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Numero do processo: 19515.004477/2008-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2005
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
Aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, como a COFINS, aplica-se o artigo 173, I do CTN quando não há pagamento. Entendimento já pacificado pelo e. STF a partir do julgamento do RE 973.733.
NORMAS PROCESSUAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PROFERIDAS PELO STF SEGUNDO O RITO DO ART. 543 DO CPC
Consoante o § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF baixado pela Portaria MF 343/2015 (RICARF), "as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973 - Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF."
NORMAIS PROCESSUAIS. OBRIGATORIEDADE DE APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO CONSUBSTANCIADO EM SÚMULA DO CARF
Determina o art. 72 do RICARF: "As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF".
SÚMULA CARF Nº 02
"O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária".
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE.
A multa aplicável nos casos de lançamento de ofício da COFINS por falta de recolhimento e declaração é a prevista no art. 44 da Lei 9.430, a cuja aplicação a autoridade administrativa está vinculada nos termos do art. 142 do CTN.
Numero da decisão: 3401-003.004
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, como a COFINS, aplicase o artigo 173, I do CTN quando não há pagamento. Entendimento já pacificado pelo e. STF a partir do julgamento do RE 973.733. NORMAS PROCESSUAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PROFERIDAS PELO STF SEGUNDO O RITO DO ART. 543 DO CPC Consoante o § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF baixado pela Portaria MF 343/2015 (RICARF), "as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF." NORMAIS PROCESSUAIS. OBRIGATORIEDADE DE APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO CONSUBSTANCIADO EM SÚMULA DO CARF Determina o art. 72 do RICARF: "As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF". SÚMULA CARF Nº 02 "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 44 77 /2 00 8- 58 Fl. 366DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 A multa aplicável nos casos de lançamento de ofício da COFINS por falta de recolhimento e declaração é a prevista no art. 44 da Lei 9.430, a cuja aplicação a autoridade administrativa está vinculada nos termos do art. 142 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório O julgamento deste recurso voluntário se iniciou em fevereiro de 2014, ocasião em que o relator propôs sua conversão em diligência para que a unidade preparadora certificasse se os débitos nele lançados estavam mesmo parcelados no âmbito das disposições da Lei 11.941, como alegara o recorrente. Retornam agora com informação elaborada pela DIORT da DERAT SP, segundo a qual, embora o contribuinte tenha mesmo solicitado a inclusão dos débitos deste processo, deixou de cumprir os requisitos normativos, especialmente quanto à desistência do recurso administrativo. Sua conclusão é, pois: 5) Concluindo, em resposta ao questionamento do CARF, informamos que os débitos do presente processo não foram parcelados e não poderiam ter sido parcelados no parcelamento especial lei 11.941/2009. Proponho o encaminhamento do presente processo ao CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para suas providências. Como o relator original, Conselheiro Fernando Cleto, deixou o CARF, o recurso foi sorteado a mim para relatar. Aproveito, em seqüência, o relatório já elaborado pelo dr. Fernando: Tratase de Recurso Voluntário interposto pela empresa GREEN LINE SISTEMA DE SAÚDE LTDA em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP), que julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte, mantendo o crédito tributário constituído. Fl. 367DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004477/200858 Acórdão n.º 3401003.004 S3C4T1 Fl. 367 3 A matéria em discussão referese a créditos tributários devidos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, relativos a valores não declarados e não recolhidos, referentes aos anos de 2003 a 2005. O auto de infração exige pagamento a título de contribuição, juros de mora e multa, no total de R$ 6.836.148,41. (...) Devidamente intimada, a contribuinte apresentou tempestivamente Recurso Voluntário (fls. 269 a 276) a este Conselho, alegando, em apertada síntese: a) preliminarmente, a ocorrência de fato superveniente à interposição da impugnação, qual seja a adesão da recorrente ao parcelamento especial instituído pela Lei nº 11.941/09, no qual foi incluído o crédito tributário objeto do presente processo administrativo, havendo, portanto, extinção do crédito tributário pelo pagamento; b) sustenta a decadência do direito de constituir o crédito tributário relativo ao período de janeiro a maio de 2003, nos termos do art. 150, §4º; e c) alega que a multa no importe de 75% tem caráter nitidamente confiscatório. O fisco não apresentou contrarrazões, tendo os autos sido encaminhados para este Conselho para análise e julgamento. É o relatório. Acresço que: a) a ciência do lançamento foi dada em 20 de agosto de 2008, sendo que o período de apuração mais antigo incluído no lançamento corresponde ao mês de janeiro de 2003; b) a ausência de recolhimentos já foi atestada pela DRJ por ocasião do julgamento de primeiro grau e não foi contestada pelo contribuinte, que postula a aplicação do art. 150 do CTN mesmo assim. Os argumentos do recurso quanto à decadência e à inaplicabilidade da multa são os mesmos já expendidos na impugnação apresentada. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Fl. 368DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Rejeitada por meio da diligência a alegação de extinção do crédito tributário aqui discutido, restam apenas duas outras no recurso apresentado: a decadência parcial e a inconstitucionalidade da exigência, especialmente da multa aplicada. Ambas também são de rejeição obrigatória por força de disposições regimentais: o § 2º do art. 62 e o art. 72 da Portaria MF 343, que aprovou o Regimento Interno do CARF (RICARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. ... § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. É que, quanto à decadência, o STF já decidiu a questão na sistemática do art. 543C. Tratase, como bem sabido do RE 973.733, de relatoria do ministro Luiz Fux. De sorte que aqui apenas nos resta reproduzir sua ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Fl. 369DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004477/200858 Acórdão n.º 3401003.004 S3C4T1 Fl. 368 5 Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Por sua vez, as alegações de inconstitucionalidade da disposição legal que estipula o percentual da multa art. 44 da Lei 9.430 não podem ser acolhidas em razão da Fl. 370DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 existência de Súmula em sentido contrário. Refirome à Súmula CARF de nº 02 a seguir reproduzida. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. No que respeita aos demais argumentos que tentam enquadrar a multa como "ilegal", bastam os fundamentos expostos pelo relator da decisão recorrida, que peço vênia para aqui transcrever, dado que deles em nada discrepo e o recurso também em nada inova com respeito a sua impugnação: Da multa aplicada. 35. Alega a defesa, que a multa no importe de 75% viola o art. 37 da Constituição Federal, tem caráter confiscatório, além de consubstanciar ilegalidade. 36. Argumenta ainda, que o contribuinte não deixou de lançar o débito, contudo o fez em DIPJ e não em DCTF. Assim, não visou ludibriar o fisco, incorrendo em mero erro, sendo que deveria lhe ser aplicada a multa de 20%, passível nos casos de declaração espontânea, nos termos do disposto no art. 909 do Decreto 3.000/99, que regulamenta o IR. 37. Cumpre esclarecer, que ao contrário do que informa a impugnante, os valores de COFINS informados na DIPJ não constituem o crédito tributário, pois este documento tem natureza meramente informativa, e não representa confissão de dívida, por falta de fundamento legal nesse sentido. 38. Já os débitos declarados em DCTF, por expressa disposição legal, constituem confissão de dívida, conforme se verifica no § 1º do art. 5º do Decretolei nº 2.124/1984, e nos art. 2º e 6º, inciso VII, da IN SRF nº 255/2002, sendo que estes estabelecem a obrigatoriedade, respectivamente, da apresentação da DCTF, e da informação da COFINS na DCTF. Assim temos: DecretoLei nº 2.124/1984: Art. 5°. (...) 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. IN SRF nº 255/2002: Art. 2º As pessoas jurídicas em geral, inclusive as equiparadas, deverão apresentar trimestralmente a DCTF, de forma centralizada, pela matriz. (...) Art. 6º A DCTF conterá informações relativas aos seguintes impostos e contribuições federais: (...) Fl. 371DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004477/200858 Acórdão n.º 3401003.004 S3C4T1 Fl. 369 7 VII Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); (...) 39. No presente caso, não houve declaração espontânea, como informa a defesa. O contribuinte não declarou em DCTF os débitos de COFINS dos anos calendário de 2003, 2004 e 2005, e não recolheu aos cofres públicos, os tributos devidos, e em decorrência desta falta de recolhimento e declaração foi lavrado o Auto de Infração em epígrafe e aplicada a multa de ofício, prevista no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, in verbis: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) 40. A impugnante postula a aplicação da multa de 20%, passível nos casos de declaração espontânea, nos termos do disposto no art. 909 do Decreto 3.000/99, que regulamenta o IR, a seguir transcrito: Art. 909. A pessoa física ou jurídica submetida à ação fiscal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data do recebimento do termo de início da fiscalização, o imposto já declarado, de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo (Lei nº 9.430, de 1996, art. 47, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 70, II). 41. A multa de mora, aplicável nos casos em que o contribuinte espontaneamente recolhe o tributo devido, porém após a data do vencimento da obrigação estão disciplinados no art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/1996: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (...) Fl. 372DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. 42. Ocorre, que como informa a própria defesa, o dispositivo citado (art. 909 do Decreto 3.000/99) é aplicado nos casos de declaração espontânea, e no caso em tela, não houve a declaração em DCTF dos débitos de COFINS dos anos calendário de 2003, 2004 e 2005, fato que não permite a aplicação da multa de mora, mas sim, da multa de ofício. 43. Ademais, nos termos do caput do art. 138 do CTN, a responsabilidade somente é excluída pela denúncia espontânea quando acompanhada do pagamento do tributo devido. 44. Portanto, a multa ao percentual de 75% aplicada sobre o valor de contribuições exigido em lançamento de ofício está em consonância com o que determina o inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, acima citado, devendo ser mantida. (...) Reitero, por fim, que não há mais no recurso insurgência quanto aos juros. Com tais considerações, voto por negar provimento ao recurso do contribuinte. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 373DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/02/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 12466.723910/2011-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 02/08/2006 a 06/09/2006
Ementa:
DECADÊNCIA. PENALIDADE ADUANEIRA.
Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o artigo 139 do Decreto-Lei no 37/1966.
Recurso Voluntário Provido.
Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 3302-003.071
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer a decadência do crédito tributário constituído.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PENALIDADE ADUANEIRA. Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o artigo 139 do DecretoLei no 37/1966. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer a decadência do crédito tributário constituído. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 39 10 /2 01 1- 37 Fl. 834DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente de Auto de Infração para aplicação da multa substitutiva de pena de perdimento, pela prática de ocultação do real adquirente mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta na importação, definida como dano ao erário, lavrado em face de GEMAX TRADING COMPANY S/A como importador e de ZONA LIVRE LOGISTICA LTDA, como real adquirente. A GEMAX registrou declaração de importação DI na modalidade direta (por sua própria conta e ordem) no período de 2005 a 2006. Inicialmente, foi aberto procedimento especial de controle aduaneiro e de revisão de habilitação no comércio exterior, tendo a GEMAX não apresentado documentos que demonstrassem a origem e aplicação dos recursos financeiros, razão pela qual foi instaurado o procedimento previsto na IN SRF 228/2002, de acordo com o §3º do artigo 21 da IN SRF nº 650/2006. Em procedimento especial de verificação da origem dos recursos aplicados em operações de comércio exterior e combate à interposição fraudulenta de pessoas, previsto na IN SRF 228/2002, apurouse a prática de ocultação do real adquirente ZONA LIVRE , mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta, em razão do seguinte: 1. A GEMAX não possuía capacidade financeira e econômica para fazer frente ao volume de importações por ela transacionado devido a: a. movimentação em torno de R$ 30.000.000,00 de 2005 a 2007, para capital social da ordem de R$ 50.000,00 (aumentados para R$ 400.000,00 no quarto trimestre de 2006, decorrentes de lucros acumulados); b. aumento de capital social por reavaliação de bens, adquiridos por R$ 45 mil e reavaliados para R$ 2.774.000, em datas próximas, não havendo qualquer aumento de disponibilidade financeira; b. lucro líquido auferido no período foi em torno de R$ 980.000,00, muito inferior ao volume transacionado; c. Inexistência de quaisquer empréstimos e financiamentos tomadas de terceiros, conforme confirmados pela recorrente; 2. As operações somente puderam ser viabilizadas mediante adiantamentos de caixa recebidos pelos reais adquirentes para liquidação de contratos de câmbio e pagamentos dos tributos pagos no registro da DI, configurando a aplicação do artigo 27 da Lei nº 10.637/2002; 3. Por várias vezes, a emissão das notas fiscais de venda era realizada no mesmo dia da emissão das notas fiscais de entrada, revelando giro imediato do estoque, indicando a encomenda da mercadoria; 4. A GEMAX é uma empresa de pequeno porte que atua, basicamente, como prestadora de serviços de comércio exterior, incluindo logística e financeiros, conforme Fl. 835DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 4 3 informação colhida no próprio site da empresa, que jamais importa com ânimo próprio, mas por conta e ordem ou por encomenda; 5. As vantagens financeiras oferecidas pela GEMAX em seu site se coadunam com os objetivos pretendidos com a prática da ocultação do real adquirente: ausência de agregação de margem de lucro, implicando redução de carga tributária, redução de 33,3% no ICMS, com menor alavancagem dos tributos subsequentes (PIS, Cofins, ICMS), menor alavancagem do IPI, com recolhimento feito pela GEMAX sobre o custo da mercadoria e não sobre o preço de venda ao consumidor final. 6. Todas as vendas eram realizadas pelo custo das mercadorias pagas ao exportador, acrescido dos tributos pagos na importação e nacionalização e incidentes na venda ao mercado interno; 7. Todo o lucro obtido pela GEMAX decorre do FUNDAP que consiste em diferimento no pagamento do ICMS incidente na importação, financiamento de longo prazo de cerca de 70% do ICMS recolhido, com juros fixos a 1% a.a., com carência de 5 anos e mais 20 anos para amortização e realização de leilões de recompra de dívida, com existência de liquidação de contratos, por 10 a 15% do saldo devedor, em média; 8. A ocultação da ZONA LIVRE propiciaria: sua não equiparação a industrial para evitar a incidência de IPI; diminuir receitas de vendas sujeitas a PIS/Pasep, Cofins, IRPJ, CSLL e ICMS; usufruir indiretamente dos benefícios do FUNDAP (incentivo fiscal no âmbito do ICMS no Espírito Santo); não se submeter aos procedimentos fiscais de habilitação para atuar no comércio exterior, fugir ao controle quanto à avaliação de risco (parametrização), em função do perfil histórico e cadastral. Ao final foi elaborada representação fiscal para fins penais. Em impugnação, a GEMAX pediu: "a1) restou comprovado que a Impugnante tinha origem de recursos para suas operações, decorrente de receita financeira líquida de 5,8% (FUNDAP) mais lucro operacional médio de 3% e que o capital social das S.A. não guarda relação direta com a origem dos recursos utilizados no comércio exterior; a2) Também porque a Receita não comprovou que houve adiantamentos por parte do destinatário em relação a maior parte das Dl's e, em relação à Dl n° 06/11657958, restou comprovado que a Impugnante tinha origem para a operação, decorrente de receita .financeira líquida de 5,8% mais lucro operacional médio de 3%; a.3)Também porque os valores depositados na conta da Impugnante foram posteriores aos registros da DI´s e, consequentemente, após a contratação com o exportador e o embarque dos bens, não podendo ser considerados "adiantamentos"; a4) Também pela impossibilidade de se estender as "impressões" de procedimento especial de fiscalização da IN 228/02 a todas as importações do contribuinte, nos termos do ACÓRDÃO N° 17 Fl. 836DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 5 4 38398 de 23 de Fevereiro de 2010, do ACÓRDÃO N° 1735664 de 20 de Outubro de 2009, do ACÓRDÃO N° 0715421 de 13 de Março de 2009 e do ACÓRDÃO N° 0715356 de 06 de Março de 2009 e 17¬ 52.140, de 07 de Julho de 2011 (transcritos nos itens 114 e 116 acima); a5) Também porque o artigo 27 da Lei n.° 10.637/2002 prevê uma presunção relativa da ocorrência de importação por conta e ordem quando a operação de comércio exterior for realizada mediante utilização de recursos de terceiro, presunção esta que restou afastada, haja vista que: > o Fisco não afastou a declaração e comprovação do importador de que obteve financiamento para gerir suas atividades no período em que foram realizadas as importações objeto dos autos, nos termos do Acórdão n° 0721519, de 15/10/2010, da e. 2a Turma desta e. DRJ (transcrita no item 100, acima); e, > restou comprovado que a Impugnante foi a responsável por todas as tratativas com o exportador, figurando, inclusive, nos documentos que acobertaram a operação, não tendo sido produzida qualquer prova apta a afastar a veracidade de tais informações, nos termos dos Acórdãos 1752151, de 07 de julho de 2011 e 1752.140, transcritos nos itens 307 e 114, acima; a6) Também porque a operação foi feita na modalidade por encomenda, aplícandose, em conseqüência, o disposto no artigo 417, 418 e 483 do Código Civil c/c artigo 313 do RIPI, bem como o disposto no ACÓRDÃO N° 0721519 de 15 de Outubro de 2010 (item 100) e na Solução de Consulta N° 5 de 07 de Janeiro de 2010 (item 318), razão pela qual pequenos adiantamentos não são suficientes para afastar tal modalidade, mormente se comprovada que a importadora obteve financiamento para gerir suas atividades; a7) Também porque a pena aplicável seria multa diversa (art. 33 da lei n° 11.488/2007), nos termos da Orientação COANA/COFIA/DIFIA (transcrita no item 389, acima, doc 16) e consoante Acórdãos DRJ no S 17¬ 25849, de 17/06/2008, e 17 26798, de 13/08/2008 (item 392, acima). b) Sucessivamente ao pedido (a) acima, ANULE o lançamento do crédito objeto do auto de infração, por impedimento do AFRF, nos termos da Portaria RFB n° 11.371/2007, artigos 2o c/c 12 c/c 14 e 15, parágrafo único (transcrito nos itens 51/52, acima), nos termos do Acórdão n° 302¬ 37.093, do 3o Conselho de Contribuintes (transcrito no item 72, acima); Também porque o Auto de Infração não descreve as supostas irregularidades praticadas em todas as DIS mencionadas nos autos, violando o disposto no artigo 10, inciso III e no artigo 59, ambos do Decreto nº 70.235/72 [...] Fl. 837DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 6 5 Também porque não foi permitido o acesso aos autos do procedimento, assim como todos os livros fiscais permanecem em posse do AFRFB atuante; c) Sucessivamente ao pedido (b) acima, reconheça a decadência do lançamento em relação às DI´s, todas registradas há mais de 5 anos; d) Sucessivamente ao pedido (b) supra, que DEVOLVA o prazo para impugnação do presente auto de infração, a ser contado a partir da data em que a requerente receber de volta todos os seus livros e documentos fiscais, ora em poder da Administração, baixando o feito em diligência solicitando esclarecimentos e/documentos à Impugnante para posterior análise desta impugnação, nos termos do artigo 16, § 4o do Decreto n° 70.235/72, considerandose em especial o cerceamento do direito de defesa e a impossibilidade de juntar os livros contábeis como prova documental, por estarem de posse do fiscal autuante. A responsável solidária ZONA LIVRE COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA – EPP impugnou o lançamento alegando, conforme transcrição do relatório do acórdão recorrido: “1. Alega que o auto de infração foi lavrado em 03/10/2011 e que tomou ciência em 19/12/2011. Alega a decadência dos créditos aduaneiros lançados. Cita o art. 70 do RA. Cita doutrina sobre o tema. 2. Alega que não financiava financeiramente as importações autuadas mas apenas efetuava pagamentos parcelados de mercadorias já recebidas. Alega que forneceu o Registro de Entrada e Saída comprovando as operações comerciais entre as partes. 3. Alega que não possui qualquer relação com a capacidade financeira ou outras situações comerciais da empresa GEMAX. Alega que adquiriu as mercadorias de boafé. Cita doutrina e jurisprudência sobre o tema. 4. Alega existir uma “regra do In Dúbio Pro Contribuinte” no art. 112 do CTN. Cita doutrina e jurisprudência sobre o tema. sobre o tema. 5. Alega que a autuação baseiase em mera presunção e não na verdade material. 6. Alega que não houve prejuízo ao Erário e por conseqüência ão seria aplicável a pena de perdimento. Cita doutrina sobre o tema. 7. Alega que existe incompatibilidade entre os valores depositados e o valor da importação relativo à DI nº 06/09089760. Alega que a fiscalização criou uma utopia contábil financeira. Alega que não há vinculação entre os valores e a declaração de importação. Fl. 838DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 7 6 8. Reafirma que não ocorreu fraude e que seria incabível a pena de perdimento. Cita doutrina sobre o tema. Cita o Princípio da Legalidade e afirma que não há responsabilidade solidária no presente caso. 9. Alega que não foi intimada a rechaçar os termos fiscais e que inexiste auto de infração acerca da pena de perdimento. Cita doutrina sobre o tema. 10. Requer, por fim, que seja excluída do pólo passivo da autuação ou que seja reconhecida a decadência. No mérito peticiona pela improcedência do auto de infração. Em 16/01/2012, foi lavrado Termo de Ocorrência, no qual restou consignado a tentativa de devolução integral dos documentos e livros contábeis e fiscais à Sra. Maria Emília de Almeida e Souza, sócia e responsável pela GEMAX, que recebeu pessoalmente o Sr. Renato Felz de Oliveira, motorista da Alfândega do Porto de Vitória/ES, mas se recusou a receber a documentação após contato telefônico com terceiro, ficando voluntariamente com uma via do Termo de Devolução. A Vigésima Quarta Turma da DRJ/SP1 em São Paulo proferiu o Acórdão nº 1653.131, cuja ementa transcrevese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Anocalendário: 2006 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA NA IMPORTAÇÃO. A interposição fraudulenta na importação enseja a penalidade previstas no artigo 23, inciso V, §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada em 17/12/2013, a GEMAX interpôs recurso voluntário, tempestivamente, alegando: 1. Em preliminares, nulidade do auto de infração por negativa de acesso aos autos e obtenção de cópia, nulidade por irregularidade na emissão de MPF, decadência do lançamento relativo às DI´s registradas há mais de cinco anos da ciência da autuação, necessidade de reforma por ausência de descrição específica das irregularidades, impossibilidade de utilizar conclusões de outros processos administrativos; 2. No mérito, a existência de receitas financeiras FUNDAP, imóvel avaliado em R$ 2.374.000 e capital social de R$ 400.000, suficientes a afastar a presunção relativa de incapacidade financeira, que importou em benefício próprio e depois revendeu, que não houve adiantamentos, pois os depósitos ocorreram depois de nacionalizadas as mercadorias, o caráter confiscatório da multa aplicada, a aplicação da multa de dez por cento por cessão de nome de que trata o artigo 33 da Lei nº 11.488/2007. Fl. 839DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 8 7 Por seu turno, a recorrente ZONA LIVRE interpôs recurso voluntário, tempestivamente, reprisando, em síntese, as alegações deduzidas na impugnação. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. Os recursos interpostos atendem aos pressupostos de admissibilidade e deles tomo conhecimento. Preliminarmente, as recorrentes pugnam pela decadência das infrações relativas às DI´s registradas há mais de cinco anos da ciência do Auto de Infração. A decadência para constituição de crédito relativo a multa por infrações aduaneiras é dada pelos artigos 138 e 139 do Decretolei nº 37/1966: Art.138 O direito de exigir o tributo extinguese em 5 (cinco) anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Parágrafo único. Tratandose de exigência de diferença de tributo, contarseá o prazo a partir do pagamento efetuado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Art.139 No mesmo prazo do artigo anterior se extingue o direito de impor penalidade, a contar da data da infração. O Decreto nº 4.543/2002 – RA/2002 reproduziu a mesma disposição do artigo 139 em seu artigo 669, sem qualquer ressalva: Art. 669. O direito de impor penalidade extinguese em cinco anos, a contar da data da infração (Decretolei no 37, de 1966, art. 139) A multa aplicada decorre da conversão da pena de perdimento por não ter sido a mercadoria localizada ou ter sido consumida, nos termos do §1º1 do artigo 618 do RA/2002, por ocultação do sujeito passivo a ser considerada ocorrida no registro da Declaração de Importação, documento onde são prestadas as informações pertinentes à identificação do adquirente das mercadorias importadas. Portanto, tendo as ciências do Auto de Infração 1 Art. 618. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decretolei no 37, de 1966, art. 105, e Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23 e § 1o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) [...] § 1o A pena de que trata este artigo convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida (Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23, § 3o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) Fl. 840DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723910/201137 Acórdão n.º 3302003.071 S3C3T2 Fl. 9 8 ocorridas em 21/12/2011 (relativo à GEMAX) e 21/12/2011 (relativo à ZONA LIVRE), os lançamentos referentes às DI´s registradas de 02/08/2006 a 06/09/2006 devem ser exonerados. Neste sentido, os acórdãos abaixo: Acórdão nº 3403002.865: PENALIDADE ADUANEIRA. DECADÊNCIA. Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o art. 139 do DecretoLei no 37/1966. Acórdão nº 3201001.884: DECADÊNCIA. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO V. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para aplicação das penalidades referentes a interposição fraudulenta prevista no art. 23, Inciso V do DecretoLei nº 1.455/76 é de 5 (cinco) anos contados a partir da data do registro da Declaração de Importação DI, nos termos previstos no art. 139 do DecretoLei nº 37/66. Recurso Voluntário Provido Diante do exposto, voto para dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 841DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 19515.003170/2006-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 01 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1401-000.380
