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Numero do processo: 13501.000165/2004-14
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 31 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue May 31 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES.
O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte.
Os valores correspondentes às aquisições de matérias primas,
produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez.
Recurso Especial do Contribuinte Provido
Numero da decisão: 9303-001.463
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES. O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte. Os valores correspondentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez. Recurso Especial do Contribuinte Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. Rodrigo Cardozo Miranda Relator. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 04/08/2 011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA 2 EDITADO EM: 30/06/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Marcos Tranchesi Ortiz, Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Cuidase de recurso especial interposto por Brespel Companhia Industrial Brasil Espanha (fls. 340 a 357) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção do CARF (fls. 327 a 332) que, pelo voto de qualidade, negou provimento ao recurso voluntário. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. Referindose a lei a contribuições , "incidentes" sobre as "respectivas" aquisições, somente se admite, para efeito de cálculo do crédito presumido do IPI, as aquisições sobre as quais efetivamente incidiu o PIS/Pasep e a Cofins e que foram suportadas pelo produtor/exportador que pretende se beneficiar do crédito. Recurso Voluntário Negado. (grifos nossos) O recurso especial foi admitido através do r. despacho de fls. 377 a 380. Contrarrazões às fls. 383 a 394. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o recurso especial merece ser conhecido. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 04/08/2 011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13501.000165/200414 Acórdão n.º 930301.463 CSRFT3 Fl. 396 3 Conforme se depreende dos autos, a questão a ser dirimida diz respeito à inclusão dos gastos com insumos adquiridos de pessoas físicas aos contribuintes do PIS/COFINS na base de cálculo do crédito presumido previsto na Lei nº 9.363/96. Meu entendimento, no caso, coincide com o do seguinte precedente da Câmara Superior de Recursos Fiscais: Processo n° 13974.0001221200391 Recurso n° 228.637 Especial do Contribuinte Acórdão n° 930300.682 — 3' Turma Sessão de 2 de fevereiro de 2010 Matéria IPI Crédito Presumido Aquisições de não contribuintes Recorrente CEREAGRO S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES. O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte. Os valores correspondentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Rodrigo da Costa Pôssas e Carlos Alberto Freitas Barreto, que negavam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator (grifos nossos) Fl. 3DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 04/08/2 011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA 4 Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte. Rodrigo Cardozo Miranda Fl. 4DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 04/08/2 011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 30/06/2011 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA
score : 1.0
Numero do processo: 13807.008462/00-41
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES
Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992
FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA.
O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Para pedidos de restituição protocolado em 30 de agosto
de 2000, aplica-se, portanto, a tese dos 5 + 5.
Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
Numero da decisão: 9303-001.756
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial ao recurso especial, para declarar prescrito o direito à repetição de créditos relativos a indébitos cujos fatos geradores ocorreram até 30 de agosto de 1990.
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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ementa_s : OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992 FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Para pedidos de restituição protocolado em 30 de agosto de 2000, aplica-se, portanto, a tese dos 5 + 5. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992 FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Para pedidos de restituição protocolado em 30 de agosto de 2000, aplicase, portanto, a tese dos 5 + 5. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para declarar prescrito o direito à repetição de créditos relativos a indébitos cujos fatos geradores ocorreram até 30 de agosto de 1990. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Henrique Pinheiro Torres Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Fl. 213DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Relatório A decisão a quo assim descreveu os fatos: Adoto o relatório de primeira instância por bem traduzir os fatos da presente lide até aquela decisão. A contribuinte acima identificada requer, por meio do presente processo administrativo, a restituição/compensação de valores recolhidos a título de FINSOCIAL, para os períodos de apuração de julho de 1990 a março de 1992 (DARF às fls. 04 18), alegando que os recolhimentos foram efetuados com base nas inconstitucionais majorações de alíquotas, já que a exação era devida tãosomente à alíquota de 0,5%. 2. Mediante o Despacho Decisório datado de 22/06/2005 (fls. 58 a 64), a autoridade competente da Delegacia da Receita Federal em São Paulo indeferiu a restituição pretendida, concluindo, com base no disposto no Ato Declaratório SRF nº 96, de 26/11/1999, que o prazo para pleitear a restituição é de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário, inclusive para as hipóteses nas quais o pagamento foi efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional. Destarte, tendo em vista que o presente pedido foi protocolizado em 30/08/2000, e que o último recolhimento indevido foi efetuado em 20/04/1992 conforme planilha à fl. 02, o prazo para pleitear a restituição/compensação já se havia escoado. 3. Inconformada com o Despacho Decisório, do qual foi devidamente cientificada em 08/07/2005 (fl. 65verso), a contribuinte protocolizou, em 25/07/2005, a manifestação de inconformidade de fls. 66 a 69, na qual deduz, em síntese, as alegações a seguir discriminadas: 3.1. A solução do problema deve ser buscada no CTN, porém, sem a distorção perpetrada pela nobre PGFN. Essa solução, aliás, já foi adotada pelo Egrégio Conselho de Contribuintes. Cita o Acórdão nº 10805.791, publicado no DOU de 17/10/1999, da lavra do culto José Antonio Minatel, da qual reproduz ementa. 3.2. No rigor dessa interpretação, o pagamento indevido, diante da inconstitucionalidade da lei que havia criado o tributo, em última análise, materializase na data da edição da MP 1.110, de 30/08/1995 onde, em seu art. 17 é reconhecida a impertinência tributária, com eficácia “erga omnes”. 3.3. A solução deve ser buscada nos Princípios do Direito Adquirido e da Irretroatividade das Leis, tendo em vista que os créditos compensáveis foram apurados anteriormente à Lei 10.833/2003, ou seja, na eficácia da legislação anterior (IN SRF 21/97). 3.4. O entendimento do STJ cujo julgamento explica aos Senhores Delegados da Receita Federal como deveria ser a Fl. 214DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13807.008462/0041 Acórdão n.º 930301.756 CSRFT3 Fl. 207 3 aplicação do § 2º do art. 49 de L. nº 9.430/96 e, mantida pelas Leis posteriores, Lei nº 10.637/2002 e pela Lei nº 10.833/2003. Reproduz o referido parágrafo. 3.5. Corroborando tal entendimento, juntamos o ofício Ilustríssima Delegada da Receita Federal, que em resposta a quesitos formulados pela Excelentíssima Senhora Doutora Juíza da 16ª Vara Cível Federal em São Paulo, confirmou tal entendimento (doc 3). 3.6. Apesar de não existir tal afirmação no AD SRF 096/99, este é o entendimento equivocado do Sr. Chefe da Diort de DRF de São Paulo. Reproduz a decisão da Diort. 4. Por fim, pede a reforma da decisão. A decisão de primeira instância foi assim ementada: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992 Ementa: FINSOCIAL RESTITUIÇÃO DECADÊNCIA O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contado da data da extinção do crédito tributário. Solicitação indeferida. No seu recurso, o contribuinte repisa os argumentos trazidos com a impugnação. Julgando o feito, a câmara recorrida deu provimento ao recurso voluntário apresentado pelo sujeito passivo, em acórdão assim ementado. Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/07/1990 a 31/03/1992 Ementa: FINSOCIAL – RESTITUIÇÃO – COMPENSAÇÃO – DECADÊNCIA. No caso de lançamento por homologação, sendo esta tácita, na forma da lei, o prazo decadencial só se inicia após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, a partir da homologação tácita do lançamento. Estando o tributo em tela sujeito a lançamento por homologação, aplicamse a decadência e a prescrição nos moldes acima delineados. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Fl. 215DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Irresignada, a Douta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, com arrimo no inciso II do art. 7º do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, à época vigente, apresentou recurso especial de divergência pugnando pelo restabelecimento da decisão de primeira instância, por entender que o termo inicial para repetição do indébito é a data de extinção do crédito tributário pelo pagamento. O apelo fazendário foi admitido, conforme despacho de fls. 178/179. Regularmente intimado do despacho de admissibilidade do apelo fazendário, o sujeito passivo apresentou contrarrazões às fls. 186 a 191 É o relatório. Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. A teor do relatado, a questão que se apresenta a debate diz respeito ao termo inicial do prazo para repetição de indébito. De um lado, a câmara a quo aplicou a denominada tese dos 5 mais 5, então vigente no superior Tribunal de Justiça, de outro lado, a Fazenda Nacional defende os 5 anos contados da extinção do crédito pelo pagamento. Nesta matéria, já me pronunciei inúmeras vezes, entendendo que o termo inicial para repetir indébito é o previsto no artigo 168 do CTN, com a interpretação dada pelo art. 3º da Lei Complementar 118/2005, ou seja, o da extinção do crédito pelo pagamento indevido. Esse entendimento vinha prevalecendo neste Colegiado, quando se resolveu sobrestar a matéria até que o Supremo Tribunal Federal se pronunciasse sobre a constitucionalidade do art. 4º da Lei Complementar suso mencionada, que determinava a aplicação retroativa da interpretação autêntica dada pelo citado artigo 3º. A decisão do STF foi no sentido de que o termo inicial do prazo para repetição de indébito, a partir de 09/06/2005, vigência da Lei Complementar 118/2005, era a data da extinção do crédito pelo pagamento; já para as ações de restituição ingressadas até a vigência dessa lei, deverseia aplicar o prazo dos 10 anos, consubstanciado na tese dos 5 mais 5 (cinco anos para homologar e mais 5 para repetir), prevalente no Superior Tribunal de Justiça. Para melhor clareza do aqui exposto, transcrevese a ementa do acórdão pretoriano que decidiu a questão. 04/08/2011 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 Rio GRANDE DO Sul. RELATORA : MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA Fl. 216DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13807.008462/0041 Acórdão n.º 930301.756 CSRFT3 Fl. 208 5 REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE '9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, 1, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer Outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao Principio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vatatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. lnaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Fl. 217DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 Aplicação do art. 54343, § 3, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. AC0RDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a RE 66.621 / RS Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto da relatora. Essa decisão não deixa margem a dúvida de que o artigo 3º da Lei Complementar nº 118/2005 só produziram efeitos a partir de 9 de junho de 2005, com isso, quem ajuizou ação judicial de repetição de indébito, em período anterior a essa data, gozava do prazo decenal (tese dos 5 + 5) para repetição de indébito, contado a partir do fato gerador da obrigação tributária. Ademais, não se pode olvidar que a Constituição é aquilo que o Supremo Tribunal Federal diz que ela é, com isso, em matéria de controle de constitucionalidade, a última palavra é do STF, por conseguinte, deve todos os demais tribunais e órgãos administrativos observarem suas decisões. Doutro lado, não se alegue que predita decisão seria inaplicável ao CARF já que o acórdão do STF teria vedado a aplicação retroativa da lei aos casos de ação judicial impetradas até o início da vigência da lei interpretativa, pois o fundamento para declarar a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º acima citado, foi justamente a ofensa ao princípio da segurança jurídica e da confiança, o que se aplica, de igual modo, aos pedidos administrativos, não havendo qualquer motivo, nesse quesito – segurança jurídica – para diferenciálos dos pedidos judiciais. Com isso, no caso dos autos, devese reconhecer a prescrição do direito aos créditos relativos a fatos geradores ocorridos até 31 de julho de 1990, visto que o pedido de restituição fora protocolado em 30 de agosto de 2000, nessa data já havia transcorrido o prazo decenal para da prescrição. No tocante ao mês de agosto de 1990, como o fato gerador da contribuição era mensal, ocorria no último dia do mês de competência, in casu, 31 de agosto, portanto, antes de exaurido o prazo prescricional. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso da fazenda nacional para reconhecer a prescrição do direito à repetição de créditos relativos a indébitos cujos fatos geradores ocorreram no mês de julho de 1990. Henrique Pinheiro Torres Fl. 218DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13807.008462/0041 Acórdão n.º 930301.756 CSRFT3 Fl. 209 7 Fl. 219DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/12/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 19515.000883/2005-07
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003,
30/04/2003,31/07/2003, 31/10/2003, 30/01/2004, 30/04/2004, 31/07/2004, 31/10/2004, 31/01/2005
DIF-PAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR.
A falta e/ou o atraso na apresentação da Declaração Especial de Informações relativas ao controle de papel imune a tributo DIF-
Papel Imune, pela pessoa jurídica obrigada, sujeita o infrator à multa regulamentar prevista na segunda parte do inciso II do art. 588 do RIPI/2010, cuja matriz legal é inciso II do § 4º do art. 1º da Lei 11.945/2009.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-001.674
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso especial.
