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Numero do processo: 10830.912045/2012-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2011
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.760
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2011 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 20 45 /2 01 2- 51 Fl. 191DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.786, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 192DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 193DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10830.912045/201251 Acórdão n.º 3301003.760 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 199DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.900295/2013-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 14/09/2012
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.719
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/09/2012 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 02 95 /2 01 3- 20 Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.753, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10830.900295/201320 Acórdão n.º 3301003.719 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 178DF CARF MF
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Numero do processo: 13005.000695/00-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/06/2001 a 31/08/2001
CRÉDITO NÃO RECONHECIDO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. VERDADE MATERIAL. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC ACUMULADA. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL.
O pagamento indevido, assim como a certeza e liquidez do crédito, precisam ser comprovados pelo contribuinte nos casos de solicitações de restituições e/ou compensações. Ônus da prova que deve ser suportado pelo contribuinte. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
No cálculo da compensação pleiteada judicialmente, são aplicáveis os índices de correção monetária dos créditos conforme determinado pela decisão judicial definitiva, com aplicação de juros equivalentes à Taxa Selic, acumulada mensalmente, como preceituado no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95.
Numero da decisão: 3201-004.187
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza- Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: LEONARDO VINICIUS TOLEDO DE ANDRADE
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/06/2001 a 31/08/2001 CRÉDITO NÃO RECONHECIDO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. VERDADE MATERIAL. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC ACUMULADA. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. O pagamento indevido, assim como a certeza e liquidez do crédito, precisam ser comprovados pelo contribuinte nos casos de solicitações de restituições e/ou compensações. Ônus da prova que deve ser suportado pelo contribuinte. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. No cálculo da compensação pleiteada judicialmente, são aplicáveis os índices de correção monetária dos créditos conforme determinado pela decisão judicial definitiva, com aplicação de juros equivalentes à Taxa Selic, acumulada mensalmente, como preceituado no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95.
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ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. VERDADE MATERIAL. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC ACUMULADA. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. O pagamento indevido, assim como a certeza e liquidez do crédito, precisam ser comprovados pelo contribuinte nos casos de solicitações de restituições e/ou compensações. Ônus da prova que deve ser suportado pelo contribuinte. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. No cálculo da compensação pleiteada judicialmente, são aplicáveis os índices de correção monetária dos créditos conforme determinado pela decisão judicial definitiva, com aplicação de juros equivalentes à Taxa Selic, acumulada mensalmente, como preceituado no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 06 95 /0 0- 50 Fl. 283DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 284 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Por retratar com fidelidade os fatos, adoto, com os devidos acréscimos, o relatório produzido em primeira instância, o qual está consignado nos seguintes termos: "Trata o presente processo de controle, análise e acompanhamento de compensações efetuadas com base em direito a compensar reconhecido no Mandado de Segurança n° 2000.71.11.0020757, objeto de acompanhamento pelo PAJ no 13005.000695/00 50. Fazem parte deste processo administrativo ofício dirigido ao Sr. Delegado da Receita Federal em Santa Cruz do Sul (RS), cópias de partes de medida judicial, documentos de procuração, cópia de contrato social, copias de documentos de arrecadação e informação produzida pela DRF de origem — fls. 01/28. À fl. 29 consta despacho encaminhando o processo à PSFN em Santa Cruz do Sul (RS). Aquele órgão anexou os documentos de fls. 30/31 e devolveu o processo à DRF de origem — fl. 32. Entre as fls. 33/78 consta anexação de ofícios dirigidos ao Sr. Delegado da Receita Federal em Santa Cruz do Sul (RS), informação produzida pela PSFN daquela cidade, cópias de partes de medida judicial, tramitação do presente processo pela PSFN em Santa Cruz do Sul (RS) e extratos de movimentação de processo judicial. Foram, também, anexados extratos dos Sistemas CNPJ, SINCOR, SINAL10, 1RPJConsulta, DCTF, além de cópias de DCTFs, planilha de informações, extratos Comprot e Profisc, telas do Sistema PERDCOMP e demonstrativos de cálculos e valores — fls. 79/112. Após, estão anexadas planilhas e demonstrativos produzidos pela DRF de origem indicando valores e cálculos relativos A. compensação pretendida — fls. 113/115. Às fls. 116/120 está anexado o Parecer DRF/SCS/SACAT n° 015, de 25/01/2007, bem corno, à. fl. 121, o Despacho Decisório DRF/SCS, de 31/01/2007, onde o Sr. Delegado da Receita Federal em Santa Cruz do Sul (RS) decidiu: a) considerando as decisões contidas no Mandado de Segurança n° 2000.71.11.0020757, transitado em julgado em 25/02/2002, homologar, até o limite do crédito, as Fl. 284DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 285 3 compensações realizadas pela contribuinte diretamente em sua contabilidade e confessadas em DCTFs, envolvendo crédito de FINSOCIAL e débitos de COFINS; b) determinar a cobrança dos saldos devedores de COFINS, na medida em que o crédito de FINSOCIAL apurado foi insuficiente para a extinção de todos os débitos daquela contribuição; c) facultar a interposição de manifestação de inconformidade no prazo legal. • Daquela decisão a contribuinte tomou ciência em 14/02/2007, conforme documentos de fls. 123/124. Não conformada com a decisão administrativa, apresentou a contribuinte em 06/03/2007 — fls. 126/144 — sua manifestação de inconformidade, onde aponta, em síntese, os seguintes argumentos: DOS FATOS • a empresa foi informada de que estaria compensando débitos de COFINS em valor superior ao crédito que realmente possuía, esses originários do mandado de segurança n° 2000.71.11.0020757, devidamente transitado em julgado; • o cálculo elaborado pela Receita Federal estaria em desacordo com os cálculos apresentados pela empresa; • cabe esclarecer que: a) o crédito da empresa restou apurado através de DARFs de pagamentos de FINSOCIAL pagos entre setembro de 1989 e abril de 1992; b) a decisão judicial foi amplamente favorável à empresa, permitindo a compensação dos valores pagos a maior de FINSOCIAL com valores referentes à COFINS, tendo a decisão transitado em julgado, sendo que seus cálculos se utilizaram do BTN/INPC/UFIR e, após, SELIC, conforme determinado judicialmente; c) a sentença determinou a compensação independentemente de pedido administrativo ou autorização do órgão fiscalizatório; d) o pedido foi acolhido com correção monetária e aplicação de expurgo inflacionário devidamente previsto na sentença, sendo que a Fazenda objetivou Embargos Declaratórios no sentido de obter a prescrição das parcelas pagas após cinco anos de pagamento (prescrição qüinqüenal) buscando reduzir o crédito do contribuinte; e) os referidos embargos foram julgados improcedentes, porquanto mantida a prescrição de dez anos. Fl. 285DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 286 4 DOS FATOS E FUNDAMENTOS I DOS CÁLCULOS CORRETOS APRESENTADOS PELO CONTRIBUINTE • a empresa elaborou os cálculos em conformidade com a decisão judicial, tomando em conta o valor total dos DARFs, inclusive juros e multa que foram pagos como acessório do tributo sobre o valor do principal; • sobre os valores totais aplicouse a alíquota excedente referente a 0,5% de FINSOCIAL; • em seus cálculos, o Fisco não informa qual é o valor principal utilizado, ou o valor originário. De qualquer forma, o valor encontrado de crédito para a empresa no mês de fevereiro de 2001 foi de R$ 127.352,55, tomandose por base os índices e expurgos concedidos na decisão judicial, também incidentes sobre os valores pagos com multas e juros, utilizandose, a partir de fevereiro de 2001, a correção sobre o crédito até 'então apurado, e que conforme cálculo em anexo, representam o crédito da empresa devidamente corrigido pelos índices atribuídos por decisão judicial; • a Fiscalização entendeu incorreto o procedimento efetuado pela empresa, alegando a utilização de cálculos incorretos a partir de 2001 em diante, sendo que em determinados meses houve insuficiência de crédito; • não procede a notificação fiscal, que não está considerando a correção monetária plena, mesmo a partir de fevereiro de 2001 em diante, eis que o crédito é corrigido mensalmente até o último pagamento; • a empresa não teria procedido a qualquer aproveitamento de crédito, se não fosse a determinação judicial, tendo elaborado os cálculos em conformidade com a sentença do Poder Judiciário, e não conforme o cálculo do Fisco, que na oportunidade não se manifestou ou impugnou a decisão judicial; • quisesse a autoridade fazendária estabelecer critérios diferentes sobre o valor de crédito, deveria têlo feito no próprio processo judicial, demonstrando o seu cálculo, mas que não está conforme com os parâmetros estipulados na decisão judicial; • o termo lavrado pela Fiscalização não tem fundamentação, tendo critérios unilaterais, adotando um sistema de cálculo que não está adequado ao sistema de cálculo utilizado pelo núcleo central da contadoria judicial de Porto Alegre; • tal procedimento fiscal visa intimidar a contribuinte, eis que ela estaria elaborando um cálculo que não é o mesmo utilizado pelo sistema fazendário; • é absolutamente inadequado o procedimento fiscalizatório, eis que elaborou cálculo em outros patamares (cálculo em partes), Fl. 286DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 287 5 não completo, que não pode gozar de presunção legal, devendo ser afastada a pretensão fazendária, porquanto ela não tem amparo legal; • não deve prosperar o contexto apontado no termo de verificação fiscal lançado contra a empresa, porque inexiste a falta de recolhimento, existindo, isso sim, o direito conferido pela decisão transitada em julgado; • a Fiscalização não considerou os pagamentos feitos com multas e juros, ou seja, deveria ter aplicado a alíquota indevida não somente sobre o principal, mas também sobre todos os acessórios pagos, o que vai contra o sistema adotado pela Justiça Federal no Rio Grande do Sul. DOS FATOS E FUNDAMENTOS II SOBRE 0 PEDIDO ADMINISTRATIVO DE COMPENSAÇÃO • a Fiscalização diz ser inexistente o pedido administrativo de compensação, ultrapassando, novamente, os comandos estabelecidos pela decisão judicial, posto que aquela não obrigou a empresa a pedir formalmente ao Fisco uma autorização para que fosse efetuada a compensação; • nos processos atuais, além da decisão transitada em julgado é necessário efetuar o PERDCOMP, tendo em vista a alteração do art. 170A do CTN. No entanto, na época dos fatos e da decisão judicial, que foi anterior à Lei n° 10.637, de 2002, inexistia essa determinação; • a autoridade fazendária quer agora, em 2007, aplicar o art. 49 da Lei n° 10.637, de 2002, essa posterior ao encerramento da ação judicial, e alterar até mesmo o conteúdo da sentença, aplicando uma nova situação sobre fatos geradores anteriores ao qüinqüênio legal, fazendo retroagir a lei, procurando aplicar seu conteúdo a períodos entre 02/2001 e 08/2002, de forma insubsistente; • na época havia desnecessidade de autorização para compensação de tributos, consoante dispôs a sentença. No entanto, passados mais de cinco anos, a Receita Federal utiliza uma lei ordinária de 2002 como base para derrubar ou anular uma compensação realizada com fundamento judicial a mais de cinco anos, querendo estabelecer nova situação, nova regulamentação e novo cálculo, alterando, dessa forma, disposições já pacificadas e sacramentadas; • são ilegais os critérios adotados pela Fiscalização, que utiliza uma nova planilha, um novo cálculo e uma nova lei — Lei n° 10.637, de 2002 — para glosar créditos da empresa, que na época própria não foram impugnados pela Fazenda, nem mesmo a nível judicial; • a planilha elaborada pelo Fisco é totalmente inconsistente, até mesmo aquela que apura o crédito de R$ 43.945,23, até janeiro Fl. 287DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 288 6 de 1996, porquanto ela é inovadora e não representa o crédito exato da empresa; • não há motivos para a Receita Federal segregar ou separar o crédito de duas maneiras, pois a capitalização e a correção do crédito não deve ser feita somente até 1996. O montante deve ser calculado até fevereiro de 2001 e, após, até agosto de 2001, apurandose, então, o total do crédito da empresa, abatendose os pagamentos efetuados por conta; • não faz sentido a planilha elaborada pela Receita Federal (fl. 114), porquanto aquela só apura o crédito fragmentado até janeiro de 1996; • qual é a origem e quais são os motivos que levaram a Fiscalização a informar créditos parciais até janeiro de 1996 e, após, dividir o cálculo para corrigilo conforme outra planilha elaborada a seguir?; • os cálculos, da forma como elaborados pela Fazenda, não foram efetuados conforme critérios utilizados pelos demais sistemas de cálculos, havendo um equívoco quanto à apuração dos mesmos, donde insubsistente a alegação de saldo devedor por insuficiência de crédito; • sendo o crédito originado de uma decisão judicial, é intolerável admitirse, para efeitos de cálculos, que os mesmos sejam elaborados pela autoridade fazendária, parte condenada no processo, que restou vencida, tendo que aceitar a compensação proposta, devendo ser aceito o cálculo e a posição da empresa, conforme planilha que anexa; • a empresa não aceita a constituição do débito pela Receita Federal, nem mesmo o embasamento de fl. 120, onde há referência ao Decreto n° 4.524, de 2002 — prescreve dez anos para a constituição de créditos fiscais além das Leis n's 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, observando que aquela legislação é posterior aos fatos geradores e à decisão transitada em julgado; • impugna todo o conteúdo da modificação fiscal, bem corno a planilha de fl. 113, que aplica índices de forma a descapitalizar a variação mensal, fazendo o cálculo de forma inversa, adotando mecanismos que não esclarecem o porque de determinadas indexações ou índices de reposição; • a empresa impugna os cálculos de fls. 113 e 114, posto que a atualização deverá ser feita através de uma planilha direta, de 1990 até fevereiro de 2001, não se fazendo um cálculo menor até janeiro de 1996 e outro, menos claro ainda (fl. 115), onde sequer existe identificação entre as planilhas. Refere a valores, dizendo que o cálculo efetuado pelo Fisco não é consistente; • a empresa não aceita a planilha unilateral apresentada pelo Fisco, eis que a origem do crédito se deu por decisão judicial, sendo a Fazenda condenada a aceitar a compensação — através do sistema judicial e não através de planilha unilateral — sendo Fl. 288DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 289 7 melhor aceita a tese de que os cálculos devem obedecer aos critérios utilizados pela Justiça Federal e que são utilizados por todos os contribuintes na esfera judicial, donde o cálculo anexado pela empresa, que obedece aos critérios da sentença. FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVA E LEGAL DA INFRAÇÃO DIFERENÇA DE CÁLCULOS • o ponto principal do litígio diz respeito à diferença encontrada entre o cálculo da empresa, feito em 2001, e o cálculo da Fazenda, efetuado em 2007, relativamente a período de 2001; • os cálculos elaborados pela empresa foram feitos através de programa de cálculos, sendo feito à época e em observação à sentença e acórdão judicial, utilizandose dos mesmos índices de que se utiliza o judiciário, em planilha direta, através dos expurgos concedidos, bem como a correção pelos índices; • o cálculo da Fazenda não demonstra se houve capitalização mensal, não esclarece porque calculou o valor até janeiro de 1996, e, posteriormente, utilizou outra planilha. Porque então não utilizou planilha para o BTN, para o INPN (sic) e para UFIR?; • sobre os valores equivocados apurados em 1996, apenas aplicou a SELIC, sem informar se capitalizou o cálculo, se aplicou cálculo aritmético ou simplesmente somou o valor da SELIC mensalmente, não esclarecendo de que forma chegou à conclusão de que a empresa calculou a maior os valores; • anexa o cálculo que foi utilizado na época, feito através de sistema de cálculo especifico que soma todo o período e que é semelhante ao utilizado judicialmente, não precisando especificar os valores da UFIR ou da SELIC, pois eles estão no programa de cálculo; • a fiscalização fazendária poderia obter uma precisão maior e melhor se houvesse um cálculo prévio fornecido pelo núcleo da contadoria de Porto Alegre — vinculado à Justiça Federal — que é realizado diferentemente dos cálculos apresentados pela Fiscalização, onde será possível perceber o equívoco dos procedimentos aritméticos constantes das planilhas de fls. 113 a 115, isso se for tomado por base o mesmo valor originário do FINSOCIAL, com valores pagos acima da alíquota de 0,5%; • simples ofício para a contadoria judicial solicitando os cálculos seria suficiente para a observação de que os cálculos da empresa estão corretos; • para fazer seus cálculos, a empresa se utilizou de sistema de cálculo adequado, com aplicação de BTN, expurgos, INPC, UFIR e SELIC até 31/01/2001, obtendo o valor correto para a sua compensação, tendo o cuidado de utilizar apenas aquilo que pagou a maior, de forma clara e precisa; Fl. 289DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 290 8 • a empresa provou que efetuou o cálculo em conformidade com a decisão judicial, anexando, nesta oportunidade, o cálculo que indica com precisão os valores pagos a maior, com a devida correção monetária, utilizando sistema de cálculo específico para tal; • se o cálculo da Fazenda está em desacordo com o efetuado pela empresa, não há presunção de veracidade na planilha do órgão, mesmo porque ele não utiliza a mesma planilha de que se utiliza a Justiça Federal para realizar o mesmo cálculo; • não se pode afirmar que os cálculos da Fazenda estão corretos, até porque ele deveria utilizar, também, no valor original, a multa e os juros que constam nos DARFs de pagamento, quando o tributo é pago em atraso; • com base nos incisos LV e XXXIV do art. 5° da CF e nas Súmulas 346 e 473 do STF, a empresa acredita ter revestida e tutelada a sua posição jurídica ante a autuação fiscal, que, data vênia, não está suficientemente nem legalmente fundamentada para justificar a penalidade pecuniária imposta, pois lhe falta este requisito necessário; • a empresa faz impugnação, no sentido de se preservar de possíveis prejuízos ou sanções, apresentando tempestivamente suas alegações e argumentos, que merecem análise e guarida. Registra o art. 142 do CTN; • a empresa alerta que se a infração apurada na autuação vier a ser convertida em dívida ativa, o título extrajudicial dai decorrente estará viciado com a mesma nulidade, sendo, em conseqüência, nula a execução fiscal que vier a ser intentada, porquanto não haverá fundamento jurídico para o pedido, nem causa legal e legítima de pedir, faltando a liquidez e a certeza para a sua exigibilidade (art. 586 e 618, I, do CPC); • em obediência aos diversos princípios constitucionais relacionados ao aspecto administrativo, a empresa impugna visando assegurar o seu direito, bem como condições de ampla defesa, na ânsia de solucionar a controvérsia e dúvida surgida em decorrência da lei, bem como de fixar o alcance da norma de tributação no caso concreto, ante o duvidoso entendimento; • refere à. Lei n° 9.718, de 1998 alteração da base de cálculo e alíquota e à aplicabilidade da taxa SELIC para fins tributários, dizendo que estes temas estão em vias de merecer julgamento pelo STF. DO PEDIDO • requer sejam recebidas e admitidas as suas razões, para se dar provimento e deferimento à sua impugnação, julgandose sem efeito insubsistente e improcedente a notificação com a conseqüente anulação na íntegra do presente auto de infração, referente ao processo administrativo sofrido pela empresa, Fl. 290DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 291 9 determinandose, se assim for entendida necessária, a baixa dos autos em diligência, visando a verificação da base de cálculo utilizada pela Fiscalização (inclusão de juros e multa pagos nos DARFs código 6120 FINSOCIAL), bem como ofício à. contadoria da Justiça Federal para apuração dos valores através de planilha dela própria, refazendose, se for o caso, a apuração de eventuais valores remanescentes; • é o que requer. Junto à. manifestação de inconformidade a contribuinte anexou a planilha de fl. 145 e a cópia de Alteração Contratual 31 de fls. 146/149. A DRF de origem despachou à fl. 150." A decisão recorrida apresenta a seguinte ementa: "ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/06/2001 a 31/08/2001 COMPENSAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. AÇÃO JUDICIAL. No cálculo da compensação pleiteada judicialmente, são aplicáveis os índices de correção monetária dos créditos conforme determinado pela decisão judicial definitiva. COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. FAZENDA NACIONAL. LANÇAMENTO. INTERESSE DE AGIR. A existência de uma ação judicial que declara o direito do contribuinte de efetuar compensação de créditos tributários não implica a imediata extinção do débito alegadamente compensado, pois o Fisco tem não só o direito mas o dever de verificar a adequação dos cálculos efetuados. FINSOCIAL. COFINS. COMPENSAÇÃO. A compensação de indébito fiscal com créditos tributários vincendos, está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. COMPENSAÇÃO. ACEITAÇÃO DE CÁLCULOS. Recusamse os cálculos de indébitos fiscais apurados em desacordo com decisão judicial ou legislação tributária vigente para efeito de mensuração do montante a ser compensado. Solicitação Indeferida." O Recurso Voluntário foi interposto de forma hábil e tempestiva, contendo, em breve síntese, os seguintes argumentos: Fl. 291DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 292 10 (i) decisão judicial foi favorável ao contribuinte permitindo a compensação dos valores pagos a maior de FINSOCIAL com contribuições referente a COFINS, tendo a referida decisão transitado em julgado vindo o contribuinte a compensar utilizandose o BTN/INPC/UFIR E EXPURGOS INFLACIONÁRIOS e após a SELIC conforme determinado judicialmente; (ii) realizou a compensação — Finsocial com Cofins ,elaborando os cálculos em conformidade com a decisão judicial; (iii) para a elaboração dos cálculos os pagamentos efetuados de FINSOCIAL tomando em conta o valor total pago no Darf inclusive juros e multas que foram pagos como acessório do tributo sobre o valor principal e sobre os valores totais aplicouse a alíquota excedente referente a 0,5% de FINSOCIAL; (iv) incide correção sobre os valores até a sua efetiva compensação, e não somente até o trânsito em julgado ou primeira compensação; o fisco não abate os valores compensados, e depois novamente corrige o saldo, ele apenas glosa o valor em determinado período, e não corrige novamente os saldos, conforme decisão judicial, pela Seli , até a nova compensação. Assim o critério utilizado pela Receita Federal é diferente do critério utilizado pelo contribuinte; (v) não foram levados em consideração os pagamentos feitos com juros e multas, ou seja aplicando a alíquota indevida não sobre o principal, mas também sobre todos os acessórios pagos (juros, multas), bem como utiliza a Receita Federal uma planilha de cálculo que não é a mesma planilha utilizada para a elaboração dos cálculos judiciais; (vi) conforme decisão judicial também não havia necessidade do trânsito em julgado da decisão judicial e nem prévio pedido administrativo de compensação; a Receita Federal ultrapassa os comandos estabelecidos da decisão judicial; (vii) nos processos atuais além da decisão transitada em julgado é necessário efetuar a PER/DCOMP, tendo em vista a alteração