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Numero do processo: 17613.722280/2012-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
IRPF. ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considerar-se-á não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal
LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física.
Numero da decisão: 2202-003.789
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(Assinatura digital)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinatura digital)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada .
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerarseá não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinatura digital) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinatura digital) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 61 3. 72 22 80 /2 01 2- 47 Fl. 96DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP) Em procedimento de revisão da Declaração de Ajuste Anual 2011, anocalendário 2010, da contribuinte acima identificada, procedeuse ao lançamento de ofício, originário da apuração das infrações abaixo descritas, por meio da Notificação de Lançamento do Imposto de Renda Pessoa Física, lavrada em 07/08/2012, de fls. 45/49 (...) Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica Confrontando o valor dos Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica declarados, com o valor dos rendimentos informados pelas fontes pagadoras em Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – Dirf, para o titular e/ou dependentes, constatouse omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 55.435,64, conforme relacionado abaixo. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto de Renda Retido (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 0,00. DA IMPUGNAÇÃO Devidamente intimada das alterações processadas em sua declaração, a contribuinte apresentou impugnação por meio do instrumento de fls. 02/03, alegando, em síntese, que: é pensionista do DINIT e portadora de Alzheimer e Parkinson. Apresentou DIRPF retificadora para obter os valores de IR descontados. Recebeu a Notificação de Lançamento e apresentou Solicitação de Retificação de Lançamento; quando da retificação da declaração original, o programa zerou a contribuição previdenciária de empregada doméstica por não haver proventos tributáveis, gerando a infração constante na notificação; assim, solicita a anulação da declaração retificadora para prevalecer a original. Anexa documentos e solicita análise da impugnação. Na fl. 08 consta Resultado da Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL, emitida em 08/10/2012, cuja ciência à contribuinte deuse em 23/10/2012, em que se verifica no campo “Complementação da Descrição dos Fatos”: A contribuinte não apresentou laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo negou provimento à Impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte: Fl. 97DF CARF MF Processo nº 17613.722280/201247 Acórdão n.º 2202003.789 S2C2T2 Fl. 97 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 Ementa: IRPF ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE NÃO COMPROVAÇÃO A comprovação da moléstia grave deverá ser realizada mediante laudo pericial contendo requisitos mínimos necessários, tais como a especificação da data em que a doença foi contraída, o prazo de validade do laudo, e emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. É literal a interpretação da legislação tributária que dispõe sobre isenção, de acordo com o artigo 111 do Código Tributário Nacional. Cientificada da decisão acima transcrita (AR fls.88), a contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 90/93, no qual requer o cancelamento do lançamento complementar ocasionado por equívoco do Auditor da Receita Federal que, ao analisar a Declaração Retificadora elaborou nova Declaração e não lançou os descontos referentes a Contribuição Previdenciária a Empregada Domestica, fartamente documentado neste processo 2011/5328390723790, como também este desconto não foi considerado pela relatora na decisão do Acórdão da 22ª Turma de Julgamento da DRJ/SPO em 07.12.2015, o que torna nulo ou improcedente o lançamento do imposto suplementar. É o relatório Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual, dele conheço. Conforme se verifica pelo trecho do recurso abaixo transcrito, a Recorrente reconhece que os laudos médicos apresentados eram de datas posteriores às da declaração retificada: Com base no exposto acima e analisando os documentos já anexados ao processo de notificação de lançamento 2011/532783390723790 e descritos acima, procurouse os benefícios da Lei com a isenção de impostos aos declarantes possuidores de doenças ou moléstias graves mediante a apresentação de Laudos Médicos Oficiais, mas para o caso em tela os Laudos eram de data posterior a referida Declaração, então solicitase a Impugnação do lançamento de Imposto Fl. 98DF CARF MF 4 Suplementar com a anulação da Declaração Retificadora, entregue a Receita Federal em 29.07.2012 às 19:31 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 21.10.70248205, retornandose a Declaração Original, aquela entregue à Receita Federal em 28/04/2011 às 19:59 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 14.77.58.4.7847, onde está declarado o desconto da Contribuição Previdenciária a Empregada Doméstica no valor de R$ 810,00, devidamente comprovado com os documentos anexados a Impugnação nº 2011/90000005256 da Notificação de Lançamento nº 2011/5327833907233790, tais como, listagem, recolhimento INSS de empregada doméstica e cópia da carteira de trabalho. (grifos no original) Tratase, portanto, de matéria não impugnada. Dessa forma, a irresignação da Recorrente limitase à anulação do lançamento suplementar decorrente do cancelamento da declaração retificadora, uma vez que tal situação gerou um lançamento suplementar no montante de R$ 810,00. Na declaração original, por sua vez, a Recorrente teria direito à restituição. Não é possível, retornar a declaração original, uma vez que a retificação realizada com erro sujeita o contribuinte à penalidades. Da mesma forma, a dedução dos valores pagos à título de contribuição previdenciária, não implicam o cancelamento o lançamento suplementar, mas tão somente se admite a dedução pleiteada, desde que devidamente comprovada. Em face do exposto, dou provimento ao recuso para que seja considerada, no lançamento suplementar, a dedução do montante de R$ 810,00 relativo ao pagamento de contribuições previdenciárias para empregada doméstica. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13799.720195/2015-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE.
A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial
Numero da decisão: 2202-003.786
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 79 9. 72 01 95 /2 01 5- 13 Fl. 87DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA): O interessado impugna decisão que indeferiu o seu direito à restituição que pleiteava alegando ser portador de moléstia grave. Visava obter uma diferença de imposto a restituir de R$ 6.100,75. O pedido foi indeferido porque se tratava de rendimentos da reserva remunerada, não abrangidos pela isenção dos portadores de moléstia grave. O impugnante argumenta, em síntese, que é portador de cegueira parcial (cegueira de um olho, laudo fls. 08), moléstia que se inclui dentre aquelas enumeradas na lei de isenção. A lei usa o termo genérico cegueira. A CID classifica diversas espécies de cegueira, inclusive cegueira de um olho. A isenção dos proventos de reserva remunerada dos portadores de moléstia grave já foi reconhecida na Súmula 43 do CARF. O conceito de aposentadoria inclui os rendimentos de inatividade tanto do inativo civil (aposentadoria civil) quanto do inativo militar (reforma e reserva remunerada). A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA), negou provimento à manifestação de inconformidade em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RESERVA REMUNERADA. A isenção por moléstia grave não se aplica aos proventos da reserva remunerada. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. PERDA PARCIAL DA VISÃO. Em obediência ao princípio da interpretação literal das normas isentivas, o conceito de cegueira não pode ser estendido para incluir a mera redução da acuidade visual ou a visão monocular. Cientificado ( fls. 45) o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 59/67, no qual reitera as razões suscitadas quando da Impugnação. O Recorrente requereu a juntada do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016 (fls. 75), bem como do Acórdão nº 92.02004.531 da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no qual foi negado provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional em discussão idêntica à dos autos (fls 79/83). Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 88 3 É o relatório. Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A controvérsia desse recurso se resume à duas questões referente à abrangência da isenção prevista no artigo 6º, inciso XIV da Lei nº 7.713/88: a) se o valores recebidos pelos militares da reserva podem ser considerados isentos, uma vez que, embora sejam proventos recebidos em razão da inatividade a norma só menciona os proventos decorrente de "reforma". c) se a expressão "cegueira" prevista no mencionado dispositivo legal refere se apenas a cegueira "biocular" ou se abrange também a cegueira monocular. Em relação a letra "a" o CARF possui entendimento consolidado no sentido de que, embora o artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/88 utilize apenas as expressões "aposentadoria" e "reforma" a isenção nele prevista aplicase, igualmente, à reserva, conforme se verifica pelo o teor da Súmula 63: Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. (grifamos) Por outro lado, o artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88 arrola, dentre as moléstias graves passíveis de gerar o direito a isenção, a cegueira. Confirase: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina Fl. 89DF CARF MF 4 especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (grifamos) Entendeu a decisão recorrida que, nos termos do disposto no artigo 111 do Código Tributário Nacional, não seria possível ampliar o conceito legal para abranger a cegueira de um só olho.Tal raciocínio, todavia, não procede. Isso porque, o referido artigo determina que "a interpretação das normas que disponham sobre isenção deve ser literal". A norma isencional acima transcrita menciona, dentre as moléstias graves, "cegueira" que é gênero do qual são espécies a cegueira de ambos olhos e a cegueira de um olho. Como bem ressalta o Recorrente, a prova de que "cegueira" é gênero do qual as demais são espécies é fornecida pelo próprio Código Internacional de Doenças CID 10 que assim dispõe: Código Doença H54 Cegueira e visão subnormal H54.0 Cegueira, ambos os olhos H54.1 Cegueira em um olho e visão subnormal em outro H54.2 Visão subnormal de ambos os olhos H54.3 Perda não qualificada da visão em ambos os olhos H54.4 Cegueira em um olho H54.5 Visão subnormal em um olho H54.6 Perda não qualificada da visão em um olho H54.7 Perda não especificada da visão (grifamos) Sendo assim, a interpretação realizada pela DRJ não foi literal, mas restritiva o que conflita com o princípio da legalidade. Com efeito, quisesse o legislador utilizar a espécie (cegueira de ambos os olhos) teria adjetivado a expressão. Como bem observa Hugo de Brito Machado: "Há quem afirme que a interpretação literal deve ser entendida como interpretação restritiva. Isto é um equívoco. Quem interpreta literalmente por certo não amplia o alcance do texto, mas com certeza também não o restringe. Fica no exato alcance que a expressão literal permite. Nem mais, nem menos. Tanto é incorreta a interpretação do seu alcance, como sua restrição" (MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, 22 ed. Malheiros, São Paulo, 2003, p.105) (grifamos) Essa é a interpretação que vem sendo dada pelas turmas do CARF, conforme se verifica pelo teor das ementas abaixo transcritas: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 89 5 A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial." Recurso Voluntário Provido. (Processo nº 10166.013759/200706, j. 14/03/2012, relator conselheiro Sidney Ferro Barros) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF cobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido" (Processo nº 10166.731097/201217, acórdão 2101002.460– 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, rel. Cons. MARIA CLECI COTI MARTINS, j. 13.05.2014) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL.ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso provido." (Processo nº 10845.725352/201235, Acórdão 2202002.877– 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, j. 06.11.2014, Rel. Cons. Marco Aurélio de Oliveira Barbosa) (grifamos) Fl. 91DF CARF MF 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido (Processo n. 13830.720890/201118, Acórdão n. 2801003.907– 1ª Turma Especial, j. 04.12.2014,Rel. Cons. Carlos César Quadros Pierre) (grifamos) Nesse mesmo sentido já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9202004.631, julgado na sessão de 26 de outubro de 2016, cuja ementa é a seguinte: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial. Recurso especial conhecido e negado.(grifamos) Por fim, é importante destacar que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional acatou esse entendimento por meio do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016, que assim dispõe: O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 29/2016, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 29 de março de 2016, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais fundadas no entendimento de que a isenção do Imposto de Renda prevista no art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei 7.713, de 1988, abrange os valores recebidos a título de aposentadoria, reforma ou pensão, quando o beneficiário for portador do gênero patológico “cegueira”, seja ela binocular ou Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 90 7 monocular, desde que devidamente caracterizada por definição médica” Em face de todo exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 93DF CARF MF
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Numero do processo: 16095.000376/2007-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005
DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99.