Matéria: IPI- ação fiscal - penalidades (multas isoladas)
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003,31/07/2003, 31/10/2003, 30/01/2004, 30/04/2004, 31/07/2004, 31/10/2004, 31/01/2005 DIFPAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR. A falta e/ou o atraso na apresentação da Declaração Especial de Informações relativas ao controle de papel imune a tributo DIF. Papel Imune, pela pessoa jurídica obrigada, sujeita o infrator à multa regulamentar prevista na segunda parte do inciso II do art. 588 do RIPI/2010, cuja matriz legal é inciso II do § 4º do art. 1º da Lei 11.945/2009. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Henrique Pinheiro Torres Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto e Otacílio Dantas Cartaxo. Fl. 207DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Relatório Os fatos foram assim narrados no acórdão recorrido: Trata o presente processo de multa isolada lançada por auto de infração (fls.13/15), lavrado por falta de apresentação a Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIF — Papel Imune) do 4° trimestre de 2002 ao 1° trimestre de 2005. A contribuinte impugnou o auto de infração (fls.17/30) com as seguintes alegações: 1 O auto de infração tem como base o art. 10 da IN SRF n° 71/01, a multa pelo não cumprimento do disposto nesse artigo está culminada no art. 12 da mesma instrução c/c com o inciso I e parágrafo único art. 57 da Medida Provisória n° 2.158 35/2001. Ocorre que o objeto dessa medida provisória não atende aos requisitos de relevância e urgência exigidos pela Constituição Federal; 2 A multa culminada no art. 57, inciso I da Medida Provisória n° 2.158/01 tem caráter confiscatória; 3 A posição pacífica e reiterada do STF é no sentido de anular ou reduzir as multas com caráter confiscatório; 4 A Administração Pública deve observar as decisões do STF quando se tratar de interpretação do texto constitucional, conforme art. 1° do Decreto n° 2.346/97. O DRJ em Ribeirão PretoSP julgou, em síntese, da seguinte forma (fls.86/90): 1 A penalidade aplicada no caso de descumprimento da obrigação acessória não instituída pela IN SRF 74/2001, mas sim pelo art. 58 da Medida Provisória 2.15834, que vigora até hoje por força da Emenda Constitucional n° 32/2001; 2 A penalidade aplicada está em conformidade com as normas legais; 3 • As esferas administrativas não podem fazer análise constitucional das normas; 4 As decisões judiciais que não têm efeito erga omnes nem Resolução do Senado não são consideradas normas tributárias. Assim a DRJ julgou o lançamento procedente. A contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 14/11/2007 (fl.97) e interpôs Recurso Voluntário em 11/12/2007 (fls.100/113), apenas reforçando . as alegações utilizadas na impugnação e pedindo a nulidade do acórdão recorrido por ser, segundo a recorrente, arbitrário e ilegal, pois deixa de aplicar a Constituição Federal. Alternativamente, a contribuinte pediu que Fl. 208DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.000883/200507 Acórdão n.º 930301.674 CSRFT3 Fl. 200 3 multa aplicada seja substituída pela multa do art. 507 do Decreto n° 4.544/02. Julgando o feito, a turma recorrida manteve parcialmente o lançamento fiscal, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/01/2004, 30/04/2004, 31/07/2004, 31/10/2004, 31/01/2005 MATÉRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. As esferas administrativas não têm competência para apreciar matéria de constitucionalidade de normas, conforme sua Súmula n° 02: "Súmula N° 2. O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária". PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NÃO VINCULAÇÃO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS ÀS DECISÕES JUDICIAIS. EXCEÇÕES. No Processo Administrativo Fiscal deve ser respeitado livre convencimento do julgador administrativo, não sendo obrigatória a vinculação entre a decisão das esferas administrativas com as decisões do Poder Judiciário, exceto, em caso de pronunciamento de inconstitucionalidade de norma pelo STF, em Ação Direta de Inconstitucionalidade; em pronunciamento de inconstitucionalidade de norma pelo STF, em ação incidental, desde que o Senado Federal suspenda a execução da norma; ou em caso de súmula vinculante. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. A lei deve retroagir quando cominar penalidade menos gravosa, em respeito à retroatividade benigna disposta no art. 106, inciso II, alínea "c" do CTN. Recurso provido em parte. Regularmente intimada, a autuada apresentou recurso especial, pugnando pelo cancelamento da exigência fiscal, para tanto, alude que no caso dos autos, a penalidade aplicável seria a prevista no art. 507 do RIPI/2002, já que a DIF papel enquadrarseia como o documento previsto no art. 368 do RIPI/2002, que sujeitava o infrator à multa regulamentar de R$ 31,65 aplicável a cada falta. O presidente da Câmara recorrida, por meio do despacho de fl. 183, admitiu o especial do sujeito passivo. Fl. 209DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, fls. 186 a 190. É o relatório. Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. A questão posta em debate cingese à da multa regulamentar pertinente à DIFPAPEL IMUNE. O sujeito passivo requer o cancelado do lançamento fiscal, posto que ao caso, aplicarseia, a multa prevista no art. 507 do RIPI/2002, e não a exigida pela Fiscalização, com base no inciso I da Medida Provisória nº 2.15835, de 26/08/2001 – art. 505 do RIPI/2002. Com a edição da MP nº 451, de 15/12/2008, convertida na Lei nº 11.945, de 04/11/2009, essa conduta ganhou tratamento diferenciado, migrando da tipificação geral, prevista na MP nº 2.15832 de 2001, para tipificação específica para a conduta. O conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis dissertou com sua habitual argúcia sobre o tema, de sorte que trago suas linhas como forma de elucidar a evolução ocorrida com a penalidade em questão: A obrigação acessória referida no inc. II do § 3º do art.1º da Lei nº 11.945/2009 é exatamente a DIFPapel Imune, criada por meio da IN SRF nº 71/2001, alterada pelas IN SRF nºs 101/2001 e 134/2002. Conforme as referidas Instruções Normativas, a multa pelo atraso na entrega da DIF era devida nos valores preconizados pelo art. 57 da Lei da MP nº 2.15835/20091, suporte legal da penalidade em questão. Como a penalidade estabelecida pelos §§ 4º e 5º acima é inferior à exigida com base no art. 57 da MP nº 2.15835/2001, o lançamento deve ser reduzido aos valores estabelecidos na Lei nº 11.945/2009, em obediência ao art. 106, II, “c’, do CTN. Antes, consoante uma interpretação literal do art. 57 da MP nº 2.15835/2001, o valor da penalidade era aumentado conforme a quantidade de meses do atraso. Assim, quanto mais demorava a entrega, maior o valor. Ou, quanto mais demorava a Receita Federal do Brasil para efetuar o lançamento, maior a penalidade. E como o valor era de R$ 5.000,00 por mês calendário de atraso (reduzido para R$ 1.500,00 na hipótese de 1 Art. 57. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da Lei no 9.779, de 1999, acarretará a aplicação das seguintes penalidades: I R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mêscalendário, relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as informações ou esclarecimentos solicitados; II cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta. Parágrafo único. Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo SIMPLES, os valores e o percentual referidos neste artigo serão reduzidos em setenta por cento. Fl. 210DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.000883/200507 Acórdão n.º 930301.674 CSRFT3 Fl. 201 5 pessoa jurídica optante pelo SIMPLES), a multa podia atingir um montante alto demais, de forma nada razoável. Afinal, “o taxímetro ficava rodando”, na expressão mui bem empregada pelo julgador Celso Lopes Pereira Neto, por ocasião do julgamento do Acórdão DRJ/REC nº 13.624, de 27 de outubro de 2005. Agora, após a Lei nº 11.945/2009, a penalidade é exigida levandose em conta cada obrigação acessória isolada – no caso, cada DIFPapel Imune trimestral , de modo que se a Administração Tributária demora mais para efetuar o lançamento, a multa não aumenta a cada mês. A salientar, por oportuno, que a Receita Federal do Brasil tem meios eletrônicos de detectar o descumprimento da obrigação acessória, tão logo vencido o prazo de sua entrega. Daí ser mais razoável a fixação da penalidade proporcional ao número de DIFPapel Imune (ou trimestre) em atraso, em vez do “taxímetro” anterior. Os valores máximos para a hipótese de a DIFPapel Imune não ser entregue passaram a ser, independentemente do número de meses em atraso, de R$ 2.500,00 para micro e pequenas empresas e de R$ 5.000,00 para as demais empresas (inc. II do § 4º do art. 1º da Lei nº 11.945/2009). A confirmar a redução, cabe mencionar as razões do veto ao art. 3º da Lei nº 11.945/2009. Conforme a Mensagem nº 392, de 04/06/2009, da Presidência da República ao Presidente do Congresso Nacional, o Ministério da Fazenda manifestouse pelo veto do citado art. 3º assim: Não se mostra razoável a concessão de anistia de multas a fatos ocorridos há muito tempo e para contribuintes já fartamente beneficiados. Esclareçase que a própria Medida Provisória n°. 451, de 15 de dezembro de 2008, que deu origem ao presente Projeto de Lei de Conversão, já reduziu significativamente a multa pelo atraso na apresentação da DIF Papel Imune (art. 2º, § 4º, I e II). Ademais, a IN SRF n°. 71, de 2001, já concedeu, excepcionalmente, dilatação do prazo para apresentação da DIF Papel Imune por período maior do que o ordinariamente admitido." É pertinente também observar que, no âmbito da Receita Federal do Brasil, o Ato Declaratório Executivo nº 73, de 13/08/2009, editado pela CoordenaçãoGeral de Arrecadação e Cobrança (Codac) e escorado exatamente no art. 1º da Lei nº 11.945/2009, já estabeleceu o código de receita 1376, para o recolhimento da penalidade “Multa por Falta ou Atraso na Entrega da DIF Papel Imune”. Após essa breve explicação, afluem razões jurídicas para afirmar que o art. 57, I, da MP nº 2.15835 de 2001, não mais aplicase aos casos de falta ou atraso na entrega de DIF – Papel Imune. A regra a ser aplicada é a prevista no inciso II do art. 588 do RIPI 2010, cuja matriz legal é o inciso II do § do art. 1º da Lei nº 11.945/2009, assim redigida: Fl. 211DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 Art. 588. O não cumprimento da obrigação prevista no inciso II do § 2º do art. 328 sujeitará a pessoa jurídica às seguintes penalidades (Lei nº 11.945, de 2009, art. 1º, § 4º): I cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais) e não superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), do valor das operações com papel imune omitidas ou apresentadas de forma inexata ou incompleta (Lei nº 11.945, de 2009, art. 1º, § 4º, inciso I); e II de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para micro e pequenas empresas e de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para as demais, independentemente da sanção prevista no inciso I, se as informações não forem apresentadas no prazo estabelecido (Lei nº 11.945, de 2009, art. 1º, § 4º, inciso II). Ressaltese, por oportuno, que norma versando sobre sanção, quando mais benéfica, pelo princípio da retroatividade benigna consagrado no art. 1062 do CTN, aplicase a fatos pretéritos, ainda não definitivamente julgados, ou quando lhe comine penalidade menos severa da lei vigente ao tempo de sua prática. De outro lado, o caso dos autos, ao contrário do alegado pelo sujeito passivo, não se amolda às hipóteses previstas no art. 5073 do RIPI/2002, posto que a infração ali tratada referese à falta de apresentação da DIPI, prevista no 4art. 1º do DecretoLei 1.680/1979, que em nada tinha a ver com a DIFPAPEL IMUNE. Assim, como demonstrado linhas acima, a multa a ser aplicada ao caso concreto deve ser a prevista na segunda parte do inciso II do art. 588 do RIPI/2010, cuja matriz legal é inciso II do § 4º do art. 1º da Lei 11.945/2009. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial do sujeito passivo, para manter o acórdão recorrido, nos termos em que prolatado. Henrique Pinheiro Torres 2 Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 3 Art. 507. Serão punidos com a multa de R$ 31,65 (trinta e um reais e sessenta e cinco centavos), aplicável a cada falta, os contribuintes que deixarem de apresentar, no prazo estabelecido, o documento de prestação de informações a que se refere o art. 368 (DecretoLei nº1.680, de 1979, art. 4º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30). 4 Art. 1º Os estabelecimentos industriais ou equiparados deverão declarar à Secretaria da Receita Federal, periodicamente, o valor do imposto sobre produtos industrializados a pagar, ou do saldo credor a transportar, relativo a cada período de apuração, acompanhado do valor das operações correspondentes regularmente escrituradas nos livros fiscais próprios. § 1º O documento de arrecadação do imposto será preenchido de acordo com os dados constantes de declaração. § 2º O Ministro da Fazenda expedirá instruções sobre prazos de apresentação, forma e conteúdo da declaração a que se refere este artigo, podendo determinar a prestação de informações adicionais de interesse da administração tributária. Fl. 212DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.000883/200507 Acórdão n.º 930301.674 CSRFT3 Fl. 202 7 Fl. 213DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 03/01/ 2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 29/12/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10380.006766/2007-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/11/2005 a 31/11/2005
RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO
Inadmissível o processamento de recurso que não atende o requisito da tempestividade.
Numero da decisão: 2301-002.255
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos: a) em não conhecer do Recurso, devido à sua intempestividade, nos termos do voto do Relator.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Adriano González Silvério
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Recorrente MAESIO CANDIDO VIEIRA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/2005 a 31/11/2005 RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO Inadmissível o processamento de recurso que não atende o requisito da tempestividade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos: a) em não conhecer do Recurso, devido à sua intempestividade, nos termos do voto do Relator. Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram, do presente julgamento, a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Adriano Gonzales Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira (Presidente). Relatório Fl. 1DF CARF MF Emitido em 17/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 13/10 /2011 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito nº 35.926.7831, a qual exige contribuições previdenciárias sobre as remunerações pagas ou creditadas a qualquer título no decorrer do mês aos segurados empregados que participaram da construção da obra. De acordo com o relatório fiscal “o objeto do lançamento são as contribuições devidas destinadas à Seguridade Social, incidentes sobre a mãodeobra dos trabalhadores das obras de construção civil efetuada pelo contribuinte, aferida pela área quadrada com base no CUB Custo Unitário Básico, baseado no m2 da área construída e no padrão da mesma. A devida Aferição se deu em vista que o mesmo não apresentou à auditoria a contabilização dos gastos e remunerações pagas com as devidas contribuições.” O contribuinte apresentou impugnação alegando, em síntese, o seguinte: i) o auto de infração é nulo, eis que não há a descrição clara e precisa dos fatos; ii) o auto de infração é improcedente, já que não traz nenhuma prova do alegado; iii) o contribuinte não é reincidente, devendo ser observada a gradação das penalidades; e iv) a penalidade aplicada deve observar o princípio do não confisco. As fl. 222 foi determinada diligência fiscal, a fim de que fosse emitido o ARO — Aviso de Regularização de Obra. Às fls. 223/231 a Fiscalização manifestouse no sentido de que fosse retificado o lançamento à luz dos demonstrativos (Aviso de Regularização de obra — ARO), fls.228/231, esclarecendo que o motivo da retificação do lançamento decorreu da dedução de algumas guias de recolhimentos não computadas no valor original do débito. A empresa autuada foi devidamente intimada para se manifestar sobre a diligência fiscal e peticionou ratificando os termos da impugnação. A DRJ de Fortaleza acolheu parcialmente a impugnação apenas para exonerar o valor de R$ 8.934,78 (oito mil, novecentos e trinta e quatro reais e setenta e oito centavos) em razão da informação fiscal prestada nos autos. A autuada apresentou recurso voluntário repisando os argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério, Relator Fl. 2DF CARF MF Emitido em 17/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 13/10 /2011 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10380.006766/200717 Acórdão n.º 230102.255 S2C3T1 Fl. 285 3 O recurso não reúne uma das condições de admissibilidade, qual seja, a tempestividade e, portanto, dele não conheço. Isto porque, conforme se extrai dos autos o contribuinte foi intimado da decisão da DRJ em 21 de dezembro de 2007. Contandose o prazo, nos termos dos artigos 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72, verificase que o dies a quo se deu em 22 de janeiro de 2008, fato esse também atestado na informação de fl. 283 dos autos. Ocorre que o recurso somente foi protocolado na repartição competente em 31 de janeiro de 2008, conforme fl. 274 dos autos. Ainda que a esse documento não credite a força probante de protocolo, isto é, de chancela mecânica ou manual deflagrada na página inicial do recurso voluntário, notase que esse apelo somente foi firmado pelo seu patrono em 30 de janeiro daquele ano, momento esse também além do prazo previsto em lei. Diante dessas considerações, voto no sentido de NÃO CONHECER o recurso voluntário, mantendose a autuação na sua integralidade. Adriano Gonzales Silvério Conselheiro Fl. 3DF CARF MF Emitido em 17/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 13/10 /2011 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 11516.004653/2007-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002, 2005
Ementa:
PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO. MPF ASSINADO PELO DELEGADO DA RECEITA FEDERAL SUBSTITUTO. DESCABIMENTO.
