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Numero do processo: 18108.000992/2007-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 28/02/2001, 01/04/2001 a 31/05/2001, 01/08/2001 a 31/12/2001
Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. ENTENDIMENTO DO STJ. ART. 150, PARÁGRAFO 4º DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no CTN.
As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar a regra prevista no art. 150, parágrafo 4º do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observar-se-á a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Entretanto, somente se homologa pagamento, assim caso esse não exista, não há o que ser
homologado, devendo assim ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN.
Na hipótese concreta, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre os valores lançados, conforme relatório fiscal (DAD). Assim, aplica-se a regra prevista no art. 150, parágrafo 4º do CTN.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2302-000.829
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu aplicar-se o art.173, inciso I do CTN.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Adriana Sato
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. ENTENDIMENTO DO STJ. ART. 150, PARÁGRAFO 4O DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no CTN. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar a regra prevista no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Entretanto, somente se homologa pagamento, assim caso esse não exista, não há o que ser homologado, devendo assim ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. Na hipótese concreta, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre os valores lançados, conforme relatório fiscal (DAD). Assim, aplicase a regra prevista no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu aplicarse o art.173, inciso I do CTN. Marco André Ramos Vieira Presidente. Adriana Sato Relator. EDITADO EM: 07/06/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente),Liege Lacroix Thomasi, Arlindo Da Costa E Silva, Thiago D Avila Melo Fernandes, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 18108.000992/200717 Acórdão n.º 230200.829 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito cuja ciência do contribuinte ocorreu em 19/10/2007 (fls.38). De acordo com o relatório fiscal, o débito referese a contribuições da empresa e as destinadas à terceiros com base na remuneração paga aos empregados e declaradas pela contribuinte nas GFIP’s, abrangendo o período de 01/2001, 02/2001, 04/2001, 05/2001 e 08/2001 à 13/2001. Menciona também o relatório fiscal que os créditos em favor da empresa foram obtidos no sistema PLENUS, sendo considerados os recolhimentos no CNPJ em guias da Previdência Social – GPS, código de pagamento 2100 e 2631. O Recorrente apresentou impugnação tempestiva e a 10ª Turma de Julgamento da DRFBJ São Paulo II julgou procedente o lançamento (fls.55/59). O Recorrente foi devidamente intimada da decisão em 11/08/2008 (fls.63), e, inconformado, interpôs recurso voluntário requerendo a aplicação da decadência. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Adriana Sato Sendo tempestivo, CONHEÇO DO RECURSO e passo a análise da questão suscitada pelo Recorrente. O Recorrente foi cientificado da Notificação, cujo período abrange as competências de 01/2001, 02/2001, 04/2001, 05/2001 e 08/2001 à 13/2001em 19/10/2007. Há que de destacar que nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 18108.000992/200717 Acórdão n.º 230200.829 S2C3T2 Fl. 3 5 Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, que se deu em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação e devem, em regra, observar o contido no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Entretanto, somente se homologa pagamento. Assim, caso esse não exista, não há o que ser homologado, devendo ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Nessa hipótese, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. Caso tenha ocorrido dolo, fraude ou simulação não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN, sendo aplicado necessariamente o disposto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Na hipótese concretizada, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, em algumas competências, conforme relatório fiscal (DAD), aplicase o previsto no art. 150, parágrafo 4o do CTN; desse modo, a contar dos fatos geradores, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para efetuar o lançamento fiscal. Portanto, inclinome à tese jurídica na Súmula Vinculante n° 08 para acatar o prazo decadencial exposto no Código Tributário Nacional, artigo 150, parágrafo 4, uma vez que o presente lançamento trata de cobrança das diferenças das contribuições previdenciárias recolhidas pelo Recorrente. Por todo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso. Adriana Sato – Relator Fl. 6DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/06/2011 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 07/06/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10280.003402/2005-33
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF
Ano-calendário: 2004
Ementa:
PEDIDO DE PERÍCIA
A perícia, assim como a diligência, não se presta a substituir a atividade que compete ser desenvolvida pela parte (seja pelo fisco, seja pelo contribuinte) e a transformar o órgão julgador em fase de auditoria.
AUSÊNCIA DE CERTEZA DO CRÉDITO
A mera apresentação de DCTF retificadora do 1º trimestre de 2004, após o despacho não homologatório da compensação, desacompanhada de elementos documentais que constatem o erro da DCTF original, é insuficiente para derruir o indeferimento da compensação. Onus probandi do contribuinte, estando em jogo sua pretensão. Insuficiência e carência de certeza do crédito postulado.
Numero da decisão: 1103-000.437
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRF- que ñ versem s/ exigência de cred. trib. (ex.:restit.)
Nome do relator: MARCOS SHIGUEO TAKATA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Ano-calendário: 2004 Ementa: PEDIDO DE PERÍCIA A perícia, assim como a diligência, não se presta a substituir a atividade que compete ser desenvolvida pela parte (seja pelo fisco, seja pelo contribuinte) e a transformar o órgão julgador em fase de auditoria. AUSÊNCIA DE CERTEZA DO CRÉDITO A mera apresentação de DCTF retificadora do 1º trimestre de 2004, após o despacho não homologatório da compensação, desacompanhada de elementos documentais que constatem o erro da DCTF original, é insuficiente para derruir o indeferimento da compensação. Onus probandi do contribuinte, estando em jogo sua pretensão. Insuficiência e carência de certeza do crédito postulado.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1616; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1‐C1T3 Fl. 120 1 119 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.003402/200533 Recurso nº 162.531 Voluntário Acórdão nº 110300.437 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 31 de março de 2011 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente ALUNORTE ALUMINA DO NORTE DO BRASIL S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Anocalendário: 2004 Ementa: PEDIDO DE PERÍCIA A perícia, assim como a diligência, não se presta a substituir a atividade que compete ser desenvolvida pela parte (seja pelo fisco, seja pelo contribuinte) e a transformar o órgão julgador em fase de auditoria. AUSÊNCIA DE CERTEZA DO CRÉDITO A mera apresentação de DCTF retificadora do 1º trimestre de 2004, após o despacho não homologatório da compensação, desacompanhada de elementos documentais que constatem o erro da DCTF original, é insuficiente para derruir o indeferimento da compensação. Onus probandi do contribuinte, estando em jogo sua pretensão. Insuficiência e carência de certeza do crédito postulado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva – Presidente Fl. 120DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 121 2 (assinado digitalmente) Marcos Shigueo Takata Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Aloysio José Percínio da Silva (Presidente), Hugo Correia Sotero, Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata (Relator), Gervásio Nicolau Recktenvald, Eric Moraes de Castro e Silva. Fl. 121DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 122 3 Relatório DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO Trata o presente processo, protocolado em 22/07/2005, de compensação de tributos, declarada pela recorrente através do PER/DCOMP nº 39745.91506.020304.1.3.04 2476 (fls. 2 a 6), retificado, após o Termo de Intimação nº 203, através do PER/DCOMP nº 23159.52157.210906.1.7.049210 (fls. 12 a 16). A recorrente alega crédito de pagamento indevido ou a maior no valor de R$ 40,80 de IRF, originado através de um DARF no valor de R$ 1.410,83 (fl. 14), e declara a compensação do referido crédito com o débito de IRF, no código 0588, período de apuração 4ª semana de fevereiro de 2004, no valor de R$ 40,80. DO DESPACHO DECISÓRIO A DRF de Belém/PA, por meio do despacho decisório (fls. 25 a 29), acatou o pedido de retificação da PER/DCOMP nº 23159.52157.210906.1.7.049210 e indeferiu a solicitação da recorrente, visto que o DARF informado, apesar de devidamente localizado e confirmado, foi totalmente utilizado para quitar o débito de IRF, código 0588, período de apuração 5ª semana de janeiro de 2004. A vinculação e utilização do pagamento para a quitação do débito de IRF foram feitas pela própria recorrente na DCTF trimestral referente ao 1º trimestre de 2004 (fls. 18 a 21). DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificada do despacho em 06/11/2006 e inconformada com o indeferimento de seu pedido, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 31 a 35) em 4/12/2006, requerendo à DRJ a reforma da decisão proferida pela DRF, para que seja autorizada a restituição e a compensação de débitos de IRF, alegando, em síntese, que: a) Houve recolhimento a maior na apuração do IRF referente à 5ª semana de janeiro de 2004; e b) Constatado este recolhimento a maior foi feita a devida PER/DCOMP que compensou tais valores na apuração do IRF da 4ª semana de fevereiro de 2004 e que, portanto, não houve duplicidade no aproveitamento deste crédito. Solicita a prova pericial, considerandose a incompatibilidade entre a sua escrita contábil e as razões de glosa suscitadas pela fiscalização e indicando assistente técnico. Juntou cópia de parte da DCTF retificadora (fls. 82 a 84), entregue em 30/11/2006. Fl. 122DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 123 4 DA DECISÃO DA DRJ E DO RECURSO VOLUNTÁRIO Em 09/08/2007, acordaram os membros da 1ª Turma da DRJ/Belém, por unanimidade de votos, julgar a restituição indeferida e a compensação não homologada, pelos motivos abaixo sintetizados: a) A recorrente fundamentou sua argumentação no fato de que houve recolhimento a maior, limitandose a informar qual o DARF, código e valor recolhido e qual a DCOMP utilizada, mas em nenhum momento demonstrou seja argumentando ou com documentos que o débito por ele declarado na DCTF original referente ao IRF da 5ª semana de janeiro de 2004 (fls. 17 a 24), e que foi informado com valor diferente em DCTF retificadora, somente entregue em 30/11/2006 (após a ciência da decisão que não homologou a compensação), conforme documentos (fls. 83 e 84), estivesse errado, visto que este DARF foi utilizado integralmente para este pagamento, até porque todos os dados informados o vinculam ao débito de janeiro de 2004; b) A simples entrega da DCTF retificadora após a ciência da decisão que não homologou a compensação não pode ser considerada como prova do erro da recorrente; c) Ficou claro na decisão da DRF, que a DCOMP não foi homologada, não pela inexistência do valor recolhido e sim pela inexistência de valor disponível do valor recolhido, pois o DARF foi alocado ao débito correspondente ao seu valor, imposto e período de apuração. A recorrente teria que comprovar que o débito ao qual foi alocado o DARF em questão e que foi por ele confessado em DCTF, foi declarado erroneamente com os respectivos documentos e livros contábeis comprobatórios, mas não o fez; d) No que tange ao pedido de perícia, este restou inepto, visto que a recorrente não motivou seu pedido e nem formulou quesitos, regras estas estabelecidas no art. 16, § 1º do Decreto 70.235/72 com redação dada pela Lei 8.748/93, em seu art. 1º. Cientificada do acórdão e inconformada com a decisão, a recorrente, em 27/09/2007 apresentou seu recurso voluntário (fls. 94 a 100), reiterando, basicamente, o alegado na manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 123DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 124 5 Voto Conselheiro Marcos Takata, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele, pois, conheço. Principio com o pedido de perícia da recorrente. Rejeito o pedido de perícia. Primeiro, porque carece de formulação de quesitos aos exames desejados, indispensável ao pedido, conforme o art. 16, IV, do PAF (Decreto 70.235/72). Segundo, porque, no âmbito da distribuição dos ônus das provas no presente feito, entendo ser desnecessária. A perícia, assim como a diligência, não se presta a substituir a atividade que compete ser desenvolvida pela parte (seja pelo fisco, seja pelo contribuinte) e a transformar o órgão julgador em fase de auditoria. A perícia, tal como a diligência, tem cabimento quando, a par dos elementos probatórios colacionados aos autos, seja pelo fisco, seja pelo contribuinte, conforme a pretensão em jogo seja de um ou de outro e as alegações deduzidas, restem dúvidas saneáveis com a determinação daquela. Isso tudo ficará esclarecido adiante. Como se viu do relatório, a controvérsia se fixa na não homologação da compensação do pretenso crédito de IRF de R$ 40,80, sob o código 0588, com débito de IRF, sob o mesmo código. O débito de IRF objetivado na compensação é referentes à 4ª semana de fevereiro de 2004, sendo o pretendido crédito de IRF apurado na 5ª semana de janeiro de 2004, ambos sob o código 0588, conforme a DCOMP retificadora e a DCTF original (fls. 12 a 16, 20 a 24). Na peça inaugural, a recorrente informa a apresentação de DCTF retificadora, para especificar que o débito de IRF sob o código 0588 referente à 5ª semana de janeiro de 2004 é de R$ 1.370,03 (e não de R$ 1.410,83), gerando o crédito de R$ 40,80, objetivado à compensação conforme a DCOMP (fl. 33). Na peça recursiva, a recorrente alega o seguinte. Do confronto das DCOMP’s 39745.91506.020304.1.3.042476 (DCOMP original) e 23159.52157.210906.1.7.049210 (retificadora), juntamente com o DARF de R$ 1.410,83, notase que o preenchimento da primeira DCOMP fora equivocada e que a partir da última DCOMP retificadora citada se verifica a origem do crédito de R$ 40,80, de modo que o débito não era de R$ 1.410,83, mas de R$ 1.370,03 fl. 98. Fl. 124DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 125 6 Tal assertiva em nada contribui para pretensão da recorrente. Simplesmente que na DCOMP original indicada (39745.91506.020304.1.3.042476) fora declarado DARF de R$ 40,80, ao passo que na DCOMP retificadora (23159.52157.210906.1.7.049210) fora declarado DARF correto de R$ 1.410,83 sob o mesmo código e o mesmo período de apuração (fls. 4 e 14). Isso nada demonstra quanto a ser o débito devido de IRF relativo à 5ª semana de janeiro de 2004, sob o código 0588, de R$ 1.370,03 (R$ 1.410,83 – R$ 40,80). Compulsando os autos, vejo que na DCTF original do 1º trimestre de 2004 é declarado débito de R$ 1.410,83, sob o código 0588, relativo à 5ª semana de janeiro de 2004 com vinculação a crédito tributário do mesmo valor, resultando num saldo a pagar igual a zero. Nessa DCTF é indicado o pagamento desse crédito com DARF (código 0588), com o pleno adimplemento do débito declarado, nem sobra nem falta (fls. 18 e 20). Também se constata na DCTF original (fls. 24) a informação da compensação do débito de IRF sob o código 0588 com indicação do nº da primeira DCOMP 39745.91506.020304.1.3.042476 e não da DCOMP retificadora (23159.52157.210906.1.7.049210). Como dito, na DCTF retificadora do 1º trimestre de 2004 é declarado o débito de IRF sob o código 0588, referente à 4ª semana de janeiro de 2004, de R$ 2.825,05, ao invés de R$ 2.942,43, com DARF neste valor, resultando no crédito de R$ 117,58 (fls. 83 e 84). De outra parte, a mera apresentação de DCTF retificadora do 1º trimestre de 2004, após o despacho não homologatório da compensação, desacompanhada de elementos documentais que constatem o erro da DCTF original, é insuficiente para derruir o indeferimento da compensação. A recorrente não carreou aos autos nenhuma documentação que comprove ou no mínimo indicie o erro perpetrado na DCTF original do 1º trimestre de 2004, vale dizer, que o débito de IRF, sob o código 0588, relativo à 5ª semana de janeiro de 2004 não é de R$ 1.410,83, mas de R$ 1.370,03. E, sobremais por se ter apresentado a retificadora da DCTF do 1º trimestre de 2004 só após a não homologação da compensação (a qual se deu justamente com apoio na alocação do débito feito conforme declarado pela recorrente em sua DCTF), à recorrente competiria trazer aos autos os documentos que denunciassem o erro da DCTF original. Estando em jogo a pretensão do contribuinte, deste é o onus probandi. Outrossim, padece de precariedade, de insuficiência e de carência de certeza o crédito postulado pela recorrente. A certeza do crédito é mister para a compensação, além da liquidez daquele, como predica o art. 170 do CTN. Fl. 125DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10280.003402/200533 Acórdão n.º 110300.437 S1‐C1T3 Fl. 126 7 Sob essa ordem de considerações e juízo, nego provimento ao recurso. É o meu voto. Sala das Sessões, em 31 de março de 2011 (assinado digitalmente) Marcos Takata Fl. 126DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA Assinado digitalmente em 28/06/2011 por MARCOS SHIGUEO TAKATA, 01/07/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000059/2007-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS
Período de Apuração: 01/01/2002 a 31/12/2005
COFINS. BASE DE CÁLCULO. MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA. Nos termos do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas
de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que a base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável, abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mão-de-obra temporária, a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários.
