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Numero do processo: 10935.906383/2012-86
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/12/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.681
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 24/12/2008 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de COFINS que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/12/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 63 83 /2 01 2- 86 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.831, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 03/01/2013, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 30086.04009.111209.1.2.043047, rastreamento nº 041907231, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 4.518,13, uma vez que o pagamento de COFINS (Código 5856), do período de 30/11/2008, efetuado em 24/12/2008, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 18/01/2013, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: Fl. 62DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906383/201286 Acórdão n.º 3802002.681 S3TE02 Fl. 122 3 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 24/12/2008 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo Fl. 63DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906383/201286 Acórdão n.º 3802002.681 S3TE02 Fl. 123 5 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906383/201286 Acórdão n.º 3802002.681 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua Fl. 67DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906383/201286 Acórdão n.º 3802002.681 S3TE02 Fl. 125 9 Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 69DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 12269.002938/2008-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 21/07/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEIXAR DE APRESENTAR INFORMAÇÕES À FISCALIZAÇÃO. DESCUMPRIMENTO. MULTA. CABIMENTO. Constitui descumprimento de obrigação acessória tributaria deixar a empresa de prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse do Fisco, na forma estabelecida legalmente, bem como deixar de prestar os esclarecimentos necessários à fiscalização (art. 32, III e §11 da Lei 8.212/91, com a redação da Medida Provisória 449, de 03.12.2008 c/c com o art. 224, III do Regulamento da Previdência social aprovado pelo Decreto 3.038/99). MULTA FIXA. AFASTAMENTO PARCIAL DA ACUSAÇÃO FISCAL. MANUTENÇÃO DA PENALIDADE. Considerando que a multa aplicada à Recorrente é fixa, independentemente da quantidade de informações omitidas das folhas de pagamento, o afastamento da exigência de que algumas parcelas não deveriam estar registradas não tem o condão de elidir a infração cometida, porquanto ainda remanesceram dados registráveis em folha não lançados pela contribuinte.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.393
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Thiago Taborda Simões - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Luciana de Souza Espindola Reis, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 21/07/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEIXAR DE APRESENTAR INFORMAÇÕES À FISCALIZAÇÃO. DESCUMPRIMENTO. MULTA. CABIMENTO. Constitui descumprimento de obrigação acessória tributaria deixar a empresa de prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse do Fisco, na forma estabelecida legalmente, bem como deixar de prestar os esclarecimentos necessários à fiscalização (art. 32, III e §11 da Lei 8.212/91, com a redação da Medida Provisória 449, de 03.12.2008 c/c com o art. 224, III do Regulamento da Previdência social aprovado pelo Decreto 3.038/99). MULTA FIXA. AFASTAMENTO PARCIAL DA ACUSAÇÃO FISCAL. MANUTENÇÃO DA PENALIDADE. Considerando que a multa aplicada à Recorrente é fixa, independentemente da quantidade de informações omitidas das folhas de pagamento, o afastamento da exigência de que algumas parcelas não deveriam estar registradas não tem o condão de elidir a infração cometida, porquanto ainda remanesceram dados registráveis em folha não lançados pela contribuinte. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 21/07/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DEIXAR DE APRESENTAR INFORMAÇÕES À FISCALIZAÇÃO. DESCUMPRIMENTO. MULTA. CABIMENTO. Constitui descumprimento de obrigação acessória tributaria deixar a empresa de prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse do Fisco, na forma estabelecida legalmente, bem como deixar de prestar os esclarecimentos necessários à fiscalização (art. 32, III e §11 da Lei 8.212/91, com a redação da Medida Provisória 449, de 03.12.2008 c/c com o art. 224, III do Regulamento da Previdência social aprovado pelo Decreto 3.038/99). MULTA FIXA. AFASTAMENTO PARCIAL DA ACUSAÇÃO FISCAL. MANUTENÇÃO DA PENALIDADE. 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Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Luciana de Souza Espindola Reis, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 12269.002938/200868 Acórdão n.º 2402004.393 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado por ter o contribuinte deixado de apresentar as informações em meio digital da Contabilidade (Livro Diário e Livro Razão) e da folha de pagamento, no período de 01/2004 à 12/2006, conforme intimação realizada através do Termo de Início de Ação Fiscal TIAF. Relatório Fiscal às fls. 16/17. Intimada da autuação, a Recorrente apresentou impugnação de fls. 60/63, que restou improcedente às fls. 92/96, sob os seguintes fundamentos: 1. A empresa está obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante dez anos, para exibir à fiscalização. É o que dispõe o art. 8° da Lei n° 10.666, de 8 de maio de 2003; 2. Não se configura duplicidade de autuação “BIS IN IDEM”, haja vista que as situações tidas como infração por descumprimento de obrigação acessória estão tipificadas na legislação previdenciária; 3. A infração que deu ensejo à constituição do presente Auto de Infração é distinta daquela que deu origem ao Auto de Infração n° 37.151.384 3, Comprot n° 12269.002936/200879. A primeira está prevista no art. 33, parágrafos 2º e 3º, e a segunda no art. 32, inciso III; 4. Quanto à indicação dos representantes legais da cooperativa, que segundo o impugnante foram eivados de erros, porque as informações abrangeram períodos concomitantes, cumpre ressaltar que o fato não implica em vício na formalização do processo, pois o imprescindível é a identificação do representante legal da entidade, no período de fiscalização, especialmente, daquele que responde no ato de constituição do crédito previdenciário, no caso o Sr. Alexandre José de Oliveira, o que foi regularmente feito, vide fls. 61; Intimada do resultado do julgamento, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls. 103/105 alegando, em síntese: 1. O agente de fiscalização aplicou punição de valor exagerado e não expôs claramente a base legal que arrimou o valor imposto como punição ao contribuinte. A exposição do dispositivo legal que demonstre cabalmente a imposição da penalidade aplicável, correspondente ao fato tido como irregular, é requisito indispensável e sua supressão fere de morte o A.I., que por esse motivo é nulo; Por fim, a Recorrente requereu o cancelamento do débito fiscal ou, alternativamente, a compensação dos valores lançados em sua conta corrente com os valores do auto de Infração ora atacado. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 12269.002938/200868 Acórdão n.º 2402004.393 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões, Relator O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, dentre eles o da tempestividade, razão pela qual dele conheço. Quanto às alegações nele colocadas, passo à análise. Tratase de auto de infração de obrigação acessória lavrado sob o fundamento de infração ao disposto no art. 32, III e §11º da Lei n° 8.212/91, em razão de ter a empresa deixado de prestar todas as informações e esclarecimentos solicitados pela fiscalização da Receita Federal do Brasil. Pretende a Recorrente a nulidade do auto de infração, sob alegação de que o agente de fiscalização aplicou punição de valor exagerado e não expôs claramente a base legal que arrimou o valor imposto como punição ao contribuinte, sendo este requisito indispensável, cuja ausência fere de morte o auto de infração. Não merece guarida tal alegação. O inciso III do art. 32 da Lei n° 8.212/91 assim determina: “Art. 32. A Empresa é também obrigada a: III – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” Por sua vez, o §11º do mesmo artigo dispõe que: “§ 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram.” Conforme Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, em decorrência da infração ao dispositivo legal acima citado, foi aplicada a multa no valor de R$ 12.548.77 (doze mil. quinhentos e quarenta e oito reais, setenta e sete centavos), na forma do disposto nos artigos 92 e 102 da Lei n° 8.212/9 e artigos 283, inciso II, alínea “b” e 373 do RPS, atualizada pela Portaria MPS n° 77, de 11 de março de 2008. Fato é que, sendo incontroversa a imputação fiscal, cumprenos ater ao que dispõe a legislação sobre o assunto. Vejamos. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Lei nº 8.212/91: “Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.18713, de 2001).” Regulamento da Previdência Social RPS: Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis n° 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicandoselhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) (...) II a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e sessenta e um reais e setenta e três centavos) nas seguintes infrações: (...) b) deixar a empresa de apresentar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal os documentos que contenham as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, ou os esclarecimentos necessários à fiscalização; Art. 373. Os valores expressos em moeda corrente referidos neste Regulamento, exceto aqueles referidos no art. 288, são reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social.”. Da simples leitura dos comandos legais supramencionados, depreendese que a imputação da multa objeto do presente Auto de Infração independe do número de infrações cometidas ou mesmo da necessidade de comprovação de que o contribuinte agiu com dolo ou máfé como condição necessária ao lançamento. Assim, considerando que a penalidade aplicada não é calculada com base no valor da obrigação principal verificada, não há que se falar em exclusão de multa e nem em valor excessivo, já que aplicada de acordo com o disposto na Portaria MPS nº 77/2008, que dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo INSS e sobre os demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social RPS. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 12269.002938/200868 Acórdão n.º 2402004.393 S2C4T2 Fl. 5 7 “Art. 8º A partir de 1º de março de 2008: (...) V o valor da multa pela infração a qualquer dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada, previsto no seu art. 283, varia, conforme a gravidade da infração, de R$ 1.254,89 (um mil duzentos e cinqüenta e quatro reais e oitenta e nove centavos) a R$ 125.487,95 (cento e vinte e cinco mil quatrocentos e oitenta e sete reais e noventa e cinco centavos); VI o valor da multa indicada no inciso II do art. 283 do RPS é de R$ 12.548,77 (doze mil quinhentos e quarenta e oito reais e setenta e sete centavos);” Conclusão Por todo o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e a ele NEGO PROVIMENTO. É como voto. Thiago Taborda Simões. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/11/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 13971.003565/2008-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 28 00:00:00 UTC 2010
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Período de apuração: 18/01/2006 a 18106/2008
Multa do art. 83,1 da Lei n°4502, de 1964
Dar saída ou consumir mercadoria introduzida clandestinamente no Pais, ou ainda importada irregular ou fraudulentamente, enseja a aplicação de multa em valor igual ao constante da nota fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-00.809
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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ementa_s : OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 18/01/2006 a 18106/2008 Multa do art. 83,1 da Lei n°4502, de 1964 Dar saída ou consumir mercadoria introduzida clandestinamente no Pais, ou ainda importada irregular ou fraudulentamente, enseja a aplicação de multa em valor igual ao constante da nota fiscal. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 18/01/2006 a 18106/2008 Multa do art. 83,1 da Lei n°4502, de 1964 Dar saída ou consumir mercadoria introduzida clandestinamente no Pais, ou ainda importada irregular ou fraudulentamente, enseja a aplicação de multa em valor igual ao constante da nota fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros José Fernandes do Nascimento, Ricardo Paulo Rosa, Beatriz Verissimo de Sena, Leonardo Mussi, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Assinado cligitalinanle are 09:11 12010 par LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Aulonticado digitatmento oro OW1112010 per LUIS L1ARCEIO GUERRA DE CAS1 RC Einilido On 30/12/2010 polo 11,11nislerio d Fazonda Dr. cA FU M F Fl. 6.33 2 Relatório Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário referente à multa prevista no artigo 83, inciso I, da Lei n°4,502, de 1964, com a redação dada pelo artigo I° do decreto-lei n 400, de 1968, c/c o artigo 81, inciso V. da Lei n° 10.833, de 2003, com regzdamentação sediada no artigo 490, inciso I, do Decreto n° 4,544, de 2002, que trata do Imposto sobre Produtos Industrializado. Tendo em vista a acusada triangulação das operações comerciais reportadas no relatório fiscal que integra o auto de infração ora examinado, a sujeiçllo passiva do lançamento foi pluralizada para alcançar a empresa Aguinsky & Cia Lida, sediada em Porto Alegre-RS, além da empresa efetivamente submetida à ação .fiscal, Blunote Lida Me, sediada em Blumenau-SC. Os fatos reportados pela fiscalização dizem respeito et introdução na cadeia econômica de mercadoria das quais não foi feita prova de sua regular importação, uma vez que sua aquisição de empresas inaptas elou desabilitadas.fora objeto de notas-fiscais inidôneas, cuja entissão teria sido, a julgar pelo somatório de indícios apontados, controlada pela empresa adquirente. Dentre as constatações que atuaram em desfavor da fiscalizada, destacam-se: - a saída de mercadoria, fora dos casos previstos no regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, de estabelecimento distinto do estabelecimento emitente da correspondente nota-fiscal de venda, no caso, de estabelecimento sediado em outra unidade da federação. - a comercialização de bens, cuja saida do fornecedor foi objeto de nota-fiscal emitida diretamente em nome do consumidor final, o que revela a prática de vendas sem emissão da correspondente nota-fiscal de salda de mercadorias. documentário fiscal que, emitido sem observcincia dos requisitos legais, não produz os efeitos que lhe são próprios. - a inidoneidade do documentário fiscal emitido por empresas não habilitadas a operar; conforme declaração do Governo do Estado de Sao Paula Em impugnação conjunta, tempestivamente apresentada, as autuadas defendem a ilegitimidade de porte passiva da empresa Aguinsky & Cia Ltda e, no mérito, - sustentam sua condição de adquirente de boa-fé de mercadorias estrangeiras expostas venda no mercado nacional, por empresas cuja acusada inidoneidade não era de seu conhecimento. Assinado digdrenle em 09111 12010 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Autenticado digilalmenle em 09111/2010 por LUIS MARCE1.0 GUERRA DE CASHRO Emitido cm 30/ 12/2019 pelo Ministerio da Fazomin DF CAM' M Fl. 634 Processo n° 1397 L003565/2003-79 83-C112 Acdrclao n ° 3102-00,809 Fl 2 Ponderando as razões aduzidas pela autuada, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão de piso pela manutenção integral da exigência, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 18/01/2006 a 18/06/2008 MERCADORIA ESTRANGEIRA, SITUAÇÃO IRREGULAR MULTA REGULAMENTAR. LEGITIMIDADE DE PARTE PASSIVA, São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. O acolhimento de alegada boa-fé depende de que emerjam dos fatos -- circunstância capaz de proteger o faltoso das conseqiiências da irregularidade cometida. Ausentes dos autos elementos caracterizadores da alegada boa- fé, o ato de dar a consumo mercadoria estrangeira cuja regularidade da importação não foi comprovada sujeita seu autor à multa de que se (rala, Lançamento Procedente Após tomar ciência da decisão de 1' instância, comparece a autuada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa . É o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta h competência desta Terceira Seção Como já destacado, o recurso está focado em dois pontos: ilegitimidade passiva e condição de terceiro de boa-fé, quando da aquisição dos equipamentos. 1- Ilegitimidade Passiva Essencialmente, defende o sujeito passivo a ilegitimidade para imposição da multa capitulada no art. 83, I, da Lei n° 4.502, de 1964, com a redação dada pelo Decreto-lei n° 400, de 1968, regulamentado pelo art. 490 do Decreto n° 4544, de 2002, que aprovou o Regulamento do 'PI. Diz o dispositivo: Assinado digilalinoisls em 09/11/2010 poi LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Aulenitcac o digitalmoole cm 00111/2010 por LUIS MARCELO GUERRA DE GAS IRO Emitido em 30112/2010 polo Mini3tc:rio do Fazercla 3 DF c.'AiU vi F Vi. (i.35 Art . 83, Incorrem ern multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuido na nota respectivamente.' .1 - Os que entregarem ao consumo, ou consumirem produto de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no Pais ou importado irregular ou fraudulentamente ou que tenha entrado no estabelecimento, dele saido ou nele permanecido desacompanhado da nota de importação ou da nota-fiscal, conforme o caso Com o máximo respeito, não vejo como extrair do texto exegese que condicione sua aplicação à condição de importador da mercadoria comercializada. A meu ver a tipificação da conduta é clara: comercializar ou consumir mercadoria introduzida clandestinamente ou importada irregular ou flaudulentamente, indendentemente de quem tenha promovido essa introdução clandestina, bem assim sua importação irregular ou fraudulenta. 2- Condição de Terceiro de Boa-Fé Por outro lado, não vejo como afastar a penalidade administrativa em razão da ale ação de boa-fé das pessoas jurídicas recorrentes. Em primeiro lugar, a norma não da margem para tais considetaçães, na medida em que a descrição da conduta (dar saída) não exige que a autuada tenha conhecimento da irregularidade da mercadoria. Por outro lado, admitindo, apenas para argumentar, que a má-fe é pressuposto para imposição de penalidade, penso que o conjunto probatório carreado ao processo, descrito no relatório fiscal as fls. 1094 a 1163, induzem ao raciocínio de que as recorrentes tinham conhecimento das irregularidades . Ou seja, há elementos que conduzem A convicção de que as notas fiscais apresentadas, emitidas irregularmente, pretendiam aparentar a regularidade da operação de venda. Com efeito, apesar das mercadorias terem sido supostamente comercializadas a parir de São Paulo, os documentos de transporte localizados durante diligência no estabe ecimento dão noticia de embarques a partir do Rio Grande do Sul, fato confirmado em declaração a termo prestada por funcionária do estabelecimento, que afirmou que as tnercaçloria seriam encomendadas em Porto Alegre. Intimado a apresentar os documentos de transporte de São Paulo a Blumenau, afirma que os produtos são transportados sem qualquer documento de transporte. Acrescente-se a tais indícios, o fato das tie's emitentes se encontrarem com o status "não-habilitado", no Sintegra e que tal informação esta disponível na internet para qualquer cidadão. Por outro lado, diante de tal quadro indicidrio, impe-se ao sujeito passivo o dever de trazer ao processo elementos contundentes acerca da regularidade da transação, corno, por eliemplo, a comprovação dos pagamentos realizados aos alegados fornecedores, a solicitação de esclarecimentos a tais fornecedores acerca do processo de importação, correspondencias comerciais, enfim, qualquer elemento capaz de demonstar a alegada boa-fé . Assinode diodaimente em 09/11/2010 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Autenticado dOlalmei em 00/11 12010 pot LutS MARCH O GUERRA DE cAs. r Emitido em 3611212010 pole MinietOikla Pozendo 4 OF CAM.' Ni' I 63 6 Processo 0 13971.003565/2008-79 S3-C1T2 Acórd0o n.°3102-00.809 FL 3 Em assim no agindo, a meu ver, deixou o contribuinte de comprovar a origem licita da mercadoria comercializada. Finalmente, a participação da pessoa jurídica Aguinsky, como responsável pela remessa dos bens comercializados, cuja origem licita, repita-se no foi comprovada, a meu ver restou igualmente caracterizada, aplicando-se, por conseqüência o comando do art, 95,1 do Decreto-lei n°37, de 1966, que diz: Art_ 95, Respondem pela infração: - Conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua práfica, ou dela se beneficie,' 3- Conclus5o Com essas considerações, nego provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 28 de outubro de 2010 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Assinade digitahnente cm OÇ,V11120 . 10 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Autentic4fu digiislmente ern 09;1 1/21110 poy LUIS MARCELO GUERRA DE CASIRO Einifida ern 30/12120/0 polo Ministerio do Fozenda
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Numero do processo: 16327.001292/2010-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 14 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 31/01/2005, 31/01/2006, 31/01/2007
FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE DESCONFORMIDADE DO ACORDO QUE DEU ORIGEM AO PAGAMENTO DA PLR COM A NORMA DE REGÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO.
