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Numero do processo: 18471.001855/2008-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/03/1999 a 31/03/1999
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO CONTRATANTE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
É dever do Fisco, sob pena de ocorrência de vício material, a comprovação de que houve a prestação de serviço na construção civil. Ressalte-se que, no mesmo plano de argumentação, aquilo que se conclui para a solidariedade na cessão de mão-de-obra é aplicável, também, para a solidariedade na contratação da construção civil (art. 30, inciso VI, da Lei n° 8.212/91), não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. Art. 31 da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n° 9.032/95.
Numero da decisão: 2201-004.078
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de OLiveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Milton da Silva Risso - Relator.
EDITADO EM: 05/03/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
Nome do relator: MARCELO MILTON DA SILVA RISSO
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO CONTRATANTE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. É dever do Fisco, sob pena de ocorrência de vício material, a comprovação de que houve a prestação de serviço na construção civil. Ressaltese que, no mesmo plano de argumentação, aquilo que se conclui para a solidariedade na cessão de mãodeobra é aplicável, também, para a solidariedade na contratação da construção civil (art. 30, inciso VI, da Lei n° 8.212/91), não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. Art. 31 da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n° 9.032/95. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de OLiveira Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 18 55 /2 00 8- 32 Fl. 728DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 679 2 (assinado digitalmente) Marcelo Milton da Silva Risso Relator. EDITADO EM: 05/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski. Relatório 1 – Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte contra decisão da DRJ que manteve o lançamento em parte de contribuição previdenciária oriunda da NFLD nº 35.463.9730 (fls. 3/34) no valor de R$ 17.521,21 com data de cientificação do contribuinte em 25/09/2002 às fls. 3. 2 Adoto inicialmente como complemento ao relatório a narrativa constante do V. Acórdão da DRJ (fls. 584/598) por sua clareza e precisão: “LANÇAMENTO Tratase de crédito lançado pela fiscalização (NFLD DEBCAD 35.463.9730 consolidado em 01/09/2002), no valor de R$ 9.966,46; acrescidos de juros e multa, contra a empresa acima identificada que, de acordo com o Relatório Fiscal (fls. 29/32), referese às contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à parte da empresa, dos segurados, e às destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa dos riscos ambientais do trabalho nas competências 01/1999 e 03/1999. 2. As contribuições foram apuradas com base no instituto da responsabilidade solidária, decorrente da execução de serviços de construção civil, de acordo com o artigo 30, VI, da Lei no 8.212/1991, com redação vigente à época dos fatos Fl. 729DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 680 3 geradores, pela empresa CONSTRUTORA CARVALHO MOTTA LTDA CNPJ: 14.403.497/0001 01, em cumprimento ao contrato 110.2.065.977. 2.1. A descrição dos serviços prestados, de acordo com o objeto do contrato encontrase no item 5 do Relatório Fiscal. DA IMPUGNAÇÃO DA PETROBRAS 3. A PETROBRAS, notificada do lançamento em 25/09/2002 apresentou impugnação em 10/10/2002, através do instrumento de fls. 37/40, alegando, em síntese: 3.1. a tempestividade; 3.2. que é inegável a previsão da solidariedade passiva na Lei, contudo, essa solidariedade pressupõe sempre a configuração da dívida ou da obrigação, a fim de que o credor possa imputála a um dos devedores solidários. Para que o devedor solidário seja cobrado, fazse necessário a declaração de existência da obrigação do devedor originário, e a constituição de sua liquidez; 3.3. devese proceder ao lançamento primeiro contra o contribuinte e, somente após, constituído o crédito contra o devedor principal é que, também o devedor solidário poderá ser cobrado; 3.4. inexistindo o lançamento contra a empresa devedora originária, capaz de conferir exigibilidade ao crédito tributário, não pode o INSS cobrar da Recorrente, pelo simples motivo de que a existência da obrigação dos devedores não se configurou; 3.5. certo é que o lançamento declara a obrigação, mas deve declarála em face de todos os devedores reputados solidários; 3.6. a Autarquia não apurou e não lançou o tributo contra os devedores principais, mas está louvandose do direito de constituir o crédito apenas contra a impugnante, tomando uma atitude totalmente injurídica; Fl. 730DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 681 4 3.7. em relação à base de cálculo, cumpre destacar que a notificação considerou o valor bruto das notas fiscais para a incidência da exação. Assim, a base de cálculo da contribuição não se restringiu apenas à base de cálculo e ao fato gerador da contribuição social incidente sobre salários, uma vez que, embutidos no valor das notas fiscais ou da fatura, encontramse diversos outros valores, que não se referem à folha de salários da empresa prestadora de serviços; 3.8. a atitude tomada pelo INSS contamina o lançamento, pois este não revela a exata medida da responsabilidade solidária, além de ofender o princípio da legalidade, ante o alargamento da base de cálculo, sem considerar que esta deve guardar absoluta correspondência com o desempenho da atividade desenvolvida pelo contribuinte; 3.9. o INSS transfere para a recorrente, sem lei que o autorize, toda a fiscalização tributária sobre o contribuinte, ofendendo diretamente o princípio da legalidade e não pode prevalecer; 3.10. invoca a sua qualidade de ente integrante da administração pública indireta para concluir que, na presente exação, o governo postula o recebimento de crédito do próprio governo; 3.11. por fim, requer o cancelamento da notificação e protesta pela juntada de documentação superveniente. DO ADITAMENTO À IMPUGNAÇÃO 4. A PETROBRAS ainda apresentou aditamentos à impugnação em 23/12/2002, fls. 46, com a juntada de documentos (fls. 47/63), em 20/02/2003, fls. 126, com a juntada de documentos (fls. 127/135) e em 01/09/2003, fls. 260, anexando documentos (fls. 261/501 Anexo I) para comprovar suas alegações. DA IMPUGNAÇÃO DA PRESTADORA DE SERVIÇOS 5. A CONSTRUTORA CARVALHO MOTTA LTDA, notificada do lançamento em 05/12/2002 (fls. 64), apresentou impugnação em 05/11/2003, fls. 74/84, enviada Fl. 731DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 682 5 através de remessa postal, fls. 67, tendo acostado documentos de fls. 85/123, alegando em síntese: Da Preliminar 5.1. incompetência da Gerência Executiva RJCentro para conhecer e julgar o processo, tendo em vista o disposto no §1º do art. 5º do Decreto nº 3.969/2001. Requer que o processo seja encaminhado à unidade regional do Estado da Bahia; 5.2. alguns documentos (TIAF, TIAD, TEAF, relação de outras NFLD lavradas e MPF n° 00087398) não acompanharam a notificação, de acordo com o comunicado enviado à empresa. A ausência de tais elementos impede que a empresa apresente, com amplitude consagrada constitucionalmente, a defesa dos fatos a ela imputados. Dentre outros aspectos, a não apresentação de tais documentos se afigura como óbice a que a empresa possa aferir sobre a regularidade formal do procedimento de fiscalização; 5.3. diferentemente da Petrobrás, não lhe foi conferida a chance de previamente, apresentar os documentos que possui. A empresa, se é considerada como responsável solidária, é também sujeito passivo, do que resultaria a necessidade de aplicação do art. 8º do Decreto n° 3.969/2001; 5.4. cabalmente demonstrada a ofensa ao direito de defesa e do contraditório, requer seja acolhida a presente, a fim de considerar nula a NLFD. Do Mérito 5.5. louvandose no disposto no art. 33 da Lei n° 8.212/91, bem como no preconizado pela Ordem de Serviço INSS/DAF n° 51/92, adotouse o percentual mínimo de 40% como salário de contribuição, apurado sobre os valores contidos nas notas fiscais de serviços. O mencionado ato normativo, bem como a OS INSS n° 165, ao estabelecer o percentual a ser utilizado o fez sem levar em consideração a natureza da obra ou a proporcionalidade da área construída e ainda o padrão utilizado, tal como previsto no § 4º do art. 33 da Lei n° 8.212/91; 5.6. cumpriu fielmente suas obrigações, à vista da mão de obra utilizada para a execução do contrato. A construção não exigia um quantitativo maior de mão de Fl. 732DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 683 6 obra, uma vez que caracterizado pela mecanização. O documento Relação de Subempreiteiros registra a contratação de escavação mecânica, concretagem, locação de retroescavadeira, fornecimento e transporte de brita e areia; 5.7. anexa quadro demonstrativo no qual apresenta cálculo de incidência percentual sobre o custo unitário do serviço, em que indica os critérios utilizados; 5.8. informa que as quantidades executadas e valores recebidos estão de acordo com o boletim de medição n° 19, que houve recolhimento comprovado por GPS apresentadas à Petrobrás e cujos valores constam no DAD, que o restante da mão de obra ficou a cargo dos subempreiteiros, e que as cópias das GPS foram entregues à Petrobrás; 5.9. requer seja julgado improcedente a NFLD; que seja observada a prescrição e deferida a realização de provas pelos meios em direito admitidos, documental, testemunhal e pericial, assim como seja concedido prazo suplementar de 30 dias para apresentação de documentos comprobatórios. DA DILIGÊNCIA 6. Diante da documentação apresentada, os autos foram encaminhados à junta notificante para apreciação. Após análise dos documentos de fls. 37/40, fls. 47/63, 127/135, a fiscalização elaborou a Informação Fiscal em 24/03/2003, fls. 234, na qual concluiu pela manutenção do débito, conforme abaixo transcrito: "1.Informamos que após análise dos documentos anexados, às fls. 43 a 131, concluímos pela não alteração do débito. Foram anexados ao processo GRPS's, GFIP's, o Contrato, Aditivo, BM's, Recibos de Salários e Relação de Subempreiteiras. 2. O débito em questão se refere às competências 01/99 e 03/99. Tanto as GRPS's quanto as GFIP's apresentadas estão vinculadas à matricula CEI 0407502686/79 possuindo nexo entre si e com os recibos de salários apresentados. A não alteração do débito se deve ao fato das GRPS's já terem sido levadas em consideração na apuração do débito, conforme podemos verificar no Relatório de Guias Apresentadas, fl. 07, e de não ter sido apresentada a Declaração de Fl. 733DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 684 7 Contabilidade, já que os salários de contribuição constantes nos documentos apresentados são inferiores aos aferidos com base nos valores das Notas Fiscais. 3. Os BM's apresentados não se referem às competências 01/99 e 03/99. 4. A empresa construtora alega, na fl. 82, que "O salário de contribuição referente à mão de obra usada diretamente pela Carvalho Motta teve o recolhimento correspondente já comprovado pelas GPS apresentadas à Petrobrás e cujos valores já constam do DAD Discrtminativo Analítico do Débito da NFLD", e que, "O restante de mão de obra aplicada no contrato foi através dos subempreiteiros listados na relação anexa, cujas cópias das GPS's não dispomos". Assim, caberia à empresa apresentar comprovação de recolhimento por parte dos subempreiteiros, conforme itens 20 e 20.1 da OS 165, ratificado pelo § 2º do art. 28 da IN 18 de 11 de maio de 2000. 5. Ao Serviço de Análise de Defesa e Recursos para prosseguimento." DO JULGAMENTO E RECURSO 7. O Lançamento foi julgado PROCEDENTE através da Decisão Notificação nº 17.401.4/0768/2003, de 25/08/2003, fls. 139/150. Devidamente notificada a PETROBRAS em 04/09/2003 (fls. 151) e a Construtora Carvalho Motta em 22/09/2003 (AR fls. 152). 8. A PETROBRAS apresentou Recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, em 03/09/2003 (fls. 154), sendo que a empresa contratada não apresentou recurso (fls. 162). 9. Após a elaboração das ContraRazões, às fls. 165/168, o processo foi encaminhado ao CRPS. 10. A 2ª Câmara de Julgamento do CRPS, através Acórdão nº 0000655, de 25/05/2004 (fls. 170/174), decidiu anular a Decisão Notificação – DN, determinando que o INSS apresentasse elementos com base na contabilidade do contribuinte, que justificasse o procedimento adotado e evidenciasse que a obrigação tributária principal estivesse inadimplida, ainda que parcialmente, pois Fl. 734DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 685 8 entende que a empresa prestadora de serviço poderia ter sido submetida a alguma espécie de fiscalização total (com contabilidade), ou ter aderido a parcelamentos especiais (REFIS, PAES), ou ainda, ter CND de baixa já emitida. 11. Inconformada com a Decisão, considerando que não houve vício insanável que acarretasse a nulidade da DN, o INSS interpôs Pedido de Revisão do Acórdão (fls. 176/180). 12. As empresas interessadas foram devidamente comunicadas do Acórdão nº 0000655, assim como do Pedido de Revisão (fls. 181 e 190), sendo concedido às mesmas, prazo para manifestação, o que acarretou o pronunciamento da PETROBRAS em 23/07/2004 (fls. 182/185). 13. O Pedido de Revisão NÃO FOI CONHECIDO pela 2ª Câmara de Julgamento, conforme Acórdão nº 0000316, de 31/03/2005, sob a alegação de que divergência de entendimento não é causa para revisão de julgados deste conselho (fls. 194/197). DO REINÍCIO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO 14. Primeiramente cumpre esclarecer que, no interregno do julgamento do pedido de revisão ao reinício do Contencioso Administrativo, o entendimento exarado pelo CRPS, à época, quanto à necessidade de exame da contabilidade do prestador do serviço a fim de constatar a existência ou não do crédito tributário, foi alterado pelo Conselho Pleno do CRPS, o qual exarou o Enunciado nº 30, editado pela Resolução nº 1, de 31/01/2007, publicada no DOU de 05/02/2007, passando a dispensar tal exigência: Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços. 15. De acordo com a Resolução mencionada é necessária apenas a verificação acerca do prestador ter sido alvo de procedimento fiscal com exame da contabilidade no período de interesse. Caso positivo, incabível a lavratura do crédito, caso contrário, permanece a lavratura do mesmo. Fl. 735DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 686 9 16. Em atendimento ao determinado no Acórdão do CRPS, conforme informação fiscal de 23/01/2008, fls. 234, o AuditorFiscal efetuou pesquisas nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil SRFB, fls. 230/233, e verificou que para o período referente ao crédito em pauta, não houve ação fiscal com exame de contabilidade englobando o período do lançamento em pauta, fls. 231. Procedeuse, também, a pesquisa no SISTEMA DE COBRANÇA – MF/RFB – verificandose que a empresa não aderiu ao parcelamento especial da Lei nº 9964/2000 – REFIS – assim como, ao parcelamento especial da Lei nº 10684/2003 PAES, conforme cópia de telas anexadas às fls. 231/232. 17. Assim sendo, as empresas foram notificadas do Resultado da Diligência de 23/01/2008 (fls. 234) assim como da reabertura do prazo de 30 (trinta) dias para manifestação, através da INTIMAÇÃO nº 723/2012 (Petrobrás fls. 250) em 31/05/2012 (AR fls. 252) e através do edital publicado em 28/09/2012 (Construtora Motta Carvalho fls. 581), entretanto não se manifestaram. 3 – A decisão de piso manteve o lançamento na íntegra conforme ementa abaixo indicada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/03/1999 a 31/03/1999 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL. CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO. A responsabilidade solidária não comporta benefício de ordem, podendo ser exigido o total do crédito constituído da empresa contratante, sem que haja apuração prévia no prestador de serviços artigo 220 do Decreto nº 3.048/99, c/c artigo 124, parágrafo único, do Código Tributário Nacional Enunciado 30 do CRPS. DRJ. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. Fl. 736DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 687 10 A DRJ do Rio de Janeiro detém competência para julgar impugnações contra lançamentos referentes a contribuições previdenciárias, em âmbito nacional, consoante Portaria RFB nº 1006 de 24/07/2013. PRESTADORA DE SERVIÇOS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não merece acolhida a alegação de cerceamento de defesa, haja vista que a prestadora de serviços recebeu todos os relatórios, onde consta a indicação de onde os valores foram extraídos e os dispositivos legais que amparam o lançamento, suficientes ao exercício do contraditório e da ampla defesa. PERÍCIA. PRODUÇÃO DE PROVAS. INDEFERIMENTO Indeferese o pedido de perícia quando esta se mostrar prescindível. O momento para a produção de provas, no processo administrativo, é juntamente com a impugnação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 4 – A Petrobras apresenta Recurso Voluntário às fls. 607/622 pugnando pelo cancelamento da autuação. 5 – É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Marcelo Milton da Silva Risso Relator 6 O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Fl. 737DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 688 11 7 – No caso estamos discutindo as competências de 01/99 e 03/99. Essa matéria não é nova nessa C. Turma sendo que houve o julgamento no Ac. 2201003.412 j. em 07/02/2017 assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MEDIANTE CESSÃO DE MÃODEOBRA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO CONTRATANTE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE QUE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS OCORREU MEDIANTE CESSÃO DE MÃODEOBRA É dever do Fisco, sob pena de ocorrência de vício material, a comprovação de que houve a prestação de serviço mediante cessão de mão de obra, para que haja responsabilidade solidária entre o contratante e o prestador de serviços pelas obrigações decorrentes da Lei de Custeio da Seguridade Social, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. Art. 31 da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n° 9.032/95. 8 – No caso vou me ater ao reconhecimento da nulidade do presente lançamento baseado nos fundamentos do Voto no Ac. 2201003.412 ocasião em que votei pelo provimento de tal recurso do mesmo contribuinte em vista de serem casos similares com cessão de mão de obra. 9 – Em suas razões o I. Relator do voto vencedor assim discorre a respeito da matéria objeto do presente recurso no qual peço vênia para que suas razões incorporar como fundamento de decidir do presente julgado, verbis: Fl. 738DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 689 12 “Aponta o ínclito Relator que, no curso do processo administrativo tributário em que se discute o lançamento, o antigo Conselho de Recursos da Previdência Social, proferiu, em sede de recurso voluntário, a seguinte decisão (fls 156): "PREVIDENCÁRIO CUSTEIO Solidariedade decorrente de cessão de mãodeobra. Da cessão de mãodeobra. É necessário que o INSS aponte, desde o Relatório Fiscal, a forma como evidenciou a existência da cessão de obra. Da Solidariedade. É necessário que o INSS constate a existência do crédito previdenciário junto ao contribuinte (prestador dos serviços). Somente diante da não apresentação ou apresentação deficiente (pelo prestador dos serviços) da documentação contábil e trabalhista necessária a comprovar a extinção da obrigação previdenciária, poderia o INSS arbitrar, junto ao responsável solidário, as contribuições que entender devidas. Anular a DN." Perquirindo o voto condutor da decisão unânime, encontramos a seguinte motivação (fls. 158): Em recentes decisões está CaJ vem exigindo que o INSS caracterize a existência da cessão de mãodeobra, mesmo naquelas atividades arroladas na legislação, sendo oportuno verificarmos "parte" de manifestação do Sr. Presidente da 2ª CaJ/CRPS, AFPS Mário Humberto Cabus Moreira: "Todavia, assim como os serviços relacionados nos incisos 1 a IV, do § 41, do art. 31, da Lei n° 8.212191 (na redação atual), aqueles previstos no art. 219 do RPS devem ser demonstrados e caracterizados pelo Fisco como enquadráveis na definição legal, porque somente serão alcançados pela obrigação tributária da retenção, em consonância com a lei, se tais serviços forem realizados mediante cessão. O mesmo darseá em relação ao período em que vigia a obrigação solidária, no que tange ao referido enquadramento. A meu ver, sem ofensa aos princípios constitucionais tributários e, em especial, ao princípio da legalidade (CF/88, art. 5 1, II e art. 150, 1), a norma do RPS deve ser entendida como tendo caráter indicativo, regulação interpretativa tendente à fiel execução da lei, devendo sempre ser confrontada em face do conceito legal de cessão de mãodeobra, pois, exigir o cumprimento de uma obrigação tributária sem Fl. 739DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 690 13 passar pelo crivo da definição legal, seria admitir obrigação tributária que não seja ex lege. A propósito, a atividade administrativa de lançamento requer a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, como preceitua o CTN, em seu art. 142." (...) O Relatório Fiscal é vago ao se reportar a existência da cessão de mão de obra, descrevendo apenas que o objeto do contrato, sem especificar os motivos que levaram o INSS a constatar a existência da cessão de mãodeobra." (destaques não constam da decisão) Observo o mesmo vício no lançamento. Vejamos o teor do lançamento fiscal (fls. 30): "1 Referese o presente relatório ao débito, lançado através da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD DEBCAD n° 35.490.4232, relativo a valores apurados por responsabilidade solidária decorrente de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, prestados pela empresa PWR MISSION INDUSTRIA MECÂNICA LTDA, CNPJ: 42.409.2011000000, conforme contrato(s) n °:1110.2.002.979. 