Recurso voluntário negado
Numero da decisão: 3202-000.327
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de Apuração: 01/01/2002 a 31/12/2005 COFINS. BASE DE CÁLCULO. MÃODEOBRA TEMPORÁRIA. Nos termos do art. 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, entendeu que a base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável, abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária, a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. José Luiz Novo Rossari – Presidente Gilberto de Castro Moreira Junior Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 678 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jose Luiz Novo Rossari, Mara Cristina Sifuentes, Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Junior, Rodrigo Cardozo Miranda e Wilson Sampaio Sahade Filho. Relatório Para melhor elucidação dos fatos ora analisados, transcrevo o relatório da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (“DRJ/Campinas”), como constante às fls. 633/636v, que negou provimento à Impugnação da Recorrente, havendo por bem manter o lançamento consubstanciado no Auto de Infração e Imposição de Multa ora guerreado: “Relatório Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, fls. 486/492. O feito, referente a fatos geradores ocorridos entre janeiro de 2002 e dezembro de 2005, resultou na constituição de crédito tributário no total de R$ 4.083.642,94, somados o principal, multa de ofício e juros de mora incorridos até o mês anterior ao da lavratura. O fundamento da autuação é falta ou insuficiência de recolhimentos da contribuição. No TERMO DE VERIFICAÇÃO E CONSTATAÇÃO DE IRREGULARIDADES FISCAIS COFINS, parte integrante do Auto de Infração, fls. 469/476, a fiscalização assim sintetiza as razões da autuação: (...) 5)(...) verificase que o contribuinte, utilizou como base de cálculo de COFINS, apenas a receita correspondente à "Taxa de Serviço", contrariando o disposto nos arts. 2° e 3° da Lei n° 9.718/98 (Incidência cumulativa) e art. 1° da Lei n° 10.833/2002 (Incidência não cumulativa), para efeito de apuração dos referidos valores (...) 6) Desta forma, considerando que o contribuinte declarou os valores de COFINS em valores inferiores ao devido, procedemos a apuração dos valores efetivamente devidos, tendo por base de cálculo o valor da receita bruta, que corresponde à totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividades por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, em conformidade com o disposto nas legislações acima citadas. Tendo em vista pequenas inconsistências entre os valores de receitas lançados nos Livros Razão e Diário e os valores totais de Notas Fiscais emitidas, foi adotado para efeito de lançamento, o valor destas últimas, sendo que a diferença entre os valores de COFINS apurados e declarados, conforme planilhas anexas, será objeto de constituição de crédito tributário, mediante lavratura de Auto de Infração, com base no artigo 926 do Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n°3.000/99; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 679 3 Os Anexos I a IV do TERMO DE VERIFICAÇÃO E CONSTATAÇÃO DE IRREGULARIDADES FISCAIS COFINS especificam, mês a mês, essencialmente, os valores de contribuição devida, de contribuição recolhida, das deduções cabíveis, daqueles declarados em DCTF e da base de cálculo para fins de lançamento de ofício. A contribuinte foi cientificada da autuação em 12/03/2007 (fls. 487 e 492), tendo apresentado, em 11/04/2007, impugnação ao feito fiscal (fls. 496/511), na qual, em síntese e fundamentalmente afirma: • A tempestividade da impugnação e sustenta a suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151, III, do CTN; • Que é empresa voltada para a seleção, o recrutamento e a colocação de mão de obra de trabalhadores temporários, para atender sempre, em todos os contratos, necessidade do seu cliente e tomador. Neste sentido, repassa os valores daquilo que o tomador de serviços paga a título de salários e benefícios, nos termos do que emana a Lei n° 6.019/74; • Continuando o raciocínio, que apenas a quantia referente à taxa de serviços prestados à tomadora pode ser considerada como receita, para fins de tributação, assim discorrendo: (...) como se trata de uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, o custo pelos serviços prestados é a TAXA DE SERVIÇOS, conhecida também como Comissão ou como TAXA DE ADMINISTRAÇÃO de contratos de trabalhadores temporários, o que então se perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados.(...) Portanto, a taxa administrativa é que realmente compõe os rendimentos da Recorrente e com esta taxa que cobra de seus clientes é que a mesma efetua os pagamentos das despesas gerais mensais, para a sua manutenção no mercado em que atua. (...) a Recorrente não pode ser tributada por aquilo que não recebe, ou seja, a mesma não recebe os salários dos trabalhadores e nem mesmo sobre estes efetua qualquer cobrança de valores de comissão ou de taxa administrativa, até porque, pela própria Lei 6.019/74 tal cobrança é manifestamente proibida. Ari 18. È vedado à empresa de trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei. • Que o conceito de receita bruta nos termos do §1° do artigo 3° da Lei n° 9.718, de 1998, não comporta a tributação pretendida. Além disto, o inciso II do §2° do mesmo artigo 3° da Lei n° 9.718, de 1998, afirmaria estarem excluídas, para fins de determinação da base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS, da receita bruta: os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulament adoras expedidas pelo Poder Executivo. • Que os seus livros Razão Analítico registraram adequadamente as operações, isto é, em consonância com o entendimento adotado pela contribuinte; • Que o auditor deixou de abater da base de cálculo das contribuições os valores pagos a título de encargos sociais. Diz: Fl. 3DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 680 4 (...) Na pior das hipóteses, o que o Auditor Fiscal deveria ter procedido para a justificativa da existência de constituição de crédito tributário seria ao menos, no mínimo, ter batido os valores destinados aos encargos sociais e ao final aqueles que sobraram da Nota Fiscal, consideraria então os valores restantes. Mas não, considerou inclusive os encargos sociais que não se consideram renda a nenhuma pessoa jurídica. Francamente, considerar "encargos sociais" como receita de pessoa jurídica, não é a coisa mais correta a ser feita, e nem mesmo pode esta ser considerada receita bruta, haja vista que as mesmas são repassadas aos órgãos legais competentes a recebeIas.(...) • Que a legislação tributária de outros entes federativos tem reconhecido que apenas a Taxa Administrativa deve incorporar a receita das empresas de colocação de mão de obra. Cita, também, jurisprudência que entende albergar sua pretensão. A decisão de fls. 633/636, proferida pela DRJ/Campinas, foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Afastado, por inconstitucional, o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social, a contagem do prazo decadencial regese pelo disposto no Código Tributário. Na hipótese em que ocorre pagamento antecipado, o prazo decadencial será de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. EMPRESA FORNECEDORA DE MÃO DE OBRA. TEMPORÁRIA. Sendo a autuada responsável pelo vínculo empregatício com o trabalhador cuja mão de obra é locada ou posta a disposição de outras empresas, todos os valores faturados, ainda que posteriormente utilizados para a satisfação das obrigações contraídas com a contratação de pessoal devem ser considerados como receita bruta e, portanto, integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Lançamento Procedente em Parte Inconformada com a decisão da DRJ/Campinas, a qual decidiu por manter parte do crédito tributário lançado pela autoridade fiscal, a Recorrente apresentou o presente Recurso Voluntário de fls. 649/665, objetivando reformar a decisão em tela, alegando, em breve síntese, o que segue: a. A Recorrente é uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, e dessa forma, o custo pelos serviços prestados é a TAXA DE SERVIÇOS, conhecida também como Comissão ou como TAXA DE ADMINISTRAÇÃO de contratos de trabalhadores temporários, o que então se Fl. 4DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 681 5 perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados. b. A TAXA DE SERVIÇOS ou TAXA DE ADMINISTRAÇÃO é a única receita pela qual a Recorrente sobrevive, não existindo para a Contribuinte qualquer outra fonte de renda, devendo ser somente esta taxa a base de calculo da COFINS. c. Porém, o entendimento adotado pela fiscalização é de que a base de cálculo para o recolhimento dos impostos em discussão é o valor total da nota fiscal emitida pela Recorrente na medida em que esta nada recebe a título de preço, taxa ou lucro, sobre o valor dos salários dos trabalhadores, já que cobra seus serviços do seu tomador apenas. d. Os valores totais das notas continham, além da TAXA DE SERVIÇOS ou TAXA DE ADMINISTRAÇÃO, valores referentes a reembolso de salário e encargos sociais. e. O reembolso dos salários e não constitui renda para a Recorrente, mas apenas reposição de capital o qual teve de dispor e que foi reembolsada, não devendo ser considerada receita para fins de tributação da Cofins por não se enquadrar no conceito de receita bruta legalmente estabelecido. f. Também teria sido incluído no credito tributário lançado valores referentes a encargos sociais recolhidos pela Recorrente, fato este que não constitui receita tributável, mas sim encargo para a Contribuinte. g. Tal qual o reembolso de despesas, os encargos sociais devem ser excluídos do lançamento na medida em que não se enquadram no conceito de receita bruta legalmente estabelecido. É o relatório. Voto Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos de admissibilidade. Desta forma, dele tomo conhecimento e passo a analisar as questões de mérito. Base de cálculo da COFINS A questão ora analisada remonta à delimitação da base de cálculo da COFINS, devendose verificar se tal exação deve incidir valores recebidos pelas empresas prestadoras de Fl. 5DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 682 6 serviços de locação de mãodeobra temporária, a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. No tocante ao tema, que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “Recursos Repetitivos”, no RESP 1.141.065 SC. O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEIS COMPLEMENTARES 7/70 E 70/91 E LEIS ORDINÁRIAS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODE OBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. 1. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7/70 e 70/91 ou Leis ordinárias 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. 2. Isto porque a Primeira Seção, quando do julgamento do REsp 847.641/RS, perfilhou o ntendimento no sentido de que: "TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEI COMPLEMENTAR 70/91 E LEIS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. 1. A base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS é o faturamento, hodiernamente compreendido como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, vale dizer: a receita bruta da venda de bense serviços, nas operações em conta própria ou alheia, e todas as demais receitas auferidas (artigo 1º, caput e § 1º, das Leis nºs 10.637/2002 e 10.8333/2003, editadas sob a égide da Emenda Constitucional nº 20/98). 2. A Carta Magna, em seu artigo 195, originariamente, instituiu contribuições sociais devidas pelos "empregadores" (entre outros sujeitos passivos), incidentes sobre a "folha de salários", o "faturamento" e o "lucro" (inciso I). 3. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, que sucedeu o FINSOCIAL, é contribuição social que se enquadra no inciso I, do artigo 195, da Constituição Federal de 1988, incidindo sobre o "faturamento", tendo sido instituída e, inicialmente, regulada pela Lei Complementar 70/91, Fl. 6DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 683 7 segundo a qual: (i) a exação era devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, (ii) sendo destinada exclusivamente às despesas com atividadesfins das áreas de saúde, previdência e assistência social, e (iii) incidindo sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. 4. As contribuições destinadas ao Programa de Integração Social PIS e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP, por seu turno, foram criadas, respectivamente, pelas Leis Complementares nº 7/70 e nº 8/70, tendo sido recepcionadas pela Constituição Federal de 1988 (artigo 239). 5. A Lei Complementar 7/70, ao instituir a contribuição social destinada ao PIS, destinavaa à promoção da integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, definidas como as pessoas jurídicas nos termos da legislação do Imposto de Renda, caracterizandose como empregado todo aquele assim definido pela Legislação Trabalhista. 6. O Programa de Integração Social PIS, à luz da LC 7/70, era executado mediante Fundo de Participação, constituído por duas parcelas: (i) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda; e (ii) a segunda, com recursos próprios da empresa, calculados com base no faturamento. 7. A Lei nº 9.718/98 (na qual foi convertida a Medida Provisória nº 1.724/98), ao tratar das contribuições para o PIS/PASEP e da COFINS devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, estendeu o conceito de faturamento, base de cálculo das aludidas exações, definindoo como a "receita bruta" da pessoa jurídica, por isso que, a partir da edição do aludido diploma legal, o faturamento passou a ser considerado a "receita bruta da pessoa jurídica", entendida como a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, 8. Deveras, com o advento da Emenda Constitucional nº 20, em 15 de dezembro de 1998, a expressão "empregadores" do artigo 195, I, da Constituição Federal de 1988, foi substituída por "empregador", "empresa" e "entidade a ela equiparada na forma da lei" (inciso I), passando as contribuições sociais pertinentes a incidirem sobre: (i) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (ii) a receita ou o faturamento; e (iii) o lucro. 9. A base de cálculo da COFINS e do PIS restou analisada pelo Supremo Tribunal Federal que, na sessão plenária ocorrida em 09 de novembro de 2005, no julgamento dos Recursos xtraordinários nºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390.840/MG, todos da relatoria do Ministro Marco Aurélio, e nº 346.0846/PR, do Ministro Ilmar Galvão, consolidou o entendimento de que inconstitucional a ampliação da base de cálculo das contribuições destinadas ao PIS e à COFINS, promovida pelo § 1º, do artigo 3º, da Lei n.º 9.718/98, o que implicou na concepção da receita bruta ou faturamento como o que decorra quer da venda de mercadorias, quer da venda de mercadorias e serviços, quer da venda de serviços, não se considerando receita bruta de natureza diversa. 10. A concepção de faturamento inserta na redação original do artigo 195, I, da Constituição Federal de 1988, na oportunidade, restou adstringida, de sorte que não poderia ter sido alargada para autorizar a incidência tributária sobre a totalidade das receitas auferidas pelas pessoas jurídicas, revelandose inócua a alegação de sua posterior convalidação pela Emenda Constitucional nº 20/98, uma vez que eivado de nulidade insanável ab origine, decorrente de sua Fl. 7DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 684 8 frontal incompatibilidade com o texto constitucional vigente no momento de sua edição. A Excelsa Corte considerou que a aludida lei ordinária instituiu nova fonte destinada à manutenção da Seguridade Social, o que constitui matéria reservada à lei complementar, ante o teor do disposto no § 4º, artigo 195, c/c o artigo 154, I, da Constituição Federal de 1988. 11. Entrementes, em 30 de dezembro de 2002 e 29 de dezembro de 2003, foram editadas, espectivamente, as Leis nºs 10.637 e 10.833, já sob a égide da Emenda Constitucional nº 20/98, as quais elegeram como base de cálculo das exações em tela o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil (artigo 1º, caput), sobejando certo que, nos aludidos diplomas legais, estabeleceuse ainda que o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica (artigo 1º, § 1º). 12. Deveras, enquanto consideradas hígidas as Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, por força do princípio da legalidade e da presunção de legitimidade das normas, vislumbrase a existência de dois regimes normativos que disciplinam as bases de cálculo do PIS e da COFINS: (i) o período em que vigorou a definição de faturamento mensal/receita bruta como o que decorra quer da venda de mercadorias, quer da venda de mercadorias e serviços, quer da venda de serviços, não se considerando receita bruta de natureza diversa, dada pela Lei Complementar 70/91, a qual se perpetuou com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º, da Lei 9.718/98; e (ii) período em que entraram em vigor as Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 (observado o princípio da anterioridade nonagesimal), que conceituaram o faturamento mensal como a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. 13. Os princípios que norteiam a eficácia da lei no tempo indicam que, nas demandas que versem sobre fatos jurídicos tributários anteriores à vigência das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, revelase escorreito o entendimento de que a base de cálculo do PIS e da COFINS (faturamento mensal/receita bruta), devidos pelas empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mãodeobra temporária, regidas pela Lei 6.019/74, contempla o preço do serviço prestado, "nele incluídos os custos da prestação, entre os quais os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados" (Precedente da Primeira Turma acerca da base de cálculo do ISS devido por empresa prestadora de trabalho temporário: REsp 982.952/RS, Rel. Originário Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 02.10.2008, DJ 16.10.2008). 14. Por outro lado, se a lide envolve fatos imponíveis realizados na égide das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 (cuja elisão da higidez, no âmbito do STJ, demandaria a declaração incidental de inconstitucionalidade, mediante a observância da cognominada "cláusula de reserva de plenário"), a base de cálculo da COFINS e do PIS abrange qualquer receita (até mesmo os custos suportados na atividade empresarial) que não constar do rol de deduções previsto no § 3º, do artigo 1º, dos diplomas legais citados. 15. Conseqüentemente, a conjugação do regime normativo aplicável e do entendimento jurisprudencial acerca da composição do preço do serviço prestado pelas empresas fornecedoras de mãodeobra temporária, conduz à tese inarredável de que os valores destinados ao pagamento de salários e demais encargos trabalhistas dos trabalhadores temporários, assim como a taxa Fl. 8DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 685 9 de administração cobrada das empresas tomadoras de serviços, integram a base de cálculo do PIS e da COFINS a serem recolhidas pelas empresas prestadoras de serviço de mãodeobra temporária (Precedentes oriundo da Segunda Turma do STJ: REsp 954.719/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 13.11.2007). 