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Numero do processo: 12897.000383/2009-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3301-001.082
Decisão: Vistos relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem apresente relatório com a indicação dos valores que deverão ser excluídos do auto de infração, com base na análise dos itens determinados na diligência da DRJ e verificar se os motivos e valores citados na petição apresentada relativa á diligência são motivo para retificação dos valores constantes da autuação, pois que alegados como ocorridos em período anterior á autuação.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente
(assinado digitalmente)
Ari Vendramini - Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marco Antonio Marinho Nunes, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro e Ari Vendramini (Relator).
Nome do relator: ARI VENDRAMINI
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem apresente relatório com a indicação dos valores que deverão ser excluídos do auto de infração, com base na análise dos itens determinados na diligência da DRJ e verificar se os motivos e valores citados na petição apresentada relativa á diligência são motivo para retificação dos valores constantes da autuação, pois que alegados como ocorridos em período anterior á autuação. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira – Presidente (assinado digitalmente) Ari Vendramini Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marco Antonio Marinho Nunes, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro e Ari Vendramini (Relator). Relatório 1. Trata o presente de Autos de Infração, constantes de fls. 49/57 dos autos digitais, referente á COFINS NÃO CUMULATIVA – período de apuração fevereiro/2004 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 28 97 .0 00 38 3/ 20 09 -0 2 Fl. 3303DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.304 2 dezembro/2005, no valor total de R$ 33.123.866,72 e fls. 160/ 169 dos autos digitais, referente á Contribuição ao PIS/PASEP NÃO CUMULATIVA – período de apuração janeiro/2004 – dezembro/2005, no valor total de R$ 10.323.506,31. 2. Os Termos de Verificação Fiscal de fls. 42/49 dos autos digitais (COFINS NÃO CUMULATIVA) e de fls. 152/159 dos autos digitais(PIS/PASEP NÃO CUMULATIVA), sintetizam os fundamentos da autuação pela autoridade fiscal. 3. Contra tal autuação, a hoje recorrente apresentou impugnação, a qual foi analisada pela DRJ/RIO DE JANEIRO II. 4 Entretanto, por economia processual, e por bem descrever os fatos até o julgamento em primeira instância, adoto o relatório do Acórdão nº 1336653, exarado pela 5ª Turma da DRJ/RJ2, ás fls. 2.921/2.955 dos autos digitais : Trata o presente processo de Auto de Infração de fls. 46 a 55 contra a contribuinte em epígrafe, relativo à falta/insuficiência de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS, referente aos períodos de apuração de 02/2004 a 12/2005, no valor de R$ 33.123.866,72 incluído principal, multa de oficio e juros de mora calculados até 29/05/2009. Foi também lavrado Auto de Infração de fls. 154 a 163, relativo falta/insuficiência de recolhimento da Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, referente aos períodos de apuração de 01/2004 a 12/2005, no valor de R$ 10.323.506,31 incluído principal, multa de oficio e juros de mora calculados até 29/05/2009. Nos Termos de Verificação Fiscal (fls. 38 a 45 e 146 a 153), a autoridade lançadora registra, em síntese, o seguinte: a) Partiuse da premissa de que a empresa não tinha crédito a compensar em janeiro de 2004, por estar ainda sujeita ao regime cumulativo da Cofins e tendo em vista que o suposto saldo credor era composto das mesmas contas glosadas nos anos calendários de 2003 e 2004; b) A possibilidade de calcular crédito sobre as despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos deixou de existir com o advento da Lei 10.865/04, art. 21. De acordo com a planilha apresentada pelo contribuinte, o mesmo se utilizou dos citados créditos entre abril e julho de 2004. Os créditos utilizados a partir de 01/05/2004 devem ser glosados por falta de amparo legal; c) As despesas com comissões de vendas não se caracterizam como insumo aplicado ou consumido de forma direta na prestação de serviço ou na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; d) No tocante ao creditamento efetuado com base nas despesas relacionadas a gastos com promoção e publicidade, cabem as mesmas ponderações traçadas para as despesas com comissões de vendas; e) Também no tocante ao creditamento efetuado com base nas despesas relacionadas a gastos de instalação, decoração e paisagismo, cabem as mesmas ponderações feitas nos itens anteriores; O Quanto aos itens Gerenciamento, Serviços prestados por Pessoas Jurídicas e Fundo de Promoção, nosso entendimento é o mesmo já exposto anteriormente, ou seja, não há amparo legal para o correspondente creditamento; Fl. 3304DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.305 3 0 contribuinte foi intimado a justificar os créditos e, em atendimento, apresentou pronunciamento e juntou parecer jurídico emitido pelo escritório Xavier, Bernardes, Bragança, datado de 30/04/2004. 0 enquadramento legal citado nos Autos de Infração foi: artigos 1 0, 20 e 50 da Lei 10.833/03 e artigos 1 °, 3° e 40 da Lei 10.637/2002. A base legal da multa de oficio e dos juros de mora exigidos consta em fls. 55 e 163. Após tomar ciência das autuações em 26/06/2009 (fl. 47 e 155), a empresa autuada, inconformada, apresentou as impugnações de fls. 202 a 234 e 1382 a 1419 em 27/07/2009 alegando, em síntese que: 1) A partir da análise dos demonstrativos anexos ao auto, constatase que a Cofins e o PIS lançados decorrem não s6 da glosa dos créditos apropriados sobre as despesas descritas no Termo, mas também da glosa de outros créditos, bem como da não exclusão de receitas sujeitas á aliquota zero, sendo que em relação a tais valores, a fisca1ização não aponta as razões que teriam motivado a autuação nem informa seu enquadramento legal. São eles: crédito sobre o custo das atividades imobiliárias nos meses de 04/04 e 06/04 a 12/04; crédito presumido sobre estoque de abertura de atividades imobiliárias; e Cofins e PIS sobre as receitas financeiras de 01/05 a 12/05; 2) A correta descrição da matéria da autuação é elemento essencial do lançamento, sendo que sua inobservância configura vicio material por cerceamento ao direito de defesa acarretando a nulidade do auto; 3) 0 presente auto exige diferença de Cofins relativa a 01/2004 a 12/2005, abrangendo período já objeto de auto de infração anterior, cuja ciência se deu em 12/11/2008, onde se exige diferença da Cofins relativa a fevereiro, outubro e dezembro de 2005. Segundo o art. 50, VI, § 10 da Lei 9.784/99, só é possível o reexame de ato administrativo mediante motivação explicita; 4) No mesmo sentido o art. 242 do Regimento Interno da RFB, com redação da Portaria 323/2007, vigente à época dos MPF's previa expressa autorização do Delegado da RFB; 5) Nesse sentido há vasta jurisprudência do CARF; 6) Resta demonstrada a nulidade do auto relativo à Cofins, na parte referente aos meses de janeiro a dezembro de 2005, em razão da falta de autorização expressa de autoridade competente para reexame de período anteriormente fiscalizado; 7) No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a decadência se dá no prazo de 5 anos contados da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4 0 do CTN). Na data da lavratura dos autos (26/06/2009), já havia decaído o direito de a Fazenda Nacional lançar o PIS e a Cofins relativos aos fatos geradores de janeiro/2004 a maio/2004; 8) Neste sentido é o entendimento consolidado da jurisprudência administrativa; 9) Em 20/06/2008 foi publicada a Súmula Vinculante n° 8 do STF. Tal súmula teve origem no RE 559.882RS, o qual deixa claro que o prazo para a constituição de contribuições sociais para a Seguridade Social é aquele previsto no CTN; 10) Em relação a Cofins e ao PIS, os autos devem ser retificados em função de equivoco cometido pela fiscalização. Conforme Demonstrativo da Cofins e do PIS anexos aos Termos, a fiscalização repetiu as receitas auferidas em janeiro, fevereiro e março de 2005 em abril, maio e junho de 2005, provocando significativo aumento na base de cálculo da Cofins e do PIS; Fl. 3305DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.306 4 11) Anexa planilha demonstrando a diferença que entende deve ser excluída do auto; 12)0s autos devem ser retificados em função de parte das contribuições exigidas já ter sido lançada em DCTF (Cofins — jun/05 e set/05 e PIS — set/04); 13)A Cofins e o PIS já declarados em DCTF não poderiam ser exigidos por meio de auto de infração, sob pena de duplicidade do lançamento, conforme jurisprudência do CARF e das SRRF; 14)0s valores das receitas, custos e despesas informados nas DACONS não chegaram a ser confrontados pela fiscalização com os valores registrados na contabilidade. Após conferência, a impugnante verificou que as DACONS foram preenchidas de forma equivocada e, como forma de adequarse A legislação, procedeu a uma nova apuração da Cofins e do PIS, a qual é demonstrada nas planilhas anexas e respectivos documentos suporte; 15)A diferença entre os valores apurados nos DACONS e aqueles demonstrados nas planilhas em anexo decorre, basicamente, da alteração dos valores da receita bruta, despesas financeiras e custos da atividade imobiliária, conforme planilhas em fls. 225 e 1399; 16)A autoridade fiscal glosou a exclusão das receitas sujeitas A aliquota zero, nos meses de janeiro a dezembro de 2005, informadas no item 13 da DACON. Tal exclusão corresponde As receitas financeiras e foram devidamente informadas no item 07 da demonstração da base de cálculo na DACON; 17)0 Decreto 5.164/2004, substituído pelo Decreto 5.442/2005, reduziu a zero as aliquotas do PIS e da Cofins nãocumulativos incidentes sobre as receitas financeiras, a partir de agosto de 2004. Nesse sentido há Soluções de Consulta da RFB, restando comprovada a improcedência da glosa; 18)E improcedente a glosa dos créditos referentes As despesas financeiras nos meses de maio a junho de 2004. A Lei 10.865/04 revogou a possibilidade de a pessoa jurídica descontar tais créditos. Todavia, os efeitos da referida revogação somente se iniciam após decorridos 90 dias da publicação da norma que a instituiu, por força da anterioridade nonagesimal imposta pelo art. 195, § 6 ° da Constituição; 19)0 art. 6°, III, da IN SRF 458/04 confirma que os citados créditos podem ser descontados até julho de 2004. No mesmo sentido é o entendimento da COSIT na Solução de Divergência n° 6/2008; 20)A fiscalização glosou créditos apropriados sobre custos da atividade imobiliária nos meses de abril e de junho a dezembro de 2004. 0 creditamento dos referidos custos tem amparo no art. 3 ° da Lei 10.833/03 e 3 0 da Lei 10.637/02, com alterações da Lei 10.865/04 e art. 5° da IN/SRF 458/04; 21)No mesmo sentido é o entendimento da RFB, conforme Solução de Consulta 65/06. A improcedência do procedimento adotado pela fiscalização ainda mais se evidencia pela constatação de que a apropriação de créditos da mesma natureza foi por ela aceita em outros meses incluídos no período autuado; 22) Em relação ao PIS, a fiscalização não aceitou o transporte dos créditos de 2003 para 2004 e 2005. A impugnante entende que os créditos anteriores a 2004 não poderiam ser analisados, pois quando da lavratura do auto já havia transcorrido prazo superior a cinco anos dos supostos fatos geradores ocorridos em 2003, nos termos do art. 150, § 4° do CTN, razão pela qual deve ser integralmente aceito o crédito presumido relativo ao estoque em janeiro de 2004 informado nos DACONs; 23)A planilha anexa, elaborada com base nos DACONs de 2003 e documentação contábil demonstra que mesmo que se considere a glosa dos créditos realizada pela fiscalização, ainda assim a Fl. 3306DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.307 5 impugnante teria crédito presumido em dezembro de 2003, no montante de R$ 1.902.819,39; 24)0 crédito presumido relativo ao estoque de abertura informado nas DA S S, diferentemente do que afirmou a fiscalização, era composto somente pelos custos de aquisição de terrenos e realização de projetos, conforme comprova a anexa documentação contábil; 25) As despesas com instalação, decoração e paisagismo fazem parte do custo dos imóveis destinados A venda, sendo estas despesas essenciais para atender aos padrões de qualidade previstos nos contratos de compra e venda de imóveis firmados com seus clientes; 26) Os serviços de gerenciamento fazem parte do custo da obra, sendo uma atividade necessária à existência do produto final destinado A venda; 27) As despesas com comissão de vendas, promoção e publicidade e fundo de promoção fazem parte do custo dos imóveis destinados A venda, pois sem eles não seria possível dar publicidade aos empreendimentos nem vendêlos. Protesta pela posterior juntada de documentos que comprovem ainda mais o que foi defendido; 28) Por fim, demonstrada a improcedência das glosas, devem ser restabelecidos os créditos de meses anteriores também excluídos pela fiscalização quando da lavratura do auto; 29) Requer seja reconhecida a nulidade do auto ou, se não isso, seja julgado improcedente, com a conseqüente extinção do crédito tributário dele decorrente. Em 24/02/2010, a empresa protocolou as petições anexadas As fls. 2563/2565 e 2596/2598 nas quais requer, para efeito do que dispõe a Lei 11.941/09, a desistência parcial das impugnações apresentadas contra os Autos de Infração relativos ao PIS e a COFINS, especificamente no que se refere aos itens relacionados A glosa de créditos decorrentes de serviços de comissão de vendas, promoção e publicidade e fundo de promoção. Esclarece que no que se refere aos demais itens das impugnações, não ha qualquer renúncia das suas alegações de direito e apresenta demonstrativos dos valores dos débitos alcançados pela desistência. 5. No voto, o julgador da DRJ faz uma importante observação sobre a desistência parcial da impugnação apresentada, em função de adesão á parcelamento : Em primeiro lugar é de se registrar que a empresa autuada formalizou pedido de desistência parcial das impugnações apresentadas contra os lançamentos de oficio formalizados relativos ao PIS e A Cofins, em conformidade com o que dispõe a Lei 11.941/09. A desistência se refere exclusivamente aos valores exigidos em decorrência das glosas efetuadas pela autoridade autuante em relação aos créditos apurados no regime nãocumulativo do PIS e da Cofins, calculados sobre despesas com comissão de vendas, promoção e publicidade e fundo de promoção, conforme valores relacionados pela empresa em fls. 2671/2672. A desistência expressa da impugnação constitui confissão irretratável de divida e implica a extinção do litígio que se houvera instaurado por meio da impugnação tempestiva ao lançamento do crédito tributário (art. 14 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972). Por conseguinte, devem ser considerados definitivos os créditos tributários formalizados de oficio em relação à parte não contestada, razão pela qual não serão analisados neste voto os argumentos apresentados contra a glosa efetuada em relação aos créditos apurados sobre as despesas mencionadas. Fl. 3307DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.308 6 6. Assim, fora do questionamento as glosas de créditos de PIS/PASEP e COFINS não cumulativos calculados sobre despesas com comissão de vendas, promoção, publicidade e fundo de promoção. 7. Analisando o restante da autuação, assim decidiu a DRJ/RIO DE JANEIRO II : ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 AUTO DE INFRAÇÃO NULIDADE. Não se verificando a ocorrência de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 59 do Decreto n° 70.235/72 e observados todos os requisitos do artigo 10 do mesmo diploma legal, não há que se falar em nulidade da autuação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. Após a publicação da Súmula Vinculante STF n° 8, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei n° 8.212/91, pacificouse o entendimento de ser quinquenal o prazo decadencial para constituição das contribuições sociais. Para fins de cômputo do prazo decadencial, não tendo havido pagamento, aplicase a regra do art. 173, inc. I do CTN, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. VALORES DECLARADOS EM DCTF LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Apenas os débitos declarados pelo contribuinte em DCTF apresentada antes do inicio da ação fiscal gozam do atributo da espontaneidade e dispensam o lançamento de oficio. ERRO NA COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Constatado equivoco na apuração da base de cálculo efetuada pela autoridade autuante, retificamse os valores exigidos nos autos. VALORES DECLARADOS. CONTESTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A alteração dos valores declarados pelo contribuinte na DIPJ e no DACON somente é possível mediante comprovação através,dos registros em livros fiscais e contábeis, acompanhados da documentação a eles correspondentes. O lançamento de oficio de crédito tributário apurado em decorrência da glosa de créditos legalmente autorizados pela legislação aplicável ao PIS e à COFINS não cumulativos deve ser motivada, devendo constar no auto de infração a descrição dos fatos e as razões do lançamento. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. A partir de 02/08/2004, ficam reduzidas a zero as aliquotas do PIS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência nãocumulativa das referidas contribuições. DESPESAS FINANCEIRAS. PIS As despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos podem gerar crédito de PIS nãocumulativo até 31 de julho de 2004. CRÉDITOS DA ATIVIDADE IMOBILIÁRIA. A pessoa jurídica que adquirir imóvel para venda ou promover empreendimento de desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de prédio destinado A venda poderá utilizar, na apuração do PIS nãocumulativo, créditos referentes aos custos vinculados A unidade imobiliária, construída ou em construção, a serem descontados a partir da data da efetivação da venda. Fl. 3308DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.309 7 SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO. CRÉDITO PIS NÃO CUMULATIVO. As despesas incorridas com serviço de gerenciamento não integram o custo da unidade imobiliária destinada à venda e, consequentemente, não geram crédito a ser deduzido do PIS e da COFINS devidos no regime de incidência não cumulativo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005 RECEITAS FINANCEIRAS. AL1QUOTA ZERO. A partir de 02/08/2004, ficam reduzidas a zero as aliquotas da COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência nãocumulativa das referidas contribuições. DESPESAS FINANCEIRAS. COFINS As despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos podem gerar crédito de PIS nãocumulativo até 29 de julho de 2004. CRÉDITOS DA ATIVIDADE IMOBILIÁRIA. A pessoa jurídica que adquirir imóvel para venda ou promover empreendimento de desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de prédio destinado A venda poderá utilizar, na apuração da COFINS nãocumulativa, créditos referentes aos custos vinculados A unidade imobiliária, construída ou em construção, a serem descontados a partir da data da efetivação da venda. SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO. CRÉDITO COFINS NA0 CUMULATIVA. As despesas incorridas com serviço de gerenciamento não integram o custo da unidade imobiliária destinada A venda e, consequentemente, não geram crédito a ser deduzido do PIS e da COFINS devidos no regime de incidência não cumulativo. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte 8. Desta forma, a decisão de piso reformou a autuação, em resumo, da seguinte forma : PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DOS AUTOS – ERRO NA COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. REPETIÇÃO DE VALORES. PIS E COFINS PERÍODOS DE ABRIL A JUNHO DE 2005 Neste ponto assiste razão à autuada, pois se verifica das planilhas elaboradas pela fiscalização (Demonstrativos de Débitos da Cofins, do 1° e 2° trimestres de 2005, anexados as fls. 72 e 74 e demonstrativos de Débitos do PIS — 1° e 2° trimestres de 2005, anexados às fls. 175 e 177), que a base de cálculo considerada para os períodos de abril, maio e junho de 2005 é composta exatamente dos mesmos valores considerados para os meses de janeiro, fevereiro e março de 2005, diferindo dos valores informados pelo contribuinte no DACON relativo ao 2° trimestre de 2005, não havendo por parte da autoridade fiscal quer esclarecimento que justificasse tal procedimento. Assim, a base de cálculo do PIS e da Cofins relativa aos fatos geradores ocorridos em abril, maio e junho de 2005 deve ser retificada, aceitandose os dados constantes do DACON apresentado pela empresa, o que se fará no demonstrativo elaborado ao final deste voto. EXCLUSÃO DAS RECEITAS SUJEITAS Á ALÍQUOTA ZERO – JANEIRO A DEZEMBRO DE 2005 Como se verifica das normas acima, a partir de 02/08/2004, o PIS e a Cofins apurados no regime de Fl. 3309DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.310 8 incidência nãocumulativo incidem sobre as receitas financeiras aliquota zero. No entanto, constatase dos demonstrativos de apuração do PIS e da Cofins elaborados pela autoridade autuante para os quatro trimestres de 2005 (fls. 72, 74, 76 e 78 — Cofins e 175, 177, 179 e 181 — PIS) que a base tributável utilizada no cálculo das contribuições exigidas de oficio inclui, indevidamente, as receitas financeiras auferidas mensalmente sem que haja qualquer esclarecimento, nem mesmo qualquer indicio que aponte no sentido de que tais receitas se refiram a uma das exceções previstas nos dispositivos acima (decorrentes de operações de hedge, até março de 2005 ou oriundas de juros sobre capital próprio). Pelo exposto, devem ser excluídas da base de cálculo das contribuições lançadas, as receitas financeiras auferidas no período de janeiro a dezembro de 2005, conforme demonstrativo ao final do voto. GLOSA DE CRÉDITOS CALCULADOS SOBRE DESPESAS FINANCEIRAS DECORRENTES DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS – PIS E COFINS – MAIO A JULHO DE 2004 Resta demonstrada a improcedência da glosa efetuada também em relação Cofins sob o único fundamento de que a alteração promovida pela Lei 10.865/2004 deva ser aplicada a partir de maio de 2004. Frisese, ainda, que a presente análise se restringe A questão da data a partir da qual deve se considerar os efeitos da Lei 10.865/2004, uma vez que a glosa promovida pela fiscalização neste item fundamentou se apenas neste aspecto. Tendo em vista que em abril de 2004 a fiscalização considerou totalmente os valores vinculados As contas contábeis relacionadas pela empresa na planilha de fl. 164, o mesmo procedimento sera adotado neste voto quanto aos meses de maio a julho de 2004 não sendo cabível o questionamento, diante dos elementos constantes dos autos, quanto A origem das despesas, ou seja, se os valores correspondem integralmente a despesas decorrentes de empréstimos e financiamentos passíveis de creditamento. Pelo exposto é cabível a reversão da glosa efetuada pela autoridade autuante em relação As despesas financeiras que geraram créditos do PIS e da Cofins nos períodos de maio, junho e julho de 2004, devendose ressaltar, contudo, que o restabelecimento dos créditos deve se dar em observância aos exatos valores informados nos demonstrativos elaborados pela fiscalização, não sendo possível a aceitação dos novos valores apurados pela empresa, informados em sua impugnação, pois conforme já foi dito em item anterior neste voto, as alterações pretendidas pela empresa não vieram acompanhadas de livros revestidos das formalidades necessárias para fazer prova a favor da contribuinte. GLOSA DE CRÉDITOS APURADOS SOBRE CUSTOS DAS ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS – PIS E COFINS – ABRIL DE 2004 A JUNHO A DEZEMBRO DE 2004 A impugnante discorda da glosa de créditos calculados sobre o custo das atividades imobiliárias nos meses de abril e junho a dezembro de 2004, alegando que a autoridade fiscal não apontou os motivos da glosa nem os dispositivos legais supostamente infringidos. ………………………………. Em que pese a previsão legal permitindo o aproveitamento dos créditos aqui tratados nos períodos abrangidos pelos autos, a autoridade fiscal não considerou os valores informados pela empresa no DACON (linha 12 das Fichas 4 e 6 — "Custo da atividade imobiliária") nos meses referidos, sem apresentar qualquer justificativa que fundamentasse tal procedimento, seja por razões de direito ou de fato, decorrentes da verificação na Fl. 3310DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.311 9 escrita contábil da empresa. Diante da ausência de fundamentação e da descrição da infração supostamente apurada e tendo em vista a previsão legal para o creditamento em questão, devem ser consideradas improcedentes as glosas efetuadas, apurandose os créditos de PIS e de Cofins nos meses de abril de 2004 e junho a dezembro de 2004 sobre os valores dos custos excluídos pela autoridade fiscal nos demonstrativos dos créditos da Cofins e do PIS. CRÉDITO PRESUMIDO SOBRE ESTOQUE DE ABERTURA DA ATIVIDADE IMOBILIÁRIA – COFINS – JANEIRO DE 2004 A MARÇO DE 2005 a empresa autuada faz alguma confusão em relação As glosas efetuadas, pois ao alegar que a fiscalização não teria aceito os créditos apurados sobre o estoque de abertura da atividade imobiliária, contesta a não aceitação do saldo de crédito acumulado do mês anterior. Para melhor compreensão, a presente análise abordará os dois temas em tópicos distintos. Com relação ao crédito presumido relativo a estoque de abertura na atividade imobiliária, verifica se que a autoridade fiscal ao elaborar os demonstrativos de apuração dos créditos da Cofins não considerou os valores informados pelo contribuinte nos DACONs a este titulo. Embora conste em fl. 57, planilha assinada pelo AFRF autuante, informando o valor do estoque de abertura em janeiro de 2004 e as parcelas do crédito a apropriar nos meses de 2004, tais valores não foram considerados na composição da base de cálculo dos créditos da Cofins, sem que houvesse, mais uma vez, qualquer esclarecimento que permitisse a compreensão do procedimento adotado pela fiscalização. Vale ressaltar que em relação ao PIS não há controvérsia nos autos referente a este tópico, pois se observa dos DACONs apresentados pela empresa que não houve aproveitamento de créditos desta natureza nos períodos autuados, mas somente nos meses de apuração referentes ao ano de 2003. …………………………………………………. Como se vê das normas acima, o aproveitamento de crédito presumido relativo ao estoque de abertura na atividade imobiliária tem amparo na legislação de regência. No entanto, a fiscalização procedeu à glosa dos créditos assim apurados pelo contribuinte, sem fazer constar dos autos qualquer esclarecimento quanto aos motivos de fato ou de direito que tenham embasado seu procedimento. Diante da ausência de motivação expressa que justificasse a glosa procedida e considerando a existência de autorização legal para a utilização dos referidos créditos, deve ser revertida a glosa efetuada em relação ao crédito presumido na atividade imobiliária, restabelecendose os valores declarados pela empresa na linha 20 da Ficha 06 —Apuração dos Créditos da COFINS, dos DACONs referentes aos períodos de janeiro de 2004 a março de 2005. SALDO CREDOR DO MÊS ANTERIOR – PIS Com relação ao aproveitamento de saldo de crédito do mês anterior, a autoridade autuante registra nos Termos de Constatação Fiscal que, em se tratando da Cofins, não há saldo de crédito anterior ao período lançado, uma vez que a ação fiscal alcançou os fatos geradores a partir de fevereiro de 2004, quando do inicio do regime de incidência não cumulativo da Cofins. Quanto ao PIS, o lançamento abrange os fatos geradores de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Neste caso, o saldo de crédito não utilizado Fl. 3311DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.312 10 existente em 31/12/2003, informado no DACON apresentado para o 1° trimestre de 2004, não foi considerado no cálculo fiscal, pois entendeu a autoridade autuante que os créditos apurados em 2003 foram compostos pelos mesmos custos e despesas considerados improcedentes no ano de 2004 e 2005. Neste sentido não agiu bem a fiscalização. 