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Numero do processo: 16561.000067/2009-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 31/07/2004 a 31/12/2004
NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Não havendo omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido devem ser rejeitados os embargos opostos. Os embargos de declaração não se prestam a mera manifestação de inconformismo com a decisão prolatada ou à rediscussão dos fundamentos do julgado, uma vez que não se trata do remédio processual adequado para reexame da lide.
O livre convencimento do julgador permite que a decisão proferida seja fundamentada com base no argumento que entender cabível, não sendo necessário que se responda a todas as alegações das partes, quando já se tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem se é obrigado a ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um todos os seus argumentos.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3202-001.404
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Tatiana Midori Migiyama e Paulo Roberto Stocco Portes.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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REMESSAS AO EXTERIOR Embargante SIEMENS LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 31/07/2004 a 31/12/2004 NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não havendo omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido devem ser rejeitados os embargos opostos. Os embargos de declaração não se prestam a mera manifestação de inconformismo com a decisão prolatada ou à rediscussão dos fundamentos do julgado, uma vez que não se trata do remédio processual adequado para reexame da lide. O livre convencimento do julgador permite que a decisão proferida seja fundamentada com base no argumento que entender cabível, não sendo necessário que se responda a todas as alegações das partes, quando já se tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem se é obrigado a aterse aos fundamentos indicados por elas ou a responder um a um todos os seus argumentos. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarouse impedido. Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Tatiana Midori Migiyama e Paulo Roberto Stocco Portes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 00 67 /2 00 9- 75 Fl. 4430DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela contribuinte, em face do Acórdão nº 320200.925, de 26/09/2011, proferido por esta Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, o qual decidiu, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Alega a embargante que teria havido omissões e contradições no voto condutor do Acórdão, em relação aos seguintes pontos: i. Omissão quanto aos argumentos de defesa da Embargante, já que teria deixado de enfrentar questões relacionadas à natureza dos softwares adquiridos e as provas por ela carreadas aos autos em sua defesa; ii. Teria havido contradição entre a motivação do auto de infração e o fundamento do acórdão embargado; iii. O acórdão seria omisso, também, porque deixou de aplicar a Solução de Divergência nº 27/08, da COSIT, cuja observância seria obrigatória tanto por parte dos agentes fiscais quanto por parte do CARF; Requer, por fim, que os presentes Embargos sejam conhecidos e providos, para que sejam sanadas as alegadas omissões e contradições apontadas. É o Relatório. Voto Os embargos de declaração estão disciplinados no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais nos seguintes termos: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Destarte, temos que os embargos declaratórios têm por finalidade tornar clara a decisão embargada ou trazer à discussão matéria que foi omitida ou contraditória no julgamento, de tal sorte que a solução dada pelo órgão encarregado de resolver a controvérsia demonstre, com clareza, haver enfrentado o objeto do litígio. O que se verifica da leitura do Acórdão embargado é que neste não há qualquer omissão ou contradição a serem supridas em relação aos itens (i), (ii) e (iii) especificados no Relatório. As questões levantadas nos Embargos foram devidamente apreciadas e submetidas à análise do Colegiado, de modo que a decisão foi devidamente motivada. A Embargante busca apenas reabrir a discussão sobre matérias que restou vencida no julgado. Senão vejamos. Em relação aos itens (i) suposta omissão quanto aos argumentos de defesa da Embargante e (ii) a alegada contradição entre a motivação do auto de infração e o fundamento Fl. 4431DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 16561.000067/200975 Acórdão n.º 3202001.404 S3C2T2 Fl. 4.431 3 do acórdão embargado, a Embargante não demonstrou clara e objetivamente quais seriam estas omissões e contradições alegadas. A meu ver, a Embargante questiona (e discorda!) dos critérios valorativos adotados pelo julgador. Contudo, as matérias foram devidamente apreciadas no acórdão recorrido, não cabendo, de igual modo, reapreciála nesta fase processual. Há mero inconformismo com o resultado proferido no julgado, uma vez que o votocondutor apenas não adotou as teses defendidas pela Recorrente, pelos fundamentos constantes do próprio voto. No sistema de livre convencimento motivado, adotado no nosso ordenamento jurídico, permitese que a decisão proferida seja fundamentada com base nos argumentos que o julgador entender cabíveis, o que foi feito no caso concreto. O julgador não está obrigado, necessariamente, a se pronunciar sobre a totalidade dos argumentos aduzidos. A decisão sendo devidamente motivada e fundamentada, não há que se falar em omissão ou contradição, mesmo que não tenham sido abordados todos os pontos trazidos pela defesa. Corroborando esse entendimento, colacionase a ementa da decisão prolatada pelo Egrégio STJ, na qual, o relator, Ministro José Delgado, menciona claramente a desnecessidade de apreciação de matéria que não guarde pertinência e relevância entre os fatos e a decisão. “PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. PRETENSÃO DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA MERITAL (PIS SEMESTRALIDADE INTERPRETAÇÃO DO ART. 6º, DA LC 07/70 CORREÇÃO MONETÁRIA – LEI 7.691/88). DESOBEDIÊNCIA AOS DITAMES DO ART. 535, DO CPC. EXAME DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Inocorrência de irregularidades no acórdão quando a matéria que serviu de base à interposição do recurso foi devidamente apreciada no aresto atacado, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando as questões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudência consolidada. O não acatamento das argumentações deduzidas no recurso não implica em cerceamento de defesa, posto que ao julgador cumpre apreciar o tema de acordo com o que reputar atinente à lide. (...) (EDREsp nº 362.014/SC, DJ de 23/09/2002, pg. 236, Min. Rel. José Delgado). Portanto, conforme se depreende, ainda que voto não tenha apreciado todos os argumentos aduzidos pela interessada, não se configura, necessariamente, motivo de embargos por omissão ou contradição, pois o órgão julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos apresentados pela contribuinte se por outros motivos tiver firmado seu convencimento. Nesse sentido, verificase que o acórdão embargado está exaustivamente motivado, conforme se pode verificar pela simples leitura das efolhas 4.391 a 4.396 dos autos. Por fim, quanto à suposta omissão (item iii do Relatório) do acórdão por não ter adotado o entendimento constante da Solução de Divergência nº 27/08, da Cosit, equivoca se a Embargante ao afirmar que o CARF estaria vinculado à citada Solução. A uma, porque a Fl. 4432DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 4 Solução de Consulta Cosit e a Solução de Divergência, a partir da data de sua publicação, têm efeito vinculante no âmbito da RFB. O CARF não faz parte da estrutura da RFB. A duas, porque a Solução de Divergência citada pela Embargante não abrange especificamente a hipótese tratada nos autos, de modo que a solução de consulta somente produzirá efeitos em relação às questões específicas suscitadas pelo consulente. A Embargante resignouse a citar a ementa da SC Cosit nº 27/08 sem demonstrar o nexo de causalidade entre o caso concreto tratado e a matéria objeto da solução de consulta. Destarte, no caso em litígio, este Conselheiro fundamentou seu voto com base nos dispositivos legais, em estrito cumprimento ao princípio da legalidade. Confiramse trechos do voto abaixo transcritos: Pois bem. Passemos à aplicação dos dispositivos normativos ao caso concreto em litígio. A Lei nº 10.332/2001, ao dar nova redação ao §2º do artigo 2º da Lei nº 10.168/2000, alargou o campo de incidência da CIDE, fazendoa incidir, a partir de 01/01/2002, sobre mais duas materialidades. Deste modo, com a alteração trazida pela Lei nº 10.332/2001, a partir de 1º de janeiro de 2002, a referida contribuição passou a incidir sobre as seguintes hipóteses: (i) pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior (caput do artigo 2º); (ii) serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes (primeira parte do §2º do artigo 2º); e (iii) royalties, a qualquer título (parte final do §2º do artigo 2º). O caput do artigo 2º da Lei nº 10.332/2001, portanto, prescreve que a CIDE incide sobre as seguintes materialidades: na remessa ao exterior efetuada (a) pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou (b) pela pessoa jurídica adquirente de conhecimentos tecnológicos, e, também, (c) nos contratos que impliquem transferência de tecnológica. Deste modo, o fato de ter havido ou não transferência de tecnologia não é condição necessária para haver a incidência da CIDE para todas as hipóteses de incidências previstas no citado caput do artigo 2º da Lei nº 10.332/2001. O conectivo “ou” empregado no enunciado prescritivo acima transcrito tem função includente, ou seja, relaciona mais hipóteses de incidência, além da “licença de uso”, também para a “adquirente de conhecimentos tecnológicos” e da “signatária de contratos com transferência de tecnologia”. Por outro lado, é certo que a partir de 1º de janeiro de 2006, em decorrência dos artigos 20 e 21 da Lei nº 11.452/2007, a remessa ao exterior em decorrência da licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador (software), que não envolvesse a transferência da correspondente tecnologia, não estaria mais sujeita à incidência da CIDE. A Lei nº 11.452/2007, a meu ver, não é lei meramente interpretativa, pois determina expressamente, em seu artigo 21, a eficácia do artigo 20 a partir de 1º de janeiro de 2006. Portanto, não pode fazer retroagir seus efeitos nos termos do que prescreve o artigo 106, inciso I, do CTN. Assim, apenas para os eventos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2006 é que não haverá a incidência sobre as remunerações pela licença de uso de programa de computador (software). A contrario sensu, deve haver a incidência para os períodos anteriores a esta data, conforme norma extraída do caput do artigo 2º da Lei nº 10.168/2000. No caso dos autos, o período de apuração referese ao ano de 2004. Fl. 4433DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 16561.000067/200975 Acórdão n.º 3202001.404 S3C2T2 Fl. 4.432 5 Em nenhum momento a Lei nº 10.168/2000 restringiu a incidência apenas sobre determinadas espécies de softwares, como argumenta a Recorrente. Destarte, não é relevante a diferenciação apresentada pela Recorrente entre os denominados “software customizado”, “software de prateleira” e “software desenvolvido sob encomenda”. A incidência é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso de software, independentemente de sua espécie. Portanto, não cabe ao intérprete ao aplicar a norma estabelecer restrições onde a lei não o fez. Assim, fazendose uma interpretação sistemática, a partir dos dispositivos legais insculpidos na Lei nº 10.168/2000, com a alteração trazida pela Lei nº 11.452/2007 , é de se concluir que a CIDE é devida pelas pessoas jurídicas detentora de licença de uso ao efetuarem o pagamento/remessa ao exterior, dentre os quais incluise a remuneração por licença de uso de software até 1º de janeiro de 2006. Por fim, registrese que os embargos de declaração não se prestam a mera manifestação de inconformismo com a decisão prolatada ou à rediscussão dos fundamentos do julgado, uma vez que não se trata do remédio processual adequado para reexame da lide. Quando cabível, o instrumento processual adequado para o reexame da lide, na esfera do processo administrativo federal, é o Recurso Especial (art. 67 do RICARF). Neste sentido, pronunciouse o STJ no AgRg no REsp 179411 / SP (data da decisão: 19/06/2012; DJe 27/06/2012), cuja ementa transcrevese abaixo: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS. TENTATIVA DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA DE MÉRITO DECIDIDA. IMPOSSIBILIDADE EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. Nos termos do art. 535 do CPC, os embargos de declaração apenas são cabíveis quando constar no julgamento obscuridade ou contradição ou quando o julgador for omisso na análise de algum ponto. Admitese, por construção jurisprudencial, também a interposição de aclaratórios para a correção de erro material. 2. A omissão a ser sanada por meio dos embargos declaratórios é aquela existente em face dos pontos em relação aos quais está o julgador obrigado a responder; enquanto a contradição que deveria ser arguida seria a presente internamente no texto do aresto embargado, e não entre este e o acórdão recorrido. Já a obscuridade passível de correção é a que se detecta no texto do decisum, referente à falta de clareza, o que não se constata na espécie.(EDcl no AgRg no REsp 1.222.863/PE, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 13/6/2011) 3. Embargos manejados com nítido caráter infringente, onde se objetiva rediscutir a causa já devidamente decidida. 4. Embargos de declaração rejeitados. Com essas considerações, encaminho meu voto no sentido de rejeitar os Embargos de Declaração opostos pela interessada. É assim que voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 4434DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 6 Fl. 4435DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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Numero do processo: 15983.000710/2010-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2007, 2008
Ementa:
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado fora do prazo legal.
Numero da decisão: 2201-002.604
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade.
Assinado Digitalmente
EDUARDO TADEU FARAH Relator
Assinado Digitalmente
MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2007, 2008 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado fora do prazo legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado Digitalmente EDUARDO TADEU FARAH Relator Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH.
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INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado fora do prazo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado Digitalmente EDUARDO TADEU FARAH – Relator Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 07 10 /2 01 0- 71 Fl. 432DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), consubstanciado no Auto de Infração, fls. 03/20, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 99.448,28, calculado até 31/08/2010. A fiscalização apurou falta de recolhimento do imposto retido, nos anos calendário 2006 e 2007, incidente sobre: (i) trabalho assalariado; (ii) trabalho sem vínculo de emprego; (iii) rendimento de capital; (iv) remuneração de serviços profissionais prestados por PJ; e (v) serviços de propaganda. De acordo com o Termo de Verificação e Constatação Fiscal, fls. 19/33, foi efetuado o confronto dos valores declarados na DCTF e na DIRF, exclusivamente “com a finalidade de verificar se a empresa recolheu ou não, integralmente, o IRRF, para fins de instrução do processo de SUSPENSÃO do benefício fiscal da IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, cuja responsabilidade pela retenção e recolhimento lhe é devida”. Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: Alega que a exigência não pode subsistir, porque baseada exclusivamente em divergências apontadas na DIRF e DCTF, não condizendo com a realidade. Ademais, diz que parte dos valores devidos foram quitados, tendo sido promovida a inclusão do restante no parcelamento estipulado pela Lei nº 11.941/09, estando, portanto, suspensa a exigibilidade. Em preliminar, protesta pela nulidade do lançamento, pois, “tanto da análise do Termo de Verificação e Constatação Fiscal quanto do Auto de Infração lavrado, verificase que não há qualquer dispositivo legal que discipline o dispositivo legal tido por afrontado pela fiscalização”. Argui não se poder comparar a falta de recolhimento do tributo com a omissão de dados na DCTF. Toma a Instrução Normativa SRF nº 695/06, vigente à época, para apontar as penalidades devidas em razão da falta ou omissão de dados na entrega da referida declaração. E acusa que, da análise do lançamento, não se sabe quais os valores se referem à falta de recolhimento e quais são relativos à falta de informação em DCTF, conforme excertos utilizados pela fiscalização, tomados como exemplo. Argumenta que a atividade do lançamento deve observar diversos princípios, dentre os quais o da legalidade. Cita doutrina, concluindo: “A falta de indicação dos dispositivos legais que ensejaram os valores tidos por devidos, bem como a ausência de discriminação do que se refere a tributo não recolhido e valores omitidos em DCTF, cujas penalidades são totalmente diferentes, além que caracterizar a nulidade do auto de infração, afronta os princípios constitucionais da legalidade, da ampla defesa e do contraditório. Além de afrontar o princípio da legalidade, os direitos constitucionais da ampla defesa e do contraditório, o agente da fiscalização, ao igualar a falta de recolhimento de tributo com a omissão de valores na entrega da DCTF, deixando de apontar os valores que ensejaram cada infração separadamente, deixou de aplicar ainda o princípio da verdade material.” Fl. 433DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 15983.000710/201071 Acórdão n.º 2201002.604 S2C2T1 Fl. 3 3 Cita mais doutrina, agora acerca do princípio da verdade material, segundo o qual a autoridade administrativa lançadora e julgadora tem liberdade para colher as provas necessárias à demonstração do fato jurídico tributário. Acusa que o critério utilizado pela fiscalização para apurar os valores devidos não encontra qualquer respaldo legal, porque, no seu entender, não basta apurar diferenças entre declarações prestadas, devendo ser comprovada a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Por tais razões, julga ter havido ofensa às disposições do art. 10, inciso IV, do Decreto nº 70.235, de 1972, ensejando a nulidade do feito. No mérito, propriamente dito, diz que promoverá a inclusão dos débitos realmente devidos no parcelamento estipulado pela Lei nº 11.941, de 2009. Faz remissão ao item 14.4 do Termo de Verificação e Constatação Fiscal, concluindo que a verdade material não foi buscada, pois “o fiscal se limita a verificar os documentos com base nos números por ele apontados, os quais não possuem sequer fundamentação legal”. A fim de comprovar o parcelamento e a consequente suspensão da exigibilidade, reproduz as tabelas constantes do item 14.4 do Termo de Verificação e Constatação Fiscal, promovendo os apontamentos que julga cabíveis, descritos às fls. 194/211. Encerra com as seguintes conclusões: “À vista do exposto, requer a Impugnante seja acolhida a presente defesa administrativa, tendo em vista que o lançamento afronta o disposto no Decreto nº 70.235/72, mediante a falta de indicação dos dispositivos legais que ensejaram os valores tidos por devidos e a ausência de discriminação do que se refere a tributo não recolhido e valores omitidos em DCTF, afrontando os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Ultrapassada a preliminar argüida, requer a Impugnante seja extinto o lançamento, vez que parte do débito foi liquidado e o remanescente incluído no parcelamento estipulado pela Lei nº 11.941/09.” A 2ª Turma da DRJ em Campinas/SP julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: Nulidade. Não procedem as arguições de nulidade quando não se vislumbram nos autos quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. Cerceamento do Direito de Defesa. Tendo sido perfeitamente descrito o fato e juridicamente qualificado pelas normas no enquadramento legal pertinente, Fl. 434DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH 4 com a elaboração de um conjunto de demonstrativos e planilhas, o qual, combinado com os termos e a descrição dos fatos no auto de infração, demonstra cabalmente a forma como foi apurado e calculado o tributo devido, caracterizando plenamente todos os elementos do fato jurídico tributário, não se vislumbra qualquer prejuízo à contribuinte para a perfeita inteligência acerca da matéria autuada. IRRF. Confronto DIRF X DARF X DCTF. É devido pela fonte pagadora o imposto de renda informado em DIRF que não tenha sido recolhido e nem declarado em DCTF, mormente quando não se logra demonstrar eventual erro no preenchimento das declarações. Impugnação Improcedente Intimada da decisão de primeira instância em 28/01/2013 (fl. 354), a autuada apresenta Recurso Voluntário em 28/02/2013 (fls. 356/424), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O prazo estipulado na legislação para apresentação de Recurso Voluntário é de 30 (trinta) dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, conforme disposição expressa do art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, in verbis: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão. Como se colhe dos autos, a contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 28/01/2013, conforme Aviso de Recebimento (AR), fl. 354. Por sua vez, o recurso foi apresentado em 28/02/2013 (fls. 356/424), após ultrapassado o prazo de 30 dias do recebimento da decisão de primeira instância. É forçoso concluir, portanto, pela intempestividade do recurso, o que torna definitiva, na esfera administrativa, a decisão de primeira instância, nos termos do inciso I do art. 42 do Decreto nº 70.235/1972, verbis: Art. 42. São definitivas as decisões: I – de primeira instância, esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; Ressalte que o próprio Recurso Voluntário interposto pela recorrente foi datado de 28/02/2013 (fl. 388). Fl. 435DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 15983.000710/201071 Acórdão n.º 2201002.604 S2C2T1 Fl. 4 5 Isso posto, o Recurso Voluntário não deve ser conhecido. Ante a todo o exposto, voto por não conhecer do recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 436DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10980.903063/2008-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/08/2003
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE INTEMPESTIVA.
