Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 13807.006291/99-74
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração:01/02/1988 a 30/04/1992
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
Recurso Extraordinário do Procurador Provido em Parte.
Numero da decisão: 9900-000.687
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Extraordinário
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Pleno
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração:01/02/1988 a 30/04/1992 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Extraordinário do Procurador Provido em Parte.
turma_s : PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13807.006291/99-74
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5236495
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 9900-000.687
nome_arquivo_s : Decisao_138070062919974.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : RODRIGO DA COSTA POSSAS
nome_arquivo_pdf_s : 138070062919974_5236495.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Extraordinário OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2012
id : 4597623
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:58 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577288400896
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2029; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFPL Fl. 2 1 1 CSRFPL MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13807.006291/9974 Recurso nº Extraordinário Acórdão nº 9900000.687 – Pleno Sessão de 28 de agosto de 2012 Matéria Repetição de Indébito Recorrente Procuradoria da Fazenda Nacional Recorrida Panificadora Jardim do Éden Ltda. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração:01/02/1988 a 30/04/1992 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Extraordinário do Procurador Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Extraordinário OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 62 91 /9 9- 74 Fl. 263DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão proferido pelo colegiado a quo, que deu provimento ao recurso especial interposto pelo contribuinte. A PGFN interpôs Recurso Extraordinário a este Pleno alegando, em síntese, que o direito de ação relativo ao exercício de um direito subjetivo de crédito, decorrente de pagamento indevido, é atribuído ao sujeito passivo, e o termo inicial do prazo prescricional de 05 (cinco) anos (art. 168 do CTN) para exercêlo começa da data da extinção do crédito tributário, operandose este tão logo efetue o pagamento indevido. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser admitido. O pedido de restituição foi apresentado em 29/06/1999, relativo ao período de apuração de 01/02/1988 a 30/04/1992. Não assiste razão à recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Com efeito, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13807.006291/9974 Acórdão n.º 9900000.687 CSRFPL Fl. 3 3 Assim, somente os pleitos referentes aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 10 anos da data do protocolo estariam com o eventual direito de restituição extinto, tendo em vista terem sido alcançados pela prescrição. No presente caso, houve a perda parcial do direito a se pleitear a restituição em relação à uma parcela do período objeto da solicitação. Assim, está prescrito o direito em relação ao período de 01/02/1988 a 31/05/1989. Portanto, em que pese a minha total discordância com tal entendimento, com fulcro no art. 62A do Anexo II à Portaria MF nº 256/09 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade da tese dos cinco mais cinco. Ante o exposto, voto pelo provimento parcial do Recurso Extraordinário interposto pela PGFN, com a remessa dos autos à autoridade preparadora, para a análise do mérito do período não prescrito.. Rodrigo da Costa Pôssas Relator Fl. 265DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 19647.009075/2006-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002
PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL - ERRO DE FATO.
É cabível a exclusão da exigência, quando restar demonstrado a existência de erro de fato no preenchimento da Declaração de Ajuste.
Numero da decisão: 2201-002.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah Relator
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201303
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002 PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL - ERRO DE FATO. É cabível a exclusão da exigência, quando restar demonstrado a existência de erro de fato no preenchimento da Declaração de Ajuste.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 19647.009075/2006-82
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5236567
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2201-002.033
nome_arquivo_s : Decisao_19647009075200682.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 19647009075200682_5236567.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
id : 4597695
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:00 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577311469568
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1595; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19647.009075/200682 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201002.033 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 12 de março de 2013 Matéria IRPF Recorrente OTACÍLIO ALENCAR AGRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL ERRO DE FATO. É cabível a exclusão da exigência, quando restar demonstrado a existência de erro de fato no preenchimento da Declaração de Ajuste. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 90 75 /2 00 6- 82 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 06/09, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 29.620,10, calculados até 09/2006. A fiscalização apurou, conforme Demonstrativo das Infrações, fl. 07: Omissão de rendimentos de aluguéis ou royalties recebidos de pessoa jurídica. O contribuinte omitiu rendimentos relativos a aluguéis e royalties auferidos da Construtora Agra Ltda, CNPJ 03.194.910/000140, conforme comprovante de rendimentos apresentados pelo mesmo e DIRF apresentada pela fonte pagadora; Dedução indevida a título de carnêleão. Intimado a apresentar os DARF dos pagamentos do carnêleão, o contribuinte apresentou cópia de onze DARF relativos ao período de apuração de janeiro de 2001 a dezembro de 2001, totalizando R$ 20.702,55. Verificamos nos sistemas da repartição o pagamento de R$ 327,50, relativo ao período de apuração de dezembro/2001. O valor total pago relativo ao carnêleão foi de R$ 21.030,05. Procedemos a glosa de R$ 4.290,00 relativa à diferença entre o valor compensado (R$ 25.030,05) e o valor comprovado. Cientificado do lançamento, o interessado apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: 3.1. os seus rendimentos foram alterados de R$ 97.501,30 para R$ 125.001,30, sob alegação de omissão de rendimentos no valor de R$ 27.500,00 de aluguéis e royalties recebidos da pessoa jurídica Construtora Agra Ltda, e foram glosados R$ 4.290,00 de dedução a título de carnêleão; 3.2 com relação à omissão, à primeira vista estaria correta se não houvesse se equivocado o contribuinte na hora do preenchimento de sua declaração em relação ao local do campo da declaração aonde deveria ter sido lançado o nome da pessoa jurídica pagadora a título de aluguel do valor de R$ 27.500,00 e o valor retido na fonte do imposto de renda, de R$ 3.602,50, e não teria sido a auditora induzida ao erro, lavrando a presente autuação fiscal; 3.3. na realidade o valor foi declarado no item de rendimentos tributáveis recebidos de pessoas físicas e do exterior, sendo a renda declarada e o imposto devido recolhido; 3.4. para ratificação desses argumentos basta proceder ao somatório dos 14 DARF que perfazem a importância de R$ 21.717,55 e mais o comprovante de retenção de imposto de renda na fonte, anocalendário 2001, fornecido pela Construtora Agra Ltda, no valor de R$ 3.602,50, que totaliza o valor declarado e pago a título de imposto retido na fonte de R$ 25.320,05 (“vê quadro demonstrativo anexo, acompanhado dos 14 DARF e comprovante de rendimentos e IRRF”); Fl. 67DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19647.009075/200682 Acórdão n.º 2201002.033 S2C2T1 Fl. 3 3 3.5. se não houvesse menção do valor recebido da Construtora Agra Ltda no valor de R$ 27.500,00 e R$ 3.602,50 de IRRF não constaria o valor pago do imposto de R$ 25.320,05, mas apenas R$ 21.717,55, que corresponde aos 14 DARF referentes aos aluguéis de imóveis de sua propriedade; 3.6. no campo de rendimentos recebidos de pessoas físicas e do exterior foram lançados outros rendimentos provenientes de aluguéis de imóveis de sua propriedade, no valor de R$ 92.027,47, conforme os 14 DARF, comprovando o recolhimento do imposto de renda carnêleão, valor que somado aos R$ 27.500,00 obtémse o valor total de rendimentos de R$ 119.527,47, como consta de sua declaração, ficando evidente que não houve omissão de rendimentos, mas tão somente a inobservância da auditora que somou o valor ao do campo 1, sem ter procedido com a respectiva subtração no item do campo 2; 3.7. questiona por que haveria de deixar de informar esses rendimentos se o pagamento do imposto sobre a quantia foi retida na fonte; 3.8. com relação à segunda infração, esta guarda vinculação com a primeira, uma vez que, tendo declarado devidamente o valor recebido da Construtora Agra Ltda, apesar em local diverso do correto, a veracidade dos fatos demonstra que o imposto “foi recolhido na fonte no valor de R$ 3.602,50 incidente sobre R$ 27.500,00”, conforme comprova o comprovante de rendimentos, tendo procedido à compensação de forma legal; 3.9. seria de extrema inocência não ter declarado o valor recebido da Construtora Agra Ltda a título de aluguel no importe de R$ 27.500,00 e pretender sua compensação em relação ao valor do imposto devido; 3.10. dos esclarecimentos prestados, verificase que o valor total do imposto de renda retido na fonte foi na realidade de R$ 25.320,05, sendo R$ 21.717,55 dos rendimentos de aluguéis de imóveis e R$ 3.602,50 o IRRF advindo dos rendimentos da Construtora Agra Ltda, de conformidade com o declarado no item 2 de sua declaração de ajuste anual, e não R$ 21.030,05, como sugerido no auto de infração; 3.11. não dispõe de contador, o que deve ser levado em conta em relação ao lapso cometido no preenchimento do formulário fornecido pela Receita Federal. A 1ª Turma da DRJ em Recife/PE julgou parcialmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A informação do contribuinte de que os rendimentos de pessoa jurídica considerados omitidos já teriam sido incluídos entre Fl. 68DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 4 rendimentos de pessoas físicas declarados, se desacompanhada da prova inequívoca, não têm o condão de afastar a omissão. IRPF. GLOSA DE CARNÊLEÃO. Se o imposto retido na fonte por pessoa jurídica foi apenas compensado em campo trocado, como sendo antecipação de imposto a título de carnêleão, não deve subsistir a glosa, fazendose necessária apenas a reclassificação do campo de carnêleão para de IRRF. Intimado da decisão de primeira instância em 31/12/2009 (fl. 51), Otacílio Alencar Agra apresenta Recurso Voluntário em 26/01/2010 (fls. 54/56), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos, a controvérsia cingese, na omissão de rendimentos de aluguéis ou royalties recebidos da Construtora Agra Ltda e na dedução indevida a título de carnêleão. Em sua peça recursal, fls. 54/56, alega o suplicante que recebeu da Construtora Agra Ltda, duas espécies de rendimentos, um a título de prólabore (R$ 2.073,00) e outro relativo a alugueis e royalties (R$ 27.500,00). O valor relativo ao prólabore foi declarado corretamente e o valor recebido a título de alugueis foi declarado, por um erro, entre os valores recebidos de pessoa física. Sobre este valor foi retido imposto na fonte, conforme Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, contudo, também por erro, informou o referido imposto como sendo relativo a recolhimento do carnê leão. Assim, assevera o suplicante que “... a solução não pode ser outra senão a retificação da declaração, retirandose do campo referente a rendimentos recebidos por pessoa física o valor de R$ 27.500,00, recebidos, em verdade, da pessoa jurídica, Construtora Agra Ltda., e levá los para o campo correto, rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Ao mesmo tempo, devese retirar do valor total declarado como imposto pago pelo carnêleão, o valor de R$ 3.602,50 e leválo para o campo especifico de imposto de renda retido na fonte referente ao recebimento do valor de R$ 27.500,00 a titulo de alugueis da Construtora Agra Ltda”. Pois bem, compulsandose os autos, mais precisamente o Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte (fl. 57), verificase que de fato o recorrente recebeu da Construtora Agra Ltda, CNPJ nº 03.194.910/000140, o valor de R$ 27.500,00, com R$ 3.602,50, relativo a imposto de renda retido. Contudo, por erro, informou o referido valor como rendimentos recebidos de pessoa física. Da mesma forma, também por erro, inclui o imposto retido na fonte como recolhimento de carnêleão. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19647.009075/200682 Acórdão n.º 2201002.033 S2C2T1 Fl. 4 5 Por essa razão, entendeu a autoridade lançadora que o recorrente havia omitido rendimentos da Construtora Agra Ltda, CNPJ nº 03.194.910/000140, no valor de R$ 27.500,00, com R$ 3.602,50, relativo a imposto de renda retido. Da análise do exposto, verificase tratase de mero erro, pois os valores identificados pela autoridade julgadora de primeira instância, fl. 45, como omissão de rendimentos de alugueis ou royalties recebidos de PJ (R$ 27.500,00), bem como imposto de renda retido na fonte (R$ 3.602,50), são exatamente os mesmos informados, inadvertidamente, pelo recorrente como rendimentos recebidos de pessoa física (R$ 27.500,00) e a título de carnêleão (R$ 3.602,50). Com efeito, esta também foi conclusão da autoridade recorrida, conforme excerto transcrito: Somandose este valor de R$ 21.717,55 aos R$ 3.602,50 de imposto retido na fonte – IRRF – pela empresa Construtora Agra Ltda, obtémse R$ 25.320,05 (= R$ 21.717,55 + R$ 3.602,50), pelo que se verifica haver coincidência de valores entre este montante e aquele declarado pelo contribuinte como IRPF pago a título de carnêleão, que foi declarado em R$ 25.320,05, assistindo razão ao contribuinte no que se refere à glosa de IRPF a título de carnêleão, uma vez que se verificou que o valor de R$ 3.602,50 de IRRF da fonte pagadora Construtora Agra Ltda, não declarado como tal, foi declarado como IRPF a título de carnêleão ... Assim, estando configurada a existência de erro de fato no preenchimento da Declaração de Ajuste, é cabível a exclusão da exigência. Ante ao exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 70DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 19647.009075/200682 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201002.033. Brasília/DF, 12 de março de 2013 Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 71DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19647.009075/200682 Acórdão n.º 2201002.033 S2C2T1 Fl. 5 7 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 13161.720199/2007-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PROVA MEDIANTE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. REQUISITOS. Para fazer prova do valor da terra nua o laudo de avaliação deve ser expedido por profissional qualificado e que atenda aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. Sem esses requisitos, o laudo não tem força probante para infirmar o valor apurado pelo Fisco com base no SIPT.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-002.038
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 18 de abril de 2013
Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira França e Ricardo Anderle (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201303
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PROVA MEDIANTE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. REQUISITOS. Para fazer prova do valor da terra nua o laudo de avaliação deve ser expedido por profissional qualificado e que atenda aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. Sem esses requisitos, o laudo não tem força probante para infirmar o valor apurado pelo Fisco com base no SIPT. Recurso negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13161.720199/2007-70
anomes_publicacao_s : 201305
conteudo_id_s : 5241118
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2201-002.038
nome_arquivo_s : Decisao_13161720199200770.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 13161720199200770_5241118.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator EDITADO EM: 18 de abril de 2013 Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira França e Ricardo Anderle (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
id : 4602308