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Relator e Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio, Fernando Luiz Gomes de Souza, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Relator e Presidente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio, Fernando Luiz Gomes de Souza, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 03 17 0/ 20 06 -7 8 Fl. 3664DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 792 2 RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário e de Ofício no Acórdão nº 1632.919, da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo ISP. Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: 1.A empresa acima identificada foi submetida a procedimento fiscal que redundou na lavratura de autos de infração de IRPJ e CSLL, relativos ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, cuja exigência fiscal totalizou R$ 17.107.384,11, incluindo multa e juros calculados até 31/11/2006 (fls. 179/187 as folhas dos autos mencionadas neste relatório e no voto se referem à numeração do processo em papel). 2.Consta do Termo de Constatação Fiscal de fls. 169/174 que a contribuinte incorreu na inobservância da legislação tributária, conforme segue: • Excesso de diferimento do lucro parcela de lucro foi diferida em montante proporcionalmente superior à receita não recebida até a data do encerramento do balanço. O excesso de lucro diferido se refere às seguintes obras: CENTRO DE CUSTO OBRA 01192031Anel Viário Mogi das Cruzes SP 01196098Cons. Parque Novo Mundo 01198034Ampliação Aeroporto Dois de Julho 01198045Vale do Reginaldo 01199071Estrada do Coco 01200968Infra Carapicuíba •Excesso de despesas financeiras as despesas de juros concernentes ao parcelamento no âmbito do REFIS excedeu ao valor efetivamente devido. •Multa por infração fiscal o valor de multa indedutível não foi adicionada na base de cálculo da CSLL. 3.As disposições legais encontramse citadas nos atos administrativos mencionados acima. 4.Em 28/12/2006, a interessada tomou ciência dos autos de infração e, em 24/01/2007, apresentou defesa (fls. 193/248), resumidamente, •a IN SRF 21/1997 é aplicável à apuração de resultado nos contratos de construção por empreitada ou fornecimento de bens e serviços, hipótese a qual se sujeita a impugnante. •Independentemente da contratação da obra ocorrer ou não com pessoa jurídica de direito público, todo e qualquer contribuinte que desenvolva atividade de construção civil na modalidade de empreitada ou fornecimento de bens e serviços por preço predeterminado, com execução superior a doze meses, deve reconhecer seu resultado com base no progresso da obra ou serviço. O critério adotado pela impugnante obedeceu exatamente o estabelecido pela legislação vigente. •O mesmo ocorre em relação ao diferimento do lucro previsto no artigo 409 do RIR/1999, ratificado pelo item 10.5 da IN SRF 21/1997. •Relativamente à obra de ampliação do Aeroporto 02 de Julho, foram emitidas as notas fiscais de fls. 360/372, cuja receita não foi recebida no anocalendário de 2001, como se pode verificar pelo Razão. •Assim, como se pode comprovar, a parcela calculada pela Impugnante como lucro diferido do exercício de 2001 corresponde exatamente à hipótese prevista no Fl. 3665DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 793 3 artigo 409 do RIR/99, razão pela qual não deve prosperar a autuação atribuída pela Fiscalização à Impugnante. •Em relação aos serviços executados na Estrada do Coco, do total das receitas registradas no exercício de 2001, somente foi recebido no exercício o montante correspondente a R$ 2.111.351,86, sendo que o valor de R$ 1.583.225,12 corresponde à parcela da receita que será recebida em exercícios futuros, sendo, portanto, passível de diferimento. •Quanto ao Anel Viário Mogi das Cruzes, do total das receitas registradas neste centro de custo relativamente ao exercício de 2001, somente foi recebido no exercício o montante de R$ 9.423.804,85, sendo que o valor de R$ 2.114.325,56 corresponde à parcela da receita que será recebida em exercícios futuros, sendo, portanto, passível de diferimento. •No que concerne à obra Vale do Reginaldo, do total das receitas registradas neste centro de custo relativamente ao exercício de 2001, somente foi recebido no exercício o montante correspondente a R$ 2.323.873,07, sendo que o valor de R$ 550.789,47 corresponde à parcela da receita que será recebida em exercícios futuros, sendo, portanto, passível de diferimento. •Relativamente à Infra Carapicuíba, do total das receitas registradas neste centro de custo relativamente ao exercício de 2001, somente foi recebido no exercício o montante de R$ 6.345.444,18, sendo que o valor de R$ 192.774,93 corresponde à parcela da receita que será recebida em exercícios futuros, sendo, portanto, passível de diferimento. •No que tange à obra Cons. Parque Novo Mundo, do total das receitas registradas neste centro de custo relativamente ao exercício de 2001, somente foi recebido no exercício o montante de R$ 169.652,56, sendo que o valor de R$ 63.110,75 corresponde à parcela da receita que será recebida em exercícios futuros, sendo, portanto, passível de diferimento. •Assim, como se pode comprovar, a parcela calculada pela Impugnante como lucro diferido do exercício de 2001 corresponde exatamente à hipótese prevista no artigo 409 do RIR/99, razão pela qual não deve prosperar a autuação atribuída pela Fiscalização à Impugnante. •Fato é que a Fiscalização, ao efetuar seu trabalho, adotou critério equivocado para o cálculo do valor diferido, furtandose à análise dos documentos comprobatórios dos lançamentos efetuados pela Impugnante. •Resta claro que não existe qualquer excesso de diferimento em relação ao lucro decorrente de contratos celebrados com pessoas jurídicas de direito público no exercício de 2001, razão pela qual deve ser cancelada a infração ora impugnada. •No que concerne ao excesso de despesas financeiras, a Fiscalização alega que os juros incidentes sobre o saldo consolidado em sua conta de REFIS poderia ser, no máximo, correspondente ao saldo por ela apurado. •Assiste razão à fiscalização quando considera as despesas financeiras relativas à variação da TJLP. Contudo, esta se equivocou justamente ao tentar ajustar o saldo em função dos eventos de acréscimos e decréscimos de dívidas que ocorreram na conta de REFIS da Impugnante. Fl. 3666DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 794 4 •Primeiramente, tais acréscimos ou decréscimos de dívida, quando inseridos no saldo da conta, já o são pelo valor final, considerandose todos os eventos ocorridos entre a data de adesão ao REFIS e a data de ocorrência do próprio evento. •Assim, não seria necessário o ajuste efetuado pela fiscalização quanto ao estorno da parcela da TJLP apropriada entre o início do exercício e a data do evento, uma vez que o próprio saldo acrescido ou decrescido à conta já considera essa variação. •Contudo, este não foi o pior equívoco cometido pela Fiscalização. No acréscimo de dívida realizado na conta de REFIS da Impugnante, em julho de 2001, no montante de R$ 19.254.413,35, há parcela de juros ali embutida. •O Razão Contábil apresentado à Fiscalização (Anexo 09), considera o valor correspondente à variação dos juros SELIC verificados em função do acréscimo de dívida, bem como toda a variação da TJLP verificada no saldo da conta de REFIS. •Assim, a diferença verificada pela Fiscalização e por ela glosada, nada mais é do que a variação dos juros SELIC e da própria TJLP incidente sobre o acréscimo ocorrido em julho de 2001. •Se os juros SELIC não receberem a característica de juros, mas sim de parcela principal de dívida (o que de fato não ocorre), estaríamos diante de uma despesa efetivamente incorrida no exercício, e, como tal, sua dedutibilidade se daria em função dos requisitos de normalidade, necessidade e usualidade previstos no artigo 299 do RIR/1999. •No tocante às multas por infração fiscal, é mister ressaltar que não há qualquer norma, geral e abstrata, que vede a sua dedução, para fins de determinação da base de cálculo da CSLL. •A norma inserta no artigo 41, da Lei n° 8.981/95, aplicase exclusivamente à determinação do lucro real, base de cálculo do IRPJ, não sendo aplicável, portanto, à CSLL. •Em razão das alegações e provas alinhadas até aqui, que demonstram claramente a ausência de liquidez e certeza à autuação requisitos essenciais ao ato de lançamento, requerse o cancelamento da presente autuação a fim de evitarse futura inscrição indevida em dívida ativa. •Considerandose a natureza remuneratória da taxa SELIC, a inconstitucionalidade de sua aplicação, bem como sua ilegalidade, não há que se admitir a utilização da mesma, no presente caso, com a natureza de juros de mora. • Requerse, portanto, o cancelamento dos autos de infração. 5.Em 21/06/2007, o processo foi encaminhado DEFIS/SPO/DIPAC (fls. 562/564), para realização de diligência nos livros e documentos contábeis e fiscais da interessada, com vistas à verificação do exato montante das receitas apropriadas ao resultado no anocalendário de 2001 que não foram recebidas no período e qual a parcela do lucro passível de diferimento, nos termos do artigo 409, I, do RIR/1999. 6.Efetuada a diligência, a fiscalização lavrou o Termo de Instrução Processual de fls. 575/576 e elaborou novos Anexos 2 e 3 (fls. 577/578), para neles consignar suas conclusões. 7.A interessada manifestou sua concordância com os cálculos realizados pela autoridade diligenciadora (fls. 579/582). Fl. 3667DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 795 5 A DRJ, por unanimidade de votos, MANTEVE EM PARTE os lançamentos, nos termos da ementa abaixo, RECORRENDO DE OFÍCIO DA PARTE CANCELADA: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 OBRAS FATURADAS. EXCESSO DE LUCRO DIFERIDO. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE. Constatado, após efetuada diligência fiscal, que o lucro diferido pela empresa era proporcional à receita de obras não recebida até a data do balanço de encerramento, cancelase a imposição fiscal correspondente. JUROS SOBRE DÉBITOS INCLUÍDOS NO REFIS. APROPRIAÇÃO INDEVIDA AO RESULTADO. As dívidas no âmbito do REFIS sujeitamse a juros correspondentes à variação mensal da Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP, vedada a imposição de qualquer outro acréscimo. Deve ser glosada a parcela excedente de juros apropriada na apuração do lucro real. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de constitucionalidade ou legalidade de norma é atribuição do Poder Judiciário; não cabe à Administração proceder a tal exame a fim de afastar a aplicação de lei corretamente inserida no ordenamento. JUROS DE MORA. SELIC. Sobre o crédito tributário que deixou de ser recolhido na data do vencimento, são exigidos juros de mora com base na taxa SELIC, na forma estabelecida em lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2001 TRIBUTAÇÃO DECORRENTE. Aplicase ao lançamento de CSLL o que foi decidido em relação ao lançamento matriz, por ser fundamentado nos mesmos elementos de comprovação. CSLL. MULTA POR INFRAÇÃO FISCAL. Não são dedutíveis, na apuração da base de cálculo da CSLL, as multas por infrações fiscais, impostas por descumprimento de obrigações tributárias que resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo. Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário a este Conselho, repisando os tópicos trazidos anteriormente na manifestação de inconformidade. No dia 08/08/2012, a 1ª Turma Ordinária da 4a Câmara da Primeira Seção deste CARF decidiu, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso Voluntário em diligência. Fl. 3668DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 796 6 Às fls. 3609/3620, consta relatório fiscal consignando os trabalhos desenvolvidos e as conclusões chegadas, no sentido de dar razão em parte à Recorrente. Às fls. 3625/3660, consta contrarrazões da Recorrente às referidas conclusões fiscais, discordando parcialmente do resultado. É o relatório. Fl. 3669DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 797 7 VOTO Conselheiro ANTONIO BEZERRA NETO, Relator. Os recursos atendem os requisitos de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Delimitação da Diligência – RECURSO VOLUNTÁRIO A nova diligência circunscrevese ainda à glosa de valores pretensamente pagos a título de despesas financeiras (as despesas em excesso de juros concernentes ao parcelamento no âmbito do REFIS excedeu ao valor efetivamente devido). É sabido que os débitos tributários incluídos no REFIS, de acordo com o art. 1° da Lei 9.964/2000, estavam sujeitos a juros correspondentes à variação mensal da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP e que o inciso I do art. 1° da Lei 10.189/2001 veda expressamente a imposição de qualquer outro acréscimo. A Recorrente, a esse respeito, nas palavras da própria DRJ, assevera que a origem da confusão se deu porque: “(...) os juros glosados corresponderiam à variação da Taxa SELIC do período compreendido entre o fato gerador e a adesão ao REFIS e da própria TJLP incidente sobre o acréscimo da dívida realizado na conta de REFIS da Impugnante, ocorrido em julho de 2001. Esse acréscimo corresponderia a seus débitos tributários constituídos por meio de processos administrativos que versam sobre IRPJ, CSLL, IRRF e PIS. (...) 19.No demonstrativo de fl. 534, a empresa informa que parte dos juros teria sido gerada em decorrência dos lançamentos de IRPJ, COFINS, CSLL e PIS, constituídos mediante os Processos n°s 10.580.003.403/9660 e 10.580.003.491/9627. Quanto aos juros restantes, seriam incidentes do IRRF formalizado por meio dos Processos n°s 10.120.451.706/200112,10.235.450.084/200118,10.245.450.122/200113, 10.280.450.396/200186, 10.580.451.012/200168 e 10.980.450.926/200107. Para provar o alegado, acosta aos autos os documentos de fls. 527/554, ou seja telas dos sistemas da Receita Federal que comprovariam que os referidos débitos teriam sido incluídos no referido programa de recuperação fiscal. A DRJ, por sua vez, contesta a alegação apontando um fato que leva a uma contradição do que fora afirmado: 20.Contudo, consultandose a última declaração concernente ao REFIS entregue pela contribuinte (n° 0510100.2001.000791 anexada ao volume "Espelho da Declaração Processada), transmitida em 09/02/2001, não se constata que esses débitos tenham sido nela relacionados. 21.E embora a interessada tenha carreado aos autos as telas de fls.535/554, não há comprovação de quando tais débitos teriam sido incluídos no referido programa de recuperação fiscal. A DRJ ainda aponta como argumento para indeferir o pleito a falta de coincidência entre os valores apontados pela Recorrente e a Planilha de fls. 534: Fl. 3670DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 798 8 22.Outro ponto a se destacar é a falta de coincidência entre o montante acrescido ao REFIS no mês de julho de 2001, que perfaz R$ 19.254.413,35 (R$ 17 022 824,31 relativo ao lançamento da dívida e R$ 2.231.589,04 de TJLP fl. 166), e o total dos valores apontados na planilha de fl. 534, no qual estariam inseridos os juros em comento: Nesse contexto, na Resolução anterior n. , salientei o seguinte: Quanto ao primeiro aspecto relacionado à apontada contradição, penso que precisa ser melhor investigada, uma vez que as provas trazidas aos autos são de sistemas da própria Receita Federal e indicam a princípio possibilidade de a Recorrente ter razão. Quanto ao último aspecto, a completa não coincidência de valores não infirma o alegado pela Recorrente, uma vez que ela pode ter apenas razão em parte no alegado. A DRJ ainda chega a assumir a hipótese de a Recorrente está com a razão, mas coloca outros obstáculos, porém, todos eles, ainda suposições que a meu ver precisam ser melhor investigadas: 34.Ademais, os lançamentos no Razão (fl. 528), relativos aos juros supostamente incorridos em 2001, sequer permitem identificar como foram calculados. (...) 45.Poderseia, entretanto, aventar sobre a possibilidade de se postergar a apropriação de despesas. Todavia, devese enfatizar que a dedução de valores relativos a períodos precedentes fica sujeita à demonstração inequívoca Dessa forma, em respeito ao princípio da verdade material orientador do Processo Administrativo Fiscal, e ante a dúvidas suscitadas pelos documentos de 527/554, propus baixar o feito em diligência: Para que a fiscalização investigue melhor e esclareça a veracidade da assertiva posta alhures: “No demonstrativo de fl. 534, a empresa informa que parte dos juros teria sido gerada em decorrência dos lançamentos de IRPJ, COFINS, CSLL e PIS, constituídos mediante os Processos n°s 10.580.003.403/9660 e 10.580.003.491/9627. Quanto aos juros restantes, seriam incidentes do IRRF formalizado por meio dos Processos n°s 10.120.451.706/200112,10.235.450.084/200118,10.245.450.122/2001 13, 10.280.450.396/200186, 10.580.451.012/200168 e 10.980.450.926/200107.” Caso a assertiva acima se mostre verossímil, investigar a origem da diferença apontada pela DRJ. Se for o caso, intimar o contribuinte a demonstrar detalhadamente, mas por amostragem, os lançamentos no Razão (fl. 528), relativos aos juros supostamente incorridos em 2001, que a DRJ afirma que “sequer permitem identificar como foram calculados”. Se for o caso, considerar a possibilidade de ter havido postergação da apropriação de despesas. (...) Às fls.3609/3620 consta resultado de diligência apenas parcialmente favorável à Recorrente, que chegou à seguinte conclusão: Conforme acima demonstrado, entende esta diligência fiscal, que o excesso de juros no ano de 2007 e que deveria ter sido glosado no auto de infração é de R$ 12.860.772.34 e não os R$ 13.962.233,84. Fl. 3671DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 799 9 Em suas contrarrazões (fls. 3625/3660), por sua vez, a Recorrente levanta dúvidas a respeito do fiel cumprimento da Resolução do CARF, no que concerne ao primeiro quesito da diligência, nos seguintes termos: (...) Efetivamente, ao responder ao primeiro quesito formulado, a Autoridade Fiscal limitouse a afirmar que os débitos objeto dos processos n° 10580.003403/9660, 10580.003491/9627 10120.451706/200112, 10235.450084/200118, 10245.450122/200113, 10280.450396/200186, 10580.451012/200168 e 10980.450926/200107 teriam sido incluídos no REFIS pela RFB, sendo que o montante de juros de R$ 11.427.579,01, contabilizado pelo contribuinte em julho/2001, refletiria o "exato valor dos juros que efetivamente foram incluídos e consolidados" (fl. 04 do relatório de diligência fiscal). Desta forma, concluiu a Autoridade Fiscal ao analisar o segundo quesito que a divergência de valores apontada pela DIPJ corresponderia a suposto equívoco no período em que foi contabilizado pelo contribuinte a consolidação e inclusão no Refis dos processos supramencionados (julho/2001). Ocorre que a análise realizada pela Autoridade Fiscal, além de possuir lacunas relativas a informações de suma importância à resolução do presente caso, também deixa escapar o ponto fulcral da presente discussão, qual seja, o que motivou a alegada contabilização da despesa em período posterior. É o que se passa a demonstrar. (...) Frisese que a Recorrente, em observância às instruções do programa, não procedeu a opção expressa pela inclusão no REFIS quanto aos processos administrativos n° 10580.003403/9660, 10580.003491/9627, 10120.451706/200112, 10235.450084/200118, 10245.450122/200113, 10280.450396/200186, 10580.451012/200168 e 10980.450926/200107 (mencionese, uma vez mais, que o próprio despacho da diligência reconhece que todos esses processos foram incluídos no programa pela própria SRFB no ano de 2001). Assim, no anocalendário de 2000, ano de adesão ao REFIS, foram contabilizados as despesas com juros relativamente apenas aos débitos confessados pela Recorrente por meio de sua "Declaração Refis", registrada sob o n° 0510100.2001.000791. Contudo, com a consolidação levada a efeito pela Receita Federal do Brasil no ano de 2001, verificouse a inclusão de ofício no REFIS dos débitos objeto dos processos administrativos n° 10580.003403/9660, 10580.003491/9627 10120.451706/200112, 10235.450084/200118, 10245.450122/200113, 10280.450396/200186, 10580.451012/200168 e 10980.450926/200107, conforme se verifica da tabela abaixo, elaborada com base nos próprios "demonstrativos de consolidação dos débitos" acostados aos autos: (...) Considerandose que estes novos débitos não haviam composto o cálculo realizado quando da opção ao REFIS, a Recorrente, em consonância com os dispositivos legais supramencionados, procedeu a atualização destes valores de acordo com a taxa SELIC até março de 2000 e, a partir de então, com base na TJLP, efetuando ainda os devidos ajustes contábeis ao reconhecer estas despesas, no próprio ano calendário de 2001, período em que teve conhecimento da inclusão de ofício destes Fl. 3672DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 800 10 débitos no REFIS (Frisese, desde já, que eventual divergência quanto ao mês em que registrada a inclusão dos débitos no REFIS e a contabilização da respectiva despesa não se presta a autorizar a glosa dos juros efetivamente incidentes sobre os débitos objeto dos processos mencionados, uma vez que se tratam de despesas plenamente dedutíveis, contabilizadas dentro do mesmo ano‐calendário em que verificadas ﴾2001﴿.﴿ Ademais, reiterese, na própria resposta ao primeiro quesito formulado pelo CARF, a Autoridade Fiscal confirmou f/J que os processos administrativos supramencionados foram incluídos no REFIS de ofício pela Receita Federal do Brasil, bem como que (ii) o montante de R$ 11.427.579,01 contabilizado pela Recorrente refletia exatamente o valor dos juros consolidados referente a tais processos Desta feita, não há duvidas de que os ajustes realizados pela Recorrente a fim de reconhecer as despesas com juros no âmbito do REFIS no anocalendário de 2001, referemse aos juros calculados sobre os débitos objetos dos processos administrativos supramencionados, os quais somente foram registrados neste período (2001) pois a inclusão de ofício pela SRFB de tais débitos e o consequente conhecimento, pela Recorrente, acerca de tal inclusão apenas ocorreram no anocalendário em questão. Como se vê, embora tenha confirmado a veracidade dos valores indicados pela Recorrente a título de despesas com juros que apenas foram contabilizados em 2001, a Autoridade Fiscal deixou de reconhecer o direito da Recorrente em deduzilos, mantendose indevidamente a glosa sobre tais despesas. Ora, haveria que se considerar a plena dedutibilidade das despesas decorrentes dos juros calculados à taxa SELIC até março/00 (R$ 11.427.579,01), e TJLP (R$ 2.408.413,77), uma vez que, de fato, (i) refletem a atualização de débitos incluídos no REFIS pela SRFB em 2001, correspondentes aos processos administrativos anteriormente mencionados e (ii) tais valores não haviam sido contabilizados no momento da opção ao REFIS, anocalendário de 2000 (mencionese que toda a documentação fiscal, capaz de demonstrar os lançamentos contábeis em questão, foi devidamente entregue ao Sr. Agente Fiscal durante o procedimento de diligência). Ademais, não há dúvidas de que a contabilização pela Recorrente de tais despesas ocorreu no mesmo anocalendário em que houve a inclusão de ofício no REFIS dos processos administrativos em questão, de modo que a divergência apontada pela Autoridade Fiscal não afeta a dedutibilidade destes valores para fins de Ik "* e SLL, tributos sujeito á apuração anual. Ainda que assim não se entenda, ao menos deveria ter sido considerada a despesa com os juros do processo 10580.003403/9660, uma Vw. que, conforme se verifica pelo quadro 02 do relatório de diligência, tal processo foi incluído pela SRFB em julho/2001 e contabilizado pela Recorrente no mesmo mês . Ou seja, para esse processo não há qualquer divergência entre o período lançado de ofício pela SRFB e o mês em que a Recorrente efetuou a devida contabilização. Confirase: (...) Como se vê, são bastante plausíveis as alegações da Recorrente no sentido de que a fiscalização não foi muito conclusiva em relação ao primeiro quesito, e não infirmando a sua alegação de a diferença lançada seria justamente "a dedutibilidade das despesas decorrentes dos juros calculados à taxa SELIC até março/00 (R$ 11.427.579,01), e TJLP (R$ 2.408.413,77)", uma vez que, segundo ela, refletiriam a atualização de débitos incluídos no REFIS pela SRFB em 2001, correspondentes aos processos administrativos anteriormente Fl. 3673DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19515.003170/200678 Resolução nº 1401000.380 S1C4T1 Fl. 801 11 mencionados e que tais valores não haviam sido contabilizados no momento da opção ao REFIS, anocalendário de 2000. Nesse contexto, o julgamento deve ser novamente convertido em diligência para averiguar todas as alegações da Recorrente feitas em suas contrarrazões ao retorno de diligência (fls. 3625/3660), não se esquecendo também de verificar se esse ajuste de atualização já não havia mesmo sido contabilizado anteriormente pela Recorrente. Apresentar outras informações ou mesmo intimar o contribuinte a apresentar novas informações e esclarecimentos que entender pertinentes à solução da lide. Se for o caso, apurar o crédito tributário remanescente, após a devida apreciação dos argumentos da Recorrente. Ao fim, elaborar relatório conclusivo das verificações efetuadas. Entregar cópia do relatório à interessada e conceder prazo de 30 (trinta) dias para que ela se pronuncie sobre as suas conclusões, após o que, o processo deverá retornar a este CARF para prosseguimento do julgamento. (documento assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 3674DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 19515.000814/2010-52
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Oct 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO.MATÉRIAS NÃO CONTESTADAS. TAXA SELIC. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS - RFFP. PEDIDO DE PRODUÇÃO POSTERIOR DE PROVAS, PERÍCIAS E DILIGÊNCIAS.LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. MULTA MAIS BENÉFICA.
