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Numero do processo: 10675.000352/2008-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ano-calendário: 2002
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JUDICIAL. PEDIDO DE HABILITAÇÃO
DO CRÉDITO. A habilitação do crédito, nos termos da IN RFB nº 600/05, ora vigente, corresponde a procedimento preliminar, preparatório ao respectivo pedido futuro autônomo, ainda não iniciado, de restituição e/ou compensação, toda vez que o crédito que servir de base para tais pretensões tiver como fundamento uma decisão judicial. PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO.
INTERRUPÇÃO. O requerimento da habilitação ou seu deferimento, não alteram o prazo prescricional qüinqüenal para intentar-se a restituição ou a compensação.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-002.418
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os conselheiros Fernando Luiz da Gama D Eça, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Designado conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida para redigir o voto vencedor
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2002 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JUDICIAL. PEDIDO DE HABILITAÇÃO DO CRÉDITO. A habilitação do crédito, nos termos da IN RFB nº 600/05, ora vigente, corresponde a procedimento preliminar, preparatório ao respectivo pedido futuro autônomo, ainda não iniciado, de restituição e/ou compensação, toda vez que o crédito que servir de base para tais pretensões tiver como fundamento uma decisão judicial. PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO. INTERRUPÇÃO. O requerimento da habilitação ou seu deferimento, não alteram o prazo prescricional qüinqüenal para intentar-se a restituição ou a compensação. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os conselheiros Fernando Luiz da Gama D Eça, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Designado conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidente Substituto (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior - Relator Fl. 129DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 2 Participaram do julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D’EÇA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausente, justificadamente, a conselheira NAYRA BASTOS MANATTA. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10675.000352/2008-41 Acórdão n.º 3402-002.418 S3-C4T2 Fl. 129 3 Relatório Por bem narrados os fatos ocorridos no processo, no relatório da 2ª Turma da DRJ/JFA recorrida, adoto o mesmo por fidelidade: O interessado ajuizou Ação Ordinária n° 1997.38.00.014627-2, perante a Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, visando a declaração de inconstitucionalidade dos DLs 2.445 e 2.449/88, cuja decisão final foi favorável a ele, com trânsito em julgado em 17/04/2002. Em 25/02/2008 apresentou Declaração de Compensação em formulário visando compensar os débitos nela declarados, com crédito oriundo da ação supra; A DRF-Uberlândia/MG emitiu Despacho Decisório n° 146/2008, no qual não homologa as compensações pleiteadas sob o argumento extinção do prazo para pleitear a compensação (fls. 45/47); A empresa apresenta manifestação de inconformidade às fls. 52/60 na qual alega, em síntese, que: a) não existe dispositivo legal a respeito da alegada decadência do direito à compensação pleiteada; b) a Administração Fazendária homologou o pedido de habilitação do crédito, por meio do processo n° 10675.000695/2007-25; c) na Declaração de Compensação constante do processo n° 10675.004957/2007-21, que usou o mesmo crédito nada foi dito sobre o prazo decadencial; É o breve relatório. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise e atenção aos pontos suscitados pela interessada na Manifestação de Inconformidade apresentada, a 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG, proferiu o Acórdão de nº. 09-33.750, ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2002 COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS ORIUNDO DE DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 4 O prazo para o contribuinte promover a compensação com créditos oriundo de decisão judicial transitada em julgado extingui-se em 05 anos a contar da data do trânsito em julgado, nos termos da Súmula 150 do STF. A habilitação de crédito prevista na IN 600/2005 se presta apenas para informar a Autoridade Administrativa que a empresa, possui crédito obtido judicialmente, porém não promove a apuração deste, que deve seguir as determinações da decisão transitada em julgado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido De início a 2ª Turma da DRJ/JFA afirmou que o prazo de 5 anos para a consideração da extinção, está insculpido na Súmula 150 do STF que estabelece que “prescreve a execução, no mesmo prazo de prescrição da ação”. Com base no artigo 1° do Decreto n° 20.910/32, afirma que qualquer ação contra a Fazenda Federal prescreve em 05 (cinco) anos, assim a parte tem disponível esse mesmo período, a partir do trânsito em julgado, para iniciar a execução da sentença. No que tange a esfera administrativa, a DRJ/JFA assevera que a compensação deve ser iniciada no mesmo prazo, indeferindo o pedido do contribuinte por considerar prescrita a utilização dos créditos. A DRJ/JFA refutou o fato de que a habilitação de crédito configure a aceitação do mesmo como válido, considerando apenas como procedimento do administrado para informar a administração pública que possui crédito de ação judicial transitada em julgado, condicionada a sua verificação quando da efetiva utilização. Após o exposto, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. DO RECURSO Ciente em 17/03/2011 do Acórdão nº. 09-33750, e não se conformando com a decisão improcedente da manifestação de inconformidade, o contribuinte apresentou, em 15/04/2011, Recurso Voluntário a este Conselho. Após fazer uma síntese dos fatos ocorridos até a data da apresentação do Recurso Voluntário, a Recorrente alegou que a administração pública ultrapassou o prazo previsto no §4°, do artigo 51 da IN 600/2005, prolatando a decisão sobre a habilitação do crédito somente 08 (oito) meses após o pedido, e não com 30 dias como determina a instrução normativa mencionada. Declarou ainda, que a demora para análise do pedido lhe gerou prejuízo, pois foi este atraso que ocasionou o crédito exceder o período de 05 (cinco) anos para a compensação. Asseverou que a Receita Federal violou o princípio da Veracidade dos atos administrativos, tendo em vista a decisão prolatada em 13/11/2007, que declarou o crédito habilitado e apto a ser utilizado pela Recorrente, não ter sido declarado nulo ou revogado, assim não poderia a administração pública, em 31/08/2008, julgar prescrito o crédito tributário, pois estaria ferindo o princípio da Veracidade. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10675.000352/2008-41 Acórdão n.º 3402-002.418 S3-C4T2 Fl. 130 5 Alegou que para o exercício do direito a compensação, além do trânsito em julgado da decisão e da declaração de compensação, a IN 517/200, com redação da IN 600/2005, inovou no ordenamento jurídico com a exigência da habilitação do crédito. Afirmou que tal inovação provoca a renovação do prazo para a Declaração de Compensação, prevista no artigo 74, §1°, da Lei 9.430/96, haja vista se tratar de condição suspensiva na forma do Código Civil. Ressaltou que a decisão não alegou a existência da prescrição, de tal modo, entenderam que o crédito tributário da empresa não estava prescrito, reconhecendo a condição suspensiva do procedimento de habilitação, embora já terem passados 05 anos do trânsito em julgado. Destarte, declarou que tem direito a devolução do prazo existente à época do pedido de habilitação para apresentar a Declaração de Compensação, tendo em vista que demonstrou o seu interesse em exercer a compensação em 29/03/2007 quando provocou a administração pública. Ante o exposto, requereu o provimento do Recurso Voluntário para que se reconheça declarada a compensação identificada pelo processo n.° 10675.000352/2008-41, protocolada no dia 25/01/2008 na DRF-UBE-PROT-MG, com base nos fatos e fundamentos expostos. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a este relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 01 (um) Volume, numerado até a folha 127 (cento e vinte e sete), estando apto para análise desta Colenda, 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do CARF. É o relatório. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 6 Voto Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator. Com relação ao Recurso Voluntário verifico que atende aos pressupostos de admissibilidade e tempestividade, portanto, dele tomo conhecimento, passando a análise dos fatos articulados pela recorrente. A controvérsia surgiu com a utilização de créditos tributários decorrentes de decisão judicial transitada em julgado, os quais foram utilizados em compensações transmitidas pelo contribuinte em 25/01/2008 e considerados como prescritos pela Administração Fiscal em face de ter decorrido mais de 5 anos para sua “execução”. D´Outro lado, sustenta o contribuinte que no interregno de tempo contado pela Administração Pública entre o trânsito em julgado da ação (17/04/2002) e a data da Declaração de Compensação (25/01/2008) houve a apresentação de Pedido de Habilitação de Crédito (29/03/2007), a qual suspenderia o decurso do referido prazo, tendo ainda a Autoridade Tributária desobedecido o regulamentado na IN 600/2005 para proferir despacho neste pedido, o que acabou por prejudicar a utilização “tempestiva” do crédito reconhecido. Tenho que assiste razão à Recorrente em seus argumentos, pois que conforme entendo, a interposição de condição essencial à análise de qualquer declaração de compensação exigida pelo Órgão Administrativo, interrompe o prazo prescricional para utilização dos créditos, tendo em vista que traduz-se em condição imposta pela própria Administração para o usufruto dos mesmos. Esclarecendo melhor: o fato de haver Instrução Normativa pela qual se exige do contribuinte condição específica para uso do crédito decorrente de decisão judicial, restringe o mesmo à observância de seu pronunciamento para a efetiva fruição, de forma que, se o Órgão Administrativo toma parte deste tempo dito como prescricional para que faça sua própria análise, não pode o contribuinte ser prejudicado, tendo para si, diminuído o tempo de usá-lo. O que se verifica dos autos, é que o Recorrente cumpriu os requisitos exigidos pelo Órgão Administrativo para utilização de seu crédito, tendo apresentado Pedido de Habilitação de Crédito (10675.000695/2007-25) em 29/03/2007, solicitando ao Fisco o reconhecimento no importe de R$122.189,05 (cento e vinte e dois mil, cento e oitenta e nove reais e cinco centavos), tendo seu pleito sido analisado, conforme Despacho de fls. 08 (numeração eletrônica), deferindo-lhe o direito perseguido apenas em 13/11/2007. Assim, denota-se que houve tempo significativo transcorrido entre o protocolo e a resposta da Autoridade Administrativa, durante o qual entendo não poder restar diminuído o tempo para exercício do direito pelo contribuinte, devendo, conforme explanado acima, ser considerado como um fato interruptivo do prazo prescricional para a utilização de créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, a apresentação do pedido mencionado. Nestes termos, colhe-se da jurisprudência de nossos Tribunais assenta o mesmo entendimento: Fl. 134DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10675.000352/2008-41 Acórdão n.º 3402-002.418 S3-C4T2 Fl. 131 7 AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. PRAZO PARA COMPENSAÇÃO. ART. 168 DO CTN. PEDIDO DE HABILITAÇÃO. PRESCRIÇÃO. 1. Dispõe a contribuinte cinco anos para iniciar a compensação, contados do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o direito ao crédito, a teor do art. 165, inc. III c/c 168, inc. I do CTN. 2. O pedido de habilitação dos créditos interrompe o prazo prescricional para compensação inclusive na via administrativa. Não há determinação legal que fixe o tempo máximo para a finalização da compensação, de modo que é cabível o aproveitamento do montante total dos créditos reconhecidos judicialmente, até o seu esgotamento. 3. Precedentes. (TRF4, AG 5002995- 63.2011.404.0000, Primeira Turma, Relator p/ Acórdão Joel Ilan Paciornik, D.E. 05/05/2011). TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AÇÃO MANDAMENTAL. CARGA DECLARATÓRIA. EFICÁCIA EXECUTIVA. PEDIDO DE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. LEGITIMIDADE. PROCESSAMENTO. CABIMENTO. 1. O prazo para realizar a compensação de valores reconhecidos por meio de decisões judiciais transitadas em julgado, a teor do art. 165, inc. III c/c o art. 168, inc. I, do CTN, é de cinco anos. Portanto, dispõe a contribuinte cinco anos para iniciar a compensação, contados do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o direito ao crédito. [...](TRF4, APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 2006.71.08.013263-2, 1ª Turma, Juiz Federal EDUARDO VANDRÉ O L GARCIA, POR UNANIMIDADE, D.E. 21/10/2010) Neste sentido, obedecida a garantia ao duplo grau de jurisdição, bem como o respeito ao contraditório e a ampla defesa, evitando-se a supressão de instância, entendo que devam estes autos retornar a instancia a quo de julgamento, a fim de que, considerado tempestivo o uso dos créditos, sejam eles analisados meritoriamente pela Delegacia de Julgamento, proferindo análise acerca das compensações ora discutidas e da suficiência dos créditos para então homologá-las. Na esteira das considerações acima, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário do contribuinte, para reconhecer a inexistência de prescrição e determinar o retorno dos autos à DRJ para verificação dos créditos. É como voto. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior – Relator. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 8 Voto Vencedor Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida, Redator designado O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. Com as vênias de praxe, dissinto do entendimento do eminente relator no sentido de que o pedido de habilitação dos créditos interrompe o prazo prescricional disposto do art. 168, inciso II, do CTN, para compensação inclusive na via administrativa. Entendendo, em sentido oposto, tratar-se a habilitação apenas de um procedimento preliminar, preparatório ao respectivo pedido de restituição e/ou compensação toda vez que o crédito que servir de base para tais pretensões tiver como fundamento uma decisão judicial. Inicialmente, vale notar que a IN RFB nº 600/2005 não inovou ou limitou qualquer direito garantido em lei e apenas cumpriu o mandamento normativo disposto no §14 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, in verbis: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (...) § 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação.” Nota-se que a norma infralegal supracitada, para as hipóteses de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, estabeleceu procedimento preparatório à recepção pela RFB do pedido autônomo de restituição e/ou compensação, qual seja, a habilitação prévia do crédito, exigida no art. 51, da IN RFB nº 600/2005: Art. 51. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. A habilitação não implica em limitação de direito material, sendo apenas um procedimento formal preliminar visando unicamente a reconhecer a validade da decisão judicial transitada em julgado para os fins de restituição e/ou compensação futura e consiste apenas na verificação dos itens discriminados nos incisos I a V do § 2º do art. 51 da IN RFB nº 600/2005, ora vigente. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10675.000352/2008-41 Acórdão n.º 3402-002.418 S3-C4T2 Fl. 132 9 Nos termos do § 2º, do art. 51, da IN RFB nº 600/2005, o sujeito passivo, titular da ação, tem o prazo de cinco anos contados da data do trânsito em julgado da decisão, para requerer a habilitação do crédito, prazo qüinqüenal que guarda consonância com o que dispõe o art. 168, inciso II, do CTN, mesmo porque, não faria nenhum sentido habilitar crédito prescrito, imprestável a servir de objeto do pedido autônomo de restituição e/ou compensação. Importante perceber que o requerimento da habilitação ou seu deferimento, não alteram o prazo prescricional qüinqüenal para intentar-se a restituição ou a compensação. Com efeito, ainda que prevalecesse o alegado pelo recorrente no sentido de que a prescrição teria sido suspensa, por força de regra geral do Código Civil ou norma específica do art. 4º, Parágrafo Único, do Decreto-lei nº 20.910/32, infra citado, na data do protocolo do pedido de homologação dos créditos, em 29/03/2007, não restaria respeitado o prazo qüinqüenal prescricional para o(s) pedido(s) de compensação(ões) ora analisado(s). "Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao reconhecimento ou no pagamento da dívida, considerada líquida, tiverem as repartições ou funcionários encarregados de estudar e apurá-la. Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á pela entrada do requerimento do titular do direito ou do credor nos livros ou protocolos das repartições públicas, com designação do dia, mês e ano." (grifo nosso) Consultando os autos do processo administrativo nº 10675.000695/2007-25, verifica-se que o mesmo trata de Pedido de Habilitação de Crédito de PIS, reconhecido em sede de Ação Ordinária n° 1997.38.00.014627-2, cuja decisão final transitou em julgado em 17/04/2002, portanto, passível de restituição ou compensação até a mesma data do ano de 2007. Somente há apenas 20 (vinte) dias para prescrição do direito ao pleito de restituição ou compensação do crédito, em 29/03/2007, o contribuinte ingressara com o Pedido de Habilitação de Crédito, cujo despacho decisório favorável foi cientificado ao interessado em 13/11/2007. Admitindo-se suspenso o prazo prescricional entre 29/03/2007 e 13/11/2007, restariam 20 (vinte) dias, ou seja, até 03/12/2007, para ingressar com o(s) pleito(s) de compensação(ões) ora analisado(s), porém, o(s) mesmo(s) só foi(ram) protocolizado(s) em 25/01/2008 (10675.000352/2008-41), fulminado(s) pela prescrição, por mais benéfica/menos prejudicial que fosse a interpretação do instituto jurídico. Soma-se, o entendimento de não ser aplicável ao caso o instituto da interrupção da prescrição prevista nos art. 7º, 8º e 9º do Decreto-lei nº 20.910/32 ou qualquer outra disposição legal da mesma natureza. No mesmo sentido, o entendimento uníssono de nossa Corte Superior que arraigou o posicionamento segundo o qual o pedido de compensação administrativa não interrompe o prazo prescricional, verbis: Fl. 137DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 10 “TRIBUTÁRIO. PROC ESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO REC URSO ESPEC IAL. PRAZO PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇ A. C INC O ANOS. SÚMULA 150/STF. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DESNEC ESSIDADE DE AVALIAÇ ÃO DO C ONJUNTO FÁTIC O-PROBATÓRIO DOS AUTOS. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em consonância com o enunciado sumular 150/STF, firmou-se em que o prazo prescricional para a propositura da ação executiva contra a Fazenda Pública é de cinco anos, contados a partir do trânsito em julgado da sentença condenatória, não sendo aplicável o prazo pela metade para ações ajuizadas contra a Fazenda Pública" (AgRg no REsp 1.224.850/AL, Rel. Min. HAMILTON C ARVALHIDO, Primeira Turma, DJe 15/3/11). 2. Não há falar em ofensa ao verbete sumular 7/STJ, na medida em que não foi necessário o revolvimento de matéria probatória nos autos para se chegar a conclusão de que ocorrera período superior a 5 anos entre a data do trânsito em julgado da decisão condenatória e o ajuizamento da execução. O pedido administrativo de compensação tributária não tem o condão de interromper o lapso prescricional (AgRg no REsp 1.117.375/RS, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 3/11/10).” (STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.217.558/RS, 1ª Turma, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ 19.04.13) (grifo nosso) Por fim, ainda que respeitado pela Administração o prazo impróprio de 30 (trinta) dias para análise do crédito, estabelecido no § 4º, do art. 51 da IN RFB nº 600/2005, conforme alegado pelo recorrente, em nada o aproveitaria, pois, mesmo após a ciência do resultado da referida análise, manteve-se inerte por cerca de 2(dois) meses para dar início ao procedimento de compensação, o qual, por tudo já exposto, só ocorre com o envio/protocolo de pedido autônomo próprio, não se confundindo com o pedido preliminar preparatório de habilitação do crédito judicial. Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fenelon Moscoso de Almeida - Redator designado. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 21/0 8/2014 por FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOAO CARLOS CASSULI J UNIOR, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Numero do processo: 13794.000190/2008-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2008
IPI. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. NC (22-1). EFEITOS DO ADE.
A declaração, pela Receita Federal, da redução de alíquota para refrigerantes que atendam às condições da NC (22-1) da TIPI e que, à data de apresentação do pleito nesse órgão, já se encontravam devidamente registrados no órgão competente do Ministério da Agricultura, produz efeitos a partir da data de protocolo do pedido de redução.
Numero da decisão: 3201-001.516
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 16/03/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva, Ana Clarissa Masuko Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI - Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 16/03/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva, Ana Clarissa Masuko Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
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REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. NC (221). EFEITOS DO ADE. A declaração, pela Receita Federal, da redução de alíquota para refrigerantes que atendam às condições da NC (221) da TIPI e que, à data de apresentação do pleito nesse órgão, já se encontravam devidamente registrados no órgão competente do Ministério da Agricultura, produz efeitos a partir da data de protocolo do pedido de redução. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 16/03/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 79 4. 00 01 90 /2 00 8- 83 Fl. 170DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva, Ana Clarissa Masuko Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o julgamento de 1ª instância administrativa, segue abaixo a transcrição do relatório da decisão recorrida seguida da sua ementa e das razões recursais: Cuida o presente processo de pedido de redução de alíquota do IPI incidente sobre refrigerantes e refrescos nos termos da Nota Complementar 221, incluída na Tabela de Incidência do IPI pelo Decreto nº 84.637, de 16 de abril de 1980. A requerente declara que fabrica e envasa BEBIDA MISTA DE MAÇÃ, UVA, FRAMBOESA E JABUTICABA COM AROMA DE FRUTAS ROXAS, marca SKINKA FRUTAS ROXAS, registrado perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob o número RJ 07000 000910 desde 10/11/2008 (fls. 02 e 04). A formalização do requerimento perante a RFB se deu em 16/12/2008. Requer, ainda, que o Ato Declaratório estabeleça que a fruição do benefício fiscal será retroativa à data do Registro do Produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, sob o argumento de que os produtos, ao receberem o registro do Ministério da Agricultura, estão aptos a usufruir da redução da alíquota do IPI, pois, já atendem aos padrões de identidade e qualidade exigidos. Na análise do pleito a autoridade administrativa, por meio do Despacho Decisório de fl. 99 INDEFERIU a solicitação de habilitação à fruição do benefício, tomando por base o Parecer Seort/DRF/Niterói nº 2.494/2009 (fls. 90/98), que, embora atestasse que restou comprovado que o produto atende aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura , propôs o indeferimento do pedido em razão de o requerente ter apresentado débitos relativos a tributos e contribuições perante Receita Federal e ao FGTS, não cumprindo, pois, o requisito de regularidade fiscal. Regularmente intimada da decisão em 01/10/2009 (AR fl. 105), mas inconformada, a contribuinte formulou a reclamação de fls. 106/112, em 29/10/2009, alegando, em síntese: => “o artigo 60 da lei nº 9.069/95, aplicase quando da concessão de benefício fiscal, o que não é o caso da redução de alíquota de IPI, pois, é um tratamento objetivamente atribuído a um determinado produto que preenche os requisitos estabelecidos na NC 221 da TIPI”; Fl. 171DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13794.000190/200883 Acórdão n.º 3201001.516 S3C2T1 Fl. 171 3 => “o indeferimento do pedido não encontra esteio no artigo 60 da Lei 9.069/95, pois, o pedido formulado de redução de alíquota corresponde a atribuição de tratamento jurídico a determinado produto, o qual preenche os requisitos legais da NC 221 da TIPI”; => “a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de ForaMG, em caso idêntico ao aqui esposado, já decidiu pelo deferimento do benefício da redução da alíquota do IPI quando a (sic) comprovação de que o produto atende aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo MAPA, conforme Acórdão DRJ/JFA nº 0921563, de 13 de novembro de 2008, proferido nos autos do processo administrativo nº 13738.000189/2001 57”. Depois de reproduzir fragmentos do referido acórdão requereu, ao final, a reforma da decisão recorrida para que seja reconhecido seu legítimo direito à redução da alíquota do IPI, nos termos pleiteados originalmente. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora (MG) julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade, conforme se depreende da ementa do Acórdão nº 0928.677, de 19/03/2010, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Exercício: 2008 IPI. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. NC (221). REGULARIDADE FISCAL. A autorização para a redução de alíquota do imposto é concedida objetivamente ao produto que atende aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento e esteja devidamente registrado no órgão competente daquele Ministério, prescindindo da comprovação da regularidade fiscal de seu fabricante. IPI. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. NC (221). EFEITOS DO ADE. A declaração, pela Receita Federal, da redução de alíquota para refrigerantes que atendam às condições da NC (221) da TIPI e que, à data de apresentação do pleito nesse órgão, já se encontravam devidamente registrados no órgão competente do Ministério da Agricultura, produz efeitos a partir da data de protocolo do pedido de redução. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte. Sem Crédito em Litígio Inconformada com o resultado do julgamento da instância a quo, a Recorrente interpôs seu recurso voluntário, de forma tempestiva, reiterando, em suma, o pedido para que os efeitos do benefício fiscal retroajam até a data do registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 4 O processo foi digitalizado e posteriormente distribuído para este Conselheiro na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido. Considerando que a decisão recorrida já reconheceu o direito de isenção pleiteado pela Recorrente, o motivo do recurso cingese ao termo inicial da vigência do benefício fiscal. A Recorrente pleiteia que o mesmo seja reconhecido desde a data do registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao passo que a instância a quo decidiu que a retroatividade deveria se ater à data do protocolo do pedido junto à Receita Federal do Brasil. Em suas razões recursais, a Recorrente fundamenta o seu pedido da seguinte maneira: Os requisitos para a concessão da redução da alíquota do IPI, previstos na NC 221 da TIPI, foram fixados inicialmente pelo artigo 4° do decreto n° 84.637/80, que dispôs: Artigo 4° — São criadas as Notas Complementares NC (211) e NC (222) aos Capítulos 21 e 22 da Tabela a que se refere o artigo anterior, com a seguinte redação: Ficam reduzidas de cinqüenta por centos as alíquotas do IPI relativas aos refrigerantes, refrescos e néctares, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento e esteja registrado no órgão competente desse Ministério. Os critérios objetivos acima declinados foram cumpridos a contento, e reconhecidos efetivamente na data da concessão do registro do produto perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento: 10/11/2008. Por outro lado, a justificativa da instância a quo para reconhecer os efeitos do benefício fiscal somente a partir da data do protocolo do pedido de redução na Receita Federal do Brasil é a seguinte: ... Esta 3ª Turma, em outros julgamentos, já manifestou o entendimento de que, no caso específico da declaração da redução de alíquota com amparo na NC (221), o ato declaratório deve retroagir seus efeitos à data de protocolo, na Receita Federal, do pedido de redução de alíquota, desde que, Fl. 173DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13794.000190/200883 Acórdão n.º 3201001.516 S3C2T1 Fl. 172 5 nessa data, o produto já se encontre devidamente registrado perante o MAPA. Vejamos a disposição da NC (221) da TIPI/2002 (aprovada pelo Decreto 4.542/2002): NC (221) Ficam reduzidas de cinqüenta por cento as alíquotas do IPI relativas aos refrigerantes e refrescos, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e estejam registradas no órgão competente desse Ministério. Em uma primeira leitura a redação da nota transcrita parece indicar que a redução é autoaplicável, bastando que o produto atenda aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura e esteja devidamente registrado naquele Ministério para fazer jus à redução. Todavia, pesquisando o histórico dessa redução de alíquota percebese que, desde 1976, tal redução subordinase à declaração por parte da Secretaria da Receita Federal. Vejamos a disposição do art. 2º do Decreto 78.289/76: Art. 2º A redução de alíquota conferida pelo artigo 1º do Decreto 75.659, de 25 de abril de 1975, relativa às bebidas incluídas no destaque constante do Anexo a que se refere o artigo anterior, será declarada pela Secretaria da Receita Federal, em cada caso, após audiência do órgão competente do Ministério da Agricultura quanto à conformidade do produto com as características exigidas nos padrões de identidade e qualidade estabelecidas pelo Decreto número 73.267, de 6 de dezembro de 1973, e pelos atos complementares baixados por aquele Ministério. (grifos acrescidos) Registrese que, à época da edição do Decreto acima transcrito, a redução era objeto de Ex da posição 2202.0100, segundo Anexo V do Decreto 75.659/75. Ou seja, ainda não era objeto de Nota Complementar. A Nota Complementar surgiu com o Decreto 84.637/1980, à época como NC (222), que, posteriormente, e com alteração de redação, veio a constituir a atual NC (221). Vejamos as disposições do Decreto 84.637/1980: Art. 4º São criadas as Notas Complementares NC (211) e NC (222) aos Capítulos 21 e 22 da Tabela a que se refere o artigo anterior, com a seguinte redação: (...) “NC (222) Ficam reduzidas de 50% as alíquotas do IPI incidente sobre as mercadorias classificadas nos códigos 22.02.01.01, 22.02.01.02, 22.02.02.01 e 22.02.02.02, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura e estejam registradas no órgão competente desse Ministério.” Fl. 174DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 6 Art. 5º O artigo 336 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados aprovado pelo Decreto n.° 83.263, de 9 de março de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 336. As reduções de alíquotas de que tratam as Notas Complementares NC (211) e NC (222) da Tabela serão declaradas, em cada caso, pela Secretaria da Receita Federal, após audiência do órgão competente do Ministério da Agricultura quanto ao cumprimento dos requisitos previstos para a concessão do benefício. Parágrafo único. Os Ministros da Fazenda e da Agricultura poderão expedir normas complementares para execução do disposto neste artigo.” A leitura das disposições acima comprova que foi mantida a exigência de declaração da Receita Federal para usufruir a redução de alíquota em foco. Aliás, tal exigência passou a constituir um artigo do Regulamento do IPI: à época, o art. 336 do RIPI/79. Importante observar que o mesmo decreto que conferiu a redução exigiu a declaração da Receita Federal, não havendo conflito de hierarquia de normas legais. Importante também ressaltar que todos os Regulamentos do IPI que sucederam ao de 1979 mantiveram a disposição da exigência de declaração por parte da Receita Federal, merecendo citar o art. 57, I, do RIPI/98, que corresponde ao art. 65, I, do RIPI/2002. Desta forma, à luz da legislação mencionada, só é possível concluir que a redução sob comento não é autoaplicável. Em não sendo autoaplicável, e por não constituir uma obrigação, depende da manifestação dos contribuintes para sua fruição. Essa manifestação se concretiza com a apresentação do pedido de redução de alíquota perante a Receita Federal, órgão competente para declarar o direito a essa redução. Ocorre que, por tratarse de um benefício, sua utilização é opcional, sendo que apenas a partir da formalização do pleito perante a administração tributária fica consignada a vontade do contribuinte de usufruir a redução. Desta forma, não vejo como retroagir os efeitos do ato declaratório expedido pela unidade de origem à data de registro do refrigerante no Ministério da Agricultura, segundo solicitado pela requerente à fl. 01. Cotejando os excertos transcritos acima, percebese que a premissa da Recorrente está equivocada, ou seja, o benefício fiscal em questão não teve origem no art. 4º do Decreto nº 84.637, de 1980, e sim no art. 2º do Decreto nº 78.289, de 1976, que, por sua vez, exigia a declaração da Receita Federal do Brasil em caso. A evolução legislativa narrada na decisão recorrida demonstra claramente que essa exigência permanece vigente até os dias atuais, inclusive no dispositivo legal que fundamentou o pedido inicial da Recorrente, a saber: o art. 65, inc. I, do Regulamento do IPI aprovado pelo Decreto nº 4.544, de 2002. Confirase o teor do referido dispositivo infralegal: Art. 65. Haverá redução: I das alíquotas de que tratam as Notas Complementares NC (211) e NC (221) da TIPI, que serão declaradas, em cada caso, pela SRF, após audiência do órgão competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, quanto ao Fl. 175DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13794.000190/200883 Acórdão n.º 3201001.516 S3C2T1 Fl. 173 7 cumprimento dos requisitos previstos para a concessão do benefício; [...] (Grifei) Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida in totum. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 176DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 10880.915891/2008-51
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/10/2002
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
Os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas.
ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO.
A partir da edição da Medida Provisória nº 1.858-6, de 29 de Junho de 1999, não são isentas das contribuições PIS e Cofins as receitas decorrentes de vendas de mercadorias às empresas situadas na Zona Franca de Manaus.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.840
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Sidney Eduardo Stahl que davam provimento integral, e a Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva que convertia em diligência para a apuração do direito creditório. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fará declaração de voto. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Catarina Cavalcanti de Carvalho da Fonte, OAB/PE nº 30.248.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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NULIDADE. Os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas. ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. A partir da edição da Medida Provisória nº 1.8586, de 29 de Junho de 1999, não são isentas das contribuições PIS e Cofins as receitas decorrentes de vendas de mercadorias às empresas situadas na Zona Franca de Manaus. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Sidney Eduardo Stahl que davam provimento integral, e a Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva que convertia em diligência para a apuração do direito creditório. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fará declaração de voto. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Catarina Cavalcanti de Carvalho da Fonte, OAB/PE nº 30.248. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes– Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 58 91 /2 00 8- 51 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 12 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, uma vez que narra bem os fatos: Em 26/8/2008, Despacho Decisório não homologa Pedido Eletrônico de Restituição (PER)/Declaração de Compensação (DComp) de fl 1, por falta de crédito no Darf da contribuição acima citada (código de receita: 2172; fato gerador: 31/10/2002). O valor foi todo usado para quitar débitos e não restou saldo compensável. O débito confessado nesta declaração é de: Cofins Não Cumulativa; código de receita: 5856; de fevereiro de 2004; no valor de R$ 14.038,11 (fl 9). A base da decisão são os artigos 165 e 170, do CTN, e o art. 74, da Lei 9.430/96. Foram emitidas mais 90 Decisões, cada qual formando um processo (de 10880.915886 até 10880.915976, conjunto ao qual estes autos pertencem). Em 24/9/2008, a empresa deduz sua inconformidade (fl 10 e seguintes) na qual: diz que as Declarações de Compensação tratam de créditos do mesmo tipo e prova, não fracionáveis; pede para apensar todos os autos em um, para análise conjunta da defesa e das provas; argui: nulidade, pela falta de intimação prévia para prestar esclarecimentos; que devem ser apreciados os documentos ora juntados, sob pena de cerceamento; que recolheu indevidamente Pis e Cofins de abril de 1999 a fevereiro de 2004 em vendas à ZFM que não geram obrigação fiscal, pois equiparadas a exportação (DL 288/67); diz juntar as notas fiscais e demonstrativos da base da compensação, planilhas das bases de cálculo e demonstrativo contábil. Ao final, requer emissão de novo Despacho em face da prova e/ou homologação das compensações deste e dos demais autos que pleiteia anexar. Junta documentos da representação processual e societários. A DRJ em São Paulo I (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. Se o ato administrativo obedece às suas formalidades essenciais não há nulidade. CERCEAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não fica configurado cerceamento quando o interessado é regularmente cientificado do despacho decisório, e lhe é possível apresentar sua irresignação no prazo legal. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO COMPROVAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). IMPOSSIBILIDADE. A vinculação total de pagamento a um débito próprio expressa a inexistência de direito creditório compensável e é circunstância apta a embasar Fl. 113DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 13 4 a nãohomologação de compensação. A alegação da existência de pagamento indevido ou a maior, desacompanhada de suficientes elementos comprobatórios, não é suficiente para reformar a decisão. VENDAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. DL 288/67. CONTRIBUIÇÃO SUPERVENIENTE. ISENÇÃO. DESCABIMENTO. O art. 4o do DecretoLei no 288/67 aplica a equiparação a tributo vigente em 28/2/67 e não projeta isenções futuras. A restrição era para os tributos existentes em vigor à época e não para contribuição social superveniente. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário, instruído com diversos documentos, cujo teor é sintetizado a seguir. Em breve arrazoado, inicialmente, descreve os fatos inconformada com as premissas do acórdão recorrido. Em preliminar sustenta a nulidade do acórdão recorrido. Menciona que a leitura da decisão em referência não possibilita apontar com clareza e precisão qual a fundamentação utilizada pela autoridade julgadora para negar provimento à manifestação de inconformidade e não homologar o crédito compensado. Destaca que a referida decisão não deixa claro se a premissa para negar provimento à manifestação de inconformidade foi (i) a falta de comprovação de que a recorrente realizou operações de vendas com destino à Zona Franca de Manaus; (ii) se a recorrente não demonstra no mérito qual o fundamento de sua pretensão; (iii) ou se a recorrente não tinha direito à isenção da contribuição sobre as vendas com destino à Zona Franca de Manaus, ou qualquer outra. Insiste que a decisão foi construída com base em afirmações descuidadas, “soltas”, caracterizando verdadeiras ilações, mencionando institutos tributários (imunidade, isenção, alíquota zero) não discutidos na manifestação de inconformidade. No mérito, alega que recolheu indevidamente a contribuição, tendo em vista que suas operações de venda com destino à Zona Franca de Manaus estavam alcançadas por norma de isenção, conforme estabelecem o artigo 4º do DecretoLei n° 288/67 c/c art. 40, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e art. 14, inciso II, da Medida Provisória nº 2.13535. Pontua que o artigo 4º do DecretoLei n° 288/67 equiparou mencionadas vendas à ZFM as operações de exportações para o exterior e que o art. 40, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) manteve os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. Após histórico da evolução legislativa, esclarece que dentre as hipóteses de exclusão das isenções estabelecidas pelo § 2º, do art. 14, da Medida Provisória n° 2.158, vigente no período no período de apuração em estudo, não se inserem as receitas de vendas efetuadas à Zona Franca de Manaus. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 14 5 Colaciona jurisprudência administrativa. Aduz que não se aplica a este caso o entendimento consolidado através da Solução de Divergência Cosit nº 07. Demonstra a internação das mercadorias vendidas à ZFM no período sob exame. Por fim, requer a reforma integral do acórdão recorrido para que seja homologado o crédito compensado. Por meio de petição e em razão dos julgamentos dos diversos processos por colegiados diferentes, a interessada junta cópias das notas fiscais e planilha de recomposição da base de cálculo das contribuições sociais. É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 15 6 Voto Conselheiro Flávio de Castro Pontes O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto, dele tomase conhecimento. A interessada sustenta a nulidade da decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) em face de que a decisão recorrida foi construída com base em premissas confusas e obscuras o que impossibilitou o pleno exercício do direito de defesa. Não merece prosperar essa tese. Ao contrário do alegado, o colegiado de primeira instância discutiu todas as teses necessárias e suficientes para a solução da lide administrativa. Exemplificando, a propósito da alegada isenção, o julgador “a quo” motivou sua convicção de forma clara e precisa. Confirase trecho do voto condutor: Mas a empresa parece não estar falando de Isenção ou de Alíquota Zero, pois estes institutos jurídicos pressupõem a incidência e afetam o crédito tributário nascido do fato gerador, ou seja a obrigação surge e o crédito tributário dela decorrente não é cobrado, ou por que é excluído (e.g.: Isenção) ou por que o produto da Base de Cálculo pela Alíquota é nulo (Alíquota Zero). Ao dizer que não gerava obrigação fiscal e que havia equiparação à exportação, o defensor da inconformada parece querer falar de Imunidade. A Imunidade é instituto constitucional. Logo, se a empresa estiver desejando alegar inconstitucionalidade deverá fazêlo perante o Judiciário, pois a DRJ não é o foro competente para apreciar esse pleito. Além do mais, como bem colocado pela decisão de primeira instância, não fica comprovado o alegado pagamento indevido ou a maior. Ademais, os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas. Nessa esteira, o julgador não tem a obrigação de rebater, um a um, todos os argumentos apresentados pela interessada na manifestação de inconformidade. Não se pode perder de vista que a decisão recorrida apreciou todas as questões relevantes necessárias a solução do litígio, em especial o fato de que o direito creditório não foi comprovado por documentação hábil e idônea, tanto é assim que as notas fiscais de venda de produtos à Zona Franca de Manaus somente foram juntadas posteriormente Fl. 116DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 16 7 a apresentação do recurso voluntário. Assim, eventual omissão sobre argumentos do sujeito passivo não acarreta a nulidade da decisão recorrida, visto que o julgador apresentou razões coerentes e suficientes para embasar a decisão. Além disso, no âmbito do processo administrativo fiscal as hipóteses de nulidade são tratadas de forma específica no art. 59 do Decreto nº 70.235/72: "Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa." No caso vertente, nenhum dos pressupostos acima encontrase presente, uma vez que não ficou evidenciada a preterição do direito de defesa, tendo em vista que a decisão recorrida motivadamente demonstrou de forma clara e concreta os motivos pelos quais o direito creditório não foi reconhecido. Por tais razões não há que se falar em nulidade da decisão guerreada por cerceamento de direito de defesa. No mérito, a controvérsia cingese em definir se as receitas de vendas as empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições PIS e Cofins. A interessada sustenta que a isenção das contribuições teria como fundamento legal o art. 4º do DecretoLei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, abaixo transcrito: “Art. 4° A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro.” (Grifouse) Esta tese não pode prevalecer, visto que o próprio dispositivo legal estabeleceu um limite temporal, qual seja, nos termos da legislação em vigor, isto é, a legislação tributária vigente em 1967. Assim sendo, este diploma legal e o DecretoLei nº 356/1968, que estendeu às áreas pioneiras, zonas de fronteira e outras localidades da Amazônia Ocidental os favores fiscais concedidos pelo DecretoLei nº 288/67, não têm o condão de produzir efeitos em relação à legislação superveniente. É certo que se interpreta literalmente a lei que dispõe sobre outorga de isenção, segundo dispõe o Código Tributário Nacional no art. 111, inciso II. Em relação à isenção da Cofins, no período objeto do lançamento, estava em vigor o art. 14 da Medida Provisória no 2.15835, de 2001. Art.14.Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da Cofins as receitas: Fl. 117DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 17 8 I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do art. 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.(grifouse) Fl. 118DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 18 9 Mister se faz ressaltar que este diploma legal já havia sido ajustado de acordo com a medida cautelar deferida pelo Excelso Supremo Tribunal Federal STF, na ADI n° 2.3489, impetrada pelo Governador do Estado do Amazonas, quanto ao disposto no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória n° 2.03724, de 2000, suspendendo ex nunc a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”. Este diploma legal foi ajustado na Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, em razão de medida cautelar deferida pelo Excelso Supremo Tribunal Federal STF, na ADI n° 2.3489, impetrada pelo Governador do Estado do Amazonas, quanto ao disposto no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória n° 2.03724, de 2000, suspendendo ex nunc a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”. Não se pode perder de vista que o Supremo Tribunal Federal em 02 de fevereiro de 2005 declarou a perda de objeto da referida ADI, decisão transitada em julgado. Destarte, da inteligência do artigo citado, concluise que até a edição da Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, em relação às vendas para empresas situadas na Zona Franca de Manaus, não havia isenção da contribuição e posteriormente a esta data a isenção alcança somente as receitas de vendas enquadradas nos incisos IV, VI, VIII e IX do citado diploma legal. Além do mais, em face de entendimentos divergentes, a então Secretaria da Receita Federal por meio da Solução de Divergência Cosit nº 22, de 19 de agosto de 2002, DOU de 22/08/2002, pacificou no âmbito da administração a tese de que não há isenção específica para as vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus. SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA DE 19 DE AGOSTO DE 2002 Nº 22 ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep EMENTA: A isenção do PIS/Pasep prevista no art. 14 da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001, quando se tratar de vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, aplicase somente para os fatos geradores ocorridos a partir do dia 18 de dezembro de 2000, e, exclusivamente, sobre às receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº7.714, de 1988; Lei nº9.004, de 1995; Medida Provisória nº1.212, de 1995, e reedições, atual Lei nº9.715, de 1995; Art. 14 da Medida Provisória nº1.8586, de 1999, e reedições, e da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001; Medida liminar deferida pelo STF, na ADI nº2.3489; e Parecer/PGFN/CAT/Nº1.769, de 2002. ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins EMENTA: A isenção da Cofins prevista no art. 14 da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória Fl. 119DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 19 10 nº2.15835, de 2001, quando se tratar de vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, aplicase, exclusivamente, às receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo. A isenção da Cofins não alcança os fatos geradores ocorridos entre 1o de fevereiro de 1999 e 17 de dezembro de 2000, período em que produziu efeitos a vedação contida no inciso I do § 2º do art. 14 da Medida Provisória nº1.8586, de 1999, e reedições, (atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001). DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº70, de 1991; Lei Complementar nº85, de 1996; Art. 14 da Medida Provisória nº 1.8586, de 1999, e reedições, e da Medida Provisória nº 2.037 25, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001; Medida liminar deferida pelo STF, na ADI nº 2.3489; e Parecer/PGFN/CAT/n º1.769, de 2002. Registrese, por oportuno que as jurisprudências administrativas e judiciais colacionadas no recurso voluntário não se constituem em normas gerais de direito tributário, e produzem efeitos apenas em relação às partes que integram os processos e com estrita observância do conteúdo dos julgados. Vale lembrar, que esse status somente foi modificado pela Lei 10.996/2004, com vigência em 16/12/2004, que estabeleceu a alíquota zero da contribuição em tela incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus: “Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. § 1o Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003.” Como visto, o legislador de forma acertada reconheceu que não havia isenção das contribuições para o PIS e da Cofins sobre a receita de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, pois não tinha lógica reduzir a alíquota zero uma receita que, em tese, estava isenta, como defendeu a interessada. Em suma, a receita de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus no período de apuração em discussão não era isenta ou imune da mencionada contribuição, nos termos da legislação de regência. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 20 11 Por fim, resta evidente que as alegações sobre o direto creditório ficaram prejudicadas. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 121DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 21 12 Declaração de Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Em que pesem os argumentos apontados pelo ilustre relator ouso dele discordar. Conforme bem apontado a controvérsia cingese em definir se as receitas de vendas as empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições PIS e Cofins e já é conhecido por essa turma o meu entendimento referente à questão, pois entendo que às mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, deve ser aplicado o disposto no artigo 149, § 2º da Constituição Federal c/c. o artigo 40 do ADCT considerandose que, a partir da análise do Decretolei 288/67, o legislador claramente objetivou que todos os benefícios fiscais instituídos para incentivar a exportação fossem aplicados, também, à mencionada localidade. Desta forma, a destinação de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais. A questão se origina na Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, que criou a COFINS, o dispositivo que tratou da isenção para as vendas de mercadorias ou serviços destinados ao exterior, como pode se ver, não fez qualquer menção expressa àquelas realizadas para a Zona Franca de Manaus: “Artigo 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: (Redação dada pela LCP nº 85, de 15/02/96) I de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II de exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; V de fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações ou aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; VI das demais vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo.” Na regulamentação de referido dispositivo, o artigo 1º do Decreto nº 1.030, de 1993, referiuse expressamente às vendas realizadas para a Zona Franca de Manaus, para a Amazônia Ocidental e para as Áreas de Livre Comércio, não reconhecendo a isenção, consoante se vê abaixo: Fl. 122DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 22 13 “Art. 1º Na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, instituída pelo artigo 1º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, serão excluídas as receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, assim entendidas: I vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; e V fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. Parágrafo único. A exclusão de que trata este artigo não alcança as vendas efetuadas: a) a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em Área de Livre Comércio; b) a empresa estabelecida em Zona de Processamento de Exportação; c) a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados a exportação, ao amparo do artigo 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992. d) no mercado interno, às quais sejam atribuídos incentivos concedidos à exportação.”(grifos e destaques meus) Posteriormente, com a edição da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, que também cuidou das regras da Cofins, não se verificou a existência de qualquer dispositivo versando sobre a incidência ou da não incidência de tais contribuições nas as receitas de exportação, o que, presumese, tenha sido feito com a edição da Medida Provisória nº 1.8586, de 29/06/1999, e reedições, até a Medida Provisória nº 2.03724, de 23/11/2000, ao dispor, no seu artigo 14, caput e parágrafos sobre tais casos, revogando expressamente todos os dispositivos legais relacionados à exclusão de base de cálculo e isenção existentes até 30/06/1999, senão vejamos: “Artigo 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...) II da exportação de mercadorias para o exterior; Fl. 123DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 23 14 (...) § 1º (...) § 2º As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; “(grifei) Até aqui, resta claro que a intenção do legislador fora a de não estender a isenção da COFINS às receitas de vendas a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental e nas áreas de livre comércio. Entretanto, tal regramento veio a ser contestado quando, em 07/11/2000, alegando afronta ao DecretoLei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, bem como às determinações constitucionais que garantem tratamento beneficiado à Zona Franca de Manaus, o Governador do Estado de Amazonas, Sr. Amazonino Mendes, impetrou a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 2.3489 (DOU de 18/12/2000) –, requerendo a declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade da restrição feita à Zona Franca de Manaus e que constou da citada MP nº 2.037. Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal STF deferiu medida cautelar suspendendo a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”, disposta no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724/00. A essa decisão foi conferido, expressamente, efeito ex nunc. Da consulta no sítio do Supremo Tribunal Federal na Internet, obtémse a informação de que, de fato, em 7/12/2000 (DOU 14/12/2000) fora deferida a Medida Cautelar pelo Pleno, com efeitos ex nunc, suspendendo a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus” constante do inciso I, do § 2º, do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23/11/2000. Certamente por conta de tal decisão, o Executivo editou a Medida Provisória nº 1.95231, de 14/12/2000, modificando aquele dispositivo cuja eficácia fora suspensa pelo STF, da seguinte forma: “Art. 11. O inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (NR)” Notese que foi retirada a expressão “na Zona Franca de Manaus”, o que indica que não mais estava estabelecida em lei a vedação expressa da isenção dessas operações. Assim, esteve em vigor a referida liminar de 14/12/2000 até 02/02/2005, quando o processo foi encerrado. Logo em seguida, editouse a Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, atual Medida Provisória no 2.15835, de 2001, que manteve a supressão apenas da expressão “na Zona Franca de Manaus”, retroagindo seus efeitos aos fatos geradores a partir de 1º de fevereiro de 1999. Vale a pena transcrever tal enunciado: Fl. 124DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 24 15 “Artigo 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o artigo 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o artigo 13. §1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. §2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; Revogado pela Lei no 11.508, de 2007 ; Fl. 125DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 25 16 III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do artigo 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.”(grifei) Com base nessas breves considerações sobre a evolução legislativa, podemos afirmar que à época da ocorrência do fato gerador em comento havia, de um lado, uma disposição expressa não estendendo a isenção das vendas de mercadorias ao exterior para as vendas para a Amazônia Ocidental e para as Áreas de Livre Comércio, e, de outro, inexistindo qualquer menção à incidência ou não das vendas para a Zona Franca de Manaus. Verdade seja dita, essa “omissão” do legislador decorreu de uma adequação à referida decisão do STF, e, de qualquer modo, a não ser por conta dessa peculiaridade, a de ter o poder público se ajustado ao caminho delineado pelo STF, o rumo tomado pelo citado julgamento da Adin nº 2.3489 pouca ou nenhuma influência há de exercer neste julgamento, seja por que a mesma foi arquivada, seja porque o Poder Executivo acabou por curvarse ao entendimento do STF e tratou de retirar a expressão considerada inconstitucional (“Zona Franca de Manaus”), do dispositivo que vedava a isenção da COFINS. Assim, o que está em vigor desde 1º de fevereiro de 1999 e que abrangeu o período de apuração objeto deste julgamento, é a seguinte regra, na parte que nos interessa: “Art.14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I – (...) II da exportação de mercadorias para o exterior; (...) § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (...) “ Na verdade, a celeuma só existe por conta dessa omissão, aparentemente deliberada do legislador, pois, mesmo conhecendo a posição do STF acerca da desvinculação das receitas para a Zona Franca de Manaus das receitas de exportação em geral, preferiu não enfrentar diretamente a questão ao estabelecer a vedação expressa da isenção apenas para as vendas efetuadas para a Amazônia Ocidental e para as áreas de livre comércio, quedandose inerte, ou melhor, omisso, em relação às vendas para a Zona Franca de Manaus. Lembremonos que, para fins de interpretação da regra, estamos sob a égide da Constituição Federal e com a instituição de um novo ordenamento jurídico pela Constituição Federal de 1988, o artigo 40 do ADCT expressamente prorrogou os benefícios fiscais concedidos anteriormente à Zona Franca de Manaus, in verbis : Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 26 17 Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos na Zona Franca de Manaus. A aludida norma, ao preservar a Zona Franca de Manaus como área de livre comércio, recepcionou expressamente o Decretolei nº 288/67, que prevê que a exportação de mercadorias de origem nacional para a Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será, para todos os efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior. Após, a Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, que acrescentou o artigo 92 ao ADCT, prorrogou por mais 10 (dez) anos o prazo fixado no mencionado artigo 40. No que se refere ao PIS, a Lei nº 7.714/88, com a redação dada pela Lei nº 9.004/95, dispôs que: Art. 5º Para efeito de cálculo da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e para o Programa de Integração Social (PIS), de que trata o DecretoLei nº 2.445, de 29 de junho de 1988, o valor da receita de exportação de produtos manufaturados nacionais poderá ser excluído da receita operacional bruta. Prevê, ainda, a Lei nº 10.637/2002, em seu art. 5º: Art. 5º A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; Em relação à COFINS, a Lei Complementar nº 70/91, com as modificações trazidas pela Lei Complementar nº 85/96, afirmou expressamente que: Art. 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: I – de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; Da leitura das normas acima, verifico que os valores resultantes de exportações foram excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS e, por extensão, em razão do disposto no Decretolei nº 288/67 e nos artigos 40 e 92 do ADCT, da CF/88, às operações destinadas à Zona Franca de Manaus. Essa disposição se reforça pela interpretação da determinação dada pelo artigo 149, § 2º, I da Carta Magna: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 27 18 (...) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) A regra constitucional desonerativa, conforme visto, foi devidamente observada pela legislação infraconstitucional, a exemplo do artigo 7º da LC 70/91 (COFINS) e do artigo 5º da Lei 10.637/02 (PIS). Diante desse quadro e, especialmente, em razão da forma contundente e reiterada com que tem se posicionado nossas cortes judiciais superiores, tenho que considerar que as receitas de vendas para a Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições para o PIS e a COFINS em face da regras constantes do inciso II do caput, e do inciso I, do § 2º, ambas do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001, combinadas com as do artigo 4º do DecretoLei nº 288/67 e do artigo 40 do ADCT da Constituição Federal de 1988. Vejamos algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça (cujos destaques são meus): PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. ARTS. 110, 111, 176 E 177, DO CTN. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. ART. 4º DO DL 288/67. INTERPRETAÇÃO. EMPRESAS SEDIADAS NA PRÓPRIA ZONA FRANCA. CABIMENTO. 1. O provimento do recurso especial por contrariedade ao art. 535, II, do CPC pressupõe seja demonstrado, fundamentadamente, entre outros, os seguintes motivos: (a) a questão supostamente omitida foi tratada na apelação, no agravo ou nas contrarrazões a estes recursos, ou, ainda, que se cuida de matéria de ordem pública a ser examinada de ofício, a qualquer tempo, pelas instâncias ordinárias; (b) houve interposição de aclaratórios para indicar à Corte local a necessidade de sanear a omissão; (c) a tese omitida é fundamental à conclusão do julgado e, se examinada, poderia levar à sua anulação ou reforma; e (d) não há outro fundamento autônomo, suficiente para manter o acórdão. Esses requisitos são cumulativos e devem ser abordados de maneira fundamentada na petição recursal, sob pena de não se conhecer da alegativa por deficiência de fundamentação, dada a generalidade dos argumentos apresentados. 2. No caso, a recorrente apontou violação do art. 535, II, do CPC, porque o aresto impugnado teria sido omisso quanto aos arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN, sem explicitar, contudo, os diversos requisitos acima mencionados. Limitouse a defender a Fl. 128DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 28 19 necessidade de prequestionamento para fins de interposição dos recursos extremos. Incidência da Súmula 284/STF. 3. A ausência de prequestionamento – arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN – obsta a admissão do apelo, nos termos da Súmula 211/STJ. 4. A tese de violação do art. 110 do CTN não se comporta nos estreitos limites do recurso especial, já que, para tanto, fazse necessário examinar a regra constitucional de competência, tarefa reservada à Suprema Corte, nos termos do art. 102 da CF/88. Precedentes. 5. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme disposto no art. 4o do DecretoLei 288/67, de modo que sobre elas não incidem as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ. 6. O benefício fiscal também alcança as empresas sediadas na própria Zona Franca de Manaus que vendem seus produtos para outras na mesma localidade. Interpretação calcada nas finalidades que presidiram a criação da Zona Franca, estampadas no próprio DL 288/67, e na observância irrestrita dos princípios constitucionais que impõem o combate às desigualdades sócioregionais. 7. Recurso especial conhecido em parte e não provido. STJ 2º TURMA RECURSO ESPECIAL Nº 1.276.540 AM (2011/00820963) – Rel: MIN. CASTRO MEIRA. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. ART. 3º DA LEI COMPLEMENTAR 118/2005. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. MERCADORIAS DESTINADAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. PIS E COFINS. NÃOINCIDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. A questão do prazo prescricional das Ações de Repetição de Indébito Tributário, à luz do art. 3º da Lei Complementar 118/2005, não foi atacada no Recurso Especial. A discussão do tema em Agravo Regimental encontrase vedada, diante da preclusão. 2. Não se conhece de Recurso Especial quanto a matéria não especificamente enfrentada pelo Tribunal de origem, dada a ausência de prequestionamento. Incidência, por analogia, da Súmula 282/STF. 3. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme disposições do DecretoLei 288/1967. Não incidem Fl. 129DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 29 20 sobre elas as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ. 4. A revisão da verba honorária implica, como regra, reexame da matéria fáticoprobatória, o que é vedado em Recurso Especial (Súmula 7/STJ). Excepcionamse apenas as hipóteses de valor irrisório ou exorbitante, o que não ocorreu no caso dos autos. 5. Agravo Regimental parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (AgRg no Ag 1.295.452/DF, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 01.07.10) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MERAS CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284 DO STF, POR ANALOGIA. PRESCRIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PRECEDENTE DO RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1002932/SP. OBEDIÊNCIA AO ART. 97 DA CR/88. PIS E COFINS. RECEITA DA VENDA DE PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. EQUIPARAÇÃO À EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. 1. Não merece acolhida a pretensão da recorrente, na medida em que não indicou nas razões nas razões do apelo nobre em que consistiria exatamente o vício existente no acórdão recorrido que ensejaria a violação ao art. 535 do CPC. Desta forma, há óbice ao conhecimento da irresignação por violação ao disposto na Súmula n. 284 do STF, por analogia. 2. Consolidado no âmbito desta Corte que nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, a prescrição da pretensão relativa à sua restituição, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da Lei Complementar n. 118/05 (em 9.6.2005), somente ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita. 3. Precedente da Primeira Seção no REsp n. 1.002.932/SP, julgado pelo rito do art. 543C do CPC, que atendeu ao disposto no art. 97 da Constituição da República, consignando expressamente a análise da inconstitucionalidade da Lei Complementar n. 118/05 pela Corte Especial (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007). 4. A jurisprudência da Corte assentou o entendimento de que a venda de mercadorias para empresas situadas na Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo interpretação do Decretolei n. 288/67, não incidindo a contribuição social do PIS nem a Cofins sobre tais receitas. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 30 21 5. Precedentes: REsp 1084380/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 26.3.2009; REsp 982.666/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 18.9.2008; AgRg no REsp 1058206/CE, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12.9.2008; e REsp 859.745/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 3.3.2008. 6. Recurso especial não provido. (REsp 817.847/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 25.10.10) TRIBUTÁRIO ZONA FRANCA DE MANAUS PRESCRIÇÃO REMESSA DE MERCADORIAS EQUIPARADA À EXPORTAÇÃO CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI ISENÇÃO DO PIS E DA COFINS. 1. Prevalência da tese dos “cinco mais cinco” na hipótese dos autos, relativa à prescrição dos tributos sujeitos à lançamento por homologação Inaplicabilidade da Lei Complementar 118/2005. 2. A destinação de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo interpretação do Decreto lei 288/67. 3. Direito da empresa ao crédito presumido do IPI, nos termos do art. 1o da Lei 9.363/96, e à isenção relativa às contribuições do PIS e da COFINS. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido. (REsp 653.975/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 16.02.07) TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”. RESP 1.002.932/SP. PIS. COFINS. VERBAS PROVENIENTES DE VENDAS REALIZADAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. NÃO INCIDÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. O prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, referente a pagamento indevido efetuado antes da entrada em vigor da LC 118/05, continua observando a “tese dos cinco mais cinco” (REsp 1.002.932/SP, Rel Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJ 18/12/09). 2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4o da LC 118/05, que estabelece aplicação retroativa de seu art. 3o, por ofensa dos princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa Fl. 131DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 31 22 julgada (AI nos EREsp 644.736/PE, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, Corte Especial, DJ 27/8/07). 3. Este Superior Tribunal possui entendimento assente no sentido de que as operações envolvendo mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação, para efeitos fiscais, conforme disposições do DecretoLei 288/67 (REsp 802.474/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 13/11/09). 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1.141.285/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 26.05.11) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. ISENÇÃO. PIS E COFINS. PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. 1. A interposição de embargos declaratórios é pressuposto do especial fundado na violação ao art. 535 do CPC, sob pena de não conhecimento do recurso quanto ao ponto, dada a ausência de prequestionamento. 2. A ausência de debate, na instância recorrida, sobre os dispositivos legais cuja violação se alega no recurso especial atrai, por analogia, a incidência da Súmula 282 do STF. 3. Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1a Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3o da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. 4. Nos termos do art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, da Constituição de 1988, a Zona Franca de Manaus ficou mantida “com suas características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição”. Ora, entre as “características” que tipificam a Zona Franca destacase esta de que trata o art. 4º do Decreto lei 288/67, segundo o qual “a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro”. Portanto, durante o período previsto no art. 40 do ADCT e Fl. 132DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915891/200851 Acórdão n.º 3801003.840 S3TE01 Fl. 32 23 enquanto não alterado ou revogado o art. 4º do DL 288/67, há de se considerar que, conceitualmente, as exportações para a Zona Franca de Manaus são, para efeitos fiscais, exportações para o exterior. Logo, a isenção relativa à COFINS e ao PIS é extensiva à mercadoria destinada à Zona Franca. Precedentes: RESP. 223.405, 1a T. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 01.09.2003 e RESP. 653.721/RS, 1a T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 26.10.2004) 5. “O Supremo Tribunal Federal, em sede de medida cautelar na ADI n. 23489, suspendeu a eficácia da expressão 'na Zona Franca de Manaus', contida no inciso I do § 2o do art. 14 da MP n.o 2.03724, de 23.11.2000, que revogou a isenção relativa à COFINS e ao PIS sobre receitas de vendas efetuadas na Zona Franca de Manaus.” (REsp 823.954/SC, 1a T. Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 25.05.2006). 6. “Assim, considerando o caráter vinculante da decisão liminar proferida pelo E. STF, e, ainda, que a referida ação direta de inconstitucionalidade esteja pendente de julgamento final, restam afastados, no caso concreto, os dispositivos da MP 2.037 24 que tiveram sua eficácia normativa suspensa” (REsp n.º 677.209/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 28/02/2005). 7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (REsp 1.084.380/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 26.03.09) Assim, evidente que, enquanto não alterado o artigo 4º do Decretolei 288/1967 que equiparou as vendas destinadas à Zona Franca de Manaus às exportações, as vendas destinadas à região estão desoneradas das contribuições para o PIS e a COFINS. Nesse sentido, voto pela procedência do presente recurso voluntário para reconhecer o direito creditório da Recorrente decorrente dos valores indevidamente pagos. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Fl. 133DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10805.906615/2009-86
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-006.392
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso. Os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa, votaram pelas conclusões.
(Assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso. Os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa, votaram pelas conclusões. (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 90 66 15 /2 00 9- 86 Fl. 89DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues. Relatório O sujeito passivo ingressou com Manifestação de Inconformidade contra despacho que não homologou a compensação declarada na Dcomp, por meio da qual pretendia extinguir um débito referente à Cofins. Assim a DRF em Campinas não homologou a compensação pela inexistência de saldo credor suficiente, em virtude de utilização para quitação de débitos anteriores à presente compensação. O sujeito passivo aduz em sua Manifestação de Inconformidade que o ICMS não poderia compor a receita bruta apurada para fins fiscais, afirmando que a incidência de um imposto estadual (ICMS) sobre tributos federais (PIS e COFINS) gera a incidência de tributo sobre tributo, o que seria Inconstitucional. Reitera que a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS apresentase inconstitucional, trazendo à baila diversos Recursos Extraordinários. A 7ª Turma da DRJ Campinas, na sessão de julgamento de 24 de abril de 2012, por meio do acórdão 0537.729 indeferiu o pedido de restituição e não reconheceu o direito creditório, consoante a ementa adiante transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01//2006 a 31/01/2006 COMPENSAÇÃO INDEFERIDA. CERTEZA. LIQUIDEZ. COMPROVAÇÃO. Somente podem ser objeto de restituição créditos líquidos e certos, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte, sob pena de não ter seu crédito reconhecido. ICMS. BASE DE CÁLCULO. O ICMS integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e do PIS, não havendo falar em direito creditório. INCONSTITUCIONALIDADE. INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. COMPETÊNCIA. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade, restringese a instância administrativa ao exame da validade jurídica dos atos praticados pelos agentes do Fisco. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 18 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado do acórdão em 25/03/2013 e irresignado com o resultado do julgamento, o contribuinte ingressou com Recurso Voluntário em 17/04/2013, portanto, tempestivo. Aduz em seu Recurso os mesmos argumentos utilizados em sua Manifestação de Inconformidade, não incorporando às suas razões de defesa nenhum novo argumento ou prova. É o relatório. Voto Conselheiro Relator O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, dele conheço. No que tange à inconstitucionalidade alegada há o reconhecimento da repercussão geral pelo STF, por meio de acórdão publicado no DJE de 16/05/2008, ex vi da Ata nº 11 de 12/05/2008, DJE nº 88, divulgado em 15/05/2008. Em 27/08/2013 restaram os autos conclusos à Min. Rel. Cármen Lúcia (RE 574.706, leading case). Para os fatos acima narrados o RICARF/2009 orientava ao colegiado quais os procedimentos a serem adotados, ex vi do disposto nos §§ 1º e 2º do seu artigo 62A, ou seja pelo sobrestamento do julgamento do recurso até que seja proferida a decisão nos termos do art. 543B, da Lei nº 5.869/73 (CPC). Tudo isto encontrase consubstanciado no RE 574706 RG / PR, cuja ementa transcrevese adiante: REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Julgamento: 24/04/2008. Ementa: Reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS e da contribuição ao PIS. Pendência de julgamento no Plenário do Supremo Tribunal Federal do Recurso Extraordinário n. 240.785. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Gilmar Mendes e Ellen Gracie. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora Publicação: DJe088 DIVULG 15052008 PUBLIC 16052008. EMENT VOL0231910 PP02174. Tema 69 Inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Veja RE 240785. Por fim foi editada a Portaria CARF nº 001, de 03/01/2012, que estabelecia os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos de que trata o § 1º do art. 62A do RICARF/09, por meio do caput e parágrafo único do seu artigo 1º. Como visto há a decisão pelo STF de reconhecimento da repercussão geral nos termos do artigo 543B, da Lei nº 5.869/73, como também há a orientação expressa para o sobrestamento do julgamento que verse sobre a mesma matéria sob a égide desse mandamus, ou seja, as orientações emanadas dos respectivos Regimentos Internos se coadunam. Destarte, recentemente, veio a Portaria MF nº 545/2013, DOU de 20/11/13, para alterar o RICARF/09, notadamente no que atine aos §§ 1º e 2º do artigo 62A, senão vejamos os dispositivos contidos no artigo 1º desta Portaria. Art. 1º Revogar os parágrafos primeiro e segundo do art. 62A do Anexo II da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, publicada no DOU de 23 de junho de 2009, página 34, Seção 1, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. De sorte que resolvida a controvérsia atinente ao sobrestamento, resta o pronunciamento acerca da questão da legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das referidas contribuições, por conseguinte da cobrança do tributo nessa condição. Confirase: A Constituição Federal criou o tributo e traça a moldura para que o legislador ordinário (respeitados os limites) institua a exação tributária cuja competência lhe foi outorgada. Para a instituição válida da exação, como regra, a lei ordinária deverá contemplar alguns critérios quais sejam: material, temporal e espacial, localizados no antecedente da estrutura da norma jurídica, e os critérios pessoal e quantitativo no conseqüente dessa norma, também denominados de Regra Matriz de Incidência Tributária RMIT. Tudo o que se refere a tributo e a exação tributária passa por esta regra. Feitas tais considerações passo à construção da norma jurídica em sentido estrito (regra matriz de incidência tributária) das contribuições sociais instituídas nas Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, respectivamente. (a) Regramatriz de incidência do PIS NãoCumulativo: De acordo com o disposto na Lei nº. 10.637/02, a regramatriz de incidência tributária do PIS NãoCumulativo pode ser construída da seguinte forma, in verbis: Lei nº. 10.637/02. “Art. 1º. A contribuição para o PIS/PASEP tem como fato gerador o faturamento mensal (...); Fl. 92DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 19 5 § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP é o valor do faturamento (...)” (Grifei) Como dito na lei, temse: Critério material: auferir FATURAMENTO (Art. 1º, caput) Critério temporal: mensal (Art. 10); Critério espacial: no âmbito nacional; Critério pessoal: União (sujeito ativo) e pessoa jurídica que aufere faturamento (sujeito passivo) (Art. 4º); Critério quantitativo: Base de cálculo – Valor do Faturamento (Art. 1º, § 2º); Alíquota – 1,65% (Art. 2º). Do cotejo entre hipótese de incidência e a base de cálculo verificase que o fato signo presuntivo de riqueza eleito pelo legislador ordinário para instituir o PIS Não Cumulativo foi o faturamento, o qual foi afirmado pela base de cálculo. (b) Regramatriz de incidência da COFINS NãoCumulativa: Assim estabelece o caput e o § 2º do artigo 1º da Lei nº 10.833/03, in verbis: Lei nº. 10.833/03. “Art. 1º. A contribuição para a COFINS tem como fato gerador o faturamento mensal (...); § 2º A base de cálculo da contribuição para a COFINS é o valor do faturamento (...)” (Grifei) Como dito na lei, temse: Critério material: auferir FATURAMENTO (Art. 1º, caput); Critério temporal: mensal (Art. 10); Critério espacial: no âmbito nacional; Critério pessoal: União (sujeito ativo) e pessoa jurídica que aufere faturamento (sujeito passivo) (Art. 4º); Critério quantitativo: Base de cálculo – Valor do Faturamento (Art. 1º, § 2º); Alíquota – 7,6% (Art. 2º) Igualmente ao PIS, observase do cotejo entre hipótese de incidência e a base de cálculo que a riqueza eleita pelo legislador ordinário para instituir a COFINS Não Cumulativa foi o faturamento, o qual foi afirmado pela base de cálculo. Pela dicção legal dos artigos 1º das Leis ordinárias vertentes não há qualquer dissonância entre a hipótese de incidência e a base de cálculo. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 A base de cálculo, em seu desiderato nuclear, tem por escopo dimensionar economicamente o valor do fato que ensejou a tributação e, por isso, precisa, necessariamente, guardar estreita relação com o critério material consignado na hipótese de incidência. Além da função mensuradora, a base de cálculo também tem o papel de confirmar, afirmar ou infirmar a hipótese de incidência, sendo certo que nesse último caso, ou seja, quando a base de cálculo tiver o condão de infirmála, deverá prevalecer o disposto no critério quantitativo, por servir como discrímen na averiguação da espécie tributária de que se cuida. Na espécie, o critério quantitativo afirma a hipótese de incidência que é o faturamento. Assim, devem as contribuições sociais relativas ao PIS e à COFINS Não Cumulativas incidir sobre as receitas advindas tãosomente da venda de mercadorias e/ou da prestação de serviços, ou seja, o faturamento. (Grifei). A definição de faturamento pelo STF, sem maiores delongas, encontrase no julgamento da inconstitucionalidade da Lei nº 9.718/98. No que tange à base de cálculo eleita para a incidência do PIS e da COFINS, decidiram os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, em fixar do conteúdo semântico de faturamento, como sendo o das entradas decorrentes da venda de mercadorias e/ou da prestação de serviços. Nesse passo, para explicitar o conteúdo semântico do signo “faturamento” transcrevemos abaixo trecho do voto vista proferido pelo Ministro Cesar Peluzo: “...Ainda no universo semântico normativo, faturamento não pode soar o mesmo que receita, nem confundidas ou identificadas as operações (fatos) ‘por cujas realizações se manifestam essas grandezas numéricas’. ...Como se vê sem grande esforço, o substantivo receita designa aí o gênero, compreensivo das características ou propriedades de certa classe, abrangente de todos os valores que, recebidos da pessoa jurídica, se lhe incorporam à esfera patrimonial. Todo valor percebido pela pessoa jurídica, a qualquer título, será, nos termos da norma, receita (gênero). Mas nem toda receita será operacional, porque poderá havêla não operacional. ...Não precisa recorrer às noções elementares da Lógica Formal sobre as distinções de gênero e espécie, para reavivar que, nesta, sempre há um excesso de conotação e um déficit de denotação em relação àquele. Nem para atinar logo em que, como já visto, faturamento também significa percepção de valores e, como tal, pertence ao gênero ou classe receita, mas com a diferença específica de que compreende apenas os valores oriundos do exercício da ‘atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços’ (venda de mercadorias e de serviços). (...) Donde, a conclusão imediata de que, no juízo da lei contemporânea ao início da vigência da atual Constituição da República, embora todo faturamento seja receita, nem toda receita é faturamento.12” (grifamos). No caso do PIS e da COFINS NãoCumulativos o que se observa é que o legislador ordinário, apesar de possuir a competência tributária para tributar a receita, novamente contemplou, através de lei, que tais contribuições incidissem sobre o faturamento, adotando o como critério material da hipótese e afirmandoo na base de cálculo. Todavia, ao definir faturamento, recaiu no mesmo equívoco deflagrado em relação à Lei 9.718/98, senão vejamos: Lei nº. 10.637/02 Fl. 94DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 20 7 “Art. 1º. A contribuição para o PIS/PASEP tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil; § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP é o valor do faturamento, conforme definido no caput (...)” (Grifei) Lei nº. 10.833/03 “Art. 1º. A contribuição para a COFINS faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil § 2º A base de cálculo da contribuição para a COFINS é o valor do faturamento, conforme definido no caput (...)” (Grifei) Notese que a definição legal apresentada pelo legislador ordinário ao faturamento nas Leis nºs. 10.637/02 e 10.833/03 é exatamente a mesma veiculada na Lei nº. 9.718/98, que foi repelida, brilhantemente, pelo Supremo Tribunal Federal. Todavia, conforme se verifica da redação dos dispositivos legais que instituíram tais exações, bem como das regrasmatrizes engendradas outrora, a receita não foi contemplada como critério material da hipótese muito menos como aspecto quantitativo dessas contribuições. Por isso, em obediência ao magno princípio da Legalidade e, primordialmente, o sobreprincípio da Segurança Jurídica, as exações vertentes deverão incidir tãosomente sobre o faturamento, sob pena de inconstitucionalidade e de ilegalidade. Admitirse o contrário implica na violação dos princípios constitucionais da Legalidade, Estrita Legalidade Tributária, Segurança Jurídica e Razoabilidade e, além disso, tem o condão de infringir entendimento já assentado pela Suprema Corte acerca da distinção entre os conteúdos semânticos de faturamento e de receita que, por sua vez, resulta na violação ao disposto no artigo 110 do Código Tributário Nacional, cuja afronta passamos a ponderar. Insta frisar que a definição legal adotada pelo legislador ordinário no caput dos artigos 1º das Leis nºs. 10.637/02 e 10.833/01 é simplesmente a mesma que a revista no § 1º, do artigo 3º, da Lei nº. 9.718/98, sobre a qual recaiu o peso da incompatibilidade com o sistema jurídico, consoante decisum da Suprema Corte que, pontificou, claramente, a distinção existente entre os conteúdos semânticos de faturamento e de receita. Sendo assim, uma vez que novamente a intenção do legislador ordinário foi a de equiparar a abrangência dos fatos signos presuntivos de riqueza – faturamento e receita – como se albergassem a mesma qualidade de ingressos (entendase receita), então, é indubitável que recaiu em ilegalidade, na medida em que violou o disposto no artigo 110 do Código Tributário Nacional, que alude: Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 Tanto há discrepância entre os conteúdos semânticos dos signos faturamento e receita, que o legislador constituinte inseriu o disjuntivo “ou” no artigo 195, inciso I, “b”, da Constituição Federal, ipsis litteris: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:... b) a receita OU o faturamento. (Grifei) A distinção entre esses substantivos foi aventada pelo Ministro Marco Aurélio, no julgamento do RE 380.840/MG, nos seguintes termos: “A disjuntiva ‘ou’ bem revela que não se tem a confusão entre o gênero ‘receita’ e a espécie ‘faturamento”. Sobre a imprescindibilidade de se obedecer ao limite semântico do signo tratado pelo direito privado, segue a maciça jurisprudência excelsa: “...TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários.” (STF, RE 380.9405/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, por maioria, j. 09/11/2005, DJ 15/08/2006) – Destacamos. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS REALIZADA PELO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/98. ART. 110 DO CTN. ALTERAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE DIREITO PRIVADO. EQUIPARAÇÃO DOS CONCEITOS DE FATURAMENTO E RECEITA BRUTA. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO PRETÓRIO EXCELSO. PRINCÍPIO DA UTILIDADE. PROCESSUAL. RESERVA DE PLENÁRIO. INAPLICABILIDADE. ...2. A Lei nº 9.718/98, ao ampliar a base de cálculo do PIS e da COFINS e criar novo conceito para o termo “faturamento”, para fins de incidência da COFINS, com o objetivo de abranger todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica, invadiu a esfera da definição do direito privado, violando frontalmente o art. 110 do CTN....” (AgRg no Ag 954.490/SP, 1ª T., Rel. Min. José Delgado, v.u., j. 24/03/2008, DJ 24/08/2008)É imperiosa para a harmonia do sistema jurídico que a atividade legislativa se amolde aos limites traçados pelo ordenamento, principalmente quando se está diante do poder de tributar que implica, sem dúvida alguma, na expropriação de parte do patrimônio dos contribuintes. Por isso, não pode o ente tributante agir de forma abusiva, alterando os conteúdos semânticos dos signos presuntivos de riqueza e, desse modo, gerar absoluta insegurança das relações jurídicas, posto que tal conduta fere o princípio da razoabilidade, como bem explicitou o Ministro Celso de Mello, na ADIMCQO 2551 / MG, in verbis: “TRIBUTAÇÃO E OFENSA AO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. O Poder Público, especialmente em sede de tributação, não pode agir imoderadamente, pois a atividade estatal achase essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade, que traduz limitação material à ação normativa do Poder Fl. 96DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 21 9 Legislativo. O Estado não pode legislar abusivamente. A atividade legislativa está necessariamente sujeita à rígida observância de diretriz fundamental, que, encontrando suporte teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos normativos e as prescrições irrazoáveis do Poder Público. O princípio da proporcionalidade, nesse contexto, achase vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do Poder Público no exercício de suas funções, qualificandose como parâmetro de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. A prerrogativa institucional de tributar, que o ordenamento positivo reconhece ao Estado, não lhe outorga o poder de suprimir (ou de inviabilizar) direitos de caráter fundamental constitucionalmente assegurados ao contribuinte. É que este dispõe, nos termos da própria Carta Política, de um sistema de proteção destinado a amparálo contra eventuais excessos cometidos pelo poder tributante ou, ainda, contra exigências irrazoáveis veiculadas em diplomas normativos editados pelo Estado.” (ADIMCQO 2551 / MG MINAS GERAIS, Relator Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: 02/04/2003, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação DJ 20042006 PP00005 – (grifei.) (c) Já a Regramatriz de incidência do ICMS: De acordo com o disposto na CF/88, a regramatriz de incidência tributária do ICMS pode ser construída nos moldes do art. 155, c/c a LC nº 87/96, in verbis: CF/88. “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). Art. 12. Considerase ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; II do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; III da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente; IV da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; V do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza; VI do ato final do transporte iniciado no exterior; VII das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; Fl. 97DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 VIII do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável; IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) X do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização; (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000) XIII da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente. § 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considerase ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário. § 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário. § 3o Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considerase ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto. (Incluído pela Lcp 114, de 16.12.2002) Art. 13. A base de cálculo do imposto é: I na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação; II na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria e serviço; III na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, o preço do serviço; IV no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12; a) o valor da operação, na hipótese da alínea a; Fl. 98DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 22 11 b) o preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese da alínea b; V na hipótese do inciso IX do art. 12, a soma das seguintes parcelas: a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o disposto no art. 14; b) imposto de importação; c) imposto sobre produtos industrializados; d) imposto sobre operações de câmbio; e)quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) VI na hipótese do inciso X do art. 12, o valor da prestação do serviço, acrescido, se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização; VII no caso do inciso XI do art. 12, o valor da operação acrescido do valor dos impostos de importação e sobre produtos industrializados e de todas as despesas cobradas ou debitadas ao adquirente; VIII na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a entrada; IX na hipótese do inciso XIII do art. 12, o valor da prestação no Estado de origem. § 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) I o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; II o valor correspondente a: a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado. § 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. § 3º No caso do inciso IX, o imposto a pagar será o valor resultante da aplicação do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sobre o valor ali previsto. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 12 § 4º Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é: I o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; II o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matériaprima, material secundário, mãodeobra e acondicionamento; III tratandose de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente. § 5º Nas operações e prestações interestaduais entre estabelecimentos de contribuintes diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da prestação, a diferença fica sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou do prestador. Complementarmente ao artigo 13 os artigos 8º e 15 também tratam de base de cálculo. Como dito na lei, temse: Critério material: Sair mercadoria do estabelecimento de contribuinte; fornecer alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; a transmissão, dentre outros estabelecidos no artigo 12 da LC nº 87/96. Critério temporal: é o momento da saída, do fornecimento, da transmissão, do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, etc, (Art. 12, LC 87/96); Critério espacial: no âmbito estadual; Critério pessoal: Estado/DF (sujeito ativo) e pessoa jurídica que promove a saída de mercadorias do estabelecimento (sujeito passivo) (Art. 12); Critério quantitativo: Base de cálculo – O valor da operação (vide art. 12, I, III e IV); Alíquota – fixada pelo Senado Federal as alíquotas mínimas e máximas (CF/88, art. 155, § 1º, IV e § 2º, IV e VI); Do cotejo entre hipótese de incidência e a base de cálculo verificase que o fato signo presuntivo de riqueza eleito pelo legislador ordinário para instituir o ICMS, em tese, foi o VALOR DA OPERAÇÃO, o qual foi afirmado pela base de cálculo. Os elementos informadores da incidência e da base de cálculo da norma tributária ensejadora do PIS e da Cofins, bem assim da constituição da relação jurídico tributária não guarda nenhuma relação com aqueles elementos orientadores para incidência do ICMS, ou seja, as regras matrizes do PIS e da Cofins em nada se assemelha àquela do ICMS, razão o bastante para que o ICMS seja afastado da base de cálculo do PIS e da Cofins. Por outro enfoque: A lei infraconstitucional deve identificar, pormenorizadamente, todos os elementos essenciais da norma tributária, principalmente no tocante à hipótese de incidência, sob pena de não poder ser exigida pelo fisco. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 23 13 Nas palavras de XAVIER apud CARRAZZA descreve o mesmo que “a tipicidade pressupõe (...) uma descrição rigorosa dos seus elementos constitutivos, cuja integral verificação é indispensável para produção de efeitos” (p. 386, 2003). Vale dizer que o princípio da Tipicidade Tributária não dá margem para o intérprete ou ao aplicador da lei para o exercício de entendimentos contraditórios, mais abrangentes ou restritivos ao descrito pela norma constitucional. Dito isto e, considerando que o ICMS passou a integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins em razão da interpretação do contido no art. 2º da Lei nº 9.718/98, de que o faturamento corresponde à receita bruta da pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade que ela exerça e a classificação contábil adotada para essas receitas (art. 13, § 1º, I, da LC 87/96, ex vi "cálculo por dentro" fator aplicado ao cálculo deste tributo de competência estadual, inadequado á questão posta em discussão), é certo que esse conceito é totalmente distinto daquele fixado na LC 7/70 e na LC 70/91. Por relevante cabe aqui o registro acerca da distinção entre os termos “receita” e “ingresso”, eis que a primeira é a quantia recebida/apurada/arrecadada, que acresce o patrimônio da pessoa física/jurídica, em decorrência direta ou indireta da atividade econômica por ela exercida. Já o ingresso pressupõe tanto as receitas como os valores pertencentes a terceiros (que integram o patrimônio de outrem), pois não importam em modificação do patrimônio de quem os recebe e implica em posterior entrega para quem pertence efetivamente. É que o ICMS para a empresa é mero ingresso, para posterior destinação ao Fisco, entendido este como o titular de tais valores. Este é o entendimento da Terceira Turma do TRF da 3ª Região, que decidiu que o ICMS não deve integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins, reconhecendo outrossim o direito à compensação dos valores pagos indevidamente nos últimos dez anos. Ainda que não concluído o julgamento da ADC 18 e do RE 240785/MG, o STF já sinalizou acerca do entendimento sobre a impossibilidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, cujo relator, o Exmº. Min. Marco Aurélio, assim ressaltou: "Descabe assentar que os contribuintes da Cofins faturam, em si, o ICMS. O valor deste revela, isto sim, um desembolso a beneficiar a entidade de direito público que tem a competência para cobrálo. A conclusão a que chegou a Corte de origem, a partir de premissa errônea, importa na incidência do tributo que é a Cofins, não sobre o faturamento, mas sobre outro tributo já agora da competência de unidade da Federação. (...) Difícil é conceber a existência de tributo sem que se tenha uma vantagem, ainda que mediata, para o contribuinte, o que se dirá quanto a um ônus, como é o ônus fiscal atinente ao ICMS. O valor correspondente a este último não tem a natureza de faturamento. Não pode, então, servir à incidência da Cofins, pois não revela medida de riqueza apanhada pela expressão contida no preceito da alínea "b" do incido I do artigo 195 da Constituição Federal. O fundamento da tese reside no fato de que o ICMS constitui receita do ente tributante, ou seja, do Estado, não podendo integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins a cargo da empresa sob pena de exigirse tributo sem o devido lastro constitucional previsto no art. 195, inciso I, alínea "b" da Constituição Federal. Assim, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins fere os princípios da capacidade contributiva, razoabilidade, Fl. 101DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 14 proporcionalidade, equidade de participação no custeio da seguridade social, imunidade recíproca e confisco à Constituição. Filiaramse ao voto do Relator os Ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Sepúlveda Pertence e Carmem Lúcia; o Ministro Eros Grau negou provimento ao recurso, faltando votar os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Ellen Gracie e Celso Mello. Diante de todo o exposto a Administração Pública somente poderá impor ao contribuinte o ônus da exação quando houver estrita adequação entre o fato e a hipótese legal de incidência do tributo, ou seja, sua descrição típica. É condição sine qua non para a exigibilidade de um tributo. Neste contexto, nas palavras de Alberto Xavier (in Os Princípios da Legalidade e da Tipicidade da Tributação, São Paulo, RT. 1978, pág. 37/38) “a lei deve conter, em seu bojo, todos os elementos de decisão no caso concreto, de forma que a decisão concreta seja imediatamente dedutível da lei, sem valoração pessoal do órgão de aplicação da lei, o que decorre do artigo 150, inciso I, da Constituição Federal de 1988.” Assim, toda a atividade da Administração Tributária e os critérios objetivos na identificação do sujeito passivo, do valor do montante apurado e das penalidades cabíveis devem ser tipificados de forma fechada na lei. É a norma jurídica, consubstanciada, em regra geral, na lei ordinária que deverá descrever as hipóteses de incidência, não deixando brechas ao aplicador da lei, especialmente à Administração Pública, para uma interpretação extensiva, e mais, para o uso da analogia, ao seu bel prazer. Portanto, sendo a definição de fato gerador a situação definida em lei como necessária e suficiente ao nascimento da obrigação tributária principal, àquela de pagar tributo e, no caso do PIS e da Cofins, é auferir faturamento, não há se falar em inclusão do ICMS na base de cálculo desses tributos, eis que tanto o fato gerador, quanto a base de cálculo é totalmente diversa, não se coadunam. O Ministro Cesar Peluzo, no votovista proferido no julgamento do RE nº. 350.950, foi peremptório ao atestar que: “A base de cálculo é tão importante na identificação do tributo, que prevalece em relação ao fato gerador no caso em conflito.” Na hipótese sob exame não há qualquer discrepância entre o critério material e a base de cálculo preceituados em lei, posto que ambas contemplam o faturamento como fato signo presuntivo de riqueza para que as contribuições vertentes pudessem ser exigidas. Contudo, mesmo que houvesse divergência entre aquele (critério material) e esse (critério quantitativo) – ad argumentandum tantum – é a base de cálculo que deverá prevalecer por ter o condão, inclusive, de desnaturalizar o tributo, conforme decisão pretoriana. Neste sentido, uma vez que a base de cálculo eleita pelo legislador ordinário foi o faturamento – e isso não há dúvidas – então, essa há que preponderar. Assim, é inconteste que sobre o PIS e COFINS NãoCumulativos devem incidir sobre o faturamento, cujo aspecto semântico difere de receita, conforme já assentou a Suprema Corte. Não há se falar em valor da operação. Há uma tendência, tanto nos Tribunais Regionais Federais como nos Superiores, notadamente no STF, de enxugar a base de cálculo dos tributos, de valores que não representam faturamento dos Contribuintes. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10805.906615/200986 Acórdão n.º 3803006.392 S3TE03 Fl. 24 15 A decisão Plenária do STF excluindo o ICMS da base de cálculo da COFINS e do PIS nas operações envolvendo importações confirma esta tendência. Confirase: Ementa: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. NÃO INCLUSÃO DO ICMS E DO ISS NA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. DESNECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. 1. O ICMS não deve ser incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS, tendo em vista recente posicionamento do STF sobre a questão no julgamento, ainda em andamento, do Recurso Extraordinário nº 240.7852. 2. Embora o referido julgamento ainda não tenha se encerrado, não há como negar que traduz concreta expectativa de que será adotado o entendimento de que o ICMS deve ser excluído da base de cálculo do PIS e da COFINS. 3. O ISS que como o ICMS não se consubstancia em faturamento, mas sim em ônus fiscal não deve, também, integrar a base de cálculo das aludidas contribuições. 4. A parte que pretende a compensação tributária deve demonstrar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior. 5. Na ausência de documento indispensável à propositura da demanda, deve ser julgado improcedente o pedido, com relação ao período cujo recolhimento não restou comprovado nos autos. 6. Deve ser resguardado ao contribuinte o direito de efetuar a compensação do crédito aqui reconhecido na via administrativa (REsp n. 1137738/SP). 7. A não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é matéria de direito que não demanda dilação probatória. O pedido de compensação solucionase com a apresentação das guias de recolhimento (DARF), que prescinde de exame por perito. 8. Precedentes. 9. Apelo parcialmente provido. TRF3 APELAÇÃO CÍVEL AC 23169 SP 002316944.2011.4.03.6100 (TRF3) Data de publicação: 07/02/2013. Ementa: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. NÃO INCLUSÃO DO ICMS E DO ISS NA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO. 1. O ICMS e, por idênticos motivos, o ISS não devem ser incluídos na base de cálculo do PIS e da COFINS, tendo em vista recente posicionamento do STF sobre a questão no julgamento, ainda em andamento, do Recurso Extraordinário nº 240.7852. 2. No referido julgamento, o Ministro Março Aurélio, relator, deu provimento ao recurso, no que foi acompanhado pelos Ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Britto, Cezar Peluso, Carmen Lúcia e Sepúlveda Pertence. Entendeu o Ministro relator estar configurada a violação ao artigo 195 , I , da Constituição Federal , ao fundamento de que a base de cálculo do PIS e da COFINS somente pode incidir sobre a soma dos valores obtidos nas operações de venda ou de prestação de serviços, ou seja, sobre a riqueza obtida com a realização da operação, e não sobre o ICMS, que constitui ônus fiscal e não faturamento. Após, a sessão foi suspensa em virtude do pedido de vista do Ministro Gilmar Mendes (Informativo do STF n. 437, de 24/8/2006). 3. Embora o referido julgamento ainda não tenha se encerrado, não há como negar que traduz concreta expectativa de que será adotado o entendimento de que o ICMS e, consequentemente, o ISS, devem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. 4. A impetrante tem direito, na espécie, a compensar os valores indevidamente recolhidos. No entanto, ela não comprovou ter pago as contribuições que pretende compensar, mediante a juntada das guias de recolhimento. 5. A via especial do mandado de segurança, em que não há dilação probatória, impõe que o autor comprove de plano o direito que alega ser líquido e certo. E, para isso, deve trazer à baila todos os documentos hábeis à comprovação do que requer. Sem esses elementos de prova, tornase carecedora da ação. Precedente do C. STJ. 6. Dessarte, quanto à compensação dos créditos, cujos pagamentos não restaram comprovados nos autos, a parte deve ser considerada carecedora da ação. 7. Apelação, parcialmente, provida..TRF3 APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA AMS 6072 SP 2007.61.11.0060722 (TRF3). Data de publicação: 16/06/2011. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 16 Finalmente vencida a questão da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, restou a questão de prova acerca da certeza e liquidez da existência do crédito alegado pela Recorrente, em quantidade o bastante para solver o débito existente na data da transmissão do Per/DComp, haja vista que o ônus probante cabe ao transmitente do referido documento, o que deve ser efetivado juntamente com a apresentação da manifestação de inconformidade, eis que preclui o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as hipóteses previstas no § 4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. No caso vertente o contribuinte não logrou demonstrar cabalmente a existência de crédito suficiente à satisfação da compensação, pois os documentos acostados se referem tão somente à existência de crédito, o que não é o bastante. Neste aspecto, de os documentos apresentados pela Recorrente não serem o bastante e suficientes para demonstrar cabalmente acerca do quantum e da liquidez e certeza do crédito alegado, assiste razão ao juízo a quo, eis que aos mesmos deveriam se somar, no mínimo, as DCTF’s correspondentes e o Livro Razão relacionados ao período de apuração objeto do pedido de restituição, em observância aos princípios da segurança jurídica, da verdade material, da razoabilidade e da proporcionalidade, esculpidos no artigo 37, CF/88. É cediço que quando da apresentação de Per/DComp à repartição fiscal, por se tratar de iniciativa do próprio contribuinte, cabe ao transmitente o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado em valores superiores ao débito informado na DComp. Por sua vez à autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. Ex positis oriento o meu voto pelo não provimento do recurso interposto. É como voto. Jorge Victor Rodrigues Relator Relator Relator Fl. 104DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 13706.003861/2001-33
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 1996
EMBARGOS. OMISSÃO DECORRENTE DE ERRO MATERIAL.
Cabem embargos quando verificada, no acórdão hostilizado, a existência de omissão decorrente de inexatidão material devida a lapso manifesto.
VALOR DA TERRA NUA (VTN). SUBAVALIAÇÃO. REVISÃO. ÔNUS DA PROVA.
A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas. (Súmula nº 23, do CARF).
CONTRIBUIÇÕES CNA/CONTAG. FALTA DE COMPETÊNCIA DA RECEITA FEDERAL PARA COBRAR.
Desde 1996 a Secretaria da Receita Federal não é mais competente para e cobrar as contribuições para o CNA e CONTAG, conforme foi previsto na Lei nº 8.847/1994.
Embargos Acolhidos com Efeitos Infringentes
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2801-003.526
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, acolher os embargos e retificar o Acórdão nº 2801-001.947, com efeitos infringentes, para dar provimento parcial ao recurso para cancelar as exigências referentes às contribuições CNA e CONTAG, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Marcelo Vasconcelos de Almeida, Ewan Teles Aguiar e José Valdemir da Silva que acolhiam os embargos para dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente e Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 1996 EMBARGOS. OMISSÃO DECORRENTE DE ERRO MATERIAL. Cabem embargos quando verificada, no acórdão hostilizado, a existência de omissão decorrente de inexatidão material devida a lapso manifesto. VALOR DA TERRA NUA (VTN). SUBAVALIAÇÃO. REVISÃO. ÔNUS DA PROVA. A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas. (Súmula nº 23, do CARF). CONTRIBUIÇÕES CNA/CONTAG. FALTA DE COMPETÊNCIA DA RECEITA FEDERAL PARA COBRAR. Desde 1996 a Secretaria da Receita Federal não é mais competente para e cobrar as contribuições para o CNA e CONTAG, conforme foi previsto na Lei nº 8.847/1994. Embargos Acolhidos com Efeitos Infringentes Recurso Voluntário Provido em Parte.
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OMISSÃO DECORRENTE DE ERRO MATERIAL. Cabem embargos quando verificada, no acórdão hostilizado, a existência de omissão decorrente de inexatidão material devida a lapso manifesto. VALOR DA TERRA NUA (VTN). SUBAVALIAÇÃO. REVISÃO. ÔNUS DA PROVA. A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas. (Súmula nº 23, do CARF). CONTRIBUIÇÕES CNA/CONTAG. FALTA DE COMPETÊNCIA DA RECEITA FEDERAL PARA COBRAR. Desde 1996 a Secretaria da Receita Federal não é mais competente para e cobrar as contribuições para o CNA e CONTAG, conforme foi previsto na Lei nº 8.847/1994. Embargos Acolhidos com Efeitos Infringentes Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, acolher os embargos e retificar o Acórdão nº 2801001.947, com efeitos infringentes, para dar provimento AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 38 61 /2 00 1- 33 Fl. 118DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13706.003861/200133 Acórdão n.º 2801003.526 S2TE01 Fl. 118 2 parcial ao recurso para cancelar as exigências referentes às contribuições CNA e CONTAG, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Marcelo Vasconcelos de Almeida, Ewan Teles Aguiar e José Valdemir da Silva que acolhiam os embargos para dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório A Procuradoria da Fazenda Nacional tomou ciência do Acórdão nº 2801 001.947, proferido em 24 de outubro de 2011 pela Primeira Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento do CARF, que foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 1996 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. INOBSERVÂNCIA DE REQUISITO FORMAL. ART. 10, INCISO VI, DO DECRETO 70.235/72. Nulo o Auto de Infração que não contenha assinatura da autoridade fiscal autuante requisito formal previsto no inciso VI do art. 10 do Decreto 70.235/72. Preliminar de Nulidade Acolhida. Recurso Voluntário Provido. A Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração, às fls 112/113, alegando que o acórdão embargado incide em contradição, tendo em vista que o lançamento foi anulado com fundamento no art. 10, VI, do Decreto no 70.235/72, ou seja, pela falta de assinatura no auto de infração acima mencionado, conquanto o documento de fl. 05/06, que, segundo o acórdão, ensejou o vicio, é uma Notificação de Lançamento eletrônica. Aduz que, nesse caso, deve ser aplicado o regramento constante do art. 11, parágrafo único, do Decreto no 70.235/72, que dispõe: ”Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico”. Em face do exposto, requer a União (Fazenda Nacional) sejam conhecidos e providos os presentes embargos, para o fim de sanar a contradição apontada. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13706.003861/200133 Acórdão n.º 2801003.526 S2TE01 Fl. 119 3 O Regimento Interno do CARF, no seu artigo 65 prevê a possibilidade dos embargos declaratórios sempre que o acórdão contenha omissão, obscuridade ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, a saber: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Ora, neste caso, independentemente do mérito da questão suscitada pela Embargante, não me parece que o fato constitua vício a ser sanado pela via dos embargos declaratórios. Como está claro no dispositivo acima referido, a contradição que enseja os embargos deve se dá entre a decisão e os fundamentos do acórdão. E, neste caso, não se verifica tal contradição. Ao contrário, há uma clara coerência entre os fundamentos e a conclusão do acórdão quanto aos pontos aqui questionados. Entretanto, o julgado incorreu em inexatidão material devida a lapso manifesto, quando afirmou que o lançamento foi constituído mediante emissão de auto de infração, pois, de fato, o lançamento foi constituído mediante emissão de notificação de lançamento eletrônica, o que passou despercebido do relator, tendo influenciado no resultado do julgamento. Diante disso, os embargos declaratórios foram admitidos como embargos inominados, com fundamento no artigo 66, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF), para que o recurso seja novamente submetido à apreciação dos membros desta Turma. A numeração de folhas citada nesta decisão referese à serie de números do arquivo PDF. É o relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. Os embargos são tempestivos e atendem às demais condições de admissibilidade, portanto merecem ser conhecidos. Transcrevese abaixo o voto condutor do acórdão embargado: No mérito, cingese a discussão em saber se a averbação no RGI e a apresentação do ADA são elementos essenciais e indispensáveis para que as áreas de preservação permanente e utilização limitada possam ser isentas de tributação. Se questiona no caso, ainda, o VTN arbitrado pela fiscalização. A questão, contudo, resolvese sem adentrarse propriamente ao mérito do processo. Afinal, conforme constatado da minuciosa análise dos autos, o mesmo encontrase fulminado por vício formal intrasponível. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13706.003861/200133 Acórdão n.º 2801003.526 S2TE01 Fl. 120 4 O art. 10 do Decreto nº 70.235/72, em seu art. 10, de forma expressa, indica os requisitos formais necessários à regular constituição do Auto de Infração. Vejase: “10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” No presente caso, o Auto de Infração que ensejou a cobrança contestada encontrase juntado à fl. 03/04. Denotase claramente que não consta naquele documento qualquer assinatura do autuante, motivo pelo qual não restou cumprido o requisito formal consubstanciado no art. 10, inciso VI, do Decreto nº 70.235/72. Justamente por ocasião dessa falta formal, deve ser considerado nulo o Auto de Infração impugnado. Pelo exposto, dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício formal. Ocorre que, conforme bem observou a Embargante, o lançamento não foi constituído mediante emissão de auto de infração de fls.05/06, mas, sim, mediante emissão de notificação de lançamento eletrônica de fls. 05/06. Segundo o § único do art 11 do Dectreto nº 70235/1972 “Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico”. Portanto, não há que se falar em vício formal do lançamento no presente caso. Assim, passase à apreciação do litígio. Cuida o presente lançamento de a alteração do VTN declarado para o exercício 1996. No exame dessa matéria, há que se observar o disposto na Súmula CARF nº 23, a saber: “ A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre, Fl. 121DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13706.003861/200133 Acórdão n.º 2801003.526 S2TE01 Fl. 121 5 de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação das fontes pesquisadas.” De plano, verificase que o Laudo de Avaliação apresentado pelo Recorrrente, , às fls. 72/90, reportase ao mês de dezembro de 2007 data bem posterior àquela da ocorrência do fato gerador, não sendo, dessa forma, hábil para fins de revisão do VTN. Quanto à cobrança constante dos lançamento referente às contribuições para o CNA e CONTAG, é de se reconhecer que a Secretaria da Receita Federal não mais era competente para lançar e cobrar estas contribuições. É o que reza o art. 24 da Lei nº 8.847, de 1994 Art . 24 A competência de administração das seguintes receitas, atualmente arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal por força do art. 1º, da Lei 8022, de 12 de abril de 1990, cessará em 31 de dezembro de 1996: 1 Contribuição Sindical Rural, devido à Confederação Nacional da Agricultura CNA e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG, de acordo com o art . 4D do Dec.lei 1.166, de 15 de abril de 1971, e art . 580 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT: Portanto, desde 1996 a Secretaria da Receita Federal não mais poderia exigir tais contribuições. Diante do exposto, voto no sentido de acolher os embargos e rerratificar o Acórdão n 2801001.947, com efeitos infringentes, para dar provimento parcial ao recurso para cancelar as exigências referentes às contribuições CNA e CONTAG. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 122DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10880.722361/2013-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010, 01/12/2010 a 31/12/2010, 01/12/2011 a 31/12/2011
CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 1.
Importa renúncia às instâncias administrativas, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA.
O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-002.652
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento parcial. O conselheiro Jonathan Barros Vita acompanhou o relator pelas conclusões. A conselheira Fabiola Cassiano Keramidas apresentará declaração de voto.