5 O débito compõese de: contribuição dos segurados empregados, calculada pela alíquota mínima à época de ocorrência do fato gerador, contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social; contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de 40 trabalho — SAT até 00!1997, e para o financiamento dos beneficias concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, a partir de 0711997. (...) 5 — 0 débito referente ao presente contrato fora lançado, a menor, através da NFLD— Notificação Fiscal de Lançamento de Débito DEBCAD n ° 35.371.9145, de 0111112001, quando foi adotado erroneamente o parâmetro de quatorze por Fl. 740DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 691 14 cento (14%) quando deveria ter sido aplicado o parâmetro de quarenta por cento ( 40%), conforme justifica o item 14 do presente relatório. Tal equívoco levou a que o débito lançado naquela ocasião, pela NFLD — 35.371.9145, espelhasse somente parte do valor que deveria ter sido lançado razão por que emitese a presente NFLD, retratando a diferença não lançada na época 6 — Assim, por ocasião da emissão da NFID original, de n ° 35.371.9145, fora verificado durante o desenvolvimento da ação fiscal que a empresa contratara com a empresa prestadora, identificada no item 1 deste, a execução de serviços mediante cessão de mãodeobra, em cumprimento ao(s) contratos) n °: 110.2.062.979, cujo(s) objeto(s) era(m): EXCUÇÃO DOS SERVIÇOS DE BOMBEAM.ENTO DE FLUIDOS DO INTERIOR DE POÇOS DE PETRÓLEO ATÉ A ESTAÇÃO COLETORA, EM 16 { POÇOS DE PETRÓLEO, UTILIZANDO BOMBEIO ELE! RICO CENTRIFUGO SUBMERSO, INCLUINDO DIMEZ~TSIONAlViENT0, ESPECIFICAÇÃO, FORNECIlir> 0, INSTALAÇÃO E REITRADA DOS CONJUNTOS DE BCS NOS POÇOS DE PETRÓLEO, BEM COMO A RESPONSABILIDADE TÉNCICA PELA. CONTINUIDADEOPERACIONAL DOA EQUIPAMENTOS INSTALADOS. Ocorre que a empresa contratante não comprovou o cumprimento das obrigaçóes da empresa contratada para com a Seguridade Social, ou seja, não houve a devida comprovação, através de guias de recolhimento específicas para o serviço contratado, nem a apresentação de folhas de pagamentos específicas dos segurados empregaáos alocados no serviço." (novamente os destaques não constam do original) Patente a ausência de comprovação da contratação da prestação de serviços, ensejadora da responsabilidade solidária, mediante cessão de mãodeobra. Como consequência da decisão do CRPS foi anulada a DN, decisão de primeiro grau, e recomeçado o processo administrativo com elaboração de novo relatório fiscal. Atentemos para o teor da decisão proferida pelo CRPS (fls. 158): "Assim entendo que o INSS, além de caracterizar a existência da cessão de mão deobra, desde o Relatório Fiscal (complementar), deve apresentar elementos, com Fl. 741DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 692 15 base na contabilidade dos contribuintes, que justifique o procedimento adotado. Caso seja disponibilizada pelo contribuinte a documentação contábil referente às contribuições lançadas, deverá ela ser analisada com o intuito de se comprovar a existência do crédito lançado e seu real valor. CONCLUSÃO ` Face ao exposto voto no sentido de ANULAR A DECISAO NOTIFICAÇAO N.° 17.401.4/065512003, fls. 77184, determinando que se observe o que foi exposto no voto cima." (destaquei) Em que pese a total falta de técnica jurídica dos membros do Conselho de Recursos da Previdência Social posto que não houve nenhum vício na decisão recorrida e sim no lançamento tributário como sobejamente demonstrado pelos Conselheiros que se manifestaram resta claro que o comando do Colegiado foi no sentido da elaboração de novo relatório fiscal do qual constasse a comprovação da prestação de serviços mediante cessão de mãodeobra além de elementos que permitissem a constituição do crédito por responsabilidade solidária do contratante. Forçoso reconhecer que tal decisão expressa, inequivocamente, a constatação de que o lançamento tributário padecia de vício em sua constituição. Qualquer outra inferência invalidaria o comando expresso, constante do decisum, do retorno do procedimento tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária ao passo inicial, ou seja, a busca pelo Fisco dos elementos comprobatórios e por isso constitutivos, da obrigação tributária decorrente da prática, pelo sujeito passivo, dos fatos eleitos pelo legislador como fato imponíveis. Imperioso ressaltar que embora este Conselheiro discorde totalmente da necessidade de comprovação pelo Fisco da existência de crédito, ou impossibilidade de constituição deste no devedor principal, posto que tal entendimento atingiria mortalmente o instituto da responsabilidade solidária como posta pelo artigo 31 da Lei nº 8.212/91, vigente à época do lançamento a questão do lançamento por responsabilidade solidária, por ser questão relativa ao mérito Fl. 742DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 693 16 da discussão, não será por mim aqui enfrentada, vez que entendo que as questões relativas ao lançamento tributário são preliminares e prejudiciais à análise do mérito. Voltando a questão do lançamento, uma vez anulada a DN, foi iniciado novo procedimento fiscal visando a elaboração de relatório fiscal complementar consoante se observa do despacho do Serviço do Contencioso Administrativo da Delegacia da Receita Previdenciária RJ Centro, fls. 190 e 195.” 11 – Às fls. 199 encontrase o relatório da diligência da RFB em cumprimento com os termos determinados pela decisão da CRPS: 12 – Prosseguindo com os fundamentos do Ac. 2201003.412: Fl. 743DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 694 17 Patente a inovação do argumentos do Fisco no Relatório Fiscal Complementar. Tal inovação significa na prática a realização de novo lançamento tributário, posto que a comprovação da ocorrência do fato gerador ensejador da obrigação tributária no caso em tela a contratação de empresa prestadora de serviços mediante cessão de mãodeobra só restou comprovada por meio do mencionado relatório aditivo. Inegável o vício esculpido no lançamento original. Necessária a produção de novo procedimento administrativo para a constituição do crédito tributário. De fato, a decisão do CRPS, átecnica com visto, embora propugnasse pela nulidade da DN, motivouse pela nulidade do lançamento tributário por ausência de motivação, ou seja, falta de comprovação da ocorrência do fato gerador, da verificação da ocorrência deste. Tal conclusão decorre da mera leitura da decisão acostada às folhas 156, acima transcrita e isso, porque, como sabido, cabe ao Fisco, nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, por meio de procedimento do lançamento de ofício, constituir o crédito tributário, revisando nos casos de auto lançamento, os procedimentos do sujeito passivo. Para tanto, ele deve, após verificar a ocorrência do fato gerador, identificar o sujeito passivo, determinar a matéria tributável, quantificar o tributo devido e, quando for o caso, aplicar a penalidade cabível. Por ser atividade vinculada e obrigatória, é dever da autoridade fiscal empreender esforços na determinação do critério material da regra matriz de incidência tributária, base de cálculo do tributo e alíquota aplicável, apropriandonos dos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho. A mensuração das grandezas tributárias já deveria ter sido corretamente efetuada quando da lavratura do auto de infração. Podese até compreender a impossibilidade do acerto em razão da ausência de comprovação por parte do contribuinte, o que, como dito, não se verificou no caso concreto. Ao reverso, o que se observa é a total ausência caracterização de que a a prestação de serviços contratada se deu mediante cessão de mãodeobra. Fl. 744DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 695 18 Não obstante a omissão do Autoridade Lançadora no tocante a comprovação do fato escolhido pelo legislador para ser ensejador da obrigação tributária, mister ressaltar com tintas fortes que a Administração Tributária foi clara em determinar por meio de um ato que integra a legislação tributária como se deve realizar caracterizar a cessão de mãodeobra, posto que tal caracterização se encontram no Regulamento da Previdência Social e nos atos normativos do INSS. Tal rito foi simplesmente ignorado pelo Auditor Fiscal responsável pelo lançamento. O Fisco não cumpriu seu dever, ou seja, deixou de comprovar suas alegações, se absteve de demonstrar a exatidão do lançamento realizado. Mister recordar que o Decreto nº 70.235/72 é claro ao exigir em seu artigo 9º: "Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito" (destaques nossos) Forçoso reconhecer o vício no procedimento do lançamento tributário. Como ato administrativo que é, o auto de infração não pode ser irregular. Celso A Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 29ª ed., p.478), assim comenta sobre a irregularidade dos atos administrativos: ATOS IRREGULARES SÃO AQUELES PADECENTES DE VÍCIOS MATERIAIS IRRELEVANTES, RECONHECÍVEIS DE PLANO, OU INCURSOS EM FORMALIZAÇÃO DEFEITUOSA CONSISTENTE EM TRANSGRESSÃO DE NORMAS CUJO REAL ALCANCE É MERAMENTE O DE IMPOR A PADRONIZAÇÃO INTERNA DOS INSTRUMENTOS PELOS QUAIS SE VEICULAM OS ATOS ADMINISTRATIVOS Verificando a irregularidade do ato administrativo, deve a Administração de ofício regularizálo, em face do princípio da autotutela. Nesse sentido, a Lei 9.784, de 1999, é clara ao determinar que: Fl. 745DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 696 19 "Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogálos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. (...) Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração." (grifos nossos) Observase que a Lei que regula o processo administrativo federal cinde as irregularidades do ato segundo a gravidade do mesmo. Atos portadores de defeitos sanáveis, meras irregularidades, poderão ser convalidados. Já os atos produzidos com ofensa a legalidade devem ser anulados. Sobre o tema, a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo, 14ª ed, p. 234), titular da inesquecível Faculdade de Direito do Largo São Francisco, leciona que convalidação ou saneamento "o ato administrativo pelo qual qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado". Além disso, a doutrinadora explicita que nem sempre é possível a convalidação, pois depende do tipo de vício que atinge o ato. Os defeitos atinentes à incompetência quanto à matéria, quanto ao motivo e finalidade, e ainda quanto ao objeto e conteúdo não são passíveis de convalidação. Especificamente quanto a impossibilidade de convalidação, esclarece a Professora: "O objeto ou conteúdo ilegal não pode ser objeto de convalidação." O remédio que deve ser tomado pela Administração é o previsto no artigo 53 da Lei nº 9.784/99, acima transcrito,: a anulação. Novamente, recordemos os ensinamentos de Maria Sylvia: Fl. 746DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 697 20 "Quando o vício seja sanável ou convalidável, caracterizase hipótese de nulidade relativa; caso contrário, a nulidade é absoluta." Sobre o tema, devemos lembrar que as nulidades, absoluta ou relativa, produzem efeitos distintos para a Administração Tributária em razão do tempo que a lei determina para a correção do lançamento tributário viciado. Se este for convalidável, por eivado de vício formal, o saneamento deve ser realizado em 5 anos após o trânsito em julgado da decisão que anular o ato administrativo. Já o lançamento maculado por nulidade absoluta, deve ser refeito no prazo decadencial previsto no CTN, seja o do parágrafo 4º do artigo 150, seja o do inciso I do artigo 173. Tal distinção nos obriga a perquirir qual o vício existente no caso concreto. Para nós a distinção é simples e fundada no texto legal. Como ensina Maria Sylvia Zanela Di Pietro, lançamentos que contenham conteúdo ilegal não são passíveis de convalidação, pois a nulidade que ostentam é absoluta. Nesse sentido, qualquer ofensa às determinações do artigo 142 do CTN acima reproduzido, explicitados por meio do artigo 9ª do Decreto nº 70.235/72, viciam o conteúdo do ato, pois são requisitos do lançamento, atributos intrínsecos ao procedimento de constituição do crédito tributário. A lição de Paulo de Barros Carvalho corrobora a afirmação. Assevera o Professor Emérito (Curso de Direito Tributário, 14ª ed., p. 415): "O ato administrativo de lançamento será declarado nulo de pleno direito, se o motivo nele inscrito a ocorrência do fato jurídico tributário, por exemplo inexistiu. Nulo será, também, na hipótese de ser indicado sujeito passivo diferente daquele que deve integrar a obrigação tributária. Igualmente é nulo o lançamento de IR (pessoa física), lavrado antes do termo final do prazo legalmente estabelecido para que o contribuinte apresente sua declaração de rendimentos e bens. Para a nulidade se requer vício profundo, que comprometa viceralmente o ato administrativo. Seus efeitos, em decorrência, são 'ex tunc', retroagindo, Fl. 747DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 698 21 linguisticamente, à data do correspondente evento. A anulação por outro lado, pressupõe invalidade iminente, que necessita de comprovação, a qual se objetiva em procedimento contraditório. Seus efeitos são 'ex nunc', começando a contar do ato que declara a nulidade" Continua o doutrinador: "(...) não importa que o ato administrativo haja sido celebrado e que nele conjuguem os elementos tidos como substanciais. Insta que seus requisitos estejam conformados às prescrições da lei" (grifamos) No caso em apreço, observamos que não comprovou o Fisco a existência da contratação de serviços prestados mediante cessão de mãodeobra. Como visto é dever do Fisco anexar ao auto de infração o elementos de prova que embasam a constituição do crédito tributário. Tal comprovação não pode ser realizada a posteriori, consoante expressa vedação do parágrafo 3º do artigo 18 do Decreto nº 70.235/72, o que impede de modo absoluto a conversão em diligência nos casos de novação do lançamento, explicitando se tratar de novo lançamento, complementar ao primeiro. Nesse sentido, forçoso reconhecer que o relatório fiscal complementar, por inovar no lançamento, ou seja, por de fato realizar novo lançamento posto que veio ao mundo jurídico para reparar vício material, ou seja, vício insanável, deve respeitar os prazos previstos em lei complementar para que o Estado possa constituir seu direito de crédito. Reafirmo. O lançamento representado pela NFLD constante de fls. 2, consubstancia pelo Relatório Fiscal de folhas 29, foi tacitamente reconhecido como nulo pelo CRPS que ao determinar a nulidade da DN e a elaboração de novo relatório fiscal que explicitasse a ocorrência do fato gerador ensejador da responsabilidade solidária prevista no artigo 31 da Lei nº 8.212/91, vigente à época ordenou que se elaborasse novo lançamento consubstanciado em provas da existência da contratação de serviços mediante cessão de mãodeobra. Fl. 748DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 699 22 Ocorre que tal lançamento repito, consubstanciado no relatório fiscal aditivo relativo às competências 09/98 a 12/98 se aperfeiçoou com a ciência do devedor em 28 de junho de 2007, fora portanto do lustro permitido pelo artigo 173, inciso I do CTN. Logo, extinto o direito de crédito do Fisco quando do lançamento tributário representado pelo relatório fiscal aditivo. Por via de consequência, voto por dar provimento ao recurso voluntário reconhecendo a nulidade do lançamento tributário arguída, pela ocorrência de vício material, em face da ausência de comprovação da ocorrência do fato gerador ensejador da obrigação tributária.” 13 Portanto, em relação à construção civil entendo da mesma forma que a declaração de voto do Conselheiro do CRPS tomando como minhas as razões de decidir na época na declaração de voto às fls. 172. "O fato de o contratante dos serviços prestados mediante cessão de mãodeobra não fazer prova hábil para a elisão da solidariedade, ao revés do entendimento do Fisco, não pode servir como presunção de existência de crédito tributário em relação ao contribuinte. A elisão da solidariedade não se trata de dever jurídico do contratante, porém, de faculdade sua, inscrita nos parágrafos 3o e 4o, do art.31, da Lei n° 8.212/91 (na redação em vigor até 31.01.1999), como exceção à regra geral prevista no caput, qual seja, a que atribui responsabilidade solidária na contratação de serviços prestados mediante cessão de mãodeobra a toda e qualquer empresa contratante. Apenas para reforçar a assertiva anterior, indagase qual o dispositivo da Lei de Custeio que prevê a elisão da solidariedade na construção civil. A resposta é: a responsabilidade solidária está inscrita no inciso VI, do art. 30 da Lei n° 8.212/91, todavia, não há previsão legal quanto à elisão na construção civil. A faculdade de elidir a solidariedade somente vem expressa no Regulamento da Previdência Social, em seu art. 220, § 3o. A elisão da solidariedade está dependente de obrigações acessórias, de elaborar folhas de pagamento e guias de recolhimento específicas, exclusivas do executor (prestador de serviço). Somente o executor é Fl. 749DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 700 23 punível pelo ilícito tributário de não preparar folhas e guias específicas na cessão de mãodeobra, mediante a lavratura do correspondente auto de infração. Em havendo o direito de elidir a solidariedade, a norma inserta no art. 31 da Lei de Custeio (na redação em vigor até 31.01.1999), unicamente incide para definir quem é o sujeito passivo: se apenas o contribuinte (haja vista estar provada a ocorrência de elisão da solidariedade); ou, o contribuinte e o responsável, conjuntamente. Todavia, não incide para atestar, a priori, a existência de crédito tributário oponível prontamente pelo Fisco contra o responsável, sem qualquer outro procedimento administrativo relativamente ao contribuinte, como corolário de não restar provada a elisão. Ressaltese que, no mesmo plano de argumentação, aquilo que se conclui para a solidariedade na cessão de mãodeobra é aplicável, também, para a solidariedade na contratação da construção civil (art. 30, inciso VI, da Lei n° 8.212/91). Ressaltese a diversidade dos institutos jurídicos: responsabilidade solidária e crédito tributário. Dispostos em tópicos distintos, não sem razão, desde o Código Tributário Nacional. Os conceitos de dívida e responsabilidade não se confundem e não têm entre si relação de necessária dependência. Com efeito, "dívida e responsabilidade são elementos que podem ou não estar reunidos em uma só pessoa (o devedor). Contudo, é possível haver responsabilidade sem dívida, ou seja, é possível que o patrimônio de uma pessoa responda pela obrigação sem ser ela o devedor, como se dá, v.g., com o fiador, o sucessor, o sócio etc." (BEBBER, Júlio César. "Fraude contra Credores e Fraude de Execução". In: NORRIS, Roberto (coord.) Execução Trabalhista: Visão Atual, Rio de Janeiro: Forense, 2001, pp. 157204, p. 161) Ainda, a Autarquia não traz evidências de qualquer procedimento fiscal tendente a verificar o descumprimento da obrigação tributária principal pelo contribuinte (neste caso, as empresas prestadoras de serviço mediante cessão de mãodeobra). A incompreensível omissão de procedimentos de auditoria estendese aos casos de fiscalização total das empresas prestadoras de serviço ou de adesão destas ao REFIS, ou opção pelo SIMPLES; situações trazidas a lume, com freqüência, após o lançamento do crédito, na fase de defesa ou recursal." Fl. 750DF CARF MF Processo nº 18471.001855/200832 Acórdão n.º 2201004.078 S2C2T1 Fl. 701 24 14 – Em vista da referida nulidade indicada alhures, entendo desnecessário a análise dos demais termos apresentados em ambos os recursos voluntários. Conclusão 15 Diante do exposto, conheço do recurso e no mérito dou provimento para reconhecer a nulidade do lançamento tributário por vício material em face da ausência de comprovação da ocorrência do fato gerador. (assinado digitalmente) Marcelo Milton da Silva Risso Relator. Fl. 751DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16349.000269/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.161