São devidas as Contribuições Seguridade Social à título de quota patronal sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais e referentes ao grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho - GIILRAT, sobre a remuneração dos segurados empregados.
Na forma do artigo 17 do Decreto70/235/72, matérias não expressamente questionadas não serão objeto de análise.
Conforme Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
A Representação Fiscal para Fins Penais é ato administrativo vinculado e deve ser realizada quando verificada, em tese, uma das situações ensejadoras, legalmente1 previstas, cabendo ao Ministério Público a análise da ocorrência ou não de conduta tipificada na legislação penal.
Indefere-se o pedido de perícia e diligência, quando não são atendidas as exigências contidas na norma de regência do contencioso administrativo fiscal vigente à época da impugnação. As provas que possuir, salvo excludentes legais expressamente prcvistas, devem ser apresentadas no prazo para Impugnação.
Prevê o caput do art. 144 do Código Tributário Nacional - CTN que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Entretanto §1° aduz que aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização.
Tratando-se de ato não definitivamente julgado, a Administração deve aplicar a lei nova a ato ou fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática, assim observando, quando da aplicação das alterações na legislação tributária referente às penalidades, a norma mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, "c", do CTN).
AÇÃO JUDICIAL. SOBRESTAMENTO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. IMPROCEDÊNCIA.
A existência de ação judicial conexa com o processo em questão não impede o julgamento pelo CARF do recurso interposto.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.198
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. Vencido o conselheiro Ivacir Julio de Souza, relator, na preliminar de sobrestamento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente e Relator Designado
Ivacir Júlio de Souza - Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Marcelo Magalhães Peixoto.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 23; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2426; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 309 1 308 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.000814/201052 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.198 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 13 de agosto de 2013 Matéria LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Recorrente COR CENTRO DE ORIENTAÇÃO A FAMÍLIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO.MATÉRIAS NÃO CONTESTADAS. TAXA SELIC. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS RFFP. PEDIDO DE PRODUÇÃO POSTERIOR DE PROVAS, PERÍCIAS E DILIGÊNCIAS.LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. MULTA MAIS BENÉFICA. São devidas as Contribuições Seguridade Social à título de quota patronal sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais e referentes ao grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho GIILRAT, sobre a remuneração dos segurados empregados. Na forma do artigo 17 do Decreto70/235/72, matérias não expressamente questionadas não serão objeto de análise. Conforme Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. A Representação Fiscal para Fins Penais é ato administrativo vinculado e deve ser realizada quando verificada, em tese, uma das situações ensejadoras, legalmente1 previstas, cabendo ao Ministério Público a análise da ocorrência ou não de conduta tipificada na legislação penal. Indeferese o pedido de perícia e diligência, quando não são atendidas as exigências contidas na norma de regência do contencioso administrativo fiscal vigente à época da impugnação. As provas que possuir, salvo excludentes legais expressamente prcvistas, devem ser apresentadas no prazo para Impugnação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 08 14 /2 01 0- 52 Fl. 777DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 2 Prevê o caput do art. 144 do Código Tributário Nacional CTN que o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Entretanto §1° aduz que aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização. Tratandose de ato não definitivamente julgado, a Administração deve aplicar a lei nova a ato ou fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática, assim observando, quando da aplicação das alterações na legislação tributária referente às penalidades, a norma mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, "c", do CTN). AÇÃO JUDICIAL. SOBRESTAMENTO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. IMPROCEDÊNCIA. A existência de ação judicial conexa com o processo em questão não impede o julgamento pelo CARF do recurso interposto. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. Vencido o conselheiro Ivacir Julio de Souza, relator, na preliminar de sobrestamento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Designado Ivacir Júlio de Souza Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 778DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 310 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão de fls. 276, n°16 27.200 13ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) DRJ/SP1 em São Paulo I (SP) DRJ/SP1, em 21 de outubro de 2010 que negou provimento à impugnação do lançamento representado pelo Auto de Infração – AI n° 37 251.6750. No Recurso em comento, a Recorrente ratificou as alegações que fizera em sede de impugnação. Alega a Recorrente que a autuação aqui tratada possui íntima e indissociável relação com as autuações contidas nos autos de infração n°s. 37.251.6742 e 37.251.6769, neste sentido, os processos, 19515.000815/201005 e 19515.000812/201063, foram reunidos, para julgamento conjunto, a fim de se evitar decisões conflitantes. São créditos lançados contra a empresa acima identificada, de contribuições devidas à Seguridade Social a título de quota patronal sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais (20%) e grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – GIILRAT( 1%) incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, referente às competências de 01/06 a 12/07. O montante deste crédito perfez R$ 1.821.506,59 (um milhão e oitocentos e vinte e um reais e quinhentos e seis reais e cinquenta e nove centavos), consolidado e notificado em 26/03/2010. Na forma do Relatório Fiscal de fls. 42, e do Termo de Encerramento da Ação fiscal – TEAF, fls 103, a Ação Fiscal foi iniciada em 15/10/2009 e concluída em 29/03/2010, consecutivamente. Adiante, no item 4.4. Ali os Auditores registraram que : “Verificamos que, em 18/11/2009, a empresa foi cientificada do cancelamento da isenção de contribuições sociais com efeitos desde 01/04/2003, conforme ato e aviso de recebimento em anexo, por infração aos incisos IV e V do artigo 55 da lei 8.212/1991.Apresentou recurso intempestivo em 21/12/2009. Concluo, portanto, que a empresa não possui ato declaratório de isenção válido no período de 01/04/2003 em diante.”( grifei) Às fls 36, em 09/03/2010, a Autoridade fiscal, ainda no curso da ação fiscal, quando da emissão do Termo De Constatação Fiscal e Intimação, pretendendo justificar bem como motivar a autuação, já se pronunciara referindose à intempestividade daquele Recurso razão pela qual procedera ao lançamento: “No entanto verificamos que, em 18/11/2009, a empresa foi cientificada do cancelamento da isenção de contribuições sociais a partir de 01/04/2003, conforme ato e aviso de recebimento em anexo. Apresentando recurso intempestivo em 21/12/2009. Concluo, portanto, que a empresa não possui ato declaratório de isenção válido no período de 01/01/2006 a 31/12/2007”. ( grifei) De fato, comprovando o que afirmara a Autoridade Fiscal, consta colacionado às fls 38 o ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES Fl. 779DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 4 SOCIAIS N.° 05 / 2009, a partir de 01/04/2003, o que – de plano, em princípio – justifica a lavratura da presente autuação. Às fls 40, referindose a cancelamento em comento, a Autoridade Administrativa comunicou à Recorrente que não receberia o seu recurso interposto em razão da expiração do prazo regulamentar para fazêlo, logo, por intempestividade: “ ENTIDADE : Centro de Orientação à Família COR CNPJ : 43.633.288/000144 ENDEREÇO : R Albina Barbosa, 54 – Aclimação São Paulo SP CEP 01530020 PROCESSOS: 18108.000836/200756 e 18108.000831/2008 12 ASSUNTO: Cancelamento de Isenção das Contribuições Sociais Prezado Presidente do COR. Face à expiração do prazo regulamentar para apresentação de recurso junto ao Conselho de Recursos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em 18/12/2009 (vide cópia de AR, anexa), não será apreciada a documentação protocolada, em 21/12/2009, na DRF/Osasco. Desta forma, está mantida a decisão comunicada através da Intimação Gabinete/DIORT n° 64/2009 de 09/11/2009.” Precluso aquele direito, em face da vinculação direta da Notificação em apreço, a recorrente na impugnação e ratificando o procedimento no presente recurso, de forma enviesada, apresentou alegações que não se referem às razões de fato e de direito a este processo mas inerentes àquele intempestivo. Não bastasse isso para tornar inepto seus argumentos , equivocadamente assim se manifestou no item 3 da impugnação de folhas 111 e ratificada em sede recursal: “3. Pois bem, após a ação fiscal desenvolvida pela Receita Federal do Brasil, foi cancelada a isenção de contribuições sociais conferidas à Impugnante, através do Ato Cancelatório n° 05/2009, emitido em 09/11/2009. (doC. 4)”( grifei) Percebese ilógico o argumento uma vez que conforme o Termo de Encerramento da Ação fiscal – TEAF, fls 103, a Ação Fiscal foi concluída em 29/03/2010 surgindo daí uma impossibilidade temporal. Ademais, o Ato Cancelatório referido não teve origem na Ação Fiscal em tela mas sim em ação anterior em razão de Informação Fiscal que o motivou. Mantendo a impertinente linha de argumentação, continuou de forma transversa a busca de elementos no processo precluso : “Apreciando as razões apresentadas pela autoridade fiscal, a Receita Federal do Brasil, após analisar as razões de fato e de direito expendidas pela Impugnante (...) Estas, em síntese, as razões para a expedição de Ato Cancelatório de Isenção de contribuição social, que culminou Fl. 780DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 311 5 com a autuação que ora se combate nesta exordial impugnatória, pelas razões de fato e de direito a seguir expendidas.” ( grifei) Prosseguindo, referindose a INFORMAÇÃO FISCAL do processo cancelatório, reincidiu em argumentos de defesa dos autos transitados em julgado: “Senhor Julgador, a respeitável decisão proferida pelo Chefe da Divisão de Orientação e Análise Tributária DIORT, acolhendo a Informação Fiscal da citada Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil e determinando o cancelamento da isenção das contribuições sociais, desrespeitou o direito do Impugnante. Vejamos:O ato de cancelamento da isenção fundouse nas seguintes razões: .....” ( grifei) Nesta toada, seguiu colocando alegações sempre referente àquele Ato Cancelatório com o propósito de em fazendo valer seus argumentos de que fora inválida sua emissão macular de vício material a autuação presente. Somente a partir das fls 122 até a 140 final, efetivamente opõe resistência ao lançamento argüindo a aplicação da taxa selic nos juros moratórios bem como combate as Contribuições para o Salário Educação, INCRA, SESC e SEBRAE, relativas ao exercício financeiro de 2006 e 2007. Transitado em julgado por intempestivo, o Recurso interposto na ocasião pela ora Recorrente, não resta pendente de julgamento. Assim, o processo em comento que guardaria conexão com aquele, não se enquadra no preceituado recentemente regulamentado pelo Decreto nº 7.237/2010, que alterou a procedimentalização dos pedidos de isenção bem como os atos cancelatórios expedidos pelo ente Fiscalizador, expondo em seu art. 44 e 45, que os processos administrativos que envolvam tais questões, e que não tenham sido definitivamente julgados, sejam devolvidos a autoridade competente, para fins de análise do cumprimento das condicionantes para o usufruto da referida isenção. Vejamos o texto da Lei: “Art.44.Os pedidos de reconhecimento de isenção não definitivamente julgados em curso no âmbito do Ministério da Fazenda serão encaminhados à unidade competente daquele órgão para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção, de acordo com a legislação vigente no momento do fato gerador. Parágrafo único.Verificado o direito à isenção, certificar seá o direito à restituição do valor recolhido desde o protocolo do pedido de isenção até a data de publicação da Lei n° 12.101, de 2009. Art.45.Os processos para cancelamento de isenção não definitivamente julgados em curso no âmbito do Ministério da Fazenda serão encaminhados à unidade competente Fl. 781DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 6 daquele órgão para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção na forma do rito estabelecido no art. 32 da Lei n° 12.101, de 2009, aplicada a legislação vigente à época do fato gerador.” Desta forma, como o presente auto não tem enquadramento nas questões regulamentadas pelo Decreto e Lei supra, há que se proceder ao julgamento neste Egrégio Conselho. Abaixo, transcrevo o Relatório do voto da instância a quo onde o I. Julgador faz idêntico extrato ao acima relatado : “1.1. A ciência do Sujeito Passivo, deuse em 29/03/2010, por intermédio de representante legal. 2. O Relatório Fiscal, fls. 42/5, informa, sumariamente, o que segue. 2.1. Deram origem ao débito as remunerações dos segurados empregados e dos segurados contribuintes individuais pagas ou creditadas pela empresa nos anos de 2006 e 2007. 2.2. Ademais, o referido relatório informa que se trata de uma Associação sem fins econômicos cujo objetivo é a promoção cultural e biopsicossocial do indivíduo e da família, que atende indistintamente e de forma gratuita, consoante plano de trabalho aprovado pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 2.3. O Contribuinte possui registro de entidade Beneficente de Assistência social no CNAS nos anos de 2006 e 2007, além do ato declaratório de isenção, conforme previsto no art. 55, § Io , da Lei n° 8.212/91, com isenção concedida desde 04/04/97. 2.4. Em 18/11/2009, a empresa foi cientificada do cancelamento da isenção de contribuições previdenciárias, com efeitos desde 01/04/2003, por infração aos incisos IV e V, art. 55, da Lei n° 8.212/91, ato contra o qual apresentou recurso intempestivo,em 21/12/2009. 2.5. Diante do exposto, concluiu a Autoridade Autuante que o Contribuinte não possuía ato declaratório de isenção válido no período de 01/04/2003 em diante. 2.6. As informações prestadas por meio das GFIP classificam a Impugnante como isenta das contribuições patronais FPAS 639 Entidade Beneficente de Assistência Social, razão pela qual não foram ofertadas à incidência das contribuições previdenciárias as remunerações acima indicadas. Apesar do código FPAS equivocado, tendo em vista que os valores das remunerações foram corretamente declarados, subsidiaram o AI em comento. Fl. 782DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 312 7 3. Foram examinados os extratos da GFIP enviados eletronicamente. 4. Em virtude dos fatos narrados, foi formalizada a correspondente Representação Fiscal para Fins Penais, haja vista a configuração, em tese, do crime previsto no art. 337A, III, do Código Penal. DA IMPUGNAÇÃO 5. Tempestivamente, consoante fls. 273/4, a Autuada apresentou impugnação, fls. 108/140, acompanhadas dos documentos fls. 141/272 (Estatuto, procuração, documentos dos patronos, cópia do AI em testilha e documentos complementares, Relatório de Atividades 2003/2004/2005/2006/2007/2008/2009), alegando, em síntese, os argumentos que se seguem: 5.1. Alega pela tempestividade do recurso. 5.2. Suscita a indissociável relação entre o presente AI e os de n° 37.251.6742 e n° 37.251.6769, solicitando a reunião destes para efeito de julgamento conjunto. 5.3. Após a ação fiscal desenvolvida, foi cancelada a isenção à qual fazia jus a Impugnante, através do Ato Cancelatório n° 05/2009, de 09/11/09. 5.4. Descreve trechos da manifestação da RFB que culminou com a emissão do indigitado Ato Cancelatório, a partir de 01/04/2003. 5.5. Ademais, expõe os motivos do cancelamento da isenção, atacando um a um, intentando, com isso, demonstrar o cumprimento aos requisitos do art. 55 da Lei n° 8.212/91, no cerne, desconstituir o propalado cancelamento da isenção da qual gozava e, por via transversa, macular a lavratura em testilha. 5.6. Adicionalmente, ainda que remanesça a exigência de crédito tributário, a Impugnante não concorda com a incidência dos juros moratórios calculados com base na Taxa SELIC sobre os débitos objeto da autuação fiscal, suscitando a aplicação do art. 161 do CTN. Discorre longamente sobre a função dos juros moratórios e da taxa SELIC. Colaciona jurisprudência do STJ. 5.7. Em adição, afirma que a taxa SELIC assume, no crédito tributário em questão, caráter manifestamente confiscatório, o que é vedado pela Constituição Federal. Fl. 783DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 8 5.8. No mais, insurgese quanto ao encaminhamento da Representação Fiscal para Fins Penais RFFP à Procuradoria da República. 5.9. Independentemente do acolhimento da improcedência da imputação dos juros moratórios calculados com base na SELIC, a Impugnante protesta, adicionalmente, pela suspensão de sua incidência e exigibilidade no período compreendido entre a data da protocolização da Impugnação apresentada contra o presente AI e a data em que se proferir a decisão final do feito na esfera administrativa. Baseiase no art. 151, III, do CTN. Traça analogia, ademais, com o quanto previsto no art. 63, § 2°, Lei n° 9.430/96. Colaciona decisões judiciais. 5.10. Face ao exposto, requer o acolhimento das razões apresentadas, para o fim de declarar a insubsistência do auto de infração ora impugnado, posto que o lançamento revelase indevido, por não ser a Impugnante devedora de qualquer importância a título de contribuição para o Salário de Educação, INCRA, SESC e SEBRAE, referentes ao exercício financeiro de 2006 e 2007. 5.11. Alternativamente, a multa e os juros, ao menos, deverão ser anulados, posto que em descompasso com as respectivas legislações de regência. 5.12. Requer, ainda, a anulação da RFFP, eis que não há nos autos qualquer prova da existência de crime contra a ordem tributária. 5.13. Por fim, protesta pela produção de novos argumentos de fato e de direito, provas admitidas em direito, diligências e perícias, se necessárias.” É o relatório. Fl. 784DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 313 9 Voto Vencido Conselheiro Ivacir Júlio de Souza, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme documentos de fls. 308, o recurso é tempestivo. Portanto, dele tomo conhecimento. DAS PRELIMINARES DAS MATÉRIAS NÃO CONTESTADAS Em preliminar é compulsório destacar que na forma do artigo 17 do Decreto70/235/72, matérias não expressamente questionadas não serão objeto de análise : “Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997) ” (grifei) Como foi relatado, a Recorrente – tanto em sede de impugnação quanto de recurso não contestou expressamente os créditos lançados contra a própria referentes às contribuições devidas à Seguridade Social a título de quota patronal sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais (20%) e grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho GIILRAT( 1%) incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, referente às competências de 01/06 a 12/07. Face ao exposto, as matérias não expressamente questionadas não serão objeto de análise. DO SOBRESTAMENTO Conforme registro de fls.01, ao amparo do Mandado de Procedimento Fiscal MPF de n° 08.1.90.002009046142, emitido em 30 setembro de 2009, consta às fls 05, que concluída a ação fiscal , a empresa foi notificada do presente lançamento em 29/03/2010. Na forma do item 2 do Relatório Fiscal, o Auditor revela que constituíramse créditos tributários em razão da ocorrência de fatos geradores de contribuições previdenciárias relativas à quotaparte da empresa referentes as parcelas integrantes da remuneração dos empregados e contribuintes individuais a serviço da Recorrente: “ 2 Identificação do débito: Contribuições previdenciárias relativas à quotaparte da empresa incidentes sobre as parcelas integrantes da remuneração dos empregados e contribuintes individuais a seu serviço, informadas nas guias de recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social (GFIP). 3 Origem do débito: Remunerações pagas ou creditadas pela empresa aos seus empregados e contribuintes individuais nos anos de 2006 e 2007. ” Fl. 785DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 10 O Termo de Constatação Fiscal e Intimação às fls. 36, datado de 09/03/2010 abaixo transcrito revela que a empresa, fora cientificada do ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS n°. 05/2009 em, 18/11/2009 no curso da ação fiscal iniciada em , 15/10/2009 que encerrada motivou o presente. Aduz que o Ato Cancelatório foi declarado com efeito ex tunc alcançando a competência 01/04/2003: “TERMO DE CONSTATAÇÃO FISCAL E INTIMAÇÃO No exercício das funções de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, no curso da ação fiscal acima identificada, determinada pelo Mandado de Procedimento Fiscal 08.1.90.002009 04614 2, constatamos os fatos a seguir: Ação fiscal iniciada em 15/10/2009 com a intimação para apresentação de documentos. Dos documentos apresentados concluímos que se trata de uma Associação sem fins econômicos cujo objetivo é a promoção cultural e biopsicossocial do indivíduo e da família. Possui o Registro de Entidade Beneficente de Assistência Social no CNAS, o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (antigo Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos) nos anos de 2006 e 2007 e, no período de 04/07/2006 em diante, renovado pela Medida Provisória n°. 