16. Outrossim, à luz da jurisprudência firmada em hipótese análoga: 'Não procede, ademais, a alegação de que haveria um "bis in idem", já que os recursos utilizados pelos lojistas para pagar o aluguel (ou, eventualmente, a administração comum do shopping center), por provirem de seu faturamento, já se sujeitaram à incidência das contribuições questionadas (PIS/COFINS), pagas pelos referidos locatários. O argumento, que não foi adotado pelo acórdão embargado e que sequer foi invocado na impetração, prova demais. Na verdade, independentemente de ser o aluguel estabelecido em valor fixo ou calculado por percentual sobre o faturamento, os recursos para o seu pagamento são invariavelmente (a não ser em se tratando de empresa deficitária) provenientes das receitas (vale dizer, do "faturamento") do locatário. Isso independentemente de se tratar de loja de shopping center ou de outro imóvel qualquer. E não só as despesas com aluguel, mas as demais despesas das pessoas jurídicas são cobertas com recursos de suas receitas, podendo, quando se destinarem à aquisição de bens e serviços de outras pessoasjurídicas, formar o faturamento dessas, sujeitandose, conseqüentemente, a novas incidências de contribuições PIS/COFINS. Ora, essa é contingência inevitável em face da opção constitucional de estabelecer como base de cálculo o "faturamento" e as "receitas" (CF, art. 195, I, b). Por isso mesmo, o princípio da não cumulatividade não se aplica a essas contribuições, a não ser para os setores da atividade econômica definidos em lei (CF, art. 195, § 12). Como lembra Marco Aurélio Greco, "... uma incidência sobre receita/faturamento, quando plurifásica, será necessariamente cumulativa, pois receita é fenômeno apurado pontualmente em relação a determinada pessoa, não tendo caráter abrangente que se desdobre em etapas sucessivas das quais participem distintos sujeitos. Receita é auferida por alguém. Nisso se esgota a figura.' (GRECO, Marco Aurélio. "Nãocumulatividade no PIS e na COFINS", apud "Nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS", obra coletiva, coordenador Leandro Paulsen, São Paulo, IOB Thompson, 2004, p.101). Atualmente, o regime da nãocumulatividade limitase às hipóteses e às condições previstas na Lei 10.637/02 (PIS/PASEP) e Lei 10.8333/03, alterada pela Lei 10.865/04 (COFINS). Aliás, há, em doutrina, críticas severas em relação ao modo como a matéria está disciplinada, por não representar qualquer vantagem significativa para os contribuintes. "O novo regime", sustentase, "longe de atender aos reclamos dos contribuintes não veio abrandar a carga tributária; pelo contrário, aumentoua , instaurou verdadeira balbúrdia no regime desses tributos, a ponto de desnortear o contribuinte, comprometer a segurança jurídica e fazer com que bem depressa a sociedade sentisse saudades da época em que era o da cumulatividade" (MARTINS, Ives Gandra da Silva, e SOUZA, Fátima Fernandes Rodrigues de. Apud "Não cumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS", obra coletiva, cit., p. 12). Independentemente das vantagens ou desvantagens do regime da não cumulatividade estabelecido pelo legislador, matéria que aqui não está em questão, o certo é que, mantido o atual sistema constitucional e ressalvadas as situações previstas nas Leis acima referidas, as contribuições para PIS/COFINS podem incidir legitimamente sobre o faturamento das pessoas jurídicas mesmo quando tal faturamento seja composto por pagamentos feitos por outras pessoas Fl. 9DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 686 10 jurídicas, com recursos retirados de receitas sujeitas às mesmas contribuições." (EREsp 727.245/PE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 09.08.2006, DJ 06.08.2007) (...) 18. Recurso especial provido, invertidos os ônus de sucumbência." (REsp 847.641/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.03.2009, DJe 20.04.2009) 3. Deveras, a definição de faturamento mensal/receita bruta, à luz das Leis Complementares 7/70 e 70/91, abrange, além das receitas decorrentes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, a soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais, concepção que se perpetuou com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º, da Lei 9.718/98 (Precedentes do Supremo Tribunal Federal que assentaram a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da COFINS e do PIS pela Lei 9.718/98: RE 390.840, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 09.11.2005, DJ 15.08.2006; RE 585.235 RGQO, Rel. Ministro Cezar Peluso,Tribunal Pleno, julgado em 10.09.2008, DJe227 DIVULG 27.11.2008 PUBLIC 28.11.2008; e RE 527.602, Rel. Ministro Eros Grau Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 05.08.2009, DJe 213 DIVULG 12.11.2009 PUBLIC 13.11.2009). 4. Por seu turno, com a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovida pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários subsumemse na novel concepção de faturamento mensal (total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil). 5. Conseqüentemente, a definição de faturamento/receita bruta, no que concerne às empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74), engloba a totalidade do preço do serviço prestado, nele incluídos os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados, que constituem custos suportados na atividadeempresarial. 6. In casu, cuidase de empresa prestadora de serviços de locação de mãode obra temporária (regida pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74, consoante assentado no acórdão regional), razão pela qual, independentemente do regime normativo aplicável, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. 7. Outrossim, o artigo 535, do CPC, resta incólume quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 8. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Vêse, portanto, que a matéria encontrase pacificado no Superior Tribunal de Justiça. O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada recentemente pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62A: Fl. 10DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI Processo nº 16095.000059/200719 Acórdão n.º 3202000.327 S3C2T2 Fl. 687 11 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Verificase, assim, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário interposto pela Recorrente, mantendose a decisão da DRJ/Campinas por seus próprios fundamentos. Gilberto de Castro Moreira Junior Fl. 11DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 24/07/2011 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUN, Assinado digitalmente em 04/08/2011 por JOSE LUIZ NOV O ROSSARI
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Numero do processo: 15889.000392/2007-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1997 a 31/12/2002
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 173, I DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Incidência do preceito inscrito no art. 173, I do CTN. Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. PRO LABORE INDIRETO.
O pagamento de despesas pessoais, tais como seguro de vida, previdência privada e seguro de saúde personalizado, não disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, configura pagamento de pro labore indireto, integrando o salário-de-contribuição de segurados contribuintes individuais para os fins de tributação de contribuições previdenciárias.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2302-000.835
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, conceder
provimento parcial quanto à preliminar de decadência, nos termos do voto do relator. Os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Thiago Davila Melo Fernandes divergiram, pois entenderam que se aplicava o artigo 150, §4° do CTN. Quanto à parcela não decadente, por unanimidade de votos, foi negado provimento ao recurso; acompanhando pelas conclusões o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Arlindo da Costa e Silva
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 173, I DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Incidência do preceito inscrito no art. 173, I do CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. PRO LABORE INDIRETO. O pagamento de despesas pessoais, tais como seguro de vida, previdência privada e seguro de saúde personalizado, não disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, configura pagamento de pro labore indireto, integrando o saláriodecontribuição de segurados contribuintes individuais para os fins de tributação de contribuições previdenciárias. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, conceder provimento parcial quanto à preliminar de decadência, nos termos do voto do relator. Os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Thiago Davila Melo Fernandes divergiram, pois entenderam que se aplicava o artigo 150, §4° do CTN. Quanto à parcela não decadente, por unanimidade de votos, foi negado provimento ao recurso; acompanhando pelas conclusões o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Fl. 114DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Marco André Ramos Vieira Presidente. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice Presidente de Turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Arlindo da Costa e Silva e Thiago d’Avila Melo Fernandes. Fl. 115DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 15889.000392/200711 Acórdão n.º 230200.835 S2C3T2 Fl. 109 3 Relatório Período de apuração MPF : Janeiro/1997 a dezembro/2002. Período de apuração do débito: 01/02/1997 a 31/12/2002. Data da lavratura da NFLD : 30/08/2007. Data da Ciência da NFLD: 31/08/2007. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD lavrada em face da recorrente em referência, tendo por objeto contribuições previdenciárias a cargo da empresa incidentes sobre a remuneração paga a segurados contribuintes individuais, na qualidade de trabalhadores autônomos e sócios da empresa, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 66/68. Relata o auditor fiscal notificante que os fatos geradores que deram origem ao presente crédito tributário não foram declaradas em GFIP, fato que motivou a lavratura do competente Auto de Infração correspondente. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 70/72. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, em Bauru/SP, lavrou Decisão Administrativa, a fls. 94/96, julgando procedente a Notificação Fiscal e mantendo o crédito tributário em sua integralidade. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 03 de abril de 2008, conforme Aviso de Recebimento – AR, a fl. 99. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 102/105, respaldando sua contrariedade em argumentação desenvolvida nos seguintes termos: • Que o direito de efetuar o lançamento foi atingido pelo prazo decadencial de acordo com o art. 173, I do Código Tributário Nacional • Que o beneficiário Junji Nagasawa foi sócio da empresa até 01/11/2001, portanto não há que se falar em prólabore indireto. • Que Milton Riccó não é sócio da empresa, não havendo que se falar em contribuição sobre prólabore. • Quanto às contribuições de autônomos/contribuintes individuais referente ao período de 01/2002 a 12/2002, requer o desmembramento da notificação para efetuar o pagamento das mesmas. Ao fim, requer a improcedência da constituição do crédito lançado. Fl. 116DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Relatados sumariamente os fatos relevantes. Fl. 117DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 15889.000392/200711 Acórdão n.º 230200.835 S2C3T2 Fl. 110 5 Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida no dia 03 de abril de 2008, quintafeira, iniciandose pois o decurso do prazo recursal na sexta feira seguinte, digase, 04 de abril de 2008. Havendo sido o recurso voluntário protocolado no dia 22 de abril do mesmo ano, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. Presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso. Dele conheço. 2. DAS PRELIMINARES 2.1. DA DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, em julgamento realizado em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n º 8.212/91, nos termos que se vos seguem: Súmula Vinculante nº 8 “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme estatuído no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 é de observância obrigatória tanto pelos órgãos do Poder Judiciário quanto pela Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála de imediato. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Fl. 118DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Afastada por inconstitucionalidade a eficácia das normas inscritas nos artigos 45 e 46 da Lei n º 8.212, urgem serem seguidas as disposições relativas à matéria em relevo inscritas no Código Tributário Nacional – CTN e nas demais leis de regência. O instituto da decadência no Direito Tributário, malgrado respeitadas posições em sentido diverso, encontrase regulamentado no art. 173 do Código Tributário Nacional CTN, que reza ipsis litteris: Código Tributário Nacional CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. A análise da subsunção do fato in concreto à norma de regência revela que, ao caso sub examine, operase a incidência das disposições inscritas no inciso I do transcrito art. 173 do CTN. Nessa condição, tendo sido o lançamento realizado em 30 de agosto de 2007, este apenas alcançaria os fatos geradores ocorridos a partir da competência dezembro/2001, inclusive, excluído os fatos geradores relativos ao 13º salário desse mesmo ano. Pelo exposto, encontramse integralmente atingidos pela fluência do prazo decadencial os levantamentos intitulados “AUT AUTONOMOS ATE 121998” e “PI2 PRO LABORE INDIRETO 1998”. De outro viés, encontramse parcialmente vitimados pelo instituto da decadência, até a competência novembro/2001, inclusive, os levantamentos rotulados “CI CONTR INDIV A PARTIR 01/1999” e “PI1 PRO LABORE INDIRETO POS 1999”. Vencidas as preliminares, passamos à análise do mérito. 3. DO MÉRITO Em razão do provimento relativo à decadência parcial do direito da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário de que trata o presente processo, nos termos do item 2.1. supra, apenas será objeto de apreciação por este colegiado as matérias de fato e de direito referentes aos fatos geradores ainda não alcançados pelo decurso do prazo decadencial acima referido. Fl. 119DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 15889.000392/200711 Acórdão n.º 230200.835 S2C3T2 Fl. 111 7 Dessarte, o exame do mérito se cingirá aos fatos geradores ocorridos a partir da competência dezembro de 2001, inclusive. Em relação aos demais, consideraremos ter havido perda do interesse processual, razão pela qual não serão mais objeto de deliberação. Cumpre assentar, igualmente, que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente contestadas pelo recorrente, as quais se presumirão verdadeiras. 3.1. DO PRO LABORE NA FORMA DE UTILIDADES. Alega o Recorrente que um dos beneficiários dos pagamentos do seguro de vida em foco foi Milton Riccó, que não é sócio da empresa, não havendo que se falar, em seu entender, de pagamento de pro labore indireto. Sustenta, igualmente, que o plano de previdência da Bradesco Previdência e Seguros tinha como beneficiário Junji Nagasawa, o qual deixou a sociedade em 01/11/2001, não havendo que se falar, de modo análogo, em pagamento de pro labore indireto. Tais alegações, contudo, não tem força suficiente para ilidir os lançamentos que ora se operam. Conforme dessai do Relatório de Lançamentos a fls. 40/44, os fatos geradores objeto da vertente NFLD foram apurados a partir dos lançamentos registrados no Livro Diário nº 14 e nos Livros Razão nº 04, 05 e 06 da Notificada, tendo por descrição “Previdência Privada Bradesco sócio” e “Previdência Privada Itaú – sócio”, sem mencionar, todavia, o nome do sócio beneficiário. Claro está que o lançamento suso citado houve por realizado com base em documentação elaborada pela própria Notificada, sob a sua inteira responsabilidade e orientação. Assim, sendo do conhecimento do Recorrente os beneficiários das remunerações indiretas objeto da NFLD supra mencionada, revelase desnecessária a identificação dos favorecidos no Relatório Fiscal desta NFLD. Tomamos como certo, eis que não foi contestado, que o pagamento do benefício em tela, quando não disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, constituise base de cálculo de contribuições previdenciárias, sejam os beneficiários qualificados como segurados empregados, trabalhadores avulsos ou contribuintes individuais, indistintamente, a teor do art. 215, XV, in fine¸ do Regulamento da Previdência Social. Também é correto afirmar que os beneficiários de plano de previdência privada são, necessariamente, pessoas físicas, nunca pessoas jurídicas. Ademais, sendo os lançamentos de pagamentos de “Planos de previdência Privada – sócios” registrados nos livros fiscais da Recorrente, é plenamente plausível, por motivos óbvios, que tais registros se refiram aos sócios da empresa, sendo despicienda a informação no Relatório Fiscal do nome do sócio a que se refira, eis que o referido dado descritivo não altera nem influencia na incidência lato sensu da tributação em apreço. Fl. 120DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 De outro eito, o Recorrente fez coligir aos autos, buscando provar que os beneficiários dos pagamentos eram os Srs. Junji Nagasawa e Milton Ricco, extratos do Itaú Vida e Previdência, a fls. 82/83, os quais nada comprovam. A uma, porque tais documentos referemse à competência abril de 2004, enquanto que o período de lançamento abrange, tão somente, dezembro/2001 a dezembro 2002. A duas, porque os citados recibos não informam a débito de que pessoa jurídica ou física foram debitadas as prestações devidas. De outro viés, os extratos bancários acostados a fls. 84/85 provam, igualmente, coisa alguma. Em primeiro lugar, tais extratos bancários não podem ser vinculados aos extratos do Itaú Vida e Previdência tratados nos parágrafos precedentes, eis que estes se referem a abril de 2004 enquanto que aqueles, a abril e maio de 2002. Além disso, os lançamentos de débito registrados nos Extrato de Conta Corrente – PJ da Mezzani Massas Alimentícias Ltda não informam os beneficiários do “Seguro Itaúvida”, não se podendo presumir que sejam os senhores Junji Nagasawa e Milton Ricco. Por sua relevância para o adequado deslinde da questão, cumpre salientar que os lançamentos contábeis acima aludidos não identificam nominalmente os beneficiários das remunerações indiretas em destaque, realçando assim sua deficiência nesse particular, fato que autoriza a autoridade fiscal a lançar de ofício o montante de contribuição social que considerar devida, militando em desfavor do sujeito passivo o ônus da prova em contrário. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001). (...) §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita FederalDRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Nesse contexto, independentemente de quem tenham sido nominalmente os sócios favorecidos pelos aludidos benefícios, é de se presumir que estes sejam sócios da Notificada, sendo o valor dos estipêndios acima mencionados base de cálculo da contribuição previdenciária. Não logrou o Recorrente, a todo ver, desincumbirse do ônus de comprovar que tais pagamentos não se consubstanciam parcelas integrantes do conceito de Salário de Contribuição, restando tais pagamentos, portanto, sujeitos à incidência da exação em debate. Alegar sem nada provar reduzse ao mesmo que nada alegar. Fl. 121DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 15889.000392/200711 Acórdão n.º 230200.835 S2C3T2 Fl. 112 9 Amoldamse, dessarte, tais valores, no conceito de remuneração, na forma de benefícios, de segurados contribuintes individuais, integrando para os fins de tributação a base material de incidência das contribuições previdenciárias. 3.2. DO DESMEMBRAMENTO Quanto ao pedido de desmembramento da notificação, para que o Recorrente possa proceder ao recolhimento da parte não impugnada referente às contribuições previdenciárias incidentes sobre o Salário de Contribuição de autônomos/contribuintes individuais (levantamento CI — CONTR INDIV A PARTIR 01/1999), não possui este Colegiado competência para executar tal operação administrativa. Para tanto, deve o Recorrente dirigirse à Unidade de Atendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil para requerer o desejado parcelamento, conforme destacado no item “1 – Regularização do Débito” do IPC Instruções para o Contribuinte, a fls. 02/03. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, CONCEDERLHE PROVIMENTO PARCIAL, devendo ser excluídos todos os lançamentos relativos aos fatos geradores ocorridos na competência novembro de 2001 e nas competências anteriores a esta. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 122DF CARF MF Emitido em 13/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/ 2011 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 09/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 13884.001422/2002-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri May 13 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri May 13 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 1997, 1998
DECADÊNCIA.
