Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (181)
- Quinta Câmara (171)
- Sétima Câmara (168)
- Primeira Câmara (158)
- Oitava Câmara (153)
- Segunda Turma Ordinária d (99)
- Primeira Turma Ordinária (77)
- Segunda Câmara (76)
- Quarta Câmara (51)
- Terceira Turma Especial d (42)
- Segunda Turma Especial da (38)
- Segunda Turma Ordinária d (37)
- Primeira Turma Especial d (34)
- Segunda Turma Ordinária d (34)
- Primeira Turma Ordinária (31)
- Quarta Câmara (179)
- Terceira Câmara (77)
- Primeira Câmara (76)
- Segunda Câmara (74)
- 1ª SEÇÃO (19)
- Sexta Câmara (15)
- Sétima Câmara (15)
- Oitava Câmara (11)
- Pleno (8)
- 2ª SEÇÃO (4)
- 3ª SEÇÃO (1)
- Primeiro Conselho de Cont (839)
- Primeira Seção de Julgame (508)
- Segundo Conselho de Contr (100)
- Terceiro Conselho de Cont (82)
- Câmara Superior de Recurs (45)
- Terceira Seção De Julgame (13)
- Segunda Seção de Julgamen (7)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Ivete Malaquias Pessoa Mo (59)
- Albertina Silva Santos de (55)
- José Clóvis Alves (40)
- MOISES GIACOMELLI NUNES D (38)
- Sandra Maria Faroni (38)
- Carlos Alberto Gonçalves (35)
- Wilson Fernandes Guimarãe (32)
- Selene Ferreira de Moraes (27)
- José Carlos Passuello (23)
- Leonardo de Andrade Couto (23)
- Orlando José Gonçalves Bu (23)
- WILSON FERNANDES GUIMARAE (23)
- Paulo Jacinto do Nascimen (22)
- Valmir Sandri (22)
- Waldir Veiga Rocha (22)
- 2010 (285)
- 2009 (255)
- 2007 (241)
- 2011 (238)
- 2008 (219)
- 2006 (203)
- 2012 (167)
- 2005 (151)
- 2004 (94)
- 2002 (88)
- 2003 (86)
- 2013 (52)
- 1998 (2)
- 1997 (1)
- 2000 (1)
- 2007 (238)
- 2009 (238)
- 2008 (219)
- 2006 (202)
- 2005 (149)
- 2010 (117)
- 2004 (93)
- 2011 (90)
- 2002 (88)
- 2003 (86)
- 2013 (69)
- 2012 (36)
- 1998 (2)
- 1997 (1)
- 2000 (1)
Numero do processo: 10920.003239/2004-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 09 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Exercício. 2003
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. INSUFICIÊNCIA DE SALDO
Correta a decisão de parcial homologação de compensação de saldo
negativo do IRPJ, quando este é apurados com base em deduções de
estimativas de IRPJ, objeto de anterior compensação que foram indeferidas, provocando insuficiência de saldo para compensação.
Numero da decisão: 1202-000.253
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Orlando José Gonçalves Bueno
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201003
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício. 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. INSUFICIÊNCIA DE SALDO Correta a decisão de parcial homologação de compensação de saldo negativo do IRPJ, quando este é apurados com base em deduções de estimativas de IRPJ, objeto de anterior compensação que foram indeferidas, provocando insuficiência de saldo para compensação.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10920.003239/2004-45
conteudo_id_s : 5634549
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 1202-000.253
nome_arquivo_s : Decisao_10920003239200445.pdf
nome_relator_s : Orlando José Gonçalves Bueno
nome_arquivo_pdf_s : 10920003239200445_5634549.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 09 00:00:00 UTC 2010
id : 6497720
ano_sessao_s : 2010
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:30 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048688437231616
conteudo_txt : Metadados => date: 2010-06-16T12:01:52Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2010-06-16T12:01:52Z; Last-Modified: 2010-06-16T12:01:52Z; dcterms:modified: 2010-06-16T12:01:52Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2010-06-16T12:01:52Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2010-06-16T12:01:52Z; meta:save-date: 2010-06-16T12:01:52Z; pdf:encrypted: false; modified: 2010-06-16T12:01:52Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2010-06-16T12:01:52Z; created: 2010-06-16T12:01:52Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2010-06-16T12:01:52Z; pdf:charsPerPage: 1209; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2010-06-16T12:01:52Z | Conteúdo => S1-C2T2 Fl. - MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 19920.003239/2004-45 Recurso Is° 177.859 Voluntário Acórdão n° 1202-00.253 — r Câmara / r Turma Ordinária Sessão de 09 de março de 2010 Matéria IRPJ (Compensação) Recorrente MARISOL S/A Recorrida 2a. Turma / DRJ - Curitiba/PR ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício. 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. INSUFICIÊNCIA DE SALDO Correta a decisão de parcial homologação de compensação de saldo negativo do IRPJ, quando este é apurados com base em deduções de estimativas de IRPJ, objeto de anterior compensação que foram indeferidas, provocando insuficiência de saldo para compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. NELSON SO , 7; residente ORLANDO ' OSE GON LVES BUENO - Relator EDITADO EM: 07 MA 20 10 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cândido Rodrigues Neuber, Valéria Cabral Géo Verçoza, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Orlando José Gonçalves Buena e Nelson Lósso Filho. r, Processo ic 10920.00323912004-45 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.153 A. 2 • Relatório Por presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, dele tomo conhecimento. Trata de declarações de compensação (Dcomp) em que foram declarados créditos de saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2002, a serem compensados com débitos de IRRI, IRPJ, CSLL, Retenção sobre Cofins, PIS e CSLL, PIS e COFINS não cumulativos, todos do ano calendário de 2004. Para elucidar a matéria submetida a análise deste .colegiado do presente pleito, refiro-me ao quanto relatado pela digna autoridade julgadora de primeira instância, a fls. 256 a 258, que leio em sessão. Isto posto, a DRJ de Curitiba indeferiu a solicitação, com a seguinte ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2002 REUNIÃO DE PROCESSOS. CONEXÃO. Não há como atender pedido de reunião de processos, por conexão de matéria, quando se encontram pendentes de julgamento junto ao Conselho de Contribuintes, ou quando não repercutem na decisão do processo sendo apreciado. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. AUSÊNCIA DE QUESITOS OU INDICAÇÃO DE PERITO. PEDIDO NÃO FORMULADO. Nos termos da legislação do PAF, os pedidos de diligência ou perícia sem elaboração de quesitos ou indicação de perito são considerados não formulados. "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA —IRPJ Ano-calendário: 2002 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. INSUFICIÊNCIA DE SALDO. Correta a decisão de parcial homologação de compensação de saldo negativo do IRPJ, quando este é apurados com base em deduções de • estimativas de IRPJ, objeto de anterior compensa ção,que foram indeferidas, provocando insuficiência de saldo para compensação. COMPENSAÇÃO. MATÉRIA REFERENTE A OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO JÁ JULGADO. ESGOTAMENTO DA FUNÇÃO JULGADORA. 3 Não se conhece de impugnação contra fatos discutidos e já julgados em outro processo administrativo, cuja decisão provocou o esgotamento da fimção julgadora em primeira instância, impondo-se o reconhecimento do que ali restou decidido." O Contribuinte, tempestivamente, interpôs seu recurso voluntário, reiterando as razões iniciais de inconformidade enfatizando que o presente processo é o recalculo feito pelo Fisco no processo no. 13971.000325/00-11, posto que as glosas efetuadas naquele processo comprometeram as compensaçães efetuadas no exercício de 2001 e 2002, reiterando o pedido de análise conjunta, para o apensamento. Eis o breve relato 111 Processo n° 10920.003239/2004-45 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.253 Fl. 3 Voto Conselheiro Orlando José Gonçalves Bueno, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. A Recorrente insiste na análise conjunta ao processo administrativo 13971.000325/00-11, o qual, em face a presente sessão junto a este colegiado administrativo, foi julgado perante a 51 Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, em 19 de setembro de 2008, mediante o Acórdão 105-17.245,tendo sido negado provimento, por unanimidade, o recurso voluntário. A ementa do aludido julgamento é a seguinte: "DECLARA çÃo DE COMPENSAÇÃO HOMOLOGAÇÃO: O inicio da contagem para a homologação tácita da compensação é a data de apresentação da declaração e não dos fatos geradores dos tributos. (Ç 50 do art. 74 da Lei 9.430/96). IRRF — REAL ANUAL — APLICAÇÕES FINANCEIRAS — Os rendimentos bem como os RAF sobre aplicações financeiras integrarão a apuração anual. O fato da fiscalização em autuação não levar em consideração o IRRF em virtude de já ter sido utilizado pela empresa não implica em modificar a sistemática de tratamento do IRRF na apuração do resultado anual das pessoas jurídicas." O voto do eminente Conselheiro relator, José Clovis Alves, registra a seguinte decisão de mérito: "MÉRITO. Entende a recorrente ter o direito a compensar o IRRF, pois a fiscalização quando da autuação relativa ao excesso de compensação de prejuízos acima dos 30% não levou em consideração o IRRF porque já teria sido utilizado pela empresa em compensação. Afirma que o fisco federal não fora prejudicado, pois o crédito foi reconhecido pelo próprio sistema. Não assiste razão ao recorrente, eis que o IRRE no sistema de lucro real anual deve ser levado em conta na apuração anual, assim como os rendimentos das respectivas aplicações, conforme legislação, verbis: Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Art. 76- O imposto de renda retido na fonte sobre os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável, ou pago sobre os ganhos líquidos mensais, será: 1- deduzido do apurado no encerramento do período ou na data da extinção, no 4.: caso de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real; \ 5 § 2° - Os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável e os ganhos líquidos produzidos a partir de I° de janeiro de 1995 integrarão o lucro real. O fato da fiscalização no momento da lavratura dos autos de infrações relativos à trava dos 30% não ter considerado o IRRF porque já teria sido utilizado pela empresa, não significa criar-lhe um direito de utilizar tal imposto retido de forma distinta daquela prevista na legislação eis que o IRRF se transforma em saldo de IRPJ negativo no final do ano quando a apuração resulta em crédito a favor do contribuinte. Se ocorrer falha, e a empresa não considera o IRRF na apuração anual, não significa que automaticamente poderá pedir sua restituição em data futura, eis que demandaria auditoria para verificar se os correspondentes rendimentos que geraram implicaram nas referidas retenções foram, ou não considerados na apuração anual, visto que s6 há direito à consideração da fonte se as receitas foram consideradas na base de cálculo. Ratifico a decisão recorrida e a adoto em seu inteiro teor como se aqui estivesse escrita. Pelo exposto, meu voto é no sentido de negar provimento ao recurso." Evidencia-se, pela análise do mérito do aludido processo, que a decisão administrativa nele exarada está a confirmar a estrita observância da sistemática do IRRE com a base de cálculo do IR anual a pagar não tendo sido reformada pelo Primeiro Conselho de Contribuintes, que gerou um tratamento para redução do crédito objeto do referido processo, produzindo efeitos neste presente processo, como assevera a Recorrente a fls. 271 em sua peça recursal. Em se mantendo a correção do entendimento fazendário, não há porque reparar a conseqüência junto a este processo administrativo fiscal. Como esclareceu também a decisão "a quo", a Recorrente se atém a suscitar suas razões recursais pela conexão com o processo no. 13971.000325/00-11, argüindo que o teor deste processo implica efeito direto neste. Portanto, correto o indeferimento daquele, certa a decisão neste que homologou parcialmente as compensações, decorrentes da operação fiscal já julgada como acima citada. • A decisão de primeira instância, a fls. 259 ratificou a homologação parcial das compensações efetuadas pelo contribuinte uma vez demonstrada a insuficiência de saldo negativo do IRPJ no ano calendário de 2002, pelo que correto o indeferimento parcial por compensações indevidas nestes autos. Diante o exposto e mais o que consta dos autos, acompanho a decisão de primeira instância, adotando também seus fundamentos para mantê-la e negar provimento ao recurso voluntário. kih Jc)., c/) Eis como voto. ) á ) Orlando José G çalves i • eno-Relator t
score : 1.0
Numero do processo: 10480.004899/2003-99
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2010
Ementa: ANO CALENDÁRIO: 1997
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO.
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO.
Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias).
Numero da decisão: 1802-000.335
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr.
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201001
ementa_s : ANO CALENDÁRIO: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias).
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 10480.004899/2003-99
conteudo_id_s : 5639420
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1802-000.335
nome_arquivo_s : Decisao_10480004899200399.pdf
nome_relator_s : Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr.
nome_arquivo_pdf_s : 10480004899200399_5639420.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2010
id : 6503822
ano_sessao_s : 2010
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691858735104
conteudo_txt : Metadados => date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2010-03-30T22:53:49Z; Last-Modified: 2010-03-30T22:53:49Z; dcterms:modified: 2010-03-30T22:53:49Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2010-03-30T22:53:49Z; meta:save-date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:encrypted: false; modified: 2010-03-30T22:53:49Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2010-03-30T22:53:49Z; created: 2010-03-30T22:53:49Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:charsPerPage: 1284; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2010-03-30T22:53:49Z | Conteúdo => SI-TE02 Fl. 1 . MINISTÉRIO DA FAZENDA, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS . PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 10480.004899/2003-99 Recurso n° 157.370 Voluntário Acórdão n° 1802-00.335 — 2. Turma Especial Sessão de 26 de janeiro de 2010 Matéria [RH Recorrente Frigorifico lberico Ltda. Recorrida 35 Turrna/DRJ - Recife/PE. ANO CALENDÁRIO: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ct,rz T • ..l t 'SUES L D-'e ZA -Presit te EDWAL CASONI D IdoritARNANDES JUNIOR —Relator — ma ,- , EDITADO EM: I LÊ* II; a 7'. ..••••""."- ( Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa (Presidente da Turma), João Francisco Bianco (Vice-Presidente), José de Oliveira Ferraz Corrêa, Natanael Vieira dos Santos (Suplente convocado), Nelso Kichel (Suplente convocado) e Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Ausente justificadamente o conselheiro Leonardo Lobo de Almeida.. Processo it 10480.00489912003-99 81-TE02 Acórdão a° 1802-00335 Fl. 2 Relatório Cuida-se de Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte acima qualificado, pretendendo assim, reformar decisão proferida pela DRJ de Recife/PE que indeferiu-lhe a solicitação apresentada em sede de Manifestação de Inconformidade. A matéria ventilada relaciona-se à Pedido de Restituição (fl. 01), cuja pertinência foi afastada por meio do Despacho Decisório de folha 371, e a irresignação do contribuinte exteriorizada, como dito, na Manifestação de inconformidade de folhas 40 a 55. Frente o indeferimento de sua solicitação, cuja ciência do recorrente se deu em 07 de fevereiro de 2007 (fl. 80), apresentou-se Recurso Voluntário (fls. 81 — 85) tecendo seus argumentos e pugnando por provimento. É a síntese do necessário. Processo n° 10480.004899/2003-99 SI-TE02 Acórdão n.° 1802-00.335 Fl. 3 VOTO Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Relator Sem embargo às considerações da recorrente, ao menos quanto ao mérito dessas, o presente Recurso Voluntário não pode ser conhecido, porquanto apresentado a destempo. Com efeito, assim entabula o artigo 33 do Decreto 70.235/72, in verbis: Artigo 33. Da decisão caberá recurso voluntário total ou parcial, com efeito suspensivo dentro dos trinta dias sepuintes à ciência da decisão. (meus os grifos e as supressões) Tal prazo, como cediço, conta-se nos termos do artigo 50 do já referido Decreto, que assim versa: Artigo 5°. Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do inicio e incluindo-se o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Observe-se que a recorrente tomou ciência do acórdão recorrido em 07 de fevereiro de 2007 (quarta-feira), conforme aviso de recebimento de folha 80, e protocolizou o recurso em 15 de março do mesmo ano (quinta-feira), conforme consta da primeira página de se recurso, dai porque, forçoso é considerá-lo perempto, posto que ultrapassada a data limite de sua interposição. Consigna-se ainda, que a mera alegação genérica de que a pessoa que assinou o aviso de recebimento não tinha poderes para tanto, não se apresenta suficientemente robusta para demonstrar que a recorrente não tomou ciência. Frente ao exposto, não conheço do Recurso Voluntário. Sala das Sessões, u 26 de j: eira de 2010. Edwal Casoni de 13 -: .• . . es Junior 3 Processo n° 10480.004899/2003-99 51-TE02 Acórdão n.° 1802-00335 Fl. 4 4
score : 1.0
Numero do processo: 10768.720796/2007-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 2001
COMPENSAÇÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO. INFORMAÇÃO ERRÔNEA PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO. PROSSEGUIMENTO DA ANÁLISE.
Constatado, pelo exame dos autos, que o alegado direito creditório trazido à compensação não foi verificado em momento algum, nem neste processo, nem em algum outro, e que essa não verificação decorreu de informação errônea prestada pelo próprio sujeito passivo, o processo deve ser devolvido à unidade da RFB para prosseguimento da análise da compensação, especialmente no que tange à liquidez e certeza do alegado crédito.
