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Numero do processo: 10930.002356/2009-87
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Existindo nos autos um documento que demonstre que o contribuinte foi intimado a comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, a dedutibilidade de tais despesas, na declaração de ajuste anual, está condicionada ao atendimento das condições estabelecidas no Termo de Intimação Fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-002.859
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre e Luís Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Existindo nos autos um documento que demonstre que o contribuinte foi intimado a comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, a dedutibilidade de tais despesas, na declaração de ajuste anual, está condicionada ao atendimento das condições estabelecidas no Termo de Intimação Fiscal. Recurso Voluntário Negado
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COMPROVAÇÃO. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Existindo nos autos um documento que demonstre que o contribuinte foi intimado a comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, a dedutibilidade de tais despesas, na declaração de ajuste anual, está condicionada ao atendimento das condições estabelecidas no Termo de Intimação Fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente em exercício. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre e Luís Cláudio Farina Ventrilho. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 23 56 /2 00 9- 87 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10930.002356/200987 Acórdão n.º 2801002.859 S2TE01 Fl. 78 2 Tratase de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 7.155,58, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. O crédito tributário referese à dedução indevida de despesas médicas, cuja glosa importou no montante de R$ 19.110,00. Segundo a Autoridade lançadora não houve a “comprovação de forma irrefutável do efetivo pagamento” das seguintes despesas: R$ 2.180,00 com psicóloga; R$ 5.150,00 com dentista; R$ 4.080 com fisioterapeuta; e R$ 6.000,00 com psicóloga. Consta da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fl. 18 deste processo digital), também, que por falta de previsão legal houve a glosa do valor de R$ 1.700,00, referente a pagamentos efetuados à nutricionista. A contribuinte apresentou a impugnação de fls. 2/15, que foi julgada improcedente por intermédio do acórdão de fls. 50/53. Os julgadores da instância de piso consideraram ineficazes as declarações dos profissionais de saúde apresentadas pela Interessada, uma vez que a Autoridade lançadora solicitou a efetiva confirmação dos pagamentos efetuados sem que fosse atendida. A glosa da dedução de R$ 1.700,00, referente à despesa com nutricionista, foi mantida por falta de previsão legal. Cientificado da decisão de primeira instância em 21/06/2011 (AR à fl. 56), a Interessada interpôs, em 21/07/2011, o recurso de fl. 57/58, acompanhado dos documentos de fls. 59/72. Na peça recursal aduz, em síntese, que foram apresentados todos os recibos originais solicitados e, mesmo assim, o Auditor alega que não foi apresentada prova cabal que comprovasse as despesas. Pugna, ao final, pelo acolhimento do presente recurso e cancelamento do débito fiscal reclamado. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. A controvérsia restringese à glosa de despesas médicas lançadas na declaração de ajuste anual do Recorrente, exercício 2007. No processo administrativo fiscal, a exigência de comprovação de um fato está ligada ao modo como se distribui o ônus da prova entre as partes interessadas na proteção de seus direitos. Tratandose de processo relativo ao imposto de renda da pessoa física cabe ao Fisco, em regra, provar as alegações sobre omissão de rendimentos e ao contribuinte os fatos que reduzem a base de cálculo do tributo. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10930.002356/200987 Acórdão n.º 2801002.859 S2TE01 Fl. 79 3 Logo, compete ao contribuinte provar os fatos que deram origem às despesas médicas, facultandolhe a legislação desincumbirse de tal mister mediante a apresentação de recibos emitidos por profissionais da área da saúde. Nada obsta, no entanto, que a Administração Tributária exija que o interessado comprove o efetivo pagamento decorrente da prestação dos serviços médicos, quando as circunstâncias assim recomendarem, na linha do disposto no art. 73 do Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, cujo teor é o seguinte: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°). Observo, todavia, que tal faculdade deve ser concretizada por meio de um ato cuja materialização se dá com a lavratura de um termo, isto é, de um documento no qual está expressa a pretensão da Administração, de modo que o sujeito passivo tenha prévio conhecimento daquilo que o Fisco está a exigir. No caso concreto, a Autoridade lançadora, por meio do Termo de Intimação Fiscal de fl. 32, intimou a Recorrente a comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, mediante a apresentação de “cheques nominais, DOC, TED, depósitos identificados, transferências bancárias identificadas, etc., coincidentes em datas e valores”, por considerar que os documentos apresentados eram insuficientes à comprovação das referidas despesas. Em resposta ao Termo de Intimação Fiscal, a Interessada informou que todos os pagamentos foram efetuados em espécie (fls. 30/31). Contudo, não colacionou aos autos qualquer documento que desse suporte à sua afirmação, a exemplo de saques bancários em datas aproximadas dos pagamentos. Nesse cenário, sou pela manutenção das glosas efetuadas, haja vista que a Recorrente não se desincumbiu de comprovar o efetivo pagamento das despesas realizadas, após ter sido regularmente intimada pela Autoridade lançadora no uso da faculdade que lhe foi legalmente atribuída (DecretoLei n° 5.844/1943, art. 11, § 3°) de solicitar elementos adicionais de prova quando assim entender necessário. Face ao exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 79DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10930.002356/200987 Acórdão n.º 2801002.859 S2TE01 Fl. 80 4 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/01/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por TANIA MARA PA SCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 13874.000409/2004-21
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 1999, 2000
MULTA TRIBUTÁRIA. QUALIFICAÇÃO. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE.
Para a qualificação da multa, utilizando-se o percentual de cento e cinqüenta por cento, há a necessidade de demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964.
No presente caso, não há demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, não devendo prevalecer a qualificação da multa.
PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. REGRAS, ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO.
O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º).
No caso dos autos, verifica-se que não houve antecipação de pagamento. Destarte, há de se aplicar a regra expressa no I, Art. 173 do CTN, ou seja, conta-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
Numero da decisão: 9202-002.548
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator.
Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345 advogado do contribuinte.
(assinado digitalmente)
HENRIQUE PINHEIRO TORRES
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (Vice-Presidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 1999, 2000 MULTA TRIBUTÁRIA. QUALIFICAÇÃO. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Para a qualificação da multa, utilizando-se o percentual de cento e cinqüenta por cento, há a necessidade de demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. No presente caso, não há demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, não devendo prevalecer a qualificação da multa. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. REGRAS, ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). No caso dos autos, verifica-se que não houve antecipação de pagamento. Destarte, há de se aplicar a regra expressa no I, Art. 173 do CTN, ou seja, conta-se o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345 advogado do contribuinte. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (Vice-Presidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire.
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Recorrente PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL (PGFN) Interessado FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 1999, 2000 MULTA TRIBUTÁRIA. QUALIFICAÇÃO. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Para a qualificação da multa, utilizandose o percentual de cento e cinqüenta por cento, há a necessidade de demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. No presente caso, não há demonstração e comprovação cabais do evidente intuito de fraude por parte do sujeito passivo, não devendo prevalecer a qualificação da multa. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. REGRAS, ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). No caso dos autos, verificase que não houve antecipação de pagamento. Destarte, há de se aplicar a regra expressa no I, Art. 173 do CTN, ou seja, contase o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 4. 00 04 09 /2 00 4- 21 Fl. 706DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345 advogado do contribuinte. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Fl. 707DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 637 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por contrariedade, fls.0255, interposto pela nobre Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 0224, que decidiu dar provimento parcial ao recurso. Em síntese, o litígio em questão referese a qualificação de multa e regra decadencial a ser aplicada. A decisão recorrida possui os seguintes termos: IRF DOCUMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Não se toma conhecimento de documento em idioma estrangeiro desacompanhado da respectiva tradução juramentada. IMPOSTO SOBRE A RENDA PAGAMENTO SEM CAUSA – Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota da 35%, todo pagamento efeuado pela pessoa jurídica ou o recurso entregue a terceiros, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. Nos termos do § 3º do art. 61 da Lei n° 8.981, de 1995, o valor pago será considerado líquido; cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto. MULTA DE OFÍCIO MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL SITUAÇÃO QUALIFICADORA SIMULAÇÃO As condutas descritas nos arts. 71, 72 e 73, da Lei n° 4.502, de 1964, exigem do sujeito passivo a prática de dolo, ou seja, a deliberada intenção de obter, o resultado que seria o impedimento ou retardamento da ocorrência do fato gerador, ou a exclusão ou modificação das suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. A multa aplicável é aquela a ser imposta pelo não pagamento do tributo devido, cujo débito fiscal foi apurado em procedimento de fiscalização, com esteio no art. 44, I, da Lei n°9.430, de 1996. DECADÊNCIA — IRF — PAGAMENTO SEM CAUSA OU POR OPERAÇÃO NÃO COMPROVADA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO — DECADÊNCIA A regra de incidência de cada tributo é que define a sistemática de seu lançamento. Tratandose de IRF incidente sobre pagamentos sem causa ou por operação não comprovada, a tributação é exclusiva de fonte configurando o lançamento à modalidade por homologação, ocorrendo o fato gerador na data em que ocorrer a disponibilidade econômica ou jurídica do valor, razão pela qual tem característica de tributo cuja legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa e amoldase à sistemática de lançamento denominado por homologação, onde a contagem do prazo decadencial deslocase da regra geral do artigo 173 do Fl. 708DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Código Tributário Nacional, para encontrar respaldo no § 4° do artigo 150, do mesmo Código, hipótese em que a decadência do direito de a Fazenda Pública efetuar ocorre em contados da data da ocorrência do fato gerador. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por FLEXTRONICS INTERNACIONAL TECNOLOGIA LTDA. ACORDAM os Membros da Sexta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de ofício e reconhecer a decadência do lançamento quanto ao fato gerador ocorrido em 16.12.1999, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Luiz Antonio de Paula (Relator), Sueli Efigênia Mendes de Britto e José Ribamar Barros Penha. Designada a Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda para redigir o voto vencedor. Em seu recurso especial a Procuradoria alega, em síntese, que: 1. A qualificação da multa deve ser restaurada; 2. De acordo com a fiscalização, o sujeito passivo teria apresentado contratos de mútuo com o objetivo de escamotear remessas de dinheiro ao exterior, feitas a título diverso; 3. Para o acórdão recorrido, o Fisco não logrou êxito em demonstrar a intenção (dolo) do sujeito passivo; 4. O acórdão está equivocado, pois a leitura das diversas intimações encaminhadas pelo fiscal ao contribuinte, em conjunto com documento contábil e contratos por este juntados, são elementos mais do que suficientes para revelar o ânimo do recorrido em reduzir tributo devido pela alteração de qualificação jurídica de remessa de dinheiro ao exterior; 5. Se o agente (sujeito passivo) praticou determinado ato com intenção diversa da revelada pelos fatos, caberá a ele a demonstração da sua vontade real, eis que a presunção advém da ordem natural das coisas; 6. No caso dos autos, os pagamentos reputados pela fiscalização como tendo sido realizados sem causa foram contabilizados pelo contribuinte como relacionados a "contrato de comissão AMS", fls. 023; 7. Intimado o contribuinte a comprovar a operação, juntou cópias de contratos de mútuo em inglês, sem a respectiva tradução juramentada e sem a comprovação da realização das contraprestações; 8. Como nos autos havia apenas a demonstração da remessa de numerário para o exterior, o Fisco intimou o contribuinte para que demonstrasse o recebimento das contraprestações da mutuária, indicasse os motivos do mútuo e apresentasse o contrato social da sociedade estrangeira; Fl. 709DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 638 5 9. Em resposta, o sujeito passivo aduz que a AMS estava inadimplente e que não teria cópia do contrato social ou estatuto da mutuaria (não teve o cuidado de observar se a pessoa que assinou o contrato tinha poderes para tanto?), como, também, não trouxe aos autos documento de cobrança da dívida (aceitou pacificamente o inadimplemento?); 10. Os fatos e documentos carreados aos autos transparecem que o sujeito passivo tinha a intenção de reduzir tributo a partir de contabilização supostamente equivocada e da posterior apresentação ao fisco de documentos relacionados a uma operação inexistente de fato; 11. Outrossim, deve ser mantida a multa qualificada, na medida em que a conduta dolosa restou identificada e comprovada e, por conseqüência, deve ser afastada a decadência do tributo vinculado ao fato gerador ocorrido em 16/12/1999, pela aplicação do art. 173, inciso I, do CTN; 12. Face ao exposto, requer a PGFN provimento ao presente recurso. Por despacho, fls. 0262, deuse seguimento ao recurso especial da PGFN. O sujeito passivo apresentou recurso especial, fls. 0268, ao qual foi negado seguimento, fls. 0517. Apresentou, também, contra razões, fls. 0478, argumentando, em síntese, que a decisão deve ser mantida, pois não houve a comprovação de dolo e o tributo em questão está sujeito a lançamento por homologação, com aplicação da regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN. Em seguida, o sujeito passivo apresentou desistência parcial do recurso, somente no que tange ao lançamento com base nos anos posteriores a 1999. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 710DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e com contrariedade à lei, em tese, comprovada conheço do Recurso Especial da PGFN e passo à análise de suas razões recursais. Primeiramente, devemos analisar a questão da qualificação da multa. Para a recorrente, a qualificação da multa deve ser restaurada, pois restou clara a intenção dolosa do sujeito passivo, posição contrária à constante do acórdão recorrido. A qualificação da multa está expressa na legislação. Lei 9.430/1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: ... II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Portanto, para a determinação da legislação, só é possível a qualificação da multa com a demonstração e comprovação do evidente intuito de fraude, definido na Lei 4.502/1964. Lei 4.502/1964: Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Fl. 711DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 639 7 Para analisarmos se o evidente intuito de fraude ficou demonstrado e comprovado devemos analisar as razões do Fisco para tanto. Verificando o Termo de Constatação Fiscal (TCF), lavrado pelo Fisco, o motivo para a qualificação da multa foi: “Em 08/12/2004, foi lavrado Termo de Intimação (fls. 50), para que a fiscalizada apresentasse à fiscalização os seguintes elementos referentes a contratos de mútuo tidos como celebrados com a já citada empresa AMS – Advanced Móbile Solutions Incorp, sediada no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América: a) Esclarecimento, por escrito, da razão pela qual, no histórico do registro contábil, conste contrato de comissão, da relação negocial existente entre o objeto social da fiscalizada e as operações de mútuo em apreço, do interesse da fiscalizada na concessão do empréstimo e das operações em que os recursos, desembolsados em virtude dessas operações, seriam empregados no exterior. b) Cópia de documento do qual: conste a descrição do objeto social da mutuária AMS e comprovante do pagamento dos juros e do principal, nas datas previstas em contrato, bem como cópia das folhas dos livros diário e razão em que estejam contabilizados os recebimentos das importâncias pagas pela mutuária, para quitação dos citados empréstimos concedidos. 5 Atendendo ao referido Termo de Intimação, por meio de correspondência protocolizada em 20/12/2004 (fls. 51), a fiscalizada alegou que houve equívoco no registro contábil que descreveu as operações como contrato de comissão, não esclareceu qual é o objeto social da mutuaria, alegou que havia interesse em parceria com a mutuária e que o desembolso sob a forma de empréstimo decorreu de falta de estrutura dá mutuária e que os empréstimos se destinavam genericamente a capital de giro e cobertura de pesquisas de mercado de desenvolvimento de produtos. 6 Face ao teor da correspondência apresentada pela fiscalizada em atendimento ao Termo de Intimação lavrado em 08/12/2004 (fls. 50), resta evidenciado que: a) a fiscalizada não “recebeu qualquer quantia em contraprestação aos empréstimos concedidos à AMS", de sorte que não recebeu o pagamento dos valores emprestados, nem tomou providência alguma para cobrálos, caracterizandose o perdão tácito da suposta dívida; b) a fiscalizada não possui documentação pertinente aos atos constitutivos da mutuária à qual concedeu os supostos empréstimos. c) a fiscalizada confessa que a mutuária não tem condições de quitar seu débito, declarado textualmente no item 4 de sua Fl. 712DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 8 correspondência que a situação financeira da mutuaria é "muito delicada favorável". 7 Além disso, não foi apresentada cópia do contrato no valor de R$ 350.999,00. 8 Diante do exposto, a fiscalizada não logrou comprovar que correspondem efetivamente e de fato a mútuo os valores remetidos à empresa AMS, e, por essa razão, a esta fiscalização não resta outra alternativa senão a de considerálos como valores relativos a pagamento sem causa, sujeito ao imposto de renda na fonte, na forma prevista no Art. 674, do RIR/99 Decreto 3000/1999. 