pela impugnante, cuja liberação foi inclusive autorizada pela própria autoridade aduaneira; portanto, não há que se falar em qualquer irregularidade neste caso; o auto de infração padece de vício em sua motivação, já que baseado em fundamento equivocado, pois parte do princípio de que a impugnante ao informar código diverso daquele entendido como correto pelo Fisco impossibilitou o exercício da atividade de fiscalização, em momento adequado, por este; portanto, uma vez que inexiste o suporte fático e legal, resta concluir que a cobrança não preenche os ditames legais e constitucionais, razão pela qual se torna evidente a sua nulidade. 5) da inconstitucionalidade decorrente do evidente caráter confiscatório das multas instituídas pela lei: que a cobrança de multa abusiva é atentatória ao direito constitucional da propriedade e da livre iniciativa, já que os percentuais lançados são revestidos de caráter confiscatório e não gozam de amparo legal. E, no mérito, alega que: 1) a fiscalização pretende atribuir à impugnante a responsabilidade pela falta de questionamento em tempo próprio, ou seja, no momento do desembaraço das mercadorias importadas, pelas autoridades competentes, apesar das referidas importações terem sido realizadas ao amparo dos respectivos documentos de importação; 2) destaca que a própria SRFB já reconheceu que indicações indevidas de destaque ou classificação tarifária errônea não constituem infração administrativa, desde que a mercadoria esteja corretamente descrita, conforme Ato Declaratório Normativo COSIT n° 12/97; 3) a aplicação da multa de 30% não guarda relação com os procedimentos atuais e legislação do comércio exterior, onde não se fala em licença de importação, mas documento conhecido como guia de importação, cujas funções e características diferem da atual LI; são documentos com características e funções diversas; a guia de importação representava verdadeira autorização para importar, ou seja, sem ela não se importava; com a implantação do Siscomex, o mecanismo de autorização para importação alterouse por completo e, conseqüentemente, extinguise a guia de importação, cuja legislação de regência não pode ser utilizada em uma realidade completamente vinculada daquela que existia; por outro lado não se pode admitir que com base em meros Decretos seja exigida multa de 30% sobre o valor da operação, isto porque, um Decreto não tem força de lei, não podendo impor uma restrição que só a lei poderia. É o relatório. Fl. 1030DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 3 5 (...) PRELIMINARES 1) Do desrespeito ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório Reclama o impugnante que a peça fiscal que recebeu termina na fl. 54, quando o auditor, no Termo de Constatação Fiscal, faz referência à fl. 55. Inicialmente, destaco que o presente auto de infração tem 37 folhas, de fls. 1 a 37, e o Termo de Constatação Fiscal, que faz parte integrante deste auto, tem 17 folhas, de fis. 38 a 54. Diante do robusto Termo de Constatação Fiscal, que não deixa qualquer dúvida sobre as razões pelas quais foram aplicadas as penalidades, a menção do auditor à fl. 55 poderia ter sido dispensada. Além disso, no parágrafo, na qual a tal folha é citada, o auditor descreve o que nela consta, a seguir reproduzido (fl. 39): "Não houve exigência de licenciamento não automático de importação (LI) para os produtos quando do registro das declarações de importação porque ao preencher o campo "Destaque NCM da Anuência”, o importador informou o código "999”. Há, todavia, um destaque de NCM com código "032”, denominado UTILIZADOS NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA; PREPARADOS E EMBALADOS PRONTOS P/CONSUMO. A anuência relacionada ao destaque compete à ANVISA. vinculada ao Ministério da Saúde (fls. 055/055)”. (sublinhei) Portanto, não se justificam os reclamos do impugnante com relação a alegada não anexação da fl. 55 ao auto de infração que lhe foi encaminhado, porque a informação constante nesta folha foi exaustivamente citada, detalhada, analisada, no Termo de Constatação Fiscal. Além disso, a autuada, em resposta aos questionamentos feitos no Termo de Intimação n° 01, entregou na repartição da SRFB, em 15/03/2010, os esclarecimentos requeridos pela fiscalização, dentre eles uma cópia de tela do Tratamento Administrativo existente no sistema Siscomex, na qual constam as mesmas informações constantes na fl. 55 (na fl.66). E, finalizando, a fl.55 tanto era dispensável, que o impugnante defendeuse, demonstrando pleno conhecimento das infrações que lhe foram imputadas. Desta forma, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, quando o contribuinte exerceu plenamente o seu direito ao contraditório e da ampla defesa na sua impugnação, apresentandoa no prazo de 30 dias da ciência da exigência fiscal, que considerou exíguo. Porém este prazo está estabelecido na legislação pertinente ao Processo Administrativo Fiscal, art. 15 do Decreto n° 70.235/72. Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 6 Também não procedem as alegações de que houve falta por parte da fiscalização do cumprimento do dever de, exaustivamente e imparcialmente, buscar a verdade material dos fatos. Compulsando as cópias de declarações de importação de fls. 107 a 841, e documentos apresentados pelo contribuinte em resposta ao Termo n° 01 (fls. 56/57), de fls. 59 a 107, chegase à mesma conclusão que foi detalhadamente exposta pela autoridade fiscal no auto de infração: não foi requerido pelo importador licenciamento não automático, que exige a anuência do Ministério da Saúde, para a importação das mercadorias, pelo fato de não ter sido informado, no momento que a legislação determina, que os produtos importados se enquadravam em uma das situações contempladas no texto descritivo do Destaque "032" do Capítulo 15 da TEC/NCM. Portanto, descabida a alegação de que a fiscalização não buscou a verdade material dos fatos. 2) Da busca da verdade material do PAF. Alega o contribuinte que o cerne deste caso está em erro na classificação fiscal da mercadoria importada, mas não na indicação do código da NCM, mas em código relacionado a normas internas da ANVISA. Argumenta que descreveu de maneira clara e precisa a natureza do produto e sua destinação, o que permitiria à fiscalização verificar, no curso do despacho aduaneiro, que era necessário o licenciamento não automático pela ANVISA e que qualquer questionamento a respeito de licenciamento deveria ter sido feito no momento oportuno da liberação das mercadorias, e não anos depois para justificar cobrança de multa abusiva. Inicialmente, cumpre lembrar, como bem já mencionou o auditor no auto de infração, que a legislação pertinente à matéria dispunha, no Item 35 do Anexo Único da IN SRF n° 680/2006, e no Item 33 do Anexo I da IN SRF n° 206/2002, que era obrigatória a informação do Destaque para Anuência dentro do código NCM, para fins de licenciamento de importação, quando este destaque determinava a anuência de algum órgão interveniente, e esta determinação foi descumprida pelo contribuinte. Quanto aos demais protestos do impugnante, cabe reproduzir o art. 54 do Decretolei n° 37/66, com a redação dada pelo Decretolei n° 2.472/88, apresentado na Seção II do Capítulo III desta norma, estabelecendo que: Seção II Conclusão do Despacho "Art.54 A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações prestadas pelo importador será realizada na'forma que estabelecer o regulamento e processada no prazo de 5 (cinco) anos,' contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto Lei.”(sublinhei) Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 4 7 Referido dispositivo foi regulamentado no art. 570 do Decreto n° 4.543/2002 e art. 638 do Decreto n° 6759/2009. Portanto, a legislação outorga à fiscalização o prazo de 5 anos, contados do registro da declaração de importação, para proceder a revisão do despacho aduaneiro, pelas razões que foram mencionadas na ementa do Acórdão n° 30332185 (Recurso n° 128239), de 06/07/2005, proferido pelo Terceiro Conselho de Contribuintes, parcialmente reproduzida a seguir: "MESMO CRITÉRIO JURÍDICO DA CLASSIFICAÇÃO FISCAL. (..). Está claro que o procedimento de despacho realizado na repartição aduaneira não goza da faculdade de infalibilidade, podendo eventualmente acontecer equívoco, algumas vezes até contra o direito do contribuinte, que nessa situação tem o direito de impugnação. Outras vezes, não raro, seja em revisão documental ou por meio de fiscalização realizada na zona secundária, confirmamse equívocos cometidos contra o erário público. Tudo de acordo com os art. 455 e 456 do RA.” 3) da possibilidade de análise da matéria de cunho constitucional em sede administrativa: Entende o contribuinte que não há que se falar em impossibilidade de discussão e julgamento dos argumentos aduzidos pela impugnante sob a alegação de tratarse de matéria constitucional, de competência exclusiva do Poder Judiciário. Vale lembrar que às instâncias administrativas, pelo seu caráter vinculado de sua atuação, não lhes é dada a atribuição de apreciar questões relacionadas com a legalidade ou constitucionalidade de qualquer ato legal. Dispõe o art. 7º da Portaria MF n° 58/2006, que disciplina a constituição das turmas e o funcionamento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que o julgador deve o observar o disposto no art. 116, III, da Lei n° 8.112/90, bem como o entendimento da SRFB expresso em atos normativos. Nesse sentido é a orientação da Súmula CARF n° 2, apresentada na Portaria CARF n° 52/10, D.O.U. de 23/12/10, dispondo que "o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". Sobre a matéria, há precedentes dos Conselhos de Contribuintes, conforme ementas de acórdãos a seguir reproduzidas: Acórdão n° 10194876 Sessão de 25/02/2005 (Recurso n° 138.220) "ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE descabe em sede de instância administrativa a discussão acerca da constitucionalidade de leis, matéria sob a qual tem competência exclusiva o Poder Judiciário." Acórdão n° 103.21.568 Sessão de 18/03/2004 (Recurso n° 134.484) "INCONSTITUCIONALIDADE A apreciação da constitucionalidade ou não de lei regularmente emanada do Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 8 Poder Legislativo é de competência exclusiva do Poder Judiciário, pelo princípio da independência dos Poderes da República, como preconizado na nossa Carta Magna." 4) dos requisitos do auto de infração: Não procedem as alegações de que o auto de infração padece de vício em sua motivação. O auto de infração foi robustamente motivado. Basta consultálo para constatar que as infrações foram detalhadamente descritas, repetidamente citadas, e apresentada a legislação pertinente à matéria. 5) da inconstitucionalidade decorrente do evidente caráter confiscatório das multas Alega o impugnante que a cobrança de multa abusiva é atentatória ao direito constitucional da propriedade e da livre iniciativa, já que os percentuais lançados são revestidos de caráter confiscatório e não gozam de amparo legal. Para esta relatora, se as multas estão previstas em lei e são exigidas em conformidade com a legislação de regência, não há que se falar em confisco, em caráter confiscatório das multas. Cabe a lei estabelecer as normas/regras a serem aplicadas e à autoridade administrativa ficar adstrita ao seu cumprimento. Nesse sentido existem manifestações do Terceiro Conselho de Contribuinte, atualmente Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, cujas ementas são as seguintes: Acórdão n° 30330984, de 15/10/2003: "ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. Argüições de inconstitucionalidade fogem à competência da instância administrativa. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicála, nos moldes da legislação que a instituiu.” Acórdão n° 20178769, de 20/10/2005: "INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. Os órgãos de julgamento administrativo não têm competência para negar vigência à lei, sob a mera alegação de sua inconstitucionalidade. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicála, nos moldes da legislação que a instituiu.” MÉRITO Trata o presente processo de auto de infração, que formaliza a exigência do recolhimento de multa do controle administrativo das importações, por falta de licenciamento não automático, e de multa pela prestação, pelo importador, de forma inexata/incompleta de informação de natureza administrativo tributária necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 5 9 A empresa acima qualificada, por meio das declarações de importação relacionadas de fls. 04 a 07, registradas no período de 11/10/2005 a 25/11/2009, cópias de fls. 107 a 841, submeteu a despacho aduaneiro as seguintes mercadorias: Admul RPH70 5Z01071 NCM: 1516.20.00; Azeite de Oliva Extra Virgem NCM: 1509.10.00; Estearina de Palma NCM: 1511.90.00; Óleo de Amêndoa de Palma NCM: 1513.29.10; e Óleo de Palma NCM: 1511.90.00, utilizadas como matériaprima na indústria alimentícia, basicamente para industrialização de gordura, de margarina e de sorvete, de acordo com esclarecimentos dados pela própria empresa (fls. 59/60 e 099/104). Conforme relata o auditor, no Termo de Constatação Fiscal, de fls. 38 a 54, não houve solicitação de licenciamento não automático de importação (LI) para as mercadorias acima referidas, porque, quando da elaboração das declarações de importação, o campo destaque NCM foi preenchido com o código "999", quando deveria ter sido informado o código "032", que exige a anuência do Ministério da Saúde para a importação de produtos: "Utilizados na Indústria Alimentícia; Preparados e Embalados Prontos p/Consumo" (em negrito o texto descritivo do destaque da NCM "032" do Capítulo 15 da NCM). Portanto, as mercadorias importadas por meio das DI's arroladas na presente autuação foram realizadas sem o licenciamento não automático exigido pela legislação e, conseqüentemente, sem a anuência do órgão interveniente, no caso, a ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde. Quando do procedimento fiscal de revisão das declarações de importação realizadas nos últimos cinco anos, destaca a autoridade fiscal (na fl. 40) que, a empresa autuada, em resposta dada ao Termo de Intimação n° 1, informou que entendeu não ser necessário licenciamento não automático para as DIs abrangidas pela revisão aduaneira, uma vez que os produtos objetos dessas DI's, apesar de utilizados/destinados à indústria alimentícia, não estavam preparados/embalados prontos para consumo, conforme destaque 032, que determina licenciamento não automático desde 31/03/2003 para importações nestas condições e finalidade. Assim, entendendo que as mercadorias estavam dispensadas de licenciamento não automático, pautaramse pelas disposições da Portaria Secex n° 5/08, art. 9º e parágrafo único, aplicando destaque 999 (licenciamento automático) (fls. 059/060). Quanto à destinação das mercadorias importadas, o contribuinte esclareceu que se tratam tais produtos de matériasprimas da indústria alimentícia, basicamente, para a industrialização de gordura, de margarina e de sorvete (fls. 59/60 e 099/104). Da Multa do Controle Administrativo das Importações Dispõe o art. 169, inciso I, alínea "b", do Decretolei n° 37/66, com a redação dada pela Lei n° 6.562/78, que constitui infração administrativa ao controle das importações importar mercadorias do exterior sem Guia de Importação ou documento equivalente, Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 10 que não implique a falta de depósito ou a falta de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais. Alega o contribuinte, resumidamente, que a legislação que se referia à guia de importação não se aplica para a licença de importação, pois as funções e características da guia diferem da licença de importação. Expõe o seu entendimento de que a guia de importação representava verdadeira autorização para importar, ou seja, sem ela não se importava. Prossegue no seu raciocínio que com a implantação do Siscomex, o mecanismo de autorização para importação alterouse por completo e, conseqüentemente, foi extinta a guia de importação, cuja legislação de regência não pode ser utilizada em uma realidade completamente vinculada daquela que existia. Esta relatora concorda com o contribuinte que o formulário em papel que representava a guia de importação, preenchida manualmente, realmente deixou de existir com o advento do Siscomex, programa que informatizou as operações de importação, substituindo a guia de importação pelo licenciamento de importação, este constituindose em verdadeira autorização para importação, ou seja, não está autorizada a importação de uma mercadoria, cujo licenciamento tenha sido indeferido. Quando implantado o Siscomex, as importações eram submetidas a licenciamento automático ou não automático. A partir de 02/12/2003 (Portaria SECEX n° 17/2003), legislação introduziu mais uma modalidade de licenciamento, a dispensa de licença de importação. Ainda que a guia de importação tenha deixado de existir, não pode negar o impugnante que a expressão "documento equivalente" (à guia), no texto art. 169, inciso I, alínea "b", do Decretolei n° 37/66, com a redação dada pela Lei n° 6.562/78, no Siscomex, está representado pelo módulo de licenciamento para importação que, atualmente, comporta três modalidades: 1) as importações dispensadas de licenciamento; 2) as importações sujeitas a licenciamento automático; e 3) as importações sujeitas a licenciamento não automático. Retornando ao caso sob análise, como bem expõe o auditor fiscal, o licenciamento de importação encontravase disciplinado pelas seguintes normas nas datas de registros das declarações de importação arroladas na presente autuação: Portaria Secex n° 14/2004 (de 23/11/2004 até 27/11/2006); Portaria Secex no 35/2006 (de 28/11/2006 até 25/11/2007); Portaria Secex n° 36/2007 (de 26/11/2007 até 27/11/2008); e Portaria Secex n° 25/2008 (de 28/11/2008 até 24/05/2010). Da leitura das portarias acima mencionadas, concluise que, regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, estando sujeitas a licenciamento automático ou não automático os produtos relacionados no Tratamento Administrativo do Siscomex, também disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), onde estão indicados os órgãos responsáveis pelo exame prévio do licenciamento não automático, por produto. Compete ao importador verificar a existência de Fl. 1036DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 6 11 tratamento administrativo dispensado à mercadoria que pretende importar. Citando apenas os dispositivos legais da Portaria SECEX n° 25/2008, a regra geral é dada no art. 8º , o licenciamento automático é abordado no art. 9º e o licenciamento não automático no art. 10. "Art. 7º O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades: I importações dispensadas de Licenciamento; II importações sujeitas a Licenciamento Automático; e III importações sujeitas a Licenciamento Não Automático. Art. 8º Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os importadores tão somente providenciar o registro da Declaração de Importação DI no SISCOMEX, com o objetivo de dar início aos procedimentos de Despacho Aduaneiro junto à unidade local da RFB. Parágrafo único. São dispensadas de licenciamento as seguintes importações: (...) Art. 9º Estão sujeitas a Licenciamento Automático as importações: I de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX; também disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC, para simples consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento Administrativo; e II as efetuadas ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback. (Portaria SECEX n° 17/2003), legislação introduziu mais uma modalidade de licenciamento, a dispensa de licença de importação. Parágrafo único. Caso o produto, identificado pela NCM/TEC, possua destaque, e a mercadoria a ser importada não se referir à situação descrita no destaque, o importador deverá apor o código 999, ficando a mercadoria dispensada daquela anuência. Art. 10. Estão sujeitas a Licenciamento Não Automático as importações: I de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX e também disponíveis no endereço eletrônico do Mdic para simples consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento Administrativo; onde estão indicados os órgãos responsáveis pelo exame prévio do licenciamento não automático, por produto; Fl. 1037DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 12 II as efetuadas nas situações abaixo relacionadas: (...) §2° Caso o produto, identificado pela NCM/TEC, possua destaque, e a mercadoria a ser importada não se referir à situação descrita no destaque, o importador deverá apor o código 999, ficando a mercadoria dispensada daquela anuência.” Conforme relata o auditor fiscal no seu relatório, constatase, pesquisando o tratamento administrativo constante do Siscomex, no tocante às NCM 1509.10.00, 1513.29.10, 1516.20.00 e 1511.90.00 (fls. 055 e 066), a existência do Destaque "032" para o Capítulo 15 da Tarifa Externa Comum (TEC/NCM), incluído desde 31/03/2003, cujo órgão anuente é o Ministério da Saúde. O Destaque 032 tem o seguinte texto descritivo: UTILIZADOS NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA; PREPARADOS E EMBALADOS PRONTOS P/CONSUMO e a anuência do órgão interveniente não é apenas para posição ou código específico da NCM, mas abrange todos produtos de compreendidos no capítulo 15 da NCM, desde que UTILIZADOS NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA ou PREPARADOS E EMBALADOS PRONTOS P/CONSUMO. A empresa justificouse, respondendo ao questionamento da fiscalização, não ter submetido os produtos importados ao licenciamento não automático e, portanto, à anuência da ANVISA, do Ministério da Saúde, conforme exigência que consta no Tratamento Administrativo do Siscomex, porque entendeu que, os produtos importados por meio das Dis objeto do presente processo, apesar de utilizados/destinados à indústria alimentícia, não estavam preparados/embalados prontos para consumo. A alegada interpretação errônea do texto do destaque "032" da autuada não se justifica, diante do fato de que os textos da Nomenclatura Comum do Mercosul ou aqueles relacionados ao licenciamento e à classificação fiscal, utilizam o ponto e vírgula