A parcela paga a título de PLR na competência 01/2005, referente ao Acordo do ano-base de 2004, deve ser excluída do lançamento, posto que o fisco não demonstrou que aquele instrumento de negociação está em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR. AUTO APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL. INEXISTÊNCIA.
O pagamento da PLR, para que não sofra a incidência de contribuições sociais, deve ser efetuado em consonância com a legislação infraconstitucional que regulou o inciso XI do art. 7. da Constituição Federal, o qual não possui eficácia plena.
PLR. GANHO EVENTUAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Os valores pagos aos empregados não se caracterizam como ganhos eventuais, visto que são distribuídos em razão do esforço do trabalhador para atingir as metas acordadas com o empregador.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS - PLR. INEXISTÊNCIAS DE REGRAS CLARAS E OBJETIVAS QUE TRATEM DO DIREITO AO PAGAMENTO. DESATENDIMENTO À NORMA DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
A previsão de regras claras e objetivas nos instrumentos de negociação efetuado entre empresa e trabalhadores, que permitam aos empregados aferirem o cumprimento das exigência para percepção da participação nos lucros e resultados - PLR, é exigida pela Lei n.º 10.101/2000, sendo que sua ausência leva à incidência de contribuições sociais sobre as verbas pagas a esse título. A menção genérica a diretrizes que nortearão o estabelecimento das regras de pagamento da PLR não representa o cumprimento do requisito legal.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. INEXISTÊNCIA DE ACORDO PRÉVIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
A inexistência de acordo prévio à aquisição do direito, para pagamento de participação nos lucros e resultados, desatende ao art. 2.º da Lei n.º 10.101/2000, fazendo com que incidam contribuições sociais sobre a verba em comento.
PROPORÇÃO ENTRE O SALÁRIO E O VALOR DA PLR. REQUISITO NÃO PREVISTO NA NORMA DE REGÊNCIA.
Por não constar na Lei n. 10.101/2000, descabe a indicação da desproporção entre o salário e o valor recebido a título de PLR como situação de desconformidade com a norma de regência.
REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE.
Na apuração fiscal foram excluídas do salário-de-contribuição as quantias que efetivamente foram pagas com base nas Convenções Coletivas de Trabalho, não cabendo a retirada de parcelas que foram absorvidas pelos pagamentos decorrentes do Acordos Coletivos.
APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ART. 61 DA LEI N. 9.430/1996.
Tendo havido lançamento de ofício das contribuições, não é cabível a aplicação do art. 61 da Lei n. 9.430/1996, posto que este dispositivo é destinado às situações em que o recolhimento fora do prazo é efetuado espontaneamente pelo sujeito passivo.
Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.604
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, ) Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. II) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Elias Sampaio Freire, que entendiam que a grande disparidade entre o valor dos salários e a PLR configura descumprimento dos requisitos legais e os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que entendiam não restar descumprido o requisito decorrente de assinatura dos acordos somente após final do período aquisitivo. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que limitavam a multa em 20% e a conselheira Carolina Wanderley Landim, que além de limitar a multa em 20%, reduzia a base de cálculo da atuação.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 31/01/2005, 31/01/2006, 31/01/2007 FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE DESCONFORMIDADE DO ACORDO QUE DEU ORIGEM AO PAGAMENTO DA PLR COM A NORMA DE REGÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. A parcela paga a título de PLR na competência 01/2005, referente ao Acordo do anobase de 2004, deve ser excluída do lançamento, posto que o fisco não demonstrou que aquele instrumento de negociação está em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR. AUTO APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL. INEXISTÊNCIA. O pagamento da PLR, para que não sofra a incidência de contribuições sociais, deve ser efetuado em consonância com a legislação infraconstitucional que regulou o inciso XI do art. 7. da Constituição Federal, o qual não possui eficácia plena. PLR. GANHO EVENTUAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Os valores pagos aos empregados não se caracterizam como ganhos eventuais, visto que são distribuídos em razão do esforço do trabalhador para atingir as metas acordadas com o empregador. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR. INEXISTÊNCIAS DE REGRAS CLARAS E OBJETIVAS QUE TRATEM DO DIREITO AO PAGAMENTO. DESATENDIMENTO À NORMA DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. A previsão de regras claras e objetivas nos instrumentos de negociação efetuado entre empresa e trabalhadores, que permitam aos empregados aferirem o cumprimento das exigência para percepção da participação nos lucros e resultados PLR, é exigida pela Lei n.º 10.101/2000, sendo que sua ausência leva à incidência de contribuições sociais sobre as verbas pagas a esse título. A menção genérica a diretrizes que nortearão o estabelecimento AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 12 92 /2 01 0- 35 Fl. 729DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 das regras de pagamento da PLR não representa o cumprimento do requisito legal. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. INEXISTÊNCIA DE ACORDO PRÉVIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. A inexistência de acordo prévio à aquisição do direito, para pagamento de participação nos lucros e resultados, desatende ao art. 2.º da Lei n.º 10.101/2000, fazendo com que incidam contribuições sociais sobre a verba em comento. PROPORÇÃO ENTRE O SALÁRIO E O VALOR DA PLR. REQUISITO NÃO PREVISTO NA NORMA DE REGÊNCIA. Por não constar na Lei n. 10.101/2000, descabe a indicação da desproporção entre o salário e o valor recebido a título de PLR como situação de desconformidade com a norma de regência. REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Na apuração fiscal foram excluídas do saláriodecontribuição as quantias que efetivamente foram pagas com base nas Convenções Coletivas de Trabalho, não cabendo a retirada de parcelas que foram absorvidas pelos pagamentos decorrentes do Acordos Coletivos. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ART. 61 DA LEI N. 9.430/1996. Tendo havido lançamento de ofício das contribuições, não é cabível a aplicação do art. 61 da Lei n. 9.430/1996, posto que este dispositivo é destinado às situações em que o recolhimento fora do prazo é efetuado espontaneamente pelo sujeito passivo. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, ) Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. II) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Elias Sampaio Freire, que entendiam que a grande disparidade entre o valor dos salários e a PLR configura descumprimento dos requisitos legais e os conselheiros Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que entendiam não restar descumprido o requisito decorrente de assinatura dos acordos somente após final do período aquisitivo. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que limitavam a multa em 20% e a conselheira Carolina Wanderley Landim, que além de limitar a multa em 20%, reduzia a base de cálculo da atuação. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo – Relator Fl. 730DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 730 3 Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 731DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Relatório Tratase de recurso de ofício interposto pela 13.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em São Paulo I (SP) contra o seu Acórdão de n. 1628.502, que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo sujeito passivo para desconstituir o Auto de Infração – AI n. 37.271.7284. Desta decisão também recorreu o sujeito passivo. O lançamento em questão referese à exigência das contribuições previdenciárias patronais incidentes sobre as parcelas pagas a título de participação nos lucros ou resultados – PLR aos empregados e diretores empregados nas competências 01/2005; 01/2006 e 01/2007. O sujeito passivo tomou ciência desta lavratura em 29/09/2010. Na decisão de primeira instância (ver fls. 656 e segs.), inicialmente ressalta se que o AI foi lavrado em total obediência ao que dispõem os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto. Para a DRJ não ocorreu a decadência das contribuições lançadas, uma vez que o prazo decadencial deve ser aferido pela regra do inciso I do art. 173 do CTN, por se tratar de lançamento de ofício. Sustenta que o sujeito passivo não declarou em GFIP as parcelas tomadas como saláriodecontribuição. Foi excluída do crédito a competência 01/2005, por entender o órgão julgador que os valores pagos nesse mês decorreram do Acordo Coletivo de Trabalho ACT de PLR de 2004, ao qual o fisco não se referiu nas suas explicações acerca do desrespeito à norma de regência. Eis o que ficou consignado no voto condutor do acórdão recorrido: “12.1. Contudo, tendo em vista que os valores referentes à competência 01/2005, conforme verificado nos autos, referiram se ao cumprimento do Acordo de PLR 2004, não tendo constado dos autos informações e/ou elementos probatórios que descaracterizassem como tal o pagamento referente a título de PLR de 2004, efetuado em janeiro de 2005. Assim, não há como se entender por desrespeitada a legislação de regência neste tocante e, por corolário, merece reparo o crédito tributário em apreço, com a consequente exclusão da indigitada competência do presente lançamento.” Quanto à incidência de contribuições sobre a PLR distribuída em 2006 e 2007, a DRJ conclui que desatenderam a Lei n. 10.101/2000, posto que os ACT somente foram assinados no final do período, além de que estes não continham regras claras e objetivas tratando do procedimento de aferição do direito ao recebimento do benefício. Também foi afastada a pretensão do sujeito passivo para que da base de cálculo fossem excluídas as quantias pagas por força de Convenção Coletiva de Trabalho CCT. Justificou a DRJ que, ao optar por firmar ACT, a empresa afastou as disposições convencionais, ressalvadas as referências expressas dos Acordos sobre cláusulas das Convenções. Fl. 732DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 731 5 Afastouse a tese de que os pagamentos seriam eventuais. Segundo a DRJ, é incompatível que uma verba tratada em norma coletiva de trabalho seja considerada um ganho eventual. Por fim, decidiuse que a aplicação da norma mais benéfica para cálculo da multa, tendo em conta as mudanças promovidas pela Lei n. 11.941/2009, somente teria cabimento quando do pagamento, parcelamento ou inscrição do crédito em dívida ativa. Em seu recurso, fls. 680 e segs., a empresa, em apertada síntese, alegou que: a) a decadência deve ser aferida pela regra do § 4. do art. 150 do CTN, haja vista que houve pagamento parcial de contribuições nas competências envolvidas; b) a expressão “conforme definido em lei”, constante no inciso XI do art. 7. da CF/88, apenas se aplica a parte final do inciso, isto é, à hipótese excepcional de gestão da empresa, não afetando a parte que trata da participação nos lucros; c) a discussão a respeito da autoaplicabilidade do dispositivo constitucional relativo à PLR está pendente de apreciação pelo STF, tendo sido, inclusive, reconhecida a repercussão geral da matéria no RE n. 569.441 RS; d) é fato incontroverso que os ACT de PLR celebrados pela recorrente com seus empregados foram firmados com a participação do Sindicato, menciona cláusulas constantes no Acordo de 2005; e) ao contrário do que entendeu a DRJ, as metas estipuladas por meio do Programa “My Performance” fazem parte do Acordo de PLR, portanto, foram chanceladas pelo Sindicato; f) É legítimo e razoável que as metas individuais dos empregados, sejam estabelecidas caso a caso, em documentos apartados, levando em consideração a especificidade de cada situação, em especial, a função desempenhada, o tempo de serviço e a responsabilidade do cargo; g) há jurisprudência administrativa reconhecendo válidos os ACT de PLR em que metas e objetivos mais específicos constavam de documentos apartados. Transcreve decisão; h) por outro lado, o Egrégio STJ já decidiu que a ausência de homologação do Acordo no sindicato não descaracteriza a participação nos lucros a ensejar a incidência de contribuições; i) a simples leitura dos ACT de PLR e do Manual de Uso do Programa “My Performance”, aliada aos esclarecimentos prestados pela empresa, leva inexoravelmente à conclusão de que houve a estipulação de regras claras e objetivas referentes aos direitos dos empregados e dos mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado; j) a Lei da PLR privilegiou a negociação entre as partes, sendo defeso à fiscalização se imiscuir nos critérios negociados, a menos que demonstre alguma Fl. 733DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 desconformidade com a norma de regência. Menciona decisão do 2. Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda; k) no que se refere ao ACT relativo ao anobase 2005, o fisco sequer questionou a sua intempestividade, posto que foi assinado pelas partes em 27/01/2005, portanto, a decisão recorrida não poderia fundamentar a irregularidade deste ajuste na suposta falta de formalização prévia; l) quanto ao ACT do anobase 2007, o pagamento da verba somente ocorreu em janeiro de 2008, portanto, fora do período da NFLD; m) o ACT do anobase 2006, embora tenha sido assinado em 28/12/2006, não pode ser descaracterizado para fins de incidência de contribuições, conforme entendimento exarado pela antiga Sexta Câmara do 2. CC; n) de qualquer forma, observase que o pagamento da PLR de 2006 foi efetuado em janeiro de 2007, portanto, posteriormente à assinatura do ACT; o) ressalta que para esse acordo as metas para fins de avaliação dos funcionários já haviam sido fixadas no início do período no programa interno denominado “My Performance”. p) não há na Lei n. 10.101/2000 nenhuma regra que limite o valor da PLR ou que disponha que ela deve tomar como base o montante dos salários dos empregados, por isso, é improcedente o argumento de que se justificaria a tributação em razão de disparidades existentes entre o montante de PLR distribuído e o valor dos salários dos beneficiários; q) observase que os salários dos seus empregados são compatíveis com os valores praticados no mercado, não sendo razoável a conclusão da DRJ de que a PLR teria sido paga em substituição ao salário dos trabalhadores, a menos que o fisco houvesse demonstrado alguma simulação; r) ainda que as parcelas pagas pelo RECORRENTE aos seus empregados pudessem ser caracterizadas como PLR, o que se admite apenas para fins de argumentação, o AI seria improcedente, na medida em que exige contribuições sobre ganhos eventuais; s) embora o fisco tenha mencionado no item 32 do seu relatório que as parcelas pagas com base nas CCT teriam sido descontadas da base de cálculo, a recorrente demonstrou que parte dos pagamentos decorrentes das referidas Convenções não foram abatidas do saláriodecontribuição; t) a decisão recorrida se contradiz ao afirmar que os Acordos de PLR seriam nulos e, ao mesmo tempo, mencionar que as cláusulas destes se sobreporiam àquelas constantes nas convenções; u) devese observar na aplicação da multa o comando inserto na alínea “c” do inciso II do art. 106 do CTN, ou seja, devese afastar a multa de mora, uma vez que ela não se compatibiliza a nova sistemática introduzida pela Lei n. 11.941/2009; v) caso se entenda pela manutenção da multa moratória, que fique limitada a 20% da contribuição devida. Ao final pede que a decisão seja reformada na parte que lhe foi desfavorável ou que o AI seja retificado, a fim de que sejam excluídos do crédito tributário os valores da Fl. 734DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 732 7 PLR que seriam devidos nos termos das CCT ou, senão isso, que a multa de mora seja excluída do valor lançado ou, pelo menos, fique limitada ao percentual de 20%. É o relatório. Fl. 735DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso de ofício atende aos pressupostos de admissibilidade, posto que o valor exonerado situase acima do valor mínimo fixado pela Portaria MF n.º 03, de 03/01/20081. O recurso voluntário também merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Recurso de Ofício Conforme muito bem fundamentado na decisão de primeira instância, o pagamento efetuado em 01/2005 referese ao ACT anobase 2004. Considerandose que o fisco não trouxe elementos para demonstrar que esse instrumento de negociação desatendeu aos ditames da Lei n. 10.101/2000, devese afastar a incidência de contribuições sobre esta parcela. Encaminho, assim, por negar provimento ao recurso de ofício. Recurso Voluntário a) Decadência É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ................................................................................................ 1 Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 733 9 Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que não havendo a menção à ocorrência de recolhimentos, com base nos elementos constantes nos autos, seja possível se chegar a uma conclusão segura acerca da existência de pagamento antecipado. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação e também para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. Na situação sob análise, verifico que a norma a ser aplicada é o § 4. do art. 150 do CTN, posto que há guias de pagamento para as competências envolvidas no lançamento, conforme fls. 398; 399; 400 e 410. Tendose em conta que a ciência da lavratura ocorreu em 29/09/2010, fl. 02, deve ser afastada pela decadência as contribuições lançadas na competência 01/2005. Ocorre que essa competência, conforme vimos acima, foi excluída pela DRJ, portanto, o pedido para reconhecimento da decadência ficou sem objeto. b) autoaplicabilidade da norma constitucional que trata da PLR O art. 7. , inciso IX, da Carta Magna dispõe: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (...) Argumenta a empresa que apenas a parte final do inciso dependeria de lei regulamentadora, sendo a parte que trata da PLR uma norma de eficácia plena. Não devo lhe dar razão. Embora haja o reconhecimento da repercussão geral no STF acerca da auto Fl. 737DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 aplicabilidade do referido comando n. 569.441 – RS, essa matéria já foi decidida em outro momento pelo plenário da Corte Suprema. Ali o STF reconheceu que a PLR, somente a partir da edição da MP 794/1994, por várias vezes reeditada e finalmente convertida na Lei n.