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Pedro Guilherme Accorsi Lunardelli, OAB/SP 106.769, escritório Advocacia Lunardelli.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Pedro Guilherme Accorsi Lunardelli, OAB/SP 106.769, escritório Advocacia Lunardelli.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Pedro Guilherme Accorsi Lunardelli, OAB/SP 106.769, escritório Advocacia Lunardelli. Relatório Tratase de Pedidos de Ressarcimento de Cofins, vinculada a exportação, relativa ao 4º trimestre de 2007, com fundamento no artigo 6º da Lei 10.833/2003, cumulada com Declarações de Compensação. O Despacho Decisório decidiu por não homologar as compensações, em vista da glosa dos créditos, conforme os seguintes motivos: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 49 .0 00 26 9/ 20 09 -3 1 Fl. 2000DF CARF MF Processo nº 16349.000269/200931 Resolução nº 3201001.161 S3C2T1 Fl. 2.001 2 dedução indevida da base de cálculo, referente a descontos incondicionais concediso em vendas realizadas para Zona Franca de Manaus; equívocos no rateio de créditos vinculados à exportação; glosa sobre pagamentos de empresas prestadoras de serviços de telemarketing, promoção e merchandising, agência de publicidade e serviços de gestão de despesas de veículos; glosa de créditos extemporâneos, porque não foram acompanhadas por retificação do Dacon, exigida pela IN 590/2005; tais créditos correspondem a “levantamento de créditos de Pis e de Cofins sobre ativos produtivos, sobre serviços de transporte e sobtre gastos despendidos com serviços de propaganda e marketing; glosa de despesas de armazenagem e frete, relativos a movimentação de conteineres vazios e gastos de transporte na devolução; glosa de valores relativos à tomada de crédito sobre encargos de depreciação sobre móveis, utensílios e equipamentos de informática, os quais, segundo o Fisco, não estavam relacionados à produção; glosa de créditos calculados com alíquota errada, relativos a aquisições de fornecedores sediados na Zona Franca de Manaus; glosa sobre a transferência entre filiais de produtos conforme nota fiscal 16.803, de 19/11/2007. Como resultado das glosas, não houve saldo credor ressarcível, e não foram homologadas as compensações. Cientificada, a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade, argumentando: que o Despacho Decisório seria nulo, porque não fundamentou a glosa relativa a depreciações, e por erro material no cálculo do rateio de receitas; a regra de não cumulatividade de Pis e Cofins, segundo princípios constitucionais, seria muito mais ampla que a adotada pelo Fisco; quanto à glosa de frete e armazenagem, defende que tomou crédito sobre atividades “umbilicalmente” necessárias às suas atividades e ao processo produtivo e à venda de produtos acabados; e portanto, seriam despesas operacionais; as despesas de call center, marketing e promoção dos produtos também seriam despesas necessárias à atividade da empresa; que a retificação do Dacon não é requisito para apropriação do crédito extemporâneio; a própria Receita Federal admitiria, conforme a pergunta nº 67 respondida em seu site, que a retificação é preferível mas não obrigatória; que o §4º do artigo 3º da Lei 10.833/2003 permite o aproveitamento de crédito em meses subsequentes; Fl. 2001DF CARF MF Processo nº 16349.000269/200931 Resolução nº 3201001.161 S3C2T1 Fl. 2.002 3 que os ativos, cujos créditos sobre depreciação foram glosados, são operacionais; que houve equívoco no apuração do rateio entre receita tributadas no mercado interno, receita não tributadas no mercado interno e receitas exportadas; que a data de embarque não pode ser considerada para fins de apuração da receita exportada, mas sim a data da nota fiscal, em vista do conceito de faturamento como base de cálculo das contribuições; que as diferenças a menor de receita exportada, acusadas pelo Fisco, não foram aproveitadas no mês seguinte; que essa diferença também não foi computada na receita total. A DRJ/São Paulo I/SP – 6ª Turma decidiu pela improcedência da Manifestação de Inconformidade, mantendo integralmente o teor do Despacho Decisório. Transcrevo a ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007 ARGUIÇÃO DE NULIDADE. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. Deve ser afastada a preliminar de nulidade por ausência de fundamentação ou motivação, quando no Despacho Decisório há indicação dos pressupostos de fato e de direito que embasaram a decisão relativa à não homologação da compensação. CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. Para serem considerados como insumos e, consequentemente, geraremcréditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, os bens e serviços devem ser diretamente aplicados ou consumidos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. CRÉDITOS RELACIONADOS A FRETES. Somente os dispêndios com fretes vinculados à venda de produtos, cujo ônus seja suportado pelo vendedor, geram créditos a serem descontados da contribuição devida pela pessoa jurídica. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. Na eventualidade de se apurar extemporaneamente crédito decorrente das sistemáticas de não cumulatividade da Contribuição ao PIS/Pasep ou da Cofins, os respectivos Dacon deverão ser retificados, respeitado o prazo decadencial de cinco anos e atendidas as demais exigências da legislação de regência. CRÉDITOS DECORRENTES DE ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. Não há previsão legal para o aproveitamento dos créditos calculados em relação à depreciação ou amortização de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado que não sejam utilizados na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. EXPORTAÇÃO. MOMENTO DO RECONHECIMENTO DA RECEITA. Fl. 2002DF CARF MF Processo nº 16349.000269/200931 Resolução nº 3201001.161 S3C2T1 Fl. 2.003 4 A receita de exportação deve ser reconhecida na data do embarque dos produtos vendidos para o exterior. A empresa então interpôs o Recurso Voluntário, reforçando os argumento da Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto O processo ainda não está maduro para julgamento. Os créditos de Pis e Cofins, relativos a insumos e outros dispêndios vinculados a vendas tributadas no mercado interno podem ser objeto de compensação com os respectivos débitos, inclusive de meses subsequentes, em vista do art. 3º, caput, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, e §4º1. No caso de créditos de Pis e Cofins, relativos a insumos e outros dispêndios vinculados a exportação, eventual saldo credor pode ser objeto de pedido de compensação com outros débitos, e inclusive ressarcidos, nos termos do artigo 5º das mesmas Leis. 2 Para esse fim, calculase o rateio proporcional entre receita de exportação e receita bruta. A recorrente reclama que tal cálculo, efetivado pelo Fisco, conteria três erros: 1 – Calculou a receita de exportação de cada período a partir da data de embarque da mercadoria, em vez de a data de faturamento; 2 – A diferença a menor de receita de exportação, conforme o primeiro item, não foi adicionada no mês seguinte; 3 – A mesma diferença também não foi excluída da receita bruta. 1 § 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. 2 Art. 5o A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: Produção de efeito I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1o Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2o A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1o, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Fl. 2003DF CARF MF Processo nº 16349.000269/200931 Resolução nº 3201001.161 S3C2T1 Fl. 2.004 5 As reclamações merecem atenção. Não há acusação, por parte do Fisco, de exportações fictícias. Nesse contexto, a diferença de metodologia não deveria acarretar substanciais diferenças de valores exportados, a menor. Constatase que as exportações mensais consideradas pelo Fisco são sistematicamente menores que as exportações informadas em Dacon. O total trimestral difere em dezenas de mihões de reais. Aparentemente, as notas fiscais de saída para exportação, cujo embarque tenha ocorrido no mês seguinte, não foram computadas nas receitas de exportação em nenhum mês. Mas não há, nos autos, elementos suficientes para dirimir a dúvida. Desse modo, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a Receita Federal providencie os seguintes esclarecimentos: qual a composição das receitas exportadas em cada mês consideradas no Despacho Decisório ? Todos os embarques de exportação em cada mês foram considerados, ou somente os embarques relativos a notas fiscais do próprio mês ? caso todas as notas fiscais de exportação, tanto do próprio mês, quanto de meses anteriores, tiverem sido consideradas no cálculo do valor exportado de cada mês, qual a origem da diferença substancial dos valores agregados de exportação ? Após relatório conclusivo, com as considerações que entender pertinentes, a Delegacia da Receita Federal deve providenciar a cientificação da recorrente para manifestar se, se desejar, no prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30, e devolver o processo a este Carf. Marcelo Giovani Vieira, Relator. Fl. 2004DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.008275/2007-89
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2000 a 30/09/2007
MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-006.458
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Ana Cecília Lustosa da Cruz.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2000 a 30/09/2007 MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Ana Cecília Lustosa da Cruz.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1825; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 1.010 1 1.009 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10935.008275/200789 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202006.458 – 2ª Turma Sessão de 30 de janeiro de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PEDRO MUFFATO & CIA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2000 a 30/09/2007 MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 82 75 /2 00 7- 89 Fl. 1010DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.011 2 (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Ana Cecília Lustosa da Cruz. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2403001.820, prolatado pela 3a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, na sessão plenária de 23 de janeiro de 2013 (efls. 975 a 984). Ali, por maioria de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2000 a 30/09/2007 PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOBRE VALORES PAGOS A COOPERATIVAS DE TRABALHO. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE MAIS BENIGNA. MULTA MAIS BENÉFICA.INCONSTITUCIONALIDADE. É devida contribuição social sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativos a serviços prestados por cooperados por meio de cooperativa de trabalho. O artigo 106, “c” , do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna Os acréscimos legais da multa de mora imputados às infrações que tiveram por base os parâmetros estabelecidos pelo art. 35, I, II, II da Lei 8.212/91, sofreram nova fórmula de cálculo com a redação dada pela Lei 11.941/2009, estabelecendo que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora,nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Na forma da Súmula nº 2 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, o sobredito não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Provido em Parte. Decisão: por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para que se recalcule a multa de mora, de acordo com a redação do artigo 35 da Lei 8.212/2009, dada pela Lei 11.941/2009, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430 de 27 de dezembro de 1996, prevalecendo o valor mais benéfico ao Fl. 1011DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.012 3 contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa. Enviados os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência do Acórdão em 03/07/2013 (efl. 985), sua Procuradoria apresentou, em 18/07/2013 (efl. 996), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do Anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009 (efls. 986 a 995). O recurso continha alegação de existência de divergência interpretativa quanto à aplicação de retroatividade benigna da multa, tendo restado admitido, na forma de despacho de admissibilidade de efls. 998 a 1000. Alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido, em 06/05/2009, no Acórdão 240100.120, de lavra da 1a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, de ementa e decisão a seguir transcritas: Acórdão 240100.120 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2005 SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA. JUROS SELIC. INCOSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA 1 De acordo com o artigo 34 da Lei n° 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula n° 2 do 2º Conselho de Contribuintes. 3Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n°s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial, (CTN, ART. 150, §4°).No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por Fl. 1012DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.013 4 Homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, § 4 ° do CTN2Nos termos do artigo 28, inciso I, da Lei n° 8.212/91, c/c artigo 457, § Iº, da CLT, integra o salário de contribuição, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título aos segurados empregados, objetivando retribuir o trabalho.A verba paga pela empresa aos segurados empregados por intermédio de programa de incentivo, administrativo pela empresa INCENTIVE HOUSE é fato gerador de contribuição previdenciária. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Decisão: I) Por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/2000; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/2001. Vencidas as Conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bernadete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira, que votaram por declarar a decadência das. contribuições apuradas até à competência 11/2000; e III) Por unanimidade de votos: a) em rejeitar a preliminar de nulidade; e b) no mérito, em negar provimento ao recurso. Após defender a existência de divergência interpretativa, caracterizada pela similitude de situações fáticas e soluções diametralmente opostas, em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) O artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, na nova redação conferida pela MP no. 449, de 2008, convertida na Lei no. 11.941, de 2009, não pode ser entendido de forma isolada do contexto legislativo no qual está inserido, sobretudo de forma totalmente dissociada das alterações introduzidas pela MP no. 449 à legislação previdenciária. Para a solução destes questionamentos, devese lembrar que "não se interpreta o Direito em tiras, aos pedaços. (...) um texto de direito isolado, destacado, desprendido do sistema jurídico, não expressa significado normativo algum". Nesse contexto, impende considerar que a Lei no. 11.941, de 2009 (fruto da conversão da MP no. 449 de 2008), ao mesmo tempo em que alterou a redação do artigo 35, introduziu na Lei de Organização da Previdência Social o artigo 35A, a fim de instituir uma nova sistemática de constituição dos créditos previdenciários e respectivos acréscimos legais de forma similar à sistemática aplicável para os demais tributos federais; b) A redação do art. 35A é clara. Efetuado o lançamento de ofício das contribuições previdenciárias indicadas no artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, deverá ser aplicada a multa de ofício prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996. Assim, à semelhança do que ocorre com os demais tributos federais, verificado que o contribuinte não realizou o pagamento ou o recolhimento do tributo devido, cumpre à fiscalização realizar o lançamento de ofício e aplicar a respectiva multa (de ofício) prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996; c) Por outro lado, como já ocorre com os demais tributos federais, a incidência da multa de mora ocorrerá naqueles casos expressos no art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. Ou seja, nas hipóteses em que o contribuinte incorreu na mora e efetuou o recolhimento em atraso, de forma espontânea, independente do lançamento de ofício, efetuado com esteio no art. 149 do CTN. Assim, no lançamento de ofício, diante da falta de pagamento ou recolhimento do tributo e/ou falta de declaração ou declaração inexata, são exigidos, além do Fl. 1013DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.014 5 principal e dos juros moratórios, os valores relativos às penalidades pecuniárias que no caso consistirá na multa de ofício. A multa de ofício será aplicada quando realizado o lançamento para a constituição do crédito tributário. A incidência da multa de mora, por sua vez, ficará reservada para aqueles casos nos quais o sujeito passivo, extemporaneamente, realiza o pagamento ou o recolhimento antes do procedimento de oficio (ou seja, espontaneamente o que não foi o caso). Essa mesma sistemática deverá ser aplicada às contribuições previdenciárias, em razão do advento da MP no. 449 de 2008, posteriormente convertida da Lei no. 11.941, de 2009; d) A multa de mora e a multa de ofício são excludentes entre si. E deve prevalecer, na hipótese de lançamento de ofício, configurada a falta ou recolhimento do tributo e/ou a falta de declaração ou declaração inexata, a multa de ofício prevista no art. 44 da Lei no. 9.430/96, diante da literalidade do art. 35A. Nessa esteira, não há como se adotar outro entendimento senão o de que a multa de mora prevista no art. 35, da Lei no. 8.212, de 1991 em sua redação antiga (revogada) está inserida em sistemática totalmente distinta da multa de mora prescrita no art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. Logo, por esse motivo não se poderia aplicar à espécie o disposto no art. 106 do CTN, pois, para a interpretação e aplicação da retroatividade benigna, a comparação é feita em relação à mesma conduta infratora praticada, em relação à mesma penalidade. Como conclusão, para se averiguar sobre a ocorrência da retroatividade benigna no caso concreto, a comparação entre normas deve ser feita entre o art. 35, da Lei no. 8.212/91 em sua redação antiga (revogada) e o art. 35A da LOPS. Cita, ainda a necessidade de aplicação da IN RFB no. 971, de 2009. Requer, assim, que seja admitido e provido o presente recurso para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 35 da Lei no. 8.212, de 1991 (na atual redação conferida pela Lei no. 11.941, de 2009), em detrimento do art. 35A, também da Lei no. 8.212/91, devendose verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35 da norma revogada) ou a do art. 35A da Lei no. 8.212, de 1991. Após a ciência da autuada em 14/03/2014 (efl. 1003), esta apresentou contrarrazões de efls. 1004 a 1006, onde alega que: a) o caput do art. 35 da Lei 8212, de 1991 não contém qualquer ressalva capaz de limitar sua aplicação aos casos em que configurada a denominada denúncia espontânea; b) no mínimo, a legislação mencionada não tem a clareza pretendida pela recorrente. De fato, a ausência de especificação na norma relativamente a sua suposta aplicação somente para as hipóteses de denúncia espontânea gera um conflito interpretativo que encontra resolução no art. 112, IV do CTN, que estabelece a necessidade de manutenção da interpretação defendida pelo Recorrido. Requer, assim, que o Recurso Especial da Fazenda Nacional seja improvido. É o relatório. Voto Fl. 1014DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.015 6 Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto à sua tempestividade e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, assim, dele conheço. Passo, assim, à análise de mérito. Sob análise, a Lei no. 8.212, de 1991, cujos dispositivos de interesse aplicáveis à análise do recurso, são abaixo reproduzidos, abrangendose as redações anterior e posterior à edição da Medida Provisória no. 449, de 2008: Lei 8.212, de 1991 (Antes da edição da MP 449/08) Lei 8.212, de 1991 (Após a edição da MP 449/08) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 1º O Poder Executivo poderá estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 3º O regulamento disporá sobre local, data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela MP nº 449, de 2008). (...) § 1o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o A declaração de que trata o inciso IV constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §4o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §5o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §6o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §7o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de Fl. 1015DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.016 7 10.12.97). § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 7º A multa de que trata o § 4º sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês 2008). §8o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: (incluído pela Medida Provisória nº 449, Fl. 1016DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.017 8 calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 8º O valor mínimo a que se refere o § 4º será o vigente na data da lavratura do auto de infração. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV, mesmo quando não ocorrerem fatos geradores de contribuição previdenciária, sob pena da multa prevista no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV é condição impeditiva para expedição da prova de inexistência de débito para com o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de de 2008.: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). III – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de Fl. 1017DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.018 9 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1018DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.019 10 ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Notese permanecer em litígio, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpretado pela autoridade julgadora recorrida, que optou por que se recalcule a multa de mora, de acordo com a redação do artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, dada pela Lei no. 11.941, de 2009, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430 de 27 de dezembro de 1996, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Com a devida vênia ao entendimento esposado no recorrido, entendo, a propósito, que, em verdade, o referido art. 35, da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008, duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento espontâneo efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Fl. 1019DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.020 11 Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter agora, a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo a constatação, através de procedimento de ofício, tanto de falta de pagamento como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Fl. 1020DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.021 12 (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada Fl. 1021DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.022 13 atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação Fl. 1022DF CARF MF Processo nº 10935.008275/200789 Acórdão n.º 9202006.458 CSRFT2 Fl. 1.023 14 acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. O percentual de 75% (quando da inexistência de agravamento ou qualificação de multa) é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. Assim, quanto à matéria, é de se dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, de forma a que se aplique a retroatividade benéfica em consonância com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. c) Conclusão: Diante do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, de forma a que se aplique a retroatividade benéfica em consonância com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 1023DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.905372/2012-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2011 a 31/12/2011
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. IMPOSSIBILIDADE.
