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Numero do processo: 10580.725432/2009-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.305
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida Fazenda Nacional Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório 1. Por bem retratar os fatos narrados nos autos, utilizo como o relatório desenvolvido pela DRJ de Salvador quando da lavratura do acórdão n. 1527.583 (fls. 191/197), o que passo a fazer nos seguintes termos: Tratase de lançamento de oficio, fls. 03 a 07, lavrado contra a contribuinte acima identificada, com a exigência do crédito tributário do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, no valor de R$ 2.861.876,39, incluídos multa de ofício e juros de mora, calculados até 31/08/2009. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 25 43 2/ 20 09 -4 3 Fl. 283DF CARF MF Processo nº 10580.725432/200943 Resolução nº 3402001.305 S3C4T2 Fl. 304 2 Na Descrição dos Fatos, fls. 05/06, o autuante relata que no procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigatórias tributárias foram apuradas as seguintes infrações: 001 – CRÉDITOS INDEVIDOS. DEMAIS CASOS; e 002 – CRÉDITOS INDEVIDOS. GLOSA DE CRÉDITO DECORRENTE DA AQUISIÇÃO DE INSUMOS NT, ALIQ. ZERO E ISENTOS. O estabelecimento industrial não recolheu ou recolheu a menor o IPI por ter se utilizado de créditos, escriturados em seus livros fiscais, considerados indevidos pela fiscalização, por falta de previsão legal. Consta do Termo de Verificação Fiscal, fls. 21 a 25, que no curso da ação fiscal, em atendimento ao MPF nº 008140, emitido em função de trabalho de verificação da regularidade do recolhimento do IPI, pertinente ao período compreendido entre 01/2005 a 08/2009, operação "IPI análise das notas fiscais de entradas e créditos", constatou os seguintes fatos: · o estabelecimento fabrica brinquedos diversos, classificados na posição do capítulo 95 da Tabela de Incidência do IPI (TIPI) vigente, Decreto n° 6.006, de 28/12/2006, com a alíquota fixada, em sua maioria, no percentual de 10%; · no intuito de obter autorização judicial para se creditar do IPI relativo às aquisições de insumos imunes, isentos, tributados com alíquota zero (0%) ou nãotributados (NT), pela mesma alíquota do produto em que tais insumos fossem aplicados, a empresa ajuizou, no dia 20/03/2003, Mandado de Segurança n° 2003.33.00.0080984, na 12a Vara Federal de Salvador; · em 20 de junho de 2005, conforme Instrumento Particular de Alteração de Contrato Social por Incorporação, documento anexo, a Plásticos Acalanto Ind. Ltda., inscrita no CNPJ sob o n° 03.132.973/000172, procedeu à incorporação da sociedade Baby Brink Indústria e Comércio Ltda., inscrita no CNPJ sob o n° 58.603.788/000100, assumindo o seu ativo e passivo e todas as demais obrigações e encargos advindos da referida operação de reorganização societária; · além da ação ajuizada nos autos dos processos n° 2003.33.00.0080984, citada anteriormente, a contribuinte se beneficiou da ação judicial, também no âmbito do IPI, movida pela sua incorporada Baby Brink Ltda., CNPJ n° 58.603.788/000100, nos autos do processo de n° 1999.61.00.0523169; · restou demonstrado, entretanto, em consultas realizadas no sítio da Justiça Federal, conforme indicam extratos anexos, que ultrapassadas todas as fases processuais, ambas as ações judiciais encontramse extintas com baixa definitiva; · nos dois casos, após o trânsito em julgado, matriz e incorporada tiveram seus pleitos denegados, conforme inteiro teor dos acórdãos e sentenças proferidas pela Justiça Federal; · não houve, portanto, o reconhecimento judicial dos pedidos da contribuinte e de sua incorporada de se creditarem do IPI relativo às aquisições de insumos imunes, isentos, tributados com alíquota zero Fl. 284DF CARF MF Processo nº 10580.725432/200943 Resolução nº 3402001.305 S3C4T2 Fl. 305 3 (0%) ou nãotributados (NT), pela mesma alíquota do produto em que tais insumos fossem aplicados; · dessa maneira, todos os valores do IPI compensados pela contribuinte com base nas referidas ações judiciais, em sua escrita fiscal (RAIPI), no período auditado, conforme demonstrativo anexo, resultante do IPI calculado sobre as aquisições de insumos, PI e MP sob os regimes da isenção, NT e alíquota 0%, foram considerados créditos indevidos, por falta de amparo legal, e, por conseqüência, foram devidamente glosados pela autoridade lançadora; · por falta de previsão regulamentar, também não foram aceitos pela Fiscalização os créditos utilizados no campo do RAIPI como "Outros Créditos", a partir do anocalendário 2008, decorrentes dos pagamentos efetuados do IPI nas notas fiscais de vendas com natureza de operação "bonificação em mercadorias", concedidas graciosamente aos clientes, e consideradas como descontos incondicionais. · assim, a despeito de todos argumentos apresentados pela contribuinte no decorrer dos trabalhos, citando inclusive jurisprudência e doutrina, constatase que inexiste previsão legal que ampare o procedimento por ela adotado; · diante dos fatos, os citados créditos de IPI foram considerados indevidos pela Fiscalização, por falta de amparo legal, e, em decorrência, foram devidamente glosados pela autoridade lançadora; · e por fim, pelo fato da contribuinte possuir saldos credores no período fiscalizado, foi necessário recompor a escrita do Registro de Apuração do IPI, conforme planilhas anexas, considerandose os valores levantados pela Fiscalização; Cientificada da exigência fiscal em 29/09/2009, fl. 04, a autuada apresentou, em 28/10/2009, a impugnação de folhas 111 a 131, alegando em síntese que: · o relato de dois fatos distintos em um mesmo momento, bem como a descrição de todos esses valores conjuntamente, inviabiliza o exercício de defesa pela contribuinte, devendo ser declarada a nulidade do auto e constituindose dois autos separados para que a contribuinte possa materializar sua defesa. Cita e transcreve o art. 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988, e os art. 2º e 53 da Lei nº 9.784, de 1999; · a denúncia espontânea, prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, gera para o auto denunciante o beneficio da exclusão da responsabilidade pela prática de determinado ilícito tributário, com a exclusão da multa, punitiva ou moratória. O primeiro dos pressupostos a ser analisado diz respeito à tempestividade da denúncia; · considerase denúncia espontânea aquela apresentada antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração, como é o caso da Impugnante, conforme demonstram os documentos anexados, Fl. 285DF CARF MF Processo nº 10580.725432/200943 Resolução nº 3402001.305 S3C4T2 Fl. 306 4 especialmente os comprovantes de adesão ao Plano de Parcelamento decorrente da Lei nº 11.941, de 2009; · assim, é evidente que descabe qualquer imposição de multa se feita a denúncia antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização específica, justamente como ocorreu in casu; e verificando o AIIM relativo ao MPF 0510100/00814/09, observamos constar do Termo de Verificação Fiscal, que a fiscalização teria sido iniciada em 20/08/2009, contudo, isso não é verdade. · ao contrário do sustentado no AIIM, vemos do Termo de Intimação n° 01 (Termo de Solicitação de Esclarecimentos), que este foi emitido 03/09/2009, e a ciência da empresa somente deuse em 09/09/2009. Em razão disso, fica apontado o equívoco do consignado pela Autoridade Fiscal, e assim, concessa venia, não se pode ter por base a data 20/08/09, mas sim, 09/09/09, e dessa forma, há de ser acolhida a denúncia espontânea formulada pelo Contribuinte em 25/08/2009. · indevidamente a contribuinte foi autuada por não realizar a subsunção da norma do IPI sobre o fato operação que resulta mercadorias destinadas à bonificação. Não subsiste argumento algum ao Fisco para tributar tal operação. Não existe base legal. Pelo contrário, a tributação de mercadorias dadas como bonificação viola preceitos da Constituição Federal; · bonificação tratase de "concessão feita pelo vendedor ao comprador, diminuindo o preço da coisa ou entregando quantidade maior do que a estipulada". Equiparase a bonificação a um desconto, que no caso, não é exigida qualquer contraprestação, denominada de desconto incondicional; · a mercadoria produzida e dada pela contribuinte como brinde, trata se de produto que não representa fato que preenche os critérios da hipótese normativa do IPI, uma vez que não possui base de cálculo por não haver valor a ser Agravo de Instrumento n° 2007.01.00.0541381/MA, em que a Desembargadora Federal Maria do Carmo Cardoso; · a utilização dos créditos decorre dos pagamentos efetuados do IPI nas notas fiscais de vendas com natureza de operação "bonificação em mercadorias" concedidas graciosamente aos clientes e consideradas descontos incondicionais. Caso houvesse a tributação, estaríamos diante de uma base de cálculo não autorizada pela Constituição Federal, violando, ainda o princípio da capacidade contributiva. · a tributação de fato não autorizado na Carta Magna significa também que está o ente político extrapolando sua competência tributária, o que não é admitido no ordenamento jurídico pátrio; · por não se tratar de situação que se encaixa na hipótese normativa do IPI, inválida a tributação de IPI sobre operações que envolvam saídas de produtos com descontos incondicionais, uma vez que tais saídas se realizam a título gratuito. Se não há valor a ser cobrado não há fato jurídico tributário; Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10580.725432/200943 Resolução nº 3402001.305 S3C4T2 Fl. 307 5 · por fim, requer a nulidade do auto de infração, ou, ao menos a exclusão da multa imposta, em razão da tempestiva denúncia espontânea decorrente da adesão ao parcelamento pelo contribuinte e seja reconhecida a validade do aproveitamento dos créditos decorrentes das operações envolvendo bonificações em mercadorias. (grifos nosso). 2. A impugnação apresentada pelo contribuinte foi julgada improcedente pela DRJ Salvador (acórdão n. 1527.583 fls. 191/197), consoante se observa da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2005 a 31/07/2009 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA A motivação clara do lançamento fiscal, com a indicação explícita dos fatos e de seus fundamentos jurídicos, e a possibilidade de a interessada, após tomar ciência do seu teor, apresentar livremente impugnação no prazo legal revelam a observância no processo dos princípios do contraditório e da ampla defesa. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EXCLUSÃO DA ESPONTANEIDADE. Não tendo o débito sido confessado antes do início do procedimento fiscal, cabe o lançamento do tributo com imposição das penalidades pertinentes. CRÉDITO DE IPI. RECUPERAÇÃO DO IMPOSTO. SAÍDAS A TÍTULO DE BONIFICAÇÃO. Glosamse os valores escriturados como créditos de IPI relativos ao imposto que supostamente fora recolhido a maior em razão de bonificações, descontos incondicionais, concedidas aos clientes. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. 3. Diante deste quadro o contribuinte interpôs o recurso voluntário de fls. 211/237, oportunidade em que repisou os fundamentos aduzidos em impugnação. 4. Por sua vez, esta turma julgadora resolveu converter o julgamento do presente feito em diligência (resolução n. 3402000.843 fls. 246/252) nos seguintes termos: (...). 8. Assim, resolvo por converter o presente julgamento em diligência para que a unidade preparadora providencie: (i) cópias dos documentos que atestam a suposta adesão do contribuinte ao REFIS IV, indicando, inclusive, (i.i.) a data em que tal Fl. 287DF CARF MF Processo nº 10580.725432/200943 Resolução nº 3402001.305 S3C4T2 Fl. 308 6 fato teria ocorrido e (i.ii) se o débito aqui discutido está abrangido por este eventual parcelamento. 9. Uma vez realizada a diligência acima, (ii) deverá o Recorrente ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. (...). 5. Uma vez cumprida a diligência pela unidade preparadora o processo foi imediatamente encaminhado para este Tribunal Administrativo. 6. É o relatório. Resolução 7. Conforme se observa do relatório alhures, uma vez realizada a diligência determinada na resolução n. 3402000.843 (fls. 246/252) a unidade preparadora promoveu o imediato retorno dos autos para julgamento por parte deste Tribunal. Olvidouse de, antes disso, intimar o recorrente para que pudesse manifestarse a seu respeito, o que se contrapõe ao prescrito no art. 35, parágrafo único do Decreto n. 7.574/2011, bem como ao que fora expressamente estatuído na referida diligência. 8. Assim, seguir adiante no presente julgamento nos termos em que se encontra o processo em epígrafe poderia redundar em ofensa ao princípio do devido processo legal e seus consectários lógicos, i.e., contraditório e ampla defesa (art. 2°. da lei n. 9.784/99), implicando, pois, a sua nulidade. 9. Neste sentido, com o escopo de evitar tais máculas, resolvo novamente baixar o presente processo em diligência com o fito de que o recorrente seja intimado e, caso queira, manifestese a respeito da diligência efetuada nos autos. Em seguida, determino seja o processo mais uma vez remetido para apreciação deste Tribunal Administrativo. 10. É a resolução. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Fl. 288DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.008071/2001-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. APURAÇÃO ANUAL. SALDO CREDOR.
A restituição de saldo credor do IRPJ condiciona-se à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte levado à dedução, por meio dos informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras.
COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO.
Em face da inexistência de crédito tributário passível de restituição nos autos, ratifica-se a não homologação da compensação pleiteada.