do CTN artigo 170A; no entanto na época dos fatos e da decisão judicial que foi anterior a Lei 10.637/2002 inexistia essa determinação.A autoridade fazendária quer agora em 2007 fazer e aplicar o artigo 49 da Lei 10.637/2002 que foi posterior ao encerramento da ação judicial, alterar até mesmo o conteúdo da sentença e aplicar uma nova situação sobre fatos geradores até anteriores ao quinquênio legal, e retroagir a Lei 10.637/2002 para aplicar seus conteúdos para período de aplicação 02/2001 a 08/2002, de forma totalmente insubsistente; na época havia desnecessidade de autorização para compensação de tributos; (viii) são ilegais os critérios adotados pela fiscalização fazendária que utiliza uma nova planilha, um novo cálculo uma nova lei (Lei 10.637/2002), para glosar os créditos efetuados pelo contribuinte e que na época no foram impugnados pela Fazenda, nem mesmo a nível judicial; (ix) separar em diversas planilhas apenas retrata o sistema utilizado pela Fazenda em detrimento ao sistema utilizado pelo núcleo da Contadoria Judicial; sendo uma decisão judicial que originou o crédito seria intolerável admitir para o efetivo crédito que o mesmo seja elaborado pela autoridade fazendária, que é a parte condenada do processo, e que efetivamente restou vencida, tendo que aceitar a compensação proposta pelo contribuinte e não pela autoridade fazendária; Fl. 292DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 293 11 (x) que a compensação feita anteriormente a instrução normativa 323, 460, 600 e anterior a Lei 10.833/2003 alcançam fatos geradores pretéritos e não há como obrigar o contribuinte a que faça pedido de homologação previamente, visto que a decisão judicial da época autorizou ao recorrente a efetuar a compensação com base nas normas e cálculos utilizados anteriormente as novas normas de compensações atuais; da mesma forma a utilização de cálculo deve levar em conta o expurgo inflacionário bem como uma planilha equivalente de cálculo do crédito do contribuinte que deve expressar a SELIC mês a mês; e (xi) que o seu cálculo está correto e foi elaborado em conformidade com a decisão judicial O processo foi encaminhado a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, tendo sido convertido o julgamento em diligência, conforme Resolução nº 320100.012 de 26 de março de 2009. Mencionada Resolução determinou a adoção das seguintes providências: "VOTO, portanto, no sentido de CONVERTER o julgamento do Recurso Voluntário em DILIGÊNCIA, à. repartição de origem, para que a autoridade competente intime a Contribuinte a detalhar os cálculos dos valores dos créditos a serem compensados, com indicação, inclusive, do valor originário e índices utilizados." A empresa recorrente apresentou manifestação contendo os cálculos que entende corretos e que atestariam o seu direito. Novamente, em razão de a dúvida sobre a correção dos cálculos persistir, o processo foi convertido em diligência (Resolução nº 3201001.293, de 17 de abril de 2018), no propósito de: "(i) a autoridade de origem elaborar relatório que demonstre os valores que entende corretos e diga se foi elaborado em conformidade com a decisão judicial transitada em julgado, a qual reconheceu o crédito de Finsocial e apresente em planilha, de forma individualizada e comparada, todo cálculo e a aplicação dos expurgos inflacionários e índices de correção determinados judicialmente, e (ii) cumprida a diligência, a recorrente deverá ser intimada para se manifestar, em 30 (trinta) dias, prorrogável uma vez, por igual período, a respeito do relatório apresentado pela autoridade fiscal e, de igual modo, pormenorizadamente, demonstrar eventuais divergências no cálculo." Em cumprimento à diligência, a Fiscalização apresentou a Informação Fiscal nº 06/DRF/SCS/SAORT, a qual possui a seguinte conclusão: "12. De todo o exposto, concluise que a única divergência entre os cálculos da RFB de fls. 126/127, ratificados nas planilhas 1 a 4 em anexo (fls. 254/258), e os cálculos do Contribuinte de fl. 157, decorre do fato de o Contribuinte ter capitalizado a SELIC, em descompasso com a sentença de fls. 37/42 que estabelece, Fl. 293DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 294 12 entre outros índices, a atualização pela SELIC como preceituada no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95. 13. O art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95 dispõe que “a partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada”. Portanto, a coisa julgada estabelece atualização, entre outros índices, pela SELIC acumulada, não pela SELIC capitalizada. 14. Já em relação a procedimentos (períodos de crédito, exigência de pedido administrativo de compensação, compensação antes do trânsito em julgado, compensação entre crédito de FINSOCIAL e débitos de COFINS, ...), não há nenhuma restrição imposta pela RFB por intermédio do Parecer DRF/SCS/SACAT nº 015/2007 (fls. 128/132) e/ou do Despacho Decisório DRF/SCS nº 006/2007 (fl. 133), tanto que há vários débitos de COFINS extintos por compensação detalhados nos itens 10 e 15 do Parecer DRF/SCS/SACAT nº 015/2007." Devidamente intimada, a Recorrente defende que o seu cálculo está correto, basicamente, sob o fundamento de que a decisão judicial lhe deferiu a partir de 01/01/1996 em diante a aplicação de juros, o qual deve ser adotado na sistemática capitalizada e não simples correção monetária. Assim, no seu entendimento devem os seus créditos serem atualizados pela incidência de juros SELIC de modo capitalizado e não meramente corrigidos monetariamente de modo simples pela SELIC. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Relator Conforme consignado no voto lavrado pela Conselheira Vanessa Albuquerque Valente, na Resolução nº 320100.012 o cerne da questão cingese, essencialmente, em verificar se o quantum objeto da compensação de créditos de Finsocial com débitos de Cofins, promovida pela Recorrente, teve os seus cálculos elaborados em consonância com o que foi determinado em decisão judicial (fls. 34/39). Ante a dúvida existente sobre qual o cálculo está correto e em consonância com a decisão judicial, acertadamente, foi determinada a conversão do feito em diligência, oportunizando à Recorrente que produzisse prova hábil e idônea para demonstrar o seu direito. Novamente, em razão de a dúvida persistir, nova diligência foi determinada, como o retorno dos autos à Unidade de Origem para diligência. Fl. 294DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 295 13 Ocorre que, cumprida a nova diligência, a Recorrente não apresentou nenhum cálculo para rebater a demonstração efetivada pela Fiscalização, defendendo a aplicação de juros, o qual deve ser adotado na sistemática capitalizada e não simples correção monetária. Assim, conforme já dito, no entendimento da Recorrente devem os seus créditos serem atualizados pela incidência de juros SELIC de modo capitalizado e não meramente corrigidos monetariamente de modo simples pela SELIC. Assim, entendo que não há como reconhecer o direito da Recorrente de forma segura. Em situações como a ora debatida não há como se deferir a pretensão da Recorrente sem que haja a efetiva prova do seu direito. Não logrou êxito a Recorrente em desconstituir o fundamento decisório através de prova apta para tanto, bem como, derruir as conclusões expostas pela Fiscalização nas diligências realizadas mesmo tendo sido oportunizada a produção de tal prova através de duas resoluções deste Colegiado. Devese levar em consideração que a necessidade de liquidez e certeza dos créditos é condição imperiosa, para que se proceda a compensação de valores. Não é devida a compensação quando os créditos estão pendentes de certeza e liquidez em seus cálculos. Nos processos administrativos que tratam de restituição/compensação ou ressarcimento de créditos tributários, é atribuição do sujeito passivo a demonstração da efetiva existência do indébito. Nesses casos, quando a DRF nega o pedido de compensação/restituição/ressarcimento que aponta para a inexistência ou insuficiência de crédito, cabe ao manifestante, caso queira contestar a decisão a ele desfavorável, cumprir o ônus que a legislação lhe atribui, trazendo ao contraditório os elementos de prova que demonstrem a existência do crédito. Documentos comprobatórios são os que possibilitam aferir, de forma inequívoca, a origem e a quantificação do crédito, visto que, sem tal comprovação, o pedido de repetição fica prejudicado. Humberto Teodoro Júnior sobre a prova ensine que: "Não há um dever de provar, nem à parte contrária assiste o direito de exigir a prova do adversário. Há um simples ônus, de modo que o litigante assume o risco de perder a causa se não provar os fatos alegados dos quais depende a existência de um direito subjetivo que pretende resguardar através da tutela jurisdicional. Isto porque, segundo máxima antiga, fato alegado e não provado é o mesmo que fato inexistente.” (Humberto Teodoro Junior, in Curso de Direito Processual Civil, 41ª ed., v. I, p. 387) As planilhas e os cálculos apresentados pela Recorrente, no caso concreto, não foram capazes de derruir os argumentos produzidos pela Fiscalização. Dispõe o art. 170 do Código Tributário Nacional CTN: Fl. 295DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 296 14 "Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública." Ademais, a Fiscalização pontuou de forma precisa que a única divergência entre os cálculos da RFB de fls. 126/127, ratificados nas planilhas 1 a 4 (fls. 254/258), e os cálculos do Contribuinte de fl. 157, decorre do fato de a Contribuinte ter capitalizado a SELIC, em descompasso com a sentença de fls. 37/42 que estabelece, entre outros índices, a atualização pela SELIC como preceituada no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95. Estabelece o texto legal: "Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação dada pelo art. 58 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, somente poderá ser efetuada com o recolhimento de importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais de mesma espécie e destinação constitucional, apurado em períodos subseqüentes. § 1º (VETADO) § 2° (VETADO) § 3° (VETADO) § 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada." O CARF possui precedentes no sentido de que a incidência da SELIC é feita de forma acumulada e não capitalizada, conforme a seguir: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007, 2008, 2009 RESTITUIÇÃO APURADA NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA. DETERMINAÇÃO LEGAL EXPRESSA. O valor da restituição do imposto de renda da pessoa física apurado na declaração de rendimentos será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração, por expressa determinação legal." (Processo nº 14112.000411/201022; Acórdão nº 2201 003.935; Relator Conselheiro Olyntho Damasceno Lyrio; sessão de 14/09/2017) Fl. 296DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 297 15 "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. PIS. Súmula CARF nº 15: A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. RECURSOS REPETITIVOS. Na atualização do indébito tributário é cabível a aplicação dos índices de inflação expurgados pelos planos econômicos governamentais, denominados de expurgos inflacionários, fixados na Tabela Única da Justiça Federal, aprovado pela Resolução nº 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02 de julho de 2007, nos termos do entendimento sufragado nos Recursos Especiais nºs 1.112.524/DF (Rel. Min. Luiz Fux) e 1.012.903/RJ (Rel. Min.Teori Zavaski), submetidos ao rito dos recursos repetitivos (Aplicação do art. 62, §2º, do RICARF/2015). A partir de 1º de janeiro de 1996, com a extinção da correção monetária, a restituição do indébito tributário passou a ser acrescida somente de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente até o mês anterior ao da restituição, e da taxa de 1% relativamente ao mês em que esta for efetuada. Recurso Voluntário provido em parte." (Processo nº 10855.003778/200162; Acórdão nº 3402004.288; Relatora Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula; sessão de 29/06/2017) A título ilustrativo, temse que no próprio sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil consta que a Taxa Selic é utilizada de forma acumulada para a cobrança de débitos tributários e não de modo capitalizado: Fl. 297DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 298 16 Sobre a necessidade de se provar a correção dos valores para compensação tributária, é uníssona a jurisprudência deste Colegiado, conforme precedentes a seguir elencados: "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/01/2008 CRÉDITO NÃO RECONHECIDO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. O pagamento indevido, assim como a certeza e liquidez do crédito, precisam ser comprovados pelo contribuinte nos casos de solicitações de restituições e/ou compensações. Fundamento: Art. 170 do Código Tributário Nacional e Art. 16 do Decreto 70.235/72." (Processo 10865.905444/201269; Acórdão 3201 002.880; Relator Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima; sessão de 27/06/2017) "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/06/2011 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. Fl. 298DF CARF MF Processo nº 13005.000695/0050 Acórdão n.º 3201004.187 S3C2T1 Fl. 299 17 A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. O direito à restituição/ressarcimento/compensação deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado.Recurvo Voluntário Negado." (Processo 10805.900727/201318; Acórdão 3201 003.103; Relator Conselheiro Marcelo Giovani Vieira; sessão de 30/08/2017) Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. (assinado digitalmente) Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator Fl. 299DF CARF MF
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Numero do processo: 15374.972526/2009-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2006
SALDO NEGATIVO DE IRPJ. PER/DCOMP. ERRO.PREENCHIMENTO.
Eventual erro de fato no preenchimento do Per/Dcomp pode ser sanado sem que se proceda, necessariamente, à retificação do Per/Dcomp.
Numero da decisão: 1401-002.775
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para reconhecer um saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2006, da ordem de R$ 188.114,64.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (Vice-Presidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano (Relator), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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PER/DCOMP. ERRO.PREENCHIMENTO. Eventual erro de fato no preenchimento do Per/Dcomp pode ser sanado sem que se proceda, necessariamente, à retificação do Per/Dcomp. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para reconhecer um saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2006, da ordem de R$ 188.114,64. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (VicePresidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano (Relator), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 97 25 26 /2 00 9- 69 Fl. 142DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Recurso Voluntário ao Acórdão proferido pela DRJ/RJ1 em que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, ocasião em que não reconheceu o alegado direito creditório. A seguir, transcrevo os termos e fundamentos da decisão recorrida: 1. No dia 14.04.2009, a interessada transmitiu para a Receita Federal do Brasil (RFB) o PER/DCOMP 27825.59986.140409.1.3.040440 [...], no qual informou possuir crédito original de R$ 49.850,40 na data da transmissão, oriundo de pagamento indevido de tributo ou em valor maior que o devido, do qual utilizou o valor original de R$ 14.263,35 na compensação de débito fiscal próprio. 2. Não se homologou a compensação declarada porque, segundo o despacho decisório proferido eletronicamente pela extinta DERAT/RJ [...], constatouse que o crédito alegado já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos da interessada. 3. Fundamentouse a decisão nos seguintes dispositivos: artigos 165 e 170 do Código Tributário Nacional (CTN); e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. 4. Cientificada do despacho decisório em 20.10.2009 [...], a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade com ele no dia dezenove seguinte [...]. Preliminarmente, arguiu a sua nulidade sob a alegação de que lhe falta motivação, sem a qual fere o princípio constitucional do direito ao contraditório e à ampla defesa. 5. Sobre o mérito, alegou, em síntese: 5.1. que cometeu um erro material ao informar no PER/DCOMP que o seu crédito provinha de pagamento indevido de tributo ou em valor maior que o devido, pois, em verdade, ele se originou de saldo negativo de imposto de renda; 5.2. que, com efeito, por ter apurado prejuízo fiscal no ano calendário de 2006, conforme denota a sua DIPJ 2007, os recolhimentos efetuados ao longo daquele ano por conta das estimativas do imposto resultaram num saldo negativo de R$ 200.060,00; 5.3. que, por lapso, informou no PER/DCOMP que o crédito utilizado na compensação declarada dimanava (sic) do pagamento da estimativa de março de 2006, no valor de R$ 58.851,62, efetuado no mês seguinte; Fl. 143DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 4 3 5.4. que mero erro material no preenchimento do PER/DCOMP não pode servir de fundamento para a negativa da homologação da compensação quando demonstrada a existência do crédito tributário, uma vez que deve prevalecer sempre a verdade material; e 5.5. que esse é o entendimento pacífico do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme demonstram as ementas de acórdãos transcritas na manifestação de inconformidade. É o relatório VOTO Acolho a manifestação de inconformidade, por ser tempestiva e reunir os demais requisitos de admissibilidade. Descarto a preliminar levantada por reputála completamente infundada. A motivação do despacho decisório está estampada no seu quadro 3. Naquele quadro, consta que o crédito informado pela interessada no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de seus débitos, estes declarados, por certo, em sua DCTF. Ao reconhecer, na manifestação, que cometeu erro grosseiro, digase a bem da verdade na informação da origem do crédito utilizado na compensação, ela deixou claro que entendeu perfeitamente a motivação da decisão da autoridade administrativa, razão pela qual é inegável que tal decisão não se encontra eivada do vício argüido. Não houve, portanto, cerceamento algum do direito de defesa. Ultrapassada a preliminar, passo a decidir. A despeito de eu comungar no entendimento de que erros materiais são sanáveis, não posso deixar de admitir que alguns deles são tamanhos, que não podem ser superados, na fase contenciosa do processo, sem prejudicar consideravelmente os controles operacionais da RFB. O caso em foco é bastante ilustrativo do que acabo de dizer. Afinal, não bastasse o crédito da interessada advir do saldo negativo do imposto de renda e não do recolhimento indevido de tributo, conforme ela indicou, o pagamento que teria originado o crédito utilizado na compensação nem mesmo indevido foi; com ele, ela apenas liquidou um débito de estimativa de imposto de renda apurado em perfeita harmonia é de se supor com a legislação de regência da matéria, razão pela qual não lhe restou crédito algum. Diante disso, devese refrear o ânimo de, em homenagem ao principio_ da verdade material, fazer tábula rasa do disposto no art. 77 da lnstrução Normativa do SRF n° 900, de 2008, segundo o qual o pedido de restituição e a declaração de compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador, observado o disposto nos artigos 78 e Fl. 144DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 5 4 79 no que se refere à Declaração de Compensação. Portanto, acolher a alegação apresentada significaria, em última análise, admitir a retificação intempestiva do PER/DCOMP. Para sorte da interessada, ainda lhe resta tempo para solicitar a restituição do seu verdadeiro crédito o saldo negativo do imposto de renda e utilizáIo na compensação de débitos fiscais próprios, na medida em que não se trata do mesmo crédito postulado no presente PER/DCOMP. Em face do exposto, reputo infundada a manifestação de inconformidade apresentada e, portanto, também não homologo a compensação declarada. Cientificada da decisão do referido acórdão, o Contribuinte interpõe Recurso Voluntário onde, após um breve relato do indeferimento ao seu direito alegado, reitera seus argumentos expendidos na manifestação de inconformidade, acrescentado que não formulou pedido intempestivo de retificação de Perd/Dcomp, sendo inaplicável ao caso os citados dispositivos da IN 900/2008, na decisão recorrida. É o relatório. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.770, de 26/07/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15374.967189/2009 98, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.770): Preenchidos os requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário apresentado, dele conheço. Conforme relatoriado, a Recorrente informou como crédito no Perd/Dcomp um valor pago a título de estimativa mensal de IRPJ de 2006 e posteriormente, por ocasião do indeferimento de seu pleito, reconheceu que a natureza do crédito que deveria/queria informar seria, na realidade, de saldo negativo de IRPJ, apurado no ano de 2006. A Recorrente, após cientificada do Despacho Decisório, apresentou sua Manifestação de Inconformidade onde reconheceu o equívoco no preenchimento do Perd/Dcomp, afirmando que detinha saldo negativo de IRPJ suficiente para a compensação pleiteada, apresentando planilha com os valores que alega ter recolhido a título de estimativas mensais de IRPJ, apresentando também DCTF e DARF do valor recolhido e DIPJ do anocalendário de 2006. A Decisão de piso não homologou a compensação pleiteada porque tratou a situação da seguinte maneira: Diante disso, devese refrear o ânimo de, em homenagem ao principio_ da verdade material, fazer tábula rasa do disposto no art. 77 da lnstrução Normativa do SRF n° 900, de 2008, segundo o qual o pedido de restituição e a declaração de compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador, observado o disposto nos artigos 78 e 79 no que se refere à Declaração de Compensação. Portanto, acolher a alegação apresentada significaria, em última análise, admitir a retificação intempestiva do PER/DCOMP. Ora, tal dispositivo normativo não impede e nem proíbe, absolutamente, que, constatado erros pontuais no preenchimento Fl. 146DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 7 6 de um Per/Dcomp, e perfeitamente identificáveis, sejam sanáveis por parte da Unidade de Origem. Quer se dizer com isto que a fundamentação da decisão recorrida não se mostra adequada, sendo inaplicável à situação em debate. Como lembra a Recorrente, "...não formulou qualquer pedido intempestivo de retificação do PER/DCOMP..." Consta nos autos uma DCTF Mensal, de março/2006, Totalização dos Tributos e Contribuições Apurados no Mês, onde consta débitos apurados de IRPJ da ordem de R$ 188.114,64, uma DCTF mensal de março/2006 Débito Apurado e Créditos Vinculados de R$ 58.851,62 e DARF deste valor. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 15374.972526/200969 Acórdão n.º 1401002.775 S1C4T1 Fl. 8 7 Não nos olvidemos, também, de que na decisão recorrida não se encontra qualquer restrição quanto ao saldo negativo de IRPJ, mas, pelo contrário, conforme se depreende do voto do Relator da decisão da DRJ, que assim se posicionou : Para sorte da interessada, ainda lhe resta tempo para solicitar a restituição do seu verdadeiro crédito o saldo negativo do imposto de renda e utilizálo na compensação de débitos fiscais próprios, na medida em que não se trata do mesmo crédito postulado no presente PER/DCOMP. Eu não diria que a Recorrente teria sorte neste caso, até porque já se passaram mais de cinco anos da apuração do saldo negativo de IRPJ de 2006, uma vez que, inexplicavelmente, após a ciência da decisão recorrida que se deu em 2011 o processo ficou sem qualquer movimentação por mais de oito anos (!), o que viria a prejudicar, de fato, a Recorrente se tivesse que transmitir uma nova DCOMP. De forma que, sob qualquer ângulo que se vê, a decisão recorrida tratou de forma equivocada o mérito da questão, sendo forçoso reconhecer o saldo negativo de IRPJ de 2006, limitado, entretanto, à importância declarada em DCTF, a título de IRPJ, na importância de R$ 188.114,64. Portanto, dou provimento parcial ao Recurso Voluntário, reconhecendo um saldo negativo de IRPJ de 2006 da ordem de R$ 188.114,64. É como voto. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, reconhecendo um saldo negativo de IRPJ para o ano calendário de 2006 da ordem de R$ 188.114,64. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 148DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.010252/2002-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
Ano-calendário: 1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO NÃO CARACTERIZADA. REJEIÇÃO.
Rejeitam-se os embargos apresentados por não restar configurada a alegação de existência de contradição no acórdão embargado.