O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extingue-se com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN.
Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 173, I.
Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE.
O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entende-se por salário-de-contribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS.
A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e dar-lhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/0008-23) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/0001-57).
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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PLR. Recorrente CONTINENTAL BRASIL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005 DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99. O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extinguese com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN. Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I. Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entendese por saláriodecontribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS. A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 03 76 /2 00 7- 27 Fl. 423DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 424DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 424 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (Debcad 37.079.4230) lavrada contra a empresa em epígrafe, referente à contribuição social correspondente à contribuição previdenciária dos segurados e da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), e para outras entidades e fundos (Sebrae e Incra), incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de participação nos lucros ou resultados PLR, no período de 01/99 a 10/05, não informada em GFIP. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 27/34), a empresa deixou de apresentar convenção ou acordo coletivo com previsão de PLR ou comprovou formação de comissão escolhida pelas partes integrada também por um representante do sindicato da categoria para a filial sediada na cidade de Gravataí para o ano de 2001. Para a matriz em Guarulhos e filiais em Salto e Resende, ocorreu o pagamento em mais de duas vezes no mesmo ano civil, Guarulhos e Salto em 2002 e Resende em 1999 e 2005. Em Guarulhos, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em fevereiro, maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Salto, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Resende, no ano de 2005, os pagamentos ocorreram em janeiro, fevereiro, abril e outubro. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, alegando em síntese que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, a inconstitucionalidade da Lei 10.101/2000 e que os pagamentos correspondem a PLR, razão pela qual não seriam passíveis de cobrança de encargos previdenciários. Foi proferido o Acórdão 0522.729 9ª turma da DRJ/CPS, fls. 297/308, com a seguinte ementa e resultado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1990 a 31/10/2005 PLR. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. Valores pagos pela empresa a título de Participação nos Lucros e Resultados em desacordo com a lei de regência, são considerados remuneração e sofrem incidência previdenciária. DECADÊNCIA. SÚMULOA Nº 8. EXCLUSÃO DE VALORES EM PERÍODO DECADENTE. Em decorrência da Súmula nº 8, o prazo para constituição de crédito previdenciário é de cinco anos. Lançamento Procedente em Parte Fl. 425DF CARF MF 4 De acordo com referido acórdão, foram excluídos os lançamentos efetuados nas competências até 11/01, atingidas pela decadência, aplicandose o disposto no CTN, art. 173, I. Assim, foi excluído todo o lançamento efetuado para a filial de Gravataí e o lançamento referente ao ano de 1999 para a filial de Resende. Também foi excluído do lançamento os pagamentos que tinham respaldo em acordo coletivo e em alteração contratual: matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05. Não houve recurso de ofício. Mantido o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 01/02, 02/02, 04/02, 05/02 e 11/02; Salto, 01/02, 05/02 e 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. Cientificado do Acórdão em 4/11/08 (Aviso de Recebimento AR de fl. 313), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 18/11/08, fls. 318/331, que contém, basicamente, os mesmos argumentos da impugnação, em síntese: Argumenta que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, pois a contribuição previdenciária é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, sendo aplicável o CTN, art. 150, § 4º e não o art. 173, I. Para o período objeto da autuação houve antecipação de pagamento. Disserta sobre o direito constitucional dos trabalhadores à participação nos lucros da empresa, afirma ser ilegítima a Lei 10.101/00, por ser ordinária. Afirma serem inconstitucionais os requisitos da Lei 10.101/00. Entende que embora os julgadores de primeira instância tenham entendido como correto o procedimento fiscal, eles procuraram verificar a natureza efetiva do pagamento, excluindo alguns valores lançados justamente porque concluíram que correspondiam à PLR. Aduz que também os valores mantidos na decisão recorrida correspondem à PLR e devem ser excluídos. Para o estabelecimento em Guarulhos, explica que os valores pagos em 01/02 correspondem ao lucro distribuído referente ao segundo semestre de 2001. O mesmo para a competência 02/02, que foi pago aos empregados demitidos. Para a competência 04/02, o valor pago se refere ao lucro do período de 01/02 a 03/02 que deveria ser pago em 04/02 e os pagamentos realizados em 05/02 tiveram como beneficiários os empregados demitidos entre janeiro e abril de 2002. Os pagamentos feitos em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002, conforme documentos juntados por amostragem 16B e 16C da impugnação. Para o estabelecimento de Salto, os pagamentos realizados em maio e novembro de 2002 são referentes aos empregados demitidos, conforme documentos 24A, 24 B e 24C da impugnação, pago em conformidade com a cláusula 4.4 do acordo (doc. 19 da impugnação). Para o estabelecimento em Resende, os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). Fl. 426DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 425 5 Afirma que não obstante a existência de cláusula expressa que comprova que ambos os pagamentos de fato correspondem à PLR, a decisão de primeira instância apenas excluiu do lançamento a competência outubro, mantendo a competência abril/05, sob a alegação de que este pagamento não havia sido objeto de acordo prévio entre as partes, uma vez que referido acordo teria sido assinado a posteriori (em 3/10/02). Entende que a data de assinatura do acordo não possui relevância para esse caso concreto, pois ele registra que as partes já tinham acordado, tendo a assinatura ocorrido em momento posterior tão somente por questões burocráticas. O contrato se celebra pelo acordo de vontade entre as partes, que já existia em abril, não sendo a mera assinatura a posteriori suficiente para retirarlhe a efetividade. Requer sejam canceladas as exigências remanescentes e o arquivamento do processo administrativo. É o relatório. Fl. 427DF CARF MF 6 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. DECADÊNCIA Para verificar se houve decadência, quando se tratar de crédito tributário o qual o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento do tributo, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Por outro lado, quando ocorrer lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; No presente caso, houve princípio de recolhimento, pois foram lançadas as contribuições adicionais relacionadas aos valores pagos a título de PLR, portanto, devese excluir deste lançamento, ocorrido em 09/07, o período até 08/02, aplicandose o disposto na Súmula CARF nº 99: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. (grifo nosso) Fl. 428DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 426 7 Diante da decadência ora declarada, por evidente perda de objeto, não cabe a análise dos argumentos apresentados relacionados ao período até 08/02. Assim, permanecem em discussão o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 11/02; Salto, 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não há que se falar em inconstitucionalidade ou ilegalidade. A validade ou não da Lei, em face da suposta ofensa a princípio de ordem constitucional, escapa ao exame da administração, pois se a lei é demasiadamente severa, gerando injustiça, cabe ao Poder Legislativo fazer a sua revisão, ou ao Poder Judiciário declarar a ilegitimidade de um texto legal em face da Constituição, quando o preceito nele inserido se mostre evidentemente em desconformidade com a Lei Maior. Nesse sentido, a inconstitucionalidade ou ilegalidade de uma lei não se discute na esfera administrativa. À fiscalização da RFB não assiste o direito de questionar a lei, tão somente, zelar pelo seu cumprimento, sendo o lançamento fiscal um procedimento legal a que a autoridade fiscal está vinculada. Ademais, o Decreto 70.235/72, dispõe que: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. E a Súmula CARF nº 2 determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, irrelevantes os argumentos de que a Lei 10.101/00 é ilegítima ou que seus requisitos são inconstitucionais. PLR Para o segurado do RGPS, qualquer parcela destinada a retribuir o seu trabalho integra o salário de contribuição, conforme Lei 8.212/1991, artigo 28, inciso I: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Entretanto, a Lei 8.212/91, no art. 28, § 9º, exclui algumas rubricas da base de incidência das contribuições previdenciárias, contudo para que tais rubricas sejam Fl. 429DF CARF MF 8 excluídas, elas devem estar previstas no citado dispositivo legal e devem ser pagas dentro dos ditames da lei. De fato, o art. 28, § 9º, prevê hipóteses de não incidência de contribuições sociais sobre participação nos lucros e resultados: Art. 28. [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (grifo nosso) [...] Vêse, portanto, que tais hipóteses de renúncia fiscal não são absolutas, mas sim condicionadas pelo próprio dispositivo legal que as prevê. No caso da PLR, a isenção apenas acontece se os pagamentos forem efetuados de acordo com a lei específica, no caso, a Lei 10.101/2000. De acordo com a fiscalização a empresa não observou referida lei, pois efetuou pagamentos mais de duas vezes no ano, sujeitando então, os valores pagos a esse título, à incidência da contribuição social previdenciária e destinada a terceiros. Para os valores ainda mantidos, devese avaliar o caso concreto. A autuada explica que para os estabelecimentos em Guarulhos e Salto, os pagamentos realizados em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002. A fiscalização aponta no relatório fiscal que tais pagamentos feitos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Da análise dos documentos de fls. 106/112 (matriz de Guarulhos), vêse, no item 4, a previsão de pagamento de PLR proporcional aos empregados demitidos. No documento de fls. 184/192 (filial de Salto), no item 4.4, verificase a previsão do pagamento da PLR proporcional aos empregados demitidos, com pagamentos em maio/02, para os demitidos no primeiro semestre do acordo vigente para 2002/2003, e em novembro/02, para os demitidos no segundo semestre de tal acordo. Da leitura de tais documentos, vêse que há previsão nos acordos assinados de pagamento de PLR, com apuração semestral, nos períodos de setembro a março, com pagamento em abril, e de abril a setembro, com pagamento em outubro. Para os demitidos da filial de Salto, a PLR proporcional seria paga em maio e novembro, conforme descrito acima. Logo, para a matriz em Guarulhos e filial de Salto, não há que se falar em mais que dois pagamentos no ano para o mesmo empregado, pois os empregados demitidos desses estabelecimentos não receberam a PLR paga por ocasião da apuração normal para os ativos. O acórdão recorrido considerou correto o acordo para o pagamento da PLR para os ativos, pois excluiu do lançamento os pagamentos da matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05, sob o