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Numero do processo: 10845.000988/2004-61
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1998
NORMAS GERAIS. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. IRPF. LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO I, ART. 173 DO CTN.
Não comprovada a ocorrência de pagamento parcial, como no caso dos autos, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no I, Art. 173 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
Numero da decisão: 9202-003.468
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada).
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1998 NORMAS GERAIS. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. IRPF. LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO I, ART. 173 DO CTN. Não comprovada a ocorrência de pagamento parcial, como no caso dos autos, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no I, Art. 173 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada).
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. IRPF. LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO I, ART. 173 DO CTN. Não comprovada a ocorrência de pagamento parcial, como no caso dos autos, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no I, Art. 173 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 5. 00 09 88 /2 00 4- 61 Fl. 173DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Fl. 174DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10845.000988/200461 Acórdão n.º 9202003.468 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, 145, interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 0139, que decidiu dar provimento a recurso voluntário do sujeito passivo, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1998 DECADÊNCIA. RENDIMENTOS SUJEITOS AO AJUSTE ANUAL. O direito de a Fazenda lançar o Imposto de Renda Pessoa Física devido no ajuste anual decai após cinco anos contados da data de ocorrência do fato gerador que se perfaz em 31 de dezembro de cada ano, desde que não seja constatada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Preliminar acolhida. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher a argüição de decadência, suscitada pelo Recorrente, para declarar extinto o direito da Fazenda Nacional constituir o crédito tributário lançado, nos termos do voto da Relatora. Em seu recurso especial a PGFN alega, em síntese, que há divergência entre as decisões, paradigma e recorrida, pois o acórdão recorrido deveria ter aplicado a regra decadencial expressa no I, Art. 173 do CTN, devido á ausência de recolhimento parcial. Solicita, ao final, acolhimento e provimento de seu recurso. Por despacho, fls. 0156, deuse seguimento ao recurso. O sujeito passivo – apesar de devidamente intimado, não apresentou suas contra razões. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 175DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. Quanto á decadência, já temos resposta sobre esta dúvida. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). No que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação temos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco Fl. 176DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10845.000988/200461 Acórdão n.º 9202003.468 CSRFT2 Fl. 4 5 regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Portanto, o STJ, em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). A decadência está arrolada como forma de extinção do crédito tributário no inciso V do art. 156 do CTN e decorre da conjugação de dois fatores essenciais: o decurso de certo lapso de tempo e a inércia do titular de um direito. Esses fatores resultarão, para o sujeito que permaneceu inerte, na extinção de seu direito material. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 6 Em Direito Tributário, a decadência está disciplinada no art. 173 e no art. 150, § 4º, do CTN (este último diz respeito ao lançamento por homologação). A decadência, no Direito Tributário, é modalidade de extinção do crédito tributário. Por não haver recolhimentos a homologar, a regra relativa à decadência que deve ser aplicada ao caso encontrase no art. 173, I: o direito de constituir o crédito extingue se em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido efetuado o lançamento. CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” CONCLUSÃO: Por todo o exposto, há razão no argumento da recorrente, motivo do provimento do recurso da nobre PGFN, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 178DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10166.721766/2009-39
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (SC). VALE TRANSPORTE. PECÚNIA. NÃO INCIDÊNCIA.
Segundo a Lei 8.212/1991, salário-de-contribuição (SC), para o empregado e trabalhador avulso, é a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
A contribuição social previdenciária não incide sobre valores pagos a título de vale-transporte, mesmo que em pecúnia (Súmula CARF nº 89).
Numero da decisão: 9202-003.508
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente))
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (SC). VALE TRANSPORTE. PECÚNIA. NÃO INCIDÊNCIA. Segundo a Lei 8.212/1991, salário-de-contribuição (SC), para o empregado e trabalhador avulso, é a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. A contribuição social previdenciária não incide sobre valores pagos a título de vale-transporte, mesmo que em pecúnia (Súmula CARF nº 89).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2006; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10166.721766/200939 Recurso nº 999.999 Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.508 – 2ª Turma Sessão de 11 de dezembro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Recorrente PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL (PGFN) Interessado MELHOR POSTO DE COMBUSTÍVEIS LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (SC). VALE TRANSPORTE. PECÚNIA. NÃO INCIDÊNCIA. Segundo a Lei 8.212/1991, saláriodecontribuição (SC), para o empregado e trabalhador avulso, é a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. A contribuição social previdenciária não incide sobre valores pagos a título de valetransporte, mesmo que em pecúnia (Súmula CARF nº 89). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 17 66 /2 00 9- 39 Fl. 635DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 (assinado digitalmente)) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire Fl. 636DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10166.721766/200939 Acórdão n.º 9202003.508 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por contrariedade divergência, interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão que decidiu dar proviemnto parcial a recurso voluntário do sujeito passivo, nos seguintes termos: “ ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 VALE TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA. Os tribunais superiores STF e STJ já decidiram que não há incidência de contribuições previdenciárias sobre o vale transporte pago em pecúnia por ter caráter indenizatório. MULTA. RETROATIVIDADE. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. RELATÓRIO DE CORRESPONSÁVEIS E VÍNCULOS. SUBSÍDIO PARA FUTURA AÇÃO EXECUTÓRIA SE DEVIDA. Os relatórios de CoResponsáveis e de Vínculos são partes integrantes dos processos de lançamento e autuação e se destinam a esclarecer a composição societária da empresa no período do débito, a fim de subsidiarem futuras ações executórias de cobrança, se devidas. Esses relatórios não são suficientes para se atribuir responsabilidade pessoal. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.” Como esclarecimento inicial, o recurso da nobre PGFN versa sobre a incidência de contribuição sobre valores pagos a título de vale transporte, em pecúnia. Em seu recurso especial a PGFN alega, em síntese, que há decisões divergentes, corretas, que definem que os valores pagos a título de vale transporte, eme pecúnia, devem sofrer incidência da contribuição. Solicita acolhimento e proviemnto de seu recurso. Por despacho, deuse seguimento ao recurso especial. Fl. 637DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 O sujeito passivo – apesar de devidamente intimado – não apresentou suas contra razões. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 638DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10166.721766/200939 Acórdão n.º 9202003.508 CSRFT2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. Como já citado, o litígio em questão, da nobre PGFN, versa sobre a incidência de contribuição sobre valores pagos a título de vale transporte, em pecúnia Sem me estender muito no tema, o CARF adotou súmula, que define a questão, motivo da negativa de provimento do recurso da PGFN: “Súmula CARF nº 89: A contribuição social previdenciária não incide sobre valores pagos a título de valetransporte, mesmo que em pecúnia.” CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em negar provimento ao recurso da nobre PGFN, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 639DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 18184.000936/2007-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Sat Dec 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2003
NORMAS GERAIS. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN.
Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso.
Numero da decisão: 9202-003.338
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2003 NORMAS GERAIS. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
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DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No caso, há recolhimentos parciais, informados pela fiscalização, motivo da negativa do provimento do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 4. 00 09 36 /2 00 7- 70 Fl. 2435DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire. Fl. 2436DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls. 02356, interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 02345, que decidiu dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 PREVIDENCIÁRIO. ALIMENTAÇÃO. INSCRIÇÃO NO PAT. AUSÊNCIA. INCIDÊNCIA. Integra o salário de contribuição o valor da alimentação fornecida por empresa sem o devido registro no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. PAGAMENTO DE VALE TRANSPORTE EM DINHEIRO. DESATENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. O pagamento do Vale Transporte em dinheiro, por desatender a legislação que rege a matéria, sofre incidência de contribuições previdenciárias. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 DECISÃO PLENÁRIA DO STF. VINCULAÇÃO DO CARF. O CARF somente encontrase vinculado às decisões plenárias exaradas pelo Supremo Tribunal Federal, após o trânsito em julgado das mesmas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1998 a 31/10/2005 PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Constatandose a antecipação de pagamento parcial do tributo aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no § 4.º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 2437DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 4 ACORDAM os membros do colegiado, I) por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 10/2002. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que declarava a decadência até a competência 11/2001, II) por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso. Como esclarecimento inicial, o litígio em questão versa sobre a regra decadencial expressa no CTN, que deve ser aplicada. Em seu recurso especial a PGFN alega, em síntese, que deve a decisão contrariou a legislação (CTN), que deve ser aplicada ao caso a regra decadencial expressa no Art. 173 do CTN, pois não há recolhimentos parciais consignados sobre a(s) rubrica(s) exigida(s) e solicita, por fim, o acolhimento e o provimento de seu recurso. Por despacho, fls. 0565, deuse seguimento ao recurso especial. O sujeito passivo apresentou suas contra razões, argumentando, em síntese, que a decisão recorrida deve ser mantida, por seus fundamentos. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 2438DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. O litígio em questão versa sobre a regra decadencial a ser aplicada: a recorrente pleiteia a aplicação da regra expressa no I, Art. 173 do CTN, de forma diversa do que decidiu o acórdão recorrido, que aplicou a regra expressa no Art. 150, do CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional (CTN). A decadência está arrolada como forma de extinção do crédito tributário no inciso V do art. 156 do CTN e decorre da conjugação de dois fatores essenciais: o decurso de certo lapso de tempo e a inércia do titular de um direito. Esses fatores resultarão, para o sujeito que permaneceu inerte, na extinção de seu direito material. Em Direito Tributário, a decadência está disciplinada no art. 173 e no art. 150, § 4º, do CTN (este último diz respeito ao lançamento por homologação). A decadência, no Direito Tributário, é modalidade de extinção do crédito tributário. No período do lançamento foram considerados recolhimentos a homologar, fls. 045, 046 e 081. Fl. 2439DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA 6 O lançamento por homologação implica pagamento pelo sujeito passivo antes de qualquer atividade ou notificação por parte da fazenda (pagamento antecipado). Feito esse pagamento, compete à Administração homologálo ou recusar a homologação. No caso de recusa da homologação, o Fisco deverá lançar, de ofício, como no presente processo, a diferença correspondente ao tributo que deixou de ser pago antecipadamente e os juros e penalidades cabíveis. Esse lançamento de ofício está expressamente determinado no Código Tributário Nacional (CTN): CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I. quando a lei assim o determine; Lei 8.212/1991: Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. Existe a possibilidade da Fazenda não se manifestar prontamente quanto ao pagamento efetuado antecipadamente pelo sujeito passivo. Este, evidentemente, não poderia permanecer indefinidamente à mercê da potencial manifestação do Fisco. Por isso, o CTN estabelece que, salvo prazo diverso previsto em lei, considerase feita a homologação e definitivamente extinto o crédito em cinco anos, contados do fato gerador. Esta extinção do crédito pela inércia da fazenda é denominada homologação tácita e sua principal conseqüência é impossibilitar a fazenda de rever de ofício o pagamento feito pelo sujeito passivo. CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ... § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Essa definição, sobre a aplicação da regara decadencial acima, possui amparo em decisões do Poder Judiciário. “Ementa: .... II. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se Fl. 2440DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18184.000936/200770 Acórdão n.º 9202003.338 CSRFT2 Fl. 5 7 aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. ....” (STJ. REsp 395059/RS. Rel.: Min. Eliana Calmon. 2ª Turma. Decisão: 19/09/02. DJ de 21/10/02, p. 347.) ... “Ementa: .... Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, a fixação do termo a quo do prazo decadencial para a constituição do crédito deve considerar, em conjunto, os arts. 150, § 4º, e 173, I, do Código Tributário Nacional. Na hipótese em exame, que cuida de lançamento por homologação (contribuição previdenciária) com pagamento antecipado, o prazo decadencial será de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. .... .... Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. ....” (STJ. EREsp 278727/DF. Rel.: Min. Franciulli Netto. 1ª Seção. Decisão: 27/08/03. DJ de 28/10/03, p. 184.) Vemos, portanto, que, no caso do lançamento por homologação, não ocorre exatamente decadência do direito de realizar essa modalidade de lançamento. O que ocorre é a extinção definitiva do crédito pelo instituto da homologação tácita a qual tem como conseqüência indireta a extinção do direito de rever de ofício o lançamento. Em síntese, a homologação tácita acarreta a decadência do direito da Fazenda realizar o lançamento de ofício relativo à diferença de eventual tributo que tenha deixado de ser pago e aos acréscimos legais a essa diferença. Por todo o exposto, como hpa recolhimentos parciais no período que interessa à decisão, com a manutenção da aplicação da regra decadencial expressa no Art. 150 do CTN, nego provimento ao recurso. (assinatura digital) Marcelo Oliveira Fl. 2441DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 14094.720101/2014-17
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Sat Dec 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE PARCIAL QUE IMPOSSIBILITA A REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FALTA DE INTERESSE RECURSAL.