Numero da decisão: 1302-001.149
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer dos embargos e, no mérito, rejeitar a alegação de contradição no acórdão embargado.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: Luiz Tadeu Matosinho Machado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1564; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 450 1 449 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.010252/200215 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1302001.149 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de agosto de 2013 Matéria Insuficiência de recolhimentos Recorrente JOSÉ DE LEMOS VASCONCELOS E CIA LTDA Recorrida JOSÉ DE LEMOS VASCONCELOS E CIA LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO NÃO CARACTERIZADA. REJEIÇÃO. Rejeitamse os embargos apresentados por não restar configurada a alegação de existência de contradição no acórdão embargado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer dos embargos e, no mérito, rejeitar a alegação de contradição no acórdão embargado. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade – Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator. .Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Alberto Pinto Souza Junior, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Luiz Tadeu Matosinho Machado e Cristiane Silva Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 01 02 52 /2 00 2- 15 Fl. 493DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10480.010252/200215 Acórdão n.º 1302001.149 S1C3T2 Fl. 451 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos por JOSÉ DE LEMOS VASCONCELOS E CIA LTDA, em face do Acórdão nº 130200.437, proferido por esta 2a. Turma Ordinária da 3a. Câmara, em 16/12/2010, com a seguinte ementa: PRECLUSÃO. À luz do que dispõe o artigo 17 do Decreto nº. 70.235, de 1972, na redação que lhe foi dada pela Lei nº. 9.532, de 1997, a matéria que não tenha sido expressamente contestada, considerarseá não impugnada. Decorre daí que, não tendo sido objeto de impugnação, carece competência à autoridade de segunda instância para delas tomar conhecimento em sede de recurso voluntário. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O Mandado de Procedimento Fiscal representa mero instrumento de controle interno da Administração Tributária, e, em razão disso, eventuais irregularidades que se possa identificar na sua emissão ou prorrogação não podem dar causa a nulidade do feito fiscal. DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Declarada a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº. 8.212, de 1991, pelo Supremo Tribunal Federal (súmula vinculante nº. 8 DOU de 20 de junho de 2008), cancelase o lançamento que não observou o prazo qüinqüenal previsto no Código Tributário Nacional. FATURAMENTO ANTECIPADO. TRIBUTAÇÃO POSTERIOR. COMPROVAÇÃO. A alegação, desprovida de documentação de suporte, de que valores faturados antecipadamente foram, em período posterior, devidamente oferecidos à tributação, não autoriza a desoneração do sujeito passivo em relação ao crédito tributário constituído pela autoridade competente. O colegiado negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade de votos. Cientificada em 16/10/2012, a interessada, com base no art. 65 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF. 256/2009, opôs embargos de declaração em 22/10/2012, sustentando que o acórdão recorrido conteria contradição em seu voto ao reconhecer a inclusão do valor de receita de venda, decorrente de faturamento antecipado, no valor de R$ 5.600,00, na base tributável do mês de setembro de 1.997, porém não admitindo a exclusão do mesmo valor da base lançada no mês de outubro, quando teria sido emitida a nota fiscal de simples remessa no mesmo valor. Aduz que a não exclusão do referido valor da base de cálculo do mês de outubro/2007 representaria bitributação. Fl. 494DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10480.010252/200215 Acórdão n.º 1302001.149 S1C3T2 Fl. 452 3 Ao final, a embargante requer que “seja acolhido o presente recurso, a fim de que suprido seja o ponto contraditório, determinando, assim, a revisão de todo voto aqui combatido, para ao final, ser julgado procedente o presente recurso”. É o relatório. Fl. 495DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10480.010252/200215 Acórdão n.º 1302001.149 S1C3T2 Fl. 453 4 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Os embargos interpostos são tempestivos e preenchem os requisitos de admissibilidade previsto no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF. deles conheço. Alega a interessada, ora embargante, que a decisão recorrida conteria uma contradição em seu voto ao reconhecer a inclusão do valor de receita de venda, decorrente de faturamento antecipado, no valor de R$ 5.600,00, na base tributável do mês de setembro de 1.997, porém não admitindo a exclusão do mesmo valor da base lançada no mês de outubro, quando teria sido emitida a nota fiscal de simples remessa no mesmo valor. Examinando o acórdão embargado, no ponto em que discute a matéria embargada, não vislumbro a contradição apontada. O relator do acórdão se apoiou na análise feita pela decisão de primeiro grau para demonstrar que o valor da receita, no valor de R$ 5.600,00, que teria sido tributado em duplicidade, foi incluído nos valores tributáveis lançados pela fiscalização somente na base de cálculo do mês de setembro, não havendo exclusão a ser feita relativa ao mês de outubro. É o que se extrai do voto condutor, in verbis: Na peça impugnatória apresentada a Recorrente sustentou, entre outras coisas, que deveria ser excluído da base de cálculo da contribuição o montante de R$ 6.824,00, referente a faturamentos antecipados, vez que os valores correspondentes foram tributados posteriormente. As notas fiscais representativas desses faturamentos antecipados encontramse juntadas aos autos às fls. 220 e 221 e apresentam os seguintes valores: R$ 1.224,96 e R$ 5.600,00. No voto condutor da decisão exarada em primeira instância, relativamente a tal alegação, resta assinalado: Em relação ao terceiro trimestre de 1997, as operações que se pretende excluir da base de cálculo estariam representadas por duas notas fiscais juntadas nas fls. 220 e 221, nos valores de R$ 1.224,96 e R$ 5.600,00. Tais exclusões se referem ao faturamento de setembro de 1997. Na DIPJ, para o terceiro trimestre de 1997, foi informada receita de R$ 453.038,91 (fl. 283). No lançamento, considerouse receita de mesmo valor. Conforme fl. 34, o fiscal incluiu, na composição dos R$ 453.038,91, receita bruta de setembro de 1997, no valor de R$ 184.983,50. No Razão, fl. 128, as receitas de setembro somam R$ 184.983,50. Fl. 496DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10480.010252/200215 Acórdão n.º 1302001.149 S1C3T2 Fl. 454 5 Ao mesmo valor se chega, a partir da análise do Livro Registro de Apuração do ICMS, coluna "Valores Contábeis", fl. 66. Os dados desse livro são abaixo reproduzidos: ... No quadro acima, identificamse os valores das duas notas fiscais trazidas: R$ 1.224,96 e R$ 5.600,00. Tais valores compõem, portanto, as receitas de setembro reconhecidas no Razão e declaradas na DIPJ. A nota fiscal de fl. 221, no valor de R$ 5.600,00, representa operação de remessa, código 6.99, e foi emitida em 15/10/1997. Contudo, verificase que os R$ 5.600,00 não integram as receitas do quarto trimestre oferecidas à tributação na DIPJ, nem foram reconhecidas no Razão como sendo de outubro. Em relação ao quarto trimestre de 1997, foi informada na DIPJ receita no valor de R$ 570.426,97 (fl. 288). No razão, as receitas de outubro, novembro e dezembro têm os seguintes valores, respectivamente: R$ 221.026,97, R$ 211.203,96 e R$ 148.725,04 (fl. 127). A soma desses valores é igual a R$ 580.955,97. Excluindose dela as vendas canceladas, devoluções e descontos incondicionais, no total de R$ 10.529,00 (fl. 34), encontra o valor de R$ 570.426,97, que coincide com a receita do quarto trimestre de 1997 informada na DIPJ. Conforme Livro Registro de ICMS, a receita de outubro, no valor de R$ 221.026,97, é composta das seguintes parcelas: ... O valor da nota de fl. 276, referente à operação de código 6.99, no valor de R$ 5.600,00, pode ser identificado na coluna "Base de Cálculo" do ICMS, constante do referido Livro. Em relação a esse código, nada foi informado na coluna "Valores Contábeis". Confirmase, com isso, que a nota invocada não foi computada nas receitas de vendas de outubro escrituradas no Livro Registro de Apuração de ICMS, reconhecidas no Razão e informadas na DIPJ. A fiscalização, por sua vez, considerou que o valor da receita de outubro de 1997 é igual ao do Razão e do Livro de Apuração de ICMS (fl. 34), qual seja, R$ 221.026,97. Com isso, não se confirma a alegação de que referida receita foi tributada no período posterior, em que houve a remessa. (grifo nosso) O mesmo ocorre com a operação no valor de R$ 1.244,96. A operação de venda,... Notase, pois, que a Recorrente, ao interpor impugnação, requereu a exclusão do valor de R$ 5.600,00 com base na alegação de que se tratava de faturamento antecipado cuja tributação só poderia ocorrer em momento posterior, isto é, por ocasião da entrega da mercadoria. Fl. 497DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10480.010252/200215 Acórdão n.º 1302001.149 S1C3T2 Fl. 455 6 A autoridade julgadora de primeira instância, entretanto, demonstrou que o valor em questão não havia sido tributado em momento posterior. (negrito cfe. original) Como restou claro no excerto transcrito do acórdão a receita de R$ 5.600,00 somente foi incluída pela fiscalização na base de cálculo da exigência relativa ao mês de setembro, não tendo sido incluída na base da exigência relativa ao mês de outubro, na medida em que se utilizou dos próprios valores registrados pela recorrente nos seus livros contábeis e fiscais. Desta forma, deve ser rejeitada a alegação de contradição. Ante ao exposto, voto por conhecer dos embargos e, no mérito, rejeitar a alegação de contradição no acórdão embargado. Sala de Sessões, em 06 de Agosto de 2013. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator Fl. 498DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.1018.10084.875J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO em 09/09/2013 17:22:21. Documento autenticado digitalmente por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO em 09/09/2013. Documento assinado digitalmente por: EDUARDO DE ANDRADE em 06/10/2013 e LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO em 09/09/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 09/10/2018. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP09.1018.10084.875J Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: D1C0553F394DA67A9ADF274AFF26FAAA5D789A1C Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10480.010252/2002-15. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10680.919487/2012-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.928
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.919481/2012-12, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
(assinado digitalmente)
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.919481/2012-12, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator (assinado digitalmente) Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1810; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.919487/201290 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3301000.928 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de setembro de 2018 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente ENERG POWER S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10680.919481/201212, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Winderley Morais Pereira Presidente e Relator (assinado digitalmente) Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório por suposto pagamento indevido ou a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas parcialmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, restando saldo disponível inferior ao crédito pretendido, insuficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da insuficiência de crédito, a compensação foi HOMOLOGADA PARCIALMENTE. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .9 19 48 7/ 20 12 -9 0 Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10680.919487/201290 Resolução nº 3301000.928 S3C3T1 Fl. 3 2 Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando que a constituição do crédito tributário é feita pela apresentação da DCTF e que não existe vedação à retificação da declaração. Discorre sobre o direito à retificação da DCTF sempre que os valores apurados não tenham sido encaminhados à PGFN para inscrição em Dívida Ativa e não houver alteração da periodicidade da declaração anteriormente apresentada. Em relação aos fatos, informa que foi realizado pagamento em relação ao período de apuração em análise e que o despacho decisório determinou o não reconhecimento do direito creditório da Manifestante em virtude de suposta utilização dos pagamentos encontrados para o Darf. Defende que ao débito apurado para o mesmo período de apuração do Darf não foi vinculado nenhum crédito, assim o pagamento efetuado mediante Darf está totalmente disponível. Pede a reforma do despacho decisório com a homologação integral da compensação e o cancelamento da cobrança dos débitos remanescentes. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o despacho decisório, julgando improcedente a manifestação de inconformidade. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em que, basicamente, repete os argumentos contidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10680.919487/201290 Resolução nº 3301000.928 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3301000.925, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10680.919481/201212, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução 3301000.925): "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de homologação parcial de compensação de créditos da COFINS com débitos tributários federais. A DRF de origem alegou que não havia crédito suficiente. Do Despacho Decisório (fl. 73) e PER/DCOMP auditada (fls. 66 a 71) e das cópias anexadas às peças de defesa de DCTF (retificadora), DACON (original e retificadora) e guia de pagamento (fls. 2 a 64 e 88 a 136), extraio o seguinte: 1) Em setembro de 2007, foi pago o montante de R$ 225.172,22 (fl. 51), a título de COFINS do período de apuração (PA) agosto de 2007. O valor devido foi declarado no DACON original (fls. 129). Não há cópia da respectiva DCTF. 2) Em 26/03/11, foi transmitida a DCTF retificadora do mês de agosto de 2007, por meio da qual alterou o valor da COFINS devida, que passou a R$ 172.020,11 (fl. 55). o DACON também foi retificado (fl. 137). Na DCTF retificadora o débito de R$ 172.020,11 figura como se estivesse em aberto, isto é, sem crédito (pagamento ou compensação) vinculado. Em seu recurso, informou que adotou tal procedimento, pois desejava incluir o débito de R$ 172.020,11 em parcelamento. 3) Em 26/03/11, foi entregue o PER/DCOMP auditado (fls. 66 a 71), utilizando a totalidade dos R$ 225.172,02 para liquidar outros débitos tributários federais. 4) O Despacho Decisório (fl. 73) confirma o pagamento de R$ 225.172,22 e o novo valor devido da COFINS de agosto de 2007 de 172.020,11. Contudo, ao contrário do que consta na cópia da DCTF retificadora (fl. 55), vincula parte do pagamento de R$ 225.172,22 ao débito de R$ 172.020,11. Em síntese, as questões que este colegiado são as seguintes: a) Pode o contribuinte retificar a DCTF para, concomitantemente, reduzir o valor devido e desvinculálo do pagamento originariamente efetuado? b) Teria a RFB poderes para, a despeito do que foi consignado pelo contribuinte na DCTF retificadora, vincular o pagamento de R$ 225.172,22 ao débito de R$ 172.020,11? Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10680.919487/201290 Resolução nº 3301000.928 S3C3T1 Fl. 5 4 Ao meu ver, a resposta à primeira pergunta é sim. É possível retificar, para alterar a vinculação de créditos. Senão vejamos (IN RFB n° 1.110/10 em vigor na data da retificação da DCTF): "Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. (. . .)" Por outro lado, à segunda, entendo que é não. Quando muito, identificado um crédito derivado de tributo pago a maior, poderia o Fisco realizar uma compensação de ofício. Contudo, o contribuinte teria de ser previamente consultado e, inclusive, dela poderia discordar (art. 49 da IN RFB 900/08, em vigor na data do Despacho Decisório). Contudo, não há notícia nos autos de que houve compensação de ofício. Estaria pronto para votar pelo provimento do recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório de R$ 225.172,02, caso não tivesse identificado duas informações contraditórias: no Despacho Decisório (fl. 73), consta que os R$ 225.172,02 teriam sido vinculados ao débito de R$ 172.020,11, enquanto que na cópia da DCTF retificadora, anexa à manifestação de inconformidade (fl. 55), não consta vinculação alguma. Assim sendo, proponho que o julgamento seja convertido em diligência, para que a unidade de origem verifique na DCTF "ativa" de agosto de 2007 se o crédito de R$ 225.172,02 foi ou não vinculado ao débito de R$ 172.020,11. Deve ser elaborado relatório conclusivo e aberto prazo de trinta dias para manifestação das partes. Findo este prazo, os autos devem retornar conclusos para julgamento. É como voto." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu converter o julgamento em diligência a fim de que a Unidade de Origem verifique na DCTF "ativa" do respectivo período de apuração se o crédito informado no PER/DCOMP foi ou não vinculado ao débito constante no Despacho Decisório. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10680.919487/201290 Resolução nº 3301000.928 S3C3T1 Fl. 6 5 Deve ser elaborado relatório conclusivo e aberto prazo de trinta dias para manifestação das partes. Findo este prazo, os autos devem retornar conclusos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 143DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.010035/2005-04
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVA. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. DESCABIMENTO, POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO LEGAL EM CONTRÁRIO.
Por expressa disposição legal, o aproveitamento de créditos solicitados em Pedidos de Ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativa não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores (art. 15, c/c art. 13, da Lei nº 10.833/2003).
Numero da decisão: 9303-007.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP NÃOCUMULATIVA. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. DESCABIMENTO, POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO LEGAL EM CONTRÁRIO. Por expressa disposição legal, o aproveitamento de créditos solicitados em Pedidos de Ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep nãocumulativa não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores (art. 15, c/c art. 13, da Lei nº 10.833/2003). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 00 35 /2 00 5- 04 Fl. 427DF CARF MF Processo nº 10380.010035/200504 Acórdão n.º 9303007.139 CSRFT3 Fl. 428 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo contribuinte (fls. 313 a 324), contra Acórdão proferido pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Sejul do CARF (fls. 241 a 246), sob a seguinte Ementa: Acórdão nº: 310200.828 Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DE PIS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Na ausência de previsão legal, não há como proceder à correção, seja a título de atualização monetária ou de juros de mora, do valor de ressarcimento apurado. As regras de compensação ou restituição não são aplicáveis ao caso. Recurso Voluntário Negado Em seu Recurso Especial, ao qual foi dado seguimento (fls. 416 a 418), o contribuinte traz o seguinte Acórdão paradigma 340200.224 para demonstrar a divergência, dizendo que “A decisão em questão apresenta inequivocamente similaridade co decisão recorrida, pois trata também de pedido de ressarcimento com atualização pela SELIC ...”: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI .................... IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. É cabível a incidência da taxa Selic sobre o saldo credor do IPI objeto de ressarcimento, a partir da data de protocolização do pedido. Alega ainda que (i) não existe previsão legal na Lei nº 10.637/2002 vedando a incidência da SELIC (ii) o ressarcimento seria “espécie do gênero restituição”, sendo que, para este último, há previsão expressa para tal (§ 4º do art. 39 da Lei nº 9.250/95). O PGFN não apresentou Contrarrazões. É o Relatório. Voto Fl. 428DF CARF MF Processo nº 10380.010035/200504 Acórdão n.º 9303007.139 CSRFT3 Fl. 429 3 Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O Recurso Especial, a rigor, não deveria ser conhecido, pois o Acórdão paradigma trata de ressarcimento do IPI e o recorrido da Contribuição para o PIS/Pasep. Mas, como a discussão sobre a incidência da Taxa SELIC sempre é aventada como de “caráter geral” nos Pedidos de Ressarcimento, entendo ser coerente enfrentar o assunto, para bem aclarar que há, sim, diferenças – e, mesmo que não houvesse, em casos como este, nem para o IPI seria cabível. Conheço, assim, do Recurso Especial. No Mérito, efetivamente existe dispositivo legal que veda a incidência de juros/correção monetária no ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep nãocumulativa na Lei nº 10.833/2003 (já em sua redação original), a qual, apesar de, basicamente, reger a cobrança da Cofins, faz várias remissões à Contribuição para o PIS/Pasep: Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. ................... Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto ... nos arts. 7º, 8º, 10, incisos XI a XIV, e 13. Há Acórdãos recentes desta mesma Turma neste sentido, como exemplificado a seguir (este, inclusive, de minha lavra): Acórdão nº 9303006.305 (de 26/01/2008) .................... CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Por expressa disposição legal, é vedada a correção monetária ou o abono de juros sobre os valores de PIS e de Cofins aproveitados mediante ressarcimento. Como é cediço dizer, “a lei me basta”, mas, sabendo da sistemática alegação desta analogia com o IPI, utilizome, em caráter enfático, de jurisprudência do STJ (inclusive vinculante), para demonstrar, justamente, que a relativa aos créditos do IPI não se aplica às contribuições, analisando, primeiramente, a contrario sensu, o que diz o Ministro Luiz Fux logo ao início da Ementa do Acórdão no REsp nº 1.035.847/RS: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. Fl. 429DF CARF MF Processo nº 10380.010035/200504 Acórdão n.º 9303007.139 CSRFT3 Fl. 430 4 NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. Notese também, que a Súmula nº 411, do mesmo STJ, só fala do IPI: Súmula 411: É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco. Complementando (pois, conforme já dito, a lei me dá guarida, de forma expressa, ao não reconhecimento da aplicação da Taxa SELIC) as minhas razões de decidir, grifei o Item 2 da Ementa acima transcrita – e também parte da Súmula nº 411 –, para consignar que, ainda que aquele julgamento fosse aplicável também para PIS/Cofins, no caso concreto não houve oposição estatal ilegítima (que se configura somente quando a decisão da Unidade de Origem foi revertida nas instâncias administrativas de julgamento). No Despacho Decisório (fls. 147) o Pedido de Ressarcimento foi deferido integralmente, tanto é que o contribuinte, em sua Manifestação de Inconformidade (fls. 149 a 163), só fala em SELIC. Por derradeiro, afasto aqui o argumento de que o ressarcimento seria “espécie do gênero restituição". São dois institutos completamente distintos (pois senão não faria qualquer sentido a discussão em tela sobre a aplicação da Taxa SELIC, pois, efetivamente, há determinação legal expressa para tal, em se tratando de repetição do indébito). O direito à restituição é decorrência "automática" do pagamento indevido ou maior que o devido, conforme art. 165, I, do CTN. O ressarcimento tem que estar previsto em lei (a regra geral é só a possibilidade da compensação dos créditos da nãocumulatividade com débitos do próprio tributo). À vista do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 430DF CARF MF Processo nº 10380.010035/200504 Acórdão n.º 9303007.139 CSRFT3 Fl. 431 5 Fl. 431DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.013999/2006-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Oct 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 06/01/2000 a 27/03/2006
RECURSO DE OFICIO. CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA.
Não deve ser conhecido o recurso de oficio em que o crédito tributário exonerado não atinge o limite de alçada.
Recurso de Ofício Não Conhecido
Numero da decisão: 3301-005.320