argumento de que tais pagamentos tinham respaldo em acordo Fl. 430DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 427 9 coletivo e em alteração contratual. Não excluiu os valores pagos aos demitidos por entender que a notificada não apresentou os comprovantes das rescisões. Contudo, a própria fiscalização, conforme acima destacado, informa que os valores pagos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Diante do exposto, concluise que está também correto o pagamento aos empregados demitidos para os estabelecimentos em Guarulhos e em Salto na competência 11/02. Assim, deve ser excluído do lançamento os valores apurados em 11/02, estabelecimentos filial em Salto e matriz em Guarulhos. Resta analisar os pagamentos efetuados para os empregados da filial em Resende, em 01/05, 02/05 e 04/05, pois a DRJ excluiu o lançamento efetuado na competência 10/05. A notificada alega que os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). O Acordo apresentado para filial de Resende, de junho/2004, fls. 247/256, estabelece, no item 1.4.6, que em 9/6/04 seria paga uma parcela a título de antecipação dos resultados alcançados no primeiro semestre de 2004 e no item 1.4.7 consta que o valor apurado de PLR seria pago em 21/1/05. Verificase então a previsão do pagamento de uma parcela, a título de antecipação, em 9/6/04 e o restante em 21/1/05, referente à PLR de 2004. Em que pese a existência do item 1.4.7 no acordo, a recorrente não comprovou que os valores pagos em 01/05 se referem à segunda parcela da PLR de 2004. Observase também que não há previsão nesse acordo para pagamento aos empregados demitidos em datas diferentes das citadas. Os termos de rescisão do contrato de trabalho apresentados às fls. 258/266 não podem ser aceitos, pois não apresentam datas e nem assinaturas. Portanto, também não há elementos nos autos capazes de comprovar que os pagamentos realizados em 02/05 se referem à PLR de 2004 paga a empregados demitidos, como alega a recorrente. O acordo apresentado para a filial de Resende, assinado em 3/10/05, fls. 283/289, estabelece, no item 1.4.6 que o valor da primeira parcela da PLR de 2005 "foi pago" em 29/4/05. No item 1.4.7 conta que o complemento da PLR/05 seria pago em 13/10/05. Consta ainda no item 1.4.6 que o valor apurado conforme cláusula 1.3 seria pago em 27/1/06. Vêse que o próprio acordo previa o pagamento de três parcelas de PLR/05. Cabe aqui observar o disposto na Lei 10.101/2000, na redação vigente à época dos fatos geradores: Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: [...] Fl. 431DF CARF MF 10 § 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. [...] Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. [...] § 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Apesar de o acórdão recorrido ter excluído do lançamento a competência 10/05, por considerar correto o pagamento, este não é meu entendimento, mas não há como restabelecer referido lançamento, pois não há recurso de ofício e este valor não está mais em litígio. Contudo, explico a seguir o porquê de considerar correto o lançamento para todo o ano de 2005. Não há como validar a elaboração integral do plano de participação nos lucros ou resultados, como ocorreu, restrito a eventuais acordos prévios entre patrão e empregados, sem a efetiva assinatura do acordo e a intermediação do sindicato. Verificase, no caso, afronta ao previsto na Lei 10.101/2000, em desprezo à finalidade das suas normas de garantia, cuja manifestação posterior das partes e do sindicato, não tem o condão de legitimar o conteúdo do acordo. A meu ver, o acordo deve ser assinado antes mesmo do período de apuração da PLR, e no presente caso, o primeiro pagamento aconteceu antes da assinatura do acordo e o segundo apenas dez dias depois. A situação ideal para garantia dos direitos dos trabalhadores é a assinatura do acordo antes do início do período a que se refiram os lucros ou resultados, para que haja um verdadeiro estímulo para o aumento de produtividade. Contudo, diante das dificuldades práticas de negociação que se verifica na realidade, poderseia admitir a tese dos que defendem que o acordo poderia ser assinado no Fl. 432DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 428 11 início do período de apuração da PLR. Não concordo, de qualquer forma, com os que defendem que bastaria que o acordo fosse formalizado antes do pagamento da parcela da PLR. Ressaltese que apenas o acordo assinado, com a participação do respectivo sindicato, produziria efeitos jurídicos. Apesar da Lei 10.101/2000 não mencionar expressamente o momento da assinatura do instrumento de negociação, a interpretação sistemática da Lei 10.101/2000 c/c a CR/88, art. 7º, inciso XI, impõe a necessidade da pactuação prévia para incentivar a produtividade do empregado e atingimento das metas e resultados préestabelecidos, como efetivo instrumento de integração entre capital e trabalho. Assim, entendo que da forma como foi feito o acordo de 2005, não foram atendidos os requisitos legais e a assinatura apenas no último mês do período de apuração dos resultados, dez dias antes do pagamento da parcela final, não permitiria o lapso temporal necessário para que o empregado se esforçasse para cumprir com o acordado. Desta foram, correto o procedimento fiscal que considerou como saláriode contribuição os valores pagos a título de PLR para os empregados da filial em Resende no ano de 2005, por estarem em desconformidade com o que dispõe a Lei 10.101/2000. CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para excluir todos os lançamentos até a competência 08/02, em razão da decadência, e excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Fl. 433DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.002146/2010-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1).
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-005.681
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso.
(assinado digitalmente)
Mario Pereira de Pinho Filho Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Recorrente GILSA MARIA PAREDES BARBOSA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 00 21 46 /2 01 0- 22 Fl. 133DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Mario Pereira de Pinho Filho – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10183.002146/201022 Acórdão n.º 2402005.681 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase, na origem, de notificação de lançamento no 2009/774583499512720 (fls. 9/13) para a exigência de crédito tributário consolidado em 03/2010, no valor de R$ 3.407,39. O lançamento originouse da omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou impugnação alegando que é aposentada por invalidez, fazendo jus a isenção de imposto de renda. A impugnação foi julgada improcedente pela DRJ Campo Grande em acórdão (fls. 63/67) cuja ementa foi assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE. SERVIÇO MÉDICO OFICIAL Somente são isentos os rendimentos de aposentadoria quando a doença houver sido reconhecida mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios e essa doença deve estar relacionada como grave para fins de isenção do imposto de renda, segundo a legislação tributária. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da decisão em 16/12/2011 (fl. 73), a contribuinte apresentou manifestação (fls. 76/77), postada em 03/01/2012, aduzindo erro grave no julgamento e que: 1. seu problema de saúde foi caracterizado como acidente de trabalho, retroagindo a data da CAT para 18/08/2003 e que foi aposentada por invalidez depois da aprovação da CAT; 2. foi aposentada em 01/06/2006 e, em 25/09/2009, foi deferido o pedido de isenção do imposto de renda a contar de 01/06/2006. Entende ter direito às restituições. Juntou documentos (fls. 78/91). Em 31/05/2012, o órgão de origem noticiou que a contribuinte havia ajuizado ação de repetição de indébito (processo no 465157.2012.4.01.3600, 6.ª Vara do Juizado Especial Federal do Mato Grosso) requerendo a restituição do imposto de renda dos exercícios 2007, 2008 e 2009, sob argumento de ser isenta por ser portadora de moléstia profissional grave. O julgamento foi convertido em diligência (fls. 99/102) para o órgão de origem juntar as peças do processo judicial. Em resposta (fl. 127), o órgão de origem informa a juntada da petição inicial (fls. 107/124). Fl. 135DF CARF MF 4 A contribuinte foi intimada do resultado da diligência em 26/03/2015 (fl. 129), não havendo apresentado qualquer manifestação adicional. É o relatório. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10183.002146/201022 Acórdão n.º 2402005.681 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Em razão do princípio da informalismo, recebese a manifestação da contribuinte (fls. 76/77) como recurso voluntário. Tendo sido apresentado no trintídio assinalado pela lei, temse que o recurso é tempestivo, pelo que deve ser conhecido. Dos documentos trazidos aos autos (fls. 107/124), constatase que a contribuinte ajuizou, perante a 6.ª Vara do Juizado Especial Federal do Mato Grosso, em 27/03/2012, ação anulatória de débito fiscal e restituição de imposto de renda, autuada sob no 465157.2012.4.01.3600, requerendo a restituição do imposto de renda dos exercícios 2007, 2008 e 2009, sob argumento de ser isenta por ser portadora de moléstia profissional grave. Dos fatos apontados na petição inicial, destacamse: "A autora após anos sofrendo de vários males por esforço repetitivo e lesões sofridas pelo mesmo motivo, e passar por diversas perícias, obteve através do Decreto "P" n° 1635/2006 de 31 de maio de 2006, publicado em Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul do dia 01/06/2006 (doe. anexo) a sua Aposentadoria por Invalidez." Ocorre, contudo, Excelência, que mesmo contando com o beneficio da isenção do Imposto de Renda os descontos deste imposto continuaram a serem deduzidos de seus benefícios, a autora que desconhecia ser portadora de tal beneficio só dera conta do mal que lhe estava sendo causado através da Ilegalidade de tal cobrança no ano de 2009." (...) "...lhe causou tremenda estranheza as notificações de lançamento que recebeu da Receita Federal de no 2007/601450918854118, 2008/774583414079015 e 2009/774583499512720, cobrando imposto de renda devido e acrescido de juros e multa." (...) "Excelência, o que a autora busca é apenas a restituição dos impostos cobrados indevidamente por parte de Receita Federal, direito este garantido por lei que corresponde a R$ 1.176,14 mil cento e setenta e seis reais e quatorze centavos (exercício 2007), R$ 3.951,67 Três mil, novecentos cinqüenta e um reais e sessenta e sete centavos (exercício 2008) e R$ 4.917,06 Quatro mil novecentos e dezessete reais e seis centavos (exercício 2009) conforme copias anexas das declarações de imposto de renda, o que totaliza a restituir R$ 10.044,87 Dez mil, quarenta e quatro reais e oitenta e sete centavos." Ainda do exame da petição inicial da referida ação, extraemse os seguintes pedidos: Fl. 137DF CARF MF 6 "I) a concessão da tutela antecipada "inaudita altera pars" de acordo com o artigo 273, do CPC, já que estão presentes ambos os requisitos autorizadores da medida, sendo para suspender a exigibilidade do credito tributário, consoante o artigo 151, inciso V do Código Tributário Nacional, e a restituição de imposto de renda a que tem direito no valor R$ 10.044.87 (Dez mil quarenta e quatro reais e oitenta e sete centavos.): II) a procedência dos pedidos confirmando em definitivo a tutela anteriormente concedida, sendo para anular lançamento tributário;" Assim, de plano constatase que a Contribuinte ajuizou ação com o mesmo objeto do presente recurso. A questão da concomitância entre ação judicial e processo administrativo, versando sobre o mesmo objeto, já se encontra sumulada: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário interposto pela contribuinte, declarando a definitividade do lançamento e determinando o cumprimento da sentença proferida no processo judicial. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13708.001243/98-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1996
FALTA DE CIÊNCIA DO ACÓRDÃO.FALTA DE INTIMAÇÃO POR EDITAL.INAPLICABILIDADE DA SÚMULACARFNº9.
Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificar-se da decisão.
ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA.
Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil.
Numero da decisão: 2402-005.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Bianca Felícia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1996 FALTA DE CIÊNCIA DO ACÓRDÃO.FALTA DE INTIMAÇÃO POR EDITAL.INAPLICABILIDADE DA SÚMULACARFNº9. Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificar-se da decisão. ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA. Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil.
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Não sendo localizado o contribuinte pelos Correios e não comprovado que a repartição local deste órgão intentou todos os meios para dar ciência do Acórdão, é de ser considerada que só houve a ciência do contribuinte quando este pessoalmente se dirigiu a delegacia de regência para cientificarse da decisão. ANULAÇÃO DA DECISÃO DE 1A INSTANCIA. IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. CUSTAS JUDICIAIS X HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCOMPETÊNCIA. Incompetência dos órgãos administrativos de julgamento para julgar o reconhecimento de direito creditório de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 12 43 /9 8- 81 Fl. 157DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Conforme relatório da decisão recorrida, trata o presente processo de pedido de restituição de 156,926 UFIR, referente ao processo de Ação Ordinária n° 9100493546, que o requerente alega ter recolhido em duplicidade, conquanto a referida taxa foi paga pelo mesmo em 10/12/1996, no valor de R$ 130,04 , e pela Pagadoria de Inativos e Pensionistas da Aeronáutica, em 26/09/1997, na importância de R$ 142,92. Para efeito de comprovação, o requerente anexou à petição o DARF original, mais cópias dos documentos de fls. 03 a 08. Todavia, o pedido foi indeferido pela Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro, através da Decisão n° 632/99, sublinhando que o interessado não logrou comprovar a efetividade do pagamento a maior ou indevido. Inconformado, o contribuinte apresentou o requerimento, contra a Decisão n° 632/99, agora pedindo a restituição de 146,9876 UFIR (admite erro no DARF), instruída com cópias dos mesmos documentos da petição inicial, ratificando que esta quantia teria sido paga em duplicidade, por ele e pela fonte pagadora, pois, como denota a ordem judicial expedida pelo Mandado de Citação, acompanhada da Planilha do Centro de Cálculos da União, oriundos da 21a Vara Federal no Rio de Janeiro, cuja sentença condenou cada titular da ação a recolher o valor de 156,926 UFIR (fls. 06/07), e só há uma condenação judicial no processo n° 9100493546. A decisão da autoridade de primeira instancia julgou improcedente a impugnação da Recorrente, em 07 de Março de 2003, alegando que apesar dos dois recolhimentos dizerem respeito ao processo judicial n° 9100493546, se referem à quitação de taxas judiciais diferentes. Portanto, não há prova nos autos de que tais pagamentos estejam vinculados ao mesmo fato, e de que um deles fosse indevido. Após duas tentativas frustradas de ciência do Recorrente por via postal, a Delegacia de regência determinou arquivamento do processo (fl. 92). Foi solicitado pelo Recorrente desarquivamento do processo (fl. 94) em 30 de Abril de 2009, quando então, tomouse ciência do decisão de 1a instancia (fl. 98). Cientificado da decisão de primeira instancia em 25 de Maio de 2009, o contribuinte apresentou, em 22 de Junho de 2009, o recurso voluntário aduzindo, em síntese que: · O Recorrente foi instado a pagar o mesmo tributo por duas vezes. · Quando da assinatura do contrato de honorários advocatícios à época, pagou pelas custas judiciais. · Quando citado da sentença judicial, o recorrente se prontificou a pagar o que ali determinava a Juíza, imediatamente, conforme DARF anexado ao processo n° 13708.001243/9881. Fl. 159DF CARF MF 4 · Passados mais de 8 (oito) meses do pagamento do referido DARF, foi descontado do recorrente, em seu contracheque, valores referentes a honorários advocaticios, ou seja, foi cobrado novamente pela mesma coisa. · Com efeito, o que temos é uma inobservância de regras claras e uma duplicidade de recolhimento. · 0 recorrente solicitou o desarquivamento do processo judicial n° 91.00493546 da 21a Vara Federal, para que sejam esclarecidos os fatos. Porém o processo ainda não foi desarquivado, dificultando assim a comprovação dos fatos narrados. Desta maneira, solicita o recorrente, a dilação do prazo para sua defesa, uma vez que os documentos elucidativos para a questão em foco sejam apresentados. É o relatório. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Bianca Felicia Rothschild Relatora ADMISSIBILIDADE Primeiramente, há que se examinar se o recurso voluntário apresentado obedece ao requisito da tempestividade, o que exige a análise das considerações apresentadas pela recorrente, em preliminar, acerca da validade da intimação da correspondência que veiculou o acórdão a quo. Vejamos: Alegaram os funcionários da delegacia do Méier que o recorrente não foi localizado, pois se mudou e não informou seu novo endereço Receita Federal, o que é uma leviandade. Desde o ano de 1999 o recorrente apresenta declarações de Imposto de renda com seu novo endereço, conforme comprova com documentos em anexo. Tendo em vista o acima, verificase pelos documentos acostados aos autos que, deveras, não houve ciência do contribuinte através de Aviso de Recebimento — AR, pois como havia se mudado não houve assinatura do mesmo (fls. 88/89). Após a segunda tentativa postal, a Delegacia de regência determinou o arquivamento do processo (fl. 92). Vale relembrar que a legislação tributária considera endereço do contribuinte para fins de intimação, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária. Vejamos o que diz o Decreto nº 70.235/72 a este respeito: Art. 23. Farseá a intimação: (...) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. Neste sentido, aduz o Recorrente que mudouse em 1999 e que informou devidamente a Receita Federal através de sua Declaração de Ajuste Anual tal mudança (fls. 124, 126 e 128). Fl. 161DF CARF MF 6 De acordo com artigo acima mencionado, a intimação pode ser realizada por diversas formas, mas que uma vez que esgotadas todas as formas, poderá ser realizada vis edital. Vejamos o que diz o Decreto nº 70.235/72 a este respeito: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I no endereço da administração tributária na internet; II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. Não houve no caso em tela, ou ao menos não foi acostada aos autos, publicação de edital através do qual se buscasse dar ciência ao interessado. Desta forma, considero que a ciência só foi realizada na data de 25 de Maio de 2009, quando o Recorrente, através de seu procurador, buscou atualização do status do processo junto à Delegacia da Receita Federal. Ocasião em que os autos foram desarquivados e pôdese, então, haver ciência devida do teor da decisão pelo Recorrente. O artigo 33 do Decreto nº 70.235/72 dispõe que o prazo para apresentação de Recurso Voluntário é de 30 dias a contar da ciência do contribuinte. As normas para contagem dos prazos fixados na legislação tributária estão inscritas no artigo 210, do Código Tributário Nacional, e seu parágrafo único que em seu parágrafo único. Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei fixados ou na legislação tributária serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 13708.001243/9881 Acórdão n.º 2402005.757 S2C4T2 Fl. 5 7 Desta forma, entendo que o Recurso Voluntário é tempestivo, tendo em vista que foi apresentado no dia 22 de Junho de 2009, conforme consta do carimbo de protocolo na capa do mesmo (fl. 108). O recurso é TEMPESTIVO, eis que intimado da decisão no dia 25 de Maio de 2009, interpôs recurso voluntário no dia 22 de Junho de 2009, atendendo também às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser CONHECIDO. MÉRITO Em relação ao pagamento em duplicidade, cerne da questão, verificase no DARF de fls. 04 que o recolhimento de R$ 130,04, sob o código n° 1505, que identifica receita de custas judiciais, realizado em 10/12/1996, equivale a 146,99 UFIR, como resultado da divisão daquela cifra pelo valor da UFIR em dezembro de 1996 (0,8847) (fls. 14). O referido pagamento estaria alegadamente vinculado ao processo de ação ordinária n° 9100493546. Por seu turno, a cópia do documento de fls. 05 revela que a fonte pagadora recolheu a importância de R$ 857,52, em 26/09/1997, sob o código n° 5180, a titulo de honorários advocatícios. Tal quantia seria aquela rateada entre os protagonistas do processo n° 9100493546, tendo sido descontado pela fonte pagadora o valor de R$ 142,92 de cada um. Este valor corresponde a 156,916 UFIR (vide demonstrativo de fls. 16). Deveras, aparentemente, os dois recolhimentos dizem respeito ao processo judicial n° 9100493546, desta forma, poderia ter ocorrido pagamento em duplicidade, uma delas espontaneamente realizada pelo Recorrente e a outra realizada pela fonte pagadora. No entanto, há que se levar em conta, como levantado pela decisão recorrida, que podem tratarse de taxas judiciais diferentes, quais sejam, custas judiciais e sucumbência a honorário advocatícios da Advocacia Geral da União. Não bastasse a duvida que paira em relação a natureza jurídica dos valores pagos pelo contribuinte e seu eventual pagamento em duplicidade, a legislação de regência determina que o reconhecimento do direito creditório para a restituição de receitas arrecadadas mediante Darf, que, no entanto, não se configuram como tributo e, portanto, não são da administração da Receita Federal do Brasil, deve ser realizado pelo órgão ou responsável pela administração da respectiva receita. Instrução Normativa RFB nº 1.300 de 20 de novembro de 2012. Art. 2º Poderão ser restituídas pela RFB as quantias recolhidas a título de tributo sob sua administração, bem como outras receitas da União arrecadadas mediante Darf ou GPS, nas seguintes hipóteses: (...) § 2º A RFB promoverá a restituição de receitas arrecadadas mediante Darf e GPS que não estejam sob sua administração, desde que o direito creditório tenha sido previamente reconhecido pelo órgão ou entidade responsável pela administração da receita. Fl. 163DF CARF MF 8 Notase, desta forma, que os órgãos administrativos de julgamento no âmbito da Receita Federal não são competentes para reconhecer o eventual direito creditório do contribuinte, mas simplesmente, proceder à restituição dos valores. Tendo em vista todo o acima, voto por anular a decisão de primeira instância para que os autos retornem ao órgão de origem de modo que se aplique o procedimento previsto IN RFB n.º 1.300/2012, art. 2.º, § 2.º. (assinado digitalmente ) Bianca Felícia Rothschild. Fl. 164DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.721165/2014-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri May 12 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2301-000.644
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Andréa Brose Adolfo Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Fábio Piovesan Bozza Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: FABIO PIOVESAN BOZZA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Andréa Brose Adolfo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Fábio Piovesan Bozza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos.