A apresentação da manifestação de inconformidade fora do prazo de 30 (trinta dias), ainda que seja apenas 1 (um) dias, não instaura a fase litigiosa do processo e impede o conhecimento da matéria litigiosa pelas instâncias julgadoras.
PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE SUSCITADA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELAS INSTÂNCIAS JULGADORAS. NÃO COMPROVADO O CUMPRIMENTO DO PRAZO. CONHECIMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do processo administrativo fiscal, é passível conhecimento pelas instâncias julgadoras apenas a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pelo sujeito passivo, porém, se referida preliminar não for superada, como ocorreu nos presentes, não se toma conhecimento das questões meritórias suscitadas em sede de manifestação de inconformidade e de recurso voluntário.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.952
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
PAULO GUILHERME DÉROULÈDE - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2011 a 31/12/2011 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. IMPOSSIBILIDADE. A apresentação da manifestação de inconformidade fora do prazo de 30 (trinta dias), ainda que seja apenas 1 (um) dias, não instaura a fase litigiosa do processo e impede o conhecimento da matéria litigiosa pelas instâncias julgadoras. PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE SUSCITADA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELAS INSTÂNCIAS JULGADORAS. NÃO COMPROVADO O CUMPRIMENTO DO PRAZO. CONHECIMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, é passível conhecimento pelas instâncias julgadoras apenas a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pelo sujeito passivo, porém, se referida preliminar não for superada, como ocorreu nos presentes, não se toma conhecimento das questões meritórias suscitadas em sede de manifestação de inconformidade e de recurso voluntário. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) PAULO GUILHERME DÉROULÈDE Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 53 72 /2 01 2- 09 Fl. 187DF CARF MF Processo nº 10283.905372/201209 Acórdão n.º 3302004.952 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. Relatório O Despacho Decisório proferido pela unidade de origem não homologou a compensação declarada em PER/DCOMP pela contribuinte acima qualificada, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Contra o contribuinte acima identificado foi emitido o Despacho Decisório pela unidade de origem que não homologou a compensação declarada em PER/DCOMP sob a justificativa de que o pagamento referente ao DARF indicado foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Ciente do Despacho Decisório, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual alega em síntese que: • Sua manifestação de inconformidade era tempestiva e afirmou que recebeu a Intimação da Exigência em 23/01/2013 e apresentou a manifestação em 22/02/2013. • Ressalta, que “ainda que o recurso seja intempestivo, o que se admite apenas para fins de argumentação, a autoridade local encarregada da administração do tributo (Delegacia da Receita Federal em Manaus) não é competente para julgar a tempestividade do recurso, devendo este seguir para a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, órgão competente para julgar tal fato, conforme previsão do art. 35 do Decreto nº 70.235/72.” • A legislação federal referente à restituição/compensação assegura em caso de não homologação da compensação o direito a interposição de manifestação de inconformidade; • O Despacho Decisório de não homologação foi demasiadamente sucinto e não esclareceu o porquê da decisão. • Os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa não foram respeitados pela administração tributária. O Despacho Decisório deve ser considerado nulo uma vez que não expôs os motivos da não homologação prejudicando seu direito de defesa; • É “empresa industrial com projeto aprovado na SUFRAMA e detentora de incentivos fiscais próprios da Zona Franca de Manaus, instituídos pelo DecretoLei nº 288/1967, bem como sujeita ao regime de apuração pela sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, podendo descontar créditos que poderão ser deduzidos do montante devido de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil.” Fl. 188DF CARF MF Processo nº 10283.905372/201209 Acórdão n.º 3302004.952 S3C3T2 Fl. 4 3 • Faz jus aos créditos de PIS e COFINS, com base nos artigos 3º da Lei 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003, especificamente com relação ao inciso III: “energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica.” • Levantou os créditos no mês de competência e utilizou parte do crédito oriundo de energia elétrica prevista no inciso III, conforme DACONs retificadoras para pagamento das contribuições vencidas no período; • “A manifestante, inclusive, providenciou a retificação da DCTF correspondente, regularizando qualquer pendência que ainda pudesse haver.” A defesa relaciona os Acórdãos nºs 1246124 de 10 de maio de 2012 da 17ª Turma e 1638673 de 11 de maio de 2012 da 3ª Turma. 17ª TURMA ACÓRDÃO N° 1246124 de 10 de Maio de 2012 ASSUNTO: Normas de Administração Tributária EMENTA: COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Em face das evidências de erro na apuração e recolhimento do tributo, e não se verificando outros impedimentos ao reconhecimento do direito creditório alegado, cumpre admitir a compensação promovida até o limite do crédito informado na DCOMP. 3ª TURMA ACÓRDÃO N° 1638673 de 11 de Maio de 2012 ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário EMENTA: DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. DESPACHO DECISÓRIO. ERRO. SALDO UTILIZÁVEL. Verificado erro no despacho decisório, o qual afirmara equivocadamente ter sido o valor pago indevidamente totalmente utilizado em momento anterior, restabelecese o direito ao crédito contra o Fisco a ser utilizado nas compensações constantes da DCOMP. Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 • “é fato que a Declaração entregue à Receita Federal do Brasil pela Manifestante não nega seu direito à compensação e, mais, comprova a legitimidade de seu comportamento idôneo.” • Ao final requer que se julgue procedente a Manifestação de Inconformidade, para o efeito de reformar o Despacho Decisório exarado no processo e homologar integralmente a PER/DCOMP constante nos autos. Sobreveio a decisão de primeira instância, em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 08 033.531. O fundamento adotado foi o de que a manifestação de inconformidade havia sido apresentada após o decurso do prazo estabelecido na legislação que rege o processo administrativo fiscal, considerandose, portanto, intempestiva. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 10283.905372/201209 Acórdão n.º 3302004.952 S3C3T2 Fl. 5 4 Cientificada, a requerente protocolou o recurso voluntário em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, em sede de preliminar, a recorrente alegou que a decisão do órgão julgador de primeiro grau de não analisar o mérito em razão da apresentação intempestiva da manifestação de inconformidade não merecia prosperar, pelas seguintes razões: a) a manifestação da inconformidade fora apresentada com apenas 1 (um) dia de atraso, porque não fora possível protocolar no dia 21/1/2015, mas somente no dia seguinte, por “questões impeditivas do próprio Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC em Manaus/AM.”; e b) não era razoável que o mérito da manifestação de inconformidade fosse vilipendiado em razão de um fato totalmente alheio à vontade do contribuinte, “sendo uma afronta, inclusive aos Princípios da Razoabilidade, Ampla Defesa e do Contraditório.”; e c) a autoridade julgadora desconsiderou os princípios basilares do processo administrativo, a saber, os Princípios da Verdade Material, da Moralidade e do Informalismo Moderado É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.936, de 29 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10283.905335/201292, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.936): "O recurso foi apresentado tempestivamente, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O litígio cingese à preliminar de intempestividade da apresentação da manifestação de inconformidade, que foi apreciada no julgamento de primeiro grau, por força do que dispõe o art. 56, § 2º, do Decreto 7.574/2011, a seguir transcrito: Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto no70.235, de 1972, arts. 14e15). [...] Fl. 190DF CARF MF Processo nº 10283.905372/201209 Acórdão n.º 3302004.952 S3C3T2 Fl. 6 5 §2º Eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como preliminar. [...] (grifos não originais) Não há controvérsia nos autos quanto ao descumprimento do prazo de apresentação da manifestação de inconformidade. Nas próprias peças defensivas colacionadas aos autos, a recorrente, expressamente, reconhecera que a peça instauradora do litígio fora apresentada no dia seguinte ao vencimento do prazo de 30 (trinta) dias, fixado no art. 15 do Decreto 70.235/1972. Diante dessa constatação, não remanesce qualquer dúvida que, como não foi instaurado o litígio em relação ao mérito, nos termos do art. 14 do Decreto 70.235/1972, induvidosamente, este Colegiado não poderá se manifestar sobre as questões meritórias alegadas pela recorrente no recurso em apreço. Portanto, a presente análise limitarseá à preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pela recorrente. E em relação a essa questão, no recurso em apreço, a recorrente alegou que a manifestação da inconformidade não fora apresentada dentro prazo legal, porque “questões impeditivas do próprio Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC em Manaus/AM.” Acontece que a recorrente não trouxe à colação dos autos nenhum elemento probatório que confirmasse o alegado. Assim, em razão dessa omissão, por razão óbvia, não há ser acatada tal alegação. A recorrente alegou que não era razoável que o mérito da manifestação de inconformidade fosse vilipendiado em razão de um fato totalmente alheio à vontade do contribuinte, “sendo uma afronta, inclusive aos Princípios da Razoabilidade, Ampla Defesa e do Contraditório.” No âmbito do processo administrativo fiscal, por disposição expressa do caput do art. 26A do Decreto 70.235/1972, é expressamente vedado ao julgador afastar aplicação ou deixar de observar preceito legal dotado de plena vigência e eficácia, inclusive, em situações que, em tese, possa configurar conflito com os princípios constitucionais explícitos ou implícitos. Assim, ainda que se possa vislumbrar, no caso em tela, algum conflito com os princípios da razoabilidade, ampla defesa e do contraditório, há de prevalecer o disposto no art. 14, combinado com o disposto no art. 15, ambos do Decreto 70.235/1972. Portanto, não há como acatar a presente alegação suscitada pela recorrente. Com base no mesmo fundamento, também não merece acolhimento a alegação da recorrente de que a autoridade julgadora desconsiderou princípios basilares do processo administrativo, tais como os princípios da verdade material, da moralidade e do informalismo moderado. Aliás, no caso, não houve desconsideração dos referidos princípios no julgamento de primeiro grau, haja vista que as autoridades julgadoras Fl. 191DF CARF MF Processo nº 10283.905372/201209 Acórdão n.º 3302004.952 S3C3T2 Fl. 7 6 não apreciaram as questões meritórias, por estrito cumprimento do disposto nos referidos preceitos legais. Com base nessas considerações, resta demonstrado que a decisão de primeiro foi proferida com estrita observância das normas legais que regem o processo administrativo fiscal, portanto, não há qualquer reparo a ser feito. Por todo o exposto, votase por negar provimento ao recurso voluntário, para manter na íntegra a decisão recorrida. Da mesma forma que no caso do paradigma, no presente processo restou configurada a intempestividade da Manifestação de Inconformidade, não trazendo a recorrente à colação dos autos nenhum elemento probatório que infirmasse a decisão recorrida. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 192DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.000712/2006-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SIMPLES Ano-calendário: 2002 SIMPLES - EXCLUSÃO - ATIVIDADE NÃO VEDADA. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS CENTRAIS DE AR CONDICIONADO, DE VENTILAÇÃO E REFRIGERAÇÃO. Não se enquadram nas atividades privativas de engenheiros ou de outras profissões cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, a atividade de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração, exercida pela interessada. INCLUSÃO RETROATIVA NO SIMPLES. É cabível a inclusão retroativa no Simples já que o contribuinte comprovou que não exerce atividade vedada. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 1402-000.672
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Carlos Pelá
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SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS CENTRAIS DE AR CONDICIONADO, DE VENTILAÇÃO E REFRIGERAÇÃO. Não se enquadram nas atividades privativas de engenheiros ou de outras profissões cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, a atividade de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração, exercida pela interessada. INCLUSÃO RETROATIVA NO SIMPLES. É cabível a inclusão retroativa no Simples já que o contribuinte comprovou que não exerce atividade vedada. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 110DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 2 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da 2ª Turma da DRJ/CTA que manteve a exclusão do contribuinte do Simples (ADE DRF/CTA n° 139.805, de 7 de agosto de 2003 fl. 13), com efeitos a desde de 01/01/2002, por incorrer em vedação prevista no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/1996; ou seja, por haver realizado atividade econômica vedada (4542 0/00 Instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração). A exclusão do Simples foi fundamentada nos arts. 9º, XIII, 12, 14, I, e 15, II, da Lei n° 9.317/1996, art. 73 da Medida Provisória n° 2.15834/2001, e arts. 20, XII, 21, 23, I, e 24, II e parágrafo único, da Instrução Normativa SRF n° 250/2002. A empresa apresentou Solicitação de Revisão da Vedação/Exclusão à Opção pelo Simples ("SRS"), com o CNPJ 04.044.548/000194 (fls. 10/22); e com o CNPJ 04.046.444/0001 9 (fl. 35/44), na mesma data, 26/09/2003. Esclareçase que a empresa possuía dois CNPJ: 04.044.548/000194 (em relação ao qual foi emitido o ADE, cancelado pelo contribuinte por determinação da Receita Federal, fls. 31 c 34) e 04.046.444/000119, mantido, passando o processo seguir então com este último. O Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário — Secat da DRF em Curitiba/PR indeferiu a SRS, com base no mesmo motivo de emissão do ADE (fl. 11). O contribuinte apresentou impugnação alegando, em síntese, que não exerce atividade vedada, já que manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração nada tem a ver com a execução de serviços auxiliares e complementares de construção civil. O acórdão recorrido esclarece inicialmente que entendeu mal o contribuinte, já que sua exclusão foi motivada por executar manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração que, segundo esse último, se assemelham aos serviços profissionais de engenheiros. Isso porque, (i) o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 04, de 22 de fevereiro de 2000 (publicado no DOU de 23/02/2000), consignou que a atividade de montagem e manutenção de equipamentos industriais é vedada ao Simples, por caracterizar prestações de serviço profissional de engenharia; (ii) a Resolução n° 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, e a Resolução Confea n° 262, de 28 de junho de 1979, corroboram essa assertiva. Mais do que isso, assevera o acórdão recorrido que: Fl. 111DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 3 3 (...) o termo "assemelhado" constante do inciso XIII do art. 90 da Lei n" 9.317, de 1996, faz incluir na vedação à opção pelo Simples qualquer atividade de prestação de serviço que tenha similaridade ou semelhança com aquelas enumeradas. Nessa linha de raciocínio, e tendo em conta que a vedação é para "a pessoa jurídica que preste serviços profissionais de engenheiro ou assemelhado", devese assentar o fato de que basta o exercício de qualquer de suas atribuições, com ou sem supervisão, assinatura ou execução por profissional regulamentado, para que a opção pelo Simples seja vedada. Mesmo que os serviços sejam prestados por outro tipo de profissional ou pessoa não qualificada, a pessoa jurídica não poderá permanecer no regime simplificado, porquanto se trata do exercício de atividades assemelhadas à profissão de engenheiro. Ressaltese que devido ao maior grau de complexidade exigido na execução dos serviços prestados pela reclamante, não há como incluíla na exceção à vedação ao Simples prevista no art. 4° da Lei n" 10.964, de 28 de outubro de 2004, com a redação dada pela Lei nº. 11.051, de 29 de dezembro de 2004, para as pessoas jurídicas que prestem serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório, de informática e eletrodomésticos, observandose que o exercício de qualquer atividade vedada contamina a totalidade das receitas, impedindo a opção ao Simples. Finalmente, o julgador de primeira instância afasta qualquer alegação de ofensa ao princípio da irretroatividade, mantendo, portanto, a exclusão do contribuinte do Simples. Inconformado, o contribuinte apresenta Recurso Voluntário, afirmando que: 1) Houve ofensa ao princípio do contraditório na primeira instância, razão pela qual pugna pela juntada de documentos (fls. 84/97). 2) Na época da opção a Receita Federal não se pronunciou sobre quaisquer irregularidades. 3) Cita a decisão nº. 67/1997 da 7ª Região Fiscal para afirmar que a Receita Federal já asseverou a possibilidade de inscrição no Simples de empresa que desenvolve atividade idêntica à da Recorrente. 4) O CNAE da Recorrente não está incluído no rol de CNAEs impedidos ao Simples, conforme Anexo I da Resolução CGSN nº. 06, de 18 de junho de 2007. 5) Afronta ao princípio da isonomia. 6) O inc. II do art. 15 da Lei n° 9.317/96 aplicase à recorrente, já que ela foi excluída do Simples em função do disposto no inc. XIII do art. 90 da Lei n° 9.317/96, conforme art. 10 do Ato Declaratório impugnado. Assim, de acordo com este dispositivo legal, a exclusão do Simples surtirá efeitos a partir do mês subseqüente ao que incorrida a situação excludente, o que significa dizer que os efeitos da exclusão não poderão ser retroativos à data da mesma, sob pena de ofensa ao princípio da irretroatividade tributária. É o Relatório. Voto Fl. 112DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 4 4 Conselheiro Carlos Pelá, Relator O recurso atende a todos os pressupostos de admissibilidade. Deve, pois, ser conhecido. A Lei nº. 9.317/96, definiu as regras para fruição do regime tributário do Simples, estabelecendo, contudo, em seu art. 9º , exceções que vedam a opção pelo regime jurídico diferenciado pelas pessoas jurídicas ali especificadas. Em seu art. 9º a citada Lei aponta a hipótese de exclusão que justificaria a exclusão do contribuinte, a saber: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida;(...). Uma vez que constava do contrato social da contribuinte que seu objeto social era a " "comércio varejista de aparelhos e equipamentos de ar condicionado e a prestação de serviços complementares de reparação, instalação e manutenção de sistemas de ventilação, exaustão, refrigeração, calefação e condicionamento de ar individual, laboratorial, central hospitalar e industrial e serviço de limpeza de dutos." (fls. 48/52) e, por perceber receitas oriundas de tal prestação de serviços, considerados serviços de engenharia, o acórdão recorrido manteve a exclusão do contribuinte. Nesse sentido, tenho dito que esse dispositivo é problemático, visto que algumas das hipóteses mencionadas ali mencionadas trazem expressões muito abrangentes, e que, por isso, geram dúvidas no momento de sua aplicação aos casos concretos. Sendo assim, tenho entendido que quando inciso XIII veda a prestação dos serviços profissionais que enumera, bem assim como de "qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida", há de se entender que a pessoa jurídica não pode prestar serviços cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida. Nesse passo, a execução dos serviços de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração não exige profissional legalmente habilitado (engenheiro). O Estatuto dos Engenheiros, Arquitetos e EngenheirosAgrônomo (Lei nº 5.194/66) não exige o registro no CREA para a execução de tais serviços. Pelo contrário, da atenta leitura desse diploma legal, percebese que os serviços técnicos a que se refere a Lei dos Engenheiros são aqueles ligados à edificações (obras), vejamos: Art. 7º As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiroagrônomo consistem em: Fl. 113DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 5 5 a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada; b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios; e) fiscalização de obras e serviços técnicos; f) direção de obras e serviços técnicos; g) execução de obras e serviços técnicos; h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária. Parágrafo único. Os engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos poderão exercer qualquer outra atividade que, por sua natureza, se inclua no âmbito de suas profissões. Tampouco os dispositivos da Resolução nº 218/73, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia exigem profissional habilitado para o exercício de manutenção e reparo, até porque seu alcance está restrito aos termos da lei acima, em função da qual foi editada. Importante ressaltar, aqui, que o STJ já decidiu por vezes, em casos envolvendo o exercício de atividades vedadas ao Simples, que deve ser evitada a analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretação mais benéfica (art. 106, I, CTN). Entendo o ponto sobressaltado do acórdão recorrido nos sentido de que Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 04/2000, consignou que a atividade de montagem e manutenção de equipamentos industriais é vedada ao Simples, por caracterizar prestações de serviço profissional de engenharia. Contudo, posteriormente a isso, com a introdução no ordenamento jurídico do disposto no art. 4º da Lei nº. 10.964/2004, com a redação dada pela Lei nº. 11.051/2004, o Secretário da Receita Federal expediu o ADE SRF nº. 8, de 18 de janeiro de 2005, que vai de encontro com a norma invocada pelo acórdão recorrido, cancelando os ADE's de 2004 que especifica. Vejamos: Artigo único. Ficam cancelados os Atos Declaratórios Executivos, emitidos pelas unidades descentralizadas da Secretaria da Receita Federal em 2004, para a exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples) em decorrência, exclusivamente, do disposto no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, das pessoas jurídicas que exerçam as seguintes atividades: Fl. 114DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 6 6 I serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; II serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; III serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; IV serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; V serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. As atividades enumeradas foram excluídas da vedação, quando percebeuse que o exercícios de serviços gerais de manutenção, reparação e instalação não exigem profissional legalmente habilitado, podendo ser exercidos tanto por profissionais com nível superior e nível médio, quanto por aqueles com cursos profissionalizantes, e até mesmo por profissionais que aprendem com a vivência prática do trabalho. Pela mesma razão, apesar de não estar expressamente indicado, entendo que os serviços de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração também são hipóteses excluídas da vedação, pois, como já dito, não exigem profissional de engenharia legalmente habilitado e podem ser realizados por profissionais de nível médio e técnicos. Oportuno trazer à colação as palavras do acórdão180200.498 desta 1ª Seção: No contexto da Lei 5.194/1966, o exercício da profissão de engenheiro configurase corno atividade intelectual, de natureza científica. A "execução de serviço técnico" típico de engenheiro deve ser compreendida a partir desse referencial, porque "serviços técnicos", em uma acepção ampla, podem ser prestados tanto por profissionais com nível superior ou com nível médio, quanto por aqueles com cursos prolissionalizantes de curta duração, não regulamentados, e até mesmo por profissionais que aprenderam com a vivência prática do trabalho. As expressões "manutenção" e "reparação" também abarcam urna enorme variedade de práticas que podem ou não ser qualificadas como típicas de engenheiro. Vejamos que a mencionada Resolução nº 218/73, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia traz indicações nesse sentido que, se não permitem concluir dessa forma, corroboram o entendimento. Confirase: Art. 1º Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: Atividade 01 Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 Estudo, planejamento, projeto e especificação; Fl. 115DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 7 7 Atividade 03 Estudo de viabilidade técnicoeconômica; Atividade 04 Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08 Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 Elaboração de orçamento; Atividade 10 Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 Produção técnica e especializada; Atividade 14 Condução de trabalho técnico; Atividade 15 Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 Execução de desenho técnico. (...) Art. 23 Compete ao TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR ou TECNÓLOGO: I o desempenho das atividades 09 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidades profissionais; II as relacionadas nos números 06 a 08 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo. Art. 24 Compete ao TÉCNICO DE GRAU MÉDIO: I o desempenho das atividades 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidades profissionais; Fl. 116DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10980.000712/200690 Acórdão n.º 140200.672 S1C4T2 Fl. 8 8 II as relacionadas nos números 07 a 12 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo. Assim, merece razão o contribuinte quando alega que as atividades que motivaram sua exclusão de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração não são impeditivas para sua manutenção no Simples. Com efeito, reformo o acórdão recorrido para reconhecer que o contribuinte não pode ser excluído do Simples pela prestação de serviços de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração. Observese, por fim, quanto às alegações do contribuinte de que o CNAE de sua atividade não está incluído no rol de CNAEs impedidos ao Simples, conforme Anexo I da Resolução CGSN nº. 06, de 18 de junho de 2007, que a norma invocada não é contemporânea às datas de sua inclusão ou exclusão do Simples, de forma que sua aplicação ao caso concreto resta prejudicada. Destarte, no que tange ao argumento de que o tratamento diferenciado conferido ao contribuinte pelo fato de sua exclusão contraria princípios constitucionais, como a igualdade e a eqüidade, descabe tal análise pelo julgador administrativo, conforme enunciado da Súmula nº 2 do CARF. Deixo de analisar o argumento do Recorrente relativo à falta de previsão legal que justifique a exclusão retroativa do Simples, uma vez que não são necessários para solução do litígio. Posto isso, voto pelo provimento do recurso voluntário, para reformar a decisão de primeira instância, já que não restou comprovado que o contribuinte tenha praticado atividade que vedasse a sua inclusão ou permanência no Simples. (assinado digitalmente) Carlos Pelá Fl. 117DF CARF MF Emitido em 08/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/10/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 11/2011 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
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Numero do processo: 13804.006429/2002-77
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2002
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO LEGAL PARA A VERIFICAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS ENVOLVIDOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA COMPENSAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
O §5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 confere o prazo de "5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação" para a Receita Federal verificar a certeza e a liquidez do direito creditório utilizado pelo contribuinte para quitar débitos próprios, mediante compensação. O entendimento que pretende deslocar o temo inicial da contagem da homologação tácita da compensação para o dia da ocorrência do fato gerador que está relacionado à formação do alegado indébito (aplicando a regra do art. 150, §4º, do CTN) torna absolutamente inútil a regra estabelecida no §5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, fazendo letra morta do referido prazo legal. A verificação da certeza e liquidez do direito creditório reivindicado pelo contribuinte, e a negativa da compensação em razão do não reconhecimento desse direito creditório são plenamente possíveis dentro do referido prazo legal.