9 Por outro lado, o fato de apresentar à fiscalização contratos com a finalidade de encobrir pagamentos efetuados a outro titulo, simulação, tipificada como crime contra a ordem tributária,previsto.no art. 1ª, incisos I a IV, da Lei 8.1370/90 e, por esta razão, fica a fiscalizada multa de oficio qualificada de 150%, prevista no artigo 957, II, do RIR/99, (artigo 44, II, da Lei 9.430/96) e será, em decorrência, providenciada a representação fiscal para fins penais, prevista no artigo 1°, do decreto 2730/1998, de 10 de agosto de 1998, disciplinado pela Portaria SRF 1.805/1998.” Ao analisarmos os motivos da qualificação da multa, acima, não encontramos razão para sua restauração. O Fisco decide que houve fraude, devido a apresentação de contratos supostamente fraudulentos, mas não demonstra, esclarece, tipifica, o motivo dessa conceituação desses contratos. Ressaltese que o Fisco afirma que o sujeito passivo não conseguiu comprovar que os valores remetidos à empresa AMS correspondem efetivamente e de fato a mútuo, conceituandoos como pagamento sem causa, mas esse fato (ausência de comprovação) não é suficiente para a demonstração da ocorrência do evidente intuito de fraude. Devemos sempre ter em conta, na nossa missão, a lição de Rui Barbosa: “Não sigais os que argumentam o grave das acusações, para se armarem de suspeita e execração contra os acusados. Como se, pelo contrário, quanto mais odiosa a acusação, não houvesse o juiz de se precaver mais contra os acusadores, e menos perder de vista a presunção de inocência, comum a todos os réus, enquanto não liquidada a prova e reconhecido o delito.” (Rui Barbosa. O Dever do Advogado. Fundação Casa de Rui Barbosa. Aidê Editora, 1985.) A multa é sanção imposta pela prática de um ato ilícito, é punição, por descumprimento de determinação legal, aplicável a todos, pessoas físicas e jurídicas, que descumprirem a obrigação legal. As multas em lançamentos tributários por descumprimento de obrigação tributária principal constituemse em punições a uma conduta que se busca desmotivar, a ausência de recolhimento pontuais de tributos. Fl. 713DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 640 9 Nos lançamentos tributários, as multas podem ser aplicadas em valores mínimos previstos, por mero inadimplemento de tributo. Nesse caso há o caráter objetivo, sem a necessidade de demonstração do motivo para sua aplicação, apenas a ocorrência da situação descrita em lei (ausência de recolhimento). Diferentemente ocorre quando há qualificação ou agravamento da multa, com aumento considerável em seu percentual, ou valor, devido a certas condutas, expressas na legislação. Condutas essas que ferem padrões éticos da Sociedade. No presente caso, não restou comprovado pelo Fisco, em nosso entender, que o sujeito passivo utilizou de estratagemas para impedir ou retardar: 1. O conhecimento por parte do Fisco da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente; e 2. A ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Com todo respeito ao trabalho do Fisco, não encontramos em nenhum momento a caracterização de evidente intuito de fraude. Verificamos o inadimplemento das suas obrigações tributárias, como o próprio Fisco afirma, mas essa conduta não enseja a aplicação da multa qualificada. De modo diverso ocorreria se o Fisco trouxesse aos autos provas, indícios, de que as afirmações do sujeito passivo são falsas, inverídicas, o que não ocorre. Ressaltese que o contribuinte já é penalizado pelo inadimplemento do tributo devido, com uma multa de 75% (setenta e cinco pro cento) sobre o valor devido. Para a duplicação dessa penalidade, com a aplicação de uma multa de 150% (cento e cinqüenta por cento), deve estar provado nos autos, com absoluta, cabal, evidente certeza, o intuito de fraude, requisito que não consta na autuação. O Fisco, para a qualificação da multa, necessita comprovar duas características na ação do sujeito passivo: 1. EVIDENTE: qualidade daquilo que não admite dúvida; e 2. INTUITO: Propósito na realização de um ato. Destacamos que o evidente intuito de fraude não se presume e para sua caracterização há a necessidade da demonstração e comprovação da conduta material para sua caracterização. Fl. 714DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 10 Somase as considerações expostas em voto qualificado do nobre Conselheiro Relator Giovanni Christian Nunes Campos (Acórdão 10617.015): “Primeiro, devese discutir a pertinência da qualificação da multa de oficio. Quando das infrações aqui em comento, tinha vigência o art. 44 da Lei n° 9.430/96, em sua redação original. Nessa época, aplicavase a multa qualificada nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. Assim, mister verificar se a conduta estampada nos autos pode se subsumir aos tipos abstratos da qualificação previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96, ou seja, se está comprovado o evidente intuito de fraude, como definido nos arts. 71, 72, 73 da Lei n° 4.502/1964. A autuação tomou por base uma presunção de omissão de rendimentos. O recorrente não fez qualquer prova da origem dos depósitos bancários. Por fim, nos autos, não se descobriu a origem dos depósitos bancários. ... Poderia, entretanto, a conduta dos autos se subsumir à sonegação, que é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador do imposto de renda ou das condições pessoais do contribuinte. No caso de sonegação, mister explicitar claramente o fato gerador do imposto sonegado, com as condutas dolosas que impediram ou retardaram o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador ou das condições pessoais do contribuinte. A partir de uma presunção legal de ocorrência de um fato gerador do imposto, não podemos afiançar que o contribuinte agiu com dolo, no intuito de impedir ou retardar o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador, notadamente porque a conta bancária era movimentada pelo recorrente, sem nenhuma interposição de pessoa, ou fraude a esconder o real beneficiário dos depósitos. Toda a movimentação bancária foi feita às claras. Por óbvio, considerando as gravíssimos conseqüências da qualificação da multa, que ultrapassam a questão pecuniária, adentrando no terreno do direito penal tributário, não pode o evidente intuito de fraude ser presumido. ... No caso dos autos, o contribuinte não comprovou, documentalmente, a origem dos depósitos, o que manteve íntegro o auto de infração. Caso o recorrente tivesse comprovado a origem dos depósitos, a autoridade autuante, na forma do art. 42, § 2°, da Lei n° 9.430/96, iria verificar se tais depósitos tinham sido submetidos a regular tributação. Caso negativo, iria submetêlos às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Na última situação do parágrafo acima, a autoridade fiscal iria analisar a gênese do fato gerador do imposto omitido, e, eventualmente, poderia identificar as condutas dolosas de sonegação, fraude ou conluio. Entretanto, somente poderíamos afiançar que o contribuinte agiu dessa forma com o Fl. 715DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 641 11 conhecimento do real fato gerador do tributo. Por óbvio, considerando as gravíssimas conseqüências da qualificação da multa, que ultrapassam a questão pecuniária, adentrando no terreno do direito penal tributário, não pode o evidente intuito de fraude ser presumido. Como exemplo, acatase a qualificação da multa de oficio nas seguintes hipóteses: • utilização de documentos, material ou ideologicamente, falsos para abertura ou movimentação da conta bancária; • conta de depósito aberta em nome interposta pessoa (Acórdão n° 104 20.713, sessão de 19/05/2005, relator o Conselheiro Remis Almeida Estol; Acórdão n° 10422.618, sessão de 13/09/2007, relator o Conselheiro Nelson Mallmann); • utilização de um segundo número de CPF para dificultar a identificação do contribuinte (Acórdão n° 10247.157, sessão de 20/10/2005, relatora a Conselheiro Silvana Mancini Karam); • contribuinte que utiliza conta de terceiro para movimentar recursos de origem não comprovada (Acórdão n° 10616.646, sessão de 05/12/2007, relatora a Conselheira Roberto de Azeredo Ferreira Pagetti); • omissão da escrituração de depósitos bancários, aliado ao exercício de atividades paralelas, as quais dependem de autorização de órgão governamental (Acórdão n° 10193.865, sessão de 19/06/2002, relator o Conselheiro Paulo Roberto Cortez); • utilização de meio fraudulento para comprovar a origem dos depósitos bancários (Acórdão n° 10248.266, sessão de 01/03/2007, relator o Conselheiro Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho). Na espécie, nenhuma das hipóteses acima ocorreu, mas apenas uma omissão de rendimentos, estribada em uma presunção legal relativa. Para qualificar a multa, mister comprovar com elementos hábeis e idôneos o evidente intuito de fraude. Mera presunção da omissão de rendimentos a partir de depósitos bancários de origem não comprovada não justifica a qualificação da multa de oficio. Devese ressaltar que a decisão acima está em consonância com a jurisprudência do Conselho de Contribuintes, balizada pela Súmula 1°CC n° 14: "A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo". Como exemplo da jurisprudência do Conselho na matéria, colacionase a ementa do Acórdão n° 10422619, unânime para desqualificar a multa de oficio, sessão de 13/09/2007, relator o conselheiro Nelson Malmann, verbis: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI 1‘1°. 9.430, DE 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a Fl. 716DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 12 existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente ' intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS PERÍODOBASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL – Os valores dos depósitos bancários não justificados, a partir de 1° de janeiro de 1997, serão apurados, mensalmente, à medida que forem creditados em conta bancária e tributados como rendimentos sujeitos à tabela progressiva anual (ajuste anual). PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS DO ÓNUS DA PROVA – As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tãosomente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. SANÇÃO TRIBUTÁRIA MULTA QUALIFICADA JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE Qualquer circunstância que autorize a exasperação da multa de lançamento de oficio de 75%, prevista como regra geral, deverá ser minuciosamente justificada e comprovada nos autos. Além disso, para que a multa qualificada seja aplicada, exigese que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n°. 4.502, de 1964. A apuração de depósitos bancários em contas de titularidade do contribuinte cuja origem não foi justificada, independentemente da forma reiterada e do montante movimentado, por si só, não caracteriza evidente intuito defraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei no. 9.430, de 1996.. Recurso parcialmente provido. (grifei) Ainda, na linha do aqui decidido, citamse os Acórdãos n's: 103 23151, sessão de 08/08/2007, relator o conselheiro Paulo Jacinto do Nascimento; 10616389, sessão de 23/05/2007, relatora a conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Assim, devese afastar a qualificação da multa de oficio. Salientamos, também, que no presente caso o sujeito passivo sempre respondeu aos questionamentos do Fisco e apresentou justificativas para a operação, fls. 051, justificativas possíveis e plausíveis. Em nosso entender, o Fisco pode utilizar a presunção, como determina a legislação, para tipificar os valores como pagamentos sem causa, mas não há – ao contrário do que defende a nobre PGFN como utilizar presunção para a caracterização da intenção (dolo). Nesse sentido, correto o trecho do voto vencedor do acórdão recorrido, de lavra da nobre Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda: “No caso concreto, a multa qualificada baseouse no fato de ter a autoridade lançadora entendido que os contratos de mútuo que o sujeito passivo apresentara para lastrear a remessa de recursos ao exterior não evidenciavam a verdade da operação Fl. 717DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 642 13 realizada. Assim, considerou ter restado evidenciado o intuito de fraude, na medida em que o contribuinte não remetera recursos ao exterior, entretanto, omitindo total ou parcialmente, informação com a intenção de eximirse, total ou parcialmente, do pag amento de tributos devidos por lei. . Estamos, portanto, diante de uma questão de prova em relação aos pagamentos ou a sua causa, da qual não logrou se desincumbir a recorrente, e, a só realização de pagamentos sem a identificação dos beneficiários ou causa autorizam a incidência do imposto de renda na fonte previsto no artigo 61 da Lei n° 8.981, de 1995, mas jamais será indicativo de evidente intuito de fraude. Para a imposição da multa de lançamento de ofício qualificada é imprescindível que se configure o evidente intuito de fraude, ou seja, para que ocorra a incidência da hipótese prevista no dispositivo legal referendado, devese ter sempre, em mente, o princípio de direito de que a "fraude não se presume", devem existir, sempre, dentro do processo, provas sobre a sua efetiva ocorrência, conforme determina a aplicação do artigo 44, II, da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, que assim dispõe:” Por concordar com a posição acima, presente no acórdão recorrido, nego provimento ao recurso nesta questão. Quanto à decadência, devemos analisar e decidir qual regra decadencial, presentes no CTN, aplicarseá, a expressa no § 4°, Art. 150 do CTN ou a constante do I, Art. 173 do CTN. Para a recorrente, a regra a ser aplicada deve ser a prevista no Art. 173, pois caracterizado está a presença de dolo. Creio que já temos resposta sobre esta dúvida. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). No que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação temos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Fl. 718DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 14 INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. Fl. 719DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13874.000409/200421 Acórdão n.º 9202002.548 CSRFT2 Fl. 643 15 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Portanto, o STJ, em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733) Cabe destacar que não encontramos nos autos valores recolhidos. Conseqüentemente, deve ser aplicada ao caso a regra expressa no I, Art. 173 do CTN, pela determinação regimental. CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Assim, neste ponto, decadência, assiste razão à nobre PGFN. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, CONHEÇO DO RECURSO da PGFN, para DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, a fim de acolher, somente, seu argumento sobre a decadência, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 720DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 16 Fl. 721DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10805.907044/2009-05
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 23/11/2007
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Compete ao contribuinte à apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal e de documentos hábeis e idôneos à comprovação do alegado sob pena de acatamento do ato administrativo realizado, em momento processual previsto em lei.
DCTF. RETIFICAÇÃO
DCTF retificadora apresentada após a ciência do despacho decisório somente produz efeitos quando acompanhada de documentação capaz de provar a redução da base de cálculo pretendida.
Numero da decisão: 3803-004.098
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
[assinado digitalmente]
Belchior Melo de Sousa.
[assinado digitalmente]
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. Compete ao contribuinte à apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal e de documentos hábeis e idôneos à comprovação do alegado sob pena de acatamento do ato administrativo realizado, em momento processual previsto em lei. DCTF. RETIFICAÇÃO DCTF retificadora apresentada após a ciência do despacho decisório somente produz efeitos quando acompanhada de documentação capaz de provar a redução da base de cálculo pretendida. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. [assinado digitalmente] Belchior Melo de Sousa. [assinado digitalmente] João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 90 70 44 /2 00 9- 05 Fl. 107DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Relatório Tratase de PER/DCOMP, transmitida em 23/11/2007, que buscou compensar créditos oriundos de pagamento indevido ou a maior de COFINS de período de apuração janeiro/2007, com débitos de COFINS e PIS/PASEP de período de apuração outubro de 2007, no valor total de R$ 16.338,87. Através de despacho decisório eletrônico emitido em 07/10/2009 e recebido pela contribuinte em 20/10/2009, a DRF em Santo Andre/SP não homologou a compensação sob o argumento de que “Foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débito do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos créditos informados no Per/DCOMP” Irresignada a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade sucinta alegando que errou ao preencher a DCTF do período. Pede que seu PER/DCOMP seja homologado. Anexa DCTF retificada transmitida em 27/10/2009, planilha de apuração de PIS/COFINS e DACON do período. A DRJ em Campinas/SP julgou improcedente a manifestação apresentada e negou o pedido da contribuinte por falta de provas. Alega que o sujeito passivo não gozava de espontaneidade para alterar a DCTF. Discorre acerca da obrigação de comprovar a redução de tributo e do caráter de confissão de divida da DCTF. Inconformada a contribuinte interpôs Recurso Voluntario onde em suma alega que não existe norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à previa retificação de DCTF, e o pedido do contribuinte só pode ser deferido após a retificação da mesma. Afirma que não há impedimento legal para a retificação da DCTF. Confessa não ter anexado provas contábeis em manifestação de inconformidade, diz manter escrituração e documentos probatórios de seu direito creditório. Anexa planilha de cálculos de PIS/COFINS, copias do livro diário e razão, DCTF retificada, balancetes mensais e copia de DARF. Requer apreciação das provas trazidas em recurso voluntario e que seja homologado o PER/DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Da retificação da DCTF posterior ao Despacho Decisório. Especificamente em relação à redução dos débitos tributários, é oportuno ressaltar que somente nas hipóteses em que caracterizada a espontaneidade a DCTF retificadora tem a mesma natureza da DCTF original, substituindoa integralmente. Por outro lado, afastada a espontaneidade, evidentemente, tal retificação não pode mais ser admitida como prova suficiente para redução do valor do tributo devido. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10805.907044/200905 Acórdão n.º 3803004.098 S3TE03 Fl. 11 3 Corrobora o asseverado, o disposto nos §§ 1°, 2º e 3º do art. 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010, a seguir transcritos: Art. 9 º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1 º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2 º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. Grifo nosso. O contribuinte retificou a DCTF do período, após a ciência do despacho decisório, com isso a DCTF retificadora, não produz os efeitos modificativos do débito originalmente confessado. Comprovação de Crédito. O reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo. A fim de comprovar a certeza e liquidez do crédito, a interessada deve instruir sua manifestação de inconformidade com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: Fl. 109DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” No caso em análise, o contribuinte esclarece que teria apurado créditos de COFINS, contudo, para comprovar a liquidez e certeza do crédito informado na Declaração de Compensação é imprescindível que seja demonstrada através da escrituração contábil e fiscal da contribuinte, baseada em documentos hábeis e idôneos a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A Contribuinte não juntou aos autos, em sede de manifestação de inconformidade, nenhum documento contábil ou fiscal capaz de comprovar a liquidez e certeza do credito apontado. Da apresentação das provas. O mesmo artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A analise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade. A mesma norma elenca as possibilidades para a apresentação de provas em outro momento processual. Nenhuma das hipóteses acima alberga o caso do sujeito passivo. O direito da contribuinte em arrolar documentos probatórios está precluso. Conclusão A retificação da DCTF após o conhecimento do despacho decisório não produz os efeitos pretendidos pela requerente, restava ao contribuinte comprovar seu direito creditório em manifestação de inconformidade, não o fez. Somente em recurso voluntario anexa escrituração contábil, porém nesse momento processual as provas só são admitidas nos casos elencados no § 4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, não sendo o caso da contribuinte. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10805.907044/200905 Acórdão n.º 3803004.098 S3TE03 Fl. 12 5 Pelo exposto voto por NEGAR PROVIMENTO e não reconhecer o direito creditório. É como voto. João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 111DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 11080.000088/2004-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 14/03/2006
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Nos termos do art. 65 do Anexo II do RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a Turma. A não configuração de uma dessas hipóteses impede o acolhimento dos embargos.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3202-000.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
Irene Souza da Trindade Torres Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Júnior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Octávio Carneiro Silva Corrêa..