Numero da decisão: 1402-002.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Nader Cesar Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Cabianca Bevlacqua Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. APURAÇÃO ANUAL. SALDO CREDOR. A restituição de saldo credor do IRPJ condiciona-se à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte levado à dedução, por meio dos informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras. COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. Em face da inexistência de crédito tributário passível de restituição nos autos, ratifica-se a não homologação da compensação pleiteada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Nader Cesar Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Cabianca Bevlacqua Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
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APURAÇÃO ANUAL. SALDO CREDOR. A restituição de saldo credor do IRPJ condicionase à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte levado à dedução, por meio dos informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras. COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. Em face da inexistência de crédito tributário passível de restituição nos autos, ratificase a não homologação da compensação pleiteada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Nader Cesar Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Cabianca Bevlacqua Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 80 71 /2 00 1- 21 Fl. 304DF CARF MF Processo nº 10830.008071/200121 Acórdão n.º 1402002.833 S1C4T2 Fl. 305 2 Relatório Tratase de julgamento de Recurso Voluntário interposto face v. acórdão da DRJ que julgou parcialmente improcedente a manifestação de inconformidade oferecida pela Recorrente. O PERD/COMP em análise é decorrente de pagamentos antecipados de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre aplicações financeiras, no valor inicial de R$ 309.939,78, relativo ao anocalendário de 2000. Em 30.08.2005 a Recorrente foi intimada da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Campinas às fls. 80/81, que houve por bem deferir parcialmente o referido pedido de restituição, reconhecendo o direito creditório no valor de R$ 224.219,24, homologando as compensações pleiteadas até esse limite. Inconformada, a Recorrente ofereceu manifestação de inconformidade de fls. 112/113, tentando comprovando a existência da totalidade do crédito por meio das informações prestadas pelas fontes pagadoras. No entanto, a DRJ de CampinasSP, por meio da sua 2ª Turma, rejeitou a manifestação de inconformidade apresentada e indeferiu o direito creditório e não homologou as compensações. O acórdão nº 05.14.289 foi exarado nos seguintes termos: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Anocalendário: 2000 Ementa: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. APURAÇÃO ANUAL. SALDO CREDOR. A restituição de saldo credor do IRPJ condicionase à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte levado à dedução, por meio dos informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Anocalendário: 30/06/2001, 31/07/2001 Ementa: COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. Em face da inexistência de crédito tributário passível de restituição nos autos, ratificase a não homologação da compensação pleiteada. Fl. 305DF CARF MF Processo nº 10830.008071/200121 Acórdão n.º 1402002.833 S1C4T2 Fl. 306 3 Rest/Ress. Indeferido – Comp. não homologada. (fls. 117/121) O acórdão não aceito o crédito referente ao IRRF indicado no documento apresentado pela Caixa Econômica Federal no importe de R$ 93.891,57 (fl 10 do autos) pois o é uma cópia de fax e não obedeceu ao estabelecido pela IN SRF número 138/99, bem como por não constar nos sistema da SRF as DIRFs a respeito da retenção do IRRF sobre aplicações financeiras do anocalendário 2000, tendo como beneficiária a Recorrente. Vejamos a parte do v. acórdão que fundamento esta ponto: Já o documento de fl. 10 é cópia de um fax da Caixa Econômica Feral enviado para a contribuinte, o qual discrimina valores de rendimentos e de IRRF, referentes ao anocalendário de 2.000. Este documento não é hábil a comprovar os rendimentos de aplicações financeiras, nem o IRRF a eles correspondentes, posto que não obedeceu ao estabelecido pela IN SRF n° 138/99. Acrescentese, que não consta nos sistemas de controle da SRF (DIRF) qualquer informação a respeito de retenção de IRRF sobre aplicações financeiras da Caixa Econômica Federal, referente ao anocalendário de 2.000, tendo como beneficiária a contribuinte. O acórdão também negou o reconhecimento do crédito de R$ 28.024,46 que foi feito Recorrente só em fase de manifestação de inconformidade. Vejamos a motivação do v.acórdão. Inicialmente, há que se esclarecer que o litígio a ser dirimido por esta Delegacia de Julgamento restringese à parcela do crédito tributário pleiteado pela contribuinte que não foi reconhecido pela decisão recorrida, não estando em discussão, portanto, o pedido efetuado na manifestação de inconformidade, de reconhecimento de acréscimo de R$ 28.024,46 ao valor originalmente pleiteado. Em seguida a Recorrente apresento Recurso Voluntário requerendo o reconhecimento e homologação tanto do crédito referente ao IRRF do documento da Caixa Econômica Federal, como dos R$ 28.0242,46. Ato contínuo, a C. Primeira Câmara do Conselho de Contribuintes decidiu converter o julgamento do recurso em diligência para que em nome da verdade material os autos fossem devolvidos a origem para as providências e verificações abaixo apontadas: a) dar ciência desta resolução à autuada, entregandolhe cópia; Fl. 306DF CARF MF Processo nº 10830.008071/200121 Acórdão n.º 1402002.833 S1C4T2 Fl. 307 4 b) intimar a CEF a especificar os valores de rendimentos e imposto retido no anocalendário 2000; c) verificar na contabilidade e na DIPJ da recorrente se os rendimentos referidos (item "b" acima) foram oferecidos à tributação; d) verificar se o imposto retido já foi utilizado para fins de restituição/compensação. A autoridade fiscal encarregada do procedimento deverá elaborar relatório detalhado e conclusivo ressalvadas a prestação de informações adicionais e a juntada de documentos que entender necessários entregar cópia à recorrente e concederlhe prazo de 30 (trinta) dias para que se pronuncie sobre as suas conclusões, após o que, o processo deverá retomar a este Conselho. Em resposta a diligência, o Auditor Fiscal apresentou Informação Fiscal de fls. não reconhecendo o IRRF referente ao documento da Caixa Econômica Federal e informando que o Banco não tinha mais a documentação solicitada para entregar a Receita Federal. Assim, forma apresentados documentos da Caixa Econômica para demonstrar o oferecimento do imposto de renda retido na fonte a Receita Federal e comprovar a retenção e o referente crédito. Após intimação a Recorrente apresenta petição requerendo o reconhecimento do crédito. É o relatório. Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10830.008071/200121 Acórdão n.º 1402002.833 S1C4T2 Fl. 308 5 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator Recurso Voluntário: O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. Da análise dos documentos constantes nos autos, entendo que o v.acórdão recorrido deve ser mantido em seus termos. Tanto a Caixa Econômica, como a Recorrente não forneceram o Informe de Rendimentos nos termos da Instrução Normativa. Apenas a cópia de um fax foi apresentado nos autos. A cópia do documento original não veio aos autos mesmo a após a instituição financeira ter sido notificada a entregar para a Receita Federal. Também não foram encontradas as DIRFs relativas a este imposto retido pela Caixa Econômica Federal. A Recorrente também não conseguiu apresentar detalhadamente no Livro Razão (fls. 188/223) quais seriam os lançamentos que comprovassem os valores oferecidos à tributação relativa às aplicações financeiras da CEF e informou ao Auditor que em razão do tempo e mudança de funcionários seria difícil detectálas individualmente. Apesar de ser possível verificar na DIPJ (fl. 67, na Ficha 06 – linha 24) que a Recorrente ofereceu à tributação o valor de R$ 4.332.995,13 à título de Outras Receitas Financeiras (valor muito além do apurado nas DIRF de fls.224 a 235) e conforme DCTF não ter utilizado o valor para fins de compensação/restituição, o crédito de R$ 93.891,57 (fl. 10 do autos) de IRRF supostamente retido pela Caixa Econômica Federal não restou comprovado nos autos, devendo o v. acórdão recorrido ser mantido. Fl. 308DF CARF MF Processo nº 10830.008071/200121 Acórdão n.º 1402002.833 S1C4T2 Fl. 309 6 Em relação ao crédito de R$ 28.0242,46 que foi apontado pela Recorrente junto com a manifestação de inconformidade, como muito bem esclarecido pelo v. acórdão "a quo" este valor não faz parte da discussão do processo, pois não foi apresentado pedido de reconhecimento/restituição e compensação relativo a tal montante antes de ter sido proferido o R. Despacho Decisório. Pelo exposto e por tudo que consta processado nos autos, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento mantendo o v. acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Fl. 309DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16045.000385/2010-17
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
ASSISTÊNCIA À SAÚDE. DIVERSIDADE DE PLANOS E COBERTURAS.
Os valores relativos a assistência médica integram o salário-de-contribuição, quando os planos e as coberturas não são igualitários para todos os segurados.
MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-006.482
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva (relatora), Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Redatora designada.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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DIVERSIDADE DE PLANOS E COBERTURAS. Os valores relativos a assistência médica integram o saláriodecontribuição, quando os planos e as coberturas não são igualitários para todos os segurados. MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva (relatora), Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 5. 00 03 85 /2 01 0- 17 Fl. 1100DF CARF MF 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão nº 240202.857, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF em 21/06/2012, interpôs recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais. Segue abaixo a ementa do acórdão recorrido: “ASSISTÊNCIA MÉDICA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. O valor referente à assistência médica não integra o salário de contribuição apenas quando disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. AUXÍLIO TRANSPORTE PAGO HABITUALMENTE E EM DINHEIRO. NÃO INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO STF. O valor do auxílio transporte pago habitualmente em pecúnia tem natureza indenizatória; portanto, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias e das destinadas a terceiros. AUXÍLIOEDUCAÇÃO. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. O valor relativo a plano educacional não integra o salário de contribuição quando vise à educação básica e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. RETENÇÃO. O contratante de serviços mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura e recolher a importância em nome da prestadora. MULTA DE MORA. Fl. 1101DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.101 3 Aplicase aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449 e declarados em GFIP o artigo 106, inciso II, alínea "c" do CTN para que as multas de mora sejam adequadas às regras do artigo 61 da Lei nº 9.430/96. No caso da falta de declaração, a multa aplicável é a prevista no artigo 35 da Lei nº 8.212, de 24/07/91, nos percentuais vigentes à época de ocorrência dos fatos geradores. JUROS DE MORA. SELIC. APLICAÇÃO É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Provido em Parte." Insurgese a União (Fazenda Nacional): 1) despesas médicas; 2) auxílio educação; relativo aos cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa. O aludido julgado ainda determinou o recálculo da multa pela regra do artigo 35 da Lei nº 8.212/91 vigente à época dos fatos geradores, observado o limite de 75%. Admissibilidade somente quanto à 1. Assistência Médica acórdão paradigma 20601.352 2. Multa acórdão paradigma 230100283 e 240100120 O contribuinte pugna genericamente pelo não conhecimento do recurso e manutenção do recorrido. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Patrícia da Silva Relatora Entendo presentes os pressupostos de admissibilidade no processo em referência. Das despesas médicas: Fl. 1102DF CARF MF 4 O empregador pode conceder assistência médica aos empregados como beneficio adicional, além do salário contratual. Para que o valor correspondente à assistência médica não seja considerado salário de contribuição pela Previdência Social. Conforme o artigo 458, V, da CLT, a assistência médica, hospitalar e odontológica prestada diretamente ou mediante seguro saúde, concedida pelo empregador, não será considerada salário utilidade, não havendo assim incorporação ou contribuição a ser recolhida. Nesse sentido, o valor correspondente à assistência médica, hospitalar e odontológica prestada diretamente pelo empregador ou mediante seguro saúde ao empregado não integra a base de cálculo do FGTS. As despesas médicas é uma verba recebida pelo empregado que não caracteriza uma contraprestação de um trabalho prestado, pois é apenas um ressarcimento, conforme artigo 214, § 9o, do Decreto n" 3.048, de 6 de maio de 1999, que aprova o Regulamento da Previdência Social. A par deste assunto o Superior Tribunal de Justiça reiterou o entendimento de que é indevida a contribuição previdenciária sobre o reembolso das despesas médicas (...). [cita o Resp n° 381.181/RS] Contudo, diante do Decreto, o valor da assistência médica concedida aos dependentes do empregado integra o salário de contribuição para todos os fins, caso diverso do relatado nos autos, somente funcionários obtinham tal beneficio. Mais uma vez, claro que não houve o fato gerador de tal tributo imputado a empresa, não havendo assim valores devidos a Previdência diante de tal circunstância. Do acórdão recorrido: Embora todos os segurados e dirigentes da recorrente disponham de assistência médica e odontológica, alguns dispõem de seguro saúde diferenciado. Por essa razão, a decisão recorrida ratificou o entendimento da fiscalização. Tratase de interpretação da expressão “desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa” da regra de isenção: § 9o Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; A matéria foi objeto de exame pela Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF que se pronunciou pela possibilidade de o benefício ser diferenciado por categorias ou classes da empresa, sem que com isso tornasse o benefício sujeito à incidência da contribuição previdenciária: Acórdão nº 920200.295, de 22/09/2009 Fl. 