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Numero do processo: 11050.001549/2005-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Direitos Antidumping, Compensatórios ou de Salvaguardas Comerciais
Período de apuração: 04/01/2002 a 14/04/2004
AUTO DE INFRAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE DE LAVRATURA. AFASTAMENTO DA MULTA DE MORA. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA. SÚMULAS CARF Nº 48, 1, 5 E 17.
Nos termos das Súmulas CARF nº 48 e 1, é legítimo o lançamento para fins de prevenção de decadência quando há discussão judicial do débito, o que, por sua vez, impede a apreciação da matéria discutida em juízo em sede de contencioso administrativo.
Conforme Súmulas CARF nº 5 e 17, nas hipótese de lançamento para prevenção de decadência, quando não há depósito judicial do crédito tributário discutido, é válida a cobrança de juros de mora. A multa de mora não será cabível quando houver suspensão judicial do crédito tributário.
Numero da decisão: 3201-002.250
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer a cobrança dos juros de mora.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Tatiana Josefovicz Belisario e Jorge Rubem Folena De Oliveira
Ausente, justificadamente, os Conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Charles Mayer de Castro Souza.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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ASSUNTO: DIREITOS ANTIDUMPING, COMPENSATÓRIOS OU DE SALVAGUARDAS COMERCIAIS Período de apuração: 04/01/2002 a 14/04/2004 AUTO DE INFRAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE DE LAVRATURA. AFASTAMENTO DA MULTA DE MORA. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA. SÚMULAS CARF Nº 48, 1, 5 E 17. Nos termos das Súmulas CARF nº 48 e 1, é legítimo o lançamento para fins de prevenção de decadência quando há discussão judicial do débito, o que, por sua vez, impede a apreciação da matéria discutida em juízo em sede de contencioso administrativo. Conforme Súmulas CARF nº 5 e 17, nas hipótese de lançamento para prevenção de decadência, quando não há depósito judicial do crédito tributário discutido, é válida a cobrança de juros de mora. A multa de mora não será cabível quando houver suspensão judicial do crédito tributário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer a cobrança dos juros de mora. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 15 49 /2 00 5- 65 Fl. 447DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Tatiana Josefovicz Belisario e Jorge Rubem Folena De Oliveira Ausente, justificadamente, os Conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Charles Mayer de Castro Souza. Relatório O feito foi assim relatado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC), conforme acórdão de fls. 394 e seguintes (eprocesso): O Auto de Infração de fls. 01 a 38 exige a importância de R$1.972.910,09, a titulo de direito antidumping, de R$733.996,81, a titulo de juros de mora (calculados até 31/05/2005) e de R$ 394.582,02, a titulo de multa de mora de 20%, conforme o dispõem os §§ 22 e 32 do artigo 61 da Lei n2 9.430, de 1996, pelo fato de a empresa ter submetido a despacho aduaneiro, por meio das Declarações de Importação registradas entre 04/01/2002 a 14/04/2004 (fls. 39 a 304), 2.345.997 unidades de ampolas de vidro para garrafas térmicas, classificável no código NCM 7012.00.00 da TEC, sem o recolhimento do direito antidumping de que tratava a Portaria Interministerial MICT/MF n 0 7/99, que vigorou de 21/07/1999 a 21/07/2004. As importações em tela foram processadas sem o devido recolhimento do direito antidumping acima mencionado por conta de que a contribuinte se encontrava amparada por medida judicial concedida na Ação Ordinária n2 1999.00.0330036, em tramitação na 95 Vara Federal Cível da Justiça Federal em Porto Alegre (fls. 318 a 337). Tempestivamente, às fls. 308 a 316, a interessada apresenta impugnação ao feito para sustentar o impedimento da Administração Tributária relativamente A. exigência do direito antidumping, aplicado em decorrência das importações de ampolas de vidro ou de garrafas térmica produzidas pela República Popular da China, efetuadas a partir de 17 de dezembro de 1999, por expressa determinação judicial, sob pena de a autoridade administrativa cometer crime de desobediência. Sustenta a alegação no entendimento de que enquanto viger a tutela antecipada a si concedida o fisco deve aguardar a sentença a ser prolatada na ação judicial impetrada ou ate que a mesma seja revogada. Adverte que a tutela foi concedida antes do lançamento e da suposta ocorrência da hipótese de incidência da exação lançada, sendo, por conseguinte, nulo o crédito tributário constituído, quer em relação h. obrigação principal quer em relação aos juros moratórios e a multa lançada; Salienta que o disposto no inciso V, do art. 151, do Código Tributário Nacional não deixa dúvida acerca da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, tendo em vista a concessão da tutela antecipada, impossibilitando o fisco de exigir o crédito Fl. 448DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11050.001549/200565 Acórdão n.º 3201002.250 S3C2T1 Fl. 448 3 tributário abrangido por medida judicial, mormente quanto A. exigência de juros e multa de mora, uma vez que somente são devidos quando constatada a mora no pagamento de tributo, o que não é caso dos autos. Esclarece que os encargos da mora têm como fundamento o art. 61 da Lei IV 9.430/96, que só admite a sua cobrança após o vencimento da obrigação tributária, conforme o disposto no art. 161 do CTN. Ademais, o art. 63 da Lei n° 9.430/96, com redação do art. 70 da MP n° 2.158 34, considera indevido os encargos da mora, desde a concessão da medida judicial até 30 dias da data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição; Prossegue contestando o cálculo dos juros de mora com base na taxa SELIC por ferir diversos princípios expressos na Constituição Federal, quando confere ao CUPOM e subsidiariamente ao BACEN sua fixação mensal, dado que se trata de competência exclusiva do Poder Legislativo, conforme expressa o § 1 0 do art. 161 do CTN. Ainda, que a cobrança dos juros de mora seriam inaplicáveis por conta, também, de sua derrogação pela lei que instituiu o Refis (inciso I do § 4° da Lei n° 9.964, de 2000), que determina que o juros de mora deve ser calculado pela variação da TJLP, devendo ser esta a legislação aplicável ao caso, por conta dos princípios constitucionais da igualdade e da isonomia. Ante o exposto, pede que seja declarado insubsistente o crédito tributário lançado no auto de infração. Este é o Relatório. O acórdão proferido deixou de conhecer a impugnação apresentada relativamente à matéria de mérito, posto que havia concomitância com ação judicial, e, quanto às penalidades decorrentes da mora (multa e juros), decidiu pela sua exclusão, conforme ementado: Assunto: Direito Antidumping Período de apuração: 04/01/2002 a 14/04/2004 Ementa: TRAMITAÇÃO SIMULTÂNEA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. Não existe vedação legal que impeça a tramitação simultânea dos processos administrativo e judicial, uma vez que a norma legal determina que o fisco proceda à autuação dos valores que estiverem em discussão no judiciário, para preservar os créditos tributários dos efeitos da decadência. LEGITIMIDADE DOS ATOS LEGAIS. Descabe ao aplicador da norma legal cogente, de natureza tributária, discutir seu mérito ou legitimidade, cumprindolhe Fl. 449DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 apenas zelar por sua correta aplicação, por transcender aos limites de sua competência. DIREITO ANTIDUMPING. MULTA E JUROS DE MORA. INCABÍVEL. Indevida a cobrança da multa e dos juros de mora, em face da suspensão da exigibilidade do débito, ocorrida antes do inicio de qualquer procedimento de oficio a ele relativo. Lançamento Procedente em Parte Em virtude do valor exonerado, os autos foram remetidos a este CARF por meio de Recurso de Ofício. A então Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, em julgamento realizado em 11 de novembro de 2008, houve por bem declarar a nulidade do processo a partir da intimação do contribuinte acerca do acórdão da DRJ, uma vez que esta deixou de intimar o contribuinte acerca da possibilidade de interposição de Recurso Voluntário. O Acórdão nº 30335.746 (fls. 405 e seguintes do eprocesso) foi assim ementado: ASSUNTO: DIREITOS ANTIDUMPING, COMPENSATÓRIOS OU DE SALVAGUARDAS COMERCIAIS Período de apuração: 04/01/2002 a 14/04/2002 Processo administrativo fiscal. Nulidade. Supressão de instância. Cerceamento do direito de defesa. As normas que regem o Processo administrativo fiscal concedem ao contribuinte o direito de ver apreciada toda a matéria litigiosa em duas instâncias. Supressão de instância é fato caracterizador do cerceamento do direito de defesa. Nulo é o ato administrativo maculado com vicio dessa natureza. Processo que se declara nulo a partir do documento de folha 393, inclusive. Por conseguinte, os autos retornaram à DRF de Rio Grande (RS), que procedeu nova intimação do contribuinte, desta feita outorgando ao contribuinte o prazo de 30 (trinta) dias para interposição de Recurso Voluntário (fl. 420 eprocesso). Devidamente intimado, o contribuinte não apresentou Recurso Voluntário. Assim, os autos retornaram a este CARF para julgamento do Recurso de Ofício, sendo a mim redistribuídos por sorteio. É o relatório. Voto Fl. 450DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11050.001549/200565 Acórdão n.º 3201002.250 S3C2T1 Fl. 449 5 Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário O Recurso de Ofício interposto em razão do valor do débito exonerado é próprio e dele conheço. Conforme se verifica pelo relato dos fatos, tratase de Auto de Infração lavrado apenas para prevenção de decadência, uma vez que a matéria de direito encontravase sob discussão judicial, com decisão que garantia a suspensão da exigibilidade do tributo lançado. O lançamento compreendeu a cobrança de valores supostamente devidos a título de "direito antidumping" de que tratava a Portaria Interministerial MICT/MF n 07/99, que vigorou de 21/07/1999 a 21/07/2004. Esta cobrança foi objeto de discussão judicial por meio da Ação Ordinária nº 1999.71.00.0330036, proposta pelo contribuinte, em sede da qual houve a concessão de tutela antecipada que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário nos termos do art. 151, V do Código Tributário Nacional. Inicialmente, arguiu o contribuinte a improcedência da autuação fiscal pelo fato de a matéria ser objeto de discussão judicial. Contudo, conforme corretamente afirmou a DRJ, "não existe no ordenamento jurídico pátrio norma legal que estabeleça qualquer vedação a que o processo administrativo tramite simultaneamente ao processo judicial, pelo contrário, o art. 63 da Lei nº 9.430/96 expressamente se reporta ao lançamento da exigência que estiver sendo contestada na Justiça, justamente para prevenir contra os efeitos da decadência". Referido entendimento resta acolhido pela Súmula CARF nº 48: Súmula CARF nº 48: A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. Assim, a DRJ, acertadamente, deixou de conhecer a Impugnação apresentada no que diz respeito à legitimidade da cobrança do referido "direito antidumping", em consonância com o disposto na Súmula CARF nº 1: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Não obstante, o Auto de Infração lavrado contemplou, além do principal, valores lançados a título de multa e juros de mora. Tais acréscimos moratórios foram excluídos do lançamento pela DRJ: Fl. 451DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 6 Pelas razões expostas, voto por rejeitar a preliminar de nulidade argüida, para julgar procedente em parte o lançamento de que trata o presente processo em conseqüência da improcedência da exigência da multa de 20% e dos juros de mora, o valor a ser exonerado do montante inscrito no Auto de Infração ora examinado é de R$ 1.128.578,83. Em sua fundamentação, a DRJ defendeu que o contribuinte, ao deixar de recolher o direito antidumping, informando estar tal cobrança suspensa por decisão judicial, efetuou verdadeira denúncia espontânea do débito, o que afastaria a cobrança dos acréscimos moratórios: Assim, sobretudo por não ser essa a hipótese dos autos, em que o contribuinte ao declararse protegido por tutela antecipada concedida em sede de ação judicial de sua autoria praticou, efetivamente, uma denúncia espontânea da existência do débito em questão cuja exigibilidade encontravase suspensa, considero indevida a cominação de que se trata, depois de subsidiariamente consideradas as determinações constantes do art. 3°, §1º, da Lei nº 9.010, de 1995 Não obstante e com a ressalva do entendimento pessoal dessa Relatora quanto à natureza da Taxa SELIC, que abrange não apenas a correção monetária, mas também juros moratórios o entendimento manifestado pela DRJ está em confronto com as Súmulas CARF nº 5 e 17, razão pela qual deve ser parcialmente reformada. As referidas Súmulas CARF nº 5 e 10 dispõem, respectivamente, acerca da cobrança dos juros de mora e multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenção da decadência, como na hipótese dos autos: Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n° 17: Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Assim, o Recurso de Ofício deve ser parcialmente provido apenas para o restabelecimento da parcela relativa aos juros de mora, que são devidos ainda que suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Por oportuno, cabe consignar que, às fls. 423 e seguintes (eprocesso), o contribuinte informa que, em sede da referida Ação Ordinária nº 1999.71.00.0330036, houve trânsito em julgado de decisão favorável ao contribuinte quanto à impossibilidade de cobrança do direito antidumping. Assim, uma vez confirmada a informação trazida pelo contribuinte, será certo que não remanescerá qualquer valor a ser cobrado do contribuinte, inclusive quanto aos juros de mora ora restabelecidos. É de competência da Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte aplicar integralmente a decisão judicial noticiada no momento de aplicação / liquidação do presente acórdão. Fl. 452DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11050.001549/200565 Acórdão n.º 3201002.250 S3C2T1 Fl. 450 7 Pelo exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso de Ofício apenas para restabelecer a legitimidade da cobrança dos juros de mora sobre os valores lançados a título de direito antidumping para fins de prevenção da decadência, nos termos da Súmula CARF nº 5. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Fl. 453DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 19 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13975.000215/2005-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. ERRO MATERIAL NO RESULTADO DO JULGAMENTO.
Devem ser acolhidos os Embargos de Declaração para correção de erro material na formalização do acórdão.
O resultado do julgamento constante do acórdão deve ser retificado de forma a corresponder ao que restou decidido em votação.
Numero da decisão: 3201-002.315
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER os embargos para correção do erro material no acórdão embargado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer De Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko Dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER os embargos para correção do erro material no acórdão embargado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto. TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer De Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko Dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario.