0 levantamento fiscal realizado no período autuado não nos permite, de forma alguma, concluir pela inexistência total de saldo de crédito em dezembro de 2003. Isto porque nem todas as despesas e custos incorridos nos meses de 2004 e 2005 foram descaracterizados como passíveis de gerar crédito da não cumulatividade do PIS e, embora tenha sido apurado saldo a pagar nos períodos auditados, é certo que também foram apurados créditos em todos os períodos. ……………………………………………….. Apesar do procedimento adotado pela autoridade autuante, que desconsiderou integralmente o saldo de crédito de PIS existente em 31 de dezembro de 2003, vêse que, contraditoriamente, foi anexado à fl. 56 dos autos, o "demonstrativo da glosa do saldo credor", elaborado pela fiscalização, onde foram relacionados para cada mês do ano de 2003, os valores glosados referentes aos seguintes custos: promoção e publicidade, fundo de promoção, comissão de vendas e gerenciamento. Tal demonstrativo confirma a improcedência da conclusão fiscal no sentido de que inexistiria saldo de crédito a ser transportado para janeiro de 2004, pois se verifica que as despesas e custos incorridos em 2003 foram objeto de conferencia no curso da ação fiscal e que as glosas foram efetuadas apenas em alguns itens considerados no cômputo da base de cálculo dos créditos de PIS. De acordo com o levantamento fiscal realizado para o ano de 2003, as despesas não passíveis de gerar crédito, relacionadas no citado demonstrativo de fl. 56, totalizam, no ano, o valor de R$ 15.996.196,63. Aplicando a aliquota de 1,65%, temos que os créditos glosados em 2003 correspondem a R$ 263.937,24. 0 saldo de crédito em 31/12/2003 declarado pelo contribuinte no DACON e transportado para janeiro de 2004 foi de R$ 2.166.696,63 (fls 2513/2522). Deduzindo o valor dos créditos glosados de acordo com a planilha elaborada pela fiscalização, resta ainda saldo de R$ 1.902.759,39 a ser aproveitado nos meses seguintes, conforme se fará demonstrar nas planilhas ao final deste voto. ( grifos nossos) 9. Assim, houve, por parte da decisão de piso, retificação da base de cálculo pois houve duplicidade da base de cálculo considerada pela autoridade autuante / exclusão da receitas auferidas no período de jan a dez/2005, pois a alíquota estava reduzida a zero / restabelecimento dos créditos em relação ás despesas financeiras no período de maio, junho e julho de 2004 por serem os valores passíveis de creditamento / consideração de improcedência das glosas de créditos apurados sobre custos das atividades imobiliárias no período de abril, junho a dezembro/2004, por ausência de fundamentação e descrição da infração pela autoridade fiscal / reversão da glosa de crédito presumido sobre estoque de abertura da atividade imobiliária por ausência de motivação da autuação e por existir permissivo legal para tal aproveitamento / consideração de improcedência da conclusão fiscal com relação ao saldo de crédito de meses anteriores, sendo apurado um saldo credor em prol da impugnante. 10. Em função de tal exoneração de crédito, alterando o valor da autuação, a DRJ/RIO DE JANEIRO II recorreu de ofício a este CARF. Fl. 3312DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.313 11 11. O contribuinte, por seu turno, interpôs recurso voluntário, por meio do qual alegou, resumidamente: (i) nulidade dos autos por cerceamento do direito de defesa da Recorrente os termos não teriam apontado os dispositivo legais infringidos nem teriam descrito os fatos e motivos que levaram à glosa de determinados créditos referentes ao custo das atividades imobiliárias (abril e junho de 2004) e receitas financeiras (janeiro a dezembro de 2005); (ii) nulidade da parte do auto de COFINS relativa a período anteriormente fiscalizado (janeiro a dezembro de 2005) o presente auto de infração exigiria valores relativos a períodos que já teriam sido objeto de auto de infração anterior, decorrente do Mandado de Procedimento Fiscal nº 07.1.90.00200804281; (iii) decadência de parte do auto de COFINS alega que o prazo decadencial deveria ser contado com fulcro no parágrafo 4º do art. 150 e não no inciso I do art. 173, ambos do CTN, uma vez que teria realizado declaração dos débitos de COFINS em DCTF, o que configuraria confissão irretratável da dívida; (iv) retificação do valor das receitas e despesas que serviram de base de cálculo do PIS e da COFINS informa que parte do PIS e da COFINS lançados corresponde à diferença entre aquela apurada pela Recorrente em suas DACONS e as informações da DCTF; ocorre que teria a Recorrente verificado que as DACONS haviam sido preenchidas com equívocos, tendo procedido a uma nova apuração do PIS e da COFINS, conforme planilhas e respectivos documentos de suporte, anexados à impugnação; a decisão recorrida não acolheu os argumentos da Impugnante sob o fundamento de que "As planilhas e relatórios apresentados, contudo, não comprovam o alegado nem esclarecem a origem dos supostos erros, não sendo possível confirmar, através dos elementos trazidos aos autos, os valores pretendidos pela empresa"; o contribuinte aponta, contudo, que a origem dos equívocos encontrase devidamente comprovada conforme documentos anexados aos autos; (v) retificação do valor dos autos pela exclusão do PIS e da COFINS já lançados pela Recorrente em DCTF a Recorrente argumentou em sua impugnação que determinados valores deveriam ser excluídos da autuação em função de já terem sido declarados em DCTF; a decisão recorrida manteve este item dos lançamentos por entender que já haveria procedimento de fiscalização instaurado quando da entrega das DCTF retificadoras, o que excluiria a espontaneidade das mesmas; o contribuinte, então, alega que a falta de espontaneidade poderia até acarretar a cobrança de multa, mas não o valor do PIS e da COFINS, o que faria com que a Recorrente sofresse dupla exigência dos mesmos tributos; (vi) improcedência da glosa de créditos referentes a despesas utilizadas como insumos a empresa contesta, ainda, a glosa relativa a créditos referentes às despesas com instalação, decoração e paisagismo, não admitidas pela fiscalização por entender que não seriam aplicados ou consumidos de forma direta na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda da Recorrente; alega que a decisão recorrida teria inovado ao concluir que aquelas despesas já teriam sido incluídas no custo da atividade imobiliária informadas nas DACONS (fundamento este que não teria constado da autuação). 12. Após a inclusão deste Recurso Voluntário em pauta de julgamento, o contribuinte apresentou em 21/06/2016 petição por meio da qual: Fl. 3313DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.314 12 (i) informou ter feito uma revisão da documentação e da planilha anexada ao seu Recurso Voluntário, oportunidade em que teria identificado que, por lapso, havia considerado o valor da receita bruta por ela auferida, e não aquele correspondente às receitas tributáveis pelo PIS e pela COFINS; (ii) apontou que teriam sido identificados equívocos na quantificação das despesas financeiras, refletivos na tabela reproduzida no item 6.7. do seu recurso voluntário, os quais resultaram na apuração de PIS e de COFINS maiores que os efetivos; (iii) identificou que a quantificação dos custos das efetivas imobiliárias refletivos na tabela reproduzida no item 6.7. do seu recurso foi efetuada de forma equivocada, e que, portanto, os valores informados a esse título em suas DACONs refletem corretamente os custos da atividade imobiliária efetivamente apurados pela Recorrente, de forma que tais valores (informados em suas DACONs e já chancelados pela decisão de 1ª instância devem ser considerados para fins de quantificação do PIS e da COFINS devidos pela Recorrente. (iv) diante do exposto, apresentou nova tabela, na qual demonstra a diferença entre a base de cálculo do PIS e da COFINS apurados em suas DACONs e a base de cálculo que decorre das receitas tributáveis e despesas efetivamente lançadas em sua contabilidade (vide páginas 2 e 3 da petição protocolizada em 21/06/2016). (v) anexou ao requerimento apresentado: planilhas com a composição da base de cálculo do PIS e da COFINS, por trimestre, contendo as receitas, despesas, custos e exclusões apuradas pela Recorrente, e indicando as respectivas contas contábeis em que efetuado o registro de tais valores, e com a reapuração do PIS e da COFINS devidos pela Recorrente; e os balancetes correspondentes a tais planilhas, nos quais é possível identificar com exatidão os valores efetivamente auferidos e, portanto, contabilizados pela Recorrente, que compuseram a base de cálculo do PIS e da COFINS no período autuado. (vi) por fim, ressaltou que o pagamento de parte dos débitos efetuado no êmbito da anistia prevista na Lei n. 11.941/2009 não foi computado no cálculo do PIS e da COFINS remanescentes, mantidos pela decisão de 1ª instância, razão pela qual a Recorrente incluiu os referidos valores na planilha anexada nesta petição. 13. Em 23/06/2016, o contribuinte apresentou nova petição, em complemento à petição acima indicada, através da qual: (a) com relação à parte do auto de COFINS (fevereiro a maior de 2004), a DRJ não teria acolhido a decadência sob o argumento de que não teria havido pagamento antecipado do tributo. Em seu recurso voluntário, a Recorrente esclareceu que tais débitos foram declarados em DCTF, o que configuraria confissão irretratável da dívida, fazendo as vezes de pagamento para fins de contagem do prazo decadencial. Não obstante, após o protocolo do seu recurso, teria verificado que tais débitos também haviam sido quitados por meio de DCOMPs (Doc. 01 anexado à petição), o que, de acordo com a jurisprudência administrativa, equivale a pagamento antecipado; (b) A DRJ teria entendido que não seria possível excluir dos autos de infração os valores de PIS de setembro de 2005 e de COFINS dos meses de junho de 2005 e setembro de 2005, informados em DCTF retificadoras, na medida em que elas foram entregues em 03/11/2008, e, portanto, após o início do procedimento de fiscalização (12/05/2008). Não obstante, a Recorrente teria Fl. 3314DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.315 13 constatado posteriormente que os débitos incluídos nas DCTFs retificadoras também já haviam sido quitados em 2005, por meio de DARFs e DCOMPs (Doc. 02 anexado à petição), ou seja, muito antes do início do procedimento de fiscalização, razão pela qual tais valores não deveriam ter sido lançados nos autos, visto que correspondiam a débitos já extintos por pagamento ou compensação; (c) por fim, também após o protocolo do Recurso Voluntário, a Recorrente teria verificado que a COFINS relativa ao mês de abril de 2005, no valor de R$ 448.755,06, apurada na DACON, apesar de não ter sido informada em DCTF, também foi objeto de DCOMP formalizada em 27/07/2005, e, portanto, antes do início da fiscalização. Tendo em vista que esta DCOMP tem o efeito de constituir o crédito tributário, o débito de COFINS deveria ser excluído do lançamento, sob pena de constituição do mesmo débito em duplicidade. 14. Diante destes questionamentos, esta Turma Julgadora decidiu que os autos deveriam retornar a unidade origem, em diligência, para tanto foi emitida a Resolução nº 3301 000.260, de 19/07/2016 (fls. 3.147/3.162 dos autos digitais) onde se decidiu que : a presente demanda seja convertida em diligência, para que estes autos sejam remetidos à autoridade fiscal competente, no intuito de que esta se manifeste sobre os seguintes pontos, sem prejuízo de outros que entender importantes à solução da presente demanda: (1) Quanto ao item (iv), relativo a equívocos no preenchimento das DACONs, informe se, com base na documentação apresentada pelo contribuinte nestes autos, é possível concluir que os valores indicados na planilha apresentada pelo contribuinte em sua petição protocolizada em 21/06/2016 estão corretos. Caso se faça necessário, deverá ser solicitada ao contribuinte a apresentação de novos documentos, ou mesmo providenciada diligência na empresa para fins de análise da sua contabilidade, no intuito de confirmar se as divergências apontadas pelo mesmo estão corretas; (2) Quanto ao item (v), confirme se os valores indicados pelo contribuinte na tabela de fl. 3022 do seu Recurso Voluntário já foram, de fato, declarados em DCTF, e se a cobrança realizada nestes autos quanto a tais valores está sendo realizada em duplicidade; (3) Ainda, com fulcro primordialmente na documentação apresentada pelo contribuinte em sua petição protocolizada em 23/06/2016, que se manifeste sobre os seguintes pontos: (a) se os débitos relativos aos meses de fevereiro a maio de 2004 foram quitados por meio de DCOMP´s; (b) se os débitos incluídos nas DCTFs retificadoras quanto aos meses de setembro de 2005 (PIS), junho de 2005 (COFINS) e setembro de 2005 (COFINS) foram quitados por meio de DARFs e DCOMPs; (c) se o valor da COFINS relativa ao mês de abril de 2005, no valor de R$ 448.755,06, também foi objeto de DCOMP formalizada em 27/07/2005; (4) que apresente relatório com as suas conclusões e planilha com a indicação dos valores que deverão ser excluídos do auto de infração, com base na análise dos itens acima indicados. Em seguida, o contribuinte deverá ser intimado para que se manifeste quanto às informações prestadas pela fiscalização. Após, voltemse os autos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para julgamento. Fl. 3315DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.316 14 15. Em resposta, a unidade de origem (DRF/RIO DE JANEIRO) emitiu o Relatório de Diligência, ás fls. 3.195/3.198 dos autos digitais, onde cconclui, em síntese ; III.1 Em relação ao item 1 de fl. 3.161, relativo a equívocos identificados pelo contribuinte no preenchimento das suas DACON – Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais, foram confrontados os valores constantes da Tabela contida às fl.2 de sua petição, datada em 21/06/2016 e juntadas em 04/10/2017 (fl. 3.190), referentes às colunas denominadas “RECEITA A TRIBUTAR”, “INFORMADAS EM DACON”, “CORRETAS CONTABILIDADE” com os balancetes mensais e com as planilhas demonstrativas da composição da base de cálculo do PIS e da COFINS, por trimestre, onde foram indicadas as respectivas contas contábeis nas quais foram registrados tais valores, todos documentos acostados pelo contribuinte na mesma petição…….Assim, averiguei que os numerários informados na Tabela de fl.3, relativos a despesas financeiras contidas na contabilidade do contribuinte, correspondem aos montantes assentes nos balancetes mensais e Relatórios Razão Analítico. III.2 Quanto ao item 2 de fl. 3.161 da Resolução, foi solicitado que se confirmasse se os valores indicados pelo contribuinte na tabela de fl. 3.022, item 7, do seu Recurso Voluntário já haviam, de fato, sido declarados em DCTF, e se a cobrança realizada nestes autos quanto a tais valores está sendo realizada em duplicidade……..Assim, constatei que os valores das contribuições declaradas em DCTF considerados no Auto de Infração para fins de apuração dos montantes devidos das contribuições PIS e COFINS foram os valores declarados pelo contribuinte em suas DCTF originais, anteriormente ao início do procedimento fiscal (12/05/2008), não tendo sido, portanto, de fato acolhidas as retificações feitas pelo contribuinte na ocasião da lavratura do Auto. Vale dizer que os valores das seguintes contribuições declaradas nas DCTF retificadoras foram quitados por meio de DARF e DCOMP: COFINS junho 2005 por meio de DCOMP, COFINS setembro 2005 por meio de DARF, e PIS setembro 2005 por meio de DARF, conforme dados extraídos nas consultas dos extratos das DCTF nos sistemas referenciadores da RFB, cujas telas seguem anexas a este Relatório (Anexo I). III.3 O item 3 de fl. 3.161 da Resolução questionou se os débitos relativos aos meses de fevereiro a maio de 2004 foram quitados por meio de DCOMP´s, tomando por base primordialmente a documentação apresentada pelo contribuinte em sua petição protocolizada em 23/06/2016, fls.3.111 a 3.113 e Doc 1. Para melhor análise, através de consulta às DCTF disponíveis no sistema de dados da RFB, pude confirmar que os valores dos débitos de COFINS declarados pelo contribuinte em suas DCTF nos meses de fevereiro de 2004 (R$ 333.758,39), março de 2004 (R$ 479.341,98), abril de 2004 (R$ 277.667,81), e maio de 2004 (R$ 1.278.575,15) foram satisfeitos através da DCOMP de número 06278.40234.210806.1.3.023003 (telas de consulta no Anexo II). III.3.1 No mesmo item da Resolução, outro ponto foi demandado: se o valor da COFINS relativa ao mês de abril de 2005, no total de R$ 448.755,06, também foi objeto de DCOMP formalizada em 27/07/2005, conforme alegado pelo Recorrente em sua petição datada em 23/06/2016, fls.3.111 a 3.113, e por ele demonstrado mediante cópia da DCOMP (Doc 3 da petição). Observei, mediante consultas aos sistemas Referenciadores da RFB – SIEF / PERDCOMP, que, de fato, em 27/07/2005, o contribuinte formalizou a DCOMP de número 07853.68182.270705.1.3.025070, onde Fl. 3316DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.317 15 incluíra o valor da COFINS referente ao mês de abril de 2005 no montante de R$ 448.755,06. Ainda nessa consulta, verifiquei na tela informativa sobre “Controle de Aproveitamento do crédito”, que tal DCOMP se encontra com status de homologação parcial (telas de consulta no Anexo III deste Relatório). 16. Cientificado o recorrente do relatório de diligência, este apresenta sua manifestação a respeito da diligência (fls. 3.215/3223 dos autos digitais), assim resumida : RETIFICAÇÃO DO VALOR DAS RECEITAS E DESPESAS DECLARADOS NAS DACONS ( ITEM “(1)” DA DILIGÊNCIA – o relatório concluiu que os valores apresentados na petição referentes á receita a tributar e as despesas financeiras para apuração das efetivas bases de cálculo do PIS e da COFINS encontram respaldo na contabilidade da peticionária, uma vez que os documentos por ela apresentados comprovam que os valores indicados em sua planilha…………...dessa forma, devem os autos ser retificados. RETIFICAÇÃO DOS VALORES JÁ LANÇADOS EM DCTF (ITEM “(2)” DA DILIGÊNCIA – a fiscalização também confirmou que os valores indicados pela recorrente no item 7 de seu recurso referentes ao PIS de setembro de 2005 e a COFINS dos meses de junho e setembro de 2005, foram efetivamente declarados em DCTF retificadoras, sendo que tais valores não foram considerados pelo fiscal autuante quando do lançamento do PIS e da COFINS exigidos nos autos………….assim fica evidenciado que os referidos débitos informados em DCTF devem ser excluídos dos Autos de Infração, sob pena de exigência em duplicidade dos mesmos tributos, conforme reconhece a fiscalização no relatório. PAGAMENTO DOS DÉBITOS DE COFINS RELATIVOS AOS MESES DE FEVEREIRO A MAIO DE 2004 (ITEM “(3)” DA DILIGÊNCIA) – como mencionado a recorrente verificouy que os débitos de COFINS relativos aos meses de fevereiro a maio de 2004 foram quitados por DCOMP………..o relatório confirmou esta informação…….logo resta provado que tais débitos devem ser excluídos dos Autos de Infração. PAGAMENTO DOS DÉBITOS DE PIS RELATIVO AO MÊS DE ASETEMBRO DE 2005 E DE COFINS RELATIVOS AOS MESES DE JUNHO E SETMBRO DE 2005 DECLARADOS NAS DCTFS RETIFICADORAS (ITEM “(3) ' DA DILIGÊNCIA) – o realtório conclui que os valores incluídos nas DCTFS retificadoras do período citado foram quitados por DARF e DCOMP…..dessa forma, n oque diz respeito a este item resta copmprovado que tais valores não deveriam ter sido lançados, por corresponderem a débitos informados em DCTF e já extintos por pagamento e/ou compensação. PAGAMENTO DO DÉBITO DE COFINS RELATIVO AO MÊS DE ABRIL DE 2005 (ITEM “(3), ALÍNEA C.” DA DILIGÊNCIA) – quanto á COFINS do mês de abril de 2005, no valor de R$ 448.775,06, a fiscalização confirmou que o referido débito, apesar de não ter sido informado em DCTF, foi objeto de DCOMP, tendo sido tal DCOMP homologada parcialmente, na medida em que o relatório não traz maiores informações sobre a homologação parcial, não é possível afirmar que o débito relativo á COFINS de abril de 2005, estava ou não incluído na parcela homologada da DCOMP. Fl. 3317DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.318 16 Isso siginifica que em caso de indeferimento total ou parcial do crédito pleiteado por DCOMP, os débitos nela informados serão exigidos em processo administrativo próprio, vinculado á respectiva DCOMP. Assim, na medida em q2ue o pró´rio relatório reconhece que o débito de COFINS foi informado em DCOMP, deve ser ele excluído da autuação, sob pena de ser exigido em duplicidade, de um lado, no processo de cobrança atrelado á DCOMP, de outro no presente processo administrativo. o auto contém diversas divergências que justificam a retificação dos valores neles lançados, reiterando a recorrente os argumentos apresentados em suas defesas e o respectivo pedido de cancelamento integral do crédito tributário lançado nos autos. 16. Os autos retornaram a este colegiado para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Ari Vendramini, Relator 17. Entendo ter razão a recorrente, em sua petição, pois, diante do relatório de diligência, várias inconsistências forma confirmadas pela própria fiscalização. 18. Ademais, não restou cumprido o item (4) da diligência solicitada por este colegiado, sendo que tal informação é necessária para a finalização do julgamento da lide, uma vez que irá demonstrar os valorea envolvidos devidamente corrigidos. CONCLUSÃO 19. Pelo exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência, para que a unidade de origem: apresente relatório com as suas conclusões e planilha com a indicação dos valores que deverão ser excluídos do auto de infração, com base na análise dos itens acima indicados verificar se os motivos e valores citados na petição apresentada relativa á diligência são motivo para retificação dos valores constantes da autuação, pois que alegados como ocorridos em período anterior á autuação. cientifique o recorrente do resultado da diligência, concedendolhe prazo para manifestação; 20. Após, que retorne o processo ao CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Ari Vendramini Relator Fl. 3318DF CARF MF Processo nº 12897.000383/200902 Resolução nº 3301001.082 S3C3T1 Fl. 3.319 17 Fl. 3319DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.916658/2008-20
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. DIPJ RETIFICADA. COMPROVAÇÃO POR OUTRAS PROVAS.
A retificação da DIPJ não impede a verificação da liquidez e certeza do direito creditório apontado em PER/DCOMP. Em razão do princípio da verdade material, culminado com o art. 38 da Lei 9.784/99, acolhe-se a juntada de documentos indispensáveis à comprovação do direito creditório do contribuinte.
ANÁLISE DE NOVAS PROVAS. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Em razão da juntada de provas no recurso voluntário, para evitar a supressão de instância, deve o processo receber novo despacho decisório, considerando os documentos acostados e eventuais provas complementares.