para separar situações independentes, em outras palavras, o ponto e vírgula corresponde à conjunção coordenativa alternativa OU e não a conjunção coordenativa aditiva E. Assim, tanto os produtos "utilizados na indústria alimentícia", quanto os "preparados e embalados prontos p/consumo" devem ser submetidos ao licenciamento não automático, e aguardar o deferimento da ANVISA para que possam ser importados. Cabe ainda mencionar que o auditor fiscal apresenta no seu relatório, de fls. 46 a 48, normas expedidas pela ANVISA, Resoluções RDC n° 1/2003 (vigente de 09/01/2003 até 01/01/2006); RDC n° 350/2005 (vigente de 02/01/2006 até 17/12/2006); RDC n° 217/2006 (vigente de 18/12/2006 até 10/11/2008) e RDC n° 81/2008, (vigente desde 11/11/2008 até hoje), que regulamentam o licenciamento não automático concernente a produtos classificados no Capítulo 15 da TEC/NCM e destinados à indústria alimentícia. Conclui o auditor fiscal, com o que esta relatora concorda, que: Fl. 1038DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 7 13 "Na essência, os textos das referidas Resoluções da ANVISA dispõem igualmente que a importação de alimentos na forma de matériaprima, produto semielaborado, produto a granel ou produto acabado, conforme enquadramento da ANVISA, estará sujeita — sem qualquer exceção – ao registro de licenciamento não automático de importação no Siscomex, submetendose à fiscalização pela autoridade sanitária antes de seu desembaraço aduaneiro. Assim, em vista da regulamentação vigente no momento do registro das declarações de importação abrangidas por esta fiscalização, não resta qualquer dúvida de que a legislação específica exige a obtenção de licenciamento não automático de importação quando o produto for destinado ou utilizado na indústria alimentícia, seja ele importado na forma de matéria prima, produto semielaborado, produto a granel ou produto acabado. Em outras palavras, o aspecto determinante para obtenção do licenciamento não automático não é a condição de a mercadoria ser matériaprima, produto semielaborado, produto a granel ou produto acabado, mas a sua destinação à indústria alimentícia.” Protesta ainda o impugnante por entender que a fiscalização pretende atribuirlhe a responsabilidade pela falta de questionamento em tempo próprio (que considera ser no momento do desembaraço das mercadorias importadas), apesar das referidas importações terem sido realizadas ao amparo dos respectivos documentos de importação. Voltemos à legislação pertinente ao licenciamento não automático, contemplada na Portaria SECEX n° 25/2008. As portarias anteriores apresentam, essencialmente, o mesmo conteúdo, diferindo apenas na numeração dos artigos. Reproduzo apenas os dispositivos legais de interesse para a solução do presente litígio. "Subseção III Licenciamento Não Automático Art. 10. Estão sujeitas a Licenciamento Não Automático as importações: I de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX e também disponíveis no endereço eletrônico do Mdic para simples consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento Administrativo; onde estão indicados os órgãos responsáveis pelo exame prévio do licenciamento não automático, por produto; (...) § 2° Caso o produto, identificado pela NCM/TEC, possua destaque, e a mercadoria a ser importada não se referir à situação descrita no destaque, o importador deverá apor o código 999, ficando a mercadoria dispensada daquela anuência. Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 14 Subseção IV Características Gerais Art. 11. Nas importações sujeitas aos licenciamentos automático e não automático, o importador deverá prestar, no SISCOMEX, as informações a que se refere o Anexo II da Portaria Interministerial MF/MICT n.o 291, de 12 de dezembro de 1996, previamente ao embarque da mercadoria no exterior. (...) Art. 12. O pedido de licença deverá ser registrado no SISCOMEX pelo importador ou por seu representante legal ou, ainda, por agentes credenciados pelo Departamento de Operações de Comércio Exterior DECEX, da SECEX, e pela RFB. § 1º A descrição da mercadoria deverá conter todas as características do produto e estar de acordo com a Nomenclatura Comum do MERCOSUL NCM (...) Art. 13 . 0 pedido de licença receberá numeração específica e ficará disponível para fins de análise pelo (s) órgão(s) anuente(s). Parágrafo único. Mediante consulta ao SISCOMEX, o importador poderá obter, a qualquer tempo, informações sobre o seu pedido de licenciamento. (...) Subseção V Efetivação de Licenças Art. 17. O Licenciamento Automático será efetivado no prazo máximo de dez dias úteis, contados a partir da data de registro no SISCOMEX, caso os pedidos de licença sejam apresentados de forma adequada e completa. Art. 18. No Licenciamento não Automático, os pedidos terão tramitação de, no máximo, 60 (sessenta) dias corridos. Parágrafo único. O prazo de 60 (sessenta) dias corridos, estipulado nesse artigo, poderá ser ultrapassado, quando impossível o seu cumprimento por razões que escapem ao controle do Órgão anuente do Governo Brasileiro. Art. 19. Ambos os licenciamentos terão prazo de validade de 90 (noventa) dias para fins de embarque da mercadoria no exterior, exceto os casos previstos nos § I o a 4 o do art. 11, que possuem tratamento distinto no tocante ao embarque prévio no exterior." (sublinhei) Portaria MF/MICT n° 29/96 (DOU de 13/12/96) "Anexo II Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 8 15 15 Destaque NCM Destaque da mercadoria dentro do código NCM para fins de licenciamento da importação, conforme tabela "Destaque para Anuência”, administrada pela SECEX. Informação obrigatória quando NCM sujeita a anuência." Dos dispositivos acima reproduzidos, constatase que não é o auditor que pretende atribuir ao importador a responsabilidade pela falta de questionamento em tempo próprio. Ao auditor cabe fiscalizar o cumprimento da legislação, que impõe ao importador, nas importações sujeitas a licenciamento automático e não automático, a obrigatoriedade de prestar, no SISCOMEX, as informações a que se refere o Anexo II da Portaria Interministerial MF/MICT n° 291, de 12 de dezembro de 1996, previamente ao embarque da mercadoria no exterior. E, há ainda procedimentos, providências, estabelecidas na legislação referentes ao licenciamento que devem ser observadas pelo importador. Não restando dúvida quanto ao fato de que foram importados, por meio das declarações de importação arroladas no presente processo, produtos sem licenciamento não automático, com anuência da ANVISA, como exige a legislação, configurase a infração tipificada no art. 169, inciso I, alínea "b", do Decretolei n° 37/66, com a redação dada pela Lei n° 6.562/78, cabendo, corretamente, a aplicação da multa do controle administrativo das importações, por falta de licença de importação. Contudo alega o contribuinte que a própria SRFB já reconheceu que indicações indevidas de destaque ou classificação errônea não constituem administrativas, desde que a mercadoria esteja corretamente descrita, conforme ADN COSIT n° 12/97. O entendimento desta relatora é que, se a mercadoria é corretamente descrita e não existe exigência de licenciamento automático ou não automático para sua importação, não cabe a aplicação de penalidade por falta de licenciamento. No entanto, se existe destaque na NCM para determinado produto, com exigência de licenciamento, prescrevendo a anuência de um ou mais órgãos intervenientes para a sua importação, a sua correta descrição não é suficiente para dispensar a anuência desses órgãos, ou seja, o licenciamento automático ou não automático, tornando perfeitamente cabível a aplicação da multa por falta de licença de importação, conforme preceitua o art. 169, inciso I, alínea "b", do Decretolei n° 37/66, com a redação dada pela Lei n° 6.562/78, que foi o que ocorreu no presente caso. Multa por Detalhamento Inexato das Mercadorias O despacho aduaneiro de importação estava disciplinado, no período de registro das declarações de importação abrangidas por Fl. 1041DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 16 esta fiscalização, pela Instrução Normativa SRF n° 206/2002 e pela IN SRF n° 680/2006. Dispunha o Item 33 do Anexo 1 da IN SRF n° 206/2002 e dispõe o Item 35 do Anexo Único da IN SRF n° 680/2006 que: "35 Classificação Fiscal da Mercadoria Classificação da mercadoria, segundo a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM), conforme tabelas administradas pela SRF. 35.1 Destaque para Anuência Destaque da mercadoria dentro do código NCM para fins de licenciamento da importação, conforme tabela "Destaque para Anuência", administrada pela SECEX. Informação obrigatória quando NCM sujeita a anuência.” Portanto, a legislação impõe a obrigatoriedade da informação do destaque da anuência dentro do código NCM para fins de licenciamento. Como já mencionamos anteriormente, os produtos Admul RPH70 5Z01071(NCM 1516.20.00), Azeite de Oliva Extra Virgem (NCM 1509.10.00), Estearina de Palma (NCM 1511.90.00), Óleo de Amêndoa de Palma (NCM 1513.29.10) e Óleo de Palma (NCM 1511.90.00), utilizados na indústria alimentícia, foram importados sem que tivesse sido informado o Destaque 032, existente dentro do Capítulo 15, que exige licenciamento não automático, com anuência do Ministério da Saúde, para os produtos que se enquadrem em uma das seguintes situações: 1) UTILIZADOS NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA; ou 2) PREPARADOS E EMBALADOS PRONTOS P/CONSUMO. Diante da imposição legal de detalhar a mercadoria com informação acerca do Destaque da NCM e constatandose que tal informação foi omitida, configurase a infração tipificada no art. 69, § 1º , da Lei n° 10.833/2003, tornando perfeitamente cabível a aplicação da multa capitulada no art. 84, inciso I, da Medida Provisória n° 2.15835/ 2001, in verbis: "Art. 84. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria;" E, dispõe o art. 69 da Lei n° 10.833/2003 que: "Art. 69. A multa prevista no art. 84 da Medida Provisória n 2.15835, de 24 de agosto de 2001, não poderá ser superior a 10% (dez por cento) do valor total das mercadorias constantes da declaração de importação. § 1º A multa a que se refere o caput aplicase também ao importador, exportador ou beneficiário de regime aduaneiro que omitir ou prestar de forma inexata ou incompleta informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial Fl. 1042DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 9 17 necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado." Em face das considerações acima, voto pela improcedência da impugnação, mantendo o crédito tributário exigido no presente auto de infração. Do acórdão proferido pela DRJ em São Paulo II, apresentou o contribuinte Recurso Voluntário. Voto Conselheira Judith do Amaral Marcondes Armando Aprecio o recurso interposto em nome de UNILEVER, em boa forma. Conforme relatado, tratase de auto de infração em face da empresa que, em diversas operações de importação de mercadorias do setor alimentício, deixou de declarar no campo da nomenclatura NCM, o destaque tarifário 032, relativo ao licenciamento não automático a ser deferido , ou não, pela ANVISA, órgão do Ministério da Agricultura. O caso resultou na aplicação das multas administrativas de 30% do valor aduaneiro das mercadorias importadas, prevista no art. 169, inciso I, alínea 'b', do DecretoLei n° 37/66, uma vez que ocorreu a importação sem documento equivalente a antiga Guia de 1% do valor aduaneiro das mercadorias importadas, prevista no art. 84, I, da Medida Provisória n° 2.15835/ 01, pela sua classificação incorreta em detalhamento da mesma Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). O Voto proferido pelo colegiado da DRJ representa, de forma minuciosa e apropriada a legislação e os fundamentos da autuação. Adotoo, com minhas homenagens. Acrescento, ainda, as mercadorias importadas às quais se refere o caso em análise são as relacionadas abaixo juntamente com os códigos tarifários nos quais tais mercadorias foram classificadas pela Recorrente: Admul RPH70 5Z01071 1516.20.00 Azeite de Oliva Extra Virgem 1509.10.00 Estearina de Palma 1511.90.00 Óleo de Amêndoa de Palma 1513.29.10 Óleo de Palma 1511.90.00 Observo que todas as mercadorias pertencem ao capitulo 15 da NCM, gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua dissociação; gorduras alimentares elaboradas; ceras de origem animal ou vegetal, e para o qual há destaque obrigatório 032 quando as mercadorias forem utilizadas na Indústria Alimentícia; Preparadas e Embaladas Prontas para Consumo. Fl. 1043DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM 18 O destaque foi criado objetivando não um tratamento tributário diferenciado, mas um controle não econômico, de fundamental importância para a vigilância sanitária, e não cabe discutir o mérito dessa decisão, especialmente neste momento em que as repercussões do terremoto no Japão, seguido de tsunami, e de destruição de uma usina atômica, nos mostram a relevância dos controles sanitários em qualquer país . As aduanas são reconhecidas, internacionalmente, como a primeira linha de defesa dos países. Servem, portanto, aos interesses dos Estados e das cidadanias, como órgãos transversais de todo o aparato institucional. O cumprimento das determinações dos demais órgãos com quem interage é a base da confiança objetiva e do respeito que tem ao redor do mundo moderno, e o fundamento essencial da continuidade e ampliação de suas atribuições, já que, sabidamente, a fase dos tributos aduaneiros como forma de angariar recursos está superada pela liberalização do comércio internacional. Entre as muitas alegações da empresa uma a de que o fundamento do auto de infração foi equivocado é a que interessa nessa discussão. Entretanto, o erro essencial de identificação do ilícito não ocorreu, eis que em nenhum momento pode afirmar que informou o destaque obrigatório. Tendo cometido o ato que colocou em risco bens e interesses juridicamente protegidos pelas aduanas, foi sancionada por violação do direito de outrem. A informação 999 leva o sistema informatizado de comércio exterior a ler que a importação é livre de controles. Assim, esse erro no enquadramento das mercadorias importadas resultou na entrada de mercadorias sem a obtenção de LI, obrigatória, e é cabível a aplicação da multa administrativa de 30% do seu valor aduaneiro, ainda que as mercadorias estivessem corretamente descritas nos documentos de importação. A CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação (COSIT) ao editar o ADN n. 12, de 1997, não autorizou o descumprimento das regras de importação. É fato que a mercadoria descrita corretamente elide a multa por erro na classificação. Destarte, cumpre observar que não estamos diante de erro na classificação tarifária mas, da insuficiência de dados tarifários que levaram à condução errada do desembaraço aduaneiro. Dizer que o entendimento apresentado pela empresa representa entendimento consolidado do CARF Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é descontextualizar, perigosamente, o trecho trazido, beirando, agora sim, a empresa, a máfé. Por outro lado, esta relatora desconhece a norma ou a fala da SRFB, que autorize a burla dos controles administrativos. Existe, sim, autorização para desconsiderar erro em classificação fiscal, que não resulte em prejuízo aos controles não econômicos. Em votos de minha relatoria tenho expressado que o art. 526 II do RA 1985, atualizado pelo RA 2000 não se aplica quando a mercadoria não esteja sujeita a controles econômicos. A exigência de licenciamento posta por outros órgãos da administração publica, não pode, pela ausência de capacidade jurisdicional, ser desautorizada pela SRFB. Fl. 1044DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.000007/201094 Acórdão n.º 3201000.800 S3C2T1 Fl. 10 19 Assim, tornase perfeitamente cabível a aplicação da multa por falta de licença de importação, conforme preceitua o art. 169, inciso I, alínea 'b', do DecretoLei n° 37/1966, com a redação dada pela Lei n° 6.562/78, que foi o que ocorreu no presente caso. Por todo exposto, não deve ser reformada a decisão ora recorrida. Deixo de apreciar os demais argumentos da empresa por considerar que não tem os méritos necessários para alterar meu convencimento, especialmente por repetirem opiniões subjetivas que não encontraram abrigo nas normas legais de regência do fato aqui analisado. Boafé, erros eventuais, ausência de dano tributário, e especialmente a intenção do contribuinte, não alteram o resultado da lide que versa tão só sobre a falta de destaque tarifário que determinaria tratamento administrativo diverso do que foi adotado no desembaraço aduaneiro. Judith do Amaral Marcondes Armando Relatora Fl. 1045DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMAN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por MERCIA HE LENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10580.001333/2002-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3201-000.303
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter os autos em resolução, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201201
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10580.001333/2002-04
conteudo_id_s : 6453744
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 19 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 3201-000.303
nome_arquivo_s : 320100303_10580001333200204_201201.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10580001333200204_6453744.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter os autos em resolução, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
id : 4599541
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041576250310656
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1772; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.001333/200204 Recurso nº Resolução nº 3201000.303 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25/01/2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente J MACEDO ALIMENTOS NORDESTE SA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter os autos em resolução, nos termos do voto da relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano DAmorim Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Tratase o processo de Manifestação de Inconformidade (fls.38/53), contra o Parecer da DRF/Salvador nº332/2004, de 05/07/2004, e Despacho Decisório, de Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 2 2 fls.33/36, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de IPI, relativo ao crédito de IPI, com fundamento no art.11 da Lei nº9.779, de 19 de janeiro de 1999, relativamente ao 3º trimestre de 2001, em razão de não terem sido cumpridas as condições estabelecidas nos atos normativos e exigências previstas para escrituração dos alegados créditos. Consta no despacho que o processo não foi devidamente instruído e por esta razão foi o interessado intimado a apresentar documentos para sanear o pedido, não tendo este logrado atender as condições para usufruto dos créditos, nos termos do art.14 da IN SRF nº210, de 2002, e legislação específica, RIPI/2002, aprovado pelo Decreto nº4.544, de 2002, foi o pedido de ressarcimento indeferido. O despacho destaca as seguintes irregularidades: a contribuinte escriturou o Livro Registro de IPI com apuração mensal ao invés de decendial; o LRAIPI não foi escriturado corretamente, pois não consta na coluna “Imposto creditado” qualquer valor, tendo os créditos sido escriturados na coluna “Outros créditos”, não se tornando possível identificar a correta natureza da operação; na escrituração do LRAIPI é apresentado um saldo credor no período anterior de R$1.604.433,27 e no final do trimestrecalendário, um crédito total de R$1.720.133,53, que é divergente do Pedido de Ressarcimento, campo 2, linha 13, não foi informado qualquer valor no campo 1; solicitado na Intimação nº228/03 a apresentar o estorno do Pedido de ressarcimento e lançamento do valor solicitado no item 011 do quadro demonstrativo de débitos, indicação do número do processo, efetuado no decêndio imediatamente posterior à protocolização do pedido, conforme art.15 da IN SRF nº210, de 2002, não houve atendimento pelo contribuinte; tendo o contribuinte apresentado apenas certidão negativa da matriz, cabia a comprovação de regularidade de todos os estabelecimentos junto à SRF e SRP. Cientificado do despacho decisório em 19/07/2004, fl.37, o contribuinte apresentou sua contestação em 18/08/2004, alegando que não merece prosperar a decisão porque: é detentora de créditos de IPI para com a Fazenda Nacional, pois adquiriu nos anos calendários de 2000 e 2001, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem, nos termos da Lei nº9.779, de 1999 e por não poder compensar os créditos de IPI com o IPI devido na saída, eis que todos os seus insumos são tributados à alíquota zero, resolveu compensar tais créditos com outros tributos federais; o parecer, mesmo não negando a existência ou disponibilidade dos créditos de IPI, indeferiu o direito, sob o entendimento de que não foram cumpridas todas as condições estabelecidas pelas normas reguladoras do procedimento de escrituração, o que não pode prevalecer, pois afronta o direito da requerente; quanto a periodicidade da escrituração efetuada nos LRAIPI, a partir de 01/01/1993, mensal, ao invés de decendial, conforme art.182 da Lei nº8.850, de 1994, temse que apesar do equívoco cometido, a requerente não pode ser penalizada com o indeferimento do pedido de ressarcimento porque a adoção da Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 3 3 escrituração mensal dos valores em nada prejudica a correta análise dos Livros de Apuração ou dos pedidos de ressarcimento; todas as notas fiscais demonstram a titularidade dos créditos, não há recolhimento de IPI, a apuração mensal do crédito é simplificada, assim vem se posicionando o Conselho de Contribuintes, conforme Acórdão da 1ª Câmara nº20175384, em 19/09/2001; quanto à falta de lançamento dos créditos de IPI na coluna “Imposto Creditado”, entende que o fato de escriturar os créditos apurados mensalmente na linha 05 – “outros créditos” sob a designação “aquisição de insumos no mês”, não implica na impossibilidade de apuração da natureza do crédito, como alegou o fiscal julgador, pois as notas fiscais de compra da MP, PI, ME, antes postas a disposição da fiscalização, demonstram o crédito, doc.02, contudo, efetuou a inscrição no LAIPI conforme determina a legislação; quanto a divergência entre o valor do crédito indicado no pedido de ressarcimento e no saldo credor do LAIPI, o equívoco é do próprio fiscal, pois no período anterior, 2º trimestre/2001, teve crédito de R$1.604.433,27 e no final do trimestre seguinte, setembro/2001, apresentou crédito de R$1.720.133,53, portanto a diferença entre um e outro é exatamente o pedido de ressarcimento, R$115.700,26, não tendo sido evidenciada nenhuma divergência nem nos créditos e nem nos pedidos de ressarcimento; efetuou no anocalendário de 2002 o estorno dos valores objeto de pedido de ressarcimento de todo o ano calendário de 2001, no valor total de R$502.004,30, conforme LRAIPI, mês de janeiro de 2002, doc.03, concernente aos processos 10580.001331/200215, 10580.001332/200251; 10580.001333/200251 e 10580.001334/200241, relativos aos 1º, 2º 3º e 4º trimestres/2001, nos valores de R$86.597,29; R$124.755,80, R$115.700,16 e R$174.950,95, respectivamente, não procedendo a alegação de que estornou a sua escrita fiscal dos valores objeto dos pedidos de ressarcimento; inexiste na legislação qualquer disposição quanto a obrigatoriedade em apresentar certidão negativa de débitos de tributos e contribuições federais e da Previdência Social de todos os estabelecimentos da empresa junto a SRF e PFN, dispondo o art.18 da IN SRF nº210,2002, que transcreve que deve haver regularidade da pessoa jurídica cujo direito creditório foi reconhecido, e no presente caso, nem o foi, o que torna tal exigência totalmente improcedente; requer a reforma do Parecer nº332/2004, acolhimento do pleito. A DRJ/Recife através do Acórdão DRJ/Recife nº10.431, de 30 de novembro de 2004, fls.86/90, apesar de verificar que a interessada não instruiu corretamente o processo, ante o cometimento de vários equívocos na escrituração do RAIPI e nos procedimentos de solicitação dos créditos, anulou a decisão de fls.33/36, proferida pela DRF/Salvador, por afronta ao contraditório e ampla defesa, na medida em que o pedido foi indeferido exclusivamente por faltarem preenchidos todos os requisitos quanto a escrituração dos créditos do IPI ou desatendimento de questões de natureza procedimental, e devolveu o processo à unidade de origem para que a interessada seja intimada a apresentar informações/documentos necessários ao exame do mérito, prolatandose nova decisão, concedendo prazo para ampla defesa, na forma do art.3º, III, 28, 39 e 40 da Lei nº9.784, de 29/01/1999. Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 4 4 Cientificado do acórdão da DRJ/Recife em 05/01/2005, fl.91, a empresa foi intimada à fl.92 e 93, a sanear as irregularidades apontadas. A DRF/Salvador considerou a solicitação improcedente, mediante a Informação de fls.124/125, com ciência à fl.126, em razão de o pedido estar em desconformidade com o previsto na IN SRF nº21, de 1997, art.8º, §1º, que estabelece que o requerimento somente poderá ser apresentado pela pessoa jurídica, não podendo ser representada por suas filiais e sim apenas pela matriz. Em sua manifestação de inconformidade de fls.127/135, requer a reforma da decisão por entender que a interpretação dada ao supramencionado §1º constitui mero abuso de forma da autoridade administrativa, destacando que tão somente com a IN SRF nº210, de 2002, foi feita a obrigatoriedade de o pedido de ressarcimento ser feito pela matriz, na forma do §2º, do art.14, antes disso não há dispositivo que obrigue tal procedimento. E desta forma não há como deixar de anular a decisão por se verificar equivocado o procedimento fiscal, excesso de formalismo e falta de intimação ao contribuinte para correção, para garantia do direito material do contribuinte que se encontra lastreada em documentos anexados ao pedido de ressarcimento. Em análise da manifestação de inconformidade, mediante o Acórdão nº1117.000, de 09/10/2006, fls.161/166, a DRJ/Recife reconheceu a legitimidade da contribuinte, filial para pleitear o ressarcimento pretendido e devolveu o processo à unidade de origem para que se realizem pela fiscalização diligências necessárias ao exame do mérito, evitando a supressão de instância, haja vista que o Despacho Decisório foi proferido sem apreciação da certeza e liquidez do direito creditório, proferindose posteriormente novo despacho e concessão de prazo para oferecimento das razões de defesa. O relator do acórdão menciona que o litígio estabelecido não está ligado à norma jurídica concessiva do benefício, art.11 da Lei nº9.779/99, tampouco à IN SRF nº33/99, que o regulamentou, mas à possibilidade de o pedido ser formulado pela filial que apurou os créditos, o que é admitido, uma vez que é descabido restringir a formulação do pedido de ressarcimento ao estabelecimento matriz, por aplicação do §1º do art 8º da IN SRF nº21/97, cabendo a exceção do art.15 da Lei nº9.779, de 1999, que centralizou no estabelecimento matriz da pessoa jurídica, somente para a apuração do crédito presumido de IPI. Ressalva, que somente na sistemática da PER/DCOMP, surgida em 11/04/2003, com a IN SRF nº320/03, é que o pedido eletrônico de ressarcimento passou a ser obrigatoriamente formulado pela matriz da pessoa jurídica, mas o pedido ora sob análise é bem anterior, data de 30/01/2002, razão pela qual se afasta tal fundamento para negativa do pedido. Além disso, destaca que, apesar de haver referências a uma suposta compensação de débitos, tanto no despacho anulado, fls.35/36, quanto nos requerimentos da interessada, ao cabo das manifestações de inconformidade de fls.53 e 135, não encontrou documento que denote terem sido apresentados débitos a compensar, tratandose o litígio somente de pedido de ressarcimento. Foi realizada diligência ao estabelecimento em 14/12/07, MPF nº2007003728, tendo o auditor diligente verificado, conforme Termo de Encerramento de Diligência de fls.213/215, os saldos credores a que fazia jus o interessado, em diversos períodos, destacandose, por ser este o período diretamente relacionado ao litígio, que em janeiro/2002 o saldo credor inicial era de R$1.148.300,76, ressarcimento dos processos 10580.1331 a 1334 no valor de R$502.004,30 e saldo credor final de R$646.296,46. Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 5 5 Em 25/03/2009, o interessado foi novamente intimado pelo SEORT da DRF/Salvador, Intimação nº0186/2009, a apresentar os livros de registro de entrada, de saída e de apuração do IPI, escrituração por períodos decendiais, e não, mensais; relação dos produtos fabricados pelo estabelecimento, classificação fiscal e alíquota, descrição dos processos produtivos realizados e finalidade de cada consumo, notas ficais originais referentes à totalidade do crédito solicitado em cada trimestre, comprovação do estorno do crédito solicitado no livro RAIPI, apresentação de documento de “pedido de compensação” ou “declaração de compensação” vinculado ao crédito pleiteado, se houver. Em 29/06/2009, o SEORT/DRF/Salvador proferiu o Despacho Decisório nº830 indeferindo o pedido de ressarcimento do 3º trimestre/2001, em razão de o contribuinte não ter apresentado os documentos solicitados para comprovar o direito ao crédito alegado no prazo fixado na intimação até aquela data, não tendo sido apresentado qualquer livro ou documento pela contribuinte. Na fundamentação, desconsiderou as informações constantes do Termo de Encerramento de Diligência de fls.213/215, que solicitou o LRAIPI a partir de 1997 e decisões judiciais, conforme termo de fl.170. Além disso, verificou que o livro apresentavase escriturado em períodos mensais, fls.171/212, e, ainda que intimada a apresentar as notas fiscais comprovando o crédito não logrou trazer aos autos qualquer elemento de prova, sendo a juntada dos documentos que demonstram a efetividade e liquidez do crédito, obrigação da requerente, na forma do art.333 do Código de Processo Civil, aplicando subsidiariamente a Lei nº9.784, de 1999, reguladora do processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, e a teor do art.69, 39 e 40, o não atendimento às intimações implicam no arquivamento do processo. Não foram localizados pedidos de compensação ou declaração de compensação vinculados ao crédito pleiteado. Cientificado do indeferimento do seu pleito em 16/07/2009. fl.227, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, fls.259/271, e os documentos que ora compõem os volumes do processo sob litígio, alegando que à época da intimação se encontrava em período de reorganização de seus prédios e por isso acabou não tomando ciência da intimação, que ocorreu somente com a ciência do despacho nº830, doc.01, nesta oportunidade vem suprir a falta de documentos que supostamente impediram a apuração dos créditos pleiteados. Em obediência aos princípios da legalidade, razoabilidade, verdade material, a Administração tem por finalidade alcançar o interesse público fixado na lei, e mesmo que os documentos não tenham sido apresentados em tempo hábil quando solicitados pela fiscalização, ora estão sendo apresentados, e provado o direito material não é possível desconhecer o crédito a que faz jus, conforme diversas ementas dos Conselhos de Contribuintes que anexa. Anexa a cópia idêntica à original dos Livros de Apuração, Entrada, Saída e de IPI, docs.02, 03 e 04; relação dos produtos fabricados, com classificação fiscal e alíquota, doc.05; descrição do processo produtivo dos produtos com a classificação fiscal, alíquota e finalidade de cada insumo utilizado, doc.06; notas fiscais originais referentes à totalidade do crédito solicitado em cada trimestre, doc.07; comprovação do estorno do crédito solicitado no LRAIPI. Doc.08 e cópia do Pedido de Ressarcimento, doc.09. Requer que os autos sejam encaminhados ao SEORT da DRF/Salvador para que seja apreciado o mérito do pedido de ressarcimento, por ser medida de justiça.” Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 6 6 O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/SDR no 1523.184, de 24/03/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CRÉDITO BÁSICO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Os créditos são escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade. À falta de apresentação dos documentos fiscais, não pode o interessado pretender que a sua escrita fiscal por si só demonstre a veracidade e legalidade dos créditos de IPI, restando não comprovados os créditos alegados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade e por indeferir o direito ao ressarcimento do crédito do IPI relativo ao 3º trimestre de 2001 pleiteado. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Insiste, em sede de recurso voluntário, para que seja verificada a ocorrência de troca de documentos analisados entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. VOTO Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Antes de adentrar no mérito, curvome perante a decisão do Colegiado para baixar os autos em resolução. Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de IPI, com base no art. 11° da Lei de n° 9.779/99, referente ao 3° trimestre de 2001. A empresa insiste, em sede de recurso voluntário, para que seja verificada a ocorrência de troca de documentos analisados entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. Dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para: Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 7 7 ao órgão de origem, para que a autoridade competente atenda a demanda acima, ou seja, se da análise da documentação; houve equívoco entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. bem como, a empresa preste todas as informações necessárias para a conclusão deste. outras, informações adicionais/necessárias, caso sejam complementares ao julgamento deste. Realizada a diligência, deverá ser dado vista ao recorrente para se manifestar. Após, devem ser encaminhados os autos para vista à PGFN da diligência realizada. Por fim, devem os autos retornar a esta Conselheira para prosseguimento no julgamento. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10825.000163/2002-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 29 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONFISSÃO DE DÍVIDA - O pedido de parcelamento constitui confissão,
irretratável, de dívida e traduz-se na concordância do sujeito
passivo com a exigência fiscal, implicando na extinção do litígio
administrativo.
Numero da decisão: 3201-000.887
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário.
Matéria: DCTF_PIS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (PIS)
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : DCTF_PIS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (PIS)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201202
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : CONFISSÃO DE DÍVIDA - O pedido de parcelamento constitui confissão, irretratável, de dívida e traduz-se na concordância do sujeito passivo com a exigência fiscal, implicando na extinção do litígio administrativo.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10825.000163/2002-12
conteudo_id_s : 5221338
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 27 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-000.887
nome_arquivo_s : Decisao_10825000163200212.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10825000163200212_5221338.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 29 00:00:00 UTC 2012
id : 4576002
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:03 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041576800813056
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1684; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10825.000163/200212 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201000.887 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 29 de fevereiro de 2012 Matéria PIS/PASEP Recorrente DISBAUTO DISTRIBUIDORA BAURU DE AUTOMÓVEIS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL CONFISSÃO DE DÍVIDA O pedido de parcelamento constitui confissão, irretratável, de dívida e traduzse na concordância do sujeito passivo com a exigência fiscal, implicando na extinção do litígio administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Paulo Sérgio Celani, Marcelo Ribeiro Nogueira, Adriana Oliveira e Ribeiro e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausências justificadas de Judith do Amaral Marcondes Armando e Daniel Mariz Gudiño. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 0/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Contra o interessado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 14/26, exigindo lhe crédito tributário referente à contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, no montante de R$ 361.721,01. Por meio de auditoria interna realizada nas Declarações de Tributos e Contribuições Federais (DCTF) do 1º ao 4º trimestres de 1998, constatouse que os créditos financeiros informados e vinculados à contribuição declarada, para os períodos de apuração janeiro a dezembro de 1998, não foram confirmados, ou seja, os pagamentos e/ ou compensações informadas não foram localizadas, o que deu ensejo à lavratura do auto de infração para exigência das contribuições para o PIS no valor de R$ 152.789,43, juros de mora calculados até 31/10/2001 no valor de R$ 94.339,51, e multa proporcional – R$ 114.592,07. Cientificada do lançamento, o interessado o impugnou alegando, em síntese: a) preliminar, a nulidade do auto de infração por ter sido lavrado fora do seu estabelecimento, contrariando o disposto no Decreto nº 70.235, de 1972, art. 10, II; e, b) no mérito, que as parcelas lançadas e exigidas foram compensadas por ela com crédito financeiro resultante de recolhimento a maior, a título de contribuição para o PIS, nos termos dos Decretoslei nº 2.445 e nº 2.449, ambos de 1988. Discorreu, ainda, sobre a instituição da contribuição para o PIS por meio da Lei Complementar nº 7, de 1970, a alteração de sua sistemática de apuração e pagamento por meio daqueles decretoslei, o seu julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a dispensa da constituição de crédito tributário com fundamento neles, o princípio de legalidade e sobre compensação, concluindo que em face da inconstitucionalidade daqueles diplomas, reconhecida pelo STF, tem direito a compensar os valores que recolheu por força dos referidos decretoslei, com débitos fiscais vencidos e vincendos. O processo foi encaminhado a DRJ em Ribeirão Preto, a qual, por meio da Resolução nº 782, de 12/02/2006, fls. 80/82, com base no Parecer PGFN/CRJ/nº 2.143/2006, de 30/10/2006, reconheceu que “os indébitos pretendidos pela interessada e utilizados por ela na compensação dos débitos fiscais, objeto do lançamento contestado, deverão ser apurados levandose em conta a semestralidade dessa contribuição e a decadência do direito de ela repetílos/compensálos na data da primeira compensação efetuada por ela”. Assim, o julgamento foi convertido em diligência, retornando os autos a DRF de origem, para que, contado o prazo decadencial nos termos do CTN, art. 168, I, em relação à data da primeira compensação, em 13/02/1998, e aceita a semestralidade da base de cálculo do PIS, nos termos da LC nº 7, de 1970, elabore demonstrativo, apurando, mês a mês, os indébitos resultantes de recolhimentos a maior da contribuição para o PIS, efetuados a partir de 13/02/1993, nos termos dos indigitados Decretoslei nº 2.445 e nº 2.449, ambos de 1988, em relação à contribuição devida nos termos da LC nº 7, de 1970, e nº 17, de 1975, bem como o montante, a valores de 13/02/1998, data da primeira compensação, cientificando o interessado dos valores apurados Fl. 290DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 0/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10825.000163/200212 Acórdão n.º 3201000.887 S3C2T1 Fl. 2 3 e reabrindolhe prazo para manifestarse a respeito, complementando a impugnação original, se assim o desejar. A DRF em Baurú, conforme despacho de fls. 179/180, informa que o mesmo assunto – cálculo do crédito tributário do interessado, nos termos do solicitado na Resolução da DRJ – é tratado neste processo, para recolhimentos a partir de 13/02/1993, e no processo nº 10825.000164/2002 67, para recolhimentos a partir de 15/09/1992. Assim, a DRF efetuou os cálculos, considerando para este processo, os recolhimentos efetuados a partir de 13/02/1993, e para o outro processo, os recolhimentos efetuados no período de 15/09/1992 a 12/02/1993, chegando aos seguintes valores de crédito, base janeiro de 1996: Processo nº Data dos recolhimentos Valor crédito em jan/96 10825.000164/200267 15/9/92 a 12/2/92(*) R$ 17.053,22 (**) 10825.000163/200212 13/2/93 a 15/3/96 R$ 127.049,34 (*) fl. 76 do referido processo. (**) fl. 87 do referido processo. Cientificado o interessado, este apresentou complemento à impugnação onde contesta a utilização, nos cálculos efetuados pela DRF em Bauru, da prescrição qüinqüenal dos créditos por ele utilizados na compensação. Alega que, para tributos sujeitos ao lançamento por homologação, com base no disposto no art. 150, § 4º, do CTN, a prescrição só ocorre após cinco anos contados da homologação tácita do lançamento, ou seja, somente após dez anos contados da data do pagamento.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/RPO no 1420.464, de 15/09/2008, proferida pelos membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP PERÍODO DE APURAÇÃO: 31/01/1998 a 31/12/1998 NULIDADE DO LANÇAMENTO. LOCAL DA LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO. Não enseja nulidade do lançamento a lavratura do Auto de Infração fora do estabelecimento do contribuinte. O local da verificação da falta está vinculado à jurisdição e à competência da autoridade, sendo irrelevante o local físico da lavratura do auto. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição/compensação extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data de extinção do crédito tributário, assim entendido o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 0/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO Comprovada a liquidez e certeza do crédito tributário, o mesmo é passível de restituição e/ ou compensação nos termos das normas vigentes à época. Lançamento Improcedente” O julgamento foi no sentido que inexistindo débitos do PIS, após a compensação com o crédito apurado neste processo, o voto foi pela improcedência do lançamento, observandose que o crédito remanescente do interessado – R$ 32.299,10, foi utilizado para compensações no processo nº 10825.000164/200267. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. A empresa solicita desistência do recurso voluntário administrativo (datado em 29/08/2011), por conta do pagamento/parcelamento instituído pela Lei de n° 11.941/2009 (fls. 256/257). O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Primeiramente, devo ressaltar o teor da petição acostada pela empresa, após a juntada do Recurso Voluntário, pela qual solicita a desistência do respectivo recurso em função de sua adesão ao pagamento/parcelamento previsto na Lei nº 11.941/2009. Como é cediço, o pedido de parcelamento importa em confissão irretratável e configura confissão extrajudicial, nos termos dos artigos 348, 353 e 354 do Código de Processo Civil. De toda sorte, o Regimento Interno dos Conselhos Administrativo Fiscal (Portaria nº 256/2009), no § 2º, do artigo 78, é claro ao dispor, que o pedido de parcelamento, e, a confissão irretratável da dívida, importa na desistência do recurso: “Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. (...) § 2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso.” Fl. 292DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 0/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10825.000163/200212 Acórdão n.º 3201000.887 S3C2T1 Fl. 3 5 Ora, considerando que o parcelamento da dívida se traduz na concordância do sujeito passivo com a exigência fiscal, não existe mais litígio administrativo e, por isso, voto por NÃO CONHECER DO RECURSO. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 293DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 0/04/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10675.900466/2010-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR.