Não deve ser conhecido recurso especial quando este não tem o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que adotou dois fundamentos suficientes para mantê-la.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.450
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Alexandre Naoki Nishioka Relator
EDITADO EM: 18/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka Relator EDITADO EM: 18/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
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DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE PARCIAL QUE IMPOSSIBILITA A REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. Não deve ser conhecido recurso especial quando este não tem o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que adotou dois fundamentos suficientes para mantêla. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 09 4. 72 01 01 /2 01 4- 17 Fl. 616DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 616 2 EDITADO EM: 18/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Tratase de recurso especial interposto pelos contribuintes em 11 de junho de 2012 (efls. 549/577) em face do Acórdão n° 2102001.804 (efls. 498/522), do qual os Recorrentes tiveram ciência em diversas datas, sendo a última 04 de junho de 2012 (efls. 539/548), que decidiu negar provimento ao recurso voluntário interposto pelos Recorrentes. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR Ano calendário: 2.004 ... ÁREA DE RESERVA LEGAL. NECESSIDADE OBRIGATÓRIA DA AVERBAÇÃO À MARGEM DA MATRÍCULA DO IMÓVEL NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. HIGIDEZ. O art. 10, § 1º, II, “a”, da Lei nº 9.393/96 permite a exclusão da área de reserva legal prevista no Código Florestal (Lei nº 4.771/65) da área tributável pelo ITR, obviamente com os condicionantes do próprio Código Florestal, que, em seu art. 16, § 8º, exige que a área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas no Código Florestal. A averbação da área de reserva legal no Cartório de Registro de Imóveis CRI é uma providência que potencializa a extrafiscalidade do ITR, devendo ser exigida como requisito para fruição da benesse tributária. Afastar a necessidade de averbação da área de reserva legal é uma interpretação que vai de encontro à essência do ITR, que é um imposto fundamentalmente de feições extrafiscais. De outra banda, a exigência da averbação cartorária da área de reserva legal vai ao encontro do aspecto extrafiscal do ITR, devendo ser privilegiada. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. ADA. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO PARA EXCLUSÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA DAS ÁREAS TRIBUTADAS PELO ITR. Fl. 617DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 617 3 Nos termos do art. 17O, § 1º, da Lei nº 6.938/81, é obrigatória a apresentação do ADA referente à área que se pretende excluir da tributação do ITR, não se podendo interpretar o art. 10, § 7º, da Lei nº 9.393/96 como regra exonerativa dessa obrigação, pois este último versa apenas sobre o caráter homologatório da informação das áreas isentas, que podem, por óbvio, sofrer auditoria por parte da autoridade fiscal competente. ...” (efls. 498/499) O recurso foi admitido por meio das decisões de efls. 583/585 e 586/587, somente em relação à não obrigatoriedade do ADA para comprovação das áreas de “preservação permanente”, mas não em relação à desnecessidade de averbação da área de reserva legal, tendo a Fazenda apresentado as contrarrazões de efls. 589/599. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator As decisões que analisaram a admissibilidade do recurso especial do contribuinte contêm nas respectivas partes dispositivas a conclusão segundo a qual o recurso especial teria sido admitido apenas e tãosomente quanto à obrigatoriedade ou não da exigência do ADA para efeitos de exclusão da área de preservação permanente da área tributável do imóvel (efls. 583/585 e 586/587). Não obstante, a decisão de efls. 586/587 destaca, em sua fundamentação, que o recurso deveria ser admitido quanto à exigência do ADA para efeitos de exclusão da área de utilização limitada e reserva legal, mas não quanto à alegada desnecessidade de averbação da área de reserva legal. Entendo que o recurso especial não preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual não deve ser conhecido. De fato, não se discute, no presente caso, a exclusão da área de preservação permanente, mas apenas e tãosomente a área de reserva legal (efl. 17). Por outro lado, no que se refere à área de reserva legal, a decisão de efls. 586/587 analisou o cabimento do recurso especial sob dois aspectos, quais sejam, desnecessidade do ADA e da averbação da área de reserva legal. Não obstante, admitiu o recurso apenas e tãosomente quanto ao primeiro aspecto. Considerandose que essa última decisão é definitiva, nos termos do Anexo II do Regimento Interno do CARF, a parte da decisão que negou seguimento ao recurso quanto à averbação não pode ser alterada, o que torna definitiva a parte do acórdão recorrido que exigiu referida averbação como requisito da exclusão da área de reserva legal da área tributável do imóvel. Fl. 618DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Processo nº 14094.720101/201417 Acórdão n.º 9202003.450 CSRFT2 Fl. 618 4 Assim, ainda que pudesse ser admitido o recurso quanto à área de preservação permanente, este não teria o condão de alterar a conclusão do acórdão recorrido, que se manteria pelo outro fundamento, suficiente para mantêla. Não há portanto interesse recursal, aplicandose, mutatis mutandis, a Súmula 283 do STF, segundo a qual “É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.” Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso. (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka Fl. 619DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.006485/2006-20
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2001, 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma.
Numero da decisão: 9202-007.383
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2001, 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 64 85 /2 00 6- 20 Fl. 2038DF CARF MF 2 Tratava o presente processo, inicialmente, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, referente aos anoscalendário de 2001 e 2002, acrescido de multa de ofício, multa isolada do carnêleão e juros de mora, tendo em vista as seguintes infrações: a) omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoa física sujeito ao CarnêLeão; b) dedução indevida com dependente; c) dedução indevida com despesas médicas; d) dedução indevida de despesas de livrocaixa; e) dedução indevida de previdência privada; e f) dedução indevida de doações ao fundo da criança e do adolescente. No julgamento em Primeira Instância foram acolhidos alguns argumentos e provas apresentados pelo Contribuinte, prolatandose decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001, 2002 LIVRO CAIXA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DAS DESPESAS. A legislação exige que as despesas de livro caixa estejam acompanhadas de documentação que comprove sua efetividade. Tendo sido observado que houve aproveitamento no livro caixa de despesas que não adequadamente comprovadas e/ou não correspondem a gastos usuais e necessários à manutenção da fonte produtora da renda, concluise pela correção das glosas efetuadas com combustíveis, juros, multa de mora, imposto de renda. LIVRO CAIXA. DESPESAS COM TRANSPORTE FRETADO INTERMUNICIPAL. Não se enquadra na regra geral de dedutibilidade do art. 6°, inciso III da Lei 8.134/90, o dispêndio com transporte intermunicipal de funcionários em ônibus fretado, pois caracterizase como liberalidade do responsável pelo cartório. LIVRO CAIXA. ASSESSORIA JURÍDICA DE OFICIAL DE CARTÓRIO. DEDUTIBILIDADE. Em razão do tipo de atividade que desenvolve e considerando a razoabilidade dos valores envolvidos, devem ser tidas como dedutíveis as despesas com assessoria jurídica de oficial de cartório, por se enquadrarem na regra geral de dedutibilidade do art. 6°, inciso III da Lei 8.134/90. LIVRO CAIXA. AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MÓVEIS. Fl. 2039DF CARF MF Processo nº 10830.006485/200620 Acórdão n.º 9202007.383 CSRFT2 Fl. 2.039 3 As aquisições de móveis e equipamentos configuramse como aplicação de capital e não como despesas de custeio, logo não podem ser deduzidas no livro caixa. ERROS NA ESCRITURAÇÃO E NA DECLARAÇÃO. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Portanto, ainda que tenha ocorrido o pagamento a menor do imposto por conta de erro, é devida a aplicação de sanção pecuniária. COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE CARNÊLEÃO. HIPÓTESE QUE AUTORIZA O LANÇAMENTO DE OFICIO. A declaração falsa ao fisco que resulta em pagamento a menor de tributo autoriza o lançamento de ofício segundo o art. 149, incisos IV, VI e VII do CTN. MULTA ISOLADA POR FALTA no PAGAMENTO no CARNÊ LEÃO. O contribuinte que deixa de fazer o recolhimento mensal obrigatório sujeitase à multa de 50% sobre o valor do imposto devido, não havendo previsão legal para excluíla caso haja aplicação conjunta da multa de ofício. DA VEDAÇÃO AO CONFISCO COMO NORMA DIRIGIDA AO LEGISLADOR E NÃO APLICÁVEL AO CASO DE PENALIDADE PECUNIÁRIA O Princípio de Vedação ao Confisco está previsto no art. 150, IV, e é dirigido ao legislador de forma a orientar a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Portanto, uma vez positivada a norma, é dever da autoridade fiscal aplicála . Além disso, é de se ressaltar que a multa de ofício é devida em face da infração à legislação tributária e por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária estabelecida em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal. Impugnação Procedente em Parte" Contra esta decisão, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, julgado em sessão plenária de 14/08/2014, prolatandose o Acórdão nº 2201002.496 (efls. 1.938 a 1.957), assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003 IRPF. CARTÓRIO DE REGISTRO. LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES AUTORIZADAS. Fl. 2040DF CARF MF 4 O titular de serviços notariais e de registro pode deduzir da receita decorrente do exercício da respectiva atividade as despesas de custeios pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, tais como os encargos trabalhistas e previdenciários e os emolumentos pagos a terceiros. Gastos com combustível, transporte de funcionários, despesas com investimentos, pagamentos à pessoas físicas sem vínculo empregatício quando não vinculados à atividade desempenhada, aviso prévio pago a servidor público não se enquadram nas hipóteses legais de dedução. IRPF. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA ISOLADA. CARNÊLEÃO. CONCOMITÂNCIA. Improcede a exigência de multa isolada com base na falta de recolhimento do Imposto Sobre a Renda de Pessoa Física devido a título de carnêleão, quando cumulada com a multa de ofício decorrente da apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas, uma vez possuírem base de cálculo idênticas.” A decisão foi assim registrada: “Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para restabelecer as deduções de LivroCaixa, nos valores de R$ 773.750,00, R$ 14.000,00 e R$ 11.992,25, e de Contribuição a Previdência Privada, no valor de R$ 44.071,51, nos termos do voto da Relatora, bem como para excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício.” Em 12/09/2014, a Presidente da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento opôs os Embargos de Declaração de efls. 1.958/1.959, prolatandose, em 12/04/2016, o Acórdão de Embargos nº 2201003.051 (efls. 1.972 a 1.977), assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007, 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OMISSÃO OU OBSCURIDADE NO ACÓRDÃO EMBARGADO. EVIDENTE PRETENSÃO MODIFICATIVA. QUESTÕES JÁ APRECIADAS NO JULGAMENTO DO RECURSO. EMBARGOS REJEITADOS. A via dos embargos não pode conduzir à renovação do julgamento que não se ressente do vício apontado. Na concreta situação dos autos, o que se procura, sob pretexto de vícios inexistentes, é o reexame da fundamentação do aresto que deu provimento parcial ao recurso para restabelecer as deduções de livrocaixa e de Contribuição a Previdência Privada, bem como para excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício." A decisão foi assim registrada: Fl. 2041DF CARF MF Processo nº 10830.006485/200620 Acórdão n.