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Numero do processo: 17546.000721/2007-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/2003 a 30/12/2003 Ementa: RECONHECIMENTO DA IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO FISCAL PELA PRIMEIRA INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Sendo a questão submetida a exame das instâncias julgadoras eminentemente de direito e logrando o contribuinte êxito na demanda, falta-lhe interesse recursal na apresentação de recurso voluntário considerando que o crédito tributário lançado não foi reconhecido pela autoridade julgadora de primeira instância. Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2301-002.727
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em conhecer e apreciar o recurso. Redator: Damião Cordeiro de Moraes.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Sendo a questão submetida a exame das instâncias julgadoras eminentemente de direito e logrando o contribuinte êxito na demanda, faltalhe interesse recursal na apresentação de recurso voluntário considerando que o crédito tributário lançado não foi reconhecido pela autoridade julgadora de primeira instância. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em conhecer e apreciar o recurso. Redator: Damião Cordeiro de Moraes. Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 2 Damião Cordeiro de Moraes. Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 300DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 271 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente à diferença de contribuições devidas à Seguridade Social, correspondente à parte da empresa, à destinada ao financiamento dos benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e aos terceiros. Conforme Relatório Fiscal (fls. 38), o débito se refere às contribuições incidentes sobre remuneração de segurado empregado e contribuinte individual que prestaram serviços à empresa Rosa Maria Maciel Rodrigues que, no entendimento da fiscalização, é a sucedida da notificada, informada em GFIP, e foi lançado tendo em vista a constatação, pela auditoria fiscal, de que a empresa jamais poderia ser optante do SIMPLES, pelo fato de fazer parte de um grupo econômico no qual o Sr. André Luiz Nogueira participa em um percentual superior ao estabelecido pela Lei 9.317/96, e por não possuir Livros Caixa e Inventário. A autoridade autuante expõe os motivos pelos quais entende que há formação de grupo econômico entre a recorrente e a empresa FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS e as demais ali listadas, e fundamenta a solidariedade entre as empresas do grupo no art. 30, inciso IX, da Lei 8.212/91. A empresa notificada e as demais solidárias apresentaram defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0520.378, da 7a Turma da DRJ/CPS, (fls. 164), julgou o lançamento improcedente, ao argumento de que os valores lançados não são devidos, pois se trata de contribuições chamadas "patronais", inexigíveis dos optantes do "SIMPLES", em cuja condição se encontrava o contribuinte Rosa Maria Maciel RodriguesME, sucedida da recorrente, no respectivo período, conforme informação extraída dos registros informatizados da Receita Federal do Brasil. O Acórdão de primeira instância manteve a caracterização do Grupo Econômico, excluindo, porém, do pólo passivo da NFLD, a empresa Frigovalpa Comércio e Indústria de Carnes Ltda, sob a alegação de que não restaram evidenciados, nos autos, os elementos caracterizadores da constituição de grupo econômico de fato entre o citado frigorífico e as demais empresas. Esclarece, ainda, que a autoridade lançadora não poderia sumariamente excluir a empresa do SIMPLES, devendo o Auditor Fiscal, ao verificar a presença dos motivos impeditivos da opção ou excludentes do regime, elaborar Representação Administrativa para eventual instauração de processo administrativo próprio. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 244), alegando, em síntese, o que se segue. Inicialmente, alega que os julgadores, ao proferirem a decisão recorrida, não se atentaram para todos as alegações apresentadas em impugnação e, embora tenham citado todas no relato da decisão, ao proferirem os motivos ensejadores da decisão deixaram de apreciar alguns argumentos da ora recorrente, bem como deixaram de aplicar o principio da Fl. 301DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 4 legalidade, ao desconsiderar aplicação de legislação apresentada em impugnação, preferindo aplicar fatos. Aponta ao argumentos que deixaram de ser apreciados pelo julgador de primeira instância e reitera os argumentos trazidos na impugnação que, segundo entende, são relevantes e razoáveis para afastar a participação da recorrente em qualquer grupo econômico alegado, e reafirma que a não apreciação, pelos julgadores, de tais argumentos configura violação do principio da ampla defesa e contraditório, bem como apresentase como evidente cerceamento do direito de defesa. Entende que a alegação trazida pelo auditor fiscal sobre o escritório contábil cuidar dos documentos da empresa recorrente e do açougue de seu irmão André Luiz Nogueira Jr não deveria nem ser citada no Relatório da NFLD, , tendo em vista que inexiste qualquer impedimento legal, sendo tal argumento improcedente, por ferir o direito de livre exercício da profissão de contador, bem como reflete em coibir a recorrente em procurar profissional adequado para cuidar de sua contabilidade. Quanto a utilização do nome fantasia de um dos fornecedores, assevera que os julgadores se esqueceram a legislação civil não exige que esta modalidade de contrato seja revestida de formalidade, ou seja, desnecessária a existência de contrato escrito e, ao desconsiderar esse aspecto legal, a decisão fere claramente o principio da legalidade que deve ser respeitado também pela administração indireta. Em relação ao fato de a recorrente possuir um único fornecedor de um determinado produto, salienta que a empresa notificada possui outros fornecedores para os demais produtos comuns em sua atividade, e o simples fato de ter a recorrente um fornecedor exclusivo de um determinado produto não pode ensejar sua participação em grupo econômico, eis que tal pratica hoje é amplamente exercida pelos empresários, até mesmo como poder de negociação de preço e condições de pagamento. Frisa que Grupo Econômico está prevista somente nas Sociedades Anônimas, não se aplicando às demais sociedades; primeiro porque a Lei 6.404/76, que trata da Sociedade Anônima, não faz qualquer alusão empresa individual ME, como é o caso da recorrente, e cita a doutrina para tentar demonstrar que o empresário individual jamais poderá integrar ou ter a empresa integrada em qualquer tipo de grupo econômico. Observa que nenhuma das empresas citadas no Relatório fiscal é enquadrada como S.A, sendo todas ou Individual ou Ltda, e nenhuma apresenta como sócio outra empresa tida como Sociedade Anônima, fato que, segundo entende, descaracteriza a alegação de ocorrência de Grupo Econômico de Fato. Traz a definição de Grupo Econômico de Fato para reforçar o entendimento de que é necessária a participação acionária para a sua formação ou caracterização, reafirmando que em momento algum a recorrente foi economicamente sujeita a direção econômica única, sempre se mantendo sozinha e sem dependência econômica. Chama a atenção para o fato de que as empresas citadas na decisão recorrida, existiram bem como exerceram suas atividades em épocas diferentes, jamais em período concomitante, como se pode depreender da analise do próprio relatório fiscal, e conclui que não há a mínima possibilidade de se vislumbrar comunhão de objetivos sociais de duas empresas, pois a relação comercial mantida em hipótese alguma leva a presumir existência de grupo econômico. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 272 5 Assevera que as empresas citadas possuem seu comando financeiro e organizacional totalmente alheio à empresa ora recorrente, sendo que cada uma delas é gerida pelo seu proprietário, que não é qualquer dos sócios da recorrente, e que essas empresas não dependem da recorrente para nada, efetuando compra de outros produtos necessários ao exercício de sua atividade com outros fornecedores, não efetuando essas compras em nome da notificada e, ainda, possuindo funcionários próprios. Defende a inocorrência da sucessão por incorporação, argumentando que a empresa Rosa Maria ME apresentou declaração de inativa referente aos anosbase 2005 e 2006, e que, no ano em que se deu a venda somente dos equipamentos, ou seja 2004, continuou a exercer suas atividades regulares. Esclarece que a recorrente não adquiriu o estabelecimento comercial que se dá pelo chamado trespasse, ou mesmo sequer adquiriu o fundo de comércio, elementos imprescindíveis para a caracterização da sucessão, nos termos do art. 133 do CTN e afirma que, ao que parece, Rosa MariaME vem pagando regularmente seus débitos junto a previdência social, não estando inadimplente, sendo este outro aspecto de grande importância para a não caracterização da alegada sucessão comercial, pois, se não existe débito vencido e não pago, bem como adesão a sistema de parcelamento por Rosa Maria ME, não há que se falar em solidariedade de obrigações por parte da recorrente. Entende que, para se declarar eventual sucessão, é necessário fazer prova cabal de que Rosa Maria ME não possui outros bens para minimamente garantir o pagamento de seus débitos, como também deveria a recorrente ter comprado toda a empresa, ou seja, nome fantasia, razão social, os estoques, carteira de fornecedores e adquirido o ponto comercial, o que não ocorreu, pois a notificada somente comprou os equipamentos, e de pessoa física, como demonstra o contrato anexo ao relatório fiscal, o que leva à conclusão sobre a impossibilidade da ocorrência de sucessão por incorporação. Reafirma que a recorrente não efetivou a compra do ponto comercial, mas somente alugou o imóvel dos proprietários e não da empresa Rosa Maria ME, que esteve estabelecida anteriormente no local, sendo que um dos donos do imóvel é pessoa totalmente alheia à recorrente e à empresa Rosa Maria ME, como se pode notar da simples análise do contrato de aluguel juntado ao relatório fiscal, não podendo, portanto, o simples aluguel de imóvel onde antes existia a empresa acarretar sucessão, por inocorrência das hipótese do art. 133, do CTN. Informa que os empregados foram todos contratados em datas posteriores ao início das efetivas atividades da recorrente, sendo evidente que a esmagadora não laboraram para a empresa Rosa Maria – ME, sendo que os débitos referentes ao período anterior à constituição da empresa recorrente deverão ser lançados somente em nome dos responsáveis à época, qual seja, Rosa Maria ME, ante a impossibilidade da ocorrência de sucessão por incorporação. Argumenta que, caso ficasse comprovada a sucessão comercial, o que não ocorreu, no máximo poderia se imputar responsabilidade subsidiária ou supletiva a recorrente, caso Rosa Maria ME deixasse de cumprir com suas obrigações tributárias, porem jamais solidária, ante a continua exploração da atividade por Rosa Maria ME. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 6 Requer, por fim, a reforma da decisão no que tange à sua participação em eventual Grupo Econômico e à manutenção da sucessão por incorporação, para que os débitos de responsabilidade de Rosa Maria ME sejam lançados somente em seu nome e sob sua responsabilidade, e que seja mantida a decisão recorrida no que se refere à improcedência do valor lançado. As empresas consideradas integrantes do Grupo Econômico e solidárias pelo débito, FRIGORIFICO CAMPOS DE SAO JOSÉ LTDA, ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIORME e FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS, apresentaram recursos tempestivos, alegando, em síntese, desnecessidade de efetuar o depósito prévio e inexistência de formação de grupo econômico. A empresa ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIOR também alega que a decisão recorrida deixou de analisar os argumentos apresentados na impugnação e não apresentou qualquer fundamentação legal para manutenção do recorrente no pólo passivo, configurando evidente cerceamento do direito de defesa consagrado pela Constituição Federal. Sustenta que impossível vincular a participação do recorrente no alegado grupo econômico, pela evidente e inegável falta de elementos probatórios nos autos. A outra integrante do Grupo Econômico, no entender da fiscalização, a FRIGORIFICO CAMPOS DE SÃO JOSÉ LTDA, sustenta que não ocorreu qualquer atuação concomitante entre as empresas, nos termos explicados em impugnação, tanto que o relato da decisão declara que as empresas foram constituídas sucessivamente e não concomitantemente, sendo, portanto, latente a ilegalidade na decisão, afrontando as determinações legais, deturpando entendimentos entre sucessão e formação de grupo econômico. A empresa Frigosef alega que o Sr. Julgador cometeu equívocos ao aplicar norma posterior a fato anterior; ou seja, utilizou entendimento da IN n° 3, com alteração dada no ano de 2007. Entende que as disposições da Lei 6404/76 devem prevalecer sobre o que dispõe a IN n ° 3; levando ao entendimento pela impossibilidade de formação do grupo econômico. Aponta como sendo outra ilegalidade da decisão o embasamento da formação de grupo econômico em norma reguladora trabalhista, uma vez que a presente discussão versa sobre débitos tidos como fiscais e não trabalhista, não podendo, portanto, requerer aplicação de dispositivo da CLT a questão fiscal. Qualifica de equivocada a interpretação do art. 30, IX, da Lei 8112/91 c/c art. 124 do CTN e c/c art. 50 C.C, uma vez que o art. 124 do CTN trata de solidariedade e não de formação de grupo econômico, exigindo alguns requisitos para aplicação da solidariedade, o que no caso não ocorre. Lista algumas contradições que, no seu entendimento, ocorreram no Relatório Fiscal e reitera que jamais manteve qualquer relação comercial com as citadas empresas, até mesmo pela sua inatividade quando do inicio das atividades das empresas relacionadas pela fiscalização. Requer, por fim, que seja dado provimento ao recurso, com a conseqüente reforma da decisão recorrida. É o relatório. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 273 7 Fl. 305DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 8 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os requisitos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice para seu conhecimento. Verificase, dos autos, que somente a notificada, MONALISA PEREIRA LOPES NOGUEIRA ME, e as empresas consideradas como integrantes do Grupo Econômico, FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS, FRIGORIFICO CAMPOS DE SAO JOSÉ LTDA e ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIOR ME, apresentaram recursos, sendo que as quatro insurgiramse contra a caracterização do Grupo Econômico, motivo pelo qual, no que se refere a essa matéria, seus recursos serão analisados em conjunto. Tanto a empresa notificada, MONALISA, quanto a solidária, ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIORME, alegaram cerceamento de defesa por ter a decisão recorrida deixado de apreciar argumentos trazidos na impugnação. Entendem que a não apreciação, pelos julgadores, de tais argumentos configura violação do principio da ampla defesa e contraditório, bem como apresentase como evidente cerceamento do direito de defesa. Contudo, não se verifica o alegado cerceamento de defesa. Constatase que o Relator do Acórdão combatido demonstra a convicção do julgador diante dos fatos e argumentos que lhes foram apresentados, seja pela auditoria fiscal, seja pela notificada e responsáveis solidárias. Ocorre que os argumentos trazidos pela recorrente e demais integrantes do grupo econômico não foram suficientes para que os julgadores de primeira instância se convencessem da inexistência da formação do grupo econômico. A fiscalização expôs, com muita clareza e riqueza de detalhes, juntando, documentação comprobatória de suas afirmações, os motivos pelos quais entendeu que houve formação de grupo econômico de fato. O art. 59, do Decreto 70.235/72, dispõe que Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não restou demonstrado nos autos que houve cerceamento de defesa do notificado ou das demais empresas envolvidas, que demonstraram pleno conhecimento do que lhes esta sendo imputado. Constatase que o Relator do Acórdão recorrido apreciou todas as alegações apresentadas pelas impugnantes que, no seu julgamento, eram importantes para a tomada de Fl. 306DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 274 9 decisão, já que, conforme jurisprudência do STJ, o órgão julgador não está obrigado a apreciar toda e qualquer alegação apresentada pela recorrente, mas tão somente aquelas que possuem o condão de formar ou alterar sua convicção. Assim, não há que se falar em cerceamento de defesa ou em ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. A recorrente alega que inexiste impedimento legal para que determinado escritório contábil cuide dos seus documentos e do açougue de seu irmão, ou que uma empresa possua um único fornecedor de um determinado produto, e que tais argumentos ferem o direito de livre exercício da profissão de contador, e coíbe a recorrente em procurar profissionais adequados, ou em poder negociar preço e condições de pagamento. Porém, ressaltese que em nenhum momento a fiscalização negou essa possibilidade ou o direito à livre iniciativa da recorrente. Na verdade, o que a autoridade notificante constatou em ação fiscal desenvolvida na empresa e demonstrou, no relatório da NFLD, foi a existência de um grupo econômico de fato entre a recorrente e as empresas relacionadas pela autoridade lançadora. Os fatos narrados pela fiscalização e confirmados pela recorrente apenas reforçam a convicção de que todas as empresas formam um grupo econômico de fato. O fato de as empresas pertencerem a um mesmo grupo familiar corrobora a afirmação da auditoria fiscal de que não existem vários, mas apenas um empreendimento industrial, ou seja, um grupo econômico de fato. A notificada argumenta que Grupo Econômico está previsto somente nas Sociedades Anônimas, não se aplicando às demais sociedades e que o empresário individual jamais poderá integrar ou ter a empresa integrada em qualquer tipo de grupo econômico e que, como nenhuma das empresas citadas no Relatório fiscal é enquadrada como S.A, sendo todas ou Individual ou Ltda, e nenhuma apresenta como sócio outra empresa tida como Sociedade Anônima, não há como caracterizar a formação de Grupo Econômico de Fato. Contudo, a realidade fática constatada pelo fisco e demonstrado nos autos é a de que a as empresas recorrentes, mesmo sendo microempresas ou Ltda, formam um grupo econômico de fato. A autoridade notificante constatou, e comprovou nos autos, que o Sr André Luiz Nogueira, sóciogerente das empresas Frigosef Frigor. Sef de S.J.Dos Campos e Frigorifico Campos De Sao José Ltda, sucessora do Frigorífico Mantiqueira, é pai da titular da recorrente e assinou os termos de rescisões de contratos de trabalhos de exempregados da empresa Monalisa Pereira Lopes Nogueira — ME E foi o mesmo André Luiz Nogueira quem firmou, em nome pessoal, contrato de locação de imóvel, bem como contrato de compromisso de compra e venda de maquinário e equipamento, com Rosa Maria Maciel Rodrigues, ambos relativos ao imóvel que seria instalado uma filial da recorrente, indicando que foi ele que assumiu pessoalmente a responsabilidade pelo aluguel e pagamento do maquinário da empresa Monalisa. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 10 Todos esses fatos, aliados aos demais narrados pela fiscalização, como, por exemplo, a constatação de que a empresa Monalisa adquire toda sua carne do Frigorífico Campos de São José Ltda, do qual a titular da recorrente é ou foi empregada, reforçam a convicção de que a notificada e as empresas relacionadas no Relatório Fiscal formam um Grupo Econômico de fato. É oportuno observar que, apesar de intimadas por meio de TIAD, as empresas relacionadas não apresentaram os livros contábeis ou demais documentos que pudessem fazer prova de suas alegações. Dessa forma, da análise dos fatos apresentados e dos documentos juntados aos autos pela fiscalização, verificase a existência de uma simulação no procedimento adotado pela notificada em relação às empresas apontadas no RELFISC. Na definição de Clóvis Beviláqua, a simulação é uma declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado (Código Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado – 15ª Edição). O Código Civil Brasileiro de 2002 traz, no § 1o, do art. 167, as hipóteses em que fica configurada a ocorrência de simulação: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados E, conforme demonstrado nos autos, a situação verificada pela auditoria fiscal se enquadra perfeitamente no dispositivo legal transcrito acima. Segundo Orlando Gomes, ocorre simulação quando em um negócio jurídico se verifica intencional divergência entre a vontade real e a vontade declarada, com o fim de enganar terceiro (Introdução ao Estudo do Direito – 7ª Edição). E, de acordo com o art. 118, inciso I do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, em respeito ao Princípio da Verdade Material e pelo poderdever de buscar o ato efetivamente praticado pelas partes, a Administração, ao verificar a ocorrência de simulação, pode superar o negócio jurídico simulado para aplicar a lei tributária aos verdadeiros participantes do negócio. O conceito de grupo econômico de fato e de direito pode ser extraído da Lei nº 6.404/1976, a Lei das Sociedades Anônimas, mas, ao contrário do que afirma a recorrente, não é somente a Lei das Sociedades Anônimas é que trata de grupo econômico Fl. 308DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 275 11 A Lei 8.212/91, em seu art. 30, inciso IX, trata de grupo econômico de qualquer natureza, ou seja, de fato ou de direito. Além da Lei nº 8.212/1991, o sistema jurídico brasileiro trata dos grupos empresariais em outros diplomas legais, entre eles, a CLT que, em seu art. 2.º, § 2.º, estabelece, para efeitos da relação de emprego, a responsabilidade solidária de empresas que “estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica”; Também a Lei 8.884/1994, que dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, em seu art. 17, prevê a responsabilidade solidária de “empresa ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, que praticarem infrações da ordem econômica”. Da mesma forma, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), em seu art. 28, prevê responsabilidade subsidiária para as “sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas”. Portanto, na presença de simulação, a auditoria fiscal tem o deverpoder de não permanecer inerte, pois tais negócios são inoponíveis ao fisco no exercício da atividade plenamente vinculada do lançamento, que no caso em tela encontra respaldo ainda no artigo 149, inciso VII do CTN que dispõe o seguinte: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: ......................................... VII quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; Nesse sentido e por tudo que foi exposto no Relatório Fiscal, entendo que restou caracterizada a existência de um Grupo Econômico, envolvendo todas as empresas arroladas pela fiscalização Da mesma forma, ficou evidenciado, nos autos, a ocorrência da sucessão. Relativamente à caracterização da sucessão da empresa Maria Maciel Rodrigues — ME por Monalisa Pereira Lopes Nogueira — ME, observase que a recorrente se instalou no mesmo prédio no qual, até então, funcionava a empresa Rosa Maria Maciel Rodrigues, continuando a exercer as mesmas atividades comerciais da empresa anterior, e adquirindo todos os seus equipamentos empregando parte de seus empregados. Assim, os elementos acima evidenciam a sucessão de fato, nos termos do art. 133, do CTN, e do art. 751, da IN 03/2005. Quanto ao argumento de que a empresa sucedida, Rosa Maria, teria quitado suas obrigações previdenciárias para o período do débito, vale esclarecer tal questão é irrelevante para o caso em tela, uma vez que o lançamento foi julgado improcedente pela primeira instância administrativa, não havendo débito a ser cobrado. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 12 Quanto aos recursos apresentados pelas demais empresas solidárias, que insurgiramse contra a formação de grupo econômico, passase, agora, à análise dos fatos trazidos aos autos. O Relatório Fiscal, no item "Caracterização do Grupo Econômico de Fato", bem como toda a documentação contida nos autos, trazem as seguintes informações relevantes: O Sr José Luiz Nogueira é sócio da Frigosef e da empresa Frigorífico Campos de São Jose Ltda, sucessora do Frigorífico Mantiqueira A empresa FRIGOSEF foi aberta com um capital social de R$ 950,00, para fazer funcionar um frigorífico que nasceu falido, diante de um arrendamento de R$ 15.000,00 e aquisição de matériaprima paga normalmente à vista , e somente a conta de energia elétrica deveria consumir todo o capital investido no primeiro mês de funcionamento. O Sr: Andre Luiz Nogueira, sócio gerente da FRIGOSEF desde 20/03/98 e do Frigorífico Campos de São Jose, assina documento pelas 2 empresas, como verificado no processo de beneficio de Hélio Soares de Lima (FRIGOSEF) e Processo Trabalhista nr. 82/2005 de Francisco das Chagas (FRIGOSEF) e recibos de férias, rescisões, cheques e outros pelo Frigorífico Mantiqueira Ltda. Verificouse, ainda, nos locais desses estabelecimentos, que o Sr. André Luiz Nogueira faz a verificação da falta de carnes bovinas e suínas, que somente o Frigorífico Campos de São Jose fornece. O Sr. André Luiz Nogueira Júnior é empregado do Frigorífico Campos de São José Ltda, e o Sr. André Luiz Nogueira assina documentos da empresa André Luiz Nogueira Junior ME Portanto, constatase que as empresas citadas têm, em comum, o fato de desenvolverem atividades vinculadas e complementares, evidenciandose, a partir do exame de seu quadro societário, uma estreita ligação entre todas elas. É importante destacar que essas participações societárias, no ensinamento de Verçosa (2006, p. 262/266), [..] podem ter o caráter de mero investimento e até mesmo ser acidentais, como ocorre nas hipóteses em que uma sociedade credora recebe ações ou quotas de outra sociedade devedora como resultado de um acordo. Mas tais participações podem compor um quadro mais amplo e profundo. [..] Do ponto de vista jurídico, a união de sociedades fundada em relações de controle baseadas em participações de capital apresentase sob a forma de dois tipos de grupos: (t) de direito ou (ii) de fato. Os primeiros organizamse formalmente por meio da celebração de um contrato denominado convenção de grupo.Os segundos são aqueles assim considerados em vista do puro e simples fato da existência de uma ou mais sociedades que, individualmente ou em conjunto, pode(m) determinar os destinos das sociedades que abaixo dela(s) s coloca(m) na cadeia de comando. (g.n.). De todo o conjunto probatório examinado, o meu convencimento caminha na direção da existência de inúmeros elementos indicativos de um poder de controle de certo modo centralizado, ou, pelo menos, harmonizado com os interesses comuns das empresas. É patente, no caso em tela, a configuração de empresas atuando com objetivos correlatos, constatandose várias operações a demonstrar, no mínimo, uma coordenação entre as empresas; fato reforçado em razão de que, basicamente, as mesmas pessoas exercem, direta ou indiretamente, a administração dos negócios do grupo. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 276 13 Cumpre observar que não é o mero fato da relação de parentesco que vai indicar a existência de um grupo econômico, mas , no caso específico sob exame, a forma peculiar como estão dispostos, societariamente, o controlador principal (Sr. André Luiz Nogueira), e as outras empresas citadas pela fiscalização. Vale esclarecer que o sentido de grupo econômico não se restringe mais à interpretação literal do art. 2o, § 2o, da CLT, no sentido de se ter uma empresa controladora, admitindose também existir apenas coordenação entre as empresas e, nesse sentido, dispõe a jurisprudência: EMENTA: GRUPO ECONÔMICO DE FATO – CARACTERIZAÇÃO. O § 2o, do art. 2o da CLT deve ser aplicado de forma mais ampla do que seu texto sugere, considerandose a finalidade da norma, e a evolução das relações econômicas nos quase sessenta anos de sua vigência. Apesar da literalidade do preceito, podem ocorrer, na prática, situações em que a direção, o controle ou a administração não estejam exatamente nas mãos de uma empresa, pessoa jurídica. Pode não existir uma coordenação, horizontal, entre as empresas, submetidas a um controle geral, exercido por pessoas jurídicas ou físicas, nem sempre revelado nos seus atos constitutivos, notadamente quando a configuração do grupo quer ser dissimulada. Provados o controle e direção por determinadas pessoas físicas que, de fato, mantém a administração das empresas, sob um comando único, configurado está o grupo econômico, incidindo a responsabilidade solidária. PROCESSO TRT/15a REGIÃO – Nº 00902200108315000RO 922352/2002RO9) Assim, entendo que restou caracterizada a formação do grupo econômico entre as empresas citadas, pois existe interesses comuns entre as mesmas pessoas, indicadas pela fiscalização, que comandam e dirigem o empreendimento. A fiscalização fundamentou o lançamento na responsabilidade solidária de que trata o inciso IX, do art 30, da Lei 8.212/91. Responsabilidade Solidária é a obrigação legalmente imposta aos integrantes do grupo econômico de qualquer natureza de responder pelas obrigações previdenciárias, isoladamente ou em conjunto, consoante art. 30, IX, da Lei 8.212/91. Portanto, por determinação legal, todas as empresas que integram o grupo econômico respondem solidariamente, entre si, pelas obrigações decorrentes da Lei 8.212/91. As recorrentes alegam que o Sr. Julgador cometeu equívocos ao aplicar norma posterior a fato anterior, ou seja, utilizou entendimento da IN n° 3, com alteração dada no ano de 2007. Entende que as disposições da Lei 6.404/76 devem prevalecer sobre o que dispõe a IN n° 3; levando ao entendimento pela impossibilidade de formação do grupo econômico. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 14 Contudo, a responsabilidade solidária pelo débito foi fundamentada no artigo 30, IX, da Lei 8.212/91 e no art. 222, do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, normas legais que devem ser observadas pela autoridade fiscal, tendo em vista sua atividade vinculante. E a menção da IN 03/2005 pela autoridade julgadora não se trata de retroação da norma, conforme entenderam de forma equivocada as recorrentes, uma vez que o referido normativo legal é de 2005 e, portanto, se encontrava em vigor quando da lavratura do AI, e o julgador apenas citou, para reforçar sua argumentação e se contrapor aos argumentos das recorrentes, o artigo com redação vigente à época da emissão do Acórdão recorrido, o que não invalida a decisão combatida. A IN 03/05 foi trazida pela autoridade julgadora por ser o normativo vigente quando da emissão do Acórdão, e a IN 20/2007, que deu nova redação ao inciso I, do citado artigo 179, do referido normativo legal, apenas acrescentou a expressão “conforme previsto no inciso IX do art.30, da Lei 8.212 de 1991” Assim, a IN 03/05, em sua redação original e vigente quando da lavratura do AI, já estabelecia, no inciso I, do seu art. 179, que as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, são responsáveis solidárias, entre si, pelo cumprimento da obrigação previdenciária principal. Nesse sentido, não merece reparos o Acórdão recorrido. Dessa forma, verificase que a NFLD foi lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente notificante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem a Notificação, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura da NFLD e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à notificada. Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora . Fl. 312DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17546.000721/200730 Acórdão n.º 230102.727 S2C3T1 Fl. 277 15 Voto Vencedor Damião Cordeiro de Moraes Redator 1. Peço vênia a douta conselheira relatora Bernadete Barros de Oliveira para divergir do seu posicionamento, uma vez que entendo inexistir base para o conhecimento do recurso voluntário, ante ao dispositivo trazido no acórdão recorrido que considerou o lançamento improcedente em sua totalidade. 2. É o que temos a considerar do dispositivo do acórdão recorrido: “Acordam os membros da 7a. Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, considerar IMPROCEDENTE a Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos — NFLD 37.036.2047, lavrado em 10/10/2006, com retificação do pólo passivo”. 3. Sendo a questão submetida a exame das instâncias julgadoras eminentemente de direito e logrando o contribuinte êxito na demanda, faltalhe interesse recursal na apresentação de recurso voluntário considerando que o crédito tributário lançado não foi reconhecido pela autoridade julgadora de primeira instância. 4. Desta forma, voto pelo não conhecimento do recurso voluntário interposto pelo contribuinte, ante a inexistência de matéria recorrível. CONCLUSÃO 5. Voto pelo não conhecimento do recurso voluntário interposto pelo contribuinte, ante a inexistência de matéria recorrível. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assin ado digitalmente em 02/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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Numero do processo: 10183.004450/2006-28
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2002
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ISENÇÃO. AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA)A apresentação tempestiva do ADA não é condição para o aproveitamento da isenção garantida por lei, mormente quando são trazidos aos autos documentos comprobatórios, tais como Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal firmado com o IBAMA, devidamente averbado à margem da matricula do imóvel, laudo técnico de avaliação, acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica e laudo de vistoria do
IBAMA.
Recurso especial provido em parte.
Numero da decisão: 9202-002.250
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto da Relatora.
Matéria: ITR - ação fiscal (AF) - valoração da terra nua
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ISENÇÃO. AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA)A apresentação tempestiva do ADA não é condição para o aproveitamento da isenção garantida por lei, mormente quando são trazidos aos autos documentos comprobatórios, tais como Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal firmado com o IBAMA, devidamente averbado à margem da matricula do imóvel, laudo técnico de avaliação, acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica e laudo de vistoria do IBAMA. Recurso especial provido em parte.
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ISENÇÃO. AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA) A apresentação tempestiva do ADA não é condição para o aproveitamento da isenção garantida por lei, mormente quando são trazidos aos autos documentos comprobatórios, tais como Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal firmado com o IBAMA, devidamente averbado à margem da matricula do imóvel, laudo técnico de avaliação, acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica e laudo de vistoria do IBAMA. Recurso especial provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Relatora EDITADO EM: 17/08/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Em sessão plenária de 17/06/2010, a 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara julgou o Recurso Voluntário 343423, relativo à exigência de ITR do exercício de 2002, da Fazenda Aguacerito, no Pantanal Matogrossense, exarando o Acórdão 210100.563, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ISENÇÃO. AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. A apresentação do ADA, a partir do exercício de 2001, tornouse requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, passando a ser, regra geral, uma isenção condicionada, tendo em vista a promulgação da Lei n.° 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 170, §1°, da Lei n.° 6.938/81. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ÁREA DE RESERVA LEGAL. A partir do exercício de 2002, a localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental competente, observandose a função social da propriedade e os critérios previstos no §40 do art. 16 do Código Florestal. A averbação da Área de reserva legal à margem da matricula do imóvel é, regra geral, necessária para sua exclusão da base de cálculo do imposto. Hipótese em que o Recorrente comprovou Fl. 2DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10183.004450/200628 Acórdão n.º 9202002.250 CSRFT2 Fl. 2 3 documentalmente a existência das Areas de preservação permanente e de reserva legal, mediante a apresentação de Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal firmado com o IBAMA, devidamente averbado à margem da matricula do imóvel, laudo técnico de avaliação, acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, e laudo de vistoria do IBAMA. Recurso provido. Inconformada, a Fazenda Nacional interpôs o Recurso Especial de fls. 295 a 308, ao qual foi dado seguimento, conforme Despacho nº 0000.049/2011, de fls. 328 a 331. O Recurso Especial está centrado na necessidade de apresentação tempestiva do ADA – Ato Declaratório Ambiental, ou do protocolo de requerimento deste junto ao IBAMA ou órgão ambiental conveniado, para o reconhecimento da isenção do ITR sobre as áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente. O apelo contém, em síntese, os seguintes argumentos: o primeiro ponto que se deve destacar, no tocante às áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, é que se trata de beneficio fiscal estabelecido no art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, razão pela qual dito dispositivo deve ser interpretado literalmente, de acordo com o art. 111 da Lei n° 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional CTN); para exclusão das áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal da incidência do ITR, é necessário que o contribuinte comprove o reconhecimento formal especifica e individualmente da área como tal, protocolizando o ADA no IBAMA ou em órgãos ambientais delegados por meio de convênio, no prazo de seis meses, contado a partir do término do prazo fixado para a entrega da declaração, conforme a Instrução Normativa n° 43, de 1997, com redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 67, de 1997, o que foi confirmado pelas Instruções Normativas SRF nº 73, de 2000, nº 60, de 2001 e nº 256, de 2002; a exigência do ADA não caracteriza obrigação acessória, já que não está vinculada ao interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, nem se converte, caso não apresentado ou não requerido a tempo, em penalidade pecuniária, mas sim em incidência do imposto; o § 7° do art. 10 da Lei n° 9.393, de 1996, incluído pelo art. 3° da Medida Provisória n° 2.16667, de 2001, não dispensou a apresentação tempestiva do ADA, mas sim deixou de exigir a prévia comprovação das informações prestadas pelo declarante; o "Manual de Perguntas e Respostas do ITR" de 2002, portanto posterior à edição da Medida Provisória n° 2.16667/2001, ratifica, por meio das perguntas 66 e 67, o entendimento de que não houve qualquer alteração na legislação, no que tange à existência de prazo para requerimento do ADA; assim, o prazo para apresentação do requerimento para emissão do ADA jamais deixou de existir, tanto é assim que o Decreto n° 4.382, de 2002, em seu art. 10, estabelece que, para fins de exclusão da área tributável, as áreas ora tratadas devem ser obrigatoriamente informadas em ADA, protocolado pelo sujeito passivo no IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo; Fl. 3DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 a exigência do ADA está consagrada na Lei n° 6.938, de 1981, em seu art. 170, § 1°, com a redação dada pelo art. 1° da Lei n° 10.165, de 2000, que reitera os termos da Instrução Normativa SRF n° 43, de 1997, no que concerne ao meio de prova disponibilizado aos contribuintes para o reconhecimento das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, com vistas à redução da incidência do ITR; a obrigatoriedade da apresentação do ADA não representa qualquer violação de direito ou do principio da legalidade, mas sim alinhase com a norma que consagrou o beneficio tributário (art. 10, § 1 0, II, da Lei n° 9.393/96), apontando os meios para a comprovação da existência das áreas de preservação permanente e de utilização limitada; o exercício do direito do contribuinte, no presente caso, está atrelado a uma simples declaração dirigida ao órgão ambiental competente, portanto tratase de norma amplamente favorável ao contribuinte do ITR, que do contrário estaria sujeito a meios de prova complexos e dispendiosos, como, por exemplo, os laudos técnicos elaborados por peritos; não se pode conceber que o contribuinte queira se valer da exclusão das áreas tributáveis da incidência do ITR sem cumprir as exigências previstas na legislação, e o ADA, apresentado tempestivamente, é o documento exigido para tal fim; no presente processo, não se discute a materialidade, ou seja, a existência efetiva das áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal (utilização limitada), o que se busca é o cumprimento de uma obrigação prevista na legislação, referente à área de que se trata, para fins de exclusão da tributação. Cientificado do Recurso Especial da Fazenda Nacional, bem como do despacho que lhe deu seguimento, em 31/03/2011, o contribuinte ofereceu, em 15/04/2011, tempestivamente, as contrarazões de fls. 339 a 350, aduzindo o seguinte: consta dos autos Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal, emitido pela Delegacia Estadual de Mato Grosso do IBAMA, em 17/05/1999, que grava como área de utilização limitada 50% do total da propriedade, não podendo nela ser feita qualquer tipo de exploração sem autorização do IBAMA, termo este que se encontra devidamente averbado na matricula 18.627, desde 07/08/2000, observado ainda o fato de que o Ato Declaratório Ambiental — ADA somente começou a ser exigido a partir de 2002, conforme Decreto n° 4.382de 2002; foi também juntado aos autos o Ato Declaratório Ambiental relativo ao processo no Órgão Ambiental n° 10651510002098, que distribuiu as áreas de Reserva Legal (16.211,0 has) e de Preservação Permanente (15.211,0 has), pleiteando a sua exclusão da tributação; como se não bastasse a área integral da propriedade do Recorrido ser de interesse ecológico, é composta por uma APP e conta com inúmeras espécies animais, muita delas ameaçadas de extinção, portanto tal área não deve ser considerada tributável, nos moldes do art. 10 do Decreto n.° 4.382, de 2002, que além de exigir o enquadramento da propriedade nas condições legais descritas na legislação, ainda dispõe que a área deve estar obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental — ADA; ambas as exigências supra foram atendidas pelo Recorrido, portanto não há que se falar em intempestividade da apresentação do ADA, já que a exigência de protocolo tempestivo do ADA, para o fim especifico da redução da base de cálculo do ITR, não decorre Fl. 4DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10183.004450/200628 Acórdão n.º 9202002.250 CSRFT2 Fl. 3 5 expressamente de lei, mas sim do artigo do Decreto supracitado, com data de setembro de 2002; muito embora a legislação tratasse da entrega do ADA, para o fim especifico da redução da base de calculo do ITR, não havia disposição alguma a respeito do prazo para sua apresentação, e, menos ainda, que possibilitasse à Receita Federal desconsiderar a existência de áreas de Preservação Permanente ou de Reserva Legal no caso de apresentação intempestiva do ADA; a instituição de tributos, bem como a exclusão do crédito tributário, são matérias que devem ser integralmente previstas em lei, conforme o art. 97 do CTN, mais especificamente no que toca ao seu inciso VI, portanto o poder regulamentar não poderia desconsiderar a isenção tributária, pela mera apresentação intempestiva do ADA; a questão do prazo para protocolo do ADA já foi corretamente interpretada por este Conselho, que entendeu que a existência de área de preservação permanente, para exclusão da base de cálculo do ITR, pode ser comprovada por meios idôneos diversos, inclusive pelo ADA “extemporâneo”, Laudo Técnico ou outro documento que traga elementos suficientes à. formação de convicção do julgador, já que o ADA é formalidade administrativa que apenas declara uma situação fática préexistente; o amparo legal trazido pela Recorrente baseiase apenas em instruções normativas, porem é vedado aos entes competentes instituir ou majorar tributos sem lei que o estabeleça, conforme o principio da legalidade, estabelecido pela Constituição Federal no artigo 150, inciso I, e previsto também no Código Tributário Nacional; as áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, da forma como constam do artigo 10, inciso II, alínea "a", da Lei n° 9.393/96, representam exclusão da área tributável e são aquelas previstas na Lei 4.771, de 1965, com a redação dada pela Lei n° 7.803, de 1989 (Código Florestal), portanto impor outras condições, por norma infralegal, como é o caso das Instruções Normativas, significa majorar tributo sem lei, o que fere o principio da reserva legal; ademais, o §7°, do artigo 10, acrescido pela MP n° 2.16667/2001, norma de cunho processual e que se aplica aos atos processuais pendentes, estabelece que a declaração, para fins de isenção do ITR a que se referem as alíneas "a" e "d" do inciso II, não está sujeita a prévia comprovação por parte do declarante, que fica responsável pelo pagamento do imposto correspondente acrescido de juros e multa, se ficar demonstrado que a declaração não é verdadeira; a solicitação de ato declaratório que deve, obrigatoriamente, ser protocolada até seis meses após a entrega da declaração do ITR, é prévia à ação fiscal e foge totalmente do espírito da norma acima, além de não estar prevista em lei, ferindo o principio da reserva legal; ressaltese ainda que se trata de exigência de um ato declaratório, que serve para declarar uma situação já existente à época do fato gerador, o que torna mais absurda a imputação, como se o Recorrido não fizesse jus à referida redução, não porque não tivesse a área de preservação, mas sim porque ela não foi assim declarada; outrossim, conforme expõem os Eminentes Conselheiros que deram provimento unânime ao acórdão ora discutido, na ausência de previsão legal de um critério Fl. 5DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 rígido quando ao prazo para a apresentação do ADA, cumpre recorrer aos mecanismos de integração da legislação tributária, de maneira a imprimir eficácia no disposto pelo art. 170 da Lei n.° 6.398, de 1981; no presente caso, ainda que a apresentação do ADA referente à área tenha sido extemporânea, as demais provas carreadas aos autos (Laudo técnico, laudo de avaliação emitido pelo IBAMA, dentre outros) bastam para comprovar que se trata de area de Preservação Permanente, tendo o ADA apenas atestado tal situação fática; quanto à área de Reserva Legal, embora a legislação preveja a necessidade de sua averbação, de acordo com o que dispõe o § 8°, do art. 16, da Lei n° 4.771, de 1965, foi concedido um período de adaptação aos proprietários, sem a cominação de qualquer penalidade; assim, além da desnecessidade de averbação, para o fim específico de constituir as areas de reserva florestal legal, igualmente não havia, até o exercício de 2000, qualquer fundamento legal para a exigência da entrega do ADA para o fim de reduzir a base de cálculo do ITR; concluise, portanto, que, a exigência de protocolo tempestivo do ADA, para o fim especifico da redução da base de cálculo do ITR, não decorre expressamente de lei, mas sim do art. 10, § 3º , I, do Decreto n.° 4.382, de 2002, que data de setembro de 2002; muito embora a legislação tratasse da entrega do ADA, não havia disposição alguma a respeito do prazo para sua apresentação, e, menos ainda, que possibilitasse à Receita Federal desconsiderar a existência de áreas de Preservação Permanente ou de Reserva Lega, no caso de apresentação intempestiva do ADA. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, Relatora Preliminarmente, verificase que o Recurso Especial da Fazenda Nacional atendeu aos pressupostos de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. A questão submetida a esse Colegiado, no presente Recurso Especial, diz respeito unicamente à exigibilidade de apresentação tempestiva do ADA – Ato Declaratório Ambiental do IBAMA, para exclusão das áreas de Reserva Legal (16.211 hectares) e de Preservação Permanente (15.211 hectares), da base de cálculo do ITR, no exercício de 2002, relativamente à Fazenda Aguacerito, no Pantanal Matogrossense. Examinandose a legislação de regência, verificase que o direito à exclusão, da base de cálculo do ITR, das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, está garantido na Lei nº 9.393, de 1996, em seu art. 10, Por outro lado, constatase que, até o exercício de 2000, não havia fundamento legal para a exigência do ADA Ato Declaratório Ambiental, para o fim específico de constituir áreas de Reserva Legal ou de Preservação Permanente, com vistas à redução da base de cálculo do ITR. Nesse sentido, o art. 170, da Lei n° 6.938, de 1981, com a redação dada pela Lei nº. 9.960, de 2000, estabeleceu que os proprietários rurais, que se beneficiassem com Fl. 6DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10183.004450/200628 Acórdão n.º 9202002.250 CSRFT2 Fl. 4 7 redução do ITR com base em ADA, deveriam recolher ao Ibama dez por cento do valor dessa redução, a título de preço público pela prestação de serviços técnicos de vistoria. Assim, por inexistir fundamento legal para considerarse a apresentação do ADA como requisito para a fruição da redução da base de cálculo do ITR, foi aprovada a Súmula CARF nº 41, com a seguinte redação: "A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos ate' o exercício de 2000." Com o advento da Lei n° 10.165, de 2000, foi alterada a redação do §1° do art. 170, da Lei n° 6.938, de 1981, que tornou obrigatória a utilização do ADA, para efeito de redução do valor a pagar do ITR, portanto somente a partir do exercício de 2001, a exigência do ADA passou a ter previsão legal. Entretanto, dito dispositivo legal não fixou prazo para o cumprimento de tal formalidade, o que veio a ser feito somente com a edição do Decreto n° 4.382, de 2002 (art. 10, §3°, I), e por meio de Instruções Normativas da Receita Federal. Assim, observase que o direito à redução do ITR, no que tange às áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, foi previsto em lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, portanto somente a lei poderia fixar condições para o usufruto desse direito, ou seja, somente a lei poderia estabelecer prazo para apresentação do ADA, como prérequisito para o aproveitamento da redução do ITR. Ademais, o ADA – Ato Declaratório Ambiental, ainda que apresentado tempestivamente, como a própria denominação está a evidenciar, tem efeito apenas declaratório, portanto não tem o condão de constituir o direito, representado pela existência efetiva das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, no imóvel objeto da autuação. Com estas considerações, verificase que o usufruto da redução do ITR pode ser exercido, mediante a demonstração da efetiva existência das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, por diversos meios de prova idôneos, independentemente da apresentação tempestiva do ADA. No presente caso, tratase do ITR do exercício de 2002, o procedimento fiscal foi iniciado em 24/08/2006 (fls. 19) e o ADA foi emitido em 31/08/2006 (fls. 205), portanto é intempestivo. Entretanto, foram apresentados outros documentos que, a meu ver, confirmam o direito do contribuinte, a saber: Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal, firmado com o IBAMA em 1999 (fls. 166/167) e averbado à margem da matricula do imóvel em 2000 (fl. 192, verso); Laudo Técnico de Avaliação (fls. 140), acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (fl. 185): Laudo de Vistoria do IBAMA (fls. 194/195). Apenas a título de esclarecimento, embora esta Conselheira concorde com os argumentos e as conclusões do acórdão recorrido, o mesmo não ocorre com as áreas nele constantes. Isso porque, em todas as peças de defesa, bem como na documentação acostada aos Fl. 7DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 8 autos, a área de Preservação Permanente é de 15.211 hectares, e não de 16.211 hectares, como constou no voto condutor do julgado guerreado. Diante do exposto, DOU provimento PARCIAL ao Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional, para reconhecer a área de Reserva Legal de 16.211 hectares e a área de Preservação Permanente de 15.211 hectares, conforme os valores constantes da Impugnação (fls. 113), do Recurso Voluntário (fls. 239 e 246) e do ADA (fls. 205). (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 8DF CARF MF Impresso em 18/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 16045.000368/2007-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Data do fato gerador: 06/07/2007
INFRAÇÃO. APURAÇÃO DE PERÍODO DECADENTE E NÃO DECADENTE. PENALIDADE FIXA NÃO VINCULADA AO NÚMERO DE INFRAÇÕES.