Resultando saldo credor, de período anterior, este poderá ser utilizado para fins de ressarcimento/compensação, desde que não seja objeto de outro pedido de ressarcimento/compensação e até a vigência da IN de n° 728/2007.
Numero da decisão: 3201-001.103
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em prover o recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR. Resultando saldo credor, de período anterior, este poderá ser utilizado para fins de ressarcimento/compensação, desde que não seja objeto de outro pedido de ressarcimento/compensação e até a vigência da IN de n° 728/2007.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10675.900466/2010-16
conteudo_id_s : 5210908
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 06 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-001.103
nome_arquivo_s : Decisao_10675900466201016.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10675900466201016_5210908.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em prover o recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
id : 4557153
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394618073088
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1623; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.900466/201016 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201001.103 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2012 Matéria RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO IPI Recorrente INDÚSTRIAS SUAVETEX LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR. Resultando saldo credor, de período anterior, este poderá ser utilizado para fins de ressarcimento/compensação, desde que não seja objeto de outro pedido de ressarcimento/compensação e até a vigência da IN de n° 728/2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em prover o recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Paulo Sérgio Celani e Daniel Mariz Gudiño. Ausência justificada de Luciano Lopes de Almeida. Relatório Fl. 183DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora/MG. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Trata o presente processo das DCOMPs relacionadas a seguir, que utilizaram como lastro das compensações declaradas saldo credor do IPI, informado como relativo ao 4º trimestre de 2005, apurado pelo estabelecimento 02.313.832/000193 (fl. 39). Às fls. 36 a 108 encontrase cópia da DCOMP nº 11780.93496.310106.1.7.019101 (declaração com o demonstrativo do crédito). Nº DCOMP Valor Solicitado/ Utilizado 11780.93496.310106.1.7.019101 14.473,52 21812.03544.310106.1.3.019562 14.214,20 09170.54752.080206.1.3.018601 231.859,91 03830.74284.090306.1.3.016007 135.767,79 Total: 396.315,42 A verificação da legitimidade dos créditos foi efetuada por processamento eletrônico, estando os resultados consolidados nos demonstrativos de fls. 10/11. Foi constatado que o saldo credor apurado pelo processamento, passível de ressarcimento, foi inferior ao valor pleiteado. Em decorrência da constatação acima foi reconhecido à empresa o direito creditório no montante de R$ 234.503,02. Este valor foi utilizado para homologar, integralmente, a compensação declarada nas DCOMPs de números 11780.93496 e 21812.03544 e para homologar parcialmente a compensação dos débitos informados na DCOMP nº 09170.54752 (fls. 12/13). Efetuados os procedimentos de compensação, restou a cobrança do débito discriminado no quadro 3 do Despacho Decisório (fl. 09), que consolida os débitos exigíveis detalhados à fl. 13. A contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 16/18, por intermédio da qual discorda do indeferimento parcial de seu pleito. Informou acreditar ter ocorrido um erro no preenchimento da DCOMP, que incluiu montantes de saldos credores acumulados em trimestres anteriores ao objeto da declaração, mas alegou que todos os créditos informados e utilizados nas compensações são legítimos. Para comprovar suas alegações elaborou o demonstrativo de utilização dos saldos credores, por trimestre de apuração (fl. 17), bem como apresentou a cópia do RAIPI de fls. 109 a 136. É o relatório, no essencial.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/JFA no 0936.294, de 12/08/2011, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em, Juiz de Fora/MG, cuja ementa dispõe, verbis: Fl. 184DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.900466/201016 Acórdão n.º 3201001.103 S3C2T1 Fl. 2 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR. TRIMESTRE DE APURAÇÃO. Conforme disposições normativas da Receita Federal, somente é passível de ressarcimento/compensação o saldo credor apurado no próprio trimestre de apuração objeto do pedido. O saldo credor oriundo de períodos anteriores, ainda que legítimo, tem sua utilização limitada à amortização de débitos escriturais do imposto. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. O julgamento foi pela improcedência da manifestação de inconformidade, no sentido de manter a não homologação da compensação. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de pedido de Ressarcimento/Compensação. A motivação pelo indeferimento parcial do pleito da recorrente deuse por conta do fato de o saldo credor utilizado nas compensações, informado como relativo ao 4º trimestre de 2005, englobar saldo credor acumulado em trimestres anteriores. O processamento eletrônico, todavia, só considerou como passível de ressarcimento/compensação o saldo credor acumulado no trimestre objeto do pedido (4º trimestre de 2005). Temse que o direito ao ressarcimento do saldo credor do IPI acumulado ao final do trimestre de apuração foi permitido através do art. 11, da Lei nº 9.779/99 (que foi a conversão da Medida Provisória nº 1.788/98), nos termos: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda. Fl. 185DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 A IN SRF n° 33/99 regulamentou tal dispositivo, em seu art. 2º: Art. 2º Os créditos do IPI relativos a matériaprima (MP), produto intermediário (PI) e material de embalagem (ME), adquiridos para emprego nos produtos industrializados, serão registrados na escrita fiscal, respeitado o prazo do art. 347 do RIPI: I – quando do recebimento da respectiva nota fiscal, na hipótese de entrada simbólica dos referidos insumos; II no período de apuração da efetiva entrada dos referidos insumos no estabelecimento industrial, nos demais casos. § 1º O aproveitamento dos créditos a que faz menção o caput darseá, inicialmente, por compensação do imposto devido pelas saídas dos produtos do estabelecimento industrial no período de apuração em que forem escriturados. § 2º No caso de remanescer saldo credor, após efetuada a compensação referida no parágrafo anterior, será adotado o seguinte procedimento: I o saldo credor remanescente de cada período de apuração será transferido para o período de apuração subseqüente; II ao final de cada trimestrecalendário, permanecendo saldo credor, esse poderá ser utilizado para ressarcimento ou compensação, na forma da Instrução Normativa SRF n.º 21, de 10 de março de 1997. (negritei) A IN nº 21/97 referida no texto da IN nº 33/99, não obstante as suas alterações, entendo que não trazia nenhuma disposição expressa sobre a questão de saldo credor ressarcível e saldo credor não ressarcível. No entanto, a IN mencionada foi substituída pela IN nº 210/2002 (e outras posteriores), que, foi quando surgiu o entendimento, uma corrente ao declarar que eram passíveis de ressarcimento apenas os créditos escriturados no trimestrecalendário. Comungo do voto da Declaração de Voto da decisão a quo, quando o ilustre julgador argumenta: No meu entendimento a expressão “escriturados no trimestrecalendário” não traz, isoladamente considerada, a informação de que o saldo credor de período anterior, ainda não solicitado em ressarcimento, não poderia compor o valor a ser ressarcido, já que ele também deve ser escriturado, assim como os demais créditos, no Livro de Apuração do IPI. Assim, todos eram créditos escriturados e, portanto, ressarcíveis, desde que relativos a entradas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. Enfim, todos esses saldos devem ser créditos escriturados e passíveis de ressarcimento. Pois bem, de fato, houve mudança, porém, somente com o § 7º no artigo 16 da IN nº 600/2005. Tal inclusão foi trazida pela IN nº 728/2007, conforme: Fl. 186DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.900466/201016 Acórdão n.º 3201001.103 S3C2T1 Fl. 3 5 § 7º Cada pedido de ressarcimento deverá: (Incluído pela IN SRF nº 728, de 20 de março de 2007) (Vide art. 2º da IN SRF nº 728, de 2007) I referirse a um único trimestrecalendário; e II ser efetuado pelo saldo credor remanescente no trimestre calendário, após efetuadas as deduções na escrituração fiscal. (grifei) Assim sendo, concluo que somente, a partir da IN SRF n° 728/2007, o pedido de ressarcimento deveria ficar restrito a um único trimestrecalendário e antes era possível que esse mesmo pedido se referisse a mais de um trimestrecalendário. Ou seja, havendo saldo credor, passível de ressarcimento, também fosse composto pelo saldo credor de período anterior, desde que este não fosse objeto de pedido de ressarcimento outro e que fosse composto de créditos que, por sua natureza, fossem ressarcíveis, sendo neste sentido possível o ressarcimento/compensação. Portanto, é possível a compensação, porém deixando bem claro, desde que havendo saldo credor ressarcível, de período anterior, bem como, não sendo objeto de outro pedido de ressarcimento e até a vigência da IN SRF n° 728/2007. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 187DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10831.013185/2004-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEREMPÇÃO.
Recurso apresentado após decorrido o prazo de 30 dias da ciência da
decisão de primeira instância não se toma conhecimento, por perempto.
Numero da decisão: 3201-001.095
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário; nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEREMPÇÃO. Recurso apresentado após decorrido o prazo de 30 dias da ciência da decisão de primeira instância não se toma conhecimento, por perempto.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10831.013185/2004-25
conteudo_id_s : 5210936
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 06 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-001.095
nome_arquivo_s : Decisao_10831013185200425.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10831013185200425_5210936.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário; nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
id : 4557154
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394657918976
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1457; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10831.013185/200425 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201001.095 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de setembro de 2012 Matéria PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Recorrente LAN AIRLINES SA Recorrida FAZENDA NACIONAL PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEREMPÇÃO. Recurso apresentado após decorrido o prazo de 30 dias da ciência da decisão de primeira instância não se toma conhecimento, por perempto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário; nos termos do voto da relatora. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. EDITADO EM: 08/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Paulo Sérgio Celani, Marcelo Ribeiro Nogueira, Daniel Mariz Gudiño e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório Fl. 512DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Tratam os autos de procedimento fiscal de conferência final de manifesto, do qual decorreu a lavratura de Auto de Infração para exigência do Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasep e COFINS incidentes na operação, e multa prevista no art. 628, inciso III, alínea “d”, do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto 4.543/2002, em virtude do extravio de mercadoria manifestada. A autoridade lançadora relata haver constatado o não armazenamento de cargas que foram devidamente declaradas pelo interessado no Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA, instituído pela IN SRF n° 102/94, a saber: a) 01 (um) volume, peso 12 Kg, sob o Termo de Entrada nº 990010279, de 09/03/1999, com o documento de carga MAWB 045 7204 8922 HAWB 775068; importador: ALCATELLUCENT BRASIL S/A; b) 02 (dois) volumes, peso 43 kg, sob o Termo de Entrada nº 990062899, de 10/12/1999, com o documento de carga MAWB 045 7260 6295 HAWB 8243502307; importador: EMBRAER S/A. Além dos extratos do sistema MANTRA (fls. 25 e 27), a fiscalização juntou, como elementos de prova, cópia da Intimação CFM nº 86/2003 (fl. 29), em que se solicitam à interessada esclarecimentos sobre os volumes extraviados. A resposta apresentada, porém, não fez qualquer menção aos volumes acobertados pelos documentos de carga acima referidos, tampouco foi apresentado qualquer documento a eles relacionado. Considerando ocorrido, por presunção legal, o fato gerador; e tendo em vista a impossibilidade de identificação das mercadorias importadas, a base de cálculo dos tributos foi arbitrada nos termos do artigo 67, caput e § 1º, da Lei nº 10.833/2003, tendo sido lavrado o Auto de Infração de fls. 01/19. Cientificada do lançamento em 24/12/2004, a interessada apresentou impugnação em 21/01/2005 (fls. 44/91), alegando em síntese que: (a) não houve extravio de mercadoria, apenas mero equívoco do transportador em informar os HAWB acima mencionados, vez que as mercadorias de fato nunca vieram para o Brasil, não havendo importação e, portanto, sendo indevida a exigência dos tributos lançados; (b) tais alegações seriam confirmadas se a fiscalização tivesse intimado as partes envolvidas como importador e agente de cargas, ao invés de se limitar à informação do MANTRA. Ou seja, deveria a fiscalização ter realizado vistoria aduaneira para verificação de responsabilidade, sendo que o fato de o importador não ter requerido esse procedimento já corrobora a inexistência de extravio de mercadorias; Fl. 513DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10831.013185/200425 Acórdão n.º 3201001.095 S3C2T1 Fl. 2 3 (c) o auto de infração padece de vício formal vez que foi extraído à margem da participação dos envolvidos, sem dar qualquer oportunidade de defesa a esta requerente; (d) com relação à intimação para apresentar documentos, esclarece que o transportador não tem a obrigação de possuílos, sendo óbvio que os auditoresfiscais deveriam ter intimado o importador ou agente de cargas; (e) tendo em vista a inexistência de processo fiscal tendente à determinação da exigência do crédito tributário, deve o auto de infração ser declarado nulo pelo vício de ilegalidade formal, violação do princípio da legalidade e violação do princípio da busca da verdade material e outros; (f) impossibilidade da cobrança do PIS/Pasep e COFINS na importação de fatos geradores ocorridos em período anterior à entrada em vigência da Lei nº 10.865/2004 que instituiu referidos tributos nas importações; (g) não era impossível identificar as mercadorias constantes dos HAWBs considerados extraviados. Isto porque bastava uma simples intimação à empresa consignatária para identificar as mercadorias constantes dos conhecimentos; (h) a Lei nº 10.833/2003 não poderia ter sido utilizada para arbitrar a base de cálculo e as alíquotas de mercadorias cujos fatos geradores ocorreram anteriormente a sua vigência; (i) não houve demonstração de como a fiscalização chegou à base de cálculo arbitrada no lançamento, ferindo o direito de defesa da interessada; (j) por outro lado, se for o entendimento de que a legislação é aplicável, requer a realização de perícia técnica para a apuração da real base de cálculo, segundo os critérios legais, com a identificação, valoração e classificação das mercadorias, vez que não se trata de caso de impossibilidade de identificação. O presente processo foi baixado em diligência por esta DRJ para que se adotassem as providências solicitadas às folhas 93 a 95, especialmente a intimação dos envolvidos na operação (importador, despachante ou agente de cargas), os quais deveriam apresentar cópia dos manifestos de carga (papel), bem como esclarecer sobre o destino dado às mercadorias, discriminando todas as informações relevantes para fins de sua identificação. Caso as mercadorias pudessem ser identificadas, a fiscalização deveria promover novo cálculo dos tributos e; em caso negativo, deveria demonstrar os cálculos que constituíram a base de cálculo indicada no Auto de Infração. Conforme despacho de fls. 177/179, a Alfândega do Aeroporto Internacional de Viracopos intimou todos os intervenientes: agente desconsolidador, importador, transportador, depositário, tendo inclusive buscado documentos nos arquivos da Receita Federal. Um dos agentes desconsolidadores declarou não possuir os documentos e esclarecimentos solicitados (fls. Fl. 514DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 100/103), enquanto o outro não respondeu às intimações (fls. 126/144); a importadora ALCATEL não respondeu às intimações (fls. 104/114); a importadora EMBRAER informou não haver localizado nenhum documento referente à carga (fls. 115/125); a transportadora (interessada) reafirmou que a carga jamais foi embarcada, declarando não ser possível a apresentação dos dados solicitados (fls. 145/165); a depositária afirmou que as cargas não foram objeto de armazenamento e que os respectivos relatórios de carga já foram destruídos (fls. 166/172); quanto aos arquivos da Receita Federal, os documentos relativos ao momento da entrada das mercadorias já haviam sido destruídos (fls. 173/176). Considerando a impossibilidade de identificação das mercadorias, foi elaborado demonstrativo de apuração do valor aduaneiro, necessário para a compreensão da composição da base de cálculo, nos termos do art. 67 da Lei nº 10.833/2003 (fls. 182/269). Instada a manifestarse sobre o resultado da diligência, além de reiterar os termos da impugnação, a transportadora aduziu as seguintes razões (fls. 273/309), em suma: (a) a principal alegação dos intimados para não prestarem qualquer informação ou apresentarem documentação que pudesse identificar a carga ou corroborar seu extravio foi o longo lapso temporal entre o recebimento da intimação e a data do vôo, nove anos; fazendo com que as informações fossem perdidas e os documentos destruídos, o que prejudica um almejado julgamento justo e eficaz do auto de infração; (b) repudia o fato de a própria autoridade alfandegária haver destruído os antecedentes relacionados ao caso, os quais ainda estão sendo objeto de debate processual; (c) a autoridade alfandegária não só lavrou um auto de infração sem antes realizar qualquer diligência ou busca de informações concretas e da verdade material dos fatos, como também, no momento em que teve a oportunidade de fazêlo, já havia destruído aqueles documentos que possuía sobre o caso; (d) como não houve extravio da mercadoria, haja vista que jamais foi embarcada; o equívoco na informação prestada pela transportadora devese ao fato de o agente de cargas na origem haver entregado à impugnante quantidade de carga distinta daquela descrita no Conhecimento Aéreo, devendo a cobrança ser destinada exclusivamente àquele, na hipótese de procedência do auto de infração; consoante legislação aduaneira, aeronáutica, o Protocolo de Montreal, o Código Brasileiro de Aeronáutica e a Convenção Internacional de Varsóvia; (e) cita o Regulamento Aduaneiro para concluir que o transportador somente é responsável pelo extravio de mercadoria quando houver claro e evidente descarregamento de volume com indício de violação, o que não se observa no caso concreto; (f) cita jurisprudência administrativa para referendar seu entendimento de que o fato de a carga não haver sido objeto de armazenamento não autoriza presumir o extravio da mercadoria. Fl. 515DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10831.013185/200425 Acórdão n.º 3201001.095 S3C2T1 Fl. 3 5 É o relatório.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/SP2 no 1751.034, de 24/05/2011, proferida pelos membros da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 16/12/2004 CONFERÊNCIA FINAL DE MANIFESTO. CARGA MANIFESTADA. EXTRAVIO. Comprova o extravio de mercadoria manifestada os registros do MANTRA (Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento) que indicam sua falta na descarga e não armazenamento. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. TRANSPORTADOR. Atribuise ao transportador a responsabilidade pelos tributos e multa incidentes sobre o extravio, constatado na descarga, de mercadorias manifestadas. ARBITRAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS. APLICAÇÃO DO ARTIGO 67, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 10.833/2003. Para efeito de cálculo do imposto de importação, considerase ocorrido o fato gerador de mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira, na data do correspondente lançamento. Logo, apesar de as importações da impugnante terem ocorrido no ano de 1999, para fins de cálculo tributário, o fato gerador das mercadorias extraviadas considerase ocorrido em 16/12/2004, data do respectivo lançamento fiscal, inexistindo assim aplicação retroativa da Lei 10.833/2003. CONTRIBUIÇÕES AO PIS/PASEP E COFINSIMPORTAÇÃO. EXIGÊNCIA DEVIDA. No momento em que a autoridade aduaneira apurou a falta de mercadoria, as contribuições ao PIS/Pasep e COFINS já estavam em vigor no país, razão pela qual é devida sua cobrança, nos termos do artigo 23 do DecretoLei nº 37/66. Impugnação Improcedente Crédito Tributário mantido.” O julgamento foi no sentido de julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, inconformado apresenta recurso voluntário. Consta, nos autos, manifestação pela recorrente, em 12/09/2011, acerca da CartaCobrança, datada de 05/08/2011 e recebida por esta transportadora aérea no dia 26 do mesmo mês. Continua, em suas alegações, que em razão do decurso excessivo de tempo do traslado da referida defesa, de Campinas até o órgão competente para julgamento, qual seja, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, é que foi enviada antecipada e inadvertidamente a cartacobrança em tela. requerse seja a cartacobrança Fl. 516DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 6 desconsiderada para todos os seus efeitos, em razão de restar pendente de julgamento o recurso interposto. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Os autos do processo dão conta de que o contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 21/06/2011, quartafeira, conforme AR (fl. 333). A contagem de prazo começou na quintafeira, dia 22/06/2011 e com término em 21/07/2011 (30 dias) numa quartafeira; no entanto o recurso voluntário foi recepcionado somente em 16/08/2011, ultrapassando, portanto, os 30 dias. Consta, nos autos, Termo de Perempção, à fl. 334, datado em 04/08/2011. O Decreto no 70.235/1972 dispõe em seu art. 33 que o recurso voluntário deverá ser apresentado no prazo de 30 dias da ciência da decisão de primeira instância. Os elementos do processo demonstram, de forma inequívoca, que a interessada não cumpriu o prazo previsto na legislação processual administrativa para interposição do recurso, ocasionando a perempção. Diante do exposto, e tendo em vista os prazos processuais são fatais, não comportando qualquer dilação por falta de previsão legal, voto por que não se tome conhecimento do recurso, por perempto. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 517DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 8/11/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10650.900254/2008-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004
CPMF. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA.