º 9202007.383 CSRFT2 Fl. 2.040 5 "Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, não conhecer dos Embargos, vencido o Conselheiro relator que conhecia e negavalhe provimento. Designada para elaboração do voto vencedor a Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz." O processo foi encaminhado à PGFN em 31/05/2016 (Despacho de Encaminhamento de efls. 1.979) e, em 14/07/2016, foi interposto o Recurso Especial de efls. 1.980 a 1.996 (Despacho de Encaminhamento de efls. 1.997), com fundamento no art. 67, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, visando rediscutir a possibilidade de dedução, em livrocaixa, de pagamentos a prestadores de serviços sem vínculo empregatício. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme despacho de 26/12/2016 (efls. 1.998 a 2.002). Em seu apelo, a Fazenda Nacional apresenta as seguintes alegações: o cerne da controvérsia diz respeito à possibilidade de dedução, da base de cálculo do IRPF, de pagamentos a prestadores de serviços sem vínculo empregatício; o primeiro paradigma deixou bastante claro que as despesas apenas são dedutíveis quando vinculadas à necessidade, normalidade e usualidade da profissão exercida, sejam indispensáveis à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora e sejam pagas a pessoas com vínculo empregatício; as despesas em questão não são vinculadas de forma usual e normal à atividade do contribuinte, de tabelião público e não foram pagas a pessoas com vínculo empregatício com o contribuinte; o primeiro acórdão paradigma estabelece que para serem dedutíveis, as despesas de custeio devem ser cumulativamente necessárias à manutenção da fonte produtora ou à percepção da receita, usuais e normais, e pagas a pessoas que possuam vínculo empregatício com o contribuinte; o segundo paradigma vincula a dedutibilidade à existência de vínculo empregatício; por outro lado, o acórdão recorrido entendeu que basta estar caracterizada a necessidade com relação à atividadefim, não sendo necessária a existência de vínculo empregatício nem ser usual a despesa. Ao final, a Fazenda Nacional requer seja conhecido e provido o Recurso Especial, reformandose a decisão recorrida. Cientificado dos acórdãos, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho que lhe deu seguimento em 18/05/2017 (AR Aviso de Recebimento de efls. 2.014/2.015), o Contribuinte ofereceu, em 01/06/2017 (carimbo de efls. 2.018), as Contrarrazões de efls. 2.018 a 2.025, contendo os seguintes argumentos: a recorrente aponta como o cerne da controvérsia a possibilidade de dedução, da base de cálculo do IRPF, de pagamentos realizados a prestadores de serviços sem vínculo empregatício, apesar de o relator ter acolhido a pretensão da dedução em questão, vez que restou caracterizada a necessidade à atividade da fonte pagadora (sic), nos termos das respostas da Receita Federal do Brasil em seu sítio na internet; Fl. 2042DF CARF MF 6 conforme orientações da Receita Federal do Brasil, pagamentos efetuados a terceiros sem vínculo empregatício podem ser deduzidos, desde que se caracterizem como despesas necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora; os acórdãos apontados como paradigmas não são similares, já que a despesa com o terceiro sem vínculo empregatício se deu visto que este possuía vínculo empregatício de muitos anos junto ao Contribuinte e, após o encerramento de seu contrato de trabalho, visando à necessidade, normalidade e usualidade da profissão exercida, indispensáveis à percepção da receita e manutenção da fonte produtora, prestou serviços de treinamento de outra pessoa para o exercício da função exercida, e nos termos do art. 75, do RIR/99 e Decreto 3.000, de 1999, houve a dedução da despesa em questão do livrocaixa; assim, conforme comprovado nos presentes autos, as despesas em questão são vinculadas de forma usual e normal à atividade do Contribuinte de tabelião público, e nesse caso não é necessário o vínculo empregatício, nos termos do art. 75, inciso III, do RIR/99; os acórdãos elencados pelo recorrente, supostamente paradigmas da decisão ora recorrida, não condizem com o caso em tela; a decisão objeto do presente Recurso Especial deve ser mantida, visto que caracterizada a necessidade à atividade da fonte pagadora (sic), relativa a pagamento de terceiro sem vínculo empregatício. Ao final, o Contribuinte requer seja negado provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo, restando perquirir se atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Trata o apelo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, tendo em vista a glosa de despesas de livrocaixa, referente aos anoscalendário de 2001 e 2002. No acórdão recorrido, deuse provimento parcial ao Recurso Voluntário, restabelecendose, dentre outras, a dedução do pagamento efetuado a Neusa Lima Ferreira, prestadora de serviço sem vínculo empregatício, referente à realização de treinamento de funcionário no Cartório, tendo em vista restar caracterizada como despesa de custeio necessária à atividade da fonte produtora. A Fazenda Nacional, por sua vez, pede que seja mantida a glosa, ao argumento de que somente são dedutíveis despesas relativas a pagamentos realizados a pessoa com vínculo empregatício com o Contribuinte. Em sede de Contrarrazões, oferecidas tempestivamente, o Contribuinte alega inexistência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigmas. Antes de proceder à análise dos paradigmas, importa salientar que se trata de Recurso Especial de Divergência, e que esta somente se caracteriza quando, diante de situações fáticas similares, são adotadas soluções diversas, em face do mesmo arcabouço jurídico normativo. Nesse passo, de plano fica descartada a alegação de divergência que envolva a Fl. 2043DF CARF MF Processo nº 10830.006485/200620 Acórdão n.º 9202007.383 CSRFT2 Fl. 2.041 7 valoração de provas, já que, no que tange ao arcabouço probatório, cada processo constitui um universo específico. A impossibilidade de caracterização de divergência jurisprudencial em situações que envolvem a valoração de provas foi reconhecida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, em decisão proferida no Acórdão CSRF/0104.592, de 11/08/2003, assim ementado: “GLOSA DE DESPESAS COM VEÍCULOS COMBUSTÍVEIS – MATÉRIA DE PROVA. A divergência jurisprudencial, necessária à admissibilidade do recurso especial de que trata o artigo 5° inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, não se estabelece em matéria de prova e sim na interpretação das normas. Recurso especial não conhecido.” Com estas considerações, constatase que, no caso do acórdão recorrido, restabeleceuse a dedução, considerandose que a despesa referente a treinamento de funcionário caracterizase como de custeio necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, com fundamento no art. 6º, incisos I e III, da Lei nº 8.134, de 1990, e no art. 75, incisos I e III, do Decreto nº 3.000, de 1999, o acórdão restabeleceu a dedução. Confirase: "1.2.6. Pagamentos sem Vínculo Empregatício (Neusa Lima Ferreira) O Contribuinte informou à fiscalização que os pagamentos efetuados à Neusa Lima Ferreira foram decorrentes de prestação de serviços (sem vínculo empregatício) ao Cartório, após a sua aposentadoria, a fim de treinar outro funcionário para sua função. Por se tratar de prestação de serviço sem vínculo empregatício, a fiscalização glosou a dedução procedida pelo Contribuinte. Como justificativa para manutenção da dedutibilidade, o Contribuinte afirma a simples correlação de trabalho bastaria para dedutibilidade da despesa. O inciso I do art. 6º da Lei nº 8.134/90 é expresso ao determinar que a remuneração de terceiros são dedutíveis, desde que com vínculo empregatício. Porém, a Receita Federal do Brasil em seu sítio na INTERNET (http://www.receita.fazenda.gov.br /PessoaFisica/IRPF/2010/Perguntas/DeducoesLivroCaixa.htm) respondeu em relação à dedutibilidade de pagamentos efetuados por profissionais autônomos a terceiros: 401 — São dedutíveis os pagamentos efetuados por profissional autônomo a terceiros? Sim. O profissional autônomo pode deduzir no livro Caixa os pagamentos efetuados a terceiros com quem mantenha vínculo empregatício. Podem também ser deduzidos os pagamentos efetuados a terceiros sem vínculo empregatício, desde que caracterizem despesa de custeio necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Fl. 2044DF CARF MF 8 (Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 6º, incisos I e III; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 75, incisos I e III; Parecer Normativo Cosit nº 392, de 9 de outubro de 1970; Ato Declaratório Normativo Cosit nº 16, de 1979) (grifos nossos) Logo, acolho a pretensão do Contribuinte em deduzir pagamento a prestador de serviço, ainda que sem vínculo empregatício, pois resta caracterizada a necessidade à atividade da fonte pagadora." (grifei) Nesse contexto, o paradigma apto a demonstrar a alegada divergência seria representado por julgado em que, diante de situação fática similar dedução de despesa de livrocaixa, referente a gastos com treinamento de funcionário, ausente o vínculo empregatício do prestador se entendesse que tal despesa não deveria ser considerada como de custeio, mantendose a glosa, ou entendendose, ainda, que despesas de custeio não podem ser deduzidas, no caso de prestador de serviço sem vínculo empregatício. Entretanto, analisandose o inteiro teor do primeiro paradigma Acórdão nº 2301004.423 verificase que as despesas ali tratadas em nada se assemelham à situação do acórdão recorrido. Confirase: "Neste item, relativamente à Infração de Dedução Indevida de Despesas de Livro Caixa, argumenta que "[...]embora a recorrente tenha escriturado as despesas inerentes à sua atividade profissional nos anos calendário em exame, a autoridade fiscal entendeu por rejeitar seus registros e documentos apresentados, glosando as despesas declaradas." Aduz que "as despesas se referem à contratação dos serviços prestados por autônomos (gesseiro, pintor, pedreiro), materiais necessários à obras e como se confere nos recibos acostados às fls. 248/250)." Consoante o que estabelece o art. 6º da Lei nº 8.134/90, submete a atividade da Recorrente as receitas auferidas com a sua atividade, deduzidas das despesas admitidas, à tributação do Imposto de Renda Pessoa Física, apurado através de escrituração realizada em Livro Caixa e ajustada ao final do anocalendário, através da Declaração de Ajuste Anual. Podemos verificar que o artigo 6º da Lei nº 8.134 de 27 de dezembro de 1990, permite a dedução das despesas no livro caixa: Art. 6° O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: (Vide Lei nº 8.383, de 1991) I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 1º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 34): Fl. 2045DF CARF MF Processo nº 10830.006485/200620 Acórdão n.