Para as autuações em que não há alteração do valor da penalidade em função do número de infrações verificadas, o fato de haver ocorrências em períodos alcançados pela decadência não torna o lançamento improcedente, desde que haja infração detectada em período em que o fisco ainda poderia aplicar a multa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.378
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a argüição de decadência; e II) negar provimento ao recurso.
Matéria: Outras penalidades (ex.MULTAS DOI, etc)
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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APURAÇÃO DE PERÍODO DECADENTE E NÃO DECADENTE. PENALIDADE FIXA NÃO VINCULADA AO NÚMERO DE INFRAÇÕES. Para as autuações em que não há alteração do valor da penalidade em função do número de infrações verificadas, o fato de haver ocorrências em períodos alcançados pela decadência não torna o lançamento improcedente, desde que haja infração detectada em período em que o fisco ainda poderia aplicar a multa. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a argüição de decadência; e II) negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo – Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 23/05/2 012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Relatório Tratase do Auto de Infração AI n.º 37.037.2786, lavrado contra o contribuinte acima identificado para aplicação de multa por descumprimento da obrigação acessória de apresentar ao fisco documentos relacionados com as contribuições previdenciárias. De acordo com o relatório fiscal, fl. 17: Autuo a empresa, acima identificada, por infração ao disposto no artigo 33, parágrafo 20 da Lei n. 8.212/91, combinado com o art. 232 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06.05.99. A empresa deixou de apresentar a esta fiscalização os documentos que originaram os lançamentos contábeis relacionados no ANEXO I e ainda apresentou o Livro Diário no. 02, referente ao período de 01/2002 a 03/2002, omitindo informações verdadeiras. Este Livro apresentado não contem os lançamentos referentes às Notas Fiscais de Serviço emitidas, que estão relacionadas no ANEXO II do período de 03/2002 a 12/2002. 0 contribuinte foi intimado a apresentar a documentação em 20/03/2007, 30/03/2007, 16/04/2007, 14/06/2007 e 26/06/2007, conforme TIAD's Termos de Intimação para Apresentação de Documentos, cópias xerográficas em anexo. Cientificada do lançamento em 11/07/2007, fl. 31, a empresa apresentou impugnação, fls. 39 e segs., na qual alegou, em apertada síntese, que em razão da decadência do direito da Fazenda de exigir as contribuições, estaria a empresa desobrigada de apresentar a documentação relativa a fatos geradores supostamente ocorridos até a competência 06/2002. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Campinas (SP) declarou, fls. 74 e segs., o lançamento procedente, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do Fato Gerador: 06/07/2007 PREVIDENCIÁRIO INFRAÇÃO MULTA DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTO DECADÊNCIA – INCONSTITUCIONALIDADE Constitui infração à legislação previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionado com as contribuições para a seguridade social, conforme previsto no parágrafo 2°, artigo 33 da lei 8.212/91 e alterações posteriores. Ê de dez anos o prazo para apuração e constituição do crédito previdenciário, na inteligência do art. 45 da Lei n°. 8.212/91. Compete exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal decidir sobre matéria relativa inconstitucionalidade de lei. Lançamento Procedente Fl. 119DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 23/05/2 012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16045.000368/200776 Acórdão n.º 2401002.378 S2C4T1 Fl. 119 3 Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário, fls. 84 e segs., no qual, repete as alegações de decadência e pede, ao final, que o presente recurso voluntário seja julgado procedente para reformar a decisão prolatada pela DRJ em Campinas e anular o presente auto de infração tendo em vista a ocorrência da decadência dos fatos geradores ocorridos anteriormente a Junho de 2002, considerando que o crédito tributário foi definitivamente constituído em 11/07/2007. É o relatório. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 23/05/2 012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Decadência Passemos ao argumento concernente à impossibilidade do fisco de exigir documentos relativos a fatos geradores ocorridos antes de 06/2002, em razão da decadência quinquenal do CTN, é que a empresa não se contrapôs a afirmação do fisco quanto à falta de apresentação dos documentos. É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ................................................................................................ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que, com base nos elementos constantes nos autos, não seja possível se chegar a uma conclusão segura sobre esse fato. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições, na ocorrência de dolo, Fl. 121DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 23/05/2 012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16045.000368/200776 Acórdão n.º 2401002.378 S2C4T1 Fl. 120 5 fraude ou simulação e também para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. Na situação sob enfoque, verifico que o sujeito passivo teve ciência do lançamento em 11/07/2007 (fl. 209) e que os documentos não apresentados referemse ao período de 03/2002 a 12/2006 (ver planilha de fl. 19). Verificase que, embora possa haver na presente autuação competências em que o fisco já não poderia lançar as contribuições por motivo de decadência, caso se faça a contagem pelo § 4.º do art. 150 do CTN, observase que há competências em que não havia transcorrido o lustro decadencial. Tendose em conta que a multa para esse tipo de infração é aplicada em valor fixo, não dependendo do número de ocorrências verificadas, uma só infração verificada em período não decadente já justifica a aplicação da penalidade. Assim, entendo que a tese da inexistência de obrigação em razão do transcurso do prazo decadencial não deve ser acatada, devendose manter a multa na sua integralidade. Conclusão Assim, voto por afastar a decadência suscitada, negando, assim, provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 122DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 23/05/2 012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 13819.900846/2006-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2002 PER/DCOMP - CRÉDITO CORRESPONDENTE A SALDO NEGATIVO DE CSLL - CSLL RETIDA POR ÓRGÃO PÚBLICO - Sendo o direito creditório representado por saldo negativo da CSLL apurado na DIPJ em que a contribuição apurada foi “zero” e, tendo ocorrido retenções na fonte efetuadas por órgão público, descabe condicionar a validação das retenções a terem sido corretamente informadas no PER/DCOMP. O que se configura como tributo indevido é o saldo negativo apurado na DIPJ, e se a própria administração confirma, por consulta aos seus sistemas SIEF/DIRF, a efetividade das retenções sofridas, deve considerá-las integralmente na apuração do crédito, ainda que o valor informado pelo contribuinte no PER/DCOMP seja menor. Da mesma forma, tendo o contribuinte trazido aos autos comprovante de retenção não indicado no PER/DCOMP, deve ele ser levado em conta na apuração do saldo negativo.
Numero da decisão: 1301-000.909
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2002 PER/DCOMP CRÉDITO CORRESPONDENTE A SALDO NEGATIVO DE CSLL CSLL RETIDA POR ÓRGÃO PÚBLICO Sendo o direito creditório representado por saldo negativo da CSLL apurado na DIPJ em que a contribuição apurada foi “zero” e, tendo ocorrido retenções na fonte efetuadas por órgão público, descabe condicionar a validação das retenções a terem sido corretamente informadas no PER/DCOMP. O que se configura como tributo indevido é o saldo negativo apurado na DIPJ, e se a própria administração confirma, por consulta aos seus sistemas SIEF/DIRF, a efetividade das retenções sofridas, deve considerálas integralmente na apuração do crédito, ainda que o valor informado pelo contribuinte no PER/DCOMP seja menor. Da mesma forma, tendo o contribuinte trazido aos autos comprovante de retenção não indicado no PER/DCOMP, deve ele ser levado em conta na apuração do saldo negativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 347DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 2 Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 13819.900846/200672 Acórdão n.º 1103000.909 S1C1T1 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente processo de Declarações de Compensação eletrônicas de n° 37172.92635.270803.1.3.034420 (fls. 01/09) e n° 23862.49531.190404.1.3.030096 (fls. 11/14), transmitidas, respectivamente, em 27/08/2003 e 19/04/2004, para extinção de débitos tributários com crédito originado de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2002, apurado no valor originário de R$ 391.922,39. Conforme Despacho DRF/SBC/SEORT e 212/2008, fls. 52/56, foi deferido em parte o direito creditório e foram homologadas as compensações até o limite do crédito concedido (R$ 136.016,32). Em manifestação de inconformidade dirigida à DRJ em Campinas, o contribuinte questionou apenas as retenções feitas por órgãos públicos, nos seguintes termos: "Em relação às retenções levadas a cabo por entidades públicas, temse que, exatamente por se tratarem de pessoas jurídicas desvinculadas da atividade privada, somente podem saldar suas dívidas quando há orçamento e dinheiro específico para tanto, o que gera o muito conhecido atraso governamental de cumprimento com suas obrigações. Aliás, não por outra razão que a própria lei tributária, por meio do artigo 409 do Regulamento do Imposto de Renda (nesse ponto, aplicável à CSLL), autoriza os contribuintes a reconhecerem seus créditos contra entidades públicas mediante o regime de caixa, e não o regime de competência, regra geral vigente nos demais casos. Essa peculiaridade dificultou os controles exercidos pela Requerente, e que a fez incorrer em novos equívocos em termos de declaração de seus dados financeiros às autoridades fiscais e que serão devidamente contornados por meio de retificações nos documentos cabíveis. Contudo, independentemente disso, algo simplesmente não pode ser negado: a fonte pagadora não deixou de recolher um centavo sequer dos tributos devidos em nome da Requerente, o que, por si só, já é suficiente para livrála das presentes acusações. É de se chegar a essa conclusão com base na própria planilha apresentada pela equipe fiscal. Deixando de lado, por um instante, os demais dados ali presentes, há de se analisar duas colunas específicas, ambas dentro do subgrupo "Receita Federal do Brasil. Confirmação Sistema SIEFDIRF": (i) Rendimento; e (ii) Retenção. Como a planilha deixa claro, tanto o campo "Rendimento quanto o campo "Retenção", trazem informações do sistema da RFB, dotadas, portanto, de presunção de veracidade não fosse assim não teriam sido usadas como verdadeiras pelo próprio fiscal. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 4 Ora, curioso notar que sempre que os números da coluna "Retenção" correspondem sempre a 5,85% dos números descritos na coluna "Rendimentos". Tal informação, somada ao fato de que, à época, a legislação sobre o assunto — IN n° 306/2003) determinava ser a alíquota geral somando IRF, CSLL, Pis e Cofins, sujeita a algumas exceções aplicável a vendas a entes públicos exatamente de 5,85% é suficiente para deixar absolutamente claro que a fonte de retenção não apenas recolheu o IRF, mas recolheu todos os demais tributos devidos quando do pagamento (inclusive o 1,0% referente exclusivamente à CSL, exigido pelo fiscal). Há de se admitir que foram todos feitos a uma só vez, sem a devida diferenciação, mas resta claro que não houve qualquer prejuízo ao fisco, o que o impede de lançar o tributo em referência. " Protestou pela homologação integral das compensações declaradas, mediante revisão do Despacho Decisório recorrido, ou, caso se entenda necessário, pela realização de diligências para as devidas regularizações, de forma a se aproveitar o procedimento em questão, trazendo maior eficiência, economia e razoabilidade nos atos da Administração Pública, e pela apresentação de demais documentos, admitindose todos os meios de prova. Em seu despacho de encaminhamento, a autoridade local informa que, através dos cálculos de fls. 58/61, verificouse que o crédito pleiteado foi insuficiente para liquidar os débitos compensados, razão pela qual os valores excedentes estão sendo controlados nos processos nos 13819.720064/200813 e 13819.720154/200812, para prosseguimento quanto à cobrança, em observância ao art. 48, § 3º inciso II, da IN SRF n° 600/2005 (fls. 133). A 4º Turma de DRJ em Campinas indeferiu a manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 PROVAS. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal a prova documental deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, a menos que demonstrado, justificadamente, o preenchimento de um dos requisitos constantes do art. 16, § 4º, do Decreto n° 70.235, de 1972, o que não se logrou atender neste caso. DILIGÊNCIAS. Indeferese o pedido de diligência quando presentes nos autos elementos capazes de formar a convicção do julgador, bem como quando não preenchidos os requisitos legais previstos para sua formulação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2002 Fl. 350DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 13819.900846/200672 Acórdão n.º 1103000.909 S1C1T1 Fl. 3 5 PER/DCOMP. CRÉDITO CORRESPONDENTE A SALDO NEGATIVO DE CSLL. CSLL RETIDA POR ÓRGÃO PÚBLICO. Tendo sido efetivamente implementada a retenção da CSLL por órgão público, a contribuinte já goza do permissivo legal para a sua dedução, a título de antecipação do devido, independentemente do recolhimento pela fonte pagadora, desde que possua os respectivos Comprovantes de Rendimentos e demonstre corresponder, os valores deduzidos, ao lucro da empreitada ou do fornecimento tributado no período. À falta de documentação comprobatória que atenda o disposto acima, mantémse o decidido no Despacho Decisório recorrido. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Indeferido o direito creditório, não se homologa a compensação. Ciente da decisão em 07 de maio de 2009, a interessada apresentou recurso em 4 de junho. Afirma haver prova cabal de todas as origens dos créditos utilizados nas compensações, e que questões meramente formais e exigências tão rigorosas não possuem força o suficiente para afastar do contribuinte seu direito aos créditos, correspondentes a valores que efetivamente entraram nos cofres públicos conforme prova inclusive o sistema interno do Fisco Federal (sistema SIRFDIRF, cujas cópias necessárias à demonstração do alegado constam dos autos). Aduz que, dos créditos declarados pelo contribuinte, o Fisco não acatou a CSLL retida na fonte por órgãos governamentais sob o argumento de que as autoridades visualizaram certas "inconsistências" no confronto de informações que pudessem autorizar o reconhecimento de todas as retenções de imposto de renda na fonte feitas pelos órgãos governamentais. Assevera que não é isso que se verifica ao analisar cada um dos valores dos créditos e as provas incontestáveis de sua existência, como indica: 1 Fonte pagadora: Aeronáutica (CNPJ 00.394.429/007032) Valor do crédito: R$ 231.813,25 (indeferido) Comprovação: Fls. 42 dos autos, que confirma o informe (fls. 106) e mostra nos sistemas do Fisco (sistema SIRFDIRF) a retenção de R$ 1.138.690,48, valor muito maior do que o pleiteado (correspondente ao total das retenções de obrigatoriedade de órgãos públicos, nos códigos 6147 e 6190), embora em CNPJ com final diferente. 2 Fonte pagadora: Aeronáutica (CNPJ 00.394.429/007202) Valor do crédito: R$ 24.578,84 (deferido apenas parcialmente — R$ 7.990,26). Comprovação: Fls. 43 dos autos, que mostra nos sistemas do Fisco (sistema SIRFDIRF) a retenção de R$ 46.743,01, valor muito maior do que o pleiteado (correspondente ao total das retenções de obrigatoriedade de órgãos públicos, no código 6147) Fl. 351DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 6 3 Fonte pagadora: Aeronáutica (CNPJ 00.394.429/025009) Valor do crédito: R$ 25.730,00 (deferido apenas parcialmente — R$ 19.573,33). Comprovação: Fls. 44 dos autos, que mostra nos sistemas do Fisco (sistema SIRFDIRF) a retenção de R$114.503,72, valor muito maior do que o pleiteado (correspondente às retenções de obrigatoriedade de órgãos públicos, no código 6147). 4 Fonte pagadora: Aeronáutica (CNPJ 00.394.429/039865). Valor do crédito: R$ 4.149,54 (deferido apenas parcialmente — R$ 2.801,98). Comprovação: Fls. 46 dos autos, que mostra nos sistemas do Fisco (sistema SIRFDIRF) a retenção de R$ 16.391,59, valor muito maior do que o pleiteado (correspondente ao total das retenções de obrigatoriedade de órgãos públicos, no código 6147). Invocando a busca pela verdade material, mais especificamente a observância do princípio da verdade real, afirma ser incontestável o equívoco cometido pela decisão atacada, tendo em vista que a Recorrente demonstrou, por meio de incontestáveis documentos, as retenções realizadas e o recolhimento dos valores pleiteados. É o relatório. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 13819.900846/200672 Acórdão n.º 1103000.909 S1C1T1 Fl. 4 7 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. Conforme se depreende do relatório, trata o presente processo de declaração de compensação cujo direito creditório informado é representado por saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2002, no valor de R$ 391.922,39. O saldo negativo informado na DIPJ decorreu de o contribuinte ter apurado contribuição devida igual a “zero” e deduzido desse valor a contribuição social mensal paga por estimativa, no montante de R$ 155.648,92, e contribuição social retida na fonte por órgão público (Ministério da Aeronáutica CNPJ de mesma raiz 00.394.429, diversos estabelecimentos filiais), no montante de R$ 236.273,50, culminando em saldo negativo da CSLL declarado de R$ 391.922,42. O indeferimento parcial do direito creditório decorreu da não validação, pela autoridade administrativa, de parte das retenções efetuadas por órgãos públicos. Observando o cálculo da CSLL por estimativa na DIPJ/2003 (fls. 20/23), constatase que o contribuinte apurou contribuição social a pagar por estimativa com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução apenas em março e abril, num total de R$ 155.648,92, quitado da seguinte forma: R$ 92.993,56 por DARF, R$ 62.555,36 por compensação com retenção por órgão público (R$ 37.262,39 em março e R$ 25.292,97 em abril). A autoridade administrativa reportouse à análise feita no processo relativo à compensação com saldo devedor do IRPJ do mesmo anocalendário (juntado por cópia ao presente), por ter origem nos mesmos fatos, conforme explica: 2.8 A respeito da CSLL retida na fonte por órgãos públicos, tendo em vista que as fontes pagadoras relacionadas pelo interessado no PER/DCOMP n° 37172.92635.270803.1.3.03 4420 (fls. 03/04) são as mesmas que foram indicadas no PER/DCOMP n° 08282.88911.270803.1.3.02 5955, tratado no processo n° 10923.000117/200809, e que as respectivas retenções na fonte de CSLL são as mesmas informadas como deduções na DIPJ/2003 (estimativas mensais e ajuste), valem no presente caso, mutatis mutandis, as mesmas conclusões do Despacho Decisório DRF/SBC/SEORT N° 210/2008 daquele processo (confirase cópia às fls. 34/35, itens 2.13 a 2.18). 2.9 Devese apenas, empregando o mesmo critério adotado naqueles autos, procederse à confirmação dos valores dedutíveis na apuração da contribuição social, em função da alíquota da CSLL correspondente ao código de recolhimento (cód. 6147 = 1,0 %), sobre o valor do rendimento considerado, na forma do disposto na IN SRF n° 600/2003, conforme Quadro 02. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 8 2.10 Portanto, são dedutíveis na apuração do saldo da contribuição social: a estimativa paga por meio de DARF, no valor de R$ 92.993,56, e a parcela da contribuição retida na fonte por órgãos públicos, conforme Quadro 02, na soma de R$ 43.022,76. Essas deduções, em face da CSLL apurada ser igual a "zero', implicam em saldo negativo da contribuição social sobre lucro líquido no exercício de 2003, anocalendário de 2002, de R$ 136.016,32. Das cópias trasladadas do processo n° 10923.000117/200809 para o presente, constatase que a decisão da autoridade administrativa foi orientada pelos seguintes fatos (fls. 38 dos autos): a) O contribuinte, intimado a apresentar os originais ou cópias autenticadas dos comprovantes de retenções de imposto de renda na fonte oriundos de receitas que integraram a base de cálculo do imposto devido, apresentou cópias simples, ora de comprovantes ora de outros demonstrativos, e ainda assim de apenas parte das fontes pagadoras relacionadas em sua declaração de compensação, e informou não dispor dos originais por recebêlos via fax ou email (internet); b) Buscouse confrontar as informações constantes das cópias apresentadas com aquelas disponíveis nos sistemas de informação da RFB, limitandose o aproveitamento aos valores passíveis de confirmação pelos sistemas informatizados da RFB. c) Sobre as retenções por órgãos públicos, confrontouse as informações prestadas na DIPJ/2003 e na demonstração do crédito do PER/DCOMP com as informações trazidas pelo contribuinte, tendose constatado que o total retido por órgãos públicos utilizado como dedução no cálculo das estimativas mensais e na apuração anual, somados, coincide com a soma das retenções informadas no demonstrativo do PER/DCOMP. e) Intimado a apresentar os comprovantes de retenção, o contribuinte junta cópias de comprovantes de rendimentos fornecidos por duas fontes pagadoras apenas: a de CNPJ n° 00.394.429/003045, que não está relacionada no demonstrativo de crédito do PER/DCOMP, de CNPJ n° 00.394.502/001540 (fls. 77178), esta sim relacionada no PER/DCOMP. f) Para fins de aproveitamento como dedução, somente foram validados os valores que atendiam, de forma simultânea, as seguintes condições: (i) as fontes pagadoras devidamente relacionadas no demonstrativo de crédito do PER/DCOMP; (ii) o valores retidos, em função da fonte pagadora e do código de recolhimento, confirmados pelo sistema SIEF DIRF; (iii) receitas respectivas deverão ser compatíveis com o total de receitas informadas na DIPJ/2003, Ficha 06A; (iv) Confirmação de que o valor deduzido foi apurado conforme o disposto na IN SRF n° 306/2003 Com base nesses fundamentos, a autoridade elaborou o seguinte demonstrativo das deduções validadas: Interessado Receita Federal Informação PER/DCOMP e DIPJ Comprova nte de retenção Confirmação Sistemas SIEF/DIRF Parcela dedutível Dedução validada Fonte pagadora códi go CSLL retida na Valor retido rendimento retenção Alí quo Parcela CSLL Fl. 354DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 13819.900846/200672 Acórdão n.