Numero da decisão: 1301-000.545
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, no sentido de que
o presente processo seja devolvido à Delegacia da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, para que prossiga na análise da compensação, nos termos do voto do relator.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Waldir Veiga Rocha
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201103
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2001 COMPENSAÇÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO. INFORMAÇÃO ERRÔNEA PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO. PROSSEGUIMENTO DA ANÁLISE. Constatado, pelo exame dos autos, que o alegado direito creditório trazido à compensação não foi verificado em momento algum, nem neste processo, nem em algum outro, e que essa não verificação decorreu de informação errônea prestada pelo próprio sujeito passivo, o processo deve ser devolvido à unidade da RFB para prosseguimento da análise da compensação, especialmente no que tange à liquidez e certeza do alegado crédito.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10768.720796/2007-87
conteudo_id_s : 5629844
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1301-000.545
nome_arquivo_s : Decisao_10768720796200787.pdf
nome_relator_s : Waldir Veiga Rocha
nome_arquivo_pdf_s : 10768720796200787_5629844.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, no sentido de que o presente processo seja devolvido à Delegacia da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, para que prossiga na análise da compensação, nos termos do voto do relator.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 30 00:00:00 UTC 2011
id : 6482350
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:03 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692186939392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1661; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 299 1 298 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10768.720796/200787 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 130100.545 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 30 de março de 2011 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente TELEMAR NORTE LESTE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2001 COMPENSAÇÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO. INFORMAÇÃO ERRÔNEA PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO. PROSSEGUIMENTO DA ANÁLISE. Constatado, pelo exame dos autos, que o alegado direito creditório trazido à compensação não foi verificado em momento algum, nem neste processo, nem em algum outro, e que essa não verificação decorreu de informação errônea prestada pelo próprio sujeito passivo, o processo deve ser devolvido à unidade da RFB para prosseguimento da análise da compensação, especialmente no que tange à liquidez e certeza do alegado crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, no sentido de que o presente processo seja devolvido à Delegacia da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, para que prossiga na análise da compensação, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Júnior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Fl. 332DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 300 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, André Ricardo Lemes da Silva, Paulo Jakson da Silva Lucas, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Valmir Sandri, Alberto Pinto Souza Junior. Relatório TELEMAR NORTE LESTE S/A, já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I / RJ, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de Janeiro (DERAT/RJ). O presente processo foi formalizado para estabelecer um tratamento manual da DCOMP nº 13878.46669.131103.1.3.029352 (fl. 02 a 05), transmitida em 13/11/2003. O débito objeto da compensação é a COFINS de outubro de 2003 no valor de R$ 887.472,63. O crédito informado na declaração é o saldo negativo de IRPJ, apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A, CNPJ 12.286.423/000107 em 02/08/2001 (data da incorporação), no valor original, na data de transmissão, de R$ 627.543,93. A declarante informou, no campo apropriado da declaração de compensação, que o crédito pleiteado havia sido informado anteriormente no processo administrativo nº 10070.002269/200221. Com base nessas informações, foi prolatado o Despacho Decisório, datado de 14/11/2007 (fl. 36), o qual não homologou a compensação declarada. Baseouse, ainda, no Parecer Conclusivo nº 239/2007 (fl. 33 a 35), que asseverou que “os documentos extraídos do processo nº 10070.002269/200221, anexos fls. 26 a 30, informam que a totalidade do valor reconhecido não foi suficiente para quitar o débito relacionado na Declaração de Compensação vinculada ao processo. [...] Portanto, não há crédito remanescente a ser utilizado na Dcomp apresentada” neste processo. A interessada tomou ciência do Parecer e do Despacho Decisório e apresentou a manifestação de inconformidade (fls. 44/49), em que aduz os argumentos assim resumidos: • Sustenta que não teria sido empreendida, nos autos do processo 10070.002269/200221, qualquer desconstituição dos créditos da Telecomunicações de Alagoas S/A. Tais créditos teriam sido analisados no processo nº 10070.003151/200210. • Passa, a seguir, a discorrer sobre o saldo negativo de IRPJ, apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A nos anoscalendário 2000 e 2001. Seus argumentos foram assim sintetizados no relatório do processo por ocasião do julgamento em primeira instância: o As estimativas relativas a 01 e 04/2001 foram extintas por compensação, utilizandose o saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2000, no valor de R$ 2.039.063,17. Este constituise de estimativas, bem como retenções efetuadas por órgãos públicos e particulares (quadro fl.46). Fl. 333DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 301 3 o O crédito de saldo negativo de 2000 superou o valor informado na DIPJ correspondente e transferido ao ano – calendário de 2001, redundou em crédito suficiente à extinção do débito em apreciação. o As estimativas de IRPJ de 01 e 04/2001 foram extintas com o crédito de saldo negativo de 2000. o Afiguramse conclusões obvias: existe crédito para a compensação das estimativas de IRPJ de 01 e 04/2001; a segunda conclusão se funda na homologação tácita da compensação das estimativas de 01 e 04/2001 com crédito do saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2000 por ter transcorrido mais de 5 anos da declaração de compensação consubstanciada nas DCTF do 1º e 2º trimestres de 2000(doc. 05), sem que a autoridade fiscal contestasse. o Foi levado ao conhecimento do Fisco, mediante a informação em DCTF enviadas para apreciação da SRFB nas datas de 11/05/2001 e 27/07/2001 (doc.5), o pleito administrativo da compensação, sem que no prazo estabelecido na Lei 9430/97, tenha sido exarada a decisão. o Encontrase decaído o direito da Fazenda Pública contestar as compensações efetuadas no anocalendário de 2001 e que gerara o saldo negativo, haja vista a homologação tácita, nos termos do § 5º do art.74 da Lei 9430/96. o Mesmo considerando a existência de DCTF retificadoras relativas ao primeiro e segundo trimestres de 2001(doc.6), não houve alteração dos débitos de estimativas de IRPJ, nem alteração quanto ao crédito vinculado para extinção dos citados débitos de estimativas. o Portanto, inexistem maiores questionamentos sobre o saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2001. O saldo negativo de 2000 e a sua transferência para o ano calendário de 2001, bem como o saldo negativo de 2001são suficientes para a extinção de parcela do débito da COFINS de 10/2003. o Ao crédito deverá ser aplicada a SELIC até o mês anterior ao vencimento dos débitos, acrescida de 1% no mês de vencimento (art. 39§ 4º da Lei 9250/95). Conclui com o pedido de reconhecimento de seu direito creditório e a homologação da compensação declarada. Subsidiariamente, requer o retorno dos autos à DRF para análise do direito creditório. A 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I / RJ analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 1223.865, de 17/04/2009 (fls. 175/180), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2000 COMPENSAÇÃO. O crédito líquido e certo é requisito necessário para compensação, conforme o previsto no art. 170 da Lei Nº 5.172/66 Código Tributário Nacional. A inexistência do mesmo acarreta o indeferimento do pedido. Fl. 334DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 302 4 JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. PRAZO PRESCRICIONAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO COMPENSADO MEDIANTE DCOMP. O prazo prescricional de cobrança do crédito tributário confessado mediante a entrega da declaração de compensação, interrompido com a apresentação da declaração de compensação à SRF, tem sua contagem iniciada na data em que a nãohomologação da compensação tornase definitiva na esfera administrativa Ciente da decisão de primeira instância em 10/09/2009, conforme documento de fl. 186, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 09/10/2009 (registro de recepção à fl. 192, razões de recurso às fls. 192/199). Seus argumentos podem ser sintetizados como segue: a) A documentação fiscal contida nos autos seria suficiente para confirmar a existência de saldo negativo da incorporada Telecomunicações de Alagoas nos anoscalendário 2000 e 2001, de tal forma a gerar os créditos compensados. b) Impossibilidade de reapuração dos resultados dos anoscalendário 2000 e 2001, dada a preclusão do direito de reapurar a base de períodos já decaídos; c) O saldo negativo apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas no anocalendário 2000 foi analisado nos autos do processo administrativo nº 10070.003151/200210, o qual se encontra pendente de decisão final, uma vez que foi interposto recurso contra a decisão que não homologou a compensação; esse saldo negativo (do AC 2000) teria sido transferido para o anocalendário seguinte (2001), mediante a compensação com estimativas de janeiro e abril de 2001. A recorrente conclui que o saldo negativo de IRPJ passível de compensação no anocalendário 2001 seria de R$ 2.178.483,60, valor muito superior aos R$ 627.543,93 utilizados na DCOMP ora discutida. d) Uma vez que a não homologação da DCOMP se deu unicamente em razão da decisão que não reconheceu a existência do crédito no PTA n° 10070.003151/200210, contra a qual foi interposto recurso, ainda não julgado, o presente recurso voluntário deve ser julgado concomitantemente com o referido PTA, caso se entenda que os elementos acostados aos autos não são suficientes para a conclusão acerca da certeza e liquidez do crédito alegado. É o Relatório. Voto Fl. 335DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 303 5 Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator Gira a lide em torno do alegado direito creditório, decorrente de saldo negativo de IRPJ apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A no ano calendário 2001. Tal direito creditório foi trazido à compensação na DCOMP nº 13878.46669.131103.1.3.029352 (fls. 02 a 05), juntamente com a informação prestada pela própria declarante de que o crédito pleiteado havia sido informado anteriormente no processo administrativo nº 10070.002269/200221. Diante de tal informação, equivocada, digase desde já, a Autoridade Administrativa negou homologação à compensação aqui declarada, desde que os créditos analisados no processo administrativo nº 10070.002269/200221 já haviam sido ali integralmente absorvidos. Instaurado o litígio, a Autoridade Julgadora em primeira instância reafirmou que “todo o montante do direito creditório relativo ao processo n° 10070.002269/200221 foi consumido na homologação tácita, não restando qualquer valor remanescente a ser utilizado na Dcomp que instrui este feito”. Por outro lado, alertada, embora de forma tíbia, pela manifestação de inconformidade da interessada, de que o processo que cuidou dos saldos negativos de IRPJ da incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A seria o de nº 10070.003151/200210, assim se manifestou a DRJ: Cabe esclarecer que o crédito da Telecomunicações Alagoas S/A ano calendário 2000, que foi objeto de incorporação pela interessada, faz parte do processo n° 10070.003151/200210, conforme fl 159 a 174, nele foi apreciado, tendo como resultado o não reconhecimento do direito creditório. Contrariamente ao que afirma a interessada, não foi apresentada Dcomp que possua como crédito o saldo negativo do anocalendário de 2001. Portanto, não há crédito a favor da Telecomunicações Alagoas que respalde a compensação. É de se constatar, então, que em momento algum se fez a análise do direito creditório alegado no presente processo, a saber, saldo negativo de IRPJ apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A no anocalendário 2001. Num primeiro momento, a DERAT/RJ foi induzida a erro pela informação prestada pela própria interessada, de que o crédito teria sido anteriormente informado no processo administrativo nº 10070.002269/200221. Mas tal informação não corresponde aos fatos, vide o seguinte excerto, extraído do acórdão nº 1218.645, proferido nos autos daquele processo, e que foi acostado por cópia às fls. 120/158 deste processo (grifos não constam do original): Os créditos pertencentes a Telecomunicações Piauí e Telecomunicações Alagoas (fl. 521 e 527), foram analisados processo n° 10070.003151/200210. O crédito pertencente a Telecomunicações Maranhão (fl. 525), bem como o da Telecomunicações Rio Grande do Norte (fl. 528), foram analisados no processo n° 10070.000284/200315. Fl. 336DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 304 6 A decisão da Autoridade Administrativa, portanto, se mostrou equivocada, posto que baseada no quanto decidido em outro processo que nenhuma relação guardava com os presentes autos. Num segundo momento, a DRJ vislumbrou a ligação existente com o processo n° 10070.003151/200210. Com propriedade, apontou que apenas o saldo negativo apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas no anocalendário 2000 foi analisado naquele processo. A análise lá empreendida (vide acórdão nº 1221.808, fls. 159/174 deste processo) reconheceu parcialmente o alegado direito creditório do anocalendário 2000, com o que as compensações pretendidas com débitos de estimativas do anocalendário 2001 restaram igualmente parcialmente homologadas. Vejamse os seguintes excertos do relatório e do voto do acórdão DRJ nº 1221.808 (grifos não constam do original): Relatório: [...] • O valor do saldo negativo do ano de 2000 seria de R$ 426.344,51 (planilha fl.892). • As consultas ao sistema DCTF (fl. 12 e 713) evidenciam que a interessada compensou crédito de saldo negativo de 2000 com as estimativas de janeiro e abril de 2001. Conforme relatório de fl. 714, o valor do saldo negativo de 2000 não foi suficiente para quitar os débitos, remanescendo o débito de estimativa de abril/2001 no valor de R$ 89.439,32. [...] Voto: [...] Também não são atacadas questões que fundamentaram a decisão da DeratRJ insertas no presente processo como: IRRF retido por órgão público em valores superiores aos limites permitidos pela legislação, ajustes nos saldos negativos de 1998 e 1999 que geraram o ajuste do saldo negativo de 2000, além de compensações efetuadas do saldo negativo de 2000 com débitos de estimativas de 2001 que excederam o valor do crédito relativo ao ano de 2000. No recurso voluntário interposto no presente processo, a interessada requer o julgamento conjunto com o processo n° 10070.003151/200210. Seu pleito não mais pode ser atendido, visto que aquele outro processo já foi julgado em segunda instância administrativa, em 01/09/2010, pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste CARF. O Acórdão nº 110100.350 negou provimento ao recurso voluntário, cristalizando, assim, os ajustes feitos no alegado saldo credor apurado no anocalendário 2000 pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A e, por via de consequência, nas compensações pretendidas desses créditos com débitos de estimativas do anocalendário 2001, antes da incorporação. Mas retorno ao ponto que me parece central: em momento algum se fez a análise do direito creditório alegado no presente processo, a saber, saldo negativo de IRPJ apurado pela incorporada Telecomunicações de Alagoas S/A no anocalendário 2001, nem neste processo, nem em algum outro. A questão foi tangenciada, mas não enfrentada. À fl. 111, encontro cópia da ficha 12A da DIPJ apresentada pela Telecomunicações de Alagoas S/A, Fl. 337DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.720796/200787 Acórdão n.º 130100.545 S1C3T1 Fl. 305 7 referente ao anocalendário 2001. O saldo negativo de imposto ali apurado monta a R$ 670.324,92. A liquidez e a certeza do alegado direito creditório não foram verificadas. Diante do exposto, voto no sentido de que o presente processo seja devolvido à Delegacia da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte (Derat/RJ), para que prossiga na análise da compensação aqui declarada (DCOMP nº 13878.46669.131103.1.3.02 9352, fls. 02 a 05), superando e desconsiderando a informação errônea de que os alegados direitos creditórios teriam sido anteriormente informados no processo administrativo nº 10070.002269/200221 e, ainda, considerando possíveis efeitos no presente processo do quanto decidido no processo administrativo n° 10070.003151/200210. Desde logo ressalto que não se há de cogitar, no caso concreto, da ocorrência de homologação tácita pelo decurso do prazo quinquenal estabelecido pelo parágrafo 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996. O despacho decisório a ser proferido pela Derat/RJ não será uma nova decisão, mas tão somente um prosseguimento da análise feita a tempo, mas que não chegou a bom termo por força unicamente da informação equivocada prestada pela própria interessada. Ainda, admitir a homologação tácita equivaleria a permitir que a ora recorrente se beneficiasse de seu próprio erro, o que não condiz com os princípios do direito. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 338DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 11020.002050/00-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 BUSCA DA VERDADE MATERIAL - No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador e se a obrigação teve seu nascimento e regular constituição. Nesse contexto, devem ser superados os erros de procedimentos dos contribuintes ou da fiscalização que não impliquem em prejuízo às partes e, por conseqüência, ao processo. IRPJ E CSLL .RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. ALEGAÇÃO DE ERRO NO PREENCHIMENTO DE DIPJ. COMPROVAÇÃO APRECIAÇÃO. CABIMENTO. Cumpre a autoridade administrativa apreciar alegações de defesa, no sentido de que incorreu em erros de preenchimento das declarações de IRPJ, ainda que não tenha apresentado declarações retificadoras das DCTF. Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 1402-000.686
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para determinar o retorno dos autos à DRF de Origem, para que aprecie o pleito, levando em consideração as declarações retificadoras do IRPJ, adentrando no mérito, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Participou do julgamento, o Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Antônio José Praga de Souza
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201108
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 BUSCA DA VERDADE MATERIAL - No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador e se a obrigação teve seu nascimento e regular constituição. Nesse contexto, devem ser superados os erros de procedimentos dos contribuintes ou da fiscalização que não impliquem em prejuízo às partes e, por conseqüência, ao processo. IRPJ E CSLL .RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. ALEGAÇÃO DE ERRO NO PREENCHIMENTO DE DIPJ. COMPROVAÇÃO APRECIAÇÃO. CABIMENTO. Cumpre a autoridade administrativa apreciar alegações de defesa, no sentido de que incorreu em erros de preenchimento das declarações de IRPJ, ainda que não tenha apresentado declarações retificadoras das DCTF. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 11020.002050/00-19
conteudo_id_s : 5846844
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1402-000.686
nome_arquivo_s : Decisao_110200020500019.pdf
nome_relator_s : Antônio José Praga de Souza
nome_arquivo_pdf_s : 110200020500019_5846844.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para determinar o retorno dos autos à DRF de Origem, para que aprecie o pleito, levando em consideração as declarações retificadoras do IRPJ, adentrando no mérito, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Participou do julgamento, o Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro.
dt_sessao_tdt : Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
id : 7182420
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009056837632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2156; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 1 1 0 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.002050/0019 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 140200.686 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 5 de agosto de 2011 Matéria RESTITUICAOIRPJ Recorrente RANDON SISTEMAS DE AQUISICAO SC LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1997, 1998, 1999 BUSCA DA VERDADE MATERIAL No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador e se a obrigação teve seu nascimento e regular constituição. Nesse contexto, devem ser superados os erros de procedimentos dos contribuintes ou da fiscalização que não impliquem em prejuízo às partes e, por conseqüência, ao processo. IRPJ E CSLL .RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. ALEGAÇÃO DE ERRO NO PREENCHIMENTO DE DIPJ. COMPROVAÇÃO APRECIAÇÃO. CABIMENTO. Cumpre a autoridade administrativa apreciar alegações de defesa, no sentido de que incorreu em erros de preenchimento das declarações de IRPJ, ainda que não tenha apresentado declarações retificadoras das DCTF. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para determinar o retorno dos autos à DRF de Origem, para que aprecie o pleito, levando em consideração as declarações retificadoras do IRPJ, adentrando no mérito, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Participou do julgamento, o Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Fl. 1717DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Relatório RANDON SISTEMAS DE AQUISICAO SC LTDA., nova denominação de RANDON CONSÓRCIOS LTDA., com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF), recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que deferiu em parte seu pleito. Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: Tratase de pedidos de restituição do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pagos a maior nos anos calendário de 1997, 1998 e 1999, no valor de R$274.009,92 e R$138.249,48, respectivamente (fl. 01 e 02). Os requerimentos, protocolados em 06/10/2000, foram cumulados com pedidos de compensação apresentados na mesma data, totalizando R$401.011,81 (fl. 03 a 05). Em 08/10/2004 a Delegacia da Receita Federal em Caxias do Sul apreciou o pedido negando a restituição e não homologando as compensações vinculadas ao crédito pleiteado, sob os seguintes fundamentos (fl. 369 a 380): a) preliminarmente, destaca que o contribuinte apresenta constantes desencontros entre as informações declaradas em DCTF e em DIPJ, bem assim não observou o previsto no art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 166, de 23/12/99, razão pela qual os recolhimentos serão considerados como saldo de declaração; b) que no anobase de 1997 constatou erro no preenchimento, pelo contribuinte, das fichas 08 e 11 da DIRPJ, as quais, após reconstituídas, apontaram saldo de imposto a pagar, não havendo o que restituir a título de IRPJ e CSLL; c) no anocalendário de 1998 também houve erro no preenchimento das fichas 13 e 30 da DIPJ, as quais, reconstituídas, apontaram saldo credor inferior ao apurado pelo contribuinte. Além disso, o valor restante já teria sido utilizado em compensações anteriores, nada havendo a ser restituído a título de IRPJ e CSLL; d) no anocalendário de 1999, o contribuinte teria inserido na linha 25 da ficha 30 da DIPJ o valor correspondente ao recolhimento com vencimento em fevereiro de 1999, contrariando a legislação. Reconstituindo os dados declarados, foi apurado saldo credor inferior ao argüido pelo contribuinte, e que já havia sido utilizado na compensação de outros débitos, não cabendo qualquer restituição do IRPJ e da CSLL deste período. Fl. 1718DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 3 Da negativa de restituição resultou a cobrança dos valores que tiveram sua compensação não homologada, totalizando R$572.069,03 (fl. 384 e 385). A decisão foi cientificada ao contribuinte em 21/02/2005 (fl. 386) que, inconformado com a decisão, apresentou em 23/03/2005 manifestação de inconformidade alicerçada nos seguintes argumentos (fl. 393 a 446): a) que os débitos do IRPJ apurados em janeiro, fevereiro, setembro e outubro de 1997 foram compensados, em pedido de compensação, com o saldo negativo do IRPJ apurado no anocalendário de 1999, resultando o valor de R$111.070,64 a compensar na DIPJ de 1997, que por sua vez originou o saldo negativo de R$11.507,78, demonstrando a pertinência da restituição pleiteada; b) que no anocalendário de 1998, a diferença não aceita pela autoridade administrativa referese à atualização monetária dos valores pagos a maior a título de IRPJ, pois, a teor do art. 35 da Lei nº 8.981/95 e art. 2º da Lei nº 9.430/96, podia reduzir, do IRPJ devido por estimativa em determinado mês, os valores pagos nos meses anteriores. Caso não o fizesse, o valor pago a maior em virtude dessa não redução constitui pagamento indevido, cabível a aplicação da taxa Selic na sua restituição a partir do mês seguinte ao pagamento; c) para reforçar seu argumento, argúi com o art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 22, de 18/04/96, no art. 38 da Instrução Normativa nº 210, de 2002, no art. 51 da Instrução Normativa SRF nº 460, de 2004, no art. 39 da Lei nº 9.250, de 1995, e no art. 896 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR). Reconhece ter cometido erro no cálculo a atualização por ocasião da entrega da DIPJ mas, mesmo assim, entende ter direito à restituição de R$117.040,43; d) relativamente ao IRPJ do anocalendário de 1999, também argumenta não ter sido considerado o valor da atualização monetária dos pagamentos realizados no curso do período de modo que, reproduzindo os argumentos trazidos em relação ao ano calendário de 1998, conclui ser devida a restituição de R$119.848,97; e) quanto à CSLL de 1997, também alega ter efetuado a compensação, em pedido próprio, das parcelas devidas em janeiro, fevereiro, agosto e setembro de 1997 com o saldo negativo da CSLL apurado no ano de 1999. Reconhece, entretanto, ter errado no pedido original, pelo que entende devida a restituição de R$1.077,79; f) relativamente à CSLL paga a maior no anocalendário de 1998, concorda ter havido erro de cálculo por ocasião da apresentação da DIPJ retificadora. Mesmo assim, entende cabível a restituição de R$63.400,16 referentes à atualização monetária das parcelas pagas no decorrer do ano, ao abrigo de idênticos fundamentos e legislação mencionados no item “b” e “c”; g) quanto à CSLL do anocalendário de 1999, reconhece ter pleiteado valor superior ao devido. Entretanto, entende que remanesce devida parte da restituição pois: o terço da Cofins paga e compensável com a CSLL excede em R$1.111,42 aquele apontado pela autoridade administrativa, tendo havido erro de cálculo; a autoridade não considerou a atualização monetária dos valores pagos a maior no decorrer do anocalendário de 1999, expendendo a mesma argumentação mencionada no item “b” e “c” Fl. 1719DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 4 Menciona, ainda, que diversos débitos vencidos em 2001 foram compensados nos processos 10410.000033/0009 e 10410.003051/200112, pelo que solicita que tais créditos não sejam compensados com outros débitos. Informa ter pago a parcela incontroversa em 23/03/2005, juntando cópia dos Darf respectivos. Requer a aceitação da manifestação de inconformidade para reconhecer o direito creditório não deferido pela autoridade administrativa, bem assim que seja aceita a compensação dos débitos apurados no anocalendário de 1999 e de 2000 com o saldo negativo da CSLL apurado na DIPJ do anocalendário de 1998, e que o débito apontado em relação ao mês de novembro de 1998, no valor de R$9.021,02, seja desconsiderado, juntamente com os demais débitos. Demanda, por fim, a realização de perícia para verificação das razões de fato e de direito alegadas, indicando para isto profissional da área contábil. Em 17/09/07 o processo foi baixado em diligência para que fosse verificado os valores devidos mensalmente nos anoscalendário de 1997 e 1998, a título de estimativa do IRPJ e da CSLL, bem assim fosse esclarecida a duplicidade de compensação alegada pelo contribuinte (fl. 497/498). Em resposta, a autoridade administrativa opina pela invalidade das retificações das DIPJ promovidas pela contribuinte porque em desacordo com o art. 35 da Lei nº 8.981, de 1995, com alteração dada pela Lei nº 9.065, de 1995. No que tange aos débitos supostamente compensados em duplicidade, informa que a vinculação com débitos de outra pessoa jurídica foi cadastrado apenas em 16/09/04, dias antes do despacho decisório, e como a alegação é apenas circunstancial, não procede a compensação efetuada no processo. Cientificada da informação fiscal em 16/11/07, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade à informação da autoridade nos seguintes termos: a) que os valores devidos pela manifestante a título de IRPJ e CSLL são os constantes das declarações retificadas em 06/10/00; b) que não procede a alegação de que a manifestante não possa demonstrar, mediante balanços ou balancetes mensais, o montante de IRPJ e CSLL devidos, sendo cabível a restituição corrigida com base na taxa Selic; c) reitera o pedido de perícia, porém, na hipótese de não ser deferida, junta documentação contábil para a qual requer análise; d) que a argüida invalidade das DIPJ retificadoras estão desprovidas de fundamentação legal e lógica, as quais encontramse amparadas no art. 19 da Medida Provisória , atual Medida Provisória 2.18947; e) reitera, em relação ao requerimento contido no item 3 da manifestação de inconformidade, que o não acatamento do pedido importará, de fato, em compensação em duplicidade A decisão recorrida está assim ementada: Fl. 1720DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 5 PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Ausentes os quesitos que o contribuinte pretende sejam respondidos pela perícia requerida, e existindo no processo elementos necessários e suficientes para a convicção do julgador, é de se indeferir o pedido de perícia. RESTITUIÇÃO. CORREÇÃO PELA TAXA SELIC. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração da certeza e liquidez quanto ao crédito que pretende ver reconhecido pela Fazenda Pública. Não demonstrada de forma inequívoca a existência do indébito, ante a ausência dos balancetes de suspensão ou redução da estimativa mensal, e confirmado que os pagamentos efetuados correspondem a débitos declarados pelo contribuinte em DCTF, descabe sua restituição. CSLL. COMPENSAÇÃO DE UM TERÇO DA COFINS EFETIVAMENTE PAGA. Comprovado o recolhimento da Cofins do anocalendário de 1999, cabível a dedução, na aferição da CSLL devida anualmente, de até um terço do valor pago, limitada ao valor da contribuição apurada. IRPJ E CSLL. SALDO NEGATIVO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. Se as parcelas da estimativa mensal que originaram os saldos negativos do IRPJ e da CSLL informados em DIPJ foram objeto de compensação não homologada, não se operando sua extinção, incabível a restituição dos saldos negativos delas decorrentes. IRPJ. RESTITUIÇÃO. DÉBITOS JÁ COMPENSADOS EM PROCESSO DISTINTO. Comprovado que os débitos tributários compensados já foram objeto de pedido de compensação em outro processo, não cabe considerálos novamente na restituição/compensação em exame. Solicitação Deferida em Parte Cientificada da aludida decisão em 14/03/2008 (sextafeira), fl. 899, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 15/04/2008 (terçafeira), fls. 900 a 935, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, quanto aos seguintes pontos: (...) III DO INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PERÍCIA Na Manifestação de Inconformidade apresentada por essa contribuinte datada de 23 de março de 2005, foi solicitada a realização de perícia contábil para que, através da análise documental de balanços/balancetes registrados no livro diário, restasse comprovado o direito da Manifestante, sanando qualquer exigência legal. Em Proposta de Diligência de 17 de setembro •de 2007 feita pela DRJ/POA, o Sr. Relator da Receita Federal, as fls. 498 dos autos, propôs que fosse realizada pela DRF de origem a analise das alegações da interessada, ora Recorrente, de modo a garantira busca da verdade material dos fatos, alegando, entre outras questões: “Ocorre que alguns argumentos fazem referencia a matéria fática, cujos elementos constantes do processo não permitem apreciar a questão de forma consistente.” A DRF, por sua vez, em cumprimento à diligencia em epigrafe, se manifestou de, forma imprecisa, mantendo questões em aberto, inclusive, quanto ao anocalendário de 1999, fazendo a seguinte, alegação: Fl. 1721DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 6 "com relação aos débitos de 1999, não foi possível extrair uma linha de raciocínio justificável para tais retificações." Ora, como fiscal da lei tributária, o mesmo deveria buscar a verdade material dos fatos alegados, fazendo inclusive, caso entendesse necessário, nova diligência apurar de forma clara e precisa os fatos alegados pela ora Recorrente. (...) A ora Recorrente, por ocasião de sua Manifestação de Inconformidade, apresentou, por amostragem, copias de seus balanços/balancetes transcritos no Livro Diário, a fim de comprovar que nos anoscalendário de 1997, 1998 e 1999, efetuou a apuração e o recolhimento das antecipações mensais devidas de IRPJ e de CSLL (obrigatórias para os contribuintes optantes pela sistemática do Lucro Real Anual), calculados através do método de estimativa, com base nos balanços, nos balancetes de redução ou suspensão do imposto/contribuição, cumprindo com as condições legais. Todavia, a Recorrente esta anexando ao presente Recurso cópia dos balanços/balancetes de todos'os meses dos anoscalendário de 1997, 1998 e de 1999, devidamente registrados em seu livro Diário, fato que também pode ser facilmente comprovado através perícia ou de nova diligência fiscal. Dessa forma, a Recorrente busca o conhecimento de seu direito aos juros incidentes sobre o valor original do crédito, pago a maior, quando do vencimento do imposto/contribuição. Desde já, a Recorrente requer o conhecimento das provas já apresentadas junto à presente, a fim de que seja preservada a verdade material e as alegações constantes no presente processo administrativo fiscal, uma vez que a apresentação de provas pode darse em qualquer momento do processo, desde que o resultado final seja baseado na verdade dos fatos. I . Diante de tais indeferimentos, a Recorrente poderá ser prejudicada quanto ao seu direito, tendo em vista que a autoridade administrativa alega a ausência de tais documentos, o que poderia facilmente ser proVado através de perícia ou de diligência com tal finalidade. IV— DO MÉRITO. A seguir, a Recorrente vem reiterar os motivos e as considerações pelos quais' requer sejam revistos os pontos ,indeferidos pelo Acórdão 1013.046 da l a Turma da DRJ/POA, bem como apresentar a pertinência de tais pedidos. 1.1 QUANTO AO IMPOSTO DE RENDA PAGO A MAIOR 1.1.1 IRPJ PAGO A MAIOR REFERENTE AO ANO CALENDÁRIO 1997 A fiscalização não aceitou créditos, no montante de R$11.498,02 (onze. mil, quatrocentos e noventa e oito reais e dois centavos), informados a titulo de saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica na DIPJ, relativa ao anocalendário de 1997. A fiscalização reproduziu no Despacho Decisório .DRF/CXL/Gabinete, de 08 de outubro de 2004, resumidamente, a Ficha 08 da DIPJ relativamente ao ano calendário de 1997, conforme segue: (...)De outra banda, o Senhor Fiscal apresentou quadro demonstrando o que entende ser correto, apurando, ao invés de crédito a Fl. 1722DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 7 favor da ora Recorrente, no valor de R$11.498,02, débito de imposto de renda a pagar, no montante de R$99.562,86, assim como veremos a seguir: (...)Quanto a esta questão, analisaremos cada passo, demonstrando os fatos que fundamentam e demonstram o entendimento da ora Recorrente: (...) A Recorrente solicita, portanto, o reconhecimento pelo Senhor Fiscal das compensações dos débitos apurados nos meses do anocalendário de 1997, os quais compuseram o saldo negativo daquele ano, com saldo negativo apurado na DIPJ de 2000 (anocalendário de 1999), bem como o reconhecimento do direito credit6rio restante, apurado na DIPJ de 1998 (anocalendário de *1997), no valor de R$11.507,78, conforme demonstrações retro, ao invés de R$11.498,02, informado no Pedido de Restituição. 1.1.2 IRPJ PAGO A MAIOR REFERENTE AO ANO CALENDÁRIO 1998 A fiscalização não aCeitou créditos, no montante de R$90.449,43 (noventa mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e quarenta e três centavos), informados a titulo de saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica na DIPJ, relativa ao ano calendário de 1998. O Senhor Fiscal reproduziu no Despacho Decis6rio, a Ficha 13 da DIPJ, na qual a ora Recorrente demonstra seu crédito, tal como consta na transcrição abaixo; (...). Após as compensações do saldo negativo apurado, na DIPJ de 1999, ano calendário de 1998, no valor de R$202.214,36, com débitos apurados nos anoscalendário de 1999 e 2000; requer a ora Recorrente o reconhecimento do direito creditório apurado na DIPJ de 1998 (anocalendário de 1997), no valor de R$117.040,43 (atualizado monetariamente até outubro de 2000), conforme demonstrações retro. 1.1.3 IRPJ PAGO A MAIOR REFERENTE AO ANO CALENDÁRIO 1999 A ,fiscalização não aceitou créditos, no montante de R$109.522,56 (cento e nove mil, quinhentos e vinte e dois reais e cinqüenta e seis centavos), informados a titulo de saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica na DIPJ, relativa ao ano calendário de 1997 ... A ora Recorrente verifica que cometeu erro na informação do 'saldo negativo de IRPJ constante na D1PJ 2000 (anocalendário 1999), sendo o valor correto de R$119.848,97, ao invés de R$120.885,40. Portanto, diante dos quadros apresentamos, a ora Recorrente considera incorreto que a Fiscalização tenha considerado esta diferença, a qual decorre da atualização monetária dos pagamentos efetuados a maior no anocalendário de 1999. (...) 1.2 RESUMO DO IRPJ OBJETO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO Na próxima página, demonstraremos, resumidamente, as compensações dos saldos negativos de IRPJ apurados nas DIPJ de 1998, 1999 e de 2000, respectivamente, referente aos anoscalendário de 1997, 1998 e de 1999 com débitos de IRPJ efetuados pela ora Recorrente em comparação com as compensações efetuadas pelo Fisco. Este demonstrativo tem a finalidade de consolidar e possibilitar visualização Fl. 1723DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 8 das compensações de créditos relativos aos saldos negativos de IRPJ em débitos apurados pela Recorrente. 2.1 QUANTO A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 2.1.1 CSLL PAGA A MAIOR REFERENTE 'AO ANO CALENDÁRIO 1997 A fiscalização não aceitou créditos, no montante de R$10.053,96 (dez mil e cinqüenta e três reais e noventa e seis centavos), informados .a titulo de saldo negativo de Contribuição Social sobre Lucro Liquido na DIPJ de 1998, relativo ao anocalendário de 1997. No referido despacho decis6rio foi demonstrado, resumidamente, a Ficha 11 da DIPJ na qual a ora Recorrente teria apurado o crédito pleiteado no Pedido de Restituição, conforme segue: (...) Contudo, a ora Recorrente não concorda com a recomposição dos cálculos elaborados pela fiscalização, no Despacho Decisório referente a este item, quando a mesma 'afirmou que haveria, ao invés de saldo negativo de CSLL (crédito a favor da Recorrente), apenas, saldo devedor de declaração de Contribuição Social no valor de R$25.610,96, tal como consta no quadro abaixo, apresentado pela mesma: (...) Quanto a esta questão, analisaremos cada passo, demonstrando os fatos, que fundamentam e demonstram o entendimento da ora Recorrente: (...) Conforme se observa, o valor a restituir de CSLL, referente o anocalendário de 1997, é de R$ 1.077,79, ao invés de R$ 10.053,98 conforme foi informado no Pedido de Restituição. Portanto, a Recorrente reconhece que o crédito a restituir é menor do que o informado no Pedido de Restituição, ou.seja, ao invés do crédito ser de R$ 10.053,98 é de R$ 1.077,79. Porém, solicita o reconhecimento das compensações dos débitos apurados no anocalendário de 1997 com saldo negativo apurado na DIPJ de 2000 ( anocalendário de 1999), conforme demonstrações retro. 2.1.2 CSLL PAGA A MAIOR REFERENTE AO ANO CALENDÁRIO 1998 A fiscalização não aceitou crédito no montante de R$11.756,71 (onze mil, setecentos e cinqüenta e seis reais e setenta e um centavos), informado no Pedido de Restituição a titulo de Contribuição Social sobre Lucro Liquido paga a maior no anocalendário de 1998, n A Recorrente revê sua posição em relação ao crédito objeto do Pedido de Restituição correspondente ao suposto pagamento a maior de CSLL, socorrido no anocalendário de 1998, cujo montante seria de R$ 11.756,71. Ocorre que, por ocasião da entrega da retificadora da DIPJ de 1999, relativa ao ano calendário de 1998, em 06 de outubro de 2000, verificouse erro de calculo, fato que levou a ora Recorrente supor que' teria crédito de CSLL paga a maior naquele ano, no montante de R$ 11.756,71. Porém, vem a ora Recorrente não concordar com a interpretação do Senhor Fiscal, quanto ao saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido apurado na DIPJ de 1999, (...) Fl. 1724DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 9 A ora Recorrente reconhece que cometeu inicialmente um erro de cálculo na atualização monetária dos valores pagos a maior no anocalendário de 1998, portanto, ao invés de saldo negativo de CSLL (crédito) apurado na DIPJ de 1999, no valor de R$ 64.422,61, conforme informado naquela Declaração de Rendimentos, o crédito correto é de R$ 63.400,16, conforme demonstrado no quadro acima. O fato da Secretaria da Receita Federal não considerar os valores*, pagos, a titulo de CSLL, sUperiores aos valores mensais apurados, utilizandose o balanço/balancete de suspensão, como Valores pagos a maior, contraria as disposições contidas na legislação vigente à época dos fatos. Diante do que pode observar, o valor do saldo negativo de CSLL, referente ao ano calendário de 1998, é de R$ 63.400,16. Solicitamos, portanto, o reconhecimento das, compensações dos débitos apurados no anocalendário de 1999 e de 2000 com saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ de1999. 2.1.3 CSLL PAGA A MAIOR REFERENTE AO ANO CALENDÁRIO 1999 A fiscalização não aceitou créditos, no montante de R$91.170,68 (noventa e oito mil, cento e setenta reais e sessenta e Oito centavos), informados a titulo de Contribuição Social sobre Lucro Liquido pagos a maior na DIPJ, relativa ao ano calendário de 1999. (...) Portanto, devemos considerar que o Pedido de .Restituição datado de 06 de outubro de 2000, está incorreto quanto ao valor da CSLL Pago a maior no anocalendário de 1999, ou seja, ao invés do valor do imposto de renda ser de R$ 91.170,68, conforme informado à época, o correto é o valor de R$ 82.149,66, demonstrado no quadro acima. Diante de tudo o que se observa, o valor a restituir de CSLL, referente ao ano calendário de 1999, é de R.$ 84.041,25. Solicitamos, portanto, o reconhecimento das compensações dos débitos apurados no anocalendário de 1998 (DIPJ de 1999) com saldo negativo apurado na DIPJ de 2000 (anocalendário de 1999), bem como o reconhecimento do direito creditório no valor de R$ 84.041,25, conforme já. demonstramos nas evidenciações apresentadas neste ponto. 2.2 — RESUMO DA CSLL OBJETO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / A, seguir demonstraremos, resumidamente, as compensações dos saldos negativos de CSLL, apurados nas DIPJ de 1998, 1999 e de 2000, respectivamente, referente aos anoscalendário de 1997, 1998 e de 1999 com débitos de CSLL efetuados pela ora Recorrente em ' comparação com as compensações efetuadas • pelo Fisco. Este demonstrativo tem a finalidade de consolidar e possibilitar a visualização das compensações. ' de, créditos relativos aos saldos negativos de CSLL em débitos apurados pela ora Recorrente. (...) 4 DÉBITOS RECONHECIDOS PELA MANIFESTANTE A ora Recorrente reconheceu os débitos de IRPJ e de CSLL a seguir relacionados, os quais foram pagos em 23/03/2005, cujos comprovantes (DARF's) já foram anexados aos autos quando , da Manifestação de Inconformidade. Fl. 1725DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 10 (...) 5 DEFESA EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES APRESENTADAS NO ACÓRDÃO N° 1013.046 da l a . Turma da DRJ/POA A seguir serão expostas as razões de mérito quanto ao entendimento da Recorrente e de sua defesa, de acordo com a ordem estabelecida no Acórdão n° 1013.046: 5.1 ANOSCALENDÁRIO DE 1998 E DE 1999 A ora Recorrente discorda do entendimento apresentado pelo Senhor Julgador quanto ausência de balanços/balancetes mensais que suportem a opção apresentada na Declaração de Rendimentos retificadora. Principalmente pelo fato de que se a prova e, conseqüentemente, a existência de balanços/balancetes de suspensão são imprescindíveis para a forma de apuração efetuada pela Contribuinte, como de fato são, há de se estranhar que o Fisco tenha, pelo visto, concordado com a apuração apresentada na Declaração de Rendimentos original e não tenha concordado com a apuração constante da Declaração de Rendimentos retificadora, sendo em ambas utilizado o mesmo método, ou seja, apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL com base em balanços/balancetes de suspensão. A Recorrente estranha o fato de o Fisco ter acatado alguns pedidos de restituição/compensação de valores originais pagos a maior mensalmente, sem a devida atualização monetária, pois se a apuração com base em balanços/balancetes de suspensão foi aceita deve ter sido porque todos os requisitos tenham sido cumpridos e comprovados. Ou seja, a base da apuração deve ter sido confirmada pela fiscalização, Pois tanto na Declaração de Rendimentos original como na Declaração de Rendimentos retificadora, o método utilizado na apuração do lucro real e na apuração da base de calculo da CSLL foi o mesmo. Portanto, a Recorrente reitera seu entendimento de que os valores de imposto de renda e de contribuição social sobre o lucro pagos, mensalmente, em montante superior devido na Declaração de Rendimentos retificadora . são considerados pagos a maior, compensáveis nos termos do § 4O. , art. 39 da Lei n° 9.250/95, a saber: (...) De outra banda, o fato da Recorrente não ter retificado as DCTF's correspondentes, após as retificações das DIPJ's, não pode alterar a verdade dos fatos. Nesse sentido a verdade material deve prevalecer sobre o formalismo. Quando aos balanços/balancetes de suspensão ou redução, exigidos pela legislação para demonstrar os valores de IRPJ e CSLL devidos mensalmente, estão sendo apensadas cópias a este processo, correspondentes aos meses de janeiro de 1997 a dezembro de1999. Tal fato poderia ser dispensado, caso a fiscalização tivesse efetuado diligência específica, que comprovaria facilmente a existência de tais documentos. No entendimento da ora Recorrente, baseado na legislação vigente, as retificações das declarações de rendimentos referentes aos anoscalendário de 1997, 1998 e 1999, são legitimas para todos os efeitos. (...) Fl. 1726DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 11 Portanto, requer a Vossa Senhoria que sejam analisadas as provas apresentadas pela Recorrente, a fim de verificar que a apuração e o recolhimento do IRPJ e da CSLL informadas nas Declarações de Ajuste de 1997, 1998 e 1999, foram realizadas com base nas estimativas apuradas através de balanços ou balancetes de redução ou suspensão do imposto/contribuição e não na estimativa sobre a receita bruta, de forma que os juros incidentes pelos recolhimentos realizados a maior são devidos da mesma forma que em relação ao crédito original correspondente. 5.2 ANOCALENDÁRIO DE 1997 Com relação à compensação dos valores devidos de imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o. lucro, .apurados no anocalendário de 1997, e compensados com o saldos negativos apurado no anocalendário de 1999, a ora Recorrente entende que a referida compensação deve ser homologada. • Tal assertiva tem fundamento no fato de que entende a Recorrente que os valores de imposto de renda e de contribuição social sobre o lucro pagos em montante superior aos valores devidos, constantes da Declaração de' Rendimentos retificadora, correspondente ao anocalendário de 1999, devem' ser considerados pagamentos a maior, sujeitos à atualização monetária, compondo o saldo negativo de imposto de renda e de contribuição social apurados daquele anocalendário, de acordo com fundamentos já expostos no presente Recurso. Portanto, requer que sejam homologadas as compensações dos saldos negativos de imposto de renda e da contribuição social sobre o, lucro, apurados na Declaração de Rendimentos ,retificadora correspondente •ao anocalendário de 1999, com débitos de IRPJ e de CSLL devidos nos meses de janeiro, fevereiro, agosto, Setembro e outubro de 1997. A fundamentação trazida pelo Senhor Julgador, § 2° do artigo 74 da Lei n ° 9.430/96, foi introduzida, conforMe admitido no referido 'Acórdão, pela Lei n ° 10.637/2002, editada a mais de dois anos do Pedido de Compensação entregue a Receita Federal. Na época do Pedido de Restituição/Compensação elaborado pela Recorrente, as compensações efetuadas com impostos/contribuições, de mesma natureza podiam ser elaboradas sem formalidades, ,diretamente pelo contribuinte, desde que fossem realizadas para compensar débitos surgidos 'após a apuração dos créditos compensáveis. Ocorre ,que, no caso presente caso) ocorreu compensação de débitos mensais verificados no anocalendário de 1999 com créditos (saldo negativo de IRPJ e de CSLL) apurados no anocalendário de 1998, com informação realizada diretamente na Declaração de Rendimentos da PJ de 2000, anocalendário de1999. Com a referida compensação e demais pagamentos; no anocalendário de 1999 foram apurados saldos negativos de IRPJ e de CSLL, os quais foram objetos de compensação com débitos verificados na declaração de rendimentos de 1998, correspondente ao anocalendário de 1997, mediante Pedido de Compensação especifico. Portanto, a Recorrente procedeu de acordo com a legislação vigente época das referidas compensações. Pelo exposto, requer a Recorrente que o Pedido de Compensação dos saldo negativo apurado no anocalendário de 1999, com débitos de IRPJ e de apurados nos, meses Fl. 1727DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 12 de janeiro, fevereiro, agosto, setembro e outubro de 1997 seja deferido e homologado. 