Não merece reparo a decisão de primeira instância que não toma conhecimento das razões de defesa suscitadas em Manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal e, portanto, intempestiva.
Numero da decisão: 3202-001.413
Decisão: Recurso Voluntário Negado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Assinado digitalmente
LUIS EDUARDO GARROSINO BARBIERI Presidente Substituto.
Assinado digitalmente
TATIANA MIDORI MIGIYAMA - Relatora.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luis Eduardo Garrossino Barbieri (Presidente Substituto), Charles Mayer de Castro Souza, Paulo Roberto Stocco Portes, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama (Relatora).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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decisao_txt : Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido. Assinado digitalmente LUIS EDUARDO GARROSINO BARBIERI Presidente Substituto. Assinado digitalmente TATIANA MIDORI MIGIYAMA - Relatora. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luis Eduardo Garrossino Barbieri (Presidente Substituto), Charles Mayer de Castro Souza, Paulo Roberto Stocco Portes, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama (Relatora).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/08/2003 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE INTEMPESTIVA. Não merece reparo a decisão de primeira instância que não toma conhecimento das razões de defesa suscitadas em Manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal e, portanto, intempestiva. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarouse impedido. Assinado digitalmente LUIS EDUARDO GARROSINO BARBIERI – Presidente Substituto. Assinado digitalmente TATIANA MIDORI MIGIYAMA Relatora. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luis Eduardo Garrossino Barbieri (Presidente Substituto), Charles Mayer de Castro Souza, Paulo Roberto Stocco Portes, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama (Relatora). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 90 30 63 /2 00 8- 42 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 104 2 Tratase de recurso voluntário interposto por Kraft Foods Brasil “Ltda” contra Acórdão nº 0633.035, de 10 de agosto de 2011, proferido pela 3ª Turma da DRJ/CTA, que acordou por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de tempestividade e, em consequência, não conhecer das demais alegações constantes da Manifestação de Inconformidade. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório integrante da decisão recorrida, a qual transcrevo a seguir: “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade (fls. 05/21), apresentada em 03/09/2008, em face da não homologação da compensação declarada na Dcomp de nº 37785.04267.150304.1.3.045237, nos termos do Despacho Decisório emitido em 09/05/2008 pela DRF/Curitiba (fl. 1). Segundo o Despacho Decisório, cientificado em 20/05/2008 (fl. 3 e 70), a compensação não foi homologada porque o crédito indicado pela contribuinte em sua Dcomp (pagamento a maior de PIS, código 6912, PA 07/2003, no valor total de R$ 1.133.464,76, recolhido em 15/03/2004) não foi encontrado na base de dados da RFB. No recurso apresentado a contribuinte alega, em síntese, o seguinte. Argumenta que “até o presente momento a contribuinte não foi notificada da decisão proferida, sendo que, em virtude de levantamento de suas pendências tributárias, para fins de obtenção da Certidão Negativa de Débitos, é que a empresa tomou conhecimento quanto à não homologação do pedido de compensação ora discutido”. Aduz, nesse sentido, que “restou surpreendida com a exigência dos valores em questão”. Afirma que “nenhuma pessoa com a mínima capacidade dentro da organização da empresa recebeu os documentos em questão. Se houve qualquer intimação, esta foi completamente desprovida de seus mínimos fundamentos de validade”. Argumenta que “nem o sujeito passivo, nem qualquer um de seus mandatários e, muito menos, qualquer um de seus prepostos receberam a notificação de lançamento em foco”. No que toca ao mérito, diz que a Dcomp foi preenchida errada, “haja vista terem sido utilizados outros créditos nesta compensação”. Afirma que o DARF informado realmente não existe, sendo o crédito decorrente de “pagamento a maior de PIS 07/2003, com créditos de ressarcimento de IPI, conforme documentos comprobatórios em anexo”. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 105 3 Preconiza, justificando a necessidade de correção do crédito informado, que a Administração Pública deve “buscar alternativas para salvar os atos praticados pelos administrados, os quais, muitas vezes, veemse perdidos frentes aos inúmeros entraves burocráticos existentes”. Argumenta também que a Administração Pública deve agir de acordo com os princípios da verdade material e do informalismo, bem como, cabe a ela o dever de proceder à pesquisa de possíveis créditos anteriores que tivessem sido utilizados na compensação. Afirma que não respeitados tais pressupostos, a Administração Pública estaria se locupletando indevidamente. Assevera, ainda, que não existe prova material contundente contra à suposta inexistência do crédito ofertado pela contribuinte na compensação, afirmando que a fragilidade do sistema de pagamentos é conhecido por todos. Diante disso, sustenta que por conta da total ausência de provas e de sua incontestável boafé, há que ser “afastada a glosa efetivada pela fiscalização e, consequentemente, a não homologação da compensação requerida”. Pede o reconhecimento da preliminar de nulidade, requerendo ainda que seja apresentado com clareza o nome completo e os dados da suposta pessoa que recebeu a intimação, para fins de responsabilização pessoal, e, no mérito, requer a homologação da compensação realizada. É o relatório.” A DRJ, por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de tempestividade e, consequentemente, não conheceu das demais alegações constantes da Manifestação de Inconformidade, em acórdão com a seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 15/08/2003 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE INTEMPESTIVA. MÉRITO NÃO CONHECIDO. A manifestação de inconformidade interposta após o transcurso do prazo de 30 (trinta) dias da data da ciência do Despacho Decisório proferido, não instaura a fase contenciosa do procedimento administrativo fiscal, impossibilitando o exame do mérito nela contido. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CIÊNCIA VIA POSTAL. VALIDADE. SÚMULA CARF Nº 9. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 106 4 É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Manifestação de Inconformidade Não conhecida Direito Creditório Não Reconhecido” Cientificado do referido acórdão em 17 de outubro de 2011, apresentou recurso voluntário em 16 de novembro de 2011 ao Conselho Administrativo Fiscal – CARF. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama, Relatora Da admissibilidade Por conter matéria desta E. Turma da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a priori, passo a analisar a preliminar de legitimidade passiva do recurso voluntário. Para tanto, importante lembrar que a unidade de origem recepcionou o documento de fls. 80 a 99 entregue em 16 de novembro de 2011, como recurso voluntário. Cabe trazer que o “recurso voluntário”, em nome da Kraft Foods Brasil “LTDA”, foi assinado pelos Drs. José Augusto Lara dos Santos e Fernanda do Nascimento Pereira. Depreendendose da análise dos autos do processo, vêse que não consta procuração com os nomes dos r. advogados, tampouco instrumento particular, substabelecendo ao Dr. José Augusto Lara, com reserva de iguais poderes para recepcionar intimações, podendo praticar todos os atos judiciais e extras judiciais necessários à apresentação e defesa dos interesses da Outorgante Kraft Foods Brasil S/A em qualquer juízo, instância ou Tribunais bem como perante quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, inclusive de direito público, seus órgãos, Ministérios, Repartições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, Juntas Comerciais, Fl. 106DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 107 5 Prefeituras e Autarquias, com poderes para transigir, desistir, confessar, receber e dar quitação, firmar termos e compromissos, podendo inclusive substabelecer, enfim, praticar todos os demais atos necessários. Não há também acostados no processo instrumentos substalecendo iguais poderes para a Dra. Sara Fachini Truite, que também assinou o Recurso Voluntário. O que em relação ao aspecto subjetivo da relação jurídica processual, considerando os documentos acostados ao processo, vêse que a mesma não possuiria legitimidade para figurar no pólo passivo da lide em que se discute a compensação – quando constar como sujeito passivo a Kraft Foods Brasil S/A. Cabe ressaltar que a procuração que consta como Outorgante a Kraft Food Brasil S.A.não consta o nome dos advogados supra mencionados, tampouco há Instrumento substabelecendo poderes nos autos do processo a eles. Independentemente das questões acima, cabe trazer que a Kraft Foods Brasil S/A sofreu reorganização societária e, por conseguinte foi renomeada para Mondelez Brasil Ltda em ato de julho/2013, conforme CNPJ abaixo: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA NÚMERO DE INSCRIÇÃO 33.033.028/000184 MATRIZ COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO CADASTRAL DATA DE ABERTURA 24/01/1973 NOME EMPRESARIAL MONDELEZ BRASIL LTDA TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) MONDELEZ BRASIL Fl. 107DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 108 6 CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 82.99799 Outras atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 82.19999 Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente 82.11300 Serviços combinados de escritório e apoio administrativo CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA 2062 SOCIEDADE EMPRESARIA LIMITADA LOGRADOURO AV PRESIDENTE KENNEDY NÚMERO 2511 COMPLEMENTO PARTE CEP 80.610010 BAIRRO/DISTRITO AGUA VERDE MUNICÍPIO CURITIBA UF PR SITUAÇÃO CADASTRAL ATIVA DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL 03/11/2005 MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL SITUAÇÃO ESPECIAL ******** DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL ******** Aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 1.470, de 30 de maio de 2014. Emitido no dia 29/10/2014 às 09:35:09 (data e hora de Brasília). O processo administrativo deve respeitar rotinas indispensáveis à segurança das partes, dos atos e da prestação jurisdicional e administrativa. O que, por conseguinte, nos casos de alteração de denominação social, decorrente de reorganizações societárias, os poderes outorgados anteriormente aos advogados da pessoa jurídica – sujeito passivo, deixam de existir. Tanto é assim que em outro processo da Kraft Foods Brasil S.A de nº 10980.901545/201082 vêse que o Recurso Voluntário foi apresentado regularmente com a nova denominação social da Kraft Foods Brasil S/A – qual seja, Mondelez Brasil LTDA, conjuntamente com a procuração e substabelecimento expondo como outorgante a Mondelez Brasil Ltda. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 109 7 Porém, no caso vertente, haja vista o Recurso Voluntário ter sido apresentado no dia 16.11.2011 portanto, antes da mudança da denominação social da sociedade, independentemente de não ter sido apresentado o recurso conjuntamente com as procurações e demais documentos que possam atestar a legitimidade passiva, tornase necessário constar dos autos a procuração outorgando poderes, para tanto, a esses advogados, ou instrumento particular substabelecendo esses poderes. O que, por conseguinte, causa estranheza a conduta praticada no processo presente, tendo em vista que foi apresentado recurso voluntário com o nome da Kraft Foods Brasil “Ltda”, e não “S/A” e sem a procuração dos advogados que lá assinavam. A meu sentir, para fins de se trazer a segurança necessária ao processo administrativo, tornase obrigatório a apresentação de procuração ou instrumento particular no processo, substabelecendo poderes, para tanto, a seus procuradores, sob pena de não conhecimento do recurso. Frisese os dizeres do art. 6º do CPC – “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. Não obstante, tendo em vista que em outros processos da recorrente, é possível verificar que há instrumento particular substabelecendo ao Dr. José Augusto Lara dos Santos poderes para praticar todos os atos judiciais e extrajudiciais necessários à representação e defesa dos interesses da Outorgante em qualquer juízo, Instância ou Tribunal, bem como quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, inclusive de direito público, seus órgãos, Ministérios, Repartições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, Juntas Comerciais, Prefeituras e Autarquias, com poderes para transigir, desistir, confessar, receber e dar quitação, firmar termos e compromissos, podendo, inclusive substabelecer, enfim, praticar todos os demais atos necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato, excepcionalmente, passo a observar tal instrumento para apreciar o caso vertente. Sendo assim, passo a discorrer sobre as questões trazidas no recurso voluntário. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 110 8 Depreendendose da análise do processo, vêse que a lide original envolve autuação fiscal recepcionada pela empresa Kraft Foods Brasil S/A (incorporada pela Mondelez Brasil Ltda) tratando do não reconhecimento do pedido de compensação, considerando que houve a consolidação de suposto débito no montante de R$ 2.216.981,33. Não obstante à essa discussão, vêse que a DRJ não tomou conhecimento da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, considerando sua intempestividade. Eis que, no caso vertente, o contribuinte foi cientificado do Despacho Decisório, no dia 20 de maio de 2008; porém, apresentou a manifestação e inconformidade somente no dia 3 de setembro de 2008, quando já havia se esgotado o prazo regulamentar fixado pelo Decreto nº 70.235, de 1972. Dessa forma, em vista da decisão de 1ª instância, a contribuinte pede, em síntese, a reforma do Acórdão da DRJ, descrevendo julgados do CARF, solicitando que a administração fazendária aprecie todos os fatos e provas que possam influenciar a sua decisão para que, por conseguinte, seja julgado totalmente improcedente o lançamento realizado, de modo a extinguir a presente cobrança. Quanto à intempestividade da manifestação de inconformidade alegada pela DRJ, notase que, de acordo com o disposto nos arts. 14 e 151 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, somente a impugnação da exigência apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. No caso vertente, resta claro que a recorrente apresentou a impugnação fora do prazo legal. Logo, a controvérsia cingese apenas ao conhecimento da impugnação suscitada pela recorrente, que deve ser conhecida por este Colegiado, em razão do disposto no Fl. 110DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 111 9 art. 56, § 3º, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011, que regulamenta o processo administrativo fiscal, a seguir transcrito (destaques meus): “Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto no70.235, de 1972, arts. 14 e 15). § 1º Apresentada a impugnação em unidade diversa, esta a remeterá à unidade indicada no caput. § 2º Eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como preliminar. § 3º No caso de pluralidade de sujeitos passivos, caracterizados na formalização da exigência, todos deverão ser cientificados do auto de infração ou da notificação de lançamento, com abertura de prazo para que cada um deles apresente impugnação. § 4º Na hipótese do § 3o, o prazo para impugnação é contado, para cada sujeito passivo, a partir da data em que cada um deles tiver sido cientificado do lançamento. 5º Na hipótese de remessa da impugnação por via postal, será considerada como data de sua apresentação a da respectiva postagem constante do aviso de recebimento, o qual deverá trazer a indicação do destinatário da remessa e o número do protocolo do processo correspondente. §6º Na impossibilidade de se obter cópia do aviso de recebimento, será considerada como data da apresentação da impugnação a constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da correspondência. §7ºNo caso previsto no § 5o, a unidade de preparo deverá juntar, por anexação ao processo correspondente, o referido envelope.” No recurso voluntário, a recorrente pleiteou o conhecimento das razões de fato e de mérito apresentadas, com base no argumento de que, no âmbito do processo administrativo fiscal, deve prevalecer o princípio da verdade material. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA Processo nº 10980.903063/200842 Acórdão n.º 3202001.413 S3C2T2 Fl. 112 10 Porém, entendo que não assiste razão a recorrente, pois tal princípio somente poderiam ser invocados quando o processo administrativo fiscal tenha sido regulamente instaurado à fase contenciosa do procedimento. Por todo o exposto, voto por conhecer parcialmente o recurso e, na parte conhecida, negar provimento, rejeitando o conhecimento das outras alegações, para manter na íntegra a decisão recorrida. Assinado digitalmente Tatiana Midori Migiyama Fl. 112DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 11/12/2 014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por TATIANA MIDORI MIG IYAMA
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Numero do processo: 16327.000163/2007-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
COMPENSAÇÃO. PROVA DO CRÉDITO. ATRIBUTO DO CONTRIBUINTE.
A despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação.
Inaplicabilidade do disposto no artigo 112 do CTN.
Recurso conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-001.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente Substituto
(documento assinado digitalmente)
Rafael Correia Fuso - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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PROVA DO CRÉDITO. ATRIBUTO DO CONTRIBUINTE. A despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação. Inaplicabilidade do disposto no artigo 112 do CTN. Recurso conhecido e não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 01 63 /2 00 7- 24 Fl. 292DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 2 Relatório Trata de processo de Declaração de Compensação de débito do IRPJ, período de apuração Jun/06, com alegado crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior. A questão a ser analisada nos presentes autos é a origem e a identificação do crédito tributário, pois pairam dúvidas no trabalho de fiscalização e na decisão da DRJ, matéria essa inclusive que definirá a competência do julgamento do Recurso, se pela Primeira Seção ou pela Terceira Seção. Em relação ao anocalendário 2006, o contribuinte entregou, em 29/06/07, a correspondente DIPJ, tendo apurado, para o IRPJ estimado do mês de Jun/06, o valor de R$ 1.919.847,88, como informado na Linha 12 da Ficha 11 da referida declaração (folhas 08 a 11). Por outro lado, na DCTF apresentada, o interessado informou como débito do IRPJ de Jun/06 o montante de R$ 2.147.360,99, este liquidado, parcialmente, por meio de DARF e de compensação com suposto crédito do próprio IRPJ. No tocante ao direito creditório informado pelo contribuinte acima, qual seja pagamento indevido ou a maior decorrente de DARF recolhido, em 26/07/06, a título de PIS (Cód 2986) lançado de oficio, a fiscalização não identificou o pagamento junto aos sistemas da SRF. Ademais, apontado na "DCOMP", o débito do IRPJ em questão encontrase controlado no PAF n° 10768.003660/200628, o qual trata de "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial", crédito esse decorrente de cessão de direito creditório por parte da P&P Porciúncula Participações Ltda nos autos do processo judicial autuado na Justiça Federal/RJ sob n° 0007358385. Há um ofício expedido pela Juíza Substituta da 2ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, encaminhado à Receita Federal do Brasil, que não identifica nenhum processo administrativo ora analisado, apenas mencionando o nome do contribuinte Banco Industrial e Comercial S/A: "Em face do explanado, verifico a ocorrência de diversas irregularidades praticadas nesse feito, passíveis de punição nas esferas administrativa, cível e criminal, razão pela qual DETERMINO: (..) (ii) que Secretaria da Receita Federal do Rio de Janeiro e de São Paulo impeçam a utilização de créditos tributários referentes a qualquer feito em trâmite perante esse D. Juízo nos processos administrativos n°s 13807.006828/200470 DERATSPOSP (lis. 191, 205, 210, 249, 256, 269 e 280); 13807.005634/200457 DRJSPOISO (fls. 192, 206, 209, 250, 257, 270 e 281); (iii) que a Secretaria da Receita Federal do Rio de Janeiro e de São Paulo impeçam a utilização de créditos tributários oriundos de qualquer feito em trâmite perante esse D. Juízo pelas seguintes empresas e pessoas físicas: 1) P&P PORCIONCOLA Fl. 293DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 3 3 PARTICIPAÇÕES LTDA., CNPJ N° 04.888.139/00174; (...) 10) BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A, CNPJ N° 07.450.604/0001 89; (...). A utilização do referidos créditos só poderá ser feita APÓS EXPRESSA AUTORIZAÇÃO do Juízo. (..) A DRF, com base na fundamentação acima, não homologou a compensação pleiteada pelo contribuinte, sendo dada ciência da decisão em 29/08/2008. Inconformada com a decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, em 30/09/2008, alegando: DOS FATOS 0 contribuinte reportase aos fatos e expõe que: em 26 de julho de 2007 apresentou Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP), tendo por objeto a compensação de parte de seu Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), apurado em junho de 2006; a despeito de o crédito a ser aproveitado no pedido de compensação referirse ao Processo Administrativo n° 10768.003660/200628, fez constar no PER/DCOMP o código de receita n° 2986, que corresponde a PISLançamento de oficio. Para verificar essas informações, a Delegacia Especial oficiou a DERAT/RJ, solicitandolhe o envio dos autos de referido processo (fls.07); entretanto, antes que a DERAT/RJ respondesse à solicitação feita, foi proferido o despacho decisório, que não homologou as compensações realizadas, invocando como fundamento para tanto o teor do oficio 0003.0002610/2008, da 3ª Vara Cível da Federal da Subseção Judiciária do Rio de Janeiro (fls.16/17); essa decisão foi fruto de mera suposição das autoridades administrativas, que decidiram sobre a procedência de um pedido de compensação sem que estivesse esclarecida e comprovada a liquidez e certeza do crédito informado pelo requerente. Na dúvida, as autoridades optaram por fazer suposições que conduziram à não homologação da compensação, em frontal desrespeito A cláusula do devido processo legal administrativo e em clara violação dos princípios da ampla defesa, do contraditório e da busca pela verdade material, circunstância per se suficiente para ensejar a anulação do despacho decisório; DA PRELIMINAR DE NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO POR VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS QUE REGEM O PROCESSO ADMINISTRATIVO Alega a defesa que o despacho decisório não homologou a compensação declarada pelo requerente porque considerou que o crédito tributário em questão é objeto do processo judicial n° Fl. 294DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 4 00.07358585, cedido ao requerente pela empresa P&P Porciiuncula Participações Ltda e esta afetado pela prescrição; Reportase a defesa ao item 4 do Despacho Decisório e destaca a expressão pelo que se deduz, concluindo que as decisões administrativas não podem se pautar em suposições e deduções, sob pena de violação do devido processo legal administrativo, dos princípios do contraditório, ampla defesa, motivação dos atos administrativos e busca pela verdade material (CF/88, art. 5 0, inciso LIV e LV, art. 37, caput e art. 2° da Lei 9784/99); Afirma a defesa que, se intimado a esclarecer a relação supostamente existente entre a compensação postulada nesses autos e o processo judicial n° 00.07358585, teria informado e comprovado a absoluta falta de relação entre os dois processos, evitandose, assim, a prolação do despacho decisório dissociado da verdade material; Nesse contexto, afirma a defesa, impõese o reconhecimento da nulidade do despacho decisório, para evitar que produza qualquer efeito um ato administrativo praticado em desrespeito aos princípios da verdade material, da motivação, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. II) NO MÉRITO: DA NECESSÁRIA ANÁLISE DO PAF N° 10768.003660/200628 Como informado pelo requerente em seu PER/DCOMP, o crédito a ser aproveitado no pedido de compensação estava relacionado ao PAF n° 10768.003660/200628; Alega que, desde a instauração de referido processo, nunca conseguiu obter informações sobre o seu andamento processual e sequer logrou êxito em ter acesso aos autos administrativos e reportase a petições encaminhadas à DERAT/RJ em 10/12/2007 e DEINF/SP em 17 e 21/08/2008; Importa esclarecer que o "Pedido de Habilitação de Crédito por Decisão judicial Transitada em Julgado", objeto do PAF n° 10768.003660/200628, tem por objeto o reconhecimento do direito do requerido ao aproveitamento do crédito que lhe foi cedido pela empresa Musa Calçados Ltda, através de regular Escritura Pública de Cessão e Transferência em Pagamento de Direitos Decorrentes de Titulo Executivo Extrajudicial; Os créditos objeto de referida Cessão decorrem de decisão judicial transitada em julgado, proferida nos autos do Recurso Especial n° 40.332 (doc.4) e estão, atualmente, em fase de liquidação judicial nos autos do Processo n°1998.01.00.077161 9, em trâmite perante o Tribunal Regional Federal da 1° Região; Para que se possa concluir pela possibilidade de aproveitamento desses créditos através do pedido de compensação ora em discussão, é indispensável que se conheça o andamento atual do "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão judicial Transitada em Julgado", instaurado perante a DERAT/RJ e sem isso, não há como Fl. 295DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 4 5 prosseguir validamente na apreciação do presente pedido de compensa cão; Por essa razão, é de rigor o sobrestamento do presente processo até que seja apresentada nesses autos a resposta da DERAT/RJ ao MEMO/DIORT/DEINF/SP n° 034/2007 e que seja efetivamente aberta vista ao requerente dos autos ao PAF n° 10768.003660/200628, para preservar o devido processo legal administrativo, a ampla defesa e o contraditório. III) DA INAPLICABILIDADE DO OFICIO 0003.000261 0/2008 DA 3° VARA CÍVEL DA JUSTIÇA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Expõe a defesa que o crédito indicado no pedido de compensação do requerente lhe foi cedido pela empresa Musa Calçados Ltda e se refere ao Processo n° 87.00.005738, que foi posteriormente autuado como Recurso Especial n° 40.332. Assim, argumenta a defesa, o oficio n° 0003.0002610/2008 da 3°Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro não pode ser invocado pelas autoridades administrativas como fundamento para a não homologação da compensação discutida nestes autos; IV) DA DIVERGÊNCIA QUANTO AO VALOR DO CRÉDITO OBJETO DA COMPENSAÇÃO Alega a defesa que indicou na Declaração de Compensação, débito de IRPJ referente a junho de 2006 no valor de R$ 1.722.530,76, mas que referido débito era, na verdade, de R$ 1.919.847,88 conforme informado em sua DIPJ; Pleiteia a retificação do débito para R$ 1.495.017,65 (R$ 1.919.847,88 menos valor pago de R$ 424.830,23doc.6) e alega que tal medida não colide com o disposto no art. 74, § 6°, da Lei n° 9.430/96, porque não implica redução do valor do IRPJ devido no período. DO PEDIDO Requereu o acolhimento da presente Manifestação de Inconformidade, para que seja retificado o valor do débito a ser compensado e, após, seja declarado nulo e sem efeito despacho decisório, reconhecendose a inaplicabilidade da determinação do oficio no 0003.0002610/2008 da 3°Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro e determinandose o sobrestamento do presente processo administrativo, até que seja assegurado ao requerente o direito de vista dos autos do PAP n° 10768.003660/200628; Na hipótese de não acolhimento do pedido de sobrestamento, requereu a conversão do feito em diligência, para que seja dada ao requerente oportunidade para esclarecer as dúvidas instauradas em torno dos créditos discutidos nesses autos, para Fl. 296DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 6 que seja assegurado o devido processo legal administrativo, respeitandose a ampla defesa, o contraditório e o principio da verdade material; Requereu, ainda, que a manifestação de inconformidade seja recebida em seus regulares efeitos, assegurandose a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 74, §§ 11 da Lei n° 9.430/96 c/c art. 151, inciso III, do CTN e ordenandose expressamente a alteração da situação do presente processo administrativo no sistema de contacorrente da Receita Federal, para que ele seja excluído da situação de "cobrança Final" e passe a constar como "Processo Administrativo com Exigibilidade Suspensa", até o efetivo julgamento da presente manifestação de inconformidade; Protesta o requerente por todos os meios de prova admitidos em direito, sobretudo a realização de diligências e posterior juntada de documentos. O contribuinte foi intimado da decisão da DRJ em 29.04.2009, tendo apresentado Recurso Voluntário em 26.05.2009, alegando, com outra roupagem lingüística, os mesmos fundamentos trazidos na manifestação de inconformidade. Em sessão de julgamento por essa Colenda Turma, este mesmo relator entendeu por bem baixar os autos em diligência, conforme voto abaixo transcrito: Consultando o sitio do TRF da 1ª Região, constatase o Processo Judicial n° 1998.01.00.0771619 existe, foi ajuizado pela empresa Musa Calçados Ltda., sendo baixado para a Vara de Origem em 17.02.2009. O processo originário tramitou perante a 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, tratandose de Embargos à Execução Fiscal, que discutiu créditos de incentivos fiscais, porém não é possível pelo sitio se saber a qual crédito tributário se discutiu, encontrandose os autos em fase de Execução de sentença sob o n° 96.00.227250. O crédito originário decorre do ajuizamento da Ação Ordinária n° 87.00.005738, que tramitou na mesma 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Já em relação ao mencionado Recurso Especial n° 40332, trata se de processo movido por Musa Calçados Ltda., em que discutiu crédito prêmio de IPI, tendo como decisão do Recurso pelo Superior Tribunal de Justiça o seu não conhecimento, mantendo a decisão da Quarta Turma do TRF da 1ª Região, que julgou parcialmente favorável a matéria ao contribuinte. O fato é que estamos diante de um crédito, que não se sabe a sua origem e natureza, porém decorrente da transmissão por terceiro (possivelmente a empresa Musa Calçados Ltda), não se sabendo se o Poder Judiciário autorizou ou não a sua transferência a terceiros. A única informação que é possível saber advém de débitos de IRPJ compensados, controlados pelo Processo de Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, visto que foi declarado em PER/DCOMP. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 5 7 O fato é que o processo administrativo em análise não está devidamente instruído para julgamento, visto a necessidade de se analisar ou obter da Receita Federal um relatório da origem e da natureza do crédito objeto da Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, sendo que a decisão da DRJ que julgou a manifestação de inconformidade, sem as informações necessárias ora exigidas é desprovida das informações por completo dos fatos, sendo nula. Diante do exposto, converto os autos em diligência, para que a DRF apresente informações por completo do Processo de Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, que se encontra da Equipe de Compensação e Restituição PJ – DIORT – DRF – RJ1, inclusive se houve autorização judicial para transferência do crédito a terceiro, devendo ainda ser intimado o contribuinte para se manifestar sobre a diligência, após as informações da DRF, sob pena de cerceamento do direito de defesa. Após a diligência e manifestação do contribuinte, os autos devem retornar para julgamento. A fiscalização expediu o seguinte relatório sobre a diligência: 14. Assim, objetivando dar cumprimento ao determinado pelo CARF, esta DIORT/DEINF/SPO requereu à DRF/RJ1, unidade à qual a GRA/RJ havia remetido o PAF nº 10768.003660/200628, a disponibilização dos autos, tendo aquela autoridade preparadora, no entanto, em atendimento à demanda, informado a sua não localização (folha 02 do PAF nº 16327.721243/2012 84); 15. Em decorrência, houve por bem a DIORT/DRF/RJ1, com o propósito de reconstituir o PAF nº 10768.003660/200628, lavrar em nome do interessado o competente “Termo de Intimação”, dele requerendo, entre outros documentos, a apresentação de “todos os requerimentos e petições apresentados e que ser refiram ao processo em questão” (folhas 05/06 do PAF nº 16327.721243/201284); 16. Em resposta encaminhada à DRF/RJ1, o interessado afirmou não dispor de cópias dos autos do PAF nº 10768.003660/2006 28, bem como, com base em documentos endereçados à RFB, nunca ter logrado êxito na tentativa de acesso ao seu conteúdo, além de caracterizar o pedido formulado por aquela autoridade administrativa como mera transferência de responsabilidade a ela atribuída pelo CARF (folhas 08 a 16 do PAF nº 16327.721243/201284); 17. Com fulcro, então, nos elementos trazidos pelo interessado por força do “Termo de Intimação”, a DRF/RJ1 formalizou o PAF nº 16327.721243/201284, o qual, encaminhado a esta DIORT/DEINF/SPO, encontrase apensado aos presentes autos; 18. Nesse ponto, porém, da simples confrontação entre os argumentos expendidos pelo interessado em sede de Fl. 298DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 8 “Manifestação de Inconformidade” e de “Recurso Voluntário” e aqueles alinhados em resposta ao “Termo de Intimação”, sobressai a existência de insanável contradição; 19. Deveras, enquanto que na lide administrativa o interessado sustenta a procedência do crédito utilizado na compensação, cuja origem seria o PAF nº 10768.003660/200628, na resposta dada à DRF/RJ1, ele manifesta total desconhecimento da formalização e do conteúdo do referido processo; 20. Ademais, mesmo que os elementos por ele trazidos possam atestar seu esforço no sentido de conhecer e acompanhar o andamento do PAF nº 10768.003660/200628, é evidente que a mera impossibilidade em fazêlo não poderia servir de justificativa para a não apresentação da documentação necessária à comprovação do direito supostamente nele esgrimido, qual seja, a certeza e liquidez do crédito adquirido da MUSA CALÇADOS LTDA; 21. E nem poderia ser diferente, pois, como é consabido, dos princípios que permeiam o direito tributário pátrio, a prova material do crédito informado na “DCOMP” caberia ao interessado, exceto se a atuação da autoridade administrativa pudesse se mostrar um impeditivo para tal fim, como, por exemplo, pelo extraviou irremediável de prova por ele acostada ao PAF nº 10768.003660/200628, o que, evidentemente, não se aplica ao caso