Conforme precedente do Superior Tribunal de Justiça, para a hipótese de inocorrência de dolo, fraude ou simulação, a existência de pagamento antecipado leva a regra para as balizas do art. 150, § 4º, do CTN; já a inexistência, para o art. 173, I, do CTN.
INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. PERDA DA ESPONTANEIDADE. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS.
Exclui-se a espontaneidade do contribuinte, e de terceiros envolvidos no fato gerador, mesmo que não expressamente intimados, após o início do procedimento fiscal. Imprestável como prova da origem dos valores objeto de depósito em conta bancária empréstimos informados apenas em declaração retificadora entregue após o início da ação fiscal conforme art. 7° do Decreto
n° 70.235, de 1972.
MULTA AGRAVADA. FALTA DE ATENDIMENTO DE INTIMAÇÃO.
Dispondo a fiscalização dos elementos necessários para apuração da matéria tributável, descabe o agravamento da multa por não atendimento de intimação.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. FALTA DE PROVAS.
Caracterizada omissão de rendimentos, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea seu oferecimento à tributação, mantém-se o lançamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-001.331
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR
PARCIAL provimento para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do ano-calendário 1996.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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Conforme precedente do Superior Tribunal de Justiça, para a hipótese de inocorrência de dolo, fraude ou simulação, a existência de pagamento antecipado leva a regra para as balizas do art. 150, § 4º, do CTN; já a inexistência, para o art. 173, I, do CTN. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. PERDA DA ESPONTANEIDADE. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. Excluise a espontaneidade do contribuinte, e de terceiros envolvidos no fato gerador, mesmo que não expressamente intimados, após o início do procedimento fiscal. Imprestável como prova da origem dos valores objeto de depósito em conta bancária empréstimos informados apenas em declaração retificadora entregue após o início da ação fiscal conforme art. 7° do Decreto n° 70.235, de 1972. MULTA AGRAVADA. FALTA DE ATENDIMENTO DE INTIMAÇÃO. Dispondo a fiscalização dos elementos necessários para apuração da matéria tributável, descabe o agravamento da multa por não atendimento de intimação. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. FALTA DE PROVAS. Caracterizada omissão de rendimentos, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea seu oferecimento à tributação, mantémse o lançamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Fl. 1DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 254 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PARCIAL provimento para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do ano calendário 1996. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 31/05/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Rubens Maurício Carvalho, Acácia Sayuri Wakasugi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 210 a 224 da instância a quo, in verbis: O contribuinte em epígrafe insurgese contra o lançamento consubstanciado no Auto de Infração de fls. 168/172, lavrado em 22/04/2002, acompanhado dos Demonstrativos de Apuração de fls. 165/167, referente ao imposto de renda pessoa física, anoscalendário 1996 e 1997, que lhe exige crédito tributário no montante de R$67.108,79, sendo R$21.861,06 de imposto suplementar (código 2904), R$24.593,68 de multa de ofício e R$20.654,05 de juros de mora (calculados até 27/03/2002). Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 169/172), foi efetuado o lançamento de ofício em referência, tendo em vista a constatação das seguintes infrações: 001 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA O contribuinte, que apresentou declaração de rendimentos em conjunto com o cônjuge, deixou de incluir o montante de R$1.096,00 na base de cálculo da declaração de rendimentos do exercício 1997, anocalendário 1996, recebido por seu cônjuge, advindos da empresa Auto Posto MC Ltda, conforme quadro 16, linha 02, da declaração de rendimentos da pessoa jurídica, à fl. 33 (cada cônjuge recebeu R$1.196,00, tendo o declarante informado em sua declaração IRPF o valor de R$1.296,00). Considerando que os valores referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março de 1996 (R$91,34/mês) estão inclusos nas insuficiências de “caixa” Fl. 2DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 255 3 verificadas naqueles meses, conforme demonstrativos de fls. 162/163; considerando que os valores remanescentes, tomados mês a mês, não atingiram o limite da tabela para retenção do irfonte, procedeuse à tributação no mês de dezembro/1996 do valor de R$822,06. No anocalendário 1997, exercício 1998, o contribuinte ofereceu à tributação, a título de prólabore, o valor de R$1.400,00, conforme declaração de rendimentos (fl. 27) e informe de rendimentos (fl. 51). Comparando a declaração de rendimentos IRPF com a declaração da pessoa jurídica Auto Posto Giza SJ Campos Ltda (fl. 46), na qual o declarante e seu cônjuge tinham participação societária à época, constata se que os valores declarados a título de lucro distribuído (ao declarante R$22.770,00 e ao cônjuge R$230,00, num total de R$23.000,00) na declaração da pessoa física (fl. 27), referemse, na realidade, a valores recebidos a título de prólabore, havendo, portanto, omissão de tais rendimentos, à razão de R$1.916,67/mês. Considerando que o contribuinte, intimado e reintimado, deixou de apresentar documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, que pudesse esclarecer os pontos questionados, as penalidades cabíveis são majoradas, conforme alerta formulado no fecho de cada intimação/reintimação expedida. Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%) 31/12/1996 R$ 822,06 112,50 31/01/1997 R$ 1.916,67 112,50 28/02/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/03/1997 R$ 1.916,67 112,50 30/04/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/05/1997 R$ 1.916,67 112,50 30/06/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/07/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/08/1997 R$ 1.916,67 112,50 30/09/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/10/1997 R$ 1.916,67 112,50 30/11/1997 R$ 1.916,67 112,50 31/12/1997 R$ 1.916,67 112,50 Enquadramento Legal: Arts. 1º a 3º e §§, da Lei nº 7.713/1988; Arts. 1º a 3º, da Lei nº 8.134/1990; Arts. 3º e 11, da Lei nº 9.250/1995. Multa de 75,00% Fatos Geradores entre 29/08/1991 e 31/12/1996: Art. 4º, inciso I e § 1º, da Lei nº 8.218/1991; e art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430/1996 c/c art. 106, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 5.172/1966. Multa de 75,00% Fatos Geradores a partir de 01/01/1997: Art. 44, inciso I, § 2º, da Lei nº 9.430/1996. 002 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS (CARNÊLEÃO) Fl. 3DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 256 4 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS Cotejando as despesas pagas pelo contribuinte com seus rendimentos obtidos no curso do anocalendário 1996, conforme demonstrativo de fls. 162/163, apurou se insuficiência de caixa nos meses de janeiro, fevereiro e março de 1996, nos valores respectivos de R$21.734,18, R$21.734,18 e R$17.112,10. Da análise comparativa entre as declarações de rendimentos IRPJ, do exercício 1997, ano calendário 1996 (fls. 30/33), nas quais o contribuinte tinha participação societária, assim como seu cônjuge, e a declaração de rendimentos pessoa física, do mesmo exercício/anocalendário (fls. 22/25), detectouse o montante de R$84.789,73 a título de lucros distribuídos na declaração de rendimentos pessoa física, embora na declaração de rendimentos da pessoa jurídica tenha constado a distribuição do valor de R$79.700,00 a título de lucros distribuídos. Dos valores omitidos, os valores referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março de 1996 (R$424,15, a título de lucros distribuídos sem origem), estão inclusos nas insuficiências de “caixa” dos meses mencionados. Já os valores referentes aos demais meses do anocalendário de 1996, exercício 1997, por estarem abaixo do limite de isenção para o imposto de renda na fonte, serão tributados em 12/1996, no seguinte montante: R$3.817,28, obtido pela subtração, do valor cuja origem não foi comprovada, os valores tributados de ofício nos meses de janeiro, fevereiro e março do anocalendário 1996. Considerando que o contribuinte, intimado e reintimado, deixou de apresentar documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, que pudesse esclarecer os pontos questionados, as penalidades cabíveis são agravadas, conforme alerta formulado no fecho da intimação/reintimação expedidas. Fato Gerador Valor Tributável ou Imposto Multa (%) 31/01/1996 R$ 21.734,18 112,50 29/02/1996 R$ 21.734,18 112,50 31/03/1996 R$ 17.112,10 112,50 31/12/1996 R$ 3.817,28 112,50 Enquadramento Legal: Arts. 1º, 2º, 3º, e §§, e 8º, da Lei nº 7.713/1988; Arts. 1º a 4º, da Lei nº 8.134/1990; Arts. 3º e 11, da Lei nº 9.250/1995. Multa de 75,00% Fatos Geradores entre 29/08/1991 e 31/12/1996: Art. 4º, inciso I e § 1º, da Lei nº 8.218/1991; e art. 44, § 2º, da Lei nº 9.430/1996 c/c art. 106, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 5.172/1966. Todos os procedimentos fiscais adotados, bem como as verificações/análises/conclusões encontramse relatados na própria Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 169/172), parte integrante do Auto de Infração. Cientificado do lançamento em foco, em 25/04/2002 (fl. 168), o interessado apresentou, em 27/05/2002, por intermédio de seu representante legal (fl. 187), a impugnação de fls. 178/186, instruída com os documentos de fls. 187/204, aduzindo o que se segue. PRELIMINARMENTE Fl. 4DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 257 5 DECADÊNCIA Com referência ao anocalendário 1996, ocorreu a decadência, pois que o fato gerador é mensal. Utilizou a Fiscalização como sustentação legal para o lançamento a Lei nº 7.713/1988, que introduziu o regime de caixa e a obrigatoriedade do recolhimento mensal (carnêleão), assim sendo o lançamento deveria ser mensal e como tal sujeito às regras da decadência. Fato Gerador Valor da Omissão Data do Recolhimento Data da Decadência 01/1996 21.734,18 28.02.1996 01.02.2001 02/1996 21.734,18 31.03.1996 01.03.2001 03/1996 17.112,10 30.04.1996 01.04.2001 12/1996 3.817,28 31.01.1997 02.01.2002 A rigor, a base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Físicas deve ser apurada mensalmente, portanto, pode se dizer sem contrariedade que o fato gerador é mensal. Partindo dessa premissa, há duas conclusões a que se pode chegar: 1 – Os lançamentos cuja apuração seja anual e global, mediante os denominados “fluxos de caixa” ou “fluxo financeiro” serão nulos. 2 – Que a Decadência tem seu termo inicial a cada mês, ou seja no mês da apuração da base de cálculo, configurando aí, o fato gerador, e não a data da entrega da declaração de ajuste anual. Dado que a contagem do prazo decadencial tem como termo inicial o fato gerador, deverá ser reconhecida a Decadência para o período 01/1996, 02/1996, 03/1996 e 12/1996. Transcreve jurisprudência do 1º CC e da CSRF acerca da decadência. MÉRITO 01 – QUANTO A OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE PESSOAS JURÍDICAS O Impugnante apresentou informe de rendimentos fornecido pela Auto Posto Giza Ltda, no qual consta o valor total de R$23.000,00 como Lucro Distribuído ao mesmo e a sua esposa. Baseandose unicamente na DIPJ entregue incorretamente pela fonte pagadora, onde a mesma informou ser o pagamento da importância como “outros rendimentos”, o autuante alterou o Lucro Distribuído isento de tributação, para pró labore tributando os valores integralmente. Assim, desprezando os informes apresentados, os quais comprovam exatamente a participação dos sócios no capital da empresa, a fiscalização alterou a natureza do rendimento sem qualquer elemento de prova. QUADRO DEMONSTRATIVO DO LUCRO PROPORCIONAL AO CAPITAL NOME PARTICIPAÇÃO CAPITAL VALOR RECEBIDO Cláudio Sergio Santiago 99% 22.770,00 Fl. 5DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 258 6 Mary Ângela R. Santiago 1% 230,00 Total 100% 23.000,00 Junta cópia da DIPJ retificadora da fonte pagadora (Auto Posto Giza Ltda), onde as incorreções (erro de linha) foram devidamente sanadas. 02 – QUANTO A OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS Inexiste em todo o processo demonstrativo, planilha ou algo equivalente, que permita ao impugnante contra argumentar seus valores mensais que compõem os totais gastos ou despesas (aplicações), tal omissão constituise causa de nulidade por cerceamento ao direito de defesa, conforme manifesta a jurisprudência assim descrita. NULIDADE. O auto de infração e demais termos do processo fiscal somente são nulos nos casos previstos no art. 59 de Decreto nº 70.235, de 1972. O cerceamento ao direito de defesa somente se caracteriza pela ação ou omissão por parte da autoridade lançadora que impeça o sujeito passivo de conhecer dados ou fatos que, notoriamente, impossibilitem o exercício de sua defesa. DECISÃO 407. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Santa Maria. DOU de 11.06.2001. Deve ser relatado, ainda, dois aspectos: a) – o impugnante não tinha elemento para precisar a data do recebimento dos lucros da Auto Posto Aquarius, e por critério fiscal o mesmo foi distribuído durante o período. b) – a falta da planilha mensal nominando os gastos (despesas/aplicações) impossibilita qualquer tipo de entendimento, e conseqüentemente, sua impugnação. DO PEDIDO 1) para o anocalendário de 1996, a Decadência pelo prazo qüinqüenal e a Nulidade pelo cerceamento do direito de defesa; 2) para o anocalendário de 1997, a confirmação e comprovação da natureza dos rendimentos no valor de R$23.000,00 a título de Lucro Distribuído. Requer pela preliminar argüida e no mérito seja o presente lançamento julgado improcedente. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, não acatou a preliminar de decadência e no mérito, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, considerando que os argumentos da recorrente e provas apresentadas foram insuficientes, no seu entender, para desconstituir os fatos postos nos autos que embasaram o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa e excertos do voto que transcrevo a seguir livremente: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 1996, 1997 DECADÊNCIA. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 259 7 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Embora a apuração seja mensal, pelo fato dos rendimentos omitidos estarem sujeitos ao ajuste na declaração anual, a contagem do prazo decadencial não é mensal, contados do mês em que a omissão foi apurada. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. Comprovada a percepção de rendimentos de trabalho recebidos de pessoa jurídica, não declarados pelo contribuinte, correto o lançamento efetuado. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. Comprovada a percepção de rendimentos tributáveis não oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual, correto o lançamento de ofício correspondente. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 227 a 233, requerendo ao final, pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, repisando, os mesmos argumentos trazidos na sua impugnação dirigida à DRJ, alegando em síntese: I. PRELIMINAR. DECADÊNCIA. CARNE LEÃO. Ao contrário das razões expendidas no voto, no caso em tela, deve se aplicar o prazo decadencial previsto no art. 150, § 4° do C1N, e não o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do mesmo código, tendo em vista a obrigatoriedade do recolhimento mensal (carnêleão). II. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. Quanto ao recebimento de R$ 22.770,00 referente ao ano de 1997, houve equívoco na declaração de rendimentos elaborada e entregue pelo Auto Posto Giza SJ Campos Ltda., pois, embora o valor esteja devidamente enquadrado na ficha 21, não está descrito na linha 01, mas sim na linha 02. Posteriormente, houve retificação da declaração (fls. 188/204), onde ficou devidamente esclarecido (fls. 200) que o valor de R$ 22.770,00 se referia a lucro e o valor de R$ 1.400,00 demais rendimentos, sobre o qual incidiu e houve recolhimento do respectivo imposto. O equívoco fica cristalino tendo em vista que a própria empresa, posteriormente à DIPJ entregue com erro formal de preenchimento (erro de linha), emitiu e enviou ao sócio Claudio Santiago o informe de rendimentos destacando o lucro distribuído no valor de R$ 22.770,00, isento, e como rendimentos, este sim tributável, o valor de R$ 1.400,00, aliás, como informado na declaração do mesmo (fl.27); III. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS (CARNÊLEÃO). É considerado na fundamentação do auto de infração, bem como na decisão, que na elaboração do demonstrativo de fluxo de caixa foi considerado as despesas informadas pelo próprio contribuinte juntamente com sua defesa. Contudo, esta fundamentação é obscura, ou seja, sem elucidação clara e precisa Fl. 7DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 260 8 quanto às efetivas despesas e receitas da recorrente. Vale dizer, outrossim, os equívocos e contradições, pois, no que se refere ao mês de dezembro de 2006, por exemplo, a suposta infração no valor de R$ 3.817,28 (fls. 165), não consta do demonstrativo (fls. 163). Tudo isso, impossibilita a recorrente do pleno exercício de sua defesa, o que acarreta a nulidade do auto de infração guerreado. IV. DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. Tendo sido comprovado pelos documentos acostados a inexistência de omissão de rendimentos deve ser afastada a multa 112,5%, uma vez que a mesma exerce poder confiscatório na medida em que ultrapassa o valor do próprio crédito tributário exigido. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. AGRAVAMENTO DA MULTA O agravamento da multa de lançamento de ofício de 75% para 112,5% está previsto no artigo 44, § 2°, da Lei n°9.430/96. A fiscalização agravou a multa com o seguinte fundamento: Considerando que o contribuinte, intimado e reintimado, deixou de apresentar documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, que pudesse esclarecer os pontos questionados, as penalidades cabíveis são agravadas, conforme alerta formulado no fecho da intimação/reintimação expedidas. Da análise dos autos, v.g., fls. 17, 30 a 85, 87/88, 160, 162 a 164, verifico que na realidade o contribuinte não deixou de responder as intimações mas as respondeu sem trazer as provas na forma requerida pela fiscalização, que por sua vez, foi justamente o que ensejou a autuação. Entendo por essa razão que não se justifica tal agravamento pela ausência da recusa do atendimento da intimações. Dessa forma, entendo que não cabe o agravamento que deve ocorrer diante da total omissão do contribuinte e deve ser caracterizada a vontade do intimado de retardar e impedir que a fiscalização alcance os elementos necessários para efetuar o lançamento. No presente caso, a fiscalização dispunha de tais elementos e assim procedeu ao lançar. Esse é o entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais: Processo n.° :10630.001577/200327 Recurso n.° :107141009 Fl. 8DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 261 9 Acórdão n° : CSRF/0105.713 AGRAVAMENTO DA MULTA.NÃO CARACTERIZAÇÃO DE RECUSA. Não se justifica o agravamento da multa de lançamento de oficio quando não está perfeitamente caracterizada a recusa de apresentação de esclarecimento. Portanto, entendo que não estão caracterizadas as condições de agravamento da multa e voto pela sua redução para 75%. DECADÊNCIA Inicio apreciando o pleito decadencial no tocante ao crédito tributário lançado. Para tal análise, considerando a reprodução nos julgamentos do Carf, conforme art. 62a, do anexo II, do Ricarf, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, utilizome de entendimento pacífico dessa Turma de julgamento, expresso no voto do I. Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, no Processo nº 10283.005822/200443, Acórdão nº 2102 01.135 de 16/03/2011: Primeiramente, fazse breve menção à tradicional jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes e do CARF sobre a matéria. Entendiase que a regra de incidência de cada tributo era que definia a sistemática de seu lançamento. Se a legislação atribuísse ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, o tributo amoldarseia à sistemática de lançamento denominada de homologação, onde a contagem do prazo decadencial darseia na forma disciplinada no art. 150, § 4º, do CTN, sendo irrelevante a existência, ou não, do pagamento, e, no caso de dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial tinha assento no art. 173, I, do CTN . Este era o entendimento aplicado ao lançamento do imposto de renda da pessoa física e da pessoa jurídica sujeito ao ajuste anual. Assim era pacífico no âmbito do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes que a contagem do prazo decadencial do imposto de renda da pessoa física e jurídica sujeito ao ajuste anual amoldarseia à dicção do art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando a contagem passa a ser feita na forma do art. 173, I, do Código Tributário Nacional. Como exemplo dessa jurisprudência, citamse os acórdãos nºs: 10195.026, relatora a Conselheira Sandra Maria Faroni, sessão de 16/06/2005; 10246.936, relator o Conselheiro Romeu Bueno de Camargo, sessão de 07/07/2005; 10323.170, relator o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, sessão de 10/08/2007; 10422.523, relator o Conselheiro Nelson Mallmann, sessão de 14 de junho de 2007; 10615.958, relatora a Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda, sessão de 08/11/2006. O entendimento acima também veio a ser acolhido pelo CARF a partir de 2009, quando este Órgão substituiu os Conselhos de Contribuintes. Entretanto, veio a lume uma alteração no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no DOU em 22.12.2010), que passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos Fl. 9DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 262 10 recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II do RICARF). E o Superior Tribunal de Justiça, no rito dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), confessa uma tese na matéria decadencial diversa do CARF, como abaixo se vê, sendo de rigor aplicála nos julgamentos da segunda instância administrativa. Assim, no que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação, tivemos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos Fl. 10DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 263 11 previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. No precedente acima do Superior Tribunal de Justiça, a existência, ou não, do pagamento passou a ser relevante para definir a regra decadencial. Para a hipótese de inocorrência de dolo, fraude ou simulação, a existência de pagamento antecipado leva a regra para as balizas do art. 150, § 4º, do CTN; já a inexistência, para o art. 173, I, do CTN. Bem feitas estas considerações, nos presentes autos, para o anocalendário 1996, há pagamento antecipado, como se vê pelo IRRF informado na declaração de ajuste anual de fl. 26, com aplicação de multa agravada de 112,5%, contudo, reduzida por este voto para 75% e já que não se imputou a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, sendo forçoso aplicar a regra decadencial do art. 150, § 4º, do CTN, ou seja, como o fato gerador desse exercício se aperfeiçoou em 31/12/1996, a Fazenda Nacional poderia concretizar o lançamento até 31/12/2001. Ocorre que o a autuação somente foi lavrada em 22/04/2002 (fl. 173), com ciência do contribuinte em 25/04/2002 (fl. 173), implicando que os créditos tributários do ano calendário 1996 foram extintos pela decadência, atingindo parcialmente a infração 001 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS e a totalidade da infração 002 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS (CARNÊLEÃO). CRÉDITO TRIBUTÁRIO REMANESCENTE. OBJETO DE MÉRITO DO RECURSO. Acatada a decadência, restam somente como objeto para análise desse voto a infração 001 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS para os fatos geradores de 1997 que trata da omissão de R$23.000,00 (R$22.770,00 do declarante e R$230,00 do cônjuge) referente a pagamento de Demais Rendimentos da pessoa jurídica Auto Posto Giza SJ Campos Ltda (fl. 46), na qual o declarante e seu cônjuge tinham participação societária à época. Fl. 11DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 264 12 Alegou no recurso o interessado que houve equívoco na declaração de rendimentos elaborada e entregue pelo Auto Posto Giza SJ Campos Ltda, pois o recebimento de R$ 22.770,00 referente ao ano de 1997embora o valor esteja devidamente enquadrado na ficha 21, não está descrito na linha 01, mas sim na linha 02. Posteriormente, houve retificação da declaração (fls. 188/204), onde ficou devidamente esclarecido (fls. 200) que o valor de R$ 22.770,00 se referia a lucro e o valor de R$ 1.400,00 demais rendimentos, sobre o qual incidiu e houve recolhimento do respectivo imposto. Ocorre que retificação da declaração (fls. 188/204) na qual o interessado se apóia para sustentar as suas razões foi entregue somente no dia 09/05/2002 (fl. 188), ou seja, aproximadamente 1 ano e meio após a ciência do contribuinte do Termo de Início da Ação Fiscal ocorrida em 06/12/2000, fl. 02verso. A declaração retificadora foi apresentada posteriormente ao início da fiscalização e o entendimento desse Conselho é pacífico no seguinte sentido: Acórdão nº 10249334 do Processo 10680012517200697: PROCEDIMENTO FISCAL INÍCIO PERDA DA ESPONTANEIDADE RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS Excluise a espontaneidade do contribuinte, e de terceiros envolvidos no fato gerador, mesmo que não expressamente intimados, após o início do procedimento fiscal. Imprestável como prova da origem dos valores objeto de depósito em conta bancária valores informados apenas em declaração retificadora entregue após o início da ação fiscal (art. 7° do Decreto n° 70.235, de 1972). , Acórdão nº 10616755 do Processo 106400028350041: INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL PERDA DA ESPONTANEIDADE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO Para ser espontâneo, será preciso que, em relação àquela infração, não se haja iniciado qualquer procedimento fiscal previsto no art. 7° do Decreto n° 70.235, de 1972. Assim, excluise a espontaneidade do contribuinte, e de terceiros envolvidos no fato gerador, mesmo que não expressamente intimados, após o início do procedimento fiscal, sendo correta a exigência do tributo, com multa de ofício e encargos moratórios, Assim, a DIRPJ1998 Retificadora de fls. 188 a 204 carece de qualquer capacidade de prova. É imperioso ressaltar que, no que diz respeito ao ônus da prova na relação processual tributária, a idéia de onus probandi não significa, propriamente, a obrigação, no sentido da existência de dever jurídico de provar, tratandose antes de uma necessidade ou risco da prova, sem a qual não é possível se obter o êxito na causa. Sob esta perspectiva, a pretensão da Fazenda deve estar fundada na ocorrência do fato gerador, cujos elementos configuradores se supõem presentes e comprovados, atestando a identidade de sua matéria fática com o tipo legal. Se um desses elementos se ressentir de certeza, ante o contraste da impugnação, incumbe à Fazenda, o ônus de comprovar a sua existência. Da mesma forma, o sujeito passivo, não tem a obrigação de produzir as provas, tão só incumbelhe o ônus. Fl. 12DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13884.001422/200216 Acórdão n.º 210201.331 S2C1T2 Fl. 265 13 Contudo, à medida que ele se omite na produção de provas contrárias às que ampararam a exigência fiscal, compromete suas possibilidades de defesa. Destarte, mantenho o lançamento da infração 001 – OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS para os fatos geradores do anocalendário 1997. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO PELO PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO, cancelando as exigências das Infrações 001 e 002, referentes aos fatos geradores do anocalendário 1996 e mantendo as demais exigências. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 13DF CARF MF Emitido em 08/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 31/05/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 01/06/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 12045.000541/2007-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/10/1998 a 31/10/1998
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DA RESPONSABILIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
A tomadora de serviços é solidária com a prestadora de serviços até a entrada em vigor da Lei n° 9.711/1998. A elisão é possível, mas se não realizada na época oportuna persiste a responsabilidade. Não há benefício de ordem na aplicação do instituto da responsabilidade solidária na construção civil.
PEDIDO DE EVENTUAL JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRECLUSÃO TEMPORAL.