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Nos termos do art. 65 do Anexo II do RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a Turma. A não configuração de uma dessas hipóteses impede o acolhimento dos embargos. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Júnior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Octávio Carneiro Silva Corrêa.. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 00 88 /2 00 4- 75 Fl. 389DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11080.000088/200475 Acórdão n.º 3202000.698 S3C2T2 Fl. 390 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela contribuinte PELLEGRINO DISTRIBUIDORA DE AUTOPEÇAS LTDA (fls. 295/298) em face de decisão proferida no Acórdão nº. 320200.070 (fls. 280/289), de 16/11/2009, em que a turma julgadora, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário, nos termos da ementa abaixo transcrita ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/1989 a 31/01/1991 SENTENÇA EXEQÜENDA TRANSITADA EM JULGADO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Nos termos da sentença exeqüenda transitada em julgado, até 31/12/95, a atualização dos valores recolhidos indevidamente deve ser efetuada com base na BTN e na UFIR, utilizados como índices de correção monetária, devendo, entretanto, a partir de 01/01/1996, aplicarse tãosomente a taxa de juros à alíquota de 1%. Incabível a utilização da Taxa SELIC, ou qualquer outro indexador ou percentual, a título de correção monetária ou taxa de juros de mora, sob pena de afronta a coisa julgada. Recurso Voluntário Negado. Alega a embargante que a decisão do Colegiado ratificou a decisão proferida em primeira instância e, assim, suprimiu a aplicação da variação da UFIR após a sua extinção em 01/01/1996. Deste modo, teria sido omissa e obscura por não ter determinado qual índice de correção deveria ser utilizado na atualização do crédito. Afirma, ainda, que a extinção da UFIR não implica na extinção do direito concedido na sentença transitada em julgado do contribuinte, de poder compensar o indébito devidamente corrigido e com juros de mora. É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora O instituto dos embargos declaratórios tem por finalidade tornar clara a decisão embargada ou trazer à discussão matéria que foi omitida no julgamento, de tal sorte que a solução dada pelo órgão encarregado de resolver a controvérsia demonstre, com clareza, haver sido o objeto do litígio enfrentado em sua inteireza. Analisando o Acórdão embargado, verificase que não houve qualquer omissão ou obscuridade no julgado. O decisum foi bem claro: a sentença deveria ser aplicada Fl. 390DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11080.000088/200475 Acórdão n.º 3202000.698 S3C2T2 Fl. 391 em seus estritos termos e qualquer outro índice de correção monetária, senão aquele determinado na sentença, seria inaplicável, sob pena de afronta à coisa julgada. Vejase: “........................................................................................................................... Assim, a decisão judicial a partir da edição da Lei nº. 9.250/95 deveria ser aplicada, cm tese, da seguinte forma: os valores recolhidos indevidamente sofreriam a incidência de juros de mora de 1% ao mês, até 171/1996, além da correção monetária calculada com base na UFIR; a partir daquela data, deveria incidir somente a Taxa SELIC, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices, seja de correção monetária, seja de juros. Este entendimento, que é o defendido pela recorrente, mostrase, entretanto, inaplicável ao caso concreto, visto que, na data da compensação, a sentença exeqüenda já havia sentença transitada em julgado, determinando que os juros deveriam ser calculados à alíquota de 1 % ao mês Aplicar conjuntamente a taxa SELIC seria aplicar duas taxas de juros distintas sobre o mesmo valor, demais disso, a taxa SELIC não se presta como índice de correção monetária, vez que se trata de taxa de juros. Também não se pode aplicar qualquer outro índice a título de correção monetária, em razão da desautorização promovida pela Lei nº 9.250/1995. Neste sentido, firme a posição da jurisprudência do STJ, de onde, para fins exemplificativos, transcrevo as ementas abaixo: ............................................................................................................................. Qualquer cálculo efetuado de maneira diferente àquele elaborado pela SECAT/DRFRS consistiria em afronta à coisa julgada” Na realidade, o que a Embargante parece pretender é rediscutir os fundamentos do julgado por meio dos embargos, os quais não são o remédio processual adequado para o reexame dos fundamentos da decisão e para eventual correção de erro no julgado. Com essas considerações, REJEITO os embargos de declaração opostos. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 391DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10830.000381/2007-92
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2002, 2003
Estimativas Mensais. Falta de Recolhimento
Nos casos de lançamento de ofício, deve ser aplicada a multa de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor da estimativa mensal de IRPJ e de CSLL que deixou de ser declarada (DCTF)/paga, nos termos do que dispõe a Lei n º 9.430, de 1996, art. 44, II b
Numero da decisão: 1801-000.774
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
______________________________________
Ana de Barros Fernandes Presidente
(assinado digitalmente)
______________________________________
Maria de Lourdes Ramirez Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes
Nome do relator: MAGDA AZARIO KANAAN POLANCZYK
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2002, 2003 Estimativas Mensais. Falta de Recolhimento Nos casos de lançamento de ofício, deve ser aplicada a multa de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor da estimativa mensal de IRPJ e de CSLL que deixou de ser declarada (DCTF)/paga, nos termos do que dispõe a Lei n º 9.430, de 1996, art. 44, II b
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002, 2003 ESTIMATIVAS MENSAIS. FALTA DE RECOLHIMENTO Nos casos de lançamento de ofício, deve ser aplicada a multa de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor da estimativa mensal de IRPJ e de CSLL que deixou de ser declarada (DCTF)/paga, nos termos do que dispõe a Lei n º 9.430, de 1996, art. 44, II “b” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 03 81 /2 00 7- 92 Fl. 386DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da 4a. Turma da DRJ em Campinas/SP que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento consubstanciado nos presentes autos. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ em Campinas/SP: Trata o presente processo de Auto de Infração relativo a multa isolada CSLL, por falta de recolhimento das estimativas (antecipações) mensais, lavrado em 19/01/2007, contra a contribuinte em epígrafe, e cientificado em 22/01/2007, constituindo o crédito tributário total de R$ 194.148,95. A infração apurada está discriminada no Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 06, no seguinte teor: 001 — MULTAS ISOLADAS DIFERENÇA APURADA ENTRE 0 VALOR ESCRITURADO E 0 DECLARADO /PAGO — CSLL Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores declarados e os valores escriturados gerando falta de pagamento da Contribuição Social, incidente sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta e acréscimos e/ou balanços de suspensão ou redução, conforme Termo de Verificação Fiscal anexo. Data Valor Multa Isolada 31/05/2002 R$ 16.542,28 30/06/2002 R$ 22.994,84 31/07/2002 R$ 963,95 31/08/2002 R$ 26.863,36 31/10/2002 R$ 4.170,86 31/05/2002 R$ 76.507,41 30/11/2003 R$ 46.106,25 Enquadramento Legal: Art. 44, § 1°, inciso IV, da Lei n° 9.430/96. No Termo de Verificação Fiscal de fls. 09/13, parte integrante e indissociável do auto de infração, a autoridade fiscal deixou consignado o que segue: “[...........] 1. CSLL Anos calendário 2.002 e 2.003 Multa isolada pela falta ou insuficiência de recolhimentos das estimativas. Fl. 387DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.000381/200792 Acórdão n.º 1801000.774 S1TE01 Fl. 3 3 1.1. Nos anos calendário 2.002 e 2.003, o contribuinte apresentou sua DIPJ, com opção pelo Lucro Real Anual, conforme possibilidade dada pelo artigo 221 do RIR/99. 1.2. Desta forma, estaria sujeito aos recolhimentos mensais do IRPJ Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, a titulo de estimativas, com base no faturamento bruto ou nos balancetes de suspensão ou redução, a teor do artigo 222 e seguintes do RIR/99. 1.3. Nos anos calendário 2.002 e 2003, o contribuinte optou pela redução ou suspensão das estimativas, com base em balancetes mensais, conforme permitido pelo artigo 230 do RIR/99 e conforme DIPJ apresentada. 1.4. Esta fiscalização encontrou inconsistências na apuração das estimativas e o contribuinte foi intimado a apresentar os balancetes com a apuração do Lucro Real que serviram de base para o cálculo das estimativas do IRPJ e da CSLL. 1.5 Em resposta, o contribuinte apresentou planilhas consolidando tais balancetes. Os valores alocados nas citadas planilhas foram conferidos por amostragem por esta fiscalização. 1.6 Com base nos elementos fornecidos pelo próprio contribuinte, procedemos ao cálculo das estimativas devidas nos anos calendário 2.002 e 2.003, em planilhas anexas a este termo, onde verificamos que os valores lançados nas fichas próprias das DIPJ correspondente ao ano calendário 2003 estavam compatíveis com os valores apurados, porém em relação ao ano calendário 2.002, estes apresentavam várias inconsistências, tanto em relação ao IRPJ quanto à CSLL. 1.7. Além das divergências acima, apuramos também que, apesar de informar valores a titulo de estimativas nas DIPJ, o contribuinte não declarou corretamente tais valores nas respectivas DCTF. 1.8. Nas tabelas a seguir, comparamos os valores apurados pelo contribuinte a titulo de antecipações da CSLL com os declarados em DCTF ou recolhidos por DARF: CSLL devida a título de estimativa 2.002 P.A. Estimativa CSLL apurada Valor declarado em DCTF ou recolhido por DARF Falta ou insuficiência de recolhimento Multa isolada 75% Jan/02 37.131,97 37.562,89 430,92 0,00 Fev/02 19.544,60 19.544,60 430,92 0,00 Mar/02 19.156,38 19.156,38 430,92 0,00 Abr/02 23.588,17 23.588,17 430,92 0,00 Mai/02 22.487,30 0,00 22.056,38 16.542,28 Jun/02 30.659,79 0,00 30.659,79 22.994,84 Jul/02 1.285,27 0,00 1.285,27 963,95 Fl. 388DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Ago/02 35.817,82 0,00 35.817,82 26.863,36 Set/02 0,00 0,00 0,00 0,00 Out/02 5.561,15 0,00 5.561,15 4.170,86 Nov/02 0,00 0,00 0,00 0,00 Dez/02 0,00 105.125,06 0,00 0,00 total 195.232,45 204.977,10 95.380,14 71.535,29 CSLL devida a título de estimativa 2.003 P.A. Estimativa CSLL apurada Valor declarado em DCTF ou recolhido por DARF Falta ou insuficiência de recolhimento Multa isolada 75% Jan/03 44.580,99 44.583,51 2,52 0,00 Fev/03 34.820,20 42.678,91 7.858,71 0,00 Mar/0 55.387,72 55.366,07 7.839,58 0,00 Abr/03 38.408,44 36.019,52 5.450,66 0,00 Mai/03 319.592,99 212.132,44 102.009,89 76.507,14 Jun/03 0,00 54.546,44 54.546,44 0,00 Jul/03 148.732,13 186.133,34 91.947,65 0,00 Ago/03 35.810,04 35.985,82 92.123,43 0,00 Set/03 59.121,74 59.246,95 92.248,64 0,00 Out/03 813,80 586,94 92.021,78 0,00 Nov/03 153.496,79 0,00 61.475,01 46.106,25 Dez/03 0,00 0,00 0,00 0,00 total 890.764,84 727.279,94 163.484,90 122.613,39 Obs. Os valores eventualmente declarados ou pagos a maior em um período foram considerados no período seguinte. 1.9. Nas citadas planilhas consolidando os balancetes mensais, apresentados pelo contribuinte, este informa o pagamento de estimativas do IRPJ c da CSLL por DARF, sem que tivesse apresentado as respectivas DCTF. 1.10. Nas mencionadas planilhas são informados pagamentos para a CSLL nos períodos de apuração 01/2.002; 02/2.002; 03/2.002; 04/2.002; e 12/2.002. Conforme pesquisas nos sistemas da Receita Federal, cópias anexas, foram encontrados pagamentos da estimativa referente a 04/2.002 e 12/2.002, para a CSLL, e para os meses 01, 02 e 03/2.002 o contribuinte Fl. 389DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.000381/200792 Acórdão n.º 1801000.774 S1TE01 Fl. 4 5 apresentou PERDCOMP, e tais valores foram considerados na apuração das insuficiências de recolhimento, conforme tabelas acima. 1.11 Pelo exposto, apuradas as insuficiências de recolhimento das estimativas mensais para a CSLL, aplicamos sobre estes valores a multa isolada de 65%, prevista pela Lei n° 9.430/96, art. 44, I, IV e estamos lançando tal multa em Auto de Infração anexo, do qual este Termo é parte integrante e indissociável. [....]” Inconformada, a contribuinte, por intermédio de seus advogados (instrumento de procuração às fls. 117/118) apresenta, em 16/02/2007, impugnação de fls. 82/105, acompanhada dos documentos de fls. 106/274, com os fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. De inicio, resume os fatos. A seguir, já adentrando nas questões de mérito, esmerase em defender a tese da nulidade do auto de infração, porquanto o fundamento legal utilizado pelo autor do feito, qual seja, o artigo 44, inciso IV, § 1 0, da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, teria sido revogado pelo artigo 18, da MP n° 303, de 29 de junho de 2006, a qual, embora não houvesse sido convertida em lei, produziu efeitos jurídicos que permaneceram vigentes enquanto foi eficaz, posto que o sistema jurídico brasileiro não contempla o fenômeno da repristinação. Acrescenta, ainda, que tal conclusão encontra guarida no artigo 106, inciso H, alínea "c" do CTN, o qual determina que a lei posterior deverá ser aplicada a ato ou fato pretérito, quando se tratar de ato não definitivamente julgado, e que lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A reforçar suas alegações, traz a lume doutrina e jurisprudência que entende pertinentes. Invoca, também, a nova alteração do art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 pela Medida Provisório 351, de 22 de janeiro de 2007, alegando que, com a nova redação, a multa isolada disciplinada pelo artigo 44, II, §1° da Lei n° 9.430/96, foi sepultada, uma vez que o dispositivo citado não só trouxe outras hipóteses de penalidade para diversos fatos jurídicos tributários, como também deixou de tratar da penalidade disposta no artigo 44, II, § 1° da Lei n° 9.430/96. E que as novas disposições do citado art. 44 somente poderiam ser aplicadas para fatos jurídicos ocorridos posteriormente á sua publicação. Em seguida, aborda a questão da Sistemática de Apuração do Lucro Real, adotada para os anoscalendário 2002 e 2003, no que concerne às antecipações mensais do IRPJ e da CSLL, para, em síntese, esclarecer que não houve prejuízo ao erário, posto que a multa aplicada decorreu antes do fato de a impugnante ter deixado de recolher as estimativas de CSLL, e não de ter deixado de recolher qualquer valor a titulo de CSLL, em si, acrescentando ao seu raciocínio que, com o encerramento daqueles períodos de apuração, teria havido alteração nas base de cálculo da multa a ser aplicada à impugnante, visto que, quando do lançamento, era possível identificar o montante do tributo devido a titulo de CSLL. Nesse contexto, transcreve o artigo 44 da Lei n° 9.430, de 1996, para argumentar que a autoridade fiscal, desconsiderou o fato de que o valor do tributo e da contribuição, já haviam sido perfeitamente apurados e devidamente recolhidos, ao tempo da lavratura do auto de infração, alcançando, ainda, a exegese, segundo a qual, o citado preceito legal disporia que o lançamento da multa isolada haveria de Fl. 390DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 ser efetuado com base na totalidade ou diferença do tributo ou contribuição efetivamente devidos. Prosseguindo, argumenta que considerando que a multa isolada, ora impugnada, referese ao exercício de 2002 e 2003, a sua base de cálculo deve ser justamente o valor do imposto ou da contribuição social ao final do período de apuração. E, tomando por referencia a base de cálculo da CSLL apurada ao final do período (R$ 2.277.523,00), o valor a ser recolhido pela Impugnante, à aliquota de 9%, era de R$ 204.977,07, o qual teria sido recolhido nas antecipações; Já em 2003, apurou a base de cálculo de Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido no valor de R$ 501.583,68, de modo que a CSLL devida (R$ 45.142,53) seria muito menor do que aquela recolhida (R$ 727.279,94). Nessa linha de raciocínio acrescenta os seguintes dizeres: Ora, a aplicação da penalidade isolada com base na "antecipação", quando findo o exercício, por lógica do próprio sistema só se aplica nas hipóteses em que os valores de IRPJ e de CSLL forem superiores ao valor da antecipação que deixou de ser feita. No tópico seguinte, diz ser a taxa Selic inaplicável, por ser ilegítima, já que não se reveste da característica juros moratórios, nos termos determinados pelo artigo 161 do CTN, além de afrontar a diversos princípios constitucionais, e ampliando seus argumentos, também adverte ser, igualmente, ilegítimo o artigo 13 da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995. Ao final, pugna pela improcedência da autuação e seu conseqüente arquivamento ou, se assim não for, remanescendo algum valor, que seja afastada a incidência da taxa Selic, no cômputo dos juros moratórios. Apreciando o litígio a 4a. Turma da DRJ em Campinas/SP observou que houve alteração legislativa na redação do artigo 44 da Lei n º 9.430, de 1996, mas que tal alteração não revogou a incidência da multa isolada nos casos de falta de recolhimento de estimativas mensais. Entretanto, a alteração no dispositivo legal mencionado reduziu a alíquota da penalidade de 75% para 50%. Assim, aplicando o princípio da retroatividade benigna, determinou a exoneração, do crédito tributário constituído nos autos, do valor correspondente a diferença entre os percentuais. Aquela autoridade afastou as alegações de defesa deduzidas contra a incidência de juros calculados com base na taxa Selic, afirmando sua legalidade e, ao final, aquela Turma Julgadora deu provimento parcial à impugnação. Notificada da decisão, em 07/05/2010, apresentou a interessada Recurso Voluntário. Em preliminares argüiu a nulidade absoluta da multa isolada em virtude da revogação do dispositivo legal de previsão e, no mérito, reproduz as razões de defesa da impugnação. É o relatório. Voto Fl. 391DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.000381/200792 Acórdão n.º 1801000.774 S1TE01 Fl. 5 7 Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Redatora Designada Tendo em vista que a Conselheira relatora responsável pelos presentes autos, Magda Azario Kanaan Polanczyk, renunciou ao mandato de conselheira sem entregar este acórdão formalizado, fui designada para este fim, consoante despacho de fl. 385, do processo digital. 1 Preliminarmente 1.1 TEMPESTIVIDADE A recorrente teve ciência da decisão proferida pela 4a. Turma da DRJ em Campinas/SP, em 07/05/2010, como demonstra a cópia do AR à fl. 297. Entretanto, a data do protocolo do recurso voluntário encontrase ilegível. É possível verificar que o recurso foi protocolizado no mês de junho/2010, mas o dia encontrase ilegível. De outro giro, a recorrente argúi a tempestividade do recurso. Assim, para evitar prejuízo ao legítimo direito de defesa da recorrente, e, diante da falta de nitidez da cópia digitalizada do processo, tenho por tempestivo o recurso e dele tomo conhecimento. 