1103DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.102 5 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ASSISTÊNCIA MÉDICA —PLANO DE SAÚDE. EXTENSÃO/COBERTURA À TOTALIDADE DO EMPREGADOS/FUNCIONÁRIOS. REQUISITO LEGAL ÚNICO. De conformidade com a legislação previdenciária, mais precisamente o artigo 28, § 9°, alínea "q", da Lei n° 8.212/91, o Plano de Saúde e/ou Assistência Médica concedida pela empresa tem como requisito legal, exclusivamente, a necessidade de cobrir, ou seja, ser extensivo à totalidade dos empregados e dirigentes, para que não incida contribuições previdenciárias sobre tais verbas. A exigência de outros pressupostos, como a necessidade de planos idênticos à todos os empregados, é de cunho subjetivo do aplicador/intérprete da lei, extrapolando os limites da legislação específica em total afronta aos preceitos dos artigos 111, inciso II e 176, do Código Tributário Nacional, os quais estabelecem que as normas que contemplam isenções devem ser interpretadas literalmente, não comportando subjetivismos. Recurso especial negado. Ressaltase que parcela das despesas com os planos de saúde são custeadas pelos segurados da recorrente mediante desconto em folha de salários. Por essa sistemática, haveria um maior comprometimento da renda dos segurados com menor capacidade econômica para suportar o ônus com o benefício. Retroatividade Benigna Já quanto a multa, este colegiado tem se debruçado frequentemente e o entendimento tem sido unânime, motivo pelo qual, trago a colação o constante do Acórdão 9202006.247, da lavra do ilustre colega Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. Feita tal digressão, aqui sob análise a Lei no. 8.212, de 1991, cujos dispositivos de interesse aplicáveis à análise do recurso, são abaixo reproduzidos, abrangendo se as redações anterior e posterior à edição da Medida Provisória no. 449, de 2008: Lei 8.212, de 1991 (Antes da edição da MP 449/08) Lei 8.212, de 1991 (Após a edição da MP 449/08) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela MP nº 449, de 2008). Fl. 1104DF CARF MF 6 § 1º O Poder Executivo poderá estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 3º O regulamento disporá sobre local, data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com (...) § 1o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o A declaração de que trata o inciso IV constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §4o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §5o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §6o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §7o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §8o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1105DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.103 7 dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 7º A multa de que trata o § 4º sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 8º O valor mínimo a que se refere o § 4º será o vigente na data da lavratura do auto de infração. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV, mesmo quando não ocorrerem fatos geradores de contribuição previdenciária, sob pena da multa prevista no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV é condição impeditiva para expedição da prova de inexistência de débito para com o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante dez anos, à disposição I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008.: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de Fl. 1106DF CARF MF 8 da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito 1996. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). III – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1107DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.104 9 em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de Fl. 1108DF CARF MF 10 1999). Notese permanecer em litígio, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpretado pela autoridade julgadora recorrida, que optou por aplicar a multa de mora nos termos do artigo 32A da Lei 8.212, de 1991. Com a devida vênia ao entendimento esposado no recorrido, entendo, a propósito, que, em verdade, o art. 35, da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008, duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento espontâneo efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter agora, a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo a constatação, através de procedimento de ofício, tanto de falta de pagamento como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Fl. 1109DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.105 11 Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade Fl. 1110DF CARF MF 12 primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de Fl. 1111DF CARF MF Processo nº 16045.000385/201017 Acórdão n.º 9202006.482 CSRFT2 Fl. 1.106 13 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. Assim, aplicandose o entendimento aqui adotado agora ao caso sob análise, entendo que se deva manter a cobrança das penalidades lançadas no presente auto de obrigação acessória, bem como aquelas aplicadas no âmbito do auto de obrigação principal vinculado, limitado o somatório de ambas ao patamar estabelecido pelo art. 44 da Lei no. 9.430, de 1996 (75%), na forma propugnada pela Fazenda Nacional. O percentual de 75% (quando da inexistência de agravamento ou qualificação de multa) é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, de forma a que se aplique a retroatividade benéfica em consonância com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada. Discordo do voto da Ilustre Conselheira Relatora, apenas no que tange à tese defendida no acórdão recorrido, no sentido de que, para que não integre o saláriode contribuição, basta que a assistência médica esteja disponível para todos os empregados da empresa, sem obrigatoriedade de que a cobertura seja a mesma todos. Fl. 1112DF CARF MF 14 A respeito do tema, o art. 28, da Lei nº 8.212, de 199, assim dispõe: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médicohospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; (grifei) Como se pode constatar, a condição para que o valor relativo à assistência médica não integre o saláriodecontribuição é que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. No presente caso, verificouse a existência de planos de saúde distintos, contemplando de forma desigual os segurados. Assim, não foi cumprido o requisito legal no sentido de que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes, de sorte que a verba deve integrar o saláriodecontribuição. Oportuno remarcar que a interpretação de dispositivo legal que disponha sobre outorga de isenção deve ser literal, conforme o art. 111, II, do CTN. Diante do exposto, dou provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 1113DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.720870/2014-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011, 2012
ATIVIDADE SECURITIZADORA. RAMO FINANCEIRO. RECEITA BRUTA. DESÁGIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO. DESCABIMENTO. LUCRO REAL. DEVIDO. PIS/PASEP. COFINS. REGIME CUMULATIVO
As empresas de atividades securitizadoras, no ramo financeiro, são tributadas com base no lucro real e pelo regime cumulativo. Suas receitas correspondem ao deságio obtido na aquisição dos títulos e direitos creditórios, assim entendidos a diferença entre o valor de face dos títulos e o valor pago.
Numero da decisão: 1302-002.557
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca e Flavio Machado Vilhena Dias.
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2011, 2012 ATIVIDADE SECURITIZADORA. RAMO FINANCEIRO. RECEITA BRUTA. DESÁGIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO. DESCABIMENTO. LUCRO REAL. DEVIDO. PIS/PASEP. COFINS. REGIME CUMULATIVO As empresas de atividades securitizadoras, no ramo financeiro, são tributadas com base no lucro real e pelo regime cumulativo. Suas receitas correspondem ao deságio obtido na aquisição dos títulos e direitos creditórios, assim entendidos a diferença entre o valor de face dos títulos e o valor pago.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca e Flavio Machado Vilhena Dias.
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RECEITA BRUTA. DESÁGIO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BARCELONA SECURITIZADORA S.A. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011, 2012 ATIVIDADE SECURITIZADORA. RAMO FINANCEIRO. RECEITA BRUTA. DESÁGIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO. DESCABIMENTO. LUCRO REAL. DEVIDO. PIS/PASEP. COFINS. REGIME CUMULATIVO As empresas de atividades securitizadoras, no ramo financeiro, são tributadas com base no lucro real e pelo regime cumulativo. Suas receitas correspondem ao deságio obtido na aquisição dos títulos e direitos creditórios, assim entendidos a diferença entre o valor de face dos títulos e o valor pago. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca e Flavio Machado Vilhena Dias. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 08 70 /2 01 4- 84 Fl. 10701DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso de Ofício interposto pela DRJ de Brasília, à vista do Acórdão nº 0363.559, de 12/09/2014 que, por unanimidade de votos, julgou procedente a Impugnação da contribuinte, exonerandoa do pagamento de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, multa de ofício e juros de mora (anoscalendário 2011 e 2012). A DRF havia concluído pela obrigatoriedade de oferecimento à tributação, os valores totais de aquisição dos títulos. Entendeu que tais valores inseriamse no conceito de receita bruta e que não haveria previsão legal que autorizasse a exclusão realizada pela recorrida. Por sua vez, a DRJ verificou que os valores sobre os quais recaíram as autuações caracterizavam investimento da recorrida e somente os deságios obtidos deveriam ser tributados. Assim, o Acórdão recorrido registrou a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011, 2012 RECEITA BRUTA. SOCIEDADES SECURITIZADORAS. A receita bruta das empresas securitizadoras de crédito corresponde ao deságio, equivalente à diferença entre o valor de face do título e o respectivo custo de aquisição. CSLL. PIS/COFINS. LANÇAMENTOS DECORRENTES Aplicase ao lançamento das contribuições sociais o decidido em relação ao IRPJ exigido de ofício a partir da mesma matéria fática. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado A recorrida constituise em empresa securitizadora, optante pela tributação com base no lucro presumido. Em sua Impugnação discorre sobre a forma de operação da atividade de securitização, a distinção entre essa atividade e a de factoring e aspectos tributários que destaca como relevantes para a definição das bases de cálculo tributáveis das empresas de securitização. A recorrida sustentou que, nas atividades de securitização, factoring e desconto de duplicatas, a receita bruta equivale à diferença representada pelo deságio, como prevê a legislação para as empresas de fomento comercial e instituições financeiras, não podendo ser diferente para as sociedades securitizadoras, pois a norma geral e os conceitos são os mesmos. Citou Soluções de Consulta da RFB emitidas por seus órgãos regionais, por meio das quais, ao longo do tempo, teria se posicionado de forma contraditória acerca da possibilidade de exclusão do custo de aquisição dos recebíveis, o que teria motivado a Coordenação Geral de Tributação (Cosit) a proferir a Solução de Divergência n° 8, de 13 de abril de 2011, que teria ratificado a inexistência de base legal para excluir da receita bruta auferida, no regime do lucro presumido, o custo de aquisição dos direitos creditórios (exceto às sociedades securitizadoras de créditos imobiliários, financeiras e do agronegócio, obrigadas à apuração do lucro real, por força do art. 14, VII, da Lei n°. 9.718, de 1998). Fl. 10702DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 4 3 Destacou que, a RFB, posteriormente a esse entendimento, teria uniformizado o entendimento sobre a matéria, nos termos do Parecer Normativo n°. 5/2014, por meio do qual teria concluído que, a receita bruta das pessoas jurídicas que exploram a atividade de securitização de qualquer espécie, para fins de apuração da base de cálculo da contribuição para o PIS, Cofins, IRPJ e CSLL, é o deságio, assim entendido como a diferença entre o valor de face dos títulos adquiridos e o custo de aquisição. A recorrida ainda comentou sobre a fundamentação do referido Parecer Normativo e, ao final, acentuou que a premissa adotada pela fiscalização confunde a questão de dedução da receita bruta, com o conceito de receita, diante do que requereu provimento à impugnação. Por sua vez, a DRJ acolheu os fundamentos sustentados pela recorrida, sobretudo, as referidas conclusões do ato uniformizador da COSIT, representado pelo Parecer Normativo nº 5/2014. Dessa forma, deu provimento à Impugnação, afastando a cobrança de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS sobre os valores pagos pela recorrida pela aquisição dos títulos em questão (por não constituir receita para recorrida), para considerar como receita tributável da empresa securitizadora, o valor correspondente à diferença entre o valor de face dos títulos e o valor efetivamente pago pela recorrida (deságio). É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Diante da exoneração de crédito tributário, a DRJ interpôs Recurso de Ofício, em cumprimento às disposições do art. 34, inc. I, Dec. n° 70.235/72, com a redação dada pelo art. 67 da Lei n.° 9.532/97, e art. 1º da Portaria do Ministro de Estado da Fazenda n.° 3, de 03/01/2008. O valor à época exonerado também excede o limite atual de R$2.500.000,00 (Portaria MF. nº 63, de 09/02/2017). Dessa forma, conheço do recurso. Das Conclusões da Fiscalização A recorrida constituise em empresa securitizadora de títulos e valores mobiliários, cuja atividade central caracterizase pela operação, por meio da qual o titular de bens, direitos ou expectativas de direitos (originador) cedeos onerosamente para a companhia securitizadora, a qual aplica um deságio na transação, emitindo títulos ou valores mobiliários lastreados nesses ativos adquiridos. Ato contínuo, os investidores compram estes papéis emitidos pagando pelo deságio do título, o que permite à securitizadora a obtenção de capital para remunerar o originador do título. À vista dessa sistemática, a fiscalização verificou que a recorrida havia optado pela forma de tributação com base no Lucro Presumido, nos anoscalendário de 2011 e 2012, exercícios de 2012 e 2013, conforme constou das Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) de fls. 70 a 92 e94a 115. Conforme registrado no TVF, na apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, relativas aos 1º trimestre de 2011 ao 4ºtrimestre de 2012, e das bases de cálculo da COFINS e do PIS, relativas aos meses de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, a recorrida Fl. 10703DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 5 4 deduziu os custos referentes à aquisição dos direitos creditórios, considerando como tributável somente o valor do deságio. Sobre tais procedimentos da recorrida, a DRF concluiu que inexistiria base legal para excluir tais custos da receita bruta auferida para efeito de apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL no regime de lucro presumido. No que diz respeito ao IRPJ, consignou que tal entendimento estaria respaldado pelo art. 15 da Lei n° 9.249, de 1995, combinado com os arts. 1º e 25, inciso I, da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e o art. 31 e parágrafo único da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Os dispositivos citados estão transcritos nos arts. 518, 519 e 224 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, com as seguintes redações: "Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei n° 9.249, de 1995, art. 15, e Lein° 9.430, de 1996, arts. Io e 25, e inciso I). Art. 519. Para efeito do disposto no artigo anterior, considerase receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único." "Art. 224. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei n° 8.981, de 1995, art. 31). Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário (Lei n° 8.981, de 1995, art. 31, parágrafo único)."(grifo nosso) Em relação à CSLL devida pelos contribuintes optantes pelo lucro presumido, a fiscalização considerou que a sua base de cálculo seria determinada a partir da mesma receita bruta mencionada acima, conforme os arts. 29 da Lei n° 9.430, de 1996, 15, § 1º, inciso III, e 20 da Lei n° 9.249, de 1995, cujas redações transcrevese a seguir: "Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais empresas dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores: I de que trata o art. 20 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995; "Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, Fl. 10704DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 6 5 auferida em cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei n° 10.684, de 2003)" (grifo nosso) Em relação ao percentual de presunção a ser aplicado sobre a receita bruta para a apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, a fiscalização entendeu que, na operação de securitização, haveria compra e venda de créditos vincendos. Pois, a sociedade securitizadora adquire os direitos creditórios com deságio, passa a ser a legítima credora e os recebe diretamente dos devedores pelo valor de face do título cedido. Dessa forma, entendeu que, por não se tratar de atividade caracterizada como prestação de serviços, o caso enquadrar seia na regra geral para fins de opção pelo lucro presumido. Assim, concluiu que, o percentual de presunção a ser aplicado sobre a receita bruta para a apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL seria de 8% e 12%, respectivamente. Concluiu, ainda, que a base de cálculo da Contribuição para o PIS e para a COFINS, no regime de incidência cumulativa, seria o faturamento mensal, que corresponde à receita bruta, nos termos dos arts. 2º e 3º da Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998. Essa conclusão estaria também ratificada pelo § 8º, do art. 3o, da Lei n° 9.718, de 1998, que estabelece regra específica para a securitização de créditos imobiliários, financeiros e agrícolas. Essa regra é excepcional, e não pode ser estendida às demais empresas de securitização: Art. 3o O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória n° 215835, de 2001; § 8° Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, poderão ser deduzidas as despesas de captação de recursos incorridas pelas pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: (Incluído pela Medida Provisória n° 215835, de 2001) I imobiliários, nos termos da Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997; (Incluído pela Medida Provisória n° 2158 35, de 2001) II financeiros, observada regulamentação editada pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória n° 215835, de 2001) A fiscalização identificou nos arquivos eletrônicos fornecidos pela recorrida os seguintes valores de aquisição de títulos e direitos creditórios: Exclusões do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS (R$) Mês Valor Mês Valor jan/11 251.085,28 jan/12 4.757.602,63 fev/11 1.816.859,35 fev/12 5.968.819,33 mar/11 3.417.318,16 mar/12 6.409.760,84 abr/11 3.242.704,38 abr/12 5.779.623,59 mai/11 3.905.985,46 mai/12 6.814.428,32 jun/11 4.141.112,42 jun/12 5.510.172,91 Fl. 10705DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 7 6 iul/11 3.935.570,09 iul/12 8.244.621,80 ago/11 4.335.862,99 aqo/12 6.742.641,06 set/11 5.370.019,53 set/12 6.366.701,82 out/11 4.145.661,22 out/12 7.651.142,57 nov/11 4.958.115,87 nov/12 7.266.503,59 dez/11 4.421.252,59 dez/12 5.472.280,93 No ano de 2011, os valores foram lançados nos arquivos eletrônicos na conta contábil n° 00020152.005900001 Valores Transitórios e no livro razão na conta n° 0060.00003 Fornecedor (fls. 2.488 a 3.303). No ano de 2012, os valores foram lançados nos arquivos eletrônicos e no livro razão na conta contábil n° 2.1.02.001.001/5062 Conta Transitória (fls. 5.039 a 5.300, 6.516 a 6.814, 8.094 a 8.449 e 10.244). Em atendimento à fiscalização, conforme registrou o Termo de Verificação Fiscal (TVF), a recorrida apresentou os documentos requisitados demonstrando os valores pagos para a aquisição de direitos creditórios (fls. 48/51) Sobre os valores do tributo e contribuições apurados, aplicouse multa de 75% (art. 44, inciso I, Lei n° 9.430, de 27/12/1996, com a redação dada pelo art. 14 da Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007, abaixo reproduzido: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de Imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) Das Conclusões da DRJ A DRJ deu provimento à Impugnação e acatou os fundamentos sustentados pela recorrida, no sentido de que, ao caso em questão, aplicamse, em realidade, as disposições do Parecer Normativo n°. 5, de 10/04/2014, aprovado pelo Secretário da RFB (publicado no DOU de 11/04/2014), por meio do qual a Administração Tributária sacramentou os seguintes posicionamentos conclusivos acerca do tema, expresso nos trechos em destaque no PN sob enfoque: [...] 2. Dúvidas e divergências acerca do tema têm sido suscitadas e a falta de uniformidade na interpretação da matéria em referência tem gerado insegurança jurídica, tanto para os sujeitos passivos como para a Administração Tributária, impondose a edição de ato uniformizador acerca da matéria. [...] 23. Em relação ao conceito de receita bruta, releva destacar a definição disposta no § 3° do art. 10 do Decreto n° 4.524, de 17 de dezembro de 2002, e no Ato Declaratório SRF n° 009, de 23 de fevereiro de 2000, pela qual o deságio, assim entendido a Fl. 10706DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 8 7 diferença entre o valor de face e o valor pago ao cedente, corresponde à receita bruta nas aquisições de direitos creditórios efetuadas por empresas de fomento comercial (factoring). Pelas razões até aqui expostas, tal definição aplica se ao gênero de empresas de fomento comercial, sendo extensiva à espécie, tal qual as securitizadoras de ativos empresariais. [...] 32. Assim, a receita bruta das securitizadoras de crédito, de qualquer espécie, bem como de qualquer pessoa jurídica dedicada à compra de direitos creditórios, é o deságio, assim entendido a diferença entre o valor de face do título e o respectivo custo de aquisição. [...] A DRJ ressaltou que, em relação ao entendimento anteriormente externado na Solução de Divergência n°. 08, de 2011, da Cosit, a Administração Tributária entendeu, no referido Parecer Normativo n°.5, de 2014, que o custo de aquisição dos direitos creditórios não se trata de exclusão da receita bruta, o que reclamaria previsão legal, mas componente do próprio conceito de receita. Por fim, registrou o acórdão recorrido que, no caso concreto, o Parecer Normativo sob enfoque culminou com a alteração de entendimento expresso em Soluções de Consulta anteriores, inclusive em Solução de Divergência, a ele se aplicando o disposto no parágrafo único, in fine, do art. 100 do Dec. n°. 7.574, de 2011, verbis: Art. 100 [...] Parágrafo único. Na hipótese de alteração de entendimento expresso em solução de consulta, a nova orientação alcança apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na Imprensa Oficial ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada. Do Exame de Mérito À vista dos fundamentos da fiscalização, acolhidos pela DRJ, verificase que, em relação às empresas securitizadoras de títulos, direitos creditórios, como se refere o presente caso, até anos calendário 2011 e 2012, em virtude da inexistência de previsão legal específica, as Soluções de Consulta (Disit) concluíam pela possibilidade de apuração tributária com base no lucro presumido, conforme a seguir exposto: SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 342 de 19 de Agosto de 2005 Disit 07 ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ EMENTA: EMPRESAS SECURITIZADORAS DE CRÉDITOS, NÃO ESTÃO OBRIGADAS AO REGIME DE TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL. Empresa de securitização, pode optar na apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), pelo Fl. 10707DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 9 8 Lucro Presumido, desde que cumpra as condições impostas para este tipo de tributação. SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 2 de 12 de Fevereiro de 2010 Disit 03 ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ EMENTA: IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA. ATIVIDADES DE SECURITIZAÇÃO. CRÉDITOS OUTROS. APURAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL. NÃO OBRIGAÇÃO. A pessoa jurídica que explora as atividades de securitização de outros créditos que não sejam os vinculados aos ramos imobiliário, financeiro e do agronegócio, e desde que não se enquadre ou desenvolva atividades que possam se subsumir nos demais incisos do artigo 14 da Lei n.º 9.718, de 1998, não é obrigada à apuração pelo lucro real. Posteriormente, outra solução de consulta foi publicada (06/06/2011) praticamente encerrando a discussão sobre a obrigatoriedade de apuração do lucro real, somente vinculando as companhias securitizadoras de créditos financeiros, imobiliários e do agronegócio, conforme pode ser observado a seguir. SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 39 de 06 de Junho de 2011 – Disit. 01 ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ EMENTA: SECURITIZAÇÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS. CRÉDITOS OUTROS. APURAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL. NÃO OBRIGAÇÃO. A pessoa jurídica que explora as atividades de securitização de outros créditos que não sejam os vinculados aos ramos imobiliário, financeiro e do agronegócio, e desde que não se enquadre ou desenvolva atividades que possam se subsumir nos demais incisos do artigo 14 da Lei n.º 9.718, de 1998, não é obrigada à apuração pelo lucro real. Todavia, como ainda não havia procedimento de uniformização de entendimentos, editouse o Parecer Normativo RFB nº 5/2014 , por meio do qual a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) trouxe alguns esclarecimentos ratificando o teor da Lei nº 12.249/2010, que incluiu o inciso VII ao art. 14 da Lei nº 9.718/98, ou seja, afirmando que tal regra se aplica às pessoas jurídicas que exploram a atividade de securitização, na forma demonstrada a seguir: a) estão obrigadas ao regime de tributação do lucro real as pessoas jurídicas que exploram a atividade de compras de direitos creditórios, ainda que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização); b) constitui receita bruta das pessoas jurídicas que exploram a atividade de compras de direitos creditórios o deságio obtido na aquisição dos títulos de crédito, ainda que se destinem à formação de lastro de títulos e valores mobiliários (securitização). Dessa forma, com a edição do referido ato, concluiuse que: Fl. 10708DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 10 9 c) as pessoas jurídicas que exploram a atividade de securitização de ativos empresariais estão obrigadas ao regime de tributação do lucro real, por força do disposto no art. 14 , VI, da Lei nº 9.718/1998, e das demais, por disposição expressa do inciso VII; d) a receita bruta das pessoas jurídicas que exploram a atividade de securitização de ativos empresariais, para fins de apuração da base de cálculo da contribuição para o PISPasep e da Cofins, é o deságio, assim entendida a diferença entre o valor de face dos títulos de crédito adquiridos e o custo de aquisição. À vista dessas últimas conclusões, verificamos que, tanto a DRF quanto a DRJ não analisaram, especificamente, se estaria correta a opção da recorrida pela tributação com base no lucro presumido. Concentraramse na análise sobre quais valores deveriam ser considerados como receita da recorrida, tributável pelo IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS. O Parecer Normativo RFB nº 5/2014, acima citado, consolida o entendimento preciso de que constitui receita bruta das pessoas jurídicas que exploram a atividade de compras de direitos creditórios,o deságio obtido na aquisição dos títulos de crédito, ainda que se destinem à formação de lastro de títulos e valores mobiliários (securitização). Portanto, não há o que reformar o acórdão recorrido, nesse ponto. Todavia, diante das informações e documentos apresentados pela recorrida, inclusive em sua Impugnação (fls. 10.631/10.672), está demonstrado que a recorrida explora atividades de securitização de créditos vinculados ao ramo financeiro. Dessa forma, em conformidade com as disposições do art. 14 da Lei nº 9.718/98, a seguir transcritas, a recorrida está obrigada apurar lucro real: Lei nº 9.718, 27/11/1998 Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: VII que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Com relação à tributação do Pis/Pasep e da Cofins, temse que, as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no Lucro Real estão sujeitas à incidência não cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores de que trata a Lei 7.102/1983, e as sociedades cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de consumo). Ressaltese que, as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa. Fl. 10709DF CARF MF Processo nº 10920.720870/201484 Acórdão n.º 1302002.557 S1C3T2 Fl. 11 10 Sobre essa questão (Pis/Pasep e Cofins pelo regime cumulativo), portanto, não há o que reformar o acórdão recorrido. Assim, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício. Rogério Aparecido Gil Relator Fl. 10710DF CARF MF
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Numero do processo: 12585.000510/2010-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista.
PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição.
PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO.