concreto; 22. Nessa linha, portanto, para o deslinde da presente lide, bastaria ao interessado, em qualquer momento, desde a ciência do combatido Despacho Decisório, ter juntado aos autos cópia das ações judiciais propostas pela MUSA CALÇADOS LTDA, das correspondentes decisões judiciais nelas proferidas e, necessariamente, acompanhadas da homologação da desistência ou renúncia à execução da sentença transitada em julgado; 23. Prosseguindo, só para evidenciar o aludido no item precedente, em consulta ao sítio do 1º TRF, constatase ter a MUSA CALÇADOS LTDA interposto a Ação Ordinária nº 87.00.005738, a qual se encontra definitivamente baixada. Em face da sentença transitada em julgado, a referida autora ajuizou a Ação de Execução nº 96.00.227250, ainda não encerrada, à qual, por sua vez, a Fazenda Nacional opôs os Embargos à Execução nº 1998.34.00.0026911 e o Recurso Especial nº 511.693, ambos baixados (folhas 186 a 234); 24. Ora, embora as informações retro possam vir em socorro do interessado, é evidente que somente a partir delas não há como a autoridade administrativa deduzir a existência de direito creditório em favor da MUSA CALÇADOS LTDA, sua certeza e liquidez, bem como a necessária autorização judicial para que possa o interessado, como cessionário, em face da Fazenda Nacional, dele usufruir, cabendo somente a ele fazer a devida prova; 25. Por fim, uma vez cumprido o procedimento de diligência determinado pelo CARF por meio da Resolução nº 1201 000.066, retornese os autos àquela autoridade administrativa julgadora “ad quem”, dando ciência do presente despacho ao Fl. 299DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 6 9 interessado, com a abertura do prazo de 10 (dez) dias para sua manifestação, consoante dispõe o art. 59 da Lei nº 9.784/99. A Recorrente apresentou a seguinte manifestação sobre a diligência: Fl. 300DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 10 Este é o Relatório! Voto Conselheiro Relator Rafael Correia Fuso O Recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, por isso conheço. Entendo que a despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, por um lapso, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 7 11 A fiscalização intimou a mesma para demonstrar a origem do crédito e se o mesmo está sob o manto de autorização judicial para ser compensado, visto que conforme o próprio relato da Recorrente o crédito é originário de terceiro, qual seja a empresa Musa Calçados. Pelas análise da decisão do STJ não se constata autorização para que terceiros possa compensar o crédito com débitos próprios, ou mesmo que a empresa Musa Calçados, autora da ação pudesse transferir a terceiros o crédito. Assim, se não há prova da existência do crédito produzida pela Recorrente, há que se aplicar a negativa da compensação, com bem fez a fiscalização. Nesse caso não há que se falar em indúbio pro contribuinte, ou mesmo aplicação do artigo 112 do CTN, haja vista que não estamos diante de infrações ou penalidades. No procedimento de compensação a prova da existência do crédito é do contribuinte, sob pena de não ver reconhecido o seu crédito. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INDEFERIMENTO. CARÊNCIA DE PROVA. Tendo o contribuinte sido intimado a apresentar a documentação hábil a legitimar o crédito pretendido e não o feito, bem como, deixado ainda de trazêla em quaisquer oportunidades processuais, é de se indeferir o pedido de ressarcimento pretendido, pela carência de prova de sua existência. Inteligência do art. 333 do CPC. (...) Recurso Voluntário Negado. (Processo nº 11831.003071/2002 78, Relator Conselheiro João Carlos Cassuli Junior). Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2005 RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO. PROVA. ÔNUS. O ônus da prova do crédito tributário pleiteado no Per/Dcomp Pedido de Restituição é da contribuinte (artigo 333, I, do CPC). Não sendo produzida nos autos, indeferese o pedido e não homologase a compensação pretendida entre crédito e débito tributários. LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL. COM EMPREGO DE MATERIAIS. COEFICIENTE. As prestadoras de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais na execução dos serviços, estão obrigadas a aplicar o coeficiente de 32% sobre a receita bruta auferida para a apuração do Lucro Presumido, pelos serviços não caracterizarem prestação de serviço típico de construção civil, e pela empresa não ser especificamente deste ramo. Somente as obras de construção civil, com emprego de materiais, sem repasse de seus custos, realizadas na modalidade de empreitada são suscetíveis da utilização do coeficiente de 8% para a apuração do Lucro Presumido. LUCRO PRESUMIDO. ATIVIDADES DIVERSIFICADAS, COEFICIENTES. É dever da empresa que possui atividades diversificadas prestação de serviços e comércio segregar as receitas auferidas de forma a aplicar o coeficiente adequado para a apuração do Lucro Presumido e comprovar esta segregação e o oferecimento à tributação, contabilmente, ainda que na forma resumida Fl. 302DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 12 permitida aos optantes pelo regime do Lucro Presumido. (Processo nº 10840.906585/200981, Conselheiro Relator João Carlos de Figueiredo Neto) Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso, e no mérito, NEGOLHE provimento. É como voto! (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 303DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 10970.000389/2010-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.177
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal
Nome do relator: MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGÃO CALOMINO ASTORGA
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conteudo_txt : Metadados => date: 2020-03-09T16:30:46Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; pdf:docinfo:title: Microsoft Word - APV2202_10970000389201050_AlexRogerioCarvalhoSouto.doc; xmp:CreatorTool: PScript5.dll Version 5.2; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dc:creator: 80298141787; dcterms:created: 2012-03-27T14:37:37Z; Last-Modified: 2020-03-09T16:30:46Z; dcterms:modified: 2020-03-09T16:30:46Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; title: Microsoft Word - APV2202_10970000389201050_AlexRogerioCarvalhoSouto.doc; xmpMM:DocumentID: uuid:45d0039c-f495-4ae5-a6ea-60c75d406ec9; Last-Save-Date: 2020-03-09T16:30:46Z; pdf:docinfo:creator_tool: PScript5.dll Version 5.2; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2020-03-09T16:30:46Z; meta:save-date: 2020-03-09T16:30:46Z; pdf:encrypted: true; dc:title: Microsoft Word - APV2202_10970000389201050_AlexRogerioCarvalhoSouto.doc; modified: 2020-03-09T16:30:46Z; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: 80298141787; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: 80298141787; meta:author: 80298141787; meta:creation-date: 2012-03-27T14:37:37Z; created: 2012-03-27T14:37:37Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2012-03-27T14:37:37Z; pdf:charsPerPage: 1739; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; Author: 80298141787; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2012-03-27T14:37:37Z | Conteúdo => S2-C2T2 Fl. 1 1 S2-C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10970.000389/2010-50 Recurso nº 910.663 Resolução nº 2202-00.177 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 12 de março de 2012 Assunto Sobrestamento de Julgamento Recorrente ALEX ROGÉRIO DE CARVALHO SOUTO Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga - Relatora Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 543DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10970.000389/2010-50 Resolução n.º 2202-00.177 S2-C2T2 Fl. 2 2 Relatório Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 2 a 5, integrado pelos demonstrativos de fls. 6 e 7, pelo qual se exige a importância de R$1.052.056,60, a título de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora, em virtude da apuração de omissão de rendimentos decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, anos-calendário 2006. DA IMPUGNAÇÃO Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 181 a 204, instruída com os documentos de fls. 205 e 206, cujo resumo se extraí da decisão recorrida (fl. 291): O sujeito passivo apresentou em 27/08/2010, por intermédio dos procuradores nomeados pelo instrumento de folha 205, a impugnação de fls. 181 a 204, a qual passa pelos seguintes pontos, os quais serão individualmente analisados no VOTO: 1 - destaca o contribuinte a lavratura do presente lançamento tributário; 2 - ressalta o contribuinte a tempestividade da peça impugnatória; 3 - suscita o contribuinte preliminar de nulidade do lançamento fiscal, dada a quebra do sigilo bancário do interessado, sem qualquer autorização judicial; 4 - aponta o contribuinte como questão de mérito, que os depósitos bancários, por si sós, não autorizam o lançamento efetuado, não se constituindo em fato gerador do imposto de renda, tendo em vista não caracterizarem disponibilidade de renda e proventos, não podendo, por consequência, caracterizarem sinais exteriores de riqueza; 5 - afirma o contribuinte que na hipótese de ser aceito como válido um lançamento "baseado apenas em depósitos bancários", que de toda sorte não deve prosperar a exigência da forma como se encontra, devendo ser retirados da autuação depósitos que foram devolvidos, valores decorrentes de empréstimos efetuados, e transferências entre conta correntes de titularidade do mesmo CPF. Por fim, argumenta o defendente que após subtrair os cheques devolvidos, os empréstimos, os valores declarados e as transferências entre contas, o que restou dos depósitos não podem ser considerados como sua renda, sendo esses depósitos apenas movimentação da sua principal atividade exercida no ano de 2006, de intermediário de café entre produtores e indústria, onde o valor 'TRANSITAVA " cm suas contas correntes de pessoa física. Acresce o contribuinte que sobre a referida transação, o impugnante recebia "um percentual módico de no máximo 3% (três por cento) do valor movimentado. E ressalta: "Esses depósitos trazidos no Auto não são rendimentos do recorrente, mas apenas movimentação de sua principal atividade exercida no ano de 2006". Esclarecendo essa atividade exercida, o contribuinte diz que quando era informado por produtores da existência de lotes de produtos para serem vendidos, procurava empresas interessadas na compra, intermediando a transação. Realizado o negócio, o comprador depositava os valores em sua conta corrente, e ele ficava encarregado da entrega da mercadoria adquirida. Fl. 544DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10970.000389/2010-50 Resolução n.º 2202-00.177 S2-C2T2 Fl. 3 3 Ressalta ainda o contribuinte "era responsável também pelo repasse dos valores ao vendedor/produtor rural, cooperativa ou comerciante, sendo fácil a verificação de inúmeras transferências no ano de 2006 conforme relatórios bancários em anexo". Ainda sobre as atividades comerciais por ele desenvolvidas afirma o interessado que embora movimentasse grandes somas de dinheiro, já que os valores da transação, em sua totalidade, passavam pela sua conta corrente, a sua renda era apenas um pequeno percentual sobre aquela transação que intermediou. Acresce que as notas fiscais eram tiradas diretamente de quem vendeu o produto para o adquirente onde o impugnante exercia o papel de garantidor do negócio, que ele recebia e pagava com o dinheiro que transitava em sua conta corrente, pois tinha o autuado a responsabilidade da mercadoria. Solicita por fim que sejam aceitos os esclarecimentos ora prestados, trazendo, sobre o tema, ementa do Acórdão 104-19405 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A defesa vem instruída com os documentos de íls. 209 a 285. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Apreciando a impugnação apresentada pelo contribuinte, a 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de Fora (MG) manteve parcialmente o lançamento, proferindo o Acórdão no 09-32.201 (fls. 290 a 296), de 28/10/2010, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracterizam omissão de rendimentos, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei n° 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF n° 26). DEPÓSITOS. DATAS E VALORES. ANÁLISE INDIVIDUALIZADA. Para efeito de determinação da receita omitida, os depósitos serão analisados individualizadamente, na forma do artigo 42, § 3°, da Lei n° 9.430/1996. Logo, na hipótese de contribuinte atuando como intermediário em operações comerciais, para ele seja tributado somente em relação à comissão percebida por tais operações, deve apresentar documentação idônea desse negócio jurídico. A decisão a quo excluiu da base de cálculo os cheques devolvidos, no montante de R$633.276,43, assim como a importância de R$14.400,00, correspondente a depósitos Fl. 545DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10970.000389/2010-50 Resolução n.º 2202-00.177 S2-C2T2 Fl. 4 4 mensais de R$1.200,00, recebidos a título de alugueis devidamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste do interessado (fls. 294 e 295). DO RECURSO VOLUNTÁRIO Notificado do Acórdão de primeira instância, em 28/01/2011 (vide documento de fl. 300), o contribuinte interpôs, em 28/02/2011, tempestivamente, o recurso de fls. 334 a 349, expondo as razões de sua irresignação, que não serão aqui minudentemente relatadas em razão do que se prolatará no voto desta Resolução. DA DISTRIBUIÇÃO Processo que compôs o Lote no 02, distribuído para esta Conselheira na sessão pública da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 25/07/2011, veio digitalizado até à fl. 5421. 1 Processo digital. Numeração do e-processo. O processo físico foi numerado até a fl. 531 (fl. 538 da digitalização). Fl. 546DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10970.000389/2010-50 Resolução n.º 2202-00.177 S2-C2T2 Fl. 5 5 Voto Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Relatora. A apreciação do presente recurso encontra-se prejudicada por uma questão preliminar, suscitada de ofício por esta relatora com fulcro no art. 62-A, §1o, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pela Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010). Com o advento da Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010, que alterou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009), os julgados no âmbito deste Tribunal deverão observar o disposto nas decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, devido a inclusão do art. 62-A, in verbis: Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543- C da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1o Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543- B. §2o O sobrestamento de que trata o §1o será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Trata-se de lançamento relativo ao ano-calendário 2006 decorrente da apuração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, prevista no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Numa análise preliminar dos autos, observa-se que os extratos bancários que compõem o presente processo foram entregues diretamente pela instituição financeira, sem prévia autorização judicial, com base no art. 3o do Decreto no 3.724, de 10 de janeiro de 2001, conforme consta da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal às fls. 4 e 5. Sobre o assunto, importa trazer à colação o julgamento do Recurso Especial no 601.314/SP, de 22/10/2009, em que o Supremo Tribunal Federal - STF reconheceu a existência de repercussão geral, nos termos do art. 543-A, §1o, do Código de Processo Civil, combinado com o art. 323, §1o, do Regimento interno do STF, no que diz respeito à constitucionalidade do art. 6o da Lei Complementar no 105, de 2001, no tocante ao fornecimento de informações sobre a movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem a prévia autorização judicial, assim como a aplicação retroativa da Lei no 10.174, de 9 de janeiro de 2001, que alterou o art. 11, §3o da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996, e possibilitou que as informações obtidas, referentes à Fl. 547DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10970.000389/2010-50 Resolução n.º 2202-00.177 S2-C2T2 Fl. 6 6 CPMF, também pudessem ser utilizadas para apurar eventuais créditos relativos a outros tributos, no tocante a exercícios anteriores a sua vigência. O mérito da questão não foi ainda julgado e, portanto, os demais processos que versam sobre a mesma matéria encontram-se sobrestados até o pronunciamento definitivo daquele Tribunal, por força do disposto no art. 543-B, §1o, do Código de Processo Civil. Conclui-se, assim, que parte da discussão no presente processo refere-se à matéria reconhecida como de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal, pendente de decisão definitiva daquele tribunal. Diante de todo o exposto, voto no sentido de SOBRESTAR o julgamento do presente recurso, conforme previsto no art. 62, §1o e 2o, do RICARF. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga . Fl. 548DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 28/03/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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Numero do processo: 10735.721451/2009-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO.
É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 2201-002.597
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade.
Assinado Digitalmente
MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente.
Assinado Digitalmente
NATHÁLIA MESQUITA CEIA - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Presente ao julgamento o Procurador da Fazenda Nacional, Dr. JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA.