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer o recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. Não deve ser conhecido o recurso de oficio em que o crédito tributário exonerado não atinge o limite de alçada. Recurso de Ofício Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer o recurso de ofício. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 01 39 99 /2 00 6- 71 Fl. 1182DF CARF MF 2 Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. Trata o presente processo de Auto de Infração onde estão sendo exigidos da contribuinte acima epigrafada os impostos e contribuições suspensos quando da importação de produtos ao amparo dos Atos Concessórios (Drawbacksuspensão) abaixo relacionados, em decorrência do não cumprimento do compromisso de exportação neles previstos (ressalvandose que, para os Atos Concessórios de nºs. 1543010001019 e 20040102076 não foram encontradas irregularidades): tabela à fl. 2 do Acórdão de manifestação de inconformidade Os tributos ora exigidos, com acréscimos legais, são os constantes da tabela abaixo, no montante (em valores da data da lavratura do Auto de Infração) de R$ 2.990.129,74 (dois milhões, novecentos e noventa mil, cento e vinte e nove centavos e setenta e quatro centavos). tabela à fl. 3 do Acórdão de manifestação de inconformidade Os motivos que levaram a autoridade fiscal a constituir a presente exigência foram diversos, conforme apontado no Relatório de Trabalho Fiscal , podendo ser agrupados, resumidamente, conforme a seqüência elencada oportunamente, neste Relatório (por ocasião da conversão do julgamento em diligência, consubstanciada na Resolução nº 239/2012, de 31 de maio de 2012). Duas são as infrações penalizadas no presente Auto de Infração, a saber: 001 – Inadimplemento do compromisso de exportar – Drawback Suspensão 002 – Outras Infrações ao controle administrativo das importações. A segunda infração será referida ao final deste Relatório. RESOLUÇÃO Nº 239/2012, DE 31 DE MAIO DE 2012 x RESULTADO DA DILIGÊNCIA SOLICITADA (fls. 974/979) Vejamos a transcrição de um trecho do Relatório Fiscal (parte do Auto de Infração): “Após sucessivas intimações (e pedidos de prorrogação de prazo por parte do contribuinte), não foram entregues Notas Fiscais de Entrada, Notas Fiscais de Saída e Contratos de Câmbio de Exportação. A falta de Notas de Entrada e Saída de mercadorias não comprova a entrada no estabelecimento do produto importado e a saída do produto final destinado à exportação. Dessa forma, não podemos considerar que a mercadoria importada foi utilizada no Regime Aduaneiro Especial de Drawback e que o mesmo foi cumprido corretamente no que diz respeito à exportação dos produtos autorizados no Ato Concessório. Cabe enfatizar que a Nota Fiscal de Saída é um dos documentos que Fl. 1183DF CARF MF Processo nº 10314.013999/200671 Acórdão n.º 3301005.320 S3C3T1 Fl. 3 3 instruem o Registro de Exportação (Decreto nº 4.543, de 26/12/0202, art. 527, I). ................................................ O contrato de câmbio de exportação é o documento que comprova a utilização de moeda estrangeira no pagamento, e assim deve ser apresentado à fiscalização para fazer prova junto à SRF de que foi cumprido o requisito estabelecido nas normas para concessão do Regime.” Ciente do teor do Auto de Infração, e inconformada com o mesmo, a impugnante apresentou peça impugnatória tempestiva, na qual discutia, quanto ao mérito, a argumentação fiscal quanto aos Atos Concessórios analisados, alegando, na maioria dos casos, estava anexando a seu arrazoado a documentação cuja nãoapresentação teria gerado a exigência. Diante do exposto, foi o julgamento convertido em diligência, para que o processo retornasse à Unidade preparadora , para atendimento dos quesitos abaixo: Primeiro item – Falta de apresentação das notas fiscais de entrada. Segundo o mesmo Relatório Fiscal, que embasou o Auto de Infração, não foram apresentadas Notas Fiscais de Entrada para os seguintes Atos Concessórios: tabela à fl. 4 do Acórdão de manifestação de inconformidade Em sua peça impugnatória (fls. 715/736 – Vol. IV), a impugnante alega estar anexando as notas fiscais de entrada faltantes. A diligência solicitada para este item consistia na análise da documentação apresentada pelo contribuinte , para fins de verificação do seguinte fato: se com as notas fiscais de entradas anexadas à impugnação, ficava possível estabelecer a vinculação física entre os insumos importados e as mercadorias exportadas. O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) Desta forma, a empresa apresentou em sua peça impugnatória as “supostas” Notas Fiscais relativas aos quatro atos concessórios supracitados, nas fls. 825 a 840, e 923 a 934. o entanto, os documentos anexados ao eprocesso encontramse praticamente ilegíveis, ou seja, não é possível comprovar os produtos que foram importados, nem sua real quantidade. Portanto, tais documentos não puderam ser considerados. Sendo assim, com as notas fiscais anexadas à impugnação, não é possível estabelecer a vinculação física entre os insumos importados e as mercadorias exportadas.” – (grifos acrescentados). Segundo item AC 20040075214 – Falta de apresentação das notas fiscais de saída. Segundo o Relatório Fiscal já referido, não foram apresentadas Notas Fiscais de Saída para o Ato Concessório em epígrafe. Fl. 1184DF CARF MF 4 Em sua peça impugnatória (fls. 715/736 – Vol. IV), a impugnante alega estar anexando as notas fiscais de saída faltantes. A diligência solicitada para este item consistia na análise da documentação apresentada pelo contribuinte , para fins de verificação do seguinte fato: se com as notas fiscais de saída anexadas à impugnação, ficava possível estabelecer a vinculação física entre os insumos importados e as mercadorias exportadas. O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) Portanto, após esta análise, podese dizer que, com as notas fiscais de saída anexadas à impugnação, é possível estabelecer a vinculação física entre os insumos importados e as mercadorias exportadas no ato concessório.” (grifos acrescentados). (grifos acrescentados) Terceiro item – AC 20040071375 Falta de apresentação de notas fiscais de saída e de contrato de câmbio, além da falta de vinculação das exportações ao Ato Concessório. Segundo o Relatório Fiscal já referido, não foram apresentadas Notas Fiscais de Saída e contrato de câmbio, além do que faltou vinculação das exportações ao Ato Concessório em epígrafe. Em sua peça impugnatória (fls. 715/736 – Vol. IV), a impugnante alega estar anexando as notas fiscais de saída e contrato de câmbio, além do que já teria providenciado a vinculação das exportações ao Ato Concessório. A diligência solicitada para este item consistia na análise da documentação apresentada pelo contribuinte , para fins de verificação do seguinte fato: se com as notas fiscais de saída e contratos de câmbio anexados à impugnação, ficava possível aceitar a argumentação de defesa da impugnante O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) Desta forma, de acordo com as notas fiscais e contratos de câmbio apresentados, é possível aceitar a argumentação da empresa no que tange à pendência de documentos, e à falta de vinculação das exportações ao ato concessório. Logo, o contribuinte sanou a pendência relativas a este ponto. “ (grifos acrescentados) Quarto item AC 284199000094 – Autuação em duplicidade. Através de pesquisa em sistemas internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil, verificouse que a DI nº 00/00140451, adição n. 001, registrada em 06012000, está vinculada ao Ato Concessório acima mencionado. No entanto, o contribuinte não possui registro deste AC em seu sistema, não comprovando o regular cumprimento das condições e requisitos. Dessa forma, resolvese a suspensão através da cobrança dos tributos devidos.. Fl. 1185DF CARF MF Processo nº 10314.013999/200671 Acórdão n.º 3301005.320 S3C3T1 Fl. 4 5 Em sua peça impugnatória, alega tratarse de autuação em duplicidade, já havendo decisão quanto ao assunto, da DRJ de Camaçari – BA. (Auto de Infração nº 13502.000320/200492 (v. fls. 713/714). A cópia do Auto de Infração referido encontrase às fls.835/853. A diligência solicitada para este item consistia na verificação de possível existência de autuação em duplicidade, sendo que, em caso positivo, os valores lançados em duplicidade deveriam ser excluídos do presente Auto de Infração. O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) Portanto, os valores lançados em duplicidade deverão ser excluídos do presente Auto de Infração.” (grifos acrescentados) Quinto item AC 20030044383 Não houve comprovação da exportação do total da mercadoria importada. Segundo o Relatório Fiscal, o contribuinte importou 100% do produto autorizado no AC. Não comprovou exportação total da mercadoria importada. Contudo, parte das exportações apresentadas pelo contribuinte para comprovação do adimplemento do Ato Concessório estão consubstanciadas em RE’s não vinculados ao mesmo. Quanto aos RE’s vinculados ao Ato Concessório, a autoridade fiscal constatou que alguns referemse a mercadorias não autorizadas, ou seja: RE 03/1553046001: 13.990 unidades de ADALAT 30 cápsulas, 3.446 unidades de ADALAT 50 cápsulas, 3.622 unidades de ADALAT 100 cápsulas. RE 03/1186781001: 12.176 unidades de CIPRO 500 mg, 14.265 unidades de ADALAT 30 cápsulas, 4.136 unidades de ADALAT 50 cápsulas, 2.502 unidades de ADALAT 100 cápsulas. Assim sendo, concluiu a autoridade fiscal que o beneficiário exportou apenas parte do compromissado no AC. Em sua peça impugnatória, a impugnante alega que: 01 – Já vinculou ao Ato Concessório as exportação que ainda não estavam vinculadas quando da fiscalização. 02 Alega que toda a Nifedipina importada foi exportada. O AC prevê a importação de 221,4 kg de Nifedipina, e a exportação de 421,51 kg no produto comercial ADALAT. A diligência solicitada para este item consistia na verificação da veracidade das alegações do contribuinte, ou seja, se todas as exportações foram vinculadas ao Ato Concessório, e se toda a Nifedipina foi exportada. O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) Portanto, podese depreender que as alegações da empresa são pertinentes, após dos documentos apresentados na peça impugnatória, pois as exportações foram vinculados ao ato concessório, e toda a Nifedipina foi exportada, fazendo com que Fl. 1186DF CARF MF 6 o contribuinte cumprisse seus compromissos no regime de Drawback Suspensão.” (grifos acrescentados) Sexto item AC 20040071430 Perdas no processo produtivo Analisando o Ato Concessório, obtivemos os seguintes compromissos para importação e exportação, dentro do prazo de 07/06/2004 até 07/06/2006: v. fls. 75/76. tabela à fl. 9 do Acórdão de manifestação de inconformidade Tendo em vista que não foi exportado o total de 0,54% da quantidade compromissada no Ato Concessório, foi efetuada autuação de 0,54% da quantia importada na DI nºs 06/00017987 (adição 001), Em sua peça impugnatória, a impugnante alega que a divergência de 0,54% entre a quantidade compromissada e a efetivamente exportada, decorre da inevitável perda durante o processo produtivo das mercadorias autorizadas. A diligência solicitada para este item consistia na verificação da veracidade das alegações do contribuinte, ou seja, se a divergência de 0,54% entre a quantidade compromissada e a efetivamente exportada decorre de perdas comprovadas no processo produtivo. O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “Em primeiro lugar deve se ressaltar que as perdas são inerentes ao processo produtivo, e quanto maior as perdas, menos eficiente é a produção. Neste ato concessório foi possível observar que não foi exportado o tal de 0,54% da quantidade compromissada no mesmo ato, e, desta forma, a empresa foi autuada neste valor, em função de tais perdas. Sendo assim, a empresa alega que a divergência de 0,54% entre a quantidade compromissada e a efetivamente exportada decorre da inevitável perda do processo produtivo, o que faz bastante sentido. Além disso, o percentual de 0,54% parece um índice de perda pequeno para a produção em questão. Em contrapartida, cabe lembrar que as perdas no processo produtivo não são presumidas, ou seja, devem constar de laudo técnico de especialista. Desta forma, a perda precisa ser comprovada no processo produtivo. Logo, tal alegação por parte do contribuinte não é pertinente, pois não houve a comprovação da perda por laudo técnico. Assim, mantémse o valor do auto em relação a este quesito.” (grifos acrescentados) Sétimo item – Valor atualizado do Auto de Infração. Caso o resultado das diligências mencionadas nos seis itens anteriores implicasse na exclusão de Declarações de Importações objeto do presente Auto de Infração, solicitavase que tais DI’s fossem relacionadas, bem como fosse atualizado o valor da exigência. Fl. 1187DF CARF MF Processo nº 10314.013999/200671 Acórdão n.º 3301005.320 S3C3T1 Fl. 5 7 O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida: “ ( ... ) “Considerandose os sete itens questionados pela Delegacia de Julgamento, e explicados pelo AuditorFiscal aqui presente, podese observar que as parcelas de valores relativas aos itens 01 (hum) e 06 (seis) devem ser mantidas no Auto de Infração em questão, assim como suas respectivas declarações de importação (DI’s). Em contrapartida, os valores relativos aos itens 02 (dois), 03 (três), 04 (quatro) e 05 (cinco) devem ser glosados, pois a empresa apresentou documentação satisfatória que comprovasse os pontos analisados. Logo, as Declarações de Importação (DI’s), assim como seus respectivos valores, devem ser excluídos do cálculo do Auto de Infração. “(grifos acrescentados) ENCERRAMENTO DA DILIGÊNCIA SOLICITADA PELA RESOLUÇÃO Nº 239/2012: O encerramento da diligência acima está consignado na informação de fls. 974/979, dos autos, e pode ser assim resumida, conforme o sétimo item, acima mencionado: 01 – As parcelas de valores relativa aos itens 01 (hum) e 06 (seis) devem ser mantidas no Auto de Infração em apreço, haja vista que as cópias da documentação fornecida pela impugnante foram consideradas ilegíveis. 02 – Quanto aos demais valores, conforme resposta ao sétimo item, os mesmos devem ser glosados, pois a empresa apresentou documentação satisfatória à comprovação dos pontos analisados. Às fls. 979 foi anexada, pelo AuditorFiscal, uma planilha, com os novos valores válidos para o Auto de Infração. Ao ser cientificada dos termos da diligência acima, a Impugnante apresentou sua manifestação, onde questiona os dois itens mantidos , conforme abaixo: a) Falta de apresentação de notas fiscais de entrada (pertinentes aos Atos Concessórios : 20040071251, 20040071324, 20040071391 e 200401092114): “A diligência argumentou que as Notas Fiscais de entrada juntadas aos autos não estariam legíveis e que, por isso, não seria possível comprovar o adimplementos dos respectivos atos concessórios. A Requerente, embora considere que as notas fiscais juntadas no processo estão legíveis e aptas para comprovação dos fatos, para evitar dúvidas e maiores delongas, novamente junta a este processo cópia das referidas notas fiscais (docs. 05 a 32), em uma resolução maior que a anterior. Dessa forma, tais notas comprovam a ausência de irregularidades no atendimento aos quesitos do Regime Drawback na modalidade Suspensão, devendo os atos concessórios ser considerados válidos, com o respectivo cancelamento da infração. b) AC 20040071430 – Perdas no processo produtivo “( ... ) Fl. 1188DF CARF MF 8 a exigência fiscal sobre a referida perda representas apenas o valor original de R$ 40,22 (quarenta reais e vinte e dois centavos), que deve ser cancelado em razão do princípio da razoabilidade, independentemente de laudo técnico formal.” (grifos acrescentados) RESOLUÇÃO Nº 376/2013, DE 31 DE OUTUBRO DE 2013 x RESULTADO DA DILIGÊNCIA SOLICITADA (fls. 1110/1112) Portanto, restava um único quesito, dentre os iniciais, em discussão. No caso, a falta de apresentação de notas fiscais de entrada (pertinentes aos Atos Concessórios : 20040071251, 20040071324, 20040071391 e 200401092114). A autoridade fiscal considerava ilegíveis a xerocópias da documentação apresentada anteriormente , e a Impugnante alegava ter anexado novas cópias dos mesmos documentos, em resolução maior que a anterior. Diante do exposto, foi o julgamento novamente convertido em diligência, para que fossem apreciados os seguintes quesitos: Primeiro item: análise dos documentos agora juntados, em resolução superior a dos juntados anteriormente. Segundo item: Caso o resultado da análise acima implicasse na exclusão de Declarações de Importação objeto do presente Auto de Infração, solicitouse que tais DI’s fossem relacionadas, bem como fosse atualizado o valor da exigência (ou seja, que a tabela de fls. 979, resultado da diligência anterior, fosse retificada). Em atendimento às Resolução 376/2013, foram apreciados os dois quesitos acima, sendo o resultado da diligência relatado às fls. 1110/112, conforme será visto no Voto. Multa do controle administrativo por descumprimento de outros requisitos de controle de importação Ato Concessório nº 20030044383: A multa do controle administrativo referese ao Ato Concessório nº 20030044383, e foi aplicada por descumprimento de outros requisitos de controle da importação constante ou não da guia de importação ou de documento equivalente. No caso, o beneficiário do Regime Aduaneiro Especial de Drawback modalidade Suspensão não cumpriu a determinação de comprovação das importações e exportações, vinculadas ao Regime, por intermédio do modulo especifico Drawback do Siscomex, no prazo estabelecido nas Portarias Secex n°04, de 11 de junho de 1997, n°14, de 17 de novembro de 2004 e n°35 de 21 de março de 2006. Teria atrasado em 03 (três) dias a comunicação de baixa do Ato Concessório através do módulo específico de Drawback Suspensão no Siscomex. Alega a impugnante em sua peça impugnatória: “No que tange à infração (002) do Auto de Infração ora guerreado, não merece prosperar a cobrança, uma vez que fundada em descumprimento de mera obrigação acessória, não acarretando nenhum prejuízo ao erário.. Com efeito, o fato de ter a Impugnante atrasado em apenas 03 (três) dias a comunicação e baixa do Ato Concessório através do módulo específico Drawback do Siscomex não pode acarretar qualquer presunção de descumprimento.” A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento decidiu pela procedência da impugnação. A decisão da DRJ foi assim ementada : Fl. 1189DF CARF MF Processo nº 10314.013999/200671 Acórdão n.º 3301005.320 S3C3T1 Fl. 6 9 ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 06/01/2000 a 27/03/2006 DRAWBACK SUSPENSÃO COMPROVAÇÃO DO ADIMPLEMENTO DO COMPROMISSO DE EXPORTAÇÃO. Uma vez comprovado o adimplemento do compromisso de exportação, bem como o respeito ao prazo e às condições estabelecidos em Ato Concessório , descabida é a cobrança de tributos , multas ou juros moratórios. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Sendo o lançamento exonerada superado limite de alçada vigente na data da decisão da DRJ, foi apresentado pela turma julgadora, o competente recurso de ofício. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Inicialmente é necessário verificar os pressupostos de admissibilidade do recurso de ofício, que esta previsto no art. 34, inciso I, do Decreto n" 70.235/72. Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. O valor a ser fixado para o recurso de oficio está previsto no art 1º da Portaria MF n° 63/2017. Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). Os valores constantes do lançamento são os seguintes: Fl. 1190DF CARF MF 10 Apesar da Portaria MF 63/2017, ter sido editada em 10 de fevereiro de 2017. Por tratarse de matéria processual, entendo ser a regra de aplicação para todos os casos ainda pendentes de .julgamento. No caso em tela, o valor exonerado pela autoridade a quo, excluindo os juros de mora, atingiu o valor de R$ 2.384.759,36, inferior ao limite previsto na Portaria MF 63/2017, destarte, não se conhece do recurso de ofício. Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 1191DF CARF MF
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Numero do processo: 13896.001183/2007-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Oct 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/1996 a 31/12/1998
VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO QUE AMPARA O LANÇAMENTO.
Nos termos da Súmula CARF nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE.
É inaplicável ao processo administrativo fiscal a prescrição intercorrente, uma vez que esta pressupõe uma pretensão exigível, somente verificável quando da constituição definitiva do crédito tributário, consumada pelo exaurimento do contencioso administrativo tributário.
LANÇAMENTO. MULTA DE MORA. APLICABILIDADE AO TEMPO DA LAVRATURA FISCAL. MULTA DE OFÍCIO SUPERVENIENTE. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA AO TEMPO DO PAGAMENTO/PARCELAMENTO.
Era aplicável a multa de mora ao tempo da lavratura fiscal. A superveniência da multa de ofício não pode ser analisada no âmbito do contencioso administrativo, cabendo a apreciação sobre a aplicação do princípio da retroatividade benigna (artigo 106, inciso II, alínea c, do Código Tributário Nacional - CTN) quando do pagamento/parcelamento do crédito tributário subsistente.
Numero da decisão: 2301-005.426
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, para, na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Evaristo Pinto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Evaristo Pinto, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada), Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado) e João Bellini Júnior (Presidente). Ausente justificadamente o conselheiro João Maurício Vital.
Nome do relator: ALEXANDRE EVARISTO PINTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/08/1996 a 31/12/1998 VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO QUE AMPARA O LANÇAMENTO. Nos termos da Súmula CARF nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. É inaplicável ao processo administrativo fiscal a prescrição intercorrente, uma vez que esta pressupõe uma pretensão exigível, somente verificável quando da constituição definitiva do crédito tributário, consumada pelo exaurimento do contencioso administrativo tributário. LANÇAMENTO. MULTA DE MORA. APLICABILIDADE AO TEMPO DA LAVRATURA FISCAL. MULTA DE OFÍCIO SUPERVENIENTE. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA AO TEMPO DO PAGAMENTO/PARCELAMENTO. Era aplicável a multa de mora ao tempo da lavratura fiscal. A superveniência da multa de ofício não pode ser analisada no âmbito do contencioso administrativo, cabendo a apreciação sobre a aplicação do princípio da retroatividade benigna (artigo 106, inciso II, alínea c, do Código Tributário Nacional - CTN) quando do pagamento/parcelamento do crédito tributário subsistente.
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Nos termos da Súmula CARF nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. É inaplicável ao processo administrativo fiscal a prescrição intercorrente, uma vez que esta pressupõe uma pretensão exigível, somente verificável quando da constituição definitiva do crédito tributário, consumada pelo exaurimento do contencioso administrativo tributário. LANÇAMENTO. MULTA DE MORA. APLICABILIDADE AO TEMPO DA LAVRATURA FISCAL. MULTA DE OFÍCIO SUPERVENIENTE. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA AO TEMPO DO PAGAMENTO/PARCELAMENTO. Era aplicável a multa de mora ao tempo da lavratura fiscal. A superveniência da multa de ofício não pode ser analisada no âmbito do contencioso administrativo, cabendo a apreciação sobre a aplicação do princípio da retroatividade benigna (artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional CTN) quando do pagamento/parcelamento do crédito tributário subsistente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, para, na AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 00 11 83 /2 00 7- 70 Fl. 542DF CARF MF 2 parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Junior Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Evaristo Pinto, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada), Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado) e João Bellini Júnior (Presidente). Ausente justificadamente o conselheiro João Maurício Vital. Relatório Tratase de lançamento de crédito tributário previdenciário abrangendo imposição de penalidade pecuniária consubstanciado no Auto de Infração DEBCAD nº 35.011.3734. A fiscalização, com fundamento no artigo 33 da Lei nº 8.212/91, e do artigo 293 da Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, lavrou o Auto de Infração relativo ao descumprimento da obrigação acessória relativa à apresentação da GFIP com todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme previsto no artigo 32, inciso IV, parágrafo 5o. da Lei nº 8.212/91 c/c o artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. Segundo a fiscalização, o contribuinte foi autuado por infração ao disposto no artigo 32, inciso IV, parágrafo 5o. da Lei nº 8.212/91, com redação dada pela Lei nº 9.528/97, pelo fato de não ter declarado os seguintes fatos geradores: a) no campo 20 da GFIP o valor da comercialização dos produtos rurais adquiridos de pessoas físicas (compra de bovinos), para as competências 01/99 a 05/00; b) no campo 31 da GFIP a remuneração dos trabalhadores autônomos e dos transportadores autônomos que lhes prestaram serviços, nas competências 01/99 a 05/00; c) no mesmo campo 31 da GFIP a remuneração do sóciogerente, Sr. Sebastião Douglas Xavier nas competências 01/99 a 04/99 (matriz /000109) e 05/99 a 05/00 (filial /000605). A fiscalização traz um longo e farto trabalho sobre os fatos e circunstâncias verificados no procedimento fiscal, seja em relação ao sujeito passivo autuado, seja em relação às empresas a ele ligadas, denominandoo de Relatório Geral. Este Relatório (fls. 25/57), contém o contexto de fato em relação ao qual se apurou os institutos do lançamento por Fl. 543DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 3 3 solidariedade e afastamento do fenômeno da personificação jurídica. Assim se manifesta a fiscalização: TÓPICO “INTRODUÇÃO” Ficou constatado através de provas documentais que as empresas envolvidas constituem entre si grupo econômico de fato. Há, porém, duas particularidades: a primeira diz respeito à constituição de empresas de "fachada" (ou fantasmas); e a segunda diz respeito aos sócios "laranja" das empresas de fachada. Os trabalhos foram desenvolvidos nos estabelecimentos das empresas que estavam em atividades comercias, que são: Frigorífico Quatro Marcos Ltda, Frialto Ind. E Comércio de Alimentos Ltda (encerrou suas atividades de fato em 05/2000), Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda e O.C.A. Comercial Ltda. No município de Vila Rica, apesar da empresa Frigorífico Vila Rica Ltda ter paralisado suas atividades, a sua documentação em parte foi apresentada aos Auditor Fiscal da Previdência Social AFPS. As demais empresas situadas nos Municípios de São José dos Quatro Marcos, Alta Floresta, Colider, Cuiabá e Vila Rica desapareceram misteriosamente sem deixar qualquer paradeiro da sua documentação, juntamente com os seus respectivos sócios. Houve a apreensão, pelos Auditores da Secretaria da Fazenda do Mato Grosso, de vários documentos das empresas Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, Flamingo Alimentos Ltda e Amazonas Comércio Ind. Imp. e Exportação Ltda. Foram constatados, também, durante as ações fiscais, os fatos abaixo elencados: a) empresas de fachada e seus respectivos sócios "laranja"; b) diretor empregado sem registro; e, c) segurados empregados e sócio de empresa ao mesmo tempo. TÓPICO “CONSTATAÇÃO DO GRUPO QUATRO MARCOS” Da análise de vários documentos encontrados em poder dos Fiscais de Tributos EstadualFTE/MT e de outros documentos posteriormente apreendidos e verificados pela fiscalização previdenciária, esta última afirma os seguintes aspectos relativos ao funcionamento de um "esquema" montado pelo Grupo Quatro Marcos: O Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier, conhecido como Sr. Douglas, é sócio gerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda e o Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos (conhecido como "Sr. Luís Olavo"), pessoa de sua inteira confiança, é empregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda na função de Diretor, conforme constatação documental e in loco através de várias diligências fiscais realizadas pelos AuditoresFiscais da Previdência Social AFPS. O Sr. Sebastião Bueno Xavier, conhecido na região como "SR. CHICO", é pai de Sebastião Douglas Sorge Xavier e fundador do Frigorífico Quatro Marcos Ltda; a família "BIRTCHE" exerce suas atividades comerciais exclusivamente nos Municípios de Colider/MT e de Alta Floresta/MT, por intermédio do Sr. Creudevaldo Birtche, conhecido na região como “TUCURA". Fl. 544DF CARF MF 4 O "esquema" do Grupo Quatro Marcos assim funcionava, segundo a fiscalização: a) Preliminarmente, os sócios e diretores do FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA escolheram quatro Municípios do Estado de Mato Grosso, provavelmente onde existia uma grande concentração de rebanho de bovinos, sendo eles os Municípios de Alta Floresta, Colider, Vila