Somente quem possui legitimidade ativa pode requerer a compensação de créditos decorrentes de pagamento a maior de CPMF.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3201-001.082
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de violação da ampla defesa e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente
LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES - Relator.
EDITADO EM: 27/11/2012
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Paulo Sérgio Celani e Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2004 CPMF. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA. Somente quem possui legitimidade ativa pode requerer a compensação de créditos decorrentes de pagamento a maior de CPMF. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10650.900254/2008-94
anomes_publicacao_s : 201212
conteudo_id_s : 5178057
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 24 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 3201-001.082
nome_arquivo_s : Decisao_10650900254200894.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
nome_arquivo_pdf_s : 10650900254200894_5178057.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de violação da ampla defesa e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES - Relator. EDITADO EM: 27/11/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Paulo Sérgio Celani e Daniel Mariz Gudiño.
dt_sessao_tdt : Thu Aug 23 00:00:00 UTC 2012
id : 4420505
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:35 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041215965888512
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1659; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 230 1 229 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10650.900254/200894 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201001.082 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de agosto de 2012 Matéria CPMF Recorrente COOPERATIVA DE CRÉDITO DE CAMPOS ALTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 CPMF. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA. Somente quem possui legitimidade ativa pode requerer a compensação de créditos decorrentes de pagamento a maior de CPMF. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de violação da ampla defesa e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. EDITADO EM: 27/11/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Paulo Sérgio Celani e Daniel Mariz Gudiño. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 65 0. 90 02 54 /2 00 8- 94 Fl. 234DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES 2 Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Tratase de Dcomp 36993.20296.291204.1.3.042010 (fls. 32/38), que visou à compensar crédito de CPMF, no valor de R$ 1.766,66 ali informado como decorrente de pagamento indevido/a maior (PA 4ª sem dez/2004). À fl. 168, Despacho Decisório eletrônico. Nele, não foi homologada a referida compensação, vez que, dadas as características do Darf discriminado naquela Dcomp, foi localizado pagamento no valor daquele Darf (R$ 12.881,58 – cópia à fl. 40), totalmente utilizado para quitação de débito de CPMF (código de arrecadação 5869 – PA 07/12/2004). Às fls. 01/02, manifestação de inconformidade, no sentido de que aquele valor de R$ 1.766,66 corresponde à diferença entre o débito de CPMF de R$ 12.881,58, erroneamente informado na DCTF retificadora apresentada em 14/02/2005 (fls. 41 e 87) e o seu par, de R$ 11.114,92 declarado na DCTF retificadora (fls. 101 e 147) apresentada em 02/06/2008 ao propósito de corrigir o defendido erro de fato cometido. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de Fora/MG indeferiu o pleito da recorrente, conforme Decisão DRJ/JFA n.º 34.006, de 16/03/2011: Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. Após a instituição da Declaração de Compensação (Dcomp), a compensação se dá na data de sua transmissão, com o encontro de contas dos débitos e créditos na data de sua apresentação. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Em face da decisão, o contribuinte é intimado, interpondo recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes O recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais. Como verificamos do da análise do processo, a recorrente busca utilizarse de crédito de CPMF para compensação de outros tributos. Preliminarmente, alega a recorrente nulidade do lançamento por violação da ampla defesa, já que o despacho decisório não conteria todas as informações necessárias. Sem razão. Em primeiro lugar, porque o despacho decisório contém todos os requisitos legalmente exigidos. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES Processo nº 10650.900254/200894 Acórdão n.º 3201001.082 S3C2T1 Fl. 231 3 Em segundo lugar, porque a recorrente teve amplo conhecimento do debate, tanto que se defende corretamente dos motivos do não aceite da compensação pretendida. Por fim, porque esta Corte assim entende: Segundo Conselho de Contribuintes. 1ª Câmara. Turma Ordinária Acórdão nº 20179409 do Processo 11543000783200361 Data 29/06/2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Inexiste cerceamento do direito de defeso se se infere da irresignação do contribuinte o conhecimento da motivação do lançamento. NORMAS PROCESSUAIS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, não merecendo reparos se procedida nos exatos termos da legislação de regência. Recurso negado. Assim, voto por rejeitar a preliminar de nulidade por cerceamento de defesa. Quanto ao mérito, da análise do recurso voluntário interposto, a recorrente é clara ao dispor sobre a origem dos créditos: Sendo instituição financeira, a Recorrente era responsável legal pela retenção e recolhimento da CPMF incidente sobre a movimentação financeira a débito dos seus correntistas enquanto perdurou a exigência daquela contribuição, inclusive no ano de 2004. Como vemos, a recorrente retém os valores de CPMF de seus cooperados/correntistas e os repassa ao banco competente. Ocorre que o CTN assim preceitua quanto à legitimidade para repetição do indébito: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES 4 Consequentemente, é certo que o recolhimento indevido de tributo implica na obrigação do Fisco de devolução do indébito ao contribuinte detentor do direito subjetivo de exigilo. Sobre o tema, Alfredo Augusto Becker, na obra "Teoria Geral do Direito Tributário", assim ensina: Ora, os conceitos econômicos e terminologia econômica são válidos exclusivamente no plano econômico da Ciência das Finanças Públicas e da política fiscal. Por outro lado, a terminologia jurídica e conceitos jurídicos são válidos exclusivamente no plano jurídico do direito positivo. Este rigoroso cuidado na terminologia não é uma exigência fundamental como aguda e exaustivamente demonstrou Norberto Bobbio para se construir qualquer ciência. O jurista que incorrer na imprudência de desprezar esta constante atenção quanto à pureza científica da terminologia, fatalmente contaminará sua atitude mental jurídica, sem darse conta desta hibridez, a tal ponto que suas próprias conclusões e pareceres não serão válidos nem na Ciência das Finanças e nem no Direito Tributário. ... existem locuções cujo abuso, quer pelos financistas, quer pelos juristas, foi tão generalizado que oferecem riscos de contaminação da atitude mental científica, seja no plano da Ciência das Finanças Públicas, seja no plano do Direito Tributário. Por esta razão, a seguir, estas locuções são indicadas com o respectivo conceito válido dentro da presente exposição científicojurídica tributária. Incidência econômica do tributo O tributo é o objeto da prestação jurídica tributária e a consistência material deste objeto (dinheiro ou coisa ou serviço) consiste sempre num bem cujo valor econômico é relevante. A satisfação da prestação jurídica tributária tem como resultado a perda deste bem. A pessoa que satisfaz a prestação pela entrega do objeto da mesma, sofre, no plano econômico, um ônus econômico. Este ônus econômico poderá ser repercutido, no todo ou em parte, sobre outras pessoas, segundo as condições de fato que regem o fenômeno econômico da repercussão econômica do tributo. Por sua vez, estas segundas pessoas que sofreram a repercussão total ou parcial do ônus do tributo procederão de modo a poder repercutilo no todo ou em parte. E assim sucessivamente. Na trajetória da repercussão econômica do tributo haverá uma pessoa que ficará impossibilitada de repercutir este ônus econômico sobre outra ou haverá muitas pessoas que estarão impossibilitadas de repercutir a totalidade do ônus tributário, em conseqüência, cada uma suportando definitivamente uma parcela do ônus econômico tributário. Esta parcela do ônus econômico tributário (ou a sua totalidade) que é suportada definitivamente por uma pessoa é a incidência econômica do tributo. Incidência jurídica do tributo No momento lógicojurídico posterior à realização da hipótese de incidência, a regra jurídica tributária incide sobre esta hipótese de incidência realizada e, em conseqüência desta incidência, irradiase a relação jurídica tributária. Dentro do conteúdo jurídico desta relação jurídica tributária existe o dever de efetuar uma prestação jurídica e o objeto desta prestação jurídica consiste no tributo. Em síntese: incidência jurídica do tributo significa o nascimento do dever jurídico tributário que ocorre após a incidência da regra jurídica sobre sua hipótese de incidência realizada. Contribuinte de fato A pessoa que suporta definitivamente o ônus econômico do tributo (total ou parcial), por não poder repercutilo sobre outra pessoa, é o contribuinte 'de fato'. Em síntese: contribuinte 'de fato' é a pessoa que sofre a incidência econômica do tributo acima conceituada. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES Processo nº 10650.900254/200894 Acórdão n.º 3201001.082 S3C2T1 Fl. 232 5 Contribuinte de jure A relação jurídica tributária vincula o sujeito passivo (situado no seu pólo negativo) ao sujeito ativo (situado no pólo positivo). A pessoa que a regra jurídica localizar no pólo negativo da relação jurídica tributária é o contribuinte de jure. Noutras palavras, o contribuinte de jure é o sujeito passivo da relação jurídico tributária. Em síntese: o contribuinte de jure é a pessoa que sofre a incidência jurídica do tributo acima conceituada. Repercussão econômica do tributo O contribuinte de jure, ao satisfazer a prestação jurídica tributária, sofre um ônus econômico. O contribuinte de jure procurará transferir o ônus econômico do tributo a outras pessoas e isto ocorrerá na oportunidade em que o contribuinte de jure tiver relações econômicas ou jurídicas com estas outras pessoas. A repercussão do ônus econômico do tributo, do contribuinte de jure para uma outra pessoa, poderá ser total ou parcial, bem como poderá ser sobre uma só pessoa ou sobre diversas pessoas. A pessoa que tiver sofrido a repercussão do ônus econômico do tributo procurará transladar este ônus econômico para outra pessoa. E assim sucessivamente. Este fenômeno da trajetória do ônus econômico do tributo que vai sendo transferido, sucessivamente, no todo ou em parte, sobre uma ou mais pessoas, denominase repercussão econômica do tributo. Repercussão jurídica do tributo A fim de contrariar, ou favorecer, a repercussão econômica de um determinado tributo, o legislador, ao criar a incidência jurídica do tributo, simultaneamente, cria regra jurídica que outorga ao contribuinte de jure o direito de repercutir o ônus econômico do tributo sobre outra determinada pessoa. Desde logo, cumpre advertir que esta repercussão jurídica do tributo, de modo algum, significa a realização da repercussão econômica do mesmo. Esta repercussão econômica pode ocorrer apenas parcialmente ou até não se realizar; embora no plano jurídico tenha se efetivado. A repercussão jurídica do tributo realizase por dois sistemas: ou por reembolso ou por retenção na fonte. Repercussão jurídica por reembolso A lei outorga ao contribuinte de jure o direito de receber de uma outra determinada pessoa o reembolso do montante do tributo por ele pago. Exemplo: A lei outorga ao fabricante (contribuinte de jure) o direito de, por ocasião de celebrar o contrato de compra e venda do produto, acrescentar ao direito de crédito do preço, mais o direito de crédito de reembolso do valor do imposto de consumo pago por ele, fabricante. Noutras palavras e com mais precisão científica: o legislador cria duas regras jurídicas. (...) Em última análise, a repercussão jurídica por reembolso distinguese da repercussão jurídica por retenção na fonte apenas no seguinte: no reembolso, há o acréscimo do direito de crédito do tributo ao crédito que o contribuinte de jure possui com relação a uma outra pessoa em razão de um determinado negócio jurídico. Na retenção na fonte, há uma redução num débito que o contribuinte de jure tem perante uma determinada pessoa em virtude de um determinado negócio jurídico." (In obra citada, 4ª ed., São Paulo, 2007, Ed. Noeses, págs. 563∕568) Ainda, há julgamento em sede de recurso repetitivo por parte do STJ, nos autos do Resp n. 903.394/AL , o qual somos obrigados a adotar: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS. CONTRIBUINTES DE FATO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. SUJEIÇÃO PASSIVA APENAS DOS Fl. 238DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES 6 FABRICANTES (CONTRIBUINTES DE DIREITO). RELEVÂNCIA DA REPERCUSSÃO ECONÔMICA DO TRIBUTO APENAS PARA FINS DE CONDICIONAMENTO DO EXERCÍCIO DO DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE DE JURE À RESTITUIÇÃO (ARTIGO 166, DO CTN). LITISPENDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356∕STF. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. SÚMULA 7∕STJ. APLICAÇÃO. 1. O "contribuinte de fato" (in casu, distribuidora de bebida) não detém legitimidade ativa ad causam para pleitear a restituição do indébito relativo ao IPI incidente sobre os descontos incondicionais, recolhido pelo "contribuinte de direito" (fabricante de bebida), por não integrar a relação jurídica tributária pertinente. 2. O Código Tributário Nacional, na seção atinente ao pagamento indevido, preceitua que: "Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla." 3. Conseqüentemente, é certo que o recolhimento indevido de tributo implica na obrigação do Fisco de devolução do indébito ao contribuinte detentor do direito subjetivo de exigilo. 4. Em se tratando dos denominados "tributos indiretos" (aqueles que comportam, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro), a norma tributária (artigo 166, do CTN) impõe que a restituição do indébito somente se faça ao contribuinte que comprovar haver arcado com o referido encargo ou, caso contrário, que tenha sido autorizado expressamente pelo terceiro a quem o ônus foi transferido. 5. A exegese do referido dispositivo indica que: "...o art. 166, do CTN, embora contido no corpo de um típico veículo introdutório de norma tributária, veicula, nesta parte, norma específica de direito privado, que atribui ao terceiro o direito de retomar do contribuinte tributário, apenas nas hipóteses em que a transferência for autorizada normativamente, as parcelas correspondentes ao tributo indevidamente recolhido: Tratase de norma privada autônoma, que não se confunde com a norma construída da interpretação literal do art. 166, do CTN. É desnecessária qualquer autorização do contribuinte de fato ao de direito, ou deste àquele. Por sua própria conta, poderá o contribuinte de fato postular o indébito, desde que já recuperado pelo contribuinte de direito junto ao Fisco. No entanto, notese que o contribuinte de fato não poderá acionar diretamente o Estado, por não ter com este nenhuma relação jurídica. Em Fl. 239DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES Processo nº 10650.900254/200894 Acórdão n.º 3201001.082 S3C2T1 Fl. 233 7 suma: o direito subjetivo à repetição do indébito pertence exclusivamente ao denominado contribuinte de direito. Porém, uma vez recuperado o indébito por este junto ao Fisco, pode o contribuinte de fato, com base em norma de direito privado, pleitear junto ao contribuinte tributário a restituição daqueles valores. A norma veiculada pelo art. 166 não pode ser aplicada de maneira isolada, há de ser confrontada com todas as regras do sistema, sobretudo com as veiculadas pelos arts. 165, 121 e 123, do CTN. Em nenhuma delas está consignado que o terceiro que arque com o encargo financeiro do tributo possa ser contribuinte. Portanto, só o contribuinte tributário tem direito à repetição do indébito. Ademais, restou consignado alhures que o fundamento último da norma que estabelece o direito à repetição do indébito está na própria Constituição, mormente no primado da estrita legalidade. Com efeito a norma veiculada pelo art. 166 chocase com a própria Constituição Federal, colidindo frontalmente com o princípio da estrita legalidade, razão pela qual há de ser considerada como regra não recepcionada pela ordem tributária atual. E, mesmo perante a ordem jurídica anterior, era manifestamente incompatível frente ao Sistema Constitucional Tributário então vigente." (Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização em Direito Tributário Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2007, págs. 390∕393) 6. Deveras, o condicionamento do exercício do direito subjetivo do contribuinte que pagou tributo indevido (contribuinte de direito) à comprovação de que não procedera à repercussão econômica do tributo ou à apresentação de autorização do "contribuinte de fato" (pessoa que sofreu a incidência econômica do tributo), à luz do disposto no artigo 166, do CTN, não possui o condão de transformar sujeito alheio à relação jurídica tributária em parte legítima na ação de restituição de indébito. 7. À luz da própria interpretação histórica do artigo 166, do CTN, dessumese que somente o contribuinte de direito tem legitimidade para integrar o pólo ativo da ação judicial que objetiva a restituição do "tributo indireto" indevidamente recolhido (Gilberto Ulhôa Canto, "Repetição de Indébito", in Caderno de Pesquisas Tributárias, n° 8, p. 25, São Paulo, Resenha Tributária, 1983; e Marcelo Fortes de Cerqueira, in "Curso de Especialização em Direito Tributário Estudos Analíticos em Homenagem a Paulo de Barros Carvalho", Coordenação de Eurico Marcos Diniz de Santi, Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2007, págs. 390∕393). 8. É que, na hipótese em que a repercussão econômica decorre da natureza da exação, "o terceiro que suporta com o ônus econômico do tributo não participa da relação jurídica tributária, razão suficiente para que se verifique a impossibilidade desse terceiro vir a integrar a relação consubstanciada na prerrogativa da repetição do indébito, não tendo, portanto, legitimidade processual" (Paulo de Barros Carvalho, in "Direito Tributário Linguagem e Método", 2ª ed., São Paulo, 2008, Ed. Noeses, pág. 583). 9. In casu, cuidase de mandado de segurança coletivo impetrado por substituto processual das empresas distribuidoras de bebidas, no qual se pretende o reconhecimento do alegado direito líquido e certo de não se submeterem à cobrança de IPI incidente sobre os descontos incondicionais (artigo 14, da Lei 4.502∕65, com a redação dada pela Lei 7.798∕89), bem como de compensarem os valores indevidamente recolhidos àquele título. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES 8 10. Como cediço, em se tratando de industrialização de produtos, a base de cálculo do IPI é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria do estabelecimento industrial (artigo 47, II, "a", do CTN), ou, na falta daquele valor, o preço corrente da mercadoria ou sua similar no mercado atacadista da praça do remetente (artigo 47, II, "b", do CTN). 11. A Lei 7.798∕89, entretanto, alterou o artigo 14, da Lei 4.502∕65, que passou a vigorar com a seguinte redação: "Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor tributável: (...) II quanto aos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. § 1º. O valor da operação compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. § 2º. Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente. (...)" 12. Malgrado as Turmas de Direito Público venham assentando a incompatibilidade entre o disposto no artigo 14, § 2º, da Lei 4.502∕65, e o artigo 47, II, "a", do CTN (indevida ampliação do conceito de valor da operação, base de cálculo do IPI, o que gera o direito à restituição do indébito), o estabelecimento industrial (in casu, o fabricante de bebidas) continua sendo o único sujeito passivo da relação jurídica tributária instaurada com a ocorrência do fato imponível consistente na operação de industrialização de produtos (artigos 46, II, e 51, II, do CTN), sendo certo que a presunção da repercussão econômica do IPI pode ser ilidida por prova em contrário ou, caso constatado o repasse, por autorização expressa do contribuinte de fato (distribuidora de bebidas), à luz do artigo 166, do CTN, o que, todavia, não importa na legitimação processual deste terceiro. 13. Mutatis mutandis, é certo que: "1. Os consumidores de energia elétrica, de serviços de telecomunicação não possuem legitimidade ativa para pleitear a repetição de eventual indébito tributário do ICMS incidente sobre essas operações. 2. A caracterização do chamado contribuinte de fato prestase unicamente para impor uma condição à repetição de indébito pleiteada pelo contribuinte de direito, que repassa o ônus financeiro do tributo cujo fato gerador tenha realizado (art. 166 do CTN), mas não concede legitimidade ad causam para os consumidores ingressarem em juízo com vistas a discutir determinada relação jurídica da qual não façam parte. 3. Os contribuintes da exação são aqueles que colocam o produto em circulação ou prestam o serviço, concretizando, assim, a hipótese de incidência legalmente prevista. 4. Nos termos da Constituição e da LC 86∕97, o consumo não é fato gerador do ICMS. 5. Declarada a ilegitimidade ativa dos consumidores para pleitear a repetição do ICMS." (RMS 24.532∕AM, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 26.08.2008, DJe 25.09.2008) Fl. 241DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES Processo nº 10650.900254/200894 Acórdão n.º 3201001.082 S3C2T1 Fl. 234 9 14. Conseqüentemente, revelase escorreito o entendimento exarado pelo acórdão regional no sentido de que "as empresas distribuidoras de bebidas, que se apresentam como contribuintes de fato do IPI, não detém legitimidade ativa para postular em juízo o creditamento relativo ao IPI pago pelos fabricantes, haja vista que somente os produtores industriais, como contribuintes de direito do imposto, possuem legitimidade ativa". 15. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08∕2008. Em resumo, não sendo a recorrente quem arcou com o encargo do tributo, já que não comprovou esta situação, mas simplesmente o recolheu em nome de terceiro, não possui legitimidade para repetilo. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Sala de sessões, em 23 de agosto de 2012. Luciano Lopes de Almeida Moraes Relator Fl. 242DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por LUCIANO LOPE S DE ALMEIDA MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 19647.021628/2008-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007
Revisão Aduaneira
Na medida em que a classificação fiscal da mercadoria importada é declarada pelo importador, não se pode equiparar a mudança de critério jurídico com o procedimento de revisão aduaneira que conclua por classificação fiscal diversa, sobretudo quando o despacho aduaneiro foi parametrizado no canal verde, no qual não há qualquer conferência da mercadoria importada. Não há que se confundir revisão aduaneira, prevista no art. 54 do Decreto-Lei nº 37 de 1966, com revisão de ofício, prevista no art. 149 do Código Tributário Nacional.