º 9202007.383 CSRFT2 Fl. 2.042 9 I a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de arrendamento; II a despesas com locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo; III em relação aos rendimentos a que se referem os arts. 47 e 48 Nos termos da legislação que rege a matéria todas a despesas de custeios pagas pelo contribuinte e necessárias à percepção da receita e a manutenção da fonte produtora, são passíveis de dedução do livrocaixa. Desta forma, podemos concluir que uma despesa, para ser considerada como dedutível, deverá preencher uma série de requisitos cumulativos, a saber: (i) deve ser usual e normal, face às atividades desenvolvidas pelo contribuinte que a suportou; (ii) se não paga, ao menos deve ter sido incorrida por esse contribuinte; e, por fim, (iii) deverá ser necessária a atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. Todavia, como se verifica da legislação supra, a remuneração paga à terceiros (no caso, gesseiro, pintor e pedreiro), somente podem ser deduzidas se houver vínculo empregatício, o que não ocorre o caso dos autos, bem como, verificase que o serviço prestado por estes terceiros e o material utilizado pela Contribuinte no serviços de decoração foram arcados por seus clientes, de modo que os honorários da Recorrente remuneram tão somente o seu trabalho prestado, não podendo assim, ser deduzidas tais despesas da base de cálculo do IRPF." (grifei) De plano, contatase que, no caso deste paradigma, as despesas analisadas (gesseiro, pintor e pedreiro) não foram consideradas despesas de custeio, especialmente porque sequer foram pagas pelo Contribuinte. Ademais, o voto elenca expressamente os requisitos para uma despesa ser considerada de custeio, não se verificando entre eles a exigência do vínculo empregatício do prestador do serviço. Não caracterizada a despesa como de custeio, prevista no inciso III, do art. 6º, da Lei nº 8.134, de 1990, restou apenas ao colegiado analisála conforme o disposto no inciso I, como remuneração paga a terceiros. Com efeito, a leitura dos excertos colacionados permite concluir pela inexistência de qualquer dissídio interpretativo, uma vez que as diferentes soluções a que chegaram os acórdãos recorrido e paradigma não decorreram de divergência jurisprudencial, mas sim do conjunto fático específico de cada processo. No recorrido, constatouse a existência de uma despesa de custeio necessária à atividade do Contribuinte, o que não se verificou no paradigma. Nestas circunstâncias, a divergência somente estaria caracterizada se as despesas em confronto guardassem alguma similitude, o que não se verificou. Quanto ao segundo paradigma Acórdão 2202003.216 constatase mais uma vez que as despesas ali tratadas em nada se assemelham à do acórdão recorrido. Confira se (destaques acrescidos): "Observo, a partir das razões do recurso, peça na qual o Contribuinte deve expor expressamente as razões de sua Fl. 2046DF CARF MF 10 inconformidade com aquilo que foi assentado pela decisão recorrida, que a única contestação objetivamente efetuada em relação às glosas perpetradas e mantidas pela 1ª Instância referese à questão da dedução com o pagamento de empregados, que já tinha sido especificada em sede de Impugnação, onde citou Luciana Santos Souza, Fernando Antonio dos Santos Júnior, Deny Pereira Costa e Silva, Alex Rodrigues Aragão, Matheus Estevam Souza e Iracema Pereira Gama. Transcrevo da Lei nº 8.134, de 1990: Art. 6° O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários;(sublinhei/destaquei) II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. (...) § 2° O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea, escrituradas em livrocaixa, que serão mantidos em seu poder, a disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência.(sublinhei/destaquei) Bem, a leitura do dispositivo acima, em especial das partes destacadas, leva ao entendimento que não é "qualquer remuneração paga a terceiros" que pode ser deduzida, mas aquela onde esteja caracterizado o vínculo empregatício e, não obstante as considerações efetuadas em sede preliminar, "o contribuinte deverá comprovar, mediante documentação hábil e idônea, à disposição da fiscalização" tal situação, para que se mantenha a dedução. Ou seja, a lei não diz que cabe à fiscalização comprovar que não havia vínculo empregatício, caracterizador da dedução em discussão, mas ao contribuinte demonstrálo. (...) O Contribuinte alegar que "não se paga a quem não lhe presta serviço" não atende ao comando legal, como se pode observar. A deduções da base de cálculo do imposto são benefícios concedidos e portanto devem atender aos requisitos impostos pela legislação tributária. Por exemplo, se o Contribuinte pagar as despesas com instrução de pessoa não dependente, nos termos da lei tributária, ainda que comprove o pagamento, não pode deduzir a despesa na apuração de seu imposto devido. Se pagar, neste caso, àquele com o qual não mantenha o regular vínculo Fl. 2047DF CARF MF Processo nº 10830.006485/200620 Acórdão n.º 9202007.383 CSRFT2 Fl. 2.043 11 trabalhista, ainda que tenha havido a despesa, não será dedutível. Diz a Fiscalização, na autuação (fl. 17/19): Relativamente às despesas declaradas como pagamento de pessoal, o autuado alega que são seus funcionários e todos exercem atividades no escritório de contabilidade. Apresentou os documentos para comprovação do vinculo empregatício. Passaremos a tecer considerações acerca dos documentos apresentados e dos registros consubstanciados no livro caixa. Primeiramente, foi apresentado contrato de experiência relativo à Sra. Elda Batista Pereira com inicio de vigência a partir de 14 de janeiro de 2003, prorrogado até abril de 2003. Igualmente, foi firmado contrato de experiência com a Sra. Luciana Santos Souza, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2003, com duração de noventa dias. Em virtude da natureza do deste contrato, entendemos que foram satisfeitas às exigências legais trabalhistas, por isso foram mantidas as despesas escrituradas correspondentes aos pagamentos feitos às senhoras acima referidas, incorridas no período de vigência de tais documentos. As demais despesas escrituradas pertinentes aos pagamentos de salários foram glosadas em virtude de o autuado não ter comprovado a existência do vínculo empregatício sob regime da legislação trabalhista. Também foi firmado contrato de idêntica natureza com o Sr. Fernando Antonio dos Santos Junior, com inicio em 01 de novembro de 2003, com duração de 90 dias. Da mesma forma, foram aceitas as despesas incorridas com este funcionário, por estarem amparadas pelo referido documento. As demais, foram glosadas pelos mesmos motivos acima citados. Com relação às profissionais Deny Pereira Costa e Silva, Iracema Pereira Gomes e Ana Paula Cabral da Rocha não foram apresentados documentos que caracterizassem a formalização do vinculo empregatício sob regime da legislação trabalhista alegado, mediante recolhimentos das obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas, pois o pagamento de salário, por si só, não caracteriza a existência do vinculo exigida pela legislação em apreço. Diante deste fatos, efetuouse a glosa das despesas incorridas com os pagamentos dos salários das profissionais citadas, por não atenderem aos requisitos estabelecidos na legislação pertinente, qual seja, não restou comprovada a existência do vinculo empregatício sob regime da legislação trabalhista, entre o autuado e tais profissionais. (...) Ou seja, a Autoridade Fiscal não desconheceu genericamente a existência desses empregados, mas analisou períodos e contratos especificamente, expondo as razões para aceitar a dedução em alguns casos/períodos e negála em outros. Fl. 2048DF CARF MF 12 Em sua defesa o Contribuinte diz que todas essas pessoas receberam pagamentos e passaram por seu escritório de assessoria e consultoria contábil, citando que se pode verificar suas grafias em alguns registros, para demonstrar a prestação de serviços. Vejamos, à guisa de exemplo, a declaração de folha 581, onde Alex Rodrigues Aragão diz que manteve relações de trabalho com o Recorrente de 15/01/2001 a 16/08/2005, assim como na folha 584, Matheus Estevam Souza o diz fixando o período entre 01/12/2001 e 31/08/2005. Conforme transcrito acima e sublinhado, a Fiscalização não desconsiderou que tais pessoas tivessem trabalhado para o Recorrente, mas, com base no Livro Registro de Empregados, fixou que Matheus fora contratado em agosto de 2003 e Alex em setembro de 2004. Assim, entendo que não logrou êxito o Recorrente em atender ao disposto na lei, para fazer jus ao direito de dedução escriturada em Livro Caixa, tampouco instruiu seu recurso, onde tem a oportunidade de exercer sua ampla defesa, com a contestação específica dos fatos que lhe foram imputados, acompanhada da devida documentação hábil." De plano, constatase que o paradigma não trata, em absoluto, de situação similar à do recorrido. No caso deste paradigma, tratase de dedução de despesas declaradas como pagamento de pessoal, em que o Contribuinte não conseguiu comprovar a existência de vínculo empregatício de todos os seus funcionários. Já no caso do acórdão recorrido, constatouse a existência de uma despesa de custeio necessária à atividade do Contribuinte. Com efeito, forçoso concluir mais uma vez pela inexistência de qualquer dissídio interpretativo, uma vez que as diferentes soluções a que chegaram os acórdãos recorrido e paradigma não decorreram de divergência jurisprudencial, mas sim do conjunto fático específico de cada processo. Diante do exposto, tendo em vista que os paradigmas indicados efetivamente não logram caracterizar a divergência alegada, não conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 2049DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11330.001094/2007-01
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 30/11/2006
DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 173, INC. I, DO CTN. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. PORTARIA MF Nº 586/2010. APLICAÇÃO.
O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, afetado como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC, pacificou o entendimento de que o prazo decadencial para lançar os tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que não houve pagamento antecipado do tributo, conforme disposto no art. 173, inc. I, do CTN, ou de 5 anos a contar da data do fato gerador, caso tenha havido o pagamento antecipado do tributo, consoante art. 150, § 4º, do CTN.
Numero da decisão: 9202-007.211
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 30/11/2006 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 173, INC. I, DO CTN. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. PORTARIA MF Nº 586/2010. APLICAÇÃO. O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, afetado como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC, pacificou o entendimento de que o prazo decadencial para lançar os tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que não houve pagamento antecipado do tributo, conforme disposto no art. 173, inc. I, do CTN, ou de 5 anos a contar da data do fato gerador, caso tenha havido o pagamento antecipado do tributo, consoante art. 150, § 4º, do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 173, INC. I, DO CTN. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. PORTARIA MF Nº 586/2010. APLICAÇÃO. O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, afetado como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC, pacificou o entendimento de que o prazo decadencial para lançar os tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que não houve pagamento antecipado do tributo, conforme disposto no art. 173, inc. I, do CTN, ou de 5 anos a contar da data do fato gerador, caso tenha havido o pagamento antecipado do tributo, consoante art. 150, § 4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 33 0. 00 10 94 /2 00 7- 01 Fl. 347DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pelo Contribuinte face ao acórdão 240200.675, proferido pela 2ª Turma Ordinária / 4ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de crédito lançado contra o contribuinte acima identificado, através da Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD DEBCAD n° 37.090.9445, no valor de R$ 81.513,67 (oitenta e um mil quinhentos e treze reais e sessenta e sete centavos), que acrescido de multa e juros corresponde ao valor consolidado em 13/06/2007 de R$ 189.206,34 (cento e oitenta e nove mil duzentos e seis reais e trinta e quatro centavos). O presente lançamento engloba as contribuições relativas à parcela patronal, à parcela do segurado empregado, ao SAT (seguro de acidente de trabalho) e às destinadas aos Terceiros, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados a título de prêmio incentivo, através dos cartões magnéticos, denominados FLEXCARD e premiação TOP PREMIUM, ambos administrados pela empresa INCENTIVE HOUSE S/A, CNPJ n° 00.406.126/000141, no período 03/1999 a 03/2000, 06/2000, 08/2000 a 12/2001, nos termos do relatório fiscal (fls. 42/59). Contra o lançamento, o Contribuinte apresentou impugnação, de fls. 161/170, acompanhada de anexos. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRFBJ), Rio de Janeiro I/RJ, fls. 207/221, analisou o lançamento e a impugnação, julgando procedente o lançamento. O Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, fls. 232/242, acompanhado de anexos, onde alegou, em síntese, que a regra decadencial deveria ser a determinada no Código Tributário Nacional (CTN); o prêmio por cartão é concedido pela impugnante por liberalidade; as parcelas não são pagas pela recorrente; por fim, requereu o provimento do Recurso Voluntário. A 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 247/254, DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para, nas preliminares, excluir do lançamento, devido à decadência, as contribuições apuradas nas competências até 11/2001, anteriores a 12/2001, nos termos do voto. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/12/2001 Fl. 348DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 10 3 PROGRAMA DE INCENTIVO. PREMIO ATRAVÉS DE CARTÃO. GRATIFICAÇÃO. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA. A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, mesmo através de cartões de premiação, constitui gratificação e, portanto, tem natureza salarial e deve integrar o SaláriodeContribuição (SC). DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Intimada à fl. 255, a Fazenda Nacional mantevese inerte. Às fls. 264/269, o Contribuinte igualmente interpôs Recurso Especial, alegando divergência entre decisões, para a seguinte matéria: Regra decadencial a ser aplicada, afirmando que o acórdão recorrido, sob a alegação de não haver recolhimentos a homologar, aplicou, equivocadamente, a regra prevista no artigo 173 do CTN, mantendo as contribuições relativas à competência 12/2001 e excluindo as relativas às demais competências. Para demonstrar a divergência, apresentou como paradigma o acórdão nº 230101.552, segundo o qual o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN; 2. Falta de demonstração, por parte da Autoridade Lançadora, da existência, ou não, do pagamento antecipado de parte do tributo que enseja a aplicação da regra decadencial prevista no artigo 150, § 4º, do CTN. À fl. 298, o Contribuinte apresentou petição para informar que jamais pretendeu incluir os débitos objeto do presente procedimento em qualquer modalidade de parcelamento de débitos, requerendo, assim, o seguimento ao Recurso Especial de Divergência interposto em 12/05/2011, sendo determinada a remessa dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Às fls. 302/304, a 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte, DANDO PARCIAL SEGUIMENTO em relação apenas à matéria relativa à regra decadencial, uma vez vislumbrada a similitude das situações fáticas nos acórdãos recorrido e paradigmas, configurando a divergência jurisprudencial apontada. Já, em relação à segunda divergência arguida, não restou suficientemente discutida no aresto atacado, a ponto de caracterizar a divergência suscitada. À fl. 305 foi realizado o Reexame de Admissibilidade pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que manteve o despacho do Presidente da Câmara que negou seguimento de parte do Recurso Especial do Contribuinte. Às fls. 307/312, a Fazenda Nacional interpôs contrarrazões, combatendo estritamente o mérito, requerendo o não provimento do Recurso Especial do Contribuinte. Fl. 349DF CARF MF 4 Vieram os autos conclusos para julgamento e, às fls. 315/318, esta c. Turma proferiu a Resolução nº 9202000089 determinando a conversão do feito em diligência para que os autos retornassem à Unidade de Origem para providenciar levantamento dos débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Contudo, relatório constante naquela Resolução foi equivocado, constando dados estranhos aos presentes autos. Em cumprimento à diligência determinada, a Unidade de Origem, às fls. 323/324, apresentou Relatório Fiscal de Diligência, informando, dentre outras, que, consultando o banco de dados da RFB, ficou constatado que a empresa, em 02/01/2002, efetuou recolhimento na competência 12/2001, com código de recolhimento 2100 – Empresas em Geral CNPJ, no valor total de R$ 40.008,29. Informou também restar cristalino que houve recolhimento parcial por parte do contribuinte na competência 12/2001 antes da emissão da NFLD ora guerreada que foi emitida apenas em 13/06/2007. Finalizou informando que, com base no que foi exposto, a fiscalização ficou impedida de levantar os débitos com base em folhas de pagamento da empresa, conforme determinou a Resolução nº 9202000.089, haja vista que houve recolhimento parcial na competência 12/2001. Desta diligência, o Contribuinte foi citado, conforme fl. 328, e, às fls. 337/338, manifestouse nos autos aduzindo ter restado inconteste o recolhimento parcial das contribuições sociais e, por isso, tendo havido o recolhimento parcial do tributo objeto de lançamento fiscal, há de ser aplicada a regra de que trata o CTN em seu artigo 150, § 4º, consoante entendimento pacificado através da Súmula nº 99/CARF já ratificada pela jurisprudência desta E. Turma. À fl. 344, a Unidade de Origem manifestou ter evidenciado o equívoco do relatório constante na Resolução nº 9202000089. Retornaram os autos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Tratase de crédito lançado contra o contribuinte acima identificado, através da Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD DEBCAD n° 37.090.9445, no valor de R$ 81.513,67 (oitenta e um mil quinhentos e treze reais e sessenta e sete centavos), que acrescido de multa e juros corresponde ao valor consolidado em 13/06/2007 de R$ 189.206,34 (cento e oitenta e nove mil duzentos e seis reais e trinta e quatro centavos). O presente lançamento engloba as contribuições relativas à parcela patronal, à parcela do segurado empregado, ao SAT (seguro de acidente de trabalho) e às destinadas aos Terceiros, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados a título de prêmio incentivo, através dos cartões magnéticos, denominados FLEXCARD e premiação TOP PREMIUM, ambos Fl. 350DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 11 5 administrados pela empresa INCENTIVE HOUSE S/A, CNPJ n° 00.406.126/000141, no período 03/1999 a 03/2000, 06/2000, 08/2000 a 12/2001, nos termos do relatório fiscal (fls. 42/59). O Acórdão recorrido deu parcial provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial apresentado pelo Contribuinte trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante à decadência, afirmando que, conforme entendeu o acórdão paradigma, o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN. O Recurso Especial insurgiuse tão somente quanto à tese decadencial, conforme relatado alhures. Pois bem, para tratar da decadência do direito da Fazenda Nacional em lançar de ofício o imposto em questão é preciso analisar o fato gerador deste tributo. No presente caso tratase de Contribuição Previdenciária, cujo auto de infração discute o descumprimento de obrigação principal, a empresa recorrente deixou de recolher a contribuição devida sobre a remuneração de seus empregados. Estamos tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, onde parte da obrigação foi omitida pelo contribuinte e lançada de ofício pela Receita Federal, ensejando a dúvida entre a aplicação do disposto no art. 150, §4 ou 173, I, do CTN. Para elidir esta discussão, necessário se faz que se observem outros requisitos. Embora o contribuinte tenha de fato omitido parte das receitas em sua declaração e isso tenha ensejado o lançamento de ofício, é preciso que se observe se houve adiantamento do pagamento do imposto devido ou de parte dele. Contudo, embora minha simpatia com a tese esposada pela Fazenda Nacional no tocante a aplicação do art. 173, I, nos casos de lançamento de ofício, no caso em tela, por força do artigo 62 do RICARF havendo orientação firmada no RE 973.733SC, me filio ao atual entendimento do STJ, no qual ficou definido que havendo o adiantamento de pelo menos parte do pagamento do imposto, este atrai a aplicação do art. 150, § 4 do CTN. Observese a Ementa do referido julgado: AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ICMS. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, E 173, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. (RECURSO REPETITIVO RESP 973.733SC). Relator(a) Ministro LUIZ FUX (1122) Órgão Julgador T1 PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 02/03/2010 Data da Publicação/Fonte DJe 16/03/2010 1. O tributo sujeito a lançamento por homologação, em não ocorrendo o pagamento antecipado pelo contribuinte, incumbe ao Fisco o poderdever de efetuar o lançamento de ofício substitutivo, que deve obedecer ao prazo decadencial estipulado pelo artigo 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (...) Fl. 351DF CARF MF 6 3. Desta sorte, como o lançamento direto (artigo 149, do CTN) poderia ter sido efetivado desde a ocorrência do fato gerador, é do primeiro dia do exercício financeiro seguinte ao nascimento da obrigação tributária que se conta o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, na hipótese, entre outras, da não ocorrência do pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, independentemente da data extintiva do direito potestativo de o Estado rever e homologar o ato de formalização do crédito tributário efetuado pelo contribuinte ... (...) 5. À luz da novel metodologia legal, publicado o julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC, submetido ao regime previsto no artigo 543C, do CPC, os demais recursos já distribuídos, fundados em idêntica controvérsia, deverão ser julgados pelo relator, nos termos do artigo 557, do CPC (artigo 5º, I, da Res. STJ 8/2008). 6. Agravo regimental desprovido. A doutrina também se manifesta neste sentido: O prazo para homologação é, também, o prazo para lançar de ofício eventual diferença devida. O prazo deste § 4° tem por finalidade dar segurança jurídica às relações tributárias. Ocorrido o fato gerador e efetuado o pagamento pelo sujeito passivo no prazo do vencimento, tal como previsto na legislação tributária, tem o Fisco o prazo de cinco anos, a contar do fato gerador, para emprestar definitividade a tal situação, homologando expressa ou tacitamente o pagamento realizado, com o que chancela o cálculo realizado pelo contribuinte. É neste prazo para homologação que o Fisco deve promover a fiscalização, analisando o pagamento efetuado e, no caso de entender que é insuficiente, fazer o lançamento de ofício através da lavratura de auto de infração, em vez de chancelálo pela homologação. Com o decurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador, portanto, ocorre a decadência do direito do Fisco de lançar eventual diferença. A regra do § 4° deste art. 150 é regra especial relativamente à do art. 173, I, deste mesmo Código. E, havendo regra especial, prefere à regra geral. Não há que se falar em aplicação cumulativa de ambos os artigos, conforme se pode ver em nota ao art. 173, I, do CTN”. (PAULSEN, Leandro, 2014). Grifo nosso. Nessa perspectiva, cumpre enfatizar que o cerne da questão aqui debatida reside na análise da existência de pagamento antecipado de parte da contribuição exigida, cujo reconhecimento tem a aptidão de atrair a incidência do art. 150, § 4.º, do CTN. Em não havendo tal antecipação de pagamento, a aplicação do art. 173, I, do CTN é impositiva. Para o exame da ocorrência de pagamento antecipado parcial, para os fins ora pretendidos, afigurase óbvia a necessidade de se verificar se o contribuinte pagou parte do débito tributário objeto de cobrança, e não daqueles afetos a outros fatos. Ou seja, delimitar o significado e abrangência do termo início de pagamento. Registro aqui meu posicionamento de que o adiantamento do pagamento não se verifica pelo recolhimento de contribuições sobre qualquer rubrica, mas tão somente aquelas cujo fato gerador seja equivalente. No caso em tela, o Contribuinte alega que assiste razão ao acórdão paradigma que contrariando o acórdão recorrido decidiu que o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN. Em cumprimento à diligência determinada, a Unidade de Origem, às fls. 323/324, apresentou Relatório Fiscal de Diligência, informando, dentre outras, que, consultando o banco de dados da RFB, ficou constatado que a empresa, em 02/01/2002, efetuou recolhimento na competência 12/2001, com código de recolhimento 2100 – Fl. 352DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 12 7 Empresas em Geral CNPJ, no valor total de R$ 40.008,29. Informou também restar cristalino que houve recolhimento parcial por parte do contribuinte na competência 12/2001 antes da emissão da NFLD ora guerreada que foi emitida apenas em 13/06/2007. Finalizou informando que, com base no que foi exposto, a fiscalização ficou impedida de levantar os débitos com base em folhas de pagamento da empresa, conforme determinou a Resolução nº 9202000.089, haja vista que houve recolhimento parcial na competência 12/2001. Assim, considerando que a contribuição previdenciária há início de pagamento este atrai a aplicação do art. 150, §4° do CTN, devendo ser aplicada a competência 12/2001 os efeitos da decadência. Diante do exposto, recebo o Recurso Especial interposto pelo contribuinte, para no mérito darlhe provimento. É como voto. Ana Paula Fernandes Relatora. Fl. 353DF CARF MF
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Numero do processo: 10240.000697/2008-13
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL.
No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias.