Numero da decisão: 1003-000.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para que os autos retornem à DRF de origem e o Despacho Decisório seja refeito, considerando os documentos juntados pela Recorrente no recurso voluntário e, havendo a constatação de liquidez e certeza do crédito a título de saldo negativo de IRPJ, que seja realizada a homologação da DCOMP nº 32279.26047.301006.1.7.02-3301, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Bárbara Santos Guedes - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Kazumi Nakayama, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: BARBARA SANTOS GUEDES
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SALDO NEGATIVO. DIPJ RETIFICADA. COMPROVAÇÃO POR OUTRAS PROVAS. A retificação da DIPJ não impede a verificação da liquidez e certeza do direito creditório apontado em PER/DCOMP. Em razão do princípio da verdade material, culminado com o art. 38 da Lei 9.784/99, acolhese a juntada de documentos indispensáveis à comprovação do direito creditório do contribuinte. ANÁLISE DE NOVAS PROVAS. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Em razão da juntada de provas no recurso voluntário, para evitar a supressão de instância, deve o processo receber novo despacho decisório, considerando os documentos acostados e eventuais provas complementares. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para que os autos retornem à DRF de origem e o Despacho Decisório seja refeito, considerando os documentos juntados pela Recorrente no recurso voluntário e, havendo a constatação de liquidez e certeza do crédito a título de saldo negativo de IRPJ, que seja realizada a homologação da DCOMP nº 32279.26047.301006.1.7.023301, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 91 66 58 /2 00 8- 20 Fl. 299DF CARF MF Processo nº 15374.916658/200820 Acórdão n.º 1003000.698 S1C0T3 Fl. 3 2 Bárbara Santos Guedes Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Kazumi Nakayama, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão de nº 1234.680, de 09 de dezembro de 2011, da 1ª Turma da DRJ/RJ1, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Por economia processual e por entender suficientes as informações constantes no Relatório do r. acórdão, passo a transcrevêlo abaixo: Versa este processo sobre PER/DCOMP. A DERAT/RJO, através do Despacho Decisório n° 781156693 (fl. 25), não homologou a compensação declarada no PER/DCOMP que relaciona. O despacho decisório contém a seguinte fundamentação: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, constatouse que não houve apuração de crédito na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) correspondente ao período de apuração do saldo negativo informado no PER/DCOMP. Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$5.815,78 Valor do crédito na DIPJ: R$0,00 O interessado, cientificado em 03/09/2008 (fl. 79), apresentou, em 29/09/2008, manifestação de inconformidade (fls. 26/27). Nesta peça, alega, em síntese, que: devido a erro no preenchimento da DIPJ, os saldos negativos não foram totalizados; retificou a DIPJ em 09/10/2007 É o relatório.. A DRJ/RJ1 julgou a manifestação de inconformidade improcedente, e não reconheceu o crédito informado pela contribuinte, conforme ementa abaixo: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. Mantémse o despacho decisório, se não elididos os fatos que lhe deram causa. Fl. 300DF CARF MF Processo nº 15374.916658/200820 Acórdão n.º 1003000.698 S1C0T3 Fl. 4 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a decisão da DRJ, a contribuinte apresentou recurso voluntário que, em síntese, destacou: (i) Que o acórdão recorrido manteve o despacho decisório nº 781156693. A Recorrente foi notificada do Despacho Decisório em 03/09/2008 e declara ter efetuado a alteração da DIPJ no dia 09/10/2007, um ano antes da ciência do despacho decisório; (ii) Que, no r. acórdão, existe a informação de que a retificação da DIPJ entregue em 09/10/2007 foi cancelada em 05/1/2007, contido a Recorrente afirma que não solicitou o cancelamento nem recebeu qualquer informação sobre o cancelamento da retificadora. Se a mesma foi cancelada de ofício, entende que deveria ter sido notificada, o que nunca ocorreu; (iii) Os julgadores de primeira instância também fundamentaram a decisão na ausência de provas, porém a retificação foi apresentada em data anterior tanto ao despacho decisório quanto ao acórdão, restando comprovado pela retificadora todas as fontes pagadoras. Mas, para dirimir quaisquer problemas quanto a ausência de provas, a Recorrente junta ao recurso voluntário cópias de todas as notas fiscais emitidas em 2001, planilha demonstrativa das retenções que confere com a DIPJ retificadora e folha razão com os registros contábeis da existência do crédito. Por fim, requereu a homologação da compensação e o cancelamento do débito. É o Relatório. Voto Conselheira Bárbara Santos Guedes, Relatora O recurso é tempestivo e cumpre com os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. A Recorrente apresentou PER/DCOMP nº 32279.26047.301006.1.7.023301 em razão de crédito de saldo negativo de IRPJ, exercício 2001, no valor de R$ 5.815,78 (fls. 13 a 23 volume I). Conforme Despacho Decisório (fls. 24 volume I), a compensação não foi homologada, visto não ter sido identificado crédito na DIPJ. A Recorrente foi cientificada do Despacho Decisório em 03/09/2008 (fl. 78 volume I). A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade destacando que possuía o crédito e o que ocorreu foi um erro no preenchimento da DIPJ 2002, ano calendário 2001, pois deixou de totalizar os saldos negativos mensais. Contudo, destaca ter realizado a retificação da DIPJ 2002 no dia 09/10/2007 cópia da DIPJ retificadora às fls. 35 a 77 (volume I). Fl. 301DF CARF MF Processo nº 15374.916658/200820 Acórdão n.º 1003000.698 S1C0T3 Fl. 5 4 Em julgamento na primeira instância administrativa, a DRJ não conheceu o direito creditório da Recorrente sob o fundamento de que a DIPJ retificadora havia sido cancelada e a Recorrente não comprovou o alegado erro, pois não juntava qualquer documento. A Recorrente, em grau de recurso voluntário, acostou novos documentos ao processo, os quais, segundo defende, são suficientes para comprovar a existência do crédito, como também defendeu que jamais havia sido notificada sobre o cancelamento da DIPJ retificadora enviada em 09/10/2007. Pelos documentos acostados às fls. 83 e 84, volume I, verificase que a citada DIPJ foi cancelada por ter caído na situação de malha. Contudo, não há nos autos comprovação de ter a empresa sido notificada para apresentar esclarecimentos, documentos e ou defesa pelo cancelamento da DIPJ. Procede a alegação da Recorrente de cerceamento do direito de defesa a partir do momento que a mesma envia a retificadora da DIPJ e essa é cancelada sem que contribuinte seja, ao menos, notificada do ocorrido. Tampoco vejo nos autos notificação da contribuinte para prestar eventuais esclarecimentos sobre o crédito em análise. Contudo, é possível à Receita Federal verificar através de seus arquivos (DCTF, DIPJ, DIRF, etc) e dos documentos acostados pela Recorrente (cópias de todas as notas fiscais emitidas em 2001, planilha demonstrativa das retenções e folha razão com os registros contábeis do crédito) verificar a liquidez e certeza do crédito, bem como se foram esses oferecidos à tributação. A Declaração de Compensação é um processo que visa restituir quantias pagas a título de tributos ou contribuições que são administrados pela Receita Federal do Brasil, que foram recolhidos indevidamente ou ainda, quando o valor pago é maior do que aquele realmente devido. Ela é uma das formas de extinção do crédito tributário, previsto na legislação fiscal federal. A PER/DCOMP, portanto, não é comprovante de crédito. Cabe à Receita Federal, munida de outras informações prestadas pelo contribuinte (IRPJ, DCTF, DIRF, etc), verificar a liquidez e certeza do crédito pleiteado para homologar a compensação. É importante observar que os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrar seia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. Logo, havendo qualquer discrepância nas informações cantantes na PER/DCOMP com as demais declarações fornecidas pelo contribuinte, é acertado o Despacho Decisório e demais decisões que não reconhecem o crédito. A decisão da DRJ, porém, estava fundamentada primordialmente na ausência de comprovação contábil do crédito e, em razão desse posicionamento, a Recorrente acostou documentos fiscais da empresa para comprovar suas alegações.: Eventual retificação de valor informado em DIPJ, mesmo após o despacho decisório, se não impedida pela decadência tributária, é permitida pela Receita Federal, desde Fl. 302DF CARF MF Processo nº 15374.916658/200820 Acórdão n.º 1003000.698 S1C0T3 Fl. 6 5 que acompanhado de documentos fiscais e contábeis suficientes para comprovação do crédito e do erro de fato no preenchimento da DIPJ. A Recorrente acostou novos documentos contábeis e fiscais da empresa para comprovar suas alegações no recurso voluntário. A determinação de apresentar os documentos comprobatórios da identificação de crédito, longe de ser mero formalismo, é uma determinação legal, conforme determina o art. 147 da Lei nº 5.172/1966. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. A comprovação, portanto, é condição para admissão da retificação realizada, quando essa, como no caso dos autos, reduz tributos. A autoridade julgadora, por outro lado, deve se orientar pelo princípio da verdade material quando da apreciação das prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. O princípio da ampla defesa, por outro lado, garante ao contribuinte o direito de defenderse plenamente de todos os fatos e fundamentos dentro do processo administrativo. A Recorrente acostou no Recurso voluntário cópia de todas as notas fiscais emitidas em 2001, planilha demonstrativa das retenções que confere com a DIPJ retificadora e folha razão com os registros contábeis da existência do crédito, tudo para complementar as demais provas já acostadas na manifestação de inconformidade. Não obstante esses documentos, a Autoridade Fiscal poderá, no momento de sua análise, exigir outros documentos indispensáveis à sua convicção. Mas, as informações e provas fornecidas pela Recorrente no recurso voluntário são novos no processo e não foram analisados e discutidos pela DRF e pela DRJ. Em que pese ter a Recorrente juntado os documentos apenas em grau de recurso, em obediência à verdade material que deve pautar os processos administrativos e da formalidade moderada e na permissão concedida pelo art. 38 da Lei 9.784/99, o contribuinte tem a possibilidade de juntar documentos indispensáveis para sua defesa mesmo após a manifestação de inconformidade. Por essa razão, entendo não ter havido a preclusão para a juntada de provas nesse caso específico e, para evitar prejuízo à defesa ou evitar supressão de instância de julgamento, haja vista que as questões trazidas no recurso voluntário não foram enfrentadas nas instâncias anteriores, deve o processo retornar à DRF para que seja possível analisar as Fl. 303DF CARF MF Processo nº 15374.916658/200820 Acórdão n.º 1003000.698 S1C0T3 Fl. 7 6 declarações da Recorrente quanto à demonstração da liquidez e certeza do crédito, através da análise dos documentos juntados nesta oportunidade. Por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para que os autos retornem à DRF de origem e o Despacho Decisório seja refeito, considerando os documentos juntados pela Recorrente no recurso voluntário e, havendo a constatação de liquidez e certeza do crédito a título de saldo negativo de IRPJ, que seja realizada a homologação da DCOMP nº 32279.26047.301006.1.7.023301. (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Fl. 304DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007063/2003-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS
Período de apuração: 01/01/1998 a 30/09/1998
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL.
Insubsistente o lançamento de oficio eletrônico decorrente de auditoria interna quando eivado de vícios. No caso de lançamento efetuado a partir da revisão das Declarações de Créditos e Débitos Federais - DCTF, a posterior constatação da improcedência do fundamento originário implica improcedência do auto de infração, somente sanável com revisão de lançamento no prazo decadencial.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-001.331
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso especial.
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: Maria Teresa Martinez Lopes
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Caio M rcos Cândido - Presidente Substituto CSRF-T3 Fl. 290 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo n° 10980.007063/2003-13 Recurso n° 235.905 Especial do Procurador Acórdão n" 9303-01.331 — 3' Turma Sessão de 02 de fevereiro de 2011 Matéria Cofins Recorrente FAZENDA NACIONAL • Interessado CAFÉ DAMASCO S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/01/1998 a 30/09/1998 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Insubsistente o lançamento de oficio eletrônico decorrente de auditoria interna quando eivado de vícios. No caso de lançamento efetuado a partir da revisão das Declarações de Créditos e Débitos Federais - DCTF, a posterior constatação da improcedência do fundamento originário implica improcedência do auto de infração, somente sanável com revisão de lançamento no prazo decadencial. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Susy Gomes Hoffmann. Judith do Amaral Marcondes Armando, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Leonardo Siade Manzan, Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas. Nanci Gama, Maria Teresa Martinez LOpez e Caio Marcos Cândido. %-•2■•■ Maria Teresa Malez LOpez - Relatora Relatório Trata-se de análise de recurso especial contra decisão unânime (divergência) interposto pela Fazenda Nacional, contra Acórdão n° 201-80460. A ementa dessa decisão possui a seguinte redação: "Assunto: Contribuicao para o FillanCialllelli0 da Seguridade .5'0(1411 - COFINS Data do fin° gerador: 31/01/1998, 28/02/1998, 31/03/1998, 30/04/1998, 31/05/1998, 30/06/1998, 31/07/1998, 31/0871998, 30/09/1998 Ementa: CORNS. LANÇAMENTO. REVISÃO DE DCTF. VINCULAÇO ES. No caso de lançamento eletuado a partir da revisc7o (Ica Declarações de Créditos e Débitos Federais -DCTF, a posterior constataçao da improcedéncia do fundamento originário implica improcedência do auto de infracc7o, somente sanável C0111 revisilo de lançamento no pra:o decadencial. Recurso provido." Entendeu o R. Procurador em apertada síntese que, quanto à nulidade do lançamento, não ter havido cerceamento ao direito de defesa do contribuinte razão pela qual deve ser mantido o lançamento. Que, a decisão que declarou improcedente o lançamento não teria fulcro na melhor análise da prova dos autos e da legislação pertinente. Traz como paradigma o Acórdão n°202-12.427. Pelo Despacho n° 201-233, deu-se seguimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional, sob o entendimento de terem sido observados os requisitos legais. As 382/385, Contrarrazões apresentadas pelo contribuinte, onde pede, em síntese, pela manutenção da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheira Maria Teresa Martinez López, Relatora O recurso atende aos requisitos legais e dele tomo conhecimento Trata-se de Auto de Infração eletrônico emitido contra contribuinte, em 21 de julho de 2003, decorrente de auditoria interna da DCTF relativo ao período de apuração entre 01/01/1998 a 30/09/1998. Conforme relatado, entendeu o R. Procurador, ora Recorrente que , quanto nulidade do lançamento, não ter havido cerceamento ao direito de defesa do contribuinte razão 2 Processo n° 10980.007063/2003-13 CSRF-T3 Acórdão n.° 9303-01.331 Fl. 2/11 pela qual deve ser mantido o lançamento. Que, a decisão que declarou improcedente o lançamento não teria fulcro na melhor análise da prova dos autos e da legislação pertinente. Ainda, sobre a nulidade do lançamento, o D. Procurador assim se manifesta: Só existe nulidade do lançamento por cerceamento de defesa se restar caracterizado o óbice ao exercício do direito, de modo que o tema sub examine não tenha sido aventado na impugnação e no recurso voluntário. Em outras palavras, ocorre o dito cerceamento, quando a imputação e a finalidade do auto de infração não são sequer compreendidas pelo sujeito passivo. Para melhor clareza, peço vênia para reproduzir o voto ora guerreado, proferido pelo I. Conselheiro José Antonio Francisco: O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, razões pelas quais se deve dele tomar conhecimento. Quanto ao pedido de perícia, adoto os Fundamentos do Acórdão de primeira instância, com Mero no art. 55, § 1 2, da Lei 11 2 9.784, de 1999, esclarecendo que a penda se refere a questões de fato que exijam a manifestação de profissional especialista, o que não seria o caso da verificação da regularidade de eventual compensação efetuada contabilmente. Em relação a alegação de prescrição, o lançamento foi efetuado regularmente, de acordo com o art. 90 da Medida Provisória n2 2.158-33, de 2001. 0 fato de haver sido informado pagamento em DCF. representa a oposição de um obstáculo a cobrança, que não poderia ser efetuada sem a reviso da DCTF apresentada, demonstrando-se a improcedência da vincula ção declarada pela contribuinte. O lançamento constante dos autos difere do constante do Processo n° 10980.007056/2003-11, em que o lançamento ocorreu em razão de a recorrente haver vinculado o débito a pagamento. No caso dos autos, houve vinculaciio ao processo judicial 960014659.4. 0 referido processo refere-se à ação declarató ria com pedido de antecipação de tutela, com o objetivo de compensação de indébitos do PIS, decorrentes de recolhimentos efetuados com base nos Decretos-Leis n°s 2.445 e 2.449, de 1988, com débitos de PIS e Cofins. Conforme esclarecido pelo Acórdão de primeira instância, a sentença apenas reconheceu o direito et compensação com débitos do próprio PIS. No recurso a recorrente alegou, contraditoriamente, haver compensação com indébitos do Finsocial, decorrentes de outra ação judicial (Processo n°92.0005496-0). Em face das alegações de que teria havido equívocos na informação em DCTF, não restou claro qual compensação foi 3 realizada, especialmente pelo fato de a recorrente defender o direito de compensação com o FinsociaL Obviamente, o erro, por si só, não poderia implicar a autuação. Primeiramente, seria preciso demonstrar haver autorização judicial para compensação dos indébitos do Finsocial com a COFINS. Inicialmente, a recorrente apresentou ação de repetição de indébitos do FinsociaL A sentença lhe foi desfavorável, tendo obtido, no âmbito do Tribunal Regional Federal da 4 Regido, acórdão parcialmente favorável, com trânsito em julgado em 31 de agosto de 1994. A recorrente, nos autos do processo judicial, requereu a remessa para a contadoria. Em 24 de março de 1995 foi determinada a ciência do autor para promover a execução, ao que se seguir a manifestação do autor pela citação da Unido, indicando os valores devidos. A Fazenda Nacional apresentou embargos a execução, que foram julgados improcedentes. Em 15 de dezembro de 1995 foi deferido pelo Juizo o pedido dos autores, relativamente 6 possibilidade de compensação dos indébitos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado. Quanto a compensação com indébitos do PIS, a recorrente apresentou ação ordinária com pedido de antecipação de tutela para compensá-los com débitos de PIS e o remanescente com débitos da Cofins. Entretanto, a sentença reconheceu apenas a possibilidade de compensação com débitos do próprio PIS. Dessa forma, tudo indica que a compensação com o Finsocial foi regularmente efetuada, embora não tenha ela sido a compensação declarada. Em que pese todo o exposto, a fundamentação do lançamento foi a de que o processo judicial não teria sido comprovado. Posteriormente, verificou-se que o processo judicial existia. A DRJ, ao manter o lançamento, alterou substancialmente os seus termos, uma vez que o fundamento para a exigência passou a ser a falta de autorização judicial naquele processo para a realização da compensação. Em principio, caberia a declaração de nulidade do Acórdão de primeira instância. Entretanto, o entendimento desta Primeira Câmara tem sido reiterado no sentido de que, em lançamentos de revisão eletrônica de DCTF, a constatação de erro do sistema implica a improcedência da autuação, caso não seja revista pela autoridade lançadora, no prazo decadencial e com nova intimação do sujeito passivo para apresentar impugnação de lançamento. 4 Processo n° 10980.007063/2003-13 Acórdão n.° 9303-01.331 CSRF-T3 Fl. 292 Assim, considerando que o auto de infração com a fundamentação original é improcedente, urna vez que ficou demonstrado que o processo judicial existia, cabe a aplicação do disposto no art. 59, P. 3, do Decreto ri Q 70235, de 1972. À vista do exposto, voto por dar provimento ao recurso. Penso não assistir razão à recorrente. Explico: Não há como esquecer que o auto de infração foi lavrado em virtude de não ter sido comprovada a existência de ação judicial que, informada pelo contribuinte na DCTF, teria lhe reconhecido direito creditório relativo ao PIS. Posteriormente, verificou-se que o processo judicial existia. Houve, de fato, mudança de motivação no lançamento fiscal. • Tenho me posicionado, em casos semelhantes, pela Nulidade do lançamento eletrônico quando não reúne as condições de sua subsistência. Em outras palavras, a questão relevante neste processo, seria, no entender desta Conselheira, verificar se todos os pressupostos de validade do ato administrativo, consubstanciado no auto de infração, foram observados pela Administração Pública. 0 auto de infração, como todo e qualquer ato administrativo, deve preencher os requisitos legais relativos h. competência do agente, ao objeto, à forma, "ao motivo" e A. finalidade, sob pena de nulidade (Lei n2 4.717/95; Lei n° 9.784/99 Decreto n° 70.235/72). Constatadas pela autoridade julgadora inexatidões na verificação do fato gerador, relacionadas com o mesmo ilícito descrito no lançamento original, o saneamento do processo fiscal será promovido pela feitura de Auto de Infração Complementar. Esta peça, sob pena de nulidade, deverá descrever os motivos que fundamentam a alteração do lançamento original, indicando o fato ou circunstância que ele pretende aditar ou retificar, demonstrando o crédito tributário unificado, de modo a permitir ao contribuinte o pleno conhecimento da alteração. IP Leciona o doutrinador Hely Lopes Meirelles que: "(.) A teoria dos motivos determinantes funda-se na consideração de que os atos administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Tais motivos é que determinam e justificam a realização do ato, e, por isso mesmo, deve haver perfeita correspondência entre eles e a realidade. Mesmo os atos discricionários, se forem motivados, ficam vinculados a esses motivos como causa determinante de seu cometimento e se sujeitam ao confronto da existência e legitimidade dos motivos indicados. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade o ato é inválido. (.)" (Curso de Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 25 ed., pp. 186/187). Ora, tendo o Fisco motivado seu ato na não comprovação do processo judicial e a realidade demonstrada no processo desmentir o motivo indicado, claro está que o auto de infração deve ser anulado pela própria Administração, a teor do que determina o art. 53 da Lei n2 9.784199, combinado com o art. 10, III, do Decreto n2 70.235/72. Da mesma forma, 5 como exposto na decisão recorrida, o lançamento de oficio deveria ter considerado decisão transitada em julgado favorável ao contribuinte. CONCLUSÃO: Diante do acima exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. — Maria Teres artinez López 6
score : 1.0
Numero do processo: 11020.900039/2006-19
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001
PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. INEXATIDÃO MATERIAL.
O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB.
Numero da decisão: 1003-000.650
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2001 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. INEXATIDÃO MATERIAL. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1373; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T3 Fl. 128 1 127 S1C0T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.900039/200619 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1003000.650 – Turma Extraordinária / 3ª Turma Sessão de 07 de maio de 2019 Matéria PER/DCOMP Recorrente DAF INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. INEXATIDÃO MATERIAL. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 00 39 /2 00 6- 19 Fl. 128DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 129 2 A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 16312.68784.220803.1.3.039677 em 22.08.2003, fls. 3237, utilizandose do saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor original de R$8.317,30, apurado pelo regime de tributação com base no lucro real anual do anocalendário de 2001 para compensação dos débitos ali confessados. Consta no Despacho Decisório Eletrônico, fl. 09, que as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido: Analisadas as informações prestadas no documento acima Identificado, constatouse que não foi apurado saldo negativo, uma vez que, na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), correspondente ao período de apuração do crédito informado no PER/DCOMP, consta contribuição social a pagar. Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$ 8.317,30 Valor da contribuição social a pagar na DIPJ: R$ 3.160,64 Diante do exposto, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada nos seguintes PER/DCOMP: [...] Enquadramento Legal: Parágrafo 1° do art. 6º e art. 28 da Lei 9.430, de 1996. Art. 5 ° da IN SRF 600, de 2005. Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade. Está registrado na ementa e excerto do voto condutor do Acórdão da 1ª Turma/DRJ/POA/RS nº 1037.335, de 15.03.2012, fls. 8687: CSLL. SALDO NEGATIVO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA. EXISTÊNCIA DE COMPENSAÇÕES ANTERIORES. Reconhecese o saldo negativo confirmado em diligência, porém só se reconhece o direito creditório remanescente após as compensações anteriores efetuadas e comprovadas na mesma diligência. Impugnação Procedente em Parte [...] Com base nas informações prestadas pela unidade preparadora, que não foram contestadas pela interessada, voto por julgar procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer direito creditório R$ 2.819,20, relativo à parcela remanescente do saldo negativo do IRPJ de 2001. Notificada em 25.06.2012, efl. 119, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 25.07.2012, efls. 120125, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Relativamente aos fundamentos de fato e de direito aduz que: Portanto, a divergência se encontra na origem do saldo negativo da CSLL utilizado para compensar as estimativas do mesmo tributo, relativamente às competências 07/2002, 08/2002 e 09/2002. Como antes referido, um erro de preenchimento da DCTF, ocasionou a alocação indevida dessas compensações, pois Fl. 129DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 130 3 foi informado que o saldo negativo utilizado era do anocalendário 2001 quando na verdade o correto era informar o anocalendário 2000. Assim, demonstrado que a divergência apontada no processo administrativo decorre de mero erro formal no preenchimento da DCTF, deve ser baixada a indigitada exigência fiscal por prevalência do princípio da verdade material. [...] Nesse contorno, os documentos que instruem o presente processo administrativo, especialmente aqueles juntados pela unidade fiscalizadora são suficientes para demonstrar o direito alegado pela recorrente. Pelas razões declinadas, deve ser reconhecido integralmente o direito creditório da requerente, homologandose as compensações indicadas [...]. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Concernente ao pedido expõe que: III DOS PEDIDOS DIANTE DO EXPOSTO, a REQUERENTE, requer seja reformado o Acórdão 1037.337 da 1a Turma da DRJ/POA, determinando Vossas Excelências a baixa integral da indigitada exigência fiscal aqui impugnada. Requer também, seja determinado o retorno dos autos à DRJ de origem, para que aprecie a DCTF do 3º trimestre de 2002, levando em consideração o erro de preenchimento informado pela recorrente. Outrossim, a REQUERENTE postula a suspensão da exigibilidade do crédito tributário objeto do presente processo administrativo, por força dos §§9° a 11 do art. 74 da Lei n° 9.430/96, com redação dada pela Lei n° 10.833/03, até o julgamento definitivo deste processo administrativo. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente solicita a realização de todos os meios de prova. Sobre a matéria, vale esclarecer que no presente caso se aplicam as disposições do processo administrativo fiscal que estabelecem que a peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses e instruída com os todos documentos em que se Fl. 130DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 131 4 fundamentar, precluindo o direito de a Recorrente praticar este ato e apresentar novas razões em outro momento processual, salvo a ocorrência de quaisquer das circunstâncias ali previstas, tais como fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, nos termos do art. 15, art. 16 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, que determinam fatores de aplicação do princípio da verdade material. As autoridades administrativa e julgadora de primeira instância analisaram detidamente todos os elementos constantes nos registros internos da RFB e aqueles colacionados em sede de manifestação de inconformidade. Embora lhe fossem oferecidas várias oportunidades no curso do processo, a Recorrente não apresentou a comprovação inequívoca de quaisquer fatos que tenham correlação com as situações excepcionadas pela legislação de regência. A realização desses meios probantes é prescindível, uma vez que os elementos probatórios produzidos por meios lícitos constantes nos autos são suficientes para a solução do litígio. A justificativa arguida pela Recorrente, por essa razão, não se comprova. A Recorrente discorda do procedimento fiscal. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em 31.10.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§1º do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, art. 17 da Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003). O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995). Instaurada a fase litigiosa do procedimento, a Recorrente deve detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar Fl. 131DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 132 5 livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrarseia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. O Per/DComp delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos podem ser corrigidas de ofício ou a requerimento da Requerente. O erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado. O conceito de erro material apenas abrange a inexatidão quanto a aspectos objetivos, não resultantes de entendimento jurídico, como um cálculo errado, a ausência de palavras, a digitação errônea, e hipóteses similares. Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB (art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e incisos I e III do art. 145 e inciso IV do art. 149 do Código Tributário Nacional). Por inexatidão material entendemse os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. Diferentemente o erro de direito, que não é escusável, diz respeito à norma jurídica disciplinadora e aos parâmetros previstos nas normas de regência da matéria. Cabe a Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal (art. 170 do Código Tributário Nacional). Conforme determinam os §§ 1º e 3º do art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, exceto nos casos em que a lei, por disposição especial, atribua a ele o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 133 6 A Recorrente tem o ônus de instruir os autos com documentos hábeis e idôneos que justifiquem a retificação das informações. Nesse sentido também vale ressaltar o disposto no art. o art. 195 do Código Tributário Nacional e o art. 4º do DecretoLei nº 486, de 03 de março de 1969, que preveem, em última análise, "que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." A pessoa jurídica pode deduzir do tributo devido o valor dos incentivos fiscais previstos na legislação de regência, do tributo pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real, bem como a IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada no caso utilização do regime com base no lucro real anual, para efeito de determinação do saldo de IRPJ a pagar ou a ser compensado no encerramento do ano calendário, ocasião em que se verifica a sua liquidez e certeza1. Em sede de recurso voluntário, referente ao período objeto de litígio, não foram anexados diferentes indícios da proposição da defesa de que há um valor remanescente a ser reconhecido a título de saldo negativo de CSLL, apurado pelo regime de tributação com base no lucro real anual do anocalendário de 2001. Verificase que todos os documentos constantes nos autos foram analisados. As informações constantes na peça de defesa não podem ser consideradas, pois não foram produzidos no processo elementos de prova mediante assentos contábeis e fiscais que evidenciem as alegações ali constantes, nos termos do art. 145 e art. 147 do Código Tributário Nacional, bem como art. 15, art. 16 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, que estabelecem critérios de adoção do princípio da verdade material. Observese que não foram carreados aos autos pela Recorrente os dados essenciais a produzir um conjunto probatório robusto da liquidez e certeza do direito creditório pleiteado. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso, nos termos do art. 100 do Código Tributário Nacional. Atinente aos princípios constitucionais, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade (art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF e Súmula CARF nº 2). Temse que nos estritos termos legais este entendimento está de acordo com o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). 1 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 11020.900039/200619 Acórdão n.º 1003000.650 S1C0T3 Fl. 134 7 Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 134DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.721776/2015-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013
MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ANULAÇÃO.