A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-000.882
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: Liege Lacroix Thomasi
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Empresas em Geral Recorrente CONSTRUTORA CENTRAL DO BRASIL LTDA E OUTRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1998 a 31/10/1998 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DA RESPONSABILIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. A tomadora de serviços é solidária com a prestadora de serviços até a entrada em vigor da Lei n° 9.711/1998. A elisão é possível, mas se não realizada na época oportuna persiste a responsabilidade. Não há benefício de ordem na aplicação do instituto da responsabilidade solidária na construção civil. PEDIDO DE EVENTUAL JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRECLUSÃO TEMPORAL. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Edgar Vidal, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato Fl. 2DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 12045.000541/200785 Acórdão n.º 230200.882 S2C3T2 Fl. 3 3 Relatório Trata a notificação, lavrada em 05/11/2003 e cientificada ao sujeito passivo em 03/12/2003, de contribuições previdenciárias decorrentes da responsabilidade solidária entre a notificada e a empresa CONSTRUTORA C. P. LTDA., pelos serviços prestados na construção civil, na competência 10/1998. O devedor solidário foi notificado por edital, em 06/12/2004, fls. 66. O relatório fiscal diz que a notificada não se ilidiu da responsabilidade solidária, não apresentando os comprovantes de recolhimento das contribuições previdenciárias e as respectivas folhas de pagamento para as competências de emissão de notas fiscais, ou faturas de prestação de serviços. Após a apresentação de defesa, DecisãoNotificação julgou o lançamento procedente. Inconformado o contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega em síntese: a) que a solidariedade implica responsabilidade que somente pode ser imputada a alguém ligado ao fato gerador da obrigação; b) que somente após a constatação da existência de débitos da prestadora é que pode ser exigido o pagamento da recorrente; c) que as contribuições somente podem ser calculadas sobre a folha de salários, o faturamento ou o lucro, não havendo como arbitrar a base de cálculo sobre folha e faturamento alheios; d) que a fiscalização deveria ter consultado o contacorrente das contribuições para elidir o débito; e) que não há embasamento legal para o arbitramento da base de cálculo; f) que é imprescindível a realização de diligência para a confirmação da existência dos débitos; g) que a empresa contratada é microempresa não precisando recolher a contribuição patronal, que não pode vir a ser cobrada da recorrente; h) que a preclusão temporal para a apresentação de provas constante da Portaria n.º 520/2004 é inconstitucional. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 4 Requer a juntada de provas a posteriori, a improcedência ou o cancelamento da notificação, a realização de diligência fiscal e que o débito seja exigido primeiramente da prestadora. A DRP ofereceu as contrarazões. Os autos foram encaminhados à segunda instância e acórdão da 04ª CaJ, fls. 106/110, anulou a notificação porque a cientificação do sujeito passivo ocorreu após a expiração do Mandado de Procedimento Fiscal. A DRP solicitou revisão de Acórdão, fls.111/115, a recorrente foi devidamente cientificada e apresentou sua manifestação. A devedora solidária foi cientificada por edital e não apresentou suas contra razões. A 4ª CaJ acatou o pedido de revisão, fls. 130/132, anulou o Acórdão anterior e converteu o julgamento em diligência para ser esclarecido pela fiscalização: 1) se houve fiscalização total na empresa prestadora que englobe total ou parcialmente, o período objeto do presente lançamento; 2) se em nome da prestadora consta adesão a parcelamentos especiais (REFIS e PAES); 3) se há registro de CND de baixa emitida em favor da prestadora dos serviços. Em resposta à diligência solicitada a fiscalização informa às fls. 137, que não houve fiscalização no período do lançamento; que não há registro de adesão ao REFIS e ao PAES; que não consta emissão de CND para fins de baixa. Os autos retornaram ao CRPS que novamente os converteu em diligência para que as notificadas fossem cientificadas do teor da informação fiscal, com abertura de prazo para manifestação. As devedoras solidárias foram cientificadas do teor da diligência fiscal, mas não houve qualquer manifestação. É o relatório. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 12045.000541/200785 Acórdão n.º 230200.882 S2C3T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Liege Lacroix Thomasi, Relator Sendo tempestivo conheço do recurso e passo ao seu exame. Da Preliminar Cumprida a diligência retornam os autos para julgamento. Preliminarmente, é de se salientar que o pedido de revisão de Acórdão já foi acolhido pela 04ª CaJ, que anulou o Acórdão n.º 106/2006, de 27/01/2006, fls. 106/110 e converteu o julgamento em diligência. Quanto a apresentação de provas extemporâneas é de se destacar que o art. 16, inciso III, do Decreto nº 70.235/72, limitou o momento para a apresentação de provas, dispondo que a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) E o parágrafo 4º do mesmo artigo, diz que: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997. No processo em questão não ficaram demonstrados tais requisitos para a apreciação das provas trazidas fora do prazo. E, também, é de se notar que não foram trazidas quaisquer provas a serem examinadas. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 6 Do Mérito De acordo com a legislação vigente desde a época da ocorrência do fato gerador, qual seja, a contratação dos serviços de construção civil na competência de 10/1998, o tomador do serviço responde solidariamente com o prestador pelo recolhimento das contribuições previdenciárias. Conforme o inciso VI do artigo 30, da Lei n.º 8.212/91, o proprietário, dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma, ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando em qualquer hipótese o benefício de ordem. Portanto, no caso de construção civil, indiferentemente de como o serviço é prestado, sempre haverá a solidariedade, ressalvado o direito à retenção para as competências posteriores a 01/1999, o que não é o caso da presente notificação. O levantamento do crédito previdenciário obedece à legislação de regência e no Anexo FLD – Fundamentos Legais do Débito, fls. 07/09, consta expressamente a fundamentação legal que permite o lançamento por aferição indireta, ao contrário do que diz a recorrente. Quando da quitação da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, cabe ao contratante de obra ou serviço de construção civil, exigir da empresa contratada por empreitada total ou parcial, ou subempreitada, até a competência janeiro de 1999, inclusive, cópia das folhas de pagamento e dos documentos de arrecadação com vinculação inequívoca à obra. O artigo 42, parágrafo 1º. do Decreto no. 612/92, que deu nova redação ao Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social – ROCSS, aprovado pelo Decreto no. 356/91, estabelece que a responsabilidade solidária pode ser elidida, desde que seja exigido do construtor o pagamento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura, na forma estabelecida pelo INSS. Já os parágrafos 1º. e 2º. do artigo 43 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social – ROCSS, aprovado pelo Decreto no. 2.173/97, que revogou o Decreto 612/92, determinam que a responsabilidade solidária somente será elidida se for comprovado pelo executor da obra o recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura, quando não comprovadas contabilmente, e que, para esse efeito, o executor da obra deverá elaborar folhas de pagamento e guias de recolhimento distintas para cada empresa contratante, devendo esta exigir do executor da obra, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento. Não apresentando estes documentos, e uma vez que a não apresentação ou a apresentação deficiente de documentos ou informações autoriza a aferição dos valores devidos, com base no parágrafo 3º. do artigo 33 da Lei 8.212/91, ficou o recorrente sujeito à cobrança do valor indiretamente aferido com base nas notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 12045.000541/200785 Acórdão n.º 230200.882 S2C3T2 Fl. 5 7 Também o mesmo artigo 33 da Lei n.º 8.212/91, com a redação vigente à época da notificação, confere ao INSS a competência para normatizar o recolhimento das contribuições previdenciárias: Art.33.Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e a Secretaria da Receita Federal SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas “d” e “e” do parágrafo único do artigo 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. Nesta esteira, a Ordem de Serviço INSS/DAF N.º 167/97, vigente à época do lançamento, em seu artigo 31, define o procedimento criterial de apuração da remuneração da mãodeobra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços e estabelece os parâmetros para aferição indireta da remuneração da mãodeobra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, caso haja previsão contratual de fornecimento de material, ou de utilização de equipamentos, ou de ambos, na execução dos serviços contratados. A fiscalização, em obediência ao comando normativo, utilizou, para cálculo da remuneração, a alíquota de quarenta por cento sobre a nota fiscal de serviço, já que o contido na mesma referese a serviços prestados na construção civil “ Serviços de Implantação tunnel liner plate e Serviços Travessia via pública Anápolis”. Segundo o artigo 124 do CTN, são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; e as pessoas expressamente designadas por lei. O parágrafo único do artigo 124 do CTN informa ainda que a solidariedade referida não comporta benefício de ordem. Na solidariedade passiva, não existindo benefício de ordem, o instituto da solidariedade não se compadece com a obrigatoriedade de ouvirse primeiro uma das partes envolvidas para, somente após, verificada a inadimplência desta, forçarse a outra ao cumprimento da obrigação. O credor, pelo contrário, tem a faculdade de escolher a seu talante, não havendo hierarquia a ser obedecida. A solidariedade no débito não é sucessiva, mas concomitante ou simultânea, podendo qualquer dos envolvidos ser acionado. Na própria definição da palavra se nota a precisão de tal conceito: "Solidariedade: 8. Vínculo jurídico entre os credores (ou entre os devedores) duma mesma obrigação, cada um deles com direito (ou compromisso) ao total da dívida, de sorte que cada credor pode exigir (ou cada devedor é obrigado a pagar) integralmente a prestação objeto daquela obrigação. Solidário: 1. Que responsabiliza cada um de muitos devedores pelo pagamento total de uma dívida." (in Dicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, 2ª ed., pág. 1607).” Outra não é a linguagem do direito legislado, como se observa nos diplomas que regem a matéria, em que não se faz exigência alguma quanto ao procedimento do credor Fl. 7DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 8 no sentido de seguir determinada ordem na tramitação da cobrança, o que implica em facultar lhe a opção pelo que lhe pareça menos dificultoso ou mais conveniente. A cobrança recaiu na contratante, o que implica dizer que ela está sendo chamada a responder pelas obrigações previdenciárias decorrentes da execução da obra, de forma que o ônus da prova da regularidade fiscal da construção civil é seu. Exigir a investida fiscal no prestador dos serviços é redirecionar a cobrança e tornar absolutamente inócuo o instituto da solidariedade. Portanto, mesmo que o resultado da diligência solicitada pela 04ª CaJ, aponte que o prestador de serviço não foi fiscalizado, que não há parcelamentos em seu nome, tampouco CND de baixa de obra, está correto o lançamento do débito na contratante face a todo o exposto sobre a solidariedade na construção civil. Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi – Relatora Fl. 8DF CARF MF Emitido em 03/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 31/03/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 01/04/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA
score : 1.0
Numero do processo: 10730.009013/2007-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LEI Nº 8.852/94. SÚMULA CARF
Nº 68.
A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.217
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Jose Evande Carvalho Araújo
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LEI Nº 8.852/94. SÚMULA CARF Nº 68. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Recurso Voluntário Negado.
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LEI Nº 8.852/94. SÚMULA CARF Nº 68. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Fl. 98DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10730.009013/200738 Acórdão n.º 2101001.217 S2C1T1 Fl. 94 2 Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 4 a 6, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, para lançar infrações de omissão de rendimentos e de glosa de dedução de incentivo, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$1.131,90, acrescido de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 a 2), acatada como tempestiva., alegando que apresentou declaração retificadora informando como isentos rendimentos anteriormente declarados como tributáveis, com base nas Leis nos 7.713/88 e 8.852/94, art 1o, inciso III, alíneas "b", "j" e "n". ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 41 a 45): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 OMISSÃO DE RENDIMENTOS As exclusões do conceito de remuneração, estabelecidas na Lei n° 8.852/94, não são hipóteses de isenção ou não incidência de IRPF, que requerem, pelo Princípio da Estrita Legalidade em matéria tributária, disposição legal federal específica. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. DEDUÇÃO INDEVIDA DE INCENTIVO. Consolidase administrativamente o crédito tributário relativo à matéria não impugnada (Decreto no 70.235, de 1972, art. 17). Lançamento Procedente Fl. 99DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10730.009013/200738 Acórdão n.º 2101001.217 S2C1T1 Fl. 95 3 RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 14/2/2008 (fl. 49), o contribuinte apresentou, em 4/3/2008, o recurso de fls. 50 a 51, onde reafirma os argumentos da impugnação, ressaltando a natureza isenta dos rendimentos declarados. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 91, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes, contendo ainda a fl. 92, sem numeração, referente ao Despacho de Encaminhamento dos autos do SECOJ/SECEX/CARF para a 1a Câmara da 2a Seção. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. O contribuinte declarou originalmente, em sua declaração anual de ajuste do exercício de 2005, ter recebido R$44.639,05 de rendimentos tributáveis, e R$ 574,15 de rendimentos isentos (fls. 22 a 24). Mas, em 19/11/2006, enviou declaração retificadora reduzindo os rendimentos tributáveis para R$38.586,76 e aumentando os isentos para R$6.626,65 (fls. 35 a 37). Entretanto, a Companhia Municipal de Limpeza. Urbana – COMLURB, CNPJ no 42.124.693/000175, informou ter pago R$25.876,69 ao recorrente nesse exercício (fl. 6v), enquanto a declaração retificadora continha o valor de R$ 19.824,40 como recebido dessa fonte pagadora (fl. 36), tendo a diferença sido lançada como omissão de rendimentos neste processo. O sujeito passivo argumenta que a diferença lançada corresponde a rendimentos isentos nos termos das alíneas "b", "j", "n" e “p”, do inciso III, art 1o da Lei nº 8.852, de 4 de fevereiro de 1994, que dispõe sobre a aplicação dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1º, da Constituição Federal, e dá outras providências. Transcrevemse os dispositivos legais: Art. 1º Para os efeitos desta Lei, a retribuição pecuniária devida na administração pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União compreende: I como vencimento básico: a) a retribuição a que se refere o art. 40 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, devida pelo efetivo exercício do cargo, para os servidores civis por ela regidos; (Vide Lei nº 9.367, de 1996) Fl. 100DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10730.009013/200738 Acórdão n.º 2101001.217 S2C1T1 Fl. 96 4 b) (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001) c) o salário básico estipulado em planos ou tabelas de retribuição ou nos contratos de trabalho, convenções, acordos ou dissídios coletivos, para os empregados de empresas públicas, de sociedades de economia mista, de suas subsidiárias, controladas ou coligadas, ou de quaisquer empresas ou entidades de cujo capital ou patrimônio o poder público tenha o controle direto ou indireto, inclusive em virtude de incorporação ao patrimônio público; II como vencimentos, a soma do vencimento básico com as vantagens permanentes relativas ao cargo, emprego, posto ou graduação; III como remuneração, a soma dos vencimentos com os adicionais de caráter individual e demais vantagens, nestas compreendidas as relativas à natureza ou ao local de trabalho e a prevista no art. 62 da Lei nº 8.112, de 1990, ou outra paga sob o mesmo fundamento, sendo excluídas: (...) b) ajuda de custo em razão de mudança de sede ou indenização de transporte; (...) j) adicional de férias, até o limite de 1/3 (um terço) sobre a retribuição habitual; (...) n) adicional por tempo de serviço; (...) p) adicional de insalubridade, de periculosidade ou pelo exercício de atividades penosas percebido durante o período em que o beneficiário estiver sujeito às condições ou aos riscos que deram causa à sua concessão; (...) Em suma, defende o recorrente que a ajuda de custo, a indenização de transporte, e os adicionais de férias, por tempo de serviço, e de insalubridade são isentos do imposto de renda por terem sido excluídos do conceito de remuneração da Lei nº 8.852, de 1994. Entretanto, essa lei não trata de hipóteses de isenção ou de não incidência de imposto de renda, servindo apenas ao propósito de fixar os limites de remuneração dos servidores públicos, nos termos dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1º, da Constituição Federal. Fl. 101DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10730.009013/200738 Acórdão n.º 2101001.217 S2C1T1 Fl. 97 5 Assim, as verbas recebidas pelo recorrente encontramse incluídas no rol dos rendimentos tributáveis, entre aqueles elencados no artigo 3º, §1°, da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Esse entendimento já está consolidado no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais com a publicação da Súmula CARF n° 68, que determina que “a Lei n°. 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física”. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 102DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10247.000124/2005-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 18 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Mar 18 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2001
ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. COMPROVAÇÃO.
A área de Interesse Ecológico, para efeito de exclusão da incidência do ITR, deve ser declarada por ato específico do órgão competente, federal ou estadual, sendo destinada à proteção de ecossistemas, com ampliação das restrições impostas às áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, ou sejam comprovadamente imprestáveis para a atividade rural.
IMPUGNAÇÃO E RECURSO DESTITUÍDOS DE PROVAS.
A impugnação e recurso deverão ser instruídos com os documentos que fundamentem as alegações do interessado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2102-001.192
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso.