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:27 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577326149632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1690; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13161.720199/200770 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201002.038 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de março de 2013 Matéria ITR Recorrente RENATO EUGÊNIO DE REZENDE BARBOSA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PROVA MEDIANTE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. REQUISITOS. Para fazer prova do valor da terra nua o laudo de avaliação deve ser expedido por profissional qualificado e que atenda aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. Sem esses requisitos, o laudo não tem força probante para infirmar o valor apurado pelo Fisco com base no SIPT. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 18 de abril de 2013 Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 16 1. 72 01 99 /2 00 7- 70 Fl. 875DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 25/ 04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 02/05/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 França e Ricardo Anderle (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. Relatório RENATO EUGÊNIO DE REZENDE BARBOSA interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCAMPO GRANDE/MS (fls. 838) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio da notificação de lançamento de fls. 279/283, para exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR referente ao exercício de 2004, no valor de R$ 482.539,75, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 1.071.431,25. Segundo o relatório fiscal, o lançamento decorre da revisão da DITR/2004 da qual foi alterado o Valor da Terra Nua – VTN de R$ 37.411.568,00 para R$ 183.265.880,00. O Contribuinte não comprovou, mediante laudo de avaliação válido, o VTN declarado, o qual, tendo sido subavaliado, foi arbitrado com base no SIPT. Também foi alterada a área total do imóvel, de 36.499,0 hectares para 37.401,2 hectares. O Contribuinte impugnou o lançamento alegou, em síntese, que apresentou, no prazo legal, Laudo de Avaliação do Imóvel Rural que atendia plenamente às normas legais vigentes, em especial ao disposto na NBR 14.653 da ABNT, o qual comprova que o VTN declarado para efeito de cálculo do ITR 2004; que o valor de R$ 4.900,00/ha é totalmente injustificável e não representa o correto valor da terra nua, conforme demonstrado através de várias pesquisas na região; que, conforme apontado em Declaração do Secretário de Administração e Finanças da Prefeitura Municipal de Laguna Carapã/MS, o valor de pauta do imóvel era de R$ 750,00/ha. e, para o ano de 2007, de R$ 1.200,00; que quanto à divergência na área total, de 36.499,0 hectares para 37.401,20 hectares, essa diferença foi incorporada em novembro de 2006, com a retificação do registro imobiliário, sendo absurda sua inclusão em período anterior. A DRJCAMPO GRANDE/MS julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Observou a DRJ, inicialmente, que a área total do imóvel indicada na matrícula imobiliária é de 37.401,2440 ha., devidamente registrada em novembro de 2006, com as coordenados apuradas por georreferenciamento; que orientações expedidas pela Secretaria da Receita Federal, quanto ao preenchimento da DITR, informam que a área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da entrega da DITR, independentemente de atualização no registro imobiliário, caso haja medição de área mais recente, conforme laudo emitido por engenheiro legalmente habilitado; que o fato de ter sido elaborada medição da área no ano de 2006, constatando a posse de área maior do que a matriculada anterior no Registro de Imóveis, também serve de prova da situação nos anos anteriores, desde que não haja comprovação de ocorrência de outro fato, como compra ou venda de área, que afaste esse entendimento; que, assim, em consonância com os dispositivos legais acima citados, essa área deve ser tributada em nome do interessado, que é um de seus proprietários e em nome de quem foi apresentada a DITR/2004 processada; que, dessa forma, resta manter a tributação sobre a área total de 37.401,2 ha; que quanto ao Valor da Terra Nua, VTN, o procedimento utilizado pela fiscalização para sua apuração, com base nos valores constantes em sistema da Receita Federal, encontra amparo no art. 14 da Lei n.° 9.393/1996; que a determinação para alimentação do SIPT com os valores de terras e demais dados recebidos das Secretarias de Fl. 876DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 25/ 04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 02/05/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13161.720199/200770 Acórdão n.º 2201002.038 S2C2T1 Fl. 3 3 Agricultura ou entidades correlatas e com os valores de terra nua da base de declarações do ITR constou do art. 3° da Portaria no. 447 de 28/03/2002; que o valor do SIPT só é utilizado quando, depois de intimado, o contribuinte não apresenta elementos suficientes para comprovar o valor por ele declarado, da mesma forma que o valor apurado pela fiscalização fica sujeito a revisão quando o contribuinte logra comprovar o VTN efetivo de seu imóvel; que no caso, a autoridade fiscal considerou o valor por aptidão agrícola para o município de Laguna Carapã/MS, extraído do SIPT, informado pela Prefeitura desse Município, de R$ 4.900,00 por hectare para terras classificadas como "outras", conforme consulta de fls. 167, na qual também se pode constatar que o VTN médio apurado com base nas DITRs processadas no Exercício 2004, para o mesmo município, importou em R$ 2.140,75; que o VTN considerado no lançamento pode ser revisto pela autoridade administrativa com base em laudo técnico elaborado por Engenheiro Civil, Florestal ou Agrônomo, acompanhado de cópia de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, devidamente registrada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA, e que demonstre o atendimento das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, através da explicitação dos métodos avaliatórios e fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel e dos bens nele incorporados; que o laudo apresentado pelo contribuinte em atendimento à intimação fiscal foi rejeitado pela autoridade lançadora, que apontou deficiências nele encontradas, quanto a não observar determinações contida em norma da ABNT para classificação no grau II quanto à fundamentação; que a autoridade fiscal destacou, em suma, que o laudo apresentado não contém demonstração dos cálculos dos valores das benfeitorias excluídas nos dados amostrais, contendo apenas detalhamento das benfeitorias do imóvel sob avaliação, e que os fatores de homogeneização dos elementos da amostra utilizada ultrapassaram o intervalo admissível estipulado na NBR 146533, e, assim, o laudo não se enquadrou no grau II, o que impossibilita que seja aceito para comprovação do VTN no Exercício tratado; que o contribuinte não apresentou outro laudo para suprir as deficiências citadas na autuação, tendo apenas apresentado esclarecimento emitido pelo engenheiro agrônomo de que o laudo apresentado anteriormente atende exigências da norma da ABNT (fls. 434/435); que para configurar um laudo com fundamentação e grau de precisão II, como requerido pela autoridade fiscal, a NBR 14.653 da ABNT exige levantamento de elementos amostrais, com comprovação da situação de cada imóvel tomado como paradigma, tratamento estatístico, apresentação de fórmulas e dos parâmetros utilizados pelo profissional e outros itens necessários para configurar o rigor científico que se exige de trabalhos dessa natureza; que os dados de mercado coletados, "no mínimo, cinco dados de mercado efetivamente utilizados", conforme item 9.2.3.5, alínea "b", da NBR citada, devem, ainda, se referir a imóveis localizados no município do imóvel avaliando, contemporâneos à data do fato gerador do ITR; que, conforme item 9.2.3.5, alínea "d", da Norma citada, é obrigatório que, "o caso de utilização de fatores de homogeneização, o intervalo admissível de ajuste para cada fator e para o conjunto de fatores esteja compreendido entre 0.80 e 1,20"; que no laudo técnico rejeitado pela autoridade fiscal foi apurado o VTN para o imóvel para o Exercício 2004 de R$ 999,08 por hectare, totalizando R$ 37.366.834,86, valor pouco inferior ao VTN declarado na DITR/2004 de R$ 37.411.568,00; que é possível observar desse laudo que falta comprovação efetiva das benfeitorias e plantações existentes nos imóveis utilizados como paradigmas e do cálculo do valor atribuído a cada um desses itens, não permitindo determinar efetivamente quanto do valor das transações consideradas se refere à terra nua e às benfeitorias, cabendo destacar que o valor médio atribuído às benfeitorias corresponde a quase 50% do valor médio das transações consideradas; que o laudo considerou como amostras valores de imóveis localizados em municípios diversos do ora tratado, no total de cinco municípios; que além disso, das sete amostras, duas são indicadas como sendo opiniões, uma não indica o município de localização do imóvel paradigma e duas citam como informante a própria empresa e o engenheiro agrônomo Fl. 877DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 25/ 04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 02/05/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 responsáveis pela emissão do laudo técnico, e não foi apresentada comprovação efetiva das transações consideradas, as quais não encontram respaldo nas matrículas apresentadas com esse fim; que no esclarecimento apresentado com a impugnação, o engenheiro agrônomo teceu considerações sobre os métodos utilizados para fins de avaliação do imóvel e afirmou que os fatores de homogeneização estão compreendidos entre níveis de confiança de 80% e que no saneamento das amostras foram eliminados os dados 20% acima e 20% abaixo dos índices agronômicos de cada ano e 30% acima e 30% abaixo da média saneada, porém, não apresentou comprovação suficiente para suprir as deficiências do laudo apontadas pela autoridade lançadora quanto à falta de demonstração do cálculo dos valores das benfeitorias dos elementos amostrais, falta de comprovação da origem das informações sobre as transações consideradas e de comprovação das benfeitorias dos imóveis paradigmas e de utilização de fatores de homogeneização dos elementos da amostra fora do intervalo estipulado na Norma da ABNT; que a Declaração datada de 18/10/2007, firmada pelo Sr. Ivo Dalbosco, então Secretário de Administração e Finanças da Prefeitura Municipal de Laguna Carapã/MS, indica que o valor de pauta de ITBI de imóveis rurais do município, para 2004, era de R$ 750,00/ha; que tal informação contraria diretamente a legislação desse município, posto que, conforme a Lei Complementar 2/93, alterada pela Lei Complementar 8/2003, passível de consulta via Internet, a avaliação da Prefeitura, para fins de ITBI, importava em 1400 unidades fiscais, cujo valor unitário estava fixado em R$ 3,50, o que resultava no valor por hectare de R$ 4.900,00, mesmo valor extraído do SIPT informado pela Prefeitura Municipal de Laguna Carapã/MS. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 16/02/2012 (fls. 849) e, em 13/03/2012, interpôs o recurso voluntário de fls. 850/866, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator O Recurso é tempestivo e atende aos pressupostos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Examino, inicialmente, a questão do VTN. Alega o Contribuinte que apresentou tempestivamente laudo de avaliação; que o valor arbitrado de R$ 4.900,00 por hectare é absurdo, e apresenta laudo que traz avaliação de R$ 567,72 por hectare. Pois bem, examinando o referido laudo, às fls. 652/676, verificase que apesar do grande detalhamento de critérios técnicos empregados, o laudo carece de indicação de um elemento essencial para lhe conferir grau de precisão aceitável: pesquisa de mercado. O lado não demonstra, a partir da indicação de operações de comercialização de terras na região de localização do imóvel, preços de terras compatíveis com o valor pretendido e diferente do valor constante do SIPT, este às fls. 278. Notese que o SIPT é alimentado com dados declarados pelos contribuintes da região de localização do imóvel, levando em conta a aptidão agrícola e, portanto, refletem os preços de mercado dos imóveis da região. Para demonstrar que o imóvel do contribuinte tem valor tão discrepante em relação à média da região, o Contribuinte teria que demonstrar, por meio do laudo técnico, os fatos que justificasse essa discrepância e que, portanto, os valores Fl. 878DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 25/ 04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 02/05/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13161.720199/200770 Acórdão n.º 2201002.038 S2C2T1 Fl. 4 5 apurados com base no SIPT não refletem a realidade. Para isto teria que ter indicado, objetivamente, por meio de pesquisa sobre comercialização de terrras, indicando as operações consideradas para fins de posterior verificação, que estas foram realizadas por valores bem inferiores àqueles apurados pela Administração. Mas não o fez. O laudo apresentado carece, assim , de elementos mínimos que lhe confira credibilidade, sendo, portanto, inapto para atestar o valor dos imóveis para a região. Assim, não merece reparos o lançamento quanto a este ponto. Sobre a área total do imóvel, conforme já observou a DRJ, com acerto, esta deve refletir a situação existente na data da entrega da declaração, independentemente da atualização no registro imobiliário. Se no ano seguinte, sem que tenha havido qualquer aquisição de área nova o imóvel, verificouse que o imóvel tinha 37.401,20 é porque em em 2006 tinha a mesma área. Assim, em conclusão, também não tenho reparos ao lançamento quanto a este ponto. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 879DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 25/ 04/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 02/05/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 13811.002075/2001-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. As aquisições de pessoas físicas podem ser consideradas para efeito de cálculo do crédito presumido. Jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Superior Tribunal de Justiça. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI Nº 9.363, DE 1996. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. SÚMULA CARF N.º 19. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei n.º 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica, uma vez que não são consumidas em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES EFETUADAS QUANDO A APLICAÇÃO DA LEI N.º 9.363/96 ESTAVA SUSPENSA. O crédito presumido de que trata a Lei n.º 9.363/96 é concedido em relação às aquisições de matérias-primas, produtos intermediário e material de embalagem. Assim, as aquisições efetuadas no período em que a aplicação da lei ficou suspensa não podem ser incluídas no cálculo do benefício, ainda que a exportação do produto tenha ocorrido em período posterior ao da suspensão. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA . LIMITES. Ressarcimento de crédito tem natureza jurídica distinta da repetição de indébito. Por conseguinte, não há respaldo legal para sua atualização monetária com base na Taxa Selic desde o momento da sua apuração ou da formulação do pedido. Entretanto, em observância ao art. 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não se pode deixar de aplicar, no presente processo, orientação assentada no REsp nº 1.035.847 / RS, julgado em sede de “Recurso Repetitivo”, disciplinado pelo art. 543-C do Código de Processo Civil. Com base em tal precedente, há que se reconhecer o direito à correção dos créditos concedidos por este Colegiado, a partir da data da ciência do despacho decisório que denegou o aproveitamento. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3102-001.100
Decisão: Acordam os membros do colegiado: a) por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso com relação ao aproveitamento dos créditos relativos à aquisição de combustíveis e energia elétrica; b) por maioria de votos, em dar provimento ao recurso no que se refere ao aproveitamento dos créditos relativos às aquisições de pessoas físicas e à correção monetária dos créditos, a partir da data do despacho decisório. Vencidos os conselheiros Paulo Celani, relator, e Ricardo Rosa; e c) pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso no que se refere à possibilidade de se apurar créditos no período em que a Lei nº 9363/96 teve sua aplicação suspensa. Vencidos os conselheiros Nanci Gama, Luciano Maya Gomes e Álvaro Almeida Filho. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. (assinado digitalmente)
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201107
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. As aquisições de pessoas físicas podem ser consideradas para efeito de cálculo do crédito presumido. Jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Superior Tribunal de Justiça. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI Nº 9.363, DE 1996. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. SÚMULA CARF N.º 19. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei n.º 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica, uma vez que não são consumidas em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES EFETUADAS QUANDO A APLICAÇÃO DA LEI N.º 9.363/96 ESTAVA SUSPENSA. O crédito presumido de que trata a Lei n.º 9.363/96 é concedido em relação às aquisições de matérias-primas, produtos intermediário e material de embalagem. Assim, as aquisições efetuadas no período em que a aplicação da lei ficou suspensa não podem ser incluídas no cálculo do benefício, ainda que a exportação do produto tenha ocorrido em período posterior ao da suspensão. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA . LIMITES. Ressarcimento de crédito tem natureza jurídica distinta da repetição de indébito. Por conseguinte, não há respaldo legal para sua atualização monetária com base na Taxa Selic desde o momento da sua apuração ou da formulação do pedido. Entretanto, em observância ao art. 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não se pode deixar de aplicar, no presente processo, orientação assentada no REsp nº 1.035.847 / RS, julgado em sede de “Recurso Repetitivo”, disciplinado pelo art. 543-C do Código de Processo Civil. Com base em tal precedente, há que se reconhecer o direito à correção dos créditos concedidos por este Colegiado, a partir da data da ciência do despacho decisório que denegou o aproveitamento. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 13811.002075/2001-11
conteudo_id_s : 5224406
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3102-001.100
nome_arquivo_s : Decisao_13811002075200111.pdf
nome_relator_s : PAULO SERGIO CELANI
nome_arquivo_pdf_s : 13811002075200111_5224406.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado: a) por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso com relação ao aproveitamento dos créditos relativos à aquisição de combustíveis e energia elétrica; b) por maioria de votos, em dar provimento ao recurso no que se refere ao aproveitamento dos créditos relativos às aquisições de pessoas físicas e à correção monetária dos créditos, a partir da data do despacho decisório. Vencidos os conselheiros Paulo Celani, relator, e Ricardo Rosa; e c) pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso no que se refere à possibilidade de se apurar créditos no período em que a Lei nº 9363/96 teve sua aplicação suspensa. Vencidos os conselheiros Nanci Gama, Luciano Maya Gomes e Álvaro Almeida Filho. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. (assinado digitalmente)
dt_sessao_tdt : Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
id : 4577388
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577343975424