Numero da decisão: 9101-003.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no me´rito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Lui´s Fla´vio Neto (relator), Cristiane Silva Costa, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Rafael Vidal de Arau´jo.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Po^ssas Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Luis Flávio Neto Relator
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Arau´jo Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Po^ssas (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rêgo.
Nome do relator: LUIS FLAVIO NETO
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PRAZO LEGAL PARA A VERIFICAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS ENVOLVIDOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA COMPENSAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O §5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 confere o prazo de "5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação" para a Receita Federal verificar a certeza e a liquidez do direito creditório utilizado pelo contribuinte para quitar débitos próprios, mediante compensação. O entendimento que pretende deslocar o temo inicial da contagem da homologação tácita da compensação para o dia da ocorrência do fato gerador que está relacionado à formação do alegado indébito (aplicando a regra do art. 150, §4º, do CTN) torna absolutamente inútil a regra estabelecida no §5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, fazendo letra morta do referido prazo legal. A verificação da certeza e liquidez do direito creditório reivindicado pelo contribuinte, e a negativa da compensação em razão do não reconhecimento desse direito creditório são plenamente possíveis dentro do referido prazo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Luís Flávio Neto (relator), Cristiane Silva Costa, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Rafael Vidal de Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 64 29 /2 00 2- 77 Fl. 2697DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.765 2 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Luis Flávio Neto – Relator (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo – Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rêgo. Relatório Tratase de recurso especial interposto por COMPANHIA BRASILEIRA DE BEBIDAS (doravante “contribuinte” ou “recorrente”), em face do acórdão n. 130200.613 (doravante “acórdão a quo” ou “acórdão recorrido”), proferido pela então 2a Turma Ordinária, 3a Câmara, desta 1a Seção (doravante “Turma a quo”). O caso envolve pedidos de compensação e restituição formulados pelo contribuinte, em razão de supostas estimativas recolhidas a maior no anocalendário de 2001, apuradas na DIPJ/2002. Referidos pedidos teriam sido formulados pelo contribuinte em 09/08/2002, mas o despacho decisório de 01/08/2007 compreendeu que, em vez de saldo credor, haveria tributo a ser recolhido. O contribuinte, que teve a sua manifestação de inconformidade improvida, apresentou, então, recurso voluntário. A decisão restou assim ementada (efls. 2083 e seg.): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. DISTINÇAÕ. Descabe aplicar ao instituto da COMPENSAÇÃO normas disciplinadoras da atividade de LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO, em especial as impeditivas do direito de a autoridade administrativa competente aferir o atendimento de condição expressa pela lei. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS ENVOLVIDOS. CADUCIDADE. INOCORRÊNCIA. Fl. 2698DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.766 3 O contribuinte deve manter em ordem e boa guarda os documentos que comprovam os valores que concorreram para a formação dos créditos objeto de repetição, não merecendo acolhida o argumento de caducidade do direito para obstar a sua apresentação ou para impedir o Fisco de aferir a sua existência. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. Para que a autoridade administrativa possa reconhecer o direito creditório do contribuinte e, por via de consequência, considerar as compensações tributárias pleiteadas, é necessário que sejam aportados aos autos documentos que demonstrem a certeza e liquidez do crédito alegado, ex vi do disposto no art. 170 do CTN. O contribuinte opôs embargos de declaração (efls. 2.113 e seg.), os quais não foram admitidos por despacho (efls. 1.157e seg.) O contribuinte, então, interpôs recurso especial, arguindo, em síntese, (i) ilegitimidade do auditor fiscal para retificar e realizar o lançamento de ofício, em sede de despacho decisório e; (ii) decurso de prazo decadencial (efls. 1.167 e seg.). Nesse interim, a PFN peticionou nos autos para noticiar o ajuizamento da ação anulatória n. 000942948.2013.403.6100 pelo contribuinte, cujo objeto do presente processo administrativo comporia o objeto da aludida demanda judicial (efls. 2339 e seg.). Em sede de exame de admissibilidade (efls. 2361 e seg.), compreendeuse presente o obstáculo processual da concomitância de objeto com a medida judicial acima referida, de forma que seria cabível a negativa de seguimento ao recurso especial interposto, in verbis: “Tratase, assim, de ação judicial que inclui o objeto do presente processo administrativo, ou seja, o direito creditório pleiteado nestes autos. Ora, o § 3o do art. 78 do Anexo II do RICARF (§ 2o do art. 78 do Anexo II do RICARF vigente à época da propositura da aca̧õ judicial) dispõe que importa na DESISTÊNCIA do recurso administrativo a propositura de ação judicial com o mesmo objeto do recurso administrativo”. Referido despacho foi confirmado em sede de reexame de admissibilidade (efls. 2.363 e seg.). O contribuinte, contudo, ajuizou o Mandado de Segurança n. 009630 58.2015.4.01.3400 (efls. 2.474 e seg.), no bojo do qual foi proferida medida liminar determinando que o exame de admissibilidade do recurso especial em questão fosse realizado sem o obstáculo da concomitância com a ação anulatória n. 000942948.2013.403.6100 (efls. 2.513 e seg). “Com esses fundamentos, DEFIRO, em parte, o pedido liminar, para suspender os efeitos da decisão que não admitiu o Recuso Especial interposto pela Impetrante nos autos do Processo Administrativo Fiscal n. 13804006429/2002 77 e, por conseguinte, ordenar que a autoridade impetrada prossiga no exame de admissibilidade, considerando, para tanto, que o óbice de que trata o art. 78, par. 3o, do Anexo II do Regimento Interno do Carf incide exclusivamente sobre a compensação versada no PAF n. 13804.007059/200295. Caberá à autoridade impetrada assegurar à Impetrante os direitos daí decorrentes, inclusive no que se refere à suspensão da exigibilidade das exações em discussão.” Fl. 2699DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.767 4 Nesse seguir, com o afastamento do obstáculo da concomitância por ordem judicial, foi realizado novo exame de admissibilidade (efls. 2.565 e seg.). O referido despacho deu seguimento parcial ao recurso especial interposto, apenas quanto ao tema da decadência. O reexame de admissibilidade confirmou o conhecimento apenas parcial o recurso (efls. 2.565 e seg.). A PFN apresentou contrarrazões ao recurso especial do contribuinte (efls. 2676 e seg.), pugnando pela manutenção do acórdão recorrido. A PFN não se opôs ao conhecimento do recurso especial interposto, na parte admitida pelo despacho. Concluise, com isso, o relatório. Voto Vencido Conselheiro Luís Flávio Neto, Relator. Quanto ao conhecimento do recurso especial do contribuinte, tendo em vista a ordem judicial proferida nos autos do mandado de segurança n. 00963058.2015.4.01.3400, para a análise da admissibilidade do recurso especial, deve ser ultrapassada a questão pertinente à concomitância de objeto deste processo administrativo com a ação anulatória n. 000942948.2013.403.6100 proposta pelo contribuinte. Compreendo que o despacho de admissibilidade bem analisou o cumprimento dos requisitos para a interposição do recurso especial de divergência interposto quanto ao tema da decadência, razão pela qual não merece reparo, adotandose neste voto os seus fundamentos. Quanto ao mérito, após refletir detidamente sobre a questão e revendo julgados anteriores deste Tribunal, passei a compreender que assiste razão ao contribuinte em casos como esse. A questão envolve o tema da decadência. Na clara lição de Paulo de Barros Carvalho, “a decadência ou caducidade é tida como o fato jurídico que faz perecer um direito pelo seu nãoexercício durante certo lapso de tempo”. O valor prestigiado pelas normas de decadência é a segurança jurídica. Realizado um determinado ato pelo contribuinte, o Direito positivo prescreve um lapso temporal para a atuação da administração fiscal. Transcorrido in albis o prazo decadencial previsto em lei complementar (Constituição, art. 146; Sumula Vinculante STF n. 8), tornase definitivo o status decorrente daquele ato praticado pelo contribuinte. É pressuposto da norma de decadência a existência de marcos iniciais e finais claramente definidos pelo legislador competente. Em face da escolha pela segurança jurídica, a consequência jurídica da inércia da administração fiscal até o instante definido como termo final é a extinção da competência da administração para questionar os respectivos fatos jurídicotributários. No caso sob julgamento, o contribuinte teria apurado o recolhimento de estimativas de IRPJ a maior. Aplicandose a regra do art. 150 do CTN, tendo em vista que Fl. 2700DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.768 5 houve constituição e pagamento antecipado, o prazo decadencial teria início em 31/12/2001, findandose, portanto, em 31/12/2006. Em 01/08/2007, quando foi proferido despacho que indeferiu os referidos pedidos, os lançamentos e correspondentes créditos em questão já possuíam a nota da definitividade, gozando o contribuinte de segurança jurídica plena quanto à sua imutabilidade de sua situação. Os pedidos de compensação/restituição apresentadas pelo contribuinte não interferiram na fruição do direito da administração fiscal para fiscalizar e glosar, por meio de competente lançamento de ofício, os referidos saldos negativos (CTN, art. 142 e 150). Não se trata de causa de suspensão ou interrupção da contagem do prazo decadencial. Se a revisão do saldo negativo não poderia mais ser realizada por via do formal procedimento de lançamento tributário, em razão de indubutável decadência, da mesma forma não pode essa revisão ser realizada mediante simples glosa em procedimento de compensação fiscal. Não se pode deixar de considerar a preocupação suscitada no Colegiado de que tal entendimento poderia vir a favorecer atos fraudulentos, de contribuintes maliciosos que poderiam requerer compensações indevidas. No entanto, compreendo que não se pode analisar o caso da recorrente sob a perspectiva de patologias que não lhe dizem respeito. Não há nos autos nenhuma evidência de atos máfé do contribuinte. Além disso, também considero determinante a inexistência de qualquer enunciado positivado pelo legislador competente capaz de resguardar um prazo indefinido para que a administração fiscal se oponha aos atos do contribuinte, na hipótese deste pleitear a restituição ou compensação de tributos. Na verdade, por ter raízes profundas no princípio da segurança jurídica, a norma de decadência prescrita pelo legislador brasileiro não dá lugar a deslocamentos ou mesmo desconsideração de prazos finais, o que tornaria permanentemente indefinidas as relações jurídicas. Por todo o exposto, voto para CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso especial. (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Fl. 2701DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.769 6 Voto Vencedor Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Redator designado. Em que pesem as razões de decidir do eminente relator, peço vênia para dele divergir quanto ao entendimento de que o Fisco não poderia mais indeferir os pedidos de restituição e de compensação formulados pelo contribuinte, por motivo de decadência. É bastante oportuno transcrever os fundamentos do voto do Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães, que orientou o acórdão recorrido: Voto Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Trata o processo de pedido de restituição, cumulado com pedidos de compensação, relativo a saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001. Apreciando o pedido formalizado pela contribuinte, a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo, a partir da análise da Declaração de Informações apresentada, indeferiu os pedidos (Despacho Decisório fls. 785/795), eis que concluiu pela existência de imposto a pagar no anocalendário de 2001. A conclusão acerca da existência de imposto a pagar derivou das seguintes constatações: 1. realização de reserva de reavaliação no montante de R$ 52.122.319,71, não oferecida à tributação; 2. ausência de adição ao lucro líquido, na determinação do lucro real, do valor de R$ 500.808,80, relativo a tributos e contribuições com exigibilidade suspensa (o referido montante resultou do confronto entre o que havia sido declarado na DIPJ – R$ 12.646.734,40 – com o informado em DCTF – R$ 13.147.543,20); 3. de um total de R$ 49.556.414,27 de imposto de renda retido na fonte deduzido pela contribuinte, foi validado o montante de R$ 49.063.969,42 (parte dos comprovantes de retenção trazidos pela contribuinte não foi aceita em razão de inobservância de requisitos estabelecidos em Instrução Normativa da Receita Federal); 4. considerado o montante de receitas financeiras correspondente ao imposto de renda retido na fonte (R$ 245.334.085,47), foi constatado que somente parte (R$ 171.790.542, 43) teria sido oferecida à tributação, resultando disso uma redução do imposto de renda retido na fonte para R$ 34.356.114,46, determinado por meio do seguinte cálculo: 245.334.085,47 ______________ 49.063.969,42 171.790.542,43 ______________ x Fl. 2702DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.770 7 x = 171.790.542,53 X 49.063.969,42 245.334.085,47 5. glosa do montante de R$ 169.800,00, relativo à dedução promovida a título de incentivo fiscal (OPERAÇÃO DE CARÁTER CULTURAL E ARTÍSTICO), face a ausência de apresentação do comprovante da doação/patrocínio. A partir de tais constatações, concluiu a Delegacia da Receita Federal pela existência de imposto a pagar no montante de R$ 556.805,61, em vez de imposto a restituir de R$ 27.969.076,33. A Turma Julgadora de primeira instância ratificou o decidido pela Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária. Passo, pois, a apreciar os argumentos trazidos pela contribuinte em sede de recurso voluntário. DESPACHO DECISÓRIO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL A maior parte do recurso apresentado pela Recorrente é dirigida para sustentar a NULIDADE do Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo, por entender que, no caso, a referida unidade administrativa atuou além do que a lei lhe autorizaria. Nessa linha, sustenta a Recorrente que a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária não poderia ter promovido a alteração do seu lucro real, vez que não detinha autorização para isso (Mandado de Procedimento Fiscal). Diz que a citada unidade efetuou verdadeiro lançamento de ofício, em total afronta ao Princípio da Legalidade e ao ordenamento jurídico. Adiante, argumenta que as retificações promovidas são referentes a fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2001, período em relação ao qual já teria transcorrido o prazo decadencial. Há muito tenho me pronunciado no sentido de rejeitar a tese de que os procedimentos relacionados à aferição da certeza e liquidez dos créditos apontados em pedidos de compensação representam, como quer crer a Recorrente, atividade de lançamento ou de sua revisão. Isto porque os referidos pedidos (de compensação) encontramse disciplinados no ordenamento jurídicotributário por um feixe próprio de normas, não lhes sendo aplicável, à evidência, as disposições que tratam do LANÇAMENTO tributário. Nesse sentido, destaco que a COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA, forma extintiva do crédito tributário, muito embora constasse do Código Tributário Nacional desde a sua edição (25 de outubro de 1966, DOU de 27 de outubro de 1966), só foi regulamentada, no âmbito dos tributos e contribuições federais, em 1991 (Lei nº 8.383), e, mesmo assim, com significativas limitações. Hoje, a COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA encontrase disciplinada basicamente pela Lei nº 9.430, de 1996. A análise da legislação em referência nos conduz a conclusões que demonstram de forma inequívoca que não se pode aplicar, como pretende a Recorrente, as normas relativas à constituição do crédito tributário ao instituto da compensação, senão vejamos: Fl. 2703DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.771 8 1. o Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a matéria, estabeleceu (art. 170, caput): a) que compete à lei autorizar a compensação; b) que a lei pode atribuir à autoridade administrativa poderes para estipular condições e garantias para que a compensação seja deferida; c) que a compensação de débitos do contribuinte envolve, necessariamente, créditos líquidos e certos desse mesmo sujeito passivo contra a Fazenda Pública; 2. a Receita Federal está autorizada pela lei a expedir instruções necessárias à efetivação da compensação (Lei nº 8.383/91, parágrafo 4º); 3. a compensação submetese a procedimento homologatório, ainda que pela via tácita (Lei nº 9.430/96, art. 74, parágrafos 2º e 5º); 4. o procedimento de homologação da compensação se submete a prazo, e o início de sua contagem se dá a partir do momento em que a compensação é requerida nos termos e condições estabelecidos pela lei (Lei nº 9.430/96, art. 74, parágrafo 5º); 5. a não homologação da compensação pleiteada faculta ao contribuinte a apresentação de manifestação de inconformidade e eventual recurso, nos exatos termos do Decreto nº 70.235, de 1972 (Lei nº 9.430/96, art. 74, parágrafos 9º, 10 e 11); 6. a manifestação de inconformidade e o recurso eventualmente apresentados suspendem a exigibilidade do débito tido como indevidamente compensado nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional (Lei nº 9.430/96, art. 74, parágrafo 11, in fine); A legislação referenciada nos itens precedentes deixa fora de dúvida de que à COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA são aplicadas normas especiais no que tange à competência para a apreciação dos pedidos correspondentes, à necessária homologação dos citados pedidos, ao prazo para a efetivação da homologação e ao rito processual aplicável à matéria. No que diz respeito à competência para a apreciação dos pedidos de compensação, não se pode olvidar que a aferição da certeza e liquidez do crédito indicado pelo requerente constitui providência inafastável, eis que representa condição estabelecida de forma expressa pela lei. Dizse que é necessário aferir a certeza e liquidez do crédito porque só se pode ter convicção em relação a tais atributos a partir de uma investigação criteriosa acerca da sua origem. Em termos jurídicos, o crédito é CERTO quando não se tem dúvida de sua exatidão e de sua procedência; e líquido quando insuscetível de qualquer modificação. Não se pode admitir que a autoridade administrativa competente homologue pedidos de compensação sem que promova verificação acerca da exatidão e da procedência do crédito indicado para o encontro de contas, eis que tal exigência decorre, como já dito, de disposição expressa da lei. Partindo de premissa equivocada, qual seja, a de que, à COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA, são aplicáveis as normas que tratam da CONSTITUIÇÃO DO Fl. 2704DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.772 9 CRÉDITO TRIBUTÁRIO, a Recorrente, por decorrência lógica, esposa conclusões da mesma forma equivocadas. Impróprias, portanto, as considerações da Recorrente acerca da inexistência de prazo para que a autoridade administrativa revise o lançamento, eis que não estamos diante de tal atividade, mas, sim, de homologação de pedido de compensação, regida, no que diz respeito a prazo, pelo disposto no parágrafo 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Ressalto que acolher a tese da Recorrente representaria, em última análise, afirmar que as disposições normativas que tratam da COMPENSAÇÃO, em especial as relacionadas ao prazo que tem a Administração Tributária para homologar as compensações declaradas, são absolutamente inúteis, pois, qualquer procedimento que tem por objetivo aferir a liquidez e certeza do crédito indicado para compensação, representará, à luz do raciocínio da contribuinte, atividade