º 10.101/2000, passou a não integrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias. É o que se observa do julgado (RE 398284 / RJ RIO DE JANEIRO): EMENTA Participação nos lucros. Art. 7°, XI, da Constituição Federal. Necessidade de lei para o exercício desse direito. 1. O exercício do direito assegurado pelo art. 7°, XI, da Constituição Federal começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração. 2. Com isso, possível a cobrança das contribuições previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. Merece transcrição excerto do voto do Ministro Menezes Direito (Relator): ”Há três precedentes monocráticos na Corte.Um que foi relator o Eminente Ministro Gilmar Mendes; e dois outros da relatoria do Ministro Eros Grau. Então a questão está posta com simplicidade. E estou entendendo, Senhor Presidente, com a devida vênia da bela sustentação do eminente advogado, que realmente a regra necessita de integração, por um motivo muito simples: é que o exercício do direito é que se vincula à integração, não é a regra só, que nesses casos, quando manda que a lei regule o exercício, que vale por si só. Se a própria Constituição determina que o gozo do exercício dependa de lei, tem que haver a lei para que o exercício seja pleno. Se não há lei, não existe exercício. E com um agravante que, a meu ver, parece forte o suficiente para sustentar esse raciocínio. É que o fato de existir a participação nos lucros, desvinculada da remuneração, na forma da lei, não significa que se está deixando de dar eficácia a essa regra, porque a participação pode ser espontânea; já havia participação nos lucros até mesmo antes da Constituição dos 80. E, por outro lado, só a lei pode regular a natureza dessa contribuição previdenciária e também a natureza jurídica para fins tributários da participação nos lucros. A lei veio exatamente com esse objetivo. É uma lei que veio para determinar, especificar, regulamentar o exercício do direito de participação nos lucros, dando consequência à necessária estipulação da natureza jurídica dessa participação para fins tributários e para fins de recolhimento da Própria Previdência Social. Ora, se isso é assim,e, a meu sentir, parece ser, pela leitura que faço eu do dispositivo constitucional, não há fundamento algum para afastarse a cobrança da contribuição previdenciária antes do advento da lei regulamentadora.” Percebese, então, que, se o STF entendeu que não havia lei regulamentando o pagamento de PLR antes da edição da MP n.º 794/1994, não há como acolher o entendimento de que a apenas a participação dos trabalhadores na gestão das empresas é que carecia de regulamentação para produzir os seus efeitos. O entendimento acima deixa bem nítido que o Fl. 738DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 734 11 comando constitucional relativo à participação nos lucros ou resultados também não é norma de eficácia plena. c) ganhos eventuais Também não acolho o argumento de que a verba em questão seria excluída do saláriodecontribuição por se caracterizar como ganhos eventuais, em razão da norma inserta no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. A meu ver esse entendimento não se coaduna com a melhor exegese da legislação. Eis a norma citada: § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) e) as importâncias: (...) 7.recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; (...) A interpretação do dispositivo acima não pode ser dissociada daquele inserto no “caput” do mesmo artigo, acima transcrito, mas que não custa apresentar mais uma vez: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (...) À luz da legislação citada, o melhor entendimento é o de que somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer caráter de retributividade. O que, tenho certeza, não se aplica a situação de pagamento de participação nos lucros ou resultados. Não há dúvida de que, no caso concreto sob cuidado, o pagamento da PLR era realizado em razão do vínculo contratual estabelecido entre empresa e os trabalhadores. Na verdade, a PLR, malgrado seja concedida em razão do alcance de determinadas metas fixadas por empregador e empregados, não pode ser considerada como pagamento eventual, uma vez que o segurado, sabe a priori que, uma vez obtido o resultado fixado no programa de participação nos lucros, fará jus ao recebimento de sua parcela. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Portanto, afasto a alegada natureza de ganhos eventuais da verba sob comento, até porque a mesma foi disponibilizada aos empregados da recorrente anualmente, em razão do esforço daqueles, o que retira da parcela a natureza jurídica que lhe quer dar a recorrente. d) conformidade da sistemática de pagamento da PLR com a Lei n. 10.101/2000 Nos termos do relatório fiscal, fls. 12 e segs, foram três as desconformidades entre os pagamentos efetuados a título de PLR pela recorrente com os ditames da lei específica, quais sejam: 1. os Acordos de PLR firmados com os empregados não conteriam regras objetivas; 2. os Acordos relativos aos anosbase de 2006 e 2007 foram assinados somente após final do período aquisitivo; 3. a grande disparidade entre o valor dos salários e a PLR revela que esta estaria sendo paga em substituição àqueles, contrariando assim o art. 3. da Lei n. 10.101/2000. Passemos então a apreciar cada um desses motivos. A empresa alegou que a Cláusula Segunda dos ACT dispunha que as partes estabeleciam a sistemática para pagamento da PLR nos termos do Anexo I, o qual integra o Acordo. Aduziu a empresa que o Acordo de PLR é pautado em um plano de metas, cujas diretrizes encontramse no parágrafo primeiro da Cláusula Terceira do Anexo I, nos seguintes termos: CLÁUSULA TERCEIRA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO Anualmente será efetuada a avaliação de cada empregado, considerando aspectos subjetivos e objetivos de performance, dentre os quais o desempenho do empregado em relação a metas estabelecidas para o empregado individualmente, para a sua área e para toda a empresa. PARÁGRAFO PRIMEIRO São considerados elementos relevantes na avaliação dos empregados aspectos subjetivos como atitude, potencial de crescimento, etc., mas principalmente aspectos objetivos, variando conforme a posição dos empregados, tais como contribuição para os resultados da empresa, cumprimento de normas regulamentares e procedimentos internos, assiduidade, compromisso com objetivos departamentais e globais da empresa, etc. A seguir asseverou que as mencionadas metas são divulgadas no início de cada exercício mediante o Programa “My Performance”, o qual foi acostado na impugnação. Ali, afirma, são estabelecidas, de forma objetiva, as metas individuais e específicas de cada empregado. Fl. 740DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 735 13 Para a DRJ esta sistemática não satisfaz os ditames legais, haja vista que o mencionado programa interno de metas não foi objeto de negociação com o Sindicato. Não posso concordar com a empresa. Apreciando os termos das disposições do Anexo I acima transcritas, verifico que não há menção a qualquer programa de metas, mas apenas a indicação de uma série de fatores que poderiam vir a ser utilizados na aferição do direito ao recebimento da PLR. Para mim, as regras do Programa “My Performance” poderiam ser aceitas caso no corpo do ACT ou de seu Anexo constasse expressamente que o pagamento da PLR estaria condicionado ao alcance das metas do referido programa. Isso não fica claro. Essa turma tem entendido que as regras citadas no § 1. do art. 2. da Lei n. 10.101/2000 não necessitam estar no corpo do próprio instrumento de negociação, mas este tem obrigatoriamente que mencionar o documento onde estão reveladas as metas e os critérios que uma vez cumpridos darão direito ao benefício trabalhista em questão. Entendo, portanto, que o pagamento da PLR foi feito ao arrepio da Lei por não está arrimado em regras claras e objetivas negociadas pelas partes. Acerca da necessidade de assinatura dos acordos somente ao final do período aquisitivo da PLR, entendo que também restou descumprida a norma de regência. Não consigo visualizar as regras sendo fixadas durante o transcurso do jogo. Para que os trabalhadores sintamse motivados atingir os objetivos que lhe trariam o direito à participação nos resultados da empresa, sem dúvida, é necessário que, durante o período aquisitivo, os mesmos tivessem pleno conhecimento de todas as condições impostas. Não fosse assim, os empregados não teriam como aferir se estariam alcançando os objetivos que lhe dariam direito à PLR. A lógica intrínseca ao sistema de pagamento da PLR exige que os seus beneficiários conheçam as regras que presidem o processo e, assim, possam contribuir com seu esforço para o alcance das condições fixadas no ajuste com o patrão visando à participação nos lucros. Tem sido esse o entendimento prevalente nessa turma de julgamento, como se pode ver do entendimento exarado no voto condutor do Acórdão n.º 2401002.251, da lavra da Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, em sessão realizada no dia 20/01/2012: “Com base nesse pensamento, entendo que as metas a serem cumpridas, devem ser previamente pactuadas, para que o empregado tenha conhecimento prévio de quanto o seu esforço poderá lhe trazer de retorno. Formalizar acordos, quase ao término do exercício para os quais serão pagos valores a título de PRL, nada mais é do que tentar desnaturar pagamentos indiretos aos empregados, dandolhes uma maquiagem de PLR, para que sejam excluídos da base para o pagamento de outros direitos. Nessa seara, bastanos apreciar o disposto no § 1º do art. 2 da Lei 8212/91: (...)” Fl. 741DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 14 Assim também entendo. Não se compatibilizam com a Lei n. 10.101/2000 os acordos para pagamento de PLR firmados pelas partes apenas ao final do período aquisitivo. Chamo atenção que esse descumprimento não atinge o pagamento efetuado em 01/2006 (PLR de 2005), posto que o fisco não apontou a inexistência de acordo prévio para tributar os valores relativos ao ACT firmado em 2005, o qual teria sido formalizado em janeiro daquele ano. A suposta disparidade entre os valores pagos a título de PLR e o salário do trabalhador não é exigência constante da norma. Em nenhum momento a Lei de regência dispõe sobre a proporção que deve ser respeitada entre estes dois ganhos do trabalhador. Não pode o fisco instituir barreiras para a percepção deste benefício constitucional que não estejam definidos na Lei n. 10.101/2000. Vou reproduzir decisão trazida a colação pela recorrente, a qual se amolda perfeitamente à situação em tela: "A autoridade fiscal diz que a empresa não teria estendido o pagamento da PLR a todos os seus empregados, negando o direito aos temporários, argumento do qual não posso concordar, simplesmente porque não vejo na regulamentação da PLR, nenhum dispositivo que venha a exigir que a distribuição de lucros seja dirigida a todos os empregados. Ora, se a legislação mencionada não exige a observância da situação narrada pela fiscalização, in casu a distribuição de lucros a todos os empregados, 9 sua ocorrência não poderá ter o condão de imprimirlhe natureza tributável para fins previdenciários. É de se enfatizar mãis uma vez que a desqualificação da PLR não pode ser fruto da interpretação subjetiva de quem a analisa, mas sim do confronto direito entre a forma com que se deu e a legislação que a regula." (Acórdão n. 240100.066, de 04.03.2009.) Assim, encaminho por afastar esse fundamento adotado pela autoridade lançadora. d) Redução da base de cálculo A DRJ não concordou com a alegação da empresa de que deveriam ser abatidas da base de cálculo as parcelas de PLR pagas em obediências as CCT. Para o órgão recorrido a empresa, ao optar por firmar os ACT, concedeu uma condição mais benéfica aos trabalhadores que aquela prevista nas Convenções, assim as cláusulas destas perderiam a eficácia frente ao disposto nos Acordos, a menos que esses fizessem alguma ressalva expressa. Sobre essa questão, vale a pena transcrever duas menções constantes no relato do fisco: “9. A PLR foi distribuída conforme artigo 2°, Inciso II da Lei 10101/00, através das convenções coletivas de trabalho sobre Participação nos Lucros ou Resultados dos Bancos nos anos de Fl. 742DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 736 15 2005, 2006 e 2007, assinadas entre a FENABAN Federação Nacional dos Bancos e a CNB Confederação Nacional dos Bancários. Esta distribuição está de acordo com a legislação não se constituindo base de incidência de contribuição previdenciária.” ......................................................................................................... “31. No levantamento PL PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS foram lançados os valores pagos e/ou creditados aos empregados a título de Participação nos lucros encontrados em planilhas fornecidas pela empresa e folhas de pagamentos e os valores pagos e/ou creditados aos diretores empregados encontrados nas folhas de pagamentos. 32. Foram descontados os valores referentes ao PLR distribuído através das convenções coletivas de trabalho sobre Participação nos Lucros ou Resultados dos Bancos nos anos de 2005, 2006 e 2007, assinadas entre a FENABAN Federação Nacional dos Bancos e a CNB Confederação Nacional dos Bancários.” Analisando o Discriminativo Analítico do Débito em confronto com as planilhas apresentadas pela empresa, pude observar que as parcelas que foram pagas em decorrência das convenções foram abatidas da base de cálculo como se pode ver da tabela abaixo: PAGAMENTO PLR TOTAL ACT PLR ANTECIP CCT BC LANÇADA 01/2006 55.851.945,25 283.916,52 55.568.028,73 01/2007 81.126.644,00 573.359,06 80.553.284,94 Verificase assim que os valores de PLR efetivamente pagos aos segurados em conformidade com as CCT foram expurgados da base de cálculo. Todavia, para as quantias que deveriam ter sido pagas por força das CCT, mas que foram absorvidas pelos ACT, por estes serem mais favoráveis, não poderiam ser abatidas. Conforme se justificou na decisão recorrida, as disposições do Acordo se sobrepõem às cláusulas convencionais, tanto que nas planilhas apresentadas pela empresa somente constam como parcelas decorrentes das CCT a “antecipação” e a “PLR adicional”, as quais não foram incluídas na base de cálculo. Vêse, portanto, que para as parcelas que a empresa indicou como pagas em decorrência das CCT não houve tributação. Não tem razão a empresa quanto ao seu pleito de redução da base de cálculo. Fl. 743DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 16 Da multa aplicada Consoante informado no relatório fiscal, foi efetuada a verificação da multa mais benéfica, concluindose que a multa calculada pela legislação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores mostrouse mais favorável ao sujeito passivo. Assim, a multa foi imposta no patamar de vinte e quatro por cento das contribuições não recolhidas. Requer o sujeito passivo que a multa seja fixada observandose a nova redação dada ao dispositivo em questão pela MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2009, que trouxe ao art. 35 da Lei n.º 8.212/1991 a seguinte redação: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). O referido art. 61 da Lei n. 9.430/1996 assim prescreve: Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. (...) Ocorre que a aplicação retroativa a que se refere dispositivo acima somente tem lugar quando se está diante de pagamento espontâneo, ou seja, não objeto de lançamento de ofício. Às situações em que o sujeito passivo deixou de declarar os fatos geradores e recolher as contribuições, levando o fisco a constituir o crédito tributário, a regra da novel legislação é o art. 44, I, da Lei n. 9.430/2006, conforme previsão do art. 35A da Lei n.º 8.212/1991, introduzida pela MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2008: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 744DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001292/201035 Acórdão n.º 2401003.604 S2C4T1 Fl. 737 17 Portanto, não há de se acatar o requerimento da empresa, posto que o art. 44, I, da Lei n. 9.430/1996, impõe multa mais gravosa (75% do tributo não recolhido) que aquela prevista no art. 35 da Lei n.º 8.212/1991, na redação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores. Nesse sentido, devese manter a multa aplicada no lançamento, posto que a aplicação retroativa da nova legislação conduziria a um valor mais gravoso ao sujeito passivo. Conclusão Voto por negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 745DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10920.909548/2012-31
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2006 a 31/03/2006