Concedida a segurança em sentença favorável ao contribuinte, que declarou a impossibilidade de a Autoridade Coatora aplicar multa isolada por compensação indevida, seus efeitos devem ser observados na esfera administrativa, tendo-se por nulo o lançamento.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013
DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. EFICÁCIA. DEVER DE OBSERVÂNCIA.
Por tratar-se de ação de natureza mandamental, as decisões de mérito exaradas em sede de mandado de segurança traduzem-se em ordens de cumprimento imediato, devendo ser observadas pela Administração Tributária.
Numero da decisão: 3201-005.155
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
(assinado digitalmente)
LEONARDO CORREIA LIMA MACEDO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: LEONARDO CORREIA LIMA MACEDO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ANULAÇÃO. Concedida a segurança em sentença favorável ao contribuinte, que declarou a impossibilidade de a Autoridade Coatora aplicar multa isolada por compensação indevida, seus efeitos devem ser observados na esfera administrativa, tendo-se por nulo o lançamento. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. EFICÁCIA. DEVER DE OBSERVÂNCIA. Por tratar-se de ação de natureza mandamental, as decisões de mérito exaradas em sede de mandado de segurança traduzem-se em ordens de cumprimento imediato, devendo ser observadas pela Administração Tributária.
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ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ANULAÇÃO. Concedida a segurança em sentença favorável ao contribuinte, que declarou a impossibilidade de a Autoridade Coatora aplicar multa isolada por compensação indevida, seus efeitos devem ser observados na esfera administrativa, tendose por nulo o lançamento. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. EFICÁCIA. DEVER DE OBSERVÂNCIA. Por tratarse de ação de natureza mandamental, as decisões de mérito exaradas em sede de mandado de segurança traduzemse em ordens de cumprimento imediato, devendo ser observadas pela Administração Tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. (assinado digitalmente) LEONARDO CORREIA LIMA MACEDO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 17 76 /2 01 5- 12 Fl. 438DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso de Ofício, efls. 428/433, contra decisão de primeira instância administrativa, Acórdão n.º 0269.415 1ª Turma da DRJ/BHE, efls. 428/433, que julgou procedente a impugnação anulando a exigência fiscal. O relatório da decisão de primeira instância descreve os fatos dos autos. Nesse sentido, transcrevese a seguir o referido relatório: Contra a contribuinte acima qualificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 02 a 08, para exigência de multa regulamentar no valor total de R$ 6.195.083,57. Na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, às fls. 04 e 05, as infrações apuradas estão descritas como segue: Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo supracitado, efetuamos o presente lançamento de ofício, com a observância do Decreto nº 70.235/72, e alterações posteriores, em face da apuração das infrações abaixo descritas aos dispositivos legais mencionados. DEMAIS INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES INFRAÇÃO: COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO Multa aplicada em decorrência de declaração de compensação não homologada, conforme o termo de verificação de infrações anexo. Fato Gerador Multa 25/08/2010 390.696,35 25/08/2010 367.852,06 25/08/2010 368.196,17 25/08/2010 310.508,33 25/08/2010 24.105,29 25/08/2010 111.030,43 25/08/2010 203.801,08 25/08/2010 191.924,09 24/09/2010 57.569,32 Fl. 439DF CARF MF Processo nº 13603.721776/201512 Acórdão n.º 3201005.155 S3C2T1 Fl. 439 3 24/09/2010 252.592,17 29/02/2012 1.216,94 29/02/2012 9.113,11 29/02/2012 9.076,72 29/02/2012 8.987,91 29/02/2012 8.801,80 29/02/2012 8.771,62 29/02/2012 15.422,35 29/02/2012 125.901,35 24/06/2013 3.729.516,48 Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 25/08/2010 e 24/06/2013: § 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96, introduzido pelo art. 62 da Lei nº 12.249/10. Fazem parte do presente auto de infração todos os termos, demonstrativos, anexos e documentos nele mencionados. Ante o exposto, efetuamos o lançamento da multa isolada em percentual de 50%, aplicada sobre a parcela dos débitos declarados nas DCOMPs acima, cujas compensações não foram homologadas (...) Cientificada em 25 de agosto de 2015 (fl. 153), a contribuinte apresentou, em 23 de setembro de 2015, impugnação ao lançamento (fls. 155 a 164). Inicialmente informa que a matéria objeto de impugnação foi submetida à apreciação do Judiciário, sendo que na respectiva ação foi proferida decisão favorável ao seu pleito, que se encontra em pleno vigor. Não obstante, afirma que a sua defesa possui argumentos autônomos não aduzidos judicialmente, relacionados às ilegalidades da aplicação da multa no caso concreto. A seguir, esboça breve relato dos fatos, em que relaciona os processos, assim como as respectivas Dcomp, cuja não homologação/homologação parcial deu origem à multa aplicada no presente processo. No mérito, defende, primeiramente, a nulidade do ato administrativo de lançamento, em razão do descumprimento da decisão judicial proferida no Mandado de Segurança nº 002455256.2013.4.013800, que proibia a imposição da multa isolada ora combatida. Fl. 440DF CARF MF 4 Em segundo plano, alega a impossibilidade de concomitância da multa em questão com a multa de 20% cobrada sobre o valor do débito não compensado. Aduz que ambas advêm do mesmo fato, qual seja, a não homologação das declarações de compensação, além de possuírem a mesma natureza e a mesma função (ambas são tributárias e almejam punir ou reprimir o infrator por descumprimento da legislação). Nesse sentido, sustenta que, tendo a presente multa sido a última a ser aplicada, e, considerandose que, em caso de dúvida, devese aplicar e interpretar as normas da maneira mais favorável ao infrator, esta é que deve ser afastada. Ressalta que este argumento não foi objeto de discussão Mandado de Segurança mencionado, o qual discute apenas a ilegalidade/inconstitucionalidade da norma. Por fim, e subsidiariamente, requer a suspensão/sobrestamento do processo, em atenção ao § 18 do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, em função das discussões administrativas pendentes de decisão, envolvendo os despachos decisórios relativos às compensações efetuadas. É o relatório A DRJ, por unanimidade de votos, julgou procedente a impugnação anulando a exigência fiscal. O Acórdão n.º 0269.415 1ª Turma da DRJ/BHE está assim ementado: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ANULAÇÃO. Concedida a segurança em sentença favorável ao contribuinte, que declarou a impossibilidade de a Autoridade Coatora aplicar multa isolada por compensação indevida, seus efeitos devem ser observados na esfera administrativa, tendose por nulo o lançamento. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 PROCESSO ADMINISTRATIVO E PROCESSO JUDICIAL COM OBJETOS DISTINTOS. NÃO CONCOMITÂNCIA. PROSSEGUIMENTO NAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. A propositura pelo contribuinte, de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública com objeto distinto do tratado no processo administrativo fiscal, não implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto, sendo cabível a apreciação pelo órgão de julgamento administrativo da matéria constante no processo administrativo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/2010 a 30/06/2013 DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. EFICÁCIA. DEVER DE OBSERVÂNCIA. Por tratarse de ação de natureza mandamental, as decisões de mérito exaradas em sede de mandado de segurança traduzemse em ordens de cumprimento imediato, devendo ser observadas pela Administração Tributária. Fl. 441DF CARF MF Processo nº 13603.721776/201512 Acórdão n.º 3201005.155 S3C2T1 Fl. 440 5 Inconformada, a ora recorrente apresentou, no prazo legal, Recurso de Ofício, por meio do qual, requer que a decisão da DRJ seja reformada, em atenção ao disposto no art. 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/1972 (recurso de ofício). O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo Relator O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A seguir passo a análise do Recurso de Ofício. O Recurso de Ofício versa sobre a anulação de multa isolada lavrada pela fiscalização. O valor exonerado é superior ao limite de alçada conforme artigo 70, § 1º, do Regulamento do PAF, c/c a Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, atualmente de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). A anulação teve como base a existência de decisão judicial proferida no Mandado de Segurança nº 002455256.2013.4.013800, que proibia a imposição da multa. Da análise dos autos, verificase que, em 23/08/2013, a decisão de primeira instância naqueles autos concedeu a segurança para reconhecer a inconstitucionalidade/ilegalidade dos §§15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 (com redação dada pelo art. 62 da Lei nº 12.249/2010) e declarar a impossibilidade de a Autoridade Coatora aplicar, pessoalmente ou por seus subordinados, as multas isoladas previstas nos referidos dispositivos. A autoridade fiscal, por sua vez, ciente da decisão proferida, constituiu o crédito tributário, em 25/08/2015, com a exigibilidade suspensa, por força de medida liminar concedida nos autos do processo nº 002455256.2013.4.01.3800 da 21ª Vara Federal (art. 151, incisos II e IV, do CTN) (efl. 432) Nesse ponto, o Recurso de Ofício não merece provimento, pois em caso de decisão judicial favorável ao contribuinte, devem as autoridades acatarem a referida decisão ou justificar os motivos de afastar sua incidência na hipótese dos autos. Na ocasião, por força de decisão judicial, a fiscalização estava impedida de aplicar as multas isoladas previstas nos §§15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 (com redação dada pelo art. 62 da Lei nº 12.249/2010). Notese, como bem fez o julgador de primeira instância, que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário fica suspenso durante o período em que o fisco não efetua o lançamento tributário por estar impedido de fazêlo. Fl. 442DF CARF MF 6 Merece repisar que, segundo entendimento do STJ (REsp 849.273, DJU de 07/05/2008), uma vez obstado o exercício, pelo Fisco, do seu dever de constituir o crédito tributário enquanto vigore a liminar deferida no âmbito do Mandado de Segurança, ocasionando a nulidade do auto de infração anteriormente constituído, lavrado tempestivamente (em desobediência à aludida ordem judicial), não deve fluir o lustro decadencial, uma vez que não se caracterizou aqui a inércia do sujeito ativo, que, com a eventual cassação da decisão impeditiva, deverá proceder ao lançamento antes do decurso do prazo quinquenal. Sobre esta questão, também já se manifestou a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em seu Parecer PGFN/CRJ/Nº 2740/2008, no sentido de que o curso do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário fica suspenso durante o período em que o Fisco não efetua o lançamento tributário por estar impedido de fazêlo. (efl. 433) A jurisprudência do CARF é nesse mesmo sentido. LIMITAÇÃO DA AÇÃO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL POR MEDIDA JUDICIAL LANÇAMENTO PRAZO Não correrão os prazos estabelecidos em lei para o lançamento do imposto, até decisão final na esfera judiciária, nos casos em que a ação das repartições da Secretaria da Receita Federal for suspensa por medida judicial contra a Fazenda Nacional. Assim, a existência de obstáculo judicial, legal, ou qualquer outro motivo de força maior, que impeça a ação das autoridades fiscais para a formalização da exigência fiscal, impedirá o curso do prazo previsto para a prática do ato administrativo de lançamento. (Acórdão nº 10417453 do Processo 16327.001025/9883) Por todo o exposto, nego provimento ao Recurso de Ofício tendo em vista que a autoridade julgadora de primeira instância apreciou o feito nos termos da legislação de regência e dos elementos constantes dos autos. É como voto. (assinado digitalmente) Leonardo Correia Lima Macedo Relator Fl. 443DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.904536/2009-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA.
As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida.
DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO.EFEITOS.
A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde, nos moldes do artigo 147, §1º do Código Tributário Nacional.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARADO E NÃO RECOLHIDO.
A denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados e não recolhidos pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-006.565
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA. As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida. DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO.EFEITOS. A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde, nos moldes do artigo 147, §1º do Código Tributário Nacional. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARADO E NÃO RECOLHIDO. A denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados e não recolhidos pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 45 36 /2 00 9- 18 Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos. Relatório Tratase de Pedido de Compensação formulado para o aproveitamento de crédito de contribuição não cumulativa decorrente de pagamento indevido ou a maior, que restou não homologado, conforme Despacho Decisório carreado aos autos. Inconformada, a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade, oportunidade na qual anexou aos autos a DCTF retificadora transmitida após a prolação do despacho decisório, para indicar que o valor correto de PIS devido no período. Acostou aos autos, ainda, o DACON retificador com o mesmo valor. A defesa interposta foi julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 05039.437. Intimada desta decisão, a empresa apresentou o Recurso Voluntário ora em apreço, alegando "a existência líquida e certa do crédito". Traz a legislação tributária referente à compensação e sustenta adiante que o recolhimento a maior teria ocorrido por um lapso, por ter deixado de retificar as DCTFs da época, retificação realizada após o despacho decisório em conformidade com a Instrução Normativa n. 903/2008. Sustenta, ainda, a impossibilidade de cobrança de multa na compensação pela aplicação do instituto da denúncia espontânea. Pleiteia, ainda, a realização de novas diligências para confirmar a validade dos valores indicados no DACON e na DCTF retificadores. Em seguida, os autos foram direcionados a esse Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 4 3 Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.556, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 10882.904527/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.556): "O Recurso Voluntário é tempestivo e deve ser conhecido. Contudo, atentandose para o presente caso, observase que a Recorrente se preocupa em evidenciar, apenas, a retificação do DACON e da DCTF realizada após o recebimento do despacho decisório, sem buscar demonstrar a origem e validade do crédito pleiteado, sequer mencionando qual o erro cometido em sua apuração da COFINS de janeiro/2006. Primeiramente, essencial novamente1 firmar o contribuinte figura como titular da pretensão nas Declarações de ressarcimento e de compensação e, como tal, possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. Assim, caberia ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a Fiscalização incorreu em erro ao não homologar a compensação pleiteada, em conformidade com os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/19722. Com efeito, o ônus probatório nos processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito, no entendimento reiterado desse Conselho. A título de exemplo: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a 1 Como já consigando por esta Turma em outras oportunidade como, por exemplo, no Acórdão n.º 3402004.763, de 25/10/2017, de minha relatoria. 2 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;" Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 5 4 aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Atentandose para o presente caso, observase que os únicos elementos de prova trazidos pelo Recorrente para respaldar seu crédito foram a DCTF e o DACON retificadores referentes à competência de janeiro/2006, que passaram a indicar o valor devido de COFINS de R$ 32.777,61. Uma vez que a empresa procedeu com o recolhimento em DARF do valor de R$ 35.500,58, haveria exatamente a diferença de R$ 2.722,97, pleiteada no pedido de compensação. Contudo, observase que a Recorrente não anexou aos autos qualquer documento fiscal ou contábil suscetível à demonstrar qual o equívoco que foi cometido na sua apuração, de forma a evidenciar a razão pela qual procedeu com a retificação de seus documentos fiscais. Ordinariamente, em casos como esses, esta relatora propõe a conversão do processo em diligência para que seja oportunizada a apresentação, pelo sujeito passivo, dos documentos. Contudo, no presente caso, observase que a r. decisão recorrida expressamente indicou a deficiência na instrução probatória, apontando quais os documentos que deveriam ser apresentados para demonstrar os valores retificados na DACON e na DCTF: "Deveria a manifestante ter juntado aos autos documentos que demonstrassem que as declarações inicialmente transmitidas estavam erradas. Esta prova se dá mediante a apresentação dos registros contábeis e demais documentos fiscais que efetivamente comprovem quais os fatos geradores ocorridos no período de apuração e qual a base de cálculo apurada. O erro deve ser evidenciado, não bastando a simples alegação de sua existência." (efl. 141 grifei). Observase, portanto, que no presente caso a r. decisão recorrida não desconsiderou a retificação realizada pelo sujeito passivo, evidenciando a necessidade da empresa demonstrar as razões pelas quais procedeu com a retificação das declarações para indicar valor devido à menor de COFINS. Este entendimento, frisese, está em conformidade com as manifestações deste Conselho, consoante bem explanado pela Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz no Acórdão 3402 005.034: Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 6 5 "Muito embora a falta de prova sobre a existência e suficiência do crédito tenha sido o motivo tanto da não homologação da compensação por despacho decisório, como da negativa de provimento à manifestação de inconformidade, a Recorrente permanece sem se desincumbir do seu ônus probatório, insistindo que efetuou a retificação do Dacon e da DCTF, o que demonstraria seu direito ao crédito. Ocorre que o Dacon constitui demonstrativo por meio do qual a empresa apura as contribuições devidas. Com efeito, o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON), instituído pela Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004, é uma declaração acessória obrigatória em que as pessoas jurídicas informavam a Receita Federal do Brasil sobre a apuração da Contribuição ao PIS e da COFINS. Em outros termos, sua função é de refletir a situação do recolhimento das contribuições da empresa, sendo os créditos autorizados por lei e com substrato nos documentos contábeis da empresa, basicamente notas fiscais os livros fiscais onde estão registradas as referidas notas, além da própria DCTF. Assim, são esses últimos documentos que possuem aptidão para comprovar o crédito. Ademais, a Instrução Normativa n. 1.015, de 05 de março de 2010, vigente à época dos fatos [redação semelhante ao do art. 11, da Instrução Normativa n.º 590/2005, vigente à época dos fatos do presente processo3], estabelece que: Art. 10. A alteração das informações prestadas em Dacon, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de demonstrativo retificador, elaborado com observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. 3 Art. 11. Os pedidos de alteração nas informações prestadas no Dacon serão formalizados por meio de Dacon retificador, mediante a apresentação de novo demonstrativo elaborado com observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. § 1º O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente apresentado, substituindoo integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos informados em demonstrativos anteriores. § 2º Não será aceita a retificação que tenha por objeto alterar os débitos relativos à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins: I que já tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, nos casos em que o pleito importe alteração desses débitos; II em relação aos quais já tenham sido apuradas diferenças em procedimento de ofício, relativas às informações, indevidas ou não comprovadas, prestadas no Dacon original e que tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; ou III em relação aos quais o sujeito passivo tenha sido intimado do início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados no Dacon, que resulte em alteração do montante do débito já inscrito em Dívida Ativa da União, somente poderá ser efetuada, pela Secretaria da Receita Federal, nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento do demonstrativo. § 4º A pessoa jurídica que entregar o Dacon retificador, alterando valores que tenham sido informados em DCTF, deverá apresentar, também, DCTF retificadora. § 5º A retificação de Dacon não será admitida com o objetivo de alterar a periodicidade, mensal ou semestral, de demonstrativo anteriormente apresentado. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 7 6 § 1º O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente apresentado, substituindoo integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar alteração nos créditos e retenções na fonte informados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas no demonstrativo original, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização; e II alterar débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (...) § 5º A pessoa jurídica que entregar Dacon retificador, alterando valores que tenham sido informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), deverá apresentar, também, DCTF retificadora. Quanto à DCTF, cuja retificação foi feita posteriormente à prolação do despacho decisório, tampouco salvaguarda o pleito da Recorrente. Explico. Este Conselho possui pacífica jurisprudência, tanto nas turmas ordinárias (e.g. Acórdãos 3801004.289, 3801004.079, 3803003.964) como na Câmara Superior de Recursos Fiscais (e.g. Acórdão 9303005.519), no sentido de que a retificação posterior ao Despacho Decisório não impediria o deferimento do crédito quando acompanhada de provas documentais comprovando o erro cometido no preenchimento da declaração original. Tal entendimento fundase na letra do artigo 147, § 1º do Código Tributário Nacional, a seguir transcrito: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 8 7 administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Portanto, a DCTF retificadora apresentada após a ciência do Despacho Decisório não é suficiente para a demonstração do crédito pleiteado em PER/DCOMP, sendo imprescindível que a Contribuinte faça prova do erro em que se fundou a retificação. Nesse sentido, destaco a ementa do Acórdão nº 9303005.708, cujo julgamento na CSRF, por unanimidade, ocorreu em 19 de setembro de 2017: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/04/2001 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Recurso Especial do Contribuinte negado.) Com relação a prova dos fatos e o ônus da prova, dispõem o artigo 36, caput, da Lei nº 9.784/99 e o artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil, abaixo transcritos, que caberia à Recorrente, autora do presente processo administrativo, o ônus de demonstrar o direito que pleiteia: Art. 36 da Lei nº 9.784/99. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 373 do Código de Processo Civil. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Peço vênia para destacar as palavras do Conselheiro relator Antonio Carlos Atulim, plenamente aplicáveis ao caso sub judice: “É certo que a distribuição do ônus da prova no âmbito do processo administrativo deve ser efetuada levandose em conta a iniciativa do processo. Em processos de repetição Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 9 8 de indébito ou de ressarcimento, onde a iniciativa do pedido cabe ao contribuinte, é óbvio que o ônus de provar o direito de crédito oposto à Administração cabe ao contribuinte. Já nos processos que versam sobre a determinação e exigência de créditos tributários (autos de infração), tratandose de processos de iniciativa do fisco, o ônus da prova dos fatos jurígenos da pretensão fazendária cabe à fiscalização (art. 142 do CTN e art. 9º do PAF). Assim, realmente andou mal a turma de julgamento da DRJ, pois o ônus da prova incumbe a quem alega o fato probando. Se a fiscalização não provar os fatos alegados, a consequência jurídica disso será a improcedência do lançamento em relação ao que não tiver sido provado e não a sua nulidade. No caso em análise, a Contribuinte esclarece que teria apurado créditos de PIS, contudo, para comprovar a liquidez e certeza do crédito informado nas declarações (DCTF e DACON) é imprescindível que seja demonstrada através da escrituração contábil e fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração." (grifei) E, diferentemente dos casos anteriores nos quais entendeu se pela conversão do processo em diligência, foi com fulcro nesse entendimento que a r. decisão recorrida expressamente apontou a necessidade de serem trazidos aos autos novos elementos de prova além da retificação da DCTF e do DACON. Contudo, a Recorrente não apresentou quaisquer documentos adicionais no Recurso Voluntário. Com efeito, na peça recursal, a empresa se pautou a anexar os mesmos documentos já apresentados em sede de manifestação de inconformidade. Ademais, observase que a Recorrente em qualquer momento sequer menciona qual o erro que supostamente teria sido cometido na apuração. Neste aspecto, importante inclusive apontar a inconsistência da peça recursal da empresa, que ora afirma que o crédito seria decorrente de ressarcimento de IRPJ, ora afirma que seria crédito de PIS, sendo que, como trazido no pedido de compensação, o presente processo se refere à crédito de COFINS. Assim, no presente caso, entendo ser prescindível a diligência, vez que a Recorrente não trouxe qualquer elemento de prova diferente do DACON e da DCTF retificadores, não obstante essa falta probatória já tivesse sido apontada pela r. decisão recorrida. Face a ausência de provas da liquidez e certeza do crédito, entendo que deve ser negado provimento ao recurso. Por fim, insta mencionar que o argumento da denúncia espontânea somente seria passível de ser analisado nessa seara caso o crédito pleiteado tivesse sido reconhecido. Isso porque, a denúncia espontânea do art. 138, do Código Tributário Nacional Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 10 9 ocorre quando o contribuinte "após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente" (Recurso Especial 1.149.022/SP4 grifei). No presente caso, ainda que se entenda pelo cabimento do instituto da denúncia espontânea por meio de compensação (entendimento desta Relatora, com fulcro, dentre outros, no acórdão n. 3402.003.486, de 29/11/20165 e no Acórdão nº 4 "1 A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). (…) 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008." (REsp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010 grifei) 5 "COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. PER/DCOMP. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXONERAÇÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. A compensação tributária, efetivada pelo contribuinte por meio de PER/DCOMP, constitui sistemática que acarreta num encontro de contas, tendo como resultado a extinção de duas obrigações contrapostas: relação jurídica tributária, em que o contribuinte tem débito perante o Fisco; e relação jurídica de restituição de indébito ou ressarcimento, na qual o contribuinte tem direito a crédito a ser pago pelo Fisco (artigo 170, CTN e artigo 74 da Lei n. 9.430/96). Há, portanto, concomitante pagamento de tributo e restituição do indébito ou Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 11 10 9101003.689, de 07/08/20186), o débito declarado na compensação de IRPJ estimativa não foi extinto, vez que o crédito declarado não foi reconhecido e a compensação pleiteada não foi homologada. Assim, o débito declarado na compensação não foi quitado, inexistindo os elementos necessários para atrair o instituto da denúncia espontânea. Nesse sentido, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra ressarcimento do tributo. Ou seja, na compensação tributária há sim pagamento, de modo que é figura passível de ser abrangida pelo benefício da denúncia espontânea, com a consequente exclusão da multa moratória, nos termos do artigo 138 do CTN." (Processo 10675.003602/200391 Sessão 29/11/2016 Redatora desiganda Thais de Laurentiis Galkowicz Nº Acórdão 3402003.486 grifei) 6 "COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. A regular compensação realizada pelo contribuinte é meio hábil para a caracterização de denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do CTN, cuja eficácia normativa não se restringe ao adimplemento em dinheiro do débito tributário." (Processo 10380.721163/201036 Sessão 07/08/2018 Relator Luís Flávio Neto Nº Acórdão 9101003.689 grifei) Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10882.904536/200918 Acórdão n.º 3402006.565 S3C4T2 Fl. 12 11 Fl. 146DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10630.720326/2007-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 29 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
Ementa:
ITR — ÁREAS ALAGADAS PARA FINS DE CONSTITUIÇÃO DE RESERVATÓRIO DE USINAS HIDROELÉTRICAS - NÃO INCIDÊNCIA O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidroelétricas,.