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2438; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 710 1 709 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13811.002075/200111 Recurso nº 879.192 Voluntário Acórdão nº 3102001.100 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 07 de julho de 2011 Matéria Ressarcimento de IPI Recorrente BRASWEY S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. As aquisições de pessoas físicas podem ser consideradas para efeito de cálculo do crédito presumido. Jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Superior Tribunal de Justiça. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI Nº 9.363, DE 1996. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. SÚMULA CARF N.º 19. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei n.º 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica, uma vez que não são consumidas em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES EFETUADAS QUANDO A APLICAÇÃO DA LEI N.º 9.363/96 ESTAVA SUSPENSA. O crédito presumido de que trata a Lei n.º 9.363/96 é concedido em relação às aquisições de matériasprimas, produtos intermediário e material de embalagem. Assim, as aquisições efetuadas no período em que a aplicação da lei ficou suspensa não podem ser incluídas no cálculo do benefício, ainda que a exportação do produto tenha ocorrido em período posterior ao da suspensão. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA . LIMITES. Ressarcimento de crédito tem natureza jurídica distinta da repetição de indébito. Por conseguinte, não há respaldo legal para sua atualização monetária com base na Taxa Selic desde o momento da sua apuração ou da formulação do pedido. Entretanto, em observância ao art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não se pode deixar de aplicar, no presente processo, orientação assentada no REsp nº 1.035.847 / Fl. 743DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 2 RS, julgado em sede de “Recurso Repetitivo”, disciplinado pelo art. 543C do Código de Processo Civil. Com base em tal precedente, há que se reconhecer o direito à correção dos créditos concedidos por este Colegiado, a partir da data da ciência do despacho decisório que denegou o aproveitamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: a) por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso com relação ao aproveitamento dos créditos relativos à aquisição de combustíveis e energia elétrica; b) por maioria de votos, em dar provimento ao recurso no que se refere ao aproveitamento dos créditos relativos às aquisições de pessoas físicas e à correção monetária dos créditos, a partir da data do despacho decisório. Vencidos os conselheiros Paulo Celani, relator, e Ricardo Rosa; e c) pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso no que se refere à possibilidade de se apurar créditos no período em que a Lei nº 9363/96 teve sua aplicação suspensa. Vencidos os conselheiros Nanci Gama, Luciano Maya Gomes e Álvaro Almeida Filho. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Redator Designado (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro (Presidente da Turma), Nanci Gama (VicePresidente), Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Paulo Sergio Celani e Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho. Relatório Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório do acórdão recorrido. “Tratase de manifestação de inconformidade, apresentada pela requerente, ante Despacho Decisório de autoridade da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo, que indeferiu o pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI e não homologou as compensações declaradas. Consta nos autos que o crédito tributário que se pretendeu compensar referese ao crédito presumido de que trata a Lei nº 9363/96 e na Portaria MF nº 38/97, no montante de R$ 691.892,41 (R$ 592.775,13 de crédito e R$ 99.117,28 de juros), relativo ao 1º trimestres de 2000, a ser aproveitado em compensações com débitos da própria empresa. O pleito foi indeferido em razão da exclusão, no cálculo do crédito presumido, das compras de mercadorias de pessoas não contribuintes do PIS/PASEP e da COFINS; de insumos importados, de valores referentes à energia elétrica e combustíveis e dos estoques de insumos e de produtos acabados Fl. 744DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI Processo nº 13811.002075/200111 Acórdão n.º 3102001.100 S3C1T2 Fl. 711 3 e em elaboração existentes em 31/12/1999, além de negar a correção monetárias dos valores, por falta de amparo legal. Regularmente cientificada do deferimento parcial de seu pleito, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual, em síntese, alegou ser é ilegal restringir, mediante atos administrativos, o que a lei não restringiu, como é o caso das aquisições de insumos de pessoas físicas e cooperativas, conforme sua análise da legislação, o entendimento dos tribunais e acórdão do Conselho de Contribuintes citados, sendo que a jurisprudência também demonstraria o direito à atualização dos valores pleiteados. Protestou também contra a exclusão dos custos de energia elétrica e combustíveis, alegando que estão abrangidos pelo conceito de matériaprima e produto intermediário, pois, embora não se integrem ao novo produto, foram consumidos no processo de industrialização, entendimento, inclusive, conformado pela legislação do ICMS. Quanto aos estoques existentes em 31/12/1999, alegou não se poder admitir a restrição do benefício para além dos limites fáticos e temporais determinados na medida provisória, pois o incentivo às exportações tem objetivo extrafiscal e o fato gerador do crédito presumido é a exportação. Por fim, solicitou o deferimento integral do pedido de ressarcimento e a homologação de todas as declarações de compensação a ele vinculadas.” A manifestação de inconformidade foi deferida em parte pela unidade julgadora da RFB, nos termos do acórdão recorrido, cuja ementa está assim redigida: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. Os valores referentes às aquisições de insumos de pessoas físicas, nãocontribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não integram o cálculo do crédito presumido por falta de previsão legal. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMOS. GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO. Os conceitos de produção, matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável do IPI, não abrangendo os produtos que não tiveram contato físico direto, nem exerceram diretamente ação, no produto industrializado, mesmo que estes participem do ciclo produtivo do estabelecimento. CRÉDITO PRESUMIDO. ESTOQUES EM 31/12/1999. ADIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 745DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 4 Os estoques dos insumos aplicados em produtos em elaboração e acabados mas não vendidos, adquiridos entre 1º de abril a 31 de dezembro de 1999, não devem ser adicionados ao cálculo do crédito presumido no primeiro trimestre de 2000. INCONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa é incompetente para declarar a inconstitucionalidade da lei e dos atos infralegais. CRÉDITO PRESUMIDO. JUROS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO.CONVERSÃO. DCOMP. Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa, até 30/09/2002, serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo. DCOMP. HOMOLOGAÇÃO POR DISPOSIÇÃO LEGAL. O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Impugnação Procedente em Parte. Direito Creditório Não Reconhecido” Contra a decisão, a contribuinte ingressou com o recurso voluntário em análise, no qual repete os argumentos da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo, atende aos demais requisitos de admissibilidade e é da competência da 3a. Seção de Julgamento. Logo, deve ser conhecido. A lei nº 9.363/96, que instituiu o benefício pleiteado pela recorrente, traz, entre outras, as seguintes disposições: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.(Realcei e sublinhei) Fl. 746DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI Processo nº 13811.002075/200111 Acórdão n.º 3102001.100 S3C1T2 Fl. 712 5 Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Art. 2o A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador.(Destaquei) § 1o O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual de 5,37% sobre a base de cálculo definida neste artigo. (Vide Lei nº 10.637, de 2002) § 2o No caso de empresa com mais de um estabelecimento produtor exportador, a apuração do crédito presumido poderá ser centralizada na matriz. “Art. 3o Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem.” Vejase que a lei restringe sim quais empresas farão jus ao crédito e quais operações o ensejarão, de modo que o benefício será dispensado apenas às empresas produtoras e, apenas, como ressarcimento da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP1 incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, utilizados no processo produtivo de produto exportado. Logo, as aquisições de produtos pela produtoraexportadora que não tenham sofrido a incidência das citadas contribuições nestas operações de aquisição não estão entre aquelas para as quais a lei atribuiu o benefício. É o caso de aquisições de pessoas físicas ou pessoas jurídicas não contribuintes. Notese que não é preciso recorrer à Instrução Normativa SRF n.º 23/97 para tal conclusão, o que implica não ser relevante para este julgamento a alegação de que esta norma seria ilegal. 1 As leis complementares citadas no art. 1º da Lei nº 9.363/96 tratam da instituição destas contribuições. Fl. 747DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 6 Apesar de o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 993.164, representativo de controvérsia, ter decidido que a IN SRF n.º 23/97 é ilegal, tal decisão também não socorre a recorrente. Isto porque, por força do art. 26A do Decreto n.º 70.253/72, incluído pela Lei n.º 11.941/2009, é vedado aos órgãos julgadores do processo administrativo fiscal afastar ou deixar de observar lei, o que não se aplica apenas nas hipóteses previstas no parágrafo 6o. do mesmo artigo, as quais não ocorreram. E, além disso, não se aplica ao caso o art. 62A do Regimento Interno do CARF, porque a decisão do STJ ainda não transitou em julgado, logo, não é definitiva. Quanto a energia elétrica e combustíveis, não merece acolhida alegação de que não podem ser excluídos, porque a legislação do IPI permitiria que se incluíssem nos conceitos de matériaprima e produto intermediário todos os insumos consumidos no processo de industrialização, ressalvandose, apenas, os compreendidos entre os bens do ativo permanente. A lei n.º 9.363/96 exige que a empresa beneficiária seja produtora e que os conceitos de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem sejam obtidos, subsidiariamente, da legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados. Uma vez que ela própria não apresenta tais conceitos, a aplicação subsidiária da legislação do IPI se torna relevante. Mais do que subsidiária, ela é fundamental. No julgamento do recurso especial 1.075.508, também submetido ao regime do artigo 543C do CPC, o STJ, interpretando a legislação do IPI, especialmente, o art. 164, I, do Decreto nº 4.544/2002, RIPI/2002, e o art. 147, I, do Decreto nº 2.637/98, revogado pelo RIPI/2002, decidiu que a aquisição de bens que integrem o ativo permanente da empresa ou de insumos que não se incorporem ao produto final ou cujo desgaste não ocorra imediatamente e integralmente no processo de industrialização não gera direito a crédito do imposto. Esta decisão transitou em julgado em 23/11/2009, logo, por determinação do art. 62A do RICARF, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Por seu turno, após enfrentar vários casos versando sobre o que estaria compreendido nos conceitos de matériaprima e produtos intermediários, os antigos Conselhos de Contribuintes e o CARF firmaram entendimento segundo o qual para assim serem considerados, matériasprimas e produtos intermediários, os bens deveriam ser consumidos em contato direto com o produto obtido e exportado. Esta conclusão se extrai da leitura do enunciado da Súmula CARF nº 19, de observância obrigatória pelos membros deste órgão colegiado, por força do art. 72, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n.º 256, de 22/06/2009, assim redigido: “Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário.”[Destaquei.] Fl. 748DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI Processo nº 13811.002075/200111 Acórdão n.º 3102001.100 S3C1T2 Fl. 713 7 Este entendimento também se confirma – e não é contraditado, como se poderia asseverar , pelo fato de que outra lei, a de n.º 10.276, de 2001, conversão da MP n.º 2.202/01, passou a permitir, expressamente, apenas para aqueles que utilizassem forma alternativa para o cálculo do crédito, prevista na própria lei, a inclusão neste cálculo dos custos com aquisição de energia elétrica e combustíveis, desde que adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo, e dos correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, apenas na hipótese de o encomendante ser o contribuinte do IPI. Observese que, ao introduzir os termos “energia elétrica”, “combustíveis” e “prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda” por meio da locução “bem assim”, a lei deixou claro que energia elétrica, combustíveis e serviços decorrentes de industrialização por encomenda não são matériasprimas ou produtos intermediários, ainda que componham o custo de produção. Notese, também, que o fator a ser multiplicado pela base de cálculo obtida conforme o cálculo autorizado por esta lei é diferente do fator a ser multiplicado pela base de cálculo obtida conforme permissão dada pela Lei n.º 9.363/96. E, além disso, outras limitações foram impostas para os casos em que a forma de cálculo alternativa prevista na Lei n.º 10.276/01 pudesse ser utilizada. Cito trechos desta lei:: Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto. § 2o O crédito presumido será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo referida no § 1o, do fator calculado pela fórmula constante do Anexo. § 3o Na determinação do fator (F), indicado no Anexo, serão observadas as seguintes limitações: Fl. 749DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 8 I o quociente será reduzido a cinco, quando resultar superior; II o valor dos custos previstos no § 1o será apropriado até o limite de oitenta por cento da receita bruta operacional. § 4o A opção pela alternativa constante deste artigo será exercida de conformidade com normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal e abrangerá, obrigatoriamente: I o último trimestrecalendário de 2001, quando exercida neste ano; II todo o anocalendário, quando exercida nos anos subseqüentes. § 5o Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma deste artigo todas as demais normas estabelecidas na Lei no 9.363, de 1996. § 6o Relativamente ao período de 1o de janeiro de 2002 a 31 de dezembro de 2004, a renúncia anual de receita, decorrente da modalidade de cálculo do ressarcimento instituída neste artigo, será apurada, pelo Poder Executivo, mediante projeção da renúncia efetiva verificada no primeiro semestre. § 7o Para os fins do disposto no art. 14 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o montante anual da renúncia, apurado, na forma do § 6º, nos meses de setembro de cada ano, será custeado à conta de fontes financiadoras da reserva de contingência, salvo se verificado excesso de arrecadação, apurado também na forma do § 6o, em relação à previsão de receitas, para o mesmo período, deduzido o valor da renúncia. O aproveitamento desses gastos só abrange períodos a partir do 4º trimestre de 2001 e restringese aos contribuintes que optarem pela sistemática do regime alternativo previsto na Lei nº 10.276, de 2001. Portanto, no caso em discussão, em que a contribuinte não se enquadrou na Lei n.º 10.270/01, os bens não consumidos em contado direto com o produto obtido, porque não se incluem nos conceitos de matériaprima e produto intermediário, não dão direito ao crédito de IPI Com respeito à suspensão da aplicação da lei n.º 9.363/96 pelo art. 12 da MP nº 1.807/99, destaquese que o crédito presumido foi concedido às empresas produtoras e exportadoras em relação às suas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, destinadas a serem utilizadas no processo produtivo. Não obstante tratarse de um benefício condicionado à efetiva exportação dos produtos, a operação escolhida pelo legislador para a fruição do benefício foi a aquisição dos citados materiais para utilização no processo produtivo. Assim, a suspensão da lei n.º 9.363/96 implicou a nãoconcessão do benefício às aquisições promovidas no período em que vigorou a suspensão, de 01/04/1999 a 31/12/1999. Quanto à aplicação da Taxa Selic para fins de atualização do ressarcimento, destaquese que, no caso deste processo, o crédito pleiteado não diz respeito a repetição de Fl. 750DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI Processo nº 13811.002075/200111 Acórdão n.º 3102001.100 S3C1T2 Fl. 714 9 indébito tributário, mas sim a concessão de benefício fiscal na forma de crédito presumido, situação para a qual não há lei que determine seja corrigida monetariamente ou acrescida de juros. Conforme já observou a relatora do acórdão recorrido, não se pode dizer que tal benefício equivale a uma restituição de indébito tributário, porque não houve pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, nem erro na identificação do sujeito passivo ou no cálculo do montante ou da alíquota aplicável, nem reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, tal como previsto no art. 165 do Código Tributário Nacional. Assim, não se tratando de restituição de indébito, não se aplica ao crédito presumido de que trata a lei n.º 9.363/96 o art. 39 da Lei n.º 9.250/95. E uma vez que, por força do princípio da legalidade, não pode a Administração Fazendária aplicar a estes créditos acréscimos a título de atualização monetária ou de juros, também neste ponto os argumentos da recorrente não devem ser acolhidos. Porém, tendo em vista que, no julgamento do recurso especial 1.035.847, também representativo de controvérsia, cuja matéria era a correção monetária de créditos de IPI decorrentes do princípio da nãocumulatividade, sobre os quais não incidiria a correção por falta de previsão legal, o STJ decidiu que a oposição constante de ato legal estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito a estes créditos, postergaria o reconhecimento do direito pleiteado, “exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco”; que esta decisão transitou em julgado em 10/03/2010; e considerando o art. 62A do RICARF, entendo que os casos de solicitação de crédito presumido de IPI, apesar de não haver previsão legal para sua atualização, devam ser corrigidos a partir da data em que ficar caracterizada oposição pela Administração Fazendária. No caso sob discussão, por entender que as aquisições que a recorrente pretende sejam consideradas para fins de inclusão no cálculo do crédito presumido previsto na Lei n.º 9.363/96 não estão amparadas na própria lei e que aquelas efetuadas no período em que a lei teve sua aplicação suspensa também não podem ser incluídas no cálculo, ainda que a exportação dos produtos ocorra em período posterior à vigência da suspensão, voto por negar provimento ao recurso voluntário, restando, por conseguinte, prejudicada eventual atualização. Paulo Sergio Celani Relator Voto Vencedor Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Redator Designado. Peço licença para discordar do judicioso voto condutor, pois entendo que, em dois aspectos, razão assiste ao Recorrente. Analisoos separadamente. 1 Aquisições de Pessoas Físicas A admissibilidade dos créditos presumidos apurados a partir das aquisições de insumos a pessoas físicas longe está de representar uma novidade para este Colegiado. Fl. 751DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 10 Com efeito, muito se discute acerca da exegese do art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, assim redigido: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Essencialmente, há quem defenda que a expressão “incidente sobre as respectivas aquisições” fixaria o comando no sentido de que só se admitiria o crédito se a operação de venda das matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem estivesse sujeita ao pagamento das contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins. Em sentido diverso, há quem sustente que a tributação “em cascata”, própria de tais contribuições, estaria presente independentemente de sua incidência no último elo da cadeia. Ou seja, para os defensores da segunda corrente, na medida em que o produtor arcaria com as contribuições “embutidas” nos insumos necessários à produção das mercadorias comercializadas, restaria cumprida a condição legal, independentemente do fato deste último estar ou não sujeito ao pagamento das mesmas contribuições, quando da venda dos produtos. Confesso que até recentemente me filiava à primeira corrente, focado na literalidade inerente à interpretação das normas que disciplinam a concessão de benefício fiscal, mas sem perder de vista a razoabilidade da tese contrária. A meu ver, dúvida não há de que, efetivamente, as mercadorias eram oneradas pelas contribuições, mas entedia que o termo “incidência”, tomado em sua literalidade, não poderia ser equiparado ao “oneração”, mesmo tendo conhecimento de que esta seria a exegese adotada no âmbito da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Superior Tribunal de Justiça. Aliás, como é cediço, esta última corte, mais precisamente quando do julgamento do REsp nº 993.164 MG2, ratificou esse entendimento em sede de Recurso Repetitivo, disciplinado pelo art. 543C do Código de Processo Civil. Notar que, diferentemente da discussão acerca da correção monetária, que será enfrentada adiante, dito acórdão, pelo menos segundo consulta ao sítio do STJ, ainda não transitou em julgado, de modo que a interpretação nele fixada ainda não está contemplada pelo comando do art. 62A do Regimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais3. Ocorre que, diante da força dos precedentes e, principalmente em razão da inexistência de dispositivo legal ou regulamentar em sentido contrário, passo a me filiar à segunda corrente e, consequentemente, a admitir o cômputo das aquisições de pessoas físicas, para efeito de cálculo do crédito presumido. 