de lançamento, sujeita às disposições legais a ela inerentes. Observese, por exemplo, o contribuinte que no último dia para apresentação tempestiva do seu pedido de restituição entrega uma PER/DCOMP. Pelo raciocínio da ora Recorrente, o crédito trazido para fins de compensação não mais poderia ser aferido pela autoridade administrativa, haja vista que, consideradas as disposições do art. 3º da Lei Complementar nº 118, de 2005, e do art. 150 do Código Tributário Nacional (parágrafo 4º), tal direito teria desaparecido em razão de caducidade. Esclareço, ainda, que o Regimento Interno da Receita Federal do Brasil, o atual e o vigente à época da emissão do Despacho Decisório de fls. 785/795, atribui competência à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária, quanto aos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, para desenvolver atividades de recuperação do crédito tributário e para, especificamente, executar as atividades relacionadas à restituição e compensação. Rejeito, assim, os argumentos da Recorrente no tocante ao presente item. Não há muito o que acrescentar aos argumentos acima transcritos. O relator do presente recurso especial, para fins de reconhecer a decadência, faz a seguinte afirmação no final de seu voto: "também considero determinante a inexistência de qualquer enunciado positivado pelo legislador competente capaz de resguardar um prazo indefinido para que a administração fiscal se oponha aos atos do contribuinte, na hipótese deste pleitear a restituição ou compensação de tributos." Realmente, não há nenhum enunciado legal que garanta um prazo indefinido à administração fiscal para o exame das compensações tributárias. Ao contrário, há um prazo legal para que isso seja feito, e esse prazo está previsto especificamente no art. 74, §5º, da Lei 9.430/1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. [...] Fl. 2705DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.773 10 §2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. [...] §4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. §5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. É esse prazo de "5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação" que é dado à Receita Federal para que ela verifique a certeza e a liquidez do direito creditório utilizado pelo contribuinte para quitar débitos próprios, mediante compensação. O entendimento que pretende deslocar o temo inicial da contagem da homologação tácita da compensação para o dia da ocorrência do fato gerador que está relacionado à formação do alegado indébito (aplicando a regra do art. 150, §4º, do CTN) realmente torna absolutamente inútil a regra estabelecida no §5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, fazendo letra morta do referido prazo legal. O pedido de compensação mais antigo foi apresentado em 15/08/2002 (vol. 4, efls. 126), e o despacho decisório da DERAT/SP negando as compensações foi cientificado ao contribuinte em 01/08/2007 (vol. 4, efls. 191), antes portanto que findasse o prazo para que a Receita Federal examinasse as compensações pleiteadas pelo contribuinte. No caso sob exame, não houve lançamento de tributo. O que ocorreu foi a verificação da certeza e liquidez do direito creditório reivindicado pelo contribuinte, e a negativa das compensações por ele pretendidas, uma vez que o direito creditório não foi reconhecido. A verificação da certeza e liquidez do direito creditório, e a negativa da compensação em razão do não reconhecimento do alegado direito creditório são plenamente possíveis dentro do referido prazo legal. Desse modo, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo Fl. 2706DF CARF MF Processo nº 13804.006429/200277 Acórdão n.º 9101003.297 CSRFT1 Fl. 1.774 11 Fl. 2707DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13956.720158/2013-85
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 05 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1001-000.358
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 95 6. 72 01 58 /2 01 3- 85 Fl. 37DF CARF MF 2 Tratase Recurso Voluntário contra o acórdão, número 0434.999 da 2ª Turma da DRJ/CGE, o qual indeferiu a Manifestação de Inconformidade contra Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, face à existência de débitos fiscais, sem a exigibilidade suspensa, consoante o artigo 17, inciso V, da Lei Complementar nº 123, de 2006. A ora recorrente apresentou uma impugnação ao referido termo. cuja decisão da DRJ foi contrária à manifestação de inconformidade, a qual reproduzo o voto: A manifestação de inconformidade é tempestiva e dela conheço. A interessada argumentou que os débitos que ensejaram o Termo de Indeferimento haviam sido parcelados, tendo quitado a primeira parcela, conforme os documentos juntados às fls. 04 e 0811. Mas não trouxe a certidão negativa ou positiva com efeitos de negativa relativa às contribuições previdenciárias e às de terceiros, o que comprovaria sua regularidade fiscal, nos termos dos arts. 205 e 206 do CTN, pois é este o documento hábil que comprova a regularidade fiscal da empresa. A tentativa de obtêla via internet não surtiu efeito, vez que ali foi certificado que a empresa possui pendências nos sistemas da Receita Federal. Conclusão. Em face do exposto e considerando tudo mais que dos autos consta, julgo improcedente a manifestação de inconformidade e mantenho o Termo de Indeferimento de Opção ao Simples Nacional por seus próprios fundamentos. Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo que apresenta os demais pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele eu conheço. Alega a Recorrente, em seu Recurso Voluntário, que efetuou o parcelamento do débito, apontado no Termo de Indeferimento de Opção. Apresentou a documentação que comprova a sua adesão aos parcelamento, antes de 31/01/2013,conforme se observa da leitura de seu Recurso Voluntário, como segue: Fl. 38DF CARF MF Processo nº 13956.720158/201385 Acórdão n.º 1001000.358 S1C0T1 Fl. 3 3 A preliminar, na verdade, confundese com o mérito, razão pela qual serão analisados em conjunto. A DRJ não questionou o argumento apresentado pela recorrente, tendo baseada a sua decisão, única e exclusivamente, no fato de a Recorrente não ter apresentado a certidão negativa de débitos (ou positiva com efeitos de negativa) e que, ainda, não a obteve porque foi certificado que a empresa possui pendências nos sistemas da Receita Federal. Portanto negou provimento a impugnação, baseada no artigo 205, do Código Tributário Nacional CTN, o qual reproduzo a seguir: Fl. 39DF CARF MF 4 Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. O débito indicado no termo de indeferimento foi parcelado, consoante a documentação apresentada pelo Recorrente (fl 34). O art. 205, do CTN dispõe que "A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa,". No caso, nem a Lei Complementar 123/2006 e nem a Resolução CGSN 94/2011 impõem a apresentação da referida certidão como condição para o ingresso no Simples Nacional. Com efeito, o inciso V, ao artigo 17, da LC 123/2006, dispõe que a existência de débitos, com a exigibilidade não suspensa, para com as Fazendas Federal, Estadual ou Municipal e para com a Previdência Social, impede a opção pelo Simples Nacional, o que não se provou existir, no caso da Recorrente. Portanto, dou provimento ao Recurso Voluntário, sem crédito tributário em litígio. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 40DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003680/2003-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1401-000.493
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Daniel Ribeiro Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (Vice-Presidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga.
Nome do relator: DANIEL RIBEIRO SILVA
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Daniel Ribeiro Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (VicePresidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga. Relatório 1. Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal em São Paulo (SP) que manteve o crédito tributário decorrente da inobservância do limite legal de 30% em relação à compensação do prejuízo fiscal do ano calendário de 1997, exercício de 1998, sendo que o contribuinte efetuou a compensação do prejuízo integralmente. O crédito exigido está consubstanciado nos valores descritos na tabela abaixo, já considerando os acréscimos legais: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 03 68 0/ 20 03 -0 1 Fl. 335DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 322 2 IRPJ VALOR DO CRÉDITO R$ 103.635,79 MULTA R$ 116.766,44 VALOR TOTAL R$ 220.402,23 2. Segundo informações constantes no Termo de Verificação Fiscal às fls. 27/28, apurouse que em 2003 a fiscalizada compensou 100% do Lucro Real por estar amparada por liminar, desobrigandose dessa forma, a compensar conforme a limitação legal (Lei nº 8981/95). 3. A Autoridade Fiscal destaca, que “o contribuinte embora efetuasse a auto compensação do Imposto de Renda devido, deveria ter formalizado o pedido de compensação através de formulário próprio, e aguardar a compensação”. 4. Cientificado da autuação fiscal em 16/10/2003 (fls.40), o interessado apresentou Impugnação em 14/11/2003 (fls. 42/67), na qual alegou: i) Inicialmente, informou: “que realizou a compensação citada pela autoridade fiscal em função de medida liminar. Ademais, com a edição da Medida Provisória n° 38/2002, afirma que desistiu da ação judicial em trâmite e efetuou o recolhimento da diferença de IRPJ apurada”; ii) PRELIMINAR DE NULIDADEDECADÊNCIA: Com o “fundamento no art. 150 do Código Tributário Nacional, pugna pelo reconhecimento da decadência do direito do Fisco de efetuar o lançamento de oficio, afirmando que “foi citada através dos Correios, em 18 de março de 2003, data em que verificamos ter decorrido o prazo decadencial de 5 (cinco) anos contados da data de ocorrência do fato gerador do imposto, para prestação de informações e esclarecimentos sobre os cálculos apresentados pela ora Impugnante, especialmente no que diz respeito aos cálculos do Lucro Real para apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)”; iii) Alega que “a compensação de parte do saldo de prejuízo fiscal deuse em 31/12/97, como se verifica através do controle efetuado no LALUR Partes A e B (Doc.05) e Declaração de Rendimentos do anobase de 1997 (Doc. 04), o que deixa ainda mais claro que tal saldo foi homologado, ainda que tacitamente, pelas autoridades fiscais”; iv) DOS CÁLCULOS EFETUADOS PARA PAGAMENTO: Diz “que os valores do lucro não reconhecidos em um determinado período devem ser reconhecidos nos períodos em que seriam devidos, e o valor do imposto será considerado pelo valor liquido, depois de compensadas às diferenças pagas a maior em períodos posteriores”. E o que se verifica in casu, “é que as regras estabelecidas pela própria Receita Federal definem que os pagamentos efetuados a menor em determinado período devem ser compensados com os valores recolhidos a maior posteriormente, pelo montante liquido, sem desconsiderar os juros e multa do período postergado”; Fl. 336DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 323 3 v) DA FALTA DE PEDIDO DE COMPENSAÇÃO: Argumenta “que o procedimento utilizado para pagamento e compensação dos valores devidos de IRPJ estão corretos, restando, agora, apenas a comprovação de que não era necessária a formalização do pedido de compensação”, afirmando ainda, que “os valores de IRPJ pagos a menor em 1997 foram compensados com valores pagos a maior do mesmo tributo em períodos subseqüentes (1999), sem a requisição formal através de pedido de compensação, justamente por expressa previsão legal de dispensa de requerimento”. Entende por fim, “ser completamente desnecessário o pedido de compensação formalizado junto à Secretaria da Receita Federal, em função da Instrução Normativa SRF n°21/1997 ”. vi) DOS PEDIDOS: a) Requereu o cancelamento integral do Auto de Infração; b) O reconhecimento da Decadência do direito ao lançamento do crédito tributário em razão de decorrido o prazo de 5 anos para homologação do pagamento do tributo; c) A desconstituição da multa de mora lançada, no total de 75%; d) O recalculo dos valores de IRPJ devidos com base na postergação de imposto; e) O pagamento dos juros devidos pela postergação do pagamento do imposto (IPRJ), nos exatos termos estabelecidos pela MP n° 38/02; f) A opção pela desistência do processo judicial que lhe resguardava a compensação integral de prejuízo fiscal, sem a limitação imposta pela Lei n° 8.981/95, através de liminar obtida; g) A compensação com tributo da mesma espécie. 5. O Acórdão ora Recorrido (1611.401 – 7ª Turma da DRJ/SPOI) recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1997 PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa em renúncia as instâncias administrativas. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica apurado com base nas regras do lucro real anual se insere no rol dos tributos sujeitos ao denominado lançamento por homologação. Entretanto, quando não ocorre o pagamento de imposto, o prazo decadencial se conta luz do art. 173, I, do CTN. POSTERGAÇÃO. FALTA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. Não sendo a compensação de prejuízos caso de ajuste ao lucro liquido em virtude de inexatidão quanto ao períodobase de escrituração de receita, rendimento, custo ou despesa, não há que se falar em postergação do pagamento do imposto. Lançamento Procedente. 6. Isto porque, segundo entendimento da Turma, “não merece reparos a segunda premissa levantada mais precisamente sobre a interpretação do art. 150, § 4 0, do CTN. Afirma que ocorre a decadência do direito de efetuar o lançamento de oficio e, conseqüentemente, a extinção do crédito tributário, após o prazo de cinco anos contados do Fl. 337DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 324 4 fato gerador, no caso dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação”. (...) “Contudo, esquece o contribuinte de um pequeno detalhe, isto, no caso em julgamento não foi efetuado o pagamento do tributo devido. Em verdade, existe a impossibilidade lógica de se homologar um pagamento quando ele efetivamente não foi realizado. Nestes casos, ou seja, quando inexiste o que homologar, não se pode aplicar o art. 150, § 4, do CTN. Pugnouse que, quando não há pagamento do tributo, impera subsumir tal situação à norma do art. 173, inciso I, do CTN, que é taxativa no sentido de fixar o prazo de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. 7. Ressalta a turma julgadora, que outro ponto que merece destaque é acerca do “prejuízo fiscal – postergação de imposto” – alegado pela recorrente., afirmando “que o prejuízo fiscal de períodos anteriores não é elemento que entre na composição do conceito de renda, pois a sua compensação com lucros posteriores decorre de uma benesse tributária”. (...) “Logo, o valor pago a maior a titulo de imposto de renda, em razão de o contribuinte não ter se compensado de prejuízos fiscais de períodos anteriores, seja qual for o motivo para o não exercício da faculdade, não é indevido nem gera direito restituição, já que a compensação de prejuízos fiscais anteriores é uma faculdade e o fato de não ter sido exercida não macula o lançamento”. 8. Ciente da decisão do Acórdão em 12/11/2007(fls.149), que julgou improcedente a impugnação apresentada, o contribuinte interpõe Recurso Voluntário em 11/12/2007 (fls. 152/173), alegando praticamente as mesmas razões trazidas na impugnação, com as seguintes alterações: i) PRELIMINAR DE NULIDADE DECADÊNCIA: Afirma que “em 16 de outubro de 2003, a Recorrente tomou ciência do auto de infração que dela exige valores de IRPJ relativos a um fato gerador ocorrido em 31/12/1997, conforme consta no próprio lançamento”. (...) Lembra que, conforme o próprio termo "lançamento por homologação", o que se homologa e o lançamento e não a extinção do tributo não sendo razoável desqualificar um lançamento por homologação pela forma de sua extinção. No mais, "A natureza do lançamento, se por homologação ou não, não se identifica com o pagamento, pois o objeto da homologação engloba toda a cadeia de atos interligados tais como a escrituração de lançamentos, apresentação de declarações e, se apurado resultado, o recolhimento de tributos, conforme já decidido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais” – colaciona dois julgados do CARF. ii)A REDUÇÃO INDEVIDA DO LUCRO REAL EM QUALQUER PERÍODOBASE: Diz que “o que se demonstra é que o lançamento original não foi vinculado as normas que delimitam a constituição do credito, principalmente se, como dito, cotejado com a interpretação dada pelo próprio Fisco a essas normas, mediante a edição do Parecer Normativo COSIT n°02/96. E de acordo com o PN de nª 02/96, Considerase postergada a parcela de imposto ou de contribuição social relativa à determinação do períodobase, quando efetiva e espontaneamente paga em períodobase posterior”. E que, “o fato do contribuinte ter procedido espontaneamente, em períodobase posterior, ao pagamento do imposto ou da contribuição social postergados deve ser considerado no momento do lançamento de oficio, o qual em relação às parcelas do imposto e da contribuição social que houverem sido pagas, deve ser efetuado para exigir, exclusivamente, os acréscimos relativos a juros e multa, caso o contribuinte não os tenha pago”; Fl. 338DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 325 5 iii) Conclui, “que tendo em vista que a Recorrente procedeu espontaneamente, em períodobase posterior, ao pagamento dos tributos supostamente postergados, deverá ser cancelada a exigência fiscal contida no auto de infração por estar em total discordância com a doutrina, a jurisprudência, as leis e os atos normativos da própria administração fiscal federal." iv) DOS PEDIDOS: a) Requereu a reforma do Acordão recorrido da DRJ, com o consequente cancelamento integral do Auto de infração; b) Protestou pela juntados de provas (docs.) que se fizerem necessários. 9. Às fls. 208/212 dos autos – ACORDÃO de nº 140100.308 — da 4ª Câmara 1ª Turma Ordinária do CARF, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ. Anocalendário: 1997. PRAZO DECADENCIAL PARA O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário via lançamento de ofício, começa a fluir a partir da data do fato gerador da obrigação tributária, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Voto: Reconhecimento da Decadência do crédito apurado no lançamento, com o conseqüente cancelamento do auto de infração. 10. Isto porque, considerouse in casu, que “a ausência de pagamento, na hipótese dos autos, decorreu da existência de medida liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, não havendo que se cogitar da aplicação do prazo constante do art. 173, I do CTN”. (...) E que, “o fato gerador ocorreu em 31 de dezembro de 1997, tendo, a Fazenda Pública, o prazo decadencial para realizar o lançamento até o dia 31 de dezembro de 2002. Tendo o lançamento sido notificado ao contribuinte em 16 de outubro de 2003, deve ser reconhecida a decadência do crédito a que ele se refere, com o conseqüente cancelamento da sua formalização”. 11. Às fls. 216/223 dos autos RECURSO ESPECIAL da Fazenda Nacional, em face do r. acordão, trazendo os seguintes razões: i) Alega que no caso presente, “impende destacar que não se operou lançamento por homologação a possibilitar a aplicação da regra do art. 150, § 4', do CTN, afinal, a contribuinte não antecipou o pagamento do tributo, pois deixou de recolher todo o imposto de renda com respaldo na ilegal compensação integral do prejuízos fiscais”. E que, não se verificando recolhimento de exação e conseqüente montante a homologar, o prazo decadencial para o lançamento do tributo segue a disciplina normativa do art. 173, I,do CTN”; ii) Concluise que, “o inicio da contagem do prazo decadencial deve se dar em 01/01/1999, encerrando em 31/12/2003, nos termos do art. 173, I, do CTN. Considerando que a Fl. 339DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 326 6 ciência do auto de infração deuse em 16/10/2003, é descabido cogitarse de decadência do credito tributário lançado objeto dos autos”. iii) Requereu o acolhimento do Recurso Especial interposto para reforma do r. acórdão. 12. Às fls. 234/235 dos autos DESPACHO do CARF – 1ª Seção (nº 00 00.265) que levando em consideração parte do relatório do voto vencido do Acórdão anterior (nº 0203.305), que reconheceu “a compensação integral do lucro liquido ajustado com prejuízo fiscal acumulado em períodos anteriores, sem observância da trava de 30%, de onde se depreende a ausência de recolhimento por parte do contribuinte quanto ao período exigido”, admitiuse dessa forma, a interposição do Recurso Especial, encaminhando para tanto, à ciência do Acórdão /Recurso ao Contribuinte, e querendo, apresentar as contrarazões. 