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ACOLHIMENTO. ERRO MATERIAL NO RESULTADO DO JULGAMENTO. Devem ser acolhidos os Embargos de Declaração para correção de erro material na formalização do acórdão. O resultado do julgamento constante do acórdão deve ser retificado de forma a corresponder ao que restou decidido em votação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER os embargos para correção do erro material no acórdão embargado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer De Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko Dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 5. 00 02 15 /2 00 5- 78 Fl. 849DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Consoante acórdão proferido em sede de Recurso Voluntário, é o relatório do feito: Adoto o relatório da decisão de primeira instância por entender que o mesmo resume bem os fatos dos autos até aquele momento processual: Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de créditos da Contribuição para o Programa de Integração Social— PIS de que trata o art. 5° da Lei 10.637/2002, relativo ao segundo trimestre de 2004. A DRF/BLUMENAU exarou o Despacho Decisório de fls. 639 a 666 deferindo parcialmente o pedido da interessada para reconhecer o direito creditório no valor de R$88.740,85, referente ao saldo remanescente da apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS. No relatório e na fundamentação que embasaram a decisão proferida consta consignado, em resumo, que: a) A análise do direito creditório pleiteado no processo foi suscitada em sede do Mandado de Segurança n° 2006.72.05.0047318/ SC; b) A análise teve como base as informações prestada nos documentos apresentados pela interessada e acostados ao processo, bem como as informações obtidas por meio de consultas aos sistemas informatizados da RFB; c) A partir de uma amostragem das notas fiscais de exportação, procedeuse à verificação da efetividade das exportações nos sistemas internos da RFB, tendo sido possível comprovar, por meio do confronto do Demonstrativo de Despachos de Exportação (fl. 46) com suas respectivas notas fiscais, a exportação das mercadorias informadas nas notas fiscais amostradas; d) Foi selecionada para verificação uma amostragem das notas fiscais de aquisições. Da verificação foram constatadas divergências entre os valores informados no DACON e os valores informados pela interessada na documentação apresentada; e) A requerente incluiu na formação da base de cálculo dos créditos de PIS, aquisições de bens de pessoa física, contrariando o disposto no § 3° do art. 3° da Lei 10.637/02. As cópias das notas fiscais encontramse em fls. 346, 409 e 476. Procedeuse à glosa da totalidade desses valores; f) As notas fiscais do fornecedor Vidroforte Indústria e Comércio de Vidros Ltda, CNPJ 92.639.954/000167 foram emitidas com o CFOP 6.501 (remessa com fim específico de exportação) e escrituradas pela requerente com o CFOP 2.101 (compras para industrialização); g) A venda com fim específico de exportação só se efetiva quando a mercadoria vai diretamente do estabelecimento Fl. 850DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13975.000215/200578 Acórdão n.º 3201002.315 S3C2T1 Fl. 850 3 do produtorvendedor para embarque ao exterior ou para depósito em entreposto, o que não ocorreu no caso em tela, mas sim para seu próprio estabelecimento e a incorporação desse insumo (vidro) ao produto final; h) A aquisição desse insumo se deu sem a devida tributação quando da saída do estabelecimento fornecedor, já que foi alcançado pela imunidade afeta às exportações por causa da emissão de nota fiscal com CFOP 6.501. A concessão de créditos sobre tais aquisições implicaria na inobservância ao princípio da nãocumulatividade; i) De acordo com os arts. 5°, III e 3°, § 2° da Lei 10.637/2002, as aquisições de mercadorias com fim específico de exportação não geram direito a créditos de PIS. Foram glosadas as aquisições do referido fornecedor, conforme notas fiscais anexas ao processo; j) A requerente incluiu no rol dos serviços passíveis de creditamento, os prestados pela empresa Bráulio Reif, CNPJ 00.249.264/000183, relativos a transporte de passageiros. Somente dão direito a crédito as despesas com transporte relacionadas aos custos de produção na aquisição de insumos, desde que suportados pelo adquirente e, a partir de 01/02/2004, os relacionados ao frete na operação de venda, desde que suportado pelo vendedor. Assim, procedeuse à glosa da totalidade das notas fiscais; k) A grande maioria dos CTRC (Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas) de CFOP 1.352 padecem dos requisitos formais exigidos pelo regulamento do ICMS a que se sujeita a requerente. Dentre as irregularidades destacamse as relativas à emissão do CTRC posteriormente à prestação do serviço de transporte; 1) Constatouse que o problema ocorreu exclusivamente com os transportes locais ou de cidades limítrofes à sede da requerente. Em relação aos serviços de transporte interestadual (CFOP 2.352), a totalidade dos conhecimentos foram deferidos: m) Na memória de cálculo para os créditos referentes a serviços utilizados como insumos, a requerente incluiu, dentre outros, os CFOP 1.949 e 2.949 (outra entrada de mercadoria ou prestação de serviço não especificado). Por se referirem a outras entradas não previstas nos demais códigos, a princípio, não correspondem a bens ou Fl. 851DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 serviços utilizados como insumo, razão pela qual se efetuou a glosa dessas quantias; n) Constatouse da conferência das faturas de energia elétrica a inclusão no cômputo do crédito para o PIS, de valor referente à doação ao Hospital Armegret Neitzke, no valor de R$ 100,00. A previsão legal de desconto de créditos calculados em relação à energia elétrica não contempla tais valores, motivo pelo qual foram da glosados; o) Intimada a comprovar os valores informados na linha seis (Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoas Jurídicas) da ficha quatro de DACON, a requerente apresentou cópia de contrato de locação de um caminhão e duas carrocerias reboques, de propriedade da controladora Rohden Artefatos de Madeiras Ltda. Em relação aos comprovantes do efetivo pagamento, informou que a operação estava coberta por contrato de mútuo. A inclusão desta despesa evidencia um equívoco por parte da requerente, pois a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) utiliza capítulos distintos para classificar máquinas e veículos. Assim, foram glosados tais valores; p) Intimada a demonstrar a memória de cálculo dos valores informados na linha treze da ficha quatro do DACON, a interessada apresentou as contas contábeis "Fretes de exportação" — 4.236 e "Serviço de armazena" gem" — 4.271. Em relação às despesas com transporte, repetiuse a deficiência na formalização dos CTRC de CFOP 1.352 — nos mesmos termos dos fretes relativos à aquisição de insumos transcrito no item "Despesas com transporte rodoviário de cargas" do Despacho decisório; q) A requerente incluiu entre as despesas financeiras passíveis de creditamento, as relacionadas às despesas decorrentes de contrato de câmbio (conta 4.314 — Juros pagos ACC/ACE). Tais valores não se enquadram no conceito de despesa financeira decorrente de empréstimo ou financiamento, motivo pelo qual foram glosados; r) A conferência por amostragem das notas fiscais e dos documentos apresentados pela interessada foi o ponto de partida para a elaboração da planilha do Anexo I do despacho. Levouse em consideração o resultado da análise do trimestre anterior através do processo n° 13975.000218/200510. Assim, os créditos do período anterior solicitados no citado processo não afetam o estoque de créditos no mercado externo do período ora analisado; s) O crédito de mercado interno do trimestre foi integralmente utilizado para descontar os débitos do período, razão pela qual o saldo inicial do período subseqüente será igual a zero. Foi apurado crédito Fl. 852DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13975.000215/200578 Acórdão n.º 3201002.315 S3C2T1 Fl. 851 5 disponível para compensação ou ressarcimento no valor de R$ 88.740,85 a título de mercado externo. Cientificada da decisão em 05/09/2007 (fl. 674), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 02/10/2007 (fis. 675 a 687), alegando, em síntese que a) As notas fiscais que comprovam as aquisições do fornecedor Vidroforte Indústria e Comércio de Vidros Ltda foram emitidas com CFOP 6.501, destinado a vendas com fim específico de exportação. Contudo, foram utilizadas pela requerente como matéria prima em seu processo de industrialização; b) O CFOP foi utilizado de forma equivocada 'pelo fornecedor, sem qualquer responsabilidade da recorrente; c) Notese que a empresa Vidroforte destacou o ICMS nas operações, contudo, a venda . com fim específico de exportação não tem destaque de ICMS. Assim, a recorrente pagou o ICMS, o PIS e a COFINS à empresa fornecedora, os dois últimos embutidos no preço dos produtos; d) Caso o fornecedor não tenha recolhido o PIS e a COHNS, a empresa recorrente não pode ser prejudicada, vez que referido recolhimento é de responsabilidade de terceiro, cabendo ao fisco a cobrança da empresa responsável pelo pagamento; e) Na época das aquisições sequer havia lei autorizando a suspensão do PIS e da COFINS, tanto que no campo "observações" das notas fiscais constou apenas a suspensão do A recorrente passou a estar autorizada a efetuar a compra com suspensão do PIS e da COFINS somente após a publicação do Ato Declaratório Executivo n° 1, de 06/01/2006. A partir dessa data, a Vidroforte passou a vender para a recorrente com suspensão das contribuições, passando a conceder desconto relativo à suspensão; f) Não existem os supostos "vícios formais" a ensejar a glosa referente aos fretes das aquisições de insumos mas, quando muito, meras irregularidades. O transporte utilizado para levar a madeira bruta das florestas até o estabelecimento da recorrente é efetuado por pessoas humildes que, ao invés de emitirem uma nota fiscal (conhecimento de frete) para cada operação de transporte, emitiam uma nota fiscal conjunta com a totalidade dos serviços prestados em determinado período; g) Referida falha não prejudicou o fisco pois não houve omissão dos valores referentes aos fretes. O fato de ter havido irregularidades não impediu que a empresa transportadora recolhesse PIS e COFINS sobre esses valores; Fl. 853DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 6 h) Caso se entenda que não tem como auferir os valores a serem ressarcidos, que se determine o retorno dos autos à DRF em Blumenau para análise do crédito; i) Os valores incluídos nos CFOP 1.949 e 2.949 não apresentam qualquer incorreção, vez que se tratam de importâncias relativas a serviços de pessoa jurídica utilizados na extração de madeira, manutenção de florestas e manutenção de máquinas, cujo direito ao crédito está previsto no art. 3 0, II, da Lei 10.637/02; j) De fato, no mesmo CFOP existem entradas com direito ao crédito e outras sem. Contudo, a autoridade administrativa deveria ter intimado a recorrente para prestar as informações necessárias. Anexa aos autos as notas fiscais que comprovam o direito pleiteado; k) Relativamente às despesas com transporte na venda da produção do estabelecimento não há que se falar em "vícios formais relevantes" porquanto cada conhecimento de frete foi devidamente vinculado a uma nota de venda de produtos encaminhados ao porto para exportação; 1) Caso se entenda que não tem como auferir os valores a serem ressarcidos, que se determine o retorno dos autos à DRF em Blumenau para análise do crédito; m) As vendas ao exterior são efetuadas por meio de Contrato de Câmbio, que impõe ao exportador o pagamento de uma taxa de câmbio para receber em moeda nacional o valor que foi pago pelo importador em moeda estrangeira. Não resta dúvida de que a taxa de câmbio decorrente do contrato de câmbio configurase como despesa financeira; n) A interpretação da redação original do inciso V, do art. 3°, da Lei 10.637/02 não pode restringir o direito ao ressarcimento às despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos; o) Há ainda situações em que o banco onde o Contrato de Câmbio foi celebrado adianta o valor e cobra juros do exportador. Tal procedimento é uma espécie de empréstimo; p) Requer o recebimento, e a apreciação da manifestação de inconformidade e a reforma da decisão proferida. O processo foi encaminhado a esta DRURJ02 tendo em vista o disposto na Portaria RFB n° 535, de 28/03/2008. A decisão recorrida recebeu de seus julgadores a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Fl. 854DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13975.000215/200578 Acórdão n.º 3201002.315 S3C2T1 Fl. 852 7 A aquisição de bens utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda gera direito a crédito a ser descontado da contribuição para o PIS/Pasep nãocumulativo, quando não comprovado que a aquisição tenha sido efetuada com o fim específico de exportação. PIS NÃOCUMULATIVO. GLOSA DE CRÉDITOS. COMPROVAÇÃO. Não é cabível a glosa de crédito a ser descontado da contribuição para o PIS/Pasep nãocumulativo calculado em relação a serviços utilizados como insumo, quando devidamente escriturados e amparados por documentos hábeis que lhe dêem suporte. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. Os serviços caracterizados como insumos são aqueles diretamente aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. Despesas e custos indiretos embora necessários à realização das atividades da empresa, não podem ser considerados insumos para fins de apuração dos créditos no regime da não cumulatividade. PIS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. DESPESAS FINANCEIRAS. As despesas financeiras sobre contratos de câmbio não dão direito a crédito para ser descontado da contribuição para o PIS/Pasep apurada segundo o regime de incidência nãocumulativa. DECISÃO ADMINISTRATIVA. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Consideramse definitivos os ajustes efetuados na base de cálculo dos créditos a descontar relativamente aos itens que não foram expressamente contestados. Solicitação Deferida em Parte O contribuinte, restando inconformado com a decisão de primeira instância, apresentou recurso voluntário no qual ratifica e reforça os argumentos trazidos em sua peça de impugnação. Os autos foram enviados a este Conselho e fui designado como relator do presente recurso voluntário, na forma regimental, tendo requisitado a sua inclusão em pauta para julgamento. Em sessão de julgamento ocorrida em 04 de maio de 2011, esse Turma Julgadora, por maioria, negou provimento o Recurso Voluntário do contribuinte, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Fl. 855DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 8 Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. COMBUSTÍVEIS. PROVA. INSUMO. Não havendo prova da sua aplicação direta no processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes; ou a essencialidade deste para processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes, não merece provimento o pedido formulado no recurso voluntário. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. JUROS. CONTRATO DE CÂMBIO. É possível descontar créditos calculados em relação a despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, contudo, o Contrato de Câmbio não tem natureza jurídica de empréstimo, nem de financiamento, não sendo possível tal aproveitamento. Intimada, a Procuradoria da Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração de fls. 843/844, aduzindo material no resultado do julgamento consignado no acórdão embargado. Os referidos Embargos foram admitidos por despacho de fls. 846/848 e a mim distribuídos por sorteio, vez que o Relator original do feito não mais compõe este colegiado. É o Relatório. Voto Conselheiro Tatiana Josefovicz Belisário A questão posta a exame deste Colegiado em sede de Embargos de Declaração é de mero erro material. Alega a Procuradoria da Fazenda Nacional que houve contradição entre a parte dispositiva do Voto condutor do Acórdão recorrido e o resultado de julgamento que restou consignado quando da formalização do acórdão. Confirase: Parte dispositiva do voto condutor (fl. 822) Assim, também não como prover o recurso neste particular, logo, VOTO por conhecer do recurso para negarlhe provimento. (destaques nossos) Fl. 856DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13975.000215/200578 Acórdão n.º 3201002.315 S3C2T1 Fl. 853 9 Acórdão formalizado (fl. 810): Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por maioria, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes. (destaques nossos) Como se percebe pelos excertos colacionados, a omissão está presente. De acordo com a fundamentação do voto condutor do acórdão proferido em sede de Recurso Voluntário, bem como da sua parte dispositiva, o resultado do julgamento deve ser consignado como negativa de provimento ao Recurso Voluntário. Assim, voto por conhecer e prover os Embargos de Declaração, sem efeitos infringentes, para simples correção de erro material apresentado na formalização do acórdão recorrido, que passa a ter a seguinte redação: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por maioria, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes. É como voto. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Fl. 857DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 20 /09/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13839.913790/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 26/07/2005 a 26/07/2005
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF).
APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL.
Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração.
ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS-IMPORTAÇÃO.
A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação.
À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiam-se nas vendas líquidas de produtos licenciados, referem-se, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-002.415
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Incidência sobre remessas ao exterior para pagamento de royalties. Recorrente CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 26/07/2005 a 26/07/2005 NULIDADE. INEXISTÊNCIA Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF). APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL. Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS IMPORTAÇÃO. A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofins importação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 91 37 90 /2 00 9- 21 Fl. 594DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 3 2 À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties. Recurso Voluntário Provido. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Relatório CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. A DRF Jundiaí emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que é coligada de empresa localizada da Alemanha, com a qual possui contrato de licença de uso de marca e fornecimento de tecnologia, efetuando remessas ao exterior a título de royalties. Todavia, a contribuinte afirmou que, equivocadamente, incluiu na base de cálculo da Cofins Importação e do PISImportação os valores pagos ao exterior a título de royalties. Procurando demonstrar a existência do direito creditório juntou ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 05038.926. A DRJ afastou a preliminar de nulidade do despacho Decisório e, no mérito, não reconheceu o direito ao crédito alegado, por considerar que o contribuinte não juntara aos autos provas suficientes para concluir que teria ocorrido tributação indevida sobre remessas a título de royalties. Inconformada, a recorrente apresentou, tempestivamente, recurso voluntário repisando os argumentos anteriormente apresentados. Fl. 595DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 4 3 Submetido à julgamento na 1º Turma Especial da 3ª Seção, em preliminar, o relator entendeu não configurada a suscitada nulidade do despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa. No mérito, o julgamento foi convertido em diligência, nos termos da Resolução n° 3801000.732, nos seguintes termos: Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem: a) Em relação aos valores remetidos ao exterior que teriam dado ensejo ao direito creditório pleiteado, intime a recorrente a apresentar cópia dos contratos firmados com a empresa beneficiária das remessas (Continental Teves AG & Co. oHG), devendo ser apresentada a tradução juramentada para o idioma nacional, caso estejam em língua estrangeira; cópia das faturas comerciais (invoices) ou documentação suplementar que embasaram as remessas e cópias digitalizadas dos registros, no livro Razão, referentes às remessas relacionadas a pagamento de royalties; b) apure a legitimidade do crédito pleiteado decorrente de pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição para o PIS/PASEPImportação e a COFINSImportação sobre as importâncias remetidas ao exterior conforme as operações apontadas, com base nos documentos acostados aos autos, na escrituração fiscal e contábil e demais documentos que julgar necessários; c) cientifique a interessada quanto ao resultado da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de 30(trinta) dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. Retornou o processo da unidade de origem com Relatório de Diligência Fiscal elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, cujas conclusões foram: 12. Como podese verificar, o royalty tem presença no contrato, que mostram a existência de uma licença para uso da propriedade industrial e intelectual. 13. No entanto, também estão presentes no contrato outros elementos, que configuram serviços. Por exemplo, o contrato prevê o fornecimento de informações técnicas. Conforme item 1.4, nessas informações técnicas está incluída o fornecimento de “desenhos, especificações incluindo especificações de teste e qualidade, outros dados de knowhow e outra assistência técnica”. Ou seja, a assistência técnica, que configura claramente uma obrigação de fazer, está incluída no contrato. 14. No item 4.2.2 está prevista outra clara obrigação de fazer para a licenciadora: “fornecer informações, na medida em que estiverem à disposição da LICENCIADORA, em resposta a consultas técnicas razoáveis recebidas”. 