O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.131
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. Recorrente SORANA COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 58 5. 00 05 10 /2 01 0- 12 Fl. 260DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 3 2 Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/FOR, que manteve a decisão que indeferiu o pedido de ressarcimento formulado pela contribuinte recorrente, relativo a crédito de PIS/PASEP não cumulativo/mercado interno, vinculado a receitas tributadas à alíquota 0(zero) no mercado interno. O despacho decisório estava assim ementado: AQUISIÇÃO PARA REVENDA. MÁQUINAS, VEÍCULOS E AUTOPEÇAS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE CRÉDITO. Não geram créditos as aquisições para revenda de máquinas, veículos e autopeças sujeitos à incidência monofásica ainda que a pessoa jurídica adquirente esteja sujeita à nãocumulatividade e que a sua respectiva receita de venda seja sujeita à alíquota zero. (art. 3º, I, b, c/c o art. 2º, §1º, III e IV, das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003) Cientificado do decisório o contribuinte manifestou inconformidade na qual pede o crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: · Como se passaram mais de cinco anos entre a apresentação do PER e a ciência do Despacho Decisório, não caberia mais à Administração Tributária denegar o crédito pleiteado, devendo ser ele reconhecido tacitamente, por força do §5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 37, §5º, da Constituição Federal); · O art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, possibilita o creditamento que gera a existência do crédito pleiteado. Fl. 261DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 4 3 A 4ª Turma da DRJ/FOR, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação contida na manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 08033.394. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.113, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 12585.000491/201024, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.113): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Como dito anteriormente, estamos diante de Recurso Voluntário que insurgise contra a decisão da DRJ de Fortaleza, que manteve o indeferimento de suposto crédito em favor da contribuinte recorrente, relacionados a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receita tributadas com alíquota 0 (zero), referente ao 3º trimestre de 2004, bem como a inexistência da figura da homologação tácita de pedido de restituição/ressarcimento realizado por contribuintes. I Pedido de Ressarcimento. Homologação Tácita Sustenta a contribuinte que teria ocorrido a homologação tácita do crédito objeto do pedido de ressarcimento, tendo em vista ter transcorrido o prazo quinquenal, previsto no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Pois bem. A Lei n. 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei n. 9.430/1996, teve por objetivo unificar o regime de compensação, extinguindo a compensação realizada na DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), na escrituração contábil ou condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Todas essas modalidades foram substituídas pelo regime de autocompensação, que é aplicável aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. No regime acima referido, a extinção do crédito tributário se dá de forma tácita após o decurso do prazo de 5 anos, nos exatos termos do § 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, conforme podemos observar abaixo: Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 5 4 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administradas por aquele órgão. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (Redação dada pela Medida Provisória n. 135, de 2003, depois convertida na Lei n. 10.833/2003). Conforme podemos observar, o prazo de 5 anos para a homologação tácita não diz respeito aos pedidos de ressarcimento ou restituição. O fato de os pedidos de ressarcimento/restituição serem transmitidos pelo mesmo sistema em que é feita a transmissão dos pedidos de compensação não autorizam a necessidade de se obedecer tal prazo pelo Fisco. Vale dizer, nos pedidos de ressarcimento/restituição não existe a extinção de uma dívida tributária, o que se visa com tal procedimento é o reconhecimento de um direito do contribuinte. Para que o pedido de ressarcimento/restituição seja deferido, fazse necessária a comprovação de sua existência por parte do contribuinte, não havendo a comprovação não ha que se falar em homologação, muito menos em homologação tácita. Desta forma, pela necessidade de haver a contribuição direta do contribuinte em sua comprovação, não existe prazo legal para que o fisco reconheça ou não a existência dos créditos sobre os quais recaia o pedido de ressarcimento/restituição. Nesse sentido, peço vênia para transcrever parte do voto do I. Conselheiro Jorge Olmiro Loch Freire, no Acórdão nº 3402004.569, que tratou da mesma matéria, vejamos: " (...) Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, Fl. 263DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 6 5 sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação (...)". A contribuinte recorrente alega que a autoridade fiscal deveria obedecer os prazos previstos no Decreto nº 70.235, e no § 5º do art. 24 da Lei n. 11.457/2007 para apreciar o seu pedido de ressarcimento. É o texto do mencionado artigo: Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos). Da simples leitura do dispositivo transcrito, seja por sua redação, seja por estar inserido no Capítulo II da Lei n. 11.457/2007 que trata sobre as regras as serem observadas pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional quando esta for parte em litígios tributários, concluise que o prazo reclamado pela contribuinte não é pertinente, já que o prazo previsto se aplica para os julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pela contribuinte. E tal conclusão parte da premissa que o legislador não economiza e também não apresenta em opulência os termos contidos na lei e, portanto, quando estipula o prazo de 360 dias, o fez a contar da apresentação de petições, defesas e recursos administrativos, e não incluiu os pedidos de ressarcimento/ restituição. Desta forma, não se acolhe o pleito da contribuinte recorrente quanto a possibilidade de existência de suposta homologação tácita do pedido de ressarcimento/restituição. Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 7 6 II Tributação Monofásica e a Impossibilidade de Apuração de Crédito de PIS/COFINS A Lei 10.485/02, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04, instituiu regime de tributação monofásico da contribuição supracitada. O modelo foi implementado com a fixação de alíquota majorada para fabricantes e importadores de máquinas e veículos nas classificações indicadas e aplicação da alíquota de 0% (zero por cento) quando da ocorrência da venda desses produtos por parte dos revendedores, ou seja, dos comerciantes atacadistas ou varejistas. As Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 trouxeram situações que devem ser observadas a tributação nãocumulativa em relação à contribuição para o PIS e COFINS, respectivamente. Entretanto, no caso dos produtos sujeitos ao recolhimento na sistemática monofásica, quando adquiridos para revenda, não há direito a crédito, por expressa vedação legal, nos exatos termos do art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 10.865/04, que estabelece expressamente que não darão direito a crédito, as mercadorias e produtos referidos no § 1º, do artigo 2º, das mencionadas leis, quando adquiridas para revenda. Desta forma, adquirindo a contribuinte para revenda máquinas e veículos nas classificações destacadas, não poderá se creditar, para fins de apuração do PIS e da COFINS nãocumulativa, dos custos de aquisição dos referidos produtos. Para melhor compreensão transcrevemos os artigos pertinentes das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04: Lei nº 10.637/02 Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Fl. 265DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 8 7 I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; Lei nº 10.833/03 Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:[...] b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei;[...] Segundo as alegações da contribuinte recorrente o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, quando determina que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações, este teria autorizado o creditamento pretendido. No entanto, quando nos debruçamos para analisar o artigo acima citado, é fácil perceber que não é possível sustentar a conclusão utilizada pela contribuinte, vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O referido artigo, como se observa, é uma regra geral, que coexiste, sem qualquer incompatibilidade, com as vedações de creditamento constantes de regras específicas, referentes a situações específicas (tais como a “tributação Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 9 8 monofásica” e as aquisições de bens não tributados); notese que o art. 17 fala em “manutenção” de créditos, no entanto, por força da referida vedação legal, esses créditos sequer existem. Salientese que também é essa a posição sustentada pelo STJ, conforme observase do julgado colacionado a seguir: AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.109.354 SP (2017/01242898) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : RIZATTI & CIA LTDA ADVOGADOS : JOSÉ LUIZ MATTHES SP076544 FABIO PALLARETTI CALCINI E OUTRO(S) SP197072 LUÍS ARTUR FERREIRA PANTANO SP250319 AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3 DO STJ. PIS E COFINS. ART. 17 A LEI Nº 11.033/2004. REGIME MONOFÁSICO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA Nº 568 DO STJ. 1. Nos termos da jurisprudência esta Corte, o disposto no art. 17 da Lei 11.033/2004 não possui aplicação restrita ao Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária REPORTO (STJ, AgRg no REsp 1.433.246/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 02/04/2014; REsp 1.267.003/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 04/10/2013). Contudo, a incompatibilidade entre a apuração de crédito e a tributação monofásica já constitui fundamento suficiente para o indeferimento da pretensão do recorrente. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.239.794/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 23/10/2013. 2. É que a incidência monofásica do PIS e da COFINS não se compatibiliza com a técnica do creditamento. Precedentes: AgRg no REsp 1.221.142/PR, Rel. Ministro Ari Pargendler. Primeira Turma, julgado em 18/12/2012. DJe 04/02/2013; AgRg no REsp 1.227.544/PR. Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 17/12/2012: AgRg no REsp 1.256.107/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/05/2012; AgRg no REsp 1.241.354/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 10/05/2012. 3. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Fl. 267DF CARF MF Processo nº 12585.000510/201012 Acórdão n.º 3302005.131 S3C3T2 Fl. 10 9 Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 05 de setembro de 2017. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Desta forma, com base em todos os ensinamentos e julgado acima relacionados, entendo que não há como garantir o ressarcimento/restituição pretendido pela contribuinte recorrente. II Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, ressalvada a minha posição pessoal pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 268DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14479.001171/2007-29
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2006
CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. POSSIBILIDADE.
O Recurso Especial da Divergência deve ser conhecido sempre que restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência tenha sido aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados.
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-006.597
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2006 CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. POSSIBILIDADE. O Recurso Especial da Divergência deve ser conhecido sempre que restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência tenha sido aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
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RECURSO ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. POSSIBILIDADE. O Recurso Especial da Divergência deve ser conhecido sempre que restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência tenha sido aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 47 9. 00 11 71 /2 00 7- 29 Fl. 2738DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo. Relatório Tratase de auto de infração para cobrança de débito relativo à contribuição patronal devida à Seguridade Social, referente a rendimentos pagos, devidos ou creditados a segurados autônomos, contribuições previdenciárias devidas e não recolhidas em época própria ao Ministério da Previdência e Assistência Social INSS Instituto Nacional do Seguro Social. As contribuições devidas foram calculadas sobre valores pagos a autônomos no período de 01/2000 a 12/2006. Na mesma ação fiscal ainda foram lavrados o DEBCAD 37.015.1062, relativo ao auto de infração pela não informação em GFIP, e o DEBCAD N°. 37.015.1070, referente a apresentação da GFIP com dados não correspondentes a fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Parte do lançamento foi revisto pela Delegacia de julgamento que entendeu pela necessidade de exclusão de valores da base de cálculo e ainda pela aplicação da decadência parcial em razão da Súmula nº 08 do STJ. Não era cabível recurso de ofício. Após o trâmite processual, a 3ª Turma Especial deu provimento parcial ao recurso voluntário apresentado pelo contribuinte. Para o Colegiado a multa de ofício incidente sobre a parte do lançamento mantida deve ser aplicada nos moldes do artigo 35 da Lei 8.212/91 na redação anterior a MP 449/2008, devendo a progressão da multa ser limitada ao que determina o artigo 35A da Lei 8.212/91, na redação dada pela MP 449/2008 convertida na Lei 11.941/2009, tudo a depender da época do pagamento, parcelamento ou execução. O acórdão 2803002.431 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. MULTA. OBSERVÂNCIA DA LEI MAIS BENÉFICA. Fl. 2739DF CARF MF Processo nº 14479.001171/200729 Acórdão n.º 9202006.597 CSRFT2 Fl. 2.739 3 A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social é de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas .a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços. Desnecessidade de realização de perícia por ser prescindível, pois os elementos necessários à convicção do julgador estão presentes nos autos. As contribuições sociais previdenciárias no presente caso estão sujeitas à multa a ser aplicada nos termos do artigo 35, da Lei 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, devendo esta ser limitada a 75%, em respeito ao artigo 35 A, da Lei 8.212/91, na redação da Lei 11.941/2009, tudo a depender da época do pagamento, parcelamento ou execução. Recurso Voluntário Provido em Parte. Em sede de Recurso Especial, a Fazenda Nacional, juntado os paradigmas necessários, traz para debate a discussão sobre a aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas. Requer seja dado total provimento ao recurso, devendo a multa ser calcula nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.027/2010. Intimado o Contribuinte apresentou contrarrazões pugnando pelo não conhecimento do recurso pois os acórdãos seriam convergentes, todos limitando a multa em 75% e ainda pela ausência de apresentação do interior teor dos paradigmas. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Do Conhecimento dos Recursos: Antes de analisarmos o mérito dos recurso, se faz necessária breve consideração acerca dos recursos. Pugna o contribuinte pelo não conhecimento haja vista a ausência de divergência entre os acórdãos ora analisados, nas palavras do recorrido: "não há divergência jurisprudencial entre eles e o acórdão recorrido, haja vista que ambos os acórdãos paradigmas determinam, em casos análogos, a aplicação da multa atual no importe de 75% (setenta e cinco por cento), nos termos do artigo 35A da Lei nº 8.212/91, cuja redação foi atribuída pela Lei nº 11.941/09, justamente conforme a decisão ora recorrida." Fl. 2740DF CARF MF 4 Embora, de fato, o acórdão recorrido tenha feito menção quanto a necessidade de se limitar à multa ao patamar do novo art. 35A, podendo levar ao entendimento de serem as decisões convergentes, ao analisarmos melhor as razões de decidir do Colegiado a quo, é possível perceber que a tese aplicada conflita com o entendimento dos Colegiados paradigmáticos. No acórdão recorrido fixouse a tese de que a multa de ofício aplicada aos fatos geradores anteriores à MP 449/2008 é a prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação da Lei nº 9.876/99, devendo ser reduzida a 75% apenas nos casos em que o percentual fixado for igual ou superior aos 80%, originalmente previstos para os casos de execução fiscal ajuizada. Entretanto, não foi feita qualquer ponderação em relação aos lançamentos onde são cobradas as multas pelo descumprimento de obrigações acessórias. Como exposto no relatório, na mesma ação fiscal além da presente obrigação principal também foram lavrados o DEBCAD 37.015.1062, relativo ao auto de infração pela não informação em GFIP, e o DEBCAD N°. 37.015.1070, referente a apresentação da GFIP com dados não correspondentes a fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. E é aqui que se apresenta a divergência, os acórdãos paradigmas esclarecem que a retroatividade da penalidade mais benéfica deve levar em consideração todos os lançamentos. Cito como exemplo parte do acórdão paradigma nº 2401002.740: "Nos casos em que tenha havido falta de recolhimento das contribuições e declaração incorreta dos fatos geradores em GFIP, para a aferição da multa mais benéfica, devese cotejar a soma da multa por inadimplemento da obrigação principal (art. 35 da Lei n.2 8.212/1991) e da multa por descumprimento da obrigação acessória (§5º do art. 32 da Lei n.2 8.212/1991) com a atual multa de ofício (art. 35A da Lei n. 2 8.212/1991), prevalecendo a que seja mais favorável ao contribuinte. Assim, resta clara a divergência de entendimento entre os julgados. Por fim, quanto a segunda alegação do contribuinte para não conhecimento do recurso por ausência de apresentação do inteiro teor dos acórdãos apontados como paradigmas, lembramos que o próprio Regimento Interno deste Conselho traz a possibilidade de que as partes instruam seus recursos apenas com a transcrição da íntegra das ementas dos julgados apontados como paradigmas. Essa era a regra do art. 67, §9º do antigo regimento (Portaria nº 256/09), atualmente reproduzida no art. 67, §11 do RICARF: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. ... § 9º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. § 10. Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou do Diário Oficial da União. § 11. As ementas referidas no § 9º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade. Fl. 2741DF CARF MF Processo nº 14479.001171/200729 Acórdão n.º 9202006.597 CSRFT2 Fl. 2.740 5 Diante do exposto, conheço do recurso. Do mérito: No mérito, a discussão cingese à controvérsia relativa às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 2742DF CARF MF 6 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499: Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição Fl. 2743DF CARF MF Processo nº 14479.001171/200729 Acórdão n.º 9202006.597 CSRFT2 Fl. 2.741 7 devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: Fl. 2744DF CARF MF 8 I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão Fl. 2745DF CARF MF Processo nº 14479.001171/200729 Acórdão n.º 9202006.597 CSRFT2 Fl. 2.742 9 deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). Fl. 2746DF CARF MF 10 § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Fl. 2747DF CARF MF Processo nº 14479.001171/200729 Acórdão n.º 9202006.597 CSRFT2 Fl. 2.743 11 Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Diante de todo o exposto, conheço e dou provimento ao recurso para determinar que a multa seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 2748DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.007022/2001-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996
EMBARGOS INOMINADOS.
Cabem embargos inominados para que sejam sanadas inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, não se acatando o recurso se não configurada alguma dessas hipóteses.