1.2 NULIDADE No que respeita à invocada nulidade do procedimento cumpre examinar, inicialmente, se no presente caso teriam sido observados os requisitos legais pertinentes à constituição do Crédito Tributário pela Fazenda Pública, conforme estabelecido no Decreto nº. 70.235, de 6 de março de 1972, que disciplina o Processo Administrativo Fiscal – PAF, bem como se teriam sido atendidas as exigências presentes no art. 142 do Código Tributário Nacional – CTN Lei nº. 5.172, de 1966. Esta é a redação dos dispositivos mencionados: Decreto no. 70.235/72 – PAF Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta e conterá obrigatoriamente: I – a qualificação do autuado; II – o local, a data e a hora da lavratura; III – a descrição do fato; IV – a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V – a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; Fl. 392DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 8 VI – a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Lei nº. 5.172/66 – Código Tributário Nacional Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Nesse aspecto, não se verifica nos autos a ausência dos elementos essenciais à formalização do crédito tributário, eis que presentes a descrição das irregularidades com a identificação da ocorrência dos fatos geradores, das matérias tributáveis, como também a determinação das bases de cálculo e alíquotas aplicáveis, o cálculo dos tributos exigidos, a correta identificação do sujeito passivo e a imposição da penalidade cabível. Assim, o ato praticado no presente processo revestiuse de todas as formalidades para sua validade, não se detectando nos autos qualquer das hipóteses de nulidade previstas nos incisos I e II do art. 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972, abaixo transcrito, uma vez que o ato foi formalizado por pessoa competente, o AFRFB, e foi assegurado aos autuados o direito de defesa. Da mesma forma, as decisões administrativas somente podem ser objeto de anulação se também restar caracterizada afronta às disposições do artigo 59, inciso II: Art. 59 São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ...omissis... Não se verifica, in casu, incompetência da autoridade julgadora de 1a. instância. Tampouco a decisão foi proferida com preterição do direito de defesa da contribuinte. Nesse contexto cumpre consignar que a validação, em parte, pela DRJ em Campinas/SP, da exigências formalizada pela auditoria fiscal faz parte do campo do livre convencimento do julgador e, como tal, não pode ser motivo para anulação de decisão. Os elementos de prova angariados pela auditoria fiscal foram considerados como suficientes à manutenção parcial das exigências, ou seja, no entendimento do julgador de 1a. instância, provaram, ainda que em parte, a procedência da autuação. E aqui se adentra, novamente, no campo do livre convencimento do julgador que, como consignado, não pode ser motivo para anulação de qualquer decisão. 2 Mérito. A defesa afirma não ser cabível a aplicação de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais, ainda nos casos em que tenha havido o encerramento do anocalendário, colacionando jurisprudência administrativa para ilustrar sua tese. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.000381/200792 Acórdão n.º 1801000.774 S1TE01 Fl. 6 9 Entretanto, esta Relatora considera que a multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativas é devida em qualquer caso. A exigência de multa isolada pela falta ou insuficiência de recolhimentos estimados visa punir a conduta do contribuinte que abandona a regra geral de tributação, que é o lucro real trimestral, sem cumprir o requisito para o ingresso na sistemática das estimativas mensais antecipatórias dever instrumental. Tal penalidade não se confunde com a multa aplicável sobre o montante devido de imposto ou contribuição apurado ao final do período de apuração, pois esta última visa punir a absoluta falta de pagamento de tributo, obrigação principal. Como se verifica as hipóteses de incidência são distintas, o que torna os ilícitos distintos e inconfundíveis. Ambas as penalidades a multa exigível no caso de falta de pagamento sobre a CSLL ou IRPJ apurados e devidos ao final do período de apuração e a multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativas são aplicáveis por se tratarem, ambas as situações, de infrações diversas, com hipóteses de incidência distintas: (i) no caso da multa de ofício exigida juntamente com o tributo ou a contribuição não pagos, o fato ilícito que sustenta a imputação é a falta de pagamento e a falta de declaração ou declaração inexata do tributo ou contribuição devidos ao final do período de apuração anual; (ii) no que diz respeito à multa isolada, a ilicitude decorre da falta de recolhimento das estimativas mensalmente devidas no curso do anocalendário. Extraio tal entendimento da própria Lei 9.430/96, cujo artigo 44, base legal do artigo 957 do RIR/99 transcrevo, em sua redação original: Lei nº. 9.430, de 26 de dezembro de 1996: Redação Original Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição. I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; ... "§ 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: ... IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; A Lei nº. 11.488, de 15 de junho de 2007 deu nova redação ao artigo 44 acima transcrito: Fl. 394DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 10 Redação Modificada Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: ... b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. No que importa à presente análise a nova redação dada ao dispositivo legal promoveu sutil alteração apartando as infrações distintas em incisos distintos e alterando, apenas, o valor da multa isolada, originariamente exigida na alíquota de 75%, reduzindoa para 50%, o que foi observado pela Turma Julgadora da DRJ em Campinas/SP que, em respeito ao princípio da retroatividade benigna consagrado no artigo 106 do CTN, exonerou, do crédito tributário, o valor correspondente à diferença entre as alíquotas de 75% e 50%.. Mas o conteúdo jurídico, propriamente dito, do dispositivo legal não foi alterado. Nesse contexto o conteúdo jurídico, a dicção do dispositivo não deixa margem de dúvida acerca do seu alcance. A aplicação da multa isolada independe da apuração de resultado positivo, ou seja, é aplicável em qualquer situação, com ou sem base de imposto final, bastando apenas que se constate o dever – não observado de recolher antecipações, mediante estimativas, pouco importando se estas possuem apenas um caráter provisório, pois o que se busca é punir a conduta do contribuinte que, espontaneamente, abandonou a regra geral de tributação lucro real trimestral, sem respeitar o requisito para o ingresso na sistemática do lucro real anual, cujas estimativas mensais antecipatórias são de recolhimento imprescindível. O contribuinte que deixa de recolher a estimativa está descumprindo norma específica quanto ao regime de antecipação, prevendo a lei punição para tal ato – multa isolada. Aquele que deixa de pagar o imposto devido ao final do período de apuração também descumpre norma específica, o dever de recolher a obrigação principal, para o qual a Lei prevê a multa de ofício (75%) que será exigida juntamente com o valor do imposto não recolhido. Entretanto, pode ocorrer de um mesmo fato subsumirse aos dois tipos. Deixar de recolher as antecipações obrigatórias, sujeitandose à penalidade da multa isolada, e, conjuntamente, deixar de recolher o imposto apurado ao final do anocalendário, sujeitandose ao recolhimento deste imposto acrescido da multa de ofício de 75%. É o que se observa no presente caso. Há, inclusive, jurisprudência administrativa a referendar o entendimento aqui adotado: RECURSOS DE OFÍCIO IRPJ – ESTIMATIVAS – Cabível o lançamento de multa de ofício isolada na falta de recolhimento de estimativas, quando o lançamento se dá depois de encerrado o anocalendário correspondente [Acórdão 10196176 Fl. 395DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10830.000381/200792 Acórdão n.º 1801000.774 S1TE01 Fl. 7 11 PRIMEIRA CÂMARA Data da Sessão: 24/05/2007 Relator: Caio Marcos Cândido]. CSLL – MULTA ISOLADA – EXIGIDAS, CONCOMITANTEMENTE, NO LANÇAMENTO – Por se tratar de hipóteses legais distintas, são cabíveis, no lançamento de ofício, a aplicação de multa exigida isoladamente, por falta de recolhimento dos valores devidos por estimativa, bem como as que se exigem juntamente com o imposto ou contribuição que forem apurados no procedimento fiscal. (Inciso II parágrafo 1º,do artigo 44 da Lei 9430).Contudo, nos termos da alínea c, do inciso II do artigo 106 do CTN deverá ser aplicado o coeficiente de 50%, veiculado no artigo 18 da MP303/2006 [Acórdão 108 08962 OITAVA CÂMARA Data da Sessão: 17/08/2006 Relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro]. MULTA DE OFÍCIO – MESMA BASE DE CÁLCULO – APLICAÇÃO EM DUPLICIDADE – O lançamento de duas multas de ofício, sobre a mesma base de cálculo, é possível, visto tratarse de duas infrações à lei tributária, tendo por conseqüência a aplicação de duas penalidades distintas [Acórdão 10196049 PRIMEIRA CÂMARA Data da Sessão: 28/03/2007 Relator: Caio Marcos Cândido]. Procedente, portanto, in casu, a aplicação da multa isolada por falta/insuficiência de recolhimento de estimativas mensais de CSLL. Com relação aos argumentos de defesa deduzidos contra a aplicação da taxa Selic no cálculo dos juros de mora, esta Corte Administrativa já possui entendimento solidificado, no sentido de sua incidência, como se verifica da seguinte Súmula, de observância obrigatória pelos membros deste CARF: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para tributos federais. Pelo exposto, votam os membros desta 1a. Turma Especial, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Redatora Designada Fl. 396DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES 12 Fl. 397DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 11065.003063/99-20
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/02/1998 a 31/07/1999
PIS. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. APLICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA.
As entidades sem fins lucrativos que tenham empregados assim definidos pela legislação trabalhista contribuirão para o fundo mediante aplicação da alíquota de 1% sobre a folha de pagamento.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9303-001.883
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso especial.
Matéria: Pasep- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ
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ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. APLICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. As entidades sem fins lucrativos que tenham empregados assim definidos pela legislação trabalhista contribuirão para o fundo mediante aplicação da alíquota de 1% sobre a folha de pagamento. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Maria Teresa Martínez López Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto e Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/09/2012 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Relatório Tratase de recurso especial de contrariedade à lei, interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao amparo da então Portaria n° 147, de 25/06/2007 (RICSRF), em face do Acórdão nº 20180.094, por meio do qual se deu provimento ao recurso voluntário. A ementa dessa decisão, possui a seguinte redação: PIS. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. ATIVIDADE DE BINGO. APLICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. As entidades sem fins lucrativos que tenham empregados assim definidos pela legislação trabalhista contribuirão para o fundo mediante aplicação da alíquota de 1% sobre a folha de pagamento (Lei Complementar n° 7/70, arts. 3 2 e 42, c/c o DecretoLei n° 2.202/86, art 33). Incabível a exigência da contribuição, tendo como base de cálculo o faturamento, em vista do enquadramento como entidade sem fins lucrativos. Impossibilidade de interpretação diversa em vista da legislação específica. Recurso Provido. A recorrente alega, em suma que (SIC): O acórdão recorrido, porém, limitouse apenas em cancelar o auto de infração, sob o argumento de que a autuada é entidade sem fins lucrativos, e como tal deve contribuir com a alíquota de 1% (um por cento) sobre a folha de pagamento. Em suma: os julgadores entenderam, a nosso ver e data vênia, equivocadamente, que a receita obtida por entidades sem fins lucrativos em decorrência da exploração de bingos não significa "faturamento" para fins de incidência do PIS, na medida em que tais pessoas jurídicas já contribuem com base na folha de pagamento. Constatase, portanto, que a decisão recorrida não enfrentou o tema como deveria, pois a recorrida, embora seja entidade sem fim lucrativo, credenciouse junto à União para explorar o jogo de bingo, contratando para administrar a atividade, empresa comercial. Assim, na prática desta atividade, a recorrida passou a auferir determinado faturamento, sobre o qual o PIS deverá incidir, sem implicar em violação ao art. 2% II, da Lei 9.715198 (e art. 13 da MP 2.037/00 convertida na Lei 10.637/02) ou ao art. 15 da Lei 9.532/97. Por meio do Despacho nº 0012010 (fls. 211/212), sob o entendimento de terem sido observados os requisitos legais, deuse seguimento ao recurso da Fazenda Nacional. É o relatório. Fl. 263DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/09/2012 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 11065.003063/9920 Acórdão n.º 930301.883 CSRFT3 Fl. 227 3 Voto Conselheira Maria Teresa Martínez López, Relatora O recurso especial atende aos requisitos legais e dele tomo conhecimento. A questão limitase: (i) à natureza da entidade sem fins lucrativos; e (ii) à possibilidade, dada a sua natureza, de a tributação ser idêntica a de uma sociedade com fins lucrativos, ou seja, sobre o faturamento e não folha de salários. Penso acertada a decisão recorrida que cancelou o auto de infração por entender que, no caso de tratarse de entidade de fins não lucrativos deve contribuir com a alíquota de 1% (um por cento) sobre a folha de pagamento. Nesse sentido, houve erro de enquadramento legal. De fato as normas concernentes à base de cálculo e a correspondente alíquota têm se mantido inalteradas, não admitindo adoção de critério misto (folha de pagamento X faturamento) como quer a respeitável fiscalização e DRJ, no entendimento equivocado de que: PIS. BASE DE CALCULO A base de cálculo para a incidência do PIS na atividade de bingo corresponde a 100% do valor arrecadado. Nesse sentido, a decisão guerreada foi precisa ao estabelecer a impossibilidade de se manter o lançamento. Confirase: Digo isso porque entendo pela total impossibilidade de aplicar se tratamento diferenciado daquele legalmente determinado pela Lei Complementar n° 7/70, art. 3 2, § 42; Lei n° 9715/98, art. 2 2, inciso II, e art. 8 2, inciso II; Lei n° 9.718/98 e MP n° 1858 6/99, art. 13. Ao meu entender, está claro que a legislação específica, na intenção de incentivar as entidades sem fins lucrativos, estabeleceu pela impossibilidade de admitirse outro tratamento para fim de recolhimento da contribuição ao PIS que não seja 1% sobre a folha de salários. Neste sentido importa registrar que em nenhum momento discutiuse o enquadramento da recorrente como entidade sem fins lucrativos, inclusive esta questão foi ignorada, em vista das orientações administrativas da Secretaria da Fazenda, utilizadas para fundamentar o Acórdão de primeira instância (Parecer MF/SRF/Cosit/Ditir n° 216/96 e Decisão SRF/10 RF/Disit n° 233/98). É imperioso, portanto, acreditar na regularidade da instituição e, portanto, no direito aos benefícios legais, entre eles o recolhimento da contribuição ao PIS à alíquota de 1% sobre a folha de pagamento. (a expressão “folha de empregados” foi objeto de retificação por meio de embargos) E mais: Fl. 264DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/09/2012 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Voltando ao passado, a Contribuição para o Programa de Integração Social PIS foi instituída pela Lei Complementar n.º 7/70, estabelecendo que: “Art. 3º O Fundo de Participação será constituído por duas parcelas: A primeira, mediante dedução do Imposto de Renda devido, na forma estabelecida no parágrafo 1º, deste artigo, processandose o seu recolhimento ao fundo juntamente com o pagamento do Imposto de Renda; A segunda, com recursos próprios da empresa, calculados com base no faturamento, como segue: [...] Parágrafo 4º As entidades de fins não lucrativos, que tenham empregados assim definidos pela Legislação Trabalhista, contribuirão para o Fundo na forma da lei.” Por seu turno, o Decretolei n.º 2.303/86, no artigo 33, cumprindo esse dispositivo da L.C. 7/70, estabeleceu que as “entidades de fins não lucrativos, que tenham empregados, assim definidos na legislação trabalhista, continuarão a contribuir para o Programa de Integração Social – PIS à alíquota de 1%, incidente sobre a folha de pagamento”. Continuando no tempo, MP 1.212/95 e edições posteriores, culminando na Lei nº 9.715/98 que assim tratou da matéria: Art. 2º A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: (...) II pelas entidades sem fins lucrativos definidas como empregadoras pela legislação trabalhista, inclusive as fundações, com base na folha de salários; (...) Percebese que o dispositivo se refere a entidades sem fins lucrativos de forma genérica ressaltando a circunstância de ser empregadora. A MP nº 1.8586, de 29 de junho de 1999 e reedições, culminando na MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, revogou o dispositivo da Lei nº 9.715/98 supra transcrito. Entretanto, manteve a sistemática de tributação: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; Fl. 265DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/09/2012 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 11065.003063/9920 Acórdão n.º 930301.883 CSRFT3 Fl. 228 5 (...); Nesse entendimento por mim adotado, em relação às entidades sem fins lucrativos, são contribuintes do PIS, tendo como base de cálculo o total da folha de pagamento mensal de seus empregados, à alíquota de 1% (um por cento). CONCLUSÃO Diante do exposto, nego provimento ao recurso da Fazenda Nacional. Maria Teresa Martínez López Fl. 266DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/09/2012 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 10875.901392/2006-94
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Data do fato gerador: 31/07/2003 Ementa: DCOMP. CRÉDITO PREVIAMENTE ALOCADO EM DCTF NÃO- RETIFICADA. PRODUÇÃO DE PROVA APÓS O INDEFERIMENTO PELA DRF. POSSIBILIDADE. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. ART. 16 DO DECRETO Nº 70.235/72. Se o contribuinte não retifica DCTF na qual equivocadamente vinculara crédito posteriormente lançado em DComp, nem por isso a compensação deverá ser não-homologada. Caberá ao contribuinte, entretanto, aproveitar o processo administrativo para produzir prova contábil que demonstre o desacerto das informações prestadas na DCTF, sob pena de não-homologação da DComp. Recurso negado.