2 MINISTRO LUIZ FUX, julgado em 13/12/2010. 3 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 752DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI Processo nº 13811.002075/200111 Acórdão n.º 3102001.100 S3C1T2 Fl. 715 11 2 Correção Monetária Busca a contribuinte, finalmente, o emprego da taxa Selic para correção monetária dos créditos a partir da data da formulação do pedido de ressarcimento. A aplicação da taxa Selic à compensação ou à restituição encontrase disciplinada no art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, assim redigido: Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação dada pelo art. 58 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, somente poderá ser efetuada com o recolhimento de importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais de mesma espécie e destinação constitucional, apurado em períodos subseqüentes. (...) § 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (Grifouse). Inexiste, portanto, previsão legal para a incidência de tal taxa sobre créditos escriturais pendentes de reconhecimento por parte do Fisco. De outra banda, tratandose de matéria sujeita à tipicidade cerrada, não há espaço para o emprego da analogia, pois, em verdade, não haveria que se falar em lacuna da lei, mas silêncio eloquente do legislador. Lembro, à esta altura, observação do Min. Moreira Alves nos autos do RE Nº 130.5525 DF (DJ de 28/06/1991): “... só se aplica a analogia quando, na lei, haja lacuna, e não o que os alemães denominam ‘silêncio eloqüente’ (Beredtes Schweigen) que é o silêncio que traduz que a hipótese contemplada é a única a que se aplica o preceito legal, não se admitindo, portanto, aí o emprego da analogia.” Assim, entendo que só há fundamento para reconhecimento da correção monetária sobre os créditos alvo de ressarcimento nos termos da orientação jurisprudencial assentada no REsp nº 1.035.847 / RS4, julgado em sede de “Recurso Repetitivo”, disciplinado pelo art. 543C do Código de Processo Civil, aplicável por força no art. 62A do Regimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais5. 4 MINISTRO LUIZ FUX, julgado em 24/06/2009. 5 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 753DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI 12 Segundo tal aresto, a taxa Selic passa a incidir sobre os créditos ressarcidos a partir do momento em que se configura a resistência do Fisco, materializada, segundo entendo, na negativa do reconhecimento. Nessa esteira, não vejo como reconhecer a aplicação da taxa Selic sobre todos os créditos deferidos, mas exclusivamente sobre aqueles concedidos por este Colegiado, na medida em que, em relação aos demais, não restou configurada a préfalada resistência.. Assim sendo, acolho o pedido de correção monetária, a partir da data em que a autoridade de jurisdição se negou a reconhecer os créditos reconhecidos por este Colegiado, ou seja, sobre os créditos glosados exclusivamente em razão do fato de os insumos terem sido fornecidos por pessoas físicas. 3 Conclusão Com essas considerações, dou parcial provimento ao recurso para acatar exclusivamente os créditos relativos a aquisições de pessoas físicas, acolhendo, ainda, o pleito de correção dos créditos reconhecidos no presente julgamento a partir da ciência da decisão da autoridade de jurisdição que denegou o reconhecimento desses mesmos créditos. Sala das Sessões em 7 de julho de 2011 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator. Fl. 754DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 7/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 02/04/2012 por PAULO SERGIO CE LANI
score : 1.0
Numero do processo: 10735.000010/2007-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
IRPF. RENDIMENTOS DE ANISTIADO POLÍTICO. ISENÇÃO A PARTIR DE 29/08/2002. DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE REGIME.
Os valores relativos a aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer natureza pagos aos anistiados políticos, civis ou militares, antes da publicação da Lei n° 10.559, de 2002, são isentos do Imposto de Renda a partir de 29 de agosto de 2002, e independem da comprovação do requerimento de substituição para um dos regimes instituídos por esse ato legal.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-001.085
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, afastando a tributação relativa à infração de omissão de rendimentos, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 IRPF. RENDIMENTOS DE ANISTIADO POLÍTICO. ISENÇÃO A PARTIR DE 29/08/2002. DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE REGIME. Os valores relativos a aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer natureza pagos aos anistiados políticos, civis ou militares, antes da publicação da Lei n° 10.559, de 2002, são isentos do Imposto de Renda a partir de 29 de agosto de 2002, e independem da comprovação do requerimento de substituição para um dos regimes instituídos por esse ato legal. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10735.000010/2007-99
conteudo_id_s : 5231684
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2101-001.085
nome_arquivo_s : Decisao_10735000010200799.pdf
nome_relator_s : JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 10735000010200799_5231684.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, afastando a tributação relativa à infração de omissão de rendimentos, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
id : 4579664
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577364946944
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1825; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T1 Fl. 72 1 71 S2C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10735.000010/200799 Recurso nº 170.158 Voluntário Acórdão nº 210101.085 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de abril de 2011 Matéria IRPF ANISTIADO POLÍTICO Recorrente ANTONIO CARLOS DE SOUZA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 IRPF. RENDIMENTOS DE ANISTIADO POLÍTICO. ISENÇÃO A PARTIR DE 29/08/2002. DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE REGIME. Os valores relativos a aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer natureza pagos aos anistiados políticos, civis ou militares, antes da publicação da Lei n° 10.559, de 2002, são isentos do Imposto de Renda a partir de 29 de agosto de 2002, e independem da comprovação do requerimento de substituição para um dos regimes instituídos por esse ato legal. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, afastando a tributação relativa à infração de omissão de rendimentos, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. EDITADO EM: 16/05/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo (convocado), José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes (convocado) e Walter Reinaldo Falcão Lima (convocado). Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 5 a 8, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2003, para lançar omissão de rendimentos e glosar dedução indevida de imposto de renda retido na fonte, formalizando a exigência para reduzir o Imposto a Restituir de R$2.419,09 para R$575,86. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 a 3), acatada como tempestiva, alegando que os rendimentos considerados omitidos eram isentos por derivarem de sua condição de anistiado político, nos termos do art. 9o da Lei no 10.559, de 13 de novembro de 2002. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 45 a 50): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 Ementa: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Consolidase administrativamente o crédito tributário relativo à matéria não impugnada. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ANISTIA POLÍTICA. Os rendimentos percebidos a partir de agosto de 2002, em decorrência de anistia política, sobre os quais houve retenção de imposto de renda na fonte, deverão ser informados como tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, enquanto não verificada a substituição de regime prevista no art. 19 da Lei nº 10.559, de 2002. Lançamento Procedente RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 21/08/2008 (fl. 54), o contribuinte apresentou, em 22/09/2008 (fl. 70), o recurso de fls. 55 a 69, onde informa que teve o regime de anistia substituído, nos termos do art. 19 da Lei no 10.559, de 2002, anexando documentação comprobatória. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10735.000010/200799 Acórdão n.º 210101.085 S2C1T1 Fl. 73 3 O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 71, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o Relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. Recordese que a presente discussão se restringe à infração relativa à omissão de rendimentos, uma vez que aquela referente à glosa de imposto de renda retido na fonte não foi impugnada. O recorrente comprovou documentalmente sua condição de anistiado político (fl. 68). Na Constituição Federal, a anistia política foi tratada no art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, regulamentado pela Lei no 10.559, de 2002, que criou um sistema de reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação única ou de forma mensal, permanente e continuada (art. 1o, inciso II), e garantiu o pagamento das aposentadorias ou pensões excepcionais relativas aos já anistiados políticos até a substituição pelo novo regime (art. 19). Desta lei, merece destaque o art. 9o, abaixo transcrito: Art.9o Os valores pagos por anistia não poderão ser objeto de contribuição ao INSS, a caixas de assistência ou fundos de pensão ou previdência, nem objeto de ressarcimento por estes de suas responsabilidades estatutárias. Parágrafo único.Os valores pagos a título de indenização a anistiados políticos são isentos do Imposto de Renda. Assim, os valores pagos por anistia são isentos tanto do imposto de renda quanto da contribuição previdenciária. Para regulamentar esse artigo, foi publicado o Decreto nº 4.897, de 2003, do qual se transcrevem os dois primeiros artigos: Art.1o Os valores pagos a título de indenização a anistiados políticos são isentos do Imposto de Renda, nos termos do parágrafo único do art. 9o da Lei no 10.559, de 13 de novembro de 2002. §1o O disposto no caput inclui as aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer natureza pagos aos já anistiados Fl. 3DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 políticos, civis ou militares, nos termos do art. 19 da Lei no 10.559, de 2002. §2o Caso seja indeferida a substituição de regime prevista no art. 19 da Lei no 10.559, de 2002, a fonte pagadora deverá efetuar a retenção retroativa do imposto devido até o total pagamento do valor pendente, observado o limite de trinta por cento do valor líquido da aposentadoria ou pensão. Art.2o O disposto neste Decreto produz efeitos a partir de 29 de agosto de 2002, nos termos do art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional. Parágrafo único. Eventual restituição do Imposto de Renda já pago até a publicação deste Decreto efetivarseá após deferimento da substituição de regime prevista no art. 19 da Lei no 10.559, de 2002. Como antes da Lei no 10.559, de 2002, não se falava em isenção de rendimentos decorrentes de anistia, considerase que essa norma isentiva passou a valer para pagamentos efetivados a partir de 29 de agosto de 2002, data da publicação da medida provisória que deu origem à lei. A discussão do presente processo decorre da Secretaria da Receita Federal e da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN interpretarem a legislação acima transcrita de forma a acrescentar mais uma requisito à concessão da isenção: a existência de prévio requerimento de substituição pelo regime de reparação econômica, ainda que pendente de deferimento. Esse argumento deriva do fato do §2o do art. 1o do Decreto nº 4.897, de 2003, ter previsto que, se a substituição do regime for indeferida, a fonte pagadora deve cobrar o imposto de renda dos valores já pagos, e do parágrafo único do art. 2o do decreto só permitir a restituição do imposto de renda referentes a esses valores somente após a substituição do regime. Como não constavam nos autos comprovação de deferimento a pedido de substituição de regime, o julgador de 1a instância negou provimento ao recurso. No voluntário, o recorrente apresentou cópia da Portaria no 1.377, de 27 de maio de 2004, onde o Ministro da Justiça defere a substituição do regime de anistia para o sistema de reparação econômica em prestações mensais, permanente e continuadas (fl. 69). Removido o óbice imposto pelo julgamento recorrido, acrescido à circunstância do lançamento conter apenas rendimentos auferidos após setembro de 2002, já há motivo suficiente para o provimento do recurso. De qualquer modo, aproveito a ocasião para externar o posicionamento de que não seria necessária a comprovação da substituição do regime de anistia para o gozo da isenção. Confrontada com a interpretação restritiva da PGFN, a AdvocaciaGeral da União, por meio do PARECER Nº AGU/PBB01/2008, de 21 de outubro de 2008, aprovado pelo ConsultorGeral da União em 28 de novembro de 2008, e pelo Advogado Geral da União em 26 de janeiro de 2009, decidiu: PARECER Nº AGU/PBB01/2008 Fl. 4DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10735.000010/200799 Acórdão n.º 210101.085 S2C1T1 Fl. 74 5 PROCESSO: 00400.007148/200828 INTERESSADOS: ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional e Ministério da Defesa. ASSUNTO: Divergência de interpretação quanto ao alcance da isenção de imposto de renda concedida aos anistiados políticos, nos termos dos artigos 9º e 19, da Lei nº 10.559/2002, regulamentada pelo Decreto n.º 4.897/2003. Ementa: Inteligência dos artigos 9º e 19, da Lei nº 10.559/02, regulamentada pelo Decreto nº 4.897/03. Incidência das isenções do imposto de renda e da contribuição previdenciária nos proventos e pensões excepcionais que vêm sendo pagos aos anistiados políticos da Lei nº 6.683/79 e da EC 26/85, a partir de 29/08/2002. (...) III CONCLUSÃO (...) 35. Concluise, pois, que, visando ao deslinde de toda e qualquer controvérsia envolvendo o assunto em questão, a interpretação a ser fixada por esta AdvocaciaGeral da União, com esteio em firme e consolidada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é no sentido de que as isenções do imposto de renda e da contribuição previdenciária, instituídas no art. 9º da Lei n.º 10.559/2002, incidem nas aposentadorias e pensões excepcionais dos anistiados políticos da Lei nº 6.683/79 e da EC 26/85, a partir de 29 de agosto de 2002. Assim, a AGU concluiu que as aposentadorias e pensões excepcionais dos anistiados políticos são isentas de imposto de renda e de contribuição previdenciária a partir de 29 de agosto de 2002, independentemente do requerimento do pedido de substituição do regime. Essa conclusão foi embasada tanto no conteúdo da lei, quanto na jurisprudência dominante do STJ. No confronto das duas linhas interpretativas, adoto o entendimento de que o pedido de conversão de regime não é prerrequisito para o gozo da isenção. A Lei no 10.559, de 2002, foi clara ao determinar o caráter isentivo dos valores pagos por anistia, e garantiu o pagamento das anistias anteriores até a substituição para o novo regime, mas não exigiu essa mudança, nem muito menos estipulou punições para quem não a efetivasse. Somente esse argumento seria suficiente para afastar qualquer interpretação do decreto que criasse novas restrições para a outorga do benefício, pois a norma regulamentadora não pode inovar em matéria de isenção, que é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, nos termos do art. 176 do Código Tributário Nacional – CTN. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 De qualquer modo, pareceme que o Decreto nº 4.897, de 2003, apenas buscou cuidar de situações advindas da negativa de substituição do regime, não pretendendo criar regras para o gozo da isenção em suas entrelinhas. Assim, como o recorrente demonstrou ser anistiado político, e ainda que teve sua anistia convertida para o regime da nova lei, julgo que os rendimentos recebidos entre setembro e dezembro de 2002 são isentos do imposto de renda. Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso voluntário, afastando a tributação relativa à infração de omissão de rendimentos. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 6DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13839.900083/2008-93
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1998 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. .PRESCRIÇÃO.INOCORRÊNCIA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO EG. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PEDIDO PROTOCOLADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LC 118/05. Em se tratando de tributo lançado por homologação, o prazo prescricional para que venha o contribuinte pleitear a sua restituição ou mesmo a compensação será de cinco anos contados da data do fato gerador, acrescidos de mais cinco anos da homologação tácita do lançamento, desde que o pedido formulado o tenha sido formalizado antes do decurso da vacatio legis de 120 dias, da Lei Complementar n. 118/05, ou seja, antes de 9 de junho de 2005. Precedente do Eg. Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 1801-000.970
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição para análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: EDGAR SILVA VIDAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201204
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1998 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. .PRESCRIÇÃO.INOCORRÊNCIA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO EG. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PEDIDO PROTOCOLADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LC 118/05. Em se tratando de tributo lançado por homologação, o prazo prescricional para que venha o contribuinte pleitear a sua restituição ou mesmo a compensação será de cinco anos contados da data do fato gerador, acrescidos de mais cinco anos da homologação tácita do lançamento, desde que o pedido formulado o tenha sido formalizado antes do decurso da vacatio legis de 120 dias, da Lei Complementar n. 118/05, ou seja, antes de 9 de junho de 2005. Precedente do Eg. Supremo Tribunal Federal.
