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Numero do processo: 10708.001508/2002-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997
DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO.
As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento.
Numero da decisão: 3101-001.344
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 19/03/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO. As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO. As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 19/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 70 8. 00 15 08 /2 00 2- 91 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 11/19, em virtude da apuração de falta de recolhimento do PIS no período de apuração (PA) 09/97, exigindolhe contribuição de R$ 5.041,41, multa de ofício de R$ 3.781,06 e juros de mora (calculados até 31/05/2002) de R$ 4.714,22, perfazendo o total de R$ 13.536,69. O enquadramento legal encontrase às fls. 14 e 16. Após ter sido cientificado do auto de infração em 10/06/2002 (cf. Aviso de Recebimento – AR à fl. 20), o autuado, irresignado, apresentou, em 03/07/2002, a impugnação acostada às fls. 01/02 e documentos anexos de fls. 03/19 (cópia do Contrato Social; cópia da carteira de identidade do sócio e signatário da impugnação; cópia do CPF do sócio; cópia do cartão do CNPJ; cópia do cartão do CNPJ; cópia de Darf; Auto de Infração e anexos), argumentando, em síntese, que: Em que pese a repartição fiscalizadora não ter localizado o Darf de recolhimento do PIS informado na DCTF do 3º trimestre de 1997, o recolhimento foi efetuado pelo Darf anexo (fl. 10), não alocado pela repartição, originando a autuação, que se faz, assim, indevida; Em face do exposto, está certo o impugnante sejam acolhidas as razões e provas que importem o cancelamento total do Auto de Infração lavrado. Após a impugnação de fls. 01/19, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Volta Redonda Rio de Janeiro (DRF/VRA/RJ) determinou à fl. 39, em procedimento de revisão de lançamento (revisão de ofício), o prosseguimento da cobrança do crédito tributário nos exatos termos e valores em que lançado, conforme demonstrativos de fls. 36/38, ao argumento de que o pagamento apresentado pelo autuado à fl. 10 já se encontrava previamente alocado a crédito tributário da matriz em consonância com o que fora informado em DCTF pela matriz (cf. fls. 24 e 30), não havendo, desse modo, pagamento disponível para quitar o crédito tributário de responsabilidade da filial, segundo as informações prestadas em DCTF por esta (cf. fls. 25 e 33), além do que no ano calendário de 1997 a DCTF não era centralizada pela matriz, cientificandose o autuado do despacho exarado. Intimado da exigência acima mencionada em 29/10/2007, conforme Aviso de Recebimento (AR) de fl. 44, o autuado apresentou, em 13/11/2007, contestação de fls. 49/50 contra a cobrança perpetrada pela Administração – por ele denominada de “recurso voluntário” e documentos anexos de fls. 51/78 (cópia de procuração, fl. 51; cópia de folhas do Livro Diário da matriz, fls. 52/55; cópia de recibo de entrega e da DCTF referente ao 3º trimestre de 1997, fls. 56/74; cópia de recibo de Fl. 106DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 86 3 entrega e da Ficha 12 da DIRPJ/98, exercício 98, anobase 99, fls. 75/78), argumentando, em síntese, que: A DCTF da filial de Angra (referindose ao autuado, com número no CNPJ de ordem 0004, v. fl. 84) relativa ao 3º trimestre de 1997 foi preenchida indevidamente, já que não havia valor de PIS a recolher referente à citada filial, havendo somente PIS a recolher da sede localizada no Município do Rio de Janeiro (referindose à matriz, com CNPJ de ordem 0001); Podese comprovar a afirmativa acima através do Livro Diário (fls. 52/55) e da DIPJ do anocalendário 1997 (fls. 75/78); Naquela época, a entrega da DCTF não era centralizada, mas a DIPJ e a contabilidade da empresa já eram centralizadas; Conferindose o faturamento do Livro Diário e a DIPJ, podese verificar que o valor do PIS a recolher está mencionado na matriz, não existindo o valor (PIS) atribuído a recolher na filial de Angra, inexistindo, portanto, o débito mencionado na autuação; À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o recorrente seja acolhido o presente recurso, cancelandose ou modificandose o débito fiscal reclamado. A DRJ no RIO DE JANEIRO II/RJ julgou o lançamento procedente em parte, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 PIS. AUTO DE INFRAÇÃO. DCTF. É cabível o lançamento formalizado para exigir débito do PIS vinculado em DCTF a pagamento, quando não se comprove a existência do referido recolhimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. JULGAMENTO. Embora o débito declarado, a princípio, dispense o lançamento, os procedimentos fiscais perpetrados, assim como eventuais impugnações ou recursos tempestivos apresentados pelo sujeito passivo no curso do processo administrativo fiscal, constituemse atos perfeitos, motivo pelo qual devem ser apreciados pelas instâncias julgadoras administrativas. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em face da retroatividade benigna, cancelase a multa de lançamento de ofício. Lançamento Procedente em Parte. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, no qual invoca prescrição intercorrente, reprisa os argumentos esgrimidos na peça vestibular de defesa e aduz que houve má vontade dos julgadores a quo, ao analisar os documentos, pois no livro Diário estão todas as receitas da pessoa jurídica, que não recolhia de forma centralizada à época, porém escriturava centralizadamente, e as notas fiscais acostadas aos autos referemse apenas à receita da filial autuada. Ainda sugere realização de diligência, de maneira genérica. Por fim, requer a reforma do acórdão a quo, para que seja cancelado o auto de infração. Ato seguido, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau. Relatados, passo a votar. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Embora tenha ocorrido um error in procedendo neste expediente, no momento em que a Delegacia da Receita Federal em Volta Redonda/RJ operou revisão de ofício sem que houvesse competência para tanto (uma vez que a impugnação estava tempestiva), penso que o vício veio de ser sanado ao longo do contencioso, na medida em que o lançamento não foi alterado, e os elementos de fato trazidos com a revisão de ofício foram objeto de análise por parte da recorrente, durante a manifestação nominada de recurso. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento levou tudo isso em consideração quando do julgamento em primeiro grau. E a recorrente, em sua defesa efetiva, não mencionou qualquer cerceamento do direito de defesa. Aplicase ao caso vertente o princípio pas de nullité sans grief, porquanto não houve prejuízo algum para as partes; ao revés, houve sim mais oportunidade para a busca da verdade material. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 87 5 Sem embargo disso, as provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Nesse desiderato, a recorrente trouxe duas folhas do livro Diário da matriz da pessoa jurídica, que não está escriturado por estabelecimentos, e cópias de notas fiscais de prestação de serviços da filial autuada, as quais não se encontram reportadas no livro Diário da matriz, como afirma a recorrente. Demais disso, o valor da contribuição devida em função das receitas registradas no Diário não fecha com o valor do DARF de PIS pago pela recorrente. Vale aqui trazer as observações da decisão recorrida: Inicialmente, analisandose os elementos constantes da impugnação de fls. 01/02 e demais documentos a ela anexados (fls. 03/19), vislumbrase que o autuado nela alega não ter havido a falta de pagamento, que consiste na infração apontada pelo auto de infração. Apresenta, nesse sentido, o Darf de fl. 10, arrecadado pela matriz do autuado, que, todavia, não se faz hábil ao pretendido cancelamento do lançamento, porquanto citado pagamento prestase, em verdade, à extinção de débito da matriz declarado em DCTF, e que possui valor inteiramente diverso daquele débito do PIS, também declarado em DCTF pela filial (autuado), mas que, por sua vez, ensejou essa última DCTF (da filial) a presente autuação, em função da constatada inexistência do pagamento vinculado na referida DCTF (v. fls. 24/25). Por sua vez, a documentação anexada ao denominado “recurso voluntário” de fls. 49/50 também não comprova, por si só, o alegado erro de preenchimento na DCTF da filial (autuado), na qual se declarou PIS para o PA 09/97, no valor de R$ 5.041,41. É que as cópias anexadas às fls. 52/55 referemse a Livro Diário, escriturado exclusivamente para a matriz da empresa. Ora, como esta informou à RFB a centralização do recolhimento da contribuição somente a partir de 01/03/1998 (cf. pesquisa no sistema CENTRIB de fl. 83), nada impede – e, até mesmo em contrário, tudo indica que matriz e filial, à época de ocorrência dos fatos geradores do PIS objeto de autuação, mantivessem escrituração contábil distinta, sendo que aquela (escrituração) correspondente ao autuado (filial de ordem 0004 no CNPJ) em momento nenhum foi carreada pelo impugnante ao presente processo. Além disso, muito embora o valor da base de cálculo da contribuição informado na DIRPJ/98 (anobase 1997), R$ 1.184.970,82 (v. fl. 78), coincida com a totalidade das receitas de vendas anotadas no Livro Diário da matriz, fato é que o PIS resultante de citada base perfaz a importância de R$ 7.702,31, a qual, por sua vez, não guarda conformidade com o PIS recolhido pela matriz da empresa, R$ 7.591,52 (v. Darf de fl. 10). Ou seja, e em resumo: não há comprovação de que as receitas de vendas anotadas no Diário às fls. 53/54 contemplem a totalidade das receitas auferidas não somente pela matriz, mas também por todos os estabelecimentos da empresa, até mesmo porque o Livro em questão referese exclusivamente à matriz da empresa, além do que, no citado Diário, as receitas em comento não se Fl. 109DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 encontram, vale registrar, escrituradas para cada um dos estabelecimentos da empresa. Cabível, por conseguinte, a manutenção do lançamento fiscal aqui em análise. Ante o exposto, voto por DESPROVER do recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Sala das Sessões, em 28 de fevereiro de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 110DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 11080.905080/2008-21
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO.
Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável - art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-001.784
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luiz Bordignon - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: JOSE LUIZ BORDIGNON
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável - art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado
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LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 50 80 /2 00 8- 21 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.905080/200821 Acórdão n.º 3801001.784 S3TE01 Fl. 69 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório emitido eletronicamente pela DRFB Porto Alegre relativo à supostos direitos creditórios de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, em virtude de exame de declaração de compensação nos quais não foi homologado o encontro de contas por ausência/insuficiência de créditos oponíveis contra a Fazenda Pública. A interessada contesta o Parecer alegando que, ao fazer levantamento de importâncias pagas a título de Pis e Cofins, constatou a existência de valores pagos a maior a título das contribuições. Afirma que houve tributação indevida sobre valores repassados a terceiros, que deveriam ter sido excluídos da base tributável da contribuição com base no disposto no art. 3º, §2º, inciso III da Lei n° 9.718/1998, o que teria gerado indébitos compensáveis. Transcreve decisões judiciais favoráveis ao seu pleito. Outrossim, alega que tem o direito de compensar nos moldes da legislação e que os débitos compensados estariam suspensos, forte no art.151, inciso III, do CTN e no art.48, parágrafo 3° do inciso I da IN SRF 600/2005. A Delegacia de Julgamento em Porto Alegre (RS) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999 EMENTA: RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 70DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho reproduzindo as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade, acrescentando, em síntese: · Que resta evidente que o período compreendido entre a resolução n° 49 de 09 de outubro de 1995, que suspendeu a execução dos DecretosLei citados, e a promulgação da Lei n° 9.715 de 25 de novembro de 1998, restou configurado um período de vacatio legis. · Que no período compreendido entre outubro de 1995 e outubro de 1998, não há que se falar em contribuição para o PIS. Não existia regramento legal a incidir sobre os recolhimentos, tendo o contribuinte recolhido tributo indevidamente no período supracitado, em discordância com o Princípio Constitucional da Legalidade. REQUER: 1. O provimento ao presente Recurso Voluntário, com a conseqüente reforma da decisão, nos termos anteriormente expostos; 2. O reconhecido o direito líquido e certo da contribuinte de compensar a importância recolhida indevidamente; 3. Seja reconhecido o direito creditório da mesma e para que seja homologada a compensação objeto do presente; É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.905080/200821 Acórdão n.º 3801001.784 S3TE01 Fl. 70 5 Voto Conselheiro José Luiz Bordignon, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Trata o presente caso de PER/DCOMP apresentada em 11/12/2003, na qual é informado como origem do crédito um pagamento a maior de PIS/Pasep ou Cofins, compensado com débito da própria contribuição. Tal pretensão foi indeferida pela DRF/Porto Alegre, uma vez que não foi confirmada a existência do crédito informado. Em seu recurso, a Recorrente defende seu direito de compensar débitos com valores recolhidos, supostamente indevidos, em razão do que dispõe o art. 3º, §2º, III, da Lei nº 9.718, de 19981 ou por entender que no período compreendido entre outubro de 1995 e outubro de 1998 não existia regramento legal permitindo a incidência de Pis/Pasep e Cofins. Com relação à sua pretensão, não resta dúvida que a legislação autoriza a compensação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) com créditos originados de pagamento indevido ou a maior. No entanto, o crédito contra a Fazenda Nacional deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), caso contrário, não há como homologar a compensação declarada. Na situação em concreto, a interessada postula a compensação de débito próprio com um crédito juridicamente inexistente, ou seja, esse possível crédito não goza de liquidez e certeza. Não é demais lembrar que o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito compete ao autor ( art. 333 do Código de processo Civil). Importa registrar que, ao contrário do alegado, não consta dos autos qualquer documentação comprobatória da liquidez e certeza dos direitos creditórios alegados. Destarte, verificase que a recorrente não apresentou sequer um demonstrativo de cálculo do seu suposto crédito, de sorte que o pedido de compensação nos moldes requeridos não deve prosperar. A postulante, ao apresentar a manifestação de inconformidade, tinha a obrigação de carrear aos autos os elementos comprobatórios de sua pretensão, conforme dispõe o art. 333, do Código de Processo Civil (CPC) e o art. 16, inciso III, do Decreto nº 70.235, de 1 Art. 3°. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (...) §2° Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º excluemse da receita bruta: (..) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; Fl. 72DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 6 1972, no entanto, limitouse a alegar ser detentora de crédito em razão de pagamentos feitos indevidamente, invocando doutrina e jurisprudência acerca de seu suposto direito creditório. Consignese que o artigo 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo, in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda. (grifouse) No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não o comprovou por meio de provas documentais hábeis. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, não reconhecendo o direito creditório pleiteado, e, por conseguinte, não homologando a compensação. É assim que voto. (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Fl. 73DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 16327.906391/2008-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3102-000.180