Aplica-se a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBNI/TIPI viventes (Lei n° 9.430 de 1996).
As mercadorias classificadas incorretamente na NCM/TEC, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 30.12.2003 (DIs. registradas a partir de 2005), cabe a aplicação de multa, no percentual de 1%, sobre a diferença do valor aduaneiro, nos termos da Medida Provisória n° 2.158-35 de 2001, combinada com a Lei n° 10.833 de 2003.
Numero da decisão: 3201-001.086
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 14/10/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice-presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Paulo Sergio Celani e Daniel Mariz Gudiño. Ausente o Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Revisão Aduaneira Na medida em que a classificação fiscal da mercadoria importada é declarada pelo importador, não se pode equiparar a mudança de critério jurídico com o procedimento de revisão aduaneira que conclua por classificação fiscal diversa, sobretudo quando o despacho aduaneiro foi parametrizado no canal verde, no qual não há qualquer conferência da mercadoria importada. Não há que se confundir revisão aduaneira, prevista no art. 54 do Decreto-Lei nº 37 de 1966, com revisão de ofício, prevista no art. 149 do Código Tributário Nacional. Aplica-se a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBNI/TIPI viventes (Lei n° 9.430 de 1996). As mercadorias classificadas incorretamente na NCM/TEC, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 30.12.2003 (DIs. registradas a partir de 2005), cabe a aplicação de multa, no percentual de 1%, sobre a diferença do valor aduaneiro, nos termos da Medida Provisória n° 2.158-35 de 2001, combinada com a Lei n° 10.833 de 2003.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 19647.021628/2008-37
anomes_publicacao_s : 201210
conteudo_id_s : 5174435
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 3201-001.086
nome_arquivo_s : Decisao_19647021628200837.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : DANIEL MARIZ GUDINO
nome_arquivo_pdf_s : 19647021628200837_5174435.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente. DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 14/10/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice-presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Paulo Sergio Celani e Daniel Mariz Gudiño. Ausente o Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira.
dt_sessao_tdt : Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2012
id : 4347251
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217201111040
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 18; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2527; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 936 1 935 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19647.021628/200837 Recurso nº 921.130 Voluntário Acórdão nº 3201001.086 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de setembro de 2012 Matéria CLASSIFICAÇÃO FISCAL Recorrente PHILIPS MEDICAL SYSTEMS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Classificação de Mercadorias na NCM/TEC e NBM/TIPI. As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e as Regras Gerais Complementares são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul/Tarifa Externa Comum e na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias/Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados. Aparelhos de Raios X para usos médicos e cirúrgicos, de diagnóstico, para procedimentos vasculares, ortopédicos, urológicos, gastrointestinais etc, comercialmente denominados de Arcos Cirúrgicos, classificamse no código 9022.14.19 da NCM/TEC e NBM/TIPI, aprovadas pelas Resoluções Camex nºs 42 de 2001 e 41 de 2003. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Falta de recolhimento. Desclassificação de Mercadoria. Multas. Constatado o não recolhimento do imposto de importação no registro das Declarações de Importação, em função da classificação incorreta das AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 02 16 28 /2 00 8- 37 Fl. 936DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 mercadorias na NCM/TEC, cabe o lançamento do imposto, nos termos do Decreto n° 4.543 de 2002, Medida Provisória n° 2.15835 de 2001, Lei n° 10.833 de 2003. Aplicase a multa de 75% sobre o II que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta das mercadorias na NCM/TEC, cujos fatos geradores do imposto ocorreram de 2005 a 2007, nos termos da Lei 9.430 de 1996, combinada com a MP no 351 de 2007 e a Lei n° 11.488 de 2007. As mercadorias classificadas incorretamente na NCM/TEC, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 30.12.2003 (DIs. registradas a partir de 2005), cabe a aplicação de multa, no percentual de 1%, sobre a diferença do valor aduaneiro, nos termos da Medida Provisória n° 2.15835 de 2001, combinada com a Lei n° 10.833 de 2003. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Recolhimento a menor. Multa. Constatado o recolhimento a menor do imposto sobre produtos industrializados incidente sobre mercadorias importadas classificadas incorretamente, e reclassificadas para o código 9022.14.19 da NBM/TIPI, objeto de Adições das Declarações de Importação de 2005 a 2007, cabe o lançamento da diferença desse imposto, nos termos dos Decreto n° 4.544 de 2002 (RIPI/2002). Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença do IPI que deixou de ser recolhida, relativamente às mercadorias objeto de Adições das DIs registradas de 2005 a 2007, em razão de sua classificação incorreta na NBM/TIPI, nos termos da Lei n°. 4.502 de 1964, com a redação das Leis nºs 351 e 11.488 de 2007, e da Lei n° 9.430 de 1996. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Recolhimento a menor. Multa. Em razão da diferença de alíquotas do II e do IPI, em decorrência da desclassificação fiscal efetivada, cabe a reconstituição da base de cálculo dessa Contribuição e recolhimento da sua diferença, nos termos da Lei n° 10.865 de 2004 c/c Decreto n° 4.543 de 2002. Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBM/TIPI vigentes (Lei n° 9.430 de 1996). Fl. 937DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 937 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Recolhimento a menor. Multa. Em razão da diferença das alíquotas do II e do IPI, em decorrência da desclassificação fiscal efetivada, cabe a reconstituição da base de cálculo dessa Contribuição e recolhimento da sua diferença, nos termos da Lei n° 10.865, de 2004 c/c Decreto nº 4.543 de 2002. Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBNI/TIPI viventes (Lei n° 9.430 de 1996). ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Revisão Aduaneira Na medida em que a classificação fiscal da mercadoria importada é declarada pelo importador, não se pode equiparar a mudança de critério jurídico com o procedimento de revisão aduaneira que conclua por classificação fiscal diversa, sobretudo quando o despacho aduaneiro foi parametrizado no canal verde, no qual não há qualquer conferência da mercadoria importada. Não há que se confundir revisão aduaneira, prevista no art. 54 do DecretoLei nº 37 de 1966, com revisão de ofício, prevista no art. 149 do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 14/10/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vicepresidente), Fl. 938DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Mércia Helena Trajano D'Amorim, Paulo Sergio Celani e Daniel Mariz Gudiño. Ausente o Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até a data da prolação do acórdão recorrido, transcrevo abaixo o relatório do órgão julgador de 1ª instância, incluindo, em seguida, as razões do recurso voluntário apresentado pela Recorrente: DO LANÇAMENTO Tratase de Autos de Infração (4) lavrados em ato de Revisão Aduaneira para a desclassificação fiscal de aparelhos de Raios X, comercialmente denominados de Arcos Cirúrgicos, importados pela empresa autuada, através de Declarações de Importações registradas de 2005 a 2007, elencadas as fls. 03 a 05 do Auto de Infração relativo ao Imposto de Importação e repetidas nos demais Autos (correspondentes ao IPI, ao PIS/PASEP e a Cofins). Os quatro Autos de Infração lavrados dizem respeito aos seguintes lançamentos: 1° Auto de Infração (fls.02 a 33): para cobrança da diferença do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no valor original de R$ 85.151,85 (oitenta e cinco mil, cento e cinquenta e um reais e oitenta e cinco centavos), acrescido de: juros de mora, calculados até 28.11.2008, no montante de R$ 24.198,58 (vinte e quatro mil, cento e noventa e oito reais e cinquenta e oito centavos); multa proporcional, passível de redução (multa de oficio), no valor de R$ 63.863,89 (sessenta e três mil, oitocentos e sessenta e três reais e oitenta e nove centavos). Totalizou o crédito tributário correspondente a este Auto de Infração R$ 173.214,32 (cento e setenta e três mil, duzentos e quatorze reais e trinta e dois centavos). 2º Auto de Infração (fls. 34 a 76): para cobrança do Imposto de Importação (II), no valor original de R$ 1.698.429,90 (hum milhão, seiscentos e noventa e oito mil, quatrocentos e vinte e nove reais e noventa centavos), acrescido de: juros de mora, calculados até 28.11.2008, no montante de R$ 485.664,86 (quatrocentos e oitenta e cinco mil, seiscentos e sessenta e quatro reais e oitenta e seis centavos); multa proporcional, passível de redução (multa de oficio), no valor de R$ 1.273.822,43 (hum milhão, duzentos e setenta e três mil, oitocentos e vinte e dois reais e quarenta e três centavos); e multa regulamentar, no valor de R$ 122.174,71 (cento e vinte e dois mil, cento e setenta e quatro reais e setenta e um centavos). Totalizou o crédito tributário correspondente a este Auto de Infração o valor de R$ 3.580.091,90 (três milhões, quinhentos e oitenta mil, noventa e um reais e noventa centavos). 3º Auto de Infração (fls. 77 a 101): para a cobrança da diferença do PIS/PASEP Importação, no valor original de R$ Fl. 939DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 938 5 7.546,82 (sete mil, quinhentos e quarenta e seis reais e oitenta e dois centavos), acrescida de juros de mora, calculados até 28.11.2008, no montante de R$ 1.586,67 (hum mil, quinhentos e oitenta e seis reais e sessenta e sete centavos); e da multa proporcional, passível de redução (multa de oficio), no valor de R$ 5.660,12 (cinco mil, seiscentos e sessenta reais e doze centavos). Totalizou o crédito tributário objeto deste Auto de Infração a sorna de R$ 14.793,61 (quatorze mil, setecentos e noventa e três reais e sessenta e um centavos). 4º Auto de Infração (fls. 102 a 126): para cobrança da diferença da Cofins, no valor original de R$ 26.390,77 (vinte e seis mil, trezentos e noventa reais e setenta e sete centavos), acrescida de juros de mora, calculados até 28.11.2008, no montante de R$ 6.740,54 (seis mil, setecentos e quarenta reais e cinquenta e quatro centavos); e multa proporcional, passível de redução (multa de oficio), no valor de R$ 19.793,08 (dezenove mil, setecentos e noventa e três reais e oito centavos). Totalizou o crédito tributário correspondente a este Auto de Infração a soma de R$ 52.924,39 (cinqüenta e dois mil, novecentos e vinte e quatro reais e trinta e nove centavos). No Relatório Fiscal que integra os Autos de Infração, As fls. 129 a 143, além da descrição dos fatos, e das informações sobre o crédito tributário apurado, foram analisadas as características dos Aparelhos de Raios X importados, denominados de Arcos Cirúrgicos, e a divergência verificada na classificação tarifária dos mesmos, a saber: Descrição dos fatos e crédito tributário: a) o importador, através das Declarações de Importação enumeradas às fls. 38 a 41 do Auto de Infração para a cobrança do II, repetidas nos demais A.I. lavrados (para cobrança das diferenças do IPI, do PIS/PASEP e da Cofins), submeteu a despacho Arcos Cirúrgicos, classificandoos na Tarifa Externa Comum (TEC) e na Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), então vigentes, no código 9022.14.12, com alíquota zero de II e alíquota de 5% correspondente ao IPI, quando a alíquota do II para o código apontado corno correto pela autoridade lançadora, 9022.14.19, seria de 14%, de acordo com a Resolução Camex n° 42/2001 e Resolução Camex n° 41/2003, nos termos do Demonstrativo de Apuração do II, ás fls. 42 a 53; b) como o II integra a base de cálculo do IPI, a alteração na classificação e a aplicação da alíquota de 14% do II, alterou a base de cálculo do IPI, gerando diferença desse tributo a recolher, tudo conforme Demonstrativo de Apuração desse imposto, ás fls. 07 a 18 dos autos; c) o cálculo do PIS/PASEP e da Cofins também foi alterado, dando origem à diferença dessas contribuições a serem recolhidas, conforme Demonstrativos de Apuração das mesmas, As fls. 91 a 93 e 107 a 114, respectivamente; e Fl. 940DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 6 d) as multas aplicadas, objeto dos respectivos Autos de Infração constam dos Demonstrativos de fls. 20 a 32 (multa de oficio incidente sobre a diferença do 1PI), 55 a 75 (multa de oficio sobre o II que deixou de ser recolhido e multa regulamentar sobre o valor aduaneiro das mercadorias), 32 a 90 (multa de oficio sobre a diferença do PIS/PASEP) e 115 a 124 (multa de oficio sobre a diferença da Cofins), dos Demonstrativos constando os respectivos enquadramento legais das infrações cometidas. Análise merceológica da mercadoria (as .fls. 133 o 137): No citado Relatório Fiscal, analisa, em seguida, a autoridade lançadora, pormenorizadamente, as características técnicas dos aparelhos importados, lastreando o seu estudo em: e) informações obtidas em catálogo técnico da ANVISA; f) explicações técnicas extraídas do livro "Radiologia e Analise de Imagem", coordenação de João Martins Pisco, Editora Rideel, 2006; trabalho apresentado no "Seminário de Fluoroscopia Imagiologia em tempo Real”, realizado na Universidade do Porto, em Portugal, extraido do site WWW. fc.pt/fcup/news; g) dados colhidos no site www.medcare.go.com.br sobre aparelho médicos da marca Philips; h) Acórdão da 3ª Turma da DRJ de Fortaleza n° 0813233, de 2008, a respeito de "Sistema Iluoroscópio de Raios (estudo que se encontra). Estudo da Classificação Fiscal (às fls. 133 a 137): E, finalmente, demonstra a autoridade lançadora porque o Aparelho de Raios X, denominado de Arco Cirúrgico, não se enquadra no código consignado pelo importador (9022.14.12) nas Adições das DIs examinadas, objeto dos quatro Autos de Infração lavrados, e, sim, no código por ela apontado (9022.14.19), ao amparo: i) das Regras Regais de Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) n°s 1 e 6; j) da Regra Geral Complementar (RGC1); e l) das Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), então vigentes, publicação subsidiária do Sistema Harmonizado (SH). Fazem parte integrante do presente Auto de Infração, além de todos os Demonstrativos de Apuração dos Impostos e das Contribuições, das multas e dos juros de mora, os seguintes documentos (cópia): Volume I: • Termo de Encerramento dos Autos de Infração, às fls.127/128; • Relatório Fiscal, às fls.129/139; Fl. 941DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 939 7 • Termo de inicio da Ação fiscal, c/AR, às fls.142 a 144; • Termos de Intimação c/AR, às fls.145/149; • Respostas às Intimações, às fls.151/153; • Capitulo 90 da TEC, Notas da Seção XVI e do Capitulo 84, além das normas que aprovaram a TIPI, a NVE, as RGI e as RGC da NCM/TEC, às fls.154 a 160; • Acórdão 0813298, de 2008, da DRJ em Fortaleza, 3ª Turma, à fl. 161; • Extrato do Siscomex de legislação de consulta, às fls. 163 a 174; • Pesquisas técnicas sobre o aparelho, às fls.175 a 200; Volume II: • Pesquisas técnicas sobre o aparelho,às fls.203 a 329; extratos das DIs e demais docs. das importações, às fls.330 a 383; Volumes III e IV: • Extratos das DIs e demais docs. das importações, às fls.386 a 586 (vol. III) e 586 a 770 (vol .IV); • Volume V: Defesa da empresa e documentação a ela anexada, às fls.776 a 834. DA IMPUGNAÇÃO Intimado através do documento de fl. 772 (AR à fl.773), do volume IV, o contribuinte apresentou tempestivamente a sua impugnação, às fls. 776 a 796 do volume V, dela fazendo parte a documentação de fls.796 a 834. As alegações da defendente serão apresentadas resumidamente a seguir, agrupadas pelos temas por ela abordados: 1) HISTÓRICO DO APARELHO: A Philips inventou o primeiro Arco Cirúrgico móvel do mundo em 1958 para visualizar e diagnosticar imagens em movimento (utilizadas na angiografia); em 1982, aprimorado, surgiu o primeiro Arco Cirúrgico com processamento digital de imagem, o BV 25, que tornava possível a Subtração Digital Angiográfica (DAS); em 1996 foi lançada a família BV 300, tubos de raios X com anodos fixos e giratórios, com intensificador de imagem com 12"; e em 2001 surgiu a família BV Libra, Endura e Pulseira, que são constituídos por sistemas de fluoroscopia móvel para os mais diversos níveis de procedimento de angioplastia intervencionista, permitindo perfeita visualização das imagens dinâmicas durante as cirurgias, podendo ser Fl. 942DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 8 equipados com intensificadores de imagem de 9" ou 12" e utilizados em grande variedade de aplicações. 2) ARCOS CIRÚRGICOS IMPORTADOS MODELOS: Explica a defendente que os Arcos Cirúrgicos importados, ainda que pertencentes à mesma família, têm funções diferentes: são da família BV, móveis, e de três tipos: Libra, Endura e Pulsera; Confessa que o lançamento efetivado nos Autos de Infração está correto relativamente ao modelo Libra, porque a sua função principal não é a de angiografia. Anexa planilha relativa às importações desse modelo, identificando as respectivas DIs e Adições (doc. n° 2), além de cópia dos DARFs dos valores recolhidos em razão da confissão dessa parte do crédito tributário (doc. n° 3). Afirma, todavia, que está incorreto o lançamento, no que diz respeito aos dois outros modelos, Endura e Pulsera, uma vez que se destinam essencialmente a realização de diagnósticos na área de angiografia. E, “embora sejam possíveis procedimentos ortopédicos, a essência da família BV é a de executar diagnósticos de imagens dinâmicas, através de imagens angiográficas". Nos equipamento de Raios X convencionais as imagens são fixas, como fotografias, ao passo que o Arco Cirúrgico possibilita a realização de procedimentos que verificam movimentos internos durante a cirurgia, como é o caso dos angiográficos, e os modelos Endura e Pulsera possuem softwares vasculares, fluoroscopia subtraída e softwares cardíacos, que firmam a função principal para esse procedimento especifico (angiografia). 3) CLASSIFICAÇÃO FISCAL: A divergência, em termos de classificação do aparelho na NCM/TEC, está no Subitem 9022.14.12: Aparelho de Raios X, de diagnóstico, para angiografia (Subitem por ele indicado), e 9022.13.19: Aparelho de Raios X, de diagnóstico, para outros exames. O importador e a autoridade lançadora concordam com o código da NCIM/TEC/NBM/TIPI até o desdobramento em Item, ou seja, até 9022.14.1, portanto, não há qualquer dúvida que se trata de um aparelho de diagnóstico, que é o aparelho abrangido por esse item. Faz diversas afirmações, como: “... se o aparelho for essencialmente utilizado para angiografia a classificação utilizada pela impugnante está correta, com base na Regra Geral 1..."; “... a impugnante entende que os modelos de arco cirúrgico Endura e Pulsera, pela aplicação da Regra Primeira, se enquadram perfeitamente no código 9022.14.12 – para angiografia"; Fl. 943DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 940 9 “... voltamos a enfatizar que nos referimos exclusivamente à função principal dos modelos Endura e Pulsera. Eles têm várias funções no campo da medicina, porém a função principal é o diagnóstico de doenças vasculares, aquelas abrangidas pelo campo da angiografia vale dizer, o exame, por raios X que tenha a capacidade de captar movimentos, como os dos vasos do corpo humano...”