º 1103000.909 S1C1T1 Fl. 5 9 fonte ta IN 306 dedutível 00.394.429/ 007032 6147 231.813,25 ND NR NR 1% 0,00 0,00 00.394.429/ 007202 6147 24.578,84 ND 799.025,74 46.743,01 1% 7.990.25 7.990.25 00.394.429/ 007547 6147 2.277,50 ND 227.750,00 13.323,37 1% 2.277,50 2.277,50 00.394.429/ 025009 6147 25.730,00 ND 1.957.332,50 114.503,72 1% 19.573,32 19.573,32 00.394.429/ 000306 6147 12,30 ND 1.230,00 71,95 1% 12,30 12,30 00.394.429/ 001205 6147 7.927,60 ND 792.760,00 46.736,46 1% 7.927,60 7.927,60 00.394.429/ 001540 6147 2.287,13 25.774,19 440.584,32 25.774,19 1% 4.405,84 2.287,13 00.394.429/ 039865 6147 4.149,54 ND 280.297,94 16.391,59 1% 2.802,97 2.802,97 00.394.429/ 040871 6147 152,87 ND 15.266,72 893,12 1% 152,66 152,66 SOMA 298.928,83 4.514.147,22 264.077,41 45.141,47 43.022,76 LEGENDA: ND: Não disponível no processo NR: Não registrado no sistema Tendo validado apenas R$43.022,76 da compensação da CSLL retida por órgãos públicos, o saldo negativo confirmado pela autoridade resultou da soma desse valor com o valor pago por DARF (R$92.993,56), totalizando R$ 136.022,32. A Delegacia de Julgamento confirmou o despacho decisório. Pelo entendimento manifestado na decisão, não basta que a retenção tenha efetivamente sido implementada pelo órgão público, ficando a dedução condicionada à apresentação do comprovante anual da retenção ou, alternativamente, cópia do DARF fornecido pelo órgão público ao beneficiário, desde que este contenha, no campo destinado a observações, o valor pago, correspondente ao fornecimento dos bens ou da prestação dos serviços. “ Assim, tendo sido efetivamente implementada a retenção do tributo e/ou das contribuições, a contribuinte já goza do permissivo legal para a sua dedução, a título de antecipação do devido, independentemente do recolhimento pela fonte pagadora, desde que possua os respectivos Comprovantes de Rendimentos e demonstre corresponder, os valores deduzidos, ao lucro da empreitada ou do fornecimento tributado no período, o que não foi cumprido pela defendente por ora da manifestação de inconformidade.” Dentre os itens expressamente identificados pela autoridade administrativa (DERAT) como verificados para fins de validação da retenção (fls. 35 do processo, parágrafo 2.18), está a compatibilidade das receitas sobre as quais ocorreu a retenção com o total de receitas informadas na DIPJ/2003, Ficha 06 A. Não havendo nenhuma manifestação expressa a respeito, presumese que não foi identificada incompatibilidade. Assim, a não validação ou validação parcial das deduções das retenções indicadas pelo contribuinte resultaram de uma (ou mais) das seguintes constatações: (i) não estar, a fonte pagadora, relacionada no demonstrativo de crédito do PER/DCOMP; (i) o valor retido, em função da fonte pagadora e do código de recolhimento, não foi confirmado pelo Fl. 355DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 10 sistema SIEF DIRF; (iii) o valor deduzido foi apurado em desacordo com o disposto na IN SRF n° 306/2003, ou seja, superou 1% da receita. A diligência pedida ao final do recurso, como meio subsidiário de prova, é impertinente. O objeto da prova deve consistir no fato que poderá desconstituir a motivação alegada para não validar a dedução. E, como se verá no quadro demonstrativo a seguir, a motivação alegada pela autoridade independe de confirmação ou infirmação por diligência. O Quadro 2 do Despacho Decisório (fls. do processo) evidencia as divergências entre os valores de retenção deduzidos pelo contribuinte e os validados pela autoridade, permitindo identificar a motivação da não validação ou validação limitada: Interessado Informação PER/DCOMP e DIPJ Receita Federal Confirmação Sistemas SIEF/DIRF Dedução validada Fonte CSLL retida (deduzida) Rendimento Retenção total valor motivo 00.394.429/ 007032 231.813,25 0,00 Não confirmada nos sistemas 00.394.429/ 007202 24.578,84 799.025,74 46.743,01 7.990.25 Dedução admitida = 1% do rendimento 00.394.429/ 025009 25.730,00 1.957.332,50 114.503,72 19.573,32 Dedução admitida = 1% do rendimento 00.394.429/ 001540 2.287,13 440.584,32 25.774,19 2.287,13 Valor indicado pelo contribuinte 00.394.429/ 039865 4.149,54 280.297,94 16.391,59 2.802,97 Dedução admitida = 1% do rendimento A Recorrente contesta a não validação (total ou parcial) das deduções/retenções. Quanto às fonte pagadoras CNPJ 00.394.429/007202, CNPJ 00.394.429/025009 e CNPJ 00.394.429/039865, alega a recorrente que os sistemas do Fisco (sistema SIRFDIRF) comprovam retenções em valor muito maior do que o pleiteado. Contudo, o valor validado pela autoridade está correto, pois do total retido (5,85% da receita), apenas o equivalente a 1% da receita se refere a CSLL. Ou seja, a retenção efetiva referente ao código 6147 (5,85% da receita) engloba imposto de renda (1,2% da receita), CSLL (1,00% da receita), Cofins (3,00% da receita) e PIS/PASEP (0,65% da receita). Quanto à fonte pagadora CNPJ 00.394.429/001540, os sistemas da Receita Federal confirmam pagamento de receita no valor de R$ 440.584,32, com retenção total de R$ 25.774,19. Não obstante a retenção correspondente à CSLL comprovada pelos sistemas da SRFB tenha sido de R$ 4.405,84, no caso, 1% do rendimento pago, a autoridade administrativa validou apenas R$ 2.287,13, porque foi o valor consignado no PER/DCOMP. Aqui não me parece ter agido bem a autoridade administrativa. De acordo com as normas que regem o processo administrativo federal, é dever de a Administração obedecer, entre outros, aos princípios da finalidade, razoabilidade, moralidade, segurança jurídica, eficiência (Lei 9.784/99, art. 2º, caput). Fl. 356DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 13819.900846/200672 Acórdão n.º 1103000.909 S1C1T1 Fl. 6 11 É óbvio, e embora a lei o faça (Lei 9.784/99, art. 36), nem seria necessária disposição expressa no sentido de que cabe ao interessado a prova dos fatos que alega. Contudo, a lei prevê, também, que as atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão devem ser realizadas de oficio (Lei 9.784/99, art. 29, caput), e que os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes (Lei 9.784/99, art. 29, § 2º). E mais, determina a observação do critério de adequação entre meios e fins, vedadas restrições em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (art. 2º, parágrafo único, inciso VI). Assim, se a restituição é representada por saldo negativo da CSLL apurado na DIPJ do anocalendário de 2002, o qual decorre pagamento de estimativa por DARF, no valor de R$ 92.993,56, e de retenções efetuadas por órgão público (diversos estabelecimentos filiais do Ministério da Aeronáutica), no total de R$ 298.928,82, descabe condicionar a validação das retenções a terem sido corretamente informadas no PER/DCOMP. Notese que o crédito tributário indevido (a cuja restituição o sujeito passivo tem direito, nos termos do art. 165 do CTN), não é o referente ao tributo retido pela fonte. Esse era efetivamente devido. O que se configura como tributo indevido é o saldo negativo apurado na DIPJ. Se a própria administração confirma, por consulta aos seus sistemas SIEF/DIRF, a efetividade das retenções sofridas, deve considerálas integralmente na apuração do crédito, ainda que o valor informado pelo contribuinte no PER/DCOMP seja menor. Por outro lado, se o contribuinte indica retenção que não é confirmada nos sistemas SIEF/DIRF, a respectiva dedução só será admitida se o contribuinte comprovar a retenção sofrida. Não sido confirmada pelos sistemas informatizados da SRF a retenção de R$ 231.813,25 em nome da fonte CNPJ 00.394.429/007032, e não apresentada a prova da retenção pelo contribuinte, a autoridade não poderia, de fato, validála. Ocorre que o contribuinte juntara aos autos (fl. 28), comprovante emitido pela fonte pagadora (Ministério da Aeronáutica, CNPJ 00394429/003045) indicando rendimentos pagos no ano de 2002, no total de R$ 19.365.913,81, com retenção total de R$ 1.138.690,48. Não obstante essa fonte não tenha sido indicada no PER/DCOMP, não cabe ignorála apenas por este motivo. Provada a efetividade da retenção sofrida, o montante equivalente a 1% do rendimento (ou seja, R$ 193.659,13) corresponde a retenção de CSLL, e o contribuinte tem o direito de deduzir o respectivo valor na apuração da CSLL devida no período. Pelas razões acima expostas, DOU provimento PARCIAL ao recurso para reconhecer um diferencial de saldo negativo (além do já reconhecido em primeira instância) de R$ 195.777,84 (R$ 2.118,71 + R$ 193.659,13), e homologar as compensações até o limite do crédito reconhecido. Sala das Sessões, em de maio de 2012. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri, Relator. Fl. 357DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI 12 Fl. 358DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10835.003787/2008-68
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SIMPLES NACIONAL Ano-calendário: 2007 LOCAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA. CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA. VEDAÇÃO. Não podem optar pelo Simples as pessoas jurídicas que exercem atividades de locação ou de cessão de mão-de-obra.
Numero da decisão: 1801-001.120
Decisão: Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Momentaneamente ausente o Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1647; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 117 1 116 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10835.003787/200868 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 180101.120 – 1ª Turma Especial Sessão de 8 de agosto de 2012 Matéria Simples Nacional Recorrente CONSULTOC CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2007 LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA. CESSÃO DE MÃODEOBRA. VEDAÇÃO. Não podem optar pelo Simples as pessoas jurídicas que exercem atividades de locação ou de cessão de mãodeobra. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Momentaneamente ausente o Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Ana de Barros Fernandes. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão da 6a. Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra Ato Declaratório que excluiu a empresa interessada do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, tratamento diferenciado e favorecido dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no regime único de apuração, arrecadação e recolhimento de impostos e contribuições da União – Simples Nacional. Consta dos autos que a empresa interessada foi excluída do Simples Nacional, com efeitos a partir 01/08/2007, pelo Ato Declaratório Executivo da DRF em Presidente Prudente/SP n º 025/2009 (fl. 63), tendo em vista o exercício de atividade vedada prevista na Lei Complementar n° 123, de 2006, art. 17, XII locação de mão de obra. De acordo com o referido despacho a empresa presta serviços de forma contínua, de apoio operacional, abrangendo categorias de auxiliares e ajudantes de serviços gerais, motorista, telefonistas, por meio de locação/cessão de mão de obra, para as Delegacias da Receita Federal do Brasil em Franca e Presidente PrudenteSP, referente a processo licitatório que impedem a adesão ao regime tributário do Simples Nacional, instituído pela referida LC 123/2006 Ciente da exclusão em 14/12/2009, a contribuinte ingressou com a manifestação de inconformidade de fls. 68/74, solicitando ser mantida no regime tributário simplificado e pedindo pela anulação do ato de exclusão. Apreciando o litígio a Turma Julgadora de 1a. Instância analisou as atividades praticadas pela empresa confrontandoas com os dispositivos legais que regem a matéria e concluiu pela manutenção da exclusão. Notificada da decisão, em 18/04/2011, como demonstra a cópia do AR à fl. 105, apresentou a empresa, em 13/05/2011, o recurso voluntário de fls. 106 e ss, argüindo, em síntese que,: mantém contrato desde agosto de 2005, com a Delegacia da Receita Federal do Brasil em FrancaSP, cujo objeto é a Prestação de Serviços Terceirizados de telefonista, ajudante de serviços gerais, originado pelo procedimento licitatório "Pregão Eletrônico DRF/PPE/SP n° 02/2007”; não constam dos documentos de licitação a condição de cessão ou locação de mãodeobra colocada a disposição dos contratantes, tendo como objetivo apenas a terceirização de serviços de auxiliar de serviços gerais, motorista e telefonista, sendo obrigada a manter preposto ou responsável; os contratos são de prestação de serviços, não de cessão ou locação de mão deobra, sendo que a empresa não tem entre os seus objetivos sociais essa atividade; toda atividade legalmente exercida deve ser regulada pela legislação, sendo que estaríamos exercendo atividade irregular e todos os procedimentos licitatórios seriam irregulares; Fl. 125DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10835.003787/200868 Acórdão n.º 180101.120 S1TE01 Fl. 118 3 a Lei n° 6.019, de 1974, estabelece as condições para exercer tal atividade, definindo as características da cessão ou locação de mão de obra como a disponibilização de pessoal por determinado prazo para trabalhar seguindo orientações do contratante, na execução da necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente, ou acréscimo extraordinário de tarefas de outra empresa (contratante). o art. 17 da LC n° 123, de 2006, inciso XII, veda a inscrição no Simples Nacional das empresas que realizam cessão/locação de mãodeobra, mas permite no inciso XXVII a inscrição de empresas prestadoras de serviços de vigilância, limpeza e conservação, que não seriam diferentes de serviços gerais, motoristas e telefonistas; a solução de consulta n° 66 de 2004 estabelece a definição de locação de mãodeobra e esclarece que não se configura a cessão ou locação de mão de obra, quando ausentes os requisitos de colocação de empregados à disposição do contratante, submetidos ao poder de comando deste. Ao final pede pelo acolhimento do recurso e desconstituição do ato de exclusão. É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. O recurso é tempestivo. Dele tomo conhecimento. Como se extrai dos autos a empresa interessada foi excluída do Simples Nacional, pelo qual optou em 01/07/2007, com efeitos de exclusão retroativos a 01/08/2007, por prestar serviços de cessão de mãodeobra, atividade vedada pela legislação de regência para ingresso e permanência na referida sistemática. A Lei Complementar n º 123, de 2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte – Simples Nacional, determinou um rol de atividades vedadas ao ingresso e/ou permanência na sistemática simplificada. Com efeito, o artigo 17 do referido comando legal prevê, dentre outras, a proibição das seguintes atividades: Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: ... XI que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços Fl. 126DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; ... XII que realize cessão ou locação de mãodeobra; ... XIII que realize atividade de consultoria; (Obs. destaques acrescidos) No objeto social da empresa constante de seus estatutos sociais está prevista a prestação dos seguintes serviços, dentre outros (fls. 06 e ss): Cursos e treinamentos em desenvolvimento profissional e gerencial Atividades de assessoria e consultoria em gestão empresarial Prestação de serviços técnicos especializados Serviços de manutenção de máquinas e equipamentos de informática Prestação de serviços terceirizados de Portaria, telefonistas, ascensoristas e mão de obra em geral NÃO TEMPORÁRIA. De acordo com o auditor fiscal que representou os fatos a empresa prestaria serviços de cessão de mãodeobra à DRF em Franca/SP e à DRF em Presidente Prudente/SP. As atividades consistiriam na prestação de serviços terceirizados de 06 Auxiliares de Serviços Gerais e 01 Motorista, para a Delegacia da Receita Federal em Franca SP, com custo mensal de R$ 5.953,69 (cinco mil novecentos e cinqüenta e três reais e sessenta e nove centavos) e de execução de serviços contínuos de apoio operacional abrangendo as categorias de telefonista e ajudante de serviços gerais para atender as necessidades da Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente SP, nos quantitativos de 02 Telefonistas e 01 Ajudante de Serviços Gerais. No contrato celebrado com base em sistema “Pregão”, pactuado entre a interessada e a Delegacia da Receita Federal em Franca/SP Contrato n º 03/2005 , consta o seguinte (fls. 13 e ss): CONTRATADA: CONSULTOC CONTRATANTE: DRF EM FRANCA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS E MOTORISTA PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PARA ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL EM FRANCA SP. Na cláusula primeira – objeto do contrato: O presente contrato tem por objeto a prestação dos serviços contínuos terceirizados de 06 (seis) postos de auxiliar de serviços gerais e 1 (um) posto de motorista a serem prestados pela CONTRATADA, para atender às necessidades da Delegacia da Receita Federal em FrancaSP, e suas unidades jurisdicionadas. Na cláusula quarta – Valor dos Serviços: Parágrafo primeiro Fl. 127DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10835.003787/200868 Acórdão n.º 180101.120 S1TE01 Fl. 119 5 O valor mensal contratado pela execução dos serviços está assim dividido: a) 6 aux. de serviços gerais (quarenta horas semanais) R$ 4.846,00; b) 1 motorista (quarenta horas semanais) R$ 1.107,69; Na cláusula oitava – obrigações da contratada: X executar os serviços contratados de acordo com as especificações determinadas na Descrição dos Serviços do Anexo I ao Edital DRF n° 03/2005, parte integrante do presente contrato, através de seus profissionais cujas funções estejam registradas em Carteira de Trabalho; O Contrato de PREGÃO DRF/Presidente Prudente n º 04/2007, tem por objeto (fls. 27 e ss): CONTRATADA: CONSULTOC CONTRATANTE: DRF EM PRESIDENTE PRUDENTE OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE AUXILIAR DE TELEFONISTA E AJUDANTE DE SERVIÇOS GERAIS. Na clausula primeira Do Objeto – O presente Contrato tem por objeto a contratação de empresa especializada, com quadro de funcionários próprios, com fornecimento de mãodeobra, tudo por conta e responsabilidade da CONTRATADA, para execução de serviços contínuos de apoio operacional abrangendo as categorias de telefonista e ajudante de serviços gerais para atender as necessidades da Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente SP, conforme quantidades abaixo relacionadas: Além dos elementos acima foram juntadas aos autos cópias das notas fiscais de prestação de serviços de fls. 38 e ss. No contexto dos autos, locação de mãodeobra doutrinariamente costuma ser definida como o contrato pelo qual o locador se obriga a fazer alguma coisa para uso ou proveito do locatário, não importando a natureza do trabalho ou do serviço. Os trabalhos são realizados sem a obrigação de executar a obra completa, ou seja, sem a produção de um resultado determinado. Na locação de mãodeobra, a locadora assume a obrigação de contratar empregados, trabalhadores avulsos ou autônomos sob sua exclusiva responsabilidade do ponto de vista jurídico. A locadora é responsável pelo vínculo empregatício e pela prestação de serviços, sendo que os empregados ou contratados ficam à disposição da tomadora dos serviços (locatária), que detém o comando das tarefas, fiscalizando a execução e o andamento dos serviços. Já a definição legal de cessão de mãodeobra encontrase no art. 31 da Lei n º 8.212, de 24 de julho de 1991, regulamentado pelo art. 219 do Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999) e pelo art. 143 da IN SRP n º 3, de 14 de julho de 2005, que assim dispõe: Fl. 128DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 Art. 143. Cessão de mãodeobra é a colocação à disposição da empresa contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e a .forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei n º 6.01 9, de 1974. §1o. Dependências de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços. §2 º Serviços contínuos são aqueles que constituem necessidade permanente da contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade fim, ainda que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por diferentes trabalhadores. §3 º Por colocação à disposição da empresa contratante entendese a cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do contrato. Não há dúvidas, pois, de que os serviços pactuados nos contratos celebrados entre a recorrente e a DRF em Franca/SP e a recorrente e a DRF em Presidente Prudente/SP se referem a cessão ou locação de mãodeobra. Como bem anotou a DRF em Presidente Prudente/SP (fls. 54 e ss), a Resolução n º 58 do Comitê Gestor do Simples Nacional – CGSN – assim dispõe: CESSÃO OU LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA Art. 6o. O MEI não poderá realizar cessão ou locação de mão deobra. § 1° Cessão ou locação de mãodeobra é a colocação à disposição da empresa contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores, inclusive o MEI, que realizem serviços contínuos relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. § 2o. Dependências de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços. § 3o. Serviços contínuos são aqueles que constituem necessidade permanente da contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade fim, ainda que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por diferentes trabalhadores. § 4 º Por colocação à disposição da empresa contratante entendese a cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do contrato. A título de observação e a despeito de a exclusão da empresa do Simples Nacional ter sido fundamentada unicamente na prática de atividade de cessão ou locação de mãodeobra, como comprovado nos autos, verificase que os estatutos sociais da recorrente tem, ainda, por objeto social outras atividades vedadas, a saber: Fl. 129DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10835.003787/200868 Acórdão n.º 180101.120 S1TE01 Fl. 120 7 Cursos e treinamentos em desenvolvimento profissional e gerencial Atividades de assessoria e consultoria em gestão empresarial Prestação de serviços técnicos especializados Serviços de manutenção de máquinas e equipamentos de informática Assim, diante de farta documentação nos autos que prova a prática de atividade vedada para ingresso e permanência da empresa na sistemática do Simples Nacional – cessão ou locação de mãodeobra voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 130DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/08/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10976.000278/2009-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 2005, 2006
PERÍCIA CONTÁBIL
Não deve ser aceito pedido de perícia, se a prova é de natureza
eminentemente documental.