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA FILHO
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Relator (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro – Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Luis Marcelo Guerra de Castro(presidente), Ricardo Paulo Rosa, Nanci Gama, Álvaro Almeida Filho e Mara Cristina Sifuentes. Relatório O recurso voluntário visa a reforma do acórdão nº 0531.283 da 3ª Turma da DRJ/CPS, que entendeu pela improcedência da manifestação de inconformidade procedência parcial do lançamento. Observando o relato da decisão recorrida é possível constatar que: Tratase de Despacho Decisório que não homologou Declaração de Compensação eletrônica. Na fundamentação do ato, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do Fl. 214DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 2 2 contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que efetuou recolhimento a maior e que apresentou outra declaração de compensação a partir do mesmo recolhimento que dá suporte à que é objeto do presente processo. As duas declarações não foram homologadas por falta de demonstração do crédito em DCTF. Prossegue a contribuinte: Tendo em vista que as duas Per/Dcomps acima mencionadas decorrem do mesmo crédito e também porque ambas foram transmitidas de forma autônoma, a requerente demonstrará a necessidade de análise conjunta (...) Mas o fundamental é que o pagamento a maior realmente existe e a Requerente tem direito de crédito sobre tais valores, como se pode depreender nos argumentos a seguir demonstrados. Antes da demonstração da origem do crédito, cabe uma explicação sobre as Operações de Crédito efetuadas entre a Requerente e seus clientes, bem como a incidência do 10F sabre tais operações. A Requerente, Instituição Financeira, efetuou operações de crédito (empréstimo) com diversos clientes (pessoas jurídicas). Para tais operações, o art. 7°, I, 'b', do Decreto n° 4.494/02 previu a incidência do 10F: Art.7° A base de cálculo e respectiva alíquotas reduzida do IOF são (Lei n° 8.894, de 1994, art. 1°, parágrafo único, e Lei no 5.172, dc 1966, art. 64, inciso I): I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: () b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada urna das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; 0 mesmo Decreto, no art. 7°, § 1°, limitou a incidência do I0F sobre as operações de crédito financiamento ao 'valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias (365 dias x 0,0041%). Tal limitação ocorre, inclusive, quando há prorrogação da operação de crédito. o que diz o § 7º do art. 7° do Decreto n°4.494/02: Fl. 215DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 3 3 § 7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de divida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a aliquota em vigor it época da operação inicial. Conclusão: nas operações de crédito (empréstimos) efetuadas pela Requerente com seus clientes, o IOF devido é aquele relativo ao valor objeto do empréstimo a alíquota diária de 0,0041% (limitada a 365 dias). 0 referido recolhimento a maior ocorreu sobre operações de crédito (...), onde a Requerente recolheu valor de 10F em montante superior à alíquota máxima prevista no decreto citado no item anterior. 0 valor original indevidamente retido a titulo de IOF foi de: Quebecor (R$ 4.343,33) e (R$ 2.675,25) e (Vide planilha de cálculo do 10F e extrato da conta corrente demonstrando a retenção do 10F — Doc. 4). Tal equivoco ocorreu por erro de sistema, que considerou novamente o IOF em cada prorrogação do prazo da operação, dessa forma não limitou o cálculo do IOF até a alíquota máxima de 0,0041% x 365 dias (Vide comprovantes da prorrogação — Doc. 5). Diante disso, para que pudesse fazer jus ao direito de restituição/compensação dos créditos decorrentes dos pagamentos a maior de I0F, a Requerente apurou os pagamentos efetuados a maior, ou seja, aqueles cuja alíquota aplicada ultrapassou o limite de 0,0041% x 365 dias, previsto no Decreto do I0F. Por ser mera responsável pela retenção do I0F, a Requerente providenciou, ainda, a devolução dos valores indevidamente retidos aos clientes, acrescidos de juros e correção monetária (Vide extrato da conta corrente — Doc. 6). Logo, a Requerente demonstra que, de fato, assumiu o encargo financeiro do recolhimento a maior do I0F indevidamente recolhido, razão pela qual tem direito a sua restituição/compensação. Vale ressaltar que, o JOE discutido no presente processo (R$ 7.018,58) foi recolhido a maior em conjunto com o montante de R$ 28.276,54 (...) bem como com outros débitos de 10F decorrentes de diversas retenções ocorridas no mesmo período de apuração, o qual resultou no recolhimento de R$ 586.402,03. Analisada a impugnação ao auto de infração e a informação fiscal, decidiu a 3ª Turma da DRJ/CPS, pela improcedência da manifestação de inconformidade, conforme demonstra ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Data do fato gerador: 12/02/2003 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 4 4 O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Na fundamentação do acórdão recorrido se observa que dentre os documentos apresentados não se identifica o extrato bancário que demonstre o depósito inicial dos recursos emprestados, o que teria comprometido a comprovação do próprio empréstimo, bem como a identificação da renovação que seria objeto do próprio crédito. Inconformada com a decisão acima a contribuinte apresentou recurso voluntário alegando que: 1) Decorre o presente de DECOMP formulada pela recorrente visando compensar crédito de IOF com débito do mesmo imposto, a qual não foi homologada por inexistência de crédito; 2) O crédito é proveniente do recolhimento realizado com base em alíquota superior à prevista na legislação de 0,0041% (limitada a 365 dias), em operações de crédito realizadas junto a cliente pessoas jurídicas; 3) Realizou a retificação de sua DCTF para excluir R$ 7.018,58 (sete mil, dezoito reais e cinquenta e oito centavos), indicados erroneamente como débito do IOF, entretanto esse valor não foi reconhecido, pois a decisão recorrida entendeu necessário a comprovação do depósito inicial dos recursos emprestados. 4) Preliminarmente existe a necessidade do julgamento ser realizado em conjunto com demais processos administrativos referentes a compensação de IOF, decorrentes de operações de mútuo bancário cujo o prazo ultrapassou 365 dias, relacionando todos os processo decididos pela DRJ/CPS, os quais se identificam quanto à matéria e aos elementos de prova, e foram julgados simultaneamente pela DRJ, obstando assim decisões distintas sobre a mesma matéria; 5) No mérito alega que foi reconhecida pela DRJ a limitação de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias para a aplicação da alíquota diária do IOF, e que na respectiva decisão restou consignado que os valores guardam coerência numérica com as alegações formuladas, entretanto, a decisão de piso, entendeu que não é possível identificar a concessão do empréstimo pela fatal de apresentação dos extratos constando o depósito inicial dos recursos emprestados, fundamentação Fl. 217DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 5 5 essa que não poderia prosperar, já que a documentação é capaz de demonstrar o empréstimo e as renovações; 6) Em 01/02/2002 e 13/02/2002 foram celebrados contratos de mútuo com a empresa Quebecor, nos valores respectivamente de R$ 674.743,90 e R$ 450.000,00. 7) O IOF foi recolhido de acordo com cada período da seguinte forma “R$[valor do contrato] x 0,0041% x quantidade de dias de cada período contratado”, assim após os 365(trezentos e sessenta e cinco dias) não há mais o que recolher, entretanto continuou erradamente a debitar de sua cliente. 8) Percebido o erro o IOF deduzido da empresa foi devolvido acrescido de SELIC, e assim a recorrente apresenta autorização nos termos do art. 166 do CTN para requerer o IOF recolhido a maior; 9) As planilhas, as declarações, os contratos e extratos analisados em conjunto, são capazes de comprovar o empréstimo, independentemente prova da materialização do empréstimo. Após os argumentos acima busca a recorrente a reforma decisão recorrida para homologar integralmente a declaração de compensação; VOTO Conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Como demonstrado o cerne do recurso apresentado é o reconhecimento do crédito de IOF sob o argumento de que há elementos nos autos capazes de comprovar o empréstimo realizado com as empresas Quebecor., no qual teria ocorrido um recolhimento a maior de IOF no montante de R$ 7.018,58 (sete mil e dezoito reais e cinquenta e oito centavos). A Constituição, no inciso V art. 153, atribuiu competência a União para instituir imposto sobre operações financeiras, o qual já havia sido instituído através do Código Tributário Nacional, recepcionado como lei complementar, nos termos do art. 63 a 67 do CTN. O critério material do IOF é a formalização das operações definidas nos incisos do art. 63 do CTN, já a base de cálculo é o valor da respectiva operação, cabendo ao poder executivo alterar as alíquotas e base de cálculo nos limites legais, objetivando os ajustes a política monetária, dentro desta ótica foi editado o decreto 6.306/2007, que revogou o decreto 4.494/2002, em vigor a época dos fatos, o qual quanto à alíquota e ao limite legal sobre as operações de crédito assim disciplinava : Art.6º O IOF será cobrado à alíquota máxima de um vírgula cinco por cento ao dia sobre o valor das operações de crédito (Lei nº 8.894, de 1994, art. 1º). Fl. 218DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 6 6 Art.7º A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF são: Ina operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: ... b)quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; §1º O IOF, cuja base de cálculo não seja apurada por somatório de saldos devedores diários, não excederá o valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias, ainda que a operação seja de pagamento parcelado.(grifo nosso) §2º No caso de operação de crédito não liquidada no vencimento, cuja tributação não tenha atingido a limitação prevista no §1º, a exigência do IOF fica suspensa entre a data do vencimento original da obrigação e a da sua liquidação ou a data em que ocorrer qualquer das hipóteses previstas no §7º. §3º Na hipótese do §2º, será cobrado o IOF complementar, relativamente ao período em que ficou suspensa a exigência, mediante a aplicação da mesma alíquota sobre o valor não liquidado da obrigação vencida, até atingir a limitação prevista no §1º. ... §7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a alíquota em vigor à época da operação inicial. Observando as normas acima, no tocante incidência do IOF nas hipóteses de renovação de contrato com o mesmo mutuário, a decisão singular concluiu que: Nesses termos, o disposto no referido artigo regulamentar citado define a aplicação de tratamento de tributação complementar à renovação do contrato junto ao mesmo mutuário, sem a liberação de novo valor. Nessa hipótese, o § 7º do art. 7º, acima transcrito, aplicase a alíquota vigente à época da operação originária multiplicada pelo número de dias pactuados na renovação. Esse cômputo dos dias repactuados, para efeitos de determinação de alíquota, fica limitado a um total de 365 (trezentos e sessenta e cinco), levados em conta os dias do prazo já vencido e já objeto da tributação originária. Vale dizer, a tributação, incluída a originária e a complementar, não pode ultrapassar o limite máximo de 365 dias multiplicados pela alíquota vigente. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 7 7 Como a prorrogação se trata, na realidade, de uma extensão da mesma operação de crédito, o limite máximo também inclui a tributação complementar, que é apenas a correção do aumento de prazo em relação à tributação originalmente prevista. Esse aumento de prazo não traz nenhuma repercussão em termos de IOF se o prazo original sobre o qual foi pago o imposto for superior a 365 dias. A partir da premissa, acima referida, a DRJ passou a examinar todos os créditos de IOF requeridos pela recorrente, observando se a documentação apresentada permite identificar os empréstimos da contribuinte com renovação/prorrogação, sem a substituição do devedor e que tenham ultrapassado o limite de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias com a dedução do IOF. Utilizando as planilhas anexas a declaração de fls. 198 assinadas pela cliente Quebecor World São Paulo S/A, a recorrente procura provar a existência dos mútuos, entretanto, apesar de juntar os contratos aos autos não comprova se houve a efetiva transferência dos valores, o que poderia ter sido realizado com o extrato do cliente ou com o comprovante de transferência da própria recorrente, assim não há como identificar se houve ingresso da quantia nos cofres de suas clientes, e quando foi esse ingresso. Ora a data do empréstimo é imprescindível para demonstrar o prazo de dedução errônea do IOF após decorridos os 365(trezentos e sessenta e cinco) dias, e assim identificar o crédito tributário. Acontece que, em sessão o contribuinte através de seu patrono demonstra que os extratos foram protocolados, em 06/10/2011, na sede do CARF, razão pela qual, portanto convertese o presente julgamento em diligência para determinar que a secretaria proceda a juntada e posteriormente intimação da Procuradoria da Fazenda Nacional para conhecimento dos documentos apresentados. Sala de sessões 06 de outubro de 2011. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho – Relator Fl. 220DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10930.003549/2002-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1998
AUTO DE INFRAÇÃO. COBRANÇA DA MULTA MORATÓRIA.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, onde o contribuinte declara e recolhe o tributo, o STJ firmou entendimento de que não cabe o instituto da denúncia espontânea (artigo 138 do CTN), na hipótese do contribuinte ter declarado o tributo. Aplicação do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF.