Numero da decisão: 3403-001.740
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: Cofins- proc. que não versem s/exigências de cred.tributario
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Data do fato gerador: 31/07/2003 Ementa: DCOMP. CRÉDITO PREVIAMENTE ALOCADO EM DCTF NÃO- RETIFICADA. PRODUÇÃO DE PROVA APÓS O INDEFERIMENTO PELA DRF. POSSIBILIDADE. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. ART. 16 DO DECRETO Nº 70.235/72. Se o contribuinte não retifica DCTF na qual equivocadamente vinculara crédito posteriormente lançado em DComp, nem por isso a compensação deverá ser não-homologada. Caberá ao contribuinte, entretanto, aproveitar o processo administrativo para produzir prova contábil que demonstre o desacerto das informações prestadas na DCTF, sob pena de não-homologação da DComp. Recurso negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/07/2003 Ementa: DCOMP. CRÉDITO PREVIAMENTE ALOCADO EM DCTF NÃO RETIFICADA. PRODUÇÃO DE PROVA APÓS O INDEFERIMENTO PELA DRF. POSSIBILIDADE. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. ART. 16 DO DECRETO Nº 70.235/72. Se o contribuinte não retifica DCTF na qual equivocadamente vinculara crédito posteriormente lançado em DComp, nem por isso a compensação deverá ser nãohomologada. Caberá ao contribuinte, entretanto, aproveitar o processo administrativo para produzir prova contábil que demonstre o desacerto das informações prestadas na DCTF, sob pena de nãohomologação da DComp. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente Fl. 74DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Relatório Tratase de DComp transmitida em 17.09.2003, por meio da qual se pretende compensar suposto indébito da COFINS relativa à competência 07/2003, com débito da mesma exação apurado na competência subseqüente (fls. 14/19). Destinatária da declaração, a DRFGuarulhos/SP recusou a homologação por meio de despacho eletrônico (fls. 27). Segundo dele se lê, a negativa se deu em razão de a interessada ter transmitido a DComp sem prévia retificação da DCTF pertinente ao período de apuração do suposto indébito. É dizer: tendo apurado o montante da exação a pagar naquela competência e efetuado espontaneamente o respectivo recolhimento, o sujeito passivo refez o cálculo do montante devido e verificou ter supostamente promovido pagamento a maior. Transmitiu, então, a declaração de compensação indicando, como crédito, o pretenso excesso, sem, todavia, corrigir a DCTF já entregue, a fim de reduzir o débito confessado aos novos valores. Foi no que se apegou a DRF para recusar a homologação, ao argumento de que, sem retificação, a quantia recolhida permanecia integralmente alocada para quitação da própria COFINS de julho de 2003. Irresignada, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade na qual, preliminarmente, sustenta a nulidade do despacho decisório com argumento em suposta violação a seu direito de defesa, resultante, segundo narra, da inexistência de motivação no ato administrativo. No mérito, afirma que teria declarado incorretamente, em DCTF, o montante de COFINS apurado em julho de 2003, donde resultaria o alegado direito de crédito aproveitado para a compensação objeto destes autos (fls. 1/5). Com a peça, vieram aos autos cópias (i) da DCTF pertinente ao terceiro trimestre de 2003, (ii) da DCOMP não homologada, e (iii) a guia DARF comprobatória do pagamento realizado. Em 2 de setembro de 2009, a DRJCampinas/SP proferiu acórdão desprovendo a inconformidade ao principal argumento de que a ora recorrente desperdiçara a oportunidade para produzir prova idônea do direito de crédito reivindicado na compensação (fls. 33/36). Consignou, também, a observação de um equívoco adicional cometido pela interessada no preenchimento dos documentos transmitidos ao Fisco: é que a declaração de compensação foi entregue dias após o vencimento do débito tributário que se objetivava extinguir – COFINS de agosto de 2003 – sem que a recorrente se apercebesse disso. Daí que, na declaração de compensação, a obrigação foi confessada sem os devidos acréscimos moratórios (R$ 111.466,66), ao mesmo tempo em que o montante do crédito a ela vinculado não era suficiente senão para extinguir o principal. Prossegue a DRJ relatando que, não obstante, na DCTF do terceiro trimestre daquele ano, a recorrente vinculou ao débito de Fl. 75DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10875.901392/200694 Acórdão n.º 340301.740 S3C4T3 Fl. 2 3 COFINS apurado em agosto uma suposta compensação compreendendo o principal e também os juros decorrentes da mora (R$ 112.581,33). E constatando o cenário, concluiu a DRJ que referidos encargos da obrigação tributária não constituíam objeto deste contencioso administrativo, posto que a declaração de compensação, não os confessando, não pretendera liquidálos. Devidamente cientificada, a recorrente interpôs recurso voluntário reafirmando os fundamentos da anterior irresignação e acrescendo, ao que já trouxera aos autos, cópia da DIPJ correspondente ao anocalendário de 2003 (fls. 39/44). Este, em síntese, o relatório. Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz Tempestivamente interposto, o recurso atende também às demais formalidades aplicáveis, razão pela qual dele se conhece. O objeto central dos processos administrativofiscais formados de pedidos de restituição e de declarações de compensação está, justamente, na investigação da existência e dimensão do crédito tributário pretendido pelo sujeito passivo. E o crédito restituendo constitui, nesta espécie de procedimento, fato constitutivo do direito do contribuinte e, portanto, ocorrência cuja prova em princípio cabe a ele, contribuinte, realizar (CPC, art. 333, I). Por isso mesmo, é com certa reserva que observo a prolação do despacho decisório, em compensações declaradas em via eletrônica, sem que a negativa seja precedida de oportunidade para a produção da prova, via intimação do contribuinte. Por ocasião do despacho decisório, com efeito, vigorava a IN SRF no. 600/05, cujos artigos 3o e 4o estabeleciam: “Art. 3o (...). §1o A restituição de que trata o inciso I do caput será requerida pelo sujeito passivo mediante utilização do programa Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante o formulário Pedido de Restituição constante do Anexo I, ao qual deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório.” “Art. 4. A autoridade da SRF competente para decidir sobre a restituição poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, bem como determinar a realização de diligência fiscal no estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas”. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 De ordinário, portanto, a declaração de compensação era (e ainda é) transmitida eletronicamente. Somente nas hipóteses em que o programa PER/DCOMP não é aplicável, seja por limitação normativa, seja por limitação técnica, é que o contribuinte tem permissão para formalizar o ato via formulário físico. E apenas neste último caso, isto é, na declaração de compensação em formulário físico, o contribuinte tem o ônus de, desde logo, produzir a prova documental do direito creditório (art. 3o, §1o). Nas hipóteses em que estivesse compelido a usar o formulário eletrônico, competia ao sujeito passivo simplesmente formalizar a declaração e aguardar que a unidade processadora lhe oportunizasse o momento para a produção da prova (art. 4o). Daí porque o indeferimento da restituição eletrônica sem prévia intimação do contribuinte lhe subtrai uma oportunidade para a documentação do direito alegado, o que, a meu ver, é especialmente relevante se a recusa vem depois fundada na suposta inexistência ou insuficiência do crédito. A rejeição do pleito amparada apenas na omissão do sujeito passivo em retificar, para baixo, o débito confessado em DCTF, além de inconsistente, é excessivamente formal. Distanciase do princípio da verdade material e ignora que “o processo fiscal tem por finalidade primeira garantir a legalidade da apuração do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado” (NEDER, Marcos Vinicius. LÓPEZ, Maria Teresa Martínez. Processo administrativo fiscal federal comentado. 3a ed., 2010, p. 305). Digo que é inconsistente porque a retificação prévia da DCTF não é condição necessária ou suficiente para se reconhecer ao sujeito passivo o crédito vindicado. Não é – e não era – condição necessária porque a IN SRF no. 255/02 e as que se lhe seguiram não a exigiam como pressuposto da válida formalização da compensação. Não é condição suficiente porque, para convencer da existência e do montante do crédito, é preciso que o interessado o comprove por elementos aos quais a legislação atribua força probatória. E, decididamente, a retificação da DCTF não detém o atributo. Este defeito da decisão de origem, contudo, não é, a meu ver, drástico o bastante para nulificála. Penso assim porque o processo administrativo prestase justamente para que o contribuinte possa provar o seu direito com vistas a alcançarse a tão almejada verdade material aludida acima. A teor dos artigos 74, §11 da Lei no. 9.430/96 e 14 do Decreto no. 70.235/72, é a manifestação de inconformidade que deflagra a fase contenciosa do processo administrativo decorrente de compensação, a partir do que os princípios do contraditório e da ampla defesa fazemse mandatórios. Antes da manifestação de inconformidade, vivese a fase inquisitiva do procedimento, na qual preponderam atos de impulso da própria Administração. Nesse sentido, James Marins: “Na etapa fiscalizatória, não há, porém, processo, exceto quando já se chegou à etapa litigiosa, após o ato de lançamento (...). A fiscalização levada a efeito como etapa preparatória do ato de lançamento tem caráter meramente procedimental. Disso decorre que as discussões que trazem à etapa anterior ao lançamento questões concernentes a elementos tipicamente processuais, em especial das garantias do due process of Law, confundem momentos logicamente distintos.” (in Direito Fl. 77DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10875.901392/200694 Acórdão n.º 340301.740 S3C4T3 Fl. 3 5 processual tributário brasileiro. São Paulo: Dialética, 2001, p. 222). Chamando a etapa inquisitória de “procedimento” administrativo, conclui o doutrinador: “O procedimento administrativo fiscalizador interessa apenas ao Fisco e tem finalidade instrutória, estando fora da possibilidade, ao menos enquanto mera fiscalização, dos questionamentos processuais do contribuinte”. É dizer, por mais que a oportunidade para a produção da prova quanto ao direito de crédito do contribuinte seja desejável – e até sugerida pelo artigo 4o da IN SRF no. 600/05 – a sua inocorrência não vicia o procedimento haja vista que somente com a prolação do despacho decisório inaugurase o contencioso e, a partir de então, estão garantidos pelo Decreto no. 70.235/72 a ampla defesa e o contraditório. Noutro giro, se a DRF peca ao recusar a homologação sem investigar o fato gerador, peca ainda mais o contribuinte que desperdiça a oportunidade de, com amparo no artigo 16 do PAF produzir, a partir da sua manifestação de inconformidade, prova idônea a seu favor. Em situações análogas a esta, havendo um bom início de prova trazido pelo recorrente, já propus a realização de diligências a fim de que o órgão preparador – que se furtara da investigação – se debruçasse sobre a existência efetiva do direito de crédito (v.g., PA no. 10240.900466/200984, j. 28.10.10). Refletindo melhor sobre o tema, inclinome, agora, por somente adotar semelhante solução nas situações em que a prova coligida aos autos com a manifestação de inconformidade ou com o recurso voluntário requeira o exame técnico e minucioso não compatível com as atribuições deste Conselho. Fora desta hipótese residual, será o caso de, desde logo, se decidir o recurso voluntário, aplicandose a regra de distribuição do ônus probatório. Portanto, de duas, uma: ou o sujeito passivo tributário se desincumbe do encargo, produzindo elementos documentais consistentes do direito alegado ou, ao contrário, fica aquém do necessário, caso em que a realização de uma diligência estaria, em verdade, suprindolhe a deficiência. No caso concreto, o suposto indébito resultaria da errônea apuração da COFINS para a competência 07/2003. A recorrente trouxe aos autos, além da guia DARF que documenta o suposto pagamento a maior, a DCTF em que confessa também a maior a obrigação apurada naquela competência e, agora, com o voluntário, a DIPJ correspondente ao anocalendário em questão. Quando o contribuinte afirma ter apurado erroneamente a base de cálculo de um tributo, de tal forma que recolhe – a maior ou indevidamente – a exação, deve ser capaz de demonstrar a existência do suposto erro na apuração. Em outras palavras, a recorrente deveria ter documentado a origem do crédito. O crédito restituendo constitui fato constitutivo do seu direito e, portanto, ocorrência cuja prova em princípio lhe compete (CPC, art. 333, I). Nenhum outro documento foi trazido aos autos, além daqueles já mencionados, os quais são insuficientes para demonstrar a liquidez e certeza do direito creditório. Poderia a recorrente, se quisesse, ter dado conhecimento a este Colegiado dos seus Fl. 78DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 LivrosDiário, Razão, notas fiscais de saída, planilhas demonstrativas, bem como quaisquer outros elementos que pudessem, minimamente, comprovar seu suposto crédito. Daí porque, a meu sentir, a recorrente não se desincumbiu do dever de provar o fato por ela alegado, motivo pelo qual os autos não comprovam satisfatoriamente os pressupostos de que dependeria o aproveitamento do direito creditório. No mais, penso que a DRJ recorrida deu apropriada solução ao debate em torno dos acréscimos moratórios aplicáveis ao débito tributário objeto da compensação. De fato, na DCOMP em debate, a recorrente pretendeu compensar tãosomente o valor do principal concernente à COFINS de agosto de 2003, muito embora, como relatado, a transmissão da declaração tenha ocorrido depois de já vencido o prazo para pagamento da exação. Por isso, mesmo que o desfecho do recurso voluntário fosse outro, é dizer, mesmo que a recorrente obtivesse aqui a homologação da compensação realizada, os juros imputáveis à obrigação extinta a destempo lhe seriam exigíveis. Em conclusão, dada a insuficiência de elementos convincentes a respeito da existência do alegado direito creditório, voto por desprover o recurso voluntário, forte nos argumentos expostos acima. (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 79DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 01/10/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Numero do processo: 11968.000721/2008-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 28/05/2008
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. PRAZO PARA CONCLUSÃO. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
Conforme disposto na legislação que disciplina o Processo Administrativo Fiscal, são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A inobservância de prazo definido em lei para conclusão de procedimento fiscal não constitui nenhuma das circunstâncias previstas no PAF como passíveis da decretação de nulidade do ato.
PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. CARGAS TRANSPORTADAS. DESCONSOLIDAÇÃO. PRAZOS. VIGÊNCIA. INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
A partir do dia 1º de abril de 2009, o prazo para prestação de informações sobre a conclusão da desconsolidação do conhecimento genérico passou a ser de quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino. Até essa data, inaplicável a multa por prestação de informações fora do prazo em face da retificação dos dados referentes à desconsolidação depois da atracação.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.747
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Relator.