Não merece acolhida a alegação de nulidade do lançamento decorrente de fiscalização iniciada através de Mandado de Procedimento Fiscal assinado pelo Delegado da Receita Federal Substituto, já que, na ausência do titular, este assume todas as suas funções, razão pela qual integra o rol de pessoas
competentes para tanto, conforme elencado no art. 6º da Portaria SRF nº 6087/05.
PRELIMINAR. REUNIÃO DE PROCESSOS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO APURADO EM UM EXERCÍCIO COM SALDO DE RESTITUIÇÃO DO IRPF APURADO EM OUTROS EXERCÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE.
Diante da falta de previsão legal para tanto, não merece acolhida o pedido de compensação entre o crédito tributário apurado em nome de um contribuinte com o saldo do imposto a restituir que o mesmo tenha direito em relação a outro Exercício. Da mesma forma, também não há obrigatoriedade de que os processos decorrentes de um mesmo procedimento fiscal sejam reunidos em um só, sendo que a apreciação de ambos em apartado não traz qualquer prejuízo a este contribuinte.
IRPF. DECADÊNCIA. ENTENDIMENTO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62-A
DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
A questão da decadência nos tributos sujeitos ao lançamento por
homologação teve sua repercussão geral reconhecida pelo Eg. STJ, que, utilizando-se da sistemática prevista no art. 543-C do CPC, ao julgar o REsp 973.733/SC (Rel Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009), reiterou o entendimento no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação não declarado e inadimplido, o Fisco dispõe de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a constituição do crédito tributário, nos termos do art. 173, I, do CTN. Obrigatoriedade de aplicação deste entendimento, nos termos do art. 62-A do Regimento Interno deste Conselho.
IRPF. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA.
Nos termos do art. 8º, § 2º, inc. III da Lei nº 9.250/95, somente podem ser deduzidas as despesas médicas comprovadas por meio de recibo que preencha os requisitos da lei (com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu). Em alguns casos, porém, pode a autoridade fiscal solicitar que o contribuinte apresente outros elementos comprobatórios da efetividade da despesa e do serviço prestado.
Quando estes outros elementos não são apresentados, deve prevalecer a glosa da referida despesa.
MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. APLICAÇÃO. AO CASO CONCRETO
É justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502,
de 1964, e conforme minuciosamente apurado pela autoridade fiscal.
Numero da decisão: 2102-001.740
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em
REJEITAR as preliminares e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 5.560,00 em relação ao ano-calendário 2001.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2005 Ementa: PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO. MPF ASSINADO PELO DELEGADO DA RECEITA FEDERAL SUBSTITUTO. DESCABIMENTO. Não merece acolhida a alegação de nulidade do lançamento decorrente de fiscalização iniciada através de Mandado de Procedimento Fiscal assinado pelo Delegado da Receita Federal Substituto, já que, na ausência do titular, este assume todas as suas funções, razão pela qual integra o rol de pessoas competentes para tanto, conforme elencado no art. 6º da Portaria SRF nº 6087/05. PRELIMINAR. REUNIÃO DE PROCESSOS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO APURADO EM UM EXERCÍCIO COM SALDO DE RESTITUIÇÃO DO IRPF APURADO EM OUTROS EXERCÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. Diante da falta de previsão legal para tanto, não merece acolhida o pedido de compensação entre o crédito tributário apurado em nome de um contribuinte com o saldo do imposto a restituir que o mesmo tenha direito em relação a outro Exercício. Da mesma forma, também não há obrigatoriedade de que os processos decorrentes de um mesmo procedimento fiscal sejam reunidos em um só, sendo que a apreciação de ambos em apartado não traz qualquer prejuízo a este contribuinte. IRPF. DECADÊNCIA. ENTENDIMENTO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. A questão da decadência nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação teve sua repercussão geral reconhecida pelo Eg. STJ, que, utilizando-se da sistemática prevista no art. 543-C do CPC, ao julgar o REsp 973.733/SC (Rel Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009), reiterou o entendimento no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação não declarado e inadimplido, o Fisco dispõe de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a constituição do crédito tributário, nos termos do art. 173, I, do CTN. Obrigatoriedade de aplicação deste entendimento, nos termos do art. 62-A do Regimento Interno deste Conselho. IRPF. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. Nos termos do art. 8º, § 2º, inc. III da Lei nº 9.250/95, somente podem ser deduzidas as despesas médicas comprovadas por meio de recibo que preencha os requisitos da lei (com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu). Em alguns casos, porém, pode a autoridade fiscal solicitar que o contribuinte apresente outros elementos comprobatórios da efetividade da despesa e do serviço prestado. Quando estes outros elementos não são apresentados, deve prevalecer a glosa da referida despesa. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. APLICAÇÃO. AO CASO CONCRETO É justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502, de 1964, e conforme minuciosamente apurado pela autoridade fiscal.
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MPF ASSINADO PELO DELEGADO DA RECEITA FEDERAL SUBSTITUTO. DESCABIMENTO. Não merece acolhida a alegação de nulidade do lançamento decorrente de fiscalização iniciada através de Mandado de Procedimento Fiscal assinado pelo Delegado da Receita Federal Substituto, já que, na ausência do titular, este assume todas as suas funções, razão pela qual integra o rol de pessoas competentes para tanto, conforme elencado no art. 6º da Portaria SRF nº 6087/05. PRELIMINAR. REUNIÃO DE PROCESSOS. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO APURADO EM UM EXERCÍCIO COM SALDO DE RESTITUIÇÃO DO IRPF APURADO EM OUTROS EXERCÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. Diante da falta de previsão legal para tanto, não merece acolhida o pedido de compensação entre o crédito tributário apurado em nome de um contribuinte com o saldo do imposto a restituir que o mesmo tenha direito em relação a outro Exercício. Da mesma forma, também não há obrigatoriedade de que os processos decorrentes de um mesmo procedimento fiscal sejam reunidos em um só, sendo que a apreciação de ambos em apartado não traz qualquer prejuízo a este contribuinte. IRPF. DECADÊNCIA. ENTENDIMENTO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. A questão da decadência nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação teve sua repercussão geral reconhecida pelo Eg. STJ, que, utilizandose da sistemática prevista no art. 543C do CPC, ao julgar o REsp Fl. 483DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 973.733/SC (Rel Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009), reiterou o entendimento no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação não declarado e inadimplido, o Fisco dispõe de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a constituição do crédito tributário, nos termos do art. 173, I, do CTN. Obrigatoriedade de aplicação deste entendimento, nos termos do art. 62A do Regimento Interno deste Conselho. IRPF. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. Nos termos do art. 8º, § 2º, inc. III da Lei nº 9.250/95, somente podem ser deduzidas as despesas médicas comprovadas por meio de recibo que preencha os requisitos da lei (com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu). Em alguns casos, porém, pode a autoridade fiscal solicitar que o contribuinte apresente outros elementos comprobatórios da efetividade da despesa e do serviço prestado. Quando estes outros elementos não são apresentados, deve prevalecer a glosa da referida despesa. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. APLICAÇÃO. AO CASO CONCRETO É justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502, de 1964, e conforme minuciosamente apurado pela autoridade fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR as preliminares e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 5.560,00 em relação ao anocalendário 2001. Assinado Digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 19/01/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Nubia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Relatório Em face do contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 324/332 para exigência de IRPF em razão da glosa das despesas deduzidas por ele a título Fl. 484DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 466 3 de: a) despesas com dependente, no Exercício 2002; b) despesas médicas, nos Exercícios 2002 e 2005; e c) despesas com instrução, no Exercício 2002. Sobre parte do lançamento (especificamente as despesas médicas) foi exigida a multa qualificada de 150%. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação (parcial) de fls. 340/379. Parte das despesas médicas objeto de glosa não foi objeto de Impugnação, mas somente a exigência da multa qualificada sobre as mesmas. Alegou, em preliminar, a nulidade do lançamento em razão de vício na emissão do MPF (que teria sido assinado por autoridade incompetente), e ainda requereu que o processo fosse anexado ao outro processo administrativo decorrente do mesmo procedimento fiscal, em razão da necessidade de compensação entre os valores constantes de ambos. Quanto ao mérito, o relatório da decisão recorrida bem resumiu os extensos argumentos trazidos pelo contribuinte, como se depreende do seguinte trecho: No mérito o impugnante alega, no item (d) — Da glosa da despesa com dependente, que é indevida a glosa feita pela autoridade fiscal, considerando que se aplica ao caso o entendimento exarado na resposta a pergunta n° 320 (contida no "Perguntas e Respostas Sumário" publicado pela Receita Federal em seu site) de que "...no ano em que se iniciar o pagamento da pensão, o contribuinte pode efetuar a dedução correspondente ao valor anual, caso os filhos tenham sido considerados seus dependentes nos meses que antecederam o pagamento da pensão naquele ano.". No item (e) — Da Glosa da despesa com instrução no ano calendário 2001, alega: que existe a possibilidade de dedução com instrução mesmo estando os filhos recebendo pensão alimentícia, nos termos do entendimento exarado através da resposta a pergunta n° 334 (contida no "Perguntas e Respostas Sumário" publicado pela Receita Federal em seu site) de que "...As quantias pagas decorrentes de sentença judicial para cobertura de despesas médicas e com instrução, destacadas da pensão, são dedutiveis sob a forma de despesas médicas e despesas com instrução dos alimentandos, desde que obedecidos os requisitos e limites legais....". Por fim no item (1) — Das glosas relativas as despesas médicas, o impugnante inicialmente informa que somente parte das glosas esta sendo contestada, para as quais além dos recibos, hi a confirmação dos profissionais intimados da prestação dos serviços e recebimentos dos valores. Assevera que no caso específicos das despesas médicas, cumpridos os requisitos do art. 11 da Lei n° 8.383/91, surge a presunção em favor do contribuinte da dedutibilidade das despesas pleiteadas, devendo o fiscal comprovar a invalidade das deduções. Alega que, no caso dos autos, cabe a fiscalização demonstrar a impossibilidade da utilização dos recibos apresentados e das respostas As intimações firmadas por cada um dos profissionais confirmando a prestação dos serviços e o recebimento dos Fl. 485DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 valores informados; ao desconsiderar tais documentos e declarações está se dando "peso diferente A mesma prova no momento em que se aceita como verdadeira a afirmação de um profissional que não prestou serviço ao contribuinte e ignorase quando outro confirma a realização do trabalho". Para corroborar sua tese, traz acórdão do Conselho de Contribuintes. Na seqüência o impugnante passa a abordar especificamente as glosas que contesta. Em relação aos valores declarados como pagos a Arilton Trevisol Bittencourt (que inicialmente declarou não ter emitido nota fiscal ou recibo para o contribuinte e que posteriormente, confrontado com a cópia da nota fiscal trazida pelo contribuinte, confirmou a emissão desta), o contribuinte argumenta que o engano do profissional é justificável, considerando que os fatos ocorreram a mais de seis anos, e que reforça a ocorrência de um mero engano a existência do documento fiscal; aduz ainda que não há provas que justifique a glosa e que a exigência de prova do pagamento, além do recibo, não tem respaldo legal. Ainda, nesse tópico, o impugnante insurgese contra o agravamento da multa argumentando que a exposição de motivos relacionados ao dolo e ao "evidente intuito de fraude" devem ser abordados especifica e individualmente para cada caso e que, ainda que houvesse, neste caso, dúvida quanto A prestação do serviço, esta dúvida já seria suficiente para demonstrar a inexistência de evidente intenção de fraude. Assim defende que no presente caso resta irrefutável que houve a prestação do serviço, não havendo motivos para glosa da dedução e muito menos para o agravamento da multa. Quanto As deduções das despesas com Leando Magri, o impugnante alega que ao contrário do que afirma a autoridade fiscal, na folha 67 consta cópia do recibo emitido pelo profissional. No mais, argumenta que há que se desconsiderar as referências aos outros profissionais cujas glosas de dedução não são objeto da impugnação. Em relação ao fato de ter tomado serviços odontológicos de outros profissionais durante o ano, explica que o tratamento de raspagem é um procedimento de limpeza que deve ser realizado trimestralmente, motivo pelo qual não há "incompatibilidade ou excesso". Aqui novamente refuta a qualificação da multa de oficio, com base nos mesmos motivos arguidos no parágrafo anterior. Em relação a Marcelo Heidemann Perin, o impugnante inicialmente defende que "os motivos da glosa devem estar individualizados, razão pela qual será desprezada a referência do fiscal aos 'outros [fatos] já expostos neste Termo'. Aduz que mesma providência deve ser tomada pela autoridade julgadora, visto que de forma diversa haveria cerceamento do direito de defesa do contribuinte". Argumenta ainda que as considerações relativas aos profissionais Roberto Davi Trevisol e Werynto Bonelli não influenciam a análise da dedução das despesas ora em comento, haja vista não fazerem parte da presente impugnação. Na seqüência, o impugnante argumenta: que a prova de pagamento através do sistema bancário não encontra respaldo Fl. 486DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 467 5 da legislação fiscal e reafirma a impossibilidade da produção desse tipo de prova quando o próprio profissional afirma que recebeu o montante em moeda corrente; que a prestação de serviços odontológico juntamente com outro profissional não implica na inexistência de nenhum dos dois tratamentos, estes que são diversos e coexistem sem problemas; que o conjunto de provas (folhas 109, 110, 112, 113, 123, 122, 124 a 132) carreado aos autos é suficiente a comprovar a dedutibilidade das despesas. Aqui novamente refuta a qualificação da multa de oficio, com base nos mesmos motivos arguidos no parágrafo anterior. Quanto as despesas supostamente pagas ao fisioterapeuta Juliano Cargnin o impugnante novamente traz o argumento de que a comprovação do pagamento através do sistema bancário não encontra respaldo da legislação fiscal e reafirma a impossibilidade da produção desse tipo de prova quando o próprio profissional informa que recebeu o montante em moeda corrente. Argumenta ainda: que a inexistência da anotação do nome do médico que indicou a realização do tratamento é irrelevante; que o argumento de que o prazo de duração de três anos para o tratamento ser estranho não justifica a glosa da dedução, pois o tratamento de dores crônicas é necessário para manter a qualidade de vida do paciente; que o serviço foi prestado em Tubarão/SC e Braço do Norte/SC, pois apesar de seu domicilio fiscal ser Florianópolis/SC, trabalha a semana inteira em Tubarão, conforme faz prova o documento folhas 45 e 46; que apesar de seu plano de saúde cobrir o tratamento em tela, a escolha do profissional é de cunho subjetivo e não meramente econômico; não houve reembolso, pois somente há previsão em contrato para tal em não havendo nenhum outro profissional da área credenciado. Por fim insurgese contra o agravamento da multa de oficio, considerando que não hi prova da ocorrência da hipótese legal para tanto. Em favor da dedutibilidade das despesas com Adriana Dela Giustina Perin, argumenta: que não há elementos de prova que desqualifique a dedutibilidade dessas despesas; que as referências em relação à Maria Cristina Corbeta Jung não devem ser consideradas na análise da dedutibilidade das despesas em questão, haja vista não serem objeto de impugnação; a conclusão da fiscalização de que os serviços não ocorreram em face de ter havido dois profissionais tratando o contribuinte é mera especulação; que a profissional trouxe as cópias dos recibos; que deve ser cancelada a glosa. Por fim insurgese contra o agravamento da multa de oficio, considerando que não há prova da ocorrência da hipótese legal para tanto. A última glosa de deduções contestada referese As despesas supostamente pagas ao profissional Eurico de Miranda Gomes Neto. A esse respeito o impugnante contesta a exigência de comprovação da despesa através do sistema bancário pela Fl. 487DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 impossibilidade de comprovar tal movimentação financeira e aduz que mesmo sem esse instrumento de prova há nos altos documentos suficientes a favor da dedutibilidade da despesa em tela. Por fim insurgese contra o agravamento da multa de oficio, considerando que não há prova da ocorrência da hipótese legal para tanto. Por fim, o impugnante contesta a legalidade da inserção dos juros previstos na Lei n° 8.981/95 e da Taxa SELIC. 