(assinado digitalmente)
Walber José da Silva
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Jonathan Barros Vita.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010, 01/12/2010 a 31/12/2010, 01/12/2011 a 31/12/2011 CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento parcial. O conselheiro Jonathan Barros Vita acompanhou o relator pelas conclusões. A conselheira Fabiola Cassiano Keramidas apresentará declaração de voto. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Jonathan Barros Vita.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 18; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2313; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 332 1 331 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.722361/201329 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302002.652 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 23 de julho de 2014 Matéria Cofins e PIS/Pasep Recorrente TAM SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010, 01/12/2010 a 31/12/2010, 01/12/2011 a 31/12/2011 Ementa: CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010, 01/12/2010 a 31/12/2010, 01/12/2011 a 31/12/2011 CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 23 61 /2 01 3- 29 Fl. 332DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 333 2 O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento parcial. O conselheiro Jonathan Barros Vita acompanhou o relator pelas conclusões. A conselheira Fabiola Cassiano Keramidas apresentará declaração de voto. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Jonathan Barros Vita. Relatório Trata o presente de Auto de Infração para constituição de crédito tributário de Cofins e PIS/Pasep, relativo aos períodos de agosto e dezembro de 2010 e dezembro de 2011. Por bem retratar a realidade dos fatos, transcrevese o relatório do acórdão ora recorrido: “Trata o presente processo de lançamentos fiscais de Pis e de Cofins. No tocante à exigência de Pis/Pasep não cumulativo, foi lavrado o auto de infração (fls. 3/6), baseado na Lei 10.637/2002, no valor de R$ 2.187.181,34, o qual inclui as parcelas referentes ao tributo (R$ 1.123.140,84), juros de mora calculados até 28/06/2013 (R$ 221.684,88) e multa de ofício de 75% (R$ 842.355,62). Já no que se refere à exigência de Cofins não cumulativa, foi lavrado o auto de infração (fls. 8/11), baseado na Lei 10.833/2003, no valor de R$ 10.074.289,97, o qual inclui as parcelas referentes ao tributo (R$ 5.173.254,82), juros de mora calculados até 28/06/2013 (R$ 1.021.094,04) e multa de ofício de 75% (R$ 3.879.941,11). Em ambos, os Fl. 333DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 334 3 períodos de apuração abarcam as competências agosto e dezembro de 2010 e dezembro/2011. Conforme Relatório Fiscal a fls. 18/25, a Empresa fiscalizada é acionista da Multiplus SA, bem como de TAM Linhas Aéreas SA, tendo sido escriturado na contabilidade da Autuada o recebimento de valores de juros sobre o capital próprio recebidos das empresas acima mencionadas. Houve provisionamento para pagamento de Pis e Cofins sobre tais valores, sendo constatado, todavia, a inexistência de pagamentos das contribuições sobre estas receitas. A Empresa informou que impetrou a ação mandamental 2008.61.000232099, onde é discutida a incidência de Pis e Cofins nos juros sobre o capital próprio, sendo que a liminar pleiteada havia sido indeferida. Cópia da inicial está anexada ao processo a fls. 121/140. A empresa foi cientificada do procedimento fiscal em 10/07/2013. Tempestivamente, em 07/08/2013, a autuada apresenta impugnação aos lançamentos, reiterando informações quanto ao andamento da ação mandamental por ela impetrada, aduzindo que a liminar foi denegada, a sentença julgada improcedente, tendo sido interposto recurso de apelação ao TRF, onde também foi negado provimento, o que motivou a interposição de Recuso Especial e Extraordinário aos Tribunais Superiores. No mérito, defende em linhas gerais a não incidência de Pis e Cofins sobre os juros sobre o capital próprio, repetindo a linha de argumentação já esgrimida na ação judicial. A Autuada também se insurge contra a aplicação da taxa de juros Selic sobre o valor da multa de ofício aduzindo que a mesma só atingiria o valor principal. Requer também que seja sobrestado o julgamento nesta instância até que seja proferida decisão definitiva no STJ sobre a matéria principal em litígio.” A Segunda Turma da DRJ em Porto Alegre proferiu o Acórdão nº 1047.844, decidindo por não conhecer da impugnação no tocante à inclusão dos juros sobre o capital próprio na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, em razão da concomitância com a matéria levada ao judiciário no Mandado de Segurança nº 2008.61.000232099, e considerando a impugnação improcedente quanto às demais matérias, mantendo integralmente o lançamento efetuado, nos termos da ementa que abaixo transcrevese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2010 a 31/12/2011 BASE DE CÁLCULO. JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. CONCOMITÂNCIA DE AÇÃO JUDICIAL A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação/despacho decisório, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 335 4 JUROS SOBRE MULTA. TAXA SELIC. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2010 a 31/12/2011 BASE DE CÁLCULO. JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. CONCOMITÂNCIA DE AÇÃO JUDICIAL A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação/despacho decisório, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. JUROS SOBRE MULTA. TAXA SELIC. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O contribuinte foi cientificado em 27/02/2014 e interpôs recurso voluntário em 14/03/2014, alegando, em síntese: 1. Preliminarmente, a nulidade da decisão de primeira instância, em razão de que a medida judicial fora proposta anteriormente à lavratura dos autos de infração e, portanto, não teria ocorrido a renúncia à discussão no processo administrativo; alega a nulidade ainda por ter a decisão declarado a definitividade do lançamento e suprimido o direito de defesa da recorrente; 2. No mérito, que a natureza jurídica dos juros sobre o capital próprio equivale à de dividendos e, portanto, não sujeitos à incidência do PIS/Pasep e da Cofins; 3. A ilegalidade da cobrança de juros sobre a multa de ofício; 4. A necessidade de sobrestamento do processo administrativo até a decisão definitiva no Mandado de Segurança nº 0023220931.2008.4.03.6100 (antigo nº 2008.61.00.0232099). Ao final, pede o cancelamento do lançamento, ou, eventualmente, o sobrestamento do processo até a decisão definitiva no Mandado de Segurança acima mencionado. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 336 5 Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento, observado o ponto a seguir. Relativamente à nulidade alegada, esclareçase que a recorrente se insurge quanto à declaração de concomitância entre as matérias discutidas neste processo administrativo e no Mandado de Segurança nº 0023220931.2008.4.03.6100 (antigo nº 2008.61.00.0232099), por entender que, tendo a ação judicial sido proposta antes da lavratura dos presentes Autos de Infração, não restaria caracterizada a renúncia à discussão da matéria na via administrativa, conforme jurisprudência e doutrina coladas aos autos. Frisese que não há controvérsia sobre a identidade das matérias tratadas na ação judicial e no processo administrativo, pois que não houve contestação deste ponto, dada a própria afirmação da recorrente na fl. 151 e certidão de objeto e pé na fl. 152, da numeração digital. Portanto, incontroverso que o objeto da ação judicial é o mesmo deste lançamento no que diz respeito à inclusão dos juros sobre o capital próprio na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins , resta caracterizada a concomitância e deixase de apreciar o recurso nesta parte. É o que dispõe o Decreto nº 7.574, de 2011, consolidando as normas do Processo Administrativo Fiscal, em seu art. 87: Art. 87. A existência ou propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial com o mesmo objeto do lançamento importa em renúncia ou em desistência ao litígio nas instâncias administrativas (Lei no 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único). Parágrafo único. O curso do processo administrativo, quando houver matéria distinta da constante do processo judicial, terá prosseguimento em relação à matéria diferenciada. No mesmo sentido, a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. O enunciado não deixa dúvida que a caracterização da concomitância independe da modalidade processual ou do momento da propositura da ação em relação ao do lançamento de ofício, bastando para tanto, a coincidência de objetos. Destarte, dada a prevalência das decisões judiciais sobre as administrativas, uma vez verificada a concomitância, deve ser declarada a definitividade do lançamento, Fl. 336DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 337 6 devendo a unidade administrativa prosseguir com o feito, verificando, entretanto, a ocorrência de alguma hipótese de suspensão ou extinção dos créditos constituídos decorrente da aplicação das decisões prolatadas no Mandado de Segurança nº 0023220931.2008.4.03.6100 (antigo nº 2008.61.00.0232099). Deixase de conhecer o recurso na parte concernente à natureza jurídica dos juros sobre o capital próprio e sua inclusão na base de cálculo do PIS/Pasep e Cofins e afasta se a arguição de nulidade da decisão de primeira instância. No tocante ao pedido de sobrestamento, a verificação da concomitância é incompatível com o sobrestamento do feito, já que a renúncia impossibilita qualquer decisão na esfera administrativa, não cabendo a este conselho proferir qualquer decisão de mérito sobre a matéria, assim entendida, inclusive, a aplicação do provimento judicial definitivo. Por fim, quanto à incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, analisase, inicialmente, a possibilidade de incidência de juros de mora sobre multas. O artigo 161 do CTN dispõe: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. O crédito tributário decorre da obrigação principal e possui a mesma natureza desta, conforme disposto no art. 139 do Código. Esta, por sua vez, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente (artigos 113, §1º e 139 do CTN). Depreendese, assim, que o crédito tributário mencionado no artigo 161 do CTN abrange os tributos e as penalidades pecuniárias, sujeitandose à incidência dos juros de mora. A respeito, citase o Recurso Especial 1.129.990 PR (2009/00543162), julgado em 01/09/2009, de relatoria do Ministro Castro Meira: EMENTA TRIBUTÁRIO. MULTA PECUNIÁRIA. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. LEGITIMIDADE. 1. É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário. 2. Recurso especial provido. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 338 7 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 1º de setembro de 2009(data do julgamento). Transcrevese, ainda, excerto do voto condutor, esclarecedor da questão: “Da sistemática instituída pelo art. 113, caput e parágrafos, do Código Tributário NacionalCTN, extraise que o objetivo do legislador foi estabelecer um regime único de cobrança para as exações e as penalidades pecuniárias, as quais caracterizam e definem a obrigação tributária principal, de cunho essencialmente patrimonialista, que dá origem ao crédito tributário e suas conhecidas prerrogativas, como, a título de exemplo, cobrança por meio de execução distinta fundada em Certidão de Dívida AtivaCDA. A expressão "crédito tributário" é mais ampla do que o conceito de tributo, pois abrange também as penalidades decorrentes do descumprimento das obrigações acessórias. Em sede doutrinária, ensina o Desembargador Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria que, "havendo descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à penalidade pecuniária (§ 3º), o que significa dizer que a sanção imposta ao inadimplente é uma multa, que, como tal, constitui uma obrigação principal, sendo exigida e cobrada através dos mesmos mecanismos aplicados aos tributos " (Código Tributário Nacional Comentado: Doutrina e Jurisprudência, Artigo por Artigo. Coord.: Vladimir Passos de Freitas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2ª ed., 2004, p. 546). De maneira simplificada, os juros de mora são devidos para compensar a demora no pagamento. Verificado o inadimplemento do tributo, advém a aplicação da multa punitiva que passa a integrar o crédito fiscal, ou seja, o montante que o contribuinte deve recolher ao Fisco. Se ainda assim há atraso na quitação da dívida, os juros de mora devem incidir sobre a totalidade do débito, inclusive a multa que, neste momento, constitui crédito titularizado pela Fazenda Pública, não se distinguindo da exação em si para efeitos de recompensar o credor pela demora no pagamento. Em suma, o crédito tributário compreende a multa pecuniária, o que legitima a incidência de juros moratórios sobre a totalidade da dívida. Rematando, confirase a lição de Bruno Fajerstajn, encampada por Leandro Paulsen (Direito Tributário Constituição e Fl. 338DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 339 8 Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 9ª ed., 2007, p. 1.027 1.028): "A partir da redação do dispositivo, fica evidente que os tributos não podem corresponder à aplicação de sanção pela prática de ato ilícito, diferentemente da penalidade, a qual, em sua essência, representa uma sanção decorrente do descumprimento de uma obrigação. A despeito das diferenças existentes entre os dois institutos, ambos são prestações pecuniárias devidas ao Estado. E no caso em estudo, as penalidades decorrem justamente do descumprimento de obrigação de recolher tributos. Diante disso, ainda que inconfundíveis, o tributo e a penalidade dele decorrente são figuras intimamente relacionadas. Ciente disso, o Código Tributário Nacional, ao definir o crédito tributário e a respectiva obrigação, incluiu nesses conceitos tanto os tributos como as penalidades. Com efeito, o art. 139 do Código Tributário Nacional define crédito tributário nos seguintes termos: 'Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta'. Já a obrigação principal é definida no art. 113 e no parágrafo 1º. Vejase: 'Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente'. Como se vê, o crédito e a obrigação tributária são compostos pelo tributo devido e pelas penalidades eventualmente exigíveis. No entanto, essa equiparação, muito útil para fins de arrecadação e administração fiscal, não identifica a natureza jurídica dos institutos. (...) O Código Tributário Nacional tratou da incidência de juros de mora em seu art. 161. Confirase: 'Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 340 9 § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito' A redação deste dispositivo permite concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre 'crédito' não integralmente recolhido no vencimento. Ao se referir ao crédito, evidentemente, o dispositivo está tratando do crédito tributário. E conforme demonstrado no item anterior, o crédito tributário decorre da obrigação principal, na qual estão incluídos tanto o valor do tributo devido como a penalidade dele decorrente. Sendo assim, considerando o disposto no caput do art. 161 acima transcrito, é possível concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre as multas" (Exigência de Juros de Mora sobre as Multas de Ofício no Âmbito da Secretaria da Receita Federal. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, n. 132, p. 29, setembro de 2006). Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial Na mesma direção, ensina Hugo de Brito Machado1: “A denominada multa de ofício caracterizase pela inafastável necessidade de ação fiscal para que se considere devida. Assim, mesmo em face da jurisprudência que tem predominado, em se tratando de multa de ofício não se pode falar da existência de uma obrigação que a tenha como conteúdo, antes de regularmente constituído o crédito tributário. Assim, somente com a lavratura do auto de infração é que se pode considerar devida a multa de ofício. E como em face do auto de infração o contribuinte é notificado a fazer o correspondente pagamento, é a partir daí que se pode cogitar da configuração da mora, , em conseqüência, do início da incidência de juros de mora correspondentes” Inferese, de fato, que a multa de ofício é constituída na lavratura do auto de infração e vence no prazo de trinta dias para a apresentação da impugnação ao lançamento. Após este prazo, considerase devida e, portanto, sujeita a juros de mora, não fazendo sentido algum permanecer seu montante imutável ao longo do tempo até que se ultime sua extinção. Assim, o artigo 161, §1º do CTN, determina que se a lei não dispuser de modo diverso, os juros serão calculados à taxa de um por cento ao mês. Destarte, ultrapassada a questão da pertinência da incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício, resta verificar se a taxa Selic, aqui em discussão, deve ser utilizada como os juros de mora a que se refere o artigo 161. Sobre a legitimidade da Selic como juros moratórios, descabem maiores considerações, conforme decidido no REsp 879.844/MG, julgado em 11/11/2009 (recursos 1 MACHADO, Hugo de Brito. Juros de Mora sobre Multas Tributárias. RDDT 180/82, set/2010, apud PAULSEN, Leandro. Direto Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência / Leandro Paulsen. 14º ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAFE: 2012. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 341 10 repetitivos), e no RE 582.461/SP, submetido à repercussão geral, julgado em 18/05/2011, e de acordo com o enunciado da Súmula CARF nº 4: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Cabe frisar que no julgamento dos recursos especial e extraordinário, acima referidos, a discussão girou em torno da isonomia entre a aplicação da Selic na repetição de indébito como na atualização dos débitos: “Forçoso esclarecer que os debates nesta Corte gravitaram em torno da aplicação da taxa SELIC em sede de repetição de indébito. Nada obstante, impõese, mutatis mutandis, a incidência da referida taxa nos cálculos dos débitos que os contribuintes tenham para com as Fazendas Municipal, Estadual e Federal. Aliás, raciocínio diverso importaria tratamento antiisonômico, porquanto a Fazenda restaria obrigada a reembolsar os contribuintes por esta taxa SELIC, ao passo que, no desembolso, os cidadãos exonerarseiam desse critério, gerando desequilíbrio nas receitas fazendárias.”(REsp 879.844/MG) Assim, sob este aspecto abordado nos julgamentos dos recursos especial e extraordinário, é legítima a incidência da taxa Selic sobre a multa de ofício após seu vencimento, pois que eventual indébito referente à multa paga a maior que a devida, necessariamente seria corrigido pela referida taxa. Por outro lado, diversos diplomas legais trataram da Selic como juros de mora incidentes sobre os débitos para com a Fazenda Nacional. Assim, citamse: Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995 Art. 84 – Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de 1° de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação tributária serão acrescidos de: I – juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna; ............................. § 8o O disposto neste artigo aplicase aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional.(Incluído pela Lei nº 10.522, de 2002) Art. 91. O parcelamento dos débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, autorizado pelo art. 11 do DecretoLei nº 352, de 17 de junho de 1968, com a redação dada pelo DecretoLei nº 623, de 11 de junho de 1969, pelo inciso II, do Fl. 341DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 342 11 art. 10 do DecretoLei nº 2.049, de 01 de agosto de 1983, e pelo inciso II, do art. 11 do DecretoLei nº 2.052, de 03 de agosto de 1983, com as modificações que lhes foram introduzidas, poderá ser autorizado em até trinta prestações mensais. Parágrafo único. O débito que for objeto de parcelamento, nos termos deste artigo, será consolidado na data da concessão e terá o seguinte tratamento: a) se autorizado em até quinze prestações: a.1) o montante apurado na consolidação será dividido pelo número de prestações concedidas; a.2) o valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna, calculados a partir da data do deferimento até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado; (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995) b) se autorizado em mais de quinze prestações mensais: b.1) o montante apurado na consolidação será acrescido de encargo adicional, correspondente ao número de meses que exceder a quinze, calculado à razão de dois por cento ao mês, e dividido pelo número de prestações concedidas; b.2) sobre o valor de cada prestação incidirão, ainda, os juros de que trata a alínea a.2 deste artigo.(Revogado pela Lei nº 10.522, de 19.7.2002) Lei nº 9.065, de 1995: Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Produção de efeito (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. ... Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de Fl. 342DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 343 12 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1° A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2° O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. ......................................... Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002 Art. 17. Fica acrescentado o seguinte parágrafo ao art. 84 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995: "Art. 84. ......................................................... § 8o O disposto neste artigo aplicase aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional." (NR) (grifos não originais) ... Art. 29. Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional e os decorrentes de contribuições arrecadadas pela União, constituídos ou não, cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31 de dezembro de 1994, que não hajam sido objeto de parcelamento requerido até 31 de agosto de 1995, expressos em quantidade de UFIR, serão reconvertidos para real, com base no valor daquela fixado para 1° de janeiro de 1997. (grifos não originais) § 1° A partir de 1° de janeiro de 1997, os créditos apurados serão lançados em reais. § 2° Para fins de inscrição dos débitos referidos neste artigo em Dívida Ativa da União, deverá ser informado à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional o valor originário dos mesmos, na moeda vigente à época da ocorrência do fato gerador da obrigação. § 3° Observado o disposto neste artigo, bem assim a atualização efetuada para o ano de 2000, nos termos do art. 75 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, fica extinta a Unidade de Referência Fiscal – UFIR, instituída pelo art. 1° da Lei n° 8.383, de 30 de dezembro de 1991. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 344 13 Art. 30. Em relação aos débitos referidos no art. 29, bem como aos inscritos em Dívida Ativa da União, passam a incidir, a partir de 1° de janeiro de 1997, juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês de pagamento. (g.n) (grifos não originais) O artigo 30 da Lei nº 10.522 expressamente prevê a incidência dos juros de mora à taxa Selic, a partir de1º/01/1997, relativamente aos débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional referidos no artigo 29, cujos fatos geradores tivessem ocorrido até 31/12/1994. Já a mesma lei acrescentou ao artigo 84 da Lei nº 8.981, de 1995, o §8º, a disposição de que aos demais créditos da Fazenda Nacional, aplicamse as disposições do artigo 84, o que determina a aplicação dos juros de mora aos tributos e contribuições cujos fatos geradores ocorressem a partir de 1º/01/1995. § 8o O disposto neste artigo aplicase aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional." (NR) A Lei nº 10.522, de 2002, é conversão da MP nº 2.17679, de 2001, fruto da reedição de sucessivas medidas provisórias, desde a original de nº 1.110, de 30 de agosto de 1995. A inclusão do §8º no artigo 84 da Lei nº 8.981, de 1995, pela MP nº 1.110, de 1995, bem como a inclusão dos artigos 29 e 30 pela MP nº 1.542, de dezembro de 1996 (nove dias antes da publicação da Lei nº 9.430, de 1996) estabeleceram, expressamente, a incidência da taxa Selic sobre quaisquer débitos da Fazenda Nacional (até 1994 pelo artigo 30 e após 1º/01/1995, pelo §8º do artigo 84). Constatase que, por sua vez, a Lei nº 9.430, de 1996, ao prever a aplicação da Selic em seus artigos 43 e 61 convalidou o que já estava sendo previsto pela MP nº 1.542, de 1.996 (atual Lei nº 10.522, de 2002). Concluise, portanto, que é legítima a incidência da taxa de juros Selic sobre a multa de ofício vinculada ao tributo. Neste sentido, citamse, recentes decisões da CSRF: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento. (CSRF, 3ª Turma, Processo nº 10835.001034/0016, Sessão de 15/08/2013, Acórdão nº 9303002400. Relator Joel Miyazaki). Fl. 344DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 345 14 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO As multas de ofício que não forem recolhidas dentro dos prazos legais previstos, estão sujeitas à incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. (CSRF, 1ª Turma, Processo nº 13839.001516/200664, Sessão de 15/05/2013, Acórdão nº9101001657. Relator designado Valmir Sandri). Diante do exposto, voto para não conhecer do recurso na parte concernente à natureza jurídica dos juros sobre o capital próprio e sua inclusão na base de cálculo do PIS/Pasep e Cofins, e negar provimento quanto às demais matérias. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Declaração de Voto CONSELHEIRA FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Divirjo do ilustre Conselheiro Relator apenas em relação ao entendimento por ele apresentado de incidência de juros SELIC sobre a multa de ofício. Conforme é cediço, a questão não foi julgada em sede de Recurso Repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça e parte dos julgadores desta Casa, que até pouco tempo representavam a maioria da jurisprudência, entendem pela impossibilidade desta incidência em vista da multa ser penalidade e não crédito tributário. Tanto é assim que a Câmara Superior de Recursos Fiscais da consolidou sua jurisprudência no julgamento do processo administrativo 10680.002472/200723, de relatoria da Conselheira Karen Jureidini Dias, que peço vênia para reproduzir: “Cumpre inicialmente fazer uma análise da legislação que regula a matéria. Como bem apontam diversos julgados deste Conselho Administrativo, a aplicação de taxa de juros lastreada em indicadores do mercado financeiro foi, inicialmente, determinada pela Lei n° Lei n° 8.981/95, por meio do art. 84, que assim dispõe: Fl. 345DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 346 15 ‘Art 84. Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de 1° de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação tributária serão acrescidos de: I juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Divida Mobiliária Federal Interna; (.)’ A taxa acima referida pelo artigo 84 da Lei nº 8.981/95 foi substituída pela taxa SELIC, conforme se verifica pelo disposto no artigo 13 da Lei n° 9.065/95: ‘Art. 13. A partir de 1° de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea "c" do parágrafo único do art. 14 da Lei n°8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6° da Lei n°8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei n°8.981, de 1995, o art. 84, inciso 1, e o art. 91, parágrafo único, alínea "a.2" da Lei n° 8.981, de 1995, serão equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente.’ Por fim, a Lei n° 9.430/97, em seu artigo 61 passou a dispor que sobre os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, incidirão juros de mora à taxa SELIC, veja: ‘Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (.) § 3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.’ Partindo do disposto no referido artigo, a discussão centrouse na interpretação da expressão "débitos decorrentes de tributos e contribuições". A Receita Federal vem entendendo que a multa de oficio também está sujeita aos juros de mora à taxa SELIC, a partir do seu vencimento. No entanto, este Conselho Administrativo, por meio de diversos julgados –Acórdão nº 140200.213, sessão de 06/07/2010 e Acórdão nº 10709526, sessão de 16/10/2008, por exemplo – interpretando a citada expressão do artigo 61 da Lei nº 9.430/96, entendeu o seguinte: “Decorrente é aquilo que se segue, que é conseqüente. De fato o não pagamento de tributos e contribuições nos prazos previstos na legislação faz nascer o débito. Em outras palavras, o débito decorre do não pagamento de tributos e contribuições nos prazos. Fl. 346DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 347 16 A multa de ofício não é débito decorrente de tributos e contribuições. Ela decorre, nos exatos termos do art. 44 da Lei nº 9.430/96, da punição aplicada pela fiscalização às seguintes condutas: a) falta de pagamento ou recolhimento dos tributos e contribuições, após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória; e b) falta de declaração e nos de declaração inexata.” Em outras palavras a regra veiculada pelo art. 61 da Lei n.° 9.430/96 referese à incidência de acréscimos moratórios sobre ‘débitos decorrentes de tributos e contribuições’, sendo certo que a penalidade pecuniária não decorre de tributo ou contribuição, mas do descumprimento do dever legal de declarálo e/ou pagálo, de onde se extrai a conclusão de ser inaplicável os juros de mora a taxa Selic sobre a multa de oficio. Assim, a conclusão dos referidos acórdãos, dentre outros, foi no sentido de que a taxa SELIC só incidirá sobre multas isoladas, aplicadas nos termos do art. 43 da Lei nº 9.430/97: ‘Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento.’ Desde logo, tendo em vista não se tratar, in casu, da multa isolada prevista no artigo 43 da Lei nº 9.430/96, configurase como inaplicável a SELIC como taxa de juros de mora incidente sobre a multa de oficio. Com relação à interpretação dos artigos 43 e 61 da Lei nº 9.430/96, importante, ainda, apontar relevante consideração feita em alguns julgados deste Conselho Administrativo (por exemplo no Acórdão nº 10422.508, sessão de 13/06/2007), no sentido de que “se a expressão ‘débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições’ constante no ‘caput’ do artigo 61 contemplasse também a multa de oficio, não haveria necessidade alguma da previsão do parágrafo único do artigo 43 supra transcrito, posto que a incidência dos juros sobre a multa de oficio lançada isoladamente nos termos do ‘caput’ do artigo já decorreria diretamente do artigo 61.” A fim de demonstrar o entendimento majoritário do CARF no sentido acima exposto, colaciono a ementa de diversos julgados: "JUROS DE MORA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TAXA SELIC. —É cabível, no lançamento de oficio, a cobrança de juros de Fl. 347DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 348 17 mora sobre o tributo ou contribuição, calculados com base na variação acumulada da Taxa Selic. Referidos juros não incidem sobre a multa de oficio lançada juntamente com o tributo ou contribuição, decorrente de fatos geradores ocorridos a partir de 1/01/1997, por absoluta falta de previsão legal. (Acórdão 20216.397, sessão de 14.07.2005)". "JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFICIO INAPLICABILIDADE Os juros de mora só incidem sobre o valor do tributo, não alcançando o valor da multa aplicada. (Acórdão 101 96.008, sessão de 1/03/2007)”. “INCIDÊNCIA DE JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO INAPLICABILIDADE Não incidem os juros com base na taxa Selic sobre a multa de oficio, vez que o artigo 61 da Lei n.°9.430/96 apenas impõe sua incidência sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições. Igualmente não incidem os juros previstos no artigo 161 do CTN sobre a multa de oficio.(Acórdão 10196.607, sessão de 06/03/2008)”. Por fim, peço vênia para reproduzir as conclusões da Conselheira Sandra Maria Faroni, no Acórdão nº 1102 00.060 (sessão de 28/08/2009), que resumem os argumentos que concluem pela não incidência dos juros sobre a multa de ofício: “A obrigação tributária pode ser principal, consistindo em obrigação de dar (pagar tributo ou multa) e acessória, obrigação de fazer (deveres instrumentais). De acordo com o art. 139 do CTN, o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Portanto, compreendemse no crédito tributário o valor do tributo e o valor da multa. O Decretolei n° 1.736/79 determinou a incidência dos juros de mora sobre o "valor originário" , definindo como "valor originário" o débito, excluídas apenas as parcelas relativas a correção monetária, juros de mora, multa de mora e encargo do DL 1.025/69. Ou seja, não previu a exclusão da multa de oficio. O art. 161 do CTN determina que o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, ressalvando apenas a pendência de consulta formulada dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Seu § 1° determina que, se a lei não dispuser de forma diversa, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. No caso de multa por lançamento de oficio, seu vencimento é no prazo de 30 dias contados da ciência do auto de infração. Assim, o valor da multa lançada, se não pago no prazo de impugnação, sujeitase aos juros de mora. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10880.722361/201329 Acórdão n.º 3302002.652 S3C3T2 Fl. 349 18 Além dos artigos 2° e 3° do DL 1.736/79, tratam dos juros de mora os seguintes dispositivos de leis ordinárias: Lei 8.383/91, art. 59; Lei 8.981/95, art. 13; Lei 9.430/96, art. 5°, § 3°, art. 43, parágrafo único e art. 61, § 3°, Lei n° 10.522/2002, (cuja origem foi a MP 1.62131/98), arts. 29 e 30. O artigo 61 da Lei 9.430/96 regula a incidência de acréscimos moratórios sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 01 de janeiro de 1997, não alcançando, pois, a multa por lançamento de oficio, uma vez que: (a) a multa não decorre do tributo, mas do descumprimento do dever legal de pagálo; (b) entendimento contrário implicaria concluir que sobre a multa de oficio incide a multa de mora. O artigo 30 da Lei 10.522/2002 determina a submissão, a partir de 10 de janeiro de 1997, a juros de mora calculados segundo a Selic, dos débitos cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31 de dezembro de 1994 e que não tenham sido objeto de parcelamento, e dos créditos inscritos na Dívida Ativa da União. Em síntese, em se tratando de débitos de tributos cujos fatos geradores ocorreram a partir de 1° de janeiro de 1995 só há dispositivo legal autorizando a cobrança de juros de mora à taxa SELIC sobre multa no caso de multa lançada isoladamente; não porém quando ocorrer a formalização da exigência do tributo acrescida da multa proporcional. Nesse caso, só podem incidir juros de mora à taxa de 1%, a partir do trigésimo dia da ciência do auto de infração, conforme previsto no § 1° do art. 161 do CTN.” – destaquei Ante o exposto, divirjo do voto do eminente Conselheiro Relator para dar provimento à parte conhecida do presente recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Fl. 349DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/08 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, A ssinado digitalmente em 31/08/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Numero do processo: 18471.000515/2004-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2000
Ementa:
INCORPORAÇÃO. EXTINÇÃO DE AÇÕES OU QUOTAS DE CAPITAL. TRIBUTAÇÃO.
Nos termos do disposto no art. 430 do RIR/99, no caso de incorporação de sociedade com extinção de ações ou quotas de capital de uma possuída por outra, a diferença entre o valor contábil das ações ou quotas extintas e o valor de acervo líquido que as substituir deve ser computada na determinação do lucro real. Em tal situação, o ganho de capital representa o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido que exceder ao valor contábil das ações ou quotas extintas. O diferimento da tributação a que alude o dispositivo em referência alcança tão somente a parte do ganho em bens do ativo permanente, e é condicionada à discriminação dos bens do acervo líquido recebido a que corresponder o ganho de capital diferido, de modo a permitir a determinação do valor realizado em cada período de apuração, e a manutenção, no LALUR, de controle do ganho de capital ainda não tributado.
