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Numero do processo: 10909.000588/2008-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2007
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
CONTENCIOSO NÃO INSTAURADO.
O prazo para interposição de recurso voluntário é de trinta dias, em atenção a regra inserta no artigo 33 do Decreto n. 70.235/1972. Constatado o decurso do prazo, é de rigor o não conhecimento do recurso.
INTEMPESTIVIDADE. ART. 33 DO DECRETO 70.235/1972. PRAZO DE
30 DIAS PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO.
Não se conhece recurso voluntário interposto após 60 dias da intimação ao
contribuinte.
Numero da decisão: 3302-004.742
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para declarar a nulidade do acórdão embargado e não conhecer do recurso voluntário.
Nome do relator: Lenisa Prado
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INTEMPESTIVIDADE. CONTENCIOSO NÃO INSTAURADO. O prazo para interposição de recurso voluntário é de trinta dias, em atenção a regra inserta no artigo 33 do Decreto n. 70.235/1972. Constatado o decurso do prazo, é de rigor o não conhecimento do recurso. INTEMPESTIVIDADE. ART. 33 DO DECRETO 70.235/1972. PRAZO DE 30 DIAS PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. Não se conhece recurso voluntário interposto após 60 dias da intimação ao contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para declarar a nulidade do acórdão embargado e não conhecer do recurso voluntário. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente (assinatura digital) Lenisa Prado - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilerme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares Fl. 1.017Fl. 1.017 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária agosto de 2017 agosto de 2017 Processo Administrativo Fiscal Processo Administrativo Fiscal CONSELHEIRO CONSELHEIRO ITAPINUS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA ITAPINUS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA AA Fl. 1017DF CARF MF 2 de Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Charles Pereira Nunes e Lenisa Prado. Relatório Tratam-se de embargos de declaração opostos por julgador 1 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com arrimo no § 1º do art. 65 do Anexo II, aprovado pela Portaria MF n. 256, de 22/06/2009, contra o Acórdão n. 3802-001.676, proferido na sessão de julgamento de 19/04/2013, que recebeu a seguinte ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2007 APURAÇÃO NÃO-CUMULATIVA. CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. O frete incidente sobre as aquisições de bens aplicados à produção gera créditos e, por sua vez, o frete para formação do lote necessário ao processo de comercialização também deve ser considerado para esse fim. REGIME NÃO-CUMULATIVO. AQUISIÇÃO INSUMOS JUNTO A PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO. O crédito presumido do IPI, para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, encontra tratamento normativo na Lei n° 9.363, de 13 de dezembro de 1996, artigos 1° e 6°. Com o intuito de disciplinar o cumprimento dessa Lei, seguiram-se a Portaria MF n° 38, de 27 de fevereiro de 1997, e a Instrução Normativa SRF n° 023, de 13 de março de 1997. Entretanto, na esfera judicial, em julgamento realizado segundo o procedimento previsto para os Recursos Repetitivos, estabelecido no artigo 543-C da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC) o Egrégio Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito de os contribuintes incluírem na base de cálculo do crédito presumido do IPI o valor dos insumos adquiridos de pessoas físicas, produtoras rurais, não contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (Recurso Especial n° 993.164/ MG). Os embargos de declaração foram admitidos, o que impõe a apreciação de seu conteúdo. É o relatório. 1 O embargante é o Conselheiro que foi designado como redator ad hoc para a formalização do acórdão, possibilidade encontrada no inciso III do art. 17 do RICARF. Fl. 1018DF CARF MF Processo nº 10909.000588/2008-97 Acórdão n.º 3302-004.742 S3-C3T2 Fl. 1.018 3 Voto Conselheira Relatora Lenisa Prado O Conselheiro embargante justifica a apresentação dos embargos pelo fato que o recurso voluntário não poderia ter sido submetido a julgamento, já que; "eis que a empresa, cientificada em 29/02/2012 (conf. e-fls. 603/604), só protocolizou o recurso de fls. 605/609 em 10/04/2012 (conf. despacho de fls. 980). De fato, juntamente com o recurso há uma declaração da Superintendência do Porto de Itajaí que foi autenticada em 09/04/2012 (v. e-fls. 610), o que está em sintonia com o despacho de fls. 980 (segundo o qual o recurso foi protocolizado em 10/04/2012). Assim, o recurso sequer deveria ter sido conhecido". Subsidiariamente, o embargante aponta o vício do julgamento ter sido realizado com base em premissa equivocada - a de que o recurso voluntário discorria sobre crédito presumido do IPI, enquanto, na verdade, diz respeito ao regime não-cumulativo do PIS/Pasep. Pois bem. De fato, o Aviso de Recebimento Postal acostado aos autos (fl. 604 2 ) demonstra que a contribuinte foi intimada em 29/02/2012, quarta-feira, sobre o teor do acórdão proferido no julgamento da manifestação de inconformidade (fls. 592/601). Às fls. 605 a 609 dos autos eletrônicos está acostada petição de recurso voluntário. No entanto, não é possível assegurar qual a data registrada no carimbo do protocolo (fl. 605). O Termo de Análise de Solicitação de Juntada de fl. 974 atesta que em 21/05/2012 foi solicitada a juntada de continuações do recurso voluntário, bem como de vários comprovantes. Outra petição de recurso voluntário (com conteúdo idêntico à de fls. 605/609) foi anexada aos autos. Nesse último documento é possível verificar que a data aposta no carimbo é 03/05/2012 (fls. 619/627). Outra conclusão não há, portanto, que o recurso voluntário é intempestivo, já que entre a data em que o contribuinte foi considerado intimado dos termos do acórdão recorrido (29/02/2012) até a data em que o recurso foi protocolizado (03/05/2012), transcorreu o lapso de 65 dias, o que ultrapassa o prazo determinado no Decreto n. 70.235/1972, verbis: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Art. 5º. Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento. 2 O citado AR foi anexado aos autos do processo em 08/03/2012. Fl. 1019DF CARF MF 4 Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. O prazo de 30 dias da ciência do resultado do julgamento promovido pela instância de origem, de acordo com os dispositivos acima transcritos, findar-se-ia em 30/03/2012 (sexta-feira), o que comprova a intempestividade do recurso. Assim, diante da intempestividade do recurso voluntário, entendo que razão assiste o embargante, já que não poderia ter sido o apelo voluntário submetido ao crivo do Colegiado, por que não foi observado o prazo dos artigos 33 e 42, I do Decreto n. 70.235/1972. Vale registrar que não há nos autos nenhuma comprovação de ocorrência de circunstâncias que pudessem - ainda que em tese - suspender a fluência do prazo. Por esses motivos, entendo que o Acórdão n. 3802-001.676, prolatado pela 2ª Turma Especial desta 3ª Seção de julgamentos, deve ser anulado, pois o recurso voluntário objeto dessas decisão colegiada está eivada de vício insanável, que é a intempestividade de sua apresentação. Diante do exposto, acolho os embargos de declaração opostos pelo Conselheiro, concedendo-lhes efeitos infringentes, de modo a declarar a nulidade do acórdão embargado. Quanto ao mérito do apelo, não se conhece de recurso voluntário interposto fora do prazo de 30 dias previsto no art. 33 do Decreto 70.235/1972. (assinatura digital) Relatora Lenisa Prado - Relatora Fl. 1020DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.903158/2012-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/01/2008
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INDÉBITO. PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA.
As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que as confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado.
Não tendo sido apresentada qualquer documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito apto a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.431
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/01/2008 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INDÉBITO. PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA. As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que as confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada qualquer documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito apto a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
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INDÉBITO. PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA. As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que as confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada qualquer documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito apto a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 90 31 58 /2 01 2- 54 Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Belo Horizonte, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte sobre pedido de restituição de créditos de PIS. O despacho decisório indeferiu o pedido de restituição por inexistência do crédito pleiteado face a vinculação do DARF nele informado com a quitação de débitos do contribuinte. Em sua manifestação de inconformidade, a recorrente alega em síntese que: (...) a empresa tem seus produtos tributados à alíquota zero de PIS e Cofins, conforme determina o art. 1º, inciso XII, da Lei nº 10.925, de 2004. Faz ainda referência à legislação que autoriza o contribuinte a solicitar o ressarcimento ou restituição dos valores que resultarem em crédito acumulado ou recolhimento que se revelou indevido ou a maior. Destaca que revisou suas apurações de PIS e Cofins e constatou que apurou erroneamente os valores ao tributar receitas sujeitas à alíquota zero, tendo efetuado os pedidos de restituição, via PER/DCOMP. Diante disso, foram retificados os Dacon, revelando saldo credor das referidas contribuições. Afirma ainda que, em data posterior ao protocolo dos pedidos, efetuou também as retificações das DCTF, cujo recibo segue anexo. Diante disso, o recorrente não pode ter seu pedido de restituição indeferido sem que se analise o crédito que lhe deu origem, demonstrado no Dacon retificador que se encontra no banco de dados da Receita Federal. Também é necessário que se verifiquem as DCTF retificadoras apresentadas. Defendeu ainda o direito à incidência da taxa Selic sobre o crédito em debate. Ao final, requer: 1. seja recebida e processada a manifestação de inconformidade; 2. seja determinada nova verificação do Dacon retificador e da DCTF retificadora relativa ao período em debate, para o fim de identificar o crédito objeto deste processo; 3. seja reformado o Despacho Decisório, para o fim de reconhecer integralmente o crédito objeto do PER/DCOMP nº 19327.90131.170910.1.2.043613, que tem origem em pagamento indevido ou a maior demonstrado em Dacon e DCTF; 4. que seja determinada a atualização do crédito pela taxa Selic, nos termos fixados no § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 1995; Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 4 3 5. que seja determinado o depósito do valor solicitado e atualizado em conta corrente especificada. Sobreveio então o Acórdão 02060.694, da 2ª Turma da DRJ/BHE, negando provimento à manifestação de inconformidade da Contribuinte, devido a ausência de comprovação do pagamento indevido ou a maior. Irresignada, a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário a este Conselho, no qual repisa os argumentos trazidos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.394, de 26 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 13830.903129/201292, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.394): "Como se depreende do relato acima, a lide resumese à comprovação da existência e suficiência do crédito objeto da compensação. Pois bem. A Lei n. 5.172/66 (Código Tributário Nacional), em seu art. 165, assegura o direito à restituição de tributos por recolhimento ou pagamento indevido ou a maior que o devido e estabelece os casos que configuram tal recolhimento ou pagamento, como a Recorrente afirma possuir, nos seguintes termos: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos I Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 5 4 Por sua vez, o instituto da compensação de créditos tributários está previsto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (...) Com o advento da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a compensação passou a ser tratada especificamente em seu artigo 74, tendo a citada Lei disciplinado a compensação de débitos tributários com créditos do sujeito passivo decorrentes de restituição ou ressarcimento de tributos ou contribuições, âmbito da Secretaria da Receita Federal (SRF). Ainda, o §1º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 (incluído pelo art. 49 da Lei nº 10.637/02) 1 determina que a compensação será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados (PER/DCOMP), como pretende a Recorrente in casu. Nesse sentido, a Recorrente processou pedido de compensação, afirmando possuir créditos relativos à COFINS, decorrente de pagamentos indevidos (receita da venda de seus produtos, queijos, que é reduzida a zero pela legislação da Contribuição). Entretanto, a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte. Assim, concluiu a Fiscalização que não restava crédito disponível para restituição, e, por conseguinte, a compensação não foi homologada. Muito embora a falta de prova sobre a existência e suficiência do crédito tenha sido o motivo tanto da não homologação da compensação por despacho decisório, como da negativa de provimento à manifestação de inconformidade, a Recorrente permanece sem se desincumbir do seu ônus probatório, insistindo que efetuou a retificação do Dacon, o que demonstraria seu direito ao crédito. Ocorre que o Dacon constitui demonstrativo por meio do qual a empresa apura as contribuições devidas. Com efeito, o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON), instituído pela Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004, é uma declaração acessória obrigatória em que as pessoas jurídicas informavam a Receita Federal do Brasil sobre a apuração da Contribuição ao PIS e da 1 A referida legislação recebeu ainda algumas alterações promovidas pelas Leis nºs 10.833/2003 e 11.051/2004. Atualmente, os procedimentos respectivos encontramse regidos pela IN RFB nº 1.300/2012 e alterações posteriores Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 6 5 COFINS. Em outros termos, sua função é de refletir a situação do recolhimento das contribuições da empresa, sendo os créditos autorizados por lei e com substrato nos documentos contábeis da empresa, basicamente notas fiscais os livros fiscais onde estão registradas as referidas notas, além da própria DCTF. Assim, são esses últimos documentos que possuem aptidão para comprovar o crédito. Ademais, a Instrução Normativa n. 1.015, de 05 de março de 2010, vigente à época dos fatos, estabelece que Art. 10. A alteração das informações prestadas em Dacon, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de demonstrativo retificador, elaborado com observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. § 1º O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente apresentado, substituindoo integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar alteração nos créditos e retenções na fonte informados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas no demonstrativo original, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização; e II alterar débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (...) § 5º A pessoa jurídica que entregar Dacon retificador, alterando valores que tenham sido informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), deverá apresentar, também, DCTF retificadora. Conforme mencionado anteriormente, a Contribuinte não apresentou nenhum documento que comprovasse o crédito alegado. Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 7 6 Ressalto que com relação à alegação em manifestação de inconformidade que haveria DCTF retificadora, a decisão recorrida bem coloca que os valores constantes desse documento foram aqueles utilizados pela Fiscalização para a análise do PER/DCOMP, bem como que, com o exame do DACON retificador, fica evidenciada a utilização do crédito em questão. Nesse sentido, destaco o seguinte trecho do acórdão da DRJ: Quanto à alegada retificação da DCTF, registrese que o documento retificador constante dos sistemas mantidos pela Receita Federal, entregue em 28/09/2012 (conf. recibo de entrega), revela a existência do débito no valor que foi considerado no Despacho Decisório e indicado no quadro “UTILIZAÇÃO DOS PAGAMENTOS ENCONTRADOS PARA O DARF DISCRIMINADO NO PER/DCOMP. (...) Nestas condições, fica convalidado em todos os seus termos o Despacho Decisório contestado, que evidencia que o crédito postulado pelo contribuinte foi utilizado conforme especificado no demonstrativo de utilização do pagamento, não restando crédito passível de restituição. Ao não apresentar documentos indispensáveis à apreciação do alegado crédito, o interessado prejudicou a análise por parte da Administração, visto que restou impossibilitada a comprovação de certeza e liquidez do crédito solicitado, conforme preceitua o artigo 170 do CTN. Com relação a prova dos fatos e o ônus da prova, dispõem o artigo 36, caput, da Lei nº 9.784/99 e o artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil, abaixo transcritos, que caberia à Recorrente, autora do presente processo administrativo, o ônus de demonstrar o direito que pleiteia: Art. 36 da Lei nº 9.784/99. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 373 do Código de Processo Civil. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Peço vênia para destacar as palavras do Conselheiro relator Antonio Carlos Atulim, plenamente aplicáveis ao caso sub judice: “É certo que a distribuição do ônus da prova no âmbito do processo administrativo deve ser efetuada levandose em conta a iniciativa do processo. Em processos de repetição de indébito ou de ressarcimento, onde a iniciativa do pedido cabe ao contribuinte, é óbvio que o ônus de Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 8 7 provar o direito de crédito oposto à Administração cabe ao contribuinte. Já nos processos que versam sobre a determinação e exigência de créditos tributários (autos de infração), tratandose de processos de iniciativa do fisco, o ônus da prova dos fatos jurígenos da pretensão fazendária cabe à fiscalização (art. 142 do CTN e art. 9º do PAF). Assim, realmente andou mal a turma de julgamento da DRJ, pois o ônus da prova incumbe a quem alega o fato probando. Se a fiscalização não provar os fatos alegados, a consequência jurídica disso será a improcedência do lançamento em relação ao que não tiver sido provado e não a sua nulidade. A jurisprudência do CARF é pacífica sobre o tema, como se depreende das ementas abaixo colacionadas: Ementa(s) Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2006 a 30/06/2006 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. ERRO EM DECLARAÇÃO. A DCTF retificadora apresentada após o despacho decisório que não homologa a compensação e a DACON não têm o condão de provar suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos (Acórdão 3803 006.915, Relator Conselheiro Corintho Oliveira Machado) Ementa(s) NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2009 PIS/COFINS. DCOMP. CRÉDITOS DECORRENTES DE DCTF NÃO RETIFICADA POR DECURSO DE PRAZO (5 ANOS). PER/DCOMP NÃO HOMOLOGADO. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. PIS/COFINS. DCOMP. DACON RETIFICADOR Embora o DACON seja uma fonte válida de informações Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 9 8 para o Fisco, tomado isoladamente, ele não é prova suficiente do erro alegado, sendo incapaz de elidir o valor inicialmente declarado em DCTF (Acórdão 3802003.316, Relator Conselheiro Waldir Navarro Bezerra) Ementa(s) Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/01/2005 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE DCTF RETIFICADORA. A informação dos valores devidos a título de PIS prestada na DACON não enseja o direito creditório, uma vez que o crédito tributário constituise pela DCTF. No caso de divergência entre os valores declarados em DCTF e DACON, prevalece o montante constituído em DCTF. A DCTF é o instrumento hábil e suficiente para constituição do crédito tributário, por consequência lógica, que o indébito tributário pelo pagamento a maior deve ser apurado pelo confronto com os valores constituídos em DCTF e os valores recolhidos. A desconstituição da confissão depende de robusta prova e detalhada demonstração de materialidade diversa da declara. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO (Acórdão 3101001.259, Conselheiro Relator Luis Roberto Domingo). Dessarte, não tendo sido em momento algum comprovada pela Recorrente a liquidez e certeza do crédito pleiteado, de acordo com toda a disciplina jurídica supra mencionada, não há reparos a serem feitos quanto ao Acórdão recorrido. Quanto a correção monetária do crédito, hodiernamente não restam mais dúvidas sobre a necessidade de correção monetária do indébito, desde a data em que o pagamento foi feito ao Estado. É o que consta tanto da jurisprudência do Supremo, da Súmula nº 46 do extinto Tribunal Federal de Recursos, quanto da Súmula n. 162 do Superior Tribunal de Justiça, vazada nos seguinte dizeres: “na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido.” Inclusive, merece destaque o Parecer AGU/MF01/96 da AdvocaciaGeral da União, publicado no Diário Oficial de 18.01.96, que claramente sintetizou as soluções adotadas pelos legítimos intérpretes da lei, além de enfatizar o papel da correção monetária nas ações de repetição de indébito. 2 2 Mesmo na inexistência de expressa previsão legal, é devida correção monetária de repetição de quantia indevidamente recolhida ou cobrada a título de tributo. A restituição tardia e sem atualização é restituição incompleta e representa enriquecimento ilícito do Fisco. Correção monetária não constitui um plus a exigir expressa previsão legal. É, apenas, recomposição do crédito corroído pela inflação. O dever de restituir o que se recebeu indevidamente inclui o dever de restituir o valor atualizado. Se a letra fria da lei não cobre tudo o que no seu espírito se contém, a interpretação integrativa se impõe como medida de Justiça. Disposições legais anteriores Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13830.903158/201254 Acórdão n.º 3402004.431 S3C4T2 Fl. 10 9 Ademais, fato é que a Lei n° 8.383, de 30 de dezembro de 1991 (artigo 66, § 3º) trouxe a disciplina de forma expressa ao âmbito tributário, especificamente sobre a restituição e compensação de tributos federais. Desde então, diferentes índices foram usados para fins de atualização monetária dos indébitos fiscais, terminando com a taxa de juros Selic aplicada atualmente. Contudo, como destacado alhures, não houve a comprovação de crédito a ser utilizado pela Recorrente, de modo que resta prejudicado seu pedido acerca da correção monetária do mesmo. Dispositivo Por essas razões, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire à Lei n° 8.383191 e princípios superiores do Direito brasileiro autorizam a conclusão no sentido de ser devida a correção na hipótese em exame. A jurisprudência unânime dos Tribunais reconhece, nesse caso, o direito a ̀ atualização do valor reclamado. O Poder Judiciário não cria, mas, tãosomente aplica o direito vigente. Se tem reconhecido esse direito é porque ele existe. Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.728806/2014-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 13 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Sep 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ano-calendário: 2009, 2010, 2011, 2012
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO.
Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF 103.) Não se conhece de recurso de ofício abaixo do limite de alçada.
MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DO CRÉDITO
Não suspende a exigibilidade do crédito a discussão judicial de matéria diversa da veiculada no auto de infração.
ENQUADRAMENTO. AGROINDÚSTRIA
A partir de setembro de 2010, considera-se industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo.
Numero da decisão: 2301-005.127
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício e conhecer do recurso voluntário, para lhe negar provimento.
Fez sustentação oral o Dr. Cláudio Tessari, OAB/RS 37.993.
JOÃO BELLINI JÚNIOR Presidente e Relator.
EDITADO EM: 19/09/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Fabio Piovesan Bozza, João Maurício Vital, Alexandre Evaristo Pinto, Denny Medeiros Silveira, Wesley Rocha (suplente convocado), Thiago Duca Amoni (suplente convocado) e João Bellini Júnior (Presidente).
Nome do relator: JOAO BELLINI JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Ano-calendário: 2009, 2010, 2011, 2012 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF 103.) Não se conhece de recurso de ofício abaixo do limite de alçada. MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DO CRÉDITO Não suspende a exigibilidade do crédito a discussão judicial de matéria diversa da veiculada no auto de infração. ENQUADRAMENTO. AGROINDÚSTRIA A partir de setembro de 2010, considera-se industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo.