Rica e São José dos Quatros Marcos; posteriormente, em cada local desses, constituíam uma unidade frigorífica (empresa), normalmente tendo como sóciogerente efetivo o Sr. Douglas e/ou Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos. Estas empresas são denominadas pela fiscalização de empresas "quentes", ou seja, empresas que realmente existiram ou existem tanto de fato como de direito. b) Ao mesmo tempo, o Grupo Quatro Marcos constituía paralelamente as essas unidades frigoríficas outras empresas que atuavam no ramo de frigorífico, sem, no entanto, possuir qualquer instalação frigorífica nem capital de giro e financeiro para a prática comercial de suas atividades. A fiscalização chama estas empresas como empresas de "fachada" ou "fantasmas". Estas empresas "de fachada" simulam um contrato de arrendamento com as empresas que realmente construíram as unidades frigoríficas, as quais estão em nome do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier e/ou do Sr. Luís Olavo Sabino dos Santos. c) Entretanto, os sócios das empresas "de fachada" (ou fantasmas) são pessoas que apenas emprestam o nome para fazerem parte do contrato social, denominados pela fiscalização de sócios "laranjas", sem jamais exercerem qualquer atividade de gestão, comercial ou administrativa nestas empresas. Constatouse que geralmente os sócios "laranjas" são empregados de outra empresa do Grupo Quatro Marcos. Além disso, os supostos sócios (laranjas) residem em localidade diversa da sede (ou estabelecimento) das empresas de fachada (ou fantasmas), na maioria dos casos verificados. d) A administração e a direção das empresas de "fachada" (ou fantasmas), na realidade, eram exercidas pelos sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, com a ajuda de uma empresa no Estado de São Paulo, a Phoenix Administração e Participações Ltda, onde o Sr. Luiz Carlos Caldereli Nanni enviava instruções de operação para todas as empresas do Grupo Quatro Marcos, tanto "as de fachadas" (ou fantasmas) como as verdadeiras (quentes), indistintamente. Com essa forma de funcionamento, as operações que geravam fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias eram realizadas pelas empresas de fachada que, após qualquer procedimento de fiscalização, encerravam de fato suas atividades e seus sócios desapareciam misteriosamente, bem como sua documentação fiscal. Observa a fiscalização o curioso fato de que, tão logo encerrada a atividade da empresa, imediatamente era constituída outra empresa de fachada, com o mesmo objeto mercantil de atividade, mesmo quadro pessoal, mesma administração e gerência da empresa de fachada anterior, inclusive instalada no mesmo local. Este procedimento tornava inviável e infrutífera qualquer tentativa de satisfação do débito tributário. Cita o exemplo da empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, CNPJ 00.897.034/000120, que firmou um parcelamento junto ao INSS em 1996, decorrente da NFLD n° 32.344.9883, e, após a fiscalização iniciar seus procedimentos de auditoria fiscal, a empresa desapareceu misteriosamente, consequentemente a partir da competência 09/1999 até o momento de conclusão dos trabalhos não pagou mais nenhuma parcela daquele parcelamento. O Cartório de Registro de Imóveis em Colider/MT, este informou que não existia Registro de imóveis em nome de Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda. Fl. 545DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 4 5 O Grupo Quatro Marcos utilizouse das empresas de fachadas (ou fantasmas) com o intuito de efetivar a supressão ou redução dos tributos, então arrecadados pelo INSS, principalmente a contribuição social decorrente da comercialização dos produtos rurais referente à subrogação, usandose de ações ou omissões desonestas e contrárias às leis de regência, ou seja, tinha a vontade ou a consciente aceitação de lesar, total ou parcialmente, o Erário, ludibriando a Administração Tributária (INSS) e a fé pública, através da falta da verdade em declarações, documentos e atos, como, por exemplo, as figuras dos sócios "laranjas". Tal fato tinha o intuito de sonegar informações de conteúdo econômico, e, portanto, esconder da fiscalização o verdadeiro responsável pelos atos e fatos sujeito à incidência de normas de tributação, até mesmo mediante falsificação e alteração de documentos, como ocorreu na adulteração das formalidades extrínsecas de Livros Contábeis na empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda (Livro Diário) verificado pelas fiscalizações anteriores do INSS (NFLD n° 32.345.3368/1996). TÓPICO “COMPOSIÇÃO DO GRUPO QUATRO MARCOS” A fiscalização traz a seguinte composição geral do Grupo Quatro Marcos: · FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA – FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA CNPJ 01.311.661/000109; · AMAZONAS COM. IND. IMP. E EXPORTAÇÃO LTDA – CNPJ 00.923.654/000197; · FLAMINGO ALIMENTOS LTDA FILIAL 1 CNPJ 02.291.563/000292; · FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA FILIAL – CNPJ 01.311.661/000605; · PHOENIX ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA – CNPJ 62.400.247/000152; · FLAMINGO ALIMENTOS LTDA FILIAL 2 CNPJ 02.291.563/000454; · FLAMINGO ALIMENTOS LTDA – MATRIZ CNPJ 00.291.563/000101; · ALTA FLORESTA IND. FRIGORÍFICA LTDA – CNPJ 01.994.076/000142; · FRIALTO IND. E COM. DE ALIMENTOS LTDA – CNPJ 02.630.132/000122; · IND. FRIGORÍFICA NORTE COLIDENSE LTDA FILIAL 1 – CNPJ 02.974.627/000250; · FRIGORÍFICO COLIDER LTDA CNPJ 00.135.198/000110; Fl. 546DF CARF MF 6 · FRIGOLIDER IND. E COM. DE ALIMENTOS LTDA – CNPJ 00.897.034/000120; · IND. FRIGORÍFICA NORTE COLIDENSE LTDA – CNPJ 02.974.627/000179; · VILA RICA ALIMENTOS LTDA CNPJ 02.399.553/000194; · FRIGORÍFICO VILA RICA LTDA CNPJ 02.977.200/000124. TÓPICO “DAS AÇÕES FISCAIS” FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA (FRIGORÍFICO QUENTE) Após análise da documentação da empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA foi constatado pela fiscalização que esta empresa vinha praticando atos de sonegação de tributos, ao criar no Município de São José Dos Quatro Marcos/MT duas empresas fantasmas: Flamingo Alimentos Ltda e Amazonas Comércio Ind. Imp. e Exportação Ltda, que funcionavam na realidade com suas atividades comerciais paralelas à empresa FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA, constituído, tecnicamente na gíria contábil, um caixa "2" do FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA. Para confirmar tal fato, a fiscalização procedeu a várias diligências fiscais nesse Município (São José dos Quatro Marcos), onde se situavam as empresas fantasmas, conforme Contrato Social, e, em nenhum momento, conseguiu detectar os sócios das supostas empresas Flamingo Alimentos Ltda e Amazona Comércio Ind. Imp. e Exportação Ltda, sendo que no endereço do Contrato Social os vizinhos informaram que jamais funcionaram tais empresas, inclusive, uma boa parte da população desse Município nos informou que as empresas procuradas pela fiscalização funcionaram dentro da unidade frigorífica da empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Além do mais, os vários depoimentos (Termo de Declaração) prestados aos Ministérios Públicos de Mato Grosso, Federal e Estadual, por exempregados e outras pessoas ligadas ao Grupo Quatro Marcos, confirmam o entendimento da fiscalização. Verificouse também que os sócios dessas empresas fantasmas eram geralmente empregados de uma das empresas do Grupo Quatro Marcos. Outro fato marcante é que as empresas fantasmas exerciam suas atividades comerciais apenas por um lapso de tempo muito curto, em torno de 2 (dois) anos, sem nenhuma instalação frigorífica para realização de abate dos animais, firmando apenas um contrato de prestação de serviço entre as empresas fantasmas e a empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Ademais, os sócios laranjas jamais promoveram a dissolução de direito das empresas fantasmas perante a Junta Comercial nem comunicaram ao INSS a paralisação das empresas. Existiam outras empresas "fantasmas" (de fachada) estabelecidas no Município de São José dos Quatro Marcos/MT, que foram verificadas pela ação fiscal desenvolvida pelo INSS, ano 1996, ensejando inclusive um crédito tributário, o qual foi objeto da lavratura NFLD n° 32.345.3368, lançada no próprio Frigorífico Quatro Marcos Ltda, CNPJ 01.311.661/000109. As empresas Flamingo Alimentos e Amazonas, assim como as empresas fantasmas antecedentes, foram constituídas para funcionarem apenas por um período de tempo, onde uma substituía a outra, e com a finalidade exclusiva de burlar a arrecadação e a fiscalização do INSS. Portanto, a empresa fantasma que aparentemente estava em atividade comercial, de acordo com cada período de tempo, forjava a operação de compra de bovinos e venda de sua respectiva carne, e, posteriormente, depois de praticar a sonegação dos tributos, Fl. 547DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 5 7 desaparecia misteriosamente sem deixar qualquer paradeiro da documentação contábil ou de seus sócios. Diante disso, a carga tributária incidente sobre a produção rural, decorrente da sub rogação das contribuições sociais devidas à Seguridade Social e as destinadas aos terceiros, incidentes sobre a comercialização do produto rural proveniente do produtor rural pessoa física e, na época, do produtor rural pessoa jurídica, era parcialmente sonegada, já que a empresa fantasma realizava um recolhimento pequeno para o INSS, apenas para constar nos arquivos do conta corrente desta instituição e, com esse expediente, não deixava qualquer suspeita de procedimento que ensejasse uma fiscalização. Coincidentemente as empresas fantasmas constituídas no Município de São José dos Quatro Marcos possuíam o mesmo objeto mercantil da empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda e não possuíam capital de giro (conforme Contrato Social), no mínimo, condizente que respaldasse a grande movimentação de abate que empreenderam na sua curta existência, verificada nas Notas Fiscais de Simples Remessas e nos registros do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso INDEA/MT (Guia de Trânsito de Animais GTA). TÓPICO “PROVAS E FATOS QUE COMPROVAM OS RELATOS EXPOSTOS NESTE RELATÓRIO GERAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO Q. MARCOS” a) o abate dos animais das empresas fantasmas era feito com exclusividade nas instalações do Frigorífico Quatro Marcos Ltda; b) as autorizações para a emissão de cheques da Flamingo Alimentos, Amazonas e do Frigorífico Quatro Marcos Ltda são idênticas, pois todas essas empresas utilizam documentos de controle idênticos, além do mais eram assinados pelas mesmas pessoas, sendo pelo "DIRETOR" Sr. Luís Olavo Sabino dos Santos e pelo "FINANCEIRO" Sr. Vanderlei Roberto Stropp Martin, ficando evidenciado que as empresas eram administradas financeira e gerencialmente pelos mesmos diretores do SX Frigorífico Quatro Marcos LTDA. c) as despesas da empresa Flamingo Alimentos Ltda são autorizadas também pelo Sr. Varderlei Roberto Stropp Martin e pelo Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos, que são diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, inclusive os pagamentos das despesas relativas à remuneração dos empregados, do pro labore dos sócios, dos fornecedores etc. d) em 28/07/97, o Sr. Vanderlei Roberto Stropp Martin e o Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos, respectivamente, gerente financeiro e diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, autorizaram o pagamento de despesa da empresa Amazonas, referente aos serviços do Sr. Franklin, no valor de R$ 900,00. e) as testemunhas que aparecem nos contratos (contrato social e alterações; contrato de locação de imóveis) firmados pelas empresas Flamingo Alimentos Ltda e Amazonas são empregados do Frigorífico Quatro Marcos Ltda: Sr. Dalmo Macedo Chaves, Sr. Nilton Carvalho Júnior, Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos e Sr. Vanderlei Roberto Stropp Martin. f) o Sr. Nilton de Carvalho Júnior era procurador da empresa Amazonas e, ao mesmo tempo, era empregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. g) o Sr. Vagner Alberto Gouveia era procurador da empresa Flamingo Alimentos Ltda e, ao mesmo tempo, era empregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Fl. 548DF CARF MF 8 h) as empresas fantasmas não possuem quaisquer bens imobilizados para realização de suas atividades. i) tanto a Flamingo Alimentos quanto a Amazonas, sempre estiveram com endereços ignorados, conforme diligências realizadas in loco e nos órgãos públicos municipais e estaduais. j) as duas empresas fantasmas sempre utilizavam as instalações físicas do Frigorífico Quatro Marcos Ltda para a realização de seus próprios atos comerciais, inclusive para a compra de bovinos. k) o Sr. Luís Olavo Sabino dos Santos, diretorempregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, assinou notas promissórias rurais da empresa fantasma Flamingo Alimentos Ltda, e era, ao mesmo tempo, a pessoa que tomava as decisões comerciais em nome Frigorífico Quatro Marcos Ltda. l) em 09/04/99, o Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier, sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, apôs sua assinatura em documento com o logotipo (emblema; marca) da empresa Flamingo Alimentos Ltda, autorizando inclusive um desconto no preço da carne. m) o Sr. Nilton Carvalho Júnior era quem também fazia as vendas das mercadorias (carnes) relacionadas com a Amazonas Comércio Ind. Imp. e Exportação, inclusive utilizandose do telefone do Frigorífico Quatro Marcos Ltda 2511201. n) o capital social integralizado de constituição das empresas fantasmas é imensamente desproporcional para o volume de compras de animais realizados mensalmente, caracterizando um fato contábil muito vultoso em relação ao seu próprio capital de giro, ficando evidenciado que tanto a Flamingo Alimentos Ltda como a Amazonas Comércio Ind. Imp. e Exportação Ltda não possuíam patrimônio mínimo que lhes permitissem desenvolver as suas atividades. o) as empresas fantasmas não possuíam bens imobilizados para realização de suas atividades, nem ao menos um veículo, um telefone etc, tendo utilizado todos os bens imobilizados do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. p) as duas empresas fantasmas utilizavam sempre as instalações físicas do Frigorífico Quatro Marcos Ltda para a realização de seus próprios atos comerciais, inclusive para a compra de bovinos e venda de carnes; q) os supostos empregados da empresa fantasma Flamingo Alimentos Ltda, Sr. José Zagui e Sr. Jadir José de Oliveira, recebiam salário indireto Cesta Básica – do próprio Frigorífico Quatro Marcos Ltda. r) o sócio "laranja" da empresa fantasma Amazonas Comércio Ind. Imp. E Exportação Ltda, Sr. Pedro Olinto Ribeiro, era na realidade empregado de outras empresas do Grupo Quatro Marcos, na cidade de Colider/MT. s) em depoimento prestado ao Ministério Público Estadual (Termo de Declarações), datado de 05/04/00, a Sra. Rosa Pianezzer Ribeiro, que é esposa do Sr. Pedro Olinto Ribeiro, declarou desconhecer completamente que seu marido era sócio da empresa Amazonas, sendo que a empresa esteve formalmente ativa por mais de dois anos. Fl. 549DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 6 9 t) em 06/12/96, a empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, ao apresentar contestação da NFLD n° 32.344.9816, lançada pelos auditores fiscais do INSS, explica o fato do "sumiço" de documentos da empresa, afirmando a função de motorista do Sr. Pedro Olinto Ribeiro. u) em Termo de Declarações, a Sra. Rosimar Hoesker, expatroa do outro proprietário da firma Amazonas (Sr. Nelson Francisco Barbieri), declarou que ele foi seu funcionário por aproximadamente um ano e recebia um salário em torno de R$ 500,00; e no início de 1998 deixou a empresa. Afirmou, ainda, que conhece o Sr. Nelson Francisco Barbieri desde criança e que sua atual esposa trabalhava para ela como empregada doméstica; disse ainda que nunca tomou conhecimento que o Sr. Nelson tivesse sido proprietário de um Frigorífico, mas sim que ele tinha sido empregado de um Frigorífico; sabe, no entanto, que ele leva uma vida modesta e não tem bens em seu nome. v) foi constatado pela fiscalização que no período de 1997, quando o Sr. Nelson Francisco Barbieri trabalhava para Sra. Rosimar Hoesker, a empresa que estava em seu nome, Amazonas, fez a maior movimentação de compra de bovinos. Constatação verificada nas Notas Fiscais de simples remessa para o Frigorífico Quatro Marcos Ltda: v.1) em 31/01/2000, a empresa Atlântica Brasil Industrial Ltda, CNPJ 60.398.914/000184, compradora de carne do Grupo Quatro Marcos, informou ao Ministério Público Federal e Estadual de Mato Grosso que o responsável pelos contatos para compra de carnes das empresas Amazonas era o Sr. Luis Olavo Sabino dos Santos, diretorempregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, e o telefone de contato era 251 1201, também de propriedade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda; v.2) em 20/08/97, o Sr. Luiz Nanni, controlador das empresas do Grupo Quatro Marcos, enviou um Relatório Preliminar ao Sr. Douglas (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) e ao Sr. Luís Olavo S. dos Santos (diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), mencionando claramente o movimento de caixa da empresa Amazonas AM, com seus respectivos relatos da conciliação bancária, explicitando inclusive as contas movimentadas pela Amazonas. Neste mesmo documento, também, contém instruções de procedimentos para o Frigorífico Quatro Marcos Ltda; v.3) em 07/03/97, o Sr. Luiz Nanni, administrador e controlador do Grupo Quatro Marcos, enviou ao Sr. Vanderlei, diretor financeiro do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, uma solicitação de um boletim financeiro completo, incluindo claramente as empresas: Amazonas e Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Este mesmo documento foi enviado por cópia para o Sr. Douglas Direção SP, sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Os fatos narrados demonstram que as relações comerciais entre as empresas Amazonas Com. Ind. Imp. e Exportação Ltda, Flamingo Alimentos Ltda e Frigorífico Quatro Marcos Ltda possuem a essência, de fato, de um Grupo Econômico, onde as duas primeiras possuem dependência econômica fática em relação ao Frigorífico Quatro Marcos Ltda, dependência esta observada em diversos campos: dependência física/operacional, financeira e de recursos humanos, compreendidas as pessoas responsáveis pela administração, principalmente na pessoa do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier, mantendo ligação administrativa umas com as outras, vinculandose aos negócios e aos interesses em comum das empresas envolvidas. Fl. 550DF CARF MF 10 TÓPICO “ALTA FLORESTA IND. FRIGORÍFICA LTDA (EMPRESA QUE TEM COMO SÓCIO O SR, DOUGLAS); E FRIALTO IND. E COM. DE ALIMENTOS LTDA (EMPRESA DE FACHADA)” Foi constituída, no Município de Alta Floresta/MT, a empresa Alta Floresta Ind. Frigorífica Ltda, em 24/07/97, como uma unidade frigorífica para o abate de bovinos e, paralelamente, em 01/06/98, foi constituída uma empresa de fachada, a Frialto Ind. E Comércio de Alimentos Ltda. Esta firmou um contrato de arrendamento de toda a unidade frigorífica daquela. A empresa Alta Floresta jamais exerceu a atividade do objeto mercantil estabelecido no Contrato Social e assim que a empresa terminou a construção civil da obra da sua unidade frigorífica, surgiu imediatamente uma outra empresa (Frialto), com o mesmo objetivo mercantil, com o mesmo endereço e sob administração financeira e gerencial do Grupo Quatro Marcos. Diante disso, a fiscalização verificou que, na realidade, a Frialto foi constituída para servir de anteparo para a empresa Alta Floresta, ou seja, aquela era apenas uma empresa de fachada, com a finalidade exclusiva de burlar a fiscalização, ao chamar a carga tributária sobre si e desaparecendo posteriormente. Nesse contexto, apresenta os seguintes elementos de provas: 1) na empresa Alta Floresta Ind. Frigorífica Ltda consta no seu contrato social, como um dos sócios fundadores, o Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda). 2) apesar de existir um contrato de arrendamento somente das unidades frigoríficas, a firma Frialto é quem paga as várias despesas da Alta Floresta, evidenciando que na realidade eram uma única empresa, administrada pelos sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. 3) em Romaneio de Abate, 30/11/98, da empresa Frialto, houve simulação de venda de 357 cabeças de bovinos para o Sr. Newton Vieira Barbosa; porém, o pagamento foi feito ao Sr. Luiz Olavo Sabino dos Santos (diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), como adiantamento de R$ 47.946,40 e ao Sr. Sebastião Bueno Xavier, Sr. Chico (pai do Sr. Douglas, sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), no valor de R$ 57.558,58. Esse é outro fato que evidencia a dependência da Frialto com o Frigorífico Quatro Marcos Ltda, intitulada nas pessoas do seu diretor e do seu sócio. 4) na administração da empresa fantasma Frialto o Grupo Quatro Marcos tinha a ajuda do Sr. Clodiomar Birtche (conhecido na região como "KOI"), que aparece ao mesmo tempo como sócio no contrato social da Alta Floresta Ind. Frigorífica Ltda. Diante disso, constatouse que a empresa Frialto Ind. e Com. de Alimentos Ltda faz parte de um grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos), no qual há a lesão aos cofres públicos, utilizandose da criação de empresas de "fachada" ("fantasmas"), juntamente com os seus respectivos sócios "laranjas", com o fim exclusivo de servir de anteparo para a incidência de tributos e que após algum tempo se esvaem misteriosamente sem arcar com as contribuições sociais devidas à União. TÓPICO “O.C.A. COMERCIAL LTDA (NOVA DENOMINAÇÃO SOCIAL DO FRIGORÍFICO COLIDER LTDA), EMPRESA EM NOME DO DIRETOR E SÓCIO DO FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA; FRIGOLIDER IND. E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA (EMPRESA DE FACHADA); IND. FRIGORÍFICA NORTE COLIDENSE LTDA (EMPRESA DE FACHADA)” Fl. 551DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 7 11 A empresa Frigorífico Colider Ltda foi constituída no Município de Colider/MT, em 04/08/94, como uma unidade frigorífica para o abate de bovinos e, paralelamente, em 01/12/95, foi constituída uma outra empresa de fachada a Frigolider Ind. E Comércio de Alimentos Ltda. A primeira empresa firmou um contrato de arrendamento de toda a sua unidade frigorífica com a segunda. A empresa Frigorífico Colider Ltda jamais exerceu a atividade do objeto mercantil estabelecido no seu contrato social e assim que a empresa terminou a construção civil da obra da unidade frigorífica, surgiu imediatamente a empresa de fachada (Frigolider) com o mesmo objetivo mercantil, com o mesmo endereço e sobre administração financeira e gerencial do Grupo Quatro Marcos. Na realidade, a Frigolider foi constituída para servir de anteparo ao Frigorífico Colider Ltda e ao Frigorífico Quatro Marcos Ltda, com a finalidade exclusiva de burlar a fiscalização. No Município de Colider, assim que começaram a desenvolver as ações fiscais da Secretaria de Fazenda, acompanhadas pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso, no Grupo Quatro Marcos, em 04/99, a empresa de fachada Frigolider desapareceu imediatamente, juntamente com os seus sócios laranjas, sem deixar qualquer paradeiro, surgindo imediatamente outra empresa de fachada, a Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda Fricol, com mesmo objeto mercantil, mesmo endereço, mesmo quadro pessoal de empregados e com os mesmos diretores e administradores das anteriores, ou seja, o Grupo Quatro Marcos, com a ajuda da família "Birtche" (Sr. Creudevaldo Birtche), era quem administrava financeira e gerencialmente a Frigolider e a Fricol. Apresenta as seguintes provas sobre os fatos: 1) no período de 12/95 a 03/99 atuava uma empresa de fachada, Frigolider Indústria e Com. de Alimentos Ltda, que desapareceu misteriosamente, juntamente com os sócios, após o início dos trabalhos do fisco estadual SEFAZ/MT. O seu sócio laranja, Sr. Edson Carlos Padilha, continuou recebendo remuneração (salário e cesta básica) da firma Fricol. 2) de 04/99 em diante, após o desaparecimento da Frigolider Ind. e Com de Alimentos Ltda, surgiu imediatamente uma outra empresa de fachada, a Indústria Frigorífica Norte Colidense Ltda Fricol sendo que os seus sócios fazem parte da família Birtche que pelos elementos levantados, podese considerálos como "testa de ferro" do Grupo Quatro Marcos. 3) o Sr. Pedro Olinto Ribeiro, sócio laranja da empresa fantasma Amazonas, que funcionou como um "CAIXA 2" do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, sempre recebeu, no Município de Colider, remuneração das duas empresas de fachada do Grupo Quatro Marcos, quais sejam: Frigolider e Fricol. 4) as despesas do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier, sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, referente à Fazenda Santa Laura eram pagas pela empresa de fachada Fricol. 5) o Sr. Carlos Roberto Dutra Bandeira, que desapareceu misteriosamente com a documentação da Frigolider, na qual era sócio laranja, recebeu dinheiro da Fricol referente à venda de bovinos. Os bovinos são de propriedades de outras pessoas, alternando entre pessoa física e jurídica, mas quem recebe o dinheiro é o Sr. Carlos Roberto Dutra Bandeira. 6) Em 27/09/99, o Sr. Carlos R. D. Bandeira recebeu R$ 22.566,03 da firma Fricol, referente à venda de bovinos de propriedade da Agropecuária Vale Carapa Ltda. Fl. 552DF CARF MF 12 7) Em 27/09/99, o Sr. Carlos R. D. Bandeira recebeu R$ 3.648,97 da firma Fricol, referente à venda de bovinos de propriedade do Sr. Roberto Calozari e outros. 