Numero da decisão: 2201-001.657
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRF- ação fiscal- ñ retenção/recolhim. (rend.trib.exclusiva)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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COBRANÇA DA MULTA MORATÓRIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, onde o contribuinte declara e recolhe o tributo, o STJ firmou entendimento de que não cabe o instituto da denúncia espontânea (artigo 138 do CTN), na hipótese do contribuinte ter declarado o tributo. Aplicação do artigo 62A do Regimento Interno do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, NEGAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Fl. 126DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração originado em auditoria interna na DCTF, conforme quadro 3, fl. 17, relativa a juros pagos a menor ou não pagos e multa de ofício exigida isoladamente, segundo discriminado no “Anexo IV à fl. 31”. Cientificada do lançamento, a autuada apresentou tempestivamente Impugnação (fls. 01/06), alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: ... não se poderia falar em multa de mora pois os pagamentos foram feitos espontaneamente pelo contribuinte sem nenhum procedimento administrativo entre a data do vencimento e a data do efetivo pagamento, hipótese que configura a denúncia espontânea prevista no art. 138 do Código Tributário nacional. Em sustentação à sua tese, colaciona jurisprudência administrativa (Câmara Superior de Recursos Fiscais) e do Tribunal Regional da Federal da 4ª Região. Informa que recolheu os juros lançados, no importe de R$ 13,50, conforme DARF de fls. 36. A 1ª Turma da DRJ em Curitiba/PR julgou integralmente procedente o lançamento, conforme se observa da transcrição da síntese do voto condutor do julgamento de primeira instância: A única alegação da contribuinte é que, por ter recolhido espontaneamente o tributo antes da instauração de qualquer procedimento administrativo para a cobrança do tributo, teria restado configurada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, o que tornaria indevida a exigência da multa moratória e, por conseqüência, da multa de ofício lançada no auto de infração combatido. Tratase de alegação compreensível ao tempo em que formulada (08/07/2002). Todavia, já inteiramente superada, conforme se constata pela remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como testemunham os recentes julgados extraídos de seu site na internet... (...) REsp 251290 / SP ; RECURSO ESPECIAL 2000/00245518 Relator(a) Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123) (...) Ementa TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPOSTOS SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃOCABIMENTO. MULTA MORATÓRIA. 1. Nas hipóteses em que o contribuinte declara e recolhe com atraso tributos sujeitos a lançamento por homologação, não se Fl. 127DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10930.003549/200289 Acórdão n.º 2201001.657 S2C2T1 Fl. 2 3 aplica o benefício da denúncia espontânea e, por conseguinte, não se exclui a multa moratória. 2. Recurso especial nãoprovido. (...) E, ainda: REsp 264407 / SC ; RECURSO ESPECIAL 2000/00623571 Relator(a) Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123) (...) Ementa TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138 DO CTN. PARCELAMENTO DE DÉBITO TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. 1. A simples confissão de dívida acompanhada do pedido de parcelamento do débito não configura denúncia espontânea a dar ensejo à aplicação da regra ínsita no art. 138 do CTN, de modo a eximir o contribuinte do pagamento de multa moratória. 2."Não se conhece do recurso especial pela divergência quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida" (Súmula n. 83/STJ). 3. Recurso especial não provido. Temse, portanto, que a exigência de multa moratória, além de estar regularmente prevista na legislação, é considerada regular pelo Poder Judiciário. Logo, é procedente o lançamento que impõe a multa de ofício pela falta de recolhimento da multa moratória. Estando assim convencido, voto pela integral manutenção do lançamento. Intimada da decisão de primeira instância em 26/01/2006 (fl. 46), a Thermo King do Brasil Ltda apresenta Recurso Voluntário em 24/02/2006 (fls. 47 e seguintes), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator Fl. 128DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Como se observa da análise do acórdão recorrido alega a suplicante, em linhas gerais, que por ter recolhido espontaneamente o tributo antes do início de qualquer procedimento administrativo, teria restado configurada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, o que tornaria indevida a exigência dos juros pagos a menor ou não pagos e da multa de ofício exigida isoladamente sobre os valores lançados em DCTF. Pois bem, verifico que a matéria em debate nos autos é por demais conhecida pelos membros deste Órgão Administrativo que em diversas ocasiões se manifestou, conforme se observa de alguns julgados idênticos ou similares que transcrevo: DENÚNCIA ESPONTÂNEA, FALTA DE PAGAMENTO DE TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO. Quando a infração fiscal é do conhecimento do Fisco, como é o caso de falta de pagamento de tributo ou contribuição, e seu autor noticia a sua ocorrência, não há que se falar em denuncia espontânea, mas apenas em confissão. Conseqüentemente, esta situação não está albergada pelo art. 138 do CTN. (Acórdão nº 330200.534) ... DENÚNCIA ESPONTÂNEA, MULTA DE MORA, APLICABILIDADE A denúncia espontânea, objeto do Código Tributário Nacional CTN, art. 138, não se aplica a tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados e pagos a destempo, inexistindo amparo legal para exclusão da multa de mora. (Acórdão nº 330100.725) ... DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA. É inadmissível a aplicação do art. 138 do CTN para afastar a imposição de multa de mora nos casos em que o contribuinte declara a dívida (de tributo sujeito a lançamento por homologação) e efetua o pagamento respectivo a destempo, à vista ou parceladamente. (STJ, AgRg no Ag 795574/SP, Relator Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ 18.12.2006; AgRg no EREsp 636.064/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, 1ª Seção, DJ 05.09.2005). Recurso a que se nega provimento. (Acórdão nº 10323499) ... AUTO DE INFRAÇÃO. COBRANÇA DA MULTA MORATÓRIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, onde o contribuinte declara e recolhe o tributo, o STJ firmou entendimento de que não cabe o instituto da denuncia espontânea (artigo 138 do CTN), na hipótese do contribuinte ter declarado o tributo. Aplicação do artigo 62ª do Regimento Interno do CARF. Recurso conhecido e não provido. (Acórdão nº 120100.510) Fl. 129DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10930.003549/200289 Acórdão n.º 2201001.657 S2C2T1 Fl. 3 5 Ademais, conforme prevê o Regimento Interno do CARF, os Conselheiros do CARF estão vinculados à aplicação do entendimento do Superior Tribunal de Justiça STJ quanto às matérias que foram julgadas com efeitos repetitivos. Transcrevese o art. 62A do RICARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (...) Neste sentido, a matéria em debate já foi objeto de decisão pelo STJ sob a sistemática do art. 543C do CPC e se enquadra perfeitamente na decisão abaixo: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo" É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (RECURSO ESPECIAL Nº 962.379 RS (2007/01428689), RELATOR : MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI) Assim sendo, pelo entendimento do STJ, na sistemática prevista pelo artigo 543C do CPC, o instituto da denúncia espontânea não se aplica a tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, pois, em verdade, tratase de mero inadimplemento. Ante ao exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 130DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Fl. 131DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 13888.001803/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA . IRPJ
Ano calendário: 2006
DECLARAÇÃO INEXATA. OMISSÃO DE RECEITA
Considera-se omitida toda a receita não oferecida à tributação
independentemente de estar ou não escriturada.
LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. RETIFICAÇÃO I Inexiste a faculdade de o contribuinte compensar Prejuízos fiscais
retroativamente, quando não haja erro de fato cabalmente demonstrado, pois compensar prejuízos fiscais não é erro, mas sim uma opção legal.
Numero da decisão: 1401-000.752
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR o pedido de perícia e NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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IRPJ Anocalendário: 2006 DECLARAÇÃO INEXATA. OMISSÃO DE RECEITA Considerase omitida toda a receita não oferecida à tributação independentemente de estar ou não escriturada. LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. RETIFICAÇÃO I Inexiste a faculdade de o contribuinte compensar Prejuízos fiscais retroativamente, quando não haja erro de fato cabalmente demonstrado, pois compensar prejuízos fiscais não é erro, mas sim uma opção legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR o pedido de perícia e NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, João Carlos de Figueiredo Neto e Jorge Celso Freire da Silva. Fl. 790DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 791 2 Fl. 791DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 792 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra o Acórdão nº 1434.981, da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão PretoSP. Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: Tratase de impugnação aos Autos de Infração de IRPJ e, CSLL, lavrados e cientificados em 15 de abril de 2010, contra o Interessado, relativos ao ano calendário de 2006, em razão de haver sido apurado pela Fiscalização receita bruta maior que a oferecida à tributação no mês de dezembro de 2006. Os valores relativos aos fatos geradores verificados encontramse indicados nos corpos dos autos de infração, nos quais também constam os enquadramentos legais respectivos, atingindo o valor consolidado do crédito tributário o montante de R$ 1.028.153,00 na data da lavratura, compreendendo os valores dos tributos, acrescidos da multa de ofício de 75% e dos juros de mora calculados até 31/03/2010, assim distribuídos: IRPJ RS 752.683,39 CSLL R$ 275.469,61 No Relatório Fiscal do Auto de Infração(fls. 33 a 37), há a descrição do procedimento fiscal e da irregularidade, apontada pelo autuante como infração à legislação tributária, que motivou a lavratura dos presentes autos de infração. Regularmente cientificado, ingressou com a impugnação de fls. 95 a 114, firmada pelos procuradores Dr. Luiz Rogério Sawaya Batista e Dr. Felipe Rufalco Medaglia, constituídos pela procuração de fl. 117, combatendo os Autos de Infração, onde em síntese alega que não houve qualquer omissão de receita, mas, apenas e tãosomente mero erro formal no preenchimento da DIPJ, mesmo porque a receita supostamente omitida foi levada em consideração quando do cálculo do IRPJ e da CSLL devidos. Aduz que foi autuada por não ter informado em sua DIPJ/2006, as receitas auferidas no mês de dezembro, no valor de R$1.467.996,94, nada obstante referido valor constasse dos livros fiscais e tenha sido declarado no DACON. Após referirse aos artigos 281 e 528 do RIR/99 e ao artigo 24 da Lei n° 9.249, de 1995, afirma que não está ocorrida a hipótese de omissão de receitas, pois, entende que a omissão de receita está vinculada à prática de um ilícito, tendente a reduzir ou suprimir o valor do tributo. Após reproduzir excerto de ensinamento de renomados juristas, alega que a suposta omissão de receita decorreu do fato de ela ter declarado em DACON e submetido à tributação da Contribuição ao PIS e à Cofins ter auferido receita, porém, não têlo feito na DIPJ. Diz que o fato de ter escriturado devidamente nos seus livros contábeis e submetidas as receitas supostamente omitidas à tributação do PIS e da Cofins, não Fl. 792DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 793 4 caracteriza intuito de suprimir ou reduzir tributo. Assevera que a própria fiscalização admite que houve mero erro formal no procedimento adotado pela impugnante que ela teria recolhido a contribuição ao PIS e à Cofins a maior. A seguir elabora demonstrativos, englobando todo o anocalendário de 2006, pretendendo demonstrar que o "erro formal" não afetou o cálculo e o recolhimento do IRPJ e da CSLL, como também recolheu tributos a maior, na medida em que não se utilizou de prejuízo fiscal apurado para deduzir da base de cálculo dos mencionados tributos. E conclui: "Por fim, (..), a Impugnante demonstrou que se erro de recolhimento houve, isso se deu em razão de recolhimento a maior do IRPJ e da CSLL no 2o, 3o e 4o Trimestre de 2006 por não ter a Impugnante aproveitado o prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa da CSLL apurada no 1º Trimestre daquele ano". Requer produção de prova pericial contábil, indicando o perito e os quesitos a serem respondidos, e provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. E a síntese do essencial. A DRJ, manteve integralmente o lançamento, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA . IRPJ Anocalendário: 2006 DECLARAÇÃO INEXATA. OMISSÃO DE RECEITA Considerase omitida toda a receita não oferecida à tributação independentemente de estar ou não escriturada. Assim , sendo as declarações apresentadas à RFB, o instrumento básico de determinação e cobrança do imposto, a sua formulação em valores inferiores aos escriturados implica omissão de receita. LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. RETIFICAÇÃO I Inexiste a faculdade de o contribuinte compensar Prejuízos fiscais retroativamente, quando não haja erro de fato cabalmente demonstrado, pois a opção de abater prejuízos fiscais é definitiva. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2006 PERÍCIA. REQUISITOS. O pedido de perícia deve indicar os motivos que o justifiquem e do sujeito passivo. Caso contrário, o pedido deve ser considerado formulado. Portanto sem efeito o pedido de perícia da empresa, mesmo porque não há matéria contestada nos presentes autos de infração que necessite de opinião de perito para ser decidida. PRODUÇÃO DE PROVAS ADICIONAIS. PRECLUSÃO TEMp0RAL Fl. 793DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 794 5 Tendo em vista a superveniência da preclusão temporal, é rejeitado o pedido de produção e apresentação de provas suplementares pois o momento propício para a defesa cabal é o da oferta da peça impugnatória. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. No caso de lançamento de ofício, será aplicada a multa, calculada sobre totalidade ou diferença de tributo ou contribuição, de setenta e cinco ' cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de faltai declaração e nos de declaração inexata Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário a este Conselho, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório. Fl. 794DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 795 6 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator. O recurso reúne as condições de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Tratase de Autos de Infração de IRPJ e, CSLL, relativos ao anocalendário de 2006, em razão de haver sido apurado pela Fiscalização receita bruta maior que a oferecida à tributação no mês de dezembro de 2006 em sua DIPJ. Perícia A contribuinte requer a realização de perícia, bem assim se insurge contra a decisão de primeira instância que a considerou prescindível. Porém, conforme se verificará na exposição mais adiante do mérito, assim como também ficou bastante claro em todo o contexto da decisão de primeira instância, os elementos indispensáveis à solução do litígio encontrase nos autos, motivo pelo qual o pedido de perícia dever ser indeferido nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235/72. É que o fulcro da questão circunscrevese a averiguar a base de cálculo para a exigência do imposto de renda no regime de Lucro Real, tratandose, pois, de litígio ligado a definições conceituais ligado aos fatos constantes dos instrumentos de formalização do crédito tributário (livros e declarações). Ademais, o deferimento de diligência e perícia é uma decisão do âmbito de discricionariedade do julgador, cabendo a ele fazêla ou não a depender da formação de sua convicção (diligência) ou mesmo que se lhe exigirá conhecimentos técnicos específicos que somente um perito especializado poderia ter (perícia), o que não é o caso dos autos em que se requer apenas análise de meros dados contábeis, fiscais e legais., perfeitamente dentro da alçada de competência do Auditor Fiscal. Portanto, indefiro o pedido de perícia. MÉRITO Como já foi relatado, a lide gira em torno de receitas não oferecidas à tributação na DIPJ/2007, anocalendário 2006, relativamente ao mês de dezembro de 2006. Toda a defesa da Recorrente converge no sentido de alegar que não houve omissão de receitas, uma vez que elas teriam sido perfeitamente escrituradas em seus livros contábeis, declaradas na DACON e integraram a base de cálculo do PIS e da Cofins. Ora a fiscalização constatou a omissão de receitas a partir da chamada “declaração inexata”, em que se verificou existir diferença entre a receita declarada na DIPJ 2007, apresentada pela empresa à SRF, e aquela escriturada em seus livros contábeis/fiscais, Fl. 795DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 796 7 incorrendo, portanto, na materialização da hipótese de infração prevista no art. art. 24 da Lei n° 9.249, de 1995. Como é sabido, toda receita não oferecida à tributação é por definição uma omissão de receita, não importando se estava ou não escriturada. A declaração inexata é causa ou consequência da omissão de receita, mas isso é irrelevante. Se foi a causa, intencional ou não, a omissão de receita está caracterizada, muito embora o dolo aqui já não se possa cogitar. Se a declaração inexata foi a consequência da omissão de receitas voluntariamente perseguida, há que se cogitar neste caso de dolo ou não. Tirante a questão da voluntariedade para efeito de qualificação da multa, a questão de ser “declaração inexata” ou de omissão de receita é de mera terminologia, o que importa é que a falta do oferecimento à tributação enseja o lançamento de ofício para restituir as coisas ao seu estado anterior. Nesse sentido, o art. 841 do RIR/99 dispõe, verbis: O lançamento será efetuado de oficio quando o sujeito passivo: (...) III fizer declaração inexata, considerandose como tal a que contiver ou omitir, inclusive em relação a incentivos fiscais, qualquer elemento que implique redução do imposto a pagar ou restituição indevida; (grifei) No caso concreto, de apuração pelo lucro real (trimestral), a omissão de receita implicou mesmo em redução do imposto a pagar. A própria Recorrente confessa tanto na fase impugnatória quanto no recurso que não oferecera à tributação as referidas diferenças de receitas escrituradas e não declaradas em DIPJ/DCTF. Mas, tenta confundir, alegando que tal procedimento não passava de um mero equívoco formal no preenchimento das declarações: 44. No caso ora debatido, a suposta omissão de receita, como dito, decorreu do fato de ter a Recorrente declarado em DACON — e submetido à tributação da Contribuição ao PIS e da COFINS — ter auferido receita, porém não tinha feito na DIPJ. 45. Vejam, V. Sas., que a Recorrente submeteu as receitas supostamente omitidas à tributação pela Contribuição ao PIS e à COFINS, bem como as escriturou devidamente nos seus livros contábeis, porém, por um mero equivoco no preenchimento da sua DIPJ, não as informou à Receita Federal do Brasil quando da apresentação da DIPJ. Porém no parágrafo seguinte, se contradiz, afirmando que a supressão dessas receitas não afetariam os tributos devidos ao final: 46. Ora, tal situação não caracteriza intuito de suprimir ou reduzir tributo — mesmo porque, conforme será demonstrado no próximo tópico, a Recorrente não apenas recolheu integralmente o IRPJ e a CSLL, como também o fez em valor superior ao efetivamente devido —, não podendo, portanto, caracterizar omissão de receita. Fl. 796DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 797 8 Na seqüência de sua defesa, ao invés de provar o oferecimento à tributação passa a discorrer sobre presunções legais de omissão de receita, que nada tem a ver com a matéria em debate. Pois, o caso que se cuida é omissão direta de receitas! Tergiversa mais uma vez, a respeito do erro de incluir o IPI como Receita Bruta o que fora constatado pela fiscalização e que também nada tem a ver com a matéria tributada em debate. Em sua impugnação e no recurso, o contribuinte juntou demonstrativos de apuração dos quatro trimestres do anocalendário de 2006, elaborados após a fiscalização, cujos dados teriam sido extraídos dos livros Diário, Razão e balancetes. Rememorando os cálculos do quarto trimestre de 2006: Tabela 1 Declarado pela empresa Apurado pelo Fisco Discriminação Valor Valor Diferença à menor Rec Venda Merc Interno e Prod Fabric Própria 2.426.168,10 3.894.165,04 1.467.996,94 () ICMS 645.624,87 645.624,87 0,00 () COFINS 339.735,51 339.735,51 0,00 () PIS/PASEP 73.758,37 73.758,37 0,00 RECEITA LIQUIDA DAS ATIVIDADES 1.367.049,35 2.835.046,29 1.467.996,94 () Custo dos Bens e Serviços Vendidos 1.158.518,72 1.158.518,72 0,00 LUCRO BRUTO 1.676.527,57 1.467.996,94 () Despesas Operacionais 127.172,90 127.172,90 0,00 LUCRO OPERACIONAL 81.357,73 1.549.354,67 1.467.996,94 RESULTADO DO PERÍODO DE APURAÇÃO 81.357,73 1.549.354,67 1.467.996,94 LUCRO LIQUIDO ANTES DA CSLL 81.357,73 1.549.354,67 1.467.996,94 LUCRO LIQUIDO ANTES DO IRPJ 81.357,73 1.549.354,67 1.467.996,94 LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO DE APURAÇÃO 81.357,73: 1.549.354,67 1.467.996,94 Depois de tantas tergiversações a Recorrente, por fim, traz uma surpresa ainda maior. Desloca o ponto de controvérsia para a rubrica “Custo dos Bens e Serviços Vendidos”. Ora, a lide cingese ao não oferecimento de determinadas receitas obtidas a partir da Gia e Livros Fiscais de Saída e de ICMS e demonstradas pelo Fisco nota fiscal a nota fiscal através do demonstrativo de fls. 1/16. A primeira dúvida que assola é saber por que motivo quando intimada não levou tal explicação. O segundo ponto é mais dramático ainda. Mesmo que se admita, apenas para argumentar, que houvesse por um passe de mágica uma subavaliação dos custos, como justificar ainda a diferença remanescente sobre as receitas? Por outras palavras como justificar ainda a presença e existência de cada uma das notas fiscais de saídas que estão escrituradas e foram tributadas para efeito de PIS e Cofins? E como conceber ainda que essa diferença no custo aparece exatamente na mesma cifra das diferenças de receitas ora tributadas? Por outras palavras, a “solução” aventada pela Recorrente é de plano incoerente e inconsistente com as provas já constante dos autos. É de lembrar que coerência e consistência é um dos pressupostos para uma certeza objetiva. Fl. 797DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 798 9 A Decisão de piso soube também captar a dimensão dessa surpresa, senão vejamos: Analisandose o demonstrativo do quarto trimestre de 2006 (fl. 109), verifica se que o contribuinte, em seus cálculos para apurar o resultado, deduziu inexplicavelmente como Custo das Mercadorias o valor de R$2.679.798,98, enquanto que na Ficha 04A da DIPJ informou como Custo de Bens e Serviços Vendidos o valor de R$1.158.518,72. Desta forma, não tendo o contribuinte trazido, juntamente com a impugnação, os documentos comprobatórios que embasassem seus cálculos, as suas alegações não podem ser acatadas. Ora, a DRJ quando sugeriu que a impugnante trouxesse os documentos comprobatórios do custo fora até benevolente, pois primeiro haveria que se responder a todas aquelas indagações conceituais antes. Mas, a recorrente limitouse repisar os mesmos argumentos trazidos na fase impugnatória sem trazer nenhum esclarecimento adicional que insta a esta autoridade julgadora a tomar conhecimento de tais provas. Limitouse a trazer em sede recursal uma enormidade de dados brutos: Livros contábeis e fiscais sem ser precisa em seu intento. O que implica dizer que o que trouxe não são provas, pois para caracterizar a prova não é bastante trazer aos autos informações, de forma desarticulada e incompletas, como fez a recorrente. Conforme jurisprudência deste Conselho a prova deve estar perfeitamente articulada com o auto de infração, descortinandose a partir dela de forma sucinta e objetiva todas as conexões existentes com o infração que se deseja infirmar. Esse ônus não é do julgador, mas sim da recorrente. Por outro torneio, as “peças de um quebra cabeça” não são provas, prova é o “quebracabeça” montado. Prejuízos Fiscais Como se não bastasse, a Recorrente traz um novo argumento totalmente desarticulado com sua linha anterior de defesa, mostrando mais uma vez a inconsistência de suas alegações. E voto a ressaltar, um dos pressupostos da verdade é a coerência e consistência. Sem esses atributos, geralmente a verdade passa longe. Alega dessa feita que a diferença não se dá nem nas receitas, nem nos custos, mas na falta de aproveitamento dos prejuízos fiscais ocorridos nos trimestres anteriores de 2006, que não foram por ela aproveitados. Sempre adotei a linha de entendimento de que opção não é erro. O não aproveitamento dos prejuízos fiscais não configura um erro, pois é uma opção perfeitamente possível. E se é uma opção perfeitamente possível não há maneira de se demonstrar que o não exercício desse direito foi um erro. Fl. 798DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 799 10 Dessa forma, em vista das explicações escorreitas da decisão de piso e também não rebatidas, passo a adotar também como razão de decidir os fundamentos utilizados pela decisão de piso, abaixo reproduzidos: Ora, a legislação tributária adota o sistema de transporte de prejuízos fiscais para exercícios seguintes para efeito de compensálos. Após o advento do art. 42, parágrafo único, da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e § 2° do art. 510 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), não há limite temporal para a redução do lucro líquido apurado em exercícios posteriores por meio desses prejuízos fiscais apurados em exercícios anteriores. Entretanto, a compensação dos prejuízos fiscais é uma opção do contribuinte nos termos dos arts. 250, 509 e 510 do RIR/1999, os quais dispõem: Art. 250. Na determinação do lucro real, poderão ser excluidos do lucro líquido do período de apuração (DecretoLei n 1.598, de 1977, art. 6, § 3°): (...) III o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observado o disposto nos arts. 509 a 515 (Lei n" 9.065, de 1995, art. 15 eparágrafo único). (...) Art. 509. O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real e registrado no LALUR (DecretoLei n 1.598, de 1977, art. 64, § 1, e Lei n9.249, de 1995, art. 6, e parágrafo único). § 1 A compensação poderá ser total ou parcial, em um ou mais períodos de apuração, à opção do contribuinte, observado o limite previsto no art. 510 (DecretoLei w° 1.598, de 1977, art. 64, § 2?). (...) Prejuízos Fiscais Acumulados até 31 de dezembro de 1994 e Posteriores Art. 510. O prejuízo fiscal apurado a partir do encerramento do ano calendario de 1995 poderá ser compensado, cumulativamente com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994, com o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Decreto, observado o limite máximo, para compensação, de trinta por cento do referido lucro líquido ajustado (Lei n9.065, de 1995, art. 15). Fl. 799DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 800 11 §10 disposto neste artigo somente se aplica ás pessoas jurídicas que mantiverem os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do prejuízo fiscal utilizado para compensação (Lei n 9.065, de 1995, art. 15, parágrafo único), (grifei) a (...) Relativamente à possibilidade de retificação da DIPJ para demonstrar a alteração dos prejuízos fiscais que a impugnante quer compensar retroativamente, desde o primeiro trimestre do anocalendário de 2006, é imprescindível a comprovação de erro para a convalidação de tal procedimento, nos moldes do art. 147, § Io, do Código Tributário Nacional CTN (Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966), o qual prescreve (grifouse): Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § Io A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. A retificação da declaração de rendimentos estava subordinada à autorização administrativa, por força do art. 832 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999). No entanto, com a edição da Medida Provisória (MP) n° 1.99026, de 14 de dezembro de 1999, foram alterados os procedimentos para retificação de declarações, em razão do comando contido no art. 19 dessa MP, atual art. 18 da Medida Provisória n° 2.18949, de 23 de agosto de 2001, que assim dispõe: Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração, (grifei) No que toca à declaração de rendimentos das pessoas jurídicas, esse dispositivo foi regulado pela Instrução Normativa SRF n° 166, de 23 de dezembro de 1999, a qual dispõe no seu art. Io, §§ Io e 2o: Art. 1º A retificação da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ e da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — DITR anteriormente entregue, efetuada por pessoa jurídica, darseá mediante apresentação de nova declaração, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Fl. 800DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 801 12 § 1° Aplicase o disposto neste artigo às Declarações do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIRPJrelativas a anoscalendário anteriores a 1998. § 2° A declaração retificadora referida neste artigo: I — terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, inclusive para os efeitos da revisão sistemática de que trata a Instrução Normativa SRF n° 94, de 24 de dezembro de 1997; Processo 13888.001803/201075 DRJ/RPO Acórdão n.° 1434.981 Ri. 363 cm II — será processada, inclusive para fins de restituição, em função da data de sua entrega. (...) Assim sendo, consoante o art. 18 da MP n° 2.18949, de 2001, e a IN SRF n° 166, dc 1999, a retificação de declarações não é um direito automático do sujeito passivo, que independa de previsão normativa. Pelo contrário, a retificação só pode ser feita nas hipóteses em que admitida. Complementando, o dispositivo exige que a declaração retificadora tenha a mesma natureza da declaração retificada. Essa regra explicita o fato de que as retificações de declarações só podem ser feitas em casos de erros ou omissões relativos à matéria fática informada, o que não é o caso da situação sob análise. Outra interpretação não é possível, pois contrariaria frontalmente o estabelecido no Código Tributário Nacional. Com efeito, o CTN, nossa lei nacional de normas gerais tributárias, em seu art. 147, § Io, categoricamente assevera que a retificação de declarações "só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde". Se a interessada deixou de compensar prejuízos fiscais em um determinado momento, ela adotou um procedimento válido e normal à época. Como dito anteriormente, a compensação de prejuízos fiscais é uma opção da contribuinte. Tal faculdade não pode ficar ao seu alvedrio de querer buscar efeitos retroativos que lhe proporcionarão vantagens econômicas ou financeiras. Uma vez realizada a opção válida e eficaz de não compensar parte ou o todo do prejuízo fiscal admissível, inexiste esteio legal para promover retificações (alterações) em anoscalendário passados. Anotese que o montante não aproveitado anteriormente pode ser utilizado posteriormente. Ou seja, não há prejuízo para a impugnante, pois a lei vigente assegura a imprescritibilidade dos prejuízos fiscais apurados e ainda não compensados. Com efeito, a possibilidade de a interessada retificar a declaração é vedada pelo art. 147, § 1º, do CTN. O contribuinte fez uma opção válida e eficaz à época. Não houve erro (comprovado) a ensejar a hipótese permissiva da retificação em tela. Fl. 801DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13888.001803/201075 Acórdão n.º 1401000.752 S1C4T1 Fl. 802 13 Registrese que esse entendimento também é reforçado pela jurisprudência administrativa. A Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade, no processo n° 13164.000004/9906, acórdão n° 10513.190, proferiu a seguinte decisão: RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO — Incabível a retificação da declaração de rendimentos para modificar a compensação de prejuízo não exercida na época própria, pois o não exercício desta opção não se caracteriza como erro de fato. CSLL. Lançamento reflexo Por fim, tendo se em vista que, quanto ao Auto de Infração relativo à CSLL, fato motivador foi o mesmo relativo ao IRPJ, aplicase a esse assunto as razões esposadas no voto relativas ao IRPJ. Por todo o exposto, rejeito o pedido de perícia e nego provimento ao recurso (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 802DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 07/04/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10880.025452/99-11
Turma: Terceira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992
FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA.
O prazo para repetição de indébito relativo a tributo sujeito ao lançamento por homologação é de dez anos contados da ocorrência do fato gerador, no caso de homologação tácita do lançamento e para os pedidos protocolizados até 08 de junho de 2005.
Numero da decisão: 3402-001.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para afastar a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos após 31 de julho de 1989 e determinar o retorno dos autos à instância recorrida para análise do mérito.
Nayra Bastos Manatta - Presidente.
Sílvia de Brito Oliveira - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Nayra Bastos Manatta (Presidente), Sílvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça, Gilson Macedo Rosenburg Filho, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
O Presidente substituto da Turma assina o acórdão em face da impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta.