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 95 48 /2 01 2- 31 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório O processo iniciouse com Pedido de RestituiçãoPER, apresentado pela contribuinte, ora recorrente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinvile, SC, indeferiu o pedido, com fundamento em que o valor recolhido por DARF, indicado como origem do crédito contra a Fazenda Nacional, havia sido integralmente utilizado para pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição solicitada. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, aduzindo que os créditos pleiteados referirseiam a pagamentos a maior da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, decorrentes da inclusão do ICMS na base de cálculo destas contribuições. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujo acórdão possui a seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. REQUISITO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo pagamento indevido ou a maior que o devido.” Fl. 51DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 4 3 Ciente da decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário no qual assevera que não há previsão legal para exigir a retificação de DCTF como condição para a restituição e pede que seja afastada esta exigência e enfrentados os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Afirma ser indevida a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição, mas não apresenta argumentos que sustentem esta afirmação. Não há nos autos nenhum documento ou livro fiscal ou contábil nem DCTF retificadora. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Sobre a nulidade da decisão de primeira instância. No acórdão recorrido, a DRJ/Florianópolis decidiu com base no entendimento de que se não foi retificada a DCTF, não ficou comprovado pagamento indevido ou a maior, logo, não há que se falar em crédito líquido e certo e, por isso, correto o indeferimento do pedido de restituição. Está claro, desde o despacho decisório, que a contribuinte não comprovou existência de pagamento indevido ou a maior, pois o pagamento informado no pedido de restituição referiuse a tributo lançado em DCTF não retificada, logo, tributo devido. Não apresentadas provas em contrário, os valores informados na DCTF devem ser considerados verdadeiros. Tal entendimento é semelhante ao que justifica a decisão proposta neste voto, conforme se vê adiante. No voto condutor do acórdão da unidade de primeira instância, afirmouse que apenas com a retificação da DCTF a contribuinte teria crédito contra a Fazenda e que a retificação somente produziria efeitos em relação a pedido de restituição apresentado posteriormente a ela. Apesar de este entendimento divergir do que entendem várias turmas do CARF, que admitem que a retificação da DCTF pode surtir efeitos em relação a pedidos de restituição anteriores à sua transmissão, não se pode assentar que a decisão da DRJ possa ser anulada. Ainda que se entenda prescindível a retificação da DCTF, o fundamento de que o pagamento indevido ou a maior não foi comprovado persiste e é suficiente para manter o indeferimento do pedido de restituição, de modo que o despacho decisório e a decisão recorrida estão fundamentados e permitiram à contribuinte o contraditório e a ampla defesa. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 5 4 Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza O processo se iniciou com pedido de restituição da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de PI/Pasep. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido. O fundamento legal está expresso em seu quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL”, no qual consta o artigo 165 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Caberia à interessada provar o direito à restituição, à luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. Até o momento do protocolo do recurso voluntário, a contribuinte não apresentou documentos que comprovassem erro na DCTF, nem comprovou ocorrência de alguma das hipóteses previstas no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, que permitiriam apresentação destes documentos em momento posterior. Cito. “Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (...) §4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; Fl. 53DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 6 5 b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” Ao contrário da decisão recorrida, várias decisões proferidas pelo CARF admitiram a retificação de DCTF posterior à ciência do despacho decisório. Porém, no âmbito desta turma, esta admissão ocorre somente quando a DCTF retificadora é acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis. Apenas assim se pode afirmar que o crédito pleiteado existe e é dotado de certeza e liquidez. Vejase a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes, em que se assentou que a contribuinte deveria comprovar a origem do direito de crédito: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios, cujas ementas, com grifos meus, são as seguintes: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a Fl. 54DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 7 6 decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação de inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado.. Acórdão nº 3802001.593: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2004 COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM Fl. 55DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 8 7 VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.” A 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento tem o mesmo entendimento, conforme se vê no acórdão nº. 3402001.668, de 15/02/2012, cuja ementa é: “Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE Data do fato gerador: 15/07/2005 NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTO LEGAL. Em sendo verificado que tanto o ato de indeferimento da compensação quanto a decisão recorrida apresentam os fundamentos legais que sustentam a prolação do ato administrativo, não ocasionando cerceamento do direito de defesa do contribuinte, não há que se decretar a nulidade da decisão administrativa. Igualmente não incorre em nulidade a decisão que deixa de intimar o contribuinte a apresentar seus próprios documentos contábeis e fiscais para comprovar fato que sustenta seu direito ao indébito tributário. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PROVA DA EXISTÊNCIA, SUFICIÊNCIA E LEGITIMIDADE DO CRÉDITO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Não se homologa a compensação pleiteada pelo contribuinte quando este deixa de produzir prova, através de meios idôneos e capazes, de que o pagamento legitimador do crédito utilizado na compensação tenha sido efetuado indevidamente ou em valor maior que o devido, não bastando a retificação da DCTF como prova do suposto indébito.” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909548/201231 Acórdão n.º 3801002.702 S3TE01 Fl. 9 8 Isto vale tanto para compensação com débitos do contribuinte quanto para restituição de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido. Não é possível restituir valor referente a pagamento de tributo indevido ou maior que devido se este valor não é líquido e certo. No presente caso, não há prova de que houve pagamento indevido, nem de que o direito de crédito alegado equivale à incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre valores de ICMS. Por isso, não é necessário discutir a questão de mérito sobre a incidência da contribuição social sobre valores pagos a título de ICMS. Conclusão Pelo exposto, tendo em vista não ter sido provado pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, com fundamento nos artigos 165 do CTN e 333 do CPC, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o despacho decisório que não reconheceu o direito de crédito e indeferiu o pedido de restituição. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 57DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 11065.003100/2005-72
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 10 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.807
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 65 .0 03 10 0/ 20 05 -7 2 Fl. 541DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11065.003100/200572 Resolução nº 3801000.807 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da DRJ de Porto Alegre: Trata o presente processo de auto de infração relativo ao PIS não cumulativo, referente aos períodos de apuração dezembro de 2002 e abril a dezembro de 2003, totalizando um crédito tributário de R$ 93.826,15, com juros de mora calculados até 29/07/2005. 2. A Fiscal autuante esclarece, no Relatório Fiscal de fls. 08/16, o qual faz parte integrante do presente lançamento, que efetuou verificações na contabilidade da empresa, tendo em vista pedidos de ressarcimento e/ou declarações de compensação protocolados, onde foram apuradas as seguintes irregularidades: a) divergências entre os valores constantes da DACON apresentada pela empresa e o montante solicitado nos pedidos de ressarcimento e/ou declaração de compensação; b) receita informada a menor; c) dedução indevida do estoque de abertura; d) omissão de receita — saldo credor de caixa; e) dedução indevida de compras. 3. Observou ainda que a interessada ao preencher a DACON não deduzia dos créditos apurados os débitos de PIS do respectivo mês e ainda informava os valores de maneira que os créditos eram computados de forma cumulativa. 4. A interessada apresentou, tempestivamente, impugnação ao auto de infração, afirmando que a irregularidade apontada no item 3.1.1 (receita informada a menor fls.10) não seria verdade, uma vez que os valores informados em DCTF, em DIPJ balanço anual estariam de acordo com os declarados na DACON. 5. Argumenta que apresentou fotocópias das notas fiscais referentes as compras efetuadas, tendo em vista que as originais estariam em poder do Fisco Estadual. Alega que disponibilizou o Livro Registro de Apuração do ICMS, bem como as duplicatas quitadas relativas as compras em questão. Acredita que a ausência da posse dos originais das notas fiscais não teria o condão de desconstituir direito creditório pela aquisição das mercadorias. 6. Defende seu direito ao crédito, alegando que esse é da essência do sistema da nãocumulatividade, sendo uma garantia constitucional. Argumenta que ao receber as mercadorias de seus fornecedores já teria direito a se creditar do PIS cobrado, sendo a formalização efetuada por meio do registro da nota fiscal ou de outro documento em Livro próprio. Entende que agiu corretamente não podendo ser alvo de Fl. 542DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11065.003100/200572 Resolução nº 3801000.807 S3TE01 Fl. 4 3 lançamento e de imputação de conduta dolosa com aplicação de multa qualificada. Alega que o ônus da prova é do fisco e não de contribuinte, sendo descabida qualquer presunção fiscal de ilícito tributário. 7. Com relação à omissão de receitas, alega que a fiscalização partiu de premissas incorretas, deixando de solicitar e analisar o Livro Diário Auxiliar, onde constariam as baixas de pagamento e os recebimentos individualizados efetuados pela empresa. Considera que os procedimentos por ela adotados estão em total consonância com as normas contábeis e com a legislação pátria, em especial o RIR. Afirma que "eventual equivoco praticado pela empresa relativo a valores de estoque, se existiram serão refeitos e recolhidos aos cofres públicos". Todavia esse seria escusável, uma vez que as mudanças na legislação do PIS nãocumulativo geraram dúvidas, as quais só teriam sido dirimidas tempos depois por resoluções e instruções normativas expedidas pela Secretaria da Receita Federal. Entende ser impraticável exigir tributação por simples verossimilhança, mera probabilidade ou verdade material aproximada. 8. Passa a dissertar a respeito da nulidade dos atos administrativos irregulares, afirmando que no exercício da função administrativofiscal seu titular maneja deverespoderes no interesse da Fazenda Pública, não podendo deixar de agir sempre por meio de condutas orientas pelo cumprimento da finalidade legal vinculante. Assim, os funcionários fiscais não são donos da coisa pública, ou senhores dela, mas representantes do interesse público, não dispondo de autonomia de vontade para eleger os fins a serem procurados, tampouco as vias que servirão para alcançálos. Define ato nulo e ato anulável, fazendo a transcrição de textos de vários doutrinadores a respeito do assunto abordado. Encerra sua dissertação, concluindo que havendo "esse" grave defeito a macular o auto de infração, necessária seria sua anulação. 9. Ataca a multa de 75%, por entender que sua aplicação estaria vinculada comprovação da existência de fraude. Afirma que não agiu com dolo, que o percentual de 75% teria caráter confiscatório e que interpretação diversa da legislação tributária, não configura vontade dolosa, mas sim mero ato de liberalidade e interpretação dos conceitos jurídicos. Prossegue em sua argumentação, afirmando ser vedada a aplicação de multa no percentual de 150%, reforçando seu entendimento de que não teria sido comprovada a sua vontade dolosa, sendo nulo o lançamento "com base nos extratos de contacorrente". 10. Discorda da utilização da taxa Selic como índice de correção monetária, por entender que haveria, neste caso, dupla aplicação de penalidade moratória. Considera ainda inconstitucional sua aplicação. Requer atualização com base na Ufir. 11. Pleiteia a produção de prova pericial "para que se possa verificar a (ir) regularidade da inscrição do suposto crédito tributário de ICMS como divida ativa" (sic). Alega que uma análise técnica comprovaria a utilização dos materiais constantes da notas fiscais consideradas inidôneas no processo produtivo, demonstrando o direito da empresa ao crédito físico das mercadorias. Fl. 543DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11065.003100/200572 Resolução nº 3801000.807 S3TE01 Fl. 5 4 12. Ao final solicita que: a) seja concedida a exclusão do lançamento decorrente da não apresentação das notas fiscais originais; b) determine a nulidade do ato de lançamento, sendo nulo o principal e demais consectários impostos (atualização, juros e multa); c) sejam aceitas as informações constantes da DACON, dando por correta a compensação efetuada; d) na hipótese de assim não entender, determine a desclassificação da multa qualificada, reduzindoa para 20%, bem como eventual equivoco relativo ao crédito de abertura do estoque de 2003, reabrindose prazo para recolhimento. A DRJ de Porto Alegre julgou improcedente a impugnação com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2003 NOTA FISCAL COMPRAS COMPROVAÇÃO Indispensável apresentação de nota fiscal, documento que comprova a operação de aquisição, para que as compras efetuadas dêem direito ao crédito de PIS nãocumulativo. OMISSÃO DE RECEITAS PAGAMENTO NÃO CONTABILIZADO SALDO CREDOR DE CAIXA Verificada a inexistência de registro na contabilidade da empresa de pagamento efetuado e havendo reconstituição da conta caixa para inclusão de referido registro, a qual resultou em saldo credor, caracterizada está a omissão de receita, acaso não haja prova em contrário. PIS NÃO CUMULATIVO BASE DE CALCULO As receitas não operacionais integram a base de cálculo do PIS não cumulativo, exceção apenas para aquelas decorrentes de venda do ativo imobilizado. MATÉRIA NÃOIMPUGNADA A matéria que não for expressamente contestada tornase definitiva na esfera administrativa. Lançamento Procedente Em Recurso Voluntário a Recorrente aponta os mesmos argumentos apontados na impugnação, aponta ainda argumentos sobre a nulidade do ato administrativo por conta de existir mera presunção no lançamento do auto e a impropriedade da multa aplicada, bem como em relação à aplicação da taxa SELIC. É o que importa relatar. Fl. 544DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11065.003100/200572 Resolução nº 3801000.807 S3TE01 Fl. 6 5 Voto O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. São cinco os pontos apontados no Auto de Infração que devem ser examinados por essa Turma: (i) Divergências entre os valores constantes da DACON apresentada pela empresa e o montante solicitado nos pedidos de ressarcimento e/ou declaração de compensação; (ii) receitas informadas a menor pela falta de inclusão de receitas não operacionais; (iii) dedução indevida do estoque de abertura; (iv) omissão de receita — saldo credor de caixa; e, (v) dedução indevida de compras. A Recorrente apontou em sua defesa que “as irregularidades apontadas nos itens de acima, à exceção do item "i", decorrem exclusivamente do fato de não ter sido aceito pela douta fiscal o fato de que diversas das notas fiscais de entrada de mercadorias, estavam em poder da Delegacia da Fazenda Estadual de Novo Hamburgo — RS”. Em relação ao item "i" alega que não condiz com a realidade, “pois uma simples analise do valor correto, devidamente informado em DCTF e balanço anual, bem como DIPJ, confere com o valor registrado na DACON”. As divergências, portanto, decorrem da (a) falta de apresentação das notas fiscais originais quando da impugnação sob a alegação de que estavam sob fiscalização da autoridade Estadual e da (b) não inclusão das receitas não operacionais na base de cálculo do PIS nãocumulativo e também da (c) verificação de saldo credor de caixa decorrente da reconstituição da conta caixa decorrente da falta de localização no Livro Diário do registro de pagamentos de insumos adquiridos pela empresa feitos em moeda corrente nacional nos dias indicados como de quitação nos respectivos documentos, tampouco nos dias de vencimento. Quanto ao terceiro ponto a Recorrente alega que estão registrados no Livro Diário Auxiliar e que não foram aceitos e examinados pela fiscalização. A DRJ entendeu que o livro deveria ter sido juntado com a Impugnação precluindo o direito de fazêlo posteriormente e que mesmo que existissem esses registros no livro auxiliar as movimentações deveriam ter sido incluídas no diário nos termos do artigo 258, §§ 1º e 2º do RIR. Com relação à primeira divergência, a falta de apresentação das notas fiscais originais ficou demonstrado que, de fato, as mesmas estavam em poder da fiscalização estadual e que no momento da fiscalização não tinham como ser apresentadas pela Recorrente, exigilas e considerar a sua não apresentação como indiciária para o lançamento do auto de infração implicaria em presunção indevida. Apresentadas as notas no transcorrer do processo administrativo as mesmas devem ser examinadas e deve ser refeito o cálculo para fins de se excluir do lançamento as receitas que foram comprovadas. Com relação à dedução incorreta no estoque de abertura a própria Recorrente confirma que o fez de maneira equivocada de modo que não há defesa com relação a esse ponto. Com relação ao último ponto, a contraposição do livro diário e o auxiliar para fins de localização do registro de pagamentos de insumos é expresso o artigo 1.184, § 1º da Lei n.º 10.406/2002, Código Civil Brasileiro, nesse sentido: Fl. 545DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11065.003100/200572 Resolução nº 3801000.807 S3TE01 Fl. 7 6 Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. § 1ºAdmitese a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. Assim, e com base no princípio da verdade material entendo que o exame deveria ter se estendido também ao livro auxiliar. Considerados esses pontos tenho também que o presente processo não se encontra pronto para julgamento devendo a Delegacia de origem em procedimento de auditoria subsidiar essa Turma com informações para que possamos julgar o presente processo. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) Intime a contribuinte para apresentar prova dos pagamentos apontados como não registrados. b) Apure o valor devido da contribuição lançada fazendo as devidas exclusões decorrentes das notas fiscais apresentadas e dos pagamentos que forem localizados nos livros fiscais da Recorrente. c) Intime a Recorrente para se manifestar no prazo de 30 dias; e, Retorne o processo para esse conselho para julgamento. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 546DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10680.720013/2008-14
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2004, 2005
RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO - INEXISTÊNCIA DE PROVA DE QUE AS SOCIEDADES ESTAVAM SOB CONTROLE COMUM OU PERTENCIAM AO MESMO GRUPO ECONÔMICO. NÃO OCORRÊNCIA. EXCLUSÃO DA MULTA DE OFÍCIO.
Se não for provado pela fiscalização que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico, a sucessora não responderá pelos débitos tributários da sucedida.
Numero da decisão: 9101-001.967
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão e Rafael Vidal de Araújo, que apresentará declaração de voto.
(Documento assinado digitalmente)
OTACILIO DANTAS CARTAXO Presidente.
(Documento assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente), MARCOS AURELIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA (Suplente Convocado), JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado).