Matéria: ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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COMPROVAÇÃO. A área de Interesse Ecológico, para efeito de exclusão da incidência do ITR, deve ser declarada por ato específico do órgão competente, federal ou estadual, sendo destinada à proteção de ecossistemas, com ampliação das restrições impostas às áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, ou sejam comprovadamente imprestáveis para a atividade rural. IMPUGNAÇÃO E RECURSO DESTITUÍDOS DE PROVAS. A impugnação e recurso deverão ser instruídos com os documentos que fundamentem as alegações do interessado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 08/04/2011 Fl. 1DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Giovanni Christian Nunes Campos, Vanessa Pereira Rodrigues Domene, Núbia Matos Moura, Carlos André Rodrigues Pereira, Rubens Maurício Carvalho e Acácia Wakasugi. Relatório Trata o presente processo de autuação do ITR decorrente de retificações de ofício. Os valores declarados, retificados de ofício e julgados na DRJ seguiram o seguinte histórico: ITR 2001 Declarado, fl. 16 Retificação de ofício Acórdão DRJ, fl. 29 03 Área de Utilização Limitada 1.960,0 ha 0,0 ha 0,0 ha Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 29 a 43 da instância a quo, in verbis: Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 11 a 19, no qual é cobrado o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2001, relativo ao imóvel denominado “Fazenda Porto Alegre, Uruguaiana e Boa Esperança”, localizado no município de Almeirim PA, com área total de 6.534,00 ha, cadastrado na SRF sob o nº 3.072.0362, acrescido de multa de lançamento de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total de R$ 7.241,81. No procedimento de análise e verificação das informações declaradas na DITR e da documentação apresentada pela contribuinte no curso da ação Fiscal, a fiscalização apurou falta de recolhimento do ITR, em virtude de glosa integral dos valores declarados a título de Área de Utilização Limitada. Ciência do lançamento em 05/10/2005, conforme AR juntado à folha 22 do processo. Não concordando com a exigência, a interessada apresentou a impugnação de folhas 23 a 25, alegando, em síntese: I – preliminarmente, que por ter seu domicílio fiscal em Santarém – Pará, fica difícil se deslocar até a localidade de Monte Dourado – Almerim – Pará para dar vistas ao processo, enquanto que na cidade de seu domicílio existe uma Delegacia Especializada, que oferece melhores condições para tal procedimento. Diante da falta de condições financeiras para tal deslocamento, solicita a nulidade do Auto de Infração por cerceamento do direito de defesa; II – no mérito, que o Auto de Infração não pode prosperar tendo em vista a falta de interesse de agir por parte do Auditorfiscal, que não requereu junto ao Ibama e ao Incra informações detalhadas quando tomou ciência de que as terras, além de várzea, são consideradas riquezas naturais, protegidas pelo Interesse Ecológico, conforme determina o art. 37 da Lei 9.784/99; III – que, com as condições criadas pelo Governo Federal para conseguir os documentos necessários de preservação ecológica, já que os órgãos envolvidos não demonstram interesse em agir e servir, fica difícil para a impugnante obter os documentos para tal comprovação, enquanto o AuditorFiscal possui todas as condições necessárias para obtêlos ao Incra e ao Ibama, se atendesse o que determinam os artigos 1º, 2º, 36, 37 e 38 da Lei 9.784/99 (transcreveos). Acresce que, se o Auditor tivesse interesse em agir e conhecer a região, logo perceberia que as terras são mata virgem, todas protegidas pelo interesse ecológico; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10247.000124/200579 Acórdão n.º 210201.192 S2C1T2 Fl. 13 3 IV que, com a enchente do rio, as águas ultrapassam e fazem as terras caírem, diminuindo sua extensão, o que pode ser comprovado em diligência in loco ou via georreferenciamento, onde se constatará que o valor do crédito tributário está acima da realidade; V – que requer que sejam notificados o Incra e o Ibama, para vistoria in loco do que foi afirmado acima, que sejam requisitados os comprovantes de pagamento do ITR para a comprovação de que foram recolhidos os valores de acordo com a realidade física da terra existente e que seja julgada procedente sua impugnação, com o cancelamento do Auto de Infração e seu arquivamento. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, considerando que a contribuinte não junta ao processo um único documento emitido por órgão público, seja federal ou estadual, que comprove que a área glosada seja de interesse ecológico, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2001 ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. COMPROVAÇÃO. Para efeito de exclusão do ITR não serão aceitas como de interesse ecológico as áreas declaradas em caráter geral, por região local ou nacional, mas apenas as declaradas, através de ato emitido por órgão competente, em caráter específico, para determinadas áreas da propriedade particular. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2001 INSTRUÇÃO DA PEÇA IMPUGNATÓRIA. A impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Não restando comprovada a ocorrência de preterição do direito de defesa nem de qualquer outra hipótese expressamente prevista na legislação, não há que se falar em nulidade do lançamento. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Se o autuado revela conhecer as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas de forma meticulosa, com impugnação que abrange questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 PEDIDO DE DILIGÊNCIA E PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia, mormente quando se trata de matéria que depende de comprovação documental, a qual deveria ter sido apresentada pelo contribuinte junto com sua impugnação. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 45 a 53, alegando em síntese: A teor do art. 10, § 7°, da Lei n° 9.393/96, o ITR sobre a área de preservação ambiental, para fim de isenção do Imposto em comento, basta a simples declaração do contribuinte, respondendo este pelo pagamento e consectários legais, se configurada falsidade. Assim, nos termos da legislação aludida, não são tributáveis as áreas de preservação permanente, nem de reserva legal; O ITR é considerado tributo com nítido caráter extrafiscal, sendo utilizado para desestimular latifúndios improdutivos, mas também para promover e incentivar a utilização racional dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente.Deste modo, destaquese principalmente aquelas que beneficiam áreas rurais destinadas à preservação ambiental, seja em razão da manutenção da vegetação nativa ou pela utilização ecologicamente sustentável; Apesar de a legislação pertinente condicionar o aproveitamento do beneficio fiscal do ITR ao averbamento das mencionadas áreas no cartório de registro de imóveis competente, a jurisprudência sobre a matéria vem mostrando entendimento, segundo aduz, de que a isenção do ITR sobre as áreas de reserva legal deve ser exercida independentemente de existência do averbamento correspondente; É imperioso perceber que o objetivo da legislação pertinente .é o de criar um mecanismo de controle para a manutenção da vegetação nativa. Assim, não parece ao contribuinte ser esta 1 averbação de caráter essencial para o aproveitamento da isenção; Segundo o Código Florestal (Lei n°. 4.771/65), é perfeitamente possível, se diante da necessidade de comprovação, que o contribuinte utilize outros meios que não o referido averbamento para demonstrar as condições de sua propriedade rural no momento de ocorrência do fato gerador do ITR; Não obstante o legítimo propósito do ADA, este se apresenta na maioria dos casos como desnecessário, já que o contribuinte, de acordo com o já citado art. 10, § 7° dá Lei n°. 9.393/96, ou está dispensado, ou tem a seu favor o reconhecimento oficial por parte do órgão ambiental competente relativamente à relevância ambiental de parcela ou totalidade de sua propriedade rural. Neste sentido apresenta decisões dos Conselhos de Contribuintes, requerendo seja declarado procedente seu recurso, insubsistente o Auto de Infração lavrado e a inexigibilidade do crédito apurado. Apresenta jurisprudência para suportar as suas razões, requerendo ao final, pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. Em julgamento vistos, relatados e discutidos os presentes autos resolveram os Membros da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de Fl. 4DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10247.000124/200579 Acórdão n.º 210201.192 S2C1T2 Fl. 14 5 votos, converter o julgamento em diligência, via Resolução nº 30301.365, fls. 57 a 65, remetendose os autos à repartição de origem para que o Ibama com jurisdição sobre a área do imóvel fosse intimado a vistoriar o local e informar as áreas existentes de interesse ambiental. Processada a diligência, a contribuinte não respondeu as intimações do Ibama, retornando os autos para julgamento sem nenhuma informação adicional. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. Tratase desse processo de glosa de Área de Utilização Limitada, especificamente Área Interesse Ambiental. Ocorre, conforme previsto no art. 10, § 1º, inciso II, alínea "c", da Lei nº9.393, de 1996; as áreas imprestáveis para a atividade produtiva, declaradas de interesse ecológico, devem ser comprovadas mediante ato do órgão competente federal ou estadual além da apresentação do ADA. Conforme já observado pela autoridade anterior, a contribuinte não junta ao processo um único documento emitido por órgão público, seja federal ou estadual, que comprove que a área glosada seja de interesse ecológico. E mesmo tendo uma outra oportunidade para isso através da diligência promovida pelo Conselho de Contribuintes, via Ibama, o recorrente não sequer respondeu as 2 (duas) intimações do órgão ambiental, fls. 72. É imperioso ressaltar que, no que diz respeito ao ônus da prova na relação processual tributária, a idéia de onus probandi não significa, propriamente, a obrigação, no sentido da existência de dever jurídico de provar, tratandose antes de uma necessidade ou risco da prova, sem a qual não é possível se obter o êxito na causa. Sob esta perspectiva, a pretensão da Fazenda deve estar fundada na ocorrência do fato gerador, cujos elementos configuradores se supõem presentes e comprovados, atestando a identidade de sua matéria fática com o tipo legal. Se um desses elementos se ressentir de certeza, ante o contraste da impugnação, incumbe à Fazenda, o ônus de comprovar a sua existência. Da mesma forma, o sujeito passivo, não tem a obrigação de produzir as provas, tão só incumbelhe o ônus. Contudo, à medida que ele se omite na produção de provas contrárias às que ampararam a exigência fiscal, compromete suas possibilidades de defesa. Assim sendo, é imprescindível que as provas e argumentos sejam carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, se revistam de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 Assim, constatadas as irregularidades descritas nos autos de infração, tendo sido observadas na autuação as respectivas legislações regentes das matérias e não tendo a contribuinte apresentado qualquer prova ou argumento capaz de elidir o que lhe foi imputado, devem ser mantidas as exigências cobradas. Concluo assim que a impugnante apresentou alegações acerca de vícios que estariam presentes na autuação, contudo, da análise dessas alegações, verificase que nada de concreto foi realmente apresentado ou comprovado. Não tendo o contribuinte durante as fases processuais de fiscalização, contencioso de primeira e segunda instância, além especialmente da diligência, apresentado qualquer prova para suportar a sua alegação, rejeito a argüição, por falta de provas Pelo exposto, não merecendo reparos da decisão recorrida, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator Fl. 6DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO Assinado digitalmente em 08/04/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, 08/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 19647.005223/2003-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri May 27 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS — LANÇAMENTO DE OFÍCIO — DECADÊNCIA
SUSCITADA — IMPROCEDÊNCIA - 0 direito da Fazenda Pública de
constituir o crédito tributário extingue-se com o decurso do prazo de cinco
anos, conforme determina o art. 173, do Código Tributário Nacional.
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. MULTA POR ATRASO NA
ENTREGA - E devida a multa por atraso na entrega da declaração a que
estava obrigado o contribuinte, quando provado que o cumprimento desta
obrigação acessória se deu após o prazo determinado pela legislação.
Numero da decisão: 1101-000.481
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Camara / 1ª Turma Ordinária do PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, Por unanimidade de votos, REJEITAR a
argüição de decadência e NEGAR provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Benedicto Celso Benicio Júnior.
Nome do relator: José Sérgio Gomes
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DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA - E devida a multa por atraso na entrega da declaração a que estava obrigado o contribuinte, quando provado que o cumprimento desta obrigação acessória se deu após o prazo determinado pela legislação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da la Camara / la Turma Ordinária do PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, Por unanimidade de votos, REJEITAR a argüição de decadência e NEGAR provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Benedicto Celso Benicio Júnior. Francis de Sale eiro de Queiroz Presidente Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), Edeli Pereira Bessa, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, José Ricardo da Silva (Relator), Nara Cristina Takeda Taga. . i Relatório DIM EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., recorre a este Colegiado (fls. 41/47) contra decisão proferida pela 3 a Turma da DRJ/Recife (fls. 27/28), que julgou procedente o lançamento tributário. Em procedimento fiscal levado a termo, foi lavrado em o Auto de Infração de fls. 21, cuja ciência se deu em 17/11/2003, em desfavor da Recorrente para recolher multa por atraso na entrega da declaração de rendimentos - DIRPJ, exercício de 1998, ano-calendário de 1997, no valor de R$ 30.081,55, com aplicação de multa de mora por atraso de um por cento ao mês ou fração sobre o valor do imposto devido, com enquadramento legal no art. 88 da Lei 8.981/95, art. 27 da Lei 9.532/97, art. 7 0 da Lei 10.426/2002 e art. 106, II, C, da Lei 5.172 (CTN. 0 contencioso administrativo foi instaurado tempestivamente pela apresentação de Impugnação ao lançamento de oficio (fls. 01/03), com os seguintes argumentos: a) a declaração de rendimentos entregue em 27/10/99 trata-se de uma declaração retificadora, pois a declaração original foi entregue em 26/05/98, respeitando, assim o prazo de entrega estabelecido pela legislação fiscal (IN SRF 25, de 18/03/97), visto que o prazo para entrega da declaração de rendimentos das empresas optantes pelo Lucro Presumido no ano-calendário 1997 foi até 29/05/98; b) a declaração de rendimentos retificadora foi elaborada após ter sido constatado que a declaração original havia sido preenchida equivocadamente sob o regime do Lucro Presumido Trimestral, enquanto os recolhimentos foram efetuados mensalmente com base na sistemática da estimativa ou em balancetes de redução/suspensão do imposto, IRPJ e CSLL, com códigos da Receita Federal apropriados ao Lucro Real anual no decorrer do ano-calendário 1997; c) caso considere que o prazo para a entrega da declaração retificadora seja o de 30/04/98, apenas a fração de 26 dias (entre 1 e 26/05/98) deverá ser imputada como atraso (um por cento) na entrega da Declaração Original, e não dezoito por cento como assinalado no Auto de Infração, pois sua Declaração Retificadora evidencia claramente sua opção pelo regime de Lucro Real. Ao apreciar a defesa inicial, a Colenda Turma da DRJ/Recife julgou procedente o lançamento, cuja ementa possui o seguinte teor: ASSUNTO: OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Ano-calendário: 1997 DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. MULTA POR ATRASO NA EIVTREGA. (N\ 2 Processo n°19647.005223/2003-47 Si -C1T1 Acórdão n.° 1101-00.481 Fl. 2 .A. devida a multa por atraso na entrega da declaração a que estava obrigado o contribuinte, quando provado que o cumprimento desta obrigação acessória se deu após o prazo determinado pela legislação. Lançamento Procedente. Ciente da decisão de primeira instância em 11/04/2005 (fls. 33), e com ela não se conformando, a Recorrente encaminhou a este Colegiado Recurso Voluntário (fls. 41/47), apresentando, em partes, as mesmas razões de fato e de direito, tendo como novo que: d) do prazo final para que a Recorrente providenciasse a apresentação da declaração de ajuste anual ao ano-calendário de 1997, ocorrida em 30/04/98, e a data do lançamento de oficio da multa, efetuado em 07/11/2003, passaram-se cinco anos e seis meses, ocorrendo, assim, a decadência, pois o marco inicial da fluência do prazo decadencial é o primeiro dia após a data prevista para a entrega da respectiva declaração, conforme o art. 115 do CTN; e) é indevida a aplicação da multa de 18% sobre o imposto devido, decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, ano- calendário 1997, uma vez que a Recorrente entregou a Declaração de Rendimento Original A. Receita Federal em 26/05/1998, passando-se, assim, 26 dias do termo final da entrega da declaração, que se deu em 30/04/98, ensejando multa de 1%; f) o objetivo da Declaração Retificadora não foi de modificar o regime de tributação, pois a Recorrente já havia optado pelo regime de apuração pelo Lucro Real ao efetuar seus recolhimentos mensais de IRPJ e CSLL, no decorrer do ano-calendário de 1997, com os códigos da receita apropriados ao Lucro Real Anual, com base na sistemática da estimativa ou em balancetes de redução/suspensão do imposto; g) a opção feita pela Recorrente foi pelo regime de Apuração pelo Lucro Real, tendo a opção se concretizado no momento em que pagou o imposto referente ao riles de janeiro de 1997, nos termos do parágrafo único do art. 3 0 da Lei 9.430/96; h) ao tempo da infração apontada, a sociedade Recorrente era composta por sócios outros, que se desde 2003 se retiraram regularmente da sociedade; i) o art. 133 do CTN dispõe que o adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, que continuar a respectiva exploração, é responsável tributário apenas pelos tributos devidos e não pelas multas; 3 j) como o lançamento não é anterior a aquisição, não se pode imputar a multa diante da sucessão da sociedade; k) ao final, requerer o provimento do Recurso Voluntário, ou, na dúvida, se interprete a norma jurídica de forma mais favorável à Recorrente conforme preceitua o art. 112 do CTN. o relatório. Voto Conselheiro José Ricardo da Silva, Relator Como visto do relato, trata-se de exigência de multa pelo atraso na entrega da DEPJ relativa ao ano-calendário de 1997, cujo prazo estabelecido encerrou em 30/04/1998. A recorrente suscita preliminar de decadência, tendo em vista que o auto de infração foi lavrado em 07/11/2003, portanto, mais de cinco anos após a data da entrega da declaração. 0 marco inicial para a fluência do prazo decadencial nos casos de lançamento de oficio é o art. 173 do CTN, ou seja, o prazo contar-se-á do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Tratando-se de obrigação formal, a multa de oficio pela não apresentação da declaração só pode ser constituída após o termino deste prazo, ou seja, 30 de abril de 1998, e, assim, a decadência só ocorreria a partir de 10 de janeiro de 2004, caso a constituição do crédito não se materializasse até 31/12/2003. Como o lançamento ocorreu em 07/11/2003, não se configurou o instituto da decadência. No mérito. A recorrente efetuou a entrega da D1RPJ relativa ao ano-calendário de 1997 pelo Lucro Presumido em 26/05/1998. Posteriormente, em 27/10/1999, efetuou a entrega de declaração retificadora, na qual houve mudança de regime de tributação para o Lucro Real. A Instrução Normativa SRF n° 166, de 23 de dezembro de 1999, assim dispôs sobre a retificação de declaração efetuada pela pessoa jurídica: "Art. 1° A retificação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ e da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — DITR anteriormente entregue, efetuada por pessoa jurídica, dar-se-6 mediante apresentação de nova declaração, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. (-) § 2°A declaração renficadora referida neste artigo: 4 Processo n° 19647.005223/2003-47 S1 -C1T1 Acórcldo n.° 1101-00.481 Fl. 3 I - terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente, inclusive para os efeitos da revisão sistemática de que trata a Instrução Normativa SRF n° 094, de 24 de dezembro de 1997; II - será processada, inclusive para fins de restituição, em função da data de sua entrega. (.) Art. 4° No caso de DIPJ ou DIRPJ, não será admitida retificação que tenha por objetivo mudança do regime tributação, salvo, nos casos determinados pela legislação, para fins de adoção do lucro arbitrado. Nessas condições, entendeu a turma julgadora de primeiro grau, que não é admitida a apresentação de uma nova declaração com o objetivo de substituir uma outra entregue com regime de tributação diferente daquele a que está submetido o contribuinte por força de disposição legal ou de opção anteriormente formalizada. Consta do voto condutor da decisão recorrida que a empresa efetuou recolhimentos mensais por estimativa com o código correspondente ao lucro real anual. A Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, estabeleceu que, a partir de 01/01/97, a opção pela tributação com base no lucro real seria irretratável para todo o ano-calendário. Assim sendo, a opção adotada pela ora impugnante foi definitiva para o ano de 1997, em face do que não poderia alterar o regime de tributação mediante declaração retificadora. Cita ainda aquela decisão que a Receita Federal, em sua página na internet, assim esclarece na seção "Perguntas e Respostas" da Pessoa Jurídica: "021. Como proceder quando, após a entrega da declaração, a pessoa jurídica constatar que houve falhas ou incorreções nos dados fornecidos? A declaração anteriormente entregue poderá ser retificada, nas hipóteses em que admitida, independentemente de autorização da autoridade administrativa, e terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada. (MP n° 2.189-49, de 2001, art.18, e IN SRF n° 166, de 1999, art. 1°). NOTAS: (.) Será considerada intempestiva a DIPJ retificadora com base no lucro real, entregue após o prazo previsto, ainda que a pessoa jurídica tenha entregue, dentro do prazo, declaração com base no lucro presumido, quando vedada por disposição legal a opção por este regime de tributação. " (g. n.) 5 Portanto, apesar da entrega tempestiva da declaração pelo lucro presumido, o mesmo não aconteceu com a declaração pelo lucro real a que estava obrigada a contribuinte, tendo sido esta última recepcionada como declaração original e não retificadora, pois envolveu alteração de regime de tributação, o que não é admitido na legislação de regência. Em relação ao questionamento do valor da multa, determina a norma legal a aplicação do percentual de 1% por mês ou fração em atraso, estando o calculo de acordo com a legislação aplicável visto que a declaração pelo lucro real deveria ter sido entregue até 30/04/1998. Como foi apresentada em 27/10/1999, tem-se o atraso de 18 meses no cumprimento da obrigação acessória. Dessa forma, acolho os argumentos proferidos no Acórdão da turma julgadora de primeiro grau para manter a multa exigida referente ao atraso na entrega da declaração de rendimentos da pessoa jurídica do exercício de 1998, ano calendário de 1997. como voto. Sala das Sessões, em 27 DE MAIO DE 2011 6
score : 1.0
Numero do processo: 10875.001137/2003-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
Ano-calendário: 2003
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito, referente a parcela do saldo negativo de CSLL que ainda não havia sido utilizada, homologa-se a compensação pleiteada até o limite do crédito.