Nome do relator: SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
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Recorrente COTONIFÍCIO GUILHERME GIORCI S/A Recorrida DRJ em SÃO PAULOSP I ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992 FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. O prazo para repetição de indébito relativo a tributo sujeito ao lançamento por homologação é de dez anos contados da ocorrência do fato gerador, no caso de homologação tácita do lançamento e para os pedidos protocolizados até 08 de junho de 2005. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para afastar a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos após 31 de julho de 1989 e determinar o retorno dos autos à instância recorrida para análise do mérito. Nayra Bastos Manatta Presidente. Sílvia de Brito Oliveira Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Nayra Bastos Manatta (Presidente), Sílvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça, Gilson Macedo Rosenburg Filho, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 02 54 52 /9 9- 11 Fl. 1719DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/04/ 2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG F ILHO 2 O Presidente substituto da Turma assina o acórdão em face da impossibilidade, por motivo de saúde, da Presidente Nayra Bastos Manatta. Relatório A pessoa jurídica qualificada neste processo protocolizou, em 30 de agosto de 1999, pedidos de restituição, acompanhados de pedidos de compensação, de valores pagos ou objeto de depósito judicial a título de contribuição para o Fundo de Investimento Social (Finsocial), de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e de contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e, também pedido de restituição de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não escriturados. Em despacho decisório exarado às fls. 245 a 249, preferido em 18 de novembro de 2002, a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo –SP indeferiu o pleito e a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade. Antes de apreciar a referida manifestação, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São PauloSP I (DRJ/SPOI) determinou o desmembramento dos autos e, conforme informação à fl. 757, procedeuse à abertura do processo nº 10880.720000/200551 para tratar do pedido relativo aos créditos do IPI, permanecendo nestes autos os pedidos de restituição relativos ao Finsocial, à Cofins e ao PIS. Do exame das peças processuais, inferese que o pedido está fundamentado: 1) relativamente ao Finsocial e à Cofins, na inconstitucionalidade da majoração de alíquota dessas contribuições, que, segundo entendimento da recorrente, tornam indevidos os pagamentos e depósitos efetuados em valor excedente ao resultante da aplicação da alíquota de 0,5%; 2) quanto ao PIS, na suspensão da execução dos Decretoslei nº 2.445, de 29 de junho de 1988, e nº 2.449, de 21 de julho de 1988, pela Resolução do Senado Federal no. 49, de 9 de outubro de 1995, com retomada da exigência do PIS em conformidade com a Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, que, em relação aos mencionados Decretoslei, diverge quanto à base de cálculo e à alíquota aplicável. A DRJ/SPOI, nos termos do voto condutor do Acórdão constante das fls. 762 a 775, não conheceu da manifestação na parte concernente ao IPI e, sem adentrar no mérito, manteve o indeferimento quanto às demais matérias, por entender que depósitos judiciais não são passiveis de restituição e que, quanto aos valores pagos, terseia operado a decadência do direito de pleitear o indébito. Inconformada com a decisão de piso, a solicitante apresentou recurso a este Segundo Conselho de Contribuintes, às fls. 780 a 795, para requer seu recebimento com efeito devolutivo e suspensivo e alegar, em síntese, que: I – os valores objeto de depósito judicial referemse apenas ao período de dezembro de 1990 a junho de 1991 e o que se pretende aqui é a restituição de valores relativos a dez anos de contribuições indevidamente pagas; portanto, excluído esse período, ainda há créditos para as compensações tributárias requeridas; Fl. 1720DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/04/ 2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG F ILHO Processo nº 10880.025452/9911 Acórdão n.º 3402001.833 S3C4T2 Fl. 324 3 II – tendo ganhado a causa da ação judicial relativa à alíquota do Finsocial, é credora da majoração ilegal praticada pela União; III – quanto à decadência, não se pode aplicar o Ato Declaratório (AD) SRF nº 96, de 1999, pois o pedido da recorrente foi protocolizado em data anterior a esse AD, quando, então, vigia o Parecer Cosit nº 58, de 27 de outubro de 1998; IV – o direito a pleitear a repetição de indébito só surge após a homologação tácita do lançamento, ou seja, após cinco anos do fato gerador, e, de acordo com o supracitado Parecer, quanto às exações julgadas inconstitucionais, esse direito surge após a publicação da Resolução Senatorial; V – o prazo para repetição de indébito relativo a tributo sujeito a lançamento por homologação é de dez anos, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ); VI – afastada a prejudicial de decadência, a restituição do PIS, da Cofins e do Finsocial deve ser deferida, pois a aferição material dos créditos está explicitada nas planilhas apresentadas, sendo que os créditos de Finsocial e de Cofins correspondem ao excedente da alíquota de 0,5% e os de PIS são decorrentes da suspensão da execução dos Decretoslei nº 2.445 e nº 2.449, ambos de 1998, com conseqüente aplicação da Lei Complementar nº 7, de 1970; VII – é ilegal a cobrança da Cofins à alíquota de 2%, pois a Lei complentar nº 7, de 1970, apenas instituiu uma nova contribuição como forma de majorar a alíquota do Finsocial, o que já foi declarado inconstitucional. Ao final, solicitou a recorrente a reforma da decisão recorrida para que sejam reconhecidos seus créditos com vista à homologação das compensações pleiteadas e conseqüente extinção das obrigações tributárias correspondentes. Na sessão de 17 de outubro de 2007, a Terceira Câmara do extinto Segundo Conselho de Contribuintes, por meio do Acórdão n° 20312.483, apreciou e julgou o recurso voluntário quanto ao PIS e à Cofins e deixou de conhecer das questões arguidas quanto ao Finsocial, por tratarse de matéria de competência do extinto Terceiro Conselho de contribuintes. Em face da extinção dos Conselhos de Contribuintes e criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), com Seções cujas competências foram definidas no Anexo II da Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009 – Regimento Interno do Carf, este processo foi remetido para julgamento da matéria relativa ao Finsocial na Terceira Seção do Carf. É o Relatório. Voto Conselheira Sílvia de Brito Oliveira, Relatora Fl. 1721DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/04/ 2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG F ILHO 4 O recurso é tempestivo e seu julgamento está inserto na esfera de competência da Terceira Seção do Carf, devendo, pois, ser conhecido. Inicialmente, cumpre salientar que, na decisão recorrida, não foi apreciado o mérito do pedido de restituição do Finsocial e seu indeferimento, salvo quanto à questão da impossibilidade de restituição de valores depositados, se deu por se ter operado a decadência, uma vez que o prazo quinquenal previsto no art. 168, inc. I, do CTN. Destarte, o deslinde do litígio aqui instaurado transita apenas pelo exame do prazo decadencial para a repetição de indébito relativo à contribuição para o Finsocial e, nesse ponto, tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, era pacífica a orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que a extinção do crédito tributário somente se operaria com a homologação tácita do lançamento e, assim, na hipótese de homologação tácita, que ocorre com o decurso do prazo de cinco anos da data do fato gerador, o prazo decadencial seria de dez anos da ocorrência do fato gerador. Tal orientação, porque firmada no pressuposto de que decorreria cinco anos para a homologação do lançamento e, depois, mais cinco para o exercício do direito de pleitear a restituição, ficou conhecida, no meio jurídicotributário, como a tese dos cinco mais cinco. Ocorre, porém, que, em 09 de fevereiro de 2005, foi publicada a Lei Complementar n° 118, de 09 de fevereiro de 2005, cujo art. 3° fixou, para efeito de interpretação do art. 168, inc. I, do CTN, a extinção do crédito tribuário, no caso de tributo sujeito ao lançamento por homologação, na data do pagamento antecipado referido no art. 150, § 1°, também do CTN. Mais ainda, a cláusula de vigência da mencionada Lei Complementar emprestou vigor à lei a partir do 120° dia da sua publicação, contudo, ressalvou o caráter interpretativo do seu art. 3°, o que imporia a observância do art. 106, inc. I, do CTN, para aplicálo aos fatos pretéritos. Ora, outra sorte não poderia ter essa cláusula de vigência espelhada no art. 4° da Lei Complementar n° 118, de 2005. A constitucionalidade da aplicação retroativa do art. 3° dessa lei foi objeto do Recurso Extraordinário (RE) n° 561.908, com repercussão geral reconhecida no Supremo Tribunal Federal (STF). Tal RE foi substituido pelo RE n° 566.621 como paradigma da repercussão geral, o qual foi julgado pelo plenário da Suprema Corte em 04 de agosto de 2011, com relatoria da Ministra Ellen Gracie, e o respectivo Acórdão traz o entendimento de que o dispositivo legal questionado, autoproclamado interpretativo, com efeito, trazia inovação no mundo jurídico, pois estabelecia prazo novo e reduzido para a repetição do indébito tributário, visto que, até então, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ com a tese dos cinco mais cinco. Com essa decisão, ficou assegurado o prazo de cinco anos, contado a partir da homologação do lançamento tese dos cinco mais cinco , para as pretenções deduzidas até 09 de junho de 2005, data da entrada em vigor da Lei Complementar n° 118, de 2005, e somente para as ações de repetição ingressadas a partir dessa data aplicase o prazo quinquenal contado a partir da data do pagamento antecipado do tributo. Destarte, reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4°, segunda parte, da Lei Complementar n° 118, de 2005, em sede de RE com repercussão geral reconhecida e com sobrestamento dos demais recursos, impõese a aplicação desse entendimento da Suprema Corte nos julgados deste colegiado, por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, constante do Anexo II da Portaria Mf n° 256, de 2009, com as alterações posteriores. Fl. 1722DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/04/ 2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG F ILHO Processo nº 10880.025452/9911 Acórdão n.º 3402001.833 S3C4T2 Fl. 325 5 Diante do exposto e considerando que o pedido de restituição foi protocolizado em 30 de agosto de 1999 e que o fato gerador da contribuição em questão se perfaz em 31 de agosto, voto pelo provimento parcial do recurso para reconhecer a decadência do direito à repetição dos pagamentos realtivos aos fatos geradores ocorridos até 31 de julho de 1989, inclusive, e, assim, afastada a decadência, devolver os autos à instância recorrida para o julgamento do mérito. É como voto. Sílvia de Brito Oliveira Relatora Fl. 1723DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/04/ 2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG F ILHO
score : 1.0
Numero do processo: 10783.723530/2011-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Ano calendário:2003, 2004, 2005
Ementa:
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Nos termos do disposto no Decreto nº 70.235, aliado ao RI_CARF, o prazo para interposição de recurso voluntário para O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de 30 dias contatos da ciência da decisão proferida pela DRJ.
Numero da decisão: 1401-000.778
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, em face da intempestividade
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário:2003, 2004, 2005 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Nos termos do disposto no Decreto nº 70.235, aliado ao RI_CARF, o prazo para interposição de recurso voluntário para O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de 30 dias contatos da ciência da decisão proferida pela DRJ.
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Numero do processo: 10980.724043/2010-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - DESCUMPRIMENTO - INFRAÇÃO
Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias.
ADESÃO AO SIMPLES - FACULDADE DO CONTRIBUINTE
A legislação que trata do SIMPLES é clara no sentido de que a adesão ao referido sistema simplificado de tributação é uma faculdade que pode ser exercita pelas empresas mediante opção formal que, após análise, poderá ser ou não deferida pela autoridade administrativa. Não há possibilidade de a empresa abster-se do recolhimento das contribuições abrangidas pelo SIMPLES, se não efetuou a opção.
ERROS DE ESCRITA - NULIDADE - INOCORRÊNCIA
Meros erros de escrita contidos no Relatório Fiscal que não prejudicam a compreensão da origem do lançamento não são capazes de levar a sua nulidade.
LEGISLAÇÃO POSTERIOR - MULTA MAIS FAVORÁVEL - APLICAÇÃO
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-003.342
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para adequação da multa ao artigo 32-A da Lei n° 8.212/91, caso mais benéfica.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Ausente justificadamente o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - DESCUMPRIMENTO - INFRAÇÃO Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. ADESÃO AO SIMPLES - FACULDADE DO CONTRIBUINTE A legislação que trata do SIMPLES é clara no sentido de que a adesão ao referido sistema simplificado de tributação é uma faculdade que pode ser exercita pelas empresas mediante opção formal que, após análise, poderá ser ou não deferida pela autoridade administrativa. Não há possibilidade de a empresa abster-se do recolhimento das contribuições abrangidas pelo SIMPLES, se não efetuou a opção. ERROS DE ESCRITA - NULIDADE - INOCORRÊNCIA Meros erros de escrita contidos no Relatório Fiscal que não prejudicam a compreensão da origem do lançamento não são capazes de levar a sua nulidade. LEGISLAÇÃO POSTERIOR - MULTA MAIS FAVORÁVEL - APLICAÇÃO A lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para adequação da multa ao artigo 32-A da Lei n° 8.212/91, caso mais benéfica. Júlio César Vieira Gomes Presidente Ana Maria Bandeira- Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Ausente justificadamente o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado.