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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NÃO OCORRÊNCIA. EXCLUSÃO DA MULTA DE OFÍCIO. Se não for provado pela fiscalização que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico, a sucessora não responderá pelos débitos tributários da sucedida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão e Rafael Vidal de Araújo, que apresentará declaração de voto. (Documento assinado digitalmente) OTACILIO DANTAS CARTAXO – Presidente. (Documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente), MARCOS AURELIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA (Suplente Convocado), JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, MARCOS VINICIUS AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 00 13 /2 00 8- 14 Fl. 3337DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 BARROS OTTONI (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado). Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional, com fundamento no artigo 7º, incisos I e II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25/06/2007 e art. 4° Do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria MF 256/2009. Insurgiuse a Recorrente contra o acórdão nº 130100.118 proferido pelos membros da 1ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho, na parte em que afastaram a multa de ofício. O acórdão, na parte recorrida, foi assim ementado: “MULTA DE OFÍCIO INCORPORAÇÃO RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES A sociedade incorporadora não responde pelo pagamento da multa de oficio aplicada à incorporada, em autuação concretizada em data posterior à da incorporação. Tributo e multa não se confundem, eis que esta tem caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa.” Em suas razões recursais sustentou que, ainda que o lançamento tenha sido efetuado após a extinção por incorporação do sucedido, o sucessor deve responder pelas multas fiscais devidas em decorrência do não recolhimento de tributos pela sociedade incorporada. Argumentou que o artigo 132 do CTN deve ser interpretado como se referindo a "crédito tributário" (o que inclui a multa de oficio) e não apenas a "tributo", como ocorreria numa interpretação literal do art. 132. Afirmou que nesse mesmo sentido o Tribunal de Justiça ratificou a sua jurisprudência sob a sistemática dos recursos repetitivos (Art. 543C do CPC), no julgamento do RESP N° 923.012/MG. Sob o fundamento da existência de divergência jurisprudencial neste Conselho, trouxe como paradigma os acórdãos 10516.233 e CSRF/0202.396, assim ementados: “RESPONSABILIDADE TRIBUTARIA DE SUCESSORES A expressão "crédito tributário" contida no art. 129 do Código Tributário Nacional (CTN) alcança tanto o valor do tributo porventura devido, como os demais acréscimos incidentes sobre estes, incluídas aí as multas de ofício regularmente aplicadas.” (Acórdão 105 16.233). “MULTA. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. Responde o sucessor pela multa de natureza fiscal. O direito dos contribuintes às mudanças societárias não pode Fl. 3338DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10680.720013/200814 Acórdão n.º 9101001.967 CSRFT1 Fl. 3.338 3 servir de instrumento à liberação de quaisquer ônus fiscais (inclusive penalidades), ainda mais quando a incorporadora conhecia perfeitamente o passivo da incorporada.” (CSRF/0202.396) Em sede de exame de admissibilidade (fls. 597/599) foi dado seguimento ao Recurso. O contribuinte apresentou contrarrazões, por meio da qual afirmou que a responsabilidade da empresa sucessora abarca apenas os tributos devidos pela empresa sucedida, não alcançando multas, principalmente porque estas foram motivadas por atos cometidos pela sucedida, mas só foram aplicadas após o evento da sucessão. Quanto ao julgado do STJ suscitado pela recorrente, destacou que o mesmo mostra que a responsabilidade da empresa sucessora se estende às multas quando estas já integravam o patrimônio do contribuinte antes da sucessão. Por fim, pugnou pela manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. O cerne da questão referese à análise da responsabilidade da sucessora (empresa incorporadora) pela multa aplicada à empresa incorporada. A Fazenda Nacional, em suas razões recursais, sustentou que ainda que o lançamento tenha sido efetuado após a extinção por incorporação do sucedido, o sucessor deve responder pelas multas fiscais, devidas em decorrência do não recolhimento de tributos pela sociedade incorporada. Afirmou que nesse mesmo sentido o Tribunal de Justiça ratificou a sua jurisprudência sob a sistemática dos recursos repetitivos (Art. 543C do CPC), no julgamento do RESP N° 923.012/MG. Não prospera a posição defendida pela Recorrente. Primeiramente cumpre a análise do RESP 923.012/MG suscitado em sede de Recurso Especial. A partir da leitura do mencionado acórdão verificase que a interpretação dada pela Recorrente não foi acertada, senão vejamos. Ora, o voto condutor do acórdão citado é claro ao definir que a multa transferível ao sucessor é apenas aquela que integra o passivo da pessoa jurídica incorporada, cindida ou fusionada. Esse entendimento fica ainda mais claro diante dos precedentes citados pelo relator, cujos trechos mencionados seguem transcritos: Fl. 3339DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 “(...) Os artigos 132 e 133, do CTN, impõem ao sucessor a responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter moratório ou punitivo. A multa aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece como responsável. (...)” – (Resp 592.007/RS. De 22/03/2004. Rel. Min. José Delgado). “(...) Quanto à multa, temse que os encargos incidentes sobre o tributo (multa, juros etc) integram o passivo patrimonial da empresa, razão pela qual por eles responde a sucessora.” – (AgRg no REsp 1056302/SC. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. Julgado em 23/04/2009). Além dos julgados, trouxe no voto trecho do entendimento exposto por Sacha Calmon Navarro, em Curso de Direito Tributário Brasileiro, 9ª ed, pag. 701: “(...) Assim, se o crédito correspondente à multa fiscal já está constituído, formalizado, à data da sucessão, o "sucessor" um subrogado nos débitos e créditos (ativo e passivo) das sociedades adquiridas, divididas, incorporadas, fusionadas ou transformadas – naturalmente absorve o passivo fiscal existente, inclusive as multas. (...) Tornase imprescindível, todavia, fixar um ponto: a multa transferível é só aquela que integra o passivo da pessoa jurídica no momento da sucessão empresarial ou está em discussão (suspensa). (...) Não faz sentido apurarse uma infração ocorrida no pretérito e imputála a uma nova pessoa jurídica formal e institucionalmente diversa da que praticou a infração sob a direção de outras pessoas naturais. (...)” Assim, temse que a posição do STJ não contraria o conteúdo do acórdão recorrido, pois caso o lançamento de crédito decorrente de fato gerador praticado pelo sucedido, seja efetuado após a extinção por incorporação, este não integrará o passivo adquirido pelo sucessor, razão pela qual sua responsabilidade fica afastada. No mesmo sentido é o entendimento deste Conselho, conforme disposto na súmula CARF 47, impõe a sua exoneração: “Cabível a imputação da multa de ofício à sucessora, por infração cometida pela sucedida, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico” Fl. 3340DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10680.720013/200814 Acórdão n.º 9101001.967 CSRFT1 Fl. 3.339 5 Logo, se não for provado pela fiscalização que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico, a sucessora não responderá por penalidades devidas pela sucedida. É o caso dos autos. E a jurisprudência é a que segue: “MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO — SUCESSÃO — CARACTERIZAÇÃO — A interpretação sistemática do CTN aliada ao conceito de que a pena não deve passar da pessoa de seu infrator, afasta a responsabilidade do sucessor pelas infrações anteriormente cometidas pelas sociedades incorporadas, desde que as sociedades, incorporadora e incorporadas, não tenham mantido alguma relação de interdependência entre elas.” (processo 10768.007099/9811. Acórdão 10323.509). “MULTA DE OFÍCIO. Somente é cabível a imputação da multa de ofício à sucessora, por infração cometida pela sucedida, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico. Interpretação da Súmula CARF nº 47.” (processo 16327.720407/201094. Acórdão 1101000.813). “NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADES SOB CONTROLE COMUM. SUCESSÃO. CARACTERIZAÇÃO. A interpretação do artigo 132 do CTN, moldada no conceito de que a pena não deve passar da pessoa do seu infrator, não pode ser feita isoladamente, de sorte a afastar a responsabilidade do sucessor pelas infrações anteriormente cometidas pelas sociedades incorporadas quando provado nos autos do processo que as sociedades, incorporada e incorporadora, sempre estiveram sob controle comum.” (processo 11080.002826/200176. Acórdão CSRF/02.02.623) Do exposto, nego provimento ao Recurso da Fazenda Nacional. É como voto. (Documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 3341DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 6 Fl. 3342DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/1 1/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000108/2010-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007
Ementa:
RECURSO DE OFÍCIO. CABIMENTO. O recurso de ofício é cabível sempre que a decisão de primeira instância exonerar o contribuinte de pagamento de tributos e encargos de multa, o que não se verifica no presente caso, uma vez que os itens em debate apenas acarretaram a compensação de ofício de prejuízo fiscal de IRPJ e da base negativa da CSLL.
Numero da decisão: 1101-001.170
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em NEGAR CONHECIMENTO ao Recurso de Ofício, divergindo o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone e o Presidente Marcos Aurélio Pereira Valadão.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Paulo Mateus Ciccone (Suplente), Marcos Vinícius Barros Ottoni (Suplente) e Marcelo de Assis Guerra (Suplente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso.
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007 Ementa: RECURSO DE OFÍCIO. CABIMENTO. O recurso de ofício é cabível sempre que a decisão de primeira instância exonerar o contribuinte de pagamento de tributos e encargos de multa, o que não se verifica no presente caso, uma vez que os itens em debate apenas acarretaram a compensação de ofício de prejuízo fiscal de IRPJ e da base negativa da CSLL.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 20; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T1 Fl. 2 1 1 S1C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16643.000108/201057 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 1101001.170 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de agosto de 2014 Matéria IRPJ/CSLL Recorrentes FAZENDA NACIONAL GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S/A ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 Ementa: RECURSO DE OFÍCIO. CABIMENTO. O recurso de ofício é cabível sempre que a decisão de primeira instância exonerar o contribuinte de pagamento de tributos e encargos de multa, o que não se verifica no presente caso, uma vez que os itens em debate apenas acarretaram a compensação de ofício de prejuízo fiscal de IRPJ e da base negativa da CSLL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em NEGAR CONHECIMENTO ao Recurso de Ofício, divergindo o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone e o Presidente Marcos Aurélio Pereira Valadão. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 01 08 /2 01 0- 57 Fl. 2779DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 2 Paulo Mateus Ciccone (Suplente), Marcos Vinícius Barros Ottoni (Suplente) e Marcelo de Assis Guerra (Suplente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso. Relatório Por bem retratar a controvérsia travada nesses autos, reproduzo o relatório constante do r. decisum recorrido, litteris: Conforme Termo de Encerramento de Fiscalização de fls. 537/544, em fiscalização empreendida junto à contribuinte acima identificada, constatouse o seguinte: A contribuinte (GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. – GLAI) possuía as seguintes controladas: a) GOL FINANCE LLP (Reino Unido UK), a partir de 20/05/2004 (fls. 30 a 42); b) GOL TRANSPORTES AÉREOS S/A; c) GAC INC (Ilhas Cayman), a partir de 2006; d) GOL FINANCE CAYMAN (Ilhas Cayman), a partir de 2006. Em outubro de 2006, a GOL FINANCE LLP (UK) foi incorporada pela GAC INC. DAS DESPESAS DESNECESSÁRIAS – VARIAÇÃO CAMBIAL SOBRE VALOR REMETIDO COMO INVESTIMENTO EM CONTROLADAS NO EXTERIOR A contribuinte (GLAI) possuía controle na empresa GOL FINANCE UK, cujo patrimônio foi absorvido pela GAC (Ilhas Cayman), também controlada integral, com base no balanço daquela em 31/10/2006. O investimento que a GLAI detinha na GOL FINANCE UK era representado pelo capital de US$ 166.164.655,00 (fl. 43), equivalente em 31/10/2006 a R$ 408.245.314,00 (fl. 48). Ao ser absorvida pela GAC, o capital da GOL FINANCE UK (patrimônio liquido) passou a figurar no ativo da controladora GLAI, no grupo "créditos com empresas relacionadas – empréstimos com empresas relacionadas", apresentando saldo em 31/12/2006 de R$ 402.840.562,29 (fls. 252 e 404) e, em 31/12/2007, de R$ 337.122.441,29 (fl. 415). Destaquese que o objeto social da empresa diz que a finalidade era de conduzir o negócio com vista a lucros dentro dos limites da lei e que seria controlada fora do Reino Unido. Na GAC os valores da incorporação foram absorvidos não como capital, mas como passivo (31/12/2006 = R$ 355.260.032,11 e 31/12/2007 = R$ 337.122.441,27 fls. 187/188). Registrese a diferença entre os valores contabilizados em uma (GLAI) e em outra (GAC) no ano calendário de 2006. Às fls. 50/102, são encontrados comprovantes de remessas efetuadas pela GLAI para a GOL FINANCE UK, sendo que, em todos, é indicado "capitais brasileiros a longo prazo – investimentos diretos no exterior na subsidiaria GOL FINANCE Fl. 2780DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 3 3 LLP”, que não foi alterado junto ao Banco Central do Brasil. Assim, para todos os efeitos o valor de US$ 166.164.655,00 está registrado como remessa de capital. É de se observar que o valor em pauta foi mantido distinto dos valores de empréstimos declinados nos tópicos a seguir, tanto na GLAI, como na GAC, conforme pode ser observado nos balancetes de ambas as empresas, dando a clara conotação que este valor não estava coberto pelo contrato de mútuo entre as partes. Se tivessem mantido tal valor como capital na GAC, os valores relativos à variação cambial, assim como os resultados auferidos no período, seriam tomados como equivalência patrimonial, neutralizada no resultado tributado através de adição ou exclusão no LALUR. À fl. 48 é possível notar que o valor de US$ 166.164.655,00 do capital era integralmente aplicado no adiantamento para compra de aeronaves, naturalmente de longo prazo, o que conduz ao entendimento de que tal valor de fato é capital e não empréstimo, como consta da conta onde foi efetivamente lançado. No período de 31/10/2006 a 31/12/2006, mesmo com alterações provocadas pela queda da taxa de conversão do dólar americano, a contribuinte manteve o valor que havia como capital da GOL FINANCE UK, mesmo tendo tirado de investimento e passado para empréstimo, o que não provocou nenhuma anomalia do resultado daquele ano. Já no anocalendário de 2007, a contribuinte passou a fazer a correção dos valores em reais pela cotação da taxa do dólar, o que produziu o valor de R$ 65.718.121,00 de variação cambial passiva, reduzindo o eventual lucro do exercício ou aumentando o saldo de prejuízos acumulados e bases negativas da CSLL. Em face do exposto, entendese que tais despesas são desnecessárias, pois, mantido como capital conforme registrado no Banco Central do Brasil quando da emissão das remessas por transferência ou por contratos de cambio, não geraria a despesa com variação cambial passiva registrada pela contribuinte. São anormais e não usuais, quando se trata de aplicação de longo prazo sustentada por capitalização da empresa que passa para empréstimo na incorporação por empresa sem valor de capital substantivo. Conforme discriminado às fls. 538/539, os documentos que fazem prova do relatado encontramse às fls. 28/102, 204/256, 301/308 e 333/356. DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA – JUROS SOBRE MÚTUOS COM CONTROLADAS NO EXTERIOR PARAÍSO FISCAL Em contrato datado de 31/05/2006 entre a GLAI e a GAC (Ilhas Cayman), firmado como mútuo, houve a abertura de linha de crédito de valor ilimitado, indicando que o valor seria remetido em parcelas à conta corrente mantida no exterior pela parte devedora, estabelecendo que não haveria a incidência de juros remuneratórios dos empréstimos concedidos. Fl. 2781DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 4 Assim, o mencionado contrato amparou os valores remetidos pela contribuinte em 03/07/2007 e 16/08/2007, nos valores respectivos de US$ 3.000.000,00 e US$ 15.000.000,00. O § 1º do artigo 243 do RIR/99 (§ 1º do artigo 22 da Lei nº 9.430/96) dispõe que “No caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira correspondente à operação, no mínimo o valor apurado segundo o disposto neste artigo”, caso o contrato não registrado no Banco Central do Brasil (observa a fiscalização que o simples registro da remessa no Sisbacen não caracteriza o registro do contrato). O supracitado artigo também é aplicável às transações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país com tributação favorecida, nos termos do artigo 245 do RIR/99 (artigo 24 da Lei nº 9.430/96), como o caso em tela, posto as Ilhas Cayman são consideradas "paraíso fiscal", de acordo com a IN SRF nº 188/2002. Assim tomando por base inicial a data de 31/10/2006, data esta em que houve a incorporação da GOL FINANCE UK pela GAC e as datas das remessas posteriores (03/07/2007 e 16/08/2007, acima mencionadas), a fiscalização elaborou o quadro de apuração dos juros que deveriam ter sido reconhecidos pela GLAI no período (fls. 539/540). Conforme discriminado à fl. 540, os documentos probantes deste item da autuação encontramse arrolados às fls. 107/202. DA FALTA DE OFERECIMENTO À TRIBUTAÇÃO DE LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR LUCROS DE CONTROLADAS NO EXTERIOR Durante o período em exame a GLAI deteve o controle das seguintes empresas no exterior: GOL FINANCE UK (Reino Unido 2004 a 31/10/2006), GAC INC (Ilhas Cayman 2006 em diante), GOL FINANCE CAYMAN (Ilhas Cayman 2006 em diante) e SKY FINANCE (Ilhas de Cayman 2007 em diante). No Brasil mantinha controle da GOL TRANSPORTES AÉREOS E GOL TRANSPORTES INTERNACIONAIS (GTI). Dos movimentos das contas extraídos dos balancetes enviados e da Ficha 6 da DIPJ Demonstração de Resultados, foram apurados resultados com as controladas discriminados à fl. 540, totalizando os seguintes montantes (valores em reais): 2004 2005 2006 2007 Resultado 258.585.565,21 375.429.341,75 400.726.313,33 217.495.067,98 Do LALUR e da Ficha 9 da DIPJ, a fiscalização extraiu os elementos discriminados às fls. 540/541, constatando as seguintes exclusões (valores em reais): 2004 2005 2006 2007 Exclusões 258.585.565,21 370.432.225,68 339.752.881,47 212.565.817,88 Do encontro entre valores registrados na contabilidade equivalência patrimonial e variação cambial de investimentos no exterior contra valores apontados como equivalência Fl. 2782DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 4 5 patrimonial no LALUR, obtêmse os seguintes resultados efetivamente oferecidos à tributação (valores em reais): 2004 2005 2006 2007 Balancete 258.585.565,21 375.429.341,75 400.726.313,33 217.495.067,98 LALUR 258.585.565,21 370.432.225,68 339.752.881,47 212.565.817,88 Tributado 0,00 4.997.116,07 60.973.431,86 4.939.250,10 O esquema contábil utilizado pela contribuinte, lançando todos os movimentos contra as contas de resultado positivo ou negativo em equivalência patrimonial e variação cambial ativa/passiva de investimentos, diferentemente de registro na linha apropriada de lucros auferidos no exterior da DIPJ (Ficha 9), faz com que a apuração dos valores tributáveis seja feita pelo cotejamento entre a contabilidade (equivalência mais variações) versus adição menos exclusão no LALUR. Isto posto, a fiscalização verificou os resultados positivos alcançados pelas controladas (e registra que não há saldos de resultados anteriores) e a diferença a tributar, conforme a seguir demonstrado (valores em reais): 2004 2005 2006 2007 Base de cálculo 3.171.817,00 12.053.352,00 79.265.211,85 0,00 Tributado 0,00 4.997.116,07 60.973.431,86 4.939.250,10 A tributar 3.171.817,00 7.056.235,93 18.291.779,99 0,00 Observa a fiscalização que a contribuinte, quando questionada a elucidar qual valor que realmente foi oferecido à tributação, forneceu dois quadros divergentes (fls. 257 e 311, a seguir sintetizados, com valores em reais), denotando fragilidade na identificação do valor concretamente tributado. 