446/2009, além de ato declaratório de isenção, conforme previsto no artigo 55, parágrafo 1 o , da lei 8.212/1991, com isenção concedida desde 04/04/1997. No entanto verificamos que, em 18/11/2009, a empresa foi cientificada do cancelamento da isenção de contribuições sociais a partir de 01/04/2003, conforme ato e aviso de recebimento em anexo. Apresentando recurso intempestivo em 21/12/2009. Concluo, portanto, que a empresa não possui ato declaratório de isenção válido no período de 01/01/2006 a 31/12/2007. DA AÇÃO JUDICIÁRIA Na forma do sobredito registro a Recorrente apresentou recurso intempestivo. Precluso o direito de interpor recurso na esfera administrativa, o contribuinte o fez no judiciário. Conforme documento de fls. 276, requereu ao Sr. Presidente desta Turma a retirada do referido processo da pauta e sua inclusão em sessão a ser realizada após a audiência de instrução do processo que tramita junto a 9a Vara Cível da Subseção Judiciária da Justiça Federal em São Paulo posto que teria ingressado em Juízo visando a anulação do Ato Cancelatório. Às fls. 727, reiterou o solicitado alegando conforme o abaixo transcrito: “As razões expostas na solicitação encaminhada a essa Presidência em 27 de setembro de 2011 (cópia anexa), ainda pendem de solução junto ao Poder Judiciário. Informamos a essa Presidência que a Ação Anulatória de Atos Administrativos encontrase em tramitação junto a 9a Vara Civel da Subseção Judiciária da Justiça Federal em São Paulo sob o n. 0021828 1Z2010.4.03.6.100 e a audiência de instrução foi realizada estando os autos conclusos aguardando a sentença a ser Fl. 786DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 314 11 prolatada pelo Exmo. Senhor Juiz responsável pelo julgamento da ação interposta pela Recorrente, conforme consulta realizada em 6 de junho p.passado (doc. anexo) . Considerando que o Processo Administrativo Fiscal incluído na pauta de julgamento do dia 20 de junho p. vindouro, é reflexo decorrente da expedição do ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS N. 05/2009, requer que o julgamento do recurso interposto nos autos do processo administrativo acima referendado ocorra após a sentença a ser prolatada nos autos da Ação Anulatória de Atos Administrativos movida pelaRecorrente contra a União. Por óbvio se a sentença a ser prolatada for favorável a Recorrente, haverá de ser declarada a improcedência dos créditos tributários que estão sendo exigidos através dos autos de infração lavrados pelo órgão fazendário.” Consulta Realizada em 12 de Julho de 2013 (18:29h) revelou que a matéria ainda não foi julgada. Leitura atenta da peça de impugnação revela que a entidade não rechaçou efetivamente as razões que motivaram o lançamento guerreando tãosomente as razões que motivaram o cancelamento de sua isenção cuja oportunidade de mostrar sua inconformidade precluiu na esfera administrativa por intempestivamente. Tal fato motivou a instância a quo a declarar matéria não impugnada e assim negar provimento ao pleito. Reiterando tal prática em sede de recurso, caberia anuir o voto a quo, entretanto, é relevante ressaltar que em sede de impugnação não consta registrado se estaria correndo ação no judiciário sobre o Ato Cancelatório. Pelo exposto, sem adentrar ao mérito, é medida conservadora retornar os autos juntamente com os vinculados AI’s de n° 37.251.6742 e n° 37.251.6769 cujos processos receberam novas respectivas numerações : 16.151.72008/201325 e 16.151.720007/201381, também de minha relatoria, para a DRF de origem para aguardar decisão sobre o processo que encontrase em tramitação junto a 9ª Vara Cível da Subseção Judiciária da Justiça Federal em São Paulo sob o n. 00218281Z2010.4.03.6.100 que versa sobre ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS n°. 05/2009 para prosseguir o julgamento do presente recurso interposto após a sentença a ser prolatada nos autos daquela sobredita Ação Anulatória de Atos Administrativos . DO MÉRITO Na hipótese desta e. Turma não anuir a preliminar de sobrestamento, adentro ao mérito na forma a seguir: Do Auto de Infração – AI Relatório Fiscal de fls. 42 descreve que o lançamento foi realizado conforme o Auto de infração – AI n ° n° 37251.6750. e as fls. 16, no item 601.09, nos Fundamentos Fl. 787DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 12 Legais dos Acréscimos Legais, atribuíramse aos artigos 35, I, II, III da Lei n. 8.212, de 24.07.91 o suporte para efetuaremse os cálculos da multa. É cediço que os incisos, I, II, III, artigo 35 da Lei 8.212/91 à época do lançamento, 29/03/2010, já houvera sido revogado na forma da Redação dada pela Lei n ° 11.409, de 2009) : “ Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. ( Redação dada pela Lei 11.409, de 2009) ”( grifei) Tal irregularidade exposta é sanável posto que não prejudica o lançamento tendo em vista que a essência do fundamento restou preservada na medida em que é o fundamento legal para as infrações do gênero existe previsão na parte final do artigo 35 alterado : “ das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” As infrações do gênero em tela são formalizadas mediante Notificação de Lançamento de Débito – NFLD. A formalização da irregularidade em comento, mostrase inadequada tendo em vista que se utilizou de um procedimento previsto para infrações das obrigações de fazer – acessórias – que é o Auto de Infração – AI. Neste sentido, destacase, por relevante, que as fls. 16 no item 601.09, nos Fundamentos Legais dos Acréscimos Legais, atribuíramse aos artigos 35,I, II, III da Lei n. 8.212, de 24.07.91 o suporte para efetuaremse os cálculos da multa: “calculo da multa: para pagamento de obrigação vencida, não incluída em notificação fiscal de lançamento”. Como se observa no artigos 10 e 11 do Decreto 70.235/72 abaixo transcrito, se fosse o caso de formalizar a irregularidade mediante Auto de Infração como procedera a Autoridade Fiscal, estaríamos analisando a PENALIDADE imputada. “ Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias;, VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Fl. 788DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 315 13 Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. ” Considerando, que os fatos geradores sequer foram contestados e que a forma não prejudicou a defesa do contribuinte, atento ainda ao PRINCÍPIO DA CELERIDADE ou da RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO, com assento no PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE, mesmo reconhecendo que no Código atual, o legislador não previu a fungibilidade e que tal princípio versa sobre aproveitamento de recursos, dou prosseguimento ao processo. DA TAXA SELIC No âmbito deste Egrégio Conselho, conforme a Súmula número 4, a matéria encontrase pacificada: “Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” DA REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS – RFFP E DO PROTESTO PELA PRODUÇÃO DE PROVAS Reiterese, na integra, o julgado em primeira instância para negar provimento. Assim, a Representação Fiscal para Fins Penais é ato administrativo vinculado e deve ser realizada quando verificada, em tese, uma das situações ensejadoras, legalmente1 previstas, cabendo ao Ministério Público a análise da ocorrência ou não de conduta tipificada na legislação penal ao tempo em que indeferese o pedido de perícia e diligência, quando não são atendidas as exigências contidas na norma de regência do contencioso administrativo fiscal vigente à época da impugnação. As provas que possuir, salvo excludentes legais expressamente previstas, devem ser apresentadas no prazo para Impugnação. Da superveniência de legislação nova Prevê o caput do art. 144 do Código Tributário Nacional CTN que o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada: Fl. 789DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 14 “Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada ” Entretanto, o mesmo artigo no seu § 1º preceitua que se aplicarão ao lançamento “a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização : “ (...) § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.” Diante disso, é lícita a apreciação da legislação superveniente DA MULTA MAIS BENÉFICA Tratase de matéria já enfrentada em instância “ad quod” onde muito embora no acórdão da Delegacia de Julgamento a decisão concluído por negar provimento, estou convencido da necessidade de ser revista aquela decisão em razão dos argumentos que seguem: Ao abordar o tema “Da Superveniencia de Nova Legislação. Retroação Benéfica , a instância “ad quod”assim se manifestou : “12. Tendo em vista a superveniência da MP n° 449/08, convertida na Lei n° 11.941/09, deve ser analisada a questão da possibilidade de retroação benéfica, consoante prevê o art. 106, II, "c" do CTN. In verbis: Art. 106 A lei aplicase a ato ou fato pretérito (...) II— tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 12.1. Em que pese a autuação em análise ter sido devidamente lançada de acordo com a legislação vigente, época em que coexistiam isoladamente as multas decorrentes de descumprimento de obrigação principal com a multa decorrente do descumprimento de obrigação acessória, verificase, atualmente, nova sistemática decorrente das alterações promovidas na n° Lei 8.212/91, por meio da Lei n° 11.941/09, em especial nos dispositivos concernentes ao cálculo e aplicação da multa para o fundamento legal da infração objeto desta autuação. Fl. 790DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 316 15 12.2. Pela legislação vigente à época da infração, quando a falta cometida pelo contribuinte era decorrente da não declaração em GFIP concomitante ao não recolhimento das contribuições não declaradas, existiam duas conseqüências: a aplicação de uma multa pela não declaração, consubstanciada em auto de infração por descumprimento de obrigação acessória com fundamento no artigo 32, IV e § 5o , da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n° 9.528/1997 e; a cobrança de multa pelo descumprimento da obrigação principal no tempo oportuno, com fundamento no artigo 35 da Lei n° 8.212/1991 com a redação da Lei n° 9.876/1999, além do recolhimento do valor referente a p r o p r i a obrigação principal. 12.3. Conforme estabelecido pela na Lei n° 11.941/09, esta mesma infração ficou sujeita à multa de ofício prevista no artigo 44, da Lei n° 9.430/1996, na redação dada pela Lei n° 11.488/2007. Ou seja, a situação descrita, que antes levava à lavratura de, no mínimo, dois autos de infração (um por descumprimento de obrigação acessória e outro levantando o quantum não recolhido com a devida multa correspondente) passou a ser abordada através de um único dispositivo, que remete à aplicação da multa de ofício. 12.4. Nestas condições, a multa prevista no art. 44, I, da referida Lei n° 9.430/96, é única, no importe de 75% e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem mensurar o que foi aplicado para punir apenas a obrigação acessória. Pela nova sistemática legal, as duas infrações, a saber, relativamente à obrigação principal e à obrigação acessória, são verificadas simultaneamente e, portanto, haverá a aplicação de apenas uma multa (de ofício). 12.5. Feitas tais considerações iniciais, cumpre ressaltar, neste ponto, que no intuito de regular a aplicação das inovações trazidas pela citada Lei n° 11.941/09, mormente quanto ao entendimento e comparação para fins da mencionada retroação benéfica desta, foi editada a Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 14, de 04/12/09, que em seu artigo 3 o vaticina: Art. 3° A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei n° 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei n 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4° e 5° do art. 32 da Lei n° 8.212/1991 em sua redação anterior à dada pela Lei n° 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, acrescido pela Lei n° 11.941, de 2009. 12.6. Assim, no caso em análise, as multas mensais incluídas no Auto de Infração (AI DEBCAD n° 37.251.6742), referente a Fl. 791DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 16 obrigações tributárias acessórias, deverão ser somadas às multas referentes às contribuições previdenciárias declaradas em GFIP sob o código de FPAS 639, que foram incluídas no presente Auto de Infração DEBCAD n° 37.251.6750, referente a obrigações tributárias principais, para o confronto com a multa que seria aplicada em observância ao acima transcrito. 12.7. Ocorre que, de acordo com a legislação anterior, a alíquota da multa moratória incidente sobre a contribuição previdenciária não recolhida e incluída em lançamento tributário referente à obrigação principal será definida conforme a fase processual do lançamento tributário em que o pagamento é realizado. Nestes casos (especificamente relacionados à obrigação principal), o valor da multa está sujeita à data do cumprimento (recolhimento) da obrigação devida, de acordo com a graduação especificada no art. 35, incisosI, II e III, da Lei 8.212/91. 12.8. Dessa forma, somente no momento do pagamento é que a multa mais benéfica pode ser quantificada. Durante a atual fase do contencioso administrativo, de primeira instância, não há como se determinar a multa mais benéfica a ser aplicada, haja vista que o pagamento ainda não foi efetivamente postulado pelo contribuinte, de acordo com o artigo 35 da Lei n° 8.212/91, na redação da Lei n° 11.941/09, que estabelece que as multas de mora são apuradas no momento do pagamento, impedindo que a comparação seja realizada antes desse fato. Em conseqüência, determina a citada Portaria Conjunta n° 14: Art. 2" No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas serei analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei n°5.172, de 25 de outubro de 1966Código Tributário Nacional (CTN). 12.9. Ademais, ratifiquese, a multa do presente Auto de Infração relativo à obrigação principal deve ser apreciada em conjunto com o crédito previdenciário supracitado (obrigação acessória), sabendose que a comparação das multas aplicadas nesses lançamentos com a legislação atual, potencialmente mais benéfica ao contribuinte nos termos do artigo 106 do CTN, somente poderá ser efetivada de forma definitiva quando da liquidação do crédito, sendo que até então todos os processos deverão ter prosseguimento normal. ” ( grifei) Em síntese, como se lê no item 12.4 de sua manifestação, o I. Julgador entendeu de transformar todas as multas aplicadas em processo distintos resultante da mesma Ação Fiscal e transformálas em uma só na condição de MULTA DE OFÍCIO. Constrói seu raciocínio sobre fundamentação estranha aos autos na medida em que alude os artigos Autos de infração por descumprimento de obrigação acessória cujos artigos de regência são o 32 e 32A da 8.212, de 1991 que, efetivamente, não fundamentaram o Auto em comento. É relevante destacar, também, que o Julgador de Primeira instância , no item 12.8, a seguir transcrito, se declara naquela fase do contencioso incompetente para determinar a multa mais benéfica a ser aplicada de acordo com o artigo 35 da Lei n° 8.212/91, na Fl. 792DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 317 17 redação da Lei n° 11.941/09, que estabelece que as multas de mora são apuradas no momento do pagamento : “12.8. Dessa forma, somente no momento do pagamento é que a multa mais benéfica pode ser quantificada. Durante a atual fase do contencioso administrativo, de primeira instância, não há como se determinar a multa mais benéfica a ser aplicada, haja vista que o pagamento ainda não foi efetivamente postulado pelo contribuinte, de acordo com o artigo 35 da Lei n° 8.212/91, na redação da Lei n° 11.941/09, que estabelece que as multas de mora são apuradas no momento do pagamento, impedindo que a comparação seja realizada antes desse fato. ” Cumpre notar que embora conclua que se tenha que imputar MULTA OFÍCIO, na parte final de seu parágrafo o próprio define que está diante de uma autuação que se subsume à multa de mora, ademais, a análise do citado artigo não revelou restrição alguma ao julgador no sentido de determinar em primeira instância multa mais benéfica : “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (Redação dada pela Lei 11.491, 2009)”(grifei) É muito relevante ressaltar que o auto em epígrafe se subsume as preceituado no artigo 9 do Decreto 70.235/72 que determina não só a formalização mas também a aplicação de penalidade devem ser isolada em autos distintos para cada tributo ou PENALIDADE: “Decreto 70.235/72 Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. ( Redação dada pela Lei n 11.941, de 2009)”( grifei) Apenas por amor ao debate, aludindo a Portaria PGFN/RFB n° 14, de 04/12/09 exortada na definição do voto em sede de impugnação, analisandose o referido art. 35A, incluído na Lei 8.212/91 pela Lei 11.941, de 2009, notase que este contém previsão para casos de eventuais lançamentos de ofício relativos às contribuições referidas no artigo 35 da mesma lei. Em isso ocorrendo, havendo lançamento de ofício, aplicase o disposto no artigo 44 da Lei 9.430/96: “ Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.( incluído na Lei 8.212/91 pela Lei 11.941, de 2009) ” Fl. 793DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 18 Ocorre que o artigo 35 supra não registra comando de lançamento de oficio e estabelece que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e não de ofício como define a Portaria da PGFN bem como, também, não nos termos do artigo 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, mas no preceituado art. 61 da mesma Lei , que determina multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (Redação dada pela Lei 11.491, 2009)”(grifos do relator) Lei 9.430/96: “ Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento.( Vide Lei n° 9.716, de 1998). Cumpre ressaltar que nos lançamentos de ofício, o sujeito passivo não participa do mesmo cabendo ao sujeito ativo tomar a iniciativa e realizar, por si só, a verificação da ocorrência do fato gerador, identificação do sujeito passivo, cálculo do montante devido, formalização do crédito e notificação do sujeito passivo para pagamento. Exemplos: IPTU e IPVA. Os elementos do conceito de lançamento são extraídos do disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível." Fl. 794DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 318 19 Por meio do lançamento, a Administração chega ao valor devido pelo sujeito passivo, que tem oportunidade de acompanhar o procedimento, bem como impugnálo. Seus pontos essenciais são: Ato privativo da Administração, excluindo, portanto, qualquer outro ente, inclusive o sujeito passivo; Apuração da obrigação tributária, com todos seus elementos: sujeito passivo, crédito, prazo etc.. Constituição do crédito tributário, que, embora exista desde o nascimento da respectiva obrigação, somente se torna certo e exigível após a apuração; Imposição de penalidade, caso seja verificada alguma infração. É cediço que as contribuições previdenciárias estão contidos no rol dos tributos de LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO na forma do preceituado no artigo 150, caput, do Código Tributário Nacional – CTN: “Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.” Certamente que premido pelo artigo 7 º da sua Portaria de regência MF nº 58, de 17 de março de 2006, que determinava que “O julgador deve observar o disposto no art. 116, III, da Lei nº 8.112, de 1990, bem assim o entendimento da SRF expresso em atos normativos”, o I. Julgador äd quod” proferiu seu voto sob o comando de instrução contida na Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 14, de 04/12/09, Nos julgados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, entretanto, na forma do artigo 62 do Regimento Interno deste Conselho : “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; Fl. 795DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 20 b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do Advogado Geral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993.” À título de esclarecimento, os atos declaratórios na forma dos artigos 18 e 19, abaixo transcritos, do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional a que se refere a Lei n° 10.522/2002, não se relacionam com o presente processo: “Art. 18. Ficam dispensados a constituição de créditos da Fazenda Nacional, a inscrição como Dívida Ativa da União, o ajuizamento da respectiva execução fiscal, bem assim cancelados o lançamento e a inscrição, relativamente: Art. 19. Fica a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre: (Redação dada pela Lei n 11.033, de 2004)” Na forma do exposto, portarias da Procuradoria, da Receita Federal do Brasil e demais órgãos, não vincula este Conselho.Tal observação não significa que em certas circunstâncias não possam ser observadas para formar juízo. Entretanto, em ocorrendo eventual antinomia entre instruções, decretos e leis, prevalece nos julgados os comandos dos decretos e das leis. Às fls. 18, item 601, aduz o Relatório ACRÉSCIMOS LEGAIS – MULTA 601.09 Competências : 01/2006 a 13/2007 Lei n. 8.212, de 24.07.91, que o cálculo observou o art. 35,1, II, III (com a redação dada pela Lei n. 9.876, de 26.11.99) ( grifei) Assim, com foco na fundamentação legal da autuação, é que enfrento a questão da multa. Lei 8.212, artigo 35 “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.( Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009)” ( grifei) Lei 9.430/96, art. 61: “Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto Fl. 796DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 319 21 para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5° a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. ( Vide Lei n° 9.716, de 1998).” ( grifei ) A mesma lei 11.941, mediante o artigo 35A, introduziu previsão para casos de LANÇAMENTO DE OFÍCIO : “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. .( Incluído pela Lei n° 11.941, de 2009)” ( grifei) Lei 9.430/96, art. 44 “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: ( Redação dada pela Lei n° 11.488, de 2007)” ( grifei ) Da retroação mais benéfica “ Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” O artigo 106 do Código Tributário Nacional CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Visto do prisma exposto, impõese o recálculo da multa ocorra com base no artigo 35 da Lei nº 11.941/ 2009 para comparálo com o valor da multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91. Fl. 797DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA 22 CONCLUSÃO Por tudo que foi exposto, resolvo que se deva retornar os autos juntamente com os vinculados AI’s de n° 37.251.6742 e n° 37.251.6769 cujos processos receberam novas respectivas numerações : 16.151.72008/201325 e 16.151.720007/201381, também de minha relatoria, para a DRF de origem para aguardar decisão sobre o processo que encontrase em tramitação junto a 9ª Vara Cível da Subseção Judiciária da Justiça Federal em São Paulo sob o n. 00218281Z2010.4.03.6.100 que versa sobre ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS n°. 05/2009 para prosseguir o julgamento do presente recurso interposto após a sentença a ser prolatada nos autos daquela sobredita Ação Anulatória de Atos Administrativos . Na hipótese de a Turma não anuir tal determinação, NO MÉRITO, DOU PROVIMENTO PARCIAL, determinando o recálculo da multa de mora na forma do comando da redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Ivacir Júlio de Souza. Fl. 798DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA Processo nº 19515.000814/201052 Acórdão n.º 2403002.198 S2C4T3 Fl. 320 23 Voto Vencedor Carlos Alberto Mees Stringari Relator Designado O relator posicionouse por sobrestar o julgamento, retornando o processo para a DRF de origem para aguardar decisão sobre o processo que encontrase em tramitação junto a 9ª Vara Cível da Subseção Judiciária da Justiça Federal em São Paulo sob o n. 00218281Z2010.4.03.6.100 que versa sobre ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS n°. 05/2009 e prosseguir o julgamento do presente recurso interposto após a sentença a ser prolatada nos autos daquela sobredita Ação Anulatória de Atos Administrativos . Discordo desse posicionamento. Entendo que o julgamento do recurso deve ocorrer. Reconheço o vínculo entre este lançamento e o resultado da ação judicial que discute o cancelamento da isenção, porém, entendo que cabe à DRF acompanhar o desenrolar da ação judicial e tomar as providências cabíveis, conforme o resultado. Carlos Alberto Mees Stringari. Fl. 799DF CARF MF Impresso em 13/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/06/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARL OS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 22/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720267/2007-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITAS.
Configuram omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nestas operações. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE.
Aplica-se aos lançamentos reflexos ou decorrentes, no que couber, o disposto em relação ao IRPJ exigido de ofício com base na mesma matéria fática e elementos de prova.
Numero da decisão: 1201-001.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Documento assinado digitalmente.