Nome do relator: NATHALIA MESQUITA CEIA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente. Assinado Digitalmente NATHÁLIA MESQUITA CEIA - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Presente ao julgamento o Procurador da Fazenda Nacional, Dr. JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindose o dia do início e incluindose o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente. Assinado Digitalmente NATHÁLIA MESQUITA CEIA Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Presente ao julgamento o Procurador da Fazenda Nacional, Dr. JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 14 51 /2 00 9- 90 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Por meio da Notificação de Lançamento de fls. 05 lavrada em 30/11/2009, exigese do Contribuinte GRANJA JURITY LTDA o montante de R$ 5.579,58 de imposto territorial rural (ITR), R$ 2.821,59 de juros de mora e R$ 4.184,68 de multa de ofício, totalizando um crédito tributário de R$ 12.585,85, referente exercício 2005, do Sítio Santa Rita situado no Município de Petrópolis/RJ. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal aponta que o lançamento decorreu: (i) da falta de comprovação da Área de Preservação Permanente (APP) e da Área de Interesse Ecológico (AIE) declaradas e (ii) não comprovação do Valor da Terra Nua (VTN) mediante laudo de avaliação do imóvel nos moldes da NBR 14.6533 da ABNT. Às fls. 08 foi juntada espelho da página do SIPT no qual consta os Valores da Terra Nua por aptidão agrícola para o Município de Petrópolis concernente ao exercício de 2005. O Contribuinte foi notificado do lançamento em 11/12/2009, conforme documento de fls. 11, vindo a apresentar Impugnação, em 07/01/2010, acostada às fls. 13, aduzindo: · Discorda do procedimento fiscal, por arbitrar o VTN declarado e pela glosa das citadas áreas ambientais, comprovadas por ADA tempestivo e laudo técnico, transcrevendo a descrição dos fatos e o enquadramento legal, além de informar ter atendido à intimação inicial. · Para contestar o VTN arbitrado com base nos dados superavaliados do SIPT, sistema esse discricionário e inacessível ao contribuinte, anexa laudo técnico de avaliação patrimonial com ART e nos termos das normas da ABNT, elaborado por empresa especializada, que indica estar correto o VTN declarado. · Transcreve parcialmente a legislação de regência e acórdão do antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, para referendar seus argumentos. Na sessão do dia 28/11/2012, a 1ª Turma da DRJ/BSB através do Acórdão 03 49.848, de fls. 101, julgou a Impugnação procedente em parte, para reestabelecer a APP, mantendo a glosa da AIE e o VTN arbitrado nos seguintes termos: DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Para fins de isenção do ITR/2005, deverá ser restabelecida a área declarada como de preservação permanente, por ter sido objeto de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado em tempo hábil no IBAMA. DA ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A área declarada de interesse ecológico, para fins de exclusão do ITR, deveria ter sido objeto de ato específico do órgão competente, federal ou estadual, além de ter o ADA protocolado tempestivamente no IBAMA. DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Deverá ser mantido o VTN arbitrado para o ITR/2005 pela autoridade fiscal com base no SIPT, por falta de laudo técnico de avaliação com ART/CREA, em consonância com a NBR 14.6533 da ABNT, com fundamentação e grau de precisão II, demonstrando o valor fundiário do imóvel à época do fato gerador do imposto e suas peculiaridades desfavoráveis. O Contribuinte foi notificado da decisão em 23/01/2013, conforme AR de fls. 116, apresentando Recurso Voluntário, em 25/02/2013, às fls. 117 e seguintes, aduzindo que: Fl. 186DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10735.721451/200990 Acórdão n.º 2201002.597 S2C2T1 Fl. 3 3 · Ao informar o ADA, não se referiu a áreas de que necessitem de autorização especial para serem consideradas como dedutíveis do cálculo do imposto, e sim, de áreas impróprias para atividade rural, compostas de afloramentos rochosos, inacessíveis e, na sua maioria, de áreas cobertas com mata nativa (mata atlântica), as quais não podem ser removidas e, portanto, imprestáveis para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. · A obrigação de verificar se os dados informados no ADA estão corretos e compatíveis com a realidade no campo é do IBAMA. De posse das informações prestadas, cabe a este órgão, no caso de informações incorretas ou fraudulentas emitir um novo ADA, com as alterações eventualmente verificadas, cabendo então à Receita Federal, em consequência, o lançamento de ofício dos valores decorrentes. · Há processo de desapropriação por parte do INCRA da referida propriedade e de outras duas propriedades, também sob processo administrativo fiscal, que restou infrutífero em razão do reconhecimento por aquela autarquia da reduzida área aproveitável, que é produtiva. · Por recomendação do INCRA, que prosseguiu com um processo de natureza cadastral , foi determinado que as três áreas da Fazenda Jurity, LTDA, fossem reagrupadas em quatro áreas distintas, independentemente do número de matriculas junto ao RGI, mas com quatro novos cadastros, junto ao INCRA. Do trabalho em questão resultaram novos levantamentos topográficos das quatro áreas resultantes, com as respectivas plantas, topografia, mapa de uso e imagens, que junta ao presente processo administrativo fiscal, no intuito de demonstrar que apenas 11% da área total é disponível para utilização pelo Contribuinte. · Esses novos percentuais de utilização já foram objeto de recadastramento no INCRA em 2012, resultando em novos CCIR, contendo de forma discriminada as diversas áreas com as suas respectivas características. Assim, após a abertura dos novos cadastros as áreas passíveis de redução no cálculo do ITR, nas mesmas propriedades, são bem superiores àquelas declaradas atualmente na DITR. · Uma vez que as APP não sofreram alteração, nem as matas nativas uma simples vista sobre as plantas de declividade de usos além da de imagens, que foram anexadas, deixa nítido que de fato as áreas aproveitáveis são diminutas – e atestadas por um órgão oficial – o INCRA. · Quanto ao VTN contesta a afirmação do Acórdão recorrido de que o laudo não veio acompanhado da respectiva ART, uma vez que a mesma seguiu acostada ao laudo, tendo sido encadernada com ele. Entretanto, caso a referida ART tenha sido extraviada junta aos autos novamente a referida ART. · O agente fiscal ao declarar que o laudo não tem validade por não atender às normas da ABNT faltou com a verdade, porque: (i) quem dá credibilidade ao laudo é o CREA através da emissão da ART, específica para aquele procedimento, (ii) para balizar esta afirmação, seria necessário apontar os detalhes omitidos ou falhos, indicando quais os procedimentos relativos à norma da ABNT que não foram considerados, o que não ocorreu, (iii) o laudo somente pode ser contestado, por outro profissional com a mesma expertise. · A referência de uma avaliação, a um exercício posterior àquele objeto da Impugnação, não é razão para que o mesmo seja caracterizado, até porque, por óbvio o valor de Fl. 187DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 uma avaliação de 2007 será sempre superior ao valor levantado para os anos de 2003, 2004 e 2005. Se os valores cadastrados eram superiores ao valor trazido pelo laudo, não é motivo para colocálo em suspeição. É apenas a prova de que não houve subavaliação e principalmente, não houve informações inexatas, incorretas e nem fraudulentas. · A contratada AGROSUISSE manifestouse nessa questão, afirmando que seria muito mais complicado e, consequentemente custoso para a contratante, buscar no ano de 2008 valores referentes a exercícios de 2003 a 2005, sugerindo levantar os dados de 2007, que seriam suficientes e adequados para confirmação dos valores cadastrados. · Uma vez que a fiscalização apontou como alternativa ao laudo de avaliação a apresentação de avaliação oriunda das secretarias estaduais, ou entidades auxiliares ou correlatas, a recorrente junta por ocasião da apresentação do Recurso Voluntário, as Resoluções da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, emitidas ano a ano, a partir do ano de 2009, ano base 2008, divulgando o VTN por hectare, nos municípios do Rio de Janeiro. · Insurgese contra utilização do SIPT uma vez que os contribuintes não possuem acesso ao mesmo. Assim, há falta de transparência nos critérios adotados pelo SIPT, quanto mais quando levado em consideração que a variação do VTN de 2005 para 2008 foi de 394% (de R$ 4.000,00/ha para R$ 15.751,11/ha). É o relatório. Voto Conselheira Nathália Mesquita Ceia. O Recurso Voluntário não atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual não conheço. Conforme se verifica da análise das datas apresentadas no relatório supracitado (intimação da decisão da DRJ em 23/01/2013 e apresentação do Recurso Voluntário em 25/02/2013) o Recurso Voluntário apresentado é intempestivo e, portanto, não pode ser conhecido. O Contribuinte tomou ciência do Acórdão por meio de AR de fls. 116 no qual consta como data de recebimento o dia 23/01/2013, uma quartafeira. O Recurso Voluntário foi protocolado em 25/02/2013, uma sextafeira, conforme carimbo na primeira página do Recurso Voluntário de fls. 117. O art. 33 do Decreto nº 70.235/72 dispõe que dentro dos trintas dias seguintes à ciência da decisão caberá Recurso Voluntário: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A contagem do referido prazo deve ser realizado nos termos do art. 5º do referido diploma legal: Fl. 188DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10735.721451/200990 Acórdão n.º 2201002.597 S2C2T1 Fl. 4 5 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Assim sendo, tendo em vista que o dia 23/01/2013, dia de recebimento da intimação pelo Contribuinte do Acórdão aquo, foi uma quartafeira, a contagem do prazo para apresentação de Recurso Voluntário, teve seu início no dia 24/01/2013, primeiro dia útil subsequente, uma quinta feira, expirando em 30 dias, ou seja, dia 22/02/2013, uma sexta feira. Vale salientar que os prazos recursais são peremptórios e preclusivos razão pela qual, com o mero decurso in albis do lapso temporal respectivo, extinguese, pleno jure, como sucedeu na espécie, o direito do Contribuinte deduzir o recurso pertinente. Desta feita, impõese a conclusão de que a decisão aquo já se tornou definitiva, nos termos do art. 42 do Decreto nº. 70.235/72: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição. Conclusão Diante do exposto, oriento meu voto no sentido não conhecer do Recurso Voluntário. Assinado Digitalmente Nathália Mesquita Ceia Fl. 189DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 12466.003289/2009-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2004 a 29/10/2004
PROCESSO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. SÚMULA N.º 05
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, com o mesmo objeto do processo administrativo.
RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Numero da decisão: 3201-001.783
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
JOEL MIYAZAKI Presidente
LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES - Relator.
EDITADO EM: 10/12/2014
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 29/10/2004 PROCESSO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. SÚMULA N.º 05 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, com o mesmo objeto do processo administrativo. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do relator. JOEL MIYAZAKI – Presidente LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. EDITADO EM: 10/12/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Daniel Mariz Gudiño. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 32 89 /2 00 9- 77 Fl. 750DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES 2 Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Trata o presente processo de autos de infração lavrados para constituição de crédito tributário no valor de R$ 2.682.492,92 referente a PIS/Pasepimportação, Cofinsimportação, multas de oficio e juros de mora. Depreendese da descrição dos fatos dos autos de infração que a interessada impetrou a ação judicial nº 2004.50.01.0052060 2006 na qual a Justiça Federal determinou que a aplicação das alíquotas das contribuições ao PIS/Pasepimportação e à Cofinsimportação fosse feita, única e exclusivamente, sobre o valor aduaneiro das mercadorias. Ao amparo da decisão liminar, cuja comunicação à autoridade aduaneira se procedeu em 10/05/2004, a interessada registrou Declarações de Importação no período de 01/10/2004 a 29/10/2004 adotando a base de cálculo reduzida. A liminar foi revogada em 16/10/2006 e a segurança foi denegada. A interessada apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal. O auto de infração foi lavrado para a prevenção da decadência do crédito tributário, enquanto aguarda decisão final da Justiça Federal. Cientificada pela via pessoal a interessada apresentou impugnação na qual alega, em síntese, que impetrou ação judicial para contestar a exigência das contribuições ao PIS/Pasepimportação e à Cofinsimportação calculadas sobre a base de cálculo estabelecida pela Lei nº 10.865/2004, pois há violação do artigo 149, II, “a”, da Constituição Federal, além de que somente Lei Complementar poderia instituir e dispor sobre a base de cálculo referida. Alega que a discussão judicial ainda persiste. Requer seja anulado ou julgado totalmente improcedente ou insubsistente o auto de infração. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis indeferiu a defesa ofertada, conforme Decisão DRJ/FNS n.º 29.538: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 29/10/2004 AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto do lançamento, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa. Assim, o apelo interposto pelo sujeito passivo não deve ser conhecido no âmbito administrativo. Fl. 751DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 12466.003289/200977 Acórdão n.º 3201001.783 S3C2T1 Fl. 442 3 As matérias diferenciadas entre o processo judicial e o processo administrativo e impugnadas devem ser apreciadas no âmbito administrativo, desde que não tenham influência quanto ao mérito do objeto litigado judicialmente. Impugnação Improcedente Cientificado o contribuinte, apresenta recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes O recurso é tempestivo. Discutese nos autos a majoração da base de cálculo do PIS e COFINS importação, mais especificamente quanto ao entendimento do valor aduaneiro. A decisão recorrida não conheceu do recurso por concomitância do debate com o processo judicial n.º 2004.50.01.0052060, onde também é discutida a majoração da base de cálculo do PIS e COFINS importação. Correta a decisão, já que a discussão travada é a mesma. Podemos ver dos documentos juntados que ambos os processos tratam da mesma questão, o que impede a análise do recurso interposto, em face da Súmula n. 01 desta Corte: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação de matéria distinta da constante do processo judicial. Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso interposto, prejudicados os demais argumentos. Sala de sessões, 15 de outubro de 2014. Luciano Lopes de Almeida Moraes Relator Fl. 752DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES 4 Fl. 753DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES
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Numero do processo: 15540.720404/2011-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2202-000.591
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Presidente
(Assinado digitalmente)
Rafael Pandolfo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Marcio de Lacerda Martins (suplente convocado), Jimir Doniak Junior (suplente convocado), Dayse Fernandes Leite (suplente convocada) e Rafael Pandolfo. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Fabio Brun Golsdschmidt, Pedro Anan Junior e Odmir Fernandes (suplente convocad).
Relatório
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Presidente (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Marcio de Lacerda Martins (suplente convocado), Jimir Doniak Junior (suplente convocado), Dayse Fernandes Leite (suplente convocada) e Rafael Pandolfo. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Fabio Brun Golsdschmidt, Pedro Anan Junior e Odmir Fernandes (suplente convocad). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 40 .7 20 40 4/ 20 11 -4 4 Fl. 980DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 981 2 Relatório 1 Procedimento de Fiscalização Após verificar a incompatibilidade entre as informações financeiras apresentadas pelo contribuinte em sua DIRPF anocalendário 2007 e os dados de sua movimentação financeira, a Fazenda Nacional instaurou Procedimento de Fiscalização em relação ao IRPF do recorrente dos anoscalendário referidos, com o objetivo de esclarecer a origem dos recursos que possibilitaram a realização dos créditos e depósitos bancários, considerando que existiam evidências de omissão de rendimentos pelo recorrente (fl. 5354). Em 10/09/10, o contribuinte, tomou ciência do Termo de Início de Fiscalização (fl. 55), ocasião em que foi intimado para apresentar: a) extratos bancários relativos a todas as contas corrente que deram origem a movimentação financeira nas instituições bancárias discriminadas, informando se foram movimentadas em conjunto ou individualmente; e b) apresentar documentação hábil e idônea, comprovando a origem dos recursos depositados nas contas bancárias referidas. Em 29/09/10, o recorrente requereu a prorrogação do prazo para o atendimento da intimação, o que foi deferido (fl. 56). Em 25/10/10, foram apresentados os seguintes documentos: a) Recibos de pagamentos de salário (fls. 5866) b) Protocolos de Requerimento de Segunda via de extratos (fls. 6768). Em 16/11/10, o contribuinte reconheceu as movimentações da conta nº 207031 7, Agência 0194, do Unibanco como pertencente a ele, mesmo que formalmente seja conta conjunta com sua esposa Sra. Rose Mary da Silva Ferreira Côrrea (fl. 71). Ainda, apresentou os seguintes documentos: a) Extratos HSBC (fls. 73103); b) Extratos Unibanco (fls. 104128); c) Extratos Banco Real (fls. 129170). Em 10/12/10, a Fiscalização decidiu lavrar Requisição de Informações Sobre Movimentações Financeiras – RMF (fls. 479480 do eprocesso), para as instituições financeiras Sudaméris (fl. 171194), HSBC Bank (fls. 365441) e Unibanco (fls. 442641), as quais apresentaram documentos. Em 14/03/11, a autoridade administrativa lavrou Termo de Constatação e Intimação Fiscal, intimando o contribuinte para comprovar a origem dos valores depositados conforme o demonstrativo em anexo (fl. 649656). Em 03/05/11, o recorrente apresentou nova manifestação informando que trabalhou na Empresa Strong Manutenção e Reparos Navais LTDA e a condição para que se mantivesse na empresa era a de que emprestasse cheques para a movimentação da empresa até a sua regularização no mercado, pois todos os seus diretos estavam com os nomes sujos, tal relação durou todo o ano de 2007. Ainda, informou que suas contas bancárias nos três bancos alvos do procedimento de fiscalização foram utilizadas para a movimentação da empresa, que através de DOC’s ou tranferências, usando seu rol de clientes, realizava pagamentos de fornecedores, salários e demais encargos trabalhistas dos funcionários. Ressalta que a empresa negou qualquer esclarecimento ou prova ao contribuinte, motivo pelo qual se torna inviável a apresentação de mais documentos (fls. 669671). Juntou canhotos de cheques (fls. 672708). Fl. 981DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 982 3 Em 18/05/11, o contribuinte indicou em planilha elaborada por ele, a origem dos valores autuados decorrentes da Imatur Turis LTDA, pagamento funcionários Engersea, TED’s Strong, Operação de Leasing (fls. 720727). Em razão desses fatos a autoridade administrativa solicitou Mandados de Procedimento Fiscal para os três maiores depositantes indicados nos extratos do contribuinte Strong Manutenção e Reparos Navais Ltda. – constante nos extratos, ratificado pelo contribuinte (fl. 734), Engersea Ind. Com. e Serviços de estruturas Metálicas Ltda. – constante nos extratos, ratificado pelo contribuinte (fl. 795) e Imatur Viagens e Turismo Ltda. – indicado pelo contribuinte (fl. 813) intimandoos a apresentar: a) Contrato Social da Empresa; b) Livro de Escrituração Contábil Caixa e Registro de Inventário e c) Livro de Escrituração Contábil Diário e Razão. Em 19/05/11, Strong Manutenção e Reparos Navais LTDA apresentou: a) Contrato Social (fls. 740743); b) Livro Caixa (fls. 744784) e, por sua vez, Engersea – Indústria, Comércio e Serviços de Estruturas Metálicas LTDA apresentou o seu Contrato Social (fls. 801807). Em 01/06/11 a fiscalização intimou Engersea (fl. 808809), Imatur (fl. 813816), Pompeu Costa Lima Pinheiro Maia (Imatur viagens e Turismo Ltda) (fls. 821824) para que justificassem a que título os créditos foram efetuados na conta do contribuinte. A fiscalização efetuou pesquisas no sistemas da RFB. Juntando ao presente processo dados cadastrais dos sócios e situação cadastral das empresas Strong (fls. 728733), Engersea (fls. 788794), Imatur (Fls. 810812) e Pompeu Costa Lima Pinheiro Maia (fls. 819 820). Em 07/07/11, Pompeu Costa Lima Pinheiro Maia, sócio da empresa Imatur Viagens e Turismo Ltda., informou que encerrou suas atividades e que desde 2005 não possui quaisquer negócios, contas, funcionários e qualquer outra atividade econômica. Declarase como inativa ao IRPJ em razão de existirem demandas trabalhistas que impedem o encerramento definitivo. Declarou, ainda, desconhecer o referido senhor, bem como todos os lançamentos expostos na intimação (fls. 826827). Em 03/11/11, Rose Mary da Silva Ferreira informou que não movimentou a conta conjunta, constando como co titular apenas para fins de segurança (fls. 839). Em 05/12/11 a autoridade administrativa lavrou Termo de Encerramento (fls. 840842) destacando que conforme os arts. 1º, 2º e 3º da Portaria da RFB nº 2.284/10, serão cientificados, além do fiscalizado, os sócios administradores e sócios responsáveis, à época dos fatos ocorridos, pelas pessoas jurídicas (Strong e Engersea), os quais receberão uma via do Auto de Infração, uma via do relatório e uma via do Termo de Sujeição Passiva Solidária, dandolhes todas as condições do contraditório e de ampla defesa. Ainda, que o fiscalizado e todas as pessoas indicadas, têm relação pessoal e direta com o Fato Gerador, conforme arts. 45, 124, 235, 136 e 137 do CTN e declara a aplicação do art. 123 do CTN, uma vez que convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar o sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Salientou que corrobora para essa situação: a) as empresas Strong e Engersea não escrituraram suas respectivas movimentações bancárias; b) não declararam rendimentos Fl. 982DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 983 4 suficientes para efetuar os depósitos nos montantes analisados (R$ 2.005.713,28 e R$ 395.391,20, respectivamente); c) não ficou esclarecida a natureza dos depósitos; d) não houve qualquer tributo relativos a esta movimentação financeira; e) há declaração expressa do titular das contas bancárias acerca do repasse dos depósitos para terceiros ligados às empresas, bem como há existência de provas contundentes de recebimentos e de pagamentos aos funcionários destas empresas. Assim, considerou que pelos elementos de fato e de direito constantes no presente processo, ficou constatada e comprovada à existência de vínculos de comando e/ou conluio entre os sócios das empresas Strong, Engersea e o fiscalizado Francisco José Corrêa, com o intuito de suprimir ou reduzir tributo, fato que, em tese, configuram fraude e consequente Crime contra a Ordem Tributária (fls. 2146). A autoridade administrativa encerrou o procedimento de fiscalização, pois não ficou comprovada a origem dos depósitos. 2 Auto de Infração Foi lavrado, em 05/12/11 (fls. 1420), auto de infração relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, anocalendário 2007, apurando crédito tributário no montante de R$ 3.365.482,24 incluídos imposto, juros de mora e multa de 150 %. A infração imputada foi omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada. 3 Impugnação O recorrente Francisco José Corrêa apresentou impugnação tempestiva (fls. 871 879), esgrimindo os seguintes argumentos: a) a movimentação financeira não corresponde a valores e/ou rendimentos próprios, tais valores eram inerentes a empréstimos contraídos com diversas empresas entre elas, Strong Manutenção e Reparos Navais Ltda. e Engersea Indústria e Comércio de Estruturas Metálicas Ltda; b) o impugnante nada mais era do que um mero intermediador de valores, que almejava angariar algum lucro no exercício da intermediação, angariava comissão variável 0,5% e 0,75% c) a maior prova de que não possuiu qualquer rendimento sobre a movimentação financeira que realizou, é o fato de possuir um único apartamento e um veículo antigo; d) meros depósitos não são documentos suficientes para comprovar e fundamentar a omissão de receitas; e) o contribuinte não pode ser autuado de forma tipificada, por não ser dono da quantia movimentada e pelo motivo das empresas terem sido autuados sob a mesma égide; f) todos foram autuados pela única movimentação financeira e sob o mesmo fundamento, caracterizando múltipla tributação; Fl. 983DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 984 5 g) impossibilidade da quebra de sigilo bancário, sem prévia autorização; O recorrente Eduardo Luiz Macedo Rodrigues apresentou impugnação tempestiva (fls. 880897), alegando, em síntese, os seguintes argumentos: a) a violação da ampla defesa, pois, em nenhum momento foi dada oportunidade ao impugnante, na qualidade de sujeição passiva solidária, de se defender a apresentar documentos ou relatos pertinentes ao deslinde da questão; b) a violação da ampla defesa, pois ausente clara fundamentação necessária, comprometendo parte da impugnação c) não foi concedido acesso ao MPF, na medida que não lhe concederam qualquer código de acesso; d) a ausência de validade do MPF; e) a relação entre as empresas Strong Manutençao e Reparos Navais Ltda e Engersea Indústria, Comércio e Serviços de Estruturas Metálistas Ltda reside no fato, de a primeira ser propriedade de seu pai e tio; f) pai e filho possuem amizade profissional, mas muito distante do conluio atríbuido pela fiscalização; g) as falsas alegações do contribuinte Francisco José Correa, induziram o auditor a erro, pois as movimentações financeiras nunca ocorreram na habitualidade mencionada; h) existem poucas movimentações no nome da empresa impugnante, a movimentação na conta do contribuinte Francisco José Correa não é de responsabilidade da Empresa; i) da irregularidade da quebra do sigilo bancário; j) indício ou presunção não podem caracterizar, por si só, o crédito tributário; k) a autoridade fiscal tem o dever constitucional de investigar e provar o fato tributário; l) a autoridade fiscal lavrou diversos autos de infrações derivados de apenas um único fato gerador, situação que caracteriza o bis in idem; O impugnante Luiz Alberto Rodrigues apresentou impugnação (fls. 898918), esgrimindo, em síntese, os seguintes argumentos: a) a violação da ampla defesa, pois, em nenhum momento foi dada oportunidade ao impugnante, na qualidade de sujeição passiva solidária, de se defender a apresentar documentos ou relatos pertinentes ao deslinde da questão; Fl. 984DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 985 6 b) a violação da ampla defesa, pois ausente clara fundamentação necessária, comprometendo parte da impugnação c) não foi concedido acesso ao MPF, na medida que não lhe concederam qualquer código de acesso; d) a ausência de validade do MPF; e) as operações financeiras nunca ocorreram na habitualidade mencionada, objetivando o favorecimento da mesma; f) não foi esclarecido pelo Sr. Francisco José Corrêa que ele também prestava serviços de intermediação financeira, além de estar diretamente ligado a empresa; g) da quebra irregular do sigilo bancário, considerando a ausência de autorização judicial para tanto; h) não se pode tributar por mero indício, pois a fiscalização tem o dever constitucional de investigar e provar o fato tributário; i) a autoridade fiscal lavrou diversos autos de infrações derivados de apenas um único fato gerador, situação que caracteriza o bis in idem; 4 Acórdão de Impugnação As impugnações foram julgadas improcedentes, por unanimidade, pela 1ª Turma da DRJ/REC (fls. 933952), mantendo o crédito tributário exigido. Na decisão, foram alinhados, em síntese, os seguintes fundamentos: a) é legítima a utilização dos dados bancários do contribuinte pelo Fisco, sem autorização judicial, com a devida previsão no art. 6º da Lei Complementar nº 105/01; b) eventuais irregularidades verificadas no trâmite do MPF não tem o condão de invalidar o auto de infração, pois são meras irregularidades formais; c) não há nenhuma hipótese de ausência de clareza que pudesse ter dificultado a defesa dos impugnante. No auto de infração constam a capitulação legal e a descriação da infração, mencionando, inclusive, o Relatório Fiscal; d) a própria legislação estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos, a qual autoriza o lançamento, sempre que o intimado não comprovar, mediante hábil e idônea documentação a origem dos depósitos; e) inexiste bitributação, pois, em nenhum momento, os depósitos bancários objetos da presente fiscalização ensejaram outros lançamentos tributários em face das empresas Strong e Engersea; Fl. 985DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 986 7 f) nenhum dos impugnantes logra em comprovar a origem dos depósitos bancários; g) a fiscalização por meio da RMF obteve cópias de cheques emitidos e dados de operações bancárias que conjugados com as DIRPF e as relações de empregados das empresas Strong e Engersea, demonstram recebimentos e pagamentos aos funcionários dessas empresas. Essas evidências cabais de que as contas em questão estavam vinculadas às atividades da Strong e da Engersea são corroboradas pelos esclarecimentos prestados pelo Contribuinte; 5 Recurso Voluntário Intimado em 10/06/13, o recorrente Francisco José Corrêa, interpôs, tempestivamente, recurso voluntário (fls. 957966), esgrimindo os seguintes argumentos: a) a ocorrência do bis in idem tributário, pois houve uma pluralidade de cobranças sobre uma mesma movimentação financeira, considerando que tal movimentação foi atribuída as empresas Strong e Engersea, não pode o contribuinte ser cobrado, sob pena do estado se locupletar triplamente às custas do mesmo fato gerador; b) o débito foi cobrado em sua totalidade de cada parte, sem sequer ser rateado com a demonstração individualizada sobre responsabilidade de cada um; c) no procedimento fiscal não foram observados os princípios constitucionais da legalidade, tipicidade e proporcionalidade; d) em algumas ocasiões o impugnante utilizou alguns de seus cheques para efetuar os pagamentos que eram necessários tendo em vista que a grande maioria das empresas (especialmente Strong e Engersea); e) a maior prova de que o impugnante não possuiu qualquer rendimento sobre a movimentação financeira que realizou em sua conta a intermediação de empréstimos, é o fato de possuir um único e modesto apartamento em São Gonçalo e um antigo Fiat conforme DIRPF; f) está explícito nos extratos bancários a comprovação material de que o fiscalizado exercia uma corretagem informal, com empréstimos financeiros sendo os valores de sua conta corrente meros repasses, pois nunca refletiram na melhoria de seu padrão de vida; g) os depósitos bancários desacompanhados de outros indícios não podem ensejar a presunção válida de omissão de rendimentos; h) a inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário sem a devida autorização judicial; 6 Sobrestamento Fl. 986DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 987 8 Em 18/06/13, através da Resolução nº 2202000.493 (fls. 1126.1145 do e processo), este processo foi sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º da Portaria CARF nº 001, de 03/01/12, tendo em vista que para alcançar seu desiderato, a Fiscalização utilizou RMF e que a constitucionalidade das prerrogativas estendidas à autoridade fiscal através de instrumentos infraconstitucionais – como a RMF – encontravase em análise pelo STF no âmbito do Recurso Extraordinário nº 601.314, que tramitava em regime de repercussão geral. É o relatório. Fl. 987DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 15540.720404/201144 Resolução nº 2202000.591 S2C2T2 Fl. 988 9 Voto Conselheiro Rafael Pandolfo Da análise dos autos, observase que foi lavrado Termo de Sujeição Passiva Solidária em face dos contribuintes Luiz Alberto Rodrigues, Eduardo Luiz Macedo Rodrigues, Manuel Henrique P. Martins, Ricardo Kamel Miranda e Sérgio Luis Rodrigues, representantes legais das empresas Strong e Engersea. Em 28/12/11, os Srs. Eduardo Luiz Macedo Rodrigues e Luiz Alberto Rodrigues apresentaram impugnações (fls. 880897 do eprocesso) que foram julgadas improcedentes pela 18ª Turma da DRJ/RJ1 (fls. 933952 do eprocesso). Entretanto, ao compulsar os autos, não constatei a intimação de qualquer dos responsáveis solidárias – Srs. Luiz Alberto Rodrigues, Eduardo Luiz Macedo Rodrigues, Ricardo Kimel Miranda, Sérgio Luis Rodrigues – do resultado do julgamento da DRJ. Consta nos autos apenas a intimação feita ao ora recorrente, Sr. Francisco José Correa (fl. 954 do e processo). Considerando o Termo de Sujeição Passiva Solidária, entendo como prudente a conversão do presente julgamento em diligência, no âmbito da qual sejam tomadas as seguintes providências: a) seja verificada se houve, ou não, a devida notificação dos contribuintes Luiz Alberto Rodrigues, Eduardo Luiz Macedo Rodrigues, Manuel Henrique P. Martins, Ricardo Kamel Miranda e Sérgio Luis Rodrigues, quanto ao resultado do julgamento da 18ª Turma da DRJ/RJ1; b) em caso negativo, sejam os mesmos intimados, e aberto prazo para as manifestações devidas. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator Fl. 988DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 10972.720080/2011-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007, 2008
AÇÃO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3202-001.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, em não conhecer do recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1928; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 909 1 908 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10972.720080/201141 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202001.321 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de setembro de 2014 Matéria PIS. COFINS. MULTA Recorrente UNIMED UBERABA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007, 2008 AÇÃO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, em não conhecer do recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 2. 72 00 80 /2 01 1- 41 Fl. 910DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e para Financiamento da Seguridade Social – Cofins, referente a períodos de apuração compreendidos nos anoscalendário de 2007 e 2008, nos valores respectivos de R$ 2.331.703,44 e R$ 10.747.257,73, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Contra a interessada foram lavrados autos de infração que lhe exigem o seguinte crédito tributário, com juros de mora calculados até setembro de 2011: R$ 5.057.580,24 de Cofins; R$ 1.896.492,29 de juros de mora; R$ 3.793.185,20 de multa proporcional (passível de redução); R$ 1.097.325,71 de PIS/Pasep; R$ 411.383,43 de juros de mora; R$ 822.994,30 de multa proporcional (passível de redução). Segundo a Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is) constantes dos autos de infração, os lançamentos decorreram de “Insuficiência de Recolhimento” das contribuições pelo regime cumulativo, conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal – TVF anexo. Os demonstrativos das contribuições apuradas pela fiscalização constam do Anexo I do TVF, sendo que o valor das linhas “TOTAL RECEITAS” e “TOTAL DEDUÇÕES/EXCLUSÕES” foram extraídos do Anexo I do Termo de Constatação e Intimação de 15/09/2011. A autoridade lançadora afirmou ainda que a constatação da falta de recolhimento e de confissão em DCTF deveuse a “valores não comprovados a título de "GLOSAS" extraídos do Anexo II do Termo de Constatação e Intimação de 15/09/2011 e da amostra constante do Termo de Constatação e Intimação de 22/07/2011”. No Termo de Constatação e Intimação de 15/09/2011, as glosas de deduções e exclusões da base de cálculo das contribuições foram assim sintetizadas: FILIAL CNPJ: 17.774.738/000290 – FARMÁCIA UNIMED UBERABA. • ICMS SOBRE VENDAS por falta de previsão legal. • VENDA DE PRODUTOS SUJEITOS A ALÍQUOTA ZERO por falta de comprovação. • RECEITAS FINANCEIRAS/RECEITAS EVENTUAIS/OUTRAS RECEITAS por falta de previsão legal. MATRIZ CNPJ: 17.774.738/000109 UNIMED COOPERATIVA DE TRABALHO. Fl. 911DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 910 3 • RECEITAS FINANCEIRAS/RECEITAS EVENTUAIS/OUTRAS RECEITAS por falta de previsão legal. • CUSTOS — por falta de previsão legal. • RELATIVAS ao inciso III do art. 2° da MP n° 215835 por falta de demonstração e comprovação. • SOBRAS pela impossibilidade de apuração face à ausência de segregação de atos cooperativos e não cooperativos. Cientificada dos lançamentos, a autuada apresentou impugnação, na qual, consoante os argumentos ali aduzidos, ao final assim pediu: Em face de todo o exposto e comprovado acima, REQUER: a) O recebimento da presente impugnação e determinação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário em comento, ex vi do art. 151, inciso III, do Código Tributário Nacional; b) No mérito, seja dado o merecido provimento/procedência/deferimento à presente impugnação (julgandose improcedente a lavratura do Auto de Infração ora combatido) para: i. Anular o Auto de Infração referente aos dois tributos aqui discutidos (PIS e COFINS), por conta da exação em atos cooperativos; ii. Independentemente da nulidade, a improcedência do Auto de Infração, ante a definição jurídicoeconômica de operadora