. “As diversas funções secundárias que o arco cirúrgico da família BV possui não o levam para a categoria dos "Outros" porque a Terceira Regra, letra "b" é clara ao afirmar que o que vale é a função principal. As funções secundárias, pelo principio classificatório da "abstração da matéria" desaparecem, prevalecendo apenas a principal. É o que determina a letra "b" da Terceira Regra Geral do Sistema Harmonizado de Codificação de Mercadorias...” “...as funções secundárias passam a ser irrelevantes no campo da classificação tarifária, se possível de ser encontrada a função principal”. (Grifei) Anexa os docs. n° 04 e 05 com testemunhos médicos sobre os aparelhos, além de apresentar Ditame de Classificação do Mercosul n° 45/99, que versa sobre um aparelho de Raios X para angiografia, com intensificador de imagem de 22 a 16 cm, sensor de imagem do tipo CCD etc, que foi classificado no código por ele indicado, Ditame esse que é de obrigatória aplicação em todo o território do Mercosul (item 12 do Anexo da Decisão do Conselho do Mercosul e AD Coana n° 55, de 2000) (fls.784/785 dos autos). 4) MUDANÇA NO CRITÉRIO JURÍDICO: A revisão do lançamento tornase ilegal quando se altera o critério jurídico adotado pelo próprio Fisco no lançamento anterior, o que se deu "....quando o fiscal revisor adota código de classificação fiscal diverso daquele adotado pelo fiscal lançador que desembaraçou a mercadoria", contrariando o artigo 146 do CTN. Transcreve ementa de Recurso Especial, de relatoria do Exmo Sr Ministro Luiz Fux (fls.786 a 788), bem como trecho de artigo de autoria da Dra Zuudi Sakakibara, analisando o citado artigo 146 (fls.788/789) e, finalmente, transcreve ementa de Decisão do TRF 1ª Região (fl.789). Argumenta, ainda, que várias das DIs objeto da revisão foram parametrizadas para o canal vermelho com verificação e aprovação da classificação tarifária da mercadoria por ele indicada. 5) PENALIDADES: O Código Tributário Nacional (CTN), em seu artigo 106, exclui a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. "Assim, mesmo na remota hipótese de que o Fisco Fl. 944DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 10 queira entender que a presente autuação deriva somente de atuação interpretativa da autoridade aduaneira, a peça fiscal não poderia conter a aplicação de penalidade infração quanto aos dispositivos interpretados". Além do mais, a multa de oficio é inaplicável porque a classificação utilizada pelo importador está correta, além do que o novo critério jurídico só foi informado ao sujeito passivo por ocasião do lançamento revisional. Por outro lado, a multa de 1% sobre o valor da mercadoria despachada em cada Adição da DI somente é cabível por classificação equivocada, o que não ocorreu. 6) DILIGENCIA: Pede a conversão do julgamento em diligência para elaboração de laudo técnico que responda à seguinte questão: "Os aparelhos conhecidos como “arco cirúrgico”, relacionados neste processo, têm como função principal a diagnose médica abrangido pela angiografia?” Conclui dizendo que aguarda o deferimento do pedido de diligência para que o aspecto eminentemente técnico seja dirimido e o julgamento seja feito no sentido da improcedência do lançamento. Na decisão de primeira instância, proferida na Sessão de Julgamento de 15/04/2011, a 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife (PE) julgou improcedente a impugnação da Recorrente, conforme Acórdão n° 1433.411 (fls. 838/864): ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Classificação de Mercadorias na NCM/TEC e NBM/TIPI. As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e as Regras Gerais Complementares são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul/Tarifa Externa Comum e na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias/Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados. Aparelhos de Raios X para usos médicos e cirúrgicos, de diagnóstico, para procedimentos vasculares, ortopédicos, urológicos, gastrointestinais etc, comercialmente denominados de Arcos Cirúrgicos, classificamse no código 9022.14.19 da NCM/TEC e NBM/TIPI, aprovadas pelas Resoluções Camex nºs 42, de 2001, e 41, de 2003. Fl. 945DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 941 11 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Falta de recolhimento. Desclassificação de Mercadoria. Multas Constatado o não recolhimento do imposto de importação no registro das Declarações de Importação, em função da classificação incorreta das mercadorias na NCM/TEC, cabe o lançamento do imposto, nos termos do Decreto n° 4.543, de 2002, Medida Provisória n° 2.15835, de 2001, Lei n° 10.833, de 2003. Aplicase a multa de 75% sobre o II que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta das mercadorias na NCM/TEC, cujos fatos geradores do imposto ocorreram de 2005 a 2007, nos termos da Lei 9.430, de 1996, combinada com a MP no 351, de 2007, e a Lei n° 11.488, de 2007. As mercadorias classificadas incorretamente na NCM/TEC, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 30.12.2003 (DIs. registradas a partir de 2005), cabe a aplicação de multa, no percentual de 1%, sobre a diferença do valor aduaneiro, nos termos da Medida Provisória n° 2.15835, de 2001, combinada com a Lei n° 10.833, de 2003. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 1PI Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Recolhimento a menor. Desclassificação de Mercadoria. Multa Constatado o recolhimento a menor do imposto sobre produtos industrializados incidente sobre mercadorias importadas classificadas incorretamente, e reclassificadas para o código 9022.14.19 da NBM/TIPI, objeto de Adições das Declarações de Importação de 2005 a 2007, cabe o lançamento da diferença desse imposto, nos termos dos Decreto n° 4.544, de 2002, (RIPI/2002). Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença do IPI que deixou de ser recolhida, relativamente às mercadorias objeto de Adições das DIs registradas de 2005 a 2007, em razão de sua Fl. 946DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 12 classificação incorreta na NBMITIPI, nos termos da Lei n°. 4.502, de 1964, com a redação das Leis nºs 351, e 11.488, de 2007, e da Lei n° 9.430, de 1996. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Recolhimento a menor. Multa. Em razão da diferença de alíquotas do II e do IPI, em decorrência da desclassificação fiscal efetivada, cabe a reconstituição da base de cálculo dessa Contribuição e recolhimento da sua diferença, nos termos da Lei n° 10.865, de 2004 c/c Decreto n° 4.543, de 2002. Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBM/TIPI vigentes (Lei n° 9.430, de 1996). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Insuficiência de recolhimento da Cotins. Multa Em razão da diferença das alíquotas do 11 e do IPI, em decorrência da desclassificação fiscal efetivada, cabe a reconstituição da base de cálculo dessa Contribuição e recolhimento da sua diferença, nos termos da Lei n° 10.865, de 2004, c/c Decreto if 4.543, de 2002. Aplicase a multa de oficio de 75% sobre a diferença da Contribuição que deixou de ser recolhido, em razão da classificação incorreta da mercadoria na NCM/TEC e NBNI/TIPI viventes (Lei n° 9.430, de 1996). ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 03/02/2005, 11/03/2005, 28/03/2005, 07/04/2005, 20/04/2005, 26/05/2005, 01/07/2005, 07/07/2005, 08/07/2005, 12/08/2005, 13/09/2005, 19/09/2005, 04/10/2005, 17/11/2005, 26/12/2005, 28/03/2006, 05/04/2006, 15/05/2006, 22/05/2006, 15/08/2006, 06/09/2006, 12/09/2006, 11/10/2006, 03/01/2007, 24/02/2007, 01/03/2007, 25/05/2007, 27/06/2007, 31/07/2007, 08/08/2007, 29/08/2007 Fl. 947DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 942 13 Revisão de Oficio Tendo o contribuinte agido em desacordo com a legislação tributária aplicável, a autoridade administrativa, no estrito cumprimento de seu dever, deve proceder à revisão de oficio e, se for o caso, exigir, por meio do respectivo lançamento, os tributos não pagos por ocasião do registro da Declaração de Importação e do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas, além dos acréscimos legais e regulamentares cabíveis. Diligencia. Indeferimento. Dispensável a produção de laudo técnico sobre as características do Arco Cirúrgico quando os documentos integrantes dos autos revelamse suficiente para a formação de convicção e conseqüente julgamento do feito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A Recorrente foi cientificada do teor do acórdão por intimação postal, em 17/08/2011, tendo protocolado seu recurso voluntário em 14/09/2011 (fls. 880/894), o qual, em síntese, reitera os argumentos de sua impugnação . Na forma regimental, o processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator em 22/11/2011. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235 de 1972. DIVERGÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL De um lado, a Recorrente alega que as mercadorias por ela importadas devem ser classificadas no código NCM 9022.14.12, pois a principal aplicação dos arcos cirúrgicos por ela importados (modelos Endura e Pulsera) é a angiografia, embora também tenha outras aplicações; de outro, a fiscalização sustenta que a classificação correta seria no código NCM 9022.14.19 justamente porque a angiografia não é a sua única aplicação, mas apenas uma das suas aplicações. Verificase, portanto, que não há dúvidas de que as mercadorias importadas pela Recorrente são aparelhos que utilizam o diagnóstico de raios X para exames e Fl. 948DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 14 intervenções cirúrgicas, classificandose, pois, no código NCM 9022.14.1. A discussão está unicamente no enquadramento do subitem. Diante disso, o deslinde da controvérsia ora examinada parece encontrar resposta nas RGI’S 1 e 3 c), e na RGC 1, que assim dispõem: REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO 1. Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: (...) 3. Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: (...) c) Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classificase na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. REGRA GERAL COMPLEMENTAR 1. (RGC1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, "mutatis mutandis", para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente, entendendose que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível. A partir do levantamento realizado pela fiscalização, que inclui o catálogo técnico apresentado pela Recorrente à ANVISA, percebese que os arcos cirúrgicos em questão possuem as seguintes aplicações, além da angiografia: Cirurgia ortopédica (fratura, fixação); Cirurgia abdominal (colangiografia, exames urológicos); Cirurgia torácica; Procedimentos cardiovascular (periferial, abdominal, cerebral, intervencional); Procedimentos neurocirúrgicos (gerenciamento da dor, vertebroplastia);etc. Assim, há de entenderse que os equipamentos em tela não são exclusivamente para diagnósticos angiográficos, e sim para uma gama maior de diagnósticos. Da mesma forma, não são aplicados apenas em procedimentos cirúrgicos vasculares, mas em outros procedimentos cirúrgicos também. Desse modo, pela aplicação da RGI 1 e da RGC 1, temse que o texto da posição mais adequado não é aquele eleito pela Recorrente, e sim o texto da posição NCM 9022.14.19 Outros. E mais, ainda que se pudesse considerar validamente suscetíveis de serem considerados no caso concreto os textos de ambas as posições, códigos NCM 9022.14.12 e 9022.14.19, a aplicação da RGI 3C é clara ao dispor que prevalece a posição situada em último lugar na ordem numérica. Fl. 949DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 943 15 Diferentemente do que sustenta a Recorrente, a RGI 3B não é aplicável ao caso concreto, pois não se está diante de produtos misturados, obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes, ou ainda mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho. Fazse necessário mencionar que uma mercadoria com diferentes funções não é o mesmo que uma mercadoria constituída pela reunião de artigos diferentes... Por outro lado, admitindose que a RGI 3B pudesse ser aplicada a um aparelho de raio x para diagnóstico, a Recorrente não trouxe qualquer evidência técnica no sentido de demonstrar que o diagnóstico angiográfico é a sua função principal. A Recorrente limitase a juntar uma declaração de um profissional renomado na área médica e a pleitear a conversão do julgamento em diligência para que tal alegação seja confirmada em laudo técnico. Sobre a citada declaração médica, confirase o seu teor: Eu, Dr. Alvaro Razuk Filho, CRM 73528, declaro que, no curso anual de Cirurgia Endovascular da Santa Casa de São Paulo, utilizo durante as aulas práticas os equipamentos Philips BV Pulsera 12 pol. Vale destacar, que por se tratar de uma técnica que necessita a visualização de imagens dinâmicas da parte angiográfica, os arcos cirúrgicos BV Pulsera e BV Endura são os mais indicados em razão da sua função de Angiografia. Durante o curso, temas como Angioplastia Periférica, Angioplastia Carótida e Angioplastia Troncos SupraAórticos são abordados e por isso a necessidade de utilizarmos equipamentos que desde a sua idealização.já foram criados para este propósito. A partir da leitura do teor da declaração, percebese que os equipamentos Philips BV Pulsera 12 pol. são recomendáveis para aulas práticas de cirurgia endovascular em razão da sua função de angiografia. Contudo, isso não quer dizer que essa é a sua função principal. Além disso, o fato de os equipamentos terem sido criados para o propósito de visualização de imagens dinâmicas da parte angiográfica, não significa que também não tenham sido idealizados para outras aplicações. Portanto, não se pode considerar a declaração em tela como uma evidência técnica de que a finalidade principal das mercadorias importadas pela recorrente é a diagnose angiográfica. Com base no exposto, devese julgar improcedente o recurso voluntário nesse particular. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO Alega a Recorrente que a autoridade preparadora jamais poderia ter lavrado o auto de infração que originou o presente litígio, pois, segundo o art. 146 do Código Tributário Nacional, a mudança de critério jurídico somente se opera a fatos geradores futuros, nunca retroagindo os seus efeitos. Confirase: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios Fl. 950DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 16 jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Assim, ao ser lavrado auto de infração para exigir diferença de tributos incidentes na importação de mercadorias já desembaraçadas, a fiscalização estaria agindo em desconformidade com o citado dispositivo legal. A matéria não é nova no CARF, havendo diversos julgados no sentido de que a revisão aduaneira não importa em modificação de critério jurídico. Confirase: REVISÃO ADUANEIRA. PREVISÃO LEGAL. O art. 570 do Regulamento Aduaneiro/2002 define a revisão aduaneira como o ato pelo qual a autoridade fiscal, após o desembaraço da mercadoria, verifica a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação. A reclassificação fiscal de mercadoria submetida a despacho, em decorrência de revisão aduaneira, não configura mudança de critério jurídico. (Acórdão nº 3202000.484, Rel. Cons. IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Sessão de 25/04/2012) ......................................................................................................... ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO ADUANEIRA QUANTO À CLASSIFICAÇÃO FISCAL. REJEIÇÃO. A revisão aduaneira que implique alteração da classificação fiscal, visando à correta determinação da matéria tributável e à apuração dos tributos devidos, é instituto previsto em lei e não constitui modificação do critério jurídico utilizado no fato gerador da obrigação tributária relativa à importação de mercadorias. (Acórdão nº 3202000.407, Rel. Cons. JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Sessão de 21/11/2011) ......................................................................................................... REVISÃO ADUANEIRA. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INEXISTÊNCIA. Não constitui modificação de critério, o resultado do procedimento de revisão aduaneira que implique alteração da classificação fiscal do produto na NCM, anteriormente adotada pelo importador, visando à apuração dos impostos incidentes na operação de importação, para fins de determinação da alíquota aplicável, fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) e na Tabela de Incidência do IPI (TIPI). (Acórdão nº 3102000.798, Rel. Cons. José Fernandes do Nascimento, Sessão de 27/10/2010) Na medida em que a classificação fiscal da mercadoria importada é declarada pelo importador, não se pode equiparar a mudança de critério jurídico com o procedimento de revisão aduaneira que conclua por classificação fiscal diversa, sobretudo quando o despacho Fl. 951DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 19647.021628/200837 Acórdão n.º 3201001.086 S3C2T1 Fl. 944 17 aduaneiro foi parametrizado no canal verde, no qual não há qualquer conferência da mercadoria importada. Também não há de se confundir revisão aduaneira com revisão de ofício. Isso porque a revisão aduaneira faz parte do processo de despacho aduaneiro, estando prevista no art. 54 do DecretoLei nº 37 de 1966, enquanto a revisão de ofício é um procedimento comum a qualquer lançamento tributário, desde que sejam observadas as hipóteses previstas no art. 149 do Código Tributário Nacional. Confirase: DecretoLei nº 37 de 1966 Art.54 A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto Lei. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Código Tributário Nacional Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I quando a lei assim o determine; II quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recusese a prestálo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou Fl. 952DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 18 omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Com base nesses precedentes e nos conceitos expostos acima, devese negar provimento ao recurso voluntário também nesse particular. PENALIDADES Alega a Recorrente que, por força do art. 106 do Código Tributário Nacional, não seriam aplicáveis as multas, pois a sua aplicação deriva da interpretação de dispositivo legal. Confirase: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; (...) A despeito do que faz crer a Recorrente, o dispositivo legal em questão se aplica apenas quando uma lei nova prevê a retroatividade de seus efeitos. No caso concreto, não há qualquer lei nova que pudesse justificar a invocação do art. 106 do Código Tributário Nacional. Diante disso, também não merece provimento o recurso voluntário nesse particular. CONCLUSÃO Com base em todo o exposto, devese negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o crédito tributário integral. Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 953DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 13748.000252/2009-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O fato de a recorrente ter tido ciência do despacho decisório mas não de documentos que o embasaram não prejudicou sua defesa, uma vez que tais documentos constavam dos autos e a intimação mencionou expressamente que os autos ficariam trinta dias na repartição à disposição do contribuinte.
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. Não tendo a recorrente comprovado que a fiscalização exigiu o valor integral do parcelamento, sem a amortização das parcelas quitadas antes da sua exclusão, é legítima a presunção de que não existe o crédito que se pretende ver reconhecido, sobretudo porque, nesses casos, a própria Lei nº 10.684 de 2003 somente autoriza a cobrança do saldo devedor.
Numero da decisão: 3201-000.785
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
MÉRCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM - Presidente.