2004 2005 2006 2007 Fl. 257 5.260.562,32 6.379.890,01 66.064.642,72 4.446.637,24 Fl. 311 5.260.562,32 1.382.773,94 75.976.951,51 7.270.669,71 Conforme discriminado à fl. 543, os documentos relativos a este item da autuação encontramse nas seguintes folhas: Descrição Fls. Informação sobre o lucro auferido pela GAC 203 Demonstração dos lucros oferecidos à tributação 257/311 LALUR 258/261 Balancete da LLP / GAC /FINANCE 262/268 Memórias dos cálculos de equivalência 269/272 Razão das contas de ganho e perdas por equivalência patrimonial 273/300 Mapa de resultados de controladas no exterior (feito pela contribuinte) 309 Demonstração de resultados do exercício / LALUR 312/332 DA FALTA DE ADIÇÃO DE DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS Fl. 2783DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 6 Questionada sobre valores contidos na ficha 5A, linha 30 outras despesas operacionais dos anoscalendário de 2005 a 2007, a contribuinte fez demonstrativo dos valores lançados e, dentre esses, aqueles que foram considerados indedutíveis, conforme sintetizado à fl. 543. Observa a fiscalização que os valores a título de “seguros em geral” dos anoscalendário de 2005 e 2006 (R$ 73.292,16 e R$ 399.849,29, respectivamente) não foram adicionados no LALUR, ao contrário do ocorrido no anocalendário de 2007, cujo valor foi adicionado. Questionada a respeito da dupla orientação dada a este tipo de despesa, sem que a resposta fosse convincente, a fiscalização entendeu que as despesas mencionadas deveriam ter sido neutralizadas. DA DECADÊNCIA Quanto à decadência, a fiscalização entende que, se o contribuinte optou, como no caso, pela apuração na modalidade do lucro real anual, procedendo a pagamentos mensais por estimativa, o lançamento de oficio é com base no artigo 149 do CTN. O termo a quo para contagem do prazo decadencial de cinco anos é o do inciso I do artigo 173 do CTN, que vale dizer, contase o prazo a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser sido efetuado. Constam dos autos cópia dos balancetes (fls. 388/421) e das DIPJs (fls. 422/501). Assim, se o lançamento se refere ao anocalendário de 2004, o prazo inicial é o dia 01/01/2005, de modo que o prazo final para lançamentos por autuação estendese até 31/12/2010. DOS LANÇAMENTOS Em face do acima exposto, foram efetuados os seguintes lançamentos, relativos aos anoscalendário de 2004, 2005, 2006 e 2007: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) Fundamento legal Artigo 25, §§ 2o e 3o, da Lei no 9.249/95; artigo 16 da Lei no 9.430/96; artigos 243, 244, 245, 247, 249, incisos I e II, 251, § único, 299, 300 e 394, do RIR/99; artigo 3o da Lei no 9.959/2000 ; artigo 74 da MP no 2.15835/2001 Crédito Tributário (em reais) 3.280.719,50 2.460.539,62 1.110.610,84 Imposto Multa proporcional (75%) Juros de mora (cálculo até 31/05/2010) 6.851.869,96 TOTAL Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) Fundamento legal Artigo 2o, e §§, da Lei no 7.689/88; artigo 1o da Lei no 9.316/96; artigo 28 da Lei no 9.430/96; e artigo 37 da Lei no 10.637/2002 Crédito Tributário (em reais) 10.073.698,57 805.273,92 364.304,59 Imposto Multa proporcional (75%) Juros de mora (cálculo até 31/05/2010) 2.243.277,08 TOTAL Fl. 2784DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 5 7 Crédito Tributário Total (em reais) Consolidado até 31/05/2010 6.851.869,96 2.243.277,08 IRPJ CSLL 9.095.147,04 TOTAL Obs. • Houve compensação com resultados negativos do período e de períodos anteriores, mas não foi alterado o sistema SAPLI da RFB, que controla os saldos de prejuízos fiscais (IRPJ) e de bases de cálculo negativas da CSLL. DA IMPUGNAÇÃO Cientificada dos lançamentos em 24/06/2010 (AR de fl. 570), a contribuinte, por meio de seus advogados, regularmente constituídos, apresentou, em 26/07/2010, a impugnação de fls. 584/621, alegando, em síntese, o seguinte: ITEM 1 – DAS DESPESAS DESNECESSÁRIAS VARIAÇÃO CAMBIAL – SOBRE VALOR REMETIDO COMO INVESTIMENTO EM CONTROLADAS NO EXTERIOR Da nulidade da autuação por contrariedade à expressa disposição legal A primeira suposta irregularidade apontada pela autoridade fiscal é a de que a impugnante teria reduzido indevidamente o resultado tributável do anocalendário de 2007, em R$ 65.718.121,00, em razão do reconhecimento de variação cambial passiva. Em verdade, a autoridade fiscal não afirma com exatidão quais as razões, os fundamentos que a fizeram concluir que a despesa de R$ 65.718.121,00 de variação cambial seria não dedutível das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL. Em um primeiro momento, afirma o Auditor Fiscal autuante que a citada despesa seria não dedutível, pois, pela análise do documento de fl. 48 (balanço da empresa GOL FINANCE LLP), tal valor decorreria de um capital investido em uma empresa no exterior e não a um empréstimo. Já em um segundo momento, afirma que "São anormais e não usual" as despesas de variação cambial, por decorrerem de "empréstimo na incorporação por empresa sem valor de capital substantivo" (fl. 532). O raciocínio lógico às ilações da autoridade lançadora de que o "contas a receber" supostamente tratase de investimento, o que se admite apenas para argumentar, teria como conseqüência que a natureza jurídica dessa despesa comporia o resultado de equivalência patrimonial e, portanto, não seria dedutível por ter essa classificação, mas não por ser uma despesa desnecessária, o que conflita com as alegações da autoridade lançadora. Ora, se a autoridade administrativa não possui certeza acerca da operação em análise ou dos motivos que malsinariam a Fl. 2785DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 8 dedutibilidade da despesa de variação cambial questionada, fica patente a nulidade da autuação por manifesta violação à regra expressa do artigo 10, do Decreto n° 70.235/72. A fiscalização deveria, inicialmente, definir se a despesa de variação cambial decorre de um investimento direito em uma empresa, cujo efeito tributário é um, ou de "contas a receber", cujo efeito tributário é outro. Desta forma, somente se concordasse que a operação referese a um "contas a receber", que se esclareça desde já não se trata de empréstimo, que poderia questionar a normalidade e usualidade da despesa. Por outro lado, caso entendesse que não estamos diante de uma operação de "contas a receber" e sim de um investimento direito em uma empresa, deveria demonstrar que houve simulação para desconsiderar os atos realizados pela empresa. Porém, a autoridade administrativa não faz nenhuma das duas coisas e utilizase do velho artifício: "na dúvida use os dois", sem se atentar que os argumentos apresentados são contraditórios. Isto posto, impõese o cancelamento da autuação fiscal, por manifesta nulidade nos termos do artigo 59 do Decreto n° 70.235/72, eis que viola o direito de defesa e o do contraditório da impugnante, em virtude da motivação atabalhoada, falha, omissa e equivocada. Da correta dedutibilidade da despesa de variação cambial Acaso superada a preliminar de nulidade da autuação por ausência de motivação, deve ser cancelada a exigência fiscal relativa à glosa da despesa de variação cambial do ano calendário de 2007, no valor de R$ 65.718.121,00, por se tratar de uma despesa necessária, usual e normal, decorrente do ajuste obrigatório do valor dos créditos de propriedade da impugnante. A impugnante (GLAI) era controladora integral da empresa GOL FINANCE LLP, sediada no Reino Unido (UK), cujo investimento era representado pelo capital de US$ 166.164.655,00, aportados entre fevereiro de 2005 e fevereiro de 2006 (fls. 43/102). Em julho de 2006, a GOL FINANCE UK realizou a venda a prazo de seu acervo líquido (direitos e obrigações) à empresa GAC (fls. 204/251), passando, portanto, a ser detentora de um "contas a receber" em favor da adquirente GAC. Em outubro de 2006, a GLAI optou por encerrar as atividades de sua controlada GOL FINANCE UK, conforme requerimento de cancelamento de registro de empresa (doc. 3), concluindo a operação em janeiro de 2007 (doc. 4). Em razão da extinção da empresa GOL FINANCE UK, a GLAI, sua controladora integral, deixou de possuir um investimento, passando a ser detentora diretamente dos direitos e obrigações da empresa extinta. Entre os direitos assumidos encontravase o "contas a receber" contra a GAC, que foi integralmente quitado em janeiro/2008, conforme comprovam os extratos bancários do Credit Suisse das empresas GAC e GLAI (doc. 5), Livro Razão da GLAI, contas 1131002010 (contas a receber) e 1110302059 (bancos) (doc. 6), extrato do Banco do Brasil e contratos de câmbio demonstrando o retorno dos valores recebidos (doc. 7). Fl. 2786DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 6 9 Estes são os fatos ocorridos, devidamente comprovados por documentos hábeis e idôneos. A despeito de o Auditor Fiscal sequer saber os motivos que o levaram ao equivocado entendimento quanto a não dedutibilidade da despesa de variação cambial, certo é que posto em termos os fatos ocorridos, como acima realizado, é fácil constatar que nenhum dos argumentos apresentados se sustenta. Admitindose que a motivação para a glosa da despesa decorra do argumento de que a variação cambial decorreria, em verdade, de um valor capitalizado em uma empresa no exterior e não um "contas receber" relativo à venda de ativos (a fiscalização confunde o "contas a receber" com um empréstimo), para fazer tal afirmação seria necessário que o Auditor Fiscal desconsiderasse todos os negócios jurídicos praticados pelas empresas envolvidas, comprovando a ocorrência de simulação na operação. Contudo o Auditor Fiscal não faz qualquer prova quanto à existência de simulação, limitandose a afirmar que o "contas a receber" possuiria natureza de investimento, em razão de a empresa GOL FINANCE UK, no passado, ter utilizado os valores aportados em seu capital para fazer um adiantamento para aquisição de aeronaves (fl. 48). Ora, esse fato não descaracteriza os negócios jurídicos realizados posteriormente, em especial: (i) a venda do acervo líquido da GOL FINANCE UK para a GAC; (ii) a extinção da GOL FINANCE UK com a assunção dos direitos e obrigações pela GLAI; e (iii) o pagamento do "contas a receber" realizado pela GAC à GLAI, para se caracterizar a operação como um aporte de capital da GLAI em uma empresa no exterior, no caso a GAC. Os fatos ocorridos estão devidamente comprovados nos autos e demonstram que jamais foi a intenção da GLAI aportar qualquer valor na empresa GAC. Tanto é assim que meses depois da realização do negócio de venda do acervo líquido da GOL FINANCE UK e extinção da mesma, a GAC efetuou o pagamento do ativo adquirido. Que empresa aporta capital em outra para meses depois receber o dinheiro de volta? Qual o intuito desta operação? Nenhuma empresa realiza essa operação, tratandose de fruto da imaginação da fiscalização. Ao contrário, a fiscalização normalmente desconsideraria as operações dessa natureza se lhe déssemos o tratamento de investimento e não de contas a receber, isto porque, nesses casos, a variação cambial normalmente é ativa e não passiva, como ocorreu, em função de uma desvalorização cambial atípica que se deu naquela ocasião. Ademais, mesmo que tal fato tivesse o condão de ensejar a desconsideração dos negócios jurídicos realizados, tal desconsideração deveria ser total e não como pretendeu a fiscalização.Se o simples fato de a GOL FINANCE UK ter utilizado no passado os valores aportados por sua controladora GLAI para a realização de adiantamentos para a aquisição de aeronaves é suficiente para desconsiderar a operação de venda do acervo líquido da GOL FINANCE UK à GAC, certo é que Fl. 2787DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 10 com a extinção da empresa GOL FINANCE UK em janeiro de 2007 (que é incontestável) em razão da assunção dos direitos e obrigações pela controladora GLAI, o efeito tributário encontrado seria o mesmo, qual seja, o de obrigatoriedade de reconhecimento da variação monetária do ativo relativo ao "adiantamento para a aquisição de aeronaves", que indiscutivelmente deve afetar positiva ou negativamente o lucro tributável. Também não deve ser acatado o argumento fiscal no sentido de que as despesas de variação cambial seriam não dedutíveis por decorrerem de empréstimo na incorporação de empresa sem capital substantivo, pois, como já demonstrado, não estamos diante de uma operação de empréstimo ou mútuo. Os documentos acostados aos autos atestam que a natureza do "contas a receber" que gerou as despesas de variação cambial decorrem da venda a prazo do acervo líquido da GOL FINANCE UK para a GAC. Desse modo, seja qual for o ângulo analisado, é manifesto o direito à dedutibilidade das despesas de variação cambial (de R$ 65.718.121,00) do lucro tributável do anocalendário de 2007, devendo ser canceladas as exigências fiscais. ITEM 2 – DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA JUROS SOBRE MÚTUOS COM CONTROLADAS NO EXTERIOR – PARAÍSO FISCAL Segundo a fiscalização, em decorrência do contrato de mútuo firmado entre a impugnante e a empresa controlada GAC INC, sediada nas Ilhas Cayman, foram remetidos ao exterior em 03/07/2007 e 16/08/2007, os valores de US$ 3.000.000,00 e US$ 15.000.000,00, respectivamente, razão pela qual cabia à impugnante o reconhecimento dos juros correspondentes, nos termos do artigo 22 da Lei n° 9.430/96. O equívoco da fiscalização afigurase patente, uma vez que não considerou que o contrato de mútuo firmado entre as partes não amparava tão somente a remessa de valores ao exterior da impugnante para a GAC INC, mas também as remessas ao Brasil da GAC INC para a impugnante. De acordo com a cláusula 1a do contrato em questão (fl. 107), "As Partes neste ato, abrem à outra Parte linha de crédito para empréstimo de valor ilimitado, o qual será remetido em parcelas à conta corrente mantida no exterior, indicada pela Parte Devedora, conforme conveniência e necessidade desta e que poderá ser objeto de compensação". (grifos da impugnante) Tanto é assim que a GAC INC fez remessas ao Brasil, a exemplo das mencionadas no "Controle de Mútuo entre empresas: Gol Linhas Aéreas Inteligentes X GAC Inc" (fl. 109), abaixo reproduzidas: De Para Data US$ Saldo do dia GAC Transfere p/ GLAI 31.05.2006 267.823,20 267.823,20 GAC Transfere p/ GLAI 28.02.2007 629.977,62 897.800,82 GAC Transfere p/ GLAI 28.02.2007 1.452,13 899.252,95 GLAI Transfere p/ GAC 03.07.2007 (3.000.000,00) (2.100.747,05) GLAI Transfere p/ GAC 16.08.2007 (15.000.000,00) (17.100.747,05) Fl. 2788DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 7 11 Veja que o saldo de US$ 899.252,95, que se refere à soma dos empréstimos feitos pela GAC para a impugnante no período de 31/05/2006 a 16/08/2007, estava devidamente registrado nos balancetes da empresa GAC, constantes dos autos. A fiscalização, entretanto, ao calcular os juros supostamente devidos pela impugnante, não computou os empréstimos feitos de GAC para a impugnante, o que reduziria substancialmente os valores exigidos neste item do Auto de Infração. Por exemplo, ao calcular os juros que tinham que ser reconhecidos pela impugnante em 31/07/2007, a fiscalização não poderia ter utilizado como base a remessa de US$ 3.000.000,00, mas sim deveria ter considerado o valor de US$ 2.100.747,05, que era o efetivo resultado positivo naquela data. Portanto, dado o patente erro no cálculo dos juros, impõese o cancelamento desta infração. ITEM 3 – DA FALTA DE OFERECIMENTO À TRIBUTAÇÃO DE LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR LUCROS DE CONTROLADAS NO EXTERIOR Da decadência das supostas infrações relativas ao ano calendário de 2004 O entendimento da fiscalização quanto à decadência afigurase patentemente equivocado, além de contrário a uníssona jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF e entendimento das DRJs. O imposto de renda é, a partir do advento da Lei n° 8.383/91, tributo cujo regime de lançamento é de homologação. Tal homologação poderá ser expressa, se realizada pelas autoridades competentes no prazo de cinco anos contados do fato gerador do débito, ou tácita, que ocorre ipso jure, se as autoridades se quedarem silentes naquele prazo de cinco anos, consoante o artigo 150, § 4o, do CTN. Assim, o lapso temporal é de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador seja para o ato de homologação da Fazenda, seja para extinguirse o direito de efetivação de novo