Numero da decisão: 9202-007.298
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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conteudo_txt : Metadados => date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-11-10T20:26:45Z; Last-Modified: 2018-11-10T20:26:45Z; dcterms:modified: 2018-11-10T20:26:45Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-11-10T20:26:45Z; meta:save-date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-11-10T20:26:45Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-11-10T20:26:45Z; created: 2018-11-10T20:26:45Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; Creation-Date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-11-10T20:26:45Z | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 494 1 493 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10240.000697/200813 Recurso nº Especial do Procurador e do Contribuinte Acórdão nº 9202007.298 – 2ª Turma Sessão de 23 de outubro de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrentes ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 06 97 /2 00 8- 13 Fl. 494DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório Cuidase Recursos Especiais interpostos pela Fazenda Nacional e pelo Contribuinte em face do acórdão nº 2401001.672, proferido na sessão do dia 15 de março de 2011, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM PELA REGRA DO INCISO I DO ART. 173 DO CTN. Inexistindo antecipação de recolhimento das contribuições previdenciárias, a contagem do prazo decadencial para as contribuições previdenciárias tem como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte a ocorrência dos fatos geradores ENTIDADE QUE SE ENQUADRA COMO ISENTA. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS. DESCONSIDERAÇÃO PARA EFEITO DE CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. Não são considerados como antecipação de pagamento da contribuição da empresa, para fins de aferição do prazo decadencial. os recolhimentos relativos à parte dos segurados efetuados pelas entidades que se consideram isentas do recolhimento da cota patronal previdenciária. CONTRIBUIÇÕES SEGURADO EMPREGADO E CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. OBRIGAÇÃO RECOLHIMENTO. Nos termos do artigo 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 8.212/91, a empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, descontandoas das respectivas remunerações e recolher o produto no prazo contemplado na legislação de regência. PREVIDENCIÁRIO. ISENÇÃO COTA PATRONAL. Somente fará jus à isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias a contribuinte entidade beneficente de assistência social que cumprir, cumulativamente, os requisitos inscritos no artigo 55 da Lei nº 8.212/91, constatação que à época da ocorrência dos fatos geradores era procedida em processo próprio apartado, com reflexo nas notificações decorrentes. Fl. 495DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 495 3 PAF. APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. De conformidade com os artigos 62 e 72, § 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, c/c a Súmula nº 2 do antigo 2º CC, às instâncias administrativas não compete apreciar questões de ilegalidade ou de inconstitucionalidade, cabendolhes apenas dar fiel cumprimento à legislação vigente, por extrapolar os limites de sua competência. Recurso de Oficio Provido em Parte e Recurso Voluntário Negado. A Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração em face do acórdão acima transcrito, os quais foram acolhidos, ensejando a prolação do acórdão nº 240101.992, na sessão do dia 23 de agosto de 2011, que restou assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO/CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a omissão/contradição no Acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõese o acolhimento dos Embargos de Declaração para suprir a omissão/contradição apontada, dandolhe efeitos infringentes na parte em que o saneamento da omissão necessariamente conduzir a alteração no resultado do julgamento. Embargos Acolhidos em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher parcialmente os embargos de declaração para re ratificar o Acórdão no 240101.672, passando a: por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer as competências 12/2002 e 01 a 03/2003. Como muito bem relatado pela Câmara a quo, destaco: Na origem, o contribuinte, pessoa jurídica, já qualificada nos autos do processo administrativo em referência, teve contra si lavrada Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD nº 37.116.8759, referente às contribuições sociais devidas pela notificada ao INSS, correspondentes à parte da empresa, do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, e as destinadas a Terceiros (Salário Educação, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE), incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais, em relação ao período de 01/2001 a 12/2006, conforme circunstanciadamente demonstrado no Relatório Fiscal, às fls. 121/125. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, lavrada em 22/04/2008, contra a contribuinte acima identificada. De acordo com o Relatório Fiscal, o crédito previdenciário ora exigido fora lançado em decorrência da perda da isenção da cota da Fl. 496DF CARF MF 4 patronal da contribuinte, tendo em vista o descumprimento dos requisitos de referido benefício fiscal, especialmente o inciso III, do artigo 55, da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 206, inciso IV, do RPS; devidamente examinado nos autos de processo administrativo próprio em trâmite perante a 4ª Câmara do CRPS, já transitado em julgado, conforme Ato Cancelatório nº 001/2005, mantido pelo Acórdão n° 2115/2005 do Colegiado mencionado. Intimada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de efls. 421/434 que foi admitido conforme exame de admissibilidade de efls. 445/448, com o objetivo de discutir o termo inicial da decadência, nos casos em que o contribuinte estiver albergado por isenção. Intimado. o Contribuinte interpôs Recurso Especial de efls. 453/461, que foi admitido conforme despacho de exame de admissibilidade efls. 479/480, no sentido de que independentemente da inexistência da antecipação de pagamento, aplicase s contribuições previdenciárias, no que se refere à decadência, a regra do art. 150, §4º do CTN. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões de efls. 485/491, requerendo que seja negado provimento ao Recurso Especial do Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheira Patrícia da Silva Relatora Os Recursos Especiais são tempestivos e atendem os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual os conheço. Ambos os Recursos Especial apresentam como matéria a questão do prazo decadencial, assim, começarei pela análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Recurso Especial da Fazenda Nacional Em seu Recurso Especial, a Fazenda Nacional apresenta a rediscussão em relação ao prazo decadencial sob o seguinte argumento, conforme trecho transcrito do Recurso Especial nas efls. 426: Contudo, a conclusão estampada no aresto merece reforma. Isto porque, ao declarar a decadência parcial do direito ao lançamento da Fazenda Pública, o acórdão recorrido o fez sem considerar o disposto no art. 175, I, do mesmo diploma legal. Isto é, o Colegiado desconsiderou a circunstância de que até 21/02/2005 o contribuinte estava albergado por isenção, o que impedia qualquer atividade de lançamento, razão pela qual a fluência do prazo decadencial de cinco anos só poderia se dar após o efetivo ato de cancelamento da isenção. (Grifamos) Em relação ao início de contagem do prazo decadencial, conforme pleiteia a PGFN, na sessão do dia 30 de julho de 2014, conforme acórdão nº 9202003.288, referente ao processo administrativo nº 36624.002167/200708, por unanimidade, decidiu: Fl. 497DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 496 5 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira. (Grifamos) Nesse sentido, destaco a fundamentação do ilustre Conselheiro relator: Não obstante as substanciosas razões da Procuradoria, seu insurgimento não tem o condão de macular o Acórdão recorrido. Aliás, vários são os motivos que demonstram a fragilidade e rechaçam a pretensão da Fazenda, como passaremos a demonstrar. De plano, ressaltase que é cediço na doutrina e jurisprudência que o gozo da isenção por entidade de fins filantrópicos não tem o condão de suplantar o poderdever da autoridade fiscal de promover o lançamento, uma vez constatada a ocorrência dos fatos geradores dos tributos sem o devido recolhimento, mormente quando referido procedimento objetiva prevenir a decadência, sob pena de responsabilidade funcional da autoridade fiscal, nos termos do artigo 142 do CTN. Nessa toada, admitindose a impossibilidade do lançamento, bem como a suspensão da decadência, em face da isenção da entidade, estaríamos dando aos artigos 151 e 173, do CTN, extensão que dele não decorre, violando a inafastável sujeição do contribuinte à fiscalização. Consoante se infere do dispositivo legal supracitado, em momento algum o legislador contemplou a possibilidade da suspensão do prazo decadencial, por ocasião da fruição de isenção, suspendendose simplesmente a Fl. 498DF CARF MF 6 exigibilidade do crédito tributário eventualmente constituído, observados os requisitos para tanto, até decisão final no processo pertinente, o que se vislumbra no caso vertente. Frise se, que a isenção em epígrafe não tem eficácia de impedir a constituição do crédito previdenciário pelo lançamento, porquanto a autoridade administrativa, em observância ao disposto no artigo 142 do CTN, deve exercer o seu poderdever de lançar, sem quaisquer limitações, apenas ficando suspensa a exigibilidade do crédito. Mesmo porque, referido benefício fiscal não afasta totalmente as obrigações tributárias, relativamente aos demais tributos não abarcados pela isenção e, bem assim, no que tange às obrigações acessórias. Como se observa, inexiste qualquer limitação legal capaz de impedir o lançamento relativamente aos contribuintes isentos. Ao contrário, existe sim, determinação legal (artigo 142 do CTN, p. ex.), a qual obriga a autoridade administrativa, sendo privativa, vinculada e obrigatória a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, quando constatada a ocorrência dos fatos geradores do tributo. Com efeito, a legislação de regência, vigente à época, ao dispor sobre os requisitos para manutenção e concessão da isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias, estabelece que o Fisco poderá/deverá fiscalizar, além do recolhimento de tais tributos, o cumprimento dos pressupostos daquele benefício, como segue: (...) Da mesma forma, não há se falar em afronta aos ditames do artigo 175, inciso I, do Código Tributário Nacional, vez que a isenção não impossibilita o nascimento da própria obrigação tributária, ao contrário do que sustenta a Fazenda Nacional. Como delineado alhures, a isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias não impede a ocorrência do fato gerador do tributo, mas tão somente afasta a tributação sobre ele, remanescendo, porém, as obrigações acessórias pertinentes, como informálos em GFIP, bem como as demais contribuições afora a cota patronal. Em verdade, o artigo 175, inciso I, do CTN, ao estabelecer a isenção como uma das hipóteses de exclusão do crédito tributário exige necessariamente que aquele seja constituído. Em outras palavras, somente se pode cogitar em exclusão do débito, a partir da isenção, se for devidamente constituído por meio de um lançamento fiscal, o que faz cair por terra, novamente, o argumento de que referido dispositivo legal impossibilita o lançamento para as entidades isentas. Na esteira desse raciocínio, impõese a manutenção da decadência reconhecida pela Câmara recorrida, relativamente ao período de 01/2001 a 11/2001 e 13°/2001, admitindose como termo inicial da decadência do artigo 173, inciso I, do CTN, o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo lançado, em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim, afasto a alegação da PGFN que a fruição do prazo decadencial começa a partir da suspensão da isenção. No mesmo sentido, o voto do embargo de declaração vai no mesmo enconto: Diante dessa constatação, não devo admitir que o dies a quo para a fluência do prazo decadencial seja estabelecido em Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 497 7 função da data de prolação do ato cancelatório, uma vez que esse estaria a depender de providência da Administração Tributária. A prevalecer o entendimento da embargante, poder seia cair na seguinte situação, que considero absolutamente absurda: após o quinto ano da ocorrência dos fatos geradores, o Fisco emite ato cancelatório de isenção e a partir desse marco passaria a se contar os cinco anos do prazo quinquenal, levando a possibilidade de se exigir o tributo para fatos geradores ocorridos há dez anos. No tocante a regra decadencial a ser aplicada, arts. 150, § 4º ou 173, I ambos do CTN, esta E. CSRF na sessão do dia 21 de fevereiro de 2017, acórdão nº 9202005.227, referente ao processo nº 12898.001143/200915, de relatoria da Ilma. Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que na oportunidade acompanhei, assim decidiu: CS. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGRA DECADÊNCIA. ART. 173, I DO CTN. Inexistindo recolhimento antecipado sobre os fatos geradores e fundamentação legal lançada de ofício, a decadência deve ser aplicada a luz do art. 173, I do CTN. Os recolhimentos efetuado antecipadamente como entidade isenta não são aproveitados para recolhimentos antecipados de entidades sem esse benefício fiscal. (Grifamos) Assim, os recolhimentos efetuados antecipadamente como entidade isenta não são aproveitados para recolhimentos antecipados de entidades sem esse benefício fiscal. Conforme exposto no voto proferido em sede de Embargos de declaração, reconheço a decadência dos períodos anterior a 12/2002. Dessa forma, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, reconhecendo a decadência dos períodos anterior a 12/2002. Recurso Especial do Contribuinte Em seu Recurso Especial, o Contribuinte requer a aplicação do art. 150, § 4º do CTN independente do recolhimento das contribuições. Conforme analisado no Recurso Especial da PGFN, em relação ao prazo decadencial, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte, reconhecendo decadência dos períodos anterior a 12/2002. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 500DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.724220/2010-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Data do fato gerador: 31/01/2005, 31/12/2006, 31/08/2007
RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO CONHECIMENTO.
O acórdão recorrido e o acórdão paradigma possuem contextos fáticos eminentemente distintos, não se vislumbrando a demonstração da divergência jurisprudencial suscitada.