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 06/01/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D'Amorim (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice-presidente), Robson José Bayerl, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luiz Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudiño. Ausente justificadamente a Conselheira Judith do Amaral Marcondes Armando.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201109
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O fato de a recorrente ter tido ciência do despacho decisório mas não de documentos que o embasaram não prejudicou sua defesa, uma vez que tais documentos constavam dos autos e a intimação mencionou expressamente que os autos ficariam trinta dias na repartição à disposição do contribuinte. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. Não tendo a recorrente comprovado que a fiscalização exigiu o valor integral do parcelamento, sem a amortização das parcelas quitadas antes da sua exclusão, é legítima a presunção de que não existe o crédito que se pretende ver reconhecido, sobretudo porque, nesses casos, a própria Lei nº 10.684 de 2003 somente autoriza a cobrança do saldo devedor.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13748.000252/2009-93
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5181372
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3201-000.785
nome_arquivo_s : Decisao_13748000252200993.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : DANIEL MARIZ GUDINO
nome_arquivo_pdf_s : 13748000252200993_5181372.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM - Presidente. DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 06/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D'Amorim (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice-presidente), Robson José Bayerl, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luiz Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudiño. Ausente justificadamente a Conselheira Judith do Amaral Marcondes Armando.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
id : 4458146
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217498906624
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1938; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 107 1 106 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13748.000252/200993 Recurso nº 883.131 Voluntário Acórdão nº 3201000.735 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de setembro de 2011 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente PETRO ITA TRANSPORTES COLETIVOS DE PASSAGEIROS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O fato de a recorrente ter tido ciência do despacho decisório mas não de documentos que o embasaram não prejudicou sua defesa, uma vez que tais documentos constavam dos autos e a intimação mencionou expressamente que os autos ficariam trinta dias na repartição à disposição do contribuinte. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. Não tendo a recorrente comprovado que a fiscalização exigiu o valor integral do parcelamento, sem a amortização das parcelas quitadas antes da sua exclusão, é legítima a presunção de que não existe o crédito que se pretende ver reconhecido, sobretudo porque, nesses casos, a própria Lei nº 10.684 de 2003 somente autoriza a cobrança do saldo devedor. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM Presidente. DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 06/01/2013 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 8. 00 02 52 /2 00 9- 93 Fl. 107DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/01/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D'Amorim (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice presidente), Robson José Bayerl, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luiz Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudiño. Ausente justificadamente a Conselheira Judith do Amaral Marcondes Armando. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até a data da prolação do acórdão recorrido, transcrevo abaixo o relatório do órgão julgador de 1ª instância, incluindo, em seguida, as razões de recurso voluntário apresentado pela Recorrente: Em 26.02.2009, a Petro Ita Transportes Coletivos de Passageiros LTDA apresentou a Declaração de Compensação de fl.01, com o objetivo de ver reconhecido seu direito creditório de R$ 2.711,71 , oriundo de pagamento indevido, e de compensá lo com o débito de PIS relativo a Janeiro de 2009, no valor de R$10.075,80. De acordo com o demonstrativo de fl.02 e o darf de fl.15, o crédito pleiteado tem origem no pagamento com código de receita 7122 (parcelamento Lei 10.684/2003 PAES), efetuado em 30.09.2005. Em 13.11.2009, foi emitido Despacho Decisório pela DRF Nova Iguaçu – RJ, indeferindo o pleito, com base no Parecer Seort nº 648/2009 (fls.31/33). Segundo consta do Parecer Seort, o indeferimento teve os seguintes motivos: O interessado optou por parcelar seus débitos com a Receita Federal no valor de R$ 1.969.178,74, com os benefícios da Lei nº10.684/2003 (PAES); Amortizou a dívida com pagamentos devidos, até o total de R$ 371.449,99; e O darf que ora pretende utilizar como pagamento indevido encontrase regularmente apropriado nesse parcelamento, conforme folhas 27/30. Cientificado do Despacho Decisório em 30.11.2009 (fl.35), o interessado apresentou manifestação de inconformidade de fls.40/41, em 14.12.2009, alegando, em síntese, que: Não teve ciência das folhas 27/28 dos autos, as quais, segundo o Parecer Seort, demonstrariam que o pagamento já estava apropriado no parcelamento PAES, o que impede de conferir tais apropriações; e Assim, requer o fornecimento de tais documentos bem como vista dos autos, para que possa verificar a alocação e melhor se defender. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/01/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13748.000252/200993 Acórdão n.º 3201000.735 S3C2T1 Fl. 108 3 Na decisão de primeira instância, proferida na Sessão de Julgamento de 23/03/2010, a 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) julgou improcedente a manifestação de inconformidade da ora Recorrente, conforme Acórdão n° 1229.402 (fls. 60/62): Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendario: 2005 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O fato de o contribuinte ter tido ciência do despacho decisório mas não de documentos que o embasaram não prejudicou sua defesa, uma vez que tais documentos constavam dos autos e a intimação mencionou expressamente que os autos ficariam trinta dias na repartição à disposição do contribuinte. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A Recorrente foi cientificada do teor da INTIMAÇÃO n° 206/2010, em 10/06/2010 (f1. 70), tendo protocolado seu recurso voluntário em 05/07/2010 (fl. 71/74), que, em síntese, ataca a violação do princípio da transparência por parte da Administração Tributária, não fazendo qualquer oposição quanto à alegação de escoamento do prazo decadencial. Na forma regimental, o processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator em 01/03/2011. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235 de 1972, razão pela qual dele tomo conhecimento. Em síntese, a Recorrente alega que o seu direito de defesa foi cerceado pelo fato de não terem sido acostados à intimação do acórdão recorrido os documentos que o embasaram. Dessa forma, segundo a Recorrente, não foi possível verificar se procede a alegação de que o crédito cujo reconhecimento se pleiteia foi realmente alocado na amortização parcial do parcelamento especial de que trata a Lei nº 10.684 de 2003. Com a devida vênia, não merece prosperar a alegação da Recorrente, pois lhe foi outorgada a faculdade de ter vista dos autos do processo no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da ciência do acórdão recorrido (fl. 68). Conforme se depreende das ementas transcritas abaixo, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já se manifestou sobre o assunto: Fl. 109DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/01/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 PAF. NULIDADE DA DECISÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA — A garantia constitucional de ampla defesa, no processo administrativo fiscal, está assegurada pelo direito de o contribuinte ter vista dos autos, apresentar impugnação, interpor recursos administrativos, apresentar todas as provas admitidas em direito e solicitar diligência ou perícia. (Acórdão nº 10509.511, Rel. Cons. Mariam Seif, Sessão de 06/12/2007) ............................................................................................................................ NORMAS PROCESSUAIS PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA CÓPIA DE PEÇAS DO AUTO DE INFRAÇÃO O parágrafo único, do artigo 15 do Decreto nº 70235/72, facultou ao sujeito passivo a vista dos autos no prazo para a realização da defesa e, portanto, simples falta de entrega de todas as cópias dos anexos que compõem o auto de infração não caracteriza cerceamento do direito de defesa, mormente quando o lançamento se dá por arbitramento. (Acórdão nº 10707.780, Rel. Cons. Natanael Martins, Sessão de 16/09/2004) ............................................................................................................................ CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CÓPIA DE PEÇAS DO AUTO DE INFRAÇÃO. O parágrafo único, do artigo 15 do Decreto n° 70.235/72, facultou ao sujeito passivo a vista dos autos no prazo para a impugnação e, portanto, a falta de entrega de todas as cópias dos documentos relativos ao movimento comercial e financeiro do sujeito passivo, apreendidos e anexados aos autos, não caracteriza cerceamento do direito de defesa porque os documentos de sua propriedade e de seu pleno conhecimento. (Acórdão nº 10194.196, Rel. Cons. Kazuki Shiobara, Sessão de 14/05/2003) ............................................................................................................................ CERCEAMENTO DE DEFESA Estando o lançamento amparado por farta documentação constante nos autos, cuja vista foi facultada ao contribuinte, incabível a alegação de cerceamento de defesa. (Acórdão nº 10613.174, Rel. Cons. Sueli Efigênia Mendes de Britto, Sessão de 30/01/2003) Além disso, a própria Lei nº 10.684 de 2003 é clara ao estabelecer que a cobrança do crédito tributário objeto de parcelamento ocorrerá somente quanto ao saldo remanescente. Confirase: Art. 12. A exclusão do sujeito passivo do parcelamento a que se refere esta Lei, inclusive a prevista no § 4o do art. 8o, independerá de notificação prévia e implicará exigibilidade imediata da totalidade do crédito confessado e ainda não pago e automática execução da garantia prestada, quando existente, restabelecendose, em relação ao montante não pago, os Fl. 110DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/01/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13748.000252/200993 Acórdão n.º 3201000.735 S3C2T1 Fl. 109 5 acréscimos legais na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores. (Grifei) A partir da leitura da transcrição acima, resta descabida a dúvida da Recorrente no sentido de saber se os valores pagos no âmbito do parcelamento foram realmente alocados para esse fim. Conceber o contrário é pressupor que a autoridade fiscal competente agiu em desconformidade com o seu dever funcional, contrariando o art. 142 do Código Tributário Nacional. Vejamos: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (Grifei) Desse modo, para trazer à baila tal suposição, a Recorrente deveria ter apresentado provas de que o valor do crédito tributário objeto de parcelamento foi cobrado integralmente, sem a amortização dos valores recolhidos antes da sua exclusão. Não tendo a Recorrente comprovado esse fato simples, penso que deve ser prestigiada a presunção de legitimidade dos atos administrativos. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 111DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/01/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10855.002948/98-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2001
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2001
Ementa: FINSOCIAL - PEDIDO DE RESTITUIÇÃO - De acordo com o Parecer COSIT nº 58, de 27/10/98, o termo a quo para o contribuinte requerer a restituição dos valores recolhidos a maior é 31/05/95, data da publicação da Medida Provisória nº 1.110/95, findando-se 05 (cinco) anos após.
Recurso provido.
Numero da decisão: 201-75.686
Decisão: ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Segundo Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Nome do relator: SÉRGIO GOMES VELLOSO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 200112
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : FINSOCIAL - PEDIDO DE RESTITUIÇÃO - De acordo com o Parecer COSIT nº 58, de 27/10/98, o termo a quo para o contribuinte requerer a restituição dos valores recolhidos a maior é 31/05/95, data da publicação da Medida Provisória nº 1.110/95, findando-se 05 (cinco) anos após. Recurso provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2001
numero_processo_s : 10855.002948/98-71
anomes_publicacao_s : 200112
conteudo_id_s : 4451783
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Aug 09 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 201-75.686
nome_arquivo_s : 20175686_116260_108550029489871_006.PDF
ano_publicacao_s : 2001
nome_relator_s : SÉRGIO GOMES VELLOSO
nome_arquivo_pdf_s : 108550029489871_4451783.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2001
id : 4679397
ano_sessao_s : 2001
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:20:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713042757098930176
conteudo_txt : Metadados => date: 2009-10-21T11:54:45Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2009-10-21T11:54:45Z; Last-Modified: 2009-10-21T11:54:45Z; dcterms:modified: 2009-10-21T11:54:45Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2009-10-21T11:54:45Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2009-10-21T11:54:45Z; meta:save-date: 2009-10-21T11:54:45Z; pdf:encrypted: false; modified: 2009-10-21T11:54:45Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2009-10-21T11:54:45Z; created: 2009-10-21T11:54:45Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2009-10-21T11:54:45Z; pdf:charsPerPage: 1177; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2009-10-21T11:54:45Z | Conteúdo => 1 NIF - Segundo Conselho de Contribuintes Publgg.d.o no Diário Oficial da União de V6 I 02 laZ,_ Rubrica ç • - :15; ... MINISTÉRIO DA FAZENDA M'Y. : SEGUN DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES : Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 _ Recurso : 116.260 Sessão • 04 de dezembro de 2001. Recorrente : FERREIRA SECOS E MOLHADOS LTDA. Recorrida : DRJ em Campinas - SP FENSOCIAL - PEDIDO DE RESTITUIÇÃO - De acordo com o Parecer COSIT n° 58, de 27/10/98, o termo a quo para o contribuinte requerer a restituição dos valores recolhidos a maior é 31/05/95, data da publicação da Medida Provisória n° 1.110/95, findando-se 05 (cinco) anos após. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por: FERREIRA SECOS E MOLHADOS LTDA. ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Sala d "" s, em 04 de dezembro de 2001 Jorge rei e Preside 7 SércJ Gomes Velloso Rel t r Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros Antonio Mário de Abreu Pinto, Gilberto Cassuli, José Roberto Vieira, Luiza Helena Galante de Moraes, Serafim Fernandes Corrêa e Rogério Gustavo Dreyer. cl/cf 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES - Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 Recurso : 116.260 Recorrente : FERREIRA SECOS E MOLHADOS LTDA. RELATÓRIO Versam os presentes autos acerca de pedido de compensação de créditos decorrentes do recolhimento a maior da Contribuição ao FINSOCIAL, calculada com aliquota superior a 0,5%, com débitos da própria Recorrente. O primeiro pedido de compensação foi protocolizado em 30/10/98 e o último em 08/09/99. A Memória de Cálculos encontra-se à fl. 12, mas não há nos autos os originais ou cópias das guias comprobatórias do recolhimento indevido. O pedido foi inicialmente indeferido, à fl. 35. Inconformada com a autuação, a Recorrente apresentou a Impugnação de fls. 38/43. No entanto, a autoridade singular, através da Decisão de fls. 49/53, julgou improcedente a impugnação, ostentando a seguinte ementa: "Ementa: RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DECADÊNCIA O direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extingue-se após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário. SOLICITAÇÃO INDEFERIDA". Novamente irresignada, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário de fls. 56/69, alegando que: 1) conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o prazo prescricional das ações de repetição de indébito ou compensação é de 10 (dez) anos; 2) no caso de autolançamento, o prazo prescricional para o pleito de repetição ou de compensação tem seu marco inicial imediatamente após a homologação (expressa) pelo 2 MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 Recurso : 116.260 Fisco ou passado o qüinqüênio reservado ao Fisco para essa providência (homologação ficta), a partir da ocorrência do fato gerador; 3) foi violado o princípio da moralidade administrativa; e 4) é legítimo o crédito, posto ter sido o mesmo gerado pelo pagamento a maior da contribuição ao FINSOCIAL pela aplicação de aliquota superior a 0,5%. Requer, ao final, seja dado integral provimento ao recursod É o relatório. 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA • SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES rz ' Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 Recurso : 116.260 VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR SÉRGIO GOMES VELLOSO O recurso é tempestivo, dele tomo conhecimento. Após inúmeros debates acerca da questão referente ao termo inicial para a contagem do prazo para o pedido de restituição da Contribuição para o FINSOCIAL pago a maior, em virtude da declaração de inconstitucionalidade das majorações de aliquotas pelo Supremo Tribunal Federal (Recurso Extraordinário n° 150.764-1), esta Câmara já se posicionou no mesmo sentido daquele adotado pelo Parecer COSIT n° 58, de 27.10.98. De acordo com o Parecer COSIT n° 58/98, em relação aos contribuintes que fizeram parte da ação da qual resultou a declaração de inconstitucionalidade, o prazo para pleitear a restituição tem inicio com a data da publicação da decisão do STF. Mas, no que tange aos demais contribuintes que não integraram a referida lide, o prazo para formular o pedido de restituição tem sua contagem inicial a partir da data em que foi publicada a Medida Provisória n° 1.110/95, ou seja, 31/08/95, quando foi, então, reconhecido pelo Poder Executivo que não caberia a constituição de crédito tributário relativo ao FINSOCIAL na aliquota que excedera 0,5%. Isso porque não foi expedido Resolução pelo Senado Federal suspendendo a eficácia dos artigos 9° da Lei n° 7.689/88, 7° da Lei n° 7.787/89 e 1° da Lei n° 8.147/90, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Portanto, a decisão do STF não produziu efeitos erga omnes, mas permaneceu restrita às partes integrantes da ação judicial de que resultou o acórdão no sentido da invalidade dos dispositivos majoradores da aliquota do FINISOCIAL. O Poder Executivo, entretanto, editou a Medida Provisória n° 1110/95, que dispôs: "Art. 17. Ficam dispensados a constituição de créditos da Fazenda Nacional, a inscrição como Dívida Ativa da União, o ajuizamento da respectiva execução fiscal, bem assim cancelados o lançamento e a inscrição, relativamente: 4 MINISTÉRIO DA FAZENDA rzlr: • • SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 Recurso : 116.260 I - à contribuição de que trata a Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, incidente sobre o resultado apurado no período-base encerrado em 31 de dezembro de 1988; II - ao empréstimo compulsório instituído pelo Decreto-lei n° 2.288, de 23 de julho de 1986, sobre a aquisição de veículos automotores e de combustível; iii - à contribuição ao Fundo de Investimento Social - FINSOCIAL, exigida das empresas comerciais e mistas, com fulcro no artigo 90 da Lei n° 7.689, de 1988, na alíquota superior a 0,5% (meio por cento), conforme Leis n's 7.787, de 30 de junho de 1989, 7.894, de 24 de novembro de 1989, e 8.147, de 28 de dezembro de 1990; Infere-se, portanto, que, a partir da edição da Medida Provisória n° 1.110/95, o Poder Executivo reconheceu não serem devidas quaisquer quantias a titulo de FINSOCIAL calculadas com base nas majorações de aliquotas das Leis n's 7.689/88, 7.787/89 e 8.147/90, pelas empresas mistas, vendedoras de mercadorias, seguradoras e instituições financeiras. A seu turno, o Parecer COSIT n° 58/98, de caráter normativo, asseverou que o prazo para pleitear restituição de tributo recolhido com base em lei declarada inconstitucional é de 5 (cinco) anos contado a partir do ato que conceda ao contribuinte o direito ao pleito: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Ementa: RESOLUÇÃO DO SENADO. EFEITOS. A Resolução do Senado que suspende a eficácia de lei declarada inconstitucional pelo STF tem efeitos ex tunc. TRIBUTO PAGO COM BASE EM LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. RESTITUIÇÃO. HIPÓTESES. Os delegados e inspetores da Receita Federal estão autorizadas a restituir tributo que foi pago com base em lei declarada inconstitucional pelo STF, em ações incidentais, para terceiros não participantes da ação - como regra geral - apenas após a publicação da Resolução do Senado que suspenda a execução da lei. Excepcionalmente, a autorização pode ocorrer em momento anterior, 5 k'-4) MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES • Processo : 10855.002948/98-71 Acórdão : 201-75.686 Recurso : 116.260 desde que seja editada lei ou ato específico do Secretário da Receita Federal que estenda os efeitos da declaração de inconstitucionalidade a todos. RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Somente são passíveis de restituição os valores recolhidos indevidamente que não tiverem sido alcançados pelo prazo decadencial de 5 (cinco) anos, contado a partir da data do ato que conceda ao contribuinte o efetivo direito de pleitear a restituição." Ocorre que esse Parecer COSIT n° 58/98 vigeu até 30.11.99, data da publicação do Ato Declaratório SRF n° 096/99, editado com base nos fundamentos constantes do Parecer PGFN n° 1.538/99. Em resumo, até 30.11.99, os contribuintes que pleitearam o crédito deverão ter seus pedidos examinados sob a ótica do Parecer COSIT n° 58/98, o que significa que o marco inicial à contagem do prazo para protocolização dos mesmos é o dia em que foi publicada a Medida Provisória n° 1.110/95. Trata-se, pois, de modificação do posicionamento da Administração Pública em relação às datas em que o pedido de restituição poderia ter sido efetuado pelo sujeito passivo. Tendo em vista o disposto no artigo 146 do CTN, as mudanças introduzidas, se eventualmente julgadas válidas, posto que não são objeto do presente exame, somente poderiam atingir os contribuintes que requereram a restituição posteriormente à publicação do Ato Declaratório n° 96/99. Em razão de a Contribuinte ter apresentado os pedidos de compensação antes de 31/11/99, deve ser reformada a decisão recorrida e, uma vez comprovado pela Contribuinte os recolhimentos efetuados indevidamente, deferido o pleito inicial. Sala das Sessões, em 04 de dezembro de 2001 uLJiJ / SÉRGI j3OMES VELLOSO 6 1•1“. PPPPP l• ••• nnn• •••
score : 1.0