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LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF 103.) Não se conhece de recurso de ofício abaixo do limite de alçada. MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DO CRÉDITO Não suspende a exigibilidade do crédito a discussão judicial de matéria diversa da veiculada no auto de infração. ENQUADRAMENTO. AGROINDÚSTRIA A partir de setembro de 2010, considerase industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício e conhecer do recurso voluntário, para lhe negar provimento. Fez sustentação oral o Dr. Cláudio Tessari, OAB/RS 37.993. JOÃO BELLINI JÚNIOR – Presidente e Relator. EDITADO EM: 19/09/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Fabio Piovesan Bozza, João Maurício Vital, Alexandre Evaristo Pinto, Denny Medeiros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 88 06 /2 01 4- 90 Fl. 803DF CARF MF 2 Silveira, Wesley Rocha (suplente convocado), Thiago Duca Amoni (suplente convocado) e João Bellini Júnior (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário e de ofício em face do Acórdão 09057.710, exarado pela 5ª Turma da DRJ em Juiz de Fora (efls. 717 a 737). Os autos de infração referentes às contribuições previdenciárias decorrentes da comercialização no mercado interno e externo da produção rural própria e adquirida de terceiros, concernentes aos períodos de 01/2010 a 12/2011, compreendem: – Debcad 51.033.8933, no valor de R$8.748.648,15, referente às contribuições previdenciárias decorrentes da comercialização da produção rural pertencentes à parte patronal, bem como os valores destinados ao Sat/Rat – comercialização da produção no mercado interno; – Debcad 51.033.8941 no valor de R$841.216,16, referente às contribuições previdenciárias decorrentes da comercialização da produção rural devidas ao Senar (terceiros) – comercialização da produção no mercado interno; Debcad 51.033.8950, no valor de R$231.071,89, referente às contribuições previdenciárias decorrentes da comercialização da produção rural devidas ao Senar (terceiros) especificamente em relação as vendas praticas no mercado externo (exportações diretas). Reproduzo do relatório da decisão recorrida: A autoridade lançadora descreve a atividade da empresa, bem como seu processo operacional e após a descrição informa que: e) Portanto, além da produção rural realizada pela empresa, a mesma pratica beneficiamento industrial de sua produção rural própria e da produção rural adquirida de terceiros, abrangendo atividades de análise e seleção das frutas, lavagem, limpeza e descontaminação; assim como, também ocorre a industrialização rudimentar através dos processos de armazenamento em câmaras especiais de resfriamento e das atividades de embalagem em linha de produção. O setor onde são executadas as atividades industriais de embalagem é chamado de "PACKINGHOUSE". Cita o enquadramento da agropecuária como agroindústria cuja base legal encontra respaldo no art. 165, parágrafo 1° da IN 971/2009. Informa que a constituição dos créditos constantes deste processo, referemse a contribuições previdenciárias não declaradas em GFIP e não recolhidas à Previdência Social, relativas à parte patronal e de terceiros/outras entidades (Senar), decorrentes da comercialização da produção rural própria e de terceiros, posteriormente aos processos de beneficiamento e industrialização rudimentar dos produtos. Fl. 804DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 3 3 Informa que: A empresa enquadrase como Agroindústria, ligada principalmente à atividade de cultivo, beneficiamento, industrialização rudimentar e comercialização de maçãs e outras frutas de pomares próprios e/ou de terceiros, nos mercados interno e externo. A contribuição previdenciária patronal devida pela Agroindústria, incide sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção própria e da adquirida de terceiros, industrializada ou não, conforme descreve o Artigo 173 da Instrução Normativa RFB no. 971/2009. O contribuinte quando da comercialização da produção rural própria ou de terceiros, deve declarar na GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social da competência da ocorrência do fato gerador (comercialização), o valor da receita bruta da comercialização, enquadrandose no código de FPAS 744, o que acarreta a incidência das alíquotas de 2,5% (Rural Patronal) e de 0,1% ( Sat /Rat), sobre a receita bruta da comercialização da produção rural; assim como, deve informar nesta GFIP o código de Terceiros/Outras Entidades 0003, o qual prevê uma contribuição ao SENAR de 0,25% sobre a receita bruta da comercialização da produção rural. O auditor informa que antes do início da fiscalização os valores pagos aos segurados empregados, assim como, da parte retida e descontada das remunerações dos mesmos, já haviam sido declarados em GFIP, sem no entanto, declarar os valores da Receita Bruta da Comercialização da Produção Rural, que resultariam no cálculo da contribuição rural patronal, Sat/Rat e Senar. De acordo com a autoridade lançadora, os fatos geradores foram extraídos dos registros contábeis digitais SPED. Tais valores constam também nas DIPJ anoscalendário 2010 e 2011, assim como nas planilhas demonstrativas das receitas elaboradas e apresentadas pelo contribuinte. Em relação ao créditos lavrados sob DEBCAD n° 51.033.8933 o auditor informa que: Lavrado com o objetivo de constituir os créditos previdenciários decorrentes da Comercialização da Produção Rural, resultando na apuração e lançamento da contribuição RURAL PATRONAL de 2,5% sobre a Receita da Comercialização da Produção Rural, assim como, dos valores destinados ao SAT/RAT na base de 0,1 % da Receita de Comercialização da Produção Rural, especificamente em relação às vendas praticadas no Mercado Interno ( Nacional). Os valores que integram a base de cálculo dos lançamentos dos créditos previdenciários, foram apropriados no " Levantamento C1 Comercialização da Produção Rural Mercado Interno " , vide Anexos 1 e 2 do Relatório Fiscal. Fl. 805DF CARF MF 4 Em relação aos créditos lavrados sob DEBCAD n°51.033.8941 o auditor informa que: Lavrado com o objetivo de constituir os créditos previdenciários decorrentes da comercialização da Produção Rural, resultando na apuração e lançamento da contribuição ao SENAR (terceiros) de 0,25% sobre a Receita da Comercialização da Produção Rural, especificamente em relação às vendas praticadas no Mercado Interno ( Nacional). Os valores que integram a base de cálculo dos lançamentos dos créditos previdenciários, foram apropriados no " Levantamento C1 Comercialização da Produção Rural Mercado Interno ", vide Anexos 1 e 2 do Relatório Fiscal. Em relação aos créditos lavrados sob DEBCAD n°51.033.8950 o auditor informa que: Lavrado com o objetivo de constituir os créditos previdenciários decorrentes da Comercialização da Produção Rural, resultando na apuração e lançamento da contribuição ao SENAR (terceiros) de 0,25% sobre a Receita da Comercialização da Produção Rural, especificamente em relação às vendas praticadas no Mercado Externo ( Exportações Diretas ). Os valores que integram a base de cálculo dos lançamentos dos créditos previdenciários, foram apropriados no " Levantamento C2 Comercialização da Produção Rural Mercado Externo ", vide Anexos 3 e 4 do Relatório Fiscal. A autoridade lançadora informa ainda que o crédito deve ter sua exigibilidade suspensa, a saber: DAS OBSERVAÇÕES FINAIS O presente lançamento e constituição dos créditos previdenciários, deve ter sua cobrança sobrestada, enquanto estiver vigente decisão judicial favorável à empresa, com relação ao Mandado de Segurança autuado sob No. 1999.71.00.0212805 (RS), que suspendeu o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, previstas nos Incisos I e II e Parág. 1°. do Artigo 25 da Lei 8870/94; e portanto, fazse este lançamento e constituição dos créditos previdenciários com o objetivo de se evitar o atingimento e eventual ocorrência de período decadencial. Foi anexado ao processo administrativo fiscal, a documentação existente sobre o processo judicial, apresentada à fiscalização pelo contribuinte, a qual serviu de base ao sobrestamento do processo por esta fiscalização. A empresa foi cientificada pessoalmente na pessoa do sócio administrador em 07/01/2015, conforme Termo de encerramento do procedimento fiscal constante da folha 589 do processo e apresentou impugnação no dia 03/02/2015. A impugnante alega que, conforme consta no relatório fiscal, a autoridade lançadora enquadrou a empresa como Agroindústria ao argumento de que o seu processo operacional está voltado à atividade de cultivo, beneficiamento, industrialização rudimentar e comercialização de maças e outras frutas de pomares próprios e/ou de terceiros, nos mercado interno e externo e cita que os Fl. 806DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 4 5 créditos encontramse com sua exigibilidade suspensa conforme informa a autoridade lançadora. Alega que a impugnante é, na realidade, produtora rural pessoa jurídica, na qualidade de "empregador rural constituído sob a forma de sociedade empresária" e que o lançamento ora impugnado busca não só evitar a decadência mas também aumentar a carga tributária previdenciária a ser suportada pela empresa, em virtude de: "...ao enquadrála como "Agroindústria", os Auditores Fiscais viabilizam a majoração da base de cálculo das contribuições previdenciárias incidentes sobre a comercialização da sua produção rural, com a inclusão da produção adquirida de terceiros, bem como a cobrança de outras contribuições destinadas a terceiros (SENAI, SESI e SEBRAE), estas últimas exigidas da Impugnante através do Auto de Infração (DEBCAD) n. 51.033.8968, vinculado ao processo administrativo fiscal n. 10314728.807/201434, que é objeto de impugnação própria" Alega que a autoridade lançadora através de uma análise pouco acurada do contexto operacional da empresa resolveu enquadrá la como agroindústria, o que não condiz com a atividade por ela desenvolvida e que para contextualização das alegações devese salientar a premissa que norteia o caso ora analisado, que é o fato de que a impugnante tem como atividade principal o cultivo e a comercialização de maças, tanto por ela produzida como a adquirida de terceiros e, não, os subprodutos (transformações) originados a partir dela, como, por exemplo, geléias, sucos, etc. (grifei) Cita os art.3° e 4° do Decreto 7.212/2010 que define o conceito de industrialização, para efeitos de incidência do IPI e diz que nenhuma das hipóteses elencadas amoldamse ao caso presente uma vez que: '...pela singela razão de que o que foi cultivado, colhido e vendido foi, simplesmente, maçã. Seria caracterizada como industrialização, no dizer do RIPI, a operação que exercida sobre o produto "in natura" importasse na obtenção de espécie nova, o que não é o caso." Cita ainda, o art.8° da mesma norma e alega que à luz do referido regulamento, somente será considerado estabelecimento industrial: "...aquele que, cumulativamente, realizar operação de transformação ou beneficiamento e desde que resulte daí, a obtenção de produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento." Cita o Decreto n° 6.006/2006 também do IPI e conclui dizendo que a maça, de acordo com as normas vigentes para o IPI, é produto não tributado e que desta forma não resta dúvida de que é improcedente a pretensão fiscal de enquadrar a impugnante como uma "agroindústria" sob o argumento de a mesma realizar Fl. 807DF CARF MF 6 operação de industrialização ao selecionar e préclassificar as frutas e armazenálas em "câmaras refrigeradas de atmosfera dinâmica", alega ainda que de acordo com o mesmo decreto as frutas refrigeradas classificamse nas mesmas posições das frutas frescas correspondentes e continua: "...ou seja, a própria legislação tributária de regência determina que o acondicionamento das frutas, no caso, das maçãs, em câmaras refrigeradas, como ocorre no sistema produtivo da Impugnante, não retira a sua condição "in natura", de modo que não caracteriza qualquer tipo de processo de industrialização." Cita o Parecer Normativo CST n°880/71 onde diz que não caracteriza como industrialização operações praticadas sobre produtos rurais, desde que não modificada a sua condição "in natura" e classificado, referido produto, como não tributado na tabela do IPI. Cita solução de consulta n°85 de 21/08/2009 da SRRF da 4a Região e diz que: "...os conceitos de industrialização e de estabelecimento industrial devem ser analisados, mediante uma interpretação sistemática da legislação tributária de regência notadamente, pelo fato de a Lei n. 8.212/91, o Decreto n. 3.048/99 e a IN RFB n. 971/2009, que dispõem sobre normas gerais de tributação previdência e outras, não abrangerem, de maneira definitiva, tais conceitos. Esse é o caso, por exemplo, da "industrialização" e do "estabelecimento industrial", cujas definições devem ser buscadas na legislação atinente ao IPI, pelas quais se verifica que a Impugnante não está ali compreendida. Cita o art.2°, inc I e V da lei 8.023/90, que define atividade rural e alega que o maior ou menor nível de tecnologia adotado no desenvolvimento da atividade rural não altera a essência, haja vista, que a natureza da atividade continua a mesma, ainda que o produtor rural se valha de procedimentos, empregue técnicas e/ou utilize equipamentos e/ou maquinários nesse processo. Alega que: No caso da Impugnante, tal situação é ainda mais notória, pois as técnicas e/ou equipamentos que utiliza em seu processo produtivo, como, por exemplo, os processos de lavagem e de tratamento para descontaminação das frutas, seu armazenamento em câmaras refrigeradas e acondicionamento das frutas em caixas de papelão, em nada alteram a composição e as características do produto in natura, não se tratando, pois, de atividade industrial, ou seja, a Impugnante cultiva maçãs e comercializa maçãs. Tais aspectos devem ser observados, para, com isso, não se afastar a realidade operacional da Impugnante e de mercado, simplesmente, para fins de lavratura de autos de infração, ainda mais quando tal realidade resta amparada pela legislação tributária de regência e pela jurisprudência administrativa. Fl. 808DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 5 7 Como se verifica, ainda que, para o cultivo e a comercialização de maçãs, a Impugnante faça uso desses procedimentos e/ou equipamentos, mostrase ausente o traço fundamental que caracteriza a industrialização, nos termos do art. 4o do RIPI/2010, antes transcrito, qual seja, a modificação da natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, no caso, maçãs. Alega que a administração, quando enquadrou a empresa como agroindústria, deveria ter demonstrado uma única situação, se a impugnante comercializa um produto diferente daqueles que cultiva ou adquire de terceiros, isto é, se os transforma em outro diferente do in natura (maças). Esta situação, conforme alega a impugnante, não fica demonstrada nos autos o que possibilita dizer que as técnicas e/ou os equipamentos utilizados pela impugnante, que para fiscalização alcança o conceito de industrialização, são insuficientes para enquadrála como agroindústria. Para fundamentar tais alegações, cita o Acórdão n°1621148 de 23/04/2009 da DRF/SP e alega que: "...o enquadramento da Impugnante como "Agroindústria", pela Administração Tributária Federal, busca sujeitar o contribuinte ao disposto no art. 22A, I e II, § 5o, da Lei n° 8.212/91, e, não mais, ao preceituado no art. 25, I e II, § 1o, da Lei n° 8.870/1994, que, além de aumentar a sua carga tributária, a título de contribuições previdenciárias e as destinadas a terceiros, poderia eventualmente limitar os efeitos das decisões judiciais proferidas em favor da Impugnante no âmbito do Mandado de Segurança (MS) n° 1999.71.00.0212805, porém tal situação não há como prosperar. Com o pretendido enquadramento da Impugnante como "Agroindústria", esta passaria a apurar e recolher as contribuições previdenciárias patronal (alíquota de 2,5%), GIIL RAT (alíquota de 0,1%) e destinada ao SENAR (alíquota de 0,25%) sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural adquirida de terceiros, além da já incidente sobre a produção rural própria. Outro efeito desse enquadramento para a Impugnante é que ela passaria a apurar as contribuições destinadas aos terceiros, no caso, SESI, SENAI e SEBRAE, às alíquotas de 1%, 1,5% e 0,6%, respectivamente, objeto de cobrança do Auto de Infração (DEBCAD) n. 51.033.8968, vinculado ao Processo Administrativo Fiscal n. 10314728.807/201434 sem prejuízo das contribuições destinadas ao Salário Educação (FNDE) e INCRA, estas últimas, às alíquotas de 2,5% e 0,2%, respectivamente, todas incidentes sobre a sua folha de salários, observada, no que couber, a segregação entre a parte rural e a alegada parte industrial. Do mandado de Segurança Fl. 809DF CARF MF 8 Em 20/08/99, a Impugnante impetrou o Mandado de Segurança n. 1999.71.00.0212805, contra ato do então Diretor Estadual de Arrecadação e Fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, através do qual questiona a exigibilidade da contribuição sobre o valor da comercialização da produção rural e da destinada ao SENAR incisos I e II e § 1o, do art. 25 da Lei n.8.870/94 (Doc. 4). No referido mandamus, a ora Impugnante obteve decisão liminar, proferida no dia 06/09/99, que lhe assegurou o direito de não recolher as contribuições previdenciárias antes referidas (patronal, GIILRAT e SENAR). E, em 03/07/00, a ação mandamental em apreço restou julgada parcialmente procedente, para "determinar à impetrada que se abstenha de exigir da impetrante o recolhimento da contribuição previdenciária prevista nos incisos I e II do art. 25 da Lei n° 8.870/94, face ao reconhecimento incidental de sua inconstitucionalidade, tornando definitiva a liminar de fls. 48". A sentença deixou de acolher parte do pedido formulado pela Impetrante, mantendo apenas a exigência da contribuição previdenciária destinada ao SENAR (prevista no art. 25, § 1o, da Lei n. 8.870/94), conforme esclareceu o DD. Julgador em face de embargos de declaração (Doc. 5). Dessa decisão, ambas as partes apelaram ao col. Tribunal Regional Federal da 4a Região (Apelação em Mandado de Segurança n° 1999.71.00.0212805), tendo este, pela sua 1a Turma, em julgamento realizado no dia 05/05/04, suscitado a "arguição de inconstitucionalidade, para apreciação pela Corte Especial do Tribunal", daquele artigo 25, incisos I e II e parágrafo 1o, da Lei n° 8.870/94 (Doe. 6). Na sessão ordinária do dia 19/10/2006, a Corte Especial do TRF da 4a Região, por maioria de votos, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 25, caput, incisos I e II e parágrafo 1°, da Lei n. 8.870/94 Como decorrência do acolhimento, pela Corte Especial do TRF da 4a Região, da arguição de inconstitucionalidade suprarreferida, no dia 29/08/2007, a Egrégia 1a Turma daquele Tribunal, por unanimidade de votos, negou provimento à apelação do INSS e à remessa oficial e deu provimento à apelação da Impetrante, para reconhecer indevida a contribuição incidente sobre a comercialização de seus produtos rurais prevista nos incisos I e II e parágrafo 1o do artigo 25 da Lei n° 8.870/1994. (Doc. 7) Inconformada com tal decisão, em 28/09/2007, a União (Fazenda Nacional) interpôs Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal (RE n. 573.7063), estando, referido feito, aguardando julgamento até a presente data. Conclui com as seguintes alegações: a) Como inicialmente houve o deferimento de liminar em favor da Impetrante, ora Impugnante, para desonerála do recolhimento das contribuições previdenciárias previstas no art. 25 da Lei n. 8.870/94, a qual compreendia tanto a Patronal Fl. 810DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 6 9 (alíquota de 2,5%) e a GIILRAT (alíquota de 0,1%) como a destinada ao SENAR (alíquota de 0,25%), temse que a sentença proferida pelo Juízo de 1o grau, em relação à parte que dispunha sobre a manutenção da exigibilidade da contribuição destinada ao SENAR, restou sem efeito, em face do reconhecimento da Inconstitucionalidade do art. 25, I e II, § 1o, da Lei n. 8.870/94 e do não provimento à apelação interposta pela União Federal (Fazenda Nacional). b) Que a decisão liminar voltou a repercutir (fazer efeito) sobre a Impetrante, aqui Impugnante, para o fim de desonerála do recolhimento das aludidas contribuições previdenciárias incidentes sobre a receita bruta da comercialização da sua produção rural, previstas no art. 25, I e II, § 1o da Lei n°8.870/94. c) Que, durante o trâmite do referido processo, restou perfectibilizado o enquadramento da Impugnante como produtor rural pessoa jurídica, na qualidade de "empregador rural constituído sob a forma de sociedade empresária" e, não, como "Agroindústria", notadamente em face dos dispositivos legais compreendidos pela lide (art. 25, I e II, § 1o da Lei n° 8.870/94), que, por sua vez, em nenhuma etapa do aludido processo, foram combatidos pela União Federal (Fazenda Nacional), quanto à natureza da atividade desenvolvida pela Impugnante. d) Como se verifica, uma vez que ditos dispositivos legais não se referem à "Agroindústria", resta que a qualidade de "empregador rural constituído sob a forma de sociedade empresária" atribuída e/ou conferida à Impugnante já foi balizada pelo próprio Poder Judiciário, situação essa que não pode ser modificada na esfera administrativa, como pretende a Administração Tributária Federal, ainda mais quando as técnicas, processos e/ou equipamento utilizados no seu sistema produtivo, tidos erroneamente pelos Auditores Fiscais como meios de industrialização, são exatamente os mesmos, desde o ajuizamento do Mandado de Segurança em comento, o que ocorreu em 20/08/1999. e) Todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias aqui compreendidas e pertinentes à Impugnante, notadamente no período compreendido entre jan/2010 a dez/2011, ocorreram sob os efeitos do MS n° 1999.71.00.0212805, que impedem, por conseguinte, a Administração Tributária Federal de enquadrála como "Agroindústria", com fundamento no § 1o do art. 165 da INRFB n° 971/2009. E continua: Destacase, ainda, a imperiosa observância do art.100 do Código Tributário Nacional (CTN), pelo qual são consideradas normas complementares das leis "as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas", a exceção de real modificação da atividade da empresa, o que, como já referido, nunca ocorreu, haja vista que ela continua Fl. 811DF CARF MF 10 simplesmente cultivando, colhendo e comercializando a fruta maçã (in natura). Assim, considerando a circunstância fática e jurídica de que a Impugnante possui como Código e Descrição da Atividade Econômica Principal o de n. 01.334.07 Cultivo de maça como se pode comprovar através do seu Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral no CNPJ, não poderia a Administração Tributária Federal, de forma válida, equiparála à "Agroindústria", entendendo haver beneficiamento, sem tal equiparação afrontar, diretamente, as decisões judiciais proferidas em favor da Impugnante, nos autos do Mandado de Segurança (MS) n° 1999.71.00.0212805, ora em trâmite perante o STF. Em relação ao levantamento das contribuições previdenciárias Patronal e GILRAT sobre a receita de venda de produtos adquiridos de terceiros inclusive das destinadas ao SENAR (auferidas no mercado interno e externo) a impugnante alega que: A inclusão da parcela atinente à receita decorrente da comercialização da produção rural adquirida de terceiros, para fins de lançamento das contribuições previdenciárias em comento, se deve, única e exclusivamente, à inovação realizada pela Administração Tributária Federal, ao erroneamente enquadrar a Impugnante como uma "Agroindústria", o que lhe possibilitou, então, alargar a base de cálculo dos referidos tributos, objeto dos autos de infração, com fundamento no art. 22A, I e II, § 5o, da Lei n. 8.212/91 combinado com o art. 173 da IN RFB n. 971/2009 Cita trechos do relatório fiscal e alega que a autoridade lançadora incluiu na base de cálculo das contribuições parcelas que, por todos os aspectos levantados não estão compreendidas no campo de incidência das contribuições previdenciárias que recaem sobre ela. Alega que a empresa é Produtor Rural pessoa jurídica, na qualidade de empregador rural constituído sob a forma de sociedade empresária e que a cobrança constante dos autos de infração em comento, no que diz respeito às contribuições previdenciárias incidentes sobre a produção rural adquirida de terceiros, é indevida, por não se tratar de receita oriunda de sua produção própria. Cita o art.25 da lei 8.870/94 e diz que de acordo com tal dispositivo as contribuições previdenciárias devidas pelo produtor rural (pessoa jurídica), a título patronal, GIILRAT e SENAR incidem tãosomente sobre a "receita bruta proveniente da comercialização de sua produção", e não, pois, sobre as vendas realizadas com produtos de terceiros. Alega que como a mesma não é agroindústria, não há que se falar em incidência de contribuições previdenciárias sobre a comercialização de frutas de outros produtores rurais. E conclui o raciocínio alegando: Fl. 812DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 7 11 Somese a isso, ainda, o fato de a Impugnante, por força das decisões judiciais proferidas em seu favor no âmbito do MS n° 1999.71.00.0212805 (ver item 2.2), restar desonerada das aludidas contribuições incidentes sobre a sua produção rural, em especial, a destinada ao SENAR, inclusive, a incidente sobre as receitas decorrentes da comercialização da sua produção rural no mercado externo (exportação). Dessa forma, concluise que os Auditores Fiscais falharam ao lavrar os autos de infração ora impugnados, uma vez que os créditos tributários lançados não podem ser exigidos da Impugnante (DEBCADs ns. 51.033.8933, 51.033.8941 e 51.033.8950), ainda mais, quando nestes foram computadas as receitas auferidas por ela com a venda de produtos adquiridos de terceiros e com a exportação, o que demonstra a inconsistência dos métodos e/ou procedimentos adotados pela Administração Tributária Federal nesse caso, quando analisados frente à legislação tributária de regência, jurisprudência administrativa e o MS n. 1999.71.00.0212805. Quanto a multa de ofício, alega que apesar da autoridade lançadora, ter efetuado o lançamento já com exigibilidade suspensa, foram incluídos em todos os levantamentos a multa de ofício. Alega que há norma vedativa desse procedimento, cita o art.63 da lei 9430/96 e diz que tal dispositivo impede o lançamento de multa de ofício quando o contribuinte está sob amparo de medida judicial além de conceder a ele o direito de recolher o tributo ou contribuição no prazo de 30 (trinta) dias após a conclusão do processo, sem incidência de qualquer multa (inclusive de mora), em caso da procedência da contribuição. Cita Acórdão 40203257/2008 da CSRF neste sentido e conclui: Como se vê, os Auditores Fiscais infringiram o art. 63 da Lei n° 9.430/96, ao impor, desde logo, as multas de ofício, em virtude do alegado não recolhimento das exações tributárias constantes dos autos de infração, ora impugnados. Diante da situação fática concreta, é evidente que, se, inesperadamente, os lançamentos não forem anulados ou, no mínimo, refeitos conforme instado nos itens supra, devese, pelos menos, excluir as multas de ofício indevidamente lançadas. E após todas as alegações apresentadas pede que sejam cancelados os créditos tributários lançados no auto ora analisado, ou caso não se decida pelo cancelamento que sejam refeitos e/ou recalculados, com vistas a compreender a devida exclusão dos valores atinentes às multas de ofício ali aplicadas e que sejam suspensos os efeitos dos autos até o julgamento definitivo do Mandado de Segurança (MS) n° 1999.71.00.0212805, ora em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) e pede que seja reunido o presente processo com o processo de n°10314728.807/201434, em razão de ambos compreenderem matérias e/ou questões que lhe são comuns. Fl. 813DF CARF MF 12 A DRJ julgou a impugnação parcialmente procedente, e seu acórdão recebeu as seguintes ementas (efls. 1138): Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2011 PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA. Na vigência de liminar é legítimo o lançamento para prevenir a decadência. ENQUADRAMENTO. AGROINDÚSTRIA Considerase industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria A PARTIR DE 09/2010, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo. MANDADO DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DO CRÉDITO Não suspende a exigibilidade do crédito a discussão judicial de dispositivo diverso do da fundamentação do auto de infração MULTA DE OFÍCIO. EXCLUSÃO PARCIAL É cabível multa de ofício em lançamento sem exigibilidade suspensa. Não é cabível multa de ofício em lançamento para prevenir a decadência. AGROINDÚSTRIA.SENAR. GILRAT Incide contribuição para o SENAR sobre a comercialização de produção de terceiros e sobre exportação e contribuição previdenciária patronal e GILRAT sobre a comercialização de produção de terceiros. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Constou no dispositivo do acórdão recorrido o recurso de ofício, nos seguintes termos: Acordam os membros da 5a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar procedente em parte a impugnação, mantendo o valor originário do crédito tributário em R$8.399.997,19 (Oito milhões, trezentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e sete reais e dezenove centavos) Submetase à apreciação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de acordo com o art. 34 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações introduzidas pela Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de1997, e Portaria MF n° 3, de 3 de janeiro de 2008, por força de recurso necessário. A exoneração do crédito procedida por este acórdão só será definitiva após o julgamento em segunda instância. Fl. 814DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 8 13 A ciência dessa decisão ocorreu em 19/08/2015 (efl. 760). Em 18/09/2015, foi apresentado recurso voluntário, na qual são reiterados os argumentos da impugnação (efls. 761 a 783), e, ainda, alegado que: (a) o conceito de industrialização constante do Regulamento do IPI (Decreto n. 7.212/2010), bem como o da legislação esparsa correlata, deve ser considerado, para efeitos de seu enquadramento como "produtor rural pessoa jurídica", visto que fazer uso, tão somente, da legislação previdenciária (IN RFB 971/2009, com as alterações introduzidas pela IN RFB n. 1.071/2010), de modo isolado, para analisar o presente caso, desvirtua o conceito e o alcance das definições constantes nessas normas, quanto à caracterização das atividades e/ou procedimentos ali abordados como industrialização, ou não. Uma vez realizada uma interpretação sistemática dessas normas, conjuntamente com as decisões judiciais proferidas, em favor da Recorrente, no âmbito do MS n. 1999.71.00.0212805, verificase que ela não pode ser enquadrada como "Agroindústria"; (b) os membros da 5a Turma da DRJ/JFA distorceram os limites e/ou contornos estabelecidos pelos próprios Auditores Fiscais, no tocante aos Autos de Infração lavrados contra a empresa, em especial, quantos aos efeitos e/ou ao alcance das decisões proferidas no âmbito do MS n. 1999.71.00.0212805, de modo que, ao final, restassem afastados os efeitos das aludidas decisões e, com isso, se tornasse possível retirar o sobrestamento que recaia sobre a totalidade dos créditos tributários lançados, objeto daqueles autos de infração, situação essa, inclusive, vedada pelo CARF; (c) para enquadrar a empresa como "Agroindústria" as decisões judiciais, deveriam ter perdido a sua eficácia, o que, como se verifica, não foi o caso. Foram feitos os seguintes pedidos: (I) o cancelamento dos créditos tributários remanescentes; (II) alternativamente, a suspensão da exigibilidade dos autos de infração quanto aos créditos tributários remanescentes, até que seja proferida decisão com trânsito em julgado nos autos da ação mandamental, processo número 1999.71.00.0212805, considerando, para tanto, as razões expostas nessa peça recursal; (III) reunir o presente Processo Administrativo Fiscal ao de n. 10314 728.807/201434, em razão de ambos compreenderem matérias e/ou questões que lhe são comuns. É o relatório. Voto Conselheiro Relator João Bellini Júnior DO RECURSO DE OFÍCIO Foi exonerado o montante de R$2.486.643,27 a título de tributo e multa de ofício, assim discriminado: Fl. 815DF CARF MF 14 DEBCAD DE PARA DIFERENÇA 51.033.8933 8.748.648,15 7.452.352,90 1.296.295,25 51.033.8941 841.216,16 716.572,40 124.643,76 51.033.8950 231.071,89 231.071,89 0,00 TOTAL TRIBUTO 1.420.939,01 MULTA DE 75% 1.065.704,26 TOTAL EXONERAÇÃO 2.486.643,27 Presentemente, no teor da Portaria MF nº 63, de 2017, o reexame necessário ocorre quando o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais): Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. De acordo com a Súmula CARF 103, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Considerando que foi exonerado R$2.486.643,27, montante inferior ao definido no art. 1º da Portaria MF nº 63, de 2017, não conheço do recurso de ofício. DO RECURSO VOLUNTÁRIO QUESTÃO PREJUDICIAL: DOS EFEITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA 1999.71.00.0212805 O recorrente defende que todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias em questão, períodos de apuração de jan/2010 a dez/2011, ocorreram sob os efeitos do MS n° 1999.71.00.0212805, que impede a Administração Tributária Federal de enquadrála como "Agroindústria" com fundamento no § 1º do art. 165 da IN RFB n° 971/2009. Nesse mandado de segurança (inicial às efls. 649 a 671), são formulados os seguintes pedidos: V DO PEDIDO Face ao exposto, a Impetrante requer, mui respeitosamente, se digne V.Exa.: a) concederlhe medida liminar para afastar a aplicação dos incisos I e II e § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.870/94, desobrigandoa do recolhimento da contribuição de 2,7% sobre o valor da comercialização de sua produção rural; Fl. 816DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 9 15 b) determinar a notificação da Autoridade Coatora para que preste as informações de lei; e, c) por fim, concederlhe a Segurança, para definitivar o pedido liminar, em virtude da inconstitucionalidade dos incisos I e II e § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.870/94. Diferentemente do que aduz a recorrente, não é matéria litigiosa no MS n° 1999.71.00.0212805 a sua qualificação, ou não, como empregador rural pessoa jurídica, ou como agroindústria. Até porque, à época da impetração dessa ação (1999), não havia seu enquadramento como agroindústria, que somente ocorreu, como reconhecido pela decisão recorrida, a partir de setembro de 2010, com a edição da Instrução Normativa RFB 1.071, de 15/09/2010, a qual alterou o texto da IN RFB 971, de 2009: § 1º Não se considera atividade de industrialização, para efeito do enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria: § 1º Considerase industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo, e concorrer, nessa condição, em regime de conexão funcional, para a consecução do objeto da sociedade. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1071, de 15 de setembro de 2010) I as atividades de beneficiamento e de industrialização descritas nos incisos III e IV do caput, exceto no caso previsto no § 2º; (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1071, de 15 de setembro de 2010) II quando o produtor rural pessoa jurídica realiza processo de industrialização sem departamentos, divisões ou setores rural e industrial distintos. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1071, de 15 de setembro de 2010) (Grifouse.) Assim, o objeto do Mandado de Segurança 1999.71.00.0212805 é afastar a aplicação dos incisos I e II e § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.870, de 1994, em face de sua inconstitucionalidade. São sujeitos passivos da contribuição social prevista no referido dispositivo legal os empregadores, pessoas jurídicas, que se dediquem à produção rural; tal contribuição é devida em substituição à prevista nos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Já os lançamentos em questão tratam de hipótese bastante diversa: a constituição de créditos tributários devidos por agroindústria (e não por empregador rural pessoa jurídica); a base legal do lançamento é a Lei 8.212, de 1991, art. 22A, com a redação dada pela Lei 10.256, de 2001 (efl. 554 – Fundamentos Legais do Débito). Fl. 817DF CARF MF 16 Ou seja, não há coincidência entre o referido mandado de segurança e os autos de infração nem quanto a qualificação do sujeito passivo nem em relação a base legal. Decorrentemente, não há falar de qualquer efeito do Mandado de Segurança 1999.71.00.0212805 nos presentes lançamentos; assim, por exemplo, não há renúncia à instância administrativa e o processo deve ter seu curso normal, sem qualquer sustação. DA QUALIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO COMO AGROINDÚSTRIA – PERÍODOS POSTERIORES A AGOSTO DE 2010 Antes de adentrar no exame da questão, lembro que a decisão recorrida, dando parcial provimento à impugnação, assentou que a recorrente não ostentava a qualidade de agroindústria até agosto de 2010, antes que IN RFB nº 1071, de setembro de 2010 surtisse efeitos. Por esse motivo, o acórdão guerreado cancelou o seu enquadramento nesse período e retificou o lançamento, em decisão não sujeita a recurso de ofício. No tangente aos períodos restantes, ou seja, posteriores a agosto de 2010, a recorrente alega: (a) não ser agroindústria, por realizar tão somente o cultivo e a comercialização de maças, tanto por ela produzida como a adquirida de terceiros; não produz ou comercializa os subprodutos da fruta como, por exemplo, geléias, sucos, etc.; (b) os conceitos de industrialização e de estabelecimento industrial devem ser obtidos mediante interpretação sistemática da legislação tributária, pelo fato de a Lei 8.212, de 1991, o Decreto 3.048, de 1999 e a IN RFB 971, de 2009, não abrangerem, de maneira definitiva, tais conceitos, que devem ser buscados na legislação atinente (b.1) ao IPI, notadamente arts. 3°, 4° e 8º do Decreto 7.212, de 2010 (Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados), Decreto n° 6.006, de 2006, Parecer Normativo CST n° 880, de 1971 e Solução de Consulta n° 85 de 2009 da SRRF da 4ª RF e (b.2) ao ITR, art.2°, I e V, da lei 8.023, de 1990 (c) improcede a pretensão fiscal de lhe enquadrar agroindústria por realizar operação de industrialização em face dos processos de lavagem e de tratamento para descontaminação das frutas, seu armazenamento em câmaras refrigeradas e acondicionamento em caixas de papelão, o que em nada alteram a composição e as características do produto in natura; os efeitos do MS n° 1999.71.00.0212805 impedem a Administração Tributária Federal de enquadrála como "Agroindústria", com fundamento no § 1º do art. 165 da IN RFB n° 971, de 2009; (d) como não ocorreu modificação de sua atividade, está amparada pelo art. 100 do CTN, pelo qual são consideradas normas complementares "as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas". Não lhe assiste razão. Por primeiro, como já examinado no item anterior, o MS n° 1999.71.00.0212805 não produz qualquer efeito sobre os lançamentos em questão, não existindo qualquer provocação ou decisão em seu bojo nem quanto a qualificação da recorrente (agroindústria ou empregador rural pessoa jurídica) nem em relação à legislação que ampara a constituição do tributo (Lei 8.212, de 1991, art. 22A, com a redação dada pela Lei 10.256, de 2001). Passemos a verificar as atividades da recorrente. De acordo com o relatório fiscal, seu processos operacional consiste em: a) Suportar a produção rural dos pequenos produtores, acompanhando o preparo, plantio (formação dos pomares), controle de pragas, colheita, etc. Fl. 818DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 10 17 b) Após receber as frutas oriundas dos pomares, as mesmas são encaminhadas para a unidade de beneficiamento, onde fazse uma préclassificação e seleção das mesmas, sendo posteriormente armazenadas em câmaras refrigeradas com sistema de atmosfera dinâmica, ou seja, com baixo nível de oxigênio e isenta de etileno. c) No período de vendas das frutas, as mesmas são retiradas das câmaras refrigeradas, retornando ao setor de beneficiamento, onde fazse os processos de lavagem e de tratamento para descontaminação e limpeza. Finalizando, dáse o processo de embalagem das frutas em caixas de papelão ou sacos plásticos lacrados. A recorrente não nega a existência desse processo produtivo. Como ressaltou a decisão recorrida, o processo descrito está em consonância com as informações contidas em vídeos e informações do sítio eletrônico da recorrente (http://www.agroschio.agr.br/), no qual é demonstrado também o processo de lavagem das frutas bem como seu resfriamento e embalagem. A definição de agroindústria, para efeitos de incidência das contribuições previdenciárias, se encontra no art. 165, I, “2”, III e §1º, da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 971, de 2009: Art. 165. Considerase: I produtor rural, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve, em área urbana ou rural, a atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem como a extração de produtos primários, vegetais ou animais, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, sendo: (...) b) produtor rural pessoa jurídica: (...) 2. a agroindústria que desenvolve as atividades de produção rural e de industrialização da produção rural própria ou da produção rural própria e da adquirida de terceiros, observado o disposto no inciso IV do § 2ºdo art. 175 e no § 3º deste artigo; (...) III beneficiamento, a primeira modificação ou o preparo dos produtos de origem animal ou vegetal, realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física e desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), por processos simples ou sofisticados, para posterior venda ou industrialização, sem lhes retirar a característica original, assim compreendidos, dentre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, debulhação, secagem, socagem e lenhamento; Fl. 819DF CARF MF 18 IV industrialização rudimentar, o processo de transformação do produto rural, realizado pelo produtor rural pessoa física ou pessoa jurídica, alterandolhe as características originais, tais como a pasteurização, o resfriamento, a fermentação, a embalagem, o carvoejamento, o cozimento, a destilação, a moagem, a torrefação, a cristalização, a fundição, dentre outros similares; (...) § 1º Considerase industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da atividade econômica principal ou fase do processo produtivo, e concorrer, nessa condição, em regime de conexão funcional, para a consecução do objeto da sociedade. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1071, de 15 de setembro de 2010) (Grifouse.) Como se observa da legislação, para o enquadramento como agroindústria, basta que o produtor rural pessoa jurídica pratique o beneficiamento, conceituado como a primeira modificação ou o preparo dos produtos de origem animal ou vegetal, realizado diretamente pelo próprio produtor rural e desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), por processos simples ou sofisticados, para posterior venda ou industrialização, sem lhes retirar a característica original, assim compreendidos, dentre outros, os processos de lavagem e limpeza. É fato incontroverso que a recorrente pratica tanto o beneficiamento quanto a industrialização rudimentar, definidos pelo citado ato normativo. Ressaltase que para haver o enquadramento da atividade como beneficiamento é necessário que tal atividade não esteja sujeita à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI); assim, diferentemente do que defende, o fato da recorrente não estar sujeita às normas do IPI é condição para que seja enquadrada como agroindústria pela atividade do beneficiamento – tal fato não a exclui do conceito de industrialização, como pretende. Ressalto que, mesmo que a recorrente não praticasse o beneficiamento, sua atividade de industrialização rudimentar, concretizada pelas operações de embalagem e resfriamento são suficientes para a caracterização da atividade industrial e, como decorrência, sua caracterização como agroindústria. Toda a legislação citada pela recorrente é (a) específica de outros tributos (IPI, ITR), não se aplicando para fins da incidência de contribuições previdenciárias, e, ainda, caso superada essa limitação, (b) anacrônica, dizendo respeito à situação jurídica anterior da estabelecida pela Instrução Normativa RFB nº 1071, de 15 de setembro de 2010, que definiu o beneficiamento como suficiente para o enquadramento como agroindústria do produtor rural pessoa jurídica. Assim, a legislação em apreço não influi em sua caracterização como agroindústria. DA MULTA DE OFÍCIO Não existindo a alegada concomitância entre a ação judicial e a matéria veiculada no presente processo, a multa de ofício deve ser mantida, uma vez que restou caracterizada a falta de pagamento do tributo nos períodos lançados, o que configura sua Fl. 820DF CARF MF Processo nº 10314.728806/201490 Acórdão n.º 2301005.127 S2C3T1 Fl. 11 19 hipótese de incidência, face ao disposto no art. 35A da Lei 8.212, de 1991, com a remissão ao art. 44, I, da Lei 9.430, de 1996: Lei 8.212, de 1991: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Lei 9.430, de 1996 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Conclusão Pelo exposto, voto, portanto, por (a) NÃO CONHECER DO RECURSO DE OFÍCIO e (b) CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO para lhe NEGAR PROVIMENTO. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Relator Fl. 821DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.008274/2008-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 04 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 01 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006
PEDIDO DE PERÍCIA. REJEIÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA PELA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA.
Concluindo fundamentadamente ser desnecessária a realização de perícia, a decisão de primeira instância atuou nos estritos termos dos arts. 18, 28 e 29 do Decreto 70.235/72, não havendo falar em nulidade pela rejeição do pleito.
SÚMULA CARF Nº 106.
Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo art. 173, inciso I, do CTN.
CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. EMPREGADOR.
De acordo com o disposto nos arts. 20, 21 e 30 da Lei nº 8.212/91, o empregador, independentemente de seu eventual direito à imunidade ou isenção, está obrigado a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais.
SÚMULA CARF Nº 28.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.
Numero da decisão: 2402-005.906
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, afastar as preliminares e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006 PEDIDO DE PERÍCIA. REJEIÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA PELA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. Concluindo fundamentadamente ser desnecessária a realização de perícia, a decisão de primeira instância atuou nos estritos termos dos arts. 18, 28 e 29 do Decreto 70.235/72, não havendo falar em nulidade pela rejeição do pleito. SÚMULA CARF Nº 106. Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo art. 173, inciso I, do CTN. CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. EMPREGADOR. De acordo com o disposto nos arts. 20, 21 e 30 da Lei nº 8.212/91, o empregador, independentemente de seu eventual direito à imunidade ou isenção, está obrigado a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais. SÚMULA CARF Nº 28. O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.
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REJEIÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA PELA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. Concluindo fundamentadamente ser desnecessária a realização de perícia, a decisão de primeira instância atuou nos estritos termos dos arts. 18, 28 e 29 do Decreto 70.235/72, não havendo falar em nulidade pela rejeição do pleito. SÚMULA CARF Nº 106. Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. EMPREGADOR. De acordo com o disposto nos arts. 20, 21 e 30 da Lei nº 8.212/91, o empregador, independentemente de seu eventual direito à imunidade ou isenção, está obrigado a arrecadar e recolher as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais. SÚMULA CARF Nº 28. O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 82 74 /2 00 8- 31 Fl. 2609DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, afastar as preliminares e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Bianca Felícia Rothschild. Fl. 2610DF CARF MF Processo nº 19515.008274/200831 Acórdão n.º 2402005.906 S2C4T2 Fl. 108 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I (SP) DRJ/SP1, que julgou procedente auto de infração DEBCAD nº 37.021.3149, onde foram lançados valores referentes às contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais, incidentes sobre remunerações pagas aos mesmos e não declaradas em GFIP, no período de 01/2003 a 12/2006. Conforme foi informado no Relatório Fiscal (fls. 413/419), o lançamento foi efetuado com base em informações lançadas pela empresa na sua folha de pagamento e nos lançamentos contábeis. O crédito foi constituído por meio dos levantamentos: a) NDC NÃO DECLARADOS CCI onde foram apurados os valores referentes à contribuição dos segurados contribuintes individuais, incidentes sobre a remuneração a eles paga (não declarados em GFIP). b) NDS SEGURADOS NÃO DECLARADOS onde foram apurados os valores referentes à contribuição dos segurados empregados, incidentes sobre a remuneração a eles paga (não declarados em GFIP). c) DAS DECLARADOS APÓS O INICIO onde foram apurados os valores referentes à contribuição dos segurados empregados, incidentes sobre a remuneração eles paga (declarados em GFIP após o início da ação fiscal ) d) GLO GLOSA DE SALÁRIO FAMÍLIA onde foram apurados os valores referentes à contribuição dos segurados empregados, incidentes sobre a remuneração a eles paga, em virtude de glosa de salário família (não declarados em GFIP). A autuada contestou o lançamento (fls. 418/442), apresentando também Laudo Pericial em prol de seus argumentos (fls. 511/416), porém a exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 622/629). Em decorrência, foi interposto recurso voluntário em 23/12/2010 (fls. 634 e ss), no qual foi aduzido, em apertada síntese, que: deve ser anulado a decisão de primeiro grau , por não ter deferido realização de perícia; está decaído o crédito tributário; está em gozo da isenção face à decisão transitada em julgado no MS nº 10.091/DF, conforme Ofício nº 231/2007/Searp; Fl. 2611DF CARF MF 4 possui direito adquirido à imunidade de contribuições para a seguridade social inexiste crime de apropriação indébita e de sonegação fiscal no caso, sendo assim incabível a representação fiscal para fins penais. Pede, ao final, o acolhimento das preliminares arguidas e, no mérito, seja cancelado o lançamento guerreado. É o relatório. Fl. 2612DF CARF MF Processo nº 19515.008274/200831 Acórdão n.º 2402005.906 S2C4T2 Fl. 109 5 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. No tocante à suposta nulidade por indeferimento de perícia técnica contábil demandada, não assiste razão à contribuinte. Ao contrário do que sugere, aludindo à "fraca argumentação' e a utilização de 'critério subjetivo' para a negativa do pleito, a decisão de primeira instância trouxe robusta e suficiente fundamentação para tanto, atendendo os termos do art. 28 do Decreto nº 70.235/72, como se depreende da leitura de seu seguinte excerto: 5.37. No que toca a solicitação de perícia, cabe ressalta que o artigo 18 do Decreto n° 70.235/72, autoriza o indeferimento de realização de diligências provas que o julgador considerar prescindível ou impraticável nos seguintes termos: “Art 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de oficio ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei n°8. 748, de 1993 (grifamos) " 5.38. Corroborando o disposto na legislação acima tratada, o pedido de perícia deve ser apreciado levandose em consideração a matéria de fato ou a razão de natureza técnica do assunto, cuja comprovação não possa ser feita no corpo dos autos, quer pelo volume de papéis envolvidos na verificação, quer pela impossibilidade de deslocar os elementos materiais examináveis, quer seja pela localização da prova que, por exemplo, podem se encontrar em poder de terceiros ou em outros procedimentos fiscais existentes. Assim, a documentação acostada aos autos pela fiscalização e pela empresa (na defesa interposta) é suficiente para se verificar se o lançamento foi apurado de acordo com a legislação, razão pela qual não há necessidade de solicitação de perícia e, desta forma, não tem cabimento o pedido de concessão de prazo de 120 dias para elaboração de laudo pericial . Cabe lembrar que a decisão sobre os pedidos de diligência e de perícia está no âmbito da discricionariedade do julgador, conforme regram os arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/72, sendo que no caso dos autos não se vislumbra a necessidade de conhecimentos técnicos especializados para a formação de convicção acerca dos fatos tratados no presente processo. Ademais, a contribuinte demonstrou na peça recursal conhecer perfeitamente o teor das infrações que lhe foram imputadas, não havendo falar em qualquer prejuízo a sua defesa que acarrete a nulidade do lançamento, na forma do art. 59 do mencionado Decreto. No que se refere à prejudicial de decadência, também ela não prospera. O lançamento trata de contribuições de segurados empregados e contribuintes individuais. Ora, tendo sido constatada a apropriação indébita de contribuições previdenciárias, impõese a aplicação da Súmula CARF nº 106, aprovada pela 2ª Turma da CSRF em sessão de 8/12/2014: Fl. 2613DF CARF MF 6 Súmula CARF nº 106: Caracterizada a ocorrência de apropriação indébita de contribuições previdenciárias descontadas de segurados empregados e/ou contribuintes individuais, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Sendo as contribuições lançadas relativas ao período compreendido entre jan/2003 a dez/2006, e tendo sido a contribuinte cientificada do lançamento em 19/12/2008, não há falar, assim, em decadência. Melhor sorte não favorece aos extensos argumentos trazidos na peça recursal quanto ao direito adquirido à imunidade, nos termos do § 7º do art. 195 da CF e outras normas e atos apontados. Ainda que a contribuinte preenchesse os requisitos na legislação de regência para o gozo dos benefícios isentivos, não estaria desobrigada de efetuar o recolhimento dos valores lançados, correspondentes às contribuições devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, as quais se regem pelos arts. 20 e 21 da Lei nº 8.212/91. Para essas contribuições, independentemente de ser ou não entidade imune, deveria ter a recorrente efetuado o respectivo desconto da remuneração paga e repassados os valores pertinentes à previdência social, consoante regram os arts. 30 e 33 da Lei nº 8.212/91. Não o fazendo, conforme verificado pela autoridade lançadora mediante o cotejo das declarações e folhas de pagamento, persiste a imputação fiscal no particular, à míngua de razões de fato e de direito aptas a ensejar sua reforma. Por fim, deve ser esclarecido que a existência ou não de crime de apropriação indébita de contribuições previdenciárias é matéria atinente à esfera judicial, não à lide administrativa. De sua parte, controvérsias acerca da representação fiscal para fins penais realizada com esteio no Decreto nº 2.730/98, a qual veicula os fatos e indícios que em tese, dão guarida à comunicação ao Parquet, não são passíveis de apreciação por esta Turma, em observância ao seguinte enunciado sumular. Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário e negar lhe provimento. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 2614DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.002923/2009-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 23/04/2009
INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO.
O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na prestação de informação de embarque responde pela multa sancionadora correspondente. Ilegitimidade passiva afastada.
MULTA REGULAMENTAR. DESCUMPRIMENTO DE DEVER INSTRUMENTAL. RETIFICAÇÃO DE CAMPO DO CONHECIMENTO ELETRÔNICO. INFRAÇÃO NÃO CONFIGURADA.
O núcleo do tipo infracional previsto no art. 107, IV, "e", do Decreto-Lei n° 37/1966, pressupõe uma conduta omissiva do sujeito passivo: deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal. A simples retificação de um dos campos do conhecimento eletrônico (no caso, CNPJ do Consignatário) não pode ser considerada uma infração, uma vez que, ao prestar informações na forma e no prazo legal, retificando-as posteriormente, o sujeito passivo não pratica uma conduta omissiva.
REVOGAÇÃO ART. 45, §1º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 800/2007.