lançamento tributário pelo Fisco em virtude de eventuais diferenças ou equívocos verificados. No caso concreto dos autos, o fato gerador do IRPJ e da CSLL referentes ao anocalendário 2004 perfezse em 31/12/2004, marco inicial para a contagem do prazo de decadência, sendo certo, portanto, que o mesmo encerrouse em 31/12/2009, antes da ciência da impugnante (em 24/06/2010). Ressaltese, outrossim, que o artigo 173, inciso I, do CTN é inaplicável à espécie, ainda mais porque em momento algum foi comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Portanto, resta patente, na hipótese em comento, que não há mais direito de o Fisco constituir o crédito tributário, em razão do decurso do tempo, estando extinto o crédito tributário referente anocalendário de 2004, nos termos do artigo 156, inciso V, do CTN. Fl. 2789DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 12 A exigência sem a comprovação das premissas fáticas caracteriza tributação por presunção Os procedimentos adotados pela fiscalização estão calcados em premissas equivocadas, o que, irremediavelmente, macula toda metodologia aplicada no caso vertente. Ao comparar o total dos resultados de equivalência patrimonial (de participações societárias no Brasil e no exterior) consignados na contabilidade com os resultados transcritos no LALUR, as eventuais diferenças resultantes indicam apenas a existência de divergências entre a contabilidade e o LALUR. Sem se averiguar qual a origem das divergências, não há como dizer se tal diferença decorreu dos resultados auferidos no Brasil ou naqueles auferidos no exterior, tampouco é possível afirmar que essas diferenças são os "resultados efetivamente oferecidos a tributação", como asseverou a fiscalização. Surge então uma dúvida: se houve infração, ela decorre da falta de tributação de lucros no exterior ou de um resultado de equivalência patrimonial que foi considerado dedutível ou não tributável? A falta de resposta a essa questão, por si só, fulmina de nulidade o lançamento, pois é competência e dever da autoridade lançadora identificar exatamente a espécie de infração cometida, a fim de adequadamente capitulála e quantificála, o que não se verificou na hipótese em comento. Admitir o contrário é autorizar a tributação baseada em mera presunção fática (não devidamente provada), o que só se admite nas hipóteses expressamente previstas em lei, dentre as quais não está enumerado o procedimento espuriamente adotado pela fiscalização. Em síntese, a fiscalização concluiu pela ocorrência da suposta infração, partindo da premissa (não comprovada) de que as diferenças dos resultados de equivalência patrimonial consignadas no LALUR comparadas com os saldos contábeis são os resultados efetivamente oferecidos à tributação. Desta forma, acabou por cotejar esse suposto resultado com os lucros das controladas no exterior, lançando no Auto de Infração a diferença apurada como se correspondessem a lucros do exterior que não foram tributados. Apenas para argumentar, já que fiscalização não averiguou a origem das diferenças no resultado da equivalência patrimonial, admitindo que a diferença decorra do resultado de uma controlada da impugnante no Brasil e não do exterior, ao adicionar apenas as diferenças do resultado auferido no exterior teria feito uma compensação (de resultados do Brasil com os do exterior) por vias oblíquas. Isto porque, eventuais diferenças nos resultados de equivalência patrimonial de participações societárias no Brasil poderiam, quando lançado por diferença, como ocorreu no caso em tela, absorver (compensar) os lucros auferidos no exterior, o que é expressamente vedado (Lei n° 9.249/1995, artigo 25, § 5o). Portanto, estando o lançamento calcado em premissas que não foram efetivamente comprovadas, não pode a exigência subsistir. Da falta de disponibilização dos lucros Fl. 2790DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 8 13 Não bastassem os argumentos aventados no tópico anterior, a exigência em questão não pode prevalecer também pelos fundamentos a seguir expostos. A exigência está calcada numa ficção jurídica de que os lucros auferidos numa determinada data estão automaticamente disponibilizados, em função do que dispõe o artigo 74 da MP nº 2.15835/2001. Não se trata aqui de negar a vigência do referido dispositivo, tampouco de pleitear a declaração da sua inconstitucionalidade, que, como se sabe, não é de competência da administração tributária e sim do Poder Judiciário. O que se pretende é que o aplicador da norma, analisando o caso concreto, tipifique como dispositivo aplicável à situação a capitulação que esteja em conformidade com o sistema jurídico, in casu, o artigo 43, do CTN, em detrimento do artigo 74 da MP nº 2.15835/2001. Ao artigo 43 do CTN foram adicionados dois parágrafos, introduzidos pela Lei Complementar n° 104/2001, o último prevendo que "na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto". Diante do contexto dado, claro está que a alteração não poderia ser interpretada no sentido de que a lei pudesse abrir mão da existência da disponibilidade, no caso do imposto de renda. O que poderia o legislador, nos termos introduzidos pela LC n° 104/2001, era prever condições, em que se verificassem presentes os elementos necessários para a efetiva disponibilidade. Logo, não há que se falar que o artigo 74 da MP nº 2.158 35/2001 é uma mera regulamentação do artigo 43, do CTN, mas, ao contrário, é incompatível com suas disposições, de modo que deve ser afastada a exigência. Da necessidade de compensação entre lucros e prejuízos auferidos no exterior Mesmo que se possa admitir que os lucros não disponibilizados possam ser alcançados pela tributação, não há como essa exigência prosperar, nos moldes como está consignada no Auto de Infração. Isto porque, a autoridade lançadora considerou como lucro não tributado no anocalendário de 2006 apenas o resultado positivo auferido pela GAC, no valor de R$ 75.557.244,88 (fls. 323/535), sem levar em consideração o prejuízo auferido no mesmo período pela GOL FINANCE UK, no valor de R$ 9.484.291,00 acrescido do IR diferido de R$ 1.305.000 (fl. 264) e também pela GOL FINANCE Cayman, no valor de R$ 2.825.632,47 (fls. 267/325). Ressaltese que o acréscimo do IR Diferido compatibilizase com o mesmo critério adotado pela fiscalização. Assim, se houvesse exigência em decorrência lucro auferido no exterior, esta só poderia abarcar a parcela do lucro que excedesse ao prejuízo verificado naquele ano, qual seja, R$ 61.942.321,00. Fl. 2791DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 14 Destaquese que não há qualquer disposição prevista em lei que vede a compensação de prejuízos auferidos no exterior com os lucros auferidos também no exterior. A restrição legal que existe acerca da compensação de resultados auferidos no exterior, no caso de prejuízos, limitase à sua utilização com resultados auferidos no Brasil (Lei nº 9.249/95, artigo 25, § 5o), não obstando, portanto, a sua absorção com os lucros auferidos no exterior. Se o legislador não impôs tal restrição, não cabe ao aplicador da norma fazêlo. Assim, sendo absolutamente legítima essa compensação, uma eventual tributação somente poderia recair sobre os lucros que suplantarem o referido prejuízo, em prestígio ao princípio da estrita legalidade. ITEM 4 – DA FALTA DE ADIÇÃO DE DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS Da nulidade do termo de verificação fiscal por equívoco quanto ao valor tributável Como descrito na própria tabela constante do Termo de Encerramento de Fiscalização (fl. 543), reproduzido à fl. 612, existiriam diferenças que deveriam ser tributadas nos seguintes valores: R$ 39.617.464,29 (em 2005), R$ 402.030,12 (em 2006) e R$ 208.233,64 (em 2007). Contudo foram apontados como não dedutíveis (e autuados) os montantes de R$ 73.292,16 (em 2005) e R$ 399.849,29 (2006), relativos às despesas de "seguros em geral". Desse modo, a fiscalização não teria constituído o crédito tributário relativo às despesas com “viagem"; "material de escritório", "refeições", "anúncios e publicações" e "abertura de capital". Ressaltese, contudo, que esta é uma conclusão extraída em razão da comparação dos valores da tabela com aqueles constantes do Auto de Infração, porém não há a confirmação de que, de fato, esta seja a realidade. A nulidade da autuação, neste particular, salta aos olhos, tendo em vista que há manifesta contradição entre as despesas apontadas como não dedutíveis e as despesas efetivamente glosadas pela fiscalização. Tal contradição impede que a impugnante refute a autuação com a segurança necessária, pois não se sabe com precisão o que a fiscalização considerou ou deixou de considerar em relação às despesas apontadas, restando evidente o cerceamento do direito de defesa da impugnante no presente caso, inquinando de nulo o Auto de Infração. Da nulidade do Auto de Infração por cerceamento ao direito a ampla defesa De plano verificase que há manifesto cerceamento do direito de defesa a inquinar de nula a autuação perpetrada, haja vista que a fiscalização não apresentou os motivos que ensejaram a glosa das despesas questionadas. Segundo o Termo de Encerramento de Fiscalização, o Auto de Infração foi lavrado em razão de a informação prestada pela impugnante não ser considerada pelo Auditor Fiscal como verdadeira, sem, contudo, ter sido apresentado qualquer motivo que justificasse tal conduta por parte da Fiscalização Federal. Fl. 2792DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 9 15 A fiscalização se limitou afazer alegações genéricas e apenas com relação às despesas de seguro, baseadas em uma mera presunção, no sentido de que a adição realizada no ano calendário de 2007 era o procedimento correto a ser tomado e não o contrário, isto é, que naquele ano fora equivocadamente ajustada uma despesa necessária à empresa, portanto, dedutível, conforme será demonstrado. Em verdade a impugnante esclareceu todas as dúvidas suscitadas pela fiscalização, não havendo qualquer questionamento pelo fiscal a respeito das respostas fornecidas. Destaquese que, nos termos do § 1º do artigo 845 do RIR/99, os esclarecimentos prestados estão revestidos da presunção de legitimidade, que só poderá ser afastada pelas autoridades administrativas com elemento seguro de prova ou indícios veementes de falsidade ou inexatidão. Por todo o exposto, impõese seja decretada a nulidade da autuação, já que restou cerceado o direito de defesa da impugnante, mormente pelo fato de que não se consegue identificar os motivos que levaram à imposição quanto à não dedutibilidade das despesas relacionadas na tabela constante do Termo de Encerramento de Fiscalização. Da correta dedutibilidade das despesas Além das nulidades apontadas, melhor sorte não tem o Auto de Infração no que tange às despesas apontadas como não dedutíveis, por serem necessárias, normais e usuais e estarem suportadas por documentos hábeis e idôneos. No caso em questão, as despesas operacionais dos anos calendário de 2005 a 2007 discriminadas no Termo de Encerramento de Fiscalização, preenchem todos os requisitos acima elencados no artigo 299 do RIR/99 (necessidade, normalidade e usualidade), razão pela qual se afigura plenamente legal a dedução promovida pela contribuinte. No que tange especificamente às despesas de seguros em geral (conta contábil nº 3120115002), cumpre destacar que os valores de R$ 73.292,16 (anocalendário de 2005) e R$ 399.849,29 (anocalendário de 2006), advém de uma série de Apólices de Seguro contratadas junto à Sul América Seguros (doc. 8), a fim de garantir a atividade da empresa, no caso de que seus Conselheiros, Diretores e/ou Administradores sejam civilmente responsabilizados, dentre outros, por eventuais erros ou negligências no exercício de sua atividade. Não se trata de apólices de seguro exclusivamente contra ato de excesso de mandato, mas também em razão de erro ou negligência dos Administradores, fato de ocorrência normal nas empresas e, portanto, uma despesa necessária e usual. É absolutamente legítima a preocupação da impugnante em proteger o seu patrimônio mediante contrato de seguro, evitando prejuízos na hipótese dos Diretores e/ou Administradores serem civilmente responsabilizados, o que pode ocorrer em qualquer atividade empresarial. Fl. 2793DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 16 Ademais, ainda que se considerasse que estes seguros visam a proteger apenas os Administradores, e não a própria empresa, tais Apólices de Seguros seriam consideradas remuneração indireta dos administradores, integrando sua própria remuneração, sendo, portanto, dedutíveis. Ou seja, independentemente do ângulo que se analise a despesa com seguros, esta preenche os requisitos autorizadores da dedutibilidade do lucro tributável. Quanto às demais despesas apontadas no Termo de Encerramento de Fiscalização (despesas com “viagem"; "material de escritório", "refeições", "anúncios e publicações" e "abertura de capital"), é patente a necessidade de reconhecimento da dedutibilidade das mesmas, pela própria natureza de sua classificação contábil. Ademais, no caso especifico da CSLL, não há como a exigência subsistir, pelo simples fato de que não há fundamento legal para a glosa dessas despesas sob a alegação de ausência de necessidade, normalidade e usualidade, que são disposições próprias da determinação do lucro real. Ante o exposto, deve ser reconhecida a dedutibilidade de todas as despesas apontadas como não dedutíveis no quadro constante do Termo de Encerramento de Fiscalização, cancelandose a exigência fiscal. DO PEDIDO Em face de todo o exposto, requer a impugnante que se julgue integralmente procedente a presente impugnação, reconhecendo a nulidade do Auto de Infração em face das preliminares argüidas e, no mérito, cancelando a autuação.” (fl. 25382551) A r. decisão do órgão julgador de piso restou assim ementada, verbis: Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 VARIAÇÃO CAMBIAL PASSIVA. GLOSA. LANÇAMENTO. NULIDADE. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais, incabível falar em nulidade do lançamento. VARIAÇÃO CAMBIAL PASSIVA. INEXISTÊNCIA DE PROVA DE SIMULAÇÃO. Inexistindo prova de simulação, há que se admitir como verdadeiras as operações envolvendo empresas coligadas da contribuinte, comprovadas por documentos hábeis e idôneos, e correta a dedução, pelo regime de competência, da despesa com variação cambial passiva. Exonerase a exigência correspondente. PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA. JUROS SOBRE MÚTUOS COM CONTROLADAS NO EXTERIOR. No caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira correspondente à operação, no mínimo o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de seis meses, acrescida de três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros. Fl. 2794DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 10 17 LUCROS DE CONTROLADAS NO EXTERIOR. FALTA DE OFERECIMENTO À TRIBUTAÇÃO. DECADÊNCIA Para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento antecipado, considerase como início da contagem a data do fato gerador. Tendo sido parte do crédito tributário formalizado após o prazo decadencial, exonerase a exigência correspondente. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. ALEGAÇÃO DE ILEGALIDADE / INCONSTITUCIONALIDADE. À esfera administrativa não cabe apreciar questões relativas à legalidade ou inconstitucionalidade de normas jurídicas, competência esta exclusiva do Poder Judiciário. METODOLOGIA ADOTADA PELA FISCALIZAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. Descabe a alegação de nulidade, visto que a metodologia adotada pela fiscalização acabou por beneficiar a contribuinte. COMPENSAÇÃO DE RESULTADOS POSITIVOS DE COLIGADAS NO EXTERIOR COM RESULTADOS NEGATIVOS DE OUTRAS COLIGADAS. IMPOSSIBILIDADE. Não é permitida a compensação dos resultados positivos de coligadas no exterior com os resultados negativos de outras coligadas, devendo ser os lucros tributados de forma individualizada. DESPESAS DESNECESSÁRIAS. GLOSA. Na apuração do IRPJ, a dedutibilidade das despesas está condicionada à comprovação de sua necessidade às atividades da empresa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 DESPESAS DE VARIAÇÃO CAMBIAL, JUROS SOBRE MÚTUOS COM CONTROLADAS NO EXTERIOR E LUCROS DE CONTROLADAS NO EXTERIOR. DECORRÊNCIA. O decidido quanto ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica aplica se à tributação decorrente dos mesmos fatos e elementos de prova. DESPESAS DESNECESSÁRIAS. GLOSA. FALTA DE AMPARO LEGAL. Na apuração da base de cálculo da CSLL, não há previsão legal para que sejam adicionadas ao lucro líquido as despesas desnecessárias, consideradas indedutíveis para efeito de apuração do IRPJ. Matéria tributável excluída da autuação relativa à CSLL. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Uma vez que as exonerações empreendidas pela instância a qua extrapolavam o valor de alçada, houve manejo de remessa ex officio em relação ao que restou decidido em favor do contribuinte. Fl. 2795DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 18 O sujeito passivo tomou ciência pessoalmente desse Acórdão em 15 de junho de 2012 (fl. 2576), tendo apresentado o Recurso Voluntário de fls. 2633 e ss. em 17 de julho de 2012. Nessa irresignação, a contribuinte versa unicamente (i) sobre o tópico da autuação relacionado aos lucros auferidos no exterior, assim como (ii) sobre o tópico que cuida da indedutibilidade das despesas de seguro. Em relação a esses temas, simplesmente repisa o que asseverara em sede de Impugnação. Outrossim, deduz pedido sucessivo com vistas a afastar a incidência de juros sobre a multa de ofício. Às fls. 27102749, consta petição de contrarrazões da PGFN, arrazoado esse em que também tece considerações sobre as questões devolvidas a esse Colendo CARF via remessa de ofício. Inseri o vertente feito em pauta e, em 12 de junho de 2013, essa Egrégia 1a Turma da 1a Câmara da 1a Seção do CARF proferiu resolução no sentido de sobrestar o processo até o julgamento final do Recurso Extraordinário n. 611.586, com esteio no antigo §1o do art. 62A do Regimento Interno do CARF (Anexo II da Portaria MF n. 256/2009). Com a revogação do citado dispositivo regimental e ainda com o julgamento definitivo do mencionado Recurso Extraordinário, prosseguese com a apreciação do feito. Contudo, às fls. 2757/2762, o sujeito passivo noticia em petição de 30 de janeiro de 2014 que desiste “de forma irretratável do Recurso Voluntário interposto em 17.07.2012, uma vez que incluiu no parcelamento: (i) aos débitos de IRPJ e CSLL decorrentes da suposta falta de oferecimento à tributação de lucros de controladas auferidos no exterior dos anos de 2004 a 2006 e (ii) débitos decorrentes da falta de adição de despesas não dedutíveis dos anos de 2005 e 2006, declarando, ainda, que renuncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentam o processo especificamente aos citados débitos”, deixando claro, ainda, que “NÃO foi objeto do parcelamento e remanescem em discussão os itens objeto do Recurso de Ofício, quais sejam: (i) item 01 do TVF, referente às ‘despesas desnecessárias variação cambial sobre valores remetidos como investimento em controladas no exterior’ e (ii) item 02 do TVF, referente à ‘falta de adição de despesas dedutíveis’, devendo o processo administrativo ter seu regular curso em relação a estes itens”. Às fls. 2772/2773, a empresa apresenta petição de 25 de Agosto de 2014, na qual pleiteia o nãoconhecimento do recurso de ofício com base no art. 70 do Dec. 7.574/2011. É o relatório. Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR: Para além do Recurso de Ofício submetido ao crivo deste Colendo CARF, houve a interposição de tempestivo Recurso Voluntário – ciência em 15.6.2012 (fl. 2576), uma sextafeira, e manejo da irresignação em 17.7.2012 (fl. 2633) –, em relação ao qual o sujeito Fl. 2796DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 16643.000108/201057 Acórdão n.º 1101001.170 S1C1T1 Fl. 11 19 passivo desistiu e renunciou ao direito sobre o qual se fundava para fins de adesão a parcelamento incentivado. Nesse cenário, antes de analisarmos o único recurso em discussão (qual seja, o Recurso de Ofício), é essencial que saibamos exatamente os limites dessa controvérsia. Conforme narrado acima, a autuação aqui controvertida cuidava de quatro questões distintas, a saber: i) Glosa de despesa de variação cambial passiva, no anocalendário 2007, no montante de R$ 65.718.121,00; ii) Preços de Transferência – Falta de cômputo de receitas financeiras de mútuo ativo com controlada no exterior; iii) Lucros auferidos no exterior não oferecidos à tributação; iv) Falta de Adição de Despesas com seguros. Tais infrações redundaram na constatação da seguinte matéria tributável: Anocalendário Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Total 2004 3.171.817,00 3.171.817,00 2005 7.056.235,93 73.292,16 7.129.528,09 2006 18.291.779,99 399.849,29 18.691.629,28 2007 65.718.121,00 1.297.862,02 67.015.983,02 A r. DRJ cancelou a exigência atinente à questão i, assim como cancelou exclusivamente a exigência de CSLL sobre a glosa a que alude o item iv. Ademais, no que tange ao item iii, reconheceu a decadência do direito do Fisco de constituir créditos tributários em relação ao anocalendário 2004. Esses os temas objeto do Recurso de Ofício. Como dito acima, o sujeito passivo atacou a decisão de piso parcialmente, eis que apenas tratou dos tópicos iii e iv. Portanto, é certo que a decisão da instância a qua no sentido da procedência da exigência atinente ao item ii – preços de transferência, as obrigatórias receitas financeiras (Juros Ativos) em mútuos ativos com controlada no exterior – foi definitiva. Inobstante isso, a partir da desistência do Recurso Voluntário (e ulterior adesão ao parcelamento), temse como definitiva a r. decisão em relação aos itens iii e iv também. Feita essa delimitação daquilo que deve ser apreciado por essa Colenda Turma, passase ao exame do litígio remanescente. Preliminar de nãoconhecimento do Recurso de Ofício Antes de analisar o mérito do recurso de ofício, é imprescindível que analisemos o seu cabimento. Fl. 2797DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 20 Com efeito, conforme afirmado pelo sujeito passivo às fls. 2772/2773, os itens que remanesceram em discussão após a adesão ao parcelamento instituído pela Lei n. 11.941/09 apenas deflagraram compensação de ofício de prejuízo fiscal de IRPJ e da base negativa da CSLL, não havendo, por consequência, qualquer valor (tributo ou multa) a ser pago. Nos termos do art. 70 do Decreto n. 7.574/2011, o recurso de ofício é cabível sempre que a decisão de primeira instância exonerar o contribuinte de pagamento de tributos e encargos de multa, o que não se verifica no presente caso, uma vez que os itens em debate apenas acarretaram a compensação de ofício de prejuízo fiscal de IRPJ e da base negativa da CSLL. A propósito, leiamos o referido dispositivo, in verbis: “Subseção IV Do Recurso de Ofício Art. 70. O recurso de ofício deve ser interposto, pela autoridade competente de primeira instância, sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda, bem como quando deixar de aplicar a pena de perdimento de mercadoria com base na legislação do IPI (Decreto no 70.235, de 1972, art. 34, com a redação dada pela Lei no 9.532, de 1997, art. 67). §1° O recurso será interposto mediante formalização na própria decisão. §2° Sendo o caso de interposição de recurso de ofício e não tendo este sido formalizado, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade. ” Assim sendo, a meu sentir, a situação ora em exame não se enquadra naquelas permissivas de recurso de ofício, razão pela que NÃO CONHEÇO do Recurso de Ofício. É como voto. BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Fl. 2798DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10120.002992/2010-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO.
Compete à Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais julgar os recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância que versem sobre exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ.
DECLINADA A COMPETÊNCIA.
Numero da decisão: 3101-001.205
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do recurso voluntário, declinando a competência de julgamento em favor da Primeira Seção de Julgamento.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 07/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro e Corintho Oliveira Machado. Ausente a Conselheira Vanessa Albuquerque Valente.
Nome do relator: Corintho Oliveira Machado
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RECURSO. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO. Compete à Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais julgar os recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância que versem sobre exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. DECLINADA A COMPETÊNCIA. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do recurso voluntário, declinando a competência de julgamento em favor da Primeira Seção de Julgamento. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 07/09/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 29 92 /2 01 0- 87 Fl. 175DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro e Corintho Oliveira Machado. Ausente a Conselheira Vanessa Albuquerque Valente. Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Contra o contribuinte acima qualificado foram lavrados autos de infração, relativo ao anocalendário 2007, nos quais foi formalizado o crédito tributário abaixo discriminado (principal + juros de mora (até 31/03/2010)+multa de oficio (150%)): COFINS: R$ 1.857.391,91; PIS: R$ 402.434,74 Consta dos Autos de Infração (fls. 50/59 e 60/69) que o contribuinte foi intimado por meio do Termo de Inicio do Procedimento Fiscal, em 29/01/2010, a apresentar os livros e documentos fiscais e contábeis referentes ao período de 01/01/2007 a 31/12/2007, inclusive o Livro Caixa. Em 10/02/2010, a empresa solicitou à fiscalização prorrogação de prazo para atendimento do Termo de Inicio do Procedimento Fiscal, sendo concedido pela fiscalização a prorrogação do prazo por mais vinte dias, contudo vencido o prazo não foram apresentados todos os itens solicitados, em especial a escrita contábil (Livro Diário e Razão ou Caixa). Em 16/03/2010, foi emitido o Termo de Reintimação fiscal solicitando a apresentação dos livros contábeis e outros documentos já requeridos pelo Termo de Inicio do Procedimento Fiscal, e não atendidos (fls. 28). Vencido o prazo para atendimento do Termo de Reintimação Fiscal, e não tendo a empresa apresentado os livros contábeis (Diário e Razão ou Caixa), foi feito, em 15/04/2010, contanto telefônico com o contador da empresa, Jesus Monteiro, sendo que esse descartou a possibilidade da apresentação da escrita contábil do anocalendário 2007. Portanto, o contribuinte teve o lucro arbitrado, no ano calendário de 2007, tendo em vista a falta de apresentação dos livros da escrituração contábil e fiscal exigidos pela legislação tributária. A fiscalização utilizou como base de cálculo os valores das receitas brutas mensais constantes do Livro de Registro de Apuração do ICMS, valores esses declarados 6. Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás, tendo a empresa declarado valores zerados à Receita Federal por meio da DIPJ 2008 (ano calendário 2007). Fl. 176DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10120.002992/201087 Acórdão n.º 3101001.205 S3C1T1 Fl. 3 3 A empresa declarou mensalmente valores acima de um milhão de reais para Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás, tal conduta caracteriza, em tese, a prática de Crime contra a Ordem Tributária, nos termos dos arts. 10 e 2°, da Lei 8.137/90, assim a multa de oficio foi qualificada nos termos do art. 44, inciso II, da Lei n. 9.430/96. A empresa não recolheu IRPJ, CSLL, PIS e COFINS referentes aos valores de receitas do anocalendário de 2007, e não entregou DCTF e DACON. As disposições legais que embasaram o lançamento encontram se descritas no corpo dos Autos de Infração de COFINS e PIS. A fiscalização elaborou Representação Fiscal para Fins Penais, que consta do processo n. 10120.003034/201023. DA IMPUGNAÇÃO Dos autos de infração, a fiscalizada tomou ciência em 26 de abril de 2010. Inconformada, em 17 de maio de 2010, tempestivamente, apresentou impugnação aos lançamentos (fls. 74/84 e 104/113 e anexos) em que alega, em síntese, que: a fmalidade do procedimento administrativo de lançamento é a busca da verdade material, a qual deve ser demonstrada objetivamente, e dentro dos rigores do devido processo legal; o lançamento nada mais é do que o procedimento administrativo pelo qual a autoridade fiscal cumpre o seu dever de demonstrar motivadamente a ocorrência do suporte fático tributário (fato gerador) no mundo fenomênico; toda e qualquer atuação administrativa há de ter esteio na legalidade motivada, ou seja, não basta apenas ter fundamento formal em lei, deve necessariamente acompanhada da efetiva demonstração da ocorrência dos fatos previstos em lei como indispensável à sua materialização; apresentou parte dos documentos solicitados pela fiscalização, suficientes para apuração do tributo com base no Lucro Real, forma utilizada pela empresa para a apuração da base de cálculo de seus tributos; para apuração do lucro arbitrado não poderia a fiscalização ter se baseado tão somente nas notas fiscais de venda dos produtos, onde a empresa declara as GIAS de ICMS A Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, posto que parte das vendas foi cancelada e/ou foram remetidas para estabelecimentos do próprio emitente, não gerando assim receita para composição da base de cálculo de apuração do tributo, conforme preceitua o art. 214, do RIR/99; somente é aplicável pela autoridade tributária a apuração dos tributos pelo lucro arbitrado quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas A determinação do lucro real ou presumido, o que não ocorreu, uma vez que a Fl. 177DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 empresa declarOu valores zerados para a Receita Federal, por meio da DIPJ 2008 (anocalendário 2007); o valor do ICMS destacado na nota fiscal não deve ser incluído na base de cálculo da COFINS, uma vez que o ICMS não pode configurar do faturamento, posicionamento que está sendo alcançado pelo STF; com advento da Lei n. 11.488/2007, houve um claro recrudescimento da norma punitiva tributária, eis que aplicação da multa em percentual de 150% ocorrerá pela constatação de qualquer uma das condutas previstas nos arts. 71, 72 e 73, da Lei n. 4.502/64, independentemente da demonstração do evidente intuito de fraude, anteriormente exigido; em que pese restar caracterizada a conduta infracional de omissão de prestação de informação na DIPJ, percebese que a circunstancia qualificadora que deu causa A aplicação da multa mais gravosa não restou evidenciada pelo autuante; a simples constatação de conduta omissiva por parte do contribuinte não é condição suficiente para qualificála, pois, se assim fosse, o legislador não teria restringido, no dispositivo em que essa circunstância está prevista, sua aplicação aos casos de evidente intuito de fraude; não basta uma mera constatação de um ilícito, mas deve ser verificada uma incontestável intenção de fraudar, o que não é o caso do defendente, isso porque, em momento algum, a empresa deixou de prestar informações a fiscalização, tanto é que os valores lançados foram obtidos com base nos valores declarados a Secretaria de Fazenda de Goiás, entendimento esse consagrado na Súmula n. 14 do Primeiro Conselho de Contribuintes; deve ser claramente demonstrado pela fiscalização que a supressão e a falta de pagamento do tributo ocorreu com emprego de artificios com intuito de ludibriar a fiscalização, conforme consta do art. 44, inciso II, da Lei n. 9.430/96; a motivação do auto de infração, tal como se apresenta, deixa claro que, objetivamente, houve ilícito tributário, mas que se amolda A pena prevista no art. 44, inciso I, da Lei 9.430/96, correspondente A multa incidente sobre os tributos não pagos em razão da falta de declaração ou de declaração inexatas de receitas, no montante de 75%. Colaciona entendimento do Conselho de Contribuintes para fundamentar seus argumentos; ademais, a fiscalização para as diferenças encontradas a titulo de PIS e COFINS, aplicou multa no patamar de 75%, descartando assim, qualquer tipo de fraude por parte da defendente, e para IRPJ e CSLL aplicou uma multa de 150%. Requer, por fim, que seja julgada totalmente procedente a impugnação, declarando insubsistente o auto de infração e a imposição de Multa, e que o Fisco se abstenha de promover a inscrição da impugnante no CADIN, bem como se abstenha de criar qualquer tipo de óbice à expedição de certidões e obtenção Fl. 178DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10120.002992/201087 Acórdão n.º 3101001.205 S3C1T1 Fl. 4 5 de quaisquer outros documentos necessários ao bom desenvolvimento das atividades da defendente. A DRJ em BRASÍLIA/DF considerou a Impugnação Improcedente, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2007 Ementa: RECEITA BRUTA. PIS/COFINS Não merece reparo a prática da fiscalização em apurar a receita bruta do contribuinte, a partir de declaração por ele prestada ao fisco estadual, mormente quando os valores dessas receitas coincidem com os escriturados no Livro de Apuração do ICMS. A base de cálculo do PIS e COFINS é a própria receita bruta, logo não se trata de arbitramento. MULTA QUALIFICADA. A prática de não oferecer à tributação, no curso de todo ano calendário, a receita bruta declarada ao fisco estadual e escriturada no Livro de Apuração do ICMS, constitui ilícito que justifica a qualificação da multa de oficio. ICMS. Exclusão.Base de Cálculo. Impossibilidade. Para fins de determinação da base de cálculo da COFINS, os tributos que podem ser excluídos da receita bruta são o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2007 LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Ao lançamento do PIS aplicase, no que couber, o decidido em relação ao COFINS, formalizado a partir da mesma matéria fática. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 179DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, fls. 155 e seguintes, onde ataca a decisão de primeiro grau e requer nulidade do auto de infração ou, subsidiariamente, redução da multa de ofício. Ato seguido, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau. Relatados, passo a votar. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. A matéria deste contencioso, apesar de versar sobre contribuição para o PIS, que normalmente é da nossa órbita de competência, hodiernamente, é de competência da Primeira Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por força do disposto no inciso IV do artigo 2º do Anexo II do Regimento Interno do Conselho, instituído pela Portaria MF nº 256/2009 demais tributos, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Estreme de dúvida, as infrações à legislação do IRPJ (omissão de receitas) é que deram azo aos autos de infração ora discutidos neste contencioso IRPJ, CSLL, PIS e COFINS reflexos. Dessarte, em virtude de o presente recurso tratar de matéria alheia às competências desta Seção, suscito a preliminar de inexistência de competência desta Seção para julgar a matéria e, por via de conseqüência, devese declinar da competência para a Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10120.002992/201087 Acórdão n.º 3101001.205 S3C1T1 Fl. 5 7 No vinco do exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso, e endereçálo à competente Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento. Sala das Sessões, em 22 de agosto de 2012. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 181DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 10/09 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 10935.906404/2012-63
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/07/2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 24/07/2009 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de PIS/PASEP que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/07/2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 64 04 /2 01 2- 63 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.852, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 03/01/2013, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 23595.75100.111209.1.2.049566, rastreamento nº 041907174, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 9.032,60, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 6912), do período de 30/06/2009, efetuado em 24/07/2009, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 18/01/2013, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 62DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906404/201263 Acórdão n.º 3802002.702 S3TE02 Fl. 122 3 Data do fato gerador: 24/07/2009 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao Fl. 63DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906404/201263 Acórdão n.º 3802002.702 S3TE02 Fl. 123 5 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906404/201263 Acórdão n.º 3802002.702 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua Fl. 67DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906404/201263 Acórdão n.º 3802002.702 S3TE02 Fl. 125 9 Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 69DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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