EDITADO EM: 19/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira e Helder Massaaki Kanamaru.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 28/05/2008 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. PRAZO PARA CONCLUSÃO. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Conforme disposto na legislação que disciplina o Processo Administrativo Fiscal, são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A inobservância de prazo definido em lei para conclusão de procedimento fiscal não constitui nenhuma das circunstâncias previstas no PAF como passíveis da decretação de nulidade do ato. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. CARGAS TRANSPORTADAS. DESCONSOLIDAÇÃO. PRAZOS. VIGÊNCIA. INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. A partir do dia 1º de abril de 2009, o prazo para prestação de informações sobre a conclusão da desconsolidação do conhecimento genérico passou a ser de quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino. Até essa data, inaplicável a multa por prestação de informações fora do prazo em face da retificação dos dados referentes à desconsolidação depois da atracação. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 96 8. 00 07 21 /2 00 8- 73 Fl. 113DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA 2 (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 19/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira e Helder Massaaki Kanamaru. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. O presente processo trata de Auto de Infração para a aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por infração ao disposto no artigo 107, inciso IV, alínea “e”, do Decretolei nº 37, de 1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833, de 2003: “Deixar a empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta ou o agente de carga de prestar informação sobre o veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal.” (Grifei) DO LANÇAMENTO A descrição dos fatos constante do Auto de Infração, às fls. 01 a 06, foi dividida em cinco itens, a seguir resumidos: 1. Introdução: O agente desconsolidador prestou informações relativas à desconsolidação da carga sob sua responsabilidade e promoveu retificações em dados relativos ao Conhecimento Eletrônico (CE) que a acobertava, depois de vencido o prazo legal para esses procedimentos. 2. Aspectos Gerais: As informações a serem prestadas pelo agente desconsolidador de cargas estrangeiras obedecem às disposições contidas no artigo 37, “caput”, e §1º, do Decreto lei nº 37, de 1966, com a redação da Lei nº 10.833, de 2003, regulamentadas pelo artigo 30, “caput”, e § 2º, do Decreto nº 4.543, de 2002 (Regulamento Aduaneiro então vigente). Esses dados são informados eletronicamente no Sistema da Marinha Mercante (Sistema Mercante) e no da Secretaria de Receita Federal do Brasil (Siscomex Carga), nos termos do artigo 64 da Lei nº 10.833, de 2003, Instrução Normativa Conjunta RFB/MT nº 797, de 2007, e INRFB nº 800, de 2007. A retificação nas informações do CE agregado, depois de atracada a embarcação, é considerada prestação de informação fora do prazo, sujeitando o transportador à multa do artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decreto lei nº 37/66, com a redação da Lei nº 10.833/03, conforme aponta o artigo 2º, §1º, da INRFB nº 800/07, complementado pelo Ato Declaratório COREP nº 03, de 2008. 3. Infração e Penalidade: Fl. 114DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11968.000721/200873 Acórdão n.º 3102001.747 S3C1T2 Fl. 3 3 O agente desconsolidador da carga estrangeira, responsável pela informação do CE agregado, promoveu a sua retificação, depois do prazo regulamentar (após a atracação da embarcação no Porto de Suape), tudo consoante documentação juntada ao Auto de Infração e demonstrativos abaixo: CE GENÉRICO ATRACAÇÃO INCLUSÃO GENÉRICO INCLUSÃO AGREGADO 070805098322182 24.05.2008, 00:05 hs. 12.05.2008, 11:48 hs. 20.05.2008, 17:49 hs. CE AGREGADO CE AGREGADO ATRACAÇÃO RETIFICAÇÃO 070805103428656 24.05.2008 28.05.2008 A penalidade aplicada à infração cometida pelo agente desconsolidador (cuja responsabilidade está prevista no artigo 37, § 1º, do Decreto lei nº 37/66) é a que consta do artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decreto lei nº 37/66, com a redação da Lei nº 10.833/03, conforme consta do artigo 45, “caput”, da INRFB nº 800/07. 4. Responsabilidade: É considerada infração qualquer ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe em inobservância, por parte de pessoa física ou jurídica, de norma estabelecida, observandose, ainda, que a responsabilidade pela infração independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (artigo 94, Decreto lei nº 37/66). Ao promover retificação no CE, depois do prazo estabelecido, o agente de carga concorreu diretamente para a prática da infração, sendo por ela responsável, nos termos do artigo 95, inciso I, do citado Decreto lei. 5. Conclusão: Foi, então, lavrado o presente Auto de Infração, em 22.09.2008, às fls. 01 a 07, ao amparo dos artigos 15, 17, 24, 27, 30 a 32, 36 a 43, 52 e 53 do Decreto nº 4.543, de 2002 (Regulamento Aduaneiro então vigente); artigos 37, 94 e 95, inciso I, do Decreto lei 37/66; e artigo 64 da Lei 10.833/03; IN RFB nº 800/07, além do Ato Declaratório Executivo COREP nº 03/08, para aplicação da penalidade prevista no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decreto lei nº 37/66, com a redação do artigo 77 da Lei nº 10.833/03, de acordo com o Demonstrativo de Apuração da multa, às fls.07 e 08, que integra o AI. Ao Auto de Infração foi acostada a documentação de fls. 09 a 28. A empresa autuada tomou ciência do Auto de Infração em 11.09.2008, conforme averbação aposta à fl.01 desse documento. DA IMPUGNAÇÃO Na impugnação tempestiva, às fls. 34 a 37, à qual foi juntada a documentação de fls. 38 a 54, a defendente alegou, em resumo, que: Fl. 115DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA 4 a) os responsáveis pelas informações inseridas no Siscomex Carga são, de acordo com a legislação que rege a matéria: o transportador/armador, o operador portuário, o consignatário e o depositário (este para informar a armazenagem da carga); b) não foi a autuada quem efetivou a retificação do CE sob análise; o armador, Aliança, também responsável pela inclusão das informações no Sistema, foi quem emitiu esse documento eletrônico e promoveu a sua retificação, fora do prazo legal, o que pode ser comprovado pelo extrato do Siscomex Carga, que deve ser juntado aos autos pela Alf Porto Suape. Por todo o exposto, requer seja julgada insubsistente a ação fiscal. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 28/05/2008 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO OU CARGA NELE TRANSPORTADA. Cabível a aplicação da multa ao agente desconsolidador por deixar de prestar à Receita Federal do Brasil informações sobre a desconsolidação de carga estrangeira, bem como por promover retificações em dados relativos ao Conhecimento Eletrônico (CE), que a acobertava, depois de vencido o prazo legal para esse procedimento. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a empresa apresenta Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Preliminarmente, considera que a inobservância “do prazo estabelecido pelo artigo 24 da Lei 11.457/2007 acarreta a nulidade absoluta do lançamento do crédito tributário [...]”. Defende que foi o Armador, Aliança, quem efetuou a retificação fora do prazo no Sistema Mercante e no Siscomex Carga, fato que pode ser facilmente verificado pela Secretaria da Receita Federal no SISCARGA. Esclarece que não tem acesso ao Sistema e que tais fatos acarretaram preterição do direito de defesa, já que a instância a quo não buscou esclarecer os fatos alegados pela defesa. Que “a responsabilidade por infrações praticadas no âmbito aduaneiro não é objetiva, como defendem alguns erroneamente, mas sim por culpa presumida”. Com base nisso, deve ser considerada indevida a exigência em epígrafe, na medida em que “tinha a intenção de prestar as informações no prazo regulamentar, não logrando êxito por circunstâncias superiores à sua vontade”. Requer a aplicação do artigo 112 do Código Tributário Nacional. Aduz que o artigo 50 da Instrução Normativa nº 800/2007, alterado pela Instrução Normativa nº 899/09 determina que os prazos de antecedência previstos no art. 22 somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009, do que se presume que referidas infrações passariam a ser exigidas apenas a partir da data apontada. É o relatório. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11968.000721/200873 Acórdão n.º 3102001.747 S3C1T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do Recurso. Em sede de preliminar, a Recorrente requer a nulidade do Auto de Infração pela inobservância do prazo estabelecido pelo artigo 24 da Lei 11.457/07 para que fosse proferida a decisão de primeira instância. O texto normativo é o seguinte. Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte. Conforme dispõe o Decreto 70.235/72 e alterações posteriores, são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A inobservância do prazo de 360 dias não constitui nenhuma das circunstâncias previstas no PAF como passíveis da decretação de nulidade do ato. Ademais, embora o artigo 24 tenha fixado prazo de observação obrigatória, não estabeleceu qual seria a conseqüência de sua inobservância. Da mesma forma, não me parece que tenha havido preterição ao direito de defesa. Transcrevo a seguir fundamentação contida no Voto condutor da decisão recorrida acerca da responsabilidade da autuada sobre as informações prestadas. A alegação do sujeito passivo de que não pode ser responsabilizado pela infração que ensejou a lavratura do presente AI, porque os dados foram registrados no Sistema pelo armador, a empresa Aliança Navegação e Logística Ltda., não tem amparo nos fatos e documentos apresentados pela autoridade lançadora, os quais, aliás, em nenhum momento foram contestados pela defendente que, ao que tudo indica, não tomou conhecimento deles, embora fizessem parte integrante do AI. Pela análise dos dados constantes desses documentos, concluise que o agente desconsolidador da carga, objeto do presente processo, era, sim, a empresa A.G. Logistics do Brasil Ltda, como será demonstrado a seguir: a) No Extrato do Conhecimento Eletrônico, emitido em 22.08.2008, juntado aos autos pela autuação, à fl.23, a agência marítima, nesse documento consignada, de fato é a empresa Aliança Navegação e Logística Ltda (Dados básicos 5º quadro), todavia, a empresa assinalado como consignatária da carga é A.G. Logistics do Brasil Ltda, CNPJ 04.939.590/000173 (Dados básicos 7º quadro), cuja razão social também consta como a Parte a Notificar (Dados básicos 8º quadro). b) No Extrato do Manifesto, emitido em 22.08.2008, na Relação de Conhecimentos de Embarque (documento também juntado aos autos pela autoridade lançadora, às fls. 20 e 21), no CE nº 0708005098322182 (à fl.21), também está indicado o CNPJ da A.G. Logistics do Brasil Ltda, como empresa consignatária da carga (4ª linha, 1ª e 5ª Informações). Fl. 117DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA 6 c) Na Consulta de Conhecimento, feita em 22.08.2008, à fl. 27 (documento também apresentado pela autoridade lançadora), na parte que se refere à “Consulta de todos os itens do Conhecimento Consulta todos os Manifestos”, na 4ª linha, está expresso: Agência Desconsolidadora: A.G. Logistics do Brasil Ltda. e o CNPJ da empresa. Assim, rejeito as preliminares argüidas. A Recorrente argumenta que o artigo 50 da Instrução Normativa nº. 800/07, alterado pela Instrução Normativa nº. 899/09, determina que os prazos de antecedência previstos no art. 22 somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009, do que se presume que referidas infrações passariam a ser exigidas apenas a partir da data apontada. A seguir o texto normativo. Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009.(Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Ao longo do Voto condutor da decisão recorrida, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento faz considerações a respeito do assunto. Há, ainda, a esclarecer que o prazo de quarenta e oito horas, obrigatório a partir de 1º de abril de 2009, diz respeito às informações a serem prestadas no Siscomex Carga (dados informatizados), mas as disposições do inciso II, § único, do artigo 50 da norma que disciplinou o Siscomex Carga, são claras, e delas se deduz que, embora não houvesse a obrigatoriedade dessas informações serem introduzidas no Sistema, à época em que se deu a desconsolidação da carga em questão, no Porto de Suape, o agente desconsolidador não estaria isento da obrigatoriedade de prestar informações sobre a mesma, antes da chegada do veículo transportador da carga sob sua responsabilidade. As retificações de dados dos CE, de acordo com as disposições da IN RFB nº 841, de 2008, rezam que as retificações de dados dos Manifestos e Conhecimentos de Carga, solicitadas pelo transportador, serão realizadas por deferimento automático, até 30 de junho de 2008 (artigo 1º); que essas disposições não se aplicam a determinados dados, dentre eles os dados relativos a Conhecimentos Eletrônicos (CE) de cargas procedentes do exterior, que deverão ser precedidas da correspondente análise fiscal (§1º) e, finalmente que o deferimento automático das retificações não prejudica eventual ação fiscal posterior para a verificação de sua conformidade (§2º). Portanto, a retificação na informação dos CEs. agregados, depois de atracada a embarcação, é considerada prestação de informação fora do prazo. Devese, finalmente, ressaltar que a prestação de informações sobre as cargas atracadas ou desatracadas, consolidadas ou desconsolidadas, e as retificações em Conhecimentos de Carga, no prazo e na forma determinados pela RFB, sempre foi uma obrigação legal. A informatização de dados, através do Siscomex Carga, foi apenas um avanço tecnológico no registro dessas informações, que, no entanto, Fl. 118DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11968.000721/200873 Acórdão n.º 3102001.747 S3C1T2 Fl. 5 7 repitase, sempre foram obrigatórias, de acordo com a legislação que rege a matéria, exaustivamente tratada. Peço vênia para registrar minha discordância. O parágrafo único do artigo 50 apenas dispõe que a inobservâncias dos prazos antes do dia 1º de abril de 2009 não exime o transportador da obrigação de prestar informações (i) sobre a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção e (ii) sobre as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. A teor do texto descritivo do Auto de Infração, a empresa foi autuada por não ter observado o prazo para informações sobre a desconsolidação das cargas transportadas e não por ter deixado de prestar informações sobre cargas transportadas antes da atracação da embarcação no País. A informação a ser prestada pelo agente desconsolidador no sistema MERCANTE, e que vem a ser exatamente a desconsolidação, prevista nos arts. 10, inciso IV, 17 e 18, da IN RFB n° 800/07, compreende os elementos do Conhecimento Eletrônico (CE) agregado, composto de "dados básicos" e "itens de carga", detalhados nos anexos III e IV da mesma instrução normativa. O prazo para apresentação dessa informação está definido no art. 22, inciso III, excepcionado pelo disposto no art. 50, "caput", ressalvado este último pelo seu próprio parágrafo único, inciso II, tudo da IN RFB n° 800/07. Em outras palavras, até 10 de janeiro de 2009, os dados relacionadas com cargas desconsolidadas deverão ser prestados até a atracação da embarcação, conforme a combinação dos arts. 22, 50, "caput" e parágrafo único, inciso II, da IN RFB n ° 800/07. 0 não cumprimento do prazo sujeita o responsável à multa prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei n ° 37/66, com redação dada pela Lei n° 10.833/03, observados os arts. 2°, § 1°, inciso IV, alínea "d", e 45, "caput", da IN RFB n° 800/07. É possível compreender a lógica empregada pela Fiscalização Aduaneira. Uma vez que a desconsolidação incluise no rol das informações sobre cargas transportadas e estas, naquela data, tinham que ser prestadas até a atracação, considerouse descumprido o prazo por ter havido retificação nas informações sobre a desconsolidação depois da atracação. Embora compreensível, não acho que esse entendimento deva prevalecer. Como é de sabença, o direito tributário consagra o princípio da tipicidade cerrada, ainda mais quando o assunto gira em torno da imposição de penalidades. Não será demais rememorar o disposto no artigo 112 do Código Tributário Nacional. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I à capitulação legal do fato; II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; Fl. 119DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA 8 IV à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Diante disso, difícil inferir que a Recorrente tenha incorrido na infração por deixar de prestar as informações sobre a carga transportada antes da atracação da embarcação no porto de destino, quanto a situação fática descrita no Auto de Infração dá conta de que a autuada prestou as informações dentro do prazo, tendo apenas retificado os dados da desconsolidação depois da atracação; ainda mais se considerarmos que na data de ocorrência dos fatos estava excepcionada a exigência do prazo para prestação de informações relativas à conclusão da desconsolidação, especificamente previsto no inciso III do artigo 22 da Instrução Normativa nº. 800/07. VOTO POR DAR INTEGRAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Sala de Sessões, 31 de janeiro de 2013. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.910364/2009-98
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
Restituição. Compensação. Admissibilidade.
O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, corrigido na forma da lei, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008.
Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida.
Inexiste reconhecimento de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação fundamentou-se na impossibilidade de restituição de estimativa de tributo. É necessário que a autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte analise o pedido de restituição/compensação (Per/Dcomp) à luz da existência, suficiência e disponibilidade do crédito.