Numero da decisão: 9202-007.219
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Data do fato gerador: 31/01/2005, 31/12/2006, 31/08/2007 RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO CONHECIMENTO. O acórdão recorrido e o acórdão paradigma possuem contextos fáticos eminentemente distintos, não se vislumbrando a demonstração da divergência jurisprudencial suscitada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO CONHECIMENTO. O acórdão recorrido e o acórdão paradigma possuem contextos fáticos eminentemente distintos, não se vislumbrando a demonstração da divergência jurisprudencial suscitada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 42 20 /2 01 0- 70 Fl. 1204DF CARF MF 2 Tratase de Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão n.º 220201.521 proferido pela 2ª Turma da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 29 de novembro de 2011, no qual restou consignada a seguinte ementa, fls. 1.099: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Data do fato gerador: 31/01/2005, 31/12/2006, 31/08/2007 PRAZO OBRIGATÓRIO DE GUARDA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS PARA FINS FISCAIS. PESSOA FÍSICA. VALORES LANÇADOS NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Em regra, o sujeito passivo, pessoa física, deve guardar os documentos comprobatórios de valores lançados na Declaração de Ajuste Anual, não juntados às declarações entregues à Secretaria da Receita Federal do Brasil, pelo prazo previsto em lei para que a Fazenda Pública efetue o lançamento, que é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. TRANSFERÊNCIA DE BENS OU DIREITOS PARA INTEGRALIZAÇÃO OU AUMENTO DE CAPITAL SOCIAL. APURAÇÃO DE GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS OU DIREITOS. TRANSFERÊNCIA PELO VALOR CONSTANTE NA DECLARAÇÃO DE BENS. SEM INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. A transferência de bens ou direitos a pessoas jurídicas, pelo valor constante na Declaração de Bens e Direitos, a título de integralização ou aumento de capital social, não está sujeito à apuração do ganho de capital. Nesse caso, a pessoa física deve lançar na declaração correspondente ao exercício em que efetuou a transferência as ações ou quotas subscritas pelo mesmo valor dos bens ou direitos transferidos para a pessoa jurídica. Recurso provido. No que se refere ao Recurso Especial mencionado, fls. 1.118 a 1.121, houve sua admissão, por meio do Despacho de fls. 1.164 a 1.168, para rediscutir a decisão recorrida no tocante à necessidade de comprovação de valor constante da Declaração de Ajuste Anual para fixação do custo em operação de ganho de capital. Em seu recurso, aduz a Fazenda, em síntese, que: a) entende o acórdão recorrido que o valor constante da declaração de ajuste anual do imposto de renda (DIPF) é suficiente para a prova sobre o custo de aquisição; b) o acórdão paradigma pontifica a apuração de imposto de renda sobre ganho de capital relativo à integralização de capital societário exige a comprovação concreta do custo de aquisição, não sendo suficiente a mera informação daquele valor na DIPF. Fl. 1205DF CARF MF Processo nº 10980.724220/201070 Acórdão n.º 9202007.219 CSRFT2 Fl. 3 3 c) cabe reforma do acórdão, tendo em vista a jurisprudência do CARF consolidada sobre o ônus da prova. Intimado, o representante do espólio apresentou Contrarrazões, fls. 1.174 a 1.191, nas quais sustentam que: a) ausência de demonstração analítica da divergência do acórdão paradigma em relação ao acórdão objeto do Recurso Especial; b) o acórdão recorrido, cuja matéria envolve custos imobiliários declarados a partir do anocalendário de 1991, confirmados e comprovados, inclusive pela própria fiscalização, pelos seus valores declarados a partir do anocalendário 1995 e considerados na operação de incorporação societária no ano de 2004, portanto, períodos de tempo já alcançados pela decadência tributária, é matéria que se apresenta absolutamente diversa da tratada no mencionado acórdão paradigma, o qual se reporta a situação temporal completamente dentro do período decadencial, contrariamente ao acórdão recorrido, que se reporta a fato ocorrido já de muito longe do período decadencial, o que exclui e impede qualquer ação revisional pela administração tributária; c) deve prevalecer a decisão proferida no acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora 1. Do conhecimento. Aduz o Recorrido a impossibilidade de conhecimento do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, tendo em vista a ausência de cotejo analítico entre o acórdão recorrido e o paradigma, bem como a ausência de similitude fática entre os julgados, pois o acórdão recorrido trata do valor probatório de DIRPF referente a períodos de tempo já alcançados pela decadência, já o paradigma se reporta a Declaração dentro do lapso temporal não atingido pela decadência. No que se refere ao argumento sobre a necessidade de cotejo analítico entre os acórdãos recorrido e paradigma, cabe esclarecer que a demonstração da divergência não requer necessariamente a elaboração de quadro comparativo, tampouco de cotejo analítico, desde que fiquem claros no recurso os pontos que estão sendo suscitados, motivo pelo qual não assiste razão ao Recorrido, nesse ponto. Quanto à alegada ausência de similitude fática, compulsandose o acórdão recorrido, observase a razão de decidir que se extrai do seguinte trecho do acórdão: Fl. 1206DF CARF MF 4 Inicialmente se faz necessário esclarecer qual seria o prazo obrigatório de guarda dos documentos não juntados às declarações de rendimentos, já que a autoridade fiscal lançadora exigiu a apresentação de documentos comprobatórios para fatos tributários ocorridos a mais de dez anos, para ser mais exato, 14 anos comprovados. A bem da verdade, estes fatos surgiram em razão da Lei nº 8.383, de 1991, que em seu artigo 96 dizia “No exercício financeiro de 1992, anocalendário de 1991, o contribuinte apresentará declaração de bens na qual os bens e direitos serão individualmente avaliados a valor de mercado no dia 31 de dezembro de 1991, e convertidos em quantidade de UFIR pelo valor desta no mês de janeiro de 1992”. Resta claro na legislação de regência que, em regra, o sujeito passivo, pessoa física, deve guardar os documentos comprobatórios não juntados às Declarações de Ajuste Anual entregues à Secretaria da Receita Federal, pelo prazo previsto em lei para que a Fazenda Pública efetue o lançamento, que é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado ou da ocorrência do fato gerador, nos casos dos prazos ditados pelos arts. 898 e 899 do RIR/199, que repetem os termos do § 4º do art. 150 e do art. 173 do Código Tributário Nacional. (...). Ora, foi a própria autoridade fiscal que verificou que os bens envolvidos na questão da transferência para aumento / integralização de capital social constavam pelo mesmo valor nas Declarações de Ajuste Anual (Declaração de Bens e Direitos) do recorrente, pelo menos, desde o anocalendário de 1995, conforme consta do Termo de Constatação e Encerramento de Ação Fiscal (fls. 911/924), verbis: (...). Ora, não é crível que a autoridade fiscal possa ficar exigindo documentações comprobatórias de fatos fiscais, relativo a pessoas físicas, que ocorreram a mais de dez (10) anos da data da Intimação Fiscal. Passado o prazo decadencial da possibilidade revisional dos fatos, nada mais pode ser exigido do sujeito passivo e os fatos registrados em sua Declaração de Ajuste Anual passam a ser validados, ou seja, se tornam como que fossem verdadeiros. Assim sendo, os valores dos bens constantes da Declaração de Bens e Direitos tem validade para todos os efeitos legais. Quanto a matéria de mérito propriamente dito, é de se dizer que a Lei nº 9.249, de 1995, em seu artigo 23, trata da matéria estabelecendo que se a integralização do capital social for feita pelo mesmo valor do bem constante da declaração de imposto de renda da pessoa física do sócio, não haverá tributação. Porém se o valor informado a titulo de integralização for maior do que aquele constante da declaração o imposto é devido: (...). Não restam dúvidas, nos autos do processo, que o recorrente é sócio da empresa Lattife Empreendimentos Imobiliários Ltda., constituída em 2002, tendo subscrito novas quotas nos anos de 2004 e 2007, conforme primeira e segunda alterações contratuais, integralizandoas com imóveis de sua propriedade, Fl. 1207DF CARF MF Processo nº 10980.724220/201070 Acórdão n.º 9202007.219 CSRFT2 Fl. 4 5 considerando os respectivos valores informados na declaração de bens, pelo menos, desde o anocalendário 1995. Ou seja, a transferência foi feita pelo valor constante da declaração de bens, não gerando ganho de capital. Percebese que foi dado provimento ao recurso voluntário interposto pelo Contribuinte, considerando o valor probatório da DIRPF, tacitamente homologada pelo fisco, para o fim de demonstrar que a integralização do capital foi feita pelo mesmo valor do bem constante da declaração de imposto de renda da pessoa física do sócio, não havendo tributação. Portanto, foi essencial para o deslinde da controvérsia o fato de que já havia transcorrido o prazo obrigatório de guarda dos documentos não juntados às declarações de rendimentos, de modo que a autoridade fiscal não poderia exigir documentações comprobatórias de fatos fiscais relativos a pessoas físicas que ocorreram há mais de 10 anos da data da intimação fiscal. Já o acórdão paradigma, inclusive oriundo da mesma relatoria do acórdão recorrido, apresenta situação fática distinta, pois não trata de DIRPF tacitamente homologada pelo fisco, o que ensejou a aplicação do entendimento sobre a necessidade de provas aptas a corroborar o expresso na Declaração. Com essas considerações, entendo que, de fato, resta ausente a similitude fática entre os julgados, motivo pelo qual não é possível identificar a divergência jurisprudencial suscitada pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz. Fl. 1208DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720070/2007-56
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PREÇOS DE TERRAS (SIPT). VALOR MÉDIO DAS DITR. AUSÊNCIA DE APTIDÃO AGRÍCOLA.
Incabível a manutenção do arbitramento com base no SIPT, quando o VTN é apurado adotando-se o valor médio das DITR do Município, sem considerar a aptidão agrícola do imóvel.
Numero da decisão: 9202-007.332
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
Ausente momentaneamente a conselheira Ana Paula Fernandes.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ARBITRAMENTO. PREÇOS DE TERRAS (SIPT). VALOR MÉDIO DAS DITR. AUSÊNCIA DE APTIDÃO AGRÍCOLA. Incabível a manutenção do arbitramento com base no SIPT, quando o VTN é apurado adotandose o valor médio das DITR do Município, sem considerar a aptidão agrícola do imóvel. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Ausente momentaneamente a conselheira Ana Paula Fernandes. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 00 70 /2 00 7- 56 Fl. 245DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão n.º 2801003.748 proferido pela 1ª Turma Especial 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 7 de outubro de 2014, no qual restou consignada a seguinte ementa, fls. 164: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. O lançamento de ofício deve considerar, por expressa previsão legal, as informações constantes do Sistema de Preços de Terra, SIPT, referentes a levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios, que considerem a localização do imóvel, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel. Na ausência de tais informações, a utilização do VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas para determinado município e exercício, por não observar o critério da capacidade potencial da terra, não pode prevalecer. Recurso Voluntário Provido. O Recurso Especial referido anteriormente, fls. 172 a 178, foi admitido, por meio do Despacho de fls. 187 a 190, para rediscutir a decisão recorrida no tocante ao arbitramento do VTN com base no SIPT Sistema de Preços de Terras, utilizandose o VTN médio das DITRs apresentadas. Aduz a Procuradoria da Fazenda, em síntese, que: a) não há ilegalidade no procedimento para o lançamento do ITR com base nos valores indicados no Sistema de Preços de Terras da SRF; b) as tabelas de valores indicados no SIPT servem como referencial para amparar o trabalho de malha das declarações de ITR e somente são utilizados pela fiscalização se o contribuinte não lograr comprovar que o valor declarado de seu imóvel corresponde ao valor efetivo na data do fato gerador; c) valor apurado pela fiscalização pode ser questionado, mediante Laudo Técnico de Avaliação, revestido de rigor científico suficiente a firmar a convicção da autoridade, devendo estar presentes os requisitos mínimos exigidos pela da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, mas o contribuinte não se desincumbiu desse mister; d) merece reforma o acórdão recorrido, tendo em vista estar em desacordo com o sistema normativo vigente, devendo prevalecer o valor da terra nua arbitrado pela fiscalização. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10783.720070/200756 Acórdão n.º 9202007.332 CSRFT2 Fl. 3 3 Intimado, o Contribuinte apresentou contrarrazões, fls. 218 a 226, alegando, em síntese que a aptidão agrícola do imóvel varia de imóvel para imóvel, o que torna indiscutivelmente impossível estabelecer uma média por hectare para um Município inteiro considerando apenas os valores declarados em DITRs dentro daquela região, assim, o Acórdão recorrido não merece reforma. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora 1. Do conhecimento Aduz o Recorrido que o aresto indicado como paradigma pela Recorrente não trata da matéria discutida nos presentes autos, restando prejudicada a possibilidade de conhecimento do Recurso Especial Fazendário. Compulsandose os autos, observase os seguintes trechos dos votos condutores do acórdão recorrido e paradigma: Acórdão nº 2801003.748, recorrido: Ocorre que, no caso, conforme atestado pela decisão de primeira instância, as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, não decorrem de levantamentos efetuados pelas Secretarias de Agriculturas. Limitamse ao VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas (extrato fl. 83). Ora, o VTN médio das declarações de ITR apresentadas referentes ao município de localização do imóvel, não permitem a generalização no tocante ao critério da capacidade potencial da terra, não sendo apto a justificar o arbitramento. Portanto, neste tocante, não pode prevalecer o lançamento, devendo ser restabelecido o VTN declarado. Acórdão nº nº 210201.664, paradigma: Verificase na descrição dos fatos do auto de infração que o lançamento foi motivado pela glosa da área de reserva legal e valoração do VTN do imóvel rural denominado "Gleba Cedrobom/Parque Est. Ig. Juruena", com área total de 87.523ha, localizado no município de Cotriguaçu/MT. (...) Em função disso, a fiscalização não acatou o laudo e efetuou o arbitramento do valor da terra nua com base nas informações do Sistema de Preços de Terras (SIPT), correspondentes ao Fl. 247DF CARF MF 4 preço médio do hectare obtido nas DITRs apresentadas para os imóveis localizados no município de Cotriguaçu/MT, no exercício de 2002. Na mesma linha, entendo que o laudo técnico não serve para contestar o valor da terra nua, nem para comprovar as áreas de reserva legal. (...) Isto posto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. Notase que, em situações semelhantes, o julgado recorrido não admitiu o arbitramento com base no SIPT constituído pelos valores médios das DITR do mesmo Município, enquanto que o julgado comparado admitiu. Portanto, diante da constatação da divergência jurisprudencial entre os julgados, conheço do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. 2. Do mérito O processo administrativo fiscal sob análise tem como objeto exigência de ITR suplementar referente ao exercício de 2005, em decorrência da glosa pelo Fisco das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (ARL) declaradas, bem como alteração do Valor da Terra Nua (VTN), que entendeu subavaliado. A Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial com o fito de rediscutir arbitramento do VTN com base no SIPT Sistema de Preços de Terras, utilizandose o VTN médio das DITRs de outros contribuintes. Compulsandose o Acórdão recorrido, observase que a razão de decidir do Colegiado se baseou, essencialmente, nos seguintes fundamentos: Ante a legislação acima transcrita, depreendese que, nos casos de subavaliação do VTN, o lançamento de ofício deve considerar as informações constantes do Sistema de Preços de Terra, SIPT, referentes a levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios, que considerem a localização do imóvel, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel. Ocorre que, no caso, conforme atestado pela decisão de primeira instância, as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, não decorrem de levantamentos efetuados pelas Secretarias de Agriculturas. Limitamse ao VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas (extrato fl. 83). Ora, o VTN médio das declarações de ITR apresentadas referentes ao município de localização do imóvel, não permitem a generalização no tocante ao critério da capacidade potencial da terra, não sendo apto a justificar o arbitramento. Portanto, neste tocante, não pode prevalecer o lançamento, devendo ser restabelecido o VTN declarado. Fl. 248DF CARF MF Processo nº 10783.720070/200756 Acórdão n.º 9202007.332 CSRFT2 Fl. 4 5 Assim, foi dado provimento ao recurso voluntário considerando a realização do arbitramento do valor do VTN com base no SIPT, utilizandose o valor médio das DITRs, sem levar em conta a aptidão agrícola. Acerca do tema, o art. 14, § 1º, da Lei nº 9.396, de 1996, assim dispõe: Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios." (grifei) O referido art. 12, da Lei nº 8.629, de 1993, ao tempo da edição da Lei nº 9.393, de 1996, tinha a seguinte redação: "Art. 12. Considerase justa a indenização que permita ao desapropriado a reposição, em seu patrimônio, do valor do bem que perdeu por interesse social. § 1º A identificação do valor do bem a ser indenizado será feita, preferencialmente, com base nos seguintes referenciais técnicos e mercadológicos, entre outros usualmente empregados: I. valor das benfeitorias úteis e necessárias, descontada a depreciação conforme o estado de conservação; II. valor da terra nua, observados os seguintes aspectos: a) localização do imóvel; b) capacitação potencial da terra; c) dimensão do imóvel." (grifei) Posteriormente, com as alterações da Medida Provisória nº 2.18.356, de 2001, a redação do art. 12, da Lei nº 8.629, de 1993, passou a ser a seguinte: "Art.12.Considerase justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos: I localização do imóvel II aptidão agrícola; Fl. 249DF CARF MF 6 III dimensão do imóvel; IV área ocupada e ancianidade das posses; V funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias." (grifei) Diante desse contexto, observase que não foi cumprida a exigência legal de modo a considerar a aptidão agrícola do imóvel, razão pela qual mantenho a decisão recorrida. Portanto, voto por conhecer do recurso especial e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz. Fl. 250DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15936.000081/2007-49
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1998 a 31/12/1998
VÍCIO FORMAL. COISA JULGADA ADMINISTRATIVA. PRECLUSÃO.