Numero da decisão: 1102-000.508
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: João Otávio Oppermann Thomé
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Ano-calendário: 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito, referente a parcela do saldo negativo de CSLL que ainda não havia sido utilizada, homologa-se a compensação pleiteada até o limite do crédito.
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Recorrente YAMAHA ADMINISTRADORA DE CONSORCIO SC LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito, referente a parcela do saldo negativo de CSLL que ainda não havia sido utilizada, homologase a compensação pleiteada até o limite do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Documento assinado digitalmente. Ivete Malaquias Pessoa Monteiro Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, João Carlos de Lima Júnior, João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Leonardo de Andrade Couto, e Manoel Mota Fonseca. Relatório Fl. 1DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME Assinado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, 10/08/2011 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10875.001137/200305 Acórdão n.º 110200.508 S1C1T2 Fl. 257 2 O presente recurso versa sobre a inconformidade da recorrente com a decisão da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP que não acolheu a solicitação de reforma do despacho decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Guarulhos/SP, o qual por sua vez, embora tenha reconhecido integralmente o direito creditório contra a Fazenda Nacional por conta de saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do ano calendário de 2001, não homologou a compensação sub judice. Esclareceu a autoridade administrativa, no Despacho Decisório de fls. 39 a 42, que, apesar de confirmada a existência de saldo negativo de CSLL de R$ 66.363,64 em 2001, tal saldo já havia sido integralmente absorvido em compensações anteriores, conforme as informações constantes nas DCTF relativas ao ano calendário de 2002 (fls. 34 a 38). Foi elaborada a seguinte planilha para demonstrálo: Data Valor Selic Juros Débito Débito Débito Saldo Saldo Saldo Principal Selic Principal Juros Principal Juros Total 31/12/2001 66.363,64 66.363,64 ... 66.363,64 jan/2002 66.363,64 1,00% 663,64 ... ... ... 66.363,64 663,63 67.027,27 fev/2002 66.363,64 1,53% 1.015,36 30.764,70 30.005,56 759,13 36.358,08 919,86 37.277,94 mar/2002 36.358,08 1,25% 454,48 17.573,83 16.933,73 640,09 19.424,35 734,24 20.158,59 abr/2002 19.424,35 1,37% 266,11 12.362,24 11.756,76 605,47 7.667,59 394,88 8.062,47 mai/2002 7.667,59 1,48% 113,48 ... ... ... 7.667,59 508,36 8.175,95 jun/2002 7.667,59 1,41% 108,11 ... ... ... 7.667,59 616,47 8.284,06 jul/2002 7.667,59 1,33% 101,98 1.181,80 1.080,55 101,24 6.587,04 617,20 7.204,24 ago/2002 6.587,04 1,54% 101,44 ... ... ... 6.587,04 718,64 7.305,68 set/2002 6.587,04 1,44% 94,85 ... ... ... 6.587,04 813,49 7.400,53 out/2002 6.587,04 1,38% 90,90 ... ... ... 6.587,04 904,39 7.491,43 nov/2002 6.587,04 1,65% 108,69 7.600,11 6.587,04 1.013,07 ... ... ... Nesta conformidade, a DRF/Guarulhos não homologou a compensação do referido crédito com o débito de estimativa de CSLL afeta ao período de apuração de fevereiro de 2003, no valor de R$ 8.066,47. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, fls. 47 a 53, fundada nas razões de fato e de direito a seguir sinteticamente descritas. A empresa incorreu em erro no preenchimento de algumas DCTF, o que teria levado a fiscalização a incorrer em erro no encontro dos débitos e créditos, quando da análise do pleito. Neste sentido, o valor de R$ 7.600,11, constante da planilha elaborada pela autoridade fiscal, foi compensado, na verdade, com saldo negativo de IRPJ e não de CSLL. Apresenta as informações que constaram da DCTF relativa ao 4º trimestre de 2002, em que o valor de R$ 7.600,11, compensado sem DARF, foi informado como tendo origem em saldo negativo próprio de CSLL de 31/12/2001, vinculado ao processo administrativo nº 10875.006037/200286. Informa que apresentou DCTF Retificadora, encaminhada via internet na data de 22/02/2008, na qual corrigiu a informação para saldo negativo próprio de IRPJ de 31/12/2001, naquele mesmo número de PAF. Apresenta também as informações que constaram da DCTF relativa ao 1º trimestre de 2003, em que o valor de R$ 8.066,47, “outras compensações”, foi informado como tendo origem em saldo negativo próprio de CSLL de 31/12/2002, vinculado ao presente Fl. 2DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME Assinado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, 10/08/2011 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10875.001137/200305 Acórdão n.º 110200.508 S1C1T2 Fl. 258 3 processo administrativo (nº 10875.001137/200305). Informa que apresentou DCTF Retificadora, encaminhada via internet na data de 22/02/2008, na qual corrigiu a informação para saldo negativo próprio de CSLL de 31/12/2001, mantido o mesmo número de PAF. Cópias das DCTF originais e retificadoras encontramse nos autos. Acrescenta ainda, embora nesta parte reconheça não dizer respeito ao objeto da presente compensação, que, devido à alteração da versão do programa para apresentação das DCTF retificadoras, não houve “permissão de inclusão da compensação de R$ 159,30 e R$ 30,00, no total de R$ 190,00, montante este compensado sem processo, ou seja, somente com base nos códigos de receita, conforme autorizado pela versão 2.0, razão pela qual, na DCTF retificadora constatamos um saldo a pagar de R$ 190,00, o qual é totalmente inexistente e não deve ser considerado pela fiscalização, pois já foi totalmente compensado, conforme DCTF de origem.” Finaliza requerendo seja julgada totalmente procedente a defesa apresentada. A 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP indeferiu a solicitação da contribuinte ao entendimento de que a retificação da DCTF, efetuada em 22/02/2008, quando já vigia o disposto na Medida Provisória nº 66, de 2002, não tem o condão de comprovar a alegada compensação da CSLL devida em novembro de 2002 (R$ 7.600,11) com o crédito de IRPJ, em vez de crédito de CSLL, vez que para isto seria necessária a apresentação de Declaração de Compensação. A compensação declarada em DCTF só era válida, na sistemática anterior a MP 66/2002, quando relativa a tributos de mesma espécie, no caso, CSLL com CSLL, como havia sido feita. Portanto, a contribuinte não tinha mais saldo negativo de CSLL de 2001 disponível para compensar com o débito de CSLL do período de apuração de fevereiro de 2003 (R$ 8.066,47). O Acórdão nº 0523.028, fls. 214 a 216, está assim ementado: “Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Não apresentadas provas capazes de refutar a constatação da autoridade da DRF de que, à época da apresentação da Declaração de Compensação, o crédito de CSLL de 2001, indicado para compensar débito de 2003, já havia sido utilizado integralmente para amortização de débitos de 2002, não há como homologar a compensação. ALEGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO COM OUTRO CRÉDITO. Para comprovar a alegação de que débito de CSLL de 2002 havia sido compensado com crédito de IRPJ, necessária era provar a formalização de pedido na sistemática anterior a MP 66/2002 e de Declaração de Compensação, após a vigência da referida MP.” Cientificada desta decisão em 11.09.2008, conforme AR de fls. 218, e com ela inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 13.10.2008, fls. 220 a 230, no qual reprisa os argumentos já expostos por ocasião da inicial, e pede que a decisão de primeira instância seja totalmente reformada, pois está desprovida de justificativa jurídica que possa Fl. 3DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME Assinado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, 10/08/2011 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10875.001137/200305 Acórdão n.º 110200.508 S1C1T2 Fl. 259 4 legitimála. Isto porque tanto a Declaração de Compensação do PAF nº 10875.001137/20003 05, do valor de R$ 8.066,47, como a do PAF nº 10875.006037/200286, do valor de R$ 7.600,11, foram efetuadas sob a égide da MP 66/2002, vez que foram protocolizadas em 31/03/2003 e 18/12/2002, respectivamente. Assim, não há que se falar em formalização de pedido na sistemática anterior a MP 66/2002, como tentou fazer crer o i. Julgador. Requer, portanto, seja reconhecido o seu crédito e homologada a compensação declarada. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Entendo que assiste razão a recorrente. Verifico, no caso, a mera existência de erro de fato no preenchimento de algumas de suas DCTF. Vejase que a recorrente apresentou Declaração de Compensação, em 18.12.2002, informando ter utilizado crédito de saldo negativo de IRPJ para compensar com a CSLL do PA 31.10.2002, vencimento 29.11.2002. Isto encontrase no âmbito do PAF nº 10875.006037/200286. Assim, na DCTF relativa ao 4º trimestre de 2002, embora este débito tenha sido vinculado a crédito descrito como sendo de saldo negativo de CSLL, a informação precisa do número do processo administrativo correspondente (10875.006037/200286) nesta mesma DCTF é suficiente para demonstrar ter havido mero erro de fato no preenchimento de um único campo, posto que o crédito era de IRPJ, e não de CSLL. Neste sentido, tenho para mim que a indicação do número do processo administrativo em que o referido crédito — que é de IRPJ — foi objeto de análise é mais relevante do que a simples menção ao nome abreviado do tributo no campo que descreve a natureza do crédito utilizado na DCTF. Portanto, o valor de R$ 7.600,11 — o confirma a Declaração de Compensação de fls. 249 a 251 — não foi compensado com crédito de saldo negativo de CSLL do ano calendário de 2001, de sorte que esta parcela de saldo negativo de CSLL ainda estava disponível para uso pelo contribuinte. Nesta conformidade, a recorrente apresentou Declaração de Compensação, em 31.03.2003, que é a de que trata os presentes autos, informando ter utilizado crédito de saldo negativo de CSLL do ano calendário de 2001 para compensar com a CSLL do PA 28.02.2003, vencimento 31.03.2003, no valor de R$ 8.066,47. Assim, na DCTF relativa ao 1º trimestre de 2003, embora este débito tenha sido vinculado a crédito descrito como sendo de saldo negativo de CSLL de 2002, a informação precisa do número do processo administrativo correspondente (10875.001137/200305, que é o presente) nesta mesma DCTF é suficiente para demonstrar ter havido mero erro de fato no preenchimento de um único campo, posto que o crédito era de Fl. 4DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME Assinado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, 10/08/2011 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10875.001137/200305 Acórdão n.º 110200.508 S1C1T2 Fl. 260 5 CSLL, mas de 2001, e não de 2002. Neste sentido, tenho para mim que a indicação do número do processo administrativo em que o referido crédito — que é de CSLL de 2001 — foi objeto de análise é mais relevante do que a simples menção ao ano, no campo que especifica a data de apuração do saldo negativo, na mesma DCTF. Para concluir, registrese que a parcela de saldo negativo de CSLL do ano calendário de 2001 ainda disponível para compensação (R$ 7.600,11), consoante a tabela elaborada pela autoridade fiscal, correspondia, em valores de 31.12.2001, data de apuração do saldo negativo em questão, a R$ 6.587,04. Tal valor, acrescido da taxa Selic acumulada de janeiro de 2002 a fevereiro de 2003, mais 1% relativo a março de 2003, ou seja, 22,46%, totaliza exatos R$ 8.066,47, valor do débito compensado no presente processo. Pelo exposto, dou provimento ao recurso voluntário, homologando a compensação declarada às fls. 1 a 2. É como voto. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 5DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME Assinado digitalmente em 08/08/2011 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, 10/08/2011 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO
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