0 contribuinte requer a anulação do lançamento, reunido dos processos 11516.4653/200759 e 11516.4545/200786, restabelecimento das deduções glosadas, análise individual das deduções pleiteadas e, alternativamente, o afastamento do agravamento da multa e dos juros SELIC e posterior juntada da cópia do cheque n°001547 do BESC. Na análise destas alegações, os membros da DRJ em Florianópolis decidiram pela manutenção integral do lançamento, rejeitando as preliminares de nulidade do MPF, necessidade de reunião de processos conexos e de decadência (quanto ao anocalendário 2001). O contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 415/460, por meio do qual reiterou os argumentos expostos em sua Impugnação. Requereu a posterior juntada, nos termos do Decreto 70.235/72, da cópia do cheque n° 001547, do Besc, indicado no canhoto do recibo apresentado Eurico de Miranda Gomes Neto (“parágrafo 111 da impugnação”). Pugnou ainda pelo afastamento da aplicação da taxa Selic ao crédito tributário exigido. Os autos então foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relatora O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 14.08.2008, como atesta o AR de fls. 412. O Recurso Voluntário foi interposto em 15.09.2008, segundafeira (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de lançamento para exigência de IRPF em razão da glosa de diversas despesas pleiteadas pelo Recorrente em suas Declarações de Ajuste Anual apresentadas para os Exercícios 2002 e 2005. A fiscalização que gerou este lançamento, porém, abrangera também os fatos geradores dos anos de 2002 e 2003 (Exercícios 2003 e 2004 – objeto de lançamento diverso), o que levou o Recorrente a pleitear uma espécie de compensação entre os lançamentos. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 468 7 Por isso, antes de analisar o mérito da discussão travada nestes autos (repita se, relacionada aos Exercícios de 2002 e 2005), é preciso delimitar a controvérsia aqui posta. Delimitação do Litígio No Recurso Voluntário, ao tratar da matéria impugnada e não impugnada, o Recorrente afirma: 7. No entanto, a DRJ declarou que parte do valor lançado (R$ 8.675,44) não havia sido impugnada. No entanto, tal decisão não leva em consideração o valor do crédito existente no processo 11516.004545/200786 quando do lançamento (ajustado para R$ 7.006,72 após a decisão da DRJ. Como se debate a reunião dos processos e a necessidade de compensação de oficio entre os créditos apurados na fiscalização (item "b"), tal valor foi impugnado. Como se vê, pretende ele que seja feita a compensação entre os débitos exigidos por meio do presente processo e o “crédito” a que ele faz jus (reconhecido através do outro processo, em que o lançamento não culminou na exigência de imposto, mas apenas na redução do saldo do imposto a restituir). Segundo ele, por conta deste pedido de compensação, teria sido impugnada a integralidade do crédito tributário aqui em discussão. Tal entendimento, porém, não merece acolhida, por dois motivos: i) porque a análise do pedido de compensação formulado não é de competência deste Conselho, devendo tal pedido ser formulado diretamente à autoridade competente, através dos meios próprios para tanto; e ii) o que está em discussão nos presentes autos é exclusivamente o crédito tributário nele originado, o qual deve ser devidamente combatido pelo Recorrente. Não tendo ele atacado uma parte do lançamento (quanto às despesas que reconheceu serem indevidas) é de se considerar realmente que a parcela em questão não foi impugnada. Correta, neste sentido, a decisão recorrida. Delimitado o litígio, passase à análise das alegações do Recorrente. Da nulidade por vícios no MPF Alega o Recorrente que seria nulo o lançamento pelo fato de o MPF ter sido assinado pelo Delegado da Receita Federal Substituto, o qual, segundo ele, não estaria “no rol de pessoas competentes para tanto”, conforme elencado no art. 6º da Portaria SRF nº 6087/05. Quanto a esta parte da defesa, a despeito dos esclarecimentos já prestados pela relatora da decisão recorrida, o Recorrente insiste em afirmar que não há nos autos o ato através do qual teria havido a “delegação de competência” ao Delegado Substituto para assinar o referido MPF. Entretanto, a decisão recorrida é irretocável neste particular, e merece ser mantida por seus próprios fundamentos, como se depreende do trecho a seguir transcrito: Salientese que a competência para a emissão dos Mandados de Procedimento Fiscal não é privativa de determinada pessoa natural, mas dos ocupantes dos cargos mencionados no inciso IV do art. 6° da Portaria SRF n° 6.087/2005; a competência, Fl. 489DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 8 portanto é conferida pela legislação ao cargo e não a uma pessoa especificamente. Assim é que, aos ocupantes dos mencionados cargos, sejam eles os titulares ou seus substitutos, cabe a competência para emissão do MPF. Logo, na ausência, por qualquer motivo, do Delegado da Receita Federal, o Delegado da Receita Federal Substituto, nomeado por portaria especifica, assume automaticamente o cargo, sendo investido, também automaticamente, com todas as competências do titular, inclusive a competência para a emissão do Mandado de Procedimento Fiscal. Com efeito, afastandose ou ficando impedido o Delegado da Receita Federal titular, todas as atribuições inerentes ao cargo passam automaticamente a serem exercidas por seu substituto. Portanto, não há que se falar em delegação de competência, cuja transferência de poderes independe de afastamento temporário do titular dos mesmos. No mais das vezes, a delegação de competência é motivada para dar maior desenvoltura à execução das atividades administrativas, eximindo o titular a quem incumbe a prática dos atos, possibilitando a este maior disponibilidade para dedicarse a execução de outras atividades inerentes ao cargo. Como claramente se vê, não é este o caso que aqui se apresenta. Assim, não merece acolhida a preliminar de nulidade suscitada. Do pedido de reunião dos processos e de compensação Neste item do seu Recurso, o Recorrente sustenta que por serem decorrentes de uma mesma fiscalização (e de um mesmo MPF), deveriam estar reunidos os lançamentos efetuados em relação aos Exercícios de 2002 e 2005 (sobre os quais versa o presente processo) com aqueles efetuados para os Exercícios de 2003 e 2004 (objeto do processo nº 11516.004545/200786). Seu raciocínio é o de que se os processos estivessem reunidos em um só, ele poderia efetuar a compensação entre os débitos aqui apurados em seu nome, e os créditos a que faz jus naquele outro processo. Entretanto, conforme salientado acima, esta não é a sede própria para que seja analisado tal pedido de “compensação”, sendo certo que não há sequer previsão legal para tanto. Aliás, o raciocínio esposado pelo Recorrente implicaria em que o período de apuração do IRPF fosse um só para os quatro anos objeto da fiscalização em exame. Somente assim é que o raciocínio dele estaria correto, e somente assim poderseia viabilizar a compensação por ele pretendida. Como se trata de Exercícios distintos, ainda que o Auto de Infração lavrado fosse um só para os quatro anos fiscalizados, haveria a incidência de multa e juros sobre os Exercícios de 2002 e 2005, enquanto que o saldo em favor do Recorrente apurado para os anos de 2003 e 2004 seria corrigido com base na variação da taxa Selic – exatamente como foi feito em ambos os lançamentos. A divisão dos processos em dois se deu apenas a fim de facilitar a execução dos lançamentos. Neste sentido, é pertinente transcrever mais um trecho da decisão recorrida, verbis: Fl. 490DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 469 9 Já o fato de os valores a restituir referentes aos anoscalendário 2002 e 2003 terem sido apurados (corrigidos) através de outro auto de infração, efetivamente em nada prejudicou o contribuinte. Isso porque, a apuração do valor do imposto, devido ou a restituir, realizado pelo próprio contribuinte ou por autoridade fiscal, é realizado considerando somente o ano de ocorrência dos fatos geradores, desconsiderando anos anteriores ou posteriores; assim é que mesmo que todo o período (anoscalendário 2001 a 2004) tivesse sido objeto de um s6 auto de infração, o imposto devido (ou a restituir) teria sido apurado separadamente por anocalendário, não havendo qualquer possibilidade de o contribuinte poder "compensar" os impostos devidos, relativos aos anos 2001 e 2004, com o valor a restituir, relativo a 2002 e 2003, conforme demonstra ser sua pretensão. Salientese, por oportuno, que eventuais compensações entre valores devidos e a restituir, referentes a anos distintos, somente podem ocorrer no momento da cobrança dos débitos, portanto em momento posterior a apuração destes momento este em que há a aplicação da multa e juros cabíveis, incidentes sobre o imposto devido em cada ano. Por tudo isso, diante da absoluta falta de previsão legal para o pedido de reunião dos processos, não merece acolhida a preliminar suscitada. No mérito Conforme relatado, através do lançamento que aqui se examina foram glosadas despesas declaradas pelo Recorrente com dependentes, instrução e médicos. Antes, porém, de analisar o mérito propriamente dito destas infrações e da defesa, há que se analisar uma questão prejudicial ao mérito, a da decadência suscitada pelo Recorrente para os fatos geradores ocorridos em 2001 (Exercício 2002). Decadência De acordo com o Recorrente, estariam extintas pela decadência as exigências cujo fato gerador ocorrera no anocalendário 2001, nos termos do art. 150, §4º do CTN. Afirma que, ainda que se considere que nos casos de agravamento da multa o prazo deve ser contado nos termos do art. 173 do mesmo diploma legal, devese reconhecer a decadência quanto à parcela do lançamento sobre a qual não houve a qualificação da multa (glosa de dedução de despesas com dependentes e com instrução). Com efeito, a questão da decadência nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação teve sua repercussão geral reconhecida pelo Eg. STJ, que, utilizandose da sistemática prevista no art. 543C do CPC, ao julgar o REsp 973.733/SC (Rel Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009), reiterou o entendimento no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação não declarado e inadimplido, o Fisco dispõe de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a constituição do crédito tributário, nos termos do art. 173, I, do CTN. Fl. 491DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 10 De acordo com este entendimento, somente nos casos em que o pagamento foi feito antecipadamente, o prazo será de cinco anos a contar do fato gerador, como determina o art. 150, § 4º, do CTN. O art. 62A do Regimento Interno deste Conselho estabelece que devem ser obedecidas pelas turmas julgadoras as decisões proferidas pelo Eg. STJ quando a matéria julgada o tiver sido com base na sistemática do art. 543 (‘B’ e ‘C’) do CPC, verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Exatamente o caso da discussão em tela. Por isso, para que se possa analisar em cada caso concreto julgado por este Conselho a efetiva ocorrência, ou não, da decadência, é preciso que se analise antes de mais nada se houve o pagamento antecipado do imposto. Somente então é que se pode analisar qual a forma do cômputo do prazo decadencial: se com base no art. 150 ou 173 do CTN (considerando também a parcela do lançamento não sujeita à multa qualificada). No caso que ora se analisa, o Recorrente suscita a decadência do lançamento quanto aos fatos geradores ocorridos no anocalendário 2001, para os quais não houve qualificação da multa. Uma análise da DIRPF 2002 (acostada às fls. 05/07 dos autos) demonstra que o Recorrente sofreu, no anocalendário 2001, uma retenção de IRRF no valor total de R$ 13.024,22. Este valor, conforme entendimento esposado pelo Eg. STJ, deve ser considerado como antecipação do pagamento, e implica em que seja usado o art. 150 § 4º do CTN para fins de cômputo do prazo decadencial. Por isso, considerando que o fato gerador do IRPF em questão ocorreu em 31.12.2001, certo é que o Fisco teria até 31.12.2006 para efetuar o lançamento do respectivo imposto. Tendo em vista que a ciência do lançamento somente se deu em 31.10.2007, é imperioso que se reconheça a decadência do direito do Fisco de efetuar o referido lançamento. Ressaltese, porém, que este entendimento somente se aplica aos lançamentos para os quais não houve a qualificação da multa (glosa de dedução com dependentes e de despesas com instrução). Para a parcela relativa à glosa das despesas médicas, em razão da qualificação da multa (que será analisada em momento oportuno), não há que se falar na aplicação do art. 150, § 4º, mas sim do art. 173, I do CTN, exatamente como o fizeram a autoridade fiscal e a decisão recorrida. Assim, devese reconhecer a extinção parcial do crédito exigido, excluindose da base de cálculo do lançamento relativo ao Exercício 2002 os valores de R$ 2.160,00 (dedução com dependentes) e R$ 3.400,00 (dedução de despesas com instrução). Com o reconhecimento da decadência em exame, resta prejudicada a análise de mérito relativa à glosa da dedução com dependentes e com instrução. Por isso, passase à análise da parcela relativa à glosa com despesas médicas declaradas pelo Recorrente. Despesas médicas Fl. 492DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 470 11 Conforme relatado, tratase de lançamento por meio do qual foram glosadas despesas médicas efetuadas pelo Recorrente ao longo dos anoscalendário 2001 e 2004. Instruindo o lançamento, o Termo de Verificação Fiscal descreve minuciosamente o trabalho realizado pela autoridade fiscal, e esclarece todos os motivos que levaram à glosa das despesas médicas e à qualificação da multa sobre esta parte do lançamento. Os profissionais cujos recibos foram objeto de glosa foram os seguintes: Anocalendário 2001 Ana Paula Maynart Neves Zanatta – R$ 1.060,00 Roberto David Bernardo da Silva – R$ 2.022,00 Nelson Luiz Rech – R$ 800,00 Marco Aurélio Rech – R$ 6.000,00 Lourenço Denning – R$ 4.445,00 Arilton Trevisol Bittencourt – R$ 1.270,00 Werynton Boneli R$ 3.650,00 Leandro Magri – R$ 500,00 Marcelo Heidemann Perin 2.204,00 Eduardo Paiya Godinho – R$ 4.020,00 VALOR TOTAL GLOSADO EM 2001: 25.971,00 Anocalendário 2004 Ana Graciela Sestren – R$ 750,00 Talita Cardoso de Souza – R$ 1.300,00 Werynton Boneli – R$ 3.900,00 Emerson Waldir Veronez – R$ 3.000,00 Maria Cristina Corbetta Jung R$ 600,00 Eurico de Miranda Gomes Neto – R$ 570,00 Marcelo Heidemann Perin – R$ 1.500,00 Adriana Della Giustina Perin – R$ 1.500,00 Juliano Cargnin – R$ 2.900,00 Fl. 493DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 12 VALOR TOTAL GLOSADO EM 2004: 16.020,00 De todos estes profissionais (cujas despesas foram incluídas em suas respectivas DIRPF dos Exercícios 2002 e 2005), o Recorrente