Marcelo Cuba Netto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
João Otávio Oppermann Thomé - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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Recorrente MICHIE COMÉRCIO EXPORTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 DILIGÊNCIA/PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. REJEIÇÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Diligências e perícias são instrumentos postos à disposição do julgador para auxiliálo na formação do seu livre convencimento, se entendêlas necessárias, e não se destinam a suprir prova que pode ser produzida pela parte interessada. A rejeição fundamentada do pedido não caracteriza cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITAS. Configuram omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nestas operações. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada. TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE. Aplicase aos lançamentos reflexos ou decorrentes, no que couber, o disposto em relação ao IRPJ exigido de ofício com base na mesma matéria fática e elementos de prova. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 02 67 /2 00 7- 56 Fl. 709DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Documento assinado digitalmente. Marcelo Cuba Netto Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por MICHIE COMÉRCIO EXPORTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO LTDA, contra acórdão proferido pela 1ª Turma de Julgamento da DRJ/BelémPA, cuja ementa a seguir se transcreve: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2003 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. Os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações são caracterizados como omissão de receitas. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334. lV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia/diligência, quando forem prescindíveis ao deslinde da questão a ser apreciada, não sendo o caso de solicitação Fl. 710DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 4 3 de realização de perícia para produzir provas que caberia ao autuado apresentar, ainda mais quando se trata de presunção legal. TRIBUTAÇÃO REFLEXA Aplicase às contribuições sociais reflexas, no que couber, o que foi decido para a obrigação matriz, dada a intima relação de causa e efeito que os une.” A autuação se deu em razão da constatação de omissão de receitas por depósitos bancários de origem não comprovada (art. 42 da Lei 9.430/96) no ano de 2003, e de declaração inexata de receitas operacionais auferidas no 4o trimestre deste ano. Conforme consignou a DRJ, não houve impugnação com relação à segunda infração (declaração inexata). Transcrevese a seguir excertos da impugnação do contribuinte: “[o auditor] ... não levou em consideração que a empresa tem como uma de suas atividades a intermediação de negócios, tampouco considerou os valores registrados como Receita de Vendas de Mercadorias como uma fonte de origem para os depósitos, ou seja, ele considerou todos os depósitos como recursos sem origem comprovada. A empresa quando notificada para justificar a origem dos depósitos em suas contas correntes (HSBC e Bradesco), apresentou suas justificativas para tais depósitos através da informação de que eles originaram em conseqüência de adiantamentos feitos por empresas exportadoras de outros estados da federação, para intermediação na compra de Pimenta do Reino, junto a produtores, sendo que esta intermediação tem inicio com o adiantamento (depósitos) e encerra com aquisição dos produtos (Pimenta do Reino) junto ao produtor e que na seqüência é emitido em nome desse (Produtor) a Nota Fiscal avulsa na condição de remetente para as empresas que efetuaram adiantamentos, portanto não houve a comercialização e sim a intermediação, pois a autuada não emitiu documentos fiscais, entretanto o produto não foi transportado sem documentos fiscais idôneos, uma vez que foram emitidos em nome do produtor. Ora. se a empresa não comercializou e sim intermediou a compra de produtos, o que deixou de ser declarado e registrado em livro próprio foi a Receita de comissão por serviços prestados, oriunda dessa transação, não a omissão de Receita, pelo total dos depósitos efetuados, como alegado pelo autuante (...) Para dar sustentação ao que a empresa defende (...) requer a autuada seja procedida diligência junto as empresas LICAFÉ COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ LTDA, situada (...) e RUETH SPICE LTDA, situada (...) sendo que para esta última a autuada prestou o maior número de intermediação, portanto foi a que efetuou a maior quantidade de depósitos, e assim comprovar o que se alega (defende) nesta impugnação.” A DRJ rejeitou o pedido de diligência por considerála desnecessária ao deslinde do feito e não se prestar à produção de provas que incumbia à parte produzir, e no mérito, manteve integralmente o lançamento, porque não comprovado, pela contribuinte, o vinculo das operações por ela mencionadas com os depósitos ocorridos em suas contas correntes, não logrando comprovar, portanto, com hábeis e idôneos, a origem dos valores creditados em suas contas correntes. Fl. 711DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 5 4 Cientificada desta decisão em 28/04/2010, interpôs recurso em 27/05/2010 (fls. 441 e seguintes), aduzindo, em síntese, o seguinte: Ab initio, salienta que a empresa recorrente tem entre seus objetivos sociais a Representação Comercial, consoante se verifica de seu contrato social colacionado às fls. 08 dos autos. Em sede de preliminares, alega o cerceamento do seu direito de ampla defesa pela instância primária por esta não lhe ter deferido o pedido formulado para que a Autoridade Fiscal determinasse a realização de diligências junto às empresas “para as quais o recorrente prestou serviços e foi depositário junto ao sistema bancário de seus recursos financeiros para compra de produtos agrícolas em nome daquelas”. Diz que não se pode cogitar de inversão do ônus da prova quando a parte a quem incumbe provar não puder obter os elementos ou a materialidade da prova que se encontra ao dispor da outra parte (o fisco) por determinação legal. Requer seja, in limine, descaracterizada por este colegiado qualquer declaração de preclusão levada a efeito pela instância primária, e que sejam determinadas as diligências já solicitadas. No mérito, afirma ser dever da autoridade administrativa julgadora a busca da verdade real, e que isto só pode ser concretizado, no caso, com a determinação da realização de diligências nas contas correntes das verdadeiras compradoras das mercadorias intermediadas pela Recorrente. E que, para tanto, há vasto material nos autos demonstrando os lançamentos em contas correntes com suas respectivas datas e valores. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Preliminarmente, requer a recorrente seja descaracterizada a preclusão levada a efeito pela instância julgadora a quo. Revendo os autos, verificase que a segunda infração (declaração inexata), a que se refere o pleito da recorrente, foi assim descrita no relatório fiscal: "Por outro lado, da análise dos livros fiscais apresentados, verificase que a empresa realizou operações de envio de mercadorias para o exterior (...) Tais receitas operacionais foram devidamente escrituradas no LCX/LFIS/LAICMS, bem como, declaradas na DIPJ do AC 2003, ressalvada a inexatidão quanto ao 4º trimestre, informado (R$ 52.500,00) em valor inferior ao auferido (R$ 221.750,00), tomandose como base as NF's de saída emitidas." Fl. 712DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 6 5 Revendo a impugnação apresentada, confirmase que, de fato, nenhuma alegação específica é feita contra esta acusação, aliás sequer mencionada nas peças de defesa apresentadas (impugnação e recurso). A recorrente lastreia o seu pleito de descaracterização da preclusão, portanto, apenas nos princípios da legalidade e da verdade material, entre outros, arguindo caber ao fisco agir por conta própria com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos. É pacífica a jurisprudência do CARF, no sentido de que as matérias não impugnadas em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo, constituem matérias preclusas das quais não se toma conhecimento. A decisão da DRJ, portanto, apresentase perfeitamente hígida e correta, pois, de fato, a matéria em questão não foi objeto de impugnação, de sorte que o pleito da recorrente não merece acolhida. Ainda em sede de preliminares, requer a recorrente a declaração de nulidade da decisão recorrida por cerceamento do seu direito de defesa, em razão de não ter sido deferido o seu pedido para a realização de diligências. O art. 18 do Decreto nº 70.235/72 – PAF é expresso no sentido de que cabe à autoridade julgadora determinar ou não a realização de diligências ou perícias, podendo indeferir as que considerar prescindíveis, desde que o faça fundamentadamente. E, no caso, a autoridade julgadora de primeira instância fundamentou o indeferimento, ressaltando que todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide se encontravam presentes. Ademais, é pacífico na jurisprudência do CARF que as diligências e perícias não se destinam a suprir prova que incumbe à parte interessada produzir, não caracterizando, portanto, violação do legitimo direito de defesa do contribuinte o indeferimento fundamentado de pedido de diligência formulado. Neste sentido, os seguintes precedentes: Acórdão 10192.105, Relator Sebastião Rodrigues Cabral, sessão de 03/06/1998: I.R.P.J. – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE DEFESA. CERCEAMENTO. INOCORRÊNCIA. — A realização de perícia ou diligência, em regra, visa a produção de provas ou a coleta de elementos que permitam ao julgador formar, livremente, sua convicção a propósito dos fatos apurados O indeferimento de pedido formulado pelo sujeito passivo não implica nulidade do Ato Administrativo, por não configurado cerceamento do direito de defesa. Acórdão 10320.379, Relatora Mary Elbe Gomes Queiroz Maia, sessão de 13/09/2000: REJEIÇÃO A PEDIDO DE DILIGÊNCIA — INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA – Não se configura ofensa ou violação do legítimo direito de defesa da contribuinte a rejeição a pedido de diligência quando a autoridade julgadora considerálo prescindível por os elementos Fl. 713DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 7 6 constantes dos autos serem suficientes para que se proceda ao respectivo julgamento, desde que a decisão indique os fundamentos táticos e legais que motivaram a decisão e sejam plenamente assegurados o devido processo legal e prestigiados os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. Acórdão 10423061, Relator Pedro Paulo Pereira Barbosa, sessão de 06/03/2008: PAF DILIGÊNCIA CABIMENTO A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante, quando entendêla necessária. Deficiências da defesa na apresentação de provas, sob sua responsabilidade, não implicam na necessidade de realização de diligência com o objetivo de produzir essas provas. No mérito, os argumentos recursais também giram em torno da necessidade de realização de diligências como forma de buscar a verdade material. Segundo a recorrente, ela própria não teria condições materiais de obter as provas necessárias à sua defesa, posto que somente o fisco possui o poder de quebrar o sigilo bancário das empresas mencionadas no recurso, e, assim, comprovar as suas alegações. Pretende, com isto, repassar ao fisco o ônus de produzir prova em seu favor, o que se revela de todo irrazoável e inadmissível. Em primeiro lugar, porque não apresenta qualquer utilidade para o deslinde do presente feito, a quebra do sigilo bancário das mencionadas empresas. A autuação, recordese, é por falta de comprovação da origem dos depósitos nas contas correntes bancárias da própria fiscalizada, e não de terceiros, logo, não há qualquer sentido na quebra do sigilo bancário das mencionadas empresas. Se a recorrente mantivesse com o devido zelo seus documentos e sua escrituração, não teria dificuldades em identificar, para cada depósito efetuado, quem teria sido o seu depositante, qual a razão do depósito, e quais os documentos que se correlacionam àquele depósito. Todas essas providências independem, em absoluto, da quebra de sigilo bancário de terceiras empresas. Portanto, em segundo lugar, não é verdade a afirmação de que somente o fisco teria o poder de obter as provas que viriam em favor da recorrente. Ao contrário, é a recorrente quem tem o dever de manter a sua escrita em condições de poder fazer prova daquilo que alega. Para que este colegiado convertesse o julgamento em diligência, seria necessário que a recorrente demonstrasse, de forma específica e com argumentos convincentes, a utilidade de alguma prova que — não por desídia ou desorganização sua — mas por efetiva impossibilidade material de obtenção, haveria de ser buscada. Ou então teria de ser capaz de produzir, no mínimo, um sentimento de dúvida no julgador quanto ao deslinde do feito, em face de argumentos convincentes, e consistentes com os elementos apresentados na defesa. Contudo, o que se tem são apenas argumentos completamente desprovidos de elementos probatórios que lhes deem respaldo. Fl. 714DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 8 7 Afirma a recorrente que “os valores que transitaram pelas contas correntes da Recorrente não lhe pertenciam, conforme exaustivamente demonstrado às fls. 157 a 202; 239 a 243; 308 a 312; 345/346; 361 a 363 e 406 a 409; valores esses contabilizados e inscritos em livro próprio na forma da lei, como se observa do ANEXO I dos autos.” A “exaustiva demonstração” consiste em cópias simples de três declarações, alegadamente firmadas pelas empresas WANDER TADEU PRESTES, DOMONDIN COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA., e AGROWAY COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA, nas quais estas se apresentam como responsáveis pelos depósitos ali mencionados. A repetitiva menção aos vários número de folhas do processo são apenas reproduções dessas mesmas três declarações. Apenas para se ter uma idéia da desconexão entre as “provas” apresentadas e as alegações feitas (no sentido de que os valores depositados não lhe pertenceriam), vejase que em uma dessas declarações (AGROWAY), a declarante indica, como contrapartida aos depósitos efetuados, a emissão de notas fiscais pela própria recorrente (MICHIE), em valor que seria equivalente aos depósitos efetuados. A própria DIPJ/2004 apresentada pela recorrente, relativa ao ano calendário 2003, vem preenchida somente nas linhas relativas a receita de revenda de mercadorias, o que se revela coerente com a atividade nela informada (Comércio atacadista de outros cereais in natura, leguminosas e matérias primas agrícolas diversas), mas em choque com as alegações de recurso. E, para arrematar, vejase ainda a completa desconexão entre as três declarações apresentadas e a diligência solicitada pela recorrente, que aqui novamente se pede vênia para transcrever, verbis: “Para dar sustentação ao que a empresa defende (...) requer a autuada seja procedida diligência junto as empresas LICAFÉ COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ LTDA, situada (...) e RUETH SPICE LTDA, situada (...) sendo que para esta última a autuada prestou o maior número de intermediação, portanto foi a que efetuou a maior quantidade de depósitos, e assim comprovar o que se alega (defende) nesta impugnação.” Portanto, não se percebe um mínimo de coerência nas provas e argumentos apresentados que pudesse respaldar eventual pedido de diligência, pelo que se mostra de todo dispensável e desnecessária para a solução da lide a diligência solicitada. No âmbito da aplicação do art. 42 da Lei 9.430/96, como cediço, é ônus da fiscalizada comprovar a origem dos depósitos em suas contas bancárias. Em não o fazendo, sofre a autuação por omissão de receitas. No caso, conforme visto, a recorrente não conseguiu sequer identificar quem seriam os depositantes, quanto mais comprovar as operações relacionadas aos depósitos havidos em sua conta, por meio de documentos hábeis e idôneos. Nenhuma prova concreta produziu a recorrente de que praticaria somente a intermediação na compra de produtos juntos a produtores. O Livro Caixa, encontrado no Anexo I dos autos, é uma mera sucessão de registros de “Saque Banco...”, “Depósito Banco...”, e “Tarifa Banco...”, sem qualquer Fl. 715DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10280.720267/200756 Acórdão n.º 1201001.278 S1C2T1 Fl. 9 8 indicação da natureza das operações ou de quem seriam seus depositantes. Sua escrituração, portanto, tampouco contém qualquer demonstração que venha ao encontro de suas alegações. Diante de todo o contexto acima sinteticamente exposto, nenhum reparo merece a decisão recorrida, que confirmou a procedência do lançamento fiscal. Para finalizar, registrese que o quanto decidido com relação ao IRPJ aplica se, no que couber, aos lançamentos reflexos ou decorrentes (CSLL, PIS, e COFINS), em face da relação de causa e efeito que os une. Pelo exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 716DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 12448.728738/2011-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
ISENÇÃO. ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. REQUISITOS.
Na vigência do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, a falta do certificado e registro de entidade beneficente de assistência social, bem como do requerimento administrativo de isenção, impedem a qualificação da pessoa jurídica para a fruição da isenção das contribuições previdenciárias patronais.
TERCEIROS. ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. FUNDO DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (FPAS) 647. FNDE. INCRA. SESC. SEBRAE.
De acordo com o FPAS 647, a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional é obrigada ao pagamento de contribuições, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
LEI TRIBUTÁRIA. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. SUJEIÇÃO PASSIVA. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária
(Súmula Carf nº 2).
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA. FATOS IMPEDITIVOS. PROVA. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO.
Cabe ao sujeito passivo demonstrar a existência de fato impeditivo ao nascimento da relação jurídico-tributária, que invoca como fundamento à sua pretensão.
Recurso voluntário negado
Numero da decisão: 2401-003.988
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
André Luís Mársico Lombardi - Presidente
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. REQUISITOS. Na vigência do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, a falta do certificado e registro de entidade beneficente de assistência social, bem como do requerimento administrativo de isenção, impedem a qualificação da pessoa jurídica para a fruição da isenção das contribuições previdenciárias patronais. TERCEIROS. ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. FUNDO DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (FPAS) 647. FNDE. INCRA. SESC. SEBRAE. De acordo com o FPAS 647, a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional é obrigada ao pagamento de contribuições, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). LEI TRIBUTÁRIA. SALÁRIOEDUCAÇÃO. SUJEIÇÃO PASSIVA. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula Carf nº 2). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 87 38 /2 01 1- 26 Fl. 815DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 816 2 RELAÇÃO JURÍDICOTRIBUTÁRIA. FATOS IMPEDITIVOS. PROVA. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. Cabe ao sujeito passivo demonstrar a existência de fato impeditivo ao nascimento da relação jurídicotributária, que invoca como fundamento à sua pretensão. Recurso voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. (ASSINADO DIGITALMENTE) André Luís Mársico Lombardi Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira. Fl. 816DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 817 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 12ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento Rio de Janeiro I (DRJ/RJ1), cujo dispositivo julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Eis a ementa do Acórdão nº 1257.262 (fls. 708/715): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. FOLHA DE PAGAMENTOS. REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS. GFIP. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO. RECOLHIMENTOS. AUSÊNCIA. LANÇAMENTO. É procedente o lançamento e devida a contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração dos segurados apurada na folha de pagamentos, quando não recolhida em época própria pelo sujeito passivo. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP. FATO GERADOR. EXISTÊNCIA. DECLARAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO E OMISSÃO. INFRAÇÃO. MULTA. Configura descumprimento de obrigação acessória, que enseja a aplicação de penalidade, a falta de apresentação de GFIP, bem como sua transmissão com erro ou omissão de informações, quando constatada a existência de fatos geradores da contribuição previdenciária a serem declaradas pelo sujeito passivo. 2. Extraise do relatório fiscal que o processo administrativo é composto por 3 (três) Autos de Infração (AI) relacionados a obrigações principais, compreendendo o período de 01 a 12/2007, inclusive décimo terceiro, assim formalizados (fls. 44/56): i) AI nº 37.346.6790, referente às contribuições previdenciárias da empresa, incidentes sobre as remunerações pagas aos contribuintes individuais; ii) AI nº 37.346.6803, relativo às contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais, incidentes sobre o seu salário de contribuição, arrecadadas e não recolhidas pela empresa; e iii) AI nº 37.346.6811, referente às contribuições devidas a terceiros, incidentes sobre as remunerações dos segurados empregados (FPAS 647 Terceiros 0099). Fl. 817DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 818 4 2.1 Além deles, compõe o processo outros 3 (três) AIs relativos a obrigações acessórias, nesses termos: i) AI nº 37.346.6820, por ter o contribuinte omitido fatos geradores de contribuição previdenciária em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), nas competências 01, 02, 04 e 07/2007 (Código de Fundamentação Legal CFL 68); ii) AI nº 37.346.6838, devido o contribuinte ter deixado de apresentar a GFIP na competência 13/2007 (Código de Fundamentação Legal CFL 77); e iii) AI nº 37.346.6846, por ter o contribuinte apresentado a GFIP como omissão de fatos geradores, nas competências 03, 08, 09 e 12/2007 (Código de Fundamentação Legal CFL 78). 