de planos de saúde da Recorrente, reconhecendose a possibilidade de se proceder a necessários ajustes na base de cálculo do PIS e da COFINS, de forma a recolher somente o que se configurar efetiva receita (comissão/taxa de administração); iii. Considerar como corretas as deduções da base de cálculo/exclusões da receita realizadas pela impugnante, nos moldes como foram especificamente aqui impugnadas as glosas realizadas pela autoridade fiscal, diante das hipóteses legais abordadas e também desconsiderando, para fins de oferecimento à tributação, aqueles valores que realmente não representam receitas da cooperativa (CTN, art. 110); iv. Eventualmente, acaso não acatadas todas as impugnações às glosas realizadas pela fiscalização, que sejam analisadas, tópico a tópico, a fim de permitirse as deduções/exclusões de determinadas rubricas ali explicadas; c) Deixase de apresentar cópia dos procedimentos judiciais em que a matéria, no que tange ao contribuinte/impugnante, fora apreciada, em razão da suspensão do processo e ausência do trânsito em julgado, cf. bem constou das fls. 04/37 e 129/135 do processo. (Dec. 70.235, art. 16, inciso V). Todavia, atento à razoabilidade, acaso entenda necessária, requer, desde já, a Fl. 912DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 concessão de prazo para a juntada das cópias, a serem extraídas diretamente dos autos judiciais mencionados; d) O prazo de 60 dias (ou outro razoável) para juntar (i) os documentos mencionados na manifestação administrativa da impugnante em 08/09/2011, fls. 148/150, nesta peça (item III) apontado como item 5 Livros da Farmácia; (ii) os documentos mencionados na manifestação administrativa da impugnante em 15/09/2011, fls. 258/264, nesta peça (item III) apontado como item 2 comprovação das Glosas do Anexo II de fls. 271/274), eis que tais documentos encontramse "represados" na empresa de arquivamento de documentos MEMOVIP em Belo Horizonte/MG, nos moldes da alínea "a" do §4° c/c §5° do art. 16 do Decreto n. 70.235/72; e) A produção de perícia contábil nos documentos já apresentados e nos demais a serem apresentados oportunamente (livros, etc), fundamentando o pedido na divergência de interpretação entre a orientação contábil da ANS e a procedida pela autoridade fiscal, acerca da norma que orienta a contabilidade da impugnante e as deduções não admitidas (explicadas na alínea " C " do item IV.2.), nos moldes do inciso IV do art. 16 c/c art. 18, ambos do Decreto n. 70.235/72, desde já indicando o perito da impugnante ao final desta impugnação e apresentando os respectivos quesitos; f) Comprovar o alegado por todos os meios de prova admitidos, inclusive juntada posterior de documentação e a perícia pugnada acima. [...] Por meio do Despacho nº 42 – 1ª Turma da DRJ/JFA, 07 de março de 2012, foi determinada a realização de diligência, nos seguintes termos (fls. 409/410 – adotada a numeração do processo eletrônico): a) providencie a juntada das petições iniciais, e eventuais aditivos, que informaram os processos judiciais nºs 2000.38.02.0005829 (Cofins) e 2000.38.02.0018720 (PIS/Pasep); b) verifique, à luz do disposto na Lei n.º 10.147/2001, das informações constantes do DVD juntado à impugnação e dos documentos fiscais que o respaldam, a pertinência da exclusão das receitas sujeitas à alíquota zero na venda de produtos farmacêuticos da filial Farmácia Unimed; c) cientifique a contribuinte do resultado da diligência, reabrindo o prazo de trinta dias para que esta apresente razões adicionais de defesa. O resultado da diligência encontrase consubstanciado no respectivo Termo de Encerramento, às fls. 733/735, do qual se destacam os seguintes trechos: 4. Juntamos nas fls. 416 a 439 a petição inicial e nas fls. 440 a 613 os demais recursos e peças apresentados pelo contribuinte, relativamente ao Mandado de Segurança nº 2000.3802.0005829. Fl. 913DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 911 5 5. Juntamos nas fls. 614 a 650 a petição inicial e nas fls. 651 a 708 os demais recursos e peças apresentados pelo contribuinte, relativamente ao Mandado de Segurança nº 2000.3802.0018720. [...] 7. Anexamos nos autos fls. 709 a 732 todos os relatórios de validação constantes do CD. Ressaltamos que os relatórios apontam a existência de vários registros com erros: Código de Classificação Fiscal da Mercadoria (NCM) inválido e Código de Classificação Fiscal da Mercadoria (NCM) inexistente. A classificação fiscal é o código necessário para verificar se o produto está ou não sujeito à alíquota zero, portanto, os registros com erros nessa informação serão desconsiderados. [...] 9. Nos testes de consistência de totais mensais de saídas constantes dos arquivos magnéticos com livros fiscais, concluímos que os arquivos magnéticos apresentados não contemplam a integralidade das operações da FARMACIA UNIMED UBERABA. 10. Nos testes de consistência de totais mensais de entradas constantes dos arquivos magnéticos com livros fiscais, concluímos que os arquivos magnéticos apresentados não contemplam a integralidade das operações da FARMACIA UNIMED UBERABA. 11. Verificamos por amostragem várias notas fiscais de entrada/saída com NCM sujeito a alíquota zero, para constatar que de fato o contribuinte adquiriu/vendeu tais mercadorias no período. 12. Filtramos nos arquivos relativos a notas fiscais de saída, as notas fiscais não canceladas, com CFOP de vendas, cujos NCM são aqueles contidos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 10.147/2000, desconsiderando aqueles que foram apontados como inconsistentes: NCM inconsistentes na análise dos dados: LOG DE IMPORTAÇÃO – NCM INVALIDO OU INEXISTENTE: 30043200, 30043938, 30049083, 30049098, 30049990, 30049079, 33049099, 85098000, 99000063, 38049199, 30045099 e 00000020. Do resultado dessa análise apontamos o total mensal das receitas de vendas passíveis de exclusão por estarem sujeitas a alíquota zero: [...] Fl. 914DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 13. Sintetizamos no Anexo I ao presente Termo o relatório analítico com todas as notas fiscais de saída que foram resultado dos filtros aplicados, que totalizam os valores mensais acima. A contribuinte então apresentou razões adicionais de defesa às fls. 777/803, na qual assim concluiu e requereu: Em face de todo o exposto e comprovado acima, REQUER: a) Cf. exposto no item I: i. Determinar a análise minuciosa (perícia contábil/diligência complementar Decreto n. 70.235/72, art. 16, IV c/c art. 18) no DVD em anexo (Decreto n. 70.235/72, art. 16, §4°) apresentado ao Fiscal que se recusou a recebelo no qual consta a lista dos produtos da filial Farmácia Unimed no período sujeitos à alíquota zero (Lei n. 10.147/2000) com identificação de todos os NCM's corretos e válidos a fim de que seja a aludida receita excluída da apuração fiscal ocorrida no auto de infração combatido; ii. Caso seja formalmente instaurado a perícia contábil, desde já ratificase a indicação do mesmo perito que o Contribuinte indicou em sua Impugnação, tendo agora como o quesito: a) Poderia o Sr. perito, por meio de uma conferência minuciosa do relatório constante do DVD em anexo com o auto de infração, a respeito dos produtos sujeitos à alíquota zero (Cf. determina a Lei n. 10.147/2000) cujos NCM's estão no relatório, identificar quais as receitas que estão sendo tributadas e deveriam ter sido excluídas do auto de infração? Favor descrever minuciosamente, com emissão de relatório. b) Cf. exposto no item II, promover a juntada do Acórdão n° 3403001.289 proferido nos autos do Recurso Voluntário n° 248.448 (Processo n. 10650.001996/20073) pela 4a Câmara/3a Turma Ordinária na 3a Seção de Julgamento do CARF Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, em sessão do dia 09 de novembro de 2011 (portanto, decisão exarada depois da apresentação da |i Impugnação Decreto n. 70.235, art. 16, §4°, "b"), o qual analisou grande parte das razões de mérito abarcadas na Impugnação apresentada neste Processo Administrativo Tributário, em que o CARF deu êxito à Unimed Uberaba contra autuação fiscal similar promovida pela Receita Federal de Uberaba. Por fim, em 03/06/2013, a impugnante trouxe aos autos dois acórdãos proferidos recentemente pelo CARF (fls. 810/850), corroborando seus argumentos. Foi formalizado o processo nº 15254.720006/201315, em papel, para fins de controle das duas mídias apresentadas pela contribuinte. É o relatório. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 0944.910, de 4/7/2013 (fls. 854 e ss.), assim ementado: Fl. 915DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 912 7 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007, 2008 SOCIEDADES COOPERATIVAS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES E DEDUÇÕES. É incabível exclusão ou dedução da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins não previstas expressamente na legislação de regência, uma vez que essas hipóteses de redução estão listadas em numerus clausus. OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE. BASE DE CÁLCULO. COMPROVAÇÃO. DEDUÇÕES ESPECÍFICAS. Não obstante o dever de comprovar por meio de documentação hábil os valores escriturados, as deduções destinadas às operadoras de plano de saúde não autorizam à exclusão dos custos decorrentes do atendimento a seus usuários, como despesas hospitalares, honorários médicos, custos com exames, etc, para fins de apuração da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins. O inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, somente autoriza as operadoras de planos de assistência à saúde a deduzirem da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins o valor correspondente às indenizações efetivamente pagas por uma operadora, referente aos atendimentos médicos efetuados em beneficiários (clientes) pertencentes à outra operadora de plano de saúde, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidade. FARMÁCIA UNIMED. RECEITAS DE VENDA SUJEITAS À ALÍQUOTA ZERO. Para as pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador, as alíquotas das contribuições estão reduzidas a zero quando da venda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, com as ressalvas de determinadas exceções legais. Assim, deve ser cancelada a parcela do crédito tributário que, comprovadamente, advém de receitas dessas operações. AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. A submissão de matéria à tutela autônoma e superior do Poder Judiciário implica renúncia à via administrativa quanto ao mesmo objeto. CONSTITUCIONALIDADE. LEGALIDADE. COMPETÊNCIA. Falece competência à autoridade julgadora para a apreciação de aspectos relacionados com a constitucionalidade ou legalidade de normas tributárias. Fl. 916DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 8 PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. Deve ser indeferido o pedido de diligência ou perícia, quando esses procedimentos forem considerados prescindíveis para a solução do litígio, mormente quando já efetuada diligência a fim de formar a convicção quanto à matéria probatória. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 891/902, por meio do qual, depois de relatar os fatos, aduz: Preliminarmente A Autoridade julgadora negou a análise do DVD apresentando razões adicionais à impugnação após o início da diligência complementar. Negouse a receber, e até mesmo protocolar, o DVD, que continha os códigos necessários à segregação dos produtos da filial Farmácia Unimed sujeitos à alíquota zero. Apresentouse justificativa suficiente para a apresentação do referido documento. Houve cerceamento ao direito de defesa. A Turma julgadora deve se pronunciar sobre as decisões do CARF referidas na impugnação que tratam de matéria idêntica. As ações judiciais não significam renúncia ao processo administrativo. Logo, não há concomitância. Mérito Reitera todas as argumentações já expostas na impugnação. O CARF é atingido pelas decisões vinculantes prolatadas pelo STF. Não há concomitância. Quanto à exclusão do ICMSST da base de cálculo das contribuições devidas pela filial Farmácia Unimed, a autoridade julgadora considerou que a Recorrente teria se equiparado a um atacadista, quando na verdade utilizouse de um exemplo comparativo para exemplificar a situação. Quanto à identificação dos produtos da Farmácia Unimed, reportase ao que já consignou a respeito da juntada do DVD. As diretrizes da ANS devem ser seguidas. Não prospera a alegação de que algumas das deduções previstas na MP n.º 2.15835, de 2001, não se aplicam à Recorrente, pois onde a lei não determina não é lícito ao intérprete fazêlo. Quanto ao inciso III do § 9º do art. 3º da Lei n.º 9.718, de 1998, reportase à decisões recentes do CARF dando guarida à interpretação da ANS e da Recorrente. Às fls. 907/908, a Recorrente noticia que, em 25 de outubro de 2013, foi publicada a Lei n° 12.873, de 24 de outubro de 2013 (conversão da Medida Provisória MP nº 619, de 6 de junho de 2013), que acrescentou o §9A ao art.3° da Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998, veiculando norma expressamente interpretativa que findou a discussão a respeito da matéria em litígio. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. Fl. 917DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 913 9 É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Segundo noticia a fiscalização, os valores das contribuições que são objeto do lançamento decorreram de valores de deduções e exclusões da base de cálculo que podem assim ser sintetizadas: I – FILIAL CNPJ n.º 17.774.738/000290 – FARMÁCIA UNIMED UBERABA: ICMS sobre vendas (falta de previsão legal), venda de produtos sujeitos a alíquota zero (falta de comprovação) e receitas financeiras/receitas eventuais/outras receitas (falta de previsão legal). II – MATRIZ CNPJ n.º 17.774.738/000109 – UNIMED COOPERATIVA DE TRABALHO: receitas financeiras/receitas eventuais/outras receitas (falta de previsão legal), custos (falta de previsão legal), previstas no inciso III do art. 2° da MP n° 2.15835 (falta de demonstração e comprovação) e sobras (impossibilidade de apuração face à ausência de segregação de atos cooperativos e não cooperativos). Impugnado, o lançamento foi mantido em parte pela instância de piso. No recurso voluntário, a Recorrente sustenta, em caráter preliminar, cerceado o direito de defesa, uma vez que autoridade julgadora teria se negado a analisar DVD com razões adicionais à impugnação. Diz que ficou impedida até mesmo de protocolar o DVD, no qual constariam códigos necessários à segregação dos produtos da filial Farmácia Unimed sujeitos à alíquota zero (a tributação à alíquota zero decorre, com algumas exceções legais, da venda, pela filial, de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, nos termos dos arts. 1º e 2º da Lei n.º 10.147, de 2001). Embora o mencionado DVD não tenha sido objeto de análise pela autoridade diligenciadora, o foi pelo relator da decisão recorrida, como expressamente registrou nos parágrafos que passamos a reproduzir: Em sede de diligência, então, a fiscalização verificou, pelos totais mensais de saída e de entrada, que os arquivos magnéticos não contemplam a integralidade das operações escrituradas da Farmácia Unimed Uberaba e apontou os valores de receitas passíveis de exclusão na apuração da base de cálculo das contribuições. As correspondentes notas fiscais de saída foram relacionadas no Anexo I do Termo de Encerramento de Diligência (fls. 736/772). Essas notas fiscais foram encontradas por meio da aplicação de filtros sobre os arquivos magnéticos, tendo como parâmetro o CFOP de venda, cujos NCM são aqueles contidos nos arts. 1º e 2º da Lei n.º 10.147/2002. Nada mais natural e racional, em face da quantidade de dados constantes dos arquivos magnéticos. Fl. 918DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 10 Embora a contribuinte sustente que apresentou, às fls. 413/732, em sede de diligência a documentação solicitada, quanto à matéria sob exame, nesse intervalo de folhas consta apenas os Relatórios Sintéticos de Mensagens de Validação (fls. 709/732), relativos aos arquivos magnéticos apresentados. A leitura desses Relatórios revela a existência de várias mensagens sobre Código de Classificação Fiscal (NCM) inválido ou inexistente, confirmando o relatado no encerramento da diligência. A contribuinte quer a realização de perícia contábil e a análise do novo DVD juntado a suas razões adicionais de defesa, sob o argumento de que este foi “apresentado ao Fiscal porém não juntado por ele em sua diligência”. Todavia, do exame dos arquivos contidos nesse novo DVD não vislumbro diferenças que justifiquem o pleito da impugnante. Juntese a isso o fato de a contribuinte ter tido diversas oportunidades e tempo suficiente para comprovar as receitas que estariam sujeitas à alíquota zero. Entretanto, sequer apontou, nem a título de exemplo, quais vendas que estariam sujeitas à alíquota zero e não foram relacionadas no Anexo I do Termo de Encerramento de Diligência. Isto posto, devem ser excluídas das bases de cálculo das contribuições somente os valores de receitas discriminados no Termo de Encerramento de Diligência (fl. 734), num montante de R$ 39.725,86, para o ano de 2007, e R$ 17.633, 17, para o ano de 2008. Notese que o relator ressaltou não existirem diferenças entre os DVDs entregues pela Recorrente em momentos distintos, em ordem a justificar o pleito de realização de nova diligência ou mesmo de uma perícia. Esse argumento – que não foi contestado no recurso voluntário –, somado ao fato de não haver prova de que a Recorrente tenha de fato sido impedida de apresentar o novo DVD, autoriza a conclusão a que se chegou na decisão recorrida: a desnecessidade do pedido de diligência/perícia e a legitimidade da exclusão apenas dos valores levantados na diligência. No que respeita à renúncia ao processo administrativo em face da reconhecida concomitância de parte da matéria discutida nos autos com aquela discutida nas ações mandamentais impetradas pela Recorrente, tratase de tema há muito pacificado neste Colegiado Administrativo, tanto que editado Súmula CARF n.º 1, cuja redação é a seguinte: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. Isso porque, cabe destacar, reconhecese ao Poder Judiciário o monopólio da jurisdição, não cabendo à Administração Pública definir matéria submetida à apreciação do EstadoJuiz. Há de registrar, contudo, que a concomitância, segundo nos parece, é muito mais ampla do que aquela reconhecida pela instância de piso. Para ilustrar o que se afirma, transcrevemse os mesmos parágrafos das decisões judiciais proferidas nas ações mandamentais impetradas pela Recorrente: Fl. 919DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 914 11 Processo n°. 2000.38.02.005829 (Cofins) Tratase de ação de Mandado de Segurança Individual impetrada por UNIMED UBERABA LTDA. COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO contra o DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM UBERABA (UNIÃO FEDERAL) "objetivando absterse de efetivar o recolhimento a título de COFINS para os atos cooperativos próprios de suas finalidades, nos termos estabelecidos pela Lei 9.718/98 e pela Medida Provisória 1.858/99 e suas reedições." [...] ‘TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL — COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO — PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A TERCEIROS NÃO ABRANGIDA PELA DEFINIÇÃO DE ATO COOPERATIVO — INCIDÊNCIA DA COFINS. 