acabou reconhecendo que a maior parte das despesas originalmente declaradas realmente não estava correta. Impugnou apenas R$ 3.974,00 das despesas médicas glosadas para o ano de 2001 e outros R$ 6.470,00 para as despesas médicas glosadas no ano de 2004. Assim, percebese que o Recorrente concordou, tão logo foi cientificado do lançamento, com o fato de que a maior parte das despesas médicas por ele declaradas como dedutíveis, na verdade não o eram. Vale ressaltar que não há, na Impugnação ou no Recurso, esclarecimentos sobre o que motivou esta concordância parcial com o lançamento. À época da fiscalização, o Recorrente não apresentou quaisquer recibos médicos ao atender à primeira intimação recebida. Apenas trouxe alguns deles aos autos depois de uma intimação específica para tanto. Para esclarecer melhor os fatos e as razões que levaram à glosa das referidas despesas, é pertinente transcrever aqui alguns comentários da autoridade lançadora, extraídos do Termo de Verificação Fiscal: Antes de iniciarmos a análise das respostas dos terceiros cabe salientar que entre estes profissionais, a grande maioria é de dentistas, com os quais o contribuinte efetua despesas bastante elevadas. Notese que em suas respostas os profissionais informaram que o paciente foi o próprio Sr. Luiz Alberto Martins. Os anexos 1, e 2 a este Termo contém planilhas que tem como objetivo apresentar uma visão global dos valores, datas e serviços que o contribuinte alega terem sido efetuados. Assim, podemos notar que : • Utilizando como exemplo o ano de 2001, o contribuinte inicia o tratamento com um profissional (Welynton Boneli — janeiro e fevereiro), em seguida utiliza os serviços de outro profissional (Marcelo Heidemann Perin — fevereiro a julho), paralelamente realiza tratamento com um terceiro dentista (Roberto D. Bernardo da Silva março), e retorna ao mesmo Welynton Boneli em março, abril, maio e junho, quando então se consulta e faz um tratamento com o Dr. Arylton Trevisol Bittencourt (junho). Em seguida, em 24 de julho, retorna ao primeiro profissional citado, Welynton Boneli. Em agosto faz tratamento odontológico com os profissionais Roberto D. Bernardo da Silva e Werynton Boneli para em setembro utilizar os serviços do quinto profissional, Dr. Leandro Magri, onde realiza tratamentos de raspagem. Em outubro mais um atendimento efetuado pelo profissional Roberto D. Bernardo da Silva. Para completar a extensa lista de profissionais utilizados existe ainda o Dr. Loureço Denning que, de acordo com sua resposta, realizou procedimentos em 2001. 0 Dr. Lourenço Oenning não pode precisar as datas dos atendimentos, tendo em vista não exercer mais a profissão e ter descartado seus arquivos. (fls. 136). Fl. 494DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 471 13 A análise das despesas com dentistas que o contribuinte afirma terem sido pagas em 2004 revelam mais uma vez a utilização de vários profissionais, sete ao todo e uma situação semelhante a dos anos anteriores : No inicio do ano, em Janeiro, foram efetuadas várias restaurações pelo Dr. Eurico de Miranda Gomes Neto, de acordo 11/ com uma ficha apresentada pelo profissional (fls. 283). Em fevereiro o contribuinte, de acordo com os recibos de fls. 84, esteve no consultório do Dr. Werynton Boneli nos dias 16 e 27, onde realizou tratamentos odontológicos. A partir de março até maio, voltou a se tratar com o Dr. Eurico de Miranda Gomes Neto. Entre junho e setembro, realizou um tratamento de clareamento completo profilaxia com a profissional Maria Cristina Corbetta Jung (fls. 246). Paralelamente a este tratamento, o contribuinte tratouse com a Dra. Adriana Della Giustina Perin, onde, de acordo com a profissional (fls. 198) entre junho e agosto, foram feitos os seguintes procedimentos: profilaxia superior e inferior, controle de placa bacteriana, raspagem periodontal superior e inferior, aplicação de verniz fluoretado e laserterapia. No mesmo mês de agosto, voltou ao consultório do Dr. Eurico de Miranda Gomes Neto duas vezes nos das 19 e 20 (fls. 283). A partir de setembro, de acordo com a resposta do profissional (fls. 117), o contribuinte passou a se tratar com o Dr. Marcelo Heidemann Perin, onde, ainda de acordo com o dentista, realizou os seguintes procedimentos : clareamento total da arcada Superior, clareamento total da arcada inferior, restaurações, profilaxia, fluorterapia e laserterapia. Ainda no curso de 2004, o contribuinte afirma ter efetuado tratamentos com a Dra. Talita Cardoso e com o Dr. Emerson Waldir Veronez (fls. 10). Em relação a estes tratamentos, no curso da fiscalização, não foi possível estabelecer com precisão as datas em que teriam sido feitos os atendimentos. A estes fatos devem ser acrescentados os seguintes dados : • As elevadas despesas do contribuinte com tratamentos dentários, de acordo com suas respostas e com as informações contidas em suas Declarações de Ajuste Anual, somaram R$ 14.117,00 em 2001, R$ 14.079,99 em 2002 e R$ 12.370,00 em 2004, perfazendo um total de mais de R$ 40.000,00 em quatro anos. • Apesar da extensa lista de profissionais da área médica incluidos em suas Declarações de Ajuste Anual como despesas médicas, o contribuinte, intimado a comprovar o seu efetivo pagamento Termos de Intimação Fiscal n° 537/07 (fls. 97 e 98), n° 602/07 (fls. 100 e 101) e n° 718/07 (fls. 103 e 104), não apresentou sequer um documento que pudesse demonstrar que os gastos foram realmente efetuados. 0 contribuinte não apresentou qualquer justificativa para o fato de, apesar de possuir plano de saúde que cobre despesas com médicos e fisioterapeutas, ter utilizado profissionais não Fl. 495DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 14 credenciados e não ter solicitado qualquer reembolso das despesas efetuadas, apesar do alto valor das mesmas : entre 2002 e 2004 o contribuinte afirma ter pago ao fisioterapeuta Juliano Cargnin R$ 6.570,00 e ao médico Eduardo Paiva Godinho em 2001 e 2002 R$ 7.200,00. Esclarecendo ainda mais os fatos envolvidos no lançamento, cumpre transcrever aqui o seguinte quadro, constante no corpo da decisão recorrida, que demonstra de forma clara a situação de cada um dos profissionais para os quais o Recorrente declarou ter pago valores a título de despesas médicas nos anoscalendário 2001 e 2004: Da mesma decisão, constam também os seguintes argumentos para justificar a manutenção do lançamento: Destarte, ante o expressivo valor das despesas médicas, compete à autoridade fiscal, por imposição legal, verificar a regularidade das deduções pleiteadas nas Declarações de Ajuste Anual. 0 sujeito passivo tem o ônus de comprovar e justificar as deduções e, não o fazendo, deve assumir as conseqüências legais. Destacando que, quando a autoridade fiscal apura indícios, tantos e tão fortes, de que os pagamentos consignados nos recibos apresentados não ocorreram, neste caso, o ônus de provar implica trazer elementos que não deixem dúvida quanto ao fato questionado. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 472 15 As alegações de defesa, analisadas em conjunto com os documentos acostados pelos supostos prestadores dos serviços médicos, até poderiam vir a ser consideradas plausíveis e procedentes, se consideradas isoladamente fora do contexto no qual se inserem. Todavia, ao contrário do que pretende o contribuinte, a bem do correto e justo julgamento do lançamento, todos os fatos trazidos pela fiscalização, devem ser considerados em conjunto em busca da verdade que se afigura nos autos em relação à conduta do contribuinte. Assim é que, muito embora os fatos acima descritos não sejam suficientes, quando olhados cada um deles de forma isolada, para evidenciar conclusivamente a existência de recibos fornecidos de forma graciosa, verdade é que quando olhados de modo conjunto, formam um quadro indiciário que, aliado a conduta reiterada do contribuinte em informar valores significativos de despesas médicas para as quais não tinha comprovação idônea, evidencia a conduta fraudulenta do contribuinte, tendente a beneficiarse de deduções indevidas. Neste ponto, o lançamento e a decisão recorrida merecem ser prestigiados. A legislação fiscal prevê que para que o contribuinte possa se beneficiar da dedução de suas despesas médicas do Imposto de Renda, deverá ele ter em mãos, além dos recibos competentes (que devem preencher os requisitos da lei), quaisquer outros documentos que demonstrem, ainda que minimamente, a efetividade dos serviços prestados, bem como o seu pagamento. Sem que tais provas sejam feitas, está correta a glosa das despesas médicas não comprovadas. É o que determina o art. 8º da Lei nº 9.250/95: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: (...) III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (...) Fl. 497DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 16 No caso dos autos, o Recorrente pleiteou em suas Declarações de Ajuste Anual a dedução de despesas efetuadas com um total de 11 profissionais no ano de 2001 e outros 10 profissionais no ano de 2004. Após uma fiscalização bastante minuciosa e bem conduzida, o Recorrente acabou por concordar que destes 21 profissionais que lhe haviam prestado serviços (ou assim ele o declarou), apenas 7 correspondiam à realidade (3 profissionais em 2001 e 4 em 2004). Decorre daí que o contribuinte apresentou em suas DIRPF 2002 e 2005 despesas médicas com (em média) o triplo dos profissionais que efetivamente “contratara”. Este fato demonstra que não se tratou de mero equívoco do Recorrente ao preencher suas Declarações de Ajuste Anual. Ao contrário, este fato leva a crer que a intenção do mesmo ao majorar de forma tão grave as despesas efetivamente incorridas não tinha outra intenção senão a de se beneficiar com um menor pagamento do imposto (de Renda). Por isso, ao contrário do afirmado por ele, os indícios sugerem que a fiscalização realmente agiu corretamente, e que a prova da efetiva prestação dos serviços cuja dedução ele pleiteia deve ser feita de forma convincente e cabal. Pelo fato de todos os seus tratamentos médicos e odontológicos terem sido pagos em moeda corrente (de forma que o pagamento dos serviços não pode ser comprovado), caberia ao Recorrente ter trazidos aos autos outras provas conclusivas no sentido de que o serviço fora prestado. No entanto, as provas trazidas por ele para complementar suas alegações e os recibos trazidos, não são suficientes para tanto. Tomando como exemplo o profissional Marcelo Perin, consta dos autos (fls. 112 do vol. 1) um “odontograma” do tratamento por ele efetuado no Recorrente. Este odontograma, porém, era um “Orçamento” do qual consta a situação dos dentes do Recorrente, e dos “proc realizados em 2001, 2002 e 2004”. Tal documento não tem data ou a assinatura do profissional emitente (enquanto que o odontograma de fls. 148 tem data e assinatura do profissional emitente – apesar de se referir a tratamento efetuado em favor da Sra. Dulcinéia Martins), e teve sua autenticidade reconhecida em Cartório no ano de 2007, passados 6 anos do início do tratamento. Não fossem suficientes estes argumentos, releva ainda destacar que o Recorrente poderia ter trazido aos autos as fichas de paciente emitidas pelo referido profissional. Tais fichas são comumente encontradas em consultórios médicos e odontológicos, servindo sempre como um parâmetro e um histórico dos procedimentos realizados em cada paciente. Por isso, a documentação colacionada aos autos não pode ser considerada como suficiente para comprovar a efetiva prestação dos serviços em tela. Da mesma forma, o odontograma emitido pelo profissional Leandro Magri (fls. 186/187 do Vol. 1) não tem data de emissão. O mesmo se diga em relação ao odontograma emitido pela Dr. Adriana Perin, às fls. 195. As despesas efetuadas com o profissional Juliano Cargnin (fisioterapeuta) são “comprovadas” com recibos e pela justificativa de que o Recorrente sofria de “dores e desconforto musculares”, sem qualquer outro esclarecimento acerca da justificativa médica para a prestação de tais serviços. Fl. 498DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 473 17 Neste sentido, estão corretas as conclusões tomadas pela autoridade fiscal e também pela decisão recorrida, ambas acima transcritas, e as quais tomo também como razão de decidir. De fato, os argumentos e documentos trazidos pelo Recorrente não são suficientes a refutar as motivações da autoridade fiscal para efetuar o lançamento, que deve permanecer da forma como foi efetuado, mantendose as glosas em questão – inclusive com a qualificação da multa de ofício. Em outras oportunidades, ao apreciar casos semelhantes, esta Turma julgadora vem assim decidindo, como se depreende do julgado a seguir transcrito, no qual são expostas, de maneira clara e precisa, as razões para a manutenção de lançamentos semelhantes ao que ora se analisa, inclusive com a qualificação da multa, verbis: DESPESAS MÉDICAS. HIPÓTESES QUE PERMITEM A EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO OU DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. OCORRÊNCIA NO CASO EM DEBATE. MANUTENÇÃO DAS DESPESAS GLOSADAS. Como tenho tido oportunidade de asseverar em julgados anteriores (Acórdãos nºs 2102001.351, 2102001.356 e 2102001.366, sessão de 09 de junho de 2011; Acórdão nº 210201.055, sessão de 09 de fevereiro de 2011; Acórdão nº 210200.824, sessão de 20 de agosto de 2010; acórdão nº 210200.697, sessão de 18 de junho de 2010), entendo que os recibos médicos, em si mesmos, não são uma prova absoluta para dedutibilidade das despesas médicas da base de cálculo do imposto de renda, mormente quando as despesas forem excessivas em face dos rendimentos declarados; houver o repetitivo argumento de que todas as despesas médicas de diferentes profissionais, vultosas, tenham sido pagas em espécie; o contribuinte fizer uso de recibos comprovadamente inidôneos; houver a negativa de prestação de serviço por parte de profissional que consta como prestador na declaração do fiscalizado; houver recibos médicos emitidos em dias não úteis, por profissionais ligados por vínculo de parentesco, tudo pago em espécie; ou houver múltiplas glosas de outras despesas (dependentes, previdência privada, pensão alimentícia, livro caixa e instrução), bem como outras infrações (omissão de rendimentos, de ganho de capital, da atividade rural), a levantar sombra de suspeição sobre todas as informações prestadas pelo contribuinte declarante. Recurso negado. (Acórdão nº 210201632, julgado em 26.10.2011) Por todos estes motivos, deve também ser mantida a qualificação da multa, na medida em que, como salientado anteriormente, não se trata de mero equívoco cometido no preenchimento da DIRPF, mas sim de contribuinte que teve a clara intenção de reduzir o valor do imposto devido, utilizandose de documentos relativos a tratamentos médicos não comprovados. Justificase, assim, a aplicação do disposto nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº Lei 4502/64, verbis: Fl. 499DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 18 Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Da leitura de tais artigos, é forçoso concluir que só pode ser exigida a multa de 150% (multa qualificada) aos lançamentos de ofício em que restar caracterizado o evidente intuito de fraude do contribuinte – como ocorreu aqui, com todos os esclarecimentos prestados pela autoridade lançadora. Da taxa SELIC Por fim, também não merece acolhida o pedido de exclusão da aplicação da taxa Selic sobre o crédito tributário em discussão. Quanto a este assunto, foi editada a Súmula nº 4 deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, segundo a qual: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.”. Por isso, em obediência ao art. 72 do Regimento Interno deste Conselho, deixo de acolher o pedido de afastamento da referida taxa. Diante do exposto, VOTO no sentido de REJEITAR as preliminares suscitadas e, no mérito DAR PARCIAL provimento ao Recurso para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 5.560,00 em relação ao anocalendário 2001. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 500DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.004653/200759 Acórdão n.º 210201.740 S2C1T2 Fl. 474 19 Fl. 501DF CARF MF Impresso em 23/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 27/01/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 13618.000045/2003-29
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Aug 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543-C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de
“atualização monetária” do valor requerido quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164, RESP 1150188).