8) Em 06/01/00, novamente o Sr. Carlos R. D. Bandeira recebeu R$ 5.000,00 da firma Fricol, referente à venda de bovinos de propriedade do Sr. Oscar Nunes da Silva. Após verificação dos documentos da Frialto Ind. e Com. de Alimentos Ltda, encontrouse um "cartão" da empresa “Círculo Quatro Compra e Transporte de Bovinos” onde se percebe que o Sr. Carlos Roberto Dutra Bandeira mora no mesmo endereço da Sra. Cleonice Birtche Bandeira. O mesmo foi um comprador de bovinos na região de Colider, provavelmente do Grupo Quatro Marcos, e jamais dono de qualquer Frigorífico. A firma Fricol, ao pagar os fornecedores de bovinos, deposita o dinheiro diretamente na conta do Sr. Luís Olavo Sabino Santos, diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, caracterizando simulação do Grupo Quatro Marcos, pois uma pessoa empresta o nome para aparecer na nota fiscal e outra recebe o dinheiro. Estes documentos constatados pela fiscalização totalizaram um valor de R$ 183.964,36 depositados diretamente na conta do Sr. Luís Olavo. Novamente, a firma Fricol, ao pagar os fornecedores de bovinos, deposita o dinheiro diretamente na conta do Sr. Sebastião Bueno Xavier, pai do Sr. Douglas sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Em 04/10/99, a firma Fricol pagou as despesas de carne do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, filial de Jandira/SP, depositando o dinheiro diretamente na conta do Sr. Tupanangil Tricai Magalhães, na época Diretor desta filial. Em 09/11/99, a firma Fricol, realizou novo pagamento de despesas diversas do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, filial Jandira/SP, depositando o dinheiro diretamente na conta corrente do Sr. Tupanangil Tricai Magalhães, na época Diretor desta filial. Estes dois documentos (doc. 6.2.g e doc. 6.2.h) evidenciam claramente que os diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, além de exercerem um controle na parte gerencial, também exerciam um controle na parte financeira das empresas de fachada. Ademais, esses documentos também comprovam que a contabilidade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda jamais espelhou a realidade, pois o fato do dinheiro ser depositado diretamente na conta corrente do diretor e não na conta corrente da empresa, evidencia um fato completamente contrário à legislação fiscal e comercial, constituindo motivo de desconsideração da contabilidade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, como deflui do § 6º do artigo 33 da Lei nº 8.212/91, e do art. 235 do Regulamento da Previdência Social RPS aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. A firma Fricol, em 15/07/99, efetuou o pagamento de despesas de locomoção à cidade de SINOP/MT para o Escritório Universal, relacionando todas as empresas do Grupo Quatro Marcos no Município de Colider/MT, inclusive pagando despesas de todas elas indistintamente. Em diligência fiscal realizada em 05/04/2000, juntamente com os Fiscais de Tributos Estadual FTE/MT, encontrouse nas dependências da empresa Fricol vários documentos referentes aos Certificados de Registros e Licenciamentos de Veículos das Sras. Susete Jorge Xavier e Rosana Jorge Xavier e do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier, sócios dos Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Em 09/09/99, o Sr. Luiz Olavo Sabino dos Santos, diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, determinou ao Sr. Tucura (Creudevaldo Birtche), um dos sócios da Fricol, que este efetuasse o depósito na conta corrente do Sr. Pedro Bernardo dos Santos, o mais rápido possível. Fl. 553DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 8 13 Para explicar o fato de que uma empresa precede a outra, no caso em tela, a firma Fricol sucede à Frigolider; as despesas desta, referente ao mês de abril, foram pagas pela primeira. O fato comprovado nestes documentos é que as empresas de fachada foram constituídas para funcionarem apenas por um lapso de tempo e desaparecem misteriosamente, surgindo imediatamente outra empresa de fachada. Exemplificando, no início do mês abril/99 de fato a Frigolider deixou de exercer suas atividades comerciais e surge a Fricol, no mesmo endereço, mesmo objeto mercantil, mesmo quadro pessoal e administrada pelos sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Em 07/04/99, a firma Fricol depositou diretamente na conta corrente do Sr. Nilton do Amaral, empregado do Grupo Quatro Marcos, o valor de R$ 1.080,00 referente à despesa de manutenção do P.A.B.X. realizada pela empresa Telefonia Engenharia de Telecomunicações Ltda, comprovando que o Sr. Nilton do Amaral pagava as despesas das empresas de fachada na cidade de Cuiabá/MT e, posteriormente, prestava conta ao controlador do Grupo Quatro Marcos (Sr. Luiz Nanni) que autorizava o ressarcimento. No período de 16/09/99 a 30/09/99, os empregados do Grupo Quatro Marco dos Municípios de São Paulo e Alta Floresta prestaram serviços em Colider/MT, na firma Fricol. Este fato demonstra de maneira clara que se trata de um grupo econômico de fato, pois os empregados de uma localidade são deslocados para prestar serviços em outra unidade frigorífica, no setor de desossa. Alerta a fiscalização que a firma Fricol iniciou suas atividades comerciais a partir do mês 04/99 e o documento demonstra que os empregados foram admitidos no ano de 1998. O Sr. Ronaldo A. dos Santos da Rocha, empregado do Frigorífico Colider Ltda (posteriormente denominado de O.C.A. Comercial Ltda) enviou documentos da firma Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda Fricol para o Sr. Paulo Medeiros, o Sr. Gerson Medeiros e Audicontabil Auditores Independentes S/C, respectivamente, advogados e prestador de serviço da Fricol, caracterizando mais uma vez que tanto a Fricol como a O.C.A. Comercial Ltda pertencem aos mesmos sócios. A empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos foi constituída em nome de sócios laranjas, ou seja, pessoas físicas que emprestaram o nome para fazer parte do contrato social da empresa, quando, na realidade, eram apenas empregados da própria Frigolider ou de outra empresa do Grupo Quatro Marcos. O suposto sócio Sr. Edson Carlos Padilha sempre foi empregado do Grupo Quatro Marcos. No notebook (máquina de informática) apreendido pelos Fiscais de Tributos Estadual MT existem arquivos onde pode se ver claramente que as suas despesas de remuneração (salários) estão registradas junto com os demais empregados da empresa; neste mesmo arquivo também existem registros específicos de pro labore para o Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier juntamente com o seu pai Sr. Sebastião Bueno Xavier (Sr. Chico), que, de fato, eram sócios do Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda. Em 01/04/1996, o suposto sócio, Sr. Edson Carlos Padilha, foi admitido na empresa Frigolider com uma remuneração mensal de R$ 395,87, e em 02/12/1996 aparece como sócio dessa mesma empresa, onde, observando o princípio da primazia da realidade, verificase como sócio "laranja". Ademais, no período de 05/1993 até 02/1996 esse sócio "laranja" trabalhou na empresa Indústria de Móveis 3 Irmãos, CNPJ 82.767.641/000130, como empregado na função de auxiliar de produção e de lustrador, sendo que o seu último salário foi de R$ 314,60 mensais. Fl. 554DF CARF MF 14 Outro fato marcante foi a constatação de que após a paralisação de fato da empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, o Sr. Edson Carlos Padilha continuou recebendo remuneração (salário em pecúnia e salário indireto) de outra empresa de fachada, Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda – Fricol, como segurado não inscrito no Regime Geral de Previdência Social RGPS, utilizando o artifício de "FRICOL U", sendo que na competência 12/1999 recebeu R$ 1.035,00 e apôs sua assinatura no recibo de pagamento; os salários indiretos foram constatados na listagem do sacolão (cesta básica) onde também apôs sua assinatura. Os sócios efetivos das empresas relatadas no Tópico VI do Relatório Geral são: o Sr. Sebastião Bueno Xavier, o Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier e o Sr. Creudevaldo Birtche. Diante disso, conclui a fiscalização que as empresas Frigorífico Colider Ltda (hoje O.C.A. Comercial Ltda), Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda e a Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda (Fricol) fazem parte de um mesmo grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos), no qual há a lesão os cofres públicos, utilizandose de empresas de "fachada" ("fantasmas"), juntamente com os seus respectivos sócios "laranjas". TÓPICO “VILA RICA ALIMENTOS LTDA (EMPRESA QUE TEM COMO UM DOS SÓCIOS O SR. DOUGLAS) E FRIGORÍFICO VILA RICA LTDA (EMPRESA DE FACHADA)” Foi constituída no Município de Vila Rica/MT a empresa Vila Rica Alimentos Ltda, em 01/01/98, como uma unidade frigorífica para o abate de bovinos e, paralelamente, em 10/02/99, foi constituída a empresa de fachada Frigorífico Vila Rica. Aquela empresa firmou um contrato de arrendamento de toda sua unidade frigorífica com esta. A empresa Vila Rica Alimentos Ltda jamais exerceu a atividade do objeto mercantil estabelecido no contrato social e, assim que a empresa terminou a construção civil da obra da sua unidade frigorífica, surgiu imediatamente a empresa de fachada (Frigorífico Vila Rica Ltda), com o mesmo objetivo mercantil, com o mesmo endereço e sobre administração financeira e gerencial do Grupo Quatro Marcos. Diante disso, a fiscalização verificou que na realidade a empresa Frigorífico Vila Rica Ltda foi constituída para servir de anteparo à Vila Rica Alimentos Ltda, com a finalidade exclusiva de burlar a fiscalização, já que aquela não tem qualquer bem econômico registrado em seu nome para pagar os tributos sonegados. Constatouse, através de diligência fiscal realizada no Município de Vila Rica/MT, que a empresa Vila Rica Alimentos Ltda nunca funcionou no endereço do seu contrato social. O proprietário do imóvel (Sr. José Manoel Garcia, RG: 11.636.844 SSP/SP) onde deveria funcionar a empresa informou "que apenas manteve um contato com os proprietários desta empresa em 1998, mas jamais a mesma funcionou neste endereço: Avenida Brasil 38 A, Centro, Vila Rica/MT, nem em outro endereço dentro da cidade de Vila Rica". TÓPICO “PROVAS GERAIS DO GRUPO QUATRO MARCOS” Depois de várias diligências fiscais nos Municípios de atuação do Grupo Quatro Marcos, arrecadouse diversos documentos que comprovam, de maneira lúcida e transparente, o envolvimento dos sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, com as empresas de fachadas (ou fantasmas) Amazonas, Frigolider, Flamingo, Fricol, Frialto e Frigorifico Vila Rica. Além disso, existem diversos documentos apreendidos pelos Fiscais de Fl. 555DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 9 15 Tributos Estadual de Mato Grosso FTE/MT, aos quais teve acesso a fiscalização do INSS, que confirmam os fatos relatados no Relatório Geral. A fiscalização lista as seguintes provas: 1) As despesas de manutenção das empresas de fachada (ou fantasmas) eram administradas pelo Sr. Luis Nanni (controlador do Grupo Quatro Marcos). Em documento aprendido pelos FTE/MT (doc. 8.1), o Sr. Nilton do Amaral, empregado do Grupo Quatro Marcos, apresenta ao Sr. Luiz Nanni Relação de Prestação de Contas, mês 05/99, das despesas que teriam sido efetuadas com as seguintes empresas: Flamingo: aluguel da sala 403, R$ 500,00 (05/05/99); pagamento de telefone, R$ 449,93 (10/05/99); Frigolider: pagamento de telefone, R$ 42,42 (10/05/99); Amazonas: aluguel da sala, R$ 301,59 (03/05/99); Sr. Douglas, sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda: pagamento de registro de arma, R$ 686,00 (14/05/99); Sra. Rosana Jorge Xavier: despesas de sedex, R$ 14,70 (14/05/99). Nesta mesma relação de prestação de contas há a provisão de pagamento dos salários da Sra. Sandra e Sra. Celiane, respectivamente, empregadas da Flamingo e Frigolider, e também provisão do pagamento de energia elétrica das empresas Amazonas, Flamingo e Frigolider, e também da energia do Edifício Marselha, onde o Sr Sebastião Douglas Sorge Xavier reside. 2) A empresa Phoenix, através do controlador Sr. Luiz Nanni, envia aos empregados do Grupo Quatro Marcos, o Sr. Vanderlei (na época diretor financeiro do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) e o Sr. Nilton do Amaral (na época empregado na função de Contador do Frigorífico Colider Ltda), instruções de procedimentos às firmas Amazonas e Frigolider, ambas empresas de fachada (ou fantasmas). Assim, considerando que o Sr. Nilton do Amaral era empregado do Frigorífico Colider Ltda, não há como entender o fato dele receber instruções do Sr. Luiz Nanni orientando na elaboração de Relatórios Financeiros e de Vendas (doc. 8.2.a e doc. 8.2.b) da firma Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, com a qual o Sr. Nilton do Amaral não possuía qualquer vínculo empregatício. Em 24/02/97, o Sr. Luiz Nanni enviou carta ao Sr. Vanderlei e ao Sr . Nilton do Amaral, contendo instruções de como proceder na elaboração de Boletim Financeiro. No rodapé do documento consta a observação de que foi enviada cópia ao Sr. Douglas Direção SP, sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda (doc. 8.2.a.). Salta aos olhos da fiscalização que a empresa Frigolider recebe instruções de preenchimento de documentos da Phoenix de São Paulo, porém não está constituída em nome do Sr. Douglas ou qualquer outra pessoa de sua família. Diante disso, só existiria uma explicação : a Frigolider é uma empresa de fachada, sendo efetivamente administrada pelo Sr. Douglas. Em 07/03/97, o Sr. Luiz Nanni enviou carta ao Sr. Vanderlei Chefia de Escritório FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA contendo instruções de como proceder na elaboração de Boletim Financeiro, solicitando inclusive que a separação deve englobar as empresas Frigorífico Quatro Marcos Ltda e Amazonas. No rodapé consta a informação de que foi enviada cópia ao Sr. Douglas Direção –SP (doc. 8.2.b.). Em carta datada de 01/04/97, proveniente da empresa Phoenix de Jandira/SP, consta o seguinte: "DE: Luiz Nanni Administração SP" para "Srs. Vanderlei Ger. Adm. Financeira FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA/AM e Newton – Depto Contabilidade Frigolider", envia instruções de como proceder no Relatório de Vendas. Em anexo a essa carta, o Sr. Luiz Nanni envia um modelo contendo as vendas do dia 29/03/97 da firma Amazonas. Neste documento (doc. 8.2.c), além de instruir a firma de fachada Frigolider, a Phoenix passa instruções para a Amazonas, representada pelo Sr. Fl. 556DF CARF MF 16 Vanderlei Roberto Stropp Martin, Diretor e Gerente Financeiro do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Novamente, no rodapé consta a informação de que foi enviada cópia para o Sr. Douglas. Em 09/07/97, o Sr. Vanderlei enviou ao Sr. Luiz Nanni um documento, através de facsímile, com uma minuta de contrato a ser firmado com o Carrefour e, em letra manuscrita, escreveu um bilhete "A/C Sr. LUIZ NANNI FAVOR VERIFICAR SE DEVE SER ASSINADO ENTRE AMAZONAS X CARREFOUR" (constatação do Sr. Vanderlei pela assinatura). Em outro bilhete apenso, manuscrito e assinado pelo Sr. Luiz Nanni, a resposta: "VANDERLEI: ASSINAR 10/07 Douglas autorizou". Em suma, o Diretor e Gerente Financeiro do Frigorífico Quatro Marcos Ltda pergunta ao Controlador do Grupo Quatro Marcos se a Amazonas deve assinar o Contrato com Carrefour (doc. 8.2.d.). 3) A extelefonista da Frigolider e exsecretária da Flamingo, Sra. Adriana Guedes, afirmou que os sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, juntamente com a família Birtche (Sr. Creudevaldo Birtche), administravam efetivamente as empresas de fachada e confirmou também a relação com o Sr. Luiz Nanni (doc. 8.3). 4) A exsecretária da Frigolider, Sra. Celiane da Costa Bispo, afirma em Termo de Declaração que o Sr. Nilton do Amaral administrava a Frigolider e a Flamingo (doc. 8.4). O Sr. Nilton do Amaral é funcionário contratado pelas empresas do Grupo Quatro Marcos. 5) O Sr. Napoleão Mendes Neto, empregado da Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, CNPJ 00.897.034/000120, afirmou em Termo de Declarações também o envolvimento do Sr. Sebastião Xavier ("Chico"), Sr. Douglas e da família Birtche com as empresas de fachada. 6) Em vários depoimentos constantes nos Termos de Declarações, prestados ao Ministério Público Estadual, os Srs. Antonio Claudemir Zirondi, Jose Alves Barbosa, Ricardo Rezende e Maria Ester da Paz Silva confirmam a constatação e composição do Grupo Quatro Marcos. Também afirmam nos Termos de Declarações quem são os efetivos proprietários das empresas de fachada (doc. 8.6). 7) Os contatos para compra de carnes das empresas que fazem parte do Grupo Quatro Marcos, ou seja, os clientes do grupo, eram feitos através de sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Em diligência fiscal realizada na firma Frigorífico Quatro Marcos Ltda, constatouse na documentação contábil da empresa que o telefone (011) 7929 3588 pertencia à firma Phoenix Adm. e Participações Ltda, que tem como sócias as irmãs do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda). Porém, as despesas desse telefone são pagas pela filial do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, em Jandira/SP. Em ofício datado de 17/12/99, a COOP Cooperativa de Consumo, CNPJ 57.508.426/000144, afirmou que o contato para compra de carnes do Grupo Quatro Marcos, do qual fariam parte os seguintes frigoríficos: Frigorífico Quatro Marcos Ltda, Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, Amazonas Com. Ind. Imp. e Exportação Ltda, Pontal do Araguaia Alim. Ltda, Flamingo Alimentos Ltda, Frialto Ind. Com. de Alimentos Ltda, Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda e Frigorífico Vila Rica Ltda, era efetuado com o Sr. Tupanangil Tricai Magalhães (conhecido como "Tupã" ou "Tupã Magalhães"), que era Diretor da filial do Frigorífico Quatro Marcos Ltda em Jandira/SP e, ao tempo da fiscalização, Diretor da matriz Frigorífico Quatro Marcos Ltda, no telefone (011) 79293588 (doc. 8.7.a). Em ofício datado de 25/02/2000, a empresa Saito & Saito Supermercado Ltda afirma que as compras de carne tanto da Flamingo como da Frigolider eram realizadas com o vendedor Sr. Tupanangil Fl. 557DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 10 17 Magalhães (fone: 011 79293588) (doc.8.7.b). Em ofício de 28/02/2000, a empresa Ralimar Distribuidora de Miúdos Ltda atesta que as compras de carne das firmas Fricol, Frigolider e Frigorífico Quatro Marcos Ltda eram realizadas no mesmo telefone (011 79293588), com as seguintes pessoas: Cláudia, Davilson e Tupã (doc. 8.7.c). A empresa Carrefour atestou que o próprio Sr, Sebastião Douglas Sorge Xavier (sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) era o contato para as compras de carne que realizou com as firmas Amazonas, Frigolider e Frigorífico Quatro Marcos Ltda, no telefone (011) 79293588. Já as compras do Flamingo Alimentos e as algumas do Frigorífico Quatro Marcos Ltda foram realizadas com Sr. Tupã, no mesmo telefone (doc.8.7.d). Em 09/03/2000, a firma Espetinho Churra Bom Ltda atestou que o entreposto das empresas Frigorífico Quatro Marcos Ltda, Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, Frialto Ind. Com. Alimentos Ltda e Amazonas Com. Ind. Imp. Exp. Ltda era realizado no mesmo endereço (Rua Pureza Marques de Oliveira, 83 Distrito Industrial Pres. Wilson, Jandira/SP) (doc. 8.7.e). Este endereço é o da filial do Frigorífico Quatro Marcos Ltda e o mesmo endereço onde funcionou uma filial da firma Flamingo Alimentos Ltda. Em 29/02/2000, a firma Olhos D'Agua Ind. e Comércio de Carnes Ltda atestou que as compras de carne dos Frigoríficos: Guaray Comércio Ind. Exp. e Imp. Ltda, Frigorífico Quatro Marcos Ltda, Flamingo Alimentos Ltda, Amazonas Com. Ind. Imp. E Exportação Ltda, Frigolider Industria Comércio de Alimentos Ltda, Frialto Ind. e Comércio de Alimentos Ltda, Fricol Industria Frigorífica Norte Colidense Ltda e Frigorífico Vila Rica Ltda eram efetuadas diretamente no frigorífico em seu escritório em São Paulo através do telefone (11) 79293588 com as seguintes pessoas: Claudia, Jose Roberto, Douglas, Freitas, Dante e Tupã (doc 8.7.f). 8) Em carta datada de 27/05/98, o Sr. Luiz Nanni (controlador do Grupo Quatro Marcos) afirmou para o Sr. Vanderlei Gerente Administrativo e financeiro GAF do FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA que estava enviandolhe a alteração contratual da empresa Guaray novo endereço feita na JUCEMAT. (doc. 8.8). A Guaray (CNPJ 74.075.268/000129) é empresa fantasma antecessora da Amazonas que também desapareceu misteriosamente após a fiscalização do INSS em 1996 (NFLD DEBCAD nº 32.345.3368). É inexplicável o fato do Sr. Vanderlei e do Sr Douglas receberem alteração contratual original de empresa que está com suas atividades de fato encerradas, não tendo nenhum vinculo com Frigorífico Quatro Marcos Ltda. No rodapé desta carta consta que foi enviada cópia para arquivo (Sr. Douglas). 9) A confusão entre as empresas que compõem o Grupo Quatro Marcos era tão grande que o Frigorífico Colider, CNPJ 00.135.198/000110, identificase com o CNPJ da Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda (CNPJ 00.897.034/000120), ao apresentar demonstrativos contábeis para a obtenção de Certidão Negativa de Débitos CND junto ao INSS. (doc. 8.9). Neste mesmo documento o Sr. Nilton do Amaral assina como contador do Frigorífico Colider Ltda. 10) Em ofício de 04/07/2000, o Sr. Franklin Nogueira Hoyer, Cmt. Do CINDACTA I, atestou que a aeronave PTWSX de propriedade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda realizou vários vôos para Alta Floresta/MT, no período de 01/01/97 a 31/12/99 (doc. 8.10). A aeronave era utilizada pelo Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier (sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) para a realização das visitas e vistorias das empresas de Fl. 558DF CARF MF 18 fachada nos Municípios de Alta Floresta/MT e Colider/MT. Neste Município não há aeroporto para pouso de aeronaves, por isso que no relatório do CINDACTAI não o consta. Ficou evidenciado que no mínimo uma ou duas vezes o Sr. Douglas e/ou algum Diretor do Frigorífico Quatro Marcos Ltda iam a Alta Floresta e Colider. Corroborando este entendimento a respeito do uso da aeronave, o Sr. Napoleão Mendes Neto afirmou em Termo de Declarações (doc. 8.5) que: o Sr. Douglas e o Sr. Chico vinha para esta cidade (Colider) de avião. 11) A Sra. Adna Pereira da Silva, exsecretária do Sr. Paulo Pitaluga e ex empregada da Flamingos Alimentos Ltda, afirma em Termo de Declaração que "...a empresa Flamingo aparentemente não desenvolvia nenhuma atividade comercial, pois não vendia nada e nem comprava, não recebia mercadoria e nem despachava...” (doc. 7.11). Neste mesmo documento a Sra. Adna Pereira da Silva afirmou que a empresa Flamingo era de propriedade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda e que o Sr. Luiz Nanni trabalhava junto com o Sr. Douglas e por vezes vinha ao escritório em Cuiabá. Também afirmou que o Sr. Paulo Pitaluga, Sr. Nilton do Amaral e o Sr. Luiz Nanni diziam claramente que o proprietário de todas as empresas era o Sr. Douglas juntamente com o seu pai conhecido por "Chico". 12) A imobiliária Âncora Locação de Imóveis Ltda, representada pelo Sr. Marco Antônio Tolentino de Barros, afirmou que a funcionária da Flamingo era quem fazia o pagamento do aluguel da Amazonas e da Frigolider. Em depoimento à Delegacia Especializada de Polícia Fazendária, o gerente de locação da Imobiliária Ancora declara que os aluguéis da sala da Amazonas e outros problemas eram resolvidos com a funcionária da Flamingo Alimentos Ltda, Sra. Adriana, e que era ela também que mantinha contato sobre qualquer problema com a sala alugada para a empresa Frigolider (doc.8.12). Neste mesmo documento, o referido gerente declarou, ainda, que quem procurou a Âncora para alugar uma sala para funcionamento da firma Amazonas foi Sr. Paulo Pitaluga e que jamais conheceu os seus respectivos sócios, como também não conheceu os sócios da Frigolider. 13) Vários boletins financeiros, cartas e atas de reuniões, aprendidos pelos Fiscais de Tributos Estadual/MT, comprovam o relacionamento do Sr. Luiz Nanni na controladoria do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, bem como o seu relacionamento direto com Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier no controle do Grupo Quatro Marcos (doc 8.13). 14) Outro fato que deixa transparente a formação do Grupo Quatro Marcos grupo econômico de fato foram dois fax urgentes enviados pela empresa Audicontábil, datados de 08/08/97 e 13/08/97, para a empresa Frigorífico Colider Ltda, à atenção do Sr. Nilton do Amaral Contabilidade, que era empregado da Ind. de Couros e Insumos Colider Ltda, onde o mesmo recebeu informações sigilosas referente aos projetos da SUDAM tanto do Frigorífico Quatro Marcos Ltda como também do Frigorífico Colider Ltda (doc. 8.14). 15) Em fiscalização realizada pelo INSS na empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, ano 1996, NFLD DEBCAD no 32.344.9883, o Sr. Nilton do Amaral já informava a dependência e o envolvimento desta empresa com Frigorífico Quatro Marcos Ltda, quando no Relatório Fiscal os Srs. Auditores Fiscais discorrem: "...entramos em contato com o Sr. Nilton do Amaral e este nos informou de que iria contactar com o Frigorífico Quatro Marcos para saber quem havia retirado tais documentos e onde estavam." (doc. 8.15). 16) Durante diligência fiscal desenvolvida pelos Fiscais de Tributos Estadual FTE/MT, realizada em 27/05/99, o Sr. Nilton do Amaral foi flagrado tentando fugir com documentos das empresas Amazonas, Frigolider e Flamingo. A FTE Sra. Wilce flagrou o Sr. Nilton do Amaral, acompanhado de outra pessoa não identificada, tentando fugir com diversos Fl. 559DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 11 19 documentos que já estavam no porta malas do carro que se encontrava no estacionamento ao lado do Edifício Master Center, onde a Amazonas alugava uma sala. Estranhamente, havia documentos de 03 firmas, aparentemente distintas, Amazonas, Frigolider e Flamingo (doc. 8.16). 17) Durante diligência fiscal realizada em 25/05/99 pela fiscalização estadual MT, na sala alugada pela firma Flamingo, também foi feita a apreensão de uma máquina de informática (notebook), que estava em poder do Sr. Nilton do Amaral, a qual tinha um programa específico para a contabilidade da empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda (doc. 8.17). 18) As empresas que compõem o Grupo Quatro Marcos utilizam o mesmo modus operandi para dar sumiço misteriosamente em sua documentação fiscal. Em 30/07/1996, o Sr. Carlos Eduardo de Oliveira Sebim registrou um Boletim de Ocorrência afirmando que toda a documentação da Amazonas foi furtada de um veículo, sendo que este era de propriedade do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. É inexplicável o fato da documentação estar dentro de um veículo do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. (doc. 8.18). Em 11/05/99, o Sr. José Zagui compareceu ao Departamento de Polícia Militar DPM de São José dos Q. Marcos e relatou que todos os documentos da Flamingo foram furtados de um veículo. (doc. 8.18). No Relatório Fiscal da NFLD DEBCAD no 32.344.9883, os Srs. Auditores Fiscais relatam que a firma Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda também não apresentou qualquer documentação fiscal (doc. 8.15). Em 20/12/96, a firma Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda tornou público, em Diário Oficial de Mato Grosso, que foram furtados do interior de um veículo vários documentos fiscais e contábeis (doc. 8.18). Em 21/01/91, o Sr. Moisés Ferreira Borges, empregado do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, compareceu à Delegacia de Polícia de São J. Q. Marcos e registrou uma Ocorrência Policial n° 20/91. Na época, afirmou que os documentos da empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda tinham sido destruídos em acidente de veículo, seguido de incêndio (doc. 8.18). 19) Corroborando ainda mais com entendimento de que os diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda também administravam as empresas de fachada (ou fantasmas), em 28/10/98, a Sra. Adriana "DRI", exsecretária da firma Flamingo, mandou um bilhete ao Sr. Vanderlei (diretor financeiro do FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS LTDA), para que o mesmo providenciasse o pagamento da energia elétrica da firma Amazonas (doc. 8.19). 