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ADESÃO AO SIMPLES FACULDADE DO CONTRIBUINTE A legislação que trata do SIMPLES é clara no sentido de que a adesão ao referido sistema simplificado de tributação é uma faculdade que pode ser exercita pelas empresas mediante opção formal que, após análise, poderá ser ou não deferida pela autoridade administrativa. Não há possibilidade de a empresa absterse do recolhimento das contribuições abrangidas pelo SIMPLES, se não efetuou a opção. ERROS DE ESCRITA NULIDADE INOCORRÊNCIA Meros erros de escrita contidos no Relatório Fiscal que não prejudicam a compreensão da origem do lançamento não são capazes de levar a sua nulidade. LEGISLAÇÃO POSTERIOR MULTA MAIS FAVORÁVEL APLICAÇÃO A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 40 43 /2 01 0- 21 Fl. 98DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para adequação da multa ao artigo 32A da Lei n° 8.212/91, caso mais benéfica. Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Ausente justificadamente o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 2402003.342 S2C4T2 Fl. 99 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista na Lei nº 8.212/1991, no art. 32, inciso IV e § 5º, acrescentados pela Lei nº 9.528/1997 c/c o art. 225, inciso IV e § 4º do Decreto nº 3.048/1999, que consiste em a empresa apresentar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Segundo o Relatório Fiscal, a autuada informou em GFIP a condição de optante pelo SIMPLES sem sêlo e, além disso, deixou de informar valores pagos a contribuintes individuais. A autuada teve ciência do lançamento em 08/10/2010 e apresentou defesa alegando que se enquadraria no SIMPLES Nacional e manifesta sua irresignação por ter sido excluída do referido sistema por ato unilateral da administração. Entende que é ônus do Fisco fazer prova de que a empresa optante pelo SIMPLES não exerce as atividades constantes do seu contrato social. Questiona não ter sido intimada a apresentar ou prestar esclarecimentos sobre o ocorrido tendo somente sofrido a aplicação da multa de ofício de forma arbitrária e não lhe ter sido dada a oportunidade de utilizar o benefício previsto no inciso II, do § 2º do art. 32A da Lei nº 8.212/1991. Considera a legislação do SIMPLES inconstitucional e requer que o auto de infração seja extinto pelas razões apresentadas. Pelo Acórdão nº 0235.495, a 6ª turma da DRJ/Belo Horizonte considerou a autuação procedente. Salienta a decisão de primeira instância que a fiscalização não relatou qualquer ato de exclusão da empresa do SIMPLES e, sim, que esta declarou indevidamente na GFIP ser optante pelo SIMPLES. É informado que em consulta efetuada nos sistemas da Receita Federal, não consta a opção da impugnante pelo referido sistema simplificado de tributação. Constata que teria ocorrido um erro de escrita no Relatório Fiscal, uma vez que este, indicou que a conduta da empresa caracterizou infração ao art. 32 A, “caput”, inciso II, da Lei 8.212/91, com a redação dada pela MP 449/2008. Esclarece que tal erro não seria capaz de invalidar a autuação uma vez que, na folha de rosto do Auto de Infração foi lançada a fundamentação legal correta, conforme transcrito anteriormente, não dando margem a dúvidas quanto aos dispositivos legais nos quais se fundamentou a autuação, o que permitiu ao contribuinte compreender perfeitamente o lançamento efetuado. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Contra tal decisão, a autuada apresenta recurso tempestivo onde efetua a repetição das alegações de defesa e argumenta que apesar da decisão afirmar que não houve exclusão da empresa do SIMPLES uma vez que ela não teria optado por tal regime de tributação, não junta nenhum documento que possa comprovar o alegado. Questiona o entendimento contido na decisão recorrida de que um erro de escrita no Relatório Fiscal não invalidaria o lançamento e conclui que se assim for, os contribuintes ficariam à mercê do Fisco nos autos de infrações que contém erro e que podem causar prejuízo. Assim, afirma que o erro formal no relatório pode ser entendido como “fiel descrição do fato infringente” e que o auto de infração recorrido deve ser declarado nulo. É o relatório. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 2402003.342 S2C4T2 Fl. 100 5 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. A recorrente centra sua argumentação no entendimento de que cumpre os requisitos para ser optante pelo SIMPLES e como tal não estaria obrigada ao recolhimento da contribuição patronal. Por sua vez, a decisão recorrida esclarece que não houve qualquer menção, por parte da auditoria fiscal, de ato de exclusão da empresa do SIMPLES, além disso, verificou nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil que a recorrente não havia aderido ao referido sistema de tributação. Não assiste razão à recorrente. A Lei nº 9.317/1996 instituiu o SIMPLES e estabelecia o seguinte: Art. 3° A pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e de empresa de pequeno porte, na forma do art. 2° , poderá optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. (.....) Art. 8° A opção pelo SIMPLES darseá mediante a inscrição da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda CGC/MF, quando o contribuinte prestará todas as informações necessárias, inclusive quanto: I especificação dos impostos, dos quais é contribuinte (IPI, ICMS ou ISS); II ao porte da pessoa jurídica (microempresa ou empresa de pequeno porte). § 1° As pessoas jurídicas já devidamente cadastradas no CGC/MF exercerão sua opção pelo SIMPLES mediante alteração cadastral. § 2° A opção exercida de conformidade com este artigo submeterá a pessoa jurídica à sistemática do SIMPLES a partir do primeiro dia do anocalendário subseqüente, sendo definitiva para todo o período. § 3° Excepcionalmente, no anocalendário de 1997, a opção poderá ser efetuada até 31 de março, com efeitos a partir de 1° de janeiro daquele ano. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 § 4° O prazo para a opção a que se refere o parágrafo anterior poderá ser prorrogado por ato da Secretaria da Receita Federal. § 5° As pessoas jurídicas inscritas no SIMPLES deverão manter em seus estabelecimentos, em local visível ao público, placa indicativa que esclareça tratarse de microempresa ou empresa de pequeno porte inscrita no SIMPLES. § 6oO indeferimento da opção pelo SIMPLES, mediante despacho decisório de autoridade da Secretaria da Receita Federal, submeterseá ao rito processual do Decreto no70.235, de 6 de março de 1972.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (g.n.) Como se vê, a opção pelo SIMPLES era uma faculdade concedida às empresas que atendessem aos requisitos, porém, o exercício dessa faculdade se daria por meio de pedido formal a ser submetido à apreciação da autoridade administrativa que poderia deferi lo ou não. A Lei nº 9.317/1996 foi revogada pela Lei Complementar nº 123/2006, entretanto, a nova legislação manteve a adesão ao SIMPLES como uma faculdade do contribuinte, conforme se percebe dos trechos abaixo transcritos. Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte darseá na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o anocalendário. § 1oPara efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerarseá microempresa ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta no anocalendário anterior ao da opção esteja compreendida dentro dos limites previstos no art. 3o desta Lei Complementar. (...) § 2oA opção de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 3odeste artigo. § 3oA opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor a que se refere o caput deste artigo. § 4oSerão consideradas inscritas no Simples Nacional, em 1ode julho de 2007, as microempresas e empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata aLei no9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma vedação imposta por esta Lei Complementar. § 5oO Comitê Gestor regulamentará a opção automática prevista no § 4odeste artigo. § 6oO indeferimento da opção pelo Simples Nacional será formalizado mediante ato da Administração Tributária segundo regulamentação do Comitê Gestor.(g.n.) Fl. 103DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 2402003.342 S2C4T2 Fl. 101 7 A legislação que rege a matéria é clara no sentido de que o usufruto do sistema diferenciado de tributação é feito mediante opção por parte da empresa. A decisão recorrida menciona que foi feita pesquisa no banco de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil e não consta que a empresa tenha optado pelo SIMPLES. A recorrente, por sua vez, põe em dúvida a informação, sob o argumento de que nenhuma prova do alegado teria sido juntada aos autos. Cumpre dizer que a afirmação da autoridade julgadora de primeira instância merece fé. Ademais, toda a questão a respeito de uma suposta opção pelo SIMPLES foi trazida pela empresa em sua defesa e cabia a ela, então, trazer as provas da alegada opção. A recorrente solicita que o lançamento seja declarado nulo em razão da menção equivocada no Relatório Fiscal do art. 32A, “caput”, inciso II, da Lei 8.212/91, com a redação dada pela MP 449/2008. Tal qual afirmado na decisão recorrida, entendo que tal equívoco não é suficiente para invalidar a autuação, uma vez que, na folha de rosto do Auto de Infração foi lançada a fundamentação legal correta. Pela razão acima, carece de fundamento a alegação da recorrente de que o lançamento deveria ser declarado nulo pela qual ausência da “fiel descrição do fato infringente”. No que tange à multa aplicada, observase que a Lei nº 11.941/2009 alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art.32A.O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: Fl. 104DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” No caso em tela, tratase de infração que agora se enquadra no art. 32A, inciso I. Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, qual a situação mais benéfica ao contribuinte. Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER do recurso e DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para que seja efetuado o cálculo da multa de acordo com o art. 32A da Lei nº 8.212/1991 e comparado ao cálculo anterior, para que seja aplicado o cálculo mais benéfico ao sujeito passivo. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 105DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 13866.000179/2002-37
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: RESSARCIMENTO DE IPI. AQUISIÇÕES A NÃO CONTRIBUINTES DO PIS E COFINS E ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543-C.
Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a inclusão na base de cálculo do crédito presumido de que trata
a Lei nº 9.363/96 das aquisições efetuadas junto a pessoas físicas bem como a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164)
Numero da decisão: 9303-001.950
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: Julio Cesar Alves Ramos
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AQUISIÇÕES A NÃO CONTRIBUINTES DO PIS E COFINS E ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a inclusão na base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº 9.363/96 das aquisições efetuadas junto a pessoas físicas bem como a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator. EDITADO EM: 05/05/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martinez Lopez e Susy Gomes Hoffmann. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência com fundamento no art. 67 e parágrafos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009, que visa contestar decisão proferida pela terceira câmara do então segundo conselho de contribuintes expressa no acórdão 20313.807. Nele, havia sido negado o direito ao crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 sobre as aquisições de insumos efetuadas junto a pessoas físicas e sobre despesas entendidas como gastos gerais de fabricação, e não insumos. Além disso, também foi apontada a impossibilidade de acréscimo da taxa selic ao valor a ressarcir. O Presidente da Câmara recorrida deu seguimento parcial ao recurso especial por entender que não foram atendidos os pressupostos necessários para sua admissibilidade à Câmara Superior de Recursos Fiscais quanto à questão do direito ao crédito presumido sobre os gastos gerais de fabricação, uma vez que, nesta parte, o Acórdão recorrido está conforme Súmula de jurisprudência do Conselho de Contribuintes. Quanto às outras duas matérias, o contribuinte apresentou como paradigmas a decisão CSRF 0201.653 e o acórdão nº 20175.502. Houve contrarazões, em que a PFN pugna pela manutenção do quanto decidido. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS O relatório foi sucinto porquanto as matérias discutidas no presente recurso já se encontram inteiramente pacificadas no âmbito deste Colegiado. Com efeito, elas não comportam maiores delongas por parte desta Câmara Superior em razão da inclusão, em seu regimento, do art. 62A, que impôs a reprodução das decisões do Superior Tribunal de Justiça que tenham sido proferidas já na sistemática do art. 543C. Assim foi feito em relação às duas questões sob análise no julgamento do RE 993.164, o qual, em cumprimento da norma regimental, reproduzo a seguir a fim de dar provimento ao recurso do contribuinte. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À Fl. 342DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13866.000179200201 Acórdão n.º 9303001.950 CSRFT3 Fl. 2 3 TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou Fl. 343DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciarseão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtor exportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não Fl. 344DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13866.000179200201 Acórdão n.º 9303001.950 CSRFT3 Fl. 3 5 estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Comprovado que a a obstaculização da Fazenda pública ao recebimento pelo contribuinte de parte dos valores pleiteados decorreu de ato normativo tido por ilegal pelo e. Superior Tribunal de Justiça, cabível, por aplicação obrigatória do entendimento do mesmo Tribunal, a adição de juros ainda que calculados com base na taxa Selic utilizada aqui como “índice de atualização monetária”. Voto, assim, pelo provimento do recurso especial do contribuinte. É o voto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 345DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Fl. 346DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/06/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 05/05/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 13706.000882/2004-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2000
DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. REQUISITOS PARA DEDUÇÃO.
As despesas médicas, assim como todas as demais deduções, dizem respeito à base de cálculo do imposto que, à luz do disposto no art. 97, IV, do Código Tributário Nacional, está sob reserva de lei em sentido formal.
Assim, a intenção do legislador foi permitir a dedução de despesas com a manutenção da saúde humana, podendo a autoridade fiscal perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não sejam habilitados. A simples indicação na Declaração de Ajuste Anual de despesas médicas, por si só, não autoriza a sua dedução, mormente quando o contribuinte, sob procedimento fiscal, apresenta recibos médicos, cuja efetividade do pagamento e/ou da prestação de serviços não foi confirmada pelo prestador e o mesmo deixa de apresentar documentação hábil e idônea complementar que comprove que cumpriu os requisitos determinados pela legislação de regência.
DESPESAS MÉDICAS. PLANOS DE SAÚDE. REQUISITOS PARA DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO.
Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência do imposto, poderá ser deduzido o total dos valores das prestações mensais pagas para participação em planos de saúde que assegurem direitos de atendimento ou ressarcimento de despesas de natureza médica, odontológica ou hospitalar, prestado por empresas domiciliadas no País, em benefício do contribuinte ou de seus dependentes relacionados na Declaração de Ajuste Anual, desde que os pagamentos sejam devidamente comprovados, por meio da apresentação de documentação hábil e idônea INFORMAÇÃO E COMPROVAÇÃO DOS DADOS CONSTANTES DA
DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. DEVER DO CONTRIBUINTE.
CONFERÊNCIA DOS DADOS INFORMADOS. DEVER DA
AUTORIDADE FISCAL.
É dever do contribuinte informar e, se for o caso, comprovar os dados nos campos próprios das correspondentes declarações de rendimentos e, conseqüentemente, calcular e pagar o montante do imposto apurado, por outro lado, cabe a autoridade fiscal o dever da conferência destes dados.
Assim, na ausência de comprovação, por meio de documentação hábil e idônea, das deduções realizadas na base de cálculo do imposto de renda, é dever de a autoridade fiscal efetuar a sua glosa.
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou responsável. O fato de não haver má-fé do contribuinte não descaracteriza o poder-dever
da Administração de lançar com multa de oficio rendimentos omitidos na declaração de ajuste.
ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC
para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Recurso negado.