Súmula 45 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF)
Recurso Provido em Parte.
Numero da decisão: 2101-000.630
Decisão: ACORDAM os membros da Colegiada, por unanimidade de votos, em DAR
provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo do ITR a área de 371,00 hectares, nos termos do voto da Relatora. Declarou-se impedido o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka.
Nome do relator: Ana Neyle Olimpio Holanda
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Súmula 45 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) Recurso Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Colegiada, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo do ITR a área de 371,00 hectares, nos termos do voto da Relatora. Declarou-se impedido o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, CA10 MARCOS CÂNDIDO - Presidente ANA NYLE OLINIPIO HOLANDA — Relatora EDITADO EM: 2 2 pai 2010 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Caio Marcos Cândido, Ana Neyle Olímpio Holanda, José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes e Gonçalo Bonet Allage, Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento 1\1° 06103/0002112007, que diz respeito a imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), referente ao imóvel rural Usina Hidrelétrica Cachoeira do Emboque, localizado no município de Raul Soares (MG), por meio do qual se exige do sujeito passivo acima identificado o montante de R$ 59,867,33, a título de imposto, acrescido da multa de oficio equivalente a 75% do valor do tributo apurado, além de juros de mora, em face da glosa de valores apresentados na declaração do tributo, no exercíció 2003, com supedâneo nos artigos 10, § 1 0, I, II, e alínea a, e 14 da Lei n° 9.393, de 19/11/1996, nos seguintes moldes: i) Área de Preservação Permanente — 347,10 ha para 0,00 ha; ii) Valor da Terra Nua (VTN) de R$ "18,807,10 para R$ L292.580,00, 2., A autoridade fiscal efetuou o arbitramento do VTN com base em informações do Sistema de Preços de Terras (SIPT), instituído por meio da Portaria SRF n" 447, de 28/03/2002, 3. Em contraposiçâo ao lançamento, foi apresentada a impugnação de fls„ 11 a 23. 4, Submetida a lide a julgamento, os membros da 1" Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) acordaram por dar o lançamento como procedente, resumindo o seu entendimento nos termos da ementa a seguir transcrita: ASSUNTO; IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL — ITR Exercício. 2003 DAS ÁREAS RURAIS SUBMERSAS - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO Áreas rurais de empresa concessionária de serviços públicos de eletricidade, destinadas a reservatórios de usina hidrelétrica, integram o patrimônio dessa empresa e submetem-se às regras tributárias aplicadas aos demais imóveis rurais. Reservatórios de água de barragem não se confundem com potenciais de energia hidráulica, bens da União previstos da Constituição Federal, DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE — MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, conforme legislação processual pertinente. DO VALOR DA TERRA NUA - VTIV. 2 Processo n° I 0630 72032612007-79 S2-C1T1 Acórdão n.' 2101-00.630 Fl 158 Caracterizada a subavaliação do Valor da Terra Nua - VTN declarado ou a prestação de informações inewitas DITR/2003, o respectivo VTN/ha poderá ser arbitrado pela autoridade .fiscal, com base no SIPT, nos termos da Lei n" 9.393/1996. Para a possível revisão desse VTN, seria necessário laudo técnico de avaliação, emitido por profissional habilitado ou empresa de reconhecida capacitaç'õo técnica, com ART/CREA, atendidas os requisitos da norma NBR n" 14..653-3 da ABNT Lançamento Procedente. 5. Intimado aos 02/10/2008, o sujeito passivo apresenta sua irresignação por meio de recurso voluntário tempestivo (fis, 78 a 93). 6. de defesa: No apelo interposto, a recorrente expõe, em síntese, os seguintes argumentos I — tomou-se concessionária de produção independente de energia elétrica, tendo firmado com a União Federal contrato de concessão de uso de bem público, para exploração de aproveitamento hidrelétrico e sistema de transmissão associado; II - pelas mesmas razões do lançamento aqui guerreado, foi questionada pelo fisco, em outros exercícios, sendo que, em julgamento da lide, o Terceiro Conselho de Contribuintes se manifestou a seu favor, pela não incidência do 1TR, em se tratando de terras utilizadas como reservatório de água para produção de energia elétrica; III — o bem público utilizado é composto por terras que se tornaram reservatório de águas de barragem, que devem ser considerados potenciais de energia elétrica, em que existe uma possibilidade de geração de energia; IV — os reservatórios das usinas hidrelétricas são bens de domínio público de uso especial, inalienáveis, sobre os quais há afetação pública pelo regime de concessão, e, como tal, não há que se falar em propriedade por parte do concessionário; V — a compensação financeira pela exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica está plasmada no artigo 20, VIII, § 1°, da Constituição Federal; VI — não há base de cálculo para o 1TR, por não haver valor de mercado para a apuração do VTN, por se tratar de bem de domínio público, afetado ao patrimônio da pessoa política da União, fora do comércio; VII — o artigo 9', VIII, da Instrução Normativa SRF ri° 256, de 11/12/2002, alterada pela Instrução Normativa SRF n° 861, de 17/07/2008, deixa clara a não incidência do 1TR em terras alagadas para fins de reservatório de usinas hidrelétricas, 7. Ao final, defende que se acatem os termos da defesa para reformar o entendimento de primeira instância e considerar o lançamento improcedente. 8. Vieram os autos a julgamento nesse colegiado, de acordo com as determinações de competência veiculadas pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009, em seu artigo 3', III 3 É o Relatório. Voto Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda, Relatara O recurso preenche os requisitos para sua admissibilidade, dele torno conhecimento. O objeto do auto de infração é a cobrança de valores auto de infração que diz respeito a imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), no exercício 2003, referente ao imóvel rural Usina Hidrelétrica Cachoeira do Emboque, em face das seguintes modificações: i) Área de Preservação Permanente — 347,10 ha para 0,00 ha, e, ii) Valor da Tena Nua (VTN) de R$ 18,807,10 para R$ L292.580,00. A recorrente não se insurgiu contra a parte da imposição fiscal que trata da Área de Preservação Permanente, restringindo-se o litígio ao arbitramento do VTN. O principal argumento de defesa apresentado pela recorrente diz respeito à tese de que se trataria o imóvel de área submersa, coberta por reservatório de usina hidrelétrica, e, portanto, não sujeita à incidência do ITR. Ressalte-se que a área total do imóvel em questão tem a extensão de 718,10 ha, entretanto, o sujeito passivo informou em sua declaração de ITR que em tal área estariam compreendidos 347,10 ha correspondente à Área de Preservação Permanente, havendo que se admitir que quisera tratar corno tal o entorno do reservatório da usina hidrelétrica, o que nos leva a considerar que tenha sido coberta pelo lago a extensão de 371,00 ha, No sentido da tributação do ITR sobre as áreas inundadas por lagos artificiais de usinas hidrelétricas, a Secretaria da Receita Federal, no mandamento do artigo 9°, VIII, da Instrução Normativa SRF ri ci 256, de 11/12/2002, alterada pela Instrução Normativa SRF n° 861, de 17/07/2008, deixa clara a não incidência do tributo sobre terras alagadas para fins de reservatório de usinas hidrelétricas. Confirma este entendimento a Súmula 45 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CÁRF), no seguinte sentido: "O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidroelétricas". Dessarte, deve ser excluída da base de cálculo do ITR a extensão de 371,00 ha, por se tratar de área inundada em razão de reservatório de usina hidrelétrica. Forte no exposto, somos por dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, para excluir da base de cálculo do ITR a área inundada de 371,00 ha. Sala das Sessões, em 29 de julho de 2010 na Nyh Olímpio ',Iolanda 4
score : 1.0
Numero do processo: 16095.720062/2015-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2010
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. REJEIÇÃO
Cabem embargos declaratórios para eliminar omissão acerca de ponto sobre o qual o órgão julgador deveria pronunciar-se.
No caso, não se reconhece o vício apontado, pois o autuado impugnou especificamente a multa isolada, instaurando-se, portanto, o litígio em relação a essa matéria, sendo certo ser lícito ao julgador utilizar-se dos argumentos que entender pertinentes.
Numero da decisão: 1301-003.762
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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OMISSÃO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado CENTURYLINK COMUNICAÇÕES DO BRASIL LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. REJEIÇÃO Cabem embargos declaratórios para eliminar omissão acerca de ponto sobre o qual o órgão julgador deveria pronunciarse. No caso, não se reconhece o vício apontado, pois o autuado impugnou especificamente a multa isolada, instaurandose, portanto, o litígio em relação a essa matéria, sendo certo ser lícito ao julgador utilizarse dos argumentos que entender pertinentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 72 00 62 /2 01 5- 54 Fl. 3226DF CARF MF Processo nº 16095.720062/201554 Acórdão n.º 1301003.762 S1C3T1 Fl. 3.227 2 Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Relatório Trata o presente processo de Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional contra Acórdão nº 1301002.736, de 20/02/2018, desta 1ª Turma Ordinária, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.INEXISTÊNCIA. Inexiste cerceamento ao direito de defesa quando as motivações das glosas foram devidamente descritas nos documentos de lançamento. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PERÍCIA CONTÁBIL. DESNECESSÁRIA. As diligências e perícias são deferidas nos casos em que se prestarem a esclarecer pontos obscuros, incontroversos ou duvidosos, necessários à solução da lide, nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235/72. São desnecessárias as diligências nos casos em que objetivarem uma reanálise dos documentos juntados aos autos ou a obtenção de novos documentos para comprovação dos custos e exclusões glosados pela fiscalização. GLOSAS DE CUSTOS NÃO COMPROVADOS. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. GLOSAS MOTIVADAS. PROCEDÊNCIA. Alegações genéricas de que as despesas estão relacionadas aos objetivos sociais da pessoa jurídica, bem assim, de que a documentação acostada aos autos seria hábil à comprovação dessas despesas não têm o condão de afastar o lançamento quando as glosas realizadas pela fiscalização foram individualizadas e devidamente motivadas. BENS DE NATUREZA PERMANENTE DEDUZIDOS COMO CUSTOS. IMPOSSIBILIDADE. A contabilização de gastos com reparos e manutenção de natureza permanente como custos operacionais contraria o disposto no art. 301 do Decreto nº 3.000/99. Referidos valores devem ser registrados no ativo permanente para posterior contabilização das despesas com depreciação/amortização. EXCLUSÕES INDEVIDAS AO LUCRO LÍQUIDO. AJUSTES DE DEPRECIAÇÃO NÃO COMPROVADOS. VARIAÇÃO CAMBIAL PASSIVA. REGIME DE CAIXA. EFETIVO PAGAMENTO. Fl. 3227DF CARF MF Processo nº 16095.720062/201554 Acórdão n.º 1301003.762 S1C3T1 Fl. 3.228 3 A falta de comprovação das diferenças entre as taxas adotadas pela empresa incorporada e pela recorrente impede a exclusão dos ajustes a título de depreciação Os valores relativos às variações cambiais passivas do programa de opção de compra de ações da fiscalizada, em favor de seus empregados, somente podem ser excluídos da apuração do lucro real na data do efetivo pagamento à matriz no exterior pois sujeitas ao regime de caixa. MULTA ISOLADA. EXIGÊNCIA CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. A multa isolada é cabível nos casos de falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ, mas não pode ser exigida, de forma cumulativa, com a multa de ofício, aplicável aos casos de falta de pagamento do imposto, apurado de forma incorreta pelo contribuinte, no final do período base de incidência. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. INCIDÊNCIA SOBRE PRINCIPAL E MULTA DE OFÍCIO. PROCEDÊNCIA. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora devidos à taxa Selic. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2010 CSLL. LANÇAMENTO REFLEXO. Aplicase a mesma solução dada ao litígio principal, IRPJ, em razão do lançamento estar apoiados nos mesmos elementos de convicção. Afirma a embargante que esta Turma, ao prolatar o referido acórdão, foi omissa, quando deixou de se pronunciar sobre as razões que levaram a conhecer de ofício a matéria relativa à exigência de multa isolada e sua aplicação em conjunta com a multa de ofício. Em 25 de janeiro de 2019, foi proferido Despacho de Admissibilidade de Embargos (fls. 3.224/3.225), mediante o qual o Sr. Presidente desta 1ª Turma Ordinária admitiu os embargos opostos. É o relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator Fl. 3228DF CARF MF Processo nº 16095.720062/201554 Acórdão n.º 1301003.762 S1C3T1 Fl. 3.229 4 Os embargos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade previstos no vigente Regimento Interno do CARF, razão pela qual os conheço e passo a analisálos. De acordo com o Regimento Interno deste Conselho, cabem embargos de declaração nas hipóteses em que o acórdão contenha obscuridade; contradição entre a decisão e seus fundamentos; ou omissão acerca de ponto sobre o qual o órgão julgador deveria pronunciarse. No caso concreto, o que motivou os embargos foi a apontada omissão da Turma Julgadora, ao deixar de se pronunciar sobre as razões que levaram a conhecer de ofício a matéria relativa à exigência de multa isolada e sua aplicação em conjunta com a multa de ofício, uma vez que, na visão da recorrente, esta matéria não teria sido objeto de insurgência específica na impugnação e no recurso voluntário. Para maior clareza, transcrevese fragmentos dos aludidos embargos: Diante de todo o exposto, considerandose a omissão acima identificada, fazse necessário o pronunciamento deste Colegiado sobre as questões acima postas, tendo em vista que o autuado não cumpriu o ônus da impugnação específica e a exigência decorrente do princípio da dialeticidade nem na impugnação nem no recurso voluntário, quanto à exigência da multa isolada e nem quanto à sua aplicação conjunta com a multa de ofício (o autuado limitase a se insurgir em face da multa de ofício de 75% apenas), tendo como consequência a ocorrência preclusão e a definitividade da exigência nos termos do art. 14, 16, 17, 33 e 42, todos do Decreto nº 70.235/72. A decisão embargada, assim, foi omissa quanto às razões que levaram o Colegiado a conhecer a matéria e dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o cancelamento da multa isolada, haja vista que o contribuinte autuado não se insurgiu no recurso voluntário contra essa matéria (multa isolada. Não tendo alegado também qualquer impossibilidade de aplicação conjunta com a multa de ofício de 75%). Se o Colegiado entende poder apreciar de ofício a matéria, mesmo diante da ausência de insurgência específica no recurso voluntário quanto à multa agravada, deve indicar as razões para fazêlo, apontando os fundamentos legais para tanto, razão pela qual, de qualquer modo, persistiria o vício da omissão. Ao contrário do sustentado pela embargante, não identifico hipótese de omissão que autorize o manejo dos embargos, pois o contribuinte cumpriu o ônus processual de impugnação específica, tanto na impugnação como no recurso, na medida em que questionou a infração 4, que é justamente a aplicação da multa isolada, em razão da insuficiência de recolhimentos mensais de estimativa do IRPJ e da CSLL. O fato de não ter sido apresentado argumentos atinentes à cumulação da referida multa com a do ofício, não impede que o colegiado utilizese desses argumentos para afastar a infração cometida, sendo, de um certo modo, pacífico o entendimento de que a decisão que põe fim à determinada matéria controversa não está presa aos argumentos aduzidos pelas partes. Fl. 3229DF CARF MF Processo nº 16095.720062/201554 Acórdão n.º 1301003.762 S1C3T1 Fl. 3.230 5 Logo, não se reconhece o vício apontado, pois o autuado impugnou especificamente a multa isolada, instaurandose, portanto, o litígio em relação a essa matéria, sendo certo ser lícito ao julgador utilizarse dos argumentos que entender pertinentes. Conclusão Sendo assim, voto por rejeitar os embargos declaratórios opostos. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 3230DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.901279/2015-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE APRESENTADA TEMPESTIVAMENTE, POR VIA POSTAL, DEVIDAMENTE RECEPCIONADA NOS AUTOS. DEVER DA ADMINISTRAÇÃO DE JULGAR SEU MÉRITO.
Em caso de ser apresentada manifestação de inconformidade, de forma tempestiva e regular, por via postal, devidamente recepcionada pela unidade da Administração Tributária, é dever da Administração apreciar suas razões e seu mérito, emitindo decisão fundamentada.
Numero da decisão: 3301-005.986
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, .por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e a realização de um novo julgamento enfrentando o mérito.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DEVER DA ADMINISTRAÇÃO DE JULGAR SEU MÉRITO. Em caso de ser apresentada manifestação de inconformidade, de forma tempestiva e regular, por via postal, devidamente recepcionada pela unidade da Administração Tributária, é dever da Administração apreciar suas razões e seu mérito, emitindo decisão fundamentada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, .por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e a realização de um novo julgamento enfrentando o mérito. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 90 12 79 /2 01 5- 53 Fl. 296DF CARF MF Processo nº 10640.901279/201553 Acórdão n.º 3301005.986 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam estes autos de análise de Pedido Eletrônico de Ressarcimento – PER, de créditos de COFINS, cujo pleito não foi integralmente reconhecido, consoante Despacho Decisório carreado aos autos. A requerente foi cientificada do Despacho Decisório, e apresentou manifestação de inconformidade, via postal. Em função de tal apresentação de manifestação da requerente, por via postal, a Agência da Receita Federal em Cataguases/MG enviou Ofício, ao requerente, onde se comunicava que : 2. Cumpre esclarecer que a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013 em seu artigo 2º, §1º, com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.629/2016, estabelece que “as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a entrega de documentos será realizada obrigatoriamente no formato digital”. A citada Instrução Normativa estabelece ainda as peculiaridades e procedimentos necessários para se efetivar a apresentação das manifestações de inconformidade em cada processo digital. 3. Diante do exposto, tendo em vista que a apresentação de documentação pelos correios foi realizada em desacordo com o que determina a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, não será dado conhecimento aos protocolos apresentados e os Despachos Decisórios exarados em cada processo serão considerados como não questionados. 4. Por último cumpre esclarecer que a empresa pode, ainda que intempestivamente, fazer a apresentação dos questionamentos digitalmente na forma da Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013. Em caso de discordância quanto à intempestividade, a empresa pode fazer as alegações preliminares que entender cabíveis. A requerente teve ciência deste Ofício, por acesso á sua caixa postal eletrônica,. Em resposta, a requerente apresentou sua Manifestação de Inconformidade por via eletrônica, acompanhada de Declaração de Tempestividade, nos seguintes termos: ' o contribuinte acima identificado vem solicitar a recepção pela Receita Federal da Manifestação de Inconformidade na forma digital (...), uma vez que a mesma fora encaminhada fisicamente pelos correios, tempestivamente, em face da autorização que consta no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 19/1997. Desta forma, ciente que apresentou sua irresignação tempestivamente, e considerando que eventual vício de forma não pode mitigar seu direito constitucional de petição e de ampla defesa, direito material, mormente ao considerarmos o princípio do formalismo moderado que rege o processo administrativo fiscal, roga pela recepção e regular processamento da Manifestação de Inconformidade em epígrafe.” Diante destes documentos, a Agência da Receita Federal em Cataguases/MG encaminhou os autos á DRJ/FUIZ DE FORA com o seguinte despacho : “O contribuinte inicialmente apresentou Manifestação de Inconformidade pelos correios dentro do prazo legal porém Fl. 297DF CARF MF Processo nº 10640.901279/201553 Acórdão n.º 3301005.986 S3C3T1 Fl. 4 3 em desacordo com o que determina a IN 1.412/2013. Em seguida a empresa foi instada a apresentar o questionamento da forma como é determinada a legislação, o que ocorreu intempestivamente. Em seu protocolo porém a empresa alega preliminarmente a tempestividade da Manifestação de Inconformidade. Diante do exposto encaminho o presente processo à SECOJ/DRJ/JFA/MG para apreciação das preliminares, e julgamento se for o caso.” A DRJ/JUIZ DE FORA exarou o Acórdão de nº 09064.393, que julgou intempestiva a manifestação de inconformidade apresentada, mantendo o entendimento da unidade de origem. Irresignado, o requerente apresentou recurso voluntário, dirigido a este CARF, onde, em síntese, contesta a declarada intempestividade da manifestação de inconformidade, alegando : a Recorrente não pode concordar com o acórdão recorrido, o qual não conheceu da Manifestação de Inconformidade por entender ter sido a mesma apresentada intempestivamente. A autoridade preparadora, que detém competência legal para a instrução do processo, por sua vez acolheu a juntada digital dos documentos e enviou os autos para a Delegacia de Julgamento. entende a Recorrente que a tempestividade de sua Manifestação de Inconformidade é evidente, principalmente por conta das peculiaridades acerca da intimação que recebeu – sem instruções alguma sobre apresentação “eletrônica” da mesma confia e espera a Recorrente, lastreada na proficiência dos membros deste I. Órgão Judicante, na anulação da decisão que não conheceu de impugnação regularmente interposta, com a expressa determinação para que a Delegacia de Julgamento profira decisão de mérito sobre a irresignação tempestivamente ofertada, É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.974, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10640.901267/201529, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.974): "13 A questão central destes autos está centrada na tempestividade ou não da manifestação de inconformidade Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10640.901279/201553 Acórdão n.º 3301005.986 S3C3T1 Fl. 5 4 apresentada, que restou não conhecida pela decisão de piso. 14. Entretanto, a principal questão a ser enfrentada é a recepção de documento não entregue por meio digital, carreado aos autos como documento válido, pois que no momento de sua inclusão nos autos, devidamente numerado, tornouse documento devidamente recepcionado pela Administração Tributária. 15. O próprio julgador da DRJ enfrentou o problema ao afirmar “ Registro, de plano, que reputo correta a informação contida no ofício expedido pelo titular da ARF Cataguases quando vem dizendo que "tendo em vista que a apresentação de documentação pelos correios foi realizada em desacordo com o que determina a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, não será dado conhecimento aos protocolos apresentados e os Despachos Decisórios exarados em cada processo serão considerados como não questionados". Diante desse quadro, devo registrar que a ação, do mesmo servidor, de juntar ao processo os documentos dos quais informara que não tomaria conhecimento colide frontalmente com o disposto no diploma regulador e com a própria conclusão estampada no ofício. Ora, não se junta ao processo documento do qual não se toma conhecimento, devolvese o documento ao remetente para que este tome a atitude que entender mais adequada ao resguardo do seu direito. Temos então os seguintes fatos: a ciência do Despacho Decisório se deu em 22/06/2016; a postagem da Manifestação de Inconformidade se deu em 22/07/2016 e a apresentação, da mesma peça de defesa, na forma preconizada pela Instrução Normativa RFB n° 1.412/2013 se deu em 17/11/2016. Lembrando que esta última somente foi apresentada após a recepção do ofício expedido pelo titular da Agência da RFB em Cataguases, fato que nos permite concluir que o procurador da requerente ignorava a regra que estabelecia que a apresentação da manifestação de inconformidade deveria ser por meio eletrônico (digital). “ 12. Correto o julgador ao afirmar que não se junta ao processo documento do qual n~çao se toma conhecimento, devolvese o documento ao remetente para que este tome a titude que entender mais adequada ao resguardo do seu direito. 13. Entretanto, a contrario sensu, o documento foi efetivamente recepcionado e consta presente nos autos, e mais, foi entregue, mesmo que por via postal, tempestivamente, o que garante ao requerente que o documento seja analisado in totum. Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10640.901279/201553 Acórdão n.º 3301005.986 S3C3T1 Fl. 6 5 14. Verificase, também, que, após a ciência do ofício emitido pela Agência da Receita Federal, a impugnante apresentou o mesmo documento, e seira claramente intempestivo, pois o ofício que comunicou a não aceitação da manifestação de inconformidade foi enviado após o transcurso de prazo legal para a apresentação da citada manifestação. 15. Desta forma, temos que o impugnante teve conhecimento do Despacho Decisório em 04/07/2016, apresentou manifestação de inconformidade em 03/08/2016, portanto tempestivamente, recebeu um ofício da Administração Tributária em 13/10/2016, comunicando lhe que não seria aceita sua manifestação de inconformidade pois que não entregue em meio digital, contrariando regra normativa em vigor e que poderia ser providenciada a apresentação, mesmo que intempestivamente, da manifestação de inconformidade, de forma digital de acordo com o ato normativo. Foi o que a impugnante fez. Apresentou sua manifestação de inconformidade, de forma digital, em 16/11/2016, intempestivamente, que não foi conhecida pela Delegacia de Julgamento, pelo mesmo motivo, intempestividade 16. Diante destes fatos, entendemos que dois fatos são extremamente relevantes para o deslinde da questão : um a juntada aos autos de documento que declaradamente foi considerado não recepcionado, dois a informação dada ao impugnante, de que poderia ser apresentada mesmo que intempestivamente a manifestação de inconformidade. 17. Estes dois fatos analisados conjuntamente trazem a convicção de que houve ferimento ao Princípio Constitucional do Contraditório e da Ampla Defesa, insculpido no inciso LV da Constituição Federal de 1988, que estabelece ; LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 18. O princípio do contraditório é inerente ao direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do processo: quando uma das partes alega alguma coisa, há que ser ouvida a outra, dandolhe oportunidade de resposta. 19. Eivada, portanto, de nulidade a decisão de piso, pois que feriu o direito de defesa do impugnante ao não conhecer da manifestação de inconformidade, constante dos autos, devidamente recepcionada tempestivamente, Fl. 300DF CARF MF Processo nº 10640.901279/201553 Acórdão n.º 3301005.986 S3C3T1 Fl. 7 6 incidindo no disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972. Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. 19. Portanto, diante de todo o exposto, entendemos que deva ser analisada a manifestação de inconformidade apresentada, pois que tempestiva. Conclusão 20. Neste norte, voto pela nulidade do Acórdão DRJ, devendo ser os autos devolvidos á DRJ/JUIZ DE FORA para que emita novo Acórdão, analisando a manifestação de inconformidade apresentada, decidindo seu mérito." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e determinar a realização de um novo julgamento, enfrentando o mérito. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 301DF CARF MF
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Numero do processo: 13502.721598/2015-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011
COFINS. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA.
Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da COFINS deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA.
Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/PASEP deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011
VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO.
A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.
Numero da decisão: 3401-006.210
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em dar parcial provimento ao recurso, da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos, para reverter as glosas em relação a nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio; e (b) por maioria de votos, para manter o lançamento em relação aos demais itens, vencidos os Conselheiros Tiago Guerra Machado e Rodolfo Tsuboi, que reconheciam os créditos em relação a energia elétrica e a vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada (demanda).
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 COFINS. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da COFINS deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/PASEP deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 COFINS. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da COFINS deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. INSUMOS. CONCEITO. STJ. RESP. 1.221.170/PR. ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Conforme estabelecido de forma vinculante pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/PASEP deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Nesse contexto, são exemplos de insumo, no processo produtivo de acrilonitrila: nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/08/2011 a 31/12/2011 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 72 15 98 /2 01 5- 50 Fl. 1671DF CARF MF 2 A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em dar parcial provimento ao recurso, da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos, para reverter as glosas em relação a nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio; e (b) por maioria de votos, para manter o lançamento em relação aos demais itens, vencidos os Conselheiros Tiago Guerra Machado e Rodolfo Tsuboi, que reconheciam os créditos em relação a energia elétrica e a vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada (demanda). (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre os Autos de Infração de fls. 1152 a 1157, e 1158 a 11631, lavrados em 18/12/2015, e cientificados ao autuado em 23/12/2015 (fl. 1308), para exigência de Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, referentes aos períodos de apuração de agosto a dezembro de 2011, conforme Termo de Verificação Fiscal (TVF) anexo às autuações, totalizando originariamente R$ 1.166.848,37 a título de principal, para Contribuição para o PIS/PASEP, e R$ 6.500.862,58, para COFINS, ambas as contribuições acrescidas de juros de mora e de multa de ofício (de 75%). No TVF de fls. 1165 a 1306, narra a fiscalização que: (a) o presente processo decorre da análise de pedidos de ressarcimento das contribuições nãocumulativas (Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS) efetuados em relação ao quarto trimestre de 2010 e aos quatro trimestres de 2011 (12 processos de ressarcimento relacionados à fl. 1166, estando o terceiro e o quarto trimestres de 2011 sob apreciação da turma nesta mesma sessão de julgamento); (b) após diversas intimações, nem sempre integralmente atendidas, para detalhar os créditos, e com base nas declarações e nos documentos apresentados, a fiscalização analisou, por categoria, os créditos postulados, identificando aqueles a que fazia jus a empresa, 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 1672DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.662 3 e as glosas cabíveis, detalhadas no quadro a seguir (e às fls. 1190 a 1239 do TVF), em conjunto com as razões de defesa, detalhando ainda a forma de cálculo (e rateio) às fls. 1239 a 1254; (d) houve divergências entre as bases de cálculo constantes em DACON e na Escrituração Fiscal Digital, em relação às notas descritas às fls. 1243 a 1244, não tendo a empresa justificado a contento o fundamento das divergências (v.g., a referente a tomada de crédito de empresa coligada, em outubro de 2011); e (e) após os cálculos e os rateios, chegase aos valores constantes nas tabelas de fls. 1254 a 1306. A empresa apresentou Impugnação em 21/01/2016 (fls. 1310 a 1339), alegando, em síntese, que: (a) as glosas efetuadas ofendem o disposto nas leis de regência das contribuições nãocumulativas (no 10.637/2002 e no 10.833/2003) e a jurisprudência consolidada do CARF acerca do alcance do conceito de insumos, que afasta taxativamente as Instruções Normativas no 247/2002 e no 404/2004, defendendo que “os valores despendidos na produção de bens e serviços postos à venda (custos de produção) e as despesas com vendas (despesas) devem ser efetivamente abatidos da base de cálculo do PIS/COFINS”, defendendo se especificamente em relação às glosas às fls. 1318 a 1339 (transplantadas, para fins didáticos, à tabela a seguir); (b) alternativamente, caso ainda existam dúvidas em relação às glosas, demanda diligência ou perícia técnica, indicando assistente e quesitos às fls. 1323/1324; (c) a divergência encontrada na base de cálculo para outubro de 2011 (entre EFD e DACON) representa exclusão de receitas decorrentes de operação realizada entre a empresa e sua coligada (“Empresa Brasileira de Estireno EBC”), do mesmo grupo econômico, em que houve faturamento a maior, sendo a diferença objeto de notas de crédito (porque os preços de revenda, nas cinco notas mencionadas à fl. 1335, não faziam frente aos preços de aquisição do produto); e (d) em relação a valores utilizados como desconto da contribuição devida em agosto de 2011, para os quais afirma a fiscalização haver duplicidade com pedido de ressarcimento (no processo no 13502.900140/201565), cabe informar que o referido pedido de ressarcimento ainda não foi objeto de análise, estando aptos os créditos à utilização, e pedindo para ser o pedido de ressarcimento cancelado parcialmente, convalidandose e alocandose os valores correspondentes ao presente processo. Protesta, ao final, a defesa, pela juntada de novos documentos e de impugnação complementar. Fl. 1673DF CARF MF 4 GLOSAS DEFESA FICHA 06A (PIS) e 16A (COFINS) LINHA 02 Bens utilizados como insumos (fls. 1190/1194) a) nitrogênio (gasoso e líquido) utilizado como elemento inertizante em espaços vazios de tanques, para evitar explosões, não se adequa ao conceito legal de insumo, que não abrange qualquer produto gasto no contexto genérico da instalação industrial; b) peróxido de hidrogênio usado em tratamento de efluentes, para abatimento de cianetos por oxidação, antes de enviar água à companhia, para tratamento biológico, e não se adequa ao conceito legal de insumo, que não abrange qualquer produto gasto no contexto genérico da instalação industrial; c) lacres de segurança utilizado nas carretas, para garantir a inviolabilidade da carga transportada, e para amostras enviadas a clientes e a laboratório, não se adequa ao conceito legal de insumo, pois é empregado após o processo produtivo; d) vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada (“demanda”) aplicados em equipamentos relacionados a etapas do processo produtivo, mas com fundamento em cobertura de custos fixos e remuneração de capital investido; e) pallet de madeira utilizado em manuseio, movimentação, carga e transporte de produto acabado, em etapa posterior ao processo produtivo; “III.2 – Dos créditos de bens/serviços utilizados como insumos” (fls. 1318/1324) a) nitrogênio (gasoso e líquido) a própria fiscalização reconhece a essencialidade do nitrogênio como elemento inertizante, sendo tal produto imprescindível como medida de segurança, e sua ausência torna impossível a produção da acrilonitrila, afirmando que os laudos técnicos apresentados atestam a importância do nitrogênio como insumo em todas as etapas do processo produtivo da empresa; b) peróxido de hidrogênio conforme se depreende dos laudos técnicos apresentados, o produto é essencial para a reação com outras substâncias e posterior envio para o sistema de tratamento de efluentes orgânicos, já tendo o CARF apreciado a questão no Acórdão n. 3403003.052; c) lacres de segurança sem sua utilização a atividade da empresa se torna inviável, e, alternativamente, o inciso IX das leis de regência garante créditos em despesas com “armazenagem de mercadoria”; d) vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada (“demanda”) o contrato firmado junto à COPENE prevê a disponibilização de determinada quantidade, sendo o excedente cobrado em separado com preço unitário diferenciado, tal como ocorreu nas operações autuadas, cabendo registrar que houve efetivo consumo da parcela “demanda”; e) pallet de madeira são essenciais para o manuseio e movimentação do produto, sendo elemento de otimização logística e custo da atividade empresarial, havendo precedentes do CARF pelo creditamento; FICHA 06A (PIS) e 16A (COFINS) LINHA 04 Despesas de Energia Elétrica (fls. 1199/1204) f) “Energia Elétrica (consumo)” e “Energia Elétrica 13,8KV Demanda” em função de haver diferença entre “demanda contratada” e “demanda consumida” de energia elétrica, e da Solução de Consulta SRRF06/Disit n. 14/2013, é vedada a apropriação de créditos com base na potência garantida contratada, cabendo a tomada de créditos apenas em relação à energia consumida, conforme o texto expresso nas leis de regência; “III.3 – Dos créditos relativos a energia elétrica” (fls. 1325/1328) f) “Energia Elétrica (consumo)” e “Energia Elétrica 13,8KV Demanda” por ser a empresa produtora de grande porte, possui contratos de fornecimento de energia elétrica (“demanda contratada”) junto à COPENE, sendo a “reserva de capacidade” (cf. Resolução Normativa ANEEL n. 414/2010) a demanda de potência ativa obrigatória e continuamente disponibilizada pela concessionária no ponto de entrega, e que deve ser integralmente paga, e complementada, se houver excedente, e não houve comprovação e que a empresa não tenha consumido a demanda contratada. Cita ainda precedentes do CARF sobre o tema. Fl. 1674DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.663 5 GLOSAS (continuação) DEFESA (continuação) FICHA 06A (PIS) e 16A (COFINS) LINHA 06 Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoa Jurídica (fls. 1205/1211) h) “débito direto”, “serviços de manutenção predial”, “serviços de montagem, pintura, isolamento e revestimento”, “serviço de manutenção preventiva e corretiva nos aparelhos de ar condicionado”, “Inspetor de Equipamento Pleno”, “Serviços de Projetos de Desenhos Industriais”, “Arquivista técnico”, “Prestação de serviços de assessoria pertinentes à função segurança industrial”, “Prestação de serviços de elaboração e distribuição de refeições”, e “Locação de Sanitários Químicos” não se enquadram como aluguel de equipamentos nem podem gerar créditos como serviços; “III.4 – Dos créditos sobre Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos” (fls. 1328/1331) h) as glosas foram efetuadas nas contas 442250, 442150 e 444199 do “Livro Diário Auxiliar”, por não indicarem a procedência do crédito ou não se enquadrarem como “aluguel de máquinas e equipamentos”, cabendo mencionar que a empresa trabalha com a estrutura contábil de centro de custos, sendo que as contas que iniciam com os números 3 e 4 estão diretamente vinculadas a seu processo produtivo, ainda que não estejam vinculadas a aluguel de máquinas e equipamentos. A fiscalização, no caso, desconsiderou o Princípio da Verdade Material. Para demonstrar que o trabalho fiscal foi deficiente, a defesa exemplifica (fl. 1350), em relação ao período autuado, com: serviços de inspeção de equipamento, destacando que faz jus ao crédito, ainda que a classificação contábil esteja incorreta. FICHA 06A (PIS) e 16A (COFINS) LINHA 07 Despesas de armazenagem e fretes na Operação de Venda (fls. 1211/1232) i) serviços de armazenagem de insumo importado, despesas portuárias, serviços portuários, utilização de infraestrutura marítima (glosados com base em planilha apresentada pela empresa) não encontram previsão legal para apropriação de créditos (em relação a insumos importados, mencionando as Soluções de Consulta SRRF08/Disit n. 313/2011 e a SRRF10/Disit n. 92/2012); j) serviços de locação de estação de rádio, aluguel de rádios, serviços de pintura, isolamento e revestimento, material elétrico de uso geral, Inspetor de Equipamento Pleno, “argamassa para aplicação de piso e azulejo no sanitário masculino ADM 06” e materiais para sanitários, serviços de recuperação de vidrarias, serviços de inspeção, “talha pneumática com corrente (60 metros)”, materiais de pintura de uso geral, cano para instalação de duchas e chuveiros, serviços de manutenção e reforma; serviços lavagem industrial, serviços gerais, materiais de manutenção, “rateio de despesas com transporte de funcionários no mês”, “rateio de despesas com alimentação de funcionários”, conserto de bicicletas da produção, contratação de aux. técnico de segurança, e itens não identificados (glosados com base em “Diário auxiliar do estoque” e “Razão”) não encontram previsão legal para apropriação de créditos; “III.5 – Dos créditos sobre Despesas de armazenagem e fretes na Operação de Venda” (fls. 1331/1334) i) as glosas foram efetuadas, entre outros, em relação a despesas portuárias, despesa de frete e armazenagem de insumos importados e despesas “administrativas”. O frete é necessário à atividade empresarial, e as empresas Concórdia, Flumar e Breyner são transportadoras, não podendo ser glosadas despesas de suas notas como despesas portuárias, e todos os valores de transporte em qualquer etapa do processo produtivo geram créditos. Sobre as despesas portuárias, serviços portuários, não podem ser compreendidos como parte da importação, mas sim como custo da atividade empresarial, gerando créditos. E o direito ao crédito, nas leis de regência das contribuições, não está restrito a bens adquiridos no mercado interno. j) as glosas efetuadas com base em “Diário auxiliar do estoque” e “Razão”, em contas de número 442210, 442220, 442120 e 442230, entre outras, referemse a aquisições de bens e serviços essenciais à atividade da empresa. A decisão de primeira instância (fls. 1526 a 1592), proferida em 27/01/2017, foi, por unanimidade de votos, pela improcedência da impugnação, sob os seguintes fundamentos: (a) a alegação de que as Instruções Normativas da Receita Federal descumpriram ou alteraram o conceito legal de insumo não pode ser enfrentada pela DRJ, devendo o conceito de insumos ser compreendido dentro do contexto de tais normas infralegais; (b) não é a essencialidade do bem que dá direito ao crédito, mas o enquadramento Fl. 1675DF CARF MF 6 nas referidas Instruções Normativas; (c) a jurisprudência do CARF não vincula o julgamento pelas DRJ; (d) em relação a energia elétrica, a análise das notas fiscais demonstra a insubsistência das alegações da empresa (exemplificando com a nota 46001), aclarando a definição de demanda contratada na mesma norma da ANEEL citada pela empresa; (e) a glosa em relação a “vapor 42 kgf/cm2” e a “água desmineralizada” não se refere a esses bens, mas às rubricas a eles atrelada como “demanda”, que se referem a tarifas para disponibilização, aplicandose entendimento equivalente ao externado em relação a energia elétrica; (f) as glosas em relação a “despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos” não se deveram somente à contabilização em conta errada, como demonstrado no TVF, mas a inadequação ao conceito de insumo; (g) despesas portuárias não geram créditos sendo irrelevante o tipo de empresa que as pagou; (h) apenas operações de venda (e as importações não são vendas efetuadas, mas compras de insumos) geram crédito, segundo as leis de regência, citando a Solução de Consulta SRRF08/Disit no 186/2010; (i) não houve contraposição específica em relação às demais glosas; (j) verificando os argumento de defesa, percebese que a empresa é que emitiu notas de crédito para evitar prejuízos pela “CBE” na venda de acrilonitrila, mas não se comprovou venda a maior, como se percebe pelos cotejos efetuados no TVF, não contrapostos pela defesa; (k) a glosa aos créditos que foram também objeto de pedido de ressarcimento são corretas; e (l) não há a necessidade de diligência ou perícia. Ciente da decisão de piso em 13/02/2017 (Termo à fl. 1597), a empresa interpôs Recurso Voluntário em 14/03/2017 (fls. 1608 a 1651), reiterando o impugnado em relação ao conceito de insumo (juntando jurisprudência do CARF) e às glosas (endossando genericamente a demanda por diligência em algumas), bem assim sobre a receita de outubro/2011 e os valores demandados em processo de ressarcimento e aproveitados, e acrescentando que a DRJ utilizou conceito de insumos inadequado, vinculado às citadas Instruções Normativas da Receita Federal. O processo foi enviado ao CARF em 14/03/2017 (fl. 1659) e distribuído a este relator, por sorteio, em janeiro de 2019. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele se conhece. Restam contenciosos, no presente processo, os seguintes temas: (a) conceito de insumos na legislação que rege as contribuições e sua aplicação no que se refere a: (a.1) aquisição de bens (nitrogênio gasoso e líquido; peróxido de hidrogênio; lacres de segurança; vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada “demanda”; e pallet de madeira); (a.2) “Energia Elétrica (consumo)” e “Energia Elétrica 13,8KV Demanda”; (a.3) despesas não enquadradas como “Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoa Jurídica”; e (a.4) despesas não enquadradas como “Despesas de armazenagem e fretes na Operação de Venda”; (b) divergência encontrada na base de cálculo para outubro de 2011 (entre EFD e Fl. 1676DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.664 7 DACON); e (c) existência, para agosto de 2011, de duplicidade com pedido de ressarcimento (no processo no 13502.900140/201565). Entretanto, cabe, preliminarmente, analisar a demanda da empresa por diligência, especificada na impugnação e tratada de forma geral no recurso voluntário. 1. Da verdade material e da demanda por diligência/perícia Em sua impugnação, a empresa defende que restou demonstrado o direito creditório em relação aos bens desenquadrados do conceito de insumos pela fiscalização (nitrogênio gasoso e líquido; peróxido de hidrogênio; lacres de segurança; vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada “demanda”; e pallet de madeira), mas requereu a realização e diligência, em caso de a autoridade julgadora necessitar de esclarecimentos adicionais, indicando assistente (fl. 1323) e quesitos (fl. 1324), nos quais, basicamente, se indaga se tais bens são “utilizados ou aplicados no processo produtivo”, e de que forma, adicionando questões específicas sobre “vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada” (se são contratados e efetivamente consumidos no processo produtivo) e “pallet de madeira” (se é possível a manipulação da produção industrial sem sua utilização). Em relação a energia elétrica, indaga ainda se é possível afirmar que a energia não foi consumida (fl. 1328). Ao final da impugnação, a empresa protesta pela juntada de novos documentos e de impugnação complementar, apesar de não ter carreado aos autos elementos adicionais. A demanda por diligência e a produção de provas complementar são rechaçadas pelo julgador de piso, que entendem serem os elementos que figuram no processo aptos à formação de convicção. Em sede recursal, as menções a demanda por diligência são mais escassas e genéricas, às vezes para apontar que a fiscalização foi fundada em documentos, sem verificações in loco, afrontandose a verdade material, outras argumentando que, a partir de defesa por amostragem em relação alguns itens incorretamente enquadrados pela própria empresa (fl. 1639), deveriam ser apuradas todas as notas glosadas, dandose oportunidade à recorrente para “especificação/detalhamento dos serviços a ela relacionados” (fl. 1640), e deveria ser realizada diligência em todas as notas relacionadas aos créditos para glosas do Diário Auxiliar do Estoque e do Razão, em observância ao princípio da verdade material (fl. 1645). Pelo que se percebe na argumentação de defesa, as demandas por diligência são atreladas ao princípio da verdade material, não havendo mais questionamentos específicos, mas solicitação de verdadeira dilação probatória, para que a empresa apresente detalhamentos que não logrou trazer aos autos ao longo do contencioso. Sobre a verdade material, bem ensina James MARINS que envolve não só o dever de investigação, por parte do fisco, mas o dever de colaboração, do sujeito passivo: “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade propiciar a aproximação Fl. 1677DF CARF MF 8 da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.”2 O que se percebe é que busca a empresa ancorarse em suposto alargamento da chamada “verdade material” para carrear ao processo elementos que já poderia ter apresentado desde o início do contencioso, ou ainda antes, durante o procedimento fiscal, do qual foi regularmente cientificada. Entendo que o contencioso fiscal administrativo contempla a verdade material não como autorização alargada para produção de prova pelas partes, inclusive fora dos prazos processuais, mas como garantia de que o julgador, na dúvida sobre algum elemento de fato do processo possa buscar o esclarecimento necessário à correta solução da lide. No caso em análise, entendo que as genéricas e sintéticas demandas por diligência que restaram em sede recursal não se amoldam a tal função outorgada à verdade material, e representam basicamente solicitação para que a fiscalização verifique elementos que a parte já poderia ter carreado aos autos (e, em alguns casos, o fez, permitindo a análise que faremos, nos tópicos específicos deste voto). Pelo exposto, rechaço as demandas recursais por diligência, entendendo que o processo está apto a julgamento. 2. Do conceito de insumos na legislação que rege as contribuições (para o PIS/PASEP e COFINS) O termo insumo é polissêmico. Por isso, há que se indagar qual é sua abrangência no contexto das Leis no 10.627/2002 e no 10.833/2003. Na busca de um norte para a questão, poderseia ter em consideração os teores do § 5o do art. 66 da IN SRF no 247/2002 (editado com base no art. 66 da Lei no 10.637/2002) e do art. 8o da IN SRF no 404/2004 (editado com alicerce no art. 92 da Lei no 10.833/2003), que, para efeito de disciplina da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, estabelecem entendimento de que o termo insumo utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda abrange “as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado” e “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Outro caminho seria buscar analogia com a legislação do IPI ou do IR (ambas frequentes na jurisprudência deste CARF). Contudo, tal tarefa se revela improfícua, pois em face da legislação que rege as contribuições, o conceito expresso nas normas que tratam do IPI é demasiadamente restritivo, e o encontrado na legislação do IR é excessivamente amplo, visto que se adotada a acepção de “despesas operacionais”, chegarseia à absurda conclusão de que a maior parte dos incisos do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e 10.833/2003 (inclusive alguns que demandaram alteração legislativa para inclusão v.g. incisos IX, referente a energia elétrica e térmica, e X, sobre valetransporte ... para prestadoras de serviços de limpeza...) é inútil ou desnecessária. 2 Direito Processual Tributário Brasileiro – Administrativo e Judicial, 8. Ed., São Paulo: Dialética, p. 174. Fl. 1678DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.665 9 A Lei no 10.637/2002, que trata da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, e a Lei no 10.833/2003, que trata da COFINS nãocumulativa, explicitam, em seus arts. 3o, que podem ser descontados créditos em relação a: “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso) A mera leitura dos dispositivos legais já aponta para a impossibilidade de se considerar como insumo um bem ou serviço que não seja utilizado na produção ou fabricação do bem destinado à venda. Há, assim, que se concluir que o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final, como vem reiteradamente decidindo este CARF: “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. (...).” (Acórdão 3403003.166, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime – em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014) (na mesma linha os Acórdãos no 3403002.469 a 477; no 3403001.893 a 896; no 3403001.935; no 3403002.318 e 319; no 3403.002.783 e 784, e no 3401.003.097) Ademais, tal conceito, já corrente no âmbito do CARF, foi recentemente endossado pelo STJ, no REsp no 1.221.170/PR: “TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. Fl. 1679DF CARF MF 10 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018)” (grifo nosso) A RFB, inclusive, já passou a adotar tal conceito em processos mais recentes, e sobre ele se manifestou no Parecer Normativo COSIT/RFB no 5, de 17/12/2018, fruto da decisão vinculante no REsp no 1.221.170/PR. “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COFINS. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO ESTABELECIDA NO RESP 1.221.170/PR. ANÁLISE E APLICAÇÕES. Conforme estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Consoante a tese acordada na decisão judicial em comento: a) o “critério da essencialidade diz com o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço”: a.1) “constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço”; a.2) “ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência”; Fl. 1680DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.666 11 b) já o critério da relevância “é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja”: b.1) “pelas singularidades de cada cadeia produtiva”; b.2) “por imposição legal”. (Dispositivos Legais. Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, inciso II; Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, inciso II)” (grifo nosso) Portanto, apesar de o conceito de insumos não ser tão alargado como demanda a defesa (a ponto de abranger despesas administrativas, como alimentação e transporte de funcionários), é imperioso destacar que também não é tão restritivo quanto entenderam a fiscalização e o julgador de piso nestes autos (exigindo contato físico com o produto), com fundamento em Instruções Normativas de alcance que não foi integralmente chancelado pelo Poder Judiciário, sendo posteriormente restrito de forma vinculante pelo STJ. Deve, então, ser aplicado ao caso concreto, para as contribuições, o conceito de insumo vinculante editado pelo STJ, e que acompanha o que já vinha adotando este tribunal administrativo, em função da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica (atividades econômicas desenvolvidas pela empresa). Afinal de contas, não se pode distanciar a leitura efetuada pelo STJ (nossa corte de controle de legalidade) do próprio texto legal, que assegura créditos a “bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso). Assim vem decidindo este CARF, inclusive em seu colegiado uniformizador de jurisprudência, a Câmara Superior de Recursos Fiscais: “COFINS. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS. CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. À luz do que foi decidido pelo STJ no RESP 1.221.170/PR, o conceito de insumos passa a ser apreciado em função dos critérios da relevância e da essencialidade, sempre indagando a aplicação do insumo ao processo de produção de bens ou de prestação de serviços. Por mais relevantes que possam ser na atividade econômica do contribuinte, as despesas de cunho nitidamente administrativo e/ou comercial não perfazem o conceito de insumos definidos pelo STJ. Da mesma forma, demais despesas relevantes consumidas antes de iniciado ou após encerrado o ciclo de produção ou da prestação de serviços.” (Acórdão n. 9303008.216, Rel. Cons. Andrada Marcio Canuto Natal, unânime em relação ao conceito, sessão de 20.fev.2019) (grifo nosso) “CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU DA RELEVÂNCIA. Conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR, interpretado pelo Parecer Normativo Cosit/RFB nº 05/2018, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não Fl. 1681DF CARF MF 12 cumulatividade deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda. (Acórdão n. 9303 008.213, Rel. Cons. Rodrigo da Costa Pôssas, unânime em relação ao conceito, sessão de 20.fev.2019) (grifo nosso) À luz de tal conceito, analisase, a seguir, cada uma das glosas efetuadas que foram objeto de contestação, restando, em decorrência, mantidas as glosas que não foram especificamente questionadas pela defesa, em função de preclusão consumativa. 2.1. Dos bens utilizados como insumos As glosas em relação a bens utilizados como insumos, como relatado, resumemse a “nitrogênio gasoso e líquido”; “peróxido de hidrogênio”; “lacres de segurança”; “vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada demanda”; e “pallet de madeira”. 2.1.a) Em relação ao nitrogênio (gasoso e líquido), reconhece a fiscalização que é utilizado como elemento inertizante em espaços vazios de tanques, para evitar explosões, afirmando que não se adequaria ao conceito legal de insumo, por ser produto gasto no contexto genérico da instalação industrial. Em sua defesa, a empresa afirma que a própria fiscalização reconhece a essencialidade do nitrogênio como elemento inertizante, sendo tal produto imprescindível como medida de segurança, e que sua ausência torna impossível a produção da acrilonitrila, afirmando que os laudos técnicos apresentados atestam a importância do nitrogênio como insumo em todas as etapas do processo produtivo da empresa. Entre os documentos apresentados na impugnação, encontramse os laudos técnicos de fls. 1367 a 1372, nos quais se afirma que o processo produtivo de acrilonitrila é dividido em três etapas: reação, recuperação e purificação, sendo o nitrogênio utilizado em todas (para estabilização do produto, evitando sua polimerização). Aliás, o laudo sobre o processo de produção de acrilonitrila já constava no processo ainda antes da impugnação (fls 639 a 642), dando conta do emprego do nitrogênio em todas as três etapas de produção. Não consta que a fiscalização divirja que o nitrogênio seja efetivamente utilizado em todas as três etapas de produção. Aliás, afirma a fiscalização textualmente que (fls. 1191/1192): “Tendo em vista a volatilidade da acrilonitrila e de seus subprodutos, há a possibilidade dos produtos fabricados geraram vapores, os quais ao ocuparem os espaços vazios dos vasos e tanques de estocagem propiciariam a formação de uma atmosfera explosiva. Assim, o nitrogênio (gasoso ou líquido) é utilizado para inertizar os referidos espaços vazios. Entretanto, em que pese a necessidade de utilização do nitrogênio como elemento inertizante, aplicação essa que presumese (sic) envolver, essencialmente, medida de segurança, nem todo produto consumido ou gasto no contexto genérico da Instalação Industrial se insere no conceito legal de “insumo”, como partícipe direto do processo produtivo. Nesses termos, as aquisições de nitrogênio (gasoso e líquido) não serão admitidas para fins de creditamento.” (grifo nosso) No texto descrito pela própria fiscalização, não vejo como excluir o nitrogênio do conceito de insumo na legislação que rege a s contribuições, ainda mais diante da Fl. 1682DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.667 13 uniformização jurisprudencial vinculante promovida pelo STJ, no citado REsp no 1.221.170/PR. Vejase que a DRJ, ao apreciar a matéria, descartou o critério da essencialidade, posteriormente consagrado pelo STJ (fl. 1578): “A impugnante alega que o nitrogênio seria essencial em todas as etapas de produção da empresa, apresentando laudo técnico que comprovaria sua alegação. O laudo, que está juntado às fls. 1371/1372 e 1482/1483, assim descreve o citado produto: Nitrogênio Gasoso – utilizado nos tangues de estocagem para estabilização do produto, evitando sua polimerização. Nitrogênio Líquido – idem ao nitrogênio gasoso. Só é usado na falta deste. Aqui vale ressaltar que, como visto, não é a essencialidade de um bem que o caracteriza como insumo, mas o fato de ele sofrer alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. No caso, o nitrogênio é utilizado apenas para inertizar os espaços vazios, ou seja, apenas como medida de segurança, não tendo ação direta exercida sobre o produto em fabricação, razão pela qual está correta a glosa efetuada pelo autuante.” (grifo nosso) Entendo, de forma diversa, e à luz do critério da essencialidade, que a própria RFB detalhou no Parecer Normativo COSIT/RFB no 5, de 17/12/2018, como relativo a item do qual “dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço”, “constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço... ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência”, que o nitrogênio, no caso em análise, é necessário à obtenção do produto final, cuja produção restaria comprometida, em termos de segurança, ou mesmo qualidade, em sua ausência. Em caso semelhante, este CARF reverteu glosas em relação a gás nitrogênio igualmente utilizado em inertização, de forma unânime: “CRÉDITOS DA NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO. A expressão "bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda" deve ser interpretada como bens e serviços aplicados ou consumidos na produção ou fabricação e na prestação de serviços, no sentido de que sejam bens ou serviços inerentes à produção ou fabricação ou à prestação de serviços, independentemente do contato direto com o produto em fabricação, a exemplo dos combustíveis e lubrificantes. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reverter a glosa sobre gás nitrogênio, e (...), vencido o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida, que dava provimento parcial em menor extensão para reverter a glosa apenas sobre o crédito na aquisição de gás nitrogênio.” (Acórdão n. 3302005.548, Rel. Fl. 1683DF CARF MF 14 Cons. Paulo Guilherme Déroulède, unânime em relação ao gás nitrogênio, sessão de 19.jun.2018) (grifo nosso) (o mesmo colegiado, no Acórdão n. 3302006.556, de 26.fev.2019, unanimemente reconheceu créditos em relação a gás nitrogênio e nitrogênio líquido) (a Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão n. 9303008.047, de 20.fev.2019, também reconheceu, de forma unânime, em função de essencialidade, créditos em relação a hidrogênio destinado, v.g., a mistura que garante atmosfera adequada em interior de forno, para processo de recozimento). Pelo exposto, reverto as glosas em relação a nitrogênio (gasoso e líquido). 2.1.b) Em relação ao peróxido de hidrogênio, a fiscalização reconhece que é usado em tratamento de efluentes, para abatimento de cianetos por oxidação, antes de enviar água à companhia, para tratamento biológico, entendendo que não se adequa ao conceito legal de insumo, que não abrange qualquer produto gasto no contexto genérico da instalação industrial. Em sua defesa, a empresa afirma que, conforme se depreende dos laudos técnicos apresentados, o produto é essencial para a reação com outras substâncias e posterior envio para o sistema de tratamento de efluentes orgânicos, já tendo o CARF apreciado a questão no Acórdão n. 3403003.052. Aqui se repete a argumentação do tópico anterior. A fiscalização afirma (fl. 1192) que “dúvidas não há de que tal etapa reportase (sic) a fase preliminar de ‘tratamento de efluentes’ (adequação do descarte), para posterior envio à Central de Tratamento de Efluentes Líquidos CETREL, Unidade de Camaçari/BA”, e que “parte da água gerada no processo é extraída com pequena quantidade de cianetos que, por se apresentar com baixa toxicidade, é tratada com peróxido de hidrogênio para abatimentos dos cianetos por oxidação e daí, enviada à Cetrel para tratamento biológico”. Por seu turno, a defesa concorda com a afirmação sobre o emprego do peróxido de hidrogênio, mas não com o conceito de insumo utilizado pela fiscalização, que aqui já se apurou ser demasiadamente restritivo, em face de precedente vinculante do STJ. E a DRJ entende (fl. 1578) que “[n]ovamente cabe dizer que não é a essencialidade de um bem que dá direito a crédito, mas esse bem se enquadrar no conceito de insumo determinado pela legislação vigente”, e que “o peróxido de hidrogênio não pode ser considerado insumo porque também não age diretamente sobre o produto em fabricação, mas é utilizado em fase preliminar de tratamento de efluentes”. Sobre o acórdão do CARF citado pela defesa, de no 3403003.052, no qual se decidiu unanimemente (com minha participação) que é possível a tomada de crédito das contribuições sobre processamento de resíduos, cabe aqui endosso a seu teor. Aliás, esse é o entendimento que tem prosperado também unanimemente neste colegiado: “INSUMO. CONCEITO. Insumo, para fins de apropriação de créditos de PIS e COFINS, deve ser tido de forma mais abrangente do que o previsto pela legislação do IPI. Para tanto, esses itens, sejam serviços, mercadorias, ou intangíveis, devem ser intimamente ligados à atividadefim da empresa e, principalmente, ser utilizados efetivamente, e de forma identificável na venda de produtos ou serviços, contribuindo de maneira imprescindível para geração de receitas, observadas as demais restrições previstas expressamente em lei, em especial, a Fl. 1684DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.668 15 de que não sejam tratados como ativo nãocirculante, hipótese em que já previsão específica de apropriação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, e dar parcial provimento ao recurso voluntário, para ... (h) reconhecer a apropriação de créditos em relação a tratamento dos efluentes emitidos e do lixo produzido no processo de industrialização; (...)” (Acórdão n. 3401004.477, Rel. Cons. Tiago Guerra Machado, unânime, de 18.abr.2018) (grifo nosso) (No mesmo sentido os Acórdãos n. 3403815 a 821, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime, 27.fev.2014) (Ainda em tal sentido os Acórdãos 3402003.519 e 521, Rel. Cons. Maysa de Sá Pittondo Deligne, maioria, vencido o Cons. Jorge Freire, sessão de 01.dez.2016) Não me parece que o tratamento de efluentes decorra de opção comercial da empresa, mas sim de estrito atendimento à legislação vigente. Daí sua essencialidade ao processo produtivo, pois não se tem dúvidas de que a ausência de tratamento inviabilizaria a continuidade da atividade produtiva da empresa. Aliás, foi exatamente o que decidiu, em mais de uma oportunidade, de forma unânime, a Câmara Superior de Recursos Fiscais: “DESPESAS. EFLUENTES INDUSTRIAIS. TRATAMENTO/DESTINO. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. As despesas com tratamento e destino de efluentes decorrentes do processo de industrialização dos produtos fabricados/vendidos pelo contribuinte geram créditos passíveis de desconto do valor da contribuição calculada sobre o faturamento mensal e/ ou de ressarcimento/compensação do saldo credor.” (Acórdão n. 9303008.400, Rel. Cons. Rodrigo da Costa Pôssas, unânime, sessão de 20.mar.2019) (grifo nosso) “PRODUÇÃO DE COBRE ELETROLÍTICO. CAL VIRGEM E CAL HIDRATADA. POSSIBILIDADE. A cal virgem e a cal hidratada devem ser consideradas como insumos pois guardam caráter de necessidade e essencialidade ao processo produtivo do cobre eletrolítico, ou seja, há relação de pertinência com o processo produtivo. Além disso, serão também considerados como insumos passíveis de creditamento pelo PIS e pela COFINS não cumulativos mesmo pelo critério de integrarem o processo de produção, pois empregados diretamente na fabricação dos bens destinados à venda no tratamento da água que ingressa na cadeia produtiva e nos efluentes que são originados do referido processo.” (Acórdão n. 9303005.813, Rel. Cons. Vanessa Marini Cecconello, unânime em relação ao tema, sessão de 17.out.2017) (grifo nosso) Pelo exposto, e endossando a jurisprudência deste tribunal, reverto as glosas em relação a peróxido de hidrogênio. Fl. 1685DF CARF MF 16 2.1.c) Em relação aos lacres de segurança, a fiscalização narra que são utilizados nas carretas, para garantir a inviolabilidade da carga transportada, e para amostras enviadas a clientes e a laboratório, não se adequando ao conceito legal de insumo, pois empregados após o processo produtivo. Em sua defesa, a empresa afirma que, sem a utilização dos lacres de segurança, a atividade da empresa se torna inviável, e, alternativamente, que o inciso IX das leis de regência garante créditos em despesas com “armazenagem de mercadoria”. Nesse caso, acordamos com a fiscalização (e com o julgador de piso) no sentido de que os lacres não guardam relação com o processo produtivo da empresa, sendo incabível sua classificação como insumo, antes ou após a decisão vinculante do STJ, pois os lacres não são nem essenciais nem relevantes ao processo produtivo de acrilonitrila, a nosso ver. Ao contrário do que sugere a empresa, não vislumbro na ausência do lacre de segurança a inviabilidade da produção de acrilonitrila. E, quanto à demanda alternativa de aplicação do inciso IX das leis de regência das contribuições, cabe destacar que trata de serviços de armazenagem, como já havia salientado a DRJ, sem contraposição específica na peça recursal. Pelo exposto, mantenho a glosa em relação a lacres de segurança. 2.1.d) Em relação a vapor 42Kgf/cm2 e água desmineralizada (“demanda”), a fiscalização informa que são aplicados em equipamentos relacionados a etapas do processo produtivo, mas com fundamento em cobertura de custos fixos e remuneração de capital investido. Em sua defesa, a empresa alega que o contrato firmado junto à COPENE prevê a disponibilização de determinada quantidade, sendo o excedente cobrado em separado com preço unitário diferenciado, tal como ocorreu nas operações autuadas, cabendo registrar que houve efetivo consumo da parcela “demanda”. Para detalhar a imputação fiscal (glosas das parcelas referentes a “demanda”), menciona o autuante o “Contrato de Fornecimento de Utilidades entre Copene Petroquímica do Nordeste S/A (antiga denominação da Braskem S.A.) e Acrinor Acrilonitrila do Nordeste S.A.” (Contrato CV1.044/99, fornecido pela empresa em atendimento a intimação fiscal). Em tal contrato (cláusula segunda), é previsto que a COPENE cede à ACRINOR o direito de uso de dutos de transmissão, e se obriga a realizar, às suas expensas, manutenção da tubulação de interligação à ACRINOR, e diferencia (cláusula quarta) “demanda” (calculada por fórmula prevista na cláusula nona) de “consumo” (o totalizado nos medidores). Disso conclui a fiscalização (fls. 1193/1194): “Assim sendo, em que pese o “Vapor 42 kgf/cm2” e a “Água Desmineralizada” possam ser admitidos como “insumos” geradores de créditos, uma vez que aplicados em equipamentos relacionados a etapas do processo produtivo, a partir das prescrições contidas no “Contrato de Fornecimento de Utilidades”, e das informações extraídas da Notas Fiscais Eletrônicas (NFe) emitidas pelos fornecedores desses produtos, esta Fiscalização firmou entendimento no sentido de que no preço final de aquisição existe uma componente, qual seja, “demanda”, cuja exigência não decorre de um consumo específico, efetivo, do insumo, tendo, sim, a respectiva cobrança fundada na garantia das especificações técnicas e condições de fornecimento firmadas em contrato. Fl. 1686DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.669 17 Noutras palavras, poderseia afirmar que a cobrança da parcela intitulada “demanda” tem como fundamento a cobertura de custos fixos e a remuneração do capital investido.” (grifo nosso) A DRJ endossa o posicionamento da fiscalização, que não glosou a quantia consumida de vapor 42Kgf/cm2 e de água desmineralizada, mas apenas a parcela de tais rubricas referentes a “demanda”, que se refere a tarifa para disponibilização, e não efetivo consumo. No recurso voluntário, a empresa simplesmente reproduz a argumentação que já havia externado na impugnação, de que o contrato (fls. 743/762) prevê a disponibilização a preço reduzido dentro de quantidade préestabelecida, e que a demanda excedente é cobrada em separado, o que seria exemplificado pelo documento de fls. 1485 a 1518, juntado ainda na impugnação, e que a parcela “demanda” representa efetivo consumo. Analisando o referido contrato, na cláusula referente ao faturamento (nona), para os dois produtos em discussão, temse (fls. 751/752): “09.2 – Para fins cálculo (sic) dos valores a serem faturados, a COPENE adotará os seguintes procedimentos: ÁGUA DESMINERALIZADA, ... nos dois pontos de entrega e VAPOR para ACRINOR SUL – a maior demanda apurada na forma prevista em 04.2 acima, será multiplicada pela parcela da tarifa referente a demanda, mais o consumo real registrado no período do faturamento, multiplicado pela parcela da tarifa referente ao consumo. VAPOR DE 42 KG para o ponto ACRINOR – a COPENE adotará a fórmula abaixo para faturar a demanda do vapor no período autorizado de consumo: Fatur. Vapor = [(Da x dA / 30) x Pd + (Cr x Pc)] x 1,2, onde: Da = demanda acordada entre as partes com 30 dias de antecedência. dA = nº de dias acordado entre as partes em que haverá demanda de vapor. Pd = parcela do preço de lista praticado pela COPENE, referente a demanda. Cr = consumo real do mês. Pc = preço da parcela de consumo.” (grifo nosso) Claro, no texto do contrato, que a parcela referente à “demanda” não guarda identidade com o consumo efetivo, mas a ele é agregada, como “tarifa” diferenciada. As demandas contratadas de utilidade/mês podem ser encontradas no Anexo “A” (fl. 759). Fl. 1687DF CARF MF 18 E os preços das utilidades para os mesmos itens constam no Anexo “C” (fl. 761). Os valores consumidos (consumo real) são apurados por meio de medidores (cláusula quarta, item 04.6, e cláusula quinta), sendo previstas penalizações para o atingimento de limites máximos sem autorização prévia da COPENE (item 04.7 da cláusula quarta). A empresa apresenta notas fiscais às fls. 743/762, com o intuito de demonstrar que a parcela “demanda” representa efetivo consumo, sendo a “demanda excedente” cobrada em separado. Verificando as citadas notas, percebese que estão longe de comprovar o alegado pela defesa, de modo a afastar a imputação fiscal de distinção entre consumo e demanda (endossada pelas cláusulas contratuais). Percebese que há, nas notas, parte da cobrança, v.g., em relação a “U073água desmineralizada” e parte em relação a “água desmineralizada demanda”, ou parte em relação a “U014vapor 42 Kg/cm2” e parte para “vapor 42 Kg/cm2 demanda”, mas não há vestígios de que ambas as rubricas se refiram a efetivo consumo, como alega a defesa. Aliás, nas notas sequer há preenchimento dos campos “período de fornecimento” e “data da leitura”. Ademais, não move o mínimo esforço a defesa, para, afastando a alegação fiscal fundada nos contratos, calcular, a partir dos valores e quantidades expressos nas citadas notas, se os montantes se refeririam a penalizações (por atingimento de limites máximos), ou a valores que independem do consumo efetivo. Recordese que a fiscalização não glosou créditos de “vapor 42Kgf/cm2” e “água desmineralizada” efetivamente consumidos, entendendo (a nosso ver, corretamente), que constituem insumos segundo a legislação que rege as contribuições. As parcelas glosadas são exclusivamente aquelas que foram discriminadas nas notas como “demanda”. Por ser consistente o argumento da fiscalização, verificado nos contratos, e não afastado pela defesa, mantenho a glosa em relação a “vapor 42Kgf/cm2 demanda” e “água desmineralizada demanda”. 2.1.e) Em relação a pallets de madeira, a fiscalização adverte que são utilizados em manuseio, movimentação, carga e transporte de produto acabado, em etapa posterior ao processo produtivo. Em sua defesa, a empresa sustenta que são essenciais para o manuseio e movimentação do produto, sendo elemento de otimização logística e custo da atividade empresarial, havendo precedentes do CARF pelo creditamento (Acórdãos n. 3802 001.621 e 3802001.633). A DRJ ressaltou que tais precedentes do CARF não vinculam seu entendimento, e que os pallets de madeira são utilizados apenas em produtos que já estão prontos, não havendo inovação em relação ao tema, por parte da defesa, no recurso voluntário. Neste colegiado, é recorrente a análise de contenciosos sobre as contribuições não cumulativas que abrangem pallets. Com apenas dois dos membros da atual formação do Fl. 1688DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.670 19 colegiado, decidiuse, em fevereiro de 2016, unanimemente, negar o crédito em relação a pallets e caixas, em acórdão de minha relatoria (Acórdão n. 3401003.096). Em janeiro de 2017, em três processos de minha relatoria (Acórdãos n. 3401 003.400), o crédito em relação a pallets foi concedido, por maioria (vencidos o relator e os Cons. Fenelon Moscoso de Almeida e Rodolfo Tsuboi). Na ocasião, redigiu o voto vencedor o Cons. Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, e apresentou declaração de voto sobre pallets o Cons. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, mencionando precedente da Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão n. 9303003.478). No julgado mais recente desta turma encontrado no sítio web do CARF, buscandose a palavra “pallet” (Acórdão n. 3401004.362, de janeiro de 2018), o crédito em relação a “frete de pallets” e “porta pallets” foi negado, por voto de qualidade, vencidos os Cons. Augusto Fel Jorge D’Oliveira, Tiago Guerra Machado, Renato Vieira de Ávila e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, sendo designada para redigir o voto vencedor a Cons. Mara Cristina Sifuentes. Apesar de serem distintas as alegações de defesa nos citados processos (no presente processo, v.g., não alega a defesa que o pallet decorre de cumprimento de norma sanitária, nem sustenta a fiscalização que deveria haver ativação do bem), tais precedentes revelam que o tema ainda não é devidamente assentado no CARF. Na Câmara Superior de Recursos Fiscais, por exemplo, há precedentes reconhecendo créditos para pallets (Acórdãos n. 9303008.216, n. 9303008.048 e n. 9303006.068) ou rechaçando o crédito (Acórdãos n. 9303006.107 e n. 9303005.813), dependendo da situação concreta (v.g., serem os pallets do tipo one way, ou ativados, ou usados por razões sanitárias na indústria de alimentos), e das razões de defesa e da imputação fiscal. Também cabe destacar que não guarda vínculo necessário com a presente discussão a alegação inaugural de defesa (quer se refira a pallets ou lacres), em sede recursal, sobre ser pretensamente pacífica a jurisprudência do CARF sobre embalagens. No presente processo, a imputação fiscal restringese à acusação e que os pallets são utilizados para produtos acabados, e que, por essa razão, não podem ser classificados como insumos. Não há, por nenhuma das partes, considerações sobre ativação ou normas sanitárias. E a acusação de que o uso dos pallets é restrito a produtos acabados não é contestada pela defesa. Pelo contrário, a defesa sustenta que os custos de produção devem abranger até o momento em que o “produto está pronto para venda”, invocando dois precedentes de turma especial do CARF (precedentes estes que fazem referência a questão sanitária na área de alimentos). Assim, a discussão travada no presente processo se resume a serem ou não enquadrados como insumos pallets usados inequivocamente em etapa posterior ao processo produtivo. E, em relação a essa questão não temos dúvida pela manutenção da glosa, visto que tais bens, presentes em etapa posterior ao processo produtivo, não podem ser enquadrados como insumos. Portanto, diante da peculiaridade do caso concreto, os precedentes citados são apenas ilustrativos, pois não se amoldam ao aqui analisado, havendo coincidência apenas do item (pallets), mas não das condições fáticas analisadas (à exceção do Acórdão n. 9303 006.107, no qual a razão pela negativa de crédito foi exatamente o fato de que os pallets são empregados em período posterior ao encerramento do processo produtivo). Fl. 1689DF CARF MF 20 Pelo exposto, deve ser mantida a glosa sobre pallets de madeira. 2.2. Da energia elétrica Em relação a “Energia Elétrica (consumo)” e a “Energia Elétrica 13,8KV Demanda”, entendeu a fiscalização que, em função de haver diferença entre “demanda contratada” e “demanda consumida” de energia elétrica, e da Solução de Consulta SRRF06/Disit n. 14/2013, é vedada a apropriação de créditos com base na potência garantida contratada, cabendo a tomada de créditos apenas em relação à energia consumida, conforme o texto expresso nas leis de regência. Em análise do contrato de fornecimento de energia, vigente para 2010/2011, com a COPENE (atual “BRASKEM”), percebeu a fiscalização que havia na composição do custo total de energia elétrica uma parcela relacionada a “reserva de carga contratada” (ou, ainda, “demanda contratada”, ou “potência garantida” de energia elétrica), cuja cobrança independe do consumo efetivo medido no período de faturamento. Como se depreende do contrato (fl. 1202): “07.5 A ACRINOR se compromete a pagar à COPENE, como valor mínimo devido no período do faturamento, a importância resultante da aplicação da parcela de demanda dos preços estabelecidos no Anexo A para cada um dos dois pontos de entrega, vigente na época do fornecimento, sobre as correspondentes demandas faturáveis. ….................. 