5.3 COMPENSAÇÕES EFETUADAS EM OUTROS PROCESSOS Conforme mencionado na Manifestação de Inconformidade, item 3 (fl.444), foi totalmente absurda a argumentação trazida pela fiscalização. Caso a mesma procedesse haveria dupla cobrança de débitos tributários. O Julgador traz novamente dúvidas e confusão .ao presente processo, eis que o débito de agosto de. 2001, apresentado nos processos n. 10410•000033/0009 e 10410.003051/200112, monta em R$ 40.000,00 e não R$ 40.338,97, como consta do Acórdão n. 1013.046. De qualquer forma, a Recorrente requer que não sejam compensados débitos de processos diversos, com créditos constantes no presente processo, sob argumento de que não ocorra a dupla cobrança. Concluise, portanto, pela necessidade do conhecimento e provimento do presente Recurso Voluntário, para, reformando o v. acórdão prolatado pela Egrégia 1a Turma da DRJ/POA, reconhecer o direito' vindicado pela ora Recorrente. VI— DO PEDIDO. Diante do exposto, requer a Recorrente seja acolhido o pedido de perícia, com o fim especifico de verificar a existência de balanço/balancetes mensais registrados do Livro Diário, correspondente aos anoscalendário de 1997, 1998 e de 1999, O que, também, pode ser verificado através de diligência fiscal. Seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, para reformar o Acórdão recorrido, reconhecendo se os créditos em favor da ora Recorrente, homologando as compensações e OS PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO EFETUADOS PELA RECORRENTE, COM O CONSEQÜENTE CANCELAMENTO DA CARTA DE COBRANÇA N ° 100/2008 — SEORT, OBJETO DA NOTIFICAÇÃO DRF/CXL/Seort n° 165, de 12/03/2008, haja vista os sólidos fundamentos acima aventados. É o relatório. Fl. 1728DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 13 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, tratase de pedido de reconhecimento de direito creditório do IRPJ e CSLL, relativo aos anoscalendário de 1997 a 1999, relativo a alegados saldos negativos de recolhimentos e recolhimentos de estimativas a maior, que foi deferido parcialmente pela DRF de Origem e pela DRJ em 1a. instância. No recurso voluntário de fls. 900 a 935, a contribuinte repisa várias alegações de defesa, tanto de direito quanto de fato, reproduzidas em parte no relatório acima, bem com anexa os documento de fls. 936 a 1557 para comprovar seu pleito. No que tange especificamente às declarações retificadoras de IRPJ apresentadas pelo contribuinte, a decisão de 1a. instância assim se manifestou: Embora os valores recolhidos superem aqueles declarados pelo contribuinte nas DIPJ, vejo que os mesmos encontram equivalência com os débitos declarados nas DCTF trimestrais apresentadas em 1998 e 1999 (fls. 482 a 485), o que confirma os desencontros das informações entre DCTF e DIPJ referidos pela autoridade preparadora em seu despacho decisório. Como bem referiu a autoridade administrativa, tampouco foi observado o comando do art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 166, de 23/12/99: Art. 2o A pessoa jurídica que entregar declaração retificadora alterando valores que hajam sido informados na Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – DCTF, deverá apresentar DCTF Complementar ou pedido de alteração de valores, mediante processo administrativo, conforme o caso. Requerida em diligência, a autoridade administrativa anotou que as retificações das DIPJ decorreram da necessidade de o contribuinte se adequar à legislação fiscal que discutiu judicialmente (sem lograr êxito), de modo que o contribuinte não podia, por ocasião no vencimento dos tributos, comprovar a redução dos valores devidos mediante balanços ou balancetes mensais como exige a legislação. Neste sentido, me parece assistir razão à autoridade, posto que o contribuinte, mesmo tendo sido cientificado dos termos da diligência requerida por este julgador, bem assim da informação fiscal, que fazem referência expressa aos balancetes de suspensão ou redução, não os apresentou em sua manifestação complementar, trazendo aos autos apenas os balancetes dos meses de dezembro de 1997, 1998 e 1999. Apenas o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) foi apresentado contendo a apuração mensal, o que não é suficiente para demonstrar a redução do imposto devido, a teor do art. 35 da Lei nº 8.981, de 20/01/95, não sendo possível apurar incorreção nos recolhimentos efetuados pelo contribuinte à época própria. Fl. 1729DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 14 A repetição do indébito está condicionada à demonstração inconteste do pagamento indevido, cabendo ao contribuinte o ônus de comproválo, conclusão que encontra guarida na Doutrina e na jurisprudência (grifos meus): (...) No caso em exame embora o contribuinte tenha comprovado o recolhimento do imposto, não demonstrou de forma cabal terem sido efetuados indevidamente, mormente as DCTF por ele próprio apresentadas indicam a existência de débitos no mesmo montante dos tributos recolhidos. Ademais, não se trouxe aos autos os balancetes de suspensão ou redução exigidos pela legislação para demonstrar os valores do IRPJ e CSLL devidos mensalmente. Não vejo, assim, como reconhecer o alegado indébito, do que decorre não caber o pedido da manifestante de fazer incidir a taxa Selic desde a data do pagamento indevido até o final do período de apuração.” Especificamente quanto a esse ponto, entendo que não assiste razão a autoridade tributária (DRF de origem), tampouco aos nobres julgadores de 1a. instância. Isso porque o entendimento que tem prevalecido neste colegiado e no sentido de que não há impedimento legal para reconhecimento de erro material cometido no preenchimento de DIPJ. De fato, a Instrução Normativa No. 166/99, artigo 2o., estabelece a necessidade da concomitante retificação da DCTF, mas não há determinação legal nesse sentido. Além do mais, ambas as declarações DCTF e DIPJ foram instituídas com base na mesma disposição legal: DecretoLei 2.124 de 1983. Este Conselho já reconheceu a possibilidade da comprovação de erro no preenchimento de declarações no transcurso do processo administrativo. Vejamos alguns julgados que amparam esse entendimento. Acórdão 10808689, de 25/1/2006 IRPJ ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração, deve a verdade material prevalecer sobre a formal, e exigido o valor efetivamente devido conforme o lucro real. Acórdão 10194955, de 15/04/2005 IRPJ AUDITORIA EM DCTF FALTA DE PAGAMENTO. Comprovado que a diferença apurada na auditoria deveuse, exclusivamente, a erro no preenchimento da declaração, cancelase o auto de infração. Acórdão 10321472, de 5/12/2003 CSLL ERRO O PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL IMPRESCINDÍVEL COMPROVAÇÃO MATERIAL DO EQUÍVOCO OU DO ERRO DE FATO A ordem jurídica vigente não permite a cobrança de tributos sem que seja procedida a determinação da matéria tributável, consoante dispõe o artigo 142 do CTN. Entretanto, nos casos em que o contribuinte não logra comprovar, materialmente, os equívocos ou erros de fato que teria cometido quando do preenchimento da declaração não vejo como não prevalecer à tributação pretendida exclusivamente com base no procedimento sumário de revisão das declarações de ajuste (malhas fiscais). Fl. 1730DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 11020.002050/0019 Acórdão n.º 140200.686 S1C4T2 Fl. 0 15 No caso do autos aduz a recorrente que incorreu em erro na apuração dos valores devidos por estimativa nos anos de 1997 a 1999, tendo retificado as Declarações de IRPJ dentro do prazo de 5 anos contados da ocorrência do fato gerador, sendo que os valores corretos estão devidamente amparados em seus registro contábeis (balancetes de suspensão transcritos no Diário). Portanto, cabível a apreciação do mérito pela autoridade administrativa, considerando as declarações retificadoras, desde que comprovado o erro. Registre que nessa nova apreciação do mérito, a DRF deverá levar em consideração as alegações de fato e de direito, bem como os elementos de prova, trazidos aos auto no recurso voluntário. Outrossim, desse novo despacho decisório, se desfavorável, o contribuinte poderá, caso deseje, apresentar manifestação de inconformidade à DRJ no prazo de 30 dias. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso, para determinar o retorno dos autos à DRF de Origem, para que aprecie o pleito, levando em consideração as declarações retificadoras do IRPJ, adentrando ao mérito. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 1731DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10510.720195/2007-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2005
DCOMP. DÉBITOS VENCIDOS.
Os débitos vencidos quando da prestação da DCOMP devem ser acrescidos de multa de mora.
Numero da decisão: 1302-000.621
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: EDUARDO DE ANDRADE
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201106
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2005 DCOMP. DÉBITOS VENCIDOS. Os débitos vencidos quando da prestação da DCOMP devem ser acrescidos de multa de mora.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10510.720195/2007-96
conteudo_id_s : 6058832
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Sep 09 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1302-000.621
nome_arquivo_s : 130200621_10510720195200796_201106.pdf
nome_relator_s : EDUARDO DE ANDRADE
nome_arquivo_pdf_s : 10510720195200796_6058832.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
id : 7425271
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:26:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050872751063040
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1322; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 228 1 227 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10510.720195/200796 Recurso nº 511.117 Voluntário Acórdão nº 130200.621 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de junho de 2011 Matéria MULTA DE MORA COMPENSAÇÃO Recorrente USINA SÃO JOSÉ DO PINHEIRO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 DCOMP. DÉBITOS VENCIDOS. Os débitos vencidos quando da prestação da DCOMP devem ser acrescidos de multa de mora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MARCOS RODRIGUES DE MELLO Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO DE ANDRADE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Rodrigues de Mello (presidente da turma), Irineu Bianchi (vicepresidente), Wilson Fernandes Guimarães, Lavínia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, Eduardo de Andrade e Daniel Salgueiro da Silva. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 229 2 Relatório Tratase de apreciar Recurso Voluntário interposto em face de acórdão proferido nestes autos pela 2ª Turma da DRJ/SDR, no qual o colegiado decidiu, por unanimidade, deferir, em parte, o pedido, conforme ementa que abaixo reproduzo: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2005 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA Mesmo que espontaneamente informado, o débito na declaração de compensação não desonera o devedor da multa de mora, sempre devida quando do recolhimento de tributos e contribuições fora de seus prazos legais de vencimento. Os eventos ocorridos até o julgamento na DRJ, foram assim relatados no acórdão recorrido: USINA SÃO JOSÉ DO PINHEIRO LTDA manifesta inconformidade parcial ao DESPACHO DECISÓRIO DRF/AJU Nº 1.159, de 26 de novembro de 2008, proferido pela Delegada da Receita Federal em Aracaju, que homologou parcialmente a compensação do crédito relativo ao saldo negativo apurado no ano calendário de 2005, no valor original, na data da transmissão do Pedido de Restituição/Declaração de Compensação PER/DCOMP, de R$227.889,31, com débitos de sua responsabilidade. O relato e as fundamentações expostos no despacho, às fls. 140 a 146, concluíram pelo reconhecimento do direito ao crédito eferente ao saldo negativo do imposto de renda, apurado no período de 1º de janeiro a 1º de outubro de 2005, no valor de R$ 227.889,31; pela homologação da compensação do débito correspondente a parcela da CSLL Estimativa do mês de março/06, no valor de R$147.360,83; homologar parcialmente a compensação do débito correspondente a parcela da CSLL Estimativa do mês de maio/06, no valor de R$80.201,07; e exigir o valor da parcela do débito parcialmente compensado relativa à CSLL Estimativa do mês de maio/06, no valor de R$33.782,70. Cientificada do referido Despacho Decisório que deferiu parcialmente a homologação, o contribuinte apresentou, às fls. 159 a 166, manifestação de inconformidade, sob as seguintes razões de defesa: • no anocalendário de 2005, apresentou duas declarações de rendimentos, em razão de cisão parcial do seu patrimônio, razão pela qual apurou os seus resultados tributáveis em dois períodos distintos, quais sejam: um, abrangendo o período de 1º de janeiro a 1º de outubro de 2005 e, o outro, o período de 2 de outubro a 31 de dezembro de 2005; • nos referidos períodos, foram apurados saldos negativos do IRPJ, nos seguintes valores: de R$227.889,31, fl. 60, no primeiro período, e de R$322.366,21, Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 230 3 fl.102, no segundo período, perfazendo crédito passível de compensação, no montante de R$550.255,52; • ressaltese que o crédito tributário decorrente do saldo negativo do IRPJ, no valor de R$322.366,21, apurado no período de 02/10/2005 a 31/12/2005, foi objeto do processo administrativo nº 10510.720196/200731, tendo sido homologada, por meio do Despacho Decisório nº 1.160/08, a compensação do IRPJ Estimativa, do mês de abril /06, no valor de R$138.787,12, remanescendo saldo de crédito a ser compensado, posteriormente pela Requerente; • quanto ao crédito apurado no período de 1º de janeiro a 01 de outubro de 2005, no valor de R$227.889,31, o Despacho Decisório nº 1.159/08 homologou, integralmente, a parcela do mês de março/06, no valor de R$ 147.360,83 e parte da parcela do mês de maio/06 da referida contribuição, no valor de R$80.201,07, remanescendo a importância original a pagar de R$33.782,70, cujo documento de arrecadação foi encaminhado a Requerente pela autoridade administrativa; • analisando os cálculos realizados pela autoridade fiscal, se insurge contra os seguintes fatos: a) Imposição de multa de mora sobre a parcela do débito remanescente, tendo em vista que a Requerente, antes da data e vencimento confessou à Administração Tributária o tributo devido, o que derroga a sua imposição, em face da ocorrência da denúncia espontânea prevista no artigo 138 do CTN; b) Equívoco cometido pela autoridade fiscal no cálculo dos juros de mora, consignado no DARF de fls. 153, conforme demonstrativo à fl. 164; • tendo a Requerente confessado em sua DCTF, conforme consignado no documento de fl. 90, inadmissível a pretensão fiscal na cobrança da multa de mora sobre a parcela albergada pela compensação tributária; • além da apresentação tempestiva da DCTF, em 29 de junho de 2006, remeteu à Receita Federal, PER/DCOMP, fls. 30 a 34, nº 17072.57057.290606.1.3.020530, onde informou a compensação tributária da CSLL – Estimativa do mês de maio de 2006, no montante de R$119.132,41; • ressaltese que a declaração de compensação com numeração final 0530 foi retificada em 23 de abril de 2007, pela DCOMP nº 38242.73215.230407.1.7.02 2248, tendo em vista erro no valor do crédito informado, bem assim na data de apuração do referido crédito.Foi informado na declaração retificadora, equivocadamente, que o valor do débito a compensar era de R$109.025,54; • posteriormente, em 06 de novembro de 2008, verificando erro na DCOMP entregue em 23/04/2007, a Requerente retifica a referida declaração de compensação no sentido de ajustar o valor do débito a compensar, que passou a ser de R$119.132,41; • assim, resta comprovado que a Administração Tributária tinha pleno conhecimento da compensação pretendida, antes do vencimento do débito e de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, caracterizando, assim, a chamada denúncia espontânea prevista no artigo 138 do CTN; • dessa forma, não há dúvida que o ente tributante tinha pleno conhecimento do tributo devido, que foi declarado em DCTF, bem como a forma de sua extinção, fato informado na declaração de compensação, enviada à Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 231 4 Administração Tributária, tempestivamente, fato que elide a imposição da multa de mora, conforme pacífica jurisprudência administrativa e judicial; • em relação aos juros cobrados, ao que parece a autoridade administrativa equivocouse no percentual adotado para cálculo dos juros de mora posto que no período a taxa SELIC foi de 30,66% e não de 42,47% como utilizado. • devese observar que o processo administrativo não busca apenas a segurança jurídica, mas, também a observância e o controle da legalidade dos atos da Administração, o que só pode ser alcançado mediante a compreensão de toda extensão dos fatos relevantes, relacionados a esse ato, o que obriga a autoridade julgadora a conhecer todas as provas, ainda que produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos supervenientes que comprovem as alegações do sujeito passivo; • por fim, diante das alegações acima, onde resta comprovada a improcedência parcial da cobrança objeto do presente processo, uma vez que ficou evidenciado que as alegações da Requerente estão assentes na legislação tributária vigente, além de que os cálculos e os critérios que embasaram o Despacho Decisório apontam falhas e inconsistências que devem ser reconhecidas e sanadas por esse órgão julgador, requer o acolhimento da presente Manifestação de Inconformidade. A recorrente, na peça recursal submetida à apreciação deste colegiado, alegou, em síntese, que: (a) a multa de mora possui perfil de sanção, de punição, e não de ressarcimento, destinado a recompor o patrimônio do Estado, que foi lesado pela demora do devedor, como faz parecer seu rótulo, diferentemente do que ocorre com os juros de mora; (b) a jurisprudência do CARF autoriza o expurgo das multas de mora, na inexistência de procedimento fiscal em curso, e desde que o tributo tenha, de forma espontânea, sido integralmente recolhido, acrescido dos juros de mora (Acórdão CSRF 04 00.652, 0103.720). É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo de Andrade, Relator. O recurso foi recebido como tempestivo pela unidade local da RFB (fl.227). Neste despacho são mencionadas as fls. 187/188. A fl. 188 contém a primeira folha do Recurso Voluntário apresentado. A fl. 187 que deve conter o despacho não foi digitalizada. Todavia, tendo em vista que o despacho de fl. 227 a ela se reporta, conheço do recurso. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 232 5 Débitos declarados em DCOMP não retificadora prestada após seu vencimento. Incidência de multa de mora O recorrente prestou a DCOMP nº 08562.42973.061108.1.3.024442 (fl. 120/123), que foi homologada em parte, restando saldo devedor de R$33.782,70 (fls. 147/148). Isto porque, o débito lá informado incluía apenas o valor principal, desacompanhado dos acréscimos moratórios; todavia, já se encontrava ele vencido ao tempo em que a DCOMP foi prestada, eis porque o direito creditório reconhecido não logrou compensar todo o débito informado, conforme o despacho decisório nº 1.159/2008, da DRF/AJU. O cálculo dos juros foi recomposto pela decisão de primeiro grau, e dele não foi interposto recurso, nem coube recurso de ofício. Todavia, reitera pedido para que seja aplicado o disposto no art. 138 do CTN ao débito em questão, entendendo indevida a cobrança de multa de mora sobre o valor de R$33.782,70. Isto porque, segundo alega, confessou referido débito em DCTF (fl.90), antes de sua data de vencimento. Além disso, o débito foi informado em DCOMP na data de 29/06/2006, sendo o débito relativo a pagamento de estimativa de CSLL relativa ao mês de maio/2006, com vencimento, portanto, em 30/06/2006, embora tal DCOMP tenha sido retificada em 23/04/2007, e em 06/11/2008, com alterações no valor do débito (de iniciais R$119.132,41 para R$109;025,54, retornando para os R$119.132,41). Desta forma, a Administração conhecia o débito antes mesmo de seu vencimento, não havendo razão para cobrança. Aduz, ainda que, além de confessar de forma espontânea o débito, condicionam o reconhecimento da denúncia espontânea unicamente a inexistência de processo administrativo ou de fiscalização tributária, situações que não ocorreram. O despacho decisório nº 1.159/2008, da DRF/AJU aborda diferentemente a questão. Segundo se depreende da decisão, a autoridade administrativa, detinha sob sua análise ao tempo dos trabalhos de homologação, duas DCOMP hábeis para aproveitar o saldo remanescente do crédito relativo ao saldo negativo do AC 2005 no valor de R$227.889,31, que fora já parcialmente absorvido pela DCOMP 1566.17066.111108.1.7.022267 (fl.124/128). São elas: a) a DCOMP 38242.73215.230407.1.7.022248 (fl. 34/37), que retificou a DCOMP 17072.57057.290606.1.3.020530 (fl. 30/33), visando alterar tanto o crédito quanto o débito da declaração original (crédito alterado para R$227.889,31 e débito alterado para R$109.025,54, relativo a maio/2006); b) a DCOMP 08562.42973.061108.1.3.024442 (fl. 120/123), que não retificava nenhuma outra (conforme a própria declaração do contribuinte fl. 120), com a Fl. 5DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 233 6 pretensão de compensar débito de CSLL de maio de 2006, no valor de R$ 119.132,41 com o crédito oriundo do saldo negativo de IRPJ do período de apuração de 01/01/2005 a 01/10/2005, no valor de R$ 227.889,31. Como se pode notar, exceto pela diferença no valor do débito – que o recorrente atribui a erro material – nenhuma diferença há entre os pedidos de ambas. Tendo em vista o que dispõe a legislação, a autoridade administrativa efetuou a compensação da DCOMP 08562.42973.061108.1.3.024442 porque esta era mais recente (transmissão em 06/11/2008), enquanto a DCOMP 38242.73215.230407.1.7.022248 havia sido transmitida em 23/04/2007. Ocorre que por retificar expressamente a DCOMP 17072.57057.290606.1.3.020530, que fora transmitida em 29/06/2006, a DCOMP 38242.73215.230407.1.7.022248 teria o condão de eliminar os acréscimos moratórios relativos ao débito compensado, porque, neste caso, estes seriam vincendos ao tempo de sua prestação (art. 61, IN SRF nº 600/2005). Mesma sorte não se dá com a DCOMP 08562.42973.061108.1.3.024442 porque, por não ser retificadora e não se referir a nenhuma outra anterior, considerou o débito relativo a maio/2006 como não pago, nem amparado por qualquer outra situação, e, portanto, sujeito aos encargos moratórios. Exposto o fato, entendo correto o procedimento adotado pela autoridade administrativa. Também não vejo possibilidade para a aplicação do art. 138 ao caso, sob a justificativa alegada. O fato de ter informado o débito em DCTF e mesmo em DCOMP anteriormente ao vencimento não elide a responsabilidade pelo seu não pagamento. Isto porque como as declarações são anteriores ao vencimento, então não há falar em denúncia relativa a infração, porque até aquele momento não havia infração. Por outro lado, ainda que estivéssemos diante de uma denúncia de infração, dado que ela se referiria a crédito tributário não pago, haveria novo óbice, porquanto a dicção do art. 138 exige o pagamento do tributo devido (acompanhado dos juros de mora) ou o depósito do montante arbitrado pela autoridade (quando for caso) para afastar a penalidade, situação não presente. Ressalto, ainda, que o simples fato de declarar o tributo como devido em DCOMP e postular sua extinção por compensação não se equipara a pagamento. Desta forma, a situação presente não é aquela referida na jurisprudência colacionada pelo recorrente, que se refere à exclusão de multa de mora sobre tributos confessados espontaneamente e pagos, e, portanto, não tem cabimento na presente análise. Assim, voto para negar provimento ao Recurso Voluntário. Sala das Sessões, 30 de junho de 2011. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Relator Fl. 6DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 10510.720195/200796 Acórdão n.º 130200.621 S1C3T2 Fl. 234 7 Fl. 7DF CARF MF Emitido em 05/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE Assinado digitalmente em 04/07/2011 por EDUARDO DE ANDRADE, 05/07/2011 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000294/2005-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF
Ano-calendário: 2003
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS NOS TERMOS DO ART. 5º DA MP n° 2.222/ 2001.