Decisão administrativa que declarou a nulidade do lançamento por vício formal, que de tornou definitiva, ante a ausência de recurso, não pode ser alterada em julgamento posterior para fins de definição do termo inicial de contagem do prazo decadencial.
Numero da decisão: 9202-007.406
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem, para apreciação das demais questões do recurso voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes.
Assinado digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/1998 a 31/12/1998 VÍCIO FORMAL. COISA JULGADA ADMINISTRATIVA. PRECLUSÃO. Decisão administrativa que declarou a nulidade do lançamento por vício formal, que de tornou definitiva, ante a ausência de recurso, não pode ser alterada em julgamento posterior para fins de definição do termo inicial de contagem do prazo decadencial.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem, para apreciação das demais questões do recurso voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1670; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 15936.000081/200749 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202007.406 – 2ª Turma Sessão de 29 de novembro de 2018 Matéria PAF Preclusão Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CAIUÁ AGROINDUSTRIAL LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1998 a 31/12/1998 VÍCIO FORMAL. COISA JULGADA ADMINISTRATIVA. PRECLUSÃO. Decisão administrativa que declarou a nulidade do lançamento por vício formal, que de tornou definitiva, ante a ausência de recurso, não pode ser alterada em julgamento posterior para fins de definição do termo inicial de contagem do prazo decadencial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem, para apreciação das demais questões do recurso voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 93 6. 00 00 81 /2 00 7- 49 Fl. 560DF CARF MF 2 Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 2301003.217, proferido na Sessão de 21 de novembro de 2012, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1998 a 31/12/1998 DECADÊNCIA. STF. INCONSTITUCIONALIDADE DE DISPOSITIVOS. LEI 8.212/91. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. A decisão foi assim registrada: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos: I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). O recurso visa rediscutir a seguinte matéria: limites da coisa julgada administrativa quanto à natureza do vício. Em despacho preliminar de admissibilidade, o Presidente da Terceira Câmara, da Segunda Seção do CARF deu seguimento ao apelo, nos termos do Despacho de e fls. 548 a 553. Em suas razões recursais, a Fazenda Nacional aduz, em síntese, que, apesar de na decisão definitiva constar expressamente que o vício que atingia o lançamento era formal, o Colegiado a quo concluiu que a NFLD substituída estava eivada de vício material; que a discussão sobre a natureza do vício havia precluído; que o processo administrativo deve caminhar sempre para frente, não podendo reabrir discussão de matéria julgada; que o Despacho Decisório que declarou a nulidade foi proferido por autoridade competente, em processo regular, restando nele consignado expressamente a natureza do vício, tornandose inviável o reexame da questão pelo Colegiado a quo; que o art. 63, § 2º, da Lei nº 9.784, de 1.999 veda o reexame de matéria preclusão pro judicato, que impede o julgador de decidir novamente a matéria já julgada, nos termos do art. 471, do CC. Cientificada do Acórdão Recorrido, do Recurso Especial da Procuradoria e do Despacho que lhe deu seguimento em 30/05/2016 (AR, efls. 558), o Contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 561DF CARF MF Processo nº 15936.000081/200749 Acórdão n.º 9202007.406 CSRFT2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Dele conheço. Quanto ao mérito, a matéria diz respeito à natureza do vício que determinou a nulidade do lançamento e posterior emissão de novo lançamento, se formal ou material. Entendeu a Turma a quo que se tratava de vício material, não se aplicando a regra de contagem do prazo decadencial do art. 173, II do CTN, o que levou sua conclusão pela decadência em relação à segunda notificação. Eis as considerações do Recorrido sobre a natureza do vício: 7. Ao responder a diligência determinada pela Resolução n.º 230100.036 (fls. 400/404), a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Presidente Prudente – SP alegou que: “1. O motivo da anulação do débito lançado sob o Debcad n.º 32.465.6483, foi pelo fato de tratase de débito das contribuições patronais e ter sido cadastrado incorretamente com o ‘Tipo de Débito 71’, considerando vício insanável, por não ser possível a exclusão do referido código”. (fl. 469) 8. Dessa forma, resta demonstrado que o vício, ocorrido à época do início da ação fiscal em 1999, tratase de vício material, porque não determinou corretamente a matéria tributável. Antes de apreciar o mérito da questão, faço breve relato dos fatos relevantes para o desfecho da lide: a) Em 30/06/1999 foi lavrada a Notificação DEBCAD nº 32.465.6483 (Ver Relatório Fiscal, efls. 238); b) Em 28/07/2005 foi declarada, de ofício, a nulidade do lançamento, por vício formal, com a determinação de emissão de nova notificação de lançamento, nos termos do Despacho Decisório nº 21.021.0/0019/2005, com recurso de ofício à autoridade superior, que homologou a decisão (efls. 471 a 473); c) Em 18/10/2005 foi expedida a Notificação de Lançamento – NFLD nº 35.755.7964 (efls. 215 a 232), em substituição à notificação anterior; d) Cientificado da NFLD nº 35.755.7964 em 17/10/1995, o Contribuinte impugnou tempestivamente a exigência (efls. 261 a 267); e) A delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto – DRFRibeirão Preto julgou procedente o lançamento (efls. 132 a 139); f) O Contribuinte interpôs recurso voluntário em 08/11/207 (efls. 145 a 155); g) Em 21/11/2012 a Primeira Turma Ordinária, da Terceira Câmara da Segunda Seção de Julgamento, por meio do Acórdão nº 2301003.217, deu provimento ao Fl. 562DF CARF MF 4 recurso voluntário em razão da decadência. Para tanto, considerou que o vício que ensejou a nulidade da Notificação DEBCAD nº 32.465.6483 era material, não se aplicando, portanto, a regra do art. 173, II do CTN. Pois bem, considerada a sucessão de fato acima resumidos, é forçoso dar razão à Fazenda Nacional. No presente caso, a autoridade administrativa, no exercício de sua competência, declarou a nulidade do lançamento, por vício formal, e determinou a realização de nova notificação. Confirase o teor do Despacho Decisório: 4. O crédito previdenciário incluído na Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD em questão é especificamente relativo às contribuições da empresa, parte patronal. 5. Ocorre que o lançamento foi cadastrado no sistema informatizado do INSS, indevidamente com o "Tipo de classificação de Apropriação Indébita" e os sistemas SICAD/SICOB, não permite alteração de códigos. 6. A informação relativa ao "Tipo de Débito" consiste em nortear os procedimentos administrativos de cobrança do crédito lançado, sendo de suma importância a sua exatidão para o cadastramento no sistema de cobrança. 7. Não há como sanar a irregularidade apontada. [...] 9. No caso em questão, considerando a inviabilidade do saneamento, tornase necessário a nulidade do presente lançamento, com a determinação de emissão de NFLD substitutivo. E a sua conclusão: CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta; DECIDO: a) Anular o lançamento NFLD DEBCAD: 32.465.6483 de 30/06/1999; b) Determinar o arquivamento do processo; c) Determinar a emissão de NFLD substitutiva; d) Recorrer de Oficio desta decisão ao Delegado da Receita Previdenciária. Sobre a natureza do vício que ensejou a nulidade do lançamento, é patente que se trata de vício formal, embora o Despacho decisório assim não o designe. A caracterização do vício e a determinação de realização de lançamento substituto torna essa conclusão incontroversa. O fato de a decisão referirse a vício insanável – aspecto destacado pelo Recorrido – não determina a natureza material do vício. Tanto o vício material quanto o vício formal são insanáveis, razão pela qual é necessário a realização de novo lançamento, caso se pretenda restabelecer a exigência. Fl. 563DF CARF MF Processo nº 15936.000081/200749 Acórdão n.º 9202007.406 CSRFT2 Fl. 4 5 E a decisão que declarou a nulidade do lançamento por vício formal não poderia ser alterada ou questionada pela Primeira Turma Ordinária, da Terceira Câmara da Segunda Seção de Julgamento. Tratase de decisão definitiva, operandose, em relação a ela, os efeitos da chamada coisa julgada administrativa. Assim, ao apreciar o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, era defeso, à Turma a quo, em razão da preclusão processual, discutir a natureza do vício. Restabelecida a natureza do vício como formal, não poderia o acórdão recorrido concluir pela decadência com base nas regras dos artigos 150, § 4º e 173, I, ambos do CTN. Ante o exposto, conheço do recurso e doulhe provimento, determinando o retorno dos autos à Turma a quo para reexame do Recurso Voluntário, considerando formal o vício que ensejou a nulidade do lançamento substituído. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 564DF CARF MF
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