CRÉDITO ESCRITURAL. IMPOSSIBILIDADE DE CORREÇÃO OU ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Nos temos de consolidada jurisprudência do STJ, de que é exemplo o Resp 1035847, não há direito de correção ou
atualização monetária sobre créditos escriturais do IPI.
Numero da decisão: 9303-001.629
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos do procurador e da interessada, nos termos dos relatório e voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda declarou-se impedido.
Nome do relator: Julio Cesar Alves Ramos
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ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164, RESP 1150188). CRÉDITO ESCRITURAL. IMPOSSIBILIDADE DE CORREÇÃO OU ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Nos temos de consolidada jurisprudência do STJ, de que é exemplo o Resp 1035847, não há direito de correção ou atualização monetária sobre créditos escriturais do IPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos do procurador e da interessada, nos termos dos relatório e voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda declarouse impedido. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator. EDITADO EM: 15/12/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Rodrigo Fl. 1DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/01/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Cardozo Miranda, Francisco Maurício Albuquerque, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez López e Susy Gomes Hoffman Relatório Examinamse recursos especiais interpostos tanto pelo contribuinte quanto pela Fazenda Nacional sobre a mesma matéria: incidência da taxa selic sobre valores objeto de pedido de ressarcimento de saldo credor do IPI formulado com base no art. 11 da Lei 9.779. A decisão recorrida, proferida pela Terceira Câmara do então Segundo Conselho de Contribuintes, por maioria a deferiu a partir do protocolo do pedido, na esteira da consolidada jurisprudência da casa. Não satisfeita, postula a contribuinte que a incidência se deva dar desde o registro escritural dos créditos, juntando acórdão da Primeira Câmara condizente com sua pretensão. Por seu turno, o recurso da PFN, lastreado na contrariedade à lei de que tratava o art. 7º, I do então vigente Regimento Interno da Câmara Superior baixado pela Portaria 147/2007 postula a não incidência dos referidos juros por falta de precisão legal, dada a diferença entre ressarcimento e restituição. O recurso comporta pedido supletivo para que, caso mantido o deferimento da selic, incida ela a partir de data posterior à do protocolo do pedido, sem especificar qual. Embora não tenha sido o fundamento do recurso, a PFN aponta também a existência de dissídio jurisprudencial consubstanciado em acórdãos oriundos da mesma Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes e também da Segunda Câmara do mesmo Conselho. Ambos os recursos foram admitidos pela Presidência da Terceira Câmara (despachos às fls. 318 e 366/370) Foram ofertadas contrarrazões. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Os requisitos de admissibilidade foram bem examinados, devendo os recursos ser apreciados. E eles podem ser desprovidos conjuntamente. Isso porque, o art. 62A recentemente incluído no Regimento Interno do CARF tornou obrigatória a adoção do entendimento expresso em decisão do STJ que tenha sido proferida na sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil. E naquele e. Tribunal Superior consolidouse o entendimento de que a Selic é devida exatamente na forma que foi concedida no julgamento contestado (REsp 993.164 e 1150188, ambos da relatoria do Ministro Luiz Fux). Fl. 2DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/01/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13618.000045/200329 Acórdão n.º 9303001.629 CSRFT3 Fl. 2 3 Destarte, com a ressalva de minha posição pessoal, que acolho todos os argumentos expendidos pela representação fazendária, nego provimento ao recurso fazendário. Na mesma linha, porém, descabe o atendimento do pleito do contribuinte. Até porque aquele mesmo Tribunal tem entendido que não cabe a correção monetária do crédito escritural (REsp 1035847). A única fundamentação para que “ela” seja concedida a partir do pedido – tanto no âmbito administrativo como no Judicial – é a resistência da Administração, o que, por óbvio, não ocorre enquanto o contribuinte ainda não esteja autorizado, por lei, a formalizar o pedido. Em outras palavras, descabe corrigir o crédito entre a data de seu registro na escrita e a data de formalização do pedido. Voto, pois, por negar provimento a ambos os recursos. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 3DF CARF MF Emitido em 06/01/2012 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/01/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 15/12/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 18471.002598/2008-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004
CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM RECURSO INTEMPESTIVO NÃO
CONHECIDO
O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho.
É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.”
O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais CARF
descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar
recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem
sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições
Previdenciárias,
inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros,
definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2401-002.022
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não
conhecer do recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.” O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.” O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Fl. 174DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 175DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002598/200856 Acórdão n.º 240102.022 S2C4T1 Fl. 174 3 Relatório O presente Auto de Infração de obrigação principal, lavrado sob n. 37.174.3761 em desfavor da recorrente, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo as destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, levantadas sobre os valores pagos a pessoas físicas por meio de Cooperativas de Trabalho em atividade fim da contratante, tendo em ação do Ministério do Trabalho sido caracterizado vínculo empregatício. O lançamento compreende competências entre o período de 01/2003 a 12/2004, sendo que os fatos geradores incluídos neste AI foram apurado por meio das notas emitidas pela Cooperativa, j[a que a empresa, mesmo intimada n’ao apresentou os contratos. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 29/09/2008, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou impugnação, fls. 31 a 67. Foi exarada a DecisãoNotificação DN que confirmou a procedência do lançamento, conforme fls. 128 a 137. Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 141 a 149. A DRFB encaminhou o processo para julgamento no âmbito do CARF. É o relatório. Fl. 176DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto intempestivamente, conforme informação à fl. 171. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. O recurso foi interposto intempestivamente. De acordo com o aviso de recebimento à fl. 139, a recorrente foi cientificada no dia 22 de dezembro de 2009 (terçafeira), à época, o prazo para interposição do recurso era de 30 dias, considerandose que na contagem é excluído o dia de início, o prazo venceria em 21/01/2098. A notificada interpôs o recurso no dia 03/02/2010, conforme protocolo fl. 141, portanto fora do prazo normativo. Assim, dispõe o art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999: Dos Recursos Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. § 1º É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação alterada pelo Decreto nº 4.729/03) Dos Recursos Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. § 1º É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação alterada pelo Decreto nº 4.729/03) O art. 21, II do Regimento Interno do antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, dispõe acerca da competência para julgar os processos de competência do CRPS . Art. 21. Compete ao Segundo Conselho de Contribuintes julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância sobre a aplicação da legislação, inclusive penalidade isolada, observada a seguinte distribuição: II às Quinta e Sexta Câmaras, os relativos às contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único Fl. 177DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002598/200856 Acórdão n.º 240102.022 S2C4T1 Fl. 175 5 do art. 11 da Lei n o 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e contribuições devidas a terceiros. NO mesmo sentido a Portaria MF nº 147/2007, dispõe acerca da transferência dos processos pendentes de julgamento do CRPS para o extinto Conselho de Contribuintes, atual CARF: O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso no uso das atribuições previstas no art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição Federal, no art. 4º do Decreto n.º 4.395, de 27 de setembro de 2002, e tendo em vista o disposto nos arts. 25, 27, 29, 30 e 31 da Lei n.º 11.457, de 16 de março de 2007 e no art. 4º do Decreto n.º 5.136, de 7 de julho de 2004, resolve: Art. 5º Ficam instaladas a Quinta e Sexta Câmaras do Segundo Conselho de Contribuintes. §1º No prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação desta Portaria, os processos administrativofiscais referentes às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei n.º 11.457/2007 que se encontrarem no Conselho de Recursos da Previdência Social serão encaminhados ao Segundo Conselho de Contribuintes e distribuídos por sorteio para a Quinta e Sexta Câmaras do Segundo Conselho de Contribuintes, ou, se cabível, à Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. §2º Aplicase o Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social (RICRPS), aprovado pela Portaria do Ministro da Previdência Social n. o 88, de 22 de janeiro de 2004 aos recursos interpostos até o termo final do prazo fixado no §1º, nos processos administrativofiscais em trâmite no Conselho de Recursos da Previdência Social. §3º Os julgamentos e atos processuais pendentes nos processos referidos no §1º serão regulados pelo Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. E por fim, o atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria n. 256, de 22 de junho de 2009, assim determina a competência para julgamento de processos sobre matéria previdenciária. Art. 3° À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF); II Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); III Imposto Territorial Rural (ITR); Fl. 178DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007; e Em sendo intempestivo o recurso, e não tendo sido demonstrado nos autos nenhum fato que impedisse o requerente de interpor recurso na data estabelecida, julgo por não conhecer do recurso. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso, em virtude da intempestividade do mesmo. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 179DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 11516.003162/2007-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2004
SÚMULA CARF Nº 68
A Lei n° 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2102-001.527
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 19/11/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Fl. 53DF CARF MF Impresso em 20/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.003162/200791 Acórdão n.º 210201.527 S2C1T2 Fl. 47 2 Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 27/28 a da instância a quo, in verbis: Tratase de Notificação de Lançamento, conforme revisão de ofício da declaração de ajuste anual do exercício de 2004 – anocalendário de 2003 – do contribuinte acima identificado, da qual resultou em “Imposto a Restituir” no valor de R$ 401,33, o qual consta como já restituído. Segundo a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, ocorreu omissão de rendimentos no valor de R$ 14.826,24, recebidos da fonte pagadora Comando do Exército. Em sua defesa, o contribuinte inicialmente coloca conceitos sobre rendimentos do trabalho assalariado e vantagens. Após, remete à Lei nº. 8.852 de 04 de fevereiro de 1994, em seu art. 1º., III, alínea “n”, para alegar que o adicional por tempo de serviço está excluído da remuneração. Em relação ao o art. 43 do Decreto nº. 3.000 de 26 de março de 1999 – RIR/99, o impugnante argumenta que o mesmo, em momento algum, se reporta à tributação do adicional por tempo de serviço; que este estabelece a tributação sobre a remuneração do trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, sendo que a Lei nº. 8.852/94 enfatiza a exclusão do adicional por tempo de serviço da remuneração. Ainda em relação a este artigo, argumenta ser ele a transcrição da Lei nº 4.506/64, (no caso o art. 16) do qual foram excluídos os incisos II e III, que tratam de rendimentos sob os títulos de adicionais, extraordinários, suplementação, abonos, gratificações, dentre outros, tendo sido aproveitado o restante do dispositivo. Alega, ainda, que a Lei nº. 8.852/94 sobrepõe a Lei nº. 7.713/88 quando exclui da base de remuneração o Adicional por Tempo de Serviço, dentre outras verbas. Cita alguns dispositivos da Lei nº. 8.134/90, a Lei nº. 9.250/95, a Lei nº. 9.532/97, a Lei nº. 9.887/99 e a Lei nº. 9.532/97, para concluir que os fundamentos esposados pelo Ministério da Fazenda são inconsistentes por não tratarem do fundamento da discussão, ou seja, a nãotributação sobre os adicionais. Por fim o impugnante esclarece que não se refere à isenção do adicional em questão pois a lei nº 8.852/94 em momento algum menciona tal vocábulo mas defende a exclusão deste, sendo que a própria lei e o decreto são mais que suficientes para justificar tal exclusão. Pede deferimento. É o relatório. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, considerando que os argumentos da recorrente não foram acompanhadas de provas suficientes e fundamentos legais, para desconstituir os fatos postos nos autos que embasaram o lançamento. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 20/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 11516.003162/200791 Acórdão n.º 210201.527 S2C1T2 Fl. 48 3 Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 31 a 37, requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, repisando os mesmos argumentos trazidos na sua impugnação dirigida à DRJ, insistindo que a Lei 8.852, de 1994 exclui a tributação do IRPF sobre os rendimentos autuados. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. LEI N° 8.852, DE 1994. MATÉRIA SUMULADA A matéria trazida com o presente recurso não mais suscita dissídio jurisprudencial, tratada em súmula deste Conselho: SÚMULA CARF Nº 68 A Lei n° 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Dessa forma, não há como prosperar nesse julgamento as referidas alegações. Pelo exposto, não merecendo reparos da decisão recorrida, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 20/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 19/11/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 11070.001076/2007-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Período de apuração: 01/08/2001 a 31/12/2006
Ementa:
AUTO DE INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTOS. OBRIGAÇÃO.