Dispositivo normativo no qual se fundou a autuação, que trazia uma indevida extensão da determinação legal, foi expressamente revogado pela Instrução Normativa n.º 1.473/2014.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-004.441
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra e Jorge Olmiro Lock Freire.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 23/04/2009 INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na prestação de informação de embarque responde pela multa sancionadora correspondente. Ilegitimidade passiva afastada. MULTA REGULAMENTAR. DESCUMPRIMENTO DE DEVER INSTRUMENTAL. RETIFICAÇÃO DE CAMPO DO CONHECIMENTO ELETRÔNICO. INFRAÇÃO NÃO CONFIGURADA. O núcleo do tipo infracional previsto no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n° 37/1966, pressupõe uma conduta omissiva do sujeito passivo: deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal. A simples retificação de um dos campos do conhecimento eletrônico (no caso, CNPJ do Consignatário) não pode ser considerada uma infração, uma vez que, ao prestar informações na forma e no prazo legal, retificandoas posteriormente, o sujeito passivo não pratica uma conduta omissiva. REVOGAÇÃO ART. 45, §1º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 800/2007. Dispositivo normativo no qual se fundou a autuação, que trazia uma indevida extensão da determinação legal, foi expressamente revogado pela Instrução Normativa n.º 1.473/2014. Recurso Voluntário Provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 29 23 /2 00 9- 22 Fl. 152DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra e Jorge Olmiro Lock Freire. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de Auto de infração lavrado contra a Recorrente, na condição de agência de navegação responsável pela importação, para exigir multa de R$ 5.000,00 com fulcro na previsão do art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decretolei nº 37/1966, passível de ser aplicada "por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal". Conforme indicado no relatório fiscal da autuação, o fato que ensejou a lavratura da autuação foi a retificação de ofício e a destempo, de informações do Conhecimento eletrônico na forma solicitada pela Recorrente. No entendimento da fiscalização, a retificação solicitada pela Recorrente foi realizada a destempo por ter sido registrada de oficio, em desconformidade com os artigos 45, §1º e 50 da Instrução Normativa n.º 800/2007. Inconformada, a empresa apresentou Impugnação Administrativa, julgada integralmente improcedente pelo Acórdão 08028.246da 2ª Turma da DRJ/FOR, ementado nos seguintes termos: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 23/04/2009 AGÊNCIA MARÍTIMA. LEGITIMIDADE PASSIVA. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÃO. A agência marítima que atue como representante, no País, do transportador estrangeiro, é legítima para figurar no polo passivo do auto de infração e responde, em igualdade de condições com aquele, pela infração decorrente do descumprimento da obrigação de prestar, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, informação sobre o veículo e sobre a carga nele transportada. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Fl. 153DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 4 3 Data do fato gerador: 23/04/2009 VÍCIO FORMAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Inexiste vício formal e não se configura o cerceamento do direito de defesa quando o lançamento se reveste das formalidades legais essenciais e o autuado demonstra em sua impugnação haver compreendido as acusações a ele imputadas. JURISPRUDÊNCIA JUDICIAL. EFEITO INTER PARTES. NÃO VINCULAÇÃO. As decisões judiciais proferidas com efeito meramente inter partes não vinculam os julgamentos emanados pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento. CONTROLE ADUANEIRO. MOVIMENTAÇÃO DE EMBARCAÇÕES, CARGAS E UNIDADES DE CARGA NOS PORTOS ALFANDEGADOS. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE CONDIÇÕES. DESCARACTERIZAÇÃO. Não configura pedido de retificação de conhecimento de carga o pedido que não atenda a pelo menos uma das condições estabelecidas no artigo 23 da Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 23/04/2009 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DESCABIMENTO. O instituto da denúncia espontânea não se aplica à infração decorrente do descumprimento de obrigação tributária acessória. Impugnação Improcedente" Cientificada desta decisão, a empresa apresentou Recurso Voluntário tempestivo, reiterando suas razões de defesa, alegando em síntese: (i) preliminarmente: (i.1) a ilegitimidade passiva da Recorrente por ter atuado na condição de agente dos transportadores marítimos; e (i.2) a nulidade do Auto de Infração por não ser claro, possuindo uma confusa descrição dos fatos que impediu o ampla exercício de defesa; (ii) no mérito: (ii.1) ausência de tipicidade, sustentando a não caracterização da infração imposta vez que todas as informação de conhecimento do transportador foram oportunamente apresentadas, somente retificadas após pedido do importador; e (ii.2) a necessidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea, com fulcro na nova redação do art. 102, §2º, do Decretolei n.º 37/1966 dada pela Lei n.º 12.350/2010, vez que solicitada a retificação da documentação antes do início do procedimento fiscal. Em seguida, os autos foram direcionados a este Conselho. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 5 4 É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.436, de 26 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 11128.003078/200911, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ressaltese que a decisão do paradigma foi contrária ao meu entendimento pessoal. Todavia, como fui vencido na votação, ao presente processo deve ser aplicada a posição vencedora, conforme consta da ata da sessão do julgamento. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.436): "O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, adentrando em suas razões. Primeiramente, importante consignar que, na condição de agente de navegação, representante da transportadora internacional, como reconhecido pela própria Recorrente, não há que se falar na hipótese em ilegitimidade passiva. A fiscalização se respaldou na Instrução Normativa n.º 800/2007 (art. 4º1) para autuar a Recorrente como agente marítimo, por ter sido a responsável pela inserção das informações no SISCOMEX CARGA, disposição normativa fundada do Decretolei n.º 37/1966 (art. 37, §1º2) e no Regulamento Aduaneiro/2002, vigente à época dos fatos (art. 30, §2º3). 1 "Art. 4o A empresa de navegação é representada no País por agência de navegação, também denominada agência marítima. § 1o Entendese por agência de navegação a pessoa jurídica nacional que represente a empresa de navegação em um ou mais portos no País. § 2o A representação é obrigatória para o transportador estrangeiro. § 3o Um transportador poderá ser representado por mais de uma agência de navegação, a qual poderá representar mais de um transportador." 2 "Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003)" (grifei) 3 "Art. 30. O transportador prestará à Secretaria da Receita Federal as informações sobre as cargas transportadas, bem assim sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1o Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso, comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos volumes de fácil extravio. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 6 5 Com efeito, quem teria cometido a irregularidade de prestação de informações no presente caso foi a Recorrente, responsável por inserir os dados da operação, navio e mercadorias no SISCOMEX em nome do transportador estrangeiro, ainda que sob sua orientação. Nesse sentido é a jurisprudência deste Conselho: "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 16/05/2008 AGENTE MARÍTIMO. INFRAÇÃO POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INOCORRÊNCIA. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na informação sobre carga transportada responde pela multa sancionadora da referida infração. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. INFRAÇÃO CONFIGURADA. PENALIDADE. APLICABILIDADE. Restando comprovado nos autos o atraso na prestação de informações dos dados de embarque no SISCOMEX, é aplicável a penalidade prevista na alínea “e”, inciso IV, do artigo 107, do DecretoLei n.º 37, de 1966, com a redação do artigo 77 da Lei n.º 10.833, de 2003." (Processo 11128.007671/200847 Data da Sessão 25/05/2017 Relatora Maria do Socorro Ferreira Aguiar Nº Acórdão 3302004.311 grifei) "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 06/02/2011 INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na prestação de informação de embarque responde pela multa sancionadora correspondente. Precedentes da Turma. Ilegitimidade passiva afastada. (...) Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido." (Processo 11684.720091/201139 Data da Sessão 27/11/2013 Relator Solon Sehn Nº Acórdão 3802 002.315) "Assunto: Obrigações Acessórias § 2o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, também deve prestar as informações sobre as operações que execute e sobre as respectivas cargas. § 3o Poderá ser exigido que as informações referidas neste artigo sejam emitidas, transmitidas e recepcionadas eletronicamente." Fl. 156DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 7 6 Data do fato gerador: 03/11/2004, 04/11/2004, 08/11/2004, 12/11/2004, 15/11/2004, 18/11/2004, 23/11/2004, 26/11/2004 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. MATERIALIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. IMPOSIÇÃO DA MULTA. OBRIGATORIEDADE. O descumprimento do prazo de 7 (sete) dias, fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para o registro, no Siscomex, dos dados do embarque marítimo, subsumese à hipótese da infração por atraso na informação sobre carga transportada, sancionada com a respectiva multa regulamentar. INFRAÇÃO POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. PENALIDADE APLICADA CONTRA O AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OCORRÊNCIA. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na informação sobre carga transportada tem legitimidade para integrar o polo passivo da ação de cobrança da multa sancionadora da respectiva infração. Recurso Voluntário Negado." (Processo 11050.001776/200914 Relator Jose Fernandes do Nascimento Nº Acórdão 3802001.565 grifei) Assim, não há que se falar no caso em ilegitimidade passiva. Por outro lado, por entender que cabe ser provido o Recurso Voluntário no mérito, deixo de apreciar a preliminar de nulidade suscitada pela Recorrente em conformidade com o art. 59, §3º do Decreto n.º 70.235/724. Isso porque, confirmase no caso em tela a ausência de tipicidade, inexistindo subsunção dos fatos descritos e documentados pela fiscalização à norma do art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decretolei n.º 37/1966. Com efeito, como relatado, a autuação foi lavrada em razão de Pedido de Retificação apresentado pela Recorrente para modificar um dado do CE Mercante, qual seja, o número do CNPJ do Consignatário, indicado no CE mercante com o número 03.3403084/000109, mas que deveria ser alterado para o número 04.732138/000736. É o que se depreende do pedido de retificação anexado ao Auto de Infração (efl. 18): 4 "Art. 59. São nulos: (...) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)" Fl. 157DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 8 7 Contudo, como se depreende da expressão do art. 107, IV, "e", do Decretolei n.º 37/1966, essa penalidade somente será aplicada quando as informações relativas ao veículo ou cargas neles transportadas, ou quanto às operações realizadas, deixarem de serem prestadas à Secretaria da Receita Federal. Tratase, portanto, de um tipo que exige uma conduta omissiva por parte do agente: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e" (grifei) Atentandose para o presente caso, observase que não ocorreu na hipótese o tipo "deixar de prestar informação", vez que todas as informações envolvendo a operação foram efetivamente prestadas no SISCOMEX. Somente um dado do CE foi retificado (CNPJ do Consignatário) conforme solicitação do importador formulada em 30/07/2008 (efl. 66), após a atracação do navio. Desta forma, inexiste a subsunção do fato descrito pela fiscalização (frisese, de uma forma efetivamente confusa e genérica, como mencionado pela Recorrente) com a norma imputada, devendo ser cancelada a autuação. Nesse exato sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 9 8 Anocalendário: 1996, 1997, 1998 INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na prestação de informação de embarque responde pela multa sancionadora correspondente. Precedentes da Turma. Ilegitimidade passiva afastada. MULTA REGULAMENTAR. DESCUMPRIMENTO DE DEVER INSTRUMENTAL. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF N.° 28/1994 (ART. 37). DECRETOLEI N° 37/1966 (ART. 107, IV, “E”). RETIFICAÇÃO DE CAMPO DO CONHECIMENTO ELETRÔNICO. INFRAÇÃO NÃO CONFIGURADA. O núcleo do tipo infracional previsto no art. 107, IV, “e, do DecretoLei n° 37/1966, pressupõe uma conduta omissiva do sujeito passivo: deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal. A simples retificação de um dos campos do conhecimento eletrônico não pode ser considerada uma infração, uma vez que, ao prestar informações na forma e no prazo legal, retificandoas posteriormente, o sujeito passivo não pratica uma conduta omissiva. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado." (Processo 11684.000246/201036 Data da Sessão 10/12/2014 Relator Solon Sehn Nº Acórdão 3802 003.962 Unânime grifei) Assim, inexistia respaldo legal para a exigência. Cumpre ainda acrescer que a autuação se fundamentava apenas em dispositivo infralegal do artigo 45, §1º da Instrução Normativa n.º 800/20075, que trazia uma extensão da aplicação do art. 107, IV, 'e' do Decretolei n.º 37/ para a "prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação". Contudo, além desta exigência não se respaldar na lei, como visto, ela foi expressamente revogada pela Instrução Normativa n.º 1.473/2014. 5 "Art. 45. O transportador, o depositário e o operador portuário estão sujeitos à penalidade prevista nas alíneas "e" ou "f" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei no 37, de 1966, e quando for o caso, a prevista no art. 76 da Lei no 10.833, de 2003, pela não prestação das informações na forma, prazo e condições estabelecidos nesta Instrução Normativa. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 1o Configurase também prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 2o Não configuram prestação de informação fora do prazo as solicitações de retificação registradas no sistema até sete dias após o embarque, no caso dos manifestos e CE relativos a cargas destinadas a exportação, associados ou vinculados a LCE ou BCE. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014)" Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11128.002923/200922 Acórdão n.º 3402004.441 S3C4T2 Fl. 10 9 Diante do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo a exigência da penalidade também foi decorrente de retificação de dados no CE, ou seja, "não ocorreu na hipótese o tipo "deixar de prestar informação", vez que todas as informações envolvendo a operação foram efetivamente prestadas no SISCOMEX". Houve apenas a retificação de dado do CE após a atracação do navio. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 160DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10814.002410/95-18
Turma: Segunda Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 1998
Ementa: IMUNIDADE - FUNDAÇÃO PÚBLICA - A imunidade do artigo 150, inciso VI, letra "a" e § 2° da Constituição Federal, alcança os Impostos de Importação e sobre Produtos Industrializados, vez que a
significação do termo "patrimônio", não é o contido na classificação dos impostos adotada pelo CTN, mas sim a do art. 57 do Código Civil, que congrega o conjunto de todos os bens e direitos, a guisa do comando normativo do art. 110 do próprio CTN.
Recurso Especial Provido
Numero da decisão: CSRF/03-03.004
Decisão: ACORDAM os Membros da Terceira Turma da Câmara Superior de
Recursos Fiscais, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado, vencidos os Conselheiros Henrique Prado Megda e João Holanda Costa, que davam provimento parcial para excluir
somente a multa do art. 4°, inc. II da Lei n°8.218/91.
Nome do relator: Fausto de Freitas e Castro Neto
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PADRE ANCHIETA CENTRO PAUL DE RÁDIO E TV EDUC. Interessada : FAZENDA NACIONAL Recorrida : 2a CÂMARA DO TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Sessão de : 20 DE OUTUBRO DE 1998 Acórdão n.° : CSRF/03-03.004 IMUNIDADE - FUNDAÇÃO PÚBLICA - A imunidade do artigo 150, inciso VI, letra "a" e § 2° da Constituição Federal, alcança os Impostos de Importação e sobre Produtos Industrializados, vez que a significação do termo "patrimônio", não é o contido na classificação dos impostos adotada pelo CTN, mas sim a do art. 57 do Código Civil, que congrega o conjunto de todos os bens e direitos, a guisa do comando normativo do art. 110 do próprio CTN. Recurso Especial Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto pela FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA CENTRO PAUL. DE RÁDIO E TV EDUCATIVA ACORDAM os Membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado, vencidos os Conselheiros Henrique Prado Megda e João Holanda Costa, que davam provimento parcial para excluir somente a multa do art. 4°, inc. II da Lei n°8.218/91. 3 ON PEgtu1. RODRIGUES P7ESIDENT FAUSTO DE FREÍTAS E CASTRO NETO RELATOR FORMALIZADO EM: 1 A 19)9 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO GONÇALVES NUNES, MOACYR ELOY DE MEDEIROS, UBALDO CAMPELLO NETO e NILTON LUIZ BARTOLI Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° CSRF/03-3.004 Recurso n° : RD/302-0.338 Recorrente . FUND. PADRE ANCHIETA - CENTRO PAUL. DE RÁDIO E TV EDUC. Recorrida : 2. CÂMARA DO 3° C. CONTRIBUINTES Interessada : FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO Trata-se de exigência tributária constituída pelo auto de infração contra a Recorrente, fundação pública Estadual, que realizou importação de mercadorias destinadas à operação de suas emissoras de radiodifusão educativa, Rádio e Televisão Cultura, ou seja, para a consecução de seus objetivos institucionais legais, pleiteando a exoneração da aplicação da legislação tributária com fundamento na imunidade recíproca com fundamento no artigo 150, item VI, Letra "a" e § 2a da Constituição Federal. Entendendo que não era caso de imunidade, e buscando subsídios de fundamento no Parecer Normativo CST n.° 29, de 21.12 84, que dispõe que a imunidade não se confunde com a isenção, lavrou o auto de infração, aplicando a multa de ofício prevista no art. 4°, inciso I, da Lei n° 8.218/91. A Recorrente instrumentalizou tempestiva Impugnação, desenvolvendo a tese de que, como fundação pública, está imune da incidência normativa constitutiva da obrigação tributária, corroborando por julgados do Supremo Tribunal Federal que entendem que "não há razão jurídica para dela (imunidade) se excluírem o Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, pois a tanto não leva o significado da palavra "Patrimônio", empregada pela norma constitucional" De outro lado refuta inaplicável a penalidade pecuniária de ofício com base no Parecer Normativo CST n.° 255, que desde 1971, já disciplinava que "não constitui infração a mera invocação de isenção na Declaração de Importação, ainda que a entidade fazendária entenda incabível tal benefício "fr, Processo n° : 10814.002410195-18 Acórdão n° CSRF/03-3 004 A decisão de primeira instância manteve o lançamento tributário, por entender que a impugnação fundamentou-se em pareceres doutrinários e jurisprudência que se remetem à Constituição Federal de 1967 e não na atual ordem tributária, e que o conceito de patrimônio contido na atual constituição não engloba os "Impostos sobre o Comércio Exterior", conforme a separação dada pelo Código Tributário Nacional, que classifica como impostos sobre patrimônio os que dizem respeito à propriedade imobiliária e sua transmissão, e sobre automóveis Tendo tomado ciência da decisão singular, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, tempestivo, alegando basicamente a mesma tese da Impugnação, inovando no que se refere à interpretação da imunidade na Constituição Federal de 1967 em comparação ao da Constituição de 1988, afirmando que ambas abordam a imunidade sob o mesmo contexto, e, salientando que a imunidade da fundação difere da do Poder Público, vez que o requisito encontra-se na parte final do § 2° do art. 150, da Constituição Federal ressalva "ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes" e postulando pela exclusão do crédito tributário e consectários legais. O acórdão da Colenda Câmara recorrida decidiu, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, mantendo o lançamento do crédito tributário Assim, o presente feito alçou a esta Eg. Câmara Superior de Recursos Fiscais, para julgamento, em decorrência de Recurso de Divergência, interposto pela Fundação Padre Anchieta, com fundamento no art. 4°, inciso II, do Regimento Interno aprovado pela Portaria do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento n.° 540/92, vigente na época do protocolo. É o Relatório. /2'4' Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 VOTO CONSELHEIRO RELATOR FAUSTO DE FREITAS E CASTRO NETO O Recurso Especial foi devidamente aparelhado por decisões que tratam da mesma matéria e que são de Câmara distinta da qual provem este feito, justificando a procedência da admissibilidade. Como vimos, trata-se de exigência tributária constituída por Auto de Infração que entendeu devidos o Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados pela Recorrente, fundação pública Estadual, que realizou importação de mercadorias destinadas à operação de suas emissoras de radiodifusão educativa, Rádio e Televisão Cultura, ou seja, para a consecução de seus objetivos institucionais legais, pleiteando a exoneração da aplicação da legislação tributária com fundamento na imunidade recíproca com fundamento no artigo 150, item VI, Letra "a" e § 2 8 da Constituição Federal. Antes de adentrarmos ao mérito, entendo conveniente ressaltar que o presente recurso proporcionou-me oportunidade ímpar para analisar a questão com maior profundidade e refletir a respeito da correta interpretação do artigo 150, item VI, Letra "a" e § 28 da Constituição Federal, que será desmontado, para que seja analisado cada termo relevante a deslinde da questão, ainda, muito polêmica dentre nossas Casas Julgadoras. Imprescindível firmar-se uma posição definitiva, que, para minha surpresa, é contrária ao meu entendimento anterior. Preliminarmente, necessário localizar a norma imunizante dentro do sistema jurídico brasileiro, vez que sem esse juízo espacial e do alcance do Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 conteúdo da imunidade, seremos incapazes de por fim à celeuma criada neste processo e às diversas posições antagônicas que reinam nas diversas Câmaras deste Egrégio Conselho de Contribuintes. A imunidade pleiteada é assim colocada na Constituição Federal, art. 150, inciso 1V, alínea "a", c/c o parágrafo 2° do mesmo artigo: "Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: .•• VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Parágrafo 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes." Inicialmente, é necessário deixar claro que, a Imunidade tratada pela Constituição Federai de 1988, tem o mesmo conteúdo e abrangência da imunidade disposta na Constituição Federal de 1967, alterada substancialmente pela Emenda Constitucional n.° 1 de 1969. Assim, quando se falar em Imunidade Constitucional, entenda-se a abrangida pelas duas constituições. Em seqüência, salienta-se que a hermenêutica jurídica admite vários métodos de interpretação da norma legal, sendo certo que o bom intérprete da norma constitucional não pode olvidar que a Lei Magna tem supremacia sobre as demais e que não tem por escopo regular a conduta humana. Na verdade, a Constituição de um estado democrático "contém em seu bojo uma filosofia, ou melhor uma orientação ética e morai, baseada no princípio de que os homens não são meios, mas fins em si mesmo..." e "sem dúvida, a Constituição não é mera estrutura normativa, mas um texto que alberga no seu todo conteúdos sociológicos, jurídicos, políticos, culturais, sendo o seu campo ilimitado, do qual a imunidade tributária ;24, Processo n° : 10814002410/95-18 Acórdão n° CSRF/03-3.004 faz parte desse todo". (BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, doutrina publicada da Rev. Dialética de Direito Tributário n.° 34, ps. 20 e 21). Cônscio que a Carta Maior tem apoio ético e ideológico, onde o homem é um fim em si mesmo, assegurando-lhe os meios para atingir este fim, verifico que a imunidade tributária é instituída em função de considerações de interesse geral, políticos, religiosos, sociais ou econômicos e que deve ser interpretada segundo essa orientação. Com efeito, A.A. Contreiras de Carvalho afirma que a imunidade tributária baseia-se "em razões políticas, senão também, religiosas, morais e culturais" (in "Doutrina e Aplicação do Direito tributário", Ed. Freitas Bastos, p. 153). 'yes Gandra, citado por Bernardo Ribeiro de Moraes, na doutrina citada, foi feliz em sua síntese sobre a matéria: "As imunidades tributárias foram criadas, estribadas em considerações extrajudiciais, atendendo à orientação do Poder Constituinte em função das idéias políticas vigentes, preservando determinados valores políticos, religiosos, educacionais, sociais, culturais e econômicos, todos eles fundamentais à sociedade brasileira". ( "Comentários à Constituição do Brasil", vol. VI, pags. 170/171, nota 1) Assim é que o intérprete da Constituição tem que buscar a origem e o escopo maior da norma imunizadora, as exigências sociais que originaram a imunidade tributária É o método teleológico, hoje, sabidamente, mais relevante que o gramatical O PRINCÍPIO DA IMUNIDADE RECÍPROCA A Constituição Federal promulgada em 1988 consagrou como um dos pilares da sociedade brasileira o princípio do Federalismo, outorgando independência política e econômica aos Estados Membros e Distrito Federal, bem como aos municípios brasileiros, pela autonomia municipal. PL-3 Processo n° 10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3 004 Essa independência e autonomia econômica, financeira e política estão diretamente relacionadas à desvinculação com o Poder da União, que até então era controlador das finanças públicas e dos direcionamentos políticos dos outros entes públicos, face à centralização do poder autoritário das décadas de 60 a meados da década de 80, inspirados no regime de controle do Estado e do cidadão. Note-se que, a dependência econômica traz, inexoravelmente, a dependência política, e, assim, a Constituição Federal outorga a cada ente político da Federação a Competência Tributária, ou seja, o poder de instituir tributos destinados à sua manutenção, na forma do art. 145 in verbis: "Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:" O tratamento reservado pela Constituição Federal ao Sistema Tributário Nacional é um dos mais completos e detalhistas dentre todas as constituições do mundo contemporâneo. Ora, indubitavelmente há, no mundo capitalista, relevante importância o Poder exercido pelos Entes Políticos, face a carga de recursos que arrecada pela tributação, o que reforça o requisito da autonomia contido no princípio do federalismo. Dentre os tributos que estão sujeitos às respectivas competências tributárias, está o "Imposto", espécie do gênero "tributo", que é mais especificamente tratado pela Constituição, para cada ente, nos artigos 153, para a União, 155, para os Estados e o Distrito Federal, e 156, para os Municípios. Percebe-se que o detalhe do regramento constitucional para o Sistema Tributário Nacional, visa, principalmente delinear os contornos das competências tributárias dos entes políticos, com o fim de evitar-se, de um lado, invasões de competências e, de outro, abuso do poder de tributar, que já fora preocupação de grandes juristas como Rubens Gomes de Souza, Aleomar Baleeiro, Rui Barbosa Nogueira e tantos outros. n 14.4 Processo n° : 10814.002410195-18 Acórdão n° CSRF/03-3.004 Pautada nos princípios do federalismo e da autonomia, com vistas também no controle da Competência Tributária, a Constituição Federal contemplou o art. 150, na Seção II - Das Limitações ao Poder de Tributar, que açambarcou, dentre os limites, o princípio da imunidade recíproca, ou seja, a vedação de os entes políticos instituírem impostos uns dos outros. Note-se que o limite do poder de tributar está adstrito à espécie "Imposto" do gênero "Tributo", vez que os recursos arrecadados dessa tributação é não vinculado à atividade estatal, conforme a classificação dos tributos consagrada pelo Prof. Geraldo Ataliba CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS SEGUNDO GERALDO ATALIBA Segundo o Mestre de Direito Tributário, Prof. Geraldo Ataliba, os tributos classificam-se em "vinculados" e "não vinculados", ou seja: I - Vinculados são os tributos cuja hipótese de incidência consiste numa atuação estatal (ou numa repercussão desta), incluem-se aí as TAXAS e as CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. II - Não Vinculados são os tributos cuja hipótese de incidência consiste num fato ou ato qualquer que não uma atuação estatal, ou seja, um ato praticado no exercício dos direitos civis, incluem- se aí tão somente os IMPOSTOS. Há inquestionável correlação entre o fato de a imunidade alcançar os limites da competência tributária tão somente dos imposto, uma vez que independem do ato do estado, ou seja, o estado não necessitaria lançar mão do imposto para ressarcir a prestação de uma atividade estatal ou propagar a equidade como ocorre no caso da contribuição de melhoria. Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° CSRF/03-3.004 Como visto, o ente político pode ser, sim, sujeito passivo de uma relação jurídica tributária, desde que há, para o ente tributante, competência para instituir determinado tributo. O CONCEITO CONSTITUCIONAL DE "PATRIMÔNIO" Como vimos, o art. 150, VI, "a" estabelece a imunidade recíproca e define, para tanto, seu alcance tão somente aos impostos, da seguinte forma: "Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Mas o que significa o termo "Impostos sobre o Patrimônio", dentre os impostos previstos na Constituição sob a tutela da Competência Tributária outorgada aos Entes Políticos? Pode efetivamente o conceito de patrimônio - um tanto deturpado no art. 150 da Lei Maior - ser reduzido ao bel prazer das conveniências da arrecadação? Eis o cerne central da questão, saber se os Impostos incidentes sobre a importação de bens estão ou não sob o termo "impostos sobre o Patrimônio" a que se refere o art. 150, VI, "a", da Constituição Federal de 1988. Primeiramente necessário conceituar, dentro do direito o termo "patrimônio", vez que o termo "imposto", prescinde, no caso de conceito. O Código Civil, em seu art. 57, trata "patrimônio" como o coletivo de coisas: "Art. 57. O patrimônio e a herança consistem coisas universais, ou universidades, e como tais subsistem, embora não constem de objetos materiais." Pt-4 Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° . CSRF/03-3.004 Considerando que as coisas coletivas, ou universais, são verificadas quando se encaram agregadas em todo, temos que, o patrimônio é um coletivo de coisas é uma universalidade dentro do mundo das coisas Em verdade o Código Civil, ao tratar das diferentes classes de bens, ora atribui a denominação de coisa, ora atribui a denominação de bem, sendo que se entende por coisa, o conceito mais abrangente dentre ambos. Mas para adequar o vocabulário aos Impostos em discussão, adotaremos o termo "bens". O dicionário "Vocabulário Jurídico" de De Plácido e Silva (3a Edição, 1973, Editora Forense, Rio de Janeiro) define assim patrimônio: PATRIMÔNIO - Derivado do latim patrimonium, de pater, originariamente quer o vocábulo significar os bens da família ou os bens herdados dos pais. Nesse restrito sentido, tinham-no, primitivamente, os romanos, que chegavam, mesmo, a distingui-lo sob a denominação de família, simplesmente, ou de família pecúnia, conforme se registra nos fragmentos da XII Tábuas, a respeito do Direito das Sucessões. Aliás, aludindo ao patrimônio, primitivamente, os romanos chamavam-no de res. Foi esta a denominação mais antiga. Patrimônio. No sentido jurídico, seja civil ou comercial, ou mesmo no sentido do Direito Público, patrimônio entende-se o conjunto de bens, de direitos e obrigações, apreciáveis economicamente, isto é, em dinheiro, pertencentes a uma pessoa, natural ou jurídica, e constituindo uma universalidade. O patrimônio, assim, integra o sentido de um complexo de direitos e de relações jurídicas, apreciáveis em dinheiro ou som um valor econômico, em qualquer aspecto em que seja tido, isto é, como valor de troca, valor de uso ou como um interesse, de que possa resultar um fato econômico. Nessa acepção, o patrimônio é considerado uma universalidade de direito, constituindo, assim, uma unidade jurídica, abstrata e distinta dos elementos materiais que o compõem, de modo que podem estes ser alterados, pela diminuição ou aumento, ou mesmo -desaparecerem, sem que seja afetada sua existência, que se apresenta juridicamente a mesma durante a vida do titular dos direitos ou relações jurídicas que o formam1,7. Processo n° : 10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 A idéia de patrimônio está intimamente ligada à de pessoa, de modo que chegam a considerá-lo como "prolongamento da personalidade" (RAOUL DE LA GRASSER1E). Nesta razão é que PLAN1OL assentou que: I. As pessoas somente podem ter um patrimônio. II Toda pessoa tem necessariamente um patrimônio. III.Cada pessoa pode ter, unicamente, um patrimônio. IV.0 patrimônio é inseparável da pessoa. Destas regras se infere que o patrimônio: a) Assenta na própria natureza da pessoa, considerada como capaz de ser sujeito, ativo ou passivo, de direitos e obrigações, somente tendo aptidão para possuir bens ou assumir obrigações. b) Que o patrimônio não significa simplesmente riqueza, pois que pode ser constituído por direitos, que não se mostrem de valor positivo, embora apreciáveis economicamente, ou possam resultar num valor econômico positivo. c) Que o patrimônio, desde que se apresenta como uma universalidade, tem que ser único, embora, por uma ficção jurídica, se permita seu fracionamento, como nos casos dos benefícios de inventário e na sucessão dos bens do ausente. d) Somente, assim, excepcionalmente, poderá o patrimônio ser dividido em massas distintas. e) Quer então significar que a totalidade do patrimônio somente se separa da pessoa quando esta morre, porque nas alienações de bens que formam seu conteúdo não há transferência de patrimônio, mas de parcelas dele. "(Nota: que são substituídas pelo dinheiro que também constitui patrimônio). (grifos e nota acrescidos ao original) Observa-se, portanto, que o patrimônio é uma universalidade composta de bens e direitos, e que, independentemente da natureza dos elementos, forma um todo abstrato, indivisível e inseparável da pessoa Patrimônio, quanto à sua essência ("conjunto de determinações que fazem que uma coisa seja o que é e se distinga de outra qualquer", Vocabulário de Filosofia, de R. Jolivet, 1975 1 Agir, Rio, pág. 83), é, segundo, os juristas, "um conjunto de direitos e obrigações" ou, como o definem os contabilistas, "o patrimônio compreende tanto os valores que se possui ou tenha a receber como os que se tem de dar ou restituir." (Contabilidade Superior, de FREDERICO HERRMANN JR., 5 a edição, Editora Atlas S.A., p24SP, páginas 114 e 116, respectivamente.) Não é por outr razão, aliás, que o saldo / Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 patrimonial tanto pode ser positivo como negativo, sendo negativo naturalmente o "valor dos empenhos que sobram depois de exaurido o ativo." (Obra de FREDERICO HERRMANN JR. citada, pág. 124) Outro aspecto a considerar pertinente à matéria é que a palavra "patrimônio", no art. 150, VI, da vigente Constituição, sucedâneo do art. 19, til, da Emenda Constitucional n.,° 1/69, palavra essa que foi reproduzida nos arts 29 e 32 do Código Tributário Nacional, tem mais conotação de ativo ou de bens do que propriamente de patrimônio Explicando claramente o sentido desta última palavra, dizem DOMINGOS D'AMORE e ADAUCTO DE SOUZA CASTRO, no seu "Curso de Contabilidade", 10 volume, Edição Saraiva, SP, 1964: "Seguindo a técnica jurídica, patrimônio é o 'conjunto de direitos e obrigações, suscetíveis de apreciação econômica, pertencentes a uma pessoa natural ou jurídica". (Pág. 58). "No sentido econômico, é o "complexo de elementos materiais e imateriais, ativos e passivos, submetidos a uma administração. (Pág. 59)." (grifei). "O patrimônio pode ser estudado sob o tríplice aspecto: jurídico, econômico e específico. Qualquer que seja, contudo, o aspecto que se tenha em vista, evidencia-se a dúplice natureza dos elementos, que o compõem: de uma parte, apresentam-se os valores positivos e, de outra, os valores negativos, que correspondem, sob o ponto de vista contábil, ao ativo e ao passivo do patrimônio". (Pág. 67). (grifei). Na mesma linha, o FREDERICO HERRMANN JR na obra, edição e editora acima mencionadas, págs. 110/111: "Os bens atuais e os que tem a receber de terceiros representam os elementos positivos, e os que devem ser restituídos em espécie ou em moeda são negativos na equação patrimonial. Os primeiros constituem o ativo e os outros formam o passivo." Em seguida, refere-se às considerações de FABIO BESTA. )24 Processo n° : 10814.002410/95-18 Acórdão n° . CSRF/03-3.004 "Sob o aspecto econômico, o ativo é um conjunto de bens que a pessoa de fato possui, sozinha ou em conjunto com terceiros. O passivo representa os bens que devem ser deduzidos para ser entregues aos terceiros que haviam cedido temporariamente bens equivalentes. Sob o aspecto jurídico, o ativo é a soma dos bens sobre os quais a pessoa tem direito de posse ou domínio. (Pág. 111)." E ainda: "ATIVO (s m.). Diz-se do conjunto de bens e de créditos que constituem patrimônio de uma pessoa jurídica" (1ÊDO BATISTA NEVES, "Vocabulário Enciclopédico de Tecnologia Jurídica", vol 1, Forense, pág. 257) Nenhuma referência a qualquer elemento negativo. Do exposto, não é difícil concluir que ativo é a totalidade dos bens e direitos de uma pessoa física ou jurídica ou, como o definem ainda mais rigorosamente DOMINGOS D'AMORE e ADAUCTO DE SOUZA CASTRO, in obra, volume, edição, editora, e ano supra referidos, pág. 68: "Dessa forma, o ativo apresenta-se como um conjunto de direitos reais e pessoais (bens e créditos)," ao passo que "o passivo representa o conjunto de obrigações a favor de terceiros." E, por fim, à pág. 105, os mesmos autores incluem, no ativo, justamente os "imóveis, móveis e utensílios, mercadorias, matéria-prima, títulos de renda, bancos. caixa, títulos a receber, clientes, devedores, etc." (Nossos os grifos). Ainda aqui, nenhum elemento negativo. A propósito não percamos de vista a lição de CARLOS MAXIMILIANO : "Embora seja verdadeira a máxima atribuída ao apóstolo São Paulo - a letra mata, o espírito vivifica -, nem por isso é menos certo caber ao juiz afastar-se das expressões claras da lei, somente quando ficar evidenciado ser isso indispensável para atingir a verdade em sua plenitude. O abandono da fórmula explícita constitui um perigo para a certeza do Direito, a segurança jurídica; por isso é só justificável em face de mal maior, comprovado: de uma solução contrária ao74, Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 espírito dos dispositivos, examinados em conjunto. As audácias do hermeneuta não podem ir a ponto de substituir, de fato, a norma por outra k) Entretanto, o maior perigo, fonte perene de erros, acha-se no extremo oposto, no apego às palavras. Atenda-se à letra do dispositivo; porém com a maior cautela e justo receio de 'sacrificar as realidades morais, econômicas, sociais. que constituem o fundo material e como o conteúdo efetivo da vida jurídica, a sinais, puramente lógicos, que da mesma não revelam senão um aspecto, de todo formal.' Cumpre tirar da fórmula tudo o que na mesma se contém, implícita e explicitamente, o que, em regra, só é possível alcançar com experimentar os vários recursos da Hermenêutica." ( in "Hermenêutica e Aplicação do Direito", 9 a edição/ 3a tiragem, Forense, Rio, 1984, pág. 111). Aproveitando o conceito ora detalhadamente estudado e o Código Civil, verifica-se que, no caso, a Recorrente é pessoa jurídica, fundação pública, cuja constituição é, primordialmente, a destinação de um patrimônio à consecução de certos objetivos. Ao transportarmos o conceito de "patrimônio" do Código Civil para a regra imunizante do art. 150, Vi, "a", da Constituição Federal, verificamos que os "Impostos sobre o Patrimônio" alcançam a universalidade de coisas (móveis, imóveis, fungíveis, infungíveis, consumíveis, divisíveis e indivisíveis) sujeitas às mais diversas ações da pessoa segundo as atividades lícitas que venha a praticar. Ou, no caso, é a universalidade de coisas que ingressam ou saem da esfera da propriedade da fundação pública, segundo os ditames da lei que a instituiu ou segundo os seus objetivos estatutários. O CONCEITO CONSTITUCIONAIS E A ESTRUTURA DE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS DO CTN. A contrariedade surgida a partir da diferença entre o conceito de patrimônio desenvolvido segundo as regras basilares do Código Civil Brasileiro e o conceito dado ao termo patrimônio pela classificação dos Impostos adotada pelo Código Tributário Nacional tem sua razão.n "( Processo n° : 10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 O Cientista do Direito Paulo de Barros Carvalho, em parecer publicado na Revista Dialética de Direito Tributário, n.° 33, pág. 147, ensina: "As coisas não mudam de nome, nós é que mudamos o modo de nomear as coisas. Portanto, não existem nomes verdadeiros ou falsos das coisas. Apenas existem nomes aceitos, nomes rejeitados e nomes menos aceitos que outros, como nos ensina Ricardo Guibourg. Esta possibilidade de inventar nomes para as coisas chama-se liberdade de estipulação. Ao inventar nomes (ou ao aceitar os já inventados) traçamos limites na realidade, como se a cortássemos idealmente em pedaços e, ao assinalar cada nome, identificássemos o pedaço que, segundo nossa decisão, corresponderia a esse nome. Um nome geral denota uma classe de objetos que apresentam o mesmo atributo. Nesse sentido, atributo significa a propriedade que manifesta dado objeto. Todo nome cuja significação está constituída de atributos é, em potencial, o nome de um número indefinido de objetos. Desse modo, todo nome geral cria uma classe de objetos. Ordinariamente, um nome geral é introduzido porque temos a necessidade de uma palavra que denote determinada classe de objetos e seus atributos peculiares. Entretanto, menos freqüentemente, introduz- se um nome para designar uma classe por mera questão de utilidade: é imprescindível para o direcionamento de certas operações mentais que alguns sejam agrupados segundo critérios específicos." Assim, segundo a origem do nome "patrimônio" do Código Civil, outros objetos receberam esse nome com o fim de atribuir-lhe o conceito de coletividade de coisas, mas, nem sempre o coletivo universal que trata o Código Civil. O Código Comercial atribui ao nome "patrimônio" o conjunto de bens de propriedade do comércio e dos sócios, para distingui-los. A Lei de Sociedades Anônimas, antes da recente alteração, dava ao patrimônio o conceito de conjunto de bens, direito e deveres que deveriam ser dimensionados no balanço patrimonial, ou seja, incluía no conjunto do "patrimônio" deveres ou dívidas, criando a figura do patrimônio negativo, ou até, abusando da lógic formal, do patrimônio inexistente ou,,4 Processo n° . 10814002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 o não patrimônio A Lei das Sociedades Anônimas adotou do nome "patrimônio" a nomenclatura do "patrimônio líquido", como se pudesse imaginar um patrimônio bruto cujo conjunto, em si mesmo contém coisas que não são patrimônio, mas a ele não pertencem. No Código Tributário Nacional o nome "patrimônio" teve uma ligação direta com o conceito "propriedade imobiliária", única e exclusivamente. Como poderia o CTN distinguir ou interpretar o conteúdo e alcance do conceito de "patrimônio", se a Constituição atual, e mesmo a vigente à época da edição da Lei n.° 5.172, de 25.10.66, não distinguia. Ora, comparando-se a significação do termo "patrimônio" dada pelo art. 57 do Código Civil e a estrutura de classificação adotada pelo Código Tributário Nacional, do Título III, verifica-se que o conteúdo e alcances dos termos são distintos, apesar de serem expressos pela mesma nomenclatura, razão indiscutível da contrariedade. Contudo, se adotarmos o conceito da classificação dos impostos do Código Tributário Nacional, fatalmente estaremos limitando o alcance da significação do conceito Aliás, deveremos rediscutir a significação do termo "patrimônio", contido no art. 178, da Lei n.° 6.404/76: "Art. 178. (Grupo de Contas) - No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise financeira da companhia. § 1° (Ativo) - No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de graus de liquidez dos elementos (do patrimônio) nele registrados, nos seguintes grupos: a) ativo circulante; b) ativo realizável a longo prazo; c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido." R-4 Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° . CSRF/03-3.004 Verifica-se que essa norma jurídica congrega sob a mesma sigla de patrimônio as mercadorias em estoques, as matérias-primas, as máquinas, os móveis, os veículos, os imóveis, ou seja, o conjunto de coisas de valor positivo que sejam na data do balanço de propriedade da sociedade. Aliás, o conceito de patrimônio, até esse ponto do art. 178, está correto, pois não discrimina os bens segundo sua destinação final se para vendar se para usar ou qualquer que seja. Desta forma, não é cabível atribuir ao conceito constitucional de "patrimônio" restrição de abrangência que ele não tem, ex vi mera classificação, inadequada contida no Código Tributário Nacional, como se dele fosse a origem do conceito de patrimônio. Aliás, o Código Tributário Nacional não estabelece conceito de patrimônio, o que é plenamente preenchido pelo Código Civil. A propósito, o art. 110 do CTN assim dispõe, no mesmo sentido, conforme abaixo descrito: "A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance dos institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pela Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios, para definir ou limitar competências tributárias." DA IMUNIDADE CONSTITUCIONAL SOBRE O PATRIMÔNIO Diante da fixação de conceito, retomemos a questão da Imunidade Constitucional sobre o Patrimônio instituída pela norma contida no art. 150, inciso IV, alínea "a", abordando o conceito de imunidade e de sua aplicação no caso em tela. O Professor Paulo de Barros Carvalho, que já foi membro deste Egrégio Conselho, ensina em seu livro "Curso de Direito Tributário", Ed. Saraiva, 73 Edição, 1995, pág 113, que o termo impostos, tributos não vinculados, na verdade )24 Processo n° 10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 deve ter interpretação mais abrangente, contemplando, inclusive as taxas de poder de polícia e afirma "a proposição de que a imunidade é instituto que só se refere aos impostos carece de consistência veritativa." Ou seja, se para o mestre, o conceito de imposto do art. 150, VI, analisado segundo urna interpretação sistêmica da Constituição Federal é deveras limitando, devendo contemplar dentro da nomenclatura "imposto" taxas e contribuições de melhoria (que afeta diretamente a propriedade), o que diria, então quanto à cobrança de impostos sobre a importação? O conceito delineado em seu livro (cit retro) deixa a questão clara: "Ao coordenar as ponderações que até aqui expusemos, começa a aparecer o vulto jurídico da entidade. E mister, agora, demarcá-lo, delimitá-lo, defini-lo, atento, porém, às próprias críticas que aduzimos páginas atrás, a fim de que não venhamos, por um tropeço metodológico, nelas nos enredar. Recortamos o conceito com auxílio de elementos jurídicos substanciais à natureza, pelo que podemos exibi-la como A CLASSE FINITA E IMEDIATAMENTE DETERMINÁVEL DE NORMA JURÍDICA, CONTIDAS NO TEXTO CONSTITUCIONAL FEDERAL, E QUE ESTABELECEM, DE MODO EXPRESSO, A INCOMPETÊNCIA DAS PESSOAS POLÍTICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL INTERNO PARA EXPEDIR REGRAS INSTITUIDORAS DE TRIBUTOS QUE ALCANCEM SITUAÇÕES ESPECIFICAS E SUFICIENTEMENTE CARACTERIZADAS." "O impedimento se refere apenas à instituição de tributos, com o que se evita sejam aquelas situações oneradas por via desse instrumento jurídico-impositivo." (grifos nossos) As situações de que fala o mestre são: a tributação recíproca em prol da manutenção da autonomia das pessoas políticas e garantia do princípio do federalismo, e da própria competência constitucional tributária. Deve-se lembrar que a Primeira Constituição da República, em 1891, previa que "É proibido aos Estados tributar bens e rendas federais ou serviços a cargo da União, e reciprocamente.", o que confirma a tese do Prof Paulo e dá maior abrangência ao conceito de patrimônio, a partir da constatação de sua origem. Peei/7,, Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 A tese de doutorado do Professor e Desembargador do Tribunal Regional Federal da 3 a Região, Américo Masset Lacombe, ao tratar do tema "Normas Imunizante e lsentivas" - Capítulo 5 da Tese - salienta "A imunidade constitui, um bloqueio a uma das previsões abstratas futuras que poderão figurar na composição da norma tributária. O que distingue a imunidade da isenção é o veículo normativo. Enquanto a isenção é veiculada por lei, a imunidade é veiculada pela Constituição, e, assim sendo, só poderá ser um bloqueio a uma previsão futura. O art. 19, III, da Carta vigente, institui a imunidade em relação aos diversos impostos, inclusive, é óbvio, ao imposto de importação." Não bastassem estes argumentos jurídicos esboçados nesta peça, conveniente ressaltar os julgados do Supremo Tribunal Federal que, em síntese, sustenta serem imunes do imposto de importação e do imposto sobre produtos industrializados as instituições de assistência social, desde que não se restrinja, como de modo algum se deve restringir, o conceito da palavra "patrimônio"; e, de fato, é praticamente unânime o entendimento do E. Supremo Tribunal Federal no sentido de não se limitar tal conceito Eis alguns dos acórdãos que interpretam impecavelmente a acepção da palavra em causa: (a) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DAS INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CONSTITUIÇÃO, ART. 19, iii, LETRA C). Não há razão jurídica para dela se excluírem o imposto de importação e o imposto sobre produtos industrializados, pois a tanto não leva o significado da palavra "patrimônio", empregada pela norma constitucional. Segurança restabelecida. Recurso Extraordinário conhecido e provido, por decisão unânime. - Relator Min.Xavier de Albuquerque (RE 88.671 - RJ, R.T.J. 90, ps. 263/5). (b) INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL DE FINS FILANTRÓPICOS. A-27 Processo n° : 10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 IMPORTAÇÃO DE BENS DESTINADOS A OBJETIVOS INSTITUCIONAIS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (CF, ART. 19, III, C). Recurso Extraordinário conhecido e provido, por decisão unânime. Relator: Min. Oscar Corrêa (RE 93.729 - SP , R.T.J. 104, ps. 248/250). (c) IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE. A imunidade a que se refere a letra c do inciso III do artigo 19 da Emenda Constitucional n. 1/69 abrange o imposto de importação, quando o bem importado pertencer a entidade de assistência social que faça jus ao benefício por observar os requisitos do art. 14 do CTN. Precedente do STF. Recurso Extraordinário conhecido e provido, por maioria. Relator. Min. Moreira Alves.(RE. 89.173- SP, R.T.J. 92, ps. 321/6). PARTE DO VOTO DO EXMO. SENHOR MINISTRO MOREIRA ALVES: "Pela finalidade a que alude o artigo 19, III, c da Constituição Federal, como bem salienta Baleeiro, em passagem transcrita no voto acima referido, "deve abranger os impostos que, por seus efeitos econômicos, segundo as circunstâncias, desfalcariam o patrimônio, diminuiriam a eficácia dos serviços ou a integral aplicação das rendas aos objetivos específicos daquelas entidades presumidamente desinteressadas, por sua própria natureza". Entre esses impostos está o imposto de importação, que incide sobre bem da recorrente a ser aplicado em objetivo específico da entidade, onerando-a, consequentemente, em razão de seu patrimônio. Não há, pois, que aplicar critérios de classificação de impostos adotados por leis inferiores à Constituição, para restringir a finalidade a que esta visa com a concessão da imunidade. Nem se pretenda que a cláusula final - "observados os requisitos da lei"- da letra c do inciso III do artigo 19 da Constituição permita à legislação complementar ou ordinária estabelecer, direta ou indiretamente, quais os impostos abarcados pela imunidade, e quais os que estão fora de seu âmbito. Essa cláusula diz respeito, não a isso, mas, apenas, aos requisitos que as instituições de educação ou de assistência social devem preencher para que mereçam o benefício constitucional. Por isso mesmo, o artigo 14 do CTN, ao se referir a tais requisitos, se limita a determiná-los em relação ao que deve observar a instituição para gozar da vantagem constitucional." (d) IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. Bem pertencente a patrimônio de - entidade de assistência social beneficiada peia imunidade prevista na :A4 Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 Constituição Federal. Não incidência do tributo. Recurso Extraordinário não conhecido. - Relator: Min. Rodrigues Alckmin (STF, Processo. 87.913 - SP). (e) Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. Importação de equipamento hospitalar destinado ao uso dessa instituição de assistência social. Imunidade tributária. Recurso Extraordinário conhecido e provido, para deferir o mandado de segurança. - Relator: Min. Soarez Munoz (STF, n. do processo: 92.423, DJ de 16.05.80, p. 03488). (f) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. SESI: - Imunidade tributária das instituições de assistência social (Constituição Federal, art. 19, III, letra c). A palavra "patrimônio" empregada na norma constitucional não leva ao entendimento de excetuar o imposto de importação e o imposto sobre produtos industrializados. - Recurso Extraordinário conhecido e provido. (Nossos os grifos). (RE 89.590 - RJ - Rel. Min. Rafael Mayer). Decisão: Conhecido e provido, decisão unânime. (g) IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE. O artigo 19, III, "c", da Constituição Federal não trata de isenção mas de imunidade. A configuração desta está na Lei Maior. Os requisitos da lei ordinária, que o mencionado dispositivo manda observar, não dizem respeito aos lindes da imunidade, mas àquelas normas reguladoras de constituição e funcionamento da entidade imune. Inaplicação do art. 17 do Decreto-Lei n.