1. "Denominamse atos cooperativos os praticados entre cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados para a consecução dos objetivos sociais" (Lei n° 5.764/71, art. 79, caput") 2. Não se enquadrando a prestação de serviços a terceiros na definição de atos cooperativos, possível a incidência da COFINS, nos exatos termos em que determina a Lei n° 9.718/98, tida por constitucional por esta Corte (Arguição de Inconstitucionalidade na AMS n° 1999.01.00.0960532/MG, Rel designado Juiz CARLOS MOREIRA ALVES, Corte Especial, maioria, DJ II 24 SET 2001, p.135). 3. Apelação e remessa oficial tida por interposta providas. 4. Peças liberadas pelo Relator em 25/03/2003 para publicação do acórdão.’ [Grifei]. Processo n°. 2000.38.02.0018720 (PIS) Tratase de ação de Mandado de Segurança Individual impetrada por UNIMED UBERABA LTDA. COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO contra o DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM UBERABA (UNIÃO FEDERAL) "objetivando seja determinado à autoridade impetrada que se abstenha de praticar qualquer ato no sentido de exigirlhe os recolhimentos do PIS sob os atos cooperativos próprios das finalidades da impetrante. Requer seja declarado por sentença, incider tantum, a inconstitucionalidade da Lei 9.718/98, MP 1.858/99 e suas reedições e dos normativos AD. SRF n°. 88/99 e IN. SRF n°. 145/99. Pede seja reconhecido o direito à compensação dos valores recolhidos indevidamente no percentual de 1% sobre a folha de salários do mês (Dec. 2.445/88, art. 1º , IV) e no percentual de 0,65% calculado sobre os atos não cooperativos (Lei 9.715/99, art. 2º , §1°), já que a LC 07/70, recepcionada totalmente pelo art. 239 da CF/88 que não Fl. 920DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 12 foi revogado, não previa a contribuição para o PIS pelas sociedades cooperativas, cuja compensação darseá nos moldes estabelecidos no art. 66, da Lei 8383/91, para que possa, inclusive, compensálos com quaisquer outros tributos administrados pela Receita Federal." [...] ‘CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. PIS. COOPERATIVA DE CRÉDITO. ISENÇÃO. BENEFÍCIO FISCAL. LEI N. 9.718/98. MEDIDA PROVISÓRIA N. 1.858/1998. ATO COOPERATIVO. ADEQUADO TRATAMENTO TRIBUTÁRIO. FATURAMENTO. RECEITA BRUTA. BASE DE CÁLCULO. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGO 195, INCISO I, ALÍNEA "b" ("VACATIO LEGIS") E ARTIGO 239. PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA DAS LEIS, DA ISONOMIA, DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E DA UNIVERSALIDADE. 1. A isenção é "benesse" que emerge da política fiscal do Estado e pode, se não condicionada e por prazo certo, ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. 2. O artigo 146, inciso III, letra "c", da Constituição Federal, não concedeu imunidade fiscal às cooperativas, mas sim adequado tratamento tributário. 3. A isenção tributária, não sendo matéria adstrita à lei complementar, pode ser revogada por lei ordinária ou por medida provisória. 4. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a contribuição social denominada PIS não está inserida dentre aquelas reservadas pela Constituição Federal de 1988 à lei complementar e pode ser alterada por lei ordinária (Ação Declaratória de Constitucionalidade n. 1/DF). 5. É orientação consolidada na Suprema Corte que os conceitos de "faturamento" e "receita bruta" são equivalentes para efeitos fiscais (Recursos Extraordinários n. 150.764/PE, 150.7551/PE, 44.9713/DF). 6. A Lei n. 9.718/1998, em face da vacatio legis, adquiriu eficácia plena quando já se encontrava em vigor a Emenda Constitucional n. 20/1998, modificativa do artigo 195 da Constituição Federal, o que afasta a existência de sua afirmada desarmonia com a referida emenda. 7. O artigo 239 da Constituição Federal de 1988, ao recepcionar o Programa de Integração Social PIS, limitouse a disciplinar a arrecadação e a distribuição dos recursos amealhados a esse título, deixando outros regramentos para a legislação infraconstitucional. 8. A exigibilidade de lei complementar restringese a novas contribuições, o que não é o caso do PIS. Fl. 921DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10972.720080/201141 Acórdão n.º 3202001.321 S3C2T2 Fl. 915 13 9. A Corte Especial deste Tribunal Regional Federal da 1a Região declarou a constitucionalidade dos artigos 2º, 3º "caput", § 1º , Lei n. 9.718/1998, que alteraram a base de cálculo do PIS. 10. A par do princípio da universalidade, o sistema da seguridade social será custeado por toda a sociedade, direta ou indiretamente. Inexistência de antinomia entre o disposto no artigo 146, inciso III, alínea "c", da Constituição Federal e a sujeição das cooperativas ao financiamento da seguridade social.’ [Grifei]. Ora, a Recorrente objetivou impedir o Fisco de exigir as contribuições sobre atos cooperativos mediante o reconhecimento judicial da inconstitucionalidade da Lei n.º 9.718, de 1998, da Medida Provisória – MP n.º 1.858, de 1999, e suas reedições, do Ato Declaratório SRF n°. 88, de 1999, e da Instrução Normativa SRF n°. 145, de 1999, atos normativos que constituem, como se constata do campo próprio dos autos de infração, o próprio fundamento legal da exigência. Assim sendo, e salvo melhor juízo, o objeto do presente processo administrativo coincide com o objeto das ações mandamentais ajuizadas pela Recorrente, de modo que qualquer discussão envolvendo temas correlatos deve ser travada quando da execução do julgado. Ante o exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, não conheço do recurso voluntário por concomitância de matéria na esfera judicial. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 922DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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Numero do processo: 13748.000436/2003-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1993 a 31/12/1998
PIS/PASEP. DECRETOS-LEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO.
Em consequência da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), resta obrigatória a observância das disposições nela contida sobre prescrição expressa no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitar-se à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN.
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC.
Consoante art. 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3202-001.309
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO Recorrente RIOBRÁS TRANSPORTES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1993 a 31/12/1998 PIS/PASEP. DECRETOSLEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO. Em consequência da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), resta obrigatória a observância das disposições nela contida sobre prescrição expressa no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 8. 00 04 36 /2 00 3- 68 Fl. 409DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda. Relatório O presente litígio decorre de Pedido de Restituição (fls. 01/ss), protocolado em 24/09/2003, no valor de R$ 73.053,90, em decorrência de valores recolhidos a título de PIS, para os períodos de apuração de janeiro/1993 a dezembro/1998, sob a égide dos Decretos Lei nº 2.445/88 e 2.449/88, assim como em relação à suposta inconstitucionalidade da MP 1.212/98, convertida na Lei nº 9.715/98, arguida no STF por meio da ADIN 1.4170. Posteriormente, a interessada apresentou diversas declarações de compensação eletrônicas (vide relação às efls. 247/248), transmitidas entre 20/04/2007 a 22/10/2009, visando extinguir, por compensação, diversos débitos tributários nelas informados. O pedido foi indeferido, conforme Relatório e Despacho Decisório proferidos pela autoridade fiscal da DRF – Nova Iguaçu RJ, de 22/09/2010 (efls. 247/257), sob os seguintes fundamentos que “(...) em relação aos valores recolhidos a título de PIS, antes de 24/09/1998, já havia ocorrido a decadência do direito de o contribuinte solicitar a restituição de suposto crédito”. Portanto, em relação aos valores recolhidos anteriormente a 24/09/1998 a DRF – Nova Iguaçu indeferiu o pedido, em preliminares, em decorrência da “decadência” (a meu ver, prescrição). O Despacho Decisório adentrou no mérito apenas em relação aos pagamentos efetuados em 15/10/1998, 13/11/98, 15/12/98 e 13/01/99, que no seu entender não haviam sido atingidos pela “decadência”, quando tratou da suposta inconstitucionalidade da MP 1.212/98, convertida na Lei nº 9.715/98, arguida no STF por meio da ADIN 1.4170 (vide efl. 252). Nessa parte, indeferiu o pedido de restituição e não homologou as declarações de compensação apresentadas pelo contribuinte. Com o intuito de elucidar os fatos e destacar os argumentos trazidos pelas partes transcrevese o Relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Trata o presente processo, originariamente, de pedido de restituição da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, fl. 03, protocolizado em 24/09/2003, em relação aos pagamentos efetuados para os períodos de apuração Fl. 410DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13748.000436/200368 Acórdão n.º 3202001.309 S3C2T2 Fl. 410 3 01/1993 a 12/1998, conforme os DARF´s de fls.27/52, no valor total de R$ 73.053,90, parte devido a inconstitucionalidade dos DL´s nº 2.445 e 2.448/88, e parte sob o argumento de que com a reconhecida inconstitucionalidade do artigo 18 da Lei nº 9.715/98, não existiu lei com eficácia para a cobrança da Contribuição ao PIS. Posteriormente, a interessada apresentou Declarações de Compensação visando à homologação com débitos de tributos vincendos (fls.54/232). Com base no Parecer Conclusivo nº 270/2010 (fls.247/256), o Despacho Decisório da autoridade administrativa – fls.257, não reconheceu o direito creditório e deixou de homologar as compensações face à inexistência de crédito, uma vez que a “quase totalidade dos pagamentos efetuados a título de PIS, que poderiam respaldar eventual direito à restituição de pagamentos considerados indevidos ou a maior, foram alcançados pela decadência”. Quanto aos pagamentos realizados em 15/10/98, 13/11/98, 15/12/98 e 13/01/99, o indeferimento teve como base o fato dos recolhimentos terem sido efetuados sob a égide da Medida Provisória nº 1.212/95, reeditada sucessivamente até ser convertida na Lei nº 9.715/98, que obrigava todas as pessoas jurídicas ao recolhimento do PIS. Cientificada, a Interessada ingressou, em 06/07/2011, com a manifestação de inconformidade de fls. 261/306, na qual alega, em síntese, que: • O Pedido de Restituição foi elaborado e protocolado em 24 de setembro de 2003, tendo o prazo legal para avaliação pelos técnicos da Receita Federal expirado em 25 de setembro de 2008, perfazendo 5 anos, sem que houvesse qualquer manifestação por parte deste órgão federal durante esse período, ocorrendo portanto a homologação tácita; • Face decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.4170, abriuse a possibilidade de se recuperar administrativamente junto à SRF, regido pela INSRF nº 210/2002, todos os valores recolhidos a título de PIS, durante o período de outubro de 1995 a outubro de 1998. Em relação ao período outubro de 1995 a fevereiro de 1996, a SRF já reconheceu através da IN06/2000 o direito que tem o contribuinte à compensação; • O PIS sujeitase ao lançamento por homologação, assim, o prazo decadencial só começa a fluir após o decurso de cinco anos da ocorrência do fato gerador, somados mais cinco anos, contados estes da homologação tácita do lançamento; • O Acórdão em ADIN que declarar a inconstitucionalidade da lei tributária serve de fundamento para configurar juridicamente o conceito de pagamento indevido, proporcionando a repetição do débito do Fisco somente se pleiteada tempestivamente em face dos prazos de decadência e prescrição: a decisão em controle direto não tem o efeito de reabrir os prazos de decadência e prescrição. • Descabe, portanto, justificar que, com o trânsito em julgado do Acórdão do STF, a reabertura do prazo de prescrição se dá em razão do princípio da actio nata; • Sobreposto pela razão de que o tempo impõe às obrigações e procedimentos tributários, reafirmamos que, os tributos que originaram o crédito foram declarados através do programa eletrônico PERDCOMP e consignados através do Pedido de Restituição, que não foi julgado no prazo legal e fatal, tornandose tácita a homologação. A 17ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro indeferiu o pedido do contribuinte, nos termos do Acórdão nº 1246.666, de 24 de maior de 2012 (efls. 316/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1993 a 31/08/1998 Fl. 411DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO PRAZO DE CINCO ANOS PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Não há previsão legal para a homologação tácita do Pedido de Restituição, que não seja objeto de despacho decisório proferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, com ciência ao contribuinte no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido. PRAZO DECADENCIAL PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO TERMO INICIAL. O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, mesmo que o pagamento tenha sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário, inclusive na hipótese de tributos lançados por homologação, conforme preceitua o art. 150, § 1º do CTN. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1998 a 31/12/1998 PISCONSTITUCIONALIDADE MP nº 1.212 E ALTERAÇÕES LEI Nº 9.715/98. Não cabe alegação de inexistência de fato gerador, uma vez que, na ADIN nº 14170, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional somente a parte final do citado art. 18 da Lei n.º 9.715/98, restringindose a decisão ao período de 1º de outubro de 1995 a 29 de fevereiro de 1996. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A interessada regularmente cientificada do Acórdão em 23/08/2012 (efolhas 332/337) interpôs Recurso Voluntário em 19/09/2012 (efls. 339/ss), onde repisa os argumentos trazidos em sua impugnação. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Inicialmente, devemos analisar a questão relativa ao prazo prescricional para que o contribuinte possa efetuar o pedido de restituição/compensação de créditos da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS advindos de recolhimentos efetuados nos moldes dos DecretosLeis nºs. 2.445, de 29 de junho de 1988, e 2.449, de 21 de julho de 1988, declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal — STF no exame do Recurso Extraordinário nº 148.7542/210/RJ, com extensão erga omnes dada pela Resolução do Senado nº 49, de 09 de outubro de 1995 e, também, em relação àqueles pagamentos relacionados à discussão da suposta inconstitucionalidade do artigo 18 da Lei nº 9.715/98. Entendo que assiste razão à Recorrente no tocante aos prazos para pedir a restituição de tributos recolhidos indevidamente. Vejamos. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13748.000436/200368 Acórdão n.º 3202001.309 S3C2T2 Fl. 411 5 Este conselheiro sempre vinha exarando seus votos no sentido de que o prazo para que o sujeito passivo exerça seu direito de requerer a restituição de valores recolhidos a maior ou indevidamente era aquele expresso no inciso I do artigo 168, combinado com o inciso I artigo 165, ambos do CTN, ou seja, o pedido deveria ser formulado no prazo máximo de 5 anos a contar do pagamento indevido ou a maior, inclusive no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, como a COFINS e o PIS, que se extinguem com o pagamento antecipado por força do disposto no parágrafo 1º do artigo 150. Esclareçase, ainda, que o prazo previsto no art. 168, I, do CTN, representa prazo prescricional, mas que se aplica, também, ao pedido administrativo, de forma que, esgotado o prazo para apresentação da ação de repetição de indébito, também se esgota o prazo do pedido administrativo. Neste diapasão, com o intuito de dirimir as controvérsias existentes quanto ao momento em que ocorreria a extinção do crédito tributário, o próprio legislador, na tentativa de interpretar o artigo 168, I do CTN, em 09 de fevereiro de 2005, por meio da Lei Complementar n° 118, explicitou sua vigência no tempo: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do artigo 168 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 da referida Lei. Art. 4° Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3°, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional. Entretanto, o STF – Supremo Tribunal Federal – ao julgar o RE 566.621, relatado pela Ministra Ellen Gracie, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º da LC nº 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso do vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Por conseguinte, para as ações ajuizadas anteriormente a esta data (09/06/2005), o STF decidiu que “quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN”. Foi reconhecida a Repercussão Geral, devendo ser aplicado, portanto, o artigo 543B, parágrafo 3º, do CPC aos recursos relativos a esta matéria. Em consequência da decisão proferida no RE 566.621, resta obrigatória a observância das disposições nele contida sobre prescrição expressas no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. No caso em tela, o Pedido de Restituição foi protocolado em 24/09/2003, para os períodos de apuração de janeiro/1993 a dezembro/1998, portanto, quando formulado o pedido não havia ocorrido a prescrição do direito do contribuinte para solicitar a restituição da maior parte dos tributos, considerandose o prazo de 10 anos estipulado pelo STF para os pedidos formulados antes 09/06/2005. Consequentemente, deve ser revista a decisão recorrida, Fl. 413DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 para que análise o mérito do pedido também em relação aos períodos entre setembro/1993 a dezembro/1998. Neste sentido, citase a decisão proferida pela CSRF – Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão nº 9303002.127, em 13/09/2012, cuja ementa transcrevese abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/1991 a 28/02/1995 PIS/PASEP. RESTITUIÇÃO. DECRETOSLEIS Nºs 2.445/88 e 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. O prazo prescricional para o pedido de repetição de indébito junto à Administração Tributária é de 10 anos contados do fato gerador, para pedidos protocolizados anteriormente a 9 de junho de 2005 (data de entrada em vigência da Lei Complementar nº. 118, de 9 de fevereiro de 2005). RE 566.621/RS com repercussão geral. Art. 62A do RICARF. Recurso Especial do Contribuinte provido. Ante ao exposto, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para afastar a prescrição dos indébitos cujos recolhimentos ocorreram posteriormente a setembro/1993, determinando o retorno dos autos à unidade preparadora para análise do mérito do pedido. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 414DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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