07.6 Em adição à parcela de que trata o item 07.5, a ACRINOR pagará à COPENE a importância resultante da aplicação da parcela de consumo dos preços estabelecidos no Anexo A, vigente na época do fornecimento, sobre o consumo de ENERGIA ELÉTRICA medido no período de faturamento.” (grifos no original) Em sua defesa, a empresa arguiu que, por ser de grande porte, possui contratos de fornecimento de energia elétrica (“demanda contratada”) junto à COPENE, sendo a “reserva de capacidade” (cf. Resolução Normativa ANEEL n. 414/2010) a demanda de potência ativa obrigatória e continuamente disponibilizada pela concessionária no ponto de entrega, e que deve ser integralmente paga, e complementada, se houver excedente, e não houve comprovação e que a empresa não tenha consumido a demanda contratada. Mas, ainda que parte não tenha sido efetivamente consumida, há direito ao crédito, pois o custo não deixa de ser necessário ao desenvolvimento da atividade econômica. Cita ainda precedentes da turma especial do CARF sobre o tema (Acórdãos n. 3803003.595 e n. 3802004.256). Percebeu o julgador de piso que a afirmação de defesa encontra contraposição no próprio texto do contrato, e que a simples análise das notas fiscais demonstra a insubsistência das alegações da impugnante. Nas palavras do julgador da DRJ (fls. 1579/1580): “Tomese, como exemplo, a nota fiscal eletrônica nº 000046001, anexada à fl. 581. O valor total dessa nota fiscal é de R$ 139.418,21. Desse montante, R$ 121.689,59 corresponde a "energia elétrica" e R$ 17.728,62 corresponde a "energia elétrica 13,8 KV demanda". Não tem sentido alegar que a Fl. 1690DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.671 21 demanda seria um consumo mínimo contratado e o excedente seria pago, quando na verdade esse consumo mínimo é quase sete vezes menor do que o valor excedente. Essa situação se repete em todas as notas fiscais de energia elétrica anexadas aos autos (fls. 580/638). Na verdade, de acordo com o art. 2º, inciso XXI, da Resolução Normativa Aneel nº 414, de 2010, citado pela própria impugnante, a definição de demanda contratada é a seguinte: XXI – demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados em contrato, e que deve ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW); [grifo acrescido] Por esse dispositivo, resta claro que a demanda contratada é a demanda de potência ativa disponibilizada pela distribuidora. Logo, não se trata de energia consumida” (na sequência, o julgador de piso traz considerações sobre a definição de potência e a distinção entre “demanda de potência” e “consumo mínimo”) Após as considerações da instância julgadora de piso, a defesa simplesmente reproduz o teor da impugnação, sem nada agregar. O recurso voluntário, então, não contrapõe os argumentos externados pela DRJ, mas simplesmente os ignora, reiterando in totum a impugnação já analisada. É de se recordar que se está aqui a tratar de tomada de crédito demandada com fundamento no inciso III/IX do art. 3o das leis de regência das contribuições não cumulativas, que versam sobre energia elétrica “consumida no estabelecimento da pessoa jurídica”, e que nenhum dos precedentes citados, das turmas especiais do CARF, versa exatamente sobre o assunto. Aliás, ao tratar exatamente do tema da “demanda contratada”, turma especial deste CARF recentemente negou o direito ao crédito: “INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. BENS E SERVIÇOS. O conceito de insumos, no contexto das contribuições nãocumulativas, deve ser interpretado à luz dos critérios da essencialidade e relevância do bem ou serviço, aferidos em face da sua estreita relação com o processo produtivo ou de prestação de serviços realizados pelo contribuinte. Em outras palavras, o conceito de insumos pressupõe o consumo de bens ou serviços no contexto do processo produtivo, excluindose, de tal conceito, as despesas que não tenham pertinência com o processo produtivo salvo exceções legais explícitas.” Acordam os membros do colegiado ... II) Pelo voto de qualidade, negar provimento em relação as demais matérias. Vencidos os Conselheiros Müller Nonato Cavalcanti Silva e Márcio Robson Costa que reconheciam o direito aos créditos em relação aos gastos com energia elétrica com demanda contratada, ...” Fl. 1691DF CARF MF 22 (Acórdão n. 3003000.038, Rel. Cons. Muller Nonato Cavalcanti Silva, qualidade, vencidos o relator e o Cons. Márcio Robson Costa, sessão de 12.dez.2018) (grifo nosso) Sobre o tema, espelho o entendimento da decisão de piso, sequer enfrentado especificamente pela defesa, que insistiu na tese inaugural (enfrentada a contento pelo julgador a quo) de que a demanda de potência se referiria a item efetivamente consumido, e de que não haveria prova de que parte da energia não tenha sido efetivamente consumida, ou, alternativamente, de que ainda que não fosse consumida, haveria direito ao crédito. Como exposto, cada um desses argumentos ruiu por terra após a decisão de piso, e sequer foi objeto de tentativa de reconstrução pela defesa, que entendia pela manutenção de sua higidez. Recordo, por fim, que não estão sendo glosados pela fiscalização valores referentes a energia elétrica consumida no estabelecimento da pessoa jurídica, mas apenas os valores referentes a “demanda”, que, reiterese, independe das medições de consumo, como se lê no próprio contrato anexado aos autos. Em face do exposto, e do comando do citado texto legal da legislação de regência das contribuições, deve ser mantida a glosa em relação a “Energia Elétrica (consumo)” e a “Energia Elétrica 13,8KV Demanda”. 2.3. Das “Despesas de Aluguel de Máquinas e Equipamentos” As glosas em relação a itens incluídos pela empresa como “Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoa Jurídica” agrupam dezenas de itens que sequer se relacionam a aluguel: “débito direto”, “serviços de manutenção predial”, “serviços de montagem, pintura, isolamento e revestimento”, “serviço de manutenção preventiva e corretiva nos aparelhos de ar condicionado”, “Inspetor de Equipamento Pleno”, “Serviços de Projetos de Desenhos Industriais”, “Arquivista técnico”, “Prestação de serviços de assessoria pertinentes à função segurança industrial”, “Prestação de serviços de elaboração e distribuição de refeições”, e “Locação de Sanitários Químicos”. Sobre tais itens sustentou a fiscalização que não se enquadram como aluguel de equipamentos e nem podem gerar créditos como serviços (detalhamento às fls. 1206 a 1211). Em sua defesa, a empresa alegou, na impugnação, que as glosas foram efetuadas nas contas 442250, 442150 e 444199 do “Livro Diário Auxiliar”, por não indicarem a procedência do crédito ou não se enquadrarem como “aluguel de máquinas e equipamentos”, cabendo mencionar que a empresa trabalha com a estrutura contábil de centro de custos, sendo que as contas que iniciam com os números 3 e 4 estão diretamente vinculadas a seu processo produtivo, ainda que não estejam vinculadas a aluguel de máquinas e equipamentos, e que a fiscalização, no caso, desconsiderou o Princípio da Verdade Material. Para demonstrar que o trabalho fiscal foi deficiente, a defesa exemplifica (fl. 1350), em relação ao período autuado, com: serviços de inspeção de equipamento, destacando que faz jus ao crédito, ainda que a classificação contábil esteja incorreta. A simples leitura dos itens glosados deixa patente que não se tratam (digase, nenhum deles) de “Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoa Jurídica”. E a defesa o reconhece, afirmando que “alguns serviços contratados e utilizados para fins de creditamento do PIS e da COFINS não se encaixam no conceito de ‘aluguel de máquinas e equipamentos’, sendo, contudo, serviços essenciais ao desenvolvimento da Fl. 1692DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.672 23 atividade comercial da impugnante”. Apesar de usar o termo “alguns”, a defesa não aponta nenhuma situação em que tenha sido glosado algo que efetivamente corresponde a “Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoa Jurídica”, limitandose a relacionar serviços que gerariam créditos à fl. 1330. Ao invés de se defender especificamente das glosas, a impugnação questiona créditos fora do período do lançamento (agosto a dezembro de 2011), salvo três itens, identificados como “Inspetor de equipamento pleno”, justificados como “serviço de inspeção de equipamento e, portanto, essencial do processo de produção de Acrilonitrila”. E, mesmo em relação a tais itens, a alegação vem desacompanhada de qualquer documentação de amparo. Reparese que os serviços indicados como computados fora do período de lançamento padecem da mesma descrição genérica, inviabilizadora da tomada de créditos, ao desamparo de documentos comprobatórios. Parece a empresa, ao final da impugnação deste tema (fl. 1331) entender que a diligência se presta a complementação posterior da defesa, ao demandar “a realização de diligência fiscal, com o objetivo de apurar todas as notas glosadas, bem como para que seja dada à Impugnante a oportunidade de especificação/detalhamento dos serviços a ela relacionados”. Vejase que a apuração das notas glosadas foi feita pela fiscalização, e resultou na autuação, e que foi dada à empresa a oportunidade de especificação/detalhamento dos serviços, exatamente no trintídio destinado à impugnação. Correto, assim, o julgador de piso, que reconheceu, inclusive, a aplicação da verdade material pela própria fiscalização, que aceitou créditos que estavam incorretamente contabilizados, quando a legislação que rege as contribuições não cumulativas o permitia (fl. 1583), limitandose a glosar o não justificado ou em desconformidade com a referida legislação. E, também aqui, o recurso voluntário limitase a endossar a impugnação, cujo teor já foi objeto de análise, resultando na superação da tese de defesa. Pelo exposto, voto por manter as glosas referentes a este tópico 2.3. 2.4. Das “Despesas de Armazenagem e Fretes na Operação de Venda” As glosas de “Despesas de Armazenagem e Fretes na Operação de Venda” abrangem serviços de armazenagem de insumo importado, despesas portuárias, serviços portuários, utilização de infraestrutura marítima (glosados com base em planilha apresentada pela empresa – detalhes às fls. 1215 a 1218), por não encontrarem previsão legal para apropriação de créditos (em relação a insumos importados, mencionando as Soluções de Consulta SRRF08/Disit n. 313/2011 e a SRRF10/Disit n. 92/2012). A fiscalização efetua ainda várias glosas com base em “Diário auxiliar do estoque” e “Razão”): serviços de locação de estação de rádio, aluguel de rádios, serviços de pintura, isolamento e revestimento, material elétrico de uso geral, Inspetor de Equipamento Pleno, “argamassa para aplicação de piso e azulejo no sanitário masculino ADM 06” e materiais para sanitários, serviços de recuperação de vidrarias, serviços de Fl. 1693DF CARF MF 24 inspeção, “talha pneumática com corrente (60 metros)”, materiais de pintura de uso geral, cano para instalação de duchas e chuveiros, serviços de manutenção e reforma; serviços lavagem industrial, serviços gerais, materiais de manutenção, “rateio de despesas com transporte de funcionários no mês”, “rateio de despesas com alimentação de funcionários”, conserto de bicicletas da produção, contratação de aux. técnico de segurança, e itens não identificados, sob o fundamento de que não encontram previsão legal para apropriação de créditos (detalhamento individualizado às fls. 1219 a 1229). Em sua defesa, a empresa afirma que as glosas foram efetuadas, entre outros, em relação a despesas portuárias, despesa de frete e armazenagem de insumos importados e despesas “administrativas”, alegando que o frete é necessário à atividade empresarial, não podendo ser glosadas despesas de notas de empresas transportadoras (Concórdia, Flumar e Breyner) como despesas portuárias, e que todos os valores de transporte em qualquer etapa do processo produtivo geram créditos. Sobre as despesas portuárias e serviços portuários, sustenta que não podem ser compreendidos como parte da importação, mas sim como custo da atividade empresarial, gerando créditos. E defende, ainda, que o direito ao crédito, nas leis de regência das contribuições, não está restrito a bem adquiridos no mercado interno. Sobre as glosas efetuadas com base em “Diário auxiliar do estoque” e “Razão”, em contas de número 442210, 442220, 442120 e 442230, entre outras, a defesa alega que se referem a aquisições de bens e serviços essenciais à atividade da empresa. A DRJ afasta, de plano, da classificação como insumos, as chamadas “despesas administrativas”, para as quais não houve defesa específica, e, em relação aos serviços portuários, expressa que as notas emitidas pelas empresas, apesar de transportadoras, destacavam a existência de “despesas portuárias”, que não constituem fretes, na dicção do inciso IX do art. 3o da Lei no 10.833/2003. Quanto à alegação que despesas portuárias constituiriam insumos, também é rechaçada pela DRJ, pois não se referem a serviços aplicados na produção ou fabricação do produto. No mais, o julgador de piso destaca que o comando legal é restrito a “armazenagem de frete na operação de venda”, sendo que a importação é uma operação de aquisição, e que “[n]o caso de insumo importado, não há geração de crédito porque, conforme § 3º, inciso I, do art. 3º das Leis nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o direito ao crédito se aplica exclusivamente aos bens adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no país” (com menção ainda à Soluções de Consulta SRRF08/Disit n. 186/2010). Por fim, no que se refere às glosas do Diário Auxiliar do Estoque e do Razão, as glosas se devem a: (i) não enquadramento como insumo, por não haver relação direta com o processo produtivo; (ii) descrição genérica, não permitindo aferir se há ou não relação direta com o processo produtivo; e (iii) itens que devem ser incorporados ao ativo imobilizado, exemplificando cada um dos itens às fls. 1588/1589, e concluindo que a empresa não contrapôs especificamente as glosas, limitandose a afirmar genericamente que os itens eram essenciais a seu processo produtivo. No Recurso Voluntário, a empresa, inicialmente, reitera o argumento (diga se, já superado pelo julgador de piso) de que o simples fato de as notas serem emitidas por transportadores atestaria o caráter de frete, ainda que a descrição fosse “despesas portuárias”, e que o frete constitui “insumo de sua atividade empresarial, pois, sem o deslocamento físico do insumo para fábrica ou do produto acabado para os pontos de revenda, não haveria atividade empresarial em si” (fl. 1641). Nesse aspecto, parece a recorrente demandar um conceito de insumo mais afeto ao imposto de renda (aliás, a empresa expressamente cita, nesse item, a legislação do IR), que não é o aqui adotado, nem o apregoado de forma vinculante pelo STJ, que não perde o norte da legislação das contribuições não cumulativas, ligadas à produção de bens e à prestação de serviços da empresa, e não a quaisquer atividades da empresa (como as “despesas Fl. 1694DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.673 25 administrativas”, em geral, e as posteriores à produção, tanto que para os fretes de venda a previsão legal se encontra em inciso diverso do referente a insumos). O conceito de insumos, como aqui já destacado, não é tão amplo como deseja a defesa, e a previsão legal referente a fretes e armazenagem (inciso IX do art. 3o da Lei no 10.833/2003) não inclui rubrica descrita como “despesas portuárias”, indicadas nos conhecimentos de transporte, e não justificadas detalhadamente pela recorrente, que se limita a entendêlas como “insumos” em sentido lato. Seja em relação a despesas portuárias, ou despesas administrativas, esta turma de julgamento, bem assim outras, inclusive a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), já se manifestaram pela impossibilidade de tomada de crédito: “CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis não cumulativo. Acordam os membros do colegiado dar parcial provimento ao recurso, nos seguintes termos: ... x) Despesas portuárias, despesas com armazenagem e despesas com documentação e estadias, nas operações de exportação por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso;” (Acórdão n. 3401 003.060 a 069, Rel. Cons. Eloy Eros da Silva Nogueira, unânime – em relação ao tema, sessão de 26.jan.2016) “DESPESAS DE MOVIMENTAÇÃO E DE EMBARQUE DE MERCADORIAS EM ÁREA PORTUÁRIA DESTINADAS À EXPORTAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA GERAR CRÉDITOS DE PIS E COFINS. Por falta de previsão legal específica e por não se demonstrar que se referem a insumos necessários aos processos de produção, não geram créditos de PIS e COFINS as despesas com movimentação das mercadorias na área portuária e as despesas com o embarque dessas mercadorias.” (Acórdão n. 3401003.030, Rel. Cons. Eloy Eros da Silva Nogueira, unânime – em relação ao tema, sessão de 25.jan.2016) “DESPESAS COM SERVIÇOS PORTUÁRIOS DIVERSOS. NÃO SUBSUNÇÃO AO CONCEITO DE INSUMOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA CREDITAMENTO. A jurisprudência majoritária do CARF sustenta que o conceito de insumos, no âmbito das contribuições nãocumulativas, pressupõe a relação de pertinência entre os gastos com bens e serviços e o limite espaçotemporal do processo produtivo. Em outras palavras, não podem ser considerados insumos aqueles bens ou serviços que venham a ser consumidos antes de iniciado o processo ou depois que ele tenha se consumado. Despesas portuárias não se subsumem ao conceito de insumos para fins de creditamento das contribuições nãocumulativas, uma vez que tais gastos, inconfundíveis com os gastos com frete e armazenagem nas operações de comercialização para os quais há expressa previsão normativa para seu creditamento , são Fl. 1695DF CARF MF 26 atinentes a serviços ocorridos após o fim do ciclo de produção, não gerando, portanto, direito a crédito.” (Acórdão n. 3302 005.648, Rel. Cons. Walker Araújo, qualidade, vencidos o relator e os Cons. José Renato Pereira de Deus, Diego Weis Jr e Raphael Madeira Abad, sessão de 24.jul.2018) (grifo nosso) (No mesmo sentido o Acórdão n. 3302005.646, 647 e 649 “PIS/PASEP E COFINS. REGIME NÃOCUMULATIVO. PRODUTOS ACABADOS. DESPESAS DE MOVIMENTAÇÃO PORTUÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O contribuinte paga de maneira global para execução de diversas despesas de movimentação portuária aí incluída a despesa de armazenagem do produto acabado. Como não há a individualização das despesas de armazenagem das demais despesas, não há possibilidade de seu creditamento. Nem são insumos da atividade fabril e nem compreendem como despesas de armazenagem propriamente dita.” (CSRF, Acórdão n. 9303 006.718 a 729, Rel. Cons. Rodrigo da Costa Pôssas, maioria, vencidos em relação ao tema as Cons. Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, sessão de 15.mai.2018) (grifo nosso) “NÃOCUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS QUE GERAM DIREITO A CRÉDITO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Na legislação do Pis e da Cofins nãocumulativos, os insumos que geram direito a crédito são aqueles vinculados ao processo produtivo ou à prestação dos serviços. As despesas gerenciais, administrativas e gerais, ainda que essenciais à atividade da empresa, não geram crédito.” (Acórdão n. 3201 004.298, Rel. Cons. Marcelo Giovani Vieira, unânime em relação ao tema, sessão de 23.out.2018) (grifo nosso) “PIS/PASEP. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. DESPESAS ADMINISTRATIVAS E COMERCIAIS. IMPOSSIBILIDADE. Conforme decidiu o STJ no julgamento do Resp nº 1.221.170/PR, na sistemática dos recursos repetitivos, não há previsão legal para a apropriação de créditos de PIS, no regime da nãocumulatividade, sobre as despesas de cunho administrativo e comercial, sobretudo quando não demonstradas qualquer vínculo de sua relevância com o processo produtivo da empresa.” (CSRF, Acórdão n. 9303008.398, Rel. Cons. Andrada Márcio Canuto Natal, unânime, sessão de 20.mar.2019) (grifo nosso) No que se refere a créditos demandados em relação a despesas de frete e armazenagem de insumos importados, a confusão é patente por parte da defesa, pois tais despesas não se enquadram nem no inciso referente a insumos (por força de disposição legal expressa, referida no julgamento de piso – § 3o, inciso I, do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003) nem no referente a armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, como destacou a DRJ (ou seja, ao contrário do que afirma a recorrente, o inciso IX é restrito à venda por parte da empresa, não tratando de importação – que corresponde a uma compra pela empresa). No mais, a jurisprudência colacionada pela defesa trata de situação distinta da especificamente analisada nestes autos. Sobre as glosas efetuadas em relação a Diário Auxiliar do Estoque e Razão, a única alegação da empresa, em sua impugnação, como destaca o julgador de piso, é de que se referem a valores que estariam relacionados à aquisição de bens e serviços essenciais ao Fl. 1696DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.674 27 desenvolvimento da sua atividade, pois vinculados a contas que englobariam custos relacionados ao seu processo produtivo. Embora a impugnação de quatro parágrafos (fl. 1334 aos quais agrega o recurso voluntário um parágrafo geral) não questione sequer um item glosado, especificamente, e se limite a demandar diligência (quiçá para dilação probatória), a DRJ, em homenagem à verdade material, minucia itens à fl. 1588/1589, dividindoos nas três categorias aqui já referidas: (i) não enquadramento como insumo, por não haver relação direta com o processo produtivo; (ii) descrição genérica, não permitindo aferir se há ou não relação direta com o processo produtivo; e (iii) itens que devem ser incorporados ao ativo imobilizado. Examinando a lista (i), e adotando o conceito de insumos aqui fixado, mais amplo que o albergado pelo julgador de piso, ainda assim mantenho o teor da decisão da DRJ, em relação aos 20 itens ali mencionados como desenquadrados do conceito de insumos (recordese, nenhum deles questionado especificamente pela recorrente), por não verificar o preenchimento dos critérios de essencialidade e relevância restritos ao processo produtivo (atividade econômica da empresa): 1. material elétrico de uso geral, tais como lâmpadas, conectores, abraçadeiras, relés de proteção, reatores de tensão, suporte para lâmpada, fita isolante, barra borne, grampos, cabo de energia, tampa defletora, fusíveis, plugs, cordoalha; 2. serviço de manutenção preventiva e corretiva do sistema de ar condicionado central; 3. galão de tinta Rethane; 4. cimento Portland; 5. rateio de despesas com alimentação dos funcionários fábrica no mês; 6. rateio de despesas com transporte de funcionários no mês; 7. serviço de manutenção automotiva – Autoelétrica DJ (manutenção saveiro, manutenção caminhão bombeiro); 8. serviço de locação de materiais e mão de obra (andaimes); 9. serviço de recapeamento asfáltico das pistas de entra e internas da Acrinor; 10. serviço de locação de estação de rádio na sala de controle; 11. materiais de pintura de uso geral: pincéis, rolo de lã, tinta epoxi; 12. molas automáticas para uso em portas; 13. bateria automotiva para veículo de combate a incêndio; 14. cadeados; 15. resistência para chuveiro Lorenzetti; Fl. 1697DF CARF MF 28 16. argamassa para aplicação de piso e azulejo no sanitário masculino no ADM 06; 17. super cano branco para instalação de duchas e chuveiros; 18. acessório Astra, entrada hidráulica, ref. HE 263/N, para uso vaso sanitário com descarga acoplada (para ser utilizado na descarga do sanitário feminino do ADM 06); 19. válvula tipo bóia para ser utilizada na caixa d'água do prédio ADM 02 e ADM 07; e 20. aluguel de 20 rádios para Parada e de baterias (lition) para rádios EP450 a serem utilizados durante a Parada. Na lista (ii), referente a itens com descrição genérica, entendo que a ausência de colaboração da recorrente menoscaba igualmente a verdade material, nos moldes descritos ao início deste voto, não cabendo ao julgador, ainda que em nome da verdade material, suprir a falta de especificidade das razões de defesa, que, sabendo que a DRJ havia confirmado a negativa de crédito por falta de detalhamento (que, digase, vinha desde o procedimento fiscal), sequer moveu esforços para promover o demandado detalhamento, confiando em pretensa diligência a lhe devolver prazo processual que teve oportunidade de fruir por duas vezes, na impugnação e no recurso voluntário. Por fim, no que se refere á lista (iii), acordase com a decisão de piso no sentido de que os bens constituem ativo imobilizado. Assim, devem ser mantidas as glosas em relação a este tópico 2.4. Das Considerações Finais Na impugnação, há ainda menção a dois temas: (a) receita referente a outubro/2011 (fls. 1334/1336); e (b) créditos objeto de pedidos de ressarcimento (fls. 1336/1338). A DRJ enfrenta ambos os temas, dispondo, em relação ao primeiro (fls. 1589/1590), que a impugnante reitera o alegado no curso da fiscalização, que foi confrontado pela fiscalização, nada contrapondo a empresa ao que agregou o fisco na autuação; e, em relação ao segundo, que abusiva não foi a glosa, mas o procedimento da empresa buscando utilizar duas vezes saldo de crédito em dois pedidos de ressarcimento distintos (fls. 1590/1591). Comparandose o recurso voluntário interposto à impugnação anteriormente apresentada (e enfrentada pela DRJ), em relação ao tema “a”, percebese que os textos são idênticos. E, no que se refere ao tema “b”, há diferenças apenas em relação a dois parágrafos (além da troca de “julgador” por “conselheiro”, e do acréscimo de um “ocorre que”), um parágrafo agregando meses, e outro informando o resultado da decisão de piso. Assim, mais uma vez a empresa, no presente contencioso, mantém suas razões de defesa originais, opostas à autuação, e não ao decidido pela instância de piso, que sequer é enfrentado. Fl. 1698DF CARF MF Processo nº 13502.721598/201550 Acórdão n.º 3401006.210 S3C4T1 Fl. 1.675 29 Portanto, e concordando com os argumentos expostos na decisão a quo, em relação a tais temas, endosso seu teor, que não foi objeto de enfrentamento pela defesa, já recordando que nenhum dos dois temas aqui referidos sofre influência da divergência entre o conceito de insumos adotado por este tribunal administrativo e aquele albergado pela DRJ quando do julgamento de piso. Por certo que os montantes lançados pela empresa a título de receita em outubro/2011, divergindo a Escrituração Fiscal Digital do DACON, justificada como derivada de notas de crédito em decorrência de preços faturados a maior erroneamente (o que não foi demonstrado/comprovado) em vendas efetuadas à Companhia Brasileira de Estireno (CBE), do mesmo grupo econômico, não dão guarida probatória, nem certeza ou liquidez ao crédito. O que verifica a DRJ é que o autuante trouxe diversos argumentos (cada um deles suficiente à prova do alegado pelo fisco) pelos quais as vendas à CBE não foram feitas com valor a maior (fl. 1590), nenhum deles especificamente enfrentado pela defesa. E, sobre o argumento da empresa de que efetuou pedido de ressarcimento (ainda não analisado em definitivo) em relação a crédito que depois utilizou como desconto na apuração das contribuições não cumulativas, o que ensejaria abusividade da glosa, esclareceu o julgador de piso, com amparo na legislação e regência, que “[u]ma vez feito o pedido de ressarcimento a consequência lógica e necessária é que ela não pode mais utilizar tais créditos como descontos na apuração das contribuições” (fl. 1591). Correta, assim, a glosa, pois, ainda que existente de fato o crédito, ele seria alocado ao pedido de ressarcimento. A aparente agregação de períodos e de outro pedido de ressarcimento no recurso voluntário em nada muda esse cenário. Destaca, outrossim, ainda mais, que a duplicidade parte da empresa, que demanda por duas vezes o mesmo crédito, que, se existente, será eventualmente destinado aos pedidos de ressarcimento, não cabendo sua discussão nestes autos. Não havendo mais temas contenciosos, cabe consolidar o decidido ao longo deste voto, no sentido de dar parcial provimento ao recurso, para reverter as glosas em relação a nitrogênio (gasoso e líquido) e peróxido de hidrogênio. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 1699DF CARF MF
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