O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 50 da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007).
DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO.
Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciá-lo.
Numero da decisão: 1301-000.523
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para anular a decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DEINF/RJ para, observando o disposto no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 28 de dezembro de 2005, decidir o pleito.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Valmir Sandri
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201103
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Ano-calendário: 2003 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS NOS TERMOS DO ART. 5º DA MP n° 2.222/ 2001. O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 50 da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007). DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO. Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciá-lo.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 19740.000294/2005-57
conteudo_id_s : 5883609
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1301-000.523
nome_arquivo_s : Decisao_19740000294200557.pdf
nome_relator_s : Valmir Sandri
nome_arquivo_pdf_s : 19740000294200557_5883609.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para anular a decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DEINF/RJ para, observando o disposto no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 28 de dezembro de 2005, decidir o pleito.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2011
id : 7370608
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:22:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050588418146304
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2051; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19740.000294/200557 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1301000.523 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 31 de março de 2011 Matéria Compensação Recorrente Real Grandeza Fundação de Previdência e Assistência Social Recorrida 1ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS NOS TERMOS DO ART. 5º DA MP n° 2.222/ 2001. O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 50 da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007). DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO. Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciálo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para anular a decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DEINF/RJ para, observando o disposto no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 28 de dezembro de 2005, decidir o pleito. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Fl. 1DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 2 2 Presidente (assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto , Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, André Ricardo Lemes da Silva (Suplente Convocado) e Guilherme Pollastri Gomes da Silva (Suplente Convocado). Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto por Real Grandeza Fundação de Previdência e Assistência Social, contra a decisão da 1ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro, que indeferiu sua manifestação de inconformidade e confirmou a decisão da autoridade competente da DEIF/RJ, a qual não homologou as compensações solicitadas por meio das declarações de compensação de fls. 02/26. O crédito indicado nas DCOMP é oriundo de imposto de renda incidente sobre rendimentos de fundos de renda fixa, que teria sido pago a maior, por erro de apuração, quando da utilização do benefício instituído pelo art. 5º da Medida Provisória no 2.222/2001. Esclarece a interessada que a Medida Provisória n° 2.222, de 04/09/2001, criou o Regime Especial de Tributação — RET, e dispôs sobre a tributação da renda dos planos de benefício de caráter previdenciário, instituindo uma nova modalidade opcional de apuração do imposto de renda para as entidades fechadas de previdência privada complementar. Quem optasse pelo RET não mais estaria sujeito à incidência do imposto de renda exclusiva e definitiva na fonte quando auferisse ganhos ou rendimentos nas diversas aplicações. Informou à interessada que, mesmo entendendo estar desobrigada do pagamento do imposto de renda, o que dispensaria a sua adesão ao regime especial de tributação, em observância ao princípio da eventualidade, procedeu à opção legalmente prevista. Assim, amparada no art. 5º da MP, que instituiu um perdão da penalidade imposta pela infringência ao seu dever tributário de recolher tempestivamente os tributos supostamente devidos à Receita Federal até 31 de agosto de 2001, procedeu ao pagamento de seus débitos relativos ao IRRF, com base na mencionada anistia. Posteriormente ao pagamento do débito de IRRF, constatou erro na apuração do montante devido, tendo verificado que recolheu R$ 4.982.188,65 a mais que o devido pelas regras da Receita Federal a titulo de IRRF de rendimentos em Fundos de Renda Fixa. Esse valor foi objeto dos PER/DCOMP de fls. 02/26, e sua apuração está exposta em detalhe em demonstrativos anexos aos referidos PER/DCOMP. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 3 3 A autoridade administrativa da DEINF não homologou as compensações ao fundamento de que os valores pagos constituem confissão de dívida e há na legislação norma que veda a restituição e a compensação de valores recolhidos no RET. Em sua manifestação de inconformidade deduzida frente à DRJ, argumentou a interessada que o dispositivo que veda a restituição não pode ser aplicado no presente caso, uma vez que sequer poderia ter confessado valores que não deve, e muito menos o Estado poderia apropriarse de valores que não lhe são devidos, pois não são referentes a débito tributário, mas decorrem de erro na apuração da base de cálculo, de modo que considerou parcelas não passíveis de tributação, e que o próprio pagamento, à época, foi feito a maior. Aduziu não haver como defender a impossibilidade de utilização de valores pagos na anistia/remissão, se o próprio programa da SRF, específico para que o contribuinte possa realizar as compensações (PER/DCOMP 1.3), aceita como crédito passível de compensação o código 8998, que foi criado exclusivamente para recolhimentos de imposto de renda dos optantes pela regra de parcelamento do artigo 5º da MP 2.222/2001 (RET). Esclareceu que o código 8998 foi criado e existe exclusivamente para que as pessoas jurídicas paguem seus débitos de IRPJ, como determina o artigo 5° da MP 2.222/2001, ou seja, fazendo a confissão irretratável de dívida, entre outras condições. Lembrou que a Instrução Normativa SRF n° 376, de 23 de dezembro de 2003, que regulamenta como devem ser realizadas as compensações, não traz qualquer impedimento para a utilização de créditos decorrentes de pagamentos realizados com o código 8998. A 1ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro indeferiu a manifestação de inconformidade trazendo, em síntese, a seguinte motivação: • Para fruição do direito de compensação é necessário que o crédito seja dotado de liquidez e certeza, não cabendo à autoridade administrativa verificar se os créditos que a interessada alega possuir são dotados dessas qualidades; • As retenções de Imposto de Renda na Fonte IRRF, não são pagamentos a maior ou indevidos passíveis de restituição/compensação, uma vez que seu fato gerador ocorre no momento em que o rendimento é auferido, sendo a retenção obrigatória por parte da fonte pagadora. • Não obstante a anistia concedida pela lei para os optantes pelo RET, a compensação somente pode ser autorizada se fundada em elementos irrefutáveis, que imprimam certeza absoluta ao crédito pleiteado. • A legislação do Imposto de Renda estabelece que só é possível cogitar da hipótese de restituição e/ou compensação do IRRF se o interessado comprovar ter recolhido o tributo de forma indevida ou a maior que o devido, no momento da retenção, nos termos do artigo 165 do Código Tributário Nacional. • Os documentos juntados pelo interessado (demonstrativos de fls. 27, 29/30, 34 e 37, cópias de Darf de fls. 28, 31/33 e cópias de extratos de sistemas da Receita Federal, em que se verificam diversos pagamentos) não representam prova suficiente para se considerar que houve recolhimentos a maior ou indevidos, pois estão desacompanhados de cópias das folhas correspondentes dos livros contábeis e fiscais, ou outros elementos Fl. 3DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 4 4 que comprovem inequivocamente o alegado engano na aferição da base de cálculo do tributo devido. • Tendo em vista o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto no 70.235/72, a fim de comprovar a certeza e liquidez do suposto crédito, a interessada, obrigatoriamente, deveria ter instruído sua manifestação de inconformidade com documentos que respaldassem suas afirmações. • As demais alegações, dentre as quais as referentes ao código do tributo, à ausência de restrição normativa impeditiva da compensação, ao Regime Especial de Tributação — RET, e à confissão efetuada com base em erro, etc., têm o seu contexto prejudicado, uma vez que se baseiam na tese do cometimento de erro escusável na apuração da base de cálculo, o qual necessita de prova inequívoca da sua ocorrência e de termos comparativos de que houve pagamento a maior ou indevido, fundados em livros e documentos obrigatórios por lei e não apenas em planilhas e demonstrativos elaborados pelo próprio interessado, prova sem a qual não há como se autorizar a compensação requerida. Ciente da decisão, a interessada ingressou com recurso em 26/11/2007, cujas alegações, em síntese, são as seguintes: • A autoridade administrativa indeferiu a compensação ao único fundamento de que o parcelamento de débitos com fulcro no disposto no art. 5° da MP n° 2.222, de 2001, constitui ato jurídico perfeito, confissão extrajudicial e irretratável de dívida e, além disso, não pode acarretar restituições das quantias pagas. • Contra esse despacho e seu fundamento foi apresentada manifestação de inconformidade, indeferida pela Turma de Julgamento que, inovando, manteve o despacho recorrido sob o argumento de que a interessada não teria comprovado a origem dos seus créditos. • Quanto ao fundamento inicial para o indeferimento (parcelamento com base no art. 5º da MP 2222 constitui confissão de dívida e não acarretará restituição), a própria Receita Federal reconheceu o equívoco que vinha cometendo, ao expedir o Ato Declaratório Interpretativo n° 17/2005, que esclareceu que “O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 5º. da Medida Provisória n° 2.222, de 4 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais." • Não é de competência de a Turma Julgadora adentrar na questão da origem dos créditos utilizados, se não o fez a instância de origem, e assim, deveria a DRJ acatar as razões da manifestante e devolver o processo para a Delegacia de origem analisar os créditos utilizados. • O documentário (extratos bancários, balancetes, cópias de livros fiscais, etc.), não foi apresentado até mesmo por questão de economia processual porque, Fl. 4DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 5 5 além de vultoso, é cediço que a Fiscalização efetuaria diligência in loco, requisitando ainda outras provas. • Toda a documentação apta a comprovar o recolhimento indevido está à disposição do Fisco. • O voto condutor se equivoca ao esclarecer que “ (...) tais retenções não se tratam de pagamentos a maior ou indevidos passíveis de restituição/compensação, uma vez que, no momento em que ocorrem, são obrigatórias e devidas, pois seu fato gerador ocorre ao se auferir rendimento, cuja retenção do imposto é obrigatória pela fonte pagadora.” Embora detidamente explicado, parece que os julgadores não compreenderam que, embora a legislação determinasse a retenção do IR, a mesma não foi feita à época pelas Instituições Financeiras, por julgarse imune a Recorrente. • Com a sedimentação do entendimento quanto à inaplicabilidade da imunidade para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, aliada ao advento da anistia, a Recorrente efetuou o pagamento dos valores que deveriam ter sido retidos. Portanto, não há que se falar em compensação de retenções, mas de compensação do que deveria ter sido retido pelas Instituições Financeiras (e não foi), mas foi pago posteriormente (e indevidamente) pela Recorrente. • Quanto à origem do crédito, a própria Turma de Julgamento a quo reconhece que a ora Recorrente a expôs com minúcia. • A parte documental não foi anexada, tendo em vista o grande volume, aliado ao fato de que a prática fiscal é de iniciar procedimento de fiscalização no estabelecimento do Contribuinte, tornando mais célere e eficaz o procedimento. • A origem dos pagamentos efetuados a maior é oriunda de equívocos cometidos na apuração da base de cálculo, estes por sua vez decorrentes das significativas mudanças ocorridas na legislação aplicável, entre 1997 e 1999 (entre janeiro/1997 IRRF devido no resgate, com o advento da MP 1.753/1998 e até 02/08/1999, tributação no vencimento das carências ou no resgate, o que ocorresse primeiro, a partir de 03/08/1999, quando entrou em vigor a Circular BACEN n° 2.906, de 1999, que determinou o rendimento diário para os fundos de investimento de renda fixa, tributação segundo o regime de competência, mensalmente). • Foi constatada divergência no valor global em 31/12/1999, decorrente de um lançamento de correção de IRRF indevido no mês de dezembro de 1999, e o lançamento foi estornado no mês de janeiro de 1999, conforme as razões das contas nos meses de dezembro/1998 e janeiro/1999. • Outro equívoco encontrado foi na quantidade de quotas nos Fundos Deutsche e Lloyds, em função de a Recorrente ter adotado a planilha de cálculo elaborada anteriormente pela própria Receita Federal, a qual desconsiderou algumas quotas do fundo Deutsche e do fundo Lloyds em virtude destas apresentarem perdas no período por ele analisado. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 6 6 • O Deutsche, por compreender operações com derivativos, estava sujeito a variações negativas. Na revisão realizada, percebeuse, através da análise do razão contábil da rubrica 6211.04.08.1 — Despesas e/ou Prejuízo na Venda, que em junho de 1999 a Real Grandeza sofreu uma redução significativa na quota, o que gerou uma perda de R$ 1.595.740,40 para a Entidade. Logo, para a apuração correta do imposto, deveria ser considerada como quota PO, (P zero), ou seja, como quota anterior à quota de aniversário, a última quota onde houve a incidência do imposto. • Vejase que somente no mês de fevereiro de 2001 é que a quota recuperou ganho em relação ao mês de outubro de 1999, último mês onde houve incidência de imposto. Em outubro de 1999 a quota equivalia a R$ 98,8592485, só recuperando o seu valor em fevereiro de 2001, quando foi cotada em R$ 98,9701533. Desta forma, entre janeiro de 2000 e janeiro de 2001 não houve base de cálculo para a incidência de IRRF sobre aplicações no fundo Deutsche. • O Fundo Lloyds também apresentou perdas nos meses de janeiro, abril e maio de 2000, e em virtude disso, nesses meses foram excluídas da base de cálculo do imposto de renda as receitas obtidas no referido fundo. • Pelas regras da Receita Federal, a entidade recolheu IRRF de R$ 5.110.657,51 a mais do que o devido a título de Fundos de Renda Fixa, valores estes expostos detalhadamente nos anexos às PER/COMP’s listadas. • A questão documental só surgiu quando do julgamento pela DRJ, eis que a discussão inicial envolvia apenas questão de direito (se valor pago à maior ou indevidamente na anistia da Medida Provisória n. 2.222/2001, poderia ser objeto de pedido de restituição). Assim, com o recurso, a Recorrente apresenta os extratos das Instituições Financeiras, sobre quais foram calculados com erro – os valores de imposto de renda devidos e recolhidos na anistia. • Como não foi possível deduzir quais os outros documentos que seriam necessários para a confirmação do crédito por parte da Receita Federal, informa que todos os seus arquivos estarão à disposição da Fiscalização no seu endereço. Finaliza postulando pela realização de perícia, caso se entenda que o documentário apresentado, bem como a realização de diligência (em função do grande volume de documentos) não seja suficiente para a comprovação do pagamento indevido. Formula quesitos e indica assistente técnico. É o relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 7 7 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. Como se viu do relatório, cuidase de processo de restituição/compensação indeferido pela autoridade competente sem qualquer análise quanto à existência do indébito. A decisão recorrida confirmou o despacho denegatório ao argumento de que o contribuinte não comprovou o pagamento a maior, e que, segundo o disposto nos arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72, a impugnação deve estar instruída com os documentos em que se fundamentar, e que a prova documental deve com ela ser apresentada, precluindo o direito do impugnante de fazêlo em outro momento processual, a não ser nas hipóteses previstas nas alíneas (a) a (c) do art. 16. Todavia, é preciso levar em consideração que as normas previstas no Capítulo I, do Decreto nº 70.235/72 (arts.1º a 45) regem o contencioso administrativo tributário. E que, diferentemente dos processos de exigência de crédito tributário, em que o contencioso se inaugura com a impugnação ao lançamento, nos processos de restituição/compensação o contencioso se inaugura com a impugnação (manifestação de inconformidade) à decisão denegatória da autoridade competente. Os artigos 15 e 16 do Decreto n° 70.235, de 1972, estabelecem : "Art. 15 A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16 A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir (...) § 4° A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (...)” No caso, o que o contribuinte impugnou não foi o não reconhecimento do indébito, mas sim a questão prejudicial surgida com o despacho denegatório, de que o parcelamento com base no art. 5º da MP 2222/2001, constitui confissão de dívida e não acarretará restituição. Tratase de questão que não exige juntada de prova, mas apenas a menção das razões de direito em que se funda. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 8 8 Na realidade, ocorreu um desvio no procedimento ordinário observado em pedidos de restituição, causado pelo entendimento equivocado do analista, de que os valores recolhidos, ainda que a maior, com fulcro na anistia, não poderiam ser restituídos. O direito à restituição do tributo pago a maior que o devido decorre de lei (art. 165 do CTN), estando condicionado apenas à prova do pagamento a maior e à formulação do pedido antes da extinção do direito de pleitear a restituição (cinco anos contados da extinção do crédito tributário, conforme art. 168 do CTN). Num processo de restituição, cabe ao contribuinte provar que pagou mais que o valor devido. Mas quem determina o valor devido é o fisco, cabendo ao contribuinte comprovar quanto pagou. Do confronto dos dois valores se apura a eventual existência de direito creditório e se o quantifica. Em regra, ao formular o pedido de restituição o contribuinte indica/ demonstra a origem do crédito e as provas do pagamento. A autoridade administrativa, ao analisar o pedido, confirma a efetividade dos recolhimentos apontados pelo contribuinte e os confronta com os valores devidos (em geral, faz uma auditoria sobre os valores indicados pelo contribuinte como devidos). Nessa tarefa, se assim entender, pode intimar o contribuinte a apresentar os documentos que julgue necessários à apuração da base de cálculo, ou mesmo determinar à fiscalização que a confirme. No presente caso, esse procedimento não foi observado. Tendo a autoridade administrativa equivocadamente entendido que, mesmo que estivesse provado o pagamento indevido ou a maior, o indébito não poderia ser restituído, e por essa razão não fez a análise da existência do direito creditório, não por falta de apresentação dos documentos por parte do contribuinte, mas apenas porque entendia que, independentemente de quaisquer documentos por ele apresentados, a restituição deveria ser indeferida. É óbvio que se não houvesse enveredado por esse caminho, a autoridade prosseguiria na análise do direito creditório, pois o contribuinte indicou sua origem. Eventualmente, se assim entendesse, intimaria o contribuinte a apresentar documentos que julgasse necessário e/ou determinaria a confirmação, pela fiscalização. Logo, como bem argumentou a Recorrente, não poderia a Turma de Julgamento indeferir a impugnação/manifestação de inconformidade com base em questão não suscitada nem debatida na instância a quo (DRF). Portanto, são essas minhas razões para votar no sentido de dar provimento ao recurso, determinando o retorno dos autos à DEINF/RJ para, observando o disposto no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 28 de dezembro de 2005, decidir o pleito. Sala das Sessões, em 31 de março de 2011 (assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 8DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI Processo nº 19740.000294/200557 Acórdão n.º 1301000.523 S1C3T1 Fl. 9 9 Fl. 9DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/04/2011 por VALMIR SANDRI