15. Estando presente características de royalties e de serviços, resta verificar se o contrato estabelece a sua remuneração de cada um de forma individualizada. O item 5 do contrato Fl. 596DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 5 4 (Remuneração), não estabelece essa individualização. Ele prevê uma forma única de remuneração (4% sobre o valor das vendas, posteriormente alterado por aditivo para 3%), sem distinguir royalties e serviços. 16. Portanto, pela aplicação da Solução de Divergência Cosit nº 11, de 2011, que preconiza a necessidade dessa individualização, não deve ser reconhecido o direito creditório sobre os recolhimentos em questão. A interessada foi cientificada do Relatório de Diligência e apresentou argumentos e contrapontos ao entendimento exarado pela autoridade fiscal, assim sintetizados: a) o Auditor aponta cláusula contratual ("1.4 Informações Técnicas") com previsão de prestação de serviços, contudo, sem discriminálos; b) aduz que "informações técnicas" compreendem o fornecimento de dados atinentes aos produtos licenciados e, portanto, tem por natureza uma obrigação de "dar", não de "fazer", como asseverou a autoridade; c) explicita que "informações técnicas" são orientações de uso disponibilizadas à licenciada, sem intervenção física ou deslocamento com finalidade de prestação de serviço; d) consigna que as atividades de fornecimentos/disponibilizações de manuais e outras informações não se encontram listados no Anexo da Lei Complementar nº 116/03 para configurem a materialidade a que incide o ISS; e) argumenta que a "Assistência Técnica", presente no Anexo da IN 116/03, impõe a prestação de serviço por um profissional, o que não se verifica no caso; f) o contrato celebrado tem por objeto licença para uso de marca e não compreende qualquer prestação de serviço. A licenciadora apenas fornece as instruções para a fabricação dos produtos licenciados em estabelecimento da licenciada; g) conclui afirmando que os documentos acostados apontam para um contrato de transferência de uso de marca e tecnologia no qual se obriga com o pagamento de royalties. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.395, de 28/09/2016, proferido no julgamento do processo 13839.912959/200925, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.395): Fl. 597DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 6 5 "O recurso voluntário fora recebido como tempestivo, razão pela qual o Colegiado que o apreciou em julgamento anterior dele tomou conhecimento. Quanto a preliminar de nulidade, pactuo com os argumentos e conclusões do Relator, assentadas na sessão de 24/04/2014, por inexistirem razões para sua decretação, as quais reproduzo: Preliminarmente, quanto à alegação de nulidade no despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa entendo que não assiste razão à recorrente. O instituto da compensação está previsto no artigo 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. In casu, o contribuinte apresentou declaração de compensação de débitos de PIS, e apontou o documento de arrecadação (DARF) referente a PISImportação, como origem do crédito, alegando “pagamento indevido ou a maior”, conforme disposto nas normas regulamentadoras. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. A fundamentação da não homologação da compensação pleiteada reside no cotejo entre as próprias declarações apresentadas pelo contribuinte e os documentos apontados como origem do direito creditório. Apesar do contribuinte informar ter retificado a DCTF posteriormente, a analise eletrônica do PERDCOMP se deu com base nas declarações ativas quando da apresentação do mesmo. Embora os critérios dessa análise possam ser insuficientes para criar um juízo de certeza da inexistência ou insuficiência do crédito do contribuinte, esse fato por si só não ensejaria a decretação da nulidade do despacho por cerceamento de defesa, qual seja, a impossibilidade de o impugnante defenderse da não homologação, por falta de compreensão do motivo da não homologação. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 7 6 Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Ou seja, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito à compensação, mediante a apresentação da PERDCOMP, de tal sorte que, se a RFB resiste à pretensão do interessado, não homologando a compensação, incumbe a ele, o contribuinte, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Por certo, na sistemática da análise dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior, na qual é feito um batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não, não se está analisando efetivamente o mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Foi o que ocorreu no presente caso, em que a recorrente já na fase litigiosa informou a origem do indébito e, posteriormente, juntou a documentação comprobatória que embasaria o seu direito. Não resta caracterizada a nulidade se o impugnante, a partir do despacho decisório, assimila as conseqüências do fato que deu origem à rejeição da compensação, que lhe possibilitem saber quais pontos devem ser esclarecidos em sua defesa, para comprovação de seu direito creditório. Passemos à análise do mérito. A 1ª Turma Especial enfrentou preliminarmente questão relativa à preclusão consumativa do direito à apresentação da DCTF retificadora após a transmissão do PER/DCOMP e antes da prolação do Despacho Decisório, documento este informativo do direito creditório decorrente do pagamento indevido da Contribuição. Compartilho do entendimento exarado pelo Relator original, o qual transcrevo como parte deste voto: Apesar da complementação das alegações da recorrente e a correspondente documentação comprobatória terem sido apresentadas apenas em sede de Recurso Voluntário, o que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, com respaldo ainda na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF (Decreto nº 70.235/1972), quando a juntada de provas destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, mormente quando a Turma de Julgamento de primeira instância manteve a decisão denegatória da compensação, com base no argumento de que não foram apresentadas as provas adequadas e suficientes à comprovação do crédito compensado, quando tal questão não fora abordada no âmbito do Despacho Decisório guerreado. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 8 7 Neste sentido, os dados da DCTF retificadora e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. No caso em tela, não existe norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico. O comando contido no inciso III do § 2º do art. 11 da IN RFB nº 903/2008, vigente à época, abaixo reproduzido, não se refere a decisão em pedido do contribuinte, que não é procedimento fiscal, em sentido estrito, ou seja, procedimento tendente a apurar débito do contribuinte. Art. 11 . A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (grifei). Portanto, não há impedimento legal algum para a retificação da DCTF, que considero tratarse de prova indiciária, em qualquer fase do pedido de restituição ou compensação, desde que anteriormente à inscrição em dívida ativa, sendo que este somente pode ser deferido após a comprovação do direito creditório Considero, também, suplantada a questão da não incidência das Contribuições de que trata a Lei nº 10.865/2004 em relação aos royalties, uma vez que estes são remunerações da propriedade industrial ou intelectual em razão de sua cessão, direito de uso ou transferência de tecnologia uma obrigação de dar, não caracterizada como prestação de serviço. A questão de mérito apresentase em concluir se o pagamento do PIS Importação (código 54341), no valor de R$ 70.896,74, referente ao 2º trimestre/2004, é indevido em decorrência dos valores pagos a título de royalties compreender tão somente parcela devida pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia à licenciada na fabricação de produtos, ou se tal parcela comporta igualmente remuneração advinda de outra modalidade de prestação de serviço conexa ou acessória ao contrato de licença. Fl. 600DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 9 8 Esta foi a dúvida suscitada da qual decorreu a conversão do julgamento, de 24 de abril de 2014, em Diligência à unidade de origem. Salientase que a Solução de Divergência nº 11/2011, da Coordenação Geral de Tributação (Cosit) SD Cosit nº 11/2011, pacificou o entendimento de que não há incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, vinculados à importação, sobre o valor pago a título de royalties, se o contrato discriminar destes os valores relativos aos pagamentos dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. No ponto em que se encontra os autos e realizada a Diligência determinada por Colegiado deste CARF, mister se faz apreciar os documentos e manifestações da contribuinte em face do relatório de diligência elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, bem como o teor deste (relatório). Em que pese a constatação de que os documentos coligidos pela Unidade de Origem apresentaramse "SEM ATESTE", entendo superada a insuficiência de autenticidade pois que no retorno da Diligência para juntada de documentos da contribuinte e apuração da legitimidade do crédito pleiteado, com base nos documentos acostados, a autoridade fiscal atestou a correlação entre invoices, contratos de câmbio, pagamentos e certificado de averbação, assim consignado (fl. 620): 04. Com relação aos documentos, os invoices e contratos de câmbios apresentados na manifestação de inconformidade demonstram que os pagamentos se referem ao contrato com certificado de averbação INPI NR. 991197/03. Repisando, a Diligência teve por escopo (1) obter do contribuinte licenciado cópias do contrato celebrado com a licenciadora, das faturas comerciais e dos registros no Livro Razão, relacionados com o pagamento de royalties que ensejaram o direito creditório pleiteado, e (2) a apuração pela Delegacia de origem da legitimidade do crédito pleiteado em face dos documentos coligidos. De um lado a outro, os argumentos cingiramse em afirmar (Auditor Fiscal) ou infirmar (contribuinte) a previsão de prestação de serviços pela licenciadora em razão da presença, nas cláusulas do contrato de Licença, dos termos "informações técnicas" e "assistência técnica". Assim, defendeu o AuditorFiscal a impossibilidade de afastar a incidência do PIS/PasepImportação sobre os pagamentos de royalties em razão dos valores comportarem também pagamentos decorrentes da prestação de serviços pela licenciadora. Em contrapartida, a contribuinte sustenta a não incidência da Contribuição pois as remessas de valores tem fundamento exclusivo no pagamento pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia, sem abarcar quaisquer serviços prestados. Analiso os argumentos suscitados para então decidir o litígio, iniciandose com a manifestação da autoridade fiscal em seu Relatório de Diligência (fls. 620/624). A autoridade fiscal preocupase em trazer a definição de royalties e seu conteúdo semântico para demonstrar a exclusão de "serviço técnico" e "assistência Fl. 601DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 10 9 técnica" da abrangência de seu conceito. Para isso, utilizouse das definições contidas na IN SRF nº 252/2002, que trata de royalties para fins da incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte. Aduz que no contrato de licenciamento constam, além da licença para uso da propriedade industrial e intelectual, "outros elementos, que configuram serviços". Fundamenta seus argumentos apontando para três cláusulas contratuais: a. O subitem "1.4" cujo título é "Informações Técnicas" no qual se insere cláusula de fornecimento de materiais técnicos (desenhos, especificações e outros dados) e de assistência técnica, concluindo, quanto a esta (assistência técnica), tratarse de uma obrigação de fazer, que vislumbra característica de prestação de serviço; b. O subitem "4.2" que prescreve "Tarefa do Correspondente Técnico da Licenciadora" dispõe sobre fornecimento de informações à licenciada com relação "dispositivos licenciados e informações técnicas", concluindo também tratarse de obrigação de fazer prestação de serviço na medida em que tais informações são disponibilizadas à licenciada; c. No subitem "5. Remuneração" que estabelece a forma de cálculo da remuneração e seu percentual a título de royalties não se verifica individualização quanto à parcelas relativas à prestação de serviços. Ao final de seu relatório, arremata pelo não reconhecimento do direito creditório à luz da Solução de Divergência Cosit nº 11/2011 que exige a individualização da remuneração licença de uso e prestação de serviços para efeitos de pagamento de royalties e cálculo das contribuições. Entendo não assistir razão à autoridade fiscal. A conceituação de royalties na IN SRF nº 252/2002 está prevista no inciso I, do § 1º do art. 17, in verbis: Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitamse à incidência do imposto na fonte à alíquota de quinze por cento. § 1º Para fins do disposto no caput: I classificamse como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra; Fl. 602DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 11 10 Os termos "serviço técnicos" e "assistência técnica" estão definidos no inciso II, do mesmo artigo: II considerase: a) serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios; b) assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido. Pois bem, fato é que o dispositivo do IRRF distingue royalties de serviço técnicos e assistência técnica para efeito de incidência de pagamentos e remunerações nessas rubricas. Quanto ao serviço técnico, a prestação é realizada por "profissionais liberais ou de artes e ofícios", portanto, é trabalho realizado por pessoa física, desenvolvendo atividade atinente a suas habilidades técnicas/artísticas em caráter pessoal. Não se prevê o trabalho realizado em nome de uma pessoa jurídica e no meu entender não se amolda às cláusulas contratuais em análise. "Assistência técnica a assessoria permanente" diz respeito àquela prestada por quem cede licença de processo ou fórmula secreta cujo trabalho (assistência) fazse necessário de modo permanente a possibilitar a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. Não é a situação que envolve licenciadalicenciadora, pois o objeto é transferência de tecnologia para fabricação de peças automotivas, que não se confunde com um "processo" ou fórmula secreta" ou "outros serviços" que possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. A utilização dos conceitos inseridos na IN SRF nº 252/2002 para estabelecer diferenças entre pagamentos de royalties e de serviço técnico/assistência técnica implica o ônus de se observar o conteúdo e aplicação desses termos na análise do Contrato de licenciamento e o objeto da atividade da recorrente. Dito de outra forma, a autoridade fiscal emprestou os as definições da IN tão somente para segregar pagamentos ao exterior relativos à royalties, serviços técnicos e em assistência técnica; contudo, não utilizou seus significados na interpretação das atividades previstas no contrato, que por certo, não se tratam de licenças relativas a processos industriais ou à fórmula secreta, como conceituado na IN. A conclusão, ainda que até aqui preliminar, é no sentido de que o contrato de licenciamento não contempla "serviço técnico" e assistência técnica" tal como conceituados na IN SRF nº 252/2002 para fins de segregação e apuração dos valores de royalties remetidos ao exterior aos quais não incidirão as Contribuições nos termos da SD Cosit nº 11/2011. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 12 11 Serão, também, analisadas as cláusulas contratuais e a forma de apuração da remuneração dos royalties, que contêm expressões relativas a "informações técnicas", "assistências técnicas" e outros termos abordados no relatório para demonstrar a inexistência de prestação de serviços no contrato de licenciamento da contribuinte. Antes, passo à análise da manifestação da contribuinte (fls. 629/636) que contrapõe os argumentos da autoridade fiscal no Relatório de Diligência. Confronta a contribuinte os fundamentos do relatório da diligencia sob o argumento de que não houve a indicação dos serviços contemplados no contrato de licenciamento que foram efetivamente prestados pela licenciadora. Alega que as "informações técnicas" não se caracterizam prestações de serviços, mas orientações disponibilizadas pela licenciadora por meio de manuais, guias de orientação, sem intervenção de pessoa física. Destaca que o objeto do contrato é uma licença para uso de marca estrangeira para fabricar produtos e realizar vendas na modalidade "OEM", "OES" E "AM" e tal licença inclui a utilização das informações técnicas acerca dos produtos. Argúi que a licenciadora fornece as instruções necessárias à execução das atividades (fabricação de produtos automotivos) no País. Entendo assistir razão à recorrente. As cláusulas contratuais são claras suficientes para apontar não somente a inexistência de prestação de serviços como um de seus objetos, ainda que secundário ou acessório, impõe também concluir que o cálculo da remuneração dos royalties contempla exclusivamente receitas de vendas dos produtos licenciados, o que exclui o pagamento pela prestação de serviços conexos ao licenciamento. Primeiro, passo à análise do "Contrato de Licença" e do seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a recorrente e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG, a qual será realizada mediante a investigação e interpretação dos vocábulos e expressões utilizadas que permitem extrair o seu objeto e, em especial, a previsão de (in)existência de serviços conexos à licença. a. "Dispositivos Licenciados" referemse aos produtos automotivos (peças) listados na "Tabela A" (fls. 447/450) licenciados à fabricação. Referida tabela compõe de peças veiculares de fabricação nacional. Portanto, não contemplam serviços. b. "Patentes Licenciadas", relacionadas na "Tabela B" (fl. 451), referemse a patentes possuídas pela licenciadora que se relacionam ou se aplicam aos "dispositivos licenciados". Portanto, não se tratam de serviços. c. "Informações Técnicas" referemse à disponibilização de informações orais ou por escrito relativas aos "dispositivos licenciados". As "informações" estão discriminadas na "Tabela C" (fls. 452/456) e compõem exatamente da mesma relação de dispositivos da "Tabela A". Portanto, não se tratam de outro serviço conexo, são mera prestações de informações, por intermédio de desenhos, especificações e outros dados. Fl. 604DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 13 12 d. Os termos "OEM", "OES" e "AM" referemse à fornecimento de peças e sobressalentes aos fabricantes de carros. e. "Atividades de B&C" referemse à produção e venda de sistemas de freios e seus acessórios. f. A cláusula "2.1 Licença Concedida" trata do objeto do contrato, que se resume à licença para fabricar as peças automotivas relacionadas nas tabelas e vender os dispositivos como "OEM", "OES E "AM", incluindose a licença para usar informações técnicas e as patentes licenciadas. Tais cláusulas são precisas para delas depreender a inexistência de prestações de serviços no âmbito do contrato celebrado. g. O tópico "4. Informações técnicas" trata do fornecimento de informações, o qual dispõe no item "4.1.1", "A LICENCIADA receberá da LICENDIADORA as Informações técnicas abaixo descritas"; h. Da leitura da cláusula "4.2" inferese que "dar informação" corresponde a colocar à disposição da licenciada cópias da documentação descrita na "Tabela C" e demais dados técnicos relativos e necessários à fabricação dos dispositivos licenciados, o que inclui respostas a consultas técnicas formuladas e recebidas, em relação aos dispositivos licenciados. Atentese que a atividade objeto do contrato de licenciamento é o fornecimento de licença de uso ou cessão para a transferência de tecnologia para a fabricação e venda de peças automotivas. Não há previsão de quaisquer prestações de serviços conexos ao licenciamento, isto é, inexiste qualquer obrigação de fazer; restringese o contrato a uma obrigação de dar. A definição de prestação de serviço, construída pela doutrina jurídica, é estabelecida nos termos em que há um esforço humano dirigido a terceiro, com conteúdo econômico, em caráter negocial e profissional, realizada sob regime de direito privado, cujo objeto é a realização de atividade da qual resulte um bem material ou imaterial. Assim dispõe a doutrina de Paulo de Barros de Carvalho1 em seu escólio acerca da prestação de serviço sujeita ao ISS: A mais desse fator, é forçoso que a atividade realizada pelo prestador apresentese sob a forma de "obrigação de fazer". Eis aí outro elemento caracterizador da prestação de serviços. Só será possível a incidência do ISS se houver negócio jurídico mediante o qual uma das partes se obrigue a praticar certa atividade, de natureza física ou intelectual, recebendo, em troca, remuneração. Por outro ângulo, a incidência do ISS pressupõe atuação decorrente do dever de fazer algo até então inexistente, não sendo exigível quando se tratar de obrigação que imponha a mera entrega, permanente ou temporária, de algo que já existe. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário linguagem e método, 3. ed.. São Paulo: Noeses, 2009, p. 768 Fl. 605DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 14 13 Destarte, a previsão contratual de disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuição para o PIS/Pasepimportação e à Cofins importação. A segunda análise recai sobre a forma de cálculo e a modalidade do pagamento dos royalties remetidos ao exterior em cumprimento às cláusulas estipuladas no contrato de licença. A remuneração do contrato de licença está previsto em sua cláusula "5.1 Royalty reincidente" (fl. 439) a qual estipula a taxa de 4% (quatro por cento) sobre "todos os Preços de Fábrica de vendas de Dispositivos Licenciados e quaisquer outras peças de veículos automotivos fabricados em conformidade com as Informações Técnicas e/ou pela utilização das Patentes Licenciadas." Referida taxa sofreu alteração por meio do "Aditivo ao Contrato de Licença", de 28/10/2004, que em suas folhas 2/4 e 3/4 (efls. 459/460) dispôs que "A LICENCIADA pagará à LICENCIANTE um Royalty Reincidente não restituível que remontará a 3% (três por cento) de todas as Vendas Líquidas." Resta claro qual deve ser a composição dos valores sobre os quais incidirão os royalties: preços de venda (na fábrica) ou vendas líquidas, em determinado período. Desses valores estão excluídos quaisquer parcelas relativas a pagamentos por serviços conexos à licença tomados pela contribuintelicenciada. Isto porque há previsão expressão na cláusula "5.2 Pagamento de royalty e Relatório de Royalty" de que o pagamento dos royalties será acompanhado de relatório a ser prestado pela contribuinte à licencidadora contendo (i) relação dos artigos e números dos dispositivos licenciados vendidos ou utilizados; (ii) o montante de "Preços de Fábrica recebidos por Dispositivos licenciados e suas peças" e (iii) a discriminação (origem / "derivação") das quantias pagas à licenciadora, conforme as informações prestadas. Completada a análise quanto aos valores que compõem o cálculo do pagamento dos royalties devidos à licenciadora, cumpre verificar a correspondência desse com os demais documentos coligidos e a sua regularidade conforme exigências da legislação. Os documentos em apreço são: invoice (fatura comercial), contrato de câmbio e correspondente registro na escrituração contábil. A invoice nº nº 90343232 (fl. 591/594) emitida pela licenciadora informa pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", com valor total de USD 1.300.811,16. De fato, o valor consignado não é o efetivamente remetido pois, conforme cláusula contratual, o pagamento deve ser líquido de impostos e taxas no país do licenciado. Assim, efetuada a retenção legal de 15% relativo ao IRRF (conforme informado no campo "outras especificações" do contrato de câmbio de fl. 204 e Fl. 606DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 15 14 lançamento no livro Razão à fl. 600), o valor a ser remetido é de USD 1.105.689,49 (R$ 3.454.395,10), exatamente como consignado na "Planilha de Cálculo" (fl. 201) e Contrato de Câmbio nº 04/03489, de 23/06/200 (fls. 203/205), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO, que comprova sua liquidação. Passo seguinte é verificar a regularidade da remessa cambial a título de royalties. A disciplina acerca das remessas de valores para o exterior a título de royalties ou qualquer outro título (inclusive "assistência técnica") foi estabelecida pela Lei nº 4.131, de 03/09/1962, com o controle pela Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC. Atualmente regulamentada pelo Banco Central do Brasil pela Circular nº 3.689/2013, que dispõe sobre o capital estrangeiro no País e sobre o capital brasileiro no exterior. De fato, em ambos diplomas não se verifica qualquer distinção quanto ao pagamento a título de royalties ou de outros serviços para o exterior. Não obstante, a Circular nº 3.689/2013, na Subseção I, que trata de "Royalties, serviços técnicos e assemelhados", do capítulo "Operações financeiras", dispõe sobre os registros das operações contratadas e discrimina sus espécies, como transcrito: Subseção I Royalties, serviços técnicos e assemelhados Art. 101. Esta subseção dispõe sobre o registro, no módulo ROF do RDE, das operações contratadas entre pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no País, e pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no exterior, relativas a: I licença de uso ou cessão de marca; II licença de exploração ou cessão de patente; III fornecimento de tecnologia; IV serviços de assistência técnica; V demais modalidades que vierem a ser averbadas pelo INPI; e VI serviços técnicos complementares e as despesas vinculadas às operações enunciadas nos incisos I a V deste artigo não sujeitos a averbação pelo INPI. Resta evidente que o regulamento estabeleceu diferenças entre royalties e serviços nos incisos "I" a "III" (royalties), "IV" (serviços de assistência técnica) e "V" (serviços técnicos complementares). Desde a edição da CartaCircular nº 2803/98, vigente em 01/07/1998, que contempla as operações da recorrente no ano de 2003/2004, as diferenças entre remessas por pagamento de royalties e de outros serviços estão especificadas segundo Tabela com os códigos atribuídos à natureza da operação, quando da prestação dessas informações no preenchimento do contrato de câmbio. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 16 15 Conforme a transcrição de Tabela, resta caracterizada a natureza do pagamento ao exterior com a verificação do código informado no contrato de câmbio: XIV SERVIÇOS DIVERSOS NATUREZA DA OPERAÇÃO Nº CÓDIGO 1 EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 1/ PATENTES 2/ licença de exploração/cessão 45625 MARCAS 2/ licença de uso/cessão 45618 FORNECIMENTO DE 2/ tecnologia 45632 serviços de assistência técnica 45649 serviços e despesas complementares 45584 FRANQUIAS 2/ 45591 IMPLANTAÇÃO OU INSTALAÇÃO DE PROJETO técnicoeconômico 45656 industrial 45663 de engenharia 45670 SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS 3/ projetos, desenhos e modelos industriais 45687 projetos, desenhos e modelos de engenharia 45694 montagem de equipamentos 45704 outros serviços técnicosprofissionais 45711 In casu, verificando a natureza da operação informada pela recorrente no Contrato de Câmbio nº 04/03489 (fl. 203) constatase tratarse do código de prefixo "45632", que conforme inciso III, do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, que evidencia pagamento de roylaties. Na hipótese do pagamento corresponder à prestação de serviço de assistência técnica ou de serviços complementares, os códigos seriam, respectivamente, 45634 e 45584, o que não se verifica nos autos. Assim, os documentos coligidos nos autos, relativos à apuração e ao pagamento dos valores devidos e remetidos ao licenciador estrangeiro, com a utilização de código cambial vinculado a pagamentos de royalties, comprovam tratarse de remessa a título de royalties previsto em contrato para a transferência de tecnologia para fabricação de produtos licenciados. Fl. 608DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 17 16 Finalizando, concluo que, à luz do contrato de licenciamento e os efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incide as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse exclusivamente à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties, inexistindo parcelas relativas à serviços conexos à licença a serem individualizados no contrato. Evidenciase assim, pagamento indevido o recolhimento efetuado pela recorrente, para o qual se pleiteia restituição do valor recolhido, por meio do DARF, código 5434 (fl. 202). Diante do exposto, voto no sentido de reconhecer o direito creditório da recorrente e dar provimento ao recurso voluntário." Retornando ao caso deste processo, importante ressaltar que todos os documentos analisados no julgamento do paradigma encontram correspondência com os documentos juntados ao presente, a saber: a) "Contrato de Licença" e seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a Continental do Brasil e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG (fls. 438 a 465 mesmo contrato que o analisado no julgamento do paradigma); b) invoice nº 90455654 (fls. 532) emitida pela licenciadora informando pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", no valor total de USD 1.619.197,00; c) contrato de cambio nº 05/049655, no valor de USD 1.376.317,45 (fls. 204 a 206), que comprova a remessa ao exterior de USD 1.376.317,45 (R$ 3.251.687,61), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO que comprova sua liquidação; d) o valor da remessa, conforme cláusula contratual, corresponde ao valor total da invoice menos o desconto do IRRF de 15%, conforme lançamentos no razão fl. 542) e planilha de cálculo de fl. 202; e) a natureza da operação no Contrato de Câmbio nº 05/049655 foi especificada com o código de prefixo "45632", que, conforme inciso III do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, o que evidencia pagamento de royalties; f) DARF de fl. 203. Portanto, constatase que neste processo o contribuinte juntou os mesmos documentos que foram considerados hábeis à comprovação do direito creditório no caso do paradigma, variando apenas o número dos documentos e os valores envolvidos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório em litígio. Winderley Morais Pereira Fl. 609DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 18 17 Fl. 610DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 10380.006039/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
RESSARCIMENTO DE COFINS. CORREÇÃO DE CRÉDITOS PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA DE LEI.
A Lei n. 10.833/2003 impede a aplicação da taxa SELIC nas hipóteses de ressarcimento de créditos de COFINS. Aplicação da Súmula CARF n. 02.
Numero da decisão: 3201-001.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Wilson Sampaio Sahade Filho, Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: Relator
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1625; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 93 1 92 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.006039/200580 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201001.633 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2014 Matéria RESSARCIMENTO DE COFINS Recorrente CASCAVEL COUROS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 RESSARCIMENTO DE COFINS. CORREÇÃO DE CRÉDITOS PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA DE LEI. A Lei n. 10.833/2003 impede a aplicação da taxa SELIC nas hipóteses de ressarcimento de créditos de COFINS. Aplicação da Súmula CARF n. 02. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Wilson Sampaio Sahade Filho, Daniel Mariz Gudino. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 60 39 /2 00 5- 80 Fl. 194DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 2 Referese o presente processo a pedido de ressarcimento de Cofins. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de créditos de Cofins (fl. 01), no valor de R$ 2.965.426,16, correspondente ao 2° trimestre de 2005, com fundamento na Lei n° 10.833/2003. Foram apensadas aos autos declarações de compensação. O Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza, por intermédio do Termo de Informação Fiscal de fls. 41/43, concluiu pelo deferimento do pleito. A unidade de origem, com base no referido Termo, decidiu, conforme informação fiscal e despacho decisório de fls. 55/57, reconhecer o direito creditório, no valor de R$ 2.965.426,16, sem incidência de juros selic, homologando as compensações declaradas até o limite do crédito reconhecido. Inconformado com a decisão, de que tomou ciência em 07/02/2008, o sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade (fls. 60/69) na qual argumenta, em síntese, que: a) A DRF/Fortaleza deferiu parcialmente o seu pedido de ressarcimento ao não garantir a incidência da taxa Selic. Quando o art. 6°, § % da Lei n° 10.833/2003 garantiu a compensação dos crédits da Cofins garantiu aos contribuintes o direito de utilizarem o benefício fiscal no montante em que foi concedido, que é equivalente ao poder econômico do crédito na data de sua geração. A correção monetária não tem o efeito de aumentar a quantia a ser aproveitada, por ser notório que o seu fim é o de somente garantir uma equivalência real entre dois valores. b) Como o art. 6°, § 1% da Lei n° 10.833/2003 assegura originariamente o direito de compensar, sobre o valor do crédito objeto desta compensação deverá ser aplicada a correção monetária, como estabelece o § 3° do art. 66 da Lei n° 8.383/1991, o qual não se limita às hipóteses de pagamento indevido ou a maior de tributos. Em decorrência da aplicação da correção monetária ao crédito objeto da compensação, o valor a ser ressarcido em moeda deverá suportar a mesma incidência, por ser derivado da quantia que deixou de ser compensada. c) Ainda se não existisse previsão legal para a incidência de correção monetária, persistiria o direito à atualização monetária. A própria Advocacia Geral da União ratifica que a correção monetária não se constitui em acréscimo de valor, nos termos do Parecer n° 01, de 11/06/1996, com a conclusão de que a correção monetária não se constitui plus a exigir expressa previsão legal. d) A Lei n° 9.250/1995 garante a utilização da Taxa Selic. Cita o § 4° do artigo 39, aduzindo que o mesmo aplicarseia a toda hipótese de compensação, bem como que do emprego da isonomia tributária resultaria o direito à atualização pela taxa selic. Cita decisão administrativa. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10380.006039/200580 Acórdão n.º 3201001.633 S3C2T1 Fl. 94 3 e) Pelo emprego da analogia, resultaria do § 4° do artigo 39 da Lei n° 9.250/1995 que, se na recuperação de valores por compensação se aplica a taxa selic, também deve ser admitido o mesmo efeito sobre o crédito da Cofins. Ademais, mesmo que não fosse admitida a aplicação da taxa Selic na condição de juros, ainda assim persistiria o direito a sua aplicação a título de atualização monetária, em substituição à UFIR. Requereu, assim, que seja garantido o seu direito ao ressarcimento dos valores com o acréscimo da taxa Selic, contada a partir da data de geração do direito ao crédito ou, ao menos, sucessivamente, contada a partir da data do protocolo do pedido. A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos órgãos colegiados não constituem normas gerais, razão pela qual seus julgados não aproveitam a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. JUROS SELIC. RESSARCIMENTO. Descabe a incidência de juros compensatórios no ressarcimento de créditos do IPI, por carência de amparo legal. ATO NORMATIVO. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de ilegalidade de dispositivos da legislação tributária. Os textos normativos regularmente editados gozam de presunção de legitimidade. Solicitação Indeferida Na decisão ora recorrida entendeuse, em síntese, que o art. 39, §4°, da Lei n° 9.250, de 26 de dezembro de 1995, somente se refere à atualização de pedidos de restituição, não se fazendo aplicável aos pedidos de ressarcimento. Ademais, o § 5o, do artigo 72 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 30 de dezembro de 2008, prescreveria expressamente que não incidirão juros compensatórios "no ressarcimento de créditos do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem como na compensação de referidos créditos", da mesma forma que previam as instruções normativas que lhe antecediam. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da manifestação de inconformidade. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 4 É o relatório. Voto Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. O objeto do presente recurso é o direito à incidência da taxa SELIC, incidentes sobre os créditos de Cofins, que foi integralmente concedido nas instâncias anteriores. A aplicação da taxa SELIC para aproveitamento de créditos é vedada expressamente pela Lei n. 10.833/2003, conforme se verifica: Art. 13 . O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Assim, pela aplicação da Súmula CARF n. 2, fica impedido o colegiado o apreciar a constitucionalidade da lei. Em face do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 197DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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Numero do processo: 10935.000214/2003-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-002.260
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo, que davam provimento integral ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o advogado Marcio Rodrigo Frizzo. OAB/PR 33.150.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano DAmorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Charles Mayer de Castro Souza.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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CORREÇÃO MONETÁRIA. RECURSO ESPECIAL 993.164. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. APLICAÇÃO. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização de Crédito Presumido do IPI descaracteriza referido crédito como escritural, exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. No caso concreto, aplicase a correção monetária até a ciência do primeiro despacho decisório; a partir de então, não houve oposição à concessão do valor reconhecido.Recurso ao qual se dá provimento parcial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo, que davam provimento integral ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o advogado Marcio Rodrigo Frizzo. OAB/PR 33.150. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 02 14 /2 00 3- 40 Fl. 2069DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 2 WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano DAmorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Charles Mayer de Castro Souza. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho de Contribuintes, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Tratase de pedido de ressarcimento (fl. 04) de crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de que trata a Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, e a Portaria MF nº 38, de 27 de fevereiro de 1997, formalizado em 30/12/2002 e no montante de R$ 313.740,13, respeitante ao 4º trimestrecalendário de 1998, cumulado com as Declarações de Compensação (PER/DCOMP) às fls. 1482/1483, com débitos no total de R$ 108.400,40. Pelo Despacho Decisório nº 025/2007 (fls. 1507/1514), a DRFB em Cascavel/PR deferiu parcialmente o pleito, tendo sido glosadas as parcelas relativas às compras de pessoas físicas e cooperativas não contribuintes do PIS e da COFINS, às exportações de soja após limpeza e secagem e à atualização monetária pela SELIC do total requerido. O reconhecimento parcial do pedido de ressarcimento foi de R$ 25.839,54. Na manifestação de inconformidade (fls. 1524/1556), apresentada em 07/08/2007, foram alegadas ilegalidade e inconstitucionalidade de atos administrativos que restringem o benefício concedido pela lei, sendo que não importaria a origem dos insumos utilizados, pois todos que ingressassem na empresa com fins de exportação comporiam a base de cálculo do crédito presumido, sobre o qual inclusive incidiria a correção monetária, conforme julgados administrativos e judiciais mencionados. Neste ínterim, a interessada ajuizou o Mandado de Segurança nº 2007.70.05.0037088 pleiteando a inclusão das aquisições de pessoas físicas e cooperativas no cálculo do benefício, sendo que, antes que esta instância administrativa se pronunciasse, logrou obter o pedido deduzido no Agravo de Instrumento nº 2007.04.00.0321455/PR, que determinou o recálculo do crédito presumido com a inclusão das controvertidas aquisições. Fl. 2070DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.070 3 Assim, em 20/05/2008, foi proferido o Despacho Decisório nº 92/2008 (fls. 1514/1519) com o reconhecimento da parcela em questão do crédito presumido e a homologação total da Declaração de Compensação vinculada ao pedido de ressarcimento. Contudo, a requerente apresentou, em 08/07/2008, nova manifestação de inconformidade (fls. 1540/1547) com a alegação de que este processo não poderia seguir para arquivo, na medida em que não foram apreciadas no âmbito do contencioso administrativo de primeira instância as alegações relativas à inclusão na base de cálculo do crédito presumido das exportações de soja após limpeza e secagem e a atualização monetária, à taxa SELIC, do total requerido. Em 16/10/2008, foi proferido o Despacho Decisório nº 316/2008 (fl. 1649), com a homologação total das Declarações de Compensação, por força de decisão judicial nos autos do Agravo de Instrumento nº 2008.04.00.0010727 e conforme memorando à fl. 1640. Veio então a manifestação de inconformidade de 09/06/2009 (fls. 1678/1688) em relação a diversos processos atinentes a ressarcimento, inclusive este, com o pedido para apreciação de todos os recursos voluntários interpostos, sob pena de ofensa a direito líquido e certo. O Acórdão DRJ/RPO nº 1433.650 (fls. 1703/1707) foi prolatado em 11/05/2011, com o julgamento de improcedência da manifestação de inconformidade e o nãoreconhecimento do direito creditório. Em conseqüência, foi interposto em 27/07/2011 o recurso voluntário às fls. 1714/1775). Sobreviera, antes, o Acórdão (fls. 1795/1803), de 29/06/2011 (publicação em 07/07/2011) nos autos da Apelação Cível nº 2007.70.05.0037088/PR. Em 09/04/2013, no Despacho Decisório nº 197/2013 (fls. 1810/1815) foi decidido o seguinte: “a) Manter inalterado o reconhecimento PARCIAL do direito creditório constante do Despacho Decisório nº 025/2007, no VALOR de R$ 25.839,54 (vinte e cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e cinquenta e quatro centavos), relativo ao Crédito Presumido do IPI sobre as aquisições de insumos junto a contribuintes e utilizados no processo produtivo destinado a exportação; b) Manter inalterado o reconhecimento PARCIAL do direito creditório constante do Despacho Decisório nº 095/2008, no VALOR de R$ 148.096,07 (cento e quarenta e oito mil, noventa e seis reais e sete centavos), relativo ao Crédito Presumido do IPI sobre as aquisições de insumos junto a não contribuintes e utilizados no processo produtivo destinado a exportação; c) Manter a homologação das compensações declaradas pelo contribuinte e vinculadas ao presente pleito até o limite do valor do crédito reconhecido; d) Pela inconsistência apontada impõese a necessidade de revisão do despacho que Fl. 2071DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 4 promoveu a compensação de ofício sob nº 316/2008 (fls. 1649), com o imediato cancelamento das compensações procedidas de ofício no presente processo, e que em ato contínuo, seja efetivada nova proposição de compensação de ofício, com observância as normas e rito processual e notificação prévia ao interessado; e) Atendendo determinação judicial, demonstrar o calculo da correção pela taxa SELIC, sobre a parcela do crédito indicada no “item B” acima, não reconhecida inicialmente pelo Fisco por restrição administrativa (IN 419, de 10/05/04, art. 2º, §2º), tendo como data inicial da contagem o dia 30/12/2002 (data da formalização do pleito) e como data final o mês anterior ao da efetivação da compensação ou ressarcimento em espécie e de 1% relativamente ao mês em curso que ocorrer o evento (art. 39, §4º, da Lei 9.250/95)”. (grifos do original) Depois da ciência em 07/05/2013 (AR à fl. 1844), foi oposta a manifestação de inconformidade (fls. 1870/1881), em 06/06/2013, firmada pelo representante legal da pessoa jurídica, qualificado na cópia de alteração de contrato social (fls. 1883/1890). Primeiramente, é defendida a tempestividade da manifestação de inconformidade. Em segundo lugar, sustenta que a taxa Selic deve incidir sobre todo o direito creditório requisitado, desde o início do procedimento, conforme doutrina aduzida, não somente sobre o montante de R$ 148.096,07, inicialmente indeferido por se tratar de aquisições de insumos de não contribuintes; do contrário, tratase locupletamento indevido do Fisco: decorreram dez anos do protocolo do pedido de compensação de créditos e débitos até a apreciação conclusiva pela Receita Federal, tendo sido corrigidos monetariamente somente os débitos; a atualização monetária deve incidir sobre todos créditos, inclusive os créditos homologados, e não apenas sobre os créditos não homologados no início do procedimento. Outrossim, denuncia dupla compensação de mesmo débito: R$ 17.768,83, com vencimento em 13/02/2004, relativo à DCOMP nº 10935.000593/2004 92, fl. 1518. Tratase de erro que pode ser sanado, conforme o PAF, art. 32. Por fim, requer que seja conhecida e provida integralmente a manifestação de inconformidade e homologadas as declarações de compensação, e, especialmente, que seja determinada a correção monetária pela Selic, até a data de encerramento da análise do processo administrativo de compensação de créditos e débitos, do direito creditório inicialmente homologado pela autoridade fiscal, à semelhança do que foi apenas reconhecido judicialmente; além disso, que seja anulada a dupla compensação de mesmo débito. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão 1443.697 de 07/08/2013, proferida pelos membros da 12ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 Fl. 2072DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.071 5 CRÉDITOS ESCRITURAIS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PELA VARIAÇÃO DA TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. É incabível, por ausência de base legal, a atualização monetária de créditos escriturais do imposto, passíveis de ressarcimento, pela incidência da taxa Selic. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário, instruído com diversos documentos, cujo teor é sintetizado a seguir. Após relatar os fatos, no mérito sustenta que no se refere à incidência da SELIC sobre os créditos requeridos pela Recorrente, a matéria reassumiu a importância a partir do Despacho Decisório n. 197/2013, que entendeu que a SELIC somente deveria incidir sobre a parcela reconhecida judicialmente. Esclarece que a decisão guerreada conflita com a legislação aplicável ao caso. Isto porque é obrigatório que os débitos do contribuinte com o Fisco sejam ser atualizados pela SELIC, nos termos da Lei n. 9.065/95, art. 13. Pontua que o Supremo Tribunal Federal declarou que a taxa SELIC também deve ser aplicada nos casos de repetição de indébito. Recordese que o "direito de crédito" é um fenômeno inerente à incidência da lei tributária, de modo que a utilização pelo contribuinte dos créditos que a legislação lhe concede situase em momento temporal que (i) sucede o fato gerador do direito de crédito e (ii) que antecede a extinção do débito que se pretende ver compensado. Destaca que o PERDCOMP da Recorrente foi transmitido há mais de 10 (dez) anos. Desse modo, por culpa exclusivamente ao Fisco, o procedimento ainda não teve fim. Aliás, é importante destacar que, em meados de 2013, a DRJ reconheceu nova irregularidade nos procedimentos administrativos destes autos: compensação de ofício sem a prévia ciência da Recorrente, consoante determinava o art. 45 da IN RFB 900/08 (atual art. 61 da IN RFB 1300/2012). De outro lado, argumenta que o temse que o débito de valor R$ 17.768,63 vencido em 13/02/2004) apontado na DCOMP nº 10935.000593/200492 foi compensado em duplicidade. Vale dizer, foi compensado com os créditos originalmente reconhecidos pelo AFRFB e, após a decisão judicial, o mesmo débito foi novamente compensado com os créditos complementares. Insiste que o mesmo débito foi compensado em duplicidade: (i) com primeiro, com os créditos homologado no início do procedimento; (ii) após, com os créditos reconhecidos por força da decisão judicial. Fl. 2073DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 6 Por fim requer que seu recurso seja conhecido e julgado para: determinar que a correção monetária pela Selic do crédito da Recorrente que foi inicialmente homologado pelo AFRFB, à semelhança do que apenas foi reconhecido via judicialmente até a data em que se encerrar a análise do processo administrativo de compensação de créditos e débitos; anular a dupla compensação do débito com vencimento em 13/02/2004 (cód. 2172), tendo em vista que este foi compensado com os créditos inicialmente ressarcidos e, novamente, com os créditos ressarcidos por força de decisão judicial. Através da Resolução de n° 3801000935, de 19/03/2015, foi convertido os autos em diligência para que: De início constatase que não é possível delimitar o litígio. Como relatado, este processo tem uma situação atípica. A tramitação processual foi conturbada em face dos três despachos decisórios, respectivas manifestações de inconformidade, duas decisões da DRJ e dois recursos voluntários. Reconhecese que os despachos decisórios foram complementares, todavia o litígio não ficou demarcado a partir da última decisão da DRJ. Entendese,a princípio, que a recorrente deveria em seu último recurso voluntário reafirmar as teses de seu primeiro recurso o. A simples menção a sua interposição não é suficiente para a apreciação de todas as alegações porque algumas perderam o seu objeto. De sorte que no primeiro recurso a recorrente questiona diversas matérias, enquanto no segundo recurso voluntário, a recorrente simplesmente reiterou de forma genérica as alegações do primeiro recurso e se insurgiu especificamente em relação à incidência da correção monetária pela Selic sobre a totalidade do crédito presumido da recorrente. Ocorre, todavia, que diversas matérias foram objeto de provimento pela primeira decisão a quo. Assim sendo, a reiteração genérica no segundo recurso voluntário inviabiliza a delimitação precisa das matérias ainda em litígio. Por outro lado, o não conhecimento do primeiro recurso voluntário implicaria em ofensa ao amplo direito de defesa. No caso vertente, em atenção ao princípio constitucional da ampla defesa e a fim de se evitar a caracterização da preterição do direito de defesa da interessada, a medida que se impõe é a intimação da recorrente para que consolide em uma única peça recursal devidamente fundamentada as matérias que ainda tem interesse em recorrer. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem intime a interessada para que consolide em uma única peça recursal as matérias que ainda tem interesse em agir no prazo de 30 (trinta) dias. Em sede de nova apresentação do recurso voluntário, como demandado pela Resolução acima, a recorrente narra os fatos, bem como, repisa todos os argumentos trazidos Fl. 2074DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.072 7 anteriormente dos citados recursos voluntários e peças de defesa apresentados (em 29/05/2015, às efls. 19782017). Não obstante apresentação da peça acima, a recorrente trouxe, em 27/11/2015, na forma de memoriais, na forma escrita, quando a mesma sintetiza, creio eu, o seu pleitode atualização monetária sobre todo o crédito do IPI, objeto do pedido de ressarcimento. Foi convertido o processo em diligência, através de Resolução complementar, de n° 3201000663. Apresentou o recurso voluntário, de forma demandada, onde ressalta o seu inconformismo pela a não aplicação da taxa Selic, na totalidade, desde o pedido, nos termos: Com base nas razões acima expostas, nos exatos termos da jurisprudência deste Conselho, bem como dos Tribunais Superiores, pugnase pelo provimento do Recurso Voluntário para determinar a incidência da atualização via TAXA SELIC dos pedidos de ressarcimento a partir da data do protocolo dos mesmos, sendo: a) DETERMINAR a correção pela Selic da primeira parcela de crédito reconhecida – quase 05 (cinco) anos após ao pedido de ressarcimento – desde o protocolo da Per/Dcomp até seu efetivo ressarcimento em moeda corrente ou compensação, nos termos expostos no item III.I.; b) DETERMINAR a Correção pela Selic do valor previsto no item “a” até seu ressarcimento ou utilização em compensação, uma vez que já deveria ter sido deferida no primeiro despacho decisório, nos termos expostos no item III.II. O processo digitalizado foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira para prosseguimento, de forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O recurso voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Versa o pedido de ressarcimento de crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de que trata a Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, e a Portaria MF nº 38, de 27 de fevereiro de 1997, em 30/12/2002 e no montante de R$ 313.740,13, respeitante ao 4º trimestrecalendário de 1998, cumulado com as Declarações de Compensação (PER/DCOMP) às fls. 1482/1483 , com débitos no total de R$ 108.400,40. É prudente revisar as etapas dos autos, como já relatado, tendo em vista, diversos despachos decisórios, bem como manifestações de inconformidade, duas decisões Fl. 2075DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 8 DRJ, bem como diversos recursos voluntários, o que redundou nas Resoluções acima, para que a recorrente delimitasse o seu pleito, o que foi finalmente posto. Transcrevo parte do relatório: Pelo Despacho Decisório nº 025/2007 (fls. 1507/1514), a DRFB em Cascavel/PR deferiu parcialmente o pleito, tendo sido glosadas as parcelas relativas às compras de pessoas físicas e cooperativas não contribuintes do PIS e da COFINS, às exportações de soja após limpeza e secagem e à atualização monetária pela SELIC do total requerido. O reconhecimento parcial do pedido de ressarcimento foi de R$ 25.839,54. Na manifestação de inconformidade (fls. 1524/1556), apresentada em 07/08/2007, foram alegadas ilegalidade e inconstitucionalidade de atos administrativos que restringem o benefício concedido pela lei, sendo que não importaria a origem dos insumos utilizados, pois todos que ingressassem na empresa com fins de exportação comporiam a base de cálculo do crédito presumido, sobre o qual inclusive incidiria a correção monetária, conforme julgados administrativos e judiciais mencionados. Neste ínterim, a interessada ajuizou o Mandado de Segurança nº 2007.70.05.0037088 pleiteando a inclusão das aquisições de pessoas físicas e cooperativas no cálculo do benefício, sendo que, antes que esta instância administrativa se pronunciasse, logrou obter o pedido deduzido no Agravo de Instrumento nº 2007.04.00.0321455/PR, que determinou o recálculo do crédito presumido com a inclusão das controvertidas aquisições. Assim, em 20/05/2008, foi proferido o Despacho Decisório nº 92/2008 (fls. 1514/1519) com o reconhecimento da parcela em questão do crédito presumido e a homologação total da Declaração de Compensação vinculada ao pedido de ressarcimento. Contudo, a requerente apresentou, em 08/07/2008, nova manifestação de inconformidade (fls. 1540/1547) com a alegação de que este processo não poderia seguir para arquivo, na medida em que não foram apreciadas no âmbito do contencioso administrativo de primeira instância as alegações relativas à inclusão na base de cálculo do crédito presumido das exportações de soja após limpeza e secagem e a atualização monetária, à taxa SELIC, do total requerido. Em 16/10/2008, foi proferido o Despacho Decisório nº 316/2008 (fl. 1649), com a homologação total das Declarações de Compensação, por força de decisão judicial nos autos do Agravo de Instrumento nº 2008.04.00.0010727 e conforme memorando à fl. 1640. Veio então a manifestação de inconformidade de 09/06/2009 (fls. 1678/1688) em relação a diversos processos atinentes a ressarcimento, inclusive este, com o pedido para apreciação de todos os recursos voluntários interpostos, sob pena de ofensa a direito líquido e certo. O Acórdão DRJ/RPO nº 1433.650 (fls. 1703/1707) foi prolatado em 11/05/2011, com o julgamento de improcedência da manifestação de inconformidade e o nãoreconhecimento do direito creditório. Fl. 2076DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.073 9 Em conseqüência, foi interposto em 27/07/2011 o recurso voluntário às fls. 1714/1775). Sobreviera, antes, o Acórdão (fls. 1795/1803), de 29/06/2011 (publicação em 07/07/2011) nos autos da Apelação Cível nº 2007.70.05.0037088/PR. Em 09/04/2013, no Despacho Decisório nº 197/2013 (fls. 1810/1815) foi decidido o seguinte: “a) Manter inalterado o reconhecimento PARCIAL do direito creditório constante do Despacho Decisório nº 025/2007, no VALOR de R$ 25.839,54 (vinte e cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e cinquenta e quatro centavos), relativo ao Crédito Presumido do IPI sobre as aquisições de insumos junto a contribuintes e utilizados no processo produtivo destinado a exportação; b) Manter inalterado o reconhecimento PARCIAL do direito creditório constante do Despacho Decisório nº 095/2008, no VALOR de R$ 148.096,07 (cento e quarenta e oito mil, noventa e seis reais e sete centavos), relativo ao Crédito Presumido do IPI sobre as aquisições de insumos junto a não contribuintes e utilizados no processo produtivo destinado a exportação; c) Manter a homologação das compensações declaradas pelo contribuinte e vinculadas ao presente pleito até o limite do valor do crédito reconhecido; d) Pela inconsistência apontada impõese a necessidade de revisão do despacho que promoveu a compensação de ofício sob nº 316/2008 (fls. 1649), com o imediato cancelamento das compensações procedidas de ofício no presente processo, e que em ato contínuo, seja efetivada nova proposição de compensação de ofício, com observância as normas e rito processual e notificação prévia ao interessado; e) Atendendo determinação judicial, demonstrar o calculo da correção pela taxa SELIC, sobre a parcela do crédito indicada no “item B” acima, não reconhecida inicialmente pelo Fisco por restrição administrativa (IN 419, de 10/05/04, art. 2º, §2º), tendo como data inicial da contagem o dia 30/12/2002 (data da formalização do pleito) e como data final o mês anterior ao da efetivação da compensação ou ressarcimento em espécie e de 1% relativamente ao mês em curso que ocorrer o evento (art. 39, §4º, da Lei 9.250/95)”. (grifos do original) Então ao caso, restringese o pleito em relação à aplicação ou não da taxa Selic, da parte deferida inicialmente no valor de R$ 25.839,54. , conforme Despacho Decisório de nº 25/2007, e não sobre o que já foi decidido sobre a taxa Selic, ou seja, taxa Selic incide sobre parcela reconhecida judicialmente. Consta o Despacho Decisório nº 025/2007, onde foi deferido parcialmente o pleito, tendo sido glosadas as parcelas relativas às compras de pessoas físicas e cooperativas não contribuintes do PIS e da COFINS, às exportações de soja após limpeza e secagem e à atualização monetária pela SELIC do total requerido. O reconhecimento parcial do pedido de ressarcimento foi de R$ 25.839,54. Então, no que diz respeito à correção monetária, por força do disposto no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho, aplicase a decisão tomada no Recurso Fl. 2077DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 10 Especial nº 993.164, do Superior Tribunal de Justiça, decidido em Regime de Recursos Repetitivos. Para maior clareza, transcrevoo a seguir. RECURSO ESPECIAL Nº 993.164 MG (2007/02311873) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados , como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo . Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica se, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção Fl. 2078DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.074 11 bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS ." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciarseão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição" ; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais" ; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Fl. 2079DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 12 Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Pelo exposto, fica autorizada, portanto, a incidência de correção monetária pela Taxa Selic no caso de pedidos baseados no benefício instituído pela Lei 9.363/96. Quanto a isso, imperioso delimitar o prazo de que a correção monetária é devida desde a oposição do Órgão estatal, impedindo a utilização do direito ao crédito. No caso concreto, ao meu ver, já não houve mais oposição à concessão do valor ora reconhecido quando do primeiro Despacho Decisório (25/2007). De fato, houve, posteriormente à emissão do despacho primeiro, demora, inclusive na apreciação de outros pleitos, tempo decorrido por conta das duas outras intimações, para trazer aos autos, documentos e prestar esclarecimentos e vários outros trâmites processuais; no entanto, o direito ao crédito do primeiro despacho já se encontrava disponível para sua utilização. Mesmo entendimento exemplificativo quanto à aplicação da taxa Selic em relação à delimitação do prazo, conforme se traduz na ementa do acórdão de nº 3102002.412, de 20/03/2015, processo 10280.005329/200615, de relatoria de Ricardo Rosa que transcrevo a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 CRÉDITO PRESUMIDO. PEDIDO ORIGINAL. EXCEDENTE APURADO PELA FISCALIZAÇÃO. CONCESSÃO. POSSIBILIDADE. PRAZO. PRESCRIÇÃO. Deve ser reconhecido o direito ao crédito não requerido originalmente no pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte, mas apurado pela Fiscalização Federal na análise do pleito. Prescreve em cinco anos o direito de constituir o pedido de reconhecimento do crédito escriturado, na forma especificada pela Administração Tributária ou. Não sendo possível fazêlo na forma prescrita, atribuise o mesmo efeito à manifestação expressa apresentada pelo contribuinte no curso do procedimento. Fl. 2080DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10935.000214/200340 Acórdão n.º 3201002.260 S3C2T1 Fl. 2.075 13 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. RECURSO ESPECIAL 993.164. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. APLICAÇÃO. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização de Crédito Presumido do IPI descaracteriza referido crédito como escritural, exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Portanto, a oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização de Crédito Presumido do IPI descaracteriza referido crédito como escritural, exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. No caso concreto, aplicase a correção monetária até a ciência do primeiro despacho decisório; a partir de então, não houve oposição à concessão do valor reconhecido. Por todo o exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 2081DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 3/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA
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Numero do processo: 10865.904940/2012-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO
A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.357