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Andréa Brose Adolfo – Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Fábio Piovesan Bozza – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos. Relatório e Voto Conselheiro Relator Fábio Piovesan Bozza Em 15/05/2014, foram lavrados dois autos de infração contra o Recorrente (DEBCAD nº 51.045.5590 e 51.045.5603) nos quais se exige o recolhimento de contribuições previdenciárias e consectários legais – inclusive multa isolada de 150% –, relativos aos períodos de apuração compreendidos entre 07/2012 a 12/2012, em virtude da RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 65 .7 21 16 5/ 20 14 -1 4 Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10865.721165/201414 Resolução nº 2301000.644 S2C3T1 Fl. 208 2 glosa da compensação realizada com supostos créditos oriundos de recolhimento supostamente indevido de contribuições previdenciárias para o risco de acidentes do trabalho – RAT, à alíquota maior, em períodos de apuração anteriores. Inconformado, o Recorrente apresentou impugnação, a qual foi julgada integralmente improcedente pela DRJ de Florianópolis/SC. Ainda irresignado, o Recorrente apresenta recurso voluntário a este CARF. Dentre as diversas matérias de defesa opostas contra o lançamento, mencionase agora uma nova informação, então desconhecida pela fiscalização e pela DRJ de Florianópolis/SC: a existência de ação judicial (processo nº 000343237.2012.4.03.6127) intentada pelo Recorrente em face da União Federal, relativa às compensações realizadas. Nas fls. 163164 dos presentes autos, o Recorrente afirma, de modo inédito, que: O Município ainda discute as compensações realizadas nas vias Administrativas em relação ao percentual do RAT nos autos do processo judicial n. 000343237.2012.4.03.6127, em trâmite pela cara da Justiça Federal de São João da Boa Vista, no qual inclusive determinouse a realização de exame pericial para verificação do enquadramento do Município. No entanto, não são apresentados outros detalhes nem cópia de peças processuais para a verificação da identidade entre os objetos da referida ação judicial e das autuações fiscais. O “site” da Justiça Federal (www.jfsp.jus.br/forunsfederais) confirma a existência da ação judicial distribuída pelo Recorrente em face da União perante a 1ª Vara Federal em São João da Boa Vista/SP, em 19/12/2012 (anteriormente, portanto da lavratura dos autos de infração, ocorrida em 15/05/2014) e o respectivo pé (autos conclusos ao juiz para despacho/decisão). Mas igualmente não dá acesso às peças processuais. Considerando que as informações contidas nas peças processuais ora requisitadas são essenciais para o conhecimento da extensão da lide, podendo influenciar total ou parcialmente o julgamento do recurso voluntário, esta turma deliberou, por meio da Resolução 2301000.614, de 15/06/2016, converter o julgamento em diligência para que o Recorrente juntasse as principais peças do processo judicial. Embora formalmente intimado (fls. 202), o Recorrente quedouse inerte. Dada a relevância da informação quanto ao conteúdo do processo judicial, proponho novamente converter o julgamento em diligência para que: (a) a unidade preparadora intime o Recorrente para que, no prazo de 30 dias, providencie a juntada de cópia das principais peças relativas ao processo nº 000343237.2012.4.03.6127, em trâmite perante a 1ª Vara Federal em São João da Boa Vista/SP, notadamente a petição inicial e documentos juntados, além de sentença e acórdãos, se houver; também é oportuno informar acerca da existência de pedido de tutela antecipada, bem como sobre a sua concessão ou não pelo MM. Juízo; Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10865.721165/201414 Resolução nº 2301000.644 S2C3T1 Fl. 209 3 (b) se o Requerente quedarse silente ou mesmo se cumprir parcialmente a intimação, que a unidade preparadora busque obter a informação solicitada diretamente junto ao Poder Judiciário. É como voto. Fábio Piovesan Bozza Relator Fl. 209DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15983.001249/2009-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Mar 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR COOPERADOS. INTERMEDIAÇÃODE COOPERATIVA DE TRABALHO. DECISÃO DO PLENÁRIO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) N° 598.838/SP. INCONSTITUCIONALIDADE.
A decisão definitiva de mérito no RE n° 598.838/SP, proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, declarando a inconstitucionalidade da contribuição da empresa - prevista no inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991 - sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperadores, por intermédio de cooperativas de trabalho, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Numero da decisão: 2201-003.376
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário.
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
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INTERMEDIAÇÃODE COOPERATIVA DE TRABALHO. DECISÃO DO PLENÁRIO DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) N° 598.838/SP. INCONSTITUCIONALIDADE. A decisão definitiva de mérito no RE n° 598.838/SP, proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, declarando a inconstitucionalidade da contribuição da empresa prevista no inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991 sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço, relativamente a serviços que lhe sejam prestados por cooperadores, por intermédio de cooperativas de trabalho, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário. Carlos Henrique de Oliveira Presidente Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 12 49 /2 00 9- 30 Fl. 116DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 138 2 AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 0533.122, da 9ª Turma da DRJ Campinas (fls.74/79), que julgou improcedente a impugnação apresentada. O lançamento referese ao descumprimento de obrigação acessória de apresentar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. A recorrente não declarou em GFIP os pagamentos realizados a prestadores de serviço sem vínculo empregatício por intermédio da cooperativa de trabalho UNIMED. Cientificado do inteiro teor da decisão de primeira instância em 17/06/2011 (fl. 81), o sujeito passivo interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, em 12/07/2011 (fl. 82/92), alegando, em síntese, que a autuação é uma obrigação acessória do objeto discutido no AI 37.243.2190 Processo 15983.001248/200995, pendente de julgamento perante essa 2a Seção. Como consequência, constatase a ilegitimidade da exigência da multa, porquanto não está o recorrente sujeito à contribuição social sobre os pagamentos efetuados à UNIMED, razão pela qual deve ser dado provimento ao presente recurso, com o cancelamento da exigência. É o relatório. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Reflexo do julgamento da obrigação principal Em face do julgamento de lançamento por descumprimento da obrigação principal, consubstanciado através do Processo 15983.001248/200995, em que esta Turma, por unanimidade, decidiu por declarar a improcedência do lançamento, outra solução não pode ser adotada, senão, também, a declaração de improcedência do lançamento por descumprimento de obrigação acessória, nos termos adiante esposados. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 139 3 Inconstitucionalidade da contribuição lançada Nos termos das razões recursais, deve ser reconhecida a impossibilidade de se tributar os valores relativos às faturas emitidas pela cooperativa que prestou serviços à autuada. É que em sessão plenária realizada em 23/04/2014, com decisão definitiva em 25/02/2015, o STF, ao decidir sobre o RE n. 595.838, declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n.° 8.212/1991, o qual foi utilizado para ensejar o lançamento. Em sessão do STF realizada no dia 23/4/2014, o plenário da Corte, no julgamento do RE n° 595.838/SP, com repercussão geral reconhecida, da relatoria do Ministro Dias Toffoli, reconheceu a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991, acrescentado pela Lei n° 9.876, de 26 de novembro de 1999. Eis a sua ementa: Recurso extraordinário. Tributário. Contribuição Previdenciária. Artigo 22, inciso IV, da Lei n° 8.212/91, com a redação dada pela Lei n° 9.876/99. Sujeição passiva. Empresas tomadoras de serviços. Prestação de serviços de cooperados por meio de cooperativas de Trabalho. Base de cálculo. Valor Bruto da nota fiscal ou fatura. Tributação do faturamento. Bis in idem. Nova fonte de custeio. Artigo 195, § 4°, CF. 1. O fato gerador que origina a obrigação de recolher a contribuição previdenciária, na forma do art. 22, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, não se origina nas remunerações pagas ou creditadas ao cooperado, mas na relação contratual estabelecida entre a pessoa jurídica da cooperativa e a do contratante de seus serviços. 2. A empresa tomadora dos serviços não opera como fonte somente para fins de retenção. A empresa ou entidade a ela equiparada é o próprio sujeito passivo da relação tributária, logo, típico "contribuinte " da contribuição. 3. Os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus cooperados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. 4. O art. 22, IV da Lei n° 8.212/91, com a redação da Lei n° 9.876/99, ao instituir contribuição previdenciária incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, inciso I, a, da Constituição, descaracterizando a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. Representa, assim, nova fonte de custeio, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4° com a remissão feita ao art. 154,1, da Constituição. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 140 4 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212/91, com a redação dada pela Lei n° 9.876/99. (grifei) Em 18/12/2014, ao apreciar os embargos de declaração interpostos pela União este RE n° 595.838/SP, a Corte rejeitou o pedido de modulação de efeitos da decisão que declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei n° 8.212, de 1991. Por fim, o RE n° 595.838/SP transitou em julgado em 9/3/2015. Diante desse contexto fático, o § 2° do art. 62 do Anexo II do Regimento Internodeste Conselho (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015, assim estabelece: Art. 62 (...) § 2° As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei n° 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Como se vê, o dispositivo de lei que justificava o lançamento de oficio foi considerado em descompasso com o texto constitucional, em decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, devendo o entendimento ser reproduzido no âmbito deste Conselho. Logo, afastado o fundamento jurídico que sustenta a autuação, assiste razão à recorrente, devendo ser declarada a improcedência do crédito tributário ". Conclusão Diante de todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 119DF CARF MF Processo nº 15983.001249/200930 Acórdão n.º 2201003.376 S2C2T1 Fl. 141 5 Fl. 120DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.720931/2015-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.652
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Assinado digitalmente
Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 09 31 /2 01 5- 33 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 155 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de notificação de lançamento de IRPF, relativa ao anocalendário 2014, exercício 2013, por omissão de rendimentos recebidos de duas fontes pagadoras: São Paulo Previdência – SPPREV, CNPJ 09.041.213/000136, no valor de R$ 143.073,77; e do Instituto Nacional do Seguro Social, CNPJ 29.979.036/000140, no valor de R$ 45.885,48; que tinham sido declarados como isentos pelo contribuinte (conforme fls. 20/25). Na impugnação o contribuinte, trouxe os documentos de fls. 10/75 e alegou, em síntese, que: (i) os rendimentos são isentos de tributação, uma vez que o contribuinte foi diagnosticado, em fevereiro de 2011, como portador de polineuropatia axonal de predomínio sensitivo, neuropatia periférica, conforme os laudos e exames de fls. 27/41; (ii) o INSS concedeu ao contribuinte, em 31/10/2012, auxílio doença previdenciário e, em 11/12/2012, foi deferida a aposentadoria por invalidez previdenciária (fls. 28); (iii) conforme o laudo do INSS (fls. 27), deve ser considerado o direito à isenção desde a data de constatação de sua patologia, qual seja, 01/01/2011. Diante desses documentos, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em São Paulo (SP) julgou improcedente a impugnação, por falta de comprovação da moléstia prevista na legislação, tendo em vista que o laudo emitido pelo INSS (fls. 27) atesta que o contribuinte é portador de outras polineuropatias (CID G62), doença não relacionada na norma isentiva, e que não contém a assinatura do médico responsável pelo diagnóstico; e ainda que os demais laudos e exames apresentados às fls. 29/41 foram emitidos por serviços médicos particulares. Inconformado, o recorrente apresentou o recurso voluntário de fls. 120/127, acompanhado dos documentos de fls. 128/148, no qual reafirma o direito à isenção com os argumentos trazidos na impugnação, acrescentando que além da "polineuropatia axonal de predomínio sensitivo", o contribuinte foi atualmente diagnosticado com "alterações degenerativas da coluna cervical" e "sequelas de AVC", conforme laudos e exames apresentados, acrescidos do relatório médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), às fls. 137. É o relatório. Voto Conselheira Rosemary Figueiroa Augusto, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 156 3 São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, pensão, reserva remunerada ou reforma, conforme Lei nº 7.713/1998 e Súmula CARF nº 63, a seguir: Lei nº 7.713/1988 : Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Súmula CARF Nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. No caso em discussão, observase que os rendimentos considerados omitidos na notificação de lançamento foram pagos pela São Paulo Previdência SPPREV e Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ambos responsáveis pelo pagamento de aposentadorias e pensões dos beneficiários, respectivamente, do regime próprio de previdência do Estado de São Paulo e do regime geral da previdência social. A controvérsia reside quanto à comprovação de moléstia que possibilitaria ao recorrente usufruir da isenção legal. Analisase, na sequência, os laudos/relatórios médicos apresentados. O documento em nome do Instituto Nacional do Seguro Social de fls. 27 e 138, intitulado de laudo médico pericial, não contém assinatura do médico responsável pelo diagnóstico e não aponta doença prevista no inciso XIV, do art. 6º, da Lei nº 8.212/91, o que impede sua aceitação. Ademais, o referido laudo indica CID G62 (outras polineuropatias) (sistema nervoso). Também menciona espondilose/espondiloartrose, mas não especifica se é anquilosante nem consta CID específico dessa doença. Não diz, também, que se trata de doença prevista na lei isentiva. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 157 4 Apenas para deixar claro nem toda espondilite é anquilosante, mencionase trechos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CID10, e da Portaria Normativa do Ministério da Defesa nº 1.174 , de 2006, que assim dispõem: CID10 M45M49 Espondilopatias M45 Espondilite ancilosante M46 Outras espondilopatias inflamatórias M47 Espondilose M48 Outras espondilopatias M49* Espondilopatias em doenças classificadas em outra parte PORTARIA NORMATIVA N 1174/MD, DE 06 DE SETEMBRO DE 2006 Espondilite Anquilosante 11. Conceituação 11.1. A espondilite anquilosante, inadequadamente denominada de espondiloartrose anquilosante nos textos legais, é uma doença inflamatória de etiologia desconhecida, que afeta principalmente as articulações sacroilíacas, interapofisárias e costovertebrais, os discos intervertebrais e o tecido conjuntivo frouxo que circunda os corpos vertebrais, entre estes e os ligamentos da coluna. O processo geralmente se inicia pelas sacroilíacas e, ascensionalmente, atinge a coluna vertebral. Há grande tendência para a ossificação dos tecidos inflamados, resultando rigidez progressiva da coluna. As articulações periféricas também podem ser comprometidas, particularmente as das raízes dos membros (ombros e coxofemorais), daí a designação rizomélica. 11.2. Entendese por anquilose ou ancilose a rigidez ou fixação de uma articulação, reservandose o conceito de anquilose óssea verdadeira à fixação completa de uma articulação em conseqüência da fusão patológica dos ossos que a constituem. (...) O laudo pericial de fls. 29 e os exames e laudo de fls. 30/35 e 131/136, não foram emitidos por serviço médico oficial; e, por conseguinte, não são aptos a comprovar a moléstia grave para fins de isenção. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 158 5 O laudo emitido em receituário do Hospital de Clínicas de Uberlândia Universidade Federal de Uberlândia, na data de 25/07/2014, às fls. 41 e 130 atesta que o contribuinte apresenta quadro de polineuropatia axonal sensitiva em membros inferiores, identificando a patologia com o CID G 62.9 (Polineuropatia não especificada). Logo, esse laudo não comprova que o recorrente é portador de uma das moléstias arroladas na Lei de isenção. O relatório médico emitido em 06/08/2015, pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCUSP Ribeirão), trazido no recurso às fls. 137, atesta que o contribuinte foi atendido com quadro clínico de dor neuropática de difícil controle (CID10 = R522) e que apresentava sequelas de acidente vascular cerebral (CID10 = I64) e alterações degenerativas da coluna cervical (CID10 = M509). Assim, esse relatório também não comprova o acometimento do contribuinte por moléstia inserida no texto legal. De se frisar que a lei de outorga de isenção deve ser interpretada literalmente, conforme preceitua o art. 111, II, do Código Tributário Nacional (CTN). Portanto, em que pese os argumentos trazidos no recurso e embora tenha ficado claro que o contribuinte padece de diversos males, a ausência de indicação, em laudo médico oficial válido, de uma das moléstias expressas no inciso XIV, art. 6º, da Lei nº 7.713/88, é fator que impossibilita o reconhecimento da isenção pretendida. Por essas razões, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.723471/2011-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
CUSTO DE AQUISIÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Não tendo o contribuinte demonstrado como chegou ao custo de aquisição que entende correto, é procedente a ação fiscal que atualiza, nos termos da legislação de regência, o valor em questão a partir do custo de aquisição registrado na operação de compra.
MULTA AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE.
Na falta de resposta a item específico da intimação fiscal, tendo o contribuinte apresentado outros elementos que permitam a aferição do tributo devido, é incabível o agravamento da multa de ofício.