AUTORIDADE COMPETENTE CONTADOR
Conforme Súmula CARF nº 8: “O Auditor Fiscal da Receita Federal é
competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador”.
ESPONTANEIDADE
A apresentação de declarações não impede a constituição do crédito tributário pela via do lançamento de ofício, se promovida após o início da ação fiscal.
MULTA DE OFÍCIO PERCENTUAL
O limite de 20% previsto no art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96, diz respeito à multa moratória e não à punitiva aplicada pela autoridade fiscal em procedimento de lançamento de ofício.
Numero da decisão: 1201-000.617
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Declarou-se impedido o conselheiro Marcelo Cuba Netto.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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AUTORIDADE COMPETENTE CONTADOR Conforme Súmula CARF nº 8: “O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador”. ESPONTANEIDADE A apresentação de declarações não impede a constituição do crédito tributário pela via do lançamento de ofício, se promovida após o início da ação fiscal. MULTA DE OFÍCIO PERCENTUAL O limite de 20% previsto no art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96, diz respeito à multa moratória e não à punitiva aplicada pela autoridade fiscal em procedimento de lançamento de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Declarouse impedido o conselheiro Marcelo Cuba Netto. Fl. 836DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 831 2 (assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudemir Rodrigues Malaquias (Presidente), Marcelo Baeta Ippolito (Suplente Convocado), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Regis Magalhães Soares Queiroz e João Carlos de Lima Júnior. Relatório DA AUTUAÇÃO E DA IMPUGNAÇÃO Abaixo tomo de empréstimo o relatório elaborado pela autoridade julgadora de primeiro grau acerca das referidas peças de acusação e defesa inaugural: Tratase de impugnação aos lançamentos do imposto de renda da pessoa jurídica IRPJ, da contribuição para o programa de integração social Pis, da contribuição para o financiamento da seguridade social Cofins, e da contribuição social sobre o lucro liquido CSLL. No termo de verificação fiscal de fls. 41/49 o auditor relata, em síntese, o seguinte: a) após análise dos livros e documentos apresentados pela fiscalizada em resposta a termos de intimação fiscal (fls. 56/58 e fl. 81), restou constatado que no 4° trimestre do ano de 2004 e em todos os trimestres do ano de 2005 a empresa informou nas respectivas DIPJs (fls 59/80) receita da atividade em montantes inferiores àqueles descritos na memória de cálculo apresentada durante a fiscalização (fls. 83/84); b) restou também constatado que nos períodos acima mencionados a contribuinte informou, tanto nas DIPJs (fls 59/80), quanto nas DCTFs (fls. 92/93), valores devidos a titulo de IRPJ e de CSLL inferiores aos efetivamente devidos, pois calculados com base nas receitas da atividade declaradas a menor naquelas DIPJs. Da mesma forma, os respectivos pagamentos e parcelamentos de IRPJ e CSLL foram realizados Fl. 837DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 832 3 segundo os valores declarados a menor nas DCTF (fls. 94/95 e fls. 96/97)); c) assim sendo, procedeuse à cobrança das diferenças de IRPJ e CSLL devidas no 4° trimestre de 2004 e em todos os trimestres de 2005, tendo por base a forma de apuração eleita pela contribuinte, qual seja, o lucro presumido. As diferenças entre os valores escriturados e os declarados, relativamente à contribuição para o Pis e a Cans estão sendo cobradas, respectivamente, nos processos 10976.000280/200929 e 10976.000281/200973; d) em outra linha de investigação, foi também a fiscalizada intimada (fls. 98/99) a apresentar cópia dos extratos de toda a movimentação financeira por ela realizada nos anos de 2004 e 2005. A empresa apresentou parte dos extratos (fls. 100/103), e os demais foram obtidos diretamente das instituições financeiras, em resposta a RMFs (fls. 104/106); e) de posse dos extratos apresentados pela fiscalizada e pelas instituições financeiras, verificouse que não foram contabilizados no livro Razão (fls. 394/458) os valores creditados/depositados: (i) na contacorrente n° 557177, agência 0634, do Banco Itaú S.A. (fls. 227/357), e; (ii) na conta corrente n° 0009007280, agência matriz do Banco Daycoval S.A. (fls. 157/181); f) intimada (fls. 113/151) e reintimada (fls. 152/153) para tanto, e mesmo após de deferidos dois pedidos de prorrogação do prazo para resposta (fl. 155 e fl. 156), a contribuinte não logrou êxito em comprovar a origem dos valores creditados/depositados nas duas contascorrentes acima identificadas, fato que autoriza a fiscalização a considerar tais valores como receitas omitidas (art. 42 da Lei n° 9.430/96). 0 demonstrativo dos depósitos não comprovados encontrase as fls. 359/392; g) o lançamento do IRPJ sobre receitas omitidas foi realizado com base nas regras do lucro presumido, por ter sido esta a forma de tributação adotada pela contribuinte nos anos de 2004 e 2005; h) sobre as receitas omitidas foram lançadas de oficio, também, a contribuição para o Pis, a Cofins e a CSLL; i) sobre o IRPJ, a contribuição para o Pis, a Cofins e a CSLL lançados foi imposta multa qualificada (150%), uma vez que tanto a prática reiterada da contribuinte em declarar ao Fisco receita em montante inferior ao escriturado, quanto os inúmeros depósitos realizados em duas contascorrentes não escrituradas, evidenciam o intuito da fiscalizada em fraudar o Erário Público. Cientificada da autuação, a interessada impugnou o lançamento (fls. 464/493), pedindo ao final seja cancelada a exigência, sob as seguintes alegações, em síntese: Fl. 838DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 833 4 a) preliminarmente, nulidade do lançamento, por abuso de autoridade, tendo em vista que o autor da ação fiscal não é profissional habilitado pelo Conselho Regional de Contabilidade para realizar trabalhos de auditoria ou revisão contábil; b) ainda em preliminar, nulidade do feito, por vicio formal, em virtude de a autoridade tributária haver deixado de observar o disposto no art. 10, II, do Decreto 70.235/72, que estabelece que o auto de infração deverá conter obrigatoriamente o local, a data e a hora de sua lavratura; c) a fiscalização desconsiderou as informações prestadas nas DCTFs retificadoras, sob o fundamento de que sua apresentação ocorreu após o inicio da ação fiscal. Tal procedimento revelase arbitrário, já que a retificação da declaração, quando não vise a excluir ou reduzir tributo, pode se dar a qualquer tempo (art. 147, § 1 0, do CTN), não havendo que se falar, assim, em quebra da espontaneidade; d) em relação aos depósitos/créditos realizados nas contas correntes mantidas pela empresa no Banco Daycoval S/A e no Banco hail S/A, o auditor deixou de excluir as transferências entre contas de mesma titularidade, conforme laudo pericial anexado (fls. 506/517); e) por Outro lado, apenas o Banco Daycoval S/A forneceu a ora impugnante os extratos bancários de forma detalhada. Assim sendo, em relação aos créditos/depósitos efetuados neste banco foi possível aos auditores independentes contratados pela empresa realizar auditoria complexa, demonstrando que os lançamentos a crédito na contacorrente se deram em virtude de notas fiscais emitidas. Tudo conforme laudo contábil e seus anexos (fls. 506/773); f) como o Banco Brazil S/A, até o momento, não atendeu ao pedido da interessada para apresentação dos extratos bancários de forma detalhada (em virtude da falta de apresentação foi, inclusive, proposta ação de exibição de documentos — fls. 494/505), os auditores independentes ficaram impossibilitados de verificar a origem dos créditos/depósitos efetuados na respectiva conta corrente; g) com base no art. 44, II, da Lei n° 9.430/96, o auditor impôs multa de 50% sobre os tributos e contribuições lançados. Todavia, no auto de infração consta multa de 150%, e não de 50%. O enquadramento legal da multa de 150% foi revogado pela Lei n° 11.488/2007. Por não possuir fundamento legal, a penalidade deve ser cancelada; h) é de se notar que o mandado de procedimento fiscal originário não abrangia a fiscalização do IRPJ, logo, a falta de recolhimento só admitiria imposição de multa moratória; i) essa multa moratória, por seu turno, não poderia estabelecer se nesse ou naquele percentual fixo. Vêse, pois, que a imposição de multa penal de tal ordem implica em verdadeiro confisco; Fl. 839DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 834 5 j) seja como for, a multa aplicável é a de 20%, prevista no art. 61, § 2°, da Lei n° 9.430/96, por ser menos gravosa; k) o cálculo dos juros de mora mediante a utilização da taxa Selic afronta os princípios da legalidade,, da anterioridade, da indelegabilidade da competência tributária, da segurança jurídica e da hierarquia das leis. Pede ainda a interessada a realização de perícia, a fim de que sejam respondidos os quesitos arrolados as fls. 480/481. DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU A decisão recorrida (fls. 785 a 794) deu parcial provimento à impugnação nos seguintes termos de sua ementa, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. de se afastar a presunção legal de omissão de receitas quanto aos créditos/depósitos realizados em contacorrente da contribuinte, originários de outra conta de sua titularidade. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005 ESPONTANEIDADE. PERDA. Não se consideram espontâneos os atos praticados pelo sujeito após a ciência do termo de inicio da ação fiscal. Isso posto, devem ser objeto de lançamento de oficio as diferenças entre os valores dos tributos e contribuições registrados na contabilidade da empresa, e aqueles informados ao Fisco através das DCTFs apresentadas antes do inicio do procedimento. DO RECURSO VOLUNTÁRIO O sujeito passivo apresentou recurso voluntário, às fls. 803 a 818, mediante o qual basicamente reiterou as razões apresentadas na impugnação. É o relatório. Fl. 840DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 835 6 Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Perícia Contábil Conforme já bem explanado pela autoridade de primeiro grau, não há que se deferir perícia contábil. Em primeiro lugar, a prova contábil é sempre documental e, dessa forma, pode e deve ser carreada aos autos. Em segundo lugar, o julgador administrativo é técnico e, portanto, não se atém exclusivamente a enfrentar as questões de direito, mas também àquelas de âmbito contábil. Habilitação em conselho de contabilidade A autoridade lançadora nem sequer precisa ser formado em Contabilidade, muito menos a habilitação na respectiva entidade de fiscalização de classe. Esse tema, inclusive, consta de súmula do CARF, a qual tem caráter vinculante para este Colegiado. Abaixo, a transcrevo: Súmula CARF nº 8: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. Retificadora após o início da fiscalização Também não merece reparos a decisão de primeiro grau em relação à perda de espontaneidade após o início da fiscalização para fins de apresentação de DCTF’s e, portanto, para evitar o lançamento de ofício, uma vez que o marco inicial da exclusão é o início da fiscalização nos termos do parágrafo único, art. 138 do CTN, in verbis: Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Multa qualificada O contribuinte defende a aplicação do percentual de 20%, porque a multa estaria limitada a esse patamar nos termos do art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96. Essa limitação, porém, se refere à multa moratória, a qual possui como critério de quantificação 0,33% ao dia de atraso. Desse modo, a referida multa pode variar de 0,33% até 20%. Tal limitação não se refere às multas punitivas, as quais possuem como patamar mínimo o percentual de 75%. Fl. 841DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10976.000278/200950 Acórdão n.º 120100.617 S1C2T1 Fl. 836 7 Taxa Selic A questão da taxa Selic com juros também está sumulada, de aplicação vinculada. Abaixo, transcrevo a Súmula pertinente: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Conclusão Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Fl. 842DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS
score : 1.0
Numero do processo: 10935.005757/2009-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2007
Ementa:
FRACIONAMENTO DA MÃO DE OBRA EM EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES
O fracionamento da mão de obra necessária a consecução dos objetivos sociais de uma empresa em varias empresas optantes pelo SIMPLES se traduz em prejuízo para a seguridade social, devido ao não recolhimento das contribuições previdenciárias patronais, devendo o vinculo se dar com a suposta tomadora dos serviços É ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo diretamente com o tomador.
(Enunciado n.º 331 do TST)
É OBRIGATÓRIO O RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO RELATIVA A QUOTA DO SEGURADO.
As empresas são obrigadas a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais, estes a partir de 04/2003, a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração.
INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF
não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade.
JUROS/SELIC
As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC,
nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91.
Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC
para títulos federais.
MULTA MORATÓRIA
Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91, vigente à época do lançamento, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso.