turma_s : Primeira Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 13839.900083/2008-93
conteudo_id_s : 5224387
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1801-000.970
nome_arquivo_s : Decisao_13839900083200893.pdf
nome_relator_s : EDGAR SILVA VIDAL
nome_arquivo_pdf_s : 13839900083200893_5224387.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição para análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
id : 4577403
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577414230016
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1874; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 64 1 63 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13839.900083/200893 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 180100.970 – 1ª Turma Especial Sessão de 11 de abril de 2012 Matéria DCOMP SALDO NEGATIVO IRPJ Recorrente FAZENDA AVES DO PARAISO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. .PRESCRIÇÃO.INOCORRÊNCIA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO EG. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PEDIDO PROTOCOLADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LC 118/05. Em se tratando de tributo lançado por homologação, o prazo prescricional para que venha o contribuinte pleitear a sua restituição ou mesmo a compensação será de cinco anos contados da data do fato gerador, acrescidos de mais cinco anos da homologação tácita do lançamento, desde que o pedido formulado o tenha sido formalizado antes do decurso da vacatio legis de 120 dias, da Lei Complementar n. 118/05, ou seja, antes de 9 de junho de 2005. Precedente do Eg. Supremo Tribunal Federal Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição para análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente. (documento assinado digitalmente) Edgar Silva Vidal Relator. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 05/06/2012 po r EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13839.900083/200893 Acórdão n.º 180100.970 S1TE01 Fl. 65 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carmen Ferreira Saraiva, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes Relatório A Recorrente apresentou PER/DCOMP em 17/03/2004 (fls. 29) pleiteando a compensação de R$ 8.045,32, referente a saldo negativo de IRPJ do exercício de 1999, ano calendário de 1998, com IRPJ apurado no 4º trimestre de 2003, com vencimento em 30/01/2004. Em Despacho Decisório de 07/03/2008 (fls.27) a DRF em Jundiaí – SP , não homologou a compensação pleiteada, sob a alegação de que na data da transmissão do PER/DCOMP já estava extinto o direito de utilização do saldo negativo em virtude do decurso do prazo de cinco anos entre a data de transmissão do PER/DCOMP e a data de apuração do saldo negativo, tendo por base o art. 168 da Lei 5.172/1966, artigos 6º, § 1º, II e 74 da Lei 9.430/1996 e art. 5º da INSRF nº 600, de 2005.. No mesmo Despacho, a DRF cobrou o valor do débito indevidamente compensado, acrescido de multa e de juros. Cientificada do Despacho em 18/03/2008 (fls. 28), apresentou Manifestação de Inconformidade em 17/04/2008 (fls.01/14), onde: I –– afirma que a compensação do saldo negativo é possível em até 5 (cinco) anos contados do mês seguinte ao fixado para a entrega das respectivas DIRPJ, reportandose à ementa da Solução de Consulta SRRF 1ª RF n° 94/2005 e de julgado do 1 ° Conselho de Contribuintes. Reproduz doutrina neste sentido, bem como ementas de julgados de 1ª a e 2a instâncias administrativas. II • Alternativamente, opõe se à aplicação retroativa da Lei Complementar n° 118/2005 e defende, nos termos do art. 168, I c/c art. 156, VII do Código Tributário Nacional CTN, a possibilidade de compensação dentro dos 5 (cinco) anos contados a partir da extinção do crédito tributário, mas esta verificada após o transcurso do prazo previsto no art. 150, §4 °, também do CTN, para homologação do lançamento. Em sessão de 27 de julho de 2009, a 5ª Turma da DRJ em Campinas SP, com o Acórdão nº 0526.279, indeferiu a solicitação da Recorrente. Intimada do Acórdão em 09/12/209 (fls. 42), interpôs Recurso Voluntário em 22/12/2009 (fls. 43/56), onde reprisa as alegações contidas na Manifestação de Inconformidade, pede a reforma do Acórdão recorrido e o provimento do Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Edgar Silva Vidal– Relator. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 05/06/2012 po r EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13839.900083/200893 Acórdão n.º 180100.970 S1TE01 Fl. 66 3 O Recurso Voluntário é tempestivo e dele conheço. A DRJ em Campinas embasou sua decisão nos artigos 150 §1º, 156, 165 e 168, todos do CTN e considerou prescrito o valor pleiteado para compensação, pois entendeu que em 17/03/2004 já havia expirado o prazo de 5 (cinco) anos, iniciado em 01/01/1999, para a recorrente valerse do saldo negativo de IRPJ relativo ao período de apuração de 01/01/1998 a 31/12/1998. Entendeu ainda a DRJ em Campinas SP que a decisão está de acordo com o que dispões a Lei Complementar n° 118, de 9 de fevereiro de 2005, em seu artigo 3º, em relação à contagem do prazo para repetição de indébito. Art. 3a Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 —Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º o do art. 150 da referida Lei. Art. 4— Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3º'1, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n" 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional. A Recorrente busca no presente Recurso voluntário ter reconhecido direito à compensação de saldo negativo de IRPJ, referente ao anocalendário de 1998. O Pedido de Compensação foi transmitido em 17/03/2004, ou seja 5 (cinco) anos, 3 (três) meses e 17 (dezessete) dias, após data de encerramento do período de apuração, ocorrida em 31/12/1998. A matéria em discussão no presente caso – tese dos cinco mis cinco –foi definida com a recente manifestação do Supremo Tribunal Federal, quando analisou as modificações trazidas a lume pela Lei Complementar n. 118/05, nos autos do RE 566.621/RS, julgado sobre o rito do art. 543B do CPC, vejamos: DIREITO TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. DESCABIMENTO .VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA . NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS. APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005 Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 05/06/2012 po r EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13839.900083/200893 Acórdão n.º 180100.970 S1TE01 Fl. 67 4 Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Fixada a tese a ser seguida na análise da prescrição, considerandose que a data do encerramento do período de apuração do saldo negativo de IRPJ ocorreu em 31/12/1998e o Pedido de Compensação da Recorrente foi transmitido em 17/03/2004, entendo que o prazo observado, por ser inferior a 10 (dez) anos, enquadrase na sistemática dos cinco mais cinco Diante do exposto voto para dar provimento parcial Recurso Voluntário, afastando a preliminar da prescrição e determino que os autos voltem a unidade de jurisdição da contribuinte para apreciar o mérito da questão. (Documento assinado digitalmente) Fl. 130DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 05/06/2012 po r EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13839.900083/200893 Acórdão n.º 180100.970 S1TE01 Fl. 68 5 Edgar Silva Vidal Relator Fl. 131DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 05/06/2012 po r EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 11060.000001/2007-41
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2001 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é a data da ocorrência do Fato gerador. PRELIMINAR. NULIDADE. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. Não é nula a notificação do lançamento ao procurador do sujeito passivo que, mesmo não tendo poderes específicos para o recebimento de auto de infração, tenha amplos poderes de representação junto à Secretaria da Receita Federal, inclusive de baixa da inscrição do estabelecimento no CNPJ. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. As informações prestadas pelos fornecedores são hábeis para comprovar a existência de passivo fictício quando o sujeito passivo não apresenta comprovante dos valores escriturados em conta do passivo. LANÇAMENTOS DECORRENTES: PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL A solução dada ao imposto de renda pessoa jurídica aplica-se aos lançamentos decorrentes, ante as mesmas causas e efeitos.
Numero da decisão: 1803-001.283
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais
Nome do relator: SELENE FERREIRA DE MORAES
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201204
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2001 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é a data da ocorrência do Fato gerador. PRELIMINAR. NULIDADE. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. Não é nula a notificação do lançamento ao procurador do sujeito passivo que, mesmo não tendo poderes específicos para o recebimento de auto de infração, tenha amplos poderes de representação junto à Secretaria da Receita Federal, inclusive de baixa da inscrição do estabelecimento no CNPJ. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. As informações prestadas pelos fornecedores são hábeis para comprovar a existência de passivo fictício quando o sujeito passivo não apresenta comprovante dos valores escriturados em conta do passivo. LANÇAMENTOS DECORRENTES: PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL A solução dada ao imposto de renda pessoa jurídica aplica-se aos lançamentos decorrentes, ante as mesmas causas e efeitos.