Numero da decisão: 1801-001.267
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES
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COMPENSAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, corrigido na forma da lei, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE INTERROMPIDA. Inexiste reconhecimento de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação fundamentouse na impossibilidade de restituição de estimativa de tributo. É necessário que a autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte analise o pedido de restituição/compensação (Per/Dcomp) à luz da existência, suficiência e disponibilidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 03 64 /2 00 9- 98 Fl. 89DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Relatório A empresa em epígrafe transmitiu Per/Dcomp para restituição/compensação de IRPJ paga a título de estimativa mensal, a maior ou indevida, referente ao mês de agosto de 2005. Pelo Despacho Decisório, eletrônico, de fls. 08 a Per/Dcomp foi sumariamente considerada improcedente e não homologada a compensação, por tratarse de inexistência de pagamento indevido ou a maior. A empresa manifestouse contrariamente ao despacho denegatório argumentando que cometeu o equívoco de solicitar restituição de estimativas mensais de tributos, quando deveria ter solicitado saldo negativo de IRPJ apurado ao final do ano calendário. Critica o Despacho Eletrônico por extremamente sucinto e por não ter tido oportunidade de, antes de emitido, consertar o erro material de preenchimento, em apertada síntese. Neste processo administrativo, apesar da manifestante relacionar a juntada de diversos documentos, tais como a Per/Dcomp, folhas do Razão, DCTF, DIPJ e outros para corroborar o que sustenta, esta documentação não consta dos autos. Todavia, no outro processo de interesse da empresa a ser julgado nesta mesma sessão, nº 10680.910365/200932, os documentos foram devidamente juntados. Como os processos são análogos, já que o outro cuida de pedido da mesma natureza, mas referente à estimativa de IRPJ do mês de outubro do mesmo anocalendário, a falta da juntada não afeta o julgamento deste litígio. Saliento que a autoridade preparadora também não anexou aos autos cópia da Per/Dcomp pertinente, nem trouxe quaisquer informações a respeito das DCTF entregues originalmente pela manifestante. De igual forma, antes da emissão do Despacho Decisório não consta do processo que a declarante foi intimada a apresentar a contabilidade completa para analisarse a procedência do pedido. A empresa argumenta veemente que os balancetes de suspensão/redução mensais escriturados à época comprovam haver recolhido as estimativas indevidamente/a maior. No Termo de Ciência e Notificação do acórdão proferido, há informação que várias Per/Dcomp estão sob litígio, supostamente com pedidos de restituição/compensação da mesma natureza (estimativas mensais de tributos). A saber: PROCESSO (S): 10680.910369/200911 10680.910366/200987 10680.940875/200934 10680.933955/200933 10680.910371/200990 10680.910372/200934 10680.910370/200945 10680.910368/200976 10680.910367/200921 10680.910365/200932 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 3 3 10680.910364/200998 10680.940876/200989 O mesmo termo informa, ainda, que está sendo dada a ciência dos seguintes acórdãos respectivos aos processos supra citados: 0235.478, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE; 0235.475, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE; 0235.485, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE 0235.483, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE 0235.480, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE 0235.481, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE; 0235.479, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE; 0235.477, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE 0235.476, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE 0235.474, de 11 de outubro de 2011, 2ª Turma da DRJ/BHE Às fls. 18 a 24, a Segunda Turma de Julgamento da DRJ em Belo Horizonte/MG exarou o Acórdão nº 0235.473/11 mantendo o indeferimento da Per/Dcomp por tratarse de pedidos de restituição de estimativa mensal e por inadmitir a alteração do pedido de estimativa para saldo negativo de IRPJ, após a expedição do despacho decisório. Transcrevo a ementa do julgado: Retificação da Declaração de Compensação. A retificação da DCOMP somente é possível na hipótese de inexatidões materiais cometidas no seu preenchimento, da forma prescrita na legislação tributária vigente e somente para as declarações ainda pendentes de de cisão administrativa na data da sua apresentação. Declaração de Compensação Estimativa Mensal Paga a Maior. Segundo as normas infralegais de regência, no caso de pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual, o valor pago indevidamente ou a maior a título de estimativas mens ais somente poderá ser utilizado na dedução do IRPJ devido ao final do respectivo p eríodo de apuração ou para compor o saldo negativo. Tempestivamente (AR – 19/11/11, fls. 29; Recurso – 21/12/11, fls. 31), a empresa interpôs o Recurso de fls. 31 a 87 reprisando os termos da defesa inicial, requerendo a nulidade do despacho decisório, a reforma do acórdão, o deferimento para adaptar a Per/Dcomp a saldo negativo de IRPJ e conseqüente restituição e homologação das compensações, em apertada síntese. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes, Relatora Fl. 91DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Conheço do recurso interposto, por tempestivo. Trata o presente litígio de não reconhecimento de direito creditório e conseqüente não homologação de compensação entre crédito e débitos, oriundo de estimativa de tributo paga a maior ou indevidamente. Esta turma julgadora já se defrontou com a matéria e firmou posição bem retratada em voto da conselheira Maria de Lourdes Ramirez, que passo a transcrever1: “A questão que se coloca para análise nestes autos se refere à possibilidade de haver recolhimento indevido ou a maior no cálculo e pagamento de estimativas mensais no curso do anocalendário e, havendo tal possibilidade, se isto geraria um indébito a favor do contribuinte passível de restituição e compensação. Nesse sentido registro que a questão é tormentosa e não se encontra pacificada neste Órgão Colegiado. Muito longe disso, há divergências inúmeras acerca da questão. Há aqueles que comungam do entendimento esposado pelas autoridades administrativas da DRF e DRJ, consignado nas decisões proferidas nestes autos, no sentido de que para as pessoas jurídicas tributadas com base nas regras do lucro real, o crédito ou o débito decorrente do confronto do pagamento das estimativas, de que trata o artigo 2° da Lei n° 9.430, de 1996, com o valor devido a título de IRPJ e CSLL, só seria apurado em 31 de dezembro de cada anocalendário. Antes do encerramento do anocalendário não haveria, pois, que se falar em tributo a restituir, já que até o último momento poderiam ocorrer eventos que viriam a alterar o quantum devido a título de IRPJ e CSLL. Assim, partindo da premissa de que o fato gerador do imposto de renda e da contribuição social para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real somente se concretizaria no final de cada ano calendário, seria a partir deste evento que se encontraria o saldo do imposto a pagar ou a recuperar, nos termos do artigo 6º, § 1°, I e II, da Lei nº. 9.430, de 1996: Art. 6° .... § 1º O saldo do imposto apurado em 31 de dezembro será: I pago em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano subseqüente, se positivo, observado o disposto no § 2º; II compensado com o imposto a ser pago a partir do mês de abril do ano subseqüente, se negativo, assegurada a alternativa de requerer, após a entrega da declaração de rendimentos, a restituição do montante pago a maior. Por conta dessa interpretação não haveria que se falar em fluência de juros a partir do recolhimento indevido da estimativa, mas, somente a partir do mês subseqüente do anocalendário seguinte, dado que a geração do indébito somente ocorreria em 31/12 de cada ano, com o surgimento do saldo negativo de IRPJ ou de CSLL. A interpretação é válida e encontra robustos fundamentos. Ao afastar entendimentos contrários no sentido de que o artigo 74 da Lei n°. 9.430, de 1996, que regula a compensação, ao se referir as vedações, não dispôs expressamente acerca de qualquer restrição à compensação de estimativas pagas a maior ou indevidamente, essa corrente teoriza o entendimento de que não haveria necessidade de se inserir dispositivo específico nessa sentido, pois se estaria a registrar o óbvio já previsto na própria legislação que regulamenta a apuração e o pagamento de estimativas mensais. 1 Processo nº 19647.010657/200610, Acórdão nº 180100.597, em 28/06/11. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 4 5 Nesse contexto, em relação às críticas quanto às restrições contidas em atos normativos infralegais, como por exemplo, o discutido artigo 10 da IN SRF n°. 600, de 2005 (também previsto na IN SRF n° 460, de 2004), destacam que tais normas administrativas não se prestariam a criar, modificar ou extinguir direitos, mas sim disciplinar ou regulamentar o exercício de prerrogativas previstas em Lei, esta em sentido formal. Seria possível, assim, fazer referência a um ato administrativo subseqüente em relação à situação pretérita, desde que a situação fosse prevista em lei. Esta relatora por muito tempo comungou desse entendimento. Entretanto, surgem interpretações em outros sentidos, também apoiadas em fortes e sólidos argumentos. Depois de refletir sobre o assunto e sobre os posicionamentos doutrinários estudados, passo a fazer minhas considerações. Nesse sentido peço permissão para reproduzir as palavras da Ilustre Conselheira Edeli Pereira Bessa, proferidas em recentes julgados nesta 1a. Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que há muito tempo vem estudando o tema com profundidade. Cumpre ressaltar, assim, que é certo que a legislação consolidada no Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 (art. 895) autoriza a Receita Federal a expedir instruções necessárias à efetivação de compensação pelos contribuintes. No mesmo sentido veio também redigido o §5o incluído no art. 74 da Lei nº. 9.430/96, pela Medida Provisória nº. 66/2002, atualmente transportado para o § 14 desde a edição da Lei nº. 11.051/2004: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) [...] § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº. 11.051, de 2004) E este poder normativo pode se materializar tanto no âmbito da definição de procedimentos operacionais, como na fixação de restrições materiais já presentes na lei que estabelece a incidência tributária ou concede benefícios fiscais. Contudo, ao operar sob este segundo direcionamento, temse a dita eficácia retroativa da norma interpretativa, que se verifica ainda que a Administração Tributária assim não a declare expressamente. Relativamente aos indébitos de estimativas, não há como tratar a restrição inserta a partir da Instrução Normativa SRF nº. 460/2004 como procedimental. Não se vislumbra espaço para a Administração Tributária definir, para além das normas que estabelecem a incidência do IRPJ ou da CSLL, em qual momento é possível pleitear a restituição ou compensar um recolhimento indevido decorrente de erro na determinação ou recolhimento de estimativas. Poderia se cogitar de tal possibilidade em razão destes recolhimentos não se constituírem, propriamente, em pagamentos, na medida em que não extinguem uma Fl. 93DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 obrigação tributária principal, aproximandose, mais, de obrigações acessórias impostas aos contribuintes que optam pela apuração anual do lucro real e da base de cálculo da CSLL, para não se sujeitar à regra geral de apuração trimestral destas bases de cálculo. Esta interpretação, porém, exigiria que a Administração Tributária se posicionasse contrariamente à formação de indébitos de estimativas a qualquer tempo, e não apenas na vigência das Instruções Normativas que veicularam a dita proibição. Neste aspecto, relevante notar que durante a vigência das Instruções Normativas SRF nº. 460/2004 e 600/2005, ou seja, no período de 29/10/2004 a 30/12/2008 (até ser publicada a Instrução Normativa RFB nº 900/2008), a Receita Federal buscou coibir a utilização imediata de indébitos provenientes de estimativas recolhidas a maior, assim dispondo: Instrução Normativa SRF nº 460, de 18 de outubro de 2004 Art. 10. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005 Art. 10. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Assim, as antecipações recolhidas deveriam ser, primeiro, confrontadas com o tributo determinado na apuração anual, e só então, se evidenciada a existência de saldo negativo, seria possível a utilização do indébito. E este crédito, na forma da interpretação veiculada no Ato Declaratório Normativo SRF nº. 03/2000, seria atualizado com juros à taxa SELIC a partir do mês subseqüente ao do encerramento do anocalendário: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no § 4º do art. 39 da Lei Nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, nos arts. 1º e 6º da Lei Nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 73 da Lei Nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, declara que os saldos negativos do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, apurados anualmente, poderão ser restituídos ou compensados com o imposto de renda ou a contribuição social sobre o lucro líquido devidos a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, Fl. 94DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 5 7 calculados a partir do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou compensação e de um por cento relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. EVERARDO MACIEL Entretanto, a própria Receita Federal mudou seu entendimento, ao suprimir parte da redação do dispositivo, quando da edição da IN RFB nº. 900, de 2009, como se verifica a seguir: Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008 Art. 11. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Não é por demais relembrar que o artigo 74 da Lei nº. 9.430, de 1996, já previu, expressamente os casos em que é vedada a compensação: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. [...] § 3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1º: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e Fl. 95DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 8 VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. [...] É verdade que há questões de ordem operacional que merecem a atenção da Administração Tributária, especialmente quanto a eventuais abusos na alegação de indébitos desta natureza, com vistas a antecipar a utilização de saldo negativo que somente se formaria ao final do anocalendário. Todavia, confrontando as disposições normativas e o conteúdo da Lei nº. 9.430/96, observase que a supressão da vedação veiculada com a Instrução Normativa RFB nº. 900/2008 melhor se adequou à sistemática de apuração anual do IRPJ e da CSLL. De outro giro é possível interpretar, também, que a Lei nº. 9.430/96, ao autorizar a dedução das antecipações recolhidas, admite somente aquelas recolhidas em conformidade com caput de seu art. 2o: Art.2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº. 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº. 9.065, de 20 de junho de 1995. §1o O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. §2o A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. §3o A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§1º e 2º do artigo anterior. §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; Fl. 96DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 6 9 IV do imposto de renda pago na forma deste artigo. (destacou se) Diante deste contexto, temse que as estimativas recolhidas a maior não poderiam ser deduzidas na apuração anual da CSLL/IRPJ – já que o recolhimento efetuado a maior não observou o regramento acima, posto que feito a maior que o devido e o crédito daí decorrente, poderia ser utilizado em compensação, mediante apresentação de DCOMP, evidentemente sem a dedução das parcelas excedentes. Eventualmente a contribuinte pode, por facilidade operacional, computar estimativas recolhidas indevidamente na formação do saldo negativo, mas este procedimento em nada prejudica o Fisco, na medida em que desloca para momento futuro a data de formação do indébito e assim reduz os juros de mora sobre ele aplicáveis. Por outro lado, se a contribuinte erra ao calcular ou recolher a estimativa mensal, não se vislumbra, ante o contexto exposto, obstáculo legal ao pedido de restituição ou à compensação deste indébito antes de seu prévio cômputo na apuração ao final do anocalendário. Comprovado o erro e, por conseqüência, o indébito, o pedido de restituição ou a declaração de compensação já podem ser apresentados, incorrendo juros de mora contra a Fazenda a partir do mês subseqüente ao do pagamento a maior, na forma do art. 39, § 4o da Lei nº. 9.250/95 c/c art. 73 da Lei nº. 9.532/97. Em conseqüência, por ocasião do ajuste anual, o contribuinte deve confrontar, apenas, as estimativas que considerou devidas, sob pena de duplo aproveitamento do mesmo crédito. Ainda, interpretandose que somente as estimativas devidas na forma da Lei nº. 9.430/96 são passíveis de dedução na apuração anual do IRPJ ou da CSLL, conclui se que, mesmo após o encerramento do anocalendário, se o contribuinte identificar um erro em sua apuração e ele repercutir não só em sua apuração final, mas também no resultado de seus balancetes de suspensão/redução, tem ele o direito de pleitear o indébito na data do recolhimento da estimativa correspondente, ao invés de apenas reconstituir a apuração anual do IRPJ ou da CSLL. Esta interpretação, frisese, tem por pressuposto a ocorrência de erro no cálculo ou no recolhimento da estimativa. Não está aqui abarcada a mudança de opção quanto à sistemática de cálculo das estimativas, formalizada definitivamente quando o contribuinte determina o valor inicialmente recolhido com base na receita bruta e acréscimos ou em balancetes de suspensão/redução. Logo, não é admissível que o contribuinte, após apurar e recolher estimativa com base em balancete de suspensão/redução, sem o prévio confronto com o valor devido com base na receita bruta e acréscimos, pretenda como indébito o excedente que se verificaria caso tivesse adotado esta segunda sistemática para cálculo da estimativa. Da mesma forma, não lhe cabe, após efetuar recolhimentos com base na receita bruta e acréscimos, apurar estimativas menores com base em balancetes de suspensão/redução, para pleitear a diferença como se indébitos fossem. A legislação tributária está erigida no sentido da definitividade daquela opção de cálculo ao exigir, por exemplo, que os balancetes de suspensão/redução estejam escriturados até a data fixada para o seu pagamento. O art. 35 da Lei nº. 8.981, de 1995, referenciado no art. 2o da Lei nº. 9.430, de 1996, assim dispõe acerca dos balanços ou balancetes de suspensão ou redução de estimativas: Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o Fl. 97DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 10 valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do anocalendário. § 2º O Poder Executivo poderá baixar instruções para a aplicação do disposto no parágrafo anterior. E, com maior detalhamento, a Instrução Normativa SRF nº. 51, de 31 de outubro de 1995, especificou a forma a ser observada no levantamento dos referidos balanços ou balancetes de suspensão ou redução: Art. 10. A pessoa jurídica poderá: I suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre que o valor do imposto devido, calculado com base no lucro real do período em curso (art. 12), é igual ou inferior à soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado. II reduzir o valor do imposto ao montante correspondente à diferença positiva entre o imposto devido no período em curso, e a soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo anocalendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado. § 1º A diferença verificada, correspondente ao imposto de renda pago a maior, no período abrangido pelo balanço de suspensão, não poderá ser utilizada para reduzir o montante do imposto devido em meses subseqüentes do mesmo anocalendário, calculado com base nas regras previstas nos arts. 3º a 6º. § 2º Caso a pessoa jurídica pretenda suspender ou reduzir o valor do imposto devido, em qualquer outro mês do mesmo ano calendário, deverá levantar novo balanço ou balancete. [...] Art. 12. Para os efeitos do disposto no art. 10: [...] § 1º O resultado do período em curso deverá ser ajustado por todas as adições determinadas e exclusões e compensações admitidas pela legislação do imposto de renda, observado o disposto nos arts. 25 a 27. § 2º O disposto no parágrafo anterior alcança, inclusive, o ajuste relativo ao diferimento do lucro inflacionário não realizado do período em curso, observados os critérios para sua realização. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 7 11 § 3º Para fins de determinação do resultado, a pessoa jurídica deverá promover, ao final de cada período de apuração, levantamento e avaliação de seus estoques, segundo a legislação específica, dispensada a escrituração do livro "Registro de Inventário". § 4º A pessoa jurídica que possuir registro permanente de estoques, integrado e coordenado com a contabilidade, somente estará obrigada a ajustar os saldos contábeis, pelo confronto com a contagem física, ao final do anocalendário ou do encerramento do período de apuração, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividade. § 5º O balanço ou balancete, para efeito de determinação do resultado do período em curso, será: a) levantado com observância das disposições contidas nas leis comerciais e fiscais; b) transcrito no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo mês. § 6º Os balanços ou balancetes somente produzirão efeitos para fins de determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, devidos no decorrer do ano calendário. [...] Art. 14. A demonstração do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes a que se referem os arts. 10 a 13, deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, observandose o seguinte: I a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução do imposto de renda, o contribuinte deverá determinar um novo lucro real para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do mesmo anocalendário. II as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do lucro real correspondentes aos balanços ou balancetes, deverão constar, discriminadamente, na Parte A do LALUR, para fins de elaboração da demonstração do lucro real do período em curso, não cabendo nenhum registro na Parte B do referido Livro. Destaquese, ainda, que não há indébitos quando, após efetuar recolhimentos estimados com base na receita bruta, o contribuinte passa a suspendêlos ou reduzi los por meio dos balancetes, demonstrando que o valor do imposto/contribuição já pago, ou o somatório dele com a estimativa do mês, supera o devido com base no lucro real (balancetes suspensão/redução). As únicas alternativas no curso do ano calendário são: pagar com base na receita bruta, reduzir esse valor com base no balancete ou suspender o pagamento com base também em balancete. Ou seja, se o valor pago no decorrer do período superar o devido com base em balancete de suspensão/redução, o máximo efeito que o Fl. 99DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 12 contribuinte pode extrair dos referidos balancetes é deixar de pagar o tributo, até que ele se torne novamente devido, seja pela mera apuração da estimativa com base na receita bruta, seja com base no lucro acumulado em balancetes de redução. Logo, o pagamento indevido de estimativas caracterizase na hipótese de erro no recolhimento. Assim, se o valor efetivamente pago foi superior ao devido, seja com base na receita bruta, seja com base no balancete de suspensão/redução, essa diferença é passível de restituição ou compensação, e esse pedido ou utilização pode, inclusive, ser feito no curso do anocalendário, já que independente de evento futuro e incerto. Neste sentido, aliás, já se manifestou a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Divisão de Tributação da 9a Região Fiscal, ao publicar a Solução de Consulta no 285/2009, em resposta ao questionamento formulado nos autos do processo administrativo no 10909.000244/200969: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ SALDO NEGATIVO. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. Em regra, o saldo negativo de IRPJ apurado anualmente poderá ser restituído ou compensado com o imposto de renda devido a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, mediante a entrega do PER/Dcomp. A diferença a maior, decorrente de erro do contribuinte, entre o valor efetivamente recolhido e o apurado com base na receita bruta ou em balancetes de suspensão/redução, está sujeita à restituição ou compensação mediante entrega do PER/Dcomp. Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 2º e 6º; Lei nº 8.981, de 1995, art. 35; ADN SRF nº 3, de 2000; IN RFB nº 900, de 2008, arts. 2º a 4º e 34. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL SALDO NEGATIVO. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. Em regra, o saldo negativo de CSLL apurado anualmente poderá ser restituído ou compensado com devido a contribuição devida a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, mediante a entrega do PER/Dcomp; A diferença a maior, decorrente de erro do contribuinte, entre o valor efetivamente recolhido e o apurado com base na receita bruta ou em balancetes de suspensão/redução, está sujeita à restituição ou compensação mediante entrega do PER/Dcomp. Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 2º e 6º; Lei nº 8.981, de 1995, art. 35; ADN SRF nº 3, de 2000; IN RFB nº 900, de 2008, arts. 2º a 4º e 34. Aproveito, ainda, o desfecho do retro mencionado acórdão, adotandoo neste voto, mutatis mutandis, em virtude de ser outro o valor da estimativa ora discutido nos autos: “Imperioso, portanto, para homologação da compensação, a confirmação da existência, suficiência e disponibilidade do indébito alegado. Ou seja, a homologação expressa exige que a contribuinte comprove, perante a autoridade administrativa que a jurisdiciona, o erro cometido, seja na apuração da estimativa com base em receita bruta, seja com base em balancete de suspensão/redução, a sua adequação para a formação do indébito de R$ 3.328,31 e a correspondente disponibilidade, mediante prova de que não se valeu desta antecipação para liquidação da CSLL devida no ajuste anual, ou para formação do correspondente saldo negativo. E isto porque, em verdade, o fato de o único fundamento da decisão ser a impossibilidade de aproveitamento de indébitos decorrentes de recolhimentos Fl. 100DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10680.910364/200998 Acórdão n.º 1801001.267 S1TE01 Fl. 8 13 estimados, não permite concluir pela integridade da formação do crédito. A autoridade administrativa centrou sua decisão, exclusivamente, na possibilidade do pedido, e assim não analisou a efetiva existência do crédito. Superada esta questão, necessário se faz a apreciação do mérito pela autoridade administrativa competente, quanto aos demais requisitos para homologação da compensação.” Superado o ponto da admissibilidade das Per/Dcomp cujo crédito são as estimativas mensais pagas durante o anocalendário, ressaltese que o procedimento da Administração Tributária em emitir os Despachos Decisórios eletronicamente, sem a intimação prévia dos contribuintes para justificarem as Per/Dcomp que o sistema rejeita tem causado vários transtornos. Não há que se falar em nulidade do Despacho Eletrônico, pois, na forma que foi emitido, em nada cerceia o direito de defesa dos contribuintes. Há no texto expresso a motivação da Per/Dcomp não ter sido admitida. E o litígio instaurouse regularmente. Mas, de um lado, indeferese o pedido de restituição e aproveitamento de estimativas porque foram alocadas automaticamente a débitos que constaram da DCTF, sem facultar ao contribuinte oportunidade para esclarecer a sua conduta. Por outro lado, impedese simultaneamente que, ao ser notificado do Despacho Decisório emitido de forma sumária, o contribuinte possa retificar (ou até mesmo cancelar) a Per/Dcomp para adequála de forma devida. E por fim, ainda que a unidade de jurisdição do contribuinte, ou a turma julgadora de primeira instância, verifiquem a sequência de Per/Dcomp emitidas pelos contribuintes solicitando a restituição das estimativas mensais pagas do mesmo anocalendário e tributos, não adaptam os pedidos, ex officio, para devolução do saldo negativo de IRPJ/CSLL apurado, retirando do administrado a repetição de possível indébito tributário, pela eventual ocorrência da prescrição. A Administração Tributária consciente destes problemas modificou os Despachos Decisórios emitidos eletronicamente e o seu procedimento. Atualmente, ao verificar a inconsistência das Per/Dcomp com as informações registradas nos sistemas do fisco, antes de emitir o despacho denegatório, o contribuinte é intimado para esclarecimentos. Se o contribuinte não responder à intimação fiscal, o Despacho é emitido, porém faculta ao contribuinte, no prazo de trinta dias após o recebimento, retificar as declarações entregues ao fisco para a compatibilização dos dados – DIPJ, DCTF e a própria Per/Dcomp. Tomou medidas também para reunir todas as Per/Dcomp que veiculam o mesmo crédito em um só processo pela edição da Portaria RFB nº 666/08, sem, no entanto, atentar para as Per/Dcomp que tem como objeto as estimativas [ainda mais porque à época a própria Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) editou, equivocadamente, normas infra legais vedando a restituição/compensação de estimativas, erro reconhecido e corrigido com a edição da Portaria RFB nº 900/08]. Concluindo, os efeitos do acatamento da preliminar da possibilidade do pedido de restituição/compensação cujo objeto é o pagamento de estimativas em valor indevido, ou a maior do que o devido, impõe, pois, o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para que esta seja devidamente intimada a exibir a sua contabilidade, viabilizando a análise do mérito do pedido, ou seja, a origem e a procedência do crédito pleiteado, em face da sua contabilidade, registros no Sapli, outros pedidos de restituição/compensação com origem no mesmo crédito, vinculação a outros processos administrativos fiscais, formação do saldo negativo ao final do anocalendário etc. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 14 No que respeita às argumentações da recorrente sobre o débito objeto de compensação em duas Per/Dcomp – IRPJ de março de 2006 – a competência para analisar esta questão, e proceder eventual cancelamento, é da Delegacia da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte. Voto, pelo exposto, em dar provimento parcial ao recurso e determino o retorno dos autos à unidade de jurisdição para a análise do mérito da Per/Dcomp objeto deste litígio. Observo que a empresa tem outros processos que versam sobre Per/Dcomp cujos créditos tributários são estimativas recolhidas durante o mesmo anocalendário, pelo que sugiro à autoridade a quo , sendo possível, reunilos e adaptar as Per/Dcomp para restituição de saldo negativo de IRPJ/CSLL e reunilas em um só processo, a fim de evitarse decisões conflitantes. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Fl. 102DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 13808.000141/00-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 1993
FÉRIAS INDENIZADAS E NÃO GOZADAS POR NECESSIDADE DO SERVIÇO. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA.
Remansosa a jurisprudência administrativa e judicial que impede a incidência do imposto de renda sobre o pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço, conforme a inteligência da Súmula STJ nº 125.
REVISÃO DE DECLARAÇÃO. GLOSA DE DESPESA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO HÁBIL E IDÔNEA PARA AFASTAR A GLOSA. INOCORRÊNCIA.
No tocante às glosas de despesas com instrução, não há que se falar em prescrição, pois, desde o momento em que o contribuinte questionou o lançamento original, o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, na forma do art. 151, III, do CTN, e era ônus do fiscalizado ter comprovado documentalmente as despesas de instruções deduzidas. Não o fazendo, correta a cobrança do imposto que incidiu sobre tal dedução glosa.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2102-002.226
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR parcial provimento ao recurso para cancelar a omissão de rendimentos proveniente da indenização de férias não gozadas por necessidade do serviço.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. Remansosa a jurisprudência administrativa e judicial que impede a incidência do imposto de renda sobre o pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço, conforme a inteligência da Súmula STJ nº 125. REVISÃO DE DECLARAÇÃO. GLOSA DE DESPESA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO HÁBIL E IDÔNEA PARA AFASTAR A GLOSA. INOCORRÊNCIA. No tocante às glosas de despesas com instrução, não há que se falar em prescrição, pois, desde o momento em que o contribuinte questionou o lançamento original, o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, na forma do art. 151, III, do CTN, e era ônus do fiscalizado ter comprovado documentalmente as despesas de instruções deduzidas. Não o fazendo, correta a cobrança do imposto que incidiu sobre tal dedução glosa. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR parcial provimento ao recurso para cancelar a omissão de rendimentos proveniente da indenização de férias não gozadas por necessidade do serviço. Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 EDITADO EM: 28/08/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Em face do contribuinte LUIZ TOLOZA NETO, CPF/MF nº 693.240.508 34, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 09/02/2000, auto de infração, decorrente da revisão de sua declaração de ajuste anual do exercício de 1993. Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 7.019,47 MULTA DE OFÍCIO R$ 5.264,61 Devese evidenciar que originalmente havia sido efetuado lançamento para constituir o crédito tributário acima, o qual foi cancelado por vício formal, no bojo do processo administrativo nº 10880.031831/9408, em decisão de 06 de maio de 1998, quando se abriu novo qüinqüênio para o lançamento, na forma do art. 173, II, do CTN. Ao contribuinte foram imputadas uma glosa de despesa de instrução e uma omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica (pagamento referente a férias não gozadas). Foi acostada aos autos apensados (processo administrativo nº 10880.031831/9408) uma declaração do Poder Judiciário do Estado de São Paulo asseverando que o autuado recebera uma indenização correspondente a 126 dias de férias não usufruídas por absoluta necessidade do serviço, no anocalendário 1992. Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, combatendo a omissão de rendimentos, por entendêlos de caráter indenizatório, e asseverou que não mais tinha a documentação referente às despesas de instrução, pelo transcurso do tempo além do prazo qüinqüenal. A 2ª Turma de Julgamento da DRJCampo Grande (MS), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 08.252, de 10 de fevereiro de 2006 (fls. 45 e seguintes). A decisão acima, no tocante à omissão de rendimentos, negou o direito do contribuinte alicerçada no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 14, de 1° de dezembro de 2005, que determinou a não incidência do imposto de renda somente nas hipóteses de pagamento de valores a título de férias integrais e de licençaprêmio não gozadas por necessidade do serviço quando da aposentadoria, rescisão de contrato de trabalho ou exoneração, a trabalhadores em geral ou a servidores públicos, hipóteses diversas do caso destes autos. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13808.000141/0052 Acórdão n.º 2102002.226 S2C1T2 Fl. 2 3 O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 14/12/2007. Irresignado, interpôs recurso voluntário em 28/12/2007. No voluntário, o recorrente alega, em síntese, que as verbas percebidas a título de férias não gozadas estão fora do campo de incidência do imposto de renda, tendo caráter nitidamente indenizatório, sendo que a União sequer poderia entender de modo diverso, pois o Estado de São Paulo, beneficiário constitucional do IRRF e fonte pagadora, firmou entendimento pela não tributação da pecúnia recebida por férias e licençaprêmio indenizadas. Já no tocante à glosa de despesas com instrução, “... o recorrente afirma que não mais possui os comprovantes para demonstra seu efetivo pagamento, pois decorreram mais de cinco anos da data da prestação de sua declaração de ajuste anual, motivo pelo qual requer seja reconhecida sua prescrição, por força do art. 174 do Código Tributário Nacional”. Ao final, requer o cancelamento do lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 14/12/2007, sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 28/12/2007, dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 15/01/2008, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Primeiramente, passase a apreciar a irresignação no tocante à omissão de rendimentos decorrente do pagamento das férias não gozadas por interesse do serviço. Parece claro que a jurisprudência, administrativa e judicial, afastou a incidência do imposto de renda sobre os estipêndios decorrentes da indenização por férias não gozadas, por necessidade do serviço, como se vê na Súmula STJ nº 125 (O PAGAMENTO DE FERIAS NÃO GOZADAS POR NECESSIDADE DO SERVIÇO NÃO ESTÁ SUJEITO A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA). Diferentemente do defendido na decisão recorrida, à luz no Ato Declaratório Interpretativo SRF n°14, de 1° de dezembro de 2005, que restringiu a não incidência do imposto de renda as verbas de natureza acima quando da aposentadoria, da rescisão do contrato de trabalho ou da exoneração do beneficiário dos rendimentos, compulsando os precedentes da Súmula STJ nº 125 (REsp 52208 SP, AgRg no Ag 46146 SP, REsp 40921, REsp 47102 SP, REsp 40136 SP, REsp 34988 SP e REsp 36084 SP), em nenhum deles há a restrição estampada no Ato Declaratório Interpretativo SRF n°14, de 1° de dezembro de 2005, ou seja, em qualquer situação, sempre que houver pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço, afastase a incidência do imposto de renda. Na mesma linha acima, compulsando a jurisprudência administrativa, também se afasta o imposto de renda sobre os estipêndios decorrentes do pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço, em qualquer situação. Como exemplo dessa jurisprudência, vejase o Acórdão nº 920201.559, da 2ª Turma da CSRF, em sessão de 10 de maio de 2011, que restou assim ementado: Fl. 233DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 FÉRIAS. Em tema de férias não gozadas e indenizadas em pecúnia, a jurisprudência dos tribunais federais pacificouse no entendimento enunciado pela Súmula 125 do STJ, que coloca aquelas verbas fora do campo de incidência do imposto sobre a renda. Recurso especial negado. Assim, vêse claramente que a indenização das férias não gozadas por interesse do serviço tem caráter indenizatório, pois compensa o trabalhador (servidor público ou empregado) pelo não usufruto do descanso previsto em lei. Em uma situação dessa espécie, há mera indenização, sem haver que se falar em acréscimo patrimonial, o que afasta a incidência do imposto de renda. No caso destes autos, restou patentemente demonstrado que as férias indenizadas do recorrente não foram usufruídas por absoluta necessidade do serviço, enquadrandose na regra exonerativa acima, conforme declaração do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, acostada ao processo apenso nº 10880.031831/9408 . Já no tocante às glosas de despesas com instrução, não há que se falar em prescrição, pois, desde o momento em que o contribuinte questionou o lançamento original, o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, na forma do art. 151, III, do CTN, e era ônus do fiscalizado ter comprovado documentalmente as despesas de instruções deduzidas. Não o fazendo, correta a cobrança do imposto que incidiu sobre tal dedução glosa. Ante o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL provimento ao recurso para cancelar a omissão de rendimentos proveniente da indenização de férias não gozadas por necessidade do serviço. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 234DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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