Numero da decisão: 2202-001.824
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: NELSON MALLMANN
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REQUISITOS PARA DEDUÇÃO. As despesas médicas, assim como todas as demais deduções, dizem respeito à base de cálculo do imposto que, à luz do disposto no art. 97, IV, do Código Tributário Nacional, está sob reserva de lei em sentido formal. Assim, a intenção do legislador foi permitir a dedução de despesas com a manutenção da saúde humana, podendo a autoridade fiscal perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não sejam habilitados. A simples indicação na Declaração de Ajuste Anual de despesas médicas, por si só, não autoriza a sua dedução, mormente quando o contribuinte, sob procedimento fiscal, apresenta recibos médicos, cuja efetividade do pagamento e/ou da prestação de serviços não foi confirmada pelo prestador e o mesmo deixa de apresentar documentação hábil e idônea complementar que comprove que cumpriu os requisitos determinados pela legislação de regência. DESPESAS MÉDICAS. PLANOS DE SAÚDE. REQUISITOS PARA DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência do imposto, poderá ser deduzido o total dos valores das prestações mensais pagas para participação em planos de saúde que assegurem direitos de atendimento ou ressarcimento de despesas de natureza médica, odontológica ou hospitalar, prestado por empresas domiciliadas no País, em benefício do contribuinte ou de seus dependentes relacionados na Declaração de Ajuste Anual, desde que os pagamentos sejam devidamente comprovados, por meio da apresentação de documentação hábil e idônea Fl. 139DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 2 INFORMAÇÃO E COMPROVAÇÃO DOS DADOS CONSTANTES DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. DEVER DO CONTRIBUINTE. CONFERÊNCIA DOS DADOS INFORMADOS. DEVER DA AUTORIDADE FISCAL. É dever do contribuinte informar e, se for o caso, comprovar os dados nos campos próprios das correspondentes declarações de rendimentos e, conseqüentemente, calcular e pagar o montante do imposto apurado, por outro lado, cabe a autoridade fiscal o dever da conferência destes dados. Assim, na ausência de comprovação, por meio de documentação hábil e idônea, das deduções realizadas na base de cálculo do imposto de renda, é dever de a autoridade fiscal efetuar a sua glosa. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou responsável. O fato de não haver máfé do contribuinte não descaracteriza o poderdever da Administração de lançar com multa de oficio rendimentos omitidos na declaração de ajuste. ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Eivanice Canário da Silva, Antonio Lopo Martinez, Odair Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann (Presidente). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Rafael Pandolfo e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório JOÃO BORSANI, contribuinte inscrito no CPF/MF 066.807.12734, com domicílio fiscal na cidade do Rio de Janeiro RJ, Estado do Rio de Janeiro, à Rua Dias da Rocha, nº 71 – apto 401, Bairro Copacabana, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária no Rio de Janeiro RJ, inconformado com a decisão de Primeira Instância de fls. 120/127, prolatada pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora MG, recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls. 130/131. Contra o contribuinte acima mencionado foi lavrado, pela Delegacia da Receita Federal do Brasil na cidade de Manaus – AM, em 04/04/2003, Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (fls. 02/05), com ciência através de AR, em 29/01/2004 (fls. 113), exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 11.932,47 (padrão monetário da época do lançamento do crédito tributário), a título de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescidos da multa de lançamento de ofício normal de 75% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculados sobre o valor do imposto de renda, relativo ao exercício de 2000, correspondente ao anocalendário de 1999. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização de revisão de Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2000 onde a autoridade lançadora entendeu haver as seguintes irregularidades: 1 – DEDUÇÃO INDEVIDA A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO A PREVIDÊNCIA OFICIAL NO VALOR DE R$ 1.652,69, POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. Infração capitulada no artigo 8º, inciso II, alínea 'D', e §§ 2º e 3º, da Lei nº 9.250, de 1990. 2 DEDUÇÃO INDEVIDA A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO A PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI NO VALOR DE R$ 1.017,00, POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. Infração capitulada no artigo 8º, inciso II, alínea 'D', e §§ 2º e 3º, da Lei nº 9.250, de 1990. 3 DEDUÇÃO INDEVIDA COM DEPENDENTES NO VALOR DE R$ 3.240,00, POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. Infração capitulada nos artigos 8º, inciso II, alínea 'C' e 35, da Lei nº 9.250, de 1990. 4 DEDUÇÃO INDEVIDA A TÍTULO DE DESPESA COM INSTRUÇÃO NO VALOR DE R$ 6.800,00 POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. Infração capitulada no artigo 8º, inciso II, alínea 'B', e §§ 3º, da Lei nº 9.250, de 1990. 5 DEDUÇÃO INDEVIDA A TÍTULO DE DESPESAS MÉDICAS NO VALOR DE R$ 6.501,15 POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. Infração capitulada no artigo 8º, inciso II, alínea 'A', e §§ 2º e 3º, da Lei nº 9.250, de 1990. Em sua peça impugnatória de fls. 01, instruída pelos documentos de fls. 03/103, apresentada, tempestivamente, em 27/02/2004, o contribuinte, se indispõe contra a exigência fiscal, solicitando que seja acolhida à impugnação para declarar a insubsistência do Fl. 141DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 4 Auto de Infração, com base, em síntese, no argumento de que as deduções estão comprovadas por meio dos documentos que anexa. Para embasar o pleito, anexou documentos de fls. 02 a 102. Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pelo impugnante, os membros da Primeira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora MG concluíram pela procedência parcial da ação fiscal e pela manutenção, em parte, do crédito tributário, com base, em síntese, nas seguintes considerações: que questionou o contribuinte, em sua impugnação, as glosas de deduções efetuadas no procedimento de malha. Apresentou diversos documentos com a intenção de comprovar as deduções da base de calculo informadas em sua declaração de ajuste anual, exercício 2000 (fls. 114 a 116); que, quanto à contribuição à previdência oficial e privada, é de se dizer que o comprovante de folha 12 da conta de que houve pagamento de contribuição previdenciária oficial, no valor de R$ 1.652,69. Logo, tal valor pode ser considerado para abatimento da base de calculo do imposto de renda, já que constante do comprovante de rendimentos. Afastada a glosa da dedução de Contribuição Previdenciária Oficial, devendo ser restabelecido o valor de R$ 1.652,69, como dedução da base de cálculo; que quanto à contribuição A previdência privada, os documento de folhas 13 a 33 não tem serventia para comprovação da contribuição pleiteada, pois se tratam de pagamentos de plano de saúde à UNIMED Manaus relativos a Roberta Machado Borsani. Primeiramente, tais valores serviriam para comprovar despesas médicas da sacada, que, no caso, não é dependente do contribuinte para fins de imposto de renda. Logo, mantida a glosa do valor de R$ 1.017,00, indevidamente informado como Contribuição it Previdência Privada; que, quanto a glosa de dependentes, é de se dizer que os documentos de folhas 34 a 36 comprovam a relação de dependência para fins de imposto de renda de Rafael Machado Borsani, Fabio Machado Borsani e João Machado Borsani — filhos do contribuinte. Dessa forma, indevida a glosa efetuada pela fiscalização, devendo ser considerado o valor de R$ 3.240,00 a titulo de dedução de dependentes na declaração de imposto de renda, exercício 2000; que, quanto as despesas com instrução, é de se dizer que os documentos de folhas 37/38 comprovam o dispêndio de R$ 2.003,40 como despesas de instrução de Rafael Machado Borsani, para o curso de Informática na Fundação Educacional Dom André Arcoverde. Logo, respeitado o limite individual anual, é de se aceitar como dedução de despesas de instrução o valor de R$ 1.700 00; que já os documentos de folhas 42 a 64 comprovam gastos com educação de João Machado Borsani, na monta de R$ 3.132,25, pagos A Associação de Educação Lato Sensu do Brasil. Assim, também se respeitando o limite individual anual, acatase apenas o valor total de R$ 1.700 00; que, por fim, em relação a Fabio achado Borsani, também dependente do contribuinte, foram efetuados gastos de instrução no valor de total de R$ 3.345,30 (fls. 66 a 88). Logo, de acordo com a legislação vigente, também acatado o valor limite anual de R$ 1.700 00; Fl. 142DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 3 5 que não constam dos autos comprovação de despesas de instrução com o contribuinte, por isso apenas acatados os valores devidamente comprovados efetuados com os dependentes do contribuinte, no valor total de R$ 5.400,00 (com respeito ao limite individual anual de R$ 1.700,00); que quanto dedução das despesas médicas, é de se dizer que: (1) os documentos de folhas 89 a 91 não podem ser acatados como despesas médicas, pois foram emitidos em nome de Nely Pereira da Silva Machado Borsani (cônjuge), que não é dependente do contribuinte, além de que não constam nos recibos a especialidade do emitente, com seu número de inscrição no órgão de classe competente. Assim, mantida a glosa do valor de R$ 215,00, que se refere aos recibos emitidos por Yoshiuki Onogi; (2) o documento de folha 92, no valor de R$ 250,00, relativo a tratamento dentário do contribuinte, não será aceito, pois a distância entre o domicilio do contribuinte no anocalendário 1999, qual seja, Manaus, e o local do suposto tratamento dentário — Valença, deixa clara a impossibilidade de que tal tratamento tenha sido realizado; (3) mesmo raciocínio para os documentos de folhas 94 a 100, emitidos pela clinica odontológica Integral, localizada também em Valença, Rio de Janeiro, quando o contribuinte e seus dependentes residiam em Manaus; (4) ressaltese ainda, apenas para complementar o exposto no item 3 supra, a nota fiscal n° 1500, constante à folha 100, referese a suposto tratamento dentário do contribuinte no valor de 330,00 (fl. 98) e de Nelv Machado Borsani cônjuge nãodependente do contribuinte (apresentou declaração simplificada em separado), no valor de R$ 540,00 (fl. 99); (5) já os valores relativos aos recibos de folhas 101/102 não serão aceitos, pois foram emitidos pelo cônjuge do contribuinte, a odontóloga Nely , Machado Borsani, que supostamente teria cobrado valores relativos a tratamento dentário de seu cônjuge — o contribuinte — e de seus próprios filhos. Logicamente, incabível a aceitação de tais despesas médicas. As ementas que consubstanciam a presente decisão são as seguintes: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000 GLOSA DE PREVIDÊNCIA OFICIAL. Devem ser consideradas como dedução da base de calculo os valores comprovadamente pagos a titulo de previdência oficial. GLOSA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI. Apenas podem ser consideradas como dedução da base de cálculo os valores pagos a titulo de previdência privada. DEDUÇÃO DE DEPENDENTES. Na declaração de ajuste anual pode ser utilizada a dedução de dependentes, respeitandose os ditames legais. GLOSA DE DESPESAS DE INSTRUÇÃO. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos comprovadamente efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação préescolar, de 1 2, 29 e 39 graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do Fl. 143DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 6 contribuinte e de seus dependentes, respeitandose o limite anual individual. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. É de se manter a glosa de despesas médicas, quando restam dúvidas sobre a efetividade dos supostos serviços médicos. Lançamento Procedente em Parte Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 05/10/2007, conforme Termo constante às fls. 128/135, e, com ela não se conformando, o contribuinte interpôs, em tempo hábil (30/10/2007), o recurso voluntário de fls. 130/131, sem instrução de documentos adicionais, no qual demonstra irresignação parcial contra a decisão supra, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória, reforçado pelas seguintes considerações: que, quanto a glosa da previdência privada e FAPI, é de se dizer que os valores forma pagos diretamente pelo contribuinte em favor da sua filha, que, embora não seja dependente de direito, estava desempregada e vivia sob sua dependência de fato, em detrimento do próprio que optou por assegurar um atendimento medico a filha; que, quanto a glosa de despesas médicas, é de se dizer que as despesas odontológicas efetuadas no estado do Rio de Janeiro tem procedência porque o contribuinte é oriundo do Rio de Janeiro, onde passava , as férias, mentinha residência e por vezes vinha a trabalho na sede da empresa. Por conseguinte, não foi apresentada nenhuma despesa de tratamento dentário dos dependentes por outro profissional, portanto é perfeitamente concebível que a odontóloga Nely Machado Borsani cobre pelos seus serviços, considerando que a mesma concorre com as despesas de material, impostos, luz e despesas de manutenção do consultório. É o Relatório. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 4 7 Voto Conselheiro Nelson Mallmann, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Não há argüição de qualquer preliminar. Da análise dos autos do processo se verifica que a ação fiscal em discussão teve início em razão da revisão da Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2000, correspondente ao anocalendário de 1999, onde a autoridade fiscal revisora entendeu haver irregularidades nas deduções da base de cálculo do imposto de renda relativo a dedução de despesas médicas. Assim, nesta fase recursal encontrase em discussão os valores pagos diretamente pelo contribuinte em favor da sua filha, que, embora não seja dependente de direito, estava desempregada e vivia sob sua dependência de fato, em detrimento do próprio que optou por assegurar um atendimento médico a filha, bem como as glosas de despesas odontológicas efetuadas no estado do Rio de Janeiro em razão tratamento dentário dos dependentes pela profissional Nely Machado Borsani (esposa e mãe dos clientes). Inconformado, em virtude de não ter logrando êxito total na instância inicial, o contribuinte apresenta a sua peça recursal a este E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais pleiteando a reforma da decisão prolatada na Primeira Instância onde, em sua defesa, apresenta razões de mérito sobre as deduções glosadas. Desta forma, a discussão neste colegiado se prende, tãosomente, na discussão se restringe sobre o artigo 8º da Lei nº 9.250, de 1995, que prevê as possibilidades das deduções da base de cálculo do imposto de renda na pessoa física. Inicialmente é de se esclarecer, que o Processo Administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União e o de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal é regido pelo Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações posteriores. O referido decreto tem status de lei, pois ele regula e não apenas regulamenta o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União. Por isso, as alterações são processadas por dispositivo legal de igual natureza. Diz o Decreto nº 70.235, de 1972: Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: I – o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; Fl. 145DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 8 II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; (o destaque não é do original) III – o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § 1º O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. Conforme se infere do citado artigo, o início do procedimento fiscal é objetivo, isto é, atuação da autoridade administrativa tendente a verificar a relação jurídico tributária sobre determinado fato para se apurar ou não infração à legislação tributária. Tanto é verdadeira essa afirmativa, que o inciso I, quando diz “o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto”, a exclusão da espontaneidade do contribuinte está vinculada aos termos de intimações emitidos. Ora, é cristalino nos autos que foi lavrado pela fiscalização da Secretaria da Receita Federal, em cumprimento ao Decreto nº 70.235, de 1972, o Termo de Inicio de Fiscalização. É o que basta para dar início ao procedimento fiscal e este ato exclui a espontaneidade do sujeito passivo e este somente se descaracteriza se ficar, por mais de sessenta dias, sem outro ato escrito de autoridade que lhe dê prosseguimento. Na questão de mérito, de acordo com a autoridade fiscal lançadora e endossada pela decisão recorrida a irregularidade praticado pelo contribuinte a título de dedução de despesas médicas e mantida no decisório do julgado se restringe à dedução indevida de despesas médicas. Ou seja, decidiu a turma de julgamento que as despesas médicas lançadas na Declaração de Ajuste Anual deveriam ser mantidas diante da falta de comprovação de terem sido realizadas pelo contribuinte ou pelo seus dependentes. Nesta fase recursal, o suplicante entende que com relação as despesas médicas e odontológicas decorrentes dos recibos, emitidos pelos profissionais citados na Declaração de Ajuste Anual, o mesma tem direito a dedução das despesas declaradas e comprovadas, sendo indevida a glosa existente. Para o deslinde da questão sobre a glosa de despesas médicas se faz necessário invocar a Lei nº 9.250, de 1995, verbis: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...). II – das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; b) a pagamentos efetuados a estabelecimento de ensino relativamente à educação préescolar, de 1º e 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e Fl. 146DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 5 9 de seus dependentes, até o limite individual de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais); c) à quantia de R$ 1.080,00 (um mil e oitenta reais) por dependente; (...). f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais; (...). § 2º O disposto na alínea “a” do inciso II: (...). II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (...). Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea “c” poderão ser considerados como dependentes: I – o cônjuge, II – o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; III – a filha, o filho, a enteada ou enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; IV – o menor pobre, até 21 anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial; V – o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; VI – os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal; Fl. 147DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 10 VII – o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. § 1º Os dependentes a que se referem os incisos III e V deste artigo poderão ser assim considerados quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau. § 2º Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges. § 3º No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. § 4º É vedada a dedução concomitante do montante referente a um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do imposto, por mais de um contribuinte. Conforme se depreende dos dispositivos supracitados, todas as deduções estão sujeitas à comprovação, assim, para que fique caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução no período assinalado, ao contribuinte cabe o ônus da demonstração inequívoca de que realmente efetuou o pagamento no valor pleiteado. Inicialmente se faz necessário esclarecer de que os filhos que possuem os requisitos para serem considerados dependentes e que recebam rendimentos próprios somente poderão ser incluídos nessa condição se forem somados seus rendimentos aos dos pais na Declaração de Ajuste Anual destes. A apresentação de Declaração de Ajuste Anual em separado pelos filhos exclui, automaticamente, a possibilidade de figurar como dependentes na Declaração de Ajuste Anual dos pais. A mesma situação se aplica para os filhos estudantes universitários que já completaram 26 anos com relação ao anocalendário da Declaração de Ajuste Anual. De acordo com a legislação tributária pode ser considerado dependente a filha, o filho, a enteada ou enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho. Podem ainda ser assim considerados, quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau. Em relação às despesas efetuadas, nenhum documento também foi apresentado que demonstrasse o contrário, Ou seja efetivamente estes serviços foram prestados na forma como constam discriminados nos recibos apresentados. Acertadamente, desconsiderouse os valores assim declarados pelo contribuinte. No que diz respeito a dedução de despesas médicas, não tenho dúvidas, que legislação de regência, acima transcrita, estabelece que na declaração de ajuste anual possam ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos feitos, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas provenientes de exames laboratoriais e serviços radiológicos, restringindose aos pagamentos efetuados pelo contribuinte relativo ao seu tratamento e ao de seus dependentes. Sendo que esta dedução fica condicionada ainda a que os pagamentos sejam especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e CPF ou CGC de quem os recebeu, podendo na falta de documentação, ser feita indicação de cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 6 11 Como, também, não tenho dúvidas que a autoridade fiscal, em caso de dúvidas ou suspeição quanto à idoneidade da documentação apresentada, pode e deve perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não são considerados como dedução pela legislação. É evidente, que a princípio, a prova definitiva e incontestável da prestação de serviços de saúde é feita com a apresentação de documentos que comprovem a sua realização, como radiografias, receitas médicas, exames laboratoriais, notas fiscais de aquisição de remédios e outras, fichas clínicas. Só posso concordar, que somente são admissíveis, em tese, como dedutíveis, as despesas médicas que se apresentarem com a devida comprovação, com documentos hábeis e idôneos. Como, também, se faz necessário, quando intimado, comprovar que estas despesas correspondem a serviços efetivamente recebidos e pagos ao prestador. O simples lançamento na declaração de rendimentos pode ser contestado pela autoridade lançadora. Tendo em vista o precitado art. 73, cuja matriz legal é o § 3º do art. 11 do Decretolei nº 5.844, de 1943, estabeleceu expressamente que o contribuinte pode ser instado a comproválas ou justificálas, deslocando para ele o ônus probatório. Mesmo que a norma possa parecer, em tese, discricionária, deixando a juízo da autoridade lançadora a iniciativa. A inversão legal do ônus da prova, do fisco para o contribuinte, transfere para o suplicante o ônus de comprovação e justificação das deduções, e, não o fazendo, deve assumir as conseqüências legais, ou seja, o não cabimento das deduções, por falta de comprovação e justificação. Também importa dizer que o ônus de provar implica trazer elementos que não deixem nenhuma dúvida quanto ao fato questionado. Entretanto, uma vez apresentados os recibos em conformidade com a legislação de regência cabe ao fisco, neste caso, obter provas da inidoneidade do recibo. As despesas médicas, assim como todas as demais deduções, dizem respeito à base de cálculo do imposto que, à luz do disposto no art. 97, IV, do Código Tributário Nacional, estão sob reserva de lei em sentido formal. Assim, a intenção do legislador foi permitir a dedução de despesas com a manutenção da saúde humana, podendo a autoridade fiscal perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não sejam habilitados. É dever do contribuinte informar e, se for o caso, comprovar os dados nos campos próprios das correspondentes declarações de rendimentos e, conseqüentemente, calcular e pagar o montante do imposto apurado, por outro lado, cabe a autoridade fiscal o dever da conferência destes dados. Assim, na ausência de comprovação, por meio de documentação hábil e idônea, das deduções realizadas na base de cálculo do imposto de renda, é dever de a autoridade fiscal efetuar a sua glosa. Por fim, se faz necessários tecer algumas considerações sobre as penalidades aplicadas. Há que se destacar que à autoridade fiscal cabe verificar o fiel cumprimento da legislação em vigor, independentemente de questões de discordância, pelos contribuintes, Fl. 149DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 12 acerca de alegadas ilegalidades/inconstitucionalidades, sendo a atividade de lançamento vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, como previsto no art. 142, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. Não há dúvidas de que se entende como procedimento fiscal à ação fiscal para apuração de infrações e que se concretize com a lavratura do ato cabível, assim considerado o termo de início de fiscalização, termo de apreensão, auto de infração, notificação, representação fiscal ou qualquer ato escrito dos agentes do fisco, no exercício de suas funções inerentes ao cargo. Tais atos excluirão a espontaneidade se o contribuinte deles tomar conhecimento pela intimação. Os atos que formalizam o início do procedimento fiscal encontramse elencados no artigo 7º do Decreto n.º 70.235, de 1972. Em sintonia com o disposto no artigo 138, parágrafo único do Código Tributário Nacional, esses atos têm o condão de excluir a espontaneidade do sujeito passivo e de todos os demais envolvidos nas infrações que vierem a ser verificadas. Em outras palavras, deflagrada a ação fiscal, qualquer providência do sujeito passivo, ou de terceiros relacionados com o ato, no sentido de repararem a falta cometida não exclui suas responsabilidades, sujeitandoos às penalidades próprias dos procedimentos de ofício. Além disso, o ato inaugural obsta qualquer retificação, por iniciativa do contribuinte e torna ineficaz consulta formulada sobre a matéria alcançada pela fiscalização. Ressaltese, com efeito, que o emprego da alternativa “ou” na redação dada pelo legislador ao artigo 138, do Código Tributário Nacional, denota que não apenas a medida de fiscalização tem o condão de constituirse em marco inicial da ação fiscal, mas, também, consoante reza o mencionado dispositivo legal, “qualquer procedimento administrativo” relacionado com a infração é fato deflagrador do processo administrativo tributário e da conseqüente exclusão de espontaneidade do sujeito passivo pelo prazo de 60 dias, prorrogável sucessivamente com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos, na forma do parágrafo 2°, do art. 7°, do Dec. n° 70.235, de 1972. O entendimento, aqui esposado, é doutrina consagrada, conforme ensina o mestre FABIO FANUCCHI em “Prática de Direito Tributário”, pág. 220: O processo contencioso administrativo terá início por uma das seguintes formas: 1. pedido de esclarecimentos sobre situação jurídicotributária do sujeito passivo, através de intimação a esse; 2. representação ou denúncia de agente fiscal ou terceiro, a respeito de circunstâncias capazes de conduzir o sujeito passivo à assunção de responsabilidades tributárias; 3 autodenúncia do sujeito passivo sobre sua situação irregular perante a legislação tributária; 4. inconformismo expressamente manifestado pelo sujeito passivo, insurgindose ele contra lançamento efetuado. (...). A representação e a denúncia produzirão os mesmos efeitos da intimação para esclarecimentos, sendo peças iniciais do processo que irá se estender até a solução final, através de uma Fl. 150DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 7 13 decisão que as julguem procedentes ou improcedentes, com os efeitos naturais que possam produzir tais conclusões. No mesmo sentido, transcrevo comentário de A.A. CONTREIRAS DE CARVALHO em “Processo Administrativo Tributário”, 2ª Edição, págs. 88/89 e 90, tratando de Atos e Termos Processuais: Mas é dos atos processuais que cogitamos, nestes comentários. São atos processuais os que se realizam conforme as regras do processo, visando dar existência à relação jurídicoprocessual. Também participa dessa natureza o que se pratica à parte, mas em razão de outro processo, do qual depende. No processo administrativo tributário, integram essa categoria, entre outros: a) o auto de infração; b) a representação; c) a intimação e d) a notificação (...). Mas, retornando a nossa referência aos atos processuais, é de assinalar que, se o auto de infração é peça que deve ser lavrada, privativamente, por agentes fiscais, em fiscalização externa, já no que concerne às faltas apuradas em serviço interno da Repartição fiscal, a peça que as documenta é a representação. Notese que esta, como aquele, é peça básica do processo fiscal (...). Portanto, o Auto de Infração deverá conter, entre outros requisitos formais, a penalidade aplicável, a sua ausência implicará na invalidade do lançamento. A falta ou insuficiência de recolhimento do imposto dá causa a lançamento de ofício, para exigilo com acréscimos e penalidades legais. É de se esclarecer, que a infração fiscal independe da boa fé do contribuinte, entretanto, a penalidade deve ser aplicada, sempre, levandose em conta a ausência de máfé, de dolo, e antecedentes do contribuinte. A multa que excede o montante do próprio crédito tributário, somente pode ser admitida se, em processo regular, nos casos de minuciosa comprovação, em contraditório pleno e amplo, nos termos do artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, restar provado um prejuízo para fazenda Pública, decorrente de ato praticado pelo contribuinte. Por outro lado, a vedação de confisco estabelecida na Constituição Federal de 1988, é dirigida ao legislador. Tal princípio orienta a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Não observado esse princípio, a lei deixa de integrar o mundo jurídico por inconstitucional. Além disso, é de se ressaltar, mais uma vez, que a multa de ofício é devida em face da infração às regras instituídas pelo Direito Fiscal e, por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária prevista em lei é inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso V, do art. 150 da Constituição Federal, não cabendo às autoridades administrativas estendêlo. Assim, as multas são devidas, no lançamento de ofício, em face da infração às regras instituídas pela legislação fiscal não declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, cuja matéria não constitui tributo, e sim de penalidade pecuniária prevista em lei, sendo inaplicável o conceito de confisco previsto no art. 150, IV da CF., não conflitando Fl. 151DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN 14 com o estatuído no art. 5°, XXII da CF., que se refere à garantia do direito de propriedade. Desta forma, o percentual de multa aplicado está de acordo com a legislação de regência. Ora, os mecanismos de controle de legalidade / constitucionalidade regulados pela própria Constituição Federal passam, necessariamente, pelo Poder Judiciário que detém, com exclusividade, tal prerrogativa. É inócuo, portanto, suscitar tais alegações na esfera administrativa. De qualquer forma, há que se esclarecer que o Imposto Renda da Pessoa Física é um tributo calculado sobre a renda tributável auferida. Ou seja, é calculado levandose em consideração aos rendimentos tributáveis auferidos e em razão do valor é enquadrada dentro de uma alíquota, não estando o seu valor limitado à capacidade contributiva do sujeito passivo da obrigação tributária. Ademais, os princípios constitucionais têm como destinatário o legislador na elaboração da norma, como é o caso, por exemplo, do principio da Vedação ao Confisco, que orienta a feitura da lei, a qual deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco, cabendo à autoridade fiscal apenas executar as leis. Da mesma forma, não vejo como se poderia acolher o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade formal da multa de ofício e da taxa SELIC aplicada como juros de mora sobre o débito exigido no presente processo com base na Lei n.º 9.065, de 20/06/95, que instituiu no seu bojo a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia de Títulos Federais (SELIC). É meu entendimento, acompanhado pelos pares desta Turma de Julgamento, que quanto à discussão sobre a inconstitucionalidade de normas legais, os órgãos administrativos judicantes estão impedidos de declarar a inconstitucionalidade de lei ou regulamento, face à inexistência de previsão constitucional. No sistema jurídico brasileiro, somente o Poder Judiciário pode declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, através do chamado controle incidental e do controle pela Ação Direta de Inconstitucionalidade. No caso de lei sancionada pelo Presidente da República é que dito controle seria mesmo incabível, por ilógico, pois se o Chefe Supremo da Administração Federal já fizera o controle preventivo da constitucionalidade e da conveniência, para poder promulgar a lei, não seria razoável que subordinados, na escala hierárquica administrativa, considerasse inconstitucional lei ou dispositivo legal que aquele houvesse considerado constitucional. Exercendo a jurisdição no limite de sua competência, o julgador administrativo não pode nunca ferir o princípio de ampla defesa, já que esta só pode ser apreciada no foro próprio. Se verdade fosse, que o Poder Executivo deva deixar aplicar lei que entenda inconstitucional, maior insegurança teriam os cidadãos, por ficarem à mercê do alvedrio do Executivo. O poder Executivo haverá de cumprir o que emana da lei, ainda que materialmente possa ela ser inconstitucional. A sanção da lei pelo Chefe do Poder Executivo afasta sob o ponto de vista formal a possibilidade da argüição de inconstitucionalidade, no seu âmbito interno. Se assim entendesse, o chefe de Governo vetálaia, nos termos do artigo 66, § 1º da Constituição. Rejeitado o veto, ao teor do § 4º do mesmo artigo constitucional, promulguea ou não o Presidente da República, a lei haverá de ser executada na sua inteireza, Fl. 152DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 13706.000882/200440 Acórdão n.º 220201.824 S2C2T2 Fl. 8 15 não podendo ficar exposta ao capricho ou à conveniência do Poder Executivo. Facultaselhe, tãosomente, a propositura da ação própria perante o órgão jurisdicional e, enquanto pendente a decisão, continuará o Poder Executivo a lhe dar execução. Imaginese se assim não fosse, facultandose ao Poder Executivo, através de seus diversos departamentos, desconhecer a norma legislativa ou simplesmente negarlhe executoriedade por entendêla, unilateralmente, inconstitucional. A evolução do direito, como quer o suplicante, não deve pôr em risco toda uma construção sistêmica baseada na independência e na harmonia dos Poderes, e em cujos princípios repousa o estado democrático. Não se deve a pretexto de negar validade a uma lei pretensamente inconstitucional, praticarse inconstitucionalidade ainda maior consubstanciada no exercício de competência de que este Colegiado não dispõe, pois que deferida a outro Poder. Ademais, matéria já pacificada no âmbito administrativo, razão pela qual o Presidente do Primeiro Conselho de Contribuintes, objetivando a condensação da jurisprudência predominante neste Conselho, conforme o que prescreve o art. 30 do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes (RICC), aprovado pela Portaria MF nº 55, de 16 de março de 1998, providenciou a edição e aprovação de diversas súmulas, que foram publicadas no DOU, Seção I, dos dias 26, 27 e 28 de junho de 2006, vigorando para as decisões proferidas a partir de 28 de julho de 2006. Atualmente estas súmulas foram convertidas para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, pela Portaria CARF nº 106, de 2009 (publicadas no DOU de 22/12/2009), assim redigidas: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2)” e “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).” Diante do conteúdo dos autos e pela associação de entendimento sobre todas as considerações expostas no exame da matéria e por ser de justiça, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Fl. 153DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por NELSON MALLMANN
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