turma_s : Terceira Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 11060.000001/2007-41
conteudo_id_s : 5234190
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1803-001.283
nome_arquivo_s : Decisao_11060000001200741.pdf
nome_relator_s : SELENE FERREIRA DE MORAES
nome_arquivo_pdf_s : 11060000001200741_5234190.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
id : 4594238
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:35 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577433104384
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2019; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 1 1 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11060.000001/200741 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 180301.283 – 3ª Turma Especial Sessão de 11 de abril de 2012 Matéria IRPJ Recorrente MARQUETTO AGROPECUÁRIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é a data da ocorrência do Fato gerador. PRELIMINAR. NULIDADE. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. Não é nula a notificação do lançamento ao procurador do sujeito passivo que, mesmo não tendo poderes específicos para o recebimento de auto de infração, tenha amplos poderes de representação junto à Secretaria da Receita Federal, inclusive de baixa da inscrição do estabelecimento no CNPJ. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. As informações prestadas pelos fornecedores são hábeis para comprovar a existência de passivo fictício quando o sujeito passivo não apresenta comprovante dos valores escriturados em conta do passivo. LANÇAMENTOS DECORRENTES: PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL A solução dada ao imposto de renda pessoa jurídica aplicase aos lançamentos decorrentes, ante as mesmas causas e efeitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 756DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 2 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Selene Ferreira de Moraes. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: “Contra o contribuinte foram lavrados autos de infração de IRPJ — folhas 05/06, no valor de R$ 134.447,89; de PIS — folhas 07/10, no valor de R$ 11.680,09; de Cofins —folhas 13/16, no valor de R$ 44.846,76; de CSLL — folhas 11/12, no valor de R$ 57.025,87, acrescidos de multa de lançamento de oficio de 75% e de juros calculados pela taxa Selic. O "Relatório de Fiscalização" de folhas 12/31 aponta a omissão de receitas, caracterizada por passivo fictício, em razão de o contribuinte manter em sua contabilidade obrigações já pagas, cujos saldos foram apurados a partir da conta "Fornecedores" e da circularização efetuada junto aos fornecedores, conforme sintetizado na planilha de folhas 76. (Anexo 12 — Passivo Fictício apurado por essa fiscalização em 31/12/99 a 31/12/04, decorrente da manutenção no passivo de obrigações já pagas pela empresa Marquetto). A base legal citada é o artigo 281, inciso III, do RIR/99, gerando a tributação reflexa do PIS, CSLL e COFINS. Como o contribuinte possuía saldo de prejuízos fiscais e da base de cálculo negativa da contribuição social, conforme escriturado nos LALUR’s nº 01 e 02, bem como nos sistemas de Fl. 757DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 3 3 acompanhamento da Receita Federal do Brasil, SAPLI (folhas 425/431), foram feitas as compensações relativas as infrações apuradas. 0 contribuinte impugna o lançamento (folhas 439/463), alegando, em síntese, o seguinte: 1. NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO, porquanto a procuração de folhas 433 não confere ao Sr. Ibanez poderes para recebimento de notificação endereçada aos representantes da pessoa jurídica, devendo essa nulidade ser saneada com nova notificação para os respectivos representantes legais. 2. DECADÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, pois, em se tratando de pessoa jurídica optante pelo lucro real, que procede a apuração trimestral do IRPJ e CSLL, o fato gerador das obrigações tributárias se dá no encerramento de cada período base, independente de seu pagamento, tendo a Administração Tributária o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário. Entretanto, não foi o que ocorreu, tendo em vista que a notificação do sujeito passivo foi efetuada em 31 de dezembro de 2006, ou seja, quando ultrapassados o prazo de cinco anos em relação aos fatos geradores. 3. A CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL E 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL tem a natureza de tributo, sujeito ao lançamento por homologação, de apuração mensal, cujo prazo decadencial se dá como previsto no artigo 150, parágrafo 4°, do CTN, ou seja o prazo decadencial é de cinco anos contados do fato gerador. 4. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO PASSIVO FICTÍCIO. Não obstante a presunção de legitimidade do ato administrativo de lançamento, essa presunção não exime a Fazenda Pública de provar o fundamento e a legitimidade do crédito tributário. 4.1 No Processo Administrativo Fiscal prevalece o princípio da verdade material, em que a pretensão tributária deve estar assentada na ocorrência do fato gerador, com a indicação no lançamento tributário dos elementos de fato que conferem suporte ao ato administrativo, caso contrário será negado ao contribuinte o direito a ampla defesa e o contraditório, quando da impugnação. 4.2 Na hipótese dos autos não se fazem presentes os elementos de fato que franqueassem o reconhecimento da existência do passivo a descoberto. A retrospectiva histórica levada a efeito no lançamento não apontou junto à contabilidade da pessoa jurídica a presença de obrigações de fornecedores em que não foi procedida a correta escrituração contábil. 4.3 0 lançamento está assentado em informações apresentadas por fornecedores desacompanhadas das respectivas notas fiscais ou mesmo levantamentos contábeis que permitisse uma verificação da cronologia dos lançamentos que se constitui em Fl. 758DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 4 4 aspecto de fundamental importância na identificação sobre a presença ou não do passivo a descoberto. 4.4 Sua atividade é sazonal e por isso mesmo as tabelas evidenciam informações que não correspondem à realidade das negociações que em regra são realizadas, o que exige um exame mais acurado, principalmente dos registros contábeis dos fornecedores. Prova disso é a tabela de folha 194, fornecida pela Proavel Produtos Agrícolas e Veterinários do Sul Ltda, onde há referências a datas totalmente incompatíveis com os negócios jurídicos realizados. 4.5 A utilização de tabelas e dados fornecidos pelas distribuidoras, desacompanhadas: de documentação de suporte, e sem que fosse permitido ao impugnante ter acesso a tais informações toma o procedimento ilegítimo, pois contrasta com o principio constitucional do contraditório e da ampla defesa. 4.6 Tais informações são apenas indícios, não suficientes à constituição do crédito tributário, Porque em momento algum revelam contabilmente a data efetiva dos pagamentos aos fornecedores. A própria autoridade administrativa deixa evidenciar que as informações prestadas pelas empresas distribuidoras se revelam indefinidas, conforme se observa na manifestação à folha 26 do Relatório de Fiscalização. 4.7 Admite que a sua contabilidade pode apresentar algum equívoco, mas que não poderão ensejar a manutenção de um crédito tributário que não encontra fundamento na realidade dos fatos, admitir isso é sobrepor a formalidade contábil sobre a realidade dos fatos. 5. JUNTA NOTAS DE DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS como forma de corroborar a imprestabilidade das informações prestadas pelos fornecedores, em especial, as informações prestadas pela empresa Monsanto (folhas 175/196), que deverão ser consideradas no julgamento, pois evidenciam, sobremaneira, a fragilidade dos fundamentos de fato utilizados pela autoridade administrativa para a constituição do crédito tributário. Por último, requer a nulidade da notificação e respectivo lançamento em virtude da ausência de poderes de representação da pessoa do Sr. Ibanez Ortiz Xavier Júnior ou, caso rejeitada a preliminar de nulidade, seja acolhida a decadência do IRPJ e CSLL, em relação aos 1°, 2° e 3° trimestres de 2001, e das contribuições para o PIS e COFINS, em relação aos fatos geradores ocorridos até novembro de 2001.” A Delegacia de Julgamento considerou o lançamento procedente, em decisão assim ementada: “LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.DECADÊNCIA. Fl. 759DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 5 5 Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Havendo pagamento antecipado, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é a data da ocorrência do Fato gerador. PRELIMINAR. NULIDADE. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. Não é nula a notificação do lançamento ao procurador do sujeito passivo que, mesmo não tendo poderes específicos para o recebimento de auto de infração, tenha amplos poderes de representação junto à Secretaria da Receita Federal, inclusive de baixa da inscrição do estabelecimento no CNPJ. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO As informações prestadas pelos fornecedores são hábeis para comprovar a existência de passivo fictício quando o sujeito passivo não apresenta comprovante dos valores escriturados em conta do passivo. LANÇAMENTOS DECORRENTES: PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO. CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL A solução dada ao imposto de renda pessoa jurídica aplicase aos lançamentos decorrentes, ante as mesmas causas e efeitos. Contra a decisão, interpôs a contribuinte o presente Recurso Voluntário, em que, praticamente reitera as alegações contidas na impugnação, acrescentando apenas contestação genérica ao acórdão recorrido, sem analisar seus fundamentos. É o relatório. Voto Conselheira Selene Ferreira de Moraes A contribuinte foi cientificada por via postal, tendo recebido a intimação em 09/09/2008 (AR de fls. 527). O recurso foi protocolado em 24/09/2008, logo, é tempestivo e deve ser conhecido. A recorrente apenas reitera as alegações contidas na impugnação, sem questionar os fundamentos da decisão recorrida. Apenas acrescenta argumentos genéricos contra a decisão recorrida, tais como o reproduzido logo abaixo: Fl. 760DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 6 6 “1.4. 0 Acórdão da Primeira Turma da DRJ/STM não considerou as irregularidades que o ato administrativo traz consigo cujo enfrentamento se faz necessário de parte das autoridades julgadoras.” A recorrente não explicita quais os fundamentos que não consideraram as irregularidades, nem contesta os fundamentos da decisão recorrida. Logo, só nos resta verificarmos se a decisão de primeira instância está correta. Não vislumbro qualquer equívoco na decisão recorrida, cujos fundamentos reproduzo, como razões de decidir do presente voto: “NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO 0 contribuinte alega a nulidade da notificação do lançamento por que a ciência do auto de infração foi dada ao seu procurador, cujos poderes não consta o de recebimento de notificações de lançamento, conforme procuração de folha 433. Aduz que tal nulidade deve ser saneada com nova notificação para os respectivos representantes legais. Não tem razão o impugnante. A procuração de folha 433 dá amplos poderes de representação junto à Delegacia da Receita Federal em Santa Maria ao outorgado. Embora não constando expressamente o poder de receber notificação de lançamentos, ao outorgado foi dado, entre outros, os poderes de solicitar restituição, parcelamentos, ressarcimento e compensação de tributos, de assinar quaisquer tipos de declaração de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, de proceder a inscrição, a alteração e a baixa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Ora, se ao outorgado foi dado amplos poderes, inclusive o poder de baixar o estabelecimento do contribuinte junto ao cadastro da Receita Federal, podese perfeitamente considerar implícito o poder de receber uma notificação de lançamento, pois, como é corrente no meio jurídico, "quem pode o mais pode o menos". Anular o ato de notificação do lançamento não teria sentido, pois o sujeito passivo não teve nenhum prejuízo com esse procedimento, já que pode exercer plenamente o seu direito de defesa, conforme se infere da análise de sua impugnação. PRELIMINAR DECADÊNCIA 0 contribuinte alega que o anocalendário de 2001 havia sido atingido pela decadência do direito de o Fisco efetuar o lançamento, pois transcorrido mais de cinco anos da data da ocorrência dos fatores geradores oriundos do passivo fictício detectado pela Fiscalização. Tal situação não ocorre. No anocalendário de 2001, conforme cópia de consulta junto aos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil (folha 513), ao contrário do que alega, o contribuinte apurou o imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro liquido pelo Lucro Real Anual, Fl. 761DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 7 7 com determinação da base de cálculo mensal com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto, não tendo apurado saldo de imposto de renda a pagar em nenhum dos meses do referido anocalendário. A decadência tem como regra geral o disposto no artigo 173 do Código Tributário Nacional, que assim dispõe: Art. 173 0 direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: 1 do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único 0 direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. No entanto, nas situações em que a legislação impõe ao sujeito passivo o dever de anteciparse A atuação da autoridade administrativa, interpretando a legislação tributária, apurando o montante e efetuando o recolhimento do tributo ou contribuição devidos, o prazo decadencial é de cinco anos contados da data do fato gerador, nos termos do artigo 150, parágrafo 4°, do CTN, abaixo transcrito: Art. 150 0 lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. §1° 0 pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. (...) §4° . Se a lei não fixar o prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação .(Grifouse) De acordo com esse dispositivo, para que se possa definir o termo inicial do prazo decadencial, quando se trata de lançamento por homologação, é necessário considerar se o pagamento foi realmente antecipado, independentemente de sua suficiência para extinguir totalmente o crédito tributário e da Fl. 762DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 8 8 anuência da autoridade administrativa sobre os procedimentos envolvidos na sua apuração. Assim, somente se sujeitam as normas aplicáveis ao lançamento por homologação os créditos tributários já satisfeitos por meio do pagamento, ainda que parcialmente efetuado. No caso dos autos, o contribuinte apurou o imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro liquido pelo Lucro Real Anual, com determinação da base de cálculo mensal com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto, não tendo apurado saldo de imposto de renda a pagar em nenhum dos meses do referido anocalendário. Nestas circunstâncias, a contagem do prazo decadencial deve ser efetuada com base no artigo 173 inciso I do CTN, iniciando se no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No caso dos autos, o contribuinte apurou o imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro liquido pelo Lucro Real Anual, com determinação da base de cálculo mensal com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto, não tendo apurado saldo de imposto de renda a pagar em nenhum dos meses do referido ano calendário. Nestas circunstâncias, a contagem do prazo decadencial deve ser efetuada com base no artigo 173 inciso I do crN, iniciandose no primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Esse é a orientação jurisprudencial atual do STJ, conforme podemos verificar no julgamento do Agravo Regimental nos Embargos de Declaração no Recurso Especial 2006/01242300, relator Ministro Luiz Fux, de 15/04/2008, DJ de 14/05/2008, página 1, abaixo: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA. NÃO OCORRÊNCIA DO PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA. PRAZO QÜINQÜENAL. TERMO INICIAL. ART 173, I, DO CTN. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO FINANCEIRO SEGUINTE A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. 1. 