Numero da decisão: 1201-001.931
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos inominados, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los e Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 EMBARGOS INOMINADOS. Cabem embargos inominados para que sejam sanadas inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, não se acatando o recurso se não configurada alguma dessas hipóteses. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos inominados, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los e Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 70 22 /2 00 1- 87 Fl. 1424DF CARF MF 2 Tratase de embargos inominados (fls. 1.401 a 1.405) opostos em 26 de agosto de 2013 pela Delegacia da Receita Federal em Goiânia/GO, tendo em vista a revisão do acórdão nº 1803001.298 (fls. 1.376 a 1.383), proferido pela então 3ª Turma Especial da 1ª Seção de Julgamento, em 8 de maio de 2012. O exame de admissibilidade foi efetuado por meio do despacho de fls. 1.418 a 1.423. O processo foi redistribuído em face da extinção da turma julgadora originária. No despacho de admissibilidade, consta: ... passase a análise dos embargos inominados interpostos pela DRF/Goiânia/GO em face do Acórdão nº 1803001.298, de 08.05.2012, (Turma extinta), em cuja ementa consta: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO AnoCalendário: 1996 AÇÃO JUDICIAL CONCOMITANTE: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). [...] ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade NÃO CONHECER o recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. A DRF/Goiânia/GO opôs embargos inominados suscitando: 1. O identificado sujeito passivo teve sua Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIRPJ, do exercício de 1997 (fls. 16 a 24), alterada por revisão de ofício, resultando em lançamento suplementar de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, materializado pelo Auto de Infração de fls. 3 a 15. Foram três as infrações apuradas (fl. 5): Lucro Inflacionário Acumulado (LIA) realizado em valor inferior ao limite mínimo obrigatório o limite mínimo obrigatório era de dez por cento do LIA, este atualizado até 31/12/1996; compensação a maior do imposto devido com base na receita bruta e acréscimos ou em balanços/balancetes de suspensão; omissão de receitas financeiras na declaração de IRPJ, conforme Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), entregues pelas correspondentes fontes pagadoras. 2. A ciência do lançamento foi por via postal, em 7/12/2001 (fl. 27). Impugnada a exação (fls. 30 a 85), em 8/1/2002, houve julgamento da Primeira Instância Administrativa, que Fl. 1425DF CARF MF Processo nº 10120.007022/200187 Acórdão n.º 1201001.931 S1C2T1 Fl. 3 3 considerou procedente em parte o lançamento, mas, somente em relação à falta de dedução do valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), incidente sobre a receita financeira omitida, isto é, alterou o lançamento para deduzir o IRRF indicado nas Dirf (fls. 162 a 174). Do resultado deste julgamento o sujeito passivo tomou ciência em 18/5/2005 (fl. 180). Recurso Voluntário foi apresentado em 16/6/2005 (fls. 186 a 210). Converteuse o julgamento do recurso em diligência (fls. 213 a 220), contudo, depois de cumprida a diligência (fls. 1327 a 1375), os membros da Terceira Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) acordaram em não conhecer o recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, sob o seguinte fundamento (fls. 1376 a 1383): "Ação Judicial Concomitante: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula Carf n° 1)". 3. A Equipe de Arrecadação e Cobrança desta DRF/GOI/Secat enviou o processo a esta Equipe de Acompanhamento de Ações Judiciais, para que informe sobre a exigibilidade do crédito tributário mantido e, caso seja passível de exigência, qual o valor a ser cobrado, discriminando os quanta do IRPJ e da multa (fl. 1385). 4. Verificase, por todo o histórico deste processo, que o sujeito passivo conseguiu desviar o foco dos verdadeiros motivos que levaram ao auto de infração, utilizando como cortina de fumaça o Mandado de Segurança (MS nº 92.00.029256) que fora impetrado pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás SindusconGO. A estratégia funcionou até o momento em que o Carf (Acórdão de fls. 1376 a 1383) vinculou a sorte do crédito tributário deste processo à decisão final emitida pelo Judiciário naquele mandado de segurança sob o argumento de que houve renúncia às instâncias administrativas, porque teria havido a propositura de ação judicial (mandado de segurança), antes do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo (fl. 1383). Apesar desta decisão administrativa, é possível, segundo a análise que segue, demonstrar que o objeto do lançamento de ofício de que trata este processo administrativo nada tem a ver com o objeto daquele Mandado de Segurança. 5 .A petição inicial de autoria do SindusconGO é enfática e repetitiva ad nauseam em apontar com clareza solar o dispositivo legal instituidor do procedimento tributário com o qual a impetrante não concordava e que causara o repúdio daquela entidade de classe ao ponto de ela recorrer ao Poder Judiciário. O dispositivo legal era o art. 3°, inciso II, da Lei n° 8.200, de 28/6/1991, cuja transcrição literal foi feita pelo Fl. 1426DF CARF MF 4 SindusconGO na segunda folha de sua petição inicial (fl. 110). Para facilitar a leitura, esta transcrição é refeita, nos exatos termos inseridos pelo SindusconGO, como segue (observese que, deliberadamente, foi omitido pela impetrante o inciso I daquele art. 3°, porque, se ocorresse o saldo devedor, com certeza toda aquela legislação seria considerada ótima): "Art. 3°. A parcela da correção monetária das demonstrações financeiras, relativa ao períodobase de 1990, que corresponder à diferença verificada no ano de 1990 entre a variação do Índice de Preços ao Consumidor IPC e a variação do BTN Fiscal, terá o seguinte tratamento: I [...] II será computada na determinação do lucro real, a partir do períodobase de1993, de acordo com o critério utilizado para a determinação do lucro inflacionário realizado, quando se tratar de saldo credor". Alegava o SindusconGO que: "Da simples leitura do dispositivo, verificase, que está sendo alterado o critério utilizado em 1990, para apuração do lucro real". Mais adiante, a impetrante descreve claramente qual o objetivo a ser alcançado com a impetração (fls. 110 a 111): "Assim, visa, esta ação de mandado de segurança impetrado conta o Senhor Delegado da Receita Federal em Goiás, a inaplicabilidade do inciso II, do art. 3°, da Lei n° 8.200/91 e dos artigos 38 a 42, do Decreto n° 332, de 04 de novembro de 1991, eis que além de ilegais são inconstitucionais, como ficará demonstrado". De resto e no decorrer de sua argumentação, a impetrante cita inúmeras vezes sua contrariedade em relação ao transcrito art. 3°, inciso II, da Lei n° 8.200/91 e dos artigos 38 a 42, do Decreto n° 332, de 4/11/1991. Vejamse: os terceiro e quarto parágrafos da fl. 112; os primeiro e segundo parágrafos da fl. 114; o segundo parágrafo da fl. 116; o primeiro parágrafo da fl. 117; o último parágrafo da fl. 118; os dois últimos parágrafos da fl. 119; os segundo e quarto parágrafos da fl. 120. O derradeiro requerimento, formulado na petição inicial do SindusconGO, transcrevese literalmente como segue (fls. 119 a 121): "Seja deferido nos termos do artigo 7°, inciso II, da Lei n° 1.533/51, a inexigibilidade do recolhimento das diferenças do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o lucro final, e Contribuição Social, relativos ao exercíciobase de 1990, nos termos do inciso II, do artigo 3°, da Lei n° 8.200/91, e do Decreto n° 332/91". Em resumo, o SindusconGO requereu ao judiciário, única e exclusivamente, que o desobrigasse de apurar e pagar diferenças do IRPJ, do IRRF sobre o Lucro Líquido e da CSSL, relativos ao anobase de 1990, mas, somente se resultasse da aplicação do art. 3°, inciso II, da Lei n° 8.200, de 1991, e da correspondente regulamentação disciplinada pelos artigos 38 a 42 do Decreto n° 332, de 1991. Fl. 1427DF CARF MF Processo nº 10120.007022/200187 Acórdão n.º 1201001.931 S1C2T1 Fl. 4 5 Não queria pagar imposto sobre o lucro inflacionário que seria gerado a partir da aplicação da diferença IPC/BTNF sobre os bens do Ativo Permanente e sobre as Contas do Patrimônio Líquido de seu balanço patrimonial do anobase de 1990, levantado em 31/12/1990 (mas, deixara, com a omissão do inciso I do art. 3° da Lei n° 8.200, de 1991, a possibilidade de suas afiliadas excluírem da apuração do lucro real eventual saldo devedor da conta Correção Monetária de Balanço, este causado pela diferença de correção monetária IPC/BTNF aplicada ao balanço patrimonial levantado em 31/12/1990). Em outras palavras, o SindusconGO aceitou a troca de indexador da correção monetária aplicável ao balanço patrimonial do ano base de 1990, se a aplicação da diferença IPC/BTNF causasse saldo devedor na Conta Correção Monetária de Balanço. Mais importante ainda, o SindusconGO não contestou expressa e judicialmente a aplicação da correção monetária complementar, gerada pela diferença IPC/BTNF, sobre o Lucro Inflacionário Acumulado (LIA) existente em 31/12/1989. Observese que a correção do Saldo de Lucro Inflacionário (LIA) existente em 31/12/1989 pela diferença IPC/BTNF foi regulamentada pelo art. 48 do Decreto n° 332, de 1991, não pelo seu art. 38 e parágrafo único(fl. 14). Na Sentença proferida pela Juíza Federal, a magistrada faz menção expressa sobre o escopo e delimita o alcance de sua decisão (primeiro parágrafo da fl. 62) não poderia ser diferente, porque o Juiz está adstrito ao pedido do impetrante, não podendo conceder além daquele pedido, sob pena de incorrer em falta grave. Vejase: "Além do mais, a inexigibilidade de recolhimento das diferenças de Imposto de Renda e Contribuição Social, relativas ao exercício de 1990, nos termos do inciso II, do artigo 3°, da Lei n° 8.200/91 e do Decreto n° 332/91, constitui interesse comum a todos os associados, configurando, pois, o nexo que correlaciona o interesse jurídico da entidade com o do associado". Mais adiante, na parte dispositiva da Sentença e restringindo prudentemente sua decisão ao pedido inicial, a Magistrada conclui e determina: "Por tudo que dos autos consta, CONCEDO A SEGURANÇA pleiteada para assegurar aos filiados do Impetrante o direito de manter processado o balanço patrimonial de seus bens do exercício de 1990, pelo indexador vigorante naquele exercício, tudo conforme a inicial". Posteriormente, esta Sentença viria a ser reformada pelo TRF1, no julgamento da Remessa Ex Ofício e da Apelação da Fazenda Nacional, como noticia o Acórdão de julgamento do Recurso Especial estranhamente oposto pela própria Fazenda Nacional, conforme fls. 1388 a 1389 e 1393. Este Acórdão, apesar de ter provido Recurso oposto pela Fazenda Nacional, beneficiou os interesses da parte recorrida (SindusconGO). De qualquer modo, o provimento deste REsp restabeleceu a Sentença Fl. 1428DF CARF MF 6 proferida pela Magistrada Federal na fl. 62, cujo teor foi transcrito algumas linhas atrás. Além disto, em 23/3/2001, teria decorrido o prazo para recurso contra este Acórdão do STJ e o processo judicial foi baixado definitivamente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (fl. 1390). Logo depois, em 30/11/2001, a JFGO deu baixa e arquivou os autos daquele mandado de segurança (fl. 1392). Assim, a Sentença, restabelecida pelo provimento do REsp, prevalece como solução do litígio instaurado pelo Sinduscon GO, especificamente para "assegurar aos seus associados o direito de manter processado o balanço patrimonial de seus bens do exercício de 1990, pelo indexador vigorante naquele exercício, tudo conforme a inicial". Em outras palavras é inexigível o "recolhimento das diferenças de Imposto de Renda e Contribuição Social, relativas ao exercício de 1990, nos termos do inciso II, do artigo 3°, da Lei n° 8.200/91 e do Decreto n° 332/91". Leiase e entendase claramente que são inexigíveis o Imposto e a Contribuição Social sobre o Saldo Credor, gerado pela aplicação da diferença de correção monetária IPC/BTNF sobre as contas do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial, levantado em 31/12/1990. Nada mais do que isto. 6. No lançamento de oficio deste Processo Administrativo Fiscal (PAF), apuraramse diferenças de IRPJ relativas ao ano calendário de 1996, não do períodobase de 1990. Nenhuma das infrações tem relação com a diferença de correção monetária IPC/BTNF aplicada ao balanço patrimonial levantado em 31/12/1990. A fiscalização não refez o balanço patrimonial do períodobase de 1990, para aplicar as disposições do inciso II, do artigo 3°, da Lei n° 8.200/91 e do Decreto n° 332/91. Comprovam este fato os valores registrados no Sistema de Acompanhamento do Prejuízo Fiscal e do Lucro Inflacionário Sapli, especificamente para o períodobase de 1991 e para o anocalendário de 1992, em que o Saldo Credor da Diferença de correção monetária IPC/BTNF permanece, como declarado pelo sujeito passivo, nulo (fl. 11). Observase que uma das infrações apuradas resulta, em parte, da aplicação da diferença de correção IPC/BTNF sobre o saldo do Lucro Inflacionário a Realizar, existente em 31/12/1989 (fls. 5 e 11). Este saldo, depois de corrigido, foi, em 31/1/1993, incorporado ao saldo de Lucro Inflacionário Diferido de Períodos Anteriores (fl. 11). Contudo, o SindusconGO, naquele mandado de segurança, não havia contestado esta obrigação. Além disto, o Lucro Inflacionário a realizar era um ajuste ao lucro líquido (uma adição), controlado no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), caracterizandose como uma entidade genuinamente tributária, cuja apuração envolvia também as receitas e despesas financeiras, entre outras. Neste ponto, não há correlação expressa desta obrigação de corrigir o saldo de lucro inflacionário a realizar, existente em 31/12/1989, com a correção monetária complementar que geraria a obrigação do inciso II do art. 3°, da Lei n° 8.200/91. Esta última constituiu o objeto do mandado de segurança impetrado pelo SindusconGO; a primeira obrigação citada não constituiu objeto de qualquer demanda judicial, seja por parte do SindusconGO seja por Fl. 1429DF CARF MF Processo nº 10120.007022/200187 Acórdão n.º 1201001.931 S1C2T1 Fl. 5 7 parte da Infracon, que justificasse a renúncia às instâncias administrativas. As outras duas infrações apuradas no Auto de Infração (fl. 5) não constituíram objetos de quaisquer ações judiciais. Verifica se que o sujeito passivo não comprovou ter impetrado qualquer ação judicial, contestando especificamente as infrações apuradas no auto de infração que deu origem ao crédito tributário de que trata este PAF. 7. O sujeito passivo tentou generalizar uma decisão judicial que era específica para uma única obrigação, aproveitandose da coincidência de conceitos, para tentar ludibriar a administração tributária. Contudo, a primeira instância de julgamento administrativo (Delegacia da Receita Federal de Julgamento DRJ) proferiu o Acórdão de fls. 162 a 174. 