As multas devem ser aplicadas de forma isolada, conforme o caso, por descumprimento de obrigação principal ou de obrigação acessória, para cada caso, da forma mais benéfica ao contribuinte, de acordo com o disposto no artigo 106, do Código Tributário Nacional
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2302-001.780
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conceder
provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições do art. 35 da Lei n 8.212 de 1991 para
o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n 449 de 2008.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2007 Ementa: FRACIONAMENTO DA MÃO DE OBRA EM EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES O fracionamento da mão de obra necessária a consecução dos objetivos sociais de uma empresa em varias empresas optantes pelo SIMPLES se traduz em prejuízo para a seguridade social, devido ao não recolhimento das contribuições previdenciárias patronais, devendo o vinculo se dar com a suposta tomadora dos serviços É ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo diretamente com o tomador. (Enunciado n.º 331 do TST) É OBRIGATÓRIO O RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO RELATIVA A QUOTA DO SEGURADO. As empresas são obrigadas a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais, estes a partir de 04/2003, a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. JUROS/SELIC As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91. Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. MULTA MORATÓRIA Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91, vigente à época do lançamento, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso. As multas devem ser aplicadas de forma isolada, conforme o caso, por descumprimento de obrigação principal ou de obrigação acessória, para cada caso, da forma mais benéfica ao contribuinte, de acordo com o disposto no artigo 106, do Código Tributário Nacional Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2007 Ementa: FRACIONAMENTO DA MÃO DE OBRA EM EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES O fracionamento da mão de obra necessária a consecução dos objetivos sociais de uma empresa em varias empresas optantes pelo SIMPLES se traduz em prejuízo para a seguridade social, devido ao não recolhimento das contribuições previdenciárias patronais, devendo o vinculo se dar com a suposta tomadora dos serviçosÉ ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formandose o vínculo diretamente com o tomador. (Enunciado n.º 331 do TST) É OBRIGATÓRIO O RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO RELATIVA A QUOTA DO SEGURADO. As empresas são obrigadas a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais, estes a partir de 04/2003, a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. JUROS/SELIC As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91. Fl. 5135DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. MULTA MORATÓRIA Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91, vigente à época do lançamento, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso. As multas devem ser aplicadas de forma isolada, conforme o caso, por descumprimento de obrigação principal ou de obrigação acessória, para cada caso, da forma mais benéfica ao contribuinte, de acordo com o disposto no artigo 106, do Código Tributário Nacional Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conceder provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições do art. 35 da Lei n 8.212 de 1991 para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n 449 de 2008. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. EDITADO EM: 07/05/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Andre Ramos Vieira (presidente), Liege Lacroix Thomasi, Vera Kempers de Moraes Abreu, Manoel Coelho Arruda Junior, Arlindo da Costa e Silva Fl. 5136DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente Auto de Infração de Obrigações Principais de contribuições previdenciárias referente a parte dos segurados empregados e contribuintes individuais, vinculados a outras pessoas jurídicas, mas entendidos pela fiscalização como prestadores de serviço a notificada, no período de 01/2005 a 11/2007. O relatório fiscal de fls. 276/291, traz detalhadamente a situação encontrada quando da auditoria, que permitiu efetuar o lançamento das contribuições devidas na notificada, frente ao flagrante fracionamento da mão de obra utilizada para a consecução dos objetivos sociais da autuada, em outras cinco empresas. A fiscalização colaciona aos autos, a partir da fl. 291, Volume II ate a fl. 850, Volume V, documentos para comprovar a situação descrita no relatório, que sustentou o lançamento. Após a apresentação da impugnação, Acórdão de fls. 5059 /5065, Volume XXVI, julgou o lançamento procedente. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso, onde alega, em síntese: a) cerceamento de defesa pela ausência de fundamento legal que autorize o lançamento e ausência de provas dos fatos descritos, cujos documentos não foram enviados à recorrente; b) ausência de identificação dos empregados e suas remunerações; c) inexistência de evasão fiscal; d) que o registro dos empregados e anterior à ocorrência do fato gerador das contribuições cobradas; e) a ausência de fatos ilícitos; f) que os vínculos de parentesco não bastam para caracterizar evasão fiscal; g) e parte ilegítima para figurar no pólo passivo, pois os segurados não fazem parte de seu quadro de funcionários; h) são inexigíveis as contribuições dos empregados e contribuintes individuais, porque e deles a obrigação de recolher o tributo; a recorrente tem apenas a obrigação acessória de reter a contribuição, a responsabilidade do recolhimento e do empregado; i) a inconstitucionalidade do artigo 30, da Lei n.º 8.212/91; Fl. 5137DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 j) a existência de erro no lançamento porque as contribuições já foram recolhidas pelas empresas; k) a impossibilidade da aplicação da SELIC e a impossibilidade dos juros incidirem sobre a multa. Requer o provimento do recurso para reformar o Acórdão e anular o Auto de Infração. E o relatório. Fl. 5138DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 3 5 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora Cumprido o requisito de admissibilidade, frente à tempestividade, documento de fl.5.071, Volume XXVI, conheço do recurso e passo ao seu exame. Da Preliminar A recorrente alega o cerceamento de defesa e a nulidade do lançamento pela falta de fundamentação legal que autorize o lançamento, pela ausência de provas, que não lhe teriam sido enviadas e por não ser responsável pelo recolhimento da exação, o que seria de competência estrita dos segurados. Ressalto a inexistência do cerceamento defesa, como alegado, posto que a notificação de débito, seus anexos e o relatório fiscal explicitam claramente a origem e o valor do débito, bem como os fundamentos legais das exações lançadas e o procedimento fiscal foi desenvolvido a partir de documentos disponibilizados pela própria recorrente, tanto que foi possível contestar totalmente o débito, o que demonstra perfeita compreensão do mesmo. O relatório fiscal de fls.276/291, expressa que a base imponível para a cobrança das contribuições previdenciárias, consubstanciadas nesta notificação, foi retirada das folhas de pagamento apresentadas, dos valores declarados pela recorrente em GFIP e dos seus registros contábeis, documentos por ela elaborados, de sua posse e guarda, não cabendo a alegação de desconhecimento dos mesmos, tampouco de que não lhe foram enviadas provas do debito. Quanto aos valores referentes aos segurados registrados em outras empresas, mas considerados pela fiscalização como de responsabilidade da recorrente quanto ao recolhimento das contribuições previdenciárias, tenho a dizer que o relatório fiscal cuidou de trazer todos os elementos de convencimento apurados na auditoria, detalhando os lançamentos que compõem o presente Auto de Infração (quadro às fls. 276/277, Volume II) e informando ao contribuinte que os valores lançados e sua origem podem ser examinados nos Anexos: Relatório de Lançamento – RL: onde se encontram identificadas, por código de levantamento, as fontes originárias dos dados utilizados para a apuração do montante do crédito. Relatório de Documentos Apresentados — RDA, com a relação das guias de pagamento consideradas, cujos valores recolhidos foram abatidos do montante apurado e Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados — RADA, que discrimina por estabelecimento, competência e levantamento, em qual documento lavrado foram abatidos os valores recolhidos pelo contribuinte. Quanto ao dever legal de provar a existência do fato gerador, o lançamento fiscal goza de presunção de legitimidade, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário. Todavia, o Fisco não atua discricionariamente, haja vista que o lançamento é precedido de regular procedimento de fiscalização, com a análise minuciosa de documentação, que tem por finalidade a busca da verdade material, que é um dos pilares e uma decorrência do princípio da legalidade. Assim, o Fisco não possui o dever de acostar aos autos toda a Fl. 5139DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 documentação analisada, até porque esta, pertence à empresa, limitandose a autoridade fiscal circunstanciar a ação, indicando os documentos analisados, sem necessidade de sua anexação, identificando perfeitamente os elementos que serviram de base para a apuração dos fatos geradores, ao que, sem sombra de dúvida, atende o relatório fiscal e anexos da notificação em apreço. Ademais, no caso em tela, a autoridade fiscal cuidou de colacionar aos autos, a partir das folhas 292 a 850, Volumes II a V, inúmeros documentos para comprovar o lançamento efetuado com relação à responsabilidade da recorrente frente ao fracionamento da mão de obra necessária ao atingimento de seus objetivos sociais. A capacidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil em desconsiderar contratos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo é muito clara na leitura da legislação previdenciária em conjunto com o Código Tributário Nacional CTN. Vejamos o disposto no parágrafo único do artigo 116 do CTN: Art. 116. (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Pela leitura do artigo 33 da Lei n.º 8.212/91 e do parágrafo 2º do artigo 229 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, também fica claro que o Auditor Fiscal pode desconsiderar o contrato pactuado, quando presentes as condições que denotem uma relação de emprego: Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11, as contribuições incidentes a título de substituição e as devidas a outras entidades e fundos. DECRETO N.º 3.048/99 Art. 229. (...) § 2º Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado. No mesmo sentido, também o Tribunal Regional Federal da 4ª Região já vinha decidindo, não deixando dúvidas quanto a essa possibilidade: PREVIDENCIÁRIO. NOTIFICAÇÃO. RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS. 1 A competência da Justiça do Trabalho não exclui a das autoridades que exerçam funções delegadas para exercer a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção do Fl. 5140DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 4 7 trabalho, entre as quais se incluem o direito à previdência social. 2 No exercício de suas funções, o fiscal pode tirar conclusões diferentes das adotadas pelo contribuinte, sob pena de se consagrar a sonegação. Exigese, contudo, que a decisão decorrente da fiscalização seja fundamentada, quer para que não se ofenda ao princípio da legalidade, ou para que o contribuinte possa exercer o seu direito de defesa. 3 Apelação a que se nega provimento. (AMS n.º 89.04.079543PR, Ac. TRF 400003018, de 20/02/92, 1ª Turma, Rel. Juiz Hadad Viana, DJ de 18/03/92, pág. 5937). Portanto, o procedimento fiscal está amparado no que prescrevem os artigos legais citados em parágrafos anteriores e compete à fiscalização da Receita Federal do Brasil solicitar e examinar livros e documentos da empresa a fim de assegurar o correto e eficaz cumprimento das obrigações principais e acessórias, relativamente às contribuições previdenciárias. Ainda, quanto ao contraditório e à ampla defesa, preleciona Hugo de Brito Machado in Mandado de Segurança em Matéria Tributária, Ed. Revista dos Tribunais, 1995, pág. 304: Os conceitos de contraditório, e de ampla defesa, são interligados, até porque o contraditório é, de certa forma, um meio, ou um instrumento inerente à ampla defesa. Por contraditório entendese a garantia de que nenhum decisão ocorrerá sem a manifestação dos que são parte no conflito. No processo administrativo fiscal a garantia do contraditório quer dizer que o contribuinte tem direito de manifestarse sobre toda e qualquer afirmação dos agentes do fisco, antes da decisão. E também que os agentes do fisco devem ser ouvidos sobre a defesa oferecida pelo contribuinte. .......................................................................................... A ampla defesa quer dizer que o contribuinte não pode ter contra ele constituído um crédito tributário sem que lhe seja assegurada oportunidade para demonstrar que o mesmo é indevido. Portanto, a argumentação da recorrente não deve prosperar. O cerceamento de defesa e a violação ao princípio do contraditório e ao princípio da ampla defesa não restaram caracterizados, pois, o interessado apresentou impugnação e recurso à notificação lavrada. Também não vislumbro a tese de nulidade do Auto de Infração, pois não foi observado qualquer vício no procedimento da fiscalização e formalização do lançamento. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Fl. 5141DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Fl. 5142DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 5 9 Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216) Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Superadas as questões preliminares para exame do cumprimento das exigências formais, passo à apreciação do mérito. Do Mérito As contribuições lançadas referemse a parte dos segurados empregados e contribuintes individuais, sendo totalmente improcedente a assertiva da recorrente de que não è responsável pelo recolhimento da exação, já que è dever dos próprios segurados o recolhimento das contribuições a seu cargo, uma vez que por expressa determinação legal, a empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado no dia 2 do mês seguinte ao da competência (art. 30, inciso I, letras “a” e “b” da Lei n.º 8.212/91). E, com relação ao segurado contribuinte individual, a alíquota de 11% deve ser arrecadada e recolhida pela empresa, nos termos da Lei n.º 10.666, de 08/05/2003, a partir da competência 04/2003: Art. 4º Fica a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado Fl. 5143DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao da competência. O artigo 33, parágrafo 5º da Lei n.º 8.212/91, traz que o desconto de contribuição legalmente autorizada sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber, ou arrecadou em desacordo com a citada lei. No que se refere à inconstitucionalidade do artigo 30, da Lei n.º 8.212/91, informo ao contribuinte que a apreciação de matéria constitucional em tribunal administrativo exacerba sua competência originária que é a de órgão revisor dos atos praticados pela Administração, bem como invade competência atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal. No Capítulo III do Título IV, especificamente no que trata do controle da constitucionalidade das normas, observase que o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Permitir que órgãos colegiados administrativos reconhecessem a constitucionalidade de normas jurídicas seria infringir o disposto na própria Constituição Federal, padecendo, portanto, a decisão que assim o fizer, ela própria, de vício de constitucionalidade, já que invadiu competência exclusiva de outro Poder. O professor Hugo de Brito Machado in “Mandado de Segurança em Matéria Tributária”, Ed. Revista dos Tribunais, páginas 302/303, assim concluiu: “A conclusão mais consentânea com o sistema jurídico brasileiro vigente, portanto, há de ser no sentido de que a autoridade administrativa não pode deixar de aplicar uma lei por considerála inconstitucional, ou mais exatamente, a de que a autoridade administrativa não tem competência para decidir se uma lei é, ou não é inconstitucional.” Ademais, como da decisão administrativa não cabe recurso obrigatório ao Poder Judiciário, em se permitindo a declaração de inconstitucionalidade de lei pelos órgãos administrativos judicantes, as decisões que assim a proferissem não estariam sujeitas ao crivo do Supremo Tribunal Federal que é a quem compete, em grau de definitividade, a guarda da Constituição. Poderseia, nestes casos, ter a absurda hipótese de o tribunal administrativo declarar determinada norma inconstitucional e o Judiciário, em manifestação do seu órgão máximo, pronunciarse em sentido inverso. Por essa razão é que através de seu Regimento Interno e Súmula, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF se autoimpôs com regra proibitiva nesse sentido: Portaria MF n° 256, de 22/06/2009 (que aprovou o Regimento Interno do CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. SÚMULAS CONSOLIDADAS CARF PORTARIA MF N.° 383 – DOU de 14/07/2010) Fl. 5144DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 6 11 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Quanto aos argumentos da recorrente de que não houve evasão fiscal e que não praticou ilícitos, me reporto integralmente ao relatório fiscal de fls.276/291, que muito bem sustentou a autuação procedida, permitindo que da sua leitura se vislumbrasse a situação encontrada pelo fisco, trazendo elementos de prova e convencimento. Ao contrario do que diz a recorrente, o fisco bem provou a existência do fato gerador da contribuição previdenciária ao demonstrar com propriedade, que a recorrente se valeu de empresas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de pequeno Porte – SIMPLES para fracionar nelas a mão de obra necessária à consecução de seus objetivos sociais. Ou seja, a recorrente utilizou cinco empresas que lhe prestavam serviços praticamente exclusivos, cujo faturamento advinha apenas da prestação de serviço à autuada e se destinava tão somente ao pagamento dos funcionários e encargos sociais, ficando dentro do limite legal de opção ao SIMPLES, enquanto a recorrente por apresentar faturamento superior ao parâmetro legal para a opção, arcava com uma pequena parcela de mão de obra, sobre a qual recolhia os encargos previdenciários. O relatório fiscal traz diversos elementos de convicção, fazendo a subsunção dos fatos encontrados às normas legais de enquadramento de segurados empregados e contribuintes individuais, senão vejamos: o procedimento fiscal visava a fiscalização de oito empresas que pela analise de dados aparentavam compor grupo econômico. Ao se dirigir ao estabelecimento da autuada, os auditores se depararam com um deposito fechado e foram informados que a administração da mesma se dava no local de outra empresa, Industria e Comercio de Moveis e Estofados LVC Ltda. EPP, onde o sócio administrador Gilmar Mendes de Souza assinou o Termo de Inicio de Procedimento Fiscal de quatro empresas, quais sejam: Manica e Raimundo Ltda.; Pivotto e Pivotto Ltda.; Industria e Comercio de Moveis e Estofados LVC Ltda. EPP e Joel Raimundo e Companhia Ltda. e o sócio Cezer Augusto Manica assinou o TIPF das empresas Cezer Augusto Manica & Cia Ltda e Indústria e Comércio de Moveis Manica Ltda. Assim, a fiscalização analisou dados e documentos das empresas e concluiu que a mão de obra foi distribuída em varias empresas optantes do SIMPLES, sem recolhimneto dos encargos previdenciários patronais, enquanto a recorrente possuía um alto faturamento e em contrapartida um reduzido quadro de funcionários. Como elementos de prova o fisco juntou reclamatórias trabalhistas onde a recorrente figura como segunda reclamada e promove a quitação dos valores acordados ou sentenciados, rescisões de contrato de trabalho de segurados registrados nas outras empresas acima citadas, mas que moravam em cidades diversas da sede da empresa em que estavam lotados, sendo que nos municípios onde moravam sequer tinha estabelecimento destas empresas em que se encontravam registrados, mas sempre tinha filial da recorrente, o que è provado através dos contratos sociais e alterações acostados aos autos pela fiscalização e quadro demonstrativo à fl. 262, exemplificando a situação encontrada. Também a contabilidade da autuada registra diversos comprovantes de despesas das empresas optantes do SIMPLES pagas mediante debito na conta bancaria da recorrente e as despesas pagas aos funcionários da outras empresas são lançadas na conta de Salários e Ordenados no exercício de 2005 e Serviços Terceirizados, em 2006, ambas contas do grupo Despesas com Pessoal. Fl. 5145DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 12 Outro dado trazido e que o numero de segurados da recorrente e ínfimo para seus estabelecimentos que oscilaram entre 20 a 40, enquanto as empresas optantes do SIMPLES declaravam em GFIP um numero de segurados incompatível com as atividades econômicas realizadas e o faturamento existente, conforme quadro constante da folha 284. Ademais, e de se notar que após a edição da Lei Complementar n.º 126/2006, relativa ao SIMPLES NACIONAL, a recorrente absorveu os empregados das outras cinco empresas, que ficaram sem funcionários. Ainda, à fl. 288, temos um quadro comparativo de receitas e total gasto com remuneração, onde se percebe que as empresas, pelo faturamento obtido, não tinham condições de arcar com o custo da mão de obra para realizar suas atividades e cumprir com seus objetivos sociais. Sequer possuíam autonomia patrimonial, na medida em que não havia ativo permanente, nem registro de despesas com imóveis, alugueis, equipamentos ou materiais necessários à consecução de suas atividades, limitando os seus gastos às despesas com mão de obra O fisco também registra que os sócios administradores das empresas optantes do SIMPLES ou foram empregados da recorrente ou possuem vinculo de parentesco entre si, conforme discriminativo de fls. 285/286, o que reforça a demonstração da estreita relação entre os empreendimentos que se complementavam para a prestação de serviço e a diminuição de custos com encargos previdenciários. Por tudo que foi exposto e da analise dos documentos trazidos aos autos em vinte e seis volumes e possível afirmar que os empregados e contribuintes individuais registrados nas empresas retrocitadas e optantes pelo SIMPLES, prestavam serviço para a recorrente através das empresas interpostas, sendo impossível negar a existência de "prejuízo" para a seguridade social, advindo com a prestação de serviços nos moldes em que feito, já que proporcionou o não recolhimento de contribuições previdenciárias patronais. Saliento, por fim, que não ocorreu a despersonificação da pessoa jurídica, mas a análise conjunta da situação fática e de todos os elementos colhidos durante a ação fiscal permitiu caracterizar os vínculos com a Previdência Social dos segurados que prestavam serviço através da empresa interposta para com a recorrente. Os serviços prestados estão ligados à atividade meio e fim da notificada, mediante remuneração mensal, com caráter não eventual. A desconsideração da pessoa jurídica não está declarando nula a personificação, mas quer dizer que a mesma é ineficaz para a prática de determinados atos como a prestação de serviços que aqui se evidenciou. No tocante à taxa SELIC, cumpre asseverar que sobre o principal apurado e não recolhido, incidem os juros moratórios, aplicados conforme determina o artigo 34 da Lei 8.212/91: “... As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, a que se refere o artigo 13, da Lei n.º 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável.” O art. 161 do CTN prescreve que os juros de mora serão calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês, se a lei não dispuser de modo diverso. No caso das contribuições Fl. 5146DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 7 13 em tela, há lei dispondo de modo diverso, ou seja, o aludido art. 34 da Lei 8.212/91 dispõe que sobre as contribuições em questão incide a Taxa SELIC. Portanto, está correta a aplicação da referida taxa a título de juros, perfeitamente utilizável como índice a ser aplicado às contribuições em questão, recolhidas com atraso, objetivando recompor os valores devidos. Ainda, quanto à admissibilidade da utilização da taxa SELIC, ressaltamos que o Segundo Conselho, do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, aprovou na Sessão Plenária de 18 de setembro de 2007, publicada no D.O.U. de 26/09/2007, Seção 1, pág. 28 a Súmula 3, que dita: É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia – Selic para títulos federais. E, com a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, tal súmula foi consolidada na Súmula CARF n.º 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. E inócua a assertiva da recorrente da incidência quanto à incidência de juros sobre a multa, eis que tal fato não ocorreu na presente autuação. Quanto à multa, não possui natureza de confisco a exigência da multa moratória, conforme previa o art. 35 da Lei n ° 8.212/1991, com a redação vigente à época do lançamento, válido para as competências até 11/12008. Não recolhendo na época própria o contribuinte tem que arcar com o ônus de seu inadimplemento. Se não houvesse tal exigência haveria violação ao principio da isonomia, pois o contribuinte que não recolhera no prazo fixado teria tratamento similar àquele que cumprira em dia com suas obrigações fiscais. No caso em tela, à época do fatos geradores, pelo não recolhimento em época própria do tributo devido, a legislação previdenciária previa a aplicação de multa moratória,conforme disposto pelo 35 da Lei n° 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.876/99. A MP n° 449/08, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2008, excluiu do ordenamento jurídico a gradação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/91, conferindolhe outras condições, eis que se tratando de recolhimento espontâneo pelo contribuinte de contribuições previdenciárias pagas em atraso, a multa de mora a ser aplicada será de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso, contados a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento, limitado a vinte por cento: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Fl. 5147DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 14 Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009). Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2 O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998) Quando se tratar de lançamento de ofício, como no saco da presente notificação fiscal de lançamento de débito –NFLD, a legislação superveniente determinou a incidência de multa de ofício, correspondente a 75% da totalidade ou diferença de imposto ou contribuição devidos e não recolhidos, podendo, inclusive ser duplicado o valor em caso de fraude, simulação ou conluio: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941/2009). Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 5148DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10935.005757/200949 Acórdão n.º 2302001.780 S2C3T2 Fl. 8 15 II de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) §1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) §2º Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o §1º deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I prestar esclarecimentos; (Renumerado da alínea "a", pela Lei nº 11.488, de 2007) II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991; (Renumerado da alínea "b", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. (Renumerado da alínea "c", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) §3º Aplicamse às multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. §4º As disposições deste artigo aplicamse, inclusive, aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal. Portanto, no exame do caso em questão é de se ver que a aplicação do artigo 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores e do lançamento traz percentuais variáveis, de acordo com a fase processual em que se encontre o processo de constituição do crédito tributário e mostra mais benéfico ao contribuinte, uma vez em que se aplicando a redação dada pela Lei n.º 11.941/2008, mais precisamente o artigo 35 A da Lei n.º 8.212/91, o valor da multa seria mais oneroso ao contribuinte, pois deveria ser aplicado o artigo 44, I da Lei n.º 9430/96, já transcrito anteriormente. Fl. 5149DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 16 Ocorre que no caso em tela, do exame da planilha de fls. 209/210, Volume II, observase que a multa foi aplicada levandose em consideração o somatório da multa de mora (24%), com a multa aplicada pelo descumprimento de obrigação acessória de não declarar fatos geradores em GFIP. Entretanto, do exame da legislação vigente, entendo que as multas devem ser aplicadas de forma isolada, conforme o caso, por descumprimento de obrigação principal ou de obrigação acessória, para cada caso, da forma mais benéfica ao contribuinte, de acordo com o disposto no artigo 106, do Código Tributário Nacional Embora, em algumas vezes, a obrigação acessória descumprida esteja diretamente ligada à obrigação principal, isto não significa que sejam únicas para aplicação de multa conjunta. Pelo contrário, uma subsiste sem a outra e mesmo não havendo crédito a ser lançado, é obrigatória a lavratura de auto de infração se houve o descumprimento de obrigação acessória. As condutas são tipificadas em lei, com penalidades específicas e aplicação isolada, não cabendo o somatório efetuado na autuação para a configuração de multa mais vantajosa para o contribuinte. O art. 44 da Lei n º 9.430/96, traz que a multa de ofício de 75% incidirá sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento , de falta de declaração e nos de declaração inexata. Portanto, está claro que as três condutas não precisam ocorrer simultaneamente para ser aplicada a multa. Quando o contribuinte recolhe os valores devidos antes da ação fiscal, não se aplica a multa de 75% prevista no art. 44 da Lei n º 9.430. Se pagou, mas não declarou em GFIP, por exemplo, deve ser aplicada a multa isolada do art. 32A da Lei n º 8.212, justamente por serem condutas distintas. E, ainda, caso contribuinte tenha declarado em GFIP não deve ser aplicada a multa do art. 44 da Lei n º 9.430, mas a multa moratória do art. 61 da Lei n º 9430/96, pois os débitos já estão confessados e devidamente constituídos, sendo prescindível o lançamento. A multa do art. 44 da Lei n º 9.430 somente se aplica nos lançamentos de ofício. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do artigo 35, da Lei n.º 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.876/99, vigente quando do lançamento. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 5150DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 07/05/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/05/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 16098.000002/2008-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/09/1989 a 01/04/1992
Ementa: Prazo Para Restituir Tributos Declarados Inconstitucionais
Após a decretação da inconstitucionalidade da parte final do parte final do art. 4º da Lei Complementar nº 118, de 2005, em observância ao art. 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e à orientação jurisprudencial assentada no REsp. REsp 1002932 / SP, o prazo para pleitear a compensação ou restituição de tributos declarados inconstitucionais se extingue após o prazo de cinco anos, contados da homologação do lançamento.
Recurso Voluntário Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3102-001.397
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
parcial provimento ao recurso voluntário para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido.