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DCOMP. Recorrente ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazêlo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 49 40 /2 01 2- 03 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o PIS/Pasep. A DRF LIMEIRA emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que comercializa alguns produtos sujeitos à tributação monofásica (alíquota zero sobre as suas vendas), que foram indevidamente tributados, o que deu origem aos créditos informados no PER/Dcomp. Procurando demonstrar a existência do direito creditório junta ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 08026.268. A DRJ fundamentou que a simples retificação da DCTF não é suficiente para comprovar o pagamento indevido ou a maior que o devido, e que a contribuinte não trouxe aos autos elementos comprobatórios do direito creditório utilizado na compensação declarada. Em seu recurso voluntário a Recorrente traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório decorre da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de receitas oriundas da venda de produtos sujeitos à alíquota 0%, conforme anexo I da Lei nº 10.485/2002 (SILENCIOSO componente do sistema de escapamento NCM 87.08.92.00), que já teriam sofrido tributação obedecendo ao critério monofásico; b) afirma que procurou comprovar o direito creditório com a manifestação de inconformidade acompanhada da DCTF retificadora, mas que, agora, junta aos autos demonstrativo mais detalhado e minucioso (listagem de notas fiscais com indicação dos produtos vendidos com respectivas alíquotas aplicáveis, cópia do Registro de Saídas e da GIA correspondentes), servindo para o reconhecimento de seu direito de crédito ou, pelo menos, para justificar a realização de diligência (cita a Resolução nº 3803000.330 como precedente); c) caso o Colegiado decida pela realização de diligência, informa que todas as notas fiscais relacionadas nos demonstrativos estão sob sua guarda, à disposição do Fisco; Fl. 94DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 3 d) sustenta que a decisão recorrida negou seu direito atendose a aspecto meramente formal, sem observar o princípio da verdade material, que norteia o processo administrativo fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.316, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.316): "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 70 a 78 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Fortaleza/3ª Turma, nº 0826.232, de 20 de agosto de 2013. No presente caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DCTF para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar o motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Agora, já no recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 95DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 4 [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...]Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). O processo administrativo fiscal pode ser considerado como um método de composição dos litígios, empregado pelo Estado ao cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto para a resolução da lide. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. Humberto Theodoro Júnior em "Curso de Direito Processual Civil, vol. I" (ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) assim diz: “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.”. Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Neste sentido, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os antes transcritos artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Por sua vez, o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972, estabelece que as provas devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. O sistema da oficialidade, adotado no processo administrativo, e a necessidade da marcha para frente, a fim de que o mesmo possa atingir seus objetivos de solução de conflitos e pacificação social, impõem que existam prazos e o estabelecimento da preclusão. Contudo, uma fria análise da norma pode vir a chocarse com os princípios da verdade material e da ampla defesa. Vejamos que a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo em geral, no art. 3º, possibilita a apresentação de alegações e documentos antes da decisão e, no art. 38, permite que documentos probatórios possam ser juntados até a tomada da decisão administrativa. Entretanto, conforme a melhor doutrina, deve ser aplicada ao caso a lei específica existente, Decreto nº 70.235/1972, que determina o rito do processo administrativo fiscal, em detrimento da lei geral. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 5 Neste ponto, sobre o momento da apresentação da prova no processo administrativo fiscal, cabe mencionar que de fato existe na jurisprudência uma tendência de atenuar os rigores da norma, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, que indicam trataremse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Logo, o direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação e será determinado a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, bem como à percepção de que efetivamente houve um esforço na busca de comprovar o direito alegado, que é ônus daquele que objetiva a restituição, ressarcimento e/ou compensação de tributos. Como se vê, as alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque, conforme já dito, o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. O § 4º do art. 16 do PAF estabelece que só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Especificamente no caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 6 O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. No caso, o acórdão da DRJ foi bastante claro ao fundamentar suas conclusões pela insuficiência da comprovação do direito creditório alegado quando afirmou: "a simples retificação da DCTF sem que o contribuinte tenha juntado aos autos documentos hábeis e idôneos que comprovem as alterações efetuadas não pode servir como justificativa de eventual erro no preenchimento da DCTF" (grifei). Ao final, a decisão recorrida novamente destaca: "a manifestação de inconformidade procura justificar o erro na declaração DCTF Original mediante retificação da DCTF, após a ciência do Despacho Decisório, sem apresentação de elementos comprobatórios do direito creditório pleiteado no citado PER/DCOMP. (grifei) A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (demonstrativos do faturamento mensal, do cálculo dos créditos de PIS e Cofins e das compensações, bem como cópia do registro de saídas e da apuração do ICMS), verificase que o contribuinte anexou uma relação de Notas Fiscais de 7 (sete) páginas de extensão, fls. 79 a 85, afirmando que tal providência o dispensaria da anexação de todas estas notas emitidas no período, em face de seu "grande volume". Quanto à esta alegação, deve ser contraposto que o presente processo já foi instaurado na forma digital, o que em muito facilitaria a juntada da totalidade das referidas notas fiscais. Embora ressalte que todas estas Notas estariam sob sua guarda e poderiam ser imediatamente disponibilizadas na hipótese de realização de diligência, o interessado sequer procurou juntar algumas Notas como amostragem, o que ao menos denotaria um mínimo esforço no sentido de comprovar o efetivo teor das mesmas. Ainda, também não se preocupou em demonstrar a origem das mercadorias que teria revendido, mediante a apresentação das Notas Ficais de aquisição das mesmas, no sentido de comprovar que de fato o fabricante/fornecedor operava sob o regime da tributação monofásica. No caso, optou por reiterar suas alegações quanto à supremacia da verdade material sobre a verdade formal, quando deveria procurar demonstrar de maneira efetiva suas alegações juntando cópias de pelo menos parte de todas estas notas, para que o julgamento ocorresse com base em elementos concretos, capazes de comprovar a veracidade do alegado direito creditório. O recorrente invoca o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 7 Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem quaisquer provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Pelo exposto, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. Como se vê, a documentação juntada ao recurso voluntário não se revela suficiente para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandaria a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo, exceto em casos excepcionais. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito). Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno e nem mesmo agora em sede de recurso voluntário foi integralmente apresentada, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, inclusive a citada Resolução nº 3803000.330, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904940/201203 Acórdão n.º 3201002.357 S3C2T1 Fl. 0 8 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 100DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10480.908666/2012-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2006
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos que não possuam os atributos da liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.287
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DCOMP. Recorrente MAUES LOBATO COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2006 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos que não possuam os atributos da liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 86 66 /2 01 2- 58 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório MAUES LOBATO COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o PIS/Pasep. A DRF/Recife emitiu o Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou que os créditos em questão seriam "relativos a pagamentos a maior ou indevidos de PIS ou COFINS", originados "da retificação dos DACON da empresa, após a realização de auditoria interna", onde teria sido constatado que diversos créditos, oriundos das contribuições PIS e COFINS não cumulativas, não teriam sido contabilizados. Afirmou que realizou a retificação de suas DACON para, posteriormente, apresentar as respectivas PER/DComp. Assim, sustenta que os créditos oriundos dos alegados indébitos estariam plenamente demonstrados nos DACON retificadores entregues eletronicamente à SRF, o que dispensaria a juntada desta demonstração ao processo, conforme determinaria o Art. 37 da Lei 9.784/99. Ao final, alegou que o erro de não ter retificado tempestivamente suas DCTF´s não implica na inexistência de seus créditos. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 03059.560, cuja ementa segue transcrita, na parte essencial: APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 70DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 4 3 Em seu recurso voluntário a contribuinte traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório estaria demonstrada no DACON, e que os valores que originaram os pagamentos a maior e retenções já estariam na base de dados da SRF. Neste ponto, aduz que não lhe foi dada oportunidade de conversão do julgamento em diligência, nem teria sido intimada a juntar novas provas, o que teria prejudicado seu direito ao contraditório e à ampla defesa. Por tudo isto, alega, preliminarmente, que teria havido cerceamento de seu direito de defesa, solicitando a anulação da decisão da DRJ; b) reclama que bastaria uma simples comparação dos DACON com os valores recolhidos pela empresa para verificar a procedência do direito pleiteado, alegando que o parágrafo único do Art. 26 do Decreto 7.574/2011 determina que a prova da inveracidade dos fatos registrados caberia à autoridade fiscal. Desta forma, estaria se impondo um ônus injustificado ao contribuinte; c) reclama, ainda, que não teria havido uma recusa fundamentada acerca do pedido de produção de prova posterior, conforme determinaria o Art. 39, par. único, da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo. Portanto, a decisão recorrida deveria ser anulada, conforme determinaria o Art. 53 do mesmo diploma legal. Neste sentido, sustenta que as diretrizes da verdade material devem ser observadas pelos agentes da administração e transcreve ementas de julgados que ilustram seus argumentos; d) solicita, ao final, a anulação da decisão recorrida por violações aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade, informalidade e verdade material. Pede, ainda, que após a anulação da decisão da DRJ seja reconhecido seu direito creditório com a conseqüente homologação das compensações declaradas, ou seja o julgamento convertido em diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.265, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10480.908649/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.265): "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 43 a 52 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Brasília/4ª Turma, nº 0359.543, de 27 de fevereiro de 2014. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 5 4 O recorrente invoca, preliminarmente, o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Com essa introdução, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. No caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação do DACON para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar a motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Novamente, agora já em sede de recurso voluntário, o interessado não aportou aos autos qualquer documentação probatória, limitandose a bradar contra alegadas violações à princípios constitucionais e também a afirmar que todas as informações já constariam na base de dados da SRF, que portanto não haveria necessidade da juntada de quaisquer outros documentos e ainda, que caso tais informações se revelassem insuficientes, deveria ter sido solicitada a realização de diligência. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 6 5 Conforme bem apontou a decisão da DRJ, a declaração do contribuinte em DCTF constituise em confissão de dívida, o que confere liquidez e certeza à obrigação tributária. No atual momento processual, para se comprovar a liquidez e certeza do crédito informado na Declaração de Compensação seria imprescindível uma cabal demonstração na escrituração contábilfiscal da contribuinte, baseada em documentos hábeis e idôneos, da alegada diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. As alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, uma vez que a juntada das provas aos autos dever ser praticada no tempo certo, sob pena de preclusão, isto porque o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. Conforme o § 4º do art. 16 do PAF, só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) Fl. 73DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 7 6 Contudo, no caso desses autos, o recorrente sequer se preocupou em trazer oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC). Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação oportuna de documentos contábeis e/ou fiscais capazes de efetivamente demonstrar que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não teria atingido o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito) e no DACON retificador, de caráter meramente informativo. Como o contribuinte sequer procurou juntar aos autos qualquer tipo de documentação na intenção de demonstrar que efetivamente seria titular do alegado direito creditório, eventuais créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública ficam sem a devida comprovação de sua certeza e liquidez, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Restam, portanto, descabidas as demais alegações quanto às supostas violações à ampla defesa, bem como aos demais princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e informalidade. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Fl. 74DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908666/201258 Acórdão n.º 3201002.287 S3C2T1 Fl. 8 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 75DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 10865.904919/2012-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO
A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.336
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DCOMP. Recorrente ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazêlo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 49 19 /2 01 2- 08 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o PIS/Pasep. A DRF LIMEIRA emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que comercializa alguns produtos sujeitos à tributação monofásica (alíquota zero sobre as suas vendas), que foram indevidamente tributados, o que deu origem aos créditos informados no PER/Dcomp. Procurando demonstrar a existência do direito creditório junta ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 08026.247. A DRJ fundamentou que a simples retificação da DCTF não é suficiente para comprovar o pagamento indevido ou a maior que o devido, e que a contribuinte não trouxe aos autos elementos comprobatórios do direito creditório utilizado na compensação declarada. Em seu recurso voluntário a Recorrente traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório decorre da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de receitas oriundas da venda de produtos sujeitos à alíquota 0%, conforme anexo I da Lei nº 10.485/2002 (SILENCIOSO componente do sistema de escapamento NCM 87.08.92.00), que já teriam sofrido tributação obedecendo ao critério monofásico; b) afirma que procurou comprovar o direito creditório com a manifestação de inconformidade acompanhada da DCTF retificadora, mas que, agora, junta aos autos demonstrativo mais detalhado e minucioso (listagem de notas fiscais com indicação dos produtos vendidos com respectivas alíquotas aplicáveis, cópia do Registro de Saídas e da GIA correspondentes), servindo para o reconhecimento de seu direito de crédito ou, pelo menos, para justificar a realização de diligência (cita a Resolução nº 3803000.330 como precedente); c) caso o Colegiado decida pela realização de diligência, informa que todas as notas fiscais relacionadas nos demonstrativos estão sob sua guarda, à disposição do Fisco; Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 3 d) sustenta que a decisão recorrida negou seu direito atendose a aspecto meramente formal, sem observar o princípio da verdade material, que norteia o processo administrativo fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.316, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.316): "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 70 a 78 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Fortaleza/3ª Turma, nº 0826.232, de 20 de agosto de 2013. No presente caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DCTF para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar o motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Agora, já no recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 110DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 4 [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...]Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). O processo administrativo fiscal pode ser considerado como um método de composição dos litígios, empregado pelo Estado ao cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto para a resolução da lide. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. Humberto Theodoro Júnior em "Curso de Direito Processual Civil, vol. I" (ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) assim diz: “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.”. Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Neste sentido, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os antes transcritos artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Por sua vez, o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972, estabelece que as provas devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. O sistema da oficialidade, adotado no processo administrativo, e a necessidade da marcha para frente, a fim de que o mesmo possa atingir seus objetivos de solução de conflitos e pacificação social, impõem que existam prazos e o estabelecimento da preclusão. Contudo, uma fria análise da norma pode vir a chocarse com os princípios da verdade material e da ampla defesa. Vejamos que a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo em geral, no art. 3º, possibilita a apresentação de alegações e documentos antes da decisão e, no art. 38, permite que documentos probatórios possam ser juntados até a tomada da decisão administrativa. Entretanto, conforme a melhor doutrina, deve ser aplicada ao caso a lei específica existente, Decreto nº 70.235/1972, que determina o rito do processo administrativo fiscal, em detrimento da lei geral. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 5 Neste ponto, sobre o momento da apresentação da prova no processo administrativo fiscal, cabe mencionar que de fato existe na jurisprudência uma tendência de atenuar os rigores da norma, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, que indicam trataremse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Logo, o direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação e será determinado a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, bem como à percepção de que efetivamente houve um esforço na busca de comprovar o direito alegado, que é ônus daquele que objetiva a restituição, ressarcimento e/ou compensação de tributos. Como se vê, as alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque, conforme já dito, o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. O § 4º do art. 16 do PAF estabelece que só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Especificamente no caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 6 O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. No caso, o acórdão da DRJ foi bastante claro ao fundamentar suas conclusões pela insuficiência da comprovação do direito creditório alegado quando afirmou: "a simples retificação da DCTF sem que o contribuinte tenha juntado aos autos documentos hábeis e idôneos que comprovem as alterações efetuadas não pode servir como justificativa de eventual erro no preenchimento da DCTF" (grifei). Ao final, a decisão recorrida novamente destaca: "a manifestação de inconformidade procura justificar o erro na declaração DCTF Original mediante retificação da DCTF, após a ciência do Despacho Decisório, sem apresentação de elementos comprobatórios do direito creditório pleiteado no citado PER/DCOMP. (grifei) A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (demonstrativos do faturamento mensal, do cálculo dos créditos de PIS e Cofins e das compensações, bem como cópia do registro de saídas e da apuração do ICMS), verificase que o contribuinte anexou uma relação de Notas Fiscais de 7 (sete) páginas de extensão, fls. 79 a 85, afirmando que tal providência o dispensaria da anexação de todas estas notas emitidas no período, em face de seu "grande volume". Quanto à esta alegação, deve ser contraposto que o presente processo já foi instaurado na forma digital, o que em muito facilitaria a juntada da totalidade das referidas notas fiscais. Embora ressalte que todas estas Notas estariam sob sua guarda e poderiam ser imediatamente disponibilizadas na hipótese de realização de diligência, o interessado sequer procurou juntar algumas Notas como amostragem, o que ao menos denotaria um mínimo esforço no sentido de comprovar o efetivo teor das mesmas. Ainda, também não se preocupou em demonstrar a origem das mercadorias que teria revendido, mediante a apresentação das Notas Ficais de aquisição das mesmas, no sentido de comprovar que de fato o fabricante/fornecedor operava sob o regime da tributação monofásica. No caso, optou por reiterar suas alegações quanto à supremacia da verdade material sobre a verdade formal, quando deveria procurar demonstrar de maneira efetiva suas alegações juntando cópias de pelo menos parte de todas estas notas, para que o julgamento ocorresse com base em elementos concretos, capazes de comprovar a veracidade do alegado direito creditório. O recorrente invoca o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 7 Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem quaisquer provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Pelo exposto, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. Como se vê, a documentação juntada ao recurso voluntário não se revela suficiente para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandaria a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo, exceto em casos excepcionais. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito). Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno e nem mesmo agora em sede de recurso voluntário foi integralmente apresentada, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, inclusive a citada Resolução nº 3803000.330, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904919/201208 Acórdão n.º 3201002.336 S3C2T1 Fl. 0 8 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 115DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13839.912963/2009-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 28/07/2005 a 28/07/2005
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF).
APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL.
Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração.
ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS-IMPORTAÇÃO.
A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação.
À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiam-se nas vendas líquidas de produtos licenciados, referem-se, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-002.407
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Incidência sobre remessas ao exterior para pagamento de royalties. Recorrente CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 28/07/2005 a 28/07/2005 NULIDADE. INEXISTÊNCIA Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF). APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL. Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS IMPORTAÇÃO. A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofins importação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 91 29 63 /2 00 9- 93 Fl. 593DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 3 2 À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties. Recurso Voluntário Provido. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Relatório CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o PIS/Pasep. A DRF Jundiaí emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que é coligada de empresa localizada da Alemanha, com a qual possui contrato de licença de uso de marca e fornecimento de tecnologia, efetuando remessas ao exterior a título de royalties. Todavia, a contribuinte afirmou que, equivocadamente, incluiu na base de cálculo da Cofins Importação e do PISImportação os valores pagos ao exterior a título de royalties. Procurando demonstrar a existência do direito creditório juntou ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 05038.922. A DRJ afastou a preliminar de nulidade do despacho Decisório e, no mérito, não reconheceu o direito ao crédito alegado, por considerar que o contribuinte não juntara aos autos provas suficientes para concluir que teria ocorrido tributação indevida sobre remessas a título de royalties. Inconformada, a recorrente apresentou, tempestivamente, recurso voluntário repisando os argumentos anteriormente apresentados. Fl. 594DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 4 3 Submetido à julgamento na 1º Turma Especial da 3ª Seção, em preliminar, o relator entendeu não configurada a suscitada nulidade do despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa. No mérito, o julgamento foi convertido em diligência, nos termos da Resolução n° 3801000.724, nos seguintes termos: Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem: a) Em relação aos valores remetidos ao exterior que teriam dado ensejo ao direito creditório pleiteado, intime a recorrente a apresentar cópia dos contratos firmados com a empresa beneficiária das remessas (Continental Teves AG & Co. oHG), devendo ser apresentada a tradução juramentada para o idioma nacional, caso estejam em língua estrangeira; cópia das faturas comerciais (invoices) ou documentação suplementar que embasaram as remessas e cópias digitalizadas dos registros, no livro Razão, referentes às remessas relacionadas a pagamento de royalties; b) apure a legitimidade do crédito pleiteado decorrente de pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição para o PIS/PASEPImportação e a COFINSImportação sobre as importâncias remetidas ao exterior conforme as operações apontadas, com base nos documentos acostados aos autos, na escrituração fiscal e contábil e demais documentos que julgar necessários; c) cientifique a interessada quanto ao resultado da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de 30(trinta) dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. Retornou o processo da unidade de origem com Relatório de Diligência Fiscal elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, cujas conclusões foram: 12. Como podese verificar, o royalty tem presença no contrato, que mostram a existência de uma licença para uso da propriedade industrial e intelectual. 13. No entanto, também estão presentes no contrato outros elementos, que configuram serviços. Por exemplo, o contrato prevê o fornecimento de informações técnicas. Conforme item 1.4, nessas informações técnicas está incluída o fornecimento de “desenhos, especificações incluindo especificações de teste e qualidade, outros dados de knowhow e outra assistência técnica”. Ou seja, a assistência técnica, que configura claramente uma obrigação de fazer, está incluída no contrato. 14. No item 4.2.2 está prevista outra clara obrigação de fazer para a licenciadora: “fornecer informações, na medida em que estiverem à disposição da LICENCIADORA, em resposta a consultas técnicas razoáveis recebidas”. 15. Estando presente características de royalties e de serviços, resta verificar se o contrato estabelece a sua remuneração de cada um de forma individualizada. O item 5 do contrato Fl. 595DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 5 4 (Remuneração), não estabelece essa individualização. Ele prevê uma forma única de remuneração (4% sobre o valor das vendas, posteriormente alterado por aditivo para 3%), sem distinguir royalties e serviços. 16. Portanto, pela aplicação da Solução de Divergência Cosit nº 11, de 2011, que preconiza a necessidade dessa individualização, não deve ser reconhecido o direito creditório sobre os recolhimentos em questão. A interessada foi cientificada do Relatório de Diligência e apresentou argumentos e contrapontos ao entendimento exarado pela autoridade fiscal, assim sintetizados: a) o Auditor aponta cláusula contratual ("1.4 Informações Técnicas") com previsão de prestação de serviços, contudo, sem discriminálos; b) aduz que "informações técnicas" compreendem o fornecimento de dados atinentes aos produtos licenciados e, portanto, tem por natureza uma obrigação de "dar", não de "fazer", como asseverou a autoridade; c) explicita que "informações técnicas" são orientações de uso disponibilizadas à licenciada, sem intervenção física ou deslocamento com finalidade de prestação de serviço; d) consigna que as atividades de fornecimentos/disponibilizações de manuais e outras informações não se encontram listados no Anexo da Lei Complementar nº 116/03 para configurem a materialidade a que incide o ISS; e) argumenta que a "Assistência Técnica", presente no Anexo da IN 116/03, impõe a prestação de serviço por um profissional, o que não se verifica no caso; f) o contrato celebrado tem por objeto licença para uso de marca e não compreende qualquer prestação de serviço. A licenciadora apenas fornece as instruções para a fabricação dos produtos licenciados em estabelecimento da licenciada; g) conclui afirmando que os documentos acostados apontam para um contrato de transferência de uso de marca e tecnologia no qual se obriga com o pagamento de royalties. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.395, de 28/09/2016, proferido no julgamento do processo 13839.912959/200925, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.395): Fl. 596DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 6 5 "O recurso voluntário fora recebido como tempestivo, razão pela qual o Colegiado que o apreciou em julgamento anterior dele tomou conhecimento. Quanto a preliminar de nulidade, pactuo com os argumentos e conclusões do Relator, assentadas na sessão de 24/04/2014, por inexistirem razões para sua decretação, as quais reproduzo: Preliminarmente, quanto à alegação de nulidade no despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa entendo que não assiste razão à recorrente. O instituto da compensação está previsto no artigo 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. In casu, o contribuinte apresentou declaração de compensação de débitos de PIS, e apontou o documento de arrecadação (DARF) referente a PISImportação, como origem do crédito, alegando “pagamento indevido ou a maior”, conforme disposto nas normas regulamentadoras. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. A fundamentação da não homologação da compensação pleiteada reside no cotejo entre as próprias declarações apresentadas pelo contribuinte e os documentos apontados como origem do direito creditório. Apesar do contribuinte informar ter retificado a DCTF posteriormente, a analise eletrônica do PERDCOMP se deu com base nas declarações ativas quando da apresentação do mesmo. Embora os critérios dessa análise possam ser insuficientes para criar um juízo de certeza da inexistência ou insuficiência do crédito do contribuinte, esse fato por si só não ensejaria a decretação da nulidade do despacho por cerceamento de defesa, qual seja, a impossibilidade de o impugnante defenderse da não homologação, por falta de compreensão do motivo da não homologação. Fl. 597DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 7 6 Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Ou seja, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito à compensação, mediante a apresentação da PERDCOMP, de tal sorte que, se a RFB resiste à pretensão do interessado, não homologando a compensação, incumbe a ele, o contribuinte, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Por certo, na sistemática da análise dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior, na qual é feito um batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não, não se está analisando efetivamente o mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Foi o que ocorreu no presente caso, em que a recorrente já na fase litigiosa informou a origem do indébito e, posteriormente, juntou a documentação comprobatória que embasaria o seu direito. Não resta caracterizada a nulidade se o impugnante, a partir do despacho decisório, assimila as conseqüências do fato que deu origem à rejeição da compensação, que lhe possibilitem saber quais pontos devem ser esclarecidos em sua defesa, para comprovação de seu direito creditório. Passemos à análise do mérito. A 1ª Turma Especial enfrentou preliminarmente questão relativa à preclusão consumativa do direito à apresentação da DCTF retificadora após a transmissão do PER/DCOMP e antes da prolação do Despacho Decisório, documento este informativo do direito creditório decorrente do pagamento indevido da Contribuição. Compartilho do entendimento exarado pelo Relator original, o qual transcrevo como parte deste voto: Apesar da complementação das alegações da recorrente e a correspondente documentação comprobatória terem sido apresentadas apenas em sede de Recurso Voluntário, o que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, com respaldo ainda na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF (Decreto nº 70.235/1972), quando a juntada de provas destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, mormente quando a Turma de Julgamento de primeira instância manteve a decisão denegatória da compensação, com base no argumento de que não foram apresentadas as provas adequadas e suficientes à comprovação do crédito compensado, quando tal questão não fora abordada no âmbito do Despacho Decisório guerreado. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 8 7 Neste sentido, os dados da DCTF retificadora e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. No caso em tela, não existe norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico. O comando contido no inciso III do § 2º do art. 11 da IN RFB nº 903/2008, vigente à época, abaixo reproduzido, não se refere a decisão em pedido do contribuinte, que não é procedimento fiscal, em sentido estrito, ou seja, procedimento tendente a apurar débito do contribuinte. Art. 11 . A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (grifei). Portanto, não há impedimento legal algum para a retificação da DCTF, que considero tratarse de prova indiciária, em qualquer fase do pedido de restituição ou compensação, desde que anteriormente à inscrição em dívida ativa, sendo que este somente pode ser deferido após a comprovação do direito creditório Considero, também, suplantada a questão da não incidência das Contribuições de que trata a Lei nº 10.865/2004 em relação aos royalties, uma vez que estes são remunerações da propriedade industrial ou intelectual em razão de sua cessão, direito de uso ou transferência de tecnologia uma obrigação de dar, não caracterizada como prestação de serviço. A questão de mérito apresentase em concluir se o pagamento do PIS Importação (código 54341), no valor de R$ 70.896,74, referente ao 2º trimestre/2004, é indevido em decorrência dos valores pagos a título de royalties compreender tão somente parcela devida pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia à licenciada na fabricação de produtos, ou se tal parcela comporta igualmente remuneração advinda de outra modalidade de prestação de serviço conexa ou acessória ao contrato de licença. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 9 8 Esta foi a dúvida suscitada da qual decorreu a conversão do julgamento, de 24 de abril de 2014, em Diligência à unidade de origem. Salientase que a Solução de Divergência nº 11/2011, da Coordenação Geral de Tributação (Cosit) SD Cosit nº 11/2011, pacificou o entendimento de que não há incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, vinculados à importação, sobre o valor pago a título de royalties, se o contrato discriminar destes os valores relativos aos pagamentos dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. No ponto em que se encontra os autos e realizada a Diligência determinada por Colegiado deste CARF, mister se faz apreciar os documentos e manifestações da contribuinte em face do relatório de diligência elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, bem como o teor deste (relatório). Em que pese a constatação de que os documentos coligidos pela Unidade de Origem apresentaramse "SEM ATESTE", entendo superada a insuficiência de autenticidade pois que no retorno da Diligência para juntada de documentos da contribuinte e apuração da legitimidade do crédito pleiteado, com base nos documentos acostados, a autoridade fiscal atestou a correlação entre invoices, contratos de câmbio, pagamentos e certificado de averbação, assim consignado (fl. 620): 04. Com relação aos documentos, os invoices e contratos de câmbios apresentados na manifestação de inconformidade demonstram que os pagamentos se referem ao contrato com certificado de averbação INPI NR. 991197/03. Repisando, a Diligência teve por escopo (1) obter do contribuinte licenciado cópias do contrato celebrado com a licenciadora, das faturas comerciais e dos registros no Livro Razão, relacionados com o pagamento de royalties que ensejaram o direito creditório pleiteado, e (2) a apuração pela Delegacia de origem da legitimidade do crédito pleiteado em face dos documentos coligidos. De um lado a outro, os argumentos cingiramse em afirmar (Auditor Fiscal) ou infirmar (contribuinte) a previsão de prestação de serviços pela licenciadora em razão da presença, nas cláusulas do contrato de Licença, dos termos "informações técnicas" e "assistência técnica". Assim, defendeu o AuditorFiscal a impossibilidade de afastar a incidência do PIS/PasepImportação sobre os pagamentos de royalties em razão dos valores comportarem também pagamentos decorrentes da prestação de serviços pela licenciadora. Em contrapartida, a contribuinte sustenta a não incidência da Contribuição pois as remessas de valores tem fundamento exclusivo no pagamento pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia, sem abarcar quaisquer serviços prestados. Analiso os argumentos suscitados para então decidir o litígio, iniciandose com a manifestação da autoridade fiscal em seu Relatório de Diligência (fls. 620/624). A autoridade fiscal preocupase em trazer a definição de royalties e seu conteúdo semântico para demonstrar a exclusão de "serviço técnico" e "assistência Fl. 600DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 10 9 técnica" da abrangência de seu conceito. Para isso, utilizouse das definições contidas na IN SRF nº 252/2002, que trata de royalties para fins da incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte. Aduz que no contrato de licenciamento constam, além da licença para uso da propriedade industrial e intelectual, "outros elementos, que configuram serviços". Fundamenta seus argumentos apontando para três cláusulas contratuais: a. O subitem "1.4" cujo título é "Informações Técnicas" no qual se insere cláusula de fornecimento de materiais técnicos (desenhos, especificações e outros dados) e de assistência técnica, concluindo, quanto a esta (assistência técnica), tratarse de uma obrigação de fazer, que vislumbra característica de prestação de serviço; b. O subitem "4.2" que prescreve "Tarefa do Correspondente Técnico da Licenciadora" dispõe sobre fornecimento de informações à licenciada com relação "dispositivos licenciados e informações técnicas", concluindo também tratarse de obrigação de fazer prestação de serviço na medida em que tais informações são disponibilizadas à licenciada; c. No subitem "5. Remuneração" que estabelece a forma de cálculo da remuneração e seu percentual a título de royalties não se verifica individualização quanto à parcelas relativas à prestação de serviços. Ao final de seu relatório, arremata pelo não reconhecimento do direito creditório à luz da Solução de Divergência Cosit nº 11/2011 que exige a individualização da remuneração licença de uso e prestação de serviços para efeitos de pagamento de royalties e cálculo das contribuições. Entendo não assistir razão à autoridade fiscal. A conceituação de royalties na IN SRF nº 252/2002 está prevista no inciso I, do § 1º do art. 17, in verbis: Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitamse à incidência do imposto na fonte à alíquota de quinze por cento. § 1º Para fins do disposto no caput: I classificamse como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra; Fl. 601DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 11 10 Os termos "serviço técnicos" e "assistência técnica" estão definidos no inciso II, do mesmo artigo: II considerase: a) serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios; b) assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido. Pois bem, fato é que o dispositivo do IRRF distingue royalties de serviço técnicos e assistência técnica para efeito de incidência de pagamentos e remunerações nessas rubricas. Quanto ao serviço técnico, a prestação é realizada por "profissionais liberais ou de artes e ofícios", portanto, é trabalho realizado por pessoa física, desenvolvendo atividade atinente a suas habilidades técnicas/artísticas em caráter pessoal. Não se prevê o trabalho realizado em nome de uma pessoa jurídica e no meu entender não se amolda às cláusulas contratuais em análise. "Assistência técnica a assessoria permanente" diz respeito àquela prestada por quem cede licença de processo ou fórmula secreta cujo trabalho (assistência) fazse necessário de modo permanente a possibilitar a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. Não é a situação que envolve licenciadalicenciadora, pois o objeto é transferência de tecnologia para fabricação de peças automotivas, que não se confunde com um "processo" ou fórmula secreta" ou "outros serviços" que possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. A utilização dos conceitos inseridos na IN SRF nº 252/2002 para estabelecer diferenças entre pagamentos de royalties e de serviço técnico/assistência técnica implica o ônus de se observar o conteúdo e aplicação desses termos na análise do Contrato de licenciamento e o objeto da atividade da recorrente. Dito de outra forma, a autoridade fiscal emprestou os as definições da IN tão somente para segregar pagamentos ao exterior relativos à royalties, serviços técnicos e em assistência técnica; contudo, não utilizou seus significados na interpretação das atividades previstas no contrato, que por certo, não se tratam de licenças relativas a processos industriais ou à fórmula secreta, como conceituado na IN. A conclusão, ainda que até aqui preliminar, é no sentido de que o contrato de licenciamento não contempla "serviço técnico" e assistência técnica" tal como conceituados na IN SRF nº 252/2002 para fins de segregação e apuração dos valores de royalties remetidos ao exterior aos quais não incidirão as Contribuições nos termos da SD Cosit nº 11/2011. Fl. 602DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 12 11 Serão, também, analisadas as cláusulas contratuais e a forma de apuração da remuneração dos royalties, que contêm expressões relativas a "informações técnicas", "assistências técnicas" e outros termos abordados no relatório para demonstrar a inexistência de prestação de serviços no contrato de licenciamento da contribuinte. Antes, passo à análise da manifestação da contribuinte (fls. 629/636) que contrapõe os argumentos da autoridade fiscal no Relatório de Diligência. Confronta a contribuinte os fundamentos do relatório da diligencia sob o argumento de que não houve a indicação dos serviços contemplados no contrato de licenciamento que foram efetivamente prestados pela licenciadora. Alega que as "informações técnicas" não se caracterizam prestações de serviços, mas orientações disponibilizadas pela licenciadora por meio de manuais, guias de orientação, sem intervenção de pessoa física. Destaca que o objeto do contrato é uma licença para uso de marca estrangeira para fabricar produtos e realizar vendas na modalidade "OEM", "OES" E "AM" e tal licença inclui a utilização das informações técnicas acerca dos produtos. Argúi que a licenciadora fornece as instruções necessárias à execução das atividades (fabricação de produtos automotivos) no País. Entendo assistir razão à recorrente. As cláusulas contratuais são claras suficientes para apontar não somente a inexistência de prestação de serviços como um de seus objetos, ainda que secundário ou acessório, impõe também concluir que o cálculo da remuneração dos royalties contempla exclusivamente receitas de vendas dos produtos licenciados, o que exclui o pagamento pela prestação de serviços conexos ao licenciamento. Primeiro, passo à análise do "Contrato de Licença" e do seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a recorrente e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG, a qual será realizada mediante a investigação e interpretação dos vocábulos e expressões utilizadas que permitem extrair o seu objeto e, em especial, a previsão de (in)existência de serviços conexos à licença. a. "Dispositivos Licenciados" referemse aos produtos automotivos (peças) listados na "Tabela A" (fls. 447/450) licenciados à fabricação. Referida tabela compõe de peças veiculares de fabricação nacional. Portanto, não contemplam serviços. b. "Patentes Licenciadas", relacionadas na "Tabela B" (fl. 451), referemse a patentes possuídas pela licenciadora que se relacionam ou se aplicam aos "dispositivos licenciados". Portanto, não se tratam de serviços. c. "Informações Técnicas" referemse à disponibilização de informações orais ou por escrito relativas aos "dispositivos licenciados". As "informações" estão discriminadas na "Tabela C" (fls. 452/456) e compõem exatamente da mesma relação de dispositivos da "Tabela A". Portanto, não se tratam de outro serviço conexo, são mera prestações de informações, por intermédio de desenhos, especificações e outros dados. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 13 12 d. Os termos "OEM", "OES" e "AM" referemse à fornecimento de peças e sobressalentes aos fabricantes de carros. e. "Atividades de B&C" referemse à produção e venda de sistemas de freios e seus acessórios. f. A cláusula "2.1 Licença Concedida" trata do objeto do contrato, que se resume à licença para fabricar as peças automotivas relacionadas nas tabelas e vender os dispositivos como "OEM", "OES E "AM", incluindose a licença para usar informações técnicas e as patentes licenciadas. Tais cláusulas são precisas para delas depreender a inexistência de prestações de serviços no âmbito do contrato celebrado. g. O tópico "4. Informações técnicas" trata do fornecimento de informações, o qual dispõe no item "4.1.1", "A LICENCIADA receberá da LICENDIADORA as Informações técnicas abaixo descritas"; h. Da leitura da cláusula "4.2" inferese que "dar informação" corresponde a colocar à disposição da licenciada cópias da documentação descrita na "Tabela C" e demais dados técnicos relativos e necessários à fabricação dos dispositivos licenciados, o que inclui respostas a consultas técnicas formuladas e recebidas, em relação aos dispositivos licenciados. Atentese que a atividade objeto do contrato de licenciamento é o fornecimento de licença de uso ou cessão para a transferência de tecnologia para a fabricação e venda de peças automotivas. Não há previsão de quaisquer prestações de serviços conexos ao licenciamento, isto é, inexiste qualquer obrigação de fazer; restringese o contrato a uma obrigação de dar. A definição de prestação de serviço, construída pela doutrina jurídica, é estabelecida nos termos em que há um esforço humano dirigido a terceiro, com conteúdo econômico, em caráter negocial e profissional, realizada sob regime de direito privado, cujo objeto é a realização de atividade da qual resulte um bem material ou imaterial. Assim dispõe a doutrina de Paulo de Barros de Carvalho1 em seu escólio acerca da prestação de serviço sujeita ao ISS: A mais desse fator, é forçoso que a atividade realizada pelo prestador apresentese sob a forma de "obrigação de fazer". Eis aí outro elemento caracterizador da prestação de serviços. Só será possível a incidência do ISS se houver negócio jurídico mediante o qual uma das partes se obrigue a praticar certa atividade, de natureza física ou intelectual, recebendo, em troca, remuneração. Por outro ângulo, a incidência do ISS pressupõe atuação decorrente do dever de fazer algo até então inexistente, não sendo exigível quando se tratar de obrigação que imponha a mera entrega, permanente ou temporária, de algo que já existe. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário linguagem e método, 3. ed.. São Paulo: Noeses, 2009, p. 768 Fl. 604DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 14 13 Destarte, a previsão contratual de disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuição para o PIS/Pasepimportação e à Cofins importação. A segunda análise recai sobre a forma de cálculo e a modalidade do pagamento dos royalties remetidos ao exterior em cumprimento às cláusulas estipuladas no contrato de licença. A remuneração do contrato de licença está previsto em sua cláusula "5.1 Royalty reincidente" (fl. 439) a qual estipula a taxa de 4% (quatro por cento) sobre "todos os Preços de Fábrica de vendas de Dispositivos Licenciados e quaisquer outras peças de veículos automotivos fabricados em conformidade com as Informações Técnicas e/ou pela utilização das Patentes Licenciadas." Referida taxa sofreu alteração por meio do "Aditivo ao Contrato de Licença", de 28/10/2004, que em suas folhas 2/4 e 3/4 (efls. 459/460) dispôs que "A LICENCIADA pagará à LICENCIANTE um Royalty Reincidente não restituível que remontará a 3% (três por cento) de todas as Vendas Líquidas." Resta claro qual deve ser a composição dos valores sobre os quais incidirão os royalties: preços de venda (na fábrica) ou vendas líquidas, em determinado período. Desses valores estão excluídos quaisquer parcelas relativas a pagamentos por serviços conexos à licença tomados pela contribuintelicenciada. Isto porque há previsão expressão na cláusula "5.2 Pagamento de royalty e Relatório de Royalty" de que o pagamento dos royalties será acompanhado de relatório a ser prestado pela contribuinte à licencidadora contendo (i) relação dos artigos e números dos dispositivos licenciados vendidos ou utilizados; (ii) o montante de "Preços de Fábrica recebidos por Dispositivos licenciados e suas peças" e (iii) a discriminação (origem / "derivação") das quantias pagas à licenciadora, conforme as informações prestadas. Completada a análise quanto aos valores que compõem o cálculo do pagamento dos royalties devidos à licenciadora, cumpre verificar a correspondência desse com os demais documentos coligidos e a sua regularidade conforme exigências da legislação. Os documentos em apreço são: invoice (fatura comercial), contrato de câmbio e correspondente registro na escrituração contábil. A invoice nº nº 90343232 (fl. 591/594) emitida pela licenciadora informa pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", com valor total de USD 1.300.811,16. De fato, o valor consignado não é o efetivamente remetido pois, conforme cláusula contratual, o pagamento deve ser líquido de impostos e taxas no país do licenciado. Assim, efetuada a retenção legal de 15% relativo ao IRRF (conforme informado no campo "outras especificações" do contrato de câmbio de fl. 204 e Fl. 605DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 15 14 lançamento no livro Razão à fl. 600), o valor a ser remetido é de USD 1.105.689,49 (R$ 3.454.395,10), exatamente como consignado na "Planilha de Cálculo" (fl. 201) e Contrato de Câmbio nº 04/03489, de 23/06/200 (fls. 203/205), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO, que comprova sua liquidação. Passo seguinte é verificar a regularidade da remessa cambial a título de royalties. A disciplina acerca das remessas de valores para o exterior a título de royalties ou qualquer outro título (inclusive "assistência técnica") foi estabelecida pela Lei nº 4.131, de 03/09/1962, com o controle pela Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC. Atualmente regulamentada pelo Banco Central do Brasil pela Circular nº 3.689/2013, que dispõe sobre o capital estrangeiro no País e sobre o capital brasileiro no exterior. De fato, em ambos diplomas não se verifica qualquer distinção quanto ao pagamento a título de royalties ou de outros serviços para o exterior. Não obstante, a Circular nº 3.689/2013, na Subseção I, que trata de "Royalties, serviços técnicos e assemelhados", do capítulo "Operações financeiras", dispõe sobre os registros das operações contratadas e discrimina sus espécies, como transcrito: Subseção I Royalties, serviços técnicos e assemelhados Art. 101. Esta subseção dispõe sobre o registro, no módulo ROF do RDE, das operações contratadas entre pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no País, e pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no exterior, relativas a: I licença de uso ou cessão de marca; II licença de exploração ou cessão de patente; III fornecimento de tecnologia; IV serviços de assistência técnica; V demais modalidades que vierem a ser averbadas pelo INPI; e VI serviços técnicos complementares e as despesas vinculadas às operações enunciadas nos incisos I a V deste artigo não sujeitos a averbação pelo INPI. Resta evidente que o regulamento estabeleceu diferenças entre royalties e serviços nos incisos "I" a "III" (royalties), "IV" (serviços de assistência técnica) e "V" (serviços técnicos complementares). Desde a edição da CartaCircular nº 2803/98, vigente em 01/07/1998, que contempla as operações da recorrente no ano de 2003/2004, as diferenças entre remessas por pagamento de royalties e de outros serviços estão especificadas segundo Tabela com os códigos atribuídos à natureza da operação, quando da prestação dessas informações no preenchimento do contrato de câmbio. Fl. 606DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 16 15 Conforme a transcrição de Tabela, resta caracterizada a natureza do pagamento ao exterior com a verificação do código informado no contrato de câmbio: XIV SERVIÇOS DIVERSOS NATUREZA DA OPERAÇÃO Nº CÓDIGO 1 EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 1/ PATENTES 2/ licença de exploração/cessão 45625 MARCAS 2/ licença de uso/cessão 45618 FORNECIMENTO DE 2/ tecnologia 45632 serviços de assistência técnica 45649 serviços e despesas complementares 45584 FRANQUIAS 2/ 45591 IMPLANTAÇÃO OU INSTALAÇÃO DE PROJETO técnicoeconômico 45656 industrial 45663 de engenharia 45670 SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS 3/ projetos, desenhos e modelos industriais 45687 projetos, desenhos e modelos de engenharia 45694 montagem de equipamentos 45704 outros serviços técnicosprofissionais 45711 In casu, verificando a natureza da operação informada pela recorrente no Contrato de Câmbio nº 04/03489 (fl. 203) constatase tratarse do código de prefixo "45632", que conforme inciso III, do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, que evidencia pagamento de roylaties. Na hipótese do pagamento corresponder à prestação de serviço de assistência técnica ou de serviços complementares, os códigos seriam, respectivamente, 45634 e 45584, o que não se verifica nos autos. Assim, os documentos coligidos nos autos, relativos à apuração e ao pagamento dos valores devidos e remetidos ao licenciador estrangeiro, com a utilização de código cambial vinculado a pagamentos de royalties, comprovam tratarse de remessa a título de royalties previsto em contrato para a transferência de tecnologia para fabricação de produtos licenciados. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 17 16 Finalizando, concluo que, à luz do contrato de licenciamento e os efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incide as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse exclusivamente à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties, inexistindo parcelas relativas à serviços conexos à licença a serem individualizados no contrato. Evidenciase assim, pagamento indevido o recolhimento efetuado pela recorrente, para o qual se pleiteia restituição do valor recolhido, por meio do DARF, código 5434 (fl. 202). Diante do exposto, voto no sentido de reconhecer o direito creditório da recorrente e dar provimento ao recurso voluntário." Retornando ao caso deste processo, importante ressaltar que todos os documentos analisados no julgamento do paradigma encontram correspondência com os documentos juntados ao presente, a saber: a) "Contrato de Licença" e seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a Continental do Brasil e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG (fls. 435 a 462 mesmo contrato que o analisado no julgamento do paradigma); b) invoice nº 90455654 (fls. 530) emitida pela licenciadora informando pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", no valor total de USD 1.619.197,00; c) contrato de cambio nº 05/049655, no valor de USD 1.376.317,45 (fls. 200 a 202), que comprova a remessa ao exterior de USD 1.376.317,45 (R$ 3.251.687,61), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO que comprova sua liquidação; d) o valor da remessa, conforme cláusula contratual, corresponde ao valor total da invoice menos o desconto do IRRF de 15%, conforme lançamentos no razão fl. 540) e planilha de cálculo de fl. 198; e) a natureza da operação no Contrato de Câmbio nº 05/049655 foi especificada com o código de prefixo "45632", que, conforme inciso III do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, o que evidencia pagamento de royalties; f) DARF de fl. 199. Portanto, constatase que neste processo o contribuinte juntou os mesmos documentos que foram considerados hábeis à comprovação do direito creditório no caso do paradigma, variando apenas o número dos documentos e os valores envolvidos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório em litígio. Winderley Morais Pereira Fl. 608DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.912963/200993 Acórdão n.º 3201002.407 S3C2T1 Fl. 18 17 Fl. 609DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 10480.908646/2012-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos que não possuam os atributos da liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.268
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2007 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos que não possuam os atributos da liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado.
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DCOMP. Recorrente MAUES LOBATO COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos que não possuam os atributos da liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 86 46 /2 01 2- 87 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório MAUES LOBATO COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. A DRF/Recife emitiu o Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou que os créditos em questão seriam "relativos a pagamentos a maior ou indevidos de PIS ou COFINS", originados "da retificação dos DACON da empresa, após a realização de auditoria interna", onde teria sido constatado que diversos créditos, oriundos das contribuições PIS e COFINS não cumulativas, não teriam sido contabilizados. Afirmou que realizou a retificação de suas DACON para, posteriormente, apresentar as respectivas PER/DComp. Assim, sustenta que os créditos oriundos dos alegados indébitos estariam plenamente demonstrados nos DACON retificadores entregues eletronicamente à SRF, o que dispensaria a juntada desta demonstração ao processo, conforme determinaria o Art. 37 da Lei 9.784/99. Ao final, alegou que o erro de não ter retificado tempestivamente suas DCTF´s não implica na inexistência de seus créditos. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 03059.540, cuja ementa segue transcrita, na parte essencial: APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 70DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 4 3 Direito Creditório Não Reconhecido Em seu recurso voluntário a contribuinte traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório estaria demonstrada no DACON, e que os valores que originaram os pagamentos a maior e retenções já estariam na base de dados da SRF. Neste ponto, aduz que não lhe foi dada oportunidade de conversão do julgamento em diligência, nem teria sido intimada a juntar novas provas, o que teria prejudicado seu direito ao contraditório e à ampla defesa. Por tudo isto, alega, preliminarmente, que teria havido cerceamento de seu direito de defesa, solicitando a anulação da decisão da DRJ; b) reclama que bastaria uma simples comparação dos DACON com os valores recolhidos pela empresa para verificar a procedência do direito pleiteado, alegando que o parágrafo único do Art. 26 do Decreto 7.574/2011 determina que a prova da inveracidade dos fatos registrados caberia à autoridade fiscal. Desta forma, estaria se impondo um ônus injustificado ao contribuinte; c) reclama, ainda, que não teria havido uma recusa fundamentada acerca do pedido de produção de prova posterior, conforme determinaria o Art. 39, par. único, da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo. Portanto, a decisão recorrida deveria ser anulada, conforme determinaria o Art. 53 do mesmo diploma legal. Neste sentido, sustenta que as diretrizes da verdade material devem ser observadas pelos agentes da administração e transcreve ementas de julgados que ilustram seus argumentos; d) solicita, ao final, a anulação da decisão recorrida por violações aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade, informalidade e verdade material. Pede, ainda, que após a anulação da decisão da DRJ seja reconhecido seu direito creditório com a conseqüente homologação das compensações declaradas, ou seja o julgamento convertido em diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.265, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10480.908649/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.265): Fl. 71DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 5 4 "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 43 a 52 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Brasília/4ª Turma, nº 0359.543, de 27 de fevereiro de 2014. O recorrente invoca, preliminarmente, o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Com essa introdução, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. No caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação do DACON para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar a motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Novamente, agora já em sede de recurso voluntário, o interessado não aportou aos autos qualquer documentação probatória, limitandose a bradar contra alegadas violações à princípios constitucionais e também a afirmar que todas as informações já constariam na base de dados da SRF, Fl. 72DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 6 5 que portanto não haveria necessidade da juntada de quaisquer outros documentos e ainda, que caso tais informações se revelassem insuficientes, deveria ter sido solicitada a realização de diligência. Conforme bem apontou a decisão da DRJ, a declaração do contribuinte em DCTF constituise em confissão de dívida, o que confere liquidez e certeza à obrigação tributária. No atual momento processual, para se comprovar a liquidez e certeza do crédito informado na Declaração de Compensação seria imprescindível uma cabal demonstração na escrituração contábilfiscal da contribuinte, baseada em documentos hábeis e idôneos, da alegada diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. As alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, uma vez que a juntada das provas aos autos dever ser praticada no tempo certo, sob pena de preclusão, isto porque o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. Conforme o § 4º do art. 16 do PAF, só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 73DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 7 6 (...) Contudo, no caso desses autos, o recorrente sequer se preocupou em trazer oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC). Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação oportuna de documentos contábeis e/ou fiscais capazes de efetivamente demonstrar que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não teria atingido o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito) e no DACON retificador, de caráter meramente informativo. Como o contribuinte sequer procurou juntar aos autos qualquer tipo de documentação na intenção de demonstrar que efetivamente seria titular do alegado direito creditório, eventuais créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública ficam sem a devida comprovação de sua certeza e liquidez, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Restam, portanto, descabidas as demais alegações quanto às supostas violações à ampla defesa, bem como aos demais princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e informalidade. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10480.908646/201287 Acórdão n.º 3201002.268 S3C2T1 Fl. 8 7 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 75DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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