° 37/66. Recurso Extraordinário conhecido e provido. PARTE DO VOTO DO EXMO. SENHOR MINISTRO SOARES MUNOZ: Nenhuma dúvida foi suscitada quanto a ser o recorrente instituição de assistência social e fazer jus, nessa qualidade e em principio, à imunidade prevista no art. 19, III, c, da Constituição Federal. (RE 93.770 - RJ - Rel. Min. Soares Murioz. Recte.: SESI. Recdo.: União Federal). Decisão: Conheceu-se do recurso e a ele se deu provimento, nos termos do voto do Ministro Relator, Votação uniforme. (R.T.J. 102, ps. 304/7). (h) RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL. - RECORRIDO: SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI). Importação de aparelhos médicos, para equipar o Serviço Médico de sua Delegacia Regional de Amapá. Incidência do art. 19, III, "c", da Contuiição da República. Re- / )^," Processo n° : 10814 002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 curso Extraordinário não conhecido. (RE 93.543-6 - RJ - Rel. Min. Soares Mutioz, Recte. : União Federal. Recdo : Serviço Social da Indústria (SESI) - LEX, JSTF, vol. 30, pág. 268). Pelas decisões da nossa Suprema Corte à vedação ao poder de tributar patrimônio, vê-se que o referido Tribunal deu à palavra "patrimônio" sentido mais amplo do que o que lhe emprestaram as nossas instâncias administrativas A este respeito, vale a pena destacar o trecho seguinte do voto proferido no Ac. 301-26.663 do então Conselheiro Wlademir Clóvis Moreira: "Em nenhum lugar a atual Constituição ou a anterior deixou sequer implícito que o termo "Patrimônio" tem a limitação que lhe dá o CTN para alcançar exclusivamente a propriedade imobiliária urbana ou rural. Se a Constituição não distingue, não pode a lei ou o intérprete desta distinguir Patrimônio público, segundo Pedro Nunes (in Dicionário de tecnologia Jurídica) "é o conjunto de bens próprios de uma entidade pública que os organiza e disciplina para atender a sua função e produzir utilidades públicas que satisfaçam às necessidades coletivas". Em se tratando pois, do poder público, cuja função essencial é prestar serviços à coletividade, em nome e por conta desta mesma coletividade, é inconcebível que o seu patrimônio, no sentido mais amplo, possa vir a ser onerado por encargo tributário imposto pelo próprio poder público. E indubitavelmente, o Imposto de Importação afeta o patrimônio do importador. Não há justificativa de natureza lógica, econômica, jurídica ou mesmo filosófica que sancione esta vincula ção do conceito de patrimônio à forma como estão distribuídos os impostos no Código Tributário Nacional. Ademais, os julgados do Egrégio Supremo Tribunal Federal, citados pela recorrente, enfaticamente confirmam que os impostos de importação e sobre produtos industrializados, este último quando vinculado ao primeiro, não estão excluídos do conceito de patrimônio para efeito da imunidade tributária. É importante ressaltar que as fundações aqui mencionadas passaram, com o advento da nova Constituição (art. 37), a integrar a administração pública Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 É de se somar ao presente voto, o prolatado pelo Eminente Conselheiro Wlademir Clóvis Moreira (Acórdãos n°s 302-32.485, 301-26 667), cujo teor corrobora com a posição atual. Como se não bastassem os argumentos retro expostos, é de se pensar, ainda, o critério temporal da ocorrência dos fatos, para verificarmos que, ainda que não estivesse alcançado pela imunidade, o Imposto de Importação não poderia incidir sobre a mercadoria importada pela Recorrente. Note-se que, no caso de importação, a mercadoria importada ao chegar ao País, já é de propriedade da pessoa que a importou e já compõe o seu "patrimônio". Tanto que o Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n.° 91.030/85, em seu art. 514, prevê as situações em que a mercadoria importada, ainda que antes do despacho aduaneiro, são retiradas da esfera da propriedade do importador, ou àquele que se assemelhe a figura de importador, pela pena de perdimento. Se assim, indiscutível que a mercadoria, mesmo antes de desembaraçada já pertença ao importador, fazendo parte de seu patrimônio, sendo que, no caso em que se discute, amparado pela imunidade constitucional. Ainda que não fosse o caso de se reconhecer a imunidade, quanto a multa de ofício de 100%, prevista no art. 40 da Lei 8.218/91, que assim dispõe: Art. 4°. Nos casos de lançamento de ofício nas hipóteses abaixo, sobre a totalidade ou diferença dos tributos e contribuições devidos, inclusive as contribuições para o INSS, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 100% (cem por cento), nos casos de falta de recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;" Ocorre que, da situação fática relatada nos autos, tem sido afastada a aplicação da disposta no artigo supracita124 Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 A sanção tributária consiste na conseqüência da prática de um ilícito tributário, ou seja, do descumprimento de um dever imposto pela legislação tributária, e, no caso, do compromisso relativo à destinação da mercadoria. Tratando-se de imposição feita pelo Estado, toda sanção tributária deve encontrar-se definida previamente em lei de forma a garantir a segurança do contribuinte no sentido de poder apreciar a conseqüência a que estará sujeito se praticar determinada conduta. Nesse contexto, insere-se a multa como sanção tributária de natureza pecuniária, tendo como espécies a denominada multa moratória e a multa punitiva, sendo a primeira aplicada não a uma infração propriamente dita, mas sim por mero descumprimento de simples dever formal/instrumental, ou pleito de isenção e imunidade não acatadas. A multa de mora aplica-se em virtude da demora no pagamento do tributo, acréscimo previsto atualmente pelo art. 84 da Lei n° 8981/95. Por sua vez, a multa punitiva é utilizada para penalizar o contribuinte por adotar uma conduta caracterizadora de uma infração tributária. Embora a multa moratória seja assim denominada, possui verdadeiro caráter punitivo. Isso porque não se destina a ressarcir ou indenizar o Fisco pelo prejuízo causado pelo atraso, mas objetiva reprimir e desestimular a conduta do atraso rio pagamento do tributo. A natureza punitiva da multa moratória transparece do fato de que a sua fixação independe do tempo pelo qual se prolongue o atraso. Expressa-se, normalmente, em uma porcentagem fixa aplicada sobre o valor do tributo devido. O fim punitivo da multa moratória evidencia-se, também, em face da existência dos juros de mora, isto é, aqueles que visam compensar o prejuízo que advém da indisponibilidade do dinheiro que deveria ter sido recolhido como pagamento do tributo Processo n° :10814.002410195-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 Os juros moratórios encontram-se previstos no artigo 161 do Código Tributário Nacional que expressamente dispõe, que a aplicação destes não impede a imposição de penalidades previstas ria legislação tributária, como é o caso da multa moratória e da punitiva. Assim, tendo em vista que os juros moratórios cumprem a função de recompor o patrimônio do Fisco, pelo prejuízo decorrente do atraso no pagamento, a multa moratória não teria a mesma natureza De modo que a sanção intitulada multa moratória visa, verdadeiramente, punir a conduta ilícita. Dessa forma, tanto a multa de mora como a punitiva têm por objetivo penalizar o contribuinte, diferenciando-se pela causa de sua aplicação, isto é, o atraso no pagamento, ilícito tributário ou qualquer outra razão prevista em lei A partir dessas considerações, cabe-nos analisar qual o tipo da multa que é esboçada no artigo 4 0 , inciso 1, da Lei n°8.218/91 e quando deve ocorrer sua aplicação. Partindo do pressuposto de que as condutas que dão margem à incidência da multa são a falta de recolhimento, a falta de declaração e a inexatidão desta, não se incluindo a demora no pagamento do tributo, o fato da multa não ter como causa o atraso trata-se de multa punitiva e não moratória. No que concerne à aplicação, sendo uma sanção, cuja causa é a existência de um ilícito tributário, a imposição depende, essencialmente, como já se afirmou, de previsão anterior em lei e, também, de adequação entre o conteúdo do dispositivo legal e da situação tática. No caso em tela, a situação fática da Recorrente não se enquadra no artigo 4°, inciso I, da Lei n.° 8.218/91. Primeiramente pelo fato de a própria administração reconhecer a especificidade da aplicação da multa de ofício no Ato Declaratório Normativo - COSIT N.° 10/977 Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 "não constitui infração punível com as multas previstas no artigo 4°, da Lei n.° 8.218/91, de 29 de agosto de 1991 e no artigo 44 da Lei n.° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a solicitação, feita no despacho aduaneiro, de reconhecimento de imunidade tributária, isenção ou redução do imposto de importação e preferência percentual negociada em acordo internacional, quando incabíveis, bem assim a classificação tarifária errônea ou a indicação indevida de destaque (Ex), desde que o produto esteja corretamente descrito com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e • ue não se constate em • ual • uer dos casos intuito doloso ou má fé por parte do Declarante. Da análise cuidadosa da orientação da Fazenda Nacional às repartições fiscalizadoras e julgadoras, percebe-se que a conjunção "e", que grifei no texto acima, impõe que as condutas relacionadas como infratoras deverão estar acompanhadas do intuito doloso ou da má-fé. Cabe ressaltar que a norma em comento foi redigida com o fim de excluir do abundante rol dos contribuintes sujeitos à multa de ofício, aqueles que não tiverem agido com dolo ou má-fé. Ademais, também não se dá o enquadramento legal no que concerne a outras condutas que motivam a imposição da multa, isto é, a falta de declaração e a inexatidão desta, pois houve conteúdo declarativo suficientemente regular para a fiscalização lançar os tributos relativos à mercadoria nacionalizada. Contudo, não é de hoje que há invariável confusão entre as condutas de falta de recolhimento e de atraso de recolhimento. Tanto que entendi conveniente avançar a discussão nestes autos e trazer à baila a lição do Ex-Juiz Federal do Tribunal de Regional Federal da 5a Região Hugo de Brito Machado: "a) Multa por falta de recolhimento do tributo. Não é fácil distinguir a falta de recolhimento do atraso no pagamento do tributo. Se dissermos que o atraso se distingue da falta porque no primeiro o sujeito passivo, mesmo com - .).4atraso, paga por su própria iniciativa, antes de qualquer ação , Processo n° :10814.002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 fiscal, não se poderá cogitar da multa pelo atraso, eis que a denúncia espontânea exclui a responsabilidade. Entendemos, portanto, que a falta de pagamento do tributo somente se caracteriza pela situação em que o fato gerador da correspondente obrigação não é levado ao conhecimento do fisco. b) Multa por atraso no pagamento do tributo. É a multa que tem como hipótese de incidência a situação em que o sujeito passivo, havendo cumprido todas as suas obrigações acessórias, e tendo dado conhecimento à autoridade administrativa da ocorrência do respectivo fato gerador, de sorte que esta fique com todas as condições de fazer o correspondente lançamento, não efetua ele o pagamento do tributo no prazo legal, ensejando a instauração de ação fiscal cujo objetivo, no caso, não é apurar, mas simplesmente cobrar o tributo." (in Caderno de Pesquisas Tributárias, n.° 4, Sanção Tributária, Resenha Tributária, São Paulo, 1979, p.250 e 251.) Considerando que a Receita Federal tinha pleno conhecimento dos tributos relativos às importações, pois: (1) conferiu as Guias de Importação; (ii) colheu o Termo de Responsabilidade do Importador, ora Recorrente; (iii) anuiu à existência de obrigação tributária originada da ocorrência do fato gerador; (iv) suspendeu a exigibilidade dos tributos, não há que se falar que a Recorrente pretendeu ocultar do Fisco tal obrigação, com o intuito de locupletar-se ilicitamente. Assim sendo, entendo ser inadequado classificar a conduta da Recorrente como falta de recolhimento. Diante do exposto, considerando que o termo patrimônio contido no art. 150, inciso VI, alínea "a", e no respectivo parágrafo 2°, da Constituição Federal, e considerando que a norma imunizant, tem por objetivo preservar o principio da 1 e),,,IÀ í / Processo n° : 10814 002410/95-18 Acórdão n° : CSRF/03-3.004 imunidade recíproca e o princípio do federalismo, e que é inaplicável a multa de ofício ao caso, acolhemos o Recurso Especial de Divergência para dar-lhe provimento, julgando improcedente o auto de infração para torná-lo insubsistente. Sala das Sessões - DF,20 de outubro de 1998 1.---"aL 46, FAUSTO DE FREITAS E CASTRO NETO Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1 _0000700.PDF Page 1 _0000800.PDF Page 1 _0000900.PDF Page 1 _0001000.PDF Page 1 _0001100.PDF Page 1 _0001200.PDF Page 1 _0001300.PDF Page 1 _0001400.PDF Page 1 _0001500.PDF Page 1 _0001600.PDF Page 1 _0001700.PDF Page 1 _0001800.PDF Page 1 _0001900.PDF Page 1 _0002000.PDF Page 1 _0002100.PDF Page 1 _0002200.PDF Page 1 _0002300.PDF Page 1 _0002400.PDF Page 1 _0002500.PDF Page 1 _0002600.PDF Page 1 _0002700.PDF Page 1 _0002800.PDF Page 1
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Numero do processo: 19647.005990/2004-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Aug 10 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.182
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter novamente o julgamento em diligência.
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter novamente o julgamento em diligência. ROSALDO TREVISAN Presidente. LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Mara Cristina Sifuentes, Robson Jose Bayerl, e André Henrique Lemos. Relatório Tratase auto de infração, situado à fls. 04 a 10 (Volume nº 1), com a finalidade de formalizar a cobrança de IPI referente a crédito declarado e não pago, acrescido de juros e de multa de ofício de 75%, período de apuração de 20/04/1998 a 30/06/2001, no valor histórico de R$ 2.079.589,13. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 96 47 .0 05 99 0/ 20 04 -3 7 Fl. 2833DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 373 2 Segundo informação fiscal, situada às fls. 47 a 61, o sujeito passivo recolheu a menor o IPI, por ter se utilizado de crédito presumido indevido, nos valores discriminados às fls. 06 a 10. A contribuinte, intimada em 28/06/2004, apresentou, em 27/07/2004, impugnação, situada às fls. 2051 a 2069. Em sessão de 10/12/2014, foi proferido o Acórdão DRJ nº 10.536, situado às fls. 2538 a 2548, em que a 5ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Recife (PE), sob a relatoria do AuditorFiscal Marcelo Lettieri Siqueira, por unanimidade de votos, decidiu pela rejeição da preliminar de nulidade, indeferindo o pedido de perícia formulado, bem como pela total improcedência da impugnação apresentada, em conformidade com a ementa abaixo transcrita: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 20/04/1998 a 30/06/2001 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO. CRÉDITOS INDEVIDOS NA ESCRITA FISCAL. É correta a glosa de créditos indevidos, utilizados na escrita fiscal do IPI, para absorver débitos, bem como o lançamento de oficio dos valores desse imposto, descobertos em decorrência da glosa. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA POSSIBILIDADE. Legitimo o lançamento tributário para prevenir a decadência de crédito tributário suspenso por qualquer das hipóteses previstas em lei. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. É licita a exigência do encargo com base na variação da taxa Selic. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas esteio obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade de atos legais regularmente editados. PERÍCIAS E PRODUÇÃO POSTERIOR DE PROVAS. Dispensável a realização de perícias ou produção de novas provas quando os documentos integrantes dos autos revelamse suficientes para formação de convicção e conseqüente julgamento do feito. Lançamento Procedente". Fl. 2834DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 374 3 Recortamse, ainda, do voto da decisão recorrida, os seguintes excertos, devido à sua pertinência: (...) Em 25/04/2005, a contribuinte interpôs recurso voluntário, situado às fls. 2.495, no qual alegou, em síntese: (i) ser indevida a aplicação de multa e juros em lançamento com exigibilidade suspensa, urna vez que o crédito tributário ora lançado referese a pedidos de compensação contidos em dois outros processos administrativos, que cita; (ii) realiza o paralelo entre a suspensão da exigibilidade em razão de medida liminar em processo judicial e os recursos apresentados em processos administrativos; (iii) serem indevidos os juros de mora, considerando inaplicáveis os juros Selic como índice de correção monetária, classificandoo como anatocismo; (iv) reafirma a nulidade do auto de infração por falta de clareza; ressalta a aplicação do art. 112 no caso de dúvidas quanto à legislação aplicável. Em sessão de 07/12/2005, foi proferida a Resolução nº 20200.887, pelo extinto Segundo Conselho de Contribuintes, sob a relatoria da Conselheira, situada às fls. 2.520 a 2222 (Volume nº 13), nos termos da parte dispositiva do voto abaixo transcrito: "(...) estando os presentes autos expressamente vinculados aos processos de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI acima identificados, mister que sejam aqui anexados cópias dos Acórdãos relativos as decisões definitivas, na esfera administrativa, daqueles processos, para que .possa Fl. 2835DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 375 4 ser efetuada a análise das pretensões postas, tanto da recorrente quanto da fazenda pública. Pelo exposto, voto por converter o presente processo em diligência para que sejam anexados cópias das decisões definitivas na esfera administrativa relativas aos Processos nºs 10480.000767/9841 e 10480.000766/9889, bem como outras peças processuais julgadas necessárias pela autoridade administrativa para melhor compreensão e deslinde dos fatos" (seleção e grifos nossos). Em 18/08/2014, foi lavrado o Termo de Encerramento da Diligência Fiscal, que concluiu, em síntese, pela necessidade de "(...) necessidade de retificar o Auto de Infração com a EXCLUSÃO/REDUÇÃO dos valores originários lançados nas respectivas competências, conforme os valores indicados na Tabela VI mais abaixo “DEMONSTRATIVO DAS DIFERENÇAS A COBRAR POR PERÍODO DE APURAÇÃO DO IMPOSTO”, assim como os respectivos consectários legais". Em 24/09/2014, a contribuinte apresentou manifestação sobre a diligência efetuada, situada às fls. 2.730 a 2.826, requerendo o reconhecimento da improcedência do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco 1. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 2. Transcrevese abaixo, por pertinente, trecho do voto da Conselheira Maria Cristina Roza da Costa, que nos precedeu na presente relatoria, acerca do recurso voluntário interposto: "O recurso voluntário atende aos requisitos legais exigidos para sua admissibilidade e conhecimento. A recorrente resiste à exigência fiscal, verberando sobre os seguintes pontos: A. Na peça impugnatória: 1. O lançamento ora combatido se refere A glosa dos valores solicitados nos Processos nºs 10480.000767/9841 e 10480.000766/9889, que aguardam Fl. 2836DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 376 5 julgamento no Conselho de Contribuintes, estando, portanto, com a exigibilidade suspensa; 2. Discorda da exclusão, da base de calculo do incentivo fiscal, da canade açúcar, de matériasprimas adquiridas de pessoas fisicas, de insumos que não foram considerados como produtos intermediários (tais como chapa de aço, tubos galvanizados, borrachas de vedação, etc.) e de produtos não tributados ou tributados a aliquota zero; 3. Afirma, ainda, que tem direito A. compensação por força do disposto no art. 42 da Portaria MF n2 38/97 e no art. 66 da Lei n2 8.383/91, questiona a aplicabilidade da taxa Selic como índice de correção monetária, alegando que o CTN só autoriza a exigência de juros de mora em 1% e que a Selic estabelece um verdadeiro anatocismo. B. Na peça recursal: 1. nulidade do auto de infração por falta de clareza e precisão. 0 Fisco apura crédito tributário no período de 20/04/1998 a 30/06/2001 e faz referência a tabela na qual glosa integralmente o crédito presumido apurado nos anos de 1997 a 1999; 2. Indevida a aplicação de multa e juros em lançamento com exigibilidade suspensa, uma vez que o crédito tributário ora lançado referese a pedidos de compensação contidos em dois outros processos administrativos; 3. Requer o provimento do recurso para reformar a decisão combatida, que manteve o lançamento com juros e multa sem observar que está suspensa a exigibilidade do crédito. Relata o autuante (...) que o presente lançamento de oficio corresponde ao relatado no item B, como segue: "B) COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA: Referente a infração de créditos glosados Crédito Presumido do IPI Indevido: Valores glosados dos processos administrativos (10480.000767/9841 e 10480.000766/9889) que foram analisados pela fiscalização da SRF e que ainda encontramse em litígio na área administrativa. Efetuados com exigibilidade suspensa do crédito tributário, dos valores do imposto que deixaram de ser recolhidos, para prevenir a decadência do direito da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário." À fl. 60, informa: "(...) De mencionar também que durante todo o período fiscalizado o contribuinte declarou em DCTF's apenas os débitos referentes ao período de abril/1998 a marco de 1999 alocando como "outras compensações e deduções débitos", conforme telas Fl. 2837DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 377 6 do "sistema gerencial" das dctf's anexo às fls. 448 a 450, O lançamento do presente Auto de Infração foi efetuado "C0111 a exigibilidade suspensa do crédito tributário" e com a multa de oficio (coluna 13 da planilha "DEMONSTRATIVO DE RECONSTITUIÇÃO DA ESCRITA FISCAL')." Portanto, estando os presentes autos expressamente vinculados aos processos de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IN acima identificados, mister que sejam aqui anexados cópias dos Acórdãos relativos as decisões definitivas, na esfera administrativa, daqueles processos, para que .possa ser efetuada a análise das pretensões postas, tanto da recorrente quanto da fazenda pública. Pelo exposto, voto por converter o presente processo em diligência para que sejam anexados cópias das decisões definitivas na esfera administrativa relativas aos Processos nºs 10480.000767/9841 e 10480.000766/9889, bem como outras peças processuais julgadas necessárias pela autoridade administrativa para melhor compreensão e deslinde dos fatos". 3. Assim, em virtude de ter identificado a existência de pedidos de ressarcimento combinados com declaração de compensação de IPI que seriam reflexos sobre o presente processo, converteuse o julgamento em diligência, determinando, ainda, que: "(...) das conclusões a que chegar a autoridade administrativa em relação às decisões administrativas definitivas e, apurados os reflexos sobre este, procedendo aos devidos ajustes do lançamento ora vergastado, deverá ser elaborado planilha que demonstre o crédito tributário mantido e o exonerado, da qual deverá ser dado ciência à contribuinte para, se quiser, manifestarse no prazo legal, devendo, após, retornar a este Conselho para prosseguimento do julgamento". 4. Conforme se depreende da leitura do Termo de Encerramento de Diligência Fiscal, a unidade passou a analisar: (a) o Acórdão CARF n° 20217.534, referente ao Processo nº 10480.000766/98/89, situado às fls. 2.561 a 2.580 (Volume 13); e (b) o Acórdão CARF n° 930301.273, referente ao Processo nº 10480.000767/9841, situado às fls. 2.581 a 2.587 (Volume 13). A.) ACÓRDÃO CARF N° 20217.534 5. Assim, da análise do (a) Acórdão CARF n° 20217.534, referente ao Processo nº 10480.000766/98/89, extraemse as seguintes disposições: (a.1) acolher a inclusão das vendas efetuadas para empresa comercial exportadora, ocorridas antes de novembro/1996, no cálculo da receita de exportação; (a.2) negar provimento quanto à inclusão na base de cálculo do crédito presumido das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas e dos insumos aplicados na produção da canadeaçúcar, na análise da matériaprima e em análise laboratorial; e (a.3) acolher a inclusão das aquisições de produtos utilizados na clarificação do Fl. 2838DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 378 7 caldo de cana, no processo de fermentação do melaço e na correção do PH do caldo de cana deaçúcar na base de cálculo do crédito presumido do IPI. 6. Ao se proceder à liquidação da decisão (a.1) quanto à inclusão das vendas efetuadas para empresa comercial exportadora no cálculo da receita de exportação, a unidade confeccionou a seguinte tabela: 7. Realizou, ainda, as seguintes considerações sobre o período em referência, de forma a entender que a Receita de Exportação deve ser retificada para o valor de R$ 11.050.293,17: "Na análise efetuada pela fiscalização no processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000766/9889, no seu Termo de Informação Fiscal de 19/01/1999, (fls. 57 a 63 do processo n° 10480.000766/9889), verificamos que foram excluídas 03(três) notas fiscais referentes a vendas a empresas comerciais exportadoras (Cia Vitória de Com. Ind. e Agricultura e Simab S/A). As referidas Notas Fiscais, n°s 4004, 4005 e 4199, (fls. 12 a 14 do processo n° 10480.000766/9889), discriminadas com seus respectivos DDE, valores e data de emissão no Demonstrativo, (anexo às fls. 21 do processo n° 10480.000766/9889), foram excluídas da Receita de Exportação para fins de apuração da base de cálculo do Crédito Presumido, entretanto, foram consideradas na totalização da Receita Operacional Bruta, utilizada para o mesmo fim. De acordo com o Acórdão n° 20217.534, temos que acolher a inclusão das vendas efetuadas para empresa comercial exportadora, ocorridas antes de novembro/96, no cálculo da receita de exportação. Portanto, estamos incluindo agora nesta diligência fiscal os valores das referidas notas fiscais discriminadas na tabela I abaixo no cálculo da receita de exportação. (...) Após as inclusões das notas fiscais indicadas na tabela I acima, a Receita de Exportação corrigida considerada para o período em análise resultou em R$ 11.050.293,17 (onze milhões, cinquenta mil, duzentos e noventa e três reais e dezessete centavos), ao invés do valor informado pela fiscalização na análise do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000766/9889 no valor de R$ 10.030.177,67 (dez milhões, trinta mil, cento e setenta e sete reais e sessenta e sete centavos)" (seleção e grifos nossos). Fl. 2839DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 379 8 8. Ao se proceder à liquidação da decisão (a.2) quanto às aquisições de pessoas físicas e cooperativas, concluiu que "(...) como foi negado provimento quanto à inclusão na base de cálculo do crédito presumido das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas, este item não altera o cálculo já efetuado pela fiscalização, já que o Acórdão n° 20217.534 está de acordo com o procedimento adotado pela fiscalização encarregada da análise do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000766/9889". 9. Ao se proceder à liquidação da decisão (a.3) quanto aos insumos que não se incorporam ou se agregam ao produto final, a unidade confeccionou a seguinte tabela: 10. Dispôs, ainda, da seguinte forma: O Acórdão n° 20217.534, negou provimento ao recurso quanto: à inclusão dos insumos aplicados na produção da canadeaçúcar, na análise da matériaprima, e em análise laboratorial na base de cálculo do crédito presumido do IPI; E acolheu a inclusão das aquisições de produtos utilizados na clarificação do caldo de cana, no processo de fermentação do melaço e na correção do PH do caldo de canadeaçúcar na base de cálculo do crédito presumido do IPI. Das notas fiscais que tinham sido excluídas pela fiscalização no processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000766/9889, constantes da planilha anexa às fls. 32, e denominada de “RELAÇAO DE NOTAS FISCAIS DE AQUISIÇÃO EXCLUÍDAS”, procuramos localizar notas fiscais que contenham produtos em que a descrição da utilização do insumo no processo produtivo sejam: a) Utilizado na clarificação do caldo da cana de açúcar; b) Utilizado no processo de tratamento da fermentação do melaço; ou c) Utilizado para correção do PH do caldo da cana de açúcar. (...)A única nota fiscal que tinha sido excluída e estava na planilha anexa às fls. 32, e denominada de “RELAÇAO DE NOTAS FISCAIS DE AQUISIÇÃO EXCLUÍDAS”, e que não tinha sido considerada foi a nota fiscal indicada na tabela II abaixo, e que por isso, de acordo com Acórdão n° 20217.534, a mesma deve ser considerada nos cálculos desta diligência fiscal.De acordo com a planilha “Relação de aquisições de insumos (item 3 do Termo de Intimação Fiscal)”, anexa às fls. 247 e 248, do processo n° 10480.000766/9889, as descrições do insumo utilizados como: a) na clarificação do caldo da cana de açúcar são: ENXOFRE, ÁCIDO FOSFÓRICO e SUPERFLOC; b) Utilizado no processo de tratamento da fermentação do melaço são: AUTAROL L, DEVAN, KAMORAM, ÁCIDO SULFÚRICO e PREVOL; c) Utilizado para correção do PH do caldo da cana de açúcar são: ÓXIDO DE CÁLCIO e SODA CAÚSTICA. Fl. 2840DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 380 9 De todos os insumos citados acima e como o Acórdão n° 20217.534 acolheu a inclusão das aquisições de produtos utilizados na clarificação do caldo de cana, no processo de fermentação do melaço e na correção do PH do caldo de canadeaçúcar na base de cálculo do crédito presumido do IPI; Verificamos nesta diligência fiscal que a única nota fiscal que havia sido excluída e que se inclui nas utilizações acolhidas pelo Acórdão é a nota fiscal descrita na tabela II acima. Portanto, estamos excluindo agora nesta diligência fiscal o valor da nota fiscal discriminada na tabela II mais acima no cálculo das “Deduções”, (excluímos uma dedução), das “Aquisições Brutas”" (seleção e grifos nossos). 