20) A participação do Sr. Douglas (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), no comando das empresas de fachada do Grupo Quatro Marcos, é tão evidente que, em 18/12/97, o Fundo de Aperfeiçoamento dos Serviços Jurídicos da Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso FUNJUS ao receber a importância de R$ 50,00 da firma Frigolider Ind. Fl. 560DF CARF MF 20 Com. de Alimentos Ltda, incluiu também claramente o nome do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier e da sua irmã Sra. Rosana Jorge Xavier (doc. 8.20). 21) Os elementos que comprovam o grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos) são tão evidentes, que a firma Fricol chega a pagar as despesas de estadas do Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) e do Sr. Francisco Sérgio B. Figueiredo (suposto sócio do Frigorífico Vila Rica Ltda) na cidade de Colider, quando estes vão administrar as unidades frigoríficas da região. Inclusive, no movimento de caixa (Banco c/c 06384), aparece de maneira expressa o débito dessas despesas (Saídas) referente às Despesas Adm. Viagens e Estadas, lançamento 6147 (doc. 8.21.a). Em 02/10/99, a firma Fricol pagou as despesas de estadas do Sr. Douglas (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), referente aos dias: 26 a 27/08/99 e 23 a 24/09/99; neste mesmo dia também pagou as despesas de estadas do Sr. Francisco S. B. Figueiredo (Frigorífico Vila Rica Ltda) referente aos dias 21 a 22/09/99 (doc. 8.21.b). Este documento demonstra uma agravante, uma vez que referente as despesas de estadas do Sr. Douglas passaram corretivo (tipo liquid paper) em cima do campo hóspede Palace Hotel para ocultar e alterar o seu nome, mas se colocar o documento em visualização sobre a luz percebese que está escrito "SR. DOUGLAS". Esta prática de ato é contrária aos princípios fundamentais da contabilidade e a legislação fiscal. 22) As despesas do Sr. Aguiar Coelho do Amaral (piloto do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), como da aeronave PTVKW, referente aos vôos para cidade de Colider, levando o Sr. Douglas (sócio do Frigorífico Quatro Marcos Ltda), também são pagas pela firma Fricol. Em 20/09/99, a firma Fricol pagou as despesas de combustíveis (doc. 8.22.a) e de táxi aéreo (doc. 8.22.b) da aeronave PTVKW de propriedade do Frigorífico Colider Ltda, pilotada pelo Sr. Aguiar C. Amaral, em viagens do Sr. Douglas. Em 27/09/99, a firma Fricol pagou as despesas de combustíveis da aeronave PTVKW de propriedade do Frigorífico Colider (O.C.A. Comercial Ltda), pilotada pelo Sr. Aguiar C. Amaral em viagem do Sr. Douglas (doc. 8.22.c). Em 03/02/00, a firma Fricol pagou as despesas com alimentação do Piloto Sr. Aguiar Coelho do Amaral referente à Nota Fiscal 7615 Churrascaria Kaskata's (doc. 8.22.d). Em 27/09/99, a Fricol pagou as despesas de combustíveis da aeronave PTVKW no valor de R$ 539,97 (doc. 8.22.e). Em 17/12/99, novamente a firma Fricol pagou as despesas de combustíveis da aeronave PTVKW de propriedade da O.C.A. Comercial Ltda, a qual era pilotada pelo Sr. Aguiar Coelho do Amaral (piloto do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) (doc. 8.22.f). 23) As despesas de combustíveis em vôos realizados pela aeronave PTVKW, em viagens do Sr. Luís Olavo Sabino dos Santos (diretor geral do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) à cidade de Colider, também foram pagas pela firma Fricol (doc. 8.23), caracterizando mais uma vez que se trata de um grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos), que administra a empresa Fricol. 24) As despesas aéreas do Sr. Nilton do Amaral, que sempre foi contador do Grupo Quatro Marcos, também são pagas pela firma Fricol. Em 12/11/99, a firma Fricol pagou as passagens aéreas do Sr. Nilton do Amaral, cujo itinerário foi: SINOP/Cuiabá e Cuiabá/Sinop (doc. 8.24). Neste documento a firma, na pessoa dos seus responsáveis, cometeu um ilícito ao passar corretivo (tipo liquid paper) sobre o "nome" do boleto da empresa Passaredo e, por sua vez, alterando e ocultando o nome do Sr. Nilton do Amaral. Colocando este documento sobre a visualização da luz, percebese claramente o seguinte nome "AMARAL/NILTON". Esta prática de ato é contrária aos princípios fundamentais de contabilidade e a legislação fiscal. Fl. 561DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 12 21 25) Em 19/10/99, a firma Fricol recebeu dos fornecedores a matériaprima bovinos, e, ao realizarlhes o pagamento, depositou o valor pecuniário diretamente na conta corrente da empresa de fachada Frialto (docs. 8.25), caracterizando uma permuta do credor e evidenciando a composição de um grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos), pois tal ato depende no mínimo de uma autorização expressa. 26) A situação é tão confusa que uma empresa de fachada chegou a pagar a sua despesa referente ao Frigorífico Quatro Marcos Ltda em outra firma de fachada. Em 04/10/99, a firma Fricol, ao pagar despesas de fornecedores, referente ao Frigorífico Quatro Marcos Ltda (SP), depositou o dinheiro diretamente na conta da firma Frialto (doc. 8.26). Este ato é contrário aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (princípio da entidade e princípio da competência Resolução n° 750/93CRC) e, também, contrário à própria legislação fiscal e à comercial. 27) Outro fato que deixa transparecer a composição do Grupo Quatro Marcos é um depósito em dinheiro, realizado pela firma Fricol, diretamente na conta corrente da Ind. de Couros Insumos Colider Ltda, uma vez que aquela é quem fornece os couros (matéria prima) para esta. Diante disso, evidencia que a segunda também faz parte das empresas que compõe o Grupo Quatro Marcos (doc. 8.27). 28) O Sr. Milton Zana Corbalan, que se diz sócio das empresas de fachada Frialto Ind. e Com. de Alimentos Ltda e do Frigorífico Vila Rica Ltda, as quais fazem parte do Grupo Quatro Marcos, foi empregado sempre no setor de construção civil em outras empresas do Grupo Quatro Marcos, a seguir detalhado: período de 06/96 a 09/97 no Frigorífico Colider Ltda, onde a maior remuneração mensal recebida foi em 08/96 no valor de R$ 717,25 (docs. 8.28.a); no período de 03/98 a 05/98 na Alta Floresta Ind. Frigorífica Ltda, onde a maior remuneração mensal recebida foi em 05/98 no valor de R$ 596,74 (docs. 8.28.b). Estas duas últimas empresas onde o Sr. Milton Zana Corbalan trabalhou tinha como sócio o Sr. Sebastião Douglas Sorge Xavier (sóciogerente do Frigorífico Quatro Marcos Ltda). Diante disso, percebese claramente que o Sr. Milton Zana Corbalan é mais uma pessoa que apenas emprestou o nome para fazer parte no contrato social das empresas de fachada explicitadas no item 8.28 do Relatório Geral. Durante a diligência fiscal realizada no município de Vila Rica, na empresa Frigorífico Vila Rica Ltda, o próprio empregado Sr. Willian (departamento pessoal do Frigorífico) não conhecia o seu Sr. Milton Zana Corbalan. Além disso, nos documentos analisados, não se encontrou qualquer documento de ato do comércio assinado pelo mesmo (docs. 8.28.c), sendo que o contrato social dispõe na cláusula VIII que: "A sociedade será administrada pelo sócio Milton Zana Corbalan, na qualidade de gerente o qual assinará todos os atos relativos aos interesses da sociedade ..." (doc. 8.28.d). Dentre os fatos evidenciados e relatados, fica evidenciado que se trata de um grupo econômico de fato Grupo Quatro Marcos , o qual foi articulado e montado pelos sócios e diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Assim, o próprio Código Tributário Nacional CTN (Lei n° 5.172/66) estabelece, nos incisos I e II do seu art. 124, que existe responsabilidade solidária entre pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Além disso, a Lei de Custeio da Seguridade Social – Lei n° 8.212/91, em seu inciso IX do art. 30, também prevê expressamente a solidariedade entre si das empresas componentes de Grupo Econômico, sendo lícito ao Fisco cobrar de qualquer delas. Portanto, o Fisco, baseado no instituto da solidariedade, tem o direito de cobrar o crédito fiscal (crédito previdenciário) de qualquer pessoa que compõe o "Grupo Quatro Marcos", uma vez que na seara das obrigações tributárias não se comporta benefício de ordem. Fl. 562DF CARF MF 22 TÓPICO “CONCLUSÃO DO ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO GRUPO QUATRO MARCOS" O Grupo Quatro Marcos, pelas evidências apresentadas, vem sonegando contribuições sociais à Fazenda Pública ao longo dos últimos anos, pois abre uma empresa "fantasma" ou de "fachada" (empresas que não existem de fato) em cada Município, onde já possui as suas unidades frigoríficas "quentes" (empresas em nome dos sócios ou dos diretores do Frigorífico Quatro Marcos Ltda) e, após um determinado lapso de tempo de funcionamento comercial, a empresa de fachada (ou fantasma) desaparece, repentinamente, sem deixar qualquer paradeiro. Portanto, o esquema de sonegação fiscal funciona com a simulação da criação de uma empresa de fachada (ou fantasma), onde os empregados das empresas do Grupo Quatro Marcos, às vezes registrados em livro ou fichas de registro de empregados, ou não, são levados a emprestar seus nomes e passam a figurar como supostamente sóciosproprietários do frigorífico de fachada (ou fantasma), mas nunca praticam qualquer ato de gerência ou administração nesta empresa. Na realidade este ato é realizado pelos diretores e sócios do Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Ocorre que a empresa de fachada (ou fantasma) geralmente recolhe apenas um valor simbólico dos tributos, passando então a praticar a sonegação e, a mesmo tempo, utilizandose de meios fraudulentos para a realização de tal intento, uma vez que essas empresas na realidade constituem um verdadeiro "CAIXA 2" do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, o qual possui uma movimentação financeira diferente da contabilidade apresentada ao fisco. De um modo geral, as empresas de fachada (ou fantasmas) funcionam ativamente em torno de 02 (dois) anos e, após este lapso de tempo, desaparecem, inclusive seus sócios, e imediatamente são substituídas por outras empresas de fachada (ou fantasmas), mudando a razão social e o CNPJ. Consequentemente aparecem novos sócios. Outro fato marcante é que, quando a fiscalização inicia seus trabalhos, geralmente a empresa de "fachada" (ou fantasma) desaparece, seus sócios não são encontrados e todos os documentos e livros contábeis são misteriosamente furtados ou queimados. Portanto, fica caracterizado que duas ou mais pessoas, no intuito de enganar o fisco, recorrem a um ato simulado, quer para esconder um outro negócio que se pretende dissimular, com a criação de empresas de fachada (ou fantasmas), quer para fingir de uma relação jurídica com o fato gerador da obrigação tributária, com a criação de sócios laranja. Tratase, portanto, de burla intencionalmente construída em conluio pelas partes que almejam disfarçar a realidade, enganando a Fazenda Pública e fraudando a legislação fiscal. Portanto, o Grupo Quatro Marcos utilizase de condutas dolosas e fraudulentas com fito específico de driblar a arrecadação dos Tributos (contribuição social), lesando simultaneamente a fé pública e a Administração Tributária desenvolvida pelo INSS. TÓPICO “NOTAS GERAIS” A empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda sofreu anteriormente ações fiscais pelo INSS, abrangendo até a competência 07/1996, no qual foram levantados débitos correlacionados com as empresas: Guaray Com. Ind. de Exp. e Importação Ltda, CNPJ 74.075.268/000129; e Amazonas Com. Ind. Imp. e Exportação Ltda, CNPJ 00.923.654/0001 97. Porém, este levantamento feito pela fiscalização encontrase consolidado no DEBCAD no 32.345.3368/1996. Também foi verificado pela fiscalização anterior do INSS os mesmos fatos explicitados nos itens 4.1, 4.2, 4.3, 4.4 e 4.7 do Relatório Geral. Fl. 563DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 13 23 Corroborando com o entendimento desta fiscalização, que se trata de um grupo econômico de fato (Grupo Quatro Marcos) constituído com fim específico de burlar à Fazenda Pública, é que as empresas de fachada (ou fantasmas), que têm como sócios a figura dos laranjas, jamais apresentaram os Livros Contábeis (Livros Diário e Livros Razão) à fiscalização, sendo que as empresas são obrigadas a têlos, já que pagam o Imposto de Renda com base no lucro real. As empresas de fachada (ou fantasmas) Amazonas Com. Ind. Imp. E Exportação Ltda, Flamingo Alimentos Ltda e a Frigolider Ind. Com. de Alimentos Ltda, que desapareceram misteriosamente sem deixar qualquer paradeiro da documentação fiscal e comercial, sempre alegam a mesma desculpa de que os Livros Contábeis e sua respectiva documentação foram furtados ou roubados de um veículo. As empresas de fachada Frialto Ind. e Com. de Alimentos Ltda, Frigorífico Vila Rica Ltda e a Ind. Frigorífica Norte Colidense Ltda Fricol , também não apresentaram os Livros Contábeis (Livro Razão e Livro Diário), sempre com as mesmas alegações de que tiveram algum problema na informática ou que estão apontandoos e brevemente vão entregálos. Tendo apenas uma única exceção, a empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda, que também compõe o Grupo Quatro Marcos, foi a única a apresentar a contabilidade (Livro Razão e Livro Diário), porém, esta não espelha a realidade financeira nem contábil da empresa, já que existem várias irregularidades em seus documentos fiscais, conforme alguns relatos no Relatório Geral e conforme constatação de diligência fiscal anterior, realizada pelo INSS em 11/09/98, que na época evidenciaram a adulteração nas formalidades extrínsecas dos Livros Contábeis (Livros Diários) n° 24, 25, 26 e 27 do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, os quais foram encobertos com tinta corretora (tipo liquid paper) (doc. 11.1.a). O Laudo de Exame Documentoscópio n° 437/98 Departamento de Polícia Federal/MJ Instituto Nacional de Criminalística Seção de Criminalística/MT, confirmou as adulterações explicitadas anteriormente nos Livros Contábeis (doc. l l . l .b). A seguir, apresenta notas estatísticas referentes à unidade frigorífica de São Jose dos Quatro Marcos, quais sejam: 1) Aumento expressivo dos valores das contribuições sociais rural ocorridas após o início das ações fiscais desenvolvidas pelos Fiscais de Tributos Estadual FTE/MT , em 04/99. Constatouse através da análise do gráfico que as contribuições decorrentes da subrogação (comercialização de produtos rurais por pessoa física) efetuadas mensalmente no período de 01/99 a 04/99 não ultrapassam a casa dos R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) de contribuições, e, a partir da competência 05/99 a 12/99, os valores das contribuições chegaram a ultrapassar a casa dos R$ 119.000,00 (cento e dezenove mil reais) mensais, havendo, portanto, um acréscimo de 700 % no mês 12/99. Diante disso, a empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda utilizandose praticamente do mesmo número de empregados (na média), setor de matança, onde no período de 08/96 a 05/00 observase uma constante de 76 empregados e as mesmas instalações, aumentou sua capacidade de abate repentinamente na escala em que foi constatado. 2) Através de dados levantados na própria empresa, no mês 07/99, foi constatado que foram abatidos 19.669 (dezenove mil seiscentos e sessenta e nove) cabeças de bovinos, o que dá uma média diária de 819 (oitocentos de dezenove) animais abatidos, no caso em tela, considerando a semana de 06 (seis) dias, como foi constatado in loco durante as ações fiscais desenvolvidas na empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Em suma, a capacidade de Fl. 564DF CARF MF 24 abate de bovinos na unidade frigorífica do Frigorífico Quatro Marcos Ltda é em torno de 800 a 900 cabeças diariamente. 3) Fazendo um cotejamento no ano de 2000, até a competência 05/00, a menor contribuição ocorreu no mês 02/2000, onde o valor de R$ 71.726,77 (setenta um mil, setecentos e vinte e seis reais e setenta e sete centavos) foi recolhido ao INSS decorrente da contribuição social referente à subrogação da comercialização dos bovinos por pessoa física, com um volume de comercialização (compra de bovinos de pessoas físicas feita pelo Frigorífico Quatro Marcos Ltda) na ordem de R$ 3.260.307,72 (três Milhões, duzentos e sessenta mil e trezentos e sete reais e setenta e dois centavos), foram abatidos 7.484 cabeças, sendo 6.224 cabeças decorrente da compra à pessoa física e 1.260 de pessoa jurídica; e, em tempo, no mês 05/2000 foram recolhidos R$ 119.242,03 (cento dezenove mil, duzentos e quarenta e dois reais e três centavos) com um volume de comercialização (compra de bovinos de pessoa física feita pelo Frigorífico Quatro Marcos Ltda) na ordem de R$ 5.420.092,27 (cinco milhões, quatrocentos e vinte mil, noventa e dois reais e vinte e sete centavos), foram abatidos 14.541 cabeças, sendo 11.271 cabeças compra de pessoa física e 3.270 compra de pessoa jurídica. 4) Constatouse também que no período de 08/96 a 04/99, a maior contribuição social rural da empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda ocorreu no mês 10/98, no valor de R$ 19.694,40 (dezenove mil, seiscentos e noventa e quatro reais e quarenta centavos), com um volume de comercialização (compra de bovinos de pessoa física feita pelo Frigorífico Quatro Marcos Ltda) na ordem de R$ 865.199,79 (oitocentos e sessenta e cinco mil, cento e dezenove reais e setenta e nove centavos), neste mês foram abatidos 2.172 cabeças (compras exclusivamente de pessoa física), o que corresponde ao abate diário de 91 cabeças de bovinos. Neste período (08/96 a 04/99), o número de empregados do setor de matança é semelhante ao número de empregados dos meses 05/99 a 05/00, os quais foram constatados durante as ações fiscais. Além disso, na competência 07/99, maior mês de abate de bovinos verificado pela fiscalização (19.669 animais abatidos), o número de empregados do setor matança é praticamente igual ao número de empregados do mês 05/97, menor mês de abate de bovinos constatado pela fiscalização (419 animais abatidos) (doc. 12.e.). 5) No período de 04/96 a 02/98, há participação de uma empresa considerada e constatada pela fiscalização como de fachada (ou fantasma) Amazonas Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda, constituída pelo Frigorífico Quatro Marcos Ltda. A firma Amazonas alega que se utiliza os serviços do próprio Frigorífico Quatro Marcos Ltda no abate de animais. Mas a realidade é outra, sabendo muito bem disfarçar o verdadeiro objetivo para o qual foi constituída, objetivo este que é o de ludibriar à Fazenda Pública, recolhendo apenas parte dos valores devidos para que o conta corrente do mesmo, ao ser analisado, não denunciasse qualquer procedimento de fiscalização, no entanto, o verdadeiro volume de comercialização era outro. Ao analisarse os números de animais abatidos pela firma Amazonas (doc. 12.f), no período de 04/96 a 02/98 (período de sua existência), constatouse que o maior volume de abate de animais ocorreu no mês 12/97, onde 6.201 (Seis mil duzentos e um) animais foram abatidos, o que dá uma média de 258 animais abatidos por dia; no mesmo mês, o número de abate do Frigorífico Quatro Marcos Ltda foi de 1.331 (512 pessoa física e 819 pessoa jurídica), o que dá uma média diária de 55 animais. Portanto, no mês 12/97 no total foram abatidos 7.532 animais, dentro das instalações do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, o que corresponde a uma média diária de abate de 314 animais. 5.1) Ao se trabalhar com estes dados em relação aos abates de animais feitos dentro das instalações do Frigorífico Quatro Marcos Ltda, onde este já chegou a abater no mês 07/99 a quantia de 19.669 animais, percebese claramente que do potencial de abate existente, apenas parte dele foi utilizado, ficando grande parte dos equipamentos em ociosidade, o que Fl. 565DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 14 25 acreditase não ter ocorrido, e, portanto, conferindo maior segurança quanto ao levantamento do crédito fiscal com base nas informações do órgão oficial que controla o trânsito de animais que são encaminhados ao abate para o Frigorífico Quatro Marcos Ltda, no caso, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso INDEA/MT (doc. 12.h). 6) Outra empresa que foi criada após a paralisação ou sumiço da Amazonas foi a Flamingo Alimentos Ltda, cujo início de atividade é 03/98, coincidência ou não, foi constituída com os mesmos prérequisitos da Amazonas e teve sua paralisação em torno do mês 05/99. O modus operandi da Flamingo foi idêntico ao utilizado pela Amazonas, ou seja, compra de bovinos em seu nome e o abate feito sob a forma de prestação de serviço pelo Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Forma esta que desde o início, quando detectados pela fiscalização do INSS em ações fiscais realizadas no ano de 1996, não foi aceita e veementemente repudiada naquela ocasião. No período em que a Flamingo esteve em atividade 03/98 a 06/99 (doc. 12.g), ela afirma que o maior número de abate de animais ocorreu no mês 02/99, onde foram abatidos 9.304 (nove mil trezentos e quatro), média diária de 388 animais; no mesmo mês, o Frigorífico Quatro Marcos Ltda afirma que só abateu, decorrente de sua compra, 2.361 (dois mil trezentos e sessenta e um) animais, média diária de 98. Portanto, no mês 02/99 foram abatidos 11.665 animais, com uma média diária de 486 bovinos abatidos. Diante disso, aparentemente o Frigorífico Quatro Marcos Ltda estava com boa parte dos seus equipamentos e mãodeobra (setor matança) em ociosidade e com isso causando prejuízo para o mesmo, consideração lógica se analisarmos a capacidade dos equipamentos na demonstração da movimentação ocorrida a partir do mês 05/99. O contribuinte apresentou impugnação inicial (fls. 104/106), ainda sob a égide da Secretaria da Receita Previdenciária, aduzindo, em síntese: 1) Foi indevida a descaracterização da personalidade jurídica das empresas, pois manteve com elas relações temporárias estritamente comerciais. 2) Solicitou às empresas citadas providências necessárias junto a esse Órgão; 3) Todos os documentos contábeis e fiscais foram apreendidos e remetidos para o MPF e MPE em Cuiabá, em atendimento aos Mandados de Busca e Apreensão emitido pelo Juízo da 2a Vara da Justiça Federal do Mato grosso, nos autos dos processos 1999.36.00.0043865 (15/06/1999 MT) e 1999.36.00.00051937 (13/06/1999SP); 4) Os documentos foram disponibilizados de forma totalmente desorganizada e misturados entre si, praticamente impossibilitando sua conferência e reorganização. Porém foi detectada a falta de vários documentos, que ficaram sob a guarda do MPF/MPE, os quais segundo informações preliminares estariam extraviados. 5) Postulou pela suspensão da exigibilidade da exação; reabertura do prazo de defesa, depois de decorridos 90 dias da efetiva devolução dos documentos apreendidos; e, produção de prova pericial. Processado o feito, sobreveio o julgamento pela procedência do lançamento, consubstanciado na DecisãoNotificação nº 10.104.4/0193/2001, de fls. 256/260. Contudo, sobreveio a sentença n° 801/2002, exarada pelo julgamento da ação de Mandado de Segurança nº 2002.36.00.0020087, cujo objeto era a nulidade dos processos Fl. 566DF CARF MF 26 administrativos fiscais, em razão de cerceamento de defesa. Referido ato judicial assim determinou: Ante o exposto, CONCEDO A SEGURANÇA, declarando a nulidade dos processos administrativos fiscais... 