Constitui infração punível na forma da lei deixar de preparar folhas de pagamentos das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos, conforme disposto no art. 225, I e §9º, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. DECADÊNCIA:
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. No caso deste auto de infração, a multa aplicada para a infração cometida é única e não pode ser fracionada, não havendo alteração no valor referente à mesma,
conforme disposto pelo artigo 659, §4º, da Instrução Normativa n.º 03/2005
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2302-001.328
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Outras penalidades (ex.MULTAS DOI, etc)
Nome do relator: Liege Lacroix Thomasi
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ementa_s : OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2001 a 31/12/2006 Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTOS. OBRIGAÇÃO. Constitui infração punível na forma da lei deixar de preparar folhas de pagamentos das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos, conforme disposto no art. 225, I e §9º, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. DECADÊNCIA: O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. No caso deste auto de infração, a multa aplicada para a infração cometida é única e não pode ser fracionada, não havendo alteração no valor referente à mesma, conforme disposto pelo artigo 659, §4º, da Instrução Normativa n.º 03/2005 Recurso Voluntário Negado.
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FOLHA DE PAGAMENTOS. OBRIGAÇÃO. Constitui infração punível na forma da lei deixar de preparar folhas de pagamentos das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos, conforme disposto no art. 225, I e §9º, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. DECADÊNCIA: O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. No caso deste auto de infração, a multa aplicada para a infração cometida é única e não pode ser fracionada, não havendo alteração no valor referente à mesma, conforme disposto pelo artigo 659, §4º, da Instrução Normativa n.º 03/2005 Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Liege Lacroix Thomasi Relatora. EDITADO EM: 06/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Eduardo Augusto Marcondes de Freitas, Arlindo da Costa e Silva,Liege Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Manoel Coelho Arruda Junior. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 11070.001076/200720 Acórdão n.º 230201.328 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente de auto de infração lavrado em 12/06/2007, com ciência pelo sujeito passivo em 13/06/2007, pelo descumprimento de obrigação acessória, qual seja a confecção de folha de pagamento de todas as remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados que prestaram serviço à empresa, nos moldes e padrões estabelecidos pela Secretaria da Receita Previdenciária, nas competências 08/2001 a 12/2006. De acordo com o relatório fiscal de fl. 02, a recorrente deixou de incluir nas folhas de pagamento os contribuintes individuais, cujas remunerações foram apuradas através da contabilidade da empresa. Aduz o relatório de aplicação da multa, fl. 03, que a multa foi elevada em duas vezes frente a ocorrência de circunstância agravante, reincidência. Após a impugnação, Acórdão de fls. 32 a 37, pugnou pela procedência da autuação. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso arguindo em síntese: a) a inconstitucionalidade do depósito recursal; b) que o AI é vinculado à NFLD da obrigação principal; c) que não deixou de lançar fatos geradores, apenas os contabilizou de forma diversa do pretendido pela fiscalização, não havendo materialidade para a autuação; d) que o lançamento é insubsistente porque tem a mesma base da obrigação principal; e) que não pode ser atribuída responsabilidade somente ao contribuinte, mas o auditor fiscal também é responsável pelas informações; f) que a cobrança das contribuições não especificou os beneficiários; g) que somente poderia ter sido aplicada multa de ofício; h) que não podem ser cumuladas as multas por infração e de ofício; i) que não houve obstáculo à fiscalização, não sendo cabível a multa; j) que a apresentação dos recibos de pagamento ilide a aplicação de sanção. Requer o provimento do recurso, a nulidade do AI, ou que seja julgada insubsistente a acusação fiscal. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Fl. 4DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 11070.001076/200720 Acórdão n.º 230201.328 S2C3T2 Fl. 3 5 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi Relatora Cumprido o requisito de admissibilidade, frente à tempestividade, conforme documento de fl. 42, conheço do recurso e passo ao seu exame. Das Preliminares A recorrente insurgese contra o depósito recursal. Todavia, tal pressuposto não é mais exigido por este Colegiado em obediência ao Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. De acordo com o previsto no parágrafo único do art. 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria n ° 256/2009 do Ministério da Fazenda, no julgamento de recurso voluntário ou de ofício, fica vedado aos Conselhos de Contribuintes afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Não se aplicando aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo, que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; O STF já se posicionou no julgamento do Recurso Extraordinário n ° 389383, transitado em julgado, pela inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º do art. 126 da Lei n ° 8.212. Embora a recorrente não tenha argüido a decadência, por ser matéria de ordem pública, deve ser examinada de ofício. O auto de infração compreende as competências de 08/2001 a 12/2006 e a lavratura se deu em 06/2007. Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. i Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa Fl. 5DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, que se deu em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, devendo ser observada a regra prevista no art. 150, parágrafo 4o do Código Tributário Nacional CTN. Assim, quando há o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Entretanto, somente se homologa pagamento, caso esse não exista, não há o que ser homologado, devendo ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. Caso tenha ocorrido dolo, fraude ou simulação não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN, sendo aplicado necessariamente o disposto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. No caso presente, por se tratar de auto de infração, onde não há hipótese de recolhimento antecipado, aplicase o artigo 173, I do CTN, devendo ser excluídas da autuação as competências até 11/2001, inclusive esta: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 11070.001076/200720 Acórdão n.º 230201.328 S2C3T2 Fl. 4 7 Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Todavia, é de se registrar que como a multa aplicada para a infração cometida é única e não pode ser fracionada, não vai haver alteração no valor referente à mesma, conforme disposto pelo artigo 659, §4º, da Instrução Normativa n.º 03/2005: §4º Se houver materialização das demais infrações não referidas nos arts. 646 a 648, a multa será fixada por Auto de Infração, independentemente do número de ocorrências. Ainda que restasse apenas uma folha de pagamento que não estivesse de acordo com o preconizado pela legislação, o valor da multa se manteria íntegro. Do Mérito A obrigação acessória surge do descumprimento de dever instrumental a cargo do sujeito passivo, consistindo numa prestação positiva (fazer), que não seja o recolhimento do tributo, ou negativa (não fazer). Descumprida obrigação acessória (obrigação de fazer/não fazer) possui o Fisco o poder/dever de lavrar o AutodeInfração. A penalidade pecuniária exigida dessa forma convertese em obrigação principal, na forma do § 3º do art. 113 do CTN. No presente caso, a obrigação acessória corresponde ao dever de confeccionar folha de pagamento com todas as remunerações pagas aos segurados a seu serviço. A obrigação de preparar folhas para todos os pagamentos a segurados, vem expressa na legislação vigente, artigo 32, I, da Lei n. 8.212/91, e independe da obrigação principal de recolhimento das contribuições previdenciárias: Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; O Decreto n.º 3.48/99, que aprovou o Regulamento da Previdência Social traz no seu artigo 225, parágrafo 9º, os elementos que devem conter a folha de pagamento: Art.225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; (...) Fl. 7DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; IIagrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) III destacar o nome das seguradas em gozo de salário maternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Pelo exposto, é obrigatória a inclusão em folhas de todos os pagamentos a segurados, independente da natureza salarial. Compete à autoridade fiscal identificar as parcelas integrantes ou não da base de cálculo das contribuições previdenciárias. A recorrente, em suas razões, não refutou que não confeccionou as folhas de pagamento nos padrões estabelecidos pela Seguridade Social, limitandose a dizer que apresentou os recibos de pagamento e que não poderia ter sido autuada por isso, o que não se presta a ilidir a infração. A multa punitiva foi aplicada nos estritos termos da legislação em obediência ao disposto pelos artigos 283, inciso I, e 373, ambos do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n. 3.048/99. O artigo 283, inciso I, especifica a multa a ser aplicada frente à conduta da autuada e o artigo 373, determina que os valores expressos em moeda corrente referidos no Regulamento serão reajustados nas mesmas épocas e nos mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social. Frente à disposição legal, a multa foi aplicada de acordo com os valores constantes da Portaria Ministerial nº. 142, de 11/04/2007, vigente à época da autuação e que reajustou o valor da multa prevista no artigo 283, do Regulamento da Previdência Social: Art. 9º A partir de 1º de abril de 2007: (...) V o valor da multa pela infração a qualquer dispositivo do Regulamento da Previdência Social RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada (art. 283), varia, conforme a gravidade da infração, de R$ 1.195,13 (um mil cento e noventa e cinco reais e treze centavos) a R$ 119.512,33 (cento e dezenove mil quinhentos e doze reais e trinta e três centavos); Ainda, a multa foi elevada em duas vezes pela existência de circunstância agravante, pois a recorrente é reincidente. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 11070.001076/200720 Acórdão n.º 230201.328 S2C3T2 Fl. 5 9 Por reincidência se entende a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou seu sucessor, dentro de cinco anos, da data em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória referente a autuação anterior, conforme disposto pelo parágrafo único do artigo 290, do já citado Regulamento da Previdência Social: Art.290. Constituem circunstâncias agravantes da infração, das quais dependerá a gradação da multa, ter o infrator: (...) V incorrido em reincidência. Parágrafo único.Caracteriza reincidência a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação anterior. (Alterado pelo Decreto nº 6.032 de 1º/2/2007 DOU DE 2/2/2007) No caso em tela, pelos dados constantes no processo, temos que a recorrente foi autuada em ação fiscal anterior, com decisão transitada em julgado administrativamente em 02/07/2002. Assim, resta configurada a reincidência, pois ao não confeccionar as folhas de pagamento nos moldes estabelecidos pela legislação, no período desta autuação, a recorrente praticou nova infração dentro de cinco anos da data em que se tornou irrecorrível aquela decisão administrativa. A aplicação de penalidade por descumprimento de obrigação acessória constante da Lei n.º 8.212/91, não foi enquinada de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, estando totalmente válida e devendo ser obedecida pela via administrativa, vez que está dentro dos pressupostos legais e constitucionais. São inócuas as assertivas da recorrente quanto à multa de ofício, eis que não foi aplicada na presente autuação. Da mesma forma, são improcedentes as alegações de que não obstaculizou a ação fiscal e de que o auditor fiscal também tem responsabilidade sobre as informações a serem prestadas, posto que não são assuntos pertinentes a esta autuação que se refere a não confecção de folha de pagamento de contribuintes individuais, de exclusiva responsabilidade da recorrente. Quanto à existência de NFLD onde está lançada a obrigação principal, de nada impede a procedência da presente autuação, porque restou demonstrado nos autos que a recorrente descumpriu obrigação acessória exposta em lei. Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 9DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 Fl. 10DF CARF MF Emitido em 14/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/10/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 06/10/201 1 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13854.000099/2001-30
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon May 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon May 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS,
INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA, E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (SELIC).
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS
É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matérias-primas,
produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores.
INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO.
O crédito presumido do IPI diz respeito, unicamente, ao custo de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, não podendo ser incluídos, em sua base de cálculo, os valores dos serviços de industrialização por encomenda.
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (SELIC) PRECLUSÃO
Inadmissível a apreciação em grau de recurso, da pretensão do reclamante no tocante à atualização monetária, visto que tal matéria não foi suscitada na manifestação de inconformidade apresentada à instância a quo, e, por conseguinte, não
prequestionada na decisão de primeira instância.