2.2 Para fins de aplicação da multa mais benéfica, consoante alínea "c" do inciso II do art. 106 do da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que veicula o Código Tributário Nacional (CTN), foram comparadas, por competência, as multas previstas na legislação da época da infração e aquelas implementadas pela legislação superveniente, introduzida pela Medida Provisória (MP) nº 449, de 3 de dezembro de 2008, e convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. 3. Cientificado da autuação em 5/7/2011, via postal, o contribuinte impugnou a exigência fiscal (fls. 608/622). 4. Intimada em 5/8/2013, por via postal, às fls. 719, da decisão do colegiado de primeira instância, a recorrente apresentou recurso voluntário no dia 4/9/2013 (fls. 724/745). 4.1 Em sua peça recursal, expõe os seguintes argumentos de defesa, assim resumidos: i) tratase de uma sociedade civil sem fins lucrativos, considerada de utilidade pública federal, preenche integralmente os requisitos do art. 14 do CTN e, portanto, faz jus a imunidade a que alude o § 7º do art. 195 da Carta Política de 1988; ii) por ser uma associação organizada para fins não econômicos, e não uma empresa que exerce atividade lucrativa para a produção ou a circulação de bens ou serviços, não está submetida ao recolhimento de contribuições devidas a terceiros; iii) a contribuição para o salárioeducação, segundo o § 5º do art. 212 da Constituição da República de 1988 (CR/88), só é devida pelas empresas que visam ao lucro, sendo inaplicável a utilização do conceito amplo de empresa contido na legislação previdenciária para fins de determinação dessa sujeição passiva; Fl. 818DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 819 5 iv) da mesma forma que o salárioeducação, as contribuições ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), exigidas pela fiscalização, são devidas unicamente pelas empresas, e não por entidades sem fins lucrativos; e v) é indevida a contribuição dos segurados incidentes sobre verbas de natureza indenizatória pagas pela recorrente, tais como a título de terço constitucional de férias, auxíliocreche, auxíliodoença e auxílioacidente, saláriomaternidade, férias usufruídas e aviso prévio indenizado. É o relatório. Fl. 819DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 820 6 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess, Relator Juízo de admissibilidade 5. Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito a) Imunidade (Art. 195, § 7º, da CR/88) 6. A imunidade das contribuições para a seguridade social, em que pese a literalidade do texto mencionar o termo "isenção", vem disposta no § 7º do art. 195 da Carta Magna de 1988: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. (grifei) 7. Demanda tal norma jurídica complementação pela via legal, pois incumbe à lei, segundo determinou o constituinte originário, a tarefa de detalhar os requisitos a serem atendidos pelas entidades beneficentes de assistência social para fruição do benefício. 8. No que tange ao período do lançamento fiscal, esses requisitos estavam estabelecidos pelo art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dentre eles, cabe destacar aqueles contidos no seu inciso II e no § 1º: Lei nº 8.212, de 1991 Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; Fl. 820DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 821 7 II seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (...) § 1º Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata este artigo será requerida ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para despachar o pedido (grifei) (...) 9. Como se vê, o reconhecimento como entidade de utilidade pública é insuficiente para autorizar a fruição do benefício fiscal por parte da pessoa jurídica. De forma expressa, a lei exige o registro e certificado de entidade beneficente de assistência social, na forma disposta pela legislação, ficando condicionada a concessão a prévio requerimento administrativo. 10. Destarte, considerando o acervo fáticoprobatório dos autos, a falta do certificado de entidade beneficente de assistência social e do requerimento administrativo da isenção, no período do crédito tributário, impedem a qualificação da recorrente para a fruição da imunidade ("isenção") das contribuições sociais previdenciárias patronais. 11. Noutro giro, cabe anotar que é inócua a discussão na instância administrativa a respeito do instrumento legal necessário para regulamentar o § 7º do art. 195 da Carta Política de 1988, ou seja, se a regulamentação devese operar mediante edição de lei ordinária ou complementar. 11.1 Com efeito, é vedado como regra, no âmbito do processo administrativo fiscal, afastar a aplicação ou deixar de observar lei, sob o fundamento de inconstitucionalidade. 11.2 É que argumentos desse jaez são inoponíveis na esfera administrativa. Nesse sentido, não só o art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, como também o enunciado da Súmula nº 2, deste Conselho, assim redigida: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 12. De qualquer maneira, no Recurso Extraordinário (RE) nº 636.941/RS, de relatoria do Ministro Luiz Fux, julgado na sistemática da repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirma o entendimento da Corte no sentido de que lei ordinária pode regulamentar requisitos formais sobre constituição e funcionamento das entidades para que usufruam a imunidade do § 7º do art. 195, a exemplo da exigência de registro e certificação como entidade beneficente de assistência social. Para melhor compreensão, reproduzo parcialmente a ementa desta decisão: (...) 15. A Suprema Corte, guardiã da Constituição Federal, indicia que somente se exige lei complementar para a definição dos seus limites objetivos (materiais), e não para a fixação das normas de constituição e de funcionamento das entidades imunes (aspectos formais ou subjetivos), os quais podem ser veiculados por lei Fl. 821DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 822 8 ordinária, como sois ocorrer com o art. 55, da Lei nº 8.212/91, que pode estabelecer requisitos formais para o gozo da imunidade sem caracterizar ofensa ao art. 146, II, da Constituição Federal, ex vi dos incisos I e II, verbis: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009); II seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada pela Lei nº 9.429, de 26.12.1996). (grifei) (...) b) Terceiros 13. As contribuições devidas a terceiros, assim compreendidas entidades e fundos, são tributos autônomos, distintos das contribuições previdenciárias, com hipóteses de incidência próprias. 13.1 Por isso, a delimitação do campo de sujeição passiva das contribuições destinadas a terceiros não se restringe aos empresários e às sociedades empresárias, exigindo se o exame individual da respectiva regramatriz de incidência tributária para a sua correta identificação. 14. Nesse processo administrativo, conforme indicado no AI nº 37.346.6811, impõese a cobrança de crédito tributário relativo às contribuições devidas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Incra, Sesc e Sebrae. b.1) Salárioeducação 15. A contribuição devida ao FNDE, denominada de contribuição do salário educação, possui natureza de contribuição social geral, de maneira que é alargada a sujeição passiva. 15.1 De fato, quanto à regramatriz de incidência da contribuição, dispõe o art. 15 da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996: Art 15. O SalárioEducação, previsto no art. 212, § 5º, da Constituição Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento, é calculado com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (grifei) (...) Fl. 822DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 823 9 15.2 O significado do termo "empresa" foi determinado pelo próprio legislador, conforme consta no § 3º do art. 1º da Lei nº 9.766, de 18 de dezembro de 1998, que alterou a legislação sobre o salárioeducação: Art. 1º A contribuição social do SalárioEducação, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, obedecerá aos mesmos prazos e condições, e sujeitarseá às mesmas sanções administrativas ou penais e outras normas relativas às contribuições sociais e demais importâncias devidas à Seguridade Social, ressalvada a competência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, sobre a matéria. (...) § 3º Entendese por empresa, para fins de incidência da contribuição social do SalárioEducação, qualquer firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como as empresas e demais entidades públicas ou privadas, vinculadas à Seguridade Social. (grifouse) 16. É de verse que a recorrente, ainda que pessoa jurídica organizada sem fins econômicos, foi qualificada pela lei como um dos sujeitos passivos obrigados ao pagamento da contribuição social do salárioeducação. 17. Eventual incompatibilidade da sujeição passiva definida em lei com o § 5º do art. 212 da Carta Política de 1988, como parece suscitar a recorrente, é matéria estranha ao processo administrativo. 17.1 Como antes visto e explicado, o julgador está vinculado ao enunciado da Súmula nº 2 do Carf: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. b.2) Incra 18. A contribuição devida ao Incra exigida da recorrente encontra sua hipótese de incidência no art. 3º do DecretoLei nº 1.146, de 31 de dezembro de 1970, que manteve o adicional a contribuição previdenciária das empresas, originalmente instituído no § 4º do art. 6º da Lei nº 2.613, de 23 de setembro de 1955, e alíquota de 0,2% (dois décimos por cento) foi determinada pelo inciso II do art. 15 da Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971. A seguir, são transcritos os dispositivos citados: Lei nº 2.613, de 1955 Art 6º É devida ao S.S.R. a contribuição de 3% (três por cento) sôbre a soma paga mensalmente aos seus empregados pelas pessoas naturais ou jurídicas que exerçam as atividades industriais adiante enumeradas (...) Fl. 823DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 824 10 § 4º A contribuição devida por todos os empregadores aos institutos e caixas de aposentadoria e pensões é acrescida de um adicional de 0,3% (três décimos por cento) sôbre o total dos salários pagos e destinados ao Serviço Social Rural, ao qual será diretamente entregue pelos respectivos órgãos arrecadadores. DecretoLei nº 1.146, de 1970 Art 3º É mantido o adicional de 0,4% (quatro décimos por cento) a contribuição previdenciária das emprêsas, instituído no § 4º do artigo 6º da Lei nº 2.613, de 23 de setembro de 1955, com a modificação do artigo 35, § 2º, item VIII, da Lei número 4.863, de 29 de novembro de 1965. (grifei) Lei Complementar nº 11, de 1971 Art. 15. Os recursos para o custeio do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural provirão das seguintes fontes: (...) II da contribuição de que trata o art. 3º do Decretolei nº 1.146, de 31 de dezembro de 1970, a qual fica elevada para 2,6% (dois e seis décimos por cento), cabendo 2,4% (dois e quatro décimos por cento) ao FUNRURAL. (...) 19. A sucessão no tempo das leis que regem essa contribuição causou inúmeros debates sobre a manutenção da sua exigibilidade após a edição da Lei nº 7.787, de 30 de junho de 1989, e de outras que a sucederam, que vieram a modificar a legislação de custeio da Previdência Social. 20. Ao final, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou a matéria no sentido da legitimidade da cobrança da parcela de 0,2% destinada ao Incra, porquanto a contribuição não foi extinta pela Lei nº 7.787, de 1989, nem pela Lei nº 8.212, de 1991.1 21. Mais que isso, de acordo com a nova ordem constitucional, a natureza jurídica da exação corresponde a uma contribuição de intervenção no domínio econômico, com a finalidade específica de promoção da reforma agrária e de colonização, visando atender aos princípios da função social da propriedade e à diminuição das desigualdades regionais e sociais. 2 21.1 Portanto, há uma referibilidade apenas indireta quanto à sujeição passiva, em que os contribuintes eleitos pela lei não são necessariamente os beneficiários diretos do resultado da atividade estatal que se busca implementada com o tributo. 22. Exposto assim, vêse que a sujeição passiva da contribuição ao Incra não oferece maiores dificuldades, na medida em que não sofreu alteração ao longo do tempo, vinculada que 1 Nessa linha de entendimento, entre tantos outros, indico o Recurso Especial (REsp) nº 977.058/RS, da relatoria do Ministro Luiz Fux, julgado pela 1ª Seção em 22/10/2008, na sistemática dos recursos repetitivos. 2 Entre outros, REsp nº 864.378/CE, relatora Ministra Eliana Calmon, julgado pela 2ª Turma do STJ em 12/12/2006. Fl. 824DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 825 11 sempre foi, desde a sua origem como adicional da contribuição previdenciária, ao conceito amplo de empresa previsto no direito previdenciário. 23. De sorte que a recorrente, tendo em vista o parágrafo único do art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991, enquadrase como empresa para fins de sujeição passiva da contribuição devida ao Incra. b.3) Sesc 24. Por seu turno, a contribuição devida ao Sesc encontra amparo legal no art. 3º do DecretoLei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946, assim redigido: Art. 3º Os estabelecimentos comerciais enquadrados nas entidades sindicais subordinadas à Confederação Nacional do Comércio (art. 577 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decretolei nº 5.452, de 1º de Maio de 1943), e os demais empregadores que possuam empregados segurados no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, serão obrigadas ao pagamento de uma contribuição mensal ao Serviço Social do Comércio, para custeio dos seus encargos. (...) 24.1 A par da sujeição passiva das empresas vinculadas à Confederação Nacional do Comércio, a segunda parte do art. 3º determina que os empregadores cujos segurados vinculavamse à época ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) igualmente foram inseridos na condição de sujeitos passivos. 24.2 No caso, o inciso XIII do art. 2º do DecretoLei nº 2.122, de 9 de abril de 1940, que reorganizou o IAPC, contém a previsão de que eram segurados obrigatórios daquele Instituto os profissionais que prestavam serviços a clubes recreativos e associações esportivas. Transcrevo o dispositivo legal: Art. 2º São segurados obrigatórios do Instituto todos os profissionais maiores de quatorze anos de idade que prestem serviços remunerados, que não sejam de natureza puramente eventual, aos estabelecimentos ou instituições enumerados a seguir: (...) XIII estabelecimentos de espetáculos, de diversões públicas, cassinos, clubes recreativos e associações esportivas; (...) 25. Ao permanecer o DecretoLei nº 9.853, de 1946, irradiando seus efeitos jurídicos, a legislação ordinária transcrita confere legitimidade passiva à associação esportiva para compor um dos polos da relação tributária com o Sesc, tal como se passa com a recorrente. Fl. 825DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 826 12 26. Em outro giro, agora como contraponto de que a jurisprudência dos Tribunais seria favorável à tese da recorrente, constato que recentemente, por ocasião do julgamento do REsp nº 1.255.433/SE, da relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques, julgado na sistemática dos recursos repetitivos, o STJ assentou que as empresas prestadoras de serviços educacionais, ainda que não possuindo caráter lucrativo nem integrando a Confederação Nacional do Comércio (CNC), estão sujeitas às contribuições destinadas ao Sesc. 27. Com base nessa linha de entendimento, assim passou a decidir a Corte infraconstitucional: TRIBUTÁRIO. SENAC. CONTRIBUIÇÕES. ASSOCIAÇÃO PRESTADORA DE SERVIÇOS. ENQUADRAMENTO NO PLANO SINDICAL DA CNC. ART. 577 DA CLT. RESP REPETITIVO 1.255.433/SE. INDEPENDÊNCIA DO CARÁTER NÃO LUCRATIVO. A Primeira Seção deste STJ, ao julgar o REsp 1.255.433/SE, submetido ao rito do art. 543C do CPC, firmou entendimento no sentido de que é legítima a exigência da contribuição destinada ao custeio do SESC e do SENAC por parte das empresas prestadoras de serviços, mesmo não possuindo caráter lucrativo, bastando, para tanto, o enquadramento no plano sindical da Confederação Nacional do Comércio, a teor do art. 577 da CLT. Agravo regimental improvido. (AgRg no AgRg nº REsp nº 1.466.820/PR, relator Ministro Humberto Martins, 2ª Turma, julgado em 18/11/2014) 28. Depreendese ainda dos julgados que os empregados não podem ser excluídos dos benefícios sociais quando não há entidade específica que ampare a categoria profissional a que pertencem, ainda que submetida a atividade a outra confederação, segundo o enquadramento do art. 577 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovado pelo DecretoLei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. 28.1 Confira, nesse ponto, a ementa do mencionado REsp nº 1.255.433/SE: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284/STF. Recurso Especial representativo de controvérsia (art. 543C, do CPC). CONTRIBUIÇÃO AO SESC E SENAC. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. INCIDÊNCIA. (...) 3. O entendimento se aplica às empresas prestadoras de serviços educacionais, muito embora integrem a Confederação Nacional de Educação e Cultura, consoante os seguintes precedentes: (...) 4. A lógica em que assentados os precedentes é a de que os empregados das empresas prestadoras de serviços não podem ser excluídos dos benefícios sociais das entidades em questão Fl. 826DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 827 13 (SESC e SENAC) quando inexistente entidade específica a amparar a categoria profissional a que pertencem. Na falta de entidade específica que forneça os mesmos benefícios sociais e para a qual sejam vertidas contribuições de mesma natureza e, em se tratando de empresa prestadora de serviços, há que se fazer o enquadramento correspondente à Confederação Nacional do Comércio CNC, ainda que submetida a atividade respectiva a outra Confederação, incidindo as contribuições ao SESC e SENAC que se encarregarão de fornecer os benefícios sociais correspondentes. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. 29. Transpondo o raciocínio para o caso sob exame, constatase que, embora a natureza das atividades da recorrente integre a Confederação Nacional de Educação e Cultura, de acordo com o art. 577 da CLT, não há uma entidade específica que forneça os mesmos benefícios sociais aos segurados empregados e para a qual sejam vertidas contribuições de mesma natureza daquelas devidas ao Sesc. 30. Logo, sob pena de odiosa discriminação, pareceme razoável e adequado considerar que os segurados empregados da recorrente, originalmente listados como associados do antigo IAPC, como alhures visto, não devem ser excluídos dos benefícios sociais previstos no DecretoLei nº 9.853, de 1946, exigindose da recorrente a contribuição devida ao Sesc. b.4) Sebrae 31. Segundo posicionamento dos Tribunais Superiores, a natureza jurídica da contribuição ao Sebrae consubstancia finalidade interventiva no domínio econômico, sendo exigível daqueles que se sujeitam à contribuição ao Sesc, nos termos do § 3º do art. 8º da Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. 31.1 É situação, portanto, a que se amolda a recorrente, independentemente da natureza jurídica ou do porte econômico.3 c) Parcelas indenizatórias 32. Os argumentos trazidos na peça recursal a respeito da não incidência da tributação sobre verbas indenizatórias, destinados a contestar, segundo a recorrente, o lançamento fiscal referente às contribuições previdenciárias pagas e descontadas dos segurados empregados e contribuintes individuais, aparentemente estão dissociados dos fatos verificados pela fiscalização. 33. Não só o relatório fiscal, como seu Anexo I, referente à planilha das remunerações de segurados empregados e respectivas contribuições, e seu Anexo II, relativo à planilha das remunerações dos segurados contribuintes individuais e respectivas contribuições, acostados, respectivamente, às fls. 57/165 e 166/170, indicam que os valores foram obtidos a 3 AgRg no Agravo de Instrumento nº 936.025/SP, Relator Ministro Humberto Martins, 2ª Turma, julgado em 18/9/2008. Fl. 827DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 12448.728738/201126 Acórdão n.º 2401003.988 S2C4T1 Fl. 828 14 partir das informações constantes nas folhas de pagamento de salários e nos recibos de prestação de serviços por autônomos. De modo que, além de valores reconhecidos pelo contribuinte, não há qualquer alusão ao pagamento de verbas de caráter indenizatório pela fiscalização. 34. Por outro lado, a recorrente não demonstra que dentre os valores apurados pela fiscalização há, efetivamente, parcelas pagas a título de terço constitucional de férias, auxílio creche, auxíliodoença e auxílioacidente, saláriomaternidade, férias usufruídas e aviso prévio indenizado, como só alegado. 34.1 A argumentação da recorrente é meramente teórica, sem vinculação com quaisquer nomes de segurados e/ou bases de cálculo registradas nas folhas de pagamentos e/ou nos recibos de contribuintes individuais, os quais foram usados pela fiscalização para dar suporte fático à constituição do crédito tributário. 34.2 De acordo com a tradicional repartição do ônus da prova, a demonstração da existência de fatos impeditivos ao nascimento da relação jurídicotributária, que invoca como fundamento à sua pretensão, compete à parte que alega, no caso a recorrente. 35. Portanto, mais uma vez sem razão a recorrente. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do recurso voluntário e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (ASSINADO DIGITALMENTE) Cleberson Alex Friess Relator Fl. 828DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 08/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 08/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS
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Numero do processo: 19679.007704/2005-81
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon May 24 00:00:00 UTC 2010
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/04/1989 a 30/09/1990
PIS/PASEP. PEDIDO COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO PARA A COMPENSAÇÃO, De acordo com as IN SRF n" 517/2005 e 600/2005, e art. 75, § 4º, IV, da IN RFB n° 900/2008, que dispõem sobre a habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado", o prazo para a compensação dos referidos créditos, conta-se da data do trânsito em julgado da decisão ou, da homologação da desistência da execução do título judicial.