8. A segunda instância de julgamento administrativo (Carf), com base nas razões expostas nesta Informação Fiscal, poderá rever sua decisão de fls. 1376 a 1383. Caso ainda julgue que o objeto do MS impetrado pelo SindusconGO é o mesmo da primeira infração do Auto de Infração de fl. 5, poderá alterar aquele julgamento, para apreciar o recurso contra as duas outras infrações que nada têm a ver com o objeto daquele Mandado de Segurança impetrado pelo SindusconGO (MS n° 92.00.02925 6). 9. Caso o Carf julgue incabível rever seu Acórdão (fls. 1376 a 1383), na parte que trata da multa de ofício sobre a falta de realização do Lucro Inflacionário, a cobrança deverá recair sobre o valor mantido pela DRJ, no Acórdão de fls. 162 a 174. Isto deverá ser assim, porque, pelas disposições do Parecer PGFN/CRJ n° 492, de 30/3/2011 (DOU de 26/5/2011, fls. 1394 a 1400), mesmo que, em tese, o contribuinte fosse beneficiário de alguma decisão judicial transitada em julgado e específica para o objeto do auto de infração em tela, esta teria sido alterada por decisões judiciais posteriores, considerando devido o tributo e a multa de ofício. As decisões judiciais posteriores foram inseridas pela DRJ no próprio Acórdão de fls. 162 a 174. 10. Caso os julgadores da segunda instância administrativa (Carf) não revejam o Acórdão de fls. 1376 a 1383, a cobrança deverá ser procedida conforme o resultado do julgamento da primeira instância administrativa (DRJ, Acórdão de fls. 162 a 174). 11. Neste cenário, indico a movimentação deste PAF ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para que analise as razões desta Informação Fiscal e verifique se é cabível rever os termos do Acórdão de fls. 1376 a 1383, para julgar o Recurso Voluntário do sujeito passivo. 12. Se não for revisto o Acórdão de fls. 1376 a 1383, a cobrança deverá ser efetuada segundo o resultado do julgamento da DRJ (Acórdão de fls. 162 a 174). Fl. 1430DF CARF MF 8 13. Por fim, respondo, nestes termos, as indagações da Equipe de Arrecadação e Cobrança deste DRF/GOI/Secat, para a qual movimento este PAF, visando ao encaminhamento àquela Segunda Instância de Julgamento Administrativo (Carf). Tratase assim de embargos inominados opostos anteriormente à vigência da Portaria nº 343, de 09 de junho de 2015, e o conselheiro relator não mais pertence a 1ª SEJUL/CARF/MF/DF, bem como o colegiado foi extinto (art. 4º e art. 8º da Portaria CARF nº 34, de 31 de agosto de 2015). Para sanar o vício supostamente existente no acórdão embargado tem cabimento a oposição de embargos inominados de acordo com o Anexo II do RICARF, que fixa: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. § 1º Será rejeitado de plano, por despacho irrecorrível do presidente, o requerimento que não demonstrar a inexatidão ou o erro. § 2º Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele. § 3º Do despacho que indeferir requerimento previsto no caput, darseá ciência ao requerente. A situação de inexatidão material está indicada objetivamente. Verificase que pode "o objeto do MS impetrado pelo SindusconGO é o mesmo da primeira infração do Auto de Infração de fl. 5, poderá alterar aquele julgamento, para apreciar o recurso contra as duas outras infrações que nada têm a ver com o objeto daquele Mandado de Segurança impetrado pelo SindusconGO (MS n° 92.00.029256)". Por todo o exposto, ADMITO os embargos inominados interpostos. Encaminhese o presente processo para inclusão em lote de sorteio no âmbito da 1ªSEÇÃO/CARF/MF/DF, nos termos do art. 49, § 5º do Anexo II do Ricarf, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Vale observar que há pendência de análise dos embargos de declaração, e fls. 14111412, interpostos pelo Sujeito Passivo depois dos embargos inominados opostos pela DRF/Goiânia/GO, que devem ser examinados antes daqueles. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Relator. Cabe, por primeiro, menção quanto ao último parágrafo do despacho de admissibilidade. Fl. 1431DF CARF MF Processo nº 10120.007022/200187 Acórdão n.º 1201001.931 S1C2T1 Fl. 6 9 Nesse parágrafo, muito embora seja indicada a existência de embargos de declaração opostos pelo sujeito passivo, o conteúdo das fls. 1.411 e 1.412 é um despacho de encaminhamento dos autos, tendo em vista os embargos inominados que aqui são analisados. Dispõe o artigo 65 do Anexo II do atual RICARF, que repetiu a norma que constava no dispositivo de mesmo número do regulamento anterior (aprovado pela Portaria MF nº 256/2009): Art. 65. [...] §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: [...] V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. (Grifo acrescido) O artigo 66 do RICARF atual está assim redigido: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Como pode ser visto nas fls. 1.401, 1.405, 1.409 e 1.410, a remessa destes autos ao CARF foi efetuada em face de: a) Informação Fiscal assinada por AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil; b) despachos de servidores da EQARRECCOBRSECATDRFGOIGO. Demais disso, não se vislumbra que existam, na decisão, inexatidões materiais devidas a lapso manifesto, erros de escrita ou de cálculo. A questão levantada diz respeito à aplicação do acórdão, que não conheceu do recurso em face da propositura de ação judicial, a todas as matérias tratadas no lançamento. Conclusão. Em face de todo o exposto, voto por REJEITAR os embargos. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 1432DF CARF MF 10 Fl. 1433DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12907.000056/2006-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 15/02/2006
INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO ADUANEIRA. COMPROVADA A PRÁTICA DA CONDUTA INFRACIONAL NEM A AUTORIA. CANCELAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO. POSSIBILIDADE.
A comprovação da prática da infração e da sua autoria é condição imprescindível para imposição de multa regulamentar por falta de prestação de informações sobre tripulantes e passageiros transportados por empresa de transporte internacional que operem em linha regular. A ausência desses elementos implica cancelamento integral da autuação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-005.243
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 15/02/2006 INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO ADUANEIRA. COMPROVADA A PRÁTICA DA CONDUTA INFRACIONAL NEM A AUTORIA. CANCELAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO. POSSIBILIDADE. A comprovação da prática da infração e da sua autoria é condição imprescindível para imposição de multa regulamentar por falta de prestação de informações sobre tripulantes e passageiros transportados por empresa de transporte internacional que operem em linha regular. A ausência desses elementos implica cancelamento integral da autuação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 90 7. 00 00 56 /2 00 6- 33 Fl. 122DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o relatório que integra o acórdão recorrido, que segue integralmente transcrito: Tratase de auto de infração, lavrado em 10/03/2006, pela aplicação da multa prevista no art. 28, caput e parágrafo único, inciso I da Lei nº 10.637/02, regulamentado pelo art. 647, inciso I do Decreto nº 4.543/02 “Art; 647 – Aplicase à empresa de transporte internacional que opere em linha regular, por via aérea ou marítima, a multa de (Lei nº 10.637, de 2002, art. 28 e parágrafo único): I – R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por veículo cujas informações sobre tripulantes e passageiros não sejam prestadas na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal: ou II .../...” Segundo a fiscalização, a empresa de operações aeroportuárias, acima qualificada, fez o atendimento do vôo MP 927 no dia 15/02/2006 e não prestou as devidas informações sobre tripulantes e passageiros, entregando somente depois de concluída a fiscalização do vôo. A empresa também não distribuiu aos passageiros as Declarações de Bagagem Acompanhadas (DBA’s) que são de apresentação obrigatória tendo entregue as mesmas somente depois de iniciado o atendimento da aduana, fato que ocasionou desorganização e atraso na vistoria das bagagens e conseqüentemente atraso na liberação dos passageiros como também embaraço a fiscalização. Intimada do Auto de Infração, fl. 9, a interessada apresentou impugnação e documentos em 10/04/06, juntados às folhas 10 e seguintes, alegando em síntese: no exercício de seu objeto social, consistente na prestação de serviços de apoio em terra às atividades aeroviárias nos aeroportos do pais, firmou Contrato de Prestação de Serviços com a empresa de transporte aérea internacional Martinair Holland, que incluía serviços de transporte de passageiros até o interior das aeronaves, carregamento, descarregamento e manuseio de bagagens, movimentação da aeronave, abastecimento e desabastecimento da aeronave, fornecimento de água potável, dentre outros; os dispositivos suscitados estabelecem obrigações que vinculam direta e exclusivamente as "empresas de transporte internacional que operem em linha regular, por via aérea ou terrestre", modalidade na qual a Impugnante não e enquadra, pois seu objeto social limitase à prestação de serviços de apoio às atividades aeroviárias das referidas empresas; a Impugnante não mantém com a Martinair Hollan, qualquer relação societária ou de representação, não podendo ser responsabilizada ou penalizada pelo descumprimento de obrigações exclusivas da mesma; Fl. 123DF CARF MF Processo nº 12907.000056/200633 Acórdão n.º 3302005.243 S3C3T2 Fl. 123 3 A obrigações veiculadas pelo artigo 28 da Lei n° 10.637/2002 e artigo 4° da Instrução Normativa SRF n° 120/1998 têm por escopo principal assessorar a Secretaria da Receita Federal na fiscalização dos bens e pessoas que ingressem ou saiam do território nacional, para fins eminentemente fiscais; a leitura dos dispositivos em comento dispensa maiores considerações sobre a sujeição passiva das obrigações que veiculam, tendo em vista designarem expressa e exclusivamente as "empresas de transporte internacional", não trazendo qualquer disposição sobre a possibilidade de extensão de tais obrigações a terceiros; de acordo com as normas nacionais e internacionais relativas A. aviação civil, são as empresas aéreas que detém a responsabilidade sobre a escalação da tripulação que irá operar os seus vôos, sobre a contratação de seus serviços de transporte junto ao público, a emissão das passagens aéreas e despacho das bagagens dos passageiros, sendo justamente por tal motivo as únicas pessoas aptas a prestar as autoridades competentes as informações relativas a tripulação, passageiros embarcados e bagagens despachadas em seus vôos; as pessoas que prestam serviços de apoio as empresas de transporte aéreo internacional, como é o caso da Impugnante, somente tomam conhecimento de tais informações quando estas lhes são diretamente fornecidas pela transportadora. Foi o que ocorreu em relação ao vôo MP 927, do dia 15.02.2006. Tão logo a Impugnante obteve as informações mencionadas da empresa de transporte aéreo internacional Martinair Holland, repassou os documentos as autoridades indicadas (fls.14); Restando comprovada a ilegalidade e arbitrariedade da multa aplicada Impugnante através do Auto de Infração em referência, tendo em vista não integrar a empresa o polo passivo da relação obrigacional tida por descumprida, deve ser o presente Auto de Infração ser integralmente anulado e cancelado, por ilegitimidade passiva. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 85/89), em que, por unanimidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente e o crédito tributário integralmente mantido, com base no fundamento de que a autuada tinha legitimidade para integrar o polo passivo da autuação, uma vez que a “relação contratual entre tais intervenientes não move conseqüências restritivas na seara da responsabilidade tributária respeitante à aferição do pólo passivo da relação jurídica, a teor do art. 123 do CTN”. Em 9/4/2014, a recorrente foi cientificada da decisão. Inconformada, em 28/4/2014, protocolou o recurso voluntário de fls. 96/100, em que reafirmou as razões de defesa apresentadas na peça impugnatória. É o relatório. Voto Fl. 124DF CARF MF 4 Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso foi apresentado tempestivamente, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A controvérsia cingese a legitimidade passiva da autuada. De acordo com a descrição dos fatos que integra a presente autuação (fls. 2/5), na condição de empresa de operações aeroportuárias, a recorrente foi autuada porque fez o atendimento do vôo MP 927, no dia 15/2/2006, e não prestou as devidas informações sobre tripulantes e passageiros, o que foi feito somente depois de concluída a fiscalização. Também não distribuíra aos passageiros as Declarações de Bagagem Acompanhadas(DBA), que eram de apresentação obrigatória, o que fora feito somente depois de iniciado o atendimento da aduana. Em razão desses fatos, a autoridade fiscal concluiu que a recorrente cometera a infração e deveria responder pela multa, previstas no art. 28, caput e parágrafo único, inciso I, da Lei 10.637/2002, que segue transcrito: Art. 28. As empresas de transporte internacional que operem em linha regular, por via aérea ou marítima, deverão prestar informações sobre tripulantes e passageiros, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal. Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo ensejará a aplicação de multa no valor de: I R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por veículo cujas informações não sejam prestadas; ou [...] A simples leitura do comando legal transcrito revela que se trata de norma penal em branco, cuja aplicação prescinde da complementação do conteúdo por outro diploma normativo de natureza administrativa, a ser expedido pelo Secretário da Receita Federal do Brasil (RFB), com a definição da forma e do prazo. Em outras palavras, o que a norma pretendeu sancionar foi a prestação de informações sobre tripulantes e passageiros na forma e no prazo estabelecido. Portanto, a configuração da referida infração e aplicação da multa prevista, inequivocamente, depende da demonstração de que não foi cumprida a forma ou prazo fixado no ato normativo da RFB. E a análise dos autos revela que a autoridade fiscal não fez qualquer menção ao ato normativo editado pela RFB, em que definidas a forma e o prazo de apresentação das informações sobre tripulantes e passageiros. Dada essa omissão, não resta qualquer dúvida de que a conduta imputada à recorrente é atípica e, por conseguinte, não merece a sanção que lhe foi imposta. Além disso, a autoridade fiscal não demonstrou qualquer vínculo entre autuada e a empresa aérea de transporte internacional que realizou o vôo MP 927, no dia 15/2/2006. Aliás, sequer a autoridade fiscal identificou a empresa aérea responsável pelo citado vôo. Essa informação de que a empresa de transporte aéreo internacional era a companhia Martinair Holland somente foi trazida aos autos pela recorrente na peça impugnatória. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 12907.000056/200633 Acórdão n.º 3302005.243 S3C3T2 Fl. 124 5 Também não há provas nos autos que a recorrente tenha concorrido, para a prática da infração, conforme previsto no art. 95, I, do Decretolei 37/1966, como alegou o nobre Relator do voto condutor do julgado recorrido. Em suma, além de não comprovar a prática da infração, a autoridade fiscal também não comprovou qualquer vínculo entre a recorrente e a companhia de transporte aéreo internacional responsável pelo citado vôo. E sem infração e legitimado passivo, o auto de infração não pode subsistir incólume. Por todo o exposto, votase pelo provimento do recurso, para determinar o cancelamento da autuação. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 126DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.688801/2009-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 02 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.220