11. Procedeu, por fim, à liquidação da decisão do Acórdão n° 202 17.534, concluindo, com a elaboração das planilhas: (i) “Cálculo do Crédito Presumido do IPI Ressarcimento PIS/PASEP – COFINS”, (ii) “Informações prestadas pelo Contribuinte no DCP – IPI”, e (iii) “Resumo do Crédito Presumido de IPI ressarcimento PIS/PASEP – COFINS”, alocadas no Anexo I do Termo de Encerramento de Diligência Fiscal, que deve substituir a fl. 22 do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000766/9889. B.) ACÓRDÃO CARF N° 930301.273 12. Em segundo lugar, da análise do Acórdão CSRF n° 930301.273, referente ao Processo nº 10480.000767/9841, extraemse as seguintes disposições: (b.1) acolher ao recurso especial quanto às aquisições de pessoas físicas cooperativas; (b.2.) acolher a inclusão das vendas efetuadas para empresa comercial exportadora, ocorridas antes de 23.11.96, que devem integrar o cálculo do crédito presumido como receitas de exportação; e (b.3) negar provimento a atualização do ressarcimento pela taxa Selic, por se tratar de hipótese distinta da repetição do indébito. 13. Ao se proceder à liquidação da decisão (b.1) quanto às aquisições de pessoas físicas cooperativas, elaborou a seguinte tabela: Fl. 2841DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 381 10 14. Concluiu, assim, de forma a reconhecer um acréscimo de R$ 16.820.340,63 no valor dos insumos: "Após as inclusões das notas fiscais de aquisições de pessoas físicas indicadas na tabela III acima, as Aquisições Brutas corrigida e considerada para o período em análise resultou em R$ 17.093.459,96 (dezessete milhões, noventa e três mil, quatrocentos e cinqüenta e nove reais e noventa e seis centavos), ao invés do valor informado na fiscalização do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000767/9841 de R$ 273.119,33 (duzentos e setenta e três mil, cento e dezenove reais e trinta e três centavos); tendo um acréscimo portanto, no valor dos insumos (matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem) de R$ 16.820.340,63 (dezesseis milhões, oitocentos e vinte mil, trezentos e quarenta reais e sessenta e três centavos)" (seleção e grifos nossos). 15. Quanto às (b.2) vendas efetuadas para empresas comercial exportadora, procedeu a unidade à elaboração da seguinte tabela: 16. Concluiu, assim, da seguinte forma: "Na análise efetuada pela fiscalização do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000767/9841, no seu Termo de Informação Fiscal de 29/12/1998, (fls. 76 a 82 do processo n° 10480.000767/9841), verificamos que foram excluídas 02(duas) notas fiscais referentes a vendas a empresa comercial exportadora (Simab S/A). As referidas Notas Fiscais, n°s 2966 e 3046, (fls. 152 e 153 do processo n° 10480.000767/9841), discriminadas com seus respectivos DDE, valores e data de emissão no Demonstrativo, (fls. 45 do processo n° 10480.000767/98 41), foram excluídas da Receita de Exportação para fins de apuração da base de cálculo do Crédito Presumido, entretanto, foram consideradas na totalização da Receita Operacional Bruta, utilizada para o mesmo fim. De acordo com o Acórdão n° 930301.273, temos que acolher a inclusão das vendas efetuadas para empresa comercial exportadora, ocorridas antes de novembro/96, que devem integrar o cálculo do crédito presumido como receitas de exportação. Fl. 2842DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 382 11 Portanto, estamos incluindo agora nesta diligência fiscal os valores das referidas notas fiscais discriminadas na tabela IV abaixo no cálculo da receita de exportação. (...) Após as inclusões das notas fiscais indicadas na tabela IV acima, a Receita de Exportação corrigida considerada para o período em análise resultou em R$ 17.609.911,88 (dezessete milhões, seiscentos e nove mil, novecentos e onze reais e oitenta e oito centavos), ao invés do valor informado na fiscalização do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000767/9841 de R$ 13.601.731,06 (treze milhões, seiscentos e um mil, setecentos e trinta e um reais e seis centavos). 17. Quanto à (b.3) ressarcimento pela taxa Selic, uma vez que foi negado provimento ao pedido formulado pela contribuinte, concluiu pela inalterabilidade do cálculo: "Como pelo voto de qualidade, acordaram os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais em negar provimento quanto a Taxa Selic no Acórdão n° 930301.273, como “Incabível a atualização do ressarcimento pela taxa Selic, por se tratar de hipótese distinta da repetição de indébito”, este item não altera o cálculo já efetuado pela fiscalização, já que o referido Acórdão está de acordo com o procedimento adotado pela fiscalização encarregada da análise do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000767/9841" (seleção e grifos nossos). 18. Procedeu, por fim, à liquidação da decisão do Acórdão n° 9303 01.273, concluindo, com a elaboração das planilhas: (i) “Cálculo do Crédito Presumido do IPI Ressarcimento PIS/PASEP – COFINS”, (ii) “Informações prestadas pelo Contribuinte no DCPIPI”, e (iii) “Resumo do Crédito Presumido de IPI ressarcimento PIS/PASEP – COFINS”, alocadas no Anexo II do Termo de Encerramento de Diligência Fiscal, que deve substituir a fl. 46 do processo de Ressarcimento do IPI n° 10480.000767/9841. 19. Em conclusão final, ao liquidar (a) o Acórdão CARF n° 20217.534, referente ao Processo nº 10480.000766/98/89, situado às fls. 2.561 a 2.580 (Volume 13); e (b) o Acórdão CARF n° 930301.273, referente ao Processo nº 10480.000767/9841, elaborou a seguinte tabela: Fl. 2843DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 383 12 20. Passou, por fim, às seguintes considerações: "Confrontandose aos valores lançados no auto de infração com as conclusões expostas acima em relação às decisões administrativas definitivas e, apurados os reflexos sobre o presente processo, chegamos aos valores lançados na Tabela V indicada mais abaixo “DEMONSTRATIVO DAS DIFERENÇAS A COBRAR POR PERÍODO DE APURAÇÃO DO IMPOSTO”, que reduz o presente auto de infração. O crédito presumido do IPI calculado pela empresa nos anos de 1995 e 1996 foi solicitado em processos de pedido de Ressarcimento do IPI conforme tabela V abaixo, tendo esses créditos sido utilizados pela empresa em sua escrita fiscal integralmente, conforme podemos observar a planilha elaborada pela própria empresa denominada “Controle da Utilização do Crédito Presumido do IPI DCP”, anexa às fls. 223, e cópias dos Livros Registro de Apuração do IPI, fls. (506 a 885). O valor do Crédito Presumido do IPI calculado por esta diligência fiscal encontrase na quarta coluna e na quintacoluna da tabela V temos o valor correto a ser glosado e que será mantido neste auto de infração.Ressaltese que os valores calculado nesta diligência fiscal, (em função da aplicação das decisões administrativas definitivas), respectivamente de R$ 470.988,05 e R$ 5.169,47 para os anos de 1995 e 1996, foram escriturados como crédito para a empresa nos terceiros decêndios de dezembro de 1995 e 1996, conforme podemos observar na planilha “ANEXO III Demonstrativo dos Valores Lançados a Crédito no Livro Registro de Apuração do IPI a Título de Crédito Presumido do IPI”, Notas Explicativas, (fls. 129 a 132), os valores escriturados dos supostos créditos que deram origem àqueles processos foram os demonstrados por nós nas seguintes nas planilhas: a) “ESCRITURAÇÃO FISCAL DO CONTRIBUINTE (Livros Registro de Apuração do IPI)”, (fls. 103 a 112), na coluna 4; b) “ANEXO III DEMONSTRATIVO DOS VALORES LANÇADOS A CRÉDITO NO LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI A TÍTULO DE CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI”, (ANEXO III – Substitui as fls. 117 a 128 deste processo), na coluna 6. Pelo exposto nesta diligência fiscal, em função dos motivos citados mais acima, temse a necessidade de retificar o Auto de Infração com a EXCLUSÃO/REDUÇÃO dos valores originários lançados nas respectivas competências, conforme os valores indicados na Tabela VI mais abaixo “DEMONSTRATIVO DAS DIFERENÇAS A COBRAR POR PERÍODO DE APURAÇÃO DO IMPOSTO”, assim como os respectivos consectários legais. Os valores do imposto devido, conforme acima informado, estão em consonância com aqueles apurados no AI, conforme “Demonstrativo de Apuração De Diferenças a Cobrar”, de fls. 20 a 25, e ficam de acordo com a quarta coluna da tabela VI, indicada mais abaixo. Fl. 2844DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 384 13 (...) Assim, após adotadas as providências em relação à desistência parcial e atendida a diligência determinada na Resolução 20201.134, os autos devem ser encaminhados à 3a. Câmara da 3a. Seção, que sucedeu aquela antiga Câmara, para prosseguimento no julgamento da parte remanescente do recurso voluntário" 21. A conclusão da diligência, em conformidade com a Planilha VI ("Demonstrativo das diferenças a cobrar por Período de Apuração do imposto"), situada às fls. 2.706 a 2.707, indica: (i) o montante de R$ 842.422,32 como valor originário/principal de IPI cobrado no auto de infração (fls. 20 a 25); (ii) o montante de R$ 465.658,39 referente ao valor do IPI excluído/reduzido após a consideração do quanto decidido no Acórdão CARF n° 20217.534 e no Acórdão CARF n° 930301.273; e (iii) o valor de R$ 376.763,93, equivalente ao somatório das diferenças a cobrar do IPI por após a diligência. C.) DA INEXISTÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO ADMINISTRATIVO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 10480.000766/9889 22. Ocorre que, em que pese o cálculo realizado pela unidade, conforme minuciosamente discriminado no item "A" do presente voto, informa a contribuinte, por meio de seu representante legal, que o Acórdão CARF n° 20217.534, referente ao Processo nº 10480.000766/98/89, não transitou em julgado na esfera administrativa, uma vez que, em 19/01/2011, foi contra ele interposto Recurso Especial ainda pendente de julgamento, em conformidade com a informação de fl. 2.731, a seguir transcrita: Fl. 2845DF CARF MF Processo nº 19647.005990/200437 Resolução nº 3401001.182 S3C4T1 Fl. 385 14 23. Assim sendo, assentese que, a despeito dos cálculos realizados no curso da diligência, o processo não se encontra em condições de julgamento, razão pela qual voto por converter o presente feito em diligência, para que a unidade local adote as seguintes providências: (i) Verifique e confirme a existência de decisão com trânsito em julgado administrativo no Processo nº 10480.000766/98/89, intimando, se necessário, a contribuinte para que preste esclarecimentos; (ii) Uma vez confirmada a alegação da contribuinte constante do parágrafo 22 do presente voto, deve o presente processo aguardar, na unidade, até o ulterior trânsito em julgado administrativo no Processo nº 10480.000766/98/89 que, uma vez confirmado, deverá ensejar a realização de novo cálculo, de modo a se repetir a diligência anterior determinada pela Resolução nº 20200.887, apurandose os reflexos das decisões definitivas sobre o presente processo, especialmente em conformidade com o trecho dispositivo que a seguir se transcreve: "(...) das conclusões a que chegar a autoridade administrativa em relação às decisões administrativas definitivas e, apurados os reflexos sobre este, procedendo aos devidos ajustes do lançamento ora vergastado, deverá ser elaborado planilha que demonstre o crédito tributário mantido e o exonerado, da qual deverá ser dado ciência à contribuinte para, se quiser, manifestarse no prazo legal, devendo, após, retornar a este Conselho para prosseguimento do julgamento"; (iii) Confeccionar “Relatório Conclusivo” da diligência, relativamente à consolidação dos valores ajustados com base no reflexo do resultado das decisões definitivas acima sobre o presente processo, prestando, ainda, as informações que julgar pertinentes; (iii) Intimar a contribuinte para que se manifeste sobre o “Relatório Conclusivo”, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, após o que, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento no julgamento. É como voto. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 2846DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.724483/2009-15
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Oct 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
SALDO NEGATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO FORMALIZADO EM OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO. PREJUDICIALIDADE.
Tendo o crédito de saldo negativo sido negado em decorrência de Auto de Infração formalizado em outro processo, remete-se o presente processo para julgamento pela Turma preventa, para evitar julgamentos conflitantes.
Numero da decisão: 1103-000.771
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, encaminhar os autos à 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho para julgamento em razão da dependência do processo 18471.000656/2006-46, vencidos os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e Aloysio José Percínio da Silva que votaram pela remessa dos autos à unidade de origem para aguardar o trânsito em julgado da decisão do referido processo, retornando a esta mesma Turma em seguida. O Dr. Luiz Paulo Romano (OAB/DF 14303) fez sustentação oral.
(assinado digitalmente)
Aloysio José Percínio da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: Cristiane Silva Costa
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, encaminhar os autos à 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho para julgamento em razão da dependência do processo 18471.000656/2006-46, vencidos os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e Aloysio José Percínio da Silva que votaram pela remessa dos autos à unidade de origem para aguardar o trânsito em julgado da decisão do referido processo, retornando a esta mesma Turma em seguida. O Dr. Luiz Paulo Romano (OAB/DF 14303) fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva - Presidente. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa e Aloysio José Percínio da Silva.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 SALDO NEGATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO FORMALIZADO EM OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO. PREJUDICIALIDADE. Tendo o crédito de saldo negativo sido negado em decorrência de Auto de Infração formalizado em outro processo, remetese o presente processo para julgamento pela Turma preventa, para evitar julgamentos conflitantes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, encaminhar os autos à 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho para julgamento em razão da dependência do processo 18471.000656/200646, vencidos os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e Aloysio José Percínio da Silva que votaram pela remessa dos autos à unidade de origem para aguardar o trânsito em julgado da decisão do referido processo, retornando a esta mesma Turma em seguida. O Dr. Luiz Paulo Romano (OAB/DF 14303) fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 72 44 83 /2 00 9- 15 Fl. 527DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Tratase de processo originado pela transmissão da PER/DCOMP n. 34906.94220.130705.1.3.025910 (fls. 2/5) e 41845.96264.130705.1.3.036194 (fls. 2/5 do processo em apenso n. 15374.724483/200915) pela FICAP S.A., em 13.07.2005, com a identificação de crédito de saldo negativo de Imposto sobre Renda (IRPJ) e Contribuição Sobre o Lucro Líquido quanto ao anocalendário de 2004, com a pretensão de extinção de débitos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e de contribuição ao PIS, relativas à competências de junho de 2005. Em análise dos autos, a Divisão de e Análise Tributária (DIORT) emitiu Parecer Conclusivo (fls. 61/63), do qual se destacam trechos a seguir: (...) Ocorre que, no presente caso, não estamos diante da existência de crédito líquido e certo em favor da contribuinte. Na Declaração de Informações EconômicoFiscais apresentada pela interessada para o anocalendário de 2004 (fls. 51/54), restou apurado saldo negativo de IRPJ e CSLL. No entanto, segundo os documentos juntados Às fls. 55/60, a interessada sofreu procedimento de fiscalização relativamente àquele ano calendário, a partir do qual restou constatada a existência de IRPJ e CSLL a pagar, e não saldo negativo a compensar como alegado. Verificase ainda que a exigência apurada no procedimento de fiscalização está controlada através do processo administrativo n. 18471.000656/200645, bem como que tal processo encontrase em julgamento do recurso especial, donde se conclui que, no presente momento, é impossível atestar que o suposto crédito possui os requisitos de liquidez e certeza exigidos pelo precitado art. 170 do CTN para que se autorize a compensação. Melhor dizendo, o fato do auto de infração, objeto do processo n. 18471.000656/200645, ainda não ter sido definitivamente julgado faz com que o suposto crédito do contribuinte não possua os requisitos previstos no art. 170 do CTN de certeza e liquidez. Não há como se saber, neste momento, se há crédito e qual o valor deste crédito e, dessa forma, não é possível homologar as compensações declaradas. Por outro lado, não há como sobrestar a análise das aludidas compensações até o julgamento definitivo do auto de infração, haja vista os prazos fatais a que está submetida à autoridade administrativa para apreciação das compensações declaradas pelo contribuinte. (...) Com fundamento neste Parecer Conclusivo, foi proferido Despacho Decisório pela Delegacia da Receita Federal do Brasil, em 29.03.2010 (fls. 65) deixando de reconhecer o crédito e, assim, não homologando as DCOMPs: Fl. 528DF CARF MF Processo nº 15374.724483/200915 Acórdão n.º 1103000.771 S1C1T3 Fl. 528 3 Com fundamento no Parecer Conclusivo n. 060/2010, às fls. 61/63, que diante aprovo e adoto, o qual fica fazendo parte integrante deste Despacho Decisório, como se nele estivesse transcrito, DECIDO NÃO RECONHECER os direitos creditórios pleiteados pela interessada referentes aos Saldos Negativos de IRPJ e CSLL apurados no anocalendário de 2004 e NÃO HOMOLOGAR as DCOMP eletrônicas (...), nem qualquer outra compensação vinculada aos mesmos créditos”. A NEXANS BRASIL S.A., sucessora por incorporação da FICAP S.A., apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 70/103), alegando, em síntese: (i) ilegitimidade passiva da FICAP S.A., considerando a incorporação pela NEXANS BRASIL S.A., como deliberado em reunião de acionistas em 23.09.2009; corroborando tal informação a DIPJ apresentada à Receita Federal (fls. 198); (ii) nulidade do despacho decisório, por descrição deficiente dos fatos; (iii) obrigatoriedade de formalização do crédito tributário por meio de Auto de Infração ou Notificação de Lançamento; (iv) decadência do direito para glosa dos valores apurados no anocalendário de 2004; (v) no mérito sustenta a existência de crédito líquido e certo, considerando a exatidão dos saldos negativos de IRPJ e CSLL; (vi) pleitea o sobrestamento deste processo até decisão definitiva no Processo Administrativo n. 18741.000.656/200646, (vii) alega ser indevida a exigência de multa quanto à sucessora; (viii) seria indevida multa também porque o débito tem sua exigibilidade suspensa; (x) ser indevida a multa de 75% sobre o valor do tributo; (x) inaplicabilidade da Taxa SELIC aos créditos tributários. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro rejeitou a Manifestação de Inconformidade, em acórdão assim ementado (fls. 439/456): Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2005 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Quanto o ato administrativo encontrase com todas as formalidades preenchidas, cai por terra a argumentação genérica de nulidade do feito. ILEGITIMIDADE PASSIVA. A indicação no pólo passivo da obrigação tributária de pessoa jurídica constituída à época dos fatos, após a data da incorporação, é procedimento regular, que não pode provocar a nulidade do lançamento, pois ausente qualquer prejuízo para o contribuinte, haja vista inexistir cerceamento ao direito de defesa, mesmo diante de uma suposta incorporação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração impulsionar o processo até sua decisão final. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2005 SALDO NEGATIVO. COMPENSAÇÃO.AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA. Fl. 529DF CARF MF 4 A interessada, ao ingressar com PER/DCOMP junto à Administração Tributária, os créditos nele declarados devem possuir os atributos de liquidez e certeza. A existência de ação fiscal, ainda não definitivamente julgada na esfera administrativa, em que uma das infrações altera o período relativo ao saldo negativo, transformandoo em imposto a pagar, faz com que deixe de se concretizar os respectivos atributos, para a correta apreciação do suposto crédito. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CONFISSÃO DE DÍVIDA. A apresentação de declaração de compensação, depois de 30/10/2003, representa confissão de dívida quanto aos débitos que se pretende compensar. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NA ESFERA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. O controle de constitucionalidade de atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional. DECADÊNCIA . Diante do caráter de confissão de dívida adquirido pelo PER/DCOMP após a edição da Lei n. 10.833/2003, inexiste previsão para lavratura de auto de infração, objetivando a cobrança de débitos não compensados e declarados em PER/DCOMP. Por tal razão, infundada também a alegação de decadência do lançamento que sequer havia previsão para existir. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. É legítima a cobrança de juros de mora calculados com base na Taxa SELIC, pois tal cobrança não representa ofensa às disposições do CTN. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Inconformada com esta decisão, a NEXANS BRASIL S.A. apresentou recurso voluntário (fls. 418/454), alegando: (i) ilegitimidade passiva da Recorrente, tendo em vista a incorporação da FICAP S.A. pela NEXANS BRASIL S.A., em deliberação de acionistas realizada em 23.07.2009, na forma do artigo 219, da Lei n. 6.404/1976, devidamente registrado nas Juntas Comerciais competentes; acrescentandose que apresentou a DIPJ informando a incorporação às autoridades competentes; (ii) nulidade do despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil, pela insuficiência de fundamentação, notadamente quanto à descrição dos fatos e das disposições legais infringidas, o que teria prejudicado seu direito de defesa; (iii) a ausência de formalização do crédito tributário por Auto de Infração ou Notificação de Lançamento, como exigido pelo artigo 142, do CTN e artigos 9o, 10 e 11, do Decreto no. 70.235/1972; (iv) decadência do direito de glosa dos valores apurados no anocalendário de 2004; Fl. 530DF CARF MF Processo nº 15374.724483/200915 Acórdão n.º 1103000.771 S1C1T3 Fl. 529 5 (v) no mérito sustenta a exatidão dos valores dos saldos negativos de IRPJ e CSLL; ressalvando que a FICAP S.A. sofreu fiscalização quanto ao anocalendário de 2004, com a lavratura de Auto de Infração e formalização no Processo Administrativo n. 18741.000.656/200646, no qual foram glosadas despesas com ágio, aproveitado pela FICAP entre 2001 e 2005. Nesse sentido, a Recorrente sustenta que a comprovação de existência do ágio, sobre o qual faz considerações na peça recursal, provocará o cancelamento da exigência fiscal no presente processo. (vi) como pendente o julgamento do Processo Administrativo n. 18741.000.656/200646, a Recorrente protesta pelo sobrestamento do julgamento do presente processo, até decisão definitiva naquele processo; (vii) alega ser indevida a exigência de multa quanto à sucessora, fundamentandose nos artigos 3o 128 e 132, do Código Tributário Nacional; (viii) seria indevida multa também porque o débito tem sua exigibilidade suspensa, razão pela qual a Recorrente só estaria em mora após o transcurso do prazo de 30 (trinta) dias após a data em que tiver ciência da decisão que não homologou os seus pedidos de compensação; sustentando, ainda, que não poderiam ser exigidos multa e juros de mora “enquanto o processo administrativo encontrarse em curso”, por força do artigo 151, do Código Tributário Nacional; (viii) inaplicabilidade da Taxa SELIC aos créditos tributários. É o relatório. Fl. 531DF CARF MF 6 Voto Conselheira Cristiane Silva Costa O recurso é tempestivo, razão pelo qual tomo conhecimento de suas razões. A Prejudicialidade quanto ao Processo Administrativo n. 18741.000.656/200646 A composição do saldo negativo da Recorrente foi objeto de Auto de Infração, e de Processo Administrativo n. 18741.000.656/200646 julgado pela 2a. Turma Ordinária da 3a. Câmara deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, sob relatoria do Conselheiro Marcos Rodrigues de Mello. Naquele processo, a Turma negou provimento ao recurso, em acórdão ementado da forma seguinte: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 Ementa: ÁGIO NA INCORPORAÇÃO – Não demonstrado o pagamento de ágio, não há de se falar em aproveitamento do mesmo pela incorporadora. Segundo informações do site deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, observamos a prolação de acórdão n. 130200.120, em 04 de novembro de 2009, que julgou intempestivos Embargos de Declaração apresentados pela ora Recorrente. Também por meio do site, verificase o andamento em 28 de agosto do corrente ano: “Analisar Embargos de Declaração”. Assim, aparentemente há novos embargos de declaração pendentes de julgamento. É importante anotar que as informações acima, sobre o andamento do processo perante este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais foram obtidas pela Relatora em acesso ao site do CARF. Ocorre que o acórdão que venha julgar os embargos de declaração irá integrar o anterior julgamento, como explicita a jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. INTERPOSIÇÃO PREMATURA DA VIA EXCEPCIONAL. RATIFICAÇÃO PELO INTERESSADO. AUSÊNCIA. INTEMPESTIVIDADE. SÚMULA N.º 418/STJ. INCIDÊNCIA. 1. Considerase extemporâneo, caso não haja posterior ratificação, o recurso especial interposto antes do julgamento dos embargos de declaração, independentemente de ter ocorrido ou não efeitos infringentes, na medida em que a nova decisão integra, para todos os efeitos, o acórdão recorrido. Incidência da Súmula 418/STJ. 2. Agravo regimental a que se nega Fl. 532DF CARF MF Processo nº 15374.724483/200915 Acórdão n.º 1103000.771 S1C1T3 Fl. 530 7 provimento. (Agravo Regimental no Recurso Especial n. 1086535, STJ, DJ de 22.08.2012) O enunciado n. 418 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça é nesse sentido: “É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação”. Embora não seja obrigatória a reunião dos processos, existindo a dependência do julgamento daquele processo para o deslinde do presente processo, é recomendável se remeta o processo à 2a. Turma Ordinária da 3a. Câmara, da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. É como voto. Sala das Sessões, em 4 de outubro de 2012 (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Relatora Fl. 533DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.932940/2009-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003
REGIME DE INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REQUISITOS.