35.166.2650, 35.166.2677, 35.166.2618, 35.166.2596, 35.166.2626, 35.011.3734, 35.166.2553, 35.166.2642, 35.011.3742, 35.166.2669, 35.011.3777, 35.011.3769, 35.011.3750, 35.166.2570, 35.166.2685, 35.166.2634, 35.166.2588, 35.166.2600 ... Caso os documentos já tenham sido devolvidos, o Impetrado poderá reiniciar de pronto os processos administrativos fiscais ora anulados, caso não, deverá aguardar tal devolução. Para evitar futuras nulidades, a data da devolução deve ser comprovada nos processos administrativos pela juntada da certidão emitida pela 2a. Vara de Justiça Federal, a qual estão afetos os processos de busca e apreensão que originaram a presente lide. Interposto recurso de apelação pelo INSS, ao mesmo foi negado provimento. Os autos, que se encontravam inscritos em Dívida Ativa da União, então, retornaram à fase administrativa em 11/01/2007, para que o processo administrativo fosse reiniciado, tendo em vista a ausência de condições para o exercício do contraditório e da ampla defesa, atendendo a determinação judicial, a fim de que seja concedido o prazo legal de defesa/impugnação ao devedor. A Seção de Contencioso Administrativo em Cuiabá/MT, encaminhou os autos referenciados no Mandado de Segurança 2002.36.00.0020087 à Seção de Contencioso Administrativo, em Osasco, tendo em vista a mudança do estabelecimento centralizador do sujeito passivo para o CNPJ 01.311.661/000605, localizado à Rua Pureza Marques de Oliveira, 83, Jandira/SP; A Delegacia da Receita Previdenciária DRP, em Osasco reabriu o prazo para apresentação de defesa. O contribuinte apresentou impugnação em 15/05/2007, onde informa que “os documentos administrativos, contábeis e fiscais, apreendidos, ainda não foram devolvidos”. Requer, ainda, que a impugnação seja admitida com efeito suspensivo “e, na sequência, a anulação das intimações questionadas e a devolução do prazo integral previsto em lei para a futura defesa de mérito, uma vez decorridos os 90 dias da efetiva entrega pelo MPF/DPF de todos os documentos de sua propriedade, prazo este imprescindível para a conferência, tentativa de reorganização e de análise dos mesmos, objetivando o oferecimento da Impugnação cabível.” Conforme Despacho, emitido pela 10a Turma de Julgamento DRJSPOII, em 07/01/2008, os autos retomaram à DRF jurisdicionante “para providenciar o cumprimento da ordem judicial e demais providencias.” Em 28/07/2011, os autos retornaram a DRJ Campinas. A então competente 7a. Turma de Julgamento exarou a Resolução de fls. 358/363, devolvendo os autos à DRF de origem e determinando que: Visto que, por força de sentença judicial, o lançamento fiscal está em fase de ciência ao contribuinte e, este procedimento só poderá ocorrer quando todos os documentos apreendidos forem devolvidos à empresa autuada; a DRF, em Osasco, por dever de ofício, deverá promover a devolução desses documentos à empresa, quer seja solicitando diligência fiscal ao Juízo 3a Vara da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso, quer seja acionando a Procuradoria da Fazenda Nacional PGFN. Fl. 567DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 15 27 Após a ciência do lançamento ao contribuinte, na forma da sentença prolatada pelo Juízo da 3a Vara da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso nos autos do Mandado de Segurança 2002.36.00.0020087, os autos deverão retornar à DRJ em Campinas somente quando estiver comprovado nos autos que os documentos foram totalmente devolvidos e findo o novo prazo concedido à empresa para a impugnação, reitero, após ela estar com a posse dos documentos apreendidos. Ainda, atendidas as solicitações do parágrafo anterior, deverão ser cientificadas as empresas componentes do referido grupo econômico, sendolhes concedido prazo regular para impugnar este lançamento. (grifos no original) Aos autos foram juntados os elementos de fls. 401/413, consubstanciados em cópias dos elementos constantes dos autos dos processos judiciais nº 99.51937, ação cautelar preparatória de busca e apreensão em trâmite pela 2a Vara Federal da Seção Judiciária da Justiça Federal do Mato Grosso, e, 1999.36.00.0051937, ação penal em curso perante a 5a. Vara Federal da mesma Seção Judiciária. Ao contribuinte e devedor solidário foi dada nova ciência quanto ao lançamento, agora sob a égide da Receita Federal do Brasil, concedendolhe prazo de 30 dias para apresentação de impugnação administrativa, na forma do Decreto nº 70.235/72. Somente o autuado compareceu aos autos pelo instrumento de fls. 473/480, aduzindo, em síntese: Da Prescrição Intercorrente no Âmbito Administrativo A prescrição pode ser conceituada como “a perda do direito da Fazenda Pública de ajuizar ação de cobrança, mais propriamente execução fiscal, relativamente a crédito não pago, pelo decurso do tempo". No caso em tela, verificase que os créditos ora impugnados são originários do Auto de Infração n° 35.166.2677, datado de 02/10/2000, cujos fatos geradores referemse aos períodos de 06/99 a 12/99. Ocorre que estes créditos foram objetos de Ação Mandamental n° 2002.36.00.0020087, a qual pleiteava a nulidade de procedimentos administrativos fiscais, em razão de cerceamento de defesa. Menciona que em 15/10/2002 foi proferida sentença nos autos do Mandado de Segurança, sendo concedida a segurança, declarando a nulidade dos processos administrativos fiscais. A decisão foi questionada, por meio de recurso de apelação, o qual teve seu provimento negado. Salienta que em 13/09/2006 ocorreu o trânsito em julgado da decisão, oportunidade esta em que o INSS deveria aguardar a devolução integral dos documentos apreendidos e posteriormente, iniciar o processo administrativo, notificando o contribuinte do lançamento e oportunizando o contraditório e a ampla defesa. Ocorre que somente no corrente ano, por meio do Edital 18/2015, foi reiniciado o procedimento, administrativo, conforme determinou sentença proferida nos autos da Ação Mandamental n° 2002:36.00.0020087, com trânsito em julgado em 13/09/2006. Desta forma vislumbrase a existência da prescrição do crédito ora impugnado, uma vez que o fisco autuante deixou transcorrer o lapso temporal superior a cinco anos, contados da data do trânsito em julgado da Ação Mandamental, ou seja, 13/09/2006, até a Fl. 568DF CARF MF 28 expedição do Edital n° 108/2015, o qual determina a reabertura de prazo de 30 (trinta) dias para impugnação ou pagamento do Auto de Infração. Logo, caracterizado o desinteresse do autuante pela demanda. Conforme acima descrito, resta comprovado que o processo permaneceu pelo prazo superior a cinco anos aguardando diligência do fisco para ser reiniciar toda a fase administrativa, porquanto, consumada está a prescrição. Do Mérito Da Suposta Formação de Grupo Econômico e da Ilegitimidade Passiva Primeiramente, cumpre esclarecer que no caso em tela a fiscalização autuou a impugnante por fato supostamente cometido pela empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda. Alegando suposta solidariedade ante a formação de grupo econômico o fisco pretendeu ver a impugnante responsável pela quitação dos débitos. No entanto, nos autos não possuem provas robustas capazes de comprovar a formação deste suposto grupo, logo, os atos praticados pela empresa Frigolider Ind. Comércio de Alimentos Ltda, não podem ser imputados à empresa Frigorífico Quatro Marcos Ltda. Ademais, o instituto da solidariedade prescinde da concorrência de dois ou mais devedores ou dois ou mais credores na mesma obrigação. No caso em tela, a impugnante não detinha a mesma obrigação vinculada a empresa que supostamente cometeu o ilícito motivo pelo qual não pode ser considerada responsável solidária pelo débito. Assim ante a ilegitimidade passiva da impugnante deve o Auto de Infração ser anulado. Da Ausência de Vínculo Empregatício Consta, ainda do Auto de infração, que a empresa supostamente deixou de inscrever no Regime Geral da Previdência o nome do senhor Pedro Olinto Ribeiro, no entanto, estes argumentos não possuem qualquer fundamento, eis que a empresa impugnante sempre cumpriu com todas as suas obrigações, principalmente no que concerne aos Registros de seus empregados no Regime Geral de Previdência Social. Frisase que até o presente momento o Fisco não foi capaz de comprovar, qualquer vínculo envolvendo a pessoa de Pedro Olindo Ribeiro com empresa Frigorifico Quatro Marcos ou mesmo com a Frigolider, quer seja a prestação do serviço, a continuidade da prestação, a subordinação, a onerosidade da relação ou, ainda o caráter pessoal da suposta prestação de serviço, conforme prescreve o art. 3o da CLT. Em suma o fisco, não foi capaz de comprovar a existência de qualquer vínculo empregatício entre o senhor Pedro Olindo Ribeiro e o Frigorífico Quatro Marcos nem com a Frigolider. Diante do exposto não resta argumentos para a manutenção do Auto de Infração. Quanto à Aplicação da Multa Exigida A multa aplicada mediante o indigitado Auto de Infração não pode prosperar. Fl. 569DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 16 29 Nossos tribunais têm reconhecido a impossibilidade de cobrança de multas que se apresentem desproporcionais em relação ao valor do tributo. A título ilustrativo, transcreve julgado rechaçando a cobrança de multa acima de 60% (sessenta por cento), por ser confiscatória e desproporcional. Sendo assim, não pode subsistir a cobrança da multa em aplicada na autuação, por esta possuir caráter confiscatório. Mas ainda que se assim não se entenda, o percentual da multa deve ser reduzido para, no máximo, 2%. A jurisprudência de nossos tribunais não mais vem admitindo a imposição de multas em percentual exorbitante. Temse fixado que a multa a ser paga pelo contribuinte/responsável tributário não deverá ser superior a 2% (dois por cento). Nesse sentido, transcreve decisão proferida pelo MM. Juiz da 2a Vara Cível da Comarca de Ijuí, nos autos dos Embargos à Execução no 62.935/2000. Portanto, a seguir a corrente jurisprudencial, cujo entendimento se encontra consolidado na decisão anteriormente transcrita, não deve prevalecer o percentual de multa imposto à ora impugnante, sendo imperiosa a sua redução a, no máximo, 2%. Em suma, por todos os caminhos e a todos os títulos fica patenteada a improcedência da autuação, impondo se, por conseguinte, seu cancelamento. O Acórdão 1459.192 (fls. 455) julgou a impugnação improcedente, recebendo a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/1996 a 31/12/1998 LANÇAMENTO. INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Confirmado nos autos que ao contribuinte foram concedidas várias oportunidades para recuperação de documentos apreendidos pela Justiça Federal, de forma a produzir, em tempo hábil, a instrução de seu instrumento de impugnação, não há que se falar em nulidade por cerceamento do direito de defesa. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA DOCUMENTAL. OPORTUNIDADE DA SUA PRODUÇÃO. PRECLUSÃO. Caracteriza a preclusão temporal o decurso do prazo previsto em ato normativo para que o contribuinte junte aos autos os documentos que entender cabíveis, não havendo que se falar, fora das hipóteses previstas no Decreto no 70.235/72, na concessão de nova oportunidade para o cumprimento tardio de seu ônus probatório. A preclusão é confirmada pela verificação, a partir de elementos dos autos, de que o contribuinte teve oportunidade de resgatar os documentos apreendidos, deixandoos serem destruídos pela Justiça Federal. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. MOROSIDADE NA SUA INSTAURAÇÃO. FATO ALHEIO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. IRRELEVÂNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Fl. 570DF CARF MF 30 Não configura hipótese de nulidade a morosidade na instauração de novo processo administrativo fiscal quando esta demora seja decorrente de atos e fatos externos, alheios à responsabilidade da Administração Pública Fazendária. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. É inaplicável ao processo administrativo fiscal a prescrição intercorrente, uma vez que esta pressupõe uma pretensão exigível, somente verificável quando da constituição definitiva do crédito tributário, consumada pelo exaurimento do contencioso administrativo tributário. LANÇAMENTO. DIVERGÊNCIAS DE RECOLHIMENTO E ERRO DE FPAS. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO QUANTO AOS FATOS. NÃO APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. Não cabe ao contencioso administrativo debruçar sua análise sobre as divergências lançadas e a eleição incorreta de código FPAS pelo contribuinte, quando este, legitimamente interessado em impugnálos, não aduz qualquer razão de inconformismo no seu instrumento de impugnação, razão pela qual há que se considerar estas matérias como não impugnadas. Inteligência dos artigos 14, 16, inciso III e 17 do Decreto nº 70.235/72. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI FEDERAL. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Descabe às autoridades que atuam no contencioso administrativo proclamar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal em vigor, posto que tal mister incumbe tão somente aos órgãos do Poder Judiciário. PREVIDENCIÁRIO. ADICIONAL DE SAT. CONCEITO DE ATIVIDADE PREPONDERANTE. ILEGALIDADE. INOCORRÊNCIA. Não configura hipótese de ilegalidade a autorização conferida pela Lei no 8.212/91 ao Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99 para que este estabeleça o conceito de atividade preponderante. LANÇAMENTO. MULTA DE MORA. APLICABILIDADE AO TEMPO DA LAVRATURA FISCAL. MULTA DE OFÍCIO SUPERVENIENTE. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA AO TEMPO DO PAGAMENTO/PARCELAMENTO. Era aplicável a multa de mora ao tempo da lavratura fiscal. A superveniência da multa de ofício não pode ser analisada no âmbito do contencioso administrativo, cabendo a apreciação sobre a aplicação do princípio da retroatividade benigna (artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional CTN) quando do pagamento/parcelamento do crédito tributário subsistente MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 571DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 17 31 É inaplicável à relação jurídicotributária as previsões do Código de Defesa do Consumidor, por não haver identidade essencial entre as relações jurídicas tutelas por este Código. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA. NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS. INDEFERIMENTO. É passível de indeferimento o requerimento de perícia que não atende ao disposto no artigo 16, inciso IV, do Decreto nº 70.235/72. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 4 de dezembro de 2015, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 1227 e seguintes), reiterando os argumentos trazidos na impugnação, isto é: (i) prescrição do crédito tributário; (ii) nulidade e inconstitucionalidade da multa aplicada; e (iii) inconstitucionalidade da contribuição ao SAT. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Evaristo Pinto O recurso voluntário é tempestivo, no entanto, o Recorrente argui a inconstitucionalidade da multa aplicada e da contribuição ao SAT. Nos termos da Súmula CARF nº 2, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Diante do exposto, conheço em parte do recurso voluntário, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade supramencionadas. Da Questão da Prescrição Intercorrente A Recorrente argumenta que teria ocorrido a prescrição no âmbito do processo administrativo fiscal, uma vez que decorreu o prazo de cinco anos entre a data do trânsito em julgado da ação de mandado de segurança no. 2002.36.00.0020087 (13/09/2006) e a data da intimação para apresentar novo instrumento de impugnação, após anulação do processo administrativo anterior pela referida ação mandamental. A prescrição consiste no decurso do tempo em relação ao exercício do direito de ação em face da pretensão titularizada pelo sujeito passivo. No âmbito tributário, a pretensão sobre a qual recai a prescrição consiste na execução do crédito tributário, promovendose a sua inscrição em Dívida Ativa da União. Fl. 572DF CARF MF 32 Nesse sentido, o contribuinte, em face de peculiaridades ocorridas em ações fiscais múltiplas às quais esteve sujeito, impetrou mandado de segurança, gerando o processo judicial nº 2002.36.00.0020087. Nesta ação, o contribuinte obteve provimento jurisdicional favorável, determinando a nulidade dos processos administrativos fiscais instaurados pelo então competente INSS, e, dentre tais, o processo administrativo anteriormente instaurado em face da exigência tributária contida nos presentes autos. Nesse sentido, eis as palavras da decisão: Ante o exposto, CONCEDO A SEGURANÇA, declarando a nulidade dos processos administrativos fiscais 35.166.2570, 35.166.2588, 35.166.2553, 35.166.2685, 35.166.2642, 35.166.2618, 35.166.2626, 35.166.2600, 35.166.2596, 35.166.2634, 35.166.2669, 35.166.2677, 35.166.2650, 35.011.3750, 35.011.3785, 35.011.3734, 35.011.3742, 35011.3793 35.011.3777 e 3576171 determinando ao Impetrado que reinicie esses processos, desta feita concedendo o prazo legal de defesa/impugnação APÓS a devolução integral dos documentos que foram apreendidos. Caso os documentos já tenham sido devolvidos, o Impetrado poderá reiniciar de pronto os processos administrativos fiscais ora anulados, caso não, deverá aguardar tal devolução. Para evitar futuras nulidades, a data da devolução deve ser comprovada nos processos administrativos pela juntada da certidão emitida pela 2° Vara da Justiça Federal, a qual estão afetos os processos de busca e apreensão que originaram a presente lide. É importante observar que a decisão não anulou o lançamento do crédito tributário em si mesmo, mas, somente, o processo administrativo instaurado a partir da ciência do contribuinte quanto ao próprio lançamento, justamente pelo fato de que o contribuinte não dispunha, à época, dos elementos materiais necessários ao pleno exercício de sua ampla defesa e contraditório. Assim, a decisão não subordinou a instauração de novo processo administrativo em face do mesmo lançamento à observância de qualquer interregno temporal; ao contrário, condicionou a sua instauração à demonstração efetiva da devolução dos documentos ao contribuinte. De outro lado, a demora quanto à nova intimação para apresentação de novo instrumento de impugnação não deve ser oposta à Administração Tributária. Com efeito, ao longo dos anos, vários foram os expedientes enviados à Justiça Federal como forma de se saber se houve ou não a devolução integral ao contribuinte dos documentos apreendidos. A certeza quanto a esta devolução somente veio ao conhecimento da Administração Fazendária em 01/10/2014, conforme elementos fls 1.937, de forma que somente a partir de então o Fisco poderia dar andamento ao processo administrativo, como o fez. Por fim, de rigor reconhecerse que a prescrição intercorrente não tem cabimento no âmbito do processo administrativo por duas razões. A primeira de ordem legal, no sentido de que não há previsão normativa de qualquer espécie que permita a sua adoção. A segunda, de ordem lógica, pois, a prescrição pressupõe a definitividade do lançamento do crédito tributário e enquanto pendente a esfera administrativa, não há esta definitividade, de forma que não há que se falar sequer da possibilidade de ajuizamento da execução fiscal, daí advindo a impossibilidade de transcurso do prazo prescricional. Fl. 573DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 18 33 Este entendimento tem seu fundamento no artigo 151, inciso III do Código Tributário Nacional – CTN que prevê a suspensão da exigibilidade (na verdade, inexistência preliminar dela) quando pendente recurso administrativo: Diante da ausência de exigibilidade do crédito tributário, uma vez que ainda não constituído definitivamente, não há que se falar em pretensão do Fisco, e, dessa forma, não se pode cogitar da prescrição, sequer sob a forma intercorrente. Vale citar ainda a Súmula CARF n. 11 que estabelece que a prescrição intercorrente não é aplicável no processo administrativo fiscal, conforme pode ser observado abaixo: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Ante o exposto, não carece razão à Recorrente no tocante à prescrição intercorrente. Da Questão da Nulidade da Multa prevista no Regulamento da Previdência Social A Recorrente argumenta que o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no. 3.048/99 não seria aplicável à espécie, vez que os fatos geradores ocorreram anteriormente à sua entrada em vigência. O Decreto no. 3.048/99, que aprovou o Regulamento da Previdência Social – RPS, foi publicado no Diário Oficial da União em 07/05/1999, entrando em vigor nesta mesma data. Assim, a princípio, para os fatos geradores anteriores a esta data, pareceria correto alegar a sua inaplicabilidade. Ocorre, contudo, que a questão não pode ser vista com tamanha superficialidade. A obrigação de prestar informações relacionadas aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outros dados de interesse do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social – foi instituída pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997. O documento a ser utilizado para prestar estas informações – GFIP – foi definido pelo Decreto nº 2.803, de 20/10/1998, e corroborado pelo Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e alterações posteriores. Decreto nº 2.803/98 – Regulamenta o artigo 32 da Lei nº 8.212/91. Art. 1º A empresa é obrigada a informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto. ... omissis ... § 3º As informações prestadas na GFIP servirão como base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo INSS, comporão a base de dados para fins Fl. 574DF CARF MF 34 de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários, bem como constituir seão em termo de confissão de dívida, na hipótese do nãorecolhimento. § 4º Os valores das contribuições incluídos na GFIP, não recolhidos ou não parcelados, serão inscritos na Dívida Ativa do INSS, dispensandose o processo administrativo de natureza contenciosa. § 5º A entrega da GFIP deverá ser efetuada em meio magnético, conforme estabelecido pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ou mediante formulário, na rede bancária, até o dia sete do mês seguinte àquele a que se referirem as informações. § 6º A GFIP será exigida relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 1999. § 7º O preenchimento, as informações prestadas e a entrega da GFIP são de inteira responsabilidade da empresa. ... omissis .... Art. 2º A infração ao disposto no artigo anterior sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 106 do ROCSS, em função do número de segurados, pela não apresentação da GFIP, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo: ... omissis ... II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso anterior, pela apresentação da GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores; III cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 106 do ROCSS, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da GFIP com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do auto de infração. Art. 3º Para efeito do disposto no art. 33 do ROCSS, a pessoa jurídica apresentará, ainda, os recibos de entrega da GFIP. Neste decreto há previsão da aplicação da multa idêntica ao Decreto nº 3.048/99. Com efeito, o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no. 3.048/99, em seus artigos 225 (previsão de obrigações acessórias) e 283 a 289 (previsão das multas fixas para tipo de penalidade), apenas trouxeram a regulamentação das obrigações e penalidades já previstas na Lei nº 8.212/91. Fl. 575DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 19 35 Nesse sentido, o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no. 3.048/99, possui seu fundamento de validade na Lei nº 8.212 (lei de custeio). Cita se: Lei nº 8.212 Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (CFL 67, 68, 69 e 81) § 1º O Poder Executivo poderá estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. § 3º O regulamento disporá sobre local, data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (...) § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99: Art. 225. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto; Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: Fl. 576DF CARF MF 36 (...) II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso anterior, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores; e Assim, o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99, nada mais fez do que disciplinar em caráter regulamentar, função esta permitida ao regulamento no direito brasileiro, as obrigações acessórias já devidamente previstas em lei formal, no caso, a lei de custeio (Lei nº 8.212/91), consistindo no instrumento normativo vigente à data de lavratura do Auto de Infração, devendo ser o fundamento legal a embasar o lançamento, vez que possui aplicabilidade imediata e estava em vigência ao tempo da lavratura fiscal. Ou seja, não foi o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99 que previu a infração, mas a própria lei de custeio ou a de benefício, conferindo ao Regulamento da Previdência Social – Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99, a mera função de disciplina pormenorizada da sua ocorrência. Com relação à penalidade, o entendimento do contribuinte não merece melhor sorte. Com efeito, a Lei nº 8.212/91 é taxativa ao prever: Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. Ora, vêse que a Lei nº 8.212/91 expressamente determinou a aplicação de penalidades às previsões contidas em Regulamento, cabendo a este graduar, conforme a infração, o valor aplicável. Outrossim, a atualização dos valores das penalidades foi devidamente autorizada pela Lei nº 8.213/91, que assim se posicionou: Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. Assim previa a própria Lei nº 8.212/91: Art. 102. Os valores expressos em cruzeiros nesta Lei serão reajustados, a partir de abril de 1991, à exceção do disposto nos arts. 20, 21, 28, § 5º e 29, nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social, neste período. E o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no. 3.048/99: Art. 373. Os valores expressos em moeda corrente referidos neste Regulamento, exceto aqueles referidos no art. 288, são reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social. Assim, não se pode pretender a inaplicabilidade de uma penalidade expressamente prevista no Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99, quando validamente determinado pela Lei nº 8.212/91 que, ao prever as Fl. 577DF CARF MF Processo nº 13896.001183/200770 Acórdão n.º 2301005.426 S2C3T1 Fl. 20 37 obrigações acessórias e suas respectivas infrações, sujeitou a previsão da penalidade a instrumento normativo hierarquicamente inferior, mas com força normativa suficiente para tal finalidade. Portanto, em que pese os fatos constados se referirem a momento anterior à vigência do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/99, de rigor verificarse que a violação da obrigação acessória já contava com previsão na Lei nº 8.212/91, de forma que não há violação ao princípio da legalidade tributária. Outrossim, quanto ao valor da multa aplicada em relação ao momento de ocorrência dos fatos geradores, o pensamento do contribuinte não assume procedência. Com efeito, a penalidade aplicável no caso de descumprimento de obrigações acessórias é aquela prevista no momento da constatação do seu descumprimento pela autoridade fiscal, ou seja, no momento da lavratura do Auto de Infração, não havendo ligação quanto ao momento da ocorrência dos fatos geradores das obrigações principais. Conclusão Com base no exposto, voto por conhecer em parte do Recurso Voluntário, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, e na parte conhecida, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator Fl. 578DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10936.721600/2012-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/01/2010
DACON. ENTREGA INTEMPESTIVA. MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE
A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Aplicação da Súmula CARF 49.
Recurso Voluntário Improcedente
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3402-005.525
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2010 a 31/01/2010 DACON. ENTREGA INTEMPESTIVA. MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Aplicação da Súmula CARF 49. Recurso Voluntário Improcedente Crédito Tributário Mantido Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 6. 72 16 00 /2 01 2- 50 Fl. 37DF CARF MF Processo nº 10936.721600/201250 Acórdão n.º 3402005.525 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração para exigência de multa por atraso na entrega do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON). Cientificada do lançamento, o sujeito passivo apresentou impugnação, alegando que apresentou a DACON de forma espontânea, o que excluiria a penalidade nos termos do artigo 138 do CTN. Por meio do acórdão nº 06038.698, o Colegiado a quo julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Regularmente cientificado, o contribuinte tempestivamente apresentou seu Recurso Voluntário, repisando a alegação de sua impugnação pela exclusão da penalidade nos termos do artigo 138 do CTN (denúncia espontânea). O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra , Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.503, de 26 de julho de 2018, proferido no julgamento do processo 10840.002032/201091, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.503): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A questão trazida a este colegiado cingese à aplicação da denúncia espontânea, prevista no artigo 138 do CTN, em caso de entrega intempestiva de obrigação acessória (DACON), mas antes de qualquer ato de ofício da autoridade fiscal. Tratase de aplicação direta da Súmula CARF nº 49: Fl. 38DF CARF MF Processo nº 10936.721600/201250 Acórdão n.º 3402005.525 S3C4T2 Fl. 4 3 “A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.” As Súmulas do CARF são de observância obrigatória pelos membros do colegiado, conforme disposto no artigo 72 do RICARF. Recentemente, por meio da Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, foi atribuído a determinadas súmulas do CARF, dentre as quais se encontra a Súmula 49, efeito vinculante em relação à administração tributária federal. Dessa forma, a matéria se encontra pacificada em sentido contrário àquele defendido pela recorrente, não restando qualquer análise a ser feita neste julgamento. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo, pela aplicação da Súmula CARF 49. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 39DF CARF MF
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