Numero da decisão: 1301-001.488
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Ausente, justificadamente o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Presente a Conselheira Cristiane Silva Costa (Suplente Convocada)
documento assinado digitalmente
Valmar Fonseca de Menezes
Presidente
documento assinado digitalmente
Wilson Fernandes Guimarães
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Cristiane Silva Costa e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: WILSON FERNANDES GUIMARAES
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EXTINÇÃO DE AÇÕES OU QUOTAS DE CAPITAL. TRIBUTAÇÃO. Nos termos do disposto no art. 430 do RIR/99, no caso de incorporação de sociedade com extinção de ações ou quotas de capital de uma possuída por outra, a diferença entre o valor contábil das ações ou quotas extintas e o valor de acervo líquido que as substituir deve ser computada na determinação do lucro real. Em tal situação, o ganho de capital representa o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido que exceder ao valor contábil das ações ou quotas extintas. O diferimento da tributação a que alude o dispositivo em referência alcança tão somente a parte do ganho em bens do ativo permanente, e é condicionada à discriminação dos bens do acervo líquido recebido a que corresponder o ganho de capital diferido, de modo a permitir a determinação do valor realizado em cada período de apuração, e a manutenção, no LALUR, de controle do ganho de capital ainda não tributado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Ausente, justificadamente o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Presente a Conselheira Cristiane Silva Costa (Suplente Convocada) “documento assinado digitalmente” Valmar Fonseca de Menezes Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 05 15 /2 00 4- 61 Fl. 220DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 221 2 “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Cristiane Silva Costa e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 222 3 Relatório Trata o presente processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativas ao anocalendário de 1999, formalizadas em virtude da imputação de ausência de oferecimento à tributação de parcela do ganho de capital auferido em decorrência da incorporação da empresa CLS DO BRASIL LTDA. Inconformada, a contribuinte interpôs impugnações (fls. 83/87 e 101/109), por meio das quais argumentou: que não teria havido irregularidade nos procedimentos por ela adotados; que, para haver fato gerador do imposto de renda, de acordo com o art. 43 do CTN, teria de existir ganho decorrente de capital, de trabalho ou da combinação de ambos ou outro acréscimo patrimonial, sendo que este ganho ou acréscimo teria de estar econômica ou juridicamente disponível; que, no presente caso, não teria tido ganho com a incorporação, tendo mantido o mesmo valor do investimento, acrescido apenas da capitalização da reserva de ágio, que seria operação isenta e não seria objeto do lançamento; que, mesmo que houvesse reavaliação no processo de incorporação, o art. 434 e seguintes do RIR determinam que a tributação somente ocorre quando da realização, levandose a concluir que essa regra seria aplicada, com mais razão, no caso em que não existe qualquer reavaliação e a incorporação toma em conta os valores contábeis; que a tributação somente poderia ocorrer na hipótese de o investimento por ela realizado ser efetivamente vendido com resultado positivo sobre o custo lançado; que não haveria dispositivo legal que amparasse o lançamento. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, apreciando as razões trazidas pela defesa, decidiu, por meio do acórdão nº 1214.762, de 28 de junho de 2007, pela procedência dos lançamentos tributários. O referido julgado restou assim ementado: GANHO DE CAPITAL. PARTICIPAÇÃO EXTINTA EM INCORPORAÇÃO Na incorporação de sociedade com extinção de ações ou quotas de capital da incorporada possuídas pela incorporadora, a quantia correspondente à diferença positiva entre o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido da incorporada e o valor contábil das ações ou quotas extintas deve ser tributada como ganho de capital pela incorporadora. LANÇAMENTO DECORRENTE Fl. 222DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 223 4 Subsistindo o lançamento principal, igual sorte colhe o lançamento que tenha sido formalizado por mera decorrência dos fatos que motivaram aquela autuação, na medida que inexistem outros fatos ou argumentos novos a ensejarem conclusões diversas. Irresignada, a contribuinte apresenta o recurso voluntário de fls. 129/136, por meio do qual sustenta: que o presente lançamento não pode ser confirmado em virtude dos seguintes motivos: a) não houve ganho de capital para PGS; b) a diferença de capital decorrente da incorporação foi aproveitada unicamente pelo acionista OSI que não participava do capital de PGS; c) a parte que excedeu o valor das ações subscritas foi lançada como ágio que, na forma da lei, não está sujeito à tributação; d) mesmo que houvesse ganho de capital na incorporação a legislação vigente só o considera tributável quando o mesmo é realizado pela venda dos bens transferidos por incorporação, amortização ou prática semelhante; que a decisão recorrida aplicou ao caso as disposições do art. 440 do RIR, cuja disposição se completa com as regras do § 1°, que determinam que a tributação só ocorra quando realizado o investimento na hipótese dos arts. 434 § 2º e 435 do RIR; que a decisão recorrida levou em conta esse fato para entender que impunhase a tributação do alegado ganho de capital, sob o fundamento de que não haveria discriminação contábil dos bens de ativo que foram transferidos em razão da incorporação nem controle específico no LALUR que permitisse verificar quando seria tributável o valor da reserva de reavaliação decorrente da incorporação; que tal entendimento encontrase equivocado, por um motivo básico, qual seja, o fato de que não houve reavaliação no processo de incorporação; que, como indica o Protocolo de Incorporação (cláusula 2 anexo 1), a operação foi processada pelos valores do balanço da incorporada de 31/08/99, desprezandose as variações subseqüentes; que o art. 440 do RIR só se aplica na hipótese de ter havido uma reavaliação constatada no auto, estabelecendo para efeito da incorporação valores diferentes daqueles que se encontravam contabilizados na incorporada; que o patrimônio liquido da incorporada tomandose por base os dados do balanço foi avaliado em R$ 6.536.966,11 e o aumento de capital da suplicante foi considerado realizado unicamente pelo sócio OSI que havia subscrito e integralizado a sua parcela no capital social, sendo a diferença lançada a titulo de ágio; que o Termo de Verificação Fiscal, que se tornou como base para o lançamento, considera que a incorporação representou um ganho para a suplicante correspondente a diferença entre o valor contábil da subscrição parcial do capital que havia feito no valor de R$ 864.694,99, restando a integralizar o valor de R$ 3.790.305,00 como faz certo o balanço de incorporação (anexo 4), ocorre que esta participação societária foi extinta no processo de incorporação como está referido no protocolo de incorporação cláusula 5; que a extinção da participação societária no caso de incorporação é admitida na forma do art. 226 § 1° da Lei 6404; Fl. 223DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 224 5 que a incorporação por conseguinte, produziu os seguintes efeitos: a) cancelou o crédito que a suplicante tinha com CLS e que estava lançado para futuro aumento de capital; b) aumentou o capital da incorporadora no valor de R$ 4.450.170,24 correspondente à participação societária única da OSI na CLS; que a diferença de R$ 3.725.085,84 foi lançada como ágio como diz o item 5.2 do Protocolo de Incorporação, sendo destinada a futuro aumento de capital; que, de acordo com o art. 442 § 1° do RIR, o ágio na emissão de ações não sofre tributação, não sendo computado para apuração do lucro real; que, em conseqüência: a) não existiu reavaliação do ativo, tornando, assim, inaplicável o disposto no art. 440 do RIR, considerado fundamento da decisão recorrida; b) a incorporação extinguiu o crédito relativo à parcela do capital subscrito, que ocasionou uma perda de capital e não um ganho; c) o aumento de capital decorreu unicamente de subscrição do acionista OSI, conseqüente de sua participação societária em CLS, sendo parte em ações e parte em ágio. É o Relatório. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 225 6 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Em conformidade com o Termo de Verificação de fls. 60/62, foi a seguinte a infração imputada à contribuinte fiscalizada, relativamente ao anocalendário de 1999: ausência de apropriação ao lucro real da diferença entre o valor contábil das ações ou quotas extintas em função da incorporação da empresa CLS DO BRASIL LTDA e o valor do acervo que as substituiu. No referido Termo, consta o seguinte demonstrativo da matéria tributável: A. ACERVO LÍQUIDO.............................................................................9.040.842,91 B. PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL (50%)..............................................4.520.421,45 C. VALOR CONTÁBIL DA PARTICIPAÇÃO (RAZÃO PÁG. 102)..... 864.694,99 D. PERDA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (RAZÃO PÁG. 411).... 5.931,27 E. A TRIBUTAR (CBD)...........................................................................3.661.657,73 A autoridade autuante constituiu créditos tributários relativos ao IRPJ e à CSLL, tendo utilizado como suporte legal e normativo os dispositivos a seguir descritos. arts. 123 e 144 do Código Tributário Nacional; art. 21 da Lei nº 9.249, de 1995; arts. 388 e 430 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99); inciso II do art. 61 da Instrução Normativa SRF nº 11, de 1996, Apreciando a impugnação interposta, a Turma Julgadora de primeira instância decidiu pela procedência dos lançamentos tributários, servindose, para tanto, dos seguintes fundamentos: i) nos termos do disposto no art. 430, inciso II, do RIR/99, na incorporação de sociedade com extinção de ações ou quotas de capital da incorporada possuídas pela incorporadora, a quantia correspondente à diferença positiva entre o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido da incorporada e o valor contábil das ações ou quotas extintas deve ser tributada como ganho de capital pela incorporadora; Fl. 225DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 226 7 ii) a contribuinte abordou na sua impugnação vários eventos, porém, não formulou expressamente uma efetiva argumentação contrária à autuação, tendo se limitado a afirmar que não haveria nesses eventos qualquer irregularidade sob o ponto de vista fiscal; iii) não há no art. 430 do RIR/99, e nem em qualquer outra norma, qualquer ressalva quanto ao fato de não ter havido eventualmente a integralização total do capital subscrito, não se podendo considerar tal fato como impeditivo à aplicação desse dispositivo; iv) de fato, o referido art. 430 do RIR/99 autoriza o diferimento da tributação sobre parte do ganho de capital em bens do ativo permanente, até que esse seja realizado, mas, nesse caso, deve ser observado o disposto no parágrafo 1° do citado artigo, que impõe a discriminação dos bens do acervo líquido recebido e a manutenção no LALUR do controle do ganho de capital ainda não tributado; v) no presente caso, a autoridade fiscal verificou que a contribuinte não havia discriminado os bens do acervo líquido recebido e não mantinha no LALUR controle do ganho de capital ainda não tributado; vi) mesmo na fase impugnatória, a contribuinte não trouxe aos autos prova de que atendia ao disposto no § 1º do art. 430 do RIR/99; vii) a exigência do IRPJ, prevista no inciso II do art. 430 do RIR/99, não está sujeita a uma demonstração, em concreto, da ocorrência de ganho ou acréscimo patrimonial diversa da apuração da diferença entre o valor do acervo líquido recebido e o valor contábil das quotas extintas com a incorporação a que alude o referido dispositivo. Em sede de recurso voluntário, a contribuinte, adotando a mesma linha argumentativa utilizada na peça impugnatória, esclarece que a operação tratada no presente processo diz respeito à incorporação da empresa CLS DO BRASIL LTDA. por ela; aborda fatos relacionados à constituição do capital da referida sociedade; descreve determinações contidas no protocolo de justificação relativo à operação de incorporação; traz informações acerca do seu capital social após a incorporação; e conclui, in verbis: 14. Como se vê: a) O capital social de PGS só foi elevado em função do aporte realizado por OSI em razão da incorporação de CLS, de que era sócia. b) O valor do aumento de capital decorrente da incorporação foi subscrito e integralizado apenas por OSI, lançandose o valor de R$ 4.450.170,24 como capital e R$ 3.725.085,84 como ágio correspondendo esta subscrição a um total de 4.120.528 ações num total de 8.2451.056 ações para a totalidade do capital. c) Não houve modificação da posição societária dos demais acionistas de PGS, sendo a única alteração no quadro societário conseqüente da inclusão de OSI como sócio. d) Os bens do patrimônio da incorporadora foram trazidos para a incorporadora pelo valor contábil. Adiante, argumenta que o ganho de capital alegado pela Fiscalização não ocorreu “porque o capital de PGS como incorporadora foi aumentado unicamente em função dos ativos aportados pelo acionistas remanescente de CLS ou seja, OSI, parte como Fl. 226DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 227 8 subscrição de capital e parte como ágio que foi devidamente contabilizado em conta especifica do patrimônio líquido.” Embora afirme que o lançamento não pode ser confirmado por dois motivos, indica quatro razões, quais sejam: a) Não houve ganho de capital para PGS. b) A diferença de capital decorrente da incorporação foi aproveitada unicamente pelo acionista OSI que não participava do capital de PGS. c) A parte que excedeu o valor das ações subscritas foi lançada como ágio que, na forma da lei, não está sujeito à tributação, como se demonstrará a seguir. d) Mesmo que houvesse ganho de capital na incorporação a legislação vigente só o considera tributável quando o mesmo é realizado pela venda dos bens transferidos por incorporação, amortização ou prática semelhante. Diz a Recorrente que a decisão recorrida aplicou ao caso as disposições do art. 440 do RIR/99, incorrendo em equívoco, vez que não houve reavaliação no processo de incorporação. Ao final, consigna: [...] 29. Em conseqüência a) Não existiu reavaliação do ativo tornamse inaplicável o disposto no art. 440 do IR considerado fundamento da decisão recorrida b) A incorporação extinguiu crédito relativo à parcela do capital subscrito, que ocasionou uma perda de capital e não um ganho; c) O aumento de capital decorreu unicamente de subscrição do acionista OSI, conseqüente de sua participação societária em CLS, sendo parte em ações e parte em ágio Por todos estes motivos, certa de que melhor esclarecida a questão o presente recurso será conhecido e provido. Com o devido respeito, não merecem acolhimento as razões trazidas pela Recorrente. Na linha dos fundamentos esposados na decisão recorrida, as peças de defesa apresentadas pela fiscalizada, seja a inaugural, seja o recurso, tratam, em sua maior parte, de discorrer sobre questões societárias, deixando em segundo plano a contestação dos elementos que serviram de suporte para autuação e para a sua manutenção por parte da autoridade julgadora de primeiro grau. Neste particular, equivocase a Recorrente quando afirma que a decisão recorrida utilizou como fundamento as disposições do art. 440 do RIR/99. Como visto, o comando legal que serviu de suporte para o pronunciamento da Turma Julgadora a quo foi o mesmo que serviu de base para a autuação, qual seja, o artigo 430 do RIR/99, abaixo reproduzido, que tem como fonte de validade o art. 34 do DecretoLei nº 1.598, de 1977. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 228 9 Art. 430. Na fusão, incorporação ou cisão de sociedades com extinção de ações ou quotas de capital de uma possuída por outra, a diferença entre o valor contábil das ações ou quotas extintas e o valor de acervo líquido que as substituir será computada na determinação do lucro real de acordo com as seguintes normas; I somente será dedutível como perda de capital a diferença entre o valor contábil e o valor do acervo líquido avaliado a preços de mercado, e o contribuinte poderá, para efeito de determinar o lucro real, optar pelo tratamento da diferença como ativo diferido, amortizável no prazo máximo de dez anos; II será computado como ganho de capital o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido que exceder ao valor contábil das ações ou quotas extintas, mas o contribuinte poderá, observado o disposto nos §§ 1º e 2º, diferir a tributação sobre a parte do ganho de capital em bens do ativo permanente, até que esse seja realizado. § 1º O contribuinte somente poderá diferir a tributação da parte do ganho de capital correspondente a bens do ativo permanente se: I discriminar os bens do acervo líquido recebido a que corresponder o ganho de capital diferido, de modo a permitir a determinação do valor realizado em cada período de apuração; e II mantiver, no LALUR, controle do ganho de capital ainda não tributado, cujo saldo ficará sujeito à atualização monetária até 31 de dezembro de 1995 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º, e parágrafo único). § 2º O contribuinte deve computar no lucro real de cada período de apuração a parte do ganho de capital realizada mediante alienação ou liquidação, ou através de quotas de depreciação, amortização ou exaustão e respectiva atualização monetária até 31 de dezembro de 1995, quando for o caso, deduzidas como custo ou despesa operacional. Vêse assim que, no caso de incorporação de sociedade com extinção de ações ou quotas de capital de uma possuída por outra, a diferença entre o valor contábil das ações ou quotas extintas e o valor de acervo líquido que as substituir deve ser computada na determinação do lucro real. Em tal situação, o ganho de capital representa o valor pelo qual tiver sido recebido o acervo líquido que exceder ao valor contábil das ações ou quotas extintas. O diferimento da tributação a que alude o dispositivo em referência alcança tão somente a parte do ganho em bens do ativo permanente, e é condicionada à discriminação dos bens do acervo líquido recebido a que corresponder o ganho de capital diferido, de modo a permitir a determinação do valor realizado em cada período de apuração, e a manutenção, no LALUR, de controle do ganho de capital ainda não tributado. Como ressaltado no ato decisório recorrido, a autoridade autuante constatou que a contribuinte não havia discriminado os bens do acervo líquido recebido e não mantinha no LALUR controle do ganho de capital ainda não tributado, motivo pelo qual sequer o diferimento da tributação seria possível no presente caso. Em apertada síntese, o que temos no presente caso é que, a partir da análise de registros fiscais e contábeis, a Fiscalização intimou a contribuinte a justificar a não apuração do ganho de capital no processo de incorporação da empresa CLS do Brasil Ltda. (fls. 43), e ela (a contribuinte) simplesmente trouxe considerações acerca de uma integralização de capital, que em nada contribuiu para esclarecer o fato. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 18471.000515/200461 Acórdão n.º 1301001.488 S1C3T1 Fl. 229 10 A partir daí, tomando por base o valor contábil da participação extinta (fls. 45) e o correspondente ao acervo líquido que a substituiu (Laudo de fls. 57/59), promoveu o levantamento do ganho de capital auferido. Em sede de defesa, como já dito, a contribuinte, além de trazer argumentos que, salvo melhor juízo, não guardam inteira relação com matéria versada nos autos, apresenta alegações equivocadas e não aporta ao processo justificativa e documentos capazes de efetivamente explicar o motivo pelo qual o ganho de capital apurado pela Fiscalização não foi oferecido à tributação. Assim, considerado tudo que do processo consta, conduzo meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Fl. 229DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 6/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES
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Numero do processo: 13603.905784/2012-69
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3803-000.495
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria, converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem certifique a remessa dos royalties e a medida do crédito utilizado, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado.
(Assinado Digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem certifique a remessa dos royalties e a medida do crédito utilizado, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado. (Assinado Digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado Digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza e Jorge Victor Rodrigues. RELATÓRIO. Versa o imbróglio sobre a não homologação de declaração de compensação transmitida pela contribuinte, em razão do mesmo não haver logrado comprovar de maneira inconteste a certeza, liquidez e a exigibilidade do direito creditorio, oriundo de Cofins Importação de Serviços, código de receita 5442, sob a alegação de se tratar de recolhimento indevido a título de Cofins, proveniente de pagamento de royalties a empresa sediada no exterior, o que lhe daria o direito à compensação de tais valores (DARF de R$ 33.804,96 valor original), com débito de mesma natureza relacionado ao período de apuração de maio/2010. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 03 .9 05 78 4/ 20 12 -6 9 Fl. 236DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 15 2 A autoridade administrativa por meio de Despacho Decisório constatou a inexistência de saldo credor o bastante para solver a compensação declarada, eis que o crédito informado na DComp transmitida foi integralmente utilizado para a liquidação de outros débitos própros. Com a ciência do despacho decisório adveio a manifestação de inconformidade, quando aduziu ser o valor original do DARF declarado em DCTF, utilizado para pagamento de licença de uso da marca (royaties), não gerando com isso uma contrapartida de serviços provenientes do exterior. Assim sendo sobre tais valores não incide a Cofinsimportação de serviços. Para consubstanciar a sua tese menciona fragmentos do processo de consulta nº 263/11, exarado pela SRRF/8ª RF, que versa sobre a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –COFINS e firma conclusão de que o pagamento ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior, por simples licença de uso de marca, a título de royalties, não caracteriza contrapartida de serviços provenientes do exterior, não cabendo, portanto, a hipótese de incidência da contribuição para o PIS/Pasepimportação, bem assim para a Cofinsimportação. A contribuinte informou que à época dos fatos apesar de haver identificado o pagamento a maior e ingressado com o pedido de compensação, cometeu a falha de não retificar a DCTF original que informava o valor indevido, o que ocasionou o não reconhecimento do crédito pelo sistema da RFB. Finalmente, nos termos do caput e do § 1º do art. 11 da IN SRF nº 903/08, apresentou à repartição fiscal a DCTF retificadora, com a mesma natureza da original, que a substituiu integralmente, eficaz para declarar novos/velhos débitos, entretanto a mesma não foi recepcionada pela RFB, eis que já havia decorrido mais de cinco anos de janeiro/07, contados consoante a regra esculpida no artigo 173, I, do CTN. A título de elemento probante de seu direito apresentou cópia de uma fatura de pagamento de royalties, com base em suposto contrato vigente em 2000/2001. Conclusos foram os autos para apreciação pela 2ª Turma da DRJ/BHE que, em sessão realizada em 09/07/13, por meio do Acórdão nº 0245.975, proferiu decisão pela improcedência da manifestação de inconformidade, consoante a ementaadiante transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Ano calendário: 2010 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido As razões de decisão constantes do voto condutor do acórdão em questão, resumidamente, entendeu que, sendo a transmissão da Declaração de Compensação de Fl. 237DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 16 3 iniciativa do contribuinte, ao mesmo cabe demonstrar a liquidez e a certeza do direito creditório alegado, de acordo com o disposto no artigo 333, I e II, do CPC, o que não ocorreu no caso. Ademais disso o aresto firmou posição que o prazo estabelecido pela legislação para a constituição do crédito tributário é o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração apresentada, conforme reza o Parecer COSIT nº 48, de 07/07/99, que trata da declaração de rendimentos, mas que se aplica por analogia à presente situação, e que diante disso, decaíra o direito de o contribuinte proceder à retificação da DCTF. Uma vez ciente do teor da decisão de piso em 19/08/13 (vide AR), a contribuinte protocolou o seu recurso voluntário na repartição preparadora em 18/09/13, para aduzir resumidamente: Em 13/12/00 celebrou um acordo de licenciamento para uso de marcas diversas de propriedade da Licenciante, empresa italiana denominada F. L. Itália S.p.A (doc. 06) e, desde então, remete ao exterior mensalmente pagamento a título de royalties pela exploração dessas máquinas (doc. 07). Deduziu que da leitura do aditivo contratual datado de 08/10/01 (doc. 06) e com efeitos retroativos à data da contratação inicial, não se tem dúvidas de que o objeto do contrato é EXCLUSIVAMENTE o licenciamento para uso de marcas, não envolvendo importação de quaisquer serviços conexos. Todavia, através de 52 despachos decisórios distintos a autoridade administrativa não homologou as compensações declaradas, pelo fato de que a recorrente não havia retificado as informações em sua DCTF, anteriormente ao protocolo dos pedidos de compensação. Alegou a contribuinte possuir direito creditório oriundo de Cofinsimportação, referentes à remessas de royalties para o exterior, apurados desde janeiro/2007 a maio/2011, atrelados ao mesmo contrato já referenciado. Por conseguinte, apresentou 52 pedidos de compensação, atinentes a recolhimentos indevidos, com idêntica fundamentação e resultados de decisões pela DRJ/BHEMG. Para consubstanciar o alegado menciona julgados no âmbito do CARF (10860.905038/200941, em 23/04/13), AC. CSRF/0304.382 (26/12/06), e a solução de divergência COSIT nº 11, de 28/04/2011. A fim de possibilitar o julgamento em conjunto dos 52 processos, por sua vinculação, a contribuinte requereu a reunião dos autos, ex vi do art. 47 do RICARF/09, com redação da Portaria MF nº 586/10. Arguiu acerca da possibilidade de juntada de provas e documentos em sede recursal, mencionando doutrina e jurisprudência no seu interesse. Arguiu sobre a possibilidade de retificação da DCTF, para declaração do direito creditório existente, mesmo após o despacho decisório de não homologação da DComp. Sustentou que não há norma procedimental, seja ela de ordem legal ou regulamentar, que impeça a retificação da DCTF em período posterior ao despacho decisório. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 17 4 Mesmo o art. 9º da atual IN/RFB 1.110/2010, veda a retificação que vise à redução ou alteração de (i) débitos que já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, para inscrição em Dívida ativa da União, ou (ii) que tenham sido objeto de procedimento de fiscalização. No presente caso, nenhuma das hipóteses de vedação está presente, uma vez que os créditos não foram remetidos para inscrição em dívida ativa. No mais a decisão administrativa versa sobre pedido de compensação, que pressupõe confissão de débito confessado pelo contribuinte, a ser compensado, não pode ser considerada como procedimento fiscal procedimento destinado a apurar débito do contribuinte. Enfatizou que o próprio CARF já admitiu que não há nenhum impedimento à retificação da DCTF após o despacho decisório, não estando tal direito, portanto, condicionado à prévia retificação da declaração, conforme decisões contidas nos Acórdãos 3802001.849 (25/06/2013), 380201.005 (22/05/12), 380201.125 (28/07/12), 330200.809 (03/02/11). A defendente arguiu acerca da necessidade de recebimento da DCTF de ofício pela autoridade administrativa, ante a impossibilidade de transmissão eletrônica, relativamente a declarações originais transmitidas há mais de cinco anos, por restrição formal à verdade material, contra senso que não pode ser admitido. Nesse passo mencionou que inobstante não haja prescrição do direito ao crédito, posto que a compensçaão foi realizada dentro do prazo prescricional quinquenal, a retificação da DCTF está sendo obstada pelo sistema, de forma a impedir a comprovação da verdade material. Justificou que é por conta dessa situação que a DCTF retificadora, relativa ao crédito postulado do ano base de 2007, está sendo ora apresentada em versão impressa, a fim de que V. Sas, determinem o seu processamento e, via de consequência, analisem o seu conteúdo para fins de deferimento do direito creditório. Menciona fragmento do Acórdão 3802001.642, de 28/02/13, para consubstanciar a sua tese. A comprovação documental do direito de crédito da recorrente fazse mediante a apresentação do contrato de licença para uso de marcas (sem qualquer serviço conexo), que embasa a apuração do indébito de Cofinsimportação sobre royalties, e memórias do faturamento total da recorrente pelo uso das marcas (royalties de 1%, remetidos ao exterior, conforme invoices juntadas). Aduziu que outro não foi o entendimento firmado pelo Acórdão 3801001.813, em análise de matéria e de situações fáticas idênticas, julgado em 23/04/13. Resumidamente, esclareceu que a comprovação do pagamento indevido de Cofinsimportação sobre royalties, fezse mediante a retificação da DCTF e, com isso, deuse o reconhecimento do direito creditório. Em suma a retificação foi realizada para fins de desvincular a existência de débitos atrelados aos pagamentos de Cofinsimportação que foram realizados (doc. 04), a fim de que a declaração espelhasse a existência do crédito compensável (pagamento sem respectivo débito vinculado = crédito compensável). Fl. 239DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 18 5 Ou seja, para a recorrente tratase de mero erro formal incorrido, que não altera a situação fática, na qual ela efetuou o pagamento do débito de Cofinsimportação indevidamente, o que lhe garante o direito de restituir/compensar tal quantia correspondente. A título de requerimentos temse: A reunião dos 52 processos conexos para julgamento em conjunto, em razão de sua interdependência, a fim de evitar eventual julgamento despido de congruência. O reconhecimento da integralidade do direito creditório e, via de consequência, a homologação integral da compensação processada via Per/DComp referenciado nos autos (doc. 05). Caso se entenda pela baixa dos autos em diligência para que a 2ª turma da DRJ/BHE reaprecie a questão à luz das provas juntadas aos autos em sede recursal, requer o provimento do presente recurso nestes termos, a exemplo do que ocorrido em sessão de julgamento de 28/06/2012, nos autos do PAF nº 16443.000318/201045, (Resolução nº 3402 000.422, da 2ª Turma Ordinária, 4ª Câmara). Caso ainda se entenda que são necessárias outras provas documentais para evidenciar o direito creditório postulado, a fim de se confirmar ainda mais a verdade material, requerse seja determinada a baixa dos autos em diligência, com intimação da recorrente para que possa providenciar o suporte documental julgado indispensável e ainda não acostado aos autos, retornando em seguida ao CARF para conclusão do julgamento. A recorrente fez colação aos autos dentre outros documentos, de cópia do comprovante de pagamento indevido da Cofinsimportação (doc. 04); cópia do contrato de licença para uso de marca comercial e respectivo aditivo contratual (doc. 06); cópia da fatura comercial de pagamento de royalties e respectivo demonstrativo de cálculo (07); e cópias das DCTF's original e retificadora de declaração do direito creditório da Cofinsimportação (08). Por fim relacionou os processos que pretende sejam julgados em conjunto, a saber: É o relatório. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 19 6 VOTO. Conselheiro Jorge Victor Rodrigues O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais requisitos necessários à sua admissibilidade, dele conheço. A querela devolvida a este Colegiado resumese à comprovação pela recorrente da existência de certeza e de liquidez do direito creditório alegado, da existência ou não de prescrição do direito à repetição do indébito, bem assim da suficiência de crédito para a extinção dos débitos declarados por meio de Per/DComp, no período de janeiro/2007 a maio/2011. A decisão a quo ao examinar a controvérsia entendeu que, sendo a transmissão da Declaração de Compensação de iniciativa do contribuinte, ao mesmo cabe demonstrar a liquidez e a certeza do direito creditório alegado, de acordo com o disposto no artigo 333, I e II, do CPC, para concluir que na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Ademais disso o aresto mencionou que o prazo estabelecido pela legislação para a constituição do crédito tributário é o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração apresentada, mediante a aplicação ao caso vertente, por analogia do contido no Parecer COSIT nº 48, de 07/07/99, que trata da declaração de rendimentos, para concluir que diante disso, decaíra o direito de o contribuinte proceder à retificação da DCTF. Em oposição às razões de decisão do acórdão recorrido a contribuinte informou que a origem do direito creditório resulta do indébito de CofinsImportação, proveniente da remessa de royalties para o exterior pela exploração de máquinas, no período de apuração compreendido entre janeiro/2007 a maio/2011, respectivamente. A título de comprovação ao alegado colacionou aos autos, em sede de recurso, cópia xerográfica do contrato de licença para uso de marcas (doc. 06 sem qualquer serviço conexo), que embasa a apuração do indébito de Cofinsimportação sobre royalties; as memórias do faturamento total da recorrente pelo uso das marcas (royalties de 1%, remetidos ao exterior, conforme invoices juntadas); cópia do comprovante de pagamento indevido da Cofinsimportação (doc. 04); cópia da fatura comercial de pagamento de royalties e respectivo demonstrativo de cálculo (07); e cópias das DCTF's original e retificadora de declaração do direito creditório da Cofinsimportação (08). Uma vez apresentados tais documentos a título de elementos probantes da existência do direito credittório suscitado, a recorrente arguiu acerca da possibilidade de juntada de provas e documentos em sede recursal, mencionando doutrina e jurisprudência administrativa no seu interesse. Arguiu também acerca da possibildade de retificação da DCTF, para declaração do direito creditório existente, mesmo após o despacho decisório de não homologação da DComp, sustentando pela inexistência de norma legal ou regulamentar que impeça o feito, notadamente tendo em vista que os créditos não foram remetidos para inscrição em dívida ativa. Fl. 241DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 20 7 Finalmente a recorrente, acerca da decisão administrativa, arguiu que pressupondo ser o pedido de compensão uma confissão de débito formulado pelo contribuinte, não pode ser considerado como procedimento fiscal, tendente à apuração de débito. Do exposto é possível se fazer as seguintes inferências: a) Há nos autos cópia de comprovante de pagamento indevido da Cofins Importação, confirmado pelos sistemas de arrecadação da RFB (extrato de comprovante de arrecadação), que menciona o valor do pagamento efetuado, a data de vencimento da obrigação, o código da receita arrecadada e o código de controle eletrônico de realização da operação, ou seja houve o recolhimento do valor do indébito de R$ R$ 33.804,96 (informado no pedido de compensação não homologado doc. 05), valor esse constante do despacho decisório, como sendo o valor originário utilizado (doc. 03); b) Há nos autos cópia do Contrato de Licença para Uso de Marca Comercial e para Transferência de knowhow em marketing e propaganda, e o respectivo aditivo, celebrado com a proprietária da marca, que atestam a origem e justifica a remessa de royalties para o exterior, por conseguinte a origem do indébito (doc. 06); c) Há o Certificado de Averbação nº 010589/10 (Processo INPI/DIRTEC), fornecido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, em conformidade com o art. 211, Lei nº 9.279/96, que autoriza o licenciamento exclusivo dos produtos objeto do contrato em comento, inclusive estabelece o valor percentual do faturamento líquido mensal (1%), que é remetido para o exterior mensalmente, em cumprimento de cláusula contratual de nº 3, pois representa a remuneração para a licença de uso das marcas listadas no Anexo I, com informações atualizadas até 24/04/2012 (doc. 06); d) Constam dos autos cópia da fatura comercial de pagamento de royalties (Invoice nº 1107160012 e data 17/01/2007), cujo campo de descrição menciona os royalties relacionados ao contrato em comento, e respectivo demonstrativo de cálculo dos tributos recolhidos e incidentes sobre a Cofins no valor de R$ 22.801,26, para a data de 17/01/2007, em conformidade à Lei nº 10.865/ (doc. 07); e, por fim, e) Constam dos autos cópia da DCTF original (vide fl. 12/22, débito apurado e créditos vinculados/pagamento) e retificadora (vide fls. 15/16), correspondente ao mês de janeiro/2007, em substituição àquela original de nº 19.15.32.19.5906, onde não mais registra valores de créditos vinculados/pagamento e sujeitos a compensação, em razão da realização de pagamento a maior ou indevido (doc. 08). No que atine à colação aos autos de documentos e de razões complementares à defesa contida na exordial, mesmo que extemporaneamente, a jurisprudência administrativa firmou escólio a respeito dessa possibilidade, em razão da natureza do informalismo ou do formalismo moderado que regem o processo administrativo, em conformidade ao disposto na Fl. 242DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 21 8 Lei nº 9.784/99, utilizada subsidiariamente nos julgamentos de processos administrativos tributários por força de seu art. 69, que autoriza a autoridade administrativa a rever os seus próprios atos, conforme estabelece o art. 65 desse mandamus, bem assim por não prejudicar o desenvolvimento do processo em trâmite e, principalmente por dar a oportunidade para que se exerça o princípio da verdade material, inclusive no caso vertente, pois as provas acostadas foram úteis para auxiliar na formação da convicção deste julgador acerca da existência do direito creditório. Quanto ao direito creditório alegado, proveniente da não incidência de Cofins Importação, para os royalties remetidos ao exterior, em razão da concessão de direitos pelo uso de marcas, de transferência de conhecimento e de tecnologia, o mesmo encontra respaldo no contido na legislação tributária vigente. Neste sentido se transcreve excertos extraídos do Acórdão nº 3801001.813, cuja sessão de julgamento se realizou em 23/04/13 (fl. 208), cujo voto condutor ao apreciar caso semelhante, fundamentou suas razões de decidir de acordo com a legislação tributária vigente e aplicável ao caso em concreto, inclusive citando a solução de divergência nº 11, de 28 de abril de 2011, senão vejamos: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –Cofins EMENTA: Royalties. Não haverá incidência da CofinsImportação sobre o valor pago a título de Royalties, se o contrato discriminar os valores dos Royalties, dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. Neste caso, a contribuição sobre a importação incidirá apenas sobre os valores dos serviços conexos contratados. Porém, se o contrato não for suficientemente claro para individualizar estes componentes, o valor total deverá ser considerado referente a serviços e sofrer a incidência da mencionada contribuição. DISPOSITIVOS LEGAIS: caput e § 1º do art. 1º e inciso II do art. 3º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. Os “royalties”, no direito pátrio são remunerações decorrentes da exploração lucrativa de bens incorpóreos (direito de uso) vinculados à transmissão de tecnologia, representados pela propriedade de invento patenteado, assim como conhecimentos tecnológicos, fórmulas, processos de fabricação, e ainda, marcas de indústria ou comércio notórias, aptas a produzir riqueza através da comercialização, em virtude da aceitação dos produtos que a representam, além do direito de explorar recursos vegetais, minerais e direitos autorais, conforme se verifica do artigo 22 da Lei nº 4.506/64,in verbis: “Art. 22. Serão classificados como “royalties” os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; Fl. 243DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 22 9 c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. e) Parágrafo único. Os juros de mora e quaisquer outras compensações pelo atraso no pagamento dos “royalties” acompanharão a classificação destes.” Da simples leitura efetuada da transcrição acima fazse possível inferir que estão contemplados os requisitos para a não incidência da CofinsImportação ao caso de que se cuida, eis a matéria sob exame e o contrato possui as características de contrato de knowhow, por cessão de direitos, concedente de autonomia administrativa e financeira ao licenciado, versam sobre o licenciamento de patentes (marcas), os produtos licenciados estão descritos no Anexo I, os valores devidos a esse título encontramse expressos, e não há serviços conexos. Assiste razão à recorrente quanto a existência de direito creditório sob tal argumentação. Passase ao exame da decadência/prescrição do direito ao exercício da compensação pelo sujeito passivo, de indébito oriundo de erro formal. Defende o Fisco que a constituição do crédito tributário em definitivo se dá com a entrega da DCTF, por constituir confissão de débito irrevogável e imprescritível, pela via do autolançamento, o que implica no afastamento do instituto da decadência, como no marco inicial para a promoção da execução fiscal, bem assim para a contagem do prazo quinquenal prescricional, o que se dá nesse caso, sob o auspício do contido nos incisos I, V, ou VII, do art. 156, ou mesmo de acordo com o disposto no art. 174, I, ambos do CTN, sendo que esta hipótese ocorre pela ausência do exercício do direito de ação do sujeito passivo. É o que se verifica do artigo 156, I , V e VII, do CTN (Lei 5.172/66), in verbis: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; (...); V a prescrição e a decadência; (...); VII o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º. (Grifei). À hipótese descrita no inciso I do artigo 156 aplicase a regra de contagem do prazo previsto no art. 168, I, c/c o disposto no art. 165, I, ambos do CTN, cujo dies a quo é a data do pagamento. À hipótese descrita no inciso V corresponde à ausência da constituição do crédito tributário ou à ausência do exercício de cobrança, ou do direito de ação do sujeito passivo, contado de acordo com as regras estabelecidas no art. 150, §§ 1º e 4º, ou do art. 173, I, do CTN. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 23 10 À hipótese contemplada no inciso VII, específica para os casos de lançamento por homologação, para que ocorra a extinção se faz necessário a realização tanto do pagamento antecipado, quanto da ulterior homologação pela autoridade administrativa, é o que determinam os dispositivos contidos no caput e §§ 1º e 4º do CTN, verifiquese: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. (...); § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O fundamento legal suso transcrito encontra guarida no § 2º do mesmo mandamus, vejamos: § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. Como visto a condição para a extinção do crédito tributário no lançamento por homologação dáse, exclusivamente, com o pagamento antecipado e a ulterior homologação desse lançamento pela autoridade administrativa, eis que não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo, visando à extinção desse crédito. Com o advento da LC nº 118/05, que veio com a finalidade dentre outras de interpretar o contido no inciso I do artigo 168 do CTN, as regras de contagem do prazo decadencial/prescricional sofreram alteração substancial, passando a contagem desse prazo, para os créditos constituídos anteriormente ao dia 09/05/2005, ter a duração de dez anos, a contar da data de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e, nos casos de constituição do crédito após essa data, o prazo da contagem passou a ser de cinco anos, a contar da data do pagamento do tributo devido. Assim sendo, com o fito de disciplinar a aplicação da regra adequada no âmbito do CARF, veio o RICARF/2009, por meio do seu art. 62A, a determinar que os conselheiros deste órgão judicante, passassem a utilizar essa regra nos julgamentos de processos administrativos fiscais. Cumpre registrar que a narrativa até então efetuada, tem a finalidade de circunstanciar as situações jurídicas, onde a cobrança ou o pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, relacionase à RESTITUIÇÃO parcial ou total, em face da Fl. 245DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 24 11 legislação tributária aplicável, ou das circunstâncias materiais do FATO GERADOR efetivamente ocorrido, ex vi do art. 165, I, do CTN. Ressaltase, por relevante, que no caso sob exame, como já visto não se trata de restituição de tributo pago indevidamente/maior que o devido, porém de declaração de compensação eletrônica transmitida em 18/11/2011, cuja hipótese de extinção do crédito tributário encontrase prevista no art. 156, II, do CTN, tratandose neste caso de direito potestativo do sujeito passivo. Acrescentese a isto o fato de que não há incidência da CofinsImportação sobre o valor pago a título de royalties, em conformidade com o disposto no caput e § 1º do art. 1º e inciso II do art. 3º da Lei nº 10.865/04. Vale dizer que no caso em apreço não há se falar em tributo recolhido, porém há a existência de um erro de fato, configurado em razão de recolhimento indevido realizado pelo sujeito passivo, de natureza financeira (não há incidência tributaria sobre royalties remetidos para o exterior nas condições do caso sob exame), portanto, que não tem o condão de fazer surgir à ocorrência de fato gerador de obrigação tributária, pois não há subsunção desse recolhimento indevido à quaisquer das hipóteses previstas no art. 165, I, do CTN, que trata de restituição, em face da legislação aplicável e, desde que, ocorra as circunstâncias materiais efetivas do fato gerador. Descartada, então, a possibilidade de utilização do instituto da restituição neste caso. Logo, não havendo ocorrência de fato gerador de obrigação tributária, por conseguinte não há a instalação da relação jurídica tributária ensejadora da subsunção do fato à norma legal primária, ou mesmo àquela sancionadora. Também não se verifica as possibilidades para se estabelecer os critérios da regra matriz de incidência tributária e aplicá los ao caso concreto, pois, in caso, não há exigidor, nem exigido. Ao tratar de tributo indevidamente pago, notadamente dos temas “prazo extintivo do direito de pleitear restituição e o direito de compensar”, o jurisconsultor e Prof. Hugo de Brito Machado, assim se referiu: A Constituição Federal assegura a todos o direito de pagar apenas os tributos que tenham sido estabelecidos em lei. Em outras palavras, assegura o direito de não pagar tributos legalmente indevidos. Em sendo assim, é induvidoso o direito do contribuinte que tenha pago um tributo indevido de obter a restituição respectiva, ou de fazer a compensação do valor respectivo com tributo que deva pagar O direito à restituição, todavia, não se confunde com o direito à compensação. Por isto mesmo o prazo extintivo, restrição legalmente prevista para o direito de pleitear a restituição do tributo pago indevidamente, não se aplica ao direito de compensar. Normas restritivas de direitos não podem ser objeto de interpretação ampliativa de alcance. Este é um princípio da hermenêutica jurídica universalmente consagrado. Dúvida, portanto, não pode haver. “Não se aplica o lapso decadencial previsto no art. 168 do CTN, que diz Fl. 246DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 25 12 respeito tão somente ao direito de pleitear a restituição de tributo indevidamente pago, mas não à compensação de tributos1” Nem poderia ser de outra forma. “O direito de compensar é um direito potestativo, porque o seu exercício independe da vontade, e pode dar se mesmo contra a vontade da Fazenda Pública. Só em situações excepcionais os direitos potestativos são alvo de extinção, pela decadência, que a lei estabelece apenas para aqueles direitos potestativos cuja falta de exercício concorre de forma mais acentuada para perturbar a paz social”2. (...). 6. Síntese conclusiva É possível, portanto, concluirse que: f) O prazo extintivo de que se cuida não se aplica ao direito de fazer a compensação de tributo pago indevidamente, que é direito potestativo e portanto imprescritível. (Grifei). É isto. O direito de compensação de indébito de natureza financeira, pago indevidamente, é direito potestativo, portanto imprescritível. Já a declaração retificadora decorre de uma necessidade imposta pelo Fisco, em face do “autolançamento”, para atender ao regime do lançamento por homologação e ao curto prazo estabelecido para a apuração do tributo devido, além do adimplemento da obrigação acessória, ante à complexidade da legislação fiscal vigente. Outrossim, a declaração retificadora não importa em novo reconhecimento de débito existente, nem tampouco em interrupção do prazo prescricional, uma vez que tem a mesma natureza da declaração originalmente apresentada ao Fisco, substituindoa integralmente, inclusive servindo para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados em declarações anteriores, sendo esta a modalidade do caso de que se cuida, tudo isto de acordo com o disposto na IN SRF nº 842/04. A DCTF retificadora não tem o condão de revisar o lançamento que não existiu, como no caso em comento (autolançamento = ausência de lançamento), por força do disposto no art. 142, ou mesmo porque a revisão de lançamento somente tem lugar quando ocorre uma ou mais das hipóteses descritas no art. 149, ambos do CTN, o que também só pode ser realizada pela autoridade administrativa, sob pena de responsabilização funcional. E mais, entendo que é a DCTF original a ensejadora à ocorrência do fato gerador, pois declara a existência da obrigação e da constituição do crédito tributários, representa a confissão de dívida irretratável e irrevogável, o que dispensa qualquer outra providência nesse sentido, inobstante tal procedimento constitua um mero dever instrumental. 1 TRF da 4ª Região, Embargos de Declaração na AC nº 97.04.039174SC, DOU II, de 02/07/97, p. 50898, e RDDT Nº 26, P. 141 Trânsito em julgado em 04/07/2002, DOU de 16/07/2002. 2 Agnelo Amorim Filho, Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para identificar as ações imprescritíveis, em Revista Forense, nº 193, p. 39 Fl. 247DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 26 13 É dessa maneira que tem se pronunciado o Poder Judiciário, cujo entendimento do julgado, a título de exemplo, transcrevese resumidamente na forma de ementa, adiante: Ementa:TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL.DCTF.PRESCRIÇÃO.DECLARAÇÃORETIFICADORA.AR TIGO 174 , PARÁGRAFO ÚNICO , IV , DO CTN . INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE APLICA À ESPÉCIE. 1. A exequente sustenta que o contribuinte entregou aDCTF em 13/6/2000, sendo objeto deretificaçãoem 1º/7/2003, momento em que defende que houve a interrupção do prazo prescricional, nos termos do artigo 174 , IV , do CTN . 2. A Primeira Seção do STJ, em sede de recurso especial repetitivo (art. 543C do CPC ), consolidou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é suficiente para a cobrança dos valores nela declarados, dispensandose qualquer outra providência por parte do Fisco. REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 22/10/2008, DJe 28/10/2008. 3. Na hipótese de entrega de declaração retificadora com constituição de créditos não declarados na original, não estaria a se falar de prescrição, mas do instituto da decadência, pois estaria a se discutir o prazo para o contribuinte constituir aquele saldo remanescente que não constou quando da entrega da declaração originária. Importa registrar que ainda na hipótese de lançamento suplementar pelo Fisco estaria a se discutir o momento da constituição do crédito e, portanto, de prazo decadencial. 4. Ocorre que não há reconhecimento de débito tributário pela simples entrega de declaração retificadora, pois o contribuinte já reconheceu os valores constantes na declaração original, quando constituiu o crédito tributário. A declaração retificadora, tão somente, corrigiu equívocos formais da declaração anterior, não havendo que se falar em aplicação do artigo 174 , parágrafo único , IV , do CTN . 5. Recurso não provido... (STJ RECURSO ESPECIAL REsp 1167677 SC 2009/02242332 , Data de publicação: 29/06/2010). (Grifei). O entendimento ora esposado, como visto, encontra respaldo em matéria similar julgada e consolidada em sede de recurso repetitivo pelo STJ, nos termos da sistemática contida no art. 543C, do CPC, bem assim consoante dispõe o art. 62A do RICARF/2009, adiante transcrito: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.905784/201269 Resolução nº 3303000.495 S3C3T3 Fl. 27 14 Os termos do decidido pelo Superior Tribunal de Justiça vincula os julgadores do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os quais devem ser reproduzidos nos julgamentos realizados por este Colegiado. Assim no que pertine a DCTF retificadora, não há se falar em prazo prescricional, por dar azo a enriquecimento sem causa ao Erário. Isto posto e, considerando a documentação acostada aos autos mesmo que a destempo, pois elucidativa quanto à existência e demonstração dos valores pagos a título de royalties (fl. 24, do RV), e demonstrada e reconhecida à existência do direito creditório pelo seu valor original nestes autos, cabe verificar o valor atualizado do mesmo e a sua contrapartida, ou seja, a existência e o valor do débito original e atualizado da contribuinte, na data da transmissão da declaração de compensação, bem assim verificar se o valor informado a título de direito creditório é o bastante para a extinção do débito declarado, na forma prevista no art. 156, II, do CTN, uma vez que os débitos mencionados no despacho decisório não se encontram discriminados, portanto não há a certeza de sua liquidez e exigibilidade. Proponho pela conversão do julgamento em diligência à unidade de origem, para que a autoridade administrativa informe acerca dos valores devidos pela recorrente na data de transmissão da DComp, bem assim se o valor reconhecido a título de direito creditório (original ou atualizado) é o bastante para solver os débitos existentes nessa data, mediante o confrontamento de valores ou, informar acerca da diferença encontrada. Uma vez atendido ao pleito ora formulado, que seja oportunizado a contribuinte se pronunciar nos autos, em prazo razoável, se assim lhe aprouver para, em seguida, serem remetidos os autos a este Colegiado para se retomar o julgamento do feito, ora suspenso. É como voto. Jorge Victor Rodrigues – Relator Fl. 249DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10283.002429/2002-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 10/07/2000
A Lei nº 11.196/2005 que deu nova redação ao artigo 3º do Decreto-Lei nº 288/1967, manteve a isenção dos tributos incidentes na importação de bens para a instalação e operação de indústrias quando estes forem destinados à exportação para o exterior. Aplicação retroativa destes preceitos nas operações havidas no passado.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO
Numero da decisão: 3101-001.667
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário.