13. Às fls. 260 dos auto – DESPACHO de encaminhando ao CARF, tendo em vista a ausência de manifestação do contribuinte. 14. Às fls. 265/268 dos autos – ACORDÃO de nº 9101001.7555 da 1ª Turma do CARF, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Ano calendário: 1997 DECADÊNCIA TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TERMO INICIAL. Conforme decisão do STJ em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008, em não havendo pagamento do tributo, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial iniciase no primeiro dia do exercício/período seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido iniciado, exvi do disposto no inciso I, art. 173, do CTN. Obs: ACORDAM os membros da 1ª Turma da CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS, por unanimidade dos votos, DAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional com retorno à câmara de origem para exame de mérito. Fez sustentação oral o representante do Contribuinte Dr. Natanael Martins OAB/ SP n° 60723. 15. Às fls. 277/285 dos autos – RAZÕES FINAIS DO CONTRIBUINTE, trazendo os seguintes argumentos: i) Afirmando que compensou integralmente seu prejuízo fiscal, tendo em vista estar amparado de medida liminar que autorizava tal procedimento; ii) Diz que quando da adesão à anistia instituída pela MP 38/2002, a recorrente reapurou o IRPJ devido, compensando o prejuízo fiscal no limite de 30%; iii) "Tendo em vista a apuração de lucro nos anoscalendário de 2000 e 2001, a recorrente deduziu o valor principal do imposto devido em 19961998, quitando os juros por meio do DARF (às fls. 115), ressalvandose parte dos juros e multa por força do disposto no art. 11 da MP 38/2002. Apurouse IRPJ no valor de R$ 8.068.021,75” Fl. 340DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 327 7 iv) Reitera todos os argumentos trazidos no recurso voluntário, requerendo o seu provimento para cancelar o auto de infração. 16. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Daniel Ribeiro Silva Relator. Em sessão plenária de 05 de agosto de 2010 a 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, analisando recurso voluntário interposto pelo contribuinte em epigrafe, por maioria de votos, reconheceu a decadência e cancelou o lançamento litigado, em decisão consubstanciada no Acórdão 140100.308, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 1997 PRAZO DECADENCIAL PARA O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário via lançamento de oficio, começa a fluir a partir da data do fato gerador da obrigação tributária, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A Procuradoria da Fazenda Nacional ingressou com Recurso Especial alegando que o Acórdão diverge da jurisprudência do CARF, no que se refere à decadência dos tributos sujeitos a lançamento por homologação quando não há pagamento antecipado, o Recurso foi provido e recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 1997 DECADÊNCIA TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TERMO INICIAL. Conforme decisão do STJ em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008, em não havendo pagamento do tributo, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial iniciase no primeiro dia do exercício/período seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido iniciado, exvi do disposto no inciso I, art. 173, do CTN. Retornam os autos a esta Turma para julgamento das demais razões de mérito. O Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte versava sobre dois pontos: (i) decadência; (ii) efeitos da postergação. Como a primeira alegação restou superada com a decisão proferida pela CSRF, nos cabe a análise do segundo argumento. Ressaltese, de pronto, que tal argumento foi acatado e o contribuinte teve o lançamento contra si julgado improcedente, referente à mesma matéria mas ao ano de 1996 (Acórdão 10516.114): Fl. 341DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 328 8 A figura da postergação do imposto, como o próprio nome diz, ocorre quando o contribuinte, por qualquer procedimento contábil adotado, ou outro qualquer, posterga o pagamento do tributo, e está prevista no art. 219 do RIR/94 vigente à época. A Secretaria da Receita Federal, com o fulcro de uniformizar o procedimento a ser adotado quando, em ação fiscal, for encontrada essa situação contábil e para por fim as discussões acerca do modo de constituição de credito tributário em casos de postergação, editou o Parecer Normativo n° 02, de 28 de agosto de 1996, cujo as regras e procedimentos que são plenamente aplicáveis ao presente caso determinam que o tributo devido pela não utilização da trava compensase com o pago a maior em períodos subseqüentes, quando o montante do lucro real for suficiente para acobertar as compensações. Tal qual a posição adotada no Acórdão 10516.114, nosso entendimento dirige se no sentido de concordar com a recorrente. Ressaltamos, entretanto, que, no caso vertente, assim como em outras situações, inclusive nas que são disciplinadas pelo Parecer Normativo acima referenciado, a postergação é, apenas uma possibilidade, visto que sempre será possível ocorrer circunstâncias em que a redução indevida do lucro tributável em um período não revelará pagamento do imposto em período posterior. No caso ora em análise, contudo, o que se observa é que em razão da existência de lucros posteriores em montante superior à redução tida como indevida, o efeito fiscal está representado por mera postergação do pagamento do imposto. Fl. 342DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 329 9 Cito abaixo o quadro utilizado como base para o acórdão acima citado, em que se constata que os lucros auferidos pela recorrente nos períodos subseqüentes àqueles em que foram promovidas compensações integrais de prejuízos fiscais são suficientes para absorver a parcela compensada indevidamente. Nesse mesmo sentido é a Súmula CARF 36. Desse modo, entendo que a postergação deve ser reconhecida. Nada obstante, necessita ser quantificada, o que exige ao julgador solicitar tal procedimento à autoridade fiscal. Antes, porém, devemos destacar que a própria forma de realizar a postergação é passível de controvérsias, as quais só serão dirimidas definitivamente com a conclusão do julgamento por este Colegiado. No caso, se deve ser ou não incluída a multa moratória e qual método de imputação do pagamento (linear ou proporcional) deve ser adotado. Isso posto, voto por converter o julgamento em diligência com o fito de solicitar à autoridade fiscal para: a) intimar o contribuinte a apresentar os documentos que considere necessários para a comprovação do pagamento a maior do IRPJ, que tenha sido decorrente das operações contestadas na autuação; b) confeccionar e demonstrar os cálculos da postergação: b1) com a multa moratória e por imputação linear; b2) com a multa moratória e por imputação proporcional; Fl. 343DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Resolução nº 1401000.493 S1C4T1 Fl. 330 10 b3) sem a multa moratória e por imputação linear; b4) sem a multa moratória e por imputação proporcional; c) confeccionar relatório do resultado da diligência em que constem os cálculos acima referidos; d) dar ciência do resultado da diligência ao recorrente, franqueando o prazo de 30 (trinta) dias para a sua manifestação se este assim o desejar; e) por fim, devolver os autos a este Colegiado com o fito de concluirmos o seu julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Daniel Ribeiro Silva Fl. 344DF CARF MF
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Numero do processo: 13808.003335/96-05
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1995
VENDAS PARA COMERCIAL EXPORTADORA.
Incluem-se no cômputo da receita de exportação as vendas efetuadas a empresas comerciais exportadoras no exercício de 1996.
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS PELO PRODUTOR EXPORTADOR. COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. INCLUSÃO. PORTARIA MF 38/97. POSSIBILIDADE.
No cálculo do crédito presumido de IPI, de que tratam a Lei nº 9.363/96 e a Portaria MF nº 38/97, as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo contribuinte, incluem-se na composição tanto da Receita de Exportação (RE), quanto da Receita Operacional Bruta (ROB). Ou seja, incluem-se nos dois lados do coeficiente de exportação, no numerador e no denominador.
Não se podendo reformar o acórdão recorrido em prejuízo da Fazenda Pública (Recorrente), é de se negar, no ponto, o recurso especial de divergência.
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÃO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS.
O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, sob a sistemática do recurso repetitivo previsto no art. 543-C do CPC, de que o condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela Cofins criado via instrução normativa exorbita os limites impostos pela lei ordinária.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. CORREÇÃO. TAXA SELIC. POSSIBILIDADE.
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça - STJ, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pela Fazenda.
É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula 411/STJ).
Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei nº11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
Numero da decisão: 9303-006.368
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para considerar a incidência da taxa selic a partir do fim do prazo de 360 dias, exceto sobre o valor já deferido da unidade preparadora, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1995 VENDAS PARA COMERCIAL EXPORTADORA. Incluem-se no cômputo da receita de exportação as vendas efetuadas a empresas comerciais exportadoras no exercício de 1996. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS PELO PRODUTOR EXPORTADOR. COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. INCLUSÃO. PORTARIA MF 38/97. POSSIBILIDADE. No cálculo do crédito presumido de IPI, de que tratam a Lei nº 9.363/96 e a Portaria MF nº 38/97, as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo contribuinte, incluem-se na composição tanto da Receita de Exportação (RE), quanto da Receita Operacional Bruta (ROB). Ou seja, incluem-se nos dois lados do coeficiente de exportação, no numerador e no denominador. Não se podendo reformar o acórdão recorrido em prejuízo da Fazenda Pública (Recorrente), é de se negar, no ponto, o recurso especial de divergência. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÃO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, sob a sistemática do recurso repetitivo previsto no art. 543-C do CPC, de que o condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela Cofins criado via instrução normativa exorbita os limites impostos pela lei ordinária. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. CORREÇÃO. TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça - STJ, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pela Fazenda. É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei nº11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
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CRÉDITO PRESUMIDO Recorrentes LOUIS DREYFUS COMMODITIES BRASIL S/A FAZENDA PÚBICA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1995 VENDAS PARA COMERCIAL EXPORTADORA. Incluemse no cômputo da receita de exportação as vendas efetuadas a empresas comerciais exportadoras no exercício de 1996. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS PELO PRODUTOR EXPORTADOR. COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. INCLUSÃO. PORTARIA MF 38/97. POSSIBILIDADE. No cálculo do crédito presumido de IPI, de que tratam a Lei nº 9.363/96 e a Portaria MF nº 38/97, as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo contribuinte, incluemse na composição tanto da Receita de Exportação (RE), quanto da Receita Operacional Bruta (ROB). Ou seja, incluemse nos dois lados do coeficiente de exportação, no numerador e no denominador. Não se podendo reformar o acórdão recorrido em prejuízo da Fazenda Pública (Recorrente), é de se negar, no ponto, o recurso especial de divergência. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÃO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, sob a sistemática do recurso repetitivo previsto no art. 543C do CPC, de que o condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela Cofins criado via instrução normativa exorbita os limites impostos pela lei ordinária. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. CORREÇÃO. TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 33 35 /9 6- 05 Fl. 1493DF CARF MF 2 A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça STJ, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pela Fazenda. É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei nº11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em darlhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para considerar a incidência da taxa selic a partir do fim do prazo de 360 dias, exceto sobre o valor já deferido da unidade preparadora, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte e pela Procuradoria da Fazenda Nacional PFN contra o Acórdão nº 20312.268, de 17/07/2007, proferido pela 3ª Câmara do então Segundo Conselho de Contribuintes, que fora assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/0111995 a 31/12/1995 Fl. 1494DF CARF MF Processo nº 13808.003335/9605 Acórdão n.º 9303006.368 CSRFT3 Fl. 1.494 3 Ementa: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N° 9.363/96. AQUISIÇÕES A NÃO CONTRIBUINTES DO PIS E COFINS. PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. EXCLUSÃO. Matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas, que não são contribuintes de PIS/Faturamento e da Cofins, não dão direito ao crédito presumido instituído pela Lei n° 9.363/96 como ressarcimento dessas duas contribuições, devendo seus valores ser excluídos da base de cálculo do incentivo. Do mesmo modo as aquisições a cooperativas realizadas até 30/10/99, quando havia isenção para os atos cooperativos em geral. COMERCIAL EXPORTADORA. VENDAS REALIZADAS EM 1995. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. Compõe o total da receita de exportação o valor das vendas a comerciais exportadoras realizadas em 1995. EXPORTAÇÃO DE SOJA EM GRÃO. Devem ser excluídos também da receita operacional bruta os valores decorrentes da exportação de soja em grão, que não sofreram processo de industrialização pela pessoa empresa exportadora, que forem excluídos do total das receitas de exportação. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. Incide a taxa Selic, a partir da data de protocolização do pedido, sobre os valores objeto de ressarcimento. Recurso provido em parte. Irresignada, a PFN se insurgiu contra: a) a inclusão, na base de cálculo do incentivo, das receitas decorrentes de vendas a comerciais exportadoras; b) a incidência da taxa Selic a partir da data de protocolização do pedido de ressarcimento, e, c) a exclusão das receitas de mercadorias adquiridas de terceiros (soja em grãos) e exportadas, na apuração da receita operacional bruta, para fins de apuração do créditopresumido do IPI. Alega contrariedade a lei e divergência com relação ao que decidido no Acórdão nº 20179.254 (item "c"). O exame e o reexame de admissibilidade do recurso, que deram seguimento total ao apelo fazendário, encontramse às fls. 263/264 e 1398/1400. Intimada, a contribuinte apresentou contrarrazões ao recurso (fls. 1432/1454). E também apresentou recurso especial de divergência, contestando o não aproveitamento do crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, em relação aos insumos adquiridos de pessoas físicas e de cooperativas. Alega divergência em relação ao que decidido nos Acórdãos nº 9303002.227 e 9303001.614. O exame de admissibilidade do recurso encontrase às fls. 1459/1462. Às fls. 1483/1492, presta esclarecimentos adicionais. É o Relatório. Fl. 1495DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especiais interpostos pela PFN e pela contribuinte devem ser conhecidos. O recurso da PFN versa sobre as seguintes matérias: a) a inclusão na base de cálculo do incentivo, das receitas decorrentes de vendas a comerciais exportadoras; b) a incidência da taxa Selic a partir da data de protocolização do pedido de ressarcimento, e, c) a exclusão das receitas de mercadorias adquiridas de terceiros (soja em grãos) e exportadas, na apuração da receita operacional bruta, para fins de apuração do créditopresumido do IPI. Alega, apenas em relação em relação à última matéria, divergência de interpretação quanto ao que decidido no Acórdão nº 20179.254. Afirmase que o acórdão recorrido – prolatado, de fato, quanto aos dois primeiros temas, por maioria de votos – contrariou a legislação tributária. Embasase o apelo no art. 7º, I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recurso Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25/06/2007. Já a apontada divergência reside no fato de que, enquanto o acórdão recorrido entendeu excluir as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo exportador, no cálculo da divisão RE/ROB, tanto do numerador, quanto do denominador, o paradigma decidiu pela exclusão destas receitas apenas do numerador (RE), mantendoas no cômputo da receita operacional bruta (ROB). Com essas considerações, entendemos que o recurso especial da PFN deve ser conhecido na integralidade. No mérito, entendemos assistir parcial razão à Procuradoria. No concernente à inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, das vendas realizadas a empresas comerciais exportadoras (trading companies), nada há o que reparar no acórdão recorrido. Como se sabe, a matéria já está pacificada nesta Conselho Administrativo. À guisa de exemplo, passamos a reproduzir, e adotamos como razão de decidir, o voto do il. exConselheiro Henrique Pinheiro Torres, que, nos autos do processo administrativo nº 10854.000113/9711 (Acórdão nº 20400.407, de 09/08/2005), assim decidiu: No tocante ao indeferimento da pretensão da interessada de incluir na base de cálculo do ressarcimento as vendas realizadas a empresas comerciais exportadoras (trading companies), porque, no período abrangido pelo pedido de ressarcimento, as normas reguladoras do benefício não abrigavam as operações de exportação por meio de comercial exportadora, entendo ser merecedora de reforma a decisão recorrida pelas razões seguintes: O direito ao crédito em foco foi estabelecido pela Medida Provisória n° 948, de 23/03/95, cujo artigo .1 0 trazia a determinação do beneficiário do favor fiscal, in casu, o produtor exportador de mercadorias nacionais. Todavia, em 22/11/96, o Presidente da República, editou a Medida Provisória n° 1.48427, em reedição à Medida Provisória original, acrescentando ao artigo primeiro desta o parágrafo único, estendendo o benefício veiculado por aquela Fl. 1496DF CARF MF Processo nº 13808.003335/9605 Acórdão n.º 9303006.368 CSRFT3 Fl. 1.495 5 norma legal aos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior, sendo que tal redação permaneceu na Lei n° 9.363/96, in litteris: Art. 11 A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares n" 7, de 07 de setembro de 1970, 8, de 03 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. (grifamos) Em razão de o benefício pleiteado pela recorrente abranger períodos anteriores à inclusão do parágrafo único ao artigo 1 0. suprareferido, resta saber se a norma incluída é aplicável a tais períodos. Como bem ressaltou o Conselheiro Eduardo Schmidt no voto condutor do Acórdão n° 202.13.651, é inegável que a mens legis da Lei n° 9.363/96, como nas medidas provisórias que a antecederam, foi a de incrementar a balança de divisas com o estímulo às exportações e a norma veiculada pelo parágrafo único, objetivou apenas explicitar que a operacionalização de exportações, por meio de empresas comerciais exportadoras não desvirtua o benefício concedido, vez que o objetivo primordial da lei não restaria prejudicado, e não amplia o benefício concedido, apenas explicita sua aplicação. Desse modo, conclui o insigne conselheiro, "podese dizer que o dispositivo adicionado limita se a esclarecer o texto anterior, enquadrandose na espécie de normas que se propõem a determinar o sentido daquela contida em lei precedente, e, portanto, ditas interpretativas, vez que se envolvem na chamada interpretação autêntica, eis que empreendida pelos próprios órgãos que elaboraram o emblema legal precedente.". Animando seu voto, o Ilustre Conselheiro assevera que: a aplicação intertemporal das normas expressamente interpretativas está veiculado pelo inciso I do artigo 106 do Código Tributário Nacional: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. A norma interpretativa, apesar das críticas acerbas por parte de alguns doutrinadores, teve aplicação reconhecida pelo Plenário Fl. 1497DF CARF MF 6 do Supremo Tribunal, no julgamento da ADIn n° 6053/DF, em que foi Relator o Ministro Celso de Mello, onde fica demarcado que a interpretação do legislador não usurpa nem exclui a interpretação do Poder Judiciário, quando da aplicação da norma ao caso concreto, sendo tecidas consistentes considerações acerca da sua retroatividade, como se depreende do excerto da ementa a seguir transcrita: (...) E assim sendo, entendo ser lícita a inclusão na base de cálculo do crédito presumido, referente ao exercício de 1996, da receita de exportações efetuadas por meio de empresas comerciais exportadoras (trading companies). Nesse sentido, não vemos porque não reconhecer a aplicação do parágrafo único, do artigo 1° da Lei n° 9.363/96 à espécie. A segunda matéria controvertida diz com a incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos. É cediço, quando o aproveitamento de créditos for injustamente obstaculizado pelo Fisco, caracterizando a mora administrativa (REsp 1.035.847/RS, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, e Súmula 411/STJ), a aplicação da correção monetária pela taxa SELIC deve iniciarse quando findo o prazo a Administração tinha para apreciar o pedido, que é de 360 dias, independentemente da época do requerimento (art. 24 da Lei 11.457, de 2007), conforme decidiu a Corte Superior ao apreciar o REsp. 