Numero da decisão: 2201-003.522
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o agravamento da multa de ofício
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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COMPROVAÇÃO. Não tendo o contribuinte demonstrado como chegou ao custo de aquisição que entende correto, é procedente a ação fiscal que atualiza, nos termos da legislação de regência, o valor em questão a partir do custo de aquisição registrado na operação de compra. MULTA AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE. Na falta de resposta a item específico da intimação fiscal, tendo o contribuinte apresentado outros elementos que permitam a aferição do tributo devido, é incabível o agravamento da multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o agravamento da multa de ofício. Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. EDITADO EM: 31/03/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecilia Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. A C Ó R D Ã O G E R A D O N O P G D -C A R F PR O C E SS O 1 05 30 .7 23 47 1/ 20 11 -1 6 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária março de 2017 março de 2017 IRPF - GANHO DE CAPITAL IRPF - GANHO DE CAPITAL LORECI JOSÉ COMPARIM LORECI JOSÉ COMPARIM FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL AA Fl. 707DF CARF MF 2 Relatório O presente processo trata de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, fl. 50 a 67, pelo qual a Autoridade Administrativa lançou crédito tributário consolidado conforme resumo abaixo, fl. 49: CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO Imposto 372.329,26 Juros de Mora (calculado até 06/2011) 120.899,98 Multa Proporcional (225%) 837.740,90 TOTAL 1.330.970,14 Analisando as informações contidas na Descrição dos Fatos, fl. 51/52, bem assim no Relatório Fiscal de fl. 298/312, constata-se que a Ação Fiscal objetivou apurar o IRPF incidente sobre o ganho de capital verificado na venda do imóvel rural Fazenda Sete Belo. Atesta a Fiscalização que o contribuinte, regulamente intimado, apresentou, em 28 de fevereiro de 2009, contrato particular de compra e venda da Fazenda Sete Belo, acompanhado da respectiva escritura, bem assim da relação de valores pertinentes à operação creditados em sua conta corrente nos anos de 2006 a 2009. fl. 299. Ressalta a Autoridade Fiscal que o contribuinte não atendeu à intimação para apresentação do Demonstrativo de apuração do ganho de capital decorrente da alienação em tela, fl. 299. Afirma o Auditor-Fiscal que, em atendimento a nova intimação, o sujeito passivo comprovou seu estado civil no período fiscalizado e a atualização de seu endereço no Cadastro de Pessoas Físicas, fl. 299/300. A auditoria realizada constatou que a operação de alienação ocorreu em 2002, cujo pagamento envolveu assunção de dívidas e parcelas indexadas ao preço de mercado da saca de soja, que se estenderam até o ano de 2009. Após discorrer sobre os aspectos considerados para definição de custo de aquisição e preço de alienação para fins de apuração do IR, bem assim sobre sua imputação aos condôminos, o Auditor afirmou que "o presente lançamento teve a multa de ofício correspondente majorada nos termos do § 2º do art. 44 da Lei 9.430/96, em razão do fiscalizado ter deixado de apresentar o Demonstrativo de Apuração de Ganho de Capital requisitado durante o presente procedimento fiscal", fl. 312 Ademais a Autoridade Fiscal entendeu por bem qualificar a multa nos termos do § 1º do mesmo diploma por entender que "a ausência de apresentação dos demonstrativos de apuração de ganho de capital retardou/dificultou o conhecimento dos fatos geradores correspondentes por parte do Fisco Federal", fl. 312. Ciente do lançamento, tempestivamente, o contribuinte formalizou a impugnação de fl. 550/556, na qual pugnou pela improcedência total do lançamento, apresentando suas razões e fundamentos legais nos seguintes tópicos (em negrito), abaixo dos quais apresento as conclusões aprovadas por unanimidade pela 3ª Turma de Julgamento da DRJ Salvador/BA (Acórdão de fl. 593/596 : - Da improcedência do Auto de Infração - Do equívoco na imputação da base de cálculo do tributo lançado. Fl. 708DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 708 3 (...) O valor atualizado da aquisição considerado no lançamento fiscal, no montante de R$ 38.503,99, foi apurado mediante a divisão do valor original da aquisição, no montante de Cz$ 5.500.168,00 (cinco milhões quinhentos mil e cento e sessenta oito cruzados), constante na Certidão do Cartório de Registro de Imóveis do 2º Ofício de Barreiras/Ba, em 21 de julho de 1988, às fls. 320, pelo índice de 142,8467, previsto no Anexo Único – Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos da Instrução Normativa SRF nº 84, de 2001. Portanto, verifica-se que a autoridade lançadora procedeu a correção do valor de aquisição em conformidade com legislação aplicável. - Da Impossibilidade de aplicação de multa de ofício em dobro. Inexistência de elementos que justifiquem tão absurda penalidade. Quanto à qualificação da multa, nos termos do art. 44, § 1º, da Lei nº 9.430, de 1996, a falta de apresentação do demonstrativo de apuração do ganho de capital na declaração de rendimento, quando desacompanhada de outros indícios que demonstrem a intenção do contribuinte em retardar/dificultar o conhecimento do fato gerador pelo Fisco, não comprova sua conduta dolosa. Portanto, descabida a qualificação da multa de ofício. Já quanto ao agravamento da multa, nos termos do art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430, de 1996, este é devido em razão da falta de atendimento por parte do fiscalizado para que apresentasse esclarecimento, qual seja, a forma com que este tinha apurado o ganho de capital. Mesmo em sua impugnação, o contribuinte permaneceu sem apresentar o demonstrativo do referido ganho. Ressalte-se que tanto a multa quanto o agravamento desta independem de conduta dolosa por parte do contribuinte, conforme previsto no art. 136 do CTN. Firme em suas conclusões, a DRJ considerou parcialmente procedente a Impugnação para manter o imposto lançado, reduzindo a multa de 225 para 112,5%. Ressaltou o Julgador de 1ª Instância que deveria ser alocado ao débito o DARF recolhido pelo contribuinte em 30/11/2009. Ciente de tal Decisão em 29 de dezembro de 2011, fl. 598, o contribuinte formalizou, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fl. 599 a 610, no qual apresentou suas considerações nos mesmos termos já expressos em 1ª Instância. Submetido ao Colegiado de 2ª Instância, a 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento deste CARF entendeu por bem dar provimento ao Recurso Voluntário. Suscitando questão de Ordem Pública, reconheceu estar o lançamento fulminado pela decadência, manifestando o entendimento de que, no caso do imposto de renda incidente sobre ganho de capital, o fato gerador ocorre na data da alienação, diferindo-se apenas o pagamento do tributo nos casos de alienação a prazo, fl. 619/623. Após ciência do Acórdão, a Procuradoria da Fazenda Nacional impetrou o Recurso Especial de fl. 628/634, no qual, em síntese, defendeu que o fato gerador do IR incidente sobre o ganho de capital ocorre na data da alienação, se esta for à vista, ou na data do recebimento das parcelas se for a prazo. Fl. 709DF CARF MF 4 Em fl. 658/660, constata-se a decisão pelo seguimento do Recurso Especial, tendo o contribuinte, após cientificado, apresentado as contra-razões de fl. 663/669, pelo qual, naturalmente, sustentou a necessidade de manutenção da decisão recorrida. Debruçada sobre o tema, a Câmara Superior de Recursos Fiscais exarou o Acórdão de fl. 672/690, por maioria de voto, deu provimento ao Recurso Especial, nos termos abaixo, determinando o retorno dos autos à instância recorrida para análise dos demais argumentos do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte: Nas vendas a prazo o fato gerador do Imposto de Renda se realiza com o efetivo pagamento da parcela acordada pelas partes, devendo este ser o momento para contagem do prazo decadencial. Havendo comprovação nos autos da ocorrência do pagamento do imposto, ainda que parcial, deve-se aplicar o art. 150, §4º do CTN, tomando-se como termo inicial para o prazo decadencial a data da ocorrência dos fatos geradores. É o relatório necessário Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Por ser tempestivo e por preencher as demais condições de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário. O contribuinte apresenta seus argumentos segregados em dois tópicos independentes entre si, os quais serão analisados abaixo: I - Da Improcedência do Auto de Infração - Do Equívoco na Imputação da Base de Cálculo do Tributo Lançado. Alega o contribuinte que, embora a Fiscalização tenha atribuído a cada condômino parcela relativa ao ganho de capital equivalente às participações efetivas, ao apurar o valor de aquisição/custo do imóvel desconsiderou as regras impostas pelo Decreto 3000/99 (RIR/99). Para tanto, cita e destaca os excertos abaixo, fl. 601/602: Art. 128. O custo dos bens ou direitos adquiridos, a partir de 1º de janeiro de 1992 até 31 de dezembro de 1995, será o valor de aquisição (Lei nº 8.383, de 1991, art. 96, § 4º, e Lei nº 8.981, de 1995, art. 22, inciso I). (...) § 9º Para os bens ou direitos adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o custo de aquisição poderá ser corrigido até essa data, observada a legislação aplicável no período, não se lhe aplicando qualquer correção após essa data (Lei nº 9.249, de 1995, arts. 17 e 30). (...) Art. 136. Em relação aos imóveis rurais adquiridos a partir de 1º de janeiro de 1997, para fins de apuração de ganho de capital, considera-se custo de aquisição e valor da venda do imóvel rural o Valor da Terra Nua - VTN, constante do Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, observado o disposto no art. 14 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 709 5 respectivamente, nos anos da ocorrência de sua aquisição e de sua alienação (Lei nº 9.393, de 1996, art. 19). Parágrafo único. Na apuração de ganho de capital correspondente a imóvel rural adquirido anteriormente à data a que se refere este artigo, será considerado custo de aquisição o valor constante da escritura pública, observado o disposto no § 9º do art. 128 (Lei nº 9.393, de 1996, art. 19, parágrafo único). Continua seus argumentos afirmando que, desde a aquisição da terra, em 21 de julho de 1988, até 31 de dezembro de 1995, promoveu a correção do valor de aquisição da fazenda, passando, a partir daí, a não mais corrigi-lo, declarando seu quinhão de 14,5% da propriedade no valor de R$ 296.659,35, até a baixa do seu patrimônio em face da escritura de venda, em 2007. Assim, reafirma seu entendimento de equívoco do lançamento ao considerar como custo de aquisição o valor de R$ 38.503,99, quando a fiscalização deveria ter considerado R$ 296.659,35. Sustenta que é improcedente a afirmação da DRJ quanto a não apresentação de memória de cálculo que demonstrasse tal atualização, já que tal valor fora lançado na DIRPF 1995, período já acobertado pela decadência, não mais suscetível de exame de sua procedência por parte do Fisco Federal, que não exigiu em período próprio tal planilha e não mais poderia fazê-lo em razão da decadência. Por fim, alega que somente após tal ajuste a fiscalização poderia aplicar o percentual de redução sobre o ganho de capital apurado de que trata o art. 18 da Lei 7.713/88, que no seu caso, tendo o imóvel sido adquirido em 1988, importaria em redução de 5%. Restringe-se, portando, a presente questão na identificação da correção ou não do procedimento da Fiscalização ao apurar, de ofício, o custo de aquisição do imóvel em tela para fins de apuração do ganho de capital, desconsiderando o valor declarado pelo contribuinte. Aparentemente, o contribuinte confunde a decadência do direito da Fazenda Publica para constituir o crédito tributário pelo lançamento, cujo prazo está sempre relacionado ao fato gerador do tributo, com algumas peculiaridades em relação ao início de sua contagem, relacionando tal instituto a valores lançados em declaração apresentada. Ora, não se espera que o Fisco acompanhe, ano a ano, tudo que o contribuinte informa em sua declaração de rendimentos, sem que se vislumbre, como pano de fundo, a verificação da ocorrência do fato gerador de uma obrigação tributária que dê ensejo a uma atuação fiscal com vistas à constituição do crédito tributário pelo lançamento. Ocorrido o fato gerador, começa a fluir o prazo para que a Fazenda Pública exerça seu direito. Até que este reste extinto, é obrigação do contribuinte manter em ordem a documentação que possa ter reflexo na apuração do tributo devido, em particular neste caso, em que o contribuinte objetiva a redução da base de cálculo a partir de atualizações que entendeu devidas. Fl. 711DF CARF MF 6 Como se vê no próprio texto regulamentar citado na peça recursal (§ 9º do art. 128 do RIR), a atualização do bens adquiridos até 31 de dezembro de 1995 deveria observar a legislação aplicável no período. Objetivando regulamentar a matéria, a Instrução Normativa SRF nº 84, de 11 de outubro de 2001, consolidou a apuração e a tributação de ganhos de capital nas alienações de bens e direitos adquiridos por pessoas físicas e definiu em seu art. 7º: Art. 5º Considera-se custo dos bens ou direitos o valor de aquisição expresso em reais. Art. 6º O custo de aquisição dos bens e direitos adquiridos ou as parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, avaliados pelo valor de mercado para essa data e informados na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 1992, ano-calendário de 1991, de acordo com o art. 96 da Lei No 8.383, de 1991, é esse valor, atualizado até 1o de janeiro de 1996. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput na hipótese de contribuinte desobrigado de apresentar a declaração do exercício de 1992, ano-calendário de 1991, e seguintes. Art. 7º No caso de bens ou direitos adquiridos ou de parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, não avaliados a valor de mercado, e dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas entre 1o de janeiro de 1992 e 31 de dezembro de 1995, o custo corresponde ao valor de aquisição ou das parcelas pagas até 31 de dezembro de 1995, atualizado mediante a utilização da Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos, constante no Anexo Único. Assim, como o contribuinte não demonstrou os critérios utilizados para a suposta atualização de sua propriedade e considerando, ainda, que tal valor poderia ser alterado em razão de benfeitorias realizadas no decorrer dos anos, entendo acertada a decisão de DRJ que julgou procedente a Ação Fiscal que utilizou, para a atualização do bem, a tabela para este fim desenvolvida anexada à IN SRF 84/2011. Em fl. 308 fica evidente a utilização do índice previsto na anexo da IN 84/2001 para definição do valor de aquisição corrigido. Ademais, os cálculos expostos em fl. 319 não deixam dúvidas de que foi considerada a redução de 5% prevista no art. 18 da Lei 7.713/88. Desta forma, com as informações disponíveis, não há retoques a serem feitos na Decisão de 1ª Instância, pelo quê nego provimento ao Recurso Voluntário nesta parte. II - Da Impossibilidade da Aplicação da Multa Agravada. Inexistência de Elementos que Justifiquem a Penalidade. Sobre o tema, conforme já expresso no Relatório da presente Decisão, constata-se que a fiscalização aplicou a majoração da multa prevista no § 2º do art. 44 da Lei 9430/96 e também a qualificação prevista no § 1º do mesmo diploma legal, tudo por não ter o contribuinte apresentado o Demonstrativo de Apuração de Capital requisitado. Vejamos o que diz a lei 9430/96: Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10530.723471/2011-16 Acórdão n.º 2201-003.522 S2-C2T1 Fl. 710 7 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I - prestar esclarecimentos;(...) Quando da análise da Impugnação, a Autoridade Julgadora de 1ª Instância entendeu inaplicável a qualificação prevista no § 1º do art. 44 da Lei 9.430, por considerar que a falta de apresentação do demonstrativo de apuração do capital na declaração de rendimentos, quando desacompanhada de outros indícios que demonstrem a intenção do contribuinte em retardar ou dificultar o conhecimento do fato gerador, não comprova a conduta dolosa. Por outro lado, entendeu a valorosa Turma de Julgamento que o agravamento da multa, nos termos do art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430, de 1996, seria devido em razão da falta de atendimento por parte do fiscalizado para que demonstrasse a forma com que este tinha apurado o ganho de capital, o que, mesmo em sede de impugnação, não foi feito. Não me parece que a conduta do contribuinte durante o procedimento fiscal justifique o agravamento da penalidade. Afinal, o contribuinte não deixou de prestar os esclarecimentos solicitados, inclusive apresentado farta documentação que foi utilizada pela fiscalização para apuração do tributo devido. O que se deu foi a não apresentação de um item especifico solicitado mediante intimação, o Demonstrativo de Apuração do Ganho de Capital. Ocorre que a omissão do contribuinte já se manifestava neste sentido na própria Declaração de Rendimentos, o que, decerto, contribuiu para a inclusão do contribuinte em programa de fiscalização. Desta forma, não tendo o contribuinte apurado o Ganho de Capital em uma operação qualquer, a Fiscalização, no exercício do suas atribuições, constitui o crédito tributário com a aplicação da multa relativa ao lançamento de ofício. Assim, entendo que, neste caso, a penalidade pela não apuração do Ganho de Capital seria a multa de 75 % prevista no inciso I do art. 44 da lei 9430/96, sendo possível apenas sua majoração se o contribuinte não tivesse apresentado qualquer esclarecimentos que pudesse subsidiar o lançamento de ofício a ser levado a termo pela Autoridade Fiscal. Fl. 713DF CARF MF 8 Portando, dou provimento ao Recurso Voluntário para excluir o agravamento penalidade, devendo-se manter exclusivamente a multa no percentual de 75% previsto no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Conclusão Por tudo que consta nos autos, bem assim nas razões e fundamentos legais acima expostos, dou parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir o agravamento da multa de ofício. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator Fl. 714DF CARF MF
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Numero do processo: 18186.000179/2007-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2402-000.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 81 86 .0 00 17 9/ 20 07 -1 4 Fl. 538DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de retorno de diligência determinada na Resolução n. 2401000.228 (fls. 366/371), de 20/06/2012, na qual esta Turma, ao se deparar com a falta dos relatórios de apropriação de recolhimentos, determinou que o órgão lançador apresentasse demonstrativo discriminando a apropriação de todas as guias recolhidas em nome do sujeito passivo nas competências da NFLD (01/1999 a 01/2003). O fisco prestou informações às fls. 381/447, onde apresentou tabela de aproveitamento das GPS e conclui que há competências em que não houve apropriação integral de recolhimentos na apuração original, devendo ser efetuada a retificação conforme demonstrativo de fls. 384. A empresa contestou as afirmações da autoridade lançadora em peça de fls. 489/520. Menciona que o escopo da diligência fiscal era apenas no sentido de que o fisco discriminasse as apropriações efetuadas, não havendo espaço para que fosse efetuadas alocações de recolhimentos. Afirma ainda que a alocação de valores para o presente débito lança efeitos sobre a NFLD n.º 35.380.4522. Acusa a existência de contradições entre os recolhimentos identificados no anexo ao relatório fiscal e aqueles apresentados nas informações prestadas em sede de diligência. Faz demonstrativos do alegado. Assevera que o desencontro dos números que compõem a apuração fiscal, caracterizado pela incompleta apropriação de recolhimentos, conduz inexoravelmente à nulidade da NFLD. Cita precedente do CARF, cujo entendimento é de que esse tipo de erro representa vício material que nulifica o lançamento. Argumenta que outra contradição gritante é a menção no relatório fiscal de que a utilização da aferição indireta decorreu da falta de apresentação de folhas de pagamentos, ao passo que na informação fiscal prestada na diligência realizada em 13/04/2007, o fisco afirma que foram apresentadas todas as folhas de pagamento. Deduz que, se foram entregues todos os documentos, o arbitramentos das contribuições é ilegítimo. Por outro lado, advoga que, se as folhas foram mostradas, o fisco teria que excluir do lançamento todas as rubricas constantes do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Suscita que o próprio procedimento fiscal demonstrou que as folhas de pagamento foram apresentadas, posto que há outras notificações fiscais específicas para exigência de contribuições sobre determinadas rubricas (alimentação, assistência médica, vale transporte) que somente poderiam ser identificadas pela análise das folhas de pagamento. Conclui que sendo procedente a aferição indireta seriam nulas as NFLD construídas mediante verificação da folha de pagamento. Fl. 539DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 4 3 Argumenta que o fisco em nenhum momento indicou qual o critério de apropriação dos recolhimentos nas diversas NFLD, notandose casos em que, se a distribuição dos valores nos débitos fosse efetuada de outra forma, levaria a inexistência de diferenças a recolher em determinadas competências. Ao final, pede a declaração de nulidade/improcedência do lançamento. É o relatório. Fl. 540DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 5 4 VOTO Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, conforme já havia decido a Turma na sentada anterior. Necessidade de conversão em diligência A planilha de fl. 384 está a indicar que para a competência 01/1999 inexistiram novas apropriações além daquelas levadas a efeito quando da lavratura fiscal, ou seja, no procedimento de diligência não foram aproveitados novos recolhimentos. Apreciando a planilha de fls. 385/447 que segrega as apropriações para as únicas notificações deste período onde foram aproveitados recolhimentos (NFLD 35.380.4522 e NFLD 35.380.4530), verifiquei que os argumentos apresentados pelo sujeito passivo na sua resposta à última diligência realizada fazem sentido, posto que cotejando os recolhimentos constantes como apropriados na planilha originalmente acostada (fls. 451/476) com aquela juntada na diligência fiscal (fls. 385/447) encontramos a seguinte discrepância para a competência 01/1999: PLANILHA DA LAVRATURA valores apropriados PLANILHA DA DILIGÊNCIA valores apropriados INSS R$ TERCEIROS R$ INSS R$ TERCEIROS R$ 39.335,27 116,17 25.016,77 6.167,66 O sujeito passivo alega que as mesmas divergências repetemse para as demais competências lançadas e apresenta demonstrativo. Assim, conforme frisei acima, como na diligência não houve novas apropriações para esta competência (01/1999), os valores acima apresentados deveriam coincidir. Em não se verificando a convergência de dados, entendo ser prudente mais uma vez ouvir o pronunciamento do fisco, até porque na planilha de fls. 451/476 há diversos dados que estão ilegíveis, merecendo que seja elaborada nova planilha contemplando todos os elementos suficientes para que se chegue a uma conclusão segura acerca da procedência ou não das contribuições lançadas. Sugiro que o demonstrativo traga, para todas as competências lançadas, as seguintes colunas, apenas com as totalizações mensais: a) base de cálculo; b) contribuição dos segurados; Fl. 541DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 6 5 c) total devido Seguridade Social; d) total devido Outras Entidades (terceiros); e) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para a Seguridade Social; f) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para Outras Entidades (terceiros); g) valor lançado Seguridade Social; h) valor lançado Outras Entidades (terceiros). Tendose em conta que este demonstrativo será tratado como sendo a manifestação do fisco acerca das divergências apontadas pelo sujeito passivo quando instando a falar sobre o resultado da diligência, a sua não produção poderá levar o órgão de julgamento a acatar como verdadeiros os argumentos da parte adversa. Desta decisão deve ser dada ciência ao sujeito passivo para manifestação no prazo legal. Conclusão Voto por conversão do julgamento em diligência, nos termos acima propostos. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 542DF CARF MF
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