0 tributo sujeito a lançamento por homologação, nas hipóteses em que não ocorre o pagamento antecipado do mesmo pelo contribuinte, impondo o poderdever do Fisco de efetuar o lançamento de oficio substitutivo deve obedecer ao prazo decadencial estipulado pelo artigo 173, I, do CTAT, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício 'seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Fl. 763DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 9 9 Desse modo, considerando a: data do fato gerador do imposto de renda e da contribuição social em 31/12/2001, no exercício de 2002 o fisco poderia efetuar o lançamento. Por conseqüência, a contagem do prazo decadencial se inicia em primeiro de janeiro de 2003, primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Portanto, em 29/12/2006 não havia decaído o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido. Em relação as contribuições para o PIS e para a Cofins, era assente o entendimento que o prazo decadencial era de dez anos contados do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o crédito poderia ter sido lançado, conforme previa o art. 45 da Lei n° 8.212, de 1991. Entretanto, em razão da recente declaração de inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei 8.212, de 1991, pelo Supremo Tribunal Federal, dando natureza tributária às contribuições sociais e origem à Sumula Vinculante n° 8, cujo teor é: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5° do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário, a Fazenda Pública não pode mais exigir as contribuições sociais com o prazo de decadência de 10 anos previstos nesses dispositivos declarados inconstitucionais. Tal se dá porque a Lei n° 11.417, de 19 de dezembro de 2006, ao disciplinar a edição de súmulas pelo STF vinculou as decisões e atos dos órgãos públicos aos enunciados das súmulas, conforme previsão de seus artigos 2° e 4°, abaixo transcritos: Art. 2° 0 Supremo Tribunal Federal poderá, de oficio ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder a sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. Art. 4° A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. Portanto, com base no acima exposto, o prazo para contagem do prazo decadencial das contribuições sociais é de cinco anos, observandose a existência ou não de pagamento. Fl. 764DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 10 10 No caso das contribuições para o PIS e para a Cofins, o contribuinte efetuou pagamentos durante o anocalendário de 2001, logo, a contagem do prazo da decadência se dá a partir da ocorrência do fato gerador. Como o passivo fictício foi apurado em 31/12/2001, o fato gerador ocorreu em 31/12/2001, o início da contagem do prazo decadencial é janeiro de 2002 e o prazo final 31/12/2006. Em conseqüência os valores lançados a titulo de PIS e de Cofins, relativos ao anocalendário de 2001, na data da ciência do auto de infração não se encontravam decaídos. Embora se reconheça que a apuração do PIS e da Cofins seja mensal, nesse voto é considerado o fato de que a exigência é reflexa do lançamento do imposto de renda, decorrente da presunção da ocorrência do fato gerador. 0 fato gerador do imposto pode até não ter ocorrido e, se ocorrido, não se tem a certeza de quando ocorreu, mas, em se tratando de presunção legal, há a inversão do ônus da prova, ou seja, o contribuinte é que deve demonstrar que os fatos não ocorreram da forma em que se apresentam. Por esses motivos deve ser rejeitada a preliminar de decadência. PASSIVO FICTÍCIO A fiscalização efetuou a circularização junto a diversos fornecedores do contribuinte visando identificar as obrigações não liquidadas. As informações prestadas pelos fornecedores encontramse sintetizadas na planilha de folha 73. Os saldos contábeis encontramse sintetizados na planilha de folha 33 e os valores de passivo fictício apurado pela fiscalização nas planilhas de folhas 73/74. Não se vislumbra no procedimento da fiscalização os vícios apontados pelo impugnante. 0 contribuinte foi intimado e reintimado para que apresentasse os comprovantes dos valores contabilizados na conta de passivo circulante "Fornecedores" (folhas 109, 113, 121, 128). Como não foram apresentados os comprovantes relativos às referidas obrigações, a fiscalização efetuou a circularização junto aos principais fornecedores do contribuinte, os quais apresentaram relações detalhadas das vendas, informando as datas dos faturamentos, os valores e vencimentos das faturas, os pagamentos, as devoluções, os valores renegociados e os totais em aberto (folhas 157/197). Essas informações foram consolidadas na planilha de folhas 47/71. A defesa alega que as provas produzidas junto aos fornecedores não seriam suficientes para provar a legitimidade do lançamento, pois as informações estariam desacompanhadas das notas fiscais ou mesmo lançamento contábil que permitisse a cronologia dos lançamentos, o que seria de fundamental importância na identificação sobre a presença ou não do passivo fictício. Fl. 765DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 11 11 Tal situação não ocorre. Ao contribuinte cabe a comprovação dos seus registros contábeis. A escrituração somente faz prova a favor do contribuinte se efetuada com observância das disposições legais e comprovada por documentos hábeis, segundo a sua natureza, conforme preconiza o artigo 923 do RIR199. Como o contribuinte não apresentou nenhum documento que comprovasse os saldos da conta "Fornecedores" a fiscalização achou por bem buscar as informações junto aos fornecedores. Esse modo de proceder da fiscalização não se deu em detrimento ao sujeito passivo. Ao contrário, o procedimento da fiscalização demonstra uma extrema, e podese dizer até excessiva, cautela em buscar esclarecer os registros contábeis em beneficio do próprio contribuinte. Se não fosse isso, na falta de comprovação dos valores registrados no passivo, teria efetuado o lançamento considerando a totalidade desses valores. Por isso, não há como não aceitar como verdadeiras as informações prestadas pelos fornecedores do contribuinte. 0 procedimento da fiscalização é legitimo, pois foi adotado em beneficio do próprio sujeito passivo, que não apresentou nenhum documento relacionado aos valores escriturados em conta do passivo circulante. Em nenhum momento o sujeito passivo teve tolhido o seu direito de defesa. 0 procedimento de fiscalização é de finalidade instrutória, não litigiosa. Só depois de manifestada a pretensão estatal é que surge para o contribuinte a possibilidade do exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa. E esse direito foi exercido plenamente na peça impugnatória. Reconhecese como sazonal a atividade do sujeito passivo. Entretanto, não é a sazonalidade da atividade que determina os prazos e condições de pagamentos, mas muitos outros fatores, como quantidade, preço, histórico do cliente, etc. Porém, para o processo o que interessa são as provas produzidas ou não produzidas. Reafirmando, no caso dos autos, o contribuinte tinha a obrigação de provar os valores registrados em sua contabilidade, não o fazendo, a fiscalização, de forma acautelada, produziu a sua prova, tal fato transferiu novamente ao sujeito passivo o ônus de produzir uma nova prova demonstrando a inveracidade dos valores apontados pela fiscalização. Também, essa nova prova não foi apresentada, de modo que devem ser considerados corretos os valores apurados pela fiscalização e mantido lançamento na forma em que se apresenta. Essa inversão do ônus da prova é a característica principal das presunções legais. Ao contribuinte cabe desfazer aquilo que a norma legal atribui como verdade, mediante a apresentação de prova em contrário. Não o fazendo, como é o caso, tomase como verdade os fatos presumidos. 0 impugnante junta notas fiscais de devolução de mercadorias para a Monsanto do Brasil com o intuito de demonstrar a Fl. 766DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 11060.000001/200741 Acórdão n.º 180301.283 S1TE03 Fl. 12 12 imprestabilidade das informações prestadas pelos fornecedores, pois evidenciariam a fragilidade dos fundamentos utilizados para a constituição do crédito tributário. Tais notas fiscais nada alteram a convicção sobre os fatos apresentados. No presente processo não foi lançado passivo fictício em relação ao fornecedor Monsanto do Brasil, mas observase na planilha que sintetiza os valores informados pelos fornecedores (folha 73) que os valores das devoluções foram considerados. LANÇAMENTOS DECORRENTES A solução dada ao IRPJ se aplica as lançamentos da CSLL, da Cofins e do PIS, por serem dele decorrente.” Ante todo o exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Fl. 767DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 23/05 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10768.008201/2003-98
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição para o PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. Comprovado o erro de preenchimento da DCTF com informação equivocada do PIS devido, deverá ser providência a correção nos termos apurados. Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 3102-001.324
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201201
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Contribuição para o PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. Comprovado o erro de preenchimento da DCTF com informação equivocada do PIS devido, deverá ser providência a correção nos termos apurados. Recurso de Ofício Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10768.008201/2003-98
conteudo_id_s : 5227673
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3102-001.324
nome_arquivo_s : Decisao_10768008201200398.pdf
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10768008201200398_5227673.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
id : 4578397
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577458270208
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1478; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 1 1 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10768.008201/200398 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 3102001.324 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 24 de janeiro de 2012 Matéria PIS Recorrente CONSTRUTORA QUEIROZ GALVÃO S/A Interessado FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. Comprovado o erro de preenchimento da DCTF com informação equivocada do PIS devido, deverá ser providência a correção nos termos apurados. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 27/03/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Trata o presente processo de Recurso de Ofício interposto pela 3ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro II RJ. Por bem descrever os fatos adoto o relatório da primeira instância que passo a descrever. “Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 61 em virtude da apuração de falta de recolhimento da contribuição ao PIS nos períodos de 01/04/1998 a 31/12/1998, exigindo contribuição de R$ 4.325.316,00, multa de ofício de R$ 3.243.987,00 e juros de mora de R$ 3.809.786,08, perfazendo o total de R$ 11.379.089,08. O enquadramento legal encontrase a fls. 61. A interessada apresentou em 10/09/2003 a impugnação de fls. 01/04, na qual alegou: A infração decorre, segundo o Auto de Infração, por processo judicial não comprovado relativo a débitos informados na DCTF com exigibilidade suspensa; 2. Na verdade, os valores do PIS, declarados na DCTF original do 4º trimestre de 1998, foram indevidamente declarados iguais aos valores da COFINS cujos pagamentos foram efetuados conforme DCTF e DARF´s anexos. Posteriormente, a DCTF do 4º trimestre de 1998 foi retificada, sendo informado os valores corretos do PIS, a saber: Outubro – R$ 241.844,76, Novembro R$ 268.701,02 e Dezembro –R$ 281.491,41; 3. No prazo de entrega da DCTF, quando ainda o tributo estava suspenso, foi preenchido corretamente o número do processo da ação judicial(96.97119) da 19 ° Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro. Destacase que não é parte das instruções para elaboração da DCTF a determinação para se anexar cópia da sentença liminar ou do processo, sendo que a apresentação poderia ter sido feita pela contribuinte mediante Termo de Intimação; 4. Anexamos cópia do Mandado de Segurança e da Sentença Liminar comprovando que os tributos encontravamse suspensos por decisão judicial. Ocorre que em 19 de maio de 2003, foi publicado o Acórdão da Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dando parcial provimento ao recurso da União Federal revogando parcialmente a sentença judicial anterior; 5. Assim, a impugnante efetuou o pagamento integral dos tributos devidos acrescidos de juros no dia 31 de maio de 2003, portanto antes de completar 30 dias da publicação do Acórdão, sem a multa; 6. A impugnante tendo comprovado os pagamentos do principal e dos juros devidos até a data do pagamento e não procedendo o lançamento da Multa de Ofício constante do referido Auto de Infração, requer pela extinção total do referido Auto de Infração em epígrafe; Fl. 142DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 27/03/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10768.008201/200398 Acórdão n.º 3102001.324 S3C1T2 Fl. 2 3 Junto com seu arrazoado, a interessada apresentou DARF´s dos recolhimentos do PIS nos PA´s 04/1998 a 12/1998, cópia de DCTF retificadora referente ao 4º Trimestre de 1998, Acórdão do TRF da 2ª Região, Sentença exarada no Mandado de Segurança nº 9600097119, pelo MM Juiz da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro, cópia da Petição Inicial da referida ação, Procuração, Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas em 20 de abril de 2001 e 30 de abril de 2003, documentos de identidade e cartão do CNPJ. Através do Despacho Decisório – 42/2011 – fl.94, a Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes – Demac/RJ, efetuou a Revisão de Ofício do Lançamento, com base no Parecer nº 042/2011, da Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário – Dicat daquela Unidade, de onde podem ser extraídos os pontos a seguir: “... Este alega que os tributos ali listados se encontravam suspensos por decisão judicial, através da ação judicial n° 96.97119 da 19ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ocorre que em 19/05/2003 foi publicado o Acórdão dando parcial provimento ao Recurso da União, revogando parcialmente a decisão judicial anterior. Desta forma, a impugnante recolheu integralmente os valores dos tributos devidos com juros e sem multa, antes de completar os trinta dias do Acórdão, conforme Darf às fls.05 a 13, nos termos do Art. 63 § 2 o da Lei 9430 de 1996. Desta forma, e como os recolhimentos foram anteriores a lavratura do Auto de Infração em questão (Darf pagos em 30/05/2003 e Auto lavrado em 18/06/2003),foi efetuada a alocação através da função recalculo, conforme fls.85 a 88. O saldo remanescente após recalculo efetuado diz respeito as alegações da impugnante (fls. 03), que informa ter declarado na DCTF original do 4º Trimestre de 1998 indevidamente os valores da COFINS ao invés do PIS. Informam inclusive que efetuaram a retificação da DCTF do 4º trimestre informando os valores corretos do PIS.” A autoridade a quo decidiu pelo provimento da impugnação, por entender estar comprovado o erro material no preenchimento da DCTF, sendo corretos os valores informados na DCTF retificadora. A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 PAGAMENTOS. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Cancelase o lançamento quando comprovada a extinção do crédito tributário mediante pagamento integralizado em data anterior à ciência do auto de infração. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 27/03/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE E DA VERDADE MATERIAL. Demonstrado nos autos do processo que o valor da contribuição social cobrada no Auto de Infração decorre de erro material no preenchimento da DCTF, é de se cancelar o lançamento motivado pela falta de recolhimento, em vista dos princípios jurídicos da estrita legalidade e da verdade material. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado.” Diante dessa decisão, cuja exoneração do sujeito passivo ultrapassou o limite de alçada, foi apresentado pela Turma Julgadora o competente recurso de ofício. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O recurso protocolado pela autoridade a quo, teve o condão de ver novamente analisada a exoneração realizada sobre o lançamento constantes do Auto de Infração. O lançamento teve como base a diferença entre o valor recolhido de PIS após a decisão final da justiça que concedeu parcialmente o pleito da Recorrente. A alegação apresentada, afirma a existência de erro no preenchimento da DCTF do quarto trimestre de 2008, onde teria sido informado para o PIS, os mesmos valores informados para a COFINS, sendo apresentado na impugnação cópias de DARF com o pagamento do PIS e COFINS e DCTF retificadora, alterando os valores informados de PIS na DCTF original. A lide da questão se prende a decidir se os documentos e alegações, tragos aos autos pela empresa autuada, são suficientes para comprovar o erro alegado no preenchimento da DCTF. Entendo que os documentos são suficientes, pois, a alteração da DCTF foi aceita no Sistema, alem do mais, a alegação para o lançamento foi motivado em razão do sistema não ter confirmado a ação judicial que suspendia a exigência do PIS. Com a impugnação, a Receita Federal, concordou com as alterações na DCTF, fazendo inclusive, alteração de ofício no auto de infração, antes do julgamento de primeira instância. Exonerando o lançamento ate o valor informado na DCTF, se considerarmos o fato que a retificação da DCTF não foi questionado em nenhum momento na revisão de ofício, mesmo sendo posterior ao lançamento, não há como não aceitar como corretos os valores informados na DCTF Fl. 144DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 27/03/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10768.008201/200398 Acórdão n.º 3102001.324 S3C1T2 Fl. 3 5 retificadora. Portanto, entendo que diante do conjunto de provas apresentados, ficou caracterizado o equivoco no preenchimento da DCTF. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício. Winderley Morais Pereira Fl. 145DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 27/03/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10140.000697/2003-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2002
OBSCURIDADE. EMBARGOS.
Constatada obscuridade no Acórdão que não permite a identificação da votação em que foi provido em parte o recurso voluntário, devem ser acolhidos os embargos declaratórios para sanar a obscuridade.
Numero da decisão: 3402-002.009
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conheceer e acolher os Embargos Declaratórios, nos termos do voto da relatora.
Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente-substituto.
SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sílvia de Brito Oliveira, Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente), Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Gilson Macedo Rosenburg Filho.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : Cofins - ação fiscal (todas)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201302
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2002 OBSCURIDADE. EMBARGOS. Constatada obscuridade no Acórdão que não permite a identificação da votação em que foi provido em parte o recurso voluntário, devem ser acolhidos os embargos declaratórios para sanar a obscuridade.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10140.000697/2003-29
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5231915
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3402-002.009
nome_arquivo_s : Decisao_10140000697200329.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10140000697200329_5231915.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conheceer e acolher os Embargos Declaratórios, nos termos do voto da relatora. Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente-substituto. SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sílvia de Brito Oliveira, Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente), Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Gilson Macedo Rosenburg Filho.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
id : 4579740
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:21 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577472950272
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1720; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 1.021 1 1.020 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10140.000697/200329 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3402002.009 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2013 Matéria COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO. Embargante PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL Interessado SERVIÇO DE NAVEGAÇÃO DA BACIA DO PRATA S/A ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2002 OBSCURIDADE. EMBARGOS. Constatada obscuridade no Acórdão que não permite a identificação da votação em que foi provido em parte o recurso voluntário, devem ser acolhidos os embargos declaratórios para sanar a obscuridade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conheceer e acolher os Embargos Declaratórios, nos termos do voto da relatora. Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidentesubstituto. SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sílvia de Brito Oliveira, Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente), Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Gilson Macedo Rosenburg Filho. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 00 06 97 /2 00 3- 29 Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA 2 Tratase de analisar os embargos de declaração apresentados pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para acusar obscuridade do Acórdão n° 204 03.258, de 04 de junho de 2008, por meio do qual a 4ª Câmara do extinto Segundo Conselho de Contribuintes deu parcial provimento ao recurso voluntário interposto nestes autos, nos seguintes termos: ACORDAM os membros da quarta câmara do segundo conselho de contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir do lançamento as receitas pertinentes a serviço internacional de transporte, bem como em relação às variações cambiais por decisão do STF. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Nayra Bastos Manatta e Henrique Pinheiro Torres quanto às exclusões referentes às variações cambiais, Rodrigo Bemardes de Carvalho, Ali Zraik Júnior e Leonardo Siade Manzan quanto a decadência. Designada a Conselheira Silvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor. Aduziu a embargante que a parte dispsitiva do Acórdão indica que a maioria dos Conselheiros votaram pela exclusão da receita relativa a serviço internacional de transportes entretanto, não foi consignado quais os Conselheiros foram vencidos nessa matéria. Haveria, portanto, dúvida sobre o modo como foram acolhidos os dois itens: serviço internacional de transporte e variações cambiais, fato que tolhe o direito de defessa da Fazenda Nacional, visto que dificulta a definição do dispositivo regimental para fundamentar a interposição futura de recurso especial. Ao final, a embargante solicitou que sejam acolhidos seus embargos para se especificar se os dois itens foram ou não acolhidos por maioria. É o relatório. Voto Conselheira Sílvia de Brito Oliveira Os embargos declaratórios são tempestivos, foram propostos por parte legítima e seu julgamento está inserto na esfera das competências regimentais da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), por isso devem ser conhecidos. De plano, verificase que assiste razão à embargante, pois pelo próprio voto do conselheiro relator costatase que ele não foi vencido quanto às receitas decorrentes de serviço internacional de transporte. Com efeito, os conselheiros Júlio César Alves Ramos, Nayra Bastos Manatta e Henrique Pinheiro Torres ficaram vencidos apenas quanto à aplicação da decisão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o alargamento da base de cálculo da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição pra Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para excluir da base de cálculo as receitas decorrentes de variações cambiais. Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10140.000697/200329 Acórdão n.º 3402002.009 S3C4T2 Fl. 1.022 3 Sendo assim, para sanar a obscuridade apontada, o dispositivo do Acórdão n° 20403.258, de 2008, transcrito no relatório supra, deve ser substituído pelo seguinte: ACORDAM os membros da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo da Cofins: I – por unanimidade de votos, as receitas pertinentes a serviço internacional de transporte; e II – por maioria de votos, as variações cambiais, tendo em vista decisão plenária definitiva do STF. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Nayra Bastos Manatta e Henrique Pinheiro Torres quanto às exclusões referentes às variações cambiais, e Rodrigo Bernardes de Carvalho, Ali Zraik Júnior e Leonardo Siade Manzan, quanto a decadência. Designada a Conselheira Silvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor. Diante do exposto, voto por acolher os embargos declaratórios apresentados para sanar a obscuridade apontada mediante a substituição do dispositivo do Acórdão embargado, conforme proposto acima. É como voto. Sílvia de Brito Oliveira Relatora Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/04/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 11618.001522/2007-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 31/01/2005 COMPENSAÇÃO, DIREITOS CREDITÓRIOS PLEITEADOS NA JUSTIÇA. AÇÃO PROPOSTA APÓS A LC 104/01. COMPENSAÇÃO DECLARADA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA MEDIDA JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial apresentada pelo sujeito passivo após a edição da Lei Complementar nº 104/01, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Somente com o trânsito em julgado os créditos pleiteados se revestem da certeza e liquidez indispensáveis à compensação tributária. Inteligência do art. 170-A do CTN. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-001.705
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 31/01/2005 COMPENSAÇÃO, DIREITOS CREDITÓRIOS PLEITEADOS NA JUSTIÇA. AÇÃO PROPOSTA APÓS A LC 104/01. COMPENSAÇÃO DECLARADA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA MEDIDA JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial apresentada pelo sujeito passivo após a edição da Lei Complementar nº 104/01, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Somente com o trânsito em julgado os créditos pleiteados se revestem da certeza e liquidez indispensáveis à compensação tributária. Inteligência do art. 170-A do CTN. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 11618.001522/2007-71
conteudo_id_s : 5237116
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed May 01 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3302-001.705
nome_arquivo_s : Decisao_11618001522200771.pdf
nome_relator_s : FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
nome_arquivo_pdf_s : 11618001522200771_5237116.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
id : 4599244
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:02 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577482387456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1730; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 187 1 186 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11618.001522/200771 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 330201.705 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de junho de 2012 Matéria PIS Recorrente J CARNEIRO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 31/01/2005 COMPENSAÇÃO, DIREITOS CREDITÓRIOS PLEITEADOS NA JUSTIÇA. AÇÃO PROPOSTA APÓS A LC 104/01. COMPENSAÇÃO DECLARADA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA MEDIDA JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial apresentada pelo sujeito passivo após a edição da Lei Complementar nº 104/01, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Somente com o trânsito em julgado os créditos pleiteados se revestem da certeza e liquidez indispensáveis à compensação tributária. Inteligência do art. 170A do CTN. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 2 EDITADO EM: 19/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratasse de compensação de créditos de PIS indicados como indevidos em razão da inconstitucionalidade dos DecretosLei 2445 e 2449, ambos de 1988; da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo promovida pelas Leis nº 9.715 e 9.718, ambas de 1998; bem como da inconstitucionalidade do sistema não cumulativo, instituído pela Lei nº 10.637/02. A Recorrente realizou a compensação em sua conta contábil, declarandoa em DCTF, oportunidade em que informou que os crédito têm amparo judicial no processo nº 2005.82.000096837. O Delegado da receita Federal em João Pessoa proferiu o Despacho Decisório de fls.78, por meio do qual não homologou as compensações referenciadas, com base no PARECER N° 040/2007 Sacat /DRFJPA, de fls.72 a 77, que aplicou ao caso as restrições do artigo 170A do Código Tributário Nacional – CTN. Irresignada a Recorrente interpôs manifestação de inconformidade, com base nos argumentos da seguinte forma relatados pela decisão de primeira instância administrativa, a saber: “I considera ilegítima a exigência do pagamento do PIS com base nos Decretos Lei nos 2.445 e 2.449, de 1988, os quais já foram considerados inconstitucionais pelo STF e nas Leis 9.715, de 1998, 9.718, de 1998 e 10.637, de 2002, tendo ingressado inclusive com Mandado de Segurança de n°2005.82.00.0096837, ora sob análise em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, pleiteando a declaração de inexistência de relação jurídica que legitime a cobrança da contribuição ao PIS, bem como a declaração do direito à compensação dos valores preteritamente recolhidos a este título; II informa que, assim, com base no art.66 da Lei n° 8.383/91, c/c o art. 74 da Lei n° 9.430 de 1996, bem como na existência de discussão judicial do tributo em comento, nos autos do MS supramencionado, procedeu à compensação do respectivo indébito; Fl. 188DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11618.001522/200771 Acórdão n.º 330201.705 S3C3T2 Fl. 188 3 III discorda, portanto, da decisão ora recorrida, na qual a autoridade fazendária entendeu que "fica demonstrada a necessidade de a decisão judicial transitar em julgado, para que o sujeito passivo realiza a habilitação do seu crédito obtido junto ao Poder Judiciário, com a conseqüente tributação pela via do PerDcomp.", pelo fato de considerar inconstitucionais os diplomas legais com base nos quais foram recolhidas as exações ora pleiteadas; IV assim entende que tem direito, com base no art.66 da Lei n° 8.383/91, c/c o art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, de proceder à compensação, independentemente de autorização administrativa ou judicial dos respectivos valores com quaisquer tributos ou contribuições administrados pela Receita Federal, direito já pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, nos Embargos de Divergência em Recurso Especial n° 78.301, que ora transcreve; V aduz que nesse contexto, fezse necessário o socorro ao judiciário apenas para que a recorrente não sofresse retaliações por parte do Fisco, o que é, em síntese, o objetivo primordial da aludida ação, sendo equivocada eventual argumentação no sentido de que a discussão em juízo impediria a compensação, sendo outrossim, descabida também a alegação de suposta necessidade de trânsito em julgado; VI recorre à doutrina e conclui que não se aplica ao presente caso o regime dos artigos 170 e 170A do CTN, pois o que está em debate repitase é a compensação no regime do lançamento por homologação (autolançamento), previsto no art. 66 da Lei n° 8.383/91; VII Requer, à vista do exposto: a) que a presente manifestação de inconformidade seja conhecida, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário ora debatido; b) que a presente manifestação de inconformidade seja considerada procedente, homologandose as compensações em tela.” Após analisar os argumentos trazidos à colação a 2ª Turma da DRJ/REC proferiu o acórdão nº 1128.495, por meio do qual indeferiu o pleito da Recorrente, mantendo a decisão da DRF sob a seguinte ementa, a saber: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 31/01//2005 COMPENSAÇÃO TRIBUTARIA. A compensação, nos termos em que está definida em lei (art. 170 do CTN), só poderá ser homologada se os créditos do contribuinte em relação Fazenda Pública, vencidos ou vincendos estejam revestidos dos atributos de Fl. 189DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 4 liquidez e certeza. Dai a vedação contida no art.170A do mesmo CTN quanto à sua efetivação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1995 a 31/01//2005 DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. A extensão dos efeitos das decisões judiciais, no âmbito da Secretaria da Receita Federal, possui como pressuposto a existência de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal acerca da inconstitucionalidade da lei que esteja em litígio e, ainda assim, desde que seja editado ato especifico do Sr. Secretário da Receita Federal nesse sentido. Não estando enquadradas nesta hipótese, as sentenças judiciais só produzem efeitos para as partes entre as quais são dadas, não beneficiando nem prejudicando terceiros.” Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário no qual reiterou os argumentos trazidos em sua inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Relatora FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Dos termos relatados percebese que a questão fulcral do presente recurso referese à impossibilidade de compensação contábil dos créditos pleiteados pela Recorrente. De acordo com os fatos trazidos aos autos, o direito ao crédito está em discussão no processo judicial nº 2005.82.000096837. A decisão que não homologou compensações declaradas pela Recorrente, o fez sob o fundamento de que os créditos estariam, na data da compensação, ainda em discussão judicial. Ou seja, segundo a DRJ, a compensação não foi homologada porque ainda não ocorrera o trânsito em julgado da ação judicial na qual discutiase a existência dos créditos utilizados, o que ofenderia o artigo 170A do CTN. Ademais, o v. acórdão recorrido afastou a possibilidade de que a compensação fosse realizada com base na Lei nº 8.383/91, uma vez que os débitos compensados (IRPJ/CSL) não são da mesma espécie que os créditos (PIS/COFINS). Constatase da análise dos autos que a medida judicial foi ajuizada no ano de 2005, portanto, após a edição da Lei Complementar nº 104/01, que inseriu o artigo 170A Fl. 190DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11618.001522/200771 Acórdão n.º 330201.705 S3C3T2 Fl. 189 5 no texto do Código Tributário Nacional. Referido dispositivo legal tem a seguinte redação, verbis: “Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.” Considerando que o ajuizamento da medida judicial se deu após a entrada em vigor da disposição em tela, é de se concluir que a limitação imposta, ao contrário do pleiteado pela Recorrente, se aplica ao procedimento de compensação, bem como aos créditos objeto da discussão levada ao Judiciário. Ou seja, de fato, antes do trânsito em julgado da ação judicial os créditos dela oriundos não poderiam ser utilizados em procedimento administrativo de compensação. Todavia, a Recorrente não observou tal disposição, procedendo à compensação em sua escrita contábil. Importa observar, ainda, que não houve decisão judicial favorável à não aplicação do artigo 170A ao caso em análise. Impera registrar que, ante a vigência e plena validade da LC 104/01 no momento do ajuizamento da ação judicial, apenas uma determinação judicial que afastasse a aplicação da norma viabilizaria à Recorrente proceder a compensação de seus créditos, o que não ocorreu in casu. Assim, não só ao arrepio da Lei, mas também sem qualquer supedâneo jurisdicional, foram efetuadas as compensações ora sob análise. De se destacar que, do que consta dos autos, a medida judicial ainda não transitou em julgado. Não pode, evidentemente, prosperar a indignação da Recorrente. Assim como não prosperam seus argumentos, pois o CTN é claro e a jurisprudência mansa, a respeito da impossibilidade de aproveitamento de créditos tributários, para fins de compensação, quando tais créditos são oriundos de ação judicial interposta após a LC 104/01 e ainda não transitada em julgado. No mais, no que se refere à possibilidade de compensação nos termos da Lei nº 8.383/91, o que por si só, no entender da Recorrente, afastaria a aplicação do artigo 170A, com razão a decisão recorrida. O dispositivo legal aplicavase apenas aos tributos de mesma espécie (o que não é o caso) e era procedimento anterior aquele trazido pela Lei nº 9.430/96. Adoto, portanto, como razão de decidir a decisão proferida, verbis: “Nesse passo, foi editada a Lei n° 8.383, de 30 de dezembro de 1991, que em seu art.66, com a redação dada pelo art.39 da Lei n° 9.250, de 26 de dezembro de 1995, assim dispôs sobre a compensação: 'Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatária, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 6 §1° A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. §2° É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. 24. Assim, no regime da Lei n° 8.383/91, a compensação era possível apenas entre indébito e débito fiscal, vincendos, da mesma espécie e destinação constitucional (FINSOCIAL com COFINS; e PIS com PIS); 25. Posteriormente foi editada a Lei n° 9.430 de 27 de dezembro de 1996, que em seu art.74 (redação original) autorizava a compensação entre créditos e débitos relativos a espécies tributárias distintas, por meio de requerimento administrativo e com autorização do Fisco, vedada a consecução do procedimento, sem tais formalidades, por iniciativa unilateral do contribuinte. 26. O dispositivo legal acima foi posteriormente regulamentado pelo Decreto n° 2.138, de 29 de janeiro de 1997, que assim dispôs, em seus arts.1° a 3°, verbis: Art. 1° É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Parágrafo único. A compensação será efetuada pela Secretaria da Receita Federal, a requerimento do contribuinte ou de oficio, mediante procedimento interno, observado o disposto neste Decreto. (o grifo não é original) Art. 2° 0 sujeito passivo, que pleitear a restituição ou ressarcimento de tributos ou contribuições, pode requerer que a Secretaria da Receita Federal efetue a compensação do valor do seu crédito com débito de sua responsabilidade. Art. 3° A Secretaria da Receita Federal, ao reconhecer o direito de crédito do sujeito passivo para restituição ou ressarcimento de tributo ou contribuição, mediante exames fiscais para cada caso, se verificar a existência de débito do requerente, compensará os dois valores. 27. Assim, para que a Receita Federal pudesse proceder à compensação desses tributos, por terem destinação constitucional e orçamentária diferentes, a legislação supracitada exigia que houvesse o requerimento do contribuinte, para que a repartição pudesse proceder compensação mediante procedimento interno. Isso porque não existia o mecanismo da PER/DcomP que é uma declaração registrada nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil e que permite um maior controle das compensações entre tributos. 28. Por fim, com a edição Lei n° 10.637, de 30 de dezembro 2002, que em seu art.49 deu nova redação ao art.74 da Lei n° 9.430, 1996, a compensação para os tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, passou a ser efetivada pelo Fl. 192DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11618.001522/200771 Acórdão n.º 330201.705 S3C3T2 Fl. 190 7 sujeito passivo mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, consoante se depreende da leitura do texto abaixo: "Art. 74. 0 sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados per aquele Orgão. 1° A compensação de que trata o caput sera efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados." ( o grifo não é original) 29. Por último, há de ser lembrado, por oportuno, que, de acordo com o art.51 da IN SRF no 600, de 28 de dezembro de 2005, quando os créditos pleiteados pela contribuinte forem reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, deverão ser submetidos à prévia habilitação pela Delegacia da Receita Federal (DRF), com jurisdição sobre o domicilio tributário do sujeito passivo, com as regras determinadas no mesmo dispositivo infralegal: "Art. 51. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinj) com jurisdição sobre o domicilio tributário do sujeito passivo. (grifei) 30. Dessa forma, o procedimento adotado pela impugnante de efetivar as compensações em discussão sem a apresentação das PERDCOMP, mas apenas declarandoas em DCTF é totalmente inválido, uma vez efetuado em total dissonância com a legislação acima citada as DCTF de fls.58 a 65 correspondem aos 1° e 4° Trimestres de 2004 — já em pleno vigor a legislação supracitada e, em sendo inválido, não poderá surtir nenhum efeito em relação aos débitos compensados.” – destaquei. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos expostos. É com voto. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 8 Sala das Sessões, 28 de junho de 2012. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora Fl. 194DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 20/0 7/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
score : 1.0