Nome do relator: LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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REsp 1002932 / SP, o prazo para pleitear a compensação ou restituição de tributos declarados inconstitucionais se extingue após o prazo de cinco anos, contados da homologação do lançamento. Recurso Voluntário Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Luciano Pontes de Maya Gomes, Álvaro Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Ricardo Rosa. Relatório Fl. 103DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 2 2 Tratase de Recurso Voluntário em desfavor do Acórdão 1615.183, da e. 6ª Turma da DRJ São Paulo, que indeferiu pedido de restituição/compensação de créditos do Finsocial e do PIS, em razão de que teria se operado a prescrição do direito de formular tal pleito. Sinteticamente, as razões de recorrer seria a mesma aduzida perante o órgão julgador a quo, quais seja: não se operara a decadência alegada. Cita jurisprudência que ampararia tal convicção e sustenta, ademais, que não pleiteara restituição dos tributos, mas simplesmente informara a realização de compensação, o que provocaria deslocamento do início da contagem do prazo decadencial. Como é possível observar compulsando os autos, o presente processo decorre de desmembramento do de nº 13804.000919/200260, procedido no intuito de permitir a manifestação concomitante do Segundo e do Terceiro Conselho de Contribuintes, à época incompetentes para julgamento de litígios que envolviam contribuições para o PIS e para o Finsocial. Considerando que não teria sido localizada a data em que o sujeito passivo tomou ciência da decisão recorrida e que, consequentemente, não seria possível apurar a tempestividade do recurso, decidiu a extinta Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes pela conversão do julgamento em diligência, a fim de que fosse esclarecida tal dúvida. Cumprida tal diligência e, restando atestada a tempestividade do recurso, voltam os autos a julgamento. Tratandose de resolução julgada em data anterior à criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em observância à regra de transição gizada no § 4º, do art.3º da Portaria MF nº 256, de 20091, retornaram os autos a este Conselheiro para prosseguimento do julgamento. É o Relatório. 1 § 4° Os processos que retornem de diligência e os com embargos de declaração interpostos em face de acórdãos exarados em sessões anteriores à vigência deste Regimento Interno serão distribuídos ao relator original do recurso, salvo quando estiver atuando em colegiado com especialização diversa da do anterior. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção No presente recurso, relembrese, discutese, até o presente momento, se restou superado o prazo para pleitear restituição e consequentemente, compensação de créditos decorrentes da decretação da inconstitucionalidade da majoração da contribuição para o Finsocial. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 3 3 Quanto a esse aspecto, é preciso relembrar, inicialmente, o Regimento Interno do CARF, que, após sua alteração pela Portaria MF nº 586, de 2010, passou a prever, em seu art. 26A: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ocorre que, até recentemente, a adoção da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça2 acerca do cômputo do prazo prescricional encontravase obstaculizada, em face de que essa reprodução só seria viável se afastada a aplicação do Art. 4º da Lei Complementar nº 1183, de 2005, que determinava a aplicação retroativa do art. 3º4 desse mesmo diploma. Tal dispositivo, relembrese, deu à contagem do prazo em questão contornos diversos do aplicado naquela corte superior, que pacificara a adoção da cognominada “tese dos cinco mais cinco”, atualmente adotada em sede de Recurso Repetitivo. Entretanto, como é de conhecimento geral, sobreveio o julgamento proferido nos autos do RE nº 566.621/RS5, onde o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, em sede de Repercussão Geral que a parte final do art. 4º da Lei Complementar nº 118, de 2005 seria inconstitucional. Determinouse, assim, que a lei complementar em questão só seria aplicada a pedidos formulados após a sua vacacio legis . Assim sendo, em face de que o pedido em análise é anterior a tal data, surge, a meu ver, a obrigatoriedade de se aplicar a orientação do Superior Tribunal de Justiça e considerar, para a fixação do prazo prescricional em dez anos, contados da data do pagamento. Consequentemente, tendo o pedido de compensação sido formulado em 17/01/2002, a prescrição (ou decadência) do direito de pleitear a restituição ou compensação atingiu exclusivamente os recolhimentos efetuados em data anterior a 17/01/1992. Cabe acrescentar que, a meu ver, não assiste razão ao sujeito passivo quando busca que se promova a contagem do prazo decadencial levandose em consideração a data das autocompensações que alega ter efetuado e não, como decidiram as autoridades preparadora e julgadoras de primeira instância, a data de apresentação do requerimento. Com efeito, basta que se analise a petição apresentada para que se conclua que a compensação, nos moldes em que foi realizada, seguiu os ditames do Decreto nº 2.138/97, que trata da compensação a requerimento e tinha como matriz legal a redação anterior do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (original não destacado): 2 REsp 1002932 / SP. Ministro Luiz Fux, julgado em 25/11/2009. 3 Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. 4 Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei. 5 Ministra Ellen Gracie, julgado em 04/08/2011. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 4 4 Art.74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Na mesma linha, o Decreto regulamentador: Art. 1° É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Parágrafo único. A compensação será efetuada pela Secretaria da Receita Federal, a requerimento do contribuinte ou de ofício, mediante procedimento interno, observado o disposto neste Decreto. Ou seja,inobstante a convicção do sujeito passivo no sentido de que estaria comunicando a realização de compensação, de fato, a estava requerendo. Impende registrar, nessa senda, que tratandose de processo formulado em data anterior à Lei nº 10.637, de 2002, mas só analisado posteriormente ao início de sua vigência, em observância ao comando do § 4º do art. 74, da Lei nº 9.430, de 1996, introduzido por esta mesma Lei nº 10.637, de 20026, caberá promover a sua análise sob a regulamentação inerente à declaração de compensação. Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso, para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido. Sala das Sessões, em 16 de fevereirode 2012 Luis Marcelo Guerra de Castro 6 § 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10305.002395/96-66
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1991 IRPJ E REFLEXOS. DEFESA DE MÉRITO INDIRETA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11).
Numero da decisão: 1802-001.183
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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DEFESA DE MÉRITO INDIRETA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gilberto Baptista, Marco Antônio Nunes Catilhos e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 2 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls.131/139 contra a decisão da 3ª Turma da DRJ/Fortaleza (fls.110/121) que julgou procedente, em parte, a impugnação ao lançamento de ofício do crédito tributário do exercício 1992, anocalendário 1991. Quanto aos fatos: Em 21/10/1996, foram lavrados os autos de infração do IRPJ e reflexos (Contribuição Social, PIS – Repique e IRRF) do exercício 1992, anocalendário 1991 – fls.02/62; Infração imputada: Custos ou Despesas não comprovadas. Glosa de despesa no valor de Cr$ 434.998.449,00. Houve apropriação de despesa em excesso, por parte da contribuinte, na constituição de Provisão para Devedores Duvidosos, cuja descrição, narrativa do fatos, consta do Termo de Constatação Fiscal, o qual é parte integrante do lançamento tributário, que transcrevo a seguir (fl. 03), in verbis: (...) EXERCÍCIO FINANCEIRO 1992/ANOBASE 1991 Foi constatado que o contribuinte apropriou indevidamente a mais como Despesas com a constituição de Provisões a quantia de Cr$ 434.998.449,00, tendo sido cometida infração do artigo 221 do RIR/80, conforme abaixo: 1 A atividade da autuada é de despachante portuária. Assim, o cliente no exterior enviava antecipadamente o numerário para que o contribuinte providenciasse as despesas de embarque e desembarque das mercadorias. Os adiantamentos eram contabilizados no Ativo Circulante Conta Clientes e a contrapartida, no Passivo Circulante Outras Contas. 2 A fiscalização ressalta que o procedimento do contribuinte em contabilizar os adiantamentos no Ativo Circulante na conta clientes não é correto, pois o valor em causa não corresponde à quantia a receber de serviços prestados. 3 Em 31/12/91 a autuada tinha a receber na conta clientes o valor de Cr$ 500.051.720,00. Assim, o valor referente a Provisões para Devedores Duvidosos deveria ser de Cr$ 15.001.551,00, ao invés de Cr$ 450.000.000,00. 4 Em 07/10/96, foi lavrado Termo de Intimação para que o contribuinte comprovasse os cálculos que deram origem ao valor alocado como Despesas de Provisões, sendo que até a presente data da lavratura, a autuada não tinha respondido ao citado Termo (fls. 08). (...) Fl. 240DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 3 3 Enquadramento legal: IRPJ: RIR/80, arts.157 parágrafo primeiro, 191, 192, 197 e 387I; lançamentos reflexos (vide autos de infração da CSLL, PISRepique e IRRF). Crédito tributário lançado de ofício no montante de 1.000.540,26 UFIR, assim discriminado: a) auto de infração do IRPJ (principal, multa de ofício de 100% e juros de mora calculados até 30/09/1996) = 715.063,69 UFIR; b) auto de infração da Contribuição para o PISrepique (principal, multa de ofício de 100% e juros de mora 30/09/1996) = 27.649,13 UFIR; c) auto de infração do IRRF lucro líquido distribuído sem retenção do imposto (principal, multa de 100% e juros de mora) = 90.256,94 UFIR; d) auto de infração da Contribuição Social (principal, multa de 100% e juros de mora até 30/09/1996) = 167.570,50 UFIR. o sujeito passivo tomou ciência, pessoalmente, dos autos de infração e do termo de encerramento do procedimento fiscal, por intermédio de seu representante legal, no dia 21/10/1996 (fls. 02, 48, 53, 57 e 62). No dia 19/11/19996, a contribuinte apresentou impugnação de fls. 64/80, juntando ainda os documentos de fls.81/87, cujas razões, em síntese, são as seguintes: 1) Atividades Previstas no Instrumento de Contrato Social: que, que diversamente do consignado pela autoridade fiscal, não há nas atividades desenvolvidas pela impugnante qualquer menção à "despachante portuária", consoante Cláusula IV do instrumento de Contrato Social em vigor na época, datado de 18 de janeiro de 1990, que trata do Objeto Social . Obs: A contribuinte, entretanto, juntou aos autos, apenas, cópia do Instrumento de Alteração do Contrato Social de 06/07/1995 (fls. 81/85); que não apenas as quantias a receber de serviços prestados deverão ser contabilizados a débito no Ativo Circulante; que qualquer outro ativo de curto prazo deve ser contabilizado neste grupo, inclusive os adiantamentos; que, como se vê, sob o ponto de vista das atividades da impugnante e os seus registros contábeis, o entendimento da autoridade fiscal está totalmente equivocado; que, para o desenvolvimento da atividade de agenciamento de navios, são firmados contratos com armadores para o atendimento aos seus navios quando em território nacional; que na qualidade de agência de navegação, representa nos portos brasileiros, armadores nacionais e estrangeiros. A representação se restringe a 02 (dois) tipos: a) LINE SERVICE (Escalas regulares) b) TRAMP SERVICE (Escalas eventuais). que, em relação a linhas regulares, existe contrato de representação entre a Cory Irmãos e os armadores. Quanto às linhas eventuais não existe contrato, a Cory participa de uma espécie de "concorrência" com outras empresas de navegação; Fl. 241DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 4 4 que, por conseguinte, a autoridade fiscal não examinou o referido Instrumento de Contrato Social para a formação de um melhor juizo quanto aos procedimentos adotados pela impugnante na execução dos seus trabalhos. 2) – Contratos com Armadores e Registros Contábeis: que a impugnante mantém contratos firmados com diversos armadores, cujus contratos, também, sequer foram examinados pela autoridade fiscal para o perfeito entendimento das transações financeiras que envolvem o atendimento a um navio desde que atraca nos portos brasileiros (que é atendido pela impugnante e seus subagentes) até a sua partida do território nacional; que a autoridade fiscal não examinou a contabilidade quando consigna, na descrição dos fatos, que "Os adiantamentos eram contabilizados no Ativo Circulante Conta Contábil Clientes e a contrapartida no Passivo Circulante Outras Contas"; Navios Line Serviçe e Navios tramp Serviçe – registros contábeis: que fechado o câmbio, com o efetivo ingresso de numerário na conta corrente da Cory Irmãos junto ao Banco negociador, são efetuados os seguintes lançamentos contábeis: Débito: Banco C/Movimento (Ativo Circulante) e Crédito: Armador (Passivo Circulante); que, ato continuo, é aberta no plano de contas uma conta para o navio que será atendido: ARMADOR 5.01.002.000 NAVIO 5.01.002.001 que, enquanto a embarcação está ancorada ou mesmo ainda fora da barra, os custos começam a ser efetivados. Os custos são contabilizados da seguinte forma: Débito: NAVIO (Ativo Circulante) e Crédito: Banco C/Movimento (Lançamentos diários); O fechamento da conta de custeio é efetuado com o seguinte lançamento contábil: Débito: ARMADOR (Passivo Circulante) e Crédito: NAVIO (Ativo Circulante). que, em 31 de dezembro de 1991, diversamente da imputação da autoridade fiscal, consta do “Anexo A” da declaração de rendimentos a conta clientes, a qual apresenta o saldo de Cr$ 25.743.504.200,26; 3) Base de cálculo da Provisão para Devedores Duvidosos: que, para fins de cálculo da Provisão para Devedores Duvidosos, a autoridade fiscal escolheu aleatoriamente o valor de Cr$ 500.051.720,00, aplicando o percentual de 3% sobre este valor e concluiu que a referida provisão deveria ser de Cr$ 15.001.551,00 e não de Cr$ 450.000.000,00 contabilizado pela impugnante; Fl. 242DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 5 5 que a base de cálculo da provisão adotada pela fiscalização não se coaduna com o art. 221 do RIR/80; que o antigo Eg. 1° Conselho de Contribuintes, atual CARF, em diversos acórdãos, e.g. Ac. 10179.573, Ac. 10179.990, tem dado provimento a recursos, decidindo que a provisão para devedores duvidosos incide sobre todos os créditos da empresa à exceção daqueles expressamente excluídos pelo artigo 221 do RIR/80; 4) – Provas que, segundo a autoridade fiscal, a impugnante não teria comprovado os cálculos que deram origem ao valor alocado como Despesas de Provisões para Devedores Duvidosos PDD; que os cálculos e os critérios utilizados para ser chegar aos Cr$ 450.000.000,00 de provisão foram fornecidos à autoridade fiscal a qual, não entendeu como adequados e lavrou o auto de infração; que a impugnante reproduz aqui os referidos critérios e cálculos: que, com base no saldo de Cr$ 25.743.504.200,00 que engloba todos os créditos da empresa existentes em 31 de dezembro de 1991, e em conformidade com o permitido pela legislação citada anteriormente, a impugnante aplicou o percentual de 3%, resultando, assim, no valor de Cr$ 772.305.126,00 que seria o valor permitido pela legislação para a constituição da provisão para devedores duvidosos relativa ao anobase 1991; que, porém, mediante exame dos créditos existentes, e como indicava o bom senso, entendeu a impugnante que o valor de Cr$ 450.000.000,00, correspondente a apenas 1,748%, representaria adequadamente, nas circunstâncias, o montante provável de perdas potenciais dos seus créditos existentes à época em detrimento de Cr$ 772.305.126,00 que era o teto máximo permitido pela legislação; que o valor de Cr$ 450.000.000,00 foi revertido no anobase seguinte, mediante crédito ao resultado de 1992. 5) Tributos lançados que não são devidos os tributos de que tratam os autos de infração; que, além disso, durante o anobase de 1991, a impugnante recolheu o PIS na forma dos DL 2445/88 e 2449/88, julgados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, que estabeleciam como base de cálculo a receita operacional bruta; que a partir da entrada em vigor da Resolução n° 49 do Senado Federal D.O.U. de 10/10/95, foram restabelecidos os recolhimentos de acordo com a Lei Complementar 7/70 (PISRepique); que, entretanto, a Lei 8.383/91 em seu artigo 66 prevê a compensação nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos e contribuições federais; que, ainda que fosse devido o Imposto de Renda levantado pela fiscalização, que originou a cobrança do PIS/Repique, deveria a autoridade fiscal ter levantado e compensado o PIS pago pela impugnante calculado com base na receita operacional bruta a partir de 1988 até a data de 31 de dezembro de 1991, anobase objeto da fiscalização; Fl. 243DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 6 6 que, relativo ao IRRF, não seria devido tal imposto, pelo fato de que o contrato social da impugnante não prevê a disponibilidade econômica ou jurídica imediata, pelos sócios, do lucro líquido apurado na data de encerramento do períodobase, não havendo, portanto, a ocorrência do fato gerador previsto no artigo 43 do Código Tributário Nacional, impossibilitando, desta forma, a exigência do referido imposto previsto no artigo 35 da Lei 7.713/88. Isto com base em declaração de inconstitucionalidade parcial do artigo 35 da Lei 7.713/88 julgada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos da Nota de Julgamento (DJU de 03.08.95, p. 22.266) e seguido pelos antigos Conselhos de Contribuintes notadamente, conforme Ac.10230.830. Em face dessas razões suscitadas pela contribuinte na impugnação, a DRJ/Fortaleza converteu o julgamento em diligência fiscal, conforme Resolução de 19/12/2002 (fls.91/97), para apuração do seguinte: (...) Desta forma, se faz necessária a devolução do processo a autoridade lançadora para adoção das seguintes providências: 1. Indicar, anexando os respectivos comprovantes, como foi apurado o valor de Cr$ 500.051.720,00, como saldo da conta clientes em 31/12/91, informado no Termo de Verificação às fls. 03. Na peça impugnatória o autuado alega que o valor correto é de Cr$ 25.743.504.200,26, conforme demonstrativo às fls. 74. 2. No Termo de Verificação às fls. 03, consta que a atividade da autuada é de "despachante portuária". Na peça impugnatória, fls. 66/67, a defendente alega que sua atividade é de "agenciamento de navios". Tratase da mesma atividade? Se existe distinção, qual seria? 3. Informar o tratamento contábil dado pelo contribuinte aos valores indicados na conta clientes como "armadores", num total de Cr$ 20.324.620.983,31, fls.74. 4. Apresentar quaisquer outros esclarecimentos que julgar necessário, relacionados à presente lide. (...) Realizada a diligência pela fiscalização da RFB, consta do Relatório, de 11/07/2003, o seguinte resultado (fls.105/108), in verbis: (...) Conforme Termos de Intimação e ReIntimação de fls. 101 e 102, foi efetuada a diligência na autuada, ocasião em que foi solicitada a documentação necessária. Em resposta, às fls.103, o contribuinte alega que, "devido ao longo período passado, ou seja anobase 1991", não dispõe, em seus arquivos, do material solicitado. Desta forma, a fiscalização tem a informar: Fl. 244DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 7 7 QUESITO 1: Devido ao exposto pelo contribuinte às fls. 103, não foi possível responder a este quesito. QUESITO 2: (...) Em relação a esse quesito, esta auditora entende que a intenção do contribuinte é desviar o foco de atenção em relação à matéria autuada. Temos que levar em consideração o que consta no Termo de Constatação de fls. 03 e o que se apresenta às fls. 66, 68 e 69 do processo e que abaixo transcrevo: (...) CONCLUSÃO DO QUESITO 2 Esta auditora ressalta que os argumentos levantados pela autuada em sua defesa, ao invés de contradizer o que consta no Termo de Constatação (fls.03), prova exatamente o contrário, ou seja, a descrição dos fatos está perfeitamente de acordo com a atividade e com o " modus operandi" da empresa, pois temos que atentar ao seguinte: a) às fl.. 66 a impugnante cita que um dos objetivos da empresa é a prestação de serviços de estiva, o que vem a ser exatamente o que consta no Termo de Constatação às fls. 03. b) Portanto, não há como confundir prestação de serviços de estiva como sendo de agenciamento de navios, pois são atividades completamente diferentes. c) às fls. 68, a autuada cita que mantém contratos com diversos armadores e que sua atividade envolve o atendimento a um navio, desde que atraca nos portos brasileiros até a sua partida do território nacional. OBSERVAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO: O que a autuada alegou acima é exatamente o que consta no Auto de Infração, pois esta auditora citou às fls. 03 que o contribuinte providenciava as despesas de embarque e desembarque de mercadorias, ou seja, uma das atividades do contribuinte que é de prestação de serviços de estiva, sendo que esta atividade foi objeto de lavratura do Auto. d) às fls. 69 a impugnante cita que os credores efetuavam adiantamento para as despesas, e é exatamente isso o que se observa no Termo de Constatação às fls. 03; que o cliente no exterior enviava antecipadamente o numerário para que o contribuinte providenciasse as despesas de embarque e desembarque das mercadorias, ou seja, para que o contribuinte providenciasse a prestação de serviços de estiva. Face ao exposto, o que consta na impugnação não condiz com a realidade dos fatos, sendo que a fiscalização ressalta que a Fl. 245DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 8 8 autoridade julgadora cometeu um engano, talvez porque foi induzida, ao citar no quesito 2 que a atividade da empresa é de "agenciamento de navios" , pois essa é uma das atividades da empresa e não a única, conforme conta às fls. 66 do processo. QUESITO 3: (...) Resposta: 1) O tratamento contábil dado pelo contribuinte em relação ao solicitado nesse quesito, está perfeitamente descrito no Termo de Constatação, anexo ao Auto de Infração (fls. 3). No citado termo consta o seguinte: O cliente no exterior enviava antecipadamente o numerário para que o contribuinte providenciasse as despesas de embarque e desembarque de mercadorias, ou seja, prestação de serviços de estiva. Os adiantamentos eram contabilizados no Ativo Circulante — conta Clientes e a contrapartida, no Passivo Circulante Outras Contas. Com esse procedimento, constaram no balanço de encerramento de 31/12/91, os seguintes valores: (vide fls. 23 e 24 do processo): Ativo Circulante: Clientes 25.743.504.200,00 Passivo Circulante Outras Contas 25.327.328.137,00 2) A fiscalização ressalta que a conta patrimonial "clientes" é utilizada para registrar valores a receber, e sua contrapartida é a conta de resultado "receita". Se o contribuinte contabilizou Cr$ 20.324.620.983,31 na conta "clientes", isto significa que esse mesmo valor teria que estar contabilizado como receita. 3) Conforme exposto nos itens 1 e 2, os adiantamentos feitos pelos armadores não poderiam estar contabilizados na conta "clientes", pois não representam receitas oferecidas à tributação, pois servem para pagar despesas feitas pela autuada em nome do armador.Quando da prestação de contas o contribuinte faz jus a uma receita de prestação de serviços. No ano de 1991 a receita bruta de prestação de serviços foi de Cr$ 1.528.253.620,00 (vide fls.22). CONCLUSÃO: 0 tratamento contábil utilizado pelo contribuinte em relação aos adiantamentos feitos pelos armadores não está correto. A conta patrimonial "clientes" tem como contrapartida a conta de Fl. 246DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 9 9 resultado "receitas", e não foi esse o procedimento contábil utilizado pelo contribuinte. (...) (grifei) Por fim, com base nos fatos e na diligência fiscal, a DRJ/Fortaleza julgou parcialmente procedente o lançamento fiscal, exonerando o crédito tributário do auto de infração do IRRF e, quantos demais autos de infração, reduziu a multa de ofício de 100% para 75%, cuja ementa do acordão, de 28/08/2003, transcrevo (fls.110/111), in verbis: (...) Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1992 Ementa: GUARDA DE LIVROS E DOCUMENTOS. A impugnação deverá ser apresentada instruída com os documentos em que se fundamentar. Enquanto não configurada a prescrição da ação para cobrança do crédito tributário, o contribuinte deverá manter em ordem os livros contábeis e a documentação correlata. Daí, não aproveita ao sujeito passivo o argumento de que não dispõe mais dos livros e documentos correspondentes aos fatos elencados na ação fiscal, quando intimado em procedimento de diligencia. APLICAÇÃO RETROATIVA DA MULTA MENOS GRAVOSA. A multa de lançamento de oficio de que trata o artigo 44 da Lei n° 9.430/96, equivalente a 75%, do imposto, sendo menos gravosa que a vigente ao tempo da ocorrência do fato gerador, aplicase retroativamente, tendo em vista o disposto no artigo 106, II, "c" do Código Tributário Nacional. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1992 Ementa: COMPENSAÇÃO. A utilização de crédito, decorrente de pagamento indevido ou maior que o devido, para pagamento de débito decorrente de lançamento de oficio, ainda que de mesma espécie, deverá ser previamente solicitada DRF ou IRFA, do domicilio fiscal do contribuinte. Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Exercício: 1992 Ementa: IMPOSTO SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO. IMPROCEDÊNCIA. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 10 10 Estando comprovado nos autos que o contrato social da autuada, sociedade não anônima, não previa, na data do encerramento do períodobase de apuração, a disponibilidade, econômica ou jurídica, imediata ao sócio cotista, do lucro liquido apurado, é de se considerar improcedente o lançamento relativo ao ILL, de que trata o art. 35 da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Lançamento Procedente em Parte (...) Ainda, do voto condutor do acórdão, quanto ao valor da despesa glosada pela fiscalização e contestada pela contribuinte, transcrevo os fundamentos que determinaram a manutenção da infração imputada (fls.118/119): (...) Na pega impugnatória a autuada discorda totalmente do valor glosado pelo fisco, alegando, basicamente, que a empresa dispunha de um saldo de Cr$ 25.743.504.200,26, englobando todos os créditos existentes em 31 de dezembro de 1991. Assim, aplicandose o percentual de 3%, resulta o valor de Cr$ 772.305.126,00, que seria o permitido pela legislação para a constituição da provisão para devedores duvidosos relativa ao ano base de 1991. Com efeito, o valor utilizado — Cr$ 450.000.000,00 — é inferior ao teto máximo permitido pela legislação. Tendo em vista que a alegação da defendente diverge integralmente dos valores apontados pelo fisco, e considerando se que a defesa não anexou qualquer elemento de prova sobre a matéria questionada, não restou outra alternativa a esta instância administrativa do que converter o presente julgamento em diligência, conforme Resolução n° 246, de 19/12/2002, fls.97. Na realidade, o pedido de diligência foi formulado apenas em respeito aos princípios da verdade material e da legalidade, que norteiam o processo administrativo fiscal, haja vista que era ônus do sujeito passivo ter trazido aos autos os documentos que lastreiam os fundamentos expostos na peça impugnatória (art. 15 do Decreto n° 70,235/72). Após ter sido regularmente intimado a apresentar os documentos necessários ao deslinde da questão, o Procurador da empresa (instrumento às fls. 104), alegou que a autuada não dispunha mais nos seus arquivos os documentos solicitados, em virtude do decurso do prazo de 5 anos, previsto no art. 195, parágrafo único, do Código Tributário Nacional CTN. A justificativa da empresa não procede. De acordo com o parágrafo único do art. 195 do CTN, "os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão Fl. 248DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 11 11 conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributtirios decorrentes das operações a que se refiram" (grifei). Notese que a legislação tributária não prevê um prazo de cinco anos, contados da data de ocorrência do fato gerador da obrigação, para guarda de livros e documentos, mas sim até que ocorra a prescrição do crédito tributário correspondente. É certo que, regra geral, o prazo prescricional também é de cinco anos, só que contados da data de constituição definitiva do crédito tributário (art. 174 do CTN). Conforme entendimento mantido pelo Supremo Tribunal Federal ao apreciar o Recurso Extraordinário n° 94.462 Ac. De 06/10/82 — SP, a notificação regular do sujeito passivo consuma o lançamento do crédito tributário. Por outro lado, a decadência só é admissivel no período anterior a essa data; depois, entre a ocorrência dela e até que flua o prazo para a interposição do recurso administrativo, ou enquanto não for decidido o recurso dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais corre prazo para decadência, e ainda não se iniciou a fluência do prazo para prescrição; decorrido o prazo para interposição do recurso administrativo, sem que ele tenha ocorrido, ou decidido o recurso administrativo interposto pelo contribuinte, há a constituição definitiva do crédito tributário, a que alude o art. 174 do CTN, começando a fluir, dai, o prazo de prescrição da pretensão do fisco. Portanto, estando o crédito tributário ainda na fase de julgamento administrativo, não começou sequer a fluir o prazo prescricional, devendo, desta forma, o sujeito passivo manter em boa forma os livros e documentos relacionados ao lançamento. Aliás, o pressuposto lógico que inspirou o legislador, no estabelecimento do prazo previsto no art. 195, parágrafo único, é exatamente este. Enquanto não prescrito o crédito, ele poderá ser objeto de alteração, em julgamento administrativo ou judicial, fato que pode requerer o exame de livros e documentos relacionados ao fato gerador correspondente. No presente caso, merece ainda destaque o fato de que, o sujeito passivo, durante o procedimento fiscal, já havia sido intimado a comprovar os cálculos que deram origem ao valor alocado como despesas de provisões, fls. 08, não tendo atendido ao solicitado pela fiscalização. Diante de tais fatos, portanto, não resta outra alternativa ao presente julgado do que aplicar a máxima do allegatio et non probatio, quase non allegatio (alegar e não provar é quase não alegar). Deixase, pois, de acolher o pleito do sujeito passivo. (...) Ciente dessa decisão em 26/09/2003 (fl. 125), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 28/10/2003 de fls. 131/139, juntando ainda os documentos de fls. 140/153, suscitando em suas razões, em síntese, a prescrição intercorrente: Fl. 249DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 12 12 que, entre a lavratura do auto de infração e a solicitação de diligência de fls. 101102 (diligência fiscal anterior à decisão recorrida), decorreu lapso temporal superior a 6 (seis) anos, o que motivou a informação da recorrente às fls. 103 de não mais disposição dos documentos do anobase 1991; que, por conseguinte, os autos de infração que deram origem ao presente processo devem ser cancelados in totum, pois a paralisação do feito se deu única e exclusivamente por culpa da própria Administração Fazendária, o que torna a PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE, líquida e certa. É o relatório. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 13 13 Voto O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos para sua admissibilidade. Por conseguinte, dele conheço. Conforme relatado, os autos tratam da infração imputada pelo fisco “Despesa não comprovada Glosa do excesso de despesa de Provisão para Devedores Duvidosos – PDD” deduzida, indevidamente, pela recorrente na apuração do Lucro Real, quanto ao ano base 1991, que implicou, por conseguinte, no lançamento de ofício de respectivo crédito tributário, por intermédio do auto de infração do IRPJ e reflexos (Contribuição Social, PIS Repique e IRRF). A decisão a quo afastou a exigência tributária quanto ao auto de infração do IRRF pela inconstitucionalidade parcial do art. 35 da Lei nº 7.713/88 declarada pelo STF em sede de Recurso Extratordinário, mas com efeito erga omnes estendido pela Resolução n° 49 do Senado Federal D.O.U. de 10/10/95, por ser incabível a exigência fiscal de IRRF sobre o ILL distribuição ficta de lucro aos sócios–quotistas, quando o contrato social não prevê distribuição automática de lucros, exigindo aprovação prévia por Assembléia de quotistas/acionistas, implicando, no caso, inexistência de disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Quanto à exoneração do crédito tributário do auto infração do IRRF pela decisão recorrida, consta do voto condutor a seguinte fundamentação (fl. 120.), in verbis: (...) No presente caso, o contrato social da empresa não prevê a disponibilidade, econômica ou jurídica, imediata ao sócio cotista, do lucro liquido apurado, conforme se pode constatar na cláusula III do contrato social da empresa, fls. 83, a seguir transcrita: "O prazo de duração da sociedade é indeterminado". "Os balanços devem ser levantados em 31 de dezembro de cada ano, e os resultados apurados terão o destino que os sócios deliberarem". Portanto, é de se considerar indevido o lançamento relativo ao imposto retido na fonte, com base no art. 35 da Lei n° 7.713/88. (...) Por outro lado, a decisão a quo manteve a infração imputada “Despesa não comprovada Glosa do excesso de despesa de Provisão para Devedores Duvidosos – PDD” deduzida, indevidamente, pela recorrente na apuração do IRPJ e com efeitos reflexos (Contribuição Social e PISRepique); porém, reduziu o percentual da multa aplicada de 100% Fl. 251DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 14 14 para 75% pela aplicação da penalidade mais branda da legislação ulterior princípio da retroatividade benigna. Feitos esses esclarecimentos e inexistindo preliminar a ser enfrentada, passo à análise do mérito da lide. A recorrente, no seu recurso, rebelase, por conseguinte, conta a decisão recorrida, na parte do crédito tributário remanescente do auto de infração do IRPJ e reflexos (Contribuição Social e PIS – Repique). Nas razões de mérito do recurso, entretanto, a recorrente, não enfrenta, não ataca, diretamente, a infração imputada “Despesa não comprovada Glosa do excesso de despesa a título de PDD do anobase 1991” (fato constitutivo do direito do fisco), pois, apenas, limitouse a apresentar defesa de mérito indireta (fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito constitutivo do fisco), defendendo a tese da prescrição intercorrente na esfera administrativa Vale dizer, quanto ao valor tributável da citada infração imputada pelo fisco, a recorrente, nesta instância de julgamento, assim como ocorreu na primeira instância de julgamento, não produziu prova, não trouxe aos autos prova alguma de sua escrituração comercialcontábil para elidir ou afastar essa infração consignada pela autoridade fiscal. Aliás, como demonstrado no relatório, já na instância a quo a contribuinte deixara de produzir as provas quanto a alegações formuladas na impugnação naquela instância de julgamento, e mesmo instada a produzir as provas em sede diligência fiscal, no sentido de elidir a infração imputada pelo fisco, não se desencumbiuse desse mister. Como dito, nesta instância de julgamento, na defesa de mérito indireta, a recorrente defende a tese da prescrição intercorrente, argumentando que entre a data da lavratura do auto de infração e a data de solicitação da diligência fiscal pela DRJ/Fortaleza (fls. 101/102) teria decorrido lapso temporal superior a 6 (seis) anos; que decorrido esse prazo sem julgamento do processo – por inércia da Administração – não tem obrigação de manter e conservar a escrituração comercial (livros e documentos) do anobase 1991; que em sede de procedimento de diligência fiscal – prestou, realmente, a informação de que já não dispunha dos livros e documentos de sua escrituração comercial – contábil desse anobase, pois já transcorrido o prazo decadencial (fl. 103); pediu, por fim, que os autos de infração sejam cancelados in totum, pois a paralisação do feito deuse única e exclusivamente por culpa da própria Administração Fazendária, o que torna a PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE líquida e certa. A irresignação da recorrente não merece prosperar. É cediço que o crédito tributário objeto de lançamento fiscal impugnado, cuja reclamação/recurso administrativo apresentado pelo sujeito passivo ainda pende de análise ou apreciação pelo órgão julgador administrativo, tem exigibilidade suspensa, não fluindo prazo prescricional algum (CTN, art. 151, art. 151, III). A propósito, transcrevo o disposto no art. 151, III, do CTN, in verbis: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I (...) Fl. 252DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 15 15 II – (...) III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (...) A suspensão da exigilidade é uma garantia do sujeito passivo, pois o crédito tributário, objeto do lançamento de ofício impugnado/recorrido, tem caráter precário, provisório, estando sujeito à alteração, modificação, ajuste ou não, enquanto não confirmado definitivamente por decisão administrativa irreformável. A propósito, quanto a créditos tributários objeto de discussão administrativa ou judicial, os contribuintes, diversamente do entendimento da recorrente, têm obrigação de manter e conservar a escrituração contábil (livros e documentos de suporte dos lançamentos contábeis), enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes. Nesse sentido, dispõe o art. 264 do RIR/99, o qual transcrevo, in verbis: Art.264.A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Quanto ao valor probante da escrituração comercial regular, dispõe o art. 923 do RIR/99, in verbis: Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 9º, §1º). Entretanto, decorrido o prazo decadencial de cinco anos, simplesmente a recorrente se desfez de sua escrituração comercial quanto ao anobase 1991, mesmo com a presente lide em curso. Não obstante, consta que a contribuite foi intimada (fl. 102), em sede de diligência fiscal, a fornecer os livros e documentos de sua escrituração comercial para comprovar suas alegações ofertadas na impugnação (na primeira instância de julgamento); porém, simplesmente informou nos autos que já não dispunha da escrituração contábil do ano base 1991, conforme declaração de 20/05/2003 (fl. 103) que transcrevo, in verbis: (...) Tem esta a finalidade de informar a V.S.as. que devido ao longo período passado solicitado, ou seja ano base 1991, não dispomos mais em nossos arquivos os documentos solicitados, haja visto que a legislação fiscal (art. 195 parágrafo único do Fl. 253DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 16 16 Código Tributário Nacional) obriga o contribuinte a manter tal documentação fiscal/ contábil pelo prazo de 05 anos. (...) Como já demonstrado, a recorrente está equivocada, pois o art. 264 do RIR/99, já transcrito alhures, estatui a obrigatoriedade do sujeito passivo de manter e conservar, em boa guarda, os livros e documentos da escrituração contábil, enquanto não prescritas eventuais ações relativas ao anocalendário objeto de litígio, com pendência administrativa ou judicial. Por conseguinte, as alegações da contribuinte contra o lançamento fiscal, em sede de impugnação na instância a quo, não prosperaram, pois a contribuinte não se desencumbiu do ônus de provar o que havia alegado. Nesta instância recursal como já dito alhures, a recorrente também não trouxe, não juntou prova alguma aos autos para afastar a infração imputada, suscitando, simplesmente, a tese da prescrição intercorrente do crédito tributário objeto dos autos e, aqui, igualmente não tem melhor sorte. Não há que se falar em prescrição tributária de crédito tributário objeto de reclamação/recurso administrativo pendente de apreciação, haja vista que ainda não há crédito tributário confirmado ou constituído definitivamente por decisão definitiva na órbita administrativa. Logo, é um contrassenso a alegação da recorrente de que teria ocorrido prescrição na esfera administrativa de crédito tributário lançado provisóriamente, ainda não confirmado, não constituído definitivamente, pois pendente de apreciação de reclamação/recurso administrativo. O instituto da prescrição tributária está afeto, relacionado, à cobrança judicial – ação de execução fiscal (Lei nº 6.830/80) de crédito tributário definitivamente constituído na esfera administrativa, que não é o caso, pois ainda sequer existe crédito tributário definitivo nos presentes autos. A prescrição tributária ataca, fulmina, a pretensão. Na situação dos autos, sequer nasceu, ainda, a pretensão para ajuizamento da ação de execução fiscal. Da mesma forma, no caso de demora no julgamento da lide administrativa, não há que se falar em prescrição intercorrente no âmbito do processo administrativo fiscal, pois não há previsão legal para sua aplicação. O art. 5º, LXXVIII, da CF, alude, como norma programática, a prazo razoável para duração do processo administrativo; porém, não autoriza a aplicação da tese da prescrição intercorrente no contencioso administrativo tributário. A tese da prescrição intercorrente, em matéria tributária, é mera criação doutrinária e jurisprudencial, cuja aplicação, quando admissível, é restrita ao processo de execução fiscal, no âmbito do Poder Judiciário. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10305.002395/9666 Acórdão n.º 1802001.183 S1TE02 Fl. 17 17 No âmbito deste Conselho Administrativo, a inaplicabilidade da tese da prescrição intercorrente no processo administrativo é de entendimento pacífico, inclusive essa matéria é objeto de Súmula, in verbis: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Logo, não há ajuste a fazer no valor tributável da infração imputada “Despesa não Comprovada Glosa do excesso de despesa deduzida a título de PDD” auto de infração do IRPJ, quanto anobase de 1991. Os lançamentos reflexos (Contribuição Social e PISRepique) seguem a sorte do lançamento principal, pois decorrentes dos mesmos fatos e provas, e inexistente razão jurídica para decidir diversamente. Portanto, deve ser mantida a decisão recorrida. Por tudo que foi exposto, voto para NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 255DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/08/2012 por NELSO KICHEL
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Numero do processo: 10120.015176/2008-19
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OMISSÃO NO
ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO.
Restando comprovada a omissão no Acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõe-se o acolhimento dos Embargos de Declaração para suprir o vício apontado, sobretudo na parte substantiva do voto, rerratificando o resultado do julgamento levado a efeito por ocasião do primeiro julgado.
MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. PEDIDO DE DISPENSA DO
PAGAMENTO DE PENALIDADES.
Somente a lei pode estabelecer as hipóteses de dispensa ou redução de penalidades.
Numero da decisão: 2802-001.588
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos ACOLHER os embargos declaratórios e reratificar o acórdão 2802.001.355, de 08 de fevereiro de 2012 e esclarecer que a decisão foi DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de despesas médicas relativas ao profissional Dr. Lutigar Bernardes de Souza Júnior, no valor de R$ 1.330,00 (hum mil, trezentos e trinta reais) e Plano de Saúde UNIMED no valor de R$ 1.021,45 (hum mil e vinte e um reais e quarenta e cinco centavos), nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente
(Assinado digitalmente)
Dayse Fernandes Leite Relatora
EDITADO EM: 16/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Sidney Ferro Barros Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos André Ribas de Mello
Nome do relator: DAYSE FERNANDES LEITE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OMISSÃO NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a omissão no Acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõe-se o acolhimento dos Embargos de Declaração para suprir o vício apontado, sobretudo na parte substantiva do voto, rerratificando o resultado do julgamento levado a efeito por ocasião do primeiro julgado. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. PEDIDO DE DISPENSA DO PAGAMENTO DE PENALIDADES. Somente a lei pode estabelecer as hipóteses de dispensa ou redução de penalidades.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos ACOLHER os embargos declaratórios e reratificar o acórdão 2802.001.355, de 08 de fevereiro de 2012 e esclarecer que a decisão foi DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de despesas médicas relativas ao profissional Dr. Lutigar Bernardes de Souza Júnior, no valor de R$ 1.330,00 (hum mil, trezentos e trinta reais) e Plano de Saúde UNIMED no valor de R$ 1.021,45 (hum mil e vinte e um reais e quarenta e cinco centavos), nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente (Assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Relatora EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Sidney Ferro Barros Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos André Ribas de Mello
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CONTRADIÇÃO E OMISSÃO NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a omissão no Acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõese o acolhimento dos Embargos de Declaração para suprir o vício apontado, sobretudo na parte substantiva do voto, rerratificando o resultado do julgamento levado a efeito por ocasião do primeiro julgado. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. PEDIDO DE DISPENSA DO PAGAMENTO DE PENALIDADES. Somente a lei pode estabelecer as hipóteses de dispensa ou redução de penalidades. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos ACOLHER os embargos declaratórios e reratificar o acórdão 2802.001.355, de 08 de fevereiro de 2012 e esclarecer que a decisão foi DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de despesas médicas relativas ao profissional Dr. Lutigar Bernardes de Souza Júnior, no valor de R$ 1.330,00 (hum mil, trezentos e trinta reais) e Plano de Saúde UNIMED no valor de R$ 1.021,45 (hum mil e vinte e um reais e quarenta e cinco centavos), nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 01 51 76 /2 00 8- 19 Fl. 86DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 17/04/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 (Assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite – Relatora EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Sidney Ferro Barros Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos André Ribas de Mello Relatório Tratase de embargos interpostos pelo Delegado da Receita Federal em Goiânia, em face do acórdão 2802001.355, proferido pela 2ª Turma Especial da 2ª Seção (fls. 80 a 83). A embargante sustenta que não há apreciação quanto à multa de ofício e juros de mora incidentes sobre o imposto remanescente, conforme solicitado pelo contribuinte. Por fim, requer o acolhimento dos embargos para esclarecimento das dúvidas mencionadas com possível efeito modificativo do julgado. É o relatório Voto Conselheira Dayse Fernandes Leite,Relatora imposto remanescente, conforme solicitado pelo contribuinte. Por essas razões, concluo que os embargos devem ser admitidos Sobre a aplicação de multa de ofício, veja se o que reza o inciso I, do art. 44 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com as alterações posteriores Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº. 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº. 11.488, de 2007) Observese que a penalidade descrita no inciso acima transcrito aplicase sempre que houver falta de recolhimento de imposto, como se observa no caso, sendo legítima a multa de 75%. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 17/04/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10120.015176/200819 Acórdão n.º 2802001.588 S2TE02 Fl. 3 3 Destarte, entendo que deve ser mantida a multa de mora e os juros de mora apurados no lançamento, sobre o imposto remanescente. Pelo que diz o inciso VI do art. 97 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), somente a lei pode estabelecer as hipóteses de dispensa ou redução de penalidades. Por falta de previsão legal, as razões da impugnante não afastam a sanção. Da mesma forma, não se pode dispensar os juros de mora. O art. 161 do CTN disciplina que o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. Diante dessa argumentação, voto por ACOLHER os embargos declaratórios e reratificar o acórdão 2802.001.354, de 01 de fevereiro de 2010 e esclarecer que a decisão foi DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de despesas médicas relativas ao profissional Dr. Lutigar Bernardes de Souza Júnior, no valor de R$ 1.330,00 e Plano de Saúde UNIMED no valor de R$ 1.021,45. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite – Relatora Fl. 88DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 17/04/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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