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Trata o presente de análise de PER/DCOMP não homologada pela unidade local da RFB face a inexistência do direito creditório pleiteado. O Despacho Decisório consignou que os pagamentos informados como suposta origem do PER/DCOMP encontravamse integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A contribuinte interpôs manifestação de inconformidade onde defende a existência de seu direito creditório, alegando que o mesmo pode ser confirmado em vista de suas declarações retificadoras (DIPJ e DCTF). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 88 80 1/ 20 09 -2 5 Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10880.688801/200925 Resolução nº 3402001.220 S3C4T2 Fl. 163 2 A decisão da DRJ julgou improcedente a aludida manifestação, o que motivou a recorrente a interpor, tempestivamente, o recurso voluntário ora em apreço, oportunidade em que repisou as alegações desenvolvidas em manifestação de inconformidade, bem como apresentou novos documentos fiscais no sentido de comprovar a existência do crédito vindicado. É o relatório. Resolução Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.213, de 30 de janeiro de 2018, proferida no julgamento do processo 10880.688794/200961, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.213: 4. Em suma, a presente discussão gravita em torno de um único ponto: existir ou não prova suficiente do crédito do contribuinte. 5. Segundo o despacho decisório que denegou a compensação almejada, os créditos apontados pelo contribuinte já teriam sido consumidos para a quitação de outros débitos apontados em DCTF. 6. Por sua vez, em sede de manifestação de inconformidade, o contribuinte aventou que o comprovante de pagamento de fl. 21, aliado com a DIPJ e a DCTF (ambas retificadoras) acostadas, respectivamente, as fls. 22/56 e 57/123, atestariam a validade material do aludido crédito. 7. Não obstante, o acórdão recorrido pautou o indeferimento da compensação vindicada nos seguintes termos: (...). 8.2. O sucesso da empresa em ver homologada a compensação declarada, nesta instância administrativa, já fora da órbita do tratamento eletrônico, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do crédito, devendo estar demonstrado que este tem apoio não só legal, como documental. A apresentação de DCTF retificadora, por suposto erro de preenchimento na anterior, não é suficiente, neste momento do rito processual, para fazer prova em favor do contribuinte, existindo a necessidade de comprovação documental do quanto alegado, por meio da apresentação da escrituração contábil do período, em especial os Livros Diário e Razão, e dos documentos que Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10880.688801/200925 Resolução nº 3402001.220 S3C4T2 Fl. 164 3 lhe dão sustentação. Transcrevese, a seguir, o art. 170 do CTN, onde está estipulado que somente são passíveis de compensação os créditos líquidos e certos: (...). 8. Ao interpor seu recurso e em resposta ao fundamento da DRJ, o contribuinte trouxe aos autos cópias dos seus livros razão (fls. 152/157) e diário (fls. 158/161) que, prima facie, comprovariam a existência do crédito aqui debatido. 9. Diante deste cenário fáticojurídico e, ainda, levando em consideração o princípio da verdade material1 que conforma o processo administrativo tributário, é salutar que o presente julgamento seja convertido em diligência para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. 10. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda 1 Neste momento convém aqui abrir um parêntese para afirmar que quando se apregoa o sobredito princípio da verdade material não se faz no sentido de equiparar este importante valor normativo a uma ferramenta mágica, semelhante a uma "varinha de condão" dotada de aptidão para "validar" preclusões e atecnias e transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Com a devida vênia, este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar e, até mesmo, achincalhar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer aqui exprimir é a possibilidade de reconstruir a relação jurídica de direito material conflituosa por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá pelas características peculiares do direito material vindicado processualmente, i.e., pela sua contextualização. Em outros termos, "verdade material" é sinônimo de uma maior flexibilização probante em sede de processos administrativos, o que, se for usado com a devida prudência à luz do caso decidendo, só tem a contribuir para a qualidade da prestação jurisdicional atipicamente prestada em processos administrativos fiscais. Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10880.688801/200925 Resolução nº 3402001.220 S3C4T2 Fl. 165 4 (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Concluídas estas providências, retornemse os autos para julgamento. (Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 140DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.909866/2008-95
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004
DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO.
A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindo-se em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. Tendo sido o único motivo de indeferimento da compensação e ignorados os seus efeitos pela decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, há de ser acolhida e determinando novo exame da compensação pela Autoridade Fiscal.
Numero da decisão: 3001-000.214
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para retorno dos autos a unidade de origem para apreciar a DCTF retificadora, vencido o conselheiro Cleber Magalhães que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004 DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindo-se em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. Tendo sido o único motivo de indeferimento da compensação e ignorados os seus efeitos pela decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, há de ser acolhida e determinando novo exame da compensação pela Autoridade Fiscal.
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POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindose em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. Tendo sido o único motivo de indeferimento da compensação e ignorados os seus efeitos pela decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, há de ser acolhida e determinando novo exame da compensação pela Autoridade Fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para retorno dos autos a unidade de origem para apreciar a DCTF retificadora, vencido o conselheiro Cleber Magalhães que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 98 66 /2 00 8- 95 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10680.909866/200895 Acórdão n.º 3001000.214 S3C0T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/BHE, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos O Contribuinte, na data de 29/12/2004, transmitiu PER/DCOMP nº 40046.92455.291204.1.3.046100 declarando a compensação de débito de CSLL (cód.2484) do período de apuração 11/2004 no valor de R$ 5.327,86 com crédito de COFINS recolhido a maior que o devido através de DARF na data de 14/07/2004, da competência 06/2004. Do Despacho Decisório A DRF de Belo Horizonte, em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (efls.3), pela não homologação da compensação pretendida, em face de inexistência de crédito disponível, pois o valor do DARF discriminado na PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado para quitação de débito declarado para a competência 06/2004. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls.2), justificando que ocorreram equívocos no preenchimento da DCTF do período (2º Trimestre/2004) e que na data de 26/08/2008 foi procedida a retificação da mesma, fazendo a juntada da mesma (efls.9). Demonstrada a existência do crédito, aguarda pela compensação requerida. Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 2ª Turma da DRJ/BHE, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujos fundamentos encontramse sintetizados na ementa assim elabora: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10680.909866/200895 Acórdão n.º 3001000.214 S3C0T1 Fl. 4 3 O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls. 54) contra a decisão singular, com o intuito de ver seu pedido atendido, apelando pela busca da verdade material no processo administrativo, visto restar comprovado a existência do crédito que comporta a compensação declarada. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A recorrente buscou através de PER/DCOMP nº 40046.92455.291204.1.3.046100, transmitida na data de 29 de dezembro de 2004, a compensação de débito de CSLL no valor de R$ 5.327,86 da competência 11/2004, em razão do recolhimento a maior que o devido na data de 14/07/2004 através de DARF no valor de R$ 34.948,47 de COFINS, da competência 06/2004. Contudo, ao tomar conhecimento do Despacho Decisório desfavorável ao seu pedido, constatou que havia incorrido em erro quando da transmissão da DCTF para o período do 2º Trimestre de 2004, indicando como valor apurado de COFINS para o período de Junho/2004 R$ 34.948,47. Imediatamente, na data de 26/08/2008, transmitiu DCTF retificadora corrigindo o valor devido de COFINS para R$ 29.922,22 de forma a evidenciar o valor de seu pagamento a maior que o devido, resultando daí o crédito utilizado para a compensação requerida de R$ 5.026,25 que atualizado pela SELIC confere com o valor do débito compensado de R$ 5.327,86. Ressaltase que esses fatos apresentados pela recorrente com relação às DCTFs apresentadas foram objeto de análise do fisco, conforme se depreende das telas juntadas às efls. 33 a 39 e em especial a tela efls 39 que atribui o valor de R$ 5.026,25 como reservado ao Processo/Perdcomp 10680.909866/200895, que ora se discute. A DRJ/REC fundamenta sua decisão que manteve a não homologação da compensação pleiteada, no fato de que: “A DCTF retificada após a ciência do despacho decisório não constitui prova nem tem nenhuma força de convencimento e só pode ser considerada como argumento de impugnação, não produzindo efeitos quando reduz débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (Instrução Normativa RFB 1.110/2010, art. 9º, § 2o, I, c)”. A declaração apresentada presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art. 131 e CPC, art. 368). A DCTF válida, Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10680.909866/200895 Acórdão n.º 3001000.214 S3C0T1 Fl. 5 4 oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Essa presunção é relativa, admitindose prova em contrário. No caso, o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração entregue. O primeiro passo para regularização da divergência apontada entre a DCTF original e a PER/DCOMP foi o de retificar a DCTF, indicando qual o débito efetivamente devido para o período de referência. As demais provas que a contribuinte deve dispor para atender a necessária auditoria fiscal de homologação dos débitos declarados dependerá de critérios próprios que o fisco julgar apropriadas. Diante das colocações feitas no acórdão recorrido com relação a produção de provas para atestar o direito creditório, a recorrente trouxe aos autos cópia de livro razão, como forma de lhe conferir liquidez e certeza ao crédito declarado. Cito aqui julgado da 3ª Turma da CSRF no acórdão nº 9303005.396, de 25/07/2017, que analisando caso semelhante confirmaram decisão proferida no acórdão da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, sendo entendimento daquele colegiado, “em síntese, que a DCTF retificadora, nas hipóteses admitidas por lei, tem os mesmos efeitos da original, podendo ser admitida para comprovação da certeza e liquidez do crédito, ainda que transmitida após a prolação do despacho decisório”. Oportuno destacar, também, parte do voto da Conselheira Relatora Vanessa Marini Cecconello (CSRF – T3), pelos seus comentários e associados ao Parecer Cosit nº 02/2015, nos orienta a dar o devido seguimento nesse julgado, “verbis”: O crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nascem com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior. Portanto, a apresentação da DCTF retificadora não é requisito indispensável à homologação da compensação, mas a certeza e liquidez do indébito tributário devem restar comprovadas por outros meios nos autos do processo administrativo. Nesse sentido, é o Parecer Cosit nº 02/2015, de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10680.909866/200895 Acórdão n.º 3001000.214 S3C0T1 Fl. 6 5 Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. (...) Vêse que a administração tributária em questão normativa, preocupada com o assunto, já havia se posicionado sobre o tema que diz respeito à possibilidade de ocorrer DCTF retificadora para demonstrar a existência de crédito passível de compensação. Como antes dito, a liquidez e certeza do crédito tributário não se encerra com a simples DCTF retificadora, há outros indicativos a serem seguidos, sendo, por exemplo, os livros contábeis, que de acordo com as razões recursais foi um dos parâmetros utilizados para atestar o erro de declaração cometido. Nesse sentido, em respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, na busca da verdade real no processo administrativo tributário, é cabível oportunizar à Recorrente uma melhor análise pela unidade de origem quanto ao crédito pleiteado. Ademais, não pode o CARF suprir deficiência instrutória ainda que em sede de compensação, pois à luz do art. 10 da IN RFB nº 903/2008: "Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna". De se observar que procedimento algum fora realizado em relação à apuração dos valores da compensação, sejam débitos ou créditos. Não podem as autoridades administrativas omitirse de analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade nos termos do art. 59, II do PAF. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com as provas disponibilizadas pela recorrente ou requerendo outras que entender pertinente e lhe confira liquidez e certeza para a realização da compensação requerida. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10680.909866/200895 Acórdão n.º 3001000.214 S3C0T1 Fl. 7 6 Fl. 103DF CARF MF
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