score : 1.0
Numero do processo: 10166.009078/2003-10
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
Ementa: RETIFICADORA
O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
Numero da decisão: 1103-000.537
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Mário Sérgio Fernandes Barroso
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201110
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2003 Ementa: RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10166.009078/2003-10
conteudo_id_s : 5954112
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1103-000.537
nome_arquivo_s : Decisao_10166009078200310.pdf
nome_relator_s : Mário Sérgio Fernandes Barroso
nome_arquivo_pdf_s : 10166009078200310_5954112.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2011
id : 7583198
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:36:16 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051419524726784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1569; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 1 1 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.009078/200310 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 110300.537 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 04 de outubro de 2011 Matéria Compensação Recorrente VIA INTERNET INFORMÁTICA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003 Ementa: RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Aloysio José Percínio da Silva Presidente Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Cristiane Silva Costa, Marcelo Baeta Ippólito e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Fl. 228DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 Trata se de recurso voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada a respeito da decisão da DRJ de Brasília que negou a manifestação de inconformidade da contribuinte. Trata o processo de declaração de compensação (fl. 1), na qual a contribuinte acima identificada, compensa pretenso crédito de IRRF incidente sobre Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica (Cód. 1708), no valor de R$ 1.862,50, como débito de Cofins apurado em julho/2003, no mesmo valor. Para subsidiar o seu pedido à empresa juntou a este processo cópia do Razão Analítico das retenções efetuadas no anocalendário 2003 (fl. 2). A autoridade administrativa no despacho decisório (fls. 17/19), após examinar a questão, resolveu não homologar a declaração de compensação por considerar indevida a compensação direta do IRRF com tributos ou contribuições de espécies diferentes. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 10/04/2007 (fl. 22 v). Inconformada apresentou em 07/05/2007, a manifestação de inconformidade (fls. 23 a 24), na qual, em resumo, apresenta os seguintes argumentos de defesa: a decisão proferida no despacho decisório está equivocada, porque o pedido não trata de compensação de imposto de renda retido na fonte, mas sim de saldo negativo de imposto de renda retido por pessoas jurídicas nos anoscalendários 1999 a 2002, compensado neste processo e demonstrado no Per/Dcomp pelo que não há se falar em antecipação; o saldo negativo compensado está informado na pág. 20, 4º trimestre, linhas 12 e 18 da DIPJ/2002, e o total de impostos e contribuições a recuperar na página 50 linha 10, na qual consta às contribuições retidas por pessoas jurídicas, que compõe o saldo negativo, e houve falha no preenchimento da declaração de compensação ao não marcar o item de saldo negativo de IRPJ e CSLL e também no preenchimento da DIPJ/2002, mas tais falhas já foram corrigidas, conforme cópias anexadas da DIPJ retificada; do Balanço de 2002 e do Razão Analítico de 1999 a 2003 da conta IRRF a recuperar e anexo geral para todos os processos de cópias das Notas Fiscais onde ocorreram as retenções do IRRF, que visam provar o saldo na conta do ativo "Impostos e Contribuições a Recuperar", no valor de R$ 15.888,87 e sua evolução em 2003, e caso essa Secretaria entenda que os documentos apresentados não se mostram suficientes para provar o alegado, está ao inteiro dispor para apresentar o que for solicitado. Se ainda assim persistir dúvidas, requer diligência para verificar "in loco" os documentos fiscais que comprovam de forma inequívoca a verdade do que ora requer. Por derradeiro, requer a reconsideração do despacho decisório, para homologar a referida compensação, eis que a mesma foi regularmente efetuada, conforme se pode constatar na análise dos documentos, ora anexados. A DRJ decidiu (ementa): “Restituição/Compensação de tributos/contribuições. A restituição de indébito fiscal, bem como a sua compensação somente poderá ser autorizada pela autoridade administrativa com crédito liquido e certo do sujeito passivo, contra a Fazenda Pública.” Fl. 229DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009078/200310 Acórdão n.º 110300.537 S1C1T3 Fl. 2 3 A contribuinte recorre (resumo): DA COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO SALDO NEGATIVO DE IRPJ O Livro Diário e o Razão demonstram claramente que os valores relativos ao Imposto de Renda Retido Na FonteIRRF, incidentes sobre as Notas Fiscais emitidas pela empresa, e identificadas uma a uma, tiveram seus saldos superiores ao imposto de renda devido, passando de um para outro exercício, o que caracteriza a existência de Saldo Negativo do IRPJ, senão vejamos: Da composição do saldo da conta contábil 128536 — IRRF A RECUPERAR: Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/1999 R$ 15.589,77; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2000 R$ 16.914,47; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2001 R$ 17.908,26; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2002 R$ 15.888,87 Na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIPJ do Exercício de 2003 —página 20, Ficha 12A, 40 trimestre, linha 13 e linha 18, encontrase a informação do saldo negativo de IRPJ no valor de R$ 15.888,87; Ainda nessa mesma DIPJ — balanço patrimonial — página 50, Ficha 38A, linha 10, encontrase o valor dos impostos e contribuições a recuperar no total de R$ 18.244,21, onde está contido o valor de R$ 15.888,87 relativo ao saldo do IRPJ a recuperar. O prazo para o contribuinte efetuar a retificação das declarações é o mesmo prazo previsto no §4° do art. 150 do CTN, qual seja, 5 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador. Assim, dentro deste prazo legal, constatado o erro material no preenchimento, perfeitamente válida é a retificação. O mero erro material não altera o direito do contribuinte, pois, como demonstramos anteriormente, não se pode admitir que um erro material na informação dada em uma obrigação acessória seja o suficiente para configurar a existência de um crédito tributário. É certo que somente após constatar os equívocos cometidos é que o recorrente teve a oportunidade de proceder a correção dos erros de preenchimento da DIPJ e do PERD/COMP. Anexa jurisprudência. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 A questão fulcral para o deslinde da pendência é o reconhecimento ou não do pretenso crédito de IRRF, bem como a sua compensação com débito de Cofins, apurado no mês de julho de 2003. A legislação tributária estabelece que a pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor pago ou retido na fonte na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período (IN SRF nº 600, de 2005, art. 10). A recorrente afirma que com a retificadora, os créditos seriam de saldo negativo. Do Acórdão da DRJ transcrevo: “A recorrente argumenta que o crédito pleiteado não se refere ao IRRF, mas sim saldo negativo de imposto. Para provar tal alegação junta ao processo cópia de DIPJ retificadora; Per/Dcomp retificadora, e cópias do Balança Patrimonial, Demonstração do resultado do Exercício e de folha do Razão Analítico; contudo, nesses documentos a manifestante não prova a existência do saldo negativo reclamado. Registrese, por oportuno, que esses documentos não servem de provas para comprovar o saldo negativo alegado: primeiro, porque as declarações retificadoras (DIPJ e Per/Dcomp) foram apresentadas, após a ciência do despacho decisório, e segundo, porque nos demonstrativos e balanço patrimonial consta apenas à existência de suposto crédito a recuperar, não fazendo qualquer referência a saldo negativo de imposto.” De fato, a legislação de regência Instrução Normativa n°. 376/2003, art. 6°determina: "Art. 6 O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1.2 (ou versão anterior) e transmitidos à SRF poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador gerado a partir do Programa PER/DCOMP 1.2, desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 7 2 e 82" Assim, como vemos, a retificadora aqui apresentada foi a destempo, pois, foi 04/05/2007 enquanto o despacho decisório foi em 10/04/2007, portanto, as informações nela contidas não podem ser consideradas. Quanto à documentação acostada pela recorrente, só há provas da retenção, não há provas do saldo negativo. Ademais, a recorrente fazia sim compensação de fonte, não se tratando de erro de fato. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009078/200310 Acórdão n.º 110300.537 S1C1T3 Fl. 3 5 Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 04 de outubro de 2011 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 232DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.009074/2003-23
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2003
RETIFICADORA
O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
Numero da decisão: 1103-000.528
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado negar provimento por unanimidade.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: MÁRIO SÉRGIO FERNANDES BARROSO
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201110
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2003 RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10166.009074/2003-23
conteudo_id_s : 5953973
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1103-000.528
nome_arquivo_s : 110300528_10166009074200323_201110.pdf
nome_relator_s : MÁRIO SÉRGIO FERNANDES BARROSO
nome_arquivo_pdf_s : 10166009074200323_5953973.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do colegiado negar provimento por unanimidade.
dt_sessao_tdt : Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
id : 7583192
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:36:16 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051419753316352
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1540; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 1 1 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.009074/200323 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 110300.528 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 03 de outubro de 2011 Matéria Compensação Recorrente VIA INTERNET INFORMÁTICA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado negar provimento por unanimidade. Aloysio José Percínio da Silva Presidente Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Cristiane Silva Costa, Marcelo Baeta Ippólito e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Fl. 227DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 Trata se de recurso voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada a respeito da decisão da DRJ de Brasília que negou a manifestação de inconformidade da contribuinte. Trata o processo de declaração de compensação (fl. 1), na qual a contribuinte acima identificada, compensa pretenso crédito de IRRF incidente sobre Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica (Cód. 1708), no valor de R$ 1.708,20, como débito de Cofins apurado em junho/2003, no mesmo valor. Para subsidiar o seu pedido à empresa juntou a este processo cópia do Razão Analítico das retenções efetuadas no anocalendário 2003 (fl. 2). A autoridade administrativa no despacho decisório (fls. 17/19), após examinar a questão, resolveu não homologar a declaração de compensação por considerar indevida a compensação direta do IRRF com tributos ou contribuições de espécies diferentes. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 10/04/2007 (fl. 22 v). Inconformada apresentou em 07/05/2007, a manifestação de inconformidade (fls. 23 a 24), na qual, em resumo, apresenta os seguintes argumentos de defesa: a decisão proferida no despacho decisório está equivocada, porque o pedido não trata de compensação de imposto de renda retido na fonte, mas sim de saldo negativo de imposto de renda retido por pessoas jurídicas nos anoscalendários 1999 a 2002, compensado neste processo e demonstrado no Per/Dcomp pelo que não há se falar em antecipação; o saldo negativo compensado está informado na pág. 20, 4º trimestre, linhas 12 e 18 da DIPJ/2002, e o total de impostos e contribuições a recuperar na página 50 linha 10, na qual consta às contribuições retidas por pessoas jurídicas, que compõe o saldo negativo, e houve falha no preenchimento da declaração de compensação ao não marcar o item de saldo negativo de IRPJ e CSLL e também no preenchimento da DIPJ/2002, mas tais falhas já foram corrigidas, conforme cópias anexadas da DIPJ retificada; do Balanço de 2002 e do Razão Analítico de 1999 a 2003 da conta IRRF a recuperar e anexo geral para todos os processos de cópias das Notas Fiscais onde ocorreram as retenções do IRRF, que visam provar o saldo na conta do ativo "Impostos e Contribuições a Recuperar", no valor de R$ 15.888,87 e sua evolução em 2003, e caso essa Secretaria entenda que os documentos apresentados não se mostram suficientes para provar o alegado, está ao inteiro dispor para apresentar o que for solicitado. Se ainda assim persistir dúvidas, requer diligência para verificar "in loco" os documentos fiscais que comprovam de forma inequívoca a verdade do que ora requer. Por derradeiro, requer a reconsideração do despacho decisório, para homologar a referida compensação, eis que a mesma foi regularmente efetuada, conforme se pode constatar na análise dos documentos, ora anexados. A DRJ decidiu: “O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.” Fl. 228DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009074/200323 Acórdão n.º 110300.528 S1C1T3 Fl. 2 3 A contribuinte recorreu: DA COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO SALDO NEGATIVO DE IRPJ O Livro Diário e o Razão demonstram claramente que os valores relativos ao Imposto de Renda Retido Na FonteIRRF, incidentes sobre as Notas Fiscais emitidas pela empresa, e identificadas uma a uma, tiveram seus saldos superiores ao imposto de renda devido, passando de um para outro exercício, o que caracteriza a existência de Saldo Negativo do IRPJ, senão vejamos: Da composição do saldo da conta contábil 128536 — IRRF A RECUPERAR: Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/1999 R$ 15.589,77; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2000 R$ 16.914,47; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2001 R$ 17.908,26; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2002 R$ 15.888,87 Na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIPJ do Exercício de 2003 —página 20, Ficha 12A, 40 trimestre, linha 13 e linha 18, encontrase a informação do saldo negativo de IRPJ no valor de R$ 15.888,87; Ainda nessa mesma DIPJ — balanço patrimonial — página 50, Ficha 38A, linha 10, encontrase o valor dos impostos e contribuições a recuperar no total de R$ 18.244,21, onde está contido o valor de R$ 15.888,87 relativo ao saldo do IRPJ a recuperar. O prazo para o contribuinte efetuar a retificação das declarações é o mesmo prazo previsto no §4° do art. 150 do CTN, qual seja, 5 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador. Assim, dentro deste prazo legal, constatado o erro material no preenchimento, perfeitamente válida é a retificação. O mero erro material não altera o direito do contribuinte, pois, como demonstramos anteriormente, não se pode admitir que um erro material na informação dada em uma obrigação acessória seja o suficiente para configurar a existência de um crédito tributário. É certo que somente após constatar os equívocos cometidos é que o recorrente teve a oportunidade de proceder a correção dos erros de preenchimento da DIPJ e do PERD/COMP. Anexa jurisprudência. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator Fl. 229DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. A questão fulcral para o deslinde da pendência é o reconhecimento ou não do pretenso crédito de IRRF, bem como a sua compensação com débito de Cofins, apurado no mês de junho de 2003. A legislação tributária estabelece que a pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor pago ou retido na fonte na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período (IN SRF nº 600, de 2005, art. 10). A recorrente afirma que com a retificadora, os créditos seriam de saldo negativo. Do Acórdão da DRJ transcrevo: “A recorrente argumenta que o crédito pleiteado não se refere ao IRRF, mas sim saldo negativo de imposto. Para provar tal alegação junta ao processo cópia de DIPJ retificadora; Per/Dcomp retificadora, e cópias do Balança Patrimonial, Demonstração do resultado do Exercício e de folha do Razão Analítico; contudo, nesses documentos a manifestante não prova a existência do saldo negativo reclamado. Registrese, por oportuno, que esses documentos não servem de provas para comprovar o saldo negativo alegado: primeiro, porque as declarações retificadoras (DIPJ e Per/Dcomp) foram apresentadas, após a ciência do despacho decisório, e segundo, porque nos demonstrativos e balanço patrimonial consta apenas à existência de suposto crédito a recuperar, não fazendo qualquer referência a saldo negativo de imposto.” De fato, a legislação de regência Instrução Normativa n°. 376/2003, art. 6°determina: "Art. 6 O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1.2 (ou versão anterior) e transmitidos à SRF poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador gerado a partir do Programa PER/DCOMP 1.2, desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 7 2 e 82" Assim, como vemos, a retificadora aqui apresentada foi a destempo, pois, foi 04/05/2007 enquanto o despacho decisório foi em 10/04/2007, portanto, as informações nela Fl. 230DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009074/200323 Acórdão n.º 110300.528 S1C1T3 Fl. 3 5 contidas não podem ser consideradas. Quanto à documentação acostada pela recorrente, só há provas da retenção, não há provas do saldo negativo. Ademais, a recorrente fazia sim compensação de fonte, não se tratando de erro de fato. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 03 de outubro de 2011 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 231DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
score : 1.0
Numero do processo: 10510.000822/2005-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ano-calendário: 2004
MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
Revela-se indevido o pagamento de multa de mora se a contribuição lançada com vistas a prevenir a decadência foi recolhida dentro do prazo de 30 dias contados da publicação da decisão judicial que a julgou devida.
MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
Há que se reconhecer indevido o pagamento de multa de mora somente quando o débito do tributo ou contribuição, efetivamente pago após o vencimento e com acréscimo de juros legais, não constar de declaração regularmente prestada ao sujeito ativo.