O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-004.791
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
EDITADO EM: 16/10/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003 REGIME DE INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REQUISITOS. O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. EDITADO EM: 16/10/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
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REQUISITOS. O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. EDITADO EM: 16/10/2017 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 29 40 /2 00 9- 80 Fl. 597DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls.438489) interposto contra decisão que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente contra o despacho decisório que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação declarada pelo contribuinte referente a crédito da contribuição para o PIS, período de julho de 2003 com débito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme se verifica na ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003 PRELIMINAR DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Demonstrado que o Despacho Decisório foi formalizado de acordo com os requisitos de validade previstos em lei e que não ocorreu violação ao disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não deve ser acatado o pedido de nulidade formulado. PREÇO PREDETERMINADO. IGPM. ÍNDICE GERAL. Nos termos do disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2006, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1o do art. 27 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. O IGPM não é índice que obedeça ao disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2006, por ser índice geral de reajuste de preços. PIS. REGIME DA CUMULATIVIDADE. RECEITA. CONTRATOS A PREÇO PREDETERMINADO. EFEITOS. A possibilidade de manter no regime da cumulatividade do PIS receitas oriundas de contratos a preço predeterminado, celebrados anteriormente a 31/10/2003, produz efeitos a partir de 1º de fevereiro de 2004. Em sede recursal, a Recorrente pleiteou (i) o julgamento conjunto do presente processo administrativo com o processo administrativo nº 11080.003212/200969, pois são feitos intrinsecamente relacionados, tendo por base exatamente os mesmos fatos e as mesma razões jurídicas; e (ii) provimento ao recurso voluntário para reformar integralmente o direito à restituição dos créditos der PIS objetos da declaração de compensação sob análise. Através da resolução nº 3803000.240 (fls.549553), o processo foi convertido em diligência para aguardar a decisão definitiva do processo administrativo nº 11080.003212/200969 nos seguintes termos: A confirmação do direito creditório oposto na(s) compensação(ões) declarada(s) é questão prejudicial ao julgamento do mérito do recurso voluntário ora Fl. 598DF CARF MF Processo nº 11080.932940/200980 Acórdão n.º 3302004.791 S3C3T2 Fl. 3 3 sub judice. Por essa razão, voto por que se converta o presente julgamento em diligência, baixandose o presente processo ao órgão fiscal da jurisdição do contribuinte, para que a Autoridade Preparadora ateste, nos autos, o resultado da decisão final do processo nº 11080.003212/200969, repercutindo seus efeitos na compensação de que se trata. Ato contínuo, a unidade de origem carreou cópia da decisão definitiva proferida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 561597), nos autos processo administrativo nº 11080.003212/200969 e, determinou o retorno do presente processo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento do recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 20/07/2012 (fls.436) e protocolou Recurso Voluntário em 20/08/2012 (fls.438489)dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Questões de mérito Conforme exposto anteriormente, o presente processo foi sobrestado para (i) aguardar o julgamento definitivo do processo administrativo nº 11080.003212/200969, cujas questões fáticas e jurídicas são exatamente idênticas, fato este totalmente incontroverso nos autos; e (ii) repercutir a referida decisão neste processo. Tanto do PA nº 11080.003212/200969 com aqui, a discussão meritória diz respeito à caracterização do requisito de “preço determinado”, para fins de permanência no regime cumulativo de Pis e Cofins, nos termos definidos na alínea “b” do inciso XI do artigo 10 da Lei 10.833/03 e art. 109 da Lei 11.196/05. A respeito do tema em discussão, insta tecer que este relator já se pronunciou favoravelmente ao direito perseguido pela Recorrente (acórdão 3302002.906), entretanto, não há como deixar de repercutir a decisão proferida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais neste processo, considerando que este foi o intuito do sobrestamento feito anteriormente determinado, o que faço nos termos dos artigos 50, §1º, e 64, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 599DF CARF MF 4 § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. *** Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Neste cenário, adoto como fundamento de decidir, as razões de mérito apresentadas pelo i. Julgador Rodrigo da Costa Pôssas, nos autos do PA nº 11080.003212/200969 (acórdão 9303004.539), que deu provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional para reformar a decisão que dava provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte nos seguintes termos: O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303004.538, de 07/12/2016, proferido no julgamento do processo 11080.928334/200960, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303004.538): "Não há preliminares a respeito da admissibilidade do recurso especial a serem apreciadas. A divergência está bem demonstrada e o recurso especial da Fazenda nacional deve ser conhecido. Passo à discussão da matéria, em relação a qual foi comprovada e demonstrada a divergência de interpretação da norma tributária, que se resume à questão sobre a descaracterização de preço predeterminado pela utilização do IGPM em contrato de energia elétrica, para fins de aplicação do regime cumulativo ou nãocumulativo na incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. Precedentes recentes da CSRF Observo que fui o redator do voto vencedor de um dos acórdãos paradigmas da divergência, o de número 3301002.196 (PAF 16349.720019/201136). Este acórdão foi objeto de recurso especial da contribuinte, que foi provido em julgamento realizado em 24/2/2016, logo, após a data de interposição do recurso especial da Fazenda Nacional, ora em julgamento. Eis a ementa do Acórdão 9303003.470 (PAF 16349.720019/201136), por meio do qual se reformou a decisão paradigma: "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 CLÁUSULA DE REAJUSTE. PREÇO PREDETERMINADO. REGIME DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. As receitas originárias de contratos de fornecimento de serviços firmados até 31/10/2003 submetemse à incidência cumulativa, desde que observados os termos e condições consolidados pela IN SRF 658/06. A mesma conclusão se estende à Contribuição ao PIS." Apesar de a decisão paradigma ter sido reformada, a razão que levou esta 3ª Turma da CSRF a proceder à reforma não se encontra presente nos autos de que ora se cuida. Fl. 600DF CARF MF Processo nº 11080.932940/200980 Acórdão n.º 3302004.791 S3C3T2 Fl. 4 5 Naquele processo, relatado pelo então Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, encontravase Laudo Técnico que comprovava que o índice de atualização monetária, naquele caso, fora inferior ao aumento de custos. Na ocasião, foram utilizadas como razões de decidir as que constaram do voto de outro Acórdão desta Turma, o de número 9303003.373 (PAF 19515.722154/201145), de 11/12/2015, relatado pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, cuja ementa ficou assim redigida: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 CONHECIMENTO. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. Para comprovação da divergência jurisprudencial, o recorrente deve demonstrar que outro colegiado do CARF tenha julgado situação análoga à versada no acórdão vergastado e tenha decidido a questão de forma distinta da que decidiu o colegiado recorrido, o que é o caso sob exame. "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 REGIME DE INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. REQUISITOS. O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como sendo de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins.(grifei) (...) No Acórdão nº 9303003.373 ficou claro que o IGPM não poderia ser aceito como índice da variação do custo da produção da energia elétrica ou do custo dos insumos empregados nessa produção. Para assim concluir, o Colegiado tratou do conceito de "preço predeterminado", reconhecendo especial importância às instruções normativas, notas técnicas e pareceres da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, em detrimento de notas técnicas e resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, pois, a esta compete a regulação de questões inerentes à geração e à distribuição de energia elétrica e às atividades correlatas, enquanto que à RFB e à PGFN compete o pronunciamento sobre questões tributárias. Naquele Acórdão, reconheceuse que a interpretação dada pela Administração Tributária, em especial por meio da Instrução Normativa SRF nº 658, de 2006, estava de acordo com as leis: art. 27, §1º, II, da Lei nº 9.069, de 1995; art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005. Rendome às conclusões do Ilustre Conselheiro Gílson, no voto proferido no Acórdão nº 9303003470, quando o colegiado decidiu por acatar o recurso especial do contribuinte, no sentido de que apesar de o IGPM não representar a variação das custos de produção da energia elétrica, estando comprovado nos autos que sua utilização resultou em reajuste inferior à variação desses custos, penso que não há razão para retirar do contrato a característica de "predeterminado" que exige a Lei para permanência do contribuinte no regime cumulativo. Nesse sentido transcrevo o seguinte trecho do citado acórdão: (...) Fl. 601DF CARF MF 6 Por derradeiro, gostaria de pontuar que não vejo problemas na utilização de índices propostos em contrato, como por exemplo o IGPM, para correção do preço. Contudo, se o contribuinte optasse por se manter no regime cumulativo, caberia a demonstração de que a correção pelo índice eleito levaria a um resultado igual ou menor do que o resultado do reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. (...) No presente caso, a contribuinte não provou que o resultado da correção pelo IGPM reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que refletisse a variação ponderada dos custos do insumos utilizados. À luz do que determina o art. 333 do Código de Processo Civil, caberia à contribuinte, e não ao Fisco, esta prova, pois é ela que está a alegar um direito, ainda mais quanto se está diante de pedido de restituição e compensação, para o quê se exige a certeza e liquidez do crédito pleiteado, conforme arts. 165 e 170 do CTN. Observe se que no voto condutor da decisão de primeira instância administrativa, o Acórdão nº 1039.971, da DRJ/POA, constou que a contribuinte não apresentou qualquer comparação entre o percentual de reajuste autorizado pelo art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005 (repetido na IN SRF nº 658/2006), e a variação do IGPM. Vejase com grifos meus, fls. 430/431: "A interessada entende que a utilização do IGPM se refere tãosomente à correção monetária dos preços do produto fornecido (energia contratada), preservando seu valor originalmente acordado. Tal fato não está em discussão, não havendo qualquer vedação a cláusula de reajuste dos valores fixados em contrato para fins de atualização monetária. No entanto, a IN/SRF nº 658/06 ressalva da descaracterização do preço predeterminado, em caso de qualquer alteração de preços, apenas a utilização de índice de reajuste que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, ou, ainda, da própria variação dos custos de produção. Tal condição não se comprova no presente caso, visto tratarse o IGPM, como já dito, de índice geral, e não específico para os insumos utilizados no fornecimento prestado pela empresa. Além disso, ressaltese que a exceção contida no § 3º diz respeito apenas ao reajuste de preços efetuado em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação do índice. Desta forma, ainda que considerássemos admissível a utilização do IGPM para fins do disposto naquele dispositivo, caberia à impugnante demonstrar que o reajuste efetuado não ultrapassa o limite nele fixado, o que também não foi feito, não tendo sido trazida aos autos qualquer comparação entre o percentual de reajuste e a variação do IGPM no período." Na linha dos precedentes mais recentes desta Câmara Superior, não vejo razões para mudar meu entendimento, expresso no voto vencedor do Acórdão nº 3301002.196, que repito a seguir: 'O voto de nosso eminente Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, na análise de mérito, foi direto ao único assunto controverso que é se a utilização do IGPM, como índice de correção dos contratos firmados pela recorrente, descaracteriza ou não estes contratos como de preços predeterminados. A sua conclusão é que a “utilização do IGPM ou de qualquer índice, como IGPDI, INPC, INCC, não retira do contrato a natureza de “preço predeterminado”, vez que esses índices expressam Fl. 602DF CARF MF Processo nº 11080.932940/200980 Acórdão n.º 3302004.791 S3C3T2 Fl. 5 7 tão somente a variação do padrão monetário nacional, medida essa indispensável para a garantia do equilíbrio contratual”. Com todo respeito ao ilustre relator, ouso discordar de sua conclusão. Inicialmente vejamos o que dispõe o inc. XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003: Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: (Produção de efeito) (...) XI as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: (...); b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; Ou seja, da letra clara da lei, somente poderia continuar no regime de apuração cumulativa os contratos que fossem firmados em data anterior a 31/10/2003 e que respeitasse as condições cumulativas constantes da alínea “b”, acima transcrita. No caso dos presentes autos a única controvérsia é se a aplicação do IGPM descaracterizaria a condição de terem sido firmados a preço predeterminado. Oportuno ressaltar que todas as conclusões a serem aqui estabelecidas abrangem também o PIS por força do disposto no art. 15 deste mesmo diploma legal. Posteriormente, como bem alinhavado pelo relator e pela recorrente, foi editado o art. 109 da Lei nº 11.196/2005, que assim dispôs: Art. 109. Para fins do disposto nas alíneas b e c do inciso XI do caput do art. 10 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. (grifei) Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase desde 1º de novembro de 2003. O dispositivo legal deixou claro que a utilização de reajuste de preços em função do custo de produção, ou de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, não descaracteriza o preço predeterminado de que trata a alínea “b” do inc. XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003. Observese aqui que o dispositivo legal não fez referência a qualquer índice que reflita a variação do padrão monetário nacional como concluiu o relator e como pretende a recorrente. Poderia têlo feito mas não o fez. Deixou expressamente detalhado que o índice utilizado, para não descaracterizar o preço predeterminado, teria que ser em função do custo de produção ou que refletisse a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. O IGPM, como informado pela própria recorrente em sua manifestação de inconformidade e no seu recurso voluntário, não tem esta característica. Transcrevo abaixo o item 53 da Manifestação de Inconformidade e 59 do Recurso Voluntário: Fl. 603DF CARF MF 8 “Nesse sentido, vale destacar que o IGPM é meramente um índice de correção monetária. Tratase de uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP). É medido pela FGV e registra a inflação de preços desde matériasprimas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.” (grifei) Por oportuno transcrevo abaixo trecho da Nota Técnica Cosit nº 01/2007, a qual utilizo como razão de decidir, pois concordo com as suas conclusões: 27. A fim de esclarecer qualquer dúvida, fazse necessário distinguir “índices de preços setoriais” de “índices de custos setoriais”. Índice de preços setoriais reflete a inflação a que foi submetido um determinado setor. Já índice de custos setoriais, como o próprio nome indica, reflete os custos envolvidos na atividade de um dado setor. 29. Segundo informações constantes do sítio da FGV na internet (www.fgv.br), o IGPM, principiou a ser calculado a partir de junho de 1989, por solicitação de um grupo de entidades de classe do setor financeiro, liderado pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras, em decorrência das constantes mudanças ocorridas nos indicadores da correção monetária e da inflação oficial. Esse índice originase da média ponderada do Índice de Preços por Atacado (IPAM; 60%), do Índice de Preços ao Consumidor (IPCM; 30%) e do Índice Nacional de Custos da Construção (INCCM; 10%). 30. É desnecessário apresentar maiores detalhes acerca das características do IGPM para verificar que este não se trata de “índice que reflita a variação dos custos de produção” e nem de “índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados” – a sua própria denominação e a dos índices que o compõem é suficientemente elucidativa.' Sobre os fundamentos do acórdão recorrido. No excelente voto condutor do acórdão recorrido, o Ilustre Conselheiro Ricardo Paulo Rosa abordou o art. 27 da Lei nº 9.069, de 1995, o art. 2º da lei nº 10.192, de 2001, parecer da Câmara Permanente de Licitações e Contratos da Procuradoria Geral Federal/AGU, o Parecer nº 04/2013/CLPC/DEPCONSU/PGF/AGU, e manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, para concluir que nos contratos que "já estavam indexados pelo IGPm antes da entrada em vigor da Lei nº 11.196, de 2005, deveria ser reconhecida a manutenção da condição de preço predeterminado do valor contratado, mesmo depois de implementado o reajuste/correção com base no IGPm", fl. 567. Diz também o voto vencedor, com base na IN SRF nº 658, de 2006, que esta, em nenhum momento, "vinculou a condição de preço determinado à revisão dos valores feita com base na elevação da carga tributária, apenas à alteração de preço decorrente da aplicação de regra de reajuste para manutenção do equilíbrio econômico financeiro", fl. 568. Com isto, pretendeuse afastar um segundo fundamento da Nota Técnica Cosit nº 1/2007 e do Parecer PGFN/CAT nº 1.610/2007, o de que o critério prefixado de reajuste do valor de contrato levava em consideração também eventual alteração da carga tributária incidente na operação específica, fl. 567. Em resumo, o Acórdão recorrido fundamentase no entendimento de que o conceito de "preço determinado" não exclui a possibilidade de o preço ser reajustado com base em outros índices que não os admitidos pelo art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, em especial pelo IGPM, e que isto está de acordo com as disposições constitucionais que preservam o ato jurídico perfeito, pois, como dito naquele voto condutor, fl. 562: "Se as partes haviam pactuado um negócio em determinadas bases, como obrigálas a revêlo, modificando encargos tributários e, corolário, o preço pactuado?" Fl. 604DF CARF MF Processo nº 11080.932940/200980 Acórdão n.º 3302004.791 S3C3T2 Fl. 6 9 Entendo que nenhum dos fundamentos lançados no voto condutor do acórdão recorrido ou nas peças apresentadas pela contribuinte afastam o entendimento exposto na seção precedente. Nestes autos e em outros que cuidam do mesmo assunto, temse reconhecido que não há um conceito técnico e determinado do que seja "preço predeterminado". Por causa disto, procurase elucidar este conceito, às vezes recorrendo a atos, normativos ou não, expedidos por agências reguladoras das atividades desempenhadas pelas contribuintes, às vezes a pareceres expedidos por órgãos incumbidos de tratar de processos de licitação e de contratos celebrados com a Administração Pública, às vezes, recorrendo aos atos expedidos pela RFB e pela PGFN. Por estarmos diante de questão tributária, os atos emanados dos órgãos competentes para tratar desta matéria devem ser os guias para a elucidação que se pretende. Resoluções ou notas técnicas da ANEEL ou mesmo pareceres e orientações normativas da AGU que tratem de preços contratados e das variações de preços admitidas na formalização dos contratos com a Administração Pública não têm primazia sobre as normas tributárias emanadas da RFB e da PGFN, órgãos competentes para tratar de matérias tributárias. Não obstante isto, para a solução da divergência jurisprudencial que se apresenta, não é necessário grande esforço hermenêutico. Não é necessário encontrar ou construir uma definição para a expressão "preço prederminado", pois para se decidir se o reajuste com base no IGPM descaracteriza a condição do preço predeterminado, basta que se analise com cuidado os dispositivos legais em discussão. A interpretação da norma legal, disposta no art. 10, inc. XI, "b", da Lei nº 10.833, de 2003, e no art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, combinada com o art. 27, §1º, II, da Lei nº 9.069, de 1995, tal como exposta na seção precedente, é suficiente para assentar que se enquadram no conceito de "preço predeterminado", para os fins de incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, nos casos de contratos pelos quais a empresa se obriga a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem produzidos, as situações em que o reajuste de preço seja em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos insumos utilizados. Admitindose que a lei não contém palavras inúteis, a existência do art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, só se justifica se, sem ele, o conceito de "preço predeterrminado" ficasse descaracterizado pelo reajuste de preços baseado no custo de produção ou na variação que refletisse a variação ponderada dos insumos utilizados. Esta variação é a mais razoável a se considerar como capaz de retratar a variação efetiva do custo do objeto contratual: é a que mais se aproxima de um índice setorial ou específico. Apesar disto, destaquese, apesar de ser a variação mais próxima de um índice setorial ou específico para os casos de contratos pelos quais a empresa se obriga a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem produzidos, foi necessária uma disposição legal específica para que este caso não descaracterizasse o "preço predeterminado". Fl. 605DF CARF MF 10 Diante disto, não se pode admitir que outro índice de reajuste de preços qualquer, que não guarde esta proximidade com o índice setorial ou específico, não descaracterize o "preço predeterminado", sem que haja disposição legal específica neste sentido. Assim, a Instrução Normativa SRF nº 650, de 2006, a Nota Técnica Cosit nº 1, de 2007, e o Parecer PGFN/CAT nº 1.610, de 2007, limitaramse a regular o que já estava previsto em lei. Não houve modificação do conceito de "preço predeterminado" por estes atos infralegais. Conforme afirmamos acima o IGPM não reflete a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pela contribuinte, nem expressa a variação específica dos custos de sua produção. A este respeito, vejamse os seguintes excertos do voto vencedor do Acórdão nº 9303003.373, já citado acima, que aprovo e adoto neste voto: 'Para que não paire qualquer dúvida de que o IGPM não reflete a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pelas distribuidoras de energia, basta analisar o grupo de produtos que compõem cada um dos índices integrantes do IGPM. Nesse índice, entram, além de outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens, aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro, entre outros). Como dito anteriormente, o IGPM é composto de 3 índices, o IPAM, O IPCM e o INCCM. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPAM), que responde por 60% do IGPM, é sistematizado segundo a origem dos produtos agropecuários e industriais e segundo o estágio de processamento bens finais, bens intermediários e matérias primas brutas. No total, são pesquisados 340 produtos, distribuídos em grupos. Veja, a seguir, a estrutura desse índice. (...) De acordo com a metodologia de cálculo da FGV para esse índice, os produtos de origem agropecuários representam 28,9738% do IPAM e o de origem industrial os outros 71,0262%, sendo que os subitens relativos às máquinas, aparelhos e materiais elétricos correspondem a minguados 1,7674% do IPAM. Partindose da premissa que outros subitens da indústria possam ser utilizados como insumos do setor elétrico eliminando os do setor alimentício, fumo, bebidas, agropecuário, eletrodoméstico, celulose, etc., que não são aplicáveis ao setor de distribuição de energia elétrica vêse que a participação dos insumos do setor elétrico no IPAM é insignificante, muito insignificante. Já em relação ao IPCM, nenhum item está diretamente relacionado a insumos utilizados pelo setor de distribuição de energia elétrica, haja vista que os produtos que compões esse índice, é específico para o consumo das famílias. A seu turno, o INCC, por óbvio, não reflete os custos do insumo do setor elétrico, haja vista que é especifico para medir a variação do setor da construção civil. Ora, mergulhandose na metodologia de cálculo do IGPM e analisando os produtos que o integra, concluise, sem a menor dúvida, que esse índice nem de longe reflete de forma específica a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pela contribuinte, tampouco expressa a variação específica dos custos de sua produção.' Fl. 606DF CARF MF Processo nº 11080.932940/200980 Acórdão n.º 3302004.791 S3C3T2 Fl. 7 11 Quanto ao ato jurídico perfeito, protegido pela Constituição Federal de 1988, este não foi violado, uma vez que o art. 109 da Lei nº 11.196 de 2005, resguarda a possibilidade de reajuste do preço contratado, sem que isto descaracterize o preço predeterminado. E o faz, definindo o limite da variação de preço aceitável, que deve guardar correspondência com os custos dos insumos e da produção. Por outro lado, a proteção ao ato jurídico perfeito não assegura à contribuinte um direito a não ser tributada, de modo a permitirlhe que não sofra incidência tributária regularmente instituída por lei, em obediência às regras de competência e de vigência e às limitações para imposição tributária, previstas constitucionalmente. Conclusão. Por todo exposto, em especial, por entender que o reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado; que a contribuinte não comprovou que o resultado da variação pelo IGPM foi igual ou inferior ao resultado da variação em função do custo de produção ou da variação ponderada dos custos dos insumos utilizados; que o ônus da prova recai sobre quem alega um direito, por aplicação do art. 333 do CPC; concluo que no presente caso a Contribuição para o PIS/Pasep deve incidir no regime nãocumulativo, motivo pelo qual voto por dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. O que foi decidido aqui tem validade também para os processos da Cofins, com os mesmos fundamentos." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, conheço do recurso especial da Fazenda Nacional, e, no mérito, doulhe provimento. III Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator Fl. 607DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.002602/90-39
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jan 08 00:00:00 UTC 1992
Numero da decisão: 202-01.297
Decisão: RESOLVEM os membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: Antonio Carlos de Moraes
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