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8/STJ: "ESPECIAL Nº 1.467.934 RS (2014∕01707525) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA AGRAVANTE : REICHERT CALÇADOS LTDA ADVOGADOS : CRISTOV BECKER PABLO EDUARDO CAMUSSO E OUTRO(S) AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL. RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA: Tratase de agravo regimental interposto por REICHERT CALÇADOS LTDA., desafiando a decisão pela qual se deu parcial provimento ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL, ao fundamento de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pelo fisco, caracterizada a mora administrativa (REsp 1.035.847∕RS, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, e Súmula 411∕STJ). Está também justificada a imposição de correção monetária, pela taxa SELIC, a contar do fim do prazo que a administração tinha para apreciar o pedido, que é de 360 dias, independentemente da época do requerimento (art. 24 da Lei 11.457∕07), conforme decidiu esta Corte Superior ao apreciar o Fl. 1498DF CARF MF Processo nº 13808.003335/9605 Acórdão n.º 9303006.368 CSRFT3 Fl. 1.496 7 REsp. 1.138.206∕RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8∕STJ". TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS DE PIS/COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. RESSARCIMENTO. APRECIAÇÃO DO PEDIDO ADMINISTRATIVO PELO FISCO. ESCOAMENTO DO PRAZO DE 360 DIAS PREVISTO NO ART. 24 DA LEI 11.457/07. RESISTÊNCIA ILEGÍTIMA CONFIGURADA. SÚMULA 411/STJ. CORREÇÃO MONETÁRIA DEVIDA. TERMO INICIAL. TAXA SELIC. 1. A Primeira Seção desta Corte Superior, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pelo fisco. 2. "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula 411/STJ). 3. Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art. 24 da Lei 11.457/07). Nesse sentido: REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Portanto, havendo, como no presente caso, óbice ao aproveitamento crédito presumido, a incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos deve incidir a partir de findo o prazo de 360 dias contados a partir do protocolo do pedido. A derradeira matéria cuja apreciação se reclama é a exclusão das receitas de mercadorias adquiridas de terceiros (soja em grãos) e exportadas, na apuração da receita operacional bruta, para fins de apuração do créditopresumido do IPI. Também é de conhecimento geral que esta Turma1 adotou o entendimento de que tais valores devem ser acrescidos no cálculo da receita de exportação (RE) e da receita operacional bruta (ROB), ao menos até a edição da Portaria MF nº 64, de 24/03/2003 (publicada no DOU de 26/03/2003), que revogou, a partir de sua publicação, a Portaria MF nº 38, de 1997, e assim passou a dispor sobre a matéria: Portaria MF nº 38, de 1997: Art. 3º O crédito presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. 1 P.ex., Acórdão nº 9303005.172, de 17/05/2017. Fl. 1499DF CARF MF 8 (...) § 15. Para os efeitos deste artigo, considerase: I receita operacional bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia; II receita bruta de exportação, o produto da venda para o exterior e para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, de mercadorias nacionais; III venda com o fim específico de exportação, a saída de produtos do estabelecimento produtor vendedor para embarque ou depósito, por conta e ordem da empresa comercial exportadora adquirente. Portaria MF nº 64, de 2003: Art. 1º O crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep e da Contribuição para a Seguridade Social (Cofins), incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas (MP), produtos intermediários (PI) e materiais de embalagem (ME) utilizados na industrialização de produtos destinados à exportação para o exterior, de que trata a Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, com as alterações da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, será apurado e utilizado de conformidade com o disposto nesta Portaria. Direito ao Crédito Presumido. Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o art. 1º a pessoa jurídica produtora e exportadora de produtos industrializados nacionais. Parágrafo único. O direito ao crédito presumido aplicase, inclusive, no caso de venda a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação para o exterior. Apuração do Crédito Presumido Art. 3º O crédito presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. (...) § 5º O pedido de ressarcimento será apresentado por trimestre calendário, conforme estabelecido pela SRF. (...) § 12. Para os efeitos deste artigo, considerase: I receita operacional bruta, o produto da venda de produtos industrializados pela pessoa jurídica produtora e exportadora nos mercados interno e externo; Fl. 1500DF CARF MF Processo nº 13808.003335/9605 Acórdão n.º 9303006.368 CSRFT3 Fl. 1.497 9 II receita bruta de exportação, o produto da venda para o exterior e para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, de produtos industrializados nacionais; III venda com o fim específico de exportação, a saída de produtos do estabelecimento produtor vendedor para embarque ou depósito, por conta e ordem da empresa comercial exportadora adquirente. (...) Art. 13. Fica revogada a Portaria MF nº 38, de 27 de fevereiro de 1997. Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: I a partir de 1º de outubro de 2002, em relação aos arts. 4º e 11; II a partir de 1º de dezembro de 2002, em relação ao § 14 do art. 3º; III na data de sua publicação, com relação aos demais artigos. (grifamos). Como se viu, a Portaria MF nº 38, de 1997, adotava a expressão "mercadorias nacionais", de modo que abarcava tanto a exportação de produtos industrializados quanto a dos não industrializados. Não se podendo, todavia, reformar o acórdão recorrido em prejuízo da Fazenda Pública, negamos, neste ponto, o recurso especial de divergência. Por fim, resta apreciar o recurso especial apresentado pela contribuinte, o qual, como visto, suscita divergência quanto a uma única matéria – a exclusão, no cálculo do crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, dos insumos adquiridos de pessoas físicas e de cooperativas –, igualmente pacificada pelo Poder Judiciário, conforme comprova a seguinte ementa de acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, em decisão também submetida ao rito dos recurso repetitivos: RECURSO ESPECIAL Nº 993.164 MG (2007/02311873) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. Condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela COFINS. Exorbitância dos limites impostos pela lei ordinária. Súmula Vinculante 10/STF. Observância. Instrução Normativa (ato normativo secundário). Correção monetária. Incidência. Fl. 1501DF CARF MF 10 Exercício do direito de crédito postergado pelo fisco. Não caracterização de crédito escritural. Taxa SELIC. Aplicação. violação do artigo 535, do CPC inocorrência. Ante o exposto, conheço o recurso especial da PFN e, no mérito, doulhe parcial provimento, apenas para reconhecer a incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos (excluindose o valor originalmente já ressarcido pela unidade preparadora), a partir do fim do prazo de 360 dias contados a partir do protocolo do pedido. E conheço do recurso especial da contribuinte e, no mérito, doulhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1502DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.731576/2011-79
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2010, 2011
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972.
É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida, sendo válida a ciência da notificação por meio do domicílio tributário eletrônico, através da abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal e-CAC), via opção Consulta Comunicados/Intimações.
É obrigação do sujeito passivo, ao gerar solicitação de juntada eletrônica de documentos, fazer anexar os respectivos arquivos digitais, que possibilite a entrega tempestiva de seu recurso. A transmissão eletrônica é de responsabilidade exclusiva do contribuinte, de modo que a não anexação do recurso, configura ausência do cumprimento do dever de protocolo da peça recursal impedindo o cumprimento do prazo. Demonstrado nos autos que o recurso voluntário foi protocolado após vencido o termo ad quem, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento por se qualificar como intempestivo.
Numero da decisão: 1002-000.141
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonam Rocha de Medeiros - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: LEONAM ROCHA DE MEDEIROS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2010, 2011 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida, sendo válida a ciência da notificação por meio do domicílio tributário eletrônico, através da abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal e-CAC), via opção Consulta Comunicados/Intimações. É obrigação do sujeito passivo, ao gerar solicitação de juntada eletrônica de documentos, fazer anexar os respectivos arquivos digitais, que possibilite a entrega tempestiva de seu recurso. A transmissão eletrônica é de responsabilidade exclusiva do contribuinte, de modo que a não anexação do recurso, configura ausência do cumprimento do dever de protocolo da peça recursal impedindo o cumprimento do prazo. Demonstrado nos autos que o recurso voluntário foi protocolado após vencido o termo ad quem, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento por se qualificar como intempestivo.
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Penalidade Multa por Atraso na Entrega de Declaração DCTF. Recorrente INDUSTRIA E COMERCIO FIVERAME LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010, 2011 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida, sendo válida a ciência da notificação por meio do domicílio tributário eletrônico, através da abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), via opção Consulta Comunicados/Intimações. É obrigação do sujeito passivo, ao gerar solicitação de juntada eletrônica de documentos, fazer anexar os respectivos arquivos digitais, que possibilite a entrega tempestiva de seu recurso. A transmissão eletrônica é de responsabilidade exclusiva do contribuinte, de modo que a não anexação do recurso, configura ausência do cumprimento do dever de protocolo da peça recursal impedindo o cumprimento do prazo. Demonstrado nos autos que o recurso voluntário foi protocolado após vencido o termo ad quem, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento por se qualificar como intempestivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 73 15 76 /2 01 1- 79 Fl. 86DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuidase, o caso versando, de Recursos Voluntários (efls. 68/72, datado de 31/01/2015 e efls. 79/83, datado de 26/07/2016) protocolados pela recorrente, indicada no preâmbulo, devidamente qualificada nos fólios processuais, relativo ao inconformismo com a decisão de primeira instância (efls. 49/53), datada de 31/01/2013, consubstanciada no Acórdão n.º 0350.422, da 4.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF (DRJ/BSB), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento efetivado pela fiscalização da administração fazendária decorrente da aplicação de multa por atraso na entrega das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativamente aos meses de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011 a Abril de 2011, deixando de acolher a impugnação (efls. 2/8) apresentada pela recorrente, tendo sido assim ementada a decisão vergastada: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2010, 2011 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. ESPONTANEIDADE. INFRAÇÃO DE NATUREZA FORMAL. A entrega da Declaração, intempestivamente, embora feito o recolhimento dos tributos devidos, não caracteriza a espontaneidade, com o condão de ensejar a dispensa da multa prevista na legislação. O princípio da denúncia espontânea não inclui a prática de ato formal, não estando alcançado pelos ditames do art. 138 do Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido As notificações de lançamento em questão (efls. 10/25) foram lavradas, eletronicamente, em 14/07/2011 (DCTF do anocalendário de 2010) e em 15/07/2011 (DCTF do anocalendário de 2011), na DRF/São Paulo, homologado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, sumariando o seguinte contexto e enquadramento para aduzida infração à legislação tributária e respectivo demonstrativo do crédito tributário: Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10880.731576/201179 Acórdão n.º 1002000.141 S1C0T2 Fl. 87 3 Descrição dos fatos: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) entregue fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa (...). Enquadramento legal: Art. 7.º da Lei n.º 10.426, de 24/04/2002, com redação dada pelo art. 19 da Lei n.º 11.051, de 2004. Demonstrativo: Jan. – 2010, Multa R$ 500,00 Fev. – 2010, Multa R$ 500,00 Mar. – 2010, Multa R$ 500,00 Abr. – 2010, Multa R$ 500,00 Mai. – 2010, Multa R$ 500,00 Jun. – 2010, Multa R$ 500,00 Jul. – 2010, Multa R$ 500,00 Ago. – 2010, Multa R$ 500,00 Set. – 2010, Multa R$ 500,00 Out. – 2010, Multa R$ 500,00 Nov. – 2010, Multa R$ 500,00 Dez. – 2010, Multa R$ 500,00 Jan – 2011, Multa R$ 500,00 Fev. – 2011, Multa R$ 500,00 Mar. – 2011, Multa R$ 500,00 Abr. – 2011, Multa R$ 500,00 A impugnação instaurou a fase litigiosa do procedimento, tratando exclusivamente da tese da denúncia espontânea, no entanto não foi acolhida pela DRJ. Os recursos voluntários, inconformados com a decisão a quo, reiteram os termos da impugnação para trata da tese da denúncia espontânea. Os autos foram encaminhados para este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), sendo, posteriormente, distribuído para este relator. É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos de admissibilidade e de mérito para, posteriormente, finalizar em dispositivo. Voto Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator O Recurso Voluntário não atende ao pressuposto de admissibilidade extrínseco relativo a tempestividade, uma vez que foi interposto após o trintídio legal estabelecido no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (efls. 54, 60, 62, 63, 64, 67 a 72, 78/85). Deveras, observo que a ciência da decisão recorrida ocorreu em 15/10/2014, às 15:18h, por meio do domicílio tributário eletrônico, através da abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), via opção Consulta Comunicados/Intimações (efl. 60). Fl. 88DF CARF MF 4 No entanto, a peça recursal com as razões do recurso voluntário foi apresentada apenas em 06/02/2015 (efls. 68/72), com petição datada de 31/01/2015. Não bastasse a intempestividade, em 29/07/2016, sobreveio outro recurso voluntário, com petição datada de 26/07/2016 (efls. 78/85). Quanto a este segundo recurso voluntário, poderseia, inclusive, tratar como precluso, pela ótica da preclusão consumativa. De qualquer sorte, o primeiro recurso voluntário resta intempestivo, não podendo ser conhecido. Explicase. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida, sendo válida a ciência da notificação por meio do domicílio tributário eletrônico, através da abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), via opção Consulta Comunicados/Intimações, logo, se o sujeito passivo efetivou a respectiva leitura relativa ao conteúdo da decisão singular, dáse por ciente do julgamento da DRJ, tendo início o prazo para interposição recursal. Também é assegurado ao Contribuinte a interposição do Recurso Voluntário por meio eletrônico, embora seja obrigação do sujeito passivo, ao gerar solicitação de juntada eletrônica de documentos, fazer anexar os respectivos arquivos digitais a serem juntados, que possibilite a entrega tempestiva de seu recurso, sob pena de não satisfazer o requisito do protocolo, sendo considerado inexistente este ato. É certo que a transmissão eletrônica é de responsabilidade exclusiva do contribuinte, de modo que eventual não anexação do recurso, configura ausência do cumprimento do dever de protocolo da peça recursal impedindo o cumprimento do prazo. Dito isso, de forma prática, podese afirmar que a solicitação eletrônica de juntada de recurso voluntário transmitida em 28/10/2014 (efls. 62/63), após intimação eletrônica efetivada em 15/10/2014 (efl. 60), não é considerada atendida, nem tampouco podese considerar que o recurso foi protocolado, pois a peça recursal não foi anexada na transmissão eletrônica, sendo o protocolo do recurso voluntário ato inexistente (efl. 64). Esclareçase que a intimação posterior da DRF para efetivar a juntada da peça recursal do recurso voluntário (efl. 65) não tem o condão de sanar a intempestividade, aperfeiçoada no dia seguinte ao trigésimo dia do prazo não atendido. De toda sorte, registrese que a DRF intimou o contribuinte para trazer aos autos a ausente peça recursal do recurso voluntário em 25/11/2014 (efls. 65/66) e o sujeito passivo só veio aos autos em 06/02/2015 (efls. 68/72), isto é, bem extemporaneamente. Neste diapasão, demonstrado nos autos que o recurso voluntário foi protocolado após vencido o prazo, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento por se qualificar como intempestivo, na dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. De fato, o Decreto n.º 70.235, de 1972, é expresso ao determinar que os prazos são contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento (art. 5.º, caput) e que os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato (art. 5.º, parágrafo único). Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10880.731576/201179 Acórdão n.º 1002000.141 S1C0T2 Fl. 88 5 Repitase, pela oportunidade, que o recorrente não apresentou qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo ao manejo do seu recurso, a tempo e modo esperados. Por conseguinte, não há que se admitir recurso extemporâneo, caso contrário, estaria sendo declarada uma inconstitucionalidade incidenter tantum do Decreto n.º 70.235, de 1972, vedada no Regimento Interno do CARF (art. 62, Anexo II, aprovado pela Portaria MF n.º 343, de 2015) e pelo enunciado a seguir deste Egrégio Conselho: "Súmula CARF n.º 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." No mais, destaco que esta Colenda 2.ª Turma Extraordinária da Primeira Seção de Julgamentos já analisou caso tratando de recurso intempestivo e, também, negou lhe seguimento, a teor do Acórdão n.º 1002000.076. De toda sorte, pondero que a tese de denúncia espontânea para afastar penalidade decorrente de entrega atrasada de declaração não tem acolhida no CARF, face ao enunciado sumular a seguir: "Súmula CARF n.º 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração." Considerando o até aqui esposado e enfrentadas todas as questões necessárias para a decisão, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que dos autos constam, voto em não conhecer do Recurso Voluntário, por ausência do requisito de admissibilidade extrínseco da tempestividade, consequentemente mantendo íntegra a decisão singular e o crédito tributário lançado. É como Voto. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator Fl. 90DF CARF MF
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