Numero da decisão: 1201-000.850
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em DAR
PARCIAL provimento ao recurso, para: a) reconhecer integralmente o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos da Cofins relacionados no
processo; b) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de IRPJ relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre o IRPJ referente aos meses de abril, maio e junho de 1999, ao mês de agosto de 2000 e aos meses de junho e dezembro de 2001; c) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de CSLL relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre a CSLL referente aos meses de setembro e outubro de 1999 e ao mês de janeiro de 2000; d) considerar homologadas as
DCOMPs de que cuida o processo, até o limite do crédito aqui reconhecido.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Marcelo Cuba Netto
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201308
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2004 MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. Revela-se indevido o pagamento de multa de mora se a contribuição lançada com vistas a prevenir a decadência foi recolhida dentro do prazo de 30 dias contados da publicação da decisão judicial que a julgou devida. MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Há que se reconhecer indevido o pagamento de multa de mora somente quando o débito do tributo ou contribuição, efetivamente pago após o vencimento e com acréscimo de juros legais, não constar de declaração regularmente prestada ao sujeito ativo.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10510.000822/2005-15
conteudo_id_s : 5933952
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1201-000.850
nome_arquivo_s : Decisao_10510000822200515.pdf
nome_relator_s : Marcelo Cuba Netto
nome_arquivo_pdf_s : 10510000822200515_5933952.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PARCIAL provimento ao recurso, para: a) reconhecer integralmente o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos da Cofins relacionados no processo; b) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de IRPJ relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre o IRPJ referente aos meses de abril, maio e junho de 1999, ao mês de agosto de 2000 e aos meses de junho e dezembro de 2001; c) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de CSLL relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre a CSLL referente aos meses de setembro e outubro de 1999 e ao mês de janeiro de 2000; d) considerar homologadas as DCOMPs de que cuida o processo, até o limite do crédito aqui reconhecido.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2013
id : 7538194
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:32:58 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051148359827456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2538; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10510.000822/200515 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1201000.850 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 07 de agosto de 2013 Matéria DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente BANCO DO ESTADO DE SERGIPE S/A BANESE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. Revelase indevido o pagamento de multa de mora se a contribuição lançada com vistas a prevenir a decadência foi recolhida dentro do prazo de 30 dias contados da publicação da decisão judicial que a julgou devida. MULTA DE MORA. PAGAMENTO INDEVIDO. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Há que se reconhecer indevido o pagamento de multa de mora somente quando o débito do tributo ou contribuição, efetivamente pago após o vencimento e com acréscimo de juros legais, não constar de declaração regularmente prestada ao sujeito ativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PARCIAL provimento ao recurso, para: a) reconhecer integralmente o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos da Cofins relacionados no processo; b) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de IRPJ relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre o IRPJ referente aos meses de abril, maio e junho de 1999, ao mês de agosto de 2000 e aos meses de junho e dezembro de 2001; c) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de CSLL relacionados no processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre a CSLL referente aos meses de setembro e outubro de 1999 e ao mês de janeiro de 2000; d) considerar homologadas as DCOMPs de que cuida o processo, até o limite do crédito aqui reconhecido. (documento assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 08 22 /2 00 5- 15 Fl. 935DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 3 2 Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Relator Participaram da presente Sessão de Julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (Suplente convocado), Rafael Correia Fuso e João Carlos de Lima Junior (VicePresidente). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto nos termos do art. 33 do Decreto nº 70.235/72, contra o acórdão nº 1515.669, exarado pela 2ª Turma da DRJ em Salvador – BA. Por bem descrever os fatos litigiosos objeto do presente processo, tomo de empréstimo o relatório contido na decisão de primeiro grau (fl. 482 e ss.): O sujeito passivo manifesta inconformidade (fls. 321 a 337), ao PARECER TÉCNICO 178/2005 da DRF de AracajuSE (fls. 312 a 314), que não homologou as compensações dos débitos do IRPJ, IRRF, IOF, CSLL e CPMF, referentes aos períodos de apuração de novembro a dezembro de 2004, objeto das Declarações de Compensação às fls. 75 a 260. As fundamentações do Parecer, fls. 312/314, ao negar a homologação solicitada, foram no sentido de que os valores considerados como crédito pelo sujeito passivo, relativos a pagamentos de multa de mora de débitos em atraso, declarados em DCTF, não constituem direito creditório contra a Fazenda Pública. Cientificada do Parecer Técnico SAORT nº 178/2005 e Despacho Decisório s/n, de 03/05/2005, proferidos pelo Delegado da Receita Federal de AracajuSE, o sujeito passivo apresentou as seguintes razões de defesa (petição às fls. 321/337): A Recorrente, em 12/05/1999, impetrou Mandado de Segurança contra o Delegado da Receita Federal em Aracaju, objetivando sua exclusão da relação jurídicotributária obrigacional em relação à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, balizandose para tanto, no preceito legal contido na Lei Complementar nº 70/91; Ao apreciar o pleito formulado pela Recorrente nos autos do Processo n º 99.00023650, o juiz deferiu a liminar nos seguintes termos: Isto posto, concedo a liminar para proibir o Impetrado de efetuar quaisquer atos tendentes à cobrança da COFINS instituída na forma dos artigos 2º e 3º, da Lei 9.718/98, bem como sua majoração na forma do art. 8º, assegurando ao Impetrante o direito de efetuar o pagamento do tributo sem as alterações previstas pela mencionada lei. Fl. 936DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 4 3 Por ocasião da r. decisão, foram opostos pela Recorrente, Embargos de Declaração, os quais foram acolhidos, resultando no seguinte despacho: Com efeito, ao grafar a expressão “assegurado ao impetrante o direito de efetuar o pagamento do tributo sem as alterações previstas pela mencionada lei”, evidentemente que, se há diploma legal que a própria lei reporta, também este deve ser observado, não cabendo, entretanto, aprofundar a questão. O que importa é que ao impetrante está assegurado o afastamento da aplicação da lei 9.718/98. Intimese. Aracaju, 09 de junho de 1999. No período compreendido entre 1999 e 2001, a Recorrente valendose da liminar concedida, informou em suas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF’s, os valores a título de COFINS os quais encontravamse suspensos por força da referida liminar; Não obstante, a conduta da Recorrente estar amparada legalmente, por determinações internas, a Recorrente optou, em 31 de maio de 2002, bem como em 29 de novembro de 2002, pelo pagamento dos tributos, entregando, em 07 de novembro de 2003, a retificadora das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF’s, incluindose, portanto, na previsão legal do art. 138 do Código Tributário Nacional – CTN; O cálculo efetuado para o referido pagamento considerou o valor principal acrescido das atualizações monetárias (SELIC), já que não havia que se cogitar em multa moratória, pois a decisão judicial estava vigente e não se observava o início de qualquer procedimento administrativofiscal; A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do CTN (transcreve); Até o ano de 2004 não houve qualquer procedimento por parte da Fazenda, quanto aos pagamentos efetivados, merecendo destaque que nesse período não houve qualquer óbice na emissão de suas Certidões Negativas de Tributos e Contribuições Federais; Todavia, em setembro de 2004, nos extratos de verificação de situação fiscal da Recorrente constavam os débitos relativos às multas moratórias incidentes sobre os pagamentos efetuados; Ao tomar conhecimento dessa situação, a Recorrente protocolizou petição processada sob o nº 10510.001732/200452, aduzindo em sua inicial que a cobrança de tais débitos não poderia prosperar, haja vista que diziam respeito à infração não aplicável aos recolhimentos efetivados, já que os havia realizado espontaneamente, sem qualquer determinação ou autuação do Fisco; Fl. 937DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 5 4 Indiferente às razões de fato e de direito apresentadas pela ora Recorrente, na impugnação do processo nº 10510.001732/200452, a r. Delegacia da Receita Federal em Aracaju, por meio do Despacho SACAT nº 188/2004 de 18/10/2004, indeferiu o Pedido de Cancelamento dos supostos débitos cobrados; O indeferimento dos referidos débitos ocorreu sob o fundamento de que o pleito não se tratava de caso de denúncia espontânea por ter a Recorrente apresentado DCTF – Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – bem antes de efetuar o pagamento, alegando, portanto, que a Fazenda Nacional já tinha conhecimento do débito e bem assim da mora, constituindo confissão de dívida e possibilidade de cobrança; O r. despacho, sequer admitia a interposição de qualquer recurso, pois a recorrida alegava tratarse de despacho sem caráter decisório, uma vez que a inconformidade manifestada não fora reconhecida como uma impugnação; Indignada, a recorrente interpôs manifestação de inconformidade junto à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, visando a reapreciação de seu pleito; É fato ainda, que não obtendo expedição de sua Certidão Negativa de Tributos e Contribuições Federais ou mesmo uma Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, a Recorrente pleiteou a tutela jurisdicional via Mandado de Segurança, visando a obtenção da referida certidão; Embora tendo agido estritamente dentro dos parâmetros legais, na iniciativa de suas proposituras judiciais e administrativas, a Recorrida destaca em seu Parecer essas informações como se a Recorrente não fizesse jus ao amparo judicial para reconhecimento de seu direito, e pior estivesse se valendo de manipulações processuais para atingir seu objetivo; A Recorrente sem dispor da Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa expedida pela Receita Federal estava na iminência de sofrer sérios prejuízos, eis que estava impedida de firmar convênios e contratos, bem como as demais operações inerentes às suas atividades; Tal situação fez com que efetivasse o pagamento das multas cobradas, gerando para a Recorrente um crédito decorrente de pagamento a maior que o devido, a título de multa moratória, bem como na liberação expedição de sua Certidão; Todavia, a Recorrente visa demonstrar que dúvida não pode haver quanto ao contribuinte que haja feito a apuração dos valores devidos, e oferecido à autoridade administrativa não só a informação, mas efetuado o pagamento sem têlo feito em decorrência de autuação ou procedimento fiscal administrativo. Tem o direito resguardado legalmente de não ser compelida ao Fl. 938DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 6 5 recolhimento da multa, conforme preceituado pelo art. 138 do CTN; Transcreve várias ementas de decisões judiciais em defesa da sua tese, fls. 328 a 336; Por fim, pede seja acolhida a manifestação de inconformidade, analisado o mérito das declarações de compensação, reconhecendo seu direito em efetivar a compensação dos valores recolhidos a maior que o devido, a titulo de multa moratória, determinandose, ainda, a suspensão de quaisquer atos de cobrança ou mesmo inscrição no Cadastro de Inadimplentes, bem assim na Dívida Ativa da União dos débitos tributários. Examinadas as razões de defesa a DRJ de origem decidiu pelo indeferimento da manifestação de inconformidade, em acórdão assim ementado: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2000, 2001 DENÚNCIA ESPONTÂNEA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, declarados pelo sujeito passivo, e recolhidos fora do prazo de vencimento, não se caracteriza a denúncia espontânea com a conseqüente exclusão da multa moratória. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO. Descabe homologar a compensação em virtude de inexistência de crédito. Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário pedindo, ao final, a reforma da decisão de primeira instância, sob as mesmas razões já expostas na manifestação de inconformidade (fl. 499 e ss.). Ao examinar os autos o relator do processo no CARF verificou que neles não havia elementos suficientes à formação da sua convicção, razão pela qual elaborou despacho solicitando que a autoridade local emitisse “parecer conclusivo quanto ao conhecimento pelo Fisco do crédito tributário do IRPJ e da CSLL, na data dos recolhimentos alegadamente espontâneo em novembro de 2002 e outubro de 2003” (fl. 836 e ss.). A autoridade local elaborou relatório de diligência contendo demonstrativo dos débitos declarados em DCTF pela contribuinte, e concluiu afirmando o seguinte (fl. 875 e ss.): Com base nas informações extraídas dos resumos de débitos das DCTF localizadas, fls. 845/870, elaboramos os demonstrativos às fls. 871/874 e os quadros que seguem abaixo, nos quais resta evidente que ainda que considerássemos o afastamento da multa de mora como um dos efeitos da denúncia espontânea, este só Fl. 939DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 7 6 teria eficácia em relação aos pagamentos do IRPJ dos meses de fevereiro e março de 1999 e novembro de 2001, pois para todos os demais períodos já existiam débitos declarados em DCTF em data anterior aos pagamentos realizados em 29/11/2002 e 30/10/2003. Inclusive, na maioria dos casos, em valores superiores aos que foram recolhidos. Intimada para tanto, a interessada apresentou contrarrazões ao relatório de diligência nos seguintes termos (fl. 882 e ss.): a) o indébito relativo à multa de mora incidente sobre a Cofins não faz parte do escopo da diligência, haja vista que os recolhimentos foram realizados sob amparo de liminar em mandado de segurança, posteriormente confirmado por sentença; b) quanto ao indébito relativo à multa de mora incidente sobre os demais tributos deve se dizer, preliminarmente, que é nula a diligência, uma vez que a autoridade local indevidamente pronunciouse sobre o mérito da questão de direito (denúncia espontânea), bem como deixou de responder objetivamente ao quesito formulado no pedido de diligência, razão pela qual outra deve ser realizada em seu lugar; c) reafirma que estava amparada pelo instituto da denúncia espontânea quando, em 29 de novembro de 2002 e em 30 de outubro de 2003 pagou débitos do IRPJ e CSLL relativos a fatos geradores ocorridos nos anos de 1999, 2001 e 2001, pois quando desses recolhimentos, ou inexistia valor declarado por meio de DCTF, ou aqueles declarados já se encontravam devidamente e tempestivamente quitados. Voto Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Relator. 1) Da Admissibilidade do Recurso O recurso atende aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, dele devese tomar conhecimento. 2) Da Preliminar de Nulidade da Diligência Não há razão para declararse a nulidade da diligência realizada pela autoridade de jurisdição do sujeito passivo. De fato, se é certo que a autoridade, mesmo sem ter sido provocada, manifestou seu entendimento sobre a questão de direito controvertida, qual seja, o instituto da denúncia espontânea, também é verdade que a recorrente, regularmente cientificada do relatório de diligência, teve oportunidade para exercer o contraditório, como efetivamente o fez em suas contrarrazões. Quanto à alegação de que a autoridade local deixou de responder objetivamente à questão formulada no pedido de diligência, devese enfatizar que isso não é causa de nulidade do ato. Se verdadeira a afirmação da defesa, o Colegiado deverá decidir se o Fl. 940DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 8 7 julgamento será realizado somente com os elementos presentes nos autos, ou se pedirá a complementação da diligência. 3) Do Direito Creditório Reconhece a interessada haver pago em atraso, sem o acréscimo de multa de mora, os débitos de Cofins, IRPJ e CSLL relativos a fatos geradores ocorridos ao longo dos anos de 1999, 2000, 2001, bem como a Cofins devida nos meses de janeiro a março de 2002. Os débitos de Confins foram pagos em 31/05/2002, os débitos de IRPJ em 29/11/2002 e os de CSLL parte em 29/11/2002 e parte em 30/10/2003, todos com acréscimos apenas de juros de mora, conforme demonstrativo de fls. 281/283. Alega a recorrente não haver recolhido a multa de mora sobre os débitos acima indicados em razão de: a) em relação à Cofins, por encontrarse amparada por liminar em mandado de segurança, posteriormente confirmada por sentença, o que a desobriga ao pagamento da multa de mora, a teor do disposto no art. 63, § 2°, da Lei n° 9.430/96; b) em relação do IRPJ e à CSLL, por estar acobertada pela denúncia espontânea, haja vista que o Fisco não tinha conhecimento dos débitos quando de seu pagamento. Em 20/12/2004, diante da impossibilidade de ver emitidas as certidões negativas de débitos tributários federais de que necessitava, a interessada recolheu a multa de mora incidente sobre os débitos antes referidos. Por entender haver pago indevidamente a multa de mora sobre os débitos acima referidos, entre 29/12/2004 e 11/01/2005 a interessada transmitiu diversas DCOMPs (fl. 75 e ss.) informando como direito creditório justamente o valor das multas de mora pagas em 20/12/2004. Examinemos a seguir as razões trazidas pela recorrente. 3.1) Do Direito Creditório Relativo à Multa de Mora sobre a Cofins Em 12/05/1999 a interessada impetrou mandado de segurança com pedido concessão de medida liminar com vistas a não se submeter à exigência da Cofins estabelecida na Lei nº 9.718/98 (fl. 559 e ss.) Em 27/05/1999 a liminar foi concedida pela 1ª Vara do TRF da 5ª Região da Seção Judiciária em Sergipe, nos seguintes termos (fl. 601 e ss.): Isto posto, concedo a liminar para proibir o Impetrado de efetuar quaisquer atos tendentes à cobrança da COFINS instituída na forma dos artigos 2º e 3º, da Lei 9.718/98, bem como sua majoração na forma do art. 8º, assegurando ao Impetrante o direito de efetuar o pagamento do tributo sem as alterações previstas pela mencionada lei. Em 18/08/1999, ao apreciar o mérito do pedido do autor, o juízo de 1º grau decidiu pela concessão da segurança (fl. 604 e ss.). Consta ainda no relatório desta sentença a Fl. 941DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 9 8 informação de que a União interpôs agravo do instrumento contra a decisão liminar, havendo o TRF da 5ª Região negado o efeito suspensivo solicitado pela ré. Em 21/03/2002 o TRF da 5ª Região, ao apreciar o mérito da remessa oficial e da apelação, decidiu pelo provimento desses recursos (fl. 608 e ss.). O acórdão foi publicado no DJ da União em 05/06/2002, conforme consulta feita por este relator ao sítio do TRF da 5ª Região na internet (processo nº 2000.05.00.0061726). Em 31/05/2002, conforme consta dos autos do presente processo administrativo, a contribuinte recolheu, sem o acréscimo de multa de mora, a Cofins objeto da discussão judicial. Pois bem, sobre o assunto o art. 63, § 2º, da Lei nº 9.430/96 assim estabelece: Art.63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº5.172, de 25 de outubro de 1966,não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) (...) § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. (Grifamos) Ora, no caso sob exame a medida liminar que autorizou a contribuinte a não recolher a Cofins nos termos da Lei nº 9.718/98 foi concedida em 27/05/1999, enquanto a decisão judicial que considerou devido o tributo foi publicada em 05/06/2002. Isso posto, segundo a norma acima transcrita, a contribuinte teria até o dia 05/07/2002 para recolher, sem o acréscimo da multa de mora, a Cofins questionada judicialmente. Como a recorrente efetuou o recolhimento dessa contribuição em 31/05/2002, não há que se falar em incidência da multa de mora. Há que se ressaltar, ainda neste ponto, ser incorreta a suposição da DRJ segundo a qual a Cofins recolhida em atraso, sem a multa de mora, seria relativa à parcela não litigiosa do processo judicial em comento. Isso porque, afastada liminarmente a aplicação da Lei 9.718/98, a interessada, como instituição financeira que é, não estava obrigada ao pagamento da contribuição, a teor do disposto no art. 11, parágrafo único, da Lei Complementar nº 70/1991, in verbis: Art. 11. Fica elevada em oito pontos percentuais a alíquota referida no§ 1° do art. 23 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, relativa à contribuição social sobre o lucro das instituições a que se refere o § 1° do art. 22 da mesma lei, mantidas as demais normas da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações posteriormente introduzidas. Parágrafo único. As pessoas jurídicas sujeitas ao disposto neste artigo ficam excluídas do pagamento da contribuição social Fl. 942DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 10 9 sobre o faturamento, instituída pelo art. 1° desta lei complementar. Isso posto, como em 20/12/2004, para fins de obter certidão negativa da débitos, a contribuinte recolheu a multa de mora sobre a Cofins sob exame, tal recolhimento revelase indevido, daí porque não há razão para deixarse de homologar as DCOMPs que estiverem amparadas nesse indébito. 3.2) Do Direito Creditório Relativo à Multa de Mora sobre o IRPJ e a CSLL Quanto aos pagamentos de IRPJ e CSLL alega a recorrente têlos feito sem o acréscimo de multa de mora em virtude de estar sob o manto da denúncia espontânea. Sobre o instituto da denúncia espontânea o art. 138 do CTN assim estabelece: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A interpretação da norma acima transcrita gerava controvérsia tanto na doutrina quanto na jurisprudência, até que o STJ pacificou a questão por meio da súmula nº 360, que assim dispõe: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Posteriormente, nos autos do REsp 886.462 – RS, a mesma Corte confirmou seu entendimento em feito processado segundo o regime previsto no art. 543C do Código de Processo Civil (recursos repetitivos), conforme ementa a seguir transcrita: TRIBUTÁRIO. ICMS. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E NÃO PAGO NO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1 Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo" . É que a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. Fl. 943DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 11 10 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido . 2. Recurso especial parcialmente conhecido e, no ponto, improvido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Isso posto, conforme a acima referida interpretação do STJ, e por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, compete a esta Turma tão somente verificar se os débitos relativos ao IRPJ e à CSLL sob exame já haviam, ou não, sido informados pela contribuinte ao Fisco por meio de DCTF ou outra declaração dessa natureza, quando do efetivo pagamento desses tributos. Pois bem, conforme visto acima, em 29/11/2002 e em 30/10/2003 a contribuinte recolheu em atraso, sem o acréscimo de multa de mora, débitos de IRPJ e CSLL relativos a fatos geradores ocorridos ao longo dos anos de 1999, 2000 e 2001. Posteriormente, em 20/12/2004, diante da impossibilidade de ver emitidas as certidões negativas de que necessitava, a interessada recolheu a multa de mora incidente sobre os citados débitos. Ato contínuo, entre 29/12/2004 e 11/01/2005 transmitiu diversas DCOMPs informando como direito creditório justamente o valor das multas de mora pagas. Contesta a não homologação das DCOMPs sob o argumento de que os pagamentos de IRPJ e CSLL foram realizados com base em denúncia espontânea, sendo portanto indevida a multa de mora paga. Em seu relatório de diligência a autoridade local elaborou demonstrativo (fl. 875verso e fl. 876) informando, para cada um dos débitos de IRPJ e CSLL sob exame, a data em que o débito foi declarado pela contribuinte em DCTF, o número da DCTF e o valor do débito. Necessário esclarecer aqui que, como a contribuinte apresentou diversas DCTFs retificadoras, a DCTF referida no demonstrativo de diligência é aquela que encontravase ativa quando dos pagamentos em atraso do IRPJ e CSLL sem acréscimo da multa de mora (29/11/2002 e 30/10/2003). Reconhece o autor da diligência que, quanto aos débitos de IRPJ relativos aos fatos geradores ocorridos nos meses de fevereiro e março de 1999 e no mês de novembro de 2001, a contribuinte encontravase amparada pelo denúncia espontânea quando de seu efetivo pagamento. Assim sendo, considerase desde logo indevido o pagamento da multa de mora em relação a esses débitos. Quanto aos demais débitos de IRPJ e CSLL, reafirma a autoridade diligenciante que haviam sido informados pela contribuinte em DCTF antes de seu efetivo pagamento. Por sua vez, em suas contrarrazões ao relatório de diligência, em especial à fl. 891 e ss., a interessada apresenta demonstrativos contendo, entre outras informações, os períodos de apuração débitos de IRPJ e CSLL, as datas em que foram apresentadas as respectivas DCTF, os valores dos débitos e a forma de sua extinção (DARF e/ou compensação). Ademais, para fins de comprovar os pagamentos espontâneos citados nos demonstrativos, apresenta em anexo às contrarrazões DARFs e planilhas de compensação (fl. 906 e ss.). Mas antes de examinarmos os DARFs e planilhas de compensação anexados às contrarrazões à diligência, é preciso destacar que o fato de a contribuinte haver declarado “saldo a pagar” igual a zero em suas DCTFs não implica concluir que os pagamentos feitos posteriormente, em 29/11/2002 e em 30/10/2003, refiram a débitos não declarados em DCTF. Fl. 944DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 12 11 De fato, constam nas DCTFs ativas no momento desses pagamentos, débitos de IRPJ e CSLL vinculados a pagamentos com DARF e/ou extintos por compensação, resultando em “saldo a pagar” igual a zero. Porém, é importante reparar que os débitos estão declarados em DCTF, restando apenas confirmar se sua efetiva extinção por DARF e/ou compensação realmente se deu antes dos pagamentos feitos em 29/11/2002 e em 30/10/2003. Dito isso, pelo exame dos DARF e planilhas de compensação juntados pela recorrente é possível concluir o seguinte: a) IRPJ relativo aos meses de abril, maio e junho de 1999 – os débitos, bem como sua extinção por compensação com saldos negativos de IRPJ e CSLL de períodos anteriores, foram declarados em DCTF em 31/03/2000. Referida compensação, todavia, não se efetivou, daí porque a contribuinte viuse obrigada a realizar a quitação mediante DARF, o que se deu somente em 29/11/2002. Isso posto, não há dúvida de que na data de seu pagamento o Fisco já tinha conhecimento dos referidos débitos; b) IRPJ relativo ao mês de julho de 2000 e aos meses de junho e dezembro de 2001 – os débitos foram informados em DCTFs apresentadas, respectivamente, em 13/11/2000, 14/08/2001 e em 14/02/2002. A recorrente, entretanto, ao contrário do que fez para os demais períodos de apuração, não se manifestou expressamente sobre esses períodos. Assim, devese considerar que a contribuinte não logrou êxito em comprovar ser indevida a multa de mora paga relativamente a esses débitos; c) CSLL relativa ao mês de setembro de 1999 – o débito, no montante de R$ 124.602,68, foi informado em DCTF apresentada em 31/03/2000. Em sua defesa a recorrente apresenta um pagamento realizado tempestivamente em 29/10/1999, no valor de R$ 91.791,35. Quanto à diferença, no montante de R$ 32.811,33, alega a interessada haver compensado com pagamento indevido a título de Cofins. Tal compensação todavia não se efetivou, daí porque a contribuinte viuse obrigada a realizar a quitação da diferença mediante DARF, o que se deu somente em 30/10/2003. Assim, resta claro que na data deste pagamento o Fisco já tinha conhecimento do referido débito; d) CSLL relativa ao mês de outubro de 1999 – o débito, no montante de R$ 135.119,00, foi informado em DCTF apresentada em 15/02/2000. Em sua defesa a recorrente apresenta um pagamento realizado tempestivamente em 30/11/1999, no valor de R$ 102.307,67. Quanto à diferença, no montante de R$ 32.811,33, nada alega a interessada Assim, resta claro que em 30/10/2003, data do pagamento desta diferença, o Fisco já tinha conhecimento do débito; e) CSLL relativa ao mês de janeiro de 2000 o débito, no montante de R$ 167.228,15, foi informado em DCTF apresentada em 15/05/2000. Em sua defesa a recorrente apresenta um pagamento realizado tempestivamente em 29/02/2000, no valor de R$ 147.558,16. Quanto à diferença, no montante de R$ 19.669,99, alega a interessada haver compensado com pagamentos indevidos ou a maior. Tal compensação todavia não se efetivou, daí porque a contribuinte viuse obrigada a realizar a quitação da diferença mediante DARF, o que se deu somente em 30/10/2003. Assim, resta claro que na data deste pagamento o Fisco já tinha conhecimento do referido débito; f) demais débitos de IRPJ e CSLL – a contribuinte provou estarem extintos mediante pagamentos com DARF realizados nas datas de seus vencimentos. Isso posto, é de se concluir que os pagamentos para os mesmos fatos geradores realizados em 29/11/2002 e em 30/10/2003 Fl. 945DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10510.000822/200515 Acórdão n.º 1201000.850 S1C2T1 Fl. 13 12 referemse à complementação dos débitos, e como essa complementação não estava informada em DCTF a multa de mora é indevida. 4) Conclusão Tendo em vista todo o exposto, voto por indeferir a preliminar de nulidade da diligência e, no mérito, por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para: a) reconhecer integralmente o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de Cofins relacionados no presente processo; b) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de IRPJ relacionados no presente processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre o IRPJ referente aos meses de abril, maio e junho de 1999, ao mês de julho de 2000 e aos meses de junho e dezembro de 2001; c) reconhecer o direito creditório da interessada relativo à multa de mora paga, incidente sobre os débitos de CSLL relacionados no presente processo, com exceção da multa de mora paga, incidente sobre a CSLL referente aos meses de setembro e outubro de 1999 e ao mês de janeiro de 2000; d) considerar homologadas as DCOMPs de que cuida o presente processo, até o limite do crédito aqui reconhecido. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 946DF CARF MF Impresso em 22/08/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 21/08/2013 p or FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 11831.001561/99-46
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 1998
BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. DECISÃO JUDICIAL. DEDUÇÃO. APURAÇÃO DO SALDO A RESTITUIR. VEDAÇÃO DO ART. 170-A DO CTN. NÃO INCIDÊNCIA.
Se o sujeito passivo tem amparo judicial para deduzir a Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) da base de cálculo do Imposto de Renda devido não há como negar-lhe esse direito, ainda que tal apuração implique em maior saldo final de imposto a restituir ou compensar.
Numero da decisão: 9101-001.251
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201111
camara_s : 1ª SEÇÃO
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1998 BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. DECISÃO JUDICIAL. DEDUÇÃO. APURAÇÃO DO SALDO A RESTITUIR. VEDAÇÃO DO ART. 170-A DO CTN. NÃO INCIDÊNCIA. Se o sujeito passivo tem amparo judicial para deduzir a Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) da base de cálculo do Imposto de Renda devido não há como negar-lhe esse direito, ainda que tal apuração implique em maior saldo final de imposto a restituir ou compensar.
turma_s : 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
numero_processo_s : 11831.001561/99-46
conteudo_id_s : 5252199
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 9101-001.251
nome_arquivo_s : Decisao_118310015619946.pdf
nome_relator_s : CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
nome_arquivo_pdf_s : 118310015619946_5252199.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
id : 4876851
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:09:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713045805310410752
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1948; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 363 1 362 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11831.001561/9946 Recurso nº 154.844 Especial do Procurador Acórdão nº 910101.251 – 1ª Turma Sessão de 22 de novembro de 2011 Matéria DECISÃO JUDICIAL APURAÇÃO DE SALDO A RESTITUIR Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado DURATEX EMPREENDIMENTOS LTDA. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. DECISÃO JUDICIAL. DEDUÇÃO. APURAÇÃO DO SALDO A RESTITUIR. VEDAÇÃO DO ART. 170A DO CTN. NÃO INCIDÊNCIA. Se o sujeito passivo tem amparo judicial para deduzir a Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) da base de cálculo do Imposto de Renda devido não há como negarlhe esse direito, ainda que tal apuração implique em maior saldo final de imposto a restituir ou compensar. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Valmar Fonsêca de Menezes, João Carlos de Lima Júnior, Claudemir Rodrigues Malaquias, Antônio Carlos Guidoni Filho, Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias e Susy Gomes Hoffman (Vice Presidente). Fl. 0DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS Processo nº 11831.001561/9946 Acórdão n.º 910101.251 CSRFT1 Fl. 364 2 Relatório Com fundamento no art. 7º, inciso I do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria MF nº 147/07, a Fazenda Nacional interpõe recurso especial em face do acórdão nº 10323.555, de 15.08.2008, proferido pela Terceira Câmara do antigo Primeiro Conselhos de Contribuintes, assim ementado: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 1998 Ementa: BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO. DECISÃO JUDICIAL. APURAÇÃO DO SALDO A RESTITUIR Se o sujeito passivo tem amparo judicial para deduzir a Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) da base de cálculo do imposto devido não há como negarlhe esse direito, ainda que tal apuração implique em maior saldo final de imposto a restituir ou compensar.” Conforme Despacho Decisório, de 17.05.2005 (fls. 252/253), exarado pela Eqpir/Diort/ Derat/SPO, a Contribuinte obteve o deferimento parcial de seu pedido de restituição de saldo negativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica relativo ao ano calendário de 1998 (fl. 01) e homologado, até o valor de R$ 656.687,28, o pedido de compensação com débito de terceiros acostado à fl. 79, objeto do processo nº 11831.001753/9915, juntado por apensação a estes autos. Em 10.08.2005, apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 259/262), alegando que: i) o saldo negativo do IRPJ de exercícios anteriores glosados pelo despacho decisório pode ser verificado analisandose a DIPJ 1997, o demonstrativo de créditos tributários e o demonstrativo do IRRF sobre aplicações financeiras; e que ii) os valores objeto da ação judicial não integram o pedido de restituição porque este se refere a saldos do IRRF sobre aplicações financeiras, enquanto a medida judicial preventiva, com exigibilidade suspensa, permitia à requerente deixar de pagar os valores mencionados na Ficha 13, referentes ao IRPJ de 1998, e não compensálos, como constou do despacho decisório. A Delegacia de Julgamento prolatou o Acórdão DRJ/SPOI nº 9.016, de 09.03.2006 (fls. 292/299), acolhendo parcialmente o pleito por entender comprovada a origem do valor de R$ 15.589,03, referente a saldo negativo de períodos anteriores (Ficha 12, linha 14, da DIPJ). Manteve, contudo, o entendimento do Despacho Decisório quanto à glosa do valor de R$ 15.266,49; por se referir a crédito de estimativas com origem em sentença judicial não transitada em julgado, o que impede sua compensação nos termos da legislação de regência. Em sede de recurso voluntário (fls.303/318), a Contribuinte repisa os argumentos apresentados ao órgão de primeira instância, ressaltando que o valor questionado não integra pedido de restituição pois não foi recolhido em face do provimento judicial. A e. Terceira Câmara, ao apreciar as alegações da Contribuinte, por maioria de votos, deu provimento ao recurso, assentando o entendimento de que o valor devido na data dos fatos é aquele apurado em conformidade com a tutela judicial obtida, sendo que as Fl. 1DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS Processo nº 11831.001561/9946 Acórdão n.º 910101.251 CSRFT1 Fl. 365 3 importâncias recolhidas antecipadamente que suplantarem o montante devido segundo a decisão judicial, seja por retenção na fonte, seja por estimativa, constituem indébito tributário. A Fazenda Nacional sustenta em seu especial que a e. Câmara, ao dar provimento ao recurso voluntário, contrariou a vedação prevista no art. 17 da IN SRF nº 21/1997 e no art. 170A do CTN, bem como as provas constantes dos autos. Alega, em síntese que, i) o valor de R$ 15.266,46 não poderia ser restituído, pois referese a crédito tributário com exigibilidade suspensa e não crédito tributário efetivamente pago; e ii) se o crédito tributário está suspenso por decisão judicial não transitado em julgado, não se pode afirmar que tenha o mesmo significado que crédito pago. Ante o atendimento dos requisitos legais para sua admissibilidade, a Presidente da Segunda Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais determinou o seguimento do recurso, nos termos do Despacho nº 12000.221/2009, de 25.06.2009 (fls. 339/340). Presentes as contrarrazões da Contribuinte (fls. 343/347). É o relatório no essencial. Voto Conselheiro Claudemir Rodrigues Malaquias O recurso da Fazenda Nacional é tempestivo, desafia acórdão não unânime e, nos termos do antigo Regimento Interno desta Câmara Superior (RICSRF), demonstra fundamentadamente que a decisão recorrida apresenta suposta contrariedade à lei, pelo que dele tomo conhecimento. Conforme relato acima, o presente caso envolve pedido de restituição/compensação do saldo devedor do IRPJ apurado no anocalendário de 1998. Na apuração desse saldo, após dirimidas as pendências originalmente levantadas, a questão a ser apreciada por este Colegiado cingese ao valor de R$ 15.266,49, referente a imposto de renda, integrado ao montante de R$ 170.984,27, lançado na linha 16, da Ficha 13, da DIPJ 1999 (fls. 28), e que é resultante dos valores recolhidos por estimativa (R$ 155.717,78), mais o valor considerado “pago” pela contribuinte (R$ 15.266,46), referente a tutela judicial obtida. A e. Câmara a quo acolheu a argumentação da Contribuinte e deu provimento ao recurso no entendimento de que a existência da tutela judicial, autorizando a Contribuinte a deduzir da base de cálculo do IRPJ o valor da contribuição social sobre o lucro, lhe assegura o direito de não pagar o valor correspondente e, consequentemente, repetir o que foi pago a maior, considerando como devido, o montante apurado segundo a tutela judicial. A Fazenda Nacional, em direção oposta, alega que os valores cuja exigibilidade esteja suspensa, em razão da inexistência de decisão transitada em julgado, não podem ser objeto de restituição ou compensação por expressa vedação legal, conforme o art. 170A do CTN, verbis: Fl. 2DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS Processo nº 11831.001561/9946 Acórdão n.º 910101.251 CSRFT1 Fl. 366 4 “É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)” A despeito dos argumentos trazidos pela Fazenda, entendo que o presente caso não se subsume à hipótese da aludida vedação, estando correta a apreciação feita pela e. Terceira Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes. A vedação estabelecida pelo Código Tributário abrange os valores efetivamente pagos pelo sujeito passivo, cuja relação jurídicotributária está sob exame no âmbito do Poder Judiciário. A referida norma impede que, antes do trânsito em julgado da decisão judicial que declarar a inexistência da relação jurídica, os valores supostamente recolhidos a maior, sejam repetidos. Porém, após a decisão favorável ao sujeito passivo transitar em julgado, poderá ele pleitear a restituição ou a compensação dos valores pagos indevidamente. É exemplo, o caso do contribuinte que, após pagar por vários meses um determinado tributo, resolve contestar judicialmente a sua cobrança e obtém sentença favorável. O montante pago só poderá serlhe devolvido após o trânsito em julgado da decisão. Nesse caso, no momento do pagamento, o valor era efetivamente devido e, por força de diversos dispositivos legais, dentre os quais o art. 170A do CTN, essa decisão judicial só poderá produzir seus efeitos quando passar em julgado. Mas este não é o caso dos autos. Conforme os elementos trazidos ao processo, temse que a Contribuinte obteve a tutela judicial para deduzir da base de cálculo do IRPJ, o valor correspondente à CSLL devida no próprio períodobase. Embora a decisão não tenha, à época dos fatos, transitado em julgado, deve ser observada para fins de apuração do quantum devido naquele período. Examinandose as fichas da DIPJ 1999 (fls. 12/75) acostadas aos autos, verificase que após a apuração no final do período, a Contribuinte apresentou valores recolhidos a maior, tanto de IRRF, como de estimativa. A conciliação destes valores com o apurado ensejou o indébito objeto do presente pedido de restituição, o qual foi reconhecido em sua maior parte nas instâncias inferiores, restando o montante de R$ 15.266,46, correspondente à diferença verificada nos meses de maio a dezembro de 1998, relativa à redução da base de cálculo, segundo a tutela judicial obtida. No presente caso, a decisão judicial não teve por objeto a repetição de um valor pago indevidamente no passado aliás, a tutela não se refere a qualquer pedido de restituição ela apenas, em razão de seus efeitos, torna o pagamento indevido desde a sua realização. Por esse motivo, não há como considerar que a medida judicial, observada pela Contribuinte na apuração do IRPJ devido, teve o condão de suspender a exigibilidade do crédito sob discussão, ocasionando a vedação de que trata o referido art. 170A do CTN. Por ser sutil a diferença com a hipótese do art. 170A do CTN, é imperioso fazer a distinção. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS Processo nº 11831.001561/9946 Acórdão n.º 910101.251 CSRFT1 Fl. 367 5 Com efeito, não se confunde a tutela que busca amparar um pedido de restituição, a qual aponta para o passado, com o pagamento indevido apurado em razão de decisão que garantia o direito de não pagar. Aquela, que se refere a fatos anteriores à data em que foi proferida, só produz efeitos contra a Fazenda Pública após seu trânsito em julgado; esta, produz efeitos desde sua edição e jurisdiciza todos fatos a ela posteriores. A situação foi bem sintetizada no voto do i. conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, integrante do acórdão ora recorrido, verbis: “(...) negar o direito de reaver o que se pagou indevidamente por estar amparado por decisão judicial, que afastava a exigibilidade, é negar os efeitos que são próprios das decisões judiciais. É o mesmo que cobrar tributo com a exigibilidade suspensa.” De fato, o pedido judicial diz respeito à dedução da contribuição social sobre o lucro da base de cálculo do imposto de renda. Evidentemente tal tutela não pode resultar, enquanto não transitar em julgado a favor do interessado, em devolução de quantias relativas a períodos anteriores à sua edição. Contudo, o recolhimento do imposto de renda, nos períodos posteriores, deve ser realizado em total conformidade com a ordem judicial. O valor efetivamente devido na data dos fatos é aquele apurado em conformidade com a tutela obtida judicialmente. Desta forma, tudo que foi recolhido antecipadamente e que suplanta o montante devido segundo a decisão judicial, seja por retenção na fonte, seja por estimativa, constitui repetição de indébito e pode ser restituído ou compensado, no mesmo sentido que entendeu o e. Colegiado a quo. Por fim, considero despicienda a discussão sobre supostos equívocos cometidos pela Contribuinte no preenchimento da DIPJ/1999, ressaltando que a conclusão acerca da existência do direito creditório alegado não restou prejudicada. Por tais razões, voto no sentido de CONHECER do recurso da Fazenda Nacional para, no mérito, NEGARLHE provimento, mantendose incólume o acórdão recorrido. É como voto. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator Fl. 4DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS Processo nº 11831.001561/9946 Acórdão n.º 910101.251 CSRFT1 Fl. 368 6 Fl. 5DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES M ALAQUIAS
score : 1.0