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 9303-001.434
Decisão: Acordam os membros do Colegiado: I - por maioria de votos, não conhecer do recurso especial quanto à taxa Selic, em face da preclusão; II - Na parte conhecida, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer os créditos de
insumos adquiridos de pessoas físicas; e, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso quanto à industrialização por encomenda. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Marcos Tranchesi Ortiz, Maria Teresa Martinez López e Susy Gomes Hoffmann, que davam provimento.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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Recorrente COINBRA FRUTESP S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS, INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA, E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (SELIC). As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O crédito presumido do IPI diz respeito, unicamente, ao custo de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, não podendo ser incluídos, em sua base de cálculo, os valores dos serviços de industrialização por encomenda. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (SELIC) PRECLUSÃO Inadmissível a apreciação em grau de recurso, da pretensão do reclamante no tocante à atualização monetária, visto que tal matéria não foi suscitada na manifestação de inconformidade apresentada à instância a quo, e, por conseguinte, não prequestionada na decisão de primeira instância. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Acordam os membros do Colegiado: I por maioria de votos, não conhecer do recurso especial quanto à taxa Selic, em face da preclusão; II Na parte conhecida, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer os créditos de insumos adquiridos de pessoas físicas; e, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso quanto à industrialização por encomenda. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Marcos Tranchesi Ortiz, Maria Teresa Martinez López e Susy Gomes Hoffmann, que davam provimento. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Henrique Pinheiro Torres Relator EDITADO EM: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Marcos Tranchesi Ortiz, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Os fatos foram assim descritos no relatório do acórdão recorrido: Tratam os autos de indeferimento de pedido de ressarcimento de crédito presumido do IPI. Por bem relatar a matéria reproduzo o relatório que consta da decisão recorrida: “Tratase de manifestação de inconformidade, apresentada pela requerente, ante Despacho Decisório de autoridade da Delegacia da Receita Federal em Ribeirão Preto (fls.72/75), que indeferiu o pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI. A contribuinte solicitou o ressarcimento de IPI (fl. 1), no valor de R$3.871.035,62, a título de crédito presumido (PortariaMF nº 38/97), relativamente ao 1º trimestre do ano de 2001. Referido pedido foi cumulado com pedidos de compensação, os quais foram convertidos em declarações de compensação, conforme § 4º do artigo 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. A Delegacia da Receita Federal DRF em Ribeirão Preto indeferiu o pedido de ressarcimento, pelas razões dispostas na informação fiscal de fls. 70/71, em que se relata as seguintes correções no cálculo do crédito presumido: Exclusão do valor de insumos adquiridos diretamente de pessoas físicas; Exclusão, do total de MP, PI e ME considerados pela empresa na apuração do crédito presumido, dos valores da mãodeobra referentes à industrialização efetuada por terceiros; Inclusão, da base de cálculo do crédito presumido, do valor correspondente às matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados na produção de produtos acabados e não vendidos, excluídos no último trimestre do ano de 2000; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000099/200130 Acórdão n.º 930301.434 CSRFT3 Fl. 358 3 Dedução do saldo negativo de crédito presumido apurado em período anterior (4º trimestre de 2000) no valor remanescente de R$ 2.741.758,31 (negativo), decorrente de ação fiscal efetuada (processo administrativo nº 13854.000036/200183). Como resultado das correções efetuadas no cálculo, foi apurado um valor negativo de R$ 591.909,07, a ser deduzido dos créditos presumidos relativos aos períodos seguintes. Cientificada em 16/10/2002, a postulante apresentou, em 14/11/2002, manifestação de inconformidade de fls. 81/89, na qual alegou, em resumo, o seguinte: Quanto às aquisições de pessoas físicas, que ao benefício do crédito presumido não importa quantas incidências de PIS e de Cofins ocorreram na cadeia produtiva que culminou com a elaboração da matéria prima vendida, pois, por ser o crédito “presumido” e não efetivo, “presumese” que houve incidência destas contribuições nas operações anteriores, independentemente que quantas vezes tenha realmente ocorrido. A presunção é de duas ocorrências e sendo assim, todos os insumos utilizados pelo produtor rural na atividade agrícola sofreram a incidência desses tributos, embora não tenha havido nenhuma incidência diretamente sobre o valor da última operação. Tal entendimento estaria pacificado pelo Conselho de Contribuintes; Quanto à energia elétrica e combustíveis, que também não pode subsistir a exclusão patrocinada pela fiscalização, em razão dos artigos 147 e 488 do regulamento do IPI, conforme, inclusive, a jurisprudência do Conselho de Contribuintes; Na consecução de seu objeto social, a empresa utiliza, também, serviços de industrialização em estabelecimentos de terceiros. Nesses casos, os serviços cobrados pelo estabelecimento industrializador por encomenda incluem, evidentemente, o valor da mãodeobra e o valor dos insumos aplicados no processo de produção, em atendimento à legislação do imposto de renda, cujo regulamento dispõe em seu artigo 290, que o custo de produção dos bens e serviços vendidos compreenderá obrigatoriamente o custo de aquisição de matériasprimas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção. Também citou jurisprudência administrativa. Por fim, requereu o acolhimento de suas razões, para fins de recálculo do crédito presumido de IPI, com a inclusão dos valores alegados. É o essencial.” Os Membros da 2ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, indeferiram o solicitado, por meio do Acórdão DRJ/RPO nº 8.412, de 22 de junho de 2005. A ementa dessa decisão possui a seguinte redação: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados Fl. 3DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMOS. PESSOA FÍSICA Os valores referentes às aquisições de insumos de pessoas físicas, nãocontribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não integram o cálculo do crédito presumido por falta de previsão legal. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. MÃODEOBRA. A parcela de mãodeobra destacada na nota fiscal de retorno de industrialização por encomenda, com suspensão de IPI e sem a incorporação de insumos adquiridos ou importados pelo executor da encomenda, constitui mera cobrança a título de prestação de serviços, não abrangida pelo conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, e é excluída do cálculo do benefício fiscal.” À fl. 136 consta que a interessada tomou ciência da decisão proferida pela DRJ em 09/01/2006. Inconformada, a interessada apresenta recurso em 03/02/2006, no qual, em apertada síntese, requer: a) a inclusão do valor das aquisições de matériasprimas feitas junto a fornecedores pessoas físicas; b) a inclusão de valores referentes a serviços de industrialização por encomenda pago a terceiros; e c) aplicação da taxa Selic, em conformidade com o art. 39 da Lei nº 9.250, de 1995, tendo como termo inicial a data do protocolo do pedido (16/05/2001). Julgando o feito, a Câmara recorrida negou provimento ao recurso voluntário, em acórdão assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMOS. PESSOA FÍSICA Os valores referentes às aquisições de insumos de pessoas físicas, nãocontribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não integram o cálculo do crédito. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. MÃODEOBRA. A parcela de mãodeobra destacada em nota fiscal de retorno de industrialização por encomenda, com suspensão de IPI e sem incorporação de insumos adquiridos ou importados pelo executor da encomenda, constitui mera cobrança a título de prestação de serviços, não abrangida pelo conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, e é excluída do cálculo do benefício fiscal. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É vedada a atualização de créditos meramente escriturais por absoluta falta de previsão legal. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000099/200130 Acórdão n.º 930301.434 CSRFT3 Fl. 359 5 Recurso negado. Inconformada, a Requerente apresentou recurso especial pugnando pelo direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido dos valores pertinentes: 1) às aquisições de pessoas físicas, não contribuintes do PIS e da Cofins; 2) ao custo dos serviços de industrialização por encomenda. Postulou ainda a atualiza monetária dos créditos a ressarcir, como base variação acumulada da taxa Selic. O especial do sujeito passivo foi admitido, nos termos do despacho de fls. 326 a 331. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, fls. 334 a 356, defendendo, preliminarmente, o não conhecimento do recurso, no tocante à Selic, e, no mérito, o improvimento do apelo do sujeito passivo. É o relatório. Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres O recurso é tempestivo e, ao contrário do alegado pela douta Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, atende aos demais requisitos de admissibilidade, como se pode ver a seguir. Segundo a nobre representante da Fazenda Nacional, a questão da atualização monetária não fora prequestionada em sede de julgamento de primeira instância, e que tal matéria só veio a ser ventilada no recurso voluntário. Esse fato inviabilizaria o conhecimento do recurso. Razão tem a Douta Procuradoria quando alega que não houve prequestionamento da matéria no julgamento de primeira instância, posto que a questão da atualização monetária não foi examinada nem no despacho decisório da Delegacia da Receita Federal onde o pedido foi examinado, nem no acórdão da DRJ. Apesar disso, a câmara recorrida conheceu do recurso, mas negoulhe provimento. Contra esse julgado, não foram interpostos embargos de declaração, mas recurso especial de divergência. Verificando os paradigmas, verificase, que o Presidente da Câmara a quo bem examinou a admissibilidade, pois, para cada uma das questões recorridas, foi juntado ao menos um acórdão com interpretação divergente da adotada no julgado vergastado. No tocante à questão específica da atualização monetária, o dissenso jurisprudencial abordou, exatamente, a questão da preclusão, afastandoa sob o entendimento de que o recorrente, no momento próprio, manifestou interesse na aplicação da taxa Selic. De outro lado, a matéria foi prequestionada no acórdão recorrido, com isso, não vejo como afastar o conhecimento do recurso especial. Com essas considerações voto no sentido de conhecer do apelo apresentado pelo sujeito passivo. Ultrapassada a preliminar do conhecimento do recurso, passemos, de imediato, ao seu mérito. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 As matérias devolvidas ao Colegiado cingemse às questões relativas à inclusão na base de cálculo do crédito presumido dos valores pertinentes: 1) às aquisições de pessoas físicas, não contribuintes do PIS e da Cofins; 2) ao custo dos serviços de industrialização por encomenda, e, também, à aplicação da Selic sobre os créditos presumidos de IPI, a ressarcir. Esses temas têm sido objeto de acirrados debates no CARF, ora prevalecendo a posição contrária da Fazenda Nacional ora a dos contribuintes, dependendo da composição das Turmas de Julgamento. Todavia, com a alteração regimental, que acrescentou o art. 62A ao Regimento Interno do Carf, as decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos devem ser observados no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Assim, se a matéria foi julgada pelo STJ, em sede de recurso repetitivo, a decisão de lá deve ser adotada aqui, independentemente de convicções pessoais dos julgadores. Das Aquisições de Pessoas Físicas. No tocante às aquisições de pessoas físicas o STJ, em sede de recurso repetitivo versando sobre matéria idêntica à do recurso ora sob exame, decidiu1 que, O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. ......................................................................................................... Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). Essa decisão foi proferida, justamente, em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas. Da Industrialização por Encomenda. 1 AgRg no AgRg no REsp 1088292 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/02047717 Fl. 6DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000099/200130 Acórdão n.º 930301.434 CSRFT3 Fl. 360 7 No que concerne à questão da inclusão na base de cálculo do crédito presumido dos valores pertinentes ao custo dos serviços de industrialização por encomenda, entendo não merecer reparo o acórdão vergastado, pelas razões seguintes: na Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes e, também, na então Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por diversas vezes, votei no sentido de permitir a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do custo de beneficiamento e de mãodeobra empregada na industrialização efetuada por terceiros (industrialização por encomenda), quando estes, são utilizados pelo industrial exportador como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagens na fabricação de produtos por ele exportado. Todavia, os argumentos apresentados pelos Eminentes Conselheiros Josefa Maria Coelho Marques e Antônio Bezerra Neto, fizeramme refletir mais sobre a matéria e, finalmente, concluir em sentido contrário ao do que vinha votando até então. Neste ponto, passo a adotar como razão de decidir, o voto da Conselheira Josefa Maria Coelho Marques, que, de forma objetiva e com a costumeira competência, bem enfrentou a matéria. Assim, com as homenagens de praxe, passo a transcrever os argumentos da ilustre Conselheira, expendidos no voto proferido quando do julgamento do Recurso n° 202 118.591, na sessão plenária da Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. SERVIÇOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA Outra questão é que diz respeito à inclusão, na base de cálculo do incentivo, do valor pago pela recorrente pelos serviços de industrialização prestados em regime de encomenda. De fato, é inadmissível a inclusão dos serviços de industrialização por encomendas na base de cálculo do incentivo. A matériaprima, na remessa para industrialização, não sofre alteração de valor. No processo de industrialização, o valor da prestação de serviços se incorpora ao valor do produto acabado e não ao da matériaprima. Embora se possa alegar que sobre o serviço incidem as contribuições que deram origem ao incentivo, não se trata de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, cujos valores são os únicos a integrarem a base de cálculo do crédito presumido, por expressa disposição legal. Não se trata de matéria a ser resolvida por interpretação extensiva, uma vez que a lei é claríssima ao definir as aquisições que dão direito ao incentivo. Nem, tampouco, é admissível a integração por aplicação de analogia, uma vez que a questão está claramente regulada por lei, que definiu de forma clara e inequívoca o direito ao crédito. Portanto, considerar que se outra hipótese de fato houvesse ocorrido, em vez da que realmente ocorreu, para concluir que se trata de situações equivalentes equivale a tomar o lugar do legislador, para estender o benefício a situação claramente não contemplada na lei, o que é completamente inadmissível. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 8 De todo o exposto, é de se reconhecer a pertinência do apelo fazendário, neste ponto. Da Atualização Selic Por último, resta analisar o pedido da reclamante no tocante à pretensão de incidência da Selic sobre os valores a ressarcir. Nesta parte, entendo que o recurso não pode ser conhecido por este Colegiado, porquanto a interessada não a haver suscitado na peça vestibular (pedido de restituição/compensação) nem na manifestação de inconformidade apresentada perante a Delegacia de Julgamento recorrida. Explico: como é de todos sabido, só é lícito deduzir novas alegações, em supressão de instância, quando: a) relativas a direito superveniente; b) competir ao julgador delas conhecer de ofício, a exemplo da decadência; ou c) por expressa autorização legal. As alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituise em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não o sendo praticado no tempo certo, surge para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de o fazêlo posteriormente, pois nesta hipótese, operase o fenômeno denominado de preclusão, isto porque, o processo é um caminhar para frente, não se admitindo, em regra, ressuscitarse questões já ultrapassadas em fases anteriores. De outro lado, um dos requisitos de qualquer recurso é o do prequestionamento, isto é, que a matéria do recurso tenha sido enfrentada pelo órgão julgador recorrido. Sem a discussão na fase anterior, não se pode conhecer da matéria na instância ad quem, sob pena de se incorrer no vício insanável da supressão de instância. Daí, não tendo sido deduzida a tempo, em primeira instância, a razão apresentada na fase recursal não poderia dela conhecerse. No caso dos autos, além da preclusão, não houve o necessário prequestionamento da matéria por parte da Delegacia da Receita Federal de julgamento, justamente porque a matéria não foi ventilada na peça inaugural do litígio, qual seja a manifestação de inconformidade, o que levou o Colegiado a decidir no limite em que se circunscreveu a lide. Com essas considerações, ressalvo meu entendimento em contrário, explicitado em inúmeros votos neste Colegiado, e, por força regimental, curvome a decisão do STJ, e dou provimento parcial ao recurso, no sentido de admitir a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas. É como voto. Henrique Pinheiro Torres Relator Fl. 8DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000099/200130 Acórdão n.º 930301.434 CSRFT3 Fl. 361 9 Fl. 9DF CARF MF Emitido em 15/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/08/ 2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/06/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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