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. COMPENSAÇÃO COM TRIBUTOS DIFERENTES.
Na forma da Nota COSIT nº 141/03, é possível, no processo administrativo, assegurar ao contribuinte a compensação de seus créditos de PIS com débitos de quaisquer outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, não obstante a decisão judicial tenha se adstrito a possibilitar a compensação de PIS com parcelas do próprio PIS.
Recurso Parcialmente Provido,
Numero da decisão: 3301-000.533
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar
provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais que negou provimento ao recurso e Rodrigo Pereira de Mello que deu
provimento total ao recurso.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Antonio Lisboa Cardoso
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CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n" 19679.007704/2005-81 Recurso n" 162..265 Voluntário Acórdão n" 3301-00333 — 3" Câmara I 1" Turma Ordinária Sessão de 24 de maio de 2010 Matéria PIS Recorrente COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/1989 a 30/09/1990 PIS/PASEP. PEDIDO COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO PARA A COMPENSAÇÃO, De acordo com as IN SRF n" 517/2005 e 600/2005, e art. 75, § 4 0, IV, da IN RFB n° 900/2008, que dispõem sobre a "1-labilitação de Crédito Reconhecido por Decisjio Judicial Transitada em Julgado", o prazo para a compensação dos referidos créditos, conta-se da data do trânsito em julgado da decisão ou, da homologação da desistência da execução do título judicial. • PEDIDO DE COMPENSAÇÃO, DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. COMPENSAÇÃO COM TRIBUTOS DIFERENTES. Na forma da Nota COSIT n" 141/0.3, é possível, no processo administrativo, assegurar ao contribuinte a compensação de seus créditos de PIS com débitos de • quaisquer outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, não obstante a decisão judicial tenha se adstrito a possibilitar a compensação de PIS com parcelas do próprio PIS. Recurso Parcialmente Provido, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais que negou provimento ao recurso e Rodrigo Pereira de Mello que deu provimento total ao recurso. / • . . Rodri/,,oida sta pôssas - Presidente • \\o a‘f_1-,c,g1.41/Dato'r Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, José Adão Vitorino de Morais, Maurício Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Cuida-se de recurso em face do acórdão n" 16-17,817, prolatado pela 9" Turma da DRI/SP01, na sessão de 16 de julho de 2008 (fls.. 186/190), o qual manteve o indeferimento do pedido de compensação dos valores indevidamente recolhidos, a título de PIS/Pasep, no período de apuração de 04/1989 a 09/1990, com base nos inconstitucionais Decretos-Lei n" 2.445/88 e n" 2,449/88, afastados pelas medidas judiciais 94..0009054-4 (cautela) e 94,0012547-0 (ordinária), junto à 11" Vara Federal de São Paulo, com sentença parcialmente favorável e confirmada pela Apelação Cível n" 96.03.025920-9, pelo colendo TRF da 3" Região, com trânsito em julgado em 02/06/1998. A recorrente formalizou em 14/0712005 (ft 1) o "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado", com fulcro na IN SRF n" 517/2005, vinculado às seguintes Declarações de Compensação transmitidas através do Sistema RFB/SIEF/PERDCOMP (fls. 52182): a) 35177.99918.111103A „3 .57-4035, transmitida em 11/11/2003; b) 08787.34292.160905.1.157-0570, em 16/09/2005; c) 08274..0'7393.281005,1,3.57-5072, em 28/10/2005; d) 15554.18151.11110513.57-0200, em 11/11/2005; e) 02202..95828..1201061157-1964, em 12/01/2008. As DCOMP não foram homologadas, por considerar a digna autoridade monocrática, estar prescrita respectiva dívida passiva da União, nos termos do art., 1" do Decreto n" 20.910/.32 (fls. 88/96), A decisão foi mantida pelo acórdão da DRJ/SP01, com o çiesn:iO.-, fundamento, conforme ementa de fl.. 186, verbis: "Assunto. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/Pasep Período de Apuração: 01/04/1989 a 30/09/1990 COMPENSAçÃo. AÇÃO JUDICIAL IRANSIIADA EM JULGADO. Nos termos do Decreto n" 20 910/32, as dívidas passivas da União, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda .federal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se 2 Processo n" 19679.007704/2005-81 S3-C3T1 Acói dão n " 3301-00.533 Fl. 1 025 originarem. O termo inicial do prazo de prescrição para a compensação de valores pagos a maior é a data do trânsito em julgado da ação judicial, impetrada pelo sujeito passivo, que reconheceis o débito. Solicitação Indeferida Cientificada em 15/08/2008, conforme intimação n" 4351/2008 à fl, 191, a contribuinte protocolizou o recurso voluntário de fls. 199/206, onde reitera os argumentos aduzidos na manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que ao contrário da decisão recorrida, seu direito não foi extinto, defendendo a possibilidade de seus créditos serem compensados com quaisquer tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, nos termos da legislação superveniente e IN SRF n°600, de 28/12/2005. Na sessão de 28/04/2010, através dos memoriais distribuídos aos julgadores, o patrono da recorrente sustentou que, apesar da ação judicial ter transitada em julgado em 02/06/1998, a petição informando a desistência por parte da Recorrente, quanto à liquidação em juízo do acórdão proferido pelo colendo TRF da 3" Região (Apelação 7 Cível n" 96,01025920-9), foi protocolizada em 10/12/1998 (fi, 396 do processo judicial n" 94.001\?547- 0), sendo a referida desistência homologada em 04/05/1999 (fl. 397 do processo)lressaliando que, nos termos do art. 71, § 40, IV, da IN RFB n" 900/2008, que regula atualmOte -ténia da compensação, dispõe que o prazo prescricional "tem seu dies a quo contado cl .. t-ânSito em,,, julgado ou da homologação da desistência da execução do título judicial" ,, ; / ( É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, Relatar O recurso é tempestivo e atende às demais formalidades legais, por isso dele tomo conhecimento. Considerando que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitueionalidade dos Decretos-Leis n"s 2.445/88 e 2.449/88, em controle concreto de constitucionalidade, cuja decisão só passou a ter eficácia erga °nines com a publicação da Resolução n" 49, do Senado Federal, em 10/10/1995, momento em que os contribuintes, de um modo geral, passaram a fazer jus à restituição dos valores de PIS/Pasep pagos a mais que o devido. Entretanto, no presente caso, em que a contribuinte questionou a inconstitucionalidade dos citados Decretos-lei por ação própria, através das medidas judiciais 94.0009054-4 (cautelar) e 94.0012547-0 (ordinária), com sentença parcialmente favorável e confirmada pela Apelação Cível n" 96.03.025920-9, com trânsito em julgado em 02/06/1998 e homologação da desistência da liquidação judicial em 04.05.1999, não deve ser aplicado aquele prazo extintivo do direito à compensação. (._ — ....,:-......., ,,, Sob à égide da IN SIZI n° 517, de 25/02/2005, os pedidos de compensação estavam condicionados à apresentação do "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial", a qual estabelece os procedimentos necessários à habilitação de créditos reconhecidos por decisão judicial, transitada em julgado, mediante a confirmação dentre outros requisitos, de que "houve a homologação pela Justiça Federal da desistência da execução do título judicial ou da renúncia à sua execução", nos seguintes termos: "Art. 3" Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restintição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1 .6, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Dera') ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicilio tributário do sujeito passivo. sç. I" A habilitação de que trata o copia será obtida mediante pedido cio sujeito passivo, formalizado em processo administrativo instruido COM - o . formulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo Unico desta Instrução Normativa, devidamente preenchido, II - a certidão de inteiro teor do processo expedida pela Justiça Federal, III - a cópia do contrato social ou do estatuto da pessoa jurídica acompanhada, conforme o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da assembleia que elegeu a diretoria,. IV - a cópia do documento comprobatório da representação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito .formulado por representante legal do sujeito passivo,- e V - a procuração conferida por instrumento piáVico particular e cópia do documento de identidade do outorgado, na,» hipótese de pedido de habilitação . fOrmulado por inandatári." sujeito passivo. § 2" O pedido de habilitação do crédito será delerido pelo titular da DRF', Derat ou Dein"' mediante a confirmação de que 1 - o sujeito passivo figura no pólo ativo da ação, II - a ação tem por objeto o reconhecimento de crédito relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF, - houve reconhecimento do crédito por decisão judicial transitada em julgado; e IV - houve a homologação pela Justiça Federal da desistência da execução do titulo judicial ou da renúncia à sua execução, bem assira a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocaticios, no caso de ação de repetição de indébito. 4 Processo ri" 19679 007704/2005-81 S3-C3T1 Acórdão ri " 3301-00,533 Fl 1 026 § .3° Constatada irregularidade ou insuficiência de informações nos documentos a que se relerem os incisos 1 a V do § 1", o requerente será intimado a regularizar as pendências no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de ciência da intimação § 4" No prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da protocolização do pedido ou da regularização de pendências de que trata o § 3", será proferido despacho decisório sobre o pedido de habilitação do crédito § 5" Será indeferido o pedido de habilitação do crédito nas seguintes hipóteses. - não forem atendidos os requisitos constantes nos incisos 1 a 1V do § .2",. ou 11 - as pendenciets a que se refere o § 3" não forem regularizadas no prazo nele previsto. § 6" O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação ou o deferimento do pedido de restituição ou de. ressarcimento. § 7" A apresentação da Declaração de Compensação, do Pedido Eletrônico de Restituição e do Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1.6, na hipótese prevista no caput, fica condicionada à informação do número do processo administrativo no qual tenha havido o deferimento do pedido de habilitação do crédito." Da mesma forma estabeleceu a IN SRF n° 600, de 28 de dezembro de 2005, em relação ao aproveitamento de créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, condicionando a "Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP",à prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), mediante a formalização no prazo de 5 anos da data do trânsito em julgado da decisão, e, na hipótese ,de—ação de repetição de indébito, de que houve a homologação pelo Poder Judiciário da deSistência da execução do titulo judicial ou a comprovação da renúncia à sua execução, /b/em assim a assunção de todas as custas e os honorários advocaticios referentes ao processo klb.eXecução, nos seguintes termos: "Ari. .51, Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Dein!) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. § 1" A habilitação de que traia o capta será obtida mediante pedido cio sujeito passivo, .formalizado em processo administrativo instruído com. 5 j I - o Ibrmulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo V desta Instrução Normativa, devidamente preenchido, - a certidão de inteiro teor do processo expedida pela Justiça Federal; 111- a cópia do contrato social ou do estatuto da pessoa jurídica acompanhada, confbi-me o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da assembleia que elegeu a diretoria, IV - cópia das atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou limão, se for o caso,- V - a cópia do documento comprobatório da representação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito formulado por representante legal tio sujeito passivo, e - a procuração conferida por instrumento público ou particular e cópia do documento de identidade do outorgado, na hipótese de pedido de habilitação fbrmulado pai mandatário do sujeito passivo § 2" O pedido de habilitação do crédito será deferido pelo titular da DRF, Derat ou Deinf; mediante a confirmação de que: I - o sujeito passivo figura no pólo ativo da ação, II - a ação tem por objeto o reconhecimento de crédito relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF; III - houve reconhecimento do crédito por decisão judicial transitada em julgado,. .IV - foi formalizado no prazo de 5 anos da data do trânsito em julgado da decisão; e V - na hipótese de ação de repetição de indébito, houve a homologação pelo Poder Judiciário da desistência da execução do título judicial ou a comprovação da renúncia à sua execução, bem assim a assunção de todas as custas e os honorários advocatícios referentes ao processo de exec(rção.: ; § 3° Constatada irregularidade ou insuficiência de infOrMações'' nos documentos a que se referem os incisos I a 17 do § requerente será intimado a regularizar as pendências no pra de 30 (trinta) dias, contado da data de ciência da intimação. § 4" No prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da protocoliz,ação do pedido ou da regularização de pendências de que trata o § .3", será proferido despacho decisório sobre o pedido de habilitação do crédito. § .5" Será indeferido o pedido de habilitação do crédito nas seguintes hipótes es 1- não forem atendidas os requisitos constantes nos incisos I a V do § 2",- ou 6 Processo n" 19679 007704/2005-81 S3-C3T1 Acórdão n° 3301-00.533 Fl 1.027 11 - as pendências a que se refere o § .3" não Ihrein regularizadas no prazo nele previsto. § 6" O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação ou o deferimento do pedido de restituição ou de ressarcimento." (grifado). Essas restrições impostas pelas IN SRF n" 517/2005 e 600/2005, extrapolaram as disposições da Lei n.9.4.30/96, ao impor como exigência para a realização de compensação de crédito judicialmente reconhecido o pedido de habilitação, porquanto as exigências estabelecidas nas instruções normativas não encontram paralelo minimamente semelhante na legislação de regência e acabam por impactar de forma significativa a sistemática de compensação estabelecida na lei, o que remete à ilegalidade das normas infialegais, conforme a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 4" Região teve ocasião de se pronunciar a respeito do assunto, no seguinte sentido: "TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. PRÉVIA HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. IN SRF .517/05. AFASTAMENTO. 1 A exigência de prévia habilitação de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado prevista no ar! .3" da IN SRF 517/0.5 revela-se ilegal e irrazoável, transbordando os limites das Leis 9_430/96 e 106.37/02. A liquidez e certeza do crédito estão garantidas pela decisão judicial transitada em julgado, cabendo à autoridade coatora, em procedimento administrativo, verificar a certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação eletrônica". (TRF4, AMS 200.5 71.00.03.3694-6, Primeira Turma, Relator Roger Raupp Rios, D.E. 13/05/2008). "COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL, RESTRIÇÕES. IN SRF N" 517/2005. IN SRF N" 600/200.5 ART. 74 DA LEI N" 9.430/1996 LEI N" 10.637/2002 A IN SRF n" .517/2005 e a IN SRF n" 600/2005 impõem requisitos que extrapolam as exigências legais para o procedimento de compensação de créditos reconhecidos' por decisão judicial trânsita em julgado. A pretexto de regulamentar---.., a compensação, as instruções normativas em questão subinetán o sujeito passivo ao prévio processo de habilitaç ão, praticamente inviabilizando a autorização expressa previstarws-ITT parágrqfos I" e 2" da Lei n" 9,430/1996, inseridos pela 10.637/2002. A legislação a ser aplicada à con2pensação\\é`a,_.- vigente na data do encontro entre os débitos e os créditos, e não, a que vigia na época em que surgiram as créditos a serem compensados." (TRF4, MAS 2006,71,05.005253-1, Primeira Turma, Relator Vi/soa Darás, D E. 15/01/2008) De acordo com o artigo 74, da Lei IV 9.430/96, com a nova redação dada pela Lei n" 10,637/02, a compensação de créditos, inclusive os judiciais com trânsito em julgado será efetuada mediante a entrega da declaração, na qual constarão informações sobre os créditos e débitos que se pretende compensar, logo a compensação tributária, é realizada com a 7 . mera declaração de compensação, conforme se extrai do artigo 74 e seu parágrafo 1", da Lei n" 9A30/96, in verbis: "Ar!, 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os .judiciais com tránsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer ti ibutos e contribuições administrados por aquele Órgão lo A compensação de que trata o Caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração no qual constarão infOrmações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados A compensação, tal como formulada pelo legislador', se opera, pura e simplesmente, com a entrega da declaração, tanto que a referida declaração extingue o crédito tributário sob condição resolutória, ou seja, uma vez realizada a declaração de compensação pelo contribuinte, a obrigação tributária já se encontra extinta, a qual deixara de ter efeitos, apenas se, no prazo de 5 (cinco) anos, a Secretaria da Receita Federal não homologar a compensação, consoante disposto no § 2" do artigo 74, in verbis: "§ 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação," Logo, não há respaldo legal que justifique a instituição de prévio "pedido de habilitação de crédito reconhecido por decisão judicial", a ser solicitado pelo contribuinte à Secretaria da Receita Federal, sobretudo porque impõe exigências, como a homologação do pedido de desistência da liquidação judicial, Extirpando quaisquer dúvidas quanto ao fato de que a compensação se opera pela entrega da Declaração, o § 3" do artigo 74, da Lei n" 9430/96 estabelece de forma taxativa, as situações em que tal regra geral deixa de ser aplicável.. Tratam-sé de hipóteses, especificas as quais não poderão ser objeto de compensação mediante a entrega da decl- ração,._, pelo sujeito passivo, confira: "§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis especificas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § lo • I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física, II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Divida Ativa da União,. IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal - SRF; V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na es1 era administrativa, e , ... Processo 0" 19679 007704/2005-81 S3 -C3T I Acôrdào o " 3301-00..533 Fl . I 028 VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa." Portanto, se acaso o Legislador tivesse pretendido atribuir regime jurídico específico para a compensação de créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, os teria incluído no rol acima, ou então, teria criado previsão legal a eles específica, o que não fez, pois, "onde o legislador não distinguiu não é lícito ao intérprete o fazê-lo" Ora senhores julgadores, se a Lei estipula que compete à Secretaria da Receita Federal analisar os créditos que o contribuinte pretenda compensar num prazo de 05 (cinco) anos contados da Declaração, não é lícito que o referido órgão fazendário se auto atribua o direito de proceder a qualquer análise previamente à compensação, e ainda, com a real possibilidade de fulminá-la ab initio, sem oportunizar qualquer recurso ao contribuinte. Por fim, em que pese o artigo 74, § 14 da Lei if 9430/96 aduzir que a Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto naquele artigo urge destacar que o poder de regulamentar os dispositivos legais não pode servir de atributo para que os atos administrativos, subalternos à Lei, instituam óbices ou impedimentos para o exercício das garantias tributárias dos contribuintes. Assim, por todas estas razões conclui-se que a Instrução Normativa n" 517/2005 e da mesma forma n" 600/2005, ao atribuir à Secretaria da Receita Federal o direito de analisar previamente o crédito do contribuinte reconhecido por processo judicial, com a possibilidade concreta de indeferi-lo, sem oportunizar qualquer espécie de recurso ao contribuinte, implica em alterar o instituto da compensação tributária, tal como desenhado pela legislação ordinária, em flagrante ofensa à sistemática disposta no artigo 74, da Lei n" 9.430/96, com a redação que lhe deu a Lei n" 10_637/02. Dentre as exigências para a compensação de crédito oriundo de ação judicial transitada em julgado, a mais importante refere-se à necessidade de observar o prazo de (05) cinco anos, a contar da data do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o crédito tributário para o contribuinte e ainda comprovação de que houve "fidiringação pelo Poder Judiciário da desistência da execução do titulo judicial ou a complovaçãOda renúncia à sua execução" (artigo 51, § 2", inciso IV e V, da IN SRF n° 600/2005Ppara ique o pedido fosse acatado, e o contribuinte passasse a usufruir da compensação. Aliás, essas mesmas exigências também constam da IN RFB n" 900, de 30 de dezembro de 2008, inclusive quanto à forma de contagem do inicio do prazo para se pleitear a habilitação dos créditos tributários decorrentes das decisões judiciais transitadas em julgado, pela qual o contribuinte pode pleitear a habilitação do crédito tributário tendo por termo inicial a data da homologação da desistência da execução do título judicial, como se verifica no artigo 71, § 4', inciso IV, da Instrução Normativa n° 900/08. Portanto, no caso em apreço, é razoável que a contagem do prazo destinado à compensação, seja contado da data da homologação pelo Poder Judiciário da desistência da execução do título judicial e não da data do trânsito em julgado, que seu deu em 04.05.1999 (fi. 397, do processo judicial IV 94.0012547-0). Como as PER/DECOMP 's (fls. 52/87) foram transmitidas, nas seguintes datas 11/11/2003, 16/09/2005, 28/10/2005, 11/11/2005 e 12/01/2006, deve ser homologada a declaração de compensação transmitida em 11/11/2003, ,.,*.\. „`,.....,,. porquanto dentro do prazo previsto no art. 51, § 2', inciso IV e V, da IN SRF n" 600, de 2005 e art. 71, § 4", inciso IV, da IN RFB n°900, de 2008, Quanto ao outro item sob julgamento, sobre a compensação do crédito do indébito de PIS/Pasep, com débito de outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, entendo que nos termos do art. 49 da Lei n" 10.637/02, que alterou o art. 74, §§ 1" e 2", da Lei n" 9.430/96, que assim expôs: "o sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele õrgão",. De acordo, inclusive com a IN a" 210/02, cujo art. 21 estatuiu: "o sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da SRF". Nesse sentido, importante ressaltar que esse assunto já foi pacificada pela própria Coordenação-Geral de Tributação (COSIT), na forma da Nota COM n" 141, de 2.3 de maio de 2003, que ora transcrevo em sua inteireza: "A Coordenação-Geral de Tributação (Cosi!,) tem sido questionada pelas unidades descentralizadas da Secretaria da Receita Federal (SRF) a respeito da correta interpretação a ser dada ao § 4" do art 37 da instrução Normativa SRF n" 210, de 30 de setembro de 2002, que dispõe o seguinte- 'Ari 37, É vedada a restituição, o ressarcimento e a compensação de crédito do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, objeto de reconhecimento judicial, antes do trânsito em .julgado da decisão em que .fbr reconhecido o direito creditório do sujeito passivo ) §4 "A compensação de créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em .julgado com débitos do sujeito passivo relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF dar-se-á na forma disposta nesta Instrucão Normativa, caso a decisão judicial não disponha sobre a compensação dos créditos do sujeito passivo '(grifou-se) 2. EM atenção aos questionamentos encaminhados a esta COSIT cumpre inicialmente salientar que o conteúdo cio § 4" do art. 37 retrotranscrito buscou resguardar o direito do sujeito passivo de efetuar compensação, nos moldes definidos pela decisão judicial, além dos limites já permitidos pela legislação tributária federal 2.1. Tal interpretação advém da constatação de que ninguém buscaria a'tutel a ido). Poder Judiciário relativamente a direito já garantido pela legislação tributária'/» portanto, seria reconhecido na ofera administrativa 2.2 Assim, na compensação de crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela SRF, o que o sujeito passivo pleitearia ao Poder Judiciário seria, por exemplo, que o tributo objeto da compensação deixasse de sofier a incidência de multa e de juros de mora, ou que seu crédito pudesse ser utilizado na compensação de créditos tributários de terceiros 3. No entanto, a questão que tem gerado dúvidas às unidades. da SRF dis respeito à observância, na homologação de procedimento de compensação efetuado pelo sujeito passivo, nos exatos termos da decisão judicial que reconheceu seu direito creditário e que dispôs sobre a forma de utilização de seus créditos na compensação de seus Processo n" I 9679 007704/2005-8 I S3-C3Ti Acórdão o "330 1-00.533 El 1 029 débitos para com a Fazenda Nacional, na hipótese de a legislação superveniente (editada posteriormente à decisão judicial e antes da efetivação da compensação) tratar a compensação de . forma mais benéfica ao sujeito passivo do que a norma na qual a decisão judicial . foi fundamentada, por vezes revogando-a expressa ou tacitaniente. 4 Como primeiro exemplo, imagine-se que determinada decisão judicial transitada em .julgado tenha reconhecido, em 1" de dezembro de 1995 com espeque no art 66 da Lei n" 8.383, de 30 de dezembro de 1991, o direito de o contribuinte utilizar seu saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) atualizado monetariamente pela variação da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), na compensação de débitos de IRPJ 5. Diante disso, COMO é que a Administração Fazendária deveria se posicionar no caso, em I" de dezembro de 2000 — portanto após a edição da Lei n" 9.250, de 26 de dezembro de 1995, cujo ar! , 39, 4, estabeleceu a incidência sobre indébitos tributários, a partir de 1" de janeiro de 1996, de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente — o aludido sujeito passivo promove-se a compensação de saldo negativo de 11?Pl apurado em 1995 com débito de estimativa do IRPJ apurado em novembro de 2000? A Administração Fazendária deveria entender que a atualização do crédito pela variação da UFIR teria que ocorrer até a data da compensação do débito de IRPJ ou apenas até dezembro de 1995 (neste caso com o acréscimo de/aros Selic de janeiro de 1996 até a data da compensação do débito)? 6. Como segundo e último exemplo, imagine-se que determinada decisão judicial transitada em julgado tenha reconhecido, em 1" de janeiro de 1998, com espeque no art. 66 da Lei n" 8 383, de 30 de dezembro de 1991, o direito de o contribuinte compensar; independentemente de requerimento, seus saldos negativos de 1RPJ com débitos de IRRI e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CM) de períodos subseqüentes de apuração, 7. Diante disso, como é que a Administração Fazendária deveria proceder-se em 1"de dezembro de 2002 — portanto após a edição da Medida Provisória n" 66 de 29 de agosto de 2002, cujo art. 49 alterou o art. 74 da Lei mi" 9.430, de 28 de dezembro de 1996, de modo a estabelecer a possibilidade de o sujeito passivo compensar, independentemente de requerimento, seus créditos relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF com débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pelo órgão, mediante a entrega de declaração de compensação — o sujeito passivo entregasse à SRF declaração de compensação de saldo negativo de IRPJ apurado em 1997 com débito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do 2" decêndio de novembro de .2002? A Administração Fazendária homologaria ou não a aludida compensação? 8. Tais questões, conforme já se pode verificai', dizem respeito mais exatamente aos efeitos de decisões judiciais transitadas em julgado que reconheçam direitos creditórios do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional relativamente aos tributos e contribuições administrados pela SRF, bem assim que disponham sobre a ,forma de utilização desses créditos na compensação de débitos do sujeito passivo, na hipótese de modificação da norma na qual se findou a decisão judicial, após a data da decisão e antes de sua execução, por norma que trate a compensação de forma mais benêfica ao sujeito passivo 9. Acerca do tema, cumpre lembrar que ri /questão da eficácia ao longo do tempo da coisa julgada em matéria tributária já .foi/enji-entada pelo Superior Tribunal de Justiça (ST1) ao analisar no Recurso Especial /n" 38.81.5-5, a incidência, no Estado de São Paulo, de Imposto sobi .e Circulação deM rad )oria (ICM) sobre as vendas promovidas II por cooperativas de consumo a seus cooperados, conforme verificado na ementa de acórdão transcrita a seguir 'As cooperativas estão sujeitas ao recolhimento do 1CM, mesmo sobie as operações realizada com seus cooperados Diante das profindas alterações na legislação que rege a espécie, já não tem mais reflexo nos dias atuais a sentença proferida na ação declaratória, há mais de vinte anos. A coisa 'ul tida não imsede mie a lei nova Risse a re Yer di Cientemente fatos ocorridos- a partir de sua vigência, '(grifou-se) 10. É verdade que os exemplos mencionados nesta Nota não .se relerem exatamente aos eleitas de uma decisão judicial transitada em julgado que disponha sobre uma relação .juridico-tributária continuativa, como é o caso da cobrança de ICM sobre as- vendas promovidas por cooperativas de consumo a seus cooperados, mas sim a um diferimento da implementação (execução) da decisão judicial transitada em julgado (compensação do crédito reconhecido judicialmente) para momento em que .já não mais se encontra total ou parcialmente em vigor a norma legal que embasou a decisão judicial e que orienta a compensação 11 Não obstante isso, conclui-se que tratamento similar deve ser dispensado pela Administração Tributária ao caso em comento, qual seja a execução da decisão judicial transitada em julgado em confbrmidade com a norma que fUndamentou a decisão até a data de inicio da vigência da norma que regulou a matéria objeto do litígio de forma mais favorável ao sujeito passivo, após a qual relerida decisão deve ser executada em conformidade com a legislação superveniente. 12. A adoção do procedimento acima esposado não implica, de modo algum, descunzprimento da decisão judicial transitada em julgado, mas sim a implementação da decisão mediante sua necessária integração à legislação superveniente e mais favorável ao sujeito passivo, na hipótese de a implementação vir . a ocorrer em data na qual a norma que JUndamentou a decisão e que orienta sua execução não mais se mostrar aplicável. 13 Referida exegese merece acolhimento inclusive nas hipóteses em que a compensação do crédito na forma prevista na legislação superveniente à decisão .judicial tenha sido pretendida pelo sujeito passivo e denegada pelo Poder Judiciário, haja vista que tal denegação somente ocorreu cm face da ausência de base normativa à data do reconhecimento judicial do direito creditório, situação modificada com a edição da legislação que permitiu a compensação na forma pretendida pelo sujeito passivo e na qual a própria Administração Tributária vem se orientado na homologação de compensações de tributos e contribuições sob sua aáninistração. 14 Cabe 'embuti, ademais, que há casos em que a execução da decisão judicial com espeque em legislação modificada mostra-se inclusive de ser efetuada, como7é-o • caso do exemplo indicado no item 5 desta Nota, no qual inexistiria a possibkdarle- cle, atualização do saldo negativo de 1RPJ pela variação da UFIR no \péríOd0 compreendido entre a publicação da Medida Provisória (MP) n" 1 97,3-67, de 1:26-de 1 outubro de 2000 (Posteriormente convertida, após sucessivas reedições, na L i n" • • ---- 10522, de 19 de julho de 2002) e o dia 1" de dezembro de 2000, haja vista a extinç-o da UFIR pelo ,Ç . 3" do art 29 da aludida MP 15. Por fim, convém registrar que o entendimento ora esposado encontra respaldo lio Acórdão n" 21-76511 proferido pela Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, confarine se pode verificar na ementa transcrita a seguir • 'PIS. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DECISÃO JUDICIAL RECURSO PARCIAL. COMPENSAÇÃO COM TRIBUTOS DIFERENTES A Miei pretação sistemática do art. 66 da Lei n" 8.383/9/, c/c os arts. 39 da Lei n" 9250/95, 73 e 1( -- Processo n" 19679 007704/2005-81 S3-C3T1 Acórdão n " 3301-00333 Fl 1 030 74 da Lei n" 9.430/96 e 12 da IN n" 21/97, nos leva a concluir ser possível, no processo administrativo, assegurar ao contribuinte a compensação de seus créditos de PIS com débitos de quaisquer outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, não obstante a decisão judicial tenha se adstrito a possibilitar a compensação de PIS com parcelas do próprio PIS Recurso Provido. À consideração superior. Paulo Antonio Gama de Paiva AFRF De acordo, À consideração da Coordenadora Operacional da Cosit. Maria das Graças Patrocínio Oliveira Chefe Substituta da DINOG De acordo Submeto à aprovação da Coordenadora Geral da Cosit Ana Maria Ribeiro dos Reis Coordenadora Operacional da Cosit Aprovo o teor da presente Nota, Encaminhe-se às Superintendências Regionais da Receita Federal. Regina Maria F Barroso Coordenadora Geral da Cosit " Da leitura do texto acima transcrito, percebe-se que a própria Administração Fazendária compartilha do mesmo entendimento esposado pela Recorrente, não havendo razão plausível para o indeferimento de sua pretensão compensatória. E nem poderia ser diferente, na forma da novel redação do artigo 74 da lei n° 9,430/96, in verbis: 'Art. 74 O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Omito. § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. .sÇ 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. ,s(+ 30 Além das hipóteses previstas nas leis especificas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração relerida no § 1"... (Redação dada pela Lei n°10.833, de 29,122003 I - o saldo a restituir apurado na DeclaraÇão de Ajuste Anual cio Imposto de Renda da Pessoa Física; II - os débitos relativos a tributos e coniPibaições devidos no registro da Declaração de Importação. ; ) § 40 as pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autrnidade administrativa serão consideradas declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os eleitos previstos neste artigo. § 5' O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (Redação dada pela Lei n" 10.833, de 29.12.2003) ('• • ) Portanto, apesar de o PIS envergar espécime diferente e natureza jurídica diversa de outros tributos, cada qual com destinações orçamentárias próprias, não há mais que se impor limites à compensação, em razão da nova legislação que rege a espécie, podendo, pois, serem compensados entre si ou com quaisquer outros tributos administrados e/ou arrecadados pela SRF. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcio . recurso, a fim de reconhecer o direito à compensação do indébito de PIS/Pasep, apurado \nos termos da decisão judicial transitada em julgado, para a quitação dos débitos relácibnados PER/DCOMP n" 35177.99918,111103.1.3,57-4035, transmitida em 11/11/2003 (fis.152/S7). • n oa a1/4rcíoso 14
score : 1.0
Numero do processo: 10768.000161/2011-46
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2009
IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. PRECLUSÃO PROCESSUAL.
Considera-se intimada a contribuinte com a comprovação da entrega da intimação no seu domicílio tributário constante do cadastro da Receita Federal. Da declaração de intempestividade da impugnação pelo acórdão de primeira instância cabe recurso ao CARF, que fica limitado à manifestação de contrariedade a essa declaração.
IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO POSTAL COM AVISO DE RECEBIMENTO. VALIDADE. SÚMULA CARF Nº 9.
"É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário".
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2202-003.105
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio De Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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INTEMPESTIVIDADE. PRECLUSÃO PROCESSUAL. Considerase intimada a contribuinte com a comprovação da entrega da intimação no seu domicílio tributário constante do cadastro da Receita Federal. Da declaração de intempestividade da impugnação pelo acórdão de primeira instância cabe recurso ao CARF, que fica limitado à manifestação de contrariedade a essa declaração. IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO POSTAL COM AVISO DE RECEBIMENTO. VALIDADE. SÚMULA CARF Nº 9. "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário". Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 00 01 61 /2 01 1- 46 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 2 Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio De Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10768.000161/201146, em face do acórdão nº 0425.671, julgado pela 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE), na sessão de julgamento de 18 de agosto de 2011, no qual os membros daquele colegiado entenderam por não conhecer da impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: A Notificação de Lançamento de fls. 29/32, exige do contribuinte, já qualificado nos autos, o recolhimento do crédito tributário consolidado em 10/2010, no valor de R$ 8.074,65 (oito mil, setenta e quatro reais e sessenta e cinco centavos). O lançamento originouse da compensação indevida de imposto de renda. Na impugnação oferecida, às fl. 04/09, a autuada alegou, em síntese, que: · Em preliminar argui a tempestividade da impugnação; · O imposto de renda compensado foi declarado segundo o comprovante de rendimentos pagos e de retenção de imposto de renda na fonte emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, fls. 20; · Requer o cancelamento do lançamento Todavia, a 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Campo Grande entendeu pelo não conhecimento da impugnação apresentada pela contribuinte. Colaciono a ementa do referido julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. ARGÜIÇÃO DE TEMPESTIVIDADE. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10768.000161/201146 Acórdão n.º 2202003.105 S2C2T2 Fl. 96 3 A decisão que julgar impugnação intempestiva com argüição de tempestividade deve limitarse a apreciar a preliminar levantada. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido Inconformada com o não conhecimento da impugnação, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário à fls. 63/71, a preliminar de tempestividade da impugnação apresentada e a necessidade de análise do mérito; É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Preliminarmente, verificase que impugnação apresentada não foi conhecida pela autoridade julgadora de 1ª Instancia face a intempestividade da mesma. A 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Campo Grande entendeu pelo não conhecimento da impugnação apresentada pela contribuinte, haja vista que, em fl. 33, há elemento de prova de que a contribuinte foi cientificada da Notificação de Lançamento em 19/11/2010, conforme AR (aviso de recebimento) dos Correios, porém só apresentou a impugnação em 03/01/2011. A recorrente alega que a correspondência não foi recebida por ela. Tendo sido suscitada como preliminar a tempestividade da impugnação foi analisada a questão no acórdão recorrido,chegandose a conclusão de que a intimação realizada é plenamente válida e tendo sido apresentada a peça de defesa fora do prazo previsto no artigo 15 do Decreto n° 70.235/72, resta caracterizada a sua intempestividade. Não assiste razão à recorrente. O artigo 15 do Decreto n.º 70.235/1972 dispõe sobre o prazo para interposição de impugnação da exigência pela lavratura de auto de infração:. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. No presente caso, a ciência se deu por via postal comprovada por aviso de recebimento –AR com data de 19/11/2010, de fls. 33. A impugnação, às fls. 4/6, foi protocolada em 03/01/2011, ultrapassado portanto o prazo regulamentar previsto para a interposição do recurso. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 4 O inciso II do art. 23 do Decreto n.º 70.235/72 autoriza a intimação por via postal, com prova do recebimento, in verbis: Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) § 2° Considerase feita a intimação: (...) II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (grifado) Alega a recorrente que não foi ela que firmou o AR, ensejando a nulidade da citação. Todavia, o domicílio tributário da contribuinte era, conforme se depreende da Declaração de Ajuste Anual (exercício 2009), de fl. 22, a "Estrada Philuvio Cerqueira Rodrigues, nº 2950, bairro Jardim Americano, Petrópolis/RJ", que coincide com o endereço para o qual foi enviada via postal a intimação. Comprovado que o endereço para o qual foi enviada via postal a intimação coincide com o endereço postal por ele fornecido, afastase a nulidade nesse aspecto. Assim, quanto ao fato de que o aviso de recebimento não tenha sido firmado pela própria contribuinte, o entendimento é que é regular o recebimento do AR por qualquer pessoa que se encontre em seu domicílio fiscal. Neste sentido segue jurisprudência: INTIMAÇÃO ENVIADA AO DOMICÍLIO FISCAL – REGULARIDADE. A intimação por via postal considerase perfeita quando o AR tenha sido encaminhado para o domicílio fiscal do contribuinte, ainda que recebido pelo porteiro. (Acórdão n.º 10806.254, Sessão de 18/10/2000) Este entendimento também consta na Súmula nº 09 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), ,que deve ser observada pelos Conselheiros, nos termos do art. 72 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF: SÚMULA CARF Nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10768.000161/201146 Acórdão n.º 2202003.105 S2C2T2 Fl. 97 5 Não há, portanto, o que se falar em qualquer tipo de nulidade no ato notificatório, já que a contribuinte foi notificada regularmente, conforme previsto no art. 23, inciso II do Decreto Nº 70.235/72. Assim, não vislumbro qualquer vício quanto à ciência da intimação e, conseqüentemente, foi intempestiva a impugnação. No processo administrativo fiscal, decorrido o lapso temporal previsto em lei, sem que ocorra a apresentação da Impugnação, não se instaura o litígio, tal como estipulado no art. 14 do Decreto n.º 70.235/1972, ficando assim prejudicada a análise das questões de mérito, não merecendo reforma o acórdão recorrido. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA
score : 1.0
Numero do processo: 13817.000358/2002-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA
Nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Embargos de Declaração somente são oponíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. Não identificado tal pressuposto, incabíveis os embargos, especialmente quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes.
Embargos Rejeitados
Numero da decisão: 3201-002.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar os embargos. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. A Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário apresentará declaração de voto. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Andréa Maia, OAB/BA nº 18435.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cássio Schappo.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA Nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Embargos de Declaração somente são oponíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. Não identificado tal pressuposto, incabíveis os embargos, especialmente quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes. Embargos Rejeitados
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar os embargos. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. A Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário apresentará declaração de voto. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Andréa Maia, OAB/BA nº 18435. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cássio Schappo.