RODRIGO MINEIRO FERNANDES
Presidente Substituto
VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Luiz Roberto Domingo, Rodrigo Mineiro Fernandes, José Henrique Mauri, Glauco Antonio de Azevedo Morais e Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
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Aplicação retroativa destes preceitos nas operações havidas no passado. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário. RODRIGO MINEIRO FERNANDES Presidente Substituto VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Luiz Roberto Domingo, Rodrigo Mineiro Fernandes, José Henrique Mauri, Glauco Antonio de Azevedo Morais e Luiz Feistauer de Oliveira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 24 29 /2 00 2- 36 Fl. 147DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 32 2 Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 83 a 90 dos autos emanados da decisão DRJ/FOR, por meio do voto do relator Roberto Kelsen de Azevedo Vasconcelos, nos seguintes termos: “Trata o presente processo de pedido de restituição/compensação (fls. 01/02) dos valores recolhidos a título de Imposto de Importação II e Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, no valor de R$ 358.054,53 (trezentos e cinqüenta e oito mil, cinqüenta e quatro reais e cinqüenta e três centavos), em razão de equívoco na interpretação da legislação, segundo a Interessada, por ocasião da exportação para os Estados Unidos de bens importados com os benefícios da Zona Franca de Manaus. Analisando o pleito da requerente (fls. 61/64), a autoridade administrativa competente, indeferiu o pedido, com base nos seguintes argumentos: “(...) Alega, em resumo, que na qualidade de empresa incentivada na área da ZFM, importa regularmente diversos bens e insumos destinados à industrialização de seus produtos, cujo desembaraço se dá com a suspensão do II e do IPI. Em 10/07/2000, exportou para os EUA, mediante a nota fiscal 000422, os itens que relaciona, cujos impostos (II e IPI) então suspensos, foram recolhidos, por engano, em face de interpretação incorreta da legislação por parte do contribuinte. Aduz que, nos termos do DecretoLei n° 288/67 e do Decreto 61.244/67, sendo a ZFM uma área de livre comércio, toda a mercadoria que ali ingressa com os benefícios da suspensão de II e IPI, pode e deve ser legalmente considerada como estando em estocagem para industrialização, comércio ou reexportação, desde que permaneça na posse do importador, julgando irrelevante que, por ocasião do desembaraço, tenha sido declarada como destinada à revenda ou industrialização, não havendo que falar em descumprimento da obrigação tributária (sic). Reportase às disposições do DecretoLei n° 288, Decreto n° 61.244/67 e do artigo 63, do Decreto n° 2.637/98, enumerando as hipóteses em que a suspensão do imposto dos produtos importados pela Zona Franca de Manaus será convertida em isenção, sublinhando, em dois momentos diferentes, a alínea "e", que traz referência às mercadorias ... estocadas para exportação para o exterior, concluindo que as mercadorias importadas, após entrada nesta área podem ser destinadas a qualquer das finalidades enumeradas, implementandose, assim, a condição que amparou a suspensão dos impostos na entrada. Transcreve jurisprudência do Conselho de Contribuintes da Receita Federal, no sentido de que a isenção será cancelada e exigidos os tributos devidos, quando não puder ser comprovada a utilização dos insumos segundo, as condições isentivas. Pede, ao fim, que os valores, uma vez atualizados, sejam colocados à sua disposição para compensação com recolhimentos vincendos de IR, PIS, COFINS e CSSL, que porventura esteja obrigado a efetuar no exercício regular de suas atividades. Às fls. 55/57, consta aditamento da petição inicial, em que a Interessada, em reforço à sua tese de inexigibilidade dos tributos recolhidos por ocasião da exportação dos bens em causa, traz aos Autos a Solução de Consulta n° 601, de 09/12/2004, proferida pela DISIT da 7ª Região Fiscal, em que aquela Divisão conclui que a saída da Zona Franca de Manaus para Fl. 148DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 33 3 o exterior, de bens importados com o gozo do benefício fiscal de que trata o DecretoLei n° 288, de 1967, que tenham sido efetivamente utilizados na região, na finalidade declarada quando de sua importação, não constitui hipótese descaracterizadora da isenção recebida, descabendo, dessa forma, quando de sua exportação, a exigência dos tributos que deixaram de ser recolhidos quando de seu ingresso no regime. A petição inicial e seu aditamento parecem enveredarse por caminhos diversos na tentativa de demonstrar o indébito do recolhimento e justificar a restituição. Da petição inicial, inferese que no entender da Interessada, a destinação original da mercadoria ingressa na área com os benefícios da ZFM seria irrelevante, desde que sua aplicação final se enquadrasse em qualquer das hipóteses enumeradas na legislação, observandose a ênfase dispensada à hipótese e estocados para exportação para o exterior, que por duas vezes se encontra ali sublinhada. Já do aditamento à petição inicial, fls. 55/57, depreendese a correspondência entre a finalidade original da importação e sua real destinação justificativa da isenção, que seria a referente à alínea “d” utilizados na instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza. A nosso ver, seja em qualquer das duas possibilidades supra que se enquadre de fato a destinação da mercadoria em tela, não se justificaria a restituição requerida pela Interessada, pelas razões que passamos a deduzir. O benefício da isenção de impostos estabelecido na legislação da Zona Franca de Manaus, submetese à condição de aplicação dos bens em um dos fins ali previstos. Dessa forma, cumpre reportarmonos ao artigo 3° do DecretoLei n° 288/1967, que ao dispor sobre as mercadorias estrangeiras objeto de isenção do II e IPI para a ZFM, o faz nos seguintes termos: Art. 3º A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuário, pesca, instalação e operação indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados. Da dicção do dispositivo supra, ressalta a incomunicabilidade entre as diversas destinações possíveis para as mercadorias estrangeiras objeto de isenção por ocasião da entrada na Zona Franca de Manaus, e a estocagem para reexportação. Ora, ao se falar em importação com a finalidade de estocagem para reexportação, não se admite que mercadorias importadas para outros fins, venham a ser, após algum tempo, destinadas à reexportação. A Nota Disit 2ª RF n° 58, de 19/06/2000, ao tratar de solução de consulta formulada por esta Alfândega sobre a necessidade de recolhimento dos tributos suspensos no caso de bens estrangeiros entrados com os benefícios desta ZFM que, sem sofrer qualquer transformação são destinados à exportação, manifestase no sentido de que o procedimento de reexportação pressupõe basicamente a importação da mercadoria á título não definitivo. No caso presente, os bens relacionados na Nota Fiscal n° 000422 afiguram se nos bens usados, originalmente utilizados na instalação e operação industrial, que estariam sendo exportados. Tal operação, ex vi do entendimento manifestado na Nota Disit n° 58/2000 supra, caracteriza desvio da finalidade para a qual foi concedido o benefício fiscal, sujeitando Fl. 149DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 34 4 os infratores ao recolhimento dos impostos suspensos por ocasião da admissão na área de benefício. No que respeita à Solução de Consulta n° 601 da Disit da RF, entendemos que seus efeitos não alcançam o caso presente, em face dos requisitos para a formulação de consulta e da competência para sua solução, conforme disposto nos arts. 3° e 10 da Instrução Normativa SRF n° 230, de 25/10/2002, conforme se segue: Art. 3°A consulta deve ser formulada por escrito, dirigida ao titular do órgão mencionado no inciso I, II ou III do art. 10 e entregue na unidade da SRF do domicilio fiscal do consulente. Art. 10. A solução da consulta ou a declaração de sua ineficácia, no • âmbito da SRF, compete à: ICosit, no caso de consulta sobre interpretação da legislação tributária formulada por órgão central da Administração Federal ou por entidade representativa de categoria econômica ou profissional de âmbito nacional, em nome de seus associados ou filiados e sobre preços de transferência de que tratam os arts. 18 a 24 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996; IICoana, no caso de consulta sobre classificação de mercadorias formulada por órgão central da Administração Federal ou por entidade representativa de categoria econômica ou profissional de âmbito nacional, em nome de seus associados ou filiados; III SRRF, nos demais casos. [Negritos não constam do original]. Como se vê, a solução dada pela Disit da 7' Região Fiscal, não tem abrangência necessária para dirimir questões no âmbito da 2ª RF, vez que a competência seria da Superintendência desta Região Fiscal. Ademais, existe interpretação divergente para a mesma situação, conforme expresso mediante a já mencionada Nota Disit n° 58, da 2ª RF, de 19/06/2000. No caso concreto, em que bens importados com suspensão e destinados a instalação e operação de indústrias foram exportados, remanesce evidente a improcedência do pedido da Interessada. Vale observar, outrossim, que ao argumento de que nas operações de exportação não incidem, dentre outros, os tributos de II e IPI, contrapõese o fato de que os tributos recolhidos e objeto do pedido de restituição não se referem à exportação, e sim à importação da mercadoria, incidentes quando da sua admissão na área, e suspensos até o desvio da finalidade. Diante do exposto, propomos seja denegado o Pedido objeto dos presentes autos, que deverão ser encaminhados à SAPOL para que seja dada ciência à Interessada, aí permanecendo pelo prazo de 30 dias aguardando eventual manifestação de inconformidade. Devendo, após esse prazo, e na ausência de tal manifestação, serem encaminhados ao arquivo da GRA pelo prazo de 5 (cinco) anos." Fl. 150DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 35 5 Cientificado o interessado do indeferimento em menção, apresenta a manifestação de inconformidade às fls. 68/75, nos seguintes termos: Em 02/02/2002 o Contribuinte em questão protocolou perante este r. órgão fazendário o presente pleito de compensação/ restituição de tributos (II e IPI) que foram recolhidos indevidamente por ocasião da exportação dos bens (máquinas e equipamentos), listados na Nota Fiscal 000422, que haviam ingressado na Zona Franca de Manaus com os benefícios do DecretoLei 288/67. Porém, embora na oportunidade tenha declinado uma série de considerações que amparam o seu direito, posteriormente a propositura do pleito supramencionado, verificou que foi publicada a Solução de Consulta N° 601 de 9 de dezembro de 2004, que trazia o entendimento da Receita Federal de que a saída da Zona Franca de Manaus para o exterior, de bens importados com o gozo do benefício fiscal de que trata o DecretoLei n° 288, de 1967, que tenham sido efetivamente utilizados na região, na finalidade declarada quando de sua importação, não constitui hipótese descaracterizadora da isenção recebida, descabendo, desta forma, quando de sua exportação, a exigência dos tributos que deixaram de ser recolhidos quando de seu ingresso. Por tal motivo, a fim de dirimir quaisquer dúvidas que porventura pudesse existir por parte do Fisco no que se refere à exigibilidade ou não do Imposto de Importação (II) e o Imposto de Produtos Industrializados (IPI) na exportação de bens usados, em 13/05/2005 efetuou o aditamento da petição inicial. Ocorre que, para sua surpresa, teve o seu pedido indeferido sob o argumento de que, uma vez caracterizada o desvio de finalidade para a qual foi concedido o benefício fiscal, é "incabível o reconhecimento de direito creditório referente ao II e IPI recolhidos na exportação de equipamentos originalmente destinados ao processo fabril, cuja exigibilidade se encontrava até então suspensa". Face ao seu inconformismo com tal determinação, não restou à empresa outro meio, senão, apresentar a presente manifestação de inconformidade, a fim de que possa demonstrar a Vossas Senhorias à legitimidade do que se pleiteia. DO DIREITO Como sabemos, na visão atual do que vem a ser o Estado Democrático de Direito, a existência do governo pelo povo e a limitação de poder estão intimamente relacionados. E, neste contexto, os direitos fundamentais desempenham, conforme ensinamento de Canotilho, a função de direitos de defesa dos cidadãos sob dupla perspectiva: (1) constituem, num plano jurídicoobjectivo, normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; (2) implicam, num plano jurídicosubjectivo, o poder de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade positiva), e de exigir omissões dos poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa). Assim, vemos que independente da classificação que se faça e das discussões doutrinárias e jurisprudenciais sobre os direitos e garantias fundamentais, o que está evidente é que todos possuem uma série de direitos, que podem ou não estar expressamente positivados, mas que são indispensáveis para que todos os cidadãos se realizem, tenha uma convivência digna e, também, sobreviva. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 36 6 E, dentre esses direitos, neste escrito destacamos o direito ao desenvolvimento que é, ao mesmo tempo, um direito individual, inerente a toda pessoa humana e, também, um direito de todos os povos, que deve ser respeitado e concretizado por todos os Estados, tanto no seu plano interno quanto no internacional. No ordenamento jurídico pátrio, esse direito fundamental ao desenvolvimento econômico nacional não só possui status de norma constitucional e, como tal, impõe obrigações, às quais não se podem furtar os poderes públicos que legitimamente foram constituídos, como também foi eleito como um dos objetivos da República. Isto porque, por meio do desenvolvimento nacional, é que podese dar efetividade a dignidade da pessoa humana; a erradicação da pobreza e da marginalização; a redução das desigualdades sociais e regionais; a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, de raça, de sexo, de idade, de cor; a valorização a livre concorrência, a busca do pleno emprego, enfim, buscase garantir, de maneira ampla, um melhor nível de vida, tanto no aspecto material em si, quanto e, principalmente, no sentido de proporcionar condições de vida mais saudáveis. Neste sentido, cabe ao Estado, formado pela União Federal, pelos Estados membros e os Municípios, atuar no sentido de possibilitar a concretização dos princípios que informam a ordem econômica estipulada constitucionalmente. Assim, vemos que a ordem econômica, juridicamente institucionalizada, não se encerra no nível constitucional, de modo que é necessário que as normas infraconstitucionais pertinentes também a contemplem segundo as diretrizes impostas. Mesmo porque, a própria dinâmica constitucional permite e favorece tais medidas, haja vista que a ordem econômica constitucional brasileira é reconhecidamente uma ordem econômica aberta, a ser complementada pelo legislador infraconstitucional, de maneira a promover a concreção dos princípios constitucionais. Atentandose para os fundamentos legais que estão postos no ordenamento jurídico brasileiro constitucionalmente determinado, vemos que há princípios a serem observados, objetivos a serem alcançados, competências a serem exercidas na sua plenitude. Por tal motivo, visando integrar a Amazônia à economia do país, bem como promover sua ocupação e elevar o nível de segurança para manutenção de sua integridade e da população que aqui está estabelecida, é que o Governo Federal criou a Zona Franca de Manaus, concedendo às empresas nela estabelecidas incentivos fiscais especiais, e o Constituinte de 1988, houve por bem manter e prorrogar o seu prazo até 2023, na certeza de que, sem essa prorrogação, todo o esforço anterior poderia desaparecer, com sérios riscos à própria estabilização do Estado do Amazonas. Foi, assim, incluído no Ato das Disposições Constitucional Transitória da Carta de 1988, os artigos 40 e 92 com a seguinte dicção: Art. 40 É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição". Parágrafo único: Somente por Lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos a Zona Franca de Manaus. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 37 7 Art. 92 São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato das Disposições Constitucionais transitórias. (grifamos) Resta evidente que a intenção do Constituinte foi assegurar, até 2023, uma diferenciação de regime tributário que torne mais vantajoso o desenvolvimento de atividade econômica na Zona Franca de Manaus, porque reputou essa diferenciação necessária e adequada para minimizar dificuldades de assentamento da região e garantir a soberania deste território que faz fronteira com 07 (sete) países vizinhos. E, neste diapasão, como já exposto nas peças apresentadas nestes autos, foi editado o DecretoLei n° 288/67 e o Decreto n° 61.244/67, que em seus textos deixa cristalino que a Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio, de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, que visa propiciar à Amazônia condições econômicas que permitam o seu desenvolvimento. Assim, de acordo com o artigo 3° do DecretoLei n° 288/67 e artigo 453 do Regulamento Aduaneiro, toda mercadoria estrangeira que entrar na Zona Franca de Manaus e for destinada a industrialização, em qualquer grau, a exportação e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre produtos industrializados (IPI). Ocorre que a autoridade administrativa julgadora entendeu que o pleito da empresa não deve subsistir pelo fato do "benefício da isenção dos impostos estabelecidos na legislação da Zona Franca de Manaus" , submeterse "à condição de aplicação dos bens em um dos fins ali previstos", ou seja, no entendimento do FISCO se a entrada do bem se deu para industrialização, não pode o contribuinte destinar o mesmo bem para exportação sem que, para tanto, efetue os recolhimentos dos tributos que não incidirão na importação. Entretanto, tal posicionamento não deve prosperar porque, de acordo com o § 2° do artigo 453 do Regulamento Aduaneiro, in verbis: A isenção de que trata este artigo fica condicionada à efetiva aplicação das mercadorias nas finalidades indicadas, e ao cumprimento das demais condições e requisitos estabelecidos pelo DecretoLei 288, de 1967, e pela legislação complementar. (grifo nosso) Exsurge evidente que os benefícios para os bens importados de que trata o artigo 3° do DecretoLei n° 288, de 28 de fevereiro de 1967 e artigo 453 do Regulamento Aduaneiro vale em qualquer dos destinos previstos nas normas mencionadas, independentemente da declaração prestada na Declaração de Importação, (DI) e na Licença de Importação (LI) anuída pela SUFRAMA. Nesta esteira de entendimento, resta cristalino que a exigibilidade dos tributos em questão somente será legítima quando o importador deixar de utilizar o bem importado nas hipóteses previstas nos artigos supramencionados, o que não ocorreu no caso em comento. Como podemos observar, a interpretação do julgador administrativo não atentou para o significado que o legislador infraconstitucional imprimiu à norma, de modo que se tal entendimento não for reformado estaremos diante de uma grave violação ao conjunto de benefícios que a Carta Magna, visando o desenvolvimento econômico e social da região e a plena concretização do Estado Democrático de Direito, pretendeu perenizar, até 2023, para a Zona Franca de Manaus. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 38 8 Ademais, devese ressaltar, ainda, que o julgador administrativo de 1ª instância, no tocante a Solução de Consulta n° 601, da DISIT da 7' Região Fiscal, ressaltou que os seus efeitos não alcançam o caso presente, pelo fato de tal decisão ter sido proferida por uma unidade da Secretaria da Receita Federal de domicílio fiscal diverso da empresa em questão. Ora, é cediço que na ciência jurídica nem sempre sabemos de imediato o exato significado de uma norma. Por tal motivo é que, nestes casos, as jurisprudências feitas pelos órgãos do Poder Judiciário e também as emanadas pelos órgãos administrativos, por serem fontes de interpretação das normas jurídicas, são utilizadas pelos operadores do Direito, em seus trabalhos doutrinários, para fundamentar, e até mesmo reforçar, seu ponto de vista. In casu, se o julgador de 1ª instância tivesse atentado para os termos do aditamento da petição inicial dos autos em apreço, verificaria que o contribuinte, quando trouxe à baila o entendimento da Solução de Consulta supramencionada, não pleiteou que a ele fossem estendidos os efeitos que ela produziu em relação ao contribuinte que a formulou perante a Secretaria da Receita Federal da 7 a Região Fiscal. Em verdade, como ela traz de forma expressa que a saída da Zona Franca de Manaus para o exterior, de bens importados com o gozo do benefício fiscal de que trata o Decretolei n° 288, de 1967, que tenham sido efetivamente utilizados na região, na finalidade declarada quando de sua importação, não constitui hipótese descaracterizadora da isenção recebida, descabendo, desta forma, quando de sua exportação, a exigência dos tributos que deixaram de ser recolhidos quando de seu ingresso no regime, ele a utilizou como meio de demonstrar ao julgador que a orientação dominante em relação à situação apresentada nos autos milita a seu favor. Dessa maneira, é notório que quando se expressa no sentido de afastar a prova produzida pelo contribuinte, alegando que ela "não tem abrangência necessária para dirimir questões no âmbito da 2° RF o julgador administrativo acabou por violar o princípio da ampla defesa, tratado no artigo 5°, inciso LV da Constituição Federal de 1988." Ante o exposto, requer seja recebida a presente Manifestação de Inconformidade e, com base nos seus fundamentos, corroborados pelos documentos que já se encontram acostados aos autos, reformem a decisão proferida pelo Julgador de 1ª Instância a fimde que o valor original de R$ 358.054,53(trezentos e cinqüenta e oito mil, cinqüenta e quatro reais e cinqüenta e três centavos) seja acrescido de juros e correção monetária e, após, seja colocado à disposição do contribuinte para restituição ou compensação com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Termos em que, pede deferimento. ” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 0814.358 de fls. 82 traz a seguinte ementa: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS DATA DO FATO GERADOR: 10/07/2000 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO /RESTITUIÇÃO ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. DESVIO DE FINALIDADE. O RETORNO DE BENS DE CAPITAL USADOS AO EXTERIOR, COM A CONSEQUENTE MUDANÇA NA DEVIDA APLICAÇÃO NAS FINALIDADES DO Fl. 154DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 39 9 REGIME ATÍPICO DA ZONA FRANCA DE MANAUS, CARACTERIZA O DESVIO DE FINALIDADE, E CONSEQUENTE INADIMPLEMENTO DO REGIME, CABENDO O RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS SUSPENSOS, ALÉM DE MULTA E JUROS. INCABÍVEL, POR CONSEGUINTE, A RESTITUIÇÃO DOS RECOLHIMENTOS A ESTE TÍTULO. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DATA DO FATO GERADOR: 10/07/2000 RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. INSTÂNCIA DE JULGAMENTO. AS DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO SÃO A PRIMEIRA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS EM QUE TENHA SIDO INSTAURADO, TEMPESTIVAMENTE, O CONTRADITÓRIO. SOLICITAÇÃO INDEFERIDA. ” O contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF, em fls. 100 a 117 onde alega em suma o seguinte: I Tempestividade; II Fatos; III Da Preliminar – Superveniência da Edição da Lei nº 11.196/2005; IV Do Mérito; V Do Pedido: a) o acolhimento das preliminares anteriormente desenvolvidas, a fim de que seja aplicado a seu favor o regramento do artigo 127 da Lei n° 11.196/2005, que incluiu o §3° e o §4° ao artigo 3° do DecretoLei n° 288/1967 e, então, possa reaver o valor pago indevidamente à época da exportação dos bens descritos na Nota Fiscal n° 000422. b) no mérito, a Recorrente pugna seja reformado In totum o acórdão recorrido para que sejam julgados procedentes os pedidos feitos na peça inicial, quais sejam) b.1 seja atualizado com juros e correção monetária o montante de R$ 358.054,53 (trezentos e cinqüenta e oito mil, cinqüenta e quatro reais e cinqüenta e três centavos) correspondentes ao Imposto de Importação II e Imposto sobre Produtos Industrializados IPI recolhidos na operação de exportação dos bens descritos na Nota Fiscal n° 000422, e b.2 após terem sido os valores devidamente atualizados, com juros e correção monetária, sejam colocados à Fl. 155DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 40 10 disposição do Contribuinte para compensação com recolhimentos vincendos de Imposto de Renda IR, CSLL, PIS e COFINS que, porventura, esteja o mesmo obrigado a efetuar no exercício regular de suas atividades. ” É o relatório. Voto Conselheira Relatora Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Entende a Recorrente, que de acordo com o artigo 3° do DecretoLei n° 288/67 e artigo 453 do Regulamento Aduaneiro, toda mercadoria estrangeira que entrar na Zona Franca de Manaus e for destinada a industrialização, em qualquer grau, a exportação e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre produtos industrializados (IPI). Ocorre que a autoridade administrativa julgadora entendeu que o pleito da empresa não deve subsistir pelo fato do "benefício da isenção dos impostos estabelecidos na legislação da Zona Franca de Manaus" , submeterse "à condição de aplicação dos bens em um dos fins ali previstos", ou seja, no entendimento do FISCO se a entrada do bem se deu para industrialização, não pode o contribuinte destinar o mesmo bem para exportação sem que, para tanto, efetue os recolhimentos dos tributos que não incidirão na importação. Também, do acordão recorrido, podemos destacar: “O RETORNO DE BENS DE CAPITAL USADOS AO EXTERIOR, COM A CONSEQUENTE MUDANÇA NA DEVIDA APLICAÇÃO NAS FINALIDADES DO REGIME ATÍPICO DA ZONA FRANCA DE MANAUS, CARACTERIZA O DESVIO DE FINALIDADE, E CONSEQUENTE INADIMPLEMENTO DO REGIME, CABENDO O RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS SUSPENSOS, ALÉM DE MULTA E JUROS. INCABÍVEL, POR CONSEGUINTE, A RESTITUIÇÃO DOS RECOLHIMENTOS A ESTE TÍTULO.” Entretanto, em preliminar, a Recorrente postula em seu Recurso Voluntário a superveniência da edição da Lei nº 11.196/2005 que incluiu os parágrafos 3ºe 4º no DL 288/1967 dispondo: “Art. 127. O art. 3o do DecretoLei no 288, de 28 de fevereiro de 1967, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos: "Art. 3o ........................................................................................ ........................................................................................ § 3o As mercadorias entradas na Zona Franca de Manaus nos termos do caput deste artigo poderão ser posteriormente destinadas à exportação para o exterior, Fl. 156DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES Processo nº 10283.002429/200236 Acórdão n.º 3101001.667 S3C1T1 Fl. 41 11 ainda que usadas, com a manutenção da isenção dos tributos incidentes na importação. § 4o O disposto no § 3o deste artigo aplicase a procedimento idêntico que, eventualmente, tenha sido anteriormente adotado." (NR)” Assim, entendeu a Recorrente ter sido dirimida a problemática que envolve a demanda, deixando expresso que as mercadorias entradas na Zona Franca de Manaus, dentre outras, para instalação e operação de indústrias poderão ser posteriormente destinadas à exportação para o exterior, ainda que usadas, com a manutenção da isenção dos tributos incidentes na importação. Também, que a Lei n° 11.196/2005, não veio somente esclarecendo sobre a possibilidade de exportação dos bens importados aos cuidados do DecretoLei n° 288/1967, a destacada lei estendeu a manutenção da isenção a procedimento idêntico que, eventualmente, tenha sido adotado no passado. E nesse ponto, também, entendo que os benefícios descritos pelos parágrafos 3º e 4º do artigo 3º do DecretoLei nº 288/1967 são plenamente cabíveis/aplicáveis a operação de “reexportação” ocorrida no passado. Isto posto, acato a preliminar, para dar provimento ao Recurso Voluntário, tendo em vista a publicação da Lei nº 11.196/2005 que deu nova redação ao artigo 3º do DecretoLei nº 288/1967, para manter a isenção dos tributos incidentes na importação de bens para a instalação e operação de indústrias quando estes forem destinados à exportação para o exterior, como também, para a aplicação retroativa destes preceitos nas operações havidas no passado e consequentemente nesse caso determinar o retorno dos autos a repartição de origem para disponibilizar o crédito tributário recolhido indevidamente para que a Recorrente proceda com a compensação pretendida. Esse é meu voto. Relatora Valdete Aparecida Marinheiro Fl. 157DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 05 /08/2014 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 18/08/2014 por RODRIGO MINEIRO F ERNANDES
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Numero do processo: 13805.013839/96-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/04/1989, 30/06/1989, 30/11/1989, 30/06/1990, 31/07/1990, 31/08/1990, 31/12/1990, 30/11/1991, 31/12/1991
INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO.
Da verificação dos pressupostos objetivos (extrínsecos) do recurso interposto, observa-se que o relativo à tempestividade não obedeceu às formalidades legais. A interposição extemporânea do recurso resulta em preclusão temporal.
Numero da decisão: 3201-001.539
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 16/03/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo dos Santos, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Amauri Amora Câmara Júnior e Daniel Mariz Gudiño. Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/04/1989, 30/06/1989, 30/11/1989, 30/06/1990, 31/07/1990, 31/08/1990, 31/12/1990, 30/11/1991, 31/12/1991 INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO. Da verificação dos pressupostos objetivos (extrínsecos) do recurso interposto, observase que o relativo à tempestividade não obedeceu às formalidades legais. A interposição extemporânea do recurso resulta em preclusão temporal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 16/03/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo dos Santos, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 5. 01 38 39 /9 6- 82 Fl. 264DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 2 Moraes, Amauri Amora Câmara Júnior e Daniel Mariz Gudiño. Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o julgamento de 1ª instância administrativa, segue abaixo a transcrição do relatório da decisão recorrida seguida da sua ementa: Tratase de Auto de Infração (fls. 01/08) lavrado contra a contribuinte acima identificada, que pretende a cobrança da contribuição para o Fundo de Investimento Social – FINSOCIAL relativa aos períodos de apuração de abril, junho e novembro de 1989; junho a agosto, e dezembro de 1990; novembro e dezembro de 1991; janeiro a março de 1992, com base no art. 1º, § 1º, do Decretolei nº 1.940, de 25 de maio de 1982; arts. 16, 80 e 83 do Regulamento do FINSOCIAL, aprovado pelo Decreto nº 92.698, de 21 de maio de 1986; art. 28 da Lei nº 7.738, de 09 de março de 1989. Os demonstrativos das bases de cálculo e da contribuição apurada estão às folhas 12/18. A contribuinte foi cientificada do lançamento em 06/12/1996 (fl. 01) e apresenta em 06/01/1997 a impugnação de folhas 21/29, alegando, em síntese: • O Auto de Infração deve ser anulado, por ser resultado de ato manifestamente arbitrário do Fisco, que, sem proceder as diligência exigidas pela lei, sem verificar livros, documentos, guias e papéis da empresa, a intimou apenas quanto à autuação em tela, que não teve, assim, tempo hábil para apresentar sua defesa; • O Auto de Infração contém irregularidades, imprecisões, omissões, erros materiais e nulidades suficientes para ser declarado nulo de pleno direito, conforme art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, transcrevendo doutrina que corroboraria suas alegações; • O autuante não lavrou o Auto de Infração com a clareza e o formalismo necessários aos procedimentos administrativos, tornando a autuação vaga e de difícil compreensão, prejudicando o direito de defesa da autuada; • A majoração da alíquota do FINSOCIAL é inconstitucional, conforme julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal – STF, e, ademais, a autuada propôs Ação Declaratória (processo nº 93.00202588) objetivando a declaração de inexigibilidade da contribuição ora em litígio e a restituição dos valores pagos a maior, tendo sido prolatada sentença favorável à requerente, razão pela qual não é devedora do Fisco, mas credora com relação ao FINSOCIAL. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13805.013839/9682 Acórdão n.º 3201001.539 S3C2T1 Fl. 260 3 Em 07/03/1997, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo encaminhou o presente processo à DRF/SP (fl. 54) para que a contribuinte fosse intimada a apresentar a Certidão de Objeto e Pé da ação judicial que intentou contra a Fazenda Nacional, tendo sido anexados os documentos de folhas 56/82. Em 21/01/2000, a contribuinte foi novamente intimada (fls. 84/89) a apresentar a referida certidão, bem como cópia do respectivo acórdão judicial, não o fazendo, conforme informado à folha 90. Em face da transferência de competência para julgamento prevista na Portaria SRF nº 1.033, de 27 de agosto de 2002, o presente processo foi encaminhado a esta Delegacia de Julgamento (fl. 91). Posteriormente, foram encaminhados a esta DRJ os documentos de folhas 92/131, apresentados pela contribuinte. Em 22/04/2003, o processo foi remetido à Unidade de origem (despacho à folha 136) para manifestarse acerca da inclusão de parte dos débitos autuados no REFIS, retornando a esta DRJ em 09/04/2009 (despacho à folha 161), após anexação dos documentos de folhas 137/160. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador (BA) julgou parcialmente procedente a impugnação, conforme se depreende da ementa do Acórdão nº 1519.053, de 29/04/2009, in verbis: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Data do fato gerador: 30/04/1989, 30/06/1989, 30/11/1989, 30/06/1990, 31/07/1990, 31/08/1990, 31/12/1990, 30/11/1991, 31/12/1991, 31/01/1992, 29/02/1992, 31/03/1992 NULIDADE. As argüições de nulidade só prevalecem se enquadradas nas hipóteses previstas na lei para a sua ocorrência. FINSOCIAL. EMPRESAS EXCLUSIVAMENTE PRESTADORAS DE SERVIÇO. O Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade da majoração das alíquotas do FINSOCIAL para as empresas exclusivamente prestadoras de serviço, tendo o Poder Judiciário, em igual sentido, assim decidido em ação proposta pela contribuinte. MULTA DE OFÍCIO. REDUÇÃO. A multa de oficio aplicada deve ser reduzida de 100% para 75%, por força da alteração na legislação de regência. Lançamento Procedente em Parte Fl. 266DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 4 A empresa foi tida como intimada do acórdão de 1ª instância administrativa em 18/05/2013, 15 (quinze) dias após a sua disponibilização na sua Caixa Postal, Módulo e CAC do Sítio da Receita Federal do Brasil. No curso do prazo para a interposição do recurso voluntário, o processo foi encaminhado à Equipe de Lançamento e Parcelamento – EQPAC da Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário – DICAT da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária – DERAT em São Paulo, que, tendo identificado cobrança em duplicidade com débito constante do Processo Administrativo nº 10880.453360/200195 – que trata dos débitos consolidados no Parcelamento REFIS em 27/03/2000 – procedeu à exclusão do mesmo. Em seguida, o processo foi remetido para a Equipe de Cobrança – EQCOB da mesma divisão, que, após receber o recurso voluntário, criou um novo processo administrativo para cobrar os débitos que não foram objeto do recurso, nos termos da Portaria SRF nº 1.769, de 2005. Assim é que os débitos de Cofins referente às competências de Jan/92 a Mar/92 passaram a ser objeto do Processo Administrativo nº 16151.720427/201367. Posteriormente, o processo foi remetido a esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, com a ressalva de que o recurso voluntário teria sido interposto intempestivamente. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário foi interposto em 25/07/2013. A disponibilização da decisão de 1ª instância ocorreu em 03/05/2013, logo, de acordo com o art. 23, § 2º, inc. III, alínea “a”, do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013, a intimação considerase realizada em 18/05/2013. Considerando que o prazo para a interposição do recurso voluntário é de 30 (trinta) dias a contar da data da intimação, o prazo final da Recorrente seria 17/07/2013. Em sua peça recursal, a Recorrente não defendeu a tempestividade do recurso, deixando de apresentar qualquer justificativa que pudesse lhe favorecer contra a preclusão temporal. Com efeito, NÃO CONHEÇO o recurso voluntário por deixar de atender aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações posteriores. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 267DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13805.013839/9682 Acórdão n.º 3201001.539 S3C2T1 Fl. 261 5 Fl. 268DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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