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A (sucessora por incorporação da POLIBUTENO S A IND. QUÍMICA Interessado BRASKEM S. A (sucessora por incorporação da POLIBUTENO S A IND. QUÍMICA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA Nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Embargos de Declaração somente são oponíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Não identificado tal pressuposto, incabíveis os embargos, especialmente quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes. Embargos Rejeitados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar os embargos. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. A Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário apresentará declaração de voto. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Andréa Maia, OAB/BA nº 18435. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 7. 00 03 58 /2 00 2- 50 Fl. 708DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cássio Schappo. Relatório BRASKEM S. A (sucessora por incorporação da POLIBUTENO S A IND. QUÍMICA, pessoa jurídica de direito privado, opõe Embargos de Declaração, com fulcro nos artigos 64 e 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, em face de suposta omissão constante do Acórdão nº 3802004.063, da sessão de 24/02/2015,cuja ementa abaixo reproduzo: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1997 FINSOCIAL. Ação Judicial. Requisitos. Na hipótese de ação de repetição de indébito, a restituição, o ressarcimento e a compensação somente poderão ser efetuados se o requerente cumprir as exigências fixadas nas normas da Receita Federal que disciplinam a matéria, dentre os quais está o pedido ao órgão preparador. Recurso Voluntário a que se nega provimento. A 2a Turma Especial da 2a Câmara da 3a Seção decidiu, por unanimidade, em afastar a preliminar e negar provimento ao recurso voluntário. Cientificada da referida decisão, o sujeito passivo, tempestivamente, interpôs embargos de declaração. Em síntese, a Braskem sustenta que existem omissões, relativamente a ausência de pronunciamento sobre a inaplicabilidade da Súmula 405 do STF e sobre a alegação de que a análise realizada pela Receita Federal do BrasilRFB e a homologação expressa não decorreram da liminar nem da sentença proferidas na ação declaratória n° 96.00395497, bem como da ausência de pronunciamento sobre argumentos relacionados ao atendimento, pela recorrente, dos requisitos previstos na IN 21/1997. Diante do exposto, requer seja dado provimento aos embargos de declaração. Os embargos declaratórios foram conhecidos por decisão do Presidente da Turma, na forma do art. 65, caput, Anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09 de junho de 2015. Foi determinada, assim, a inclusão do processo em pauta para julgamento do Colegiado. É o relatório. Voto Fl. 709DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13817.000358/200250 Acórdão n.º 3201002.012 S3C2T1 Fl. 709 3 Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Braskem argumenta que existem omissões, relativamente a ausência de pronunciamento sobre a inaplicabilidade da Súmula 405 do STF e sobre a alegação de que a análise realizada pela Receita Federal do BrasilRFB e a homologação expressa não decorreram da liminar nem da sentença proferidas na ação declaratória n° 96.00395497, bem como da ausência de pronunciamento sobre argumentos relacionados ao atendimento, pela recorrente, dos requisitos previstos na IN 21/1997. Versa o presente de auto de infração eletrônico para exigência da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), nos meses de julho a dezembro de 1997, acrescida de multa de ofício e juros de mora. A decisão de primeira instância excluiu a multa de 75%, por conta da retroatividade benigna. A exigência fiscal decorreu de auditoria eletrônica de DCTF na qual se concluíra que a autuada não teria logrado êxito em demonstrar a regularidade das compensações informadas. Segundo consignado, o processo judicial que autorizaria a compensação teria sido ajuizado por contribuinte com CNPJ distinto do declarante. Por sua vez, esclareceu, o sujeito passivo, que as compensações que geraram a exigência litigiosa foram realizadas com base em autorização judicial obtida no processo 96.000395497, ajuizado por sua matriz. Com efeito, não posso de deixar de reproduzir meu voto, abaixo transcrito: O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Versa o presente processo de auto de infração eletrônico para exigência da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS,nos meses de JANEIRO a DEZEMBRO de 1998, acrescida de multa de ofício e juros de mora. Como relatado a decisão de primeira instância já excluiu a multa de 75%, por conta da retroatividade benigna, passando para a multa de mora de 20% . A exigência fiscal decorre de auditoria eletrônica de DCTF, tendo em vista a não demonstração da regularidade das compensações em litígio. Pois, o processo judicial informado que autorizaria a compensação teria sido ajuizado por contribuinte com CNPJ distinto do declarante. Esclarece, a recorrente, que as compensações que geraram a exigência litigiosa foram realizadas com base em autorização judicial obtida no processo 96.000395497, ajuizado por sua matriz. Antes de adentrar em questão de preliminar, bem como do mérito, elenco os fatos, para entendimento no julgamento. QUANDO DO AUTO DE INFRAÇÃO, RECORRENTE CRÊ QUE JÁ SE ENCONTRAVAM DÉBITOS EXTINTOS PELA COMPENSAÇÃO POR SUA CONTA, NOS TERMOS DO ART. 66 DA LEI 8.383/91. COMPENSAÇÃO COM CRÉDITO A MAIOR DO EXTINTO FINSOCIAL, CUJO INDÉBITO FORA Fl. 710DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 RECONHECIDO PELO PODER JUDICIAL, NA AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO N° 9300043501,DA QUAL A UNIÃO FORA CONDENADA AREPETIR OS VALORES DE FINSOCIAL RECOLHIDOS A ALÍQUOTA DE 0,5%(SET /89 A ABRIL/92). AÇÃO FOI JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE(DOC 4 DA IMPUG); ∙ A EMPRESA RENUNCIA À EXECUÇÃO DO INDÉBITO RECONHECIDO ATRAVÉS DE PRECATÓRIO, LIMITANDO A BUSCAR O REEMBOLSO DASDESPESAS PROCESSUAIS E PAGAMENTO DE HONORÁRIOS (9300043501; PROPÕE A AÇÃO ORDINÁRIA DE N° 96.00395497PARA ASSEGURAR DIREITO À COMPENSAÇÃO. A MESMA FOI DISTRIBUÍDA POR DEPENDÊNCIA AO JUÍZO ONDE TRAMITAVA A ANTERIOR; ∙ O TRF DA 3ª REGIÃO EXTINGUIU O PROCESSO SEM ANÁLISE DO MÉRITO, POR ENTENDER QUE INEXISTIA INTERESSE DE AGIR NA PROPOSITURA DA DEMANDA. ARGUMENTA A RECORRENTE, O COMANDO JUDICIAL EMANADO DOS AUTOS DA AÇÃO REPETITÓRIA JÁ SERIA TÍTULO HÁBIL,NÃO APENAS À RESTITUIÇÃO VIA PRECATÓRIO, MAS TAMBÉM PARA COMPENSAÇÃO COM BASE NA LEI DE N° 8.383/91; ∙ AO TRANSMITIR DCTF DO PERÍODO, INFORMOU EQUIVOCADAMENTE (ALEGA A RECORRENTE) QUE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO SE ENCONTRAVA SUSPENSO POR FORÇA DA LIMINAR NA AÇÃO ORDINÁRIA 96.00395497, QUANDO INFORMA QUE O CORRETO ERA COMPENSAÇÃO SEM DARF; · LOGO, LEVOU A FISCALIZAÇÃO AUTUAR, PARA PREVENIR DECADÊNCIA. COMO FOI EXTINTA A REFERIDA AÇÃO SEM EXAME DE MÉRITO; · DRJ MENCIONA QUE A HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA DE PROCEDIMENTO COMPENSATÓRIO LEVADO A EFEITO PELA FISCALIZAÇÃO (TERMO DE ENCERRAMENTO 98001784 ) PERDERA A EFICÁCIA, POR CONTA DA EXTINÇÃO DA AÇÃO ORDINÁRIA; · ASSIM COMO A RECORRENTE DEIXOU DE ADOTAR PROVIDÊNCIA FORMAL PRÉVIA Á UTILIZAÇÃO NA ESCRITA FISCAL DOS CRÉDITOS RECONHECIDOS JUDICIALMENTE, OU SEJA, PEDIDO ACOMPANHADO DE CÓPIA DO INTEIRO TEOR JUDICIAL , COM FUNDAMENTO DO ART. 17 DA IN 21/97; ∙ RESSALTA QUE A FISCALIZAÇÃO ANALISOU AS COMPENSAÇÃO SEM ALERTAR PARA A RESSALVA MATERIAL OU FORMAL DO ENCONTRO DE CONTAS (JAN/97 A OUT/98); Fl. 711DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13817.000358/200250 Acórdão n.º 3201002.012 S3C2T1 Fl. 710 5 ∙ ALEGA O SEU DIREITO LÍQUIDO E CERTO E QUE SE BASEOU NO ART. 66 DA LEI 8.383/91; ∙ REFERÊNCIA, PELA RECORRENTE’ AO ACÓRDÃO 20176835 NO SENTIDO DA NÃO NECESSIDADE DE PEDIDO FORMAL DE COMPENSAÇÃO, DESDE QUE EFETIVADA À VISTA DA DOCUMENTAÇÃO QUE CONFIRA LEGITIMIDADE A TAIS CRÉDITOS QUE LHE ASSEGURE CERTEZA E LIQUIDEZ. Relatados os fatos, passemos à preliminar. Preliminar Inicialmente, antes da análise de mérito, não há que se falar na homologação de compensações, pois com a reforma da AO de n° 96.00395497 (extinto processo sem análise de mérito), tornamse sem efeito os atos praticados com base judicial. Temse que a reforma da liminar concedida, seja em antecipação de tutela, seja mandado de segurança ou qualquer outro provimento judicial provisório faz com que todos os atos praticados com base em tal determinação percam os seus efeitos, nos termos da Súmula 405 do STF: DENEGADO O MANDADO DE SEGURANÇA PELA SENTENÇA, OU NO JULGAMENTO DO AGRAVO, DELA INTERPOSTO, FICA SEM EFEITO A LIMINAR CONCEDIDA, RETROAGINDO OS EFEITOS DA DECISÃO CONTRÁRIA. Pois bem, a verificação fiscal com fins de quantificar os créditos relativos à compensação determinada pela liminar no processo 96.00395497, só se poderia falar em homologação se o processo em questão alcançasse o trânsito em julgado, o que não ocorreu; também não se poderia falar que as considerações que levaram o Judiciário a concluir pela extinção do processo sem julgamento de mérito ratificariam a compensação. Logo, rejeitase a homologação expressa da compensação em litígio. Mérito A questão reside em verificar se a recorrente estaria autorizada a promover a compensação dos créditos oriundos do processo nº 93.00043501, independentemente da adoção de qualquer tipo de providência, em nível administrativo. O art. 66 da Lei nº 8.383/1991 dispõe: (época das compensações) Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período Fl. 712DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 subseqüente.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)(Vide Lei nº 9.250, de 1995) § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. Então, no presente, os créditos em foco (decorrentes de pagamentos efetuados a título de contribuição para o Finsocial em alíquotas superiores a 0,5%), originaramse em decisão judicial e, como tal, só poderiam ser compensados mediante petição formalizada pela recorrente, bem como cumprir as exigências fixadas nas normas da Receita Federal que disciplinam a matéria. O que não aconteceu. A Instrução Normativa nº 21, de 1997, vigente à época dos fatos, determinava: Art. 14. Os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, de tributos e contribuições da mesma espécie e destinação constitucional, inclusive quando resultantes de reforma, anulação, revogação, rescisão de decisão condenatória, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamentos de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes, desde que não apurados em procedimento de ofício, independentemente de requerimento. (...) §6º A utilização de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, para compensação, somente poderá ser efetuada após atendido o disposto no art. 17. (...) Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. Observase que o, tanto a IN SRF no 21/97 (art. 17), como a IN SRF no 210/2002 (art. 37, §§ 2o a 4o), que revogou a anterior, art. 50 da IN SRF no 460/2004, art. 50, §2º da IN SRF 600/05, dentre outras atualizações, prevêem de forma expressa a restituição/compensação dos créditos aos interessados, desde que tenham sido cumpridos os requisitos ali discriminados, dentre os quais está o pedido ao órgão preparador, a comprovação da desistência da execução do título judicial perante o Poder Judiciário e a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, a procura da via administrativa é opção do autor vencedor da ação judicial – que pode executar judicialmente o título e implica, para esse fim, a obrigatoriedade do cumprimento das condições que essa via administrativa exige. Fl. 713DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13817.000358/200250 Acórdão n.º 3201002.012 S3C2T1 Fl. 711 7 Assim sendo, não restou comprovado o pedido que tem por fundamento indébitos tributários de Finsocial que teriam sido reconhecidos em processo judicial, na referida ação de indébito, pela ausência de atendimento às exigências, via administrativa, que é a forma de controle pela Receita Federal e daí, a não homologação da compensação em foco. Não há reforma no julgamento de primeira instância que está por bem fundamentado. Conclusão Por todo o exposto, afasto preliminar e nego provimento ao recurso voluntário. Em sendo assim, apresentou o Sujeito Passivo embargos a esta decisão, alegando omissão quanto à inadequação da Súmula n° 405 do STF à hipótese dos autos; bem como (omissão) ausência de pronunciamento sobre os argumentos relacionados ao atendimento da IN SRF n° 21/1997. Vide trechos específicos das matérias questionadas: Preliminar Inicialmente, antes da análise de mérito, não há que se falar na homologação de compensações, pois com a reforma da AO de n° 96.00395497 (extinto processo sem análise de mérito), tornamse sem efeito os atos praticados com base judicial. Temse que a reforma da liminar concedida, seja em antecipação de tutela, seja mandado de segurança ou qualquer outro provimento judicial provisório faz com que todos os atos praticados com base em tal determinação percam os seus efeitos, nos termos da Súmula 405 do STF: ......... A Instrução Normativa nº 21, de 1997, vigente à época dos fatos, determinava: Art. 14. Os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, de tributos e contribuições da mesma espécie e destinação constitucional, inclusive quando resultantes de reforma, anulação, revogação, rescisão de decisão condenatória, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamentos de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes, desde que não apurados em procedimento de ofício, independentemente de requerimento. (...) §6º A utilização de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, para compensação, somente poderá ser efetuada após atendido o disposto no art. 17. Fl. 714DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 8 (...) Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. Observase que o, tanto a IN SRF no 21/97 (art. 17), como a IN SRF no 210/2002 (art. 37, §§ 2o a 4o), que revogou a anterior, art. 50 da IN SRF no 460/2004, art. 50, §2º da IN SRF 600/05, dentre outras atualizações, prevêem de forma expressa a restituição/compensação dos créditos aos interessados, desde que tenham sido cumpridos os requisitos ali discriminados, dentre os quais está o pedido ao órgão preparador, a comprovação da desistência da execução do título judicial perante o Poder Judiciário e a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, a procura da via administrativa é opção do autor vencedor da ação judicial – que pode executar judicialmente o título e implica, para esse fim, a obrigatoriedade do cumprimento das condições que essa via administrativa exige. Percebese que o voto foi no sentido de que a embargante não tinha título judicial (extinto processo sem análise de mérito), tampouco não preenchia os condicionantes administrativos, hábeis, ao direito à compensação. Com a devida vênia, não há que se falar em omissão ou omissões no referido acórdão, fundado que está em legítima interpretação da norma por parte do colegiado que julgou a lide, não obstante ter sido de forma sucinta. Se a embargante não se conforma com aludido entendimento, tem a seu dispor a possibilidade de interpor recurso especial, como faculta o artigo 67 do anexo II do Regimento do CARF. Feitas as considerações supra, voto no sentido de conhecer e rejeitar os Embargos de Declaração opostos pela Brasken, tendo em vista que ambas as matérias foram tratadas no acórdão. Destarte, não se acolhem os embargos de declaração, por omissão a que alude a embargante, quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes. Da conclusão Diante do exposto, voto para que seja conhecido e rejeitado o recurso formulado pela embargante. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Declaração de voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 715DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13817.000358/200250 Acórdão n.º 3201002.012 S3C2T1 Fl. 712 9 Da análise das razões de Embargos de Declaração formuladas pela Embargante, tenho que estes devem ser acolhidos, uma vez tratarse de questão relativa à adoção de premissa fática equivocada pelos julgadores. Como bem relatado pela i. Conselheira Relatora, "a Braskem sustenta que existem omissões, relativamente a ausência de pronunciamento sobre a inaplicabilidade da Súmula 405 do STF". De acordo com o respeitável entendimento proferido no voto vencedor, a omissão indicada pela Embargante não existiria, uma vez que a matéria em questão foi analisada no seguinte trecho do acórdão proferido em sede de Recurso Voluntário: Preliminar Inicialmente, antes da análise de mérito, não há que se falar na homologação de compensações, pois com a reforma da AO de n° 96.00395497 (extinto processo sem análise de mérito), tornamse sem efeito os atos praticados com base judicial. Temse que a reforma da liminar concedida, seja em antecipação de tutela, seja mandado de segurança ou qualquer outro provimento judicial provisório faz com que todos os atos praticados com base em tal determinação percam os seus efeitos, nos termos da Súmula 405 do STF: DENEGADO O MANDADO DE SEGURANÇA PELA SENTENÇA, OU NO JULGAMENTO DO AGRAVO, DELA INTERPOSTO, FICA SEM EFEITO A LIMINAR CONCEDIDA, RETROAGINDO OS EFEITOS DA DECISÃO CONTRÁRIA. Pois bem, a verificação fiscal com fins de quantificar os créditos relativos à compensação determinada pela liminar no processo 96.00395497, só se poderia falar em homologação se o processo em questão alcançasse o trânsito em julgado, o que não ocorreu; também não se poderia falar que as considerações que levaram o Judiciário a concluir pela extinção do processo sem julgamento de mérito ratificariam a compensação. Logo, rejeitase a homologação expressa da compensação em litígio. Com efeito, vislumbro que, a despeito de ser inexistente a omissão aventada pela Embargante em suas razões, uma vez que houve, claramente, a opção pela aplicação da Súmula 405 do STF, entendendo ter ocorrido a adoção de premissa fática equivocada pelos julgadores. O equívoco observado diz respeito aos efeitos de decisão judicial que julga extinto processo sem julgamento de mérito ou com julgamento de mérito. Tal equívoco advém ainda da decisão de primeira instância administrativa: Como é cediço, a reforma da liminar concedida em antecipação de tutela, mandado de segurança ou qualquer outro provimento judicial provisório faz com que todos os atos praticados com base em tal determinação percam os efeitos. Nesse aspecto, sábia é a Súmula 405 do STF. Fl. 716DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 10 Pois bem. A questão crucial, portanto, seria definir se, no caso concreto, a diretriz contida na referida Súmula 405 do STF é ou não aplicável à situação concreta examinada nos autos. Para tanto, é preciso distinguir, em termos conceituais, os efeitos das decisões judiciais no que diz respeito à extinção do processo com ou sem julgamento de mérito. Para efeitos didáticos, lêse primeiramente a definição do Código de Processo Civil quanto à resolução de mérito: Art. 269. Haverá resolução de mérito: I quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; II quando o réu reconhecer a procedência do pedido; III quando as partes transigirem; IV quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; V quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. Notase que em todas as situações descritas pelo legislador ocorre o reconhecimento acerca da existência ou não de um direito controvertido. O processo encerrase com uma manifestação judicial de valor. Já na ausência de resolução do mérito, não é feita qualquer preciação aerca da existência ou não do direito controvertido. Tratase de uma decisão de natureza essencialmente processual. Encerrase apenas o processo, mas sequer se adentra à discussão acerca do direito controvertido. Vejase a definição do Código de Processo Civil: Art. 267. Extinguese o processo, sem resolução de mérito: I quando o juiz indeferir a petição inicial; Il quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; Vl quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; Vll pela convenção de arbitragem; Vlll quando o autor desistir da ação; IX quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; Fl. 717DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13817.000358/200250 Acórdão n.º 3201002.012 S3C2T1 Fl. 713 11 X quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI nos demais casos prescritos neste Código. Feita tal distinção conceitual, passase à análise fática do caso concreto. A Embargante ajuizou Ação Ordinária nº 96.00395497 requerendo o reconhecimento do seu direito à compensação de crédito tributário reconhecido na Ação de Repetição de Indébito nº 93.00043501. Frisese, no momento da propositura da ação, é certo, a Embargante já possuía o seu direito creditório devidamente reconhecido nos autos da Ação de Repetição de Indébito nº 93.00043501. Em sede da Ação Ordinária nº 96.00395497 foi inicialmente concedida antecipação dos efeitos da tutela autorizado a ora Embargante à "compensar os valores recolhidos à título de FINSOCIAL (...) com as parcelas vincendas das contribuições da Contribuição Social sobre o faturamento COFINS". Essa decisão foi confirmada por sentença. Posteriormente, já em sede de Recurso de Apelação, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região houve por bem julgar extinto o processo, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, inciso VI do Código de Processo Civil (supra) por entender que a Embargante não teria interesse processual, uma vez que o direito à compensação pretendido lhe era assegurado por lei, sendo desnecessária a intervenção judicial. Em termos práticos, o que ocorreu com a extinção do processo sem resolução de mérito foi a anulação das decisões anteriormente proferidas. Não houve exame acerca da procedência ou não do pedido, não houve vencedor ou vencido. Restaurouse o status quo existente antes mesmo da propositura da ação. Situação bem diferente é aquela analisada pela Súmula 405 do STF, que diz respeito à decisões de mérito, decisões que, necessariamente, trazem juízo de valor acerca do objeto da ação (procedência ou não do pedido). Nessa situação de exame de mérito, revogar uma decisão que reconhecera a existência de um direito é o mesmo que reconhecer a não existência desse direito. Essa não é, efetivamente, a situação dos autos. Assim, diferentemente do que me parece ter restado compreendido pelas decisões anteriores, a revogação da decisão judicial que autorizara a compensação por decisão extintiva sem julgamento de mérito não se converte no indeferimento do direito à compensação. Como não houve decisão judicial de mérito, não há falar em reconhecimento ou negativa do direito à compensação. Ou seja, com a extinção do processo sem julgamento do mérito, a Embargante retornou à situação em que (i) possuia uma decisão judicial que lhe reconhecera a existência de um crédito tributário (Ação de Repetição de Indébito nº 93.00043501), e em que (ii) existia lei que lhe autorizava efetuar a compensação de tais créditos por via administrativa (Lei nº 8.383/91). Todo o pedido de compensação realizado pela Embargante deve ser analisado à luz da legislação vigente à época (Lei nº 8.383/91), sendo irrelevante e desnecessário abordar Fl. 718DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 12 qualquer aspecto relativo às decisões judiciais proferida na Ação Ordinária nº 96.00395497, extinta sem resolução de mérito. Feitas as considerações supra, voto no sentido de conhecer e acolher os Embargos de Declaração opostos pela Embargante, para a correção de premissa fática equivocada na qual se baseou a decisão embargada, de modo a se excluir qualquer menção à aplicação da Súmula 405 do STF, visto que inaplicável à espécie. (assinado digitalmente) TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO Fl. 719DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 1/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 23/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10730.723207/2014-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Somente podem ser deduzidas as despesas médicas próprias ou de dependentes quando comprovadas por documentação hábil e idônea a efetiva prestação dos serviços e a vinculação do pagamento ao serviço prestado.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2201-002.947
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcelo VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CÉSAR QUADROS PIERRE e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Mees Stringari
Relator
(assinado digitalmente)
Eduardo Tadeu Farah
Presidente Substituto
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcelo VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CÉSAR QUADROS PIERRE e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado). (assinado digitalmente) Carlos Alberto Mees Stringari Relator (assinado digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ.
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FALTA DE COMPROVAÇÃO. Somente podem ser deduzidas as despesas médicas próprias ou de dependentes quando comprovadas por documentação hábil e idônea a efetiva prestação dos serviços e a vinculação do pagamento ao serviço prestado. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcelo VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CÉSAR QUADROS PIERRE e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado). (assinado digitalmente) Carlos Alberto Mees Stringari Relator (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 32 07 /2 01 4- 79 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 2 Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.723207/201479 Acórdão n.º 2201002.947 S2C2T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro, Acórdão 1269.964, que julgou a impugnação improcedente. O lançamento consiste em glosa de dedução de despesas médicas: “Glosa do valor de R$ 12.714,93 , indevidamente deduzido a título de Despesas Médicas, por falta de comprovação ou por falta de previsão legal para sua dedução, conforme abaixo discriminado.”(fl. 10) “Unimed São Gonçalo Niterói Soc. Coop. Serv. Méd Hosp. Ltda R$ 12.364,93 – glosada despesa de pessoa não declarada como dependente (Luiz Cláudio da C. Marins), conforme Informe de Pagamento da Unimed apresentado pelo contribuinte. Darley Pereira Viana – R$ 350,00 – despesa glosada por falta de comprovação (ausência de documentação). Foram considerados 12 recibos apresentados pelo contribuinte, com valor de R$ 350,00 cada um, com as seguintes datas: 05/janeiro, 05/fevereiro, 05/março, 05/abril, 05 e 09/maio, 05/junho, 05/julho, 05/agosto, 05/setembro, 05/outubro, e 05/novembro de 2012.” (fl 12) Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Não houve identificação de dependentes na declaração, provavelmente por lapso do contador. · O senhor Luiz Cláudio Cunha Marins é dependente do contribuinte. Junta declaração da Unimed e Laudo do Exame de Sanidade Mental, que comprova a incapacidadde para atos da vida civil desde 2007. · Quanto às despesas mensais de R$ 350,00, junta recibo globalizado de R$ 4.200,00 e diz juntar os recibos individualizados (não os encontrei junto ao recurso). É o relatório. Fl. 80DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 4 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS A legislação tributária concede ao contribuinte, por ocasião da declaração anual de ajuste, a possibilidade de realizar deduções de despesas médicas próprias e de seus dependentes da base de cálculo do imposto de renda Além do direito de realizar deduções, o sujeito passivo está obrigado a comprovar, de forma inequívoca e mediante documentação hábil e idônea, a realização de todas as deduções informadas em sua Declaração de Ajuste Anual. A legislação estabelece que o contribuinte, quando intimado, comprove que as deduções pleiteadas na declaração preencham todos os requisitos exigidos, sob pena de serem consideradas indevidas e o valor pretendido como dedução seja apurado e lançado em procedimento de ofício. Abaixo o art. 8 da Lei nº 9.250/95 e o art. 11, do Decreto Lei nº 5.844/43: Lei 9.250/95 Art.8. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com Fl. 81DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.723207/201479 Acórdão n.º 2201002.947 S2C2T1 Fl. 4 5 hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; DecretoLei nº 5.844/43 Art 11 Poderão ser deduzidas, em cada cédula, as despesas referidas nêste capítulo, necessárias à percepção dos rendimentos. ... § 3° Todas as deduções estarão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora.” § 4° Se forem pedidas deduções exageradas em relação ao rendimento bruto declarado, ou se tais deduções não forem cabíveis, de acordo com o disposto neste capítulo, poderão ser glosadas sem audiência de contribuinte. Do mesmo modo, estabelece o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda) em seu art. 80: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). ... Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com Fl. 82DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 6 hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; O fisco promoveu 2 glosas, a primeira do valor de R$ 12.714,93 , indevidamente deduzido por ser despesa de pessoa não declarada como dependente (Luiz Cláudio da C. Marins) e a segunda, no valor de R$ 350,00, por falta de comprovação (foram considerados 12 recibos apresentados pelo contribuinte, com valor de R$ 350,00 cada um, o que totaliza R$ 4.200,00 (o contribuinte declarou pagamento de R$ 4.550,00). Para a primeira glosa, o recorrente afirma que Luiz Cláudio da Cunha Marins é seu dependente de fato e apresenta comprovação da incapacidade deste. Visto que o que se discute é a glosa efetuada em procedimento de revisão da declaração de ajuste anual de Imposto de renda e que na declaração não constava o senhor Luiz Cláudio como dependente, entendo correta a glosa da despesa médica a ele referente. Para a segunda glosa, de R$ 350,00 (declarado R$ 4.550,00, alterado para 4.200,00), tal ajuste está conforme documento apresentado pelo recorrente, isto é despesa de R$ 4.200,00. CONCLUSÃO Voto por negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 83DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.723207/201479 Acórdão n.º 2201002.947 S2C2T1 Fl. 5 7 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH
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